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Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
Douglas Vargas
Sumário
Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos. ................................................................................................................3
Introdução.............................................................................................................................................................................3
1. Aspectos Iniciais da Lei n. 8.072/1990............................................................................................................3
2. Condutas Atingidas pela Lei em Estudo.........................................................................................................3
3. Art. 1º – Rol de Crimes Hediondos.....................................................................................................................4
4. Aspectos Gerais...........................................................................................................................................................5
5. Crimes em Espécie......................................................................................................................................................6
5.1. Homicídio.......................................................................................................................................................................6
5.2. Lesões Corporais...................................................................................................................................................19
5.3. Roubo............................................................................................................................................................................19
5.4. Extorsão.....................................................................................................................................................................20
5.5. Furto..............................................................................................................................................................................21
5.6. Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Proibido. ............................................................. 22
5.7. Demais Hipóteses de Crimes Hediondos.................................................................................................23
6. Tráfico de Drogas & Hediondez.. ....................................................................................................................... 24
7. Progressão de Regime.. .........................................................................................................................................25
8. Prisão Temporária....................................................................................................................................................27
9. Livramento Condicional........................................................................................................................................27
10. Associação Criminosa. . ........................................................................................................................................ 28
11. Observações Importantes.................................................................................................................................. 28
Resumo................................................................................................................................................................................30
Questões de Concurso................................................................................................................................................33
Gabarito...............................................................................................................................................................................39
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................40
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O sistema legal é frequentemente confundido com o sistema judicial (no qual o magistrado
possui liberdade para decidir sobre a hediondez do caso concreto) e com o sistema misto (no
qual o legislador fornece um conceito para que o juiz enquadre a conduta no caso concreto).
Portanto, determinar se um crime integra tal categoria é bastante simples: Fez parte da lis-
ta, é hediondo, e ponto final. É por esse motivo, por exemplo, que crimes previstos no Código
Penal Militar com descrição formal idêntica às condutas previstas no Código Penal não são
classificados como hediondos (haja vista que não há previsão legal nesse sentido).
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Você verá, ao longo da aula de hoje, que esse critério, embora simples, causa bastante
confusão, principalmente em razão de alguns possíveis equívocos do legislador ao atualizar a
Lei n. 8.072/1990.
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II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n.
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de de-
zembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da
Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equipa-
rado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
O rol em si é essencial ao nosso estudo. Foi alterado em 2018 e novamente em 2019 (pelo
pacote anticrime) e recentemente pela Lei n. 14.344/2022.
Vamos tratar tudo de forma estratégica. Peço que, primeiramente, você faça a leitura do
art. 1º da lei e se familiarize com as hipóteses. Uma vez realizado esse procedimento, vamos
tratar detalhadamente dos incisos que merecem atenção especial.
Antes de fazer isso, no entanto, é preciso tomar nota de alguns pontos gerais importantes.
4. Aspectos Gerais
• Hediondez & Tentativa
1. Tanto o delito tentado quanto o consumado será considerado hediondo, por expressa
previsão legal.
Esse tópico é recorrente em provas de concursos, portanto, tome nota. Não há diferen-
ciação entre a forma tentada ou consumada do delito quando se trata de reconhecimento da
hediondez da conduta.
• Condutas EQUIPARADAS
Tortura
Tráfico
Terrorismo.
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Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e
o terrorismo são insuscetíveis de:
I – anistia, graça e indulto;
5. Crimes em Espécie
Vamos para a parte mais importante de nossa aula.
5.1. Homicídio
Via de regra, o homicídio simples não é hediondo, salvo se praticado em atividade típica de
grupo de extermínio, conforme rege o art. 1º, I, 1ª parte, da Lei n. 8.072/1990.
O homicídio qualificado, por sua vez, é sempre hediondo em todas as suas variações, e
passou a integrar a lista de crimes hediondos em 1994, após a grande repercussão do assas-
sinato da atriz Daniella Perez, que foi morta de forma brutal em 1992, quando se dirigia para
um ensaio.
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Homicídio
Nesse contexto, após tal alteração na Lei n. 8.072/1990, todo o rol de homicídio qualificado
passou a ser considerado hediondo. Por esse motivo, é muito importante conhecer também
tais hipóteses, para facilitar sua identificação na hora da prova:
Homicídio qualificado
CP, art. 121, § 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II – por motivo fútil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de
que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossível a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
Feminicídio
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em de-
corrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em
razão dessa condição;
VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
Homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
IX – contra menor de 14 (quatorze) anos: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)
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Em seu primeiro trecho, o inciso trata do homicídio mercenário (mediante paga ou pro-
messa de recompensa). O autor recebe alguma vantagem ou promessa de tal vantagem para
praticar o delito.
