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Conceito e fundamentos da epidemiologia, determinação social do processo saúde-doença, indicadores de saúde como
ferramentas operacionais para análise da situação de saúde e sistemas de informação em saúde de abrangência nacional como
principal fonte de dados secundária.
PROPÓSITO
Compreender a epidemiologia como ciência voltada para o processo saúde-doença e sua relação com a determinação social, com
vistas à potencialização de habilidades técnicas para a análise da situação de saúde a partir da construção e interpretação dos
principais indicadores em saúde.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir os conceitos básicos da epidemiologia, com destaque para a noção de determinação social do processo saúde-doença
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
O conhecimento das condições de saúde de uma população ou grupo específico é de grande relevância e interesse para gestores
e profissionais que atuam na promoção, prevenção e assistência em saúde. Nesse sentido, os estudos epidemiológicos são
essenciais e devem servir de base para os adequados planejamento, monitoramento e avaliação das políticas públicas de saúde.
Toda e qualquer política pública deve ser pautada pelas necessidades e prioridades de saúde da população. Para tanto, a
utilização de indicadores de saúde é a principal ferramenta de mensuração dessas necessidades. A partir da análise das situações
de saúde, é possível apontar indiretamente as condições de vida e trabalho de uma sociedade.
No primeiro módulo, apresentaremos os conceitos básicos da epidemiologia e a importância dos estudos epidemiológicos para o
campo da saúde pública. Na sequência, definiremos o conceito de determinação social do processo saúde-doença. No segundo,
apresentaremos o conceito de indicador de saúde e seu uso como ferramenta de análise da situação de saúde. Em seguida,
destacaremos os principais tipos de indicadores, as nomenclaturas, os métodos de cálculo e as fontes de informação de base de
dados secundárias, utilizadas na mensuração das condições de saúde de uma população.
MÓDULO 1
Definir os conceitos básicos da epidemiologia, com destaque para a noção de determinação social do processo saúde-doença
RESUMINDO
Epidemiologia é o ramo das ciências que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores
determinantes dos eventos relacionados à saúde (PEREIRA, 2013).
Trata-se de uma disciplina fundamental no campo da saúde coletiva, uma vez que os estudos epidemiológicos são direcionados
para diferentes grupos populacionais, como, por exemplo, população indígena, crianças menores de um ano de idade, usuários de
um serviço de saúde ou trabalhadores rurais. A população-alvo dos estudos epidemiológicos também pode ser definida em termos
geográficos, como a população de um país, município ou bairro.
Para Rouquayrol, Goldbaum e Santana (2013), os estudos epidemiológicos são orientados de acordo com três macro-objetivos:
Proporcionar informações para o planejamento, a execução e a avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das
doenças.
Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades.
No quadro a seguir, apresentamos alguns estudos que foram desenvolvidos tendo como referência estes objetivos:
MATRIZES DA EPIDEMIOLOGIA
Como campo do conhecimento, a epidemiologia possui interface com outras três grandes áreas do saber: Ciências Biológicas,
Ciências Sociais e Estatística. A confluência desses saberes fez com que ganhasse diferentes matrizes, subdividindo-se em:
Epidemiologia clínica
Reúne conceitos da clínica e da epidemiologia com o propósito de buscar melhores diagnósticos, prognósticos e tratamento de
doenças, a partir do manejo de problemas encontrados na prática médica com pacientes (ALMEIDA FILHO, 1993).
Epidemiologia social
Tem como pressuposto básico a compreensão de que os eventos relacionados à saúde não se distribuem ao acaso entre as
pessoas. Há grupos populacionais que apresentam maior chance de desenvolver determinada doença se comparados a outros
grupos. As diferenças ocorrem, pois os fatores que influenciam o estado de saúde das pessoas não estão distribuídos igualmente
na população e acometem mais alguns grupos do que outros (PEREIRA, 2013).
Epidemiologia nutricional
Reúne conceitos da nutrição e da epidemiologia com o propósito de estudar o efeito da dieta sobre a ocorrência de doenças
específicas. No contexto mundial, os fatores nutricionais desempenham importante papel na morbidade e mortalidade das doenças
crônicas não transmissíveis (KAC; SICHIERI; GIGANTE, 2007).
