A importância da música como processo de aprendizagem para a

criança de 0 a 03 anos

XXXXXXXXXX
INTRODUÇÃO
Uma das primeiras formas de nos relacionarmos com a música está pautada nas
sensações que ela nos apresenta e nas memórias a que nos remete, tornando-se um
importante aliada nos processos de ensino e aprendizagem.

Deste modo a música na Educação Infantil é vista como uma ferramenta

pedagógica de suma importância, pois além de proporcionar interação social também
pode auxiliar em diversas atividades pedagógicas de maneira interdisciplinar.

Diante a esse cenário e a toda minha vivência como assistente educacional no

Centro Municipal de Educação Infantil Lorenzo Giobbi, pude observar que por muitas
vezes as canções se tornaram rotineiras, deixando por muitas vezes, de promover a
interação e a socialização das crianças nas diversas áreas de ensino.

Desse modo destaco que a escolha do tema se deu pela importância do trabalho
pedagógico em torno da linguagem musical, ou seja, consiste em explorar
possibilidades de aprendizado em torno da ludicidade musical.

Segundo PONSO (2014, p.15) “a música é conhecimento, é substância, é algo

palpável que esta a serviço das demandas que surgem nos projetos de investigação”. As
músicas e suas letras abordam algumas dimensões do cotidiano que explicitam
elementos da cultura, das relações humanas, da arte, da história, dos costumes e das
tradições,

Entendendo que a música é um recurso pedagógico muito rico para a formação

integral da criança é preciso que seja trabalhada de modo significativo pelos os
educadores, na qual deverá ser inserida no universo lúdico das crianças, ou seja,
contextualizar oralmente ou simbolicamente as letras das canções a partir do
conhecimento prévio do educando.

Através de questionários com os professores, buscamos informações para sobre

a musicalização e sua utilização, como é a rotina e a relação do educador com a música,
como tudo isso pode influenciar na aprendizagem infantil e ainda como a música pode
funcionar para fazer a criança interagir de forma a desenvolver sua expressão musical.

Deste modo este trabalho tem como objetivo pesquisar sobre a utilização da
música processo de ensino e aprendizagem das crianças, bem como investigar sobre os
aspectos favoráveis que o ensino de música pode proporcionar às crianças com faixa
etária de 0 a 3 anos, da Educação Infantil, e ainda analisar como os educadores estão
inserindo a música no referencial curricular da Educação Infantil do CMEI- Lorenzo
Giobbi, na cidade de Sonora-MS.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Aos estudiosos sobre a linguagem musical no processo de ensino-aprendizagem

destaca-se NOGUEIRA (2003, p.01) que diz;

[...] acompanha os seres humanos em praticamente todos os momentos de sua

trajetória neste planeta. E, particularmente nos tempos atuais, deve ser vista
como umas das mais importantes formas 18 de comunicação [...]. A
experiência musical não pode ser ignorada, mas sim compreendida, analisada
e transformadas criticamente.

Em contrapartida ZIELAK (1990, p.84) ressalva:

[...] a aprendizagem da linguagem se efetiva pela a imitação, socialização e

dependerá do desenvolvimento cognitivo e afetivo para sua eficiente
produção. Nesta perspectiva, a música como linguagem quando bem
trabalhada pelo o educador, permite a criança imitar socializar e aprender
brincado, além de receber outros estímulos.

Os autores relatam a contribuição da música no desenvolvimento da criança, pois

ao trabalhar com a linguagem musical na educação infantil, não podemos deixar de
considerar os conhecimentos prévios da criança sobre a música estimulando a criança a
mostrar o que ela já conhece ou assimila sobre esse assunto.

No caso do nosso objeto de estudo que são as crianças com faixa etária de 0 a 3
anos, observamos, por exemplo, o bebê que ao balbuciar está exercendo o ato de cantar
mesmo sem saber cantar, que ao ouvir um som ou ruído que chame a sua atenção,
consequentemente terá uma reação expressiva seja ela em seu âmbito corporal, vocal ou
cognitiva. Sobre esse assunto SANTOS, (apud. Vygotsky, 1994, p.21) afirma:
 De acordo com Vygotsky (1994) quando analisa a natureza das relações entre
o uso do instrumento e desenvolvimento da linguagem, com relação ás
funções psicológicas, chama por ele de superiores, como a capacidade de
planejamento, memória, imaginação, como processos mentais, definindo nas
ações exercidas pelo o homem que dão possibilidade a sua independência
com relação às características do momento presente e espaço.

