Você está na página 1de 63

AULA 2

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Sistema Único de Saúde


(SUS) é uma importante
política pública de saúde no
Brasil que oferece
atendimento de atenção à
saúde a qualquer pessoa
que precise.
"O Sistema Único de Saúde, mais conhecido pela sigla SUS, consiste
em uma importante política pública brasileira de atenção à saúde de
nossa população.

O SUS é um dos poucos sistemas de saúde nacionalmente integrado


(daí a caracterização denominada pela palavra único) e que oferece
serviços gratuitos de maneira universal.

Qualquer pessoa que esteja em território brasileiro,


independentemente da nacionalidade, da condição socioeconômica ou
de quaisquer outros fatores distintivos, pode recorrer ao SUS para
obter serviços de atenção à saúde.
O QUE É, COMO FUNCIONA E
QUAL A IMPORTÂNCIA DO SUS?
"A atenção à saúde é um problema enfrentado por chefes de Estado de
todos os países. É necessário, para a estabilidade de qualquer governo,
que os cidadãos tenham preservadas as suas condições normais de
saúde para que os índices econômicos e os indicadores sociais de um
país mantenham-se altos. A maioria dos países não possui sistemas
gratuitos que atendam a qualquer pessoa, independentemente de sua
condição socioeconômica."
"O SUS atende gratuitamente pessoas de baixa, média e até de
alta renda, caso procurem os serviços. O SUS também atende
estrangeiros que estejam residindo ou de passagem no Brasil
sem qualquer cobrança de tarifas.

Uma das principais características do SUS é a união dos


Poderes Executivos (Federal, estadual e municipal) pela
gerência do sistema, de modo que temos serviços oferecidos
pelos três níveis em todo o Brasil.
"Assim, cria-se uma diretriz centralizada para a gestão do sistema, gerida pelo
Ministério da Saúde, mas descentraliza-se a gestão nas pontas do sistema, que
ficam a cargo das secretarias estaduais e municipais de saúde.

Há uma participação do Ministério da Educação na gestão do SUS a nível


Federal, pois os hospitais universitários que compõem a maioria das
universidades federais que ofertam cursos de Medicina e de outras áreas da
saúde recebem recursos das duas pastas governamentais em questão: Saúde e
Educação.

Os hospitais universitários têm um importante papel no desenvolvimento de


pesquisas científicas na área da saúde, além de servirem de campo de atuação
para estudantes e oferecerem tratamento gratuito à população."
BREVE HISTÓRIA DO SUS
"No Brasil Imperial, não havia políticas oficiais de gestão da saúde. Havia
médicos, hospitais e clínicas que ofereciam serviços pagos e havia médicos e
hospitais filantrópicos, geralmente ligados a ordens religiosas, que atendiam a
população que não tinha condições de pagar pelos serviços.

Como a grande maioria das pessoas não podia pagar e o número das que
atendiam de maneira filantrópica era pequeno, a maioria da população não
tinha acesso adequado aos cuidados com a saúde. Boa parte dela recorria,
inclusive, a curandeiros e, quando tinha um mínimo de condições financeiras,
aos farmacêuticos, chamados antigamente de boticários."
"Pela pouca oferta de serviços gratuitos e pelas péssimas condições
sanitárias das cidades brasileiras, as pessoas sofriam constantemente (e
muitas morriam) com doenças — algumas delas hoje consideradas de
simples tratamento, como verminoses, diarreia, gripe, tétano e
gonorreia. As doenças mais graves, como sífilis, malária e dengue,
aterrorizavam ainda mais a população.
A primeira política pública de atenção à saúde no Brasil foi promovida
na Primeira República, no governo do presidente Rodrigues Alves, em
1897.

