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A INCLUSÃO DE UMA ALUNA COM PARALISIA

CEREBRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL: UM ESTUDO DE


CASO

Maria José Baltar de Azambuja1


Taise Gomes dos Santos Cá2

RESUMO: Incluir é garantir o acesso, a permanência e a participação de todos nas várias


esferas da vida escolar, coibindo a segregação, o isolamento e a exclusão. Assim, este estudo
tem por objetivo refletir sobre o processo de inclusão de uma aluna com Paralisia Cerebral,
em uma Escola Regular do Município de Porto Alegre. O problema tem por foco relatar como
ocorre a inclusão de alunos com paralisia cerebral na escola regular e em como o
Atendimento Educacional Especializado (AEE), pode contribuir nesse processo. O AEE, foi
criado para atender o público-alvo da educação especial, se constituindo como um serviço de
apoio a sala de aula comum, contribuindo com o aprendizado e a inclusão das crianças com
deficiências no ambiente escolar. A investigação teve como foco, o Estudo de Caso de uma
aluna com Paralisia Cerebral, atendida no AEE, da escola e se trata de uma pesquisa
descritiva com abordagem qualitativa. As intervenções realizadas pelo AEE, ocorreram a
partir do conhecimento da realidade familiar, educacional, cultural e social da aluna. Os
resultados do trabalho com a aluna e seu desenvolvimento cognitivo, social e intelectual,
demonstraram a importância do AEE no processo de inclusão de alunos com Paralisia
Cerebral, no ensino regular.

Palavras-chave: Atendimento Educacional Especializado; Paralisia Cerebral; Educação


Inclusiva.

1.INTRODUÇÃO

Autores como Mantoan, Mazzotta, Carvalho, Glat & Nogueira, Pereira e Sassaki, de
acordo com Carvalho (2010, p. 18), discutem a temática da inclusão com a convicção de que:
“[...] indivíduos com deficiência devem estar inseridos num contexto escolar acreditando que
1
Universidade Federal de Pelotas - UFPEL. E-mail mj.azambuja@bol.com.br
2
Universidade Federal de Pelotas – UFPEL. E-mail taisegomes25@gmail.com
as diferenças fortalecem o grupo e oferece a todos os envolvidos maiores oportunidades de
aprendizagem”.

Estar incluído é ter o direito de aprender junto, é conviver e interagir com o outro, é
muito mais do que transferir crianças da escola especial para a escola regular. A Declaração
de Salamanca preconiza que a inclusão engloba também, todos aqueles que por quaisquer
motivos estão sendo deixados de fora das instituições regulares de ensino.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, a Conferência Mundial de


Educação para Todos de 1990, a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência de 1999, são importantes
documentos que deram subsídios às políticas de inclusão. (CUNHA, 2009).

No Brasil, a educação inclusiva está edificada a partir de quatro dos principais


documentos nacionais que tratam do assunto: Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988),
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n.º 9.394 de 1996 (BRASIL, 1996),
Resolução do Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Básica n.º 2 de 2001
(BRASIL, 2001) e Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva de 2008 (BRASIL, 2008), que aponta a importância do AEE para a permanência
com qualidade de aprendizado do aluno com deficiência na sala comum.

Tal documento organiza o sistema de ensino para os alunos com deficiências, cabendo
às escolas organizar e assegurar de acordo com a Política Nacional de Educação Especial,
serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a
família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado
((MEC/SEESP, 2001).

O atendimento educacional especializado-AEE tem como função identificar,


elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades
específicas. O AEE é realizado, prioritariamente, na Sala de Recursos
Multifuncionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno
inverso da escolarização [...]. (BRASIL, 2008, P. 2).

Ao longo dos anos as matrículas de alunos com deficiências nas salas comuns foram
aumentando gradativamente, sendo necessário um olhar diferenciado da escola no processo de
escolarização desses educandos. Entre estes estão os com deficiência física que possuem
diagnóstico clínico de Paralisia Cerebral. (SANCHEZ; ALMEIDA; GONÇALVES, 2017). A
Paralisia Cerebral decorre de uma lesão não progressiva no encéfalo imaturo ocasionada
antes, durante ou após o nascimento de uma criança. Esta lesão pode ocasionar alterações
motoras, sensoriais, cognitivas, entre outras, dependendo da extensão da lesão e da área
encefálica atingida. (CARVALHO, 2010).

