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Claudilson Bastos e Augusto Tosta

Docente: Claudilson Bastos

Arboviroses Discente: José Júnior


Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 2/

Introdução
FAMILIA VIRUS SIGLA DOENÇA
Dengue DENV Febre hemorrágica

Encefalite de Saint Louis SLEV Meningite e encefalite

Rocio ROCV Encefalite

Oeste do Nilo WNV Meningite e encefalite


Flaviviridae Ilheus ILHV Doença febril, encefalite

Bussuquara BUSV Doença febril

Zika ZIKV Microcefalia, Síndrome de Guillain-Barré

Febre Amarela FAV Doença febril, mialgia

Mayaro MAYV Doença febril, artralgias

Togaviridae Encefalite Equina do Leste EEEV Doença neurológica

Chikungunya CHIKV Doença febril, artralgias

Bunyaviridae Oropouche OROV Febre hemorrágica, doença neurológica


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Dengue- Impacto global


Geographical distribution of dengue cases reported worldwide, 2019.

• PAÍSES ENDÊMICOS: 129


NAÇÕES
• Nº CASOS 1990-2019: ⇧ 85%
• 2080: 60% DA POPULAÇÃO
MUNDIAL EM RISCO
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Dengue – Impacto no
Brasil em 2022

936 ÓBITOS
(JAN-OUT)

Distribuição de óbitos confirmados em investigação por dengue, por município, Brasil.


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Dengue
 Janeiro a Maio de 2022
• 757.068 casos suspeitos
• ↑ 151,4% em relação a 2021
• 265 mortes
• SP – 99
• SC – 28
• GO – 28
• BA – 22
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Epidemiologia das Arboviroses

Gentilmente cedido por Dr João Bosco/UFG https://www3.paho.org/data/index.php/en/mnu-topics/indicadores-dengue-en/dengue-regional-en/261-dengue-reg-ano-en.html


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Epidemiologia
DENV-1
Epidemia

Óbitos
Fonte: Sinan online, banco atualizado em 18.03.2019,
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Chikungunya

https://www.cdc.gov/chikungunya/geo/index.html
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Portaria N°204 de 2016


CAPÍTULO II
DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

Art. 4º
A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável pelo
serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas
desse atendimento, pelo meio mais rápido disponível.

Parágrafo único. A autoridade de saúde que receber a notificação compulsória imediata deverá informá-
la, em até 24 (vinte e quatro) horas desse recebimento, às demais esferas de gestão do SUS, o
conhecimento de qualquer uma das doenças ou agravos constantes no anexo.
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Prevenção para as Arboviroses


(Dengue, Zika e Chikungunya)

Vacina contra Zika - resultados promissores fase 1


Vacina contra Chicugunya - fase 1-2 - clinicaltrials
Vacina dengue - licenciada - combinada
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ROCIO
Claudilson Bastos e Augusto Tosta

Docente: Claudilson Bastos

Dengue Discente: José Júnior


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Histórico no Brasil
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Introdução
Doença febril aguda viral de amplo espectro de apresentação:
quadros benignos e autolimitados até quadros graves e fatais.
Principais formas clínicas são: Infecção inaparente, dengue
clássico (DC), febre hemorrágica da dengue – Dengue Grave
(FHD) ou síndrome do choque da dengue (SCD).
Países tropicais: Aedes aegypti e Aedes albopictus
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Impacto global
3,9 bilhões de pessoas vivem em áreas endêmicas
(metade da população mundial).
390 milhões de pessoas infectadas por ano.
96 milhões de infecções sintomáticas por ano.
500.000 hospitalizações por dengue grava (ano).
Óbitos: 2,5% (DG) – 12.500 vidas por ano
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Fisiopatologia
RNA fita única que consistem em quatro sorotipos DENV-1 a 4,
pertencentes ao gênero Flavivirus e à família Flaviviridae.
Sistema reticuloendotelial ➯Incubação: 4-10 dias ➯ Viremia
Febre (5º dia de doença)
Infectante (6-7 dias).
Fases: febril ➯ crítica ➯ recuperação
Formas clínica: dengue clássico; febre hemorrágica; síndrome do choque da
dengue.
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Fisiopatogenia
Inoculação do vírus dengue através da picada do mosquito

