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Ano: 2017
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Ana Regina Caminha Braga
Neurociências e a
formação da
aprendizagem
1ª Edição
2017
Curitiba, PR
Faculdade UNINA
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FICHA CATALOGRÁFICA
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PALAVRA DA INSTITUIÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade UNINA!
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Apresentação da disciplina
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Aula 1 - Escola, família, sociedade e o desenvolvimento do sujeito com
Transtorno Global do Desenvolvimento
Apresentação da aula
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pela criança e caso isso seja detectado pelo professor, que ambos os segmentos
conversem e tracem um plano de observação e atividades para que o aluno
prossiga no seu desenvolvimento cognitivo e social dentro e fora da escola com
seus pares.
Em relação à sociedade, serão abordadas questões referentes à atitude
que as pessoas devem aprender a ter diante de uma criança com suas
especificidades, pois ainda existe um olhar preconceituoso do ser humano em
relação a isso pela falta de conhecimento, leitura e até de convívio.
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atuação dos pais/responsáveis para conhecer e escolher a instituição que esteja
dentro de sua filosofia disponível e com os recursos e profissionais adequados
para trabalhar com essas especificidades.
Dentro dessa prática, é válido trabalhar a dimensão afetiva com o objetivo
de traçar um acompanhamento da relação estabelecida entre professor-aluno, a
qual pode facilitar o processo de aprendizagem, inclusive o desenvolvimento das
suas habilidades. Ainda que as limitações existam pode-se alcançar resultados
significativos com a aproximação do professor-aluno juntamente com os
recursos necessários. Contudo, se o professor observar quaisquer dificuldade
de aproximação com o aluno, contato visual e interação dele com os colegas de
sala de aula ou demais professores e profissionais da escola, é importante
comunicar a equipe pedagógica para futuras investigações, pois esses são os
primeiros sintomas do Autismo.
De acordo com Lafortune e Saint-Pierre (1996, p. 46), para atingir
“objetivos de ordem afetiva e metacognitiva, é preferível utilizar atividades
didáticas que ponham os alunos em ação. Os alunos podem, então, ganhar mais
facilmente consciência dos seus processos metacognitivos e estar em contato
com suas emoções”. Nessa citação, as autoras conduzem os professores e a
equipe pedagógica a pensar primeiramente no planejamento das suas aulas e
ao objetivo que almejam atingir, para depois considerar a dimensão afetiva, ou
seja, o processo começa com a elaboração das aulas, com o professor focado
nos seguintes propósitos: “pra quê”, “pra quem”, “como” e “onde” irá trabalhar
determinados conteúdos.
As perguntas pontuadas anteriormente auxiliam a contextualizar essa
prática, e por isso, é válido colocar que o professor, após suas primeiras aulas,
já possui um conhecimento prévio e consegue observar as relações
estabelecidas entre professor-aluno e alunos-colegas, o que facilita para o
docente no momento de organizar os conteúdos a serem compartilhados com
os alunos e suas práticas. Desse modo, o olhar do professor e dos alunos não
está mais centrado apenas no conteúdo, mas no todo, e assim conseguem
enxergar as especificidades que ocorrem dentro do ambiente escolar.
É certo que nos dias atuais a educação tem passado por inúmeras
inovações e uma delas traz a necessidade dos profissionais se questionarem:
“como”, “de que forma” e “com que meios” pode-se colocar em funcionamento
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as ações escolares para as especificidades da educação especial dentro do
ensino regular.
Manter a flexibilidade
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pensar sobre a unicidade do ser humano e antes de atitudes ou realizar qualquer
movimento que possa parecer discriminatório, considere as habilidades,
conhecimentos e limitações do outro.
Vídeo
Para contribuir com o conteúdo assista a fala da psicopedagoga e
mestre em Educação Isabel Parolin, disponível no site:
https://www.youtube.com/watch?v=3JChIRfAQyw
Para Refletir
Ao assistir o vídeo verifique alguns aspectos que podem
contribuir com as suas reflexões:
Qual o papel social da escola?
Como a família pode contribuir com a aprendizagem dos
alunos?
Como a sociedade pensa e pode agir diante das
especificidades do ser humano?
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integração pela integração, sem colocar a frente dessa atitude uma objetividade,
acaba não atingindo o ponto crucial da integração escolar.
Curiosidade
O Programa de Integração Família e Escola (PIFE) em Bertioga
tem o objetivo de aproximar a escola da família e proporciona o
professor conhecer a realidade dos seus alunos e assim trabalhar
as questões afetivas, as quais são importantes para o aprendizado
dos alunos. Conheça mais acessando o site:
https://www.youtube.com/watch?v=izZoKugegLY
Fonte: https://aviesp.com.br/2016/09/23/impacto-da-lei-brasileira-de-inclusao
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
Deficiência).
