Você está na página 1de 35

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

REFLEXÕES SOBRE A ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO


INFANTIL, MEDIANTE O ALUNO AUTISTA, NUMA PERSPECTIVA DE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA

JAQUELINE DA SILVA MEDEIROS

RIO DE JANEIRO
JULHO – 2017
REFLEXÕES SOBRE A ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO
INFANTIL, MEDIANTE O ALUNO AUTISTA, NUMAPERSPECTIVA DE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

Por:
JAQUELINE DA SILVA MEDEIROS
Matrícula:
13212080369

Monografia apresentada à FACULDADE


DE EDUCAÇÃO da UNIVERSIDADE DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO como
requisito parcial à obtenção do GRAU DE
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA, na
modalidade EAD.

RIO DE JANEIRO
JULHO – 2017
REFLEXÕES SOBRE A ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO
INFANTIL, MEDIANTE O ALUNO AUTISTA, NUMAPERSPECTIVA DE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Por:
JAQUELINE DA SILVA MEDEIROS
Matrícula: 13212080369

Monografia apresentada

Alzira Maira Perestrello Brando


Professor
Orientador

________________________________
Professor
Examinador

RIO DE JANEIRO
JUNHO - 2017
Ao meu filho Matheus por me mostrar um
novo olhar diante à diversidade.
AGRADECIMENTOS

Quando temos um sonho, a vida faz mais sentido. Quando temos algo pelo qual
queremos e precisamos lutar, ganhamos motivação e planejamos o futuro. Sempre que
cumprimos nossos objetivos merecemos ser aplaudidos, mas nunca podemos esquecer
de dar louvor a quem nos deu oportunidade de vencermos. Por isso, hoje agradeço
primeiramente a Deus.
Agradeço também à minha família, por acreditar que eu era capaz.
Mãe (in Memorem) serei eternamente grata.
Pai, suаs palavras de incentivo me deram segurança е certeza dе quе não estou
sozinha nessa caminhada.
Meus filhos, obrigada por participarem desse momento tão único em minha vida!
As colegas de trabalho que participaram das entrevistas meu muito obrigado.
Agradeço a minha orientadora Alzira Brando pela sua interminável paciência,
e obrigada a todos que de alguma forma participaram dessa etapa.

"Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com


paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o
mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser
insignificante."
Augusto Branco
RESUMO

MEDEIROS, Jaqueline da Silva. REFLEXÕES SOBRE A ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE


EDUCAÇÃO INFANTIL, MEDIANTE O ALUNO AUTISTA, NUMA PERSPECTIVA DE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Brasil, 2017, nº f. Monografia (Graduação em Pedagogia) – Faculdade de
Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
Esta pesquisa tem como tema a educação escolar de crianças autistas e como assunto a inclusão
dessas crianças na Educação Infantil. Com o intuito de aprofundar discussões sobre o autismo no contexto
da sala de aula, buscou-se discutir sobre o conceito do autismo, suas características, dificuldades quanto a
sócio-interação, assim como, a influência da família no desenvolvimento destes alunos. Além de tal
objetivo, a pesquisa visou analisar o processo de inclusão escolar e como o professor de educação infantil
pode contribuir para o sucesso deste processo . A presente pesquisa foi de natureza qualitativa, e
utilizamos uma entrevista semi-estruturada como o caminho metodológico a ser explorado. Participaram
da entrevista quatro professoras de educação Infantil e a direção escolar. Analisaram-se as informações
coletadas em uma escola pública no Município de Rio de Janeiro, que atende crianças de idades entre 04
e 06 anos do município do Rio de Janeiro e percebeu-se que as crianças autistas estão cada vez mais
presentes no ambiente escolar, por sua vez destacamos que os professores ainda não estão tão preparados
para lidar com as situações presentes, apesar de buscarem atividades pedagógicas para garantir uma
melhor inclusão e interação. Em face do exposto, conclui-se que ainda falta muito para se implantar a real
inclusão dos alunos autista na educação infantil. São necessários professores com formação profissional
adequada e especializada, para assim desenvolver nas crianças uma aprendizagem que ainda não foi
alcançada, deste modo o papel do professor é procurar promover a interação do aluno autista com os
colegas e com todo contexto escolar, transformando suas necessidades em igualdade.

Palavras-chave: autismo, professor, inclusão


ÍNDICE DE ABREVIATURA
TEA Transtorno do espectro autista
DSM Manual de Saúde Mental
OMS Organização Mundial de Saúde
Sumário

INTRODUÇÃO...............................................................................................................5
CAPÍTULO I...................................................................................................................5
CONCEITUANDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)............5
1.1) Considerações Breves Sobre o Autismo............................................................................5
1.2) O Comportamento de Uma Criança Autista......................................................................5
1.3) TEA e a Teoria da Mente...................................................................................................5
CAPÍTULO II..................................................................................................................5
ABORDAGENS EDUCATIVAS PARA O AUTISMO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL - UMA PROPOSTA INCLUSIVA............................................................5
2.1) O autismo e a Educação Infantil.......................................................................................5
2.2) Qual o Papel da Escola?....................................................................................................5
2.3) Qual o Papel da Família?..................................................................................................5
2.4) O Papel do Professor de Educação Infantil .......................................................................5
CAPÍTULO III................................................................................................................5
DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE EXPERIÊNCIA.........................................................5
3.1) Metodologia e Pesquisa:..................................................................................................5
3.2) Análise de dados coletados:..............................................................................................5

3.2.1) O entendimento sobre o TEA .......................................................................5

3.2.2) A percepção do professor da criança autista .................................................5

3.2.3) O desenvolvimento da criança autista no trabalho pedagógico da escola ...5

3.2.4) A família no desenvolvimento da aprendizagem da criança autista ............5

