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DA LÍNGUA ESPANHOLA
Caro(a) aluno(a),
Dispensem tempo específico para a leitura deste material, produzido com muita
dedicação pelos Doutores, Mestres e Especialistas que compõem a equipe docente
da Universidade Candido Mendes (UCAM).
Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois eles nortearão o princípio de
suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexão, análise e síntese
dos saberes.
Atenciosamente,
Setor Pedagógico
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 5
Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 3
APRESENTAÇÃO
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INTRODUÇÃO
Durante muito tempo, o ensino de língua adotado nas escolas seguiu uma metodologia
linear, apresentando um arsenal de falhas consecutivas, em que o profissional – geralmente sem
grandes habilidades na área – assumia uma disciplina para complementação de carga horária ou
simples busca de novas experiências. O modelo adotado no currículo brasileiro deixava o
paradoxo da importância de uma língua estrangeira na formação escolar e a negligência do
ensino dela, tornando o desinteresse do aluno ainda mais frequente.
A metodologia usada no ensino de línguas estrangeiras sofreu, e sofre até hoje, uma
constante mudança em busca de novas técnicas para que haja um resultado positivo na
aprendizagem. Teorias linguísticas e psicolinguísticas foram incorporadas às estratégias adotadas
em sala de aula. Pouco a pouco foi surgindo, em caráter metodológico, adaptações à pragmática
tradicional do ensino da língua espanhola, adotando modelos que se aproximam mais do método
comunicativo e se afastando do método utilizado nas escolas com dedicação única à gramática.
No entanto, ainda é uma elaboração que está ainda buscando raízes individuais mais voltadas
para o espanhol, pois os métodos atualmente adotados são no modelo do ensino da língua
inglesa.
Apenas em meados do século passado, segundo GONZÁLES (1995), iniciaram-se os
questionamentos da eficácia do método de gramática e tradução no ensino da língua espanhola,
apesar de até nos dias atuais identificarmos esse tipo de método que era baseado no ensino de
línguas clássicas. O interesse desta metodologia era a abordagem no campo da escrita e da
literatura, não levando em conta a oralidade. Para Javier G. Gonzáles, aprender uma segunda
língua deve haver um estudo de memorização de um modo organizado e sistemático de acordo
com a sua gramática, contendo comentários, traduções e análises gramaticais do texto,
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memorização de vocabulário e aplicação do conteúdo e aproximação da língua e da cultura
estudadas com a do aluno. Este método possui as vantagens para o professor, facilitando seu
trabalho, fornecendo-o resultados positivos, pois o esforço recai ao estudante que necessita
buscar, através de motivações estabelecidas em aula, os seus próprios processos de
aprendizagem.
De acordo com esses princípios e, pela primeira vez, tendo um marco de uma teoria
linguística, o Estruturalismo, os diferentes métodos estruturalistas (enseñanza situacional,
audiolingual ou audio-oral, audiovisual) foram ganhando espaço, alcançando um lugar de
importância no ensino.
Os procedimentos utilizados anteriormente se baseavam num esquema mecanicista de
imitação-repetição-memorização de estruturas básicas que gradualmente vão se ampliando e
tornando-se cada vez mais complexas. É devido à base psicológica que se tem a ideia de que
aprender uma língua estrangeira é, essencialmente, um processo de formação de hábitos
mecânicos, por isso, a atividades são fundamentalmente exercícios de repetição, insistência,
transformação, substituição, baseados no trabalho com modelos de estruturas. Deste modo, as
aulas se destinam aos materiais, pois o livro de texto e os apoios audiovisuais possuem mais
importância que o próprio professor ou aluno.
O ensino baseado no método comunicativo tem como objetivo desenvolver a
competência comunicativa, estabelecendo ações do dia a dia, como: pedir algo, informar,
expressar um sentimento, dentre outros. Partindo desse pressuposto, o ensino de uma língua
estrangeira deve proporcionar aos aprendizes os meios e conteúdos linguísticos necessários para
poder compreender ou expressar essas funções.
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ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA NO BRASIL
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território e, automaticamente, a proibição do ensino do Tupi, estudada concomitantemente ao
ensino do português, a língua lusitana passou a ser oficial no país.
Durante, aproximadamente, 10 anos, o português “reinava” como único idioma falado na
região, até surgir a necessidade de estudar novas línguas. Incoporava-se, então, o estudo do
grego e do latim às aulas, seguindo o modelo dos jesuítas. Em 1808, foi incorparado ao currículo
escolar os idiomas francês e inglês, com estudo obrigatório. Dentre as diversas oscilações entre
as línguas estrangeiras estudadas – francês, inglês, latim e até o alemão – não se constatou a
presença do espanhol em todas as tentativas de implantação da língua estrangeira obrigatória no
currículo. Apenas na década de 40, com o lançamento da obra do argentino Idel Becker (1910-
1994), “Manual de Espanhol”, o idioma ganhou reconhecimento como disciplina, substitutindo o
latim dos componentes curriculares. Porém, com a retirada da obrigatoriedade do ensino de
língua estrangeira pela LDB/61, o espanhol distanciou-se de vez das escolas brasileiras. Em
1996, a própria lei reassumiu a importância da existência de uma lingua estrangeira a partir da 5ª
série, e o uso facultativo de uma segunda língua moderna no ensino médio. O inglês, então, era
líder absoluto e a opção da segunda língua foi concedida ao francês.
CONTINUE LENDO!
Fonte: História de Línguas no Brasil – Disponível em www.contextopolítico.blogspot.com Retirado de
Revista Nova Escola de agosto de 2008, páginas 77 a 79.
Apesar do Brasil ter sido colonizado por portugueses e o idioma ter sido transformado
na língua oficial do país, é inevitável a comparação entre o português e o espanhol. Essa parcial
semelhança pode ser um fator relevante para seu estudo no Brasil, mas que, por um motivo ou
outro, não houve o reconhecimento como segunda língua obrigatória durante muito tempo. No
entanto, há fortes motivos para requerer ao espanhol presença mais constante na Educação
Brasileira. A começar pela localização geográgica e suas fronteiras hispânicas: todos possuem o
espanhol como língua oficial.
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Apenas o Brasil, em comparação aos demais países da América do Sul, fala o
português. Fato que nos leva a crer sobre a importância, até mesmo urgente, do estudo da língua
espanhola e além do Brasil fazer fronteira com todos os países sulamericanos, com exceção
apenas do Chile e Equador.
É o que acontece, por exemplo, entre Rivera (Uruguai) e Livramento (Brasil). Alunos
de Rivera partem diariamente para escolas em Livramento, e vice-versa. E neste caso, poderia
ser ignorada a existência do estudo do espanhol nessas escolas? E a troca de elementos
linguístico-culturais entre esses alunos? Entre as duas cidades existem uma fonteira-viva,
nomeada “Fronteira da Paz”. Os habitantes possuem relação de integração dinâmica,
apresentando um convívio interpessoal positivo. Além disso, um projeto chamado “Fronteiras
Culturais” (Brasil – Uruguai – Argentina), proporcionou, em 2001, a integração ainda mais entre
alunos e comunidade das cidades fronteiriças. No projeto, foi abordada a obra de Cyro Martins,
“Campo Fora”, edição bilingue (português – espanhol), onde os alunos criavam suas próprias
histórias. Na ocasião, houve a aproximação dos componentes do “Club de Lectoras”,
abrilhantando a ideia do Projeto e promovendo criações de contos, poesias e músicas partindo da
obra Campo fora.
LEI 11161/2006
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Hispanistas e I congresso Internacional da Associação Brasileira de Hispanistas (Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil) em 2008.
Ao longo deste texto, farei referência a três esferas, as quais, provisoriamente chamarei,
respectivamente, de política, administrativa e acadêmica, às quais se vinculam, por um lado, a
própria sanção da lei 11.161 (05/08/05) e, por outro, as diversas iniciativas que vêm sendo ou
deveriam estar sendo tomadas para que essa lei possa/pudesse vingar e ter êxito.
