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Musicalização na educação infantil

Acadêmica: Luana Lemes Vieira


Tutora: Irani Aparecida Seidler Prim
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Turma: PED6804– Estágio Curricular Obrigatório I
19/11/2023
RESUMO

A musicalização na educação infantil refere-se ao uso da música como ferramenta educacional


em ambientes de primeira infância. Foi demonstrado que a musicalização tem um impacto
positivo no desenvolvimento cognitivo e no bem-estar emocional, tanto em crianças como em
adultos. A música pode ajudar as crianças a aprender novas habilidades, desenvolver habilidades
sociais e de comunicação e melhorar suas habilidades gerais de alfabetização. Adicionalmente,
foi demonstrado que as atividades musicais promovem a criatividade e a capacidade de resolução
de problemas. Uma das coisas mais fascinantes para o bebê após a sua concepção é a música.
Ela representa as sensações experimentadas no ventre da mãe. A música aflora diferentes
sentimentos na criança, dependendo do seu ritmo, tons, timbres e sons. Os objetivos propostos
nesse trabalho foram promover o desenvolvimento das múltiplas linguagens ampliando o
repertório musical e o vocabulário e oportunizando diversas formas de expressão oral e corporal
interagindo entre crianças de diferentes idades. A metodologia de pesquisa foi de prática real e
documental, utilizando livros, sites e observação. Foi constatado que a música facilita a expressão
espontânea, a criatividade, o desenvolvimento cognitivo e motor, a sensibilidade, a percepção de
ritmo e tempo possibilitando a criança a respeitar a hora de falar, parar, andar ou esperar.

Palavras-chave: Música. Desenvolvimento. Linguagem.

1 INTRODUÇÃO

A musicalização na Educação Infantil foi o tema escolhido para esse paper, com o
intuito de mostrar que a música não pode e nem deve ser somente utilizada para datas
alusivas, ou para momentos de descontração. Esse tema deve ser explorado em especial
na Educação Infantil pois ele é tem muita importância para o desenvolvimento das
crianças. Na Educação Infantil a criança deve ter uma visão de que a escola é um
ambiente prazeroso de aprendizado. Nosso objetivo é ampliar o repertório musical e o
vocabulário oportunizando diversas formas de expressão oral e corporal, oportunizando a
interação entre crianças de diferentes idades, verificando assim a aceitação e participação
das crianças com musicalização.

A timidez, o medo de se expressar e a falta de iniciativa pode afetar a vida escolar


das crianças. Pensando assim, percebe-se um dos pontos importantes de se trabalhar a
música nessa fase. O direcionamento e continuidade que o professor dá nas aulas com
música permite que a criança veja que todos tem alguma dificuldade e que mesmo assim
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se expressam, interagem, opinam e se fazem parte do que está sendo feito, se sentem
mais importantes e necessárias.

O paper está subdividido em seções. Começando com a introdução, o


desenvolvimento da pesquisa, relatando a fundamentação teórica e a vivência do estágio,
as impressões do estágio, as considerações finais e por fim, as referências.

2 MÚSICA É DESENVOLVIMENTO E APROXIMAÇÃO

Neste estágio focamos em metodologias de ensino com o tema musicalização na


educação infantil, pois música tem uma importância inimaginável, a criança tem esse
contato com sons, timbres, ruídos e tons desde o ventre da mãe. Por essa razão optou-se
por esse tema com o objetivo de promover o desenvolvimento das múltiplas linguagens,
ampliar o repertório musical e o vocabulário oportunizando diversas formas de expressão
oral e corporal e de interagir entre crianças de diferentes idades. Segundo BRITO, 2003,
pág. 35

O envolvimento das crianças como universo sonoro começa ainda antes do


nascimento, pois na fase intrauterina os bebês já convivem com um ambiente de
sons provocados pelo corpo da mãe, como o sangue que flui nas veias, a
respiração e a movimentação dos intestinos. A voz materna também constitui
material sonoro especial e referência afetiva para eles.

