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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

DANIELLE MARIA DA CONCEIÇÃO UP-19107289


ELISANGELA BEZERRA DE ALMEIDA UP-19112141
LUCIANA SANTOS DA COSTA UP-19131010
ROSANGELA DE SANTANA MUNIZ UP-19137819
TERESA CRISTINA OLIVEIRA RIBEIRO UP-19141391

PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES NA ALFABETIZAÇÃO DE


CRIANÇAS AUTISTAS

Recife-PE
2021
DANIELLE MARIA DA CONCEIÇÃO UP-19107289
ELISANGELA BEZERRA DE ALMEIDA UP-19112141
LUCIANA SANTOS DA COSTA UP-19131010
ROSANGELA DE SANTANA MUNIZ UP-19137819
TERESA CRISTINA OLIVEIRA RIBEIRO UP-1914139

PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES NA ALFABETIZAÇÃO DE


CRIANÇAS AUTISTAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Licenciatura em Pedagogia, da
Universidade Paulista – UNIP, como requisito
parcial para a obtenção do título de pedagogo.
Orientador: Prof. Me. Nildo Alfredo Barbosa

Recife-PE
2021
Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Universidade Paulista com os
dados fornecidos pelo(a) autor(a).

PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES NA
ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS/
RIBEIRO. Tereza Cristina. [et al.]. – 2021. 28 f

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao Instituto de


Ciência Humanas da Universidade Paulista, Recife, 2021.
Área de Concentração: Ciências da Educação. Orientador:
Prof. Me. Nildo Alfredo Barbosa.

1. Autismo. 2. Alfabetização. 3. Métodos Pedagógicos. I. BARBOSA.


Nildo. (Orientador).

Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Universidade Paulista com os
dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado a Universidade Paulista – UNIP,
Unidade Acadêmica Recife/PE, como parte dos requisitos para obtenção do título
de Licenciatura em Pedagogia.
Aprovado em ___/____/_____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Prof. Me. Nildo Alfredo Barbosa

Orientador

______________________________________________

Participante

________________________________________________

Participante
Agradecimentos

A Deus, pela minha vida, e por me ajudar ultrapassar todos os obstáculos encontrados
ao longo do curso. Aos meus pais e irmãos, que me incentivaram nos momentos difíceis
e compreenderam minha ausência enquanto eu me dedicava à realização deste trabalho.
Aos professores, pelas correções ensinamentos que permitiram apresentar um melhor
desempenho no meu processo de formação profissional.
Dedicatória

Ao meu orientador, que conduziu o trabalho com paciência e dedicação,


sempre disponível a compartilhar todo o seu vasto conhecimento. Aos
meus irmãos, pelo companheirismo, pela cumplicidade e pelo apoio em
todos os momentos delicados da minha vida.
EPÍGRAFE

“A persistência é o caminho do êxito.” (Charles Chaplin)


RESUMO

Este estudo tem como objetivo identificar as perspectivas e possibilidades no que diz
respeito ao acompanhamento de crianças autistas em processo de alfabetização com
métodos específicos e estimulantes para um melhor desenvolvimento da aprendizagem.
Este artigo foi elaborado a partir de pesquisas bibliográficas e estudos publicados de
especialistas na área da educação de crianças com autismo e transmitir de forma
qualitativa que se deve compreender o autismo buscando auxiliar o processo de
alfabetização das crianças autistas. Serão apresentados métodos pedagógicos eficazes no
aprendizado e a relação dos familiares que convivem com essas crianças que por sua
vez devem buscar serem presentes em cada rotina de aprendizagem. Para
fundamentação da pesquisa foram investigadas as teorias de (GADIA, 2000), (AYAN,
2012), (BOSA, 2000), (MIRANDA, 2008), que contribuíram para que entendêssemos
com amplitude o processo de alfabetizar crianças com autismo, mesmo sendo uma
tarefa difícil e que exige muita atenção dos pais ou parentes ou responsáveis que moram
com essas crianças bem como de profissionais que atua nesta área. Ler e escrever são
essenciais no dia a dia de qualquer ser humano e para essas crianças será muito
importante obter esse conhecimento, afetando diretamente em sua qualidade de vida.

Palavras-chave: Alfabetização. Autismo. Métodos Pedagógicos.

ABSTRACT
This study aims to identify perspectives and possibilities with regard to monitoring
autistic children in the literacy process with specific and stimulating methods for a
better learning development. This article was elaborated from bibliographical researches
and published studies of specialists in the area of education of children with autism and
transmit, in a qualitative way, that autism must be understood, seeking to help the
literacy process of autistic children. Effective pedagogical methods in learning will be
presented, as well as the relationship of family members who live with these children,
who in turn must seek to be present in each learning routine. To support the research,
the theories of (GADIA, 2000), (AYAN, 2012), (BOSA, 2000), (MIRANDA, 2008)
were investigated, which contributed to a broad understanding of the process of
teaching children with autism to read and write, even though they are a difficult task
that requires a lot of attention from parents or relatives or guardians who live with these
children, as well as professionals working in this area. Reading and writing are essential
in the daily life of any human being and for these children it will be very important to
obtain this knowledge, directly affecting their quality of life.

Keywords: Literacy. Autism. Pedagogical Methods.


SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO 12
2 – REFERENCIAL TEÓRICO 14
2.1 COMO ALFABETIZAR AUTISTAS? 22
2.2 COMO IDENTIFICAR O AUTISTA?QUAIS OS SINTOMAS? 23
2.3 MÉTODOS PARA AUXILIAR NA ALFABETIZAÇÃO DE UM 24
AUTISTA
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 32
4 - REFERÊNCIAS 33
PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES NA
ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS/
RIBEIRO. Tereza Cristina. [et al.]. – 2021. 28 f

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao Instituto de


Ciência Humanas da Universidade Paulista, Recife, 2021.
Área de Concentração: Ciências da Educação. Orientador:
Prof. Me. Nildo Alfredo Barbosa.