A primeira questão que merece discussão neste espaço diz respeito à própria sanção da
lei que torna obrigatória a oferta do espanhol em todos os estabelecimentos de Ensino Médio do
país e facultativa entre a 5.ª e 8.ª séries do Ensino Fundamental a partir de 2010. A quem e a que
interesses serviu/serve essa lei cuja aplicação agora se mostra tão difícil e tão pouco articulada,
sobretudo quando se pensa em dimensão nacional? E enumero a seguir uma série de perguntas,
que nem sempre têm respostas.
A quem interessa efetivamente que se obrigue a oferecer o ensino do espanhol, a
qualquer preço, em quaisquer condições, em todo o território nacional, não
importando quais sejam as diferentes características, condições e os variados
interesses regionais? Que interesses, afinal, estão em jogo nessa questão?
1
Graduada e Licenciada em Letras (Português, Francês y Espanhol) na USP, Doutora do Departamento de
Linguística da FFLCH da Universidade de São Paulo em 1994, na área de Semiótica e Linguística Geral.
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Até que ponto há, de fato, a intenção de implementar o ensino do espanhol por parte
de nossos governos, em especial os estaduais, responsáveis pela implantação dessa
lei, que é federal?
Até que ponto esses governos estão dispostos a tomar para si essa tarefa e não
entregá-la a organismos estrangeiros e alheios aos nossos meios, com interesses que
não são os nossos?
Há uma política traçada para essa implementação ou ela simplesmente se dará em
alguns pontos isolados, ao sabor de certo acaso, em função de que alguém, quiçá
algum idealista, quiçá algum aventureiro, tome para si essa tarefa?
O que é real e o que é pura ficção nessa questão?
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Instituto Cervantes, a disseminação de cursos tanto de língua espanhola quanto de atualização de
professores e de difusão cultural, uma política de oferta diversificada de bolsas, várias delas com
apoio de poderosas instituições financeiras, a ampliação de seu parque editorial e o apoio às
publicações voltadas para o ensino da língua e da cultura espanholas (nem sempre claramente
voltadas para público brasileiro, embora por vezes com tentativas, mais ou menos bem
sucedidas, de adaptações) e, ao menos em tese, de difusão da “hispanofonia”i.
Tudo isso, que sem dúvida tem aspectos muito positivos, vem acompanhado de uma
fala triunfalista, constantemente divulgada pela imprensa espanhola e nos meios de comunicação
virtuais, no que se refere às expectativas em relação ao incremento do ensino do espanhol no
Brasil e alarmista no que se refere à não-disponibilidade de mão-de-obra qualificada para levá-la
a cabo bem como uma desconfiança implícita na capacidade das instituições brasileiras de
formar os professores necessários para levar adiante a tarefa de implantação do espanhol. Isso
serve, então, de justificativa para as insistentes tentativas por parte de certos grupos envolvidos
política e economicamente nessa questão de tomar as rédeas da formação de professores de
espanhol em nosso país. Essa proposta de ajudar a “formar” professores ? algo que é função das
instituições universitárias brasileiras (sobretudo as públicas)ii, cujos docentes, na sua grande
maioria, vêm se opondo publicamente a tal ingerência, e que é uma missão de interesse político
nacional ? pareceria vir ganhando espaço e força por meio de acordos feitos muitas vezes por
instâncias mais altas das instituições acadêmicas nacionais, de secretarias de educação ou, em
alguns casos, com o aval de alguns grupos de docentes e de associações interessados que atuam
nesses espaços acadêmicosiii.
Sobre o nível desses supostos cursos de formação e sobre a forma como vêm sendo
oferecidos já nem cabe falar, posto que foi, e por vezes ainda é, objeto de críticas em espaços
virtuais bastante acessíveis à nossa comunidade, nos curiosamente quais parece haver certo gosto
de exibir e ressaltar, perdoem-me a grosseria, certa mediocridade e incompetência e onde
proliferam vozes representantes de posições diversas, algumas delas de interesse e outras tantas
marcadas, lamentavelmente, por uma evidente desinformação, certa ingenuidade e por vezes um
doloroso servilismo, sem falar nas que se valem de insultos e insinuações em relação aos que
contrariam esses interesses criados, interesses esses por vezes de fato alheios às reais
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necessidades e ao desejo das nossas comunidades. A quem e por que interessa implantar o
espanhol dessa forma, deveríamos perguntar-nos novamente.
Curiosamente, uma das ditas grandes molas propulsoras do ensino do espanhol na
atualidade, o Mercosul e a integração que ele supõe? Tema recorrente nas falas dos que se
submetem ao estudo do espanhol, como apontam diversas pesquisas, um estereótipo usado pelos
incentivadores desse ensino e fortemente explorado pela publicidade das escolas de línguas? Não
parece sequer ir tão bem das pernas. No ano de 2007, a fundação Memorial da América Latina
publicou uma coletânea de artigos organizada por R. A. Barbosa intitulada MERCOSUL 15 anos,
na qual predominam artigos que no mínimo discutem o seu efetivo funcionamentoiv. Peña, por
exemplo, fala numa “integração-ficção” promovida por esse acordo que poderíamos considerar
mais de enfeite do que de qualquer outro tipo; Sica, por sua vez, fala de uma trajetória marcada
por atritos e de futuro incerto; Nogueira diretamente anuncia o seu fracasso; Cortês faz críticas à
falta de iniciativas no âmbito acadêmico (faltam acordos, projetos comuns, intercâmbios e co-
validação de diplomas e créditos de graduação e pós-graduação, etc.v). Além disso, como aponta
Simão (2008), no que diz respeito à questão que mais diretamente nos interessa, parece não
haver uma política linguística clara para o Mercosul e quando analisamos melhor o que ocorre
nesse sentido, vemos uma clara incoerência no plano governamental: o mesmo governo que
sanciona a lei da obrigatoriedade da oferta do ensino da língua espanhola, com as características
que lhe atribuem as Orientações Curriculares publicadas pelo MEC, dispensa, por exemplo, a
tradução de documentos para trâmites migratórios, contrariando o artigo 13, caput, da
Constituição Federal e prejudicando claramente a atividade profissional dos tradutores. A língua
estrangeira que precisa ser ensinada na escola para garantir a integração e o mútuo conhecimento
é dada, assim, como tão transparente e acessível que dispensa a tradução de documentos.
Fica evidente, assim, que o Mercosul, e em maior escala o Brasil, não possuem uma
política linguística clara e bem delineada, com propósitos firmes e ações efetivas deles
decorrentes. Temos leis que não se cumprem, belos discursos que não chegam à prática e vamos
implantando atabalhoadamente e sem regras claras políticas linguísticas que nem sequer emanam
claramente dos anseios e necessidades da nossa população e sim de outros interesses. Isso apesar
do que afirma Calvet (2007, apud Simão, 2008, inédito), segundo o qual
[...] só o Estado tem o poder e os meios de passar do estágio de planejamento e colocar
em prática suas decisões políticas, respondendo às necessidades de comunicação de
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determinado grupo, a partir da percepção das relações que as línguas estabelecem com a
sociedade.
Pois bem, quando o Estado falta, quando o Estado não faz a sua parte, não cumpre as
suas funções, outros ocupam o seu lugar. É legítimo, é lícito que o Estado não o faça? É
legítimo, é lícito que outros o façam, por vezes com a sua conivência?
Podemos iniciar este item puxando uma pergunta que decorre da última afirmação da
parte anterior: mas o que o Estado (nação) e os estados (da federação) fizeram, estão fazendo e
estão dispostos a fazer pela implementação da lei 11.161, sem deixar que outros o façam por
nós?
Creio que todos nós temos a resposta. Se não é justo responder “nada”, é, entretanto,
muito justo responder “muito pouco”. Vamos ver se conseguimos, então, correndo o risco de ser
imprecisos e injustos, lembrar algumas dessas coisas que foram ou não feitas.
A primeira das iniciativas: a elaboração das OCEM, texto que, ao que nos consta,
grande parte do professorado já atuante desconhece ou o conhece como matéria de cursos que
depois nem sempre chega a afetar, de fato, a sua prática. Do seu teor, destaco aqui duas coisas
importantes, que retomaremos no item seguinte, posto que precisam ser fortemente consideradas
na concepção de formação de professores: o papel mais educativo, mais formativo do que
instrumental que é atribuído ao ensino de línguas e particularmente da língua espanhola no
Ensino Médio e do reconhecimento da heterogeneidade constitutiva do espanhol, que aponta
para a necessidade de tratar essa língua, na sua especial relação com a de nosso país, de modo
não hegemônico, não estandarizado, termo tão caro a alguns defensores do “espanhol
internacional”, não homogeneizante.