3.2.5) O processo de inclusão de alunos com TEA no cotidiano da escola .......5


CONCLUSÃO..................................................................................................................5
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................5
ANEXOS..........................................................................................................................5
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como temática as reflexões sobre a importância da


atuação do professor de educação infantil mediante o aluno autista, e sua influência
como promotora na aprendizagem deste aluno. Dado o entendimento que o educador ao
dedicar-se, para seu educando, assume o compromisso de ajudá-lo, e contribui para que
obtenha sucesso na vida escolar.
Outros fatores, tais como, uma boa relação entre professor e aluno, junto à
oportunidade de um ambiente escolar adequado, com estratégias de ensino diferenciadas
e a presença da família na escola são pontos abordados nesse trabalho. No campo
educacional a temática do autismo mereceu atenção maior, após a Promulgação da
Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da educação inclusiva em
janeiro de 2008. A partir desta publicação, os dispositivos legais que se seguiram
promoveram constantes debates sobre a inclusão de alunos com Transtornos do
Espectro Autista.
O interesse por esse tema surgiu a partir de uma experiência particular da
autora. Seu filho, na fase pré-escolar apresentou dificuldades na adaptação da rotina
escolar, na interação com os colegas, e no aprendizado. Estas que não percebidas pela
família, foram, no entanto, observadas por seus educadores, que a partir de sua
sensibilidade tiveram um olhar atento para com seu aluno, tornando possível que não
somente o diagnóstico, como também o desenvolvimento no tempo determinado como
o certo.
Ao longo deste trabalho apresentamos um breve conceito do tema e os desafios
dos professores em incluir o aluno autista no ambiente escolar, a relação professor-
aluno, tendo a afetividade como subsídio para a motivação do aprendizado e por fim
obter dados a respeito do conhecimento dos professores em relação ao autismo e se os
mesmos promovem uma educação inclusiva.
Apesar de ainda não termos, trabalhos que oferecem resultados totalmente
eficazes e precisos a respeito da inclusão de crianças autistas na rede regular de ensino,
o presente trabalho é valido, por destacar ser fundamental o direcionamento do olhar
atento do professor de educação infantil sobre o aluno autista, em prol do
desenvolvimento da educação inclusiva.
Deste modo, a organização neste trabalho aborda um breve histórico dos
primeiros estudos do autismo, descritos no capítulo I, pontuando alguns teóricos e suas
idéias, levando a conhecer alguns dos seus sintomas. Também se destaca as principais
características da criança com autismo na educação infantil. Em seguida, no capítulo II
apresentamos uma breve abordagem educativa do Autismo na Educação Infantil, o
desenvolvimento da criança autista no trabalho pedagógico da escola; a família no
desenvolvimento da aprendizagem da criança autista e processo de inclusão de alunos
com TEA no cotidiano da escola.
Este trabalho tem como objetivos: 1) Discutir sobre o conceito do autismo,
suas características, dificuldades quanto a sócio-interação, assim como a influência da
família no desenvolvimento destes alunos; 2) Analisar o processo de inclusão escolar e
como o professor de educação infantil pode contribuir para esse processo. Assim, a
escolha desse tema se distingue pela necessidade de possibilitar novos conhecimentos e
informações sobre o autismo.
Para a conclusão deste trabalho, buscamos desenvolver estudos teóricos. Uma
metodologia qualitativa e por fim, analisamos quais os conhecimentos colocados pelos
professores da educação infantil em relação ao autismo e se as professoras estão
preparadas para promover a inclusão destes alunos no espaço escolar.
CAPÍTULO I
CONCEITUANDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

1.1) Considerações Breves Sobre o Autismo

O autismo foi mencionado pela primeira vez por Bleuler (1911), ao se referir ás
características presentes em pessoas que apresentavam uma perda de contato com a
realidade, onde descrevia clinicamente evidências de perturbações básicas que
caracterizavam as esquizofrenias.

Chamamos Autismo ao desligamento da realidade combinado com a


predominância relativa ou absoluta da vida interior. (e mais adiante) Para os
doentes o mundo autístico é tão verdadeiro como o mundo real ainda que por
vezes uma outra realidade. (Bleuler, 1964, apud Berquez, 1983, p.44)

Somente em 1943, o psiquiatra austríaco Leo Kanner, retomou essa


terminologia quando descreveu casos de onze crianças que tinham em comum um
isolamento desde o início da vida e um desejo pela conservação da mesmice, usando o
termo autismo infantil precoce, pois os sintomas já apareciam na primeira infância.

Desde 1938, chamaram-nos a atenção cujo quadro difere tanto e tão


peculiarmente de qualquer outro tipo conhecido até o momento que cada caso
merece- e espero que venha a receber com o tempo- uma consideração
detalhada de suas peculiaridades fascinante (KANNER, 1943, p.217)

Em 1944, a Síndrome de Asperger foi descrita por Hans Asperger. Um pediatra


vienense que descreveu pela primeira vez um conjunto de padrões de comportamento
aparentes em alguns de seus pacientes, na maioria do sexo masculino, que, embora
tivessem inteligência normal e desenvolvimento da linguagem, tinham habilidades
sociais gravemente comprometidas, incapazes de se comunicar de maneira eficaz com
os outros, e tinham um comprometimento na coordenação.
O autismo e a síndrome de Asperger são síndromes relacionadas ao Transtorno
do Desenvolvimento, que há bem pouco tempo eram consideradas diferentes em vários
aspectos.

Apesar de existirem algumas semelhanças com o Autismo, as pessoas com


Síndrome de Asperger geralmente têm elevadas habilidades cognitivas (pelo
menos Q.I. normal, às vezes indo até às faixas mais altas) e por funções de
linguagem normais, se comparadas a outras desordenas ao longo do espectro.
(Teixeira, 2005, p.06)

Os Transtornos Globais do Desenvolvimento são caracterizados por


anormalidades qualitativas nas interações sociais recíprocas e em padrões de
comunicação e por um repertório de interesses e atividades restritos, estereotipado e
repetitivo. Essas anormalidades qualitativas são um aspecto invasivo do funcionamento
do indivíduo em todas as situações, embora possam variar em grau.
Atualmente, segundo o último Manual de Saúde Mental – DSM-5 de 2014, os
distúrbios do autismo, fundiram-se em um único diagnóstico chamado Transtornos do
Espectro Autista – TEA. São distúrbios neurológicos que afetam a comunicação e a
socialização de pessoas em todo o mundo. Além do autismo clássico, há também o
autismo de alto desempenho, antigamente chamado de síndrome de Asperger e
Transtornos Globais do Desenvolvimento Sem Outra Especificação.
Pesquisadores e especialistas de saúde mental ainda estão investigando as
causas do autismo e vários estudos se desenvolveram a partir da concepção de Kanner.
Segundo MANTOAN (1997) o autismo é definido pela Organização Mundial de Saúde
- OMS como um distúrbio do desenvolvimento, sem cura e severamente incapacitante.
Muitos acreditam que a causa para esse padrão de comportamento envolve
vários fatores: genéticos e ambientais. Porém, mesmo que nenhum gene tenha sido
identificado como causador de autismo, pesquisadores procuram mutações do código
genético de crianças autistas como possível herança.
Outra suposição de causa para o autismo é que fatores ambientais que tenham
impacto no desenvolvimento do feto, como stress, infecções, exposição a substâncias
químicas tóxicas, complicações durante a gravidez ou desequilíbrios metabólicos
possam levar ao desenvolvimento deste transtorno.
Estudos nas áreas da neurociência e da neuropsicologia apontam ainda, para a
possibilidade de anormalidades cerebrais como causa, uma vez que há diferenças
estruturais e funcionais em regiões específicas do cérebro. Alguns pesquisadores, como
Zilbovicius e colaboradores (2006) descrevem as principais estruturas celebrais que
podem estar alteradas no autismo como o cerebelo, a amígdala, o corpo caloso e o
cíngulo. Dados referentes à área neurológica sugerem um funcionamento anormal da
rede de pensamentos do cérebro social no autismo. A compreensão das alterações nesse
importante mecanismo pode estimular a elaboração de novas e mais adequadas
estratégias sociais de reeducação para pacientes autistas.
Moraes (2014, p.5) diz que “[...] os padrões de maturação do córtex pré-frontal
em crianças autistas é mais lento, o que é consistente com o desempenho cognitivo dos
mesmos”.
O fato é que ainda não existe um marcador biológico que caracterize a causa do
autismo, o diagnóstico é feito baseado no quadro clínico do paciente, e as causas que
provocam o autismo ou TEA são desconhecidos. Segundo Bossa (2006) até o presente
momento, o autismo não tem cura, mas há diversos tratamentos que possibilitam uma
melhora desse quadro. Quanto mais cedo o tratamento começar, melhor o prognóstico,
implicando um tratamento psicoterapêutico, educacional e social.

