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UNOPAR – UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


CURSO DE PEDAGOGIA

THAINARA BARBOSA DE CARVALHO

O USO DOS JOGOS DIGITAIS NO PROCESSO DE


MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

Iporá
2021
THAINARA BARBOSA DE CARVALHO

O USO DE JOGOS DIGITAIS NO PROCESSO DE


MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Projeto Educativo apresentado à Unopar, como


requisito parcial à conclusão do Curso de
Pedagogia

Docente supervisor:

Iporá
2021
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INTRODUÇÃO

O presente projeto de ensino tem como temática o uso dos jogos digitais no
trabalho com a música na Educação Infantil, voltando-se para a Docência na
Educação Infantil. O ensejo pelo desenvolvimento do tema adveio da observação de
que todas as crianças tem contanto com a música desde cedo, mas nem sempre
passam pelo processo de educação musical.
Para o desenvolvimento das atividades do projeto, foi selecionado o software
de jogos digitais musicais denominados Zorelha. Destaca-se que esse objetivo
educacional foi concebido para a educação musical de forma lúdica, não apenas por
se tratar de um jogo bem colorido, cuja interface é facilmente navegável, tornando-
se atraente para crianças na faixa etária dos 4 aos 6 anos, mas por se tratar de uma
forma de demonstrar que é possível sim, educar musicalmente por meio dos jogos
digitais.
Embasando o estudo teórico que sustenta a proposta do projeto, utilizou-se
autores que versam sobre a educação musical e o uso da música enquanto
ferramenta pedagógica, assim como os que defendem a utilização dos jogos como
meio de ensino de música.
Espera-se que ao final da proposta, seja possível motivar os docentes a
inserirem o trabalho com a música no seu planejamento cotidiano, reconhecendo-se,
assim, sua importância para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças na
educação infantil.
De acordo com Nogueira (2016), os brinquedos e as brincadeiras musicais
passam a fazer parte do contexto da criança desde cedo. Em alguns casos, desde
quando está no ventre materno, o bebê é posto em contato com as músicas. Depois
do nascimento, os acalantos, as cantigas, as brincadeiras de roda vão constituindo a
percepção musical dos sujeitos. Quando passa a socializar e conhece outras
crianças, as brincadeiras musicais se tornam cada vez mais dinâmicas e presentes
no dia a dia dos infantes. Nesse sentido, compreende-se que a música é parte da
cultura e reflexo de como essa atua na formação e desenvolvimento da criança até a
fase adulta.
Sobre a educação musical, tanto na Educação Infantil, quanto nas demais
etapas de ensino, os documentos norteadores, tais como a BNCC, reforçam sua
importância enquanto meio desencadeador de experiências e aprendizagens. E
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assim, considerando a proposta, o tema do projeto se volta para o uso dos jogos
digitais na musicalização de crianças da Educação Infantil.
Ressalta-se que o ensino de música não significa formar para a carreira
musical, mas despertar no aluno a sensibilidade para os sons ao seu redor,
produzidos também pela natureza. Não obstante, a relevância da presente proposta
se encontra no aprofundamento do estudo teórico sobre a musicalização,
vislumbrando o quanto é possível promover o desenvolvimento e aprendizagem
relacionadas a outras áreas do conhecimento.
Destaca-se que a proposição das atividades cumpre o papel de trazer para a
reflexão cotidiana da formação, os desafios de sempre pensar em metodologias que
chamem a atenção dos alunos, pois a cada dia são mais sabedores do cotidiano e
isso precisa ser resgatado quando estão na escola. Assim, a importância da
proposta se encontra em trazer uma pequena parte das ponderações sobre a
musicalização e a partir daí ofertar novos caminhos que podem ser seguidos até se
chegar à aprendizagem.
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OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Compreender a importância dos jogos digitais no processo de


musicalização de crianças da Educação Infantil.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Conceituar música e seu uso no contexto pedagógico.