A segunda delas, uma primeira seleção e distribuição de livros para as escolas que
manifestassem a sua intenção de dar início ao ensino dessa língua e para as que já a ensinassem.
É bom fazer saber que, a partir de relatos de professores em vários encontros de disseminação
das OCEM organizados por alguns estados em parceria com o MEC, em muitos casos esses
livros jamais chegaram às mãos dos professores que já estão em serviço. Consta, também, que
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haverá nova seleção, agora para compra de livros para todos os alunos pelo PNLD, com compras
previstas para 2008 e 2011.
Cabe destacar o considerável aumento de vagas para docentes formadores em
universidades públicas, particularmente as federais, que embora ainda não chegue a atender
plenamente as necessidades já desponta como algo positivo nesse cenário. No entanto, nota-se
um quase absoluto divórcio entre o quer ocorre nessas instituições e o que sucede, de fato, no
âmbito dos estabelecimentos escolares públicos, para os quais, na verdade, uma parte muito
pequena dos que se formam nessas instituições vão, dada a precária, cruel, humilhante mesmo,
situação dos professores. Isso decorre em grande parte da falta de estímulo e das péssimas
condições de trabalho e salariais, para não falar da violência e falta de segurança que muitas
vezes afetam esses ambientes, ao menos no estado e na cidade de São Paulo. Sem querer
generalizar essa situação (há professores e estabelecimentos muito bons no âmbito público, em
que pese a precária situação em que estes costumam operar), mas sim apenas apontando uma
tendência, nota-se, neste caso, uma enorme distorção: aquele professor bem formado pelas
instituições públicas e gratuitas de qualidade, que já necessitou de uma boa formação prévia para
nela ingressar e vencer os obstáculos impostos pelo rigor dos cursos, migra para outras funções
ou para as instituições privadas de melhor nível; enquanto isso, os formados precariamente por
quem quer que seja acabam geralmente ocupando os postos das escolas públicas.
Por razões que não podemos arrolar aqui e até onde pudemos obter informações, poucos
estados estão efetivamente preocupados com e empenhados na implantação da língua espanhola
no Ensino Médio, algo que precisaria de um planejamento mais diretamente voltado para as
necessidades locais, muito variadas, em todos os sentidos, num país das dimensões do nosso. No
estado de São Paulo, a Secretaria de Educação deu início, em 2007, à elaboração de um plano
curricular (que deveria ser acompanhado de materiais preparados para as aulas), que chegou a ter
uma primeira versão, feita por uma equipe da qual participeivi e que foi substituída ao mudar a
titular da pasta da educação. Até o momento de escrever este texto não sabemos como terminou
esse episódio nem se o trabalho entregue será aproveitado ou se foi/será refeito ou substituído
pela segunda equipe, porém sabemos, por informação oficiosa, que a questão do espanhol (carga
horária, plano curricular, materiais, etc.) foi adiada para a data em que este tiver que ser
implantado. Será muito diferente em outros estados?
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Também no estado de São Paulo, docentes de universidades públicas devidamente
designados por suas instituiçõesvii, fizeram um levantamento de necessidades de mão-de-obra
(formação, complementação, atualização, etc.) e apresentaram para a Secretaria de Educação, há
mais de um ano, um projeto de formação emergencial, totalmente aplicável sob sua
responsabilidade. Nunca obtiveram resposta. Enquanto isso, lê-se constantemente a informação,
também oficiosa, de que o projeto Oye de ensino do espanhol à distância, bancado pelo Banco
Santander e apoiado pelo Instituto Cervantes mediante a cessão de seu curso virtual, estaria em
pleno funcionamento. E entre verdades, boatos e mentiras, o tempo vai transcorrendo sem que se
veja alguma coisa bem articulada de fato para implementar a lei.
Aliás, cabem aqui outras tantas perguntas:
Quantos estados ou municípios promoveram concursos?
Quantos deles têm um quadro claro, e não inflado ou subestimado, das reais
necessidades de mão-de-obra (de quantos professores se necessitará efetivamente?),
da situação em que se encontram aqueles que já estariam legalmente habilitados, bem
como do seu interesse em assumir essa tarefa?
Quantos deles já decidiram como incluir essa disciplina na grade já bastante
engessada, com tendência a engessar-se mais com a inclusão de novas
obrigatoriedades?
Quantos deles já pensaram no espaço, tanto na grade quanto físico, de que dispõem
(ou não) para oferecer essas aulas, que segundo a lei deveriam estar totalmente
integradas à totalidade das disciplinas para alcançar os fins educacionais previstos
pelos documentos oficiais?
As dúvidas são inúmeras. As ações infinitamente mais escassas, o que nos leva a
duvidar do sucesso dessa implementação, ao menos nos moldes em que gostaríamos que ela se
desse. Como dizíamos há dois anos atrás, na mesa de mesmo nome do IV Congresso Brasileiro
de Hispanistas, no Rio de Janeiro, há uma enorme distância entre o dizer e o fazer? del dicho al
hecho hay un trecho? e tememos ouvir as velhas expressões: “a lei não pegou”, “a lei não
vingou”, “a lei, ora a lei!” no lugar de um belo e forte “dito e feito”.
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3. CENA 3: DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Muita coisa já foi antecipada sobre esta questão nas partes anteriores, já que esta
tripartição que fazemos neste texto é de natureza puramente metodológica. O fato é que se trata
de três esferas inseparáveis, cada uma contém e está contida na outra, numa relação de total
interdependência. A implantação a qualquer preço, “na marra”, nas palavras recolhidas por
Celada (2002), gera os problemas institucionais e práticos que relatamos brevemente e se
repercute na prática universitária de formação de professores, que se vê abruptamente perante o
desafio de encontrar novos caminhos para dar conta de preparar profissionais que atuem em
conformidade com o discurso assumido a respeito das funções, do papel e das concepções desse
ensino, no nível em que deverá ser implantado. Uma incoerência que já faz parte de nossa rotina,
o que significa que será necessário (e não sabemos se será possível) romper com padrões,
hábitos, crenças sobre o ensinar e o aprender línguas e sobre o sentido e a função desse ensino.
A negação do aprendizado de uma língua estrangeira instrumentalizada (para fins de
comunicação e profissionalização) como simples matéria escolar pelas OCEM, e sua
consequente substituição por uma visão formativa, educativa, que incida sobre a constituição da
identidade do aprendiz e o faça olhar para si mesmo ao olhar o outro, superando estereótipos,
lugares comuns e preconceitos, segundo a experiente e sensível professora Marilene Lemos
(ibid.: 90) “[...] entra em confronto com a prática real desse ensino no âmbito escolar, na qual a
língua estrangeira, de forma geral, é reduzida a um código gramatical, com todos os sentidos a
isto vinculados: a tradução, o preenchimento de exercícios de repetição, a cópia, dentre os
principais”.
Isso exige uma revisão e novos questionamentos que deverão nortear essa prática tão
marcada pela reprodução, em muitos casos:
O que é, afinal, formar professores que possam assumir um ensino dessa natureza?
De que precisam eles para além das clássicas aulas de metodologia, enfoques,
procedimentos, conhecimento dos materiais didáticos disponíveis e técnicas de
elaboração de materiais próprios e sua aplicação?
De que nível de reflexão, sobretudo linguística, necessitam para uma prática menos
instrumentalizada e mais rica? E digo linguística num sentido muito amplo, que
abarca, além da língua em uso, das práticas linguísticas, e do sistema que lhe garante
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o funcionamento, objeto de indispensável conhecimento, tudo o que a ela se
relaciona. Como trazer essas reflexões para o âmbito da formação de professores?
