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INFORMAÇÕES

A Legislação Bizurada tem por finalidade compilar em um único arquivo a lei seca, a
jurisprudência e as súmulas dos Tribunais (STF/STJ), bem como incluir tabelas e dicas
Finalidade
pontuais entre os artigos, parágrafos, incisos e alíneas, tornando a leitura da lei seca
completa e dinâmica.

• É dividido em duas partes/PDFs, estilo um compilado (confira a tabela abaixo com as


leis abrangidas em cada parte);
Sobre o material
• Não é dividido em metas diárias (leitura livre);

• VERDE: artigos, parágrafos, incisos e alíneas que consideramos mais


importantes;

• VERDE CLARO: súmulas STF/STJ;


Legenda de cores
• AZUL: jurisprudência STF/STJ;

• AMARELO: jurisprudência em teses do STJ.

Últimas atualizações • Informativos: Informativos 1059 STF e 740 STJ.


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LEIS ABRANGIDAS PELO PLANO


PARTE 💀
- Constituição Federal
- Lei 4.717/1965 - Ação Popular
- Lei 7.347/1985 - Ação Civil Pública
- Lei 9.507/1997 - HD
D. Constitucional - Lei 9.868/1990 - ADI/ADC
- Lei 9.882/1990 - ADPF
- Lei 11.417/2006 - Súmula Vinculante
- Lei 12.016/2009 - MS
- Lei 13.300/2016 - MI
D. Penal - Código Penal
D. Processual Penal - Código de Processo Penal
PARTE 💀💀
D. Tributário - CTN
- LINDB
D. Civil
- CC (arts. 1º-232; 927-954; 1.196-1.276)
D. Empresarial - Empresarial no CC (arts. 887-926; 966-1.195)
- Lei 8.112/1990 - Regime Jurídico dos Servidores Civis da União
- Lei 8.429/1992 - Improbidade Administrativa
- Lei 8.987/1995 - Serviços Públicos
- Lei 9.637-98 - OS
- Lei 9.784/1999 - Processo Administrativo
D. Administrativo
- Lei 9.790-99 - OSCIP
- Lei 11.079/2004 - PPP’s
- Lei 11.107/2005 - Consórcios Públicos
- Lei 12.527/2011 - Lei de Acesso à Informação
- Lei 14.133/2021 - Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos
- Declaração Universal de Direitos Humanos
- Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica)
- Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou
D. Humanos degradantes
- Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos
- Pacto internacional sobre direitos Econômicos, Sociais e Culturais
- Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional
- Resolução do CONAMA 237/1997 - Licenciamento Ambiental
- LC 140/2011
- Lei 6.938/1981 - Política Nacional do Meio Ambiente
- Lei 9.433/1997 - Política Nacional dos Recursos Hídricos
- Lei 9.985/2000 - Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC
D. Ambiental - Lei 11.105/2005 - Lei de Biossegurança
- Lei 11.284/2006 - Florestas Públicas
- Lei 11.428/2006 - Mata Atlântica
- Lei 11.516/2007 - Instituto Chico Mendes
- Lei 12.305/2010 - Resíduos Sólidos
- Lei 12.651/2012 - Código Florestal
- Decreto-Lei 201/1967 - Lei de Crimes de Responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores
- Decreto-Lei 3.688/1941 - Contravenções Penais
- Lei 1.521/1951 - Crimes contra a Economia Popular
- Lei 2.889/1956 - Crime de Genocídio
Legislação Especial
- Lei 4.737/1965 - Crimes Eleitorais
- Lei 7.210/1984 - LEP
- Lei 7.492/1986 - Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional
- Lei 7.716/1989 - Crimes de Preconceito
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- Lei 7.960/1989 - Prisão Temporária


- Lei 8.069/1990 - Crimes do Eca
- Lei 8.072/1990 - Crimes Hediondos
- Lei 8.078/1990 - Crimes contra o Consumidor
- Lei 8.137/1990 - Crimes contra a Ordem Tributária
- Lei 8.176/1991 - Crimes contra a Ordem Econômica
- Lei 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais
- Lei 9.296/1996 - Interceptações Telefônicas
- Lei 9.455/1997 - Crime de Tortura
- Lei 9.503/1997 - Crimes de Trânsito
- Lei 9.605/1998 - Crimes Ambientais
- Lei 9.613/1998 - Lavagem de Dinheiro
- Lei 9.807/1999 - Lei de Proteção a Vítimas e Testemunhas
- Lei 10.446/2002 - Lei de Atribuições da Polícia Federal
- Lei 10.671/2003 - Crimes do Estatuto do Torcedor
- Lei 10.741/2003 - Crimes contra o Idoso
- Lei 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento
- Lei 11.101/2005 - Crimes Falimentares
- Lei 11.340/2006 - Lei Maria da Penha
- Lei 11.343/2006 - Lei de Drogas
- Lei 12.037/2009 - Identificação Criminal
- Lei 12.830/2013 - Investigação Criminal Conduzida pelo Delegado de Polícia
- Lei 12.850/2013 - Organizações Criminosas
- Lei 13.260/2016 - Lei Antiterrorismo
- Lei 13.869/2019 - Abuso de Autoridade
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SUMÁRIO

1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL................................................................................................................................................................................. 6
2. LEI DA AÇÃO POPULAR – LEI Nº 4.717/1965 ...................................................................................................................................... 515

3. LEI DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA – LEI Nº 7.347/1985 ............................................................................................................................ 525


4. LEI DO HABEAS DATA – LEI Nº 9.507/1997 ......................................................................................................................................... 536
5. ADC/ADI – LEI Nº 9.868/1999 ................................................................................................................................................................... 541
6. ADPF – LEI Nº 9.882/1999........................................................................................................................................................................... 555
7. SÚMULA VINCULANTE – LEI Nº 11.417/2006 ..................................................................................................................................... 561
8. LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA – LEI Nº 12.016/2009 .......................................................................................................... 564
9. LEI DO MANDADO DE INJUNÇÃO – LEI Nº 13.300/2016 .............................................................................................................. 588
10. CÓDIGO PENAL ............................................................................................................................................................................................ 601

11. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.............................................................................................................................................................. 942


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1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL
DIREITO CONSTITUCIONAL – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
→ SocioLógico (FERNAND LASSALLE)
É importante ressaltar
que a doutrina não é
A Constituição é a soma dos fatores reais de poder que emanam da sociedade. A
pacífica quanto à Constituição é um reflexo das relações de poder vigentes em determinada comunidade
de
definição do conceito de política. Defendia a existência duas constituições, uma real (ou efetiva) e outra escrita.
constituição, podendo
este ser analisado a partir - Constituição real ou efetiva: soma dos fatores reais de poder;
de diversas concepções. - Constituição escrita: mera folha de papel.
__________________________________________________________________________________

→ PolíTico (CARL SCHMITT)


A Constituição decorre de uma decisão política fundamental, e se traduz na estrutura do
Estado e dos Poderes e na presença de um rol de direitos fundamentais. Faz distinção
entre Constituição, que são normas vinculadas à decisão política fundamental e Leis
Constitucionais, que são normas, que embora integrem o texto constitucional, são
dispensáveis por não comporem a decisão política fundamental do Estado.
- Constituição: Direitos Fundamentais; Estrutura do Estado e Organização dos Poderes;
- Leis Constitucionais: Normas que não compõem a decisão política fundamental do
Estado.
__________________________________________________________________________________

CONCEITO DE → Jurídico (HANS KELSEN)


CONSTITUIÇÃO A Constituição é enfocada em dois sentidos:
A Constituição é a lei - Lógico-jurídico: é a norma fundamental hipotética pura, cuja função é servir de
fundamental e suprema de fundamento lógico de validade da Constituição jurídico-positivo (plano lógico).
um Estado, criada pela
vontade soberana do
• norma fundamental hipotética;
povo. É ela que determina • plano suposto;
a organização • fundamento lógico-transcendental de validade da Constituição jurídico-positiva.
político-jurídica do Estado,
dispondo sobre a sua - Jurídico-positivo: é a norma posta, norma positiva suprema, conjunto de normas que
forma, os órgãos que o serve para regular a criação de outras normas (plano positivo).
integram e as
competências destes e, • norma posta, positivada;
finalmente, a aquisição e o • norma positivada suprema;
exercício do poder. Cabe
também a ela estabelecer • fundamento das demais normas jurídicas.
as limitações ao poder do
Estado e enumerar os
direitos e garantias
→ Culturalista (MEIRELLES TEIXEIRA)
fundamentais A Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que sobre ela
pode influir. É uma formação objetiva de cultura. Relaciona-se com o conceito de
constituição total, que apresenta, na sua complexidade intrínseca, aspectos econômicos,
sociológicos, jurídicos e filosóficos, a fim de abranger o seu o conceito em uma
perspectiva unitária.
→ Elementos Orgânicos
São as normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder.
Exemplos: Título III (Da Organização do Estado); Título IV (Da Organização dos Poderes
ELEMENTOS DA
e do Sistema de Governo); Capítulos II e III do Título V (Das Forças Armadas e da
CONSTITUIÇÃO1
Segurança Pública); Título VI (Da Tributação e do Orçamento);
(JOSÉ AFONSO DA
SILVA)
→ Elementos Socioideológicos
Revelam o compromisso da Constituição entre o Estado individualista e o Estado social,
#BIZU: O SELF
intervencionista.
Exemplos: Capítulo II do Título II (Dos Direitos Sociais); Título VII (Da Ordem Econômica
e Financeira); Título VIII (Da Ordem Social);

1Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado® / Pedro Lenza. – 22. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018. (Coleção
esquematizado®).
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→ Elementos de Estabilização Constitucional


Consubstanciados nas normas constitucionais destinadas a assegurar a solução de
conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições
democráticas. Constituem instrumentos de defesa do Estado e buscam garantir a paz
social.
Exemplos: art. 102, I, “a” (ação de inconstitucionalidade); arts. 34 a 36 (Da intervenção
nos Estados e Municípios); arts. 59, I, e 60 (Processos de emendas à Constituição); arts.
102 e 103 (Jurisdição constitucional); Título V (Da Defesa do Estado e das Instituições
Democráticas, especialmente o Capítulo I, que trata do estado de defesa e do estado de
sítio, já que os Capítulos II e III do Título V caracterizam-se como elementos orgânicos);

→ Elementos Limitativos
Manifestam-se nas normas que compõem o elenco dos direitos e garantias
fundamentais (direitos individuais e suas garantias, direitos de nacionalidade e direitos
políticos e democráticos), limitando a atuação dos poderes estatais.
Exemplo: Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), excetuando o Capítulo II do
referido Título II (Dos Direitos Sociais), estes últimos definidos como elementos
socioideológicos;

→ Elementos Formais de Aplicabilidade


Encontram-se nas normas que estabelecem regras de aplicação das Constituições.
Exemplos: preâmbulo; disposições constitucionais transitórias; art. 5º, § 1º, quando
estabelece que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata.
As normas constitucionais, segundo José Afonso da Silva, podem ser de eficácia:
PLENA, CONTIDA E LIMITADA:

→ Normas Constitucionais de Eficácia PLENA


Normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral
são aquelas normas da Constituição que, no momento que esta entra em vigor, estão
aptas a produzir todos os seus efeitos, independentemente de norma integrativa
infraconstitucional.
Exemplo: Art. 2°, CF: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário; Remédios constitucionais.

APLICABILIDADE DAS • autoaplicáveis


NORMAS • não restringíveis
CONSTITUCIONAIS2 • aplicabilidade direta, imediata e integral. #BIZU: IDI
(JOSÉ AFONSO DA
SILVA)
→ Normas Constitucionais de Eficácia CONTIDA
As normas constitucionais de eficácia contida ou prospectiva têm aplicabilidade
direta e imediata, mas possivelmente não integral. Embora tenham condições de,
quando da promulgação da nova Constituição, ou da entrada em vigor, produzir todos
os seus efeitos, poderá haver a redução de sua abrangência.
Exemplo: Art. 5º, XIII, CF: é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

• autoaplicáveis
• restringíveis
• aplicabilidade direta, imediata e não integral. #BIZU: DI

2Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado® / Pedro Lenza. – 22. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018. (Coleção
esquematizado®).
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→ Normas Constitucionais de Eficácia LIMITADA


São aquelas normas que, de imediato, no momento em que a Constituição é
promulgada, ou entra em vigor, não têm o condão de produzir todos os seus efeitos,
precisando de norma regulamentadora infraconstitucional a ser editada pelo Poder,
órgão ou autoridade competente, ou até mesmo de integração por meio de emenda
constitucional. São, portanto, de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida ou
aplicabilidade diferida.
Exemplo: Art. 37, VII, CF: o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei específica.

• não-autoaplicáveis
• aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. #BIZU: MI

As normas de eficácia limitada podem ser de duas espécies:

1) Normas de Princípio Institutivo ou Organizativo


São aquelas que contêm esquemas gerais (iniciais) de estruturação de instituições,
órgãos ou entidades.
Exemplo: Art. 18, § 2º, CF: Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei
complementar.

2) Normas de Princípio Programático


São aquelas que veiculam programas a serem implementados pelo Estado, visando à
realização de fins sociais.
Exemplos: arts. 6º - direito à alimentação; 196 - direito à saúde; 205 - direito à educação;
215 - cultura; 218, caput - ciência, tecnologia e inovação; 227 - proteção da criança.
→ Método hermenêutico clássico ou jurídico (ERNEST FORSTHOFF)
Este método considera que a Constituição deve ser encarada como uma lei e, assim,
todos os métodos tradicionais de hermenêutica deverão ser utilizados na tarefa
interpretativa, valendo-se dos seguintes elementos de exegese:
• genético: busca investigar as origens dos conceitos utilizados pelo legislador;
• gramatical ou filológico: também chamado de literal ou semântico, pelo qual a análise
deve ser realizada de modo textual e literal;
• lógico: procura a harmonia lógica das normas constitucionais;
• sistemático: busca a análise do todo;
• histórico: analisa o projeto de lei, a sua justificativa, exposição de motivos, pareceres,
discussões, as condições culturais e psicológicas que resultaram na elaboração da norma;
MÉTODOS DE
• teleológico ou sociológico: busca a finalidade da norma;
INTERPRETAÇÃO
• popular: a análise se implementa partindo da participação da massa, dos “corpos
CONSTITUCIONAL3
intermediários”, dos partidos políticos, sindicatos, valendo-se de instrumentos como o
plebiscito, o referendo, o recall, o veto popular etc.;
• doutrinário: parte da interpretação feita pela doutrina;
• evolutivo: segue a linha da mutação constitucional.
#Regras de hermenêutica tradicional: genético, gramatical, sistemático, histórico,
teleológico etc EM SUMA: Este método considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo ser
interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos literal (textual),
lógico (sistemático), histórico, teleológico e genético.

→ Método tópico-problemático ou da tópida (THEODOR VIEHWEG)


Neste método, parte-se de um problema concreto para a norma, atribuindo-se à
interpretação um caráter prático na busca da solução dos problemas concretizados.
#Prevalência do problema sobre a norma
EM SUMA:Criado por Theodor Viehweg, neste método, há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se solucionar determinado problema por
meio da interpretação de norma constitucional. Este método parte das premissas seguintes: a interpretação constitucional tem caráter prático, pois busca
resolver problemas concretos e a norma constitucional é aberta, de significado indeterminado (por isso, deve-se dar preferência à discussão do problema).
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Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado® / Pedro Lenza. – 22. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018. (Coleção
esquematizado®).
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→ Método hermenêutico-concretizador (KONRAD HESSE)


Diferentemente do método tópico-problemático, que parte do caso concreto para a
norma, o método hermenêutico-concretizador parte da Constituição para o problema,
destacando-se os seguintes pressupostos interpretativos:
• pressupostos subjetivos: o intérprete vale-se de suas pré-compreensões sobre o tema
para obter o sentido da norma;
• pressupostos objetivos: o intérprete atua como mediador entre a norma e a situação
concreta, tendo como “pano de fundo” a realidade social;
• círculo hermenêutico: é o “movimento de ir e vir” do subjetivo para o objetivo, até que
o intérprete chegue a uma compreensão da norma.
#Prevalência da norma sobre o problema

→ Método científico-espiritual, integrativo, interpretativo evolutivo ou valorativo


(RUDOLF SMEND)
A análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da
realidade social e dos valores subjacentes do texto da Constituição. Assim, a Constituição
deve ser interpretada como algo dinâmico e que se renova constantemente, no
compasso das modificações da vida em sociedade.
#Considera-se o “espírito da constituição”, o sistema de valores subjacente ao texto
constitucional

→ Método normativo-estruturante ou concretista (FRIEDRICH MÜLLER)


reconhece a inexistência de identidade entre a norma jurídica e o texto normativo. Isso
porque o teor literal da norma (elemento literal da doutrina clássica), que será
considerado pelo intérprete, deve ser analisado à luz da concretização da norma em sua
realidade social. A norma terá de ser concretizada não só pela atividade do legislador,
mas, também, pela atividade do Judiciário, da administração, do governo etc.
#Texto da norma x Norma jurídica. A norma jurídica deve ser interpretada de
acordo com o contexto EM SUMA: Este método considera que a norma jurídica é diferente do texto normativo: aquela é mais ampla que
este, pois resulta não só da atividade legislativa, mas igualmente da jurisdicional e da administrativa. . Assim, para se
interpretar a norma, deve-se utilizar tanto seu texto quanto a verificação de como se dá sua aplicação à realidade
social (contexto). A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto.
→ Método comparativo ou da comparação constitucional (PETER HÄBERLE)
A interpretação dos institutos se implementa mediante comparação nos vários
ordenamentos. Estabelece-se, assim, uma comunicação entre as várias Constituições.
Partindo dos 4 métodos ou elementos desenvolvidos por Savigny (gramatical, lógico,
histórico e sistemático), Peter Häberle sustenta a canonização da comparação
constitucional como um quinto método de interpretação.
#Comparação entre Constituições
→ Princípio da unidade da Constituição Segundo esse princípio, na interpretação deve-se considerar a Constituição
como um todo, e não se interpretarem as normas de maneira isolada.
A Constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade, como um todo, e,
assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas. As normas deverão ser vistas como
preceitos integrados em um sistema unitário de regras e princípios.
#Evitar contradições; não há hierarquia entre as normas da CF
Assim, não há contradição verdadeira entre as normas constitucionais: o conflito entre estas é apenas aparente. Ou, em outras
PRINCÍPIOS DA palavras, não há antinomias reais no texto da Constituição; as antinomias são apenas aparentes.
→ Princípio do efeito integrador ou eficácia integradora
INTERPRETAÇÃO
Muitas vezes associado ao princípio da unidade, na resolução dos problemas jurídico-
CONSTITUCIONAL4
constitucionais deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a
Para auxiliar a entender o significado
das normas constitucionais, a integração política e social e o reforço da unidade política.
doutrina criou vários enunciados, os
chamados princípios de #Favoreçam a integração política e social
interpretação constitucional. Esses
princípios são aplicados
EM SUMA: Esse princípio busca que, na interpretação da Constituição, seja dada preferência às determinações que favoreçam a integração
facultativamente pelo intérprete, não
política e social e o reforço da unidade política. É, muitas vezes, associado ao princípio da unidade da constituição, justamente por ter como
tendo qualquer valor normativo. São
objetivo reforçar a unidade política.
eles:

4
Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado® / Pedro Lenza. – 22. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018. (Coleção
esquematizado®).
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→ Princípio da máxima efetividade, da eficiência ou da interpretação efetiva


Também chamado de princípio da eficiência ou da interpretação efetiva, o princípio da
máxima efetividade das normas constitucionais deve ser entendido no sentido de a
norma constitucional ter a mais ampla efetividade social.
#Efetividade social EM SUMA: Esse princípio estabelece que o intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido que lhe dê
maior efetividade social. Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim de extrair dela todas as suas potencialidades.

→ Princípio da justeza ou da conformidade (correção ou exatidão) funcional


O intérprete máximo da Constituição, ao concretizar a norma constitucional, será
responsável por estabelecer a força normativa da Constituição, não podendo alterar a
repartição de funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário,
como é o caso da separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de Direito.
O seu intérprete final não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o
esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido.
#Não subverta o esquema organizatório-funcional estabelecido pela CF
Esse princípio determina que o órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar a uma conclusão que subverta o esquema
organizatório-funcional estabelecido pelo constituinte. Assim, este órgão não poderia alterar, pela interpretação, as competências estabelecidas pela
→ Princípio da concordância prática ou da harmonização
Constituição para a União, por exemplo.

Partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados


deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência
entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de um princípio em relação a outro
em choque. O fundamento da ideia de concordância decorre da inexistência de
hierarquia entre os princípios.
#Harmonização dos bens jurídicos em conflito; evitar sacrifício
EM SUMA: Esse princípio impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre eles, de modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos
outros. É geralmente usado na solução de problemas referentes à colisão de direitos fundamentais.
→ Princípio da força normativa
Os aplicadores da Constituição, ao solucionar conflitos, devem conferir a máxima
efetividade às normas constitucionais. Esse princípio determina que toda norma jurídica
precisa de um mínimo de eficácia, sob pena de não ser aplicada. Estabelece, portanto,
que, na interpretação constitucional, deve-se dar preferência às soluções que
possibilitem a atualização de suas normas, garantindo-lhes eficácia e permanência.
#Buscar a eficácia Para Konrad Hesse, seu idealizador, as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento
recíproco. A norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Desse modo, a Constituição, para ser
aplicável, deve ser conexa à realidade jurídica, social e política.

→ Princípio da interpretação conforme a Constituição


Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas (que possuem mais de uma
interpretação), deve-se preferir a exegese que mais se aproxime da Constituição e,
portanto, que não seja contrária ao texto constitucional.
#Normas plurissignificativas ou polissêmicas, prefere-se a que mais se aproxima da
Constituição Esse princípio, criado pela jurisprudência alemã, se aplica à interpretação das normas infraconstitucionais (e não da
Constituição propriamente dita!). Trata-se de técnica interpretativa cujo objetivo é preservar a validade das normas,
evitando que sejam declaradas inconstitucionais.

→ Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade


Trata-se de princípio extremamente importante, em especial na situação de colisão entre
valores constitucionalizados. É necessário o preenchimento de 3 importantes elementos:
• necessidade: a adoção da medida que possa restringir direitos só se legitima se
indispensável para o caso concreto e não se puder substituí-la por outra menos gravosa;
• adequação: significa que o meio escolhido deve atingir o objetivo perquirido;
• proporcionalidade em sentido estrito: sendo a medida necessária e adequada, deve-se
investigar se o ato praticado, em termos de realização do objetivo pretendido, supera a
restrição a outros valores constitucionalizados.
#Necessidade, adequação e proporcionalidade em sentido estrito

→ Princípio da convivência das liberdades públicas ou da relatividade


Parte da presunção que não existem princípios absolutos, pois todos encontram limites
em outros princípios também consagrados na constituição. Para que as liberdades
possam conviver, elas não podem ser absolutas, devem encontrar óbices.
#Não existem princípios absolutos
11

→ Recepção
A norma infraconstitucional (pré-constitucional), que não contrariar a nova ordem, será
recepcionada, podendo, inclusive, adquirir uma outra “roupagem”.
Como exemplo, o CTN (Código Tributário Nacional - Lei nº 5.172/66), que, embora tenha
sido elaborado com natureza jurídica de lei ordinária, foi recepcionado pela nova ordem
como lei complementar, sendo que os ditames que tratam das matérias previstas no art.
146, I, II e III, da CF só poderão ser alterados por lei complementar, aprovada com o
quórum da maioria absoluta (art. 69).

- Requisitos:
• estar em vigor no momento do advento da nova Constituição;
• não ter sido declarada inconstitucional durante a sua vigência no ordenamento
anterior;
• ter compatibilidade formal e material perante a Constituição sob cuja regência ela foi
editada (no ordenamento anterior);
• ter compatibilidade somente material perante a nova Constituição, pouco importando
a compatibilidade formal.

DIREITO - Características:
INTERTEMPORAL5 • no fenômeno da recepção, só se analisa a compatibilidade material perante a nova
Constituição;
As normas da • a lei, para ser recebida, precisa ter compatibilidade formal e material perante a
constituição anterior Constituição sob cuja regência ela foi editada;
e as normas • como a análise perante o novo ordenamento é somente do ponto de vista material,
infraconstitucionais uma lei pode ter sido editada como ordinária e ser recebida como complementar (“nova
anteriores podem roupagem”);
sofrer algumas • em complemento, um ato normativo que deixe de ter previsão no novo ordenamento
consequências também poderá ser recebido. É o caso, por exemplo, do decreto-lei, que não mais existe
jurídicas diversas perante o ordenamento de 1988: o Código Penal (DL n. 2.848/40) foi recebido como lei
com a instauração de ordinária;
uma nova ordem • se incompatível, a lei anterior será revogada, não se falando em inconstitucionalidade
constitucional: superveniente;
• nesse caso, a técnica de controle ou é pelo sistema difuso ou pelo concentrado, mas,
neste último caso, somente por meio da ADPF. Isso porque só se fala em ADI de uma lei
editada a partir de 1988 e perante a CF/88 (contemporaneidade);
• é possível, também, mudança de competência federativa para legislar, ou seja, matéria
que era de competência da União pode perfeitamente passar a ser de competência
legislativa dos Estados-Membros (como exemplo, citamos a instituição de região
metropolitana que, na atual Constituição, passou a ser de competência estadual – art.
25, § 3.º, da CF/88), mas a recíproca não é verdadeira. Assim é possível a
DESFEDERALIZAÇÃO para normas estaduais ou municipais, mas não é possível a
FEDERALIZAÇÃO de normas estaduais ou municipais (Ex.: leis municipais ou estaduais
não podem ser recepcionadas como leis de competência da União);
• é possível, ainda, a recepção de somente parte de uma lei, como um artigo, um
parágrafo etc.;
• o denominado fenômeno da recepção material de normas constitucionais (com status
de lei infraconstitucional) somente é admitido mediante "expressa" previsão na nova
Constituição. No entanto, a recepção material de normas infraconstitucionais
compatíveis com a nova constituição pode ocorrer de forma implícita ou explícita
(expressa);

5
Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado® / Pedro Lenza. – 22. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018. (Coleção
esquematizado®).
12

• a recepção ou a revogação acontecem no momento da promulgação do novo texto.


Entende-se, contudo, que o STF poderá modular os efeitos da decisão, declarando a
partir de quando a sua decisão passa a valer. Nesse caso, a aplicação da técnica da
modulação poderia se implementar tanto no controle difuso como no controle
concentrado por meio da ADPF.

→ Não recepção ou revogação


É a regra. É tácita e dispensa disposição nesse sentido. Lei nova revoga lei anterior no
que lhe for contrário.

→ Repristinação
Vejamos a situação: uma norma produzida na vigência da CF/46 não é recepcionada pela
de 1967, pois incompatível com ela. Promulgada a CF/88, verifica-se que aquela lei,
produzida na vigência da CF/46 (que fora revogada — não recepcionada — pela de
1967), em tese poderia ser recepcionada pela CF/88, visto que totalmente compatível
com ela. Nessa situação, poderia aquela lei, produzida durante a CF/46, voltar a produzir
efeitos? Ou seja, repristinaria? Como regra geral, o Brasil adotou a impossibilidade do
fenômeno da repristinação, salvo se a nova ordem jurídica expressamente assim se
pronunciar.

→ Desconstitucionalização
Trata-se do fenômeno pelo qual as normas da Constituição anterior, desde que
compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com o status de lei
infraconstitucional. Ou seja, as normas da Constituição anterior são recepcionadas com
o status de norma infraconstitucional pela nova ordem.
Em regra, não é adotado no BRASIL. No entanto, poderá ser percebido quando a nova
Constituição, expressamente, assim o requerer, tendo em vista ser o poder constituinte
originário ilimitado e autônomo do ponto de vista jurídico. A Constituição pode prever
o aludido fenômeno desde que o faça, como referido, de maneira inequívoca e expressa.

- Requisitos:
• deve ser compatível materialmente com a nova Constituição;
• deve vir expressamente prevista na nova Constituição.

→ Recepção Material das Normas Constitucionais


É a persistência de normas constitucionais anteriores que guardam, se bem que a título
secundário, a antiga qualidade de normas constitucionais.
Exemplo: art. 34, caput, e seu § 1º, do ADCT, que asseguram, expressamente, a
continuidade da vigência de artigos da Constituição anterior, com o caráter de norma
constitucional, no novo ordenamento jurídico instaurado.
As referidas normas são recebidas por prazo certo, em razão de seu caráter precário,
características marcantes no fenômeno da recepção material das normas constitucionais.
Só será admitido se houver expressa manifestação da nova Constituição; caso contrário,
as normas da Constituição anterior serão revogadas.

- Requisitos:
• deve vir expressamente previsto na nova Constituição;
• são recebidas por prazo certo, em razão de seu caráter precário.
13

→ QUANTO À ORIGEM

• Outorgadas, Impostas, Ditadoriais ou Autocráticas


São aquelas impostas pelo detentor do poder político.
Exemplos: Constituições brasileiras de 1824, 1937, 1967 e EC nº 01/1969

• Democráticas, Promulgadas, Votadas ou Populares (CF)


São aquelas produzidas com a participação popular em regime de democracia (seja
direta ou representativa). Normalmente, são fruto do trabalho de uma Assembleia
Constituinte.
Exemplos: Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988

• Cesaristas ou Bonapartistas
São aquelas produzidas pelo detentor do poder político, mas dependem de ratificação
popular por meio de referendo.
Não há constituições brasileiras

• Dualistas ou Pactuadas
São aquelas fruto de um compromisso instável de duas forças políticas rivais
antagônicas. Governo/monarquia enfraquecido x Burguesia fortalecida.
Não há constituições brasileiras

→ QUANTO À FORMA

• Escritas, Legais ou Instrumentais (CF)


CLASSIFICAÇÃO DAS São aquelas produzidas em documentos formais/escritos e solenes.
CONSTITUIÇÕES
• Não Escritas, Históricas, Costumeiras ou Consuetudinárias
São aquelas pautadas em costumes, tradições, leis esparsas e jurisprudência.
Exemplo: Constituição inglesa

→ QUANTO À SISTEMÁTICA

• Codificadas (CF)
São aquelas cujas normas se encontram inteiramente contidas em um só texto, formando
um único corpo de lei.

• Não Codificadas
São aquelas escritas formadas por normas esparsas ou fragmentadas em vários textos.

→ QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO

• Dogmáticas ou Sistemáticas (CF)


São aquelas que são sempre escritas e elaboradas por um órgão constituinte, segundo
os dogmas e valores em voga.

• Históricas ou Costumeiras
São aquelas que são não escritas e concebidas historicamente pela sociedade, produto
de um processo social lento. São mais estáveis que as dogmáticas.
Exemplo: Constituição inglesa
14

→ QUANTO AO CONTEÚDO

• Materiais
São aquelas identificadas por consagrarem um conjunto de normas estruturais da
sociedade. São consideradas normas materialmente constitucionais as que contêm
matérias típicas de uma constituição, quais sejam, estrutura do Estado, organização dos
poderes e direitos e garantias fundamentais.
Exemplo: Constituição imperial brasileira de 1824

• Formais (CF)
São aquelas que podem ser definidas como o conjunto de normas jurídicas produzidas
por um processo mais árduo e mais solene que o ordinário, com o propósito de tornar
mais difícil a sua alteração. Esta espécie pressupõe uma constituição escrita.

→ QUANTO À EXTENSÃO

• Analíticas, Prolixas, Extensas ou Longas (CF)


São aquelas que versam sobre determinadas matérias de forma detalhada e específica.
São necessariamente escritas e fruto do Constitucionalismo Contemporâneo.
Exemplo: Constituição de 1988

• Sintéticas, Concisas, Sumárias ou Curtas


São aquelas que possuem conteúdo abreviado e versam tão somente sobre princípios
gerais e regras básicas sobre organização e funcionamento do Estado.
Exemplo: Constituição do EUA, que possui apenas sete artigos

→ QUANTO À ESTABILIDADE OU MUTABILIDADE

• Imutáveis, Graníticas, Intocáveis ou Permanentes


São as Leis Fundamentais antigas (Código de Hamurabi e a Lei das XII Tábuas), que
surgiram com a pretensão de eternidade e que, por isso, não podiam ser modificadas
sob pena de maldição dos deuses.

• Fixas ou Silenciosas
São aquelas que só podem ser modificadas pelo mesmo poder constituinte que as
elaborou, quando convocado.
Exemplo: Constituições francesas da época de Napoleão I

• Rígidas (CF)
São aquelas que somente podem ser modificadas mediante procedimentos mais solenes
e complexos que o processo legislativo ordinário. São sempre escritas, mas as escritas
nem sempre são rígidas.
Exemplos: Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988

• Super-rígidas
Classificação trazida por Alexandre de Moraes. São aquelas constituições rígidas dotadas
de normas imutáveis (clausúlas pétreas). Para o autor, a CF é um exemplo desta
classificação.

• Semirrígidas ou Semiflexíveis
São aquelas que contêm uma parte rígida e outra flexível.
Exemplo: Constituição imperial brasileira de 1824
15

• Flexíveis ou Plásticas
São aquelas que permitem a modificação de suas normas por um processo idêntico ao
de lei ordinária. As normas de uma Constituição flexível reduzem-se a normas legais, não
possuindo nenhuma supremacia sobre as demais.

→ QUANTO À IDEOLOGIA

• Ecléticas ou Compromissórias (CF)


São aquelas que procuram conciliar ideologias políticas opostas.

• Ortodoxas
São aquelas que adotam apenas uma ideologia política.
Exemplo: Constituição Soviética de 1977 (Comunismo)

→ QUANTO À ORIGEM DE DECRETAÇÃO

• Autoconstituições (CF)
São aquelas elaboradas por órgãos do próprio Estado, como a Assembleia Constituinte.

• Heteroconstituições
São aquelas elaboradas por órgãos de fora do Estado, seja por Organização Internacional
ou por outros Estados.

→ QUANTO AO SISTEMA

• Principiológicas (CF)
São aquelas em que predominam os princípios.

• Preceituais
São aquelas em que predominam as regras.

→ QUANTO À FINALIDADE

• Constituições-garantia ou Constituições-quadro
São aquelas que se concentram nas limitações do poder do Estatal junto aos cidadãos
(liberdade negativa).

• Constituições-balanço ou Constituições-registro
São aquelas que descrevem e registram, periodicamente, o grau de organização política
e relações reais de poder. Fazem, de tempos em tempos, um balanço do estágio em que
se encontra a evolução social.

• Constituições-dirigente ou Constituições-programática (CF)


São aquelas de texto extenso, que definem programas, planos e diretrizes para a atuação
estatal.
16

→ QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (CRITÉRIO ONTOLÓGICO DE


KARL LOEWENSTEIN)

• Normativas (CF)
São aquelas que estão em consonância com a realidade social e política do Estado e são
utilizadas pela população.
Exemplos: Constituições brasileiras de 1891, 1934 e 1946

• Nominativas ou Nominais
São aquelas que não conseguiram ficar em consonância com a realidade social, mas que
anseiam chegar a este estágio e alcançar a simetria entre a Constituição e a realidade.
São constituições prospectivas.

• Semânticas
São aquelas que além de não estarem em consonância com a realidade social, são feitas
para beneficiar os detentores do poder, sendo os interesses sociais relegados a segundo
plano.
Exemplos: Constituições brasileiras de 1937, 1967 e 1969

→ QUANTO AO PAPEL DA CONSTITUIÇÃO OU FUNÇÃO DESEMPENHADA PELA


CONSTITUIÇÃO

• Constituições-lei
São aqueles em que suas normas são equiparadas às demais leis do ordenamento,
desprovidas de status hierárquico diferenciado. Nesse sentido, não são capazes de
moldar a atuação do legislador e funcionam, apenas, como diretrizes não vinculantes.

• Constituições-moldura
São aqueles que são só a moldura de um quadro vazio, funcionando como limite à
atuação do legislador ordinário, que não poderá atuar fora dos limites previamente
estabelecidos.

• Constituições-fundamento ou Constituições-total
São aqueles que diferenciam as normas constitucionais das demais, na medida em que
as situa num plano de superioridade valorativo que as torna cogentes para os
legisladores.

→ QUANTO AO CONTEÚDO IDEOLÓGICO

• Liberais
São aquelas visam delimitar o exercício do poder estatal, assegurar liberdades
individuais, oponíveis ao Estado.
Exemplos: Constituições dos EUA e da França de 1787

• Sociais (CF)
Típicas de um constitucionalismo pós liberal, são aquelas que passam a consagrar em
seus textos não só direitos relacionados à liberdade, mas também prerrogativas de
cunho social, cultural e econômico. A atuação do Estado deixa de ser meramente
negativa, como era nas Constituições liberais, para se tornar positiva.
17

→ OUTRAS CLASSIFICAÇÕES
• Constituição dúctil ou suave
Idealizada por Gustavo Zagrebelsky, é a constituição que cria condições para o exercício
dos mais variados projetos de vida (concepções de vida digna), refletindo o pluralismo.

• Constituição plástica
Para Pinto Ferreira, constituição plástica é sinônimo de constituição flexível;
Para Raul Machado Horta, constituição plástica é aquela dotada de uma mabealidade
(são maleáveis aos influxos da realidade social, política, econômica, educacional,
jurisprudencial etc). Possibilita releituras, reinterpretações de seu texto, à luz de novas
realidades sociais.

• Constituição expansiva
Idealizada por Raul Machado Horta, indica constituições que conferem juridicidade a
novas situações e estendem o tratamento jurídico de diversos outros temas já presentes
nos documentos constitucionais anteriores.

• Constituição em branco
É a constituição que não prevê regras e limites para o exercício do poder de reforma.

• Constituição sem organicidade


É a constituição caracterizada pela ausência de um documento único articulando e
organizando as normas constitucionais, restando estas dispersas entre os diversos
documentos, ou com normas constitucionais que sequer estão escritas.

→ CLASSIFICAÇÃO DA CF/88
• Origem: Promulgada
• Forma: Escrita
• Sistemática: Codificada
• Modo de Elaboração: Dogmática
• Conteúdo: Formal
• Extensão: Analítica
• Estabilidade: Rígida
• Ideologia: Eclética
• Origem de Decretação: Autoconstituição
• Sistema: Principiológica
• Finalidade: Dirigente
• Correspondência com a Realidade: Normativa (prevalece)
• Conteúdo Ideológico: Social
→ PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO

- Sinônimos: Inicial, inaugural, genuíno ou de primeiro grau.

- Conceito: É o poder que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo
PODER
com a ordem jurídica precedente.
CONSTITUINTE6
- Titularidade: POVO
JOSEPH SIEYÈS, em sua obra clássica “O que é o Terceiro Estado?”, defendia que o titular
do poder constituinte seria a NAÇÃO (corrente minoritária).

6
Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado® / Pedro Lenza. – 22. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018. (Coleção
esquematizado®).
18

- Natureza:
• jusnaturalista: Poder de direito ou jurídico, pois eles admitem a existência de um
direito natural prévio ao direito positivo.
• juspositivista: Poder de fato ou político, pois é anterior ao próprio direito,
metajurídico, não integrando o mundo jurídico. ADOTADO

- Características:
• inicial: pois instaura uma nova ordem jurídica, rompendo, por completo, com a ordem
jurídica anterior;
• autônomo: visto que a estruturação da nova constituição será determinada,
autonomamente, por quem exerce o poder constituinte originário;
• ilimitado juridicamente: no sentido de que não tem de respeitar os limites postos
pelo direito anterior; Obs.: Há limites naturais ao PCO!
• incondicionado: porque não tem de submeter-se a qualquer forma prefixada de
manifestação;
• permanente: já que o poder constituinte originário não se esgota com a edição da
nova Constituição;
• poder de fato e poder político: podendo, assim, ser caracterizado como uma energia
ou força social, tendo natureza pré-jurídica, sendo que, por essas características, a nova
ordem jurídica começa com a sua manifestação, e não antes dela.

- Espécies:
• histórico ou fundacional: é aquele que produz a primeira Constituição de um Estado.
Ex.: CF de 1824.
• revolucionário ou pós fundacional: são todos os posteriores ao histórico, rompendo
por completo com a antiga ordem e instaurando uma nova, um novo Estado. Ex.: Demais
CF’s após 1824.
• material: é o lado substancial do poder constituinte originário, qualificando o direito
constitucional formal com o status de norma constitucional. Assim, será o orientador da
atividade do constituinte originário formal que, por sua vez, será o responsável pela
“roupagem” constitucional. O material diz o que é constitucional; o formal materializa e
sedimenta como constituição. O material precede o formal, estando ambos interligados;
• formal: é o ato de criação propriamente dito e que atribui a “roupagem” com status
constitucional a um “complexo normativo”.
#O poder constituinte material precede o formal.

- Formas de expressão:
• outorga: caracteriza-se pela declaração unilateral do agente revolucionário
(movimento revolucionário).
Exemplos: Constituições de 1824, 1937, 1967 e EC n. 1/69;
• assembleia nacional constituinte ou convenção: nasce da deliberação da
representação popular.
Exemplos: Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988.

- Limitações materiais7: (JORGE MIRANDA)


• transcendentes: são aqueles que, advindos de imperativos do direito natural, de
valores éticos ou de uma consciência jurídica coletiva, impõem-se à vontade do Estado,
demarcando sua esfera de intervenção. Nesse sentido, parte da doutrina sustenta o
dever de manutenção, imposto ao Poder Constituinte Originário pelo princípio da
proibição de retrocesso, dos direitos fundamentais objeto de consensos sociais
profundos ou diretamente ligados à dignidade da pessoa humana.

7
Novelino, Marcelo. Curso de direito constitucional/ Marcelo Novelino. - 11. ed. rev., ampl. e atual. - Salvador: Ed. JusPodivm,
2016.
19

• imanentes: estão relacionados à configuração do Estado à luz do Poder Constituinte


material ou à própria identidade do Estado de que cada Constituição representa apenas
um momento da marcha histórica. Referem-se a aspectos como a soberania ou a forma
de Estado. É, por exemplo, o que impede que um Estado Federal, que assim quer se
manter, passe a condição de Estado Unitário.
• heterônomos: são provenientes da conjugação com outros ordenamentos jurídicos
como, por exemplo, as obrigações impostas ao Estado por normas de direito
internacional. Sob essa perspectiva, seria vedado às futuras constituições brasileiras
consagrar a pena de morte para além dos casos de guerra externa (CF, art. 5º, XLVII, "a"),
ante o disposto na Convenção Americana sobre Direitos Humanos que, promulgada pelo
Decreto nº 678, dispõe em seu artigo 4º, § 3º: "Não se pode restabelecer a pena de morte
nos Estados que a hajam abolido". Tal vedação encontra fundamento na proibição de
retrocesso.

- Poder constituinte e direito adquirido. Graus de retroatividade da norma


constitucional: máximo, médio ou mínimo:
• retroatividade MÁXIMA OU RESTITUTÓRIA: a lei nova atinge fatos consumados.
Verifica-se quando a lei nova prejudica a coisa julgada (sentença irrecorrível) ou os fatos
jurídicos já consumados.
Ex.: o art. 96, parágrafo único, da Carta de 1937, que permitia ao Parlamento rever a
decisão do STF que declarara a inconstitucionalidade de uma lei;
• retroatividade MÉDIA: a lei nova atinge os efeitos pendentes de atos jurídicos
verificados antes dela. Ou seja, a lei nova atinge as prestações vencidas, mas ainda não
adimplidas.
Ex.: lei que diminuísse a taxa de juros e se aplicasse aos já vencidos, mas não pagos
(prestação vencida, mas ainda não adimplida);
• retroatividade MÍNIMA, TEMPERADA OU MITIGADA: a lei nova atinge apenas os
efeitos futuros dos atos jurídicos anteriores, verificados após a data em que ela entra
em vigor. Trata-se de prestações futuras de negócios firmados antes do advento da nova
lei.
Ex.: o art. 7º, IV, que, ao vedar a vinculação do salário mínimo para qualquer fim,
significou que a nova regra deverá valer para fatos e prestações futuras de negócios
celebrados antes de sua vigência (prestações periódicas).

O STF vem se posicionando no sentido de que as normas constitucionais fruto da


manifestação do poder constituinte originário têm, por regra geral, retroatividade
mínima, ou seja, aplicam-se a fatos que venham a acontecer após a sua promulgação,
referentes a negócios passados.
Sendo regra, portanto, a retroatividade mínima, nada impede que a norma constitucional
revolucionária, já que manifestação do poder constituinte originário ilimitado e
incondicionado juridicamente, tenha retroatividade média ou máxima. Para tanto,
contudo, deve existir expresso pedido na Constituição.

Em resumo:
a) as normas constitucionais, por regra, têm retroatividade mínima, aplicando-se a
fatos ocorridos a partir de seu advento, mesmo que relacionados a negócios celebrados
no passado - ex.: art. 7º, IV;
b) é possível a retroatividade máxima e média da norma introduzida pelo constituinte
originário desde que haja expressa previsão, como é o caso do art. 51 do ADCT da
CF/88. Nesse sentido, doutrina e jurisprudência afirmam que não há direito adquirido
contra a nova Constituição;
c) por outro lado, as Constituições Estaduais (poder constituinte derivado decorrente -
limitado juridicamente) e demais dispositivos legais, vale dizer, as leis
infraconstitucionais, bem como as emendas à Constituição (fruto do poder constituinte
20

derivado reformador, também limitado juridicamente), estão sujeitos à observância do


princípio constitucional da irretroatividade da lei (retroatividade mínima) (art. 5º,
XXXVI — “lei” em sentido amplo), com pequenas exceções, como a regra da lei penal
nova que beneficia o réu (nesse sentido, cf. AI 292.979-ED, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
de 19.12.2002).

→ PODER CONSTITUINTE DERIVADO

- Sinônimos: Instituído, constituído, secundário, de segundo grau, remanescente.

- Conceito: O poder constituinte derivado é criado e instituído pelo originário. Ao


contrário de seu “criador”, que é, do ponto de vista jurídico, ilimitado, incondicionado,
inicial, o derivado deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo originário, sendo,
nesse sentido, limitado e condicionado aos parâmetros a ele impostos.

- Natureza: Poder de direito ou jurídico, pois deve obedecer às limitações impostas


pelo PCO.

- Características:
• subordinado: retira fundamento de validade da CF;
• condicionado: precisa respeitar a forma pré-determinada para sua criação, que se
encontra na CF;
• limitado: encontra limites na CF.

- Espécies:
• reformador (art. 60, CF);
• revisor (art. 3º, ADCT);
• decorrente (art. 25, CF e art. 11, ADCT).

1. Poder Constituinte Derivado REFORMADOR (PCDR)


- Conceito: É responsável pelas alterações no texto constitucional segundo as regras
instituídas pelo Poder Constituinte Originário.

- Natureza Jurídica: Poder de direito ou jurídico

- Limitações:

a. Expressas

a.1. Formais ou Procedimentais


• Subjetivas
- Iniciativa: (art. 60, caput, I, II e III)
*um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
*Presidente da República;
*mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
• Objetivas
- Discursão e Votação: (art. 60, § 2º)
*será discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo
aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos membros.
21

- Promulgação: (art. 60, § 3º)


*pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número
de ordem.
- Proposta de EC rejeitada ou prejudicada: (art. 60, § 5º)
*proposta de Emenda rejeitada ou prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta
na mesma sessão legislativa (princípio da irrepetibilidade).

a.2. Circunstanciais (art. 60, § 1º)


*intervenção federal; estado de defesa; estado de sítio.

a.3. Materiais ou Substanciais (art. 60, § 4º)


- Cláusulas Pétreas:
*a forma federativa de Estado;
*o voto direto, secreto, universal e periódico.
*a separação dos Poderes;
*os direitos e garantias individuais.

Obs.: Não há limitações TEMPORAIS ao PCDR!

b. Implícitas (doutrina)
*impossibilidade de se alterar o titular do poder constituinte originário;
*impossibilidade de se alterar o titular do poder constituinte derivado reformador;
*proibição de se violar as limitações expressas (aqui reside a impossibilidade da teoria
da dupla revisão - uma primeira revisão acabando com a limitação expressa e a segunda
reformando aquilo que era proibido).

2. Poder Constituinte Derivado REVISOR (PCDREV)


- Conceito: Poder encarregado de fazer a revisão constitucional. Via extraordinária de
alteração da CF, utilizado para alterações gerais. O poder revisor só é exercido uma única
vez, como o foi em 1994, tendo dele resultado em seis Emendas Constitucionais de
revisão. Uma vez exercido, o poder revisor teve sua eficácia exaurida e aplicabilidade
esgotada.

- Previsão: Art. 3º, do ADCT:


“Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação
da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em
sessão unicameral.”

- Revisão Constitucional:
• realizada: após 5 anos da promulgação da CF;
• quórum de votação: maioria absoluta dos membros do CN;
• sessão: unicameral.

- Limitações
• Temporais: 5 anos
• Materiais: Idem as limitações do poder reformador - cláusulas pétreas (doutrina)

3. Poder Constituinte Derivado DECORRENTE (PCDD)


- Conceito: É a capacidade conferida pelo poder originário aos Estados Membros,
enquanto entidades integrantes da federação, para elaborarem e alterar suas próprias
constituições.
22

- Características:
- Poder de direito ou jurídico, instituído pela Constituição, possuidor de natureza jurídica;
- Limitado (ou subordinado),
- Condicionado, e
- Secundário ou de 2° grau.

- Limitações8:
• sensíveis: são os que representam a essência da organização constitucional da
federação brasileira e estabelecem limites à autonomia organizatória dos Estados-
membros (art. 34, VII);
• extensíveis: são os que consagram normas centrais organizatórias para a União que
se estendem aos Estados, por previsão constitucional expressa (arts. 28 e 75) ou implícita
(art. 58, § 3º; arts. 59 e ss.);
• estabelecidos ou organizatórios: são os que restringem a capacidade organizatória
dos Estados federados por meio de limitações expressas (art. 37) ou implícitas (art. 21).

→ PODER CONSTITUINTE DIFUSO


O poder constituinte difuso pode ser caracterizado como um poder de fato e que serve
de fundamento para os mecanismos de atuação da mutação constitucional.
Se por um lado a mudança implementada pelo poder constituinte derivado reformador
se verifica de modo formal, palpável, por intermédio das emendas à Constituição, a
modificação produzida pelo poder constituinte difuso se instrumentaliza de modo
informal e espontâneo, como verdadeiro poder de fato, e que decorre dos fatores sociais,
políticos e econômicos, encontrando-se em estado de latência. Trata-se de processo
informal de mudança da Constituição, alterando-se o seu sentido interpretativo, e não o
seu texto, que permanece intacto e com a mesma literalidade.

→ PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL


O poder constituinte supranacional busca a sua fonte de validade na cidadania
universal, no pluralismo de ordenamentos jurídicos, na vontade de integração e em
um conceito remodelado de soberania.
Agindo de fora para dentro, o poder constituinte supranacional busca estabelecer uma
Constituição supranacional legítima: faz as vezes do poder constituinte porque cria uma
ordem jurídica de cunho constitucional, na medida em que reorganiza a estrutura de
cada um dos Estados ou adere ao direito comunitário de viés supranacional por
excelência, com capacidade, inclusive, para submeter as diversas constituições nacionais
ao seu poder supremo. Da mesma forma, e em segundo lugar, é supranacional, porque
se distingue do ordenamento positivo interno assim como do direito internacional.

ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
ADCT
CORPO FIXO
PREÂMBULO (ATOS DAS DISPOSIÇÕES
(PARTE DOGMÁTICA)
CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS)
Representa os É a parte mais importante – art. 1º É norma constitucional transitória,
objetivos/finalidade ao 250 excepcional
Desprovido de normatividade
Possui normatividade Possui normatividade
(âmbito da política)
Não é parâmetro para o É parâmetro para o controle de É parâmetro para o controle de
controle de constitucionalidade constitucionalidade constitucionalidade

8
Novelino, Marcelo. Curso de direito constitucional/ Marcelo Novelino. - 11. ed. rev., ampl. e atual. - Salvador: Ed. JusPodivm,
2016.
23

PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica
das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL.

PREÂMBULO CONSTITUCIONAL (DICAS)


- O preâmbulo é um elemento formal de aplicabilidade.

- O preâmbulo não pode, por si só, servir de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma norma.

- O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e,
dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional.

- Em termos estritamente formais, o Preâmbulo é uma espécie de introdução ao texto constitucional, um resumo
dos direitos que permearão a textualização a seguir, apresentando o processo que resultou na elaboração da
Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação.

- O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior
e garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos listados em seguida e até então não dotados de
força normativa constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça.

- A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente, não tem força
normativa, não sendo de reprodução obrigatória pelos Estados.

- Para o STF o preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do
constituinte. Logo, não contém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor interpretativo das
normas constitucionais, não servindo como parâmetro para o controle de constitucionalidade.

- Teorias quanto à natureza jurídica do preâmbulo9:


• T. da irrelevância jurídica: o preâmbulo situa-se no domínio da política, sem relevância jurídica; (ADOTADA)
• T. da plena eficácia: o preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais, sendo, porém,
apresentado de forma não articulada;
• T. da relevância jurídica indireta ou específica: o preâmbulo faz parte das características jurídicas da
Constituição Federal, entretanto, não deve ser confundido com as demais normas jurídicas desta.
- Natureza jurídica do preâmbulo.
O preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas sim no domínio da política. Ele apenas reflete a posição
ideológica do constituinte.
Desse modo, o preâmbulo não possui relevância jurídica.
Vale ressaltar, ainda, que o preâmbulo não constitui norma central da Constituição, não sendo de reprodução
obrigatória nas Constituições dos Estados-membros.
A invocação a Deus, presente no preâmbulo da CF/88, reflete um sentimento religioso. Isso não faz, contudo, que
o Brasil deixe de ser um Estado Laico. O Brasil é um Estado Laico, ou seja, um Estado em que há Liberdade de
consciência e de crença, onde ninguêm é privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica.
A invocação da proteção de Deus contida no preâmbulo da CF/88 não se trata de norma de reprodução obrigatória
na Constituição estadual não tendo força normativa. Se a Constituição estadual não tiver esta expressão, não há
qualquer inconstitucionalidade nisso.
STF. Plenário. ADI 2076. Rel. Min. Carlos Velloso. Julgado em 15/08/2002.

9
Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado® / Pedro Lenza. – 22. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018. (Coleção
esquematizado®).
24

TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO e tem como FUNDAMENTOS:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.

República Federativa do Brasil


Forma de Estado Federado As duas iniciais formam FE de Federação
Forma de Governo Republicano FOGO na República
Sistema de Governo Presidencialista SIGO o Presidente
Regime de Governo Democrático REGO Democrático

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Poder Função Típica Função Atípica


- Legislar Nat. Executiva: ao dispor sobre sua organização, provendo
- Fiscalização contábil, financeira, cargos, concedendo férias e licenças a servidores;
Legislativo
orçamentária e patrimonial do Nat. Jurisdicional: Senado, quando julga o PR nos crimes de
Poder Executivo responsabilidade (art. 52, I, CF).
- Administrar Nat. Legislativa: PR, quando adota Medida Provisória, com
- Pratica de atos de chefia de força de lei (art. 62, CF);
Executivo
Estado, chefia de governo e atos Nat. Jurisdicional: Executivo julga, apreciando defesas e
administrativos recursos administrativos. - Há controvérsias!
Nat. Executiva: quando concede férias e licenças aos
magistrados e serventuários (art. 96, I, “f”, CF);
Judiciário - Julgar
Nat. Legislativa: regimento interno de seus tribunais (art. 96,
I, “a”, CF).

Art. 3º Constituem OBJETIVOS FUNDAMENTAIS da República Federativa do Brasil:


• Norma constitucional de eficácia LIMITADA DE PRINCÍPIO PROGRAMÁTICO
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes PRINCÍPIOS:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
25

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;


IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural
dos povos da América LATINA, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
• Não é povos da América do SUL e não visa à formação de uma comunidade do MERCOSUL.

PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES


FUNDAMENTOS OBJETIVOS FUNDAMENTAIS
INTERNACIONAIS
Autodeterminação dos povos;

Independência nacional;
Construir uma sociedade livre, justa e
Não-intervenção;
solidária;
Soberania;
Concessão de asilo político;
Garantir o desenvolvimento nacional;
Cidadania;
Prevalência dos direitos humanos;
Erradicar a pobreza e a marginalização
Dignidade da pessoa humana;
e reduzir as desigualdades sociais e
Igualdade entre os Estados;
regionais;
Valores sociais do trabalho e da
libre iniciativa; Defesa da paz;
Promover o bem estar de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo,
Pluralismo político. Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação.
Cooperação entre os povos para o
progresso da humanidade;

Solução pacífica dos conflitos.


#BIZU: “Com Garra Erra Pouco” - #BIZU:
#BIZU: “SoCiDiVaPlu”
Regra do verbo “AIndNãoConPreIDeReCoS”
__________________________________________________
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

DIREITOS FUNDAMENTAIS
→ Direitos: são bens e vantagens prescritos na norma constitucional.
DIREITOS
X
→ Garantias: são os instrumentos através dos quais se assegura o exercício dos
GARANTIAS
direitos.
• Pessoas físicas: brasileiros e estrangeiros (residentes e não-residentes);
TITULARIDADE
• Pessoas jurídicas.
• Direitos e deveres individuais e coletivos;
• Direitos sociais;
CATEGORIAS • Direitos de nacionalidade;
• Direitos políticos;
• Partidos políticos.
26

A Teoria do Limite dos Limites parte da premissa de que nenhum direito deve ser
considerado absoluto, assim, é possível a restrição aos direitos e garantias
fundamentais por meio da Constituição ou lei infraconstitucional. Todavia, para
TEORIA DOS LIMITES DOS
tanto, devem ser atendidos todos os desdobramentos da teoria dos limites dos
LIMITES10
limites, que se materializa em obstáculos à atuação do legislador na restrição
desses direitos, garantindo o efetivo exercício dos direitos fundamentais que
fortalecem o Estado Democrático de Direito.
→ Historicidade
Possuem caráter histórico, nascendo com o cristianismo, passando pelas diversas
revoluções e chegando aos dias atuais;

→ Universalidade
Destinam-se, de modo indiscriminado, a todos os seres humanos;

→ Limitabilidade ou Relatividade
Os direitos fundamentais não são absolutos (relatividade), havendo, muitas vezes,
no caso concreto, confronto, conflito de interesses. A solução ou vem discriminada
na própria Constituição (ex.: direito de propriedade versus desapropriação), ou
caberá ao intérprete, ou magistrado, no caso concreto, decidir qual direito deverá
prevalecer, levando em consideração a regra da máxima observância dos direitos
CARACTERÍSTICAS11 fundamentais envolvidos, conjugando-a com a sua mínima restrição;

→ Concorrência
Podem ser exercidos cumulativamente uns com os outros;

→ Irrenunciabilidade
O que pode ocorrer é o seu não exercício, mas nunca a sua renunciabilidade;

→ Inalienabilidade
Como são conferidos a todos, são indisponíveis; não se pode aliená-los por não
terem conteúdo econômico-patrimonial;

→ Imprescritibilidade
Não são perdidos se não forem usados.
→ Direitos do Homem
Conjunto de direitos humanos naturais, não escritos ou não positivados, mas que
decorrem da ideia de humanidade.
DIREITOS DO HOMEM
X → Direitos Humanos
DIREITOS HUMANOS Conjunto de valores e direitos positivados na ordem internacional para a proteção
X da dignidade da pessoa.
DIREITOS FUNDAMENTAIS
→ Direitos Fundamentais
Conjunto de valores e direitos positivados na ordem interna de determinado país
para a proteção da dignidade da pessoa.
→ 1ª Dimensão
• valor-fonte: liberdade;
DIMENSÕES/GERAÇÕES
• tipo de estado: liberal;
• direitos: políticos e civis; #BIZU: PC

10
Concursos públicos : terminologias e teorias inusitadas / João Biffe Junior, Joaquim Leitão Junior. – Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2017.
11
Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado® / Pedro Lenza. – 22. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018. (Coleção
esquematizado®).
27

• prestações estatais: direitos negativos (abstenção Estatal);


• exemplos: liberdade de reunião e locomoção.

→ 2ª Dimensão
• valor-fonte: igualdade;
• tipo de estado: social;
• direitos: econômicos, sociais e culturais; #BIZU: ESC
• prestações estatais: direitos positivos (prestação Estatal);
• exemplos: saúde e previdência social.

→ 3ª Dimensão
• valor-fonte: fraternidade;
• tipo de estado: coletivo;
• direitos: coletivos e difusos; #BIZU: CD
• prestações estatais: dever de toda a comunidade;
• exemplos: meio ambiente e consumidor.

→ 4ª Dimensão
• engenharia genética (Norberto Bobbio)
• direito à informação, democracia direta e pluralismo (Paulo Bonavides)

→ 5ª Dimensão
• direito à paz (Paulo Bonavides)
→ Status Passivo ou Subjectionis
O indivíduo se encontra em posição de subordinação aos poderes públicos,
vinculando-se ao Estado por mandamentos e proibições. O indivíduo aparece
como detentor de deveres perante o Estado;
#Sujeição do particular frente ao Estado

→ Status Negativo ou Libertatis


TEORIA DOS QUATO O indivíduo, por possuir personalidade, goza de um espaço de liberdade diante
STATUS DE JELLINEK12 das ingerências dos Poderes Públicos. Nesse sentido, podemos dizer que a
(GEORG JELLINEK) autoridade do Estado se exerce sobre homens livres;
#Defesa do particular frente ao Estado
Busca explicar o papel dos
Direitos Fundamentais nas → Status Ativo ou Activus
relações entre o Estado e o O indivíduo possui competências para influenciar a formação da vontade do
particular Estado, por exemplo, pelo exercício do direito do voto (exercício de direitos
políticos);
#Participação do particular na tomada de decisões

→ Status Positivo ou Civitatis


O indivíduo tem o direito de exigir que o Estado atue positivamente, realizando
uma prestação a seu favor.
#Prestação do Estado ao particular
→ Dimensão Subjetiva
Os direitos fundamentais, são direitos exigíveis perante o Estado: as pessoas
DIMENSÕES13
podem exigir que o Estado se abstenha de intervir indevidamente na esfera
(SUBJETIVA X OBJETIVA)
privada (direitos de 1ª geração) ou que o Estado atue ofertando prestações
positivas, através de políticas e serviços públicos (direitos de 2ª geração).

12
Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado® / Pedro Lenza. – 22. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018. (Coleção
esquematizado®).
13
Apostila Estratégia Concursos – Aula 00 – Sefaz/AM (Analista de TI).
28

#Exigências perante o estado: prestações (direitos positivos) e abstenções


(direitos negativos)

→ Dimensão Objetiva
Os direitos fundamentais são vistos como enunciados dotados de alta carga
valorativa: eles são qualificados como princípios estruturantes do Estado, cuja
eficácia se irradia por todo o ordenamento jurídico.
#Enunciados dotados de alta carga valorativa, cuja eficácia se irradia por todo
ordenamento jurídico
→ Eficácia Vertical
É aplicada às relações entre o Estado e o particular, que se encontra em uma
relação de subordinação quanto ao Estado.
#Estado x Particular

→ Eficácia Horizontal
É chamada de horizontal, pois não existe subordinação, mas sim uma coordenação,
EFICÁCIAS uma igualdade entre as partes da relação.
#Particular x Particular

→ Eficácia Diagonal
É aplicada às relações em que há um desequilíbrio entre os particulares, é um
desequilíbrio fático, a exemplo das relações entre patrões e empregados, entre
banco e consumidores.
#Particular x Particular Vulnerável
→ Regras
• mandados de determinação;
• aplicado por subsunção;
• técnica do "tudo ou nada";
• buscam fundamento nos princípios;
• possuem reduzido grau de abstração e indeterminabilidade;
REGRAS • aplicação direta e imediata.
X
PRINCÍPIOS → Princípios
• mandados de otimização;
• aplicado por ponderação de interesses;
• técnica do "mais ou menos";
• constituem a ratio das regras;
• possuem elevado grau de abstração e de indeterminabilidade;
• dependem da interpretação.

Art. 5º TODOS são iguais perante a lei, SEM DISTINÇÃO de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à Vida, à Liberdade, à Igualdade, à Segurança e
à Propriedade, nos termos seguintes: #BIZU: “VILPS”

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

- É inconstitucional lei que preveja requisitos diferentes entre homens e mulheres para que recebam pensão
por morte.
É inconstitucional, por transgressão ao princípio da isonomia entre homens e mulheres (art. 5º, I, da CF/88), a
exigência de requisitos legais diferenciados para efeito de outorga de pensão por morte de ex-servidores públicos
em relação a seus respectivos cônjuges ou companheiros/companheiras (art. 201, V, da CF/88).
STF. Plenário. RE 659424/RS, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 457) (Info
994).
29

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; (P. DA LEGALIDADE)

- Positivo
• aplicável à Administração Pública
• só poderá atuar quando a lei determinar ou autorizar
Aspectos
- Negativo
Princípio da
• aplicável ao particular
LEGALIDADE
• podem fazer tudo o que não estiver proibido em lei
• Medidas provisórias (art. 62, CF)
Exceções • Estado de defesa (art. 136, CF)
• Estado de sítio (art. 137, CF)

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;


• Norma constitucional de eficácia PLENA

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato;

- É inconstitucional a resolução do Conselho Federal de Psicologia que proíbe a comercialização e o uso dos
testes psicológicos para indivíduos que não sejam psicólogos.
Ao restringirem a comercialização e o uso de testes psicológicos aos profissionais regularmente inscritos no
Conselho Federal de Psicologia (CFP), o inciso III e os §§ 1º e 2º do art. 18 da Resolução 2/2003-CFP acabaram por
instituir disciplina desproporcional e ofensiva aos postulados constitucionais relativos à liberdade de manifestação
do pensamento (art. 5º, IV, IX e XIV, da CF/88) e de liberdade de acesso à informação (art. 220, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 3481/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral
ou à imagem; (DIREITO DE RESPOSTA)

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos
e garantida, NA FORMA DA LEI, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; (DIREITO A LIBERDADE
RELIGIOSA)

- Estados e Municípios podem restringir temporariamente atividades religiosas coletivas presenciais a fim
de evitar a proliferação da Covid-19. #IMPORTANTE #COVID
É compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à realização de cultos, missas e demais
atividades religiosas presenciais de caráter coletivo como medida de contenção do avanço da pandemia da Covid-
19.
STF. Plenário. ADPF 811/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/4/2021 (Info 1012).

- É ilegítima a recusa dos pais à vacinação compulsória de filho menor por motivo de convicção filosófica.
#IMPORTANTE #COVID
É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância
sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória
determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com base
em consenso médico-científico.
Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou
responsáveis, nem tampouco ao poder familiar.
STF. Plenário. ARE 1267879/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral – Tema
1103) (Info 1003).

- É constitucional lei estadual que permite o sacrifício de animais em cultos de religiões de matriz africana.
#IMPORTANTE
É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual
de animais em cultos de religiões de matriz africana.
30

STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 28/3/2019
(Info 935).

VII - é assegurada, NOS TERMOS DA LEI, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
SALVO se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei; (ESCUSA OU OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA)

- É possível que o candidato a concurso público consiga a alteração das datas e horários previstos no edital
por motivos religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos. #IMPORTANTE
Nos termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível a realização de etapas de concurso público em datas
e horários distintos dos previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivo de crença
religiosa, desde que presentes a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos
e que não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada.
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 19/11, 25/11 e
26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000).

- É possível que o servidor público cumpra seus deveres funcionais em dias alternativos por motivos
religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos. #IMPORTANTE
Nos termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível à Administração Pública, inclusive durante o estágio
probatório, estabelecer critérios alternativos para o regular exercício dos deveres funcionais inerentes aos cargos
públicos, em face de servidores que invocam escusa de consciência por motivos de crença religiosa, desde que
presentes a razoabilidade da alteração, não se caracterize o desvirtuamento do exercício de suas funções e não
acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada.
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 19/11, 25/11 e
26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000).

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, INDEPENDENTEMENTE


de censura ou licença;

- Emissora de TV pode ser condenada ao pagamento de indenização por danos morais coletivos em razão
da exibição de filme fora do horário recomendado pelo Ministério da Justiça.
Segundo decidiu o STF, é inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do
ECA. Assim, o Estado não pode determinar que os programas somente possam ser exibidos em determinados
horários. Isso seria uma imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por configurar censura. O Poder
Público pode apenas recomendar os horários adequados. A classificação dos programas é indicativa (e não
obrigatória) (STF. Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 31/8/2016).
Vale ressaltar, no entanto, que a liberdade de expressão, como todo direito ou garantia constitucional, exige
responsabilidade no seu exercício, de modo que as emissoras deverão resguardar, em sua programação, as
cautelas necessárias às peculiaridades do público infanto-juvenil. Logo, a despeito de ser a classificação da
programação apenas indicativa e não proibir a sua veiculação em horários diversos daquele recomendado, cabe
ao Poder Judiciário controlar eventuais abusos e violações ao direito à programação sadia, previsto no art. 221 da
CF/88.
Diante disso, é possível, ao menos em tese, que uma emissora de televisão seja condenada ao pagamento de
indenização por danos morais coletivos em razão da exibição de filme fora do horário recomendado pelo órgão
competente, desde que fique constatado que essa conduta afrontou gravemente os valores e interesses coletivos
fundamentais.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.840.463-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 19/11/2019 (Info 663).
31

- Biografias: autorização prévia e liberdade de expressão. #IMPORTANTE


Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das demais
pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo
compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. As exatas palavras do STF foram as seguintes:
“É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais,
sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso
de pessoas falecidas ou ausentes”.
Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela
publicação, terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização pecuniária, como
também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de
resposta etc.
STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/6/2015 (Info 789).

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

- A determinação judicial para identificação dos usuários que operaram em determinada área geográfica,
suficientemente fundamentada, não ofende a proteção à privacidade e à intimidade. #IMPORTANTE
A quebra do sigilo de dados armazenados não obriga a autoridade judiciária a indicar previamente as pessoas que
estão sendo investigadas, até porque o objetivo precípuo dessa medida é justamente de proporcionar a
identificação do usuário do serviço ou do terminal utilizado.
Logo, a ordem judicial para quebra do sigilo dos registros, delimitada por parâmetros de pesquisa em determinada
região e por período de tempo, não se mostra medida desproporcional, porquanto, tendo como norte a apuração
de gravíssimos crimes, não impõe risco desmedido à privacidade e à intimidade dos usuários possivelmente
atingidos por tal diligência.
STJ. 3ª Seção. RMS 61.302-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/08/2020 (Info 678).

XI - a CASA é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
SALVO em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

• com o consentimento do morador


INVIOLABILIDADE • flagrante delito
Durante o DIA/NOITE
DO DOMICÍLIO • desastre
(EXCEÇÕES) • prestar socorro
Apenas durante DIA • determinação judicial

- Parâmetros para a validade da entrada forçada em domicílio sem mandado judicial. #IMPORTANTE
A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada
em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori", que indiquem que dentro da casa ocorre situação de
flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade
dos atos praticados.
STF. Plenário. RE 603616/RO. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgado 4-5/11/2015 (repercussão geral) (lnfo 806).

- A denúncia anônima acerca da ocorrência de tráfico de drogas acompanhada das diligências para a
constatação da veracidade das informações prévias podem caracterizar as fundadas razões para o ingresso
dos policiais na residência do investigado. #IMPORTANTE
O ingresso de agentes públicos em residências sem ordem judicial ou autorização de morador deve estar
amparado em fundadas razões, devidamente justificadas pelas circunstâncias do caso concreto, que indiquem
estar ocorrendo, no interior da casa, situação de flagrante delito.
No caso concreto, os policiais, após receberem “denúncia anônima” acerca da existência de tráfico de drogas,
realizaram diligências para a constatação da veracidade da denúncia e, com base em fundadas razões sobre a
existência da prática do delito, inclusive sobre a existência de um “disque-drogas”, ingressaram na residência do
investigado, encontraram o entorpecente e realizaram o flagrante.
32

Na situação em tela, verifica-se a existência de justa causa para a atuação dos agentes, cujos atos são revestidos
de fé pública, sobretudo quando seus depoimentos se mostram coerentes e compatíveis com as demais provas
dos autos.
STJ. 5ª Turma. AgRg nos EDcl no RHC 143.066-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 19/04/2022 (Info 734).

- Mera intuição de que está havendo tráfico de drogas na casa não autoriza o ingresso sem mandado judicial
ou consentimento do morador. #IMPORTANTE
O ingresso regular da polícia no domicilio, sem autorização judicial, em caso de flagrante delito, para que seja
válido, necessita que haja fundadas razões (justa causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da
residência.
A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse autorizar abordagem policial
em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem
o seu consentimento e sem determinação judicial.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.574.681-RS. Rel. Min. Rogério Schietti Cruz. Julgado em 20/4/2017 (Info 606).

- Não é permitido o ingresso na residência do indivíduo pelo simples fato de haver denúncias anônimas e
ele ter fugido da polícia. #IMPORTANTE
A existência de denúncia anônima da prática de tráfico de drogas somada à fuga do acusado ao avistar a polícia,
por si sós, não configuram fundadas razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu
consentimento ou sem determinação judicial.
STJ. 5ª Turma. RHC 89.853-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 18/02/2020 (Info 666).
STJ. 6ª Turma. RHC 83.501-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018 (Info 623).

- Se a polícia entra na residência especificamente para efetuar uma prisão, ela não pode vasculhar
indistintamente o interior da casa porque isso seria “pescaria probatória”, com desvio de finalidade.
#IMPORTANTE
Admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não significa conceder um salvo-conduto
para que todo o seu interior seja vasculhado indistintamente, em verdadeira pescaria probatória (fishing
expedition), sob pena de nulidade das provas colhidas por desvio de finalidade.
STJ. 6ª Turma. HC 663055-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 22/03/2022 (Info 731).

- A violação de domicílio com base no comportamento suspeito do acusado, que empreendeu fuga ao ver a
viatura policial, não autoriza a dispensa de investigações prévias ou do mandado judicial para a entrada
dos agentes públicos na residência. #IMPORTANTE
Para que os policiais façam o ingresso forçado em domicílio, resultando na apreensão de material apto a configurar
o crime de tráfico de drogas, isso deve estar justificado com base em elementos prévios que indiquem que havia
um estado de flagrância ocorrendo no local.
No caso em tela, a violação de domicílio teve como justificativa o comportamento suspeito do acusado – que
empreendeu fuga ao ver a viatura policial –, circunstância fática que não autoriza a dispensa de investigações
prévias ou do mandado judicial para a entrada dos agentes públicos na residência, acarretando a nulidade da
diligência policial.
Além disso, a alegação de que a entrada dos policiais teria sido autorizada pelo agente não merece acolhimento.
Isso, porque não há outro elemento probatório no mesmo sentido, salvo o depoimento dos policiais que
realizaram o flagrante, tendo tal autorização sido negada em juízo pelo réu.
Segundo entende o STJ, é do estado acusador o ônus de comprovar que houve consentimento válido do morador
para que os policiais entrem na casa. Assim, o estado acusador é quem deve provar que o morador autorizou a
entrada, não sendo suficiente a mera palavra dos policiais.
STJ. 6ª Turma. HC 695980-GO, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 22/03/2022 (Info 730).

- Na hipótese de suspeita de flagrância delitiva, qual a exigência, em termos de standard probatório, para
que policiais ingressem no domicílio do suspeito sem mandado judicial? #IMPORTANTE
A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do suspeito incumbe,
em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa que autorizou o ingresso
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domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada
em áudio-vídeo e preservada a prova enquanto durar o processo.
Principais conclusões do STJ:
1) Na hipótese de suspeita de crime em flagrante, exige-se, em termos de standard probatório para ingresso no
domicílio do suspeito sem mandado judicial, a existência de fundadas razões (justa causa), aferidas de modo
objetivo e devidamente justificadas, de maneira a indicar que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito.
2) O tráfico ilícito de entorpecentes, em que pese ser classificado como crime de natureza permanente, nem
sempre autoriza a entrada sem mandado no domicílio onde supostamente se encontra a droga. Apenas será
permitido o ingresso em situações de urgência, quando se concluir que do atraso decorrente da obtenção de
mandado judicial se possa objetiva e concretamente inferir que a prova do crime (ou a própria droga) será
destruída ou ocultada.
3) O consentimento do morador, para validar o ingresso de agentes estatais em sua casa e a busca e apreensão
de objetos relacionados ao crime, precisa ser voluntário e livre de qualquer tipo de constrangimento ou coação.
4) A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do suspeito incumbe,
em caso de dúvida, ao Estado, e deve ser feita com declaração assinada pela pessoa que autorizou o ingresso
domiciliar, indicando-se, sempre que possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a operação deve ser registrada
em áudio-vídeo e preservada tal prova enquanto durar o processo.
5) A violação a essas regras e condições legais e constitucionais para o ingresso no domicílio alheio resulta na
ilicitude das provas obtidas em decorrência da medida, bem como das demais provas que dela decorrerem em
relação de causalidade, sem prejuízo de eventual responsabilização penal do(s) agente(s) público(s) que tenha(m)
realizado a diligência.
STJ. 6ª Turma. HC 598.051/SP, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 02/03/2021 (Info 687).

- É lícita a entrada de policiais, sem autorização judicial e sem o consentimento do hóspede, em quarto de
hotel, desde que presentes fundadas razões da ocorrência de flagrante delito. #IMPORTANTE
É lícita a entrada de policiais, sem autorização judicial e sem o consentimento do hóspede, em quarto de hotel não
utilizado como morada permanente, desde que presentes as fundadas razões que sinalizem a ocorrência de crime
e hipótese de flagrante delito.
O quarto de hotel constitui espaço privado que, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, é qualificado
juridicamente como “casa” (desde que ocupado) para fins de tutela constitucional da inviolabilidade domiciliar. No
entanto, o STJ fez uma interessante ressalva. O STJ afirmou que, embora o quarto de hotel regularmente ocupado
seja, juridicamente, qualificado como “casa” para fins de tutela constitucional da inviolabilidade domiciliar (art. 5º,
XI), a exigência, em termos de standard probatório, para que policiais ingressem em um quarto de hotel sem
mandado judicial não pode ser igual às fundadas razões exigidas para o ingresso em uma residência propriamente
dita, a não ser que se trate (o quarto de hotel) de um local de moradia permanente do suspeito. Isso porque é
diferente invadir uma casa habitada permanentemente pelo suspeito e até por várias pessoas (crianças e idosos,
inclusive) e um quarto de hotel que, como no caso, é aparentemente utilizado não como uma morada permanente,
mas para outros fins, inclusive, ao que tudo indica, o comércio de drogas.
No caso concreto, o STJ afirmou que, antes do ingresso no quarto, os policiais realizaram diligências investigativas
para apurar a veracidade da informação recebida no sentido de que havia entorpecentes no local.
STJ. 6ª Turma. HC 659527-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2021 (Info 715).

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, SALVO, no último caso (comunicações telefônicas), por ORDEM JUDICIAL, nas hipóteses e na forma
que a lei (Lei nº 9.296/96) estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

- Corregedor Nacional de Justiça pode requisitar dados bancários e fiscais sem prévia autorização judicial.
#IMPORTANTE
É constitucional a requisição, sem prévia autorização judicial, de dados bancários e fiscais considerados
imprescindíveis pelo Corregedor Nacional de Justiça para apurar infração de sujeito determinado, desde que em
processo regularmente instaurado mediante decisão fundamentada e baseada em indícios concretos da prática
do ato.
O art. 8º, V, do Regimento Interno do CNJ prevê que o Corregedor Nacional de Justiça possui competência para
“requisitar das autoridades fiscais, monetárias e de outras autoridades competentes informações, exames, perícias
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ou documentos, sigilosos ou não, imprescindíveis ao esclarecimento de processos ou procedimentos submetidos


à sua apreciação, dando conhecimento ao Plenário”.
Essa previsão regimental tem por fundamento a probidade patrimonial dos agentes públicos. A legitimidade para
requisição pode ser por decisão singular do Corregedor por conta da função constitucional por ele exercida, de
fiscalização da integridade funcional do Poder Judiciário.
Contudo, é preciso assegurar a existência de garantias ao contribuinte, de modo que não há espaço para devassa
ou varredura, buscas generalizadas e indiscriminadas na vida das pessoas, com o propósito de encontrar alguma
irregularidade.
STF. Plenário. ADI 4709/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 27/5/2022 (Info 1056).

- É possível que o Fisco requisite das instituições financeiras informações bancárias sobre os contribuintes
sem intervenção do Poder Judiciário. #IMPORTANTE
As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios podem
requisitar diretamente das instituições financeiras informações sobre as movimentações bancárias dos
contribuintes. Esta possibilidade encontra-se prevista no art. 6º da LC 105/2001, que foi considerada constitucional
pelo STF. Isso porque esta previsão não se caracteriza como "quebra" de sigilo bancário, ocorrendo apenas a
“transferência de sigilo” dos bancos ao Fisco.
Vale ressaltar que os Estados-Membros e os Municípios somente podem obter as informações previstas no art. 6º
da LC 105/2001, uma vez regulamentada a matéria de forma análoga ao Decreto Federal nº 3.724/2001,
observados os seguintes parâmetros:
a) pertinência temática entre a obtenção das informações bancárias e o tributo objeto de cobrança no
procedimento administrativo instaurado;
b) prévia notificação do contribuinte quanto à instauração do processo e a todos os demais atos, garantido o mais
amplo acesso do contribuinte aos autos, permitindo-lhe tirar cópias, não apenas de documentos, mas também de
decisões;
c) sujeição do pedido de acesso a um superior hierárquico;
d) existência de sistemas eletrônicos de segurança que fossem certificados e com o registro de acesso; e,
finalmente,
e) estabelecimento de mecanismos efetivos de apuração e correção de desvios.
A Receita Federal, atualmente, já pode requisitar tais informações bancárias porque possui esse regulamento.
Trata-se justamente do Decreto 3.724/2001 acima mencionada, que regulamenta o art. 6º da LC 105/2001.
O art. 5º da LC 105/2001, que permite obrigar as instituições financeiras a informarem periodicamente à Receita
Federal as operações financeiras realizadas acima de determinado valor, também é considerado constitucional.
STF. Plenário. ADI 2390/DF, ADI 2386/DF, ADI 2397/DF e ADI 2859/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 24/2/2016
(Info 815).
STF. Plenário. RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2016 (repercussão geral) (Info 815).

- Requisição pelo MP de informações bancárias de ente da administração pública. #IMPORTANTE


Não são nulas as provas obtidas por meio de requisição do Ministério Público de informações bancárias de
titularidade de Prefeitura para fins de apurar supostos crimes praticados por agentes públicos contra a
Administração Pública.
É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade da Prefeitura, com
o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário.
O sigilo de informações necessário à preservação da intimidade é relativizado quando há interesse da sociedade
em conhecer o destino dos recursos públicos.
Diante da existência de indícios da prática de ilícitos penais envolvendo verbas públicas, cabe ao MP, no exercício
de seus poderes investigatórios (art.129, VIII, da CF/88), requisitar os registros de operações financeiras relativos
aos recursos movimentados a partir de conta-corrente de titularidade da Prefeitura. Essa requisição compreende,
por extensão, o acesso aos registros das operações bancárias sucessivas, ainda que realizadas por particulares, e
objetiva garantir o acesso ao real destino desses recursos públicos.
STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE. Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca. Julgado em 20/10/2015 (Info 572).
STF. 2ª Turma. RHC 133118/CE. Rel. Min. Dias Toffoli. Julgado em 26/9/2017 (Info 879).
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- Precedente do STF envolvendo requisição do TCU


Em caso semelhante ao acima explicado o STF decidiu que o TCU poderia requisitar informações bancárias de
contas envolvendo recursos públicos. Veja trechos da ementa:
(...) 2. O primado do ordenamento constitucional democrático assentado no Estado de Direito pressupõe uma
transparente responsabilidade do Estado e, em especial, do Governo. (...)
3. O sigilo de informações necessárias para a preservação da intimidade é relativizado quando se está diante do
interesse da sociedade de se conhecer o destino dos recursos públicos.
4. Operações financeiras que envolvam recursos públicos não estão abrangidas pelo sigilo bancário a que alude a
Lei Complementar nº 105/2001, visto que as operações dessa espécie estão submetidas aos princípios da
administração pública insculpidos no art. 37 da Constituição Federal. Em tais situações, é prerrogativa
constitucional do Tribunal [TCU] o acesso a informações relacionadas a operações financiadas com recursos
públicos. (...)
7. O Tribunal de Contas da União não está autorizado a, manu militari, decretar a quebra de sigilo bancário e
empresarial de terceiros, medida cautelar condicionada à prévia anuência do Poder Judiciário, ou, em situações
pontuais, do Poder Legislativo. (...)
8. In casu, contudo, o TCU deve ter livre acesso às operações financeiras realizadas pelas impetrantes, entidades
de direito privado da Administração Indireta submetidas ao seu controle financeiro, mormente porquanto
operacionalizadas mediante o emprego de recursos de origem pública. Inoponibilidade de sigilo bancário e
empresarial ao TCU quando se está diante de operações fundadas em recursos de origem pública. Conclusão
decorrente do dever de atuação transparente dos administradores públicos em um Estado Democrático de Direito.
(...)
(STF. 1ª Turma. MS 33340, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 26/05/2015).

- É possível que a Receita Federal compartilhe, com a Polícia e o MP, os dados bancários que ela obteve em
procedimento administrativo fiscal, para fins de instrução processual penal. #IMPORTANTE
Os dados do contribuinte que a Receita Federal obteve das instituições bancárias mediante requisição direta (sem
intervenção do Poder Judiciário, com base nos arts. 5º e 6º da LC 105/2001), podem ser compartilhados, também
sem autorização judicial, com o Ministério Público, para serem utilizados como prova emprestada no processo
penal. Isso porque o STF decidiu que são constitucionais os arts. 5º e 6º da LC 105/2001, que permitem o acesso
direto da Receita Federal à movimentação financeira dos contribuintes (RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin,
julgado em 24/2/2016. Info 815). Este entendimento do STF deve ser estendido também para a esfera criminal.
É lícito o compartilhamento promovido pela Receita Federal dos dados bancários por ela obtidos a partir de
permissivo legal, com a Polícia e com o Ministério Público, ao término do procedimento administrativo fiscal,
quando verificada a prática, em tese, de infração penal.
STF. 1ª Turma. RE 1043002 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 01/12/2017.
STF. 2ª Turma. RHC 121429/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info 822).
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.601.127-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Rel. Acd. Min. Felix Fischer, julgado em
20/09/2018 (Info 634).
STJ. 6ª Turma. HC 422.473-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/03/2018 (Info 623).

- É possível o compartilhamento, sem autorização judicial, dos relatórios de inteligência financeira da UIF
(Leia-se COAF) e do procedimento fiscalizatório da Receita Federal com a Polícia e o Ministério Público.
#IMPORTANTE
1. É constitucional o compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira da UIF e da íntegra do
procedimento fiscalizatório da Receita Federal do Brasil (RFB), que define o lançamento do tributo, com os órgãos
de persecução penal para fins criminais, sem a obrigatoriedade de prévia autorização judicial, devendo ser
resguardado o sigilo das informações em procedimentos formalmente instaurados e sujeitos a posterior controle
jurisdicional.
2. O compartilhamento pela UIF e pela RFB, referente ao item anterior, deve ser feito unicamente por meio de
comunicações formais, com garantia de sigilo, certificação do destinatário e estabelecimento de instrumentos
efetivos de apuração e correção de eventuais desvios.
STF. Plenário. RE 1055941/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019 (repercussão geral – Tema 990) (Info
962).
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- É ilegal a requisição, sem autorização judicial, de dados fiscais pelo Ministério Público. #IMPORTANTE
Ao julgar o Tema 990, o STF afirmou que é legítimo que a Receita Federal compartilhe o procedimento fiscalizatório
que ela realizou para apuração do débito tributário com os órgãos de persecução penal para fins criminais (Polícia
Federal, Ministério Público etc.), não sendo necessário, para isso, prévia autorização judicial (STF. Plenário. RE
1.055.941/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/12/2019).
Por outro lado, neste julgado, o STF não autorizou que o Ministério Público faça a requisição direta (sem
autorização judicial) de dados fiscais, para fins criminais. Ex: requisição da declaração de imposto de renda.
A requisição ou o requerimento, de forma direta, pelo órgão da acusação à Receita Federal, com o fim de coletar
indícios para subsidiar investigação ou instrução criminal, além de não ter sido satisfatoriamente enfrentada no
julgamento do RE 1.055.941/SP, não se encontra abarcada pela tese firmada no âmbito da repercussão geral em
questão.
Em um estado de direito não é possível se admitir que órgãos de investigação, em procedimentos informais e não
urgentes, solicitem informações detalhadas sobre indivíduos ou empresas, informações essas constitucionalmente
protegidas, salvo autorização judicial.
Uma coisa é órgão de fiscalização financeira, dentro de suas atribuições, identificar indícios de crime e comunicar
suas suspeitas aos órgãos de investigação para que, dentro da legalidade e de suas atribuições, investiguem a
procedência de tais suspeitas. Outra, é o órgão de investigação, a polícia ou o Ministério Público, sem qualquer
tipo de controle, alegando a possibilidade de ocorrência de algum crime, solicitar ao COAF ou à Receita Federal
informações financeiras sigilosas detalhadas sobre determinada pessoa, física ou jurídica, sem a prévia autorização
judicial.
STJ. 3ª Seção. RHC 83233-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 09/02/2022 (Info 724).

