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1.

INTRODUÇÃO

Tem se visto cada vez mais a neurociência sendo utilizada em diversas


áreas, pontuando e convencendo de que nossa mente é instigada pelas coisas
que acontecem em nossa volta. Essas sensações podem nos trazer felicidade,
agonia, tristeza dentre outras. Com isso, especialistas na área da Arquitetura
perceberam que os ambientes e os lugares que convivemos são capazes de
afetar as pessoas. A compreensão deste estudo faz com que tenham uma outra
forma de enxergar como podem aplicar a neurociência de forma a agradar e
pensar no bem-estar do indivíduo no espaço em que vive.
(KAREN,2022/VILLAROUCO, PAIVA, FONSECA, GUEDES, 2021.)
Visto que, o espaço em que o indivíduo convive o afeta/influencia, tem
se observado a rede ensino infantil, pois é ali a primeira experiência da criança
fora da sua rotina. Ela afeta de forma significativa a vida dos alunos, pois, é onde
aprendem a conviver em sociedade, criar um desenvolvimento individual e
conhecimento de aprendizagem (Silva Omara, 2020). É importante também
abordar sobre a inclusão nessas redes de ensino pois está regido na
Constituição Federal Art. 208, inc.lll – “atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”
(CONSTITUIÇÃO FEDERAL,2010).
O município de Porto Velho no ano de 2021 instituiu a Lei n° 864 que
autoriza a emissão da Carteira Municipal e Identificação do Autista destinada a
identificação do indivíduo com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em 2022
foram registrados a emissão de aproximadamente 630 unidades da Carteira.
Elas facilitam a identificação das pessoas com autismo e dá direitos, além de
verificar uma quantidade significativa desses indivíduos no município.
Considerasse que sejam cerca de 1.800 a 1.900 pessoas com autismo.
(BECCARIA, 2022.)
Educadores mostram-se abertos a inclusão de alunos com autismo nas
escolas porem, contam com obstáculos que impedem esse processo como a
pouca rede de apoio, pouca formação específica de professores e tratamento
desigual de outros alunos, ocasionando uma insegurança do pais. Os pais das
crianças autistas acabam optando pelas escolas especiais por se sentirem mais
seguros, pelo fornecimento de serviços educacionais e integração no ambiente
escolar. Apesar de ser fundamental a educação inclusiva, os autores revelam
que muitas dessas crianças tiveram suas matriculas negadas em rede de ensino
regular no Distrito Federal, por decorrência de preconceito dos professores e
gestores da escola comum. (DE PAULA NUNES; AZEVEDO; SCHMIDT, 2013.)
No começo do ano letivo de 2022, no município de Porto Velho uma criança com
autismo foi obrigada a se retirar de sala. A mãe da criança relata que a escola
se recusava a aceitar seu filho por não terem um professor auxiliar que cuidasse
dele. Em nota a Secretaria Municipal da Educação, “se programou para a volta
às aulas, fez toda uma divulgação, mas esqueceu de avisar que era só para as
crianças neurotípicas, não para as atípicas, com necessidades especiais e
deficientes” e orientou a escola e demais profissionais a não repetirem a mesma
situação ocorrida com a criança. Relatou também que procuraria as medidas
cabíveis para fornecer e auxiliar as escolas sem os professores necessários.
(REDE AMAZÔNIC, 2022.)
Por fim este estudo visa compreender por meio de estudos existentes e
uma análise de campo os aspectos na escola e como a criança autista lida com
essa inclusão no ambiente escolar. Além de compreender quais características
uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) possui. Para que tenham
um desenvolvimento significativo em suas vidas e que desenvolvam autonomia,
a escola usará da neuroarquitetura para despertar sensações ao indivíduo
capazes de estimulá-los e terem um nível de aproveitamento alto.

1.1. PROBLEMATIZAÇÃO

Caracterizado pelo prejuízo funcional na comunicação, convívio,


isolamento e hábitos, o Transtorno do Espectro Autista gera impactos tanto na
vida de quem tem, quanto em quem está ao seu redor, como seus familiares.
Dessa forma, a escola tem como objetivo a partir de sua grade de ensino
fornecer uma vivencia social para as crianças com autismo, e proporcionar
interação e auxiliar em seu desenvolvimento, aprendizado e hábitos. (DE PAULA
NUNES; AZEVEDO; SCHMIDT, 2013.)
A Educação é um direito de todos e dever do Estado e da família,
assegurar e proporcionar o desenvolvimento pessoal e preparo para carreira
profissional (CONSTITUIÇÃO, 1988.). A partir da Constituição e outras leis que
se passaram a debater sobre a inclusão de pessoas com deficiência nas redes
de ensino.
Os desafios e metas passados por familiares e crianças autistas no
processo de inclusão nas redes de ensino regular acabam causando
esgotamento, pressão psicológica, além da desistência nessas escolas. (DE
PAULA NUNES; AZEVEDO; SCHMIDT, 2013.)
Serra (2008) afirma que deve ser ofertado um ambiente escolar de
qualidade para as crianças com autismo, além de orientação devida sobre a
inclusão dessas crianças para seus os seus familiares. Em certos casos,
professores não estão familiarizados com a inclusão dessas crianças com TEA,
gerando dificuldades para ambos, no ensino e aprendizagem. Devido seus
comportamentos, hábitos e em certos graus a agressividade, algumas escolas
geram uma resistência ao inclui-las, por não terem recursos, ambiente adequado
e profissionais especializados em educação especial.
É observado como o ensino afeta a criança de forma significativa em sua
vida, um bom ensino é capaz de melhorar o desempenho e seu crescimento, as
crianças que não possuem algum tipo de deficiência já sofrem com a falta de
uma boa educação, quando incluem alguém que possui algum transtorno como
uma criança com TEA, ela tende a sofrer muito mais, pois sua adaptação requer
uma atenção maior.

