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SUMÁRIO
- Informações Técnicas:
2.1. Configuração das mãos: são formas das mãos que podem ser da
datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante
(mão direita para os destros, ou esquerda para os canhotos), ou pelas duas
mãos. Os sinais DESCULPAR, EVITAR e IDADE, por exemplo, possuem a
mesma configuração de mão (com a letra y). A diferença é que cada uma é
produzida em um ponto diferente no corpo.
3. Convenções da LIBRAS.
LIBRAS - História: segundo Pantaleão (2010, s/p) Perlin (2002), aponta que
na história, os mestres de surdos se sobressaem sempre. Isso acontece porque
muitos de seus métodos foram registrados e citados como exemplos para a
educação de surdos até tempos recentes, e alguns desses métodos perduram até
hoje. A história da educação de surdos passou por mudanças profundas com o início
do uso da língua de sinais no processo de ensino. O abade L‟Epée (1712-1789) foi
um dos grandes responsáveis por essas mudanças, mesmo que só tivesse
conhecido a língua de sinais quando tinha em torno de 60 anos. O abade reuniu os
surdos pobres dos arredores de Paris e criou a primeira escola pública para surdos,
provavelmente influenciada pelos ideais da Revolução Francesa. Foi nesse espaço
educativo que se iniciou o uso da língua de sinais. O resultado positivo da
metodologia utilizada pelo abade francês chamou a atenção dos educadores da
época, tendo como resultado a fundação de inúmeras escolas de surdos tanto na
Europa como nos Estados Unidos. A partir dessa escola também despontaram
profissionais surdos e ouvintes que se espalharam pelo mundo, além de ocorrer a
migração de educadores de surdos para a França em busca desse método,
destacando-se dentre eles Gallaudet.
Para Goldfeld (1997), os surdos eram tratados com piedade e vistos como
pessoas castigadas pelos deuses, sendo abandonados pelos deuses, sendo
abandonados ou sacrificados. A surdez e consequentemente a mudez eram
Com o passar dos anos, segundo Pantaleão (2010, s/p) aos poucos a
educação dos surdos deixou de ser vista como ato de caridade, onde a interferência
da medicina muito colaborou, mas que emergia a necessidade de sistematização e
formalização dessa educação, inferindo aqui a necessidade do aluno dominar na
sua totalidade se possível os conteúdos mínimos exigidos pela educação formal, e o
aluno surdo não fugia a regra, concluía ciclo de estudo sem o domínio dos
conteúdos. Para Lacerda (1998), as práticas pedagógicas utilizadas com os alunos
surdos apresentam muitas limitações. A maioria deles chega ao final da
escolarização básica sem ter-se apropriado da leitura e da escrita com competência
e, em muitos casos, sem ter sequer alcançado o domínio mínimo dos conteúdos
acadêmicos propostos para esse nível de ensino. No Brasil, a língua de sinais
passou a ser uma língua oficial em 2002, por força da Lei Federal n. 10.436/02, cuja
regulamentação ocorreu com o Decreto n. 5626/05. A Lei n. 10.436/02 reconhece a
Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão,
determinando que sejam garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e
difusão, bem como a inclusão da disciplina de LIBRAS nos cursos de formação de
professores, portanto parte integrante do currículo.
A educação escolar de crianças com deficiência auditiva nos faz pensar não
só a questões referentes aos seus limites e possibilidades, mas também aos
preconceitos existentes nas atitudes da sociedade para com elas. As pessoas com
surdez enfrentam inúmeros entraves para participar da educação escolar,
decorrentes da perda da audição e da forma como se estruturam as propostas
educacionais das escolas. (DAMÁZIO, 2007, apud FONTES, 2010, s/p)
Segundo Linden (2008, apud Fontes, 2010, s/p) a perda auditiva por
condução quando existe um bloqueio no mecanismo de transmissão do som, desde
o canal auditivo externo até o limite com o ouvido interno. Algumas causas
importantes de surdez de condução são: Obstrução por acúmulo de cera ou por
objetos introduzidos no canal do ouvido, Perfuração ou outro dano causado no
tímpano, Infecção no ouvido médio, Infecção, lesão ou fixação dos pequenos
ossinhos (ossículos) dentro do ouvido médio. A surdez de percepção ou
neurossensorial (lesão de células sensoriais e nervosas) é aquela provocada por
problema no mecanismo de percepção do som desde o ouvido interno (cóclea) até o
cérebro. Algumas causas importantes de surdez de percepção ou neurossensorial
são, por exemplo: Ruído intenso é causa frequente de surdez. Intensidades de som
acima de 75 decibéis podem causar perdas auditivas induzidas pelo ruído (PAIR),
Infecções bacterianas e virais, especialmente rubéola, caxumba e meningite, podem
causar surdez de percepção. A surdez é considerada mista quando existi problema
em ambos os mecanismos. (LINDEN, 2008, apud FONTES, 2010, s/p)
