Você está na página 1de 10

DESIGUALDADE EDUCACIONAL NO CENÁRIO DO ESTADO DE GOIÁS

Laiane Nunes do Nascimento1


Diego Alencar2

RESUMO

ABSTRACT

1
Acadêmico do sétimo período do Curso de Licença em Pedagogia e Educação Profissional e Tecnologia no
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Iporá.
2
Orientador Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Goiás.
2
1. INTRODUÇÃO

Primeiramente, cabe ressaltar que o presente artigo enfatizará o tema proposto


relacionado à Desigualdade Educacional no cenário do Estado de Goiás. Dessa forma, é
notório que a educação já percorreu um longo caminho em busca de um ensino com qualidade
e capaz de acolher a todos, porém, infelizmente, ainda é possível perceber resquícios desse
problema, o qual se encontra impregnado na sociedade brasileira.
Assim sendo, cabe ressaltar que o interesse pela temática apresentada se materializou
devido à convicção de que a criança e o adolescente são a base do futuro da sociedade e que o
melhor caminho para garantir um futuro digno e cheio de esperança se constrói com uma boa
educação, livre de amarras e preconceitos. Desse modo, perante tal convicção, é perceptível
que inúmeros pais e responsáveis já vivenciaram algum tipo de circunstância interligada à
questão da desigualdade, em que presenciaram seus filhos amados sofrerem com algum tipo
de situação constrangedora e que os fizeram se sentirem, de alguma forma, excluídos do
cenário educacional.
Neste prisma, pode-se salientar que a problemática do presente artigo se configura em
analisar a situação de desigualdade educacional que insiste em permanecer impregnada em
nossa sociedade brasileira, especificamente nesta totalidade no cenário do Estado de Goiás
mesmo após a promulgação da Constituição Federal de 1988 e os demais decretos que
passaram a nortear o processo educativo entre os entes federados. Destarte, a indagação
proposta no mesmo se traduz na questão: é possível encontrar soluções viáveis para sanar
alguns dos problemas existentes no âmbito educacional principalmente os relativos à
desigualdade e exclusão?
Não obstante, para que fosse possível compreender o problema e encontrar possíveis
soluções foram desenvolvidos os seguintes objetivos: I) Compreender o contexto do
surgimento da desigualdade em especial a educacional e assim buscar soluções para expor
com o intuito de ajudar a superar essa situação; II) Ressaltar de forma esclarecedora o papel
da Constituição Federal de 1988, a qual garante os direitos fundamentais de todos os cidadãos
e nesse sentido, salientar as leis especiais que asseguram o direito de todos a uma educação
igualitária; III) Discorrer sobre a importância de políticas públicas eficazes que almejam sanar
o problema da desigualdade educacional no contexto nacional e especificamente no cenário
goiano; IV) Abordar a necessidade de maiores investimentos governamentais no contexto
educacional para diminuir as desigualdades.
Destaca-se que o intuito primordial deste estudo se configura em uma investigação
capaz de possibilitar a interpretação e o entendimento do tema proposto, procurando
encontrar parâmetros que forneçam meios para ajudar a superar a desigualdade que persiste
no ambiente educacional. Ressalta-se que o assunto não se esgota, pelo contrário, se faz
constante nas pesquisas científicas, pois sabe-se que as desigualdades, não apenas
educacionais, assim como as socioeconômicas, afetam de forma significativa o processo de
ensino e aprendizagem.
Diante do exposto, o estudo se justificou pela necessidade de aprofundamento sobre a
desigualdade educacional, a qual ainda é realidade em muitos contextos e se acentuou no
período da pandemia causada pela Covid-19. Ademais, se faz necessário destacar que estudo
poderá contribuir de forma significativa no processo formativo, principalmente dos futuros
pedagogos, pois expressa o intuito e necessidade de uma análise rigorosa relacionada ao tema,
trazendo também uma visão voltada para a realidade e suas principais transformações.
Assim, na consolidação das reflexões propostas na pesquisa, ressalta-se a desigua