1. Autismo. 2. Alfabetização. 3. Métodos Pedagógicos. I. BARBOSA.


Nildo. (Orientador).

Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Universidade Paulista com os
dados fornecidos pelo(a) autor(a).
12

1.INTRODUÇÃO

Este estudo foi desenvolvido com objetivo de identificar as perspectivas e as


possibilidades no que diz respeito ao acompanhamento de crianças autistas em processo
de alfabetização com métodos específicos e estimulantes para o desenvolvimento da
aprendizagem, visto que na atualidade no Brasil tem surgido uma grande demanda nesta
área, logo surgiu nosso interesse em escolher esse tema como uma forma de
contribuição para a melhoria da qualidade do ensino.

É importante esclarecer que o aluno com autismo pode estar inserido no


processo de ensino e aprendizagem se beneficiando se beneficiando de técnicas e
procedimentos que auxiliem na sua formação integral e na qualidade de vida.

Pesquisas têm demonstrado que as ações pedagógicas têm possibilitado no


desenvolvimento global das crianças autistas e as questões abordadas neste estudo têm
como objetivo esclarecer como deveria ser a integração destes alunos na escola de
ensino regular, visto que os autistas merecem ser compreendido como pessoas e que
devem ser inseridas, sendo cuidadas e orientadas por profissionais com respeito
demonstrando e cativando interesse.

Os familiares e profissionais que se comprometem a educar crianças autistas


concordam ser é uma experiência que os leva a questionar suas ideias sobre educação,
desenvolvimento e competência profissional, visto que o autista não tem facilidade de
adaptação, sendo preciso que a Escola junto ao professor, promova uma rotina
diversificada que possibilite assim um melhor acompanhamento no processo de
aprendizagem.

Daí buscou-se fundamentar a temática proposta, investigando o que determina a LDB


(Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96), apontando em seus artigos o
direito de incluir alunos com deficiência na escola.

Mencionou-se também, métodos que auxiliam na contribuição e na observação


das atividades propostas como sendo tarefas que exercitam o raciocínio lógico e por sua
vez exercitando e desenvolvendo a capacidade de resposta rápida em uma determinada
situação do seu cotidiano.
13

Conclui-se que as crianças autistas devem ter seu espaço reservado na


sociedade e com garantia de que a educação garantida gera uma qualidade de vida
melhor, visto que a criança com autismo, quando estimulada, se sente capaz de exercer
qualquer atividade e entende que assim, também ganha autonomia e atenção.

A partir do momento que a sociedade promover com maior intensidade esta


inserção, haverá maiores possibilidades de se disseminar a alfabetização de crianças
com autismo, visto que, as escolas terão no planejamento, diretrizes que contribuem
para esclarecer que este processo não é fácil, porém não é impossível.
14

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do


neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações
comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões
de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório
restrito de interesses e atividades.
Sinais de alerta no neurodesenvolvimento  da criança podem ser percebidos nos
primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de
idade. A prevalência é maior no sexo masculino.
A identificação de atrasos no desenvolvimento, o diagnóstico oportuno de TEA
e encaminhamento para intervenções comportamentais e apoio educacional na idade
mais precoce possível, pode levar a melhores resultados em longo prazo, considerando a
neuroplasticidade cerebral.
Ressalta-se que o tratamento oportuno com estimulação precoce deve ser
preconizado em qualquer caso de suspeita de TEA ou desenvolvimento atípico da
criança, independentemente de confirmação diagnóstica.
A etiologia do transtorno do espectro autista ainda permanece desconhecida.
Evidências científicas apontam que não há uma causa única, mas sim a interação
de fatores genéticos e ambientais e a interação entre esses fatores parecem estar
relacionadas ao TEA, porém é importante ressaltar que “risco aumentado” não é o
mesmo que causa fatores de risco ambientais. 
Os fatores ambientais podem aumentar ou diminuir o risco de TEA em pessoas
geneticamente predispostas. Embora nenhum destes fatores pareça ter forte correlação
com aumento e/ou diminuição dos riscos, a exposição a agentes químicos, deficiência
de vitamina D e ácido fólico, uso de substâncias (como ácido valpróico) durante a
gestação, prematuridade (com idade gestacional abaixo de 35 semanas), baixo peso ao
nascer (< 2.500 g), gestações múltiplas, infecção materna durante a gravidez e idade
parental avançada são considerados fatores contribuintes para o desenvolvimento do
TEA.
Fatores de risco para um componente genético: evidências indicam influência
de alterações genéticas com forte herdabilidade, mas trata-se de um distúrbio
geneticamente heterogêneo que produz heterogeneidade fenotípica (características
físicas e comportamentais diferentes, tanto em manifestação como em gravidade).
15