Vírus fagocitado pelas células dendríticas ( células de


Langherhans)

Transportados aos linfonodos regionais: 1ª replicação do


vírus

Anormalidade dos pequenos


vasos sanguíneos, aumento de
volume endotelial, edema
Viremia: disseminação do vírus livre no plasma ou no perivascular e infiltração de
interior de monócitos( tropismo). células mononucleares.
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Fisiopatogenia
Explicando a anormalidade vascular...

1. Lesão endotelial direta pelo virus  anticorpos que reagem com o endotélio vascular, lesão por
produção de TNF-alfa dos macrófagos, produção de quimiocinas dos mastócitos

2. produção citocinas por monócitos  aumento da permeabilidade vascular e endotelial,

3. extravasamento de liquido intravascular (soro, plasma) para o 3o. Espaço  saída de proteínas
(hipoproteinemia, levando a edemas), hemácias (petéquias e sangramentos)

4. redução progressiva do conteúdo intravascular, choque e hemorragia


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Fases clínicas: febril


• Febre, geralmente > 38ºC, com duração de 2-7 dias,
associada à cefaleia, astenia, mialgia, artralgia e dor retro-
orbitária;
• Anorexia, náuseas, vômitos e diarreia;
• Lesão exantemática maculopapular (face, tronco e membros,
não poupando regiões palmares e plantares)
• Recuperação gradual, com melhora do estado geral e retorno
do apetite.
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Fases clínicas: crítica


• Declínio da febre (defervescência), entre o terceiro e o sétimo
dias do início da doença;
• Sinais de alarme ocorrem nessa fase ➯ piora clínica do
paciente
• Sangramento grave, disfunção grave de órgãos ou
extravasamento grave de plasma;
• Choque: quarto e o quinto dias – no intervalo de 3-7 dias de
doença. Pode levar ao óbito em 12-24 horas ou à
recuperação rápida (após terapia antichoque);
• Complicações: hepatites, encefalites ou miocardites e/ou
sangramento abundante, e ocorrer sem extravasamento de
plasma ou choque.
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Fase de recuperação
• Após 24-48 horas da fase crítica: melhora do estado geral
do paciente, apetite, sintomas gastrointestinais, estabilização
do estado hemodinâmico e a melhora do débito urinário;
• Pode ocorrer exantema, acompanhado ou não de prurido
generalizado. A bradicardia e mudanças no eletrocardiograma
são comuns durante esse estágio.
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Apresentações clínicas
DENGUE CLÁSSICO DENGUE GRAVE SÍNDROME DO CHOQUE
Febre alta (39o-41oC); Agravamento entre o Entre o terceiro e sétimo
cefaleia, mialgia, terceiro e o quarto dias dias de doença.
artralgia, prostração, de doença. - Aumento de
anorexia, dor retro- - Manifestações permeabilidade vascular,
orbital, náuseas, hemorrágicas (petéquias, seguido de
vômitos, exantema, equimoses, epistaxe, extravasamento
prurido cutâneo, dor gengivorragia e prova plasmático (evidenciado
abdominal, do laço positiva) e pela hemoconcentração,
manifestações colapso circulatório presença de derrames
hemorrágicas. cavitários e
hipoalbuminemia) e
falência circulatória.
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Sinais de alarme
• Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua;
• Vômitos persistentes;
• Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural ou pericárdico);
• Hipotensão postural e/ou lipotimia;
• Hepatomegalia dolorosa > 2 cm abaixo do rebordo costal;
• Sangramento de mucosas;
• Letargia e/ou irritabilidade;
• Aumento progressivo do hematócrito.
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Sinais de choque
• Hipotensão arterial;
• Pressão arterial convergente (PA diferencial < 20 mmHg);
• Pulso fraco e rápido;
• Enchimento capilar lento (> 2 segundos);
• Extremidades frias;
• Pele úmida e pegajosa;
• Oligúria;
• Manifestações neurológicas, como agitação, convulsões e
irritabilidade (em alguns pacientes).
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DENGUE GRAVE
Deve preencher os quatro critérios:
• Febre ou história de febre recente, com duração de sete dias
ou menos;
• Trombocitopenia (< 100.000/mm3);
• Manifestações hemorrágicas : Prova do laço positiva,
petéquias, equimoses ou púrpuras, sangramentos de
mucosas, do trato gastrointestinal e outros;
• Aumento da permeabilidade capilar: hemoconcentração,
presença de derrames cavitários e hipoproteinemia.
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Sorologia
Fora do período epidêmico deve ser solicitada em todo caso
suspeito (benefício epidemiológico). Durante o período
epidêmico, apenas nos casos graves e/ou de diagnóstico
duvidoso.
- Sorologia IgM para DENV: O IgM costuma positivar a partir
do sexto dia de doença;
- Pesquisa de antígeno NS1: Costuma estar presente nas
primeiras 72 horas de doença. Apresenta baixa sensibilidade
a partir do quarto dia
- RT-PCR: primeiros 10 dias
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Diagnóstico Laboratorial Inespecífico