1.2. OBJETIVO GERAL

Projetar uma escola especializada para crianças com Transtorno do


Espectro Autista com o intuito de ajudar, educar e dar apoio a crianças e
familiares.
1.2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Criar ambientes para gerar impactos na saúde emocional e física;


 Desenvolver espaços para a interação das crianças para
desenvolvimento individual;
 Projetar ambientes com o auxílio das cores que enriquecem a saúde e
bem-estar.

1.3. JUSTIFICATIVA

O interesse para escolha do tema surge a partir de um projeto de Pi para


escolas e uma visitação na época em uma associação que acolhe crianças com
autismo para ensino e desenvolvimento. O interesse surge para realização de
um projeto de escola para incluir essas crianças e dar melhores benefícios. O
assunto em questão é de suma importância para o meio acadêmico e sociedade,
pois a partir de seus objetivos pode se analisar e questionar como as crianças
com Transtorno do Espectro Autista estão sendo incluídas na rede de ensino.
Estudos revelam como um ambiente bem elaborado pode proporcionar
ao aluno estímulos para estudar e concentrar na sala de aula. Parte de escolas
não possuem uma estrutura adequada para inclusão e adaptação para as
crianças com TEA, limitando seu desenvolvimento. São feitas algumas
adaptações e ajustes nas salas para recebe-las. Logo, esses usuários não
sentem à vontade de permanecer em salas de aulas. (KAREN,2022.)
É necessário entender primeiramente as necessidades e dificuldades
das crianças e seus familiares para fornecer o tratamento e acompanhamento
adequado para seu desenvolvimento, priorizando conhecer seu comportamento
e limitações para melhores resultados e interação na sociedade. Sendo assim,
a realização de um projeto com foco na aplicação da neuroarquitetura nos
ambientes se torna relevante pois isso trará melhor concentração, percepção,
memória, desenvolvimento e emoções ao indivíduo. (KAREN, 2022.)

2. MATERIAIS E MÉTODOS

TIPO DE PESQUISA
O trabalho a ser realizado tem como objetivo projetar uma escola
capacitada para crianças com Transtorno do Espectro Autista, com foco na
neuroarquitetura no município de Porto Velho (RO), para isso será apresentado
um abordagem qualitativa, onde será coletado informações de pesquisas já
existentes afim de descrever e compreender o assunto a ser abordado, para
entender a importância de uma escola especializada e capacitada com
ambientes e profissionais necessários para crianças com TEA.

LOCAL DE ESTUDO
O terreno escolhido para essa pesquisa fica localizado entre as Ruas
Alípio da Silva e Avenida Guaporé, em Porto Velho (RO), o espaço possui
aproximadamente 5000m² é bem localizado, com uma boa residência, possuindo
mercados a sua volta, postos de combustível e polícia. Por se tratar de um
terreno que fica bem no meio da cidade e mais próximo das áreas de caridade,
o espaço promove as famílias de baixa renda uma locomoção menor.

Mapa 1: Localização do terreno.

Fonte: produzida pelo autor, 2022.


2.1. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

A metodologia do processo de pesquisa irá se basear por meio de livros,


artigos, teses e acervos. Além de um trabalho em campo, para análise do
terreno, e fotografias para seu melhor entendimento. O estudo tem o intuito de
trazer conhecimento aos assuntos abordados afim de concluir o projeto para uma
melhor elaboração. Nesse sentido essa pesquisa contara com duas etapas a
serem seguidas: a primeira sendo um estudo preliminar de conhecimento e
pesquisa sobre o assunto. A segunda etapa se baseia na realização do projeto
baseada na primeira etapa, com todo o conhecimento compreendido para sua
elaboração, para proporcionar um projeto funcional e de bem estar aos usuários.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. CONTEXTO HISTORICO

3.1.1. Características do transtorno do espectro autista (TEA)

O autismo é um transtorno que afeta o desenvolvimento neurológico da


criança, podendo ter seu diagnostico ainda nos primeiros meses de vida. A
pessoa com autismo normalmente apresenta sinais de falta de interação,
dificuldade na fala, pouco contato visual, mudanças de humor, dentre outros. Por
isso é necessária uma atenção a criança que apresentem esses
comportamentos para diagnóstico e tratamento. Apesar de não ter cura, existem
meios capazes de melhorar sua saúde e crescimento individual pela
independência. (JONATHAN PANOEIRO,2022).
Considerasse eu cerca de 1 a 2 milhões de brasileiros se encaixam nos
critérios para o autismo, sendo aproximadamente em média 600 mil que não
possuem nem 20 anos de idade. Dessa forma é necessário o acompanhamento
de pais e familiares com a criança que apresente alguma dificuldade em seu
desenvolvimento na fala, humor, etc. Seu diagnóstico precoce é de suma
importância para começar os tratamentos necessários para um desenvolvimento
significativo pois, quanto mais se demora para se perceber esse transtorno, pior
é seu desenvolvimento (ONZI, DE FIQUEIREDO GOMES, 2015).
3.1.2. Neuroarquitetura