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
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LIVRO I
PARTE GERAL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema
educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a
alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas,
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de
aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade
assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda
forma de violência, negligência e discriminação.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar,
incentivar, acompanhar e avaliar:
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o
aprendizado ao longo de toda a vida;
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso,
permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de
acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado,
assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos
estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de
igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia;
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade
escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em
escolas inclusivas;
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o
desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso,
a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino;
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas
pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva;
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento
educacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de
disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas
instâncias de atuação da comunidade escolar;
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos
linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a
criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência;
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e
continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento educacional
especializado;
XI - formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional
especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de
apoio;
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XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia
assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua
autonomia e participação;
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica em igualdade
de oportunidades e condições com as demais pessoas;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de educação
profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com deficiência nos
respectivos campos de conhecimento;
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a
atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar;
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e demais
integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às atividades
concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino;
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;
XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas públicas.
§ 1o Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, aplica-se
obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI,
XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer
natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumprimento dessas
determinações.
§ 2o Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se refere o inciso
XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte:
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação básica devem, no mínimo,
possuir ensino médio completo e certificado de proficiência na Libras; (Vigência)
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de interpretar
nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível superior,
com habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras. (Vigência)
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos oferecidos
pelas instituições de ensino superior e de educação profissional e tecnológica, públicas e
privadas, devem ser adotadas as seguintes medidas:
I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas dependências das
Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços;
II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com campos específicos para
que o candidato com deficiência informe os recursos de acessibilidade e de tecnologia
assistiva necessários para sua participação;
III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendimento às
necessidades específicas do candidato com deficiência;
IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados,
previamente solicitados e escolhidos pelo candidato com deficiência;
V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com deficiência,
tanto na realização de exame para seleção quanto nas atividades acadêmicas, mediante
prévia solicitação e comprovação da necessidade;
VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursivas ou de redação
que considerem a singularidade linguística da pessoa com deficiência, no domínio da
modalidade escrita da língua portuguesa;
VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Libras.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm
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Contudo, a pergunta é: “porque no Brasil é preciso instaurar leis para
garantir algo que já é do cidadão de direito?” Não precisa ir muito longe, pois a
resposta é clara. Ainda existe um paradigma social repleto de pré-conceitos ou
preconceitos, no qual as pessoas não tomaram total consciência do espaço do
outro, ou seja, nem sempre a sociedade respeita o direito da pessoa com alguma
especificidade.
É possível visualizar essa mesma realidade com a pessoa com TGD. O
fato principal é o olhar para o diferente e a maneira como a sociedade ainda
precisa de formação para lidar com essas questões. Para algumas situações a
sociedade avançou, mas ainda existem relatos de discriminação e exclusão e
isso precisa ser discutido, trabalhado com palestras, formações, noticiários e
documentários na televisão como algumas entrevistas e reportagens já
realizadas sobre o TGD.
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da adaptação da rotina que elas precisam seguir para desenvolver suas
atividades com sucesso.
Vídeo
Para conhecer um pouco mais sobre a realidade e a luta das famílias
com seus filhos assista o documentário de pais com filhos autistas e
como eles lidam com os mesmos no seu cotidiano, disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=mNab1gzIy1o
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Saiba Mais
As Leis e Diretrizes da Educação Especial amparam os alunos
com deficiência, transtornos ou dificuldades de aprendizagem por
meio de recursos como o Atendimento Educacional Especializado
(AEE) e a Sala de Recursos Multifuncionais.
Esses são atendimentos e espaços formalizados para atender os
alunos com especificidade, o qual é um direito previsto por lei. Os
atendimentos podem ser realizados no contraturno do período em
que o aluno estuda e o acompanhamento é realizado por
profissionais com formação adequada, os quais elaboram e
trabalham os conteúdos diante de uma metodologia e proposta
que atenda o seu público.
Resumo da aula
Durante esta aula foram abordados alguns aspectos relevantes com o
objetivo de contribuir com a atuação da escola, da sociedade e da família para
com a educação e formação das pessoas com TGD dentro de suas
características específicas, assim como do seu país de origem e da sociedade
no qual está inserida.
Para a Educação Especial é importante não apenas a família, mas a
escola e a sociedade conhecer e compreender os processos desenvolvidos com
seus filhos/familiares. A escola deve voltar-se às adaptações necessárias e
vencer as dificuldades existentes e assim buscar resultados significativos para o
aluno, para a instituição e para a família. Esse trabalho deve ser realizado junto
à sociedade para que as adequações sejam realizadas em conjunto.
Em relação à família dos alunos da Educação Especial foi contemplado a
relevância dos membros que convivem com eles estarem preparados para lidar
com as variantes e situações referentes à aprendizagem dessas crianças,
relacionando sempre que possível as dimensões que envolvem o ser humano:
cognitivo, afetivo e social e dessa maneira permite com que eles consigam
participar dentro de suas habilidades e limitações com os seus pares.