Foi criada, nesse ano, a Diretoria Geral de Saúde Pública, órgão que,
em 1903, foi chefiado pelo grande sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz.
As medidas centravam-se na capital federal, que era a cidade do Rio de
Janeiro."
"Oswaldo Cruz iniciou um plano de organização sanitária da capital,
promovendo ações compulsórias, como a vacinação obrigatória e a
fiscalização de propriedades privadas a fim de eliminar focos de
reprodução do mosquito Aedes aegypt, que já era identificado como
vetor da febre amarela.

Além das campanhas chefiadas por Oswaldo Cruz, o prefeito do Rio


de Janeiro na época, Francisco Pereira Passos, reestruturou a cidade,
implementando uma rede de esgoto e um sistema de coleta do lixo. O
problema é que a reestruturação manteve-se no centro da cidade, onde
haviam os cortiços.
Os cortiços, moradias aglomeradas, apertadas e insalubres onde
moravam os pobres, foram dissolvidos e os moradores mandados para
as periferias, transferindo para lá o problema."
"Já na década de 1980, após o fim da ditadura civil-militar brasileira, iniciou-se
um processo de reestruturação da organização democrática federal. Com a
Assembleia Constituinte e a promulgação da Constituição Federal de 1988, houve
também a preocupação em atender o que estava disposto no documento em relação
ao direito à saúde.

Como a Constituição diz que toda pessoa tem direito ao atendimento médico e
hospitalar e ao cuidado à saúde, oferecidos gratuitamente pelos estados,
municípios e pela Federação, tratou-se então de criar um sistema unificado que
conseguisse atender a todos.

Para isso, no dia 19 de setembro de 1990, foi sancionada a Lei 8.080, que
implantou e regulamentou o SUS em nosso país. Também há a Lei Orgânica da
Saúde, que regulamenta as diretrizes nacionais do SUS."
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO
SUS
"O Sistema Único de Saúde trabalha de maneira integrada e opera
a saúde brasileira em todo o território nacional. A gestão maior e
as diretrizes do SUS partem do Ministério da Saúde, mas as
secretarias de saúde estaduais e municipais operam essa gestão em
seus territórios. A verba destinada ao SUS advém da cobrança de
impostos, e a União é responsável por repassá-la aos hospitais
federais e às secretarias de saúde estaduais e municipais."
O SUS tem princípios para o seu funcionamento.

São eles:
Universalidade: todas as pessoas têm direito ao atendimento
médico, hospitalar e à atenção à saúde, independentemente de
qualquer característica distintiva, como classe social,
nacionalidade, gênero, raça etc.
Equidade: tratar com especificidade e maior atenção
as pessoas mais vulneráveis, que precisam mais do
SUS. Nesse sentido, existem esforços maiores para
atender as populações de baixa renda, idosos,
portadores de necessidades especiais, portadores de
doenças crônicas, portadores de doenças sistêmicas,
pacientes em tratamento do câncer, portadores de HIV,
gestantes, crianças etc
Integralidade: entende-se que o cuidado à saúde não se
resume ao hospital ou consultório, nem que é preciso esperar
que uma doença aconteça para que uma medida seja tomada.
Com isso, o SUS também promove campanhas educativas que
visam levar a informação às pessoas sobre cuidados pessoais,
cuidados alimentares, preservação do meio ambiente e ações
sanitárias que reduzam a incidência de doenças na população.
"SERVIÇOS OFERECIDOS PELO
SUS"
"O SUS divide-se em diferentes níveis de atenção à saúde para uma
melhor organização do trabalho. Temos, nesse sentido, a atenção
primária ou básica, que atua no contato direto e regular com a
população, realizando consultas e visitas de atendimento domiciliar,
campanhas de vacinação e campanhas de conscientização.

A atenção secundária é oferecida a pacientes que têm uma doença


diagnosticada ou sob suspeita e precisam de tratamento ou
investigação de médicos especializados.
Atenção terciária é aquela que dá suporte a pacientes mais
graves que precisam de internação ou de tratamentos intensivos
oferecidos em UTI (unidade de tratamento intensivo) em
hospitais.

