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Mortes por gênero de

mulheres

1
-+

Mortes por gênero


de mulheres
Experiências governamentais
contra feminicídio/feminicídio na região
Mortes por gênero de mulheres

Instituto de Políticas Públicas do MERCOSUL sobre Direitos Humanos


Secretário Executivo | Ariela Peralta

Equipe de Trabalho

Coordenação e compilação | Cecilia Batemarco, Javier Palummo e Luciana Vaccotti Coordenação de

edição e publicação | Cecília BateMarco

O capítulo sobre o acesso às políticas de combate à violência de gênero foi elaborado


pela Reunião Especializada dos Defensores Públicos Oficiais do MERCOSUL (REDPO).
elaborados
Os capítulos da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai que compõem esta publicação foram
por pessoas designadas pelas autoridades governamentais no âmbito das reuniões da
Comissão Permanente de Gênero e Direitos Humanos da Mulher. da Reunião das Altas
Autoridades em Direitos Humanos do MERCOSUL (RAADH).

Design: Federico Ramírez


ISBN: 978-987-46093-4-2
Maiode 2020

A maioria dos textos deste livro tentaram evitar linguagem sexista. Em geral, recursos como
"@" ou "-a/as" não têm sido usados para dificultar a leitura.
Distribuição gratuita.

Esta publicação é uma iniciativa da Comissão Permanente de Gênero e Direitos


Humanos da Mulher da Reunião das Altas Autoridades sobre Direitos do MERCOSUL
(RAADH), sob a coordenação e compilação do Instituto de Políticas Públicas em
Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH).
Como não é para o lucro, não pode ser comercializado por qualquer meio. A reprodução e
divulgação do livro, total ou parcialmente, são autorizadas, desde que citada a fonte. As

3
opiniões expressas neste documento são de responsabilidade exclusiva dos autores e não
podem coincidir com as do IPPDH e dosEstados Partes e Associados do MERCOSUL.
© IPPDH, Morte de Mulheres por Gênero: Experiências governamentais contra
feminicídio/feminicídio na região

| IPPDH Av. Libertador 8151 C1429BNC | Buenos Aires, Argentina | +5411 52171288
| www.ippdh.mercosur.int | info@ippdh.mercosur.int | www.facebook/IPPDH | @IPPDHMERCOSUR
Índice

Apresentação....................................................................................................4
Apresentação....................................................................................................8
Palavras preliminares.....................................................................................12
Primeira Parte: Due Diligence e Acesso à Justiça....................................14
Abordagem de direitos humanos e interseccionalidade.................................15
Acesso à justiça com perspectiva de gênero: experiências da.........Defensoria
............................................................................................................Pública22
Parte Dois: Experiências............................................................Nacionais 43
Argentina: Avanços e desafios das políticas públicas de prevenção, punição
e erradicação da violência de gênero (2016/2019)........................................44
Brasil: Políticas para as mulheres - progresso e desafios..............................57
Paraguai: Experiência no combate à.................................violência de gênero,
especialmente feminicídio...............................................................................73
Uruguai: Políticas públicas e instituições contra a violência contra a mulher.88
Parte Três: Progressos e Desafios para a Política Pública....................116
Considerações Finais...................................................................................117
Bibliografia....................................................................................................125

5
Morte de mulher por razões de gênero

Apresentação

A morte violenta de mulheres por razões de gênero representa um grave


problema que vem sendo abordado do ponto de vista normativo, institucional
e com políticas públicas específicas. Nos níveis universal, interamericano e
regional, ações concretas foram desenvolvidas para enfrentar esse flagelo.

No MERCOSUL, nos últimos anos,uma série de instrumentos foram


adotados sobre o tema. Em particular, em 2015, o Conselho de Mercado
Comum (CMC) aprovou a Recomendaçãonº 05/2015 De Morte Violenta
de Mulheres por Razões de Gênero (Feminicídio) com o objetivo de
estabelecer diretrizes gerais na região. Neste documento, o
Governo se comprometeu a trocar experiências sobre a violência em face
das mortes violentas de mulheres por gênero, tanto no que diz respeito à
à prevenção, garantia de acesso à justiça e reparação por esses crimes.

Este estudo é uma contribuição para as atribuições dos diversos órgãos


regionais envolvidos nesse objetivo, bem como para o trabalho realizado
no âmbito das Reuniões de Ministros e Altos Oficiais da Mulher do
MERCOSUL (RMAAM)1.

Esta publicação é uma iniciativa da Comissão Permanente de Gênero e


Direitos Humanos da Mulher (CP de Gênero e Mulheres) do Encontro de
Altas Autoridades em Direitos Humanos do MERCOSUL (RAADH), da
qual participou ativamente a Reunião Especializada de Defensores Públicos
Oficiais (REDPO) do bloco.

Deve-se notar que, desde 2015, a REDPO e a RAADH iniciaram


articulações e concordaram em realizar atividades conjuntas para uma
melhor implementação da agenda de direitos humanos em a região. Nesse
sentido, reconheceu-se a importância do direito à justiça como garantia
do pleno gozo dos direitos humanos. 2

O XXIX RAADH, realizado em Buenos Aires em 2017, deu um


mandato ao Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos do
MERCOSUL (IPPDH) para desenvolver uma proposta de levantamento de
boas práticas na prevenção de violência de gênero em nível regional.

1 Em o terceiro parte do presente Eu sou um estudante se Aprofunda neste aspecto.


2 MERCOSUL/REDPO/ACTA Nº 1/2017.

6
Durante esse RAADH, a REDPO apresentou uma proposta,que foi aceita
pelo CONSEnso, para trabalhar no acesso à justiça para mulheres vítimas de
violência de gênero. no âmbito do Plano de Trabalho do CP de Gênero e
Mulher da RAADH, em coordenação com o IPPDH. 3 A proposta de
trabalho foi relatada à RMAAM, e a minuta de estudo elaborada pelo
IPPDH foi aprovada pelo XXX RAADH em outubro de 2017, em Brasília. 4

O RAADH é um órgão especializado dependente da CMC, e cujo


acompanhamento do trabalho é realizado pelo Fórum de Consulta e Consulta
Política (FCCP). Seu objetivo é garantir a plena validade das instituições
democráticas e o respeito, a promoção e a proteção dos direitos humanos
e das liberdades fundamentais. Reúne-se uma vez por semestre em uma
base ordinária sob a coordenação do Estado responsável pela Presidência
Pró-Tempore do bloco. Reuniões extraordinárias também podem ser
convocadas a pedido de qualquer uma das Partes ou Associados dos
Estados. 5

Redpo é um fórum do MERCOSUL cujo objetivo é promover o


fortalecimento institucional das Defensorias Públicas da região. Desde
junho de 2004, integra-se à estrutura institucional do bloco com o objetivo
de coordenar e estabelecer uma cooperação efetiva entre as Defensorias
Públicas das Partes dos Estados. Em 19 de junho de 2005, pela Decisão nº
06/2005, o CMC decidiu que a REDPO deveria ser coordenada pela FCCP
para monitorar as ações desenvolvidas6.

O IPPDH é um órgão intergovernamental criado em 2009, cujos


principais propósitos são cooperação técnica, pesquisa,
Mortes por gênero de mulheres

formação e apoio na coordenação de políticas regionais de direitos


humanos. O principal objetivo do Instituto é contribuir para o fortalecimento
do Estado de Direito por meio da concepção e monitoramento de políticas
públicas de direitos humanos, favorecendo assim sua consolidação. Isso
se baseia na relevância dos direitos humanos como eixo fundamental para
a identidade e o desenvolvimento da região.
3 MERCOSUL/RAADH/ACTA Nº 1/2017.
4 MERCOSUL/RAADH/ACTA Nº 3/2017.
5 Ver: http://www.raadh.mercosur.int
6 Verhttp://www:
http://www.redpo.mercosur.int

7
Morte de mulher por razões de gênero
Este estudo de compilação foi possível devido ao comprometimento e
participação das autoridades envolvidas nesta questão. Organizado em três
partes, o estudo introduz alguns avanços e desafios nas áreas de prevenção,
assistência, acesso à justiça, perseguição e erradicação de violência
contra as mulheres, incluindo morte por gênero.

A primeira parte do estudo apresenta alguns


desenvolvimentos recentes no combate à violência de gênero no campo do
direito internacional dos direitos humanos. Introduz a abordagem dos
direitos humanos e da interseccionalidade,e incorpora um capítulo específico,
elaborado pela REDPO, sobre o acesso às políticas de justiça para
combater a violência baseada. em gênero.

A segunda parte apresenta as experiências da Argentina, Brasil, Paraguai


e Uruguai na prevenção, punição e erradicação da violência de gênero,
em especial feminicídio/feminicídio. Consiste em capítulos por país,com
foco na descrição e análise de iniciativas desenvolvidas em nível nacional.
Esses capítulos foram elaborados por pessoas designadas pelas
autoridades governamentais no âmbito das reuniões da COP de Gênero e
Mulher.

A centralidade das experiências governamentais e, em


termos gerais, das políticas públicas neste estudo não implica ignorar a
natureza decisiva das organizações do mulheres para a aprovação de
avanços regulatórios, a criação de instituições e a construção de políticas
públicas.

A terceira parte aborda algumas das tensões entre os avanços e os


desafios remanescentes no combate à violência de gênero,
particularmente em relação ao com as mortes violentas de mulheres por
razões de gênero. Para a elaboração desta parte, foram levados em conta os
debates e avanços contidos nos processos da COP de Gênero e Mulher.

O IPPDH agradece a todas as partesque viabilizaram esse projeto,


especialmente as autoridades dos Estados Partes e Associados do
MERCOSUL, bem como as pessoas que colaboraram na elaboração do
capítulos diferentes.

Este livro representa um esforço de coordenação regional e construção


de um discurso além das barreiras nacionais. O resultado deste trabalho
permite verificar a existência de diferentes nuances e perspectivas locais,
mas também confirma o compromisso dos diferentes países com a
implementação de políticas públicas de prevenção, punição e erradicação do
violência contra as mulheres e, em particular, morte por gênero na região.

8
Ariela Peralta
Secretária Executiva

Institutode Políticas Públicas


no Mercosul Direitos Humanos

Apresentação

A morte violenta de mulheres por razões de gênero representa um grave


problema que tem sido abordado desde a perspectiva normativa, institucional
e com políticas públicas específicas. Ações concretas no âmbito universal,
interamericano e regional têm sido desenvolvidas para enfrentar esse flagelo.

No MERCOSUL, uma série de instrumentos foi aprovada sobre esse


assunto nos últimos anos. Em particular, em 2015, o Conselho do Mercado
Comum (CMC) aprovou a Recomendação nº 05/2015 sobre Morte Violenta
de Mulheres por Razões de Gênero (Feminicídio) com o objetivo de
estabelecer orientações gerais na região. Neste documento, assumiu-se o
compromisso governamental de trocar experiências sobre os avanços no
enfrentamento das mortes violentas de mulheres por razões de gênero, em
termos de prevenção, garantia de acesso à justiça e reparação desses crimes.

O presente estudo é uma contribuição para as ações das diversas


instâncias regionais envolvidas nesse objetivo, bem como para o trabalho
realizado no âmbito da Reuniâo de Ministras e Altas Autoridades da Mulher
do MERCOSUL (RMAAM)6.

Esta publicação é uma iniciativa da Comissão Permanente de Gênero e


Direitos Humanos das Mulheres da Reunião de Altas Autoridades sobre
Direitos Humanos do MERCOSUL (RAADH), na qual participou ativamente
a Reunião Especializada de Defensores Públicos Oficiais do MERCOSUL
(REDPO).

Cabe ressaltar que desde 2015 a REDPO e a RAADH iniciaram


articulações e acordaram a realização de atividades conjuntas para uma
6 A terceira parte do presente estudo aprofundará este aspecto.

9
Morte de mulher por razões de gênero
melhor implementação da agenda de direitos humanos na região. Nesse
sentido, foi reconhecida a importância do direito à justiça como garantia do
pleno gozo dos direitos humanos7.

A XXIX RAADH, realizada em Buenos Aires em 2017, outorgou


mandato ao Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do
MERCOSUL (IPPDH) para elaborar uma proposta de levantamento de boas
práticas na prevenção da violência de gênero em nível regional. Durante esta
RAADH, a REDPO apresentou uma proposta, que foi aceita por consenso,
para trabalhar sobre o acesso à justiça pelas mulheres vítimas de violência de
gênero em diálogo com o Plano de Trabalho da Comissão Permanente
Gênero e Direitos Humanos Mulheres da RAADH, em coordenação com o
IPPDH8. A proposta de trabalho foi informada à RMAAM e o projeto de
estudo elaborado pelo IPPDH foi aprovado pela XXX RAADH em outubro
de 2017, em Brasília10.

A RAADH é uma reunião especializada do MERCOSUL, dependente do


CMC e cujo seguimento é realizado pelo Fórum de Consulta e Concertação
Política (FCCP). Seu propósito é garantir a plena vigência das instituições
democráticas e o respeito, a promoção e a proteção dos direitos humanos e
das liberdades fundamentais. Reúne-se ordinariamente uma vez por semestre,
sob a coordenação do Estado a cargo da Presidência Pro Tempore do bloco.
Da mesma forma, reuniões extraordinárias podem ser convocadas a pedido
de qualquer dos Estados Partes ou Associados9.

A REDPO é um fórum do MERCOSUL, cuja finalidade é promover o


fortalecimento institucional das Defensorias Públicas da região. Desde junho
de 2004, a REDPO foi integrada à estrutura institucional do bloco com o
objetivo de coordenar e estabelecer uma cooperação efetiva entre as
Defensorias Públicas dos Estados Partes. Em 19 de junho de 2005, por meio
da Decisão nº 06/2005, o CMC decidiu que a REDPO deveria ser coordenada
pelo FCCP para monitorar as ações realizadas 12.

O IPPDH é um organismo intergovernamental criado em 2009, cujas


principais funções são a cooperação técnica, a pesquisa, a capacitação e o
apoio na coordenação de políticas regionais de direitos humanos. O principal
7 MERCOSUL/REDPO/ATA No. 1/2017.
8 MERCOSUL/RAADH/ATA No.
1/2017. 10 MERCOSUL/RAADH/ATA No.
1/2017.
9 Veja:
http://www.raadh.mercosur.int 12
Vistahttp://www.redpo.mercosur.int

10
objetivo do Instituto é contribuir para o fortalecimento do Estado de Direito,
mediante o desenho e seguimento de políticas públicas em direitos humanos,
promovendo deste modo sua consolidação. Isso se baseia na relevância dos
Mortes por gênero de mulheres

direitos humanos como eixo fundamental para a identidade e o


desenvolvimento da região.

Este estudo compilatório foi possível devido ao comprometimento e


participação das autoridades envolvidas neste tema. Organizado em três
partes, o estudo apresenta avanços e desafios em matéria de prevenção,
assistência, acesso à justiça, responsabilização e erradicação da violência
contra as mulheres, em particular a morte por razões de gênero.

A primeira parte do estudo apresenta alguns desenvolvimentos recentes


na luta contra a violência de gênero no âmbito do direito internacional dos
direitos humanos. Introduz o enfoque de direitos humanos e a
interseccionalidade e incorpora um capítulo específico, elaborado pela
REDPO, relativo às políticas de acesso à justiça para o combate da violência
baseada em gênero.

A segunda parte expõe as experiências da Argentina, Brasil, Paraguai e


Uruguai na prevenção, responsabilização e erradicação da violência de
gênero, em particular do feminicídio. É composta de capítulos por país,
focados na descrição e análise de iniciativas desenvolvidas em nível
nacional. Esses capítulos foram elaborados por pessoas designadas pelas
autoridades governamentais no âmbito das reuniões da CP de Gênero e
Mulheres.

A centralidade neste estudo das experiências governamentais e, em


termos gerais, das políticas públicas, não implica desconsiderar a natureza
decisiva que as organizações de mulheres têm tido para a aprovação de
avanços regulatórios, o estabelecimento de instituições e a construção de
políticas públicas.

Na terceira parte, são abordadas algumas das tensões entre os avanços


realizados e os desafios pendentes no que se refere ao combate à violência de
gênero, particularmente em relação às mortes violentas de mulheres por
razões de gênero. Para a elaboração desta parte, foram levados em
consideração os debates e avanços constantes nas atas da CP de Gênero e
Mulheres.

11
Morte de mulher por razões de gênero
O IPPDH agradece a todas as pessoas que tornaram possível este projeto,
especialmente às autoridades dos Estados Partes e Associados do
MERCOSUL, bem como às pessoas que colaboraram na redação dos
diferentes capítulos.

Este livro representa um esforço de coordenação regional e construção de


um discurso além das barreiras nacionais. O resultado deste trabalho permite
verificar a existência de diferentes nuances e visões locais, mas também
confirma o compromisso dos diferentes países com a implementação de
políticas públicas para prevenir, responsabilizar e erradicar a violência contra
a mulher e, em particular, a morte por razões de gênero na região.

Ariela Peralta
Secretária Executiva

Instituto de Políticas Públicas em


Direitos Humanos do MERCOSUL

12
Palavras preliminares

Este estudo de compilação apresenta uma visão panorâmica de algumas


das políticas públicas dos países do MERCOSUL, em termos de
prevenção, assistência, acesso à justiça, perseguição e erradicação da
violência contra as mulheres, em particular a morte por gênero. O objetivo
desta iniciativa é contribuir para a discussão sobre políticas que buscam
modificar uma realidade urgente, no texto do trabalho da Reunião de
Altas Autoridades em Direitos Humanos do MERCOSUL (RAADH), o
Reunião de Ministros e Altas Autoridades da Mulher do MERCOSUL
(RMAAM), reunião das Defensoras Públicas Oficiais do MERCOSUL
(REDPO) e o trabalho do Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos
do MERCOSUL (IPPDH).

No plano regional, há grande preocupação com o fenômeno das


mortes violentas de gênero de mulheres e a questão é elevada nas agendas
estaduais. A visibilidade dessa grave violação dos direitos humanos tem
sido promovida decisivamente pelo trabalho do movimento das mulheres.
Esse problema lançou inúmeras iniciativas legislativas e programáticas. No
campo legislativo, os países promulgaram leis abrangentes de proteção e
abordaram o assassinato de mulheres por várias formas e/ou tipos criminais.
Também desenvolveram ações específicas de políticas públicas para abordar
múltiplos aspectos relacionados à prevenção, ao estabelecimento de medidas
de proteção, à gestão intersetorial, à produção de informações, a
implementação de campanhas de comunicação, o fortalecimento
institucional e o desenvolvimento de ações específicas para o acesso
adequado à justiça, entre outros aspectos abordados no presente estudo.
As ações e experiências referidas mostram que, além da existência de
disparidades, os Estados da região colocaram em prática umasérie de
dispositivos paraabordar o gravidade do problema.

Mesmo assim, há múltiplos desafios ao seu cuidado adequado, entre


eles, as deficiências na coordenação entre diferentes órgãos estaduais, a
falta de treinamento adequado dos operadoresde justiça e
polícia, dificuldades no acesso à justiça, falhas nas respostas judiciais e

13
Morte de mulher por razões de gênero
medidas limitadas de reparação para as vítimas, outros. Tudo mostra a
necessidade de repensar as respostas institucionais de diferentes
perspectivas interseccionais.

As normas e normas internacionais e regionais de direitos


humanos são um importante guia para a realização desta tarefa. Os Estados
têm a obrigação de cumprir as obrigações internacionais que assumiram
ratificando a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Mulheres (CEDAW) e a Convenção
Interamericada sobre prevenção, punição e erradicação da violência contra a
mulher "Convenção de Belém do Pará", que constituem os mais
importantes instrumentos legais de proteção dos direitos humanos das
mulheres em geral e para uma vida livre de violência em particular.

Este livro contribui para a coordenação regional na construção


deexperiências comparativas que permitem identificar sucessos e desafios a
fim de superar as limitações que ainda existem para erradicar a morte
violenta de mulheres por razões de gênero (feminicídios/feminicídios).

Por meio deste estudo, o IPPDH continua contribuindo para o trabalho


das autoridades do bloco, fornecendo uma ferramenta útil para fortalecer o
desenho, implementação e monitoramento de políticas públicas, em
cumprimento das obrigações assumidas pelo direito internacional de
prevenir, punir e erradicar a violência contra as mulheres e, em particular, a
morte por gênero.

14
PARTE UM Due diligence e
acesso à justiça

15
Abordagem dos direitos
humanos e
interseccionalidade

No plano regional, há grande preocupação com as mortes violentas de


mulheres por gênero que ocorrem no âmbito de padrões estruturais de
discriminação e impunidade. No âmbito do MERCOSUL, o Conselho do
Mercado Comum (CMC) adotou uma série de instrumentos e
recomendações específicas contra a violência de gênero, em especial a
Recomendação nº 04/2019 sobre Reconhecimento regional mútuo das
medidas de proteção às mulheres em situação de violência de gênero;
Recomendação nº 05/2019 sobre abordagem abrangente da violência contra
a mulher: violência simbólica e midiática; Recomendação nº 01/2018 sobre
Políticas contra a violência de gênero em áreas rurais; Recomendação nº
04/2017 sobre reconhecimento regional mútuo de medidas de proteção à
mulher em situação de violência de gênero; Recomendação nº 05/2015
sobre Morte Violenta de Mulheres por Razões de Gênero
(Feminicídio/Feminicídio); Decisão nº 13/2014 que aprova as Diretrizes
para a Política de Igualdade de Gênero; e a Recomendação nº 04/2014 sobre
mulheres migrantes em contextos de violência doméstica; outros
instrumentos.10

Esses instrumentos e recomendações se somam a um acervo


normativo que deve ser desenvolvido em diferentes áreas para a proteção do
direito da mulher de viver uma vida livre de violência. Os compromissos
assumidos pelos países da região estão documentados em acordos
internacionais e regionais, convênios e convenções sobre direitos humanos
das mulheres, a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), bem como nos compromissos regionais aprovados,

10 Os instrumentos e o Regulamentos do MERCOSUL é Encontrar Disponível emwww.mercosur.int.

16
Morte de mulher por razões de gênero

como o Consenso de Quito (2007), o Consenso de Brasília (2010) e o


Consenso de Montevidéu sobre População e Desenvolvimento (2013).

Em 2015, os Estados-Membros da Organização das Nações Unidas


(ONU) adotaram uma nova agenda de desenvolvimento e um plano de ação
incorporado na Agenda 2030. Entre os ODS, os Estados
comprometeram-se a eliminar todas as formas de violência contra todas as
mulheres e meninas nas esferas pública e privada, incluindo o tráfico e
exploração sexual e outros tipos de exploração. 11

A nível interamericano, há obrigações genéricas na Convenção


Americana sobre Direitos Humanos (ACHR) e obrigações específicas na
Convenção Interamericada sobre prevenção, punição e erradicação da
violência contra a mulher também. chamada de "Convenção de Belém do
Pará". Este último instrumento refere-se às obrigações do Estado em casos
de violência contra a mulher, que incluem procedimentos, mecanismos
judiciais e legislação voltada para a prevenção da impunidade. e medidas
para proteger as mulheres da violência. Também estabelece o dever de
agir diligentemente para prevenir, investigar e punir a violência contra a
mulher.

O Mecanismo de Acompanhamento da Convenção de Belém do Pará


(MESECVI) considerou a obrigação dos Estados de adaptar suas estruturas,
processos e procedimentos organizacionais e harmonizá-las com a
Convenção. de Belém do Pará, com o objetivo de garantir a devida
diligência para proteger mulheres, meninas e adolescentes, contra todas as
formas de violência de gênero. Ele também se referiu ao dever dos
Estados de prevenir, investigar e punir atos de violência, respondendo às
vítimas de atores estatais, não estatais e privados. 12

Tanto a Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte Interamericana


de Direitos Humanos) quanto a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos (CIDH) referiram-se à existência de uma responsabilidade
11 ODS, Gol 5, alvo 5.2. Ver: Nações Unido A Agenda 2030 e o Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável: a oportunidade para a América Latina e o Caribe (LC/G.2681-P/Rev.3), Santiago,
2018. Disponível em:
https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/40155/24/S1801141_es.pdf
12 Ver: Declaração envelope o Violência contra o Mulher, Raparigas e Adolescentes e sua Direitos
Sexual e ReprodutivoDécimo primeiro Reunião do Comitê de Especialistas Violência (CEVI),
Mecanismo de Rastreio de o Convenção Belém do Pará (MESECVI), Montevideo, Uruguay, 19
de Setembro de 2014, OEA/Ser.L./II.7.10, MESECVI/CEVI/DEZ.4/14.

17
Morte de mulher por razões de gênero

reforçada dos Estados em contextos de violência. subordinação e


discriminação histórica contra 13
as mulheres. Assim, no julgamento da
Corte Interamericana no caso González et al. (Campo Algodonero)vs.
México, foram estabelecidas as consequências da existência de uma
"cultura de discriminação"esituações. de "subordinação das
mulheres a práticas baseadas em estereótipos de gênero socialmente
dominantes e socialmente persistentes, que são agravadas quando
estereótipos são refletidos, implicitamente ou explicitamente, em políticas e
práticas,particularmente no raciocínio e linguagem das autoridades policiais
judiciais." 14

No nível universal, o Comitê de Eliminação da


Discriminação contra as Mulheres (CEDAW Committee) identificou a
violência de gênero como uma forma de discriminação contra mulheres
que inibe seriamente sua capacidade de gozar de direitos e liberdades em
igualdade de condições com os homens. 15 Especificamente,
o Comitê afirmou que "os Estados também podem ser responsáveis por atos
privados se não tomarem medidas de devidas diligências para evitar a
violação do direitos ou investigar e punir atos de violência e compensar
as vítimas." 16

O padrão de due diligence implica — como expressa pelo grupo de


especialistas sobre assassinatos de mulheres e meninas baseadas em gênero
do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC)
a obrigação de abordar as causas estruturais e as consequências da violência
contra a mulher. Os Estados devem estabelecer e usar meios eficazes para
responder a cada caso. A regra também pressupõe que nenhuma tradição,
costume ou consideração religiosa pode ser invocada como justificativa para
burlar essa obrigação. 17
13 Existir vários relatórios elaborados em o moldura do trabalho de o Relatoria envelope o Direitos
de o Mulher de o CIDH (disponáveis emhttp://www.oas.org/es/cidh/mujeres/default.asp), Assim
como aspectos específicos abordados em o jusrisprudencia de o IDH Court (um sistematização
poder Disponível emhttp://www.corteidh.or.cr/sitios/libros/todos/docs/cuadernillo4.pdf)
14 Tribunal Interamericano Direitos Humanos (Corte Interamericada), Caso González e outro
("Campo Algodão") vs. vs. México, (Exceção Preliminar Fundo, Reparos e Custos), Frase do 16
de Novembro de 2009. Série C No. 205, veja Pará. 399 e 401.
15 Comitê para o Em outras palavras,nomeação de o Discriminação contra o Mulher (Comitê
CEDAW), Recomendação General Nº 19, o violência contra o mulher, 1992.
16 Ibid. Pará. 9.
17 Grupo de Especialistas em o assassinar de mulher e Raparigas por razões de gênero de Nações
Unidos, UNODC/CCPCJ/EG.8/2014/2, 2014.

18
Morte de mulher por razões de gênero

A perspectiva interseccional também esteve presente nos últimos


desenvolvimentos dos diversos órgãos especializados. Essa perspectiva está
incorporada no artigo 9º da Convenção de Belém do Pará, que leva em
conta a circunstância de que a discriminação e a violência nem sempre
afetam todas as mulheres em igual medida. ; há mulheres que estão expostas
ao comprometimento de seus direitos com base em mais de um fator de
risco. 18 Da mesma forma, éuma perspectiva expressamente expressa na
Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos das
Pessoas Idosas. 19

Esses deveres de proteção são particularmente rigorosos no caso das


meninas,poisestão expostas a um maior risco de violação de seus direitos
devido ao sexo e à idade. Isso resulta, por um lado, da obrigação de adotar
medidas de proteção especial, que derivam do corpus iuris de proteção
estabelecido pelo direito internacional em relação às crianças e ao
adolescência.20 E, por outro lado, diz respeito aos deveres de devida
diligência para proteger e prevenir a violência contra as mulheres que
também são estabelecidas pelo direito internacional. 21

As Obrigações Imediatas do Estado incluem procedimentos,


mecanismos judiciais adequados e eficazes e legislação específica para
prevenir a impunidade. Em suma, deve haver uma implantação do
aparato estatal que garanta de forma real e eficaz a proteção no gozo dos
direitos humanos fundamentais reconhecidos e declarados pela ordem.
público interno e internacional.

Assim, o Comitê de Especialistas do MESECVI lembrou que:

18 Ver: Comitê CEDAW, Recomendação General Nº. 28 relativo ao artigo 2º do o Convenção


envelope o Eliminação de Todos o Formas de Discriminação contra o Mulher, Dezembro 2010,
Pará. 18. SIM, Padrões legal relacionado com o igualdade de gênero e um o direitos de o mulher
em o sistema interamericano de direitos Humano. Desenvolvimento e aplicação, 2011, Pará. 28.
Comitê CEDAW, Recomendação General Nº 33 sobre o Acesso de o mulher um o justiça, Agosto
de 2015, Pará. 8. Comitê da ESC, Observação General nº 22, sobre o Direita um o Deus o abençoe
sexual e reprodutivo, Maio de 2016.
19 Este Convenção Se refere especificamente em dele articulado para o conceito de Discriminação
Múltiplo.
20 Em especial o Convenção envelope o Direitos do Criança (CRC) e seus protocolos opcionais.
21 Corte Interamericada de Direitos Humanos (Corte Interamericada), Caso González e outro
("Campo Algodão") vs. vs. México (Exceção Preliminar Fundo, Reparos e Custos), Frase do 16 de
Novembro de 2009. Série C No. 205, veja Pará. 408.

19
Morte de mulher por razões de gênero

feminicídios são a manifestação mais grave de discriminação


eviolência contra a mulher. Os altos índices de violência contra
eles, seu limitado ou não acesso à justiça, a impunidade que
prevalece em casos de violência contra as mulheres e a persistência
de padrões Fatores socioculturais discriminatórios, entre ouapós
causas, afetam o aumento do número de óbitos. 22

Também afirmou que:

a maioria dos feminicídios ficam impunes


devido, entre outros, ao acesso limitado das mulheres à justiça,
bem como ao viés de gênero durante o processo judicial,
polícia e promotores. Esses casos são arquivados por uma
suposta falta de provas,ou são punidos como simples homicídios com
penas menores, onde em muitos casos os fatores atenuantes da
"emoção violenta" são aplicados para reduzir a responsabilidade do
autor. 23

Em resposta a essas dificuldades específicas, o MESECVI recomendou:

[g] aumentar o acesso das mulheres à justiça; melhorar


o sistema de investigação criminal e proteção das mulheres
afetadas pela violência,incluindo perícia forense, e o procedimento
judicial para eliminar a impunidade dos agressores, bem como
como sancionar adequadamente os funcionários que nãoutilizaram
a devida diligência neste processo27.