#NÃOCONFUNDA:
• Receita Federal compartilhar o procedimento fiscalizatório que ela realizou para apuração do débito
tributário com os órgãos de persecução penal para fins criminais (Polícia Federal, Ministério Público etc.),
SEM autorização judicial: PODE
• Requisição direta, SEM autorização judicial, de dados fiscais pelo Ministério Público ou Polícia: NÃO PODE

- É lícito o compartilhamento de dados bancários feito por órgão de investigação do país estrangeiro para
a polícia brasileira, mesmo que, no Estado de origem, essas informações não tenham sido obtidas com
autorização judicial, já que isso não é exigido naquele país. #IMPORTANTE
Caso concreto: a Procuradoria de Nova Iorque (EUA) compartilhou com a Polícia Federal do Brasil uma relação de
brasileiros que mantinham contas bancárias nos EUA. A partir dessa informação, a Polícia Federal instaurou
inquérito para apurar os fatos e representou pela quebra do sigilo bancário dos investigados. O juiz federal deferiu
o pedido e expediu um MLAT aos EUA solicitando todos os detalhes das contas bancárias mantidas naquele país.
Esses dados foram enviados.
O compartilhamento de dados feito pela Procuradoria de Nova Iorque com a Polícia Federal foi realizado sem
autorização judicial. Mesmo assim, não há nulidade e tais elementos informativos podem ser utilizados no Brasil,
já que, no Estado de origem, não era necessária autorização judicial.
Assim, não viola a ordem pública brasileira o compartilhamento direto de dados bancários pelos órgãos
investigativos, mesmo que, no Estado de origem, sejam obtidos sem prévia autorização judicial, se a reserva de
jurisdição não é exigida pela legislação daquele local.
Ainda neste mesmo caso concreto, o STJ decidiu que a cooperação internacional feita pelo MLAT não será nula,
ainda que não tenha sido concretizada com a intermediação das autoridades centrais do Brasil e dos EUA.
Respeitadas as garantias processuais do investigado, não há prejuízo na cooperação direta entre as agências
investigativas, sem a participação das autoridades centrais. A ilicitude da prova ou do meio de sua obtenção
somente poderia ser pronunciada se o réu demonstrasse alguma violação de suas garantias ou das específicas
regras de produção probatória.
STJ. 5ª Turma. AREsp 701.833/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 04/05/2021 (Info 695).

- Dados obtidos com a quebra de sigilo bancário não podem ser divulgados abertamente em site oficial.
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser mantidos sob reserva.
Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio da quebra de sigilo
determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI).
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STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899).

- Publicação no jornal dos nomes dos clientes que tinham contas de poupança no banco, em determinado
período, representa quebra do sigilo bancário.
A divulgação de elementos cadastrais dos beneficiários de decisão proferida em ação civil pública que determinou
o pagamento dos expurgos inflacionários decorrentes de planos econômicos configura quebra de sigilo bancário.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.285.437-MS, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 23/5/2017 (Info 605).

SIGILO BANCÁRIO
Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições financeiras?
POLÍCIA NÃO. É necessária autorização judicial.
NÃO. É necessária autorização judicial (STJ. HC 160.646/SP).
Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas
MP
de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger o patrimônio
público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário (STJ. HC 308.493/CE).
NÃO. É necessária autorização judicial (STF. MS 22934/DF).
TCU Exceção: O envio de informações ao TCU relativas a operações de crédito originárias de
recursos públicos não é coberto pelo sigilo bancário (STF. MS 33340/DF).
SIM (art. 6º da LC 105/2001). O repasse das informações dos bancos para o Fisco não
Receita Federal pode ser definido como sendo "quebra de sigilo bancário", mas como “transferência de
sigilo” dos dados ao Fisco.
Receita Estadual, SIM, desde que regulamentem, no âmbito de suas esferas de competência, o art. 6º da
Distrital, Municipal LC 105/2001, de forma análoga ao Decreto Federal 3.724/2001.

CPI federal ou estadual/distrital → SIM (art. 4º, § 1º da LC 105/2001);


CPI
CPI municipal → NÃO (prevalece).
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que
a LEI ESTABELECER;
• Norma constitucional de eficácia CONTIDA

- A exigência de que o leiloeiro preste caução para o exercício da profissão é compatível com a Constituição,
não havendo ofensa ao art. 5º, XIII, tendo em vista que a garantia é necessária para resguardar eventuais
danos ao patrimônio de terceiros.
Os arts. 6º a 8º do Decreto nº 21.981/1932 exigem que o indivíduo que quiser exercer a profissão de leiloeiro
preste uma garantia (caução).
A exigência de garantia para o exercício da profissão de leiloeiro, prevista nos arts. 6º a 8º do Decreto 21.981/1932,
é compatível com o art. 5º, XIII, da Constituição Federal de 1988.
Isso porque o leiloeiro lida diariamente com o patrimônio de terceiros, de forma que a prestação de fiança como
condição para o exercício de sua profissão busca reduzir o risco de dano ao proprietário, o que reforça o interesse
social da norma protetiva, bem como justifica a limitação para o exercício da profissão.
STF. Plenário. RE 1263641/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
9/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 455) (Info 994).

- A restrição imposta pela Lei 13.021/2014, no sentido de que apenas farmacêuticos legalmente habilitados
podem figurar como responsáveis técnicos de farmácias e drogarias, não é incompatível com o 5º XIII, da
Constituição Federal.
Surgem constitucionais os artigos 5º e 6º, inciso I, da Lei nº 13.021/2014, no que previsto ser do farmacêutico a
responsabilidade técnica por drogaria.
STF. Plenário. RE 1156197, Rel. Marco Aurélio, julgado em 24/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 1.049) (Info 991
– clipping).
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XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;

- Em processo de execução, juiz não pode determinar que o advogado do executado junte aos autos contrato
de prestação de serviços advocatícios para que se verifique o real endereço do devedor.
Decisão judicial que determina a apresentação do contrato de serviços advocatícios, com a finalidade de verificação
do endereço do cliente/executado, fere o direito à inviolabilidade e sigilo profissional da advocacia.
Caso concreto: em um processo de execução (cumprimento de sentença), o juiz determinou que o advogado do
devedor juntasse aos autos o contrato de serviços advocatícios para se verificar o real endereço do executado a
fim de que pudesse ser expedido mandado de penhora contra o devedor. O STJ cassou a decisão afirmando que
ela fere o direito à inviolabilidade e sigilo profissional da advocacia.
STJ. 4ª Turma. RMS 67105-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/09/2021 (Info 710).

- Jornal poderá acessar dados sobre mortes registradas em ocorrências policiais. #IMPORTANTE
Caso concreto: o jornal Folha de São Paulo pediu para que o Governo do Estado fornecesse informações
relacionadas a mortes registradas pela polícia em boletins de ocorrência. O pedido foi negado sob o fundamento
de que, apesar de terem natureza pública, esses dados deveriam ser divulgados com cautela e não seriam
indispensáveis para o trabalho jornalístico.
O STJ não concordou e afirmou que não cabe à administração pública ou ao Poder Judiciário discutir o uso que se
pretende dar à informação de natureza pública. A informação, por ser pública, deve estar disponível ao público,
independentemente de justificações ou considerações quanto aos interesses a que se destina.
Não se pode vedar o exercício de um direito – acessar a informação pública – pelo mero receio do abuso no
exercício de um outro e distinto direito – o de livre comunicar.
Em suma: veículo de imprensa jornalística possui direito líquido e certo de obter dados públicos sobre óbitos
relacionados a ocorrências policiais.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.852.629-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 06/10/2020 (Info 682).

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, NOS TERMOS DA
LEI, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; (DIREITO DE LOCOMOÇÃO)

- Lei estadual pode exigir que servidor more no Município onde atua, mas não pode exigir que ele peça
autorização todas as vezes em que for sair da localidade.
A regra que estabelece a necessidade de residência do servidor no município em que exerce suas funções é
compatível com a Constituição de 1988, a qual já prevê obrigação semelhante para magistrados, nos termos do
seu art. 93, VII.
Por outro lado, viola a Constituição a lei estadual que proíba a saída do servidor do Município sede da unidade
em que atua sem autorização do superior hierárquico. Essa previsão configura grave violação da liberdade
fundamental de locomoção (art. 5º, XV, da CF/88) e do devido processo legal (art. 5º, LIV).
STF. Plenário. ADPF 90, Rel. Luiz Fux, julgado em 03/04/2020 (Info 977).

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, INDEPENDENTEMENTE de
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; (DIREITO DE REUNIÃO)

- O que se entende por aviso prévio para os fins do direito de reunião do art. 5º, XVI, da CF/88?
#IMPORTANTE
O art. 5º, XVI, da CF/88 prevê o direito de reunião nos seguintes termos:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;
Qual é o sentido de “prévio aviso” mencionado pelo dispositivo constitucional?
O STF fixou a seguinte tese:
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A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de
informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não
frustre outra reunião no mesmo local.
STF. Plenário. RE 806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em
14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003).

DIREITO DE REUNIÃO
• deve ser pacífica;
• não pode ter uso de armas, inclusive as brancas;
• não precisa da autorização da Administração Pública;
Requisitos
• precisa de um prévio aviso a Administração Pública;
• não pode atrapalhar uma outra Reunião. Ex.: ser no mesmo lugar;
• tem que ser em um lugar aberto, por exemplo: Avenida Paulista.
Remédio - Em caso de lesão ou ameaça de lesão ao direito de reunião, o remédio constitucional
Constitucional cabível é o mandado de segurança.
- Estado de Defesa
Art. 136 (...) § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua
duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei,
as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a)
Exceções reunião, ainda que exercida no seio das associações; (...)
- Estado de Sítio
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só
poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: (...) IV - suspensão da
liberdade de reunião;
______________________________________________________________________________
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, VEDADA a de caráter paramilitar;
(ASSOCIAÇÃO)
XVIII - a CRIAÇÃO de associações e, na forma da lei, a de cooperativas INDEPENDEM de autorização, sendo
VEDADA a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
judicial, exigindo-se, no primeiro caso (compulsoriamente dissolvidas), o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, QUANDO EXPRESSAMENTE AUTORIZADAS, têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
• Trata-se de REPRESENTAÇÃO JUDICIAL, e não de substituição processual (como ocorre com os sindicatos).
- Súmula nº 629, STF: “A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos
associados independe da autorização destes.”

- Súmula nº 630, STF: “A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a
pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.”

ASSOCIAÇÕES
Objetivos Exigências
• não depende de autorização do poder público;
Criação
• é vedada a criação de associações de caráter paramilitar.
Suspensão das atividades • somente por decisão judicial.

Dissolução • somente por decisão judicial com trânsito em julgado.

JURIS: É inconstitucional o condicionamento da desfiliação de associado à quitação de débito referente a benefício obtido por intermédio da
associação ou ao pagamento de multa. STF. Plenário. RE 820823/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/9/2022 (Repercussão Geral – Tema 922)
(Info 1070).
JURIS: Condicionar a desfiliação de associado à quitação de débitos e/ou multas constitui ofensa à dimensão negativa do direito à liberdade de
associação (direito de não se associar), cuja previsão constitucional é expressa. STF. Plenário. RE 820823/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
30/9/2022 (Repercussão Geral – Tema 922) (Info 1070).
40

- Se a ação coletiva foi proposta pela associação antes do RE 573.232/SC, é possível determinar a intimação
da autora para regularizar a representação processual, apresentando autorização expressa dos associados
e a lista de representados. #IMPORTANTE
Em ação coletiva proposta por associação, é imprescindível a autorização expressa dos associados e a juntada da
lista de representados à inicial, mostrando-se razoável permitir que a parte autora regularize sua representação
processual no caso de ajuizamento de ação coletiva em momento anterior ao julgamento do RE 573.232/SC, em
14/05/2014.
STJ. 1ª Turma. REsp 1977830-MT, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 22/03/2022 (Info 730).

- Em caso de ação coletiva ordinária movida por associação somente serão beneficiados com a decisão os
associados que autorizaram a propositura de forma expressa. #IMPORTANTE
A autorização estatutária genérica conferida à associação não é suficiente para legitimar a sua atuação em juízo
na defesa de direitos de seus filiados. Para cada ação, é indispensável que os filiados autorizem de forma expressa
e específica a demanda.
Teses firmadas pelo STF neste julgado:
"O disposto no artigo 5º, inciso XXI, da Carta da República encerra representação específica, não alcançando
previsão genérica do estatuto da associação a revelar a defesa dos interesses dos associados."
"As balizas subjetivas do título judicial, formalizado em ação proposta por associação, é definida pela
representação no processo de conhecimento, presente a autorização expressa dos associados e a lista destes
juntada à inicial."
Exceção: no caso de impetração de mandado de segurança coletivo, a associação não precisa de autorização
específica dos filiados.
STF. Plenário. RE 573232/SC, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado
em 14/5/2014 (Info 746).

- Legitimidade ativa de associação para defender os interesses de seus filiados.


A associação não tem legitimidade ativa para defender os interesses dos associados que vierem a se agregar
somente após o ajuizamento da ação de conhecimento.
STJ. 2ª Turma. REsp 1468734-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 1º/3/2016 (Info 579).

SIM
A autorização estatutária genérica conferida à associação não é
suficiente para legitimar a sua atuação em juízo na defesa de direitos
de seus filiados. Para cada ação, é indispensável que os filiados
Regra
autorizem, de forma expressa e específica, a demanda.
AS ASSOCIAÇÕES
O inciso XXI do art. 5º da CF/88 exige autorização expressa.
PRECISAM DE
Trata-se de hipótese de legitimação processual (a associação defende,
AUTORIZAÇÃO
em nome dos filiados, direito dos filiados que autorizaram).
ESPECÍFICA DE SEUS
1. MS Coletivo
FILIADOS
Fundamento: o inciso LXX do art. 5º da CF/88 NÃO exige autorização
PARA O
expressa.
AJUIZAMENTO DE
O LXX do art. 5º da CF/88 NÃO exige autorização expressa. Trata-se de
AÇÕES EM DEFESA
hipótese de legitimação extraordinária (substituição processual), ou
DESTES? Exceções
seja, a associação defende, em nome próprio, direito dos filiados.
2. MI Coletivo
Fundamento: o art. 12, III, da Lei nº 13.300/2016 afirma expressamente
que o mandado de injunção coletivo pode ser promovido pela
associação, dispensada, para tanto, autorização especial.
*Fonte: conteúdo extraído do site Dizer o Direito.
____________________________________________________________________________________________________

XXII - é garantido o direito de propriedade;


(PROPRIEDADE)
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
41

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para DESAPROPRIAÇÃO por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, RESSALVADOS os casos previstos nesta
Constituição;

DESAPROPRIAÇÃO (MODALIDADES)
ESPÉCIE SENTIDO INDENIZAÇÃO ENTES
ORDINÁRIA OU COMUM Utilidade pública
Justa, prévia e em Todos os
(art. 5º, XXIV, CF; DL 3.365/41; Lei Necessidade pública ou
dinheiro. Entes
4.132/62) Interesse social
Realizada caso o imóvel
URBANÍSTICA Títulos da dívida pública
urbano não esteja
(art. 182, § 4º, III, Prazo de resgate de até 10
cumprindo a sua função Município
CF; Lei 10.257/01 anos, assegurados o valor
social (imóvel não e DF
- Estatuto da real da indenização e os
edificado, subutilizado ou
Cidade) juros legais.
não utilizado).
Justa e prévia, mas paga
Realizada caso o imóvel
em títulos da dívida
rural não esteja cumprindo
RURAL agrária, com cláusula de
a sua função social.
(art. 184, CF; Lei preservação do valor real,
EXTRAORDINÁRIA O imóvel desapropriado União
8.629/93; LC resgatáveis no prazo de
OU será utilizado para o
76/93) até 20 anos, a partir do
SANCIONATÓRIA programa de reforma
segundo ano de sua
agrária.
emissão.
Realizada caso sejam Não há indenização.
localizadas, no interior da O imóvel é expropriado
CONFISCATÓRIA propriedade (urbana ou (confiscado) e será
OU rural): destinado à reforma
União
EXPROPRIAÇÃO • culturas ilegais de agrária e a programas de
(art. 243, CF) plantas psicotrópicas ou habitação popular, sem
• exploração de trabalho qualquer indenização ao
escravo proprietário.
Ocorre quando o Poder
Público se apropria do A indenização é posterior
bem de um particular sem e somente ocorre caso não
INDIRETA
observar as formalidades seja possível a retomada
OU Todos os
previstas em lei para a do bem (se o bem
APOSSAMENTO ADMINISTRATIVO Entes
desapropriação, dentre as expropriado já está
(art. 35 do DL 3.365/41)
quais a declaração afetado a uma finalidade
indicativa de seu interesse pública).
e a indenização prévia.

- Desistência da desapropriação. #IMPORTANTE


É possível que o expropriante desista da ação de desapropriação?
SIM, é possível a desistência da desapropriação a qualquer tempo, mesmo após o trânsito em julgado, desde que:
a) ainda não tenha havido o pagamento integral do preço (pois nessa hipótese já terá se consolidado a
transferência da propriedade do expropriado para o expropriante); e
b) o imóvel possa ser devolvido sem que ele tenha sido alterado de forma substancial (que impeça sua utilização
como antes era possível).
É ônus do expropriado provar a existência de fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.368.773-MS, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. para acórdão Min. Herman Benjamin, julgado em
6/12/2016 (Info 596).
42

- Citação do proprietário dispensa a do cônjuge.


Na ação de desapropriação por utilidade pública, a citação do proprietário do imóvel desapropriado dispensa a
do respectivo cônjuge.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.404.085-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 5/8/2014 (Info 547).

- Ente desapropriante não responde por tributos anteriores à desapropriação.


O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas hipóteses em que
o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição originária da propriedade.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.668.058-ES, Rei. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 8/6/2017 (lnfo 606).

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente PODERÁ USAR de propriedade particular,
ASSEGURADA ao proprietário indenização ULTERIOR, SE HOUVER DANO;
DESAPROPRIAÇÃO REQUISIÇÃO
Bens Bens e Serviços
Aquisição da propriedade Uso da propriedade
Necessidades permanentes Necessidades transitórias
Necessidade pública;
Utilidade pública; Iminente perigo público.
Interesse social.
Indenização:
• justa; Indenização:
• prévia; e • ulterior, se houver dano.
• em dinheiro.

- A requisição administrativa prevista no art. 15, XIII, da Lei do SUS não pode recair recai sobre bens e/ou
serviços públicos de outro ente federativo. #IMPORTANTE
A requisição administrativa “para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de
situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias” — prevista no art. 15, XIII, da
Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde (Lei nº 8.080/90) — não recai sobre bens e/ou serviços públicos de outro
ente federativo. Veja o dispositivo legal: Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão,
em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes
e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a
autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de
pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização; O permissivo constitucional para a
requisição administrativa de bens particulares, em caso de iminente perigo público, tem aplicação nas relações
entre Poder Público e patrimônio privado, não sendo possível estender a hipótese às relações entre as unidades
da Federação. Ofende o princípio federativo a requisição de bens e serviços de um ente federado por outro, o que
somente se admitiria excepcionalmente à União durante a vigência de estado de defesa (art. 136, § 1º, II) e estado
de sítio (art. 139, VII). Entre os entes federados não há hierarquia, sendo-lhes assegurado tratamento isonômico,
ressalvadas apenas as distinções porventura constantes na própria CF/88. Portanto, como as relações entre eles se
caracterizam pela cooperação e horizontalidade, tal requisição, ainda que a pretexto de acudir situação fática de
extrema necessidade, importa ferimento da autonomia daquele cujos bens ou serviços públicos são requisitados,
acarretando-lhe incontestável desorganização. STF. Plenário. ADI 3454/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
20/6/2022 (Info 1059).

- Os entes federativos podem decretar a requisição administrativa de bens e serviços para enfrentar a Covid-
19 sem necessidade de autorização do Ministério da Saúde. #IMPORTANTE #COVID
O art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020 autoriza que os gestores locais de saúde (secretarias estaduais
e municipais, p. ex.), mesmo sem autorização do Ministério da Saúde, façam a requisição de bens e serviços.
O STF afirmou que esses dispositivos são constitucionais.
Não se exige autorização do Ministério da Saúde para que os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios
decretem a requisição administrativa prevista no art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020, no exercício de
suas competências constitucionais.
STF. Plenário. ADI 6362/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 2/9/2020 (Info 989).
43

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei (Estatuto da Terra), desde que trabalhada pela família,
NÃO SERÁ OBJETO de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo
a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

- Requisitos para a impenhorabilidade da pequena propriedade rural. #IMPORTANTE


A pequena propriedade rural é impenhorável (art. 5º, XXVI, da CF/88 e o art. 833, VIII, do CPC) mesmo que a dívida
executada não seja oriunda da atividade produtiva do imóvel.
De igual modo, a pequena propriedade rural é impenhorável mesmo que o imóvel não sirva de moradia ao
executado e à sua família.
Desse modo, para que o imóvel rural seja impenhorável, nos termos do art. 5º, XXVI, da CF/88 e do art. 833, VIII,
do CPC, é necessário que cumpra apenas dois requisitos cumulativos:
1) seja enquadrado como pequena propriedade rural, nos termos definidos pela lei; e
2) seja trabalhado pela família.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.591.298-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 14/11/2017 (Info 616).

- Quem tem o encargo de provar esses requisitos? Quem tem o encargo de provar os requisitos da
impenhorabilidade da pequena propriedade rural?
3ª Turma do STJ: o devedor.
Para o reconhecimento da impenhorabilidade, o devedor tem o ônus de comprovar que além de pequena, a
propriedade destina-se à exploração familiar.
STJ. 3ª Turma. REsp 1843846/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/02/2021.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.913.236/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/03/2021 (Info 689).
4ª Turma do STJ:
• Requisito 1: comprovar que o imóvel se trata de pequena propriedade rural: trata-se de ônus do executado
(devedor).
• Requisito 2: comprovar que a propriedade rural é trabalhada pela família: não é necessário que o executado faça
prova disso. Existe uma presunção juris tantum (relativa) de que a pequena propriedade rural é trabalhada pela
família.
STJ. 4ª Turma. REsp 1408152-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 1/12/2016 (Info 596).
STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1826806/RS, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 23/03/2020.

- O fato de o devedor ter dado o bem em garantia representa uma renúncia à garantia da
impenhorabilidade?
NÃO. A pequena propriedade rural é impenhorável por determinação da Constituição. Tal direito fundamental é
indisponível, pouco importando que o bem tenha sido dado em hipoteca. Nesse sentido, já decidiu o STJ:
A pequena propriedade rural trabalhada pela entidade familiar é impenhorável, mesmo quando oferecida em
garantia hipotecária pelos respectivos proprietários.
O oferecimento do bem em garantia não afasta a proteção da impenhorabilidade, haja vista que se trata de norma
de ordem pública, inafastável pela vontade das partes.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.913.236/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/03/2021 (Info 689).
____________________________________________________________________________________________________

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
(DIREITO AUTORAL)
XXVIII - são assegurados, NOS TERMOS DA LEI:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas
atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
______________________________________________________________________________
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XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, RESSALVADAS aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

- Parlamentar, mesmo sem a aprovação da Mesa Diretora, pode, na condição de cidadão, ter acesso a
informações de interesse pessoal ou coletivo dos órgãos públicos.
O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a
informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal e das
normas de regência desse direito.
O parlamentar, na qualidade de cidadão, não pode ter cerceado o exercício do seu direito de acesso, via
requerimento administrativo ou judicial, a documentos e informações sobre a gestão pública, desde que não
estejam, excepcionalmente, sob regime de sigilo ou sujeitos à aprovação de CPI. O fato de as casas legislativas, em
determinadas situações, agirem de forma colegiada, por intermédio de seus órgãos, não afasta, tampouco
restringe, os direitos inerentes ao parlamentar como indivíduo.
STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/04/2018 (repercussão geral) (Info 899).

XXXIV - são a todos assegurados, INDEPENDENTEMENTE do pagamento de taxas:


a) o DIREITO DE PETIÇÃO aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
• O direito de petição pode ser exercido por qualquer pessoa, não havendo a necessidade de assistência de
advogado.
b) a OBTENÇÃO DE CERTIDÕES em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal;
• O remédio constitucional adequado para combater o indeferimento de Certidões é o MANDADO DE
SEGURANÇA, e não o Habeas Data.

XXXV - a lei NÃO EXCLUIRÁ da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; (PRINCÍPIO DA
INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL)

• justiça desportiva (art. 217, § 1º, CF);

COMO REGRA, NÃO HÁ • habeas data (súmula nº 02, STJ);


NECESSIDADE DO ACESSO ÀS
VIAS ADMINISTRATIVAS • ato administrativo ou omissão que contrarie SÚMULA VINCULANTE só pode
PARA SE PROVOCAR A ser alvo de reclamação constitucional quando esgotada a via administrativa
ESFERA JURISDICIONAL (art. 7º, § 1º, Lei nº 11.417/06);
EXCEÇÕES:
• concessão de benefícios previdenciários - isso não se confunde com o
exaurimento das vias administrativa (STF, info 756; STJ, info 553).

- A necessidade de prévio requerimento administrativo para ingressar com ação previdenciária não viola o
princípio da inafastabilidade da jurisdição. #IMPORTANTE
Em regra, o segurado/dependente somente pode propor a ação pleiteando a concessão do benefício
previdenciário se anteriormente formulou requerimento administrativo junto ao INSS e este foi negado.
Para o STF, a exigência de que seja feito prévio requerimento administrativo NÃO viola o princípio da
inafastabilidade da jurisdição.
45

O art. 5", XXXV, da CF/88 estabelece que "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário Lesào ou ameaça a
direito". Ora, se não houve pedido administrativo anterior e negativa por parte do INSS no prazo Legal. não está
caracterizada nenhuma lesão ou ameaça de direito.
A instituição de condições para o regular exercício do direito de ação é compatível com o art. 5", XXXV, da
Constituição. Para se caracterizar a presença de interesse em agir, é preciso haver necessidade de ir a juízo.
A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando
ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para
sua análise.
STF. Plenário. RE 631240/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, j. em 27/8/2014 (repercussao geral) (Info 756).

XXXVI - a lei NÃO PREJUDICARÁ o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
- Súmula nº 654, STF: “A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República,
não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.”

- A Lei nº 9.656/98 não pode ser aplicada aos contratos firmados anteriormente à sua vigência.
As disposições da Lei nº 9.656/98, à luz do art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, somente incidem sobre os
contratos celebrados a partir de sua vigência, bem como sobre os contratos que, firmados anteriormente, foram
adaptados ao seu regime, sendo as respectivas disposições inaplicáveis aos beneficiários que, exercendo sua
autonomia de vontade, optaram por manter os planos antigos inalterados.
STF. Plenário. RE 948634, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 123)
(Info 995).

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; (PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL)

XXXVIII - é reconhecida a INSTITUIÇÃO DO JÚRI, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
- Súmula Vinculante nº 45: “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição estadual.”

TRIBUNAL DO JÚRI
- Para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida:
• homicídio (art. 121, CP);
COMPETÊNCIA • induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (art. 122, CP);
• infanticídio (art. 123, CP);
• aborto (arts. 124, 125 e 126, CP).
- Plenitude de defesa;
PRINCÍPIOS - Sigilo das votações;
- Soberania dos veredictos;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; (dois princípios
penais: PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL/ESTRITA LEGALIDADE E PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE PENAL)

- É necessária a edição de lei em sentido formal para a tipificação do crime contra a humanidade trazida
pelo Estatuto de Roma, mesmo se cuidando de Tratado internalizado.
A definição dos crimes de lesa-humanidade, também chamados de crimes contra a humanidade, pode ser
encontrada no Estatuto de Roma, promulgado no Brasil por força do Decreto nº 4.388/2002.
No Brasil, no entanto, ainda não há lei que tipifique os crimes contra a humanidade. Diante da ausência de lei
interna tipificando os crimes contra a humanidade, não é possível utilizar tipo penal descrito em tratado
internacional para tipificar condutas internamente, sob pena de se violar o princípio da legalidade (art. 5º, XXXIX,
da CF/88).
46

Dessa maneira, não se mostra possível internalizar a tipificação do crime contra a humanidade trazida pelo Estatuto
de Roma, mesmo se cuidando de Tratado internalizado por meio do Decreto n. 4.388, porquanto não há lei em
sentido formal tipificando referida conduta.
STJ. 3ª Seção. REsp 1.798.903-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/09/2019 (Info 659).

XL - a lei penal NÃO RETROAGIRÁ, SALVO para beneficiar o réu; (PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI
PENAL)

Regra - Irretroatividade
LEI PENAL
Exceção - Retroatividade para beneficiar o réu

- Se houve mudança na jurisprudência, é possível aplicar esse novo entendimento mesmo que o crime tenha
ocorrido antes da mudança na jurisprudência.
Vigora no ordenamento jurídico brasileiro, o princípio da irretroatividade da norma mais gravosa. Esse princípio
não se aplica (não vale) para interpretação jurisprudencial. Esse princípio se aplica apenas para lei penal.
Assim, mesmo que a nova interpretação seja mais gravosa, deve ser aplicada para fatos anteriores.
A CF/88 diz, no art. 5º, XL, que "a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;".
A partir da leitura desse art. 5º, XL, é possível extrair dois preceitos:
- é retroativa a aplicação da norma penal benéfica
- é irretroativa a norma mais grave ao acusado
Esses preceitos constitucionais são inaplicáveis para precedentes jurisprudenciais (para decisões do Poder
Judiciário).
Assim, o art. 5º, XL, da CF/88 - que trazem esses preceitos - não se aplica para mudanças de entendimento
jurisprudencial (só valem para mudanças legislativas).
STF. 1ª Turma. HC 161452 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 6/3/2020.
STJ. 5ª Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 1361814/RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 19/05/2020.

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
lei; (MANDADO DE CRIMINALIZAÇÃO)

- O crime de injúria racial, espécie do gênero racismo, é imprescritível. #IMPORTANTE


O racismo, previsto no art. 20 da Lei nº 7.716/89, é um crime imprescritível?
SIM. Nunca houve dúvidas quanto a isso, aplicando-se a ele o art. 5º, XLII, da CF/88:
Art. 5º (...)XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei;
O crime de injúria racial, previsto no art. 140, § 3º do CP, também é crime imprescritível? A injúria racial pode ser
enquadrada também no art. 5º, XLII, da CF/88?
SIM. A prática de injuria racial, prevista no art. 140, § 3º, do Código Penal, traz em seu bojo o emprego de elementos
associados aos que se definem como raça, cor, etnia, religião ou origem para se ofender ou insultar alguém. Em
ambos os casos, há o emprego de elementos discriminatórios baseados na raça para a violação, o ataque, a
supressão de direitos fundamentais do ofendido. Sendo assim, não se pode excluir o crime de injúria racial do
mandado constitucional de criminalização previsto no art. 5º, XLII, restringir-lhe indevidamente a aplicabilidade.
STF. Plenário. HC 154248/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 28/10/2021 (Info 1036).
No mesmo sentido, já era o entendimento do STJ: AgRg no REsp 1849696/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 16/06/2020.

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (MANDADO DE CRIMINALIZAÇÃO)

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o estado democrático; (MANDADO DE CRIMINALIZAÇÃO)
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INSUSCETÍVEIS DE
CRIMES INAFIANÇÁVEL IMPRESCRITÍVEL
GRAÇA OU ANISTIA
Ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e Sim Sim –
o Estado Democrático
Racismo Sim Sim –

Hediondos e TTT’s Sim – Sim

#BIZU: TODOS RAÇÃO H/TTT´s

MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO14
Os mandados de criminalização indicam matérias sobre as quais o legislador ordinário
Conceito não tem a faculdade de legislar, mas a obrigatoriedade de tratar, protegendo
determinados bens ou interesses de forma adequada e, dentro do possível, integral.
- Expressos: artigos 5.°, incisos XLII (racismo), XLIII (tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, terrorismo e crimes hediondos) e XLIV (ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático), e §
3.° (os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
Espécies aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais), 7.°,
inciso X (retenção dolosa do salário dos trabalhadores), 227, § 4.° (abuso, violência e
exploração sexual da criança ou adolescente), 225 (condutas lesivas ao meio ambiente);
- Implícitos ou Tácitos: o combate à corrupção eleitoral.

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, ESTENDIDAS AOS SUCESSORES e contra eles executadas, até o
limite do valor do patrimônio transferido; (PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE, RESPONSABILIDADE PESSOAL OU
DA INTRANSCEDÊNCIA)

- A veiculação de matéria jornalística sobre delito histórico que expõe a vida cotidiana de terceiros não
envolvidos no fato criminoso, em especial de criança e de adolescente, representa ofensa ao princípio da
intranscendência.
Matéria jornalística que, sob o pretexto de noticiar crime histórico, expõe a intimidade do atual marido e dos filhos
da condenada, pessoas que não têm relação direta com o fato, ofende o princípio da intranscendência ou da
pessoalidade da pena, descrito no art. 5º, XLV, da CF/88 e no art. 13 do Código Penal. Isso porque, ao expor
publicamente a intimidade dos referidos familiares em razão do crime ocorrido, a reportagem compartilhou
dimensões evitáveis e indesejáveis dos efeitos da condenação então estendidas à atual família da ex-condenada.
Especificamente quanto aos filhos, menores de idade, ressalta-se a Opinião Consultiva n. 17, de 28 de agosto de
2002 da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que entende que o melhor interesse das crianças e dos
adolescentes é reconhecido como critério regente na aplicação de normas em todos os aspectos da vida dos
denominados “sujeitos em desenvolvimento”.
Ademais, a exposição jornalística da vida cotidiana dos infantes, relacionando-os, assim, ao ato criminoso,
representa ofensa ao direito ao pleno desenvolvimento de forma sadia e integral, nos termos do art. 3º do ECA e
do art. 16 da Convenção sobre os Direitos da Criança, promulgada pelo Decreto nº 99.710/90.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.736.803-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 28/04/2020 (Info 670).

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: (PRINCÍPIO DA
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA)
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;

14
Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1 / Cleber Masson. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019.
48

d) prestação social alternativa;


e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - NÃO HAVERÁ PENAS:


a) de morte, SALVO em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

PENAS PERMITIDAS PENAS PROIBIDAS


• de morte
• privação ou restrição da liberdade
*SALVO em caso de guerra declarada
• perda de bens
• de caráter perpétuo
• multa
• de trabalhos forçados
• prestação social alternativa
• de banimento
• suspensão ou interdição de direitos
• cruéis

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

- Responsabilidade civil do Estado em caso de morte de detento. #IMPORTANTE


Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5°, inciso XLIX, da CF/88, o Estado
é responsável pela morte de detento.
STF. Plenário. RE 841526/RS. Rel. Mm. Luiz Fux, julgado em 30/03/2016 (repercussão geral) (Info 819).

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período
de amamentação;
_____________________________________________________________________________
(EXTRADIÇÃO)
LI - nenhum brasileiro será extraditado, SALVO o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, OU de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, NA FORMA DA
LEI;
- Súmula nº 421, STF: “Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou
ter filho brasileiro.”
- Súmula nº 1, STF: “É vedada a expulsão de estrangeiro casado com Brasileira, ou que tenha filho Brasileiro,
dependente da economia paterna.”

- Possibilidade de extradição de brasileiro naturalizado.


É possível conceder extradição para brasileiro naturalizado envolvido em tráfico de droga (art. 5º, LI, da CF/88).
STF. 1ª Turma. Ext 1244/República Francesa, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 9/8/2016 (Info 834).

LII - NÃO SERÁ CONCEDIDA extradição de estrangeiro por crime político OU de opinião;

EXTRADIÇÃO
Crime Comum Crime Político ou de Opinião
Brasileiro Nato Não Não
Sim, desde que seja por:
• crime comum praticado antes da naturalização;
Brasileiro Naturalizado • comprovado envolvimento em tráfico ilícito de Não
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei (a
qualquer tempo).
Estrangeiro Sim Não
_______________________________________________________________________________________
49

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; (PRINCÍPIO DO JUIZ
NATURAL)

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; (PRINCÍPIO DO DEVIDO
PROCESSO LEGAL)

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, com os meios e recursos a ela inerentes; (PRINCÍPIO DO CONTRADITÓIO
E PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA)
- Súmula Vinculante nº 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.”

- Súmula Vinculante nº 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos
de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”

- Súmula nº 639, STJ: “Não fere o contraditório e o devido processo decisão que, sem ouvida prévia da defesa,
determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento penitenciário federal.”

- Transferência para presídio federal sem oitiva prévia da defesa.


A transferência de preso para presídio federal de segurança máxima sem a sua prévia oitiva, desde que
fundamentada em fatos caracterizadores de situação emergencial, não configura ofensa aos princípios do devido
processo legal, da ampla defesa, da individualização da pena e da dignidade da pessoa humana.
STF. 1ª Turma. HC 115539/RO, rel. Min. Luiz Fux, julgado em 3/9/2013 (Info 718).

LVI - são INADMISSÍVEIS, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; (PRINCÍPIO
DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA OU DA NÃO CULPABILIDADE)

- É constitucional a regra do Código de Trânsito que impõe a aplicação de multa e infrações administrativas
aos motoristas que se recusem a fazer bafômetro, exames clínicos ou perícias visando aferir influência de
álcool ou outra substância psicoativa. #IMPORTANTE
É inadmissível qualquer nível de alcoolemia por condutores de veículos automotivos.
A eventual recusa de motoristas na realização de “teste do bafômetro”, ou dos demais procedimentos previstos
no CTB para aferição da influência de álcool ou outras drogas, por não encontrar abrigo no princípio da não
autoincriminação, permite a aplicação de multa e a retenção/apreensão da CNH validamente.
Tese fixada pelo STF:
“Não viola a Constituição a previsão legal de imposição das sanções administrativas ao condutor de veículo
automotor que se recuse à realização dos testes, exames clínicos ou perícias voltados a aferir a influência de álcool
ou outra substância psicoativa (art. 165-A e art. 277, §§ 2º e 3º, todos do Código de Trânsito Brasileiro, na redação
dada pela Lei 13.281/2016)”.
STF. Plenário. RE 1224374/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18 e 19/5/2022 (Repercussão Geral – Tema 1079) (Info
1055).
Outro ponto enfrentado no julgado:
São constitucionais as normas que estabelecem a proibição da venda de bebidas alcóolicas em rodovias federais
(Lei nº 11.705/2008, art. 2º).
STF. Plenário. ADI 4017/DF e ADI 4103/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 18 e 19/5/2022 (Info 1055).
50

- Polícia Federal pode recusar pedido de inscrição no curso de vigilante pelo fato de o indivíduo ter praticado
delito que envolve o emprego de violência contra a pessoa ou por ter demonstrado comportamento
agressivo incompatível com as funções do cargo.
Quando o delito imputado envolve o emprego de violência contra a pessoa ou demonstre comportamento
agressivo incompatível com as funções de vigilante, é válida a recusa de pedido de inscrição em curso de
reciclagem para vigilantes profissionais, porquanto configurada, em regra, a ausência de idoneidade do indivíduo.
Caso concreto em que o indivíduo restou condenado pela prática de lesão corporal no âmbito doméstico, com
sentença penal transitada em julgado e pena já cumprida, não se evidenciando, desse modo, ilegalidade na recusa
à matrícula no curso de reciclagem pela Polícia Federal, porquanto se trata de delito que atrai valoração negativa
sobre a conduta exigida do profissional, revelando sua inidoneidade para o exercício da profissão.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.952.439-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 26/04/2022 (Info 734).

- O cumprimento da pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos. #IMPORTANTE
O art. 283 do CPP, que exige o trânsito em julgado da condenação para que se inicie o cumprimento da pena, é
constitucional, sendo compatível com o princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88.
Assim, é proibida a chamada “execução provisória da pena”.
Vale ressaltar que é possível que o réu seja preso antes do trânsito em julgado (antes do esgotamento de todos
os recursos), no entanto, para isso, é necessário que seja proferida uma decisão judicial individualmente
fundamentada, na qual o magistrado demonstre que estão presentes os requisitos para a prisão preventiva
previstos no art. 312 do CPP.
Dessa forma, o réu até pode ficar preso antes do trânsito em julgado, mas cautelarmente (preventivamente), e não
como execução provisória da pena.
STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, j. em 7/11/2019 (Info 958).

- Não é possível a execução provisória de penas restritivas de direito.


Não é possível a execução da pena restritiva de direitos antes do trânsito em julgado da condenação.
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.619.087-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi,
julgado em 14/6/2017 (Info 609).
- Súmula nº 643, STJ: “A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação.”

- Se o indivíduo possui contra si uma condenação criminal transitada em julgado, ele não poderá ser
vigilante, mesmo que já tenha cumprido a pena há mais de 5 anos.
Viola o princípio da presunção de inocência o impedimento de participação ou registro de curso de formação ou
reciclagem de vigilante, por ter sido verificada a existência de inquérito ou ação penal não transitada em julgado.
Assim, não havendo sentença condenatória transitada em julgado, o simples fato de existir um processo penal em
andamento não pode ser considerada antecedente criminal para o fim de impedir que o vigilante se matricule no
curso de reciclagem.
STJ. 2ª Turma. REsp 1597088/PE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15/08/2017.
A existência de condenação criminal transitada em julgado impede o exercício da atividade profissional de vigilante
por ausência de idoneidade moral.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.666.294-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/09/2019 (Info 658).

LVIII - o civilmente identificado NÃO SERÁ SUBMETIDO a identificação criminal, SALVO nas hipóteses previstas
em lei (Lei nº 12.037/09);

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem; (PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE RESTRITA)

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, SALVO nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
51

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados IMEDIATAMENTE ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado;

- Não se admite condenação baseada exclusivamente em declarações informais prestadas a policiais no


momento da prisão em flagrante. #IMPORTANTE
A CF/88 determina que as autoridades estatais informem os presos que eles possuem o direito de permanecer em
silêncio (art. 5º, LXIII).
Esse alerta sobre o direito ao silêncio deve ser feito não apenas pelo Delegado, durante o interrogatório formal,
mas também pelos policiais responsáveis pela voz de prisão em flagrante. Isso porque a todos os órgãos estatais
impõe-se o dever de zelar pelos direitos fundamentais.
A falta da advertência quanto ao direito ao silêncio torna ilícita a prova obtida a partir dessa confissão.
STF. 2ª Turma. RHC 170843 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/5/2021 (Info 1016).

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será IMEDIATAMENTE relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, SALVO a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
- Súmula Vinculante nº 25: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito.”

- É ilegal/teratológica a prisão civil do devedor de alimentos, sob o regime fechado, no período de pandemia,
anterior ou posterior à Lei nº 14.010/2020. #COVID
Como ficou a prisão civil do devedor de alimentos durante a pandemia da Covid-19?
Antes da Lei nº 14.010/2020:
• 4ª Turma do STJ e CNJ: entendiam que a prisão civil por dívida alimentar deveria ser cumprida em prisão
domiciliar.
• 3ª Turma do STJ: afirmava que, durante a pandemia de Covid-19, deveria ser suspensa a prisão civil dos devedores
(e não assegurar a prisão domiciliar).
Depois da Lei nº 14.010/2020:
A Lei nº 14.010/2020 adotou a mesma solução jurídica da 4ª Turma do STJ e do CNJ e previu o seguinte:
Art. 15. Até 30 de outubro de 2020, a prisão civil por dívida alimentícia, prevista no art. 528, § 3º e seguintes da Lei
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), deverá ser cumprida exclusivamente sob a
modalidade domiciliar, sem prejuízo da exigibilidade das respectivas obrigações.
Desse modo, o certo é que, seja antes ou depois da Lei nº 14.010/2020, o devedor de alimentos não poderia
permanecer preso no regime fechado durante a pandemia da Covid-19.
STJ. 3ª Turma. HC 569.014-RN, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/10/2020 (Info 681).
__________________________________________________
LXVIII - conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

(REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS)
52

HABEAS CORPUS
BASE CONSTITUCIONAL - Art. 5º, LXVIII, CF
BASE LEGAL - CPP - arts. 647 a 667
HISTÓRICO - CF de 1891 (remédio mais antigo)
• Não admite dilação probatória;
DICAS
• Exige prova pré-constituída (assim como no MS).
OBJETO - proteger a liberdade de locomoção.
→ Ativa
• É universal, sendo que qualquer indivíduo, nacional ou estrangeiro,
independentemente da capacidade civil, política ou profissional, de idade ou estado
mental, tem legitimidade para ingressar com HC, em benefício próprio ou alheio.
# Paciente: será a pessoa física beneficiada pela ordem.
• Pessoa jurídica pode impetrar HC em favor de pessoa física.
LEGITIMIDADE
• Pessoa jurídica não pode ser paciente de HC.

→ Passiva
• É aquele que pratica a coação ou ilegalidade ao direito de locomoção do paciente
(autoridade coatora).
• Particular pode ficar como autoridade coatora (ex.: diretor de hospital particular)
- Preventivo: o risco à liberdade é iminente, objetivando-se a obtenção de salvo
conduto.
ESPÉCIES
- Repressivo: a liberdade de locomoção já está limitada, almejando-se a expedição
de alvará de soltura.
AÇÃO - Penal
LIMINAR - Sim
- NÃO, não é necessária capacidade postulatória (único remédio constitucional que
ADVOGADO
não precisa de advogado)
GRATUITO - Sim
PRAZO - Não há prazo!
- Foro por prerrogativa função estabelecido na CF (de acordo com a autoridade
COMPETÊNCIA
coatora ou paciente)
CABE ✅
- Coletivo (Info 891, STF);
- contra a decisão que não homologa ou que homologa apenas parcialmente o
acordo de colaboração premiada (Info 1004, STF).
- para tratar de questões processuais quando a liberdade do paciente estiver
ameaçada, ainda que indiretamente (Info 985, STF);
- para questionar a imposição de medidas cautelares diversas da prisão (Infos 984 e
888, STF);
- para questionar medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha,
consistente na proibição de aproximar-se de vítima de violência doméstica e familiar
CABIMENTO
(Info 574, STJ);
X
- para impugnar decisão judicial que determinou a retenção de passaporte (Info 631,
NÃO CABIMENTO
STJ);
- para questionar a decisão do magistrado que não permite que os réus delatados
apresentem alegações finais somente após os réus colaboradores (Info 949, STF);
- para análise de afastamento de cargo de prefeito (Info 561, STJ);
- mesmo que o paciente tenha aceitado suspensão condicional do processo (Info 557,
STJ);
- contra pena pecuniária passível de conversão em privativa de liberdade (HC
122.563/MG);
- para questionamento da razoável duração do processo;
- para análise de legalidade de prisão em punições disciplinares militares;
53

- contra instauração de IP ou indiciamento, sem que haja justa causa para estes atos
(HC trancativo);
- contra o indeferimento de prova de interesse do investigado ou acusado;
- contra o deferimento de prova ilícita ou deferimento inválido de prova lícita;
- contra a autorização judicial de quebra de sigilos – bancário, fiscal, telefônico, etc –
em procedimento penal.

NÃO CABE ❌
- Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado
contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior,
indefere a liminar (Súmula nº 691, STF);
EXCEÇÃO: teratologia, flagrante ilegalidade ou abuso de poder (Info 868, STF)
- Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se
fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi
ele provocado a respeito (Súmula nº 692, STF);
- Não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo
em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada (Súmula
nº 693, STF);
- Não cabe o HC contra a pena de exclusão de militar ou perda de patente ou de
função pública (Súmula nº 694, STF);
- Não cabe HC quando já extinta a pena privativa de liberdade (Súmula nº 695, STF);
- Não cabe habeas corpus para questionar passaporte vacinal/sanitário (Info 726, STJ);
- Não é cabível habeas corpus para impugnar ato normativo que fixa medidas
restritivas para prevenir a disseminação da covid-19 (PET no HC 655.460 e AgRg no
HC 657.184, STJ);
- Não cabe HC para questionar decisão fundamentada que fixou guarda unilateral no
âmbito de ação de divórcio (HC 636.744/SP, STJ);
- Não cabe habeas corpus de ofício no bojo de embargos de divergência (AgRg nos
EAREsp 693.298/SP, STJ);
- contra decisão monocrática de Ministro do STF (Info 985);
- para discussão sobre a correta fixação da competência e se existe conexão entre os
crimes (Info 959, STF);
- em regra, contra decisão transitada em julgado (Info 892, STF);
EXCEÇÃO: ilegalidade flagrante
- para discutir processo criminal envolvendo o art. 28 da Lei de Drogas (Info, 887,
STF);
- para obter direito à visita íntima (Info 887, STF);
- não é meio processual adequado para se discutir direito de visita a preso (Infos 827
e 792, STF);
- para trancar processo de impeachment (Info 830, STF);
- para se discutir se houve dolo eventual ou culpa consciente em homicídio praticado
na direção de veículo automotor (Info 819, STF);
- contra decisão monocrática de Ministro do STJ (Info 862, STF);
EXCEÇÃO: decisão teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou
manifestamente contrária à jurisprudência do STF
- contra decisão do Ministro do STJ que nega a liminar em ação cautelar (Info 872,
STF);
- para reexame dos pressupostos de admissibilidade de recurso interposto no STJ
(Info 858, STF);
- para reexame dos pressupostos de admissibilidade dos recursos (Info 810, STF);
- contra decisão judicial que determinou a suspensão de CNH ou do direito de dirigir
(Infos 631 e 550, STJ);
54

- para se questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do trânsito em julgado
da ação originária e tampouco antes do trânsito em julgado da revisão criminal (Info
837, STF);
- para excluir qualificadora que não era manifestamente improcedente (Info 711, STF);
- para discutir tipificação dos fatos (Info 702, STF);
- para rediscutir dosimetria da pena (HC 110152/MS, STF);
- O STF decidiu que não tem competência para julgar habeas corpus cuja autoridade
apontada como coatora seja delegado federal chefe da Interpol no Brasil (Info 722,
STF);
- para discutir a reparação civil fixada na sentença condenatória criminal (AgRg no
AgRg no REsp 1519523/PR, STJ);
- em favor de PJ, nem mesmo para trancamento de IP sem justa causa no qual se
investiga crime ambiental;
- contra o efeito extrapenal de perda do cargo advindo de sentença condenatória
transitada em julgado;
- contra a apreensão de veículos;
- para eventual pedido de reabilitação do paciente;
- para assegurar a preservação da relação de confidencialidade entre cliente e
advogado;
- para pleitear a extração gratuita de cópias de processo criminal;
- para requerimento de aditamento da denúncia a fim de incluir outro acusado;
- contra a perda de direitos políticos;
- para garantir a proteção do direito de visita a menor cuja guarda se encontre sob
disputa judicial;
- para discussão de mérito administrativo de prisão em punições disciplinares
militares.
- Súmula nº 208, STF: “O assistente do Ministério Público não pode recorrer,
extraordinariamente, de decisão concessiva de habeas corpus.”

- Súmula nº 299, STF: “O recurso ordinário e o extraordinário interpostos no mesmo


processo de mandado de segurança, ou de habeas corpus, serão julgados
conjuntamente pelo Tribunal Pleno.”

- Súmula nº 319, STF: “O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal


Federal, em habeas corpus ou mandado de segurança, é de cinco dias.”

- Súmula nº 344, STF: “Sentença de primeira instância concessiva de habeas corpus,


em caso de crime praticado em detrimento de bens, serviços ou interesses da União,
está sujeita a recurso ex officio.”
SÚMULAS
- Súmula nº 395, STF: “Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto
seja resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de
locomoção.”

- Súmula nº 431, STF: “É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda


instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em habeas corpus.”

- Súmula nº 606, STF: “Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de
decisão de turma, ou do plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo
recurso.”

- Súmula nº 691, STF: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de


habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido
a tribunal superior, indefere a liminar.”
55

Obs.: Essa súmula não é rigorosamente aplicada pelo STF, nos casos de flagrante
ilegalidade, decisões teratológicas ou abuso de poder, o Tribunal, excepcionalmente
poderá conhecer de HC impetrado contra HC já impetrado perante Tribunal Superior.

- Súmula nº 692, STF: “Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator
de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos
autos, nem foi ele provocado a respeito.”

- Súmula nº 693, STF: “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena
de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária
seja a única cominada.”
Esse HC 653.515 é como se fosse uma
exceção à Súmula 648 do STJ:
A superveniência de sentença
- Súmula nº 694, STF: “Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de
condenatória não tem o condão de
prejudicar habeas corpus que analisa tese
exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.”
defensiva de que teria havido quebra da
cadeia de custódia da prova, ocorrida
ainda na fase inquisitorial e empregada
como justa causa para a própria ação
- Súmula nº 695, STF: “Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa
penal. de liberdade.”
STJ. 6ª Turma. HC 653.515-RJ, Rel. Min.
Laurita Vaz, Rel. Acd. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 23/11/2021 (Info
720).
- Súmula nº 648, STJ: “A superveniência da sentença condenatória prejudica o
pedido de trancamento da ação penal por falta de justa causa feito em habeas
corpus.”

LXIX - conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data (caráter residual), quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impetrado por:


a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

- A decisão em mandado de segurança coletivo impetrado por associação beneficia todos os associados,
sendo irrelevante a filiação ter ocorrido após a sua impetração. #IMPORTANTE
Ao julgar o Tema 499, o STF fixou a seguinte tese:
A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário, ajuizada por associação
civil na defesa de interesses dos associados, somente alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do
órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da
relação jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento (STF. Plenário. RE 612043/PR, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 10/5/2017).
Essa tese do STF se aplica exclusivamente para ações coletivas ajuizadas sob o rito ordinário por associação quando
atua como representante processual dos associados. Isso significa que tal entendimento não se aplica para
mandado de segurança coletivo impetrado por associação.
O mandado de segurança coletivo configura hipótese de substituição processual, por meio da qual o impetrante,
no caso a associação, atua em nome próprio defendendo direito alheio, pertencente aos associados ou parte deles,
sendo desnecessária, para a impetração do mandamus, apresentação de autorização dos substituídos ou mesmo
lista nominal. Por tal razão, os efeitos da decisão proferida em mandado de segurança coletivo beneficiam todos
os associados, ou parte deles cuja situação jurídica seja idêntica àquela tratada no decisum, sendo irrelevante se a
filiação ocorreu após a impetração do writ.
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1.841.604-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 22/04/2020 (Info 670).
56

- Se uma associação impetra MS coletivo, essa decisão irá beneficiar todos os integrantes da categoria
substituída (mesmo que não sejam associados); no entanto, essa decisão não beneficia pessoas que não
sejam da categoria substituída. #IMPORTANTE
A coisa julgada formada no Mandado de Segurança Coletivo 2005.51.01.016159-0 (impetrado pela Associação de
Oficiais Militares do Estado do Rio de Janeiro - AME/RJ, enquanto substituta processual) beneficia os militares e
respectivos pensionistas do antigo Distrito Federal, integrantes da categoria substituída - oficiais,
independentemente de terem constado da lista apresentada no momento do ajuizamento do mandamus ou de
serem filiados à associação impetrante.
Assim, essa decisão beneficia todos os Oficiais do antigo Distrito Federal. No entanto, não irá beneficiar outros
militares do antigo Distrito Federal que não sejam Oficiais (ex: um Terceiro Sargento).
STJ. 1ª Seção. REsp 1865563-RJ, Rel. Min. Sérgio Kukina, Rel. Acd. Min. Gurgel de Faria, julgado em 21/10/2021
(Recurso Repetitivo – Tema 1056) (Info 715).

MANDADO DE SEGURANÇA (MS)


BASE CONSTITUCIONAL - Art. 5º, LXIX (individual) e LXX (coletivo), CF
BASE LEGAL - Lei nº 12.016/09
- MS Individual - CF de 1934 (ausente na CF de 37)
HISTÓRICO
- MS Coletivo - CF de 1988
- Ação residual (cabível quando não couber HC ou HD);
DICAS - Não admite dilação probatória;
- Exige prova pré-constituída (assim como no HC).
- proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
OBJETO quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
→ Ativa
- MS Individual
• detentor do direito líquido e certo, podendo ser qualquer pessoa física, jurídica,
alguns órgãos públicos com capacidade processual, agentes políticos, além de outros
entes despersonalizados com capacidade processual.
- MS Coletivo
• partido político com representação no Congresso Nacional
• organização sindical
LEGITIMIDADE
• entidade de classe
• associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou associados
Obs.: Os legitimados são mais restritos que os do MI coletivo (que também
abrange o Ministério Público e a Defensoria Pública).

→ Passiva
• autoridade coatora
- Preventivo: quando há temor de violação a direito líquido e certo.
ESPÉCIES
- Repressivo: quando já ocorreu violação a direito líquido e certo. Prazo decadencial
de 120 dias.
AÇÃO - Civil
LIMINAR - Sim
ADVOGADO - Sim
GRATUITO - NÃO
PRAZO - Decadencial = 120 dias - MS repressivo
- Foro por prerrogativa função estabelecido na CF (de acordo com a autoridade
COMPETÊNCIA
coatora ou paciente)
- CONTRA
NÃO CABIMENTO • Atos de gestão comercial praticados por administradores de EP, SEM e de
Concessionárias (art. 1º, § 2o, da Lei 12.016/09);
57

• Lei em tese (súmula nº 266, STF);


• Ato judicial passível de recurso ou correição (súmula nº 267, STF);
• Decisão judicial transitada em julgado (art. 5º, III, da Lei 12.016/09; súmula nº 268,
STF);
• Ato que caiba recurso administrativo COM efeito suspensivo, independentemente
de caução (art. 5º, I, da Lei 12.016/09);
• Decisão judicial que caiba recurso COM efeito suspensivo (art. 5º, II, da Lei
12.016/09).

- PARA
• convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte (súmula nº 460,
STJ).
Obs.: Cabe para a declaração do direito à compensação tributária (súmula nº 213,
STJ).
• Ação popular (súmula nº 101, STF);
MS NÃO SUBSTITUI
• Ação de cobrança (súmula nº 269, STF).
• Condenação em honorários advocatícios (art. 25, Lei nº 12.016/09; súmula nº 512,
NÃO CABE NO
STF; súmula nº 105, STJ);
PROCESSO DE MS
• Interposição de embargos infringentes (art. 25, Lei nº 12.016/09).
STF
- Súmula nº 101, STF: “O mandado de segurança não substitui a ação popular.”

- Súmula nº 266, STF: “Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.”
Obs.: Alguns autores apontam que uma exceção a essa súmula seria a lei de efeitos
concretos.

- Súmula nº 267, STF: “Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível
de recurso ou correição.”
EXCEÇÃO: O STJ admite MS contra ato judicial passível de recurso se houver, no caso
concreto, uma situação teratológica, abusiva, que possa gerar dano irreparável e
desde que o recurso previsto não tenha ou não possa obter efeito suspensivo (STJ
AgRg no MS 18.995/DF).

- Súmula nº 268, STF: “Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial
com trânsito em julgado.”
EXCEÇÃO:
SÚMULAS - O mandado de segurança deverá ter seu mérito apreciado independentemente
de superveniente trânsito em julgado da decisão questionada pelo mandamus.
É incabível mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado (art.
5º, III, da Lei nº 12.016/2009 e Súmula nº 268-STF).
No entanto, se a impetração do mandado de segurança for anterior ao trânsito em
julgado da decisão questionada, mesmo que este venha a acontecer posteriormente,
o mérito do MS deverá ser julgado, não podendo ser invocado o seu não cabimento
ou a perda de objeto.
STJ. Corte Especial. EDcl no MS 22.157-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
14/03/2019 (Info 650).

- Súmula nº 269, STF: “O mandado de segurança não é substitutivo de ação de


cobrança.”

- Súmula nº 429, STF: “A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo


não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.”
58

#NÃOCONFUNDA:
- ATO e existência de recurso administrativo com efeito suspensivo: impede (art.
5º, I, Lei nº 12.016/09)
- OMISSÃO e existência de recurso administrativo com efeito suspensivo: não
impede (súmula nº 429, STF)

- Súmula nº 430, STF: “Pedido de reconsideração na via administrativa não


interrompe o prazo para o mandado de segurança.”

- Súmula nº 510, STF: “Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência


delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.”

- Súmula nº 512, STF: “Não cabe condenação em honorários de advogado na ação


de mandado de segurança.”

- Súmula nº 623, STF: “Não gera por si só a competência originária do Supremo


Tribunal Federal para conhecer do mandado de segurança com base no art. 102, I, n,
da Constituição, dirigir-se o pedido contra deliberação administrativa do tribunal de
origem, da qual haja participado a maioria ou a totalidade de seus membros.”

- Súmula nº 624, STF: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer


originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais.”
Obs.: O STF não dispõe de competência originária para processar e julgar MS
impetrado contra ato de outros Tribunais judiciários, ainda que se trate do STJ.
Compete ao próprio STJ julgar os mandados de segurança impetrados contra seus
atos ou omissões.

- Súmula nº 625, STF: “Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão
de mandado de segurança.”
Obs.: Controvérsia sobre matéria de FATO impede a concessão do MS , ou seja, se os
fatos não puderem ser provados de modo cristalino, o MS será denegado.

#NÃOCONFUNDA:
- Controvérsia sobre matéria de DIREITO: não impede (súmula nº 625, STF)
- Controvérsia sobre matéria de FATO: impede

- Súmula nº 629, STF: “A impetração de mandado de segurança coletivo por


entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.”
Obs.: Não é necessária autorização dos associados porque se trata de substituição
processual, situação na qual a entidade defenderá, em nome próprio, interesse alheio
(de seus associados).

- Súmula nº 630, STF: “A entidade de classe tem legitimação para o mandado de


segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da
respectiva categoria.”

- Súmula nº 632, STF: “É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a
impetração de mandado de segurança.”

- Súmula nº 701, STF: “No mandado de segurança impetrado pelo ministério público
contra decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como
litisconsorte passivo.”
59

STJ
- Súmula nº 105, STJ: “Na ação de mandado de segurança não se admite
condenação em honorários advocatícios.”

- Súmula nº 213, STJ: “O mandado de segurança constitui ação adequada para a


declaração do direito à compensação tributária.”

- Súmula nº 333, STJ: “Cabe mandado de segurança contra ato praticado em


licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.”

- Súmula nº 376, STJ: “Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de


segurança contra ato de juizado especial.”
A Teoria da Encampação surge como uma
teoria que reconhece o caráter instrumental
do processo e busca garantir a efetividade - Súmula nº 460, STJ: “É incabível o mandado de segurança para convalidar a
processual, evitando que os Mandados de
Segurança sejam extintos sem julgamento compensação tributária realizada pelo contribuinte.”
de mérito por indicação imprecisa da
Autoridade Coatora.
#NÃOCONFUNDA:
- CONVALIDAR a compensação tributária: não cabe
- DECLARAR O DIREITO a compensação tributária: cabe
A teoria da encampação é o ingresso da
autoridade coatora correta ou da pessoa
jurídica a que ela pertença no feito para
suprimir o vício e, em decorrência permite

- Súmula nº 604, STJ: “O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito
o julgamento do mandado de segurança.
Nesse caso, deve o juiz determinar a
suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério Público.”
emenda da inicial ou, na hipótese de erro
escusável, corrigi-lo de ofício, e não
extinguir o processo sem julgamento do
mérito, apesar da autoridade coatora ser
- Súmula nº 628, STJ: “A teoria da encampação é aplicada no mandado de
incorreta poderia prosseguir pela pessoa
jurídica. Para aplicar tal teoria necessita
segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a)
preencher alguns requisitos: - entre
encampante e encampado ocorra vínculo
hierárquico. - que o ingresso do
encampante não modifique a competência existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que
para o julgamento do mandado de
segurança. - as informações prestadas ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas
pela autoridade encampada tenham
esclarecido a questão. informações prestadas; e c) ausência de modificação de competência estabelecida na
Constituição Federal.”

LXXI - conceder-se-á MANDADO DE INJUNÇÃO sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania;

MANDADO DE INJUNÇÃO (MI)


BASE CONSTITUCIONAL - Art. 5º, LXXI, CF
BASE LEGAL - Lei nº 13.300/16
HISTÓRICO - CF de 1988
- Suprir a falta de norma regulamentadora que torna inviável o exercício de direitos e
OBJETO liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania.
→ Ativa
- MI Individual
• qualquer pessoa física ou jurídica
- MI Coletivo
• partido político com representação no Congresso Nacional
• organização sindical
LEGITIMIDADE • entidade de classe
• associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou associados
• Ministério Público
• Defensoria Pública
Obs.: Os legitimados não são previstos na CF, mas na Lei nº 13.300/16 e tem mais
legitimados que o MS coletivo (Ministério Público e Defensoria Pública).
60

→ Passiva
• autoridade ou órgãos responsáveis pela edição da medida ou da norma
regulamentadora.
AÇÃO - Civil
LIMINAR - NÃO
ADVOGADO - Sim
GRATUITO - NÃO
PRAZO - Não há prazo!
Quando a atribuição para elaborar a norma for
Competência
do(a)(s)...
Originária (art. 102, I, q)
• Presidente da República
• Congresso Nacional
• Câmara dos Deputados
• Senado Federal
• Mesas da Câmara ou do Senado
STF
• Tribunal de Contas da União
• Tribunais Superiores
• Supremo Tribunal Federal
ROC (art. 102, II, a)
Decididos em única instância pelos Tribunais
Superiores, se denegatória a decisão
órgão, entidade ou autoridade federal, , da
COMPETÊNCIA administração direta ou indireta, excetuados os
STJ (art. 105, I, "h") casos de competência do STF e dos órgãos da
Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do
Trabalho e da Justiça Federal.
Juízes e Tribunais da Justiça
órgão, entidade ou autoridade federal nos
Militar, Justiça Eleitoral,
assuntos de sua competência.
Justiça do Trabalho
órgão, entidade ou autoridade federal, se não for
assunto das demais "Justiças" e desde que não seja
autoridade sujeita à competência do STJ. Ex:
Juízes Federais e TRFs compete à Justiça Federal julgar MI em que se
alega omissão do Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN) na edição de norma de trânsito que
seria de sua atribuição (STJ MI 193/DF).
órgão, entidade ou autoridade estadual, na forma
Juízes estaduais e TJs
como disciplinada pelas Constituições estaduais.
Ação MI ADO
Previsão Art. 5º, LXXI, CF e Lei nº 13.300/16 Art. 103, § 2º, CF e Lei nº 9.868/99
Subjetivo Objetivo
Natureza do
(em defesa de direito do (em defesa do ordenamento
processo
impetrante) jurídico)
A finalidade é viabilizar o A finalidade é declarar que há
MANDADO DE
exercício de um direito. uma omissão, já que não existe
INJUNÇÃO
Finalidade determinada medida necessária
X
para tornar efetiva uma norma
ADO
constitucional.
Cabível quando faltar norma Cabível quando faltar norma
regulamentadora de direitos e regulamentadora relacionada
Cabimento liberdades constitucionais e das com qualquer norma
prerrogativas inerentes à constitucional de eficácia
limitada.
61

nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
MI individual: Mesmos legitimados da
pessoas físicas ou jurídicas ADI/ADC (art. 103 da CF):
MI coletivo (art. 12 da Lei nº • Presidente da República
13.300/16): • Mesa do Senado Federal
• Partido político com • Mesa da Câmara dos
representação no Congresso Deputados
Nacional • Mesa de Assembléia
• Organização sindical Legislativa ou da Câmara
• Entidade de classe Legislativa do Distrito Federal
Legitimados • Associação legalmente • Governador de Estado ou do
ativos constituída e em funcionamento Distrito Federal
há pelo menos 1 ano • Procurador-Geral da República
• Ministério Público • Conselho Federal da Ordem
• Defensoria Pública dos Advogados do Brasil
• Partido político com
representação no Congresso
Nacional
• Confederação sindical ou
Entidade de classe de âmbito
nacional
Autoridade ou órgãos Autoridade ou órgãos
Legitimados responsáveis pela edição da responsáveis pela edição da
passivos medida ou da norma medida ou da norma
regulamentadora. regulamentadora.
Dependerá da autoridade que Se relacionada com norma da
possua atribuição para editar a CF: STF
Competência
norma. Se relacionada com norma da
CE: TJ
Natureza do Há controle concreto Há controle abstrato
controle
Em regra, inter partes (art. 9º - Em regra, erga omnes
Lei 13.300/16)
Art. 9º A decisão terá eficácia Art. 103, § 2º, CF. Declarada a
subjetiva limitada às partes e inconstitucionalidade por
produzirá efeitos até o advento omissão, o Judiciário dará ciência
da norma regulamentadora. ao Poder competente para que
§ 1º Poderá ser conferida eficácia este adote as providências
ultra partes ou erga omnes à necessárias e, em se tratando de
decisão, quando isso for inerente órgão administrativo, para fazê-
ou indispensável ao exercício do lo em trinta dias.
Efeitos direito, da liberdade ou da
prerrogativa objeto da - Se for órgão administrativo:
impetração. trinta dias ou prazo razoável
§ 2º Transitada em julgado a (excepcionalmente);
decisão, seus efeitos poderão ser
estendidos aos casos análogos - Se for o Poder Legislativo: não
por decisão monocrática do há prazo.
relator.
§ 3º O indeferimento do pedido
por insuficiência de prova não
impede a renovação da
62

impetração fundada em outros


elementos probatórios.

Art. 8º Reconhecido o estado de


mora legislativa, será deferida a
injunção para:
I - determinar prazo razoável
para que o impetrado promova a
edição da norma
regulamentadora;
II - estabelecer as condições em
que se dará o exercício dos
direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se
for o caso, as condições em que
poderá o interessado promover
ação própria visando a exercê-
los, caso não seja suprida a mora
legislativa no prazo determinado.
Parágrafo único. Será dispensada
a determinação a que se refere o
inciso I do caput quando
comprovado que o impetrado
deixou de atender, em mandado
de injunção anterior, ao prazo
estabelecido para a edição da
norma.
→ CORRENTE NÃO-CONCRETISTA
Segundo esta posição, o Poder Judiciário, ao julgar procedente o mandado de
injunção, deverá apenas comunicar o Poder, órgão, entidade ou autoridade que está
sendo omisso.
Para os defensores desta posição, o Poder Judiciário, por conta do princípio da
separação dos Poderes, não pode criar a norma que está faltando nem determinar a
aplicação, por analogia, de outra que já exista e que regulamente situações parecidas.
Esta é a posição clássica do STF até 2007.

→ CORRENTE CONCRETISTA
Para esta corrente, o Poder Judiciário, ao julgar procedente o mandado de injunção e
EFEITOS DA DECISÃO reconhecer que existe a omissão do Poder Público, deverá editar a norma que está
CONCESSIVA15 faltando ou determinar que seja aplicada, ao caso concreto, uma já existente para
(TEORIAS) outras situações análogas.
É assim chamada porque o Poder Judiciário irá "concretizar" uma norma que será
utilizada a fim de viabilizar o direito, liberdade ou prerrogativa que estava
inviabilizada pela falta de regulamentação.

- Quanto à necessidade ou não de concessão de prazo para o impetrado, a


posição concretista pode ser dividida em:

• Corrente concretista direta: o Judiciário deverá implementar uma solução para


viabilizar o direito do autor e isso deverá ocorrer imediatamente (diretamente), não
sendo necessária nenhuma outra providência, a não ser a publicação do dispositivo
da decisão.

15
Dizer o Direito – Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2016/06/primeiros-comentarios-lei-133002016-lei.html
63

• Corrente concretista intermediária: ao julgar procedente o mandado de injunção,


o Judiciário, antes de viabilizar o direito, deverá dar uma oportunidade ao órgão
omisso para que este possa elaborar a norma regulamentadora. Assim, a decisão
judicial fixa um prazo para que o Poder, órgão, entidade ou autoridade edite a norma
que está faltando.
Caso esta determinação não seja cumprida no prazo estipulado, aí sim o Poder
Judiciário poderá viabilizar o direito, liberdade ou prerrogativa.

- Quanto às pessoas atingidas pela decisão, a corrente concretista pode ser


dividida em:

• Corrente concretista individual: a solução "criada" pelo Poder Judiciário para sanar
a omissão estatal valerá apenas para o autor do MI.
Ex: na corrente concretista intermediária individual, quando expirar o prazo, caso o
impetrado não edite a norma faltante, a decisão judicial garantirá o direito, liberdade
ou prerrogativa apenas ao impetrante.

• Corrente concretista geral: a decisão que o Poder Judiciário der no mandado de


injunção terá efeitos erga omnes e valerá para todas as demais pessoas que estiverem
na mesma situação. Em outras palavras, o Judiciário irá "criar" uma saída que viabilize
o direito, liberdade ou prerrogativa e esta solução valerá para todos.
Ex: na corrente concretista intermediária geral, quando expirar o prazo assinalado
pelo órgão judiciário, se não houver o suprimento da mora, a decisão judicial irá
garantir o direito, liberdade ou prerrogativa com eficácia ultra partes ou erga omnes.

- Qual a corrente adotada?


• STF: corrente concretista direta geral
• Lei do MI (Lei nº 13.300/16): corrente concretista individual intermediária

LXXII - conceder-se-á HABEAS DATA:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

- Possibilidade de se obter dados do contribuinte que constem nos sistemas dos órgãos fazendários.
O habeas data é a garantia constitucional adequada para a obtenção dos dados concernentes ao pagamento de
tributos do próprio contribuinte constantes dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da
administração fazendária dos entes estatais.
No caso concreto, o STF reconheceu que o contribuinte pode ajuizar habeas data para ter acesso às informações
relacionadas consigo e que estejam presentes no sistema SINCOR da Receita Federal.
O SINCOR (Sistema de Conta Corrente de Pessoa Jurídica) é um banco de dados da Receita Federal no qual ela
armazena as informações sobre os débitos e créditos dos contribuintes pessoas jurídicas.
A decisão foi tomada com base no SINCOR, mas seu raciocínio poderá ser aplicado para outros bancos de dados
mantidos pelos órgãos fazendários.
STF. Plenário. RE 673707/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/6/2015 (repercussão geral) (Info 790).
64

HABEAS DATA (HD)


BASE CONSTITUCIONAL - Art. 5º, LXXII, CF
BASE LEGAL - Lei nº 9.507/97
HISTÓRICO - CF de 1988
- Não admite dilação probatória;
- É necessária prova pré-constituída;
DICAS
- Procedimento especial;
- Tem prioridade sobre todos os atos judiciais. Exceção: HC e MS
- assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público (art. 5º, LXXII, a, CF e art. 7º, I, Lei nº 9.507/97)
- retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
OBJETO
ou administrativo (art. 5º, LXXII, b, CF e art. 7º, II, Lei nº 9.507/97)
- anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre
dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável (art.
7º, III, Lei nº 9.507/97)
→ Ativa
• qualquer pessoa, física ou jurídica, seja nacional ou estrangeira, para ter acesso às
informações a seu respeito.
LEGITIMIDADE • Ação personalíssima - Exceção: herdeiro do de cujus - STF

→ Passiva
• entidades governamentais ou particulares que tenham caráter público.
AÇÃO - Civil
LIMINAR - Sim (Não há previsão. Prevalece que cabe)
ADVOGADO - Sim
GRATUITO - Sim
PRAZO - Não há prazo!
- Foro por prerrogativa de função estabelecido na CF (de acordo com a autoridade
COMPETÊNCIA
coatora)
CONDICIONAMENTO - Exige condicionamento administrativo – recusa das informações pela autoridade
ADMINISTRATIVO administrativa (Súmula nº 2, STJ)
- para que se obtenha dados do contribuinte constantes nos sistemas de órgãos
CABE
fazendários (STF)
- para que se tenha acesso a autos de processos administrativos (STF)
- para que se tenha acesso a dados contidos em Registro de Procedimento Fiscal (STJ)
- para quebrar sigilo em inquérito policial (STJ)
NÃO CABE
- para obtenção de certidão pública (STJ)
- para a obtenção de acesso aos critérios utilizados em correção de prova discursiva
aplicada em concursos públicos (STJ)
- Súmula nº 2, STJ: “Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII, letra "a") se não
SÚMULAS
houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa.”

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor AÇÃO POPULAR que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, SALVO comprovada má-fé, ISENTO de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
65

AÇÃO POPULAR (AP)


BASE CONSTITUCIONAL - Art. 5º, LXXIII, CF
BASE LEGAL - Lei nº 4.717/65
HISTÓRICO - CF de 1934 (ausente na CF de 37)
- Anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o estado participe,
OBJETO
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural
→ Ativa
- Somente o cidadão tem legitimidade ativa (brasileiro nato ou naturalizado);
• A cidadania é comprovada mediante título de eleitor ou documento que a ele
corresponda.
• O menor com 16 anos, desde que tenha título de eleitor e que esteja em pleo nogozo
de seus direitos políticos, é legitimado, ainda que sem assistência.

Não podem propor ação popular:


• Inalistáveis;
• Inalistados;
• Pessoa Jurídica (S. 365, STF);
LEGITIMIDADE
• Ministério Público
Obs.: O MP pode promover o prosseguimento em caso de desistência ou absolvição
de instância.

→ Passiva
(Litisconsórcio passivo necessário)
- pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º;
- autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado,
ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, o tiverem dado
oportunidade à lesão;
- beneficiários diretos do mesmo.
ESPÉCIES - Preventiva e Repressiva
AÇÃO - Civil
LIMINAR - Sim
ADVOGADO - Sim
- Sim
GRATUITO
Salvo comprovada má-fé
PRAZO - Prescricional = 5 anos
- É julgada em 1ª instância (Estadual ou Federal);
COMPETÊNCIA
Não há foro por prerrogativa de função!
- Súmula nº 101, STF: “O mandado de segurança não substitui a ação popular.”
SÚMULAS
- Súmula nº 365, STF: “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação
popular.”
__________________________________________________
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado
na sentença;

LXXVI - são GRATUITOS para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:


a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

LXXVII - são GRATUITAS as ações de HABEAS CORPUS e HABEAS DATA, e, na forma da lei, os atos necessários
ao exercício da cidadania.
66

• Habeas Corpus
• Habeas Data
Gratuidade para todos:
• Atos necessários ao exercício da cidadania (na
forma da lei)
PREVISÃO
Gratuidade para os • Registro civil de nascimento (na forma da lei)
CONSTITUCIONAL DE
reconhecidamente pobres: • Certidão de óbito (na forma da lei)
ISENÇÃO DE CUSTAS
• Ação Popular
Gratuidade para o cidadão:
Salvo se comprovada má-fé do autor
Independe do pagamento de • Direito de petição
taxa (imunidade): • Obtenção de certidões

- É imune ao pagamento de taxas para registro da regularização migratória o estrangeiro que demonstre
sua condição de hipossuficiente, nos termos da legislação de regência. #IMPORTANTE
O estrangeiro que desejar regularizar sua situação no Brasil, pode fazê-lo por meio de um procedimento chamado
de “regularização migratória”. Exige-se o pagamento de uma taxa. Ocorre que muitos estrangeiros são
hipossuficientes e não conseguem pagar o valor exigido. Diante disso, indaga-se: é possível a dispensa do
pagamento dessa taxa caso o estrangeiro seja hipossuficiente?
SIM. O STF decidiu que o estrangeiro com residência permanente no Brasil, na condição de hipossuficiência, está
dispensado do pagamento de taxas cobradas para o processo de regularização migratória.
Não se mostra condizente com a CF a exigência de taxas em face de sujeito passivo evidentemente hipossuficiente.
Fundamento: art. 5º, LXXVI e LXXVII, da CF/88.
Tese fixada pelo STF: É imune ao pagamento de taxas para registro da regularização migratória o estrangeiro que
demonstre sua condição de hipossuficiente, nos termos da legislação de regência.
STF. Plenário. RE 1018911/RR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/11/2021 (Repercussão Geral – Tema 988) (Info
1037).

LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitação.

LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, INCLUSIVE nos meios digitais.
EC nº 115/2022

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação IMEDIATA.


• Exemplo de elemento FORMAL DE APLICABILIDADE.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição NÃO EXCLUEM outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
• O rol dos direitos fundamentais previsto na CF é EXEMPLIFICATIVO, a teor de seu art. 5º, § 2º.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do
congresso nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
EMENDAS CONSTITUCIONAIS.

- Tratados internacionais que não tratam sobre direitos humanos: força de lei ordinária.
Os tratados e convenções internacionais que não versem sobre direitos humanos ingressam no ordenamento
jurídico brasileiro com força de lei ordinária.
Em consequência, nenhum valor jurídico terão os tratados internacionais, que, incorporados ao sistema de direito
positivo interno, transgredirem, formal ou materialmente, a Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 1480 MC, Rel. Min. Celso de Mello. Julgado em 04/09/1997.
67

- Tratados internacionais sobre direitos humanos não aprovados segundo o § 3º do art. 5º da CF/88: status
supralegal.
Os tratados e convenções internacionais de direitos humanos que não foram aprovados segundo a regra do § 3º
do art. 5º, da CF/88 (com a redação dada pela EC 45/2004) possuem status supra legal, ou seja, situam-se acima
da Legislação ordinária, mas abaixo da Constituição.
E o caso, por exemplo, da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), que foi
incorporada ao Direito brasileiro antes da EC 45/2004 e, portanto, tem status supralegal.
STF. Plenáno. RE 466343. Rel. Min. Cezar Peluso. Julgado em 03/12/2008.

- Não se admite ADI contra lei que teria violado tratado internacional não incorporado ao ordenamento
brasileiro na forma do art. 5º, § 3º da CF/88.
Em regra, não é cabível ADI sob o argumento de que uma lei ou ato normativo violou um tratado internacional.
Em regra, os tratados internacionais não podem ser utilizados como parâmetro em sede de controle concentrado
de constitucionalidade.
Exceção: será cabível ADI contra lei ou ato normativo que violou tratado ou convenção internacional que trate
sobre direitos humanos e que tenha sido aprovado segundo a regra do § 3º do art. 5º, da CF/88. Isso porque neste
caso esse tratado será incorporado ao ordenamento brasileiro como se fosse uma emenda constitucional.
STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 9/8/2017 (Info 872).

TRATADOS INTERNACIONAIS (POSIÇÃO HIERÁRQUICA)


Tratado Status Parâmetro p/ Controle Exemplo
• Convenção Internacional sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência;
• Protocolo Facultativo da Convenção
Tratado internacional de Internacional sobre os Direitos das
direitos humanos Pessoas com Deficiência (Convenção de
aprovado em Sim Nova Iorque);
Emenda
procedimento especial – (Parâmetro de • Tratado de Marraqueche para facilitar
Constitucional
2 turnos de aprovação Constitucionalidade) o acesso a obras publicadas às pessoas
em cada casa e quórum cegas, com deficiência visual ou com
de 3/5 outras dificuldades para aceder ao texto
impresso; e
• Convenção Interamericana contra o
Racismo.
Tratado internacional de Não
direitos humanos Norma (Parâmetro de • Pacto de São José de Costa Rica
aprovado em Supralegal Convencionalidade ou (CADH)
procedimento simples Supralegalidade)
• Convenção interamericana para
Não
Tratado internacional Lei Ordinária prevenir, punir e erradicar a violência
(Parâmetro de
sobre outros assuntos Federal contra a mulher – Convenção de Belém
Legalidade)
do Pará

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

SÚMULAS SOBRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


STF STJ
- Súmula Vinculante nº 25: “É ilícita a prisão civil de - Súmula nº 2, STJ: “Não cabe o habeas data (CF, art.
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do 5º, LXXII, letra "a") se não houve recusa de informações
depósito.” por parte da autoridade administrativa.”

- Súmula nº 654, STF: “A garantia da irretroatividade


da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da
68

República, não é invocável pela entidade estatal que a - Súmula nº 403, STJ: “Independe de prova do prejuízo
tenha editado.” a indenização pela publicação não autorizada da
imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.”

- Súmula nº 419, STJ: “Descabe a prisão civil do


depositário infiel.”

- Súmula nº 444, STJ: “É vedada a utilização de


inquéritos policiais e ações penais em curso para
agravar a pena-base.”

JURISPRUDÊNCIA SOBRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS (OUTROS JULGAOS)


💀 PRINCÍPIO DA IGUALDADE
- Constitucionalidade do sistema de cotas em universidades com critério étnico-racial.
A Lei nº O sistema de cotas em universidades públicas, com base em critério étnico-racial, é constitucional. No
entanto, as políticas de ação afirmativa baseadas no critério racial possuem natureza transitória.
STF. Plenário. ADPF 186/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25 e 26/4/2012 (Info 663).

- Constitucionalidade do sistema de cotas em universidades para alunos de escolas públicas.


É também constitucional fixar cotas para alunos que sejam egressos de escolas públicas.
STF. Plenário. RE 597285/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 9.5.2012 (Info 665).

- Constitucionalidade do sistema de cotas raciais em concursos públicos.


A Lei nº 12.990/2014 estabeleceu uma cota aos negros de 20% das vagas em concursos públicos realizados no
âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das
sociedades de economia mista controladas pela União.
O STF declarou que essa Lei é constitucional e fixou a seguinte tese de julgamento:
"É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos
e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta.”
STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868).

- Além da autodeclaração, é possível que a Administração Pública adote critérios de heteroidentificação


para analisar se o candidato se enquadra nos parâmetros da cota. #IMPORTANTE
A Lei nº 12.990/2014 estabeleceu uma cota aos negros de 20% das vagas em concursos públicos da administração
pública federal, direta e indireta.
Segundo o art. 2º da Lei, poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos negros aqueles que se
autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito cor ou raça utilizado
pelo IBGE. Trata-se do chamado critério da autodeclaração.
O STF afirmou que este critério é constitucional. Entretanto, é possível também que a Administração Pública adote
um controle heterônomo, sobretudo quando existirem fundadas razões para acreditar que houve abuso na
autodeclaração.
Assim, é legítima a utilização de critérios subsidiários de heteroidentificação dos candidatos que se declararam
pretos ou pardos.
A finalidade é combater condutas fraudulentas e garantir que os objetivos da política de cotas sejam efetivamente
alcançados. Vale ressaltar que tais critérios deverão respeitar a dignidade da pessoa humana e assegurar o
contraditório e a ampla defesa.
Exemplos desse controle heterônomo: exigência de autodeclaração presencial perante a comissão do concurso;
exigência de apresentação de fotos pelos candidatos; formação de comissões com composição plural para
entrevista dos candidatos em momento posterior à autodeclaração.
Essa conclusão do STF foi resumida na seguinte tese de julgamento:
"É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que
respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa".
STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868).
JURIS: O Estado tem o dever constitucional de assegurar às crianças entre zero e cinco anos de idade o atendimento em creche e pré-escola.
STF. Plenário. RE 1008166/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/9/2022 (Info 1069).
Teses fixadas
1. A educação básica em todas as suas fases — educação infantil, ensino fundamental e ensino médio — constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens,
assegurado por normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata.
2. A educação infantil compreende creche (de zero a 3 anos) e a pré-escola (de 4 a 5 anos). Sua oferta pelo Poder Público pode ser exigida individualmente, como
no caso examinado neste processo. 69
3. O Poder Público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às normas constitucionais sobre acesso à educação básica.
STF. Plenário. RE 1008166/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/9/2022 (Repercussão Geral – Tema 548) (Info 1069).
- É inconstitucional Lei distrital que preveja percentual de vagas nas universidades públicas reservadas para
alunos que estudaram nas escolas públicas do Distrito Federal, excluindo, portanto, alunos de escolas
públicas de outros Estados da Federação. #IMPORTANTE
É inconstitucional a lei distrital que preveja que 40% das vagas das universidades e faculdades públicas do Distrito
Federal serão reservadas para alunos que estudaram em escolas públicas do Distrito Federal.
Essa lei, ao restringir a cota apenas aos alunos que estudaram no Distrito Federal, viola o art. 3º, IV e o art. 19, III,
da CF/88, tendo em vista que faz uma restrição injustificável entre brasileiros.
Vale ressaltar que a inconstitucionalidade não está no fato de ter sido estipulada a cota em favor de alunos de
escolas públicas, mas sim em razão de a lei ter restringindo as vagas para alunos do Distrito Federal, em detrimento
dos estudantes de outros Estados da Federação.
STF. Plenário. ADI 4868, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020 (Info 973).

- É inconstitucional lei estadual que proíba a Administração Pública de contratar empresa que tenha tido
empregado condenado por crime ou contravenção relacionados com a prática de atos discriminatórios.
É inconstitucional lei estadual que proíba que a Administração Pública contrate empresa cujo diretor, gerente ou
empregado tenha sido condenado por crime ou contravenção relacionados com a prática de atos discriminatórios.
Essa lei viola os princípios da intransmissibilidade da pena, da responsabilidade pessoal e do devido processo legal.
STF. Plenário. ADI 3092, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/06/2020 (Info 987 – clipping).
____________________________________________________________________________
💀 LIBERDADE DE EXPRESSÃO
- Condenação do ex-Deputado Federal Daniel Silveira.
A liberdade de expressão existe para a manifestação de opiniões contrárias, jocosas, satíricas e até mesmo
errôneas, mas não para opiniões criminosas, discurso de ódio ou atentados contra o Estado Democrático de Direito
e a democracia.
A Constituição garante a liberdade de expressão, com responsabilidade. A liberdade de expressão não pode ser
usada para a prática de atividades ilícitas ou para a prática de discursos de ódio, contra a democracia ou contra as
instituições.
Nesse sentido, são inadmissíveis manifestações proferidas em redes sociais que objetivem a abolição do Estado
de Direito e o impedimento, com graves ameaças, do livre exercício de seus poderes constituídos e de suas
instituições.
Ademais, conforme jurisprudência do STF, a garantia constitucional da imunidade parlamentar incide apenas sobre
manifestações proferidas no desempenho da função legislativa ou em razão desta, não sendo possível utilizá-la
como escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas.
Não configurada abolitio criminis com relação aos delitos previstos na Lei de Segurança Nacional (Lei nº 7.170/83).
Quando determinada conduta típica (e suas elementares) permanece descrita na nova lei penal, com a manutenção
do caráter proibido da conduta, há a configuração do fenômeno processual penal da continuidade normativo-
típica.
Na hipótese, o legislador não pretendeu abolir as condutas atentatórias à democracia, ao Estado de Direito e ao
livre exercício dos poderes. Na realidade, aprimorou, sob o manto democrático, a defesa do Estado, de suas
instituições e de seus poderes.
Observa-se, assim, a ocorrência de continuidade normativo-típica entre as condutas previstas nos arts. 18 e 23, IV,
da Lei nº 7.170/83 e a conduta prevista no art. 359-L do CP (com redação dada pela Lei nº 14.197/2021), bem
como entre a conduta prevista no art. 23, II, da Lei nº 7.170/83 e o conduta típica prevista no art. 286, parágrafo
único, do CP, com redação dada pela Lei nº 14.197/2021.
STF. Plenário. AP 1044/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/4/2022 (Info 1051).