 Caracterizar a educação musical na Educação Infantil.
 Definir o uso dos jogos digitais no ensino de música.
 Sugerir o uso do software Zorelha na educação musical de crianças da
Educação Infantil.
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PROBLEMATIZAÇÃO

Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, de folguedos e


brinquedos com ritmo, são consideradas atividades capazes de despertar, estimular
e desenvolver o gosto pela atividade musical. Na escola, isso significa proporcionar
a vivência dos elementos capazes de representar e defender a linguagem musical.
A música representa um contexto histórico-cultural tão importante que a
previsão de seu ensino se encontra posta na Lei 9394/96 a Lei de Diretrizes e Bases
para a Educação Nacional, ao impor que a finalidade da educação infantil se
encontra relacionada ao desenvolvimento integral da criança, significando que a
música faz parte, sob vários aspectos, dos pressupostos do desenvolvimento
integral dos sujeitos.
Por sua vez, os jogos, enquanto materialização do lúdico, têm cada vez mais
ocupado espaço no processo educativo, sendo também utilizados na educação
musical.
Considerando os aspectos mencionados, o problema que norteou a
proposição do presente projeto, se construiu a partir da seguinte questão: como os
jogos digitais podem ser utilizados no processo de musicalização de crianças da
Educação Infantil?
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REFERENCIAL TEÓRICO

Desde tempos imemoriais, os jogos e as músicas fazem parte do


contexto históricos dos seres humanos. Para que isso fique comprovado, basta
observar o legado deixado nas paredes das cavernas e nos outros registros da
passagem dos grupos pelos mais diversos territórios. A música é um elemento
cotidiano, sendo parte fundamental desde o acalentar ao desenvolvimento dos
gostos musicais (JOLY, 2013).
No mundo da criança a música se associa ao ato de brincar, ao faz-de-
conta. Nesse sentido, liga-se à aprendizagem, assim como à socialização. De
acordo com Joly (2013) talvez não seja necessária uma definição de um papel
fixo para a utilização da música em sala de aula, principalmente quando se leva
em conta que os sujeitos se sentem atraídos pelos sons de uma forma bem
natural. Isso, por vezes, acontece até mesmo de uma forma inconsciente, ou
seja, os sujeitos se movimentam ao som da música mesmo contra a vontade.
No contexto da criança, há a descoberta de que os indivíduos são
capazes de produzir sons e por meio das brincadeiras, a música passa a ser
parte inerente de seu cotidiano. “A criança, por meio da brincadeira, relaciona-se
com o mundo que descobre a cada dia e é dessa forma que faz música:
brincando. Sempre receptiva e curiosa, ela pesquisa materiais sonoros, inventa
melodias e ouve com prazer a música de diferentes povos e lugares.” (JOLY,
2013, p. 116).
É praticamente impossível precisar uma data exata que marque o
surgimento da música no contexto histórico humano, pois se sabe que essa
esteve presente nos grupos desde os primórdios da sociedade. De acordo com
os referenciais teóricos defendidos por Bréscia (2013), quando se trata de
música, há uma remissão à cultura e à forma com que os povos perpetuaram
suas memórias ao longo dos tempos. Com a música, os indivíduos se
aproximaram e as preferências musicais foram marcando o compasso de
desenvolvimento das pessoas.
Cunha (2013, p.25) afirma que a música pode ser definida como “uma
linguagem universal, tendo participado da história desde as primeiras
civilizações.” Nas sociedades primitivas, os sons e os ritmos foram utilizados nos
rituais e marcaram nascimentos, casamentos, ritos de passagem e morte.
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Mesmo com todos os conceitos que foram construídos sobre a música, na