Assim, com o objetivo de gerar o mais alto padrão de proteção às


mulheres, o MESECVI aprovou, em dezembro de 2018, a Lei Modelo
Interamerical de Prevenção, Punição e Erradicação da Morte. Mulheres e
Meninas Violentas (Feminicídio). 24
A Lei "estabelece posições

22 Declaração envelope el Femicídio, Mecanismo de Rastreio de o Convenção de Belém do Pará


(MESECVI), Quarto Reunião do Comitê de Especialistas (CEVI), 15 de agosto de 2008,
OEA/Ser.L./ II.7.10 MESECVI/CEVI/DEZ. 1/08.punto 1.
23 Ibid, ponto
6. 27 Ibid, ponto 4.
24 OEA, MESECVI, Lei Modelo interamericano de prevenção, punição e erradicação o Morte
Violento Mulher e Raparigas (Femicídio/Femicídio), 2018. Disponível

20
Morte de mulher por razões de gênero

específicas para o cumprimento do dever de diligência rigorosa dos


Estados, proporcionando maior efetividade à prevenção, investigação e
punição do feminicídio/feminicídio, bem como para alcançar
acesso efetivo à justiça para vítimas, sobreviventes e familiares, tanto na
proteção contra a violência feminicídio quanto na proteção contra a violência
feminicídio e no reparo dos danos" 29.

No âmbito das Nações Unidas, anteriormente, foi elaborado


um protocolo modelo latino-americano para a investigação de mortes
violentas de mulheres por razões de gênero (feminicídio/feminicídio).
coordenado pela ONU Mulheres e pelo Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR), que se refere à importância
da integração de gênero ao longo do processo criminoso. Isso permitiria
"[a]bordar a morte violenta de mulheres não como um fato conjuntural
ecircunstancial, mas como um crime sistemático, a investigação da qual
requer a devida diligência do instituições do Estado"25.

Da mesma forma, a Relatora Especial da ONU sobre violência


contra a mulher, suas causas e consequências, alertou que:

Ele isolou incidentes que ocorrem de repente e inesperadamente,


mas sim o ato final de violência que ocorre em um contínuo de
violência. Mulheres que são continuamente submetidas à violência
e que vivem em condições de discriminação de gênero e
ameaças estão sempre no corredor da morte, sempre temendo a
execução. 26

Os países da região possuem normas internacionais, instrumentos


regionais e compromissos, recomendações de agências e especializadas,
modelos de apoio à função legislativa e protocolos específicos para abordar

emhttp://www.oas.org/es/mesecvi/ Docs/LeyModeloFemicidio-ES.pdf 29 Ibid, p 17.


25 Escritório Regional de América Central do Alto Comissário de o Nações Unidos para o Direitos
Human (OHCHR) e Escritório Regional para o Américas e o Caribe o Nações Unidos para o
Igualdade de Gênero e o Empoderamento de o Mulher (ONU Mulher), Modelo Protocolo Latino-
americano de investigação de o Mortes violento mulher por razões de gênero
(femicídio/femicídio), 2014, Pará. 102.
26 Conselho de Direitos Humanos, 20o período de Sessões, Promoção e proteção de todos o direitos
Humano Civil, política, econômica, Social e Cultural, incluso o Direita para o desenvolvimento,
Relatório de o Relatora Especial sobre o Violência contra o Mulher, suas causas e sua resultado,
Rashida Manjoo, 2012, Pará. 15.

21
Morte de mulher por razões de gênero

a questão das mortes. violência de gênero contra a mulher


(feminicídio/feminicídio). Ao abordar casos de violência contra a
mulher, as respostas do Estado devem desenvolver estratégias mais amplas
voltadas para o combate a situações de discriminação e promoção da
igualdade de gênero.

A perspectiva interseccional é uma ferramenta muito valiosa para a


construção de uma resposta estatal que contemplo a exigência de due
diligence estabelecida pelo direito internacional dos direitos humanos. O
dever de due diligence em casos de mortes violentas de gênero de mulheres
está relacionado ao cumprimento de uma série de requisitos que incluem,
em particular, o escopo da proteção judicial e acesso à justiça, entre
outros aspectos necessários para evitar a impunidade.

Todos os países abrangidos por este estudo abordaram essa


grave violação dos direitos humanos sob múltiplas perspectivas e,
especialmente, do ponto de vista normativo, por meio de reformas
institucionais e de políticas públicas. Na seção a seguir, alguns desses
aspectos serão abordados, por meio de um capítulo específico sobre o
acesso à justiça e o trabalho dos defensores públicos oficiais. do
MERCOSUL.

22
Acesso à justiça com uma
perspectiva de gênero:
experiências das Defensorias
Públicas Oficiais do
MERCOSUL*

Introdução
As mulheres enfrentam dificuldades para acessar a justiça que se deve a
múltiplas causas. No entanto, no que diz respeito ao
desempenho da defesa pública, esses desafios estão intrinsecamente ligados à
formação de seus membros em questões de natureza; a incorporação de
uma perspectiva de gênero no trabalho institucional, e a abertura de
canais específicos para facilitar o acesso à justiça para as mulheres, como
um grupo em situações de vulnerabilidade.

Já em 2007, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos


(CIDH) revelou que "as mulheres vítimas de violência muitas vezes não
obtêm acesso a recursos judiciais adequados e eficazes para o denunciar os
fatos sofridos, permanecendo a grande maioria desses incidentes de
impunidade e, portanto, deixando seus direitos desprotegidos" 32. Assim, o
direito internacional dos direitos humanos identificou esse problema e
desenvolveu normas e normas que obrigam os Estados a tomar medidas
para prevenir, investigar, identificar,reparar esse tipode violaçãoeerradicar

Coordenador
* Stella Maris Martínez, Defensora Geral de la Nación de la República Argentina.
Nacional da Argentina para a Reunião Especializada de Defensores Públicos

23
Morte de mulher por razões de gênero

Oficiais do MERCOSUL (REDPO). Este encontro é um fórum do MERCOSUL, cujo


objetivo é promover o fortalecimento institucional das Defensorias Públicas da
região.
32 CIDH, Relatoria dos Direitos das Mulheres,Relatório "Acesso à Justiça para Mulheres
Vítimas de Violência nas Américas", OEA/Ser.L/V/II. Doc. 68, 20 de janeiro de 2007,
parágrafo 2.
as várias formas de violência contra as mulheres; no entanto, o acesso à
justiça continua a se destacar como elemento-chave nessas obrigações. 27

Na verdade, considerou-se que:

a negação do acesso à justiça para crimes de violência contra a


mulher constitui uma violação do princípio fundamental da
igualdade perante a lei e agrava as consequências diretas dessa
violência contra as mulheres. ato de violência. Nos casosem
que a tolerância contínua por parte dos órgãos estatais não se
limita a casos individuais, isso se torna um padrão. A cultura da
impunidade leva ao prolongamento da violência contra a mulher e
contribui para a naturalização da violência social que, como
continua,se mostrará maisdifícil reduzir28.

Nesse contexto, a nível regional, o Conselho de Mercado Comum


(CMC), o mais alto órgão do Mercosul, reconheceu a necessidade de
compartilhar experiências no enfrentamento das mortes violentas de
mulheres. por razões de gênero(feminicídios/feminicídios), seja na
prevenção, na garantia de acesso à justiça e reparação desses crimes. 29 Por
essa razão, solicitou à Reunião de Ministros e Altas Autoridades da Mulher
(RMAAM) a convocação de outros órgãos do MERCOSUL com
competência no assunto para facilitar o cumprimento deste compromisso.

27 Ver por exemplo" A. T. vs. Hungria", Comunicado de Imprensa nº 2/2003, 26 Janeiro de 2005,
Recomendações II Pará. a; Recomendação Geral de o CEDAW nº 28, em o Obrigações
Fundamental de o Estados Partes em conformidade o Artigo 2º do o Convenção envelope o
Eliminação de Todos o Formas de Discriminação contra o Mulher, CEDAW/C/RG/28, 16 de
Dezembro do 2010, Pará. 9.
28 Chinkin, Christine",Acesso um o justiça, sexo e direitos humanos", em: Violência Gênero
Estratégias de litigio durante o defesa de o direitos de o mulherPoços Aires, Advocacia Geral de
o Nación Argentina, 2012, p. 49.
29 Conselho do Mercado Comum (CMC), Recomendação Nº 05/2015 Morte Violento Mulher por
Razões de Gênero (Femicídio/Femicídio), Brasília, 16 de Julho de 2015.

24
Morte de mulher por razões de gênero

Nesse sentido, considerou-se necessário começar com uma pesquisa entre


os países membros, conhecer o ponto de partida e compartilhar as boas
práticas no campo já existem.

Por sua vez, a Reunião Especializada de Defensores Públicos Oficiais


do MERCOSUL (REDPO), que poderá oferecer à investigação a
perspectiva particular e ampla experiênciados Defensores Públicos do
MERCOSUL em questões de o acesso à justiça em questões relacionadas
à violência de gênero, exigiu sua colaboração na elaboração deste artigo.

Reunir as experiências desenvolvidas pelos Estados do MERCOSUL,


analisar e disseminar as ações que vêm sendo implementadas no nível interno
de cada Estado, é apresentado como o primeiro passo necessário para poder
projetar novas , estratégias melhores e renovadas para combater a
desigualdade e os virons de gênero.

Questionário
Como guia para que os Estados do MERCOSUL nos forneçam as
informações necessárias, foi elaborado o seguinte levantamento:

Questões gerais

1. A Defensoria Pública tem uma sede especial trabalhando em


questões de gênero?
2. Por favor, descreva as linhas de intervenção sobre a violência de
gênero da Defensoria Pública. (Por por exemplo,são oferecidos
treinamentos?, realizam pesquisas ou realizam publicações?,
oferecem patrocínio legal às vítimas de violência de gênero?, têm
protocolos desenvolvidos ação especial para esses casos?, etc.).

Aconselhamento preventivo ou patrocínio

3. A Defensoria Pública presta assessoria ou patrocínio fora da sede


especial sobre questões de gênero (se houver)às mulheres que
denunciam violência de gênero para obter medidas de proteção —
seja no civil, criminal ou outra jurisdição — ?

25
Morte de mulher por razões de gênero

3.1. Nesse caso,quantas mulheres aconselharam ou patrocinaram a


Defensoria Pública desde 2016?

Patrocínio de vítimas de violência de gênero

4. A Defensoria Públicaage patrocinando os autores que são vítimas


de crime?
4.1. Nesse caso, a Defensoria Públicaage ameaçando os autores
em casos de feminicídio ou tentativa de feminicídio?

4.2. Nesse caso, quantos processos a Defesa Pública patrocinou


desde 2016?

Defesa de mulheres vítimas de violência acusadas de homicídio ou lesão

5. A Administração Pública desenvolveu estratégias de defesa


sensíveis ao gênero para mulheres acusadas de matar ou ferir seu
parceiro agressor? (Por exemplo,utilizando o argumento da
autodefesa ou outras estratégias).
5.1. Nesse caso, envie os casos relevantes e identifique o impacto na
jurisprudência.

Outras áreas de atuação nesta área

6. Existe alguma outra linha de intervenção sobre o assunto realizada


pela Defesa Pública?
7. A Defesa Pública intervém em espaços de reformas legais ou
outros mecanismos em que são discutidas políticas relacionadas à
violência contra a mulher?

Informações coletadas

Escritórios especializados

A maioria dos países pesquisados tem um escritório


com capacidade para aconselhar sobre questões de gênero, embora apenas
três deles tenham um escritório especializado em gênero.

26
Morte de mulher por razões de gênero

No caso do Brasil e do Peru, os escritórios que fornecem orientação e


patrocínio legal às vítimas em geral, também prestam assessoria e trabalham
em questões relacionadas a gênero; enquanto no caso do Uruguai, no
âmbito do Poder Judiciário, funciona a chamada Unidade Executora do
Programa Integral de Combate à Violência de Gênero (PILCVG).

O Ministério público de Defesa do Paraguai, por meio da Diretoria de


Direitos Humanos, canaliza questões relacionadas à genética ou;
particularmente, por meio da Assessoria Especializada sobre Povos
Indígenas, a situação de mulheres indígenas privadas de sua liberdade.
Sem prejuízo disso, em 2016, foi aprovada uma Política de
Igualdade de Gênero no Paraguai, que é implementada por meio de um
Coordenador e uma Comissão composta por defensores públicos e
jurisdicionais. e administrativo.

No caso do Chile, existem dois escritórios especializados: a Ouvidoria


Penitenciária de Gênero que atua no Centro Penitenciário Feminino de São
Joaquim, Região Metropolitana de Santiago, que presta defesa na fase de
execução. às mulheres condenadas que cumprem suas penas naquela
delegacia, e no Escritório Piloto de Defesa das Mulheres Indígenas e
Migrantes em Tarapacá. Alémdisso, embora não em todos os escritórios
regionais de ombudsmen existem escritórios especializados, em todas as
regiões há um profissional encarregado de assessorar as causas em que a
variável gênero é relevante.

Por sua vez, as Defesas Públicas da Argentina, Colômbia e Equador


possuem um escritório especializado que trabalha em questões relacionadas
ao gênero.

No caso equatoriano, desde 2013, a Unidade de Vítimas atua no


âmbito da Defensoria Pública, encarregadade prestar representação legal em
três linhas de atenção direta. relacionados à violência de gênero: a)
Vítimas de contravenções contra mulheres e membros do núcleo familiar,
estabelecidas no Código Penal Integral Orgânico; b) As vítimas dos
itos,aquelas que sãopatrocinadas são patrocinadas ) Mães
responsáveis pelo cuidado de crianças e adolescentes e que representam seus
direitos, principalmente em relação ao os pagamentos de manutenção
foram corrigidos.

27
Morte de mulher por razões de gênero

Dentro da Ouvidoria Geral da Argentina, a Comissão de Questões de


Gênero, criada em 2007, opera 30com a missão de promover a
implementação de estratégias para a defesa das mulheres com uma
perspectiva de gênero. Em 2015, suas competências foram
reconfiguradas de forma a abordar a realidade discriminatória que, por razões
de gênero, não só as mulheres, mas também a população LGTBI enfrentam.
31

A Colômbia,por sua vez, presta contas de um trabalho conjuntoentre a


Ouvidoria, a Delegada de Direitos da Mulher e Assuntos de Gênero e a
Direção Nacional de Defensorias Públicas, para abordar questões de gênero.
Em 2014, a defesa em favor das vítimas foi reforçada, por meio da
contratação de um grupo de representantes judiciais,especializados e
especialistas que estabeleceram disposições a serem cumpridas por os
Defensores Públicos das Delegacias de Apoio Especial e os Representantes
Judiciais para vítimas de violência de gênero nos diferentes Escritórios
Regionais de Procuradores. 32

Linhas de intervenção sobre violência de gênero

As atividades de capacitação se destacam como a


principal linha de intervenção, uma vez que todas as Defensorias Públicas
organizam ou participam de algum tipo de treinamento no campo.

No caso do Chile, a Defensoria Pública implementa um plano de


treinamento transversal. Por um lado, nos treinamentos permanentes que
são realizados duas vezes por ano e com a presença de eferves e
defensores de todo o país, foi incorporado um módulo sobre violência
doméstica. Mas, por outro lado, há também cursos sobre violência contra a
mulher e sobre gênero na defesa criminal. Da mesma forma, recentemente a
Defesa Criminal Pública de Chile emitiu um manual de ações mínimas de
igualdade de gênero, aprovado pela Resolução Isenta nº 484 de 2018, e
uma Política de Igualdade de Gênero na prestação de serviço de defesa
criminal aprovado pela Resolução Isenta nº 485 de 2018. Nesse contexto,
foi desenvolvido um plano especial de treinamento sobre seu conteúdo.

30 Resolução COM nº 1157/2007.


31 Resolução COM nº 1545/2015.
32 Resoluções Nros. 1133 e 1134 do ano 2014.

28
Morte de mulher por razões de gênero

Da mesma forma, são elaborados relatórios estatísticos institucionais e


são realizados pesquisas jurídicas e sociais que abordam questões de
violência de gênero, além de terem estatísticas desagregadas por sexo. Esses
relatórios são publicados no site institucional. 33

No caso do Uruguai, a Defensoria Pública participa de oficinas de


conscientização e capacitação sobre o tema através do escritório pilcvg,como
menciona. O Brasil, por sua vez, organizou debates para sensibilizar a
população sobre questões de gênero, em particular, explicando às vítimas
seus direitos.

A Direção Nacional de Defensores Públicos da Colômbia concordou em


várias linhas de capacidade para melhorar as habilidades e habilidades dos
representantes judiciais nas questões de violência de gênero e em sua gestão
no campo processual – Barras Acadêmicas; Programa de Gênero do
Sistema Nacional de Defensoria Pública; psico-legais homens virtuais
toring ferramentas; treinamentos com a Escola de Formação "Roberto
Camacho Weverberg",voltadapara representantes judiciais das vítimas para
o ano de 2018, sobre temas relacionados a "Técnicas de Julgamento Oral
para Vítimas com foco de gênero".

O Equador, por sua vez, traçou treinamento para os defensores públicos


para fortalecer estratégias de defesa em casos de violência de gênero e
desenvolveu um protocolo para o Escritório da Defensoria Pública para o
atenção aos casos de violência contra a mulher e membros do núcleo
familiar. 34

No caso da Argentina, a Comissão de Questões de Gênero é obrigada a


realizar atividades de disseminação dos direitos das pessoas afetadas pela
violência ou discriminação de gênero, em particular mulheres e grupos
LGTBI. 35 Para isso, colabora estreitamente com a Secretaria de Formação
e Jurisprudência da Ouvidoria Geral da Nação na entrega de diversos cursos
para magistrados, servidores públicos e funcionários da agência. Nesse
sentido, pela Resolução nº 534/2009, foi implantado um curso obrigatório
de gênero para todos os membros do Ministério Público de Defesa. Cursos
33 Disponível em: http://www.dpp.cl/pag/88/252/defensa_de_genero e
http://www.dpp.cl/pag/116/45/ Estatística
34 Disponível em: http://biblioteca.defensoria.gob.ec/bitstream/37000/1539/1/ACTUACI
%c3%93N%20 DEFENSOR%c3%8dA%20P%c3%9aBLICA%20VIOLENCIA.pdf
35 Cfr. Resoluções COM Nros. 1154/2007 e 1545/2015.

29
Morte de mulher por razões de gênero

mais específicos também são oferecidos sobre diferentes temas de gênero,


entre outros sobre atualização. Com a sanção da Lei nº 27.499, em
dezembro de 2018, que impõe a formação obrigatória em questões de
gênero e violência contra a mulher a todos os funcionários públicos
doestado do mundo. a política institucional de formação dos membros do
Ministério Público da Defesa da Nação nesses eixosfoi reforçada.

Da mesma forma, através desta Comissão, são realizadas pesquisas e


publicações na Argentina. A exemplo, durante 2016, foram publicados (1)
Punição & Maternidade: acesso à prisão domiciliar; (2) Feminicídio e
Due Diligence: normas internacionais e práticas locais (coautoria da
Anistia Internacional Argentina); (3) Relatório sobre o Acesso à Justiça
para Mulheres Vítimas de Violência em Suas Relações Interpessoais:
Contribuições, Dívidas e Desafios da Lei nº 26.485.

Além disso, a Comissão colabora com outras áreas da Ouvidoria-Geral


na elaboração de minutas de instruções e recomendações que visam
garantir uma intervenção adequada. de defesa pública para a proteção dos
direitos de todos os afetados pela violência ou discriminação de gênero, em
especial mulheres e grupos LGBTI. Também o faz com o
propósito de elaborar relatórios dirigidos a diferentes organizações
internacionais, a fim de dar um relato da situação dos direitos humanos na
Argentina e sobre o trabalho institucional em sua garantia.

No caso do Paraguai, no âmbito da Política de Igualdade de 36Gênero,


representantes do Ministério Público de Defesa participaram do "Workshop
sobre a validação de rotas de intervenção intersetorial" em casos de
violência sexual e abuso sexual", juntamente com outras instituições
envolvidas no cuidado integral das vítimas de violência sexual e abuso
sexual, realizadas no marcoouna Lei nº 5.777/2016 da Proteção Integral da
Mulher,contra Todas as Formasde Violência.

Por outro lado, no âmbito do Projeto "Aplicação de Instrumentos


Internacionais no Campo dos Direitos Humanos pela defesa pública", o uso
de instrumentos internacionais no campo é promovido em Paraguay dos
direitos humanos pela Defensoria Pública e tornar visíveis as boas
práticas,entre as quais estão o CEDAW e as Regras de Bangkok. Como
resultado,e com o objetivo de disseminar as convençõeseconvênios, foram

36 Cfr. Resolução SOL. Nº 188/2016.

30
Morte de mulher por razões de gênero

publicados os Instrumentos Internacionais de Promoção e Proteção dos


Direitos Humanos, distribuídos no formato de impresso aos assistentes de
Defensores Públicos. 37

A Defensoria Pública do Peru,por fim, informa que desenvolveu


palestras e campanhas de divulgação sobre o serviço público de defesa das
vítimas; formação para organizações da sociedade civil (rodadas
camponesas, organizações femininas, entre outras); adoção de diretrizes
que regulam os procedimentos de atendimento de pessoas que tenham
status de vítimas,entre outras linhas de intervenção.

Patrocínio de mulheres vítimas de violência. Pedido de medidas protetivas

A grande maioria dos países concede patrocínio a


mulheres vítimas de violência, mesmo que não haja um escritório
especializado para esse fim.

Assim, por exemplo, a Defensoria Pública do Uruguai, por meio da


Ouvidoria da Família Especializada, da Defensoria Pública em Matéria
Criminal e da Defensoria Pública do Crime ouGanizado, oferece patrocínio
na rádio da cidade de Montevidéu; enquanto no interior do país,
as Defensorias Criminais Públicas atendem a questões de violência
doméstica e crimes relacionados.

No caso do Brasil, a assistência jurídica é prestada às vítimas de


violência por meio da Defensoria Pública que intervém no caso, que
solicita medidas de proteção. Para isso, conta com o Centro
Especializado de Defesa da Mulher Vítima de Violência,que oferece
tratamento diferenciado em situações de emergência de médio ou longo
prazo. fornecendo um lugar para ficar.

As Defensorias Públicas do Peru e equador fornecem orientação


jurídica, acompanhamento e livre patrocínio judicial às vítimas de violência
de gênero, bem como em questões de direito de família que elas estão
intimamente relacionadas à violência contra a mulher — pedidos de não
pagamento de manutenção, posses, visitação. No contexto desses

37 Resultados Parcial e Compêndio se Encontrar Disponível em o site institucional:


http://www.mdp.gov.py/biblioteca/publicaciones?ccm_paging_p=4

31
Morte de mulher por razões de gênero

processos, em ambos os casos, os defensores são chamados a solicitar


medidas protetivas.

A Direção Nacional dos Defensores Públicos da Colômbia de ordenou a


contratação de Defensores Públicos vinculados aos Escritórios de Apoio
Especial que terão a responsabilidade da AsuMir na representação judicial
especializada e estratégica de casos de violência contra mulheres e pessoas
com diversas orientações sexuais ou identidades de gênero. 38 Da mesma
forma, dos Representantes Judiciais das Vítimas distribuídos nas 36
Procuradorias Regionais de Ombudsmen do país, foi estabelecido que 29
deles são dedicados exclusivamente à atenção das vítimas de violência de
gênero. Estes intervêm com o propósito de proporcionar às vítimas uma
prestação efetiva,abrangente, ininterrupta,técnicaecompetente do serviço e,
assim, cumprir a missão legal e constitucional de proteger e defender a
violação dos direitos humanos é uma prioridade.

Na Argentina, dentro da Comissão de Questões de Gênero, também são


fornecidos conselhos jurídicos e patrocínios às vítimas de violência de
gênero em matéria não-criminal, por meio do Projeto Piloto de
Aconselhamento e Patrocínio para Vítimas de Violência de Gênero. No
âmbito dos processos cautelares que tramitam na força civil sobre violência
doméstica, são necessárias medidas de proteção. Também auxilia na
defesa de diversos casos que tenham uma dimensão de gênero.

Finalmente, no caso do Paraguai, houve mudanças muito recentes


nesta situação. Por um lado, os comissários foram nomeados para
implementar, monitorar e avaliar a Política de Igualdade de Gênero, uma de
suas linhas de trabalho sendo o fortalecimento da assistência jurídica. Por
outro lado, em dezembro de 2017, a Lei nº 5.777/2016, que instituiu a
Proteção Integral da Mulher,contra Todas as Formas de Violência, em
vigor, cujo artigo 38 estabelece que: "O Ministério de Defesa Pública deve
prestar assistência jurídica e patrocínio jurídico às mulheres em situação de
violência sem a necessidade de realizar o benefício do litígio sem despesas,
e deve manter um registro de todos os casos de violência e denunciá-los ao
Sistema de Registro Unificado e Padronizado." Como se pode ver, a lei
modifica o acesso à jurisdição conforme previsto na Lei Orgânica da
Defesa Pública nº 4423/2011 e no Código de Processo Civil do Paraguai,
permitindo, além disso,prestar assistência às vítimas no processo criminal.

38 Resolução Nº 1133 de 2014.

32
Morte de mulher por razões de gênero

Para isso, o Ministério público de DefesadoParaguai prevê a nomeação de


defensores públicos e defensores públicos especializados.

Estatísticas de atenção

Em 2016, a Ouvidoria do Paraguai atendeu um total de 53.331 pessoas,


das quais 35.072 eram mulheres; enquanto durante 2017, um total de
55.407 pessoas compareceram, das quais 37.257 eram mulheres. De acordo
com o relatório da Defensoria Criminal Adjunta durante 2017, no primeiro
semestre 10.838 mulheres foram atendidas e no segundo semestre 4.806
mulheres foram atendidas. As estatísticas não são desagregadas pela classe
de procedimentos.

Durante 2016, o Projeto Piloto de Aconselhamento e Patrocínio às


Vítimas de Violência de Gênero da Argentina (com ancoragem territorial na
cidade de Buenos Aires) participou de 2656 consultas e o patrocínio foi
oferecido legal em 1082 casos. 39 Em 2017, foram recebidas 2.602
consultas, concedendo patrocínio legal gratuito em 860 casos. 40 Em 2018,
foram atendidas 2.499 consultas e o patrocínio legal gratuito foi concedido
em 1017 casos. 41 A intervenção é realizada no âmbito das denúncias de
violência, a fim de obter as medidas de proteção que o caso requer.

A Direção Geral de Defesa Pública e Acesso à Justiça


do Peru patrocinou um total de 6.531 casos de violência familiar — sob os
quais medidas de proteção podem ser necessárias e obtidas — no período de
janeiro de 2016 a dezembro de 2017.

A Direção Nacional colombiana de Defensores Públicos, por meio do


Grupo de Representação Judicial das Vítimas, vem consolidando
anualmente as estatísticas sobre a prestação do serviço. Pelas informações
coletadas, em 2016 foram atendidas 4.545 vítimas de violência contra a
mulher, número que em 2017 foi de 5.704.

39 Estes dados Surgir do Relatório 2016.


Disponível em: http://www.mpd.gov.ar/pdf/Informe%202016.pdf.
40 Estes dados Surgir do Relatório 2017.
Disponível em: http://www.mpd.gov.ar/pdf/Informe%20Anual%202017_genro.pdf
41 Estes dados Surgir do Relatório 2018. Disponível em:
https://www.mpd.gov.ar/pdf/publicaciones/biblioteca/IA%20Genero%202018%20Final.pdf

33
Morte de mulher por razões de gênero

No caso do Equador, houve 11.082 patrocínios a mulheres


vítimas de violência de gênero entre 2016 e 2017; 5.006 em 2016 e 60,76 em
2017.

Patrocínio legal gratuito como queixosos


As Defensorias Públicas do Equador48 e a Argentina49 prestam patrocínio
às vítimas como denunciantes; no caso do Paraguai, começará a fazê-lo
no decorrer de 2018. 42 A Defesa Pública do Uruguai, por sua vez, tem
conseguido começar a participar desse tipo de processo após a recente
sanção do Código de Processo Penal; desta forma, a Defesa Pública auxilia
as vítimas se eles necessitarem e na medida em que estão dentro dos
limites de assistência ao serviço. 43 Brasil, Colômbia e Peru prestam
patrocínio às vítimas, embora não esteja claro se, de fato,aintervenção é
tomada como um

48 De fato, no caso equatoriano, de abril de 2016 a junho de 2017, foi oferecido patrocínio
a 14 vítimas de feminicídio; além da representação prestada às vítimas de crimes sexuais
e crimes e contravenções contra mulheres e membros do núcleo familiar.
49 A Lei Orgânica do Ministério Público de Defesa, no art. 11, determina que "a
Ouvidoria Geral da Nação estabelecerá, de acordo com os requisitos determinados
pelas normas, um programa de assistência técnica e patrocínio legal àqueles que
solicitam a constituição no processo penal como demandante conjunto e,

42 Em efeito, com base em o Lei Nº 5777/2016, o MinistErio de o Defesa Pública Fornece o


incorporação de Defensores/as Públicos/as especializados para o assiduidade profissional um o
mulher Vítimas de violência. Fora deste Suposto, o lei orgânico do Ministério de o Defesa Pública
Tem o prohibition de agir patrocinando a Queixosos Vítimas de ofensas (Art. 29 numeral 6 de o
Lei Nº 4423/2011). Em Muito o lei Entrou em validade em Dezembro de 2017, ainda Eu não sei
conta com estatísticas específicas a relatar.
43 Esclarece-se que o feminicídiosDeu não é tipificado autonomamente, embora é contemplado
como Um agravante do homicídio (Lei Nº 19.538 do 9/10/2017). Depois o Promulgação, em data
22 de Dezembro 2017, o Lei Nº 19.580 "Lei de violência para o mulher, Modifiation um
Provisões do Código Civil e Código Penal. Revogação de o artes. 24 a 29 de o Lei 17,514",
Reconhecido o violência feminicídio como uma forma específica de violência contra o mulher,
determinándose Parâmetros de atenção Prioridade e especificaçãoial um o Vítimas desta forma de
violência.

