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PROPOSTAS EDUCACIONAIS PARA SURDOS

1
Maria Cristina da Cunha PEREIRA
2
Wanderley José Pereira dos SANTOS

RESUMO
Com base na experiência profissional em uma escola especial
para alunos surdos, os autores deste trabalho têm como objetivo
discutir algumas questões que devem ser consideradas na elabora
da Língua de Sinais, o ensino do português, a formação dos professore

P A L A V R A S - C H A V E : Educação para surdos; linguagem e ed

Este trabalho tem como objetivo discutir algumas questões relaciona


nossa experiência desenvolvida em uma escola especial. Não é do
escopo deste trabalho discutir as diferenças entre escola especial e
regular, porém entendemos que há momentos em que ambas se
aproximam ou se diferenciam no que se refere ao processo ensino/
aprendizagem de seus alunos, daí a necessidade de propostas edu-

¹ Docente do Instituto Educacional de São Paulo - IESP-DERDIC/PUCSP e CEPRE-


FCM-UNICAMP. Rua Tatuí, n.195, Chácara Cantagalo, Cotia-SP, CEP. 06700-
000, e-mail: mccphy@uol.com.br
2 8
Docente do Instituto Educacional de São Paulo - IESP-DERDIC/PUCSP. Rua D r
Neyde Apparecida Sollitto, n.435, São Paulo-SP, CEP. 04022-040, e-mail:
mbettacs@uol.com.br
Maria Cristina da C. Pereira e Wanderley J. E dos Santos

cacionais que perpassem questões discursivas e avancem na


abrangência do papel da escola como suporte de inserção social do
aluno.
3
Fazemos parte de uma instituição, o IESP/DERDIC-PUCSP,
que há quarenta e seis anos educa alunos surdos, desde a
profissional, cadastramento e colocação de surdos no mercado de
trabalho e, através de sua clínica, faz atendimento a portadores de
distúrbios da audição, voz e linguagem, priorizando sempre as famí

Sendo o IESP uma instituição ligada à PUCSP, ocorre, necessari


produção de conhecimento, através de teses, dissertações, projetos
de pesquisa e análise da experiência, vários deles publicados como
livros, capítulos em livros ou artigos em periódicos. Entre os ob
profissionais na área dos distúrbios da comunicação e a elaboração
de projetos de pesquisa sobre atendimento escolar.

Em relação ao atendimento escolar, nosso projeto educacional


está em fase de discussão e neste momento, em que passamos por
uma reforma educacional ampla, muitas são as questões que se coloca

Um dos norteadores da nossa reformulação tem sido a leitura


sistemática e a discussão dos Parâmetros Curriculares Nacionais-
PCNs (BRASIL, 1997). Outro norteador têm sido as próprias reivi
de implantação na DERDIC do ensino médio para surdos, hoje, sem
dúvida, escolaridade mínima necessária para atender às crescentes
exigências do mercado de trabalho.

3
O Instituto Educacional São Paulo-IESP foi fundado e m 1954, para educação e
integração de crianças surdas. Em 1969 passou a integrar a Divisão de Educa-
ção e Reabilitação dos Distúrbios d a Comunicação-DERDIC d a Pontifícia Uni-
versidade Católica de São Paulo (PUCSP).
Propostas educacionais para surdos

Nestes anos foram muitas as mudanças que ocorreram no process


mudanças foram provocadas por reflexões constantes acerca do
sobre a educação de surdos.

Embora universalmente o conceito de escola envolva o jogo de


aprender e ensinar, isto é, o processo de ensino-aprendizagem,ex
escola atende e quem são os seus clientes. Certamente muito há de
comum entre as necessidades e os interesses de alunos surdos e
ouvintes, no entanto existem especificidades decorrentes da própria
condição (diferença) que a surdez impõe, e daí resultam algumas
características específicas de uma escola que se proponha a atender
somente a alunos surdos.