Marília (2022) explica que a neuroarquitetura significa planejar um


espaço capaz de trazer sentimentos ou/e emoções ao cliente e não só pensar
na sua funcionalidade ou estrutura. Diferentes lugares que vamos ou passamos
despertam em nós sentimentos como alegria, tristeza, angustia, ansiedade, etc.
Este conceito veio sendo aplicado no Brasil no espaço corporativo com
o objetivo de melhorar o desempenho e bem estar de seus empregados afinal,
passam boa parte do seu tempo nos escritórios o que acarreta em doenças e
problemas mentais que dificultam suas funcionalidades, e estar em um espaço
bem planejado que pensa em seus empregados melhora a interação em equipe
e colaboração no trabalho.
A neuroarquitetura estuda como o ambiente afeta positiva ou
negativamente o usuário, porém não se aplica apenas no ambiente projetado
mais também nas cores, forma, textura, luz e como o mobiliário é posto no
ambiente afim de influenciar os modos das pessoas, estimula-las, dentre outros
(ANA CLARA AGUIAR,2020).
A Academy of Neurosciense for Architecture (ANFA) órgão criado para
pesquisas para entendimento do cérebro humano ao ambiente construído, fez
com que em 2003 surgisse esse entendimento do termo Neuroarquitetura.

3.1.3. Inclusão escolar para crianças autistas

Apesar de terem leis e termos que ampara a pessoa com autismo, como
a Lei 12.764 de dezembro de 2012 no Art. 3, inc. lV que dá direito a pessoa com
autismo o acesso à educação e ao ensino profissionalizante e ainda no parágrafo
único incita o direito de ter um acompanhante especializado na rede de ensino
regular, sabemos que normalmente a realidade nessas escolas são diferentes.
Sabe-se que não é apenas incluir os alunos com autismo nas salas de aulas mas
também, procurar uma especialização para entender e compreender esse
transtorno (Rodrigues Adriana,20)
Oliveira (2020) assegura que a escola é seu primeiro contato fora do
âmbito familiar e com isso ela deve procurar meios na grade curricular do ensino
para flexibilizar atividades escolares que se adequem a todos os alunos. A
criança com TEA possui a capacidade de aprender na escola regular, mas pra
isso precisa de um acompanhamento no seu ensino para desenvolvimento.
Muitas escolas apenas os colocam dentro de sala com um professor que não é
capacitado e/ou saiba lidar e buscar meios de atividades que melhorem sua
aprendizagem. Ainda que seja necessário ter um educador especializado para
esse tipo de ensino, a escola, diretoria, ensino pedagógico também precisa se
adaptar e mudar para melhorar o ambiente escolar para crianças com
deficiência. Afinal ela precisa se adequar a todos que estão presentes.
As mudanças adequadas na grade escolar visam fornecer melhoria no
ensino-aprendizagem do aluno com autismo. Além de mostrar aos familiares o
quanto a escola está preocupada em inclui-los. É sabido que o professor tem
certa dificuldade em lidar com uma criança com autismo, pois algumas
apresentam sinais de agressividade e raiva no começo. Cabe ao educador
procura meios de melhorar a forma como a criança está, faze-la se sentir
acolhida e saber respeitar suas limitações. Atividades como pintura, leitura,
brincar e conhecer formas geométricas, dança, quebra-cabeça dentre outras,
são capazes de estimula e melhorar seu desenvolvimento (Oiveira,2020).

3.1.4. Famílias afetadas

Sprovieri e Assumpção Jr (2001) explicam que a família é um refúgio


para os seres humanos e um “lugar” aonde adquirimos nossas experiências
pessoais e sentimentais para passar ao mundo. É com ela que aprendemos o
significado de cuidado, carinho e responsabilidade com o outro.
Sabe-se que o autismo é um transtorno que afeta o desenvolvimento da
criança na fala, comportamento, convívio social, dentre outros. Familiares sofrem
juntos com a criança em certos casos por não terem conhecimento sobre o
transtorno e saberem lhe dar. (MINATEL, MATSUKURA, 2014). Nesse sentido
a união familiar é de valor significativo quando se tem uma criança com autismo
pois o diagnostico impacta socialmente a vida de ambos (SPROVIERI,
ASSUMPÇÃO JR., 2001).
As famílias enfrentam o desafio de buscar meios para encarregar-se da
responsabilidade de se cuidar de uma criança autista e adaptar suas vidas para
tal. Apesar de em certos casos não demonstrarem afeição para as pessoas, eles
criam uma dependência em seus parentes.
Nesse sentido a família com um indivíduo com TEA priva-se de certas
coisas para dar cuidado e atenção total a eles como sair para um local público,
já que tem dificuldade em se socializar e aos ruídos. Com isso, a família acabada
afetada e estressada na tarefa diária em lidar com a criança. Tais problemas
acabam abalando mais as mães que ficam mais presentes no papel de cuidar
deles (SCHMIDT; DELL'AGLIO; BOSA, 2007).

3.1.5. Como o ambiente pode influenciar no ensino

De acordo com a Constituição Federal no Art. 208, inc. VII “prevê ao


estudante nas fases de ensino básico, acesso a material didático, locomoção,
alimentação e saúde” além de ofertar um ambiente acolhedor e aconchegante.
(Constituição Federa,2020). Quando se trata de crianças, devemos te uma
atenção maior pois, é nessa fase que seus instintos são “ativados” e passam a
aprender e saber mais sobre o mundo a sua volta. Ou seja, dependendo de como
o ambiente está planejado ou o mobiliário posto, pode afetar diretamente o aluno
(Migliani, 2020).

Imagem 1- Como seu cérebro responde aos espaços.


Fonte: Migliani, 2020.

