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SUMÁRIO
LEI 10.741/2003 (ESTATUTO DO IDOSO) ........................................................................................................... 2
DISPOSIÇÕES PENAIS ................................................................................................................................. 4
DOS CRIMES EM ESPÉCIE ........................................................................................................................... 6
QUESTÕES EXTRAS .......................................................................................................................................... 14
GABARITO .................................................................................................................................................... 15

MUDE SUA VIDA!


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LEI 10.741/2003 (ESTATUTO DO IDOSO)


Esse é o tema mais recorrente nos concursos voltados à Carreira Policial, já que será a
atividade cotidiana dos órgãos de segurança pública. As questões geralmente trazem texto de
lei seca, havendo escassa discussão em termos de aplicação. Todavia, as jurisprudências,
doutrinas correlatas, bem como as diferenças entre os demais crimes do Código Penal serão
tratadas ao longo do material. Portanto, pode ficar tranquilo!
Apesar de não ser tema específico da aula, é importante destacar que o Estatuto do Idoso
trouxe avanço significativo à política criminal do país, isso porque criou tipos penais
autônomos, majorantes e agravantes no próprio Código Penal e leis específicas, com a
finalidade de coibir severamente as condutas criminosas voltadas contra os idosos. Veja a
seguir:

ALTERAÇÕES IMPORTANTES INTRODUZIDAS PELO ESTATUTO DO IDOSO


 Agravante do art. 61 - Código Penal
 Aumentou a pena em 1/3 nos casos de HOMICÍDIO DOLOSO (art. 121,
§ 4º)
 Aumentou a pena em 1/3 nos casos de ABANDONO DE INCAPAZ (art.
133, § 3º, III)
 Qualificou o crime de INJÚRIA (art. 140, § 3º)
 Aumentou a pena em 1/3 nos crimes de CALÚNIA e DIFAMAÇÃO
 Qualificou o crime de EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
 Inaplicabilidade das escusas dispostas nos arts. 181 e 182.
 Além de outras alterações dispostas nas leis penais especiais, a
exemplo da Lei Antitortura

Os crimes que a pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 anos aplicar-se-á o
rito processual estabelecido na Lei no 9.099/1995, e, subsidiariamente, no que couber, as
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
Por outro lado, a Lei dos Juizados Especiais Criminais foi criada para tratar sobre as
infrações penais de menor potencial ofensivo, que são aquelas a que a lei comina pena
privativa de liberdade NÃO SUPERIOR A 2 ANOS. Essa normativa tem como objetivo desafogar
o judiciário, tratando dos crimes de menor gravidade, aplicando aos autores medidas
despenalizadoras, como a transação penal, composição civil dos danos e o sursis processual.
LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a
lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou
não com multa.

ESTATUTO DO IDOSO
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa
de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o
procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995,
e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e
do Código de Processo Penal.

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Haver-se-ia incoerência jurídica em relação à aplicação do JECRIM nos casos que


ultrapassam a pena máxima superior a 2 anos se também fossem aplicados integralmente os
benefícios da Lei 9099/95 aos infratores criminais do Estatuto do Idoso, o que faria perder todo
o sentido de proteção.
Mas muita calma, que você vai entender esse embate, pois o STF, em sede de Ação Direta
de Inconstitucionalidade, consolidou que a lei deve ser interpretada em favor do seu
destinatário, sendo o próprio idoso, e não daqueles que violam a Lei. Diante disso, os criminosos
não serão beneficiados através das medidas despenalizadoras de direito material, como sursis
processual, transação penal, composição civil de danos ou conversão da pena. Havendo
aplicação tão somente do procedimento sumaríssimo para tornar mais célere e benéfico aos
idosos que estão no polo passivo dessa demanda.
EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, O PLENÁRIO
DECIDIU QUE OS BENEFÍCIOS DESPENALIZADORES PREVISTOS NA LEI DOS
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS E TAMBÉM NO CÓDIGO PENAL NÃO
PODEM BENEFICIAR OS AUTORES DE CRIMES CUJAS VÍTIMAS SÃO PESSOAS
IDOSAS, APLICANDO-SE SOMENTE O RITO SUMARÍSSIMO DA LEI
9099/1995.
(ADIN 3.096-5 STF)

