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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ- UESC

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO –DCIE


Políticas Públicas e Legislação Educacional

Luciane Brandão Mendes

RESENHA CRÍTICA
TEMA: SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO: DESAFIO PARA UMA
EDUCAÇÃO IGUALITÁRIA E FEDERATIVA

Carlos Roberto Jamil Cury

Atividade apresentada na disciplina de Políticas


Públicas e Legislação Educacional, ministrada
pelo Prof. Isac Pimenentel Guimaraães, na
Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC),
como requisito para avaliação parcial.

Ilhéus/Bahia
2023

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CURY, Carlos Roberto Jamil. Sistema nacional de educação: desafio para uma educação
igualitária e federativa. Educ. Soc. , Campinas, vol. 29, n. 105, p. 1187-1209, set./dez. 2008
Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>

Carlos Roberto Jamil Cury

É um filósofo e professor brasileiro. É professor emérito da Universidade Federal de


Minas Gerais (UFMG)[1] e foi presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior .[2]É membro do Comitê Científico do Instituto de Estudos
Avançados Transdisciplinares da UFMG.[3][4] Entre os anos de 1996 e 2004 foi membro
do Conselho Nacional de Educação na Câmara de Educação Básica da qual foi presidente
por duas vezes. Presidiu, também, a CAPES no ano de 2003 e, nesta mesma entidade, foi
membro do Conselho Técnico-Científico da Educação Básica (2009-2011). Foi membro
do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais, membro da Comissão de Educação
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência , e foi, também, membro da Câmara
de Ciências Humanas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais e é,
atualmente, membro do Conselho Superior da CAPES.
Graduado em filosofia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Nossa Senhora
Medianeira (1971), é Mestre em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (1977) e Doutor em Educação: História, Política,
Sociedade pela mesma instituição (1979). Concluiu pós-doutorado pela Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo em 1994. Concluiu estudos pós-doutorais junto
à Université de Paris (René Descartes, 1995) e na École des Hauts Études en Sciences
Sociales, EHESS, França (1998-1999). Realizou estágio pós-doutoral na Universidade
Federal do Rio de Janeiro em 2011.
É professor titular (aposentado) da Faculdade de Educação da Universidade Federal de
Minas Gerais, da qual é professor emérito. Nessa universidade atuou também como pró-
reitor adjunto de pesquisa. É professor adjunto da Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais atuando na Graduação e Pós-Graduação (mestrado e doutorado). Tem
experiência na área de Direito à Educação, atuando principalmente nos seguintes temas:
lei de diretrizes e bases, política educacional, legislação educacional e educação de
jovens e adultos. É Bolsista de Produtividade 1A do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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PERSPECTIVA TEÓRICA

O artigo trás os pontos de vista do autor tanto histórico-social quanto do jurídico-


político, trazendo as dificuldades, que ele trata como barreiras que o Brasil teve para
instituir um sistema educacional de educação, tal como outros pais fizeram. Que a
desigualdade social refletida na educação, como principal responsável referente ao ponto
de vista histórico social e no ponto de vista jurídico-político, como historicamente o
poder do Estado gerou interpretação de que o sistema ofenderia a autonomia das estados
e municípios. E afirma a importância que o Sistema Nacional de Educação e que deve
ficar acima das questões, barreira que jurídico-político impõe.
Como ponto de partida para abordar os assuntos propostos autor trás três pequenos
textos, que norteiam sua argumentação, que ele trás como três questões que os grades
desafios para a construção de um Sistema de Nacional de Educação, os textos são:
(...) o divórcio entre as entidades que mantêm o ensino primário e
profissional e as que mantêm o ensino secundário e superior vai
concorrendo insensivelmente, como já observou um dos signatários
deste Manifesto, “para que se estabeleçam no Brasil dois sistemas
escolares paralelos, fechados em compartimentos estanques e
incomunicáveis, diferentes nos seus objetivos culturais e sociais, e, por
isto mesmo, instrumentos de estratificação social”. (Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova, 1932, p. 40)

O poeta municipal discute com o poeta estadual


Qual deles é capaz de bater o poeta federal
Enquanto isso o poeta federal tira ouro do nariz.
(“Política literária”, Carlos Drummond de Andrade)