O que fazer para não estimular uma certa “ilusão de competência espontânea” nas
palavras de Celada (ibid.), a qual se traduz numa interlíngua ou uma espécie de
língua inventada decorrente de um processo de contato e da falta de conhecimentos
sólidos, que vem se exibindo e difundindo sem maiores problemas em espaços
virtuais, e que vem, a meu ver, se consolidando como se estivéssemos criando uma
nova língua? É assim que queremos (mal)tratar a língua cuja oferta estamos
impondo? A quem interessa isso, cabe perguntar-nos. É esse o espanhol que
queremos ensinar? É esse professor precário que queremos formar para dar conta de
uma tarefa de tal responsabilidade? Por que essa pressa? A serviço do que estão toda
essa “urgência” e essa premência que leva a passar por cima de princípios e de
posições assumidas em tantos documentos oficiais? Ou tudo é encenação e
novamente temos que dizer que del dicho al hecho hay un trecho?
4. CENA 4: APOTEOSE
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conta que aprendem, ouve-se com muita frequência) ou vamos novamente ouvir o que já
antecipávamos no texto lido no IV Congresso da ABH (2006): “a lei, ora a lei”, “a lei não
vingou”.
Referências da autora
BARBOSA, R.A. Mercosul quinze anos. São Paulo: fundação Memorial da América Latina,
2007.
LEMOS, Marilene A.: O Espanhol em redes de memória. Antigas rotinas e novos sentidos
dessa língua no Brasil. Dissertação de mestrado defendida este ano junto ao Programa de Pós-
graduação em Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-Americana, DLM-FFLCH-
USP, sob a orientação da Profa. Dra. María Teresa Celada, inédita.
Notas
i Utilizamos o termo “hispanofonia” para fazer referência ao que consideramos uma suposta abertura para o
reconhecimento e divulgação do espanhol utilizado em vários outros territórios que não o da Península Ibérica ou da
parte mais influente dela na questão lingüística. Seria muito bom poder fazer toda uma digressão sobre a situação
lingüística na própria Espanha, bastante tensa como sabemos, bem como uma abordagem crítica a respeito daquilo
que vem se designando como panihispanismo, entretanto, o tempo e o espaço não nos permitem essa ousadia.
ii Veja-se a declaração feita pelo Ministro da Educação Fernando Haddad em 02/09/08 no Portal do MEC, intitulada
“Ministro atribui a universidades públicas a missão de formar professores” http://portal.mec.gov.br/
Entre outras coisas, afirma-se no texto: “O ministro da Educação, Fernando Haddad, destacou nesta terça-feira, 2, o
papel da universidade pública na formação do magistério. No painel sobre educação do seminário O Brasil que
Queremos Ser, comemorativo dos 40 anos da revista Veja, Haddad lembrou que as universidades federais
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assumiram a tarefa da formação de professores. ‘Infelizmente, algumas instituições sem tradição executavam uma
tarefa que deveria ser nossa, disse o ministro, em São Paulo´”.
iii Nesse sentido, cabe destacar aqui a recente e polêmica iniciativa, para não usar termos mais agressivos, bancada
pelo grupo Santander, através de seu Portal Universia e com o aval da Secretaria da Educação do Estado de São
Paulo (segundo eles também das reitorias das universidades estaduais paulistas, que negam esse apoio
insistentemente), iniciativa essa conhecida como projeto OYE, dedicada a “formar” emergencialmente, com 450
horas de aulas de língua à distância, professores para as escolas públicas paulistas mediante a oferta do curso virtual
de língua espanhola do Instituto Cervantes (AVE) e com a complementação de 150 horas também à distância
dedicadas à didática e metodologia de ensino. Cabe lembrar que, para formar um professor de línguas na atualidade
– o que é feito por diversas instituições públicas em todo o país, além de algumas instituições privadas reconhecidas
pelo MEC –, exige-se uma carga horária mínima de 2800 horas teóricas e práticas presenciais. No entanto, o mesmo
Estado que impõe essa modalidade de formação, bem como os estados que a acatam, aceitem a proposta de
“formação” desses organismos, por certo inadequada e precária, para depois instalar esses formados em seus
estabelecimentos de ensino público e mais uma vez impor uma educação de baixa qualidade àqueles que por falta de
opção precisam cursar a escola pública.
iv Extraio estas informações de um trabalho, ainda inédito, de Angélica Karim Garcia Simão, professora da UNESP
de S.J do Rio Preto e doutoranda na USP. Agradeço à pesquisadora ter-me cedido essas importantes informações.
v Cabe ressaltar, no entanto, que algumas atividades de grande interesse nesse sentido, que congregam instituições
estrangeiras e nacionais, vêm sendo realizadas, fundamentalmente por iniciativa de grupos de docentes de algumas
de nossas universidades, com excelentes resultados, ao menos no âmbito das Letras.
vi Integravam a equipe, além de mim, as Professoras Isabel Gretel Eres Fernández, da FEUSP e Ana María López
Ramírez, Assessora Lingüística em São Paulo, que na realidade foi a pessoa que constituiu o grupo por não julgar
que seria tarefa exclusivamente sua traçar planos para a educação regular de um país que não é o seu. Aproveito a
oportunidade para destacar o trabalho sério das duas colegas e, sobretudo, a atitude extremamente ética da assessora
espanhola.
vii USP, UNICAMP, UNESP (com seus três campi nos quais há o curso de Letras – Espanhol, com a devida
Licenciatura) e UFSCar.
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A situação do ensino da língua espanhola no Brasil cresceu e ganhou lugar em todo o
país desde a aprovação da lei No. 4004 de 1993 a qual outorga a obrigatoriedade do espanhol nas
escolas brasileiras. Por outro lado, depois da aplicação do Mercosul, o espanhol se transformou
também em uma língua importante como o inglês no contexto dos negócios e o comércio no
Brasil. Devido a estes fatores, o Brasil é o lugar onde o aumento do interesse em aprender a
língua de Cervantes é mais significativa nas últimas décadas do século XX e o começo deste
século. O fato deve-se também ao português parcialmente “espanholizado” do Brasil, assim
como também parcialmente africanizado y parcialmente americanizado. E também por se
constituir nas origens coloniais de uma miscigenação entre espanhóis, portugueses, africanos e
índios.
Uma língua usada em nosso século justifica-se socialmente caso esteja sendo usada
facilmente pelos seus aprendizes, precisando circular nas salas de aula em textos que se leem e
que se ouvem e sobre os quais se fala e se escreve com instruções na própria língua em
atividades que se constroem crescentemente no idioma pretendido. Muitas são as dificuldades
em encontrar a avaliação correta em questões de vários concursos que adotaram a língua
espanhola como umas das opções para a prova, sejam elas nas provas de concursos, proficiências
ou exames nacionais.
De acordo com o professor Dr. José Carlos Paes de Almeida Filho (2011), em seu artigo
publicado na revista de Estudos Linguísticos, SALA:
[...] o exame precisa sinalizar isso inequivocamente se aspirar a que esse instrumento
opere continuamente como motor de práticas que valem a pena na sala de aula por sua
relevância para nossas vidas, que fazem alcançar mais longe na aquisição de um novo
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idioma cujas culturas reconhecemos com tolerância ou, ainda melhor, disposição, que
dão motivos animadores para as aulas e para os esforços que os aprendizes precisam
empreender, que tiram o medo de estar numa nova língua, que nos livram do limitante
monolinguismo que ainda acomete a maioria dos cidadãos brasileiros. (ALMEIDA
FILHO, J. C. P. 2011, online).
Em 2010, O ENEM recebeu mais uma avaliação de língua estrangeira, onde quase 5
milhões de candidatos puderam encontrar, além das questões de inglês, também o espanhol.
Provavelmente, em outros momentos, poderemos contar com outras línguas estrangeiras
disponibilizadas nos currículos brasileiros. Porém, tanto a logística de aplicação quanto a prova
de LE recém executadas precisam ser analisadas.
Segundo análises da prova, estabelecidas por profissionais do ensino da língua
espanhola, constatou-se que o Enem precisa de amadurecimento para que se torne válido e visto
com mais seriedade por todos. Diante dos resultados de análise, foi destacada a existência de
cinco questões de compreensão de textos que foram escritos de forma breve em espanhol e as
questões de múltipla escolha em português com instruções em português. No entanto, a prova de
LE com as características que teve nesta primeira versão precisa melhorar significativamente nos
próximos anos de publicação.
