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CURITIBA, 2018
RENAN NEGRÃO DE QUEIROZ
CURITIBA, 2018
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AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 5
2 FOCO DE INVESTIGAÇÃO..............................................................................
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2.1 OBJETIVOS.................................................................................................. 7
2.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 7
2.3 APRESENTAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES.......................................................
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3 METODOLOGIA DE PESQUISA......................................................................
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3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................
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4 RESULTADOS............................................................................................... 12
4.1 METODOLOGIAS APLICADAS PELAS INSTITUIÇÕES............................
12
4.2 REALIDADE PEDAGÓGICA E SOCIAL......................................................
13
4.3 PERCEPÇÕES DAS PROFESSORAS.......................................................
13
4.4 RELAÇÃO ENTRE CRIANÇA, EDUCADORA, FAMÍLIA E
APRENDIZAGEM............................................................................................. 13
4.5 POSICIONAMENTO QUANTO A PERSPECTIVA DE FUTURO DE
CRIANÇAS COM AUTISMO............................................................................. 14
4.6 DESAFIOS NO ENSINO DE CRIANÇAS COM AUTISMO..........................
14
4.7 ANÁLISE DOS DESENHOS........................................................................
15
5 CONCLUSÃO PARCIAL.................................................................................
15
6 PAPÉIS RELACIONADOS A ARTE DE APRENDER E ENSINAR ................
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INTRODUÇÃO
Antes de tudo, tenho que confessar que este estudo me gerou mais perguntas
do que respostas. De acordo com esta inquietação declarada no relato de
visita, parte precedente e integrante deste trabalho, parafraseando Paulo
Freire, a Professora Eliane Precoma utilizou adequadamente a palavra
“boniteza”, presente na afirmação do autor: “A alegria não chega apenas no
encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender
não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria” (Paulo Freire,
1996, pág. 53). No início do processo, eu tinha de maneira clara quais seriam
os pontos investigados, qual o método de análise utilizar e um vislumbre dos
resultados que este empreendimento poderia me gerar. Funcionaria muito bem
se o objeto de estudo não fosse o ser humano em sua infinita complexidade.
Desde este momento, posso assegurar que os dados obtidos e que serão
apresentados na sequência, não geram um fim em si; são um convite para
pesquisar mais sobre o tema. A “boniteza” e a importância maior deste trabalho
estão nos meios, mais do que nos fins.
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1
Carlos Gadia, 2006, pág.424
7
FOCO DE INVESTIGAÇÃO
OBJETIVOS
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JUSTIFICATIVA
METODOLOGIA DE PESQUISA
Este trabalho se estrutura com base em uma pesquisa etnográfica, que possui
caráter antropológico e tem como foco entender a cultura de comunidades e
grupos sociais. Utilizei uma análise qualitativa, buscando compreender a teia
de relações envolvidas no meio social sobre o qual a pesquisa lançava luz.
Ainda sobre minha intenção inicial, e que até certo ponto foi cumprida,
estabeleci uma comparação entre metodologias aplicadas em dois tipos de
escolas que atendem crianças com essas características. O que ficou evidente
durante meu percurso, e que redirecionou e ampliou o estudo, foi a importância
do contexto socioeconômico no desenvolvimento destas relações entre
educador, aluno, aprendizagem e meio. A comparação entre as realidades
distintas das escolas (de classes geográfica, econômica e social, sobretudo) foi
a chave para gerar novos questionamentos. Além da pesquisa desenvolvida
com a participação das professoras, utilizei também uma abordagem específica
com as crianças: uma atividade lúdica, em que elas tinham a possibilidade de
se expressar através de desenhos. A linguagem verbal é apenas uma das
formas que o ser humano possui para se comunicar, e tendo em vista que
algumas das crianças com as quais eu iria interagir poderiam apresentar
alguma dificuldade na fala¹, tentei explorar outras formas de expressão. A
análise dos desenhos pretende ser psicopedagógica, levando em consideração
o recorte tempo-espacial em que foi desenvolvida. Cabe ressaltar que não
executei uma análise profunda, primeiro porque não sou profissional da área de
psicologia, minha experiência com desenhos me conduz sempre para uma
análise mais técnica do que simbólica; segundo porque uma análise profunda
necessita de um entendimento mais amplo sobre a criança, o ambiente que
está inserida, enfim, um conhecimento muito maior e afetado por outras
variáveis que não foram exploradas neste estudo. A análise de desenhos se
deu de forma comparativa, entre crianças típicas e com diagnóstico de autismo,
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
RESULTADOS
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PESQUISA ETNOGRÁFICA
Tipo de Tipo de Atende ao Família
instituição metodologia aluno? participa?
