Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Banca Examinadora
________________________
(Não preencher)
________________________
(Não preencher)
________________________
(Não preencher)
Agradeço ao meu sobrinho Lucas Henrique, que sempre trouxe a alegria que eu
precisava para continuar caminhando mesmo nos dias mais difíceis.
Agradeço aos meus leais amigos, que sempre estiveram ao meu lado, que sempre
acreditaram, mesmo quando eu mesma não acreditava mais.
RESUMO
LE – Língua Estrangeira
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 11
2.1 CONCEITUANDO MÉTODO, ABORDAGEM E TÉCNICA ................................................. 14
3 METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA .................. 16
3.1 AUDIOLINGUAL METHOD ............................................................................... 17
3.2 ABORDAGEM COMUNICATIVA – CLT.............................................................. 23
3.3 MÉTODOS ALTERNATIVOS ............................................................................ 30
3.3.1 The Silent Way.............................................................................................. 30
3.3.2 Suggestopedia ............................................................................................. 36
3.3.3 Community Language Learning (CLL) ....................................................... 41
3.3.4 Total Physical Response (TPR) .................................................................. 46
3.3.5 Multiple Intelligences (MI) – Inteligências Múltiplas ............................... 50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61
9
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
[...] esse método é usado até hoje com diversas adaptações e finalidades
mais específicas, embora seja bastante criticado. A abordagem da gramática
e da tradução foca o ensino da L2 pela primeira, sendo assim as explicações
são feitas em língua materna. O foco está na estruturação escrita da língua e
pouca atenção é dada à pronúncia, sendo assim, o professor precisa ter vasto
conhecimento acerca das regras gramaticais e não necessariamente dominar
a fala da LE que ensina
Já no final do século XIX surge o Método Direto, com o uso exclusivo da língua
estrangeira na sala de aula, estabelecendo princípios e promovendo assim as bases
teóricas dos procedimentos para uma abordagem de ensino de línguas, ou seja, uma
abordagem científica, marcando com isso o início da Linguística Aplicada como objeto
de estudos.
De acordo com Skinner (1979 apud UNESP, 2011 p. 8), o Método Audiolingual
nasce com base no estruturalismo americano, na análise contrastiva (teorias
linguísticas) e na psicologia behaviorista (teoria de ensino/aprendizagem) em meados
de 1950. Nesse método, a língua é vista como um sistema formal, regularizado,
padronizado e descontextualizado, e a aprendizagem era vista como um conjunto de
hábitos condicionados que se adquiria através de atos mecânicos de estímulo e
resposta.
Enfim, no final dos anos 60, a linguística estrutural já sofria críticas e surgiam
novos paradigmas e o mesmo acontecia com as teorias behavioristas que eram
questionadas pela psicologia cognitiva. Noam Chomsky (1968 apud UNESP, 2011 p.
10) defendia que a língua era criativa e não memorizada, regida por regras e não
relacionada à formação de hábitos. Depois vieram outros estudiosos com outras
ideias, entre elas pode-se citar a Etnografia da Comunicação, cuja proposta foi a
substituição da competência linguística pela competência comunicativa, Dell Hymes
(1966 apud UNESP, 2011, p. 11). Vários outros estudiosos apresentaram suas
propostas de ensino para a língua estrangeira, até que algumas publicações mais
relevantes serviram de base para o que hoje é conhecido como: “Abordagem
Comunicativa” ou “Ensino Comunicativo de Línguas”. No rastro dessa abordagem,
outros métodos alternativos surgiram.
14
Percebe-se assim, que para atender a cada vez maior exigência da sociedade
e principalmente do mercado de trabalho, em se ter um segundo, terceiro ou até
mesmo, um quarto idioma, muitas metodologias surgiram, e, como tendências,
algumas sobreviveram um período, outras ainda são consideradas eficientes e
utilizadas pelas mais diversas instituições de ensino, desde escolas livres de idiomas
até colégios regulares de ensino. Contudo, a história deixa claro que: as principais
teorias para aquisição de um segundo idioma não começaram a surgir efetivamente
até que o foco da proficiência fosse realmente alterado da habilidade de leitura e
interpretação, para competência oral. Diante dessa mudança, torna-se evidente que
a escolha da metodologia, também dependerá do material didático adotado pela
instituição
A palavra método vem do grego “métodos”, que significa via, caminho. Refere-
se a um plano que esquematiza como se ensinar uma língua, “um caminho necessário
para obtenção de um fim” (FERREIRA, 2000, apud UNESP, 2011, p. 3); contudo,
observa-se que deve estar de acordo com a abordagem, já que deriva-se dela.