A reabilitação é o acompanhamento e o cuidado posterior que


o sistema oferece para quem já se tratou de uma doença, mas
precisa de avaliações ou até mesmo reabilitação motora
fornecida por fisioterapeutas.
Para o efetivo funcionamento das quatro etapas de
atendimento, temos locais específicos para que o serviço seja
promovido da melhor maneira possível. As unidades básicas de
saúde (UBS) e unidades de pronto atendimento (UPA)
oferecem suporte a uma saúde básica, integral e de leve
intensidade.
São locais adaptados para receber os pacientes periodicamente
para acompanhamento (UBS) e para tratar casos menos
complexos que necessitam de atendimentos de urgência (UPA),
como curativos, primeiros socorros e atendimento emergencial
para quem se sente mal.
Os hospitais ficam reservados para os casos mais
complexos, que geralmente necessitam de internação ou
atendimento emergencial complexo. Para eles são
levados os doentes que têm um quadro grave ou
agravado e precisam de internação, pessoas que passarão
por cirurgias, acidentados, e pessoas que precisam de
exames mais complexos.
Também fazem parte da rede os laboratórios (que realizam exames
específicos de análise laboratorial), os centros de pesquisa em
medicina, como a Fundação Oswaldo Cruz, e os centros de pesquisa
universitários, que buscam implementar a investigação sobre
tratamentos, vacinas e a atuação dos profissionais da saúde.

Por último, temos o SAMU, que é o Serviço de Atendimento Móvel de


Urgência, especializado no atendimento emergencial primeiro
(primeiros socorros) e locomoção de pacientes em estado grave para
hospitais.
PROBLEMA DO SUS
Assim como os outros serviços públicos essenciais em nosso país
(educação, saneamento e segurança), o Sistema Único de Saúde
enfrenta diversos problemas. O sistema em si e as leis e diretrizes que o
regem são excelentes.
O SUS é necessário, deve existir e deve ser considerado uma referência
em gestão da saúde. No entanto, os problemas que o circundam,
principalmente de ordem financeira e de má gestão, fazem com que o
serviço prestado deixe a desejar.
Há uma falta de hospitais e de profissionais de saúde atuando no
Brasil, em especial nas regiões periféricas das grandes cidades ou nas
pequenas cidades, em geral de população mais pobre.

A falta de hospitais e de profissionais de saúde nesses locais é


ocasionada pelo baixo investimento das secretarias na construção de
leitos e pela baixa remuneração dos profissionais (médicos,
enfermeiros, técnicos em enfermagem, dentistas e demais técnicos
hospitalares) nessas regiões de maior fragilidade.
Também há uma carga de trabalho excessiva aos profissionais atuantes,
que trabalham sob estresse, enfrentando longas jornadas com uma
interminável lista de pacientes para cuidar.
Faltam também médicos especializados essenciais, em especial em
áreas com menor remuneração e maior carga de trabalho, como
anestesiologistas, cardiologistas, cirurgiões e médicos intensivistas
(médicos responsáveis pelas UTIs).
Com todos esses problemas, muitos pacientes enfrentam um quadro de
espera muito grande, que pode resultar no agravamento de doenças ou
até na morte, nos casos de urgência.
Tudo isso pode parecer um descaso da classe médica
com a população, mas no fundo revela-se um quadro de
descaso dos governantes com a atenção à saúde.
É necessário que haja mais investimento e investigação
dos recorrentes casos de desvios de verbas destinados à
saúde para que o SUS possa, de fato, oferecer um
tratamento digno aos brasileiros, que merecem usufruir
do justo retorno dos impostos pagos.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
ARTIGOS 196 AO 200.
SEÇÃO II DA SAÚDE
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através
de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes: I
- descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema
único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às
instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros
na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de
órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e
tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus
derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e
participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e
outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do
trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem
como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
LEI ORGÂNICA DA SAÚDE –
8.142/1990
A Lei 8.142/1990 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do
Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras
providências.
A referida lei foi promulgada em 28 de dezembro de 1990, abordando parte dos
temas vetados na Lei 8.080/90 pelo presidente da época, Fernando Collor de
Mello. Regulamentando elementos indispensáveis para a gestão e
funcionamento do SUS, junto com a Lei 8.080/90, compõe o bloco das Leis
Orgânicas da Saúde.
INSTÂNCIAS COLEGIADAS DO SUS

