Você está na página 1de 49

Área 01, Aula 01

Conceitos básicos, objetivos e evolução da Vigilância em


Saúde

1
CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde

ProEpi - Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo

1ª Edição

Junho de 2018
Copyright © 2018, Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de
Campo.

Todos os direitos reservados.

A cópia total ou parcial, sem autorização expressa do(s) autor(es) ou com o


intuito de lucro, constitui crime contra a propriedade intelectual, conforme
estipulado na Lei nº 9.610/1998 (Lei de Direitos Autorais), com sanções previstas
no Código Penal, artigo 184, parágrafos 1° ao 3°, sem prejuízo das sanções
cabíveis à espécie.
Expediente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde - CONASEMS
Quadro Geral da Organização
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente – Mauro Guimarães Junqueira

Vice-Presidente – Charles Cezar Tocantins

Vice-Presidente – Wilames Freire Bezerra

Diretora Administrativo – Cristiane Martins Pantaleão

Diretora administrativo- Adjunto- Silva Regina Cremonez Sirena

Diretor Financeiro – Hisham Mohamad Hamida

Diretora Financeiro-Adjunto – Iolete Soares de Arruda

Diretor de Comunicação Social – Diego Espindola de Ávila

Diretora de Comunicação Social–Adjunto – Maria Célia Valladares Vasconcelos

Diretora de Descentralização e Regionalização – Stela dos Santos Souza

Diretora de Descentralização e Regionalização–Adjunto – Soraya Galdino de Araújo Lucena

Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares – Carmino Antônio de Souza

Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares- Adjunto- Erno Harzheim

Diretor de Municípios de Pequeno Porte - Murilo Porto de Andrade

Diretora de Municípios de Pequeno Porte–Adjunto – Débora Costa dos Santos

Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade –


Vanio Rodrigues de Souza

Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade –


Adjunto – Afonso Emerick Dutra

2º Vice-Presidente Regional - Região Centro Oeste – André Luiz Dias Mattos

1º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Normanda da Silva Santiago

2º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Orlando Jorge Pereira de Andrade de Lima

1º Vice-Presidente Regional - Região Norte – Januário Carneiro Neto

1º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Luiz Carlos Reblin

2º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Geovani Ferreira Guimarães

2° Vice-Presidente Regional – Região Sul - Rubens Griep

Conselho Fiscal 1º Membro – Região Norte – Oteniel Almeida dos Santos


Conselho Fiscal 1º Membro – Região Nordeste – Leopoldina Cipriano Feitosa

Conselho Fiscal 2º Membro – Região Nordeste - Angela Maria Lira de Jesus Garrote

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Centro-Oeste –Aparecida Clestiane de Costa Souza

Conselho Fiscal 2º Membro - Região Centro-Oeste–Maria Angélica Benetasso

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sudeste - José Carlos Canciglieri

Conselho Fiscal 2° Membro – Região Sudeste - Tereza Cristina Abrahão Fernandes

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sul - João Carlos Strassacapa

Conselho Fiscal 2º Membro – Região Sul- Sidnei Bellé

Representantes no Conselho Nacional de Saúde – Arilson da Silva Cardoso e José Eri Borges
de Medeiros

RELAÇÃO NACIONAL DOS COSEMS

COSEMS - AC - Tel: (68) 3212-4123

Daniel Herculano da Silva Filho

COSEMS - AL - Tel: (82) 3326-5859

Izabelle Monteiro Alcântara Pereira

COSEMS - AM - Tel: (92) 3643-6338 / 6300

Januário Carneiro da Cunha Neto

COSEMS - AP - Tel: (96) 3271-1390

Maria de Jesus Sousa Caldas

COSEMS - BA - Tel: (71) 3115-5915 / 3115-5946

Stela Santos Souza

COSEMS - CE - Tel: (85) 3101-5444 / 3219-9099

Josete Malheiros Tavares

COSEMS - ES - Tel: (27) 3026-2287

Andréia Passamani Barbosa Corteletti

COSEMS - GO - Tel: (62) 3201-3412

Gercilene Ferreira

COSEMS - MA - Tel: (98) 3256-1543 / 3236-6985

Domingos Vinicius de Araújo Santos

COSEMS - MG - Tels: (31) 3287-3220 / 5815


Eduardo Luiz da Silva

COSEMS - MS - Tel: (67) 3312-1110 / 1108

Wilson Braga

COSEMS - MT - Tel: (65) 3644-2406

Silvia Regina Cremonez Sirena

COSEMS - PA - Tel: (091) 3223-0271 / 3224-2333

Charles César Tocantins de Souza

COSEMS - PB - Tel: (83) 3218-7366

Soraya Galdino de Araújo Lucena

COSEMS - PE - Tel: (81) 3221-5162 / 3181-6256

Orlando Jorge Pereira de Andrade Lima

COSEMS - PI - Tel: (86) 3211-0511

Leopoldina Cipriano Feitosa

COSEMS - PR - Tel: (44) 3330-4417

Cristiane Martins Pantaleão

COSEMS - RJ - Tel: (21) 2240-3763

Maria da Conceição de Souza Rocha

COSEMS - RN - Tel: (84) 3222-8996

Débora Costa dos Santos

COSEMS - RO - Tel: (69) 3216-5371

Afonso Emerick Dutra

COSEMS - RR - Tel: (95) 3623-0817

Helenilson José Soares

COSEMS - RS - Tel: (51) 3231-3833

Diego Espíndola de Ávila

COSEMS - SC - Tel: (48) 3221-2385 / 3221-2242

Sidnei Belle

COSEMS - SE - Tel: (79) 3214-6277 / 3346-1960

Enock Luiz Ribeiro

COSEMS - SP - Tel: (11) 3066-8259 / 8146


Carmino Antonio de Souza

COSEMS - TO - Tel: (63) 3218-1782

Vânio Rodrigues de Souza

Equipes do Projeto
EQUIPE TÉCNICA
Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas

Elton da Silva Chaves

José Fernando Casquel Monti

Kandice de Melo Falcão

Márcia Cristina Marques Pinheiro

Marema de Deus Patrício

Nilo Bretas Júnior

EQUIPE TÉCNICO-OPERACIONAL
Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas

Catarina Batista da Silva Moreira

Cristiane Martins Pantaleão

Fábio Ferreira Mazza

Hisham Mohamad Hamida

Jônatas David Gonçalves Lima

José Fernando Casquel Monti

Joselisses Abel Ferreira

Kandice de Melo Falcão

Luiz Filipe Barcelos

Murilo Porto de Andrade

Nilo Bretas Júnior

Sandro Haruyuki Terabe

Wilames Freire Bezerra


Sobre o CONASEMS

Fazendo jus ao tamanho e à diversidade do Brasil, o Conselho Nacional de


Secretarias Municipais de Saúde representa a heterogeneidade dos milhares de
municípios brasileiros.

Historicamente comprometido com a descentralização da gestão pública de


saúde, o CONASEMS defende o protagonismo dos municípios no debate e
formulação de políticas públicas e contribui para o aumento da eficiência, o
intercâmbio de informações e a cooperação entre os sistemas de saúde do país.

Conheça nossas três décadas de atuação acessando www.conasems.org.br.