34
Morte de mulher por razões de gênero

eventualmente, como demandante civil, e que, devido à limitação de seus recursos


econômicos ou vulnerabilidade, fizeram a intervenção necessária do Ministério
Público". Essa função é cumprida por meio do Programa de Assistência e Patrocínioou
Legal às Vítimas de Crimes do DGN, sendo o julgamento de crimes que envolvem
extrema violência de gênero, um dos temas prioridade para dar patrocínio institucional
para processar (cf. Res DGN nº 1883/2008 e 722/2016). Essa tarefa foi reforçada desde a
promulgação da Lei da qual foram criados os cargos de Defensoria
nº 27.372, por meio
Pública das Vítimas para a Prefeitura de Buenos Aires e para a 23 províncias com o
objetivo de prestar assistência jurídica às vítimas de liths federais (embora o
procedimento de nomeação ainda não tenha sido finalizado). Durante 2016, 4 ações por
feminicídio ou tentativa de feminicídio foram patrocinadas na Defesa Pública da
Argentina, somando mais duas em 2017, outras duas em 2018 e mais três. s até agora em
2019.
reclamante44. Finalmente, a Ouvidoria chilena não tem o poder de patrocinar
denunciantes vítimas de crimes.

Estratégias de defesa, casos de mulheres acusadas de matar ou ferir seu


parceiro agressor

Tecnicamente, todas as respostas concordam com o uso da defesa


como estratégia aplicável pelos defensores.

A Diretoria de Defesa Criminal do Peru tem uma tabela onde sintetizam


e identificam as causas do estilo e aquelas que implementaram estratégias
com perspectiva de gênero para basear pedidos de absolvição, sentença
suspensa, rescisão antecipada do processo ou resolução alternativa do
conflito.

44 A Defensoria Pública do Estado em Brasil Atos em favor de o Vítimas de casos de femicídio o


tentativa de femicídio. Em o caso de Peru, o Endereço de Assiduidade Legal e Defesa de Vítimas
que funciona dentro de o Endereço Geral da Defesa Públicablica do Ministério de Justiça e
Direitos Patrocinadores humanos em casos de violência contra o mulher. Enfim em o ano 2015,
através Lei Nº 1761. Tipificada em Colômbia o crime de femicídio como um crime autônomo. O
Endereço Nacional DefensorEu estava O público fornece o serviço da defesa para o Vítimas,
embora é esclarecido que poder intervir de escritório, sem precisar Sobre o que faia queixa directo
por o vítima. Conforme o informação enviado por o Escritórios de Ombudsmen Regional do país
em o año 2016 é Representado judicialmente a 253 mulher Vítimas do crime de homicídio. Por
isso mesmo anuidadese Reportado Um total de 495 mulher Vítimas do crime de lesão Pessoal. Em
o ano 2017, Concedido representação judicial para 209 mulher carteiractimas do crime de
homicídio e 331 mulher Vítimas do crime de lesão Pessoal.

35
Morte de mulher por razões de gênero

No caso do Chile, há desvantagens em tornoda exigência


de"iminência"necessária para a configuração da isenção, razão pela qual
os defensores argumentam que os maus tratos dessas mulheres são
permanente e, portanto, há sempre iminência. Para isso, o defensor não só
faz alegações teóricas,mas também prepara sua defesa com perícia,
depoimentos que levam a provar a situação de violência argumentada pelo
acusado, revisa sua história como vítima, atendimento médico ou em
centros de mulheres, etc. Sem prejuízo disso, a Lei nº 20. 480 45—
conhecida como " Lei do Feminicídio "— incorporou a isenção da
responsabilidade penal denominada "estado de necessidade
exculpatante"(Art. 10, numeral 11 do Código Penal), reconhecendo a
necessidade de contextualizar o situação de violência sofrida pelo acusado
por parte da vítima. 46

Na mesma linha, a Ouvidoria do Equador relata que analisa o contexto


de violência psicológica, física e sexual em que essas mulheres vivem
desde a adolescência para encontrar as isenções, concluindo que em todos
os casos a defesa foi bem sucedida.

No caso da Argentina, a Comissão de Questões de Gênero colabora no


desenvolvimento e implementação de estratégias de defesa voltadas às
mulheres em conflito com o direito penal, em particular, quando são
acusadas de a comissão de deliparaseus parceiros ou ex-parceiros que os
assaltam. Nesse sentido, foi publicado o livro Violência de Gênero.
Estratégias de litígio para a defesa dos direitos 47 das mulheres em que
uma leitura de autodefesa com uma perspectiva de gênero é optado para
O instituto abrange os casos de mulheres que se defendem de seu parceiro
agressor em um contexto de violência nas relações interpessoais. No livro
indicado, há uma compilação de casos que tratam do assunto, e no qual se
percebe que as propostas de autodefesa foram resolvidas de forma favorável

45 Sancionada o 18 de Dezembro de 2010.


46 O primeiro caso em Isso Discutido e Argumentou em Isso linha Foi o caso de Ana R.R.R..,
embora Eu não sei Aplicado o defe legítimonsa como um Defesase o Condenado com um fator
atenuante que o Permitido cumprir dele tristeza em liberdade, com o benefício de liberdade
Cauteloso. Com Posteriority um o chamar "Lei de Femicídio", o primeiro caso em Isso Discutido
o status de precisar exculpantee Foi o de Karina S., em o Que Sim Foi Reconhecido este Defesa
Analisar o situação de abuso permanente para o Que o Imputada Tinha foi subjugado por mais de
uma década.
47 Disponível em: http://www.mpd.gov.ar/pdf/publicaciones/biblioteca/007%20Violencia%20de
%20 Genero.pdf, Ver em particular, Capítulo VI y dele anexo.

36
Morte de mulher por razões de gênero

às mulheres acusadas. Mais recentemente, a mesma Comissão está


desenvolvendo um 48projeto que visa aprofundar o trabalho institucional
vinculado à assistência jurídica especializada às mulheres infratores das
vítimas do direito penal de violência de gênero ou em situação de
vulnerabilidade. Seus objetivos específicos são:a) tornar visível o substrato
discriminatório do processo penal de mulheres, muitas delas vítimas de
violência de gênero ou especialmente situação de vulnerabilidade devido à
sobreposição de múltiplos fatores (pobreza, migração, idade,entre outros);b)
identificar pontos críticos dos argumentos judiciais para desconstruir
categorias dogmáticas que são presumivelmente neutras em termos de
gênero, à luz de critérios de imputação e censura; c) desenvolver estratégias
técnicas eficazes de defesa para esses casos com foco em direitos
humanoseperspectiva de gênero. Um dos eixos deste trabalho são os casos
de mulheres acusadas de cometer crimes como lesão ou homicídio contra
seus parceiros ou ex-parceiros em contextos de violência de gênero e
observar a efetividade da defesa jurídica (violência reativa).

Outras linhas de intervenção ou ação

Junto com as consultas, foi solicitado o relatório de outras linhas de


intervenção ou boas práticas que sejam consideradas relevantes no
assunto, informando ações de naturalidade variada a.

No âmbito da Defensoria Pública da União, existe um Grupo de


Trabalho de Atenção à Mulher cujo principal objetivo é garantir a defesa
das mulheres nos casos que se enquadram no Controle da Mulher.
jurisdição federal, especialmente casos de sequestro internacional de crianças
de acordo com a Convenção de Haia sobre o assunto.

No caso do Peru, a Direção Geral de Defesa Pública e Acesso à Justiça


fornece orientação jurídica telefônica através da linha 0800-15259. Lá, não
só as consultas são evacuadas, mas tambémsãoencaminhadas à sede da
Defesa Pública em nível nacional que corresponde ao domicílio do
interlocutor. Além disso, a Diretoria de Assistência

48 Projeto "Apoio um o elaboração, implementação e difusão de Estratégias defesa de mulher


Infringir Vítimas de violência de género o em situação de vulnerabilidade", financiado por o
Programa para o Coesão Social em América Latina EUROsociALl+.

37
Morte de mulher por razões de gênero

Jurídica e Defesa das Vítimas é responsável pela implantação do Cadastro de


Vítimas de Esterilizações Forçadas para o período 1995-2001. 49

Destaca-se o trabalho das Defensorias Públicas no Chile em relação aos


casos de aborto voluntário. Considerando isso, praticamente todos os casos
investigados vêm após a denúncia de um hospital onde a mulher vai porque
sua vida e/ou integridade está em perigo Como estratégia de defesa, os
defensores propõem a renderabilidade ou exclusão das provas obtidas em
violaçãodas garantias das mulheres (cf. tratados internacionais de direitos
humanos e legislação nacional, que proíbe os profissionais de saúde de
questionarem as mulheres nesses casos).
50
A Defensoria Pública do Equador faz parte do Plano
Nacional de Erradicação da Violência contra Crianças, Adolescentes e
Mulheres, coordenado interinstitucionalmente pelo Ministério da Justiça.
Direitos Humanos e Cultos. O ponto estratégico nº3 propõe reduzir a
impunidade por meio da garantia de acessoou justiça para as vítimas de
violência de gênero. Espera-se que um novo plano seja feito para 2018.

Dentro da Ouvidoria Geral da Nação Argentina, há também o Programa


de Assessoria Jurídica e Patrocínio às Vítimas do Crime de Tráfico de
Pessoas e outro de Assistência Jurídica às Mulheres Privadas de Liberdade
que cobrir as necessidades legais das mulheres em situações particulares de
vulnerabilidade. Sem prejuízo disso, o restante dos programas e
comissões que compõem a instituição trabalham sob um paradigma de
integração de gênero.

O Uruguai, por sua vez, relata que a Defensoria Pública participa do


Comitê de Articulação para a Justiça de Gênero, criado no âmbito da
Convenção concluída pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal. , o
Ministro do Interior, o Procurador-Geral da Nação e representante da Rede
Uruguaia de Violência Doméstica e Sexual. 51
Seu objetivo: a)

49 Ela em virtude do Decreto Supremo nº 006-2015-JUS e o Resolução Ministerial 319-2015-JUS.


Até o dia 12 Janeiro de 2018, Tinha começou 6511 Procedimentos de inscrição e Patrocinado Um
total de 246 Alegado Vítimas de Esterilizações Forçado em os Investigação Criminoso iniciado
para identificar e sancionar o Responsável de tal Fatos.
50 Implementado pelo Decreto nº 620, do 20 de Setembro do 2007.
51 Ditado O Comitê é composto por o Grupo de Trabalho de Políticas de Gênero e o Endereço
Nacional Escritórios de Ombudsmen Público (DINADEF) por o Judiciário; Divisão Políticas de
Gênero do Ministério do Interior; o Unidade Especializada em Gênero de Acusação e o Vermelho
Uruguaio contra o Violência Criada e Sexual.

38
Morte de mulher por razões de gênero

planejamento, monitoramento e avaliação das ações definidas


interinstitucionalmente;b) treinamento e pesquisa; protocolização das
intervenções; cooperação e articulação com outras instituições públicas ou
privadas.

No Paraguai, no âmbito da Política de Igualdade de Gênero, 52 em 8 de


março de 2016, foi apresentada à comunidade a Política de Igualdade de
Gênero nos Serviços do Ministério da Comunidade. Defesa Pública, em
decorrência de um processo participativo no qual foram identificados os
problemas enfrentados pelas mulheres usuárias da Defesa Pública. Da
mesma forma, a Defesa Pública participa da tabela técnica inter-institucional
que está trabalhando no Protocolo de Ação contra o Feminicídio, sua
tentativa e violência de alto risco contra a mulher, realizado por seu
parceiro ou ex-parceiro – PROMUVI MUJER. Em sua estrutura, conta
ainda com uma Assessoria Especializada sobre Povos Indígenas, por meio da
qual tem sido dada atenção especial aos casos relacionados às mulheres
indígenas. na prisão.

No caso da Colômbia, a Lei nº 17 19 de 2014 prevê


medidas para garantir o direito de acesso à justiça às vítimas de violência
sexual, especialmente as associadas conflito armado interno, buscando
atenção prioritária às necessidades das mulheres, crianças e adolescentes
vítimas.

Intervenção da Defensoria Pública em espaços de reformas legais ou


outros mecanismos de discussão de políticas relacionadas à violência
contra a mulher

Todas as Defensorias Públicas consultadas relataram ter algum tipo de


participação ou incidência em espaços de reforma legal ou discussão
política.

No caso do Chile, participa do grupo de trabalho organizado pelo


Ministério da Mulher e da Equidade de Gênero chamado "Mesa de
Reformas Legales". Tambémcolabora com grupos de trabalho

52 Implementada por Resolução D.G. Nº 188/2016 do 7 de Março de 2016. Entre seus objetivos está
Encontrar, precisamente, para fornecer Diretrizes e Ações Que Apresentar uma perspectiva de
gênero em o Serviços do Ministério de o Defesa Pública, facilitando Assim o AccIsso um o justiça
de todos o mulher, sem importação dele diversidade étnica, sexual, econômica, entre outro.

39
Morte de mulher por razões de gênero

coordenados pelo Ministério da Justiça em que se discute a situação das


mulheres presas grávidas ou com filhos. Crianças. Da mesma forma, a
Defesa Pública do Paraguai participa por meio de consultas ou convocadores
para grupos de trabalho interstituis. Enquanto isso, a Defensoria Pública da
União do Brasil intervém em espaços democráticos de reforma legal para
discutir políticas relacionadas à violência contra a mulher, além de
participar de audiências público para discutir o assunto com a sociedade.
Por sua vez, a Defesa Pública do Peru tem uma participação ativa em
grupos de trabalho sobre o tema — por exemplo, no Grupo de Trabalho
que elaborou o Protocolo. Ação Inter-institucional Frente al
Feminicidio,Tentativade Feminicídio y Violencia de Pareja de Alto Riesgo,
o Projeto de Regulamento da Lei nº 30.364 "Lei para a Lei Prevenir, punir
e erradicar a violência contra a mulher e membros do Grupo familiar" —

Por outro lado, a Direção Nacional de Defensores Públicos da


Colômbia,embora não intervenha diretamente nesses espaços, fornece
informações que são utilizadas pela Ouvidoria, órgão que possui.
advocacia legislativa. No caso dos direitos das mulheres e pessoas com
diversas orientações sexuais e identidades de gênero, a Delegada dos
Direitos da Mulher e da Mulher Gênero participa das Comissões de
Monitoramento da Lei nº 1257 de 2008 (Violência contra a Mulher)e
nº1719 de 2014 (Violência Sexual). Nesse contexto, informações da
Direção Nacional de Defensorias Públicas informaram propostas e opiniões
sobre o acesso das mulheres à administração da justiça. em tais espaços.

A Defensoria Pública do Equador está ativamente envolvida na


apresentação de propostas de reforma legal relativas à violência de gênero.
Assim, por exemplo, a Defensoria Pública Geral apresentou, em 6 de
julho de 2016, o Projeto de Reforma Orgânica da Leiao Código Penal
Integral Orgânico que, em sua parte, se relaciona com o questionário,
busca a descriminalização do aborto por estupro,considerandoque a
investigação e sanção desse tipo de conduta, contraria diretamente a
obrigação de respeito e garantia dos direitos humanos das mulheres. 53

A Ouvidoria-Geral da Argentina interveio em diferentes processos de


reformas legais,por exemplo, na sanção do Regime Especial de Emprego

53 Projeto de Lei Orgânico Reformatoria ao Código Orgânico Penal Integral (p.p. 11-16):
Disponível emhttp://biblioteca.defensoria.gob.ec/bitstream/37000/1498/1/Projeto%20%20refoorm
%20al%20COIP.pdf

40
Morte de mulher por razões de gênero

para o pessoal de residências particulares, em a lei que criou o Corpo de


Advogados para Vítimas de Violência de Gênero, na discussão para
incluir feminicídio no Código Penal, e na sanção de a Lei dos Direitos
das Vítimas. Também foi elaborado um Regulamento para promover a
inclusão da perspectiva de gênero em um novo Código Penal (tanto em geral
quanto na parte especial) e a Comissão de Juristas foi integrada, que
elaborou parte da regulamentação da Lei nº 26.485, sobre Proteção
Integral contra a Violência de Gênero. Por outro lado, foram feitas
contribuições para incluir a abordagem de gênero no sistema prisional. 54
A nível internacional, a Ouvidoria-Geral da Nação fez contribuições a
diversos organismos internacionais para a proteção dos direitos humanos. 55

Conclusões
As experiências dos países membros da REDPO são muito diferentes.
Diferentes graus de progresso são observados em termos de legislação nessa
área,particularmente no que diz respeito ao reconhecimento do crime de
femicidio como crime autônomo, com características únicas.

54 Assim Instou Alterações em o forma em Que Estava Transferido o mulher Grávida com seu
crianças/ como, o Que Estava recebido por o Diretor do Serviço Prisão Federal (Resolução D.N.
Não. 453/2009). Colaborou com o equipe editorial de o Recomendação VI/2016 em Direitos de o
mulher privado o liberdade - Gênero em contextos de confinamento, adotado por o Sistema de
Coordenação e Rastreio de Controle Unidades Judiciárias Prisão. Atualmente, o Comissão Integra
o Tabela de Trabalho Mulher Privado de dele Liberdade, convocada por o INAM (com o apoio de
o Aquisição Penitenciária de o Nação) em o moldura do Plano Nacional Ação durante o
Prevenção, Assiduidade e Erradicação de o Violência contra o Mulher (2017-2019). A dele Hora
em o estrutura de Um Habeas Corpus em favor de mulher Trans Presose Implementado uma
Tabela de Diálogo com o Serviço Prisão Federal e isso instituição um raiz de o Isso Adotado o
"Guiar de procedimento de 'Todo médico ' e 'Controle e registro de pessoas trans em o âmbito do
serviço central alcaidías", que Constituído Um Legal avanço em o matéria por ser um regulamento
Pioneiro em o negócio Prisão para povo Históricomente discriminado e maltratado por dele
identidade e expressão de gênero.
55 Vale a pena mencionar contribuições para o Relatoria envelope Direitos de o Pessoas LGBTI de o
Comissão Interamericano Direitos Humanos (CIDH) para o equipe editorial do primeiro relatório
regional sobreBre violência e impunidade contra o Pessoas LGBTI; para o Comitê de Direitos
Humanos de Nações Unidos, para o discussão de um Novo recomendação geral sobre o Atinge do
Direita um o vida e para o apresentação de Um relatório alternativo em o Marco do quinto
relatório periódico do Estado argentino; para o Comitê em o Eliminação de o Discriminação
contra o Mulher, com razão para o atualização de o Recomendação General Nº 19, em Violência
gênero; Para o Relatora Especial sobre o Violencia contra o Mulher, suas causas e resultado, em
virtude de dele visita ao país; Para o CIDH, com relação para formas de discriminação Que
Limitado um o mulher o acesso para o seu direitos Económico Social e Culturalentre outro.

41
Morte de mulher por razões de gênero

Da mesma forma, as experiências dentro da Defensoria Pública acabam


por ser muito diferentes. Primeiro, pelas características de cada
instituição, as competências e poderes assinados em geral. Então,pela
existência ou não de escritórios especializados dentro de suas estruturas. Isso
destaca as experiências da Argentina, Colômbia e Equador que organizaram,
dentro de seus organos, funcionários com treinamento especializado para
abordar o tema, patrocinar mulheres e solicitar medidas de proteção.

42
Morte de mulher por razões de gênero

Embora todos os países forneçam aconselhamento, assistência e


representação às mulheres,nem todosos países têm uma perspectiva de
gênero nesse cuidado e não têm o poder de intervir em tudo. tipo de
processo, reduzindo drasticamente o número de Estados que fornecem
patrocínio legal gratuito para intervir como denunciantes de mulheres
vítimas de violência. No entanto, recentemente houve progressos nessa
área em países como Uruguai e Paraguai, que reformou suas regras internas
para permitir que os membros da Defesa intervenham como queixosos.
Público.

Outro fator preocupante é evidenciado nas estratégias de defesa


criminal para mulheres que cometeram um crime em estreita relação com a
violência sofrida. Não há diversidade de estratégias, mas sim um uso
generalizado da autodefesa. A experiência do Chile não pode ser
destacada aqui, o que, por meio da jurisprudência, motivou a aceitação
legislativa do "estado de necessidade exculpatante" no âmbito da lei
conhecida como " Lei do Feminicídio." Da mesma forma, a partir do
levantamento de casos relatados pelas diferentes representações, surge que
a incorporação de uma perspectiva de gênero nas estratégias de defesa levou
a absolvições, reduções em a pena, modalidades de execução da pena
alternativas à privação de liberdade entre outros resultados que mostram um
avanço importante na matéria. Nesse sentido, a Defensoria Pública do Peru
prepara um levantamento muito detalhado dos casos em que estratégias de
defesa com perspectiva de gênero foram implementadas.

Além dos desafios que surgem aqui e que emergem das informações
pesquisadas, não pode deixar de ser destacado que o assunto está na ordem
do dia e que nos últimos anos muito trabalho tem sido feito sobre isso.

Háuma atividade legislativa crescente nos países da


região, uma vez que as leis mencionadas datam principalmente dos últimos
dez anos. Como consequência deles e para cumprir sua implementação,
também são observadas resoluções recentes e diretrizes das Defensorias
Públicas que reorganizam o trabalho no nível. interna e/ou criar novas
áreas de trabalho, em muitos casos, específicas.

De mãos dadas com isso, tem sido feito um trabalho para formar
funcionários que devem se especializar na área, mas também na
conscientização dos titulares da lei. e a sociedade em geral. Neste

43
Morte de mulher por razões de gênero

ponto,todos os países consultados têm, organizam e/ou participam de


atividades de treinamento. A experiência da Ouvidoria Brasileira é
interessante, e participa de audiências públicas para discutir esse tema com a
sociedade em geral.

Para concluir, a falta de elaboração de estatísticas e relatórios é


evidenciada como uma importante deficiência na pesquisa. Poucos
Escritórios da Defensoria Pública estão em condições de informar o número
de casos que patrocinaram em relação a esta questão, desagregando o tipo de
processos em que intervieram. Ter informações estatísticas desagregadas
permite identificarproblemas específicos, grau de conformidade entre outros
aspectos vitais para colaborar no trabalho legislativo e gerar ferramentas de
prevenção, proteção e acesso à justiça.

44
PARTE DOIS Experiências
nacionais

45
Morte de mulher por razões de gênero

Argentina

Avanços e desafios das políticas públicas de


prevenção, punição e erradicação da
violência de gênero (2016/2019)*

Contexto normativo e institucional nessa área no


país64
A Lei nº 26.485, de Proteção Integral à Prevenção, Punição e Erradicação
da Violência contra a Mulher nas Áreas em que Desenvolvem Suas Relações
Interpessoais, promulgada em 2009, alterada substancialmente a abordagem do
Estado para avirência de gênero, criando novos mecanismos institucionais
para a implementação de políticas públicas de prevenção e erradicação desse
problema.

O órgão que governa o desenvolvimento de políticas de promoção da


igualdade de gênero na Argentina é o Instituto Nacional da Mulher

* Para a elaboração deste capítulo, as autoridades governamentais designaram, no âmbito das


reuniões da Comissão Permanente de Gênero e Direitos Humanos da Mulher da Reunião de
Altas, Autoridades sobre Direitos Humanos do MERCOSUL (RAADH), para Leticia Virosta, do
Ministério da Justiça e Direitos Humanos da Nação.
64 Documento elaborado com base nas informações fornecidas pelo INAM, pela Subsecretaria de
Justiça do Ministério da Justiça e Direitos Humanos da Nação e pela Presidência da
Bancária do a Mulher do Senado da Nação.
Comissão
— INAM —, cujo principal objetivo é fazer a abordagem de gênero transversal
em todas as políticas públicas e promover o emprego das mulheres, a fim de
cumprir os compromissos assumidos pelo Estado Argentina ratificando a

46
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as
Mulheres (CEDAW).

O INAM é criado como uma entidade descentralizada e jurisdição do


Ministério do Desenvolvimento Social da Nação, e com o posto de Secretário
de Estado, em consonância com as recomendações de várias organizações
internacionais (Comitê CEDAW, ONU Mulheres e a Relatora Especial das
Nações Unidas sobre violência contra a mulher,suas causas e consequências).

Essa hierarquia expressa a prioridade que o Governo Nacional tem dado às


políticas de gênero, que foram indicadas nos 100 Objetivos governamentais
2015-2019 (com uma suposição orçamentária de 211 milhões de pesos para
2018), com um aumento de 30% em relação a 2017.

O INAM desenvolveu o primeiro Plano Nacional de Igualdade de


Oportunidades e Direitos (PIOD), que cumpre os compromissos assumidos pelo
Estado em relação à CEDAW, em em consonância com as diretrizes da Agenda
2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e com a Meta 53
de Igualdade de Gênero das Metas governamentais. No desenvolvimento
deste Plano todos os ministérios participaram, que comprometeram ações
específicas para os próximos anos.

Entre as medidas para avançar na prevenção da violência de gênero, vale


ressaltar a profissionalização da Linha 144 de atenção e aconselhamento às
mulheres vítimas de violência de gênero, que se expandiu em um 70% de sua
capacidade de atenção com a abertura de subátradas em La Plata e na Cidade
Autônoma de Buenos Aires (CABA); operadores e operadores incorporados; ele
serve 24 horas por dia e tem alcance em todo o país. Durante 2017, as
chamadas aumentaram 46% em relação a 2016 (1073 chamadas foram
recebidas diariamente,80 mil a mais anualmente), de modo que o sistema de
coleta e divulgação de dados foi reforçado da Linha 144.

Dentro da estrutura do INAM, foi criada a Área de Contencioso Estratégico,


que já realizou mais de 600 intervenções em 2017. Isso, somado às obras de
criação de Casas de Proteção Integral — 6 obras em 2017, no

47
Eleerte de mulher por razões de gênero

províncias de Buenos Aires (2), San Luis,Mendoza, Corrientes e Neuquén


— que são adicionadas às 89 famílias do país.

O Conselho Consultivo da Sociedade Civil foi formado com


representação das 24 jurisdições. O Programa de Fortalecimento
Institucional do INAM foi ampliado para ONGs e áreas femininas locais
(71 novos projetos no valor total deaproximadamente R$ 6.370.000).

No que se refere à consolidação de um sistema nacional de estatísticas


sobre violência contra a mulher (Cadastro Único de Casos de Violência
contra a Mulher (RUCVM), o INAM reforçou o sistema de coleta e
disseminação. n de dados da Linha 144. Soma-se a iniciativa do portal de
dados. jus.gob.ar do Programa Justiça Aberta, que produz e analisa dados
estatísticos sobre reclamações e solicitações de orientação à Linha 145 sobre
o tráfico, chamadas feitas para a Linha Direta Nacional de Abuso Sexual e o
Programa "Vítimas Contra a Violência" Linha 137. 56

Quanto ao feminicídio,esse crime foi definido pela Lei nº 26.791 como


fator agravante de homicídio (Art. 80 inc. 11) no Código Penal. Em
particular, esta lei consistiu na alteração dos parágrafos 1º e 4º do artigo 80
e na inclusão dos parágrafos 11 e 12, que impõem a pena de prisão perpétua
ou prisão perpétua a quem matar "para uma mulher quando o ato é
perpetrado por um homem e media a violência de gênero" (inc. 11) e a quem
ele fez isso "com o propósito de causar sofrimento a uma pessoa com quem
ele apoia ou tem manteve relação nos termos do parágrafo 1" (inc. 12),
com o qual as figuras de feminicídio e feminicídio relacionados são
incorporadas.

A criminalização do feminicídio contribuiu para tornar visível uma das


formas mais extremas de violência contra as mulheres e as consequências
na vida de suas filhas e filhos Muitas vezes, crianças e mulheres As
meninas são vítimas de "feminicídios por conexão ou
vinculados",ouseja, foram mortas pelo feminicídio para "punir" ou
"sevingar"da mulher. Como política pública de reparação, foi
sancionado o Regime de Reparação Econômica da Criança e do Adolescente
57
(Lei nº 27.452),conhecida como "Lei brisa", que prevê reparação
56 Disponível em: http://datos.jus.gob.ar/dataset/linea-nacional-0800-222-1717-contra-abuso sexual
57 Regulamentado por o Decreto nº 871/2018, de 28 Setembro de 2018, com o Anexo I em onde
estipulado, em o Artigo 1º, que se aplicará o reparação quando: a. Dele pai e/ou pai relacionado
faia Sido procesádico e/ou condenado. Muito o carro do processamento como o frase

48
Morte de mulher por razões de gênero

econômica crianças e adolescentes com menos de 21 (21) anos de


idade, ou para pessoas com deficiência sem cuidados parentais por violência
de gênero e/ou intra-familiar. Está previsto que este ley deve ser efetuado
quando seu pai e/ou pai relacionado foi processado e/ou condenado como
autor, coautor, instigador ou cúmplice do crime de homicídio de seu pai
( violência de gênero/feminicídio).

O subsídio econômico —que não pode serseizável — a ser pago


mensalmente, e também é fornecido que a criança seja alocada em uma
cobertura de saúde abrangente para o cuidado de sua saúde física e mental,
no caso de você não ter um.

De acordo com o regulamento até então em vigor, o pai das crianças –


autor do feminicídio–nem sempre foi privado da responsabilidade parental,
por isso continuou exercendo sua tutela, de modo que a perda da mãe, foi
adicionado o fato de continuar muchas vezes em contato com o assassino
enquanto ele foi detido (processado),ou ter que voltar a viver com ele
quando ele recuperou sua liberdade. Para prevenir e reverter esse problema,
a sanção da Lei nº 27.363, que modifica o Código Civil e Comercial da
Nação e estabelece nos artigos 700 bis e 702 a privação do
Responsabilidade parental ao pai ou pai relacionado condenado como autor,
coautor, instigador ou cúmplice do crime de homicídio agravado mediado
por violência de gênero —feminicídio— conforme previsto no artigo 80,
parágrafo 11 do Código Penal.

Por outro lado, a privação de responsabilidade parental está prevista


quando a pessoa é condenada como autora, coautora, instigadora ou autorado
crime de homicídio agravado pelo link (Art. 80, parágrafo 1º do Código
Penal), e quando o pessoa é condenada como autora, coautora, instigadora
ou cúmplice de crimes contra a integridade sexual da criança(Art. 119 do
Código Penal).