O SUS conta, em cada esfera de governo (Municipal,


Estadual, Nacional e no Distrito Federal), sem prejuízo das
funções do Poder Legislativo, com instâncias colegiadas, que
são organizações para propor, avaliar, controlar e
fiscalizar a execução da política de saúde nos três níveis de
gestão do SUS. São elas:
I – Conferência de Saúde: ocorre a cada quatro anos e tem como objetivo
principal avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da
política de saúde nos níveis correspondentes. É convocada pelo Poder Executivo
ou, extraordinariamente, pelo Conselho de Saúde ou pela própria Conferência de
Saúde.

II – Conselho de Saúde: é de caráter deliberativo e permanente, ou seja, tem


poder decisório, não existe um período para acontecer e não se dissolve. Atua
na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na
instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas
decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada
esfera do governo (Prefeito, Governador e Presidente).
COMPOSIÇÃO DOS CONSELHOS E
CONFERÊNCIAS DE SAÚDE DE
ACORDO COM A LEI 8.142/90

A Lei 8.142/90 define que a composição das instâncias


colegiadas do SUS deve ser paritária, ou seja, deve
existir um quantitativo equivalente de usuários do
Sistema em relação ao segmento de trabalhadores,
gestores e prestadores de serviços. A composição dos
Conselhos e das Conferências de saúde é definida na lei
em questão como no esquema abaixo:
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão
representação no Conselho Nacional de Saúde.

As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua


organização e normas de funcionamento definidas em regimento
próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
HISTÓRIA DO PACS/ PSF/ESF
Programa Saúde da Família (PSF)

O Programa Saúde da Família é uma estratégia que tem como prioridade as ações
de promoção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos. Ele contempla as
famílias, desde o recém-nascido até o idoso, de forma integral e contínua.

A primeira etapa de sua implantação teve início em 1991, por meio do Programa
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). A partir de 1994 começaram a ser
formadas as primeiras equipes do programa saúde da família, com o objetivo de
incorporar e ampliar a atuação dos agentes comunitários de saúde.
O PSF busca uma mudança no sistema assistencial, na
medida em que se propõe a atender o usuário
integralmente no seu ambiente familiar e na sua
comunidade, algo que está de acordo com os princípios
e diretrizes do SUS, que promove a descentralização
das ações de saúde e garante o acesso do usuário do
sistema.
A saúde da família é entendida como uma estratégia de reorientação do
modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de
equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde.

Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número


definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. A
responsabilidade pelo acompanhamento das famílias exige das equipes
de saúde a necessidade de ultrapassar os limites classicamente definidos
para a atenção básica no brasil, especialmente no contexto do SUS.

Havia no Brasil um modelo assistencial hegemônico, que ao longo do


tempo não apresentou resolutividade para a maioria dos problemas de
saúde da população. O modelo curativista de assistência à saúde
historicamente difundido em nossa sociedade é submetido, então, a um
processo de reversão na prática proposta pelo PSF.
A Estratégia de Saúde da Família é um projeto dinamizador
do SUS, condicionada pela evolução histórica e organização
do sistema de saúde no Brasil. A velocidade de expansão da
saúde da família comprova a adesão de gestores estaduais e
municipais aos seus princípios.

A consolidação dessa estratégia precisa ser sustentada por um


processo que permita a real substituição da rede básica de
serviços tradicionais no âmbito dos municípios pela
capacidade de produção de resultados positivos nos
indicadores de saúde e de qualidade de vida da população
assistida.
A saúde da família como estratégia estruturante dos
sistemas municipais de saúde tem provocado um
importante movimento com o intuito de reordenar o
modelo de atenção no SUS.