O início da vida escolar de uma criança não é nada fácil, na educação infantil então
considera-se ainda mais difícil para as crianças. Essas crianças sentem-se abandonadas
ou tiradas se seus pais e cabe ao docente ter a sensibilidade de conquistá-la e é aí que a
música começa a fazer parte dessa nova fase entre professor e aluno. Segundo PONSO,
2014, PAG. 13 “Aceitar a presença ativa do aluno, estabelecer parcerias, escutar o que
emerge das diversas manifestações das crianças, respeitar as colocações do outro e não
se considerar, enquanto professor, o centro da ação pedagógica.”

O professor tem um papel de mediador do conhecimento, e não o único


conhecedor das coisas. Acredita-se que as crianças mesmo nessa idade ensinam aos
professores diversas coisas que não sabem ou até mesmo expressões que nunca
ouviram. O fato de o professor ouvir e se deixar ser aprendiz do aluno faz com que novas
ideias, culturas ou formas de aplicar alguma atividade seja somada ao seu conhecimento.
Quando o professor é sensível e receptivo ao ouvir e internalizar o que o aluno traz de
conhecimento ele permite que o aluno e sinta parte daquela vivência e não um simples
expectador.
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Acredita-se que a criança precisa ter uma boa primeira impressão da escola, tendo
em vista que passará grande parte de seu dia nesse ambiente, com pessoas
desconhecidas e que se isso não for feito de forma afetiva e divertida, talvez fará com que
essa criança não se adapte na educação infantil e tenha uma visão ruim sobre o ambiente
escolar. Segundo BRITO, 2003, pag. 35,

...as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlenda e todo tipo de jogo


musical têm grande importância, pois é por meio das interações que se
estabelecem que os bebês desenvolvem um repertório que lhes permitirá
comunicar-se pelos sons; os momentos de troca e comunicação sonoro-musicais
favorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação dos
vínculos fortes tanto com os adultos quanto com a música.

Cabe aqui registrar que a participação de cada aluno é gradativa, causando na


criança um crescimento social e pessoal. Observou-se durante o estágio que as crianças,
tem interesse pela música, participam das que sabem, pedem para repetir as que ainda
não sabem e trazem novas músicas. Fica claro aqui que a música faz parte de seu
cotidiano, seja ele na escola em casa ou na comunidade assim, identificamos culturas
diferentes em sala de aula, muitas vezes expressadas com palavras regionalizadas.
PONSO, 2013, pag. 68 fala que,

Discutir o gosto musical dos alunos é enriquecedor, valoriza a diversidade e a


cultura de cada família. Quando o gosto dos alunos é muito semelhante, podemos
questionar junto a eles próprios o porquê disso estar acontecendo. É importante
que existam músicas que todos conheçam. Saber as mesmas canções permite a
socialização do grupo, o prazer de cantar em conjunto com os colegas, saber a
mesma coreografia.

Quando tivemos a possibilidade de interagir com crianças de outras idades, o


fizemos com crianças mais novas, nessa ocasião percebemos o cuidado dos maiores
com os menores, eles demonstravam um certo “orgulho” em poder ensinar alguma
música ou coreografia. Nessa ocasião notamos que é importante para eles fazerem parte
do que está sendo tralhado, assim como também sentem-se mais envolvido se o
professor estiver fazendo parte da atividade proposta.

