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FACULDADE EVANGÉLICA DE SALVADOR

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

RITA DE CASSIA OLIVEIRA DO NASCIMENTO

O PROCESSO DA INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TRATAMENTO DO


ASPECTRO AUTISTA TEA: DESAFIOS, ACOMPANHAMENTOS E ADAPTAÇÕES

IGARAPÉ DO MEIO-MA
2021
RITA DE CASSIA OLIVEIRA DO NASCIMENTO

O PROCESSO DA INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TRATAMENTO DO


ASPECTRO AUTISTA TEA: DESAFIOS, ACOMPANHAMENTOS E ADAPTAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Evangélica de Salvador, como
requisito avaliativo para obtenção do título de
Graduado em Licenciatura em
Pedagogia.

Orientador: Prof. Mestre: Marnia Suamy Sousa

IGARAPÉ DO MEIO-MA
2021
RITA DE CASSIA OLIVEIRA DO NASCIMENTO

O PROCESSO DA INCLUSÃO DA CRIANÇA COM TRATAMENTO DO


ASPECTRO AUTISTA TEA: DESAFIOS, ACOMPANHAMENTOS E ADAPTAÇÕES

Aprovado (a) em: ______/_____/______

BANCA DE APRESENTAÇÃO

____________________________________
Dados Do Professor Avaliador

___________________________________
Dados Do Professor Avaliador

_______________________________________
Dados Do Professor Avaliador

IGARAPÉ DO MEIO-MA
2021
AGRADECIMENTOS

Sou infinitamente grata a Deus por ter permitido essa experiência única e
maravilhosa de estudar no curso de pedagogia, Deus, que me faz crer em dias
melhores na Educação
A meu avô Antônio Pastor Oliveira do Nascimento, pelo cuidado,
investimento, compreensão e acima de tudo pela confiança dedicada a mim,
permitindo que pudesse realizar meu sonho mesmo que algumas vezes ausente de
sua presença
A minha avó Maria Dalva Oliveira do Nascimento, pelo carinho e pelo precioso
estimulo ao me incentivar a estudar o curso o qual me identifico e pelo apoio que me
deu em meio as minhas dificuldades. Muitas vezes busquei forças no seu exemplo!
Aos amigos e familiares pela torcida rumo a minha vitória. Pela força que me
deram para superar todos os obstáculos e motivação para afugentar o desânimo
para assim continuar seguindo a trilha que me faria alcançar esse objetivo.
Aos colegas de classe, companheiros, que se tornaram verdadeiros amigos,
os quais me inspiraram de forma direta ou indireta na elaboração do meu trabalho
A todo corpo docente do curso de pedagogia não estaria aqui sem a
competência e dedicação de cada um de vocês.
Agradeço também a minha querida orientadora Marnia Suamy Sousa pela
disponibilidade e colaboração com o resultado do meu trabalho. A sua participação
foi de extrema relevância no desenvolvimento do mesmo
Muito obrigado a todos vocês por me possibilitarem essa experiência
enriquecedora e gratificante, de muita importância para meu crescimento tanto
humano quanto acadêmico.
“Não seja intransigente, a natureza é plural!...
O igual é diferente e o diferente é igual.”
(Moacir Alves Carneiro)
RESUMO

O tema proposto neste trabalho buscou conhecer como a inclusão de alunos com
Transtorno do Espectro Autista acontece na prática educativa em nossas escolas
através de pesquisas em artigos que abordam o tema. O estudo deste tema é
importante para que as escolas juntamente com os docentes saibam como trabalhar
os alunos autistas no Ensino Fundamental, abordando práticas inclusivas. O objetivo
do estudo foi refletir sobre as possibilidades de inclusão do aluno com Transtorno de
Espectro Autista. A metodologia utilizada para a elaboração deste artigo foi a
pesquisa bibliográfica, por meio de livros, políticas de educação inclusiva e artigos.
Quando mais cedo houver um diagnóstico e uma intervenção, maior será a chance
desse indivíduo desenvolver suas potencialidades e ser incluso na sociedade. A
inclusão de maneira geral ainda é um caminho longo a ser percorrido, que já possui
avanços, mas ainda é necessário que haja algumas intervenções na prática
educativa.
Palavras-chave: Inclusão, Transtorno do Espectro Autista, Educação Inclusiva,
Educação.
ABSTRACT

The theme proposed in this study was to analyze how the inclusion of students with
Autism Spectrum Disorder occurs in educational practice in our schools through
research articles on the topic. the study of this theme is important for what schools
and teachers know how to work with autistic students in Primary Education,
addressing inclusive practices. the objective of the study was to reflect on the
possibilities of inclusion of students with Autistic Spectrum Disorder. the methodology
used for the preparation of this article it was bibliographic research, through books,
inclusive education policies and articles. the earlier a diagnosis and an intervention
happen, greater the chance of the individual develop their potentialities and be
included in society. the inclusion in general it is still a long way to go, which already
has advances, but it is still necessary to have some interventions in educational
practice
Keywords: Inclusion, Autism Spectrum Disorder, Inclusive Education, Education.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13
2. TÍTULO DO PRIMEIRO CAPÍTULO DA REVISÃO ........................................ 16
3. TÍTULO DO SEGUNDO CAPÍTULO DA REVISÃO........................................ 19
4. TÍTULO DO TERCEIRO CAPÍTULO DA REVISÃO ....................................... 22
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 23
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 24
INTRODUÇÃO

O diagnóstico médico de que seu filho é uma criança com Transtorno do


Espectro Autista (TEA) provoca um misto de sensações, desde a preocupação inicial
até o sentimento de culpa. As dúvidas sobre como será a inclusão social em níveis
educacionais e profissionais e os questionamentos sobre a própria responsabilidade
pela condição do filho são os dois vieses que aparecem com maior frequência
nessas famílias, já que os pais ou responsáveis são os guias que irão transmitir
segurança à criança.
A criança depende dos familiares, enquanto
membros sociais mais competentes e provedores
de cuidados básicos necessários à satisfação de
suas necessidades, exercendo uma enorme
influência no desenvolvimento e crescimento
dessa criança. (CUNHA, 2010)
Entre os muitos desafios enfrentados pelas famílias para garantir às crianças
com o transtorno uma melhor qualidade de vida, é imprescindível destacar a
inclusão educacional. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 define a educação
como um direito de todos e um dever do Estado e da família. Apesar disso, é notável
que existem dificuldades operacionais nesse processo quando se trata de crianças
com TEA, tornando necessária a criação de leis específicas.
Conforme o artigo 3º, inciso IV, da Lei nº 12.764/2012 (Lei Berenice Piana,
Brasil) é direito da pessoa com transtorno do espectro autista o acesso à educação e
ao ensino profissionalizante. O artigo 7º da mesma lei completa que proíbe a recusa
de matrícula de criança com TEA ou qualquer outro tipo de deficiência, sendo punido
com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos. Ainda assim, sabe-se que a
prática está distante da teoria, já que o sistema de educação brasileiro, seja rede
pública ou privado, é muito falho quando se trata de autismo.
A inclusão escolar implica em redimensionamento
de estruturas físicas da escola, de atitudes e
percepções dos educadores, adaptações
curriculares, dentre outros. A inclusão num sentido
mais amplo significa o direito ao exercício da
cidadania (SERRA, 2004, p.27).
A inclusão educacional da criança com TEA é uma atividade coletiva que não
depende apenas da família e dos educadores para que ocorra da melhor maneira no
âmbito escolar. Faz-se necessário uma maior aceitação da deficiência mental por

1
toda sociedade, e sendo fator primordial que as autoridades responsáveis busquem
trabalhar com projetos de leis que visam assegurar os direitos das pessoas com
autismo, fazendo com que esses projetos sejam colocados de fato em prática no dia
a dia social.
Ao tratar da inclusão educacional de crianças em geral, é papel da família a
função de assegurar a elas a qualidade do estudo; o fato de se tratar de crianças
autistas não modifica esse dever. É nesse sentido que a dedicação e
acompanhamento precisa ser maior, já que as dificuldades a serem enfrentadas são
mais delicadas em relação aos outros casos.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do
Estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão. (CONSTITUIÇÃO
FEDERAL, BRASIL, 1988)
As crianças com autismo possuem uma maior dependência dos seus pais
pela sensação de incapacidade causada pelo transtorno, logo, torna-se papel dos
pais o encorajamento dos seus filhos para a inclusão social. Não é válido retrair os
seus filhos apenas para o âmbito familiar, visto que essa atitude pode provocar um
maior retrocesso da doença, já que a inclusão será um meio de grande valia para o
desenvolvimento deles. A convivência escolar possibilitará um maior avanço nas
dificuldades enfrentadas por eles, como a fala retrógrada e a atitude de viver
recuado da sociedade, que são características corriqueiras na vida dos autistas.
A família, existente em todas as sociedades, é um
dos primeiros meios de socialização do indivíduo,
operando como mediadora principal dos padrões,
modelos e influências culturais (AMAZONAS, et al,
2003).
O estudo sobre qual escola matricular a criança, a forma de acompanhamento
do planejamento pedagógico e a análise da existência de profissionais capacitados
especificamente para o acompanhamento de crianças com deficiência mental são
requisitos importantes que devem ser levados em consideração pelos pais quando
começarem a pensar na inclusão escolar do seu filho autista. Ainda que seja difícil
encontrar escolas que se aperfeiçoem no trabalho com crianças deficientes mentais,
é fundamental não perder o estímulo e manter os esforços para garantir à criança a
inserção no contexto educacional
Uma vez que os pais conseguem ingressar os seus filhos em escolas, seja ela
pública ou privada, é importante manter um trabalho alinhado com a instituição para
que consiga ajudar o seu filho a ter um maior desenvolvimento escolar e atribuir
confiança ao mesmo para despertar vontade e prazer de dar continuidade aos
estudos.

