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CAPÍTULO:
Estudos e Avaliação de indicadores de saúde:
sistemas nacionais de informação para doenças
transmissíveis e não transmissíveis
ASSUNTO:
Monitoramento e avaliação de intervenções
para controle ou eliminação ou erradicação de
doenças transmissíveis (tuberculose,
hanseníase, sífilis congênita e HIV/AIDS e
hepatites)
PROFESSORA THAÍS FIGUEIREDO
A resposta social aos problemas de saúde
Formulação de políticas públicas saudáveis. Garantir que as políticas setoriais contribuam com o desenvolvimento de condições favoráveis para
promover a saúde. Desde a escolha de alimentos saudáveis, evitar o uso de álcool e o tabagismo, até o favorecimento da distribuição equitativa
do ingresso econômico, promover a equidade de gênero e aceitar a diversidade.
Estabelecer as condições que produzam um impacto positivo sobre a saúde, nesses tempos de rápidas mudanças e adaptações sociais,
tecnológicas e laboratoriais. Por exemplo, segurança urbana, higiene ocupacional, acesso à água potável, recreação, além de redes de apoio
social e de autoajuda.
Fortalecimento de ações comunitárias. Promover a participação da indústria, os meios de comunicação e os grupos comunitários no
estabelecimento de prioridades e tomada de decisões que afetam a saúde coletiva. Como exemplo dessas ações, estão aquelas do
movimento de municípios e escolas saudáveis e a vigilância em saúde pública.
Desenvolvimento de habilidades pessoais. Capacitar as pessoas com conhecimentos e habilidades para enfrentar os desafios da vida e
estabelecer objetivos de contribuição com a sociedade, por exemplo, a educação do adulto, educação para a saúde, manejo de alimentos,
processos para tornar a água potável.
Reorientação dos serviços de saúde. Redefinição de sistemas e serviços de saúde que considerem a pessoa de forma integral, e não somente
como sujeito de risco; por exemplo, estabelecer redes de colaboração entre os fornecedores e os usuários dos serviços de saúde na criação de
sistemas de atenção primária em domicílio, hospitalização em casa e serviços de atenção a saúde da criança.
Saúde populacional
No enfoque individual, a intervenção de controle está voltada a esse grupo de alto risco e seu
sucesso total envolve o truncamento da distribuição de risco em seu extremo.
Por outro lado, no enfoque populacional, a intervenção de controle está voltada a toda a
população e seu sucesso total envolve o deslocamento para a esquerda da distribuição em
conjunto.
Se, pelo contrário, o risco está amplamente distribuído entre toda a população, é
necessário aplicar um enfoque populacional.
Prevenção secundária: voltada à cura das pessoas enfermas e à redução das consequências mais graves da
doença mediante a detecção prévia e tratamento precocedos casos; seu objetivo não é reduzir a
incidência da enfermidade, mas sim, reduzirsua gravidade e duração e, consequentemente, reduzir as
complicações e a letalidade da doença. Os programas de triagem ou rastreamento populacional, como
as campanhas massivas de exame de Papanicolau ou para detecção e tratamento precoce do câncer de
colo de útero, são exemplos de prevenção secundária.
• Os serviços de saúde no nível local têm que manter uma dupla ação.
• Por um lado, fornecer atenção às pessoas conforme suas necessidades individuais e, por
outro, desenvolver ações voltadas para a população em seu conjunto, conforme normas e
prioridades estabelecidas.
• Num primeiro caso, o controle da doença nas pessoas, através de serviços de saúde.
Num cenário epidêmico, controle significa conseguir rapidamente uma curva descendente e,
eventualmente, esgotar a epidemia, ou seja, o retorno aos níveis esperados. Aqui, a dimensão
temporal do termo controle sempre envolve o curto prazo (o retorno aos níveis esperados o mais
rapidamente possível).
As medidas de controle de uma doença ou dano à saúde são organizadas ao redor dos quatro
níveis de prevenção básicos: primordial, primária, secundária e terciária. Por sua vez, as medidas
de controle podem estar voltadas ao indivíduo ou à população; podem perseguir um cenário de
controle, de eliminação ou de erradicação e podem ser, por sua natureza, gerais ou específicas.
• Isolar e limitar o movimento dos casos altamente contagiosos quando existe grande número de
suscetíveis na área ou isolar os mais suscetíveis (isolamento, quarentena, cordão sanitário).
• Buscar, identificar e tratar os doentes e portadores, através da detecção, diagnóstico, notificação,
tratamento e acompanhamento de casos até seu período de convalescença e total recuperação (alta
epidemiológica), seja através das atividades de vigilância ou por investigação de campo.
Voltadas ao Reservatório
Dependendo da natureza, as medidas de controle podem estar voltadas aos reservatórios humanos, animais ou ambientais.
Reservatórios animais:
• Imunização de animais selvagens e animais domésticos contra a raiva.
• Controle sanitário e quimioterapia massiva de gado para consumo humano, inclusive eliminação dos animais
(teníase, encefalopatia espongiforme).