1.2) O Comportamento de Uma Criança Autista

A criança autista possui dificuldades significativas na comunicação e na


interação social, além de alterações de comportamento, expressas principalmente na
repetição de movimentos, como balançar o corpo, rodar uma caneta, apegar-se a objetos
ou enfileirá-los de maneira estereotipada. Tendem ao isolamento e a uma rotina rígida,
reagindo de forma negativa diante atividades novas que impliquem na mudança da
rotina. Essas crianças mostram um padrão cognitivo desigual e, frequentemente, tem um
melhor desempenho nas tarefas não verbais e viso-espacial. Sintomas comportamentais
associados à síndrome incluem hiperatividade, um curto tempo de atenção,
impulsividade, comportamento agressivo, acessos de auto-agressividade e agitação
psicomotora. Respondem a estímulos sensoriais como hipersensibilidade a luz, som ou
toque. Possui fascinação por estímulos auditivos ou visuais, distúrbio do sono e
alimentação, além de medo excessivo em situações corriqueiras ou perda do medo em
situações de risco (MORAES, 2004).
Quanto à linguagem, tais indivíduos apresentam algumas características
peculiares. Observam-se crianças autistas sem expressão verbal e com dificuldades de
comunicação em outras vias, como gestos, manifestação facial incompreensível para
outros. A linguagem quando presente possui modulação diferenciada em ritmo, volume,
altura e entonação. Muitas das crianças que possuem linguagem verbal repetem somente
o que lhes foi dito, esse fenômeno é conhecido como ecolalia imediata. Peeters (1998)
revela que estudos mostram que a maiorias dos autistas possuem ecolalia, mas não se
constitui como um sintoma essencial de autismo. No desenvolvimento da linguagem
normal todas as crianças apresentam ecolalia.

A ecolalia somente poderá ser considerada como uma característica de


autismo quando presente ao lado de uma idade mental superior a trinta e seis
meses. Para uma criança com autismo e idade mental de cinco anos, ser
ecolálico não pode ser considerado normal. E sim como um déficit
qualitativo. (PEETERS,1998, p.40).
Em relação ao pensamento, Peeters (1998) afirma que, apesar de 80% dos
autistas apresentarem deficiência mental severa ou moderada, o que os define é o estilo
cognitivo diferente; uma forma de pensar própria do transtorno. Este estilo seria
caracterizado pela rigidez dos pensamentos e pouca flexibilidade no raciocínio, onde há
uma dificuldade também de envolverem-se em situações de dramatização, brincadeiras
de faz-de-conta e imaginação. A criança autista não possui espontaneidade, iniciativa ou
criatividade. A imaginação ou brincadeira simbólica em crianças autistas são restritas ou
mesmo ausentes.

O desenvolvimento da imaginação (adicionando significado na percepção) e


do comportamento social no autista é completamente diferente. Se
convidados a brincar, procuram atividades focalizadas na percepção pura
como amontoar objetos ou colocá-los alinhados em filas. (PEETERS, 1998,
p.16)

1.3) TEA e a Teoria da Mente

A teoria da mente foi nomeada no final da década de 70 como a capacidade de


atribuir estados mentais a outras pessoas e predizer o comportamento das mesmas em
função destas atribuições (Premack e Woodruff, 1978).
Para que haja Teoria da Mente é necessário haver linguagem desenvolvida,
pois a língua é um dos aparatos da cognição. Nas pessoas autistas há uma distorção e
alteração nas estruturas de linguagens que interferem no domínio da linguagem verbal.
Por não desenvolver corretamente a linguagem, o autista não consegue compreender o
contexto ao seu redor e isso dificulta a habilidade de prever o que os outros estão
pensando e sentindo (elementos essenciais da Teoria da Mente).
Williams e Wrigth (2008) enfatizam que a ausência da Teoria da Mente, uma
espécie de cegueira mental, dificulta entender sentimentos e pensamentos alheiros,
entender regras sociais ou expressar suas emoções adequadamente. Porém, alguns
aspectos da memória, em autistas, são profundamente eficazes, principalmente para
assuntos pelos quais se interessam. Mas geralmente, não conseguem usar a memória
para planejamentos futuros, devido à dificuldade de contextualização dos fatos e
situações, por terem atraso no desenvolvimento e na compreensão da linguagem.
Segundo Bassedas (1996) a linguagem é o instrumento básico da comunicação
e representação dos seres humanos e é o que os identifica precisamente como seres
humanos, sendo algo básico para as representações e interações sociais.
O acesso à função simbólica ajuda a criança pequena a evoluir, de uma
maneira espetacular, não somente em relação à aquisição da linguagem, mas
também em relação ao acesso para a representação constante de um mundo
que é complexo e que, aos poucos, poderá ser compreendido (Bassedas,
1996, p.40)

Assim, a educação de crianças autistas torna-se um grande desafio para a


escola e para a sociedade, e para que a escolarização desses alunos ocorra é necessário
que a escola faça adaptações curriculares, e qualifique o seu corpo docente.
CAPÍTULO II
ABORDAGENS EDUCATIVAS PARA O AUTISMO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL - UMA PROPOSTA INCLUSIVA