O CONCEITO DE AUTISMO
Ao tratar do Transtorno do Espectro Autista, é importante destacar que as
pessoas diagnosticadas possuem características muito específicas que podem, em
alguns momentos, causar um distanciamento das pessoas que desconhecem a
existência do transtorno.
Art. 1° § 1º Para os efeitos desta Lei, é
considerada pessoa com transtorno do espectro
autista aquela portadora de síndrome clínica
caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou
II:
I -deficiência persistente e clinicamente
significativa da comunicação e da interação
sociais, manifestada por deficiência marcada de
comunicação verbal e não verbal usada para
interação social; ausência de reciprocidade social;
falência em desenvolver e manter relações
apropriada s ao seu nível de desenvolvimento;
II -padrões restritivos e repetitivos de
comportamentos, interesses e atividades,
manifestados por comportamentos motores ou
verbais estereotipados ou por comportamentos
sensoriais incomuns; excessiva aderência a
rotinas e padrões de comportamento ritualizados;
interesses restritos e fixos. (LEI BERENICE
PIANA, BRASIL, 2012).

De acordo com a psiquiatra Erika Mendonça (2018), não existe uma idade
específica para diagnosticar o autismo em uma criança, visto que, por ser
reconhecido pela sociedade como um transtorno há pouco tempo, as atitudes
dessas crianças podem ser consideradas comportamentos comuns da idade. Mas,
ao decorrer do tempo, as alterações tornam-se mais evidentes, podendo ser
diagnosticadas como um quadro de autismo.
Para Mello (2012), pode-se compreender o autismo como um distúrbio do
desenvolvimento, o qual se caracteriza pelas mudanças comportamentais desde a
infância, em que normalmente ocorre antes dos três anos de idade, afetando
principalmente a comunicação, a interação social, capacidade de aprendizado e de
adaptação
É possível afirmar que o TEA é um transtorno mental e, por isso, não pode ser
desenvolvido ao longo da vida. No entanto, o indivíduo já nasce sendo autista, não
sendo obrigatório possuir todas as características ditas como requisitos de uma
pessoa com TEA. Já que pode variar de pessoa para pessoa, mas que dentre os
comportamentos pode ser diagnosticado como autista.
O autismo é configurado como uma síndrome
presente desde o nascimento ou que começa
quase sempre durante os trinta primeiros meses.
Caracterizando-se por respostas anormais a
estímulos auditivos ou visuais, e por problemas
graves quanto à compreensão da linguagem
falada. A fala custa aparecer e, quando isto
acontece, nota-se ecolalia, uso inadequado dos
pronomes, estrutura gramatical, uma incapacidade
na utilização social, tanto da linguagem verbal
quanto corpórea (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA
SAÚDE, 1998).

O psicólogo Daniel Messinger (2019) defende que é possível identificar uma


pessoa com autismo através das suas atitudes, que se configuram como distintas
das atitudes comuns vistas no dia a dia. A pessoa com autismo evita o contato
exacerbado com as outras pessoas, buscando ficar mais no seu contexto individual.
O autismo não chega a ser considerado uma doença, mas um distúrbio que
atrapalha o desenvolvimento da pessoa diagnosticada com TEA. Os psicanalistas,
principalmente, acreditam que o trasntorno é originado por uma imaturidade afetiva
que pode acontecer quando o amadurecimento da criança é interrompido de alguma
forma, pela inadequação ou insuficiência do ambiente perante suas necessidades.
Os níveis do transtorno podem ser leves ou severos, considerando que
existem fatores agravantes do distúrbio ou que possam torna-lo mais flexível para
um possível tratamento. De acordo com a Associação de Amigos do Autista (AMA),
o autismo é um distúrbio do comportamento que consiste em uma tríade de
dificuldades: dificuldade de comunicação; de sociabilização; e de uso da imaginação.
Será possível avaliar o nível do autismo através dessas dificuldades, já que existirá a
criança que não consegue emitir nenhuma linguagem verbal e a criança que possui
a linguagem verbal, mesmo que seja de forma repetitiva e não comunicativa.
Através dos conceitos de Abinader (2019) é possível entender que as atitudes
familiares não causam o autismo ou qualquer outro distúrbio de desenvolvimento. No
entanto, a adequação familiar para a recepção de uma criança autista é de
importante valia, já que todo desenvolvimento dependerá do local e convivência em
que ele estará inserido. Quanto mais acolhido ele se sentir, mais fácil será seu
desenvolvimento no âmbito social.

BREVE HISTÓRICO SOBRE O AUTISMO

Pode-se compreender que o autismo se faz presente na humanidade desde


os primórdios da Idade Média, época em que os povos considerados anormais eram
submetidos a eutanásia3 pela não aceitação da sociedade grega. Só em 1908 o
psiquiatra Eugen Bleuler definiu autismo como o termo correto para conceituar as
pessoas que viviam fora da normalidade e dentro dos seus próprios mundos tratados
como esquizofrênicos.
Um pouco mais a frente, em 1943, o psiquiatra Leo Kanner, através dos seus
estudos e análises, publicou uma obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo’’, na
qual relata a respeito de onze casos em que crianças apresentavam
comportamentos de isolamento desde os primórdios de sua vida. As características
do autismo se faziam presentes desde a primeira infância dessas crianças, deste
modo o psiquiatra se referia como autismo infantil precoce. (SEJAS, 2017).
Um ano depois, no período de guerra, Hans Asperger relatou, através do
artigo “A psicopatia autista na infância”, os ocorridos mais provenientes nos meninos
que apresentam características específicas do transtorno, como a falta de empatia, a
incapacidade de fazer amizades, a grande inteligência a respeito de temas que
dominam e facilidade de entendimento. Por ter sido publicado em meio à segunda
guerra mundial, o artigo não teve muito sucesso, já que as pessoas, focadas nos
desdobramentos do conflito, não davam atenção aos outros assuntos. Foi em 1980
que o seu trabalho começou a ser reconhecido, quando foi traduzido para o inglês
pela médica inglesa Lorna Winge, tornando Asperger um pioneiro no assunto
autismo e identificando a síndrome de Asperger. (RODRIGUES, 2016).
Por volta de 1950 a origem do autismo se tornou um assunto bastante
discutido, principalmente com base na teoria de Kanner, que tratava o autismo como
um distúrbio originado pelos pais, tratando as mulheres como “mães geladeira”, que
era o termo designado as mães de crianças autistas.
Em 1952, a Associação Americana e Psiquiatria trabalhou com a primeira
edição do Manual Diagnóstico Estatístico de Doenças Mentais, o qual destaca os
critérios estabelecidos para um diagnóstico mais específico para transtornos mentais
como o autismo.
Com a chegada dos anos 60, o autismo passou a ser evidenciado como de
fato um transtorno mental com ocorrência ainda na infância e que já aparecia em
vários países. Ao passar dos anos em 1965, Temple Grandin criou a Máquina do
Abraço, um aparelho que possibilitava a sensação de calmaria às pessoas com
autismo através da simulação de um abraço.
Já na década de 70, de acordo com Michael Rutter, poderia ser considerado
um quadro de autismo o paciente que apresentassem quatro critérios: atraso e o
desvio social; a dificuldade na comunicação; comportamentos diferentes dos
normais; e quando ocorresse antes dos 30 meses de idade.
Na década seguinte, os estudos sobre o autismo continuaram e foram
adaptados pela psiquiatra Lorna Wing, que é também mãe de uma criança autista, e
denominou o autismo como a síndrome de Asperger, fazendo referência a Hans
Asperger. As suas pesquisas e determinações fizeram com que o autismo fosse
mais respeitado e discutido, tornando-a uma grande referência no tema. A mesma
por ter domínio na área por conviver diariamente com seu filho autista, pôde
defender e aplicar serviços para pessoas com TEA e o melhor amparo para os seus
familiares, fundando a National Autistic Society.
No final dos anos 90, um artigo científico publicado na época apontava que
algumas vacinas poderiam causar o transtorno, mas a obra não chegou a ter alguma
relevância social, já que a maioria dos cientistas não acreditaram nessa teoria. Nos
anos seguintes, a própria revista responsável pela publicação do artigo se retratou a
respeito da afirmativa.
Anos depois, em 2 de abril de 2007 a ONU decretou aquela data como o Dia
Mundial da Conscientização do Autismo, com o objetivo de trazer para a população
uma maior conscientização a respeito do transtorno ou e despertar nas pessoas
despertar nas pessoas a vontade de conhecer mais sobre o assunto.
Em 2012 foi sancionada a Lei nº 12.764/12, denominada Lei Berenice Piana,
que trouxe políticas nacionais para a devida proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista. A sanção dessa lei marcou a história do autismo, já
que tratou da garantia dos direitos das pessoas com TEA.
A criação de Estatuto da Pessoa com Deficiência na Lei nº 13.145/15 (Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência) veio em 2015 e proporcionou um
maior amparo para os portadores de autismo, criando garantias para a defesa da
igualdade das pessoas com deficiência.
Por fim, no ano de 2019, foi aprovado o projeto de Lei nº 1712/19 para alterar
a Lei nº 12.764/12 e a Lei nº 13.145/ 15, com o objetivo de prever direitos mais
específicos aos autistas, como a previsão da educação inclusiva para os portadores
e outras políticas que possibilitem a sua inclusão social.