- O princípio da reparação integral do dano, por si só, não justifica a imposição do ônus de publicar o inteiro
teor da sentença condenatória. #IMPORTANTE
Não é cabível a condenação de empresa jornalística à publicação do resultado da demanda quando o ofendido
não tenha pleiteado administrativamente o direito de resposta ou retificação de matéria divulgada, publicada ou
transmitida por veículo de comunicação social no prazo decadencial estabelecido no art. 3º da Lei nº 13.188/2015,
bem ainda, à adequação do montante indenizatório fixado.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.867.286-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 24/08/2021 (Info 706).
70

- É inconstitucional lei estadual que obriga que as escolas e bibliotecas públicas tenham um exemplar da
Bíblia. #IMPORTANTE
A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e bibliotecas públicas estaduais configura
contrariedade à laicidade estatal e à liberdade religiosa consagrada pela Constituição da República de 1988.
STF. Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021 (Info 1012).

- Desacato continua sendo crime. #IMPORTANTE


A norma do art. 331 do Código Penal, que tipifica o crime de desacato, foi recepcionada pela Constituição de 1988.
Trata-se de arguição de descumprimento de preceito fundamental em que se questiona a conformidade com a
Convenção Americana de Direitos Humanos, bem como a recepção pela Constituição de 1988, do art. 331 do
Código Penal, que tipifica o crime de desacato.
De acordo com a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Supremo Tribunal Federal, a
liberdade de expressão não é um direito absoluto e, em casos de grave abuso, é legítima a utilização do direito
penal para a proteção de outros interesses e direitos relevantes.
A diversidade de regime jurídico – inclusive penal – existente entre agentes públicos e particulares é uma via de
mão dupla: as consequências previstas para as condutas típicas são diversas não somente quando os agentes
públicos são autores dos delitos, mas, de igual modo, quando deles são vítimas.
A criminalização do desacato não configura tratamento privilegiado ao agente estatal, mas proteção da função
pública por ele exercida.
Vale ressaltar, no entanto, que, considerando que os agentes públicos em geral estão mais expostos ao escrutínio
e à crítica dos cidadãos, deles se exige maior tolerância à reprovação e à insatisfação, limitando-se o crime de
desacato a casos graves e evidentes de menosprezo à função pública.
STF. Plenário. ADPF 496, Rel. Roberto Barroso, julgado em 22/06/2020 (Info 992 – clipping).

- Cabe reclamação contra decisão judicial que determina retirada de matéria jornalística de blog.
Uma decisão judicial determinou a retirada de matéria de “blog” jornalístico, bem como a proibição de novas
publicações, por haver considerado a notícia ofensiva à honra de delegado da polícia federal.
Essa decisão afronta o que o STF decidiu na ADPF 130/DF, que julgou não recepcionada a Lei de Imprensa.
A ADPF 130/DF pode ser utilizada como parâmetro para ajuizamento de reclamação que verse sobre conflito entre
a liberdade de expressão e de informação e a tutela das garantias individuais relativas aos direitos de
personalidade.
A determinação de retirada de matéria jornalística afronta a liberdade de expressão e de informação, além de
constituir censura prévia. Essas liberdades ostentam preferência em relação ao direito à intimidade, ainda que a
matéria tenha sido redigida em tom crítico.
O Supremo assumiu, mediante reclamação, papel relevante em favor da liberdade de expressão, para derrotar uma
cultura censória e autoritária que começava a se projetar no Judiciário.
STF. 1ª Turma. Rcl 28747/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ ac. Min. Luiz Fux, julgado em 5/6/2018 (Info
905).
Sobre o mesmo tema: STF. 1ª Turma. Rcl 22328/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/3/2018 (Info 893).

- Cabe reclamação contra decisão judicial que determina retirada de matéria jornalística de site.
O STF tem sido mais flexível na admissão de reclamação em matéria de liberdade de expressão, em razão da
persistente vulneração desse direito na cultura brasileira, inclusive por via judicial.
No julgamento da ADPF 130, o STF proibiu enfaticamente a censura de publicações jornalísticas, bem como tornou
excepcional qualquer tipo de intervenção estatal na divulgação de notícias e de opiniões.
A liberdade de expressão desfruta de uma posição preferencial no Estado democrático brasileiro, por ser uma pré-
condição para o exercício esclarecido dos demais direitos e liberdades.
A retirada de matéria de circulação configura censura em qualquer hipótese, o que se admite apenas em situações
extremas.
Assim, em regra, a colisão da liberdade de expressão com os direitos da personalidade deve ser resolvida pela
retificação, pelo direito de resposta ou pela reparação civil.
Diante disso, se uma decisão judicial determina que se retire do site de uma revista determinada matéria
jornalística, esta decisão viola a orientação do STF, cabendo reclamação.
STF. 1ª Turma. Rcl 22328/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/3/2018 (Info 893).
71

- Sentença que nega direito de resposta por não ter havido ofensa não ofende a decisão do STF na ADPF
130/DF.
Não cabe reclamação para o STF contra sentença que julgou improcedente pedido de direito de resposta sob o
fundamento de que não houve, no caso concreto, ofensa.
Esta sentença não afronta a autoridade da decisão do STF no julgamento da ADPF 130/DF.
Como a sentença não violou nenhuma decisão do STF proferida em sede de controle concentrado de
constitucionalidade, o que se percebe é que o autor, por meio da reclamação, deseja que o Supremo examine se
a sentença afrontou, ou não, o art. 5º, V, da CF/88.
Para isso, seria necessário reexaminar matéria de fato, o que não é possível em reclamação, que se presta
unicamente a preservar a autoridade de decisão do STF.
Ademais, isso significaria o exame per saltum, ou seja, "pulando-se" as instâncias recursais do ato impugnado
diretamente à luz do art. 5º, V, CF/88.
STF. 1ª Turma. Rcl 24459 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 13/12/2016 (Info 851).

- É inconstitucional lei municipal que proíba a divulgação de material com referência a “ideologia de
gênero” nas escolas municipais. #IMPORTANTE
Compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV, da CF), de
modo que os Municípios não têm competência para editar lei proibindo a divulgação de material com referência
a “ideologia de gênero” nas escolas municipais. Existe inconstitucionalidade formal.
Há também inconstitucionalidade material nessa lei.
Lei municipal proibindo essa divulgação viola:
• a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (art. 206, II, CF/88); e
• o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas (art. 206, III).
Essa lei contraria ainda um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que é a promoção do
bem de todos sem preconceitos (art. 3º, IV, CF/88).
Por fim, essa lei não cumpre com o dever estatal de promover políticas de inclusão e de igualdade, contribuindo
para a manutenção da discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.
STF. Plenário. ADPF 457, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 27/04/2020 (Info 980 – clipping).

- É inconstitucional norma que proíbe proselitismo em rádios comunitárias. #IMPORTANTE


É inconstitucional o § 1º do art. 4º da Lei nº 9.612/98. Esse dispositivo proíbe, no âmbito da programação das
emissoras de radiodifusão comunitária, a prática de proselitismo, ou seja, a transmissão de conteúdo tendente a
converter pessoas a uma doutrina, sistema, religião, seita ou ideologia.
O STF entendeu que essa proibição afronta os arts. 5º, IV, VI e IX, e 220, da Constituição Federal.
A liberdade de pensamento inclui o discurso persuasivo, o uso de argumentos críticos, o consenso e o debate
público informado e pressupõe a livre troca de ideias e não apenas a divulgação de informações.
STF. Plenário. ADI 2566/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em
16/5/2018 (Info 902).

- Classificação indicativa dos programas de rádio e TV.


É inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do ECA.
"Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de
sua classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá
determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias."
O Estado não pode determinar que os programas somente possam ser exibidos em determinados horários. Isso
seria uma imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por configurar censura. O Poder Público pode
apenas recomendar os horários adequados. A classificação dos programas é indicativa (e não obrigatória).
STF. Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 31/8/2016 (Info 837).

- Violam a CF/88 os atos de busca e apreensão de materiais de cunho eleitoral e a suspensão de atividades
de divulgação de ideias em universidades públicas e privadas.
São inconstitucionais os atos judiciais ou administrativos que determinem ou promovam:
• o ingresso de agentes públicos em universidades públicas e privadas;
72

• o recolhimento de documentos (ex: panfletos);


• a interrupção de aulas, debates ou manifestações de docentes e discentes universitários;
• a realização de atividade disciplinar docente e discente e a coleta irregular de depoimentos desses cidadãos pela
prática de manifestação livre de ideias e divulgação do pensamento nos ambientes universitários ou em
equipamentos sob a administração de universidades públicas e privadas.
STF. Plenário. ADPF 548 MC-Ref/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 31/10/2018 (Info 922).

- A prática do proselitismo, ainda que feita por meio de comparações entre as religiões não configura, por
si só, crime de racismo. #IMPORTANTE
Determinado padre escreveu um livro, voltado ao público da Igreja Católica, no qual ele faz críticas ao espiritismo
e a religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé.
O Ministério Público da Bahia ofereceu denúncia contra ele pela prática do art. 20, § 2º da Lei nº 7.716/89 (Lei do
racismo).
No caso concreto, o STF entendeu que não houve o crime.
A CF/88 garante o direito à liberdade religiosa. Um dos aspectos da liberdade religiosa é o direito que o indivíduo
possui de não apenas escolher qual religião irá seguir, mas também o de fazer proselitismo religioso.
Proselitismo religioso significa empreender esforços para convencer outras pessoas a também se converterem à
sua religião.
Desse modo, a prática do proselitismo, ainda que feita por meio de comparações entre as religiões (dizendo que
uma é melhor que a outra) não configura, por si só, crime de racismo.
Só haverá racismo se o discurso dessa religião supostamente superior for de dominação, opressão, restrição de
direitos ou violação da dignidade humana das pessoas integrantes dos demais grupos. Por outro lado, se essa
religião supostamente superior pregar que tem o dever de ajudar os "inferiores" para que estes alcancem um nível
mais alto de bem-estar e de salvação espiritual e, neste caso não haverá conduta criminosa.
Na situação concreta, o STF entendeu que o réu apenas fez comparações entre as religiões, procurando demonstrar
que a sua deveria prevalecer e que não houve tentativa de subjugar os adeptos do espiritismo.
Pregar um discurso de que as religiões são desiguais e de que uma é inferior à outra não configura, por si, o
elemento típico do art. 20 da Lei nº 7.716/89. Para haver o crime, seria indispensável que tivesse ficado
demonstrado o especial fim de supressão ou redução da dignidade do diferente, elemento que confere sentido à
discriminação que atua como verbo núcleo do tipo.
STF. 1ª Turma. RHC 134682/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/11/2016 (Info 849).

- A incitação de ódio público feita por líder religioso contra outras religiões pode configurar o crime de
racismo. #IMPORTANTE
A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida pela
cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão.
STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 06/03/2018 (Info
893).
____________________________________________________________________________
💀 DIREITO À INFORMAÇÃO
- A redução da transparência dos dados referentes à Covid-19 viola o direito de acesso à informação, os
princípios da publicidade e transparência da Administração Pública e o direito à saúde. #COVID
É necessária a manutenção da divulgação integral dos dados epidemiológicos relativos à pandemia da Covid-19.
A interrupção abrupta da coleta e divulgação de importantes dados epidemiológicos, imprescindíveis para a
análise da série histórica de evolução da pandemia (Covid-19), caracteriza ofensa a preceitos fundamentais da
Constituição Federal, nomeadamente o acesso à informação, os princípios da publicidade e da transparência da
Administração Pública e o direito à saúde.
STF. Plenário. ADPF 690/DF, ADPF 691/DF e ADPF 692 /DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 13/03/2021
(Info 1009).

- STF determina que Ministério da Saúde faça a divulgação integral de dados sobre Covid-19. #COVID
A redução da transparência dos dados referentes à pandemia de COVID-19 representa violação a preceitos
fundamentais da Constituição Federal, nomeadamente o acesso à informação, os princípios da publicidade e
transparência da Administração Pública e o direito à saúde.
73

STF. Plenário. ADPF 690 MC-Ref/DF, ADPF 691 MC-Ref/DF e ADPF 692 MC-Ref/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 20/11/2020 (Info 1000).

- É inconstitucional o art. 6º-B da Lei nº 13.979/2020, incluído pela MP 928/2020, porque ele impõe uma
série de restrições ao livre acesso do cidadão a informações. #COVID
É inconstitucional o art. 6º-B da Lei nº 13.979/2020, incluído pela MP 928/2020, porque ele impõe uma série de
restrições ao livre acesso do cidadão a informações.
O art. 6º-B não estabelece situações excepcionais e concretas impeditivas de acesso à informação. Pelo contrário,
transforma a regra constitucional de publicidade e transparência em exceção, invertendo a finalidade da proteção
constitucional ao livre acesso de informações a toda sociedade.
STF. Plenário. ADI 6351 MC-Ref/DF, ADI 6347 MC-Ref/DF e ADI 6353 MC-Ref/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
julgados em 30/4/2020 (Info 975).

- Jornal poderá acessar dados sobre mortes registradas em ocorrências policiais.


Caso concreto: o jornal Folha de São Paulo pediu para que o Governo do Estado fornecesse informações
relacionadas a mortes registradas pela polícia em boletins de ocorrência. O pedido foi negado sob o fundamento
de que, apesar de terem natureza pública, esses dados deveriam ser divulgados com cautela e não seriam
indispensáveis para o trabalho jornalístico.
O STJ não concordou e afirmou que não cabe à administração pública ou ao Poder Judiciário discutir o uso que se
pretende dar à informação de natureza pública. A informação, por ser pública, deve estar disponível ao público,
independentemente de justificações ou considerações quanto aos interesses a que se destina.
Não se pode vedar o exercício de um direito – acessar a informação pública – pelo mero receio do abuso no
exercício de um outro e distinto direito – o de livre comunicar.
Em suma: veículo de imprensa jornalística possui direito líquido e certo de obter dados públicos sobre óbitos
relacionados a ocorrências policiais.
STJ. 2ª Turma. REsp 1852629-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 06/10/2020 (Info 682).

- Jornal tem direito de obter informações sobre o uso da verba indenizatória por senadores.
Determinado jornal requereu ao Senado Federal cópia dos documentos que demonstrassem como os Senadores
utilizaram a verba indenizatória dos seus gabinetes.
A Presidência do Senado negou ao jornal o acesso aos dados sob o fundamento de que os documentos solicitados
seriam sigilosos e que haveria uma invasão à privacidade dos Parlamentares.
O STF determinou que o Senado fornecesse cópia dos documentos solicitados.
A verba indenizatória destina-se a custear despesas direta e exclusivamente relacionadas ao exercício da função
parlamentar. Desse modo, tais valores possuem natureza pública, tanto pelo fato de estarem sendo pagas por um
órgão público (Senado Federal) quanto pela finalidade a que se destinam, estando vinculadas ao exercício da
representação popular (mandato).Sendo a verba pública, a regra geral é a de que as informações sobre o seu uso
são públicas.
A Corte entendeu que o fornecimento de tais informações não acarreta qualquer risco à segurança nem viola a
privacidade ou intimidade dos Parlamentares.
STF. Plenário. MS 28178/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 4/3/2015 (Info 776).

- Jornal tem direito de obter informações detalhadas dos gastos com cartão corporativo do governo.
Determinado jornal solicitou que o governo federal fornecesse a relação dos gastos efetuados com o cartão
corporativo pela chefe da representação da Presidência da República em SP.
O Governo concedeu ao jornal a relação dos gastos efetuados no período, ou seja, os valores despendidos. No
entanto, negou-se a fornecer informações detalhadas como os tipos de gastos, as datas, valores individuais de
cada transação, CNPJ/razão social das empresas contratadas etc.
O STJ entendeu que essa recusa ao fornecimento do extrato completo (incluindo tipo, data, valor das transações
efetuadas e CNPJ dos fornecedores) constitui ilegal violação ao direito de acesso à informação de interesse coletivo
(Lei 12.527/2011), já que não havia qualquer evidência de que a publicidade desses elementos atentaria contra a
segurança do Presidente e Vice-Presidente da República ou de suas famílias.
STJ. 1ª Seção. MS 20895-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 12/11/2014 (Info 552).
74

- Jornal tem direito de ter acesso à relação das pessoas que receberam passaportes diplomáticos.
O Ministério das Relações Exteriores não pode sonegar o nome de quem recebe passaporte diplomático emitido
na forma do § 3º do art. 6º do Anexo do Decreto 5.978/2006.
O nome de quem recebe um passaporte diplomático emitido por interesse público não pode ficar escondido do
público.
Assim, se um jornal requer essa informação, o Ministro é obrigado a fornecer.
STJ. 1ª Seção. MS 16179-DF, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 9/4/2014 (Info 543).
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💀 CONTROLE JURISDICIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
- Poder Judiciário pode obrigar a Administração Pública a manter quantidade mínima de determinado
medicamento em estoque.
A Administração Pública pode ser obrigada, por decisão do Poder Judiciário, a manter estoque mínimo de
determinado medicamento utilizado no combate a certa doença grave, de modo a evitar novas interrupções no
tratamento.
Não há violação ao princípio da separação dos poderes no caso. Isso porque com essa decisão o Poder Judiciário
não está determinando metas nem prioridades do Estado, nem tampouco interferindo na gestão de suas verbas.
O que se está fazendo é controlar os atos e serviços da Administração Pública que, neste caso, se mostraram ilegais
ou abusivos já que, mesmo o Poder Público se comprometendo a adquirir os medicamentos, há falta em seu
estoque, ocasionando graves prejuízos aos pacientes.
Assim, não tendo a Administração adquirido o medicamento em tempo hábil a dar continuidade ao tratamento
dos pacientes, atuou de forma ilegítima, violando o direito à saúde daqueles pacientes, o que autoriza a ingerência
do Poder Judiciário.
STJ. 1ª Turma. RE 429903/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25/6/2014 (Info 752).

- Poder Judiciário pode determinar a realização de obras de acessibilidade em prédios públicos.


O Poder Judiciário pode condenar universidade pública a adequar seus prédios às normas de acessibilidade a fim
de permitir a sua utilização por pessoas com deficiência.
No campo dos direitos individuais e sociais de absoluta prioridade, o juiz não deve se impressionar nem se
sensibilizar com alegações de conveniência e oportunidade trazidas pelo administrador relapso.
Se um direito é qualificado pelo legislador como absoluta prioridade, deixa de integrar o universo de incidência
da reserva do possível, já que a sua possibilidade é obrigatoriamente, fixada pela Constituição ou pela lei.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.607.472-PE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15/9/2016 (Info 592).

- Poder Judiciário pode impor obrigação de obras emergenciais em estabelecimento prisional.


É lícito ao Poder Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas
ou na execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais para dar efetividade ao postulado da
dignidade da pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua integridade física e moral, nos termos do
que preceitua o art. 5º, XLIX, da CF, não sendo oponível à decisão o argumento da reserva do possível nem o
princípio da separação dos poderes.
STF. Plenário. RE 592581/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 13/8/2015 (Info 794).

- Poder Judiciário pode determinar reforma de cadeia ou construção de nova unidade prisional.
Constatando-se inúmeras irregularidades em cadeia pública – superlotação, celas sem condições mínimas de
salubridade para a permanência de presos, notadamente em razão de defeitos estruturais, de ausência de
ventilação, de iluminação e de instalações sanitárias adequadas, desrespeito à integridade física e moral dos
detentos, havendo, inclusive, relato de que as visitas íntimas seriam realizadas dentro das próprias celas e em
grupos, e que existiriam detentas acomodadas improvisadamente –, a alegação de ausência de previsão
orçamentária não impede que seja julgada procedente ação civil publica que, entre outras medidas, objetive
obrigar o Estado a adotar providências administrativas e respectiva previsão orçamentária para reformar a referida
cadeia pública ou construir nova unidade, mormente quando não houver comprovação objetiva da incapacidade
econômico-financeira da pessoa estatal.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.389.952-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 3/6/2014 (Info 543).

JURIS: É constitucional lei estadual que prevê a reserva de assentos especiais a serem utilizados por pessoas obesas, correspondente a 3% dos
lugares em salas de projeções, teatros e espaços culturais localizados em seu território e a, no mínimo, 2 lugares em cada veículo do transporte
coletivo municipal e intermunicipal. STF. Plenário. ADI 2477/PR e ADI 2572/PR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 21/10/2022 (Info 1073).
JURIS: É constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que determina a reserva de vagas, no mesmo estabelecimento de ensino, para irmãos
que frequentem a mesma etapa ou ciclo escolar, pois disciplina medida que visa consolidar políticas públicas de acesso ao sistema educacional e do
maior convívio familiar possível. STF. Plenário. ADI 7149/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/9/2022 (Info 1069).
75

- A omissão injustificada da Administração em providenciar a disponibilização de banho quente nos


estabelecimentos prisionais fere a dignidade de presos sob sua custódia.
A omissão injustificada da Administração em providenciar a disponibilização de banho quente nos
estabelecimentos prisionais fere a dignidade de presos sob sua custódia.
A determinação de que o Estado forneça banho quente aos presos está relacionada com a dignidade da pessoa
humana, naquilo que concerne à integridade física e mental a todos garantida.
O Estado tem a obrigação inafastável e imprescritível de tratar prisioneiros como pessoas, e não como animais.
O encarceramento configura pena de restrição do direito de liberdade, e não salvo-conduto para a aplicação de
sanções extralegais e extrajudiciais, diretas ou indiretas.
Em presídios e lugares similares de confinamento, ampliam-se os deveres estatais de proteção da saúde pública e
de exercício de medidas de assepsia pessoal e do ambiente, em razão do risco agravado de enfermidades,
consequência da natureza fechada dos estabelecimentos, propícia à disseminação de patologias.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.537.530-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 27/04/2017 (Info 666).

- É possível que o magistrado condene o autor da ofensa a divulgar a sentença condenatória nos mesmos
veículos de comunicação em que foi cometida a ofensa à honra.
O direito à retratação e ao esclarecimento da verdade possui previsão na Constituição da República e na Lei Civil,
não tendo sido afastado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADPF 130/DF.
O princípio da reparação integral (arts. 927 e 944 do CC) possibilita o pagamento da indenização em pecúnia e in
natura, a fim de se dar efetividade ao instituto da responsabilidade civil.
Dessa forma, é possível que o magistrado condene o autor da ofensa a divulgar a sentença condenatória nos
mesmos veículos de comunicação em que foi cometida a ofensa à honra, desde que fundamentada em dispositivos
legais diversos da Lei de Imprensa.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.771.866-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/02/2019 (Info 642).

- Idosos que gozam de gratuidade no transporte coletivo, além de não pagarem a passagem, também são
isentos das tarifas de pedágio e de utilização dos terminais.
A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos, prevista no art. 40, I, do Estatuto do Idoso, não se limita ao valor das passagens, abrangendo eventuais
custos relacionados diretamente com o transporte, em que se incluem as tarifas de pedágio e de utilização dos
terminais.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.543.465-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/12/2018 (Info 641).

- O STJ não pode determinar que as companhias aéreas ofereçam transporte gratuito para pessoas com
deficiência com base em um exercício hermenêutico da Lei nº 8.899/94.
A Lei nº 8.899/94 previu que as pessoas com deficiência possuem direito à gratuidade no transporte coletivo
interestadual. Esta Lei foi regulamentada pela Portaria Interministerial nº 003/2001, que, no entanto, afirmou que
apenas as empresas de transporte rodoviário, ferroviário e aquaviário teriam o dever de oferecer essa gratuidade.
Houve, assim, uma omissão quanto ao transporte aéreo.
O MP propôs ação civil pública na qual pretendia garantir a gratuidade também no transporte aéreo. Ao julgar um
recurso neste processo, o STJ afirmou que não poderia conceder o pedido. Isso porque:
O STJ não possui competência constitucional para ampliar os modais de transporte interestadual submetidos ao
regime da gratuidade prevista na Lei nº 8.899/94 e nos atos normativos secundários que a regulamentam.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.155.590-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 27/11/2018 (Info 640).
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💀 SISTEMA CARCERÁRIO E ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAIS
- Sistema carcerário e Estado de Coisas Inconstitucional. #IMPORTANTE
O Estado de Coisas Inconstitucional ocorre quando verifica-se a existência de um quadro de violação generalizada
e sistêmica de direitos fundamentais, causado pela inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades
públicas em modificar a conjuntura, de modo que apenas transformações estruturais da atuação do Poder Público
e a atuação de uma pluralidade de autoridades podem modificar a situação inconstitucional.
O STF reconheceu que o sistema penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas Inconstitucional", com uma
violação generalizada de direitos fundamentais dos presos. As penas privativas de liberdade aplicadas nos
presídios acabam sendo penas cruéis e desumanas.
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Vale ressaltar que a responsabilidade por essa situação deve ser atribuída aos três Poderes (Legislativo, Executivo
e Judiciário), tanto da União como dos Estados-Membros e do Distrito Federal.
A ausência de medidas legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representa uma verdadeira "falha
estrutural" que gera ofensa aos direitos dos presos, além da perpetuação e do agravamento da situação.
Assim, cabe ao STF o papel de retirar os demais poderes da inércia, coordenar ações visando a resolver o problema
e monitorar os resultados alcançados.
Diante disso, o STF, em ADPF, concedeu parcialmente medida cautelar determinando que:
1 juízes e Tribunais de todo o país implementem, no prazo máximo de 90 dias, a audiência de custódia;
2 a União libere, sem qualquer tipo de limitação, o saldo acumulado do Fundo Penitenciário Nacional para
utilização na finalidade para a qual foi criado, proibindo a realização de novos contingenciamentos.
Na ADPF havia outros pedidos, mas estes foram indeferidos, pelo menos na análise da medida cautelar.
STF. Plenário. ADPF 347 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/9/2015 (Info 798).
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💀 OUTROS
- O ordenamento jurídico brasileiro não consagra o denominado direito ao esquecimento. #IMPORTANTE
É incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder de
obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e
publicados em meios de comunicação social analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no exercício da
liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais
– especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em geral – e as
expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível.
STF. Plenário. RE 1010606/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/2/2021 (Repercussão Geral – Tema 786) (Info
1005).

- “ADPF das favelas”


O STF determinou que:
1) o Estado do Rio de Janeiro elabore e encaminhe ao STF, no prazo máximo de 90 dias, um plano para redução
da letalidade policial e controle das violações aos direitos humanos pelas forças de segurança, que apresente
medidas objetivas, cronogramas específicos e previsão dos recursos necessários para a sua implementação;
2) o emprego e a fiscalização da legalidade do uso da força sejam feitos à luz dos Princípios Básicos sobre a
Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei;
3) seja criado um grupo de trabalho sobre Polícia Cidadã no Observatório de Direitos Humanos localizado no
Conselho Nacional de Justiça;
4) nos termos dos Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei, só se justifica o uso da força letal por agentes de Estado quando, ressalvada a
ineficácia da elevação gradativa do nível da força empregada para neutralizar a situação de risco ou de violência,
exauridos os demais meios, inclusive os de armas não-letais, e necessário para proteger a vida ou prevenir um
dano sério, decorrente de uma ameaça concreta e iminente;
5) as investigações de incidentes que tenham como vítimas crianças ou adolescentes terão a prioridade absoluta;
6) No caso de buscas domiciliares por parte das forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro, devem ser
observadas as seguintes diretrizes constitucionais, sob pena de responsabilidade:
(i) a diligência, no caso específico de cumprimento de mandado judicial, deve ser realizada somente durante o dia,
vedando-se, assim, o ingresso forçado a domicílios à noite;
(ii) a diligência, quando feita sem mandado judicial, pode ter por base denúncia anônima;
(iii) a diligência deve ser justificada e detalhada por meio da elaboração de auto circunstanciado, que deverá instruir
eventual auto de prisão em flagrante ou de apreensão de adolescente por ato infracional e ser remetido ao juízo
da audiência de custódia para viabilizar o controle judicial posterior; e
(iv) a diligência deve ser realizada nos estritos limites dos fins excepcionais a que se destina.
7) seja obrigatória a disponibilização de ambulâncias em operações policiais previamente planejadas em que haja
a possibilidade de confrontos armados, sem prejuízo da atuação dos agentes públicos e das operações;
8) o Estado do Rio de Janeiro, no prazo máximo de 180 dias, instale equipamentos de GPS e sistemas de gravação
de áudio e vídeo nas viaturas policiais e nas fardas dos agentes de segurança, com o posterior armazenamento
digital dos respectivos arquivos.
STF. Plenário. ADPF 635 MC-ED/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2 e 3/02/2022 (Info 1042).
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- Critérios para que o parágrafo único do art. 4º da Lei 9.883/99 seja compatível com a Constituição Federal.
O parágrafo único do art. 4º da Lei 9.883/99 prevê que os órgãos que compõem o SISBIN deverão fornecer
informações para a ABIN:
Art. 4º (...) Parágrafo único. Os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência fornecerão à ABIN, nos
termos e condições a serem aprovados mediante ato presidencial, para fins de integração, dados e conhecimentos
específicos relacionados com a defesa das instituições e dos interesses nacionais.
O Plenário do STF afirmou que esse dispositivo é constitucional desde que seja interpretado com base em quatro
critérios definidos pela Corte. Assim, o STF conferiu interpretação conforme à Constituição Federal ao parágrafo
único do art. 4º da Lei 9.883/99, para estabelecer que:
a) os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) somente podem fornecer dados e
conhecimentos específicos à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) quando comprovado o interesse público da
medida, afastada qualquer possibilidade de esses dados atenderem interesses pessoais ou privados;
b) toda e qualquer decisão que solicitar os dados deverá ser devidamente motivada para eventual controle de
legalidade pelo Poder Judiciário;
c) mesmo quando presente o interesse público, os dados referentes a comunicações telefônicas ou dados sujeitos
à reserva de jurisdição não podem ser compartilhados na forma do dispositivo em razão daquela limitação,
decorrente do respeito aos direitos fundamentais; e
d) nas hipóteses cabíveis de fornecimento de informações e dados à Abin, é imprescindível procedimento
formalmente instaurado e existência de sistemas eletrônicos de segurança e registro de acesso, inclusive para
efeito de responsabilização, em caso de eventuais omissões, desvios ou abusos.
STF. Plenário. ADI 6529 MC/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 13/8/2020 (Info 986).

- Os órgãos do SISBIN somente podem fornecer informações à ABIN quando comprovado o interesse público
e mediante decisão motivada para controle de legalidade pelo Poder Judiciário.
O parágrafo único do art. 4º da Lei 9.883/99 prevê que os órgãos que compõem o SISBIN deverão fornecer
informações para a ABIN:
Art. 4º (...) Parágrafo único. Os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência fornecerão à ABIN, nos
termos e condições a serem aprovados mediante ato presidencial, para fins de integração, dados e conhecimentos
específicos relacionados com a defesa das instituições e dos interesses nacionais.
O Plenário do STF afirmou que esse dispositivo é constitucional desde que seja interpretado com base em quatro
critérios definidos pela Corte. Assim, o STF conferiu interpretação conforme à Constituição Federal ao parágrafo
único do art. 4º da Lei 9.883/99, para estabelecer que:
a) os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) somente podem fornecer dados e
conhecimentos específicos à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) quando comprovado o interesse público da
medida, afastada qualquer possibilidade de esses dados atenderem interesses pessoais ou privados;
b) toda e qualquer decisão que solicitar os dados deverá ser devidamente motivada para eventual controle de
legalidade pelo Poder Judiciário;
c) mesmo quando presente o interesse público, os dados referentes a comunicações telefônicas ou dados sujeitos
à reserva de jurisdição não podem ser compartilhados na forma do dispositivo em razão daquela limitação,
decorrente do respeito aos direitos fundamentais; e
d) nas hipóteses cabíveis de fornecimento de informações e dados à Abin, é imprescindível procedimento
formalmente instaurado e existência de sistemas eletrônicos de segurança e registro de acesso, inclusive para
efeito de responsabilização, em caso de eventuais omissões, desvios ou abusos.
STF. Plenário. ADI 6529/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 8/10/2021 (Info 1033).
__________________________________________________
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São DIREITOS SOCIAIS a educação, a saúde, a*alimentação, o trabalho, a*moradia, o *transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição.
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica familiar,
garantida pelo poder público em programa permanente de transferência de renda, cujas normas e requisitos de
acesso serão determinados em lei, observada a legislação fiscal e orçamentária. (EC nº 114/2021)
OBSERVAÇÃO: Moradia (EC 26/2000), alimentação (EC 64/2010) e transporte (EC 90/2015) não são normas originárias da Constituição, foram
acrescentadas por emendas constitucionais. Outros direitos sociais poderão também ser incluídos no rol do artigo 6º da CRFB/88.
78

DIREITOS SOCIAIS
Os direitos sociais, de 2ª dimensão, são prestações positivas a serem implementadas
Conceito pelo Estado e tendem a concretizar a perspectiva de uma isonomia substancial e
social.
- Surgem com a crise do Estado liberal;
- As primeiras Constituições que tratam do tema são do séc. XX, na constituição do
México (1917);
Histórico
- Posteriormente, foram veiculados da n constituição de Weimar (1919);
- No direito pátrio, a constituição que primeiro disciplinou os direitos sociais,
inscrevendo-os num cítulot referente à ordem econômica e social, foi a de 1934.
O Judiciário não é o local adequado para a implementação desses direitos, mas sim
o Executivo e o Legislativo. No entanto, não se nega que, diante da inércia desses
poderes, a judicialização seja uma medida importante para a implementação dos
Judicialização
direitos sociais. A crítica que se faz é que o juiz, por não ser eleito, não poderia decidir
a forma de distribuição dos escassos bens materiais de que necessita o povo
brasileiro.
Os recursos estatais são limitados, logo, não é possível que todas as prestações sejam
atendidas 100% para todas as pessoas. Há limitações, (a) orçamentárias e (b) fáticas.
Assim, a cláusula da "reserva do possível" é uma limitação jurídico-tática que pode
Reserva do possível ser apresentada pelos Poderes Públicos tanto em razão das restrições orçamentárias
que impeça a implementação dos direitos e oferta de todas as prestações materiais
demandadas, quanto em virtude da desarrazoada prestação exigida pelo indivíduo.
A teoria surgiu na Alemanha.
Mesmo que o Estado não possa oferecer tudo a todos, é certo que ele deve garantir
ao menos um mínimo, básico e indispensável, para uma vida digna. Assim, o mínimo
existencial costuma frequentemente afastar o argumento da reserva do possível. A
teoria também surgiu na Alemanha.
A implementação total dos direitos sociais é limitada pela → Reserva do possível, que
Mínimo existencial é limitada pelo → Mínimo existencial!
Então fica assim:
O Estado pode alegar a reserva do possível para não atender a TOTALIDADE dos
direitos sociais? Sim, ele pode!
Mas o Estado pode alegar a reserva do possível para não garantir sequer os mínimo
existencial? Não, aí ele não pode!
Trata-se de um limite material implícito, de forma que os direitos fundamentais
Proibição do retrocesso
sociais já constitucionalmente assegurados não poderão ser suprimidos por EC ou
(efeito non-cliquet)
por legislação infraconstitucional, a não ser que se tenham prestações alternativas.
*Fonte: tabela extraída da Não Faça a Prova Sem Saber - NFPSS Ciclos (com adaptações).

Art. 7º São direitos dos trabalhadores URBANOS E RURAIS, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de LEI
COMPLEMENTAR, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às
de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social,
com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo VEDADA sua vinculação para qualquer fim;
79

- Súmula Vinculante nº 4: “Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado
como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por
decisão judicial.”

- Não há vedação para a fixação de piso salarial em múltiplos do salário mínimo, desde que inexistam
reajustes automáticos.
A fixação do piso salarial em múltiplos do salário mínimo mostra-se compatível com o texto constitucional, desde
que não ocorra vinculação a reajustes futuros.
STF. Plenário. ADPF 53 Ref-MC/PI, ADPF 149 Ref-MC/DF e ADPF 171 Ref-MC/MA, Rel. Min. Rosa Weber, julgados
em 18/2/2022 (Info 1044).
No mesmo sentido é a OJ 71, da SBDI-2 do TST: “A estipulação do salário profissional em múltiplos do salário
mínimo não afronta o art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal de 1988, só incorrendo em vulneração do referido
preceito constitucional a fixação de correção automática do salário pelo reajuste do salário mínimo.”

- Não há vedação para a fixação de piso salarial em múltiplos do salário mínimo, desde que inexistam
reajustes automáticos.
Não há vedação para a fixação de piso salarial em múltiplos do salário mínimo, desde que inexistam reajustes
automáticos. Isso não configura afronta ao art. 7º, IV, da CF/88 nem à SV 4.
STF. 1ª Turma. RE 1077813 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 05/02/2019 (Info 929).
STF. 2ª Turma. ARE 1110094 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29/06/2018.
No mesmo sentido é a OJ 71, da SBDI-2 do TST: “A estipulação do salário profissional em múltiplos do salário
mínimo não afronta o art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal de 1988, só incorrendo em vulneração do referido
preceito constitucional a fixação de correção automática do salário pelo reajuste do salário mínimo.”

- Proibição de que o salário mínimo seja utilizado como indexador econômico.


Lei estadual criou um benefício assistencial e previu que seu valor seria o do salário mínimo vigente. Tal previsão,
em princípio, viola o art. 7º, IV, da CF/88, que proíbe que o salário mínimo seja utilizado como referência
(parâmetro) para outras finalidades que não sejam a remuneração do trabalho. No entanto, o STF afirmou que
seria possível conferir interpretação conforme a Constituição e dizer que o dispositivo previu que o valor do
benefício seria igual ao salário mínimo vigente na época em que a lei foi editada (R$ 545). Após isso, mesmo o
salário mínimo aumentando nos anos seguintes, o valor do benefício não pode acompanhar automaticamente os
reajustes realizados sobre o salário mínimo, considerando que ele não pode servir como indexador. Em suma, o
STF determinou que a referência ao salário mínimo contida na lei estadual seja considerada como um valor certo
que vigorava na data da edição da lei, passando a ser corrigido nos anos seguintes por meio de índice econômico
diverso. Com isso, o benefício continua existindo e será necessário ao governo do Amapá apenas reajustar esse
valor por meio de índices econômicos.
STF. Plenário. ADI 4726 MC/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/2/2015 (Info 774).

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, SALVO o disposto em convenção ou acordo coletivo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno SUPERIOR à do diurno;

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, EXCEPCIONALMENTE, participação na


gestão da empresa, conforme definido em lei;
80

- É inconstitucional, formal e materialmente, norma estadual que permite a participação de trabalhadores


inativos no sufrágio para a escolha de membros da diretoria de empresa pública.
Caso concreto: no Rio Grande do Sul, a Lei estadual nº 11.446/2000, de iniciativa parlamentar, alterou a lei que
trata sobre a Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE (empresa pública estadual) para dizer que os
trabalhadores inativos também deveriam participar da votação para a escolha de membros da diretoria da
Companhia.
Sob o ponto de vista formal, a lei violou o art. 61, § 1º, II, “e”, da CF/88.
Sob o ponto de vista material, a previsão, ao incluir os aposentados, afrontou o art. 7º, XI, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 2296/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1/10/2021 (Info 1032).

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII - duração do trabalho normal NÃO SUPERIOR a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, SALVO negociação
coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, PREFERENCIALMENTE aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário SUPERIOR, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

- O servidor público que seja pai solo – de família em que não há a presença materna – faz jus à licença
maternidade e ao salário maternidade pelo prazo de 180 dias, da mesma forma em que garantidos à mulher
pela legislação de regência.
À luz do art. 227 da Constituição Federal, que confere proteção integral da criança com absoluta prioridade e do
princípio da paternidade responsável, a licença maternidade, prevista no art. 7º, XVIII, da CF/88 e regulamentada
pelo art. 207 da Lei nº 8.112/90, estende-se ao pai genitor monoparental.
STF. Plenário. RE 1348854/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 12/5/2022 (Repercussão Geral – Tema
1182) (Info 1054).

- Proibição de tratamento diferenciado entre a licença-maternidade e a licença-adotante.


O art. 210 da Lei nº 8.112/90, assim como outras leis estaduais e municipais, prevê que o prazo para a servidora
que adotar uma criança é inferior à licença que ela teria caso tivesse tido um filho biológico. De igual forma, este
dispositivo estabelece que, se a criança adotada for maior que 1 ano de idade, o prazo será menor do que seria se
ela tivesse até 1 ano. Segundo o STF, tal previsão é inconstitucional. Foi fixada, portanto, a seguinte tese:
Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença-gestante, o mesmo valendo para as
respectivas prorrogações. Em relação à licença-adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da idade
da criança adotada.
STF. Plenário. RE 778889/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/3/2016 (repercussão geral) (Info 817).

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
• Norma constitucional de eficácia LIMITADA DE PRINCÍPIO PROGRAMÁTICO

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
81

- É inconstitucional lei que autorize o trabalho de gestantes e lactantes em atividades insalubres.


É inconstitucional a expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher,
que recomende o afastamento”, contida nos incisos II e III do art. 394-A da CLT, inseridos pelo art. 1º da Lei nº
13.467/2017.
Essa expressão, inserida no art. 394-A da CLT, tinha como objetivo autorizar que empregadas grávidas ou lactantes
pudessem trabalhar em atividades insalubres.
Ocorre que o STF entendeu que o trabalho de gestantes e de lactantes em atividades insalubres viola a Constituição
Federal.
O art. 6º da CF/88 proclama importantes direitos, entre eles a proteção à maternidade, a proteção do mercado de
trabalho da mulher e redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.
A proteção para que a gestante e a lactante não sejam expostas a atividades insalubres caracteriza-se como
importante direito social instrumental que protege não apenas a mulher como também a criança (art. 227 da
CF/88).
A proteção à maternidade e a integral proteção à criança são direitos irrenunciáveis e não podem ser afastados
pelo desconhecimento, impossibilidade ou a própria negligência da gestante ou lactante em apresentar um
atestado médico, sob pena de prejudicá-la e prejudicar o recém-nascido.
Em suma, é proibido o trabalho da gestante ou da lactante em atividades insalubres.
STF. Plenário. ADI 5938/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 29/5/2019 (Info 942).

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XXIV - aposentadoria;

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e
pré-escolas;

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

- O art. 927, parágrafo único, do CC pode ser aplicado para permitir a responsabilização objetiva do
empregador por danos causados ao empregado decorrentes de acidentes de trabalho, não sendo
incompatível com o art. 7º, XXVIII, da CF/88, que prevê responsabilidade subjetiva.
O art. 927, parágrafo único, do Código Civil é compatível com o art. 7º, XXVIII, da Constituição Federal, sendo
constitucional a responsabilização objetiva do empregador por danos decorrentes de acidentes de trabalho nos
casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, apresentar
exposição habitual a risco especial, com potencialidade lesiva, e implicar ao trabalhador ônus maior do que aos
demais membros da coletividade.
STF. Plenário. RE 828040/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 12/3/2020 (repercussão geral – Tema 932)
(Info 969).

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, ATÉ O LIMITE de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade,
cor ou estado civil;
- Súmula nº 683, STF: “O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º,
XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.”

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de
deficiência;
82

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a MENORES de dezoito e de qualquer trabalho a
MENORES de dezesseis anos, SALVO na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

PROIBIÇÃO DE TRABALHO
• noturno
Menores de 18 anos • perigoso ou
• insalubre
• Regra: qualquer trabalho
Menores 16 anos
• EXCEÇÃO: aprendiz (a partir de 14 anos)

- Não viola a Constituição Federal a exclusão dos aprendizes do rol de beneficiados por piso salarial
regional.
Caso concreto: Lei do Estado de São Paulo instituiu pisos salariais para os trabalhadores e, em determinado artigo,
afirmou que o piso salarial não se aplica para os contratos de aprendizagem. Essa previsão é constitucional.
Do ponto de vista formal, esse artigo é compatível com a Lei Complementar federal 103/2000, que delegou para
os Estados-membros e DF a competência para editarem leis fixando o piso salarial dos profissionais (art. 22,
parágrafo único, da CF/88).
Do ponto de vista material, esse artigo também é constitucional porque o contrato de aprendizagem é dotado de
um regime jurídico peculiar, diferente do contrato de trabalho comum. Logo, esse discrímen que fundamentou a
opção do legislador estadual está em consonância com os valores da ordem constitucional vigente.
STF. Plenário. ADI 6223/SP, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
22/10/2021 (Info 1035).

- A EC 20/98 ampliou a proibição do trabalho infantil ao elevar de 14 para 16 anos a idade mínima
permitida para o trabalho; essa alteração é constitucional e tem por objetivo proteger as crianças e
adolescentes.
A norma fundada no art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal, na alteração que lhe deu a Emenda Constitucional
20/1998, tem plena validade constitucional. Logo, é vedado “qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo
na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos”.
STF. Plenário. ADI 2096/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/10/2020 (Info 994).

- O trabalho rural prestado por menor de 12 anos, apesar de ser proibido, caso seja desempenhado, deve ser
computado para fins previdenciários.
Apesar da proibição do trabalho infantil, o tempo de labor rural prestado por menor de 12 anos deve ser
computado para fins previdenciários.
STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 956.558-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 02/06/2020 (Info
674).

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. SÃO ASSEGURADOS à categoria dos TRABALHADORES DOMÉSTICOS os direitos previstos nos
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e
XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.
(DIREITO DE ASSOCIAÇÃO)
83

Art. 8º É livre a ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL OU SINDICAL, observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, VEDADAS ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;

II - é VEDADA a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; (PRINCÍPIO DA UNICIDADE SINDICAL)

- É indispensável o registro do sindicato no Ministério do Trabalho para poder ingressar em juízo na defesa
de seus filiados.
A legitimidade dos sindicatos para representação de determinada categoria depende do devido registro no
Ministério do Trabalho em obediência ao princípio constitucional da unicidade sindical (art. 8º, II, da CF/88).
STF. 1ª Turma. RE 740434 AgR/MA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019 (Info 931).

III
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões
judiciais ou administrativas;
• Trata-se de SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL, e não de representação judicial (como ocorre com as associações).

Ação Coletiva proposta por ASSOCIAÇÃO Ação Coletiva proposta por SINDICATO
Art. 5º (...) Art. 8º (...)
XXI - as entidades associativas, quando expressamente III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
autorizadas, têm legitimidade para representar seus coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
filiados judicial ou extrajudicialmente; questões judiciais ou administrativas;
A associação atua como representante processual O sindicato atua como substituto processual (atua em
(atua em nome dos associados) nome próprio defendendo direito alheio)
A associação precisa de autorização dos associados O sindicato não precisa de autorização dos membros
para propor a ação coletiva na defesa de seus da categoria (trabalhadores) para propor a ação
interesses. coletiva na defesa de seus interesses.
A associação é obrigada a apresentar a relação O sindicato não precisa apresentar a relação nominal
nominal dos associados que autorizaram a demanda dos substituídos juntamente com a petição inicial da
juntamente com a petição inicial da ação proposta. ação proposta.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha,
para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva (contribuição confederativa),
INDEPENDENTEMENTE da contribuição prevista em lei (contribuição sindical);
- Súmula Vinculante nº 40: “A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal só é
exigível dos filiados ao sindicato respectivo.”

Contribuição CONFEDERATIVA Contribuição SINDICAL


Prevista na 1ª parte do art. 8º, IV, da CF/88 Prevista na 2ª parte do art. 8º, IV, da CF/88
ERA considerada um TRIBUTO
NÃO é tributo
ERA uma contribuição parafiscal (ou especial)
Fixada pela assembleia geral
Era instituída por meio de lei (obrigação ex lege)
do sindicato (obrigação ex voluntate)
ERA COMPULSÓRIA.
É VOLUNTÁRIA.
ERA paga por todos aqueles que faziam parte de uma
A contribuição confederativa é considerada como
determinada categoria econômica ou profissional, ou
voluntária porque somente é paga pelas pessoas que
de uma profissão liberal, em favor
resolveram (optaram) se filiar ao sindicato.
do sindicato representativo da mesma categoria ou
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV,
profissão ou, inexistindo este, à Federação
da Constituição, só é exigível dos filiados
correspondente à mesma categoria econômica ou
ao sindicato respectivo (SV 40):
profissional.
84

Súmula vinculante 40: A contribuição confederativa de Não havia jeito: se o indivíduo fosse metalúrgico, p. ex.,
que trata o artigo 8º, IV, da Constituição Federal, só é ele tinha que pagar a contribuição sindical, mesmo que
exigível dos filiados ao sindicato respectivo. não fosse filiado ao sindicato. ERA um tributo.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

- É constitucional a lei que extinguiu a contribuição sindical obrigatória.


São compatíveis com a Constituição Federal os dispositivos da Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) que
extinguiram a obrigatoriedade da contribuição sindical e condicionaram o seu pagamento à prévia e expressa
autorização dos filiados.
No âmbito formal, o STF entendeu que a Lei nº 13.467/2017 não contempla normas gerais de direito tributário
(art. 146, III, “a”, da CF/88). Assim, não era necessária a edição de lei complementar para tratar sobre matéria relativa
a contribuições.
Também não se aplica ao caso a exigência de lei específica prevista no art. 150, § 6º, da CF/88, pois a norma
impugnada não disciplinou nenhum dos benefícios fiscais nele mencionados, quais sejam, subsídio ou isenção,
redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão.
Sob o ângulo material, o STF afirmou que a Constituição assegura a livre associação profissional ou sindical, de
modo que ninguém é obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato (art. 8º, V, da CF/88). O princípio
constitucional da liberdade sindical garante tanto ao trabalhador quanto ao empregador a liberdade de se associar
a uma organização sindical, passando a contribuir voluntariamente com essa representação.
Não há nenhum comando na Constituição Federal determinando que a contribuição sindical é compulsória.
Não se pode admitir que o texto constitucional, de um lado, consagre a liberdade de associação, sindicalização e
expressão (art. 5º, IV e XVII, e art. 8º) e, de outro, imponha uma contribuição compulsória a todos os integrantes
das categorias econômicas e profissionais.
STF. Plenário. ADI 5794/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux. J. em 29/6/2018 (Info 908).

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

VI - é OBRIGATÓRIA a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

VIII - é VEDADA a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, ATÉ um ano após o final do mandato, SALVO se cometer
falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo APLICAM-SE à organização de sindicatos rurais e de colônias de
pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

- Os empregados de entidades sindicais podem associar-se entre si para a criação de entidade de


representação sindical própria.
O parágrafo único do art. 526 da CLT proibia que os empregados de sindicato fossem filiados a sindicatos. A Lei
nº 11.295/2006 revogou esse parágrafo único a fim de permitir o direito de sindicalização para os empregados de
entidade sindical.
A alteração promovida pela Lei nº 11.295/2006 é compatível com a liberdade de associação sindical prevista no
art. 8º da CF/88.
STF. Plenário. ADI 3890/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 7/6/2021 (Info 1020).

- O art. 522 da CLT, que prevê um número máximo empregados que podem ser dirigentes sindicais, é
compatível com a CF/88 e não viola a garantia da liberdade sindical.
O art. 8º, VIII, da CF/88 prevê que os dirigentes sindicais não podem ser demitidos, salvo se cometerem falta grave.
O art. 522 da CLT prevê um número máximo empregados que podem ser dirigentes sindicais.
Assim que a CF/88 foi promulgada, alguns doutrinadores começaram a sustentar a tese de que o art. 522 da CLT
não teria sido recepcionado pela Carta Constitucional. Isso porque o inciso I do art. 8º da Constituição prevê que
a liberdade sindical, ou seja, proíbe que o poder público interfira na organização dos sindicatos.
85

O TST e o STF não concordaram com essa tese.


A liberdade sindical tem previsão constitucional, mas não possui caráter absoluto.
A previsão legal de número máximo de dirigentes sindicais dotados de estabilidade de emprego não esvazia a
liberdade sindical. Essa garantia constitucional existe para que possa assegurar a autonomia da entidade sindical,
mas não serve para criar situações de estabilidade genérica e ilimitada que violem a razoabilidade e a finalidade
da norma constitucional garantidora do direito.
Logo, o art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988.
STF. Plenário. ADPF 276, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 15/05/2020 (Info 980 – clipping).

(DIREITO DE GREVE)
Art. 9º É assegurado o DIREITO DE GREVE, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-
lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

§ 1º A LEI definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

DIREITO DE GREVE
Empregados da
• possuem direito à greve garantido pela Constituição (art. 9º, CF).
iniciativa privada:
• possuem direito à greve garantido pela Constituição, na forma da lei específica a
Servidores públicos
ser editada pelo Poder Legislativo (art. 37, VII, CF). Enquanto não editada lei
civis:
específica, aplica-se a lei de greve dos empregados da iniciativa privada (lei 7.783/79).
Servidores públicos
• não possuem direito à greve nem à sindicalização (art. 142, § 3º, IV, CF).
militares:
Carreiras policiais e que
• não possuem direito à greve (STF. ARE 654432/GO - Info 860), assegurada a
atuam na segurança
participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos de classe.
pública:

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em
que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de MAIS de duzentos empregados, é assegurada a ELEIÇÃO de um representante destes
com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
__________________________________________________________
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

CONCEITOS INICIAIS16
Representa a totalidade de indivíduos que habitam determinado território, ainda que
População ali se achem temporariamente, independentemente da nacionalidade. É um conceito
numérico, demograficamente mais amplo que o de povo.
Designa um agrupamento humano homogêneo cujos membros são possuidores das
Nação mesmas tradições, costumes e ideais coletivos, partilhando, também, laços invisíveis,
como a consciência coletiva e o sentimento de comunidade.
É o nacional (nato ou naturalizado) no gozo dos direitos políticos e participante da
Cidadão
vida do Estado.
É semanticamente mais próximo ao termo "povo", já que este último representa o
Nacionalidade
conjunto de nacionais que compõem o elemento humano de um Estado.

16
Manual de Direito Constitucional – Nathalia Masson – Ed. JusPodivm - 4ª Edição – 2016.
86

É o indivíduo que possui vínculo jurídico-político com Estado Nacional diverso da


Estrangeiro
República Federativa do Brasil.
A condição de apátrida deriva de um conflito negativo de nacionalidade, no qual não
Apátridas
há nenhum Estado interessado em proclamar o indivíduo como seu nacional.
São aqueles que, quando do nascimento, se enquadram nos critérios concessivos de
Polipátridas nacionalidade originária de mais de um Estado, ocasionando um conflito positivo que
normalmente resulta em dupla (ou mesmo múltipla) nacionalidade.

É aquela que resulta de um fato natural (o nascimento).

A pessoa se torna nacional nato.


Nacionalidade
Critérios para atribuição da nacionalidade originária:
ORIGINÁRIA, Primária,
a) Critério territorial (jus soli): se a pessoa nascer no território do país, será
Atribuída
considerada nacional deste.
ou Involuntária
b) Critério sanguíneo (jus sanguinis): a pessoa irá adquirir a nacionalidade de seus
ascendentes, não importando que tenha nascido no território de outro país.
No Brasil, adota-se, como regra, o critério do jus soli, havendo, no entanto, situações
nas quais o critério sanguíneo é aceito.
É aquela decorrente de um ato voluntário da pessoa, que decide adquirir, para si, uma
Nacionalidade
nova nacionalidade. A isso se dá o nome de naturalização.
SECUNDÁRIA, Derivada,
Adquirida ou Voluntária
A pessoa se torna nacional naturalizado.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

Art. 12. SÃO BRASILEIROS:

I - NATOS: (NACIONALIDADE PRIMÁRIA)


a) os nascidos na República Federativa do Brasil, AINDA QUE de pais estrangeiros, DESDE QUE estes não estejam a
serviço de seu país (critério: jus soli);
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, DESDE QUE qualquer deles esteja a serviço da
república federativa do brasil (critério: jus sanguinis + funcional);
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, DESDE QUE sejam registrados em repartição
brasileira competente (critério: jus sanguinis + registro na repartição brasileira competente - consulado) OU
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,
pela nacionalidade brasileira (critério: jus sanguinis + jus domicilii + opção - NACIONALIDADE POTESTATIVA);

II - NATURALIZADOS: (NACIONALIDADE SECUNDÁRIA)


a) os que, na forma da lei (Lei nº 13.445/17 - lei de migração), adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa APENAS residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
(NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA)
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil HÁ MAIS de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, DESDE QUE requeiram a nacionalidade brasileira. (NATURALIZAÇÃO
EXTRAORDINÁRIA)

BRASILEIROS
- os nascidos na República Federativa do Brasil, AINDA QUE de pais estrangeiros,
DESDE QUE estes não estejam a serviço de seu país;

- os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, DESDE QUE qualquer


NATO
deles esteja a serviço da república federativa do brasil;

- os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, DESDE QUE sejam


registrados em repartição brasileira competente OU venham a residir na República
87

Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade,


pela nacionalidade brasileira.
- os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa APENAS residência por 1 ano ininterrupto e
idoneidade moral;
NATURALIZADOS
- os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do
Brasil HÁ MAIS de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, DESDE QUE
requeiram a nacionalidade brasileira.

NATURALIZAÇÃO NATURALIZAÇÃO
ORDINÁRIA EXTRAORDINÁRIA
1 – Estrangeiro que cumpram o requisitos
estabelecidos em lei (Lei nº 13.445/17 - Art.
65):
- ter capacidade civil, segundo a lei
brasileira;
- ter residência em território nacional, pelo
prazo mínimo de 4 anos; - Residência por + de 15 anos
- comunicar-se em língua portuguesa, ininterruptos;
Requisitos
consideradas as condições do - Ausência de condenação penal; e
naturalizando; e - Requerimento do interessado.
- não possuir condenação penal ou estiver
reabilitado, nos termos da lei.
2 – Estrangeiro originários de países de
língua portuguesa:
- Residência por 1 ano ininterrupto; e
- Idoneidade moral.
Decisão Discricionária Vinculada

§ 1º Aos PORTUGUESES com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, SALVO os casos previstos nesta Constituição. (QUASE
NACIONALIDADE)

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, SALVO nos casos previstos
nesta Constituição.

CASOS PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO DE DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS


- O nato nunca pode ser extraditado!
Extradição
- O naturalizado pode ser extraditado em duas hipóteses:
(art. 5º, LI)
• crime comum praticado antes da naturalização; ou
• comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
• Ministro do STF
• Presidente e Vice-Presidente da República
• Presidente da Câmara dos Deputados
Cargos privativos
• Presidente do Senado Federal
(art. 12, § 3º)
• Carreira Diplomática
• Oficial das Forças Armadas
• Ministro de Estado da Defesa
Atividade nociva ao
- Somente o brasileiro naturalizado poderá perder a nacionalidade em virtude de
interesse nacional
prática de atividade nociva ao interesse nacional.
(art. 12, § 4º, I)
88

- Participam do Conselho da República, além de outros membros, seis cidadãos


Conselho da República
brasileiro natos (+ 35 anos; 2 nomeados pelo PR, 2 eleitos pelo SF e 2 eleitos pela CD;
(art. 89, VII)
mandato de 3 anos, vedade a recondução).
Empresa jornalística e de
- Para que o brasileiro naturalizado seja proprietário de empresa jornalística e de
radiodifusão
radiodifusão no Brasil, é necessário que tenha se naturalizado há mais de 10 anos.
(art. 222)
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito (com adaptações).

§ 3º são PRIVATIVOS de brasileiro NATO os cargos: #BIZU: “MP3.COM”


I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa

Ministro do STF
Presidente e Vice-Presidente da República
Presidente da Câmara dos Deputados
CARGOS PRIVATIVOS
Presidente do Senado Federal
DE BRASILEIRO NATO
Carreira Diplomática
(art. 12, § 3º)
Oficial das Forças Armadas
Ministro de Estado da Defesa
#BIZU: MP3.COM
1. Presidente do Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B, § 1º c/c art. 12, § 3º, IV,
ambos CF)
O CNJ é presidido pelo Presidente do STF (art. 103-B, § 1º, CF);
O Presidente do STF é um dos ministros que integram o STF;
Para ser ministro do STF, o sujeito deve ser, obrigatoriamente, brasileiro nato (art. 12,
§ 3º, IV, CF).
Conclusão: O Presidente do CNJ é um brasileiro nato.
2. Presidente e Vice-Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (art. 119, p. único
EXISTEM OUTROS
c/c art. 12, § 3º, IV, ambos CF)
CARGOS NA CF EM QUE
O TSE é presidido e vice-presidido por um ministro do STF (art. 119, p. único);
SE EXIGE SER
Para ser ministro do STF, o sujeito deve ser, obrigatoriamente, brasileiro nato (art. 12,
BRASILEIRO NATO:
§ 3º, IV, CF).
Conclusão: O Presidente e o vice-presidente do TSE é um brasileiro nato.
3. Seis cidadãos brasileiros natos que participam do Conselho da República (art.
89, IV, CF)
4. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e
imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos, ou
de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País
(art. 222, CF)

§ 4º será declarada a PERDA da nacionalidade do brasileiro que:


I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional; (PERDA-SANÇÃO)
II - adquirir outra nacionalidade, SALVO nos casos: (PERDA-MUDANÇA)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como
condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
89

PERDA DA NACIONALIDADE
PERDA-PUNIÇÃO PERDA-MUDANÇA
TIPO
(ART. 12, § 4º, I) (ART. 12, § 4º, II)
MOTIVO Atividade nociva ao interesse nacional Adquirir outra nacionalidade
DESTINATÁRIO Naturalizado Nato e Naturalizado
Processo judicial - Sentença Processo administrativo - Decreto
(Justiça Federal) (Ministério da Justiça)
Essa perda ocorre por meio de um processo Essa perda ocorre por meio de um
VIA
judicial, assegurado contraditório e ampla processo administrativo, assegurado
defesa, que tramita na Justiça Federal (art. contraditório e ampla defesa, que
109, X, CF) tramita no Ministério da Justiça.
EFEITOS Ex nunc Ex nunc
Novo ato do ministro da justiça
(mediante requerimento, em caso de
renúncia a outra nacionalidade) ou
REAQUISIÇÃO Ação Rescisória
revogação do ato ministerial, em
caso de dupla nacionalidade
(art. 76 da Lei nº 13.445/17)
• reconhecimento de nacionalidade
originária pela lei estrangeira;
• imposição de naturalização, pela
norma estrangeira, ao brasileiro
EXCEÇÃO -
residente em estado estrangeiro,
como condição para permanência em
seu território ou para o exercício de
direitos civis.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito (com adaptações).

- Possibilidade de extradição de brasileiro naturalizado.


É possível conceder extradição para brasileiro naturalizado envolvido em tráfico de droga (art. 5º, LI, da CF/88).
STF. 1ª Turma. Ext 1244/República Francesa, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 9/8/2016 (Info 834).

- Brasileiro, titular de green card, que adquire nacionalidade norte-americana, perde a nacionalidade
brasileira e pode ser extraditado pelo Brasil. #IMPORTANTE
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o green card decidir adquirir a nacionalidade norte-americana,
ele irá perder a nacionalidade brasileira.
Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção prevista na alínea "b" do incisos II do § 4º
do art. 12 da CF/88. Isso porque, como ele já tinha o green card, não havia necessidade de ter adquirido a
nacionalidade norte-americana como condição para permanência ou para o exercido de direitos civis.
O estrangeiro titular de green card já pode morar e trabalhar livremente nos EUA.
Dessa forma, conclui-se que a aquisição da cidadania americana ocorreu por livre e espontânea vontade.
Vale ressaltar que, perdendo a nacionalidade, ele perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim,
se cometer um crime nos EUA e fugir para o Brasil, poderá ser extraditado sem que isso configure ofensa ao art.
5º, LI, da CF/88.
STF. 1ª Turma. MS 33864/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 19/4/2016 (lnfo 822).
STF. 1ª Turma. Ext 1462/DF. Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 28/3/2017 (lnfo 859).

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

§ 1º São símbolos da república federativa do brasil a BAndeira, o HIno, as Armas e o Selo Nacionais. #BIZU:
“BAHIAS”

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios PODERÃO TER símbolos próprios.


90

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

→ Capacidade eleitoral ativa (votar)


- Voto e alistamento
• regra: obrigatórios
• exceção: facultativos (> 70 anos; > 16 < 18 anos; analfabetos)
→ Capacidade eleitoral passiva (ser votado)
Positivos
- Idade mínima para concorrer a mandato eletivo
• 35 anos - PR e Senadores
• 30 anos - Governadores
• 21 anos - Deputados federais e estaduais, prefeitos e juiz de paz
DIREITOS POLÍTICOS • 18 anos - Vereadores
→ Inelegibilidades
- Absolutas
• analfabetos
• inalistáveis (estrangeiros e conscritos)
Negativos - Relativas
• restrições à reeleição e em razão do parentesco (reflexa)
• lei das inelegibilidades
→ Hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos
Obs.: Não existe cassação!

Art. 14. A SOBERANIA POPULAR será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

PLEBISCITO REFERENDO
Prévia - o plebiscito é convocado com Posterior - o referendo é convocado
anterioridade a ato legislativo ou com posterioridade a ato legislativo
Momento da consulta administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, ou administrativo, cumprindo ao
aprovar ou denegar o que lhe tenha sido povo a respectiva ratificação ou
submetido. rejeição.
Congresso Nacional
Convoca plebiscito Autoriza referendo
(competência exclusiva)
Instrumento Decreto Legislativo

III - iniciativa popular.


• Proposta de lei feita pelo povo à Câmara dos Deputados.

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:


I - OBRIGATÓRIOS para os maiores de dezoito anos;
II - FACULTATIVOS para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º Não podem ALISTAR-SE como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório,
os conscritos. (INALISTÁVEIS)
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ALISTAMENTO ELEITORAL
Obrigatório • maiores de 18 anos.

• analfabetos;
Facultativo • maiores de 70 anos;
• maiores de 16 e menores de 18 anos.

Proibido • estrangeiros;
(inalistáveis) • conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório.

§ 3º São CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE, na forma da lei:


I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.

IDADE MÍNIMA PARA SER ELEITO


Presidente
35 Anos Vice-Presidente
Senador
Governador (Estado e DF)
30 Anos
Vice-Governador (Estado e DF) Idade mínima é verificada no
Deputado Federal MOMENTO DA POSSE
Deputado Estadual ou Distrital
21 Anos Prefeito
Vice-Prefeito
Juiz de Paz
Idade mínima é verificada na data-limite para o
18 Anos Vereador
PEDIDO DE REGISTRO DA CANDIDATURA
#BIZU: Disk 📞 3530-2118

§ 4º São INELEGÍVEIS os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e os analfabetos.

INALISTÁVEIS INELEGÍVEIS
Estrangeiros; e
Inalistáveis; e
Conscritos, durante o período do serviço militar
Analfabetos.
obrigatório.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver


sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser REELEITOS para um único período subseqüente.
(REELEIÇÃO)

§ 6º Para concorrerem a OUTROS CARGOS, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito


Federal e os Prefeitos devem RENUNCIAR aos respectivos mandatos ATÉ seis meses antes do pleito.
(DESINCOMPATIBILIZAÇÃO)
• Para a reeleição, não há desincompatibilização!
92

§ 7º São INELEGÍVEIS, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até
o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, SALVO se já titular
de mandato eletivo e candidato à reeleição. (INELEGIBILIDADE REFLEXA)
- Súmula Vinculante nº 18: “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta
a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da Constituição Federal.”
• É inelegível para o cargo de prefeito de Município resultante de desmembramento territorial o irmão do atual
chefe do Poder Executivo do município-mãe (STF. RE 158.314. Min, Celso de Melo).

REELEIÇÃO
Poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.
(art. 14, § 5º)
Para concorrerem a outros cargos, devem renunciar
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO
(desincompatibilizar) aos respectivos mandatos até 6 meses Aplicam-se apenas
(art. 14, § 6º)
antes do pleito. aos ocupantes de
São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cargos eletivos do
cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o 2º grau Executivo
ou por adoção, do PR, de Governador de E ou T, do DF, de (PR, Governadores
INELEGIBILIDADE REFLEXA
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 meses e Prefeitos)
(art. 14, § 7º)
anteriores ao pleito.
EXCEÇÃO: se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição.

- A súmula vinculante 18 não aplica-se no caso de dissolução do vínculo conjugal por morte de um dos
cônjuges. #IMPORTANTE
A inelegibilidade do art. 14, § 7º, da Constituição NÃO ALCANÇA o cônjuge supérstite (sobrevivente, viúvo) quando
o falecimento tiver ocorrido no primeiro mandato, com regular sucessão do vice-prefeito, e tendo em conta a
construção de novo núcleo familiar.
A Súmula Vinculante 18 do STF não se aplica aos casos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos
cônjuges.
STF. Plenário. RE 758461/PB, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado 22/5/2014 (repercussão geral) (Info 747).

- As hipóteses de inelegibilidade reflexas são aplicáveis às eleições suplementares.


As hipóteses de inelegibilidade previstas no art. 14, § 7º da CF, inclusive quanto ao prazo de seis meses, são
aplicáveis às eleições suplementares.
STF. Plenário. RE 8434S5/DF. Rei. Mm. Teori Zavascki. Julgado em 7/10/2015 (Info 802).

- A vedação ao exercício de três mandatos consecutivos pelo mesmo núcleo familiar aplica-se também na
hipótese em que um dos mandatos tenha sido para suceder o eleito que foi cassado.
Ao se fazer uma interpretação conjugada dos §§ 5º e 7º do art. 14 da CF/88 chega-se à conclusão de que a intenção
do poder constituinte foi a de proibir que pessoas do mesmo núcleo familiar ocupem três mandatos consecutivos
para o mesmo cargo no Poder Executivo.
Em outras palavras, a CF/88 quis proibir que o mesmo núcleo familiar ocupasse três mandatos consecutivos de
Prefeito, de Governador ou de Presidente.
A vedação ao exercício de três mandatos consecutivos de prefeito pelo mesmo núcleo familiar aplica-se também
na hipótese em que tenha havido a convocação do segundo colocado nas eleições para o exercício de mandato-
tampão.
Ex.: de 2010 a 2012, o Prefeito da cidade era Auricélio. Era o primeiro mandato de Auricélio. Seis meses antes das
eleições, Auricélio renunciou ao cargo. Em 2012, Hélio (cunhado de Auricélio) vence a eleição para Prefeito da
mesma cidade. De 2013 a 2016, Hélio cumpre o mandato de Prefeito. Em 2016, Hélio não poderá se candidatar à
reeleição ao cargo de Prefeito porque seria o terceiro mandato consecutivo deste núcleo familiar.
STF. 2ª Turma. RE 1128439/RN, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 23/10/2018 (Info 921).
93

§ 8º O MILITAR alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:


I - se contar MENOS de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar MAIS de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da DIPLOMAÇÃO, para a inatividade.

MENOS de 10 anos de serviço: • afasta-se da atividade (definitivamente).


• agregado (afastamento temporário). Se eleito, passará automaticamente,
MAIS de 10 anos de serviço:
no ato da diplomação, para a inatividade.

§ 9º LEI COMPLEMENTAR estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

Requisitos de Elegibilidade: • previstos na CF e leis ordinárias

Requisitos de INElegibilidade: • previstos na CF e leis complementares

§ 10. O mandato eletivo PODERÁ SER IMPUGNADO ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados
da DIPLOMAÇÃO, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei,
se temerária ou de manifesta má-fé.

• Justiça Eleitoral;

• prazo: 15 dias;
IMPUGNAÇÃO DE MANDATO
• contados da Diplomação (NÃO É DA POSSE);
ELETIVO
• provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude;

• tramitação em segredo de justiça.

§ 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre questões locais
aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data
das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos. (EC nº 111/2021)

§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas populares nos termos do § 12
ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita no rádio e na televisão.
(EC nº 111/2021)

Art. 15. É VEDADA a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (PERDA)

II - incapacidade civil absoluta; (SUSPENSÃO)

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; (SUSPENSÃO)
- Súmula nº 9, TSE: “A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado
cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de reparação dos
danos.”
94

• Efeito automático da sentença, ou seja, NÃO precisa vir expresso;


• A suspensão também decorre da condenação criminal transitada em julgado por CONTRAVENÇÃO e não
importa a natureza ou montante da pena;
• Deputados Federais e Senadores (exceção): a perda do cargo será decidida pela respectiva Casa Legislativa. O
mesmo raciocínio aplica-se aos Deputados Estaduais, tendo em vista que possuem as mesmas prerrogativas
referentes à perda do mandato dos Deputados Federais.
• Vereados: não alcançam as mesmas prerrogativas dos parlamentares federais, de maneira que não excepcionam
a regra do art. 15, III.

- A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, III, da CF, aplica-se tanto para condenados a penas
privativas de liberdade como também a penas restritivas de direitos. #IMPORTANTE
A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, III, da Constituição Federal, aplica-se no caso de substituição
da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos.
Havendo condenação criminal transitada em julgado, a pessoa condenada fica com seus direitos políticos
suspensos tanto no caso de pena privativa de liberdade como na hipótese de substituição por pena restritiva de
direitos.
STF. Plenário. RE 601182/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/5/2019
(repercussão geral) (Info 939).

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; (PERDA)
Art. 5º (...) VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. (SUSPENSÃO)


Art. 37 (...) § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível.

DIREITOS POLÍTICOS
Cassação • vedada

• incapacidade civil absoluta;


Suspensão
• condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
(temporária)
• improbidade administrativa.

Perda • cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;


(definitiva) • recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa.

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI ELEITORAL)

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É LIVRE a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados
os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
95

§ 1º É ASSEGURADA aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e
para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, VEDADA A SUA
CELEBRAÇÃO NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária.
EC nº 97/2017 - “Art. 2º A vedação a celebração de coligações nas eleições proporcionais, prevista no § 1º do art.
17 da Constituição Federal, aplicar-se-á a partir das eleições de 2020.”

§ 2º Os partidos políticos, APÓS adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus
estatutos no TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL.
• Partido político = pessoa jurídica de direito privado (art. 44, V, CC).

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da
lei, os partidos políticos que ALTERNATIVAMENTE:
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, NO MÍNIMO, 3% (três por cento) dos votos válidos,
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos
votos válidos em cada uma delas; OU
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades
da Federação.
EC nº 97/2017 - “Art. 3º O disposto no § 3º do art. 17 da Constituição Federal quanto ao acesso dos partidos
políticos aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão aplicar-se-á a partir
das eleições de 2030.”

• 3% dos votos válidos na Câmara dos Deputados; 1/3 das unidades da


DIREITO A RECURSOS DO
Federação, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada;
FUNDO PARTIDÁRIO E ACESSO
OU
GRATUITO AO RÁDIO E À
• Elegido pelo menos 15 Deputados Federais em pelo menos 1/3 das
TELEVISÃO
unidades da Federação.

§ 4º É VEDADA a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato
e facultada a filiação, SEM perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação
considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio
e de televisão.

§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores que se desligarem do


partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, SALVO nos casos de anuência do partido ou de outras
hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração de partido para
fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao
rádio e à televisão. (EC nº 111/2021)

§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo partidário na
criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das MULHERES, de
acordo com os interesses intrapartidários. (EC nº 117/2022)

§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo partidário destinada a


campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos
partidos às respectivas candidatas, deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao número
de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de
direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse partidário. (EC nº 117/2022)
96

JURISPRUDÊNCIA SOBRE PARTIDOS POLÍTICOS


- Não existe no Brasil a candidatura nata, ou seja, o direito de o titular do mandato eletivo ser,
obrigatoriamente, escolhido e registrado pelo partido como candidato à reeleição. #IMPORTANTE
O indivíduo que já ocupa o cargo eletivo e vai em busca da reeleição possui o direito subjetivo de ser escolhido
pelo partido como candidato? Ex: João, filiado ao Partido “X”, já é vereador; ele deseja concorrer à reeleição; pelo
fato de já ser vereador; o Partido “X” é obrigado a escolher João como sendo um dos candidatos da agremiação?
NÃO. O legislador tentou impor essa obrigatoriedade no § 1º do art. 8º da Lei nº 9.504/97:
Art. 8º (...) § 1º Aos detentores de mandato de Deputado Federal, Estadual ou Distrital, ou de Vereador, e aos que
tenham exercido esses cargos em qualquer período da legislatura que estiver em curso, é assegurado o registro
de candidatura para o mesmo cargo pelo partido a que estejam filiados.
Isso foi denominado pela doutrina e jurisprudência de “candidatura nata”. Assim, “candidatura nata” é o direito
que o titular do mandato eletivo possui de, obrigatoriamente, ser escolhido e registrado pelo partido político como
candidato à reeleição.
O STF, contudo, entendeu que esse § 1º do art. 8º da Lei nº 9.504/97 é inconstitucional, não sendo possível a
chamada “candidatura nata”.
O instituto da “candidatura nata” é incompatível com a Constituição Federal de 1988, tanto por violar a isonomia
entre os postulantes a cargos eletivos como, sobretudo, por atingir a autonomia partidária (art. 5º, “caput”, e art.
17 da CF/88).
STF. Plenário. ADI 2530/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 18/8/2021 (Info 1026).

- É vedada a fusão ou incorporação de partidos políticos que tenham obtido o registro definitivo do TSE há
menos de 5 anos.
A Lei nº 13.107/2015 acrescentou o § 9º ao art. 29 da Lei nº 9.096/95 prevendo o seguinte: § 9º Somente será
admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do Tribunal Superior
Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos.
Essa previsão é constitucional e não viola a autonomia partidária prevista no art. 17 da CF/88.
A exigência do tempo mínimo de 5 anos para que possa ser feita a fusão ou incorporação de partidos políticos é
necessária para garantir o compromisso do cidadão com a sua opção partidária, evitando-se agremiações
descompromissadas e sem substrato social. Além disso, reforça o objetivo do constituinte reformador, expresso
na EC 97/2017, em coibir o enfraquecimento da representação partidária.
STF. Plenário. ADI 6044/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

- Mesmo com a covid-19, foram mantidos os prazos para filiação partidária e desincompatibilização nas
eleições municipais de 2020. #COVID
Mesmo com a situação de calamidade pública decorrente da covid-19, são constitucionais e devem ser mantidos
os prazos para filiação partidária e desincompatibilização previstos na legislação para a as eleições municipais de
2020.
STF. Plenário. ADI 6359 Ref-MC/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/5/2020 (Info 977).

- O Diretório Nacional de Partido Político tem legitimidade ativa para propor ação de indenização por
ofensas feitas contra candidato da agremiação e contra o Partido.
O Diretório Nacional de Partido Político tem legitimidade ativa para ajuizamento de demanda indenizatória por
alegada ofensa lançada contra candidato a cargo político.
Ex: o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) possui legitimidade para ajuizar ação de indenização
por danos morais em razão de ofensas feitas contra a então candidata da agremiação Dilma Rousseff e contra o
próprio Partido.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.484.422-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/05/2019 (Info 653).

- Impossibilidade de intervenção de partido político como amicus curiae em processo criminal de seu filiado.
Determinado Deputado Federal estava respondendo a ação penal no STF pela suposta prática do crime de
peculato.
O partido político que ele integra requereu a sua intervenção no feito como amicus curiae.
97

O STF indeferiu o pedido afirmando que a agremiação partidária, autoqualificando-se como amicus curiae,
pretendia, na verdade, ingressar numa posição que a relação processual penal não admite, considerados os estritos
termos do CPP.
STF. 1ª Turma. AP 504/DF, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 9/8/2016
(Info 834).

- Perda do mandato por infidelidade partidária não se aplica a cargos eletivos majoritários. #IMPORTANTE
Se o titular do mandato eletivo, sem justa causa, decidir sair do partido político no qual foi eleito, ele perderá o
cargo que ocupa?
a) Se for um cargo eletivo MAJORITÁRIO: NÃO
A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema
majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor.
No sistema majoritário, o candidato escolhido é aquele que obteve mais votos, não importando o quociente
eleitoral nem o quociente partidário.
Nos pleitos dessa natureza, os eleitores votam no candidato e não no seu partido político. Desse modo, no sistema
majoritário, a imposição da perda do mandato por infidelidade partidária é antagônica (contrária) à soberania
popular.
b) Se for um cargo eletivo PROPORCIONAL: SIM
O mandato parlamentar conquistado no sistema eleitoral proporcional pertence ao partido político.
Assim, se o parlamentar eleito decidir mudar de partido político, ele sofrerá um processo na Justiça Eleitoral que
poderá resultar na perda do seu mandato. Neste processo, com contraditório e ampla defesa, será analisado se
havia justa causa para essa mudança.
O assunto está disciplinado na Resolução 22.610/2007 do TSE, que elenca, inclusive, as hipóteses consideradas
como “justa causa”.
STF. Plenário. ADI 5081/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/5/2015 (Info 787).

- Inconstitucionalidade das doações eleitorais feitas por pessoas jurídicas.


As contribuições de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais e partidos políticos são inconstitucionais.
As contribuições de pessoas físicas são válidas e regulam-se de acordo com a lei em vigor.
STF. Plenário. ADI 4650/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 16 e 17/9/2015 (Info 799).

- Constitucionalidade do art. 4º da Lei 9.504/97.


É constitucional o art. 4º da Lei n.º 9.504/97, que exige que o partido político tenha no mínimo um ano de existência
para que possa concorrer nas eleições.
STF. Plenário. ADI 1817/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 28/5/2014 (Info 748).
__________________________________________________________
TÍTULO III
Da Organização do Estado

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos AUTÔNOMOS, nos termos desta Constituição.

FEDERAÇÃO
- Descentralização político-administrativa fixada pela constituição;

CARACTERÍSTICAS - Participação das vontades parciais na vontade geral;

- Auto-organização dos Estados-membros.


→ Estado Federado
ESTADO FEDERADO
É a forma de Estado na qual existe descentralização no exercício do poder
X
político, estando este pulverizado em mais de uma entidade política, todas
98

ESTADO UNITÁRIO17 funcionando como centros emanadores de comandos normativos e


decisórios. O federalismo é, portanto, a unidade na pluralidade.

→ Estado Unitário
Sua nota marcante é a centralização política, pois o poder encontra-se
enraizado em um único núcleo estatal, do qual emanam todas as decisões.
É a forma básica de organização política, cuja característica essencial é a
concentração de poder por um único homem ou órgão.
→ Federação
• Estado;
• unidos pela constituição;
• membros são dotados de autonomia;
• veda o direito de secessão;
• atividades relacionadas a assuntos internos e externos;
FEDERAÇÃO • cidadãos possuem a nacionalidade do estado federal.
X
CONFEDERAÇÃO18 → Confederação
• Pessoa jurídica de Direito Público;
• unidos por tratado internacional;
• membros são dotados de soberania;
• permite o direito de secessão;
• atividades voltadas especialmente aos negócios externos;
• cidadãos são nacionais dos respectivos estados.
→ QUANTO AO SURGIMENTO OU À ORIGEM
• Por Agregação
Surge quando Estados soberanos cedem parte de sua soberania para formar
um ente único, no qual os integrantes passam a ter apenas autonomia
(movimento centrípeto). O Estado resultante da extinção de Estados
soberanos agregados como entes autônomos é denominado de Estado
perfeito ou por associação ou por aglutinação;
Exemplos: Estados Unidos, Alemanha e Suíça;
• Por Segregação ou Desagregação (ADOTADO)
Quando a federação é fruto da descentralização política de um Estado
Unitário (movimento centrífugo), surge o federalismo por segregação (ou
desagregação), originando Estados denominados de imperfeitos ou por
TIPOS DE dissociação. Brasil
FEDERALISMO19
→ QUANTO À REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
• Dualista ou Dual
Caracteriza-se pela repartição horizontal de competências constitucionais
entre a União e os Estados, estabelecendo-se uma relação de coordenação.
Exemplo: federalismo clássico norte-americano dos séculos XVIII e XIX;
• Por Integração
Tem como nota característica a sujeição dos Estados federados à União.
Adota-se uma relação de subordinação entre os entes federativos,
decorrente do fortalecimento do poder central;
• Por Cooperação ou Cooperativo (ADOTADO)
Desenvolveu-se a partir dos esforços empreendidos para minorar as
dificuldades advindas da distribuição de competências nos Estados federais

17
Manual de Direito Constitucional – Nathalia Masson – Ed. JusPodivm - 4ª Edição – 2016.
18
Novelino, Marcelo. Curso de direito constitucional/ Marcelo Novelino. - 11. ed. rev., ampl. e atual. - Salvador: Ed. JusPodivm,
2016.
19
Novelino, Marcelo. Curso de direito constitucional/ Marcelo Novelino. - 11. ed. rev., ampl. e atual. - Salvador: Ed. JusPodivm,
2016.
99

e estabelecer uma "fórmula geral" para melhor cooperação entre os entes


federativos. A ideia de competências verticais é veiculada pelo exercício
coordenado das competências, sob a tutela da União, com o objetivo de
tornar mais eficiente o desempenho das tarefas públicas, por meio da
colaboração entre as pessoas estatais. Esse modelo se deve a alteração de
paradigma acerca da atuação do Estado. Brasil

→ QUANTO À CONCENTRAÇÃO DO PODER


• Centralizador ou Centrípeto (ADOTADO)
Se caracteriza pelo fortalecimento do poder central decorrente da
predominância de atribuições conferidas à União. A tendência de
centralização verificável nas federações decorre da convivência entre o
princípio unitário e o princípio federal; Brasil
• Descentralizador ou Centrífugo
É resultante da reação à centalização excessiva do ente central com a
finalidade de preservar o poder atribuído aos Estados-membros, conferindo-
lhes maior autonomia financeira, administrativa, política e jurídica;
• De equilíbrio
Prioriza a conciliação entre integração e autonomia, unidade e diversidade.
Busca-se uma relação mais harmoniosa e equânime por meio da repartição
equilibrada de competências entre o ente central e os entes periféricos.

→ QUANTO À HOMOGENEIDADE NA DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA


• Simétrico ou homogêneo (ADOTADO)
Caracteriza-se pelo equilíbrio na distribuição constitucional de competências
entre os entes federativos de mesmo grau; Brasil
• Assimétrico ou heterogêneo
A constituição confere tratamento jurídico diferenciado a entes federativos
de mesmo grau, com o objetivo de respeitar ou minimizar diferenças
existentes nos âmbitos regional e social.

→ QUANTO ÀS CARACTERÍSTICAS DOMINANTES DO MODELO FEDERAL


• Simétrico
É aquele que permite a identificação das características dominantes,
frequentemente encontradas nos outros estados. Há uma simetria entre a
federação e as demais federações existentes (outros países);
• Assimétrico (ADOTADO)
É aquele no qual há um rompimento com as linhas tradicionais definidoras
do federalismo simétrico, em razão do funcionamento do sistema federal.
Município como ente federativo no Brasil. Brasil

→ QUANTO ÀS ESFERAS OU CENTROS DE COMPETÊNCIA


• Típico, Bidimensional, Bipartite ou de Segundo Grau
Caracteriza-se pela existência de duas esferas de competência: a central
(União) e a regional (Estados-membros). É o modelo adotado nos Estados
Unidos e em praticamente todas as federações atuais. No Brasil, foi adotado
até o advento da Constituição de 1988;
• Atípico, Tridimensional, Tripartite ou de Terceiro Grau (ADOTADO)
Se constata a existência de três esferas de competência: a central (União), a
regional (Estados-membros) e a local (Municípios). A CF de 1988 adota esse
modelo, pois embora o Distrito Federal também seja ente federativo, suas
competências são as mesmas titularizadas por Estados e Municípios (CF, art.
32, § 1º). Brasil
100

- Não é possível o envio da Força Nacional de Segurança para atuar no Estado-membro sem que tenha
havido pedido ou concordância do Governador. #IMPORTANTE
Compete ao Ministro da Justiça determinar a ida da Força Nacional de Segurança Pública para atuar em
determinado Estado-membro ou Distrito Federal.
Segundo a redação do art. 4º do Decreto nº 5.289/2004 a determinação do emprego da Força Nacional pode
ocorrer de duas formas:
1) mediante solicitação expressa do Governador formulada ao Ministro da Justiça;
2) mediante iniciativa do próprio Ministro da Justiça, mesmo sem solicitação do Governador.
Se o próprio Governador solicita o auxílio, não há qualquer problema ou questionamento. No entanto, e se o
Ministro da Justiça determina o envio da Força Nacional mesmo sem pedido do Governador? Essa atuação seria
constitucionalmente válida?
NÃO. Isso viola o princípio da autonomia estadual.
Foi o que decidiu o STF, em juízo de delibação, ao apreciar medida liminar em ação cível originária. Afirmou a
Corte:
É plausível a alegação de que a norma inscrita no art. 4º do Decreto 5.289/2004, naquilo em que dispensa a
anuência do governador de estado no emprego da Força Nacional de Segurança Pública, viole o princípio da
autonomia estadual.
STF. Plenário. ACO 3427 Ref-MC/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/9/2020 (Info 992).

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

(PROVA) § 2º Os TERRITÓRIOS FEDERAIS integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao
Estado de origem serão reguladas em LEI COMPLEMENTAR.

(PROVA) § 3º Os ESTADOS podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante APROVAÇÃO da população diretamente interessada,
através de plebiscito, E do Congresso Nacional, por LEI COMPLEMENTAR.
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
(...)
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas
Assembléias Legislativas;
• O desmembramento de um Estado da federação deve envolver não somente a população do território a ser
desmembrado, mas a de todo o Estado (STF, ADI 2650).