contemporaneidade essa é considerada como uma junção entre a ciência e a
arte.
Sendo composta em sua base pelos sons que marcam os ritmos e
conferem melodia e harmonia a esses, a música nem sempre foi vista sob a
ótica da aprendizagem. Na verdade, esteve mais associada à diversão do que
aos ensinamentos. Assim, com os estudos sobre o comportamento humano e as
estratégias de ensino, é que a música passou a ser vista como um meio de
aprendizado significativo. Além disso, outros experimentos também mostraram
seus fins terapêuticos, capazes de reduzir e até mesmo curar certas patologias,
principalmente as de ordem psicológica.
De acordo com Rosa (2012), por meio da música é possível alcançar os
sentimentos mais profundos e por isso são infinitas as possibilidades de trabalho
com as canções e melodias. No entanto, ao longo de sua história, poucos são os
registros que mostram de fato a música sendo utilizada de modo terapêutico,
além do relaxamento, ou como estratégia de ensino, a não ser para a diversão
das crianças.
Assim como a música, os jogos fazem parte de toda a construção social
humana. Por meio dos folguedos, as crianças se divertiam e os mais velhos
ensinavam os jovens. São, notadamente, facilitadores da aprendizagem e por
isso, fonte de diversos estudos. Os jogos fazem parte do contexto lúdico e
coligados às brincadeiras, tornam-se parte essencial do desenvolvimento da
criança.

A música enquanto recurso pedagógico

Ao se decidir pelo uso da música em sala de aula, o professor precisa


pensar, não apenas na forma como essa será apresentada, mas em todas os
recursos que deverão ser utilizados. Além de proporcionar o acesso ao
conhecimento de forma lúdica, a música é capaz de ilustrar o contexto
vivenciado pelo aluno, representar e construir o poder de argumentação crítica.
Compreende-se também que por meio da música, a cultura dos povos é
valorizada, bem como as informações sobre o passado e o presente são
difundidas. Nesse sentido, de acordo com Beaine apud Arten, Zancheta e Louro
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(2007, p.55) “A música pode nos remeter a lembranças, cheiros, sabores, e


imagens; pois ela pertence, em grande parte, ao mundo dos sonhos”.
Assim como ocorre com os adultos, a música faz parte do dia a dia das
crianças, está presente desde o nascimento, ou mesmo antes desse, nos
acalantos ou nas cantigas para dormir. Ao iniciar o processo de escolarização,
na Educação Infantil, são diversas as atividades nas quais a música é o ponto
de partida para as aprendizagens, socialização e expressão. Mais do que
divertir, a música é utilizada também no ensino de valores, respeito e aceitação
à diversidade. A partir das rotinas desenvolvidas nas instituições de educação
infantil, é possível observar que:

O trabalho com a música deve considerar, portanto, que ela é um meio de


expressão e forma de entendimento acessível as crianças. A linguagem
musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do
equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de poderoso meio de
integração social (BRASIL, 1998, p. 49).

No planejamento das aulas, o professor deve considerar que por meio da


música toda a estrutura que envolve a educação infantil pode ser contemplada.
Do mesmo modo, o lúdico, ponto de partida para as experiências construídas
nessa etapa de ensino, é agregado aos processos educativos.
A música, enquanto recurso pedagógico, pode envolver os aspectos
físicos, psíquicos e mentais de cada criança. No que se refere ao aspecto físico,
é capaz de oferecer alívio às diversas tensões oriundas de conflitos ou
instabilidades emocionais. Em relação ao psíquico, torna-se essencial no
desenvolvimento comunicação e expressão, além de ativar as áreas
responsáveis pela emoção. Do mesmo modo, a música é capaz de proporcionar
situações capazes de contribuir efetivamente para o estímulo e desenvolvimento
do sentido de harmonia, ordem, organização e compreensão (WEIGEL, 2018).

O educar e o cuidar que direcionam as relações contínuas entre as crianças e os


educadores nas instituições de educação infantil diariamente torna-se mais
fácil e acessível por meio da musicalidade, pois sabemos que, a música une
culturas e gerações, estreitam as relações interpessoais e abre um leque de
oportunidades para o desenvolvimento cognitivo e ajuda na conquista e
aprimoramento do conhecimento. (GARCIA; SANTOS, 2019, p. 78).