FAMÍLIAS COM FILHOS AUTISTAS


Ao tratarmos de família, estamos falando do núcleo básico de toda e qualquer
sociedade, sendo esse meio importante para o desenvolvimento da criança, seja
qual for a configuração de família. A chegada de um novo membro à família é um
momento esperado por todos que poderá trazer uma variedade de sensações, como
a ansiedade para saber o sexo do bebê, quando a gravidez não é esperada e a
insegurança quando, durante o período gestacional, se descobre alguma doença no
bebê.
Essa ansiedade gera novas preocupações como o desenvolvimento da
criança, os esforços pelas condições de saúde etc. E por falar em desenvolvimento,
a sociedade emprega padrões a serem seguidos ao longo da vida de uma criança,
como a idade ideal para falar, para dar os primeiros passos, experimentar novos
alimentos e outras mudanças. Por isso, quando a mãe se depara com a falta do
desenvolvimento e a dificuldade da interação social do seu filho, novos problemas
começam a surgir.
Para Silva e Silva (2013), quando se torna perceptível as diferenças
comportamentais da criança, o desespero pela cura e a indagação sobre a origem
do transtorno são colocadas prioridade, já que a família quer entender quais os
motivos tornaram aquela criança “diferente”. Assim começa a busca por profissionais
da saúde para encontrar um resposta.
O medo sobre o futuro da criança é tomado por toda família e é quando se
desenvolvem níveis de insegurança, angústia, sobrecarga e outros sentimentos
desencadeados por essa nova realidade. Passados os momentos de não aceitação
e dificuldade de compreensão daquele quadro, as famílias então começam a buscar
maneiras de garantir a qualidade de vida da criança.
Diante disso, as adaptações em relação ao o que esperar do futuro da criança
passarão a ser analisadas pelas famílias, com consciência de que o
desenvolvimento será mais tardio do que o esperado e as limitações irão chegar
com o decorrer dos anos. Dessa forma, os responsáveis assumirão um papel de
total dedicação e amparo para as necessidades e inseguranças do portador de TEA.
Para a psicóloga Sabrina Bandini Ribeiro (2014) as famílias, ao longo dos
anos, irão passar por momentos de aceitação do transtorno com maior facilidade,
mas haverá momentos conflitantes. Nesse sentido, o tratamento é a forma mais
indicada para lidar com a situação da forma mais harmoniosa possível. O
acompanhamento terapêutico desenvolverá, junto às famílias, a melhor forma de
lidar com o transtorno.
Através dos fatos vivenciados, as famílias sentem a necessidade de
possuírem mais informações cobre os meios de inclusão e tratamento para crianças
com TEA, já que nos deparamos com um sistema que ainda segue falho a esse
respeito. Pois é inevitável para uma mãe e um pai que não se preocupe como será o
tratamento do filho na escola, ou até mesmo se terão escolas que aceitem os seus
filhos por possuírem um transtorno mental.
As dificuldades enfrentadas pelos familiares são diárias e corriqueiras, já que
não se trata de um transtorno passageiro nem mesmo fácil de lidar, e que dependerá
ainda do grau de autismo da criança. Dessa maneira, a família vai superando os
medos e desafios para que comecem a perceber os avanços dos seus filhos
portadores de TEA.

LEGISLAÇÃO

Desde o decreto da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007, o dia 2


de abril é considerado dia Mundial do Autismo com o intuito de conscientizar a
sociedade a respeito do transtorno. A partir disso, a legislação se tornou mais
especifica sobre o autismo, trazendo mudanças positivas para essa comunidade.
Por sua vez, a Lei nº 12.764/12 (Lei Berenice Piana), sancionada por Dilma
Rousseff ainda em exercício no cargo da presidência do Brasil, aplicou a Política
Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista,
sendo a primeira a tratar as pessoas portadoras de autismo como deficientes
mentais. Nos seus incisos I e II, do Art. 1º, buscou definir o conceito de autismo e
suas características para definição, em que uma dessas é a deficiência significativa
na comunicação.
O texto dessa lei aponta diversas garantias dispostas aos portadores, como a
proteção contra qualquer forma de abuso e exploração e o acesso a ações e
serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde,
sendo assegurado o direito a proteção dos mesmos, buscando uma maior igualdade
social.
No que compete à área da educação, fica especificado que o gestor escolar
que recusar a entrada de um portador de transtorno do espectro autista, ou qualquer
outro tipo de deficiência, será penalizado com uma multa de três a vinte salários
mínimos.
Atualmente, a Lei 13.145/15 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência) foi editada e ficou decretado que o autista é uma pessoa com deficiência
e provém dos meus direitos previstos no presente Estatuto da Pessoa com
Deficiência.
Em 2019 foi apresentado o projeto de Lei 1712/19, que visa a alteração da Lei
nº 12.764/12 e a Lei nº 13.145/15, para que possa prever uma educação inclusiva e
outras políticas que almejem a plena inclusão social. Sendo modificado o marco
legal da Primeira Infância, para incluir as famílias que têm crianças com transtorno
do espectro autista entre os grupos prioritários das políticas sociais com vistas ao
desenvolvimento integral da criança.
Através das leis existentes, é possível notar que é assegurado ao autista o
atendimento prioritário; a inclusão escolar e social; a educação profissionalizante;
inserção no mercado de trabalho; isenção de impostos para adquirir veículos; vaga
especial em estacionamento; gratuidade em passagens de ônibus; atenção integral
à saúde; benefício da prestação continuada nos casos em que ele ou a família não
tem condições financeiras para prover o seu sustento; dedução e restituição do
imposto de renda; tomada de decisão apoiada e curatela.

INCLUSÃO ESCOLAR

As dificuldades enfrentadas por famílias e portadores de transtorno do


espectro autista fazem parte de toda a trajetória de vida deles. A inclusão escolar é
uma das maiores preocupações dos familiares, já que envolve a necessidade de
condições especiais da rede escolar e profissionais capacitados para lidar com
crianças portadores de autismo, seja qual foi o grau
Assim como para as famílias, esse também é um grande desafio para as
escolas. Atender a grande demanda educacional inclusiva para o pouco atendimento
especifico aos profissionais é algo delicado de ser revolvido e, por isso, a matrícula
de uma criança portadora de TEA provoca mudanças na escola, sendo necessário
um acompanhamento especifico e um tratamento mais adequado para as limitações
daquele aluno.
Dessa forma, os professores e auxiliares deverão ter uma maior orientação do
tratamento e cuidado adequado para os portadores de deficiências mentais,
devendo saber a forma de tratar as suas limitações e desenvolver atividades que
poderão ser designadas a eles.
É importante que a escola e seus profissionais tenham como prioridade a
progressão da criança, respeitando os seus limites e sem desrespeitar o seu ritmo.
Ou seja, será a escola que deverá se adaptar ao aluno, e não o portador que deverá
se reformular para entrar na escola.
A CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS
Professores que trabalham com crianças portadoras de transtornos mentais
vivenciarão grandes desafios, mas acima de tudo uma grande responsabilidade
profissional e pessoal. Esse profissional tem a responsabilidade de zelar pela
criança como a família, de forma que deverá manter os esforços para que o aluno
esteja devidamente incluído na sala de aula.
A paciência e dedicação dos professores deverão acompanhá-los a todo
momento de forma a respeitar as dificuldades dos seus alunos e ter equidade no
tratamento para que se sintam acolhidos e respeitados. O contato direto do
professor com a família é importante para que os orientadores consigam
compreender a gravidade do transtorno e as dificuldades que a serem enfrentadas
pelos portadores para que assim tenha uma melhor forma de adaptação.
A qualificação dos professores na área é de importante valia, mas que
dependerá muito do querer do profissional e da disponibilidade da escola em ajudar
ao profissional a se especializar. Essa qualificação é vantajosa tanto para aluno
como para o profissional, pois a conversação e entendimento se tornará mais fácil e
hábil na relação dos dois com um profissional que saiba a forma adequada de tratar
o aluno.