Epidemiologia descritiva
Tem o objetivo de descrever a distribuição das doenças e dos agravos à saúde segundo as variáveis de tempo e lugar e as
características do indivíduo. Trata-se de responder à pergunta: quando, onde e quem adoece? (LIMA-COSTA; BARRETO, 2003).
Epidemiologia analítica
Tem o objetivo de investigar a existência de associação entre uma exposição e uma doença ou um agravo à saúde, com o intuito
de estabelecer explicações para uma eventual relação entre eles. Além disso, busca os fatores determinantes dos eventos (LIMA-
COSTA; BARRETO, 2003).
No contexto da saúde pública brasileira, a aplicação do método epidemiológico se tornou uma potente ferramenta de apoio ao
planejamento, ao monitoramento e à avaliação das ações, dos programas e das políticas públicas de saúde. Nesse sentido, a
epidemiologia auxilia os gestores e profissionais de saúde no processo de tomada de decisão, com base na análise das condições
de saúde e de vida das populações.
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
Para que a situação de saúde da população seja analisada, é necessário conhecer como se desenvolve o processo saúde-
doença. Esse é um conceito importante de epidemiologia social, que procura caracterizar a saúde e a doença como componentes
integrados e dinâmicos, onde cada situação de saúde presente no indivíduo ou no grupo populacional é o resultado de um
conjunto de determinantes históricos, sociais, econômicos, culturais e biológicos (ROUQUAYROL; GOLDBAUM; SANTANA, 2013).
Para melhor compreender o conceito de processo saúde-doença, é preciso esclarecer: o que entendemos como saúde?
A saúde foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como: “um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental,
espiritual e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. Assim, saúde não é a ausência de doença.
Imagem: Shutterstock.com
Durante a realização da VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986, em que foi formulada a Reforma Sanitária brasileira, a
saúde ganhou uma concepção bastante ampla e passou a ser definida como:
A RESULTANTE DAS CONDIÇÕES DE ALIMENTAÇÃO, HABITAÇÃO,
EDUCAÇÃO, RENDA, MEIO AMBIENTE, TRABALHO, TRANSPORTE,
EMPREGO, LAZER, LIBERDADE, ACESSO E POSSE DA TERRA E ACESSO A
SERVIÇOS DE SAÚDE.
Aqui, a saúde deve ser entendida como componente intrínseco da qualidade de vida.
SAIBA MAIS
Segundo o artigo 196 da Constituição Federal (BRASIL, 1988): “A saúde é direito de todos e dever do
Estado”. Essa afirmação remete à noção de saúde como direito social. Ao Estado cabe garantir as ações de
promoção e proteção da saúde, e de prevenção, tratamento e reabilitação da doença.
Diante desses conceitos, podemos constatar que o processo saúde-doença representa o conjunto de relações que produz e
condiciona o estado de saúde e doença de uma população, a qual se modifica segundo a época em que vivemos, assim como os
interesses dos diversos grupos sociais. Portanto, saúde não é um conceito abstrato. Define-se no contexto histórico de
determinada sociedade e em dado momento de seu desenvolvimento científico (GUALDA; BERGAMASCO, 2004). Essa
concepção aborda o binômio saúde-doença em uma perspectiva interacional, ressaltando os aspectos biológico, econômico,
cultural e social que permeiam o processo de produção do adoecimento atrelado ao contexto sócio-histórico em que se insere o
indivíduo ou grupo populacional.
Comissão Nacional sobre os Os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais,
Determinantes Sociais da Saúde psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de
(CNDSS) saúde e seus fatores de risco na população.
Organização Mundial da Saúde Os DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham.
(OMS)
Os DSS são os fatores e mecanismos por meio dos quais as condições sociais
Krieger (2001) afetam a saúde e que, potencialmente, podem ser alterados a partir de ações
baseadas em informação.
De acordo com Possas (1989), a determinação social do processo saúde-doença é definida essencialmente pelas seguintes
condições:
Condições de vida
Condições materiais necessárias à subsistência, relacionadas à nutrição, à habitação, ao saneamento básico e às condições do
meio ambiente, entre outros fatores determinantes do processo saúde-doença.