(PROVA) § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de MUNICÍPIOS, far-se-ão por lei estadual, dentro
do período determinado por LEI COMPLEMENTAR FEDERAL, e dependerão de consulta prévia, mediante
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei.
• A partir da EC 15/1996, nenhum Município pode ser criado, incorporado, fundido ou desmembrado,
considerando-se que não existe ainda a Lei Complementar Federal de que trata o § 4º do art. 18 da CF/88, sendo
esse dispositivo norma constitucional de eficácia limitada (depende de lei para produzir todos os seus efeitos);
• Os Municípios criados, incorporados, fundidos ou desmembrados até 31/12/2006, mesmo sendo contrários ao §
4º do art. 18 da CF/88, foram “convalidados” (confirmados, ratificados, regularizados) por força da EC 57/2008 -
art. 96 do ADCT;
• As leis estaduais que criarem, incorporarem, fundirem ou desmembrarem Municípios após 31/12/2006 devem
ser consideradas inconstitucionais;
101

CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, • Aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito


FUSÃO E DESMEMBRAMENTO
DE ESTADOS (PROVA) • Aprovação do Congresso Nacional, por Lei Complementar
• Lei Complementar Federal (que estabelecerá o procedimento e o período)

• Estudos de viabilidade municipal, apresentados e publicados na forma da lei


CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO,
FUSÃO E DESMEMBRAMENTO
• Consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
DE MUNICÍPIOS
envolvidos
(PROVA)

• Lei estadual

- Município resultante de desmembramento realizado em desacordo com o art. 18, § 4º, da CF não detém
legitimidade ativa para a cobrança de IPTU de imóvel situado em território a ele acrescido.
A EC nº 57/08 não convalidou desmembramento municipal realizado sem consulta plebiscitária e, nesse contexto,
não retirou o vício de ilegitimidade ativa existente nas execuções fiscais que haviam sido propostas por município
ao qual fora acrescida, sem tal consulta, área de outro para a cobrança do IPTU quanto a imóveis nela localizados.
STF. Plenário. RE 614384/SE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/4/2022 (Repercussão Geral – Tema 559) (Info
1052).

- É inconstitucional lei estadual que permita a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios
sem a edição prévia das leis federais previstas no art. 18, § 4º, da CF/88. #IMPORTANTE
Pendente a legislação federal prevista na redação atual do art. 18, § 4º, da Constituição Federal, são inadmissíveis
os regramentos estaduais que possibilitem o surgimento de novos municípios e que invadam a competência da
União para disciplinar o tema.
É inconstitucional lei estadual que permita a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios sem a
edição prévia das leis federais previstas no art. 18, § 4º, da CF/88, com redação dada pela Emenda Constitucional nº
15/96.
STF. Plenário. ADI 4711/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2021 (Info 1028).

- É necessária a edição de LC federal para que possam ser criados novos municípios.
Para a criação de novos Municípios, o art. 18, § 4º, da CF/88 exige a edição de uma Lei Complementar Federal
estabelecendo o procedimento e o período no qual os Municípios poderão ser criados, incorporados, fundidos ou
desmembrados.
Como atualmente não existe essa LC, as Leis estaduais que forem editadas criando novos Municípios serão
inconstitucionais por violarem a exigência do § 4º do art. 18.
STF. Plenário. AD/499Z/RO. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgado em 11/9/2014 (lnfo 758).

- Alteração dos limites de um Município exige plebiscito.


Para que sejam alterados os Limites territoriais de um Município é necessária a realização de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos. Nos termos do art. 18, § 4º da CF/88.
STF. Plenário. ADI 2921/RJ. Rel. orig. Min. Ayres Brito. Red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli. J. 9/8/2017 (Info 872).

- Lei estadual que modifique os limites geográficos de Município pode ser objeto de ADI.
Lei estadual que dispõe sobre criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios possui natureza
normativa e abstrata, desafiando o controle concentrado.
STF. Plenário. ADI 1825, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020 (Info 978).

Art. 19. É VEDADO à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(PROVA) I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
seus representantes relações de dependência ou aliança, RESSALVADA, na forma da lei, a colaboração de interesse
público; (PRINCÍPIO DA LAICIDADE)
II - recusar fé aos documentos públicos;
102

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

- É inconstitucional lei estadual que obriga que as escolas e bibliotecas públicas tenham um exemplar da
Bíblia. #IMPORTANTE (PROVA)
A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e bibliotecas públicas estaduais configura
contrariedade à laicidade estatal e à liberdade religiosa consagrada pela Constituição da República de 1988.
STF. Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021 (Info 1012).

- É inconstitucional lei distrital que preveja percentual de vagas nas universidades públicas reservadas para
alunos que estudaram nas escolas públicas do Distrito Federal, excluindo, portanto, alunos de escolas
públicas de outros Estados da Federação. #IMPORTANTE
É inconstitucional a lei distrital que preveja que 40% das vagas das universidades e faculdades públicas do Distrito
Federal serão reservadas para alunos que estudaram em escolas públicas do Distrito Federal.
Essa lei, ao restringir a cota apenas aos alunos que estudaram no Distrito Federal, viola o art. 3º, IV e o art. 19, III,
da CF/88, tendo em vista que faz uma restrição injustificável entre brasileiros.
Vale ressaltar que a inconstitucionalidade não está no fato de ter sido estipulada a cota em favor de alunos de
escolas públicas, mas sim em razão de a lei ter restringindo as vagas para alunos do Distrito Federal, em detrimento
dos estudantes de outros Estados da Federação.
STF. Plenário. ADI 4868, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020 (Info 973).
__________________________________________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO II
DA UNIÃO
Art. 20. São bens da UNIÃO:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

(PROVA) II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
- Súmula nº 477, STF: “As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos Estados,
autorizam, apenas, o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se mantenha inerte ou tolerante, em
relação aos possuidores.” (PROVA)

Regra: Pertencem aos Estados (art. 26, IV)


• defesa das fronteiras
TERRAS DEVOLUTAS Pertencem à União quando • defesa das fortificações e construções militares
(PROVA) indispensáveis (art. 20, II): • defesa das vias federais de comunicação
• preservação ambiental

- As terras devolutas pertencem, em regra, aos Estados-membros, com exceção daquelas indispensáveis à
defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à
preservação ambiental, que são de propriedade da União. #IMPORTANTE
As terras devolutas pertencem, em regra, aos Estados-membros, com exceção daquelas indispensáveis à defesa
das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação
ambiental, que são de propriedade da União (art. 20, II, da CF/88).
As terras devolutas pertencem aos Estados-membros desde a Constituição de 1891, que delas excetuava apenas
a porção do território indispensável para a defesa das fronteiras, fortificações, construções militares e estradas de
ferro federais. Esse mesmo tratamento jurídico foi mantido, com pequenas variações, nas Constituições de 1934,
1937, 1946, 1967, EC 1 de 1969 e, finalmente, na Constituição Federal de 1988.
Caso concreto: no Estado de São Paulo havia uma grande área que era considerada como terra devoluta. Diante
disso, em 1939, o Estado ajuizou ação discriminatória para regularizar essa área, tendo o pedido sido julgado
procedente, com a expedição de títulos de domínio das terras em favor do autor.
A União, posteriormente, propôs ação anulatória alegando que as referidas terras seriam de sua propriedade desde
1872, por anexação. O Estado de São Paulo, por sua vez, alegou que eram terras devolutas, e, por isso, passíveis
de alienação a particulares.
103

Apesar de inexistente, à época, qualquer registro imobiliário no sentido de se cuidar de terras devolutas, não se
exigiria prova nesse sentido, pois a regra então vigente era no sentido da presunção da natureza devoluta dessas
terras.
Assim, havia presunção de que eram terras devolutas e cabia à União o ônus de provar que adquiriu as terras por
meio de compra ou anexação; que as terras lhe eram úteis; e a exata individuação para fins de saber se elas
coincidem com as áreas em relação às quais o estado de São Paulo expediu os títulos que se pretende anular.
É possível concluir que a União adquiriu terras na região, mediante compra ou anexação. Entretanto, não há provas
de que essas terras tenham sido efetivamente úteis para o suposto fim original a que se prestariam. Além disso,
não há qualquer precisão na individuação dessas terras à época da aquisição. A União não se desincumbiu de seu
ônus probatório.
STF. Plenário. ACO 158/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/3/2020 (Info 969).

(PROVA) III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado,
sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os
terrenos marginais e as praias fluviais;

Regra: Pertencem aos Estados (art. 26, I)


• estivem em terrenos de seu domínio
• banhem mais de um Estado
LAGOS E RIOS Pertencem à União quando
• sirvam de limites com outros países
(PROVA) (art. 20, III):
• se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham

(PROVA) IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as
costeiras, EXCLUÍDAS, DESTAS, as que contenham a sede de Municípios, EXCETO aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: (...)
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União,
Municípios ou terceiros;

Regra: Pertencem aos Estados (art. 26, III)


ILHAS FLUVIAIS (rios) E
Pertencem à União quando
LACUSTRES (lagos) • nas zonas limítrofes com outros países
(art. 20, IV):
__________________________________________________________________________________________________________
Regra: Pertencem à União (art. 20, IV)
Pertencem aos Estados
• que estiverem no seu domínio
quando (art. 26, II):
ILHAS OCEÂNICAS E
• quando for sede de Município
COSTEIRAS
Pertencem aos Municípios EXCETO aquelas áreas afetadas ao serviço público
e a unidade ambiental federal
Pertencem a Terceiros • quando pertencer a particular

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

(PROVA) VI - o mar territorial;

(PROVA) VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

- Continuam pertencendo à União os terrenos de marinha situados em ilha costeira que seja sede de
Município.
A EC 46/2005 não interferiu na propriedade da União, nos moldes do art. 20, VII, da Constituição Federal, sobre os
terrenos de marinha e seus acrescidos situados em ilhas costeiras sede de Municípios.
STF. Plenário. RE 636199/ES, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 27/4/2017 (repercussão geral) (Info 862).

(PROVA) VIII - os potenciais de energia hidráulica;


104

(PROVA) IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

(PROVA) XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.


- Súmula nº 650, STF: “Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos
extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.” (PROVA)

TERRAS TRADICIONALMENTE Índios - posse permanente das terras (art. 231, § 2º)
OCUPADAS PELOS ÍNDIOS União - propriedade das terras (art. 20, XI)

- Não se pode caracterizar as terras ocupadas pelos indígenas como devolutas.


As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União (art. 20, XI, da CF/88) e, portanto, não podem
ser consideradas como terras devolutas de domínio do Estado-membro.
STF. Plenário. ACO 362/MT e ACO 366/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 16/8/2017 (Info 873).

ÁGUAS SUPERFICIAIS OU Regra: Pertencem aos Estados (art. 26, I);


SUBTERRÂNEAS,
FLUENTES, EMERGENTES E Exceção: quando, na forma da lei, as decorrentes de obras da União, pertencem
EM DEPÓSITO à União (art. 26, I).
Regra: Pertencem aos Estados (art. 26, III);
ILHAS FLUVIAIS E
Exceção: Nas zonas limítrofes com outros países pertencem à União (art. 20, IV).
LACUSTRES
Bens dominicais, em regra
Regra: Pertencem à União (art. 20, IV);

Exceção: As que contenham a sede de Municípios - serão do Município;


ILHAS OCEÂNICAS E excluindo-se neste caso, do domínio dos Municípios, as áreas, dentro destas ilhas,
COSTEIRAS que sejam afetadas ao serviço público federal, as que integrem unidade ambiental
federal e as do domínio dos Estados (art. 26, II).

Bens dominicais, em regra


Regra: Pertencem aos Estados (art. 26, IV);

Exceção: As indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções


TERRAS DEVOLUTAS militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas
em lei, pertencem à União (art. 20, II).

Bens dominicais
TERRAS Pertencem à União (art. 20, XI)
TRADICIONALMENTE
OCUPADAS PELOS ÍNDIOS Bens de uso especial
Pertencem à União (art. 20, VII)
TERRENOS DA MARINHA
Bens dominicais

§ 1º É ASSEGURADA, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação
no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona
econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
105

(PROVA) § 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
como FAIXA DE FRONTEIRA, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e
utilização serão reguladas em lei.
__________________________________________________________________________________________________________________________

REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIAS


Dispositivo Competência Delegação #BIZU

Art. 21 EXCLUSIVA (material) Indelegável Começa com verbos (em regra)

Começa com substantivos (em regra)


Art. 22 PRIVATIVA (legislativa) Delegável por LC
CAPACETE PM

Art. 23 COMUM (material) – Comum - Com Municípios

Municípios não tem


Art. 24 CONCORRENTE (legislativa) –
PUFET

Art. 21. Compete à UNIÃO: (EXCLUSIVA = MATERIAL - INDELEGÁVEL)

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;

(PROVA) II - declarar a guerra e celebrar a paz;

III - assegurar a defesa nacional;

(PROVA) IV - permitir, nos casos previstos em LEI COMPLEMENTAR, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
ou nele permaneçam temporariamente;

(PROVA) V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

(PROVA) VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

VII - emitir moeda;

VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de
crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e


social;

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos


termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais;

(PROVA) XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:


a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
- É inconstitucional lei municipal que preveja que o Poder Executivo poderá conceder autorização para que
sejam explorados serviços de radiodifusão no Município.
É formalmente inconstitucional lei municipal que autoriza o Poder Executivo Municipal a conceder a exploração
do Serviço de Radiodifusão Comunitária no âmbito do território do Município.
106

O art. 21, XII, “a”, da CF/88 estabelece que a competência para conceder autorização para tais serviços é da União.
Além disso, o art. 22, IV da CF/88 confere à União a competência privativa para legislar sobre o tema “radiodifusão”.
STF. Plenário. ADPF 235/TO, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/8/2019 (Info 947).
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação
com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

(PROVA) XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria
Pública dos Territórios;

#NÃOCONFUNDA:
DEFENSORIA PÚBLICA DOS TERRITÓRIOS União
DEFENSORIA PÚBLICA DO DF DF

(PROVA) XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio
de fundo próprio;
- Súmula Vinculante nº 39: “Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das
polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.”
• Apesar da Organização e Manutenção ser de competência da União nos termos do dispositivo supra, por expressa
disposição do art. 144, § 6º da CF elas ainda são SUBORDINADOS ao governador do DF.

#NÃOCONFUNDA:
ORGANIZAÇÃO E MANUTENÇÃO (DF) União (art. 21, XIV)
SUBORDINAÇÃO (DF) Governador do Estado (art. 144, §6º)

- É inconstitucional a Lei Distrital que atribui autonomia administrativa e financeira aos respectivos órgãos
policiais. (PROVA)
É inconstitucional a Lei Distrital que atribui autonomia administrativa e financeira aos respectivos órgãos policiais.
STF. Plenário. ADI 6611, Rel. Min. Alexandre De Moraes, julgado em 17/05/2021.

- Lei estadual não pode prever paridade e integralidade para os policiais civis nem conceder a eles adicional
de final de carreira para que recebam aposentadoria em classe superior ao que estavam na ativa. (PROVA)
É inconstitucional norma que preveja a concessão de aposentadoria com paridade e integralidade de proventos a
policiais civis.
É inconstitucional norma que preveja a concessão de “adicional de final de carreira” a policiais civis.
STF. Plenário. ADI 5039/RO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 10/11/2020 (Info 998).

- É inconstitucional lei do Distrito Federal que trate sobre a estrutura e o regime jurídico da Polícia Civil do
Distrito Federal (a competência para isso é da União).
É inconstitucional lei do Distrito Federal que institua, extinga e transforme órgãos internos da Polícia Civil do
Distrito Federal.
Essa lei viola o art. 21, XIV, da CF/88, que fixa a competência da União para manter e organizar a Polícia Civil do
Distrito Federal.
Deve-se reconhecer que o art. 21, XIV, CF/88 trata tanto de competência administrativa quanto legislativa, sendo
a matéria, portanto, atribuída, prioritariamente, à União.
As leis distritais impugnadas, ao criarem cargos em comissão e novos órgãos, também instituíram novas obrigações
pecuniárias a serem suportadas pela União. Ocorre que é vedado ao Distrito Federal valer-se de leis distritais para
instituir encargos financeiros a serem arcados pela União.
107

Como as leis distritais declaradas inconstitucionais eram muito antigas (2001, 2002 e 2005), o STF decidiu modular
os efeitos da decisão.
STF. Plenário. ADI 3666, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 06/12/2018.

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;

XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;

(PROVA) XVII - conceder anistia;

- Lei federal não pode conceder anistia a policiais e bombeiros militares estaduais que praticaram infrações
disciplinares. #IMPORTANTE (PROVA)
É formalmente inconstitucional norma federal que concede anistia a policiais e bombeiros militares estaduais por
infrações disciplinares decorrentes da participação em movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos
e de condições de trabalho.
Caso concreto: a Lei federal nº 12.505/2011 concedeu anistia aos policiais e bombeiros militares de diversos
Estados punidos por participar de movimentos reivindicatórios.
A União possui competência para legislar concedendo anistia para crimes. A anistia de infrações disciplinares
cometidas por servidores estaduais deve ser concedida pelos próprios entes estaduais tendo em vista a autonomia
que caracteriza a Federação brasileira. Quanto aos bombeiros e policiais militares, a competência estadual é
realçada nos arts. 42 e 144, § 6º, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 4869/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27/5/2022 (Info 1056).

XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu
uso;

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos;

XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;

(PROVA) XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

(PROVA) XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa,
a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados,
atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do
Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso
agrícolas e industriais; (EC nº 118/2022)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos para
pesquisa e uso médicos; (EC nº 118/2022)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares INDEPENDE da existência de culpa;

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.

(PROVA) XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei. EC nº 115/2022
108

Art. 22. Compete PRIVATIVAMENTE à UNIÃO legislar sobre: (PRIVATIVA = LEGISLATIVA - DELEGÁVEL POR LC)

(PROVA) I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; #BIZU:
“CAPACETE PM”

Direito Processual Procedimentos em matéria processual


Privativa da União Concorrente da União, Estados e Distrito Federal

- É inconstitucional norma estadual que obriga empresa privada de telefonia celular e instituição de ensino
a garantir idênticos benefícios promocionais tanto aos novos clientes quanto aos antigos.
É inconstitucional lei estadual que impõe aos prestadores privados de serviços de ensino e de telefonia celular a
obrigação de estender o benefício de novas promoções aos clientes preexistentes.
STF. Plenário. ADI 5399/SP e ADI 6191/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 9/6/2022 (Info 1058).
STF. Plenário. ADI 6333 ED/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 9/6/2022 (Info 1058).

- É inconstitucional lei estadual que institua sanções por litigância de má-fé e que altere critérios para
gratuidade judicial; por outro lado, a lei estadual pode fixar custas mais elevadas para causas complexas.
É INCONSTITUCIONAL norma estadual que institui sanções processuais diversas da legislação federal para
litigantes que abusem do seu direito à prestação jurisdicional e um procedimento mais restritivo para requerer o
benefício da gratuidade de justiça.
A instituição de sanções processuais para litigantes que abusem do seu direito à prestação jurisdicional e a criação
de novo procedimento para a requisição de gratuidade de justiça invadem a competência da União para legislar
sobre direito processual (art. 22, I, da
Constituição Federal).
Por outro lado, é CONSTITUCIONAL norma estadual que fixa custas processuais mais elevadas para causas
consideradas de alto valor ou alta complexidade.
STF. Plenário. ADI 7063/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/6/2022 (Info 1057).

- É inconstitucional norma de constituição estadual que disponha sobre o processamento e julgamento de


Governador e Vice-governador nos casos de crime de responsabilidade. #IMPORTANTE (PROVA)
O Estado-membro não pode dispor sobre crime de responsabilidade, ainda que seja na Constituição estadual. Isso
porque a competência para legislar sobre crime de responsabilidade é privativa da União, nos termos do art. 22, I,
e art. 85 da CF/88.
Súmula vinculante 46-STF: São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e
o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.
Assim, é inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja a competência da Assembleia Legislativa
para autorizar a instauração do processo e para jugar o Governador e o Vice-Governador do Estado por crimes de
responsabilidade.
Também é inconstitucional a previsão contida na Constituição Estadual afirmando que o Governador será suspenso
de suas funções nos crimes de responsabilidade, se admitida a acusação e instaurado o processo, pela Assembleia
Legislativa.
STF. Plenário. ADI 4811/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/12/2021 (Info 1041).

- É inconstitucional lei estadual que preveja que os serviços privados de educação são obrigados a conceder,
a seus clientes preexistentes, os mesmos benefícios de promoções posteriormente realizadas.
É inconstitucional lei estadual que impõe aos prestadores privados de serviços de ensino a obrigação de estender
o benefício de novas promoções aos clientes preexistentes.
Lei fluminense dizia que os serviços privados de educação prestados de forma contínua no Estado do Rio de Janeiro
seriam obrigados a conceder, a seus clientes preexistentes, os mesmos benefícios de promoções posteriormente
realizadas. O STF declarou a inconstitucionalidade dessa previsão.
109

A norma estadual, ao impor aos prestadores de serviços de ensino a obrigação de estender o benefício de novas
promoções aos clientes preexistentes, promove ingerência indevida em relações contratuais estabelecidas, sem
que exista conduta abusiva por parte do prestador. Logo, afronta o art. 22, I, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 6614/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 12/11/2021
(Info 1037).

- É inconstitucional lei estadual que obriga planos de saúde a atenderem os clientes com Covid-19 mesmo
que eles estejam no período de carência contratual. #IMPORTANTE #COVID
É inconstitucional legislação estadual que impeça as operadoras de planos de saúde de recusarem o atendimento
ou a prestação de alguns serviços, no âmbito de seu território, aos usuários diagnosticados ou suspeitos de estarem
com Covid-19, em razão de período de carência contratual vigente. Essa norma é inconstitucional por usurpar
competência privativa da União para legislar sobre Direito Civil, Comercial e política de seguros (art. 22, I e VII, da
CF/88).
STF. Plenário. ADI 6493/PB, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/6/2021 (Info 1021).

- É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo máximo para que os planos de saúde autorizem
solicitações de exames e procedimentos cirúrgicos.
É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo máximo de 24 horas para as empresas de plano de saúde
regionais autorizarem ou não solicitações de exames e procedimentos cirúrgicos em seus usuários que tenham
mais de 60 anos. Essa lei é inconstitucional por usurpar competência privativa da União para legislar sobre Direito
Civil e política de seguros (art. 22, I e VII, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 6452/ES, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
11/6/2021 (Info 1021).

- Inconstitucionalidade de lei estadual que imponha obrigações contratuais para seguradoras.


É inconstitucional lei estadual que discipline as obrigações contratuais relativas a seguros de veículos e regras de
registro, desmonte e comercialização de veículos sinistrados.
Esta lei estadual viola a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, seguros, trânsito e
transporte (art. 22, I, VII e XI, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 4704/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/3/2019 (Info 934).

- É inconstitucional lei estadual que crie hipóteses de isenção de pagamento de direitos autorais fora do rol
trazido pela Lei federal nº 9.610/98.
É inconstitucional lei estadual que isenta entidades filantrópicas de recolher as taxas de retribuição autoral
arrecadadas pelo ECAD.
A lei estadual que cria novas hipóteses de não recolhimento de direitos autorais não previstas na Lei federal usurpa
a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, direito de propriedade e para estabelecer regras
de intervenção no domínio econômico (art. 22, I, da CF/88).
Além disso, essa lei estadual retira dos autores das obras musicais o seu direito exclusivo de utilização, publicação
ou reprodução das obras ou do reconhecimento por sua criação, afrontando o art. 5º, XXII e XXVII, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 5800/AM, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/5/2019 (Info 939).

(PROVA) II - desapropriação;

III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

(PROVA) IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

💀 RADIODIFUSÃO
- É inconstitucional lei estadual que fixe a obrigatoriedade de divulgação diária de fotos de crianças
desaparecidas em noticiários de TV e em jornais de estado-membro.
Lei estadual 16.576/2015, de Santa Catarina, previa “a obrigatoriedade diária de divulgação de fotos de crianças
desaparecidas nos noticiários de TV e jornais sediados” no Estado.
Essa lei é inconstitucional sob os pontos de vista formal e material.
110

A lei estadual invadiu a competência privativa da União para legislar sobre radiodifusão de sons e imagens (art. 22,
IV, da CF/88).
No que tange ao aspecto material, a lei estadual viola o princípio da livre iniciativa e a liberdade de informação
jornalística dos veículos de comunicação social (art. 220 da CF/88).
Além disso, disciplina o tema de forma diferente daquilo que prevê a Lei federal nº 12.127/2009, que criou o
Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos.
STF. Plenário. ADI 5292/SC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/3/2022 (Info 1048).

- É inconstitucional lei municipal que dispõe sobre a autorização e exploração de serviço de radiodifusão
comunitária.
É inconstitucional lei municipal que:
a) institui direitos e obrigações das rádios comunitárias;
b) autoriza seu funcionamento e exploração no âmbito de seu território; e
c) estabelece infrações, sanções e o pagamento de taxa de funcionamento.
Essa lei apresenta vício de inconstitucionalidade formal porque trata de matéria de competência reservada à União.
STF. Plenário. ADPF 335/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/8/2021 (Info 1027).

- É inconstitucional lei municipal que preveja que o Poder Executivo poderá conceder autorização para que
sejam explorados serviços de radiodifusão no Município.
É formalmente inconstitucional lei municipal que autoriza o Poder Executivo Municipal a conceder a exploração
do Serviço de Radiodifusão Comunitária no âmbito do território do Município.
O art. 21, XII, “a”, da CF/88 estabelece que a competência para conceder autorização para tais serviços é da União.
Além disso, o art. 22, IV da CF/88 confere à União a competência privativa para legislar sobre o tema “radiodifusão”.
STF. Plenário. ADPF 235/TO, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/8/2019 (Info 947).
__________________________________________________________________________________________________________

💀 ENERGIA
- É inconstitucional lei estadual que veda o corte do fornecimento de água e luz, em determinados dias,
pelas empresas concessionárias, por falta de pagamento. (PROVA)
Compete à União definir regras de suspensão e interrupção do fornecimento dos serviços de energia elétrica.
Em razão disso, é inconstitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias ou permissionárias
façam o corte do fornecimento de água, energia elétrica e dos serviços de telefonia, por falta de pagamento, em
determinados dias (ex: sextas-feiras, vésperas de feriados etc.).
STF. Plenário. ADI 5798/TO, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 3/11/2021 (Info 1036).
Obs.: Vide Lei nº 14.015/2020, que alterou a Lei nº 8.987/95 e a Lei nº 13.460/2017.

#ATENÇÃO: Cuidado com o entendimento excepcional do STF durante o período da pandemia da Covid-
19:

- É constitucional lei estadual que proibiu o corte de energia elétrica durante a pandemia da Covid-19.
#IMPORTANTE #COVID (PROVA)
São constitucionais as normas estaduais, editadas em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus, pelas
quais veiculados a proibição de suspensão do fornecimento do serviço de energia elétrica, o modo de cobrança, a
forma de pagamentos dos débitos e a exigibilidade de multa e juros moratórios.
STF. Plenário. ADI 6432/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/4/2021 (Info 1012).

- É formalmente inconstitucional lei estadual que proíba a atividade de delivery de gasolina e etanol; isso
porque a competência para legislar sobre energia é privativa da União. (PROVA)
É inconstitucional norma estadual que vede ao consumidor, pessoa física, o abastecimento de veículos em local
diverso do posto de combustível.
STF. Plenário. ADI 6580/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016).
111

- É inconstitucional lei estadual que autoriza o Poder Executivo a cobrar um valor das concessionárias de
energia elétrica pela utilização das faixas de domínio e das áreas adjacentes às rodovias estaduais e federais
delegadas.
É inconstitucional norma estadual que onere contrato de concessão de energia elétrica pela utilização de faixas de
domínio público adjacentes a rodovias estaduais ou federais. Isso porque a União, por ser titular da prestação do
serviço público de energia elétrica (art. 21, XII, “b” e art. 22, IV, da CF/88), detém a prerrogativa constitucional de
estabelecer o regime e as condições da prestação desse serviço por concessionárias, o qual não pode sofrer
ingerência normativa dos demais entes políticos.
STF. Plenário. ADI 3763/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/4/2021 (Info 1012).

- Lei estadual não pode proibir que as concessionárias de energia elétrica cobrem um valor do consumidor
para a religação do serviço que havia sido suspenso por inadimplemento.
É inconstitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias cobrem “taxa” de religação no caso de
corte de fornecimento de energia por atraso no pagamento.
Essa lei estadual invadiu a competência privativa da União para dispor sobre energia, violando, assim, o art. 22, IV,
da CF/88. Além disso, também interferiu na prestação de um serviço público federal, considerando que o serviço
de energia elétrica é de competência da União, nos termos do art. 21, XII, “b”, da CF/88.
Ex: concessionária havia “cortado” (suspendido) o serviço de energia elétrica em razão de inadimplemento; o
consumidor regularizou a situação, quitando os débitos; a concessionária pode exigir do cliente o pagamento de
uma tarifa para efetuar o religamento do serviço; lei estadual não pode proibir que a concessionária cobre esse
valor.
STF. Plenário. ADI 5610/BA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/8/2019 (Info 946).
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💀 TELECOMUNICAÇÕES
- É constitucional lei estadual do trote telefônico.
É constitucional norma estadual que determine que as prestadoras de serviço telefônico são obrigadas a fornecer,
sob pena de multa, os dados pessoais dos usuários de terminais utilizados para passar trotes aos serviços de
emergência.
STF. Plenário. ADI 4924/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/11/2021 (Info 1036).

- É constitucional o art. 12 da Lei Geral das Antenas.


A Lei nº 13.116/2015 estabelece normas gerais para implantação e compartilhamento da infraestrutura de
telecomunicações. Esse diploma normativo ficou conhecido como Lei Geral das Antenas.
O art. 12 dessa Lei proíbe que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios cobrem contraprestação das
concessionárias pelo direito de passagem em vias públicas, faixas de domínio e outros bens públicos de uso
comum na instalação de infraestrutura e redes de telecomunicações.
O regramento do direito de passagem previsto no art. 12, caput, da Lei Geral das Antenas (Lei nº 13.116/2015) se
insere no âmbito da competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações (art. 22, IV, da CF/88) e
sobre normas gerais de licitação e contratação administrativa (art. 22, XXVII, da CF/88).
O art. 12 da Lei Geral das Antenas respeita os princípios constitucionais da eficiência e da moralidade
administrativa.
O ônus real advindo da gratuidade do direito de passagem estabelecido no art. 12 da Lei nº 13.116/2015 é
adequado, necessário e proporcional em sentido estrito, considerando o direito de propriedade restringido.
Do ponto de vista material, não é compatível com a ordem constitucional vigente o entendimento de que o direito
de propriedade – mesmo que titularizado por ente político – revista-se de garantia absoluta.
Logo, não se pode dizer que essa restrição imposta pelo art. 12 tenha violado o direito constitucional de
propriedade.
STF. Plenário. ADI 6482/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/2/2021 (Info 1006).

- É inconstitucional lei estadual que obriga as operadoras de telefonia a fornecer os dados de localização
de celulares furtados ou roubados. (PROVA)
São inconstitucionais normas estaduais que imponham obrigações de compartilhamento de dados com órgãos de
segurança pública às concessionárias de telefonia, por configurar ofensa à competência privativa da União para
legislar sobre telecomunicações (arts. 21, XI e 22, IV, da CF/88).
112

STF. Plenário. ADI 5040/PI, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 3/11/2020 (Info 997).

- Lei estadual que obriga concessionárias a instalarem bloqueadores de celular é inconstitucional.


Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a competência da União para
legislar sobre telecomunicações. (PROVA)
STF. Plenário. ADI 3835/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, ADI 5356/MS, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, ADI
5253/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, ADI 5327/PR, Rel. Min Dias Toffoli, ADI 4861/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados
em 3/8/2016 (Info 833).

- É inconstitucional lei municipal que discipline a instalação de sistemas transmissores de telecomunicações.


É inconstitucional lei municipal que estabeleça limitações à instalação de sistemas transmissores de
telecomunicações por afronta à competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações, nos termos
dos arts. 21, XI, e 22, IV, da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADPF 732/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 26/4/2021 (Info 1014).

- É inconstitucional lei estadual que discipline a instalação de antenas transmissoras de telefonia celular.
É inconstitucional Lei estadual que, a pretexto de proteger a saúde da população, estabelece limites de radiação
para a instalação de antenas transmissoras de telefonia celular.
Essa lei adentra na esfera de competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações.
A União, no exercício de suas competências (art. 21, XI e art. 22, IV, da CF/88), editou a Lei nº 9.472/97, que, de
forma nítida, atribui à ANATEL a definição de limites para a tolerância da radiação emitida por antenas
transmissoras.
A União, por meio da Lei nº 11.934/2009, fixou limites proporcionalmente adequados à exposição humana a
campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos.
Dessa forma, a presunção de que gozam os entes menores para, nos assuntos de interesse comum e concorrente,
legislarem sobre seus respectivos interesses (presumption against preemption) foi nitidamente afastada por norma
federal expressa (clear statement rule).
STF. Plenário. ADI 2902, Rel. Edson Fachin, julgado em 04/05/2020 (Info 981 – clipping).

V - serviço postal;

VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

- É inconstitucional lei estadual que obriga as operadoras de planos saúde a assegurar atendimento médico-
hospitalar integral e adequado às pessoas com deficiência.
É formalmente inconstitucional lei estadual que estabelece obrigações referentes a serviço de assistência médico-
hospitalar que interferem nas relações contratuais estabelecidas entre as operadoras de planos de saúde e seus
usuários.
STF. Plenário. ADI 7029/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/5/2022 (Info 1053).

- É inconstitucional lei estadual que proíbe a cobrança de juros, multas e parcelas vencidas de contratos de
financiamento.
Foi declarada a inconstitucionalidade da Lei nº 11.962/2021, do Estado da Paraíba, que previa o seguinte:
Art. 1º Fica vedada a cobrança de juros, multas e demais encargos financeiros, além da inscrição do consumidor
junto aos órgãos de proteção ao crédito, em razão do inadimplemento de contratos de financiamento, quando o
inadimplemento das parcelas decorrer de ação de boa-fé do consumidor no cumprimento de legislação vigente a
época do inadimplemento.
STF. Plenário. ADI 6938/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/11/2021 (Info 1038).

VIII - comércio exterior e interestadual;

IX - diretrizes da política nacional de transportes;


113

- É inconstitucional lei estadual que imponha obrigações às empresas seguradoras, sendo também
inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que imponha obrigações ao DETRAN.
É inconstitucional a lei estadual que disciplina, no âmbito do ente federado, aspectos das relações entre
seguradoras e segurados.
Esta lei estadual viola a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, seguros, trânsito e
transporte (art. 22, I, VII e XI, da CF/88).
São inconstitucionais normas estaduais que disponham sobre relações contratuais securitárias, por
consubstanciarem tema de direito civil e seguros, afetos à competência legislativa privativa da União (art. 22, I e
VII, CF/88).
É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que atribua competências ao Departamento Estadual de
Trânsito (DETRAN).
Aplica-se, em âmbito estadual, o art. 61, § 1º, da Constituição Federal, que consagra reserva de iniciativa do Chefe
do Poder Executivo para iniciar o processo legislativo das matérias nele constantes.
A criação de atribuições, por meio de lei oriunda de projeto de iniciativa parlamentar, a órgão vinculado à estrutura
do Poder Executivo revela-se colidente com a reserva de iniciativa do Governador do Estado (arts. 61, § 1º, II, e, 84,
VI, “a”, CF/88).
STF. Plenário. ADI 6132/GO, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 26/11/2021 (Info 1039).

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

(PROVA) XI - trânsito e transporte;

- São inconstitucionais leis municipais que proíbam o serviço de transporte de passageiros mediante
aplicativo. (PROVA)
A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é
inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência.
STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019
(repercussão geral) (Info 939).

- Os Municípios, ao editarem as leis locais regulamentando o transporte de passageiros mediante aplicativo,


deverão observar as regras impostas pela Lei federal nº 13.640/2018.
No exercício de sua competência para regulamentação e fiscalização do transporte privado individual de
passageiros, os municípios e o Distrito Federal não podem contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal.
Isso porque compete à União legislar sobre “trânsito e transporte”, nos termos do art. 22, XI, da CF/88.
STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019
(repercussão geral) (Info 939).

(PROVA) XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da


Jazidas, minas, outros recursos minerais e
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
metalurgia
proteção do meio ambiente e controle da poluição
Privativa da União Concorrente da União, Estados e Distrito Federal

XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;

XIV - populações indígenas;

XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;


114

XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos
Territórios, bem como organização administrativa destes;

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

(PROVA) XX - sistemas de consórcios e sorteios;


- Súmula Vinculante nº 2: “É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponhas sobre
sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.” (PROVA)

- Os estados-membros detêm competência administrativa para explorar loterias. (PROVA)


A competência da União para legislar exclusivamente sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive loterias,
não obsta a competência material (administrativa) para a exploração dessas atividades pelos entes estaduais ou
municipais, nem a competência regulamentar dessa exploração.
Os arts. 1º e 32, caput e § 1º, do Decreto-Lei 204/1967 não foram recepcionados pela Constituição Federal de 1988.
STF. Plenário. ADPF 492/RJ, ADPF 493/DF e ADI 4986/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 30/9/2020 (Info
993).

#NÃOCONFUNDA:
Estados-membros e Municípios LEGISLAR sobre os sistemas de
NÃO PODEM
consórcios e sorteios, incluindo as loterias
Estados-Membros e Municípios EXPLORAR os serviços de loterias PODEM

(PROVA) XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades e
pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares;

- Lei estadual não pode conceder porte de arma para Procuradores do Estado. #IMPORTANTE
A concessão de porte de arma a procuradores estaduais, por lei estadual, é incompatível com a Constituição
Federal.
STF. Plenário. ADI 6985/AL, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/2/2022 (Info 1045).

(PROVA) XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;

(PROVA) XXIII - seguridade social;

Seguridade Social (PROVA) Previdência Social (PROVA)


Privativa da União Concorrente da União, Estados e Distrito Federal

(PROVA) XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;

Educação, cultura, ensino, desporto, ciência,


Diretrizes e bases da educação nacional
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação
Privativa da União (PROVA) Concorrente da União, Estados e Distrito Federal
(PROVA)

- É inconstitucional lei estadual que dispõe sobre a aceitação de diplomas expedidos por universidades
estrangeiras. (PROVA)
Invade a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional lei estadual
que dispõe sobre reconhecimento de diploma obtido por instituições de ensino superior de países estrangeiros.
STF. Plenário. ADI 6592/AM, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2021 (Info 1028).
115

- É inconstitucional lei municipal que proíba a divulgação de material com referência a “ideologia de
gênero” nas escolas municipais. #IMPORTANTE (PROVA)
Compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV, da CF), de
modo que os Municípios não têm competência para editar lei proibindo a divulgação de material com referência
a “ideologia de gênero” nas escolas municipais. Existe inconstitucionalidade formal.
Há também inconstitucionalidade material nessa lei.
Lei municipal proibindo essa divulgação viola:
• a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (art. 206, II, CF/88); e
• o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas (art. 206, III).
Essa lei contraria ainda um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que é a promoção do
bem de todos sem preconceitos (art. 3º, IV, CF/88).
Por fim, essa lei não cumpre com o dever estatal de promover políticas de inclusão e de igualdade, contribuindo
para a manutenção da discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.
STF. Plenário. ADPF 457, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 27/04/2020 (Info 980 – clipping).

- Inconstitucionalidade de lei estadual que afaste as exigências de revalidação de diplomas emitidos por
instituições de ensino superior estrangeiras.
É inconstitucional lei estadual que afasta as exigências de revalidação de diploma obtido em instituições de ensino
superior de outros países para a concessão de benefícios e progressões a servidores públicos. Essa lei invade a
competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV, CF/88).
STF. Plenário. ADI 6073, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/03/2020 (Info 979).

XXV - registros públicos;

- É inconstitucional lei estadual que determine aos titulares das serventias extrajudiciais que façam a
microfilmagem dos documentos arquivados no cartório.
Os Estados-membros não possuem competência legislativa para determinar a microfilmagem de documentos
arquivados nos cartórios extrajudiciais do Estado.
Esse tema envolve registros públicos e responsabilidade civil dos notários e registros, matéria que é de
competência privativa da União, nos termos do art. 22, XXV, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 3723, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020 (Info 973).

(PROVA) XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

- É inconstitucional norma de constituição estadual que disponha sobre o depósito de lixo atômico e a
instalação de usinas nucleares.
A Constituição do Estado do Piauí, ao estabelecer uma vedação ao depósito de resíduos nucleares no respectivo
território, violou a competência privativa da União para legislar sobre a matéria.
A Constituição do Estado do Ceará, ao possibilitar o embargo à instalação de reatores nucleares nos termos da lei
estadual, com exceção dos destinados exclusivamente à pesquisa e ao uso terapêutico, violou a competência
privativa da União para legislar sobre a matéria.
STF. Plenário. ADI 6909/PI e ADI 6913/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 17/9/2021 (Info 1030).

- Norma estadual não pode tratar sobre depósito de lixo atômico e instalação de usinas nucleares.
É inconstitucional norma de Constituição Estadual que disponha sobre o depósito de lixo atômico e a instalação
de usinas nucleares.
STF. Plenário. ADI 6895/PB, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 14/9/2021 (Info 1029).

- Estado-membro não pode legislar sobre energia nuclear.


É inconstitucional norma estadual que dispõe sobre a implantação de instalações industriais destinadas à produção
de energia nuclear no âmbito espacial do território estadual.
STF. Plenário. ADI 330/RS, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/10/2020 (Info 994).
116

XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;

(PROVA) XXIX - propaganda comercial.

Propaganda Comercial e Direito Comercial Junta Comercial


Privativa da União Concorrente da União, Estados e Distrito Federal

(PROVA) XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. EC nº 115/2022

(PROVA) Parágrafo único. LEI COMPLEMENTAR poderá autorizar os ESTADOS a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas neste artigo.
• A LC deve autorizar todos os Estados e não apenas um isoladamente.

SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA UNIÃO


- Súmula Vinculante nº 2: “É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponhas sobre
sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.”

- Súmula Vinculante nº 39: “Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das
polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.”

- Súmula Vinculante nº 46: “A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.”

- Súmula nº 19, STJ: “A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competencia da União.”
____________________________________________________________________________________________________

Art. 23. É competência COMUM da UNIÃO, dos ESTADOS, do DISTRITO FEDERAL e dos MUNICÍPIOS: (COMUM
MATERIAL)
(PROVA) I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

(PROVA) II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;

- Os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios foram autorizados a fazer a vacinação dos


adolescentes, mesmo havendo nota informativa do Ministério da Saúde em sentido contrário. #COVID
A decisão de promover a imunização contra a Covid-19 em adolescentes acima de 12 anos, observadas as
evidências científicas e análises estratégicas pertinentes, insere-se na competência dos estados, do Distrito Federal
e dos municípios.
STF. Plenário. ADPF 756 TPI-oitava-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 8/10/2021 (Info 1033).

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico
ou cultural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;

(PROVA) VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;


117

(PROVA) VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

- É inconstitucional lei estadual que legitime ocupações em solo urbano de área de preservação permanente
(APP) fora das situações previstas em normas gerais editadas pela União.
Os arts. 2º, III; 3º, II, “c”; e 17, da Lei nº 20.922/2013, do Estado de Minas Gerais, ampliaram os casos de ocupação
antrópica em áreas de preservação permanente previstos na norma federal vigente à época (no caso, a Lei nº
11.977/2009, revogada pela Lei nº 13.465/2017).
Com isso, essa lei estadual, além de estar em descompasso com o conjunto normativo elaborado pela União,
flexibilizou a proteção ao meio ambiente local, tornando-o mais propenso a sofrer danos.
A legislação mineira, ao flexibilizar os casos de ocupação antrópica em áreas de Preservação Permanente, invadiu
a competência da União, que já havia editado norma que tratava da regularização e ocupação fundiária em APPs.
STF. Plenário. ADI 5675/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 17/12/2021 (Info 1042).

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

(PROVA) IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico;

- É constitucional o novo Marco Legal do Saneamento Básico. #IMPORTANTE


A Lei nº 14.026/2020, fundamentada nos arts. 21, XX, 22, XXVII, e 23, IX, da Constituição Federal, possibilitou a
formação de arranjos federativos de contratação pública compatíveis com a autoadministração dos municípios.
Embora a organização das atividades continue sob a titularidade dos Municípios, o planejamento das políticas de
saneamento é o resultado da deliberação democrática em dois níveis, o Plano federal e o Plano estadual ou
regional, não havendo, assim, se falar em violação à autonomia municipal.
Da mesma forma, não ocorre ofensa ao princípio federativo em decorrência da nova redação do art. 50 da Lei nº
11.445/2007, a qual determina os requisitos de conformidade regulatória esperados dos Municípios, do Distrito
Federal e dos Estados, para que façam jus às transferências voluntárias, onerosas e não onerosas, provenientes da
União. Trata-se de mecanismo de compliance e o condicionamento da destinação de recursos federais via
transferências voluntárias pode ocorrer, inclusive, por pactuação contratual, sendo desnecessária a existência de
lei disciplinadora das condições para a percepção das dotações.
Ademais, a exclusão do contrato de programa para a execução dos serviços públicos de saneamento básico a
partir da promulgação da Lei nº 14.026/2020, representa uma afetação proporcional à autonomia negocial dos
municípios, em prol da realização de objetivos setoriais igualmente legítimos. Essa proibição ocorre no mesmo
ritmo da opção legislativa pela delegação sob o modelo de concessão, que, além de proteger a segurança jurídica
com a continuidade dos serviços, estipula metas quanto à população atendida pela distribuição de água (99% da
população) e pelo esgotamento sanitário (90% da população), visa a fomentar a concorrência para os mercados e
a aumentar a eficiência na prestação dos serviços.
STF. Plenário. ADI 6492/DF, ADI 6536/DF, ADI 6583/DF e ADI 6882/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 2/12/2021
(Info 1040).

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos;

(PROVA) XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
minerais em seus territórios;

(PROVA) XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

(PROVA) Parágrafo único. LEIS COMPLEMENTARES fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
nacional.
118

Art. 24. Compete à UNIÃO, aos ESTADOS e ao DISTRITO FEDERAL legislar CONCORRENTEMENTE sobre: (LEGISLATIVA)
NÃO tem municípios!!
(PROVA) I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; #BIZU: "PUFET"

COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO – ART. 22, I, COMPETÊNCIA CONCORRENTE DA UNIÃO,


CF. ESTADOS E DF – ART. 24, I, CF.
C = Comercial
A = Agrário
P = Penal
A = Aeronáutico P = Penitenciário
C = Civil U = Urbanístico
E = Eleitoral F = Financeiro
T = Trabalho E = Econômico
E = Espacial T = Tributário

P = Processual
M = Marítimo
#BIZU: “CAPACETE PM” #BIZU: “PUFET”

II - orçamento;

(PROVA) III - juntas comerciais;

Propaganda Comercial e Direito Comercial Junta Comercial


Privativa da União Concorrente da União, Estados e Distrito Federal

(PROVA) IV - custas dos serviços forenses;

(PROVA) V - produção e consumo;

- Lei estadual pode obrigar empresas de TV por assinatura e estabelecimentos comerciais de venda a
fornecerem atendimento telefônico gratuito aos clientes.
É válida lei estadual que obrigue empresas prestadoras de serviços de televisão por assinatura e estabelecimentos
comerciais de vendas no varejo e no atacado — que já possuam Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) —
a fornecerem atendimento telefônico gratuito a seus clientes.
STF. Plenário. ADI 4118/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 25/2/2022 (Info 1045).

- Lei estadual não pode proibir que os prestadores de serviço público de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário inscrevam os usuários inadimplentes no SPC/Serasa.
É inconstitucional lei estadual que vede a inscrição em cadastro de proteção ao crédito de usuário inadimplente
dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
STF. Plenário. ADI 6668/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/2/2022 (Info 1043).

- Estado-membro possui competência para editar lei obrigando empresas de internet a apresentar na fatura
da conta a velocidade efetivamente oferecida no mês.
É constitucional lei estadual que obriga as prestadoras do serviço de Internet móvel e de banda larga a apresentar,
na fatura mensal, gráficos informando a velocidade diária média de envio e de recebimento de dados entregues
no mês.
STF declarou constitucional a Lei Estadual 18.752/2016, do Paraná, que obriga as empresas de internet do Estado
a demonstrar para o consumidor a velocidade de internet, por meio de gráficos.
Essa não trata sobre a matéria específica de contratos de telecomunicações, tendo em vista que tal serviço não se
enquadra em nenhuma atividade de telecomunicações definida pelas Leis 4.117/1962 e 9.472/1997. Trata-se,
119

portanto, de norma sobre direito do consumidor que admite regulamentação concorrente pelos Estados-
Membros, nos termos do art. 24, V, da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 5572, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 23/08/2019.

- Lei estadual pode proibir que instituições financeiras, correspondentes bancários e empresas de leasing
façam propaganda de empréstimos para aposentados e pensionistas. #IMPORTANTE (PROVA)
É constitucional a proibição — por lei estadual — de que instituições financeiras, correspondentes bancários e
sociedades de arrendamento mercantil façam telemarketing, oferta comercial, proposta, publicidade ou qualquer
tipo de atividade tendente a convencer aposentados e pensionistas a celebrarem contratos de empréstimo.
Essa lei trata sobre defesa do consumidor, matéria que é de competência concorrente (art. 24, V, da CF/88),
servindo para suplementar os princípios e as normas do CDC e reforçar a proteção dos consumidores idosos, grupo
em situação de especial vulnerabilidade econômica e social.
STF. Plenário. ADI 6727/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016).

- É constitucional lei estadual que limita ligações de telemarketing. #IMPORTANTE (PROVA)


Normas estaduais que disponham sobre obrigações destinadas às empresas de telecomunicações, relativamente
à oferta de produtos e serviços, incluem-se na competência concorrente dos estados para legislarem sobre direitos
do consumidor.
STF. Plenário. ADI 5962/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 25/2/2021 (Info 1007).

- É constitucional lei estadual que obriga a empresa de telefonia celular a disponibilizar na internet extrato
detalhado das chamadas telefônicas e serviços utilizados nos planos pré-pagos. (PROVA)
É constitucional norma estadual que disponha sobre a obrigação de as operadoras de telefonia móvel e fixa
disponibilizarem, em portal da “internet”, extrato detalhado das chamadas telefônicas e serviços utilizados na
modalidade de planos “pré-pagos”.
Trata-se de norma sobre direito do consumidor que admite regulamentação concorrente pelos Estados-Membros,
nos termos do art. 24, V, da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 5724/PI, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
27/11/2020 (Info 1000).

- É constitucional lei estadual que preveja espaço exclusivo para produtos orgânicos nas lojas.
É constitucional norma estadual que disponha sobre a exposição de produtos orgânicos em estabelecimentos
comerciais.
STF. Plenário. ADI 5166/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/11/2020 (Info 997).

- É constitucional lei estadual que proíba a prática de fidelização nos contratos de consumo. (PROVA)
É constitucional lei estadual que proíba, no âmbito estadual, a inserção de cláusulas que exijam a fidelização nos
contratos prestação de serviços.
A fidelização contratual consiste em contrapartida exigida do consumidor, em razão de benefícios oferecidos pela
prestadora na formação do contrato de prestação de serviços, todavia, não se confunde com esse. A cláusula de
fidelidade contratual é autônoma e agregativa ao contrato de prestação de serviço, inserindo-se no espaço
comercial das prestadoras, e não no campo regulatório das atividades de caráter público.
O objeto da norma estadual impugnada em nada interfere no regime de exploração ou na estrutura remuneratória
da prestação do serviço.
Essa lei busca apenas a proteção do consumidor, ainda que realizada paralelamente a contrato de prestação de
serviço.
STF. Plenário. ADI 5963, Rel. Rosa Weber, julgado em 29/06/2020 (Info 992 – clipping).

- É constitucional lei estadual que autoriza a comercialização de bebidas alcoólicas nas arenas desportivas
e nos estádios. (PROVA)
É constitucional lei estadual que autoriza a comercialização de bebidas alcoólicas nas arenas desportivas e nos
estádios.
Trata-se de legislação sobre consumo, matéria de competência concorrente (art. 24, V, da CF/88).
120

O art. 13-A, II, da Lei nº 10.671/2003 (Estatuto do Torcedor) indica como “condições de acesso e permanência do
torcedor no recinto esportivo”, entre outras, “não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis
de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência”.
Não há, contudo, uma vedação geral e absoluta por parte do Estatuto do Torcedor, de modo que o legislador
estadual, no exercício de sua competência concorrente complementar, observadas as especificidades locais, pode
regulamentar a matéria, autorizando, por exemplo, a venda de cerveja e chope (bebidas de baixo teor alcóolico)
nos estádios. Vale lembrar que isso já é autorizado nos grandes eventos mundiais de futebol e outros esportes,
inclusive na Copa do mundo organizada pela FIFA e nas Olimpíadas.
STF. Plenário. ADI 6195, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/03/2020 (Info 973).

(PROVA) VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
ambiente e controle da poluição;

Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da


Jazidas, minas, outros recursos minerais e
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
metalurgia
proteção do meio ambiente e controle da poluição
Privativa da União Concorrente da União, Estados e Distrito Federal

- É constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para testes de produtos cosméticos; a lei
estadual, contudo, não pode proibir a comercialização de produtos que tenham sido desenvolvidos a partir
de testes em animais. (PROVA)
Não havendo norma federal disciplinadora, é constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para
desenvolvimento, experimento e teste de produtos cosméticos, higiene pessoal, perfumes, limpeza e seus
componentes.
É inconstitucional norma estadual que vede a comercialização de produtos desenvolvidos a partir de teste em
animais, bem como a que determina que conste no rótulo informação acerca da não realização de testes em
animais.
STF. Plenário. ADI 5995/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/5/2021 (Info 1019).

- É constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para desenvolvimento, experimentos e
testes de produtos cosméticos.
É constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para desenvolvimento, experimentos e testes de
produtos cosméticos, de higiene pessoal, perfumes e seus componentes.
A proteção da fauna é matéria de competência legislativa concorrente (art. 24, VI, da CF/88).
A Lei federal nº 11.794/2008 possui uma natureza permissiva, autorizando, a utilização de animais em atividades
de ensino e pesquisas científicas, desde que sejam observadas algumas condições relacionadas aos procedimentos
adotados, que visam a evitar e/ou atenuar o sofrimento dos animais.
Mesmo que o tema tenha sido tratado de forma mais restrita pela lei estadual, isso não se mostra inconstitucional
porque, em princípio, é possível que os Estados editem normas mais protetivas ao meio ambiente, com
fundamento em suas peculiaridades regionais e na preponderância de seu interesse, conforme o caso.
STF. Plenário. ADI 5996, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 15/04/2020 (Info 975).

(PROVA) VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

(PROVA) VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;

- É inconstitucional lei estadual que remete o regramento do cultivo comercial e das atividades com
organismos geneticamente modificados à regência da legislação federal.
A competência para legislar sobre as atividades que envolvam organismos geneticamente modificados (OGM) é
concorrente (art. 24, V, VIII e XII, da CF/88).
No âmbito das competências concorrentes, cabe à União estabelecer normas gerais e aos Estados-membros editar
leis para suplementar essas normas gerais (art. 24, §§ 1º e 2º).
121

Determinado Estado-membro editou lei estabelecendo que toda e qualquer atividade relacionada com os OGMs
naquele Estado deveria observar “estritamente à legislação federal específica”.
O STF entendeu que essa lei estadual é inconstitucional porque significou uma verdadeira “renúncia” ao exercício
da competência legislativa concorrente prevista no art. 24, V, VIII e XII, da CF/88. Em outras palavras, o Estado abriu
mão de sua competência suplementar prevista no art. 24, § 2º da CF/88.
Essa norma estadual remissiva fragiliza a estrutura federativa descentralizada, e consagra o monopólio da União,
sem atentar para nuances locais.
STF. Plenário. ADI 2303/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 5/9/2018 (Info 914).

- Estado-membro pode legislar sobre controle de resíduos de embarcações, oleodutos e instalações costeiras.
Em tese, o Estado-membro detém competência para legislar sobre controle de resíduos de embarcações,
oleodutos e instalações costeiras. Isso porque o objeto dessa lei é a tutela ao meio ambiente, sendo essa matéria
de competência concorrente, nos termos do art. 24, VI e VIII, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 9/8/2017 (Info 872).

(PROVA) IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;

Educação, cultura, ensino, desporto, ciência,


Diretrizes e bases da educação nacional
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação
Privativa da União Concorrente da União, Estados e Distrito Federal

- Lei estadual pode proibir publicidade dirigida às crianças nos estabelecimentos de educação básica. (PROVA)
É constitucional legislação estadual que proíbe toda e qualquer atividade de comunicação comercial dirigida às
crianças nos estabelecimentos de educação básica.
STF. Plenário. ADI 5631/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 25/3/2021 (Info 1011).

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

(PROVA) XI - procedimentos em matéria processual;

Direito Processual Procedimentos em matéria processual


Privativa da União Concorrente da União, Estados e Distrito Federal

(PROVA) XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

Seguridade Social Previdência Social


Privativa da União Concorrente da União, Estados e Distrito Federal

XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;

- É constitucional a norma federal que criou a Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública nos estados-membros
e estabeleceu suas competências.
Caso concreto: o art. 105-B e o art. 105-C, da LC 80/94, acrescentados pela LC 132/2009, tratam sobre a Ouvidoria-
Geral das Defensorias Públicas dos Estados-membros. Determinado partido político argumentou que a União
excedeu sua competência para estabelecer normas gerais sobre a Defensoria Pública, prevista no art. 24, XIII e §1º,
da Constituição Federal.
O STF não concordou. Ao editar a LC 80/94, a União atuou conforme sua competência legislativa, pois se limitou
a instituir diretrizes gerais sobre a organização e a estrutura da Ouvidoria-Geral das Defensorias Públicas estaduais,
sem prever qualquer singularidade regional ou especificidade local.
122

Não há singularidade regional ou especificidade local que justifique a impugnação da referida norma. Antes, a
legislação veio a garantir que o órgão não tenha atribuições distintas em cada unidade da federação, desvirtuando
sua função.
STF. Plenário. ADI 4608/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/5/2022 (Info 1054).

(PROVA) XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

- O proprietário de cão-guia ou seu instrutor/adestrador não estão obrigados a se filiarem, ainda que
indiretamente, a federação internacional.
Caso concreto: o art. 81 da Lei estadual nº 12.907/2008, do Estado de São Paulo, exigiu que a identificação do cão-
guia seja expedida por escola de cães-guia vinculada à Federação Internacional de Cães-Guia. De igual modo, o
art. 85 afirmou que os instrutores e treinadores, assim como as escolas de treinamento, devem ser reconhecidos e
filiados à Federação Internacional de Cães-Guia.
O STF julgou inconstitucionais tais exigências.
O art. 24, XIV, da CF/88 prevê que compete à União editar normas gerais de proteção às pessoas com deficiência.
No exercício dessa competência, a União editou a Lei federal nº 11.126/2005, que dispõe sobre o direito do
portador de deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado de cão-
guia. Essa Lei – que é a norma geral sobre o tema – não exige essa filiação à Federação Internacional de Cães-Guia.
Além disso, tal exigência afronta o direito constitucional de livre associação garantido no art. 5º, XX, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 4267/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 22/10/2021 (Info 1035).

XV - proteção à infância e à juventude;

(PROVA) XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

- É inconstitucional a Lei Distrital que atribui autonomia administrativa e financeira aos respectivos órgãos
policiais.
É inconstitucional a Lei Distrital que atribui autonomia administrativa e financeira aos respectivos órgãos policiais.
STF. Plenário. ADI 6611, Rel. Min. Alexandre De Moraes, julgado em 17/05/2021.

- É constitucional lei estadual que transforma o cargo de datiloscopista da Polícia Civil em perito
papiloscopista.
O art. 3º da LC 156/2010, do Estado de Pernambuco redenominou o cargo de datiloscopista policial para perito
papiloscopista, no âmbito da polícia civil.
Para o STF, essa previsão é constitucional.
A competência para dispor sobre os peritos oficiais da polícia civil é concorrente, nos termos do art. 24, XVI, da
CF/88, que prevê que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre
organização, garantias, direitos e deveres dos policiais civis.
A União, cumprindo o que prevê o art. 24, XVI, da CF/88, editou as normas gerais sobre o tema, ao aprovar a Lei
nº 12.030/2009, que “dispõe sobre as perícias oficiais”.
A LC estadual 156/2010 não possui nenhuma antinomia com a Lei federal nº 12.030/2009.
O art. 5º da Lei nº 12.030/2009 não foi exaustivo ao elencar determinados peritos. Podem existir outros. Além
disso, a Lei nº 12.030/2009 não proibiu que se equiparassem os cargos de datiloscopista ou papiloscopista. A
expressão “perito criminal” abrange, portanto, todos os peritos oficiais que possuem a incumbência estatal de
elucidar crimes, sendo possível aventar um rol bem mais amplo de agentes que atuam como peritos oficiais.
STF. Plenário. ADI 5182/PE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/12/2019 (Info 964).

(PROVA) § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União LIMITAR-SE-Á a estabelecer normas gerais.

- É inconstitucional lei estadual que prevê a supressão de vegetal em APP para a realização de atividades
exclusivamente de lazer.
É inconstitucional lei estadual prevendo que é possível a supressão de vegetal em Área de Preservação Permanente
(APP) para a realização de “pequenas construções com área máxima de 190 metros quadrados, utilizadas
exclusivamente para lazer”.
123

Essa lei possui vícios de inconstitucionalidade formal e material.


Há inconstitucionalidade formal porque o Código Florestal (lei federal que prevê as normas gerais sobre o tema,
nos termos do art. 24, § 1º, da CF/88) não permite a instalação em APP de qualquer tipo de edificação com
finalidade meramente recreativa.
Existe também inconstitucionalidade material porque houve um excesso e abuso da lei estadual ao relativizar a
proteção constitucional ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cujo titular é a coletividade, em face do
direito de lazer individual.
STF. Plenário. ADI 4988/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 19/9/2018 (Info 916).

(PROVA) § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais NÃO EXCLUI a competência suplementar dos
Estados.

- É constitucional lei estadual que concede aos professores das redes públicas estadual e municipais de
ensino o benefício da meia-entrada nos estabelecimentos de lazer e entretenimento.
O Estado que edita lei concedendo meia-entrada para os professores das redes públicas estadual e municipais de
ensino atua no exercício da competência suplementar prevista no art. 24, § 2º, da Constituição Federal.
Ao não incluir no benefício da meia-entrada os professores pertencentes à rede privada e aqueles vinculados às
unidades federais de ensino, a legislação atacada não atuou de forma anti-isonômica. Os professores da rede
privada estão sob influência de outros mecanismos de incentivo e os professores da rede pública federal estão
dedicados quase exclusivamente ao ensino superior e à educação profissional e tecnológica.
STF. Plenário. ADI 3753/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/4/2022 (Info 1050).

- A possibilidade de complementação da legislação federal para o atendimento de interesse regional não


permite que Estado-Membro simplifique o licenciamento ambiental para atividades de lavra garimpeira.
É inconstitucional a legislação estadual que, flexibilizando exigência legal para o desenvolvimento de atividade
potencialmente poluidora, cria modalidade mais simplificada de licenciamento ambiental.
É inconstitucional lei estadual que regulamenta aspectos da atividade garimpeira, nomeadamente, ao estabelecer
conceitos a ela relacionados, delimitar áreas para seu exercício e autorizar o uso de azougue (mercúrio) em
determinadas condições.
STF. Plenário. ADI 6672/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/9/2021 (Info 1029).

- Norma estadual pode proibir a caça em seu território. #IMPORTANTE


Não afronta a competência legislativa da União o dispositivo de constituição estadual que proíbe a caça em seu
respectivo território.
STF. Plenário. ADI 350/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/6/2021 (Info 1022).

- É inconstitucional lei estadual que institua dispensa e licenciamento simplificado ambiental para
atividades de lavra a céu aberto.
É inconstitucional norma estadual que estabelece hipóteses de dispensa e simplificação do licenciamento
ambiental para atividades de lavra a céu aberto por invadir a competência legislativa da União para editar normas
gerais sobre proteção do meio ambiente, nos termos previstos no art. 24, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal.
Vale ressaltar também que o estabelecimento de procedimento de licenciamento ambiental estadual que torne
menos eficiente a proteção do meio ambiente equilibrado quanto às atividades de mineração afronta o caput do
art. 225 da Constituição por inobservar o princípio da prevenção.
STF. Plenário. ADI 6650/SC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/4/2021 (Info 1014).

(PROVA) § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa PLENA, para
atender a suas peculiaridades.

(PROVA) § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE A EFICÁCIA (não é revogação) da lei estadual,
no que lhe for contrário.
124

- É constitucional lei estadual que autoriza a comercialização de bebidas alcoólicas em eventos esportivos.
Não invade a competência da União para o estabelecimento de normas gerais sobre consumo e desporto a
autorização e regulamentação, por Estado-membro, da venda e do consumo de bebidas alcoólicas em eventos
esportivos.
STF. Plenário. ADI 5112/BA, Rel. Min Edson Fachin, julgado em 16/8/2021 (Info 1025).

- Norma estadual não pode dispor sobre condições para o exercício de atividade profissional.
É formalmente inconstitucional portaria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) que dispõe sobre
condições para o exercício de atividade profissional.
Caso concreto: o Detran/TO editou portaria regulamentando a profissão de despachante de trânsito.
STF. Plenário. ADI 6754/TO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 25/6/2021 (Info 1023).

- Norma estadual não pode regulamentar a profissão de despachante.


É formalmente inconstitucional ato normativo local que, a pretexto de prescrever regras de caráter administrativo,
regulamente o exercício da profissão de despachante junto a órgãos de trânsito.
STF. Plenário. ADI 6749/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 2/6/2021 (Info 1024).

- Estados e DF podem legislar sobre postagem de boletos de empresas públicas e privadas.


Os Estados-membros e o Distrito Federal têm competência legislativa para estabelecer regras de postagem de
boletos referentes a pagamento de serviços prestados por empresas públicas e privadas.
STF. Plenário. ARE 649379/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
13/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 491) (Info 999).

- É constitucional lei estadual que responsabiliza Estado-membro por danos causados a pessoas presas na
ditadura. #IMPORTANTE
É constitucional a Lei nº 5.751/98, do estado do Espírito Santo, de iniciativa parlamentar, que versa sobre a
responsabilidade do ente público por danos físicos e psicológicos causados a pessoas detidas por motivos
políticos.
STF. Plenário. ADI 3738/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3/11/2020 (Info 997).

- É inconstitucional lei estadual que reduziu o valor das mensalidades escolares durante a pandemia da
Covid-19. #IMPORTANTE #COVID
É inconstitucional lei estadual que estabeleça redução das mensalidades no âmbito da rede privada de ensino,
enquanto perdurarem as medidas temporárias para o enfrentamento da pandemia da Covid-19.
STF. Plenário. ADI 6445/PA, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 28/5/2021
(Info 1019).

- Lei estadual não pode proibir a suspensão de planos de saúde por inadimplência, mesmo durante a
pandemia. #IMPORTANTE #COVID
Por usurpar a competência da União para legislar privativamente sobre direito civil e política de seguros, é
formalmente inconstitucional lei estadual que estabelece a possibilidade de o Poder Executivo proibir a suspensão
ou o cancelamento de planos de saúde por falta de pagamento durante a situação de emergência do novo
coronavírus (Covid-19).
STF. Plenário. ADI 6441/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).

- É inconstitucional lei estadual que autoriza suspensão da cobrança de empréstimos consignados, mesmo
que durante a pandemia da covid-19. #IMPORTANTE #COVID
É inconstitucional norma estadual que autoriza a suspensão, pelo prazo de 120 dias, do cumprimento de
obrigações financeiras referentes a empréstimos realizados e empréstimos consignados.
Ao interferir nas relações obrigacionais firmadas entre instituições de crédito e os tomadores de empréstimos, a
lei adentrou em matéria relacionada com direito civil e com política de crédito, assuntos que são de competência
legislativa privativa da União, nos termos do art. 22, I e VII, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 6495/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/11/2020 (Info 1000).
125

É inconstitucional lei estadual que determina a suspensão temporária da cobrança das consignações voluntárias
contratadas por servidores públicos estaduais.
STF. Plenário. ADI 6484, Rel. Roberto Barroso, julgado em 05/10/2020.

- É constitucional lei estadual que proibiu o corte de energia elétrica durante a pandemia da Covid-19.
#IMPORTANTE #COVID
Atendida a razoabilidade, é constitucional legislação estadual que prevê a vedação do corte do fornecimento
residencial dos serviços de energia elétrica, em razão do inadimplemento, parcelamento do débito, considerada a
crise sanitária.
STF. Plenário. ADI 6588/AM, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 28/5/2021 (Info 1019).

- É constitucional lei estadual que proibiu o corte de energia elétrica durante a pandemia da Covid-19.
#IMPORTANTE #COVID
São constitucionais as normas estaduais, editadas em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus, pelas
quais veiculados a proibição de suspensão do fornecimento do serviço de energia elétrica, o modo de cobrança, a
forma de pagamentos dos débitos e a exigibilidade de multa e juros moratórios.
STF. Plenário. ADI 6432/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 7/4/2021 (Info 1012).

- Além da União, os Estados/DF e Municípios também podem adotar medidas de combate ao coronavírus
considerando que a proteção da saúde é de competência concorrente; o Presidente pode definir as atividades
essenciais, mas preservando a autonomia dos entes. #IMPORTANTE #COVID
A Lei nº 13.979/2020 prevê medidas que poderão ser adotadas pelo Brasil para enfrentamento da emergência de
saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus.
A MP 926/2020 alterou o caput e o inciso VI do art. 3º da Lei nº 13.979/2020 e acrescentou os §§ 8º a 11 ao art. 3º
da Lei nº 13.979/2020.
Foi ajuizada uma ADI contra esta MP.
O STF, ao apreciar a medida cautelar, decidiu:
• confirmar a medida acauteladora concedida monocraticamente pelo Relator para “tornar explícita, no campo
pedagógico e na dicção do Supremo, a competência concorrente.” Em outras palavras, as providências adotadas
pelo Governo Federal “não afastam atos a serem praticados por Estado, o Distrito Federal e Município considerada
a competência concorrente na forma do artigo 23, inciso II, da Lei Maior.”
• dar interpretação conforme à Constituição ao § 9º do art. 3º da Lei nº 13.979/2020, a fim de explicitar que o
Presidente da República pode dispor, mediante decreto, sobre os serviços públicos e atividades essenciais, no
entanto, esse decreto deverá preservar a atribuição de cada esfera de governo, nos termos do inciso I do art. 198
da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6341 MC-Ref/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 15/4/2020
(Info 973).

- Estados, Distrito Federal e Municípios podem importar vacinas? #IMPORTANTE #COVID


1) Em princípio, as vacinas a serem oferecidas contra a covid-19 são aquelas incluídas no Plano Nacional de
Operacionalização da Vacinação elaborado pela União;
2) Se o plano for descumprido pela União ou se ele não atingir cobertura imunológica tempestiva e suficiente
contra a doença, os Estados, DF e Municípios poderão dispensar (conceder) à população as vacinas que esses entes
possuírem, desde que tenham sido previamente aprovadas pela Anvisa;
3) Se a Anvisa não expedir a autorização competente, no prazo de 72 horas, os Estados, DF e Municípios poderão
importar e distribuir vacinas que já tenham sido registradas nos EUA (EUA), na União Europeia (EMA), no Japão
(PMDA) ou na China (NMPA). Além disso, tais entes poderão também importar e distribuir quaisquer outras vacinas
que já tenham sido aprovadas, em caráter emergencial (Resolução DC/ANVISA 444, de 10/12/2020), pela ANVISA.
Nas exatas palavras do STF:
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no caso de descumprimento do Plano Nacional de
Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 ou na hipótese de cobertura imunológica intempestiva e
insuficiente, poderão dispensar às respectivas populações:
a) vacinas das quais disponham, previamente aprovadas pela Anvisa; e
126

b) no caso não expedição da autorização competente, no prazo de 72 horas, vacinas registradas por pelo menos
uma das autoridades sanitárias estrangeiras e liberadas para distribuição comercial nos respectivos países, bem
como quaisquer outras que vierem a ser aprovadas, em caráter emergencial.
STF. Plenário. ADPF 770 MC-Ref/DF e ACO 3451 MC-Ref/MA, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/2/2021
(Info 1006).

- Não é possível exigir que Estados-membros e Municípios se vinculem a autorizações e decisões de órgãos
federais para tomar atitudes de combate à pandemia. #IMPORTANTE #COVID
A Lei nº 13.979/2020 previu, em seu art. 3º, um rol exemplificativo de oito medidas que podem ser adotadas pelo
poder público para o combate ao coronavírus.
O art. 3º, VI, “b”, e os §§ 6º e 7º, II, da Lei nº 13.979/2020 estabeleceram que os Estados e Municípios somente
poderia adotar algumas medidas se houvesse autorização da União.
O STF, ao apreciar ADI contra a Lei, decidiu:
a) suspender parcialmente, sem redução de texto, o disposto no art. 3º, VI, “b”, e §§ 6º e 7º, II, da Lei nº 13.979/2020,
a fim de excluir estados e municípios da necessidade de autorização ou de observância ao ente federal; e
b) conferir interpretação conforme aos referidos dispositivos no sentido de que as medidas neles previstas devem
ser precedidas de recomendação técnica e fundamentada, devendo ainda ser resguardada a locomoção dos
produtos e serviços essenciais definidos por decreto da respectiva autoridade federativa, sempre respeitadas as
definições no âmbito da competência constitucional de cada ente federativo.
Assim, os Estados/DF e Municípios podem, mesmo sem autorização da União, adotar medidas como isolamento,
quarentena, exumação, necropsia, cremação e manejo de cadáver e restrição à locomoção interestadual e
intermunicipal em rodovias, portos ou aeroportos.
Vale ressaltar que Estados e Municípios não podem fechar fronteiras, pois sairiam de suas competências
constitucionais.
A adoção de medidas restritivas relativas à locomoção e ao transporte, por qualquer dos entes federativos, deve
estar embasada em recomendação técnica fundamentada de órgãos da vigilância sanitária e tem de preservar o
transporte de produtos e serviços essenciais, assim definidos nos decretos da autoridade federativa competente.
STF. Plenário. ADI 6343 MC-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 6/5/2020 (Info 976).

- Os entes federativos podem decretar a requisição administrativa de bens e serviços para enfrentar a Covid-
19 SEM necessidade de autorização do Ministério da Saúde. #IMPORTANTE #COVID
O art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020 autoriza que os gestores locais de saúde (secretarias estaduais
e municipais, p. ex.), mesmo sem autorização do Ministério da Saúde, façam a requisição de bens e serviços.
O STF afirmou que esses dispositivos são constitucionais.
Não se exige autorização do Ministério da Saúde para que os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios
decretem a requisição administrativa prevista no art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020, no exercício de
suas competências constitucionais.
STF. Plenário. ADI 6362/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 2/9/2020 (Info 989).

- Estados e Municípios podem restringir temporariamente atividades religiosas coletivas presenciais a fim
de evitar a proliferação da Covid-19. #IMPORTANTE #COVID
É compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à realização de cultos, missas e demais
atividades religiosas presenciais de caráter coletivo como medida de contenção do avanço da pandemia da Covid-
19.
STF. Plenário. ADPF 811/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/4/2021 (Info 1012).
127

CONCORRENTE DA UNIÃO, ESTADOS E DISTRITO


PRIVATIVA DA UNIÃO
FEDERAL
Seguridade Social Previdência Social
Educação, cultura, ensino, desporto, ciência,
Diretrizes e bases da educação nacional
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação

Direito Processual Procedimentos em matéria processual

Propaganda Comercial e Direito Comercial Junta Comercial

Penal Penitenciário

Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da


Jazidas, minas, outros recursos minerais e
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
metalurgia
proteção do meio ambiente e controle da poluição

SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA


- Súmula Vinculante nº 2: “É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponhas sobre
sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.”

- Súmula Vinculante nº 38: “É competente o município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.”

- Súmula Vinculante nº 39: “Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das
polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.”

- Súmula Vinculante nº 46: “A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.”

- Súmula Vinculante nº 49: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.”

- Súmula nº 19, STJ: “A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competencia da União.”

#NÃOCONFUNDA: (PROVA)
Competência para fixar o HORÁRIO DO COMÉRCIO LOCAL MUNICÍPIO (súmula vinculante nº 38)
Competência para fixar o HORÁRIO BANCÁRIO UNIÃO (súmula nº 19, STJ)

REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIA


→ EXCLUSIVAS (art. 21)
COMPETÊNCIAS MATERIAIS
União
Tratam da responsabilidade pelo
exercício de determinados
→ COMUNS (art. 23)
serviços públicos/administrativos.
Todos os entes federados
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS → EXCLUSIVAS
É a competência para a edição de Cada ente tem a sua, excluindo os demais.
normas. Os entes federados não
podem legislar sobre assuntos de → PRIVATIVAS (art. 22 e p. único)
competência uns dos outros, União. Pode ser delegada aos Estados para legislarem sobre determinada
evitando a superposição de matéria, por meio de Lei complementar. Desde que, sobre questões
atividade legislativa, mesmo na específicas.
competência legislativa comum
do artigo 24.
128

→ CONCORRENTES (art. 24)


Os municípios estão excluídos, cabe a União, Estados e Distrito Federal, que
poderão legislar concorrentemente sobre os assuntos constantes no artigo
24, mas, não há superposição. §§ 1º a 4º (à união competem às normas gerais;
os Estados têm competência suplementar; se a União não emitir as normas
gerais, os Estados poderão exercer a competência plena sobre o assunto; se
após o exercício da competência plena dos Estados, surgir
supervenientemente regulamentação sobre normas gerais da União, a norma
dos Estados terá a eficácia suspensa).

→ SUPLEMENTARES (art. 24, § 2º; art. 30, II)


No primeiro artigo trata-se competência legislativa suplementar dos
Estados; no segundo artigo fala da competência legislativa suplementar
dos Municípios.
____________________________________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS
Art. 25. Os ESTADOS organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios
desta Constituição.

(PROVA) § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam VEDADAS por esta Constituição.
• As competências dos Estados-membros são definidas na forma de poderes remanescentes. As competências dos
Estados-membros são RESIDUAIS, ou seja, quando não for vedada pela CF.

- Compete aos estados-membros a definição do prazo de validade de bilhetes de transporte rodoviário


intermunicipal de passageiros.
A União possui competência para explorar os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional (art.
21, XII, “e”, da CF/88). Logo, compete à União privativamente legislar sobre o transporte rodoviário interestadual e
internacional.
O transporte coletivo intramunicipal é de competência do Município (art. 30, V, da CF/88).
Logo, como consequência, compete aos Municípios legislar sobre o transporte coletivo intramunicipal.
A Constituição Federal não trouxe uma regra expressa dizendo de quem seria a competência para explorar os
serviços de transporte intermunicipal. Diante disso, a competência será dos Estados-membros, que possuem
competência residual, na forma do art. 25, § 1º, da CF/88.
O prazo de validade pode influenciar na política tarifária e, por consequência, impactar o equilíbrio econômico-
financeiro do contrato celebrado em âmbito estadual.
O prazo de validade do bilhete, mais elastecido ou não, corresponde a um benefício que, por sua natureza, tem
um custo.
Logo, incumbe aos Estados-membros, como titulares da exploração do transporte rodoviário intermunicipal, a
definição da respectiva política tarifária, à luz dos elementos que possam influenciá-la, como o prazo de validade
do bilhete, nos termos do art. 175 da Constituição.
A União, ao dispor acerca do prazo de validade dos bilhetes de transporte coletivo rodoviário intermunicipal,
imiscuiu-se na competência constitucional residual do Estado-membro.
STF. Plenário. ADI 4289/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 8/4/2022 (Info 1050).

- É constitucional lei estadual que conceda dois assentos gratuitos a policiais militares devidamente
fardados nos transportes coletivos intermunicipais.
A segurança pública é de competência comum dos Estados-membros (art. 144 da CF/88), sendo também sua
competência remanescente a prerrogativa de legislar sobre transporte intermunicipal (art. 25, § 1º). A concessão
de dois assentos a policiais militares devidamente fardados nos transportes coletivos intermunicipais vai ao
encontro da melhoria das condições de segurança pública nesse meio de locomoção, em benefício de toda a
Sociedade, questão flagrantemente de competência dos Estados-membros (art. 144 da CF/88) e afasta qualquer
alegação de desrespeito ao princípio da igualdade, uma vez que o discrímen adotado é legítimo e razoável, pois
129

destinado àqueles que exercem atividade de polícia ostensiva e visam à preservação da ordem pública. Essa lei
estadual não representa indevida interferência no contrato de concessão firmado com a concessionária, uma vez
que não há alteração na equação do equilíbrio financeiroeconômico do contrato administrativo.
STF. Plenário. ADI 1052, Rel. Luiz Fux, Rel. p/ Acórdão: Alexandre de Moraes, julgado em 24/08/2020 (Info 991).

(PROVA)§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os SERVIÇOS LOCAIS DE GÁS CANALIZADO,
na forma da lei, VEDADA a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

#NÃOCONFUNDA:
GÁS NATURAL/PETRÓLEO UNIÃO (art. 20, § 1º)
GÁS CANALIZADO ESTADOS (art. 25, § 2º)

(PROVA) § 3º Os Estados poderão, mediante LEI COMPLEMENTAR, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas
e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

#NÃOCONFUNDA:
Instituir REGIÕES METROPOLITANAS, AGLOMERAÇÕES URBANAS
ESTADOS (art. 25, § 3º)
e MICRORREGIÕES (mediante LC)
Criar, organizar e suprimir DISTRITOS MUNICÍPIOS (art. 30, IV)

- São inconstitucionais as normas que preveem concentração acentuada de poderes do sistema gestor, em
detrimento da autonomia dos municípios integrantes da região metropolitana.
É inconstitucional norma que prevê a concentração excessiva do poder decisório nas mãos de só um dos entes
públicos integrantes de região metropolitana.
Nesse mesmo contexto, é inadmissível que a gestão e a percepção dos frutos da empreitada metropolitana
comum, incluídos os valores referentes a eventual concessão à iniciativa privada, aproveitem a apenas um dos
entes federados.
Com base nesse entendimento, o STF declarou inconstitucionais normas que concentravam no Estado de Alagoas
o poder decisório nas instâncias deliberativas e executivas da Região Metropolitana de Maceió, resultando na
violação da autonomia dos municípios envolvidos.
O STF, no entanto, modulou os efeitos da decisão para que passe a valer em 24 meses, período em que o legislativo
estadual deverá reapreciar o desenho institucional da região metropolitana.
STF. Plenário. ADI 6573/AL, ADI 6911/AL e ADPF 863/AL, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 13/5/2022 (Info 1055).

ENTIDADE REQUISITOS PARA SUA CRIAÇÃO


• Plebiscito
Estado-membro • Lei Complementar Federal
• Oitiva das Assembléias Legislativas envolvidas
• Divulgação do “Estudo de Viabilidade Municipal”
Municípios • Plebiscito com populações diretamente interessadas
• Lei Ordinária estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal
Região metropolitana,
aglomeração urbana e • Competência dos Estados-membros mediante a edição de Lei Complementar
microrregião

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos ESTADOS:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, RESSALVADAS, neste caso, na forma
da lei, as decorrentes de obras da União;

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, EXCLUÍDAS aquelas sob domínio da
União, Municípios ou terceiros;
130

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

- As terras devolutas pertencem, em regra, aos Estados-membros, com exceção daquelas indispensáveis à
defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à
preservação ambiental, que são de propriedade da União. #IMPORTANTE
As terras devolutas pertencem, em regra, aos Estados-membros, com exceção daquelas indispensáveis à defesa
das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação
ambiental, que são de propriedade da União (art. 20, II, da CF/88).
As terras devolutas pertencem aos Estados-membros desde a Constituição de 1891, que delas excetuava apenas
a porção do território indispensável para a defesa das fronteiras, fortificações, construções militares e estradas de
ferro federais. Esse mesmo tratamento jurídico foi mantido, com pequenas variações, nas Constituições de 1934,
1937, 1946, 1967, EC 1 de 1969 e, finalmente, na Constituição Federal de 1988.
Caso concreto: no Estado de São Paulo havia uma grande área que era considerada como terra devoluta. Diante
disso, em 1939, o Estado ajuizou ação discriminatória para regularizar essa área, tendo o pedido sido julgado
procedente, com a expedição de títulos de domínio das terras em favor do autor.
A União, posteriormente, propôs ação anulatória alegando que as referidas terras seriam de sua propriedade desde
1872, por anexação. O Estado de São Paulo, por sua vez, alegou que eram terras devolutas, e, por isso, passíveis
de alienação a particulares.
Apesar de inexistente, à época, qualquer registro imobiliário no sentido de se cuidar de terras devolutas, não se
exigiria prova nesse sentido, pois a regra então vigente era no sentido da presunção da natureza devoluta dessas
terras.
Assim, havia presunção de que eram terras devolutas e cabia à União o ônus de provar que adquiriu as terras por
meio de compra ou anexação; que as terras lhe eram úteis; e a exata individuação para fins de saber se elas
coincidem com as áreas em relação às quais o estado de São Paulo expediu os títulos que se pretende anular.
É possível concluir que a União adquiriu terras na região, mediante compra ou anexação. Entretanto, não há provas
de que essas terras tenham sido efetivamente úteis para o suposto fim original a que se prestariam. Além disso,
não há qualquer precisão na individuação dessas terras à época da aquisição. A União não se desincumbiu de seu
ônus probatório.
STF. Plenário. ACO 158/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/3/2020 (Info 969).

ÁGUAS SUPERFICIAIS OU Regra: Pertencem aos Estados (art. 26, I);


SUBTERRÂNEAS,
FLUENTES, EMERGENTES E Exceção: quando, na forma da lei, as decorrentes de obras da União, pertencem
EM DEPÓSITO à União (art. 26, I).
Regra: Pertencem aos Estados (art. 26, III);
ILHAS FLUVIAIS E
Exceção: Nas zonas limítrofes com outros países pertencem à União (art. 20, IV).
LACUSTRES

Bens dominicais, em regra


Regra: Pertencem à União (art. 20, IV);

Exceção: As que contenham a sede de Municípios - serão do Município;


ILHAS OCEÂNICAS E excluindo-se neste caso, do domínio dos Municípios, as áreas, dentro destas ilhas,
COSTEIRAS que sejam afetadas ao serviço público federal, as que integrem unidade ambiental
federal e as do domínio dos Estados (art. 26, II).

Bens dominicais, em regra


Regra: Pertencem aos Estados (art. 26, IV);

TERRAS DEVOLUTAS Exceção: As indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções
militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas
em lei, pertencem à União (art. 20, II).
131

Bens dominicais
TERRAS Pertencem à União (art. 20, XI)
TRADICIONALMENTE
OCUPADAS PELOS ÍNDIOS Bens de uso especial
Pertencem à União (art. 20, VII)
TERRENOS DA MARINHA
Bens dominicais

BENS DA UNIÃO (ART. 20) BENS DOS ESTADOS (ART. 26)


I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,
a ser atribuídos; emergentes e em depósito, RESSALVADAS, neste caso,
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
fronteiras, das fortificações e construções militares, das II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que
vias federais de comunicação e à preservação estiverem no seu domínio, EXCLUÍDAS aquelas sob
ambiental, definidas em lei; domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se União.
estendam a território estrangeiro ou dele provenham,
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com
outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e
as costeiras, EXCLUÍDAS, DESTAS, as que contenham a
sede de Municípios, EXCETO aquelas áreas afetadas ao
serviço público e a unidade ambiental federal, e as
referidas no art. 26, II;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da
zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado
na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os
Deputados Federais acima de doze.

(PROVA) § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-sê-lhes as regras desta Constituição
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos
e incorporação às Forças Armadas.

- Deputados Estaduais gozam das mesmas imunidades formais previstas para os parlamentares federais no
art. 53 da CF/88. #IMPORTANTE
São constitucionais dispositivos da Constituição do Estado que estendem aos Deputados Estaduais as imunidades
formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para Deputados Federais e Senadores.
A leitura da Constituição da República revela, sob os ângulos literal e sistemático, que os Deputados Estaduais
também têm direito às imunidades formal e material e à inviolabilidade que foram conferidas pelo constituinte
aos congressistas (membros do Congresso Nacional). Isso porque tais imunidades foram expressamente
estendidas aos Deputados pelo § 1º do art. 27 da CF/88.
132

STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939).

- Assembleia Legislativa pode rejeitar a prisão preventiva e as medidas cautelares impostas pelo Poder
Judiciário contra Deputados Estaduais. #IMPORTANTE
É constitucional resolução da Assembleia Legislativa que, com base na imunidade parlamentar formal (art. 53, § 2º
c/c art. 27, § 1º da CF/88), revoga a prisão preventiva e as medidas cautelares penais que haviam sido impostas
pelo Poder Judiciário contra Deputado Estadual, determinando o pleno retorno do parlamentar ao seu mandato.
O Poder Legislativo estadual tem a prerrogativa de sustar decisões judiciais de natureza criminal, precárias e
efêmeras, cujo teor resulte em afastamento ou limitação da função parlamentar.
STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939).

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por LEI de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de,
NO MÁXIMO, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

#NÃOCONFUNDA:
Subsídio dos Parlamentares FEDERAIS DECRETO LEGISLATIVO
Subsídio dos Parlamentares ESTADUAIS LEI

- Assim como ocorre com os Parlamentares federais, é vedado o pagamento de valor a mais a Deputados
Estaduais pelo fato de terem sido convocados para sessão extraordinária. #IMPORTANTE
É proibido o pagamento de vantagem pecuniária a deputados estaduais por convocação para sessão
extraordinária.
STF. Plenário. ADPF 836/RR, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 2/8/2021 (Info 1024).

- É vedado o pagamento de qualquer valor a parlamentar por participação em sessão extraordinária.


É inconstitucional o pagamento de remuneração a parlamentares (federais, estaduais ou municipais) em virtude
de convocação de sessão extraordinária.
STF. Plenário. ADI 4587/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 22/5/2014 (Info 747).

- Deputado Estadual pode receber ajuda de custo, não havendo afronta ao regime de subsídio.
#IMPORTANTE
É constitucional norma estadual que estabeleça o pagamento a parlamentar — no início e no final de cada sessão
legislativa — de ajuda de custo correspondente ao valor do próprio subsídio mensal.
STF. Plenário. ADI 6468/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/8/2021 (Info 1024).

- O subsídio dos deputados estaduais deve ser fixado por lei em sentido formal. #IMPORTANTE
O subsídio dos deputados estaduais deve ser fixado por lei em sentido formal (art. 27, § 2º, da CF/88).
A vinculação do valor do subsídio dos Deputados Estaduais ao quantum estipulado pela União aos deputados
federais é incompatível com o princípio federativo e com a autonomia dos entes federados (art. 18, da CF/88).
É vedada a vinculação ou a equiparação remuneratória em relação aos agentes políticos ou servidores públicos
em geral.
STF. Plenário. ADI 6437/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 28/5/2021 (Info 1019).