Condenatório Dever encontrar Empresas. b. O extinção de o ação pena criminal para a causa de
morte, faia foi declarado por autoridade judicial competente. c. A causa de morte por violência
intrafamilial e/ou gênero, faia foi determinado por autoridade judicial competente. Tambémentre
outro Questões, em dele Artigo 3º Designa Que o reparação econômico em favor de o
Destinatários Ser Retroativo um o data de o Comissãon do crime que o Origina quando isso é faia
Produzido com Posteriority um o sanção de o Lei Nº 27.452 e isso, para o Suposições em onde o
comissão do crime que Origina o reparação económico faia Produzido com anterioridade um o
sanção de la Lei Nº 27.452, dele aplicação Ser Retroativo um o data de o Promulgação.

49
Eleerte de mulher por razões de gênero

Da mesma forma, a suspensão da responsabilidade parental é contemplada


durante a duração da ação penal ou ato equivalente para os crimes
descritos.

No campo da educação, foi promovida uma alteração na Lei nº 26.206


sobre educação nacional, com o objetivodeincluir nos conteúdos
curriculares comuns a todas as jurisdições os princípios do Leis nº 25.485,
nº 26.171 (adoção do Protocolo Facultativo à CEDAW) e nº24.632 (adoção
da Convenção de Belém do Pará). Da mesma forma, estabelece que a
educação para a paz e a resolução amigável dos conflitos farão parte desses
conteúdos, deslegitimando a violência das relações. interpessoal e
afirmando o princípio da igualdade e inclusão social".

No que diz respeito às políticas de acesso à justiça, a Subsecretaria de


Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Direitos Humanos da Nação
promove a criação e promoção de recursos adequados e eficazes para
reivindicar a violação de direitos fundamentais. É obrigação dos Estados
não apenas impedir o acesso a esses recursos, mas fundamentalmente
organizar o aparato institucional para que todos os indivíduos possam
acessá-los. Por essa razão, o papel fundamental da Subsecreté eliminar
obstáculos normativos, sociais ou econômicos que impeçam ou limitem a
possibilidade de acesso à justiça,garantindo sua proteção e prazer eficazes.

A agenda de trabalho desta Subsecretaria promove a construção de


espaços de articulação institucional com diferentes atores da sociedade
civil para garantir que a formação em direitos e seu efetivo exercício e
prazer, abordar as comunidades mais desfavorecidas através da
implementação de mecanismos apropriados para cad à realidade geográfica.

Nesse quadro, as ações para o desenvolvimento de programas e projetos


58
têm um foco diferencial no gênero, para o qual serão destacadas

58 Se considerarmos todos o programas e Projetos de o Secretaria de Acesso um o Justiça Que Fazer


foco em problemas que Surgir De o matriz patriarcal social, depoisdrían Nomeado Além disso de
o aqui Explicado: o implementação de dispositivos eletrônicos Dual; o criação do Hospital de
Direitos; o Coordenação do Programa Nacional de Resgate e Acompanhamento de Vítimas
Afetado por o Crime de Tráfico em Pessoas dentro o Endereço Nacional Assiduidade um o
Vítimas; o Coordenação do Programa Nacional de Assiduidade para as pessoas com Deficiência
em seus Relacionamentos com o Administração de Justiça (ADAJUS) o Centros de Acesso um
Justiçade o Endereço Nacional Promoção e Fortalecimento durante o Acesso um o Justiça.

50
Morte de mulher por razões de gênero

nesta seção aqueles que melhor representam as diretrizes e princípios que


cruzam cada iniciativa de trabalho no acesso à justiça:

• Projeto de Lei Modelo para a Criação da Equipe Judiciária


Especializada em Violência Doméstica, Sexual e Institucional

• Corpo de Advogados para Vítimas de Violência de Gênero (Lei nº


27.210)

• Programa Nacional" Vítimas contra a Violência", dentro do


Diretório Nacional de Assistência às Vítimas

• Projeto de Formação de Promotores Territoriais em Gênero


(ReTeGer)em conjunto como Ministério Público da Nação.

Lei Modelo: Criação da Equipe Judiciária Especializada em Violência


Doméstica, Sexual e Institucional59

A Equipe Judiciária Especializada tem como objetivo fornecer respostas


judiciais abrangentes às vítimas de violência doméstica, sexual e
institucional. Ao adotar medidas jurisdicionais adequadas para prevenir
atos nocivos ajudará a pôr fim à situação de violência,protegere apoiar a
vítima/s, determinar direitos e sancionaros responsáveis. O objetivo é
mitigar os efeitos negativos da violência (vitimização primária)e que o dano
sofrido pela vítima não aumente em decorrência de seu contato com o
justiça (vitimização secundária).

Da mesma forma, propõe-se tornar visível e dar respostas a outros grupos


em situação de vulnerabilidade,comoidosos, pessoas LGBTI+,pessoas 60com
deficiência,pessoas e meninasinstitucionalizadas, meninos eadolescentes.
Acreditamos que essas pessoas, longe do estereótipo do sujeito hegemônico
em uma sociedade cis-hetero-patriarcal, sofrem de tipos específicos de
violência que estão diretamente relacionados com o que é conhecido como
violência de gênero, particularmentede uma perspectiva interseccional.

59 Disponível em: http://www.bibliotecadigital.gob.ar/files/original/20/1815/


Law-model-judicial-specialized-violence-domestic-sexual-institucional.5.pdf
60 O identidades trans, Intersexuaise outro pessoas parte do coletivo LGBTI+ (lésbicas, gaYs
Bissexual, transsexuais, transgêneros, travestis, Intersexuais).

51
Eleerte de mulher por razões de gênero

A Equipe Judiciária Especializada justifica-se, entre outras razões, por


razões de integralidade, economia processual e garantia de direitos
constitucionais e direitos humanos, visando fornecer respostas oportunase
adequadas às vítimas de um conflito.

Propõe-se um sistema composto por colégios de juízes com cargos


comuns, um administrador do Tribunal, promotores,defensores e
conselheiros tutelares especializados. Os juízes teriam jurisdição civil e
criminal unificada, oferecendo (juntamente com promotores e defensores
especializados) respostas eficazes, abrangentes e coordenadas em relação
ao violência. São órgãos especializados com foco em gênero,
integralidade e gestãojudicial. A jurisdição é definida pela modalidade de
violência:doméstica e institucional(que inclui casos de violência contra
crianças, ou idosos institucionalizados), mas também por um tipo de
violência, violência sexual (seja qual for a modalidade). As respostas que
até agora foram divididas em jurisdição criminal e civil são unificadas,
buscando a integralidade do processo em face de um único conflito.

Corpo de Advogados para Vítimas de Violência de Gênero

O Corpo de Advogados para Vítimas de Violência de Gênero foi criado


pela Lei nº 27.210. Sua missão é "Fornecer patrocínio jurídico gratuito e
assessoria jurídica abrangente em todo o território nacional às vítimas de
violência de gênero em todos os seus tipos e modalidades estabelecidas na
Lei nº. 26.485, bem como a exercida por razões de identidade de gênero ou
orientação sexual, a fim de garantir seu acesso à justiça em tempo hábil e
eficaz."

O Órgão é formado pela Diretoria Executiva, coordenação


institucional, área consultiva, área de Formação e Jurisprudência, Área de
Gestão Judiciária e Gestão de Dados, Área Administrativo e o Registro de
Advogados para Vítimas de Violência de Gênero (doravante, o Registro).

A fim de estabelecer ações conjuntas e coordenadas para a


implementação do Registro, em que serão registradas aquelas que
exercerão livre patrocínio legal nas províncias sob a administração do
Corpo, um acordo-quadro foi assinado com a Federação Argentina de
Ordem dos Advogados (CIA) e atos complementares com as Associações
existentes.

52
Morte de mulher por razões de gênero

Nesse sentido, e simultaneamente com a assinatura junto às associações


de advogados, também foram assinados acordos de cooperação-quadro
com diferentes órgãos estaduais para encaminhar casos de violência de
gênero .

Todas essas articulações institucionais garantem o alcance federal dessa


política pública. A inscrição no Cadastro de Aspirantes de Advogados para
Vítimas de Violência de Gênero foi feita até 4 de maio de 2018, por meio
das associações ou associações de profissionais de cada jurisdição . Os
candidatos ao Registro de Candidatos devem atender a determinados
requisitos, como antiguidade no cargo, anos de exercício efetivo da
profissão e não ter antecedentes criminais ou sanções disciplinar pelo órgão
emitindo seu registro profissional. Após a inscrição no
Cadastro de Candidatos, eles devem concluir e passar no Curso de
Transformação Atitudinal em Gênero (TAg) elaborado por especialistas e
uma equipe interdisciplinar e administrado por tutores do Corpo.

O Curso TAg propõe modificar a forma como os advogados


estão vinculados aos seus colegas, para o qual foi projetada uma
metodologia de aprendizagem baseada em uma experiência virtual.
inovador. Os diversos temas são trabalhados de forma integral, a partir de
casos que buscam apresentar os obstáculos e problemas presentes no
trabalho com a Thydian. Além disso, o Curso TAg produziu os materiais de
trabalho que incluem ferramentas audiovisuais,fotográficas, sonoras e de
design gráfico.

O Curso TAg garantirá um acompanhamento do impacto quantitativo-


qualitativo por pessoa, dependências ou organizações, que servirão, por sua
vez, como um insumo para mostrar progresso no cumprimento dos
compromissos internacionais contratados pelo nosso país.

Além disso, para garantir o patrocínio jurídico adequado, o Corpo


está elaborando um software de gestão de dados com o objetivo de
monitorar e monitorar o trabalho das advogadas mulheres. e os advogados
do Registro Definitivo, analisando os casos no nível formal (cumprimentode
prazos e movimentações dos casos) e sob uma perspectiva de gênero e
direitos humanos.

Por outro lado, o Boletim do Corpo de Advogados para Vítimas de


Violência de Gênero é um documento, gerado pelo Órgão, no qual novas

53
Eleerte de mulher por razões de gênero

informações são coletadas para litígios sensíveis a gênero. Espera-se que


este Boletim seja uma ferramenta útil para a tarefa da equipe de
profissionais do Cadastro de Advogados para Vítimas de Violência de
Gênero e de qualquer pessoa interessada no assunto. Este boletim
acompanha os desenvolvimentos institucionais na implementação da
Lei nº 27.210, decisões que tornam visível a importância da aplicação da
perspectiva de gênero e documentos. recentes organismos internacionais
de direitos humanos.

Em consonância com a missão de fornecer ferramentas ao corpo de


advogados e advogados, está sendo feito um trabalho na elaboração de
diretrizes e recursos para cada jurisdição, com o objetivo de fornecer
informações relevantes para que a equipe jurídica do Registro possa realizar
suas tarefas a partir de uma abordagem integral ao problema da violência de
gênero.

Programa Nacional "Vítimas contra a Violência"

O principal objetivo do Programa é a atenção, acompanhamento e


assistência às vítimas de violência familiar e sexual. Posicionamento do
mesmos em um local ativo que implica sua decisão de colaborar como
responsabilidade cidadã.

Atualmente, o Programa "Vítimas contra a Violência"


está trabalhando em duas linhas principais de atenção e intervenção em
situações de estupro sexual e familiar para facilitar e melhorar o acesso
justiça para as vítimas de violência.

Linha Direta Nacional 0800-222-1717: Atenção às vítimas e parentes de


vítimas de abuso sexual na infância
Desde o início da Campanha (19 de novembro de 2016) até
28 de fevereiro de 2018, foram atendidas 5.706 ligações de todo o país, das
quais 49,8% (2842) são casos de abuso sexual. 44% das pessoas que se
comunicam nessa linha para consultas ou orientações em casos de abuso
sexual emfantil são parentes das vítimas (mães, irmãs, avós,
vizinhos)adultos. 68% das vítimas são crianças, meninos ou adolescentes.

54
Morte de mulher por razões de gênero

Uma vez que as vítimas,familiares ou instituições são contatados pelo


0800-2221717, uma pessoa da linha (profissionais de psicologia ou serviço
social) é responsável por fornecer escuta profissional, orientação e
aconselhamento para arquivar o denunciae articular com as instituições
correspondentes, de acordo com cada caso.

Em casos de urgência ou emergência, a intervenção é dada aos


serviços de emergência locais (polícia ou ambulância,ou ao recurso que
corresponde a cada província),é orientada para as vítimasou seus familiares
para que o contato com o agressor cessa e é articulado com hospitais,
delegacias, ministérios públicos ou órgão de proteção dos direitos da
criança ou do adolescente. Se o evento acontecer na cidade de Buenos
Aires, um equipo móvel de profissionais pertencentes ao mesmo programa
se movimenta.

Caso não haja referência adulta, ou que ele se recuse a fazer a


reclamação correspondente, a Equipe Jurídica, juntamente com o
profissional envolvido,realiza o procedimento de notificação oficial por
meio de ato. de Intervenção a fim de comunicar e promover aos órgãos de
proteção ou judicial sobre os fatos de abuso sexual infantil relatados. A
Equipe atua de acordo com o disposto no regulamento da VIG ente(Art. 30
Lei nº 26.061).

Linha 137: Para a atenção e acompanhamento das vítimas de violência


familiar e sexual (em CABA e nas províncias onde é replicada)
A intervenção das equipes móveis e do Call Center consiste em 4
instâncias, uma delas pode acontecer ou todas dependendo do caso:

• Serviço telefônico: Ligação gratuita 137. Nesta Linha você recebe


osmados 24 horas, 365. Ela é atendida por psicólogos, psicólogos e
assistentes sociais.

• Intervenção e acompanhamento por uma equipe móvel.

• Acompanhamento do caso.

• Acompanhamento jurídico(inclui relatórios e ofícios enviados à


Justiça).

55
Eleerte de mulher por razões de gênero

Violência Familiar e Sexual


A linha 137 conta com a participação de uma equipe profissional
especializada, composta por psicólogos, psicólogos e assistentes sociais,
responsáveis pela escuta, contenção,orientação e, nos casos em que ocorre
um episódio. de violência (familiar ou sexual) no momento da
chamada,decida o deslocamento de uma equipe móvel para o local onde a
vítimaestá localizada.

De sua criação, em outubro de 2006 a fevereiro de 2018, a Linha 137


recebeu em CABA 131. 294 chamado.

O Programa não recebe reclamações, mas é uma instância prévia, na


qual intervém no local onde a violência está ocorrendo ou por meio de
atendimento telefônico por parte dos profissionais especializa-se em dois
nos tópicos abordados. Se a vítima desejar,entre outras ações que são
realizadas nas intervenções "no campo", ela é acompanhada para fazer a
denúncia aos locais relevantes. De outubro de 2006 a fevereiro de 2018,
foram acompanhadas 30.332 vítimas de violência familiar.

Acompanhamento do caso
A Equipe de Monitoramento reforça o trabalho realizado pela equipe de
profissionais nas intervenções, bem como os chamados feitos para as duas
linhas do Programa e que não geraram deslocamentos do equipamento
móvel. Colabora no processo de sustentação das denúncias feitas,
complementa o trabalho de acompanhamento jurídico e busca otimizar o
acesso a recursos inter-institucionais para as vítimas familiar violência,
nos níveis de contenção, assistência, prevenção e promoção do problema
da violência.

Acompanhamento legal

Consiste em assessoria e abordagem jurídica sobre os direitos que


auxiliam a vítima e medidas de proteção aplicáveis ao ato de violência
ocorrido. São realizadas em todas as instâncias que são exigidas, de acordo
com o disposto no regulamento vi gente, a Lei nº 24.417, de Proteção
contra a Violência Familiar e a Lei nº 26.485, de Proteção Integral.
Prevenir, punir e erradicar a violência contra as mulheres, convenção
interamericada sobre prevenção, punição e erradicação da violência contra a

56
Morte de mulher por razões de gênero

mulher e outras normas vigentes e a Lei nº 26.061 sobre a Proteção Integral


da Mulher Meninas, Meninos e Adolescentes.

Além disso, vale ressaltar que o Programa realiza dias de conscientização


e treinamento em todo o país.

Projeto RETEGER (em conjunto com oMinistério Público)

O Ministério da Justiça e Direitos Humanos, juntamente com o Ministério


Público da Nação, reformularam o material teórico-prático denominado
"Ferramentas para a formação de promotores e promotores territoriais de
gênero". Essematerial tem como principal objetivo influenciar a prevenção
da violência de gênero em áreas de alta vulnerabilidade social, em virtude
das funções que recaem sobre o Estado e, particularmente, sobre o
Subsecretaria de Acesso à Justiça e ao Ministério Público, para garantir os
interesses gerais da sociedade,buscando acesso à justiça para todas as
pessoas que vivem o território, bem como para cumprir os compromissos
internacionais assumidos pela Argéliaao assinar a Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher
(CEDAW) e a Convenção Interamericada sobre Prevenção, Punição e
Erradicação da Violência contra a Mulher (Belém do Pará).

A primeira experiência foi realizada na Villa 31-31 bis do CABA, sob


a coordenação das Diretorias Gerais de Políticas de Gênero e Acesso à
Justiça,ambas do Ministério Público do Estado Nação, e o Programa de
Gênero e Diversidade Sexual do Ministério Público de Defesa de CABA,
durante os anos de 2015 e 2016. Com base nas atividades de treinamento
realizadas, a Rede de Promotores territoriais de gênero (PRO.TE. GE) da
Villa 31-31 bis que desempenha um papel fundamental no acompanhamento
das mulheres que passam por situações de violência naquela comunidade.
Desta forma,durante o ano de 2017, o treinamento se expandiu para várias
localidades do CABA, as províncias de Buenos Aires, Santa Fé e Entre Ríos,
atingindo um total de 383 pessoas, constituídas em promotores e
promotores territoriais de gênero, realizando processos de acompanhamento
às vítimas de violência e ações de incidência de bairros que tornam o
problema visível. Atualmente, um forte trabalho está sendofeito para
implementar os treinamentos e convidar os vizinhos do bairro a participar,
tanto na Ilha do Maciel quanto na cidade de La A prata.

57
Eleerte de mulher por razões de gênero

A proposta é que aqueles que participam se tornem referências no


bairro para a disseminação dos direitos humanos da mulher, a
problematização e prevenção da violência. macho. Da mesma
forma,pretende-se fornecer aos referenciais ferramentas para acompanhar,
aconselhar e conter mulheres que estão passando por situações de violência.
O foco principal das atividades é refletir sobre a construção social, histórica
e política dos papéis e estereótipos de gênero no quadro das sociedades
patriarcais e na forma como são reproduzidas. as relações depoder baseadas
em uma lógica binária e heteronormativa. Esses espaços de formação e
intercâmbio visam incorporar uma perspectiva de equidade de gênero e
diversidade em nossas práticas cotidianas, a fim de desnaturalizar a
desigualdade, com vistas a a prevenção de ligações violentas.

Conclusão
As políticas públicas mencionadas acima buscam responder, em
particular, a grupos que historicamente sofrem violações de seus direitos,
como mulheres vítimas de violência de gênero; mas também, inclusive,
inclusive, incluindo para aqueles que se afastam do tema hegemônico do
cis-hetero-patriarcado, como pessoas LGBT+, adultos e idosos, crianças
e adolescentes, pessoas com deficiência. Esses grupos sofrem violência que
também se baseia em seu gênero, expressão de gênero, bem como idade,
presençade deficiências,entre outras características que, do ponto de vista
interseccional, podemos identificar relacionadas ao hegemonia cultural
mantida por cisgênero, heteros exuais, brancos, adultos de meia-idade,
sem deficiência e com status socioeconômico médio e/ou elevado. Dar-lhes
uma voz, fornecer serviços estatais de qualidade que respeitem os direitos
humanos das pessoas, entendendo a complexidade da sistemática
desigualdad no que vivem, além de treinar comunidades para intervir e
fortalecer os laços na defesa dos direitos humanos, é fundamental pensar em
um Estado que cumpra seus deveres .

58
Brasil

Políticas para as mulheres


- progresso e desafios *

Introdução
A discriminação e a violência contra a mulher,evidenciadas por suas
diversas formas de expressão e pela complexidade em seu confronto, são
consideradas uma das principais e cruéis formas de violação da dignidade. e
dos ecoshumanos. A República do Brasil vem construindo, ao longo de
quase duas décadas, leis, ações transversais e intersetoriais, formulação de
políticas e diretrizes públicas, de acordo com a extensão territorial do país
e a diásdia de sua cultura, com o objetivo de obter mais eficiência, eficácia
e eficácia nos resultados de suas políticas de servir e alcançar todas as
mulheres .

A discriminação e a violência contra as mulheres representam um


grande problema social. A implementação de políticas públicas de
educação, saúde, assistência social e segurança pública são necessárias
para promover a construção de relações que não violem os direitos do
mulheres. É nesse aspecto que nosso grande desafio reside quando temos
como objetivo prioritário a eliminação de todas as formas de violência e
discriminação.

* Para a elaboração deste capítulo, as autoridades governamentais designadas, no


âmbito das reuniões da Comissão Permanente sobre Gênero e Direitos Humanos da

59
Morte de mulher por razões de gênero

Mulher da Reunião de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos do MERCOSUL


(RAADH), para Thaísa Faria e Eliana Guerra, então Ministério dos Direitos Humanos,
e posteriormente foram recebidas contribuições do Gabinete da Secretaria Nacional de
Direitos Humanos. Políticas para mulheres do Ministério da Mulher, da Família e dos
Direitos Humanos.
contra as mulheres,atenta à assinatura do compromisso assumido em 1979
na Assembleia Geral das Nações Unidas e ratificada, posteriormente, pelo
Governo do Brasil. Enfrentar esse fenômeno complexo requer estar em
revisão constante e permanente para ajustá-lo à realidade apresentada.
Trata-se de uma tarefa dinâmica e sensível, com alternativas na
adaptação e na constante avaliação na tomada de decisão de políticas
públicas.

Em 1985, o Brasil foi pioneiro na América Latina na criação da


primeira Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) no
Estado de São Paulo. Após esse primeiro passo,gradualmente foram criadas
outras delegacias para atender à demanda de mulheres vítimas de
violência em todo o território brasileiro, e vem cumprindo o papel de ser a
porta de entrada no acolhimento de denúncias, estando na vanguardanas
investigações e investigações de crimes, na repreensão e identificação do
vários crimes contra as mulheres,amaioria dos quais surgem na esfera
doméstica. A criação dos Juizados Especiais Criminais tem demonstrado
grande avanço, não só pelo início de um esboço da rede especializada para o
cuidado das mulheres, mas pelo cuidado das mulheres, mas pelo atendimento
à mulher. também por sua expansão,escopo e organização.

Desde os anos 70, o combate à violência contra a mulher no Brasil tem


sido um dos principais temas da agenda. Embora o tema ainda seja
fortemente considerado como um problema da segurança pública e da
assistência social (1985 a 2002), desde a criação da Secretaria Nacional de
Políticas para a Mulher essa visão Foi expandida, sendo concebida como
uma questão transversal e multidimensional. Para que os direitos das
mulheres e a atenção integral sejam garantidos, vários setores
governamentais e não governamentais devem estar envolvidos. Todo
esse processo acompanha o movimento global para reconhecer os direitos
das mulheres de viver uma vida livre de violência.

60
Morte de mulher por razões de gênero

Breve história e históricosobre o assunto no


Brasil
A formulação de políticas para mulheres no Brasil ainda é recente. Os
principais estágios de sua realização são evidentes. Em 2003, por meio da
medida provisória nº103, o governo brasileiro tomou a decisão de
transformar a Secretaria de Estado dos Direitos da Mulher,vinculada ao
Ministério dos Direitos da Mulher. Justiça e criação da Secretaria Especial
de Políticas da Mulher, órgão com status de ministério,vinculadoà
Presidência da República, para a defesados direitos das mulheres. mulheres.
Até o momento, sua missão se consolida na erradicação das
desigualdades entre homens e mulheres e no combate à violência contra a
mulher.

A Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SNPM) já nasceu


com identidade própria e com a tarefa desafiadora de formular, coordenar e
implementar políticas públicas voltadas às mulheres, a fim de erradicar as
mulheres. violência e a eliminação de todas as formas de discriminação. A
Secretaria é orientada para o desenvolvimento de políticas públicas para
as mulheres,de outro ponto de vista, não só a de vulnerabilidade,mas que
visam promover a garantia das mulheres. os direitos das
mulheres, como defende a Constituição Brasileira, explicitam ao contemplar
que "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações", dando assim
um passo em frente 61 extraordinário na luta contra a discriminação
histórica contra as mulheres. A criação do SNPM tem possibilitado
avanços expressivos, com ações descentralizadas e articuladas nas
diferentes esferas de governo, garantindo o acesso do mulheres para
diversos serviços, informações, unidades de atendimento e seu próprio
canal de reclamação.

Desde sua criação, os resultados positivos e os expressivos


progressos são visíveis no sentido de alcançar a efetiva implementação das
políticas, principalmente em seu objetivo de erradicar a violência. e todas
as formas de discriminação contra as mulheres. Desde
então, o escopo de atuação do Estado de Rasileño foi ampliado e
modernizado na defesa dos direitos das mulheres, que passou a funcionar em
três linhas principais de ação: enfrentamento da violência contra a
mulher; políticas trabalhistas e autonomia econômica; programasvoltados
61 Constituição Federal de Brasil de 1988, Art. 5º.

61
Morte de mulher por razões de gênero

para as áreas de educação, saúde, igualdade entre os sexos, a


diversidade,acultura, além de estimular uma maior participação das
mulheres na política.

Por meio de suas atividades cotidianas, o SNPM tem buscado cumprir


sua missão institucional de reverter o modelo de desigualdade entre
mulheres e homens brasileiros, melhorando a vida das mulheres brasileiras.
mulheres e garantir seus direitos em toda a sua diversidade. Para alcançar
essa missão, o SNPM propõe formular, implementar, implementar,
consolidar e ampliarpolíticas públicas voltadas para as mulheres,de
formatransversal com todos os ministérios,estadose municípios. É
importante ressaltar que a transversalidade é um princípio fundamental
para a Política da Mulher, pois permite, por meio da comunicação entre
atores, o estabelecimento de novas práticas, tendo como resultado, o
conhecimento produzido pela aprendizagem de uma realidade coletiva.

Com base em inúmeros debates realizados na 1ª Conferência


Nacional sobre Política da Mulher em 2004, foi elaborado o 1º Plano
Nacional de Política da Mulher,que foi a criação da de uma Política
Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher,dando ênfase
justa à necessidade de construção de ação conjunta, Estado e comunidade,
visando à efetividade da política de enfrentando a violência contra as
mulheres.

Aprovado pelo Decreto nº 5.390/2005, o 1º Plano Nacional de


Políticas para as Mulheres foi implantado no ano seguinte, contendo
conceitos, princípios, diretrizes, normas técnicas e ações de prevenção e
combate à violência contra as mulheres. O Plano foi composto por cinco
eixos orientadores, tendo um específico para o tema da avaliação, a ver: 1)
Utonomia, igualdade no mundo do trabalho e da cidadania; 2) Educação
inclusiva e não sexista; 3) Saúde da mulher, direitos sexuais e direitos
reprodutivos; 4) Enfrentamento de todas as formas de violência contra a
mulher e 5) Gestão e monitoramento da PNPM.

El Caso Maria da Penha


O caso diz respeito aos atos de violência cometidos contra Maria da
Penha Maia Fernandes, há anos pelo marido, Marco Antonio Heredia
Viveiros, em sua casa na cidade de Fortaleza, no Ceará. Em 1983,

62
Morte de mulher por razões de gênero

Maria da Penha foi vítima de dupla tentativa de feminicídio pelo marido.


Primeiro, ele atirou nas costas dela, enquanto ela dormia e devido a
ferimentos irreversíveis,Maria ficou paraplégica. Meses depois, após ser
mantido em cárcelparticular, o marido tentou eletrocutá-la durante o banho.

Em 1998, a petições Maria da Penha Maia Fernandes, do Centro de


Justiça e Direito Internacional (CEJIL) e do Comitê Latino-Americano de
Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM) relataram o caso à Comissão.
Direitos Humanos Interamericanos (CIDH). Em 4 de abril de 2001, a
Comissão emitiu o Relatório de Mérito nº 54/2001, no qual concluiu que o
Estado brasileiro violou, em detrimento da Senhora Maria da Penha Maia
Fernandes, os direitos de garantias judiciais e proteção judicial prevista
nos artigos 8º e 25º da Convenção,de acordo com a obrigação geral de
respeitar e garantir os direitos estabelecidos na Convenção. Artigo 1º
desse instrumentoe dos artigos II e XVII da Declaração, bem como o
artigo 7º da Convenção de Belém do Pará.

Além disso, a Comissão concluiu que tal violação seguiu um padrão


discriminatório no que diz respeito à tolerância à violência doméstica contra
a mulher no Brasil devido a um processo ineficaz.

Desde a manifestação da CIDH, o Estado do Brasil sancionou a Lei nº


11.340, de 7 de agosto de 2006, conhecida como "Lei Maria da Penha"
(LMP).

A Lei criou mecanismos de prevenção e prevenção da


violência doméstica e familiar contra a mulher e prevê a criação de Varas de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, além de estabelecer
medidas para auxiliar e proteger as mulheres em situação de violência
doméstica e familiar.

Este instrumento legal demonstra a preocupação em detalhar e


especificar os direitos e garantias das mulheres e estabelece medidas
protetivas emergenciais, com acapacidade até mesmo de concessão de
alimentos. provisória em favor da mulher, podendo prender os agressores
em flagrante delito ou efetuar a prisão transitória quando implica uma
ameaça iminente à integridade física da mulher. Tambémprevêmedidas
de proteção às mulheres, como a retirada do agressor do domicílio.

63
Morte de mulher por razões de gênero

A lei também deu elasticidade significativa ao conceito de violência para


incluir toda e qualquer forma de violência, seja física,psicológica, moral,
patrimonial ou sexual, considerando como violação dos direitos humanos.

Como evidenciado, a Lei Maria da Penha tornou-se exemplo da


maturidade da democracia brasileira, pois houve um esforço conjunto para
sua formulação, com participação ativa do Congresso. Nacionais,
Secretaria Nacional de Política da Mulher, organizações não
governamentais, acadêmicose advogados.