INFRAÇÃO PENAL
DE MENOR
POTENCIAL APLICAÇÃO
OFENSIVO
INTEGRAL
PENA MÁXIMA
APLICAÇÃO DA ATÉ 2 ANOS
LEI 9099/1995
(JECRIM)
CRIMES NO
ESTATUTO DO
IDOSO
RITO
PENA MÁXIMA ATÉ SUMARÍSSIMO
4 ANOS

Portanto, a adequação processual do JECRIM aos crimes previstos no Estatuto do Idoso


diz respeito tão somente aos atos processuais, ainda que a pena máxima seja superior a dois
anos e não ultrapasse quatro anos, buscando efetivar a celeridade do processo e não as
despenalizações. Reitera-se que tais infrações cuja pena máxima esteja entre 2 a 4 anos não são
consideradas de menor potencial ofensivo.
(CESPE – 2018) Considerando o disposto no Estatuto do Idoso acerca de
crimes, julgue o item a seguir.
Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso, mesmo que sujeitos a penas
privativas de liberdade superiores a dois anos e inferiores a quatro anos, aplicam-se
os institutos despenalizadores previstos na Lei n.º 9.099/1995 (juizados especiais
criminais).

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GABARITO: ERRADO.
COMENTÁRIO: Tipo de questão mais recorrente em prova. Vai querer testar
seu conhecimento misturando entendimento entre leis específicas. A questão peca
ao afirmar que os crimes com pena máxima entre 2 e 4 anos, previstos no Estatuto
do Idoso, aplicam as medidas despenalizadoras. Não é isso! Se assim fosse, a
essência protetiva da Lei não seria efetiva!
Lembre-se da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.096-STF, que deu
interpretação ao Estatuto do Idoso conforme a Constituição Federal de 1988,
consolidando a proteção ao idoso, pois entendeu que a aplicação da Lei dos Juizados
Especiais Criminais beneficiaria tão somente o grupo objeto da lei, o idoso.
Portanto, aos crimes descritos na Lei n.º 10.741/2003 para os quais a pena
máxima privativa de liberdade não ultrapasse quatro anos, aplica-se apenas o
procedimento sumaríssimo previsto na Lei n.º 9.099/1995, mas não suas medidas
despenalizadoras, como, por exemplo, a transação penal. Além disso, na mesma
decisão foi consolidado que as disposições do Código Penal que beneficiar o autor do
crime também não lhe serão concedidas.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não
ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do
Código de Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF).
Aos crimes cuja pena máxima ultrapasse 4 anos, ser-lhe-á aplicada as
disposições do Código de Processo Penal.

DISPOSIÇÕES PENAIS
Caro aluno, tomo a iniciativa para conversarmos sobre esse tema. Alguns tipos penais não
carecem de discussões, mas outros casos será necessário diferenciá-los dos crimes tipificados
no Código Penal. Fique tranquilo! Você está cada vez mais perto da sua aprovação. Continue!
Todos os delitos tipificados no Estatuto do Idoso são de Ação Penal Pública
Incondicionada, não havendo necessidade de representação da vítima. É importante destacar a
natureza da ação nesses crimes, pois a maioria deles acontecem no seio familiar, o que acabaria
por inviabilizar a aplicabilidade da lei se fosse necessária a vontade da vítima para prosseguir
na ação.
OS CRIMES PREVISTOS NA LEI 10.741/2003 (ESTATUTO DO IDOSO)
SÃO TODOS DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA!

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública
incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código
Penal.
Ademais, há de se discutir também a não aplicação das escusas elencadas no Título Dos
Crimes Contra o Patrimônio, arts. 181 e 182 do Código Penal. O ordenamento jurídico não aceita
ISENTAR A PENA nem tampouco condicionar à representação ou qualquer requisito de
procedibilidade da ação penal nos crimes definidos no Estatuto do Idoso.

NÃO SE APLICA AOS CRIMES PREVISTOS NO ESTATUTO DO IDOSO AS


ESCUSAS DEFINIDAS NOS ART. 181 E 182 DO CÓDIGO PENAL:
- ISENÇÃO DE PENA
- AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO

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Veja o texto na íntegra:


Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes
previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou
ilegítimo, seja civil ou natural.