2.1) O autismo e a Educação Infantil

De acordo com o censo de 2010, 24% da população brasileira têm algum tipo
de deficiência, ou seja, alguma limitação visual, auditiva ou intelectual. Isso mostra a
tarefa urgente do poder público e das instituições privadas de investir em ambientes
inclusos, desde o primeiro ciclo da educação.
Atualmente existem muitas leis que garantem que isso aconteça: desde a
Constituição de 1988, passando pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
culminando no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), cujos eixos incluem a
formação de professores para a educação especial, a implantação de salas de recursos
multifuncionais e a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, além da
regulação em nível federal, como a Lei Estadual 6491/13, do Rio de Janeiro, que
regulamenta o papel do Poder Público na promoção de educação inclusiva. Porém,
historicamente, durante séculos, a educação da criança no Brasil era de responsabilidade
exclusiva da família, onde no convívio com os adultos e outras crianças de sua família
que a criança aprendia as normas e regras da sua cultura.
As primeiras tentativas de atendimento às crianças foram nas creches, nos
asilos e orfanatos que surgiram com um caráter assistencialista. Uma das instituições
brasileiras mais duradouras de atendimento à infância, que teve seu início antes da
criação das creches, foi a roda dos excluídos. Um dispositivo onde se colocavam os
bebês abandonados nas instituições ou nas casas de misericórdia. Por mais de um século
a roda foi à única instituição de assistência à criança abandonada no Brasil e somente
em meados de 1950, que o Brasil efetivamente a extinguiu, sendo o último país a acabar
com o sistema da roda dos enjeitados (MARCÍLIO, 1997).
Foi necessário quase um século para que a criança tivesse seu direito à
educação garantida na Constituição Federal de 1988. A partir desta lei a criança passou
a ser sujeito de direito, e as creches que anteriormente eram vinculadas á área de
assistência social, passam a ser de responsabilidade da educação.

O dever do Estado para com a educação será efetivado mediante a garantia


de oferta de creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade
(BRASIL, 1988)
A importância da educação se inicia na Educação Infantil. Porém a educação
infantil no Brasil, não se estruturou na perspectiva da inclusão e do atendimento às
crianças autistas. Assim ela limita-se ao cumprimento do princípio constitucional que
prevê a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola e a
continuidade nos níveis mais elevados de ensino, mas partindo da premissa de que a
aprendizagem é um processo social, e que só é possível acontecer a partir da interação
com outras pessoas, a educação infantil, primeira etapa da educação básica, passa a ter
valor incontestável na inclusão de crianças autistas.

2.2) Qual o Papel da Escola?

A escola é um participante ativo e fundamental no trabalho de


desenvolvimento da aprendizagem, e possui um papel reconhecido na elaboração de
estratégias para que os alunos desenvolvam suas capacidades.
A escola deve proporcionar a criança Autista ou com qualquer outra
deficiência, atividades que potencializem, favoreçam e apóiem o processo de
aprendizagem e inclusão1. O conteúdo pedagógico deve ser adaptado, com o objetivo de
atender as necessidades educacionais da criança, sempre respeitando as
individualidades.
Segundo a Declaração de Salamanca:

Existe o consenso crescente de que as crianças e jovens com necessidades


educativas especiais devem ser incluídas nas estruturas educativas destinadas
à maioria das crianças, o que conduziu ao conceito da escola inclusiva. O
desafio com que se confronta esta escola inclusiva é o de ser capaz de
desenvolver uma pedagogia centrada na criança [...] (UNESCO, 1994, p.6)

Desta forma, para que a escola realize a inclusão escolar de crianças autistas é
necessário que o seu conteúdo programático esteja de acordo com o potencial deste
aluno. Em conformidade com a sua idade e com o seu interesse.
De acordo com Mantoan:

A escola para se tornar inclusiva, deve acolher todos os seus alunos,


independente de suas condições sociais, emocionais, físicas, intelectuais,
linguísticas, entre outras. Ela deve ter como princípio básico desenvolver
uma pedagogia capaz de educar e incluir todos aqueles com necessidades
educacionais especiais e também os que apresentam dificuldades temporárias
ou permanentes, pois a inclusão não se aplica apenas aos alunos que
apresentam algum tipo de deficiência. (2008, p. 143).

1
A palavra “inclusão” expressa idéia de reconhecimento das diferenças e necessidades específicas de
cada pessoa, valorizando, convivendo, aceitando-as.
O objetivo na inclusão escolar é reconhecer e valorizar a diversidade como
condição humana facilitadora de aprendizagem. Segundo Pietro (2006) ao invés de
aproximar o aluno incluso aos chamados padrões normais, o objetivo da escola inclusa
seria a construção de alternativas que garantam o seu crescimento escolar e social.
A partir do momento em que a criança entra na escola, o desenvolvimento
infantil adquire um novo rumo; as experiências e os conhecimentos
vivenciados na escola, e por meio da escola, passam a ter um papel
significativo no desenvolvimento social e afetivo da criança. (ALMEIDA,
199, p.13)

Portando é papel da escola complementar ações sociais que influirão no


desenvolvimento da criança autista, juntamente com o apoio a família, tornando a escola
um lugar agradável e receptivo para os alunos inclusos.

2.3) Qual o Papel da Família?

Para que possamos compreender sobre a importância da família no


desenvolvimento da aprendizagem e na inclusão dessas crianças, vale a seguinte
reflexão:
Quando você vai ter um bebê, é como planejar uma fabulosa viagem de férias
– para a Itália. Você compra uma penca de guias de viagem e faz planos
maravilhosos. O Coliseu, o Davi, de Michelangelo. As gôndolas de Veneza.
Você pode aprender algumas frases úteis em italiano. É tudo muito
empolgante. Após meses de ansiosa expectativa, finalmente chega o dia.
Você arruma suas malas e parte. Várias horas depois, o avião aterrissa. A
comissária de bordo diz: “Bem-vindos à Holanda” (Kingesley, 1987)

Ninguém idealiza o nascimento de uma criança autista. As famílias não estão


preparadas para receber uma criança com deficiência. A maioria das crianças autistas
parece perfeitamente normal ao nascerem e não existe nenhum traço físico ou
característica que indique o autismo, e muitas famílias não tem conhecimento suficiente
para lidar com o transtorno.
No entanto, como a família é a primeira instituição na qual a criança faz parte,
ela se constitui um importante espaço de socialização e desempenha um papel de
extrema importância no desenvolvimento da criança autista.

[...] a participação da família é de suma importância no movimento da


inclusão. Seja de forma individualizada ou por meio de suas organizações, é
imprescindível a sua participação para que a continuidade da luta por
sociedades mais justas para seus filhos seja garantida. É importante sua
participação, pois a família irá exercer sua cidadania e funcionara como um
veículo por meio do qual seus filhos possam aprender a ser. (SANTOS, 1999,
p. 78)
A família é portanto a instituição mais privilegiada da educação da criança
autista, pois exerce enorme influência quer na integração 2 escolar quer no
desenvolvimento dos filhos. Ela tem um papel importante na educação do aluno,
devendo envolver-se no processo de educação opinando e participando ativamente nas
decisões em relação ao aluno.
Esta importante parceria entre família e a escola no desenvolvimento da
aprendizagem e na inclusão de criança autistas é enfatizada pela Declaração de
Salamanca.