• Eliminação de carrapatos de certos animais domésticos.
Reservatórios ambientais:
O agente costuma sair do reservatório humano e animal por vias fisiológicas, tais como a respiratória e a digestiva.
O controle da via de saída respiratória é mais difícil e, por isso, historicamente, acabou gerando medidas de isolamento e
quarentena dos pacientes.
As medidas de controle entérico, ou seja, bloqueio da via de saída digestiva, compreendem principalmente ações de eliminação do
agente por meio da desinfecção, incluindo a aplicação contínua de medidas de higiene pessoal básicas.
A via percutânea pode ser bloqueada evitando punções de agulhas e picadas de mosquito e a via urogenital utilizando
preservativos; em algumas ocasiões, a saída do agente por via transplacentária, normalmente efetiva para conter infecções, pode
ser bloqueada mediante a aplicação de medidas terapêuticas, como a administração de anti-retrovirais em mulheres gestantes
infectadas pelo HIV.
Em outros casos, tenta-se evitar a contaminação de agulhas, a infecção do vetor e o contágio a outra pessoa, ou seja, a medida de
bloqueio da porta de saída está voltada ao reservatório da doença, normalmente o indivíduo doente ou infectado.
Voltadas à via de transmissão
Evitar a punção com agulhas, as picadas de mosquitos, limpar e cobrir as feridas e usar
preservativos, são exemplos de medidas de controle voltadas ao bloqueio da porta de entrada.
Nesse caso, as medidas de bloqueio da porta de entrada estão voltadas ao hospedeiro suscetível,
diferentemente das de bloqueio da porta de saída, voltadas ao reservatório (o paciente), conforme
vimos.
As portas de entrada respiratória e digestiva são também as mais difíceis de controlar; de fato, a
aplicação de medidas massivas de eliminação ou destruição do agente por meio de desinfecção são
as únicas que protegem essas portas de entrada no hospedeiro suscetível; se aquelas falham, essas
também e, portanto, a doença se propaga com facilidade.
Isso explica em parte a alta prevalência de doenças de transmissão respiratória e digestiva, assim
como a importância de manter sistemas de abastecimento de água e saneamento com apropriado
controle de qualidade, entre outros aspectos relevantes
Voltadas ao hospedeiro suscetível
Pela sua natureza, essas medidas podem ser de dois tipos: inespecíficasou específicas
Inespecíficas.: Essas medidas têm o foco de influenciar o estilo de vida atravésda promoção da saúde individual, a influência da
sociedade, a família e o grupo social ao qual se pertenceou de referência,como elementos essenciaispara desenvolver
comportamentos saudáveisque evitem a doença na população. Dependem tanto de valores sociais como de intervenções sanitárias.
As mais comuns incluem mantermedidas higiênicas pessoais e coletivas, incluindo uma dieta balanceada, programar tempo de descanso
e exercício, tomar precauções universais para o cuidado de pessoas doentes, etc.Essas medidas gerais são aplicáveis a todo tipo de risco,
doença e dano, e sua importância parao controle de doenças transmissíveis é enorme. No contexto dos serviços de saúde, sejam
assistenciais,de saúde pública e epidemiologia, de laboratório ou apoio diagnóstico, é de especial importância considerar a aplicação
rotineira de medidas universaisde biossegurança,para a proteção dos funcionários de saúde, dos pacientes sob cuidado e da própria
população
Específicas: Essas medidas estão direcionadas a melhorar a habilidade do hospedeiro para resistir ao ataque de
agentes produtores da doença, seja diminuindo sua suscetibilidade, aumentando sua resistênciaou diminuindo seu
nível de exposiçãoao dano específico. Aaplicação de vacinas, o uso profiláticode produtos imunológicos ou
farmacológicos e a aplicação de medidas curativas e de reabilitação em geral são exemplos dessas medidas.
Algumas medidas de prevenção e controle
35.Pulverização de residências.
36.Quimioprofilaxia.
37. Recomendações sanitárias através de meios massivos de comunicação (comunicação de risco).
38. Regulações de segurança sanitária.
39. Tratamento de casos.
40. Tratamento farmacológico massivo.
41. Triagem ou rastreamento de sangue e hemoderivados.
42. Triagem ou rastreamento populacional.
43. Vacinação de contatos.
44. Vacinação de população suscetível
Saúde populacional
Introdução
Os países da Região das Américas se comprometeram com a consecução dos objetivos da Agenda 2030
para o Desenvolvimento Sustentável e da Agenda de Saúde Sustentável para as Américas 2018- 2030
(ASSA2030).
Para tanto, reafirmaram a necessidade de haver ação coletiva para cumprir a meta 3.3 dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), que requer acabar com as epidemias de aids, tuberculose, malária e
doenças tropicais negligenciadas e combater as hepatites, as doenças transmitidas pela água e outras
doenças transmissíveis, assim como o objetivo 10 da ASSA2030, que busca reduzir a carga das doenças
transmissíveis e eliminar as doenças negligenciadas.
