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“NÃO ESQUEÇA DA HANSENÍASE!


ASPECTOS EPIDEMIOLOGICO E CLÍNICOS.

Enfa Profa Dra Clodis Maria Tavares


Situação epidemiológica da hanseníase no mundo e Brasil
Índia
1ª no mundo em
nº de casos
novos
120.334
(57,7%)

1.705 casos
novos em <15
anos

Brasil
2ª posição no mundo
28.660 (13,7%) Casos novos
Distribuição dos casos novos de hanseníase por município. Brasil,
2018.
Casos novos

 28.660 casos novos (6,2%) em


relação a 2017;

Fonte: Sinan/SVS/MS
21/05/2018.
ESTIGMA DA DOENÇA

Descoberta do Poliquimioterapia
Bacilo (1873) (1981)
Piedade e cura Segregação
pela fé Eletrocauterização
e injeções
dolorosas
FATORES DETERMINANTES
A hanseníase...
• Doença infecciosa crônica, de evolução lenta, que se manifesta
principalmente com lesões na pele e nos nervos periféricos da face,
mãos e pés.

• Causada por uma bactéria;


Painel de transmissão da doença
Transmissão

• Através das vias aéreas


superiores, quando há
um contato íntimo e
prolongado com o
portador de hanseníse
multibacilar que não
esteja em tratamento.
Hanseníase – Infecção
• O homem única fonte de infecção.
• O contato é principalmente pelas vias
aéreas superiores.
• A multiplicação do bacilo se faz por
divisão binária a cada 12 a 21 dias.
• Período de incubação 1 a 5 anos
• Atinge pessoas de todas as idades,
ambos os sexos, e raramente em
crianças.
• Condições sócio-econômicas
desfavoráveis.
Cadeia Epidemiológica

• Reservatório – Ser humano


• Tatu ?
• Macaco Mangabei ?
• Chimpanzé ?

• Período de Incubação – 2 a 7 anos


Definição de caso
Considera-se um caso de hanseníase a pessoa que apresenta um
ou mais dos seguintes sinais cardinais , a qual necessita de
tratamento com poliquimioterapia (PQT):

a) lesão(ões) e/ou área(s) da pele com alteração de sensibilidade


térmica e/ou dolorosa e/ou tátil; ou

b) acometimento de nervo periférico, associado a alterações


sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas; ou

c) presença de bacilos Mycobacterium leprae, confirmada na


baciloscopia de esfregaço intradérmico ou na biopsia de pele.
Hanseníase - Classificação

Dimorfa
ou Borderline
Espectro da Hanseníase
ESPECTRO DA HANSENÍASE
Indeterminada

 Tuberculóide Virchowiana

Dimorfo
Evolução das lesões hansênicas
Características do Micobacterium-Leprae

Infectividade ▄ ▅ ▇ Alta

Patogenicidade ▄ ▅ Baixa

Virulência ▄ ▅ ▇ Alta
Exame neurológico
⑉ Alterações da sensibilidade:

➥ Hiperestesia Térmica

➥ Hipoestesia Dolorosa

➥ Anestesia Tátil
Troncos Nervosos Periféricos
OPERACIONAL

 Paucibacilares (PB)- casos


com até 5 lesões de pele;

 Multibacilares (MB) - casos com


mais de 5 lesões de pele.
MHI
MHT
MHD
MHV
REGIMES DA PQT - U
PB – 6 doses
MB – 12 doses

Adulto

Criança
Tratamento PQT

Forma virchowiana e infiltrada da hanseníase


após 12 meses de tratamento
REAÇÕES HANSÊNICAS

As reações hansênicas são fenômenos de aumento da atividade da


doença, com piora clínica que podem ocorrer de forma aguda antes,
durante ou após o final do tratamento com a poliquimioterapia. Pacientes
com carga bacilar mais alta (virchowianos) geralmente apresentam
reações de início mais tardio, ou seja, no final ou logo após o término da
PQT (BRASIL, 2017).