 Leucograma
• Leucometria normal ou leucopenia com monocitose é a regra, podem aparecer linfócitos atípicos a
partir do 3° dia.
 Hematócrito
• Pode estar normal ou elevado, dependendo do grau de hemoconcentração que é
proporcional ao grau de extravasamento vascular
 Proteína C reativa
• Geralmente menor do que 50 mg/L (ou 5,0mg/dL)
 Plaquetas
• Geralmente menor do que 100.000/mm3 (método de Fônio é o mais correto para
interpretação, principalmente para valores < 20.000/mm3)
 TGO/TGP
• Comum esperar alterações, fazendo parte do diagnóstico Dengue, com valores de até 10 vezes LS,
geralmente com TGO > TGP
 TP
• Pode apresentar-se alargado, relação mais direta com distúrbios de coagulação
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Definição de cuidados
Internação hospitalar: Pacientes com sinais de
alarme (grupo C) devem ser internados em leito
hospitalar, e pacientes com quadro grave e sinais de
choque (grupo D) devem ser internados em terapia
intensiva.
Seguimento ambulatorial: Paciente não necessita de
consulta de retorno. No entanto, deve ser devidamente
orientado a retornar imediatamente, caso haja o
aparecimento de algum sinal de alarme.
Claudilson
Claudilson Bastos ,Bastos
José Jr e Augusto
Augusto Tosta
Tosta 28 /

Classificação de Risco x Tratamento


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Conduta – Grupo A
• Exames laboratoriais complementares a critério médico;
• Prescrever Paracetamol e/ou Dipirona;
• Não utilizar salicilatos ou anti-inflamatórios não esteroides;
• Orientar repouso e prescrever dieta e hidratação oral.
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Conduta – Grupo B
Solicitar exames complementares: hemograma.
Prescrever hidratação oral e sintomáticos, até o
resultado dos exames;
Notificar o caso.

Hematócrito normal Hematócrito alterado


Regime ambulatorial com reavaliação Seguir conduta do grupo C.
clínica diária (diária, até 48 horas após
a queda da febre ou imediata, na
presença de sinais de alarme)
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Conduta – Grupo C
Iniciar a reposição volêmica imediata (reposição volêmica
com 10 ml/kg de SF 0,9% na primeira hora)
Exames complementares obrigatórios: Hemograma
completo; dosagem de albumina sérica e transaminases;
Reavaliação clínica Ausência de melhora do Conduzir como grupo D
hematócrito
Em 2 horas (após a - Repetir a fase de Ausência de melhora
etapa de reposição expansão até três clínica e laboratorial
volêmica) vezes.
- Seguir a orientação
de reavaliação clínica
após 1 hora, e de
hematócrito em 2
horas (conclusão de
cada etapa);
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Conduta – Grupo D
Hidratação (acesso venoso calibroso):
- Fase de expansão (SF 0,9% ou Ringer Lactato 20 ml/kg em
20 minutos – repetir até 3 vezes)