Nesse âmbito Fontes (2010, s/p) aponta que a inclusão do aluno com
deficiência auditiva deve acontecer desde a educação infantil até a educação
superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que necessita para
superar as barreiras no processo educacional e usufruir seus direitos escolares,
exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios constitucionais do nosso
país. A inclusão dos alunos com deficiência auditiva na escola comum requer que se
busquem meios para beneficiar sua participação e aprendizagem tanto na sala de
aula como no Atendimento Educacional Especializado. Conforme Dorziart (1998), o
aperfeiçoamento da escola comum em favor de todos os alunos é primordial. Esta
autora observa que os professores precisam conhecer e usar a Língua de Sinais,
entretanto, deve-se considerar que a simples adoção dessa língua não é suficiente
para escolarizar o aluno com deficiência auditiva. A escola comum precisa
implementar ações que tenham sentido para os alunos em geral e que esse sentido
possa ser compartilhado com os alunos com surdez. Mais do que a utilização de
uma língua, os alunos com essa deficiência precisam de ambientes educacionais
estimuladores, que desafiem o pensamento e explorem suas capacidades em todos
os sentidos. O uso de uma língua só não é o bastante para se aprender, senão as
crianças ouvintes não teriam problemas de aproveitamento escolar, já que quando
entram na escola na escola já estão com a língua oral desenvolvida. A aquisição da
Língua de Sinais, não é garantia de uma aprendizagem significativa, como mostrou
Poker (2001), quando trabalhou com seis alunos com surdez profunda que se
encontravam matriculados na primeira etapa do Ensino Fundamental, com idade
entre oito anos e nove meses e onze anos e nove meses, investigando, por meio de
intervenções educacionais, as trocas simbólicas e o desenvolvimento cognitivo
desses alunos. Segundo esta autora, o ambiente em que a criança com deficiência
auditiva se encontra principalmente o da escola, na medida em que não lhe oferece
condições para que se estabeleçam as trocas simbólicas com o meio físico e social,
A palavra integração, conforme Mattos (s/d, s/p) é definida como: (Do latim
integratione) 1. Ato ou efeito de integrar (se). 2. Ação ou política que visa integrar um
grupo as minorias raciais, religiosas, sociais, etc. (...). (FERREIRA, 1986, p. 954)
Revendo as questões conceituais e interpretativas sobre integração, localizamos
Pereira (1980, p. 3) que a define: “integração é um processo. Integração é um
fenômeno complexo que vai muito além de colocar ou manter excepcionais em
classes regulares. É parte do atendimento que atinge todos os aspectos do processo
educacional.” Devemos sublinhar que uma política de mercado de trabalho e de
integração social exige uma transformação na prática das políticas adotadas e
implica redefinir o papel do professor e a dinâmica das relações sociais dentro e fora
da sala de aula. Podemos abominar totalmente a ideia de que o responsável pelo
processo de integração é apenas o professor especializado, num reduto
denominado sala de aula. Na verdade, é a partir da construção de um projeto
pedagógico coletivo autônomo e voltado para a diversidade que a proposta de
integração começa a encontrar ressonância e a se contextualizar nos diferentes
sistemas de ensino.
Nesse âmbito Mattos (s/d, s/p) aponta que é notória a dissociação entre os
discursos oficiais e as recomendações que favorecem o entendimento da eficiência
Para Mattos (s/d, s/p) o princípio de inclusão teve seu início nos Estados
Unidos, em 1975. Posteriormente, tal ideário chegou ao Brasil. Somos de opinião
que a Escola Inclusiva deva acolher em toda sua extensão o processo de inclusão
dos alunos com necessidades educacionais especiais ¾ independentemente de
suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas, de gênero e
outras ¾ na rede regular de ensino, em todos os ciclos que o compõe - Ciclo I, Ciclo
II e Ensino Médio. Consideramos que a Escola Inclusiva cumprirá sua missão
quando os princípios, política e ações corresponderem aos critérios que a norteiam e
fundamentarem um sistema de ensino que possa abranger todos os alunos,
independente de suas diferenças. O documento “Linha de Ação sobre Necessidades
Educativas Especiais” fomenta as diretrizes e as discussões nos países que
aderiram aos estudos do processo de inclusão. O desafio que enfrentam as escolas
é o de desenvolver uma pedagogia centrada na criança, capaz de educar a todos,
com sucesso, inclusive os que sofrem deficiências graves. O mérito dessas escolas
não está só na capacidade de dispensar educação de qualidade a todas as crianças.
Trata-se também de um passo muito importante para tentar mudar atitudes de
discriminação e criar comunidades acolhedoras e sociedades integradoras.