Condições de trabalho
São aquelas que teriam como referência o processo de trabalho em si, como os fatores de exposição no ambiente de trabalho, o
desgaste físico e mental, e o modo de inserção do indivíduo na estrutura ocupacional.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a Análise de Situação de Saúde (ASIS) é um processo analítico-
sintético que permite caracterizar, medir e explicar o processo saúde-doença de uma população. Debruça-se sobre os problemas
de saúde, assim como seus determinantes, tendo como finalidade a identificação de necessidades e prioridades em saúde, a
identificação de intervenções e de programas apropriados, e a avaliação de seu impacto (BRASIL, 2015).
Desigualdades
Quaisquer diferenças observáveis entre subgrupos (de nível econômico, escolaridade, local de residência, sexo etc.) dentro de
uma população.
Iniquidades
Desigualdades de saúde entre grupos populacionais, que, além de sistemáticas e relevantes, também são evitáveis, injustas e
desnecessárias.
A seguir, apresentamos o modelo explicativo da determinação social do processo saúde-doença, no qual estão representadas as
relações hierárquicas em camadas entre os fatores determinantes da saúde:
Determinantes sociais da saúde.
Buss e Pelegrini Filho (2007, p. 85-86) descrevem cada uma dessas camadas dos DSS, fazendo uma correlação com possíveis
políticas públicas que, uma vez implementadas, podem modificar tais fatores. Vamos avaliar essa descrição:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
Aprofundar a investigação acadêmica sobre a mudança social e sobre os determinantes dos diferentes fenômenos sociais.
No entanto, de acordo com a Rede Interagencial de Informação para a Saúde (RIPSA, 2008), para que possa cumprir sua função
de mensuração, o bom indicador deve atender a alguns critérios de qualidade essenciais. São eles:
Critérios de
Descrição
qualidade
Capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a realidade que se deseja medir e
Validade
modificar.
Simplicidade De fácil obtenção, construção, manutenção, comunicação e entendimento pelo público em geral.
Para mensurar os efeitos do processo saúde-doença de determinada população ou grupo específico ou para verificar o
desempenho dos serviços de saúde, utilizamos os indicadores de saúde. De modo geral, a análise de um conjunto de indicadores
de saúde expressa as condições de saúde segundo (RIPSA, 2008):
Os grupos vulneráveis específicos – profissionais do sexo, população privada de liberdade, população em situação de rua
Classificação Indicadores
Indicadores de morbidade
Taxa de incidência de tuberculose
Taxa de prevalência de desnutrição infantil
Para mensurar outros aspectos relacionados aos fatores determinantes das condições de vida e trabalho, é preciso incluir na
análise indicadores de diferentes setores, como, por exemplo:
Indicadores
Indicadores.
Elaborado por Jarcelen Thais.
Com base nesses exemplos, podemos perceber que a construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar
desde a simples contagem direta de determinado evento até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices.
A nomenclatura de cada indicador de saúde aponta a forma como este deve ser calculado. Vamos conhecer alguns métodos de
cálculo de indicadores:
NÚMERO ABSOLUTO
É o resultado de uma contagem ou estimativa em valor absoluto. São dados comuns que, por terem sido dotados de um
significado ou conceito, passam a ser considerados indicadores.
PROPORÇÃO
Quociente entre duas medidas. O numerador é o número de casos específicos e o denominador é o número total de casos,
multiplicado por 100. O numerador sempre está incluído no denominador.
TAXA OU COEFICIENTE
Quociente em que o número de eventos ocorridos (numerador) é ponderado pelo número de pessoas potencialmente expostas ao
evento (denominador). Expressa a noção de risco (probabilidade de ocorrência), pois mostra a relação entre eventos reais e
potenciais, ou seja, os valores do denominador estão sujeitos ao que ocorre no numerador.
Como o resultado da divisão é sempre um número decimal, devemos multiplicá-lo por 1.000 ou 10.000 ou 100.000, a fim de tornar
o resultado mais fácil de compreender.