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o


crime previsto neste título é cometido em prejuízo:

I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;


II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Tudo ficará mais claro agora!
Exemplo 1: Imagine que Leone, penalmente imputável, subtraia, da
sua mãe de 40 anos de idade, um celular cujo valor seja 2 mil reais.
Nesse caso, Leone poderá beneficiar-se da escusa penal absolutória
em razão do parentesco com a vítima e por ela ter idade inferior a 60
anos.

Exemplo 2: Em outro contexto, se Leone furtar a sua vó de setenta e


oito anos, a ele não será dado o benefício da escusa penal do art. 181.

(CESPE – 2014) Com relação aos crimes contra o idoso e à violência familiar
e doméstica contra a mulher, julgue o item.
Caso um filho, maior de dezoito anos de idade, pratique atos humilhantes
contra seu pai — com sessenta anos de idade — e, por esse motivo, seja processado
e condenado por crime previsto no Estatuto do Idoso, haverá isenção da pena
prevista no Código Penal em razão de o condenado ser descendente da vítima.
GABARITO: ERRADO.
COMENTÁRIO: Não há de se aplicar as escusas absolutórias nem tampouco as
relativas por expressa previsão legal. Apesar de ter uma relação parental entre pai e
filho, a circunstância pessoal do pai ser sexagenário (sessenta anos de idade) impede
os benefícios que, porventura, seu filho teria direito, pois o Estatuto do Idoso não foi
criado para beneficiar o réu, mas o objeto a ser protegido, a vítima idosa.
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada,
não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.

(CESPE – 2013) Julgue os itens subsecutivos, referentes ao Estatuto do Idoso


(Lei n. o 10.741/2003) e ao Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Lei
n. o 11.343/2006).
Quando uma pessoa dificulta o acesso de idoso a determinado meio de
transporte por motivo de sua idade, incide em crime previsto no Estatuto do Idoso.
Nessa situação, para que o Ministério Público proponha a ação penal correspondente,
haverá a necessidade da representação do ofendido.
GABARITO: ERRADO.
COMENTÁRIO: Futuro aprovado, batemos muito em cima da política criminal
voltada à proteção ao idoso. A maioria dos crimes previstos nesta lei é cometido no
seio familiar, por pessoas do seu convívio com quem coabita o idoso. Nesse contexto,

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não seria efetiva a proteção se a normativa permitisse a procedibilidade por meio da


representação da vítima, isso porque haveria certo constrangimento e,
consequentemente, inviabilizaria o processo criminal. Portanto, para que o Ministério
Público proponha a ação penal correspondente, NÃO HÁ NECESSIDADE DE
REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA, POIS TODOS OS CRIMES DO ESTATUTO DO
IDOSO É DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada,
não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.

DOS CRIMES EM ESPÉCIE


DISCRIMINAÇÃO À PESSOA IDOSA – ART. 96
ESTATUTO DO IDOSO
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu
acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de
contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao
exercício da cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar,
menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se
encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.

CÓDIGO PENAL
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a
raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou
portadora de deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa
Tutela a dignidade do idoso, a fim de manter sua autonomia no exercício de cidadania.
Pode ser cometido por qualquer pessoa, admitindo-se coautora ou participação na modalidade
comissiva. O crime é consumado no momento em que o autor impede ou dificulta o exercício
de cidadania do idoso, com o dolo específico de DISCRIMINAÇÃO por causa da idade.
Difere da injúria qualificada do Código Penal, porque este afeta a autoestima da vítima de
modo geral, atribuindo qualidade negativa à pessoa de forma direta por meio de insultos e
palavras de calão em razão de sua idade. Já o crime do art. 96 da Lei 10.471 afeta a honra com
finalidade específica, que é para IMPEDIR/DIFICULTAR o acesso a operações bancárias, aos
meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento
necessário ao exercício da cidadania.

• DISCRIMINAR PESSOA IDOSA


DISCRIMINAÇÃO AO IDOSO
• IMPEDINDO/DIFICULTANDO O
(Art. 96 - Estatuto do Idoso)
EXERCÍCIO DE CIDADANIA

• ATRIBUIR FATO NEGATIVO


INJÚRIA QUALIFICADA
• OFENDENDO O DECORO OU
(Art. 140, § 3º CP)
DIGNIDADE

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OMISSÃO DE SOCORRO AO IDOSO – ART. 97


ESTATUTO DO IDOSO
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-
lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar,
retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não
pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão


resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a
morte.