Quero trazer-vos, com a minha presença e com a minha palavra, a


afirmação de que o governo, mais do que nunca, se há de interessar pelo
problema da educação nacional. Estais agora aqui congregados, sois
todos profissionais e técnicos. Pois bem: estudai com dedicação; analisai
com interesse todos os problemas da educação; procurai encontrar a
fórmula mais feliz de colaboração do Governo Federal com o dos
estados – que tereis na atual administração todo o amparo ao vosso
esforço. (Vargas, 1931, p. 5). (Getúlio Vargas, chefe do governo
provisório, na sessão inaugural da IV Conferência Nacional de
Educação, Palácio Tiradentes, 13 de dezembro de 1931)
Esses desafios ou barreiras como ele coloca, vão sendo analisados e de certa forma
respondidos até a conclusão do texto.

3
RESENHA

Este artigo aponta as barreira que ao longo do anos foram sendo enfrentadas para
a construção de um Sistema Nacional de Educação no Brasil. Do ponto de vista histórico
e social, estes desafios surgiram da desigualdade sociais que ainda são ate o dia atuais
continuam afetando o povo brasileiro. A construção deste sistema exige enfrentar estes
obstáculos, especialmente os políticos-jurídicos.

A primeira barreira vem ser retratado pelo texto Manifesto de1932 em


que este irá tratar da deigualdade social. Assim Cury faz um apanhado histórico
para que possamos entender desde as origens a desigualdade social existene no
meio educacional. Afirmando, pois, que:

“Dessa forma, o conceito de sistema único de educação ou


mesmo o de sistema unificado de educação tem como desafio
maior no horizonte da igualdade, cujo maior não se radica na
escola, mas no próprio sistema social.” (p.1189)

Em sequencia, o autor tratará de abordar sobre as principais formas de


exclusão social que deram origem à desigualdade na escola. No primeiro
momento, é abordado a escravidão, mais especificamente, a exclusão dos
escravos dos direitos sociais, posteriormente, o autor falará da exclusão
indígena e também das mulheres. Autor afirma que desses excluídos representava
quase metade da população da época. Na Constituição de 1934, por sua vez,
há a exclusão, segundo o autor, perante a lei de ricos e pobres, assim como
a estruturação da escola e do ensino diferenciado de ambos, visando o conflito
social entre privilégio da elites e direito de todos:

“Há aqui um duplo dualismo: a escolar pública é voltada


para os que não conseguem entrar na escola particular, a qual
por sua vez –extensão da família -, deve ser subsidiada pelo
Estado, formando elites condutoras (cf. Cunha, 2000 e 1981).
E a escola pública,voltada para as classes menos favorecidas,
tem na educação primário-profissional o seu lugar natural de
receber uma educação adequada às suas faculdades, aptidões e
tendências vocacionais[...]” (p. 1193)

O autor afirma que a principal barreira para o sistema único de


educação se dá no próprio desafio da superação da desigualdade social, porém que
esse não impede a expansão de valores e normas comuns.

A segunda barreira relatado pelo autor trata-se da relação da educação


escolar descentralizada em torno da federação. Novamente Cury recorre ao histórico
desse desafio para melhor entendimento deste. Afirma, pois, que a
República formada passando para um regime descentralizado. Onde surgiram as
dificuldades para a implantação de um sistema nacional de educação e entre
4
as justificativas vale ressaltar “o temor de invasão indébita na autonomia dos
entes federativos e, com isso, eventual perda de autonomia destes.” (p. 1200)

A terceira barreira trata-se das relações interfederativas não se darem mais


por processos hierárquicos e sim por meio de colaboração recíproca e
dialogada.

Concluindo, Cury afirma que essas atitudes acabam gerando, na prática,


não geram um federalismo cooperativo e sim um federalismo competitivo que
se transforma em dificuldades no avanças na área educacional.

Então a estratificação social, a descentralização do poder federal e a


despreocupação do poder federal para com a educação, tornam-se os principais desafios
para a implantação de um Sistema Nacional de Educação.

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