Método de cálculo: Nº de óbitos de menores de 1 ano no RJ em 2019/Nº de crianças nascidas vivas no RJ em 2019 x 1.000
RAZÃO
A razão entre dois números (quantidades) nada mais é do que a divisão entre duas medidas. O denominador não inclui o
numerador, ou seja, são duas medidas separadas e excludentes. É geralmente expressa como “razão de a para b”, indicando
quantas vezes a primeira medida contém a segunda. Quando o quociente resultante é inferior a 1, pode ser multiplicado por 100
para melhor interpretação.
Método de cálculo: Nº de óbitos de mulheres em idade fértil no RJ em 2019/Nº de crianças nascidas vivas no RJ em 2019 x
100.000
Os indicadores de saúde são elementos fundamentais para a análise da situação de saúde e para a identificação de problemas
agudos e crônicos que acometem a população. Sem eles, seria impossível estabelecer metas, traçar objetivos, executar ações de
saúde e avaliar o impacto de tais medidas sobre a saúde da população (GOMES, 2015).
SAIBA MAIS
A RIPSA (2008) publicou uma seleção de indicadores que compõem a lista de indicadores básicos para a
saúde no Brasil. Cada indicador possui uma ficha técnica, contendo informações sobre sua conceituação,
sua interpretação, seus usos e suas limitações, sua fonte de dados e seus métodos de cálculo.
MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE DOENÇAS
É possível usar vários indicadores para caracterizar a situação de saúde das populações. Para mensurar a frequência com que as
doenças ou os problemas de saúde acometem a população, são utilizados dois importantes conceitos epidemiológicos: incidência
e prevalência. Vamos entendê-los melhor a seguir.
INCIDÊNCIA
A incidência é a frequência de casos novos de determinada doença ou determinado problema de saúde em certo intervalo de
tempo, oriundo de uma população exposta ao risco de adoecer (COSTA; KALE; VERMELHO, 2009).
Um importante fator a considerar no cálculo das medidas de frequência de doenças é o total de pessoas expostas, isto é,
pessoas que podem vir a ter a doença. Esse número deveria incluir somente pessoas que são potencialmente suscetíveis a
adquirir a doença em estudo. Por exemplo, as mulheres não devem ser incluídas no cálculo da ocorrência de câncer de próstata.
Para calcular o número de casos incidentes, basta contabilizar o número absoluto de casos novos de determinada doença em
certo intervalo de tempo. Contudo, para expressar a velocidade e o risco (probabilidade) de ocorrência de uma doença ou de um
agravo em uma população ou em um grupo, é necessário calcular a taxa de incidência. Essa taxa é calculada a partir do quociente
entre o número de casos novos de uma doença que ocorre em um intervalo de tempo determinado e o total da população exposta
ao risco de contrair a doença no mesmo período. Assim:
Segundo Costa, Kale e Vermelho (2009), as medidas de mortalidade e letalidade podem ser entendidas como casos particulares
dentro do conceito de incidência, quando o evento de interesse é a morte e não o adoecimento. Vamos compreender tais medidas:
Mortalidade
Medida muito utilizada como indicador de saúde, porque permite avaliar os níveis de saúde de uma população. É calculada
dividindo-se o número de óbitos pela população exposta ao risco. Assim:
Letalidade
Medida da gravidade da doença. Expressa o poder que uma doença ou um agravo à saúde tem de provocar a morte nas pessoas
acometidas. É calculada dividindo-se o número de óbitos por determinada doença pelo número de casos da mesma doença. Há
doenças com alta letalidade e outras doenças com baixa letalidade. Assim:
N º de mortes por uma doenç a em um intervalo de tempo
T axa de letalidade = x 100
T otal de casos da mesma doenç a no mesmo intervalo de tempo
Prevalência
A prevalência pode ser definida como a frequência de casos existentes de determinada doença em determinada população e em
um dado momento. São os casos já existentes (antigos) somados aos casos novos em certa população durante um intervalo de
tempo (COSTA; KALE; VERMELHO, 2009).
A prevalência é calculada a partir do quociente entre o número de casos existentes (novos e antigos) de uma doença que ocorre
em um intervalo de tempo determinado e o total da população no mesmo período. Assim:
Essa é uma medida estática que expressa o número de casos existentes em uma população (estoque de doentes). Ela pode ser
calculada considerando:
UM DADO INSTANTE
Prevalência pontual ou instantânea. Exemplo: aferição dos casos no 1º dia do ano.