Em primeiro lugar, você precisa saber que este é um crime de concurso necessário. Afinal
de contas, devem existir dois indivíduos: Um para pagar ou oferecer vantagem futura, e um
para receber e praticar o homicídio.
Em segundo lugar, é preciso apresentar o debate sobre a natureza da recompensa. Há,
atualmente, intensa querela na doutrina para definir se é preciso que a recompensa seja de
natureza econômica.
Nesse sentido, embora alguns doutrinadores como Rogério Sanches entendam ser pacífi-
ca a posição de que a recompensa deve ter natureza econômica, ainda há alguns doutrinado-
res que divergem, tais como Rogério Greco e Cleber Masson.
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Por exemplo:
EXEMPLO
Imagine o pai que, sabendo que sua filha foi estuprada, manda matar o estuprador, por não ter
coragem, ele próprio, de praticar o homicídio.
Nessa situação, aplicando-se a primeira corrente, aquele que recebeu o dinheiro do pai
para matar o estuprador responderá por homicídio qualificado mediante paga ou promessa de
recompensa, enquanto o mandante (o pai) deverá responder por homicídio com a diminuição
de pena relacionada ao motivo de relevante valor moral.
O STJ também possui posicionamento nesse sentido (de que a qualificadora em estudo
não se comunica automaticamente ao mandante, devendo a motivação deste último ser ava-
liada separadamente). No julgado em estudo (REsp 1209852/PR) entendeu-se que, se a mo-
tivação do mandante para encomendar a morte da vítima for, por si só, torpe ou desprezível,
poderá este também ser apenado com a qualificadora.
Entretanto, o problema é que o próprio STJ (HC 291604) já se posicionou em sentido opos-
to considerando que a qualificadora é elementar do tipo, estendendo-se também ao mandan-
te do delito.
Resumindo: note que a qualificadora da “paga ou promessa de recompensa” prevista no
inciso I do § 2º do art. 121 do CP é aplicada ao executor do crime, e que quanto a isso não res-
tam dúvidas. Resume-se a indagação sobre o mandante do crime na divergência (doutrinária
e jurisprudencial. O STJ possui duas correntes sobre a querela: 1ª corrente: NÃO SE APLICA.
A qualificadora de ter sido o delito praticado mediante paga ou promessa de recompensa é
circunstância de caráter pessoal e, portanto, incomunicável, por força do art. 30 do CP.1
2ª corrente: SE APLICA. No homicídio mercenário, a qualificadora da paga ou promessa de
recompensa é elementar do tipo qualificado, comunicando-se ao mandante do delito.2
Para fins de prova: acreditamos ser difícil que as organizadoras adentrem o tema, haja vis-
ta a enorme possibilidade de recurso para anular o item.
Um bom exemplo está na banca CESPE: O assunto em estudo já foi cobrado três vezes (no ano
2000, em 2009 e 2012). Desde então, a banca não tem mais elaborado itens sobre o tema (a diver-
gência no âmbito do STJ iniciou-se após essa data, em 2015.
• Entendendo melhor o motivo torpe
É importante perceber que o legislador considerou que matar mediante paga ou promessa
de recompensa é um motivo torpe. Assim, o próprio homicídio mercenário é uma espécie de
motivo torpe.
1
Nesse sentido: STJ. 5ª Turma. HC 403263/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 13/11/2018.
2
Sobre o tema: STJ. 6ª Turma. AgInt no REsp 1681816/GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 03/05/2018.
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Entretanto, segundo a doutrina, motivo torpe é todo motivo que possa ser considerado re-
pugnante, que cause nojo ou repulsa pela conduta do agente.
Com isso em mente, é fácil perceber que existem outros motivos torpes, não apenas o
que foi descrito pelo legislador, que também deveriam converter a conduta em homicídio
qualificado.
Para resolver esse problema é que temos, no segundo trecho do inciso, a chamada inter-
pretação analógica: “ou outro motivo torpe”.
Mas você ainda se lembra qual é a diferença entre analogia e interpretação analógi-
ca? Vejamos:
• Analogia: Forma de integração da lei penal. A lei é omissa em um determinado ponto,
e é utilizada uma análise por semelhança. Não pode ser utilizada para prejudicar o réu.
• Interpretação Analógica: O legislador deixa uma abertura na norma penal para uma in-
terpretação mais ampla, que ao contrário da analogia, pode ser utilizada em prejuízo do
réu. Nesse caso, a previsão deve ser expressa.
Dessa forma, perceba que o legislador deixou a norma em aberto, permitindo ao julgador
analisar com mais liberdade o caso concreto. Um exemplo trazido por Alexandre Salim e Mar-
celo Azevedo é o do filho que mata o pai para receber a herança.