É importante ressaltar que as atividades nas quais a musicalização é o


ponto principal para que a criança possa desenvolver autoconhecimento e
melhorar as relações interpessoais. A música possibilita à criança o
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desenvolvimento socioafetivo, com a construção de sua própria identidade. Nas


cantigas de roda ou nas músicas cotidianas, há a percepção de si e do outro e
ao mesmo tempo, a criança busca se integrar ao contexto no qual deve se
inserir.

As atividades musicais em grupo melhoram o desenvolvimento da socialização,


a compreensão, a participação e estimulando cooperação. Dessa forma a
criança vai fortalecendo o conceito de respeito ao próximo. Além disso, ao
expressar-se musicalmente em atividades que lhe geram prazer, ela libera
seus sentimentos, expressa suas emoções, desenvolvendo um sentimento
de segurança e realização pessoal. (WEIGEL, 2018, p.85).

No que se refere ao desenvolvimento cognitivo e linguístico, a inserção da


música nas atividades pedagógicas proporciona o desenvolvimento dos sentidos
das crianças. Do mesmo modo, ao trabalhar com os sons, os sujeitos são
capazes de desenvolver a capacidade de ouvir melhor, discriminar ritmos e
percepções musicais. Não obstante, os gestos e danças que acompanham as
músicas são excelentes para o desenvolvimento da coordenação motora,
concentração e atenção. Ademais, ao cantar ou imitar sons, a criança passa a
descobrir suas capacidades, além de construir uma relação positiva com o
ambiente que a rodeia (GAIO; MENEGHETI, 2014).
Em relação ao desenvolvimento psicomotor, as atividades musicais
oferecem diversas oportunidades para que a criança possa aperfeiçoar suas
habilidades motoras, além de aprender a controlar os músculos e movimentar o
corpo com maior desenvoltura. É importante destacar que o ritmo possui um
papel importante quando se trata da formação, bem como do equilíbrio do
sistema nervoso. Isso advém do fato de que toda expressão musical ativa age
sobre a mente da criança, o que favorece a mente e alivia as tensões. Nesse
sentido, segundo mencionam Gaio e Menegheti (2014),
Atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas e pés, são
experiências importantes para a criança, pois elas permitem que se
desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, fatores importantes
também para o processo do desenvolvimento da escrita e leitura. (GAIO;
MENEGHETI, 2014, p. 147).

Os autores mencionados destacam que é no contexto da sala de aula que


as peculiaridades dos alunos se manifestam, demonstrando suas expectativas,
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bem como suas aptidões. Observa-se que nesse contexto é que o conhecimento
de mundo da criança vai sendo lapidado, em consonância com o produzido
culturalmente no seu meio. Por sua vez, a prática cotidiana dos professores ao
se utilizarem dos aparatos musicais disponíveis, não somente os
industrializados, mas os produzidos coletivamente, denota a aprendizagem por
meio de descobertas e experiências que se constroem além dos incentivos
visuais e sonoros (BASSO; MARQUES, 2019).

A educação musical na Educação Infantil

Segundo discorre Borges (2014), a relação afetiva das crianças com a


música ocorre desde muito cedo. Isso pode ser comprovado a partir da
observação das reações que elas apresentam mediante as cantigas de ninar e
do mesmo modo, quando acompanham atentamente algum tipo de expressão
musical.
Por sua vez, Oliveira, Bernardes e Rodriguez (2018) ressaltam que as
crianças conhecem as músicas antes mesmo de aprenderem a falar,
expressando sua sensibilidade musical por meio dos movimentos e
acompanhamento de sons e ritmos. Ressalta-se que, no discurso das autoras,
que a convivência com os mais diversos sons e ruídos, torna-se de extrema
importância, pois é a forma como os sujeitos descobrem seu entorno e o
explora.
Vale destacar que a descoberta primordial dos sons e do ritmo advém do
próprio corpo da criança, na interação com o ambiente ao seu redor. A
criatividade humana é a principal responsável pela ruptura contínua dos
esquemas repetidos, bem como das experiências anteriores. Desse modo,
torna-se capaz de explorar e criar caminhos (OLIVEIRA; BERNARDES;
RODRIGUEZ, 2018).
Segundo as autoras mencionadas:

Quando a criança escuta uma música, ela se concentra e tende a acompanhá-la,


cantando e fazendo movimentos com o corpo. Isso desenvolve o senso do
ritmo nos pequeninos. Aprendendo a ouvir, a criança pode repetir uma
música, recriando-a. É importante que nós, educadores, valorizemos o ato
de criação da criança, para que ele seja significativo no seu contexto de
desenvolvimento. (OLIVEIRA, BERNARDES e RODRIGUEZ, 1998, p. 104).
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Para Jeandot (2013), a receptividade à música ocorre de maneira natural.


Nesse sentido, a criança desde o nascimento passa a ter contato com um
universo sonoro localizado em torno de si, formado por sons produzidos, tanto
pelos objetos, quanto pelos seres vivos. Assim, observar-se que a relação da
criança com a música se torna imediata, construída por meio dos aparelhos
sonoros ou pela emissão natural de sons. A mesma autora reforça que as
habilidades que as crianças desenvolvem no que tange à música, denotam sua
importância em cada etapa do desenvolvimento infantil. Ademais, ressalta-se
que cada idade traz uma particularidade em relação à música.
Nicolau (2017) reforça a importância da música na Educação Infantil,
sendo considerada de grande benefício, não apenas na formação, assim como
para o desenvolvimento e o equilíbrio da personalidade da criança. Destarte,
considera-se que o acesso à música é parte constituinte das possibilidades de
criação, interpretação e compreensão.
Sobre o objetivo do ensino da música na Educação Infantil, Jeandot
(2013) indica que esse não se encontra na transmissão de técnicas musicais,
mas o desenvolvimento do gosto pela música, além de se considerar as
habilidades necessárias para a captação da linguagem musical, demonstrando
suas emoções e expressões por meio dela. Mediante o exposto, observa-se a
importância de ressaltar a responsabilidade do educador enquanto motivador da
criança em relação ao fazer musical e sua fruição.
O ensino de música, não apenas na Educação Infantil, mas nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental assume tal importância que encontra previsão
na Base Nacional Comum Curricular, documento que atualmente norteia o
processo de ensino e aprendizagem na Educação Básica. Nesse sentido, de
acordo com a BNCC (2017):

A Música é a expressão artística que se materializa por meio dos sons, que
ganham forma, sentido e significado no âmbito tanto da sensibilidade
subjetiva quanto das interações sociais, como resultado de saberes e
valores diversos estabelecidos no domínio da cultura. A ampliação e a
produção dos conhecimentos musicais passam pela percepção,
experimentação, reprodução, manipulação e criação de materiais sonoros
diversos, dos mais próximos aos mais distantes da cultura musical dos
alunos. Esse processo lhes possibilita vivenciar a música inter-relacionada à
diversidade e desenvolver saberes musicais fundamentais para a sua
inserção e participação crítica e ativa na sociedade. (BNCC, 2017, p. 154).
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Ao inserir a música no ambiente escolar, diversas funções são


despertadas na criança. Por meio da musicalização, a linguagem é
desenvolvida, assim como a criatividade e o raciocínio. A música é capaz de
transformar a sala de aula em um ambiente prazeroso, próprio para a
construção de diversas aprendizagens, além de privilegiar as relações positivas.