No ano seguinte à criação do PGR, como parte de uma Agenda Social, o


Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher foi lançado
pelo Governo Federal, onde todos, governo federal e governos Estados e
municípios concordaram com a elaboração conjunta de um planejamento de
ações integradas, a serem executadas em todo o território nacional, com
foco na consolidação da Política Nacional de Enfrentando a Violência
contra a Mulher. O Pacto foi estruturado em cinco eixos principais:

• Eixo 1 - Garantia da aplicabilidade da Lei Maria da Penha

• Eixo 2 - Ampliação e fortalecimento da Rede de Atenção à Mulher


em Situação de Violência

• Eixo 3 - Garantia de segurança do cidadão e acesso à justiça

• Eixo 4 - Garantia dos direitos sexuais e reprodutivos,


confrontando a exploração sexual e o rato das mulheres

• Por exemplo, 5 - Garantir a autonomia das mulheres em situações


de violência e estender seus direitos

Em 2008, diante da necessidade de dar continuidade às Políticas


Nacionais, na 2ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, foi
lançado o 2º Pla .387 do Pl a (Decreto nº 6.387) que ampliou sua eixos de
ação,aumentando de 5 para 10. Apenas o Eixo 4 foi mantido no Plano para
orientar a implementação de políticas de confronto, a saber:

• Eixo 1- Autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho,


com inclusão social

64
Morte de mulher por razões de gênero

• Eixo 2- Educação inclusiva, não sexista, não racista, não homofóbica


e não lesbofóbica

• Eixo 3 - Saúde da mulher, direitos sexuais e direitos reprodutivos

• Eixo 4 - Confrontando todas as formas de violência contra as


mulheres

• Eixo 5 - Participação das mulheres em espaços de poder e decisão

• Eixo 6 - Desenvolvimento sustentável em áreas rurais, na cidade e


nas florestas, com garantia de justiça ambiental, soberania e
segurança alimentar

• Eixo 7- Direito à terra, vida digna e infraestrutura social em áreas


rurais e urbanas, considerando comunidades tradicionais

• Eixo 8 - Cultura igualitária, democrática e não discriminatória,


comunicação e mídia

• Eixo 9 - Confrontando o racismo, o sexismo e a lesbofóbica

• Eixo 10 - Enfrentando as desigualdades geracionais que afetam as


mulheres, dando atenção especial às mulheres jovens e velhas

É importante destacar a importância do Eixo 1 na


automação econômica e igualdade no mundo do trabalho, com inclusão
social, que visa ampliar as oportunidades no mundo. inclusão das mulheres
no mercado de trabalho e seu acesso a programas sociais, proporcionando
maiores oportunidades para erradicar o fenômeno da violência e ajudando a
geraçãode renda. Além da promoção da autonomia
econômica e financeira, especialmente para mulheres em situação de
vulnerabilidade social, o Eixo 1 mostra a urgência de promover de
igualdade de gênero, cargos e salários dentro de empresas e organizações.

Durante a 3ª Conferência Nacional de Políticas para as


Mulheres,realizada em dezembro de 2011, destacamos alguns resultados
obtidos a partir da releitura do Plano Nacional de Políticas para as
Mulheres,onde os 10 eixos propostos acima permaneceram. No entanto,
devido às novas conjunturas políticas e sociais no Brasil, as metas e ações
sofreram reformulações.

65
Morte de mulher por razões de gênero

Em 2013, a partir de um esforço do governo federal para avaliar as


propostas e ações do Pacto Nacional, algumas necessidades de
reformulação e atualização de suas estratégias foram identificadas. Assim,
o Governo Brasileiro, por meio do Decreto nº 8.086, de 30 de agosto de
2013, assinou o importante e inédito Programa "Mulheres, Vivendo Sem
Violência" (PMVSV).

O PMVSV tem como objetivo fundamental a expansão e integração de


todos os serviços públicos existentes voltados para mulheres em situação ou
em risco de violência. Ele chegou para atender ao artigo 8º da Lei Maria
da Penha, que determina que:

A política pública que cria mecanismos para inibir a violência


doméstica e familiar contra a mulher será feita por meio de um
conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios e das ações ministérios não
governamentais, tendo como diretrizes:I– a integração
operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da
Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência
social, saúde, educação, trabalho e moradia.

Visão atual dos desafiose desafios nas políticas


femininas
Como visto acima, marcos e conquistas significativos para as mulheres
brasileiras foram a aprovação da Lei Maria da Penha concomitante com a
criação da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, comprovada
ao longo dos anos. subsequente pelos avanços importantes. OPrograma
"Mulheres, Vivendo Sem Violência" foi criado com o objetivo de ampliar e
integrar os serviços públicos existentes destinados a atender mulheres em
situação de risco ou em situações de violência. , por meio de sistemas
públicos de serviços especializados e humanizados. O Programa propõe seis
estratégias de ação,com o objetivode fortalecer e consolidar a rede de
serviços especializados no atendimento às mulheres vítimas de violência .
Realizado por meio da coordenação entre órgãos públicos e serviços das três
esferas de governo, o Programa é realizado através da assinatura do Termo
de Adesão ao Programa, onde os poderes Executivos estaduais e
municipales, os tribunais de Justiça, Ministérios Públicos e Defensorias

66
Morte de mulher por razões de gênero

Públicas Estaduais, através da articulação entre Os órgãos públicos e os


serviços das três esferas de governoestão comprometidos com sua plena
implementação. A seguir, estratégias doseguinte:

Implantação da Casa da Mulher Brasileira

Criada em 2015, a Casa da Mulher Brasileira (CMB) revolucionou o


modelo de enfrentamento da violência contra a mulher,uma vez que
promove a integração, a expansão e a expansão articulação entre equipes
públicas voltadas ao atendimento à mulher em situação de violência. Essa
importante e fundamental equipe pública é uma das principais portas de
acesso a serviços especializados de alta complexidade dentro da Rede de
Enfrentamento à Violência contra a Mulher. Portanto, o CMB tornou-se
a principal inovação do Programa, onde no mesmo espaço é contemplado o
Comissariado Especializado na Atenção ao Mulheres – DEAM, tribunais e
tribunais de Violência Doméstica, Ouvidoria, Ministério Público e Equipe
Psicossocial, onde psicólogos, assistentes sociais,educadores e a equipe de
orientação ao emprego e renda atuam diretamente com as mulheres na
construção de um Plano de Vida Pessoal. Além de evitar a revitimização de
mulheres vítimas de violência ou em risco de violência,
contribui,sobretudo, para erradicar o ciclo de violência. Representa um
espaço comum, onde um conjunto de ações da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios é articulado e orientado para uma
integração operacional, na busca de cuidados abrangentes para as
mulheres. O Programa Mulheres, Vivendo Sem Violência(PMVSV) foi
uma resposta do Estado brasileiro ao reconhecer que a violência contra a
mulher, consequência do curso A história e a estrutura da sociedade
brasileira violam seus direitos constitucionais e também constituem uma
grave crueldade às mulheres. As diretrizes gerais e os protocolos de
realização no CMB são: solidariedade; respeito; humanização no
cuidado; sigilo profissional; liberdade de escolha das mulheres;
integridade dos serviços oferecidos às mulheres em situação de violência;
empoderamentofeminino; prevenção do tempo de revic; agilidade e
eficiência na resolução de casos; sistema de dados e informações;
continuidade do cuidado.

67
Morte de mulher por razões de gênero

Expansão do Centro de Atendimento à Mulher – Ligue 180(Chamada


180)

Importante política pública voltada para o avanço do PMVSVé a Central


de Atsension a La Mujer en Situación de Violencia - (Call 180), um serviço
de utilidade pública gratuito e confidencial oferecido pela Secretaria
Políticas Nacionais para as Mulheres,que visa ser um canal especializado
para denúncias de violência contra a mulher, a disseminação de informações
sobre a legislação e direitos, além do acolhimento e expedição de casos de
violência aos órgãos competentes ou à Rede de Serviços Especializados na
nação comte de mulheres. Esta importante política pública contém atuação
fundamental como instrumento de defesa na promoção dos direitos das
mulheres, uma vez que se caracteriza como a principal e mais importante
porta de entrada para as mulheres. violência ou em risco de violência. O
atendimento funciona todos os dias da semana por 24 horas e revelou um
canal de condução eficaz, não só da expedição,mas também no estudo de
dados e informações que ajudem na construção de políticas públicas
maiseficientes no combate à violência contra a mulher. 'Ligue 180'
também tem desempenhado um excelente papel no monitoramento e
avaliação contínuos dos serviços que compõem a rede especializada em todo
o país e em o eriorramal. Todas as informações são registradas em um
sistema, o que possibilita ampliar a visibilidade da violência contra a
mulher e permite demonstrar a dimensão disso fenômeno social, sua
dinâmica e implicações. Alémdisso, contribui para o desenvolvimento de
políticas públicas e equipes distintas, de acordo com as características de
cada município,onde ações especiais podem ser construídas de acordo com o
necessidade da demanda e frequência de violência contra as mulheres
em cada região oulocalidade. Desde o lançamento do Programa, ações têm
sido implementadas em busca de países onde vive uma grande concentração
de brasileiros, com o objetivo de expandir o serviço do Centro de
Atendimento à Mulher. Atualmente,a Ligue 180 tem atenção em 17 países:
Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bélgica, EUA, França, Portugal,
Espanha, Itália, Guiana Francesa, Guiana Inglesa, Holanda, Inglaterra,
Luxemburgo, Noruega e Suíça.

68
Morte de mulher por razões de gênero

Organização e humanização do cuidado às vítimas de violência


sexual

Uma importante conquista na efetividade das políticas


públicas no combate à violência sexual contra a mulher é a sanção da Lei nº
12.845/2013, onde os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) deve
tirar atendimento urgente,abrangente e multidisciplinar às vítimas de
violência sexual. O principal objetivo desta política está ancorado no
objetivo de alcançar o controle através dos dados epidemiológicos e de
tratamento disponíveis para lesões físicas e psicológicas, especialmente
devido à gravidade e consequências devastadoras. na vida de uma mulher
submetida a esse tipo muito grave de violência. Esta lei institucionalizou
um conjunto de práticas, hoje, já incorporadas pelos EUA. Com a criação
do Programa Mulheres, Vivendo Sem Violência, algumas
regulamentações foram criadas para abordar e beneficiar de forma
imperativa, a necessidade da expansão da rede de atenção às mulheres
vítimas de estupro. Destacamos o importanteDecreto nº 1662, de 2 de
outubro de 2015, onde foram definidos os critérios, para autorizar
instituições na coleta de amostras e provas que possam estabelecer o
vinculando a violência sexual, dentro do SUS. Por isso, o PMVSV
promoveu uma intensificação na formação da força de trabalho de
profissionais que atuam diretamente com o tema, como especialistas em
segurança pública e saúde (médico, enfermeiro,psicólogo, assistente social),
sobre o atendimento humanizado às vítimas de violência sexual, coleta de
provas e a importância do registro de informações. Desde a
promulgação deste decreto, diversos serviços especializados no atendimento
de mulheres vítimas de violência sexual foram registrados no Cadastro
Nacional de Estabelecimentos. Saúde (CNES).

Apesar da criação de uma rede de serviços especializados para a proteção


da mulher,oBrasil ainda enfrenta fragilidade em sua articulação e
insuficiência de unidades de saúde disponíveis em face do demanda e
fragmentação nos serviços, por isso é necessário realizar políticas
intersetoriais e transversais para melhorar o acolhimento dos interesses das
mulheres.

Para atender às diferentes necessidades que o fenômeno da violência


impõe às mulheres, a integração de diversas áreas do governo e a integração
de políticas públicas sãoessenciais.

69
Morte de mulher por razões de gênero

A estruturação de uma rede de serviços no atendimento à mulher em


situação de violência nos estados, municípios e Distrito Federal tem sido um
grande desafio. A ação em rede garante atendimento especializado e
integral às mulheres que utilizam o serviço público. Após a criação do
Pacto de Confronto, a rede foi ampliada em 161% e atualmente tem as
seguintes unidades:

• Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher e


Núcleos/Postos de Atenção à Mulher em Delegacias de Polícia
(496);

• Centros de Referência de Atendimento à Mulher (248);

• Abrigos (92);

• Varas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (136);

• Núcleos femininos na Defensoria Pública (40);

• Ministério Público Especializado (94);

• Casa da Mulher Brasileira (7);

• Unidades de Atendimento Móvel (58);

• Serviços para mulheres em situação de violência sexual e


doméstica (552)

• Serviços de educação e responsabilidade para os agressores (14).

Implantação de Unidades Móveis para o Cuidado das Mulheres do


Campo e da Floresta (Estrada e Rio)

A implantação das unidades móveis visa garantir o acesso igualitário


das mulheres residentes em áreas rurais, rurais e florestas, com orientações
adequadas e diversos serviços que compõem o Rede Especializada de
Atenção à Mulher em situação de violência baseada em uma lógica
humanizada. A distribuição geográfica das unidades móveis foi a estratégia
adotada, respeitando a especificidade regional, a falta de equipes sociais e a
viabilidade de uma articulação entre os organismos deste tais e políticas
municipais para as mulheres e o Governo Federal.

70
Morte de mulher por razões de gênero

Realização de Campanhas de Conscientização Contínua

O objetivo das campanhas de conscientização baseia-se na urgência


de alertar a população e estimular sua participação no tema, promovendo
mudanças na representação social sobre questões de igualdade entre
homens e mulheres. Por isso, torna-se essencial intensificar campanhas
de conscientização que estão de acordo com a Política Nacional que busca
implementar ações de desconstrução de mitos e estereótipos,paraque alcançar
mudanças nos padrões machistas, perpetuados pelas desigualdades entre
homens e mulheres. Algumas campanhas de sucesso no país:
16 Dias de Campanha de Ação pelo Fim da Violência contra a Mulher;
Homens Unidos por uma Campanha de Fim da Violência; Campanha que
ama abraços; Compromisso de Campanha e Atitude para a Lei Maria da
Penha: A Lei é mais forte,entre outras.

71
Morte de mulher por razões de gênero

Alguns avanços na legislação brasileira


Autoriza o Poder Executivo a disponibilizar, a nível nacional,
Lei nº 10.714/2003 um número de telefone, gratuito, com apenas três dígitos,
destinado a atender denúncias de violência contra a mulher.
Estabelece a notificação compulsória de casos de violência contra
Lei nº 10.778/2003 a mulher atendidos em serviços públicos ou privados de
saúde.
A Lei Maria da Penha institui mecanismos que visam inibir a
Lei Nº. 11.340/2006
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Possui o Centro de Atendimento à
Mulher – Ligue180 como serviço público de
Decreto Nº.
7.393/2010
emergência, nacional e internacionalmente, acessado
pelo número 180, gratuitamente, sete dias por
semana, 24 horas por dia.
Cria o Relatório Socioeconômico Anual sobre
Lei Nº. 12.227/2010 Mulheres,documento que reúne dados sobre violência contra a
mulher.
o atendimento às vítimas de
Estabelece diretrizes para
Decreto Nº.
7.958/2013
sexual pelos profissionais da rede de atenção do
violência
Sistema Único de Saúde e Segurança Pública.
Prevê o atendimento integral e obrigatório das pessoas em
Lei nº 12.845/2013
situação de violência sexual.
Transportadora nº Redefine o funcionamento do serviço de atenção às pessoas
485/GM/ MS de
em situação de violência sexual no âmbito do SUS.
1º/04/2014
Decreto
Nº 8.086/2013 Cria o Programa"Mulher, Viver Sem Violência".

Lei do Feminicídioaltera o artigo 121 do Decreto-Lei nº


2.848/1940 do Código Penal, que prevê o feminicídio como
circunstância que o qualifica como crime de homicídio e o
Lei Nº. 13.104/2015
papel de
inclui no crimes fedorentos em casos
de violência doméstica e familiar (Art. 1 da Lei nº.
8.072/1990).
Altera a Lei nº 11.340/2006 (Lei Mariada Penha) para autorizar
Lei nº 13.827/2019 a aplicação de medidas emergenciais pela autoridade

72
Morte de mulher por razões de gênero

judiciária ou policial para mulheres em situação de


violência doméstica e familiar, ou para seus
dependentes, e para seus dependentes,e para determinar
o registro da medida projetiva de urgência em uma base de
dados mantida pelo Conselho Nacional de Justiça.
Vale ressaltar que, a partir da iniciativa do Escritório da Mulher da
ONU, o Brasil foi escolhido como um país piloto para se adaptar à
realidade social, cultural, política e jurídica, o modelo de protocolo latino-
americano de pesquisa. das mortes violentas das mulheres, cuja
motivação é baseada no status de gênero (feminicídio).

A Lei do Feminicídio,considerada um importante instrumento e grande


conquista, trouxe visibilidade a esse grave fenômeno social, que antes, não
havia sequer um registrode dados que indicassem, nesse contexto, o
número de óbitos . Hoje no Brasil, de acordo com o Mapa da Violência de
2016, em média,doze mulheres são mortas todos os dias no Brasil. Em
2017, foram 4.473 casos de homicídios dolosos contra mulheres,
apontando um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior. Embora apenas
946 casos tenham sido classificados como feminicídio,indicando sub-
notificação.

Pensamento Final
Todos os países que afirmam ser um Estado democrático com base no
Estado de Direito e estão comprometidos em promover a segurança e o
bem-estar de todos os seus cidadãos e erradicar todas as formas de
discriminação e violência Contra as mulheres, não pode deixar
de levar em conta a desigualdade histórica, social e legal à qual as mulheres
foram e ainda estão submetidas.

De acordo com o Mapa da Violência de 2016, o Brasil enfrenta como


seu maior desafio a redução do quadro grave da violência contra a mulher,
que atualmenteocupa a 4ª (quarta) posição em um ranking entre 84
países. E é nesse sentido que o Brasil ainda tem um longo caminho a
percorrer. Superar barreiras culturais, dificuldades de integração de
serviços especializados devido às dimensões continentais de seu território e
inserir na agenda política a faltadeconhecimento entre os Os
governos,destinados ao enfrentamento da violência contra a mulher,

73
Morte de mulher por razões de gênero

constituem um conjunto de ações necessárias para a promoção de um


resultado efetivo.

É importante ressaltar que, para combater,ou pelo menos minimizar, as


desigualdades entre homens e mulheres, a existência de diversidade ou
diferenças entre os dois não deve necessariamente ser negada, mas deve ser
reconhecido que ambos têm idênticas Valores. Diante disso,é urgente
fazer modificações nas relações sociais, estimuladas principalmente pela
atuação em diversas áreas, buscando a construção de políticas públicas de
natureza permanente, para que seja possível,uma redução
desigualdades decisivas, discriminação e violência contra as mulheres.

Os desafios que o Brasil enfrenta são enormes quando se vê a


realização de eficiência e efetividade na implementação de suas políticas
públicas de forma humanizada. Nesse sentido, é importante ressaltar que a
humanização dentro dos serviços pressupõe a união da qualidade no
atendimento técnico com a relação entre os atores envolvidos no prestação
do serviço. Além disso, deve-se considerar a entrada frequente de novos
atores e a reavaliação na condução dos processos, ou seja, elementos que
mostrem que se trata de um procedimento construção aberta e permanente.

No Brasil, os avanços no campo do combate à violência contra a


mulher são notórios,não apenas em termos de legislação,mas também no
campo da violência contra a mulher. políticas públicas. Mas, apesar do
progresso, ainda estamos longe de garantir a plenitude dos direitos das
mulheres. Uma das fragilidades que ainda persiste é a baixa participação
das mulheres no campo da tomada de decisão, devido ao número
expressivamente menor de ocupação de cargos de liderança. nas esferas do
poder.

É inegável que, na realidade brasileira, é urgente aumentar as ofertas de


serviços especializados para atender as demandasdas mulheres com
qualidade, não apenas em casos de enfrentamento à violência. , mas
também nas outras direções descritas acima, como a política do trabalho e
da autonomia econômica; programas voltados para as áreas de educação,
saúde, igualdade de gênero, diversidade,cultura, entre outros. Ainda são
adicionados os desafios de promover uma ação conjunta e integrada que
exija maior participação feminina em áreas estratégicas de
representatividade e posições de tomada de decisão. Ou seja, para
estimular uma maior participação feminina na política, pois como se pode

74
Morte de mulher por razões de gênero

ver no cenário atual, apenas 10% das mulheres ocupam as cadeiras na


Câmara dos Deputados , sendo de grande relevância aumentar a ocupação
de mulheres em cargos de autoridade.

Também é muito importante aumentar o acesso à política através do


desenvolvimento de novos gateways, como Centros de Referência para
Mulheres, Casa de Acolhimento, Casa de Refúgio, CMB do tipo I e II nas
capitais e nos tipos III e IV em todos os municípios, em um processo ativo
e essencial de referência e contra-referência. Da mesma forma, para
garantir serviços e um espaço para a mulher brasileira e seus filhos que
vivem no exterior - "Espaço Da Mulher Brasileira", oferecendo
assistência,orientação e acompanhamento de mulheres em situação ou em
risco de violência,pormeio de parcerias com consulados.

A busca por modelos alternativos de serviços e ações de confronto que


abdoem as especificidades das mulheres que vivem em pequenos
municípios, áreas rurais ou grupos vulneráveis, como indígenas e
quilombolas.

A continuação do combate à impunidade para os agressores é


imperativa, embora seja urgente ampliar propostas de políticas públicas que
abdoram o tratamento e a reeducação da conduta. violento. E é nesse sentido
que destaca-se a importância de compreender as influências, fatores e
causas que levam à violência contra a mulher. A prevenção deve ser
baseada em estudos sobre característicasque podem influenciar o
comportamento do agressor e das mulheres mais vulneráveis à vitimização
e a permanência nesse status quo,seja por vingança, dependência
emocional ou financeira, discriminação social, ausência de apoio
familiar, entre outros.

Dessa forma, chegar à compreensão desse grave problema social e à


percepção dos vetores que estruturam o imaginário da sociedade brasileira
são ações necessárias para obter respostas mais eficientes em políticas
públicas no combate à discriminação e no combate à violência contra a
mulher, abordando assim a necessidade urgente de alcançar a paridade
entre homens e mulheres e conquistar, após décadas de desigualdade, a tão
sonhada igualdade para todos.

75
Experiência paraguaia no
combate à violência de gênero,

especialmente feminicídio*

Introdução
A violência de gênero deve-se às relações de poder assimétricas,
que estão assumindo um aspecto cada vez mais sério em torno do
chamado"Ciclo da Violência", do qual o autor Leonor Walker nos fala.

O feminicídio como uma forma extrema de violência é o resultado de


processos que geralmente levam um tempo considerável. No entanto, em
certos casos pode ocorrer de forma diferente. Na verdade, o
agressor está tecendo uma rede onde pessoas em condições de
vulnerabilidade são imersas gradualmente e em franca progressividade, até
que possam até chegar perder sua própria identidade para se anular e dar
lugar a essa forma de controle exercida por aqueles que detêm poder sobre
eles,eacaba acabando com suas vidas.

Os países da região estavam incorporando em suas regulamentações a


tipificação de atos de violência como aconteceu com o feminicídio, cuja

deste capítulo, as autoridades governamentais designadas, no


* Para a elaboração
âmbito das reuniões da Comissão Permanente sobre Gênero e Direitos Humanos da
Mulher da Reunião de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos do MERCOSUL

76
Morte de mulher por razões de gênero

de Gênero do
(RAADH), para Silvia Beatriz López Safi, Secretária Executiva da Secretaria
do Supremo Tribunal Federal.
Judiciário, no âmbito
as características e procedimentos devem ser descritos neste artigo, no que
diz respeito à República do Paraguai.

Essa incorporação deve-se, sobretudo, ao fato de que os instrumentos


internacionais de direitos humanos, especificamente aqueles que se referem
à proteção dos direitos das mulheres, como a Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres
(CEDAW) e da Convenção Interamericada sobre a Prevenção, Punição e
Erradicação da Violência contra a Mulher, conhecida como Convenção de
Belém do Pará, estabeleceram as bases para determinar essas relações
assimétricas de poder e suas manifestações; que foi incluído pelos países
em suas leis e procedimentos.

Ressalta-se que, para o desenvolvimento deste artigo, o trabalho foi


trazido pela Profª Magistrada María Mercedes Buongermini Palumbo,
Colaboradora Técnica da Secretaria de Gênero do Poder Judiciário da
República do Paraguai, pelo Prof. Dr. Enrique Kronawetter, em sua
qualidade de professor da área Criminal das formações realizadas pelo
referido Secre de Gênero, e as opiniões técnicas expressas por aqueles que
integram disse Secretariat. Da mesma forma, a colaboração do Abg tem
sido inestimável. Patricia Doldán, em sua qualidade de Assessora
Jurídica do Ministério da Mulher, com dados do sistema, sendo o já citado
Ministério da Mulher, o Órgão Regulador responsável pelo desenho,
monitoramento, avaliação de políticas públicas e estratégias de natureza
setorial e intersetorial para dar efeito às disposições da Lei Nº 5.777/2016
da Protección Integral a las Mujeres contra Toda Forma de Violencia.

Caracterização da situação geral da


violência de gênero,

e especialmente feminicídio
Embora na doutrina o feminicídio seja distinguido, como o homicídio
ou assassinato do mujer pelo simples fato de pertencer ao sexo feminino,
a partir da expressão feminicídio,como o conjunto de feminicídios, em
situação de inatividade absoluta ou patente dos Estados para a prevenção,

77
Morte de mulher por razões de gênero

acusação e evasão de tais crimes; na República do Paraguai é utilizada a


expressão "feminicídio ". Isso decorre da disposição contida no artigo 50
da referida Lei nº 5.777/2016 sobre a Proteção Integral da Mulher,contra
Todas as Formas de Violência, que inclui dois artigos dedicados ao
feminicídio, sua tipificação e sanção,como serávisto no item a seguir.

A violência contra a mulher está definida no artigo 5º da referida lei,


nos seguintes termos:

É a conduta que causa morte, dano ou sofrimento ou física,


sexual, psicológica, patrimonial ou econômica à mulher,com base
em sua condição de tal, em qualquer campo,queé exercida no quadro
de relações desiguais de poder e discriminação (...).

Por sua vez, a violência femicidal é definida no artigo 6º da mesma


norma que:

... ação que infringe o direito fundamental à vida e causas ou


tentativas de causar a morte da mulher e que é motivada por seu
status como tal, tanto nas esferas pública quanto privada.

A mesma norma define violência física, 62psicológica 63e 64sexual,


seguindo os critérios estabelecidos nas convenções, assim como a
Convenção de Belém do Pará, ratificada pelo Paraguai pela Lei nº 605, de
1995.

É importante ressaltar que no Paraguai sobrevive, juntamente com a


referida Lei nº 5.777/2016, a Lei nº 1.600/2000 Contra a Violência
Doméstica, que estabelece medidas de proteção civil para cada pessoa, sem
distinção de sexo ou idade, que:

• sofre lesões, abuso físico, psicológico ou sexual por


alguns dos membros do grupo familiar, originados por parentesco,
62 Violência física: Ela o ação Isso Usado contra o corpo de o mulher Produzir Dor, dano em dele
Deus o abençoe o risco de Produzir e qualquer outro forma de abuso que Afetar dele integridade
física.
63 Violência Psicológico: Agir de desvalorização, humilhação, intimidação, coerção, pressão,
assédio, perseguição, Ameaças, Controle e vigilância do comportamento e Isolamento imposto um
o mulher.
64 Violência sexual: Ela o ação Que Implica o Violação do Direita de o mulher para decidir
livremente sobre dele vida sexual, através qualquer forma de ameaça, coerção o intimidação.

78
Morte de mulher por razões de gênero

em casamento ou união de fato, mesmo que o coexistência; a


suposição de casais e filhos e filhas não-que convivem se são ou
não comuns.

• está localizado na esfera doméstica, sem laços familiares.

Descrição do contexto normativo e institucional


Em dezembro de 2016, o Poder Legislativo da República
do Paraguai aprovou a Lei nº 5.777/2016 sobre a Proteção Integral da Mulher
contra Todas as Formas de Violência, que, como dito acima, contém dois
artigos dedicados ao feminicídio, sua tipificação e punição.

A formulação legislativa está enquadrada no modelo das chamadas "leis


abrangentes", cujo objetivo é promover e garantir o direito das mulheres a
uma vida livre de vida, estabelecendo políticas e estratégias de prevenção
da violência contra a mulher, bem como mecanismos de cuidado e
medidas de proteção, punição e reparação integral, tanto na esfera pública
quanto na privado.65

Essa lei reconhece como precedente o Projeto de Lei contra a Violência


contra a Mulher Baseado em Assimemetrias de Gênero, de 2012, que
buscou abordar em um único órgão e multidisciplinar todo o fenômeno da
violência contra a mulher.

A minuta da lei atual foi baseada no trabalho diagnóstico preliminar


previamente elaborado pelo Congresso Nacional com a colaboração e gestão
da sociedade civil.

O objetivo da Lei nº 5.777 é estabelecer políticas e estratégias de


prevenção da violência contra a mulher,mecanismos de cuidado e medidas
de proteção, punição e reparação integral, tanto no esfera pública e
privada. 66 Seu objetivo é promover e garantir o direito da mulher a uma
vida livre de violência. 67

65 Buongermini Palumbo Maria Mercedes Módulos de formação de o Lei Nº 5.777/16" Proteção


Integral a o Mulher, contra Todas as Formas de Violência”, Secretaria Gênero do Poder
Judiciário de o República do Paraguai, 2018.
66 Lei No. 5.777/2016. Art. 1º.
67 Ibid. Art. 2º.

79
Morte de mulher por razões de gênero

Em relação aos campos de aplicação, a referida lei se


aplicará às mulheres, sem qualquer discriminação, contra atos ou omissões
envolvendo qualquer tipo de violência descrita na Lei,e que ocorre em
áreas familiares ou unidades domésticas —no caso de haver uma relação
interpessoal do casal presente ou passado, parentesco ou convivência entre o
autor e a mulher agredida — na comunidade — sem a necessidade de um
relacionamento ou vínculo de qualquer tipo entre o agressor ou as pessoas e
a mulher — ou quando perpetrada ou tolerada pelo Estado, através de seus
agentes ou terceiros com o seu consentimento onde quer que ocorra. 68

No contexto da referida Lei nº 1.600/2000 a que aludimos no ponto


anterior e, como apontamos, sobrevive com a Lei nº 5.777/2016, as medidas
cautelares de proteção emitidas com maior frequência são a proibição de
acesso à casa pelo agressor e de se aproximar da vítima em um raio de
pelo menos 500 metros e, no que diz respeito ao A "vítima" poderá
retirar-se de casa junto com seus filhos menores, se houver, e a remoção
de seus pertences pessoais, bemcomo os das vítimas da criança. mencionou
crianças menores. Isso sem prejuízo da emissão de outras medidas que
possam ser relevantes de acordo com o disposto no artigo 2º, parágrafo f)
da Lei nº 1.600/2000.