Resposta inadequada Resposta adequada


Avaliar presença de hemorragia e Retornar para fase de expansão do
coagulopatias e considerar grupo C: SF 0,9% 10 mL/kg na
hemotransfusão; considerar uso de primeira hora. Manter a hidratação de
expansores plasmáticos (Albumina) 10 mL/kg na segunda hora (enquanto
e inotrópicos aguarda exames). Respeitar hidratação
máxima de 20 mL/kg nas primeiras 2
horas.
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Estratégias combinadas
Estratégias contra o vetor: Controle de criadouros;
Vigilância epidemiológica; Inseticidas domiciliares;
Fumacê; Controle biológico (Wolbachia); Mosquitos
transgênicos (OX513A)
Estratégias para o paciente: Diagnóstico precoce;
Manejo ambulatorial eficiente; Leitos hospitalares (C e
D); Leitos de UTI (D); Vacinas seguras e efetivas.
Congresso N-NE Infectologia, 2022.
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Vacinação
Claudilson Bastos e Augusto Tosta

Docente: Claudilson Bastos

Chikungunya Discente: José Júnior


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Introdução
 A febre de chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya
(CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus.
 O nome Chikungunya - palavra em Makonde, língua sudeste da Tanzânia e
Norte de Mozambique:
• Significa “aqueles que se dobram”,
• Descrevendo a aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia característica.
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Espectro Viral
Após o período de incubação inicia se a fase aguda
.

Até 10 dia Até 3 meses > 3 meses

O período de incubação
intrínseco, de 3 a 7 dias
(podendo variar de 1 a 12
dias

(SVS , MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015)


Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 36 /

Quadro Clínico
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Quadro Clínico
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 38 /

Diagnóstico Diferencial
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 39 /

Quadro Clínico
Agudo Subagudo Crônico
(até 11° dia) (11° dia a 3 meses) (>3 meses)

 Febre de início súbito  Febre desaparece  O sintoma + comum → o


 Intensa poliartralgia (90%)  Agravamento da artralgia- acometimento articular
 Rash cutâneo regiões previamente acometidas persistente ou recidivante nas
 Cefaleia • Poliartrite distal, mesmas articulações atingidas
 Fadiga • Tenossinovite durante a fase aguda;
• Edema de intensidade  Poliarticular e simétrico
(assimétrico e monoarticular);
variável.
• Astenia,  Artropatia destrutiva;
• prurido generalizado  Outras manifestações:
• doença vascular periférica  Fadiga, cefaleia, prurido,
alopecia,
 Parestesias, dor neuropática,
 Fenômeno de Raynaud,
 Distúrbios do sono, depressão.
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Lesões Articulares

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/chikungunya_manejo_clinico.pdf
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Lesões de pele

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/chikungunya_manejo_clinico.pdf
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 51 /
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 42 /

Outras manifestações

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/chikungunya_manejo_clinico.pdf
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 43 /

Quadro Clínico
RN de mães infectadas: 2016, 1° caso de encefalite neonatal no Brasil

 Risco de 49% na transmissão vertical


- Complicações: óbito, encefalite viral, paralisia cerebral e microcefalia)
 Sintomas no 1° a 4° dia
 Sintomas:
• Febre,
• Síndrome álgica,
• Recusa da mamada,
• Exantemas,
• Descamação,
• Hiperpigmentação cutânea e edema de extremidades.
• Manifestações neurológicas e cardiacas
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Laboratório
As alterações laboratoriais durante a fase aguda, são
inespecíficas.
Leucopenia com linfopenia menor que 1.000 cels/mm3
é a observação mais frequente.
 A trombocitopenia inferior a 100.000 cels/mm3 é rara.
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Diagnóstico
• Na 1ª semana:
(1)RT-PCR (ou isolamento viral em cultura): Até 5º dia
(2)Sorologia com ELISA IgM e IgG: Após 5º dia
 1ª amostra nos 1ºs 8 dias.
 2ª 14-15 dias para confirmar soroconversão (↑ titulos de IgG 4x)