CÓDIGO PENAL
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou
não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão


resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a
morte
O crime tipificado no art. 97 tem como finalidade tutelar a saúde do idoso no mesmo
tempo em que cuida da própria vida. Pode ser cometido por qualquer pessoa e não admite
tentativa, visto que é um crime omissivo próprio que se consuma no momento da omissão do
autor. Mas tenha cuidado, essa conduta é caracterizada quando o sujeito ativo tinha
possibilidade de fazer sem risco pessoal. Por outro lado, tendo as mesmas características legais,
a Omissão de Socorro do Código Penal é caracterizada caso a vítima tenha idade inferior a 60
anos. Portanto, percebe-se que o núcleo diferencial é a idade do sujeito passivo.

OMISSÃO DE SOCORRO AO IDOSO OMISSÃO DE SOCORRO


(Art. 97 do Estatuto do Idoso) (Art. 135 do Código Penal)

Deixar de prestar assistência Deixar de prestar assistência

Idade igual ou superior a 60 anos Idade inferior a 60 anos

ABANDONAR IDOSO EM LOCAIS ESPECÍFICOS – ART. 98


ESTATUTO DO IDOSO
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de
longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades
básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.

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CÓDIGO PENAL
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda,
vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de
defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº
10.741, de 2003)
É importante destacar a diferença do crime de Abandono que está no Estatuto do Idoso e
do outro que está no art. 133, § 3º do Código Penal. Este traz uma circunstância que aumenta a
pena no crime de Abandono de Incapaz, já aquele é a elementar do art. 98. Ambos cuidam da
saúde da vítima e só podem ser cometidos por grupo determinado, sendo, portanto, crime
próprio. No estatuto do idoso, fica caracterizado o crime de abandono por aqueles que são
obrigados, por lei ou mandado, a cuidar do idoso ou prover suas necessidades básicas.
Por outro lado, o crime de Abandono de Incapaz só pode ser cometido por quem tem a
guarda, cuidado, vigilância ou autoridade sob a pessoa que seja incapaz de se defender dos
riscos oriundos do abandono. Destaque ao § 3º desse artigo, pois a Lei 10.741/03 introduziu
aumento de pena no caso de um idoso ser abandonado nas condições do CAPUT. Percebe-se
claramente que a lei quis diferenciar as duas figuras: art. 96 do Estatuto e 133, § 3º do CP.
E qual a diferença? No crime de Abandono da Lei 10.741/03, a vítima é abandonada em
locais específicos, como hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou
congêneres. Por outro lado, no delito de Abandono de Incapaz, a vítima é abandonada em
qualquer lugar distinto daquele tipificado no caput do art. 96.

ABANDONAR IDOSO
ABANDONO DE
EM LOCAIS
INCAPAZ
ESPECÍFICOS
(Aart.. 133, § 3º do Código Penal)
(Art. 98 DO ESTATUTO DO IDOSO)

ABANDONAR EM: ABANDONAR EM:

- Casas de saúde
- Entidades de longa - Qualquer lugar
permanência ou distinto do art. 98
Congêneres

MAUS-TRATOS AO IDOSO – ART. 99


ESTATUTO DO IDOSO
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do
idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou
privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado
a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:


Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

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§ 2o Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos

CÓDIGO PENAL
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino,
tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:


Pena - reclusão, de um a quatro anos.

§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Perceba que são dois tipos penais praticamente idênticos, diferenciando-se na figura da
vítima. Apesar de parecer um conflito aparente de normas, o caso do art. 99 é mais específico
do que o delito de maus-tratos tipificado no CP. Mais uma vez é possível observar a proteção da
saúde do idoso nesse estatuto, além de resguardar o direito ao trabalho sem qualquer tipo de
discriminação. Outra diferença importante é que o delito do CP é integralmente próprio, sendo
cometido somente por quem detém a guarda da vítima, já no caso do crime contra o idoso, não
há de se falar em crime integralmente próprio, pois qualquer pessoa pode ser autor dessa
infração.
A consumação ocorre no momento em que expõe a perigo, priva de alimentos ou sujeita
a trabalho excessivo, permitindo a tentativa desse crime somente na conduta comissiva. É
importante ressaltar que ambos os crimes podem ser qualificados se da conduta resulta lesão
corporal de natureza grave ou se resulta na morte da vítima.