UM DADO PERÍODO
Prevalência de período. Exemplo: aferição dos casos durante 1 ano.
A quantidade de casos existentes de uma doença é um dos fatores determinantes da demanda por assistência médica. Dessa
forma, a prevalência é uma medida relevante para o planejamento das ações de saúde e a administração de serviços de saúde.
Ela é usada para dimensionar, por exemplo, a quantidade de recursos humanos, de insumos, de leitos hospitalares etc.
FONTES DE INFORMAÇÃO
Para calcular os indicadores de saúde, é preciso saber onde os dados são armazenados e como são acessados. De maneira
geral, as informações de interesse para análise das condições de dessa área são extraídas dos Sistemas de Informação em Saúde
(SIS).
SAIBA MAIS
No Brasil, existem inúmeros SIS desenvolvidos para coletar, de modo contínuo e sistemático, dados para
prover as necessidades dos serviços de vigilância epidemiológica, como é o caso do Sistema de Informação
sobre Mortalidade (SIM).
Além disso, foram desenvolvidos sistemas específicos para prover informações para o monitoramento de programas de saúde –
como o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) – ou para atender à demanda dos serviços de
saúde com informações sobre a assistência prestada aos pacientes – como o Sistema de Informações Hospitalares do Sistema
Único de Saúde (SIH-SUS).
Sistema de Informações
Hospitalares do Sistema Único SIH-SUS Internação hospitalar Estudo da morbidade hospitalar
de Saúde
Sistema de Informações do
Monitoramento do Programa
Programa Nacional de SI-PNI Vacinação
Nacional de Imunização
Imunização
Monitoramento do perfil
Sistema de Vigilância Alimentar e Política Nacional de
SISVAN alimentar e da situação
Nutricional Alimentação e Nutrição
nutricional
A seguir, apresentaremos uma breve descrição dos SIS de base nacional utilizados com maior regularidade como fonte de
informação para análise da situação de saúde das populações e nos processos de monitoramento das ações e dos programas de
saúde. Cada sistema de informação reúne um conjunto de dados específicos, coletados a partir de formulários próprios e com
padrões de cobertura e qualidade dos dados distintos.
Este foi o primeiro SIS do Brasil. Seus objetivos são captar os dados de óbitos e fornecer informações sobre mortalidade. O
sistema tem como instrumento padronizado de coleta de dados a Declaração de Óbito (DO), cuja emissão é de competência
exclusiva do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). Tornou-se uma das mais importantes fontes de informação para o sistema de
vigilância epidemiológica ao registrar os dados sobre as causas da morte. Com os dados informados no SIM, é possível analisar a
mortalidade proporcional por causa básica da morte, faixa etária, sexo, local de ocorrência e de residência, bem como calcular
taxas de mortalidade geral, infantil ou materna ou por grupos de causas (BRASIL, 2011).
Tem como finalidade captar dados sobre os nascidos vivos do Brasil, a fim de fornecer informações sobre a gestação, o parto e as
condições de nascimento nos estabelecimentos de saúde públicos e privados. O sistema tem como instrumento padronizado de
coleta de dados a Declaração de Nascido Vivo (DNV), cuja emissão, a exemplo da DO, é de competência exclusiva do Ministério
da Saúde (BRASIL, 2011). Entre os indicadores mais relevantes para o monitoramento da atenção à saúde materno infantil,
destacam-se:
O SINAN foi implantado, de forma gradual, a partir de 1993. É o principal sistema da vigilância epidemiológica, pois consolida os
dados sobre as notificações e investigações dos casos de doenças e agravos incluídos na Lista Nacional de Doenças de
Notificação Compulsória (BRASIL, 2007). A análise dos dados do SINAN permite a construção de importantes indicadores de
incidência e prevalência das doenças de notificação compulsória, usados para descrever o perfil de morbidade.
Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS)
Tem como finalidade captar dados sobre as internações hospitalares ocorridas em unidades próprias e conveniadas do SUS.
