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Critérios para deficiência no Brasil e

perspectivas
Lailah Vasconcelos O. Vilela
Histórico
Roma Antiga: Lei das XII Tábuas – patriarca pode matar filho
com “defeito”
Esparta: Filhos frágeis ou com deficiência lançados do abismo.
Hebreus: deficiência – punição divina
Filhos da cobra – Síndrome de Down

Extermínio ou superproteção
Evolução
Idade Média – casas de assistência
Renascimento – início da conduta profissionalizante e
integrativa
Idade Moderna (1789) – início do desenvolvimento
de apoios
Revolução Industrial – acrescenta deficiências
geradas pelo trabalho
Grandes Guerras – reabilitação – falta de mão de
obra, grande número de pessoas com deficiência
– organização para lutar por direitos...
Deficiências Severas, Censo 2010

ANAMT, 2014
A PESSOA COM DEFICIÊNCIA É NORMAL?

CONCEITO DE
NORMALIDADE

José Carlos do Carmo


Art. 3o Para os efeitos do Decreto 3298,
considera-se:

I - deficiência – toda perda ou anormalidade de


uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou
anatômica que gere incapacidade para o
desempenho de atividade, dentro do padrão
considerado normal para o ser humano;
II - deficiência permanente

aquela que ocorreu ou se estabilizou durante


um período de tempo suficiente para não
permitir recuperação ou ter probabilidade
de que se altere, apesar de novos
tratamentos;
Novo olhar para a
avaliação
Modelo da doença – alteração no corpo

X
Modelo Biopsicossocial
LBI

 § 1o A avaliação da deficiência, quando necessária, será


biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar e considerará:
 I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
 II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
 III - a limitação no desempenho de atividades; e
 IV - a restrição de participação.
A avaliação BIOPSICOSSOCIAL da deficiência
- Lei nº 12.842/2013 (Ato Médico) teve vetados artigos sobre avaliação de
funcionalidade:
VETO: “Inciso I e §2º, do artigo 4º
“Art.4º. São atividades privativas do médico:
I-formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição
terapêutica.” (VETADO)
§2º Não são privativos do médico os diagnósticos funcional, cinésio-funcional, psicológico,
nutricional e ambiental e as avaliações
comportamental e das capacidades mental, sensorial e perceptocognitiva” (VETADO)

ANTES DO VETO AS AVALIAÇÕES FUNCIONAL, CINÉSIO-FUNCIONAL, PSICOLÓGICA


E DAS CAPACIDADES MENTAL, SENSORIAL E PERCEPCOGNITIVA JÁ NÃO ERAM ATO
PRIVATIVO MÉDICO
A avaliação BIOPSICOSSOCIAL da deficiência

Na caracterização e avaliação da deficiência,


inclusive em editais de concursos públicos descabe
falar de:
PERÍCIA MÉDICA ...................... MULTIPROFISSIONAL
JUNTA MÉDICA......................... E
AVALIAÇÃO MÉDICA................. INTERDISCIPLINAR

LAUDO MÉDICO ....................... LAUDO CARACTERIZADOR

EXAME MÉDICO ADMISSIONAL E DEMISSIONAL:


ATO PRIVATIVO DE MÉDICO
INSTRUÇÃO NORMATIVA MTE-SIT Nº 98/2012
Procedimentos Fiscalização da Inclusão de Pessoas com Deficiência e Reabilitadas

 Dispõe sobre procedimentos de fiscalização do cumprimento, por


parte dos empregadores, das normas destinadas à inclusão no
trabalho das pessoas com deficiência e beneficiários da Previdência
Social reabilitados.
 Art. 8º Para fins de comprovação do enquadramento do empregado
como pessoa com deficiência é necessária a apresentação de laudo
elaborado por profissional de saúde de nível superior,
preferencialmente habilitado na área de deficiência relacionada ou
em saúde do trabalho, que deve contemplar as seguintes
informações e requisitos mínimos:
 I - identificação do trabalhador;
 II - referência expressa quanto ao enquadramento nos critérios
estabelecidos na legislação pertinente;
 III - identificação do tipo de deficiência;
LAUDO CARACTERIZADOR DE DEFICIÊNCIA
Médicos do Trabalho/Especialistas(Todas)
Terapeutas Ocupacionais (Todas)
Fisioterapeutas (Físicas)
Fonoaudiólogos (Auditivas)
Psicólogos (Intelectuais e mentais)
Psicopedagogos (intelectuais e mentais)
Métodos no mundo