O conceito abrangente promovido por essa iniciativa é a de uma abordagem comum para a
eliminação dessas doenças transmissíveis, as quais impõem uma carga epidemiológica
significativa e cuja eliminação é viável com as ferramentas e tecnologias existentes.
Ao longo de sua história, que se estende por mais de 116 anos, a OPAS vem desempenhando um papel essencial na
realização de importantes avanços para a eliminação de doenças nas Américas e no mundo.
A OPAS liderou a erradicação da varíola e a eliminação da poliomielite e do tétano neonatal nas Américas, e apoiou os
países na eliminação da transmissão endêmica do sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita (SRC) pelo
fortalecimento de programas de vacinação bem concebidos e bem implementados já existentes.
Para além das doenças que podem ser prevenidas com vacina, os países da Região estão também se aproximando da
eliminação da malária e de várias doenças infecciosas negligenciadas, inclusive a doença de Chagas, hanseníase,
tracoma, filariose linfática e oncocercose (cegueira dos rios).
Obtiveram ainda reduções substanciais do impacto adverso da geo-helmintíase, esquistossomose e fasciolíase nas
crianças e outras populações em risco por meio de estruturas e intervenções ambientais e de saúde pública, como a
quimioprofilaxia das geo-helmintíases e a melhoria do acesso à água para consumo humano, ao saneamento básico e à
moradia com qualidade e segurança.
A eliminação da transmissão materno-infantil (TMI) do HIV, sífilis, hepatite B e doença de Chagas nas Américas também
está ao alcance por meio de um enfoque inovador, integrado, eficaz e com boa relação custo-benefício.
Antecedentes
No entanto, há ainda muito por fazer, e a atual agenda de eliminação precisa ser acelerada para manter os
ganhos e continuar avançando a resposta às doenças transmissíveis na Região.
Isso é urgente diante da transição demográfica e epidemiológica em curso, das iniquidades em saúde
em nossa Região, da carga ascendente e simultânea das doenças não transmissíveis e da limitação
cada vez maior dos recursos que afetam as respostas nos âmbitos nacional e regional.
O trabalho futuro pode ser fortalecido com a elaboração de uma iniciativa regional de eliminação
plenamente alinhada com o Plano Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde 2020-2025 e
os ODS e vinculada a estratégias e planos de ação mundiais e regionais em curso das Nações Unidas,
da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da OPAS para melhorar a saúde e o bem-estar.
Entre elas está a iniciativa conjunta da OMS por um plano de ação mundial a favor de uma vida
saudável e bem- estar para todos: unidos para acelerar o progresso no sentido dos ODS relacionados
à saúde, que deve contribuir significativamente para a consecução dos ODS até 2030.
O número e o alcance das doenças transmissíveis e condições relacionadas nas Américas é enorme e vasto.
O foco, portanto, recairá sobre um grupo-chave de doenças que representam uma carga significativa e afetam desproporcionalmente as
populações mais vulneráveis da Região, incluindo as populações indígenas, afrodescendentes e migrantes, e cuja eliminação é viável com a
utilização de meios técnicos disponíveis e inovadores.
São elas o HIV, inclusive a TMI; a sífilis, inclusive a sífilis congênita; o vírus da hepatite B, inclusive a transmissão perinatal e na primeira infância; o
vírus da hepatite C; a febre amarela; a doença de Chagas, inclusive a congênita; bem como a malária, leishmaniose, esquistossomose, geo-
helmintíase, oncocercose, filariose linfática, fasciolíase, tracoma, hanseníase, bouba, tuberculose, cólera, peste, raiva humana e difteria.
A iniciativa também trata do risco de reintrodução de doenças que podem ser prevenidas com vacina como a rubéola, inclusive a síndrome da
rubéola congênita, o sarampo e a poliomielite, bem como do controle de doenças que tendem a produzir surtos, como o cólera, a peste e a febre
amarela por meio do Regulamento Sanitário Internacional.
Além dessas doenças transmissíveis, o câncer de colo do útero foi considerado uma doença com grande potencial para a eliminação como um
problema de saúde pública, com base em intervenções disponíveis e com boa relação custo-benefício para a prevenção desse câncer comum nas
mulheres.
A iniciativa de eliminação também está visando certos fatores ambientais determinantes relacionados às doenças transmissíveis, inclusive a
eliminação da defecação a céu aberto e da preparação de alimentos com combustíveis de biomassa poluentes, ambos problemas de saúde pública
generalizados em certas áreas geográficas.
As doenças e condições cobertas por essa iniciativa são apresentadas no anexo B, o qual indica as metas e objetivos de eliminação e a atual
situação epidemiológa
Justificativa Econômica
Dados os custos econômicos tanto dos AVAI como das mortes, juntamente com o custo
monetário para o setor da saúde, os benefícios financeiros desta iniciativa devem ser
considerados.
Além disso, estima-se também uma redução de $6,7 bilhões e $10,4 bilhões das despesas
individuais nos períodos correspondentes
Justificativa econômica