A sociedade tem um papel importante a ser desempenhado que é um
olhar único para o cidadão que tem seus direitos como pessoa pertencente a um
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grupo social, o qual deve e precisa ser visto com a possibilidade de caminhar e
desenvolver-se sem discriminação, preconceito ou intolerância.
Atividade de Aprendizagem
Qual sua visão para com a escola que recebe alunos com TGD ou
outras especificidades e o trabalho do professor. Você acredita que
a inclusão desses alunos acontece de maneira satisfatória?
Justifique de acordo com os conteúdos e pesquisas realizadas
Apresentação da Aula
Esta aula tem por objetivo abordar conteúdos sobre a Educação Especial
e o Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), seus desdobramentos
relacionados ao Autismo, com suas características e as ações a serem tomadas
pela escola, família e sociedade. Para atender essa proposta é preciso contribuir
trazendo um olhar que a sociedade já tem formado para a Educação Especial e
do mesmo modo para as pessoas e famílias com TGD por ainda precisar
compreender e estudar os direitos que asseguram as mesmas, bem como as
características, habilidades e limitações para que a sociedade possa atender e
integrar não apenas um grupo, mas todos os que pertencem a sociedade,
independentemente de suas particularidades e sem discriminação.
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• Lei n˚ 4.024, de 20 de Dezembro de 1961 – considerava que a
educação de pessoas com deficiência deveria ser inclusa no sistema geral da
educação com o objetivo de inseri-los na sociedade;
• Lei n˚9.394, de 20 de Dezembro de 1996 – é possível observar como
se dá o entendimento da Educação Especial:
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei,
a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de
educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes
comuns de ensino regular. (BRASIL, 1996)
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O autismo pode apresentar características especificas como já pontuado
o desenvolvimento da interação social e da comunicação prejudicada, a
ecolalia, o repertório restrito de interesse e de atividades, o interesse por rotinas
e rituais não funcionais, movimentos estereotipados, jogos imaginativos e
simbólicos, restritos ou ausentes, aparecendo tais sintomas antes dos três anos
de idade.
Sendo assim, é relevante colocar que com a pessoa autista, o professor,
a família e a sociedade precisam ter esse conhecimento, e dessa maneira
trabalhar com estratégias que possam deixar o aluno confortável nos três
ambientes para estabelecer seu aprendizado, sendo ele respeitado por suas
especificidades.
O objetivo principal ao descrever as características do TGD é que a
família, a escola e a sociedade conheçam esse perfil e possam trabalhar para o
desenvolvimento sem estereótipos ou preconceitos e assim tenham a
oportunidade de aceitar com naturalidade os desafios que o outro precisa passar
e ultrapassar dentro dos ambientes em que estão inseridos.
Pesquise
Nesses vídeos pode-se esclarecer questões e dúvidas que ainda
possam existir como as atitudes, comportamentos e o cotidiano
das pessoas com TGD.
Nos vídeos, Caroline Scottaelli e Consuelo Fernandes da
Universidade Federal do Paraná, falam sobre o TGD e o
classificam como entraves no desenvolvimento psíquico. No
entanto, é preciso compreender que essas pessoas não são
doentes, mas possuem singularidades. Acesse os links:
https://www.youtube.com/watch?v=Ir1DMmD9_iU
https://www.youtube.com/watch?v=tqEUEKC8MOc
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Dentro da perspectiva do TGD pode-se observar que não apenas a escola
trabalha esse assunto, mas a mídia também começou a mostrar como é a
realidade das pessoas com Autismo, nas novelas e nos programas de
informação, de forma semelhante ao que aconteceu com a Síndrome de Down.
Vídeo
Assista ao programa apresentado pelo Dr. Dráuzio Varela no
Fantástico sobre o Autismo e a dificuldade encontrada pelas famílias.
Essas precisam de apoio não só financeiro, mas principalmente
psicológico, no sentido de haver a necessidade por parte dos
pais/responsáveis em buscar saber como será a inserção do seu filho
na faculdade, no mercado de trabalho e na sociedade. Acesse o link:
https://www.youtube.com/watch?v=OvFNiFQuGPA
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• 4 meses - bebê sorri, emite sons, estica os braços para alguém
pegá-lo, se distrai com as mãos e pés. O autista nessa fase é pouco
sorridente, não tem movimentos emancipatórios e não demonstra
interesse com os móbiles.
• 6 meses - o bebê sorri, leva os objetos à boca, imita sons,
demonstra medo a estranhos, se reconhece no espelho e já fica em pé
sem apoio. O bebê com autismo não evidencia resposta ao sorriso, sons
de outras pessoas, pois ele precisa de mais estímulo, não responde
quando chamado pelo nome, e às vezes, é possível pensar que ele não
escuta.
• 10/11 meses – o bebê já tem pinça para pegar objetos e participa
de brincadeiras com gestos; mas o autista não acena e nem aponta para
os objetos com o objetivo de chamar atenção.