1) método “barema”
2) avaliação de necessidades de cuidados/autonomia e
independência
3) medida da capacidade funcional
4) cálculo da perda econômica
Baremas - incoerências
Tipo de Def. Reino Unido Alemanha Bélgica Itália Islândia Dinamarca Suécia
País
Perda dos
dedos + Uma
50%
perna amputada
abaixo do joelho
Perda de 3
dedos e
30%
amputação de
um pé ou perda
de um olho
Atual – perda de
um pé
100% 30% 50%
(Inglaterra)
Perda dos dois
pés
70%
Amputação do
membro inferior
90% 90% 35%
no quadril
Amputação no
tornozelo
30% 9%

Modificado de Heloísa Di Nubila


Convenção da ONU – Dec 6949/09 -
25/08/2009
"Pessoas com deficiência são aquelas que têm
impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade com as demais pessoas.“
Art. 1- Propósitos
Componentes da CIF
Funções Fatores
e Atividades Contextuais –
Estruturas e Ambientais e
do Corpo Participação Pessoais

Grau de Capacidade Barreiras


Integridade
Desempenho Facilitadores

(Modificado de apresentação INSS BH)


Objetivos da CIF
• Fornecer uma base científica para descrever a saúde
e estados relacionados à saúde

• Estabelecer uma linguagem padrão

• Permitir a comparação de dados

• Fornecer um esquema de codificação sistemática


Funções e Estruturas
1. Funções Mentais 1. Estruturas do Sistema Nervoso

2. Funções Sensoriais e Dor 2. Olho, Ouvido e Estruturas


Relacionadas
3. Funções da Voz e da Fala 3. Estruturas Relacionadas à Voz e à
Fala
4. Funções do Sistema 4. Estruturas dos Sistemas
Cardiovascular, Hematológico, Cardiovascular, Imunológico e
Imunológico e Respiratório Respiratório
5. Funções dos Sistemas Digestivo, 5. Estruturas Relacionadas aos
Metabólico e Endócrino Sistemas Digestivo, Metabólico
e Endócrino
6. Funções Geniturinárias e 6. Estruturas Relacionadas aos
Reprodutivas Sistemas Geniturinário e
Reprodutivo
7. Funções 7. Estruturas Relacionadas ao
Neuromusculoesqueléticas e Movimento
relacionadas ao Movimento
8. Funções da Pele e Estruturas 8. Pele e Estruturas Relacionadas
Relacionadas
Atividades e Participação
• Aprendizagem e aplicação do
conhecimento
• Tarefas e Demandas Gerais
• Comunicação
• Mobilidade
• Cuidado Pessoal
• Vida Doméstica
• Relações e Interações Interpessoais
• Áreas Principais da Vida
• Vida Comunitária, Social e Cívica
Fatores Contextuais
FATORES PESSOAIS

São as características particulares do


indivíduo que não fazem parte do estado
de saúde ou condição de saúde. Por
exemplo: gênero, idade, raça, preparo
físico, estilo de vida, hábitos, estilo de
enfrentamento, origem social, nível de
instrução, profissão, padrão geral de
comportamento e outras características.
Fatores Contextuais
FATORES AMBIENTAIS: características do
ambiente físico, social e de atitude no qual as
pessoas vivem e conduzem suas vidas.

Podem ter uma influência positiva (facilitador)


ou negativa (barreira).

Produtos e tecnologias, ambiente natural,


mudanças introduzidas pelo homem, apoios,
relacionamentos, atitudes, serviços,
sistemas, políticas.
Fatores Ambientais
1- Produtos e Tecnologia

Alimentação, dieta, medicação,


órtese/prótese, bolsa coletora, fralda
descartável, instrumentos para cuidados e
higiene pessoal, cadeira de rodas, andador,
bengala, veículos motorizados ou não,
aparelho auditivo, dispositivos que controlam
frequência cardíaca, respiração, intestino e
bexiga. Existência de rampas, elevador
sonorizado e com Braille e outros diponíveis e
acessíveis.
Fatores Ambientais
2 - Ambiente Natural e Mudanças
Ambientais feitas pelo Ser Humano

aspectos climáticos , evento natural ou


provocado pelo homem que seja um
problema para o indivíduo: morro,
córrego, área de possível desabamento,
inundações, área de poluição ou elevada
violência urbana. Situação ou condição
de moradia.
Fatores Ambientais

3 - Apoio e Relacionamentos

Recebe apoio e proteção da família, conhecidos


membros da comunidade, profissionais de saúde e
cuidadores. Condições familiares que interferem na
disponibilidade de apoio.