Tipificação do feminicídio

O artigo 50 da Lei nº 5.777/2016 define feminicídio nos seguintes


termos:

Qualquer um que mate uma mulher por seu status como tal e sob
qualquer uma das seguintes circunstânciasserápunido com privação
de liberdade de dez a trinta anos quando:

a) O agressor mantém ou manteve com a vítima uma relação conjugal,


coabitação, parceiro, namoro ou afetividade a qualquer momento;

b) Há uma ligação de parentesco entre a vítima e o agressor, dentro do


mais alto grau de consanguinidade e segundo grau de afinidade;

68 Ibid. Arte. 3º.

80
Morte de mulher por razões de gênero

c) A morte ocorre em decorrência de ter cometido anteriormente um


ciclo de violência física, sexual, psicológica ou patrimonial contra a
vítima, independentemente de os fatos terem sidoacordados ou
não;

d) A vítima se viu em uma situação de subordinação ou dependência


do agressor, ou o agressor se aproveitou da situação de
vulnerabilidade física ou mental da vítima para cometer o fato;

e) Anteriormente, o agressor cometeu atos puníveis contra a


autonomia sexual contra a vítima; ou

f) O ato foi motivado pela recusa da vítima em estabelecer ou


restabelecer uma relação permanente ou casual.

Plano de fundo e comparação com a tipificação atual

Antes da promulgação da Lei nº 5.777/2016, o assassinato de uma


mulher foi punido de acordo com o artigo 105 (homicídio doloso) do
Código Penal, que previa apenas fatores agravantes relacionados ao vínculo
(mãe, sua filha, um cônjugeou concubina, ou irmã), com a traição,
intencionalmente aproveitando-se do desamparo da vítima,para facilitar um
ato punível, escondê-lo ou obtê-lo impunidade, ou pela mera
razão de não ter alcançado o fim proposto pela tentativa de outro ato pu
nible; e pelo mero prazer de matar. 69 Mas com fatores atenuantes se a
reprovação ao autor fosse consideravelmente reduzida pela excitação
emocional ou pela compaixão, desespero ou outras razões relevantes.

Já em torno da lei atual, os três primeiros parágrafos do artigo 50


assumem a existência de uma relação interpessoal (parceiro presente ou
passado, parentesco ou convivência)entre a vítima e o agressor.

Faz parte do que o Protocolo Modelo Latino-Americano de


Investigação de Mortes Violentas de Mulheres por Razões de Gênero
define como "feminicídio" dotipo"ativo ou direto",de "íntimo", "família", ou
"por conexão"70.
69 Buongermini Palumbo Maria Mercedes. Em. Cit.
70 Escritório Regional para a América Central do Alto Comissário de o Nações Unidos para o
Direitos Human (OHCHR) e Escritório Regional para o Américas e o Caribe o Nações Unidos

81
Morte de mulher por razões de gênero

Os três últimos parágrafos do artigo 50 descrevem suposições factuais


que não implicam necessariamente a existência de relações interpessoais
entre a vítima e a pessoa agredida.

Abrange as situações em que há uma assimetria de poder entre a vítima


e o agressor, permitindo tornar visível, investigar, punir e reparar casos de
assassinatos sexistas em que não há ligação entre a vítima e o agressor.

Assim, a lei contempla tanto o chamado feminicídio íntimo quantoo


feminicídio puramente machista ou misógino.

Estatística71

A experiência de países que criminalizaram o feminicídio levou a um


notável aumento no registro de casos após a promulgação de leis especiais
sobre feminicídio. Guarda-chuvae não escapa desta realidade:

• em 2014, houve 26 casos de mortes violentas de mulheres com


base na assimetria de gênero;

• em 2015, foram registrados 23 casos;

• em 2016, foram registrados 39 casos;

• em 2017, tivemos 49 casos em números absolutos, levando a


um aumento de 26% nas mortes violentas de mulheres;

• entre janeiro e setembro de 2018, há 40 casos de


feminicídio,tentativa de feminicídio 115, violência familiar 299,
morte violenta de mulheres que não configuram feminicídio 16
casos, suicídio de mulheres 22 casos e feminicídio de paraguaios no
exterior 5 casos e 1 em estudo. Deve-se notar que há mortes de
mulheres por feminicídio a cada 7,3 dias. 72

para o Igualdade de Gênero e o Empoderamento de o Mulher (ONU Mulher), Modelo de


protocolo Latino-americano de investigação de o Mortes violento mulher por razões de gênero
(femicídio/femicídio), 2014.
71 Fonte: Secretaria Gênero do Judiciário, s/dados do Ministério de o Mulher e do Sistema de
Justiça.
72 Fonte: Ministério de o Mulher.

82
Morte de mulher por razões de gênero

• entre janeiro e setembro de 2018, 30 processos


criminais foram instaurados no Poder Judiciário (a maioria como
feminicídio e outros como homicídio doloso), com base nos 49 casos
registrados em 2017 e considerado feminicídio pelo Ministério da
Mulher. Os casos são classificados de acordo com aclassificação
legal determinada pelo Ministério Público. O maior número de
feminicídios ocorreu no Departamento Central, que possui maior
concentração populacional, depois no Alto Paraná e em São
Pedro, que são departamentos de fronteira.

E quanto à violência doméstica e intrafamerária, em 2016, foram


inseridas 11.380 fichas de denúncia nos tribunais de justiça. Segundo o tipo
de violência, 42% eram físicos, 51% psíquicos, 2% patrimoniais, 1%
sexual e 4% não registram tipo.

Continuando com os dados de 2018, no período de janeiro a setembro


no Serviço de Atendimento à Mulher do Ministério da Mulher
(SEDAMUR), 1.335 mulheres têm recebeu atenção direta da equipe
multidisciplinar do Serviço (Psicólogos, Advogados e Assistente Social).
Dessas mulheres,712 são usuárias que recorreram pela primeira vez e 623
correspondem a mulheres que frequentemente vão ao SEDAMUR
recebendo-as em sua contenção total e tratamento psicológico e orientação
jurídica de acerdo aos diferentes casos apresentados, proporcionando assim
3.016 atenção em suas diferentes modalidades82.
Serviço de Atendimento à Mulher (SEDAMUR) 83
Ano/mês 2018 - Número Mulheres As mulheres Número de
De janeiro a total de serviram pela serviços
acompanharam
setembro mulheres primeira vez prestados
atendidas
Janeiro 206 143 63 478
Fevereiro 209 120 89 477
Março 150 77 73 339
Abril 126 65 61 316
Maio 141 65 76 317
Junho 122 54 68 271
Julho 133 65 68 293
Agosto 126 68 58 305
Setembro 122 55 67 235

83
Morte de mulher por razões de gênero

TOTAL 1.335 712 623 3.016

82 Fonte: Ministério da Mulher.


83 O Ibid.
Linha 137 "SOS MUJER" 84

• Na linha 137, foram recebidas 6.498 ligações no período de


janeiro a setembro de 2018.

• 3.608 ligações correspondentes a 56% do total receberam


assessoria telefônica especializada composta por: informação,
encaminhamento às instituições correspondentes de acordo com o
caso apresentado e articulação institucionais e interinstitucionais.
201885

Total de Chamadas Aconselhament Articulação Solicitar


chamadas com serviços o de Violência com outros informações
recebidas prestados Doméstica Instituições
Ano/mês
Janeiro a
setembro
Tipos de serviços

de 2018 6.498 3.608 3.859 223 2.329


TOTAL 6.498 3.608 6.411
Desde

• No período de janeiro a setembro de 2018, na Casa da Mulher em


Situação de Violência "Mercedes Sandoval", 45 mulheres com 67
filhos e filhas entraram no abrigo. Mulheres com seus filhos que
necessitaram da proteção da criança têm recebido em sua
totalidade: contenção psicológica, assessoria jurídica, assistência
social e na área da saúde, acompanhamento, acompanhamento e
apoio escolar para as crianças.

• Foram 390 atendimentos na área psicológica, 71 na área jurídica,


401 acompanhamentos e acompanhamentos na área social e de
saúde, e 318 atençãos correspondentes ao acompanhamento escolar
aos usuários com seus filhos e filhas.

84
Morte de mulher por razões de gênero

84 O Ibid.
85 O Ibid.
|2018 73
Casa para mulheres em situação de violência "Mercedes Sandoval"
Meu Mulheres Crianças Psicológico Legal Social Educacional
protegidas abrigadas
Janeiro 3 3 13 5 43 18

Serviços Desde que


Fevereir 5 6 38 4 31
o
Março 8 18 61 15 45 60
Abril 7 8 51 5 42 40
Maio 2 5 26 4 37 52
Junho 9 10 43 3 48 41
Julho 5 6 71 22 86 60
Agosto 6 11 87 13 69 47
Subtotal 45 67 390 71 401 318
TOTAL 112 1.099
Estrutura normativa internacional

No contexto do Sistema Universal de Direitos Humanos (ONU), a


República do Paraguai ratificou pela Lei nº 1215/1986 a Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres
(CEDAW).

E no âmbito do Sistema Interamericanode Direitos Humanos (OEA),


a Lei nº 605/1995 ratificou a Convenção Interamericada sobre prevenção,
punição e erradicação da violência contra a mulher (Belém do Pará).

Nesse sentido, deve-se notar que as Observações e


Recomendações feitas aos Estados, entre as quais o Paraguai é atribuído, são
abordadas com o propósito de cumprir as políticas públicas, onde as questões
de gênero são incorporar nos planos como acontece com o Plano Nacional
de Igualdade de Oportunidades para Mulheres e Homens,e com o Plano
Nacional de Desenvolvimento 2030, sem esquecer a Meta de
Desenvolvimento Sustentável nº 5, que também faz parte das políticas
públicas do país e, onde o órgão regulador é o Ministério da Mulher da
Presidência daRepública.

73 Ibid.

85
Morte de mulher por razões de gênero

Análise de uma iniciativa considerada uma


boa prática governamental para combater a
violência de gênero
É apontado como uma boa prática, embora não possa ser visto dessa
forma, tendo em vista que o Estado deve cuidar da alocação de orçamento
suficiente para o combate aos atos de violência, o O trabalho articulado
que vem ocorrendo com o cooperanteé como acontece com a entidade da
ONU para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres,
também conhecido como ONU Mulheres , e com o GIZ(Gesellschaft für
internationale Zusammenarbeit,para suasigla em alemão).

Assim, no que diz respeito ao Poder Judiciário, em 2017 e graças à


cooperação do GIZ, foram realizados dias de conscientização e treinamento
em três distritos judiciais do país. E em 2018, através da cooperação
firmada entre a ONU Mulheres e a Secretaria de Gênero do Poder
Judiciário no âmbito do Supremo Tribunal de Justiça, os dias acima
mencionados foram desenvolvidos em outros Distritos Judiciais.

No entanto, como foi dito, espera-se que o Estado assuma a


responsabilidade de forma autônoma, no âmbito do princípio da due
diligence,através do orçamento rotulado que permite o cumprimento com os
compromissos incorporados nos referidos instrumentos internacionais de
proteção dos direitos humanos da mulher e, por meio de políticas públicas
que revelam um trabalho articulado dos diferentes órgãos responsáveis para
implementá-los em seus diferentes campos de ação.

Nesse sentido, gostaríamos também de sair como uma experiência de


boas práticas, o trabalho que vem sendo feito nas diferentes tabelas de
combate à violência de gênero em suas múltiplas manifestações,onde os
representantes dos três Poderes do Estado, Legislativo, Executivo e
Judiciário, realizam os compromissos de suas autoridades para cumprir a
política de erradicação da violência contemplada no Artigo 60 da
Constituição Nacional.

Tendo em vista o Ministério da Mulher e na referida capacidade como


Órgão Regulador das políticas públicas de violência contra a mulher do

86
Morte de mulher por razões de gênero

país, destacam-se vários aspectos. alguns dos quais são mencionados


abaixo: 74

Projeto "Cidade Móvel do Povo"

• Objetivo geral: Desenvolver uma estratégia de abordagem da oferta


pública integrada de serviços voltados às mulheres em
suascomunidades, por meio de um sistema móvel de atenção
integral e articulação,para a promoção de do empoderamento e
autonomia das mulheres.

• Objetivos específicos: a) Proporcionar acesso a serviços de atenção


integral à autonomia física, econômicae econômica das mulheres
em todos os departamentos do país, através de Ciudad Mujer
Móvil,eb) Coordenar ações e estratégias com mecanismos de
gênero nos níveis nacional, departamental e municipal, por meio da
ação de redes locais de atenção para o benefício e desenvolvimento
das mulheres em nível comunitário. A prestação de serviços é
organizada através dos seguintes módulos:

1. Módulo de Saúde Sexual e Reprodutiva (MSSR): Responsável pelo


Ministério da Saúde Pública e Assistência Social, com serviços
de papanicolau, controle pré-natal, aconselhamento de
Planejamento Familiar, consulta ginecológica, vacinação , consulta
clínica médica para hipertensão arterial,diabetes, obesidade e outros.
2. Módulo de Capacitação Econômica (MEE): Responsável pelo
Ministério do Trabalho, Emprego e Seguridade Social;
Identificaçãos da Polícia Nacional, Registro Civil, SENATICs,
Ministério da Agricultura, INDERT, CAH e BNF. Realizarão os
serviços de informações sobre ofertas na área, assessoria jurídica,
orientação e intermediação de mão-de-obra, emissão de documentos
de identidade e diretrizes para empreendedorismo e acesso a
crédito.
3. Módulo de prevenção e atenção à violência contra a mulher
(MPAVCM):Responsável pelo Ministério da Mulher, Ministério
da Criança e do Adolescente, Ministério Público, Supremo Tribunal
Federal Justiça

74 Ibid.

87
Morte de mulher por razões de gênero

(Tribunais de Magistrados), Ministério da Justiça, Ministério do


Interior/ Polícia Nacional. Atendimento Social, Psicológico e
Jurídico, relatos de casos com instituições da área.
4. Módulo de Atenção à Criança (MAI): Responsável pelo Ministério
da Educação e Ciências,prestará cuidados infantis (Filhos de
mulheres usuárias dos serviços).

5. Módulo de Educação para a Equidade (MEPE): Responsável pelo


Ministério do Desenvolvimento Social e pelo Ministério da
Educação e Ciências. Com os serviços de Educação em Direitos
da Mulher e promoção dos serviços de Ciudad Mujer Móvil.

Campanhas de prevenção à violência contra a mulher

• Campanha Namoro Sem Violência:O Ministério da Mulher iniciou


a implantação dessa iniciativa em 2014, com o objetivo de
sensibilizar a população jovem para detecção e prevenção do
violencia no namoro. Baseou-se em técnicas participativas,
abordando as diferentes formas de violência. Em 2017, a
intervenção foi reforçada com o apoio do Itaipú Binacional e a
participação da UNFPA. Atualmente, na atual administração,
foi apresentado um pedido ao binacional para dar continuidade a
este Projeto e ampliar sua cobertura.

• Campanha de Comunicação Violência Zero " Vamos


aplicar a Lei 5.777 sobre a Proteção Integral da Mulher Contra Todas
as Formas de Violência ", que visa mobilizar uma causa para
prevenir a violência contra a mulher. mulheres; focando sua atenção
no apelo aos cidadãos para prevenir e denunciar os fatos,mudando
o foco tradicional da atenção na revitimização das mulheres.
Contou com o apoio do Itaipú Binacional e da ONU MULHERES.
Foram lançados 2 audiovisuais que foram divulgados nas
páginas da Presidência da República do Paraguai, Ministério da
Mulher e nas redes da campanha " Violência" ZERO" onde
asautoridades, mulheres e homens,das instituições participaram da
aplicação da referida Lei nº 5.777/2016.

88
Morte de mulher por razões de gênero

Reflexões finais e possíveis linhas de ação a


serem desenvolvidas no futuro
Como reflexão final, o compromisso com o trabalho regional será
realizado nos últimos anos,masacima de tudo que esses compromissos
assumidos nas esferas internacionais não permanecem como promessas ou
boas intenções, mas se refletem em resultados que contabilizam através de
dados estatísticos através de relatórios de nível nacional.

Assim, no que diz respeito à República do Paraguai, espera-se ter um


Sistema Único de Registro de Violência, uma questão pendente, bem
como um sistema de controle de cidadãos, para o qual espera realizar um
trabalho conjunto entre o Observatório do Poder Judiciário e outros
observatórios que são, ou serão contados. Nesse sentido, a Secretaria de
Gênero do Poder Judiciário da República do Paraguai possui um
Observatório de Gênero sediado no site do Supremo Tribunal Federal. 75

Da mesma forma, o Ministério da Mulher possui um Observatório de


Gênero, que se refere ao crescente número de vítimas de feminicídios,
violência doméstica em número alarmante, suicídios de mulheres com alta
probabilidade de ter sido vítima de violência e a necessidade de destacar
desigualdades entre homens e mulheres para apoiar a tomada de decisão e a
construção de políticas públicas no país, está prevista a criação de um
Observatório de Gênero pelo Ministério da Mulher. 76

Como outras possíveis linhas de ação,espera-se fortalecer as diferentes


unidades de gênero existentes nos ministérios do Poder Executivo e no
Poder Judiciário, destacando o papel fundamental do Ministério da
Mulheres como o órgão de governo em relação ao Poder Executivo. Na

75 Poder judicial Observatório de Gênero.


Disponível em: https://www.pj.gov.py/contenido/537-observatorio-de-genero/537
76 Fonte: Ministério de o Mulher. O Observatório é uma plataforma digital que visa ser constituído
em Um senhoramienta disponível durante o cidadania com informação relacionados com o
desigualdades entre mulher e homens em o Paraguai. É Um espaço em o Qual deles se Maio
acesso dados Analítico Estudos, relatórios, regulamentos, estatísticas e Ferramentas Útil e
actualizadas com o fim para informar, realizar Produções científico e para encontrar mais políticas
públicas Eficaz Que Permitir avanço para Um ancião justiça social e em o conformidade de o
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030. Destina-se melhorar o conhecimento
envelope o problemas que Impedir o exercício de o direitos humanos de o mulher, em
conformidade de Provisões Legal como o Lei Nº 5.777/2016 de Proteção Integral a o Mulher
contra todas as formas de Violência e dele Decreto Estatutário.

89
Morte de mulher por razões de gênero

mesma linha, as estruturas devem ser reforçadas, tanto no nível de gestão


humana quanto em infraestruturas que permitam a atenção no quadro do
devido processo legal, com um orçamento rotulado; o que permitirá a
permanência e a prestação do serviço na forma devida.

Da mesma forma, a constante sensibilização e formação dos recursos


humanos que fazem parte dos órgãos que prestam os serviços,o que
garantea inclusão diante do princípio da igualdade e não discriminação.

As mulheres constituem metade da população mundial e ainda são


invisíveis em suas necessidades e protagonismos, desde que a ocupação de
lugares em esferas públicas e a feminiização da pobreza devido à falta de
reconhecimento de suas contribuições nos diferentes espaços onde
desenvolvem suas potencialidades. É um desafio, então,que o Estado os
torne visíveis,para os quais,como se diz, o trabalho articulado, constante e
de fraternidade é proposto, tanto a nível nacional quanto regional, de que
têm a grande responsabilidade de alcançar o empoderamento de nossos
semelhantes seres humanos.

90
Uruguai

Políticas públicas e instituições contra a


violência contra a mulher *

Introdução
Desde o fim da ditadura em 1985 e como em toda a América Latina,
também no Uruguai os movimentos feministas e femininos estavam se
tornando visíveis e colocando o fenômeno da violência em relação ao
mulheres e meninas na agenda política,como uma das demandas mais
importantes. Eles mostraram que a violência que afetou excessivamente
as mulheres e ocorreu dentro dos domicílios não deve mais ser considerada
um assunto privado e que o Estado Tive que assumir sua responsabilidade
através da promulgação de leis e da concepção e implementação de políticas
públicas e planos de ação que colocariam um fim a essa situação.

Em 1993, a Conferência Mundial sobre Direitos Humanos foi realizada


na cidade de Viena, Áustria. Reconheceu que os direitos
humanos das mulheres podem ser desfrutados tanto nas esferas privada
quanto pública e que podem ser violados em ambas as áreas:

* Para a elaboração deste capítulo, as autoridades governamentais assinaram, no âmbito das


reuniões da Comissão Permanente de Gênero e Direitos Humanos da Mulher da
Reunião de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos do

91
Morte de mulher por razões de gênero

MERCOSUL (RAADH), para Cecilia Anández, da Secretaria de Direitos


Humanos da Presidência da República Oriental do Uruguai.
Os direitos humanos de mulheres e meninas são uma parte
inalienável,integrale indivisível dos direitos humanos universais [...]
[ violência e todas as formas de assédio e exploração sexual
contra o mujer e a menina] são incompatíveis com a dignidade e o
valor da pessoa humana e devem ser eliminados.

Em 1995, a Quarta Conferência Mundial sobre Mulheres foi realizada


em Pequim, China. Seu objetivo era desenvolver uma agenda global de
igualdade e proteção dos direitos humanos das mulheres. Lá eles chegaram
a acordos sobre aspectos que tinham a ver com as demandas que desde a
década anterior vinham se tornando visíveis não só a discriminação estrutural
que as mulheres viviam, mas também As dificuldades vivenciadas
pelas mulheres foram obstáculos para o avanço da democracia.

Talvez a coisa mais importante a destacar sobre este organismo


internacional foi a consideração dos direitos humanos das mulheres como
direitoshumanos inive.

Os acordos alcançados ali constituíram a Declaração de Pequim, que


deu origem à Plataforma de Ação contendo medidas que os países membros
das Nações Unidas A Organização das Nações Unidas (ONU) deveria
implementar nos próximos cinco anos. Embora a Plataforma não vincule
os Estados, encorajou-os a executá-lo através de planos de ação.

Definiu a violência contra a mulher como "qualquer ato


contra ela que resulte em danos físicos, sexuais ou psicológicos possíveis ou
reais, incluindo ameaças, coerção ou privação arbitrária de liberdade na
vida pública e privada".

Os governos se comprometeram, entre outros, a condenar


a violência contra as mulheres e abster-se de invocar qualquer costume,
tradição ou consideração religiosa para fugir da obrigação de eliminá-la. İ
prevenir, investigar e punir atos de violência contra a mulher cometidos
pelo Estado ou por indivíduos; introduzir sanções penais, cíveis,
trabalhistas e administrativas para punir os agressores e fazer reparação pelos
danos causados às mulheres e meninas vítimas de qualquer forma de
violência no domicílio, local de trabalho, comunidade ou

92
Morte de mulher por razões de gênero

sociedade, etc.; ratificar e aplicar todos os padrões internacionais


relacionados ao assunto, em particular o Convenção sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW).

Estes, sem dúvida, foram marcos fundamentais para os direitos


humanos das mulheres. Assim foram duas convenções, uma a nível
universal e outra a nível regional: CEDAW no Sistema Universal de
Direitos Humanos e a Convenção Interamericada sobre prevenção, punição e
erradicação dos direitos humanos. Violência contra a Mulher no Sistema
Interamericano.

A CEDAW entrou em vigor em 3 de setembro de 1981 e o Uruguai o


ratificou pelo Decreto-Lei nº 15.164 de 1981. Esta Convenção incorpora a
metade feminina da humanidade no campo dos direitos humanos, define o
significado do conceito de igualdade e estabelece uma declaração
internacional de direitos das mulheres.

Também define a discriminação contra as mulheres,masnão contém


artigos referentes especialmente à violência contra a mulher.
Posteriormente, o Comitê de Especialistas da CEDAW elabora
a Recomendação nº 19 que inclui formalmente a violência de gênero na
discriminação de gênero e declara que a violência contra as mulheres são
uma violação dos direitos humanos.

No Sistema Interamericano de Promoção e Proteção dos Direitos


Humanos, a Convenção Interamericada sobre Prevenção, Punição e
Erradicação da Violência contra a Mulher,que entrou em vigor em 5 de
março de 1995 e que foi ratificada pelo Uruguai pela Lei nº 16.735, de
4/02/1996,77eé o único instrumento internacional para erradicar a violência
contra as mulheres. Define-o em seu artigo 1º: "[...] qualquer
ação ou conduta, com base em seu gênero, que cause morte, dano ou
sofrimento físico, sexual ou psicológico às mulheres em ambiente público e
privado."

O artigo 3º estipula que: "Toda mulher tem direito a uma vida livre de
violência,tanto nas esferas pública quanto privada".

O artigo 7º ordena: "Estabelecer procedimentos legais justos e eficazes


para as mulheres que foram submetidas à violência, incluindo, entre outras

77 Disponível em: http://www.parlamento.gub.uy

93
Morte de mulher por razões de gênero

coisas, medidas protetivas, um julgamento oportuno e acesso efetivo a tais


procedimentos" ... " Adote tais disposições legislativas ou outras,
conforme necessário para dar efeito à Convenção."

A maioria dos países que ratificaram a Convenção respondeu


promulgando leis de violência doméstica ou de gênero, embora isso
constituísse o cumprimento parcial da Convenção.

O século XXI trouxe um processo de transformações sociais que


possibilitou uma mudança mais estrutural em relação às desigualdades
existentes entre homens e mulheres na sociedade uruguaia, e possibilitou
mudanças normativo e em políticas públicas para favoude igualdade.

Caracterização da situação geral da


violência de gênero e,
especialmente, feminicídio
A violência de gênero é qualquer conduta, ação ou
omissão, na esfera pública ou privada que, baseada em uma relação desig ual
de poder baseada em gênero, tem como objeto ou resultado para minar ou
anular o reconhecimento. , gozo ou exercício dos direitos humanos das
mulheres ou liberdades fundamentais. É uma forma de discriminação que
afeta, direta ou indiretamente, a vida, a liberdade, a dignidade, a
integridade física, psicológica, sexual, econômica ou patrimonial e a
segurança pessoal do mulheres. Baseia-se em uma relação de desigualdade
de poder. A pessoa que detém o poder se recusa a perdê-lo e vai para a
violência para preservá-lo.

Feminicídios são assassinatos de mulheres cometidas por homens, em


geral do ambiente mais próximo dessas mulheres, como parceiros, ex-
parceiros ou parentes. O contexto dessas mortes é a existência de uma
relação desigual de poder, porque são mulheres ou por ódio ao seu status
como mulheres. São a expressão mais violenta dessa desigualdade de
poder entre mulheres e homens e, muitas vezes,antes do assassinato, houve
o exercício de outros tipos de violência.

94
Morte de mulher por razões de gênero

Em 2013, foi realizada no Uruguai a Primeira Pesquisa Nacional de


Prevalência sobre Violência e Geraçõesde Gênero, no 78 âmbito de um
conjunto de políticas públicas que vinham sendo desenvolvidas desde então
o Estado uruguaio para a erradicação da violência baseada em gênero e
gerações, mas especificamente, no Projeto "Uruguai unidos para acabar
com a violência contra as mulheres" , meninas e adolescentes", executado
pelo Conselho Consultivo Nacional de Combate à Violência Doméstica
(CNCLVD) e pelo Sistema Integrado de Proteção à Criança e ao Adolescente
contra a Violência (SIPIAV) em conjunto com com o Sistema das Nações
Unidas. Foi realizado pelo Instituto Nacional de Estatística, em coordenação
com o CNCLVD e o SIPIAV.

Sua contribuição mais importante foi mostrar uma linha de base a nível
nacional sobre a importância do fenômeno dessa violência e suas
características. Foram obtidos dados de que o país não possuía e forneceu
insumos para a elaboração de indicadores para políticas públicas de
prevenção, punição e erradicação da violência com base em gênero.

Foi realizado em um total de 3.732 mulheres com 15 anos ou


mais,residentes em localidades de 5.000 habitantes ou mais, em domicílios
particulares. Perguntou tanto sobre a esfera privada, ou seja, a família, o
casal, e sobre a esfera pública, ou seja, trabalho, social e educacional.
Também perguntou sobre a violência sofrida por mulheres com 65 anos ou
mais.

As evidências que surgiram desta pesquisa mostram que 68,8% das


mulheres com 15 anos ou mais sofreram algum tipo de violência em alguma
área ao longo de suas vidas no total país. Isso significa que quase 7 em 10
mulheres sofreram violência ao longo de suas vidas.

No Uruguai, segundo dados da pesquisa,mais de 45% das mulheres que


tiveram ou tiveram um parceiro relataram ter sofrido algum tipo de
violência por parte de seu parceiro ou ex-parceiro,ao qual ao longo de sua
vida. Ou seja, quase 1 em cada 2 mulheres (45,4%) que tiveram um
relacionamento ao longo da vida relatam ter sofrido violência por parte
do parceiro ou ex-parceiros. . Quando questionados no período dos últimos

78 Instituto Nacional de Estatística (INE) et al, Primeiro Levantamento Nacional Prevalência


envelope Violência Baseado em Gênero e Gerações. Relatório de Resultados, 2013. Disponível
emhttp://dspace.mides.
gub.uy:8080/xmlui/manejar/123456789/981

95
Morte de mulher por razões de gênero

12 meses, 23,7% das mulheres entrevistadas que tiveram ou tiveram um


parceiro nos últimos 12 meses, passaram por essa situação.

Pergunte a mulheres com 15 anos ou mais que tenham ou tiveram um


parceiro, de acordo com o tipo de violência de parceiro íntimo vivenciada
ao longo da vida, surge que 45,4% experimentaram pelo menos um tipo de
violência . A violência psicológica é a mais frequente. A segunda mais
frequente é a violência econômica (19,9%). A violência física foi relatada
por 14,8% das mulheres e a violência sexual por 6,7% delas.

Em relação à idade, as mulheres de 19 a 29 anos relatam a


maior prevalência de violência (53%).

Deve-se notar tambémque mulheres com mais de 15 anos foram


questionadas se vivenciaram situações de violência na infância, 65,8%
afirmaram ter sofrido algum tipo de violência durante a infância,antes 15
anos: 26,8% referiam ter sofrido violência física, 21,7% violência
psicológica e 4,1% violência sexual.

Em termos de escolaridade, as mulheres que concluíram o ensino


fundamental e superior têm prevalências semelhantes e um pouco inferiores
ao observado em mulheres que cursaram o ensino médio como o nível mais
alto aprovado. . Ou seja, a violência de parceiros íntimos não pode estar
associada ao nível educacional.

Quando o nível socioeconômico aumenta, há uma ligeira diminuição na


prevalência de violência pelo parceiro ou expareja.

Deve-se lembrar que o Uruguai tem uma população de 3.286.314 pessoas


de acordo com o último censo de 2011, dos quais 51,99% são mulheres,
são 130 mil mulheres a mais que os homens.