Administradores e funcionários destinam sua atenção ao âmbito


pedagógico e deixam de lado a estrutura e imagem que o espaço escolar pode
passar positiva ou negativamente em seus alunos, pais e comunidade.
Antigamente não se pensava sobre isso, o mobiliário era feito único e
exclusivamente de um modelo padrão para todos a baixo custo, o que impedia
uma locomoção na sala de aula para um proposta de atividade diferente. No
tempo atual é notável como os moveis são planejados e postos afim de incentivar
uma interação entre os alunos, as mesas que antes era pesadas e alinhadas
dentro de sala passam a ser compartilhadas e dinâmicas para trabalhos em
equipe. Essa forma de modernizar o ambiente e moveis passa a comunidade a
preocupação que a escola tem com seu espaço e alunos, dando a eles
credibilidade de que a escola visa atender as necessidades de seus docentes
para alcançar seus objetivos educacionais de forma dinâmica. Um espaço
devidamente bem planejado para seus alunos os torna mais participativos e
motivados de estarem no ambiente escolar o que melhora seu desempenho no
estudo (HABTO, 2015?) .
3.2. TIPOLOGIA DO PROJETO

3.2.1. Ensino e infraestrutura nas escolas

Sátyro e Soares apontam que a rede de ensino no Brasil sofre com


diversos problemas no dever de fornecer educação básica no pais. Cerca de
40% dos jovens não frequentam as escolas e a outra metade que ainda participa,
sofrem esta dificuldade. As escolas públicas são a grande parte das matriculas
no país, conhecer sua estrutura e ensino é primordial para adequação do espaço
para os alunos. Afinal um ambiente adequado e de melhor infraestrutura para
seus alunos melhora sua capacidade em desenvolvimento e bem estar. É
importante ressaltar também que além de uma boa infraestrutura a escola
também precisa de espaços adequados para o ensino dos alunos e a vontade
de se querer estar no ambiente como salas para leitura, laboratórios de ciência
e informática, espaços de convivência (pátio, quadra de esportes), salas de aula
com mobiliários novos, dentre outros.
De 1997 a 2005 mostra um valor significativo no aumento da
infraestrutura básica das escolas do país. Sátyro e Soares apresentam um
quadro que revela o abastecimento de agua nas escolas. Com isso é notável
perceber que no ano de 1997 as escolas urbanas recebiam um valor de quase
100% de agua, e escolas rurais cerca de 90%. Esses valorem demostram que
essas infraestruturas básicas vieram melhorando a partir de 1997.

Imagem 2- Evolução no abastecimento de agua entre 1997 e 2005.

Fonte: Sátyro e Soares, p.11, 2007.


No que diz respeito ao acesso a computadores e internet, cerca de 78%
das escolas apresentava ter um computador na escola, e internet cerca de 20%.
É importante pontuar que parte das escola usam desse meio da internet para
fins administrativos. Em 2004 é observado que aproximadamente 60% das
escolas usavam dessa tecnologia para fins pedagógicos (Sátyro; Soares, 2007).
Ao longo dos anos é observado uma melhora significativa nas escolas
do país. Vale ressaltar que essa melhoria não resolve grande parte dos
problemas nessas escolas, mas demonstra que estão à procura de melhorar
esses ambientes e estruturas básicas para seus alunos. Demonstra que seus
alunos são priorizados para terem seu aprendizado acerca de uma escola
capacitada e de boa infraestrutura (Sátyro; Soares, 2007).

3.3. LEGISLAÇÃO

3.3.1. ABNT NBR 9050:2020

Esta norma determina técnicas a serem seguidas em projetos,


mobiliário, espaço urbano, o acesso dos usuários de todas as idades, com e sem
deficiência ou porte ao ambiente. Sendo assim é estabelecido que todos
precisam ter acesso a determinado ambiente sem restrições ou uso de ajuda de
qualquer pessoa, para estabelecer autonomia. (NBR 9050, 2020, p. 01)
Fica determinado que a passagem de um cadeirante em um ambiente
em linha reta deve ser de no mínimo 1 m de largura. Para rotações de 180°
largura de no mínimo 1,2 e rotação de 360° de no mínimo 1,50m.

Imagem 3- Largura para deslocamento em linha reta de pessoas em cadeira de rodas.

Fonte: NBR 9050, p. 09,2020.


Imagem 4- Área para manobra de cadeiras de rodas sem deslocamento

Fonte: NBR 9050, p. 09,2020.

3.3.2. Lei Complementar Nº 97 dispõe sobre o parcelamento, uso e


ocupação do solo do município de porto velho

De acordo com o Art.1° no parágrafo único esta lei determina a


adequação das vias, zonas, uso do solo, organização das vias, dentre outros.
Determina a adequação do lote ao projeto e regulamentação do lote. Como
previsto neste projeto o lote está em uma ZR2, uso residencial de media
densidade.
A norma estabelece um quadro de zonas e parâmetros devem ser
seguidos para realização de projeto, como recuos, taxa de ocupação e
coeficiente de aproveitamento.
Conforme o quadro de regime urbanístico desta lei o terreno é
caracterizado por ser uma E1- Instituições de uso local. Sua taxa de ocupação
para o projeto é de 80% e aproveitamento de 3,5%.

Imagem 5- Quadro de regime urbanístico


Fonte: Lei complementar N°97, modificado pelo autor, 2022.

3.3.3. NBR 6492 Representação de projetos de arquitetura

Esta norma estabelece critérios e métodos a serem seguidos para a


representação e entendimento de projetos arquitetônicos. Projetos
arquitetônicos são definidos por fases e as pranchas que serão necessárias para
apresentação do projeto. Como exemplo tem-se o estudo preliminar que exige a
planta de situação, simbologia do norte, escala, indicação de demolição ou
construção, corte, fachadas, dentre outros.