Não estamos nos referindo a uma prova falha tecnicamente na avaliação de competência
de leitura de textos curtos veiculados na internet. A escolha dos gêneros na prova deste
ano não nos decepcionou. A proposta de avaliar uma capacidade comunicativa
intercultural é que não foi atingida ainda. Embora avaliar compreensão na língua
materna seja justificável no plano simples de se saber o que foi entendido, ensinar uma
nova língua não pode permanecer estrangeira no mesmo índice com que foi iniciada sua
aprendizagem. (ALMEIDA FILHO, José C. P., 2011, online)
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geral e de língua estrangeira em particular. (ALMEIDA FILHO, José C. P. 2011,
online).
CONTINUE LENDO!
Fonte: “O que se tem depois do ENEM?” – Disponível em http://www.sala.org.br/artigos-de-capa/o-que-
se-tem-depois-do-enem. Acesso em 15 de agosto de 2011. Contato com o autor do artigo.
Muitos profissionais da área de espanhol esperam pela melhora das elaborações das
questões da prova de espanhol, sobretudo no que concerne a melhor escolha dos gêneros
discursivos. Esta poderia ser uma boa pauta para as discussões futuras em congressos de
professores que lecionam na língua espanhola.
Os professores Gretel Fernández, José Carlos Almeida Filho e Livia Donnini
concluíram a análise do exame, com a percepção de que ações efetivas urgem, não só no sentido
de aprimorar esse exame mas, também, de voltar o olhar sobre a educação básica e
especialmente sobre o ensino médio no sentido de, por exemplo, criar um sistema de metas para
os diversos níveis de escolaridade e adiantamento, assim como é preciso lançar um exame de
aquisição para estudantes (e professores) com espaço para se demonstrarem capacidade de uso e
atitude intercultural acoplada.
A língua materna é a língua que nos torna aptos a sermos o que somos. É através dela
que liberamos nossos símbolos linguísticos adquiridos ao longo da vida. Assim também ocorre
com uma segunda língua, pois a prática dela nos torna aptos a ativar métodos individuais de
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aprendizagem, construindo uma imagem de domínio linguístico. “A aquisição de línguas é um
dos fenômenos mais complexos de todas as habilidades próprias do ser humano.” (GRIFFIN,
2005, p. 19)
O ato de aprender a primeira língua se dá de forma tão natural que não nos lembramos
do momento de sua aquisição. Aos poucos, essa aptidão, interesse por outra língua vem
crescendo cada vez mais. Todo ser humano nasce com a inata capacidade de realizar a aquisição
de uma segunda língua. Existem pessoas que devem aprender uma segunda língua por obrigação
para poder sobreviver em uma comunidade linguística diferente da sua, e há pessoas que
aprendem por desejo de poder viajar, melhorar sua situação no trabalho ou simplesmente como
interesse intelectual.
No Brasil, as classes letradas que optam em aprender uma outra língua tomam grande
proporção com a disseminação de cursos de idiomas, professores que usam métodos
comunicativos e se dirigem ás residências dos alunos, os cursos de EAD disponíveis na rede
cursos de intercâmbio, valorizando as experiências de aprendizagem em grande número de
falantes. Segundo Almeida Filho (2011), esse é um fenômeno brasileiro dado que é muito pouco
usual ocorrer isso em outros países com características socioeconômicas parecidas com as do
Brasil.
Os cursos de EAD estão crescendo cada vez mais no Brasil, possibilitando novas
fronteira e formas de buscar o conhecimento. É neste contexto que temos o uso da modalidade a
distância para o estudo de línguas. Já é possível fazer um curso de idiomas totalmente por
internet ou adquirir uma formação na área, fazendo um curso neste perfil.
A Educação a Distância permite contribuir com a propagação do conhecimento de
forma rápida e precisa. Ela surge para atender algumas necessidades no campo educacional,
corroborando com muitos processos tecnológicos, devido à condição de ferramenta eficaz para a
formação do indivíduo, tanto educacional quanto profissionalmente. Esta modalidade apresenta a
mesma legalidade de um curso presencial. Através dela foi possível estabelecer contribuição no
crescimento intelectual, construindo conceitos e aproximando ainda mais os sujeitos os recursos
tecnológicos da atualidade.
Este salto significativo da EAD possibilitou que vários cursos chegassem ao aluno com
uma importante interação. Assim, os aparatos disponíveis nos Ambientes Virtuais de
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Aprendizagem (AVA) estimulam a aprendizagem, pois o auto-estudo gera a busca pela
informação em outras fontes de pesquisa.
Dessa forma, estudar a língua espanhola pela internet, em um ambiente virtual, parecia
impossível. Muitos alegavam que a presença e o contato real entre professor e aluno seriam
fundamentais para a pronúncia, ter um contato com a língua, aproximar as culturas. No entanto,
o que se constatou foi a possibilidade das línguas estrangeiras estarem reunidas em um processo
de ensino-aprendizagem satisfatório. Porém, vale pontuar o verdadeiro papel do professor diante
desta modalidade de ensino. Cabe a ele, unicamente, o papel de tutor de línguas. A presença e
acompanhamentos no desenvolvimento da língua é fundamental para o aprendizado. Essa
sensibilidade só será alcançada se o profissional buscar uma formação diferenciada para exercer
tal função, a de mediador entre as tecnologias e o saber científico, implicando a vivência entre a
teoria e a prática.
Mas, o que significa EAD? Será que adotar essa modalidade para o ensino do espanhol
não seria possível diante das dificuldades geradas pelo próprio idioma?
(...) a alfabetização tecnológica do professor como um conceito envolve o domínio
contínuo e crescente das tecnologias que estão na escola e na sociedade, mediante o
relacionamento crítico com elas. Este domínio se traduz em uma percepção global do
papel das tecnologias na organização do mundo atual e na capacidade do professor em
lidar com as diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas
de expressão, além de distinguir como, quando e por que são importantes e devem ser
utilizadas no processo educativo. (LEITE; SAMPAIO, 2002, p. 75).
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Interação com músicas e dicas de leitura através de sites destinados a isso.
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Para auxiliar no planejamento com a ajuda da tecnologia e para quem tem acesso à
internet durante as aulas de espanhol, existem alguns curtas em espanhol para que se torne a aula
mais dinâmica e os alunos mais motivados e que estão disponíveis na rede. São vídeos divididos
por países, caso a aula tenha a intenção em mostrar os dialetos em espanhol, observando o
sotaque de cada país.
Quando surgiram na internet os primeiros curtas espanhóis, alguns professores
começaram a trabalhar com exibição em aula destes vídeos. O uso da tecnologia proporcionou
aos alunos o contato com a pronúncia de personagens e dubladores nativos, aperfeiçoando o
aprendizado de forma mais positiva. Porém, deve-se ter a consciência de que além de apenas
buscarmos materiais didáticos para este ou aquele tema que queremos abordar em aula, e apesar
de sempre chegarem pedidos de canções em espanhol, não devemos esquecer que a tarefa de
professores-educadores é justamente contribuir para a construção constante de nossa condição
humana, por meio do ensino-aprendizagem de ELE, porque não aproveitar este material tão
humano (ou outros pelo estilo) para trabalhar com os alunos valores como inclusão do outro
(processo que vai mais além de uma mera tolerância) através desta produção que nos aproxima
deste objetivo. E, além disso, poderemos passar ações de rotina como “despertarse”,
“levantarse”, “desayunar” etc, em um contexto tão significativo quanto o que o vídeo apresenta.