- Inconstitucionalidade de lei estadual que vincula remuneração dos Deputados Estaduais ao subsídio dos
Deputados Federais.
É inconstitucional lei estadual que estabelece que a remuneração dos Deputados Estaduais será um percentual
sobre o subsídio dos Deputados Federais. Tal lei viola o princípio da autonomia dos entes federativos.
STF. Plenário. ADI 3461/ES, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 22/5/2014 (Info 747).

§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos
de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
133

§ 4º A LEI disporá sobre a INICIATIVA POPULAR no processo legislativo estadual.

INICIATIVA POPULAR
A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à câmara dos deputados de projeto
de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos
Federal
por cinco estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um
deles. (art. 61, § 2º)
Estadual A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual. (art. 27, § 4º)
Iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do município, da cidade ou de
Municipal
bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (art. 29, XIII)

(PROVA) Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro) anos, realizar-
se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de
janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 desta Constituição. (EC nº
111/2021)

§ 1º Perderá o mandato o GOVERNADOR que assumir outro cargo ou função na administração pública direta
ou indireta, RESSALVADA a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo,
aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
(...)
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no
exercício estivesse.

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de
iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

- É inconstitucional o pagamento de subsídio mensal e vitalício a ex-Governadores de Estado, assim, como


o pagamento de pensão às viúvas dos ex-ocupantes deste cargo; contudo, as pessoas beneficiadas com o
pagamento não terão que devolver as quantias recebidas.
Algumas Constituições estaduais preveem que a pessoa que tiver exercido o cargo de Governador do Estado fará
jus, após deixar o mandato, a um subsídio mensal e vitalício. Alguns chamam isso de representação, outros de
pensão vitalícia e outros de pensão civil. A previsão desse pagamento é compatível com a CF/88?
NÃO. A instituição de prestação pecuniária mensal e vitalícia a ex-governadores corresponde à concessão de
benesse que não se compatibiliza com a Constituição Federal (notadamente com o princípio republicano e o
princípio da igualdade, consectário daquele), por configurar tratamento diferenciado e privilegiado sem
fundamento jurídico razoável, em favor de quem não exerce função pública ou presta qualquer serviço à
administração.
Os ex-Governadores (ou as viúvas) que foram beneficiados com esse “subsídio” ou com a “pensão” dela decorrente
terão que devolver as quantias que receberam antes do STF declarar inconstitucional a previsão da Constituição
Estadual?
NÃO. Não é necessária a devolução dos valores percebidos até o julgamento da ação. Isso por conta dos princípios
da boa-fé, da segurança jurídica e, ainda, da dignidade da pessoa humana.
STF. Plenário. ADI 4545/PR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 5/12/2019 (Info 962).
134

CAPÍTULO IV
Dos Municípios
(PROVA) Art. 29. O MUNICÍPIO reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias,
e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

• votada em Dois turnos...


LEI ORGÂNICA DOS
MUNICÍPIOS
• interstício mínimo de Dez dias... e
#BIZU: DDD
• aprovada por Dois terços dos membros da Câmara Municipal.

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto
e simultâneo realizado em todo o País;

(PROVA) II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término
do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 (segundo turno), no caso de Municípios com
MAIS de duzentos mil eleitores (NÃO É HABITANTES);

MUNICÍPIOS COM IGUAL OU MENOS DE 200 MIL


MUNICÍPIOS COM MAIS DE 200 MIL ELEITORES
ELEITORES
Pode haver segundo turno, se nenhum dos Não há segundo turno, sendo eleito o candidato que
candidatos alcançar a maioria absoluta de votos alcançar a maioria simples de votos
Sistema majoritário absoluto Sistema majoritário simples

(PROVA) III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;

IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil)
habitantes;
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil)
habitantes;
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil)
habitantes;
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e
vinte mil) habitantes;
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento
sessenta mil) habitantes;
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000
(trezentos mil) habitantes;
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes;
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de
até 600.000 (seiscentos mil) habitantes;
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000
(setecentos cinquenta mil) habitantes;
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até
900.000 (novecentos mil) habitantes;
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um
milhão e cinquenta mil) habitantes;
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de
até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;
135

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de
até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de
até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de
até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e
de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes
e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até
5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até
6.000.000 (seis milhões) de habitantes;
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até
7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;

NÚMERO DE VEREADOS
Número de Habitantes por Município Quantidade de Vereadores
Até 15 mil habitantes 9
+ 15 a 30 mil habitantes 11
+ 30 a 50 mil habitantes 13
+ 50 a 80 mil habitantes 15
+ 80 a 120 mil habitantes 17
+ 120 a 160 mil habitantes 19
+ 160 a 300 mil habitantes 21
+ 300 a 450 mil habitantes 23
+ 450 a 600 mil habitantes 25
+ 600 a 750 mil habitantes 27
+ 750 a 900 mil habitantes 29
+ 900 mil a 1.050.000 habitantes 31
+ 1.050.00 a 1.200.000 habitantes 33
+ 1.200.000 a 1.350.00 habitantes 35
+ 1.350.000 a 1.500.000 habitantes 37
+ 1.500.000 a 1.800.000 habitantes 39
+ 1.800.000 a 2.400.000 habitantes 41
+ 2.400.000 a 3.000.000 habitantes 43
+ 3.000.000 a 4.000.000 habitantes 45
+ 4.000.000 a 5.000.000 habitantes 47
+ 5.000.000 a 6.000.000 habitantes 49
+ 6.000.000 a 7.000.000 habitantes 51
+ 7.000.000 a 8.000.000 habitantes 53
+ 8.000.000 habitantes 55

V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara
Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
136

VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a
subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei
Orgânica e os seguintes limites máximos:
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento
do subsídio dos Deputados Estaduais;
b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

SUBSÍDIO DOS VEREADOS


Limites Máximos em função do subsídio dos
Número de Habitantes por Município
Deputados Estaduais
Até 10 mil habitantes 20%
Entre 10 a 50 mil habitantes 30%
Entre 50 a 100 mil habitantes 40%
Entre 100 a 300 mil habitantes 50%
Entre 300 a 500 mil habitantes 60%
+ 500 mil habitantes 75%

(PROVA) VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores NÃO PODERÁ ULTRAPASSAR o montante de cinco
por cento da receita do Município;

(PROVA) VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município; (IMUNIDADE MATERIAL)

- Imunidade material dos Vereadores. #IMPORTANTE


Durante sessão da Câmara Municipal, após discussão sobre uma representação contra o Prefeito, um Vereador
passou a proferir pesadas ofensas contra outro Parlamentar. O Vereador ofendido ajuizou ação de indenização
por danos morais contra o ofensor. A questão chegou até o STF que, julgando o tema sob a sistemática da
repercussão geral, declarou que o Vereador não deveria ser condenado porque agiu sob o manto da imunidade
material. Na oportunidade, o STF definiu a seguinte tese que deverá ser aplicada aos casos semelhantes:
Nos limites da circunscrição do Município e havendo pertinência com o exercício do mandato, garante-se a
imunidade prevista no art. 29, VIII, da CF aos vereadores.
STF. Plenário. RE 600063/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em
25/2/2015 (repercussão geral) (Info 775).

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, SIMILARES, NO QUE COUBER, ao disposto nesta


Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros
da Assembléia Legislativa;

(PROVA) X - julgamento do PREFEITO perante o Tribunal de Justiça; (FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO)

- Vereadores e Vice-Prefeitos não possuem foro por prerrogativa de função. #IMPORTANTE (PROVA)
A CF/88 não previu foro por prerrogativa de função aos Vereadores e aos Vice-prefeitos.
O foro por prerrogativa de função foi previsto apenas para os prefeitos (art. 29, X, da CF/88).
Diante disso, é inconstitucional norma de Constituição Estadual que crie foro por prerrogativa de função para
Vereadores ou Vice-Prefeitos.
137

A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, estaduais e
municipais.
Assim, não se pode permitir que os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de
função.
STF. Plenário. ADI 558/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/04/2021.

- Foro por prerrogativa de função e prefeito.


Prefeito deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado no qual se localiza o Município onde é Prefeito ainda
que o crime tenha sido praticado em outro Estado da Federação.
STJ. 3ª Seção. CC 120848-PE, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 14/3/2012.

- A investigação criminal contra Prefeito deverá ser feita com o controle jurisdicional do TJ. (PROVA)
O prefeito detém prerrogativa de foro, constitucionalmente estabelecida. Desse modo, os procedimentos de
natureza criminal contra ele instaurados devem tramitar perante o Tribunal de Justiça (art. 29, X, da CF/88). Isso
significa dizer que as investigações criminais contra o Prefeito devem ser feitas com o controle (supervisão)
jurisdicional da autoridade competente (no caso, o TJ).
STF. 1ª Turma. AP 912/PB, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/3/2017 (Info 856).

- A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se aplicando em caso
de eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar função pública. #IMPORTANTE
Prefeito cometeu o crime durante o exercício do mandato e o delito está relacionado com as suas funções: a
competência para julgá-lo será, em regra, do Tribunal de Justiça.
Se esse Prefeito, antes de o processo terminar, for reeleito para um segundo mandato (consecutivo e ininterrupto),
neste caso, o Tribunal de Justiça continuará sendo competente para julgá-lo.
Por outro lado, se o agente deixar o cargo de Prefeito e, quatro anos mais tarde, for eleito novamente Prefeito do
mesmo Município, nesta situação a competência para julgar o crime será do juízo de 1ª instância. A prorrogação
do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se aplicando em caso de eleição para um
novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar função pública. Ex: em 2011, Pedro, Prefeito, em seu primeiro
mandato, cometeu o crime de corrupção passiva. Pedro foi denunciado e passou a responder um processo penal
no TJ. Em 2012, Pedro disputou a campanha eleitoral buscando a reeleição. Contudo, ele perdeu. Com isso, Pedro
ficou sem mandato eletivo. Vale esclarecer que o processo continuou tramitando normalmente no TJ. Em 2016,
Pedro concorreu novamente ao cargo de Prefeito do mesmo Município, tendo sido eleito. Em 01/01/2017, João
assumiu como Prefeito por força dessa nova eleição. O processo de Pedro não será julgado pelo TJ, mas sim pelo
juízo de 1ª instância.
STF. 1ª Turma. RE 1185838/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/5/2019 (Info 940).

- Intervalo entre dois mandatos afasta foro por prerrogativa de função de prefeito em relação a fato
praticado no período anterior. #IMPORTANTE
Na hipótese em que o delito seja praticado em um mandato e o réu seja reeleito para o mesmo cargo, a
continuidade do foro por prerrogativa de função restringe-se às hipóteses em que os diferentes mandatos sejam
exercidos em ordem sequencial e ininterrupta.
No caso concreto, os fatos atribuídos ao paciente, então Prefeito de Buritizal/SP, datam do ano de 2011, ou seja,
teriam supostamente ocorrido durante o mandato 2008-2012. Não eleito para o mandato subsequente, o réu
apenas veio a ocupar novo cargo de Prefeito em 2017-2020. Diante desse quadro fático, constata-se que houve a
quebra da necessária e indispensável continuidade do exercício do mandato político para fins de prorrogação da
competência. Logo, ele será julgado pelo juízo de 1ª instância.
STJ. 5ª Turma. HC 539002/SP, Rel. Min. Leopoldo de Arruda Raposo (Desembargador convocado do TJ/PE), julgado
em 21/11/2019.

SÚMULAS SOBRE PROCESSO E JULGAMENTO DE PREFEITOS


STF STJ
- Súmula nº 702, STF: “A competência do Tribunal de - Súmula nº 164, STJ: “O prefeito municipal, após a
Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de extinção do mandato, continua sujeito a processo por
competência da Justiça comum estadual; nos demais
138

casos, a competência originária caberá ao respectivo crime previsto no art. 1. Do Decreto-lei n. 201, de
tribunal de segundo grau.” (PROVA) 27/02/67.” (PROVA)

- Súmula nº 703, STF: “A extinção do mandato do - Súmula nº 208, STJ: “Compete a Justiça Federal
Prefeito não impede a instauração de processo pela processar e julgar prefeito municipal por desvio de
prática dos crimes previstos no art. 1º do Dec.-lei verba sujeita a prestação de contas perante órgão
201/67.” (PROVA) federal.” (PROVA)

- Súmula nº 209, STJ: “Compete a Justiça Estadual


processar e julgar prefeito por desvio de verba
transferida e incorporada ao patrimônio municipal.”

#NÃOCONFUNDA: (PROVA)
• Desvio de verba sujeita a prestação de contas
perante órgão FEDERAL: JUSTIÇA FEDERAL
• Desvio de verba transferida e incorporada ao
patrimônio MUNICIPAL: JUSTIÇA ESTADUAL

COMPETÊNCIA PARA JULGAR PREFEITO


Crime Comum Estadual • TJ (art. 29, X, CF; art. 1º, Decreto-Lei nº 201/67)
Crime Comum Federal/Crime Eleitoral • TRF/TRE (Súmula nº 702, STF)

Crime de Responsabilidade • Câmara Municipal (art. 4º, Decreto-Lei nº 201/67)

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;

(PROVA) XIII - INICIATIVA POPULAR de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros,
através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;

INICIATIVA POPULAR
A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à câmara dos deputados de projeto
de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos
Federal
por cinco estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um
deles. (art. 61, § 2º)

Estadual A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual. (art. 27, § 4º)

Iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do município, da cidade ou de


Municipal
bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (art. 29, XIII)

XIV - Perda do mandato do PREFEITO, nos termos do art. 28, parágrafo único (leia-se: art. 28, § 1º).
Art. 28. (...) § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública
direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, INCLUÍDOS os subsídios dos Vereadores e
EXCLUÍDOS os gastos com inativos, NÃO PODERÁ ULTRAPASSAR os seguintes percentuais, relativos ao
somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5 o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente
realizado no exercício anterior: (EC nº 109/2021)
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes;
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil)
habitantes;
139

III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000
(quinhentos mil) habitantes;
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos
mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito
milhões) de habitantes;
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001 (oito
milhões e um) habitantes.

(PROVA) § 1o A Câmara Municipal NÃO GASTARÁ MAIS de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento,
INCLUÍDO o gasto com o subsídio de seus Vereadores.

#NÃOCONFUNDA: (PROVA)
Total que a Câmara Municipal gastará de sua receita com folha de
Limitado a 70% de sua receita
pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus vereadores:
Limitado a 5% da receita do
Total da despesa com a remuneração dos Vereadores:
Município

- É inconstitucional o pagamento de subsídio mensal e vitalício a ex-Vereadores, assim, como o pagamento


de pensão por morte aos dependentes dos ex-ocupantes deste cargo.
Algumas leis municipais preveem que a pessoa que tiver exercido o cargo de Vereador fará jus, após deixar o
mandato, a um subsídio mensal e vitalício. Alguns chamam isso de representação, outros de pensão vitalícia e
outros de pensão civil. A previsão desse pagamento é compatível com a CF/88?
NÃO. O STF fixou a seguinte tese a respeito do tema:
Lei municipal a versar a percepção, mensal e vitalícia, de “subsídio” por ex-vereador e a consequente pensão em
caso de morte não é harmônica com a Constituição Federal de 1988.
STF. Plenário. RE 638307/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/12/2019 (Tema 672 – repercussão geral) (Info
964).

(PROVA) § 2o Constitui CRIME DE RESPONSABILIDADE do Prefeito Municipal:


I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.

o o
(PROVA)§ 3 Constitui CRIME DE RESPONSABILIDADE do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1 deste
artigo.

• efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;


• não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
Prefeito Municipal
• enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei
CRIME DE
Orçamentária.
RESPONSABILIDADE
• gastar mais de setenta por cento da receita da Câmara
Presidente da
Municipal com folha de pagamento, incluído o gasto com o
Câmara Municipal
subsídio dos Vereadores.

Art. 30. Compete aos MUNICÍPIOS:

(PROVA) I - legislar sobre assuntos de interesse local;


- É constitucional lei municipal que disponha sobre a obrigatoriedade de instalação de hidrômetros
individuais em edifícios e condomínios.
Compete aos municípios legislar sobre a obrigatoriedade de instalação de hidrômetros individuais nos edifícios e
condomínios, em razão do preponderante interesse local envolvido.
140

STF. Plenário. RE 738481/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 16/8/2021 (Repercussão Geral – Tema 849) (Info
1025).

- Compete aos Municípios legislar sobre meio ambiente em assuntos de interesse local. #IMPORTANTE
O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se tratar de
interesse local.
Ex: é constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a aplicação de multas para os
proprietários de veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões considerados aceitáveis.
STF. Plenário. RE 194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 29/6/2017
(Info 870).

- Viola a CF/88 lei municipal que proíbe o transporte de animais vivos no Município.
Viola a Constituição Federal lei municipal que proíbe o trânsito de veículos, sejam eles motorizados ou não,
transportando cargas vivas nas áreas urbanas e de expansão urbana do Município.
Essa lei municipal invade a competência da União.
O Município, ao inviabilizar o transporte de gado vivo na área urbana e de expansão urbana de seu território,
transgrediu a competência da União, que já estabeleceu, à exaustão, diretrizes para a política agropecuária, o que
inclui o transporte de animais vivos e sua fiscalização.
Além disso, sob a justificativa de criar mecanismo legislativo de proteção aos animais, o legislador municipal impôs
restrição desproporcional.
Esta desproporcionalidade fica evidente quando se verifica que a legislação federal já prevê uma série de
instrumentos para garantir, de um lado, a qualidade dos produtos destinados ao consumo pela população e, de
outro, a existência digna e a ausência de sofrimento dos animais, tanto no transporte quanto no seu abate.
STF. Plenário. ADPF 514 e ADPF 516 MC-REF/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 11/10/2018 (Info 919).

- Inconstitucionalidade de lei municipal que proíbe a queima da cana.


O Município é competente para legislar sobre o meio ambiente, juntamente com a União e o Estado-membro/DF,
no limite do seu interesse local e desde que esse regramento seja harmônico com a disciplina estabelecida pelos
demais entes federados (art. 24, VI, c/c o art. 30, I e II, da CF/88).
O STF julgou inconstitucional lei municipal que proíbe, sob qualquer forma, o emprego de fogo para fins de
limpeza e preparo do solo no referido município, inclusive para o preparo do plantio e para a colheita de cana-de-
açúcar e de outras culturas.
Entendeu-se que seria necessário ponderar, de um lado, a proteção do meio ambiente obtida com a proibição
imediata da queima da cana e, de outro, a preservação dos empregos dos trabalhadores que atuem neste setor.
No caso, o STF entendeu que deveria prevalecer a garantia dos empregos dos trabalhadores canavieiros, que
merecem proteção diante do chamado progresso tecnológico e da respectiva mecanização, ambos trazidos pela
pretensão de proibição imediata da colheita da cana mediante uso de fogo.
Além disso, as normas federais que tratam sobre o assunto apontam para a necessidade de se traçar um
planejamento com o intuito de se extinguir gradativamente o uso do fogo como método despalhador e facilitador
para o corte da cana. Nesse sentido: Lei 12.651/2012 (art. 40) e Decreto 2.661/98.
STF. Plenário. RE 586224/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/3/2015 (repercussão geral) (Info 776).

(PROVA) II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

(PROVA) IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

#NÃOCONFUNDA:
Instituir REGIÕES METROPOLITANAS, AGLOMERAÇÕES URBANAS
ESTADOS (art. 25, § 3º)
e MICRORREGIÕES (mediante LC)
Criar, organizar e suprimir DISTRITOS MUNICÍPIOS (art. 30, IV)
141

- Usurpa a competência dos Municípios a exigência feita pela Constituição Estadual de que os serviços de
saneamento e abastecimento de água sejam realizados por pessoa jurídica de direito público ou sociedade
de economia mista.
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que preveja que os serviços públicos de saneamento e de
abastecimento de água serão prestados por pessoas jurídicas de direito público ou por sociedade de economia
mista sob controle acionário e administrativo, do Poder Público Estadual ou Municipal.
Compete aos Municípios a titularidade dos serviços públicos de saneamento básico. Assim, a eles cabe escolher a
forma da prestação desses serviços, se diretamente ou por delegação à iniciativa privada mediante prévia licitação.
Isso é garantido pelo art. 30, I e IV, da CF/88.
Além disso, essa previsão da Constituição Estadual também viola o art. 175 da Constituição Federal, que atribui ao
poder público a escolha da prestação de serviços públicos de forma direta ou sob regime de concessão ou
permissão mediante prévia licitação.
STF. Plenário. ADI 4454, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 05/08/2020 (Info 988 – clipping).

(PROVA) V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

Municípios • intramunicipal (dentro do município)


COMPETÊNCIA SOBRE Estados • intermunicipal (entre municípios dentro do estado)
TRANSPORTES
• interestadual (entre os estados)
União
• internacional

- Em regra, é imprescindível prévia licitação para a concessão ou permissão da exploração de serviços de


transporte coletivo de passageiros. #IMPORTANTE
Salvo situações excepcionais, devidamente comprovadas, o implemento de transporte público coletivo pressupõe
prévia licitação.
STF. Plenário. RE 1001104, Rel. Marco Aurélio, julgado em 15/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 854) (Info 982 –
clipping).

(PROVA) VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de
ensino fundamental;

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da
população;

- É inconstitucional norma de Constituição Estadual que veda aos municípios a possibilidade de alterarem
destinação, os fins e os objetivos originários de loteamentos definidos como áreas verdes ou institucionais.
Os Municípios têm competência para legislar sobre assuntos de interesse local compreendendo o ordenamento
territorial, o planejamento urbano e a fiscalização de áreas de uso e ocupação do solo (art. 30, I e VII, da CF/88).
É formalmente inconstitucional norma estadual pela qual se dispõe sobre direito urbanístico em contrariedade ao
que se determina nas normas gerais estabelecidas pela União e em ofensa à competência dos Municípios para
legislar sobre assuntos de interesse local, sobre os quais incluídos política de desenvolvimento urbano,
planejamento, controle e uso do solo.
De igual modo, é inconstitucional norma de Constituição estadual que, a pretexto de organizar e delimitar
competência de seus respectivos Municípios, ofende o princípio da autonomia municipal, previsto no art. 18, no
art. 29 e no art. 30 da CF/88.
STF. Plenário. ADI 6602/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/6/2021 (Info 1021).

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano;

(PROVA) IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora
federal e estadual.
142

SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS


- Súmula Vinculante nº 38: “É competente o município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.”

- Súmula Vinculante nº 49: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.”

- Súmula nº 419, STF: “Os municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde que não
infrinjam leis estaduais* ou federais válidas.
*Obs.: Não é da competência dos Estados-membros legislar sobre horário do comércio local.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e
pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou
do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

(PROVA) § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar,
só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

- Competência para julgamento das contas dos Prefeitos.


Para os fins do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64/1990, a apreciação das contas de Prefeito, tanto
as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com auxílio dos Tribunais de Contas
competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores.
STF. Plenário. RE 848826/DF. Rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski. Julgado
em 10/08/2016 (repercussão geral) (lnfo 834).

- Natureza do parecer do Tribunal de Contas na análise das contas dos Prefeitos.


Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa, competindo
exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do Poder Executivo local, sendo
incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo.
STF. Plenário. RE 729744/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes. J. em 10/08/2016 (repercussão geral) (Info 834).

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, ANUALMENTE, à disposição de qualquer
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

(PROVA) § 4º É VEDADA a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas MUNICIPAIS.

- A Constituição Federal não proíbe a extinção de Tribunais de Contas dos Municípios. #IMPORTANTE
A Constituição Federal não proíbe a extinção de Tribunais de Contas dos Municípios.
STF. Plenário. ADI 5763/CE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/10/2017 (Info 883).

TRIBUNAIS DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS TRIBUNAIS DE CONTAS DO MUNICÍPIO


Órgão Estadual que atua na fiscalização das contas de Órgão Municipal que atua na fiscalização das contas
todos os Municípios de determinado Estado. de um único Município.
Atua como órgão auxiliar de todas as Câmaras
Atua como órgão auxiliar de uma única Câmara
Municipais de determinado Estado no exercício do
Municipal no exercício do controle externo sobre
controle externo sobre os respectivos Municípios
determinado Município.
daquele Estado.
A CF permite que os Estados criem novos Tribunais de A CF proíbe que os Estados criem novos Tribunais de
Contas dos Municípios. Contas Municipais.
143

Atualmente, existem dois: TCM/Rio de Janeiro;


Atualmente, existem três: TCM/BA; TCM/GO; TCM/PA.
TCM/São Paulo.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

MUNICÍPIOS
• votada em dois turnos;
Lei orgânica: • interstício mínimo de 10 dias;
• quórum de aprovação: 2/3 membros da câmara municipal.

Eleição prefeito, vice prefeito e


• mandato 4 anos – pleito direto e simultâneo.
vereadores:

• 1º domingo de outubro;
Eleição:
• 2º turno: municípios com mais de 200 mil eleitores.

Subsídios dos vereadores: • câmara municipal fixa para a próxima legislatura.

Total de despesa com


• não pode ultrapassar 5% da receita municipal.
remuneração dos vereadores:

Limite de gastos: • 70% com folha de pagamento (incluindo o subsídio dos vereadores).

Iniciativa popular: • interesse do Município; pelo menos 5% do eleitorado.

Inviolabilidade dos vereadores • opiniões palavras e votos (no exercício do mandato – com ele relacionado
(imunidade material): – e na circunscrição do Município.

Julgado do prefeito: • Tribunal de Justiça.


____________________________________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Seção I
DO DISTRITO FEDERAL
(PROVA) Art. 32. O Distrito Federal, VEDADA sua divisão em Municípios, reger- se-á por LEI ORGÂNICA, votada em dois
turnos com interstício MÍNIMO de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.

• votada em Dois turnos...


LEI ORGÂNICA DO DF
• interstício mínimo de Dez dias... e
#BIZU: DDD
• aprovada por Dois terços da Câmara Legislativa.

#NÃOCONFUNDA:
DF Territórios
Não pode ser dividido em Municípios Podem ser divididos em Municípios

(PROVA) § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.

§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais
coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.

§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.


144

(PROVA) § 4º LEI FEDERAL disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da
polícia militar e do corpo de bombeiros militar.

DISTRITO FEDERAL
• votada em dois turnos;
Lei orgânica: • interstício mínimo de 10 dias;
• quórum de aprovação: 2/3 membros da câmara municipal.

• é vedado a divisão em Municípios.


Divisão em Municípios:
≠ Territórios podem!

Competência: • acumula as competências legislativas dos Estados e dos Municípios.


• não é a capital da República.
É capital da República?
• a capital é Brasília!
Lei Federal: • utilização pelo Governador da PC, PP, PM e CB.
____________________________________________________________________________________________________________________

Seção II
DOS TERRITÓRIOS

DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS PERTINENTES


CF, art. 18. [...] § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em Lei Complementar.

CF, art. 21. Compete à União:


XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria
Pública dos Territórios;

CF, art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública
dos Territórios, bem como organização administrativa destes;

CF, art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas
Assembléias Legislativas;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios
e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;

CF, art. 61. [...] § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II - disponham sobre:
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria;

CF, art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do
banco central e outros servidores, quando determinado em lei;

CF, art. 110. [...] Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.
145

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.

(PROVA)§ 1º Os Territórios PODERÃO ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no
Capítulo IV (Municípios) deste Título.

#NÃOCONFUNDA:
DF Territórios
Não pode ser dividido em Municípios Podem ser divididos em Municípios

§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do
Tribunal de Contas da União.

(PROVA) § 3º Nos Territórios Federais com MAIS de cem mil habitantes, além do Governador nomeado (pelo PR) na
forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério
Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua
competência deliberativa.

TERRITÓRIOS
• a União, mas não são Entes da Federação, não possuindo autonomia
Integram:
política, sendo meras descentralizações administrativas (Autarquias Federais).
• podem ser divididos em Municípios.
Divisão em Municípios:
≠ DF não pode!
Criação, transformação ou
• Lei COMPLEMENTAR
reintegração:
Organização administrativa e
• Lei ORDINÁRIA
judiciária:

Legislativo: • haverá 4 Deputados. Não haverá Senadores.


• Governador (não é eleito, mas nomeado pelo PR). As contas do Governo
Executivo:
serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do TCU.
Mais de 100 mil habitantes: • Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Câmara Territorial.
____________________________________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO

DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS PERTINENTES


CF, art. 21. Compete à UNIÃO:
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

CF, art. 49. É da competência EXCLUSIVA do Congresso Nacional:


IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma
dessas medidas

CF, art. 57. [...] § 6º A CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA do Congresso Nacional far-se-á:


I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de
pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do
Vice-Presidente da República;

CF, art. 60. [...] § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de
defesa ou de estado de sítio.
Obs.: A intervenção federal é limitação circunstancial ao poder reformador.
146

CF, art. 84. Compete PRIVATIVAMENTE ao Presidente da República:


X - decretar e executar a intervenção federal;

CF, art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:


I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;

CF, art. 91. [...] § 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:


II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
Obs.: As manifestações dos Conselhos da República e de Defesa Nacional são opinativas, não vinculando o
PR.

(PROVA)Art. 34. A União NÃO INTERVIRÁ nos Estados nem no Distrito Federal, EXCETO para:

I - manter a integridade nacional; (Espontânea)

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; (Espontânea)

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; (Espontânea)

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; (Provocação por Soliticação -
Poderes Executivo e Legislativo/ Provocação por Requisição - Poder Judiciário)

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: (Espontânea)


a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, SALVO motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos
em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; (Provocação por Requisição)

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS)
(Provocação por Requisição)
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS (art. 34, VII, a) CLÁUSULA PÉTREA (art. 60, § 4º, I)
Forma Republicana
Sistema Representativo Forma Federativa
Regime Democrático

(PROVA)Art. 35. O Estado NÃO INTERVIRÁ em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, EXCETO quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;

II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e
nas ações e serviços públicos de saúde;
147

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
- Súmula nº 637, STF: “Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido
de intervenção estadual em Município.”

EXISTEM DUAS HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO CONSTITUCIONALMENTE PREVISTAS:


Intervenção Federal União intervém no Estado/DF ou no Município do Território Federal.
Intervenção Estadual Estado intervém no Município.
• A única possibilidade de intervenção da União em Municípios se dá quando estes pertencerem a Território
Federal. Em nenhuma outra hipótese, a União poderá intervir em Municípios em respeito ao Pacto Federativo.
• Não é possível Estado-membro intervir em Município de outro Estado-membro.

Art. 36. A decretação da intervenção DEPENDERÁ:

I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de
requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do


Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;

III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese
do art. 34, VII (princípios constitucionais sensíveis), e no caso de recusa à execução de lei federal.
Art. 34. (...)
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

(PROVA) § 1º O DECRETO de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, SE
COUBER, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia
Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
• Atuação do CN ou AL: posterior;
• Perceba que a nomeação de interventor é facultativa (se couber).

§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á CONVOCAÇÃO


EXTRAORDINÁRIA, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.

§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela
Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar
ao restabelecimento da normalidade.
Art. 34 (...)
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
148

Art. 35 (...)
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

(PROVA) § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, SALVO
impedimento legal.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE INTERVENÇÃO


- Juiz prolatou sentença determinando a reintegração de posse em imóvel rural ocupado pelo MST; apesar
de a decisão ter sido proferida há muitos anos, a ordem nunca foi cumprida; deverá ser deferida a
intervenção federal? #IMPORTANTE
A excepcionalidade e a gravidade que circundam a intervenção federal, bem como a complexidade que emana do
cumprimento da ordem de desocupação, sobrepõem-se ao interesse particular dos proprietários do imóvel.
Na hipótese em análise, não há como reconhecer tenha o ente estatal se mantido inerte, em afronta à decisão
judicial, não havendo que se falar em recusa ilícita, a ponto de justificar a intervenção, porquanto a situação fática
comprovada nos autos revela questão de cunho social e coletivo, desbordando da esfera individual da parte autora.
STJ. Corte Especial. IF 113-PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 06/04/2022 (Info 732).
Obs.: existem decisões mais antigas deferindo a intervenção: STJ. Corte Especial. IF 115/PR, Rel. Min.
Herman Benjamin, DJe de 21/6/2017.

- É inconstitucional norma constitucional estadual pela qual se prevê hipótese de intervenção estadual em
municípios não contemplada no art. 35 da Constituição Federal. #IMPORTANTE (PROVA)
A Constituição Estadual não pode trazer hipóteses de intervenção estadual diferentes daquelas que são elencadas
no art. 35 da Constituição Federal. As hipóteses de intervenção estadual previstas no art. 35 da CF/88 são taxativas.
Caso concreto: STF julgou inconstitucionais os incisos IV e V do art. 25 da Constituição do Estado do Acre, que
previa que o Estado-membro poderia intervir nos Municípios quando: IV – se verificasse, sem justo motivo,
impontualidade no pagamento de empréstimo garantido pelo Estado; V – fossem praticados, na administração
municipal, atos de corrupção devidamente comprovados.
STF. Plenário. ADI 6616/AC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/4/2021 (Info 1014).

- A Constituição Estadual não pode disciplinar sobre intervenção estadual de forma diferente das regras
previstas na Constituição Federal. #IMPORTANTE (PROVA)
A Constituição Estadual não pode trazer hipóteses de intervenção estadual diferentes daquelas que são previstas
no art. 35 da Constituição Federal.
As hipóteses de intervenção estadual previstas no art. 35 da CF/88 são taxativas.
Caso concreto: STF julgou inconstitucional dispositivo da Constituição de Pernambuco que previa que o Estado-
membro poderia intervir nos Municípios caso ali ocorressem atos de corrupção e improbidade administrativa.
STF. Plenário. ADI 2917, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020 (Info 973).
Viola a Constituição Federal a previsão contida na Constituição Estadual atribuindo aos Tribunais de Contas a
competência para requerer ou decretar intervenção em Município.
Essa previsão não encontra amparo nos arts. 34 e 36 da CF/88.
STF. Plenário. ADI 3029, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020 (Info 973).

INTERVENÇÃO
Intervenção é uma medida temporária e excepcional, prevista na Constituição em hipóteses
CONCEITO20 restritas, que autoriza que um ente federado passe a ter ingerência nos negócio políticos
de outra entidade federada, suprimindo-lhe, por tempo determinado, a autonomia.
→ Princípio da Não-intervenção
A regra é não intervir. O texto constitucional indica esse norte interpretativo ao preceituar
PRINCÍPIOS21
que a União não vai intervir nos Estados ou no Distrito Federal, exceto nos casos listados no
art. 34, do mesmo modo que dispõe que os Estados não intervirão em seus Municípios, nem

20
Manual de Direito Constitucional – Nathalia Masson – Ed. JusPodivm - 4ª Edição – 2016.
21
Manual de Direito Constitucional – Nathalia Masson – Ed. JusPodivm - 4ª Edição – 2016.
149

a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando uma das situações
descritas no art. 35 se apresentar. Deste modo, sempre que houver alguma outra medida
menos gravosa e apta a assegurar a manutenção da federação, ela será preferível à
intervenção.

→ Princípio da Taxatividade
As possibilidades de utilização deste mecanismo extremo estão previstas de modo
categórico no texto constitucional. Isso significa que a listagem do art. 34 e a enunciação
do art. 35 são taxativas, isto é, as hipóteses de intervenção estão descritas na Constituição
Federal em um rol fechado, numerus clausulus.

→ Princípio da Temporariedade
A intervenção não pode perpetuar no tempo, afinal a federação se estrutura tendo por base
a autonomia de todos os seus entes integrantes. Assim, o período de duração da supressão
da autonomia do ente deve ser aquele imprescindível ao restabelecimento da normalidade
e nada mais. Não por outra razão, o art. 36, § 1º, CF/88 exige que no decreto interventivo
presidencial conste o prazo de duração da intervenção (e caso o limite temporal seja
insuficiente, poderá ser prorrogado).
→ ESPONTÂNEA
PR age discricionariamente

(Art. 34, I, II, III e V, CF):


- Hipóteses (Pressupostos Materiais)
• manter a integridade nacional;
• repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
• pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
• reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas na Constituição, dentro dos
prazos estabelecidos em lei.

- Procedimento (Pressupostos Formais)


Decretada pelo PR de ofício, independente de qualquer provocação.
O Decreto de Intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução
e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do CN, no prazo de
ESPÉCIES
24 horas.
Se o CN não estiver funcionando, o Presidente do Senado deverá fazer uma convocação
extraordinária, no prazo de 24 horas.
Antes de decretar a intervenção, o Presidente consultará o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, sendo tais manifestações apenas opinativas (não vinculantes).
Cabe o controle POLÍTICO pelo Congresso.
_____________________________________
__________________________________________________________________________________

→ PROVOCADA

1. Por Solicitação
PR age discricionariamente

(Art. 34, IV, CF):


- Hipóteses (Pressupostos Materiais)
• garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação.

- Procedimento (Pressupostos Formais)


(Art. 36, I, 1ª parte, CF):
150

Solicitação do Poder Legislativo (Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa) ou do


Poder Executivo (Governador) coacto ou impedido, ao PR.
O Decreto de Intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução
e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do CN, no prazo de
24 horas.
Se o CN não estiver funcionando, o Presidente do Senado deverá fazer uma convocação
extraordinária, no prazo de 24 horas.
Antes de decretar a intervenção, o Presidente consultará o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, sendo tais manifestações apenas opinativas (não vinculantes).
Cabe o controle POLÍTICO pelo Congresso.
_____________________________________

2. Por Requisição
Em todas as 4 hipóteses, o PR está vinculado

2.1. (Art. 34, IV, CF):


- Hipóteses (Pressupostos Materiais)
• garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
- Procedimento (Pressupostos Formais)
Art. 36, I, 2ª parte, CF):
Requisição do STF, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário, ao PR.
O Decreto de Intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução
e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do CN, no prazo de
24 horas.
Se o CN não estiver funcionando, o Presidente do Senado deverá fazer uma convocação
extraordinária, no prazo de 24 horas.
Antes de decretar a intervenção, o Presidente consultará o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, sendo tais manifestações apenas opinativas (não vinculantes).
Cabe o controle POLÍTICO pelo Congresso.
_____________________________________

2.2. (Art. 34, VI, 2ª parte, CF):


- Hipóteses (Pressupostos Materiais)
• prover a execução de ordem ou decisão judicial;
- Procedimento (Pressupostos Formais)
(Art. 36, II, CF)
Requisição do STF, STJ ou TSE, ao PR.
Não Cabe o controle POLÍTICO pelo Congresso.
__________________________________________

2.3.
Art. 34, VI, 1ª parte, CF):
• prover a execução de lei federal;
(Art, 34, VII, CF):
• assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais (sensíveis):
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações
e serviços públicos de saúde.
- Procedimento (Pressupostos Formais)
(Art. 36, III, 1ª e 2ª partes, CF):
Provimento pelo STF, de representação do PGR;
151

Se o STF julgar a ação procedente, deverá levar ao conhecimento do Presidente da


República para que este, no prazo improrrogável de até 15 dias, tome as seguintes
providências:
a) Expeça decreto de intervenção;
b) Nomeie, nesse mesmo decreto, o interventor (se couber).
Não Cabe o controle POLÍTICO pelo Congresso.
____________________________________
____________________________________________________________________________________________________
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: #BIZU: “LIMPE”

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS


A atuação da Administração Pública deve ser autorizada por lei.

- Administração: só pode fazer o que é autorizado pela lei;


- Particular: pode fazer tudo que a lei permite ou autoriza.
Legalidade
Atualmente, a doutrina contemporânea entende que o princípio da legalidade foi
substituído pelo PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE, segundo o qual a Administração se
vincula não apenas à lei, mas também a todo o ordenamento jurídico, especialmente à
Constituição Federal.
Pode ser analisado sob duas perspectivas:
- Isonomia: a Administração deve tratar todos os administrados da mesma forma.
- Proibição de promoção pessoal: o administrador não pode se valer das realizações
Impessoalidade públicas para se promover.

Obs.: A efetivação de pagamento de precatório em desobediência à ordem


cronológica traduz violação ao princípio da impessoalidade.
O administrador deve se pautar de acordo com padrões éticos no exercício de suas
funções.

- Súmula Vinculante nº 13: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em


linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
Moralidade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o
ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”
Os atos da Administração devem ser públicos, o que permite maior controle pelos
Publicidade
administrados.
Introduzido pela EC 19/98, fruto do poder constituinte derivado reformador,
Eficiência impõe a busca por melhores resultados, com o menor custo possível (substitui a
Administração burocrática pela Administração gerencial).
#BIZU: LIMPE
152

JURISPRUDÊNCIA SOBRE PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS


PRINCÍPIO DA MORALIDADE
- Súmula Vinculante nº 13: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança
ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.”

- O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza política, como são os cargos de
Secretário Estadual e Municipal. #IMPORTANTE
O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza política, como são os cargos de Secretário
Estadual e Municipal.
Mesmo em caso de cargos políticos, será possível considerar a nomeação indevida nas hipóteses de:
• nepotismo cruzado;
• fraude à lei e
• inequívoca falta de razoabilidade da indicação, por manifesta ausência de qualificação técnica ou por
inidoneidade moral do nomeado.
STF. 1ª Turma. Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/9/2019 (Info 952).

- A nomeação da esposa do prefeito como Secretária Municipal não configura, por si só, nepotismo e ato de
improbidade administrativa.
A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se tratar de cargo público de
natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa.
STF. 2ª Turma. Rcl 22339 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/9/2018
(Info 914).
Em regra, a proibição da SV 13 não se aplica para cargos públicos de natureza política, como, por exemplo,
Secretário Municipal.
Assim, a jurisprudência do STF, em regra, tem excepcionado a regra sumulada e garantido a permanência de
parentes de autoridades públicas em cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática não configura
nepotismo.
Exceção: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo político caso fique demonstrada
a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de qualificação técnica ou inidoneidade
moral do nomeado.
STF. 1ª Turma. Rcl 28024 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/05/2018.

- Norma que impede nepotismo no serviço público não alcança servidores de provimento efetivo.
A Constituição do Estado do Espírito Santo prevê, em seu art. 32, VI, que é "vedado ao servidor público servir sob
a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil".
Foi proposta uma ADI contra esta norma.
O STF julgou a norma constitucional. Mas decidiu dar interpretação conforme à Constituição, no sentido de o
dispositivo ser válido somente quando incidir sobre os cargos de provimento em comissão, função gratificada,
cargos de direção e assessoramento. Em outras palavras, o STF afirmou que essa vedação não pode alcançar os
servidores admitidos mediante prévia aprovação em concurso público, ocupantes de cargo de provimento efetivo,
haja vista que isso poderia inibir o próprio provimento desses cargos, violando, dessa forma, o art. 37, I e II, da
CF/88, que garante o livre acesso aos cargos, funções e empregos públicos aos aprovados em concurso público.
STF. Plenário. ADI 524/ES. Rel. orig. Min. Sepúlveda Pertence. red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski. Julgado
em 20/05/2015 (lnfo 786).

- Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente no órgão, mas sem influência hierárquica
sobre a nomeação.
Não há nepotismo na nomeação de servidor para ocupar o cargo de assessor de controle externo do Tribunal de
Contas mesmo que seu tio (parente em linha colateral de 3º grau) já exerça o cargo de assessor-chefe de gabinete
153

de determinado Conselheiro, especialmente pelo fato de que o cargo do referido tio não tem qualquer poder legal
de nomeação do sobrinho.
A incompatibilidade da prática enunciada na SV 13 com o art. 37 da CF/88 não decorre diretamente da existência
de relação de parentesco entre pessoa designada e agente político ou servidor público, mas de presunção de que
a escolha para ocupar cargo de direção, chefia ou assessoramento tenha sido direcionado à pessoa com relação
de parentesco com quem tenha potencial de interferir no processo de seleção.
STF. 2ª Turma. Rcl 18564/SP. Rel. orig. Min. Gilmar Mendes. red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli. Julgado em
23/02/2016 (lnfo 815).

- Lei que proíba o nepotismo no Poder Executivo pode ser proposta por parlamentar.
As leis que proíbam o nepotismo na Administração Pública não são de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder
Executivo, podendo, portanto, ser propostas pelos parlamentares.
STF. Plenário. RE 570392/RS. Rel. Min. Cármen Lúcia. Julgado em 11/12/2014 (Info 771).

- Vedação ao nepotismo: inconstitucionalidade de lei estadual que preveja exceções.


É inconstitucional lei estadual que excepciona a vedação da prática do nepotismo, permitindo que sejam
nomeados para cargos em comissão ou funções gratificadas de até dois parentes das autoridades estaduais, além
do cônjuge do Governador.
STF. Plenário. ADI/3745/GO. Rel. Min. Dias Toffoli. Julgado 15/05/2013 (lnfo 706).
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
- Divulgação de vencimentos dos servidores públicos com relação nominal.
É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes de seus
servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias.
STF. Plenário. ARE 652777/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, j. em 23/4/2015 (repercussão geral) (Info 782).

- Jornal tem direito de obter informações sobre o uso da verba indenizatória por senadores.
Determinado jornal requereu ao Senado Federal cópia dos documentos que demonstrassem como os Senadores
utilizaram a verba indenizatória dos seus gabinetes.
A Presidência do Senado negou ao jornal o acesso aos dados sob o fundamento de que os documentos solicitados
seriam sigilosos e que haveria uma invasão à privacidade dos Parlamentares.
O STF determinou que o Senado fornecesse cópia dos documentos solicitados.
A verba indenizatória destina-se a custear despesas direta e exclusivamente relacionadas ao exercício da função
parlamentar. Desse modo, tais valores possuem natureza pública, tanto pelo fato de estarem sendo pagas por um
órgão público (Senado Federal) quanto pela finalidade a que se destinam, estando vinculadas ao exercício da
representação popular (mandato).Sendo a verba pública, a regra geral é a de que as informações sobre o seu uso
são públicas.
A Corte entendeu que o fornecimento de tais informações não acarreta qualquer risco à segurança nem viola a
privacidade ou intimidade dos Parlamentares.
STF. Plenário. MS 28178/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 4/3/2015 (Info 776).
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
- Ausência de motivação do ato administrativo e correção do vício posteriormente.
O ato de remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser motivado. Caso não o seja,
haverá nulidade.
No entanto, é possível que o vício da ausência de motivação seja corrigido em momento posterior à edição dos
atos administrativos impugnados.
Assim, se a autoridade removeu o servidor sem motivação, mas ela, ao prestar as informações no mandado de
segurança, trouxe aos autos os motivos que justificaram a remoção, o vício que existia foi corrigido.
STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 40427-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013 (Info 529).
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
- Súmula nº 473, STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”

- Súmula nº 346, STF: “A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.”
154

- Princípio da autotutela e necessidade de se garantir contraditório e ampla defesa.


A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem ilegais. No entanto, se a invalidação
do ato administrativo repercute no campo de interesses individuais, faz-se necessária a instauração de processo
administrativo que assegure o devido processo legal e a ampla defesa.
Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não dispensa a observância do
contraditório e ampla defesa prévios em âmbito administrativo.
STF. Plenário. MS 25399/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/10/2014 (Info 763).

- O prazo decadencial do art. 54 da lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta
diretamente a Constituição Federal. #IMPORTANTE
Não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório quando a vacãncia do cargo ocorre na vigência
da CF/88, que exige a submissão a concurso público (art. 236, § 3º).
O prazo decadencial do art. 54 da Lei n' 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta diretamente a
Constituiçào Federal.
O art. 236, § 3°, da CF ê uma norma constitucional autoaplicável. Logo, mesmo antes da ediçào da Lei 8.935/1994
ela já tinha plena eficácia e o concurso público era obrigatório como condição para o ingresso na atividade notarial
e de registro.
STF. Plenário. MS 26860/DF. Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 02/04/2014 (Info 741).
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
- Não se aplica a teoria do fato consumado a candidato que assumiu o cargo por força de decisão precária
posteriormente revertida.
Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob
fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência de execução
provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou
modificado.
Igualmente incabível, em casos tais, invo:ar o princípio da segurança jurídica ou o da proteção da confiança
Legítima.
A posse ou o exercício em cargo público por força de decisão judicial de caráter provisório não implica a
manutenção, em definitivo, do candidato que não atende a exigência de prévia aprovação em concurso pública
(art. 37, 11, da CF/88), valor constitucional que prepondera sobre o interesse individual do candidato, que não
pode invocar, na hipótese, o princípio da proteção da confiança legítima, pois conhece a precariedade da medida
judicial.
Em suma, não se aplica a teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público por força de
decisão judicial provisória posteriormente revista.
STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min. Teori Zavascki. Julgado 7/8/2014 (repercussão geral) (lnfo 753).
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 474.423/RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 04/04/2017.

- Em casos excepcionais, em que a restauração da estrita legalidade ocasionaria mais danos sociais que a
manutenção da situação consolidada pelo decurso do tempo, a jurisprudência do STJ é firme no sentido de
admitir a aplicação da teoria do fato consumado.
Em regra, o STJ acompanha o entendimento do STF e decide que é inaplicável a teoria do fato consumado aos
concursos públicos, não sendo possível o aproveitamento do tempo de serviço prestado pelo servidor que tomou
posse por força de decisão judicial precária, para efeito de estabilidade.
Contudo, em alguns casos, o STJ afirma que há a solidificação de situações fáticas ocasionada em razão do
excessivo decurso de tempo entre a liminar concedida e os dias atuais, de maneira que, a reversão desse quadro
implicaria inexoravelmente em danos desnecessários e irreparáveis ao servidor.
Em outras palavras, o STJ entende que existem situações excepcionais nas quais a solução padronizada ocasionaria
mais danos sociais do que a manutenção da situação consolidada, impondo-se o distinguishing, e possibilitando
a contagem do tempo de serviço prestado por força de decisão liminar, em necessária flexibilização da regra.
Caso concreto: determinado indivíduo prestou concurso para o cargo de Policial Rodoviário Federal e foi aprovado
nas provas teóricas, tendo sido, contudo, reprovado em um dos testes práticos. O candidato propôs mandado de
segurança questionando esse teste. O juiz concedeu a liminar determinando a nomeação e posse, o que ocorreu
em 1999. Em sentença, o magistrado confirmou a liminar e julgou procedente o pedido do autor. Anos mais tarde,
o TRF, ao julgar a apelação, entendeu que a exigência do teste prático realizado não continha nenhum vício. Em
155

virtude disso, reformou a sentença. O servidor, contudo, continuou cautelarmente no cargo até 2020, quando
houve o trânsito em julgado da decisão contrária ao seu pleito. O STJ assegurou a manutenção definitiva do
impetrante no cargo.
STJ. 1ª Turma. AREsp 883.574-MS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/02/2020 (Info 666).
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1569719/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 08/10/2019.

- Não se pode cassar a aposentadoria do servidor que ingressou no serviço público por força de provimento
judicial precário e se aposentou durante o processo, antes da decisão ser reformada.
Em regra, não produzem fato consumado a posse e o exercício em cargo público decorrentes de decisão judicial
tomada à base de cognição não-exauriente.
Em outras palavras, não se aplica a teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público por
força de decisão judicial provisória posteriormente revista. Trata-se do entendimento firmado no RE 608482/RN
(Tema 476).
A situação é diferente, contudo, se a pessoa, após permanecer vários anos no cargo, conseguiu a concessão de
aposentadoria. Neste caso, em razão do elevado grau de estabilidade da situação jurídica, o princípio da proteção
da confiança legítima incide com maior intensidade. Trata-se de uma excepcionalidade que autoriza a distinção
(distinguish) quanto ao leading case do RE 608482/RN (Tema 476).
STF. 1ª Turma. RE 740029 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/8/2018 (Info 911).
Quando o exercício do cargo foi amparado por decisões judiciais precárias e o servidor se aposentou, antes do
julgamento final do mandado de segurança, por tempo de contribuição durante esse exercício e após legítima
contribuição ao sistema, a denegação posterior da segurança que inicialmente permitira ao servidor prosseguir no
certame não pode ocasionar a cassação da aposentadoria.
STJ. 1ª Seção. MS 20.558-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/2/2017 (Info 600).
PRINCÍPIOS DA INTRANSCENDÊNCIA DAS SANÇÕES, DEVIDO PROCESSO LEGAL, RAZOABILIDADE E
OUTROS
- Súmula nº 615, STJ: “Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos
fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências cabíveis
à reparação dos danos eventualmente cometidos.”

- Princípio da intranscendência e atos praticados pelas gestões anteriores.


Segundo a posição que prevalece no STF, se a irregularidade no convênio foi praticada pelo gestor anterior e a
gestão atual, depois que assumiu, tomou todas as medidas para ressarcir o erário e corrigir as falhas (exs.:
apresentou todos os documentos ao órgão fiscalizador, ajuizou ações de ressarcimento contra o antigo gestor
etc.), neste caso, o ente (Estado ou Município) não poderá ser incluído nos cadastros de inadimplentes da União.
Assim, segundo esta acepção, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções proíbe a aplicação de sanções
às administrações atuais por atos de gestão praticados por administrações anteriores.
STF. 1ª Turma. ACO 732/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2016 (Info 825).
STF. 1ª Turma. AC 2614/PE, AC 781/PI e AC 2946/PI, Rel. Min. Luiz Fux, j. em 23/6/2015 (Info 791).

- Poder Executivo não pode ser incluído nos cadastros de inadimplentes da União por irregularidades
praticadas pelos outros Poderes ou órgãos autônomos.
A imposição de sanções ao Poder Executivo estadual em virtude de pendências de órgãos dotados de autonomia
institucional e orgânico-administrativa, tais como o Ministério Público estadual, constitui violação do princípio da
intranscendência, na medida em que o Governo do Estado não tem competência para intervir na esfera orgânica
dessa instituição autônoma. O Poder Executivo não pode ser impedido de contratar operações de crédito em razão
do descumprimento dos limites setoriais de despesa com pessoal por outros poderes e órgãos autônomos (art.
20, II, e 23, § 3º, da Lei de Responsabilidade Fiscal).
STF. Plenário. ACO 3072, Rel. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/08/2020 (Info 991 – clipping).

- Município pode obter certidão positiva com efeitos de negativa quando os débitos são da Câmara
Municipal (e não do Poder Executivo).
É possível ao Município obter certidão positiva de débitos com efeito de negativa quando a Câmara Municipal do
mesmo ente possui débitos com a Fazenda Nacional, tendo em conta o princípio da intranscendência subjetiva
das sanções financeiras.
156

STF. Plenário. RE 770149, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 05/08/2020
(Repercussão Geral – tema 743) (Info 993).

- Observância do devido processo legal, contraditório e ampla defesa antes da inclusão de entes federativos
nos cadastros federais de inadimplência.
É necessária a observância da garantia do devido processo legal, em especial, do contraditório e da ampla defesa,
relativamente à inscrição de entes públicos em cadastros federais de inadimplência.
Assim, a União, antes de incluir Estados-membros ou Municípios nos cadastros federais de inadimplência (exs.:
CAUC, SIAF) deverá assegurar o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa.
STF. 1ª Turma. ACO 732/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2016 (Info 825).
STF. Plenário. ACO 1995/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/3/2015 (Info 779).

- Para que haja a inscrição de ente subnacional em cadastro de inadimplentes é necessário o prévio
julgamento da tomadas de contas especial? #IMPORTANTE
A inscrição de entes federados em cadastro de inadimplentes (ou outro que dê causa à negativa de realização de
convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres que impliquem transferência voluntária de
recursos), pressupõe o respeito aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal,
somente reconhecido:
a) após o julgamento de tomada de contas especial ou procedimento análogo perante o Tribunal de Contas, nos
casos de descumprimento parcial ou total de convênio, prestação de contas rejeitada, ou existência de débito
decorrente de ressarcimento de recursos de natureza contratual (salvo os de conta não prestada) e;
b) após a devida notificação do ente faltoso e o decurso do prazo nela previsto (conforme constante em lei, regras
infralegais ou em contrato), independentemente de tomada de contas especial, nos casos de não prestação de
contas, não fornecimento de informações, débito decorrente de conta não prestada, ou quaisquer outras hipóteses
em que incabível a tomada de contas especial.
STF. Plenário. RE 1067086, Rel. Rosa Weber, julgado em 16/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 327).

- A inscrição de Estado-membro nos cadastros federais de inadimplência antes da instauração e do


julgamento de tomada de contas especial viola o devido processo legal.
A tomada de contas especial é a medida adequada para se alcançar o reconhecimento definitivo das
irregularidades detectadas. Só a partir daí é que se permite a inscrição do ente nos cadastros de restrição ao crédito
organizados e mantidos pela União.
O processo de contas é essencial para a apuração de responsabilidades. Não se pode impor sanção sem anterior
identificação de responsáveis.
STF. Plenário. ACO 2910 AgR, Rel. Roberto Barroso, julgado em 29/06/2020 (Info 988 – clipping).

- Em caso de irregularidades do Estado-membro em convênio federal, a União somente poderá inscrever o


ente no SIAFI, no CADIN e no CAUC após o término do processo de prestação de contas especial, observados
os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
O cadastro restritivo não deve ser feito de forma unilateral e sem acesso à ampla defesa e ao contraditório. Isso
porque, muitas vezes, a inscrição pode ter, além de motivação meramente financeira, razões políticas.
Assim, ao poder central (União) é possível suspender imediatamente o repasse de verbas ou a execução de
convênios, mas o cadastro deve ser feito nos termos da lei, ou seja, mediante a verificação da veracidade das
irregularidades apontadas. Isso porque o cadastro tem consequências, como a impossibilidade da repartição
constitucional de verbas das receitas voluntárias.
A tomada de contas especial, procedimento por meio do qual se alcança o reconhecimento definitivo das
irregularidades, com a devida observância do contraditório e da ampla defesa, tem suas regras definidas em lei.
Ao final, é possível tornar o dano ao erário dívida líquida e certa, e a decisão tem eficácia de título executivo
extrajudicial.
STF. Plenário. ACO 2892 AgR/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
11/9/2019 (Info 951).
157

- A União é parte legítima para figurar no polo passivo das ações em que Estado-membro impugna inscrição
em cadastros federais desabonadores e/ou de restrição de crédito.
- Descabimento da inscrição do Estado-membro nos cadastros desabonadores em decorrência de pendências
administrativas relativas a débitos já submetidos a pagamento por precatório.
Caso concreto
O Estado do Amapá possui débitos com o INCRA e com o IBAMA, duas autarquias federais. Em razão desses
débitos, o Estado foi inserido no SIAFI, no CADIN e no CAUC, cadastros de inadimplência mantidos pela União.
Tanto o INCRA como o IBAMA ajuizaram execução fiscal para cobrar os débitos e o Estado expediu precatórios,
que, no entanto, ainda estão pendentes de pagamento. O Estado do Amapá ajuizou ação cível originária contra a
União pedindo a exclusão do Estado dos cadastros restritivos.
*Legitimidade da União para figurar no polo passivo:
A União é parte legítima para figurar no polo passivo das ações em que Estado-membro impugna inscrição em
cadastros federais desabonadores e/ou de restrição de crédito, mesmo que os débitos sejam decorrentes de
dívidas com entidades federais (e não com a administração direta). Isso porque os Sistemas SIAFI/CAUC/CADIN
são organizados e mantidos pela União, conforme suas leis de regência, do que decorre a legitimidade desta para
figurar no polo passivo.
*Manutenção nos cadastros viola o princípio da razoabilidade:
É indevida a inscrição do Estado-membro nos cadastros desabonadores em decorrência de pendências
administrativas relativas a débitos já submetidos a pagamento por precatório. Isso porque a CF/88 já previu que,
em caso de descumprimento do pagamento do precatório, existe a possibilidade de intervenção federal no ente
inadimplente. Logo, é incompatível com o postulado da razoabilidade onerar duplamente o Estado-membro, tanto
com a possibilidade de intervenção federal quanto com a sua inscrição em cadastros desabonadores.
STF. Plenário. ACO 3083, Rel. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/08/2020 (Info 991 – clipping).

- Monitoramento de e-mail corporativo de servidor público.


As informações obtidas por monitoramento de e-mail corporativo de servidor público não configuram prova ilícita
quando relacionadas com aspectos "não pessoais" e de interesse da Administração Pública e da própria
coletividade, especialmente quando exista, nas disposições normativas acerca do seu uso, expressa menção da sua
destinação somente para assuntos e matérias afetas ao serviço, bem como advertência sobre monitoramento e
acesso ao conteúdo das comunicações dos usuários para cumprir disposições legais ou instruir procedimento
administrativo.
STJ. 2ª Turma. RMS 48.665-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 15/9/2015 (Info 576).

(PROVA) I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

ACESSO AO CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS (PROVA)


Quanto aos BRASILEIROS → Norma constitucional de eficácia CONTIDA

Quanto aos ESTRANGEIROS → Norma constitucional de eficácia LIMITADA

(PROVA) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
RESSALVADAS as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

• cargos em comissão (art. 37, II);


• servidores temporários (art. 37, IX);
• cargos eletivos;
EXCEÇÕES AO CONCURSO • nomeação de alguns juízes de Tribunais, Desembargadores, Ministros
PÚBLICO de Tribunais;
(PROVA) • ex-combatentes (art. 53, I, do ADCT);
• agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias (art.
198, § 4º).
158

- A equiparação de carreira de nível médio a outra de nível superior constitui ascensão funcional, vedada
pelo art. 37, II, da Constituição Federal. (PROVA)
É inconstitucional a interpretação de disposições legais que viabilizem a promoção a cargo de nível superior a
servidores que ingressaram por concurso público para cargo de nível médio.
STF. Plenário. ADI 6355/PE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/5/2021 (Info 1019).

- A equiparação de carreira de nível médio a outra de nível superior constitui ascensão funcional, vedada
pelo art. 37, II, da CF/88.
A equiparação de carreira de nível médio a outra de nível superior constitui ascensão funcional, vedada pelo art.
37, II, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 3199, Rel. Roberto Barroso, julgado em 20/04/2020 (Info 977).

(PROVA) III - o prazo de validade do concurso público será de ATÉ dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de
provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira;

SÚMULAS SOBRE CONCURSOS PÚBLICOS


STF STJ
- Súmula Vinculante nº 43: “É inconstitucional toda - Súmula nº 266, STJ: “O diploma ou habilitação legal
modalidade de provimento que propicie ao servidor para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público não na inscrição para o concurso público.” (PROVA)
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra
a carreira na qual anteriormente investido.” (PROVA) - Súmula nº 377, STJ: “O portador de visão
monocular tem direito de concorrer, em concurso
- Súmula Vinculante nº 44: “Só por lei se pode sujeitar público, às vagas reservadas aos deficientes.” (PROVA)
a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
público.” (PROVA) - Súmula nº 552, STJ: “O portador de surdez
unilateral não se qualifica como pessoa com
- Súmula nº 15, STF: “Dentro do prazo de validade do deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas
concurso, o candidato aprovado tem o direito à em concursos públicos.” (PROVA)
nomeação, quando o cargo fôr preenchido sem
observância da classificação.” (PROVA) Portador de visão Portador de surdez
monocular unilateral
- Súmula nº 683, STF: “O limite de idade para a inscrição Tem direito de Não tem direito de
em concurso público só se legitima em face do art. 7º, concorrer às vagas de concorrer às vagas de
XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela deficientes nos deficientes nos
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.”(PROVA) concursos concursos

- Súmula nº 684, STF: “É inconstitucional o veto não


motivado à participação de candidato a concurso público. (PROVA)

JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 9 DO STJ - CONCURSOS PÚBLICOS I


1) A banca examinadora pode exigir conhecimento sobre legislação superveniente à publicação do edital, desde
que vinculada às matérias nele previstas.

2) O Poder Judiciário não analisa critérios de formulação e correção de provas em concursos públicos, salvo nos
casos de ilegalidade ou inobservância das regras do edital. (PROVA)
Não compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca examinadora para avaliar
respostas dadas pelos candidatos e notas a elas atribuídas.
Excepcionalmente, é permitido ao Judiciário juízo de compatibilidade do conteúdo das questões do
concurso com o previsto no edital do certame.
STF. Plenário. RE 632853, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/04/2015 (repercussão geral) (Info 782)
159

3) A limitação de idade, sexo e altura para o ingresso na carreira militar é válida desde que haja previsão em lei
específica e no edital do concurso público.

4) Somente a lei pode estabelecer limites de idade nos concursos das Forças Armadas, sendo vedado, diante do
princípio constitucional da reserva legal, que a lei faculte tal regulamentação a atos administrativos expedidos pela
Marinha, Exército ou Aeronáutica.

5) A aferição do cumprimento do requisito de idade deve se dar no momento da posse no cargo público e não no
momento da inscrição. (PROVA)
Obs.: Para o STF, o limitide de idade deve ser comprovado no momento da inscrição no concurso (Info 791).
SUPERADA, EM PARTE!
Segundo pensa Márcio Cavalcante, do dizer o direito, a tese continua válida para a idade mínima. A idade
mínima deve ser comprovada na data da posse. Entretanto, a idade máxima deve ser comprovada no
momento da inscrição no certame. Isso porque é impossível se antever, com certeza, a data em que será
realizada a fase final do concurso ou a posse. Nesse sentido:
O limite de idade, quando regularmente fixado em lei e no edital de determinado concurso público, há de
ser comprovado no momento da inscrição no certame.
STF. 2ª Turma. RE 962116 AgR, Rel. Celso de Mello, julgado em 16/12/2016.
STJ. 1ª Turma. RMS 48.366/AC, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 16/05/2017.

Idade MÍNIMA: Idade MÁXIMA:


POSSE INSCRIÇÃO NO CONCURSO

6) O edital é a lei do concurso e suas regras vinculam tanto a Administração Pública quanto os candidatos.

7) O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos
deficientes. (Súmula 377 do STJ)
Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim
de disputar as vagas reservadas em concursos públicos.

8) A exigência de exame psicotécnico é legítima quando prevista em lei e no edital, a avaliação esteja pautada em
critérios objetivos, o resultado seja público e passível de recurso.
Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a
cargo público.

9) Constatada a ilegalidade do exame psicotécnico, o candidato deve ser submetido a nova avaliação, pautada por
critérios objetivos e assegurada a ampla defesa.

10) A exigência de teste de aptidão física é legítima quando prevista em lei, guarde relação de pertinência com as
atividades a serem desenvolvidas, esteja pautada em critérios objetivos e seja passível de recurso. (PROVA)

11) É vedada a realização de novo teste de aptidão física em concurso público no caso de incapacidade temporária,
salvo previsão expressa no edital. (PROVA)
Os candidatos em concurso público NÃO têm direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão
física em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo se
houver previsão no edital permitindo essa possibilidade.
STF. Plenário. RE 630733/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/5/2013 (Repercussão Geral – Tema
335) (Info 706).
EXCEÇÃO: as candidatas gestantes possuem (Tese 12 abaixo).

12) É possível a realização de novo teste de aptidão física em concurso público no caso de gravidez, sem que isso
caracterize violação do edital ou do princípio da isonomia. (PROVA)
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua
realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso público. (Info 924, STF)
160

STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/11/2018 (Repercussão Geral – Tema 973).

É constitucional a remarcação de curso de formação para o cargo de agente penitenciário feminino de


candidata que esteja lactante à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital
do concurso público. (Info 645, STJ)

13) O candidato não pode ser eliminado de concurso público, na fase de investigação social, em virtude da
existência de termo circunstanciado, inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado ou extinta pela
prescrição da pretensão punitiva. (PROVA)
Essa tese deve ser lida em harmonia com o entendimento do STF:
Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de
concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a
ação penal.
STF. Plenário. RE 560900/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5 e 6/2/2020 (Repercussão Geral –
Tema 22) (Info 965).

14) O entendimento de que o candidato não pode ser eliminado de concurso público, na fase de investigação
social, em virtude da existência de termo circunstanciado, inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado
ou extinta pela prescrição da pretensão punitiva não se aplica aos cargos cujos ocupantes agem stricto sensu em
nome do Estado, como o de delegado de polícia. (PROVA)
Essa tese deve ser lida em harmonia com o entendimento do STF:
Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de
concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a
ação penal.
STF. Plenário. RE 560900/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5 e 6/2/2020 (Repercussão Geral –
Tema 22) (Info 965).
A partir do voto do Min. Roberto Barroso, é possível que apontemos algumas conclusões sobre o tema:
• Em regra, não é permitida a eliminação de candidato a concurso público pelo simples fato de ele responder
a inquérito ou a ação penal. Isso viola os princípios da presunção de inocência, da liberdade profissional e
da ampla acessibilidade aos cargos públicos.
• É possível, no entanto, que a lei preveja, para determinados cargos públicos, a exigência de qualificações
mais restritas e rígidas ao candidato, como, por exemplo, as carreiras da magistratura, das funções
essenciais à justiça — Ministério Público, Advocacia Pública e Defensoria Pública — e da segurança pública.
• Para esses cargos, é possível que a lei preveja a eliminação do candidato que tenha contra si condenação
definitiva ou condenação de órgão colegiado (ainda que sujeita a recurso). Vale ressaltar também que é
necessário que exista uma relação de incompatibilidade entre a natureza do crime e as atribuições do cargo.
Logo, a lei não pode prever, de forma genérica, que toda condenação penal deva ensejar a proibição do
indivíduo de se candidatar a concurso público.

15) O candidato não pode ser eliminado de concurso público, na fase de investigação social, em virtude da
existência de registro em órgãos de proteção ao crédito. (PROVA)

16) O candidato pode ser eliminado de concurso público quando omitir informações relevantes na fase de
investigação social. (PROVA)

17) O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de mandado de segurança, na hipótese de exclusão
do candidato do concurso público, é o ato administrativo de efeitos concretos e não a publicação do edital, ainda
que a causa de pedir envolva questionamento de critério do edital.

18) O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de mandado segurança, na hipótese em que o
candidato aprovado em concurso público não é nomeado, é o término do prazo de validade do concurso.

19) O encerramento do concurso público não conduz à perda do objeto do mandado de segurança que busca
aferir suposta ilegalidade praticada em alguma das etapas do processo seletivo.
161

JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 11 DO STJ - CONCURSOS PÚBLICOS II


1) O candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no edital tem direito subjetivo a ser nomeado no
prazo de validade do concurso. (PROVA)
O candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previsto no edital tem direito
subjetivo à nomeação (STF. Plenário. RE 598099, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 10/08/2011 Repercussão
Geral – Tema 161).

2) A desistência de candidatos convocados, dentro do prazo de validade do concurso, gera direito subjetivo à
nomeação para os seguintes, observada a ordem de classificação e a quantidade de vagas disponibilizadas. (PROVA)

3) A abertura de novo concurso, enquanto vigente a validade do certame anterior, confere direito líquido e certo
a eventuais candidatos cuja classificação seja alcançada pela divulgação das novas vagas.
SUPERADA! (PROVA)
REGRA: o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo durante o prazo
de validade do certame anterior não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados
fora das vagas previstas no edital.
EXCEÇÃO:
Haverá direito à nomeação se o candidato conseguir demonstrar, de forma cabal:
• que existe inequívoca necessidade de nomeação de aprovado durante o período de validade do certame;
e
• que está havendo preterição arbitrária e imotivada por parte da administração ao não nomear os
aprovados.
O STF fixou a seguinte tese:
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de
validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados
fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte
da administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar
a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser
demonstrada de forma cabal pelo candidato.
Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas seguintes
hipóteses: (PROVA)
a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;
b) quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação; e
c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e
ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos
acima.
STF. Plenário. RE 837311/PI, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09/12/2015 (Repercussão Geral – Tema 784)
(Info 811).

4) O candidato aprovado fora do número de vagas previsto no edital possui mera expectativa de direito à
nomeação, que se convola em direito subjetivo caso haja preterição na convocação, observada a ordem
classificatória. (PROVA)

5) A simples requisição ou a cessão de servidores públicos não é suficiente para transformar a expectativa de
direito do candidato aprovado fora do número de vagas em direito subjetivo à nomeação, porquanto
imprescindível a comprovação da existência de cargos vagos.

6) O candidato aprovado fora do número de vagas previsto no edital possui mera expectativa de direito à
nomeação, que se convola em direito subjetivo caso haja preterição em virtude de contratações precárias e
comprovação da existência de cargos vagos.
Essa tese deve ser lida com cautela. (PROVA)
O simples fato de ter havido contratação precária não gera, automaticamente, direito à nomeação e não
serve para demonstrar a existência de cargos vagos.
162

(...) 3. No que tange à contratação precária, “o Supremo Tribunal Federal (ADI 3.721/CE, Tribunal Pleno,
Rel. Ministro Teori Zavascki, DJe de 12.8.2016) entende válida a contratação temporária, quando tiver por
finalidade evitar a interrupção da prestação do serviço, isso sem significar vacância ou a existência de cargos
vagos. Assim, a contratação temporária de terceiros não constitui, pura e simplesmente, ato ilegal - nem é
indicativo da existência de cargo vago, para o qual há candidatos aprovados em cadastro reserva -, devendo
ser comprovada, pelo candidato, a ilegalidade da contratação ou a existência de cargos vagos.” (STJ. 2ª
Turma. RMS 62.484/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/03/2020)

A contratação temporária para atender à necessidade transitória de excepcional interesse público,


consoante o art. 37, IX, da Constituição da República, não tem o condão, por si só, de comprovar a
preterição dos candidatos regularmente aprovados e a existência de cargos efetivos vagos (STJ. 2ª Turma.
AgInt no RMS 59.697/MG, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 06/02/2020).

7) Não ocorre preterição na ordem classificatória quando a convocação para próxima fase ou a nomeação de
candidatos com posição inferior se dá por força de cumprimento de ordem judicial. (PROVA)

8) A surdez unilateral não autoriza o candidato a concorrer às vagas reservadas às pessoas com deficiência.
Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim
de disputar as vagas reservadas em concursos públicos.

9) Deverão ser reservadas, no mínimo, 5% das vagas ofertadas em concurso público às pessoas com deficiência e,
caso a aplicação do referido percentual resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro
número inteiro subsequente, desde que respeitado o limite máximo de 20% das vagas ofertadas, conforme art. 37,
§§ 1º e 2º, do Decreto n. 3.298/99, e art. 5º, §2º, da Lei n. 8.112/90.

10) O candidato sub judice não possui direito subjetivo à nomeação e à posse, mas à reserva da respectiva vaga
até que ocorra o trânsito em julgado da decisão que o beneficiou. (PROVA)

11) A nomeação ou a convocação para determinada fase de concurso público após considerável lapso temporal
entre uma fase e outra, sem a notificação pessoal do interessado, viola os princípios da publicidade e da
razoabilidade, não sendo suficiente a publicação no Diário Oficial.

12) Não se aplica a teoria do fato consumado na hipótese em que o candidato toma posse em virtude de decisão
liminar, salvo situações fáticas excepcionais.
Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob
fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência de
execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária,
supervenientemente revogado ou modificado.
STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 7/8/2014 (Repercussão Geral – Tema
476) (Info 753).

#ATENÇÃO: Em regra, o STJ acompanha o entendimento do STF e decide que é inaplicável a teoria do fato
consumado aos concursos públicos, não sendo possível o aproveitamento do tempo de serviço prestado
pelo servidor que tomou posse por força de decisão judicial precária, para efeito de estabilidade. Contudo,
em alguns casos, o STJ afirma que há a solidificação de situações fáticas ocasionada em razão do excessivo
decurso de tempo entre a liminar concedida e os dias atuais, de maneira que, a reversão desse quadro
implicaria inexoravelmente em danos desnecessários e irreparáveis ao servidor.
Em outras palavras, o STJ entende que existem situações excepcionais nas quais a solução padronizada
ocasionaria mais danos sociais do que a manutenção da situação consolidada, impondo-se o distinguishing,
e possibilitando a contagem do tempo de serviço prestado por força de decisão liminar, em necessária
flexibilização da regra.
STJ. 1ª Turma. AREsp 883574-MS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/02/2020 (Info 666).

13) É legítimo estabelecer no edital de concurso público critério de regionalização. (PROVA)


163

14) É legítimo estabelecer no edital de concurso público limite de candidatos que serão convocados para as
próximas etapas do certame (Cláusula de Barreira). (PROVA)
É constitucional a regra denominada “cláusula de barreira”, inserida em edital de concurso público, que
limita o número de candidatos participantes de cada fase da disputa, com o intuito de selecionar apenas os
concorrentes mais bem classificados para prosseguir no certame.
STF. Plenário. RE 635739/AL, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2014 (Repercussão Geral – Tema
376) (Info 736).

15) O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o
concurso público. (Súmula 266 do STJ) (PROVA)
#ATENÇÃO: A Súmula 266-STJ não se aplica para concursos da magistratura e MP:
A comprovação do triênio de atividade jurídica exigida para o ingresso no cargo de juiz ou membro do MP
deve ocorrer no momento da inscrição definitiva no concurso público. Nesse sentido: STF. Plenário. RE
655265/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 13/4/2016
(Repercussão Geral – Tema 509) (Info 821).

Vale ressaltar também que existem alguns julgados do STF admitindo que a lei e o edital exijam os
requisitos para o cargo no momento da inscrição. Nesse sentido:
O Supremo Tribunal Federal possui jurisprudência no sentido de que o limite de idade, quando
regularmente fixado em lei e no edital de determinado concurso público, há de ser comprovado no
momento da inscrição do certame (STF. 1ª Turma. ARE 840592 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
23/06/2015).

16) Nos concursos públicos para ingresso na Magistratura ou no Ministério Público a comprovação dos requisitos
exigidos deve ser feita na inscrição definitiva e não na posse. (PROVA)
Nesse sentido: STF. Plenário. RE 655265/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin,
julgado em 13/4/2016 (Repercussão Geral – Tema 509) (Info 821).

17) A prorrogação do prazo de validade de concurso público é ato discricionário da Administração, sendo vedado
ao Poder Judiciário o reexame dos critérios de conveniência e oportunidade adotados.
JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 15 DO STJ - CONCURSOS PÚBLICOS III
1) A Administração atua com discricionariedade na escolha das regras do edital de concurso público, desde que
observados os preceitos legais e constitucionais.

2) A exoneração de servidor público em razão da anulação do concurso pressupõe a observância do devido


processo legal, do contraditório e da ampla defesa.

3) O candidato que possui qualificação superior à exigida no edital está habilitado a exercer o cargo a que prestou
concurso público, nos casos em que a área de formação guardar identidade.

4) O Ministério Público possui legitimidade para propor ação civil pública com o objetivo de anular concurso
realizado sem a observância dos princípios estabelecidos na Constituição Federal.

5) A nomeação tardia do candidato por força de decisão judicial não gera direito à indenização.
Essa tese deve ser lida em harmonia com o entendimento do STF: (PROVA)
Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à
indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação de
arbitrariedade flagrante.
STF. Plenário. RE 724347/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado
em 26/2/2015 (Repercussão Geral – Tema 671) (Info 775).

6) O servidor não tem direito à indenização por danos morais em face da anulação de concurso público eivado de
vícios.
164

7) O militar aprovado em concurso público e convocado para a realização de curso de formação tem direito ao
afastamento temporário do serviço ativo na qualidade de agregado.

8) O provimento originário de cargos públicos deve se dar na classe e padrão iniciais da carreira, conforme a
legislação vigente na data da nomeação do servidor.

9) A Administração Pública pode promover a remoção de servidores concursados, sem que isso caracterize, por si
só, preterição aos candidatos aprovados em novo concurso público.

10) Há preterição de candidatos aprovados se as vagas regionalizadas estabelecidas no edital de concurso público
forem preenchidas por remoção lançada posteriormente ao início do certame.

11) O candidato aprovado dentro do número de vagas que requer transferência para o final da lista de classificados
passa a ter mera expectativa de direito à nomeação. (PROVA)
JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 103 DO STJ - CONCURSOS PÚBLICOS IV
1) O Poder Judiciário não pode substituir a banca examinadora do certame e tampouco se imiscuir nos critérios
de atribuição de notas e de correção de provas, visto que sua atuação se restringe ao controle jurisdicional da
legalidade do concurso público e da observância do princípio da vinculação ao edital.

2) A divulgação, ainda que a posteriori, dos critérios de correção das provas dissertativas ou orais não viola, por si
só, o princípio da igualdade, desde que os mesmos parâmetros sejam aplicados uniforme e indistintamente a
todos os candidatos. (PROVA)
#ATENÇÃO: Existe julgado em sentido contrário:
Não é legítima a conduta da banca examinadora de divulgar o espelho de provas com a motivação das
notas após ser contestada na via judicial ou administrativa.
STJ. 2ª Turma. RMS 49.896-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/4/2017 (Info 603).

3) O provimento originário em concurso público não permite a invocação do instituto da remoção para
acompanhamento de cônjuge ou companheiro, em razão do prévio conhecimento das normas expressas no edital
do certame.

4) A administração pública pode anular, a qualquer tempo, o ato de provimento efetivo flagrantemente
inconstitucional, pois o decurso do tempo não possui o condão de convalidar os atos administrativos que afrontem
a regra do concurso público.

5) A investidura em cargo público efetivo submete-se a exigência de prévio concurso público, sendo vedado o
provimento mediante transposição, ascensão funcional, acesso ou progressão.
Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não
integra a carreira na qual anteriormente investido.

6) Na hipótese de abertura de novo concurso público dentro do prazo de validade do certame anterior, o termo
inicial do prazo decadencial para a impetração do mandado de segurança por candidatos remanescentes é a data
da publicação do novo edital.

7) A nomeação ou a posse tardia de candidato aprovado em concurso público, por força de decisão judicial, não
configura preterição ou ato ilegítimo da Administração Pública a justificar uma contrapartida indenizatória, salvo
situação de arbitrariedade flagrante.

8) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de decisão judicial, à qual atribuída
eficácia retroativa, não gera direito às promoções e às progressões funcionais que alcançariam caso a nomeação
houvesse ocorrido a tempo e a modo.
165

9) A vedação de execução provisória de sentença contra a Fazenda Pública inserida no art. 2º-B da Lei n. 9.494/1997
não incide na hipótese de nomeação e de posse em razão de aprovação em concurso público.
Art. 2º-B. A sentença que tenha por objeto a liberação de recurso, inclusão em folha de pagamento,
reclassificação, equiparação, concessão de aumento ou extensão de vantagens a servidores da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive de suas autarquias e fundações, somente poderá ser
executada após seu trânsito em julgado.

10) A contratação de servidores sem concurso público, quando realizada com base em lei municipal autorizadora,
descaracteriza o ato de improbidade administrativa, em razão da ausência de dolo genérico do gestor público.

11) O titular da conta vinculada ao FGTS tem o direito de sacar o saldo respectivo quando declarado nulo seu
contrato de trabalho por ausência de prévia aprovação em concurso público. (Súmula n. 466/STJ) (Tese julgada
sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 – TEMA 141)
JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 115 DO STJ - CONCURSOS PÚBLICOS V
1) A Justiça do Trabalho não tem competência para decidir os feitos em que se discutem critérios utilizados pela
administração para a seleção e a admissão de pessoal em seus quadros, uma vez que envolve fase anterior à
investidura no emprego público.

2) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar demandas visando a obtenção de prestações trabalhistas, nas
hipóteses em que o trabalhador foi admitido na administração pública pelo regime celetista, antes da Constituição
Federal de 1988 e sem concurso público.

3) As contratações temporárias celebradas pela administração pública, na vigência da Constituição Federal de 1988,
ostentam caráter precário e submetem-se à regra do art. 37, inciso IX, não sendo passíveis de transmutação de sua
natureza eventual pelo decurso do tempo.

4) Não ocorre a decadência administrativa prevista no art. 54 da Lei n. 9.784/1999 em situações de evidente
inconstitucionalidade, como é o caso de admissão de servidores sem concurso público.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé.

5) Não é possível estender a estabilidade excepcional do art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
- ADCT aos servidores contratados sem concurso público após a promulgação da Constituição Federal de 1988.
Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da
administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da
Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada
no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.

6) A contratação de servidores temporários ou o emprego de servidores comissionados, terceirizados ou


estagiários, por si sós, não caracterizam preterição na convocação e na nomeação de candidatos advindos de
concurso público, tampouco autorizam a conclusão de que tenham automaticamente surgido vagas correlatas no
quadro efetivo, a ensejar o chamamento de candidatos aprovados em cadastro de reserva ou fora do número de
vagas previstas no edital.

7) Ocorrida a vacância na titularidade da serventia extrajudicial na vigência da atual Constituição Federal, o


provimento de novo titular deve ser realizado por meio de concurso público, nos termos do art. 236, § 3º, da
CF/1988.
Art. 236 (...) § 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e
títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou
de remoção, por mais de seis meses.
166

8) O direito à liberdade de crença, assegurado pela Constituição, não pode criar situações que importem
tratamento diferenciado - seja de favoritismo, seja de perseguição - em relação a outros candidatos de concurso
público que não professam a mesma crença religiosa.

9) É ilegítima a previsão de edital de concurso público que exige o prévio registro na Delegacia Regional do
Trabalho como condição para que os graduados em Letras ou em Secretariado Bilíngue exerçam a atividade de
Secretário-Executivo.

10) A investigação social em concursos públicos, além de servir à apuração de infrações criminais, presta-se a
avaliar idoneidade moral e lisura daqueles que desejam ingressar nos quadros da administração pública.

11) Em concursos públicos, a inaptidão na avaliação psicológica ou no exame médico exige a devida
fundamentação.

12) É indevida a acumulação de proventos de duas aposentadorias, de cargos públicos não acumuláveis na
atividade, ainda que uma delas seja proveniente do reingresso no serviço público mediante aprovação em
concurso, antes da Emenda Constitucional n. 20/98.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE CONCURSOS PÚBLICOS


💀 TEMAS DIVERSOS
- São inconstitucionais as leis estaduais que concedam isenção do pagamento de taxa de inscrição em
concursos a servidores públicos estaduais. (PROVA)
É inconstitucional lei estadual que isenta servidores públicos da taxa de inscrição em concursos públicos
promovidos pela Administração Pública local, privilegiando, sem justificativa razoável para tanto, um grupo mais
favorecido social e economicamente.
O concurso público é um mecanismo que proporciona a realização concreta dos princípios constitucionais da
isonomia e da impessoalidade, não admitindo discrímen que, ao invés de fomentar a igualdade de acesso aos
cargos e empregos públicos, amplia a desigualdade entre os possíveis candidatos.
A norma estadual questionada não se amolda às hipóteses excepcionais mencionadas, pois promove o
agrupamento de candidatos em dois grupos bem distintos – os que já são servidores públicos e os que não o são
– e concede preferência apenas ao primeiro grupo, resultando em um discrímen desarrazoado e desprovido de
fundamento jurídico.
STF. Plenário. ADI 5818/CE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em
13/5/2022 (Info 1054).
STF. Plenário. ADI 3918/SE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/5/2022 (Info 1054).

- Servidor admitido sem concurso antes da promulgação da CF, ainda que beneficiado pela estabilidade
excepcional do art. 19 do ADCT, não pode ser reenquadrado em novo Plano de Cargos, Carreiras e
Remuneração previsto para servidores efetivos. (PROVA)
É vedado o reenquadramento, em novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, de servidor admitido sem
concurso público antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, mesmo que beneficiado pela
estabilidade excepcional do artigo 19 do ADCT, haja vista que esta regra transitória não prevê o direito à
efetividade, nos termos do artigo 37, II, da Constituição Federal e decisão proferida na ADI 3609 (Rel. Min. DIAS
TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe. 30/10/2014).
STF. Plenário. ARE 1306505/AC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/3/2022 (Repercussão Geral – Tema
1157) (Info 1048).

- Restrição a candidatos com tatuagem.


Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações
excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais. (PROVA)
STF. Plenário. RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/8/2016 (repercussão geral) (Info 835).
167

- O candidato que possua qualificação superior àquela exigida para o cargo, no edital, tem direito de a ele
concorrer. (PROVA)
O candidato aprovado em concurso público pode assumir cargo que, segundo o edital, exige título de Ensino
Médio profissionalizante ou completo com curso técnico em área específica, caso não seja portador desse título
mas detenha diploma de nível superior na mesma área profissional.
Caso concreto: candidato foi aprovado no concurso para o cargo de Técnico de Laboratório – Área Química. O
edital exigia, como qualificação para o exercício do cargo, “ensino médio profissionalizante na área, ou ensino
médio completo com curso técnico na área (Área Química)”. O candidato não possui ensino médio
profissionalizante nem curso técnico na área química. No entanto, ele possui uma qualificação superior e
relacionada com a área: ele é formado em Química (possui bacharelado em Química), além de ter concluído
Mestrado em Química.
STJ. 1ª Seção. REsp 1888049-CE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 22/09/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1094)
(Info 710).

- Se houve determinação judicial para que o Município fizesse contratação temporária em razão da Covid-
19, não se pode dizer que isso configure preterição ilegal de pessoa aprovada no concurso para o mesmo
cargo, sendo que o certame era para cadastro de reserva. #COVID
A contratação temporária de terceiros para o desempenho de funções do cargo de enfermeiro, em decorrência da
pandemia causada pelo vírus Sars-CoV-2, e determinada por decisão judicial, não configura preterição ilegal e
arbitrária nem enseja direito a provimento em cargo público em favor de candidato aprovado em cadastro de
reserva.
STJ. 2ª Turma. RMS 65.757-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 04/05/2021 (Info 695).

- É possível que o candidato a concurso público consiga a alteração das datas e horários previstos no edital
por motivos religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos. #IMPORTANTE (PROVA)
Nos termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível a realização de etapas de concurso público em datas
e horários distintos dos previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivo de crença
religiosa, desde que presentes a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos
e que não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada.
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 19/11, 25/11 e
26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000).

- Estado responde subsidiariamente caso a prova do concurso público seja suspensa ou cancelada por
indícios de fraude; a responsabilidade direta é da instituição organizadora. #IMPORTANTE
O Estado responde subsidiariamente por danos materiais causados a candidatos em concurso público organizado
por pessoa jurídica de direito privado (art. 37, § 6º, da CRFB/88), quando os exames são cancelados por indícios
de fraude.
STF. Plenário. RE 662405, Rel. Luiz Fux, julgado em 29/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 512) (Info 986 – clipping).