Apesar de alguns genes e algumas alterações estarem sendo estudados, vale


ressaltar que não há nenhum biomarcador específico para TEA e seu
diagnóstico é essencialmente clínico, feito a partir das observações da criança,
entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos.
 Instrumentos de vigilância do desenvolvimento infantil são sensíveis para
detecção de alterações sugestivas de TEA, devendo ser devidamente aplicados durante
as consultas de puericultura na Atenção Primária à Saúde.
O relato/queixa da família acerca de alterações no desenvolvimento ou
comportamento da criança tem correlação positiva com confirmação diagnóstica
posterior, por isso, valorizar o relato/queixa da família é fundamental durante o
atendimento da criança.
Manifestações agudas podem ocorrer e, frequentemente, o que conseguimos
observar são sintomas de agitação e/ou agressividade, podendo haver auto ou
heteroagressividade, visto que estas manifestações ocorrem por diversos motivos, como
dificuldade em comunicar algo que gostaria, alguma dor, algum incômodo sensorial,
entre outros e nestes momentos é fundamental tentar compreender o motivo dos
comportamentos observados, para então propor estratégias que possam ser efetivas.
Dentre os procedimentos possíveis temos: estratégias comportamentais de
modificação do comportamento usam de comunicação suplementar e/ou alternativa
como apoio para compreensão/ expressão, estratégias sensoriais, e também
procedimentos mais invasivos, como contenção física e mecânica, medicações e, em
algumas situações, intervenções em unidades de urgência / emergência.
Retomando alguns acontecimentos importantes para a educação especial e
inclusiva, Miranda (2008) nos relata que no Brasil, o atendimento a pessoas com
deficiência teve início na época do império, com a criação de duas instituições,
“Instituto dos Meninos Cegos” (hoje “Instituto Benjamin Constant”) e do “Instituto dos
Surdos-Mudos” (hoje, “Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES”), instituições
criadas por volta da década de 1850, tornando um marco para o atendimento de pessoas
com deficiência no Brasil.
Todavia, evidenciamos que apesar do importante passo para a inclusão, essas
instituições foram introduzidas apenas para o atendimento a pessoas com deficiências
visuais e auditivas, segregando, assim, outros tipos de deficiências, como a mental.
Em 1961, o atendimento educacional a pessoas com deficiência passa ser
fundamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº
16

4.024/61, a qual se refere a pessoa com deficiência como “excepcionais”, assim, a Lei,
expõe que a educação, no que for possível deverá enquadrar os “excepcionais” no
sistema geral de ensino, integrando-os à comunidade educacional.
A LDBEN passou por modificações já que em sua consonância não
organizava o sistema como capaz de suprir as necessidades das pessoas com alguma
deficiência, não efetivando, de fato, uma educação inclusiva para todos (BRASIL,
2008).
Só em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), lei
nº 9.394/96 reorganiza a concepção do ensino voltada à pessoa com Necessidade
Educacional Especial e estabelece um sistema de ensino equivalente a uma educação
inclusiva.
No capítulo V, da sessão da educação especial, em seu art. 59 expõe que os
sistemas de ensino assegurarão aos educandos com Necessidades Educacionais
Especiais conforme segue:

Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização,


específicos para atender às suas necessidades; terminalidade
específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a
conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências [...],
professores com especialização adequada em nível médio ou superior,
para atendimento especializado, bem como professores do ensino
regular capacitados para a integração desses educandos nas classes
comuns; educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para
os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo,
mediante articulação com os órgãos oficiais afins [...] acesso
igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular (BRASIL, 1996,
p. 19-20).

Diante dessas perspectivas é visível o quanto a inclusão é crucial para o


processo de reconhecimento de qualquer Necessidade Educacional Especial (NEE), e
mesmo a Lei orientando as possibilidades de inclusão é preciso sair do abstrato e levar o
que se encontra no papel para a realidade condizente com a pessoa com NEE, tendo em
vista o direcionamento a práticas inclusivas e efetivas no âmbito educacional e
profissional.
As Diretrizes Nacionais da Educação Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva (2001) relembram algumas visões estabelecidas pela sociedade nos séculos
passados, onde as pessoas com alguma deficiência eram vistas como incapazes,
17

inferiores, sendo excluídas de seus direitos sociais, passando assim, a serem vistas como
pessoas que necessitavam de um apoio social.
Com isso, ressaltam-se que, nos dias atuais, há uma luta constante para que
sejam fortalecidas essas práticas inclusivas a dificuldade de aceitação do diferente no
seio familiar e social, principalmente do portador de deficiências múltiplas e graves, que
na escolarização apresenta dificuldades acentuadas de aprendizagem (BRASIL, 2001,
p.19).
Mesmo assim, são notáveis as mudanças significativas nas últimas décadas,
apesar da resistência, a educação inclusiva vem se consolidando e muitos avanços estão
sendo alcançado, com a intenção de propicia-la junto a Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
A portaria nº 555/2007, prorroga a portaria 948/2007, cujo objetivo é assegurar
a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades/superdotação, incluindo também a pessoa com autismo, considerando
que os Transtornos Globais do Desenvolvimento abrangem vários transtornos.
O documento da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (2008) segue orientando os sistemas de ensino para garantir a
inclusão escolar dos alunos com alguma Necessidade Educacional Especial.

[...] acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e


continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da
modalidade de educação especial desde a educação infantil até a
educação superior; oferta do atendimento educacional especializado;
formação de professores para o atendimento educacional
especializado e demais profissionais da educação para a inclusão;
participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica,
nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e
articulação intersetorial na implementação das políticas públicas
(BRASIL, 2008, p. 15).

O acesso e a permanência da pessoa com Necessidade Educacional Especial


ao ensino regular são cruciais para o processo de inclusão, assim como a aprendizagem
e a participação ativa desse sujeito, visto que o direito à educação, fundamental a todos
os sujeitos, enquanto cidadãos é disponibilizado a pessoa com NEE desde a educação
infantil até a o ensino superior, conduzindo a salas regulares, com direito ao
atendimento especializado para então contribuir nessa conquista inclusiva.
No Brasil, em 2012, é instituída a Política Nacional de Proteção dos
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, a intitulada como “Lei Berenice
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Piana”, dando, devidamente, o reconhecimento e a importância da pessoa com autismo


na sociedade brasileira. A lei alega que para todos os efeitos legais, o autismo passa a
ser considerado como uma deficiência.
Sancionada a lei nº 12.764 no dia 27 de dezembro de 2012, a pessoa com
Transtorno do Espectro do Autismo passa a ser vista no Brasil de forma mais eloquente.