ESPANHA
- Solo
http://www.youtube.com/watch?v=_8ZIGlY5ePE&feature=related
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http://www.youtube.com/watch?v=ddJ3YT0-V70
- El viaje de María
http://www.youtube.com/watch?v=YybEpQK_g-8
- Coleguita de la calle
http://www.youtube.com/watch?v=kHGd7rshNFw
- Monada
http://www.youtube.com/watch?v=WWkrE5PMLzk
- 15 días en agosto
http://www.youtube.com/watch?v=UhUAq9XGPL8
- El aprendiz
http://www.youtube.com/watch?v=RT8JEfS0HAU&feature=related
MÉXICO
Sin Sostén
http://www.youtube.com/watch?v=3abDKbXG9yE&feature=related
El Heroe
http://www.youtube.com/watch?v=RP1ZvXqRTho&feature=related
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Alfonsina y el mar
http://www.youtube.com/watch?v=kf-WPBKDn_c
Jacinta
http://www.youtube.com/watch?v=jCgPw3OrV0I
El primer ángel
http://www.youtube.com/watch?v=g-6pbB3fv64
CHILE
Papelito
http://www.youtube.com/watch?v=alx5kveDoB0&feature=related
El bar de la luna
http://www.youtube.com/watch?v=5sfDz671aFI
Condorito
http://www.youtube.com/watch?v=-Nrgwd_Vcds
El Pescador
http://www.youtube.com/watch?v=u81c-mR0Y-I
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Ola Bolivia
v=http://www.youtube.com/watch?v=evSyGjM7Yfc
Yo, Matías
http://www.youtube.com/watch?v=MvOGDq8Qj4c
Retirada
http://www.youtube.com/watch?v=08QqUl_Muo0
Quinoscopio
http://www.youtube.com/watch?v=6-It-qo_wfk&feature=related
El Desafío a la muerte
http://www.youtube.com/watch?v=pBrkYoBMHbE
Teclopolis
http://www.youtube.com/watch?v=m4YPDh8_Myw
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La guitarra
http://www.youtube.com/watch?v=mmXxcjlHBdE
http://www.youtube.com/watch?v=nqZ3pKUEEBQ
BOLÍVIA
Ay Juanito
http://www.youtube.com/watch?v=Hf0LH33Yy78
Made of Stone
http://www.youtube.com/watch?v=iP4kVNM4nOc
Abuela Grillo
http://www.youtube.com/watch?v=v7ffe-e9AEA
Libertard + Ciudad
http://www.youtube.com/watch?v=cAIXvCcuXlk
http://www.youtube.com/watch?v=v34oed3ZoLo
www.latitudeslatinas.com
http://www.espanholnarede.com/ejerciciosnuevos/musica/index.html
http://espanholnarede.com/viva/tierradelolvido.php
no hay nada más difícil que vivir contigo (original: no hay nada más difícil que vivir sin ti)
2) Cambiar el orden de los versos para que ellos los ordenen mientras escuchan
3) Agregar una palabra extra que ellos deben identificar y tachar. Ejemplo:
no hay nada más difícil que vivir aquí sin ti (palabra extra: aquí)
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4) Poner opciones para seleccionar la correcta:
no hay nada más difícil que vivir feliz / vivir sin ti / pensar en ti
5) Respuesta no verbal. Pararse cuando la canción dice determinada frase o palabra; levantar la
mano o levantar una tarjeta. Si se le dan diferentes objetivos a diferentes alumnos, tendremos
gente moviéndose en diferentes partes de la canción, lo que es divertido :)
Vale ressaltar que para ter um bom desenvolvimento durante a aplicabilidade do
trabalho com música é necessário levar em consideração os seguintes pontos:
http://www.youtube.com/watch?v=PXbWiW8CFd8&feature=player_embedded#!
2
rellene los huecos” – preencha os espaços.
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(Fonte: VI Encuentro Internacional EducaRed 2011)
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Leitura recomendada na Edição Especial da Revista Cultural “Ñ” (Clarin), intitulada “De
quem é o castelhano?”. Constata-se a participação de muitos membros e colaboradores, como é o
caso de Jorge Fondebrider, o qual aborda o tema da propriedade idiomática, partindo de várias
perspectivas geográficas, vivenciais e temáticas.
Disponibilizamos os artigos encontrados na revista para que possa usufruir do aparato de
informações neles contidos. Na versão digitalizada do módulo, basta pressionar a tecla
“CONTROL” + clique no mouse. Para a versão impressa, basta digitar o endereço.
SUMÁRIO DA REVISTA:
Una lengua para muchos / ¿Qué metrópoli? / Dejar constancia de lo que se dice / Pensar la
lengua del siglo XXI / Quinientos millones hablan español / Persistencia de la tonada / Escribir
en casa ajena / La lengua, entre dueños y hablantes / Fronteras imaginarias / Robar lo que se
pueda / Somos uno, pero no el mismo / ¿Quién elige a quien enuncia las normas? / Aprender el
“español correcto” / Miento para la Corona / ¡Cáspita! ¡Libro corregido! / El español es de todos
/ Maletas en la cajuela / Ocho respuestas a una misma pregunta
Producción y coordinación: Jorge Fondebrider
¿Qué metrópoli?
SILVIA SENZ BUENO
Una filóloga española analiza el sentido de la Real Academia Española y sus análogas
americanas, anticipando “El dardo en la Academia”, texto de pronta aparición en la editorial
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Melusina.http://www.revistaenie.clarin.com/rn/literatura/Politica_de_la_lengua_0_547745229.html
Persistencia de la tonada
SANTIAGO SYLVESTER
Poeta, narrador y ensayista salteño, el autor reflexiona sobre lo que ocurre con la lengua regional
cuando recibe los embates del habla de la metrópoli.
http://www.revistaenie.clarin.com/literatura/Capital_e_interior-_la_persistencia_de_la_tonada_0_547745234.html
Fronteras imaginarias
VERÓNICA ZONDEK
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Para la poeta y traductora chilena, “una lengua intervenida por otra se abre a lo desconocido y se
ensancha”.
http://www.revistaenie.clarin.com/literatura/Lengua_y_propiedad_I_0_547745238.html
El español es de todos
DARÍO JARAMILLO AGUDELO
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El poeta y narrador colombiano responde a la pregunta planteada por Ñ, recorriendo la historia
de la lengua.
http://www.revistaenie.clarin.com/literatura/El_espanol_es_de_todos_0_547745244.html
Maletas en la cajuela
MIGUEL WALD
“La traducción audiovisual también está sometida a la costumbre”, señala el especialista que
firma esta nota, Donde se habla asimismo del impacto del castellano neutro.
http://www.revistaenie.clarin.com/literatura/Subtitulado_y_doblaje-_maletas_en_la_cajuela_0_547745245.html
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METODOLOGIA APLICADA EM E/LE
Métodos e técnicas para o ensino do Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE)
Existem vários termos em espanhol que define a palavra método e apresenta sinôminos
que, muitas vezes, acabam se confundindo. É o caso das palavras: abordaje, enfoque,
metodología.
Los sentidos de los términos abordaje, enfoque, método, metodología, material
didáctico y libro de texto muchas veces se confunden; algunos se emplean como
sinónimos de otros; hay casos en que se les atribuyen sentidos que no les corresponden
en el ámbito de la enseñanza y aprendizaje de idiomas o incluso se entrecruzan los
significados que pueden tener en español y en portugués. Aunque en ocasiones la
inexactitud terminológica no impide la puesta en práctica de acciones eficaces, en varios
momentos sí genera dudas y provoca interpretaciones equivocadas, inadecuadas o,
incluso, afecta la coherencia entre, por ejemplo, lo que se propone en un plan de curso
y lo que se realiza en clase. (FERNÁNDEZ, 2010, p. 69).
Por este motivo, é fundamental ter os significados de forma clara, pois é neste
momento em que as perguntas acabam nos confundindo entre qual a técnica a ser usada,
elementos que facilitam ou não na aprendizagem, qual procedimento devemos usar em sala,
dentre outros.
Inicialmente, é importante ressaltar que o termo “abordaje” pode ser comparado ao
significado que expressa o termo “enfoque”, em espanhol. Assim, por exemplo, a abordagem
constutivista corresponde a expressão “enfoque constructivista”. Para Mizukami (1986, p.1), “el
proceso educativo abarca diferentes ámbitos como el humano, el técnico, el cognitivo, el
emocional, el sociopolítico y el cultural” e, por isso, “entendemos el fenómeno educativo como
un objeto em permanente construcción y con diferentes causas y efectos de acuerdo con la
dimensión enfocada”. (SANTOS, 2005, p. 2)
Segundo Mizukami, há cinco modos diferentes de classificar o processo de
aprendizagem:
Enfoque tradicional
Enfoque comportamentalista
Enfoque humanista
Enfoque cognitivista
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Enfoque sociocultural
Leffa (1988, p.212) defende que o método tem alcance menor que o enfoque e pode
estar contido em um enfoque. Não trata de suposições teóricas da aprendizagem de línguas, mas
sim de normas de aplicação dessas opiniões. O método, por exemplo, pode alcançar regras para a
seleção, ordem e apresentação dos itens linguísticos, assim como normas de avaliação para a
elaboração de um determinado curso. Já para Almeida Filho (2005), o conceito de metodologia
se relaciona à didática de línguas e pode ser definida como ‘um conjunto de procedimentos
recomendáveis para bem ensinar uma língua.
