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ESTRANGEIRAS
RESUMO
Este artigo tem como objetivo apresentar questões relativas à Metodologia de ensino
e aprendizagem de línguas estrangeiras e sua importância para o processo. Para
alcançar tal objetivo, decidimos estudar alguns termos relevantes da área e explorar
as principais abordagens, suas origens, características, vantagens e desvantagens.
ABSTRACT
This article aims to present questions concerning foreign languages teaching and
learning Methodology and their importance to the process. To reach this goal, we
decided to study some relevant terms of the area and explore the main approaches,
their origins, characteristics, advantages and disadvantages.
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1. INTRODUÇÃO
1
Acreditamos que os estudos relacionados ao processo de ensino e aprendizagem devem
contemplar ambas as interfaces e que estes devem ser observados de maneira conjunta para que
realmente o processo seja significativo.
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2. TERMINOLOGIA
2
LEFFA, Vilson J. Metodologia do ensino de línguas. In BOHN, H. I.; VANDRESEN, P. Tópicos em
lingüística aplicada: O ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1988.
10
Utilizaremos, neste trabalho, os termos, abordagem e método, tendo como
base suas concepções atuais, para que possamos, inclusive, estarmos
contextualizados com as produções mais recentes do meio.
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versão são os pilares para compreensão da língua-alvo. A gramática e o dicionário
serão recursos pedagógicos muito utilizados neste processo6.
Temos como principais características desta abordagem:
As aulas são ministradas na língua materna e há pouca utilização da
língua-alvo;
Foco no desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita;
Pouco ou nenhuma atenção é dada à pronúncia e entonação;
Ênfase na aquisição de vocabulário e memorização das regras
gramaticais;
Abordagem dedutiva da gramática: partindo da regra para o exemplo;
No que concerne às formas típicas de trabalho, os alunos produzem extensas
listas de vocabulário, atividades cujo foco é a aplicação das regras gramaticais
estudadas, ditados, leitura de textos, tradução e versão.
Conforme podemos analisar pelas características, certas habilidades, como a
fala e a audição, não são desenvolvidas do decorrer dos cursos que apresentam
esta abordagem, pois a ênfase desta é a leitura e a escrita. Para o aluno que tem
como objetivo aprender uma língua estrangeira para fins de comunicação, esta
proposta de trabalho deixa muito a desejar. Ao final do curso, teremos um aprendiz
conhecedor da gramática e que possui domínio da leitura e da escrita na língua-alvo,
porém, há uma grande possibilidade deste frustrar-se por não conseguir, de uma
maneira satisfatória, comunicar-se na língua estudada, ou, em um grau menor,
sentir-se inseguros ao falar.
A relação professor-aluno, nesta abordagem, é vertical. O professor é tido
como detentor do saber, e por isso mesmo, todo o processo centra-se na sua figura.
O aluno é visto como mero receptor do conhecimento transmitido, a interação destes
praticamente não existe7. A partir desta perspectiva, observamos o quanto que o
processo de aprendizagem fica limitado apenas ao conhecimento do docente e seu
material didático.
Outro ponto desta abordagem importante para a nossa reflexão é a questão
da rigidez no controle da aprendizagem em se evitar, a todo custo, o erro. Ora, para
que aconteça de maneira significativa e satisfatória a aprendizagem de um
6
Idem.
7
Idem.
12
determinado conhecimento, no nosso caso de uma língua estrangeira, é necessário
que o aprendiz encontre um ambiente receptivo, motivador e que o incentive a
tentar, mesmo que erre, pois, é a partir dos seus erros que este tomará consciência
do que deve ser feito para que, gradualmente, não os repita. Diferente desta
perspectiva, temos a não permissão de errar desde o início, fato este que pode
dificultar ainda mais o processo de uma maneira geral, muitas vezes
desencorajando o aprendiz e até mesmo fazendo-o desistir do curso, por acreditar
ser incapaz de se adequar a este padrão de aprendizagem tão severo e que não
respeita as suas limitações e seu tempo.
8
Conhecida tradicionalmente como “Método Direto”
9
Cf. MACIEL, Katharine Dunham. Métodos e Abordagens de Ensino de Língua Estrangeira e seus
Princípios Teóricos
10
Idem.