No art. 3º da lei, afirma que são direitos da pessoa com TEA,

I - a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da


personalidade, a segurança e o lazer;

II - a proteção contra qualquer forma de abuso e exploração;

III - o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas
necessidades de saúde, incluindo: a) o diagnóstico precoce, ainda que não
definitivo; b) o atendimento multiprofissional; c) a nutrição adequada e a
terapia nutricional; d) os medicamentos; e) informações que auxiliem no
diagnóstico e no tratamento;

IV - o acesso: a) à educação e ao ensino profissionalizante; b) à moradia,


inclusive à residência protegida; c) ao mercado de trabalho; d) à previdência
social e à assistência social (BRASIL, 12.764/12).

No que se refere à integridade da pessoa com autismo, pode-se perceber o


quão relevante essas prerrogativas, que de forma precisa, dá abertura para que a
sociedade reconheça não apenas o que é o Transtorno, mas como pode abranger as
peculiaridades do sujeito diante de suas singularidades.
São muitos os estigmas diante da pessoa com autismo e no entanto, se faz
necessário reconhecer que qualquer pessoa, com deficiência ou não, precisa ser vista
como um ser capaz, com direitos à saúde, educação, e principalmente, a sua integridade,
seja ela física ou moral, por isso, o autista não precisa que a sociedade sinta “dó”, nem
tampouco os olhem com olhos de tristeza, visto que são expressões negativas que
impedem a inclusão se efetivar, pois estes, tem interesses e comportamentos
considerados atípicos, mas isso não define sua capacidade, é inegável que expõe suas
limitações, mas qual ser humano não tem limitação?
Em 2015 é aprovada a Lei nº 13.146/15 que vem para fundamentar e dá um
suporte às ações afirmativas e inclusivas. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (LBI), visa a promoção da igualdade e o exercício dos direitos da pessoa
com deficiência.
19

Se voltando para o direito à educação, o art. 28 da Lei, esclarece que compete


ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e
avaliar questões relacionadas a ações inclusivas. Assim, destacamos algumas ações
expostas no artigo.

[...] II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de


acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de
recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado,
assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características
dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições
de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia;
[...] VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas
pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia
assistiva;
[...] IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos
linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a
criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência;
[...] XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas públicas (BRASIL,
13.146/15).

É possível vislumbrar possíveis avanços a partir, principalmente, no que se


refere ao desenvolvimento de pesquisas que busquem novas metodologias e/ou técnicas
pedagógicas voltadas à inclusão. No entanto, cumpre refletir: será que o poder público
cumpre de forma concreta essas realidades presentes no artigo? A inclusão plena que a
Lei evidência é exercida socialmente? É preciso compreender que a inclusão posta nos
aportes legais é um passo fundamental para qu
e sejam encaminhadas para a realidade da sociedade, especialmente no âmbito escolar.
Não se pode fazer inclusão apenas na teoria, pois, a inclusão acontece nas trocas
cotidianas que o sujeito estabelece.
A LBI é precisa quando diz que não apenas as condições para o acesso da
pessoa com deficiência devem ser aprimorados, mas também a sua permanência, ou
seja, não se pode pensar no ingresso sem pensar em recursos, adaptações e na
20

participação ativa do sujeito no âmbito educacional e profissional para um efetivação de


direitos. Essa parceria exposta no artigo, em que todos os setores necessitam se
articular, consiste no aperfeiçoamento de ações que se interagem, promovendo uma
implementação de políticas públicas voltadas para a realidade da pessoa com
deficiência.
Essa articulação intersetorial na implementação de políticas pública discutida
no art. 28 da lei 13.146/15 faz uma relação concisa com o art. 2º da lei 12.764/12, que
apresenta diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da pessoa com
Transtorno do Espectro do Autismo, em alguns pontos o art. expõe essa necessidade de
haver a intersetorialidade e a participação de todos na formulação de políticas públicas,
assim como também o incentivo a formação dos profissionais a respeito da deficiência.
Em destaque,

I - a intersetorialidade no desenvolvimento das ações e das políticas e no atendimento à


pessoa com transtorno do espectro autista;
II - a participação da comunidade na formulação de políticas públicas voltadas para as
pessoas com transtorno do espectro autista e o controle social da sua implantação,
acompanhamento e avaliação;
[...] VI - a responsabilidade do poder público quanto à informação pública relativa ao
transtorno e suas implicações;
VII - o incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no
atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e
responsáveis;
VIII - o estímulo à pesquisa científica, com prioridade para estudos epidemiológicos
tendentes a dimensionar a magnitude e as características do problema relativo ao
transtorno do espectro autista no País (BRASIL, 12.764/12).

As duas leis, tanto a LBI (2015) quanto a Lei Berenice Piana (2012) demonstram
a preocupação de uma política para o crescimento integral da pessoa com deficiência,
em destaque colocamos a pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo. Não se pode
excluir a responsabilidade do poder público nessa composição e não se pode minimizar
a responsabilidade de todos os profissionais, assim como da família na busca do
conhecimento, da capacitação e da perspectiva inclusiva na sociedade, se torna
fundamental a participação ativa da sociedade.
21

Quando a sociedade executa de forma pertinente aquilo que a legislação propõe,


há uma força maior que rompem barreiras ainda presentes nos dias atuais, e focando na
educação, é preciso um olhar sensível à criança com autismo, e principalmente sua
inclusão no espaço escolar se faz necessário na conjuntura social, na qual estamos
inseridos. É oportuno destacar que enquanto instituição social, a escola precisa
reconhecer esse transtorno, considerando a relevância em se trabalhar de forma concreta
o processo de Inclusão nesse espaço e permitir o desenvolvimento integral desses
alunos.