Deve ser desenvolvida uma colaboração cooperativa e de ajuda entre


autoridades escolares, professores e pais. Estes devem ser encorajados a
participar nas atividades educativas em casa e na escola (onde podem
observar técnicas eficazes e aprender como organizar atividades extra-
escolares, assim como a orientar e apoiar o progresso escolar dos seus filhos.
(Declaração de Salamanca, 1994, p.38)

Este trabalho em conjunto será um diferencial na constituição de sujeitos, pois


segundo Cunha “Ensinar para a inclusão social, utilizando os instrumentos pedagógicos
da escola e inserindo também a família, é fortalecê-la como núcleo básico das ações
inclusivas e de cidadania.” (2012, p.90)

2.4) O Papel do Professor de Educação Infantil

No contexto atual, não existe uma política adequada ao atendimento de


crianças autistas. Observa-se que há um crescimento nas pesquisas em torno dessa
temática, sobretudo na área médica, embora se observe uma escassez de estudos em
pedagogia que visem compreender o autismo. Desta forma, nosso país caminha com
grandes dificuldades em direção ao atendimento de um milhão de autistas. Segundo
BORALLI (2007), ainda seguimos uma postura assistencialista, típicas de países de
terceiro mundo.
E por falta de conhecimento e escassez de bibliografias adequadas, alguns
professores de educação infantil não sabem reconhecer e identificar o TEA,
principalmente os de alto desempenho. Baptista e Bossa (2002) fazem um alerta sobre a
percepção dos professores sobre a inclusão dos alunos autistas, devido ao relativo
desconhecimento sobre o autismo e em particular, o desconhecimento sobre a educação
desses alunos.

2
O conceito de “integração” traz a concepção de que a pessoa tida como “diferente” e precisa se normalizar diante
da maioria, isto é, precisa se adequar ao local.
Segundo Castro (2004), algumas das dificuldades para a educação dos autistas
são os comportamentos inapropriados, facilmente observados pelo professor, como a
estereotipia motora; o isolamento; fracasso em desenvolver relações de coleguismo;
demora ou falta de desenvolvimento na linguagem falada.
É preciso estar disponível e atento, principalmente no caso de crianças cuja
linguagem verbal e gestual é limitada ou é não desenvolvida. Assim, o professor deve
intervir de modo a favorecer a atenção, a motivação e também o acolhimento, com uma
postura tranqüila e que transmita segurança a criança autista.
Segundo Bosa (2006) alguns estudos sugerem que, com educação apropriada,
mais crianças autistas serão capazes de utilizar as habilidades intelectuais que possuem
para avançar em níveis acadêmicos. Esses conceitos são muitas vezes ancorados em
Vygostky (2000), que afirma que é a partir do “outro” que a criança se socializa; é na
interação com outros sujeitos que se adquire a capacidade de internalização de conceitos
e de regulação interna das ações. O educador na mediação lúdica, por exemplo, não se
limita ao preparo das brincadeiras, ele media a interação entre as crianças e favorece a
inclusão da criança autista.
Dessa forma é importante o papel do professor na busca de informações, que
possibilitem a melhoria no cotidiano escolar e social, juntamente com os familiares de
um aluno autista, pois o seu comprometimento com o ensino através de estratégias
pedagógicas aplicadas às necessidades dos alunos autistas, os levará a superarem grande
parte das dificuldades que a deficiência lhes causa, promovendo assim seu
desenvolvimento, sua inclusão e o esclarecimento sobre o autismo.
Vale ressaltar que o professor de Educação Infantil não diagnostica nenhum
transtorno, e em específico, o autismo, mas deve ter o conhecimento necessário sobre
ele para fazer uma atuação pedagógica adequada.
Portanto, caso o professor de educação infantil suspeite de algum atraso no
desenvolvimento da criança este deverá buscar, juntamente com a família, ajuda
profissional especializada. É fundamental atentar para a importância da intervenção
precoce e para o fato de que a partir do momento em que há uma dificuldade, seja ela no
campo da linguagem, da interação ou da disfunção sensorial, é possível intervir e assim
visar um melhor prognóstico da criança.
Diante do diagnostico, o professor poderá criar um plano de ensino adequado
para aquela criança, com conteúdos próximos a idade global do autista. Não devemos
pensar no autismo como algo distante e condenado ao isolamento em escolas
especializadas. Existem muitas coisas que podem ser feitas pelo autista, a principal é
acreditar que ele tem potencial para aprender, é preciso saber que ele enxerga o mundo
de forma diferente, mas vive no nosso próprio mundo, e cabe a nós não deixá-lo ficar
fora da escola e privado do convívio social.
Bassedas (1996) elucida o papel do professor numa atuação constante, de modo
a privilegiar todo o grupo e com ações de forma particular com cada aluno. Essa atuação
exigirá que o educador tenha um olhar sensível mediante as necessidades educacionais
de seus alunos, e particularmente de seus alunos autistas, realizando de forma adequada
as intervenções necessárias ao seu aprendizado.
CAPÍTULO III
DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE EXPERIÊNCIA

3.1) Metodologia e Pesquisa:

Para a realização deste trabalho foi realizado uma pesquisa de caráter


exploratório onde, foram coletados dados por meio de entrevistas, para comprovar
teorias, hipóteses e/ou modelos pré-concebidos. Segundo Gil (2002) as entrevistas semi
estruturadas são entrevistas que podem ser parcialmente estruturadas, quando são
guiadas por relação de pontos de interesse que o entrevistador vai explorando ao longo
do seu curso.

Uma pesquisa de cunho exploratório tem como objetivo proporcionar maior


familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Pode
envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no
problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica
e estudo de caso. (GIL, 2002, p.41)

Local:
O estudo foi realizado em uma escola pública no Município de Rio de Janeiro,
que atende crianças de idades entre 04 e 06 anos.
Instrumentos
A pesquisa foi realizada por meio de instrumentos de entrevistas semi
estruturadas (apêndice) aplicadas aos professores de educação infantil da escola em
questão, onde se buscou saber como elas identificam o TEA e de que forma atuam
pedagogicamente.
Uma entrevista também foi realizada com a direção escolar com perguntas
referentes ao modo como a escola trabalha com a inclusão escolar de crianças autistas.
Sabe-se que entrevistas semi estruturadas são perguntas previamente
estabelecidas onde o entrevistador não se limita á elas, pois tem liberdade de incluir
outras mediante as respostas dadas pelos entrevistados.

