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ESCOLA ESTADUAL DE FELISBURGO

ATIVIDADE COMPLEMENTAR – PRÁTICAS COMUNICATIVAS E CRIATIVAS


1º BIMESTRE

Sistema Único de Saúde (SUS)

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o maior sistema público de saúde do mundo.


Proporciona acesso gratuito, universal e integral a todos, brasileiros ou não, em território
nacional. Seu complexo sistema integrado nos níveis federal, estadual e municipal permite um
atendimento amplo, tanto em termos de alcance populacional quanto em termos de serviços de
saúde, desde atenção básica e saúde da família até cirurgias de alto risco, como transplante e
separação de gêmeos siameses.

Além de serviços de baixa, média e alta complexidade, o SUS também atua na vigilância
epidemiológica e sanitária, assistência farmacêutica, atenção hospitalar, serviços de urgência e
emergência, distribuição gratuita de medicamentos e pesquisas na área da saúde.

Como funciona o SUS

O Sistema Único de Saúde é estruturado entre os três entes federativos: governo federal,
estados e municípios. Os órgãos envolvidos são respectivamente o Ministério da Saúde e as
secretarias estaduais e municipais de saúde. Há também colaboração de outros ministérios,
como o Ministério da Educação na parceria que envolve os hospitais universitários.

O Sistema Único de Saúde é o maior sistema de saúde pública do mundo.


As ações são desenvolvidas em articulação com os Conselhos Nacionais, Estaduais e Municipais
de Saúde. Integram a estrutura do Ministério da Saúde a Fiocruz, Funasa, Anvisa, ANS,
Hemobrás, Inca, Into e hospitais federais.

O Ministério da Saúde atua na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) para a elaboração


do Plano Nacional de Saúde. Na qualidade de gestor nacional, é responsável por formular as
políticas públicas, as diretrizes e normas, bem como fiscalizar e avaliar sua implementação.

As secretarias estaduais de saúde compõem a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que


elabora o Plano Estadual de Saúde e formula políticas públicas. Juntamente com os Conselhos
Estaduais de Saúde, elas dão suporte aos municípios nas ações estipuladas.

As secretarias municipais de saúde são as executoras dos serviços de saúde. A Constituição de


88 elevou os municípios ao patamar de entes federativos, com responsabilidades e orçamento
próprio. Portanto, em articulação com os Conselhos Municipais de Saúde, essas secretarias
planejam e implementam o Plano Municipal de Saúde. Na prática, esboçam, organizam,
cumprem, monitoram e avaliam as ações e serviços de saúde definidos nos planos nacional,
estadual e municipal.
A rede de atendimento que integra o SUS envolve a Estratégia Saúde da Família – composta
por agentes comunitários atendendo de casa em casa –, postos de saúde, Unidades Básica de
Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu), hospitais municipais, estaduais, federais, federais universitários, setor privado
conveniado e contratado, institutos de pesquisa, hemocentros e redes de distribuição gratuita de
medicamentos.

O tratamento é dividido em graus de complexidade. A Atenção Básica abrange a prevenção, com


ações como consultas e vacinação; a Atenção Secundária engloba o atendimento
especializado; a Atenção Terciária enfoca os casos de internação; a Reabilitação é o
acompanhamento posterior ao tratamento quando se faz necessário.

Importância do SUS

O Brasil é o único país com mais de duzentos milhões de habitantes que oferece serviço de
saúde gratuito a toda a sua população. Seu alcance, em um país continental e multicultural
como o Brasil, vai desde grandes, médias e pequenas cidades até populações ribeirinhas,
indígenas e quilombolas.

O SUS é um sistema de saúde integrado, com um sistema único de informações, um plano


nacional de saúde, além da integração de diversos serviços e ações de baixa, média e grande
complexidade. Possui também ampla participação também da sociedade civil por meio dos
conselhos de saúde, o que permite que as políticas elaboradas levem em consideração as
demandas de diferentes segmentos sociais, desde profissionais de saúde até as populações
atendidas.

Outro ponto extremamente importante é o protagonismo que o SUS confere à prevenção de


doenças. Para além de tratamentos e mitigação de doenças e epidemias, a maneira como o SUS
é desenhado e operacionalizado permite que haja controle sanitário para antever e evitar surtos
epidêmicos, realizar diagnósticos antecipados de crises e promover campanhas de informação,
imunização e ações preventivas. Também tem efetiva condição de monitorar as ações de saúde,
avaliá-las e aperfeiçoar as políticas públicas.