Assim, “abraçar” o autismo é se permitir conhecer o universo singular da pessoa


com autismo, diferente do habitual, é muito mais que incluir, é acolher para colher
frutos posteriormente. É como estar em uma poesia que encaixa todos os sentimentos,
mesmo quando não se pode identificá-los. “[...] Assim como um diamante precisa ser
lapidado para brilhar, uma pessoa com autismo merece e deve ser acolhida, cuidada e
estimulada a se desenvolver” (SILVA et al, 2012, p. 06). É um aprendizado constante
quando o ser humano se permite conhecer o mundo singular do autismo.
Alguns avanços relacionados ao sujeito com TEA só é possível quando se
consegue penetrar em seu mundo sem estigmas preestabelecidos, sensibilizando o olhar
para se tornar apto a captar atitudes/ações demonstradas pela pessoa com autismo.
Gestos simples realizados pelo autista podem ser considerados uma “besteira” para as
pessoas ditas “normais”, mas são gestos verdadeiros que demonstram sentimentos,
mesmo que implícitos e muitas vezes não são compreendidos. A criança com autismo
“às vezes, [...] pode expressar a sua gratidão oferecendo uma pedrinha, e manifestar seu
amor com um pequeno toque na sua mão. E tenha a certeza de que isso é muito para
eles” (SILVA et al, 2012, p.92).
Entender o autismo é ir além do que olhos podem ver, é trilhar um caminho sem
placas de direcionamento, e que apesar das dúvidas, cada caminho trilhado, é um
conhecimento construído, e os obstáculos que aparecerem no caminhar vão conduzindo
a novos saberes.
Ressalta-se que pais, profissionais da saúde e da educação devem estar em
constante colaboração, buscando em conjunto, novos progressos. Quando é reconhecido
às necessidades, fica mais acessível a busca por melhores metodologias e formas para
desenvolver um trabalho direcionado a singularidade do autista. É preciso estar
dispostos a lutar todos os dias mesmo que tudo o que for ensinado não seja aprendido.
22

Assim, Semensato e Bosa (2013), esclarecem que essa aliança entre os


profissionais da saúde com a família se torna fundamental para o processo de adaptação
da criança com autismo na sociedade, não esquecendo a importância da educação nesse
processo conjunto.

[...] uma aliança precisa começar a se estabelecer entre a família e o


profissional da saúde, não importando ser este um médico, um
psicólogo ou um fonoaudiólogo. Essa aliança configura-se como uma
parceria na qual o profissional começa a fazer parte dessa caminhada
com a família, no sentido de buscar o melhor atendimento específico
para aquela criança. Além, dos profissionais da saúde, a escola
também tende a ser vista como um importante recurso auxiliar no
desenvolvimento da criança, como apoio no manejo de certas rotinas
desgastantes e como uma forma de ligação entre pais e alguns serviços
[...] (SEMENSATO; BOSA, 2013, p. 92-93).

A compreensão de que o sujeito com TEA, desde sua infância necessita de


acompanhamento e de acolhimento é o que torna seu crescimento progressivo e a
interação entre família e profissionais faz com que o autismo não seja um empecilho
para o desenvolvimento cognitivo e social da criança.
Assim, com iniciativas e persistências o autismo passa a ser compreendido e a
sociedade torna-se mais inclusiva e mais acolhedora. É uma troca de realidades, é o
olhar sensível e os passos ao mundo diversificado, sem preconceitos e sem imposições.
Nesse envolto, direcionamos o olhar sensível, também para o âmbito escolar,
onde a criança deve ser acolhida de forma inclusiva, atentando sempre as suas
potencialidades e não as suas dificuldades. O enfoque teórico e o fazer pedagógico são
fundamentais para a compreensão do trabalho para com a criança com Transtorno do
Espectro do Autismo, conduzindo, assim, não apenas o reconhecimento do transtorno,
mas a um direcionamento para além dos muros da escola. É essa visão que amplia as
ações, tornando-as significativas e prazerosas.

2.1 Como alfabetizar autistas?

De acordo com o instituto neuro saber o transtorno do espectro autista (TEA) é


algo que deve ser levado sempre em conta, principalmente as características que cada
pessoa demonstra em seu cotidiano. É importante partir dessa premissa, pois a
alfabetização pode ser influenciada por diversos fatores. No autismo não é diferente.
Um detalhe que muitos pais e educadores precisam ter em mente é que o autismo se
23

configura como uma condição, cujos traços característicos causam impacto na


habilidade social, na fala e na linguagem, na comunicação verbal e não verbal, e no
aspecto comportamental.
Levando-se em conta que o autista apresenta espectros, ou seja, variação diversa
em suas maneiras de se manifestar em uma pessoa, percebe-se que não há uma fórmula
pronta para alfabetizar uma criança com autismo. O que pode ser feito é analisar quais
as necessidades mais prementes do pequeno a fim que se estabeleça um roteiro que
atenda à sua demanda. Vale ressaltar que além da equipe de educadores, a presença de
terapeutas também deve ser frequente.
Alfabetizar é sempre um desafio. Quando se trata de uma criança diagnosticada
com autismo, o ponto a ser considerado é o conjunto de características do pequeno:
percepção de mundo, sensações, desenvolvimento linguístico, comorbidades, etc.
Todos esses itens são imprescindíveis, mas eles estão intimamente ligados a um aspecto
que é o ponto principal para professores e profissionais de diversas áreas: o pensamento
da criança. Qual a maneira que ela encontra para lidar com suas dificuldades.
Interessante lembrar que se a criança apresentar algum transtorno que aparece
simultaneamente ao autismo, alguns traços comportamentais devem se manifestar com
mais intensidade.
Para um processo de alfabetização do autista é de extrema importância a
avaliação psicopedagógica, a importância dessa etapa está no fato de os profissionais
poderem realizar uma análise que investigue a cognição, a psicomotricidade, os
aspectos sociais e afetivos da criança.
Esses fatores representam uma enorme contribuição na hora de alfabetizar o
aluno com autismo, visto que após essa avaliação é importante observar a maneira que a
criança aprende esse detalhe também não deve passar despercebido, uma vez que a
forma a qual o estudante vai processar o conteúdo é bastante relevante.e a partir do
momento em que a equipe pedagógica obtiver essa percepção, o próximo passo será o
de adequar o ambiente às necessidades da criança.