As crianças surdas, diferentemente das ouvintes, chegam à


interagir com os outros e, portanto, construir o seu aprendizado.
Apresentam, geralmente, gestos de apontar, de mostrar, vocalizações
e outros comportamentos comunicativos desenvolvidos na família,
não partilhados com os professores e com os colegas.

Fundamentados em uma visão interacionista de aquisição da linguage


usem uma língua que as crianças surdas, como as ouvintes, vão
sendo postas no funcionamento desta língua, uma vez que, como
propõe De Lemos (1995,1998), a interpretação da criança por parte
do adulto tem o efeito de inseri-la no funcionamento da língua.

No caso das crianças surdas, filhas de pais ouvintes, a língua


usada pela mãe, que se instancia através da modalidade oral e dos
gestos, tem efeito de significação da criança para si mesma, dos
objetos e dos outros. Tal efeito se manifesta através da incorpora

No entanto, por terem impedimento orgânico para receber e,


conseqüentemente, produzir linguagem oral, na maioria das vezes
Maria Cristina da C. Pereira e Wanderley J. E dos Santos

as crianças surdas adquirem fragmentos da língua através da via


auditiva.
Considerando a surdez uma diferença e considerando, também,
o direito dos surdos a terem acesso a uma língua visual/gestual, a
língua de sinais vem sendo adotada por um número cada vez maior
de profissionais que trabalha com surdos. Segundo autores, como
Svartholm (1997); Skliar (1998), entre outros, é a língua de sinais que
vai preencher para os surdos as mesmas funções que o português
tem para os seus usuários.
Como ocorre com as crianças ouvintes, espera-se que a língua
de sinais seja adquirida na interação com usuários fluentes da
e interpretando os enunciados produzidos por elas, as insiram no
funcionamento desta língua.

Adquirida a língua de sinais, esta terá papel fundamental na


como refere Svartholm (1997), a constituição de conhecimento de
mundo, tornando possível aos alunos surdos entenderem o
fonte necessária a partir da qual o surdo pode constituir suas
com base na escrita, os alunos surdos poderão desenvolver a fala.

Estas idéias têm motivado inúmeras reflexões e discussões entre


os profissionais que trabalham em educação na DERDIC.

Por muito tempo defendemos, como quase a totalidade das


linguagem oral como a única a ser utilizada no processo ensino/
aprendizagem. Os resultados, no entanto, mostraram que, ainda que
com exceções, a maior parte dos alunos, através da linguagem oral/
aural, não parecia atingir um conhecimento do português suficiente
para desenvolver a leitura e a escrita.

Tal constatação nos levou a desenvolver pesquisa e posterio


Propostas educacionais para surdos

mente naformade Português Sinalizado e mais tarde como Portuguê


comumente como Bimodal, na medida em que propõe o uso de
duas modalidades de uma mesma língua, visando facilitar o acesso à
mesma (SCHLEN SINGER, 1978).

Ainda que os resultados tenham apontado para uma mudança


significativa na comunicação, persistia a questão da língua. Era à
língua portuguesa que os alunos continuavam sendo expostos.
Motivados por estados lingüísticos que conferiam um estatuto
lingüístico às línguas de sinais, acreditando na importância de as
crianças surdas terem acesso a esta língua, acreditando, também,
que é a língua de sinais que vai poder inseri-las, de forma mais
eficaz, no simbólico, e acreditando, finalmente, que tal inserção na
Língua de Sinais vai se dar na interação com um interlocutor fluente
na mesma, iniciamos, em 1995, exposição sistemática dos alunos à
Língua de Sinais Brasüeira (PEREIRA; NAKASATO, 1996a), realiz

O trabalho, que começou como pesquisa, foi oficializado em


1998 com a contratação deste surdo, fluente em Língua de Sinais,
como funcionário da PUCSP. Por se tratar de um caso inédito na
Universidade, houve a necessidade de se criar um cargo novo nos
quadros da PUCSP, o de Instrutor de Língua de Sinais Brasileira.