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Abordagem monolingual do ensino - a aprendizagem deve ser feita em
contato direto com a língua alvo. Deve-se evitar, a todo custo, o uso da
língua materna em sala de aula, desde as primeiras aulas;
A ênfase é dada nas habilidades de fala e compreensão oral:
A utilização de diálogos situacionais e leitura de pequenos trechos são as
bases dos exercícios orais, onde serão trabalhadas a compreensão
auditiva, conversação, pronúncia e entonação, a partir daí, atividades
secundárias com ênfase na escrita poderão ser propostas.
Pela primeira vez no ensino de línguas encontramos atividades que, de
certa forma, integram e buscam desenvolver as quatro habilidades, ouvir,
falar, ler e escrever.
A gramática é ensinada de forma indutiva. Primeiramente, ao aluno são
apresentados os fatos da língua e, em um segundo momento, busca-se a
sua sistematização;
A transmissão dos significados é dada por associação através de gestos,
gravuras, fotos, simulação, enfim, tudo o que auxilie na compreensão, sem
jamais recorrer à tradução.
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continuidade aos seus estudos através de cursos de extensão, especialização e
mestrado.
11
Conhecida também como: “Método Audiolingual” ou “Método do Exército”
12
Almeida Filho, 2007. Lingüística Aplicada – Ensino de Línguas e Comunicação.
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estudo, como há urgência na aprendizagem, o processo era realizado nove horas
por dia, por um período de seis, podendo chegar a nove meses13.
Neste momento, a abordagem audiolingual possui, basicamente, os mesmos
modelos aplicados na Abordagem Direta. Com o tempo e advento dos estudos
desenvolvidos pelos linguistas, o ensino de línguas adquire status de ciência. Os
princípios fundamentais são reformulados, utilizando-se de aplicações de
conhecimentos em outras áreas, como a psicologia e pedagogia.
O behaviorismo de Skinner é a base desta abordagem no que tange a
aprendizagem. Segundo Leffa14 a língua é um conjunto de hábitos condicionados
que se alcança a partir de um processo mecânico de estímulo e resposta. Por isso,
as respostas certas eram sempre enfatizadas pelo professor e o erro deveria ser
evitado em todos os sentidos. A abordagem sustenta a premissa que não é possível
admitir o erro, pois acredita-se que este pode tornar-se modelo de aprendizagem.
São estes os princípios fundamentais da abordagem:
O processo de aprendizagem é dado a partir da ênfase na oralidade. O aluno
deve, primeiramente, ouvir e falar para só então desenvolver atividades
voltadas para leitura e escrita.
As estruturas básicas da língua devem ser apresentadas em uma sequência
gramatical e serão praticadas até serem automatizadas. De acordo com
Leffa15 “a aprendizagem só ocorria quando o aluno tivesse realizado a
superaprendizagem, isto é, quando tivesse automatizado a resposta; menos
do que isso não era aprendizagem.”
Deve-se aprender a língua e não sobre a língua – a aprendizagem acontece a
partir da sua prática e não por explicações de regras gramaticais, estas, por
sua vez, devem ser aprendidas intuitivamente, a partir de analogias.
As atividades baseavam-se na utilização de diálogos situacionais, que, de
certa forma, aproximam-se mais da realidade dos falantes da língua alvo. Os
diálogos apresentam estrutura e vocabulário que devem ser aprendidos
através de imitação, repetição e memorização. Os hábitos lingüísticos são
adquiridos pela saturação da prática. Os alunos repetem, de forma individual
13
Cf. LEFFA, Vilson J. Metodologia do ensino de línguas. In BOHN, H. I.; VANDRESEN, P. Tópicos
em lingüística aplicada: O ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1988.
14
Idem.
15
Idem
16
ou em conjunto para que haja a memorização, em seguida são selecionados
alguns fragmentos para serem trabalhados a partir da repetição do drills16.
Laboratórios de línguas com acesso a recursos auditivos, como gravações de
falantes nativos, facilita o desenvolvimento das habilidades de falar e ouvir. O
aluno repetia várias vezes as estruturas trabalhadas em sala de aula em
busca de serem completamente memorizadas e automatizadas.
O professor continua sendo o centro no processo. O papel do aluno é
passivo, não há estímulo para que este tome iniciativa ou contribua de
maneira significativa no seu processo de aprendizagem.