Dados do Ministério do Interior (MI)

De acordo com o Observatório Nacional de Violência e Criminalidade do


MI, a violência doméstica no país é responsável por mais da metade dos
crimes contra a pessoa e o segundo crime em importância posterior de
roubos.

96
Morte de mulher por razões de gênero

Entre novembro de 2012 e outubro de 2013, segundo o MI, houve 27


assassinatos de mulheres por violência doméstica e 12 tentativas de
homicídio: a maioria foi perpetrada pelo parceiro ou ex-parceiro e recebeu
em média 68 queixas de violência doméstica por dia, o que significa que a
cada 9 dias uma mulher foi morta ou tentada ser morta por violência
doméstica e a cada 21 minutos uma denúncia era feita para isso feito.

Segundo o mesmo Observatório, em 2016 foram recebidas 15.520


denúncias de violência doméstica e, em 2017, 17.380 denúncias. A
violência doméstica registrou nesta parte do ano um crescimento de 12%
das queixas, e os estupros 28,7%. 79

De acordo com os dados fornecidos pelo Estado uruguaio para o


"Banco de Dados de Feminicídio/Feminicídio. Morte de mulheres
causada pelo parceiro ou ex-parceiro e homicídios de mulheres (dados
absolutos)" à "Atualização dos Indicadores do Observatório da Igualdade de
Gênero da América Latina e do Caribe a partir de dezembro de 2017.
Feminicídio. Morte de Mulheres causada por seus parceiros ou ex-
parceiros", com base em dados fornecidos pelo Observatório da Violência e
Criminalidade, a partir de 19 de julho de 2018 temos o seguintes
informações:

Total de mortes de mulheres causadas pelo parceiro íntimo ou ex-


parceiro íntimo (mulheres com 15 anos ou mais):

• em 2008, 17 mulheres morreram;

• em 2009, 20 mulheres morreram;

• em 2010, 24 mulheres morreram;

• em 2011, 20 mulheres morreram;

• em 2012, 20 mulheres morreram;

• em 2013, 22 mulheres morreram;

• em 2014, 13 mulheres morreram;

79 Ministério do Interior Observatório Nacional Violência e Criminalidade, Take-over, violência


doméstico e outro Crimes Selecionado - 1° Janeiro uml 30 Junho (2016-2017), 2017. Disponível
em: https://www.minterior.gub.uy/images/pdf/observatorio/copamyvd_sem2017.pdf

97
Morte de mulher por razões de gênero

• em 2015, 26 mulheres morreram;

• em 2016, 16 mulheres morreram, e

• em 2017, 23 mulheres morreram.

De acordo com a publicação do Ministério do Interior (2017)


Feminicídios íntimos no Uruguai. Homicídios de mulheres nas mãos de
(ex) casais, em 2015 26 mulheresforamassassinadas. Em 2016, houve 16
homicídios de mulheres cometidos por seus parceiros ou ex-parceiros. Ao
fazer uma média desses dados,entre os anos de 2012 a 2016, obtém-se que
nesse período 19 mulheres morreram por ano por violência de gênero.

O relatório de 2014 da Comissão Econômica para a América Latina e o


Caribe (CEPAL) relata que o Uruguai ocupa o primeiro lugar na América
Latina em termos da taxa de mulheres assassinadas.

De acordo com dados do Diagnóstico Prospectivo em Lacunas de


Gênero e seu Impacto no Desenvolvimento93, 33% dos homens que matam
seu parceiro ou ex-parceiro,cometem suicídio outentam fazê-lo.

Outras fontes

Em 3 de fevereiro de 2017, as Nações Unidas no Uruguai expressaram


seu choque e total rejeição aos assassinatos de mulheres perpetradas por seus
parceiros ou ex-parceiros, oucurridos no que estava acontecendo. do ano,
alguns na presença de seus filhos e filhas. Lá, eles expressaram que o
Uruguai ficou em quinto lugar na América Latina e no Caribe em termos do
número de mulheres mortas por seu parceiro ou ex-parceiro. Foi
comprovado um crescimento ou no número de consultores. Os dados foram
obtidos do Sistema de Resposta à Violência de Gênero inmujeres,
composto por: Serviços para Mulheres em Situação de Violência de
Gênero; Casa de Curta Permanência para Mulheres em Risco de Violência
Doméstica; Soluções transitórias de habitação para mulheres no processo
de saída de situações de violência doméstica e serviço público de atenção
às pessoas que têm a medida de uso do tecnologias de verificação
parapresença e localização em situações de violência doméstica com alto
risco de vida.

98
Morte de mulher por razões de gênero

Para o serviço de atenção à mulher, em 2015, em nível nacional,


houve um total de 2.409 consultores, enquanto, no primeiro ano de instalação
desse serviço, no ano Em 2008, foram 80394.

Quanto ao assassinato de mulheres trans, e segundo dados do Ministério


do Interior, sete foram assassinados no Uruguai: dois em 2011 e cinco em
2012. Esses assassinatos permaneceram sem solução. Apenas um dos casos
foi resolvido95.

93Escritório de Planejamento e Orçamento (OPP), Diagnóstico prospectivo de lacunas


de gênero e seu impacto no desenvolvimento,Montevidéu, 2016. Disponível em:
http://200.40.96.180/images/Informe_G%C3%A9nero_con_foco_en_violencia. pdf 94 Ibid.
95 Ibid.

Descrição do contexto regulatório


Em 2002, a Lei nº 17.514 incorporou ao Código Penal o crime de
violência doméstica por meio do artigo 321 bis, que previa que:

Qualquer pessoa que, através da violência ou ameaças prolongadas no


tempo, cause um ou mais ferimentos pessoais a uma pessoa com quem
tenha ou tenha tido uma relação afetiva ou de parentesco, com
independentemente da existência de um vínculo legal, ele será punido com
pena de seis a vinte e quatro meses de prisão.

Apena será aumentada de um terço para metade quando a vítima for


mulher e as mesmas circunstâncias e condições estabelecidas no
parágrafo anterior são mediadas.

A mesma circunstância agravante deve ser aplicada se a vítima for


menor de 16 anos ou uma pessoa que, devido à sua idade e outras
circunstâncias, tenha diminuído a capacidade física ou mental e que tenha
relação com o agente. de parentesco ou coabita com ele.

99
Morte de mulher por razões de gênero

Dada a sua formulação, produto de modificações que foram feitas no


Parlamento para alcançar sua promulgação, a redação do artigo foi confusa
e difícil de ser aplicada pelo Judiciário, além do violência contra uma
mulher foi apenas um agravamento. Esse crime, praticamente,não foi
aplicado,mas cumpriu uma função simbólica: a violência contra a
mulher,pela primeira vez no país, foi considerada um crime pela sociedade e
que foi uma mensagem poderosa para os agressores.

O objetivo desta lei era proteger bens legais tão


valiosos quanto a vida, segurança pessoal, integridade física e mental e
liberdade. Define como manifestações de violência doméstica violência
física, violência psicológica, violência sexual e violência patrimonial.
Seus propósitos incluem a prevenção de mortes por violência doméstica,
evitar danos adicionais e irreversíveis e cumprir o mandato dos
compromissos internacionais que o país havia assinado o assunto.

Em 2004, foi promulgada a Lei nº 17.815, que trata da violência


sexual comercial e não comercial cometida contra crianças, adolescentes e
pessoas com deficiência. O assédio sexual, tanto no local de trabalho
quanto na educação, é um tipo de estupro estrutural de gênero em nosso
país, como em muitos na região e no mundo.

A Lei nº 17.938, de janeiro de 2006, revogou o artigo 110 do Código


Penal, que autorizava a extinção de crimes sexuais e penas para o casamento
do agressor com a vítima.

A Lei nº 18.104 sobre Igualdade de Oportunidades e Direitos de 2007


consagra o princípio da Igualdade entre homens e mulheres e declara as
atividades de interesse geral. visam alcançar a igualdade entre homens e
mulheres, confiando ao Estado o dever de adotar políticas públicas que
integrem a perspectiva de gênero. Também cria o Conselho Nacional de
Políticas Públicas de Políticas Públicas sobre Igualdade de Gênero (GNV),
presidido pelo Instituto Nacional da Mulher (INMUJERES).

Em 2009, foi promulgada a Lei nº 18.561 sobre assédio sexual,


"Normas para sua prevenção e punição no local de trabalho e nas relações
professor-aluno",uma violência também invisível apesar de existir. por
muitos anos.

100
Morte de mulher por razões de gênero

Várias organizações estaduais têm gerado protocolos e campanhas


contra o assédio sexual no trabalho. No caso da educação, a
Administração Nacional de Educação Pública (ANEP) realizou em 2014
um Protocolo de Regulação do Cuidado e Prevenção da Saúde Sexual, em
o ANEP.

Em 2014, a Lei nº 19.293, o novo Código de Processo Penal, foi


aprovada em 19 de dezembro de 2014, que cria a Unidade de Atendimento e
Proteção às Vítimas e Testemunhas na órbita do A Procuradoria-Geral da
Nação e prevê a criação da Coordenadoria de Políticas de Atenção e
Proteção às Vítimas de Crimes. Por resolução do Ministério Público nº
477/2016, a Unidade Especializada de Gênero é criada na órbita da
Procuradoria-Geral da República.

Em 17 de outubro de 2017, o Parlamento aprovou a Lei nº 19.555, que


declara de interesse geral a participação igualitária de pessoas de ambos os
sexos na integração de nacionais, departamentais e des liderança de
partidos políticos. Esta lei é uma extensão da Lei nº 18.476 de 2009, que
prevê que uma em cada três vagas nas listas de cargos eletivos seja ocupada
por mulheres a partir de agora e sem data de validade.

Em 2017, também foi promulgada a Lei nº 19.580, a Lei de


Gênero à Violência da Mulher.

Um pouco antes, e no mesmo ano, foi aprovada a Lei nº 19.538,


referente a atos de discriminação e feminicídio, que alterou os artigos 311 e
312 do Código Penal. Antes da promulgação destaúltima lei,uma discussão
foi gerada no país com base,fundamentalmente, em argumentos jurídicos.
Aqueles que eram contra argumentavam que o princípio da intervenção
mínima em matéria punitiva deveria prevalecer, ou seja, que o direito
penal é a última e não a primeira razão.

A Lei nº 19.580, de Violência de Gênero contra a Mulher, é um


avanço legislativo muito importante no país, que reconhece as diferentes
dimensões da violência de gênero, e inclui as mulheres. de todas as
idades,mulheres de diversas orientações sexuais, mulheres trans, de
diversos status socioeconômicos, pertencimento territorial, crenças, origem
cultural e étnica-racial, mulheres mais velhas, meninas e adolescentes e
pessoas com deficiência,que estão emsituação de violência. Estabelece

101
Morte de mulher por razões de gênero

mecanismos, medidas e políticas abrangentes de prevenção, cuidado,


proteção, sanção e reparação.

Em relação às formas de violência, a lei reconhece e


define violência física, psicológica ou emocional, violência sexual, violência
por preconceito em relação à orientação sexual, identidade de gênero,
econômica, patrimonial, simbólica, obstetrícia, trabalho, no campo
educacional, assédio sexual de rua, política, mídia, feminicídio,doméstico,
comunitário,institucionaleétnico-racial. Também cria a figura do crime de
abuso sexual.

Reconhece também os direitos de crianças e adolescentes em


processos administrativos e judiciais, seja como vítimas ou testemunhas.

Cria dois crimes de computador: i) a divulgação de imagens ou gravações


com conteúdo íntimo e ii) aquele que pune o uso de tecnologias de
Internet de qualquer sistema de computador, ou qualquer meio de
comunicação ou tecnologia de transmissão de dados para contatar ou
influenciar uma pessoa menor, com o propósito de cometer qualquer crime
contra sua integridade sexual, age com conotações sexuais, obtenção de
material pornográfico ou forçá-lo a fazer ou não fazer algo contra sua
vontade.

Também cria um sistema inter-institucional para responder à violência


de gênero contra as mulheres que deve ser abrangente, interstitucional e
interdisciplinar "e incluir pelo menos ações de prevenção, serviço de
cuidado, mecanismos para garantir acesso efetivo e oportuno à justiça,
medidas de reparação, registro e ordenação de informações, treinamento e
treinamento de operadores e avaliação e prestação de contas.

Define a violência de gênero contra a mulher como


qualquer conduta, ação ou omissão, na esfera pública ou privada que,
baseada em uma relação desigual de poder baseada em gênero, tem como
objeto ou resultado para prejudicar ou anular o reconhecimento, o gozo ou
o exercício dos direitos humanos ou liberdades fundamentais das
mulheres.

Cria tribunais multimaterial que atenderão às diferentes situações


que surgem para aqueles que sofrem violência de gênero, criminal, civil,
familiar, incluindo reparação,porque outro Uma novidade importante que

102
Morte de mulher por razões de gênero

incorpora na legislação nacional é a reparação para as vítimas dessa


violência.

Em 2017, também foi aprovada a Lei nº 19.480, que cria o cadastro de


pessoas obrigadas a pagar pagamentos de manutenção retidos e às custas
do Banco de Seguridade Social.

Recentemente, em 20/07/2018, foi promulgada a Lei nº 19.643 sobre a


Prevenção e Combate ao Tráfico de Pessoas, lei abrangente que visa a
prevenção, o julgamento e a punição do tráfico e exploração. das pessoas,
bem como o cuidado, proteção e reparação das vítimas.

Descrição do contexto institucional

Instituto Nacional da Mulher - MIDES

Em 2005, pela Lei nº 17.930, foi criado o Instituto Nacionalda Mulher


(INMUJERES). Por meio de outra lei,ficou sob a órbita do Ministério do
Desenvolvimento Social (MIDES). É o mecanismo de igualdade de gênero a
nível nacional e o corpo governante das políticas de gênero no Uruguai. Tem
sua própriaestrutura de encargos e orçamento.

Exerce sua liderança através da presidência de espaços efetivos para a


construção de políticas públicas e o diálogo entre diversos atores: público,
privado, sociedade civil, organizações internacionais e redes. Também
possui níveis diretos de execução em áreas priorizadas de conscientização,
divulgação, para a transformação sociocultural, atenção e desenvolvimento
de programas territorializados, com ênfase em a participação
organizada dos diversos grupos de mulheres.

Realiza ações descentralizadas com grupos, organizações e redes locais


de mulheres rurais,mulheres afrodescendentes, diversidade sexual, união de
trabalhadores domésticos e linhas de trabalho com mulheres privadas de
liberdade Ertad.

Possui um sistema de resposta abrangente sobre violência de gênero


que inclui dispositivos especializados em todo o país e programas de
proteção e habitação e cobertura nacional de seus serviços de assistência
de violência de gênero.

103
Morte de mulher por razões de gênero

Também possui diferentes protocolos de cuidado para


mulheres em situação de violência de gênero, que correspondem aos
diferentes serviços ou programas que possui, a saber:

• Protocolo para os Serviços Especializados de Atenção à Mulher em


Situação de Violência Doméstica do INMUJERES -MIDES

• Protocolo de Ação Casa de Curta Estadia

• Protocolo de Atenção às Mulheres traficado para fins de


Exploração Sexual

Procuradoria Geral

Em 8 de abril de 2016, foi assinado o Protocolo de Investigação de


Crimes Baseados em Violência de Gênero, elaborado em conjunto por
funcionários do Ministério do Interior e da Procuradoria Geral da República
(FGN).

Desde a aprovação do novo Código de Processoou Direito Penal no


Uruguai, em 13 de julho de 2016, o Ministério Público cria a Unidade de
Vítimas e Testemunhas com a tarefa de atender todas as vítimas de crimes,
desde uma tomada, um roubo,até situações de violência de gênero.
Acompanha as vítimas ao passar por um processo criminal. O papel
desta unidade é trabalhar com outros órgãos do Estado no atendimento e
proteção das vítimas expostas a diferentes vulnerabilidades.

Ministério do Interior

Possui uma Divisão de Política de Gênero e um Observatório Nacional


de Violência e Crime que, entre muitos outros dados, coleta dados sobre
homicídios de mulheres causados por seus parceiros ou ex-parceiros. É
acessível publicamente.

Em relação à Lei nº 17.514 sobre violência doméstica, aprovou, nesse


âmbito ministerial, o Decreto nº 317/2010, que regulamenta a Lei nº 18.315
de Procedimento Policial em todas as questões relativas ao processo
Violência doméstica e de gênero.

Com relação à Lei nº 18.561 sobre assédio sexual no local de trabalho


e educação, o Ministério criou um protocolo de ação para situações de

104
Morte de mulher por razões de gênero

assédio sexual de funcionários públicos e funcionários do Ministério do


Interior. Além disso, foi criada a Comissão Permanente de
Atenção às Situações de Assédio Sexual em Funcionários e Pessoal do
Ministério do Interior.

Este ministério aprovou, pelo Decreto nº 111/2015, o Protocolo


de Ação sobre Violência Doméstica e/ou de Gênero para Policiais Policiais.

Ministério da Saúde Pública

Este ministério, desde 2005, possui o Programa


Mulheres e Gênero, e atualmente, o Programa de Violência e Saúde da Área
de Saúde Sexual e Reprodutiva. Desde esses programas, ações têm sido
realizadas para detectar situações de violência doméstica, medir sua
prevalência e garantir equipamentos de referência para o atendimento à
violência doméstica. em todas as instituições públicas e privadas que
prestam serviços que compõem o sistema.

Conselho Consultivo Nacional de Combate à Violência Doméstica80

Do ponto de vista institucional,é interessante destacar um órgão de


constituição inter-institucional criado pela Lei nº 17.514 de 2002: o
Conselho Consultivo Nacional de Combate à Violência Doméstica
(CNCLVD). É um órgão intersetorial, responsável por assessorar o Poder
Executivo, coordenar,integrar e monitorar as diferentes políticas setoriais
no assunto. Destaca-se a tarefa de elaborar,organizar e monitorar os Planos
Nacionais que permitam a articulação da política.

Atualmente, o Conselho Consultivo Nacionalé composto pelos seguintes


órgãos: Ministério do Desenvolvimento Social; Instituto Nacional da
Mulher, o órgão que o preside; Ministério da Educação e Cultura; Ministério
do Interior; Ministério da Saúde; Instituto da Criança e do Adolescente do
Uruguai; Judiciário; Procuradoria Geral; Administração Nacional de
Educação Pública; Congresso de Prefeitos; Rede Uruguaia contra a
Violência Doméstica e Sexual em nome da Associação Nacional de
Organizações Não Governamentais.

80 Verhttp://www.sistemadecuidados.gub.ue/18258/national-advisory-council-of-struggle-against-
domestic-violence

105
Morte de mulher por razões de gênero

Além disso, o escritório de Planejamento e Orçamento; Ministério da


Defesa Nacional; Ministério das Relações Exteriores; Ministério do Trabalho
e Previdência Social; Ministério da Habitação, Planejamento Territoriale
Meio Ambiente; Banco de Seguridade Social; Instituição Nacional de
Direitos Humanos e Ouvidoria.

Linhas de ação definidas pelo CNCLVD para o período de cinco anos


2015-2019
I. Articulação do Conselho Consultivo Nacional de Combate à
Violência Doméstica com outros espaços interstitutivos.

II. Territorialização das políticas públicas de violência de gênero.

III. Elaboração do Plano Nacional de Combate à Violência de Gênero.

IV. Elaboração do projeto de Lei Integral sobre Violência de Gênero.

V. Fortalecimento do Sistema Interstitucional de Resposta à Violência


de Gênero. VI. Sistema de Informações.

VII. Estratégia de comunicação.

Este Conselho elaborou o Plano de Ação 2016-2019 "Para uma vida livre
da violência de gênero com uma perspectiva geracional".

Comitê Nacional para a Erradicação da Exploração Sexual Comercial e


Criança e Adolescência Não Comercial (CONAPEES) (2004)81

É um espaço onde são elaboradas Políticas Públicas e um


Plano Nacional de Ação referente à exploração sexual comercial de crianças
e adolescentes.

O Comitê foi criado em outubro de 2004 para implementar ações


concretas de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes.

As funções do CONAPEES são:

81 Ver: https://www.inau.gub.uy/conapees

106
Morte de mulher por razões de gênero

• Planeje e proponha uma política pública de exploração sexual de


crianças e adolescentes.

• Elaborar e propor oPlano nacional de ação para a prevenção e


erradicação da exploração sexual comercial e não comercial de
crianças e adolescentes.

• Fortalecer a coordenação entre as instituições relacionadas às


crianças, a fim de determinar estratégias de prevenção de
situações que favoreçam a exploração sexual, e que incluam
recuperação e reabilitação das vítimas.

• Gerar instâncias em nível departamental e local, promovendo o


comprometimento e a participação do cidadão com os objetivos
propostos.

• Gerencie os benefícios proporcionados pelo Plano em seus


programas e componentes.

• Monitore o cumprimento do Plano Nacional de Ação.

É composto por INAU(que preside), Ministério da Educação e Cultura,


Ministério da Saúde Pública, Ministério do Interior, Ministério do Turismo,
Secretaria de Planejamento e Orçamento e Administração Nacional da
Educação Em público. Três organizações que representam a Associação
Nacional de Organizações Não Governamentais (ANONG), uma
representante do Instituto Interamericano da Criança (IIN) e outra do Fundo
das Nações Unidas para a Infância (IIN) Crianças (UNICEF), como órgãos
consultivos.

Conselho Consultivo Nacional para uma Vida Livre da Violência de


Gênero contra a Mulher
Foi criado pela Lei nº 19.580, de 22 de dezembro de 2017, e substitui o
Conselho Consultivo Nacional de Combate à Violência Doméstica, criado
pela Lei nº 17.514, de 2 de julho de 2002.
O Conselho tem competência nacional e seus propósitos são:
• Assessorar o Poder Executivo em matéria de sua competência.
• Assegure o cumprimento da lei e de seus regulamentos.

107
Morte de mulher por razões de gênero

• Elaborar e submeter para apreciação do Poder


Executivo o Plano Nacional de Combate à Violência de Gênero
contra a Mulher, bem como planos, programas e ações específicos
para a implementação de a lei.
• Supervisionar e monitorar o cumprimento do Plano Nacional de
Combate à Violência de Gênero contra a Mulher.
• Articular a implementação de políticas setoriais de combate à
violência de gênero contra a mulher.
• Criar, apoiar e fortalecer as Comissões Departamentais e
Municipais para uma Vida Livre de Violência de Gênero contra
a Mulher, estabelecendo as diretrizes e diretrizes para seu
funcionamento e cumprimento da lei.
• Para ser consultado obrigatoriamente na elaboração dos relatórios
que o Estado deve realizar no âmbito das Convenções
Internacionais ratificadas pelo país relacionadas às questões de
violência de gênero. refere-se à lei da criação.
• Dê um parecer obrigatório sobre projetos de lei e programas que
visam a violência de gênero contra as mulheres.
• Emitir um parecer sobre ações ou situações relacionadas à
violência de gênero contra a mulher da qual se conscientiza.

• Emitir um parecer sobre ações ou situações


relacionadas à violência de gênero contra a mulher da qual se
conscientiza, comunicando-a às autoridades competentes.
• Elaborar um relatório anualsobre o cumprimento de suas tarefas e
sobre a situação da violência de gênero no país.
Este Conselho é composto por um representante do Instituto Nacional da
Mulher do Ministério do Desenvolvimento Social, que irá presidi-lo,
como representante dos Ministérios da Defesa Nacional; Educação e Cultura;
o Ministério do Interior, o Escritório de Planejamento e Orçamento da
Presidência da República; o Ministério da Saúde Pública; o Ministério do
Trabalho e Previdência Social; o Ministério da Habitação, Planejamento
Territorial e Meio Ambiente; o Poder Judiciário; a Procuradoria-Geral da
República, a Administração Nacional de Educação Pública; o Banco de
Seguridade Social; do Congresso de Intendenteé, do Instituto da Criança e

108
Morte de mulher por razões de gênero

do Adolescente do Uruguai, bem como três representantes da Rede


Uruguaia de Combate à Violência Doméstica e Sexual.

A mesma lei cria comissões departamentais "Para uma vida livre da


violência de gênero contra a mulher" no departamento cada, composto pelas
mesmas instituições que compõem o Conselho Consultivo Nacional.

Observatório da Violência de Gênero contra a Mulher

Criada pela Lei nº 19.580 de 2017, destinada ao monitoramento,


coleta, produção,registroe sistematização permanente de dados e
informações sobre violência contra a mulher, será compostapor o Escritório
de Planejamento e Orçamento, o Ministério do Interior, o Instituto
Nacional da Mulher e a Rede Uruguaia de Combate à Violência Doméstica e
Sexual.

Suas tarefas são coletar, processar, registrar, analisar,publicar


edivulgar informações periódicas e sistemáticas sobre violência de gênero
contra a mulher, levando em consideração a diversidade sexual, racial,
etária e etária. status socioeconômico, situação de incapacidade, entre
outros aspectos que se cruzam com gênero. Além disso, deve realizar
estudos e pesquisas sobre a avaliação, prevalência,tipos e modalidades de
violência contra a mulher, suas consequências e efeitos,identificando esses
fatores. sociais, culturais, econômicos e políticos associados ou podem
constituir uma causa de violência. Ainda não começou a funcionar.

Conselho Nacional de Prevenção e Combate ao Tráfico e Exploração de


Pessoas

Criada pela Lei nº 19.643 para prevenir e combater o tráfico de pessoas.


Atua no âmbito do Ministério do Desenvolvimento Social e é composto
por um representante do Ministério do Desenvolvimento Social, que irá
presidi-lo por meio do Instituto Nacional da Mulher; um representante do
Ministério do Interior; um representante do Ministério das Relações
Exteriores; um representante do Ministério da Economia e Finanças; um
representante do Ministério da Defesa Nacional; representante do Ministério
do Trabalho e Da Seguridade Social; um representante do Ministério da
Saúde Pública; representante do Instituto da Criança e do Adolescente do
Uruguai; um representante da Procuradoria-Geral da República; um

109
Morte de mulher por razões de gênero

representante do Poder Judiciário, e três representamperante as organizações


da sociedade civil de atuação reconhecida no assunto,que será proposto ao
Poder Executivo que ele irá nomeá-los, por proposta da Associação
Nacional de Organizações Não Governamentais (ANONG).

Suas tarefas são, de outras formas:

• Elaborar e aprovar a política pública e o plano nacional de tráfico e


exploração de pessoas, que deve incluir as medidas necessárias para
alcançar o bom cumprimento dessa lei, o efetivo perseguição de
traficantes e exploradores, bem como a devida proteção, atenção
e reparação das vítimas.

• Acompanhar o bom cumprimento das políticas públicas e do plano


correspondente, avaliar sua execução e prestar conta de sua
conformidade,por meio de estudos e reportagens jornalísticas. Pelo
menos uma vez por ano deve informar publicamente sobre os
resultados do cumprimento de suas tarefas.

• Articular e coordenar a atuação dos diversos órgãos públicos e


organizações da sociedade civil para o cumprimento dessa lei,da
política pública na matéria e do plano que se encontra atual.

• Fortalecer e facilitar a participação de entidades governamentais e


não governamentais na prevenção e combate ao tráfico e
exploração de pessoas, bem como o cuidado integral e a proteção de
vítimas.

Aqueles que representam agências estaduais devem ser das mais altas
hierarquias.

O Conselho fornecerá conselhos contínuos da Organização


Internacional para as Migrações (OIM), da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) e das Nações Unidas (ONU). Da mesma forma, pode
convidar a participar de suas sessões essas instituições ou pessoas que julgar
apropriadas. Os membros do Conselho desempenharão suas funções em
uma nota honorária.

Essa lei também cria um Sistema de Resposta Inter-Institucional para


Situações de Tráfico e Exploração de Pessoas. Terá de ser abrangente,
interstitucional e interdisciplinar e territorialmente descentralizado. Deve

110
Morte de mulher por razões de gênero

incluir, no mínimo: ações de prevenção, serviços de assistência,


assessoria e patrocínio legal às vítimas, medidas de reparação, registro e
ordenaçãodasvítimas. informações, formação e treinamento do
operador e avaliação e prestação de contas. Ainda não começou a
funcionar.

Sistemas de resposta à violência de gênero82

Atua na órbita do Instituto Nacional da Mulher (INMUJERES) e possui


diferentes dispositivos de atenção.

Mulheres maiores de 18 anos recebem respostas diferentes dependendo


do tempo do processo em que estão.

A Rede de Serviços "Para uma vida livre de violência de gênero" tem:

• 19 Serviços de Atenção à Mulher em Situação de Violência de


Gênero com equipes psicossociais e jurídicas de atenção direta e
personalizada e equipes de prevenção e promoção de direitos;
• 18 Dispositivos de Articulação Territorial (DAT);
• 6 Equipes de Atenção aos homens que exercem ou exerceram
violência contra seus parceiros ou ex-parceiros;
• 1 Serviço para mulheres traficadas com fins de exploração sexual,
com cobertura nacional;

• 1 Equipe itinerante com abrangência nacional;


• Alternativas transitórias de moradia para mulheres no processo de
saída de situações de violência doméstica, com cobertura nacional,
em convênio com o Ministério da Habitação Territoriale Média
Ambiente (MVOTMA);
• 1 Casa de Curta Permanência para mulheres em risco de vida devido
à Violência Doméstica, com cobertura nacional; e

82 Ministério de Desenvolvimento Social (MIDES), Instituto Nacional de o Mulher


(INMUJERES), Sistema de Responder um o Violência Baseado em Gênero, Montevidéu, 2017.
Disponível em: http://dspace.mides.gub.
Uy:8080/xmlui/manejar/123456789/750

111
Morte de mulher por razões de gênero

• 1 Centro de Meio Caminho e Formação em Vínculo empregatício


com o Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional
(INEFOP). Entre janeiro e setembro de 2016, o atendimento foi
prestado a 1.645 mulheres desses Serviços de Assistência (4) em
todo o país e a proteção foi oferecida na Casa de Curta Permanência
para 107 pessoas (40 mulheres e 67 meninas, meninos e
adolescentes).

No nível departamental, a Prefeitura de Montevidéu conta com o


Programa ComunaMujer, que oferece serviços de atenção psicossocial e
assessoria jurídica gratuita a mulheres maiores de 18 anos que estão em
trânsito ou passaram por situações de violência de gênero. O serviço conta
com assessoria jurídica e psicossocial, auxiliando na denúncia,
orientação e acompanhamento nas decisões e estratégias para sair da situação
de violência.

O serviço para homens que decidem parar de exercer


violência visa erradicar a violência doméstica masculina de gênero, com
ênfase na violência sexual e física. Este serviço é gratuito.