O instrutor de Língua de Sinais Brasileira responde pela exposi


demais profissionais da DERDIC, além dos pais de alunos e familiares
surdos; participa da elaboração de pesquisas sobre a Língua de
respeito da Língua de Sinais Brasileira na DERDIC.

A interação com um adulto surdo, motivado para a função, envolv


Língua de Sinais Brasileira, interferiu positivamente na imagem que
os alunostinhamde surdo e contribuiu para o estabelecimento de
uma identidade positiva nos alunos.
Maria Cristina da C. Pereira e Wanderley J. E dos Santos

Em relação à Língua de Sinais, embora não se possa ainda


complexidade. Quando falamos em aquisição da Língua de Sinais
Brasileira, nos referimos ao uso dos aspectos manuais e
textos, expressão facial, corporal, uso do espaço.

Quanto aos professores, embora muitos já façam uso de uma


linguagem que se aproxima, em muitos momentos da Língua de
Sinais Brasileira na interação com o Instrutor Surdo, os mesmos
continuam a usar a comunicação bimodal, caracterizada como o uso
dos sinais concomitantemente ao uso da linguagem oral, na forma
de português com sinais.
O resultado do trabalho conjunto dos professores e do instrutor
tem sido objeto de vários estudos, apresentados em eventos c

Ao analisar os efeitos da atividade de contar histórias para


PEREIRA; PEREIRA, 1998) que:

— a Língua de Sinais possibilitou às crianças surdas usufruírem


da atividade de ter histórias contadas;
— a Língua de Sinais contribuiu para a aquisição e ampliação do
discurso narrativo;
— as primeiras tentativas de relato de histórias pelas crianças
resultaram da incorporação de fragmentos dos enunciadosime

— fragmentos da história contada tanto pela professora como


pelo instrutor de sinais vão retornando nos relatos das crianças;
— fragmentos da história contada pelos adultos vão se cruzando
com fragmentos de outros textos, resultando em relatos mais longo

— além de fazer uso de sinais, as crianças apresentam expressão


facial e corporal variada, bem como fazem uso do espaço;
propostas educacionais para surdos

— o adulto tem um papel fundamental no processo de cons


organizar as lembranças, interpretando e inserindo os significantes
das crianças em um texto.

Em um outro trabalho, que teve como objetivo analisar os


escolar, observamos (MENDONÇA et al., 1998) que, como ocorre
na narrativa através de sinais/português com sinais, fragmentos das
histórias contadas tanto pela professora como pelo instrutor de

As marcas do português foram observadas no uso dos elem


da flexão dos verbos no passado, entre outros aspectos. Por outro
lado, a ordem dos vocábulos em alguns enunciados revela a

Todos estes trabalhos reforçam a importância da Língua de Si


com alunos surdos.

Concebida como um código, a língua tem sido apresentada ao


aluno com uma lista de vocábulos que o mesmo tem que apreender
e posteriormente combinar com outros, obedecendo às regras de
formação do português, tanto nos níveis fonológico, como
morfológico, sintático, semântico e grafêmico. Esta concepção de
linguagem está ligada, como aponta Geraldi (1993), à teoria da c
combinam segundo regras) capaz de transmitir ao receptor uma cert

De acordo com tal concepção de língua, para que os alunos


venham a elaborar um texto têm que dominar as regras de formação
de sílabas, de vocábulos e frases e depois de combinação das frases,
Maria Cristina da C. Pereira e Wanderley J. P. dos Santos

compondo um texto. No trabalho com alunos surdos, tal


mal estruturadas, com substituições, omissões e mau uso dos vocábulos.

Uma outra concepção de linguagem, fundamentada em uma


linguagem é vista como um lugar de interação humana (GERALDI,
1993).

Tendo como unidade básica o diálogo, o trabalho com a


acordo com esta concepção, não é transmissor e nem facilitador do
processo de aquisição da linguagem, seja oral ou escrita, pelo aluno.
Ele é intérprete. No entanto, como aponta De Lemos (1998), esta
interpretação não tem origem no adulto, mas no discurso em que ele
próprio, submetido ao funcionamento lingüístico-discursivo, foi signific

A proposta de que a escola possibilite aos alunos situações


lingüístico-discursivas, nas quais, através do uso da língua, os
consta dos Parâmetros Curriculares Nacionais—PCNs (BRASIL, 1997).