4 – Atitudes
Enfrenta situações de atitudes preconceituosas,
discriminatórias e/ou negligentes de familiares ,
conhecidos, membros da comunidade,
profissionais de educação e de saúde e outros.
Fatores Ambientais

5 - Serviços, Sistemas e Políticas

Disponibilidade da rede de serviços, sistemas e


políticas garantidoras de proteção social. Serviço de
abastecimento de água, saneamento básico, coleta de
lixo, transporte coletivo e adaptado, serviços de órgãos
de proteção dos direitos sociais (Fóruns, Tribunais,
Conselhos, Defensoria Pública e outros), escolas com
educação inclusiva, rede sócioassistencial.
O que fazer, então?

Instrumento único, a partir de itens das atividades e


participação, que possa caracterizar e apresentar um
grau de deficiência.
Fácil aplicação em qualquer canto do país
Que permita recortes para os diferentes benefícios e
ações afirmativas.

DESAFIO...
IFBr

 As etapas de elaboração do IF-Br foram:


 1. Definição das Atividades e Participações incluídas no IF-Br
 2. Definição dos critérios de pontuação para cada atividade
e participação
 3. Identificação de Barreiras Externas relevantes e inclusão no
processo de pontuação
 4. Medida complementar de Valoração: Método Linguístico
Fuzzy
 5. Elaboração do IF-Br Infantil e Juvenil
 6. Elaboração da Ficha de Identificação
 7. Elaboração do Questionário Socioeconômico
Quadro 1. Atividades selecionadas
para o IF-Br

1. Domínio sensorial
 1.1 Observar
 1.2 Ouvir
2. Domínio comunicação

 2.1 Comunicar-se/recepção de mensagens


 2.2 Comunicar-se/produção de mensagens
 2.3 Conversar
 2.4 Discutir
 2.5 Utilização de dispositivos de comunicação a
distância
3. Domínio mobilidade

 3.1 Mudar e manter a posição do corpo


 3.2 Alcançar, transportar e mover objetos
 3.3 Movimentos finos das mãos
 3.4 Deslocar-se dentro de casa
 3.5 Deslocar-se dentro de edifícios que não a própria casa
 3.6 Deslocar-se fora de casa e de outros edifícios
 3.7 Utilizar transporte coletivo
 3.8 Utilizar transporte individual como passageiro
4. Domínio cuidados pessoais

 4.1 Lavar-se
 4.2 Cuidar das partes do corpo
 4.3 Regulação da micção
 4.4 Regulação da defecação
 4.5 Vestir-se
 4.6 Comer
 4.7 Beber
 4.8 Capacidade de identificar agravos à saúde
5. Domínio vida doméstica

 5.1 Preparar refeições tipo lanches


 5.2 Cozinhar
 5.3 Realizar tarefas domésticas
 5.4 Manutenção e uso apropriado de objetos e
utensílios da casa
 5.5 Cuidar dos outros
6. Domínio educação, trabalho e
vida econômica
 6.1 Educação
 6.2 Qualificação profissional
 6.3 Trabalho remunerado
 6.4 Fazer compras e contratar serviços
 6.5 Administração de recursos econômicos pessoais
7. Domínio socialização e vida
comunitária
 7.1 Regular o comportamento nas interações
 7.2 Interagir de acordo com as regras sociais
 7.3 Relacionamentos com estranhos
 7.4 Relacionamentos familiares e com pessoas familiares
 7.5 Relacionamentos íntimos
 7.6 Socialização
 7.7 Fazer as próprias escolhas
 7.8 Vida política e cidadania
Quadro 2. Correlação da Pontuação da
MIF (Medida de Independência Funcional)
e do IF-Br
Questões emblemáticas – M. Fuzzy