De acordo com o REFERENCIAL CURRICULAR NACINONAL para a

EDUCAÇÃO INFANTIL, entende-se que:

A expressão musical das crianças nessa fase é caracterizada pela ênfase nos
aspectos intuitivo e afetivo e pela exploração (sensório-motora) dos materiais
sonoros. As crianças integram a música ás demais brincadeiras e jogos:
cantam enquanto brincam, acompanham com sons os movimentos de seus
carinhos, dançam e dramatizam situações sonoras diversas, conferindo
“personalidade” e significados simbólicos aos objetos sonoros ou
instrumentos musicais e à sua produção musical. O brincar permeia a relação
que se estabelece com os materiais: mais do que sons, podem representar
personagens, como animais, carros, máquinas, super-heróis etc (RECNEI,
2002, p.52).

Vale observar que o desenvolvimento e aprendizagem da criança estão ligados aos

estímulos que ela recebe. Entretanto observamos que a educação não se baseia apenas
em conteúdos científicos, mas sim na transmissão de valores afetivo, cognitivo e
sensório-motor, que leva a criança a brincar com a música, já que a brincadeira se
relaciona diretamente com ela.

Sobre esse assunto, SOUZA (2000, p.164), explica que:

Ao incluir objetivos, justificativas, experiências e condições de ensino-

aprendizagem resultantes de uma reflexão profunda, num diálogo permanente
coma realidade sociocultural, os relatos apontam elementos importantes
relacionados às práticas pedagógicas de sala de aula, como, por exemplo, a
sua transformação numa ação pedagógica significativa.

Toda prática pedagógica deve ser planejada para atingir bons resultados no
desenvolvimento da criança, porém, com a música não é diferente. Uma vez que na
educação infantil existem vários materiais e possibilidade de se trabalhar com a música
em seu cotidiano.

Entretanto apreciação pela linguagem musical é um problema enfrentando por

muitas escolas, conseguir chamar a atenção dos educadores para esse hábito tão rico em
conhecimento e criatividade nem sempre é uma tarefa fácil.
A MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL DE 0 A 3 ANOS

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil

(BRASIL, 1998, p. 55) o objetivo da musicalização infantil é proporcionar à criança a
capacidade de “ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros, fontes sonoras e
produções musicais” e assim como “brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir
criações musicais. ” Pelo fato da música estar ligada as crianças desde muito novos e ela
está de certa forma intrínseca na criança, trabalha-la não é algo que a maioria das
crianças realizem com muito prazer.

Mais ou menos aos 3 e 4 anos a criança reproduz várias melodias pequenas e

simples, reconhecendo facilmente algumas delas. Os instrumentos rítmicos a
interessam. O controle da voz torna se cada vê mais perfeito e a linguagem
vai se completando. Nessa idade a criança aprende a dramatizar as canções.
Participa com agrado doa jogos cantados e memoriza numerosos cânticos
(WEIGEL, 1988, p. 11).

Quase todas as brincadeiras jogos para esta faixa etária possuem música e é
fundamental que se realize todas as brincadeiras com o intuído de despertar a
sensibilidade que nessa etapa da vida e tão essencial.

[...] ser sensível à música não é uma questão mística ou de empatia [...] sim
uma sensibilidade adquirida, construída num processo - muitas vezes não-
consciente – em que as potencialidades de cada indivíduo (sua capacidade de
discriminação auditiva, sua emotividade etc,) são trabalhadas e preparadas de
modo a reagir ao estimulo musical (PENNA, 1990, p. 21).