De acordo com Klebanoff (2009, p. 47), “a PC é uma das formas de deficiência motora
mais frequente entre a população em idade escolar. No Brasil, estima-se que ocorra de 1,3 a
2,9 casos para cada mil nascimentos”. Dependendo do grau de incapacidade do aluno, ele
pode precisar de auxílio e ou de equipamentos adaptados na vida diária e na vida escolar

Em termos de desenvolvimento pessoal, social e de saúde, alguns alunos podem precisar


de ajuda com tarefas como vestir-se, usar o banheiro e comer, enquanto outros precisarão de
ajuda limitada apenas em algumas atividades. Em termos de desenvolvimento
comportamental, emocional e social, os alunos com paralisia cerebral podem se sentir
frustrados e ter baixa autoestima devido à condição. (FARRELL, 2008, p. 82).

Sendo assim este estudo tem como objetivo, relatar o processo de inclusão, de uma
aluna com PC incluída no ensino fundamental de uma escola de Porto Alegre, procurando
descrever como o AEE auxiliou em seu desenvolvimento cognitivo, psicomotor e
socioemocional. No AEE foram disponibilizados a aluna, recursos de comunicação alternativa
e aumentativa para ampliar seu processo de comunicação e escrita, proporcionando a X uma
maior independência e autonomia e consequente construção de conhecimentos.

Além da capacidade de adaptar conteúdos para desenvolver a cognição, é também papel


do professor do AEE transmitir de forma consciente ou não, valores, normas, maneiras de
pensar e padrões de comportamento para viver em sociedade, pois, não se pode transmitir
todos esses aspectos descartando o aspecto afetivo e a interação professor-aluno (CUNHA,
2009).

O profissional do AEE, ao atender uma pessoa com PC, deve considerar que tem diante
de si, um aluno a quem deve estimular ao máximo suas potencialidades de desenvolvimento.
Assim, diante dos anos de prática profissional e de contribuição na inclusão e na
aprendizagem de alunos da educação especial, em especial no atendimento educacional
especializado (AEE), de alunos com Paralisia Cerebral, tanto em escola de educação especial
quanto na sala de recursos do ensino regular é que a pesquisa se justifica.

Foi realizado um Estudo de Caso, a fim de ter subsídios teóricos, para conhecer a aluna
no que se refere ao seu desenvolvimento, seu histórico, seu contexto social e familiar, como
se comporta no ambiente escolar, como se relaciona com os colegas e professores, quais os
atendimentos clínicos e pareceres educacionais realizados, bem como as trocas entre os
diferentes profissionais envolvidos no atendimento da aluna X.

Foram apresentados os resultados obtidos com X em seu processo de inclusão,


socialização e aprendizagem e as estratégias utilizadas pelo AEE, que buscaram valorizar o
potencial e as habilidades específicas da aluna. Por fim, destaca-se o trabalho colaborativo
que deve ocorrer entre a família e os profissionais da escola que participam da educação de X,
para que se efetive seu processo de inclusão.

2.METODOLOGIA

O método utilizado para a realização desta pesquisa teve como foco principal o Estudo
de Caso da aluna X, com diagnóstico clínico de Paralisia Cerebral, atendida na sala de
recursos de uma escola da rede municipal de Porto Alegre e se trata de uma pesquisa
descritiva com abordagem qualitativa.

A pesquisa descritiva, em suas diversas formas, trabalha sobre dados ou fatos colhidos
da própria realidade. A coleta de dados aparece como uma das tarefas características da
pesquisa descritiva. A coleta e o registro de dados, porém, não constituem por si só, uma
pesquisa, mas sim técnicas específicas para a consecução dos objetos da pesquisa. (CERVO;
BERVIAN; DA SILVA, 2007).