Portanto, perante o preponderado a questão da desigualdade educacional será


ressaltado no contexto nacional de forma sucinta e no cenário estadual será especificado,
onde será utilizado uma abordagem esclarecedora de modo que venha a contribuir
beneficamente a comunidade acadêmica e ao meio social, assim foi utilizado argumentos
solidificados na Constituição Federal de 1988, Legislações especificas, dados do IBGE (O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) SEDUC (Secretaria de Estado da Educação-
go), IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Estatuto da Criança e do Adolescente,
Declaração Universal dos Direitos humanos, jornais, artigos e revistas cientificas, dentre
outros. 
2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Educação e sua proposição na Constituição Federal Brasileira de 1988

Torna-se importante evidenciar o que venha ser Educação e nesse sentido apresenta-se
o seu conceito na forma legal, de acordo com a Lei de nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Assim sendo, o seu art. 1º,
ressalta o seguinte:
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar,
na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
(BRASIL, 1996, não paginado)

No entanto, em um contexto analítico, destaca-se os ensinamentos preconizados na


Constituição Federal de 1988, os quais legitimam o tema Educação. Assim, os conceitos
estipulados do artigo 205 salientam que:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho". (BRASIL, 1988, não paginado)

Assim , é notório que a educação é norteada por preceitos jurídicos que almejam
garantir um ensino de qualidade e livre de desigualdades e amarras sociais. Portanto, é
inegável que quando paramos para analisar o contexto histórico relacionado a Educação, é
possível perceber que ela já percorreu um longo caminho marcado pelos entraves da
desigualdade, que de acordo com os ensinamentos de Thomazinho (2017, não paginado)
elucidou que tais desigualdades se configurou na educação brasileira “[...] ora pelo não acesso
ao sistema escolar, ora pela exclusão dentro do próprio sistema ou, ainda, pelo acesso a
padrões diferentes de qualidade educacional.
Primeiramente, cabe discorrer sobre o contexto educacional de forma sucinta nas
Constituições do Brasil. Assim, na Constituição de 1824 data do Império, promulgada por
Dom Pedro I. Desse modo, de acordo com Vieira (2007, p.i.) a Constituição traz em seu bojo
apenas dois parágrafos sobre o tema:
[...] à Constituição de 1824. A primeira Carta Magna brasileira traz apenas dois
parágrafos de um único artigo sobre a matéria. Ao tratar da "inviolabilidade dos
direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros", estabelece que "A instrução
primária é gratuita a todos os cidadãos" (art. 179, § 32). A segunda referência diz
respeito aos "Colégios e universidades, onde serão ensinados os elementos das
ciências, belas letras e artes" (art. 179, § 33). (VIEIRA 2007, não paginado)

Não obstante, no percurso histórico, ressalta que a Constituição de 1891 direciona o


tema relacionado a educação da seguinte forma.

A nova Carta Magna define como atribuição do Congresso Nacional "legislar sobre
[...] o ensino superior e os demais serviços que na capital forem reservados para o
Governo da União" (art. 34, inciso 30); suas responsabilidades limitam-se à esfera
da União. Tem ainda a incumbência de "não privativamente: animar, no País, o
desenvolvimento das letras, artes, e ciências [...] sem privilégios que tolham a ação
dos governos locais, criar instituições de ensino superior e secundário nos Estados e
prover à instrução primária e secundária no Distrito Federal" (art. 35, incisos 2º, 3º e
4º). Aqui é importante assinalar que o texto de 1891 afirma uma tendência que vai se
manter constante na história da política educacional. (VIEIRA 2007, p.i.)