Como já falado desde a gestação estamos ligados ao som de forma intrínseca e

muitos estudos comprovam que existe a influência da música no feto durante a gestação.
Conforme Brito (2003, p.35) que afirma que desde o ventre o bebe consegue participar e
ouvir os sons, de forma intuitiva ele ouve os sons dos batimentos da mãe, quando ela
canta, tudo acontecendo de forma espontânea e que irá influenciar no seu
desenvolvimento.

Na fase intra-uterina os bebês já convivem com um ambiente de sons

provocados pelo corpo da mãe, como o sangue que flui nas veias, a
respiração e a movimentação dos intestinos. A voz materna também constitui
material sonoro especial a referência afetiva para eles (BRITO, 2003, p. 35).

A musicalização no ambiente escolar exigira muito do educador, como

sensibilidade e atenção para observar os bebês e suas expressões e como é a maneira
que cada um de explorar este universo musical.

Como um bebê de seis meses se comporta tendo diante de si um pequeno

tambor? Ele experimenta bater, raspar e, aos poucos, organiza sua
 exploração, repetindo gestos e movimentos que apreende e internaliza.
Nenhum adulto interfere em sua atividade a não ser para garanti-lhe conforto,
bem-estar e segurança (BRITO, 2003, p. 38).

Brito (2003) nos fala que para os bebes tudo acontece de acordo com a
exploração e como eles experimentam os objetos e a partir dos 8 meses o
comportamento fica mais elaborado, onde os seus gestos modificados geram variações
sonoras. Com o decorrer do tempo a própria criança cria e experimenta diferentes
variações sonoras. Durante o período de oito a doze meses os bebes começam a revelar
os primórdios da memória e da representação onde ele imita sons de acordo com Pulaski
(1986, p.212) seguindo estudos de Piaget.

A criança com dezoito a vinte e quatro inicia a fase de faz-de-conta e a

representação.

Demonstra orientação, intencionalidade e os primórdios de raciocínio

dedutivo, juntamente com uma compreensão primitiva do espaço, do tempo
e da causalidade. A criança está entrando no período da representação
simbólico (PULASKI,1986, p.213)

No período sensório-motor a criança começa através das relações a construir

seu conhecimento sobre a música, onde experimenta, interage e explora os sons, e pode
ficar horas entretido com um objeto sonoro.

A música e o trabalho com ela contribuem para o desenvolvimento do

pensamento logico, imaginação, rapidez e uma audição perceptiva com exatidão. Para o
autor Maffioletti a música é uma grande aliada para auxiliar as crianças que possuem
dificuldades em suas reações “[...] a linguagem não verbal é uma forma de comunicação
muito presente entre as crianças, o improviso musical pode ser uma possibilidade de
dialogarmos com crianças muito pequenas” (MAFFIOLETTI, 2001 p.128). O autor
ainda fala que na escola é possível que haja dificuldade em algumas crianças se
adaptarem e principalmente nessa fase da vida que são criados vínculos e os mesmos
mantidos, podendo assim criar estabilidade e conforto.

O processo de autoconhecimento da criança se inicia entre 0 a 3 anos, por isso

se faz importante que ela tenha contato com todos os tipos de experiências. “A criança
precisa de vivências rica para construir uma imagem de si mesma a partir de sua
identidade corporal, suas possibilidades físicas, suas singularidades” (CRAIDY;
KAERCHER, 2001, p. 124).
 Um problema muito frequente com as crianças menores é a insegura que faz com
que elas se fechem para novos colegas, principalmente em épocas de adaptação em uma
nova sala ou escola, em alguns casos existem crianças que apresentam dificuldades para
fale e se expressar. A música neste caso serve como uma ponte para ligar aluno com
professor e com outros colegas. Porém é necessário que as atividades propiciem
momentos para que haja interação e descontração, ajudando a criança a se sentir segura.
“[...] a linguagem não verbal é uma forma de comunicação muito presente entre as
crianças, o improviso musical pode ser uma possibilidade de dialogarmos com crianças
muito pequenas. ” (CRAIDY; KAERCHER, 2001, p. 128).

Com isso pode se notar que a etapa de 0 a 3 anos o conhecimento sobre o mundo a
interação social e a coordenação motora são aspectos fundamentais a serem trabalhados
na educação infantil, pois são estão que fazem no futuro muita diferença.