A abordagem qualitativa exige um estudo amplo do objeto de pesquisa, considerando o


contexto em que ele está inserido e as características da sociedade a que pertence. O Estudo
de Caso é um tipo de pesquisa qualitativa, pois busca analisar uma situação de maneira
aprofundada e completa. (GIL, 2012, p.58).

O Estudo de Caso expõe uma situação-problema que permite iniciar soluções, salientar
práticas efetivas e identificar o cenário de aprendizagem que retrata a vida real, na qual
decisões são tomadas e conclusões efetivadas com base em evidências pesquisadas.
(GRAHAM, 2010, p.25).

Os dados foram coletados ao longo do ano através de entrevistas com os pais de X,


observação e registros da aluna na sala de aula comum, na sala de AEE e no espaço escolar,
relatório da professora da escola anterior e relatório dos profissionais da rede de apoio à saúde
da aluna. Como a pesquisadora foi a tutora da aluna do Estudo de Caso, no AEE, teve a
oportunidade de vivenciar seu cotidiano e seu processo de inclusão na escola.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A aluna X, tem 12 anos e frequenta uma turma de 3º ano de uma escola regular de
Ensino Fundamental da rede municipal de Porto Alegre. Antes de ingressar na escola atual, X,
frequentou uma escola regular da rede estadual de Porto Alegre, onde foi matriculada pela
primeira vez aos 10 anos, antes deste período, a aluna ficava em casa porque os pais tinham
receio de a colocar na escola.

Segundo laudo médico, a aluna apresenta Paralisia Cerebral, diagnosticada na


Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) G80.1:
Paralisia Cerebral diplégica espástica. As dificuldades motoras são percebidas na marcha, a
aluna utiliza andador para a locomoção e órtese para calçado.

Durante esta pesquisa, a aluna frequentava a turma de 3º ano do Ensino Fundamental no


turno da manhã, sendo acompanhada por uma estagiária de inclusão, foi encaminhada ao
AEE, para atendimento no turno da tarde, pela professora da sala de aula comum.

O AEE, conforme Garcez (2021), ocorre em períodos específicos por semana, no


contraturno. Em outros momentos, o profissional deve realizar um diálogo constante com
professores, estudantes e familiares. A aluna também recebe atendimento no contraturno das
aulas, de Terapeuta Ocupacional, Fonoaudiólogo e Fisioterapeuta.

Conforme relato da professora da sala comum, a aluna verbaliza alguns monossílabos,


apresentando muita dificuldade na articulação das palavras, X se comunica por meio de
gestos, sons, gritos e expressão corporal. Possui compreensão do que é falado e do que lhe é
solicitado.

Os professores e monitores que atendem a aluna relatam que ela não se encontra
alfabetizada, sendo esta a grande preocupação da professora e dos familiares. Quanto ao
comportamento de X, constatou-se bom envolvimento com a aprendizagem e boa interação
com colegas e demais profissionais da comunidade escolar.

Após realizar uma nova anamnese com a família, buscar informações com a escola
anterior e ler o registro de observação realizado pelos professores e monitores que atendem a
aluna, iniciou-se o processo de avaliação no AEE. Foram utilizados instrumentos avaliativos e
uma observação minuciosa da aluna que constataram memória de longo prazo, dificuldade na
comunicação verbal, boa percepção visual, auditiva, tátil e compreensão de tudo que lhe é
solicitado.

Embora os membros mais afetados da aluna, pela PC, sejam os inferiores, demonstra
algumas dificuldades motoras nos membros superiores. Durante a pesquisa foi elaborado um
Plano de Atendimento Educacional Especializado, para atender as necessidades educacionais
de X, respeitando suas limitações e estimulando suas potencialidades.

O Plano de Atendimento Educacional Especializado é o planejamento das


intervenções pedagógicas a serem desenvolvidas no turno contrário ao da
escolarização do aluno. A elaboração deste plano deve envolver o professor do
apoio, professores das disciplinas, equipe pedagógica, profissionais externos à
escola que acompanham o desenvolvimento do aluno, além dos familiares. É um
documento importante para que a escola e a família acompanhem a trajetória
percorrida pelo aluno. (KASSAR, 2011).