Auditiva Intelectual - Motora Visual


Cognitiva/Mental

Mobilidade/
Domínios Comunicação/ Vida Doméstica/ Mobilidade/
Socialização Socialização Cuidados Vida Doméstica
Pessoais

Desloca-se
Não pode ficar A pessoa já não
Questão A surdez ocorreu exclusivamente
Emblemática antes dos 6 anos sozinho em
em cadeira de
enxerga ao
segurança nascer
rodas
IFBr-A

 Portaria Interministerial AGU/MPS/MF/SEDH/MP Nº 1 DE


27/01/2014

 Aprova o instrumento destinado à avaliação do


segurado da Previdência Social e à identificação dos
graus de deficiência, bem como define impedimento
de longo prazo, para os efeitos do Decreto n° 3.048, de
6 de maio de 1999.
Impedimento de longo prazo

Art. 3º Considera-se impedimento de longo


prazo, para os efeitos do Decreto nº 3.048, de
1999, aquele que produza efeitos de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, pelo
prazo mínimo de 02 (dois) anos, contados de
forma ininterrupta.
Pontuação

 As atividades estão divididas em sete domínios. Cada


domínio tem um número variável de atividades, que
totalizam 41.
 A Pontuação Total é soma da pontuação dos domínios
que, por sua vez, é a soma da pontuação das
atividades.
 A pontuação final será a soma das pontuações de
cada domínio aplicada pela medicina pericial e serviço
social, observada a aplicação do modelo Fuzzy
Classificação da Deficiência pela Lei Complementar
nº 142, de 08 de maio de 2.013:

 Deficiência Grave quando a pontuação for menor


ou igual a 5.739.
 Deficiência Moderada quando a pontuação total
for maior ou igual a 5.740 e menor ou igual a 6.354.
 Deficiência Leve quando a pontuação total for
maior ou igual a 6.355 e menor ou igual a 7.584.
 Pontuação Insuficiente para Concessão do
Benefício quando a pontuação for maior ou igual a
7.585.
MDS e INSS Portaria Conjunta 02/2015
Critérios para BPC
 Art. 2º A avaliação da pessoa com deficiência é
constituída pelos seguintes componentes, baseados na
Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde - CIF:
 I - Fatores Ambientais;
 II - Funções e Estruturas do Corpo; e
 III - Atividades e Participação.
Partes do IFBrM
 Formulário 01: Identificação Institucional da Avaliação IFBRM
 Formulário 02: Resumo de Avaliadores e Pessoa que Informou cada Etapa
 Formulário 03: Identificação do Avaliado
 Formulário 04: Funções Corporais Acometidas – Impedimentos (A ser
preenchido pelo Primeiro Avaliador)
 Formulário 05: MATRIZ DO INDICE DE FUNCIONALIDADE BRASILEIRO MODIFICADA
PELO COMITÊ CIAD (A ser preenchida repetida e separadamente por cada
Avaliador)
 Formulário 06: MODELO LINGUÍSTICO FUZZY – (A ser preenchida repetida e
separadamente por cada Avaliador)
 Formulário 07: PERCEPÇÃO DOS AVALIADORES E DO AVALIADO PARA
CONSTRUIR PADRÃO DE VALIDAÇÃO
Preâmbulo Convenção ONU

"... a deficiência é um conceito em evolução e que a


deficiência resulta da interação entre pessoas com
deficiência e as barreiras atitudinais e ambientais que
impedem sua plena e efetiva participação na
sociedade em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas".

Item e do preâmbulo
Art. 4º

§ 1º Considera-se, para os efeitos deste Decreto:


I - pessoa portadora de deficiência, além
daquelas previstas na Lei no 10.690, de 16 de
junho de 2003, a que possui limitação ou
incapacidade para o desempenho de atividade
e se enquadra nas seguintes categorias:
a) deficiência física;
b) deficiência auditiva;
c) deficiência visual;
} Sensorial