Perfil dos Participantes da pesquisa:

Participaram da presente pesquisa quatro professoras de educação infantil, que


trabalharam pedagogicamente com crianças autistas, o objetivo da nossa pesquisa. As
educadoras foram chamadas de professoras A, B, C e D. Cada uma teve contato com
uma criança, em períodos diferentes.
Todas têm o nível superior, entretanto apenas as professoras A e B tem
graduação na área de pedagogia. A professora C tem graduação em letras com
especialização em psicomotricidade e a professora D está terminando a graduação em
pedagogia.
Referente à formação profissional das entrevistadas, enfatizaremos que
nenhuma apresenta uma formação em educação inclusiva. Vimos que duas tinham
apenas formação em pedagogia, isso é uma realidade em nossas escolas, no qual o
professor não vem recebendo uma formação adequada que possa responder as
necessidades especiais dos alunos com alguma experiência.
Como a escola não possui um coordenador pedagógico, essa função fica
atribuída à direção escolar, que também participou da entrevista.

3.2) Análise de dados coletados:

A fim de alcançarmos um entendimento para a nossa pesquisa, buscamos


contemplar as seguintes categorias para análise do conteúdo sobre as respostas das
professoras, em relação ao trabalho com crianças do Espetro Autista, desta forma
gerando algumas categorias:
O entendimento sobre o TEA;
A percepção do professor da criança autista;
O desenvolvimento da criança autista no trabalho pedagógico da escola;
A família no desenvolvimento da aprendizagem da criança autista;
O processo de inclusão de alunos com TEA no cotidiano da escola.

3.2.1) O entendimento sobre o TEA

Nessa categoria iremos trazer para a discussão a fala das professoras, quando
questionadas sobre o que é o autismo.

Entendo que o autista possui características próprias e necessita de


acompanhamento e atividades diferenciadas. (Professora A)

Distúrbio nas interações: comunicação, relacionamentos, etc. (Professora B)

Um transtorno que compromete rês áreas: linguagem, comportamento e


interação. Se apresenta com maior ou menor grau de prejuízos à criança.
(Professora C)

É uma síndrome que se caracteriza por prejuízos nas áreas da iteração social,
linguagem e comportamental. (Professora D)
Observa-se pela fala das professoras B, C e D, certo entendimento sobre o
autismo, destacando o comportamento social e comunicação como centro da
definição da síndrome. Em relação à professora A, podemos perceber que a mesma
teve o contato com uma criança autista, mas não demonstrou ter um conceito
apropriado sobre a real definição do transtorno.
A realidade é que encontrarmos nas nossas escolas, professoras que pouco ou
nada sobre o autismo. Contudo, a demanda de alunos com necessidades especiais vêm
crescendo. Neste sentido, Pietro (2006) considera que o objetivo da inclusão escolar é
tornar reconhecida e valorizada a diversidade como condição humana favorecedora de
aprendizagem.
Além disso, o professor precisa estar ciente que estes alunos estão na escola
para aprender e não somente para socializar. Portanto é necessário oferecer
possibilidades de formação continuada aos educadores, para que possam atuar na prática
de forma consistente diante das diferenças.

3.2.2) A percepçã o do professor da criança autista

Conforme o relato da professora A, nessa categoria pode-se identificar que esta


percebeu um comportamento diferente em comparação às demais crianças.

Não sei se ele tem o Transtorno, apenas observo um comportamento um


pouco diferente. Ele está sendo avaliado por um “neuro” a pedido da escola.
(Professora A)

Podemos analisar pela fala da professora A, que há a suspeita do transtorno.


Assim, toda pessoa com suspeita de Autismo, deve ser encaminhada para a avaliação
diagnóstica. Do ponto de vista de pais e educadores, o autismo “representa um enorme
desafio, principalmente porque a primeira vista é difícil diagnosticar e avaliar o grau de
comprometimento envolvido”. (MONTOAN, 2003, p.13)
Quando a criança é encaminhada para a avaliação, há a possibilidade de uma
imediata intervenção. Há uma necessidade crescente de possibilitar a identificação
precoce do quadro clínico de crianças com TEA, para que possa ter acesso a ações e
programas de intervenção o quanto antes. Assim o olhar atento da professora A diante
do comportamento apresentado por seu aluno, é um fator importante a ser considerado
numa intervenção precoce.
A professora C também relata que identificou o seu aluno pela análise de seu
comportamento e fala. A professora B apenas relatou que percebeu que o Aluno
encontra-se no espectro, porém não relatou como identificou o transtorno.
A professora D relatou perceber algumas características do autismo no seu
aluno que envolve a área da linguagem e a sensibilidade auditiva.

Percebi que meu aluno evita o contato visual, tem uma fala diferenciada com
a emissão de sons além de demonstrar um desconforto em ambientes
barulhentos. (Professora D)

Podemos observar pela fala das professoras C e D que as características de uma


criança com esta síndrome variam de acordo com cada caso. Segundo Peeters (1998)
“[...] eles sentem, ouve e vêem, mas seu cérebro administra estas informações de
maneira peculiar”. Desta forma, percebemos uma heterogeneidade dos quadros de
autismo, que dependem da gravidade da síndrome e das oportunidades educacionais
e/ou sociais oferecidas.

3.2.3) O desenvolvimento da criança autista no trabalho pedagó gico da escola

A literatura brasileira disponibiliza poucos dados sobre o histórico de


escolarização de pessoas com autismo. Desta forma, o relato das professoras foi
importante para esta categoria.
Sobre o trabalho com crianças autistas, as professoras A, B e C relatam que não
receberam nenhum tipo de formação. A professora C acrescenta em sua entrevista que
busca formação de forma independente ao trabalho.
A professora D relata que participou de palestras educacionais onde obteve
algumas orientações pedagógicas para trabalhar com crianças autistas. Seu aluno possui
apoio da mediação escolar além da visita da professora da sala de recursos.
Segundo Mantoan (1997) a inclusão é um motivo para que a escola se
modernize e os professores aperfeiçoem suas práticas, e assim a inclusão escolar torna-
se uma consequência natural de todo um esforço de atualização docente.
Portanto, o incentivo à formação continuada é um fator determinante na
atuação pedagógica mais inclusiva, e nesse contexto, podemos perceber que a educação
do aluno autista não será apenas um serviço do professor, mas também uma relação
afetiva a partir do momento que o educador se propõe buscar informações devido às
necessidades de seus alunos.
Quando questionadas sobre o trabalho pedagógico realizado com o aluno
autista as professoras demonstraram certa timidez ao falar sobre o seu trabalho:

Permito que meu aluno realize as atividades no tempo dele, pois percebo
que o ritmo dele é diferente dos outros. (Professora A)

Realizei algumas atividades com a aluna voltadas para a movimentação


corporal, com músicas da galinha pintadinha que são as que ela mais gosta.
Aproveitei o tema para desenvolver a linguagem oral e escrita com a
relação de palavras a figuras. (Professora B)

Busco criar rotinas estruturadas previamente, o que já faço com todos.