Ainda que a linguagem seja uma das grandes preocupações dos


profissionais que trabalham na educação de surdos, há que se
especial. O conceito de escola — independentemente de quem se
serve dela — estende-se para além do espaço da sala de aula e
determinante que identifica a postura escolar: a adequação da escola
à sua comunidade. A partir dissoficadirecionado, a nosso ver, como
deverá ser o efetivo papel de uma instituição escolar.

Um primeiro pressuposto para determinar afinalidadeprecípua


da instituição será a necessidade de convergência entre a demanda
Propostas educacionais para surdos

de interesse do aluno e o tipo de educação escolar que está sendo


ministrada.
Neste aspecto, algumas indagações podem ser levantadas:
/— a proposta educacional e a pedagógica da escola estão adequadas ao seu
aluno e vice-versa? Caberá saber se a escola está alinhada com as
profissionalizante que a escola oferece é condizente com a realidade
do aluno, do mercado ou quais ostiposde informações e pesquisas
sobre mercado de trabalho que são discutidas com os alunos. O fato
de que, em nosso país, o acesso ao mercado de trabalho ainda apresenta
enfrentar este desafio. Nossa idéia é a de não misturar o benefício
do emprego com o emprego beneficente. O mercado demanda necessid
escola com a finalidade de determinar um projeto de formação do
aluno mais bem adequado ao momento.

2— qual o perfil da comunidade do aluno? Entenda-se comunidade


como o lugar social em que o aluno vive; sua família, seus amigos,
sua história. Neste estudo interessa à escola conhecer qual é o nível
sócio econômico dessa comunidade para perceber quais são as suas
verdadeiras necessidades. Essas deverão nortear a escolha de temas
adequados para serem propostos aos alunos. A educação escolar
transcende a sala de aula e tem na comunidade que cerca o aluno
um permanente interlocutor com suas dúvidas e afirmações.
3— Qual a dimensão de elementos culturais que o alunojá tem incorporado?
Aí, temos um fator importante para qualquer proposta educacional:
falamos dos conceitos de educação e cultura.
Como aponta Moura (2000), a construção da identidade do
surdo se dá propriamente no seu contato com a comunidade de
surdos, porém, deverá haver, na formação escolar do aluno, uma
primeira preocupação, por parte dos educadores, de organizar um
currículo que possibilite o ordenamento dos fragmentos culturais já
Maria Cristina da C. Pereira e Wanderley J. E dos Santos

adquiridos — anteriormente à escola, na família, na comunidade —


de forma a inseri-los como ponto de referência para a aprendizagem

Também a aquisição de uma língua como base, uma primeira


língua, possibilitará, não apenas a sua integração e participação s
melhor compreensão das normas sociais vigentes.

Um projeto educativo comprometido com a democracia social e


cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a
todos os seus alunos o acesso aos saberes lingüísticos necessários
para o exercício pleno da cidadania, direito inalienável e c

Portanto, quanto menor for o grau de letramento da comunidade


em que vivem os alunos, maior será a responsabilidade da escola na
ação de educar. Letramento, aqui, é entendido, a nosso ver, como
produto das participações em práticas sociais. São práticas discursivas
que se manifestam, por vezes, sem as atividades específicas de ler
ou escrever (TFOUNI, 1995).

Dessa concepção decorre o entendimento de que, nas soc


práticas. Os educadores devem atentar para a necessidade de pro
aluno e as metas da escola. As transformações educacionais significa

1— quando a escola responde positivamente às novas exigências da soc


2— quando ocorre a transformação do perfil cultural e social dos alunos.
A inserção de uma proposta pedagógica realista na instituição
escolar determina, a partir da participação integral de todos os re
que nortearão os projetos e planos educacionais que deverão

4 Q
Princípio expresso no art.5 e demais parágrafos, da Constituição Federal
Brasileira (BRASIL, 1988).
Propostas educacionais para surdos

Tais projetos devem estar relacionados com os anseios e com as


necessidades do aluno, de sua família, bem como os da comunidad
modelo de educação previsto em lei e privilegiar temas presentes na
realidade pois a escola não pode ficar isolada da temática político-
social.