Jogos digitais no ensino de música

Para o trabalho com a música em sala de aula, seja nas aulas destinadas
especificamente à área, no processo de musicalização, seja como ferramenta de
ensino dos demais aspectos do conhecimento, existem diversas propostas que
podem ser adotadas. Considerando o avanço da tecnologia e o uso das
metodologias ativas no ensino e aprendizagem, os jogos digitais emergem como
proposta viável para a utilização do professor.
De acordo com Souza (2016), os jogos sempre fizeram parte da história,
desde os tempos imemoriais. Esses eram utilizados para o desenvolvimento de
diversas habilidades, por meio de desafios que eram impostos aos jovens e adultos.
“[...] entre os egípcios, romanos e maias, o lúdico já tinha sua devida importância,
onde os mais velhos aplicavam o lúdico entre os mais jovens para transmitir os
valores culturais e conhecimento.” (SOUZA, 2016, p. 3).
Observa-se que os alunos, ao serem desafiados, sentem-se capacitados para
superar suas dificuldades, além de aprenderem novas habilidades, sobretudo de
planejamento e organização. Os jogos assumem o objetivo de proporcionar
descontração e lazer, tornando-se estratégia de ensino que atrai a atenção. Por sua
vez, os jogos digitais ou eletrônicos, tão presentes no cotidiano dos jovens na
atualidade.
Mediante o exposto, compreende-se que há tempos os jogos são utilizados
enquanto recursos pedagógicos para o ensino. Quando se trata da musicalização
das crianças, principalmente na Educação Infantil, ressalta-se que os jogos são
também importante instrumento.
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METODOLOGIA

Para a efetivação das ações do presente projeto, selecionou-se como


metodologia ativa o uso dos jogos. As atividades serão decorrentes do software
denominado Zorelha, sendo descrito como um objeto de aprendizagem concebido
para auxiliar o desenvolvimento da percepção musical em crianças de 4 a 6 anos.
Destaca-se que foram previstas a realização de 4 aulas, nas quais serão
utilizados os comandos do software. Ressalta-se que na interface do Zorelha se
encontram as músicas que fazem parte do cotidiano das crianças, sendo gravadas
em quatro gêneros musicais diferentes. Isso foi feito para que pudessem vivenciar
as mais diversas formas de se executar a mesma canção.
Nessa mesma interface, a criança poderá retirar ou adicionar músicos que
são os participantes da banda que executa a música escolhida. Nesse contexto, a
criança da Educação Infantil passa a observar como os mais diferentes sons se
integram para formar a música, percebendo os sons que saem dos instrumentos. No
Zorelha, a criança pode aprender música de forma intuitiva, além de construir a
percepção de que a música vem também da natureza.
As aulas do projeto terão duração de 50’ sendo desenvolvidas ao longo de
uma semana, no mês de outubro de 2021, perfazendo o total de 4 aulas, conforme o
seguinte roteiro:

Aula 1 – Conhecendo o Zorelha. No laboratório de informática da creche, as crianças


serão apresentadas ao Zorelha, nessa aula a professora irá apresentar cada parte
do software, para que as crianças conheçam sua funcionalidade. Depois em roda de
conversa, a professora irá direcionar perguntas sobre o que acharam do jogo, como
acham que deve ser jogado, se lembram o nome do programa. Permitir aos alunos
que demonstrem suas opiniões. Obs. A figura 1 demonstra a interface inicial do
Zorelha.
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Aula 2 – Nessa aula os alunos realização a primeira atividade denominada “Show do


Zorelha”. Para que conheçam todos os instrumentos que podem ser tocados pela
banda, o professor irá propor que primeiro somente os instrumentos rítmicos sejam
utilizados. Depois os de harmonia. E em seguida irão descobrir qual instrumento
está tocando a canção. Nesse momento, os alunos silenciarão os instrumentos até
que percebam de qual sairá o som. Para finalizar, o professor sugerirá uma
brincadeira de imitação do som de cada instrumento, motivando as crianças a
participarem.