Equipe Técnica da Associação Brasileira de Profissionais de
Epidemiologia de Campo - ProEpi

Supervisão
Érika Valeska Rossetto
Coordenação
Sara Ferraz
Coordenação Pedagógica
Hirla Arruda
Gestão Pedagógica e de Tecnologia da Informação
Renato Lima
Conteudista
Walter Ramalho
Apoio Técnico ao Núcleo Pedagógico
Danielly Xavier
Revisão
Daniel Coradi
José Alexandre Menezes
Sara Ferraz
Ilustração
Guilherme Duarte
Mauricio Maciel
Diagramação
Mauricio Maciel
Design Instrucional
Guilherme Duarte

Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília


Supervisão
Jonas Brant
Sobre a ProEpi

Fundada em 2014, a Associação Brasileira de Profissionais de


Epidemiologia de Campo une pessoas comprometidas com a saúde pública e
estimula a troca de ideias e o aperfeiçoamento profissional entre elas. Ofertando
dezenas de horas de conteúdo profissionalizante em nossa plataforma de ensino
a distância, curadoria de notícias, treinamentos presenciais e a mediação de
oportunidades de trabalho nacionais e internacionais, a ProEpi busca contribuir
para o aprimoramento da saúde pública no Brasil e no mundo.

Apenas nos últimos dois anos, 5 materiais de ensino a distância já


alcançaram mais de 3.000 pessoas pelo Brasil e países parceiros, como
Moçambique, Paraguai e Chile, e mais de 30 treinamentos levaram os temas
mais relevantes para profissionais de saúde pública, como comunicação de risco
e investigação de surtos. Além do público capacitado com nossos conteúdos
educacionais, unimos 10.000 seguidores no Facebook e impactamos
semanalmente cerca de 30.000 com nossa curadoria de notícias.

A ProEpi também atua na resposta a emergências de saúde pública ao


redor do mundo. Foram mais de duas dezenas de profissionais de saúde
enviados para missões em Angola, Bangladesh e África do Sul que contribuíram
para o bem-estar da população local e vivenciaram experiências de trabalho
transformadoras.

Você pode fazer parte dessa evolução ao tornar-se membro de nossa rede:
converse conosco escrevendo para contato@proepi.org.br.
Sobre a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia
Aplicada à Saúde Pública

Os insetos são os animais mais bem-sucedidos do planeta e encontram


no Brasil condições muito favoráveis para sua multiplicação. Em nosso clima
quente e, em geral, úmido, eles encontram as circunstâncias ideias para
sobreviver, se reproduzir e transmitir doenças. Como consequência, são motivo
de preocupações cada vez maiores por parte da população e dos profissionais
de saúde de todo o país.

Pensando em preparar estes profissionais para os desafios do


enfrentamento das doenças transmitidas pelos insetos - em especial por Aedes
aegypti - o CONASEMS desenvolveu em parceria com a ProEpi, via TRPJ nº
0125/2017, a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à Saúde
Pública.

Neste material, serão apresentados conceitos fundamentais para a


identificação das espécies de maior importância médica, informações sobre seu
comportamento, ciclo de vida e as doenças transmitidas por elas. Temas como
a importância da Vigilância Epidemiológica, os métodos de captura, transporte e
armazenamento de insetos e os indicadores entomológicos para as principais
espécies também serão abordados. Por fim, temas de aplicação prática como os
métodos de controle vetorial, o manejo integrado de vetores e os conceitos de
segurança no trabalho serão discutidos.

As aulas estão cheias de convites para que o profissional reflita sobre sua
realidade local e interaja com seus colegas, além de exercícios que destacam e
promovem a fixação dos conceitos mais fundamentais de cada tema. O objetivo
é que o profissional se sinta preparado para aplicar em seu município as técnicas
aprendidas aqui.

Sucesso!
Sumário

AULA 1- Vigilância em Saúde – Conceitos básicos, objetivos e evolução ....... 12

1. Conceito, histórico e evolução da Vigilância em Saúde ........................... 13

1.1 Histórico da Vigilância em Saúde no Brasil .................................... 25

2. A Vigilância, a ação e o monitoramento.................................................... 32

Vamos relembrar? ........................................................................................ 41


AULA 1- Vigilância em Saúde – Conceitos básicos,
objetivos e evolução

Olá!

Vamos iniciar esta área de competência com o


conteúdo “Vigilância em Saúde – conceitos básicos,
objetivos e evolução” da ferramenta EAD
autoinstrutiva de Vigilância em Saúde Pública.

Aqui, o foco é a discussão sobre a gestão da saúde


centrada na vigilância em saúde.

Você vai estudar a forma como as instituições abordam


a questão da Vigilância no seu cotidiano.

Ao final, você será capaz de:

 Compreender o histórico, a evolução e os


conceitos de Vigilância em Saúde;
 Compreender o Sistema Nacional de Vigilância
em Saúde, a influência no seu trabalho da
rotina e a integração entre os setores.

Para começar, o que você conhece da Vigilância em Saúde do seu município?


Você sabe quando se organizaram as vigilâncias de saúde em seu município?
Como as informações de saúde são obtidas?

Nesta unidade, mostraremos um panorama nacional da Vigilância em Saúde e


do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde no Brasil. Reflita sobre os conceitos

12
e ao final, conte-nos em nossa Comunidade de Prática como ocorre a vigilância
em seu estado ou município.

Aguarde! Anunciaremos o lançamento da Comunidade de Prática Guardiões da


Saúde aqui!

1. Conceito, histórico e evolução da Vigilância em Saúde

Campanha de Prevenção da Dengue - Participe e divulgue!

Conceitualmente, a vigilância em saúde compreende as ações de atenção


primária que são desenvolvidas de forma intersetorial e devem ser dirigidas à
prevenção de riscos e danos. As ações de vigilância em saúde são direcionadas
para grupos populacionais específicos e devem servir para reorientar as
demandas na área da saúde pública. Na prática do SUS, a vigilância em saúde
é um setor que deve conter e integrar diferentes segmentos, atuando em
contínua articulação.

A vigilância é uma das atividades mais antigas da Saúde Pública!

13
Atividades de saúde pública - Fonte: Desconhecida

Ao olharmos esse mosaico, possivelmente alguma das imagens nos parecerá


familiar na rotina de trabalho. A caixa onde estão contidas todas as imagens
poderia então representar o setor da Vigilância em Saúde onde diferentes áreas
como as doenças transmissíveis, promoção à saúde, laboratório, entre outras,
estão incluídas.

Contudo, esse mosaico também pode ser útil para que possamos refletir, por
exemplo, onde se processa a integração?

É sempre necessário e possível integrar todas as áreas?

Quais ações propiciam essa integração?

1.1 - Um pouco de história

Na Grécia antiga, Hipócrates, considerado o pai da medicina, já realizava


observações sobre as doenças e estabelecia relações entre suas características
e as do ambiente como as estações, o solo, a água e outras.

14
Hipócrates examinando um paciente - Fonte: Desconhecida

Além disso, ele já registrava os dados em um instrumento próprio! Esse


instrumento foi um modelo primitivo para coleta de dados e análise de situação
de saúde.

A análise dos dados permitiu diferenciar formas de ocorrência das doenças,


epidemias e endemias que são conceitos fundamentais da vigilância
epidemiológica.

Depois de Hipócrates, foram poucos os avanços em relação aos estudos das


doenças e suas causas. Entre esses, podemos citar:

- Lucretius (séc I-II a.C.) - Relacionou a maior letalidade das doenças às que
eram transmitidas de pessoa a pessoa ou do lugar à pessoa;

- Galeno (129-200 d.C.) - Codificou e consolidou a teoria hipocrática;

15
- Fracastoro (1478-1553) - Primeira “Teoria do germes” – as doenças são
transmitidas por entidades e autopropagam-se.

- Paracelsus (1493-1541) – A doença era atribuível a causas ambientais de


vários níveis considerando, por exemplo, as de causas cósmicas e causas
mundanas. Também identificou uma fonte de doenças a partir da exploração de
minas de prata e construiu um argumento de que as doenças respiratórias eram
causadas por “venenos ambientais” a partir dessas observações.