2.2 Como identificar o autista? Quais os sintomas?

O autista apresenta uma grande variação dependente de cada paciente. Esse


aspecto que existe deve-se, portanto, às diferentes camadas que se manifestam nas
24

pessoas que convivem com o espectro e isso significa que é impossível resumir os
sintomas do autismo em três ou quatro tópicos.
Eles são muitos e se apresentam com maior ou menor intensidade de acordo
com cada pessoa e por isso que existem casos que são relatados com mais frequências
por pais ou parentes, são eles:

– Ausência de comunicação verbal mesmo que a criança ainda não consiga formar
palavras, é comum que ela comece a demonstrar interesse em estabelecer contato com
sílabas soltas: mã,pa, lá, aí, dá

– Pouco ou nenhum contato visual: a criança costuma não responder aos estímulos, há
casos que podem ser percebidos já na amamentação; ou seja, o bebê não se comunica
com a mãe nem mesmo pelo olhar.

– Tendência ao isolamento: a maioria das crianças gosta de socializar, mesmo as mais


tímidas. No caso daquelas que manifestam sintomas do autismo a situação é diferente.
Elas se isolam não por serem indelicadas, mas por algum objeto chamar a sua atenção;
muito mais que qualquer outra presença.

– Aspecto sensorial acima ou abaixo do normal: a criança pode se incomodar


bastante quando exposta a determinados barulhos, aromas, texturas, gostos, etc. por
outro lado, ela pode não ‘sentir’ algum corte, por exemplo. Em compensação, um
simples toque pode irritá-lo bastante (por isso é extremamente importante estar sempre
de olho); a sensação de aperto também costuma deixá-lo inquieto.
– Crises além do normal: a diferença entre uma pirraça e uma crise que seja reflexo
dos sintomas de autismo está na intensidade, entendo que uma criança sem autismo
consiga chorar e falar o que sente. No autismo isso nem sempre é possível.

A criança então encontra no choro excessivo (seguido de berro, em muitos


casos) a maneira de expressar seu descontentamento e a melhor maneira para lidar com
isso é tentar acalmá-la e jamais pegá-la forte pelos braços ou balançá-la.

2.3 Métodos para auxiliar na alfabetização de um autista


25

Algumas crianças autistas têm dificuldades com as competências de linguagem, e pode


ser um desafio ensiná-las algumas tarefas básicas, como ler e escrever, daí, como a
alfabetização é crucial para o dia a dia, é importante ajudar a criança com autismo a
desenvolver essas habilidades.
Deve-se focar em construir a coordenação motora através de projetos de arte e
exercícios de escrita. Também é importante obter ajuda externa da escola ou de outro
profissional, se necessário.
Será destacado alguns métodos eficazes para auxiliar no processo de
alfabetização da criança com autismo, esses métodos foram publicados pela WikiHow
em seu site e foram elaborados por estudos realizados na área.

Método 1

Construindo habilidades básicas

1- Ensine a criança a segurar um giz de cera da forma correta. Isso pode ser
ensinado até mesmo antes que seu filho aprenda a ler ou a escrever, como
quando ele estiver desenhando com você, dessa forma, comece segurando o giz
de cera para dar um exemplo. Em seguida, coloque o giz na mão da criança e
posicione os dedinhos dela ao redor do objeto corretamente, e oriente a mão
dela para desenhar algum formato ou escrever o próprio nome.

● Mostre como fazer isso o mais cedo possível; a maioria das crianças
consegue segurar um giz de cera até os quatro anos.

2- Experimente fazer exercícios de compressão para ajudá-lo a fortalecer os


músculos, pedindo para que o seu filho apertar objetos (como uma bolinha do
estresse ou uma massinha de modelar) para criar força nos dedos, comece com
objetos moles e, gradualmente, dê alguns mais duros à medida que a criança se
fortalece.

● A massinha de modelar e argila ajudam com a destreza.


26

● O pequenino também pode tentar fazer algumas tarefas, como regar plantas,
com uma garrafa de spray.

3- Melhore a coordenação motora da criança com projetos de arte. Reúna os


materiais, como giz, tinta, marcadores, giz de cera, tesoura, livros para colorir e
carimbos, deixando seu filho criar uma arte com os materiais sem pressão
alguma. Por exemplo, ele pode colocar contas em uma linha para melhorar a
destreza dos dedos.

● Essa pode ser uma boa oportunidade para passar um tempo de qualidade
mais tranquilo com seu filho.Deixe-o escolher o que quer fazer e façam as
atividades juntos.

4- Ajude-o a criar força pintando e desenhando em superfícies verticais. Trabalhar


nesse tipo de superfície ajuda uma criança com autismo a desenvolver os
músculos do pulso cruciais para escrever, para isso utilize um cavalete para
estimular o seu filho a pintar ou desenhar verticalmente e um papel de parede
magnético ou de giz também são boas opções para isso.
5- Exponha o pequenino ao alfabeto com técnicas simples, pois essa atividade o
ensinará mais sobre as letras, deixando assim, brincar com jogos relacionados
ao alfabeto e aprender os sons de cada letra.
● Um quebra-cabeça de espuma com peças no formato das letras
● Imãs de geladeira do alfabeto ou massinhas de colocar no vidro da janela.
● Cantar a música do alfabeto.

6- Leia com seu filho para expô-lo a letras e palavras, procurando livros sobre o
alfabeto com assuntos que interessam a criança e observe suas atitudes, quando
você estiver lendo para começar a se familiarizar mais com as letras, palavras e
linguagem em geral.
● As crianças com autismo normalmente têm dificuldade de ficar quietas por
muito tempo, portanto, tente fazer sessões de leitura mais curtas.
27

● Deixe seu filho o ver lendo também e espalhe livros pela casa que sejam
adequados à idade dele para que a criança possa pegá-los para ler a
qualquer momento.