3.3.4. LEI COMPLEMENTAR Nº 748, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2018

De acordo com o art. 1°, inc. lll determina a calçada sendo um meio de
locomoção dos pedestres, podendo ser plana ou com desníveis, e área de
serviço com vegetação, iluminação, sinalização e mobiliário. Sendo assim a lei
748 defini regras para padronização de calçadas e medidas que devem ser
seguidas para realização delas a meio de seguir a acessibilidade. (LEI
COMPLEMENTAR 748, 2018, p. 01)
Conforme os art. 7 ao 11 as calçadas seguem três meios para sua
realização, sendo eles a faixa de serviço, faixa livre e faixa de acesso. A faixa de
acesso deve ter largura mínima de 70 cm e fica destinada a vegetação e uso de
mobiliários, já a faixa livre é destinada para passeio de pedestres e deve seguir
as larguras de acordo com suas vias, uma via coletora e arterial por exemplo
deve ter largura mínima de 2,50 m, por último a faixa de acesso que se destina
para acesso livre ao lote, sua realização é feita apenas para calçadas superiores
de 1,90 m.
Segundo o art. 2° é estabelecido que o proprietário de um imóvel é
responsável pela realização da calçada em volta do lote, e realização de
conservação e limpeza da área.

3.3.5. NBR 9077 Saídas de emergência em edifícios

Esta norma fixa as condições que as edificações devem ter para que os
usuários consigam ter o fácil acesso ao externo em caso de incêndio e proteção.
Compreende-se como saída de emergência a edificação que tiver acessos de
saídas horizontais, como escadas, e portas ou espaço livre exterior; rampas e
descarga. (NBR 9077, 2001, p. 05)
As saídas de emergência são feitas a partir do número da população da
edificação, todos os pavimentos da edificação contam no cálculo. Além disso, as
portas de rota de fuga devem ser aberta para dentro e suas larguras são
especificadas de acordo com o cálculo na imagem 6.

Imagem 6- Calculo para definição das larguras da saída de emergências

Fonte: NBR 9077, p. 05, 2001.


3.3.6. Lei Comp. n. 560_2014 - Institui o código de obras e edificações
do Município de Porto Velho e dá outras providências

Conforme o art. 1° este código visa estabelecer normas administrativas


e executivas, além de regras para realização de projeto, como licença, execução,
sendo aplicado também em edificações já existentes e até mesmo para órgão
de serviços públicos.
Para aprovação do projeto o art. 19 incita que o responsável deve
apresentar documentos do projeto arquitetônico escalados conforme lei, registro
de responsabilidade técnica de projetos arquitetônicos, trabalho técnico digital
da planta de implantação além do memorial descritivo com detalhamento do
projeto e materiais a serem utilizados, assinado pelo profissional responsável.

3.3.7. NBR 16537 – Acessibilidade- sinalização piso tátil

A NBR 16537 classifica o piso tátil como um recurso complementar para


promover segurança, instrução e movimento a todos os usuários, inclusive
aqueles que possuem alguma deficiência. Neste sentido o profissional
responsável pela execução do projeto assegura e ajuda que o projeto irá atender
as necessitas daqueles que precisam.
O item 5.2 e 5.4 demonstram que os pisos táteis de alerta são um
conjunto de relevos de seção tronco-cônica e os pisos táteis direcionais são
relevos lineares de seção tronco-cônica além de exemplificar como devem ser
dimensionados os pisos táteis de alerta e direcional, conforme as figuras abaixo.

Imagem 7- Relevo e dimensionamento do piso tátil de alerta.

Fonte: NBR 9077, p. 05, 2018.


Imagem 8- Relevo e dimensionamento do piso tátil direcional.

Fonte: NBR 16537, p. 07, 2018.ad

3.4. USO, OCUPAÇÃO E PARCELAMENTO DO SOLO

De acordo com o mapa de Zoneamento da cidade de Porto Velho (RO),


o terreno escolhido para realização do projeto se caracteriza como uma zona de
uso residencial de média densidade (ZR2). Ao fazer uma análise no mapa X é
possível identificar que a predominância do uso residencial na zona escolhida.
Há também o uso comercial e geral nesta zona. Também foi verificado que
possui um unidade policial no entorno, o que gera segurança aos que ali residem.

Mapa 2: Uso e ocupação do terreno.

Residências

Comercio e usos gerais

Lanchonetes e Restaurantes

Clinicas e consultórios

Escritórios e empresas
Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

Fluxos e Acessos

Com uma análise no mapa do terreno é notável destacar os fluxos nas


Ruas e Avenidas de acesso ao local, para verificar aonde dever ser a entrada
principal da escola. Verifica-se o fluxo na Av. Guaporé, por se tratar de um
Corredor de Grandes Equipamentos (CGE) seu fluxo de trânsitos é intenso
durante todo o dia, principalmente em horários de pico. É importante avaliar
também o fluxo de carros de grande porte nesta via. Sua vias de acesso entre o
terreno que são as Ruas Raimundo Mercês e Raimundo da costa, são vias locais
de pequeno fluxo, o que permite fácil acesso ao terreno. Por se tratar de um
Avenida de grande fluxo e o projeto visar atender crianças com autismo, é
preciso incluir no projeto um antirruídos para não agitarem os alunos em sala e
recreação.
Nesse sentido fica subentendido que o terreno possui três acessos: Av.
Guaporé e as Ruas Raimundo Mercês e Raimundo da Costa. Porem seu acesso
principal será pela Rua Raimundo Mercês. A escolha é para que não gere um
transito mais intenso e lento na Av. Guaporé e seja apena uma via de acesso
para a entrada principal.

