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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS CHAPECÓ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

NÚMERO DE INSCRIÇÃO DO AUTOR

PROJETO

PORTUGAL X BRASIL: POLÍTICAS PÚBLICAS NA INCLUSÃO DE SURDOS

CHAPECÓ/SC
2022
PORTUGAL X BRASIL: POLÍTICAS PÚBLICAS NA INCLUSÃO DE SURDOS

Resumo: Esta pesquisa tem por finalidade comparar e conhecer a Língua de Sinais entre dois
países Portugal e Brasil. E analisar as diferentes formas de políticas públicas de inclusão de
alunos surdos, em um contexto entre dois países de semelhanças culturais, que compartilham
a mesma língua na qual é chamada de “pátria mãe”, porém quando se trata da Língua de
Sinais é totalmente diferente. Essa pesquisa será realizada com análise documental e através
de entrevistas e relatos com pessoas surdas e seus familiares que moram em Portugal e
entrevistas de pessoas surdas que moram no Brasil. Os principais autores que darão
sustentação ao quadro teórico metodológico sob as ações da pesquisa serão: Gomes, (2012),
UNESCO,1994), Foucault, (1987) Moores, ( 1978) Bourdieu, (2007), Portugal, (2007),
Skliar,(2003) Svartholm (2014), Freire, (1997)

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão. Surdos. Língua de Sinais. Portugal. Brasil.

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Pretende-se ao realizar esta pesquisa em buscar informações e fazer uma comparação


entre a Língua de Sinais do Brasil e a Língua gestual Portuguesa gestual de Portugal, com
culturas semelhantes, mas que a língua falada de surdos é muito diferente uma da outra. E
conhecer as políticas públicas de inclusão de pessoas surdas dos dois países.
Foram muitos anos de lutas a garantir os direitos e a inclusão de pessoas surdas. E uma
reestruturação de culturas, de políticas e práticas para garantir uma educação de qualidade em
todos os países. Sabe-se que a educação inclusiva é um tema abordado mundialmente, com
políticas que apresentam diretrizes de orientação a nível internacional e nacional a educação
de pessoas surdas. Trago a proposta de análise documental e relatos, entrevistas com os
próprios sujeitos surdos e seus familiares para registrar esses processos das politicas públicas
de inclusão de surdos entre Brasil e Portugal. Contudo, contribuir com experiências para a
comunidade surda no desenvolvimento dos dois países, comparando e conhecendo a Língua
de Sinais do Brasil e a Língua Gestual Portuguesa, uma educação de surdos ligada as politicas
globais, em que a língua não é universal.
É relevante ressaltar a importância de comparar a Língua de sinais e Gestual de
Portugal e Brasil, e as suas políticas públicas de inclusão. Pois são países lusófonos, pela
ligação histórica entre as nações. Visto que o Brasil recentemente inseriu as politicas de
inclusão a pouco mais de duas décadas, sendo considerada precária se compararmos com
Portugal um país desenvolvido. É visível a grandes dificuldades no Brasil que surdos
enfrentam pela falta de comunicação nos ambientes escolares, sociais, culturais, lazer,
trabalho e principalmente familiar.

 REFERENCIAL TEÓRICO

Durante a Antiguidade e por quase toda a Idade Média pensava-se que os surdos não
fossem educáveis, ou que fossem imbecis. Os poucos textos encontrados referem-se
prioritariamente a relatos de curas milagrosas ou inexplicáveis (Moores, 1978).
O corpo está fortemente inserido nas relações de poder. Na abordagem
foucaultiana, ele é considerado uma superfície discursiva. Quando se materializa em
discurso, isto é, quando determinado corpo passa a ser “discursivizado”, como é o
caso do corpo surdo – considerado deficiente, patológico, anormal –, este “[...]
também está diretamente mergulhado num campo político; as relações de poder têm
alcance imediato sobre ele; elas o investem, o marcam, o dirigem, o supliciam [...]”
(FOUCAULT, 1987, p. 28).
Para Bourdieu (2007), o espaço político representa, de maneira diferente, as classse
numa estrutura social num campo e com representações dos indivíduos do mundo social.
 (…) pode-se materializar e sistematizar provisoriamente o conjunto
das relações estabelecidas em um esquema do espaço político,
visando representar a maneira como as diferentes frações de classes
se distribuem umas em relação às outras (…) em relação ao
conjunto de “produtos” ou “marcas” de origem política que
funcionam como balizas em referências as quais é possível se situar
emblemas graças às quais são afirmadas as diferenças
(BOURDIEU, 2007, p. 422).
O conceito é compreendido, por Bourdieu (2007) como o mundo social constituído por
relações de forças e relações simbólicas, onde o “Habitus” explica o agir humano que está
preenchido de pensamento. Assim, a estrutura social revela o campo político internacional na
determinação de modos das práticas individuais e coletivas que estão presentes no campo
educacional, o qual tem sido alterado por diretrizes constituídas no terreno mundial.
Atualmente, a educação de pessoas surdas apresenta um desenho distinto do seu histórico
educativo anterior à globalização. Foram vários anos de lutas em todos os países, a garantir os
direitos no reconhecimento da Língua de Sinais e gestual para pessoas surdas.