Temos ganhos consideráveis no processo de ensino e aprendizagem com a
utilização de novos recursos, novas técnicas de aprendizagem e ênfase voltada para
a oralidade. O questionamento vem, justamente, pela forma com que serão
trabalhadas as atividades, ou seja, através da repetição. A repetição traz-nos a
crença de que realmente está se aprendendo, mas esta é uma aprendizagem
superficial, pois, sua natureza é muito limitada. Não há estímulo para que o aluno
pense por si, reflita, tire suas conclusões e tenha a sua opinião formada sobre
determinado assunto, o que se apresenta e se espera de resposta é algo pré-
estabelecido, impossibilitando, assim, o uso efetivo da língua alvo. Além da limitação
na aprendizagem, observamos, também, a crescente desmotivação por parte dos
alunos ao estarem sempre expostos às mesmas atividades de repetição e
memorização. A falta de motivação é uma das principais causas de evasão e
desistência, por isso mesmo deve ser evitada a todo custo. Tarefas diversificadas e
dinâmicas podem ser a resposta para este problema, mas não é o que encontramos
nesta abordagem, o que limita muito a sua utilização, principalmente no contexto
atual.
16
Exercícios – com caráter de treinamento e condicionamento.
17
Segundo Portela17, os métodos comunicativos dão ênfase no sentido, no
significado e na interação entre os sujeitos na língua estrangeira. O ensino
comunicativo propõe atividades relevantes e que estejam ajustadas às necessidades
e interesses do aluno a fim de que este utilize a língua alvo em situações autênticas
de interação.
Temos como principais características desta abordagem:
A aprendizagem é centrada no aluno – este processo não é mais voltado para
a figura do professor, este, por sua vez, é visto como um mediador entre o
conhecimento e o aluno, a prática docente deve estar em harmonia com as
reais necessidades de aprendizagem do corpo discente. O aluno é
responsável e participante ativo neste processo. As contribuições advindas
pelas experiências e conhecimentos adquiridos por parte dos alunos também
são relevantes e considerados.
A ênfase na comunicação com a língua alvo - a aprendizagem é vista como
um processo em que a o foco maior é o desenvolvimento das habilidades que
favoreçam a comunicação entre os falantes e a interação entre os aprendizes
a partir do uso da língua alvo é fator determinante para este fim.
Introdução de textos autênticos e significativos no processo de
aprendizagem – o processo de aprendizagem deve ultrapassar os limites da
mera aprendizagem formal e alcançar os moldes de aquisição natural da
língua. Atividades que propiciem o contato direto com a língua alvo e que
estejam contextualizadas à realidade de seu uso são vistas como as mais
adequadas e condizentes com as necessidades de alunos e professores. A
utilização de recursos pedagógicos como: equipamentos de som, televisão,
computadores e outros podem facilitar este trabalho.
A sala de aula deve proporcionar uma aprendizagem colaborativa – o
conhecimento de mundo do aprendiz e suas observações são levadas em
consideração e podem auxiliar no processo de aprendizagem, as
contribuições advindas destes são importantes e devem ser sempre
incentivadas para que haja, inclusive, um aproveitamento maior e melhor de
toda turma caso este fosse limitado apenas à atuação do docente.
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PORTELA, Keyla Christina Almeida. Abordagem Comunicativa na Aquisição de Língua Estrangeira.
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Pelas características evidenciadas, a abordagem comunicativa apresenta-se
como uma das que mais se enquadram às reais necessidades dos alunos e
objetivos a serem alcançados pelos professores. Para que o uso da abordagem seja
totalmente eficiente é necessária a capacitação por parte do profissional docente.
Este, por sua vez, deve conhecer a abordagem e todas as suas perspectivas de
trabalho para que realmente sua aplicação seja significativa ao processo de ensino e
aprendizagem. Outra questão importante, a disponibilidade de uso de diversas
tecnologias e o conhecimento, por parte do corpo docente e discente, de como
utilizá-las para este intuito. Se o que se busca é, justamente, proporcionar um
ambiente que preze pelo uso autêntico da língua, todas as ferramentas pedagógicas
também precisam ser consideradas, estarem a disposição de alunos e professores,
quando necessário, e estes dominarem o uso para que possam aproveitar ao
máximo suas potencialidades.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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também a reprodução das falhas de cada uma delas e aplicá-las no momento mais
adequado à sua prática.
5. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de. Lingüística aplicada – ensino de línguas
e comunicação. Campinas, SP: Pontes Editores e Arte Língua, 2ª ed., 2007
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http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:ZOn2Q_5TzncJ:www.apario.com.br/ind
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KUDfZ2LgYOMFvhTg. Acessado em: 28.05.2011.
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