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das mais importantes instituições mundiais de pesquisa em saúde pública. [1]
Como aponta o médico Drauzio Varella, o SUS viabiliza de forma gratuita o maior programa de
vacinações e transplantes de órgãos do mundo. Além disso, o programa de distribuição de
remédios para tratamento da aids e a Estratégia Saúde da Família são referências para outros
países, com reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outro ponto a ser salientado é que, em um país tão desigual e com alta concentração de renda
como o Brasil, políticas públicas de acesso gratuito a serviços essenciais, como o SUS oferece na
área da saúde, tornam-se mecanismos de redistribuição de renda. Mesmo com os gargalos e
falhas que ainda precisam de aperfeiçoamento, o SUS é um grande patrimônio do povo
brasileiro.

História do SUS

A saúde como direito de todos e dever do Estado foi pactuada na Constituição de 1988. Antes
disso, só tinham acesso ao sistema público de saúde os trabalhadores formais vinculados à
Previdência Social. Os demais – trabalhadores informais, trabalhadores do campo,
desempregados e suas famílias – dependiam do atendimento de entidades filantrópicas, como as
Santas Casas de Misericórdia.

Durante a década de 1970, no contexto de contestação à ditadura militar, surgiu o movimento


Reforma Sanitária, formado principalmente por profissionais da saúde que desenvolviam debates
sobre o setor de saúde no Brasil, apontando as mudanças necessárias e propondo teses. Seu
marco institucional foi a 8ª Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu em 1986, quando
houve uma convergência com a diretriz da Organização das Nações Unidas (ONU) que
preconizava o acesso universal à saúde.

Integrados às comissões da Assembleia Nacional Constituinte, os sanitaristas desse movimento


conseguiram incorporar na agenda a universalidade do acesso à saúde, que foi consagrada
como direito na Constituição de 1988 e efetivada na criação do Sistema Único de Saúde
(SUS).

Encerramento da
votação da nova Constituição com discurso do deputado Ulysses Guimarães em 1988. [2]
Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde, nº 8.080, que determinou os
parâmetros de como deveria funcionar o sistema público de saúde. Em 2000, com a aprovação da
Emenda Constitucional 29 (EC-29), o SUS passou a ser administrado de forma tripartite e com
recursos dos três entes federados.
Princípios e diretrizes do SUS

Os princípios e diretrizes do SUS padronizam sua organização, suas ações e seus objetivos em
todo o Brasil, não só em suas unidades, mas também no setor privado a ele conveniado.

 Universalização: A saúde é um direito de todas as pessoas que se encontram no território


brasileiro, independentemente de nacionalidade, cor, etnia, religião, classe social, sexo ou
qualquer outra característica que as diferencie dos demais.

 Equidade: Nortear os serviços de saúde pelo princípio da equidade significa que, embora todos
tenham os mesmos direitos, as desigualdades serão consideradas de modo que, onde a carência
é maior, haja mais investimento. Um exemplo é o tratamento preferencial ao idoso e à gestante.

 Integralidade: O princípio da integralidade oportuniza o atendimento integral, abrangendo a saúde


em todos os âmbitos, desde a prevenção até o tratamento de doenças graves. Além disso, permite
que as necessidades de saúde de cada pessoa sejam vistas de modo global, dentro do seu
contexto de vida, de modo que as políticas públicas de saúde sejam integradas a outras
competências do poder público e produzam impacto na qualidade de vida.

Problemas do SUS

Um país continental, como é o Brasil, apresentará inúmeras dificuldades a qualquer programa


governamental que se proponha universal. Somados à dificuldade geográfica, temos
os problemas estruturais, como a pobreza, a concentração de renda, as desigualdades
regionais na distribuição de recursos, que, por sua vez, geram diferentes padrões de
infraestrutura e qualidade de vida, ao ponto de, no mesmo país e até na mesma cidade, alguns
lugares apresentarem o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da Suécia, enquanto outros
apresentam o IDH do Haiti.

Às dificuldades geográficas e sociais se soma a falta de recursos. Os recursos mínimos para


saúde e educação são fixados em lei. O governo federal deve destinar 13,2% da receita com
impostos; os estados, 12% da receita de impostos e transferências; e os municípios, 15% da
receita de impostos e transferências. O que ocorre é que, como afirma o economista Ladislau
Dowbor, a arrecadação é centralizada na União, que fica com mais recursos e envia somente
13% para os municípios, onde as políticas de saúde, educação e segurança efetivamente
acontecem.