Embora especificamente este caso não esteja previsto, é uma conduta capaz de gerar re-
pulsa e desprezo, e que poderá vir a ser considerada como outro motivo torpe.
Detalhes importantes sobre o motivo torpe:
• Ciúmes: Segundo a jurisprudência majoritária, o ciúme por si só não basta para consti-
tuir o motivo torpe.
• Vingança: A vingança pode, dependendo das circunstâncias, ser considerada para con-
figurar motivo torpe.
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Exatamente como falamos, o ciúme por si só realmente não caracteriza o motivo torpe. Não
precisava nem ler o texto motivador. Note ainda que este tipo de assunto acaba sendo cobrado
da maneira mais direta possível, para evitar recursos por conta das divergências doutrinárias
e jurisprudenciais.
Certo.
O motivo fútil é um motivo desproporcional. Nesse sentido, é bem mais simples de enten-
der do que o motivo torpe.
Um exemplo seria o de um autor que mata por uma dívida de cinco reais.
Perceba que nesse caso também está presente a interpretação analógica: cabe ao julga-
dor verificar se houve ou não um motivo fútil, de acordo com o caso concreto.
Este é um inciso bastante simples, mas sobre o qual também devemos observar al-
guns detalhes:
• Assim como no motivo torpe, não há consenso sobre a utilização do ciúme para confi-
gurar motivo fútil.
• Há julgados equiparando a ausência de motivo ao motivo fútil, mas não se trata de cor-
rente de grande expressividade.
• Para o STJ, o dolo eventual e o motivo fútil não são incompatíveis.
• Por fim, predomina o entendimento de que ou existe motivo torpe, ou existe motivo fútil
(os dois não podem coexistir).
5.1.3. Com Emprego de Veneno, Fogo, Explosivo, Asfixia, Tortura ou outro Meio
Insidioso ou Cruel, ou de que possa resultar Perigo Comum
O terceiro inciso trata dois meios insidiosos, cruéis e que causam perigo comum. Vejamos:
• Meio Insidioso: Meio do qual a vítima não toma conhecimento. É um meio desleal.
• Meio Cruel: Meio que causa sofrimento excessivo;
• Perigo comum: Abrange um número incerto de pessoas.
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Importante: O meio insidioso, para ser considerado como tal, deve ser utilizado sem o co-
nhecimento da vítima. Logo, se o indivíduo obrigar a vítima a beber o veneno e a vítima tiver
consciência do que está ingerindo, não há falar em meio insidioso.
Por causar intenso sofrimento na maioria dos casos, o veneno ingerido nessa situação (com a
ciência da vítima) poderá ser considerado meio cruel, permitindo novamente a aplicabilidade
do inciso.
Ainda sobre o meio cruel, segundo Rogério Greco, a doutrina e a jurisprudência majoritárias
entendem que não basta a utilização de meio cruel: o agente deve buscar infligir o sofrimento
desnecessário.
Outra observação importante é sobre os meios que podem causar perigo comum. Nesses
casos, é necessário que o meio atinja a vítima pretendida e crie uma situação de perigo a um
número indeterminado de outros indivíduos.
Como lecionam Alexandre Salim e Marcelo Azevedo, é interessante notar a diferença entre
meio insidioso (inciso III) e modo insidioso (inciso IV).
Aqui estamos tratando de modos insidiosos de praticar o homicídio. Nesse sentido, vamos
analisar cada caso:
• Traição: Agressão perpetrada que viola uma relação de confiança entre autor e vítima.
Um exemplo clássico é o marido que mata a esposa durante o sono.
• Surpresa: A surpresa configura uma agressão inesperada, da mesma forma que a trai-
ção. Entretanto, no caso da surpresa, não existe uma relação de confiança entre as par-
tes. Um exemplo seria o autor que mata o indivíduo durante o sono, invadindo sua casa.
• Mediante Dissimulação: Neste caso, temos a utilização de modos que ocultam a inten-
ção homicida do agente. Exemplos seriam a utilização de disfarce, ou a demonstração
de amizade ou consideração inexistentes para que a vítima não mostre resistência;
• Emboscada: Na emboscada, a defesa se torna mais difícil pois o agente irá esperar es-
condido para perpetrar o delito;
• Ou outro recurso: Como verificamos nos outros incisos, aqui também existe a possibi-
lidade de interpretação analógica para alcançar outras hipóteses não previstas em lei
mas que também possam vir a dificultar a defesa da vítima.
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No último inciso, temos a chamada conexão. Assim, o agente tem em mente uma segunda
conduta criminosa, e pratica o homicídio para assegurar sua execução, ocultação, impunidade
ou vantagem.