Busca maior racionalidade na utilização dos demais


níveis assistenciais e tem produzido resultados positivos
nos principais indicadores de saúde das populações
assistidas às equipes saúde da família.
Com a implementação do PSF, o Ministério da Saúde pretende
reverter, a médio e longo prazo, a concepção de que o hospital é o
centro de todas as atividades de assistência à saúde.

A Estratégia Saúde da Família está estruturada a partir da unidade de


saúde da família, com uma equipe multiprofissional que assume a
responsabilidade por determinada população, no território a ela
vinculado.

Lá, a equipe desenvolve ações de promoção da saúde e de prevenção,


além do tratamento e reabilitação de agravos.
PRINCÍPIOS DO PSF/ESF
A adoção de programas voltados para a assistência familiar ou domiciliar é antiga,
porém, este modelo de assistência era realizado somente pelo médico, que era
conhecido como o médico de família. Com o passar dos tempos houve uma
mudança nesse modelo de assistência.

Alguns países criaram programas de prestação de cuidados integrados nos


domicílios. O objetivo era melhorar a saúde das pessoas que necessitavam de
cuidados por apresentarem alguma patologia ou dependência para o autocuidado,
principalmente os idosos.
Esse tipo de assistência privilegiava ações e atividades curativas em detrimento de
ações e atividades de promoção e proteção à saúde que vemos atualmente.
Com o PACS, observou-se que a maioria dos problemas
identificados pelos ACS poderia ser resolvida no próprio
domicílio, se houvesse uma equipe de saúde de referência. E
foi assim que o Ministério da Saúde criou o PSF.
Nele, uma equipe de saúde formada por um médico, um
enfermeiro e um auxiliar de enfermagem, além do ACS,
passou a ter a atribuição de atuar sobre uma determinada
realidade, promovendo a saúde e a qualidade de vida da
população de referência.
As equipes trabalham com território definido e com clientela
conhecida através de cadastramento e acompanhamento
contínuo.
Os princípios de atuação do PSF promovem uma mudança na prática
convencional e a adoção de um novo processo de trabalho em saúde.

Promovem ainda a hierarquização dos serviços, com ações primárias na


atenção básica e a garantia da atenção integral aos indivíduos e famílias,
já que se encontra integrada a rede de serviços de saúde.

Para a implantação do PSF, os municípios interessados deverão cumprir


as exigências estabelecidas pelo Ministério da Saúde e elaborar uma
proposta que deverá ser aprovada pelo conselho municipal de saúde. Ao
município, cabe definir a área de implantação do programa, garantir as
condições físicas e os equipamentos necessários e a contratação da
equipe de trabalho.
Após a realização do cadastramento das famílias, deverá ser
feito o levantamento de dados junto à comunidade, ou seja, os
aspectos geográficos, as características do ambiente, os dados
populacionais, os aspectos socioeconômicos e o modo de viver
da comunidade, levando em conta sua cultura, valores, crenças
e o seu processo saúde-doença. Com os dados coletados, será
feito o diagnóstico da comunidade, o planejamento e a
programação de trabalho.
ATRIBUIÇÕES DO ACS
A política nacional de atenção básica caracteriza-se por um
conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo, que
abrange ações de promoção, prevenção, recuperação e manutenção
da saúde.

Tudo isso desenvolvido de forma descentralizada e o mais


próximo da vida das pessoas. É na comunidade que a equipe de
saúde pode contribuir para a melhoria da atenção a saúde de sua
população. Para isso, a atenção básica tem a Estratégia Saúde da
Família como prioridade.
A ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMÍLIA NA ATENÇÃO BÁSICA
DO SUS
A Estratégia Saúde da Família

Atenção Básica – e de maneira especial, a ESF, para sua consecução – necessitam de diretrizes que
apoiem as diferentes atividades a elas relacionadas. A definição de território adstrito, tão cara à sua
organização, coloca-se como estratégia central, procurando reorganizar o processo de trabalho em
saúde mediante operações intersetoriais e ações de promoção, prevenção e atenção à saúde,
permitindo a gestores, profissionais e usuários do SUS compreender a dinâmica dos lugares e dos
sujeitos (individual e coletivo), desvelando as desigualdades sociais e as iniquidades em saúde.