A aluna foi acompanhada pela profissional do AEE, duas vezes por semana durante 1
hora, no turno inverso das aulas, por um período de 6 meses. Foram contempladas no Plano
de AEE, a Área cognitiva: memória, atenção, linguagem, percepção, imaginação, pensamento,
raciocínio lógico, criatividade, resolução de problemas. Área socioemocional:
autoconhecimento, emoções, autoconfiança, motivação, organização, empatia, autonomia,
interação e a Área Psicomotora: esquema corporal, coordenação motora global, coordenação
motora fina, coordenação viso motora, organização temporal, organização espacial,
lateralidade.

O motor, o cognitivo e o afetivo andam lado a lado com a aprendizagem. Ao


explorar um ambiente onde há objetos, indivíduos e diferentes formas de ver o
mundo, o corpo explora com o auxílio da inteligência várias interpretações. A
inteligência, o corpo e a emoção necessitam de relação recíproca para haver
evolução, pois oferecem à criança elementos básicos e essenciais para sua formação
significativa (BESSA; MACIEL, 2016, P. 59).

No Plano de AEE, constam os objetivos a serem atingidos com a aluna, as atividades,


estratégias, recursos, metodologias adaptadas e as parcerias necessárias para o seu
desenvolvimento. Para aprimorar o atendimento de X foram realizadas parcerias com o setor
de supervisão escolar, orientação escolar, direção da escola, professora da sala de aula
comum, monitoria, família, profissionais de saúde e demais profissionais que atuam junto à
aluna na escola.

Receberam orientação da profissional do AEE para que pudessem contribuir com a


aprendizagem e a inclusão de fato da aluna, os Professores de educação física, artes,
professora da sala de aula comum, professora de tecnologias da linguagem (biblioteca),
monitores e familiares.

De acordo com Bedaque (2014, p. 161), “para a efetivação da educação de crianças e


adolescentes com deficiência, é necessário um trabalho conjunto de professor de AEE, escola,
professor da sala de aula comum, família e monitores, possibilitando assim, meios acessíveis
e eficazes de educação”.

Foi planejada uma adaptação curricular para a aluna, após a avaliação e análise pelo
AEE do contexto familiar e escolar de X, para identificar os elementos adaptativos
necessários à promoção de sua aprendizagem.

As adaptações curriculares foram pensadas em conjunto com a professora da sala de


aula comum com base no currículo do ano ciclo que X frequenta. Foi realizada adaptação de
pequeno porte, individual, para a aluna, sendo priorizados nas adaptações, os objetivos e os
conteúdos de alfabetização com base no nível de aprendizagem em que ela se encontra, dando
enfoque aos conteúdos essenciais do ano ciclo.

As adaptações de pequeno porte são transformações que cabem ao professor


realizar, com modificações para facilitar o acesso ao currículo, proporcionando
adaptações nos objetivos de ensino, no conteúdo ensinado, no método aplicado, na
temporalidade, na avaliação e nos materiais didáticos utilizados. (CARVALHO,
2010, p.87).

Foram adaptados os conteúdos e objetivos que enfatizam a capacidade e habilidades


básicas de atenção, participação e socialização da aluna. A metodologia, as atividades e o
acesso ao currículo também sofreram adaptações. Blanco (2004, p. 293) afirma que:
“responder à diversidade significa romper com o esquema tradicional em que todas as
crianças fazem a mesma coisa, na mesma hora, da mesma forma e com os mesmos materiais”.

Ocorreram também adaptações dos materiais de uso comum na sala de aula para a
aluna, adotados materiais de comunicação alternativa para a interação com as pessoas com as
quais convive e para a aquisição da aprendizagem, as atividades tiveram seus níveis de
abstração alterados, assim como o nível de complexidade.