REALIZAÇÃO DA ESQUISA E ANÁLISE DE DADOS

Em busca da confirmação do que foi estudado no que se refere à importância da

música como processo de aprendizagem para a criança de 0 a 03, buscou-se dados mais
concretos e através de um questionário que foi aplicado aos professores, com o intuito
de identificar se os mesmos consideravam a música importante na educação dos alunos
e se a escola dá o respaldo necessário para que aconteçam as aulas de musicalização, foi
possível observar e apresentar aqui neste artigo a realidade dentro do CEI – Centro de
Educação Infantil Lorenzo Giobbi, situada na cidade de Sonora-MS.

A pesquisa foi realizada no período de 18 a 23 de maio com cinco professoras que

atuam na Educação Infantil na unidade escolar em análise. Os questionários foram
entregues pessoalmente a cada uma das participantes, cujo dados foram examinados
conforme a informação de cada uma delas e a comparação com o referencial teórico.

Destaca-se que para uma melhor apresentação dos resultados e análise, as

professoras foram denominadas de Professor A; Professor B; Professor C; Professor D;
e Professor E.

As partipantes, cuja escolha foi aleatória, responderam um questionário com 6

questões. A relevância está no fato, como explica Zagonel (2011, p.24), de que “cantar é
uma das atividades mais básicas e importantes e deve fazer parte de todas as aulas [...]”,
sendo assim essencial que os professores estejam preparados e compreendam a
importância da aprendizagem musical na infância e no desenvolvimento humano como
um todo.

A primeira questão foi sobre a forma como o educador acredita que a presença da
música pode influenciar no aprendizado das crianças.

PROFESSORA A: “ Acredito que a música pode influenciar no desenvolvimento

do aluno como uma forma de aprender cantando”.

PROFESSORA B: Influencia na aprendizagem a música é estimulo, é aprender

com o lúdico. Toda música vem com história e conhecimento”

PROFESSORA C: “Com certeza, pois as músicas vêm com as letras que usamos
no dia a dia para a aprendizagem das crianças”.

PROFESSORA D: “É muito importante trabalhar com a música na educação

infantil, além de ser prazeroso.”

PROFESSORA E: “Eu acredito que a música pode influenciar no aprendizado do

aluno de maneira positiva e determinante nos desenvolvimentos motores, linguísticos e
afetivos”.

Por meio destas respostas podemos observar que todas as professoras possuem
uma concepção clara sobre a influência da música na aprendizagem dos alunos, porém
apenas a professora E que abordou de que forma a musicalização pode influenciar,
sendo esta no desenvolvimento motor, linguístico e afetivo.

Weigel (1988, p.13) relata que: “Consequentemente, as brincadeiras musicais

contribuem para reforçar todas as áreas do desenvolvimento infantil, representando um
inestimável benefício para a formação do equilíbrio da personalidade da criança”.

Com isso analisamos que a presença da música influencia na aprendizagem da

criança, auxiliando para uma boa alfabetização, um bom vocabulário, no
desenvolvimento motor, noção espacial e corporal, enfim a música pode contribuir para
ótimos resultados.
 As crianças com oportunidade de vivenciar uma variedade experiências com
músicas aumentam suas expressões e entendimento do mundo e, essa experiência
musical proporciona a criatividade (WEIGEL, 1988, p.188).

Foi questionado se as entrevistadas trabalham em diferentes níveis de educação e

qual a diferença desses trabalhos, em relação ao berçário– Maternal – Jardim I – Jardim
II – Pré? Se sim, qual a diferença de se trabalhar a musicalização, nos diferentes níveis,
com as crianças?

PROFESSORA A: “Sim no berçário. Desde o nascer a criança entra em contato

com o universo sonoro, através de objetos que produzem sons, estendemos por toda a
vida”.

PROFESSORA B: “Cada criança tem seu ritmo de aprendizagem e a música

proporciona o conhecimento de forma lúdica sem necessariamente todos aprendem do
mesmo jeito”.

PROFESSORA C: “Sim principalmente as músicas com as palavras contadas e

vários movimentos”.