DEIXAR DE CUMPRIR, RETARDAR OU FRUSTRAR EXECUÇÃO DE ORDEM JUDICIAL –


ART. 101
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a
execução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou
interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Trata-se de uma medida assecuratória no que diz respeito à garantia do direito de acesso
à justiça, pois o delito tutela o funcionamento da Administração da Justiça em relação ao idoso.
O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, até mesmo pelo destinatário ou responsável
por cumprir e executar a ordem judicial. Exige-se apenas o dolo de retardar, frustrar ou deixar
de cumprir execução de ordem judicial, mas não necessita de que seja em razão da idade,
bastando que tenha parte ou interveniente o idoso.

APROPRIAÇÃO OU DESVIO DE BENS, PROVENTOS OU PENSÃO – ART. 102


ESTATUTO DO IDOSO
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou
qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da
de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa

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CÓDIGO PENAL
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou
a detenção
Estamos diante de dos crimes contra o patrimônio, um tipificado em Lei Especial, outro,
no Código Penal. O bem jurídico tutelado é o patrimônio da vítima, podendo qualquer pessoa
cometer as infrações descritas. O crime do Estatuto do Idoso se consuma no momento em que
as condutas são praticadas, dando finalidade diversa. Se a vítima tiver idade inferior a 60 anos,
estar-se-á diante do crime de Apropriação Indébita ou, até mesmo, furto. Importa destacar que
não há possibilidade do arrependimento posterior quando a vítima é idosa, não
descaracterizando o crime se o infrator restituir a pessoa idosa pós fato.

CARACTERIZAÇÃO DO TIPO PENAL DO ART. 102 DO ESTATUTO DO


IDOSO.
INCORRE NO TIPO PENAL PREVISTO NO ART. 102 DA LEI 10.741/2003
(ESTATUTO DO IDOSO) - E NÃO NO TIPO PENAL DE FURTO (ART. 155 DO CP) - O
ESTAGIÁRIO DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA QUE SE UTILIZA DO CARTÃO
MAGNÉTICO E DA SENHA DE ACESSO À CONTA DE DEPÓSITOS DE PESSOA IDOSA
PARA REALIZAR TRANSFERÊNCIAS DE VALORES PARA SUA CONTA PESSOAL.
(STJ. 6a Turma. REsp 1.358.865-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 4/9/2014)

Já foi objeto de prova!!!


(CESPE – 2018) Um empregado de uma instituição financeira, aproveitando-
se do acesso aos dados bancários e à senha de acesso à conta de depósitos de uma
pessoa idosa, desviou vultosos valores da correntista, aplicando-lhes, em proveito
próprio, destinação diversa da sua finalidade. Assertiva: Nessa situação, o
empregado incorreu no tipo penal de furto mediante fraude previsto no Código Penal,
afastando-se a aplicação de tipo incriminador do Estatuto do Idoso, porquanto o
agente não detinha a prévia posse da res furtiva.
GABARITO: ERRADO.
COMENTÁRIO: É importante ter como regra a circunstância especial da
vítima, qual seja, ser idosa. Perceba que o autor é empregado de instituição
financeira, que tem acesso aos dados do idoso. Aproveitando-se disso, o empregado
fez destinação DIVERSA, o que caracterizaria o tipo de apropriação na MODALIDADE
DESVIO. O STJ, inclusive, já decidiu que incorrerá no crime previsto no art. 102 do
Estatuto do Idoso, e não no tipo penal de furto dado o caso descrito na questão. O
empregado de instituição financeira foi quem se utilizou do cartão magnético e da
senha de acesso à conta de depósitos de pessoa idosa para realizar transferências
de valores para sua conta pessoal. O tipo penal do 102 da Lei 10.741/2003 não
dispõe somente da apropriação em sentido estrito, mas também do desvio de
finalidade. Além disso, é importante observar os materiais que são objetos do crime.
Veja a seguinte redação: art. 102 Apropriar-se de ou desviar bens, proventos,
pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação
diversa da de sua finalidade. Na hipótese da questão, o criminoso desviou bens
da vítima. Fica evidente, portanto, que a transferência dos valores da conta bancária
da vítima para conta pessoal do autor desviou os bens de sua finalidade.