d) deficiência mental; Intelectual

e) deficiência múltipla.
Definição de deficiência física

alteração completa ou parcial de um ou


mais segmentos do corpo humano,
acarretando o comprometimento da
função física.
Formas de apresentação
1. paraplegia, 11. ostomia,
2. paraparesia, 12. amputação ou
3. monoplegia, ausência de membro,
4. monoparesia, 13. paralisia cerebral,
5. tetraplegia, 14. nanismo,
6. tetraparesia, 15. membros com
deformidade congênita
7. triplegia, ou adquirida, exceto as
8. triparesia, deformidades estéticas
e as que não produzam
9. hemiplegia, dificuldades para o
10. hemiparesia, desempenho de
funções;
PLEGIA ≠ PARESIA:

paralisia completa incompleta


redução da força
Paralisias
Paraplegia e paraparesia
membros inferiores
Monoplegia e monoparesia
apenas um membro
Tetraplegia ou tetraparesia
os quatro membros
Triplegia e triparesia
três membros
Hemiplegia e hemiparesia
lado direito ou lado esquerdo do corpo
Graus de Força Muscular
 Grau 0 – ausência de contração muscular
 Grau 1 – presença de contração muscular, sem
movimento
 Grau 2 – movimentos com eliminação da força da
gravidade
 Grau 3 – movimento vence a força da gravidade
 Grau 4 – movimento contra a força da gravidade e
alguma resistência
 Grau 5 - normal
Doenças mais frequentes

Lesão medular – hérnia discal - espondilolistese


Mielomeningocele
Paralisia infantil - Poliomielite
Distrofias musculares
Tumores
Defeitos ósseos e articulares – displasia de quadril, osteogenesis
imperfecta
Esclerose múltipla
Acidentes diversos, inclusive do trabalho
Paralisia Cerebral
Maus exemplos

 Limitações: “não pode andar de bicicleta”


“Não carregar peso excessivo”
“Não fazer esforço excessivo”

 Descrição da deficiência
“ Infecção da extremidade da falange distal”
“amputação de dedo: perda da unha do indicador direito”
“Sequela de poliomielite”
“CID G80”
Ostomias
 Alteração no trânsito de ar, alimentos ou excretas
 Ligação artificial com o exterior
 Bocas – aberturas criadas cirurgicamente
 Temporárias ou permanentes
Colostomia

Ileostomia

Urostomia

Bethany Townsend quer inspirar outras pessoas a não


sentir vergonha da sua condição.
Traqueostomia
Nanismo

Baixa estatura
 deficiência do
crescimento
 insuficiência
hormonal
 desnutrição
 genética
Altura: < percentil 5.
Congresso Mundial de
Nanismo – Portugal,
2013: 140/145 cm
Paralisia Cerebral

Lesão de estruturas do cérebro.


Gestação, no parto ou após o nascimento.

É uma lesão provocada, muitas vezes, pela falta de


oxigenação das células cerebrais

Comprometimento físico e/ou mental.


Amputação, ausência,
deformidade de membros
 Parte óssea e partes moles
 Reimplante estético

A perda de função do segmento é


equivalente.

 membros com deformidade congênita ou


adquirida.
Caracterização de limitação
funcional decorrente de
amputação
Anexo III do Regulamento da Previdência
Social
 Decreto No 3.048, de 6 de maio de 1999, modificado pelo
Decreto No 4.032, de 26 de novembro de 2001.
 Quadro 5
 Auxílio Acidente B 94
 Basta receber para se enquadrar nos critérios?
No Membro Superior
Situações
perda de segmento ao nível ao acima do carpo;
perda de segmento do primeiro quirodáctilo,
desde que atingida a falange proximal;
perda de segmento do segundo quirodáctilo,
desde que atingida a falange proximal.
perda de segmentos de dois quirodáctilos, desde
que atingida a falange proximal em pelo
menos um deles;
perda de segmento de três ou mais falanges de
três ou mais quirodáctilos.
No Membro Inferior
Situações
perda de segmento ao nível ou acima do
tarso;
perda de segmento do primeiro pododáctilo,
desde que atingida a falange proximal;
perda de segmento de dois pododáctilos,
desde que atingida a falange proximal em
ambos;
perda de segmento de três ou mais falanges
de três ou mais pododáctilos.
Membros com deformidade
congênita ou adquirida

Comprovação do comprometimento da função.