O ensino de língua inglesa possui uma enorme gratidão com relação aos
pesquisadores como Pavlov, Skinner e Watson pelas técnicas baseadas no
behaviorismo aplicadas em salas de aula nos EUA, bem como pelo método
audiolingual em instrução de uma língua estrangeira. A teoria de Skinner do
condicionamento operante é baseada no conceito de que aprendizagem resulta a
partir de uma mudança evidente no comportamento. Quando aplicada ao ensino de
língua estrangeira, uma pessoa aprende uma língua ao emitir uma expressão oral
(operante), que é reforçada por uma resposta dada pelo outro (consequência). Se a
consequência do comportamento imitado é negativa, o comportamento não é repetido;
se a resposta é positiva, o comportamento se repete. Repetição leva, portanto, à
formação de hábito. Deste modo, os behavioristas concordam com as opiniões de
Francis Bacon (1561-1626) e John Locke (1632-1704), que uma pessoa nasce uma
tabula rasa, uma página em branco, e todo aprendizado é o resultado de estímulo
externo. A partir desse pensamento, o Método Audiolingual se tornou popular
(TABER, 2006).
Uma definição básica para esse método seria o ensino de uma língua
estrangeira enfatizado no ensino do auditivo e da fala antes da leitura e da escrita.
Esse método é uma combinação entre psicologia do comportamento e a linguística. A
teoria estrutural da linguagem constituía sua espinha dorsal, já a linguística estrutural
vê a linguagem como um sistema de elementos estruturalmente relacionados pela
expressão de seus significados. Esses elementos são fonemas, morfemas, palavras,
estruturas e tipos de frases. No método audiolingual, o aprendiz primeiro ouve a
19
língua, depois ele fala a língua, e na sequência, ele lê e escreve nesta língua. A língua
materna é desencorajada em sala de aula quando esse método é utilizado. No método
audiolingual não se aprende muito vocabulário, ao invés disso, o educador ensina
oralidade e gramática devido ao fato de que, nesse método, a gramática é o mais
importante para o aprendiz. Em outras palavras, o aprendiz repete padrões
gramaticais após o educador. O objetivo geral desse método é capacitar o aprendiz
comunicativamente na língua estrangeira. E há dois objetivos no método audiolingual,
são eles: Brook distingue, entre objetivos de longo e curto prazo, em um programa
audiolingual, os objetivos de curto prazo incluem treinamento em compreensão
auditiva e pronúncia correta.
1. Repetição – o aprendiz repete uma elocução em voz alta logo que a ouve. Ele
o faz sem olhar para o texto escrito. A elocução deve ser breve o suficiente
para ser retida pelos ouvidos. O som é tão importante quanto a forma e a
ordem.
2. Flexão – uma palavra em uma elocução aparece de outra forma quando
repetida.
3. Substituição – uma palavra em uma elocução é substituída por outra.
4. Atualização – o aprendiz reformula a frase e a direciona a outro aprendiz, de
acordo com instruções.
5. Realização – o aprendiz ouve a elocução que está completa, exceto por uma
palavra, então repete a elocução completando-a.
23
Em termos gerais, tais linguistas acreditavam que nada valia aprender uma
língua se você não é capaz de usá-la corretamente, aplicá-la em situações reais. O
que a abordagem comunicativa defende é que o básico do ensino de língua
estrangeira é justamente o ato comunicativo. O significado é mais importante do que
a forma. Para que tal tipo de aprendizado ocorra, o uso de situações do dia a dia dos
alunos é de extrema importância uma vez que ele leva à conscientização da utilidade
do que estão aprendendo, o que acarreta o desenvolvimento das outras habilidades
(auditiva, escrita e interpretativa).
[...] uma maior preocupação com o próprio aluno enquanto sujeito e agente
no processo de formação através da língua estrangeira, ou seja, menor
ênfase no ensinar e mais aprofundamento naquilo que permita ao aluno a
possibilidade de se reconhecer nas práticas do que faz sentido para a sua
vida do que faz diferença para o seu futuro como pessoa.
c) Se ( e à qual extensão) algo é apropriado (apropriado, feliz, bem sucedido) em relação ao contexto
no qual ele é usado e avaliado
d) Se (e à qual extensão) algo é de fato feito, na verdade, executado, e o que sua realização implica
26
Design da aula, ou seja, o objetivo da aula. Piepho (1981) discute os níveis dos
objetivos em uma abordagem comunicativa:
O exemplo sugerido acima pode ser usado para o ensino de qualquer estrutura
que se queira passar para o aprendiz, basta seguir os passos básicos e estruturar
claramente o que vai ser ensinado e praticado naquela aula específica.