- Cabe à Justiça Comum (estadual ou federal) julgar ações contra concurso público realizado por órgãos e
entidades da Administração Pública para contratação de empregados celetistas.
Compete à Justiça comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré-contratual de seleção e de
admissão de pessoal e eventual nulidade do certame em face da Administração Pública, direta e indireta, nas
hipóteses em que adotado o regime celetista de contratação de pessoal.
STF. Plenário. RE 960429/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 5/3/2020 (repercussão geral – Tema 992)
(Info 968).
Modulação dos efeitos
Em 15/02/2020, o STF decidiu modular os efeitos da decisão acima e estabeleceu um marco temporal para a
competência da Justiça Comum (federal ou estadual) para processar e julgar ações ajuizadas por candidatos e
empregados públicos na fase pré-contratual. De acordo com a modulação, os processos que tiveram decisão de
mérito (sentença) até 6/6/2018, data em que foi determinada a suspensão geral dos casos com o mesmo tema,
permanecem na competência da Justiça do Trabalho até o trânsito em julgado e a sua execução.
Foi fixada, portanto, uma nova tese:
168

Compete à Justiça Comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré-contratual de seleção e de
admissão de pessoal e eventual nulidade do certame em face da Administração Pública, direta e indireta, nas
hipóteses em que adotado o regime celetista de contratação de pessoas, salvo quando a sentença de mérito tiver
sido proferida antes de 6 de junho de 2018, situação em que, até o trânsito em julgado e a sua execução, a
competência continuará a ser da Justiça do Trabalho.
STF. Plenário. RE 960429 ED-segundos, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2020 (Repercussão Geral –
Tema 992).

- Justiça Comum deve julgar ação de servidor contratado depois da CF/88, sem concurso público, contra
Município, no qual ele cobra verbas trabalhistas decorrentes desta contratação.
Compete à Justiça comum julgar conflitos entre Município e servidor contratado depois da CF/88, ainda que sem
concurso público, pois, uma vez vigente regime jurídico-administrativo, este disciplinará a absorção de pessoal
pelo poder público.
Logo, eventual nulidade do vínculo e as consequências daí oriundas devem ser apreciadas pela Justiça comum, e
não pela Justiça do Trabalho.
STF. Plenário. ARE 1179455 AgR/PI, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
5/5/2020 (Info 976).

- Justiça Comum deve julgar causa de servidor celetista que passou a ser regido pelo regime estatutário (pós
CF/88).
Compete à Justiça comum processar e julgar causa de servidor público municipal admitido mediante aprovação
em concurso público sob o regime da CLT e que, posteriormente, passou a ser regido pelo estatuto dos servidores
públicos municipais (estatutário).
Caso concreto: o servidor ingressou no serviço público do Município em 1997 no cargo de auxiliar de serviços
gerais sob o regime celetista e, em julho de 2010, passou a ser regido pelo regime estatutário. Em 2013, ele ajuizou
ação na Justiça do Trabalho para pleitear o recolhimento de parcelas do FGTS no período em que esteve regido
pelas regras da CLT.
Como o vínculo do servidor com a administração pública é atualmente estatutário, a competência para julgar a
causa é da Justiça comum, ainda que as verbas requeridas sejam de natureza trabalhista e relativas ao período
anterior à alteração do regime de trabalho.
STF. Plenário. CC 8018/PI, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
19/12/2019 (Info 964).

- É inconstitucional lei estadual que define, como critério de desempate em concurso público, a preferência
pelo servidor público daquele Estado. #IMPORTANTE (PROVA)
É inconstitucional a fixação de critério de desempate em concursos públicos que favoreça candidatos que
pertencem ao serviço público de um determinado ente federativo.
Caso concreto: lei do Estado do Pará previa que, em caso de empate de candidatos no concurso público, teria
preferência para a ordem de classificação o candidato que já pertencesse ao serviço público do Estado do Pará e,
persistindo a igualdade, aquele que contasse com maior tempo de serviço público ao Estado do Pará.
Essa previsão viola o art. 19, III, da CF/88, que veda a criação de distinções entre brasileiros ou preferências entre
si.
STF. Plenário. ADI 5358/PA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/11/2020 (Info 1000).

- É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que afirme ser obrigatória a presença de um


membro do MP nas comissões de concursos públicos da Administração Pública estadual. (PROVA)
A Constituição Estadual não pode determinar que membro do Ministério Público participe de banca de concurso
público relacionado com cargos externos aos quadros da instituição.
Essa não é uma atribuição compatível com as finalidades constitucionais do Ministério Público.
Assim, não pode o ato impugnado exigir a participação do Ministério Público nas bancas de concursos para os
cargos e empregos públicos do Estado.
STF. Plenário. ADI 3841, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 16/06/2020 (Info 985 – clipping).
169

- É inconstitucional dispositivo legal que preveja a possibilidade de o indivíduo aprovado no concurso tomar
posse e entrar em exercício, de imediato, na classe final da carreira. (PROVA)
É inconstitucional lei que preveja a possibilidade de o indivíduo aprovado no concurso público ingressar
imediatamente no último padrão da classe mais elevada da carreira. Essa disposição afronta os princípios da
igualdade e da impessoalidade, os quais regem o concurso público.
Por essa razão, o STF declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 18 da Lei nº 8.691/93.
STF. Plenário. ADI 1240/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 28/2/2019 (Info 932).

- É inconstitucional lei que preveja a integração, no quadro do Tribunal de Contas, de servidores que estejam
à disposição daquela Corte.
É inconstitucional lei estadual que afirma que “o servidor público estadual à disposição do Tribunal de Contas em
30 de novembro de 1994 poderá requerer sua integração ao Quadro Especial de Pessoal do referido Tribunal, no
prazo de 30 (trinta) dias contados da data da publicação desta lei.”
Essa lei viola o princípio do concurso público, previsto no art. 37, II, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 1251/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/8/2020 (Info 985).

- Os serviços sociais autônomos precisam realizar concurso público para contratar seu pessoal?
NÃO. Os serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a
Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de interesse público em cooperação com o ente
estatal, NÃO estão sujeitos à observância da regra de concurso público (art. 37, II, da CF/88) para contratação de
seu pessoal.
STF. Plenário. RE 789874/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/9/2014 (repercussão geral) (Info 759).

- Não se anula prova prática de taquígrafo pelo simples fato de o edital prever que o ditado seria feito com
velocidade crescente e, no dia do teste, o ditado ter sido feito de forma decrescente.
Em concurso para taquígrafo, não se anula prova prática de registro taquigráfico pelo simples fato de o edital
prever que o ditado seria feito com velocidade variável e crescente e, no dia do teste, o ditado ter sido realizado
de forma decrescente.
Não se evidencia que isso, em princípio, gere quebra de isonomia entre os candidatos, além de não haver prejuízo,
aplicando-se o princípio pas de nullité sans grief.
STF. 2ª Turma. RMS 36305/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 17/9/2019 (Info 952).

- Posse em cargo público por menor de idade emancipado.


Ainda que o requisito da idade mínima de 18 anos conste em lei e no edital de concurso público, é possível que o
candidato menor de idade aprovado no concurso tome posse no cargo de auxiliar de biblioteca no caso em que
ele, possuindo 17 anos e 10 meses na data da sua posse, já havia sido emancipado voluntariamente por seus pais
há 4 meses.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.462.659-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1º/12/2015 (Info 576).

💀 MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATOS ENVOLVENDO CONCURSO


- Em regra é dispensável a formação de litisconsório passivo necessário entre os candidatos aprovados em
concursos públicos, há exceções.
Em regra, não é necessário a formação de litisconsórcio passivo necessário entre candidatos de concurso público,
na medida em que eles têm apenas expectativa de direito à nomeação.
Exceções: 1) em concurso público que se destinou à outorga de delegações de serventias extrajudiciais de Notas
e de Registro; 2) em concursos de promoção.
STJ. 1 ª Seção. MS 22.822/DF, Rel. p/ Acórdão Ministra Aussete Magalhães, julgado em 09/09/2020.

- O encerramento do concurso público não conduz à perda do objeto do mandado de segurança que busca
aferir suposta ilegalidade praticada em alguma das etapas do processo seletivo.
O encerramento do concurso público não acarreta a perda do objeto da ação mandamental na qual se discute
suposta ilegalidade praticada em etapa do certame.
STJ. 2ª Turma. REsp 1681156/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 03/10/2017.
170

- Termo inicial do mandado de segurança envolvendo concurso público.


O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de mandado de segurança no qual se discuta regra
editalícia que tenha fundamentado eliminação em concurso público é a data em que o candidato toma ciência do
ato administrativo que determina sua exclusão do certame, e não a da publicação do edital do certame.
STJ. Corte Especial. REsp 1.124.254-PI. Rel. Min. Sidnei Beneti. Julgado em 1/7/2014 (lnfo 545).

- O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de mandado segurança, na hipótese em que o
candidato aprovado em concurso público não é nomeado, é o término do prazo de validade do concurso.
Somente depois de expirado o prazo de validade do concurso, e não havendo a nomeação regular do candidato
classificado, é que haverá o termo inicial do prazo decadencial para a ação de mandado de segurança.
STJ. 2ª Turma. RMS 55464/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 21/11/2017.
STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1417814/SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 11/09/2018.

- Termo inicial do MS questionando limite de idade em concurso público.


Segundo decidiu o STJ, o prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra limitação de idade em
concurso público conta-se da ciência do ato administrativo que determina a eliminação do candidato pela idade,
e não da publicação do edital que prevê a regra da limitação.
O STJ possui diversos precedentes afirmando que a norma editalícia, genérica e abstrata, que prevê a apresentação
de documentos que comprovem a idade limite, somente terá eficácia para alterar a posição jurídica do candidato
quando for materializada e individualizada, afastando-o do certame. Assim, o termo a quo para a fluência do prazo
decadencial é o ato administrativo que determina a eliminação do candidato, e não a publicação do edital.
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 258950/BA, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 07/03/2013.

- Termo inicial do MS questionando reprovação em exame psicotécnico ou em teste físico.


O prazo para o MS começou a contar do dia em que foi publicado o Edital do concurso (no qual estavam previstos
os critérios do exame) ou da data em que foi divulgado o resultado do teste psicotécnico?
Conta-se da data da publicação do resultado do exame psicotécnico.
O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de mandado de segurança no qual se discute a eliminação
de candidato em concurso público em razão de reprovação em teste de aptidão física é a data da publicação da
eliminação, e não a da publicação do edital do certame.
É a partir da efetiva produção de efeitos concretos da regra editalícia — materializada no ato de eliminação do
candidato — que deve ser observado o prazo de 120 dias para a impetração do writ.
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 202442-RO, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 9/10/2012 (Info 506).
STJ. 2ª Turma. AgRg no RMS 36798-MS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 9/10/2012 (Info 507).

- Pedido de nomeação do candidato após ser aprovado por força de questão anulada.
Segundo decidiu o STJ, na hipótese em que houver, em ação autônoma, o reconhecimento da nulidade de
questões de concurso público, o termo inicial do prazo para que o candidato beneficiado impetre mandado de
segurança objetivando sua nomeação no cargo público será a data do trânsito em julgado da decisão judicial. Isso
porque o candidato favorecido pela decisão judicial somente passa a ter direito líquido e certo à nomeação a partir
da referida data.
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1284773-AM, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23/4/2013 (Info 522).

- Governador é parte ilegítima para MS contra ato de concurso estadual.


O Governador do Estado é parte ilegítima para figurar como autoridade coatora em mandado de segurança no
qual o impetrante busque a atribuição da pontuação referente a questão de concurso público realizado para o
provimento de cargos do quadro de pessoal da respectiva unidade federativa.
STJ. 2ª T. AgRg no RMS 37924-GO, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado 9/4/13 (Info 519).

💀 CLÁUSULA DE BARREIRA
- Cláusula de barreira em concurso público é constitucional.
É constitucional a regra denominada “cláusula de barreira”, inserida em edital de concurso público, que limita o
número de candidatos participantes de cada fase da disputa, com o intuito de selecionar apenas os concorrentes
mais bem classificados para prosseguir no certame.
171

STF. Plenário. RE 635739/AL, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2014 (Info 736).

💀 COTAS
- Constitucionalidade do sistema de cotas raciais em concursos públicos.
A Lei nº 12.990/2014 estabeleceu uma cota aos negros de 20% das vagas em concursos públicos realizados no
âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das
sociedades de economia mista controladas pela União.
O STF declarou que essa Lei é constitucional e fixou a seguinte tese de julgamento:
"É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos
e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta.”

- Além da autodeclaração, é possível que a Administração Pública adote critérios de heteroidentificação


para analisar se o candidato se enquadra nos parâmetros da cota. (PROVA)
A Lei nº 12.990/2014 estabeleceu uma cota aos negros de 20% das vagas em concursos públicos da administração
pública federal, direta e indireta.
Segundo o art. 2º da Lei, poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos negros aqueles que se
autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito cor ou raça utilizado
pelo IBGE. Trata-se do chamado critério da autodeclaração.
O STF afirmou que este critério é constitucional. Entretanto, é possível também que a Administração Pública adote
um controle heterônomo, sobretudo quando existirem fundadas razões para acreditar que houve abuso na
autodeclaração.
Assim, é legítima a utilização de critérios subsidiários de heteroidentificação dos candidatos que se declararam
pretos ou pardos.
A finalidade é combater condutas fraudulentas e garantir que os objetivos da política de cotas sejam efetivamente
alcançados. Vale ressaltar que tais critérios deverão respeitar a dignidade da pessoa humana e assegurar o
contraditório e a ampla defesa.
Exemplos desse controle heterônomo: exigência de autodeclaração presencial perante a comissão do concurso;
exigência de apresentação de fotos pelos candidatos; formação de comissões com composição plural para
entrevista dos candidatos em momento posterior à autodeclaração.
Essa conclusão do STF foi resumida na seguinte tese de julgamento:
"É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que
respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa".
STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868).

- Candidato só pode ser excluído de concurso público por não se enquadrar na cota para negros se houver
contraditório e ampla defesa. (PROVA)
A exclusão do candidato, que concorre à vaga reservada em concurso público, pelo critério da heteroidentificação,
seja pela constatação de fraude, seja pela aferição do fenótipo ou por qualquer outro fundamento, exige o
franqueamento do contraditório e da ampla defesa.
STJ. 2ª Turma. RMS 62.040-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 17/12/2019 (Info 666).

💀 TESTE FÍSICO
- A exigência de teste de aptidão física é legítima quando prevista em lei, guardar relação de pertinência
com as atividades a serem desenvolvidas, estiver pautada em critérios objetivos e for passível de recurso.
Em concurso público, o teste de capacidade física somente pode ser exigido se: (PROVA)
a) houver previsão na lei que criou o cargo (não pode ser previsto apenas no edital do certame);
b) tiver relação (razoabilidade) com as funções do cargo;
c) estiver pautado em critérios objetivos;
d) for passível de recurso.
STJ. 1ª Turma. AgInt nos EDcl no RMS 56.200/PE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 07/08/2018.
STJ. 2ª Turma. AgRg no RMS 39.181/BA, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 11/11/2014.
STJ. 6ª Turma. RMS 26.927/RO, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 04/08/2011.
172

- É inconstitucional ato normativo que exclui o direito dos candidatos com deficiência à adaptação razoável
em provas físicas de concursos públicos. #IMPORTANTE (PROVA)
A exclusão da previsão de adaptação das provas físicas para candidatos com deficiência viola o bloco de
constitucionalidade composto pela Constituição Federal e pela Convenção Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência – CDPD (Decreto Legislativo 186/2008), incorporada à ordem jurídica brasileira com o
“status” de Emenda Constitucional, na forma do art. 5º, § 3º, da CF/88.
Duas teses fixadas pelo STF para o tema:
1) É inconstitucional a interpretação que exclui o direito de candidatos com deficiência à adaptação razoável em
provas físicas de concursos públicos.
2) É inconstitucional a submissão genérica de candidatos com e sem deficiência aos mesmos critérios em provas
físicas, sem a demonstração da sua necessidade para o exercício da função pública.
STF. Plenário. ADI 6476/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2021 (Info 1028).

- Os candidatos possuem direito à segunda chamada nos testes físicos em concursos públicos?
#IMPORTANTE
REGRA: NÃO.
Os candidatos em concurso público NÃO têm direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão física em
razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo se houver previsão no
edital permitindo essa possibilidade.
STF. Plenário. RE 630733/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. em 15/5/2013 (repercussão geral) (Info 706).
STJ. 1ªTurma. REsp 1.597.570/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 25/10/2018.
STJ. 2ªTurma REsp 1.721.068/MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 08/05/2018.
EXCEÇÃO: as candidatas gestantes possuem.
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua realização,
independentemente da previsão expressa em edital do concurso público.
STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, j. em 21/11/2018 (repercussão geral) (Info 924).
É constitucional a remarcação de curso de formação para o cargo de agente penitenciário feminino de candidata
que esteja lactante à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso
público.
STJ. 1ª Turma. RMS 52.622-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 26/03/2019 (Info 645).

- É válida a alteração na ordem de aplicação das provas do teste físico desde que anunciada com
antecedência. (PROVA)
A simples alteração na ordem de aplicação das provas de teste físico em concurso público, desde que anunciada
com antecedência e aplicada igualmente a todos, não viola direito líquido e certo dos candidatos inscritos.
Ex: o edital inicial dizia que, no dia da prova de esforço físico, o teste de equilíbrio seria o primeiro e a corrida o
último; depois foi publicado um novo edital alterando a ordem.
STJ. 1ª Turma. RMS 36.064-MT, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 13/6/2017 (Info 608).

💀 PSICOTÉCNICO
- Validade do psicotécnico, desde que previsto em lei e no edital, realizado segundo critérios objetivos e com
a possibilidade de recurso.
É admitida a realização de exame psicotécnico em concursos públicos se forem atendidos os seguintes requisitos:
previsão em lei, previsão no edital com a devida publicidade dos critérios objetivos fixados e possibilidade de
recurso.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.429.656-PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, j. em 11/2/2014 (Info 535).

- Se o exame psicotécnico for anulado, a regra é que o candidato seja submetido a novo teste.
No caso de declaração de nulidade de exame psicotécnico previsto em lei e em edital, é indispensável a realização
de nova avaliação, com critérios objetivos, para prosseguimento no certame.
STF. Plenário. RE 1133146 RG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/09/2018 (Repercussão Geral - Tema 1009).
Declarada a nulidade do exame psicotécnico, diante da existência de ilegalidade na avaliação, o candidato deve
submeter-se a novo exame.
173

Não é admissível que o candidato prossiga nas demais fases do concurso sem ter obtido aprovação na etapa do
exame psicotécnico.
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1529021/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 06/12/2018.

- Ação questionando critérios do psicotécnico previstos no edital deve ser proposta contra a entidade que
promoveu o concurso (e não contra a instituição contratada).
Em ação ordinária na qual se discute a eliminação de candidato em concurso público – em razão da subjetividade
dos critérios de avaliação de exame psicotécnico previstos no edital – a legitimidade passiva será da entidade
responsável pela elaboração do certame.
Ex: o Estado do ES abriu concurso para agente penitenciário. O CESPE foi contratado para realizar as provas. João
inscreveu-se no certame e foi aprovado nas provas teóricas, tendo sido, contudo, reprovado no exame
psicotécnico. Diante disso, João quer ajuizar ação ordinária questionando os critérios de avaliação do exame
psicotécnico previstos no edital sob o argumento de que eles eram subjetivos. Essa ação terá que ser proposta
contra o Estado do ES (e não contra o CESPE).
STJ. 1ª Turma. REsp 1.425.594-ES, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 7/3/2017 (Info 600).

💀 INVESTIGAÇÃO SOCIAL
- Impedir que candidato prossiga no concurso público para ingresso porque foi usuário de drogas há sete
anos acaba por aplicá-lo uma sanção de caráter perpétuo. #IMPORTANTE (PROVA)
Impedir que candidato em concurso público que já é integrante dos quadros da Administração prossiga no
certame para ingresso nas fileiras da Política Militar na fase de sindicância de vida pregressa, fundada em relato
do próprio candidato no formulário de ingresso na corporação de que foi usuário de drogas há sete anos, acaba
por aplicá-lo uma sanção de caráter perpétuo, dado o grande lastro temporal entre o fato tido como desabonador
e o momento da investigação social.
STJ. 2ª Turma. AREsp 1.806.617-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 01/06/2021 (Info 699).

- Não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo
simples fato de responder a inquérito ou a ação penal, salvo se essa restrição for instituída por lei e se
mostrar constitucionalmente adequada. #IMPORTANTE (PROVA)
Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso
público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a ação penal.
STF. Plenário. RE 560900/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5 e 6/2/2020 (repercussão geral – Tema 22)
(Info 965).

- O simples fato de o candidato responder a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado não
pode, por si só, implicar a sua eliminação do certame.
A jurisprudência entende que o fato de haver instauração de inquérito policial ou propositura de ação penal contra
candidato, por si só, não pode implicar a sua eliminação.
A eliminação nessas circunstâncias, sem o necessário trânsito em julgado da condenação, violaria o princípio
constitucional da presunção de inocência.
Assim, em regra, para que seja configurado antecedente criminal, é necessário o trânsito em julgado.
STJ. 2ª Turma. AgRg no RMS 39.580-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. em 11/2/2014 (Info 535).

💀 TÍTULOS
- Prova de títulos: classificatória.
As provas de títulos em concurso público para provimento de cargos públicos efetivos na Administração Pública,
em qualquer dos Poderes e em qualquer nível federativo, não podem ter natureza eliminatória.
A finalidade da prova de títulos ê, unicamente, a de classificar os candidatos, sem jamais justificar sua eliminaçào
do certame.
STF. 1ª Turma. MS 31176/DF e MS 31074/DF. Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 2/9/2014 (lnfo 757).

- É constitucional lei estadual que preveja que o exercício da advocacia deve ser considerado como título
em concursos para cartório.
O exercício da advocacia é critério adequado para a atribuição de título em concursos para carreiras jurídicas.
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Assim, é constitucional lei estadual que preveja que o exercício da advocacia deve ser considerado como título em
concursos para cartório (serventias notariais e de registro).
STF. Plenário. ADI 3760, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 15/04/2020 (Info 976).

💀 OUTRAS FASES
- Momento para comprovação do limite de idade.
O limite de idade, quando regularmente fixado em lei e no edital de determinado concurso público, há de ser
comprovado no momento da inscrição no certame.
STF. 1ª Turma. ARE 840.592/CE, Min. Roberto Barroso, julgado em 23/6/2015 (Info 791).

- A limitação de idade, sexo e altura para o ingresso na carreira militar é válida desde que haja previsão
em lei específica e no edital do concurso público.
É razoável, dada a natureza e as peculiaridades do cargo, exigir-se altura mínima para o ingresso em carreira militar,
devendo esse requisito, contudo, encontrar previsão legal e não apenas editalícia.
A jurisprudência dos Tribunais Superiores é pacífica no sentido de que é constitucional a exigência de altura mínima
para o ingresso em carreiras militares, desde que haja previsão legal específica.
Somente lei formal pode impor condições para o preenchimento de cargos, empregos ou funções públicas.
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1590450/PE, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 19/10/2017.
STF. 2ª Turma. ARE 1073375 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/03/2018.
Não fere direitos dos candidatos a disposição do edital do certame que prevê limites mínimo e máximo de idade
para o ingresso na carreira militar, em razão da atividade peculiar nela exercida, desde que tal limitação esteja
prevista em legislação específica.
STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 51864/SE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 21/03/2017.

- É válida a comprovação da escolaridade por outros meios além do diploma. (PROVA)


Candidato foi aprovado em concurso público que exige nível superior.
Candidato não conseguiu juntar o diploma, mas comprovou a conclusão do curso superior por outros meios. Isso
é válido.
Ainda que exigido pelo edital, não pode a falta da apresentação do diploma ser óbice a assunção de cargo público
ou mesmo a contabilização de título em concurso, se por outros documentos idôneos se comprove a conclusão
do curso superior, mesmo que pendente alguma formalidade para a expedição do diploma.
STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1713037/DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 16/12/2019.
Ainda que exigido pelo edital, não pode a falta da apresentação do diploma ser óbice a assunção de cargo público
ou mesmo a contabilização de título em concurso, se por outros documentos idôneos se comprovem a conclusão
do curso superior, mesmo que pendente alguma formalidade para expedição do diploma.
STJ. 2ª Turma. REsp 1784621/BA, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 21/03/2019.

- A candidata que está amamentando (lactante) na época do curso de formação para o cargo de agente
penitenciário tem direito de fazer o curso em um período posterior. (PROVA)
É constitucional a remarcação de curso de formação para o cargo de agente penitenciário feminino de candidata
que esteja lactante à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso
público.
STJ. 1ª Turma. RMS 52.622-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 26/03/2019 (Info 645).

- Convocação do candidato aprovado apenas pelo diário oficial sendo que todas as demais haviam sido
feitas também pela internet.
A convocação de candidato para a fase posterior de concurso público não pode ser realizada apenas pelo diário
oficial na hipótese em que todas as comunicações anteriores tenham ocorrido, conforme previsão editalícia de
divulgação das fases do concurso, também pela internet.
STJ. 2ª Turma. AgRg no RMS 33.696-RN. Rel. Min. Eliana Calmon. DJe 22/4/2013 (Info 522).
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💀 APROVAÇAO E DIREITO À NOMEAÇÃO


- Direito subjetivo a nomeação. #IMPORTANTE
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade
do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeaçào dos candidatos aprovados fora das vagas
previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração,
caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca necessidade
de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo
candidato.
Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas seguintes
hipóteses:
a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;
b) quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação; e
c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a
preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima.
STF. Plenário RE 837311/PI, Rel. Min. Luiz Fux. Julgado em 09/12/201S (repercussão geral) (lnfo 811).

- Administração reclassificou o candidato para dentro do número de vagas; posteriormente esse ato foi
anulado; persiste o direito subjetivo à nomeação.
A reclassificação do candidato para dentro do número de vagas oferecidas no edital de abertura de concurso
público, operada em razão de ato praticado pela Administração Pública, confere-lhe o direito público subjetivo ao
provimento no cargo público, ainda que durante a vigência do ato não tenha sido providenciada a sua nomeação
e que, em seguida, o ato de que derivada a reclassificação tenha sido posteriormente anulado.
Caso concreto: João participou de concurso para uma única vaga em determinada lotação. Classificou-se na
segunda colocação, de forma que estaria em posição de eliminação de acordo com o edital. Ocorre que o referido
regramento foi revogado e houve nova publicação da lista de aprovados, contemplando-se todos aqueles que
antes eram considerados eliminados. No entanto, as idas e vindas do certame ensejaram um novo edital que
anulou o referido anteriormente a fim de novamente restringir o número de candidatos considerados aprovados
e classificados, mas salvaguardou o direito adquirido dos servidores nomeados.
STJ. 2ª Turma. RMS 62.093-TO, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 24/05/2022 (Info 738).

- Surgimento de novas vagas + necessidade do provimento + inexistência de restrição orçamentária =


direito subjetivo à nomeação.
O candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas tem direito subjetivo à nomeação caso
surjam novas vagas durante o prazo de validade do certame, haja manifestação inequívoca da administração sobre
a necessidade de seu provimento e não tenha restrição orçamentária.
STJ. 1ª Seção. MS 22.813-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/06/2018 (Info 630).

- O candidato aprovado fora do número de vagas, mas que fique dentro do número de vagas em virtude da
desistência de alguém melhor colocado, passa a ter direito subjetivo de ser nomeado.
A desistência de candidatos melhor classificados em concurso público convola a mera expectativa em direito
líquido e certo, garantindo a nomeação dos candidatos que passarem a constar dentro do número de vagas
previstas no edital.
STJ. 1ª Turma. RMS 53.506-DF, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 26/09/2017 (Info 612).
STJ. 2ª Turma. RMS 52.251/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 05/09/2017.
STF. 1ª Turma. ARE 1058317 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 01/12/2017.

- A desistência de candidato aprovado dentro do numero de vagas previsto no edital do concurso após o
prazo de validade do certame, não faz surgir o direito de nomeação, por ausência de previsão legal.
Os candidatos aprovados fora do número de vagas previstas no edital não possuem direito líquido e certo à
nomeação, salvo nas hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da Administração.
É também pacífico o entendimento que a expectativa de direito se transforma em direito subjetivo à nomeação
nas situações em que o candidato, aprovado fora do número de vagas, passe a figurar, devido à desistência de
aprovados classificados em colocação superior, dentro do quantitativo ofertado no edital do concurso.
176

No entanto, não existe direito líquido e certo à nomeação no caso a desistência do candidato mais bem classificado
– e que deu origem à vaga para o impetrante – ocorreu após o prazo de validade do concurso.
Assim, se a desistência dos candidatos aprovados em melhores posições se deu após o prazo de validade do
certame, isso não garante o direito à nomeação para o candidato que estava aguardando.
STJ. 2ª Turma. AgInt no RMS 63676/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/03/2021.

- Pandemia, crise econômica e limite prudencial atingido para despesas com pessoal não são motivos
suficientes para se deixar de nomear o candidato aprovado dentro do número de vagas do concurso público.
Para a recusa à nomeação de aprovados dentro do número de vagas em concurso público devem ficar
comprovadas as situações excepcionais elencadas pelo Supremo Tribunal Federal no RE 598.099/MS, não sendo
suficiente a alegação de estado das coisas - pandemia, crise econômica, limite prudencial atingido para despesas
com pessoal -, tampouco o alerta da Corte de Contas acerca do chamado limite prudencial.
A recusa à nomeação dos candidatos aprovados dentro do número de vagas deve ser a última das alternativas,
somente sendo adotada quando realmente já não houver outra saída para a Administração Pública.
STJ. 1ª Turma. RMS 66316-SP, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), julgado
em 19/10/2021 (Info 715).

- O prazo para se questionar a preterição de nomeação de candidato em concurso público é de 5 anos,


contado da data em que o outro servidor foi nomeado no lugar do aprovado. #IMPORTANTE
Nos casos de preterição de candidato na nomeação em concurso público, o termo inicial do prazo prescricional
quinquenal recai na data em que foi nomeado outro servidor no lugar do aprovado no certame.
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1.643.048-GO, Rel. Min. Assusete Magalhães, j. em 05/03/2020 (Info 668).

- Posse em cargo público por determinação judicial e dever de indenizar.


O candidato que teve postergada a assunção em cargo por conta de ato ilegal da Administração tem direito a
receber a remuneração retroativa?
REGRA: NÃO. Não cabe indenização a servidor empossado por decisão judicial sob o argumento de que houve
demora na nomeação. Dito de outro modo, a nomeação tardia a cargo público em decorrência de decisão judicial
não gera direito à indenização.
EXCEÇÃO: será devida indenização se ficar demonstrado, no caso concreto, que o servidor não foi nomeado logo
por conta de uma situação de arbitrariedade flagrante.
“Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à indenização,
sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade
flagrante.”
STF. Plenário. RE 724347/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em
26/2/2015 (repercussão geral) (Info 775).

- A nomeação tardia de candidato aprovado em concurso não gera direito à indenização, ainda que a
demora tenha origem em erro reconhecido pela própria Administração Pública.
O entendimento acima do STF aplica-se mesmo que o erro tenha sido reconhecido administrativamente pelo
Poder Público (e não por decisão judicial).
Assim, a nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público não gera direito à indenização, ainda
que a demora tenha origem em erro reconhecido pela própria Administração Pública.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.238.344-MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 30/11/2017 (Info 617).

- A nomeação tardia a cargo público em decorrência de decisão judicial não gera direito à promoção
retroativa.
A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial, à qual atribuída eficácia
retroativa, não gera direito às promoções ou progressões funcionais que alcançariam houvesse ocorrido, a tempo
e modo, a nomeação.
STF. Plenário. RE 629392 RG/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado8/6/2017 (repercussão geral) (lnfo 868).
177

💀 TEORIA DO FATO CONSUMADO E CONCURSO PÚBLICO


- Não se aplica a teoria do fato consumado a candidato que assumiu o cargo por força de decisão precária
posteriormente revertida.
Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob
fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência de execução
provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou
modificado.
Igualmente incabível, em casos tais, invo:ar o princípio da segurança jurídica ou o da proteção da confiança
Legítima.
A posse ou o exercício em cargo público por força de decisão judicial de caráter provisório não implica a
manutenção, em definitivo, do candidato que não atende a exigência de prévia aprovação em concurso pública
(art. 37, 11, da CF/88), valor constitucional que prepondera sobre o interesse individual do candidato, que não
pode invocar, na hipótese, o princípio da proteção da confiança legítima, pois conhece a precariedade da medida
judicial.
Em suma, não se aplica a teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público por força de
decisão judicial provisória posteriormente revista.
STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min. Teori Zavascki. Julgado 7/8/2014 (repercussão geral) (lnfo 753).
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 474.423/RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 04/04/2017.

- Não se pode cassar a aposentadoria do servidor que ingressou por força de provimento judicial precário e
se aposentou durante o processo, antes da decisão ser reformada.
Em regra, não produzem fato consumado a posse e o exercício em cargo público decorrentes de decisão judicial
tomada à base de cognição não-exauriente.
Em outras palavras, não se aplica a teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público por
força de decisão judicial provisória posteriormente revista. Trata-se do entendimento firmado no RE 608482/RN
(Tema 476).
A situação é diferente, contudo, se a pessoa, após permanecer vários anos no cargo, conseguiu a concessão de
aposentadoria. Neste caso, em razão do elevado grau de estabilidade da situação jurídica, o princípio da proteção
da confiança legítima incide com maior intensidade. Trata-se de uma excepcionalidade que autoriza a distinção
(distinguish) quanto ao leading case do RE 608482/RN (Tema 476).
STF. 1ª Turma. RE 740029 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/8/2018 (Info 911).
Quando o exercício do cargo foi amparado por decisões judiciais precárias e o servidor se aposentou, antes do
julgamento final de mandado de segurança, por tempo de contribuição durante esse exercício e após legítima
contribuição ao sistema, a denegação posterior da segurança que inicialmente permitira ao servidor prosseguir no
certame não pode ocasionar a cassação da aposentadoria.
STJ. 1ª Seção. MS 10.558-DF. Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/2/2017 (lnfo 600).

- Em casos excepcionais, em que a restauração da estrita legalidade ocasionaria mais danos sociais que a
manutenção da situação consolidada pelo decurso do tempo, a jurisprudência do STJ é firme no sentido de
admitir a aplicação da teoria do fato consumado.
Em regra, o STJ acompanha o entendimento do STF e decide que é inaplicável a teoria do fato consumado aos
concursos públicos, não sendo possível o aproveitamento do tempo de serviço prestado pelo servidor que tomou
posse por força de decisão judicial precária, para efeito de estabilidade.
Contudo, em alguns casos, o STJ afirma que há a solidificação de situações fáticas ocasionada em razão do
excessivo decurso de tempo entre a liminar concedida e os dias atuais, de maneira que, a reversão desse quadro
implicaria inexoravelmente em danos desnecessários e irreparáveis ao servidor.
Em outras palavras, o STJ entende que existem situações excepcionais nas quais a solução padronizada ocasionaria
mais danos sociais do que a manutenção da situação consolidada, impondo-se o distinguishing, e possibilitando
a contagem do tempo de serviço prestado por força de decisão liminar, em necessária flexibilização da regra.
Caso concreto: determinado indivíduo prestou concurso para o cargo de Policial Rodoviário Federal e foi aprovado
nas provas teóricas, tendo sido, contudo, reprovado em um dos testes práticos. O candidato propôs mandado de
segurança questionando esse teste. O juiz concedeu a liminar determinando a nomeação e posse, o que ocorreu
em 1999. Em sentença, o magistrado confirmou a liminar e julgou procedente o pedido do autor. Anos mais tarde,
o TRF, ao julgar a apelação, entendeu que a exigência do teste prático realizado não continha nenhum vício. Em
178

virtude disso, reformou a sentença. O servidor, contudo, continuou cautelarmente no cargo até 2020, quando
houve o trânsito em julgado da decisão contrária ao seu pleito. O STJ assegurou a manutenção definitiva do
impetrante no cargo.
STJ. 1ª Turma. AREsp 883.574-MS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/02/2020 (Info 666).
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1569719/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 08/10/2019.

💀 CONTROLE DE QUESTÕES DE CONCURSOS PELO PODER JUDICIÁRIO


- Controle de questões de concurso pelo Poder Judiciário.
É possível que o Poder Judiciário anule questão objetiva de concurso público que foi elaborada de maneira
equivocada? É possível que seja alterada a pontuação dada ao candidato na questão sob o argumento de que a
correção feita pela banca foi inadequada?
REGRA: NÃO. Os critérios adotados por banca examinadora de concurso público não podem ser revistos pelo
Poder Judiciário. Não é possível controle jurisdicional sobre o ato administrativo que corrige questões de concurso
público. Não compete ao Poder Judiciário substituir a banca examinadora para reexaminar o conteúdo das
questões e os critérios de correção utilizados.
EXCEÇÃO: apenas em casos de flagrante ilegalidade ou inconstitucionalidade, a Justiça poderá ingressar no mérito
administrativo para rever critérios de correção e de avaliação impostos pela banca examinadora.
STF. Plenário. RE 632853/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado 23/4/2015 (repercussão geral) (Info 782).

- O grave erro no enunciado – reconhecido pela própria banca examinadora – constitui flagrante ilegalidade
apta a ensejar a nulidade da questão.
O STF, em recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, firmou a seguinte tese: "Não compete ao
Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca examinadora para avaliar respostas dadas pelos
candidatos e notas a elas atribuídas" (RE 632.853).
Do voto condutor do mencionado acórdão, percebe-se que a tese nele constante buscou esclarecer que o Poder
Judiciário não pode avaliar as respostas dadas pelo candidato e as notas a eles atribuídas se for necessário apreciar
o conteúdo das questões ou os critérios utilizados na correção, exceto se flagrante a ilegalidade.
Ao analisar uma prova para o cargo de assessor do MPRS, o STJ decidiu anular uma das questões discursivas pelo
fato de que ela possuía um grave erro no enunciado, o que prejudicou o candidato na elaboração de sua resposta.
No enunciado da questão constou a expressão “permissão de saída”, mas na verdade o examinador queria saber
sobre a “saída temporária”, tanto que a resposta padrão do gabarito envolvia este segundo instituto. Houve,
portanto, uma troca dos conceitos.
A própria comissão examinadora reconheceu que houve o erro no enunciado, mas afirmou que isso não atrapalhou
os candidatos e, por isso, manteve as notas.
O STJ, contudo, não concordou com isso e anulou a questão. Se a própria banca examinadora reconhece o erro
na formulação da questão, não se pode fechar os olhos para tal constatação ao simplório argumento de que
referido erro não influiria na análise do enunciado pelo candidato.
Vale ressaltar que o STJ afirmou que esta anulação não contraria o que decidiu o STF no julgamento do RE 632.853
por duas razões:
1) o candidato não está buscando que o Poder Judiciário reexamine o conteúdo da questão ou o critério de
correção para decidir se a resposta dada por ele está ou não correta. Em outras palavras, não se quer que recorrija
a prova. O que o impetrante pretende é que seja reconhecido que o enunciado da questão apresenta um erro
grave insuperável.
2) o STF decidiu que, em regra, não é possível a anulação de questões de concurso, salvo se houver ilegalidade a
permitir a atuação do Poder Judiciário. Em outras palavras, existe uma “exceção” à tese fixada no RE 632.853. E, no
presente caso, estamos diante de uma flagrante ilegalidade da banca examinadora.
STJ. 2ª Turma. RMS 49.896-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/4/2017 (Info 603).

- O espelho de prova, com a motivação da avaliação do candidato, deve ser apresentado antes ou durante
a divulgação do resultado, sob pena de nulidade.
A banca examinadora do certame, por ocasião da divulgação dos resultados das provas, deve demonstrar, de
forma clara e transparente, que os critérios de avaliação previstos no edital foram devidamente considerados, sob
pena de nulidade da avaliação.
179

As informações constantes dos espelhos de provas subjetivas representam a motivação do ato administrativo,
consistente na atribuição de nota ao candidato.
Essa motivação deve ser apresentada anteriormente ou concomitante à prática do ato administrativo, pois caso se
permita a motivação posterior, isso pode dar ensejo para que se fabriquem, forjem ou criem motivações.
Não é legítima a conduta da banca examinadora de divulgar o espelho de provas com a motivação das notas após
ser contestada na via judicial ou administrativa.
Destaque-se também que não há fundamentação válida se a banca apenas divulga critérios muito subjetivos e a
nota global dos candidatos, desacompanhados do padrão de resposta e das notas atribuídas para cada um dos
critérios adotados.
STJ. 2ª Turma. RMS 49.896-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/4/2017 (Info 603).
Obs.: Existe precedente em sentido contrário. Veja:
O objetivo dos certames públicos de provas ou provas e títulos, previstos nos incisos I a IV do art. 37 da
Constituição Federal para ingresso no serviço público, é assegurar a observância do princípio constitucional da
isonomia, razão pela qual a divulgação, ainda que a posteriori, dos critérios de correção das provas dissertativas
não viola, só por si, o princípio da igualdade, desde que os mesmos parâmetros sejam uniforme e indistintamente
aplicados a todos os candidatos.
STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 51.969/MS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 08/08/2017.

- Desnecessidade de pormenorização exaustiva no edital.


No edital de concurso público não é necessária a previsão exaustiva de subtemas pertencentes ao tema principal
de que poderão ser referidos nas questões do certame.
STJ. Corte Esepcial. MS 24.453/DF, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 17/06/2020.

- É possível cobrar questões sobre jurisprudência no concurso mesmo que o edital não preveja que irá exigir
dos candidatos conhecimentos acerca dos entendimentos dos Tribunais Superiores.
Exemplo: determinado concurso cobrou questão envolvendo o entendimento do STJ acerca do inquérito policial.
O candidato se insurgiu contra isso afirmando que o edital não previa a exigência dos entendimentos dos Tribunais
Superiores.
O STJ considerou válida a pergunta. Isso porque o edital do concurso previa o conhecimento dos candidatos sobre
o tema “Inquérito Policial”.
O fato de o edital não fazer menção expressa que exigiria do candidato o conhecimento acerca do entendimento
dos Tribunais Superiores não é, por si só, óbice que impeça a banca examinadora de promover a cobrança de
assuntos de forma multidisciplinar. Os concursos, não raras vezes, exigem dos candidatos a capacidade de
examinar a matéria sob o ponto de vista de um sistema de normas, diplomas e posicionamentos jurisprudenciais
que se relacionam entre si.
STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 50769/BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 01/03/2018.

A banca examinadora pode exigir conhecimento sobre legislação superveniente à publicação do edital,
desde que vinculada às matérias nele previstas.
Em determinado concurso público foram exigidos dos candidatos conhecimentos a respeito da EC 45/2004, que
foi promulgada depois da publicação do edital do certame.
O STJ considerou válidas as questões. Isso porque o edital do concurso previa o tema “Poder Judiciário”, e a EC
45/2004 foi editada justamente com o objetivo de alterar a estrutura do Judiciário pátrio.
Logo, conclui-se que a banca examinadora não se desvinculou do conteúdo programático e, por conseguinte, não
violou o princípio da legalidade.
É cabível a exigência, pela banca examinadora de concurso público, de legislação superveniente à publicação do
edital, quando este não veda expressamente tal cobrança.
STJ. 6ª Turma. AgRg no RMS 22730/ES, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 20/4/2010.

(PROVA) V - as FUNÇÕES DE CONFIANÇA, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os
CARGOS EM COMISSÃO, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
180

CARGO EM COMISSÃO (PROVA) FUNÇÃO DE CONFIANÇA (PROVA)


Exercido por qualquer pessoa, observado o percentual Exercida exclusivamente por servidor ocupante de
mínimo previsto em lei reservado ao servidor de carreira. cargo efetivo.

Com concurso público, já que somente pode


Sem concurso público, ressalvado o percentual mínimo
exercê-la o servidor de cargo efetivo, mas a função
reservado ao servidor de carreira.
em si não é imprescindível de concurso público.

Destina-se apenas às atribuições de direção, chefia e Destina-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento. assessoramento.

De livre nomeação e exoneração no que se refere à


De livre nomeação e exoneração (exoneração ad nutum)
função e não em relação ao cargo efetivo.

- É inconstitucional a criação de cargos em comissão sem a devida observância dos requisitos indispensáveis
fixados pelo STF. #IMPORTANTE (PROVA) - DISCURSIVA!!!!
O STF possui critérios para definir se as atribuições dos cargos podem ser enquadradas como direção, chefia e
assessoramento?
SIM. O STF, ao analisar o Tema 1010, afirmou que a criação de cargos em comissão é exceção à regra de ingresso
no serviço público mediante concurso público de provas ou provas e títulos e somente se justifica quando
presentes os pressupostos constitucionais para sua instituição. Na oportunidade, foram fixadas as seguintes teses:
a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de direção, chefia e
assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais;
b) tal criação deve pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado;
c) o número de cargos comissionados criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles visam
suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os criar; e
d) as atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas, de forma clara e objetiva, na própria lei que os
instituir.
Caso não se respeite esses requisitos, a criação dos cargos em comissão será considerada inconstitucional.
STF. Plenário. ADI 6655/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 6/5/2022 (Info 1053).

- Em caso de ADI proposta contra lei que cria cargos em comissão, o Tribunal deve fazer a análise das
atribuições dos cargos para saber se elas são compatíveis com a Constituição, ou seja, se são funções de
direção, chefia e assessoramento. #IMPORTANTE
No julgamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta para questionar a validade de leis que criam
cargos em comissão, ao fundamento de que não se destinam a funções de direção, chefia e assessoramento, o
Tribunal deve analisar as atribuições previstas para os cargos.
Na fundamentação do julgamento, o Tribunal não está obrigado a se pronunciar sobre a constitucionalidade de
cada cargo criado, individualmente.
STF. Plenário. RE 719870/MG, rel. orig. Min. Marco, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/10/2020
(Repercussão Geral – Tema 670) (Info 994).

- Aposentadoria compulsória não se aplica a cargos comissionados.


Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da aposentadoria
compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo,
inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão.
Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor efetivo,
aposentado compulsoriamente, permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado
para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo
efetivo com a Administração.
STF. Plenário. RE 786540/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/12/2016 (repercussão geral) (Info 851).
181

(PROVA) VI - é garantido ao servidor público civil o direito à LIVRE ASSOCIAÇÃO SINDICAL;


- Súmula nº 679, STF: “A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção
coletiva”. (PROVA)

(PROVA) VII - o DIREITO DE GREVE será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
• De acordo com o STF, o direito de greve do servidor público é assegurado e, diante da ausência de lei específica
e observado o princípio da continuidade do serviço público, aplica-se a Lei nº 7.783/89 (STF, MI 708).

DIREITO DE GREVE (PROVA)


Quanto aos TRABALHADORES EM GERAL → Norma constitucional de eficácia CONTIDA

Quanto aos SERVIDORES PÚBLICOS → Norma constitucional de eficácia LIMITADA

DIREITO DE GREVE (PROVA)


Empregados da
• possuem direito à greve garantido pela Constituição (art. 9º, CF).
iniciativa privada:
• possuem direito à greve garantido pela Constituição, na forma da lei específica a
Servidores públicos
ser editada pelo Poder Legislativo (art. 37, VII, CF). Enquanto não editada lei
civis:
específica, aplica-se a lei de greve dos empregados da iniciativa privada (lei 7.783/79).
Servidores públicos
• não possuem direito à greve nem à sindicalização (art. 142, § 3º, IV, CF).
militares:
Carreiras policiais e que
• não possuem direito à greve (STF. ARE 654432/GO - Info 860), assegurada a
atuam na segurança
participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos de classe.
pública:

- Policiais são proibidos de fazer greve. #IMPORTANTE (PROVA)


O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.
É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de
segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria.
STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).

- Administração Pública deve descontar os dias não trabalhados por servidor público em greve.
#IMPORTANTE (PROVA)
A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito
de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É permitida a
compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi
provocada por conduta ilícita do Poder Público.
STF. Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016 (repercussão geral) (Info 845).

- O desconto dos dias parados pode ser feito de forma parcelada. #IMPORTANTE (PROVA)
Não se mostra razoável a possibilidade de desconto em parcela única sobre a remuneração do servidor público
dos dias parados e não compensados provenientes do exercício do direito de greve.
STJ. 2ª Turma. RMS 49.339-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 6/10/2016 (Info 592).

- Compete à Justiça Comum (estadual ou federal) decidir se a greve realizada por servidor público é ou não
abusiva.
A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores públicos
celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas.
STF. Plenário. RE 846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1º/8/2017
(repercussão geral) (Info 871).
182

- Não há vício de iniciativa de lei na edição de norma de origem parlamentar que proíba a substituição de
trabalhador privado em greve por servidor público. #IMPORTANTE (PROVA)
Dispositivo legal, de iniciativa parlamentar, que foi considerado constitucional: “ao servidor público do Distrito
Federal é proibido substituir, sob qualquer pretexto, trabalhadores de empresas privadas em greve”.
A proibição de que o trabalhador privado em greve seja substituído por servidor público não inibe a iniciativa do
Governador do Distrito Federal para propor leis sobre organização administrativa, servidores públicos e regime
jurídico destes.
STF. Plenário. ADI 1164/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 1º/4/2022 (Info 1049).

VIII - a LEI reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá
os critérios de sua admissão;

(PROVA) IX - a LEI estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público; (SERVIDORES TEMPORÁRIOS)
• Exceção ao concurso público.

- Não é compatível com a CF a norma que permita a convocação temporária de profissionais, sem vínculo
com a administração pública, para funções de magistério na educação básica e superior do estado nos casos
de vacância de cargo efetivo. (PROVA)
É inconstitucional norma estadual que, de maneira genérica e abrangente, permite a convocação temporária de
profissionais da área da educação sem prévio vínculo com a Administração Pública para suprir vacância de cargo
público efetivo.
STF. Plenário. ADPF 915/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/5/2022 (Info 1055).

- A norma de edital que impede a participação de candidato em processo seletivo simplificado em razão de
anterior rescisão de contrato por conveniência administrativa fere o princípio da razoabilidade.
Caso concreto: em 2012, após processo seletivo, João foi contratado como servidor temporário (art. 37, IX, da
CF/88) para prestar serviços como inspetor penitenciário. Em 2014, foi exonerado por “conveniência
administrativa”, não tendo recebido, contudo, qualquer punição durante o tempo em que exerceu suas funções.
Em 2019, o Estado instaurou processo seletivo simplificado para novamente contratar servidores temporários para
exercerem as funções de inspetor penitenciário. João se inscreveu e foi aprovado. A despeito disso, não pode ser
contratado por conta da vedação constante no item 11.8 do edital, que dizia o seguinte: “11.8. O candidato que
houver sido contratado ou nomeado anteriormente pela SEJUS e que tiver sido exonerado, ou tiver tido o contrato
rescindido por conveniência administrativa e/ou ato motivado pela Corregedoria e/ou por determinação judicial,
será automaticamente eliminado do processo seletivo.”
Impedir que o candidato participe do processo seletivo simplificado porque, há alguns anos, seu contrato foi
rescindido por conveniência administrativa, equivale a impedir, hoje, a sua participação na seleção por mera
conveniência administrativa, o que viola o princípio da isonomia e da impessoalidade.
STJ. 2ª Turma. RMS 67040-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 23/11/2021 (Info 719).

- Servidores temporários não possuem direito a 13º salário e férias, salvo se previsto em lei ou houver
desvirtuamento da contratação. #IMPORTANTE (PROVA)
Servidores temporários não fazem jus a décimo terceiro salário e férias remuneradas acrescidas do terço
constitucional, salvo:
I) expressa previsão legal e/ou contratual em sentido contrário, ou
II) comprovado desvirtuamento da contratação temporária pela Administração Pública, em razão de sucessivas e
reiteradas renovações e/ou prorrogações.
STF. Plenário. RE 1066677, Rel. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 22/05/2020
(Repercussão Geral – Tema 551) (Info 984 – clipping).

- Natureza das atividades. (PROVA)


É possível que, com fundamento no inciso IX, a Administração Pública contrate servidores temporários para o
exercício de atividades de caráter regular e permanente ou isso somente é permitido para atividades de natureza
temporária (eventual)?
183

O STF entende que o art. 37, IX, da CF/88 autoriza que a Administração Pública contrate pessoas, sem concurso
público, tanto para o desempenho de atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional, como também
para o desempenho das funções de caráter regular e permanente, desde que indispensáveis ao atendimento de
necessidade temporária de excepcional interesse público.
STF. Plenário. ADI 3068, Rel. p/ Ac. Min. Eros Grau, julgado em 25/08/2004.
STF. Plenário. ADI 3247/MA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/3/2014 (Info 740).

- Requisitos para que a contratação seja legítima.


A natureza da atividade a ser desempenhada (se permanente ou eventual) não será o fator determinante para se
definir se é possível ou não a contratação de servidor com base no art. 37, IX, da CF/88.
Para saber se é legítima a contratação com base no art. 37, IX, deverão ser analisados dois aspectos:
a) a necessidade da contratação deve ser transitória (temporária);
b) deve haver um excepcional interesse público que a justifique.
Ex.2: no caso concreto julgado pelo STF, estava sendo impugnada uma lei do Estado do Maranhão que permite a
contratação, com base no art. 37, IX, da CF/88, de professores para os ensinos fundamental e médio, desde que
não existam candidatos aprovados em concurso público e devidamente habilitados. A Lei maranhense prevê que
essa contratação deverá ocorrer pelo prazo máximo de 12 meses e o STF conferiu interpretação conforme para
que esse prazo seja contado do último concurso realizado para a investidura de professores. Desse modo, durante
o período de 1 (um) ano, haveria necessidade temporária que justificaria a contratação sem concurso até que fosse
concluído o certame.
STF. Plenário. ADI 3247/MA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/3/2014 (Info 740).

- Lei que institua hipóteses abrangentes e genéricas é inconstitucional.


O STF decidiu que a lei do ente federativo regulamentando o art. 37, IX, da CF/88 não poderá prever hipóteses
abrangentes e genéricas de contratações temporárias sem concurso público.
Além disso, essa lei deverá especificar a contingência fática que caracteriza a situação de emergência.
A Lei questionada no STF era do Município de Bertópolis/MG e dizia que seria possível a contratação temporária
para “suprir necessidades de pessoal na área do magistério”.
Os Ministros entenderam que a lei municipal permitia, de forma genérica e abrangente, a contratação temporária
de profissionais para a realização de atividade essencial e permanente (magistério), sem descrever as situações
excepcionais e transitórias que fundamentam esse ato, como calamidades e exonerações em massa, por exemplo.
STF. Plenário. RE 658026/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 9/4/2014 (Info 742).

- Lei que não especifique as hipóteses emergenciais que justificariam medidas de contratação excepcional
é inconstitucional.
A lei do ente federativo que regulamente o art. 37, IX, da CF/88, deverá especificar as hipóteses emergenciais que
justificam as medidas de contratação excepcional. Caso não o faça, ela será tida por inconstitucional.
STF. Plenário. ADI 3649/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/5/2014 (Info 748).

- Lei de contratação temporária não pode prever hipóteses genéricas nem a prorrogação indefinida dos
contratos. (PROVA)
São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a autorização legislativa genérica para contratação
temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias.
STF. Plenário. ADI 3662/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858).

- Admite-se a contratação temporária ainda que para o exercício de atividades permanentes do órgão ou
entidade.
O Ministério da Saúde autorizou a contratação de 200 profissionais para a Agência Nacional de Saúde Suplementar
— ANS. O sindicato dos servidores públicos impetrou MS contra este ato alegando que os servidores estavam
sendo contratados para a análise de processos administrativos do órgão, o que não é uma atividade temporária,
mas sim permanente e, portanto, não se enquadraria no art. 37, IX, da CF/88, devendo ser desempenhada por
servidores estatutários da autarquia. O MS foi julgado improcedente.
184

Segundo decidiu o STJ, admite-se a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público (art. 37, IX, da CF/88), ainda que para o exercício de atividades permanentes do
órgão ou entidade.
Na situação analisada, as contratações temporárias se faziam necessárias em decorrência do crescente número de
demandas e do enorme passivo de procedimentos administrativos que estavam parados junto à ANS. Ademais, o
quadro de pessoal da agência já estava completo, inexistindo, portanto, cargos vagos para a realização de concurso
público.
STJ. 1ª Seção. MS 20335-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/4/2015 (Info 560).

- Competência para julgar demandas propostas por servidores temporários contra a Administração.
A justiça comum é competente para processar e julgar causas em que se discuta a validade de vínculo jurídico-
administrativo entre o poder público e servidores temporários.
Dito de outra forma: a Justiça competente para julgar litígios envolvendo servidores temporários (art. 37, IX, da
CF/88) e a Administração Pública é a JUSTIÇA COMUM (estadual ou federal).
A competência NÃO é da Justiça do Trabalho, ainda que o autor da ação alegue que houve desvirtuamento do
vínculo e mesmo que ele formule os seus pedidos baseados na CLT ou na lei do FGTS.
STF. Plenário. Rcl 4351 MC-AgR/PE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em
11/11/2015 (Info 807).

- Acumulação de aposentadoria de emprego público com remuneração de “cargo” temporário.


Maria é empregada pública federal aposentada. Como se aposentou cedo e ainda está cheia de vitalidade, ela
decide que deseja continuar trabalhando e, por isso, se inscreve no processo seletivo aberto pelo Ministério do
Meio Ambiente para contratar servidores temporários.
A empregada pública aposentada poderá ser contratada e receber, ao mesmo tempo, os proventos da
aposentadoria e também a remuneração proveniente do serviço temporário?
SIM. É possível a cumulação de proventos de aposentadoria de emprego público com remuneração proveniente
de exercício de “cargo” temporário.
O § 3º do art. 118 da Lei 8.112/90 proíbe apenas a acumulação de proventos de aposentadoria com remuneração
de cargo ou emprego público efetivo.
Os servidores temporários contratados sob o regime do art. 37, IX, não estão vinculados a um cargo ou emprego
público, exercendo apenas uma função administrativa temporária (função autônoma, justamente por não estar
vinculada a cargo ou emprego).
Além disso, ainda que se considere que isso é um “cargo” público, não se trata de cargo público efetivo, já que as
pessoas são selecionadas mediante processo seletivo simplificado e irão exercer essa função por um prazo
determinado, não possuindo direito à estabilidade.
Em suma, não é cargo; mas mesmo que fosse, não seria cargo efetivo.
Ademais, a aposentadoria da interessada se deu pelo Regime Geral de Previdência Social — RGPS (ela era
empregada pública), não se lhe aplicando, portanto, o disposto no § 10 do art. 37 da CF/88, segundo o qual “É
vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com
a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração”. Isso
porque a aposentadoria dos empregados públicos, concedida no regime do RGPS, é disciplinada não pelo art. 40
da CF/88, mas sim pelo art. 201. Logo, não se pode atribuir interpretação extensiva em prejuízo do empregado
público aposentado pelo RGPS.
STJ. 2ª Turma. REsp 1298503-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 7/4/2015 (Info 559).

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser
fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral
anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (REVISÃO GERAL ANUAL)
Art. 39. (...) § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o
acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
185

- Judiciário não pode obrigar que o chefe do Poder Executivo encaminhe o projeto de lei para revisão geral
anual dos servidores. #IMPORTANTE (PROVA)
O Poder Judiciário não possui competência para determinar ao Poder Executivo a apresentação de projeto de lei
que vise a promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos, tampouco para fixar o
respectivo índice de correção.
STF. Plenário. RE 843112, Rel. Luiz Fux, julgado em 22/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 624) (Info 998).

- Revisão anual de vencimentos não é obrigatória, mas chefe do Executivo deve justificar. #IMPORTANTE
O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no
inciso X do art. 37 da CF/88, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se
pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão.
STF. Plenário. RE 565089 /SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/9/2019
(repercussão geral – Tema 19) (Info 953).

(PROVA) XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta,
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer
outra natureza, NÃO PODERÃO EXCEDER o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o
subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, LIMITADO a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, APLICÁVEL este limite aos membros do Ministério Público,
aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

TETO REMUNERATÓRIO CONSTITUCIONAL


ENTE SUBSÍDIO
UNIÃO Ministro do STF
Poder Executivo Governador

Poder Legislativo Deputados Estaduais e Distritais

Poder Judiciário
ESTADOS/DF
Ministério Público Desembargadores do TJ
(90,25% do STF)
Procuradores
Defensores Públicos
MUNICÍPIOS Prefeito

- A EC 41/2003 alterou o inciso XI do art. 37 e permitiu que os Estados, DF e Municípios instituíssem subtetos
diferentes da União; essa previsão não viola o princípio da isonomia.
A CF/88 prevê, em seu art. 37, XI, o chamado “teto remuneratório”, ou seja, o valor máximo que os agentes públicos
podem receber no país.
A EC nº 41/2003 alterou a redação desse inciso XI e permitiu que os Estados, DF e Municípios instituíssem subtetos
estaduais e municipais, diferentes do teto da União.
A instituição de subtetos remuneratórios com previsão de limites distintos para as entidades políticas, bem como
para os Poderes, no âmbito dos Estados e do Distrito Federal não ofende o princípio da isonomia.
A isonomia, em seu sentido material, significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. A
autorização para a instituição de tetos diferenciados para União, Estados, Distrito Federal e Municípios tem por
objetivo permitir que os entes federativos limitem a remuneração do serviço público com base em suas respectivas
realidades financeiras.
186

Existem singularidades materiais e funcionais nos diversos estratos do poder público, de modo que é legítima a
instituição de tetos de remuneração particularizados a cada situação peculiar.
Essa permissão, na verdade, prestigia a autonomia dos entes federados e a separação de poderes na medida em
que poderão solucionar – conforme a peculiaridade de cada um – os limites máximos de remuneração do seu
pessoal.
STF. Plenário. ADI 3855/DF e ADI 3872/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 26/11/2021 (Info 1039).

- A instituição do teto teve eficácia imediata e todas as remunerações tiveram que se submeter a ele.
O teto de retribuição fixado pela EC nº 41/2003 é de eficácia imediata e todas as verbas de natureza remuneratória
recebidas pelos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios devem se submeter
a ele, ainda que adquiridas de acordo com regime legal anterior.
A aplicação imediata da EC nº 41/2003 e a redução das remunerações acima do teto não afrontou o princípio da
irredutibilidade nem violou a garantia do direito adquirido.
Em outras palavras, com a EC nº 41/2003, quem recebia acima do teto fixado, teve a sua remuneração reduzida
para respeitar o teto. Essa redução foi legítima.
STF. Plenário. RE 609381/GO, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 2/10/2014 (Info 761).

- Se a pessoa acumular licitamente dois cargos públicos ela poderá receber acima do teto. #IMPORTANTE (PROVA)
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37,
XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância
do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público.
Ex.: se determinado Ministro do STF for também professor da UnB, ele irá receber seu subsídio integral como
Ministro e mais a remuneração decorrente do magistério. Nesse caso, o teto seria considerado especificamente
para cada cargo, sendo permitido que ele receba acima do limite previsto no art. 37, XI da CF se considerarmos
seus ganhos globais.
STF. Plená rio. RE 612975/MT e RE 602043/MT, Rel. Min. Márco Aure lio, julgádos em 26 e 27/4/2017 (repercussá
o gerál) (Info 862).

- Se o servidor público recebe remuneração (ou aposentadoria) mais pensão, a soma dos dois valores não
pode ultrapassar o teto. #IMPORTANTE (PROVA)
Ocorrida a morte do instituidor da pensão em momento posterior ao da Emenda Constitucional 19/1998, o teto
constitucional previsto no inciso XI do art. 37 da Constituição Federal incide sobre o somatório de remuneração
ou provento e pensão percebida por servidor.
STF. Plenário. RE 602584/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/8/2020 (Repercussão Geral – Tema 359) (Info
985).

#NÃOCONFUNDA: (PROVA)
• Pessoa ocupa dois cargos públicos que são acumuláveis (ex: magistrado e professor da universidade
pública): a soma das duas remunerações pode ultrapassar o teto. O teto será considerado individualmente
para cada cargo.
• Pessoa recebe remuneração (ou aposentadoria) + pensão: a soma dos dois valores não pode ultrapassar
o teto.

- O teto aplicável aos servidores municipais é, em regra, o subsídio do prefeito, não podendo se aplicar o
modelo facultativo do § 12 do art. 37 da CF aos servidores municipais. #IMPORTANTE (PROVA)
No que tange ao teto remuneratório, os Estados-membros e o Distrito Federal possuem duas opções:
a) escolher estipular um teto por Poder (chamado de modelo geral):
a.1) Executivo: subsídio do Governador.
a.2) Legislativo: subsídio dos Deputados Estaduais.
a.3) Judiciário (inclui MP, Defensoria e Procuradoria): subsídio dos Desembargadores do TJ, limitado a 90,25% do
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do STF.
b) escolher estipular um subteto único para todos os Poderes.
187

Este subteto único corresponderia ao subsídio dos Desembargadores do TJ, para todo e qualquer servidor de
qualquer poder, ficando de fora desse subteto apenas o subsídio dos Deputados. Essa segunda opção é chamada
de modelo facultativo e está prevista no § 12 do art. 37 da CF/88, inserido pela EC 47/2005.
Para adotar o modelo facultativo, os Estados ou DF precisam de uma emenda à Constituição estadual ou à Lei
orgânica distrital.
Vale ressaltar, contudo, que esse modelo facultativo do § 12 do art. 37 da CF/88 não pode ser aplicado para os
servidores municipais.
O teto remuneratório aplicável aos servidores municipais, excetuados os vereadores*, é o subsídio do prefeito
municipal.
Assim, é inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que fixe o subsídio dos membros do TJ local como
teto remuneratório aplicável aos servidores municipais.
STF. Plenário. ADI 6811/PE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/8/2021 (Info 1026).
* Apesar de o julgado ter ressalvado apenas a situação dos vereadores, podemos apontar uma segunda exceção:
os procuradores municipais. Segundo decidiu o STF em outra oportunidade:
A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República, compreende
os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto,
submetidos ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em
espécie, dos ministros do STF.
Assim, o teto remuneratório de Procuradores Municipais é o subsídio de Desembargador de TJ.
STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932).

- É incompatível com a CF/88 a emenda à Constituição estadual que institui, como limite remuneratório
único dos servidores públicos estaduais, o valor do subsídio dos ministros do STF. (PROVA)
A EC nº 47/2005 facultou aos Estados-membros e ao Distrito Federal, mediante Emenda à Constituição estadual
ou à Lei Orgânica distrital (conforme o caso), fixar o teto remuneratório dos servidores públicos estaduais ou
distritais, adotando, como limite único, o valor do subsídio mensal dos Desembargadores dos respectivos Tribunais
de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do STF.
Viola o art. 37, § 12, da Constituição Federal a norma estadual que, embora veiculada por meio de Emenda à
Constituição, elege como parâmetro remuneratório máximo dos servidores públicos estaduais o valor integral do
subsídio dos Ministros do STF.
STF. Plenário. ADI 6746/RO, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 28/5/2021 (Info 1019).

- É inconstitucional norma que preveja que o teto remuneratório se aplica para todas as empresas públicas
e sociedades de economia mista, ou seja, mesmo aquelas que não recebam recursos da Administração
Pública. #IMPORTANTE (PROVA)
O teto constitucional remuneratório não incide sobre os salários pagos por empresas públicas e sociedades de
economia mista, e suas subsidiárias, que não recebam recursos da Fazenda Pública.
Veja o que diz o § 9º do art. 37 da CF/88: “O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades
de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.”
STF. Plenário. ADI 6584/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).

- O caráter nacional da magistratura impede diferenciação remuneratória entre magistrados federais e


estaduais; logo, o teto remuneratório da magistratura federal não pode ser superior que o da magistratura
estadual. (PROVA)
Não é possível o estabelecimento de subteto remuneratório para a magistratura estadual inferior ao teto
remuneratório da magistratura federal.
A correta interpretação do art. 37, XI e § 12, da Constituição Federal exclui a submissão dos membros da
magistratura estadual ao subteto de remuneração.
STF. Plenário. ADI 3854/DF e ADI 4014/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 4/12/2020 (Info 1001).

- É inconstitucional lei estadual que fixa teto remuneratório para servidores do Poder Judiciário.
Lei do Estado da Bahia fixava um teto remuneratório exclusivo para os servidores do Poder Judiciário.
O STF entendeu que essa lei é inconstitucional.
188

O teto para o funcionalismo estadual somente pode ser fixado por meio de emenda à Constituição estadual, não
sendo permitido mediante lei estadual.
Além disso, a Constituição do Estado da Bahia adotou subteto único (§ 12º do art. 37 da CF/88) e a lei viola a
sistemática escolhida porque fixou um teto apenas para os servidores do Poder Judiciário, excluindo-o para os
demais Poderes.
STF. Plenário. ADI 4900/DF, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em
11/2/2015 (Info 774).

- Teto remuneratório de Procuradores Municipais é o subsídio de Desembargador de TJ.


A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República, compreende
os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto,
submetidos ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em
espécie, dos ministros do STF.
STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932).

- Os substitutos interinos dos cartórios extrajudiciais devem receber limitado ao teto do funcionalismo
público (art. 37, XI, da CF/88).
Incide o teto remuneratório constitucional aos substitutos interinos de serventias extrajudiciais.
STF. 2ª Turma. MS 29.039/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/11/2018 (Info 923).

- É constitucional o pagamento de honorários sucumbenciais aos Procuradores dos Estados, observando-se,


porém, o limite remuneratório previsto no art. 37, XI, da Constituição.
É constitucional o pagamento de honorários sucumbenciais aos advogados públicos, observando-se, porém, o
limite remuneratório previsto no art. 37, XI, da Constituição.
STF. Plenário. ADI 6159 e ADI 6162, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/08/2020.
É constitucional a percepção de honorários de sucumbência por procuradores de estadosmembros, observado o
teto previsto no art. 37, XI, da Constituição Federal no somatório total às demais verbas remuneratórias recebidas
mensalmente.
STF. Plenário. ADI 6135/GO, ADI 6160/AP, ADI 6161/AC, ADI 6169/MS, ADI 6177/PR e ADI 6182/RO, Rel. Min. Rosa
Weber, julgados em 19/10/2020 (Info 995).

- É constitucional lei que preveja o pagamento de honorários de sucumbência aos advogados públicos; no
entanto, a somatória do subsídio com os honorários não pode ultrapassar mensalmente o teto
remuneratório, ou seja, o subsídio dos Ministros do STF.
A percepção de honorários de sucumbência pelos advogados públicos não representa ofensa à determinação
constitucional de remuneração exclusiva mediante subsídio (arts. 39, § 4º, e 135 da CF/88).
O art. 39, § 4º, da Constituição Federal, não constitui vedação absoluta de pagamento de outras verbas além do
subsídio.
Os advogados públicos podem receber honorários sucumbenciais, mas, como eles recebem os valores em função
do exercício do cargo, esse recebimento precisa se sujeitar ao regime jurídico de direito público.
Por essa razão, mesmo sendo compatível com o regime de subsídio, sobretudo quando estruturado como um
modelo de remuneração por performance, com vistas à eficiência do serviço público, a possibilidade de advogados
públicos perceberem verbas honorárias sucumbenciais não afasta a incidência do teto remuneratório estabelecido
pelo art. 37, XI, da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6053, Rel. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão: Alexandre de Moraes, julgado em 22/06/2020 (Info
985 – clipping).
O entendimento acima vale tanto para os advogados públicos federais como também para os Procuradores do
Estado, do DF e do Município. Nesse sentido:
É constitucional o pagamento de honorários sucumbenciais aos advogados públicos, observando-se, porém, o
limite remuneratório previsto no art. 37, XI, da Constituição.
STF. Plenário. ADI 6159 e ADI 6162, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/08/2020.
189

(PROVA) XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário NÃO PODERÃO SER SUPERIORES
aos pagos pelo Poder Executivo;
- Súmula Vinculante nº 37: "Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos
de servidores públicos sob fundamento de isonomia.” (PROVA)

(PROVA) XIII - é VEDADA a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público;

- É inconstitucional a vinculação de reajuste de vencimentos de servidores públicos estaduais ou municipais


a índices federais de correção monetária. (PROVA)
Caso concreto: a Lei estadual nº 8.278/2004, do Mato Grosso, previu que um dos requisitos para que haja a revisão
anual dos servidores públicos estaduais é a constatação de que houve perdas salariais resultantes de
desvalorização do poder aquisitivo da moeda, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), índice
de inflação calculado pelo IBGE (fundação federal).
Para o STF, essa previsão é inconstitucional por violar a autonomia dos entes federados e o art. 37, XIII, da CF/88.
Esse tema está pacificado pelo STF na SV 42: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de
servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.
STF. Plenário. ADI 5584/MT, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 3/12/2021 (Info 1040).

- É vedada a vinculação remuneratória de carreiras do serviço público (art. 37, XIII, da CF/88). (PROVA)
É vedada a vinculação remuneratória de seguimentos do serviço público, nos termos do art. 37, XIII, da Constituição
Federal.
STF. Plenário. ADPF 328/MA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13/11/2020 (Info 999).

- É inconstitucional norma estadual que vincule subsídios de agentes políticos de distintos entes federativos,
de modo que qualquer aumento no valor dos subsídios de um resulte, automaticamente, aumento no de
outro. (PROVA)
É inconstitucional lei estadual que preveja que o Governador e o Vice-Governador do Estado não poderão receber
remuneração inferior ao subsídio percebido pelos Desembargadores e pelos Deputados Estaduais.
É inconstitucional lei estadual que afirme que os Deputados Estaduais deverão receber 75% do subsídio dos
Deputados Federais.
STF. Plenário. ADI 6468/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/8/2021 (Info 1024).

- É inconstitucional lei que preveja que o subsídio dos Procuradores será equivalente a um percentual do
subsídio dos Ministros do STF. (PROVA)
É inconstitucional lei que equipara, vincula ou referencia espécies remuneratórias devidas a cargos e carreiras
distintos, especialmente quando pretendida a vinculação ou a equiparação entre servidores de Poderes e níveis
federativos diferentes.
STF. Plenário. ADI 6436/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/11/2020 (Info 1000).

- Inconstitucionalidade da norma de CE que equipara remuneração de Delegados a dos Promotores. (PROVA)


A Constituição do Estado do Ceará previa que os Delegados de Polícia de classe inicial deveriam receber idêntica
remuneração a dos Promotores de Justiça de primeira entrância, prosseguindo na equivalência entre as demais
classes pelo escalonamento das entrâncias judiciárias.
O STF decidiu que essa regra é inconstitucional por violar o art. 37, XIII, da CF/88, que proíbe a vinculação ou
equiparação de quaisquer espécies remuneratórias de pessoal do serviço público.
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

(PROVA) XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para
fins de concessão de acréscimos ulteriores;

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, RESSALVADO
o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (PRINCÍPIO DA
IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS)
190

- Impossibilidade de ampliação de jornada de trabalho sem alteração da remuneração do servidor.


O STF possui entendimento consolidado no sentido de que o servidor público não tem direito adquirido de manter
o regime jurídico existente no momento em que ingressou no serviço público. No entanto, as mudanças no regime
jurídico do servidor não podem reduzir a sua remuneração, considerando que o art. 37, XV, da CF/88 assegura o
princípio da irredutibilidade dos vencimentos.
No caso concreto, os servidores de determinado órgão público tinham jornada de trabalho de 20 horas semanais.
Foi editada, então, uma Lei aumentando a jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem, contudo, majorar a
remuneração paga.
O STF entendeu que a lei que alterou a jornada de trabalho não poderia ser aplicada aos servidores que, antes de
sua edição, já estivessem legitimamente subordinados à carga horária inferior. Isso porque, se fossem obrigados
a trabalhar mais sem aumento da remuneração, haveria uma redução proporcional dos vencimentos recebidos.
Assim, nas hipóteses em que houver aumento de carga horária dos servidores, essa só será válida se houver formal
elevação proporcional da remuneração; caso contrário, a regra será inconstitucional, por violação da norma
constitucional da irredutibilidade vencimental.
STF. Plenário. ARE 660010/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/10/2014 (repercussão geral) (Info 762).
STF. Plenário. MS 25875/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/10/2014 (Info 762).

(PROVA) XVI - é VEDADA a acumulação remunerada de cargos públicos, EXCETO, quando houver compatibilidade de
horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

- É possível a acumulação de cargos mesmo que a jornada semanal ultrapasse 60h. #IMPORTANTE (PROVA)
A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, não se
sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitucional, pois inexiste tal requisito na
Constituição Federal.
O único requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários no exercício das funções, cujo
cumprimento deverá ser aferido pela administração pública.
STF. Plenário. ARE 1246685, Rel. Min. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/03/2020. (Tema 1081 Repercussão Geral).
STF. 1ª Turma. RE 1176440/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/4/2019 (Info 937).
STF. 2ª Turma. RMS 34257 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29/06/2018.
STJ. 1ª Seção. REsp 1767955/RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 27/03/2019 (Info 646).

- Se a pessoa acumular licitamente dois cargos públicos ela poderá receber acima do teto. #IMPORTANTE
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37,
XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância
do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público.
Ex.: se determinado Ministro do STF for também professor da UnB, ele irá receber seu subsídio integral como
Ministro e mais a remuneração decorrente do magistério. Nesse caso, o teto seria considerado especificamente
para cada cargo, sendo permitido que ele receba acima do limite previsto no art. 37, XI da CF se considerarmos
seus ganhos globais.
STF. Plená rio. RE 612975/MT e RE 602043/MT, Rel. Min. Márco Aure lio, julgádos em 26 e 27/4/2017 (repercussá
o gerál) (Info 862).

- Auditor Fiscal do Trabalho não pode acumular seu cargo com outro da área de saúde.
O Auditor Fiscal do Trabalho, com especialidade em medicina do trabalho, não pode cumular o exercício do seu
cargo com outro da área de saúde.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.460.331-CE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Gurgel de Faria, julgado em
10/04/2018 (Info 625).

- Definição de cargo técnico.


Cargo técnico "é aquele que requer conhecimento específico na área de atuação do profissional, com habilitação
específica de grau universitário ou profissionalizante de 2º grau" (STJ. 2ª Turma. RMS 42.392/AC, Rel. Min. Herman
191

Benjamin, julgado em 10/02/2015). É aquele que exige da pessoa um conjunto de atribuições ligadas ao
conhecimento específico de uma área do saber.
Segundo já decidiu o STJ, somente se pode considerar que um cargo tem natureza técnica se ele exigir, no
desempenho de suas atribuições, a aplicação de conhecimentos especializados de alguma área do saber.
STJ. 2ª Turma. REsp 1569547-RN, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 15/12/2015 (Info 575).

- Definição de cargo científico.


Cargo científico é o conjunto de atribuições cuja execução tem por finalidade a investigação coordenada e
sistematizada de fatos, predominantemente de especulação, visando a ampliar o conhecimento humano.
STJ. 5ª Turma. RMS 28644/AP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/12/2011.

ACUMULAÇÃO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS (PROVA)


Cargo, emprego ou função pública X Cargo, emprego ou função pública
Exceções:
Compatibilidade de horários.
+
2 cargos de professor;
Regra:
ou
Proibição de acumulação remunerada.
1 cargo de professor com 1 técnico ou científico;
ou
2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas.
Cargo, emprego ou função pública X Mandato eletivo (PROVA)
Horários compatíveis – Acumulação.
Vereador
Horários incompatíveis – Afastamento e escolha de remuneração.
Prefeito e Vice Afastamento e escolha de remuneração.
Presidente da República e Vice;
Governador e Vice;
Afastamento, sem escolha de remuneração.
Deputados Federais, Estaduais e Distritais
e Senadores.

(PROVA) XVII - a proibição de acumular ESTENDE-SE a empregos e funções e ABRANGE autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
pelo poder público;

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais TERÃO, dentro de suas áreas de competência e
jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

XIX - somente por LEI ESPECÍFICA poderá ser CRIADA autarquia e AUTORIZADA A INSTITUIÇÃO de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à LEI COMPLEMENTAR, neste último caso
(fundação), definir as áreas de sua atuação;

SÚMULAS SOBRE ADMINISTRAÇÃO INDIRETA


STF STJ
- Súmula Vinculante nº 27: “Compete à Justiça Estadual - Súmula nº 42, STJ: “Compete a justiça comum
julgar causas entre consumidor e concessionária de estadual processar e julgar as causas civeis em que é
serviço público de telefonia, quando a ANATEL não seja parte sociedade de economia mista e os crimes
litisconsorte passiva necessária, assistente nem opoente.” praticados em seu detrimento.”

- Súmula nº 8, STF: “Diretor de sociedade de economia - Súmula nº 333, STJ: “Cabe mandado de segurança
mista pode ser destituído no curso do mandato.” contra ato praticado em licitação promovida por
sociedade de economia mista ou empresa pública.”
192

- Súmula nº 517, STF: “As sociedades de economia mista - Súmula nº 525, STJ: “A Câmara de vereadores não
só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém possui personalidade jurídica, apenas personalidade
como assistente ou opoente.” judiciária, somente podendo demandar em juízo para
defender os seus direitos institucionais.”
- Súmula nº 556, STF: “É competente a Justiça comum
para julgar as causas em que é parte sociedade de
economia mista.”

JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 79 DO STJ - ENTIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA


1) Aplica-se a prescrição quinquenal do Decreto n. 20.910/32 às empresas públicas e às sociedades de economia
mista responsáveis pela prestação de serviços públicos próprios do Estado e que não exploram atividade
econômica.

2) Inexiste direito à incorporação de vantagens decorrentes do exercício de cargo em comissão ou função de


confiança na administração pública indireta.

3) As autarquias possuem autonomia administrativa, financeira e personalidade jurídica própria, distinta da


entidade política à qual estão vinculadas, razão pela qual seus dirigentes têm legitimidade passiva para figurar
como autoridades coatoras em Mandados de Segurança.

4) As empresas públicas e as sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos possuem legitimidade
ativa ad causam para a propositura de pedido de suspensão, quando na defesa de interesse público primário.

5) A universidade federal, organizada sob o regime autárquico, não possui legitimidade para figurar no polo
passivo de demanda que visa à repetição de indébito de valores relativos à contribuição previdenciária por ela
recolhidos e repassados à União.

6) Os Conselhos de Fiscalização Profissionais possuem natureza jurídica de autarquia, sujeitando-se, portanto, ao


regime jurídico de direito público.
Exceção: a OAB que, segundo a concepção majoritária, é um serviço público independente, categoria ímpar
no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro (STF. Plenário. ADI 3026, Rel. Min.
Eros Grau, julgado em 08/06/2006).

7) O benefício da isenção do preparo, conferido aos entes públicos previstos no art. 4º, caput, da Lei n. 9.289/1996,
é inaplicável aos Conselhos de Fiscalização Profissional. (Tese julgada sob rito do art. 543-C do CPC/73 – TEMA
625)

8) O arquivamento provisório previsto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, dirigido aos débitos inscritos como dívida
ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ou por ela cobrados, não se aplica às execuções fiscais
movidas pelos conselhos de fiscalização profissional ou pelas autarquias federais. (Súmula n. 583/STJ) (Tese julgada
sob rito do art. 543-C do CPC/73 – TEMAS 636 e 612)

9) Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos da Fazenda estadual desde que coexistam penhoras
sobre o mesmo bem. (Súmula n. 497/STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – TEMA 393)

10) As agências reguladoras podem editar normas e regulamentos no seu âmbito de atuação quando autorizadas
por lei.

11) Não é possível a aplicação de sanções pecuniárias por sociedade de economia mista, facultado o exercício do
poder de polícia fiscalizatório.
Esse entendimento encontra-se aparentemente superado por essa decisão do STF:
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado
integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
193

STF. Plenário. RE 633782/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 532)..

12) Compete à justiça federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo,
da União, suas autarquias ou empresas públicas. (Súmula n. 150/STJ)

13) Compete à justiça comum estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia
mista e os crimes praticados em seu detrimento. (Súmula n. 42/STJ)

14) Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de
acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de
economia mista. (Súmula n. 501/STF)
• Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o empregador
pedindo indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho: Competência da
Justiça do TRABALHO.
• Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o INSS pleiteando
benefício decorrente de acidente de trabalho: Competência da justiça comum ESTADUAL.
• Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o INSS pleiteando
benefício decorrente de acidente de outra natureza (que não seja acidente de trabalho): Competência da
Justiça FEDERAL (STJ AgRg no CC 118.348/SP, julgado em 29/02/2012).
JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 135 DO STJ - CONSELHOS PROFISSIONAIS - I
1) Os conselhos de fiscalização profissionais possuem natureza jurídica de AUTARQUIA, sujeitando-se, portanto,
ao regime jurídico de direito público.

2) Com a suspensão da redação dada pela Emenda Constitucional n. 19/1998 ao caput do art. 39 da Constituição
Federal de 1988, no julgamento da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 2.135/DF, o regime
jurídico dos conselhos profissionais deve ser, obrigatoriamente, o estatutário.
SUPERADA!
Qual é o regime jurídico de contratação dos “funcionários” dos Conselhos Profissionais: estatutário ou
celetista?
Celetista.
O art. 58, § 3º da Lei nº 9.649/98 prevê o seguinte:
§ 3º Os empregados dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são regidos pela legislação
trabalhista, sendo vedada qualquer forma de transposição, transferência ou deslocamento para o quadro
da Administração Pública direta ou indireta.
Essa previsão é constitucional, conforme decidiu o STF:
Os Conselhos Profissionais, enquanto autarquias corporativas criadas por lei com outorga para o exercício
de atividade típica do Estado, tem maior grau de autonomia administrativa e financeira, constituindo
espécie sui generis de pessoa jurídica de direito público não estatal, a qual não se aplica a obrigatoriedade
do regime jurídico único preconizado pelo art. 39 da CF/88 (regime jurídico único).
Em razão da natureza peculiar dos Conselhos Profissionais, permite-se o afastamento de algumas das regras
ordinárias impostas às pessoas jurídicas de direito público.
STF. Plenário. ADC 36, Rel. Cármen Lúcia, Rel. p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020.

3) Os servidores dos conselhos de fiscalização profissional submetem-se ao regime jurídico único, de modo que a
aposentadoria ocorrida após a publicação das decisões proferidas nas ADI n. 1.717/DF e ADI n. 2.135/DF, esta
última em sede de liminar, segue o regime estatutário.
SUPERADA!
Os Conselhos Profissionais, enquanto autarquias corporativas criadas por lei com outorga para o exercício
de atividade típica do Estado, tem maior grau de autonomia administrativa e financeira, constituindo
espécie sui generis de pessoa jurídica de direito público não estatal, a qual não se aplica a obrigatoriedade
do regime jurídico único preconizado pelo art. 39 da CF/88 (regime jurídico único).
Em razão da natureza peculiar dos Conselhos Profissionais, permite-se o afastamento de algumas das regras
ordinárias impostas às pessoas jurídicas de direito público.
STF. Plenário. ADC 36, Rel. Cármen Lúcia, Rel. p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020.
194

4) Os conselhos de fiscalização profissionais não podem registrar seus veículos como oficiais porque compõem a
administração pública indireta e o §1º do art. 120 do Código de Trânsito Brasileiro - CTB autoriza apenas o registro
de veículos oficiais da administração direta.

5) Os conselhos profissionais têm poder de polícia para fiscalizar as profissões regulamentadas, inclusive no que
concerne à cobrança de anuidades e à aplicação de sanções.

6) A partir da vigência da Lei n. 12.514/2011, o fato gerador para a cobrança de anuidades de órgão de fiscalização
profissional é o registro no conselho e não mais o efetivo exercício da profissão.

7) As anuidades devidas aos conselhos profissionais constituem contribuição de interesse das categorias
profissionais, de natureza tributária, sujeita a lançamento de ofício.

8) O prazo prescricional para cobrança de anuidades pagas aos conselhos profissionais tem início somente quando
o total da dívida inscrita atingir o valor mínimo correspondente a 4 (quatro) anuidades, conforme disposto no art.
8º da Lei n. 12.514/2011.

9) A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, embora possua natureza jurídica especialíssima, submete-se ao
disposto no art. 8º da Lei n. 12.514/2011, que determina que os conselhos de classe somente executarão dívida de
anuidade quando o total do valor inscrito atingir o montante mínimo correspondente a 4 (quatro) anuidades.

10) Compete a Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por Conselho de Fiscalização
Profissional. (Súmula n. 66/STJ)

11) Não se aplica o art. 20 da Lei n. 10.552/2002, que determina o arquivamento provisório das execuções de
pequeno valor, às execuções fiscais propostas pelos conselhos regionais de fiscalização profissional.

12) Em execução fiscal ajuizada por conselho de fiscalização profissional, seu representante judicial possui a
prerrogativa de ser pessoalmente intimado. (Tese julgada sob o rito do art. 1.039 do CPC/2015 - TEMA 580)
JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 136 DO STJ - CONSELHOS PROFISSIONAIS - II
1) O registro no conselho de fiscalização profissional está vinculado à atividade básica ou à natureza dos serviços
prestados pela empresa, por força do que dispõe o art. 1º da Lei n. 6.839/1980.

2) A atividade fiscalizatória exercida pelos conselhos profissionais, decorrente da delegação do poder de polícia,
está inserida no âmbito do direito administrativo, não podendo ser considerada relação de trabalho e, de
consequência, não está incluída na esfera de competência da Justiça Trabalhista.

3) O benefício da isenção do preparo, conferido aos entes públicos previstos no art. 4º, caput, da Lei n. 9.289/1996,
é inaplicável aos conselhos de fiscalização profissional. (Tese julgada sob o rito do art. 1.036 do CPC/2015 - TEMA
625)

4) A atividade de músico é manifestação artística protegida pela garantia da liberdade de expressão, de modo que
a exigência de inscrição na Ordem dos Músicos do Brasil - OMB, bem como de pagamento de anuidade para o
exercício de tal profissão, torna-se incompatível com a Constituição Federal de 1988.