Galeno, médico e filósofo romano de origem grega – Fonte: Vigneron, 1865 (Domínio Público)

Claudius Galenus ou Galeno de Pérgamo: médico e filósofo de origem grega foi,


provavelmente, o mais talentoso médico investigativo da sua época.

Saber como as pessoas morrem, isto é, coletar dados sobre mortalidade, foi a
matéria prima para as primeiras análises das condições que afetam a saúde da
população.

A partir do Século XVII, alguns cientistas se dedicaram muito aos estudo sobre
mortalidade. Podemos citar como importantes marcos na vigilância em saúde:

William Farr, John Graunt e John Snow - Fonte: Desconhecida

16
Jonh Graunt (1620-1674) – Cientista e demógrafo britânico é precursor na
construção de Tábuas de Mortalidade, procedendo tratamento dos dados com
exame crítico das fontes, uso de frequência e aplicação de métodos estatísticos
para lidar com alguns tipos de problemas nos dados.

Mais adiante, no século XIX, Willian Farr iniciou a coleta e a análise sistemática
das estatísticas de mortalidade na Inglaterra e País de Gales. Graças a essa
iniciativa, Farr é considerado o pai da estatística vital e da vigilância.

Sem esquecer obviamente um dos pioneiros da epidemiologia, o


anestesiologista inglês John Snow, que foi contemporâneo de William Farr e que
falaremos melhor sobre o trabalho dele em outros módulos.

No mundo contemporâneo, muitos desafios são impostos na saúde pública


global e a vigilância em saúde tem um papel essencial. Entre esses desafios
mais recentes, podemos destacar:

 A ameaça de uma nova pandemia de gripe através da cepa H5N1 do vírus


da Influenza (Gripe Aviária) que demandou uma grande mobilização dos
cientistas, sanitaristas e gestores de saúde de vários países nos anos de
2004 a 2006 na construção de um plano de preparação para a pandemia
de gripe.

Conheça uma das primeiras versões do plano brasileiro em


bit.ly/planoinfluenza.

Um dos aspectos centrais na preparação desse plano de contingência foi a


necessidade de reunir diferentes setores (saúde, agricultura, educação,
comunicação social, segurança pública, entre outros) em um verdadeiro esforço
coletivo de produzir um documento prático que funcionasse efetivamente para
orientar os governos e instituições federais, estados e municípios.

Como na foto abaixo, da época da gripe aviária. Um exemplo da necessidade de


integrar a comunicação social na construção de um plano de resposta, visando
esclarecer as pessoas e reduzir o impacto das imagens difundidas
indiscriminadamente pela mídia.

17
Aves são recolhidas durante pandemia de gripe aviária - Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2012/06/pandemia-de-gripe-aviaria-em-humanos-e-possivel-dizem-cientistas.html

 A epidemia de Ebola iniciada em 2014 foi outro importante exemplo e


grande desafio para o exercício da vigilância em saúde global em
organizar estratégias de ação para intervir em uma situação crítica de
saúde pública que ameaçava transpor os limites geográficos de países
onde a doença é endêmica a pelo menos quatro décadas.

A maior epidemia de Ebola presenciada desde a descoberta do vírus em 1976


gerou grande preocupação da população e autoridades a nível mundial. A
cultura, a geografia e os sistemas de saúde frágeis de alguns países africanos
como Guiné, Libéria e Serra Leoa foram pontos decisivos na perspectiva da
epidemia ultrapassar os limites geográficos da área mais atingida.

A elevada letalidade do vírus Ebola, a facilidade de propagação do vírus,


sobretudo em função de sua forma de transmissão, além da mídia e a intensa
mobilidade de pessoas em viagens de negócios e lazer foram fatores essenciais
durante toda essa conjuntura e impulsionaram maior atenção para os países
afetados e África e para as possíveis consequências desta epidemia se
transformar em pandemia.

18
Vale destacar que a epidemia de Ebola gerou a necessidade de uma das mais
importantes mobilizações de diferentes instituições governamentais e não
governamentais na perspectiva da atuação frente uma ameaça de saúde global.

Ações de vigilância e controle foram necessárias e decisivas em função da


congregação de inúmeras organizações e instituições que intervieram para a
assistência dos casos e para prevenção da expansão da epidemia.

Podemos citar:

 Médicos Sem Fronteiras responsáveis por grande parte dos cuidados


clínicos desde o início da epidemia assim como também por organização
de centros de tratamento e fornecimento de financiamentos.
 The World Food Programme promovendo a entrega de alimentos, a
limpeza de terrenos para novos cemitérios, assim como a utilização de
helicópteros para obtenção de respostas rápidas nas áreas mais remotas
dos países afetados.
 A instituição Save The Children assumindo a responsabilidade pela
gestão de um centro de tratamento construído pelo governo do Reino
Unido.
 A UNICEF promovendo a saúde infantil, o parto seguro e liderando boa
parte da mobilização social.
 Centers for Disease Control and Prevention /CDC-USA que mobilizou
equipes técnicas de apoio, rastreamento, gerenciamento e realização de
diagnóstico laboratorial e desenvolvimento de testes para detecção do
vírus Ebola além de recursos financeiros e logísticos.
 O governo cubano, que enviou dezenas de profissionais médicos e
enfermeiros para apoiar a assistência aos doentes.
 A International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies −
IFRC e seus voluntários colaboraram oferecendo às famílias das vítimas
enterros seguros e dignos.
 A International Medical Corps, International Rescue Committee e a
International Organization for Migration foram importantes ao lidarem com
a administração das instalações de tratamento estabelecidas.

19
Segundo a OMS, entre as ações de vigilância e controle da epidemia do Ebola
desencadeadas, vale destacar:

 Ações no nível local: logística para prevenção, diagnóstico e tratamento


da doença, monitoramento do deslocamento de pessoas para outras
cidades;
 Ações à nível nacional: estabelecimento de um centro de coordenação
para questões logísticas, tais como compartilhamento de informações e
compra de equipamentos para pessoal da área de saúde, finanças e
controle das fronteiras;
 E ações de caráter Internacional: compartilhamento de informação entre
países e por meio de instituições, OMS, Nações Unidas, ONGs,
captação de recursos financeiros para a contenção da epidemia e
cooperação na área de vacinas e medicamentos testados contra o vírus.

Profissionais durante epidemia

No Brasil do século XVII, mesmo sem o conhecimento da relação entre as


doenças infecto contagiosas e os agentes etiológicos causadores, encontramos
um importante documento “Tratado Único da Constituição Pestilencial de
Pernambuco” que é uma fonte significativa para a história da vigilância em saúde
no país.

20
O tratado foi produzido pelo médico João Ferreira da Rosa, impresso em Lisboa,
no ano de 1694. Rosa descreveu com detalhes a causa, difusão e tratamento dos
males que assolava em Recife desde 1685.

Considerado o segundo livro em vernáculo sobre a medicina oficial no Brasil


colônia, Rosa não se dirige apenas ao corpo doente, mas a todos os âmbitos
sociais e suas descrições médicas revelam os primeiros indícios da epidemia de
febre amarela no Brasil e a relação entre doença e cotidiano nas últimas décadas
do século XVII em Pernambuco.

Ferreira da Rosa destacou os impactos da epidemia nos mais distintos âmbitos


sociais, com consequências relacionadas tanto à fiscalização de costumes dos
moradores como no que dizia respeito à limpeza das ruas (Dos Anjos, 2016).
Podemos dizer que os registros de Ferreira da Rosa, apontam não só para o
registro dos casos de febre amarela, mas também para diferentes fatores
associados à epidemia.