O território define em si a adstrição dos usuários, propiciando relações de vínculo, afetividade e


confiança entre pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, sendo que estes passam a ser
referência para o cuidado, garantindo a continuidade e a resolutividade das ações de saúde e a
longitudinalidade do cuidado.
PROFISSIONAIS DAS EQUIPES
DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMÍLIA
A par das atividades comuns a todos os profissionais
envolvidos na ESF, cada um deles tem função específica,
que apresentaremos a seguir. Tal função não se basta em
si mesma, e um aprofundamento é necessário para que
cada um se reconheça e reconheça também a atividade do
outro e não se perca de vista o trabalho compartilhado.
Iniciaremos comentando sobre as prerrogativas do enfermeiro, profissional que
exerce privativamente a direção dos órgãos de enfermagem e integra a estrutura
básica de instituições de saúde, pública ou privada, e a chefia de serviço de
enfermagem, coordenando a atuação do auxiliar e do técnico.

Ao enfermeiro cabe atender a saúde dos indivíduos e famílias cadastradas,


realizando consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo e,
conforme protocolos, solicitar exames complementares, prescrever medicações e
gerenciar insumos e encaminhar usuários a outros serviços.

Cabem a ele também as atividades de educação permanente da equipe de


enfermagem, bem como o gerenciamento e a avaliação das atividades da equipe, de
maneira particular do agente comunitário de saúde (ACS), que ocupa na ESF papel
fundamental para a manutenção do vínculo entre os usuários e a Unidade de Saúde
O médico é um profissional que se ocupa da saúde humana, promovendo saúde,
prevenindo, diagnosticando e tratando doenças, com competência e resolutividade,
responsabilizando-se pelo acompanhamento do plano terapêutico do usuário.

Para que possa atender à demanda dos indivíduos sob sua responsabilidade, deve
realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea, de forma
compartilhada, consultas clínicas e pequenos procedimentos cirúrgicos, quando
indicado na Unidade de Saúde, no domicílio ou em espaços comunitários,
responsabilizando-se pela internação hospitalar ou domiciliar e pelo
acompanhamento do usuário.

Além disso, o médico deve, em um trabalho conjunto com o enfermeiro, realizar e


fazer parte das atividades de educação permanente dos membros da equipe e
participar do gerenciamento dos insumos.
O agente comunitário de saúde (ACS) exerce o papel de “elo” entre a equipe e a
comunidade, devendo residir na área de atuação da equipe, vivenciando o cotidiano das
famílias/indivíduo/comunidade com mais intensidade em relação aos outros profissionais.

•É capacitado para reunir informações de saúde sobre a comunidade e deve ter condição de
dedicar oito horas por dia ao seu trabalho.
•Realiza visitas domiciliares na área adscrita, produzindo dados capazes de dimensionar os
principais problemas de saúde de sua comunidade. Estudos identificam que o ACS, no seu
dia a dia, apresenta dificuldade de lidar com o tempo, o excesso de trabalho, a preservação
do espaço familiar, o tempo de descanso, a desqualificação do seu trabalho e o cansaço
físico.
•A esses profissionais cabe cadastrar todas as pessoas do território, mantendo esses cadastros
sempre atualizados, orientando as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde
disponíveis.
•Devem acompanhá-las, por meio de visitas domiciliarias e ações educativas individuais e
coletivas, buscando sempre a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à
UBS. Devem desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e
agravos e de vigilância à saúde, mantendo como referência a média de uma
visita/família/mês ou, considerando os critérios de risco e vulnerabilidade, em número
maior.
•A eles cabe “o acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família ou de
qualquer outro programa similar de transferência de renda e enfrentamento de
vulnerabilidades implantado pelo Governo Federal, estadual e municipal de acordo com o
planejamento da equipe”.
•O ACS também é responsável por cobrir toda a população cadastrada, com um máximo de
750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família.
Ao técnico e auxiliar de enfermagem cabe, sob a
supervisão do enfermeiro, realizar procedimentos
regulamentados no exercício de sua profissão tanto na
Unidade de Saúde quanto em domicílio e outros espaços
da comunidade, educação em saúde e educação
permanente
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