PROFESSORA D: “Trabalho com crianças de dois anos”.

PROFESSORA E “Eu trabalho só no berçário”.

Através destas respostas podemos observar que duas das professoras trabalham
em berçário, uma delas com crianças de dois anos e as demais não especificaram. Neste
caso, as respostas não ficaram claras, pois não podemos analisar a diferença de se
trabalhar a musicalização nos diferentes níveis de educação infantil.

Vale ressaltar que nesta fase as crianças estão em fase de descobertas e o estimulo
auxilia em seu desenvolvimento, a música é uma forma de linguagem, por isso é
importante entender como cada criança se expressa musicalmente e com isso
desenvolver o trabalho musical com elas utilizando os meios e materiais necessários em
cada fase (BRASIL, 1998, p. 51).

Ao questionar como os alunos recebem a musicalização e como estes respondem

ao trabalho proposto, as professoras responderam:
 PROFESSORA A: “Nos trazem indicativos de que a música constitui em um
efetivo meio de desenvolvimento de crianças, dependendo da metodologia e das
mediações estabelecidas, seja elas ricas ou pobre”.

PROFESSORA B: “Através da música que as crianças se expressam, aprendem,

ensina e vivenciam”.

PROFESSORA C: “Sim somente com as crianças do maternal III onde busco as

músicas que falam sobre as partes do corpo, cores e também números”.

PROFESSORA D: “A música está presente no nosso cotidiano, nas atividades, ela

se faz presente dando suporte para a aprendizagem”.

PROFESSORA E: “Meus pequenos recebem a música de maneira positiva,

através da observação, descoberta e reações, expressões, movimentos corporais”.

Podemos observar com essas respostas que apenas a professora E respondeu de

forma clara, onde a mesma relata que os alunos as quais ela trabalha recebem a musica e
respondem positivamente ao trabalho proposto e com esse trabalho ela consegue ver que
elas possuem reações de descobertas, expressões e movimentos corporais.

As crianças possuem contato com a música desde cedo, através de diferentes tipos
de sons e ruídos, e com o passar do tempo ela passa a distingui-los, começando a
entender e a explorar o mundo ao seu redor.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infatil (2001,

p.45):

A música é a linguagem que se traduz em formas capazes de expressar

sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento
expressivo entre o som e o silêncio. Está presente em todas as culturas, nas
mais diversas situações: festas, comemorações, rituais religiosos,
manifestações cívicas, políticas.

Devido a este pensamento acreditamos que é de suma importância o estimulo

musical logo após o nascimento, fazendo com que a criança explore e despertem sua
curiosidade dos diferentes sons e ruídos irão fazer parte de sua vida e que auxiliarão nos
movimentos de expressões através de gestos, sons, balbucios. Jeandot (1990, p.18)
relata que:

A receptividade à música é um fenômeno corporal. Ao nascer a criança entra

em contato com o universo que a cerca: sons produzidos pelos seres vivos e
pelos objetos. Sua relação com a música é imediata, seja através do acalanto
 da mãe e do canto de outras pessoas, seja através dos aparelhos sonoros de
sua casa.

Isso só acontecerá se a criança for estimulada sempre, para que aos poucos as elas
construam um repertório que permitirá dar início a uma forma de comunicação através
dos sons. Ao passar essa fase, a criança começa a cantar, aumentando se repertório
musical.

Na quarta questão sobre a opinião da importância da música na educação infantil

se ela é um instrumento pedagógico ou instrumento lúdico? As professoras
responderam:

PROFESSORA A: “A importância da música é para o desenvolvimento infantil.

A música é como um instrumento lúdico de transformação”.

PROFESSORA B: “A música é um instrumento didático na aprendizagem,

através das músicas podemos trabalhar todos os eixos da educação infantil e acima de
tudo é lúdico”.

PROFESSORA C: “A música é muito importante, pois as crianças aprendem

movimentos, ritmos. A música é um instrumento fundamental”.

PROFESSORA D: “Por meio da música é possível trabalhar todos os eixos da

educação infantil, além de ser lúdico e prazeroso para as crianças se expressarem
através das canções e cantigas de roda”.