Por sua vez, a Constituição de 1934 traz em seu bojo a questão da educação no Brasil
“[...] com 17 artigos, 11 dos quais em capítulo específico sobre o tema (cap. II, arts. 148 a
158). Em linhas gerais, mantém a estrutura anterior do sistema educacional, cabendo à União
"traçar as diretrizes da educação nacional" (art. 5º, XIX). (VIEIRA 2007, p.i.). Mais à frente,
em 1937, o país aprofundou em um autoritarismo político, dessa forma a autora preconiza
que a responsabilidade do Estado é posta em segundo plano com o contexto educacional,
sendo atribuída a terceiros.
A liberdade de ensino ou, melhor dizendo, a livre iniciativa é objeto do primeiro
artigo dedicado à educação no texto de 1937, que determina: “A arte, a ciência e o
ensino são livres à iniciativa individual e à de associações ou pessoas coletivas
públicas e particulares” (art. 128). O dever do Estado para com a educação é
colocado em segundo plano, sendo-lhe atribuída uma função compensatória na
oferta escolar destinada à “infância e à juventude, a que faltarem os recursos
necessários à educação em instituições particulares” (art. 129). Nesse contexto, o
“ensino pré-vocacional e profissional destinado às classes menos favorecidas” é
compreendido como “o primeiro dever do Estado” em matéria de educação (art.
129) (VIEIRA 2007, não paginado)

Martins (2001) menciona que em 1946 a educação foi concretizada como direito de
todos, podendo ser introduzida nos lares e escolas. Contudo, ainda neste mesmo prisma no
ano de 1969 a Constituição, especificamente em seu artigo 176 ressaltou em seu bojo a
educação como direito de todos. " A educação, inspirada no princípio da unidade nacional e
nos ideais de liberdade e solidariedade humana, é direito de todos e dever do Estado, e será
dada no lar e na escola". (MARTINS, 2001, não paginado)
Todavia, o autor vislumbra que anteriormente a Constituição Federal de 1988 a
educação havia sido transmitida como sendo de responsabilidade da família. Portanto, com a
nossa atual Carta Magna a Educação passou a ser dever do Estado, ou seja, é responsabilidade
do poder público ofertar um ensino de qualidade para todos, sem exceções.
Desse modo, com a Constituição Federal de 1988 pode ser considerada a mais extensa
no que se refere a questão da Educação, sendo enfatizada em dez artigos (205 a 214) os quais
concedem apoio e solidificação para o sistema educacional no Brasil, assim segundo Oliviera
(2018, p.i.)
Estabelece a educação como o primeiro dos direitos sociais (art. 6º), reafirma o
dever do Estado para com a educação (art. 205) e, pela primeira vez em nível
nacional, “a gratuidade do ensino público nos estabelecimentos oficiais” (art. 206,
IV), ampliando a gratuidade para o ensino médio, antes tratada como exceção e
declara, explicitamente, a gratuidade para o Ensino Superior (art. 206, IV). Inclui a
educação infantil no sistema de ensino, retirando-a da assistência social, garante o
atendimento especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino; a oferta de ensino noturno regular, adequada às condições do
educando; o atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas
suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à
saúde. Além disso, o artigo 227 declara a prioridade no atendimento da criança e do
adolescente e, ao ser regulamentado, dá origem ao Estatuto da Criança e do
Adolescente. (OLIVIERA 2018, p.i.)

Assim sendo, é possível observar que a Constituição Federal de 1988 pode ser
conjeturada como sendo uma referência na luta social com o intuito de alcançar uma
Educação com qualidade e para todos.