Trattado Único da Constituição Pestilencial de Pernambuco - Fonte: Rosa, 1694

Disponivel em :http://arquivohistoricomadeira.blogspot.com/2009/04/trattado-unico-da-constituicao.html

21
Você sabe qual a diferença entre Epidemia e Endemia?

Na Vigilância em Saúde, trabalhamos rotineiramente com os dois termos.

Muitas pessoas os confundem, mas, atenção: Epidemia e Endemia são coisas


bem diferentes!

Relação entre endemia de epidemia - Fonte: Própria

Epidemia é um termo usado para definir o aumento inesperado do número de


casos de determinada doença, geralmente infecciosa, em determinadas regiões
e em um determinado período de tempo.

Exemplo: no final de 2014, o Brasil sofreu uma epidemia de uma doença febril
aguda que provoca manchas vermelhas pelo corpo, e só alguns meses depois
foi diagnosticada como Zika vírus.

Naquele momento, a epidemia por Zika vírus, além do elevado número de casos
de forma inesperada pelo setor saúde e pelas autoridades, também provocou
consequências graves como o nascimento de crianças com malformações como
a microcefalia entre outras definidas posteriormente como síndrome congênita
pelo Zika vírus.

22
1 - Sintomas de febre zika, 2 - Exemplo de um bebê com microcefalia - Fonte: 1 - Beth.herlin (File:ZIKA.png) (Licença
CC BY-SA 4.0), 2 - CDC (domínio público) - Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5d/Sintomas_da_Febre_Zika.png; Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microcephaly-comparison-500px.jpg

Endemia é o termo usado para definir a ocorrência de doenças em determinada


região (país, estado, cidade, localidade) e apresenta uma frequência esperada
de casos ao longo do tempo, podendo ser contínuos ou sazonais (cíclicos).

Exemplos: A febre amarela na região amazônica aumentando e diminuindo


durante o tempo de forma cíclica ou a esquistossomose em cidades,
principalmente do Nordeste, que ocorre continuamente com um número
esperado de casos ao longo dos anos.

Você acabou de ver alguns conceitos importantes sobre a vigilância em saúde


incluindo a diferença entre epidemia e endemia, sendo assim:

De acordo com o conceito de Waldman, 1991, vigilância em saúde é:

a. um setor do SUS que atua apenas no controle de epidemias e endemias


b. uma área da saúde pública onde a primordial é a notificação de doenças
transmissíveis
c. compreende as ações de atenção primária que desenvolvidas de forma
intersetorial e devem ser dirigidas à prevenção de riscos e danos, dirigidas
para grupos populacionais

23
d. uma disciplina que estuda o comportamento das doenças sobre a população
afetada

O que entendeu por epidemia? Marque a opção correta:

a. Conjunto de ações necessárias para o combate de doenças infecciosas.


b. Nome de uma área de Vigilância em Saúde
c. Termo usado para definir o aumento inesperado do número de casos de
determinada doença, geralmente infecciosa, em determinadas regiões e
em um determinado período
d. Nome de um animal que transmite epidemias

O que é endemia? Marque a resposta correta.

a. É um termo usado para definir qualquer tipo de doença.


b. É um termo utilizado para definir o aumento inesperado de uma
determinada doença.
c. É o termo usado para definir a ocorrência de determinada doença com
frequência esperada em determinado local.
d. Endemia é quando uma doença se espalha por várias cidades.

É provável que as mais antigas medidas antecessoras das modernas práticas


de vigilância possam ser atribuídas a práticas que iniciaram na Europa Ocidental
ao final da Idade Média com o objetivo de enfrentar epidemias.

Este foi o momento em que as primeiras iniciativas de monitoramento de


doenças foram adotadas. Foi nessa época que começaram a controlar alguns
aspectos da vida nas cidades, como o uso dos cemitérios e mercados,
determinando local e regras de higiene para o seu funcionamento, levando em
consideração o conhecimento dos processos de saúde-doença da época para
prevenir a propagação de doenças.

Também nessa época, foi instituída a notificação obrigatória da doença e


estabelecido um conselho para determinar as medidas de isolamento sobre as
pessoas, as embarcações e as mercadorias. O Porto de Veneza, na Itália, foi o
primeiro a estabelecer regras com o intuito de tentar impedir a chegada de uma

24
grande epidemia de peste vinda da Ásia Central denominada de Morte Negra
(não seria Peste Negra).

O processo de isolamento durava 40 dias e por isso ficou conhecido como


quarentena, uma importante medida que foi uma das primeiras formas de
vigilância exercida sobre as pessoas doentes.

Você sabe por que durante a Idade Média


eram estabelecidos 40 dias de isolamento
para os doentes? Qual é o significado disso?
Por que usávamos a quarentena?

Apesar de não compreenderem ainda o que


seria o período de incubação, médicos e
cientistas da época acreditavam que após 40
dias, não haveria mais risco de desenvolver a doença, por isso o
isolamento durante esse período seria importante.

É possível também levar a um sentido religioso, pois foi de 40 dias a


duração do dilúvio que purificou a Terra. Nesse caso, a adoção de 40
dias teria a função de purificar a pessoa da enfermidade.

Ainda podemos dar um significado alquímico!

Naquela época, os alquimistas acreditavam que um elemento químico


poderia se transformar em outro em 40 dias. Sendo assim, o “elemento”
que estivesse na pessoa causando a doença se transformaria após os
40 dias.

1.1 - Histórico da Vigilância em Saúde no Brasil

Como já foi mencionado acima o registro dos casos de febre amarela pelo
médico português João Ferreira Rosa em 1694 no Recife, é um dos primeiros
levantamentos de uma epidemia no Brasil.

25
No ano de 1808, com a transferência da Coroa Portuguesa para o Brasil, adotou-
se a prática da quarentena e de outras medidas sanitárias em todo o território
nacional. Foi criada a Visita de Saúde, com inspeção em todas as embarcações
que entrassem no porto do Rio de Janeiro a fim de evitar a ocorrência de
epidemias. O plano apresentado pelo procurador-geral da Real Junta de
Comércio, Agostinho da Silva Hofman, ao príncipe regente, continha onze
artigos nos quais regulamentava a inspeção às embarcações, o funcionamento
da Visita de Saúde, estabelecendo suas atribuições, nomeando funcionários,
além de estipular suas remunerações.

Naquela época, a intenção dessa ação, que podemos citar como um das
primeiras medidas oficiais de saúde pública, era proteger os integrantes da
Coroa e garantir o comércio de mercadorias, livrando o porto de doenças como
peste, escorbuto, sarnas, lepra e febre amarela (Brasil, 2010).

Ilustração do livro “Lágrimas de sangue” de Alisson Eugênio, publicado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas
Gerais (Fapemig). Que mostra os males comuns aos escravos na época do Brasil Colônia

Em 1889, já na República, com o intuito de prevenir a chegada de epidemias e


possibilitar um intercâmbio seguro de mercadorias, a legislação sanitária foi
aperfeiçoada em todo o território nacional com a adoção da Regulamentação
dos Serviços de Saúde dos Portos.

No começo do século XX, o país estava passando por um difícil quadro sanitário
e que se tornava ainda mais agudo na então capital federal, o Rio de Janeiro, já
pressionado pelo processo de urbanização e pela carência de infraestrutura.

Em 1903, Oswaldo Cruz assumiu a Direção Geral de Saúde Pública (DGSP) do


Ministério da Justiça e Negócios Interiores com a responsabilidade de promover
mudanças institucionais para novas ações de prevenção e controle de doenças.

26
No ano seguinte, foi aprovada a legislação que promovia a reorganização dos
Serviços de Higiene e conferia ao Governo Federal a responsabilidade de
coordenar as ações de prevenção e controle de doenças.