O PAPEL DAS ESCOLAS

Com o aumento do número de alunos exclusivos na escola de todo o país, se


faz necessário que as instituições repensem a forma de lidar e até mesmo o
ambiente que irá proporcionar aos alunos portadores de deficiências mentais. Dessa
forma, é de grande valia que venham a adaptar os ambientes para poder incluir o
aluno de forma mais adequada na escola.
A falta dos materiais adequados, dos profissionais qualificados e do ambiente
não apropriado tornam as escolas se tornem despreparadas para receber alunos
com TEA, já que a criança autista sentirá dificuldades em se inserir em ambientes
que lhe causem desconforto – o que pode ainda complicar o seu quadro clínico.
Quando as escolas que possuem o ambiente adequado e profissionais
qualificados, essas serão as instituições que irão proporcionar aos alunos inclusivos
(e não inclusivos) um melhor acolhimento e um desenvolvimento avançado, fazendo
com que as crianças superem suas limitações e que possam despertar habilidades
que eram esquecidas por causa da doença.
Para garantir aos alunos inclusivos a inclusão social, que é um direito de
todos, depende de profissionais dedicados a ajudar e qualificados no assunto. Junto
à família e à escola, os professores precisarão promover atividades diversas que
possibilitem o aprendizado de todos. De acordo com Oliveira, pode-se entender que,
na educação inclusiva, todas as pessoas terão direito a uma educação com
qualidade e estadia comum no espaço em que todos frequentam, para que assim
possa ser aceito mesmo com as suas diferenças, e que, havendo as dificuldades
escolares, a própria escola deverá realizar mudanças para reaproximar os alunos
com dificuldades mentais.
A vivência na escola possibilitará aos portadores de TEA um maior
desenvolvimento, já que os mesmos terão convívio direto com outras crianças,
podendo se descobrir e ver que possuem pessoas que os aceitam mesmo com
todas as diferenças. Dessa forma, poderão aplicar práticas de desenvolvimento a
respeito da socialização com outras pessoas, melhorando as suas limitações dia a
dia e trazendo aos seus familiares um maior conforto sobre o futuro, já que verão
que eles são capazes de interagir com outras pessoas.
Diante disso, a inclusão das pessoas com transtornos no âmbito escolar e
social dependerá da interação dos professores, familiares, os alunos com TEA e os
outros alunos. Havendo essa relação entre os atores sociais, o desenvolvimento dos
portadores será mais evoluído, pois terá a contribuição de todos para o maior
entendimento do que é a doença e de como saber lidar. (SOARES, 2019).
É importante destacar que o âmbito escolar possibilitará melhores avanços
aos portadores de TEA, já que o aluno poderá se redescobrir nesse espaço vendo
surgir novas habilidades, como o aperfeiçoamento o futebol, ballet, outros esportes e
nas disciplinas escolares em geral, como matemática e geografia.
Os casos de crianças com transtornos seguem aumentando no Brasil e,
pensando nisso, as escolas buscam o aperfeiçoamento para que possam atender as
crianças com dificuldades de inclusão. Dessa forma, muitas instituições estão
qualificando os profissionais do seu quadro de funcionários e contratando novos
profissionais da área da educação e da saúde.
O melhor desenvolvimento dos portadores de TEA não dependerá apenas da
readaptação escolar e de profissionais adequados. Será necessário ainda que
ocorra um maior envolvimento entre a escola e a família, para que os familiares
tenham uma maior participação no planejamento educacional dos seus filhos.
A inclusão escolar tem um caráter político que engloba os Direitos Humanos,
atribuindo diversos fatores que estarão relacionados ao contexto político do país em
questão e a emancipação será colocado como fator central. (SANTOS, 2016).
REDES DE APOIO

Ao tratarmos sobre o autismo, o portador e seus familiares, pode-se notar a


importância da existência de recursos que atendam às necessidades causadas pelo
transtorno, e a partir desse fator surge a busca pelas redes de apoio. Essas redes
possibilitam um melhor amparo aos familiares e a criança, proporcionando aos pais
sensações de capacidade já que, por muitas vezes, esses se colocam em posição
de culpa pela condição de seus filhos.
Essas redes de apoio, que por muitas vezes são consideradas como o suporte
social, são conceituadas como o grupo de recursos utilizados em prol de um
indivíduo que podem ser ampliados aos seus familiares, visando o amparo
emocional, psicológico, físico e material. Essas redes podem ser distinguidas em
dois tipos de suporte: a informal, que agrupa os familiares, amigos, vizinhos, colegas
e os grupos sociais; e a formal, que agrupa os profissionais (como médicos,
educadores, assistentes sociais e etc.) e as próprias instituições, (como hospitais,
segurança social e etc.), as quais já estão preparadas para prestar essa assistência
as pessoas que precisam.
A procura pelas redes de apoio surge quando os familiares já não sabem como
lidar com o transtorno, não conseguem buscar meios para acalmar a criança e não
sabem como lidar com os comportamentos inadequados etc. O papel da rede de
apoio é proteger e acalmar essas sensações negativas causadas nos familiares,
buscando mediações para um melhor desenvolvimento da criança e
consequentemente dos seus familiares. De acordo com Lopes (2015), as
características e consequências trazidas pela rede de apoio deverão ser
compreendidas como meios de um processo transacional no oriundo de um sistema
social e do próprio contexto ecológico.
Estudos defendem que é possível compreender que as famílias que buscaram
as redes de apoio tiveram uma melhor adaptação ao transtorno, sentindo-se mais
encorajadas pelo apoio dos seus outros familiares, amigos e das próprias redes de
apoio formal. Esses benefícios surgem uma vez que, ao compartilhar com pessoas
de sua confiança, é possível que obtenha outras visões do que é o transtorno e de
como tratar e como lidar com a aceitação
Foi aprofundado por Karst e Hecke (2012) que os pais que buscam o suporte
social adquirem a redução de sentimentos depressivos, consequentemente
melhorando o estado de humor e a convivência com o filho autista, já que começam
a sair da não aceitação para a aceitação do autismo.
Quando esse suporte vem da própria família, é ainda mais importante,
promovendo maior amparo. Mas, para algumas famílias, existe ainda uma barreira:
avós ou outros parentes mais velhos. Ainda que seja comprovado historicamente e
cientificamente que o autismo existe há muitos anos, pessoas mais velhas tendem a
ter dificuldades de compreender comportamentos típicos da doença. Por isso é
fundamental que os pais incluam, desde cedo, os avós no processo de diagnóstico e
tratamento da criança, favorecendo a comunicação e o relacionamento deles no
futuro
Normalmente os pais buscam as redes de apoio formal quando ocorre algum
problema grave no desenvolvimento da criança, como algo na fala. Eles buscam
profissionais especializados para um tratamento que favoreça um melhor
desenvolvimento. Outros profissionais muito procurados quando se trata de
desenvolvimento são os pediatras e os psicólogos sociais e educacionais.
Através dos avanços da medicina e da própria aceitação da existência do
autismo, essa rede de apoio se tornou fundamental para muitos pais, visto que os
tratamentos atribuídos por eles refletem no desenvolvimento da criança.
Outro componente importante das redes de apoio são as escolas, já que
possuem um vínculo com as crianças e começam a entender suas atitudes e
comportamentos visando sempre o maior amparo e proteção, melhorando, com
formas adaptadas e adequadas, o seu desenvolvimento. Pode-se citar ainda as
pessoas jurídicas que são redes de apoio formal que possibilitam a proteção jurídica
das crianças e dos seus familiares, proporcionando aos pais uma maior proteção
perante a sociedade. As organizações que promovem e incentivam as pesquisas e
apoio ao autismo no Brasil são de grande valia para esse movimento, como a AMA
(Associação de Amigos do Autista), a Instituição Autismo é Vida, a ABRA
(Associação Brasileira de Autismo), o Autismo e Realidade, a CASA da Esperança, a
FADA (Fundação de Apoio e Desenvolvimento do Autista) e o Instituto Ninar.
AVANÇOS E DESAFIOS
No que tange aos avanços e desafios do autismo e da sua inclusão escolar, é
possível notar que, ao decorrer dos anos, as variações foram relativamente intensas
e que necessitou de uma maior valoração para o entendimento de que o autismo é
compreendido como um transtorno mental.
Seria impossível falar de autismo e não abordar os desafios enfrentados pelos
portadores e seus familiares. Os desafios causados pela doença são muitos, como o
retrocesso na linguagem, no processo de comunicação e interpretação, e o próprio
comportamento perante a sociedade. Mas essa não é uma regra para todos autistas,
já que existe uma grande variação de comportamentos e fatores da doença, em que
são considerados como únicos por cada um possuir um tipo de reação ao transtorno.
Alguns autistas não se expressam através da fala, mas compreendem o que
está sendo dito, causando a dificuldade de comunicação a respeito do que ele está
ouvindo. Essa dificuldade pode originar os estresses e variações de humor.
Diante disso, eles demonstram um maior desenvolvimento a respeito daquilo
que gostam, e conseguem dominar o assunto. Muitos se tornam grandes jogadores
de futebol, cantores, médicos e entre outros, por possuir essa característica de altas
habilidades de concentração naquilo que lhes chama atenção.
Quando o assunto é inclusão escolar, existe uma resistência de muitos
educadores e de pais que não possuem filhos deficientes. A não aceitação é muito
recorrente nesses casos, quando as pessoas têm medo de como lidar com pessoas
com transtorno mental. Nesse caso, alguns educadores se sentem incapazes de
ensinar e alguns pais acham que poderá prejudicar os seus filhos tendo alguém com
deficiência na sala. Com isso, se faz necessário maior investimento das escolas para
a preparação do atendimento a crianças com transtornos mentais, seja em estrutura
ou em qualificação para os educadores.
Conforme o Plano Nacional de Educação (PNE), em 2018 apenas 40,4% das
crianças e adolescentes entre 4 a 17 anos que possuíam deficiências de
aprendizado estavam inseridos no atendimento especializado de educação,
tornando-se uma meta bem distante do que é almejado pela PNE para 2024, que
seria 100%.
Mesmo com esses desafios, é um desejo dos pais que a inclusão escolar seja
melhor no decorrer dos anos, já que, assim como qualquer outra criança, os autistas
têm como um direito uma educação digna e de qualidade, que respeite suas
limitações e potencialize suas qualidades.
Quanto aos avanços, ainda que, atualmente seja determinado que o autismo
não tem cura, muitas pesquisas apontam o avanço dos estudos com as células-
tronco das crianças portadoras do transtorno do espectro autista, em que visam a
diferenciação por neurônios para que possa reconstruir um “minicérebro” por
reprogramação celular, sendo necessário o acompanhamento de terapias
moleculares. Também utilizado o fator de crescimento de insulina, o IGF1, para
alguns tipos de autismo como a Síndrome de Rett e para alguns graus de autismo.
A Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que
aconteceu em 2006, foi um marco importante para o desenvolvimento do debate
sobre o autismo no Brasil, visando a melhora na inclusão escolar incluindo normas
como a não exclusão de crianças com deficiência do ensino primário gratuito e
compulsórioou do ensino secundário; as adaptações razoáveis de acordo com as
necessidades individuais; e as medidas de apoio individualizadas.
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) foi criado com o objetivo de
proteger o sistema educacional inclusivo em todos os seus níveis, para que não haja
discriminação buscando a igualdade. Assim, são disponibilizadas atividades e
recursos complementares para a formação dos estudantes com deficiências em
geral.
Por fim, a Lei Brasileira de Inclusão, de 2015, foi fundamental para a proteção
das pessoas que são portadoras de transtornos e deficiências. Apesar de todos
esses avanços, as discussões acerca dos direitos dos portadores do transtorno e
das obrigações do Estado ainda são rasas diante da necessidade de amparo à
essas pessoas e às suas famílias que merecem, como todo cidadão brasileiro, uma
vida digna com o acesso aos seus direitos respeitado.