Mapa 3: Acesso e fluxos


Entrada Principal do terreno

Fonte: Produzida pelo autor, 2022. Terreno

3.4.1. Sistema viário

Ao observar o mapa X é possível identificar em uma análise do mapa de


500 m, como funciona a hierarquização das vias em torno do terreno. É notável
destacar a Av. Guaporé que se destaca pelo seu grande fluxo durante o dia,
principalmente em horários de pico. Aos fins de semana e feriados seu fluxo se
torna intermediário durante o dia. As vias arteriais próximas ao terreno, sendo
elas a Av. 7 de Setembro, Av. Amazonas, Av. Raimundo Cantuaria e Av. José
Vieira Caúla, possui controle por semáforos e possuem acessos as vias locais
ou secundarias, facilitando melhor o fluxo e transito entre as regiões.

Mapa 4: Sistema viário.


Av. José Vieira Caúla

Av. 7 de Setembro

Av. Amazonas
Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

Rua Raimundo Cantuária

Av. Amazonas

3.4.2. Corredores de comercio

Observando o mapa 4 é possível identificar as vias com os Corredores


de Comércio e Serviços Diversificados, sendo elas as Av. 7 de Setembro, Av.
Amazonas, Av. José Vieira Caula e Raimundo Cantuária. Esse tipo de corredor
se destaca pelo fluxo intenso de carros e caminhões durante o dia. A Avenida
Guaporé é um Corredor de Grandes Equipamentos (CGE), destina-se à
instalação de grandes equipamentos e serviços urbanos e tem como finalidade
a organização dessas atividades que geram grande volume de tráfego e
requerem condições viárias específicas.

Mapa 5: Corredores de Comércio em torno do terreno


Corredor de Comércio e Serviços
Diversificados

Fonte: Produzida pelo autor, 2022.


Corredor de Grandes Equipamentos

Terreno

3.5. REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS

3.5.1. Escola Esperimetro / Aut Aut Architettura

Segundo o Archdaily essa intervenção feita na escola Esperimetro, traz


tudo o que é diferente no ambiente escolar, trazendo a esse espaço um dinâmica
experimental diferente a seus alunos. O projeto busca instigar a criança a estar
dentro da sala e aprimorar seu desenvolvimento na aprendizagem. O ambiente
não se baseia apenas a aulas “normais” com apresentação, mas conta com um
palco e uma estrutura em volta de toda a sala que se torna, armários, assentos,
apresentação de dança e música, leitura, teatro, dentre outros. O objetivo é fazer
de um só ambiente um lugar para diferentes atividades para o ensino-
aprendizagem de cada criança.
A escolha desse projeto da Escola Esperimentro, é para trazer ao meu
projeto ambientes funcionais e divertidos para as crianças com TEA, pra que se
sintam confortáveis o suficiente dentro de sala.

Imagem 9: Sala de aula


Fonte: Site Archdaily, 2022.

Não é o objetivo do projeto apenas fazer salas com carteiras como de


escolas normais, mas trazer um espaço capaz de estimular a criança nessa fase
e melhorar sua capacidade de interação social. Com isso, pretendo me basear
nesse mobiliário na imagem 10 para fazer uma “conversa” do espaço com o
mobiliário.

Imagem 10: Mobiliário de multiuso

Fonte: Site Archdaily, 2022.


3.5.2. Creche e Escola Primária em Saint-Denis / Paul Le Quernec

Este conceito de projeto foi escolhido pela sua forma e como é feita sua
circulação. Seu interior é todo feito com formas circulares trazendo um visão
diferente ao espaço. Segundo Archdaily (2022) essa escola se baseia no nosso
cérebro humano e os lados direitos e esquerdo dele, em como são simétricos
mas não idênticos devido suas funções.

Imagem 11: Fachada da Creche e Escola

Fonte: Site Archdaily, 2022.

Archdaily explica que a escola priorizou a fácil locomoção no espaço.


Com isso foi criando a partir da sua entrada três acessos para os ambientes de
aprendizado. O espaço se preenche com esferas suspensas no teto, permitindo
um visual diferente a escola. A escola prioriza pela iluminação natural e uso da
madeira para conforto térmico ao ambiente.

Imagem 12: Interior da escola.


Fonte: Site Archdaily, 2022.

3.5.3. Escola Nía / Sulkin Askenazi

De acordo com o Archdaily o projeto foi planejado para liberar


conhecimento e aprendizagem da criança através de um ambiente interativo. A
Nia School visa trazer conhecimento através de brincadeiras e acesso ao verde
para os alunos.
Não limitar a criança ao ensino básico e conhecido atualmente, mas
buscar trazer uma nova proposta de ensino, para fazer com que eles se sintam
confortáveis e livres para conhecimento. O espaço possui um iluminação natural
para melhor conforto.

Imagem 13: Sala sensorial e de movimento


Fonte: Site Archdaily, 2022.

O mais importante desse projeto é como pensam e dão importância a


criança ser “livre”” para o aprendizado, através salas dinâmicas no ambiente. Um
ambiente de sala integrado com o verde que permite o deslocamento das
crianças entre interior e exterior. Uso de vidros para aproveitamento da
iluminação natural no ambiente, trazendo conforto para os usuários. O seu
exterior contem playgrounds de madeira para interação das crianças, além de
uma vegetação a sua volta, para melhor conforto térmico ao espaço.