Ainda neste documento, foi criado o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela. Este
serviço instituiu a obrigatoriedade da vacina antivariólica.

Depois da vacinação se tornar obrigatória, a


população se recusou a ser vacinada e formou um
movimento de resistência que ficou conhecido como
a “Revolta da Vacina”.

Se quiser saber mais sobre a Revolta da Vacina, leia


o artigo de Denis Gasco para o blog PaleoNerd “Na
minha bunda não! - A Revolta da Vacina”, que você
pode acessar em bit.ly/naminhabundanao

Clique aqui

Há também um vídeo sobre o período! Assista:

A revolta da Vacina. Direção: Eduardo Vilela. Produção: Maria Cristina de Azevedo.


Brasil: Setor de Imagem e Movimento do Departamento de Arquivo e
Documentação Casa de Oswaldo Cruz. 1994. Disponível em: Vídeo Saúde
Distribuidora da Fiocruz. Acesse em bit.ly/revoltadavacina.

Clique aqui

Na Bíblia, cerca de 400 anos antes de Cristo, encontramos registros de casos


de pessoas com hanseníase, popularmente conhecia como lepra. Os doentes,
chamados de leprosos, eram isolados fora das cidades para não contaminarem
outros moradores. É possível perceber na história a identificação dos primeiros
registros de medidas de isolamento para separar os portadores de doenças das
pessoas sadias como a relatada na época do Antigo Testamento.

Ao começar o século XX, a hanseníase era endêmica na maioria das regiões


brasileiras porque se alastrava de forma progressiva e incontrolável em um

27
quadro favorecido pelas precárias condições de vida e agravado pela falta de
conhecimentos clínicos e laboratoriais sobre a doença.

Em 1903, Oswaldo Cruz assume a Diretoria Geral de Saúde Pública e dedica


uma atenção maior à hanseníase, resultando, no ano seguinte, na publicação do
Regulamento Sanitário da União, com a exigência de notificação compulsória
e isolamento obrigatório em domicílio, colônias agrícolas, sanatórios, hospitais e
asilos.

Foto de 1968 mostra a entrada do antigo leprosário de Bauru, no interior de SP Fonte:


http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36800589, retirado de ACERVO: JAIME PRADO

Para saber mais, leia:


• Spinalonga, a ilha grega onde leprosos eram abandonados para esperar
a morte, por Elizabeth Warkentin da BBC-Travel, disponível em
bit.ly/spinalonga

Clique aqui

• A hanseníase e sua história no Brasil: a história de um “flagelo nacional”,


disponível em bit.ly/flagelonacional

Clique aqui

28
Durante a maior parte do século XX, o Estado brasileiro se organizou em
modelos de programas centralizados, ou seja, o Governo Federal era
responsável por todas as ações e programas de saúde, desde o planejamento
até a execução.

As ações da vigilância em saúde eram restritas a campanhas em que os agentes


de controle percorriam os territórios onde determinadas doenças eram mais
frequentes.

Nesta época, o modelo de vigilância era direcionado para uma população rural
que tinha grande dificuldade de locomoção.

Foto retirada do Livro, História da Peste e outras endemias de Celso Arcoverde de Freitas, publicado em 1988 pela
Editora Coleção Memória da Saúde Pública. Mostra equipe de coleta de material para diagnóstico laboratorial, em um
óbito por peste na cidade de Pesqueira-Pernambuco, 1941.

Em 1968, o Centro de Investigações Epidemiológicas (CIE) foi criado e abrigado


na Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP).

O CIE se tornou parte da estrutura do Ministério da Saúde e se consolidou como


o primeiro órgão que buscou aplicar os conceitos e as práticas da moderna
vigilância em saúde.

Esta moderna vigilância em saúde surgiu nos Estado Unidos na década de 50.

O CIE implementou o primeiro sistema nacional de notificação regular para um


conjunto de doenças com importância para monitoramento de sua situação
epidemiológica.

29
O CIE também foi responsável pela primeira aplicação de estratégia de vigilância
desenvolvida nos Estados Unidos.

As estratégias foram aplicadas no programa de erradicação da varíola com a


implementação da notificação rápida de casos suspeitos para a realização do
bloqueio vacinal e a consequente interrupção da cadeia de transmissão.

Conceito:

Bloqueio vacinal ou vacinação de bloqueio — É a vacinação feita com o objetivo


de imunizar toda uma comunidade em caso de surto, visando impedir que
apareçam novas ocorrências de determinada doença. Quando começam a
acontecer registros de alguma doença em uma comunidade, em número fora do
esperado, as autoridades de Saúde podem decidir vacinar toda esta comunidade
para evitar que o agente infeccioso encontre mais pessoas desprotegidas e
continue se espalhando. Esta ação não impedirá a doença em pessoas que já
foram contaminadas; a vacina protegerá aqueles que ainda não tiveram contato
com o agente infeccioso, mas que convivem com os que estão doentes ou
infectados, bloqueando a transmissão.

O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) foi criado em 1975,


após a V Conferência Nacional de Saúde (CNS) por meio da promulgação da
Lei N° 6.259, regulamentada pelo Decreto Presidencial N° 78.231 de 1976. Este
foi o momento em que o Ministério da Saúde instituiu a “notificação compulsória
de casos e/ou óbitos por 14 doenças para todo o território nacional”. A Vigilância
Epidemiológica foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) pela Lei N°
8.080, de 1990, denominada Lei Orgânica da Saúde (LOS), na qual a vigilância
passou a assumir uma função mais ampla. A definição de vigilância
epidemiológica na LOS é a seguinte:

§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que


proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança
nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com
a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das
doenças ou agravos.

30
Como exemplo da ampliação do escopo da vigilância epidemiológica, temos que,
atualmente, a lista de doenças de notificação compulsória é muito mais ampla
que as 14 doenças transmissíveis da primeira lista. Além disso, faz parte das
ações da vigilância epidemiológica a vigilância de agravos e doenças que não
são transmissíveis e a vigilância de fatores de risco para essas doenças De
forma básica, antes da Lei 8080/1990, a vigilância em saúde trabalhava com o
controle de epidemias e surtos (incluindo a coleta de dados, diagnóstico da
doença e aplicação de medidas de controle) com a LOS passou a trabalhar com
a promoção, prevenção e controle dos agravos monitorando todas ações.

Durante a aula você viu o Decreto Presidencial e o Lei Orgânica da Saúde, se quiser
conhecer todo o texto das duas leis você pode acessar as duas por meio dos links!

A Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/1990) regulamenta o SUS e você pode acessar
em bit.ly/lei8080.

Clique aqui

O Decreto nº 78.231 de 1976 regulamenta a Vigilância em Saúde no Brasil e você


pode ler em bit.ly/decreto78231.

Clique aqui

É possível notar que a Vigilância está presente em nossas vidas há muito tempo e
que evoluiu bastante. De acordo com o texto, marque verdadeiro ou falso.

( ) Na Idade Média as pessoas com lepra e pestes podiam viver normalmente


entre a população.

( ) No Século XV, doenças começam a ser monitoradas, foram criados os


cemitérios e medidas de isolamento foram vistas no porto de Veneza.

( ) No século XX, Oswaldo Cruz, assumiu a Direção Geral de Saúde.

31
( ) Em 1990, doenças e agravos não transmissíveis não foram incorporadas no
Sistema Nacional.

2. A Vigilância, a ação e o monitoramento

O termo “vigilância” apresenta diferentes conceitos em distintas áreas de


conhecimento da ciência.

Mesmo nas ciências da saúde, a vigilância assume significados diferentes. Neste


curso, vamos adotar a seguinte definição de vigilância: conjunto de medidas
coletivas que visam o conhecimento e ação diante de situações adversas à
saúde. (não achei esta definição em nenhum texto. Não seria melhor adotar um
conceito consolidado ou mesmo a da lei?)