Quando a musicalização acontece na educação infantil, a fala aflora e cada vez


mais se aprimora através de sua repetição prazerosa que faz o corpo sentir o que está
acontecendo. Além da fala podemos observar nessa rica experiência que a música
atravessa a barreira da timidez, fazendo muitas vezes com que a criança muito tímida
demonstre atitudes inesperadas de expressão corporal. Para expressar melhor essa
situação podemos expor uma situação presenciada que foi a de uma criança que na hora
da roda de canto preferiu não escolher que música gostaria cantássemos que era a sua
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vez de escolher, mas na hora em que outra música foi cantada de pé com coreografias a
criança se expressou de forma que não demonstrava timidez alguma. De certa forma ela
ainda não conseguiu vencer a barreira do falar em frente a outras pessoas, em contra
partida consegue dançar e cantar enquanto outros estão na mesma situação, interagindo
com outros de forma natural. LOPES, 2006, pag. 30 nos fala que,

O movimento das crianças, diferente do que muitos pensam quando o relacionam


com bagunça e descontrole, coloca-se como ponto de partida para a organização
e sistematização do conhecimento, abrindo brechas para que elas falem, se
relacionem, se arrisquem, se avaliem, lidem com suas frustrações e reconheçam
suas conquistas.

Percebeu-se aqui que as crianças, tem muita energia e precisam se movimentar,


falar, correr, dançar, se expressar, assim ela se desenvolve, interage e explora suas
emoções. Esse momento em sala talvez seja um dos mais importantes para que sua
linguagem, coordenação e o controle de seus sentimentos sejam observados para que
um trabalho de desenvolvimento nessas áreas, sejam feitas conforme necessidade de
cada um.

Devemos aqui destacar que muito pode-se fazer com relação a música, devemos
cantar muito, assistir filmes, contar histórias, bater alguns objetos, apresentar diferentes
instrumentos musicais e seus sons, construir objetos sonoros, fazer silêncio para ouvir os
sons do ambiente e muito mais atividades que te façam ouvir, ritmar, pausar ou acelerar.
Todas essas atividades possibilita a capacidade de concentração, de memória, de
sensibilidade, raciocínio matemático e coordenação motora das crianças.

Conforme BRITO, 2013, pág. 187. “Aprender a escutar, com concentração e


disponibilidade para tal, faz parte do processo de formação de seres humanos sensíveis e
reflexivos, capazes de perceber, sentir, relacionar, pensar, comunicar-se.”

Com essa afirmativa vemos que possibilitar as crianças a estarem em contato com
a natureza ofertando a elas a tranquilidade, permitirá que a aula seja muito mais
satisfatória e com melhores resultados tanto para o professor quanto para o aluno. Essa
oferta não depende de verba, de construção, de material ou qualquer outra coisa que
talvez impeça o professor de aplicar tal atividade, essa depende somente das condições
climáticas para estar realizando.

Sempre será gratificante ouvir o aluno sair da sala feliz ao contar como foi seu dia
para os pais, e relatar esses fatos em casa permite que os pais tenham uma visão
diferente do que é a educação infantil, pois desde o momento que o seu filho volta pra
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casa com bagagens de informações construtivas e prazerosas para ele, o pai se


envolverá em tudo que lhe for proposto pelo professor durante aquele ano.

3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO

Durante a semana da regência fez-se rodas de canto, construções de animais,


assistiu-se vídeos sobre essas construções e outras curiosidades. Leu-se histórias, houve
a interação com crianças de idades diferentes, fez-se apresentação de diversos animais,
dinâmicas com músicas (animais), apresentou-se uma contação de história. Nas rodas de
canto, todos tinham sua vez de pedir uma música, um por vez se levantava e pedia sua
música preferida. Respeitava-se sempre a sequência da roda e se a criança quando a
criança não queria falar.

Na contação de história permitimos que momentos diferentes fossem oferecidos as


crianças, no primeiro leu-se a história como ela era e depois as crianças recontaram da
forma que a entenderam. No segundo momento iniciou-se uma história e aos poucos as
crianças deram sequência nela. Os dois momentos foram muito gratificantes pois quase
todos quiseram participar da atividade, sem ter vergonha ou medo de falarem o que
estavam pensando naquele momento.