• 1/3 anos – a criança consegue brincar de faz de conta, com frases
curtas e faladas, o vocabulário enriquece e a interação com seus pares
aumenta. Com o autista a interação e atenção desprendida é reduzida,
assim como seu interesse por pinturas e desenhos.
• 4/5 anos – a criança apresenta interesse de afetividade pelas
pessoas, se veste sozinha, já separa os objetos por tamanho e cor; no
entanto, o autista não demonstra dificuldade em se colocar no lugar do
outro, pode apresentar um comportamento peculiar seu.
Ao citar o “faz de conta”, é importante dizer do predomínio da fantasia,
porém, a atividade psicomotora garante que a realidade se mantenha. O
princípio da imaginação garante que a criança modifique sua vontade por meio
do “faz de conta”, e como a atividade é expressa por meio do corpo,
obrigatoriamente respeita a realidade concreta e as relações com o mundo real.
Com o amadurecimento da criança, esse jogo, se estimulado, prevê a
diminuição da atividade egocêntrica, e esta passa a adquirir uma socialização
crescente. Dentre as características do jogo simbólico se destacam:
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• Liberdade de regras do mundo adulto, prevalecendo às criadas
pela criança.
1 • Desenvolvimento da imaginação.
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social possa ocorrer de forma eficaz na escola e na sociedade em que está
inserido, que passa por constantes mudanças.
Para um estudo mais aprofundado, analisaremos e esclareceremos
questões relativas aos Transtornos Globais do Desenvolvimento, como
caracterizá-lo e fazer um levantamento das tendências atuais do diagnóstico,
das dimensões e do impacto ocasionado pelos mesmos. Por esse motivo, as
intervenções necessárias para a participação destes sujeitos é feita em espaços
menos restritivos, possíveis em Escolas Inclusivas.
Smith (2008), ao citar US Departement of Education (1999), ressalta a
importância de se buscar as características do processo educativo formal nas
pessoas com autismo. A ênfase desse departamento foi dada às questões de
ordem emocional dos indivíduos, tais como transtornos na(s):
Comunicação verbal,
Respostas incomuns as
resistência a mudanças,
experiências sensoriais
dentre outros.
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de acordo com Stainback e Stainback (1999, p. 407), que por mais centrado
esteja o objetivo da inclusão, o de “criar uma comunidade em que todas as
crianças trabalhem, aprendam juntas e desenvolvam repertórios de ajuda mútua
aos colegas, pois o objetivo da inclusão é esquecer as diferenças individuais
entre elas”, é necessário trabalhá-las de maneira que a escola, família e
comunidade possa enxergar a criança passiva de várias habilidades.
Os responsáveis têm um papel expressivo no desenvolvimento das
crianças pelo fato de ser a primeira instância e contato delas com o mundo e
dessa forma é possível visualizar no começo as dificuldades apresentadas, seja
no desenvolvimento motor, cognitivo e/ou social.
Curiosidade
Assista o curta metragem indicado para compreender o que ocorre
com a criança ou a pessoa com TGD quando não há ainda um
diagnóstico assertivo. Acesse o link:
https://www.youtube.com/watch?v=sL6ZQZTRPzE
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O papel da sociedade é fazer com que a interação da família, escola e
comunidade aconteça de maneira efetiva e de acordo com as demandas
específicas de cada desmembramento do TGD para que a sociedade tenha a
oportunidade de conviver com as pessoas de maneira integral e não
fragmentada.
Dessa maneira, todos almejam e esperam que a Educação Especial
consiga abranger e atender as especificidades de cada sujeito/aluno, as quais
são reais no meio familiar, escolar e social.
Para esse atendimento, é esperado que profissionais habilitados sejam
selecionados para direcionar e assim orientar os envolvidos nessa caminhada
sempre com o objetivo maior de formar a pessoa, o aluno e o cidadão que faz
parte de um grupo e assim deve ser olhado, cuidado e respeitado perante suas
habilidades e limitações.
Conclusão da aula
Atividade de Aprendizagem
Discorra sobre o Transtorno Global do Desenvolvimento,
segundo seu aprendizado até esse momento.
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Aula 3 – Neurociências
Apresentação da Aula
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Para aprofundar os estudos sobre a neurociência e a aprendizagem, um
dos caminhos é conhecer e acompanhar parte do que os autores: Consenza e
Guerra, Jensen e outros, nos apresentam a respeito das questões cerebrais do
ser humano.
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pro pai”, “ela escolheu a profissão da mãe”, “é inteligente que nem o avô”, “ela
consegue articular o pensamento que nem o tio dela faz”.
É importante pensar que cada indivíduo tem um potencial para
desenvolver determinadas habilidades independente de seus familiares
possuírem a mesma, no entanto, não pode ser esquecido que o ambiente o qual
esse sujeito faz parte deve ser favorável para o seu desenvolvimento, no qual
tenha subsídios de expressão e possa construir suas relações, demonstrando
suas limitações e trabalhando-as simultaneamente.
Vocabulario
O “gen” é o início da carga genética e hereditária do ser humano.