Este é o inciso mais simples de todos os que já foram estudados. Você só precisa conhe-
cer as seguintes observações:
Imagine que um autor tenha como objetivo matar uma autoridade de alto escalão, e que
para chegar até ela, tenha que matar o segurança das instalações. No entanto, ao chegar aos
aposentos do verdadeiro alvo, descobre que este já está morto, pois sofreu um ataque cardía-
co momentos antes.
Nessa situação, você só precisa saber que haverá a incidência do homicídio qualificado
normalmente.
É uma hipótese bizarra, mas que pode ser cobrada na prova, então precisamos tratar dela
também. Nesse caso, não haverá a incidência da qualificadora, pois como estudamos na parte
geral, não é permitida a analogia em prejuízo do réu quando tratamos de direito penal!
Se for praticado o homicídio para assegurar a prática de um segundo crime, que por qual-
quer motivo, não venha a ser praticado.
Do mesmo modo como ocorre com o crime impossível, a qualificadora será aplicada, mes-
mo que o agente desista ou por qualquer outro motivo seja impedido de praticar a segunda
conduta criminosa.
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5.1.6. Feminicídio
Feminicídio
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino;
Outra hipótese de homicídio qualificado, o Feminicídio foi adicionado pela lei n. 13.104/2015,
com o objetivo de fortalecer a repressão da violência de gênero.
Caro aluno, o primeiro detalhe que você precisa ter em mente é que o Feminicídio não é
simplesmente o homicídio praticado contra a mulher. Para ser considerado Feminicídio, o ho-
micídio deverá ser praticado contra mulher EM RAZÃO de sua condição de mulher.
Inclusive, a lei explica quais são as hipóteses em que o homicídio poderá ser considerado
dessa forma. Vejamos:
Art. 121, § 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
I – Violência doméstica e familiar;
II – Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Portanto, se uma mulher é vítima de um homicídio, mas fora do contexto do parágrafo aci-
ma, não será vítima de Feminicídio e sim de um homicídio comum.
Para entender melhor a previsão do inciso I, é preciso fazer uma remissão ao art. 5º da Lei
Maria da Penha, cuja norma oferece o conceito de violência doméstica e familiar:
LMP, Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qual-
quer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial:
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pes-
soas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofen-
dida, independentemente de coabitação.
Usualmente, para fins de prova, nos basta conhecer as hipóteses legais, pois o examinador
elabora as situações hipotéticas e assertivas a partir da previsão legal, e pronto. Nesse caso,
no entanto, há algumas questões jurisprudenciais importantes para você tomar nota:
a) Para a doutrina, a unidade doméstica prevista no inciso I abrange a empregada domés-
tica, haja vista a natureza do convívio que ocorre no núcleo familiar.
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b) Os laços familiares (âmbito da família) podem ser naturais, por afinidade e por vonta-
de expressa.
c) No âmbito das relações intimas de afeto é preciso observar que a coabitação é desne-
cessária (previsão legal que é reforçada pela Súmula 600 do STJ).
• Orientação Sexual
Outro ponto de destaque extraído da Lei Maria da Penha e aplicável ao tema em estudo
está no parágrafo único do art. 5º, o qual possui relevante impacto na análise de situações
hipotéticas de prova:
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Assim sendo, há previsão legal expressa que permite o reconhecimento do feminicídio pra-
ticado contra a mulher homossexual, vitimada por conduta de sua parceira.
• Natureza da qualificadora
Assim sendo, para o STJ, prevalece hoje o posicionamento de que a natureza da qualificadora
do feminicídio é objetiva, ao contrário do entendimento doutrinário a respeito.
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em de-
corrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em
razão dessa condição;
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Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica;
Art. 144. Segurança pública:
I – Polícia federal;
II – Polícia Rodoviária Federal;
III – Polícia Ferroviária Federal;
IV – Polícias civis;
V – Polícias militares e Corpos de bombeiros militares.
VI – Polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104,
de 2019)
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, ser-
viços e instalações, conforme dispuser a lei.
10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pesso-
as e do seu patrimônio nas vias públicas.
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EXEMPLO
Primeiro caso: Policial de folga se envolve em briga de bar, e acaba sendo morto em razão de
um desentendimento causado por uma partida de futebol: Não incidirá a qualificadora.
Segundo caso: Policial de folga é assassinado como retaliação por uma investigação do qual
este participou. Incidirá a qualificadora.
Isso vale para o homicídio praticado contra os familiares dos agentes de segurança pública
(cônjuge, companheiro ou parente até terceiro grau). Só incidirá a qualificadora caso o homicí-
dio do familiar tenha sido perpetrado em razão da condição funcional do agente.