O PROCESSO EDUCACIONAL DO ALUNO COM TEA


Segundo Carvalho (2006), a educação inclusiva não ocorre por decreto ou
modismo, pois é um longo processo. Deve-se levar em conta as diversidades de
cada aluno, é preciso criar diferentes formas de mecanismos, que facilitem a
interação social, educacional e emocional com seus colegas e professores. A
inclusão escolar vai muito além dos espaços físicos da escola e deve valorizar as
diversas culturas encontradas em cada aluno. A escola deve se responsabilizar em
criar um espaço para a efetiva inclusão.
O modelo de Educação para alunos com necessidades educacionais especiais
foi por muito tempo um modelo de segregação, no qual eles eram separados dos
alunos ditos normais. Nas últimas décadas, essa educação tem se voltado para uma
educação inclusiva. Foi a partir da década 1990, com a Declaração de Salamanca,
que crianças e jovens com necessidades educacionais especiais tiveram a
oportunidade de acesso às escolas regulares (GLAT; FERNANDES, 2005).
De acordo com Dultra, Gribosk, Alves e Barbosa (2008), a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva assegura e garante a
inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
e altas habilidades/ superdotação e ainda orienta os sistemas de ensino para o
acesso ao ensino regular, a participação, a aprendizagem e continuidade nos níveis
mais elevados de ensino, e a transversalidade na modalidade da educação especial
desde a educação infantil ao ensino superior. Oferece ainda atendimento
educacional especializado ao profissional da educação para a inclusão. A família e a
comunidade também têm participação na inclusão, de forma que a acessibilidade
arquitetônica, o transporte escolar, os mobiliários, as comunicações e informações e
articulações intersetorial na implementação das políticas públicas também estão
envolvidos.
Segundo Cabral (2014), a inclusão escolar é um assunto que corre em todo o
mundo, a partir das leis governamentais, com maior destaque nas últimas décadas.
Para os educadores e profissionais da saúde, a inclusão de crianças com TEA ainda
é um desafio.
A pessoa com TEA tem os direitos garantidos pela Lei Berenice Piana, no
12.764/2012, que trata da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
TEA. Na educação, essa lei garante: escola, sala de recursos multifuncionais, apoio
ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), acompanhante
terapêutico/auxiliar especializado, adaptação de material, limites de alunos por sala
de aula, programa incluir-ensino superior. A Lei Berenice traz, em seu artigo 7, que,
caso o gestor escolar ou a autoridade competente recuse a matrícula da pessoa com
TEA ou qualquer deficiência, seja punido com multa de (três) a vinte salários
mínimo, e, em caso de reincidência, ocorrerá a perda do cargo (AMARAL, 2016).
De acordo com as alterações de comunicação, linguagem, falta de flexibilidade
mental e comportamental que as crianças com TEA apresentam, elas podem ter
dificuldades no desenvolvimento escolar refletindo no processo de inclusão. No caso
de as necessidades educacionais do aluno com TEA serem consideradas e
acolhidas, o sucesso do aluno em ensino aprendizagem pode alcançar o nível
universitário e terá como resultado uma qualidade de vida melhor, influenciando
positivamente na relação social e inserção no mercado de trabalho
consequentemente dando dignidade e respeito à pessoa (AMATO; FERNANDES,
2013; CARVALHO, 2014).
Segundo Bialer (2015), a inserção do indivíduo no ambiente escolar é de
extrema importância para seu desenvolvimento cognitivo e social. O lugar que a
pessoa com TEA ocupa no ambiente escolar influencia em sua figura social. A
educação de qualidade é direito de todos, respeitando assim a diversidade dos
educandos. É importante que os profissionais da educação estejam preparados para
receber a diversidade de alunos, acolhendo as necessidades educativas de cada
um, para que o processo escolar não seja uma dificuldade. A inclusão de crianças
com TEA é um tema que traz grandes discussões e, portanto, a necessidade de
mais estudos clínicos, pedagógicos e práticos, para uma melhora na qualidade
didática e metodológica a ser trabalhada.
Cada pessoa com TEA é única, por isso é importante conhecer cada aluno e
seu quadro clínico, com sua individualidade. As metodologias pedagógicas traçadas
para alunos com TEA depende dessa análise e do conhecimento acerca do aluno
(FIORINI, 2017).