A função: “É uma unidade de informação hereditária carregada em
nossos cromossomos como DNA. Suas funções são servir como
modelo para cópias e servir como um fator de transição, atuando
sobre as proteínas como expressão gênica. A segunda é
altamente suscetível a influências ambientais” Jensen (2011,
p.20).
Curiosidade
O sistema nervoso - “os impulsos nervosos podem ser
transmitidos pelos nervos ou pelas fibras musculares a uma
velocidade superior a 320 km/h. As pessoas são incapazes de
fazer cócegas no próprio corpo (propositadamente) porque o
cérebro prevê os seus movimentos antes que eles aconteçam,
excluindo a sensação de perigo e pânico que provoca as
cócegas. Quando alguém nos faz cócegas, o corpo reage,
tornando-se tenso. Já quando tocamos o próprio corpo, ele não
demonstra esta mesma reação”.
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Fonte: http://deixadeneura.blogspot.com.br/2011/04/normal-0-
21-false-false-false-pt-br-x.html
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Prática diária de
uma atividade física
para exercitar o
corpo e a mente.
Nível de
preocupação e
Equilíbrio na estresse menos
alimentação, evitando intenso ou com
assim transtornos riscos de
como a obesidade e comprometimento a
problemas cardíacos. saúde.
Pesquise
Nicolelis é um neurocientista brasileiro que vem realizando vários
estudos, pesquisas e experimentos relacionados ao funciona-
mento da mente/cérebro? Sua proposta mais inovadora foi fazer
um paraplégico andar na Copa de 2014 no Brasil, com o auxílio de
uma veste robótica, um exoesqueleto que está sendo construído
na Europa. “O grande avanço do exoesqueleto criado e
aperfeiçoa-do pelo neurocientista em suas pesquisas na
Universidade Duke, em Durham, na Carolina do Norte (EUA), é o
"feedback tátil"; pois o paciente que usar a veste robótica poderá
sentir o chão e o peso do corpo ao caminhar, e isso facilitará o
indivíduo no ato de andar.
Fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/pacientes-brasileiros-
testarao-exoesqueleto-de-nicolelis
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3) Aumento na conectividade: aumento no circuito elétrico e da
ramificação de um neurônio para o outro.
4) Resposta e Eficiência de aprendizagem: aumento da sinalização
elétrica, eficiência celular e do processo neural.
5) Aumento da neurogênese e fatores de geração: produção de novas
células cerebrais e proteínas especiais importantes para a
sobrevivência do cérebro.
6) Cura de traumas e distúrbios do sistema: proteção do estresse e
maior capacidade de cura após anos. (JANSEN 2011, P. 76-77)
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realizado de maneira externa e interna. Contudo, é válido pontuar que se o
sujeito participa de um ambiente em que seus pares possuem oportunidades
restritas de conhecimento é possível que o trabalho exija um pouco mais de
dedicação do professor e do meio em que vive.
Ferreras (1998), pontua que a cognição é parte dos eventos mentais, das
ideias, dos sentimentos, das imagens e da consciência; com o objetivo de
construir aprendizagens. Desse modo, corrobora para a vida do ser humano em
suas ações e na realização das tarefas. Por exemplo, quando uma pessoa anda
de bicicleta, ela sabe que para executar a ação é necessário que suba na
bicicleta e pedale, provocando o movimento do objeto; como pensar num
caminho bonito, com a presença da natureza ou de um parque para relaxar. No
entanto, essa ação não mobiliza a reflexão do que tem feito e das atitudes
traçadas para alcançar o objetivo final.
A cognição atua na relação e estrutura cerebral, do funcionamento
biológico do ser humano, ou seja, tudo isso acontece, muitas vezes, de maneira
inconsciente como colocado no exemplo pontuado. Por outro lado, atualmente a
ciência visualiza o cérebro, segundo Doidge (2011, p.40), como "um sistema
muito mais aberto do que imaginávamos, e a natureza foi muito longe para nos
ajudar a perceber e apreender o mundo que nos cerca. Deu-nos um cérebro que
se transforma para sobreviver em um mundo em constante transformação".
Logo, é possível estar em constante aprendizagem, pois o cérebro é um
órgão maleável e capaz de assimilar as novas estruturas, a ele solicitados.
Atualmente, quando as crianças nascem já iniciam o aprender e são motivadas
a tal desde cedo, pois acredita-se que quanto mais nova, melhor será para
armazenar e corresponder aos estímulos. Um fato são os programas, os jogos,
os brinquedos, os quais servem de disparadores e motivadores do
aprimoramento ou não de algumas questões motoras e cerebrais.
Vídeo
Para complementar seu aprendizado, acesse o link de vídeo que irá
auxiliar no entendimento quanto aos processos cognitivos.
http://www.youtube.com/watch?v=AqHP8ggjr8A
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Um dos processos cognitivos a ser abordado é a memória com a função
de filtrar informações, selecionar e assimilar, seja na memória curta ou longa.