Lembrete:
A lesão corporal gravíssima ou seguida de morte praticada contra estes indivíduos, nesse
mesmo contexto fático (em razão da função) também é crime hediondo! Veremos esse ponto
mais à frente.
• Homicídio funcional & outros integrantes do art. 144
Existem outras categorias de profissionais que estão listadas nos parágrafos do art. 144,
tais como as guardas municipais (parágrafo 8º) e os agentes de trânsito (parágrafo 10º). Na-
turalmente, surge a questão:
E a resposta é afirmativa!
A lei n. 13.142/2015, que fez a alteração no art. 121 do CP e incluiu o chamado homicídio fun-
cional fala apenas no art. 144 da CF/1988, de forma irrestrita.
Por esse motivo a qualificadora em estudo se estende também aos demais agentes de segu-
rança sobre os quais dispõem os artigos 8º e 10º.
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Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
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A Lei n. 13.964/2019 havia, em seu texto original, adicionado mais um inciso ao rol de
qualificadoras do homicídio, tornando qualificada a conduta daquele que mata alguém com
emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido.
Inicialmente, o Presidente da República vetou o referido inciso, mantendo apenas os sete
incisos que estudamos até agora como parte do Código Penal. No entanto, esse veto acabou
sendo derrubado pelo Congresso Nacional.
Assim sendo, cuidado! O rol de qualificadoras atualmente conta com o inciso VIII, a saber:
Homicídio Qualificado [...]
VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019) (Vigência)
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
Portanto, atualmente, o homicídio praticado com emprego de arma de fogo de uso restrito
ou proibido é considerado qualificado, e, portanto, hediondo, nos termos da Lei n. 8.072/1990.
Recentemente sancionada, a Lei nº 14.344 de 2022, também conhecida como Lei Henry
Borel, faz alusão ao caso do menino Henry de apenas quatro anos espancado e morto no apar-
tamento em que morava com a mãe e o padrasto, no Rio de Janeiro.
Dessa forma, o presente instrumento legal teve por fim a criação de mecanismos para a
prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescen-
te por meio de medidas protetivas específicas. Nessa seara, passou a tornar hediondo o crime
de homicídio contra menor de 14 anos. Tome nota!
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Embora a questão seja um pouco mais avançada, pois envolveu o conceito de natureza subje-
tiva e objetiva das qualificadoras, você consegue resolvê-la com tranquilidade apenas se lem-
brando da regra que acabamos de estudar: homicídio qualificado-privilegiado não é hediondo.
Certo.
A hipótese do inciso I-A é simples uma vez que estudamos detalhadamente o chamado ho-
micídio funcional. Aplicam-se as mesmas disposições de tal modalidade do delito, no entanto,
aos casos de lesão corporal gravíssima e de lesão corporal seguida de morte.
Muito cuidado: Note que não é qualquer lesão corporal dolosa de natureza gravíssima
ou seguida de morte que ensejará a hediondez, mas tão somente aquela praticada contra as
referidas autoridades e seus familiares, em razão da função ou em decorrência dela.
5.3. Roubo
II – roubo: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de
arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
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Primeiramente, note que tanto o roubo circunstanciado pela restrição da liberdade da víti-
ma quanto o roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo ou pelo emprego de arma
de fogo de uso proibido ou restrito integram o rol de crimes hediondos.
Ademais, note que o latrocínio continua eivado de hediondez (roubo qualificado pela mor-
te), havendo também menção ao roubo qualificado pela lesão corporal grave.
Segundo a doutrina, a expressão lesão corporal grave foi utilizada em sentido amplo,
abrangendo também as hipóteses de lesão gravíssima.
5.4. Extorsão
III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou
morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); (Inciso
incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
Caro(a) aluno(a): Eis um momento para redobrar a atenção em seu estudo. As formas de
extorsão previstas nos artigos 158 e 159 sofreram severo impacto com a edição do pacote
anticrimes.
Para facilitar a compreensão, faremos um esquema comparando todas as hipóteses pos-
síveis previstas nos artigos 158 e 159 do CP:
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Forma simples de
extorsão
Extorsão qualificada
pela morte da vítima.
EDIÇÃO DA LEI N.
13.964/2019.
Extorsão qualificada
É o famoso "sequestro
pela restrição de
relâmpago".
liberdade da vítima
Extorsão qualificada
Extorsão mediante pela restrição de
sequestro. liberdade da vítima com
ocorrência de morte.
Art. 159
Trata-se do sequestro
É hediondo em todas as
"tradicional", com
suas hipóteses e
pedido de resgate para
modalidades.
liberação da vítima.