5) As empresas de factoring convencional não precisam ser registradas nos conselhos regionais de administração,
visto que suas atividades são de natureza eminentemente mercantil, ou seja, não envolvem gestões estratégicas,
técnicas e programas de execução voltados a um objetivo e ao desenvolvimento de empresa.

6) O exame de suficiência instituído pela Lei n. 12.249/2010, que alterou o art. 12, § 2º, do Decreto-Lei n. 9.295/1946,
será exigido de contadores e de técnicos em contabilidade que completarem o curso após a vigência daquela lei.
195

7) O ato do Conselho de Contabilidade, que requisita dos contadores e dos técnicos livros e fichas contábeis de
seus clientes, não viola os princípios da privacidade e do sigilo profissional, já que visa à fiscalização da atividade
contábil dos profissionais nele inscritos.

8) Os Conselhos Regionais de Farmácia possuem atribuição para fiscalizar e autuar as farmácias e as drogarias
quanto ao cumprimento da exigência de manter profissional legalmente habilitado (farmacêutico) durante todo o
período de funcionamento dos respectivos estabelecimentos. (Súmula n. 561/STJ) (Tese julgada sob o rito do art.
543-C do CPC/1973 - TEMA 715)

9) É facultado aos técnicos de farmácia, regularmente inscritos no Conselho Regional de Farmácia, a assunção de
responsabilidade técnica por drogaria, independentemente do preenchimento dos requisitos previstos no art. 15,
§ 3º, da Lei n. 5.991/1973, c/c o art. 28 do Decreto n. 74.170/1974, entendimento que deve ser aplicado até a
entrada em vigor da Lei n. 13.021/2014. (Tese julgada sob o rito do art. 1036 do CPC/2015 - TEMA 727)

10) Não estão sujeitas a registro perante o respectivo Conselho Regional de Medicina Veterinária, nem à
contratação de profissionais nele inscritos como responsáveis técnicos, as pessoas jurídicas que explorem as
atividades de comercialização de animais vivos e de venda de medicamentos veterinários, pois não são atividades
reservadas à atuação privativa de médico veterinário.

11) Não há comando normativo que obrigue a inscrição de professores e de mestres de artes marciais, ou mesmo
de danças, de capoeira e de ioga, nos Conselhos de Educação Física, porquanto, à luz do que dispõe o art. 3º da
Lei n. 9.696/1998, essas atividades não são próprias dos profissionais de educação física.

12) O registro de restaurantes e de bares no Conselho Regional de Nutrição e a presença de profissional técnico
(nutricionista) não são obrigatórios, pois a atividade básica desses estabelecimentos não é a fabricação de
alimentos destinados ao consumo humano (art. 18 do Decreto n. 84. 444/1980), nem se aproxima do conceito de
saúde trazido pela legislação específica.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA


💀 FUNDAÇÕES PÚBLICAS
- Fundação pública com personalidade jurídica de direito privado pode adotar o regime celetista para
contratação de seus empregados. #IMPORTANTE
É constitucional a legislação estadual que determina que o regime jurídico celetista incide sobre as relações de
trabalho estabelecidas no âmbito de fundações públicas, com personalidade jurídica de direito privado, destinadas
à prestação de serviços de saúde.
STF. Plenário. ADI 4247/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3/11/2020 (Info 997).

- As fundações públicas de direito privado não fazem jus à isenção das custas processuais. #IMPORTANTE
As fundações públicas de direito privado não fazem jus à isenção das custas processuais.
A isenção das custas processuais somente se aplica para as entidades com personalidade de direito público. Dessa
forma, para as Fundações Públicas receberem tratamento semelhante ao conferido aos entes da Administração
Direta é necessário que tenham natureza jurídica de direito público, que se adquire no momento de sua criação,
decorrente da própria lei.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.409.199-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 10/03/2020 (Info 676).

- A fundação instituída pelo Estado pode estar sujeita ao regime público ou privado, a depender do estatuto
da fundação e das atividades por ela prestadas.
A qualificação de uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao regime público ou privado depende:
i) do estatuto de sua criação ou autorização e
ii) das atividades por ela prestadas.
As atividades de conteúdo econômico e as passíveis de delegação, quando definidas como objetos de dada
fundação, ainda que essa seja instituída ou mantida pelo poder público, podem se submeter ao regime jurídico de
direito privado.
STF. Plenário. RE 716378/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1º e 7/8/2019 (repercussão geral) (Info 946).
196

💀 EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA


- É possível a delegação do poder de polícia – inclusive da possibilidade de aplicação de multas – para
pessoas jurídicas de direito privado? #IMPORTANTE
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes
da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço
público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
STF. Plenário. RE 633782/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 532) (Info 996).

- É possível aplicar o regime de precatórios às sociedades de economia mista? #IMPORTANTE


É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do
Estado e de natureza não concorrencial.
STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
É inconstitucional determinação judicial que decreta a constrição de bens de sociedade de economia mista
prestadora de serviços públicos em regime não concorrencial, para fins de pagamento de débitos trabalhistas.
Sociedade de economia mista prestadora de serviço público não concorrencial está sujeita ao regime de
precatórios (art. 100 da CF/88) e, por isso, impossibilitada de sofrer constrição judicial de seus bens, rendas e
serviços, em respeito ao princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88) e da separação funcional dos
poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III).
STF. Plenário. ADPF 275/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/10/2018 (Info 920).

- É possível aplicar o regime de precatórios às empresas públicas? #IMPORTANTE


Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas dotadas de personalidade jurídica de direito
privado com patrimônio próprio e autonomia administrativa que exerçam atividade econômica sem monopólio e
com finalidade de lucro.
STF. 1ª Turma. RE 892727/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Morais, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em
7/8/2018 (Info 910).

- A Petrobras, e demais sociedades de economia mista que explorem atividade econômica própria, são
obrigadas a fazer licitação, mas as regras do procedimento licitatório não são as da Lei 8.666/93.
O regime de licitação e contratação previsto na Lei nº 8.666/93 é inaplicável às sociedades de economia mista que
explorem atividade econômica própria das empresas privadas, concorrendo, portanto, no mercado.
Não é possível conciliar o regime previsto na Lei nº 8.666/93 com a agilidade própria desse tipo de mercado que
é movido por intensa concorrência entre as empresas que nele atuam.
STF. Plenário. RE 441280/RS, Rel. Min. Dias Tofolli, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

- É desnecessária, em regra, lei específica para inclusão de sociedade de economia mista ou de empresa
pública em programa de desestatização. #IMPORTANTE
O art. 37, XIX, da CF/88 afirma que é necessária a edição de uma lei específica para se autorizar a instituição de
uma sociedade de economia mista ou uma empresa pública.
Para que ocorra a desestatização da empresa estatal também necessária lei específica ou basta uma autorização
genérica prevista em lei que veicule programa de desestatização?
A Lei nº 9.491/97 tratou sobre o Programa Nacional de Desestatização e autorizou a desestatização de empresas
estatais. Essa lei genérica é suficiente?
Em regra, sim. É desnecessária, em regra, lei específica para inclusão de sociedade de economia mista ou de
empresa pública em programa de desestatização. Não se aplica o princípio do paralelismo das formas.
Exceção: em alguns casos a lei que autorizou a criação da empresa estatal afirmou expressamente que seria
necessária lei específica para sua extinção ou privatização. Nesses casos, obviamente, não é suficiente uma lei
genérica (não basta a Lei nº 9.491/97), sendo necessária lei específica.
STF. Plenário. ADI 6241/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/2/2021 (Info 1004).

- A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização
legislativa e licitação.
A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização
legislativa e licitação.
197

Por outro lado, não se exige autorização legislativa para a alienação do controle de suas subsidiárias e controladas.
Nesse caso, a operação pode ser realizada sem a necessidade de licitação, desde que siga procedimentos que
observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da CF/88, respeitada, sempre, a exigência de
necessária competitividade.
STF. Plenário. ADI 5624 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 5 e 6/6/2019 (Info 943).

- É dispensável a autorização legislativa para a alienação de controle acionário de empresas subsidiárias.


É desnecessária a autorização legislativa expressa para a criação de subsidiárias quando houver autorização
legislativa da criação de empresa pública ou sociedade de economia mista e nesta constar permissão genérica da
possibilidade de criação de subsidiárias. Assim, não se exige lei específica para autorizar a criação de subsidiária.
Com base no paralelismo das formas, como não é exigida lei específica para criar a subsidiária, também não é
necessária lei específica para alienar o seu controle acionário.
Em palavras mais simples: como não se exige lei específica para criar, também não se exige lei específica para
“vender”.
STF. Plenário. ADPF 794/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).

- Petrobrás pode criar subsidiárias e, em seguida, alienar o controle acionário delas sem licitação e sem
autorização legislativa específica.
Caso concreto: a Petrobrás elaborou um plano de desinvestimento por meio do qual ela decidiu vender 8 refinarias.
Para isso, a Petrobrás criou subsidiárias que passaram a ser as proprietárias dessas refinarias e, em seguida, o
controle acionário dessas subsidiárias será alienado, sem licitação e sem prévia autorização legislativa. Desse modo,
na prática, é como se a Petrobrás estivesse alienando as refinarias.
O STF afirmou que essa prática é legítima.
A específica autorização legislativa somente é obrigatória na hipótese de alienação do controle acionário de
sociedade de economia mista (empresa-mãe). Não há necessidade dessa prévia e específica anuência para a
criação e posterior alienação de ativos da empresa subsidiária, dentro de um elaborado plano de gestão de
desinvestimento, voltado para garantir maiores investimentos e, consequentemente, maior eficiência e eficácia da
empresa-mãe.
Isso porque a inexistência de expressa proibição ou limitação de alienação societária em relação à autorização
legislativa genérica para a criação de subsidiárias corresponde à concessão, pelo Congresso Nacional ao Poder
Executivo, de um importante instrumento de gestão empresarial, para garantir a eficiência e a eficácia da sociedade
de economia mista no cumprimento de suas finalidades societárias. Portanto, na criação ou extinção de
subsidiárias, o preceito maior de gestão empresarial que deve ser seguido é garantir a melhor atuação, eficiência
e eficácia da empresa-mãe.
STF. Plenário. Rcl 42576 MC/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
30/9 e 1º/10/2020 (Info 993).

💀 OUTROS
- Nomeação de dirigentes e desnecessidade de prévia aprovação da ALE.
É inconstitucional norma de Constituição Estadual que exija prévia arguição e aprovação da Assembleia Legislativa
para que o Governador do Estado nomeie os dirigentes das autarquias e fundações públicas, os presidentes das
empresas de economia mista e assemelhados, os interventores de Municípios, bem como os titulares da Defensoria
Pública e da Procuradoria-Geral do Estado.
STF. Plenário. ADI 2167/RR, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 3/6/2020 (Info 980).

- Lei estadual que trata sobre a nomeação e destituição de dirigentes de agências reguladoras.
É constitucional lei estadual que prevê que os dirigentes de determinada agência reguladora somente poderão ser
nomeados após previamente aprovados pela Assembleia Legislativa.
Por outro lado, é INCONSTITUCIONAL a lei estadual que estabelece que os dirigentes de agência reguladora
somente poderão ser destituídos de seus cargos por decisão exclusiva da Assembleia Legislativa, sem qualquer
participação do Governador do Estado. Essa previsão viola o princípio da separação dos poderes (at. 2º da CF/88).
STF. Plenário. ADI 1949/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/9/2014 (Info 759).
198

- Despedida de empregado público dos Correios precisa ser motivada.


Servidores de empresas públicas e sociedades de economia mista, admitidos por concurso público, não gozam de
estabilidade (art. 41da CF/88), mas sua demissão deve ser sempre motivada.
STF. Plenário. RE 589998/PI, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/03/2013 (Info 699).

- É inconstitucional lei estadual que obrigue a participação de representante da seccional da OAB em órgão
colegiado da Administração Pública estadual.
É possível que o chefe do Poder Executivo estadual convide, em consenso com a OAB, um representante da Ordem
para integrar órgão da Administração. Isso é válido. No entanto, a lei não pode impor a presença de representante
da OAB (“autarquia federal”) em órgão da Administração Pública local.
STF. Plenário. ADI 4579/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13/2/2020 (Info 966).

- Decreto não pode extinguir colegiado previsto em lei.


É proibida a extinção, por ato unilateralmente editado pelo chefe do Poder Executivo, de colegiado cuja existência
encontre menção em lei em sentido formal, ainda que ausente a expressa referência “sobre a competência ou a
composição”.
Caso concreto: o Presidente da República editou o Decreto nº 9.759/2019 extinguindo uma série de colegiados
existentes na Administração Pública federal. O art. 1º, § 2º deste Decreto previu que ficariam extintos os colegiados
que sejam mencionados em lei, mas sem que esta tenha definido a competência ou a composição. O STF, em
medida cautelar, declarou a inconstitucionalidade dessa previsão, considerando que a extinção desses colegiados
mencionados em lei somente poderia ocorrer também mediante lei (e não por decreto).
STF. Plenário. ADI 6121 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019 (Info 944).

💀 CONSELHOS PROFISSIONAIS
- Os Conselhos Profissionais exercem atividade tipicamente pública.
Os Conselhos Profissionais são criados por lei e possuem personalidade jurídica de direito público, exercendo uma
atividade tipicamente pública, qual seja, a fiscalização do exercício profissional.
Os Conselhos são dotados de poder de polícia e poder arrecadador.
STF. 1ª Turma. MS 28469, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09/06/2015.

- Os Conselhos Profissionais, para contratarem "funcionários", precisam fazer concurso público?


SIM. Como os Conselhos Profissionais são autarquias exercendo uma atividade tipicamente pública (fiscalização
do exercício profissional), precisam respeitar a regra do art. 37, II, da CF/88, que exige concurso público para a
contratação de servidores.
Assim, quando os Conselhos de Fiscalização Profissional vão fazer a contratação de seu pessoal é imprescindível a
realização de concurso público.
STF. 1ª Turma. MS 28469, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09/06/2015.
STF. 2ª Turma. RE 758168 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/06/2014.
EXCEÇÃO: OAB. O STF decidiu que a OAB, quando vai contratar seus empregados, não precisa realizar concurso
público (STF ADI 3026).

- Contratação de empregados de conselhos profissionais pela CLT é constitucional.


O art. 58, § 3º da Lei nº 9.649/98 prevê o seguinte:
§ 3º Os empregados dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são regidos pela legislação
trabalhista, sendo vedada qualquer forma de transposição, transferência ou deslocamento para o quadro da
Administração Pública direta ou indireta.
Essa previsão é constitucional.
Os Conselhos Profissionais, enquanto autarquias corporativas criadas por lei com outorga para o exercício de
atividade típica do Estado, tem maior grau de autonomia administrativa e financeira, constituindo espécie sui
generis de pessoa jurídica de direito público não estatal, a qual não se aplica a obrigatoriedade do regime jurídico
único preconizado pelo art. 39 da CF/88 (regime jurídico único).
Em razão da natureza peculiar dos Conselhos Profissionais, permite-se o afastamento de algumas das regras
ordinárias impostas às pessoas jurídicas de direito público.
STF. Plenário. ADC 36, Rel. Cármen Lúcia, Rel. p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020.
199

Os Conselhos Profissionais estão submetidos à fiscalização do Tribunal de Contas?


SIM. Por serem autarquias federais, os Conselhos Profissionais têm o dever de prestar contas ao Tribunal de Contas
da União (art. 71, II, CF/88).
STF. MS 28469 AgR-segundo, Rel. Min. Dias Toffoli, Relator(a) p/ Acórdão: Min. Luiz Fux, julgado em 19/02/2013.
EXCEÇÃO: OAB (STF ADI 3026).

- Conselhos profissionais não estão sujeitos ao regime de precatórios. #IMPORTANTE


Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscalização (exs: CREA, CRM,
COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios.
STF. Plenário. RE 938837/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/4/2017
(repercussão geral) (Info 861).

- Os conselhos profissionais gozam das prerrogativas processuais da Fazenda Pública.


Os Conselhos de Fiscalização Profissional detêm natureza jurídica de autarquias e, dessa forma, possuem as
prerrogativas processuais conferidas à Fazenda Pública.
STJ. 2a Turma. AgRg no Ag 1388776/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 07/06/2011.
EXCEÇÃO: Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscalização (exs:
CREA, CRM, COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios.
STF. Plenário. RE 938837/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/4/2017
(repercussão geral) (Info 861).

- Os Conselhos de Fiscalização Profissional estão isentos de custas processuais?


NÃO. Os Conselhos Profissionais, apesar de sua natureza autárquica, não estão isentos do pagamento de custas
judiciais, conforme previsão expressa do art. 4º, parágrafo único, da Lei nº 9.289/96.
Assim, o benefício da isenção do preparo conferido aos entes públicos previstos no art. 4º, caput, da Lei 9.289/1996
é inaplicável aos Conselhos de Fiscalização Profissional.
STF. 1ª Turma. RMS 33572 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 09/08/2016.
STJ. 1ª Seção. REsp 1338247/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 10/10/2012 (recurso repetitivo).

- Os Conselhos de Fiscalização Profissional, se forem de âmbito nacional, podem ajuizar ADI, ADC e ADPF?
NÃO. Os Conselhos Federais de Fiscalização Profissional (ex: Conselho Federal de Corretores de Imóveis – COFECI)
não podem propor ações de controle concentrado de constitucionalidade porque não estão no rol do art. 103 da
CF/88, que é taxativo.
Os conselhos de fiscalização profissional têm como função precípua o controle e a fiscalização do exercício das
profissões regulamentadas, exercendo, portanto, poder de polícia, atividade típica de Estado, razão pela qual
detêm personalidade jurídica de direito público, na forma de autarquias. Sendo assim, tais conselhos não se
ajustam à noção de entidade de classe, expressão que designa tão somente aquelas entidades vocacionadas à
defesa dos interesses dos membros da respectiva categoria ou classe de profissionais.
STF. Plenário. ADC 34 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 05/03/2015.
STF. Plenário. ADPF 264 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/12/2014.
EXCEÇÃO: o Conselho Federal da OAB é legitimado para propor ADI, ADC e ADPF (art. 103, VII, da CF/88).

- O Conselho de Fiscalização Profissional pode ajuizar ação civil pública?


SIM. O art. 5º da Lei nº 7.347/85 (Lei da ACP) elencou o rol dos legitimados concorrentes para a propositura de
ação civil pública, nos quais se incluem as autarquias, em cuja categoria estão os Conselhos profissionais.
STJ. 2ª Turma. REsp 1388792/SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 06/05/2014.

- Para que o Conselho Profissional demita um servidor seu, é necessário processo administrativo?
SIM. Como os Conselhos de Fiscalização Profissional têm natureza jurídica de autarquia, devem ser aplicados aos
seus servidores os arts. 41 da CF/88 e 19 do ADCT, razão pela qual não podem ser demitidos sem a prévia
instauração de processo administrativo.
Assim, o servidor de órgão de fiscalização profissional não pode ser demitido sem a prévia instauração de processo
administrativo disciplinar.
STF. 2ª Turma. RE 838648 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 07/04/2015.
200

EXCEÇÃO: OAB (STF ADI 3026).

- É inconstitucional a suspensão do exercício profissional em razão do inadimplemento de anuidades


devidas à entidade de classe.
O Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94) prevê que o advogado que deixar de pagar as contribuições devidas à OAB
(anuidades) pratica infração disciplinar (art. 34, XXIII, da Lei nº 8.906/94) e pode ser suspenso do exercício, ficando
proibido de exercer a advocacia enquanto não pagar integralmente a dívida, com correção monetária (art. 37, §
2º). O STF entendeu que esses dispositivos são inconstitucionais porque representam medida desproporcional que
caracteriza sanção política, além de ofender a livre iniciativa e a liberdade profissional. É inconstitucional a
suspensão realizada por conselho de fiscalização profissional do exercício laboral de seus inscritos por
inadimplência de anuidades, pois a medida consiste em sanção política em matéria tributária.
STF. Plenário. RE 647885, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/04/2020 (Repercussão Geral –Tema 732) (Info 978).

- Carros dos conselhos profissionais não podem ser registrados como veículos oficiais.
Os conselhos de fiscalização profissional não possuem autorização para registrar os veículos de sua propriedade
como oficiais.
STJ. 1ª Turma. AREsp 1.029.385-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 05/12/2017 (Info 619).

💀 SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS


- Competência para julgar as causas envolvendo os serviços sociais autônomos.
De quem é a competência para julgar as causas envolvendo os serviços sociais autônomos?
Em regra, a competência é da Justiça Comum Estadual.
STF. RE 414375/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 31/10/2006.

- Serviços sociais autônomos não devem figurar no polo passivo de ação proposta pelo contribuinte
discutindo a exigibilidade das contribuições sociais.
As entidades dos serviços sociais autônomos não possuem legitimidade passiva nas ações judiciais em que se
discute a relação jurídico-tributária entre o contribuinte e a União e a repetição de indébito das contribuições
sociais recolhidas.
Os serviços sociais são meros destinatários de subvenção econômica e, como pessoas jurídicas de direito privado,
não participam diretamente da relação jurídico-tributária entre contribuinte e ente federado.
O direito que tais entidades possuem à receita decorrente da subvenção não gera interesse jurídico a ponto de
justificar a ocorrência de litisconsórcio com a União. O interesse dos serviços sociais autônomos nesta lide é reflexo
e meramente econômico.
STJ. 1ª Seção. EREsp 1.619.954-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/04/2019 (Info 646).

- Os serviços sociais autônomos não precisam realizar concurso público para contratar seu pessoal.
Os serviços sociais autônomos precisam realizar concurso público para contratar seu pessoal?
NÃO. Os serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a
Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de interesse público em cooperação com o ente
estatal, NÃO estão sujeitos à observância da regra de concurso público (art. 37, II, da CF/88) para contratação de
seu pessoal.
Obs.: Vale ressaltar, no entanto, que o fato de as entidades do Sistema “S” não estarem submetidas aos ditames
constitucionais do art. 37, não as exime de manterem um padrão de objetividade e eficiência na contratação e nos
gastos com seu pessoal.
STF. Plenário. RE 789874/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/9/2014 (repercussão geral) (Info 759).

- Os recursos geridos pelos serviços sociais autônomos não são considerados recursos públicos.
Os recursos geridos pelos serviços sociais autônomos são considerados recursos públicos?
NÃO. Segundo entende o STF, os serviços sociais autônomos do denominado sistema “S”, embora compreendidos
na expressão de entidade paraestatal, são pessoas jurídicas de direito privado, definidos como entes de
colaboração, mas não integrantes da Administração Pública.
Assim, quando o produto das contribuições ingressa nos cofres dos Serviços Sociais Autônomos, perde o caráter
de recurso público.
201

STF. Plenário. ACO 1953 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 18/12/2013.

- Os serviços sociais autônomos não gozam das prerrogativas processuais inerentes à Fazenda Pública.
Os serviços sociais autônomos gozam das prerrogativas processuais inerentes à Fazenda Pública (ex.: prazo em
dobro para recorrer)?
NÃO. As entidades paraestatais não gozam dos privilégios processuais concedidos à Fazenda Pública.
STF. AI 841548 RG, julgado em 09/06/2011.

- Serviços sociais autônomos gozam de imunidade tributária.


Os serviços sociais autônomos gozam de imunidade tributária?
SIM. O art. 150, VI, “c” da CF/88 prevê que as instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
gozam de imunidade tributária quanto aos impostos, desde que atendidos os requisitos previstos na lei.
As entidades do chamado “Sistema S”, tais como SESI, SENAI, SENAC e SEBRAE, também gozam de imunidade
porque promovem cursos para a inserção de profissionais no mercado de trabalho, sendo consideradas instituições
de educação e assistência social.
Se o SENAC adquire um terreno para a construção de sua sede, já havendo inclusive um projeto nesse sentido,
deverá incidir a imunidade nesse caso considerando que o imóvel será destinado às suas finalidades essenciais.
STF. 1ª Turma. RE 470520/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/9/2013 (Info 720).

XX - depende de AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades


mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

XXI - RESSALVADOS os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais
ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

(PROVA) § 1º A PUBLICIDADE dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos DEVERÁ TER
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela NÃO PODENDO constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

- O § 1º do art. 37 da CF/88 não admite flexibilização por norma infraconstitucional ou regulamentar.


#IMPORTANTE
Está em desconformidade com a Constituição Federal a previsão contida na Lei Orgânica do Distrito Federal que
autoriza que cada Poder defina, por norma interna, as hipóteses pelas quais a divulgação de ato, programa, obra
ou serviço públicos não constituirá promoção pessoal. Essa delegação conferida viola o § 1º do art. 37 da CF/88,
que não admite flexibilização por norma infraconstitucional ou regulamentar.
É de se conferir interpretação conforme à Constituição ao § 6º do art. 22 da Lei Orgânica do Distrito Federal para
que a divulgação de atos e iniciativas de parlamentares seja tida como legítima apenas quando efetuada nos
ambientes de divulgação do mandatário ou do partido político, não se havendo de confundi-la com a publicidade
do órgão público ou entidade.
STF. Plenário. ADI 6522/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III (concurso público) implicará a nulidade do ato e a punição
da autoridade responsável, nos termos da lei.
202

§ 3º A LEI disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,


regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto
no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
administração pública.

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a Suspensão dos direitos políticos, a Perda da função
pública, a Indisponibilidade dos bens e o Ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei (Lei nº
8.429/92), sem prejuízo da Ação penal cabível. #BIZU: “PARIS”

- Perda da função pública;


- Ação penal cabível;
De acordo com a CF, quem pratica improbidade é
- Ressarcimento ao erário;
mandado para PARIS:
- Indisponibilidade dos bens; e
- Suspensão dos direitos políticos.

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
causem prejuízos ao erário, RESSALVADAS as respectivas AÇÕES DE RESSARCIMENTO.

- Ação de reparação por danos causados à Fazenda Pública em razão da prática


de ILÍCITO CIVIL (STF, RE 669069/MG - Tema 666 - Info 813)

- Pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão do TRIBUNAL DE


PRESCRITÍVEL
CONTAS (STF, RE 636886/AL - Tema 899 - Info 983)

- Ação de ressarcimento decorrente de ato de improbidade administrativa


praticado com CULPA (deve ser proposta no prazo do art. 23 da LIA)
- Ação de ressarcimento decorrente de ato de improbidade administrativa
praticado com DOLO (STF, RE 852475/SP - Tema 897 - Info 910)
IMPRESCRITÍVEL
- Ação pedindo a reparação civil decorrente de DANOS AMBIENTAIS (STF, RE
654833 - Tema 999 - Info 983)
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito (com adaptações).

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra
o responsável nos casos de dolo ou culpa.
- Súmula nº 647, STJ: “São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de
atos de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar.”

JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 61 DO STJ - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO


1) Os danos morais decorrentes da responsabilidade civil do Estado somente podem ser revistos em sede de
recurso especial quando o valor arbitrado é exorbitante ou irrisório, afrontando os princípios da proporcionalidade
e da razoabilidade.

2) O termo inicial da prescrição para o ajuizamento de ações de responsabilidade civil em face do Estado por
ilícitos praticados por seus agentes é a data do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

3) As ações indenizatórias decorrentes de violação a direitos fundamentais ocorridas durante o regime militar são
imprescritíveis, não se aplicando o prazo quinquenal previsto no art. 1º do Decreto n. 20.910/1932.
203

4) O prazo prescricional das ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública é quinquenal (Decreto n.
20.910/1932), tendo como termo a quo a data do ato ou fato do qual originou a lesão ao patrimônio material ou
imaterial. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 553)

5) A responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser comprovados a negligência
na atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade.
Polêmica. De acordo com Márcio, do Dizer o Direito, deve ser lida como verdadeira se a “omissão for
genérica, com base na culpa anônima” (multidões, enchentes, vendaval). Porém, se a omissão for específica,
em que há um dever de garante, a responsabilidade seria objetiva (exs: presidiários, pessoas internadas em
hospitais públicos, estudantes de escolas públicas).

6) Há responsabilidade civil do Estado nas hipóteses em que a omissão de seu dever de fiscalizar for determinante
para a concretização ou o agravamento de danos ambientais.
A responsabilidade do Estado por dano ao meio ambiente decorrente de sua omissão no dever de
fiscalização é de caráter solidário, mas de execução subsidiária, na condição de devedor-reserva.
Há responsabilidade do Estado ainda que, por meios apenas indiretos, contribua para a consolidação,
agravamento ou perpetuação dos danos experimentados pela sociedade.
STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1362234/MS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 05/11/2019.

7) A Administração Pública pode responder civilmente pelos danos causados por seus agentes, ainda que estes
estejam amparados por causa excludente de ilicitude penal.

8) É objetiva a responsabilidade civil do Estado pelas lesões sofridas por vítima baleada em razão de tiroteio
ocorrido entre policiais e assaltantes.

9) O Estado possui responsabilidade objetiva nos casos de morte de custodiado em unidade prisional.
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o
Estado é responsável pela morte de detento.
STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (Repercussão Geral – Tema 592)
(Info 819).

10) O Estado responde objetivamente pelo suicídio de preso ocorrido no interior de estabelecimento prisional.
O STF decidiu que a responsabilização objetiva do Estado em caso de morte de detento somente ocorre
quando houver inobservância do dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da
Constituição Federal (RE 841526/RS).
Não haverá responsabilidade civil do Estado se o Tribunal de origem, com base nas provas apresentadas,
decide que não se comprovou que a morte do detento foi decorrente da omissão do Poder Público e que o
Estado não tinha como montar vigilância a fim de impedir que o preso ceifasse sua própria vida.
Tendo o acórdão do Tribunal de origem consignado expressamente que ficou comprovada causa impeditiva
da atuação estatal protetiva do detento, rompeu-se o nexo de causalidade entre a suposta omissão do
Poder Público e o resultado danoso.
STJ. 2ª Turma. REsp 1305259/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 08/02/2018.

11) O Estado não responde civilmente por atos ilícitos praticados por foragidos do sistema penitenciário, SALVO
quando os danos decorrem direta ou imediatamente do ato de fuga.

12) A despeito de situações fáticas variadas no tocante ao descumprimento do dever de segurança e vigilância
contínua das vias férreas, a responsabilização da concessionária é uma constante, passível de ser elidida tão
somente quando cabalmente comprovada a culpa exclusiva da vítima. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do
CPC/73 - Tema 517)

13) No caso de atropelamento de pedestre em via férrea, configura-se a concorrência de causas, impondo a
redução da indenização por dano moral pela metade, quando: (i) a concessionária do transporte ferroviário
descumpre o dever de cercar e fiscalizar os limites da linha férrea, mormente em locais urbanos e populosos,
204

adotando conduta negligente no tocante às necessárias práticas de cuidado e vigilância tendentes a evitar a
ocorrência de sinistros; e (ii) a vítima adota conduta imprudente, atravessando a via férrea em local inapropriado.
(Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 518)

14) Não há nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido por investidores em decorrência de quebra de instituição
financeira e a suposta ausência ou falha na fiscalização realizada pelo Banco Central no mercado de capitais.

15) A existência de lei específica que rege a atividade militar (Lei n. 6.880/1980) não isenta a responsabilidade do
Estado pelos danos morais causados em decorrência de acidente sofrido durante as atividades militares.

16) Em se tratando de responsabilidade civil do Estado por rompimento de barragem, é possível a comprovação
de prejuízos de ordem material por prova exclusivamente testemunhal, diante da impossibilidade de produção ou
utilização de outro meio probatório.

17) É possível a cumulação de benefício previdenciário com indenização decorrente de responsabilização civil do
Estado por danos oriundos do mesmo ato ilícito.

18) Nas ações de responsabilidade civil do Estado, é desnecessária a denunciação da lide ao suposto agente
público causador do ato lesivo.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO


- O hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de segurança, contribuindo de forma determinante e
específica para homicídio praticado em suas dependências, responde objetivamente pela conduta omissiva.
#IMPORTANTE
Caso concreto: o hospital não possuía nenhum serviço de vigilância e o evento morte decorreu de um disparo com
arma de fogo contra a vítima dentro do hospital.
A conduta do hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de segurança e, por conseguinte, despreza o dever
de zelar pela incolumidade física dos seus pacientes contribuiu de forma determinante e específica para o
homicídio praticado em suas dependências, afastando-se a alegação da excludente de ilicitude, qual seja, fato de
terceiro.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.708.325-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 24/05/2022 (Info 740).

- Reconhecida a responsabilidade estatal por acidente com evento morte em rodovia, é devida a indenização
por danos materiais aos filhos menores e ao cônjuge do de cujus.
Caso concreto: ação de indenização ajuizada contra o Departamento de Estradas e Rodagens de Sergipe (DER/SE),
em face da morte do pai e companheiro dos autores, decorrente de acidente de veículo em rodovia estadual,
ocasionado por buraco não sinalizado.
Segundo o entendimento do STJ, a responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, sendo
necessário, dessa forma, a comprovação da conduta omissiva e culposa (negligência na atuação estatal - má
prestação do serviço), o dano e o nexo causal entre ambos.
No caso, restou incontroverso que o acidente com evento morte ocorreu em rodovia estadual, mediante a queda
de caminhão em buraco de 15 metros de profundidade, decorrente da ausência de manutenção e fiscalização
estatal da via pública, não havendo quaisquer indícios de culpa exclusiva da vítima.
Desse modo, é possível concluir pela existência de omissão culposa por parte do ente público, consubstanciada
na inobservância ao dever de fiscalização e sinalização da via pública, bem como pelo nexo causal entre a referida
conduta estatal e o evento danoso, que resultou na morte do pai e marido dos recorrentes, causando-lhes,
evidentemente, prejuízos materiais e morais, os quais devem ser indenizados.
Presentes os elementos necessários para responsabilização do Estado pelo evento morte, deve-se reconhecer
devida a indenização por danos materiais, visto que a dependência econômica dos cônjuges e filhos menores do
de cujus é presumida, dispensando a demonstração por qualquer outro meio de prova.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.709.727-SE, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 05/04/2022 (Info 733).
205

- Análise da constitucionalidade da MP 966/2020, que dispõe sobre a responsabilização de agentes públicos


por atos relacionados com a pandemia da covid-19. #COVID
A MP 966/2020, que dispõe sobre a responsabilização de agentes públicos por ação e omissão em atos
relacionados com a pandemia da covid-19.
O STF decidiu que a MP é, em princípio, constitucional, mas deverá ser feita uma interpretação conforme à
Constituição.
Desse modo, o Plenário do STF deferiu parcialmente a medida cautelar para:
1) conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 2º da MP 966/2020, no sentido de estabelecer que, na
caracterização de erro grosseiro, deve-se levar em consideração a observância, pelas autoridades: a) de standards,
normas e critérios científicos e técnicos, tal como estabelecidos por organizações e entidades internacional e
nacionalmente conhecidas; bem como
b) dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção; e
2) conferir, ainda, interpretação conforme à Constituição ao art. 1º da MP 966/2020, para explicitar que, para os
fins de tal dispositivo, a autoridade à qual compete a decisão deve exigir que a opinião técnica trate expressamente:
(i) das normas e critérios científicos e técnicos aplicáveis à matéria, tal como estabelecidos por organizações e
entidades reconhecidas nacional e internacionalmente;
(ii) da observância dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção.
Foram fixadas as seguintes teses:
1. Configura erro grosseiro o ato administrativo que ensejar violação ao direito à vida, à saúde, ao meio ambiente
equilibrado ou impactos adversos à economia, por inobservância:
i) de normas e critérios científicos e técnicos; ou
ii) dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção.
2. A autoridade a quem compete decidir deve exigir que as opiniões técnicas em que baseará sua decisão tratem
expressamente:
i) das normas e critérios científicos e técnicos aplicáveis à matéria, tal como estabelecidos por organizações e
entidades internacional e nacionalmente reconhecidas; e
ii) da observância dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção, sob pena de se tornarem
corresponsáveis por eventuais violações a direitos.
Vale ressaltar que a MP não trata de crime ou de ato ilícito. Assim, qualquer interpretação do texto impugnado
que dê imunidade a agentes públicos quanto a ato ilícito ou de improbidade deve ser excluída.
STF. Plenário. ADI 6421 MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20 e 21/5/2020 (Info 978).

- Em regra, o Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa ferido,
por policiais, durante cobertura jornalística de manifestação pública. #IMPORTANTE
O Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa ferido, por policiais, durante
cobertura jornalística de manifestação pública em que ocorra tumulto ou conflito, desde que o jornalista não haja
descumprido ostensiva e clara advertência quanto ao acesso a áreas definidas como de grave risco à sua
integridade física, caso em que poderá ser aplicada a excludente da responsabilidade por culpa exclusiva da vítima.
Tese fixada pelo STF: “É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da imprensa ferido
por agentes policiais durante cobertura jornalística, em manifestações em que haja tumulto ou conflitos entre
policiais e manifestantes. Cabe a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em
que o profissional de imprensa descumprir ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em que
haja grave risco à sua integridade física”.
STF. Plenário. RE 1209429/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
10/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1055) (Info 1021).

- A vítima somente poderá ajuizar a ação de indenização contra o Estado; se este for condenado, poderá
acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa; o ofendido não poderá propor a demanda
diretamente contra o agente público. #IMPORTANTE
A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por agente público deve
ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sendo parte
ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.
STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, j. em 14/8/2019 (repercussão geral) (Info 947).
206

- Tese da Dupla Garantia.


A vitima poderá propor a ação diretamente contra o servidor causador do dano?
NÃO. A vítima somente poderá ajuizar a ação contra o Estado (Poder Público). Se este for condenado, poderá
acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa. O ofendido não poderá propor a demanda
diretamente contra o agente público. Essa posição foi denominada de tese da dupla garantia.
STF. 1ª Turma. RE 327904, Rel. Min. Corlos Britto. Julgado em 15/08/2006.
STF. 1ª Turma. RE 593525 AgR·segundo, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 09/08/2016.

- Responsabilidade civil do Estado (prazo prescricional).


O prazo prescricional aplicável às ações de indenização contra a Fazenda Pública é de 5 (CINCO) anos, conforme
previsto no Decreto 20.910/32, e não de três anos (regra do Código Civil), por se tratar de norma especial, que
prevalece sobre a geral.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.251.993-PR, Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em 12/12/2012 (Info 512).

- Prazo prescricional nas ações contra a Fazenda Pública.


O prazo prescricional aplicável às ações propostas contra a Fazenda Pública é de 5 (CINCO) anos, conforme previsto
no Decreto 20.910/32, e não de três anos (regra do Código Civil), por se tratar de norma especial, que prevalece
sobre a geral.
O termo inicial do prazo prescricional para o ajuizamento de ação contra ato do Estado ocorre no momento em
que constatada a lesão e os seus efeitos, conforme o princípio da actio nata.
No entanto, caso o Poder Público tenha reconhecido administrativamente o débito, o termo inicial do prazo
prescricional de cinco anos para que servidor público exija seu direito será a data desse ato de reconhecimento. A
jurisprudência do STJ é firme no sentido de que o reconhecimento do débito implica renúncia, pela Administração,
ao prazo prescricional já transcorrido.
STJ. 1ª Turma. AgRg no AgRg no AREsp 51.586-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 13/11/2012 (Info
509).

- Prazo prescricional da ação de indenização proposta contra pessoa jurídica de direito privado prestadora
de serviço público.
É de 5 anos o prazo prescricional para que a vítima de um acidente de trânsito proponha ação de indenização
contra concessionária de serviço público de transporte coletivo (empresa de ônibus).
O fundamento legal para esse prazo está no art. 1º-C da Lei 9.494/97 e também no art. 14 c/c art. 27, do CDC.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.277.724-PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 26/5/2015 (Info 563).

- Pretensão de danos morais decorrentes de tortura no regime militar é imprescritível.


As ações de indenização por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o Regime Militar de
exceção são imprescritíveis.
Não se aplica o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 1º do Decreto 20.910/1932.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.374.376-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/6/2013 (Info 523).

- Termo inicial da prescrição de pretensão indenizatória decorrente de tortura e morte de preso.


Determinada pessoa foi presa e torturada por policiais. Foi instaurado inquérito policial para apurar o ocorrido.
Qual será o termo de início da prescrição da ação de indenização por danos morais?
• Se tiver sido ajuizada ação penal contra os autores do crime: o termo inicial da prescrição será o trânsito em
julgado da sentença penal.
• Se o inquérito policial tiver sido arquivado (não foi ajuizada ação penal): o termo inicial da prescrição da ação de
indenização é a data do arquivamento do IP.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.443.038-MS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 12/2/2015 (Info 556).

- Prazo prescricional da ação de ressarcimento ao erário. #IMPORTANTE


É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil.
Dito de outro modo, se o Poder Público sofreu um dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser
ressarcido, ele deverá ajuizar a ação no prazo prescricional previsto em lei.
207

Vale ressaltar, entretanto, que essa tese não alcança prejuízos que decorram de ato de improbidade administrativa
que, até o momento, continuam sendo considerados imprescritíveis (art. 37, § 5º).
STF. Plenário. RE 669069/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 3/2/2016 (repercussão geral) (Info 813).

- Imprescritibilidade do ressarcimento nas ações de improbidade administrativa. #IMPORTANTE


São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de
Improbidade Administrativa.
STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson Fachin, julgado em
08/08/2018 (repercussão geral) (Info 910).

- É imprescritível a pretensão de reparação civil de dano ambiental. #IMPORTANTE


A reparação do dano ao meio ambiente é direito fundamental indisponível, sendo imperativo o reconhecimento
da imprescritibilidade no que toca à recomposição dos danos ambientais.
STF. Plenário. RE 654833, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 20/04/2020 (Repercussão Geral – Tema 999) (Info
983 – clipping).

- É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão do Tribunal de Contas.


#IMPORTANTE
É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de Tribunal de Contas.
STF. Plenário. RE 636886/AL, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 20/04/2020 (Repercussão Geral – Tema 899)
(Info 983 – clipping).

- Ação de reparação por danos causados à Fazenda Pública em razão da prática


de ILÍCITO CIVIL (STF, RE 669069/MG - Tema 666 - Info 813)

- Pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão do TRIBUNAL DE


PRESCRITÍVEL
CONTAS (STF, RE 636886/AL - Tema 899 - Info 983)

- Ação de ressarcimento decorrente de ato de improbidade administrativa


praticado com CULPA (deve ser proposta no prazo do art. 23 da LIA)
- Ação de ressarcimento decorrente de ato de improbidade administrativa
praticado com DOLO (STF, RE 852475/SP - Tema 897 - Info 910)
IMPRESCRITÍVEL
- Ação pedindo a reparação civil decorrente de DANOS AMBIENTAIS (STF, RE
654833 - Tema 999 - Info 983)
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito (com adaptações).

- Estado responde subsidiariamente caso a prova do concurso público seja suspensa ou cancelada por
indícios de fraude; a responsabilidade direta é da instituição organizadora. #IMPORTANTE
O Estado responde subsidiariamente por danos materiais causados a candidatos em concurso público organizado
por pessoa jurídica de direito privado (art. 37, § 6º, da CRFB/88), quando os exames são cancelados por indícios
de fraude.
STF. Plenário. RE 662405, Rel. Luiz Fux, julgado em 29/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 512) (Info 986 – clipping).

- Em regra, o Estado não tem responsabilidade civil por atos praticados por presos foragidos; exceção:
quando demonstrado nexo causal direto. #IMPORTANTE
Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do
Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não
demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada.
STF. Plenário. RE 608880, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020
(Repercussão Geral – Tema 362) (Info 993).
208

- Responsabilidade civil do Estado em caso de morte de detento. #IMPORTANTE


Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5°, inciso XLIX, da CF/88, o Estado
é responsável pela morte de detento.
STF. Plenário. RE 841526/RS. Rel. Mm. Luiz Fux, julgado em 30/03/2016 (repercussão geral) (Info 819).

- Suicídio de preso. #IMPORTANTE


A Administração Pública está obrigada ao pagamento de pensão e indenização por danos morais no caso de morte
por suicídio de detento ocorrido dentro de estabelecimento prisional mantido pelo Estado.
Nessas hipóteses, não é necessário perquirir eventual culpa da Administração Pública.
Na verdade, a responsabilidade civil estatal pela integridade dos presidiários é OBJETIVA.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.305.259-SC. Rel. Min Mauro Campbell, julgado em 02/04/2013 (Info 520).

- Estado deve indenizar preso que se encontre em situação degradante.


Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões
mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, §
6°, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos
em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento.
STF. Plenário. RE 580252/MS. Rel. orig. Min. Teori Zavascki, red p/ o ac Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/02/2017
(repercussão geral) (lnfo 854).

- O art. 927, parágrafo único, do Código Civil pode ser aplicado para a responsabilidade civil do Estado.
Aplica-se igualmente ao estado o que previsto no art. 927, parágrafo único, do Código Civil, relativo à
responsabilidade civil objetiva por atividade naturalmente perigosa, irrelevante o fato de a conduta ser comissiva
ou omissiva.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.869.046-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 09/06/2020 (Info 674).

- O Estado responde, objetivamente, pelos danos causados por notários e registradores.


O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas
funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa,
sob pena de improbidade administrativa.
O Estado possui responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos danos que notários e oficiais de registro,
no exercício de serviço público por delegação, causem a terceiros.
STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932).

Ação de indenização proposta por pessoa que sofreu dano em razão de ato de notário ou registrador
Se for proposta contra o Estado Se for proposta contra o tabelião ou registrador
Responsabilidade objetiva Responsabilidade subjetiva
Prazo prescricional: 5 anos Prazo prescricional: 3 anos
Receberá por precatório ou RPV Receberá por execução comum
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

- Demora injustificada da Administração em analisar o requerimento de aposentadoria do servidor.


A demora injustificada da Administração em analisar o pedido de aposentadoria do servidor público gera o dever
de indenizá-lo, considerando que, por causa disso, ele foi obrigado a continuar exercendo suas funções por mais
tempo do que o necessário.
Exemplo de demora excessiva: mais de 1 ano.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.469.301/SC. Rel. Min. Assusete Magalhães. Julgado em 21/10/2014.
STJ. 1ª Turma. Aglnt no AREsp 483.398/PR. Rel. Min. Benedito Gonçalves. Julgado em 11/10/2016.

- O termo inicial do prazo prescricional para ajuizamento da ação de indenização contra o Estado em razão
da demora na concessão da aposentadoria conta-se a partir do seu deferimento.
O servidor público pode ser indenizado caso haja uma demora injustificada da Administração Pública em analisar
o seu requerimento de aposentadoria?
SIM. Existem julgados do STJ reconhecendo ser possível:
209

A demora injustificada da Administração em analisar o pedido de aposentadoria do servidor público gera o dever
de indenizá-lo, considerando que, por causa disso, ele foi obrigado a continuar exercendo suas funções por mais
tempo do que o necessário.
STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 483398/PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 11/10/2016.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1469301/SC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 21/10/2014.
Qual é o prazo prescricional neste caso?
5 anos, nos termos do art. 1º do Decreto nº 20.910/1932.
Qual o termo inicial do prazo prescricional? A partir de quando se inicia essa contagem?
A partir da data do deferimento da aposentadoria.
STJ. 1ª Turma. REsp 1840570-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 16/11/2021 (Info 720).

- São imprescritíveis as ações de reintegração em cargo público quando o afastamento se deu em razão de
perseguição política praticada na época da ditadura militar.
São imprescritíveis as ações de reintegração em cargo público quando o afastamento se deu em razão de atos de
exceção praticados durante o regime militar.
Ex: João era servidor da ALE/PR. Em 1963, João foi demitido em razão de perseguição política perpetrada na época
da ditadura militar. Em 2011, João ajuizou ação ordinária contra o Estado do Paraná pedindo a sua reintegração
ao cargo. Esta pretensão é considerada imprescritível considerando que envolve a efetivação da dignidade da
pessoa humana.
Vale ressaltar, contudo, que a imprescritibilidade da ação que visa reparar danos provocados pelos atos de exceção
não implica no afastamento da prescrição quinquenal sobre as parcelas eventualmente devidas ao autor. Não se
deve confundir imprescritibilidade da ação de reintegração com imprescritibilidade dos efeitos patrimoniais e
funcionais dela decorrentes, sob pena de prestigiar a inércia do Autor, o qual poderia ter buscado seu direito desde
a publicação da Constituição da República. Em outras palavras, o recebimento dos “atrasados” ficará restrito aos
últimos 5 anos contados do pedido.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.565.166-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 26/06/2018 (Info 630).

- Concessionária de rodovia não responde civilmente por roubo e sequestro.


Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro ocorridos nas dependências de estabelecimento
por ela mantido para a utilização de usuários.
A segurança que a concessionária deve fornecer aos usuários diz respeito ao bom estado de conservação e
sinalização da rodovia. Não tem, contudo, como a concessionária garantir segurança privada ao longo da estrada,
mesmo que seja em postos de pedágio ou de atendimento ao usuário.
O roubo com emprego de arma de fogo é considerado um fato de terceiro equiparável a força maior, que exclui
o dever de indenizar. Trata-se de fato inevitável e irresistível e, assim, gera uma impossibilidade absoluta de não
ocorrência do dano.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.749.941-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 04/12/2018 (Info 640).

- Responsabilidade civil da concessionária que administra a rodovia por furto ocorrido em seu pátio.
A pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público possui responsabilidade civil em razão de dano
decorrente de crime de furto praticado em suas dependências, nos termos do art. 37, § 6º, da CF/88.
Caso concreto: o caminhão de uma empresa transportadora foi parado na balança de pesagem na Rodovia
Anhanguera (SP), quando se constatou excesso de peso. Os agentes da concessionária determinaram que o
condutor estacionasse o veículo no pátio da concessionária e, em seguida, conduziram-no até o escritório para ser
autuado.
Aproximadamente 10 minutos depois, ao retornar da autuação para o caminhão, o condutor observou que o
veículo havia sido furtado.
O STF condenou a Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S/A, empresa concessionária responsável pela rodovia a
indenizar a transportadora.
O Supremo reconheceu a responsabilidade civil da prestadora de serviço público, ao considerar que houve omissão
no dever de vigilância e falha na prestação e organização do serviço.
STF. 1ª Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901).
210

- Para que o Município seja responsável por acidente em loja de fogos de artifício, é necessário comprovar
que ele violou dever jurídico específico de agir (concedeu licença sem as cautelas legais ou tinha
conhecimento de irregularidades que estavam sendo praticadas pelo particular).
Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes do comércio de fogos de
artifício, é necessário que exista a violação de um dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando for
concedida a licença para funcionamento sem as cautelas legais ou quando for de conhecimento do poder público
eventuais irregularidades praticadas pelo particular.
STF. Plenário. RE 136861/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
11/3/2020 (repercussão geral – Tema 366) (Info 969).

- A União não tem responsabilidade pelos prejuízos supostamente causados à indústria de brinquedos
nacional pela redução do imposto de importação de brinquedos na década de 1990.
O Ministério da Fazenda editou a Portaria nº 492/1994, reduzindo de 30% para 20% a alíquota do imposto de
importação dos brinquedos em geral. Com a redução da alíquota, houve a entrada de um enorme volume de
brinquedos importados no Brasil, oriundos especialmente da China, sendo estes bem mais baratos que os
nacionais. Como resultado, várias indústrias de brinquedos no Brasil foram à falência e, mesmo as que
permaneceram, sofreram grandes prejuízos. Uma famosa indústria de brinquedos ingressou com ação contra a
União afirmando que a Portaria, apesar de ser um ato lícito, gerou prejuízos e que, portanto, o Poder Público
deveria ser condenado a indenizá-la. O STJ não concordou com o pedido.
Não se verifica o dever do Estado de indenizar eventuais prejuízos financeiros do setor privado decorrentes da
alteração de política econômico-tributária no caso de o ente público não ter se comprometido, formal e
previamente, por meio de determinado planejamento específico.
A referida Portaria tinha finalidade extrafiscal e a possibilidade de alteração das alíquotas do imposto de
importação decorre do próprio ordenamento jurídico, não havendo que se falar em quebra do princípio da
confiança.
O impacto econômico-financeiro sobre a produção e a comercialização de mercadorias pelas sociedades
empresárias causado pela alteração da alíquota de tributos decorre do risco da atividade próprio da álea
econômica de cada ramo produtivo.
Não havia direito subjetivo da indústria quanto à manutenção da alíquota do imposto de importação.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.492.832-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 04/09/2018 (Info 634).
STF. 1ª Turma. ARE 1175599 AgR/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 10/12/2019 (Info 963).

- Ilegitimidade passiva da União em demanda que envolve erro médico ocorrido em hospital do SUS.
A União não tem legitimidade passiva em ação de indenização por danos decorrentes de erro médico ocorrido em
hospital da rede privada durante atendimento custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a Lei
8.080/90, a responsabilidade pela fiscalização dos hospitais credenciados ao SUS é do Município, a quem compete
responder em tais casos.
STJ. 1ª Seção. EREsp 1.388.822-RN, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/5/2015 (Info 563).

- Existência de cadáver em decomposição em reservatório de água.


Foi encontrado um cadáver humano em decomposição em um dos reservatórios de água que abastece uma
cidade.
Determinado consumidor ajuizou ação de indenização contra a empresa pública concessionária do serviço de água
e o STJ entendeu que ela deveria ser condenada a reparar os danos morais sofridos pelo cliente.
Ficou configurada a responsabilidade subjetiva por omissão da concessionária decorrente de falha do dever de
efetiva vigilância do reservatório de água.
Além disso, restou caracterizada a falha na prestação do serviço, indenizável por dano moral, quando a Companhia
não garantiu a qualidade da água distribuída à população.
O dano moral, no caso, é in re ipsa, ou seja, o resultado danoso é presumido.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.492.710-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/12/2014 (Info 553).

- Indenização por danos morais a anistiado político.


O anistiado político que obteve, na via administrativa, a reparação econômica prevista na Lei nº 10.559/2002 (Lei
de Anistia) não está impedido de pleitear, na esfera judicial, indenização por danos morais pelo mesmo episódio
211

político. Inexiste vedação para a acumulação da reparação econômica com indenização por danos morais,
porquanto se tratam de verbas indenizatórias com fundamentos e finalidades diversas: aquela visa à recomposição
patrimonial (danos emergentes e lucros cessantes), ao passo que esta tem por escopo a tutela da integridade
moral, expressão dos direitos da personalidade.
Nas hipóteses de condenação imposta à Fazenda Pública, como regra geral, a atualização monetária e a
compensação da mora devem observar os critérios previstos no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada
pela Lei nº 11.960/2009.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.485.260-PR, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 5/4/2016 (Info 581).

- Inconstitucionalidade de lei estadual que preveja pensão para cônjuges de todos os falecidos por crimes
hediondos.
É inconstitucional lei estadual (distrital) que preveja o pagamento de pensão especial a ser concedida pelo Governo
do Estado (Distrito Federal) em benefício dos cônjuges de pessoas vítimas de crimes hediondos,
independentemente de o autor do crime ser ou não agente do Estado. Tal lei amplia, de modo desmesurado
(irrazoável), a responsabilidade civil do Estado prevista no art. 37, § 6º, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 1358/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/2/2015 (Info 773).

§ 7º A LEI disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta
e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por
objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."

(PROVA) § 9º O disposto no inciso XI (teto remuneratório) APLICA-SE às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

- É inconstitucional norma que preveja que o teto remuneratório se aplica para todas as empresas públicas
e sociedades de economia mista, ou seja, mesmo aquelas que não recebam recursos da Administração
Pública. #IMPORTANTE
O teto constitucional remuneratório não incide sobre os salários pagos por empresas públicas e sociedades de
economia mista, e suas subsidiárias, que não recebam recursos da Fazenda Pública.
Veja o que diz o § 9º do art. 37 da CF/88: “O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades
de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.”
STF. Plenário. ADI 6584/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).

§ 10. É VEDADA a PERCEPÇÃO SIMULTÂNEA de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, RESSALVADOS os cargos acumuláveis na
forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração.

§ 11. NÃO SERÃO COMPUTADAS, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI (teto
remuneratório) do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

(PROVA) § 12. Para os fins do disposto no inciso XI (teto remuneratório) do caput deste artigo, fica FACULTADO aos
Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
como LIMITE ÚNICO, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal
212

Federal, NÃO SE APLICANDO o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e
dos Vereadores.

- O teto aplicável aos servidores municipais é, em regra, o subsídio do prefeito, não podendo se aplicar o
modelo facultativo do § 12 do art. 37 da CF aos servidores municipais. #IMPORTANTE
No que tange ao teto remuneratório, os Estados-membros e o Distrito Federal possuem duas opções:
a) escolher estipular um teto por Poder (chamado de modelo geral):
a.1) Executivo: subsídio do Governador.
a.2) Legislativo: subsídio dos Deputados Estaduais.
a.3) Judiciário (inclui MP, Defensoria e Procuradoria): subsídio dos Desembargadores do TJ, limitado a 90,25% do
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do STF.
b) escolher estipular um subteto único para todos os Poderes.
Este subteto único corresponderia ao subsídio dos Desembargadores do TJ, para todo e qualquer servidor de
qualquer poder, ficando de fora desse subteto apenas o subsídio dos Deputados. Essa segunda opção é chamada
de modelo facultativo e está prevista no § 12 do art. 37 da CF/88, inserido pela EC 47/2005.
Para adotar o modelo facultativo, os Estados ou DF precisam de uma emenda à Constituição estadual ou à Lei
orgânica distrital.
Vale ressaltar, contudo, que esse modelo facultativo do § 12 do art. 37 da CF/88 não pode ser aplicado para os
servidores municipais.
O teto remuneratório aplicável aos servidores municipais, excetuados os vereadores*, é o subsídio do prefeito
municipal.
Assim, é inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que fixe o subsídio dos membros do TJ local como
teto remuneratório aplicável aos servidores municipais.
STF. Plenário. ADI 6811/PE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/8/2021 (Info 1026).
* Apesar de o julgado ter ressalvado apenas a situação dos vereadores, podemos apontar uma segunda exceção:
os procuradores municipais. Segundo decidiu o STF em outra oportunidade:
A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República, compreende
os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto,
submetidos ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em
espécie, dos ministros do STF.
Assim, o teto remuneratório de Procuradores Municipais é o subsídio de Desembargador de TJ.
STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932).

(PROVA) § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser READAPTADO para exercício de cargo cujas
atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física
ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ORIGEM.

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou
função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o ROMPIMENTO do vínculo que gerou
o referido tempo de contribuição.

- A concessão de aposentadoria ao empregado público, com utilização do tempo de contribuição, acarreta


obrigatoriamente o rompimento do vínculo trabalhista? #IMPORTANTE
A justiça comum é competente para processar e julgar ação em que se discute a reintegração de empregados
públicos dispensados em face da concessão de aposentadoria espontânea.
A concessão de aposentadoria, com utilização do tempo de contribuição, leva ao rompimento do vínculo
trabalhista nos termos do art. 37, § 14, da CF. Entretanto, é possível a manutenção do vínculo trabalhista, com a
acumulação dos proventos com o salário, se a aposentadoria se deu pelo RGPS antes da promulgação da EC
103/2019.
Tese fixada pelo STF:
A natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e não trabalhista, o que
atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão.
213

A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no emprego, nos termos do
art. 37, § 14, da Constituição Federal, salvo para as aposentadorias concedidas pelo Regime Geral de Previdência
Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º.
STF. Plenário. RE 655283/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 16/6/2021
(Repercussão Geral – Tema 606) (Info 1022).

§ 15. É VEDADA a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte a seus
dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que
extinga regime próprio de previdência social.

(PROVA) § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das
políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na forma da
lei. (EC nº 109/2021)

(PROVA) Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo,
APLICAM-SE as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará AFASTADO de seu cargo, emprego ou
função;

II - investido no mandato de Prefeito, será AFASTADO do cargo, emprego ou função, sendo-lhe FACULTADO
OPTAR pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
cargo, emprego ou função, SEM PREJUÍZO da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade,
será APLICADA A NORMA DO INCISO ANTERIOR (optar);

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
contado para todos os efeitos legais, EXCETO PARA PROMOÇÃO POR MERECIMENTO;

V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no
ente federativo de origem.

Cargo, emprego ou função pública X Mandato eletivo


Horários compatíveis: Acumulação
Vereador
Horários incompatíveis: Afastamento e escolha de remuneração
Prefeito e Vice Afastamento e escolha de remuneração
Presidente da República e Vice;
Governador e Vice;
Afastamento, sem escolha de remuneração
Deputados Federais, Estaduais e Distritais
e Senadores.
____________________________________________________________________________________________________
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
Seção II instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
DOS SERVIDORES PÚBLICOS planos de carreira para os servidores da administração pública direta,
das autarquias e das fundações públicas.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e
remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. (Redação suspensa liminar STF)

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.
PANORAMA DO REGIME JURÍDICO ÚNICO:
1º Momento – Promulgação da CRFB: Pela redação originária, a CRFB exigiu a instituição de regime jurídico único, e doutrina e lei entenderam ser o
regime estatutário, embora a CF NÃO tenha definido qual seria o regime de pessoal;
2º Momento – Reforma Administrativa – EC 19/98: Fim da obrigatoriedade do regime jurídico único, sendo lícita a adoção do regime celetista em
alguns casos.
3º Momento – Decisão liminar do STF – ADIn 2.135/DF – INF. 474 STF – Retorno da obrigatoriedade do regime jurídico único, em liminar concedida.
214

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

§ 3º APLICA-SE aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI,
XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza
do cargo o exigir.

Art. 7º (...)
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e
às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer
fim;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;

(PROVA) § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e
Municipais serão remunerados EXCLUSIVAMENTE por SUBSÍDIO fixado em parcela única, VEDADO o acréscimo
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI (teto remuneratório).

• membro de Poder

• detentor de mandato eletivo


REMUNERAÇÃO EXCLUSIVA
POR SUBSÍDIO
• Ministros de Estado

• Secretários Estaduais e Municipais

- Deputado Estadual pode receber ajuda de custo, não havendo afronta ao regime de subsídio. (PROVA)
É constitucional norma estadual que estabeleça o pagamento a parlamentar — no início e no final de cada sessão
legislativa — de ajuda de custo correspondente ao valor do próprio subsídio mensal.
STF. Plenário. ADI 6468/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/8/2021 (Info 1024).

- É inconstitucional
_________________ norma estadual que vincule subsídios de agentes políticos de distintos entes federativos,
de modo que qualquer aumento no valor dos subsídios de um resulte, automaticamente, aumento no de
outro. (PROVA)
É inconstitucional lei estadual que preveja que o Governador e o Vice-Governador do Estado não poderão receber
remuneração inferior ao subsídio percebido pelos Desembargadores e pelos Deputados Estaduais.
É inconstitucional lei estadual que afirme que os Deputados Estaduais deverão receber 75% do subsídio dos
Deputados Federais.
215

STF. Plenário. ADI 6468/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/8/2021 (Info 1024).

- É possível o pagamento de terço de férias e de décimo terceiro salário aos Vereadores, mas desde que isso
esteja previsto em lei municipal.
O STF decidiu que o art. 39, § 4º, da Constituição Federal não é incompatível com o pagamento de terço de férias
e décimo terceiro salário (Tema 484 da Repercussão Geral).
Assim, os Vereadores, mesmo recebendo sua remuneração por meio de subsídio (parcela única), podem ter direito
ao pagamento de terço de férias e de décimo terceiro salário.
Vale ressaltar, no entanto, que o pagamento de décimo terceiro e do terço constitucional de férias aos agentes
políticos com mandato eletivo não é um dever, mas sim uma opção, que depende do legislador infraconstitucional.
Assim, a definição sobre a adequação de percepção dessas verbas está inserida no espaço de liberdade de
conformação do legislador infraconstitucional. Em outras palavras, o legislador municipal decide se irá ou não
conceder tais verbas aos Vereadores. Se não houver lei concedendo, eles não terão direito.
Desse modo, é possível o pagamento de terço de férias e de décimo terceiro salário aos Vereadores, mas desde
que a percepção de tais verbas esteja prevista em lei municipal.
STF. 1ª Turma. Rcl 32483 AgR/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2019 (Info 950).

- Lei estadual pode prever o pagamento de gratificação para servidores mesmo que estes já recebam
subsídio caso essa gratificação sirva para remunerar atividades que extrapolem aquelas que são normais
do cargo. (PROVA)
O § 4º do art. 39 da CF/88 prevê que os servidores remunerados pelo regime de subsídio recebem “parcela única”
mensal, sendo “vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação
ou outra espécie remuneratória”.
Vale ressaltar, no entanto, que o art. 39, § 4º, da CF/88 não estabelece uma vedação absoluta ao pagamento de
outras verbas além do subsídio.
O modelo de remuneração por subsídio tem por objetivo evitar que atividades “normais” exercidas pelo servidor
público, ou seja, atividades que são inerentes ao cargo que ele ocupa (e que já são remuneradas pelo subsídio)
sejam também remuneradas com o acréscimo de outras parcelas adicionais.
Dito de outra forma: o subsídio remunera o servidor pelas atividades que ele realiza e que são inerentes ao seu
cargo, ou seja, as atividades “normais” de seu cargo. O art. 39, § 4º proíbe que este servidor receba outras verbas
(além do subsídio) para exercer essas atividades “normais”.
Contudo, o art. 39, § 4º, não proíbe que o servidor receba:
a) valores que não ostentam caráter remuneratório, como os de natureza indenizatória; e
b) valores pagos como retribuição por eventual execução de encargos especiais não incluídos no plexo das
atribuições normais e típicas do cargo considerado.
O que o art. 39, § 4º, da CF/88 impede é a acumulação do subsídio com outras verbas destinadas a retribuir o
exercício de atividades próprias e ordinárias do cargo.
Justamente por isso, é constitucional lei estadual que preveja o pagamento de gratificação para servidores que já
recebem pelo regime de subsídio quando eles realizarem atividades que extrapolam as funções próprias e normais
do cargo.
Essas atividades, a serem retribuídas por esta parcela própria, detêm conteúdo ocupacional estranho às atribuições
ordinárias do cargo e, portanto, podem ser remuneradas por gratificação além da parcela única do subsídio, sem
que isso afronte o art. 39, § 4º, da CF/88.
Essa gratificação somente seria inconstitucional se ficasse demonstrado que estaria havendo um duplo pagamento
pelo exercício das mesmas funções normais do cargo.
STF. Plenário. ADI 4941/AL, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado 14/8/2019 (Info 947).

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e
a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da


remuneração dos cargos e empregos públicos.
216

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio
de produtividade.

(PROVA) § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira PODERÁ ser fixada nos termos do § 4º
(subsídio). (FACULDADE DO PODER PÚBLICO)

(PROVA) § 9º É VEDADA a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de


confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.

Art. 40. O regime PRÓPRIO de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de
aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

§ 1º O servidor abrangido por regime PRÓPRIO de previdência social será aposentado:

I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de
readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade
das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
(APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE – ANTIGA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ)

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de LEI COMPLEMENTAR; (APOSENTADORIA
COMPULSÓRIA)

- Se o indivíduo, apesar de ser titular de serventia não estatizada, receber remuneração dos cofres públicos,
ele estará sujeito à aposentadoria compulsória.
O STF, ao julgar o RE 647827/PR (Tema 571) fixou a seguinte tese:
Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF aos titulares de serventias judiciais
não estatizadas, desde que não sejam ocupantes de cargo público efetivo e não recebam remuneração proveniente
dos cofres públicos.
No caso concreto, o STJ reconheceu que o impetrante estava sujeito à aposentadoria compulsória porque ele se
enquadrava na parte final da tese acima exposta. Apesar de o indivíduo ser titular de serventia não estatizada, ele
receia remuneração dos cofres públicos. Desse modo, estava sujeito à aposentadoria compulsória aos 75 anos.
STJ. 2ª Turma. RMS 57258-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16/11/2021 (Info 718).

- Aposentadoria compulsória não se aplica a cargos comissionados. (PROVA)


Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da aposentadoria
compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo,
inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão.
Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor efetivo,
aposentado compulsoriamente, permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado
para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo
efetivo com a Administração.
STF. Plenário. RE 786540/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/12/2016 (repercussão geral) (Info 851).

- Aposentadoria compulsória e titulares de serventias judiciais não estatizadas.


Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF aos titulares de serventias judiciais
não estatizadas, desde que não sejam ocupantes de cargo público efetivo e não recebam remuneração proveniente
dos cofres públicos.
STF. Plenário. RE 647827/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).
217

III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se MULHER, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de
idade, se HOMEM, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida
mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais
requisitos estabelecidos em LEI COMPLEMENTAR do respectivo ente federativo. (APOSENTADORIA POR TEMPO
DE CONTRIBUIÇÃO)

- Para a aposentadoria voluntária de servidor público, o prazo mínimo de cinco anos no cargo em que se
der a aposentadoria refere-se ao cargo efetivo ocupado pelo servidor e não à classe na carreira alcançada
mediante promoção. #IMPORTANTE (PROVA)
A promoção por acesso de servidor a classe distinta na carreira não representa ascensão a cargo diverso daquele
em que já estava efetivado, de modo que, para fins de aposentadoria, o prazo mínimo de cinco anos no cargo
efetivo, exigido pelo artigo 40, § 1º, inciso III, da Constituição Federal, na redação da Emenda Constitucional
20/1998, e pelos artigos 6º da Emenda Constitucional 41/2003 e 3º da Emenda Constitucional 47/2005, não
recomeça a contar pela alteração de classe.
STF. Plenário. RE 1322195/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1º/4/2022 (Repercussão Geral – Tema 1207) (Info
1049).

§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201
ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto
nos §§ 14 a 16.

§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente
federativo.

§ 4º É VEDADA a adoção de requisitos ou critérios DIFERENCIADOS para concessão de benefícios em regime


próprio de previdência social, RESSALVADO o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º.

§ 4º-A. PODERÃO ser estabelecidos por LEI COMPLEMENTAR do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição DIFERENCIADOS para aposentadoria de servidores COM DEFICIÊNCIA, previamente submetidos a
avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (APOSENTADORIA ESPECIAL)

§ 4º-B. PODERÃO ser estabelecidos por LEI COMPLEMENTAR do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição DIFERENCIADOS para aposentadoria de ocupantes do cargo de AGENTE PENITENCIÁRIO, de
AGENTE SOCIOEDUCATIVO ou de POLICIAL dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII
do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (APOSENTADORIA ESPECIAL)

§ 4º-C. PODERÃO ser estabelecidos por LEI COMPLEMENTAR do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição DIFERENCIADOS para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, VEDADA
a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (APOSENTADORIA ESPECIAL)

- Até a edição da EC 103/2019, é admissível, aos servidores públicos, a conversão do tempo de serviço
especial em comum objetivando a contagem recíproca de tempo de serviço.
O STF, ao julgar o Tema 942, assim decidiu:
Até a edição da Emenda Constitucional nº 103/2019, o direito à conversão, em tempo comum, do prestado sob
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física de servidor público decorre da previsão de
adoção de requisitos e critérios diferenciados para a jubilação daquele enquadrado na hipótese prevista no então
vigente inciso III do § 4º do art. 40 da Constituição da República, devendo ser aplicadas as normas do regime geral
de previdência social relativas à aposentadoria especial contidas na Lei nº 8.213/91 para viabilizar sua concretização
enquanto não sobrevier lei complementar disciplinadora da matéria (STF. Plenário. RE 1014286, Rel. Luiz Fux,
Relator p/ Acórdão Edson Fachin, julgado em 31/08/2020. Repercussão Geral – Tema 942).
Antes do julgado do STF acima mencionado, o STJ possuía entendimento em sentido diverso (EREsp 524.267/PB,
Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 24/3/2014).
218

Com a tese fixada no Tema 942, o STJ teve que se alinhar à posição do STF e, em juízo de retratação, decidiu que:
Até a edição da EC 103/2019, é admissível, aos servidores públicos, a conversão do tempo de serviço especial em
comum objetivando a contagem recíproca de tempo de serviço.
STJ. 2ª Turma. REsp 1592380-SC, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 08/02/2022 (Info 724).

- (Im) possibilidade de conversão do tempo especial em tempo comum. #IMPORTANTE


Até a edição da Emenda Constitucional nº 103/2019, o direito à conversão, em tempo comum, do prestado sob
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física de servidor público decorre da previsão de
adoção de requisitos e critérios diferenciados para a jubilação daquele enquadrado na hipótese prevista no então
vigente inciso III do § 4º do art. 40 da Constituição da República, devendo ser aplicadas as normas do regime geral
de previdência social relativas à aposentadoria especial contidas na Lei nº 8.213/91 para viabilizar sua concretização
enquanto não sobrevier lei complementar disciplinadora da matéria.
Após a vigência da EC nº 103/2019, o direito à conversão em tempo comum, do prestado sob condições especiais
pelos servidores obedecerá à legislação complementar dos entes federados, nos termos da competência conferida
pelo art. 40, § 4º-C, da Constituição da República.
STF. Plenário. RE 1014286, Rel. Luiz Fux, Relator p/ Acórdão Edson Fachin, julgado em 31/08/2020 (Repercussão
Geral – Tema 942) (Info 992 – clipping).

§ 5º Os ocupantes do cargo de PROFESSOR terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades
decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em LEI COMPLEMENTAR
do respectivo ente federativo. (APOSENTADORIA ESPECIAL)

- Oficiais de justiça não têm direito à aposentadoria especial.


Aposentadoria especial é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do beneficiário são mais favoráveis que os
estabelecidos normalmente para as demais pessoas.
A CF/88 prevê que os servidores que exerçam atividades de risco têm direito à aposentadoria especial, segundo
requisitos e condições previstas em lei complementar (art. 40, § 4º, II, “b”).
O sindicato dos Oficiais de Justiça ajuizou, no STF, mandado de injunção coletivo alegando que os oficiais de justiça
exercem atividades de risco, nos termos do art. 40, § 4º, II, da CF/88 e que, apesar disso, até agora, não foi editada
uma lei complementar nacional prevendo aposentadoria especial para eles. Argumentou, então, que estaria
havendo omissão legislativa.
O STF concordou com o pedido formulado?
NÃO. Os Oficiais de Justiça, no exercício de suas funções, até sofrem, eventualmente, exposição a situações de
risco, mas isso, por si só, não confere a eles o direito subjetivo à aposentadoria especial.
Os Oficiais de Justiça podem até, a depender do caso concreto, estar sujeitos a situações de risco, notadamente
quando no exercício de suas funções em áreas dominadas pela criminalidade, ou em locais marcados por conflitos
fundiários. No entanto, o STF entendeu que esse risco é contingente (eventual), e não inerente ao serviço. Não se
pode dizer que as funções dos Oficiais de Justiça são perigosas (isso não está na sua essência). Elas podem ser
eventualmente perigosas.
Se uma atividade é eventualmente perigosa, o legislador pode prever que os servidores que a desempenham
tenham direito à aposentadoria especial com base no art. 40, § 4º, II, da CF/88. Se o legislador não fizer isso, não
haverá omissão de sua parte porque o texto constitucional não exige. Ex: Oficiais de Justiça. Reconhecer ou não o
direito à aposentadoria especial é uma escolha da discricionariedade legislativa.
Se uma atividade é perigosa por sua própria natureza, o legislador tem o dever de prever que os servidores que a
desempenham terão direito à aposentadoria especial com base no art. 40, § 4º, II, da CF/88. Se o legislador não
fizer isso, haverá omissão inconstitucional de sua parte porque o texto da CF/88 exige. Aqui não existe
discricionariedade, mas sim um dever do legislador. Ex: carreira policial.
STF. Plenário. MI 833/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 11/6/2015
(Info 789).

- Guardas municipais não têm direito à aposentadoria especial.


Aposentadoria especial é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do beneficiário são mais favoráveis que os
estabelecidos normalmente para as demais pessoas.
219

A CF/88 prevê que os servidores que exerçam atividades de risco têm direito à aposentadoria especial, segundo
requisitos e condições previstas em lei complementar (art. 40, § 4º, II, “b”).
Diante da ausência de legislação específica, não cabe ao Poder Judiciário garantir aposentadoria especial (art. 40,
§ 4º, II, da CF/88) às guardas municipais.
A aposentadoria especial não pode ser estendida aos guardas civis, uma vez que suas atividades precípuas não
são inequivocamente perigosas e, ainda, pelo fato de não integrarem o conjunto de órgãos de segurança pública
relacionados no art. 144, I a V, da CF/88.
STF. Plenário. MI 6515/DF, MI 6770/DF, MI 6773/DF, MI 6780/DF, MI 6874/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados
em 20/6/2018 (Info 907).

- Agentes penitenciários possuem direito à aposentadoria especial.


Os agentes penitenciários podem ingressar com mandado de injunção pedindo a concessão de aposentadoria
especial sob o argumento de que está havendo uma omissão inconstitucional. Isso porque se trata de categoria
que desempenha atividades com risco imanente (inerente).
STF. Decisão Monocrática. MI 6943, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/09/2018.
Obs.: A EC 103/2019 (Reforma da Previdência) inseriu o seguinte parágrafo garantindo aos agentes penitenciários
(policiais penais) a possibilidade de aposentadoria especial:
Art. 40 (...)
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente
socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do
art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela EC 103/2019)

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é VEDADA a
percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime PRÓPRIO de previdência social, aplicando-se
outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral
de Previdência Social.

§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo
dependente, o benefício de PENSÃO POR MORTE será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo,
a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B (agente
penitenciário, agente socioeducativo, policial) decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da
função.

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o VALOR REAL,
conforme critérios estabelecidos em lei.

§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de aposentadoria,
observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de
disponibilidade.

§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição FICTÍCIO.

§ 11 - APLICA-SE o limite fixado no art. 37, XI (teto remuneratório), à soma total dos proventos de inatividade,
inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades
sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos
de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.

§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, NO QUE COUBER,
os requisitos e critérios fixados para o Regime GERAL de Previdência Social.
220

§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, EXCLUSIVAMENTE, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o
Regime GERAL de Previdência Social.

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios INSTITUIRÃO, por lei de iniciativa do respectivo Poder
Executivo, regime de previdência COMPLEMENTAR para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo,
observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e
das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16.

§ 15. O regime de previdência COMPLEMENTAR de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na
modalidade contribuição DEFINIDA, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade
FECHADA de previdência complementar ou de entidade ABERTA de previdência complementar.

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de
previdência complementar.

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente
atualizados, na forma da lei.

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata
este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.

- Constitucionalidade do art. 40, § 18 da CF/88 e do art. 9º da EC 41/2003.


É constitucional o art. 40, § 18, da CF/88, incluído pela EC 41/2003:
Art. 40 (...) § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de
que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
Também é constitucional o art. 9º da EC 41/2003:
Art. 9º Aplica-se o disposto no art. 17 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias aos vencimentos,
remunerações e subsídios dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta,
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza.
STF. Plenário. ADI 3133/DF, ADI 3143/DF e ADI 3184/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 24/6/2020 (Info 983).

§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo
efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade
PODERÁ fazer jus a um ABONO DE PERMANÊNCIA equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição
previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória.

§ 20. É VEDADA a existência de MAIS de um regime próprio de previdência social e de MAIS de um órgão ou
entidade gestora desse regime em cada ente federativo, ABRANGIDOS TODOS OS PODERES, ÓRGÃOS E
ENTIDADES AUTÁRQUICAS E FUNDACIONAIS, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os
critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na LEI COMPLEMENTAR de que trata o § 22.

§ 22. VEDADA a instituição de NOVOS regimes próprios de previdência social, LEI COMPLEMENTAR FEDERAL
estabelecerá, para os que já existam, NORMAS GERAIS de organização, de funcionamento e de responsabilidade
em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre:
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social;
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;
III - fiscalização pela União e controle externo e social;
221

IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;


V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele
dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza;
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial;
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com governança,
controle interno e transparência;
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou
indiretamente, com a gestão do regime;
IX - condições para adesão a consórcio público;
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e
extraordinárias.

- O Tribunal de Contas tem o prazo de 5 anos para julgar a legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma ou pensão, prazo esse contado da chegada do processo à Corte de Contas.
#IMPORTANTE
Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao
prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou
pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas.
STF. Plenário. RE 636553/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão geral – Tema 445) (Info
967).
Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.506.932/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 02/03/2021 (Info 687).

- É possível a cassação de aposentadoria de servidor público pela prática, na atividade, de falta disciplinar
punível com demissão. #IMPORTANTE (PROVA)
A pena de cassação de aposentadoria é compatível com a Constituição Federal, a despeito do caráter contributivo
conferido àquela, especialmente porque nada impede que, na seara própria, haja o acertamento de contas entre
a administração e o servidor aposentado punido.
Assim, constatada a existência de infração disciplinar praticada enquanto o servidor estiver na ativa, o ato de
aposentadoria não se transforma num salvo conduto para impedir o sancionamento do ilícito pela administração
pública. Faz-se necessário observar o regramento contido na Lei n. 8.112/1990, aplicando-se a penalidade
compatível com as infrações apuradas.
STJ. 1ª Seção. MS 23.608-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Og Fernandes, julgado em
27/11/2019 (Info 666).
STF. 2ª Turma. AgR no ARE 1.092.355, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 17/5/2019.

- Não se pode cassar a aposentadoria do servidor que ingressou no serviço público por força de provimento
judicial precário e se aposentou durante o processo, antes da decisão ser reformada. #IMPORTANTE (PROVA)
Em regra, não produzem fato consumado a posse e o exercício em cargo público decorrentes de decisão judicial
tomada à base de cognição não-exauriente.
Em outras palavras, não se aplica a teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público por
força de decisão judicial provisória posteriormente revista. Trata-se do entendimento firmado no RE 608482/RN
(Tema 476).
A situação é diferente, contudo, se a pessoa, após permanecer vários anos no cargo, conseguiu a concessão de
aposentadoria. Neste caso, em razão do elevado grau de estabilidade da situação jurídica, o princípio da proteção
da confiança legítima incide com maior intensidade. Trata-se de uma excepcionalidade que autoriza a distinção
(distinguish) quanto ao leading case do RE 608482/RN (Tema 476).
STF. 1ª Turma. RE 740029 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/8/2018 (Info 911).
Quando o exercício do cargo foi amparado por decisões judiciais precárias e o servidor se aposentou, antes do
julgamento final do mandado de segurança, por tempo de contribuição durante esse exercício e após legítima
contribuição ao sistema, a denegação posterior da segurança que inicialmente permitira ao servidor prosseguir no
certame não pode ocasionar a cassação da aposentadoria.
222

STJ. 1ª Seção. MS 20.558-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/2/2017 (Info 600).

- Lei estadual não pode prever paridade e integralidade para os policiais civis nem conceder a eles adicional
de final de carreira para que recebam aposentadoria em classe superior ao que estavam na ativa.
É inconstitucional norma que preveja a concessão de aposentadoria com paridade e integralidade de proventos a
policiais civis.
É inconstitucional norma que preveja a concessão de “adicional de final de carreira” a policiais civis.
STF. Plenário. ADI 5039/RO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 10/11/2020 (Info 998).

- A contribuição previdenciária paga pelo servidor não deve incidir sobre parcelas que não são incorporadas
à sua aposentadoria. (PROVA)
Em adequação ao entendimento do STF, não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos
proventos de aposentadoria do servidor público, tais como terço de férias, serviços extraordinários, adicional
noturno e adicional de insalubridade.
STJ. 1ª Turma. EDcl no AgInt no REsp 1659435-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 03/09/2019
(Info 656).
Não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos proventos de aposentadoria do servidor
público, tais como terço de férias, serviços extraordinários, adicional noturno e adicional de insalubridade.
STF. Plenário. RE 593068/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/10/2018 (repercussão geral – Tema 163)
(Info 919).

- Na falta de lei específica que regulamente a aposentadoria especial dos servidores públicos portadores de
deficiência (art. 40, § 4º, I, da CF/88), deve ser aplicada a LC 142/2013, que trata sobre a aposentadoria
especial de pessoas com deficiência no RGPS.
O art. 40, § 4º, I, da CF/88 prevê que o servidor público com deficiência possui direito à aposentadoria com
requisitos e critérios diferenciados (aposentadoria especial). Ocorre que o dispositivo constitucional exige que uma
lei complementar regulamente essa aposentadoria, sendo, portanto, uma norma constitucional de eficácia
limitada.
Até o presente momento, não foi editada essa lei complementar, havendo, portanto, uma omissão inconstitucional.
Diante disso, a LC nº 142/2013, que regulamentou a aposentadoria especial de pessoas com deficiência no Regime
Geral de Previdência Social, deve ser aplicada aos pedidos de aposentadoria de servidores públicos com
deficiência, por se tratar de diploma mais adequado para suprir a omissão na regulamentação do art. 40, § 4º, I, da
CF/1988.
Assim, o servidor público com deficiência possui o direito de ver analisado o requerimento de aposentadoria
especial apresentado com base no art. 40, § 4º, I, da CF/88 utilizando-se das normas da LC 142/2013.
STF. 1ª Turma. MI 6818/DF e MI 6988/RR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 13/8/2019 (Info 947).

(PROVA) Art. 41. São ESTÁVEIS após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público.

(PROVA) § 1º O servidor público ESTÁVEL só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;


- É constitucional a norma estadual pela qual se impõe demissão por ineficiência no serviço público,
apurada em processo administrativo disciplinar, assegurada a ampla defesa (nos termos do inc. II do § 1º
do art. 41 da CF/88). (PROVA)
É constitucional a norma estadual pela qual se impõe demissão por ineficiência no serviço público, apurada em
processo administrativo disciplinar, assegurada a ampla defesa.
No caso que chegou ao STF, havia uma lei estadual de São Paulo com a finalidade de avaliação de desempenho
que pode resultar na anotação de elogio em prontuário, aferição do mérito dos integrantes da carreira para fins
de promoção e demissão por ineficiência decorrente de descumprimento de dever funcional que, no caso,
223

subsume-se à hipótese do inc. II do § 1º do art. 41 da Constituição (perda do cargo por processo administrativo
disciplinar, assegurada a ampla defesa).
Obs.: Não se está disciplinando procedimento autônomo de avaliação periódica de desempenho prevista no inc.
III do § 1º do art. 41 da Constituição da República o que contraria a repartição de competências, pois é de
competência da União.
No caso, trata-se de hipótese prevista no inc. II do § 1º do art. 41 da Constituição da República que não equivale
à perda de cargo público por avaliação de desempenho a que se refere o inc. III do § 1º do art. 41 da Constituição
da República.
STF. Plenário. ADI 5437, Relatora Min. Carmem Lúcia, julgado em 23/11/2020.

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de LEI COMPLEMENTAR, assegurada
ampla defesa.
• Norma constitucional de eficácia LIMITADA

• Sentença judicial transitada em julgado (art. 41, § 1º, I);

DISPENSA DO SERVIDOR • Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa (art. 41, §
ESTÁVEL 1º, II);
OS SERVIDORES ESTÁVEIS
SÓ PERDERÃO O CARGO • Procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei
NAS SEGUINTES HIPÓTESES: complementar, assegurada a ampla defesa (art. 41, § 1º, III);
(PROVA)
• Exoneração para corte de gastos com pessoal (art. 169, § 4º).

(PROVA) § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele REINTEGRADO, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

- Servidor reintegrado deve ser ressarcido dos vencimentos e vantagens devidas durante o período de
afastamento. (PROVA)
O servidor reintegrado deve ser ressarcido dos vencimentos a que faria jus desde o desligamento indevido, a fim
de restabelecer a situação injustamente desconstituída.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 1285218/CE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 11/09/2018.

(PROVA) § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em DISPONIBILIDADE, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

(PROVA) § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a AVALIAÇÃO ESPECIAL DE DESEMPENHO
por comissão instituída para essa finalidade.

- O mero transcurso do período de 3 anos do estágio probatório não gera, automaticamente, direito à
estabilidade. (PROVA)
O art. 41 da Constituição Federal estabelece que são requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório:
"I - idoneidade moral; II - assiduidade e pontualidade; III - disciplina; IV- eficiência; V - aptidão" (§ 1º).
Dessa forma, findo o período do estágio probatório - três (3) anos de efetivo exercício, a estabilidade do servidor
no serviço público não se dará de forma automática. Isso porque o § 4º do art. 41 da CF/88 impõe como condição
obrigatória para a aquisição da estabilidade a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
finalidade.
STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 52.138/GO, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 08/06/2020.
224

ESTABILIDADE VITALICIEDADE
Agentes públicos da Administração direta, Membros do Poder Judiciário, do MP e do
Agentes
autarquias e fundações de direito público Tribunal de Contas
Cargo Efetivo Vitalício
Regra: após 2 anos
Adquire-se Após 3 anos
Tribunais: com a posse
• Sentença judicial transitada em julgado
• Processo administrativo
Perde-se • Sentença judicial transitada em julgado
• Avaliação periódica de desempenho
• Excesso de despesa com pessoal

SÚMULAS SOBRE SERVIDORES PÚBLICOS


- Súmula Vinculante nº 3: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório
e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.”

- Súmula Vinculante nº 4: “Salvo os casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão
judicial.” (PROVA)

- Súmula Vinculante nº 33: “Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do Regime Geral de
Previdência Social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, parágrafo 4º, inciso III, da Constituição
Federal, até edição de lei complementar específica.”

- Súmula Vinculante nº 37: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos
de servidores públicos sob fundamento de isonomia.” (PROVA)

- A vedação da SV 37 se aplica tanto para as verbas remuneratórias como também para as parcelas de
caráter indenizatório. (PROVA)
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar qualquer verba de servidores públicos de
carreiras distintas sob o fundamento de isonomia, tenham elas caráter remuneratório ou indenizatório.
A vedação da Súmula Vinculante 37 se aplica tanto para as verbas remuneratórias como também para as parcelas
de caráter indenizatório. Logo, a SV 37 também proíbe que Poder Judiciário equipare o auxílio-alimentação, ou
qualquer outra verba desta espécie, com fundamento na isonomia.
STF. Plenário. RE 710293, Rel. Luiz Fux, julgado em 16/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 600) (Info 998 – clipping).