Durante os seis meses de atendimento, os resultados obtidos por meio do AEE,


contribuíram para a inclusão de X na escola, para o desenvolvimento de suas habilidades e
potencialidades, para a melhora da autoestima, da socialização, da interação com colegas,
professores e demais membros da comunidade escolar.
Os envolvidos no processo de aprendizagem e inclusão de X, relataram avanços e
progressos na área motora, na fala, na comunicação, na autonomia para atividades de higiene
e alimentação e na locomoção da aluna.

Os resultados apontam ainda, que com os encaminhamentos realizados pelo AEE,


houve progressos no processo de alfabetização da aluna e que o contato diário com os demais
alunos da sala de aula comum, propiciou que X obtivesse progressos significativos nas áreas
cognitivas, socioemocionais e psicomotoras.

A articulação pedagógica entre os professores, que atuam no AEE e os professores das


classes do ensino regular, para promover as condições de participação e aprendizagem dos
alunos, é de extrema importância para o êxito da educação inclusiva. (BRASIL, 2011).

No entanto, o maior desafio foi conseguir planejar e articular parcerias entre AEE e
demais profissionais da escola que atendem X. Segundo Santos e Santiago (2015, p. 6) “para
atender os objetivos e funções traçados pelo AEE, os professores e a escola como um todo
precisam se organizar e planejar de forma coletiva”.

Os resultados do trabalho desenvolvido com a aluna X e seu consequente


desenvolvimento cognitivo, social e intelectual, demonstraram a importância do AEE no
processo de escolarização e inclusão de alunos com Paralisia Cerebral, no ensino regular.

O Atendimento Educacional Especializado é uma ferramenta imprescindível para o


êxito do processo de inclusão. Ele existe para que os alunos possam aprender o que é diferente
dos conteúdos curriculares do ensino comum, e que é necessário para que possam ultrapassar
as barreiras impostas pela deficiência. (OLIVEIRA, 2018, p. 3).

A participação da família foi muito importante para que a inclusão da aluna se


efetivasse. Os pais de X se fizeram presentes sempre que solicitados pela escola e
participando das atividades propostas para a aluna no ambiente familiar. Cury destaca a
importância do trabalho a ser realizado pela escola de forma conjunta com as famílias, quando
afirma: “Pais e professores são parceiros na fantástica empreitada da educação” (2003, p.54).

4. CONCLUSÃO

Em uma escola inclusiva o aluno é o foco central de toda ação educacional; garantir sua
caminhada no processo de aprendizagem e de construção de habilidades e competências
necessárias para o exercício da cidadania, é objetivo principal da ação educacional. Neste
contexto ressaltamos o Atendimento Educacional Especializado como um serviço
imprescindível na escola para o êxito do processo de inclusão, uma vez que o AEE existe para
que eles possam aprender muito mais do que conteúdos curriculares e para que possam
ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência.

A pesquisa demonstra que para o processo de inclusão de X, para o sucesso de sua


aprendizagem e para que ela tivesse seus direitos respeitados, foi de grande importância a
parceria estabelecida entre a profissional do AEE, a família e a professora da sala de aula
comum, sendo imprescindível a continuidade dessa interação para que, não só a aluna em
questão seja incluída na escola, mas todos os que apresentem quaisquer necessidades
educativas especiais.

Compreender a definição, as causas e consequências da Paralisia Cerebral, bem como as


Leis que amparam a Educação Especial e Inclusiva, ajudou a identificar as limitações que
essas crianças apresentam e promover como profissional do AEE, da escola em questão,
condições de acessibilidade e recursos materiais para efetivar a aprendizagem de conteúdos
escolares e demais atividades do contexto escolar da aluna.

Por fim, a elaboração do Plano de Atendimento Individualizado realizado pelo AEE


para a aluna, comprovou ser essencial para que X pudesse desenvolver seus aspectos
intelectuais, cognitivos e sociais, uma vez que neste plano estavam contemplados aspectos
tais como; os objetivos, as metas e as estratégias que seriam utilizadas para que o
desenvolvimento da aluna fosse garantido e seu sucesso no processo ensino aprendizagem
contemplado.

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