Outros países de alta carga tributária, como a Suécia, fazem o oposto. Lá 72% dos recursos de
impostos vão para municípios. Conforme dados apresentados pelo site Politize!|1|, o governo
federal gastava em 2016 uma média de R$ 3,00 por dia com a saúde de cada brasileiro, um valor
abaixo da média mundial. Além disso, o Brasil é o único entre as dez maiores economias
mundiais em que os gastos privados com saúde são maiores que os gastos públicos.

Como afirma o médico e sanitarista Drauzio Varella, em artigo de 2019:

“Ao SUS faltam recursos e gestão competente para investi-los de forma que não sejam
desperdiçados, desviados pela corrupção ou para atender a interesses paroquiais e, sobretudo,
continuidade administrativa. Nos últimos dez anos, tivemos 13 ministros da Saúde. Apesar das
dificuldades, estamos numa situação incomparável à de 30 anos atrás. Devemos defender o SUS
e nos orgulhar da existência dele”. |2|
É preciso salientar, todavia, que problemas como desvio de recursos e má gestão devem ser
resolvidos com mecanismos de fiscalização e controle, inclusive com participação da sociedade
civil por meio de conselhos. Não é razoável desprezar o que foi conquistado até aqui. O SUS
possui áreas deficitárias, mas também possui ilhas de excelência, referenciais para o mundo. A
valorização do SUS é essencial para que o seu aperfeiçoamento seja uma prioridade política e se
dê por meio da continuidade administrativa e ampliação de seus serviços.
1. O que é o SUS e qual a sua importância?

2. Quais são os 5 princípios do SUS?

3. Quais são os três pilares do SUS?

4. Qual foi o governo que criou o SUS?

5. Quais são os principais problemas do SUS?

6. Qual o objetivo do Sistema Único de Saúde?

7. Qual foi o motivo da criação do SUS?

8. O que é o SUS e quando foi criado?

9 Ao dar entrada em uma unidade pública de saúde, uma paciente foi atendida preferencialmente,
passando à frente de pacientes que estavam aguardando atendimento e que tinham uma
classificação de risco mais grave. Após reclamações, soube-se que o privilégio no atendimento se
deu por tratar-se de amiga de um deputado influente na cidade. De acordo com a Lei Orgânica da
Saúde, a conduta feriu diretamente o seguinte princípio do SUS:

(A)integralidade. (B)igualdade. C. universalidade. (D)imparcialidade. (E)descentralização.

10. A redistribuição das responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários
níveis de governo, a partir da ideia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada,
mais chance haverá de acerto, está relacionada ao seguinte princípio do SUS:

A)regionalização. B) integralidade. C) descentralização. D) hierarquização. E)universalidade.


11. Considerando as disposições legais acerca da organização do Sistema Único de Saúde
(SUS), analise as afirmativas a seguir.

I. As ações e serviços de saúde executados pelo SUS deverão ser organizados de forma regionalizada
e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
II. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações e os serviços
de saúde que lhes correspondam, exceto no que se refere às ações de urgência e emergência.
III. No nível municipal, o Sistema Único de Saúde poderá organizar-se em distritos de forma a integrar
e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.

Está correto somente o que se afirma em:


A) I B) II. C) III. D) I e II. E) I e III.

12. A respeito da organização do SUS, analise as afirmativas a seguir, considerando V para a


verdadeira e F para a falsa:

( ) As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes


federativos.
( ) Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de atenção
primária e vigilância em saúde.
( ) As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de
várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores.
A sequência correta é:
a) V - F - F. B)F - F - V. C) V - F - V. D) F - V - F. E) V - V - F.

13. Considerando os objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS), dispostos na Leinº 8.080/90,
analise as afirmativas a seguir:
I - Um dos objetivos do SUS diz respeito à identificação e divulgação dos fatores condicionantes e
determinantes da saúde.
II - O SUS tem como objetivo principal a execução de ações de vigilância sanitária e epidemiológica e
de saúde do trabalhador.
III - Não está incluída nos objetivos do SUS a assistência às pessoas por intermédio de ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das
atividades preventivas.

Está correto somente o que se afirma em:


a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

14. Uma das principais conquistas da Reforma Sanitária com acriação do SUS foi a de
a) regulamentar a atuação dos serviços privados de saúde.
b) fiscalizar as operadoras de plano de saúde.
c) consolidar as campanhas sanitárias.
d) incluir as policlínicas no sistema de saúde.
e) universalizar o acesso aos serviços de saúde.
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