PROFESSORA E: “Eu acredito que seja um instrumento pedagógico de

construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto
musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico
entre outros”.

Podemos observar com as respostas das professoras A, B e D que a música é um

instrumento lúdico e que esta é importante para o desenvolvimento infantil. Já a
professora E acredita que a música é um instrumento pedagógico e que é importante
para o desenvolvimento da sensibilidade criatividade, senso rítmico entre outros.

Snyders apud Garcia; Santos (2012) explica que a música é como uma obra de
arte, pois através dela retiramos temas ricos, atingindo diversas disciplinas. e
infelizmente algumas escolas não a valorizam. Os professores que usam a música como
ferramenta em seu trabalho, alcançam resultados positivos. A música é um instrumento
que influencia os jovens e as crianças, sendo assim a música é um instrumento
pedagógico.

Com poder de transformar, a música contribui para o desenvolvimento cognitivo

das crianças, e devido ao “poder” de penetrar e contagiar, torna-se uma atividade lúdica
proporcionando uma aprendizagem prazerosa, contribuindo na formação crítica e
criativa das mesmas.

Foi questionado sobre a graduação, se tiveram alguma disciplina ou conteúdo

voltado para o trabalho de musicalização na educação infantil? Se sim, foi suficiente?
As respostas foram:

PROFESSORA A: “Sim. Porém não foi suficiente”.

PROFESSORA B: “Não”.

PROFESSORA C: “Sim como usar as palavras cantadas usando sucatas”.

PROFESSORA D: “Tive uma matéria de ludicidade que envolveu a música”.

PROFESSORA E: “Sim foi o suficiente. Pois pude constatar a importância de

trabalhar a música na educação infantil”.

A maioria das professoras tiveram conteúdos relacionados a musicalização na

educação infantil, e apenas uma delas não tiveram nenhum conteúdo voltado a
musicalização. Quanto a suficiência apenas duas relataram, sendo que a professora A
respondeu que não foi suficiente e a professora E relatou que foi suficiente.

A ultima questão foi sobre a instituição possuir algum projeto pedagógico voltado
para a educação musical? Se esta escola percebe a música com finalidade unicamente
comemorativa ou, ao contrário, valoriza a música como alternativa pedagógica? As
respostas foram:

PROFESSORA A: “Não. Como alternativa pedagógica”.

PROFESSORA B: “Todos os projetos que trabalho no CMEI Lorenzo Giobbi,

explora a música e utiliza como instrumento pedagógico”.

PROFESSORA C: “Na educação infantil a música é fundamental, pois os projetos

a maioria quase 90% é música, portanto aprendem cantando”.
 ROFESSORA D: “No momento ainda não possui um projeto voltado para o
musical, mas já tivemos outros que envolve a música está sempre presente no nosso
cotidiano”.

PROFESSORA E: “Não possui um projeto pedagógico voltado para educação

música, mas a escola percebe a música como alternativa pedagógica e valoriza a
música”.

Conforme as respostas das professoras, podemos analisar um conflito, onde as

professoras A, D e E relatam que a escola não possui projetos musicais e a professora B
e C relatam que a escola possui e desenvolve projetos musicais. E ambas responderam
que a escola valoriza a música como alternativa pedagógica.

A escola deve valorizar a música como forma de educação, devido a música

facilitar o processo de aprendizagem, aumentando o conhecimento musical dos alunos,
além de torna-la um lugar mais alegre e receptivo, e também ampliando o conhecimento
musical do aluno. Portanto a escola tem obrigação de oferecer convívio com os gêneros
diferentes, possibilitando uma análise reflexiva do que lhe é apresentado,
proporcionando um ser crítico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da análise deste tema e já sabendo da importância da música para o

desenvolvimento de uma criança e a âmbito escolar melhorar o convívio da criança,
ajuda a criança em se expressar e a música nos mostra que não é uma simples
associação de sons com palavras mais sim uma grande ferramenta que em muitas
instituições pode fazer muita diferença, despertando a criança para algo prazeroso e
satisfatório, tanto para seu corpo quanto a sua mente.