Método 2

Fazendo exercícios de escritas

1- Use um pegador de lápis para ajudar a posicionar a mão da criança e se este tiver
dificuldade para segurar um lápis, experimente usar um pegador, uma vez que
existem várias opções, como um pegador macio para colocar ao redor do lápis,
outros com furos para os dedos ou lápis especiais feitos para melhorar a
aderência.

● Tente usar diferentes tipos para ver com qual a criança se sente mais
confortável

2- Peça para o pequenino copiar formas e letras, começando com desenhos de


linhas em um papel e pedindo para ele copiá-las. Depois disso, prossiga para
formatos simples e gradualmente, peça para ele copiar letras, passando de cinco
a dez minutos todos os dias fazendo o seu filho copiar as linhas que você criar.

● Quando ele chegar às letras, deixe-o usar pedaços de papel maiores com
linhas grandes.

3- Use o tato para ajudar a formar letras. As crianças que são mais orientadas pelo
tato podem gostar de certas texturas para começar a escrever. Se for o caso do
seu filho, use essas texturas para ajudá-lo a praticar as habilidades de escrita. Por
exemplo, ajude-o a escrever usando tintas de dedo ou creme de barbear.
28

● Algumas crianças com autismo não ficam confortáveis com coisas


molhadas, pegajosas ou outras texturas. Se for o caso, não a force a fazer
isso.

4- Imprima folhas de exercícios para que ele possa praticar o alfabeto, onde você
pode encontrá-las na internet para o seu filho praticar as letras, buscando folhas
com letras grandes e linhas espaçosas, que após a impressão possam ser
colocadas em prática uma por dia.

5- Escreva uma palavra com letras grandes para que seja vista como funciona e
quando uma criança ainda está começando a escrever, é sempre bom observar
quando um adulto faz um exemplo primeiro, continuando escrevendo letras
grandes com marcador de texto e peça para seu filho traçá-las com lápis ou
caneta. Outra opção é deixá-lo ligar os pontinhos. Faça os pontos no formato de
uma letra.

● Quando for escrever as primeiras palavras, escolha as que ele gosta,


como o nome do seu filho e nomes das pessoas ou das coisas preferidas
dele.

6- Peça para o pequenino escrever sobre os próprios interesses. Se ele estiver


aprendendo a escrever, mas tiver dificuldade em se manter interessado, prenda a
atenção dele com as atividades preferidas do seu filho. Pergunte sobre essas
atividades e peça para ele escrever sobre elas.

● Por exemplo, se ele adorar pássaros, peça para ele escrever sobre os
pássaros preferidos e as diferentes espécies que tenha visto recentemente.

● Os interesses especiais são a forma perfeita de ajudar uma criança a se


manter interessada e envolvida em uma atividade. Por exemplo, se sua
filha ama cachorros, ela pode gostar de escrever uma história sobre cães
com você.
29

Método 3

Facilitando a escrita para a criança

1. Alivie as dificuldades sensoriais da criança. Crie um ambiente tranquilo que não


cause distrações ou que não seja desagradável para o seu filho. Você pode
colocar uma música bem suave para tocar (ou manter o ambiente completamente
silencioso), ajustar os níveis de luz da sala e desfazer aromas fortes.

2. Use recursos quando for benéfico. Algumas crianças com autismo respondem


melhor a imagens ou à linguagem de sinais do que a palavras verbalizadas.
Quando for dar instruções ao seu filho, use um recurso visual ou um sinal para
ajudá-lo a entender melhor o que deve fazer. Se ele parecer confuso, use um
acessório visual para explicar.

● Por exemplo, peça para ele ver a foto de um gato para visualizar melhor o
animal e escrever a palavra “gato”.

3. Dê instruções claras e concisas. As crianças com autismo podem ter dificuldade


de seguir instruções complexas, portanto, mantenha-as curtas e breves. Quando
for apresentar uma atividade, explique um passo de cada vez. Deixe a criança
seguir o seu exemplo em vez de explicar tudo de uma vez só.
● Por exemplo, você pode dizer “Vamos pegar o giz de cera e começar
uma atividade. Primeiro, vamos desenhar uma linha bem aqui”.

4. Adicione a escrita à rotina diária. Crianças com autismo podem se desenvolver


melhor com a segurança e a previsibilidade de uma rotina estável, portanto,
inclua a escrita na rotina diária do seu filho. Ele pode se familiarizar com a
escrita se a prática começar a ser uma parte consistente do dia dele.

● Por exemplo, faça um exercício de escrita todos os dias antes ou depois


do almoço para que a atividade se torne previsível.
30

● Não pressione a criança. Se ela não gostar de escrever em certo


momento, espere um pouco. Apresente a atividade como algo divertido
em vez de uma tarefa chata.

5. Divirtam-se juntos! Escrever não precisa ser uma atividade rígida e exigente.


Brinque um pouco, faça palhaçadas e mantenha as coisas bem descontraídas.
Deixe seu filho levar um ou dois brinquedos à mesa, principalmente se ele
precisar mexer em algo para ter mais foco.
● Se for difícil ficar sentado, tente dar a ele uma bola de exercícios ou uma
poltrona macia em que ele possa mexer.

6. Faça intervalos. Se o pequenino tiver dificuldade para ficar sentado e


concentrado por períodos longos, faça algumas pausas para que ele possa se
levantar e se movimentar um pouco. Evite forçar muito as coisas ou por muito
tempo, pois ele pode acabar rejeitando os exercícios de escrita.

Método 4

Recebendo ajuda adicional como pai e mãe

1. Crie um plano individualizado de educação na escola. Algumas escolas precisam


oferecer assistência a crianças com problemas diagnosticados de aprendizagem.
Marque uma visita à professora do seu filho, um encontro com o psicólogo da
escola ou com outras pessoas envolvidas na educação da criança e fale com eles
sobre a ajuda que a sua filha precisa para aprender.