30
Contudo, o mais importante não é saber qual método adotar, ou qual o melhor,
e sim o desenvolvimento de técnicas e atividades que os relacionem dentro do
contexto apropriado, levando em consideração, fatores cognitivos, individuais,
afetivos, socioculturais, necessidades dos alunos e do professor, Prabhu (1990, apud
SEESP, 2011, p. 14).
Gattegno tem uma visão amplamente cética do papel da teoria linguística nas
metodologias do ensino de línguas. Ele sentia que os estudos linguísticos poderiam
ser uma especialização, carregando uma abertura limitada da sensibilidade de alguém
4 “These premises are succinctly represented in the words of Benjamin Franklin: Tell me and I
forget, teach me and I remember, involve me and I learn”.
32
e talvez pouco serviriam para o final amplo da mente (GATTEGNO 1972 apud
RICHARDS & RODGERS, 2001).
O citado autor continua afirmando que quando uma língua estrangeira está
sendo aprendida, é preciso colocar a mente no que seria um estado mental que
caracteriza o aprendizado de um bebê – total rendição `a língua estrangeira, porém,
ele deixa bem claro que o processo de aprendizagem de uma LE (uma segunda
língua) é completamente diferente dos processos envolvidos no aprendizado da língua
materna.
bom, dando descrições oral ou escrita de uma figura, com relações entre espaço,
tempo e número. Devem ainda responder questões gerais sobre cultura e literatura
dos falantes da língua materna, executando adequadamente nas áreas de soletrar,
gramaticalmente (produzindo e não explicando), na leitura e na interpretação, e na
escrita (GATTEGNO,1972 apud RICHARDS & RODGERS, 2001).
Os passos que o educador deve seguir em uma aula no método silencioso são
únicos. Por “ensinar”, entende-se a apresentação de um item uma vez, tipicamente
usando dicas não verbais para chegar ao significado. Testar segue imediatamente e
pode ser melhor verificado ao se destacar e modelar a produção dos aprendizes, que,
novamente, vem a ser feito do modo mais silencioso possível. Finalmente, o educador,
silenciosamente monitora a interação dos aprendizes, e pode até mesmo sair da sala
para que os mesmos lidem com suas novas ferramentas linguísticas. O educador usa
gestos, quadros e manipulações de forma a moldar as respostas dos aprendizes. O
procedimento em uma sala de aula com método silencioso segue tipicamente um
formato padrão. Na primeira parte a lição foca na pronúncia. Dependendo do nível dos
alunos, a aula pode trabalhar com sons, frases, e ainda, sentenças designadas no
quadro Fidel (quadros desenvolvidos para trabalho específico com pronúncia usando
símbolos na língua materna para todos os sons vocálicos e consonantais). Após o
educador silenciosamente aponta para símbolos individuais e combinações de dicção,
monitorando a dicção dos aprendizes. Através de um indicador, o educador pode
34
4. Então o educador pegará ou uma haste vermelha ou uma haste verde e pedirá
uma resposta a um aprendiz. Se a resposta estiver incorreta, ele solicitará uma
resposta de outro aprendiz, que então modelará para o aprendiz anterior.
5. O educador apresentará duas ou três outras hastes de cores diferentes da
mesma maneira, mostrará qualquer uma das hastes coloridas que foram
ensinadas e pedirá resposta de um aprendiz. A técnica de correção, como
pode-se observar, é através de outro aprendiz modelando a resposta correta,
ou, o educador ajudando a isolar o erro e o aprendiz fazendo a autocorreção.
6. Quando o aprendiz domina a linguagem, o educador coloca uma haste
vermelha bem visível e diz: Apple is a red fruit. Ele continuará apresentando
números adicionais, baseado no que a classe pode confortavelmente reter.
Outras cores podem também ser apresentadas.
7. Hastes são colocadas em uma pilha. O educador indicará, através de suas
próprias ações, que as hastes poderão ser recolhidas pelos aprendizes, e a
elocução correta deverá ser feita. Todos os aprendizes no grupo pegarão as
hastes e construirão suas elocuções. A correção em grupo será encorajada.