De acordo com Svartholm (2014), o campo da educação para surdos começou a


ganhar forma, por volta de 1980, quando a educação de surdos na Suécia era similar
ao que poderia ser encontrado em outras partes do mundo, em que a educação
especial era oferecida às crianças surdas.
Atualmente, a educação de surdos está caracterizada por orientações e
recomendações mundialmente internacionais, mais visíveis após o reconhecimento da
língua gestual e a aceitação do modelo de educação bilíngue. Gomes (2012) sublinha
que a atual educação de surdos está inserida na política da educação inclusiva
bilíngue, a qual foi se configurando, principalmente, a partir de movimentos políticos
e teóricos em contexto global envolvendo o movimento da Escola Inclusiva e a
Declaração de Salamanca (UNESCO,1994) influenciando, assim, o campo da
Educação Especial.
As orientações curriculares para o ensino de LGP em Portugal estão baseadas na
perspectiva bilíngue da língua materna, como primeira língua, atribuindo assim, um
julgamento cultural ao profissional no desenvolvimento das suas práticas de ensino da
LGP:
O docente de LGP terá de necessariamente dominar a LGP
enquanto primeira língua materna, de forma a poder ensiná-la
corretamente como tal. O Docente de LGP deve ser capaz de
adequar o Currículo às necessidades, capacidades, atividades e
experiências dos seus alunos, desenvolvendo objetivos,
atividades de programação, planificação, estratégias
pedagógicas, materiais e recursos didáticos (PORTUGAL,
2007, p. 7).
Sendo a língua de sinais a língua natural de uma comunidade surda, o ensino de surdos
deve levar em conta esta particularidade linguística respeitando sua língua como natural e não
como uma etapa necessária para aquisição de uma língua dominante. Atribuir a cultura de
cada país com a língua materna e gestual, como se fosse algo a ser experimentado, pois
estamos lidando com universo diferente.

Os teóricos relacionados aos Estudos Surdos vão mais além ao tratarem


da educação bilíngue, não se restringindo apenas ao “[...]
desenvolvimento de habilidades linguísticas em duas ou mais línguas”
mas sim “[...] ao direito que têm as crianças que utilizam uma língua
diferente da língua oficial de serem educadas na sua língua”(SKLIAR,
2003, p. 25).

No intuito do aluno surdo adquirir e desenvolver a sua língua é de suma importância


uma prática de ensino de LGP realizada num contexto real. Para tal, o docente deve
fundamentar-se numa ação orientada (FREIRE, 1997) por diretrizes constituídas por valores,
crenças e teorias individuais e coletivas conectadas à sua forma de atuar como educador e
sujeito cultural. É então, vital utilizar situações e contextos reais, na prática, de ensino em
diversos setores e atividades criando, assim, um ambiente propício para a aquisição e
desenvolvimento da Língua Gestual Portuguesa.

METODOLOGIA

A metodologia desenvolvera a partir de uma pesquisa de campo no primeiro


momento é documental com leituras bibliográficas pertinentes ao assunto.
Segundo momento consiste em buscar relatos, depoimentos, entrevistas
histórias e fatos que serão relatados por pessoas surdas e seus familiares que
moram no Brasil e pessoas surdas que moram em Portugal para comparar as
politicas públicas de inclusão de ambos os países quais os avanços e dificuldades
encontradas por eles perante a comunicação no meio social, se obtiveram educação
de qualidade, questionamentos sobre as oportunidades que foram oferecidas ao
decorrer de suas vidas, se conseguiram chegar ao mercado de trabalho. Se a
sempre tiveram acompanhamentos de intérpretes, se a família teve cursos para se
comunicar com seus filhos surdos se caso for pais ouvintes.
Terceiro momento faz-se uma comparação entre Brasil e Portugal, pois
compartilham a Língua Portuguesa, porém na Língua materna de sinais gestual
usada pela comunidade surda é totalmente diferente. Assim fazendo uma
investigação a fim de pesquisar a distinção da Língua de Sinais do Brasil e a Língua
Gestual Portuguesa de Portugal usada pela comunidade surda.

REFERÊNCIAS

MOORES, D. Educating the deaf, psychology, principles and practice. Boston:


Houghton Mifflin Co. 1978.

GOMES, Maria do Céu Ferreira. A Reconfiguração Política da


Surdez e da Educação de Surdos em Portugal: Entre os Discursos
Identitários e os Discursos de Regulação. Tese de doutoramento.
Porto, Portugal: Universidade do Porto, 2012.

UNESCO. Declaração de Salamanca sobre Princípios, Política e Práticas


na Area das Necessidades Educativas Especiais, 1994. Disponível
em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000139394 Acesso em: 16 abril. 2022.
Lista de referências utilizadas no projeto, em ordem alfabética.

FOUCAULT, Michel. A Hermenêutica do Sujeito. Curso dado no Collège de France (1981-


1982). São Paulo: Martins Fontes, 2010.