ESTRATÉGIAS DE ENSINO PARA ALUNOS COM TEA

Alteração curricular transformou-se uma forma geral para referir-se a todas


as modificações realizadas com o intuito de acolher as necessidades particulares do
aluno. Contudo, deve-se compreender a dissemelhança entre alteração curricular e
adaptação. A alteração acarreta modificar o assunto ensinado a partir das limitações
e dificuldades do aluno, ainda que indique modificar os modelos de avaliação. Na
adaptação a integridade da temática e o modelo de avaliação curricular são
mantidos
Levando em consideração as limitações e as dificuldades do aluno, é possível
mostrar a ementa curricular de uma forma distinta ou alterar as estratégias que
fazem o aluno aprender. Ou seja, a alteração muda aquilo que é ensinado e como
ocorre a medição do progresso, ao passo que a adaptação modifica a maneira como
o assunto é dado e/ou acessado, porém, não da forma que ocorre a avaliação do
progresso.
É importante entender que os indivíduos com TEA, por diversas vezes, não
conseguem aprender da mesma forma que uma criança neurotípica. No decorrer do
desenvolvimento típico, frequentemente, a criança não precisa de mediação para
aprender e intervenções exclusivas. Em contrapartida, o processo de aprendizagem
de alunos com TEA é distinto visto que existe uma ligação distinta entre os sentidos
e o cérebro, assim as informações não geram sempre conhecimento. Logo, para que
ocorra o desenvolvimento de um aluno atípico no ambiente escolar, faz-se
indispensável que o professor utilize recursos diferentes na aprendizagem, visto que
cada aluno irá aprender de maneira diferente.
Muitas vezes, os alunos com TEA terão a necessidade de ter algum tipo de
mudança acadêmica, visto que problemas como motivação (participação nas aulas)
e déficits motores (como segurar um lápis) podem precisar de alterações. Assim, as
escolas e os professores precisam ser treinados de maneira adequada para praticar
a inclusão necessária para os alunos.
Por isso é necessário que instituições educacionais conheçam as abordagens
fundamentadas em evidências, que esclarecem corretamente as deficiências do
aluno com TEA, elaborem procedimentos para identificar práticas de ensino
eficientes e salientem mecanismos característicos no ambiente escolar.
Ao implantar estratégias e intervenções de ensino com base em evidências
científicas, é preciso que os professores tenham instrumentos para fazer a avaliação
e o apoio das técnicas que serão implantadas. Uma avaliação com base em
averiguação é indispensável para que tenha sucesso no espaço educacional
inclusivo e o primeiro passo é realizar uma avaliação que mostre as habilidades do
aluno para elaborar metas apreciáveis. Dessa forma, para um aluno com TEA, o
programa educacional precisa ter como base as suas necessidades, para que seja
possível estabelecer qual o tipo de ambiente de aprendizagem que será o mais
adequado para ela.
A elaboração do Plano de Educação Individualizado (PEI) é o segundo passo
neste processo, pois é uma ferramenta que sugere o planejamento e o
acompanhamento do desenvolvimento dos alunos que têm dificuldades de
aprendizagem baseado nas diretrizes escolares. O intuito do PEI é guiar o trabalho
da instituição de ensino nas prioridades que serão ensinadas ao aluno que precisa
de adaptações no currículo.
Quando o PEI é determinado, o professor deve alterar os materiais e as
atividades para que as necessidades desses alunos com TEA sejam atendidas,
fazendo as alterações necessárias para os indivíduos que têm dificuldades de
aprendizagem. Estes alunos, por exemplos, costumeiramente precisam que haja
previsibilidade com a intenção de reduzir a ansiedade. Ter a capacidade de adiantar
as mudanças e transições, havendo um suporte visual que mostre quais as
atividades que serão feitas no decorrer do dia, pode apoiar de maneira eficaz esses
alunos. Assim, a inserção de um apoio visual para ser utilizado na sala de aula,
como palavras ou desenhos, é um recurso útil para as crianças com TEA porque
indicam com clareza o que foi finalizado e que deverá ser realizado logo em seguida.
Outros exemplos de técnicas que, ao serem avaliadas e programadas, são
iminentemente atenuadoras para o processo de aprendizado:
• ensinar novas tarefas fornecendo exemplos ou
modelos de modo que o aluno tenha uma visão
clara dos passos necessários para cumprir
determinada tarefa e o desempenho esperado; •
introduzir atividades adequadas ao nível de
dificuldade do aluno envolvido;
• fornecer instruções ou pistas visuais para tornar
a informação mais compreensível para a pessoa; •
Dar previsibilidade para os alunos das atividades
que eles irão realizar. Por exemplo, se a classe
ciência discutirá as estrelas durante o horário de
aula, os pais podem observar um céu noturno com
o seu filho/filha. Isto proporciona um processo de
familiarização, no qual pode haver uma aceitação
do indivíduo a atender às tarefas em uma situação
variada;
• atribuir modelos específicos para que a criança
observe e imite diante de atividades em grupo,
como tempo na roda ou exercícios em grupo. Em
situações de grupo mais fluidas ajudar o indivíduo
a selecionar uma função específica que ele ou ela
poderá realizar;
• Estruturar sequências de evento em que a
atividade menos preferida será seguida pela mais
preferida (Primeira __X___, depois __X__); •
Quebrar/fragmentar tarefas em pequenos passos
e ensinar casa passo em sequência e de forma
estruturada.

Existem intervenções comportamentais que são específicas e colaboram de


maneira considerável com o processo de inclusão nas escolas regulares. Uma das
intervenções é a Análise Aplicada do Comportamento (ABA), que é uma ação
educativa que abrange o procedimento de aplicação sistemática de intervenções
com base nos preceitos advindos do comportamento para aprimorar as condutas
que são significativas socialmente. Estão incluídos o ensino de capacidades novas,
como a comunicação, as habilidades sociais e a vida funcional; universalização do
comportamento entre situações, como a passagem de habilidades sociais para
lugares naturais; diminuição de intervenção de comportamentos e contenção das
condições que acontecem nos comportamentos de intervenção inapropriados.
Assim, para que ocorra a inserção do aluno com TEA na escola regular, é
importante que existam ferramentas que os equiparem aos outros indivíduos,
instrumentos que vão da metodologia usada até saber atuar com os tipos distintos
de comportamento apresentados pelo aluno com TEA, como adaptação de
avaliação, material, currículo, dentre outros.
A educação não é somente um direito que a lei garante, ela é essencial para
as crianças, tendo ou não dificuldades de desenvolvimento. A escola tem o dever
ético e legal de disponibilizar bases educacionais sólidas e garantir a igualdade
como um princípio para criar ambientes de aprendizagem que propiciem o alcance
do potencial de crianças e adolescentes.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A educação inclusiva busca a participação de todos os estudantes nos
estabelecimentos de ensino regular, promovendo assim o direito a uma educação de
qualidade e equitativa. Mas a inclusão tem se mostrado um desafio para os
professores, a escola e para toda a sociedade (FERREIRA, 2018). A Política
Nacional de Educação Especial enfatiza que a educação inclusiva “constitui um
paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que
conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação
à ideia de equidade formal” (Apud RODRIGUES, 2019 p.74).
Ferreira (2018) nos deixa claro que a escola verdadeiramente inclusiva
permite que todos possam aprender juntos, independentemente de suas diferenças.
Para que isso aconteça de forma satisfatória é preciso que toda a equipe escolar e
os professores estejam comprometidos com a efetivação de estratégias e práticas
pedagógicas inclusivas, que levem em conta as especificidades de cada criança, as
respeitando e valorizando (SANTOS, 2019)
Em seus trabalhos Araújo (2018) e Ferreira (2018), evidenciam que as
práticas de ensino devem ser analisadas e reestruturadas buscando oportunizar a
todos a aprendizagem significativa e o desenvolvimento integral. Oliveira (2019)
destaca que para isso, é preciso o estabelecimento eficiente, individuais e
específicos de recursos, ferramentas, linguagens, tecnologias, a fim de facilitar os
processos de ensino-aprendizagem e diminuir ou eliminar as barreiras que se opõem
aos processos de ensino
Para as crianças com autismo a educação inclusiva é uma oportunidade de
conviver com outras crianças, tornando-se base para o seu crescimento social,
intelectual e individual. Rodrigues (2019) e Ribeiro (2019) deixam claro em seus
textos que socialização além de favorecer o crescimento da criança com deficiência,
permite que as demais crianças possam aprender com as diferenças e comecem a
se perceber e a perceber os outros nessas diferenças e a respeitá-las.
Mas tanto é preciso que o professor garanta meios e crie oportunidades
adequadas às individualidades de cada criança. Por isso, a inclusão da criança
autista vai além das garantias expressas nas leis, uma vez que o professor precisa
estar capacitado sobre o processo de ensino adequado às especificidades do aluno,
conhecendo ainda as características do espectro e as possibilidades de ações e
práticas, a fim de superar ações excludentes que ainda se fazem tão presente em
nossas escolas (DAMBROS 2018).

EDUCAÇÃO INFANTIL
A educação infantil é a primeira etapa escolar das crianças e atende crianças
de 0 a 5 anos, sendo que de 0 a 3 anos estas são atendidas em creches e de 4 a 5
anos nas pré-escola já em caráter obrigatório
Deve proporcionar um desenvolvimento integral da nos aspectos físico,
afetivo, intelectual, linguístico e social. O objetivo desta etapa da educação é o
desenvolvimento integral da criança, como uma forma complementar às ações da
família e da comunidade (BRASIL, 2017), priorizando a promoção de aprendizagens
significativas. A ludicidade e o brincar são estratégias de suma importância nesta
etapa, que permitem desenvolver o respeito às regras e limites, a conquista da
independência e da autonomia e a socialização (SANTOS, 2019).
Além disso, é nesta etapa que se dá o início da construção da identidade da
criança, além se ser uma etapa que contempla uma das fases mais importantes do
desenvolvimento humano, na qual ocorrem inovações radicais na inteligência, e
quando as crianças constroem os padrões de aprendizagem formais que utilizarão
durante toda a sua vida (ASSUMPÇÃO, 2013).
As crianças aprendem a criar vínculos afetivos e a aprender e respeitar as
diferenças, e buscam a apropriação de conhecimentos, aprendizagens, socialização
e relações interpessoais (RODRIGUES, 2019; SANTOS, 2019). O que é assinalado
na BNCC que preconiza na Educação Infantil devem ser garantidos seus direitos de
aprendizagem e desenvolvimento a nossas crianças (BRASIL, 2017)
A Educação Infantil Inclusiva garante que as crianças com deficiência tenham
uma educação de qualidade e mais que isso, compreende que estas possuem
capacidade de aprender, se desenvolver com autonomia, e permite que as crianças
ditas “normais” compreendam e respeitem as diferenças (RODRIGUES, 2019). É
importante priorizar o acesso às crianças com deficiência à educação infantil e ao
Atendimento Educacional Especializado (AEE). O grande desafio instaurado ainda
está na falta de inserção das crianças com deficiência nesta etapa de ensino, e na
falta clareza sobre como realizar este atendimento quando incluídas (SILVA, 2018).

