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MARTHA NUSSBAUM
E A FUNÇÃO DAS EMOÇÕES
NA EDUCAÇÃO PARA A DEMOCRACIA
Capa
Foto de Mikhail Nilov
https://www.pexels.com/pt-br/foto/depressivo-triste-cabisbaixo-depressao-7676279/
Concepção da obra
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Educação
Universidade Estadual do Centro-Oeste
(PPGE) – UNICENTRO
Concepção da Série
Grupo de Pesquisa “Filosofia, Arte e Educação”
(UFSC/CNPq)
Inclui referências.
CDD: 190.9
Elaborada por Márcio Carvalho Fernandes – CRB 9/1815
PREFÁCIO ..................................................................... 15
INTRODUÇÃO .............................................................. 17
Evandro O. Brito
Departamento de Filosofia
Programa de Pós-graduação em Educação
UNICENTRO/Fundação Araucária
INTRODUÇÃO
obras, com exceção de Not for profit: Why democracy needs the hu-
manities, para a qual há tradução para o português. Doravante,
os títulos serão mencionados em conformidade com as traduções
utilizadas. Estes são os títulos de acordo com a ordem mencio-
nada no texto: La terapia del deseo- Teoría y práctica en la ética hele-
nística (2003), El ocultamento de lo humano- repugnância, verguenza
y ley (2006), Paisajes del piensamiento: la inteligencia de las emociones
(2008), Sem fins lucrativos: por que a democracia precisa das humani-
dades (2015) Emociones políticas ¿Por qué el amor es importante para
la justicia? (2014), La ira y el perdón Resentimiento, generosidad, jus-
ticia (2018) e La monarquía del miedo (2019).
26 - Martha Nussbaum e a função das emoções na educação para a democracia
Sobre a Ira, Livro II, 1-5, grifo nosso). Esse assentimento vo-
luntário consiste no juízo, nesse caso, um juízo que origina
a ira.
O ato de assentir à aparência, torna a emoção da ira
um “vício voluntário da alma” (SÊNECA, Sobre a Ira. Livro
II, 2-2). Diferentemente das sensações involuntárias, que
podem ou não acompanhar a manifestação de ira, como a
face ruborizada e quente, a ira envolve um assentimento
voluntário. Por isso tais sensações não são a emoção, pois
nelas “a alma, por assim dizer, sofre-as mais do que as pro-
duz” (SÊNECA, Sobre a Ira. Livro II, 3-1). A emoção, por
outro lado, precisa do assentimento voluntário, por esse
motivo, conclui Sêneca, “[...] a paixão não é ser movido em
função de imagens que nos ocorrem dos fatos, mas entre-
gar-se a elas e seguir esse movimento fortuito” (SÊNECA,
Sobre a Ira. Livro II, 3-1, grifo nosso). Ao analisar o conceito
de paixões na teoria estoica, Da Luz (2019) observa que,
nesse contexto, “[...] somente podem ser chamadas de pai-
xões as ações que passam pelo crivo do assentimento. [...]
as paixões só podem ser tomadas como tais a partir da ela-
boração de uma opinião sobre os fatos.” (DA LUZ, 2019, p.
130).
A concepção das paixões, no caso do referido exem-
plo a ira, como um “vício voluntário da alma”, é impres-
cindível para o empreendimento da terapia filosófica es-
toica, pois, se como afirma Sêneca, a ira pode ser “evitada
por preceitos” (SÊNECA, Sobre a Ira. Livro II, 2-2), uma
análise desses preceitos pode ser crucial para eliminá-la.
Por esse motivo, o filósofo é enfático ao tratar da possibili-
dade de extirpar a ira:
56A filósofa não oferece uma definição única que sintetize o que
compõe as humanidades, por isso, aqui adota-se a síntese de Oli-
veira (2021), que, ao analisar esse ponto do pensamento de Nus-
sbaum, afirma: “Por humanidades, entende-se um conjunto de
estudos e saberes que são essencialmente vinculados às ativida-
des críticas e criativas humanas: filosofia, ciências políticas, estu-
dos de religião, economia, história, e, de um modo especial, as
mais variadas formas de artes e de literatura.” (OLIVEIRA, 2021,
p. 177).
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