Viremia, resposta imune e exame laboratorial seguida de infecção vírus Chikungunya


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Tratamento
 Não há TTO antiviral especifico- comprovado, nem
vacinas; Orientações para o domicilio

 Sintomáticos- Paracetamol ou dipirona – codeína


 Evitar AINES na fase aguda- risco de coinfecção
dengue
 Após a fase aguda: injeções intra-articulares de
Corticoides OU Prednisona 0,5 mg/kg/dia VO por
6 semanas.
 Pacientes que evoluem com artralgia
incapacitante: podem receber- morfina e seus
derivados.
 Casos refratários intensos-imunossupressores:
Metotrexato + Ácido fólico
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Classificação de risco
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Classificação de risco x Tratamento


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Vacinação
 Chikungunya virus–like particle vaccine (CHIKV VLP)
 https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2764456
 Live attenuated CHIKV ( VLA1553 )

 Vacina do vírus chikungunya vetorizada para sarampo (MV-CHIK).


Tecnologia “Measles vector platforms” = “plataforma do vetor de sarampo”.
Butantan + farmacêutica Valneva →FASE 3 - 4115 pessoas
 https://butantan.gov.br/noticias/vacina-contra-chikungunya-
desenvolvida-por-parceira-do-butantan-
mostra-985-de-eficacia-em-testes
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Docente: Claudilson Bastos

Zika Discente: Augusto Tosta


Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 52 /

Introdução
 Doença viral
 Evolução Benigna e autolimitada
 Incubação de 4 dias
 Sintomas desaparecem em 2 a 7 dias
 Baixa mortalidade
 Bom prognóstico
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Quadro Clínico
 Hiperemia conjutival sem secreção
e sem coceira
 Artralgia
 Exantema maculopapular
 Dores musculares
 Cefaleia
 Lombalgia
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Quadro Clínico
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 55 /

Gestação e Zika
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Diagnóstico Diferencial
Síndrome Febril Enteroviroses, influenza, hepatites virais, malária, febre tifoide, chikungunya e
outras arboviroses (oropouche, zika).

Síndrome exantemática febril Rubéola, sarampo, escarlatina, eritema infeccioso, exantema súbito, enteroviroses,
mononucleose infecciosa, parvovirose, citomegalovirose, outras arboviroses
(mayaro), farmacodermias, doença de Kawasaki, doença de Henoch-Schonlein,
chikungunya, zika etc.

Síndrome hemorrágica febril Hantavirose, febre amarela, leptospirose, malária grave, riquetsioses e púrpuras.

Síndrome dolorosa Apendicite, obstrução intestinal, abscesso hepático, abdome agudo, pneumonia,
infecção urinária, colecistite aguda etc.
abdominal
Síndrome do choque Meningococcemia, septicemia, meningite por influenza tipo B, febre purpúrica
brasileira, síndrome do choque tóxico e choque cardiogênico (miocardites).

Síndrome meníngea Meningites virais, meningite bacteriana e encefalite.


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Tratamento
 Sintomáticos

 Baseado no uso do Acetaminofeno (paracetamol)


para febre e dor

 Não utilizar AAS e AINEs devido ao risco de


complicações hemorrágicas.
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Vacinação
Claudilson Bastos e Augusto Tosta

Docente: Claudilson Bastos

Sind. de Guillan- Barré


Discente: José Júnior
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 60 /

Introdução
 Polineuropatia
 Déficit motor progressivo, agudo, ascendente
Associada a diversas infecções como por Epstein-
Barr, Citomegalovirus, Campylobacter jejuni, Zika
Vírus e Chikungunya Vírus
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 61 /

Introdução

Em julho de 2015, o Estado da Bahia relatou 43 casos de síndrome de


Guillain-Barré, 26 deles em pacientes com histórico de sintomas consistente
com infecção por Zika.