Instituição 1 Privada Pedagogia da Sim Sim
integração
Instituição 2 Privada TACCH Sim Sim
Ambas têm uma boa percepção das relações que a instituição estabelece com
a família e a comunidade.
No caso da Instituição 1, Ana desenvolve um trabalho de inclusão, e, devido ao
tipo de público que frequenta a escola - de poder aquisitivo maior - a inclusão
se dá de forma mais fácil neste contexto de turma de alunos menor e escola
com metodologia não tradicional. Mesmo quando uma criança chega sem
saber ler, como ela relata, a criança já foi estimulada e encontra na escola o
ambiente adequado para se desenvolver mais. A relação com a família nem
sempre é perfeita, Ana menciona casos em que os pais querem que os filhos
sejam tratados como iguais, mas quando são tratados dessa maneira,
retrocedem e afirmam que os filhos são diferentes. O impacto da relação da
família no desenvolvimento da criança é muito importante.
No caso da instituição 2, Maria desenvolve trabalhos somente com crianças
com deficiências, e de uma classe socioeconômica menos favorecida. Desta
maneira, as crianças muitas vezes não são estimuladas em casa, e seu
desenvolvimento é comprometido pela falta de informação dos pais. Maria
comenta que até questões básicas de higiene precisam ser ensinadas para os
familiares. Outro fator preocupante é como a família trata a criança dentro de
casa, muitas vezes fazendo pela criança o que ela aprendeu a fazer na escola,
e minando sua autonomia. Maria comenta que as vezes é mais rápido fazer
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para a criança do que esperar que ela faça e isso atrapalha muito o seu
desenvolvimento.
CONCLUSÃO PARCIAL
Como mencionei no início, minha proposta de pesquisa foi muito bem recebida
pelas instituições e pelas pessoas que com ela colaboraram. O maior desafio
não se apresentou através de fatores externos: foram fatores internos que
ocuparam meu tempo em reflexões, uma vez que tive que lidar com o
direcionamento que o trabalho estava tomando e meu espírito cartesiano, que
vê na linha reta uma perfeição da natureza. Naturalmente, na prática, as coisas
não são bem assim. Mas, tendo sido este ponto o único que considero como
dificultoso, o restante - inclusive os rumos que a pesquisa tomou por si - me
parecem satisfatórios e vejo nas conclusões e nas novas indagações um valor
que, talvez, se tudo fosse como eu planejei no começo, o trabalho não teria
tanta relevância.
ATUAÇÃO PROTAGONISTA
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
APÊNDICE 1
QUESTÕES DE AQUECIMENTO
Boa tarde, como você está? Obrigado pela sua disponibilidade e pelo seu
tempo, seu trabalho como educadora é muito importante e eu gostaria de
começar a nossa conversa com você contando um pouco sobre a sua trajetória
de vida e sobre sua opção por educação, especialmente trabalhar com
crianças.
Da questão de aquecimento surgiram outras perguntas pontuais que serviram
para enriquecer a entrevista.
Ana - Sim.