GALLO, Sílvio. Em torno de uma educação menor. Educação & Realidade, Porto Alegre,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, v. 27, n. 2, p. 169-178, 2002. Disponível em: .
Acesso em: 01 jun. 2015

BOURDIEU, Pierre. A Distinção: crítica social do julgamento. São


Paulo: Edusp; Porto Alegre, RS: Zouk, 2007.
UNESCO. Declaração de Salamanca sobre Princípios, Política e
Práticas na Area das Necessidades Educativas Especiais,
1994. Disponível
em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000139394 Acesso em: 10
jul. 2018.

PORTUGAL. Decreto-Lei n.º 16/2018 de 7 de março. O presente


decreto - lei cria o grupo de recrutamento da língua gestual portuguesa
(LGP), Diário da República n.º 47/2018, Série I de 2018-03-07, 2018.
PORTUGAL. Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho. Diário da
República n.º 129/2018, Série I de 2018-07-06, Ministério da
Educação, 2018.
SKLIAR, Carlos. Pedagogia (improvável) da diferença: e se o
outro não estivesse ai? Rio de Janeiro, Brasil: DP&A., 2003.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de


Janeiro, Brasil: Paz e Terra, 1997.

O pré-projeto deve ser redigido em fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço entre linhas
1,5 cm e recuo no parágrafo de 1,25. Deve ser configurado em formato papel A4; margens –
superior e inferior: 3 cm; direita e esquerda: 2 cm; com tamanho máximo de 6 páginas. As
Figuras, tabelas e as referências deverão seguir a normas da ABNT.
SVARTHOLM, Kristina. 35 anos de Educação Bilíngue de surdos – e
então? Educar em Revista, Curitiba, Brasil, Edição Especial n.
2. Editora UFPR, p. 33-50, 2014.

MEMORIAL

A partir de sua trajetória pessoal, destaque os aspectos acadêmicos e profissionais, que


considera mais relevantes no que refere a: produção científica; participação em eventos;
participação em projetos (pesquisa e extensão); e experiência na docência, entre outros.

1 Introdução

Sou Licenciada em pedagogia, pela Universidade Estadual Unioeste do Paraná.


Licenciada em Letra/Libras pela faculdade Eficaz da cidade de Maringá e Bacharel em
Letras/Libras pela Neaduni Universidade Estadual Unioeste do Paraná. Sou pós- graduada em
Educação Especial inclusiva, pós-graduada em Libras e pós-graduada em Educação Infantil
práticas em sala de aulas. E tenho Exame de qualificação por meio de banca de proficiência
para atuar como tradutora e intérprete de Libras pelo CAS.

No decorrer de minha trajetória de docência lutar em prol da educação me torna a cada


dia mais emponderada no sentido de me tornar a responsável por proporcionar conhecimentos
e permitir a convivência em contexto escolar no qual me permite fazer parte do processo de
formação de outra pessoa contribuir para um mundo melhor, assim proporcionando uma
imensa vontade de me tornar uma pesquisadora na área da educação a fim de contribuir ainda
mais nos processos de desenvolvimentos humanos através do espaço escolar.

Falar da educação especial, surdos ou pessoas com deficiência me faz acreditar que a
educação move montanhas aceitação das diferenças está relacionado ao pensar uma educação
que seja, de fato, para todos. Os surdos na maioria das vezes são esquecidos, e assim como
futura pesquisadora pretende me aprofundar nessa área de pesquisa voltada ao ambiente
escolar com a inserção dos alunos surdos. Oferecer estratégias e práticas, para que essa
criança atribua seu aprendizado e desenvolvimento ainda na sua infância com significados a
garantir um sujeito futuramente com habilidades e preparo para o meio social.
2 Experiências acadêmicas e profissionais:

Sou professora efetiva 20 horas na Educação infantil e fundamental do município e também


atuo como PSS professora contratada do estado do Paraná com a função de tradutora e
intérprete de Libras a 5 anos . Já tive participação em palestras sobre dia mundial dos surdos e
ministrei oficinas de Libras para formação de professores por intermédio da faculdade
Famper.

3 Considerações Finais

Se aprovada na seleção do mestrado, um sonho realizado, pois fazem alguns anos que tento a
aprovação, não tendo êxito, porém acredito tudo em seu determinado tempo . Me dedicarei e
cumprirei todas as atividades encaminhadas e necessárias para findar durante o período no
qual serei mestranda e continuarei a luta em prol de melhorias para educação e formação de
crianças , jovens e adolescentes. A educação exige cada vez pessoas qualificadas para
contexto escolar, e eu me sinto qualificada para atuar no nos processos de projetos de
pesquisa cientifico, farei a diferença fazendo todo o possível e participando dos grupos de
pesquisa para dar melhor embasamento no meu projeto pesquisa junto a minha orientadora.

O memorial deve ser redigido em fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço entre
linhas 1,5 cm e recuo no parágrafo de 1,25. Deve ser configurado em formato papel A4;
margens – superior e inferior: 3 cm; direita e esquerda: 2 cm; com tamanho máximo de 2
páginas.

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