Por ser uma metodologia muito diferente das outras até então utilizadas e
apresentadas ao longo dos anos, apresenta-se aqui uma exemplificação do material
utilizado.
3.3.2 Suggestopedia
Lozanov afirma que, um estado relaxado, porém focado, é o estado ótimo para
aprendizagem. Para criar esse estado relaxado e promover sugestionamento positivo,
suggestopedia usa música, sendo essa a abordagem principal da suggestopedia
(BOWEN, 2006). Um curso desenvolvido dentro dos parâmetros da suggestopedia
dura 30 dias e consistem em dez unidades de estudo. As classes duram 4 horas por
dia, 6 dias por semana. O foco central de cada unidade é um diálogo que consiste de
aproximadamente 1.200 palavras ou mais, com a lista de vocabulário acompanhando
e os comentários gramaticais. Os diálogos são nivelados por conteúdo lexical e
gramatical. O papel dos aprendizes é cuidadosamente descrito. O estado mental do
39
As correções dos erros, nos níveis iniciais não são feitas imediatamente pois o
foco é na comunicação. Quando erros de estrutura ocorrem, o educador usa a forma
correta posteriormente durante a aula, visto que a imediata interferência do educador
pode destruir o clima de relaxamento da sala. Existe uma grande ênfase aos
sentimentos dos aprendizes, uma vez que eles devem estar se sentindo relaxados e
seguros. As condições da sala de aula (temperatura, iluminação, cadeiras) também
devem favorecer esse ambiente relaxado e seguro (LOZANOV 1978 apud Richards &
Rodgers, 2001).
41
Misturam o que o aprendiz sente, pensa e sabe com aquilo que ele está
aprendendo. Ao invés de autonegação sendo o caminho aceitável para a
vida, autorrealização e autoestima são os ideais dos exercícios a buscar. [As
técnicas] ajudam a construir harmonia, coesão e cuidado que, de longe,
transcende o que já está lá [...] ajuda os aprendizes a serem eles mesmos, a
aceitar a si mesmos, e a ter orgulho de si mesmos [...] ajuda a criar um clima
de carinho e compartilhamento na sala de aula de uma língua estrangeira
(MOSKOWITZ, 1978, p.2).
Curran escreveu pouco sobre sua teoria, seu aluno, La Forge (1983, apud
RICHARDS & RODGERS, 2001) foi quem tentou ser mais explícito sobre as
dimensões dessa teoria. La Forge aceita que a teoria linguística deve começar, porém,
não acabar, com critérios para características sonoras, a frase, e modelos de
abstração da língua. A tarefa do aprendiz de uma língua estrangeira é, de acordo com
o autor, apreender o sistema sonoro, atribuindo significados fundamentais, e
construindo a base gramatical da língua estrangeira. La Forge vai além dessa visão
estruturalista da língua, e elabora uma teoria da linguagem alternativa, que se refere
a Linguagem como Processo social:
interação, que segundo o autor, nessa, ambos experimentam um senso de sua própria
plenitude (CURRAN 1972 apud RICHARDS & RODGERS, 2001).
Quando deparados com uma nova tarefa cognitiva, o aprendiz deve resolver
uma crise afetiva. Com a solução das cinco crises afetivas, uma para cada
estágio CLL, o aluno progride de um estágio mais baixo para um mais alto do
desenvolvimento (La Forge 1983 apud Richards &. Rodgers, 2011, p.94).
eles. Sabe-se que uma das funções do conselheiro é de relacionar afeto com
cognição, entendendo a linguagem do ‘sentimento’, o conselheiro depende da
linguagem da cognição. Foi o papel do educador como conselheiro que Curran tentou
trazer para o aprendizado de línguas. Curran (1976) percebe que há também espaço
para o real aconselhamento no método de aprendizado de Línguas Comunitário,
conflitos de aprendizagem pessoais, raiva, ansiedade e distúrbios psicológicos
semelhantes – entendidos e respondidos pela sensitividade de aconselhamento do
educador, sendo considerados indicadores de um investimento pessoal profundo
(CURRAN 1976 apud RICHARDS & RODGERS, 2001).