Mas ela precisa estar em andamento para que o ser humano tenha o livre arbítrio
de buscar os acontecimentos, conforme suas necessidades. Essa habilidade
cognitiva é de suma importância por lidar diretamente com o “arquivo” humano;
pois se quisermos lembrar um episódio da nossa adolescência e não
conseguirmos; ou esquecermos por instantes de algum acontecimento recente
e que seja importante para continuar a caminhada; é nesse processo cognitivo
que estaremos buscando.
Outro elemento cognitivo é a atenção vista como um ponto chave ao ser
humano, pois se o sujeito não obtê-la de maneira satisfatória, provavelmente terá
uma lacuna que vai quem sabe prejudicar o andamento de suas atividades e
aprendizagens. Por esse motivo procuramos o auxílio de profissionais
competentes para trabalhar e aprimorar de acordo com suas aprendizagens.
Um exemplo simples é quando estamos na sala de embarque do
aeroporto esperando a chamada para o voo. Caso não estejamos com os
sentidos voltados para essa ação, estamos no risco de perder o embarque e não
realizar a viagem. Isso requer a presença da atenção. Na verdade, ela é
primordial para cumprirmos os nossos afazeres e planejamento.
Com o conjunto dos processos cognitivos e a mente em movimento, que
podemos entender a complexidade de adquirir conhecimentos. Mas, para que a
reflexão seja contemplada, o ser humano precisa de um ambiente que estimule
a pensar nas relações e conexões realizadas durante a atividade, levando-a a
algumas escolhas dos caminhos a percorrer e das melhores estratégias para
alcançar o objetivo final.
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Amplie Seus Estudos
Sugestão de Leitura
Para estudar os processos cognitivos, é indicado
a leitura do livro Desenvolvimento Cognitivo, de
John Flavell, Patrícia Miller e Scott Miller, 1999.
Este livro destaca a citação de diversas referên-
cias, que proporcionam acesso rápido a grande
parte da literatura na área como a explicação dos
termos técnicos; um panorama das teorias
contemporâneas sobre o desenvolvimento cog-
nitivo; a abordagem de áreas novas ou revitali-
zadas, etc.
34
busque ferramentas e vá além das suas primeiras aprendizagens, ou seja, que
o processo tenha seus aprimoramentos.
Como esse processo depende de vários fatores, um deles é o papel do
professor para mobilizar o sujeito a superar suas limitações na realização das
atividades. Instigá-lo a mudar sua estratégia, ou continuar as tentativas,
evitando, assim, sua desistência da atividade é um facilitador; um momento para
exemplificar é quando a criança ou adolescente deseja fazer algo que não pode
e começa a chorar para chamar atenção da mãe e, quem sabe, vencer a
situação. No entanto, é preciso que o responsável mantenha-se consciente da
sua postura para continuar mostrando que na vida tudo tem um limite.
O ser humano precisa se desenvolver conforme o seu tempo e ritmo para
que tenha condições de vivenciar cada momento de acordo com o sentido e o
significado disponibilizado pela aprendizagem.
Cada ser humano precisa compreender o mundo para participar e ter
consciência de suas ações no meio em que está inserido, assim como das
relações que são constituídas. A partir da consciência é possível organizar as
próprias atividades, evidenciando o conhecimento de si mesma e realizando
suas tarefas de maneira autônoma, gerando aprendizagens mais significativas.
35
Na abordagem tradicional se formos analisar, o professor preenchia o
quadro negro com o conteúdo, os alunos copiavam e respondiam às perguntas
ou realizavam os exercícios sem questionar o professor. Dessa maneira, a turma
permanecia sem exemplificação para suas dúvidas, o que impedia uma melhor
compreensão do assunto. Portanto, o indivíduo não tinha espaço e nem
autonomia de pensamento ou liberdade de expressão em sala de aula, pois o
que professor falava, transmitia e realizava, era recebido como absoluta
verdade.
Nos dias atuais, com a busca da aproximação com a realidade e uma
prática mais interacionista, percebe-se que o professor agora tem um pouco mais
de voz e vez. Assim, procura-se um ensino e uma prática diferenciados, em que
o professor não esteja tão adepto da abordagem tradicional, mas compreenda a
importância de interagir com seu o aluno e o objeto de estudo.
Quando se fala nessa prática pedagógica, podemos voltar a possibilidade
de elaborar um planejamento, com atitudes reflexivas, em que o aluno participa
e conta com a mediação do professor no seu desenvolvimento e aprendizagem.
Sendo assim, acontece uma abertura para que professor não deixe pra trás o
que aprendeu com as abordagens anteriores, mas lhe é oferecido a oportunidade
de utilizar uma metodologia e uma estratégia adequada para ensinar o conteúdo
aos seus alunos, de maneira que eles estejam motivados a aprender sem a
necessidade da presença do professor de forma dependente.
É preciso que o aluno transforme a informação em conhecimento e
construa um sentido e um significado para cada aprendizagem e assim possa
facilitar suas relações e inferências com o mundo.