Encurtamento de membro inferior – 4cm? Importante


é verificar se há comprometimento da marcha
comunitária.
Alterações Articulares

 NOTA 1 - Os graus de redução de movimentos


articulares referidos neste quadro são avaliados de
acordo com os seguintes critérios:
 Grau máximo: redução acima de dois terços da
amplitude normal do movimento da articulação;
Grau médio: redução de mais de um terço e até dois
terços da amplitude normal do movimento da
articulação;
Grau mínimo: redução de até um terço da amplitude
normal do movimento da articulação.
Articulação Movimento Graus de amplitude
Ombro Flexão 0 a 150
Extensão 0 a 50
Abdução 0 a 180
Rotação medial 0 a 90
Rotação lateral 0 a 90
Cotovelo Flexão 0 a 140
Antebraço Pronação 0 a 80
Supinação 0 a 80
Punho Extensão 0 a 60
Flexão 0 a 60
Desvio radial 0 a 20
Desvio ulnar 0 a 30
Quadril Flexão 0 a 100
Extensão 0 a 30
Abdução 0 a 40
Adução 0 a 20
Rotação lateral 0 a 40
Rotação medial 0 a 50
Joelho Flexão 0 a 150
Tornozelo Flexão dorsal 0 a 20
Flexão Plantar 0 a 40
Inversão 0 a 30
Eversão 0 a 20
Coluna Cervical Flexão 0 a 60
Coluna Torácica Extensão 0 a 75
Flexão lateral 0 a 80
Rotação -
Flexão -
Coluna Lombar Extensão -
Alterações Articulares

 a) redução em grau médio ou superior dos movimentos da


mandíbula;
 b) redução em grau máximo dos movimentos do segmento
cervical da coluna vertebral;
 c) redução em grau máximo dos movimentos do segmento lombo-
sacro da coluna vertebral;
 d) redução em grau médio ou superior dos movimentos das
articulações do ombro ou do cotovelo;
 e) redução em grau médio ou superior dos movimentos de
pronação e/ou de supinação do antebraço;
Alterações Articulares

 f) redução em grau máximo dos movimentos do primeiro e/ou do


segundo quirodáctilo, desde que atingidas as articulações
metacarpo-falangeana e falange-falangeana;
 g) redução em grau médio ou superior dos movimentos das
articulações coxo-femural e/ou joelho, e/ou tíbio-társica.

 A redução de movimentos do cotovelo, de pronação e supinação


do antebraço, punho, joelho e tíbio-társica, secundária a uma
fratura de osso longo do membro, consolidada em posição viciosa
e com desvio de eixo, também é enquadrada dentro dos limites
estabelecidos.
Exemplos
MARCHAS PATOLÓGICAS
Ceifante
Claudicante
Anserina
Parkinsoniana
Atáxica Cerebelar
Tabética
Vestibular
Escarvante
Espástica
Pequenos Passos.
Deficiência auditiva

Perda bilateral.
Parcial ou total de:
41 dB ou mais, aferida por por audiograma nas
frequências de 500 Hz, 1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000
Hz.
– IRF Índice de Reconhecimento da Fala
– SRT Limiar de Recepção da Fala
Audiometria Vocal: complementa os
resultados obtidos na Audiometria Tonal

SRT (Limiar de Recepção de Fala)


 definido como a menor intensidade na qual o
indivíduo consegue identificar 50% das palavras
que lhe são apresentadas

IRF (Índice de Reconhecimento de Fala)


 teste que avalia a maneira pela qual o indivíduo
reconhece os sons da fala
Timpanometria/ Impedanciometria,
Imitanciometria - outro exame
Deficiência visual

Cegueira - acuidade visual é igual ou menor


que 0,05 (20/400) no melhor olho, com a
melhor correção óptica.
Baixa visão - acuidade visual entre 0,3 (20/60) e
0,05 (20/400) no melhor olho com a melhor
correção óptica.
Os casos nos quais a somatória da medida do
campo visual em ambos os olhos for igual ou
menor que 60o.
Ocorrência simultânea de quaisquer das
condições anteriores.
Visão monocular
Visão zero – percepção luminosa - vultos – conta dedos - 20/400 – 20/200 – visão subnormal – 20/60

20/20 – normal

Entre 20/20 e 20/50, não entra como deficiência

Sempre com correção!


