Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LEITOR
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho se propôs a investigar dentro da escola e através dos estudos de alguns
autores, as possíveis razões para a formação de leitores que não cultivam o hábito de ler.
A sociedade atual exige um sujeito ativo que saiba usar a sua competência de leitor, não
apenas de textos impressos, mas que saiba utilizar a linguagem com precisão e adequá-la em seu
discurso em diferentes situações comunicativas.
Sendo assim, o professor será sem dúvida, o grande responsável pela busca de estratégias de
leitura que melhor atendam aos alunos, e a sua ação alicerçará o processo de formação de leitores.
2
Segundo Kleiman (2001, p. 13) “o processo de ler é complexo [...] trazer à mente uma
informação necessária, aplicar alguns conhecimentos a uma situação nova, o engajamento de muitos
fatores [...] é essencial se queremos fazer sentido do texto”.
A leitura assim como a escrita está dentro de um processo mais amplo que é a linguagem.
Para Pereira (2004, p. 160) “qualquer humano que não tenha suas faculdades danificadas é
capaz de aprender a falar simplesmente pelo fato de estar em interação com outros seres humanos e
sem necessidade de um treinamento específico”.
Portanto, nessas ocasiões a criança está sujeita a situações de leitura e escrita, iniciando seu
contato com o sistema linguístico de seus pares.
3 HÁBITO DE LEITURA
Os estudos sobre o desenvolvimento dos hábitos estão intimamente ligados aos estudos
sobre motivação.
Evans (1996, p. 74) concebe que “o hábito de leitura se acumula lentamente, de um modo
gradual, em resultado do reforço”.
Já Bamberger (1997, p. 70) ressalta que “os hábitos são mais bem incorporados se têm como
base modelos de comportamento tirados do meio, ideais apresentados pelos pais, professores e,
sobretudo pelo grupo que o jovem frequenta”.
4 MOTIVAÇÃO E APRENDIZAGEM
A motivação é o que impulsiona um comportamento, não é algo que possa ser observado,
inferimos a existência de motivação observando comportamentos.
De acordo com Evans (1996, p. 60) “a motivação pode ser vista sob dois pontos de vista: o
biológico e o de interação organismo meio. Dentro da perspectiva biológica estão os fatores que
estabelecem limites ao nosso comportamento”.
Freire (1996, p. 13) “recomenda aos professores que respeitem os saberes dos educandos,
principalmente das classes populares, relacionando esses saberes ao conteúdo ensinado”.
No que diz respeito à leitura as mesmas recomendações acima podem ser feitas, os aspectos
que interferem na motivação para aprender também podem fazê-lo no caso da leitura.
5 MOTIVAÇÃO E LEITURA
Muitos e diferentes são os fatores que motivam à leitura, a idade da pessoa é um deles.
Além dos fatores citados, existem outros, externos ao estudante que também influenciam em
seu interesse pela leitura.
Tipo e comprimento da linha - quanto mais iniciante o leitor - maior será a necessidade de
material de leitura com letras grandes, linhas curtas com uma única unidade de pensamento,
ilustrações, oportunidade para ler, disponibilidade de livros, tempo para leitura
(BAMBERGER, 1997, P. 52).
Considerando que é na escola onde os indivíduos aprendem a ler e onde exercitam esse
aprendizado, o estudo das práticas pedagógicas e da participação da escola nesse processo é
essencial.
Para ampliar o método de ensino, o professor deve diversificar os modos de ler, ou seja,
deve proporcionar a leitura de uma diversidade de gêneros textuais, diversificar o autor e a
época a fim de que os educandos possam estabelecer vínculos cada vez mais estreitos com
os textos. Esse método possibilita aos alunos passarem do estágio de uma leitura mais
ingênua que trate o texto como mera transposição de mundo natural para a leitura mais
cultural e estética, que reconheça o caráter ficcional e a natureza cultural da leitura.
Para realizar uma prática de ensino de leitura produtiva o professor deve assumir o papel de
mediador do processo de aprendizagem de leituras diversas, propondo atividades que levem o aluno
a pensar, a agir, a apropriar-se de sentidos a partir de contextos linguísticos, históricos e situacionais
e que remeta a capacidade de ampliação de seu conhecimento de mundo.
5
A verdadeira leitura vai além do texto escrito, a leitura começa antes mesmo de o leitor ter
contato com o texto, começa partindo do diálogo do leitor com o objeto lido, seja escrito, sonoro,
gestual, a partir de uma imagem ou acontecimento.
Para Solé (2008, p.55) “a função do professor não consiste em ensinar o sujeito a ler, mas em
criar condições para que esse sujeito realize sua própria aprendizagem, conforme seus interesses,
necessidades, fantasias e exigências que a realidade lhe apresenta”.
Acredita-se que para a escola assumir a tarefa de formar leitores, impõe-se a ela a
responsabilidade de ir além da decodificação de palavras expressas em um texto, sua real função é a
de induzir e estimular o educando a saber criticar e fazer inferências durante o processo de
construção de sentido que dão vida ao texto lido.
Assim, para que o gosto e o compromisso com a leitura aconteçam, a escola precisa
mobilizar seus alunos internamente, pois aprender a ler requer esforço e, para isso deve fazê-los
compreender que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que conquistado plenamente, dará
autonomia e independência.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nesse estudo, conclui-se que a principal função da escola é desenvolver no
educando a capacidade de aprender a aprender, e uma das principais ferramentas para que isso
aconteça é o domínio da linguagem, que é adquirido através da leitura e da escrita com repercussão
em todas as áreas do conhecimento.
Portanto, a escola deve estruturar seu Projeto Político Pedagógico com vistas à formação do
leitor, incluindo a estruturação de um sistema de trocas contínuo, sustentado por uma biblioteca
com bom acervo e, por outros ambientes de leitura e circulação de livros.
Para haver uma prática concreta, o professor deve ser um leitor efetivo e ter claro que
somente aquele que lê e ama os livros é capaz de formar outros leitores.
6
8 REFERÊNCIAS
BAMBERGER, R. Como incentivar o hábito de leitura. 3 ed. São Paulo: Ática, 1997.
EVANS, P. Motivação. Trad. Álvaro Cabral. Rio de janeiro: Zahar Editores, 1996. CARUSO,
Carla. Almanaque dos Sentidos. Porto Alegre: Moderna, 2013.
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 36ª Ed. São Paulo:
Cortez, 1996.