Da reflexão realizada por Fourez (2008), pode-se depreender que não é
fácil sair de uma abordagem e ir para outra com uma perspectiva inovadora;
porque é preciso primeiramente que o professor tome consciência dos ganhos e
das perdas oferecidas por esse novo caminho, compreendendo que utilizá-la é
sair da sua zona de conforto e se dispor a enfrentar os desafios, pelo qual ele é
capaz de se abrir ao novo e ser mais flexível. Um exemplo é quando se leciona
inglês, onde somente o conhecimento não é suficiente, tampouco conhecer o
idioma, mas é preciso uma compreensão que vai além, o olhar sobre a realidade
de quem está na outra ponta (aluno), a do professor e sua aplicabilidade. Ou
36
seja, voltar o pensamento para: "em que", "para que" e "para quem" o
conhecimento é ensinado.
O profissional precisa ter um espaço que lhe possibilita visualizar as
facilidades e as limitações de cada conteúdo proposto. Fourez (2008, p.19) alerta
que "não é velando o rosto e se escondendo das dificuldades que se ajudarão
os docentes a ser promotores de mudanças positivas". As dificuldades dentro da
prática pedagógica existem, mas ao professor cabe o papel de trabalhar para
melhorá-las e adequá-las, de acordo com as especificidades dos alunos e da
escola.
O foco é o professor proporcionar ao aluno uma prática pedagógica na
qual ele tenha suas habilidades exploradas e a oportunidade de evoluir como
aprendiz, estando preparado para desenvolver seu papel, superando obstáculos
e refazendo-se quando for necessário, com o objetivo de rever ou recomeçar o
desenvolvimento das aprendizagens, seja elas sistemáticas (dentro da escola,
de um sistema) ou assistemáticas (fora do sistema).
Se a preocupação é um ensino, uma aprendizagem e um trabalho mais
significativo, o foco deve estar voltado ao grande promotor disso, que é o
professor e sua prática, pois estando ele alinhado dentro da escola e da
universidade o processo torna-se mais acessível.
Um aspecto primordial, é a formação e o papel que precisa desenvolver
dentro de sala de aula, considerando que, além do aluno permanecer parte do
seu tempo em sala de aula, é de sua responsabilidade externar e evidenciar na
prática pedagógica seu conhecimento teórico para planejar e organizar as
atividades, assim como o espaço e as estratégias a serem utilizadas com o
objetivo de estimulá-los a aprender, e dessa maneira, construir um ambiente no
qual os alunos possam desenvolver o maior número de habilidades possível.
O papel do professor é ensinar e mediar situações de aprendizagem para
que o indivíduo esteja preparado para utilizá-la nos diversos âmbitos da vida, e
não tenha uma aprendizagem fragmentada sem saber relacioná-las com a sua
realidade social. Em sala de aula o professor, como colocado por Grangeat
(1999, p.41), não precisa ficar preso às respostas exemplares, mas precisa estar
atento aos processos cognitivos de cada aluno.
Ao profissional cabe enxergar no aluno o potencial que ele tem e assim
trabalhá-lo; e as limitações devem ser reconhecidas e abordadas com
37
conhecimentos adequados para que o aluno tenha uma postura consciente na
sua aprendizagem.
Sendo assim, ele deve voltar aos seus conhecimentos, à sua formação e
ao mesmo tempo reconhecer-se como profissional, que precisa compreender o
que está planejando trabalhar, qual sua objetividade e o que espera alcançar
durante a aula e a sua atuação com o aluno. Se ele tiver essa consciência há a
possibilidade de acessar o seu aluno e construir com ele o raciocínio de que
aprender não é somente deter a informação pela informação, mas é necessária
a reflexão do que está sendo estudado, de modo que o aluno possa desenvolver
sentidos e significados para cada conteúdo e os torne aprendizagem. Caso
contrário, o professor continua na construção, no entanto, mobilizando a
presença de "pequenas bibliotecas vivas", ou seja, o
conhecimento/aprendizagem está armazenado como função cognitiva, mas não
está trabalhada de maneira que o aluno tenha autonomia de utilizá-la.
Para o professor, é esperado que ele esteja perto do seu aluno,
conhecendo aquilo que ele já sabe, o que ainda pode saber e como ele realiza
suas atividades. Sendo assim, ele busca conhecimentos e estratégias que
atendam aos diferentes estilos de ensinar e de aprender.
Ao abordar a figura do professor torna-se visível que o objetivo é colocar
o aluno para aprender com mais reflexividade, consciência e autonomia, no
entanto, para que aconteça o seu professor precisa ter como foco o seu
autoconhecimento como ser humano e profissional.
O profissional ao tomar consciência de suas atitudes, da elaboração de
suas aulas e da prática pedagógica executada com o aluno, tem a condições de
compreender as estratégias adequadas a serem utilizadas a cada aula
planejada. Ao executar a atividade ou algo que não foi planejado é preciso que
o professor tenha controle e seja habilidoso para conduzir a situação de modo
que o objetivo final seja alcançado.