Segundo o dicionário de termos do espanhol, disponível em
http://cvc.cervantes.es/Diccionario de Términos Clave de ELE, Método é um conjunto de
procedimentos estabelecidos a partir de um enfoque, para determinar o programa de ensino, seus
objetivos, seus conteúdos, as técnicas de trabalho, os tipos de atividades e os respectivos papéis e
funções dos professores, alunos e materiais didáticos. E Metodologia é o componente do
currículo que se relaciona com os procedimentos mediante os quais se pretende alcançar o
domínio dos conteúdos e a realização dos objetivos.
Sempre que escolhemos o caminho das práticas de ensino-aprendizagem nos variados
níveis de aprendizagem e na formação docente, recorremos ao campo da Linguística,
Psicolinguística, Sociolinguística. Dessa forma, estamos quase sempre fundamentados nos
limites da matéria e do objeto, tratando-se da didática do ensino da língua. Para Aquilini Sánchez
(2004), a observação de u
A ciência constrói objetos teóricos sobre a base de uma matéria, os fenômenos
empíricos, a partir da observação segundo um determinado ponto de vista. Assim, cada ciência
se constitui em diferentes teorias que podem se apresentar de variadas formas. Este ponto de
partida rompe decididamente a visão ingênua que considera uma afirmação científica em uma
afirmação categórica capaz de explicar de maneira unívoca determinados fenômenos, que é uma
verdade indiscutível e, sobretudo, única.
Para tanto, a percepção da participação dessas áreas podem encontrar um fator
principal para a abordagem da língua espanhola em sala. Neste contexto, existem vários métodos
para que se tenha êxito no ensino de línguas com o enfoque da importância da aquisição de uma
segunda língua.
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Ensinar qualquer língua é algo desafiador em todos os sentidos, pois é destinar às
pessoas a aptidão em comunicar-se com eficiência, transformando este ato em uma porta aberta
às relações interpessoais e conduzindo-as ao conhecimento de novos saberes. Dessa forma,
ensinar uma segunda é ainda mais complexo por se realizar em diferentes contextos e as
realidades nem sempre serem as mesmas. Existem contextos em que a segunda língua não é
aceita entre os estudantes. Há caso também, em que os próprios pais interferem na escolha da
segunda língua dos filhos, dando preferências, por exemplo, ao inglês e não observando a
importância também do espanhol.
Muitos desses obstáculos devem ser atendidos de maneira urgente para que não haja a
degradação do ensino da língua espanhola por alegação de “idioma parecido com o português e,
portanto, não carece estudos particulares. Uma das alternativas que podem auxiliar para que a
implantação seja feita positivamente é através da investidura na formação docente acerca dos
métodos de ensino, estratégias e técnicas para ensinar a segunda língua. Por esse motivo, existem
vários fóruns disponíveis em sites de formações docentes online, congressos e discussões
pedagógicas sobre o assunto.
En ese sentido, es intención del Ministerio de Educación y Cultura instalar la discusión
acerca de los procesos pedagógicos más efectivos para enseñar el castellano o el guaraní
en carácter de segundas lenguas. Por esa razón, la Campaña de Apoyo a la Gestión
Pedagógica del Docente en Servicio, correspondiente al año 2011, asume la necesidad
de trabajar la enseñanza de la segunda lengua y, consecuentemente, instala el
tratamiento de este tema con los docentes del 2° ciclo de la EEB. (MINISTERIO DE
EDUCACIÓN Y CULTURA DE PARAGUAY, 2010, p. 7).
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A busca por uma formação docente mais adequada admite a necessidade de reflexão
sobre a própria práxis e reestruturar o caminho percorrido é preciso. Tal reflexão não terá êxitos
se não estiver sustentada em princípios e fundamentos teóricos equivalentes à capacidade de
pensar, racionalizar e chegar a conclusões devidamente justificadas.
O professor de idiomas não é um linguista, mas esta é a profissão que lhes é mais
importante desde o ponto de vista da natureza do objeto de ensino: a língua. O objetivo, então,
não é ensinar algo sobre a língua, mas sim, a língua quanto tal. E terá que ensiná-la segundo os
conceitos que tenham dela e o método que responda a seu enfoque.
“A lo largo de la historia de la humanidad, bien por razones políticas, culturales o
comerciales, siempre ha existido un enorme interés por aprender otras lenguas. En el
mundo actual, el interés se ha visto acrecentado, al menos cuantitativamente, por los
cambios operados en la sociedad y por la aparición de los poderosos medios de
comunicación y de las técnicas que los sustentan” (Marcos Marín y Sánchez Lobato,
199?, 51).
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A aula em que se aplica um método tradicional se caracteriza pela autoridade, detenção
de conhecimento, aprendizagem passiva. O professor é o único que sabe e o aluno o que não
sabe, gerando uma espécie de superioridade do professor em sala. Os alunos não participam e
apenas são receptores do conhecimento.
Existem outros pontos que caracterizam um método tradicional:
Ensino fechado e autossuficiente.
Aprendizagem quantitativa e não crítica.
Professor é o principal foco em sala de aula.
Os textos e manuais são recursos obrigatórios durante todas as aulas.
Seleção do conteúdo com abordagens apenas gramatical.
Seleção do vocabulário feita a partir de textos literários.
Organização do conteúdo de cada lição seguindo um esquema dedutivo.
Memorização do significado mediante o recurso de tradução.
Ausência de interação comunicativa aluno-professor.
Intolerância aos erros e correção imediata.
MÉTODO DIRETO
O método direto defende a ideia de que o aluno aprenda a língua sem esforço,
apresentando suas principais características:
As teorias não estão na primeira linha da sala.
Crenças pouco sistematizadas, intuitivas na maioria das vezes inspiradas na
observação do que ocorre durante o processo de aquisição da língua materna.
A interação professor-aluno é o mais importante na aplicação deste método.
Os objetos, desenhos, gestos, figuras e outros são utilizados de forma a contribuir
para a aprendizagem da língua, expressando os sentidos do corpo humano para
facilitar ou favorecer a transmissão do significado de palavras ou frases.
É tarefa principal do professor levar o aluno à aprendizagem da língua, mas não de
forma autoritária devido à flexibilidade da conduta.
Os alunos neste método são receptores ativos e participativos.
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O professor dispõe de uma ampla autonomia e responsabilidade para complementar o
que o que dispõem os livros e manuais.
A seleção de vocabulário seguem critérios de uso em situações comunicativas.
Os objetivos gramaticais são adquiridos mediante o método indutivo.
Os erros são corrigidos dentro do processo interativo.
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Durante as últimas décadas do século passado, numerosos especialistas no ensino de
segundas línguas e línguas estrangeiras postularam a possibilidade de desenvolver
conhecimentos operativos mediante uma série muito simples de procedimentos didáticos.
Atualmente, no entanto, a prática na sala de aula demonstrou que estas teorias estavam muito
longe da realidade, pois no processo ensino-aprendizagem intervém numerosos fatores
processuais onde se encontram muitos alunos, professores, instituições de ensino, desenvolvendo
dia a dia a complexidade real de uma língua e sua cultura.
A metodologia atual busca uma base voltada para a dimensão comunicativa da língua.
Trata-se de uma nova organização de programas docentes que trabalha novos conteúdos e que
busca objetivos finais que envolve ao mesmo tempo o aluno e o professor na tomada de decisões
em sala, pois no campo do ensino de línguas estrangeiras, a ideia de um método concebido
como solução universal foi desconstruído para dar caminho aos enfoques curriculares que
concebem o ensino e a aprendizagem como um processo dinâmico que se desenvolve sobre a
base do diálogo e da troca de experiências entre o professor e os alunos e que exige o
compromisso e a colaboração de todos os que participam, direta ou indiretamente.