5.5. Furto
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum
(art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
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• Não é o furto de explosivos – mas o furto com o emprego de explosivos – que configura
crime hediondo.
• Em que pese existir previsão de modalidade de roubo (art. 157) com emprego de explo-
sivos no Código Penal, tal modalidade da conduta não integra o rol de crimes hedion-
dos, por ausência de previsão legal.
Outro ponto que merece destaque, o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de
uso proibido recebeu significativa mudança tanto no Código Penal quanto na lei de crimes
hediondos.
Anteriormente, as armas de fogo de uso restrito ou proibido recebiam tratamento idêntico.
Atualmente, isso não acontece. Veja que, no Estatuto do Desarmamento, o porte ilegal de arma
de fogo de uso proibido recebeu parágrafo distinto da arma de fogo de uso restrito:
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
[...]
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proi-
bido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos
Verifica-se, portanto, que apenas o porte previsto no §2º (de arma de fogo de uso proibido)
estaria eivado de hediondez.
Cabe ressaltar que a interpretação acima é doutrinária, e está aberta para debate e análise
em sentido contrário (dificilmente seria objeto de prova). No entanto, a jurisprudência já tem
começado a se posicionar nesse sentido.
Por exemplo, as condutas equiparadas do art. 16 (equiparadas ao porte de arma de fogo
de uso restrito) já possuem julgado do STJ no sentido do afastamento da hediondez, em que
pese sobre fato ocorrido antes da vigência da Lei n. 13.964/2019. Vejamos um trecho do refe-
rido julgado:
“No mais, importante ainda esclarecer que a Lei n. 13.964/2019 alterou a redação da Lei de Crimes
Hediondos. Antes da vigência de tal norma, o dispositivo legal considerava equiparado à hedion-
do o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei n.
10.826/2003. Atualmente, considera-se equiparado à hediondo o crime de posse ou porte ilegal de
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arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n. 10.826/2003. Embora o crime ora em aná-
lise tenha sido praticado antes da vigência da Lei n. 13.964/2019, deve-se destacar que a alteração
na redação da Lei de Crimes Hediondos apenas reforça o entendimento ora afirmado, no sentido da
natureza não hedionda do porte ou posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca
ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado. Por oportuno, ressalta-se
que no Relatório apresentado pelo Grupo de Trabalho, coordenado pela Deputada Federal Margarete
Coelho, destinado a analisar e debater as mudanças promovidas na Legislação Penal e Processual
Penal pelos Projetos de Lei n. 10.372, de 2018, n. 10.373, de 2018, e n. 882, de 2019 (GTPENAL),
foi afirmada a especial gravidade da conduta de posse ou porte de arma de fogo de uso restrito ou
proibido, de modo que se deve “coibir mais severamente os criminosos que adquirem ou “alugam”
armamento pesado [...], ampliando consideravelmente o mercado do tráfico de armas”. Outrossim,
ao alterar a redação do art. 16 da Lei n. 10.826/2003, com a imposição de penas diferenciadas para
o posse ou porte de arma de fogo de uso restrito e de uso proibido, a Lei n. 13.964/2019 atribuiu
reprovação criminal diversa a depender da classificação do armamento como de uso permitido, res-
trito ou proibido. Vale ainda referir que esta Corte Superior, até o momento, afirmava que os Legis-
ladores atribuíram reprovação criminal equivalente às condutas descritas no caput do art. 16 da Lei
n. 10.826/2003 e ao porte ou posse de arma de fogo de uso permitido com numeração suprimida,
equiparando a gravidade da ação e do resultado. Todavia, diante dos fundamentos ora apresenta-
dos, tal entendimento deve ser superado (overruling).”3
3
stj-hc-arma-nueracao-raspada1.pdf (conjur.com.br).
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Lei de Drogas, Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor
à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar
a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem
em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
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desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas;
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guar-
da ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
IV – vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação
de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente
policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexis-
tente.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título,
possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qual-
quer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autori-
zação ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois
mil) dias-multa.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e
34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000
(quatro mil) dias-multa.
7. Progressão de Regime
A progressão de regime quando o autor comete um crime hediondo é um ponto importan-
tíssimo pois foi modificado de forma severa pela Lei n. 13.964/2019.
Os alunos veteranos com certeza já ouviram falar da regra aplicada anteriormente (prevista
especificamente na Lei n. 8.072/1990 e revogada pela Lei n. 13.964/2019:
Se o autor é primário: A progressão de regime se dava após o cumprimento de 2/5 da pena.
Se o autor é reincidente: A progressão ocorria após o cumprimento de 3/5 da pena.