Imagem 14: Espaço de convivência

Fonte: Site Archdaily, 2022.

Por fim, a escolha dessa escola é pelo ambiente de interações integrado


com o exterior (verde) e salas que liberem a vontade da criança no aprendizado
através do descobrimento, da exploração e movimentos.
Imagem 15: Sala de aula

Fonte: Site Archdaily, 2022.

3.6. ESTUDO DE CASO DO SÍTIO

3.6.1. Análise do terreno

O terreno escolhido para a elaboração do projeto está localizado entre


as Ruas Raimundo Mercês, Raimundo da Costa e AV. Guaporé, no bairro
Agenor de Carvalho. Trata- se um terreno com fácil localização. Sua medida é
de 68 metros por 70 metros. É rodeado por uma zona residencial e comercial, e
próximo também do Skate Park de Porto Velho. A princípio a escolha do terreno
nesta área é para atender a famílias carentes que necessitam da escola e
atendimento ofertado no espaço.

Mapa 6: Localização do terreno


Legenda:

Terreno

Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

3.6.2. Método SWOT (FOFA)

Este método é uma ferramenta que permite analisar quais são os pontos
de acordo com o lote e entorno que o favorece e o prejudica. Nesse sentido pode
avaliar os pontos que prejudicam o lote e seu entorno acerca de melhorar o
ambiente. E aqueles que o favorecem desempenhar um papel importante para
o entorno, como por exemplo o policiamento que o terreno tem próximo, trazendo
segurança para aqueles que moram próximo.

Imagem 16: Método Fofa


Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

3.6.3. Estudo do entorno

3.6.3.1. Relatório fotográfico

Neste estudo podemos avaliar as características do terreno e suas vias.


Com isso é possível identificar nas fotografias 1 e 2 como o terreno está
atualmente. Nele possui bastante vegetação, suas ruas e avenida são todas
pavimentadas e não possui calçada em volta dele o que dificulta a locomoção
dos pedestres.
As fotos tiradas no horário de fim de tarde, as 16:40 foi possível
perceber um fluxo intermediário na Av. Guaporé e pouco notável um transito na
Rua Raimundo Mercês e Raimundo da Costa.

Fotografia 1 Fotografia 2
Fotografia 1- Vista da Rua Raimundo Fotografia 2- Vista da Av. Guaporé
Mercês

Fonte: Produzida pelo autor, 2022. Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

Fotografia 3

Fotografia 3- Vista da Rua Raimundo


da Costa

Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

Foi observado que a Av. Guaporé e a Rua Raimundo da Costa recebem


iluminação pública, enquanto a Rua Raimundo Mercês não tem, o que pode
tornar a rua mais perigosa por se tratar de fachada principal do projeto.
Fotografia 4- Vista da Rua Raimundo
Mercês Fotografia 5- Vista da Av. Guaporé

Fonte: Produzida pelo autor, 2022. Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

Fotografia 6- Vista da Rua Raimundo


da Costa

Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

3.6.4. Estudo topográfico


A topografia é para melhor entendimento do terreno, verificação de
curvas de nível e se será necessário uma intervenção no terreno para execução
do projeto.
Observando o mapa 6 fica notável identificar as curvas que o terreno
possui, variando entre 87.4 a 87.6, o que significa que o terreno possui pouco
desnível, não sendo necessário intervenção no lote.

Mapa 7: Mapa de topografia

Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

3.6.5. Estudo bioclimático


O estudo bioclimático será observado como as fachadas receberão a
incidência solar ao longo do dia. Dessa forma dependendo de como o sol se
comporta no dia, deve-se se buscar meios para proteger as fachadas visando
trazer conforto e bem-estar ao projeto.
Ao observar o mapa 7 identifica-se que durante toda a parte do dia a
fachada principal na Rua Raimundo Mercês irá receber maior incidência solar.
Vale ressaltar que os ventos tem predominância na fachada principal da Rua
Raimundo Mercês e lateral na Av. Guaporé. Já que durante a maior parte do dia
a fachada principal do projeto irá receber o sol, será feito o uso de brises verticais
e vegetação para maior conforto no projeto. A fachada lateral que ira receber os
ventos contará com aberturas para maior aproveitamento da ventilação natural.

Mapa 8: Análise bioclimática do terreno.


Fonte: Produzida pelo autor, 2022

3.7. PROGRAMA DE NECESSIDADES


O programa de necessidades da escola irá se subdividir em quatro
setores importantes para melhor entendimento e realização do projeto. O
primeiro a ser citado será o setor que fica responsável pela parte burocrática da
instituição. Esse setor é de suma importância para o local pois nele irá
administrar e coordenar a escola, além de tirar dúvidas dos que passarão por ela
e recepcionar pais e alunos.

Tabela 1: Programa de necessidades setor administrativo.


Setor Administrativo Área
Secretaria 18m²
Diretoria 15m²
Apoio acadêmico 16,5m²
Coordenação 12,5m²
Recepção/ Atendimento ao publico 8,2m²
Segurança 10,5m²
Fonte: Produzida pelo autor, 2022

No setor a seguir, será a parte pedagógica do ensino. Aqui ficarão


destinadas as salas de diferentes módulos para os alunos. Além de contar com
sala para acompanhamento médico das crianças, como fisioterapia,
fonoaudiologia, dentre outros. Esse setor é a área aonde a criança será capaz
de se desenvolver e criar interação com outras crianças e professores, o que
gera grande autonomia e crescimento com diferentes atividades.