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(STJ - REsp 1.358.865-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em


4/9/2014)

NEGAR ACOLHIMENTO OU PERMANÊNCIA DO IDOSO – ART. 103


Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como
abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de
atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Pratica o crime aquele que for responsável pela instituição a quem o idoso peça o abrigo,
sendo, desse modo, crime próprio, que se consuma com a efetiva recusa de abrigo. O dolo é
genérico, tendo como objetivo violar a liberdade individual da vítima idosa.

RETENÇÃO DE CARTÃO MAGNÉTICO DA PESSOA IDOSA – ART. 104


Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a
benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro
documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento
de dívida.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa
Comete o crime em questão quem retém o cartão de conta bancária ou benefícios do
idoso, mas com finalidade específica, que é de assegurar recebimento ou ressarcimento.
Portanto, se não houver tal finalidade, não será caracterizado esse crime. Apesar de acontecer
geralmente no seio familiar, principalmente entre filhos e pais/mães, o sujeito ativo é qualquer
pessoa.

EXIBIÇÃO OU VEICULAÇÃO DE IMAGENS INJURIOSAS – ART.105


ESTATUTO DO IDOSO
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação,
informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do
idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro


§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça,
cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou
portadora de deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa
Assim como o crime do art. 96 dessa mesma lei e o de injúria, tipificado no Código Penal,
o delito de exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens
depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso tutela a dignidade desse indivíduo. Pode ser
cometido por qualquer pessoa, admitindo-se coautoria ou participação na modalidade
comissiva, se consumando no momento da exibição ou veiculação da informações injuriosas ou
depreciativas.
É diferente dos demais crimes elencados nesse tópico porque a conduta é de exibição,
enquanto nas demais é atribuir fato negativo ou impedir o acesso a circunstâncias específicas
em razão da idade.

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INDUÇÃO DE PESSOA IDOSA SEM DISCERNIMENTO – ART. 106


Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a
outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles
dispor livremente:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Tipo penal objetivo que se consuma no momento da indução à pessoa idosa sem
discernimento de seus atos a outorgar procuração com o fito de administrar os bens dessa
pessoa ou simplesmente fazer com que ela se disponha. Portanto, há circunstâncias específicas
para configuração do crime: pessoa idosa sem discernimento e a finalidade de administração
ou disposição dos bens.

COAGIR IDOSO – ART. 107


Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar
ou outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
A coação é caracterizada pelo constrangimento de forma compulsória a uma pessoa. No
caso em questão, a vítima deve ser pessoa idosa, sendo indiferente se tem ou não
discernimento. É importante perceber que o constrangimento deve ser utilizado para
finalidades específicas: doar, contratar, testar ou outorgar procuração. É crime comum,
podendo qualquer pessoa praticar, que se consuma no momento da coação, sendo o objetivo
mero exaurimento do crime, podendo constituir outra infração no caso concreto.
LAVRATURA DE ATO NOTARIAL QUE ENVOLVA PESSOA IDOSA – ART. 108
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem
discernimento de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Você precisa saber que o crime é próprio, já que só pode ser cometido por tabelião de
notas, oficial, escrevente ou responsável. E se consuma com a efetiva lavratura do ato, sendo
desnecessário que o idoso prove o prejuízo.
(CESPE – 2014) A Lei n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso) possui tipo penal
específico para punir tabelião que lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem
discernimento de seus atos e sem a devida representação legal.
GABARITO: CERTO.
COMENTÁRIO: Questão redondinha que você ganharia só em ler o texto de
lei, art. 108 da Lei 10.731/2003. Há um crime específico que tutela não só a proteção
ao idoso, mas também à Administração Pública, já que somente o tabelião de notas,
que por força do art. 327 do CP é equiparado a funcionário público, poderá ser sujeito
ativo desse delito, exigindo-se tão somente o dolo de lavrar ato notarial que envolva
pessoa idosa sem discernimento e sem a devida representação legal.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos,
sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Importa destacar que o crime será processado e julgado conforme
procedimentos estabelecidos nos Juizados Especiais Criminais, mas sem aplicação
das medidas despenalizadoras.