O autor, segundo Mattos (s/d, s/p) assinala que algumas medidas que têm
sido tomadas em países cuja diversidade depende do contexto político, apresentam
um traço comum, que é o papel determinante que cada escola passa a
desempenhar através do reforço da sua autonomia. (...) Na Educação Especial e
mais precisamente no interior de nossos estudos voltado à inclusão do deficiente
mental, julgamos de forma imperativa como se estabelece a autonomia. Ela se
mostra, às vezes, de acordo com os paradigmas de apoio, embora apresente
paradigmas apoiados no sentido político oposto. É nesse contexto que se
estabelecem os valores e princípios do processo de inclusão e/ou integração do
deficiente mental. Considerando esses fatores nas políticas educacionais iniciadas
em vários países, bem como os estudos que têm sido concluídos sobre o assunto, é
possível identificar, embora operando o fator diversidade, alguns pontos em comum,
tais como:
Atualmente, conforme De Sá (s/d, s/p) esta polêmica está cada vez mais
presente no interior das escolas em decorrência dos direitos conquistados e
homologados em um razoável aparato legal. Mas, a legislação, por si só, embora de
relevância inquestionável, não garante a mudança de postura, a materialização de
recursos e o compromisso efetivo com o exercício de cidadania e a educação de
qualidade para todos. A inclusão escolar das pessoas com deficiência ainda
representa uma remota realidade ou simplesmente uma utopia, diante de escolas
excludentes e de sociedades excludentes. A incorporação da diferença/deficiência
decorrerá de uma nova concepção de escola e de sociedade desejadas e a serem
transformadas no quotidiano. Os educadores estão inevitavelmente implicados neste
movimento. Para fazer frente às exigências de uma escola inclusiva, será primordial
Alunos com baixa visão: conforme De Sá (s/d, s/p) Henrique tem 13 anos,
escreve com letra grande e em caixa alta, não identifica acentos e sinais de
Para Garcia (s/d, s/p) quando consideramos que há uma correlação direta
entre diagnóstico e prognóstico, sem considerarmos a multiplicidade de
determinações que nos cercam, promovemos um distanciamento do indivíduo que
apresenta sequela motora em relação a diversas situações de vida, entre elas o
contato com o conhecimento sistematizado. Há um predomínio do entendimento de
que é preciso primeiro amadurecer para depois se desenvolver, desenvolver-se para
depois aprender, assimilar os conteúdos para depois responder às questões
apresentadas pelo professor, estudar para depois de anos de escola adquirir
qualificação profissional com capacidades, habilidades e destrezas.
As origens orgânicas das sequelas motoras não estão sendo aqui negadas ou
negligenciadas, porém são tratadas num contexto sócio-histórico. No século XVIII,
por exemplo, as causas orgânicas de sequelas motoras eram também causadoras
de mortalidade infantil. Na atualidade, as crianças que sofrem anoxia no parto
sobrevivem em números muito superiores. O modo predominante de relação social
em torno da deficiência, em outros momentos históricos, constituiu-se ora na
exposição, ora na segregação institucional. Atualmente, vivemos tentativas de
integração social. O modo como a sociedade resolve seus problemas, como permite
Carmo (1991, apud Garcia, s/d, s/p), afirma que ao entrevistar trabalhadores
portadores de deficiência física, cita um depoimento no qual o entrevistado
relacionou integração social com estar empregado, ter um salário, mesmo que o
emprego implicasse realizar tarefas mecânicas e repetitivas, simples e alienantes, e
reconhecendo que era preciso aceitar esse emprego por não ter uma boa
escolarização ou uma formação especializada. Estar empregado tornava-o menos
deficiente aos olhos da sociedade. Tornando-se útil, aproximava-se do modelo de
eficiência requerido pela forma de produção capitalista. Seu pensamento expressa a
ação da concepção hegemônica. Mas então há projetos do mercado para utilizar as
pessoas portadoras de deficiência na produção? É preciso observar a forma como o
capital absorve essa mão-de-obra “desqualificada”. Há um aproveitamento de
trabalhadores considerados portadores de deficiência em razão de suas próprias
deficiências: é o caso dos surdos trabalhando nas gráficas, dos cegos nas câmaras
escuras, dos deficientes físicos em funções que exigem que o trabalhador saia o
menos possível de seu local de trabalho etc.
AMORIN, Célia Maria Araújo de., ALVES, Maria Glicélia. A criança cega vai à
escola: preparando para alfabetização. Fundação Dorina, 2008.
DE SÁ, Elizabet Dias. Abrindo os olhos dos educadores para a inclusão escolar
dos alunos com deficiência visual. Disponível em
<http://www.bancodeescola.com/educador.htm> Acesso em: 09.11.2010.
DE SÁ, Elizabet Dias. Alunos com baixa visão: um desafio para os educadores.
Disponível em <http://www.bancodeescola.com/alunos-com-baixa-visao.htm>
Acesso em: 09.11.2010. FONSECA, V. Educação especial: programa de
estimulação precoce. Uma introdução às ideias de Feurstein. 2ª ed. Porto
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PIERUCCI, Antonio Flávio. Ciladas da diferença. São Paulo: Editora 34, 1999.
POKER, Rosimar Bortolini. Troca simbólica e desenvolvimento cognitivo em
crianças surdas: uma proposta educacional. 2001. UNESP, 363 p. (Tese de
Doutorado).
Mediação, 2005.
Sites visitados:
- Adoro cinema
- Associação Quero-Quero
- Fundação Selma
- LIBRAS
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