O método TPR ficou popular nos anos 70. O conceito subjacente é que a língua
deve estar enraizada no mundo físico para ter significado concreto. Desenvolvido por
Dr. James J. Asher, professor de psicologia da Universidade de San Jose, o método
TPR é baseado na hipótese que há geralmente um longo período de desenvolvimento
auditivo e compreensão antes de uma língua ser colocada em uso. Asher compara o
aprendizado bem sucedido de uma segunda língua por um adulto como um processo
paralelo ao da criança adquirindo a língua materna. Esse processo, é similar ao modo
pelo qual as crianças são expostas à língua bem antes de serem capazes de
reproduzi-la sozinhas. Apoiado pela pesquisa de Noam Chomsky’s, em gramática
universal e geradora, o método TPR se baseia na noção de que o cérebro humano é
biologicamente equipado para o desenvolvimento de uma língua; ele só precisa do
meio correto para promover a aquisição natural da língua.
O método TPR reflete uma visão baseada em gramática da língua. Asher afirma
que quase todas as estruturas gramaticais da língua que está sendo aprendida e os
seus vocabulários podem ser compreendidos a partir do uso de forma habilidosa do
imperativo pelo educador, o autor, considera o verbo, em particular, o verbo no
imperativo, como o tema central linguístico acerca do qual o uso da língua e o
aprendizado são organizados (ASHER, 1977 apud RICHARDS & RODGERS, 2001).
De acordo com Asher (1977 apud RICHARDS & RODGERS, 2001), paralelo
ao processo de aprendizagem da língua materna, o aprendiz de uma língua
estrangeira deve primeiramente internalizar um “mapa cognitivo” dessa através da
audição. O processo auditivo deve estar associado com movimentos. Fala e outras
habilidades produtivas devem vir posteriormente. Asher baseia esse conceito na
crença da existência de um bio-programa para línguas no cérebro humano, que define
uma ordem ideal para aprendizagem da língua materna e da língua estrangeira. O
citado autor, vê TPR relacionando-a com a aprendizagem no lado direito do cérebro,
enquanto que a maior parte dos métodos de ensino de língua estrangeira, são
direcionados para o lado esquerdo do cérebro.
Uma típica sala de aula TPR, consiste de comandos verbais aos quais os
alunos respondem fisicamente. Jogos que propõe resposta física a comandos verbais.
Devido seu foco no físico, esta metodologia tem maiores eficácias em alunos
sinestésicos e seu uso principal se dá nos níveis iniciais de aprendizagem, onde o
foco das aulas está no vocabulário.
48
Considerando o papel do educador em uma sala de aula TPR, esse teria alguns
princípios simples a seguir como por exemplo: a) preparo de um script detalhado da
aula, sem improvisos; b) construção a partir do que foi feito anteriormente; c)
reciclagem da língua estrangeira e revisão extensiva; d) não mudar a língua
estrangeira com sinônimos; e) ambiente positivo que deixe os alunos confortáveis
para a prática TPR; f) apresente um número limitado de itens e os trabalhe
extensivamente; g) use bom humor para aumentar o nível de interesse dos alunos; h)
não force os aprendizes a falar, eles o farão no seus respectivos tempos; i) os
aprendizes, não devem precisar de ajuda com os comandos nas salas de aula TPR,
o contexto apresentado deve ser óbvio.
Asher (1977 apud RICHARDS & RODGERS, 2001) enfatiza que TPR deve ser
usada em associação com outras metodologias e técnicas. De fato, os praticantes de
TPR em sala de aula, tipicamente seguem essa recomendação, sugerindo que para
muitos educadores, TPR representa um conjunto útil de técnicas sendo compatível
com outras abordagens e técnicas.
Gardner (1993) propôs uma visão dos talentos naturais humanos que foi
denominado “Modelo das Inteligências Múltiplas”. Esse modelo é um entre uma
variedade de modelos de estilos de aprendizagem que têm sido propostos na
educação geral e, subsequentemente aplicado ao aprendizado de língua estrangeira.
Gardner afirma que sua visão de inteligência é livre de paradigmas culturais e evita os
conceitos geralmente estreitos associados com modelos tradicionais de inteligência.
Gardner aponta oito inteligências natas: 1) Linguística; 2) Lógica-matemática; 3)
Espacial; 4) Musical; 5) Sinestésico – corporal; 6) Interpessoal; 7) Intrapessoal; 8)
Naturalista (Richards & Rodgers, 2001).
Christison (1997 apud RICHARDS & RODGERS, 2001) exemplifica uma aula
dentro dos quatro estágios do planejamento do modelo das inteligências múltiplas: 1)
Despertar da Inteligência – educador traz diversos objetos para a sala. Os aprendizes
experimentam sentir os objetos que são macios, ásperos, duros, moles, frios, quentes
e assim por diante. Tal experiência ajuda a ativar e conscientiza o aprendiz das bases
sensoriais da experiência; 2) Amplificação da Inteligência – aos aprendizes é
solicitado que tragam algum objeto para a aula ou usem algo que esteja em sua posse.