A compreensão do significado e da finalidade da vigilância em saúde nos dias


atuais pode ser resumida em “vigilância é informação para a ação”.

Nas últimas décadas, diversos fatores têm provocado novas emergências ou re-
emergências mais complexas que desafiam a saúde da população.

Produzir evidências para gerar respostas aos novos agravos em saúde requer
constante atualização para acompanhar mudanças nos setores econômicos, na
política, nos hábitos e comportamentos da sociedade, assim como na intensa
urbanização e a mobilidade da população.

Epicity é um município do interior de um país chamado Proepilândia e possui pouco


mais de 500 mil habitantes.

Imagine que o município de Epicity está enfrentando um surto de Sífilis. Há uma


preocupação especial com as grávidas porque a doença está relacionada a
malformações fetais.

Por isso, o município organizou uma estratégia em que todas as grávidas devem
realizar o teste rápido para a sífilis.

32
As grávidas que foram identificadas com a doença foram notificadas por meio da
ficha de notificação de agravos e doenças.

As fichas foram encaminhadas para a Secretaria Municipal de Saúde de Epicity e


depois para a Secretaria Estadual de Saúde.

O estado encaminhou os casos ao Ministério da Saúde de Proepilândia por meio do


Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Foi possível analisar a situação da sífilis utilizando os dados das notificações. Dessa
maneira, o estado e o município puderam estimar a quantidade de insumos
necessários para o tratamento das grávidas e de seus parceiros.

Além disso, uma campanha para a prevenção da sífilis foi realizada, com incentivo
ao uso de de preservativos e realização do teste rápido.

No exemplo, podemos listar as ações que foram realizadas em Epicity:

 Aplicação do teste rápido;


 Notificação dos casos por meio do SINAN;
 Análise da situação da sífilis no município;
 Estimativa e compra de insumos e medicamentos para a assistência dos
acometidos com sífilis; e
 Campanha de prevenção da sífilis no município.

O conjunto das ações pode ser definido como o processo de trabalho de vigilância
e controle da sífilis em Epicity.

Atualmente, velhos e novos problemas em saúde coexistem, criando um cenário


complexo em que se observa uma sobreposição de problemas de saúde com
determinantes distintos, com formas de expressões e impactos diversos sobre a
saúde pública.

São vários os fatores de risco para doenças transmissíveis e não transmissíveis,


acidentes, violências e os riscos ambientais em destaque que merecem atenção
da vigilância em saúde.

33
Como exemplo de fator de risco para a dengue, doença transmissível por vetor,
podemos citar a presença de focos de mosquitos do gênero Aedes aegypti.
Também podemos citar a obesidade como um fator de risco para hipertensão e
diabetes, que são doenças crônicas não transmissíveis.

Para enfrentar os fatores de risco para as diversas doenças e agravos, é


necessário:

 desenvolver e implantar estratégias especiais para os grupos


vulneráveis;
 pesquisar e introduzir rapidamente e de forma sustentável novas
tecnologias; e
 avaliar o impacto, a oportunidade e a qualidade das ações de proteção,
promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento.

No Brasil, várias experiências de sucesso deixaram um grande legado histórico


da vigilância em saúde, que inclui a redução da carga de determinadas doenças
e a eliminação de outras.

Podemos citar como exemplos de sucesso a estratégia de vacinação, o


oferecimento de medicamentos para doenças prioritárias, a redução de sódio em
alimentos, a criação de uma vigilância ambiental, entre outros.

 A vacina da poliomielite é um exemplo de sucesso! O Brasil não registra nenhum


caso da doença desde 1990 graças à alta cobertura vacinal de crianças. Além
disso, a vacinação eliminou a doença em vários países e atualmente há apenas 3
países com registros da doença no mundo: Nigéria, Paquistão e Afeganistão,
segundo o site da Iniciativa Global Para a Erradicação da Pólio (tradução livre).
Ficou curioso? Visite o site da maior iniciativa global contra a poliomielite em
bit.ly/polionow.
Clique aqui

34
Campanha de Imunização - Fonte: Ministério da Saúde

 Redução da mortalidade infantil é um importante exemplo de resultado


fundamentado em estratégias integradas de vigilância e assistência à saúde com
outros setores fora da saúde que impactam sobretudo nos fatores determinantes
em saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou em seu relatório
publicado em 2016, que o Brasil reduziu a mortalidade infantil 20% acima da média
mundial. O índice, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU),
previa a redução em 2/3 (66%) da mortalidade no período. No Brasil, a redução foi
de 60,8 óbitos por mil nascidos vivos, em 1990, para 16,4, em 2015 (queda de
73%). Globalmente, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos caiu de 91
mortes por mil nascidos vivos, em 1990, para 43 mortes por mil nascidos vivos,
em 2015 (queda de 53%).
O sucesso no combate à morte entre crianças entre 1990 e 2015, segundo a OMS,
são decorrentes de um conjunto de políticas públicas aplicadas no País. Entre as
ações estão a ampliação da cobertura da atenção básica, do acesso à vacinação,
das taxas de aleitamento materno e do nível de escolaridade da mãe, além da
diminuição da pobreza obtida pelo programa Bolsa Família. Essas ações se
somam a outras políticas que levaram à quase extinção de internações por
desnutrição, por doenças imunopreveníveis (sarampo, difteria, tétano neonatal,
poliomielite, varíola, rubéola, meningites) e por diarreia ou pneumonia.

35
 Programa Nacional de Controle do Tabagismo:
Em novembro de 2005, a adesão do Brasil à Convenção-Quadro da OMS para
Controle do Tabaco (CQCT/OMS) foi ratificada pelo Congresso Nacional e em
janeiro de 2006 promulgada pelo Presidente da República. Com isso, a
implementação nacional desse tratado internacional de saúde pública ganhou o
status de uma Política de Estado. Ao longo dos últimos anos, o Programa Nacional
de Controle do Tabagismo se destaca na articulação para implementação dessa
política, principalmente quanto a educação, comunicação, treinamento e
conscientização do público; as medidas de redução de demanda relativas à
dependência e medidas para o abandono do tabaco. Além disso, por meio de seu
trabalho em rede, cria uma capilaridade que contribui na promoção e no
fortalecimento de um ambiente favorável à implementação de todas as medidas e
diretrizes de controle do tabaco no país, ainda que não estejam diretamente sob a
governabilidade do setor saúde (Brasil, 2011). Destaca-se como medidas
regulatórias a proibição de propagandas no rádio e TV e a proibição de fumar em
locais fechados.

Caixas de cigarro - Fonte: Desconhecida

 A Eliminação do vírus autóctone da rubéola no Brasil, pode ser dito também


como um exemplo exitoso de ações conjuntas da vigilância em saúde e
assistência em saúde. O Brasil desenvolveu uma série de ações estratégicas, ao
longo dos anos, para atingir esse objetivo, como campanhas de prevenção e a
intensificação das ações de rotina de vacinação desde de 2004. Em 2008, o

36
Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, vacinou 67,9
milhões pessoas durante a campanha nacional contra a doença, que alcançou
96,7% do público-alvo, formado por 70,1 milhões pessoas, entre 20 e 39 anos.
Nas Américas, foram vacinadas mais de 250 milhões adolescentes e adultos
contra rubéola e sarampo.

Vale destacar que a melhoria da qualidade das ações de vigilância epidemiológica e do


diagnóstico dos possíveis genótipos circulantes também foi fundamental nessa
estratégia.