Maria - Olha, me sinto realizada por atuar nesse campo e o meu sonho
é um dia poder dar palestras para compartilhar as minhas experiências
com essas crianças, contar sobre os desafios, que são muitos, e falar
sobre os novos aprendizados, a gente aprende a cada dia com o
convívio com elas. Tenho vontade também de trabalhar em escola
regular, para fazer acontecer a verdadeira inclusão de crianças especiais
com os outros alunos.
quando ela conseguir falar. Ela não gosta de barulho, e na sala de aula
tem uma porta que de vez em quando bate, e esses dias ela segurou a
porta. Eu saí contando para todo mundo, porque ela fez isso. Parece
pouco, mas esses pequenos avanços são muito gratificantes, passos de
formiguinha, não (se) pode nunca perder a esperança em qualquer
aluno. Eu não leio relatórios das outras professoras dos anos anteriores,
eu quero conhecer o aluno antes. Eu não escuto quando falam “nossa,
esse aluno é difícil”, ou “se prepara porque esse aluno não vai para a
frente”. Não quero criar preconceitos e nem rotular o aluno, eu preciso
conhecer primeiro porque eu sei que todo mundo pode se desenvolver,
mesmo que seja um pouquinho.
Ana - Eu sou positiva sobre isso, cada vez eu vejo mais empresas
trabalhando, não existem dois autistas iguais. Eu vejo pessoas autistas
incluídas no mercado de trabalho, outro dia eu li um livro escrito por uma
autista e fiquei encantada - não glamourizar essa condição, mas fazer
com que eles sejam indivíduos participativos da sociedade. Eu tenho
bastante otimismo em relação a isso, antes olhávamos com outro olhar,
quando eu era criança, eu lembro do irmão de um amigo que tinha
autismo e ficava trancado em casa, quando estávamos brincando
escutávamos gritos e ninguém sabia o que estava acontecendo. Hoje as
pessoas sabem e é compreendido na maioria das vezes. Estamos em
processo de mudança.
_
Ana - Paciência. Hoje eu sou muito mais paciente, sei escutar mais. O
mundo de hoje não tem muita paciência. Com as minhas crianças eu
tenho que ter muita paciência. Gosto de trabalhar aqui, mas fico triste
porque existem tantas crianças no mundo que poderiam ter acesso a
esse ensino, aqui existe respeito e não medo, e tem que entender que
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criança é criança, que vai aprontar, vai bagunçar. Tem que lembrar que
também já fomos crianças.
Cabe ressaltar que, nas duas instituições fui bem recebido e todas as pessoas
com as quais tive contato foram sempre solícitas e gentilmente cederam seu
tempo para me apoiar com este trabalho.
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APÊNDICE 2
OBJETIVO
Analisar como a criança se expressa através do desenho, seja pelo seu
significado simbólico, tipos de traço, cores utilizadas, etc. A análise busca,
especificamente, entender como a criança com autismo desenvolve sua
autonomia em trabalhos manuais. Além disso, a meta da atividade é
proporcionar momentos de diversão para todas as crianças envolvidas.
JUSTIFICATIVA
Entendendo que para algumas crianças com autismo uma entrevista possa ser
uma atividade pouco interessante, enquanto a ação de desenhar pode ser mais
divertida e leve. Para isso, e através da linguagem não verbal, os trabalhos
desenvolvidos servirão como complemento para a pesquisa.
ATIVIDADES
Através do desenho, com linguagem simples e lúdica, propor a construção de 3
figuras, a partir das formas geométricas básicas (triângulo, círculo e quadrado).
Ao final, propor a construção de uma figura utilizando todas estas formas.
RESULTADOS ESPERADOS
Envolvimento da criança na atividade proposta, interação entre o entrevistador
e os alunos; desenhos expressivos e que demonstrem o que a criança sente
naquele momento. O foco deste exercício está no seu desenrolar e em
proporcionar um momento divertido para as crianças.
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Cabe considerar que não existe certo ou errado quando se trata de desenho,
para tanto, qualquer que seja a forma como as figuram serão apresentadas,
serão válidas para enriquecimento da pesquisa.
Desenho 1
Desenho 2
Desenho 3
Desenho 4
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Desenho 1
Desenho 2
Desenho 3
Desenho 4
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Desenho 1
Desenho 2
Desenho 3
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Desenho 4
Desenho 1
Desenho 2
Desenho 3
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Desenho 4
Desenho 1
Desenho 2
Desenho 3
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Desenho 4