Tabela 2: 2: Programa de necessidades setor social.


Quadro

Setor Social Área


Sala de terapia ocupacional 10m²
Sala de fonoaudiologia 10m²
Sala de psicologia 15m²
Sala de recursos 15m²
Biblioteca e brinquedoteca 25m²
Sala de aula 15m²
Sala sensorial 15m²
Sala de movimentos 20m²
Sala de convivência 25m²
Sala dos professores 30m²
Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

O setor de lazer fica responsável pela parte de interação livre das


crianças ou atividades complementares para desenvolvimento, como jardinagem
e piscina.

Tabela 3: Programa de necessidades setor de lazer.

Lazer Área
Refeitório 35m²
Jardinagem 20m²
Área de convivência 30m²
Piscina 17m²

Fonte: Produzida pelo autor, 2022.


A parte de serviços fica destinada a área de funcionários e sanitários.
Funciona para salas que serão destinadas a armazenar produtos para uso de
limpeza e manutenção da escola.

Tabela 4: Programa de necessidades setor de serviços

Setor de Serviços Área


Sanitários feminino 18,5m²
Sanitários masculino 18,5m²
Almoxarifado 13,5m²
Copa 13,5m²
DML 10 m²

Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

Para finalizar o programa de necessidades é feito um fluxograma para


avaliar a circulação e organização dos setores. O fluxograma proposto tem o
intuito de gerar movimentação e circulação da criança entre os ambientes sociais
para desenvolvimento além de contar com integração com o externo, a
vegetação. Ademais, as outras áreas são restritas a funcionários e pais para
orientação.

Imagem 17: Fluxograma do projeto.


Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

3.8. ORGANIZAÇÃO ESPACIAL


Sua organização espacial irá funcionar de acordo com seu programa de
necessidades e fluxograma. Afim de garantir um espaço harmônico e que flua
da melhor maneira.

3.8.1. Estudo volumétrico


O estudo volumétrico é para visualização de como o volume do projeto
se comporta sobre o lote. A volumetria proposta seguirá com dois blocos sendo
um de apenas 1 pavimento e o segundo de dois pavimentos. Sua entrada
contara com um pergolado de aço que ajudarão na proteção contra o sol, além
de fazer o uso da cor para se destacar. Diante disso não é a realização final do
volume do projeto, mas um esboço simples para ter a concepção dele diante do
terreno.
Imagem 18: Volumetria.

Fonte: Produzida pelo autor, 2022.

Seu primeiro bloco sendo a entrada principal ficará responsável por ter
a recepção e os setores administrativos da escola. O segundo bloco será
responsável pelas salas de aula, sensoriais, sala de leitura, dentre outros, além
de ter a interação dessas sala para o externo e as vegetações.

3.9. CONCEITO
Para conseguir alcançar os objetivos acerca do bem estar das crianças,
o projeto da escola conta com o estudo e aplicação da neuroarquitetura. Sabe-
se que ela tem o intuito de estimular o usuário de forma positiva através do
espaço, mobiliário, cores, texturas, dentre outros. O objetivo é trazer ambientes
capazes de causar essas sensações as crianças.
O projeto visa no conforto e bem estar das crianças com autismo,
trazendo ambientes que causem impactos positivos resultando em um melhor
desempenho, produtividade, garantindo que tenham desenvolvimento em sua
autonomia e melhor interação social. Trazendo o uso do verde para o
aprendizado e socialização, além é claro de gerar conforto ambiental ao espaço.

3.10. PARTIDO
O partido visa trazer a aplicação da neuroarquitetura ao projeto proposto,
para transmitir bem estar ao usuário. Sua fachada contará com uso de brises
verticais e horizontais para proteger o interior contra o sol. Empregando o uso de
janelas de vidro para iluminação ao ambiente e materiais de elementos naturais
como exemplo, a madeira para concepção dos moveis e fachada da escola.
Uso de mesas compartilhadas nas salas será incluído na escola, para
interação das crianças e desenvolvimento social. Fazer o uso da ventilação
cruzada para trazer ventilação natural e conforto térmico ao ambiente.
Fazer o uso de cores em tons pasteis no seu interior e trazer vegetação
ao espaço proporcionando um ambiente agradável. O concreto armado é um
método que permite mobilidade e será incluído para as paredes externas do
projeto.

4. CONCLUSÃO
O presente trabalho por meio dos estudos aplicados foram capazes de
trazer informações importantes para a realização do projeto de uma escola
especializada com a aplicação da neuroarquitetura. Trazer a importância dos
ambientes e como pode nos afetar e nos estimular. Além de abordar sobre a
importância de se ter uma escola para autistas no município.
O estudo trouxe problemáticas a serem discutidas e pesquisadas no
âmbito escolar e arquitetônico. Se baseou em referencias para elaboração do
projeto como propostas a serem seguidas. Além disso a criação da escola se
baseia em uma área de media densidade para acolher a famílias carentes que
não tem suporte no município.
Com isso, é possível concluir que o referente trabalho alcançou os
objetivos ofertados afim de trazer melhor entendimento acerca do assunto.
Trouxe uma melhor compreensão sobre o assunto TEA e seus comportamentos,
inclusão de crianças com autismo na rede de ensino regular, e como o ambiente
pode melhorar de certa forma em seu desenvolvimento e bem estar, abordar
suas dificuldades e melhorias a serem alcançadas para a realização de uma
escola especializada. De forma teórica trouxe problemas a serem melhorados e
visados na conclusão do TCC II, com ambientes especiais e de bem estar.

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