Fornece informações sobre o perfil de morbidade hospitalar e o custo das internações por procedimentos realizados. O sistema
tem como instrumento padronizado de coleta de dados a Autorização de Internação Hospitalar (AIH), emitida pelas centrais de
regulação hospitalar (BRASIL, 2011). Entre os indicadores mais relevantes para análise da morbidade hospitalar, destacam-se:
O e-SUS AB é o sistema operacional de alimentação do SISAB, em que são coletadas, de forma individualizada, as informações
clínicas e administrativas dos usuários das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Uma de suas funções é servir como prontuário
eletrônico, facilitando a organização do fluxo de atendimento e a gestão do cuidado realizado pelas equipes de Atenção Primária à
Saúde (APS) (BRASIL, 2019).
Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI)
O objetivo deste sistema é possibilitar o monitoramento da cobertura vacinal, da taxa de abandono e do controle do envio de
boletins de imunização. Desenvolvido em 2010, o SI-PNI é formado por um conjunto de nove módulos. Os mais utilizados nas UBS
são (BRASIL, 2011):
Avaliação do PNI.
Tem como objetivo avaliar o estado nutricional de indivíduos para obter o diagnóstico precoce dos desvios nutricionais, seja baixo
peso, seja sobrepeso/obesidade. Permite, ainda, monitorar a tendência das condições de nutrição e alimentação de uma
população (BRASIL, 2009).
Sistema de Informação de Câncer de Útero e de Mama (SISCAN)
Sistema on-line que integra e substitui os sistemas de informação do Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero
(SISCOLO) e do Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama (SISMAMA). Desenvolvido em 2012, o novo sistema tem
como objetivo aprimorar as ações de rastreamento, na medida em que permite a identificação das usuárias pelo número do cartão
SUS e a atualização automática de seu histórico de seguimento (INCA, 2013).
Sistema on-line desenvolvido em 2001 para apoiar os gestores na função de regulação do acesso à atenção à saúde, conforme
previsto na Política Nacional de Regulação Assistencial. O sistema é utilizado para o gerenciamento e a operacionalização de todo
complexo regulatório, e vai da rede básica à internação hospitalar, visando ao maior controle do fluxo e à otimização no uso dos
recursos. O sistema é composto por três módulos (BRASIL, 2010):
Utilizando os SIS como fonte de informações, é possível conhecer as necessidades de saúde da população,
evidenciar a realidade dos serviços da área e, assim, apontar prioridades de investimentos.
HERANÇA SOCIAL
A especialista Débora Oliveira apresentará historicamente como se deu o processo de produção da tuberculose, associando ao
modo de vida da população do Rio de Janeiro.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreendemos a importância da epidemiologia para o aprimoramento e a organização dos serviços de saúde à medida em que
auxilia os gestores e profissionais de saúde com informações baseadas em evidências, qualificando, assim, o processo de tomada
de decisão.
Além disso, interpretamos os principais indicadores de saúde e aprendemos a utilizá-los de maneira adequada para o
planejamento, o monitoramento e a avaliação das ações na área.
PODCAST
Agora, a especialista Wanessa Natividade Marinho encerra falando sobre a importância do nutricionista em saúde coletiva na
prevenção dos agravos à saúde com o seu trabalho atrelado ao SISVAN.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
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SANTOS, I. S. Avaliação do impacto de programas nutricionais. Revista de Nutrição, Campinas, v. 22, n. 1, p. 141-150, 2009.
EXPLORE+
No site do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), acesse o TABNET – tabulador de domínio público disponibilizado
pelo Ministério da Saúde – e faça você mesmo algumas tabulações a partir dos bancos de dados dos Sistemas de Informação em
Saúde (SIS).
Para analisar os dados de saúde coletados pelos SIS, acesse os sites das Secretarias Municipais de Saúde (Dados Abertos), das
Secretarias Estaduais de Saúde (Saúde RJ - Subsecretaria Geral - Planejamento - Informação SUS - Dados SUS) ou do
DATASUS.
Para analisar os dados demográficos e socioeconômicos, acesse o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Portal do
IBGE).
Pesquise e leia ainda o artigo intitulado Obesidade na adolescência e seus principais fatores determinantes, e veja como as
autoras Carla Cristina Enes e Betzabeth Slater descrevem os principais fatores determinantes do sobrepeso e da obesidade em
adolescentes.
CONTEUDISTA
Ana Cristina Reis
CURRÍCULO LATTES