Em maio de 2005, o Ministério da Saúde estabeleceu que todas as internações


hospitalares, relativas a agravos de notificação compulsória da Classificação
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10), fossem avaliadas
pela equipe da vigilância epidemiológica em âmbito hospitalar ou pela vigilância
epidemiológica do estado ou do município.

Essa grande estratégia de ações para eliminação da rubéola conjuntamente com o


sarampo contou com a presença de assessores técnicos de vigilância da rubéola e
sarampo do Ministério da Saúde em cada um dos estados brasileiros. Esses assessores,
desempenharam papel importante na interlocução entre municípios, estados e o
Ministério da Saúde, sobretudo relacionadas às informações epidemiológicas,
investigação imediata de casos suspeitos e estratégias de vacinação da população.

A soma desses fatores levou à ausência de novos casos autóctones desde 2009.

Previsões para um futuro cenário epidemiológico podem ser alteradas tanto pela
emergência de uma doença transmissível que se dissemine rapidamente ou
ainda pelo desenvolvimento de estratégias mais eficientes de prevenção e
controle que podem produzir alterações importantes nas tendências das taxas
de morbimortalidade de doenças transmissíveis e não transmissíveis.

Ficou curioso com as previsões do futuro na área da saúde? Acesse


bit.ly/saudeamanha e acompanhe o projeto "Saúde Amanhã" da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz).

37
Clique aqui

O “Saúde Amanhã” também tem um artigo sobre o planejamento em Saúde


chamado Epidemiologia: informação para o planejamento em saúde, de Marina
Schneider, disponível em bit.ly/planejamentoemsaude.

Clique aqui

Para a vigilância em saúde é importante detectar e responder adequadamente


às emergências em saúde pública. Isso funciona como uma preparação para o
previsível, para o inusitado e para o futuro. É como uma antecipação aos riscos
para a resposta adequada e oportuna às emergências em saúde pública. A
Vigilância, sendo uma instância governamental, precisa agir com determinação
para fortalecer a estrutura e a organização dos serviços e aumentar a
capacidade de resposta do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde-SNVS. As
diretrizes orientadoras que regulamentam e definem responsabilidades relativos
ao SNVS no Brasil, estão descritas nas Portarias publicadas pelo Ministério da
Saúde (3.252/2009 e 1.378 de 2013).

Na portaria nº1.378 (disponível em bit.ly/portaria1378) estão descritas as


orientações e diretrizes de funcionamento do Sistema Nacional de Vigilância em
Saúde.

Clique aqui

Na Lei n. 8080 (disponível em bit.ly/lei8080), que cria o Sistema Único de Saúde


no Brasil, você irá encontrar aspectos importantes sobre a regulamentação das
ações de vigilância em saúde.

Clique aqui

38
Você já teve contato com alguma dessas vigilâncias? Como foi a experiência?

O Sistema Nacional de Vigilância de Vigilância em Saúde está composto por


Subsistemas coordenados pelo Ministério da Saúde.

I- Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, de doenças transmissíveis e


de agravos e doenças não transmissíveis;

II - Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental, incluindo ambiente de


trabalho;

III - Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, nos aspectos pertinentes


à Vigilância em Saúde;

IV - Sistemas de informação de Vigilância em Saúde;

V - Programas de prevenção e controle de doenças de relevância em saúde pública,


incluindo o Programa Nacional de Imunizações;

VI - Política Nacional de Saúde do Trabalhador; e

VII - Política Nacional de Promoção da Saúde.

O que é preciso para enfrentar os fatores de risco para as diversas doenças e


agravos? Marque as respostas corretas.

a. Desenvolver e implantar estratégias especiais para os grupos


vulneráveis.
b. Oferecer um tratamento igual para todas as doenças e agravo.
c. Pesquisar e introduzir rapidamente e de forma sustentável novas
tecnologias.
d. Avaliar o impacto, a oportunidade e a qualidade das ações de proteção,
promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento.

39
Agora que você conhece a Vigilância em Saúde, pode compartilhar conosco sua
vivência!

Escreva para nós um relato sobre seu município com base nas questões:

1. Considerando sua vivência como trabalhador do SUS, como é a Vigilância


em Saúde de seu município?
2. Como se organizam as vigilâncias em saúde do seu município ou estado
(Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, Vigilância Entomológica,
Vigilância Sanitária…)?
3. Como são obtidas as informações de saúde no seu município ou estado?

A partir da sua vivência de trabalho na vigilância, sugerimos a leitura do documento


disponível em bit.ly/boletimvigilancia para estimular a reflexão sobre o trabalho
integrado entre diferentes setores da Vigilância em Saúde e da Assistência em
Saúde.
Clique aqui

Complete com as palavras corretas para a frase:

Para a vigilância em saúde é _______________ detectar e responder


adequadamente às _______________ em saúde pública. Isso funciona como uma
preparação para o _______________, para o inusitado e para o _______________.

A _______________, sendo uma instância governamental, precisa


_______________ com determinação para _______________ a estrutura e a
_______________ dos serviços e aumentar a capacidade de resposta do Sistema
Nacional de Vigilância em Saúde-SNVS.

40
Vamos relembrar?

Nessa aula você conheceu que desde o início da


civilização já eram aplicadas ações Vigilância. No
Antigo Testamento, o isolamento de pessoas doentes
já era realizado como forma de controle de doenças.

Você também conheceu Hipócrates: o pai da medicina.


Mesmo sem muitos recursos ele já fazia algumas
observações relacionando as características das
estações, o solo, água e outros fatores para detectar
alguma doença nos pacientes. Essas observações são
consideradas um modo primitivo de vigilância em
saúde.

Aprendeu um pouco sobre o crescimento da Vigilância


pelo mundo, incluindo seus principais fatores e as
medidas que foram realizadas para evitar epidemias.

Com o conhecimento que adquiriu na aula, pode


diferenciar os conceitos de endemia e epidemias,
emergência de reemergência.

Já no Brasil, mostramos como a vigilância se


desenvolveu com a criação do SNVE, CIE, a LOS, e a
implementação de um sistema de notificação para
registrar um conjunto de doenças.

Também mostramos que o desenvolvimento da


vigilância é dinâmico e está sempre sendo atualizado.

No Brasil, você conheceu a portaria onde os estados,


Distrito Federal e municípios são fortalecidos no papel
de gestores da vigilância, para ampliar as ações
denominadas de Vigilância em Saúde, que são:

• Vigilância Epidemiológica

41
• Promoção da Saúde
• Vigilância da Situação de Saúde
• Vigilância em Saúde Ambiental
• Vigilância da Saúde do Trabalhador
• Vigilância Sanitária

Na próxima aula, vamos aprofundar os conhecimentos


sobre as diferenças entre cada uma das vigilâncias e
apresentaremos o significado de risco em saúde.

42
Ajude o conhecimento a chegar mais longe!

Se você foi beneficiado(a) por este conteúdo, considere contribuir para


que ele alcance mais pessoas.

Fazendo uma doação para a ProEpi, você viabiliza o desenvolvimento e


a tradução para outros idiomas de mais recursos educacionais como esse,
ajudando colegas a se capacitarem e protegerem melhor a saúde da população.

Mais de 3.000 pessoas já foram beneficiadas por nossos cursos a


distância e outras centenas participaram de nossos treinamentos presenciais em
áreas como Investigação de Surto, Comunicação de Risco e Gestão de Projetos
de Vigilância em Saúde.

Torne-se um membro da nossa rede:

Faça uma doação:

ou acesse proepi.org.br/doacao

43
Referências

ALMEIDA FILHO N, BARRETO ML. Epidemiologia & Saúde: Fundamentos,


Métodos, Aplicações. Koogan G, editor. Rio de Janeiro, 2011. 699 p.