Divididos em times eles descrevem os objetos atentando aos cinco sentidos. Eles
completam uma folha de exercícios incluindo a informação vista e discutida (tabela 1);
3) Ensinar com/pela inteligência – Nessa fase, o educador estrutura porções maiores
das lições para reforçar e enfatizar a experiência sensorial e a linguagem que
acompanha essa experiência. Aprendizes trabalham em grupo, completando talvez
uma folha de exercício como exemplificada na tabela 2; 4) Transferência de
Inteligência – Esse estágio está preocupado com a aplicação da inteligência na
vivência diária. Aos aprendizes pede-se que retratem ambos, o conteúdo da lição e
seu procedimento operacional (trabalho em grupo, preenchimento de tabelas, etc.)
(CHRISTISON 1997 apud RICHARDS & RODGERS, 2001).
Tamanho ________________________________________
Ele é usado para ____________________________________
Nome do objeto _______________________________________
Nome do objeto
Objeto 1 ____________________
Objeto 2 ______________________
Objeto 3 ______________________
Objeto 4 _______________________
Objeto 5 _______________________
CONCLUSÃO
buscado pelas escolas livres de idioma, ou talvez alguma variação dele; afinal, o que
essas escolas mais divulgam é a capacidade comunicativa do aprendiz (cliente) ao
final de seus cursos.
O Total Physical Response (TPR), pode ser uma metodologia efetiva em doses
homeopáticas para os aprendizes que não possuem nenhum conhecimento da língua
estrangeira. Esse método tem a vantagem de tirar os alunos de seus lugares e aliviar
o tédio que pode acabar se formando em sala de aula, permitindo assim que os
aprendizes associem ação ao aprendizado de língua estrangeira.
O método silencioso funciona muito bem com aprendizes de uma faixa etária
menor, crianças de aproximadamente de 6 a 9 anos de idade; um dos maiores pontos
positivos desse método é que os aprendizes têm a liberdade de tentar, errar, corrigir
a si mesmos e ao colega para desenvolver suas próprias regras para o que seria
correto e que não seria. O educador nada mais é do que um modelo, e toda
responsabilidade do aprendizado fica por conta do aprendiz. O educador prepara a
aula a ser ministrada, de forma que a responsabilidade pelo critério de correção fica
por conta dos aprendizes.
com alunos de níveis mais baixos, ou iniciantes por assim dizer, que estão lutando
para produzir linguagem falada na sala de aula. A sala de aula acaba se tornando
realmente uma comunidade, onde os aprendizes se tornam cada vez mais cientes de
seus companheiros, unindo suas forças e fraquezas, aprendendo a trabalhar em
equipe. O que pode ser chamado de lado negativo do CLL diz respeito a algumas
funções, ou tarefas, que ocorrem durante algum momento específico dos cinco
estágios nos quais as aulas CLL ocorrem. Algum aprendiz pode não se sentir
confortável ou não querer ter sua conversa gravada por exemplo, por falta de
espontaneidade. Alguns conselheiros podem ter dificuldade em deixar os aprendizes
(clientes) mais livres para produzirem. É difícil para alguns educadores soltarem as
rédeas. Durante seus esforços para garantir que o aprendiz atinja a independência, o
conselheiro pode acabar sendo negligente quanto à necessidade de apoio de seus
aprendizes (Bertrand, 2004).
sala de aula. Porém, muitos a encaram como uma técnica dos anos setenta que
mostrou que a sugestologia beneficia muito pouco o processo aprendizagem de uma
língua estrangeira. Não podemos deixar de mencionar que, ter um aluno relaxado e
seguro dentro da sala de aula faz muita diferença para o processo ensino
aprendizagem, principalmente de uma língua estrangeira, porém, o papel do educador
autoritário não cabe mais em nossa realidade. O que se busca cada vez mais é que o
aprendiz tome a liderança de seu aprendizado e que os educadores entendam seu
papel de guias e não líderes. Música, adequação do ambiente e dramatizações já se
provaram muito eficazes para uma sala de aula de língua estrangeira, mas claro,
quando usados dentro de uma metodologia na qual o educador passe as rédeas do
aprendizado para o aprendiz e o deixe produzir, para que ele seja capaz de notar as
nuances, a lexicalidade e a gramaticalidade da língua estrangeira.
REFERÊNCIAS