Em primeiro lugar, lembre-se: o §2º foi REVOGADO. A progressão de regime agora é regula-
da pela LEP (Lei de Execuções Penais), nos termos abaixo:
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem
violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
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II – 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à
pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido
com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência
à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo
ou equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VI – 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário,
vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada
para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)
VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo
ou equiparado; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VIII – 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equipa-
rado com resultado morte, vedado o livramento condicional. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Note que as previsões da LEP atingem muito mais do que os crimes hediondos. Entretanto,
vamos aqui esquematizar apenas aquelas previsões voltadas para o tema da aula de hoje:
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Progressão:
Crimes
hediondos
8. Prisão Temporária
Os prazos de prisão temporária nos casos de crimes hediondos também não seguem o
padrão da lei de prisão temporária (5+5).
O prazo de prisão temporária no caso de delito hediondo é de 30 dias, prorrogável por mais 30
dias, em caso de extrema e comprovada necessidade.
9. Livramento Condicional
Por fim, cabe observar que embora inicialmente a Lei n. 8.072/1990 tenha previsto a im-
possibilidade de concessão de livramento condicional no caso de crimes hediondos, a lei n.
11.464/2007 mudou a redação do diploma legal em estudo, tornando possível a concessão de
livramento condicional no caso de delitos hediondos.
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Livramento Condicional
Livramento condicional Crimes Hediondos
Regra geral (demais crimes) requer cumprimento de 2/3 da
1/3 (primário) ou 1/2 da pena pena
(reincidente em crime doloso Não pode ser reincidente
específico.
Tenha sempre em mente, portanto, que a concessão de perdão, graça, indulto, a progres-
são de regime e o livramento condicional são direitos que sofrem limitações face a prática de
crimes hediondos.
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JURISPRUDÊNCIA
“É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/1990, do
regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da condenação, ater-se aos parâme-
tros previstos no artigo 33 do Código Penal.”
STF. Plenário. ARE 1052700 RG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 02/11/2017.Fonte:
Dizer o direito.
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RESUMO
Lei n. 8.072/1990
A Lei n. 8.072/1990 define quais são os delitos considerados hediondos em nosso ordena-
mento jurídico.
Hediondos pois são considerados repugnantes pelo legislador.
Rol de crimes hediondos (Leitura essencial)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que co-
metido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX);
(Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022)
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de mor-
te (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente con-
sanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
II – roubo: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de
arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte
(art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); (Inciso
incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Redação dada pela Lei n. 12.015,
de 2009)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
VII – A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VII – B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos
ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de
julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adoles-
cente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei n. 12.978, de 2014)
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum
(art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: (Redação dada pela
Lei n. 13.964, de 2019)
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I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n.
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de de-
zembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da
Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equipa-
rado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
*Tanto o delito tentado quanto o consumado será considerado hediondo, por expressa
previsão legal.
Condutas EQUIPARADAS
Tortura
Tráfico
Terrorismo.
Os crimes hediondos e equiparados, portanto, não admitem anistia, graça, indulto e fiança.
Apesar dessa previsão legal, o STF entende que é cabível a liberdade provisória sem fiança,
no caso de crimes hediondos e equiparados.
Homicídio Privilegiado-Qualificado
Para a maioria da doutrina e da jurisprudência, o homicídio privilegiado-qualificado, em
regra, não é crime hediondo.
Tráfico de Drogas & Hediondez
Segundo o STF, apenas os artigos 33 e 36 da lei n. 11.343/2006 são considerados equipa-
rados a crimes hediondos.
Progressão de Regime
Novas regras após o pacote anticrime.
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Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
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Progressão:
Crimes
hediondos
Prisão temporária
O prazo de prisão temporária no caso de delito hediondo é de 30 dias, prorrogável por mais
30 dias, em caso de extrema e comprovada necessidade.
Crimes hediondos e regime inicial obrigatoriamente fechado
É inconstitucional a fixação de regime inicial fechado com base unicamente na hediondez
do delito.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/CEBRASPE/2022/DPE-RS/DEFENSOR PÚBLICO) O reconhecimento da causa
especial de diminuição de pena, quando coexistir com o homicídio qualificado, afastará o ca-
ráter hediondo do delito.
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d) o sequestro.
e) a extorsão simples.
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GABARITO
1. C
2. d
3. c
4. E
5. a
6. E
7. b
8. a
9. E
10. E
11. C
12. c
13. e
14. E
15. b
16. d
17. a
18. c
19. c
20. C
21. C
22. E
23. E
24. E
25. C
26. b
27. b
28. d
29. b
30. e
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/CEBRASPE/2022/DPE-RS/DEFENSOR PÚBLICO) O reconhecimento da causa
especial de diminuição de pena, quando coexistir com o homicídio qualificado, afastará o ca-
ráter hediondo do delito.