O que acontece no dia-a-dia do indivíduo, isto é, o que acontece


na vida do aluno, na sua família, na cidade, no país e também o que
está acontecendo no mundo globalizado são temas presentes no
cotidiano e que devem ser discutidos no próprio currículo escolar.
A escola tem o compromisso de proporcionar à clientela que se
serve dela condições de efetiva participação na sociedade e buscar
condições para uma significativa ampliação da presença, na escola, e
5
com aproveitamento, dos que dela necessitam.
Esse conceito de cidadania nos leva a repensar os componentes
que devem compor o currículo escolar. A atual Lei de Diretrizes e
Bases (BRASIL, 1996) ampliou a capacidade da escola interferir na
composição do seu currículo. Cada escola deve perceber quais são
seus interesses e consequentemente qual sua motivação curricular.
Entendemos que os currículos e as metodologias devem ser
direcionados a um objetivo principal. Como descobri-lo?
Para isto o procedimento é claro: deve-se consultar os agentes
interessados para juntos construírem projetos que possibilitem atingir
discutíveis avanços da educação no país, a escola deve estender sua
preocupação para seus problemas internos, sua pedagogia e seus
compromissos.

Não há respostas prontas na ação de educar. Há objetivos e


metas a serem alcançados. Há projetos e planejamentos a serem
realizados.

5
O surdo, ao lado de outros indivíduos historicamente excluídos da escola, tem na
escola especial uma única alternativa de acessar a cidadania.
Maria Cristina da C. Pereira e Wanderley J. E dos Santos

Como exemplo: poderemos eleger um tema relativo à discus-


são da cultura surda e em torno dele trabalharemos seus múltiplos
aspectos e suas repercussões.
Um projeto comum a alunos e professores deverá privilegiar a
interdisciplinaridade que é a palavra chave para a organização esco-
lar, pretendendo-se com isso o estabelecimento de uma
intercomunicação efetiva entre as disciplinas, através da fixação de
um objeto comum diante do qual objetos particulares de cada uma
delas constituem sub-objetos.
Os interesses pessoais devem diluir-se em função de um propó-
sito maior que objetive consolidar ideais e permitir integrações.
Em educação o fazer e o aprender dependem fundamentalmente
da ação integrada de uma equipe que participe da construção de
grandes projetos. A nosso ver, as ações de uma equipe educacional
coesa precedem as iniciativas isoladas de ensinar. As ações na esco-
la não podem ser solitárias ou pouco transparentes e sim, ao contrá-
rio, devem objetivar noticiar seus efeitos como fator de propaganda
positiva.
Concluindo, entendemos que a equipe de professores de uma
escola especial poderá ter uma formação inicial diversificada,
complementada, porém, com formação em educação especial. O
conhecimento da Língua de Sinais deve ser um requisito a ser con-
siderado.
Quanto à indagação que freqüentemente nos é colocada sobre
se professores de uma escola especializada em educação de alunos
surdos deverão ser majoritariamente surdos, usuários da Língua de
Sinais Brasileira, parece-nos propício afirmar que, em educação to-
dos ensinam e todos aprendem e nesta relação, professores surdos
ou ouvintes deverão ser, prioritariamente, educadores.
propostas educacionais para surdos

EDUCATION PROPOSALS FOR T H E DEAF

ABSTRACT
Based on their professional experience in a special school for
deaf students, the authors of this article aim at discussing a few
issues that should be taken into account regarding the preparation
of educational proposals for the deaf, such as the importance of
Sign Language, the importance of teaching Portuguese and preparing
teachers, among others.
KEYWORDS: Education for the Deaf; language and education
for the deaf; education and deafness.

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