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ENTREVISTA
Encerramento das atividades promovidas pelo
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência (PIBID) – Curso de Letras/Espanhol e
CIVITAS – Práticas e Teorias do Literário..
De 13 a 15 de dezembro de 2017, foi realizado o encerramento das atividades promovidas pelo Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) – Curso de Letras/Espanhol e CIVITAS – Práticas e Teorias
do Literário. O evento, coordenado pelo professor do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), Ítalo Oscar
Riccardi León, foi marcado pela comemoração do centenário de Violeta Parra, apresentações culturais e relatos
de práticas de ensino e teorias do literário. No dia do encerramento, a professora aposentada da Faculdade de
Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP), Isabel Gretel María Eres Fernández, ministrou a palestra
“Políticas e antipolíticas para o ensino de línguas estrangeiras”, na qual apresentou um panorama das políticas
linguísticas no Brasil e um breve histórico com o objetivo de explicar o percurso do ensino de línguas
estrangeiras no país e que resultaram na atual política excludente que a educação tem vivido. Isabel também
defendeu a existência de uma escola plural e que a formação integral do aluno deveria contemplar vários
idiomas. Ao término da palestra, a Profa. Dra. Isabel Gretel María Eres Fernández (FE/USP), concedeu uma
entrevista aos discentes Larissa Araújo e Lidiana Ferreira do Curso de Letras/Espanhol, sob a orientação do Prof.
Dr. Ítalo Oscar Riccardi León, e transcrição, edição e diagramação do discente Maciel Ferreira Rigoni do mesmo
Curso. A entrevista fez parte de um trabalho desenvolvido pelos discentes para a disciplina de Metodologia de
Ensino de Espanhol I (A seguir, por ser de interesse, reproduzimos a entrevista na íntegra com a devida
autorização da autora e respectivas correções).
Eu nasci na Espanha e vim para o Brasil bem pequena, Eu diria que não existe “O melhor”. O que existe é você,
com 3 anos de idade. Eu fui fazer Letras – professor, se apropriar dos melhores aspectos de cada
Espanhol/Português, embora já falasse espanhol. Antes método porque tudo depende de um contexto. Por
do curso eu tinha outra profissão e foi nessa outra exemplo, se você trabalha com crianças pequenas, que
profissão que eu percebi que não dominava tanto o ainda não estão alfabetizadas ou que estão iniciando um
espanhol. Daí o interesse inicial pelo curso. Então já na processo de alfabetização e letramento não é adequado
faculdade eu comecei a me interessar pelo ensino. trabalhar com a escrita. Então, o professor pode tirar
Comecei nos estágios a dar aula. Isso no início dos anos proveito, por exemplo, do método audiolingual, que vai
80, em um contexto em que não existia muito espaço ter como enfoque a oralidade. Por outro lado, se você
para o Espanhol. Eu ia para as instituições de ensino trabalha com crianças maiores e que já estão inseridas no
solicitar estágio e acabavam me oferecendo trabalho. universo da escrita, provavelmente elas terão curiosidade
Inicialmente, comecei a dar aula nesse momento, o que e necessidade de escrever. Desse modo, as próprias
me levou a abandonar a antiga profissão e ficar crianças vão solicitar que se trabalhe com a escrita em
somente com as aulas, até que apareceu um concurso, espanhol, pois é de interesse delas que se mostre como se
enquanto eu já estava fazendo mestrado, o que escrevem determinadas palavras em espanhol. Já com os
motivou o meu orientador a me incentivar a que fizesse adolescentes, o que eles menos gostam são das aulas
a inscrição para o concurso. Ao participar – com a cara e tradicionais, voltadas inteiramente para gramática –
a coragem – eu fiquei no primeiro lugar. A partir disso, conjugar verbos, fazer exercícios, preencher lacunas. Eles
deixei todas as outras escolas em que atuava e comecei querem coisas mais dinâmicas, então trabalhar com uma
a dar aulas de metodologia, uma vez que o concurso linha mais comunicativa, por exemplo, seria uma boa
era voltado para discentes que ministrassem as opção, pois se enfoca mais a oralidade, a expressão
disciplinas de metodologia. Depois concluí meu advinda da espontaneidade deles, e não somente oral,
mestrado, continuei com o doutorado etc. mas, também por meio da escrita. É preciso que se pense
no mundo deles, um público que utiliza blogs, redes
sociais e outras ferramentas tecnológicas, por exemplo,
que fazem parte do mundo deles, de suas curiosidades
em relação à própria aplicação da língua estrangeira, de
uma forma funcional, nas suas vivências. E com um
público um pouco mais velho, de pessoas jovens, pode-se
pensar no mundo do trabalho. Nesse contexto, se
trabalha, então, explorando as necessidades profissionais
dos alunos ou que podem ser voltadas para o Enem ou
vestibulares, por exemplo. Portanto, uma metodologia
única e que corresponda a todas essas necessidades é
muito difícil, porque cada contexto gera suas próprias
demandas, necessidades e especificidades.