Resumo da Aula
38
os elementos cognitivos, especificamente a memória e a atenção, os quais são
fundamentais para o processo de aprendizagem do ser humano e quando existe
alguma ruptura nesse momento alguns impactos podem ser vistos no
rendimento desse aluno e na sua atuação na escola; e para finalizar a aula, foi
inserido um subtema com o objetivo de mostrar a importância do professor como
mediador da aprendizagem, mas para isso é preciso que esse profissional
também tenha consciência e conhecimento do seu processo de aprendizagem.
Atividade de Aprendizagem
Durante a trajetória acadêmica passamos por vários momentos e
profissionais que marcaram a memória. Nesse momento, escreva
a relação que você pode realizar de uma vivência sua em sala de
aula com essa disciplina. O que você pode modificar e melhorar
com o objetivo de construir com o aluno uma aprendizagem
significativa?
Apresentação da Aula
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4.1 O papel das funções executivas para uma aprendizagem significativa
Lobos cerebrais
Fonte: http://polizeiberichte.info/4-lobes-of-the-brain-and-their-functions
40
O córtex pré-frontal localiza-se na parte da frente do lobo frontal. Está
ligada ao pensamento abstrato e criativo, a fluência da linguagem e do
pensamento, respostas afetivas e capacidade para ligações emocionais,
julgamento moral e social, determinação e vontade para a ação e atenção
seletiva. Lesões nesta área podem ser dramáticas e complexas, podendo
apresentar falta de iniciativa e de motivação, certa inércia comportamental,
déficits na capacidade de juízo e insight, pensamento concreto e déficits na
capacidade de planejamento estratégico, envolvendo impulsividade, desinibição
comportamental e sexual, perda do autocontrole.
Estudos recentes fazem correlação entre anormalidades do lobo frontal e
a ocorrência do transtorno de personalidade antissocial, denominada por alguns
de “psicopatas”. É claro que esta não seria a única causa (é multifatorial), mas
estudos forenses já consideram e estudam esta hipótese através de exames de
imagens.
Vídeo
Para compreender melhor como funciona e qual a definição das
funções executivas para a aprendizagem de pessoas com autismo,
assista o vídeo no link:
https://youtu.be/6gIY_X9IXH8
41
Uma ferramenta (A novel Animal Stroop) foi utilizada onde dois animais
de tamanhos diferentes foram colocados na tela e a criança foi
motivada a escolher o maior animal na vida real. Essa atividade foi
desenvolvida para ser minimamente dependente das habilidades
verbais e dos conhecimentos prévios, para refletir as verdadeiras
habilidades das crianças pequenas (BRYCE 2007, p. 241).
42
primária, que se caracteriza pela apreensão dos objetos pela percepção
sensorial (estágio sensório-motor de Piaget) para uma representação de
representações (início da capacidade simbólica Piagetiana ou “faz de conta”).
As etapas inseridas acima sobre a Teoria da Mente conduzem uma
reflexão relacionada ao que os alunos precisam desenvolver tanto na escola, na
família e na sociedade, que é o faz de conta e a percepção sensorial, onde os
profissionais e as pessoas envolvidas precisam trabalhar com estratégias
diferenciadas e adequadas para a aprendizagem desse público.
Saiba Mais
Teoria da Mente
O termo "teoria da mente" foi adotado pela Psicologia do
Desenvolvimento para descrever o desenvolvimento mental
que ocorre na infância e na adolescência.
43
humano. É através deste recurso cognitivo que o homem
pode reconhecer e interpretar expressões como ironia,
metáfora, dissimulação, sofrimento, interesse e falsidade. É
através da teoria da mente que podemos prever que ideias o
outro pode estar formulando a nosso respeito, podemos
antecipar eventos e tomar decisões cruciais em nosso meio
social.
44
A rede neural envolvida na Teoria da Mente é bastante
ampla. Três áreas cruciais estão relacionadas: o lobo
temporal, o córtex parietal inferior e o lobo frontal.
45
proporcionou, de maneira significativa, a compreensão de uma falsa crença, e
vice-versa.
Como resultado da pesquisa é possível referenciar em Efklides e Misailidi
(2010, p.244):
Que a antecipação da fonte de memória prevê um desenvolvimento da
teoria da mente no futuro, abre um novo capítulo nessa pesquisa e
sugere que a noção da teoria da mente é uma realização sócio
cognitiva precoce e metacognição, uma realização posterior, pode ser
um artefato metodológico, o qual precisa ser revisto.
Resumo da Aula
Atividade de Aprendizagem
Após acompanhar o significado e a função da teoria da mente
e das funções executivas, discorra como você visualiza essa
aplicação na vida dos alunos e quais seriam os principais
impactos na aprendizagem desses sujeitos?
Resumo da disciplina
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REFERÊNCIAS
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