Além do Brasil, a OMS afirma que a incidência da síndrome de Guillain-


Barré parece estar crescendo em El Salvador, na Colômbia, no Suriname e
na Venezuela. Em todos esses países o vírus da Zika já está presente.
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 62 /

Introdução Neuropatia Periférica

Nervos Cranianos, Plexos Cervical,


Raízes nervosas braquial, nervos
sensitivas e motoras espinhais e SNA

Modo de Instalação Tipo de Fibra Padrão

Aguda, subaguda e Motora, sensitiva, Mononeuropatia


crônica autonômica e mista Mononeuropatia
múltipla
Polineuropatia
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 63 /

Epidemiologia

Observou-se em 2015 um aumento importante no número de notificação de casos de SGB (n= 174) e uma associação temporal com
a curva epidemiológica das notificações registradas de zika vírus. Em 2016, verificou-se uma redução de 71% na notificação de casos
de SGB em relação ao mesmo período (40ª SE) do ano de 2015. (Figura 1). Vale salientar a ocorrência de subnotificação de casos
suspeitos de SGB em 2016.
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 64 /

Fisiopatologia
 Infecção pregressa - Mimetismo molecular
 Desmielinização Inflamatória – nervos e raízes
⋅ (Linfócitos T e macrófagos)
⋅ Mais proeminente na junção das raízes ventrais e dorsais
 Ativação da cascata de complemento
 Autoanticorpos Antigangliosídeos
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 65 /

Fisiopatologia
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 66 /

Classificação

SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ SÍNDROME DE MILLER FISHER


• SGB Clássica • SMF clássica
• Fraqueza Faringo-cervico-braquial • Oftalmoparesia Aguda/ Ptose Aguda/
• Diplegia Facial + Parestesias Midríase Aguda
• Forma paraparética • Neuropatia Atáxica Aguda
• Hiperssonolência Atáxica Aguda
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 67 /

Exame Físico
 Paresia ou plegia
 Hipo/arreflexia
 Flacidez simétrica
Sensibilidade térmica e dolorosa geralmente está preservada,
mas não a proprioceptiva e a vibratória
 Distúrbio vesical (Síndrome de compressão medular)
 Disautonomia (~80%)
• Arritmias cardíacas
• Sudorese
• Labilidade pressórica
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Diagnóstico
 Clínico
 Exame do LCR
• Dissociação albuminocitológica = aumento das proteínas sem aumento da celularidade
• Após 1 semana dos sintomas (50-66%)
• Após 3 semana >75%
• Normalmente há < 5 céls
• Raro > 50 céls
• Pleocitose – considerar HIV
• PCR
 Eletroneuromiografia
 RNM de crânio e coluna
• Polineuropatia com padrão desmielinizante
• Excluir isquemia e alterações medulares
 OUTROS EXAMES:
 Identificação de infecção pregressa
• HIV, arboviroses, CMV, EBV...
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 69 /

Diagnóstico Diferencial
 Polineuropatia Desmielinizante Inflamatória Crônica
 Compressão medular
 AVC
 Mielite transversa
 Neuropatias tóxicas
 Miastenia grave
 Poliomielite
 Botulismo
Claudilson Bastos , José Jr e Augusto Tosta 70 /

Tratamento
 Internamento de preferência na UTI
 Profilaxia do tromboembolismo venoso
 Cuidados gerais
 Suporte nutricional enteral
 Fisioterapia motora
 Imunoglobulinas
 Prevenção de complicações
• A causa mais comum de óbito são infecções secundárias (pneumonia
nasocomial)
• Arritmias podem levar a morte súbita

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