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO


O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um serviço oferecido pela
educação especial, trazido, inicialmente, pela Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva em 2008, que o definiu como um
conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos, prestados de
forma complementar e/ou suplementar a formação dos alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, de forma
transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, com vistas à autonomia e
independência na escola e fora dela (FERREIRA, 2018, p. 19)
Os autores Ferreira (2018), Picolini (2019) e Oliveira (2019) compartilham em
seus trabalhos que o atendimento educacional especializada busca “identificar,
elaborar e organizar recursos pedagógicos que eliminem as barreiras e promovam a
plena participação dos alunos, conforme suas necessidades”. Este atendimento é
realizado na sala Recursos Multifuncionais na própria instituição, e suas atividades
se diferem daquelas realizadas em sala regular, e por isso não substituem a
escolarização (FERREIRA, 2018).
AEE é feito por um profissional especializado, este tem como
responsabilidade identificar e acompanhar as necessidades específicas dos alunos
com deficiência e organizar os recursos que os auxiliem em seu processo de
desenvolvimento (URPIA; FORNO; SILVA, 2019). Este profissional deve ter um olhar
atento às necessidades do aluno para produzir materiais didático-pedagógicos que
os auxiliem no desenvolvimento e aprendizagem. É sua função organizar o tipo e
número de atendimentos, além de avaliar o desempenho dos seus alunos de acordo
com a funcionalidade e aplicabilidade dos recursos pedagógicos e da acessibilidade
na sala comum e demais ambientes escolares (FEREIRA, 2018)
Ele deve trabalhar de forma articulada com os demais professores do ensino
regular. O trabalho do AEE é de suma importância e além de contribuir para o
trabalho do professor regente, ajuda a criança no seu desenvolvimento cognitivo, na
socialização e independência. Mas é necessário chamar atenção de que o
atendimento educacional especializado não substitui o ensino de dentro da sala
comum (OLIVEIRA, 2019).
O Atendimento Educacional Especializado é fundamental na inclusão das
crianças com deficiência, sua principal característica é pensar os recursos
pedagógicos que beneficia o desenvolvimento dessas crianças, o conteúdo utilizado
no AEE serve de apoio a sala de aula regular, mas diferente do que muitos pensam
este não é um reforço escolar ou complementação das atividades escolares.

CARACTERÍSTICAS DE UMA ESCOLA DE ENSINO REGULAR ACOLHEDORA


Para que a escola seja verdadeiramente inclusiva é necessário que todos estejam
envolvidos e comprometidos nesta construção, promovendo um ambiente que
garanta a permanência do aluno com deficiência não apenas por que está previsto
nas leis, mas pelo desenvolvimento deste aluno no processo de ensino-
aprendizagem, ajudando essas crianças na aquisição das mais diversas habilidades
(RIBEIRO, 2019). Conforme destaca o Ministério da Educação (BRASIL, 2004, p.7)
a escola deve ser considerada:
[...] o espaço no qual se deve favorecer, a todos os
cidadãos, o acesso ao conhecimento e o
desenvolvimento de competências, ou seja, a
possibilidade de apreensão do conhecimento
historicamente produzido pela humanidade e de
sua utilização no exercício efetivo da cidadania. É
no dia a dia escolar que crianças e jovens,
enquanto atores sociais, têm acesso aos
diferentes conteúdos curriculares, os quais devem
ser organizados de forma a efetivar a
aprendizagem. Para que este objetivo seja
alcançado, a escola precisa ser organizada de
forma a garantir que cada ação pedagógica resulte
em uma contribuição para o processo de
aprendizagem de cada aluno (apud BARBOSA,
2019 p. 189).
A escola inclusiva dispõe de uma organização em que cada aluno é visto
como único: são analisadas suas habilidades e dificuldades para arranjo de
infraestrutura física e pedagógica em função destes aspectos, a fim de que todos
tenham as mesmas oportunidades de aprendizado (RODRIGUES, 75). Compete à
instituição de ensino a organização do espaço físico, do mobiliário, a busca pela
aquisição de novos recursos de tecnologia assistiva entre outros para a manutenção
e o desenvolvimento do ensino de forma adequada (FERREIRA, 2018). Quanto a
infraestrutura a escola deve ter rampas de acesso, banheiros adaptados,
bebedouros adaptados, mobiliário acessível dentre outras medidas que permitem
assim a acessibilidade (SANTOS, 2019).
De acordo com Oliveira (2019) os sistemas de ensino devem disponibilizar

“As condições de acesso aos espaços, aos


recursos pedagógicos e a comunicação que
favoreçam a promoção de aprendizagem e a
valorização das diferenças, de forma a atender as
necessidades educacionais de todos os alunos a
acessibilidade deve ser assegurada mediante a
eliminação de barreiras arquitetônicas,
urbanísticas, na edificação - incluindo instalações,
equipamentos e mobiliários – e nos transportes
escolares, bem como as barreiras nas
comunicações e informações (OLIVEIRA, 2019,
p.56)”.
A escola tem papel fundamental no processo de inclusão para além da
estruturação física. É necessário que a equipe escolar esteja preparada para receber
estes alunos, principalmente aos professores, é necessário que tenham acesso a
cursos de capacitação. Deve desenvolver estratégias pedagógicas, apoiando e
assistindo para que os alunos com TEA consigam integrar e interagir com alunos e
profissionais, e se desenvolver com autonomia.
Considerando que a família é um grande aliado da escola no processo de
desenvolvimento integral do aluno, as duas instituições devem ter uma parceria
firme, estabelecendo uma relação de confiança (SANTOS; SACHINSKI, 2018).
Em seu trabalho Dambros (2018) nos mostra que a escola inclusiva para as
crianças com Transtorno do Espectro Autista é capaz de ajudar a minimizar
situações que desencadeiam conflitos e ainda favorece melhoria em suas
habilidades autônomas e sociais. A escola para as crianças com autismo é a
primeira oportunidade de conviver com outras crianças, embora seja um enorme
desafio para o autista é também para a família e equipe escolar, pois vão ter que
lidar com os preconceitos, com as limitações e dificuldades da própria crianças e do
sistema de ensino, com a falta de recursos e capacitação, mas não se pode
impossibilitar a oportunidade de socialização e aprendizagem que são capazes de
mudar a vida desta criança.

ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE APOIO


Visando a estruturação adequada para atendimento às necessidades de
todos os alunos com deficiência e TEA, várias ações e políticas públicas foram
efetivadas, dentre elas, a criação da função de professor de apoio.
Contemplando a realidade cotidiana no âmbito escolar, observa-se a
importância de se compreender melhor a funcionalidade do “professor de apoio”.
Segundo Ferreira (2018) e Silva (2018), o professor de apoio é um
profissional especializado na modalidade de educação especial, que oferece
subsídios para que o estudante alcance seus objetivos. O professor de apoio é
responsável pelo suporte pedagógico nas atividades do cotidiano escolar,
desenvolve estratégias e práticas educativas alternativas sempre que necessário.
Para que o professor de apoio consiga êxito em seu trabalho, ele necessita conhecer
seu aluno, suas necessidades, dificuldades, interesses e facilidades, e estabelece
com a criança uma relação de confiança, sendo o grande mediador entre a criança
com suas especificidades, o professor regente e o processo de ensino-
aprendizagem.
O professor de apoio e o professor regente devem criar parcerias ajudando
um ao outro, eles devem estabelecer uma relação de compromisso, respeito,
flexibilidade e devem compartilhar seus saberes e dificuldades. Cada um tem
funções específicas dentro da sala de aula e um deve respeitar o espaço do outro
para que não haja divergências (SILVA, 2018).
A comunicação interpessoal é um dos
mecanismos que compõem o sucesso do ensino
colaborativo, já que, para haver entrosamento, os
partícipes deste processo (professor da Educação
Especial e da classe comum) precisam estar em
consonância e unidos com o objetivo único de
promover a aprendizagem do aluno que constitui o
público alvo da Educação Especial (SILVA, 2018
p.76)
Barbosa (2018, p.185) aponta em seu trabalho que os professores de apoio
potencializam o desenvolvimento acadêmico dos estudantes. A interação entre eles
e o planejamento conjunto são ferramentas que potencializam a aquisição dos
saberes por parte dos estudantes.
No caso dos alunos com Transtorno do Espectro Autista o professor de apoio
deve priorizar o desenvolvimento intelectual e a autonomia, possibilitando que o
aluno desenvolva a autoconfiança para além de atividades mecânicas.
Sendo assim vemos que os autores Santos e Sachinski (2018) e Picolini
(2019) concordam que professor de apoio deve ser participante ativo do
planejamento e das atividades desenvolvidas e o auxílio do autista nas atividades
sempre que necessário, ele deve atuar estimulando a criança para que a mesma se
sinta confiante e não abandone a escola, que certamente é um lugar propício para
seu desenvolvimento.