Campo visual

 Somente pode ser definido por exame complementar


específico, a campimetria.
 Os laudos desse exame são difíceis de interpretar,
cheios de figuras.
 Solicitar ao oftalmologista a informação conforme o
texto legal:
 “SOMATÓRIO DO CAMPO VISUAL DOS DOIS OLHOS MEDIDO EM
GRAUS”
 Ver se está menor ou igual a 60°.
Visão Monocular
Leis estaduais
 Somente para concursos estaduais
 Questões trabalhistas são de competência da União
Visão Monocular
STJ - Súmula 337: “o portador de visão monocular
tem direito a concorrer, em concurso público, às
vagas reservadas aos deficientes”
AGU -Súmula 45: “os benefícios inerentes à Política
Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência devem ser estendidos ao portador de
visão monocular, que possui direito de concorrer,
em concurso público, à vaga reservada aos
deficientes.”
Visão Monocular
Parecer CONJUR 444/2011:
Analisa a questão do ponto de vista jurídico e conclui
que o direito de reserva de vagas de emprego deve
ser estendido às pessoas com visão monocular.
PORÉM, deixa uma ressalva para análise do ponto
de vista técnico, que foge à competência do órgão.

CONADE já fez a crítica em relação a não se


enquadrar do ponto de vista técnico
CONJUR ainda não se manifestou...
Recomendação 03/2012 do CONADE
já foi reafirmada.
 “as pessoas com visão monocular, não necessitam de tecnologias
assistivas ou ajudas técnicas, tais como, programas leitores de tela,
equipamentos de ampliação de imagem, monitores maiores e com
caracteres ampliados, lupas manuais ou eletrônicas, não fazendo uso,
portanto, de nenhum dos elementos de comunicação compreendidos
no artigo 2o da Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência“
 “o reconhecimento aos que possuem visão monocular ou perda
auditiva unilateral dos mesmos direitos assegurados às pessoas com
deficiência, com a consequente extensão de ações afirmativas no
campo de trabalho e emprego, surtirá efeito contrário, excluindo
ainda mais aqueles trabalhadores com deficiência.”
Visão monocular

Visão monocular 20/400 ou pior em um dos


olhos.
 Outras situações?
Deficiência mental
Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com
manifestação antes dos dezoito anos e ...

CID: F70, F71, F72, F79, Q90...


Deficiência mental
... e limitações associadas a duas ou mais
áreas de habilidades adaptativas, tais
como:
a) comunicação;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
d) utilização dos recursos da comunidade;
e) saúde e segurança;
f) habilidades acadêmicas;
g) lazer;
h) trabalho.
E os outros transtornos mentais?

Esquizofrenia em suas diversas apresentações


Psicoses duradouras
“Psicossocial”
CONVENÇÃO
ONU
Depressão
Ansiedade
Síndrome do Pânico
Deficiência Mental
 Psicossocial – conforme Convenção ONU – Esquizofrenia, Transtornos
psicóticos e outras limitações psicossociais que impedem a plena e efetiva
participação na sociedade em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas. Informar se há outras doenças e assinalar as limitações
para habilidades adaptativas.
a) comunicação;
b) cuidado pessoal;
c) habilidades sociais;
d) utilização dos recursos da comunidade;
e) saúde e segurança;
f) habilidades acadêmicas;
g) lazer;
h) trabalho.
Autismo:

Lei 12764 dez 2012 – Espectro Autista


 § 1o Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa
com transtorno do espectro autista aquela portadora
de síndrome clínica caracterizada na forma dos
seguintes incisos I ou II:
Autismo

 I - deficiência persistente e clinicamente significativa da


comunicação e da interação sociais, manifestada por
deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal
usada para interação social; ausência de reciprocidade
social; falência em desenvolver e manter relações
apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;
 II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos,
interesses e atividades, manifestados por comportamentos
motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos
sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões
de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos.
Síndromes Epilépticas

 código CID G40.0: epilepsia em suas diversas apresentações


 Epilepsia Refratária
 cursam com rebaixamento cognitivo, limitações significativas de
funcionalidade, efeitos colaterais importantes dos medicamentos
 estigma social é importante.
 questionário de avaliação da funcionalidade
 Com a presença de rebaixamento cognitivo, comorbidades com
alterações motoras, já é possível realizar o enquadramento como
deficiência mental ou até múltipla.
Rebaixamento cognitivo/intelectual
após 18 anos
 A deficiência intelectual traz como critério o início do rebaixamento
intelectual antes dos 18 anos.
 traumatismos cranianos, acidentes vasculares cerebrais ou outros
transtornos que produzem sequelas cognitivas após 18 anos.
 Em função da Convenção da ONU, também devem ser acolhidas para a
Inclusão no Trabalho via ação afirmativa da Lei 8213/91.
Deficiência múltipla

Associação de duas ou
mais deficiências.
Outros casos
Aparelho de fonação.
Fenda palatina. Classes III e IV
Gagueira.