Criando materiais e estratégias para favorecer sua participação e estimular o
seu desenvolvimento. (Professora C)

Preparo atividades diferenciadas ou com pequenos grupos e utilizo o com o


recurso tecnológico (computador) no qual ele tem bastante interesse. Isso
favoreceu seu aprendizado dos números e o reconhecimento do seu primeiro
nome. (Professora D)

Pode-se identificar que as professoras sabem da importância do seu papel para


o desenvolvimento de habilidades da criança autista na escola e no contexto social,
pois todas relataram um planejamento mais flexível e com atividades diferenciadas.
Observa-se também que cada professora utilizou-se de métodos diferentes, na
sua atuação pedagógica com intervenções individualizadas. O educador ao possuir um
olhar atento às necessidades educacionais de seu aluno utiliza-se de metodologias
adaptáveis que promovem o seu aprendizado, a sua integração e a sua inclusão.
Segundo PEETERS (1998) o conteúdo do programa de uma criança autista
deve estar de acordo com o seu potencial, sua idade e seu interesse. Desta forma, se a
criança estiver executando uma atividade de maneira inadequada, é importante a
intervenção rápida do professor.
Fato é que todo educador precisa perceber a importância da sua atuação
pedagógica na interação do aluno autista enquanto promove sua inclusão no contexto
educacional.
3.2.4) A família no desenvolvimento da aprendizagem da criança autista
O proposto nessa categoria foi que as professoras relatassem como era o
envolvimento da família da criança autista no seu desenvolvimento escolar, as quatro
professoras responderam sobre a importância da família na vida escolar do aluno.

A família do meu aluno foi receptiva diante da solicitação de uma avaliação


diagnóstica com profissionais capacitados. (Professora A)
Sem o apoio da família não teríamos avanços significativos. È a família que
sinaliza como a criança está naquele dia ou sobre uma nova medicação
administrada. Desta forma, percebo o porquê dela estar ou não mais agitada e
utilizo de estratégias mais apropriadas para o momento (Professora B)
A parceria com a família é um dos recursos utilizados no desenvolvimento e
inclusão do meu aluno. Os pais do meu aluno ajudam nas estratégias de
socialização e integração adotadas na escola. (Professora C)
A tarefa de socialização e integração do Aluno é um desafio a todos os
envolvidos nesse ambiente escolar, que vem se concretizando devido a
parceria com os familiares. (Professora D)
A parceria é fundamental, porém o que dificulta é a resistência, aceitação dos
responsáveis, muitas vezes por desconhecimento da síndrome. (Direção)

Com as respostas positivas das professoras em relação à posição da família da


criança autista, podemos compreender que o desenvolvimento da criança autista
também depende do modo com que a família trabalha juntamente com as professoras e
outros profissionais.
Podemos observar, porém, pela fala da direção que ainda existe resistência dos
familiares, pois ainda requer uma boa aceitação. Segundo Cunha (2010) a família sofre
ao se deparar com o nascimento de uma criança com problemas de desenvolvimento,
apresentando dificuldades em conviver com a situação, havendo um desequilíbrio na
dinâmica familiar.

3.2.5) O processo de inclusã o de alunos com TEA no cotidiano da escola

Esta é a última e mais importante categoria, pois queremos analisar qual o


processo de inclusão e integração de alunos autistas realizado pelas professoras
entrevistadas. Obtemos as seguintes respostas:

Procuro fazer com que ele participe das atividades como todos os outros no
tempo dele. (Professora A)

O processo de inclusão ocorreu naturalmente, buscando assegurar o direito à


escolaridade, convivência e melhoria de sua auto-estima, incentivando o
interesse pela escola e por seus pares. (Professora C)

O horário diferenciado nas atividades escolares, a participação da mediadora


durante as aulas foram pontos importantes para sua integração e
desenvolvimento escolar. (Professora D)

Procuramos um horário intermediário para melhor atende-los, tendo em vista


que a escola é de turno único, e essas crianças precisam de acompanhamento
com outros profissionais como fonoaudiólogo, psicólogo e a sala de recurso.
Então para melhor atende-los realizamos uma adaptação em sua carga
horária. (Direção)

De acordo com Pietro (2006), a integração escolar tem como objetivo ajudar
pessoas com deficiências a estarem inseridas em um ambiente cotidiano de forma
possível ao normal, proporcionando uma proximidade física e a inserção nos espaços
públicos como a escola, usufruindo dos mesmos recursos educacionais que os demais
alunos. E para que a integração aconteça é necessário que haja a comunicação pela
participação ativa do aluno autista como elemento do próprio grupo, de forma
espontânea e natural. Fato observado pelo depoimento das professoras.
Segundo a Declaração de Salamanca:

O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos


aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades
e das diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer
as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e
ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para
todos, através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de
estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com
as respectivas comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e de
serviços para satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da
escola. (UNESCO, 1994)

Quando questionada sobre a escola estar preparada para receber este tipo de perfil, a
diretora relata que as escolas do município caminham na perspectiva da inclusão:

Falta capacitação profissional, material pedagógico adequado e parceria com


o sistema único de saúde. Mas tentamos realizar a integração social desses
educando enquanto nos adaptamos para uma melhor inclusão. É por isso que
digo que caminhamos na perspectiva inclusiva. (Direção)

Nota-se pela fala da direção que é necessário um investimento adequado para


que a inclusão de fato ocorra. “Para incluir é necessário uma mudança de atitude de toda
a sociedade frente às diferenças existentes no ser humano” (MANTOAN, 2004, p.40)
Portanto, não é só a criança está inserida no ambiente escolar. Não basta
apenas matriculá-la na Educação Infantil. É necessário proporcionar a ela, aulas
específicas de qualidade e agradáveis, de acordo com suas potencialidades e interesses.
È importante também, que através da inclusão a criança se sinta integrada na escola,
juntamente com os colegas, professores e demais funcionários. Nesse contexto é preciso
que o professor tenha um olhar atento as necessidades da criança autista, atuando de
forma significativa no desenvolvimento educacional de seu aluno.
Na perspectiva educacional inclusiva o desafio está no ensinar frente à
diversidade de qualquer sala de aula, pois “A educação inclusiva é uma proposta que
para dar certo, necessita de um professor aberto as diferenças e disponível a trabalhar
nesse processo.” (MANTOAN, 2004, p.40).
Nesse sentido, o professor terá o papel de adaptar a teoria à realidade da
criança e da escola, para assim obter uma prática de qualidade. Desta forma, é a partir
da atuação do professor, na busca de melhores condições de ensino, que as crianças
autistas poderão aprender. Quando o educador acredita que elas são capazes, busca
elementos para o seu crescimento intelectual e social. Sua atuação pedagógica refletirá
de forma construtiva não apenas no processo de inclusão, mas também na promoção
escolar destes sujeitos.
CONCLUSÃO

O Autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo


estudado pela ciência há décadas, mas que ainda permanece, dentro do âmbito da
própria ciência, com questões a responder. Embora, atualmente, o autismo esteja mais
conhecido ou divulgado, ainda encontramos profissionais da educação que pouco sabe
sobre o autismo.
Com a realização desta pesquisa, podemos concluir que apesar da importância
da atuação do professor de educação infantil na integração e socialização do aluno
autista no processo ensino-aprendizagem, os professores ainda não estão preparados
para promover a inclusão e o aprendizado destas crianças.
Para que a inclusão de fato aconteça é necessária uma formação pedagógica
adequada e continuada dos profissionais da educação. Contudo, devemos evidenciar
também a importância da participação ativa da família no processo de desenvolvimento
da criança autista.
Concluímos, que a parceria entre o professor, a escola e a família, em um
ambiente acolhedor de aprendizagem e sociabilidade, são fatores que contribuem para o
desenvolvimento da criança autista, na direção de uma perspectiva inclusiva.
BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. Campinas, SP: Papirus,
1999.

BASSEDAS, Eulália. Intervenção educativa e diagnóstico psicopedagógico. 3ª ed.


Porto Alegre: Artes Médicas. 1996.

BOSA, C. A. (2006). Autismo: intervenções psicoeducacionais. Revista Brasileira


de Psiquiatria, 28. Supl. I. (pp. 47-53). Rio de Janeiro: ABP.

BRASIL, MEC. Política Nacional de Educação na Perspectiva Inclusiva, Brasília,


2008.

BRASIL. MEC. Educação especial: tendências atuais. Brasília, 1999.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de atenção à saúde. Diretrizes de Atenção


à Reabilitação da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Brasília,
2013.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Necessidades Educativas Especiais – NEE


In: Conferência Mundial sobre NEE: Acesso em: Qualidade – UNESCO.
Salamanca/Espanha: UNESCO 1994. Disponível em:
http://redeinclusao.pt/livros/declaracao-de-salamanca. Acesso em 17 jun. 2017

ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA. Manual Diagnóstico e


Estatístico de Transtornos Mentais. 5.ed. Arlington, VA: American Psychiatric
Publishing, 2013.

MARCÍLIO, Maria Luiza. A roda dos expostos e a criança abandonada na História


do Brasil. In: FREITAS, Marcos Cezar (Org.). História social da infância no
Brasil. São Paulo: Cortez, 1997. p. 51-76.

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? SãoPaulo:


Moderna, 2004. (Cotidiano Escolar: ação docente).

MORAES, T. P. B. Autismo: Entre a alta sistematização e a baixa empatia. Um


estudo sobre a hipótese de hipermasculinização no cérebro no espectro autista.
Revista Pilquen. Sección Psicopedagogía. Año XVI. nº 11, 2014.

NEVES, J. L. Pesquisa qualitativa: características, usos e possibilidades. in


caderno de pesquisas em administração. São Paulo. V. 01 n° 03, 2° semestre/1998.

PEETERS, T. Autismo: entendimento teórico e intervenção educacional. Rio de


Janeiro: Cultura Medica, 1998.

PENNA, E. C. G. Qualidade de Vida de Mães de pessoas com o diagnóstico de


Autismo. Caderno de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, 2006.
Disponível
em:<http://www.mackenzie.br/fileadmin/Pos_Graduacao/Mestrado/Disturbios_do_
Desenvolvimento/Publicacoes/volume_VI/05-2006.pdf.> Acesso em 10 de jun.
2017.

PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas: problema central ao


desenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar.1976.

SCHWARTZMAN, J. S.; ASSUMPÇÃO JR. F.B. Autismo Infantil. Mennon: São


Paulo, 1995.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE.


Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtorno do Espectro do
Autismo (TEA). Brasília, 2013.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

GRANDIM, T.; PANEK R. O Cérebro autista. São Paulo: Record,2015.


Disponível em: <http://www.record.com.br/images/livros/capitulo_oVLVAF.pdf.
Acesso em maio 2017>
ANEXOS

ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM PROFESSORES QUE


TRABALHAM/TRABALHOU COM CRIANÇAS AUTISTAS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL

ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM PROFESSORES

Nome:
______________________________________________________________________
Graduação______________________________ quanto tempo? __________________
Especialização? _________________ em que área?_____________________________
Há quanto tempo trabalha nessa escola?______________________________________
O que você entende por TEA (Transtorno do Espectro Autista)?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Você já sabia algo sobre o transtorno antes de lecionar para esse aluno?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Como você identificou que este aluno tem TEA?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Ele tem diagnóstico? _____________________________________________________
Se sim, este diagnóstico foi realizado por intermédio da escola ou da família?________
______________________________________________________________________
Você tem contato com outros profissionais que acompanham a criança?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Você recebeu alguma formação para trabalhar com crianças com necessidades
educacionais?___________________________________________________________
______________________________________________________________________
Você recebe alguma orientação que auxilie no seu trabalho com esses alunos?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
A presença de um aluno com TEA na sua sala de aula modificou o seu planejamento de
ensino e/ sua pratica? _________________ como? _____________________________
_____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Qual o processo de inclusão desse aluno com TEA no cotidiano da sala de aula?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM A DIREÇÃO

1) Desde quando a criança com autismo freqüenta a escola?


______________________________________________________________________
2) Como foi a adaptação dela?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3) Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas com a criança durante este período?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

4) Partindo dos pressupostos de inclusão e integração, onde segundo a Declaração de


Salamanca:
O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos
aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades
e das diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer
as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e
ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para
todos, através de currículos adequados, de uma boa organização escolar, de
estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e de uma cooperação com
as respectivas comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de apoios e de
serviços para satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da
escola. (Declaração de Salamanca, 1994: 11-12)

E sobre a integração MANTOAN, descreve que:


A integração escolar pode ser entendida como o “especial na educação”, ou
seja, a justaposição do ensino especial ao regular, ocasionando um inchaço
desta modalidade, pelo deslocamento de profissionais, recursos, métodos e
técnicas da educação especial às escolas regulares. (MANTOAN,2004, p.16)

Você considera que o trabalho realizado com esses alunos é o de inclusão ou


integração?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
5) O colégio se sente preparado para receber esse tipo de perfil?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6) Os professores são capacitados para estarem trabalhando com esses alunos? De quê
forma?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
7) Existe parceria entre a escola e os pais?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Você também pode gostar