BRASIL, MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. A SAÚDE E A HIGIENE PÚBLICA NA


ORDEM COLONIAL E JOANINA. Arquivo Nacional. Disponível em:
http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?i
nfoid=2168&sid=163.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE,


DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Guia de Vigilância
Epidemiológica. 7. ed. Brasília, 816 p. (2009).

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE,


DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Ministério da Saúde
confirma relação entre vírus Zika e microcefalia. http://por
talsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/noticias-
svs/21016-ministerio-da-saude-confirma-relacao-entre-viruszika-e-microcefalia
(acessado em 30/Nov/2015)

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José de Alencar


Gomes da Silva. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O controle do tabaco no
Brasil: uma trajetória. Rio de Janeiro: INCA, 2012.

CARVALHO AO & EDUARDO MBP. Sistemas de Informação em Saúde para


Municípios, vol. 6. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de
São Paulo, 1998. (Série Saúde & Cidadania).

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Guidelines for


Evaluation Public Health Surveillance Systems. MMWR Supplements, 06
May. 1988 /37 (S-5): 1-18.14p. Disponível em: < www.cdc.gov/mmwr/preview/
mmwrhtml/00001769.htm > Acesso em: 27 jan. 2004.

CHURCHILL, R. E.; TEUTSCH, S. M. Principles and Practice of Public Health


Surveillance. 2.ed. Oxford: University press, 2000. p. 1.

DOS ANJOS, Bianca Cruz. Tratado Único da Constituição Pestilencial de


Pernambuco: primeira descrição dos “males” por João Ferreira da Rosa no

44
século XVII.Temporalidades – Revista Discente do Programa de Pós-Graduação
em História da UFMG. v. 8, n. 1 (jan./maio 2016) – Belo Horizonte: Departamento
de História, FAFICH/UFMG, 2016. ISSN: 1984-6150.

FARIA, L; SANTOS, L.A.C. A hanseníase e sua história no Brasil: a história


de um “flagelo nacional”. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de
Janeiro. v.22, n.4, out.-dez. 2015, p.1491-1495.

LANGMUIR, A. D.; ANDREWS, J. M. Biological warfare defence. 2 – The


Epidemic Inteligence Service of the Communicable Disease Center. Am J.Public
Health, 42: 235-238, 1952.

LOPES, Gills Vilar; DUNDA, Fabiola Faro Eloy. O risco da contaminação


global: o combate à epidemia de Ebola na África como vetor de cooperação
internacional. Revista Eletrônica de Comunicação Informação & Inovação em
Saúde, [s.i.], v. 9, n. 1, p.1- 22, jan/mar. 2015.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conselho Federal de Medicina. A declaração de


óbito, 2º ed. Brasília: Ministério da Saúde/Conselho Federal de Medicina, 2007,
40p.

MORAES IHS. Informações em saúde: da prática fragmentada ao exercício da


cidadania. São Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec, 1994.

PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 1995. 596 p.

REDE INTERAGENCIAL DE INFORMAÇÕES PARA A SAÚDE (RIPSA).


Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações. 2. ed.
Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008

RISI JUNIOR, J. B. Breve Retrospecto dos Processos que Conduziram à


Criação do Centro Nacional de Epidemiologia, na Fundação Nacional de
Saúde/ Ministério da Saúde. 2002. (mimeo).

ROSEN, G. Uma história da Saúde Pública. São Paulo: Editora Unesp –


Hucitec – Abrasco, 1994. 423p.

SAUSSER M, STAIN Z. ERAS. In Epidemiology: The evolution of ideas. New


York: Oxford University Press; 2009.
45
SETA, Marismary Horsth De; OLIVEIRA, Catia Veronica dos Santos e PEPE,
Vera Lúcia Edais. Proteção à saúde no Brasil: o Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2017, vol.22, n.10.

TACHKER, S. B. Historical Development. In: TEUTSCH, S. M.; CHURCHILL, R.


E. (ed.) Principles and Practice of Public Health Surveillance. Oxford
University Press, 2000. 406p.

THACKER, S. B.; BERKELMAN, R. L. Public health surveillance in the United


States. Epidemiol Rev, 10:164-190, 1988.

WALDMAN, E. A. Vigilância Epidemiológica como Prática de Saúde Pública.


São Paulo, 1991. (Tese – Doutorado – Universidade de São Paulo).

WHANG, H. et al. Global, regional, and national levels of neonatal, infant,


and under-5 mortality during 1990–2013: a systematic analysis for the Global
Burden of Disease Study 2013. The Lancet. 2014; 384: 957-79.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Factors that contributed to undetected


spread of the Ebola virus and impeded rapid containment. 2015. Disponível
em: <http://www.who.int/csr/disease/ebola/one-year-report/factors/en/>. Acesso
em: 01 jun. 2018.

46
Respostas dos exercícios (em ordem de aparição)

1. Você acabou de ver alguns conceitos importantes sobre a vigilância em saúde


incluindo a diferença entre epidemia e endemia, sendo assim:
De acordo com o conceito de Waldman, 1991, vigilância em saúde é:
a. um setor do SUS que atua apenas no controle de epidemias e
endemias
b. uma área da saúde pública onde a primordial é a notificação de
doenças transmissíveis
c. compreende as ações de atenção primária que desenvolvidas de
forma intersetorial e devem ser dirigidas à prevenção de riscos e
danos, dirigidas para grupos populacionais
d. uma disciplina que estuda o comportamento das doenças sobre a
população afetada

O que entendeu por epidemia? Marque a opção correta.


a. Conjunto de ações necessárias para o combate de doenças
infecciosas.
b. Nome de uma área de Vigilância em Saúde
c. Termo usado para definir o aumento inesperado do número de casos
de determinada doença, geralmente infecciosa, em determinadas
regiões e em um determinado período de tempo
d. Nome de um animal que transmite epidemias

O que é endemia? Marque a resposta correta.


a. É um termo usado para definir qualquer tipo de doença.
b. É um termo utilizado para definir o aumento inesperado de uma
determinada doença.
c. É o termo usado para definir a ocorrência de determinada doença
com frequência esperada em determinado local.
d. Endemia é quando uma doença se espalha por várias cidades.

47
2. É possível notar que a Vigilância está presente em nossas vidas há muito
tempo e que evoluiu bastante. De acordo com o texto, marque verdadeiro ou
falso.

 (F) Na Idade Média as pessoas com lepra e pestes podiam viver


normalmente entre a população.
 (V) No Século XV, doenças começam a ser monitoradas, foram criados
os cemitérios e medidas de isolamento foram vistas no porto de Veneza.
(V) No século XX, Oswaldo Cruz, assumiu a Direção Geral de Saúde.
(F) Em 1990, doenças e agravos não transmissíveis não foram
incorporadas no Sistema Nacional.

3. O que é preciso para enfrentar os fatores de risco para as diversas doenças e


agravos? Marque as respostas corretas.

a. Desenvolver e implantar estratégias especiais para os grupos


vulneráveis.
b. Oferecer um tratamento igual para todas as doenças e agravo.
c. Pesquisar e introduzir rapidamente e de forma sustentável novas
tecnologias.
d. Avaliar o impacto, a oportunidade e a qualidade das ações de
proteção, promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento.

4. Complete com as palavras corretas para a frase:

Para a vigilância em saúde é importante detectar e responder adequadamente


às emergências em saúde pública. Isso funciona como uma preparação para o
previsível, para o inusitado e para o futuro.

A Vigilância, sendo uma instância governamental, precisa agir com


determinação para fortalecer a estrutura e a organização dos serviços e
aumentar a capacidade de resposta do Sistema Nacional de Vigilância em
Saúde-SNVS.

48

Você também pode gostar