Essas atividades aconteceram respeitando os horários de rotina do CEI descritos a


seguir. Cheguei 12h56 para o início do estágio, os alunos estavam na hora do Soninho,
que acontecia até 13h30. Após Acordar os alunos e recolher as roupas de cama. 13h40
Assistiam desenho enquanto os professores e monitores faziam a rotina do banheiro e
trocas com os alunos que precisavam. Ás14h00 1º lanche da tarde que ocorria no
refeitório.14h25 Voltávamos para sala, onde era dados início as brincadeiras com
brinquedos da sala. 15h00 era feita uma roda de conversa onde explicava a atividade
proposta do dia, Brincadeira "Estátua" com músicas e comando de voz da professora
estagiaria. As 16h00 era hora do 2º lanche da tarde, que ocorre dentro da sala. As 16h20
começamos se organizar para esperar os pais, pois alguns já começam buscar nesse
horário, enquanto a monitora entrega o aluno aos pais os restantes brincam com os
brinquedos com a observação e intermediação da estagia. As 17h00 horário final da aula.

Durante a regência houveram momentos diversos, onde alunos sugeriam situações


em sala direcionando o planejamento que foi exposto no início do dia mudando assim a
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sequência do mesmo; momentos também de professor mediando a atividade proposta


para o dia; ainda outros em que alunos com alunos se organizam em sala interagindo
entre si e trazendo mais informações, sugestões e conhecimentos ainda não sabidos por
outras.

4 IMPRESSÕES DO ESTÁGIO

Conclui-se que a música desde sempre esteve e sempre estará presente na vida
de todas as crianças. O foco aqui voltou-se ao que a música tem a ver com a escola, e
percebe-se que o desenvolvimento integral da criança pode ser explorado através da
música, que provou ser muito prazeroso de se trabalhar e que se tem retorno gradativo e
satisfatório em todas as atividades propostas. Observou-se que o desejo de expressar o
que sabe está presente nessas crianças, a autonomia, linguagem oral e corporal e em
especial relacionam-se bem com crianças de idades diferentes e com todo corpo docente.

Teve-se a oportunidade de levar músicas diferentes para apresentar para as


crianças e a receptividade foi maravilhosa. Assim conseguiu-se atingir o objetivo de
ampliar o repertório musical e verificar a participação e aceitação das crianças com essa
proposta. Elas participaram efetivamente nas rodas de canto buscando executar bem as
coreografias e sempre sugerindo as músicas que mais gostavam. Com essa observação
pode-se ver que a criança realmente perde sua timidez quando se sente segura em um
ambiente em que se sente parte dele. Percebeu-se que o envolvimento do professor com
toda a atividade proposta ao aluno é a base para que o trabalho dê o resultado esperado.

Na oportunidade de interação com uma turma de idades 3 a 4 aos que estavam na


sala trabalhada completou-se os objetivos propostos nesse estágio. Essas interações nos
permitiu ver a sensibilidade, compreensão e carinho entre eles, provando que a música
uni pessoas.

Por fim o estágio foi uma experiência única que permitiu abrir os olhos para as
possibilidades de se trabalhar a música e sua ampla gama de conhecimento. Esse é um
tema não só pra se trabalhar artes e sim todas as linguagens, quando falamos em
educação infantil.
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REFERÊNCIAS
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/a-importancia-musica-na-educacao-
infantil.htm

6 COLEÇÃO PROINFANTIL MÓDULO IV unidade 4 livro de estudo - vol. 2 Karina Rizek


Lopes (Org.) Roseana Pereira Mendes (Org.) Vitória Líbia Barreto de Faria (Org.) Brasil
2006.

BRITO, Teca de Alencar de, Música na educação infantil: proposta para a formação
integral da criança. Ed. Peirópolis, São Paulo, 2003, pág. 35.

PONSO, Caroline Cao, Música em diálogo: Ações Interdisciplinares na Educação


Infantil. 2ª ed. Ed. Sulina, Porto Alegre: UFRGS, 2008, pag. 13.

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