● A escola pode oferecer serviços como educação especial, recursos na


sala de aula e ajuda adicional nas atividades de leitura e escrita.

2. Trabalhe com um terapeuta ocupacional. O profissional pode ajudar a criança a


construir as habilidades necessárias para a escrita, como coordenação motora e
controle muscular. Se seu filho vai à escola, ele pode se qualificar para consultar
31

com um terapeuta ocupacional na própria instituição. Você também pode marcar


uma consulta através do plano de saúde.

● Encontre o profissional ligando para uma clínica ou obtendo uma


recomendação do pediatra.

3. Procure outros recursos educacionais. Existem muitos recursos disponíveis para


ajudá-lo a ensinar seu filho com autismo a escrever. Participe de um grupo de
autismo, por exemplo. Você também pode participar de workshops e aulas em
um centro de saúde mental ou em um centro comunitário.

4. Controle suas expectativas. É normal e não há problema algum se uma criança


com autismo levar mais tempo para aprender certas habilidades, e isso não
significa que você esteja fazendo algo errado como pai ou mãe. Não force seu
filho ou a si mesmo. Vá devagar e não se cobre demais.

5. Entre em contato com outras pessoas com autismo e os respectivos


pais. Encontre uma comunidade on-line ou física para conhecer outros pais.
Compartilhe histórias, peça conselhos e apoiem um ao outro. Você não está
sozinho.

● Os adultos com autismo se lembram da infância, incluindo o que os ajudou mais.


Não presuma que um adulto com autismo competente ou bem-educado “não é
como seu filho”. Ele pode ter bastante conhecimento e pode ter tido uma
infância difícil também.

6. Receba o apoio emocional de que precisa. Criar os filhos sempre é difícil, e pode


ainda ser mais complicado quando o seu tem necessidades especiais. Você
também pode precisar lidar com a falta de compreensão de outros adultos ou da
indisponibilidade para ajudá-lo. É normal às vezes se sentir sobrecarregado,
estressado ou desanimado. Se estiver com dificuldades, procure sessões de
terapia para você ou sua família.
32

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cuidar de pessoas com deficiência intelectual ensina lições que jamais


poderiam ser aprendidas. A experiência com o presente trabalho possibilitou uma
aproximação com a discussão sobre a temática do autismo e suas características, bem
como a vivência com crianças autistas e as dificuldades de ensino aprendizagem
enfrentadas em sala de aula.
A intervenção no domínio da pessoa autista procura abordar diversos aspectos
do seu desenvolvimento global e neste âmbito, têm sido propostas diferentes desde
integrações terapêuticas suburbanas e transitórias escolares no ensino público, incluindo
também uma preparação para a futura integração urbana, e em último recurso a
institucionalização (PEREIRA, 1996).
A tendência das pessoas autistas concentra-se na resistência às mudanças.
Levando em consideração esse cenário, necessitamos ensinar em contextos variados, de
forma inclusiva, para que desta forma, as crianças autistas estejam inseridas em um
ambiente que acolha suas especificidades.
Em relação a este fator é importante ensinar habilidades em seus contextos
naturais de vida, fazendo com que supere as limitações impostas pelo autismo,
oferecendo ambientes estruturados e organizados ajuda as crianças autistas a
compreenderem o que se espera dela.
Pessoas com autismo apresentam dificuldades na linguagem repetitiva,
memória e sistemas visuais que facilitam o seu aprendizado, devendo entender o
comportamento de uma pessoa com autismo e estimulá-la a comportar-se de forma
adequada e assim oferecer oportunidades para que esta aprenda novas habilidades e
conviva socialmente com menos dificuldades.
Sendo assim, espera-se esclarecer as atividades práticas que leve o trabalho
terapêutico e educativo para além dos muros da sala de aula e consultórios, visto que o
processo avaliativo sugerido pelo programa TEACCH auxilia a equipe transdisciplinar a
monitorar o programa individual dos alunos, permitindo discussões das diferentes
especialidades reunidas com o propósito de abranger o maior número de áreas a serem
33

trabalhadas. Este método objetiva a estruturação do ambiente de fundamental


importância para a aprendizagem e bem-estar da criança autista.
O PECS busca tratar a deficiência na comunicação de forma alternativa por
meio de figuras de fácil compreensão tanto para as crianças quanto para seus pares
(KWEE, 2009). Por fim, o ABA instala novos comportamentos no repertório da criança
autista, assim como eliminar ou adequar os que são indesejáveis, facilitando
aprendizagens funcionais que de modo geral, também possibilita o trabalho dos
indivíduos com autismo, visto que deve atender suas características complexas.
Contudo, defende-se a educação em seu sentido amplo e primordial no
desenvolvimento de qualquer ser humano e no caso da criança autista, a educação é a
porta voz para o não isolamento.
As habilidades sociais, acadêmicas e vivenciais da criança com autismo mostra
que é possível desenvolver habilidades sociais para que o indivíduo autista possa
interagir de forma aceitável na sociedade (SANTOS, 2009).
Podemos perceber que os avanços atuais da legislação se tornam relevantes
na conjuntura social versando a visibilidade da inclusão da pessoa com Necessidade
Educacional Especial (NEE), em especial a pessoa com Transtorno do Espectro do
Autismo. É valido salientar que as leis são embasamentos para reflexões sobre o que é
ser inclusivo e qual a importância do ato inclusivo na sociedade.
Se tratando do sujeito com TEA, se torna primordial o diálogo entre os
envolvidos em seu processo de adaptação na sociedade, tendo em vista que essa relação
dos profissionais com a família é fundamental para o desenvolvimento do autista,
permitindo avanços significativos no âmbito social e educacional.

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