A Atenção Básica em saúde é o conjunto de iniciativas para


cuidado da população no ambiente em que se encontra.
No SUS estão incluídas as Políticas de Atenção Básica, de Saúde
Bucal, de Alimentação e Nutrição, Programa Telessaúde Brasil
Redes, etc…
É o primeiro nível de atenção em saúde e inclui  ações visando a
promoção, proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico,
tratamento, reabilitação, redução de danos, etc..
As redes ou sistemas de atenção à saúde (RAS) constituem “arranjos
organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades
tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico,
logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado”.
A  Portaria de Consolidação n. 3 de 28/09/2017  estabelece diretrizes
para a organização da Rede de Atenção à Saúde como estratégia para
superar a fragmentação da atenção e da gestão nas Regiões de Saúde e
aperfeiçoar o funcionamento do sistema para garantir o conjunto de
ações e serviços de que o usuário necessita, com efetividade e
eficiência. Essa organização visa, portanto, a consolidar os princípios da
universalidade, integralidade e equidade.
A rede constitui-se de três elementos básicos:
A população – esse elemento é a própria razão de ser da rede. O sistema deve ser capaz
de avaliar as necessidades de uma população específica sob sua responsabilidade e de
prover seu cuidado no contexto de sua cultura. O processo de definição dessa população
é complexo e envolve identificação dos fatores de risco específicos.
A estrutura operacional – é composta pela atenção primária, a atenção secundária e
terciária (ambulatorial ou hospitalar secundária e terciária), sistemas de apoio
(assistência farmacêutica, sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico, sistemas de
informação e sistemas de teleassistência), sistemas logísticos (sistema eletrônico,
sistemas de acesso regulado à atenção e sistemas de transporte em saúde), sistemas de
governança da rede.
O modelo de atenção à saúde – os modelos de atenção à saúde são sistemas lógicos
que organizam o funcionamento das redes
Nela a Atenção Primária à Saúde – APS é o primeiro nível de atenção, porta de
entrada do usuário no sistema, local de primeiro contato do indivíduo com o
sistema de saúde. Deve ser voltada para cuidado dos problemas mais comuns de
saúde e centro de comunicação de todo sistema.