CAMPO EMPÍRICO: A NATUREZA E OS SUJEITOS DA PESQUISA


TÍTULO DO CAPITULO 1

Descrever e apresentar as ideias do seu capítulo embasado nos autores,


sempre iniciar o capítulo com um parágrafo introdutório, onde o autor informa
sucintamente os assuntos que serão abordados ao longo do capítulo, e depois dar
prosseguimento ao texto seguindo estas normas da ABNT:

▪ Texto corrido fonte tamanho 12.


▪ Texto com espaçamento entrelinhas de 1,5 (exceto a citação direta longa);
▪ Fonte Times New Roman ou Arial;

▪ Margem esquerda e superior com 3 cm;


▪ Margem direita e inferior de 2 cm;
▪ Citação direta curta (até três linhas) – texto entre aspas com nome do autor,
ano e página entre parênteses;
▪ Citação direta longa (mais de três linhas) – texto com tamanho 10,
espaçamento entrelinhas simples e margem esquerda com recuo de 4 cm;
▪ Palavras estrangeiras em itálico;
▪ Alinhamento justificado;
▪ Parágrafo com recuo de 1,5 cm.

TÍTULO DO CAPITULO 2

Descrever e apresentar as ideias do seu capítulo embasado nos autores,


sempre iniciar o capítulo com um parágrafo introdutório, onde o autor informa
sucintamente os assuntos que serão abordados ao longo do capítulo, e depois dar
prosseguimento ao texto e depois dar prosseguimento ao texto seguindo estas
normas da ABNT:
▪ Texto corrido fonte tamanho 12. (exceto a citação direta longa);
▪ Texto com espaçamento entrelinhas de 1,5 (exceto a citação direta longa);
▪ Fonte Times New Roman ou Arial;

▪ Margem esquerda e superior com 3 cm;


▪ Margem direita e inferior de 2 cm;
▪ Citação direta curta (até três linhas) – texto entre aspas com nome do autor,
ano e página entre parênteses;
▪ Citação direta longa (mais de três linhas) – texto com tamanho 10,
espaçamento entrelinhas simples e margem esquerda com recuo de 4 cm;
▪ Palavras estrangeiras em itálico;
▪ Alinhamento justificado;
▪ Parágrafo com recuo de 1,5 cm.

TÍTULO DO CAPITULO 3

Descrever e apresentar as ideias do seu capítulo, sempre iniciar o capítulo com um


parágrafo introdutório, onde o autor informa sucintamente os assuntos que serão
abordados ao longo do capítulo, e depois dar prosseguimento ao texto seguindo
estas normas da ABNT:
▪ Texto corrido fonte tamanho 12. (exceto a citação direta longa);
▪ Texto com espaçamento entrelinhas de 1,5 (exceto a citação direta longa);
▪ Fonte Times New Roman ou Arial;

▪ Margem esquerda e superior com 3 cm;


▪ Margem direita e inferior de 2 cm;
▪ Citação direta curta (até três linhas) – texto entre aspas com nome do autor,
ano e página entre parênteses;
▪ Citação direta longa (mais de três linhas) – texto com tamanho 10,
espaçamento entrelinhas simples e margem esquerda com recuo de 4 cm;
▪ Palavras estrangeiras em itálico;
▪ Alinhamento justificado;
▪ Parágrafo com recuo de 1,5 cm.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As considerações finais deve apresentar o fechamento das ideias do


Referencial teórico e mostrar se houve alcance dos objetivos propostos, respostas
as hipóteses e recomendações da produção de novos estudos .
REFERÊNCIAS
Como citar as referências, as formas mais utilizadas em TCCs:

• Livro com um autor

SOBRENOME (CAIXA ALTA), nome do autor. Título (negrito): subtítulo (se houver –
sem realce de negrito). Cidade: editora, ano de publicação.

Ex: RUSCHMANN, D. Marketing turístico um enfoque promocional. 8. ed.


Campinas: Papirus, 2003.

• Livro com até três autores

Quando houver até três autores, todos devem ser indicados.

SOBRENOME (CAIXA ALTA), nome do autor; SOBRENOME (CAIXA ALTA), nome


do autor. Título (negrito): subtítulo (se houver – sem realce de negrito). Cidade:
editora, ano de publicação.

Ex: AMARAL, Emília; SEVERINO, Antônio; PATROCÍNIO, Mauro Ferreira do. Novo
manual de redação: gramática, literatura, interpretação de texto. São Paulo: Círculo
do Livro, 1995.

• Livro com quatro ou mais autores

Pela nova atualização, quando houver quatro ou mais autores, convém indicar todos.
Permite-se que se indique apenas o primeiro, seguido da expressão et al.

SOBRENOME (CAIXA ALTA), nome do autor. et al. (itálico). Título (negrito):


subtítulo (se houver – sem realce de negrito). Cidade: editora, ano de publicação.

Ex: URANI, André. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para
o Brasil. Brasília: IPEA, 1994.

• Documentos online

Não há mais a utilização dos sinais < > para mencionar os links. Para documentos
online, além dos elementos essenciais e complementares, deve-se registrar o
endereço eletrônico, precedido da expressão Disponível em: e a data de acesso,
precedida da expressão Acesso em:

Ex: SANTOS, M. Elisabete dos; MORETTO, C. Fátima O mercado de trabalho do


secretário executivo no contexto da dinâmica produtiva e do emprego recentes
no Brasil. In: Revista do Secretariado Executivo, Passo Fundo, p. 21-35, n. 7, 2011.
Disponível em http://www.upf.br/seer/index.php/ser/article/view/2324/1478. Acesso
em: 08.08.2020.
• Coleção de publicação periódica em meio eletrônico

Ex: CADERNO BRASILEIRO DE ENSINO DE FÍSICA. Florianópolis: Universidade


Federal de Santa Catarina, 2008- . ISSN 2175-7941. DOI 10.5007/2175-7941.
Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/index. Acesso em: 20 maio
2014.

• Artigo ou matéria de publicação periódica em meio eletrônico

WINDOWS 98: o melhor caminho para atualização. PC World, São Paulo, n. 75, set.
1998. Disponível em: http://www.idg.com.br/abre.htm. Acesso em: 10 set. 1998.

• Legislação

Inclui Constituição, Decreto, Decreto-Lei, Emenda Constitucional, Emenda à Lei


Orgânica, Lei Complementar, Lei Delegada, Lei Ordinária, Lei Orgânica e Medida
Provisória, entre outros, em epígrafes e ementas demasiadamente longas, pode-se
suprimir parte do texto, desde que não seja alterado o sentido. A supressão deve ser
indicada por reticências, entre colchetes;

Ex: BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário
Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002. PL
634/1975.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de


1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm. Acesso em: 1 jan.
2017

• Capítulo de coletânea (livro organizado que contém contribuições de


vários autores):

SOBRENOME (CAIXA ALTA), nome do autor do capítulo. Título do capítulo. In:


SOBRENOME DO ORGANIZADOR DO LIVRO (CAIXA ALTA), nome do organizador
do livro (org.). Título da obra em negrito. Local: Editora, ano, página inicial – página
final do capítulo.

Ex: CELLARD, A. A análise documental. In: POUPART, Jean. et al. (Orgs). A


Pesquisa Qualitativa: Enfoques epistemológicos e metodológicos, 3° ed. Rio de
Janeiro: Petrópolis, Editora Vozes, 2012, pp. 295-316.

• Trabalhos acadêmicos (dissertações e teses):


SOBRENOME, Nome. Título do trabalho (com destaque em negrito). Ano.
Número de folhas. Natureza do Trabalho (Nível – Mestrado, Doutorado ou Livre
Docência –e área do curso) - Unidade de Ensino, Instituição, Local, Ano de defesa.

Ex: NIEL, Marcelo. Anestesiologistas e uso de drogas: um estudo qualitativo.


2006. 149 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Escola Paulista de Medicina,
Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2006.
• Atos administrativos normativos em meio eletrônico

Citar o nome do parecer ou ato normativo da seguinte forma:

BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria de Acompanhamento Econômico.


Parecer técnico nº 06370/2006/RJ. Rio de Janeiro: Ministério da Fazenda, 13 set.
2006.
Disponível em:
http://www.cade.gov.br/Plenario/Sessao_386/Pareceres/ParecerSeae-AC-
200608012.008423-International_BusInes_MachIne.PDF. Acesso em: 4 out. 2010.

• Pessoa jurídica

Convém que se padronizem os nomes para o mesmo autor, quando aparecem de


formas diferentes em documentos distintos.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14724:
informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro:
ABNT, 2011.

PETROBRAS. Biocombustíveis: 50 perguntas e respostas sobre este novo


mercado. Rio de Janeiro: PETROBRAS, 2007.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Diretrizes para a política


ambiental do Estado de São Paulo. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente,
1993.
35 p.

BRASIL. Ministério da Justiça. Relatório de atividades. Brasília, DF: Ministério da


Justiça, 1993. 28 p.
ANEXOS (Opcional)

✓ É um elemento opcional;

✓ Consiste em um texto ou documento não elaborado por você, que


serve de fundamentação, comprovação e ilustração;

✓ Os anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas,


travessão e pelos respectivos títulos.

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