Essas reações resultam da inflamação aguda causada pela atuação do


sistema imunológico do hospedeiro que ataca o bacilo. As características
típicas dessa resposta são: edema, calor, rubor, dor e perda da função.
Uma vez que os bacilos da hanseníase afetam a pele e os nervos, as
reações hansênicas cursam com inflamação nesses lugares (BRASIL,
2017).
REAÇÕES HANSÊNICAS
✔Mudança repentina na atividade da doença
✔Mudanças no estado imunológico do paciente
✔Principal causa de danos neurais e incapacidades
✔ Geralmente secundárias ao início da PQT
✔ Podem ocorrer espontaneamente
✔ Fator mais importante associado: gravidez/parto
✔ Outros fatores:
✔infecção intercorrente
✔anemia
✔stress mental/físico
✔cirurgias
✔ Necessitam de pronta intervenção
REAÇÕES HANSÊNICAS
Sinais e Sintomas:

✔Antigas lesões que se tornam avermelhadas e/ou aumentam de


tamanho
✔Aparecimento de nódulos avermelhados e dolorosos
✔Os nervos periféricos tornam-se dolorosos e espessados
✔Sinais de dano neural, como perda de sensibilidade e fraqueza
muscular
✔Febre e mal-estar
✔Edema nas mãos e pés
Reação Tipo 1 ou Reação Reversa
Suspeitar de reação hansênica tipo 1 se ocorrerem, sem
mal estado geral do paciente, os seguintes sinais e
sintomas:

• As lesões de pele da hanseníase se tornarem mais


avermelhadas e inchadas; e/ou

• Os nervos periféricos ficarem mais dolorosos; e/ou

• Houver piora dos sinais neurológicos de perda de


sensibilidade ou perda de função muscular; e/ou

• As mãos e pés ficarem inchados; e/ou

• Houver surgimento abrupto de novas lesões de pele até


5 anos após a alta medicamentosa.
Reação Tipo 2
Suspeitar de reação hansênica tipo 2 (eritema
nodoso hansênico) se houver:

• Manchas ou “caroços” na pele, quentes, dolorosos


e avermelhados, às vezes ulcerados; e/ou

• Febre, “dor nas juntas”, mal-estar; e/ou

• Ocasionalmente dor nos nervos periféricos (mãos


e pés); e/ou

• Comprometimento dos olhos; e/ou

• Comprometimento sistêmico (anemia severa


aguda, leucocitose com desvio à esquerda,
comprometimento do fígado, baço, linfonodos,
rins, testículos, suprarrenais).
Consequências de um diagnóstico tardio ou de um
tratamento inadequado...
Ações individuais de controle

 Diagnóstico Precoce

 Tratamento medicamentoso (PQT)

 Avaliação e Prevenção de Incapacidades

 Atenção psicológica

 Ações de Reabilitação

 Atenção do Serviço Social


Ações coletivas de controle
 Notificação de Casos

 Exame e BCG em contatos

 Busca ativa de Casos

 Ações de Educação em Saúde

 Capacitação de Recursos Humanos

 Luta pela Cidadania


REFERÊNCIAS
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia Prático sobre a Hanseníase. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância em
Saúde. Departamento de Vigilância e Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em:
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/novembro/22/Guia-Pratico-de-Hanseniase-WEB.pdf. Acesso em: 15
jun. 2020.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico – Hanseníase. Secretária de Vigilância em Saúde. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2018/janeiro/31/2018-004-Hanseniase-
publicacao.pdf. Acesso em: 16 jun. 2020.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estratégia nacional para enfrentamento da hanseníase 2019/2022. Secretária de
Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em:
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/marco/27/Estrategia-Nacional-CGHDE-Consulta-Publica-27mar.pdf.
Acesso em: 15 jun. 2020.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico – Hanseníase/2020. Secretária de Vigilância em Saúde. –


Brasília: Ministério da Saúde, 2020a. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-epidemiologico-de-
hanseniase-2020. Acesso em: 15 jun. 2020.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE ALAGOAS. Boletim Informativo SUVISA – Campanha Nacional de


Hanseníase, verminose, Tracoma e Esquistossomose. Ano 2, n. 2, mar. 2018. Disponível em:
http://www.saude.al.gov.br/wp-content/uploads/2018/05/BIS-GEDT-campanha-Hans-Geomin-Esq_n02.pdf. Acesso em: 19
jun. 2020.
Então...

Profª. Drª Clodis Maria Tavares


clodistavares@yahoo.com.br

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