A Atenção Primária em Saúde abrange “a promoção, a prevenção, o diagnóstico, o


tratamento e a reabilitação, de acordo com o perfil epidemiológico e as
necessidades de saúde apresentadas pela população de um território“.
Ela deve ser a principal porta de entrada e o centro de comunicação com toda a
Rede de Atenção à Saúde (RAS). Os pontos de atenção à saúde são espaços onde
se ofertam determinados serviços de saúde por meio de uma produção singular.
São exemplos de pontos de atenção à saúde: os domicílios, as
unidades básicas de saúde, unidades ambulatoriais
especializadas, serviços de hemoterapia e hematologia,
centros de apoio psicossocial, residências terapêuticas, etc…
Hospitais podem abrigar distintos pontos de atenção a saúde:
ambulatório de pronto atendimento, unidade de cirurgia
ambulatorial, centro cirúrgico, maternidade, UTI, etc…
O NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE
DA FAMÍLIA (NASF)
O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) foi criado em 2008 pela 
Portaria GM/ MS nº 154 de 24 de junho de 2008 (revogada pela Portaria GM/
MS nº 2.488 de 21 de outubro de 2011), com o objetivo de aumentar a
resolutividade e capacidade de resposta das equipes de saúde da família aos
problemas da população.
Esse núcleo é composto por profissionais de diferentes áreas do
conhecimento que, atuando de maneira integrada às equipes de saúde da
família nelas incluídas as equipes de saúde bucal, qualificam o atendimento
às pessoas. Espera-se que a inserção desses profissionais ampliem o olhar e
as ações do cuidado, trazendo como consequência a diminuição do número de
encaminhamentos a outros serviços e maior satisfação aos usuários.
O NASF não se configura em um serviço de especialidades na Atenção Básica e deve
realizar ações compartilhadas com as equipes de saúde da família, visando à ampliação da
clínica e mudança das práticas, contribuindo para uma melhor qualidade de vida para as
comunidades.
Conforme a Portaria GM/MS nº 3.124 de 28 de dezembro de 2012, há 03 (três)
modalidades de NASF:
• NASF 1 – Deve realizar suas atividades vinculado a, no mínimo, 05 e no máximo 09
equipes Saúde da Família e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas
(consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais).
• NASF 2 – Deve realizar suas atividades vinculado a, no mínimo, 3 e no máximo 4 equipes
Saúde da Família e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios
na rua, equipes ribeirinhas e fluviais).
• NASF 3 – Deve realizar suas atividades vinculado a, no mínimo, 1 e no máximo 2 equipes
Saúde da Família e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios
na rua, equipes ribeirinhas e fluviais), agregando-se de modo específico ao processo de
trabalho das mesmas, configurando-se como uma equipe ampliada.
Conforme a Portaria precitada, os valores dos incentivos financeiros para
implantação e os recursos de custeio que serão transferidos a cada mês tendo como
base o número de NASF cadastrados no SCNES serão objeto de portaria específica
a ser publicada pelo Ministério da Saúde.
Poderão compor o NASF profissionais das seguintes categorias: médico
acupunturista, pediatra, ginecologista/obstetra, homeopata, psiquiatra, geriatra,
internista (clínica médica) ou médico do trabalho; assistente social;
profissional/professor de educação física; farmacêutico; fisioterapeuta;
fonoaudiólogo; nutricionista; psicólogo; terapeuta ocupacional; médico veterinário;
profissional com formação em arte e educação (arte educador); profissional de
saúde sanitarista.
O horário de trabalho do NASF deve ser coincidente com o das equipes de saúde da
família e sua composição ser definida pelos gestores municipais em conjunto com
estas equipes tomando como base as necessidades locais.
O NASF faz parte da Atenção Básica, mas não se constitui como serviço com unidade
física independente ou especial, e não sendo de livre acesso para atendimento individual
ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser regulados pelas equipes de Atenção
Básica). O NASF atua nas estruturas físicas das próprias Unidades Básicas de Saúde e no
território.
Algumas ações a serem desenvolvidas pelo NASF são descritas, a seguir:
Atendimentos compartilhados com as equipes de saúde da família na Unidade Básica de
Saúde (UBS) e em visitas domiciliares;
Atividades de grupo e oficinas;
Participação em reuniões de equipes de saúde da família para melhoria do diagnóstico e
dos tratamentos aos usuários, bem como na reflexão sobre as mudanças necessárias para
melhor organização do seu processo de trabalho;

Articulação intersetorial buscando qualificação do atendimento em rede.


ATIVIDADE DO CADERNO 2
1. O que significa SUS?
2. O que é o sus e como ele funciona?
3. Quais são os princípios e diretrizes do SUS?
4. Fale dos artigos 196 a 200.
5. O que é a lei 8.142?
6. O que é Programa Saúde da Família (PSF)?
7. Quais sãos os profissionais da ESF?
ATIVIDADE AVALIATIVA
PARA HOJE!

Fazer uma pesquisa e me entregar sobre:

TIPOS DE ATENÇÃO
- Primária, secundária e terciária
- O que é ela?
- O que contém nela?
- O que faz parte dela?
- Quem atua nela?

Você também pode gostar