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IMPEDIR OU EMBARAÇAR ATO DO MINISTÉRIO PÚBLICO OU ÓRGÃO


FISCALIZADOR
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério
Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Tipo penal objetivo, que permite a garantia do livre funcionamento do Ministério Público
como fiscal da lei, sobretudo, do Estatuto do Idoso. O delito se consuma com o efetivo prejuízo
do ato do órgão fiscalizador, sendo admitida a tentativa quando o autor do crime não conseguir
impedir ou embaraçar tais atos.

OUTRAS CONDUTAS TIPIFICADAS COMO CRIME


Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1
(um) ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por
motivo de idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de
prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a
execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta
Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à
propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo
Ministério Público.
Tomei a liberdade de inserir esse artigo apenas no final do assunto para que ficasse mais
didático, pois os crimes tipificados nos incisos dessa Lei nada mais é do que desdobramento
daqueles que já foram aqui elencados.
 Obstar acesso a cargo público em razão da idade (semelhante ao art.
96, mas traz o fim específico, que é o cargo público)
 Negar emprego ou trabalho em razão da idade (semelhante ao art. 96,
mas com finalidade específica, que é o emprego ou trabalho)
 O inciso III dispõe de ordem judicial expedida na AÇÃO CIVIL, já o art.
101 é geral, apenas tipificando ordem judicial nas ações em que o idoso
seja parte.

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QUESTÕES EXTRAS
1. (CESPE – 2016) De acordo com a Lei n.º 10.741/2003, a retenção, sem justo motivo, de
cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios de pessoa idosa é considerada
a) Crime de ação penal pública incondicionada.
b) Infração administrativa.
c) Crime punível com reclusão, seja a conduta culposa, seja ela dolosa.
d) Fato atípico, pois constitui conduta que não pode ser considerada crime.
e) Contravenção penal.

2. (FUNCAB – 2016) A pessoa que se apropria de pensão de idoso, dando-lhe destinação


diversa daquela definida como sua finalidade:
a) Comete crime previsto na Lei nº 10.741, que respeitará o procedimento comum
ordinário, embora com a possibilidade de aplicação de transação penal.
b) omete crime previsto na Lei nº 10.741, que respeitará o procedimento comum ordinário,
sendo vedada a transação penal.
c) Comete crime previsto na Lei nº 10.741, que respeitará o procedimento previsto na Lei
n° 9.099, de 1995, inclusive quanto à transação penal.
d) Comete crime previsto no Código Penal, que respeitará o procedimento comum
ordinário.
e) Comete crime previsto na Lei nº 10.741, que respeitará o procedimento previsto na Lei
n° 9.099, de 1995, sendo vedada a transação penal

3. (CESPE – 2016) Acerca do Estatuto do idoso, Lei n° 10.741, de 2003, é correto afirmar
que:
a) Constitui crime discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a
operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer
outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade.
b) Constitui crime deixar de prestar assistência ao idoso, mesmo quando impossível fazê-
lo sem risco pessoal.
c) O Estatuto do idoso é destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade
igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos.
d) Admite-se possibilidade de cobrança de valores diferenciados em razão da idade, sem a
caracterização da discriminação do idoso.
e) A limitação expressa no edital concurso público para o provimento de cargo efetivo,
quanto ao limite de idade, afasta a incidência da prática do crime de obstar o acesso de
alguém a qualquer cargo público por motivo de idade.

4. (CESPE – 2018) Atuando como procurador de sua tia Bernardete — senhora


aposentada de sessenta e três anos de idade, que se encontrava em pleno gozo de suas
faculdades mentais —, Arquimedes, para satisfazer suas necessidades pessoais, passou
a se apropriar dos valores da aposentadoria da tia. Nessa situação, o ato praticado por
Arquimedes não caracteriza crime de apropriação indébita previdenciária, tipificado
pelo Código Penal, mas sim crime contra o idoso, tipificado pelo Estatuto do Idoso.

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GABARITO
1. A (pág. 4)
2. E (pág. 3)
3. A (pág. 6)
4. C (págs. 8 e 9)

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