Onde enquadrar?
REABILITADO
conceito e comprovação

Todos os segurados vinculados ao Regime Geral da


Previdência Social submetidos ao processo de
reabilitação profissional desenvolvido ou
homologado pelo INSS.
Certificado da Previdência Social - críticas
Este não vale!
LAUDO CARACTERIZADOR - Modelo

( . . .)
LAUDO - Modelo

( . . .)
Conclusão:

ASO
Aptidão
Documento administrativo
Documentos
Laudo caracterizando a deficiência.
Laudo de especialista em caso de doença mental/intelectual.
Laudo do oftalmologista – acuidade com correção/campimetria
Audiograma para perdas auditivas.
Documento de anuência do trabalhador para a divulgação da sua
deficiência:

Artigo 4° da LBI: § 2o A pessoa com deficiência não está


obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ação
afirmativa.
Incorreções nos laudos

 As incorreções mais comuns são:


 laudos ilegíveis
 Cópias ruins
 descrição insuficiente da deficiência
 ausência de laudo complementar (audiometria, campimetria, etc)
 falta de assinatura do empregado com a concordância do trabalhador
para divulgação do laudo à Auditoria-Fiscal do Trabalho e ciência de seu
enquadramento na reserva legal
Validade dos laudos
 A maioria das alterações que geram deficiências são de longa duração e sem
possibilidade de remissão, portanto não há validade específica para laudos e
exames
 Exemplos:
 Perda auditiva neurossensorial
 Amputações, deformidades
 Alterações intelectuais

 O que pode se alterar:


 Ceratocone e outras alterações visuais
 Perdas auditivas de condução...
Ergonomia, Saúde e Segurança
 Cada pessoa é única!
NR-17 ERGONOMIA
17.1 Esta Norma Regulamentadora visa
estabelecer parâmetros que permitam a
adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um
máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
Nenhuma Norma Regulamentadora traz a possibilidade
de não permitir trabalho de Pessoas com Deficiência
em locais de grau de risco elevado.
Cabe à empresa cumprir as normas e garantir segurança
a qualquer trabalhador, com ou sem deficiência.
Todos nós somos diferentes uns dos outros.
Participação do trabalhador
Uso e desenvolvimento de capacidades:
implica o aproveitamento do talento humano,
isto é, significa autonomia, uso de habilidades
variadas e participação no processo total de
trabalho.

Carvalho –
Freitas, 2009
Preconceito
Conceito antes de saber, julgar antes de
conhecer
Analisar as funções e pré-julgar qual o “tipo” de
deficiência “compatível”
CORRETO:
Adaptar o posto de trabalho e o local (acessos,
colegas...) à pessoa com deficiência
Avaliar pela potencialidade, não por ensino
formal ou experiência prévia
Investir na formação
O que fazer?
Conhecer as normas e regulamentos
Não fazer pré-julgamentos
Analisar o potencial e a funcionalidade de cada pessoa
ENTREVISTA! VALIDAÇÃO!
Saber que existem diversas tecnologias gratuitas para
adaptações
Pensar sempre no desenho universal
Adaptar o posto de trabalho à pessoa, nunca o contrário.
Preparar o ambiente para a diversidade.
Nada sobre nós sem nós –
“Nothing about us without
us”
Dr. Ricardo Tadeu - desembargador

“ (...) a deficiência está na sociedade, não nos


atributos dos cidadãos que apresentem
impedimentos físicos, mentais, intelectuais ou
sensoriais. Na medida em que as sociedades
removam essas barreiras culturais, tecnológicas,
físicas e atitudinais, as pessoas com
impedimentos têm assegurada ou não a sua
cidadania”.
Obrigada!

Contato:
lailah.vilela@yahoo.com.br

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