Aula 3 – Na terceira aula, os alunos irão entrar no jogo para que possam observar os
sons que vem da natureza e como esses produzem música. No Zorelha, as crianças
entrarão na aba específica dos sons de animais que se misturam aos sons dos
instrumentos. Depois de apertar o botão do som, deverão identificar de onde saiu e
a qual animal pertence. Para finalizar, os alunos brincarão pega-pega animal, no
qual uma criança é vendada e os outros andam em volta imitando animais. Ao
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comando do professor, o aluno vendado tenta pegar um colega e adivinhar que som
de animal ele estava fazendo.

Aula 4 – Na última aula, os alunos irão brincar de formar as bandinhas que irão tocar as
cantigas de roda armazenadas no Zorelha. Para finalizar, os alunos utilizarão a
bandinha da creche para fazer muita música.
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CRONOGRAMA

As atividades do projeto serão desenvolvidas conforme o seguinte


cronograma:

Etapas do Projeto Período


1. Planejamento 15 a 25 de
setembro de 2021
2. Execução 04 a 08 de outubro
de 2021
3. Avaliação 20 de outubro de
2021
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RECURSOS

Humanos:
 Alunos de 4 a 6 anos matriculados na Educação Infantil.
Físicos:
 Computadores conectados à internet.
 Software Zorelha instalado.
 Bandinha da creche.
 Fones de ouvido.
 Caixas de som.
 Laboratório de informática.
 Material de desenho.
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AVALIAÇÃO

A avaliação será realizada de acordo com os seguintes aspectos:


 Diagnosticar a percepção musical das crianças a partir da observação das
reações na apresentação do software.
 Registrar se todos os alunos conseguem acessar o jogo e brincar, dividir os
alunos em pequenos grupos para avaliar a socialização e a divisão de tarefas.
 Observar com os alunos se envolvem nas atividades propostas considerando
o interesse nas músicas e como o jogo é proposto.
 Registrar todas as percepções no diário de bordo.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Curricular Comum. BNCC.


Brasília: SEED, 2017.

BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação


preventiva. São Paulo: Átomo, 2013.

CUNHA, Susana Rangel Vieira da (Org.). Cor, som e movimento: A expressão


plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Porto Alegre: Mediação, 2013.

GAIO, Roberta, MENEGHETTI, Rosa G. Krob. Caminhos Pedagógicos da


Educação Especial. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

GARCIA, Vitor Ponchio; SANTOS, Renato dos. A importância da utilização da


música na educação infantil. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n.
169, 2019. Disponível em:< http://www.efdeportes.com/efd169/a-musica-na-
educacao-infantil.htm>. Acesso em: 20 agosto 2021.

JEANDOT, N. Explorando o universo da música. 2. ed. São Paulo: Scipione,


2013.
JOLY, Ilza Leme. Educação e educação musical: conhecimentos para
compreender a criança e suas relações com a música. São Paulo: Editora Moderna,
2008.

NICOLAU, M. A. Música e educação infantil: possibilidades de trabalho na


perspectiva de uma pedagogia da infância. São Paulo: Saraiva, 2017.

NOGUEIRA, M. L. M. A educação pré-escolar: fundamentos e didática. 9ª ed. São


Paulo: Ática, 2016.

OLIVEIRA, M. de S. L.; BERNARDES, M. J.; RODRIGUEZ, M. A. M. A música na


creche. In: ROSSETI-FERREIRA, M. C. et all (Orgs.). Os fazeres na educação
infantil. São Paulo: Cortez, 1998. p. 103-104.

ROSA, Ernesto. A música e a fala. Disponível em


<http://www.matinterativa.com.br/Blog/MusicaFala.pdf>. Acesso em julho de 2020.
WEIGEL, Anna Maria Gonçalves. Brincando de música. Porto Alegre: Kuarup,
2018.

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