Será hediondo o crime de furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo
que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A).
Atenção em relação ao roubo. Será hediondo quando for:
• circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo empre-
go de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
Letra d.
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De acordo com o STF, é inconstitucional a fixação de regime inicial fechado com base unica-
mente na hediondez do delito.
Errado.
Lembre-se de que o critério é LEGAL (só é hediondo aquilo que a lei diz, expressamente). Dessa
forma, está correta apenas a assertiva A, a qual apresenta apenas hipóteses que constam do
rol da Lei n. 8.072/1990.
Letra a.
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Muito cuidado. Embora graves, os pressupostos para decretação de prisão cautelar (tempo-
rária ou preventiva) estão previstos em outras leis. Não existe decretação de prisão cautelar
de forma automática em razão da gravidade do crime praticado. Os pressupostos legais (da
prisão preventiva ou da prisão temporária) devem estar presentes.
Errado.
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Em que pese existir previsão de modalidade de roubo (art. 157) com emprego de explosivos no
Código Penal, tal modalidade da conduta não integra o rol de crimes hediondos, por ausência
de previsão legal.
Letra a.
De acordo com a CF, são imprescritíveis apenas os crimes de racismo e o de ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático:
CF, art. 5º, XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
CF, art. 5º, XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Nos termos da Lei de Crimes Hediondos:
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e
o terrorismo são insuscetíveis de:
I – anistia, graça e indulto;
II – fiança.
Errado.
Muito cuidado, não é o furto de explosivos – mas o furto com o emprego de explosivos – que
configura crime hediondo.
Errado.
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Essa você já sabe! Via de regra, o homicídio, na forma simples, não é considerado crime he-
diondo, exceto se praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido
por um só agente.
Certo.
Tendo por base o critério legal, é crime hediondo apenas a epidemia com resultado morte (art.
267, § 1º).
Letra e.
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Oras, o delito de extorsão mediante sequestro em sua forma qualificada integral o rol de crimes
hediondos da Lei n. 8.072/1990, de modo que não há a possibilidade de concessão de anistia,
graça e indulto ao autor.
Letra d.
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d) a pena por tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será cumprida integralmente em
regime fechado, vedada a progressão.
e) em caso de sentença condenatória pela prática de crime de tortura, o juiz não poderá, em
qualquer hipótese, permitir que o réu apele em liberdade.
Outra questão fácil, em que basta decorar o rol de crimes hediondos. Da lista acima, integral o
rol da Lei n. 8.072/1990 apenas os delitos de extorsão mediante sequestro e de epidemia com
resultado morte.
Letra c.
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Com certeza! Conforme estudamos, a lesão corporal dolosa de natureza gravíssima praticada
contra integrante do art. 144 da CF/1988 em razão da condição foi objeto de recente alteração
legislativa, e passou a integrar o rol de delitos hediondos.
Certo.
Isso mesmo. O STF considerou tal previsão inconstitucional, por violar a individualização da
pena ao caso de cada agente delitivo.
Certo.
Nessa o examinador foi longe. Em primeiro lugar, homicídio simples não é crime hediondo.
Além disso, a previsão de regime inicial fechado contida na Lei n. 8.072/1990 foi declarada
inconstitucional pelo STF.
Errado.
Pegadinha antiga, que nunca deixa de cair em prova. Terrorismo é crime equiparado a hedion-
do, mas não é crime hediondo propriamente dito. Assertiva incorreta.
Errado.
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Certinho. Os crimes hediondos não são passíveis de concessão de anistia, graça ou indulto –
exatamente como estudamos.
Certo.
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Outra questão relativamente tranquila – basta se lembrar do rol de crimes hediondos. Segun-
do a Lei n. 8.072/1990, integram essa lista o estupro, o latrocínio, o homicídio qualificado e o
estupro de vulnerável.
Letra b.
Fique de olho: O examinado quer saber do que os crimes hediondos são suscetíveis, ou seja,
qual a medida legal que é aplicável aos crimes hediondos. Dentre a lista apresentada, a única
medida permitida é a concessão de liberdade provisória sem fiança, muito embora o delito seja
inafiançável.
Letra d.
De novo essa história de corrupção ativa integrar o rol de crimes hediondos. Já sabemos que
isso não acontece.
Letra b.
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Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
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Mais uma questão sobre a nova caracterização incluída na lei de crimes hediondos, segundo
a qual a lesão corporal seguida de morte, quando praticada contra integrantes da Força Nacio-
nal de Segurança Pública, em razão dessa condição, bem como contra seu cônjuge, configura
crime hediondo.
Letra e.
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Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).
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