Após analisar todo o conteúdo podemos concluir como a musicalização é

relevante para o processo de ensino-aprendizado e também complementa o
conhecimento da pessoa como um recurso que atua em todos os aspectos como
sensorial, mental, motor e afetivo, desde que seja utilizada como recurso pedagógico de
forma organizada auxiliando no desenvolvimento da pessoa, podendo ser utilizada
como elemento para motivar a aprendizagem.
 Utilizando o cotidiano para oportunizar a criança o construir, viver e aprimorar-se
tudo de forma lúdica onde as canções ultrapassam as expectativas e a criança se
relaciona com o exterior, resultado em entusiasmo da criança em todas as atividades.
Em algumas escolas a música é usada para dar boas vindas aos colegas e também para
os novos.

É possível perceber que com o uso da musicalização varias áreas do conhecimento

pode ser atingidas como físico mental e social, na vivencia da música obter a
compreensão da linguagem musical, proporcionando aos canais sensoriais à abertura e
facilitando a expressão de suas emoções, contribui na ampliação da cultura e formação
do ser.

Através da pesquisa pode perceber que a música é importante para a educação

infantil pelo fato de proporcionar um crescimento mais amplo do que o esperado onde
beneficia todo o desenvolvimento da criança.

A música de forma geral melhora a concentração da criança, além do seu impacto

no aprendizado de matemática, leitura e linguística. Não podemos também esquecer de
salientar que a Escola possui um papel importantíssimo de prover o contato da criança
com esta manifestação cultural

É de suma importância que haja o contado da criança com a música desde o ventre
de sua mãe e logo ao iniciar as series iniciais a música não vai ser algo diferente mais
sim um componente que faz parte do seu desenvolvimento.

REFERENCIAS

BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação

preventiva. São Paulo: Átomo, 2003.
BRASIL, MEC - Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular
nacional para educação infantil: conhecimento de mundo. Brasília: MEC/ SEF/
SEESP, v. 3, 1998
BRITO, Teca Alencar de. Aprendendo a aprender com o aluno o que ensinar:
metodologia para uma educação musical significativa. 1999.Disponível em:
<http://www.webartigos.com/articles/4125/1/A-Audicao-Em-Quatro-Propostas-De-
Educacao-Musical/pagina1.html#ixzz0ymtDjfDQ>. Acesso em: 03 de abr. 2017.
_________ Koellreutter educador: o humano como objetivo da educação musical;
SP: Peirópolis, 2001.
BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil. São Paulo: Peirópoles, 2003.
CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis E. Educação musical para que te quero?
Porto alegre: Artmed, 2001.
GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de Psicopedagogia Musical. 3. ed. São Paulo:
Summus, 1988.
GARCIA, Vitor Ponchio; SANTOS, Renato dos. A importância da utilização da música
na educação infantil. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 169, 2012.
http://www.efdeportes.com/efd169/a-música-na-educacao-infantil.htm
GORDON, Edwin E. Teoria de aprendizagem musical: competências, conteúdos e
padrões. Tradução de Maria de Fátima Albuquerque. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2000.

HENTSCHKE, Liane e DEL-BEN, Luciana. Aula de Música: do planejamento e

avaliação à prática educativa. In: Ensino de música: propostas para pensar e agir em sala
de aula. (Org. HENTSCHKE, L. e DEL-BEN, L.). São Paulo: Moderna, 2003.
JEANDOT, Nicole. Explorando o Universo da Música. São Paulo: Scipione, 1990
MAFFIOLETTI, Leda de Albuquerque. Práticas musicais na Escola Infantil.
Educação Infantil. Pra que te quero? Porto Alegre, v. 1.n. 1, p. 123 -134, 2001.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
SOUZA, Jussara (Org.). Música, cotidiano e educação. Porto. Alegre: Programa de
Pós-Graduação em Música da UFGRS, 2000.
VYGOTSKI. L.S. Interação entre aprendizado e desenvolvimento. In, Vigotski.7.
Ed. São Paulo. 2007.
WEIGEL, Ana Maria. Brincando de música. Editora Kuarup. Porto Alegre, 1988.