A Prefeitura de Montevidéu possui um serviço telefônico gratuito,


confidencial e anônimo para orientação e apoio a mulheres em situação de
violência doméstica (0800 4141 ou *4141 a partir de celulares). Em
2017, esse serviço recebeu um total de 5.479 atendimentos, sendo 4.168 de
Montevidéu e 1.311 do resto do país.

Em relação às crianças e adolescentes, no âmbito do


Plano de Ação 2016-2019: "Para uma vida livre de violência de gênero com
uma perspectiva geracional", um plano de apoio com o UNICEF, com
quatro áreas estratégicas: Atenção e Proteção, Promoção de Direitos e
Prevenção, Geração de Conhecimento, Treinamento e Fortalecimento
Institucional. Foram realizadas diversas ações: criação de diretrizes e
diretrizes para detecção, cuidado e reparação em situações de estupro;
expansão de projetos para enfrentar a violência e as gerações de
gênero; formação de funcionários e fortalecimento de acordos interagências.
O Sistema Abrangente de Proteção à Criança e ao Adolescente (SIPIAV)
elaborou um documento sobre sistemas de proteção e, em conjunto com o
Conselho Consultivo Nacional de Combate à Violência Doméstica
(CNCLCVD) realizou a avaliação do alto risco de violência com base em
gênero e gerações.

112
Morte de mulher por razões de gênero

O Instituto del Niño y Adolescente del Uruguay (INAU) possui 5 abrigos


onde mulheres vítimas de violência são recebidas com seus filhos e um
processo de proteção é realizado e fortalecimento das mulheres.

Uma política pública que aborda a violência de


gênero de uma perspectiva abrangente.
Plano de Ação 2016-2019 "Para uma vida livre de
violência de gênero com uma perspectiva
geracional" 83
O Plano "Para uma vida livre de violência de gênero com uma
perspectiva geracional" tem como objetivo contribuir para que mulheres e
crianças de todas as idades possam desfrutar de uma vida livre da violência
de gênero, a partir da modificação daqueles padrões culturais
discriminatórios que não permitem a igualdade e o prazer efetivo desse
direito humano, bem como através da atenção integral das pessoas em
situações de vulnerabilidade por razões de violência de gênero.

O principal objetivo do Plano de Ação 2016-2019 é consolidar uma


política nacional que permita prevenir, enfrentar, reduzir e reparar a
violência de gênero, em suas diversas e concretas manifestações, por meio
de sua implementação.

Foi aprovado pelo Decreto nº 306/2015, de 16 de novembro de 2015, e


está em processo de execução. Foi elaborado pelo Conselho Consultivo
Nacional de Combate à Violência Doméstica, presidido pelo Instituto
Nacional da Mulher do Ministério do Desenvolvimento Social
(INMUJERES).

O INMUJERES, como já se manifestou,é o órgão que rege as Políticas


de Gênero do país, preside o Conselho Nacional de Gênero e o Conselho
Consultivo Nacional de Luta contra a Violência Doméstica. Este último foi
um objetivo geral para o atual período de gestão (2015-2019), contribuir
para a Estratégia Nacional de Erradicação da Violência de Gênero, em

83 Conselho Comitê Consultivo Nacional no Combate o Violência Nacional (CNCLVD), Plano de


Ação 2016-2019: "Para uma vida livre de violência Gênero com olhar geracional”, Montevidéu,
2015.
Disponível en: http://www.oas.org/es/mesecvi/docs/Plan_de_Accion_Uruguay.pdf

113
Morte de mulher por razões de gênero

conscância com o ConselhoNacional. de Gênero, sob o slogan de seu Eixo


1 de trabalho:"Direito a uma vida livre da Violência de Gênero".

Linhas de ação

• Sistema interstitucional de resposta integral: inclui o que se refere à


promoção de direitos, Rede de serviços assistenciais a mulheres,
crianças, adolescentes e idosos, em situação violência de gênero,
ressocialização de agressores do sexo masculino; acesso ao sistema
de justiça e à proteção e aspectos normativos e legais.

• Treinamento, treinamento e sensibilização para os operadores.

• Sistema de Informação: envolve a geração de um espaço de


articulação e coordenação inter-institucionais para projetar e definir
o sistema de informações.

• Fortalecimento intra e inter-institucional do CNCLVD.

• Acompanhamento e Avaliação do Plano: monitoramento e


avaliação, prestação de contas.

Principais características do Plano

Contém avanços importantes: apresenta uma interpretação mais


complexa e comprometida da violência de gênero, com foco nas
desigualdades de gênero de poder.

As áreas onde a violência é realizada são ampliadas,


transcendendo a esfera doméstica e integrando uma visão interseccional da
violência de acordo com o status socioeconômico, idade, origem étnica
racial, identidade de gênero, deficiência.

Define de forma integral o sistema de resposta inter-institucional que


integra a advocacia e a preparação, a rede de serviços assistenciais,
o acesso à justiça, o monitoramento e o monitoramento. reparação para as
vítimas, bem como a ressocialização dos agressores masculinos.

O plano define como eixos estratégicos: territorialização,


participação cidadã e prestação de contas; reconhecendo um papel ativo

114
Morte de mulher por razões de gênero

das Comissões Departamentais de Combate à Violência Doméstica como


atores de referência locais.

Incorpora a promulgação de uma Lei Integral contra a Violência de


Gênero que inclui a prevenção e a promoção de direitos, atenção e
reparação;declara os direitos e garantias para o mulheres;definir processos
de proteção, investigação e criminalização,edeterminar os processos nas
áreas administrativa, cível e criminal. Essa lei foi aprovada em 2017, é a
Lei nº 19.580 sobre Violência de Gênero contra a Mulher.

Os órgãos vinculados à implementação e monitoramento do Plano


estão divididos em dois grandes blocos, de acordo com seu grau de
responsabilidade. De um lado, os órgãos estaduais que compõem o
Conselho Consultivo Nacional, que são definidos como responsáveis por
ações concretas, o que implica na execução e financiamento (sejam
internos ou externos). Por outro lado, esses órgãos associados, que
podem ou não ser membros do Conselho Consultivo Nacional, cuja
responsabilidade de realizar as ações implica sua associação e
compromisso ; mas eles não têm a responsabilidade final de executá-los.
Os compromissos assumidos pelos diversos órgãos estaduais são
estabelecidos com metas quantificáveis e indicadores específicos, para que o
monitoramento deles seja possível.

Por sua vez, o Ministério do Interior, da Divisão de Políticas de Gênero,


realiza planos operacionais anuais com as linhas de ação, a fim de
implementá-los durante o ano em que os temas violência de gênero.

Quanto à Procuradoria-Geral da República, estabeleceu em seu


Plano Estratégico elaborado em 2015, o objetivo estratégico de "contribuir
para a elaboração de uma política pública de erradicação da violência de
gênero e gerações e intervir judicialmente para a proteção das vítimas."

Uma ação que tem sido uma boa prática para o combate à violência de
gênero. Uso de tecnologias de presença de pessoas e verificação de
localização

Destina-se a casos de alto risco de violência doméstica. A vida e a


integridade das pessoas estão protegidas.

115
Morte de mulher por razões de gênero

Para o melhor cumprimento das medidas cautelares que o Poder


Judiciário tinha,e cujo percentual de cumprimento era baixo, foi formada
uma Comissão Consultiva no Poder Judiciário edois aspectos do problema:
a) a identificação das possíveis situações para os dispositivos, e b) o
estabelecimento de procedimentos legais e regulatórios e mecanismos para
sua implementação.

A Comissão aprovou um documento que, tendo analisado os aspectos


legais e processuais, considerou pertinente e oportuno o uso de tecnologias
de presença e verificação de localização destinadas a monitorar pessoas,
que permitiriam controlar o cumprimento das medidas de proteção que os
Tribunais têm nos casos em que é avaliada pela justiça competente, alto
risco de sofrimento uma agressão à violência de gênero.

Esses dispositivos eletrônicos, comumente chamados de " pulseiras ",


são um meiode fiscalizar o cumprimento das medidas cautelares que o
Tribunal impõe ao agressor no caso de violência de gênero e no caso de
violência de gênero. nenhum caso substitui a sanção pessoal ou pecuniária
correspondente para o caso de descumprimento da medida de proteção.

Para sua imposição, o Tribunal deve levar em conta indicadores que por
si só apresentam uma situação de alto risco, tais como:

• Não cumprimento das medidas de proteção relativas à não


aproximação impostas pela Justiça, seja pessoalmente, por telefone
ou por outros meios.

• Ficha criminal de condenação ou processo penal em andamento por


crimes contra personalidade física.

• Oposição, resistência ou empecilho ao desenvolvimento normal do


processo e outras ações.

• Há também indicadores de risco que, ligados a outros, podem


configurar situações de alto risco,tais como:

• Ameaças graves e repetidas de morte ou violência física, e a pessoa


que as faz tem acesso e conhecimento no uso de suas próprias
armas ou impróprias e/ou trabalha com eles e/ou a vítima considera
que o agressor é capaz de matá-la.

116
Morte de mulher por razões de gênero

• Aumento e gravidade da violência.

• Assédio, controle e intimidação sistemática da vítima.

• Necessidade de cuidados de saúde à vítima em decorrência de


agressões físicas e/ou psicológicas.

• Histórico de queixas de violência doméstica.

• Histórico de roubo ou destruição de objetos, pertences e/ou


ferramentas pessoais da vítima.

• Consumo abusivo ou conflitante de substâncias legais e ilegais.

• Transtornos psiquiátricos e/ou psicológicos com falta de controle de


impulso que produzam comportamentos violentos.

Operação
Esses dispositivos são obrigatoriamente colocados em agressores e
vítimas de violência doméstica. Uma vez ordenada a medida de seu uso,
o Tribunal deve informar o Centro de Monitoramento do Ministério do
Interior para que a medida entre em vigor. O agressor permaneceàdisposição
da Corte até sua colocação. Uma vez que o dispositivo seja colocado, o
Protocolo de Gerenciamento do Centro de Monitoramento deve ser seguido.

O dispositivo rastreia, monitora e localiza a pessoa em casa e fora dele.


Cria uma zona de proteção à vítima que é excludente para o agressor,que
inclui anéis de alerta ao Centro de Monitoramento sobre a proximidade do
agressor com a vítima. Mas, além disso,há uma comunicação bidirecional
do Centro de Monitoramento tanto com a vítima quanto com o agressor.

Em situação de emergência, a vítima pode pressionar o botão de pânico


e gerar uma chamada de saída para um número de emergência predefinido,
geralmente o da Central de Monitoramento.

O dispositivo ligado ao corpo pode detectar manipulações. Acompanha


constantemente os movimentos e a localização do agressor em todo o
território do país. As zonas de exclusão em relação à vítima possuem anéis
que relatam ao Centro de Monitoramento a proximidade do agressor com
essas áreas.

117
Morte de mulher por razões de gênero

O monitoramento, o acompanhamento e o controle são


realizados pelas operadoras 24 horas por dia, 365 dias por ano.

As prioridades a serem abordadas imediatamente são a pressão do


botão de pânico pela vítima;a entrada do agressor na zona de exclusão;
abordagem da vítima à zona de exclusão; um evento que afeta qualquer
componente do sistema de localização.

Até o final de 2016, 380 tornozeleiras haviam sido ligadas, somando um


total para o período ou2013-2016 de 941 tornozeleiras colocadas.

A avaliação desses dispositivos pelas vítimas, pelo Judiciário e pelas


organizações femininas tem sido positiva.

Pensamentos Finais
A promulgação da Lei nº 19.580 sobre violência de gênero contra a
mulher tem sido um avanço importante, a fim de abordar esse problema em
sua totalidade e fazê-lo, por sua vez, com respostas abrangentes. Para
sua efetiva implementação, será necessário um orçamento proporcional, que
ainda não está definido.

No que diz respeito à violência doméstica e doméstica, o sistema de


tecnologias de presença e verificação de localização tem sido avaliado
positivamente, especialmente pela sociedade civil organizada que luta contra
a violência de gênero.

A aprovação da Lei Integral de Prevenção e Combate ao Tráfico de


Pessoas também é altamente positiva, lei que complementará a
anteriormente destacada no combate à violência de gênero.

A criação da Unidade de Vítimas e Testemunhas no âmbito da


Procuradoria Geral é outro desenvolvimento positivo, especialmente
porque as vítimas de violência de gênero podem ser com a presença da
referida dependência. Ainda no campo do Ministério Público, a criação
da Unidade Especializada de Gênero é uma boa notícia, pois é responsável
por sensibilizar e capacitar promotores sobre questões de violência de
gênero.

118
Morte de mulher por razões de gênero

O Programa de Violência e Saúde da área de Saúde Sexual e


Reprodutiva do Ministério da Saúde também é um avanço importante.

No entanto, há questões que ainda precisam de maior impulso e


conscientização por parte dos atores envolvidos, como a violência
obstétrica, difícil de aceitar pela comunidade médica. De qualquer forma,
estão ocorrendo processos incipientes que parecem animadores,
especialmente o Projeto de Humanização do Parto.

Uma questão ainda não resolvida é a reforma do


Código Penal e nela a eliminação de conteúdo que contradiz normas
internacionais de direitos humanos, na medida em que não eles têm uma
perspectiva de gênero, são baseados em estereótipos patriarcais e são, em
alguns casos, altamente discriminatórios contra as mulheres. A nova Lei
Integral sobre Violência de Gênero contra a Mulher inclui novos crimes no
Código, mas tem que ser incorporada a um órgão normativo que esteja em
sintonia com o convenções internacionais e regionais sobre os direitos
humanos das mulheres.

Finalmente, até o momento, apesar das políticas e medidas desenhadas


neste trabalho, já são mais de vinte mulheres assassinadas no ano por seus
parceiros ou ex-parceiros no Uruguai. Além das medidas preventivas e
sancionadas, parece haver necessidade de uma mudança cultural que
modifique padrões culturais conservadores enraizados na sociedade e que
promovam a igualdade de gênero em todas as áreas. . O sistema
educacional e a mídia têm um papel fundamental a desempenhar nisso.

119
PARTE TRÊS Avanços e desafios
para as políticas públicas

120
Morte de mulher por razões de gênero

Considerações Finais

Uma agenda regional


Na última década, foram desenvolvidas múltiplas ações para abordar a
questão da morte violenta de mulheres por razões de gênero por meio de
políticas públicas específicas. Nesse sentido, de diversas áreas, tem-se levantado
a necessidade de desenvolver diretrizes para a documentação e investigação de
mortes motivadas por gênero, que evitem a impunidade e garantir a não
repetição. Da mesma forma, a troca de práticas positivas, a
aprovação de modelos de protocolos e manuais e as adaptações normativas e
institucionais que incluem a prevenção, investigação e acusação, bem como
a revisão de aspectos processuais, probatórios, criminais e reparados.

A existência de deficiências em relação às respostas


tradicionais do Estado é amplamente documentada, especialmente em relação a
investigações e processos. Embora os Estados da região
tenham assumido obrigações nessa área, é necessário desenvolver ações
específicas voltadas para o combate à existência de preconceitos. , estereótipos
e práticas institucionais que são revitimizantes e negligentes. Os países da
região têm feito grandes esforços em termos de regulamentação,
institucionalização e políticas públicas específicas para enfrentar o problema.
No entanto, os desafios ainda são múltiplos e, portanto, é necessário
desenvolver uma resposta estatal eficaz para cumprir os deveres de diligência
reforçada imposta pelo direito. direitos humanos internacionais.

Este estudo apresenta as ações implementadas pela Argentina, Brasil,


Paraguai e Uruguai para abordar o fenômeno das mortes violentas de
mulheres por gênero, e oferece um panorama das normas, instituições e
políticas públicas. que foram implementados. Prevenção,
assistência, reparação às vítimas e punição dos responsáveis são questões
prioritárias nas agendas dos países da região.

A nível regional, essa origem se materializou com a criação, em 1995, do


Fórum das Mulheres do MERCOSUL. Este caso foi um precedente
fundamental para a criação do Encontro Especializado de Mulheres (R EM) na

121
primeira etapa do processo de integração regional do MERCOSUL (1998),
em análise. que era desejável " estabelecer um escopo para análise da
situação das mulheres no que diz respeito à legislação vigente nos Estados
Partes do MERCOSUL, no que diz respeito ao conceito de igualdade de
oportunidades"84. O trabalho articulado possibilitou consolidar a importância
da perspectiva de gênero no MERCOSUL, como elemento essencial para
aprofundar a democracia, eliminar as desigualdades de gênero e a
discriminação contra mulheres. Acompanhou também um processo de
fortalecimento dos mecanismos institucionais nacionais dos Estados partidos.

Em 2011, por decisão do Conselho do Mercado Comum (CMC) nº 24/2011,


as instituições regionais sobre questões femininas foram fortalecidas. A EMN
é substituída pela Reunião de Ministros e Altas Autoridades das Mulheres do
MERCOSUL (RMAAM), espaço de coordenação intergovernamental sobre
políticas públicas relacionadas às questões de gênero e tráfico, que reúne as
principais autoridades dos Mecanismos Nacionais de mulheres dos
Estados partidos, bem como organizações internacionais, representantes da
sociedade civil e acadêmicos. Trata-se de um exemplo de diálogo entre as mais
altas autoridades dentro da estrutura institucional do MERCOSUL. A RMAAM
foi criada com o objetivode"assessorar e propor às medidas, políticas e ações do
CMC no campo do gênero".

Assim, a perspectiva de gênero foi reforçada nos diferentes espaços


especializados do MERCOSUL e, principalmente, no campo do raadh. Em
2007, durante a EMN, foi proposto a criação de um Grupo de Trabalho para a
Promoção e Proteção dos Direitos da Mulher, dentro da RAADH. A mesma
resolução solicita que a EMN participe formalmente do RAADH. 85 Em
2011, foi criado o Grupo de Trabalho de Gênero e Direitos Humanos da Mulher,
que visa a integração.

84 Resolução Nº 20/1998 do Grupo Mercado Comum (GMC), emitido o 22 de Julho de 1998.


85 MERCOSUL/REM/ACTA Nº 1/2007.

122
Morte de mulher por razões de gênero

do tema do gênero como uma questão transversal no trabalho de todas as


instâncias. Em outubro de 2017, o Grupo de Trabalho foi constituído como
Comissão Permanente da RAADH. 86 Valeressaltar também o trabalho
articulado entre a RAADH e a Reunião Especializada dos Defensores
Públicos Oficiais do MERCOSUL (REDPO), sobre questões de gênero e
direitos humanos.

A existência de espaços de articulação e coordenação foi acompanhada


por uma série de decisões voltadas à incorporação da equidade degênero.
Especificamente, o CMC adotou instrumentos, recomendações, decisões e
diretrizes contra a violência de gênero. Em particular, são mencionados:
Recomendação nº 04/2019 sobre o Reconhecimento Mútuo Regional de
Medidas de Proteção à Mulher em Situação de Violência de Gênero, que
promove o estabelecimento de um mecanismo de reconhecimento e
implementação de ordens de proteção; Recomendação nº 01/2018 sobre
Políticas de Combate à Violência de Gênero em Áreas Rurais;
Recomendação nº 04/2017 sobre reconhecimento mútuo regional de medidas
de proteção à mulher em situação de violência de gênero; Recomendação
nº 05/2015 Morte violenta de mulheres por razões de
gênero(Femicidio/Feminicídio); Decisão nº 13/2014 que aprova as
Diretrizes para a Política de Igualdade de Gênero e a Recomendação nº
04/2014 sobre mulheres migrantes em contextos de violência doméstica.

O objetivo fundamental da políticade gêneroou MERCOSUL é


"contribuir, na perspectiva do Feminismo e dos Direitos Humanos, para
estabelecer as bases para a igualdade e a não discriminação das mulheres
na região,por meio a integração da abordagem de gênero em políticas,
ações e projetos regionais, bem como na gestão organizacional e na
definição de políticas específicas voltadas para a equidade de gênero e
relações iguais entre mulheres e homens em todo o MERCOSUL" 103 .

Em 2015, quando foi aprovada a Recomendação nº 05/2015 sobre


Morte Violenta de Mulheres por Razões de Gênero (Feminicídio), foi
apontado que era necessário atender às circunstâncias e características
específicas em que há mortes violentas de mulheres por razões de gênero
(feminicídio/feminicídio) e que a perspectiva de gênero não está presente
nos procedimentos de investigação, acusação e julgamento nestes casos.
86 Ver: http://www.raadh.mercosur.int/comisiones/genero-y-derechos-humanos-de-las-mujeres/
103 Decisão CMC No. 13/2014 que Aprova o Directrices de o Política de Igualdade de Gênero.

123
Morte de mulher por razões de gênero

Nesse quadro, foram identificados quatro aspectos particularmente


relevantes para a agenda futura dos países. Assim, foi especificamente
recomendado:

1. troca de experiências sobre os avanços no enfrentamento das


mortes violentas de mulheres por razões de gênero
(feminicídios/feminicídios) na prevenção, na garantia do acesso
a justiça e reparação por esses crimes;
2. avanço na produção de dados nacionais sobre mortes violentas de
mulheres por razões de gênero (feminicídios/feminicídios), através
dos órgãos responsáveis e em coordenação com o mecanismo do
igualdade de gênero nacional correspondente. O objetivoé mapear o
contexto em que ocorrem, bem como o perfil dos agressores e
vítimas;
3. seguir as recomendações relevantes do mecanismo nacional de
igualdade de gênero, levando em conta os protocolos de modelo
existentes, para melhorar os procedimentos de investigação,
acusação e punição casos de mortes violentas de mulheres por
razões de gênero (feminicídio/feminicídio). O objetivo disso é
combater preconceitos e estereótipos de gênero, bem como a
prática de culpar as mulheres;
4. garantir os direitos à verdade, à justiça e à memória das
vítimas diretas e indiretas.
Conforme afirmado na primeira parte deste estudo,essa compilação
visa contribuir para esse processo e para o trabalho realizado no âmbito das
Reuniões de Ministros e Altas Autoridades das Mulheres do MERCOSUL
(RMAAM).

Progresso e desafios
Em termos de institucionalidade,regulamentos e políticas públicas,
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai alcançaram avanços relevantes no
tema deste estudo. Deve-se notar que todos os quatro países ratificaram tanto
a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra as Mulheres quanto a Convenção de Belém do Pará. Além disso, os
países do MERCOSUR têm participado ativamente da elaboração do

124
Morte de mulher por razões de gênero

Protocolo Modelo Latino-Americano para a investigação de mortes


violentas de mulheres por sexo (feminicídio). ),que é uma ferramenta prática
para os responsáveis pela realização da investigação e ação penal de tais
atos.

Na mesma linha, os países promulgaram leis específicas para


combater a violência contra as mulheres. Com base no que está descrito
nos capítulos das experiências nacionais é, é possível mencionar na
Argentina a lei nº 26.485 da Proteção Integral para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra As mulheres nas áreas em que desenvolvem
suas Relações Interpessoais, sancionadas em 2009, que modificaram
substancialmente a abordagem estatal à violência de gênero. Da mesma
forma, a tipificação do crime de feminicídio,pormeio da Lei nº 26.791,
como fator agravante de homicídio (Art. 80 inc. 11) no Código Penal.

No Brasil, a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, conhecida como


"Lei Maria da Penha", que criminaliza a violência contra a mulher e
considera qualquer forma de violência,sejafísica, psicológica, moral,
patrimonial ou sexual, tais como violação dos direitos humanos. A Lei do
Feminicídio nº 13.104de 2015, que altera o artigo 121 do Decreto-Lei nº
2.848/1940 do Código Penal, que qualifica o feminicídio como crime de
homicídio e o inclui no papel de crimes fedorentos em casos de
violência doméstica e familiar (Art. 1 do Le e nº 8.072/1990).

No Paraguai, a promulgação da Lei nº 5.777/2016 sobre a Proteção


Integral à Mulher,contra Todas as Formasde Violência,que estabelece
políticas e estratégias para a prevenção da violência contra a mulher,
mecanismos de atenção e medidas de proteção, sanção e reparação
integral, tanto nas esferas pública quanto privada. Junto a essa lei,
sobrevive-se a Lei nº 1.600/2000 Contra a Violência Doméstica, que
estabelece medidas de proteção civil para qualquer pessoa, sem distinção de
sexo ou idade,que:"sofre lesões, abuso físico, mental ou mental. sexual por
alguns dos membros do grupo familiar, originado por parentesco, em
casamento ou união de fato, mesmo que a coabitação tivesse cessado;
também no caso de pares não coabitantes e filhos e filhas sejam ou não
comuns; está localizado na esfera doméstica, sem vínculos familiares"
(Art. 1 de Lei nº 1600/2016).

125
Morte de mulher por razões de gênero

No Uruguai, a promulgação em 2017 da Lei nº 19.580 sobre violência


de gênero contra a mulher édestacada no capítulo sobre experiências
nacionais como"um avanço legislativo muito importante". no país, que
reconhece as diferentes dimensões da violência de gênero, e inclui mulheres
de todas as idades, mulheres de várias orientações sexuais, mulheres trans,
de diferentes status socioeconômica, territorial, crenças, origem cultural
e étnico-racial, mulheres mais velhas, meninas e adolescentes e com
deficiência,que estão em situação de violência." A lei incorpora
mecanismos, medidas e políticas abrangentes de prevenção, cuidado,
proteção, punição e reparação. O Uruguai incorporou o crime de violência
doméstica ao Código Penal através do artigo 321 bis. Um pouco antes, e no
mesmo ano, foi aprovada a Lei nº 19.538, referente a atos de
discriminação e feminicídio, que alterou os artigos 311 e 312 do Código
Penal.

Na mesma linha, foram criadas instituições governamentais sobre o


tema, órgãos governamentais, outros órgãos inter-institucionais,
consultorias, observatórios, centros de denúncias e o assunto foi incluído
no agendas de políticas públicas na região. Os países adotaram, de várias
formas, planos e estratégias nacionais de ação. Ao mesmo tempo em que
modificaram suas regulamentações internas, desenvolveram campanhas
de divulgação, bem como intervenções no nível comunitário e no campo
educacional.

Neste livro, apenas alguns dos caminhos percorridos pelos países da


região para enfrentar o problema são abordados. Como se
expressou, é uma questão que está entre as mais relevantes e uma das mais
mobilizadas no campo da sociedade civil e, principalmente, entre as
organizações. das mulheres.

Apesar da existência de avanços, os desafios indicados nos capítulos são


múltiplos. Alguns de importância especial são mencionados abaixo:

• Superar barreiras culturais e alcançar mudanças culturais que


modifiquem padrões e promovam a igualdade de gênero em todas
as áreas;

• Trabalhar de forma intersetorial e integrada entre serviços e áreas;

126
Morte de mulher por razões de gênero

• Alcançar a integração de serviços especializados dos governos


locais/federais;

• Inclua aqueles que se afastam do tema hegemônico do cis-hetero-


patriarcado, como pessoas LGBT+, idosos, crianças e
adolescentes, pessoas com deficiência de uma perspectiva
interseccional;

• Prestar serviços estatais de qualidade que respeitem


os direitos humanos, entendendo a complexidade das situações de
desigualdade pelas quais as vítimas e suas comunidades passam;

• Treinar as comunidades a intervir e fortalecer os laços na defesa dos


direitos humanos;

• Desenvolver ações de políticas públicas tendo em conta que é o


cumprimento do dever de garantir direitos e devida diligência;

• Treinar os recursos humanos que fazem parte das instâncias


prestadoras dos serviços;

• Nos casos em que necessário, adapte as


regulamentações sobre o assunto e elimine conteúdo que contradiga
as normas internacionais de direitos humanos, na medida em que
eles não tenham eles são baseados em estereótipos e são, em
alguns casos, altamente discriminatórios contra as mulheres;

• Ter sistemas de informação eficazes;

• Fortalecer as diversas estruturas institucionais existentes;

• Tenha um orçamento de acordo com o planejamento.

A obrigação de prevenir e proteger requer medidas


abrangentes para enfrentar as causas básicas e os fatores de risco da violência
contra a mulher. Não se limitando à adoção de marcos normativos e
institucionais, nem ao estabelecimento de recursos judiciais, as
respostas devem ser abrangentes, adequadas, imediatas,oportunas,
abrangentes, sérias e imparcial.87

87 Comissão Interamericano Direitos Humano (CIDH), Acesso um o justiça durante o mulher


Vítimas de violência em o Américas, OEA/Ser.L./V/II. Doutor 68, 20 Janeiro de 2007, Pará. 296.

127
Morte de mulher por razões de gênero

O acesso limitado à justiça é um grande obstáculo para efetivamente


prevenir, investigar, processar e punir a violência de gênero contra as
mulheres. Os desafios identificados em relação ao trabalho das Defensorias
Públicas Oficiais do MERCOSUL são especialmente relevantes. Ausência
de especialização; a existência de dificuldades na integração de
gênero; a falta de diversidade de estratégias de defesa criminal para
mulheres que cometeram um crime em estreita relação com a violência
sofrida;e a falta de produção de estatísticas e relatórios, entre outras
deficiências, constituem desafios relevantes a serem enfrentados na agenda
de trabalho.

É importante reiterar a importância da coleta de dados confiáveis sobre a


magnitude e a natureza do problema. Esse tipo de dados não só nos permite
reconhecer e dimensionar o problema, mas também é necessário para a
indispensável revisão e debate sobre políticas e estratégias públicas
colocadas em prática.

A definição política das autoridades para abordar essa questão de uma


perspectiva regional, materializada na aprovação de inúmeras decisões e
recomendações nos últimos anos, bem como na elaboração conjunta deste
estudo compilação, tem um significado importante. Em particular porque,
além de elevar a necessidade de desenvolver políticas que vão além das
fronteiras nacionais, possibilita o desenvolvimento da aprendizagem
prática e troca de experiências. Em suma, torna possível desarmar
ferramentas de políticas públicas que permitam a distorção da realidade.

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141
Este livro representa um esforço de coordenação regional,
de construir um discurso além das barreiras
nacional. O resultado deste trabalho permite verificar
a existência de diferentes nuances e olhares locais, mas
também confirma o compromisso dos diferentes países
com a implementação de políticas públicas de prevenção,
punir e erradicar a violência contra as mulheres e, em
em particular, a morte por gênero na região.

Este livro representa um esforço de coordenação


regional, de construção de um discurso além das
barreiras nacionais. O resultado deste trabalho permite
verificar a existência de diferentes nuances e visões
locais, mas também confirma o compromisso dos
diferentes países com a implementação de políticas
públicas para prevenir, responsabilizar e erradicar a
violência contra as mulheres e, em particular, a morte
por razões de gênero na região.

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