2.2 Conceito de desigualdades: da social à educacional

Para compreender o impacto da desigualdade, torna-se necessário ressaltar dois


conceitos, pois esses materializam algumas situações nas quais nem a escola, tampouco a
sociedade consegue manter o seu papel primordial que é oferecer condições de inserção e
permanência dos sujeitos nos processos educativos.
A desigualdade é impactante e causa problemas significativos. Não apenas se encontra
presente em todos os contextos socioeconômicos, mas se faz presente em estudos e discussões
científicas, políticas e sociais, nas quais os objetivos se voltam para a tentativa de encontrar
soluções resolver o problema da desigualdade. Rousseau (1753) instituiu um conceito,
qualificando a desigualdade da seguinte forma:
[...] Uma a que chamo natural ou física, por ser estabelecida pela natureza, e que
consiste na diferença das idades, da saúde, das forças do corpo e das qualidades do
espírito ou da alma; a outra, a que se pode chamar desigualdade moral ou política,
por depender de uma espécie de convenção e ser estabelecida, ou pelo menos
autorizada, pelo consentimento dos homens. Esta consiste nos diferentes privilégios
que alguns usufruem em prejuízo dos outros, como serem mais ricos, mais
reverenciados e mais poderosos do que eles, ou mesmo em se fazerem obedecer por
eles (ROUSSEAU, 2005, p. 159)

Conforme posto no dicionário, a palavra ‘desigualdade’ significa “dessemelhança,


diferença, falta de equilíbrio, disparidade, distância”. (DICIONÁRIO ONLINE, 2022, não
paginado). Assim, ao se pensar em desigualdades, observa-se, então, que há uma ligação com
a falta de equilíbrio entre as forças que conduzem a sociedade, as quais demonstram os
abismos socioeconômicos que têm uma profunda relação com a aprendizagem, pois para
aprender, os sujeitos precisam, antes de tudo, de condições de vida digna.
A desigualdade social é uma triste realidade que persiste e impede o desenvolvimento
do Brasil. Conforme mencionado por Prado Júnior (2014), esse processo ocorre desde a
colonização, quando o modelo de exploração não privilegiou um projeto efetivo, construído
para melhorar a condição socioeconômica dos que colonizaram e exploraram as terras
brasileiras. Diante da pretensão de favorecer os cofres portugueses, o comércio foi o principal
objetivo, o que terminou por desprivilegiar o povoamento do território.
Ressalta-se que no modelo de exploração adotado, apenas os interesses
mercadológicos eram levados em conta. Isso fez com que, apenas o colonizador enriquecesse,
ampliando ainda mais as parcas as diferenças sociais que nunca foram superadas. Desse
modo, segundo Prado Júnior (2014) a pobreza cada vez maior, passou depois a alimentar a
máquina capitalista e seus elementos, calcados na ilusão do capital e na força de trabalho,
somente fez com que a desigualdade social se tornasse ainda mais pungente. Além disso, o
processo de industrialização e a precarização do trabalho, fizeram com que a pobreza fosse
agravada.
Muitos são os fatores estruturais capazes de interferir nas questões que levam à
desigualdade social. Dentre esses, se destaca “ [...] a ausência de mecanismos de distribuição
de rendas através de uma estrutura tributária progressiva, falta de um amplo processo de
reforma agrária, investimento em políticas sociais básicas e democratização do acesso ao
poder político [...]” (COSTA, 2005, p. 179).
Considera-se que a pobreza seja resultado das ações humanas ou da omissão em
relação às suas responsabilidades. Desde a sua colonização, a sociedade brasileira se
fundamentou na desigualdade e na exclusão, evidenciando ações pautadas na sobreposição do
rico em desfavor do pobre, do conquistador sobre o conquistado, do colono sobre o
colonizado. De acordo com Garcia (2013), em toda história do Brasil não houve maiores
preocupações com as questões sociopolíticas, muito menos em relação aos direitos individuais
e coletivos. Isso se reflete na sociedade atual, a qual é responsável pela realidade na qual as
representações de vontades individuais são disfarçadas de coletivas.
Um dos resultados mais significativos da desigualdade social se encontra no aumento
da pobreza. Sendo entendida como produto da ação humana, resulta da forma como a
sociedade se organiza, a partir do pensamento, interpretação e direcionamento de padrões de
sobrevivência. Nesse sentido, Faria (2020), ressalta que no Brasil a pobreza não ocorre
somente pela falta de recursos, mas deriva da desigualdade em sua distribuição. Mesmo sendo
rico, o país registra os maiores índices de desigualdade socioeconômica do mundo.
Para Faria (2020):

A comparação internacional entre o grau de desigualdade de renda no Brasil e o


observado em outros países comprova não só que a desigualdade brasileira é das
mais elevadas em todo mundo, mas contribui também para entender como um país
com renda per capita relativamente elevada pôde manter, nos últimos anos, em
média, considerável parte de sua população abaixo da linha da pobreza. (FARIA,
2020, p. 21).