A relação entre os diferentes fatores que intervém na comunicação foi esquematizada
por M. Canale e M. Swain (1980) da seguinte forma:
competência gramatical (domínio do código linguístico)
competência sociolinguística (adequação dos enunciados tanto o significado quanto a
forma)
competência discursiva (capacidade para combinar as estruturas e os significados no
desenvolvimento de um texto oral ou escrito)
competência estratégica (domínio de estratégias comunicativas, de caráter verbal e
não verbal utilizadas para compensar as deficiências na comunicação e para fazer a
comunicação mais eficaz).
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AS QUATRO HABILIDADES
COMPREENSÃO AUDITIVA
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Assim, a compreensão auditiva, busca desenvolver a capacidade do aluno – sus próprias
técnicas e estratégias – para entender o conteúdo das mensagens de transmissão oral.
A aprendizagem se desenvolve mediante dois tipos de processos: um é automático,
inconsciente; outro, consciente e dirigido. Estes dois processos foram definidos pelos
psicolinguistas como semasiológico. O primeiro se trata de um processo de recepção que
podemos entender como acúmulo de informações que serão posteriormente discriminadas pelo
ouvinte. O segundo estabelece a existência de uma interação entre a informação fornecida pelo
ouvinte e facilitada pelo texto.
As atividades devem ser criadas para ajudar aos alunos a entender melhor as tarefas,
utilizando as estratégias adequadas e não devem realizar exercícios para comprovar
conhecimentos ou avaliar se os alunos entenderam ou não.
Tipos de atividades:
Compreensão global de um texto oral.
Compreensão individual do texto.
Atividade em grupo.
Atenção às estratégias de compreensão auditiva.
Atividades de reconhecimento
- reconhecer fonemas, morfemas e palavras da língua
- discriminar oposições fonológicas da língua: vogal tônica/átona etc
- segmentar a cadeia acústica nas unidades que a compõe: sons e palavras, o artigo e o
nome, verbo e pronome etc.
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Atividades de seleção
- distinguir as palavras relevantes do discurso (nomes, verbos, frases chaves etc.) das
que não são (gírias, repetições, redundâncias etc.)
- agrupar os diversos elementos em unidades superiores e significativas: os sons em
palavras; as palavras em sintagmas, os sintagmas em orações, as orações em
parágrafos etc.
Atividades de interpretação
Compreender o conteúdo:
- compreender a intenção e o processo comunicativo.
- compreender o significado global.
- compreender as ideias principais.
- discriminar as informações relevantes das irrelevantes; compreender os detalhes ou as
ideias secundárias; entender as suposições, os subtendidos, o que não está explícito.
Atividade de antecipação
- saber ativar toda a informação que temos sobre uma pessoa ou um tema para preparar
a compreensão de uma discurso.
- saber prever o tema, a linguagem (palavras, expressões etc.) e o estilo do discurso.
- saber antecipar o que se vai dizer a partir do que já foi dito.
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Atividade para inferir
- saber inferir dados do emissor: idade, sexo, caráter, atitude, procedência sociocultural,
propósitos etc.
- saber extrair informações do contexto comunicativo: situação, rua, casa, trabalho etc.;
papel do emissor e do receptor, tipo de comunicação etc.
- saber interpretar os códigos não verbais: olhar, gestos, movimentos etc.
Atividade de retenção
- Lembrar de palavras, frases e ideias durante uns segundos para poder interpretá-las
depois.
- reter na memória ao longo prazo aspectos de um discurso como as informações mais
importantes, a situação ou o propósito comunicativo, ou a estrutura do discurso.
COMPREENSÃO LEITORA
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para que os estudantes descodifiquem as mensagens escritas com maior eficácia, contribuindo
assim para o processo geral de sua aprendizagem em espanhol.
EXPRESSÃO ORAL
Voz: A imagem auditiva tem um grande impacto para o público. Através da voz pode
transmitir sentimentos e atitudes.
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Postura: Orador precisa estabelecer uma proximidade com seu público. Mas tem que
evitar a rigidez e refletir serenidade e dinamismo.
Olhar: De todos os componentes não-verbais, o olhar é o mais importante. Contato
visual e direção do olhar são essenciais para que o público se sinta bem-vindo.
Fala: Orador deve ter um bom domínio da linguagem. Tal conhecimento envolve um
domínio adequado da pronúncia das palavras, que é necessário para a compreensão da
mensagem.
Estrutura da mensagem: É preciso planejar com antecedência o que dizer. Um bom
orador não pode começar a improvisar. A mensagem deve ser bem preparado.
Vocabulário: Ao falar, use um léxico que o receptor possa entender.
Gestos: Estima-se que 60% do que é comunicado por meio de gestos.
Corpo: É importante, acima de tudo, não mantendo os braços em seus lados ou
cruzados.
1. Dicção: A dicção é como usar as palavras para formar frases, ja seja falada ou escrita.
Fala-se de boa dicção, quando o uso de tais palavras e correta e adequada em a linguagem a que
pertencem, sem levar em conta o conteúdo ou o significado da declaração do emitente
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3. Volume: E a força ou a medida em que emitimos as palavras, regulamentada pelos
órgãos de fonação e ajuste em relação à distância que é o nosso receptor ou ouvinte. O volume
pode ser: alto, baixo ou médio
6. Coerência: ideias ou sentimentos para expressar oralmente, deve ter uma sequência
lógica, ou seja, hierarquicamente interligados.
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9. Vocabulário: E o conjunto de palavras que fazem parte de um idioma específico,
conhecido por uma pessoa ou outra entidade. O vocabulário de uma pessoa pode ser definida
como o conjunto de palavras que são compreendidas por essa pessoa, ou como um conjunto de
palavras, provavelmente usado por este. O aumento no próprio vocabulário é uma parte
importante em aprender idiomas, e também como a melhoria das competências da pessoa em o
idioma em que a pessoa já é adepto. A aquisição de vocabulário (tanto na primeira língua, como
na segunda e / ou estrangeiros), é um processo muito complexo. A primeira distinção a ser feita é
entre o vocabulário passivo e ativo. O primeiro é o vocabulário que o sujeito compreende sem
ajuda ou com muito pouca ajuda, mas não é capaz de usar de forma independente. O segundo é o
vocabulário que e compreendido sem problemas, e a pessoa é capaz de usar quando precisar dele
e sem ajuda.
EXPRESSÃO ESCRITA
O texto é escrito com a intenção de permanecer no tempo e até pode ser lido por
gerações posteriores. Como o emissor (o escritor) e o receptor (o leitor) não se comunicam em
qualquer momento o espaço, o escritor considera que o texto, na íntegra, como uma unidade
superior a oração, com um propósito comunicativo: ensinar, informar, entreter, legislar, etc., e
faz todo o trabalho pensando nesta finalidade.
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que é (jornalística, jurídica, literária) e da situação comunicativa.
Gramaticalmente e semanticamente é aceitável.
Um texto é coeso quando suas partes estão conectadas e interligadas mediante dêixis
espacial ou sinais, alusões pessoais ou temporárias, conectores, repetição, etc. A expressão
escrita é muito polida, muito elaborado, é difícil encontrar em ela variedades regionais ou sociais
não foram escritas de propósito e com um determinado propósito, já que o normal e usar uma
língua neutra, comum ao todos os falantes que se expressam nesse idioma.
O remetente pode corrigir e refazer o texto, sem deixar vestígios, o leitor pode
escolher como e onde você quiser ler o texto.
Comunicação atrasada no tempo e no espaço.
Comunicação duradoura. As letras são gravadas em um suporte estável e perduram. O
escrito adquire um valor social, como uma testemunha e registro de fatos.
Usam alguns códigos não-verbais: a disposição do espaço e texto, textura do suporte,
etc.
Nenhuma interação durante a composição. O escritor não pode saber a reação real do
leitor.
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Características e critérios
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Coesão: as diferentes frases do texto são conectados uns aos outros para formar uma
densa rede de relações. Os mecanismos utilizados para conectá-los são chamados de formas de
coesão, e podem ser de diferentes tipos: repetições e anáfora, relações semânticas entre as
palavras (antônimos e homônimos), links, conectores.
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REFERÊNCIAS
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