Ressalta-se que a pobreza decorre da desigualdade social e quanto maior é o desnível


entre as pessoas, mais alto o índice de empobrecimento. Fato é que as desigualdades são parte
do contexto histórico brasileiro e mesmo figurando as principais pautas das políticas públicas,
são situações difíceis de serem rompidas, pois há uma confusão em superar a pobreza de uma
forma momentânea, como ocorre no assistencialismo ou superar a partir do preparo da
população para exigir novas perspectivas de distribuição de renda, além de inserir todos em
um processo educativo de qualidade, capacitando os sujeitos para romper as estruturas de
poder historicamente estabelecidas (GARCIA, 2018).
A educação é defendida como uma das formas de suplantar a desigualdade social. No
entanto, há que se considerar que a desigualdade educacional, também interfere no processo
de libertação dos problemas sociais, dentre eles a pobreza. Entende-se que nos países cujos
índices de desenvolvimento são positivamente significativos, a educação é parte essencial das
políticas públicas sociais. Isso ocorre a partir da adoção de sistemas de promoção social, de
modo que todos tenham oportunidades de ascensão, o que efetivamente colabora no
desenvolvimento socioeconômico (CASTRO, 2009).
No Brasil, observa-se que a baixa escolaridade da população também resulta das
desigualdades educacionais, uma vez que as propostas de universalização da educação
esbarram no desinteresse do poder público. Quando se pensa em desigualdade educacional,
observa-se que não é possível a constituição de uma análise somente por um fato e isso ocorre
porque no contexto escolar, as desigualdades podem ser variadas (THOMAZINHO, 2017).
Ressalta-se também que a desigualdade socioeconômica impacta diretamente na
desigualdade escolar. E segundo mencionado por Thomazinho (2017, não paginado), “[...] em
um país como o Brasil, marcado por uma arraigada e indecente desigualdade social e
econômica, os impactos serão quase sempre sobre os mais pobres, negros e periféricos.”
Dentre os abismos que compõem as desigualdades educacionais é possível citar os que
se materializam na exclusão em relação ao acesso à escola, exclusão institucional e o mais
agravante, a desigualdade que se configura nos diferentes padrões de qualidade educacional,
também relacionada à forma de tratamento dispensado aos sujeitos, contradizendo o que a
legislação dispõe sobre direitos iguais de acesso e permanência. Esse processo, conforme
ressaltado por Thomazinho (2017) evidencia a consequência de todos os tipos de
desigualdades no contexto educativo, qual seja, a desigualdade em relação aos conhecimentos
adquiridos.
Para Lacerda (2019) até mesmo a forma como os recursos são distribuídos entre as
instituições denota o beneficiamento, por vezes injusto, daqueles que já se encontram em
melhores condições. Exemplificando como isso ocorre, a autora ressalta a questão da
infraestrutura escola. Nesse contexto, existem escolas com melhores e maiores investimentos
em infraestrutura que acolhem a parcela rica da sociedade sem cuidar daqueles socialmente
vulneráveis. Infelizmente essa realidade demonstra como as desigualdades socioeconômicas
influenciam também a qualidade do ensino público ofertado.
Há que se considerar que a desigualdade educacional pode ser superada a partir

Diante deste cenário, fica claro que a desigualdade educacional deve


ser considerada quando se pensam e formulam as políticas públicas. É
preciso intenção política e educativa de que é necessário reduzir as
desigualdades para garantir mais qualidade. Em um país como o Brasil,
a busca da eficiência e do desempenho educacional só faz sentido se
incorpora e expressa também a busca por justiça social.

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS

Você também pode gostar