- Súmula Vinculante nº 42: “É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais


ou municipais a índices federais de correção monetária.” (PROVA)

- Súmula Vinculante nº 55: “O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos.” (PROVA)

JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 73 DO STJ - SERVIDOR PÚBLICO - REMUNERAÇÃO


1) A questão relativa à indenização por omissão legislativa, decorrente da falta de encaminhamento de lei que
garanta aos servidores públicos o direito à revisão geral anual dos seus vencimentos (art. 37, X, da Constituição
Federal), tem natureza constitucional, razão pela qual não pode ser apreciada em sede de recurso especial.
O STF definiu a seguinte tese:
O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto
no inciso X do art. 37 da CF/88, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no
entanto, se pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão.
STF. Plenário. RE 565089 /SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
25/9/2019 (Repercussão Geral – Tema 19) (Info 953).
225

2) Não compete ao Poder Judiciário equiparar ou reajustar os valores do auxílio-alimentação dos servidores
públicos.

3) É indevida a devolução ao erário de valores recebidos de boa-fé, por servidor público ou pensionista, em
decorrência de erro administrativo operacional ou nas hipóteses de equívoco ou má interpretação da lei pela
Administração Pública. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 531) (PROVA)
A PARTE GRIFADA ESTÁ SUPERADA!
Servidor público recebe valores por força de decisão administrativa; posteriormente, essa decisão é
revogada porque ela foi baseada em uma interpretação equivocada da lei; o servidor será obrigado a
devolver as quantias recebidas?
NÃO. É incabível a restituição ao erário dos valores recebidos de boa-fé pelo servidor público em
decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública.
Quando a Administração Pública interpreta erroneamente uma lei, resultando em pagamento indevido ao
servidor, cria-se uma falsa expectativa de que os valores recebidos são legais e definitivos, impedindo,
assim, que ocorra desconto, ante a boa-fé do servidor público.
Em virtude do princípio da legítima confiança, o servidor público, em regra, tem a justa expectativa de que
são legais os valores pagos pela Administração Pública, porque jungida à legalidade estrita.
Assim, diante da ausência da comprovação da má-fé no recebimento dos valores pagos indevidamente por
erro de direito da Administração, não se pode efetuar qualquer desconto na remuneração do servidor
público, a título de reposição ao erário.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.244.182-PB, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/10/2012 (Recurso Repetitivo
– Tema 531).

Servidor público recebe valores da Administração Pública; posteriormente, constata-se que o pagamento
foi indevido e que ocorreu em razão de um erro operacional da Administração; em regra, o servidor será
obrigado a devolver as quantias recebidas?
O pagamento indevido feito ao servidor público e que decorreu de erro administrativo está sujeito à
devolução, salvo se o servidor, no caso concreto, comprovar a sua boa-fé objetiva.
Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo (operacional ou de
cálculo), não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração, estão sujeitos
à devolução, ressalvadas as hipóteses em que o servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé
objetiva, sobretudo com demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.769.306/AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021 (Recurso Repetitivo
– Tema 1009) (Info 688).

4) É de 200 horas mensais o divisor adotado como parâmetro para o pagamento de horas extras aos servidores
públicos federais, cujo cálculo é obtido dividindo-se as 40 horas semanais (art. 19 da Lei n. 8.112/90) por 6 dias
úteis e multiplicando-se o resultado por 30 (total de dias do mês).

5) O pagamento do adicional de penosidade (art. 71 da Lei n. 8.112/90) depende de regulamentação do Executivo


Federal.

6) A incorporação de quintos decorrentes do exercício de funções comissionadas aos vencimentos de servidores


públicos federais somente é possível até 28.2.1995, enquanto que, no interregno de 1.3.1995 a 11.11.1997 a
incorporação devida seria de décimos, sendo indevida qualquer concessão a partir de 11.11.1997, data em que a
norma autorizadora da incorporação foi expressamente revogada pela Medida Provisória n. 1.595-14, convertida
na Lei n. 9.527/1997 (art. 15).

7) Os efeitos do Decreto n. 493/92, que regulamentou o pagamento da Gratificação Especial de Localidade - GEL,
devem retroagir à dada em que se encerrou o prazo de 30 (trinta) dias previsto no art. 17 da Lei n. 8.270/91.
226

8) É legítimo o tratamento diferenciado entre professores ativos e inativos, no que tange à percepção da
Gratificação de Estímulo à Docência - GED, instituída pela Lei 9.678/1998, tendo em vista a natureza da gratificação,
cujo percentual depende da produtividade do servidor em atividade.

9) A lei que cria nova gratificação ao servidor sem promover reestruturação ou reorganização da carreira não tem
aptidão para absorver índice de reajuste geral.

10) A fixação ou alteração do sistema remuneratório e a supressão de vantagem pecuniária são atos comissivos
únicos e de efeitos permanentes, que modificam a situação jurídica do servidor e não se renovam mensalmente.

11) A contagem do prazo decadencial para a impetração de mandado de segurança contra ato que fixa ou altera
sistema remuneratório ou suprime vantagem pecuniária de servidor público inicia-se com a ciência do ato
impugnado.

12) Não cabe o pagamento da ajuda de custo prevista no art. 53 da Lei n. 8.112/90 ao servidor público que
participou de concurso de remoção.

13) É devida ao servidor público aposentado a conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada, ou não
contada em dobro para aposentadoria, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração.

14) O prazo prescricional de cinco anos para converter em pecúnia licença-prêmio não gozada ou utilizada como
lapso temporal para jubilamento tem início no dia posterior ao ato de registro da aposentadoria pelo Tribunal de
Contas.
É pacífico o entendimento do STJ no sentido de que o termo inicial para a contagem do prazo prescricional,
no caso de pedido de indenização de licença-prêmio ou das férias não gozada vencidas, convertidas em
pecúnia, é a data da aposentadoria ou da exoneração do servidor, pois nesse momento rompeu-se a relação
funcional com a Administração Pública.
STJ. 1ª Seção. Rcl 39.265/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 11/03/2020.

15) Os efeitos da sentença trabalhista, quanto ao reajuste de 84,32%, referente ao IPC – Índice de Preços ao
Consumidor de março de 1990, têm por limite temporal a Lei n. 8.112/90, que promoveu a transposição do regime
celetista para o estatutário.

16) O termo inicial da prescrição do direito de pleitear a indenização por férias não gozadas é o ato de
aposentadoria do servidor.

17) É possível a supressão do índice de 26,05% relativo à URP - Unidade de Referência de Preços de 1989
incorporado em decorrência de sentença trabalhista transitada em julgado, pois a eficácia desta está adstrita à
data da transformação dos empregos em cargos públicos e ao consequente enquadramento no Regime Jurídico
Único.

18) A Vantagem Pecuniária Individual – VPI possui natureza jurídica de Revisão Geral Anual, devendo ser estendida
aos servidores públicos federais o índice de aproximadamente 13,23%, decorrente do percentual mais benéfico
proveniente do aumento impróprio instituído pelas Leis n. 10.697/2003 e 10.698/2003.

19) Os candidatos aprovados em concurso público para os cargos da Polícia Civil do DF e da Polícia Federal fazem
jus, durante o programa de formação, à percepção de 80% dos vencimentos da classe inicial da categoria.
JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 76 DO STJ - SERVIDOR PÚBLICO II
1) É legítimo o ato da Administração que promove o desconto dos dias não trabalhados pelos servidores públicos
participantes de movimento grevista. (PROVA)
A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do
direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre.
É permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado
que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público.
227

STF. Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016 (Repercussão Geral – Tema 531)
(Info 845).

2) É vedado o cômputo do tempo do curso de formação para efeito de promoção do servidor público, sendo,
contudo, considerado tal período para fins de progressão na carreira.

3) O tempo de serviço prestado às empresas públicas e sociedades de economia mista somente pode ser
computado para efeitos de aposentadoria e disponibilidade.

4) O direito de transferência ex officio entre instituições de ensino congêneres conferido a servidor público federal
da administração direta se estende aos empregados públicos integrantes da administração indireta.

5) Os efeitos da sentença trabalhista têm por limite temporal a Lei n. 8112/90, que promoveu a transposição do
regime celetista para o estatutário, inexistindo violação à coisa julgada, ao direito adquirido ou ao princípio da
irredutibilidade de vencimentos.

6) A pensão por morte do servidor público federal é devida até a idade limite de 21 (vinte e um) anos do
dependente, salvo se inválido, não cabendo postergar o benefício para os universitários com idade até 24 (vinte e
quatro) anos, ante a ausência de previsão normativa.

7) Não é possível o registro de penas nos assentamentos funcionais dos servidores públicos quando verificada a
ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do Estado, por força do entendimento do Supremo Tribunal Federal
de que o art. 170 da Lei n. 8.112/90 viola a Constituição Federal.
O art. 170 da Lei nº 8.112/90 prevê que, mesmo estando prescrita a infração disciplinar, é possível que a
prática dessa conduta fique registrada nos assentos funcionais do servidor.
O STF decidiu que esse art. 170 é inconstitucional por violar os princípios da presunção de inocência e da
razoabilidade.
STF. Plenário. MS 23262/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/4/2014 (Info 743).

8) A abertura de concurso de remoção pela administração revela que a existência de vaga a ser preenchida pelo
servidor aprovado é de interesse público.

9) A investidura originária não se enquadra no conceito de deslocamento para fins da concessão da licença para
acompanhar cônjuge com exercício provisório.

10) É lícita a cassação de aposentadoria de servidor público, não obstante o caráter contributivo do benefício
previdenciário. (PROVA)

11) O termo inicial para o pagamento dos proventos integrais devidos na conversão da aposentadoria proporcional
por tempo de serviço em aposentadoria integral por invalidez é a data do requerimento administrativo.

12) A concessão de aposentadoria especial aos servidores públicos será regulada pela Lei n. 8.213/91, enquanto
não editada a lei complementar prevista no art. 40, § 4º, da CF/88.
Súmula vinculante 33-STF: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da
previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição
Federal, até a edição de lei complementar específica.
Vale ressaltar que a Reforma da Previdência (EC 103/2019) alterou a redação do § 4º do art. 40:
ANTES DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA:
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares,
os casos de servidores:
I - portadores de deficiência;
II - que exerçam atividades de risco;
228

III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física.

DEPOIS DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA:


Art. 40 (...)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime
próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º.
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a
avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente
socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput
do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.

Frederico Amado defende que as aposentadorias especiais no RPPS eram uma determinação constitucional
“agora passaram
a ser um ato discricionário do legislador, ao inserir expressamente no texto constitucional a expressão
‘poderão’, o que é um lamentável retrocesso.” (Curso de Direito e Processo Previdenciário. Salvador:
Juspodivm, p. 1.516). Caso esse entendimento prevaleça, a tese 1 e SV 33 perderiam sentido. No entanto,
penso que não será essa posição que irá ser adotada pelo STF. O fato de ter sido utilizado o verbo “poderão”
não significa que passou a existir uma discricionariedade considerando que a aposentadoria para pessoas
que laboram em condições especiais é um reconhecimento constitucional que deve ser considerado direito
fundamental, de regulamentação e implementação obrigatórias.

13) A limitação da carga horária semanal para servidores públicos profissionais de saúde que acumulam cargos
deve ser de 60 horas semanais.
SUPERADA!
A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, não
se sujeita ao limite de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitucional, pois inexiste tal requisito
na Constituição Federal.
O único requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários no exercício das funções,
cujo cumprimento deverá ser aferido pela administração pública.
STF. Plenário. ARE 1246685, Rel. Min. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/03/2020 (Repercussão Geral – Tema
1081).

14) O Auxiliar Local que prestou serviços ininterruptos para o Brasil no exterior, admitido antes de 11 de dezembro
de 1990, submete-se ao Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União (art. 243 da Lei n. 8.112/1990).

15) A Lei n. 8.112/90, quando aplicada aos servidores do Distrito Federal por força da Lei Distrital n. 197/91, assume
status de lei local, insuscetível de apreciação em sede de recurso especial, atraindo o óbice da Súmula 280/STF.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE SERVIDORES PÚBLICOS (OUTROS JULGADOS)


- A progressão funcional não está elencada no rol de proibições do art. 22, parágrafo único, da LRF (limite
prudencial). #IMPORTANTE
É ilegal o ato de não concessão de progressão funcional de servidor público, quando atendidos todos os requisitos
legais, a despeito de superados os limites orçamentários previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, referentes a
gastos com pessoal de ente público, tendo em vista que a progressão é direito subjetivo do servidor público,
229

decorrente de determinação legal, estando compreendida na exceção prevista no inciso I do parágrafo único do
art. 22 da Lei Complementar n. 101/2000.
STJ. 1ª Seção. REsp 1878849-TO, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador Convocado do TRF da 5ª região),
julgado em 24/02/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1075) (Info 726).

- É possível que o servidor público cumpra seus deveres funcionais em dias alternativos por motivos
religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos. #IMPORTANTE (PROVA)
Nos termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível à Administração Pública, inclusive durante o estágio
probatório, estabelecer critérios alternativos para o regular exercício dos deveres funcionais inerentes aos cargos
públicos, em face de servidores que invocam escusa de consciência por motivos de crença religiosa, desde que
presentes a razoabilidade da alteração, não se caracterize o desvirtuamento do exercício de suas funções e não
acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira fundamentada.
STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 19/11, 25/11 e
26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386) (Info 1000).

- Lei estadual pode exigir que servidor more no Município onde atua, mas não pode exigir que ele peça
autorização todas as vezes em que for sair da localidade. (PROVA)
A regra que estabelece a necessidade de residência do servidor no município em que exerce suas funções é
compatível com a Constituição de 1988, a qual já prevê obrigação semelhante para magistrados, nos termos do
seu art. 93, VII.
Por outro lado, viola a Constituição a lei estadual que proíba a saída do servidor do Município sede da unidade
em que atua sem autorização do superior hierárquico. Essa previsão configura grave violação da liberdade
fundamental de locomoção (art. 5º, XV, da CF/88) e do devido processo legal (art. 5º, LIV).
STF. Plenário. ADPF 90, Rel. Luiz Fux, julgado em 03/04/2020 (Info 977).

- É inconstitucional
________________ lei que, ao aumentar a exigência de escolaridade de determinado cargo de nível médio
para superior, assegura isonomia remuneratória aos ocupantes dos cargos em extinção que haviam feito
concurso para o cargo de nível médio. (PROVA)
É inconstitucional o aproveitamento de servidor, aprovado em concurso público a exigir formação de nível médio,
em cargo que pressuponha escolaridade superior.
STF. Plenário. RE 740008/RR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 697) (Info
1003).

- Não é compatível com a CF/88 a norma de CE que estabelece que o servidor público inativo deverá receber
obrigatoriamente a mais do que percebia na ativa. (PROVA)
A Constituição do Estado do Ceará previa que o servidor, ao se aposentar, deveria receber, como proventos, o
valor pecuniário correspondente ao padrão de vencimento imediatamente superior ao da sua classe funcional, e,
se já ocupasse o ultimo escalão, faria jus a uma gratificação adicional de 20% sobre a sua remuneração.
O STF decidiu que essa previsão não era considerada materialmente inconstitucional à época da edição da Carta,
uma vez que a superação da remuneração em atividade era tolerada na redação original da CF. Porém, essa regra
não foi recepcionada pela EC 20/98 que proibiu a superação do patamar remuneratório da atividade e a
impossibilidade de incorporação da remuneração do cargo em comissão para fins de aposentadoria (art. 40, §§ 2º
e 3º, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

- Inconstitucionalidade de normas da Constituição Estadual que tratam sobre remuneração e direitos dos
servidores públicos sem que existam previsões semelhantes na CF/88.
São inconstitucionais os arts. 154, § 2º; 167, XII e XIII, §§ 1º e 2º; e 174, da Constituição do Estado do Ceará, e os
arts. 27 e 28 do seu ADCT. Tais dispositivos tratam de remuneração e direitos de servidores públicos, que, por não
encontrarem similares na CF/88, somente poderiam ser veiculados por meio de lei de iniciativa do Chefe do Poder
Executivo.
São previsões específicas que não tratam da organização e estruturação do Estado-membro ou de seus órgãos,
mas que versam sobre o regime jurídico de servidores públicos.
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).
230

- Valores recebidos por servidores públicos por força de decisão judicial precária, posteriormente reformada,
devem ser restituídos ao erário. #IMPORTANTE (PROVA)
Se o servidor recebeu os valores amparado por uma decisão judicial precária, não há como se admitir a existência
de boa-fé, pois a Administração em momento algum gerou-lhe uma falsa expectativa de definitividade quanto ao
direito pleiteado.
Se não fosse permitida a restituição, isso iria gerar o desvirtuamento do próprio instituto da antecipação dos
efeitos da tutela, haja vista que um dos requisitos legais para sua concessão reside justamente na inexistência de
perigo de irreversibilidade.
STJ. 2ª Turma. AREsp 1.711.065-RJ, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 03/05/2022 (Info 735).

- O pagamento indevido feito ao servidor público e que decorreu de erro administrativo está sujeito à
devolução, salvo se o servidor, no caso concreto, comprovar a sua boa-fé objetiva. #IMPORTANTE (PROVA)
Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo (operacional ou de cálculo),
não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração, estão sujeitos à devolução,
ressalvadas as hipóteses em que o servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo
com demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.769.306/AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021 (Recurso Repetitivo – Tema
1009) (Info 688).

POSIÇÃO DO STJ
SERVIDOR QUE RECEBE INDEVIDAMENTE VALORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM RAZÃO DE
INTERPRETAÇÃO ERRÔNEA DA LEI (TEMA 531): “ERRO DE DIREITO”
Servidor público recebe valores por força de decisão administrativa; posteriormente, essa decisão é revogada
porque ela foi baseada em uma interpretação equivocada da lei; o servidor será obrigado a devolver as quantias
recebidas?
NÃO.
É incabível a restituição ao erário dos valores recebidos de boa-fé pelo servidor público em decorrência de errônea
ou inadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública.
Quando a Administração Pública interpreta erroneamente uma lei, resultando em pagamento indevido ao servidor,
cria-se uma falsa expectativa de que os valores recebidos são legais e definitivos, impedindo, assim, que ocorra
desconto, ante a boa-fé do servidor público.
Em virtude do princípio da legítima confiança, o servidor público, em regra, tem a justa expectativa de que são
legais os valores pagos pela Administração Pública, porque jungida à legalidade estrita.
Assim, diante da ausência da comprovação da má-fé no recebimento dos valores pagos indevidamente por erro
de direito da Administração, não se pode efetuar qualquer desconto na remuneração do servidor público, a título
de reposição ao erário.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.244.182-PB, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/10/2012 (Recurso Repetitivo – Tema
531).
Exemplo:
É aprovada uma lei criando gratificação para os servidores de determinado órgão público.
A Administração Pública passa a pagar a gratificação a todos os servidores daquele órgão.
Ocorre que, posteriormente, constata-se que a interpretação foi equivocada e que a gratificação só é devida aos
servidores que estejam nas atividades de efetiva fiscalização (“atividades em campo”), não sendo aplicada aos
servidores que estejam desempenhando funções meramente administrativas.
Diante disso, o poder público deverá suspender os novos pagamentos, mas não poderá cobrar dos servidores a
devolução dos valores já pagos, considerando que o pagamento foi feito em razão de errônea interpretação da lei
por parte da Administração Pública (erro de direito), não havendo má-fé dos servidores que receberam.

SERVIDOR QUE RECEBE INDEVIDAMENTE VALORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM RAZÃO DE ERRO


ADMINISTRATIVO (TEMA 1009): “ERRO DE FATO”
Servidor público recebe valores da Administração Pública; posteriormente, constata-se que o pagamento foi
indevido e que ocorreu em razão de um erro operacional da Administração; em regra, o servidor será obrigado a
devolver as quantias recebidas?
231

O pagamento indevido feito ao servidor público e que decorreu de erro administrativo está sujeito à devolução,
salvo se o servidor, no caso concreto, comprovar a sua boa-fé objetiva.
Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo (operacional ou de cálculo),
não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração, estão sujeitos à devolução,
ressalvadas as hipóteses em que o servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo
com demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.769.306/AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021 (Recurso Repetitivo – Tema
1009) (Info 688).

· Interpretação errônea da lei – erro de direito (Tema 531): o elemento objetivo, ou seja, as circunstâncias
fáticas já permitem concluir que o servidor público agiu de boa-fé. Existe, portanto, uma presunção de que
o servidor estava de boa-fé. Se até a Administração Pública equivocou-se na intepretação da lei, não é
razoável que esse erro de direito fosse questionado pelo servidor.
· Erro administrativo (operacional ou de cálculo) – erro de fato (Tema 1009): em princípio, a devolução é
devida. Mas, o servidor pode demonstrar, no caso concreto, que não tinha condições de perceber a ilicitude
no recebimento dos valores.

Posição do STF
Vale ressaltar que o STF não distingue muito bem as duas situações na sua jurisprudência. Veja alguns julgados da
Corte sobre o tema:
Servidor que recebe indevidamente valores da administração pública em razão de interpretação errônea da lei
(julgados do STF)
As quantias percebidas pelos servidores em razão de decisão administrativa dispensam a restituição quando:
a) auferidas de boa-fé;
b) há ocorrência de errônea interpretação da Lei pela Administração;
c) ínsito o caráter alimentício das parcelas percebidas, e
d) constatar-se o pagamento por iniciativa da Administração Pública, sem ingerência dos servidores beneficiados.
STF. 1ª Turma. MS 31244 AgR-segundo, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/05/2020.

HERDEIRO DE SERVIDOR QUE RECEBE VALORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DECORRENTE DE ERRO


OPERACIONAL
Imagine a seguinte situação hipotética:
Maria era servidora pública aposentada e recebia todos os meses seus proventos na conta bancária.
Determinado dia, Maria faleceu e seus dois filhos informaram ao departamento de pessoal do Estado a morte da
mãe.
Com o falecimento da servidora, o correto seria que cessasse o pagamento dos proventos, já que os filhos não
tinham direito à pensão por morte, considerando que eram maiores e capazes.
Ocorre que, por uma falha no programa de computador do órgão público, os proventos continuaram a ser
depositados na conta bancária da falecida, o que perdurou por três meses.
Os filhos de Maria tinham o cartão e a senha da conta bancária e, à medida que os valores iam sendo depositados,
eles sacavam as quantias.
A Administração, enfim, percebeu o erro, cessou os novos pagamentos e cobrou dos filhos a restituição dos três
meses pagos.
O pleito da Administração Pública deverá ser atendido? Os herdeiros da servidora deverão devolver o dinheiro?
SIM.
Os herdeiros devem restituir os proventos que, por erro operacional da Administração Pública, continuaram sendo
depositados em conta de servidor público após o seu falecimento.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.387.971-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 15/3/2016 (Info 579).

Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base
na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
232

§ 1º APLICAM-SE aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em
lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica
dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores.

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios APLICA-SE o que for fixado
em lei específica do respectivo ente estatal.

§ 3º APLICA-SE aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI
(acumulação de cargos), COM PREVALÊNCIA da atividade militar.

Seção IV
DAS REGIÕES
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e
social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.

§ 1º - LEI COMPLEMENTAR disporá sobre:


I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos
planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes.

§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:


I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis
nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.

§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com os
pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena
irrigação.
____________________________________________________________________________________________________

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

SEÇÃO I
DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

LEGISLATURA
4 ANOS
(art. 44, § único)
SESSÃO LEGISLATIVA
ANUAL
(art. 57)
SEMESTRE LEGISLATIVO
PERÍODO LEGISLATIVO É a subdivisão da sessão legislativa em 2 períodos legislativos:
(art. 57) • 2 de fevereiro a 17 de julho
• 1º de agosto a 22 de dezembro
233

(PROVA) Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema PROPORCIONAL,
em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será
estabelecido por LEI COMPLEMENTAR, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários,
no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais
de setenta Deputados.

§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.


• Território não possui Senadores!

(PROVA) Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
princípio MAJORITÁRIO.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.

§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos,
ALTERNADAMENTE, por um e dois terços.

§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

(PROVA) Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão
tomadas por maioria dos votos, PRESENTE a maioria absoluta de seus membros.

DEPUTADOS FEDERAIS SENADORES DA REPÚBLICA


Representam O povo Os Estados e o DF
Sistema de Eleição Proporcional Majoritário
Quantidade 513 Deputados 81 Senadores
Quantidade por Estado 8 a 70 Deputados 3 Senadores
Duração do Mandato 4 anos (1 legislatura) 8 anos (2 legislaturas)
Quantidade de Suplentes 2 suplentes 2 suplentes
Idade Mínima 21 anos 35 anos
A renovação se faz de 1/3 a 2/3.
É possível a renovação de todos os
Renovação Busca-se que sempre existam Senadores
Deputados Federais.
no exercício do mandato.
Se criado Território.. Haverá 4 Deputados Não haverá Senador
O número de Deputados Federais
Observação influencia no número de Deputados –
Estaduais do respectivo Estado.

- Perda do mandato por infidelidade partidária não se aplica a cargos eletivos majoritários. #IMPORTANTE
Se o titular do mandato eletivo, sem justa causa, decidir sair do partido político no qual foi eleito, ele perderá o
cargo que ocupa?
a) Se for um cargo eletivo MAJORITÁRIO: NÃO
A perda do mandato em razão de mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema
majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor.
No sistema majoritário, o candidato escolhido é aquele que obteve mais votos, não importando o quociente
eleitoral nem o quociente partidário.
Nos pleitos dessa natureza, os eleitores votam no candidato e não no seu partido político. Desse modo, no sistema
majoritário, a imposição da perda do mandato por infidelidade partidária é antagônica (contrária) à soberania
popular.
234

b) Se for um cargo eletivo PROPORCIONAL: SIM


O mandato parlamentar conquistado no sistema eleitoral proporcional pertence ao partido político.
Assim, se o parlamentar eleito decidir mudar de partido político, ele sofrerá um processo na Justiça Eleitoral que
poderá resultar na perda do seu mandato. Neste processo, com contraditório e ampla defesa, será analisado se
havia justa causa para essa mudança.
O assunto está disciplinado na Resolução 22.610/2007 do TSE, que elenca, inclusive, as hipóteses consideradas
como “justa causa”.
STF. Plenário. ADI 5081/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/5/2015 (Info 787).

Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
(PROVA) Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o
especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

(PROVA) II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões
de curso forçado;

(PROVA) III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;

(PROVA) VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas


Assembléias Legislativas;

VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;

(PROVA) VIII - concessão de anistia;

- Lei federal _________


não pode conceder anistia a policiais e bombeiros militares estaduais que praticaram_________
infrações
disciplinares. #IMPORTANTE (PROVA)
_____________
É formalmente inconstitucional norma federal que concede anistia a policiais e bombeiros militares estaduais por
infrações disciplinares decorrentes da participação em movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos
e de condições de trabalho.
Caso concreto: a Lei federal nº 12.505/2011 concedeu anistia aos policiais e bombeiros militares de diversos
Estados punidos por participar de movimentos reivindicatórios.
A União possui competência para legislar concedendo anistia para crimes. A anistia de infrações disciplinares
_______________________________________________________________________
cometidas por servidores estaduais deve ser concedida pelos próprios entes estaduais tendo em vista a autonomia
que caracteriza a Federação brasileira. Quanto aos bombeiros e policiais militares, a competência estadual é
realçada nos arts. 42 e 144, § 6º, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 4869/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27/5/2022 (Info 1056).

(PROVA) IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos
Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; (CN NÃO ORGANIZA DP DO DF)!!!!! SÓ DA
UNIÃO E DOS TERRITÓRIOS!!!

X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o
art. 84, VI, b;

(PROVA) XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;

(PROVA) XII - telecomunicações e radiodifusão;


235

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

(PROVA) XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

(PROVA) XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º;
150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.

(PROVA) Art. 49. É da competência EXCLUSIVA do Congresso Nacional: (Não precisa de sansão do PR).
• Materializada mediante Decreto Legislativo.
• Além das matérias do art. 49, o CN deverá regulamentar por decreto legislativo os efeitos da MP NÃO convertida
em lei, bem como havendo exorbitância nos limites da delegação legislativa, caberá ao CN sustar o ato normativo,
por meio de decreto legislativo, realizando o controle repressivo de constitucionalidade.

(PROVA) I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou
___________________________
compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
______________________________________________

(PROVA) II - AUTORIZAR o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em LEI
COMPLEMENTAR;

(PROVA) III - AUTORIZAR o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência
exceder a quinze dias;

- Constituição Estadual __________


não pode exigir autorização da ALE para que o Governador (ou o Vice) se ausente
do país qualquer que seja o prazo. (PROVA)
A exigência de prévia autorização da assembleia legislativa para o governador e o vice-governador do Estado
ausentarem-se, “em qualquer tempo”, do território nacional mostra-se incompatível com os postulados da simetria
e da separação dos Poderes.
A Constituição Federal, em seu art. 49, III e em seu art. 83, prevê que é da competência do Congresso Nacional
autorizar o Presidente e o Vice-presidente da República a se ausentarem do País quando a ausência for por período
superior a 15 dias.
Logo, afronta os princípios da separação dos Poderes e da simetria a norma da Constituição estadual que exige
prévia licença da Assembleia Legislativa para que o Governador e o Vice-governador se ausentem do País por
qualquer prazo.
Os Estados-membros não podem criar novas ingerências de um Poder na órbita de outro que não derivem explícita
ou implicitamente de regra ou princípio previsto na Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 5373 MC/RR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/5/2019 (Info 939).

- Constituição estadual só pode exigir que o Prefeito (ou o Vice) peça autorização da Câmara Municipal
para viajar se a viagem for superior a 15 dias.
A CE/AP trouxe regra dizendo que se o Prefeito ou o Vice-Prefeito for viajar ao exterior, “por qualquer tempo”, ele
deverá pedir uma licença prévia da Câmara Municipal para a viagem.
O STF considerou inconstitucional a expressão “por qualquer tempo”.
Essa regra de “por qualquer tempo” está em desacordo com o princípio da simetria. Isso porque a CF/88 somente
exige autorização do Congresso Nacional se a ausência do Presidente da República for superior a 15 dias (art. 49,
III).
De igual modo, a Constituição do Estado do Amapá também só exige autorização da Assembleia Legislativa se a
ausência do Governador (ou do Vice) for superior a 15 dias (art. 118, § 1º).
Logo, a exigência de autorização da Câmara Municipal para que o Prefeito possa se ausentar por períodos menores
que 15 dias quebra a simetria existente em relação ao Governador.
STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/10/2018 (Info 921).
236

(PROVA) IV - APROVAR o estado de defesa e a intervenção federal, AUTORIZAR o estado de sítio, ou SUSPENDER
qualquer uma dessas medidas;

COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO CN
Aprovar Autorizar
Estado de Defesa
Estado de Sítio
Intervenção Federal
Não há participação do Presidente da República nessa decisão.

(PROVA) V - SUSTAR os atos normativos do Poder Executivo que EXORBITEM do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa; (v. arts. 84, IV e 68)

VI - mudar temporariamente sua sede;

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI,
39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado
o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

FIXAR SUBSÍDIOS (PROVA)


PR, Vice-Presidente, Ministros de Estado,
Ministro do STF (art. 48, XV)
Deputados Federais e Senadores (art. 49, VIII)
SEM sanção do PR
COM sanção do PR
(Competência Exclusiva do CN)
Lei Decreto Legislativo

(PROVA) IX - JULGAR ANUALMENTE as contas prestadas pelo Presidente da República e APRECIAR os relatórios sobre a
execução dos planos de governo;

CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Aprecia, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em 60
TCU
dias a contar de seu recebimento (Art. 71, I, CF)

CONGRESSO NACIONAL Julga Anualmente (Art. 49, IX, CF)

Procede à tomada de contas não apresentadas ao CN em 60 dias


CÂMARA DOS DEPUTADOS
após a abertura da sessão legislativa (Art. 51, II, CF)

COMISSÃO MISTA PERMANENTE DE Examinar e emitir parecer sobre as contas apresentadas


SENADORES E DEPUTADOS anualmente (Art. 166, § 1º, I, CF)

(PROVA) X - FISCALIZAR E CONTROLAR, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta;

- Norma estadual ou municipal _________


não pode conferir a parlamentar, individualmente, o poder de requisitar
informações ao Poder Executivo. #IMPORTANTE
O art. 101 da CE/RJ estabelecia que “a qualquer Deputado” seria permitido formular requerimento de informação
ao Poder Executivo, constituindo crime de responsabilidade, nos termos da lei, o não atendimento no prazo de
trinta dias, ou a prestação de informações falsas.
O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “a qualquer Deputado” constante do caput desse dispositivo.
O art. 49, X, da CF/88 é taxativo ao conferir exclusivamente às Casas do Poder Legislativo a competência para
fiscalizar os atos do Poder Executivo.
JURIS: É inconstitucional lei estadual que vincula a remuneração dos Deputados Estaduais à dos Deputados Federais.
Essa vinculação é inconstitucional porque representa modalidade de reajustamento automático e, desse modo, viola o princípio da reserva legal
(art. 27, § 2º, CF/88), o pacto federativo e a vedação à equiparação entre espécies remuneratórias (art. 37, XIII, CF/88).

STF. Plenário. ADI 6545/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/4/2023 (Info 1090).
237

Não se admite que norma estadual crie outras modalidades de controle ou inovem a forma de exercício desse
controle ultrapassando aquilo que foi previsto na Constituição Federal, sob pena de violação ao princípio da
separação dos poderes (art. 2º).
STF. Plenário. ADI 4700/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/12/2021 (Info 1041).

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;

(PROVA) XII - APRECIAR os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;

Apreciar os atos de concessão e renovação de


Telecomunicações e radiodifusão (art. 48, XII) concessão de emissoras de rádio e televisão (art.
49, XII)
SEM sanção do PR
COM sanção do PR
(Competência Exclusiva do CN)
Lei Decreto Legislativo
2/3
(PROVA) XIII - ESCOLHER dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

(PROVA) XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

(PROVA) XV - AUTORIZAR referendo e CONVOCAR plebiscito;

COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO CN
Autorizar Convocar
Referendo Plebiscito

(PROVA) XVI - AUTORIZAR, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e
lavra de riquezas minerais;

(PROVA) XVII - APROVAR, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares.

(PROVA) XVIII - decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E,
167-F e 167-G desta Constituição. (EC nº 109/2021)

- É ______________
constitucional lei de iniciativa parlamentar que cria conselho de representantes da sociedade civil com
atribuição de fiscalizar ações do Executivo.
Surge constitucional lei de iniciativa parlamentar a criar conselho de representantes da sociedade civil, integrante
da estrutura do Poder Legislativo, com atribuição de acompanhar ações do Executivo.
STF. Plenário. RE 626946/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 1040) (Info
994).

(PROVA) Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão CONVOCAR
Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República
para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando CRIME DE
RESPONSABILIDADE a ausência sem justificação adequada.

§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de
suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de
relevância de seu Ministério.

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em
238

CRIME DE RESPONSABILIDADE a recusa, ou o não – atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação
de informações falsas.

- É _____________
incompatível com a Constituição Federal ato normativo estadual que amplie as atribuições de
fiscalização do Legislativo local e o rol de autoridades submetidas à solicitação de informações.
#IMPORTANTE (PROVA)
O art. 50, caput e § 2º, da CF/88 traduz norma de observância obrigatória pelos Estadosmembros que, por
imposição do princípio da simetria (art. 25 da CF/88), não podem ampliar o rol de autoridades sujeitas à fiscalização
direta pelo Poder Legislativo e à sanção por crime de responsabilidade.
STF. Plenário. ADI 5289/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/6/2021 (Info 1020).

- É inconstitucional
_______________ norma da CE que preveja a possibilidade de a Assembleia Legislativa convocar o
Presidente do TJ ou o PGJ para prestar informações, sob pena de crime de responsabilidade. #IMPORTANTE (PROVA)
É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja a possibilidade de a Assembleia Legislativa convocar
o Presidente do Tribunal de Justiça ou o Procurador-Geral de Justiça para prestar informações na Casa, afirmando
que a sua ausência configura crime de responsabilidade.
O art. 50 da CF/88, norma de reprodução obrigatória, somente autoriza que o Poder Legislativo convoque
autoridades do Poder Executivo, e não do Poder Judiciário ou do Ministério Público.
Não podem os Estados-membros ampliar o rol de autoridades sujeitas à convocação pelo Poder Legislativo e à
sanção por crime de responsabilidade, por violação ao princípio da simetria e à competência privativa da União
para legislar sobre o tema.
STF. Plenário. ADI 2911, Rel. Carlos Britto, julgado em 10/08/2006.
STF. Plenário. ADI 5416, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 03/04/2020 (Info 977).

- Parlamentar, mesmo sem a aprovação da Mesa Diretora, pode, na condição de cidadão, ter acesso a
informações de interesse pessoal ou coletivo dos órgãos públicos.
O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a
informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal e das
normas de regência desse direito.
O parlamentar, na qualidade de cidadão, não pode ter cerceado o exercício do seu direito de acesso, via
requerimento administrativo ou judicial, a documentos e informações sobre a gestão pública, desde que não
estejam, excepcionalmente, sob regime de sigilo ou sujeitos à aprovação de CPI. O fato de as casas legislativas, em
determinadas situações, agirem de forma colegiada, por intermédio de seus órgãos, não afasta, tampouco
restringe, os direitos inerentes ao parlamentar como indivíduo.
STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/04/2018 (repercussão geral) (Info 899).

Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
(PROVA) Art. 51. Compete PRIVATIVAMENTE à Câmara dos Deputados: (Não precisa de sansão do PR).

(PROVA) I – AUTORIZAR, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de Estado;

- Imunidade do art. 51, I, e art. 86 da CF/88 não se estende para codenunciados que não sejam Presidente
da República, Vice ou Ministro de Estado. #IMPORTANTE (PROVA)
A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, caput, da CF/88 não se estende para os codenunciados que
não se encontrem investidos nos cargos de Presidente da República, Vice-Presidente da República e Ministro de
Estado.
A finalidade dessa imunidade é proteger o exercício regular desses cargos, razão pela qual não é extensível a
codenunciados que não se encontrem ocupando tais funções.
STF. Plenário. Inq 4483 AgR-segundo/DF e Inq 4327 AgR-segundo/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgados em 14 e
19/12/2017 (Info 888).
239

(PROVA) II – PROCEDER À TOMADA DE CONTAS do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso
Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Aprecia, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em 60
TCU
dias a contar de seu recebimento (Art. 71, I, CF)

CONGRESSO NACIONAL Julga Anualmente (Art. 49, IX, CF)

Procede à tomada de contas não apresentadas ao CN em 60 dias


CÂMARA DOS DEPUTADOS
após a abertura da sessão legislativa (Art. 51, II, CF)

COMISSÃO MISTA PERMANENTE DE Examinar e emitir parecer sobre as contas apresentadas


SENADORES E DEPUTADOS anualmente (Art. 166, § 1º, I, CF)

III - elaborar seu regimento interno;

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos
e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

(PROVA) V - ELEGER (2) membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV
DO SENADO FEDERAL
(PROVA) Art. 52. Compete PRIVATIVAMENTE ao Senado Federal: (Não precisa de sansão do PR).

(PROVA) I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos CRIMES DE RESPONSABILIDADE, bem
como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos CRIMES DA
MESMA NATUREZA CONEXOS COM AQUELES;

(PROVA) II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e
do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União
nos CRIMES DE RESPONSABILIDADE;

- Presidente;
- Vice-Presidente da República;
- Ministros de Estado nos crimes de responsabilidade conexo com o PR e Vice-PR;
- Cmts. da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes de responsabilidade
SENADO FEDERAL conexo com o PR e Vice-PR;
- Ministros do Supremo Tribunal Federal;
PROCESSA E JULGA - Membros do Conselho Nacional de Justiça;
CRIME DE - Membros do Conselho Nacional do Ministério Público;
RESPONSABILIDADE Obs.: Os membros do CNJ e do CNMP não dispõem, pelo exercício dessa função, de
foro especial por crime comum, pois cada membro responderá normalmente perante
o seu foro de origem.
- Procurador-Geral da República; e
- Advogado-Geral da União.

III - APROVAR PREVIAMENTE, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
240

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV - APROVAR PREVIAMENTE, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de
missão diplomática de caráter permanente;

SENADO FEDERAL APROVA PREVIAMENTE (PROVA)


- Magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição;
- Ministros do TCU, quando forem indicados pelo PR;
VOTAÇÃO SECRETA - Governador, quando for de Território;
E ARGUIÇÃO PÚBLICA - Presidente e diretores, quando forem do banco central;
- Procurador-Geral da República, sempre;
- titulares de outros cargos, que a lei determinar.
VOTAÇÃO SECRETA
- chefes de missão diplomática de caráter permanente.
E ARGUIÇÃO SECRETA

(PROVA) V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e
interno;

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;

(PROVA) X - SUSPENDER A EXECUÇÃO, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal;

- Efeito vinculante de declaração incidental de inconstitucionalidade. #IMPORTANTE (PROVA)


Se uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, ou seja, em sede de controle
difuso, essa decisão, assim como acontece no controle abstrato, também produz eficácia erga omnes e efeitos
vinculantes.
O STF passou a acolher a teoria da abstrativização do controle difuso. Assim, se o Plenário do STF decidir a
constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que em controle difuso, essa
decisão terá os mesmos efeitos do controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e vinculante.
Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte: quando o STF
declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a decisão já tem efeito vinculante e erga
omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa dê publicidade
daquilo que foi decidido.
STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886).

(PROVA) XI - APROVAR, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
República antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos
e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
241

(PROVA) XIV - ELEGER (2) membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes,
e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.

(PROVA) Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II (crimes de responsabilidade), funcionará como Presidente
o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos
do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, SEM
PREJUÍZO das demais sanções judiciais cabíveis.

- Perda do cargo;
PENAS AUTÔNOMAS
- Inabilitação, por 8 anos, para o exercício de função pública.

Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES

ESPÉCIES DE IMUNIDADES
MATERIAL (Inviolabilidade
Significa que os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por
ou Indenidade)
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
(art. 53, caput, da CF/88)
→ Em relação à prisão (art. 53, § 2º)
Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva para
FORMAL (Processual ou que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
adjetiva)
(art. 53, §§ 2º e 3º) → Em relação ao processo (art. 53, § 3º)
Se for proposta e recebida denúncia criminal contra Senador ou Deputado
Federal, por crime ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência à Casa
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da
maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

(PROVA) Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras
e votos. (IMUNIDADE MATERIAL, INVIOLABILIDADE PARLAMENTAR OU INDENIDADE)

- Não estão protegidas pela imunidade parlamentar as manifestações injuriosas de Senador proferidas em
redes sociais de forma dolosa e genérica, com intenção de destruir reputações, sem qualquer indicação de
_____________
prova que pudesse corroborar as acusações. (PROVA)
A liberdade de expressão não alcança a prática de discursos dolosos (actual malice), com intuito manifestamente
difamatório, de juízos depreciativos de mero valor, de injúrias em razão da forma ou de críticas aviltantes.
A garantia da imunidade parlamentar, que deve ser compreendida de forma extensiva para a garantia do adequado
desempenho de mandatos parlamentares, não alcança os atos que sejam praticados sem claro nexo de vinculação
recíproca do discurso com o desempenho das funções parlamentares (teoria funcional) ou nos casos em que for
utilizada para a prática de flagrantes abusos, usos criminosos, fraudulentos ou ardilosos.
Caso concreto: em vídeos divulgados no Twitter, Facebook, Instagram e YouTube, o Senador Jorge Kajuru afirma
que determinado Senador seria um “pateta bilionário” que “entrou na política por negócio”. Também disse que
um ex-Deputado Federal teria feito parte de esquema de jogos de azar e seria “chefe de quadrilha”.
Prevaleceu o voto-vista do Ministro Gilmar Mendes no sentido de que as declarações de Kajuru são desvinculadas
do mandato parlamentar. Para o Ministro, as manifestações do Senador têm conteúdo injurioso e foram proferidas
de forma dolosa e genérica, com intenção de destruir reputações, sem qualquer indicação de prova que pudesse
corroborar as acusações.
242

STF. 2ª Turma. Pet 8242, 8259, 8262, 8263, 8267 e 8366 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, redator do acórdão Min.
Gilmar Mendes, julgados em 3/5/2022 (Info 1053).

- O fato de o parlamentar estar na Casa legislativa no momento em que proferiu as declarações não afasta
a possibilidade de cometimento de crimes contra a honra, nos casos em que as ofensas são divulgadas pelo
próprio parlamentar na Internet. #IMPORTANTE (PROVA)
O então Deputado Federal Wladimir Costa (SD-PA) proferiu discurso no Plenário da Câmara dos Deputados no
qual afirmou que determinados artistas seriam “bandidos”, “membros de quadrilha”, “verdadeiros ladrões”,
“verdadeiros vagabundos da Lei Rouanet”.
Esses artistas ingressaram com queixa-crime contra o então Deputado afirmando que ele teria cometido os crimes
de difamação (art. 139) e injúria (art. 140 do Código Penal).
O STF recebeu esta queixa-crime.
O fato de o parlamentar estar na Casa legislativa no momento em que proferiu as declarações não afasta a
possibilidade de cometimento de crimes contra a honra, porque ele depois divulgou essas ofensas na Internet.
Outro argumento está no fato de que a inviolabilidade material somente abarca as declarações que apresentem
nexo direto e evidente com o exercício das funções parlamentares. No caso concreto, embora tenha feito alusão à
Lei Rouanet, o parlamentar nada acrescentou ao debate público sobre a melhor forma de distribuição dos recursos
destinados à cultura, limitando-se a proferir palavras ofensivas à dignidade dos querelantes.
A liberdade de expressão política dos parlamentares, ainda que vigorosa, deve se manter nos limites da civilidade.
STF. 1ª Turma. PET 7174/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/3/2020
(Info 969).

- Deputado que, em entrevista à imprensa, afirma que determinada Deputada "não merece ser estuprada"
deve pagar indenização por danos morais.
O Deputado Federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou que a também Deputada Federal Maria do Rosário (PT-RS),
“não merece ser estuprada por ser muito ruim, muito feia, não faz meu gênero”. E acrescentou que, se fosse
estuprador, "não iria estuprá-la porque ela não merece".
O STJ entendeu que a conduta do parlamentar não está abrangido pela imunidade parlamentar e que, portanto,
ele deveria ser condenado a pagar indenização por danos morais em favor da Deputada. Decidiu o Tribunal:
As opiniões ofensivas proferidas por deputados federais e veiculadas por meio da imprensa, em manifestações
que não guardam nenhuma relação com o exercício do mandato, não estão abarcadas pela imunidade material
prevista no art. 53 da CF/88 e são aptas a gerar dano moral.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.642.310-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/8/2017 (Info 609).

- Imunidade parlamentar e "Caso Bolsonaro".


A imunidade parlamentar material (art. 53 da CF/88) protege os Deputados Federais e Senadores, qualquer que
seja o âmbito espacial (local) em que exerçam a liberdade de opinião. No entanto, para isso é necessário que as
suas declarações tenham conexão (relação) com o desempenho da função legislativa ou tenham sido proferidas
em razão dela.
Para que as afirmações feitas pelo parlamentar possam ser consideradas como "relacionadas ao exercício do
mandato", elas devem ter, ainda de forma mínima, um teor político.
Exemplos de afirmações relacionadas com o mandato: declarações sobre fatos que estejam sendo debatidos pela
sociedade; discursos sobre fatos que estão sendo investigados por CPI ou pelos órgãos de persecução penal
(Polícia, MP); opiniões sobre temas que sejam de interesse de setores da sociedade, do eleitorado, de organizações
ou grupos representados no parlamento etc.
Palavras e opiniões meramente pessoais, sem relação com o debate democrático de fatos ou ideias não possuem
vínculo com o exercício das funções de um parlamentar e, portanto, não estão protegidos pela imunidade material.
No caso concreto, as palavras do Deputado Federal dizendo que a parlamentar não merecia ser estuprada porque
seria muito feia não são declarações que possuem relação com o exercício do mandato e, por essa razão, não
estão amparadas pela imunidade material.
STF. 1ª Turma. Inq 3932/DF e Pet 5243/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 21/6/2016 (Info 831).
243

- Imunidade material alcança o delito do art. 3º da Lei 7.492/86.


(“divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre instituição financeira”) Deputado Estadual que,
ao defender a privatização de banco estadual, presta declarações supostamente falsas sobre o montante das
dívidas dessa instituição financeira não comete o delito do art. 3º da Lei nº 7.492/86, estando acobertado pela
imunidade material.
STF. 1ª Turma. HC 115397/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 16/5/2017 (Info 865).

(PROVA) § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do DIPLOMA, serão submetidos a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal. (FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO DOS CONGRESSISTAS)

- Restrição ao foro por prerrogativa de função / Marco para o fim do foro: término da instrução.
#IMPORTANTE (PROVA)
*Restrição ao foro por prerrogativa de função
As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser
interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do
cargo e em razão dele.
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se
justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de
parlamentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar
relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado.
Foi fixada, portanto, a seguinte tese:
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas.
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).
*Marco para o fim do foro: término da instrução.
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações
finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir
a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).

Processo e julgamento envolvendo Deputados Federais e Senadores DEPOIS da AP 937 QO


CRIMES COMETIDOS POR DEPUTADO FEDERAL OU SENADOR
Situação Competência
Crime cometido antes da diplomação como Deputado ou Senador
Crime cometido depois da diplomação como Deputado ou Senador
Juízo de 1ª instância
(durante o exercício do cargo), mas o delito não tem relação com as
funções desempenhadas. Ex.: embriaguez ao volante.
Crime cometido depois da diplomação como Deputado ou Senador
(durante o exercício do cargo) e o delito está relacionado com as funções STF
desempenhadas. Ex.: corrupção passiva.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

Investigações criminais envolvendo Deputados Federais e Senadores ANTES da AP 937 QO


Antes da decisão da AP 937 QO, as investigações envolvendo Deputado Federal ou Senador somente poderiam
ser iniciadas após autorização formal do STF.
Assim, por exemplo, se a autoridade policial ou o membro do Ministério Público tivesse conhecimento de indícios
de crime envolvendo Deputado Federal ou Senador, o Delegado e o membro do MP não poderiam iniciar uma
investigação contra o parlamentar federal.
O que eles deveriam fazer: remeter esses indícios à Procuradoria Geral da República para que esta fizesse
requerimento pedindo a autorização para a instauração de investigação criminal envolvendo essa autoridade. Essa
investigação era chamada de inquérito criminal (não era inquérito "policial") e deveria tramitar no STF, sob a
supervisão judicial de um Ministro-Relator que iria autorizar as diligências que se fizessem necessárias.
244

Em suma: a autoridade policial e o MP não podiam investigar eventuais crimes cometidos por Deputados Federais
e Senadores, salvo se houvesse uma prévia autorização do STF.

Investigações criminais envolvendo Deputados Federais e Senadores DEPOIS da AP 937 QO


CRIMES COMETIDOS POR DEPUTADO FEDERAL OU SENADOR
Situação Atribuição para Investigar
Crime cometido antes da diplomação como Deputado ou
Polícia (Civil ou Federal) ou MP.
Senador
Não há necessidade de autorização do STF.
Crime cometido depois da diplomação (durante o exercício
Medidas cautelares são deferidas pelo juízo de
do cargo), mas o delito não tem relação com as funções
1ª instância (Ex.: quebra de sigilo)
desempenhadas. Ex.: homicídio culposo no trânsito.
Polícia Federal e Procuradoria Geral da
Crime cometido depois da diplomação (durante o exercício
República, com supervisão judicial do STF.
do cargo) e o delito está relacionado com as funções
Há necessidade de autorização do STF para o
desempenhadas. Ex.: corrupção passiva.
início das investigações.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

(PROVA) § 2º Desde a expedição do DIPLOMA, os membros do Congresso Nacional NÃO PODERÃO ser presos, SALVO
em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (IMUNIDADE FORMAL
QUANTO A PRISÃO)
- Súmula nº 245, STF: “A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.” (PROVA)
Obs.: Segundo boa parte da doutrina, esse enunciado somente é cabível no caso de imunidade formal. Assim, a
súmula nº 245 do STF não seria aplicável na hipótese de imunidade material (inviolabilidade parlamentar), prevista
no caput do art. 53 da CF/88.

- Parlamentares não têm imunidade formal quanto à prisão em caso de condenação definitiva. (PROVA)
________
O § 2º do art. 53 da CF/88 veda apenas a prisão penal cautelar (provisória) do parlamentar, ou seja, não proíbe a
prisão decorrente da sentença transitada em julgado, como no caso de Deputado Federal condenado
definitivamente pelo STF.
STF. Plenário. AP 396 QO/RO, AP 396 ED-ED/RO, Rel.Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/6/2013 (Info 712).

- Caso Deputado Eduardo Silveira. #IMPORTANTE


O Deputado Federal Eduardo Silveira publicou vídeo no YouTube no qual, além de atacar frontalmente os Ministros
do STF, por meio de diversas ameaças e ofensas, expressamente propagou a adoção de medidas antidemocráticas
contra a Corte, bem como instigou a adoção de medidas violentas contra a vida e a segurança de seus membros,
em clara afronta aos princípios democráticos, republicanos e da separação de Poderes.
Tais condutas, além de tipificarem crimes contra a honra do Poder Judiciário e dos Ministros do STF, são previstas
como crime na Lei de Segurança Nacional (Lei nº 7.170/1973).
Não é possível invocar a imunidade parlamentar material (art. 53, da CF/88), neste caso. Isso porque a imunidade
material parlamentar não deve ser utilizada para atentar frontalmente contra a própria manutenção do Estado
Democrático de Direito.
As condutas criminosas do parlamentar configuram flagrante delito, pois verifica-se, de maneira clara e evidente,
a perpetuação dos delitos acima mencionados, uma vez que o referido vídeo continuava disponível e acessível a
todos os usuários da internet.
Os crimes que, em tese, foram praticados pelo Deputado são inafiançáveis por duas razões:
1) porque foram praticados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art. 5º, XLIV, da CF/88; art. 323,
III, do CPP); e
2) porque, no caso concreto, estão presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva, de sorte
que estamos diante de uma situação que não admite fiança, com base no art. 324, IV, do CPP.
Encontra-se, portanto, configurada a possibilidade constitucional de prisão em flagrante de parlamentar pela
prática de crime inafiançável, nos termos do § 2º do art. 53 da CF/88.
STF. Plenário. Inq 4781 Ref, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/2/2021 (Info 1006).
245

(PROVA) § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo
Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (IMUNIDADE
FORMAL QUANTO AO PROCESSO)

- Judiciário pode impor aos parlamentares as medidas cautelares do art. 319 do CPP, no entanto, a
respectiva Casa legislativa pode rejeitá-las (caso Aécio Neves). #IMPORTANTE (PROVA)
O Poder Judiciário possui competência para impor aos parlamentares, por autoridade própria, as medidas
cautelares previstas no art. 319 do CPP, seja em substituição de prisão em flagrante delito por crime inafiançável,
por constituírem medidas individuais e específicas menos gravosas; seja autonomamente, em circunstâncias de
excepcional gravidade.
Obs.: No caso de Deputados Federais e Senadores, a competência para impor tais medidas cautelares é do STF
(art. 102, I, “b”, da CF/88).
Importante, contudo, fazer uma ressalva: se a medida cautelar imposta pelo STF impossibilitar, direta ou
indiretamente, que o Deputado Federal ou Senador exerça o seu mandato, então, neste caso, o Supremo deverá
encaminhar a sua decisão, no prazo de 24 horas, à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal para que a
respectiva Casa delibere se a medida cautelar imposta pela Corte deverá ou não ser mantida.
Assim, o STF pode impor a Deputado Federal ou Senador qualquer das medidas cautelares previstas no art. 319
do CPP. No entanto, se a medida imposta impedir, direta ou indiretamente, que esse Deputado ou Senador exerça
seu mandato, então, neste caso, a Câmara ou o Senado poderá rejeitar (“derrubar”) a medida cautelar que havia
sido determinada pelo Judiciário.
Aplica-se, por analogia, a regra do § 2º do art. 53 da CF/88 também para as medidas cautelares diversas da prisão.
STF. Plenário. ADI 5526/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
11/10/2017 (Info 881).

- Deputados Estaduais gozam das mesmas imunidades formais previstas para os parlamentares federais no
art. 53 da CF/88. #IMPORTANTE (PROVA)
São constitucionais dispositivos da Constituição do Estado que estendem aos Deputados Estaduais as imunidades
formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para Deputados Federais e Senadores.
A leitura da Constituição da República revela, sob os ângulos literal e sistemático, que os Deputados Estaduais
também têm direito às imunidades formal e material e à inviolabilidade que foram conferidas pelo constituinte
aos congressistas (membros do Congresso Nacional). Isso porque tais imunidades foram expressamente
estendidas aos Deputados pelo § 1º do art. 27 da CF/88.
STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939).

- Assembleia Legislativa pode rejeitar a prisão preventiva e as medidas cautelares impostas pelo Poder
Judiciário contra Deputados Estaduais. #IMPORTANTE (PROVA)
É constitucional resolução da Assembleia Legislativa que, com base na imunidade parlamentar formal (art. 53, § 2º
c/c art. 27, § 1º da CF/88), revoga a prisão preventiva e as medidas cautelares penais que haviam sido impostas
pelo Poder Judiciário contra Deputado Estadual, determinando o pleno retorno do parlamentar ao seu mandato.
O Poder Legislativo estadual tem a prerrogativa de sustar decisões judiciais de natureza criminal, precárias e
efêmeras, cujo teor resulte em afastamento ou limitação da função parlamentar.
STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939).

(PROVA) § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo IMPRORROGÁVEL de quarenta e cinco
dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.

(PROVA) § 5º A sustação do processo SUSPENDE A PRESCRIÇÃO, enquanto durar o mandato.

(PROVA) § 6º Os Deputados e Senadores NÃO SERÃO OBRIGADOS a testemunhar sobre informações recebidas ou
prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam
informações.
246

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de
guerra, DEPENDERÁ de prévia licença da Casa respectiva.

(PROVA) § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores SUBSISTIRÃO durante o estado de sítio, SÓ PODENDO SER
SUSPENSAS mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora
do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

PARLAMENTARES – IMUNIDADES E FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO


• possuem imunidade absoluta (material) em âmbito nacional;

Deputados Federais e • possuem imunidade relativa (formal);


Senadores da República
• julgamento pelo STF.

• possuem imunidade absoluta (material) em âmbito nacional;

Deputados Estaduais • possuem imunidade relativa (formal);

• julgamento pelo TJ/TRF/TRE.


• possuem imunidade absoluta (material) pelas palavras proferidas no
exercício do mandato e restrita à circunscrição do município em que
exercem a vereança;
Vereadores
• não possuem imunidade relativa (formal);

• julgamento pelo órgão de 1º grau.

Art. 54. Os Deputados e Senadores NÃO PODERÃO:

I - desde a expedição do diploma:


a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviço público, SALVO quando o contrato obedecer a cláusulas
uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas
entidades constantes da alínea anterior;

II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
d) ser titulares de MAIS de um cargo ou mandato público eletivo.

DEPUTADOS E SENADORES NÃO PODERÃO


Desde a expedição do diploma Desde a posse
• firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de • ser proprietários, controladores ou diretores de empresa
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
de economia mista ou empresa concessionária de jurídica de direito público, ou nela exercer função
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a remunerada;
cláusulas uniformes; • ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad
• aceitar ou exercer cargo, função ou emprego nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad • patrocinar causa em que seja interessada qualquer das
nutum", nas entidades constantes da alínea anterior; entidades a que se refere o inciso I, "a";
247

- ser titulares de mais de um cargo ou mandato público


eletivo.
(PROVA) Art. 55. PERDERÁ O MANDATO o Deputado ou Senador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que
pertencer, SALVO licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das
prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.

(PROVA) § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será DECIDIDA pela Câmara dos Deputados ou pelo
Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

(PROVA) § 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será DECLARADA pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou
mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso
Nacional, assegurada ampla defesa.

PERDA DO MANDATO (PROVA)


CASSAÇÃO EXTINÇÃO
Decidida pela CD ou SF por Maioria Absoluta Declarada pela Mesa da Casa Respectiva
• infringir qualquer das proibições estabelecidas no • deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à
artigo anterior; terça parte das sessões ordinárias da Casa a que
• procedimento for declarado incompatível com o pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
decoro parlamentar; • perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
• sofrer condenação criminal em sentença transitada • decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta
em julgado. Constituição;
- De ofício;
Provocação:
- Provocação:
• respectiva Mesa
• qualquer de seus membros ou
• partido político representado no Congresso Nacional
• partido político representado no Congresso Nacional
Ato constitutivo Ato declaratório

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos
deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.

- A condenação criminal transitada em julgado é suficiente, por si só, para acarretar a perda automática do
mandato eletivo de Deputado Federal ou de Senador? #IMPORTANTE
Se o STF condenar criminalmente um Deputado Federal ou Senador, haverá a perda automática do mandato ou
isso ainda dependerá de uma deliberação (decisão) da Câmara ou do Senado, respectivamente? A condenação
criminal transitada em julgado é suficiente, por si só, para acarretar a perda automática do mandato eletivo de
Deputado Federal ou de Senador?
1ª Turma do STF: DEPENDE.
• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perda do cargo será uma
consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que
houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88.
• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação criminal
não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, §
2º, da CF/88, se o condenado deverá ou não perder o mandato.
STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 2/5/2017 (Info 863).
248

STF. 1ª Turma. AP 968/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/5/2018 (Info 903).

2ª Turma do STF: NÃO. A perda não é automática. A Casa é que irá deliberar.
O STF apenas comunica, por meio de ofício, à Mesa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal informando
sobre a condenação do parlamentar.
A Mesa da Câmara ou do Senado irá, então, deliberar (decidir) como entender de direito (como quiser) se o
parlamentar irá perder ou não o mandato eletivo, conforme prevê o art. 55, VI, § 2º, da CF/88.
Assim, mesmo com a condenação criminal, quem decide se haverá a perda do mandato é a Câmara dos Deputados
ou o Senado Federal.
STF. 2ª Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904).

- Processo de cassação de mandato parlamentar e autocontenção do Poder Judiciário.


O ex-Deputado Federal Eduardo Cunha impetrou mandado de segurança no STF pedindo a suspensão do processo
de cassação que tramitava contra ele na Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar.
O pedido do impetrante foi negado.
O STF só pode interferir em procedimentos legislativos (ex: processo de cassação) em uma das seguintes hipóteses:
a) para assegurar o cumprimento da Constituição Federal;
b) para proteger direitos fundamentais; ou
c) para resguardar os pressupostos de funcionamento da democracia e das instituições republicanas.
Exemplo típico na jurisprudência é a preservação dos direitos das minorias, onde o Supremo poderá intervir.
No caso concreto, o STF entendeu que nenhuma dessas situações estava presente.
Em se tratando de processos de cunho acentuadamente político, como é o caso da cassação de mandato
parlamentar, o STF deve se pautar pela deferência (respeito) às decisões do Legislativo e pela autocontenção,
somente intervindo em casos excepcionalíssimos.
Dessa forma, neste caso, o STF optou pela técnica da autocontenção (judicial self-restraint), que é o oposto do
chamado ativismo judicial. Na autocontenção, o Poder Judiciário deixa de atuar (interferir) em questões
consideradas estritamente políticas.
STF. Plenário. MS 34.327/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/9/2016 (Info 838).

(PROVA) Art. 56. NÃO PERDERÁ O MANDATO o Deputado ou Senador:


I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular,
desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.

Investido no cargo de:


• Ministro de Estado;
• Governador de Território;
• Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital; ou
NÃO PERDERÁ O
• chefe de missão diplomática temporária.
MANDATO O DEPUTADO
Licenciado pela respectiva Casa:
OU SENADOR
• por motivo de doença, ou
• para tratar, sem remuneração, de interesse particular.
Obs.: O afastamento por interesse particular não pode ultrapassar 120 dias por
sessão legislativa.

§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença
SUPERIOR a cento e vinte dias.

§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem MAIS de quinze
meses para o término do mandato.

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.


JURIS: O prazo previsto para a convocação de suplente, no caso de licença de parlamentar para tratar de interesses particulares (art. 56, § 1º,
CF/88), é de observância obrigatória pelos estados-membros e deve ser adotado pelas respectivas Assembleias Legislativas.
STF. Plenário. ADI 7253/AC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/05/2023 (Info 1095).
249

Seção VI
DAS REUNIÕES
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, ANUALMENTE, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e
de 1º de agosto a 22 de dezembro.

LEGISLATURA
4 ANOS
(art. 44, § único)
SESSÃO LEGISLATIVA
ANUAL
(art. 57)
SEMESTRE LEGISLATIVO
PERÍODO LEGISLATIVO É a subdivisão da sessão legislativa em 2 períodos legislativos:
(art. 57) • 2 de fevereiro a 17 de julho
• 1º de agosto a 22 de dezembro

§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando
recaírem em sábados, domingos ou feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

(PROVA) § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão
em SESSÃO CONJUNTA para:
SESSÃO UNICAMERAL SESSÃO CONJUNTA
As casas do CN (câmara e senado) estão reunidas num As casas do CN (câmara e senado) estão reunidas num
trabalho conjunto trabalho conjunto
Os votos são computados separadamente, apesar
Os votos são computados conjuntamente como se
de ter sido feita a votação no mesmo ambiente e
fosse casa única
momento
Ex.: Revisão constitucional (art. 3º ADCT) – única Ex.: elaborar o regimento comum e regular a criação de
hipótese na CF serviços comuns às duas Casas (art. 57, § 3º, III)
I - inaugurar a sessão legislativa;
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

• inaugurar a sessão legislativa;

• elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;


SESSÃO CONJUNTA
(CD e SF)
• receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

• conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em SESSÕES PREPARATÓRIAS, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano
da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos,
VEDADA a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.

- Não é possível a recondução dos presidentes das casas legislativas para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subsequente, dentro da mesma legislatura, sendo permitido em caso de nova legislatura.
#IMPORTANTE
Não é possível a recondução dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para o mesmo cargo
na eleição imediatamente subsequente, dentro da mesma legislatura.
Por outro lado, é possível a reeleição dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal em caso de
nova legislatura.
250

Ex: o mandato de Presidente da Câmara e de Presidente do Senado é de 2 anos. Cada legislatura tem a duração
de 4 anos. Imagine que João foi eleito Deputado Federal para a legislatura de 2013 a 2016. Suponhamos que ele
foi escolhido para ser Presidente da Câmara no período de 2013-2014. Significa que João não poderá ser reeleito
como Presidente da Câmara para o biênio de 2015-2016. Isso porque seria uma reeleição dentro da mesma
legislatura.
Ex2: Pedro foi eleito Deputado Federal para a legislatura de 2013 a 2016. Suponhamos que ele foi escolhido para
ser Presidente da Câmara no período de 2015-2016. Em 2016, ele foi reeleito Deputado Federal para a legislatura
de 2017 a 2020. Significa que Pedro poderá ser novamente Presidente da Câmara para no biênio de 2017-2018.
Isso porque seria uma reeleição para nova legislatura.
O fundamento para isso está no art. 57, § 4º da CF/88:
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da
legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada
a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.
Havia uma tentativa de se dar interpretação conforme e dizer que o § 4º do art. 57 da CF/88 foi derrogado pela
Emenda Constitucional nº 16/97, que permitiu uma reeleição para os cargos do Poder Executivo. O STF, contudo,
não concordou com a alegação e manteve a literalidade do art. 57, § 4º.
STF. Plenário. ADI 6524, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/12/2020 (Info 1003).

- É permitida apenas uma reeleição (ou recondução) sucessiva ao mesmo cargo da mesa diretora de
assembleia legislativa estadual, independentemente de os mandatos consecutivos se referirem à mesma
legislatura. #IMPORTANTE (PROVA)
Teses fixadas pelo STF:
i) a eleição dos membros das mesas das assembleias legislativas estaduais deve observar o limite de uma única
reeleição ou recondução, limite cuja observância independe de os mandatos consecutivos referirem-se à mesma
legislatura;
ii) a vedação à reeleição ou recondução aplica-se somente para o mesmo cargo da mesa diretora, não impedindo
que membro da mesa anterior se mantenha no órgão de direção, desde que em cargo distinto; e
iii) o limite de uma única reeleição ou recondução, acima veiculado, deve orientar a formação das mesas das
assembleias legislativas que foram eleitas após a publicação do acórdão da ADI 6.524, mantendo-se inalterados
os atos anteriores.
STF. Plenário. ADI 6684/ES, ADI 6707/ES, ADI 6709/TO e ADI 6710/SE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, redator do
acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/9/2021 (Info 1030).

- Constituições estaduais podem prever a reeleição de membros das mesas diretoras das assembleias
legislativas para mandatos consecutivos, mas essa recondução é limitada a uma única vez. #IMPORTANTE (PROVA)
1. O art. 57, § 4º, da CF, não é norma de reprodução obrigatória por parte dos Estados-membros.
2. É inconstitucional a reeleição em número ilimitado, para mandatos consecutivos, dos membros das Mesas
Diretoras das Assembleias Legislativas Estaduais para os mesmos cargos que ocupam, sendo-lhes permitida uma
única recondução.
STF. Plenário. ADI 6720/AL, ADI 6721/RJ e ADI 6722/RO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 24/9/2021 (Info
1031).

§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão
exercidos, ALTERNADAMENTE, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado
Federal.

(PROVA) § 6º A CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA do Congresso Nacional far-se-á:


I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de
pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do
Vice-Presidente da República;
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a
requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante,
em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso
Nacional.
251

CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
• decretação de estado de defesa ou de
intervenção federal;
• pedido de autorização para a decretação de
Presidente do Senado Federal
estado de sítio;
• compromisso e a posse do Presidente e do
Vice-Presidente da República.
• caso de urgência ou interesse público
Presidente da República relevante.
Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal Obs.: Sempre com a aprovação da maioria
Requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas absoluta de cada uma das Casas do Congresso
Nacional.

§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual
foi convocado, RESSALVADA a hipótese do § 8º deste artigo, VEDADO o pagamento de parcela indenizatória,
em razão da convocação.

- Assim como ocorre com os Parlamentares federais, é vedado o pagamento de valor a mais a Deputados
Estaduais pelo fato de terem sido convocados para sessão extraordinária. #IMPORTANTE (PROVA)
É proibido o pagamento de vantagem pecuniária a deputados estaduais por convocação para sessão
extraordinária.
STF. Plenário. ADPF 836/RR, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 2/8/2021 (Info 1024).

- É vedado o pagamento de qualquer valor a parlamentar por participação em sessão extraordinária.


É inconstitucional o pagamento de remuneração a parlamentares (federais, estaduais ou municipais) em virtude
de convocação de sessão extraordinária.
STF. Plenário. ADI 4587/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 22/5/2014 (Info 747).

(PROVA) § 8º Havendo MEDIDAS PROVISÓRIAS em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional,
serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.

Seção VII
DAS COMISSÕES
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma
e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

(PROVA) § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, CABE:


I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, SALVO se houver
recurso de um décimo dos membros da Casa;
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das
autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
Comissão CONVOCA • Ministros de Estado
• qualquer autoridade
Comissão SOLICITA DEPOIMENTO
• cidadão
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir
parecer.
252

- É constitucional a previsão regimental de rito de urgência para proposições que tramitam na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal, descabendo ao Poder Judiciário examinar concretamente as razões que
justificam sua adoção.
A previsão regimental de um regime de urgência que reduza as formalidades processuais em casos específicos,
reconhecidos pela maioria legislativa, não ofende o devido processo legislativo.
A adoção do rito de urgência em proposições legislativas é matéria genuinamente interna corporis, não cabendo
ao STF adentrar tal seara. Precedente.
Quando não caracterizado o desrespeito às normas constitucionais pertinentes ao processo legislativo, é defeso
ao Poder Judiciário exercer o controle jurisdicional em relação à interpretação do sentido e do alcance de normas
meramente regimentais das Casas Legislativas.
STF. Plenário. ADI 6968/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 20/4/2022 (Info 1051).

(PROVA) § 3º As COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO, que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara
dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço
de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO (CPI’S)


- De investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos
Poderes
nos regimentos das respectivas Casas.
Casa criadora - Câmara dos Deputados e Senado (em conjunto ou separadamente).
- Requerimento de 1/3 dos membros;
Requisitos - Apuração de fato determinado;
- Prazo certo de duração.
- Ministério Público (para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
Conclusões encaminhadas infratores).
a quem? - Assim, CPI não tem autonomia para, após a apuração do fato que determinou a
sua criação, promover a responsabilização civil ou criminal de infrator.
- Pode
• prender em flagrante delito;
• requisitar informações e documentos;
• ouvir testemunhas e investigados;
• convocar Ministros de Estado para prestar informações;
• quebrar sigilo fiscal, bancário e de dados;
• determinar perícias, vistorias e exames;
• utilizar documentos sigilosos de inquérito policial.

- Não Pode
• determinar prisão (preventiva e temporária);
Pode X Não Pode
• determinar interceptação telefônica;
• determinar busca e apreensão domiciliar;
• determinar medidas cautelares processuais de garantia (arresto, sequestro,
hipoteca legal, indisponibilidade de bens);
• quebrar sigilo de justiça;
• determinar que investigado não se ausente da comarca ou saia do país ou
apreender passaporte;
• utilizar documentos protegidos por sigilo judicial;
• convocar magistrado para investigar sua atuação jurisprudencial;
• impedir ou restringir a assistência jurídica por advogado;
• determinar condução coercitiva de indígena.
- A atuação das comissões parlamentares de inquérito insere-se no âmbito da
Observações
função fiscalizatória do Poder Legislativo, considerada função típica desse poder;
253

- São normas obrigatórias pelos Estados e Municípios, por força do pacto


federativo;
- Toda CPI feita pelo Congresso Nacional tem que terminar dentro da sessão
legislativa, se não acabar, poderá ser prorrogada, desde que não ultrapasse a
legislatura.

- A instalação de uma CPI não se submete a um juízo discricionário seja do Presidente da casa legislativa,
seja do plenário da própria casa legislativa. #IMPORTANTE (PROVA)
A instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito depende unicamente do preenchimento dos requisitos
previstos no art. 58, § 3º, da Constituição Federal, ou seja:
a) o requerimento de um terço dos membros das casas legislativas;
b) a indicação de fato determinado a ser apurado; e
c) a definição de prazo certo para sua duração.
STF. Plenário. MS 37760 MC-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 14/4/2021 (Info 1013).

- Governador não pode ser obrigado a depor em CPI instaurada no Congresso Nacional. #IMPORTANTE (PROVA)
Em juízo de delibação, não é possível a convocação de governadores de estados-membros da Federação por
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pelo Senado Federal.
A convocação viola o princípio da separação dos Poderes e a autonomia federativa dos estados-membros.
STF. Plenário. ADPF 848 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 25/6/2021 (Info 1023).

- O investigado pode se recusar a comparecer na sessão da CPI na qual seria ouvido? #IMPORTANTE
1ª corrente: SIM. Ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello.
O comparecimento do investigado perante a CPI para ser ouvido é facultativo. Cabe a ele decidir se irá ou não
comparecer.
Se decidir comparecer, ele terá direito: a) ao silêncio; b) à assistência de advogado; c de não prestar
compromisso de dizer a verdade; d de não sofrer constrangimentos.
Caso o investigado não compareça, a CPI não pode determinar a sua condução coercitiva.
Aplica-se para as CPIs o mesmo entendimento da ADPF 395/DF.
2ª corrente: NÃO. Ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia.
O comparecimento do investigado perante a CPI para ser ouvido é compulsório. Ele tem que comparecer. No
entanto, chegando lá, o investigado tem direito: a) ao silêncio; b) à assistência de advogado; c de não prestar
compromisso de dizer a verdade; d de não sofrer constrangimentos.
Caso o investigado não compareça, a CPI poderia determinar a sua condução coercitiva.
Desse modo, tivemos dois votos favoráveis à tese de que o paciente não estava obrigado a comparecer à CPI e
dois votos contrários.
Em caso de empate, prevalece a decisão mais favorável ao paciente.
Assim, a 2ª Turma do STF concedeu a ordem de habeas corpus para transformar a
compulsoriedade de comparecimento em facultatividade e deixar a cargo do paciente a decisão de comparecer
ou não à Câmara dos Deputados, perante a CPI, para ser ouvido na condição de investigado.
STF. 2ª Turma. HC 171438/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado 28/5/2019 (Info 942).

- São inconstitucionais os dispositivos da Lei nº 10.001/2000 que impõem deveres aos membros do MP no
que tange às conclusões da CPI.
São formalmente inconstitucionais os dispositivos da Lei nº 10.001/2000, de iniciativa do Poder Legislativo, que
tratam de atribuições do Ministério Público (art. 2º, caput e parágrafo único e art. 4º).
A Constituição Federal reserva ao Presidente da República e ao Chefe do Ministério Público o poder de iniciativa
para deflagrar o processo legislativo no que concerne a normas de organização e atribuições do Ministério Público.
Além disso, os arts. 2º e 4º da Lei nº 10.001/2000 são materialmente inconstitucionais por ofenderem a
independência e a autonomia funcional e administrativa do Ministério Público.
Por outro lado, é constitucional o art. 3º da Lei nº 10.001/2000, que confere prioridade aos processos e
procedimentos decorrentes de relatórios de Comissão Parlamentar de Inquérito.
STF. Plenário. ADI 5351/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 18/6/2021 (Info 1022).
254

- Dados obtidos com a quebra de sigilo bancário NÃO PODEM ser divulgados abertamente em site oficial.
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser mantidos sob reserva.
Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio da quebra de sigilo
determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI).
STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899).

§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na
última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição
reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

SÚMULAS SOBRE PODER LEGISLATIVO


- Súmula nº 245, STF: “A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.”

- Súmula nº 397, STF: “O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime
cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a
realização do inquérito.” (PROVA)

Seção VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO

Subseção I
Disposição Geral
(PROVA) Art. 59. O PROCESSO LEGISLATIVO compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.

DECRETOS LEGISLATIVOS RESOLUÇÕES


Ato destinado a disciplinar a competência EXCLUSIVA Ato destinado a disciplinar a competência PRIVATIVA
do Congresso Nacional da Câmara Deputados e do Senado Federal
Em regra, unicameral
Em regra, bicameral EXCEÇÃO: leis delegadas - resolução editada pelo
CN (art. 68, § 2º)
Ex.: autorizar saída do presidente, aprovação de
tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem Ex.: Regimento interno da CD, sentença do Senado de
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio Impeachment, Leis Delegadas
nacional
Ambos não
___ se submetem a sanção ou veto do PR!

Parágrafo único. LEI COMPLEMENTAR disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

- Não se pode declarar a inconstitucionalidade formal da lei sob o argumento de que houve mero
descumprimento das regras do regimento interno, sendo indispensável o desrespeito às normas
constitucionais que tratam sobre o processo legislativo. #IMPORTANTE (PROVA)
O controle judicial de atos “interna corporis” das Casas Legislativas só é cabível nos casos em que haja desrespeito
às normas constitucionais pertinentes ao processo legislativo (arts. 59 a 69 da CF/88).
Tese fixada pelo STF: “Em respeito ao princípio da separação dos poderes, previsto no art. 2º da Constituição
Federal, quando não caracterizado o desrespeito às normas constitucionais pertinentes ao processo legislativo, é
defeso ao Poder Judiciário exercer o controle jurisdicional em relação à interpretação do sentido e do alcance de
normas meramente regimentais das Casas Legislativas, por se tratar de matéria ‘interna corporis’.”
255

STF. Plenário. RE 1297884/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1120) (Info
1021).

- Não há inconstitucionalidade formal no fato de a lei ter sido aprovada pelo Congresso Nacional por meio
de votação virtual em razão da pandemia da Covid-19. #IMPORTANTE #COVID (PROVA)
A tramitação de projeto de lei por meio de sistema de deliberação remota não viola as normas do processo
legislativo. Isso porque o fato de as sessões deliberativas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados terem
acontecido por meio virtual não afasta a participação e o acompanhamento da população em geral. Ambas as
Casas Legislativas fornecem meios de comunicação de amplo e fácil acesso, em tempo real, em relação ao exercício
da atividade legislativa. Ademais, a circunstância de se estar diante de uma pandemia, cujo vírus se revelou
altamente contagioso, justifica a prudente opção do Congresso Nacional em prosseguir com suas atividades por
meio eletrônico.
STF. Plenário. ADI 6442/DF, ADI 6447/DF, ADI 6450/DF e ADI 6525/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
13/3/2021 (Info 1009).

Subseção II
Da Emenda à Constituição

REVISÃO CONSTITUCIONAL EMENDA CONSTITUCIONAL


Previsão Art. 3º, ADCT Art. 60, CF
Poder Constituinte derivado revisor derivado reformador
Sessão Unicameral Bicameral
Turnos – Dois turnos cada Casa
Aprovação Maioria absoluta dos votos 3/5 dos votos
Assuntos Globais Pontuais

(PROVA) Art. 60. A Constituição PODERÁ SER EMENDADA mediante proposta: (limitação formal subjetiva ao PCDR)
I - de um terço, no mínimo, dos membros da câmara dos deputados OU do senado federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros.

- Presidente da República;
INICIATIVA DE PEC
- Mínimo de 1/3 dos membros da CD ou do SF;
(rol taxativo; legitimidade
concorrente)
- Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

(PROVA) § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de
estado de sítio. (limitações circunstanciais ao PCDR)

(PROVA) § 2º A proposta será discutida e votada em CADA CASA do CONGRESSO NACIONAL, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. (limitação
formal objetiva ao PCDR)

Discussão Dois turnos em cada casa


Aprovação 3/5
#BIZU: 2C, 2T, 3/5V
256

- É ________________
inconstitucional norma de Constituição estadual que preveja quórum diverso de 3/5 dos membros do
Poder Legislativo para aprovação de emendas constitucionais. #IMPORTANTE (PROVA)
A Constituição do Estado de Rondônia estabeleceu que, para a aprovação de emendas à Constituição estadual
seria necessário o voto de 2/3 dos Deputados Estaduais.
Ocorre que a Constituição Federal diz que, para uma emenda alterar seu texto, é necessário o voto de 3/5 dos
Deputados Federais e Senadores (art. 60, § 2º).
Logo, a CE/RO não seguiu o modelo previsto na Constituição Federal.
As regras básicas do processo legislativo previstas na Constituição Federal são de observância obrigatória pelos
Estados-membros por força do princípio da simetria (art. 25 da CF/88 c/c o art. 11 do ADCT).
STF. Plenário. ADI 6453/RO, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/2/2022 (Info 1043).

(PROVA) § 3º A emenda à Constituição será PROMULGADA pelas MESAS da Câmara dos Deputados E do Senado Federal,
com o respectivo número de ordem. (limitação formal objetiva ao PCDR)
• Não há sanção ou veto presidencial.

(PROVA) § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda TENDENTE A ABOLIR: (cláusulas pétreas –
limitações materiais/substanciais ao PCDR)
• “Tendente a abolir” - como interpretar essa expressão?
Não significa que não possam ser alteradas, mas sim uma proteção ao NÚCLEO ESSENCIAL contido em cada
cláusula pétrea.
STF: o que as cláusulas pétreas protegem não é a intangibilidade literal do dispositivo, mas sim o seu núcleo
essencial.

(PROVA) I - a forma federativa de Estado;

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS - art. 34, VII, a CLÁUSULA PÉTREA - art. 60, § 4º, I
Forma Republicana
Sistema Representativo Forma Federativa
Regime Democrático

(PROVA) II - o voto direto, secreto, universal e periódico.


• O voto obrigatório não é uma cláusula pétrea expressa. Assim, pode ser extinto por emenda.

(PROVA) III - a separação dos Poderes;

(PROVA) IV - os direitos e garantias individuais.


• Não se refere aos direitos e garantias fundamentais, mas somente aos direitos e garantias individuais (espécie
de direito fundamental).
STF: os direitos e garantias individuais, apesar de serem sistematicamente elencados no art. 5º não se restringem
a ele, encontram-se espalhados por toda a constituição. Ou seja, não são todos direitos fundamentais que são
protegidos pelas cláusulas pétreas, apenas os individuais, entretanto, estes não estão alocados somente no art. 5º.
Exemplos:
* Direito ao voto: direito fundamental/direito político - TODOS direitos políticos são cláusulas pétreas? Não,
somente o voto, visto que se fossem todos não haveria a previsão na própria constituição para o voto, este é
garantia individual.
* Princípio da Anterioridade Eleitoral (art. 16): a lei que modifica o processo eleitoral em um prazo de um ano
até as eleições, deve esperar as próximas eleições. É cláusula pétrea por ser uma garantia individual do cidadão
eleitor, não por ser um direito político (que também é um Direito Fundamental).
* Princípio da Anterioridade Tributária (150, III, “b”): É cláusula pétrea, mesmo estando no art. 150, pois é uma
garantia individual do cidadão contribuinte.

• Existem cláusulas pétreas implícitas. Ex.: princípios constitucionais sensíveis, previstos no art. 34 da CF, os quais
são de observância obrigatória, sob pena de intervenção federal.
257

- Teoria da Dupla Revisão, Dupla Reforma ou Reforme em Dois Tempos: Seria a possibilidade de, através de
EC, revogar o art. 60, § 4º da CF e, em segundo momento, dizer que a forma de Estado não é mais a federação,
passando o Brasil a ser Estado unitário (ou seja, em um primeiro momento se revoga cláusula pétrea para, em
seguida, modificar aquilo que a cláusula pétrea protegia). A doutrina majoritária estabelece a total
impossibilidade da teoria da dupla revisão, na medida em que existem limitações implícitas, decorrentes
do sistema.

- Limitações Implícitas/Inerentes: (PROVA)


• impossibilidade de se alterar o titular do poder constituinte originário (povo);
• impossibilidade de se alterar o titular do poder constituinte derivado reformador (legislador);
• proibição de se violar as limitações expressas – cláusulas pétreas-art. 60 (aqui reside a impossibilidade da teoria
da dupla revisão).

- Mandado de segurança contra projeto de lei.


É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de constitucionalidade de projeto
que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional, determinando seu arquivamento?
Em regra, não. Existem duas exceções nas quais o STF pode determinar o arquivamento da propositura:
a) Proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea;
b) Proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com violação às regras
constitucionais sobre o processo legislativo.
STF. Plenário. MS 32033/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 20/6/2013 (Info
711).

(PROVA) § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada NÃO PODE ser objeto
de nova proposta na mesma sessão legislativa. (limitação formal objetiva ao PCDR)

PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE (PROVA)


Natureza se REJEITADA, pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa?
EC Não (art. 60, § 5º, CF)

Sim, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do
LO/LC
Congresso Nacional (art. 67, CF)

MP Não (art. 62, § 10, CF)

EMENDA À CONSTITUIÇÃO
- Um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados
INICIATIVA ou do Senado Federal
(Art. 60, I, II e III) - Presidente da República
Limitações formais/procedimentais - mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da
subjetivas Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa
de seus membros
NÃO PODE SER EMENDADA NA
- Intervenção Federal
VIGÊNCIA DE
- Estado de Defesa
(Art. 60, § 1º)
- Estado de Sítio
Limitações circunstanciais
QUÓRUM DE APROVAÇÃO - Será discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em
(Art. 60, § 2º) dois turnos, sendo aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos
Limitação formal/procedimental objetiva dos membros.
PROMULGAÇÃO
(Art. 60, § 3º)
- Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
Limitação formal/ procedimental
objetiva
258

- a forma federativa de Estado


CLÁUSULAS PÉTREAS
- o voto direto, secreto, universal e periódico
(Art. 60, § 4º, I, II, III e IV)
- a separação dos Poderes
Limitações materiais/substanciais
- os direitos e garantias individuais
PROPOSTA DE EMENDA REJEITADA OU
- Proposta de Emenda rejeitada ou prejudicada não poderá ser
PREJUDICADA
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa
(Art. 60, § 5º)
*PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE ABSOLUTA!
Limitação formal/procedimental objetiva
• Não há limitação TEMPORAL ao PCDR
• Não há sanção ou veto do PR em PEC
Observações
• Não há possibilidade de iniciativa popular em PEC em âmbito
Federal

Subseção III
Das Leis
(PROVA) Art. 61. A INICIATIVA das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara
dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo
Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos
casos previstos nesta Constituição.

(PROVA) § 1º São de INICIATIVA PRIVATIVA do Presidente da República as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
administração dos Territórios;
• NÃO se pode falar em iniciativa reserva em matéria tributária, pois o art. 61, § 1º, II, b da CF/88 se refere
apenas à iniciativa reservada do Presidente para leis que disponham sobre matéria tributária dos territórios.
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização
do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração,
reforma e transferência para a reserva.

- fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;


- disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços
públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de
INICIATIVA PRIVATIDA
cargos, estabilidade e aposentadoria;
DO PR
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado
o disposto no art. 84, VI;
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,
promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
259

- É inconstitucional lei federal, de iniciativa parlamentar, que veda medida privativa e restritiva de
liberdade a policiais e bombeiros militares dos estados, dos territórios e do Distrito Federal. #IMPORTANTE
Caso concreto: a Lei nº 13.967/2019 alterou o art. 18 do Decreto-Lei nº 667/69 e previu que os policiais militares
e os bombeiros militares não poderão receber, como sanção disciplinar, medida privativa e restritiva de liberdade.
O STF julgou inconstitucional essa previsão.
Compete ao chefe do Poder Executivo local a iniciativa de lei que disponha sobre o regime jurídico de servidores
militares estaduais e distritais.
No caso, a norma impugnada resultou da aprovação de projeto de lei de autoria parlamentar. Dessa forma, ainda
que se entendesse que ela dispõe sobre normas gerais, de competência da União, há um incontornável vício de
inconstitucionalidade formal.
A lei combatida também padece de inconstitucionalidade material.
Não obstante as polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos entes federados subordinem-se aos
Governadores, constituem forças auxiliares e reserva do Exército, sendo responsáveis, em conjunto com as polícias
de natureza civil, e portando armas letais, pela preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio.
Nesse contexto, os servidores militares estaduais e distritais submetem-se a um regime jurídico diferenciado,
motivo pelo qual a própria Constituição, expressamente, autoriza a prisão por determinação de seus superiores
hierárquicos no caso de transgressão das regras e não lhes assegura sequer o habeas corpus em relação às
punições disciplinares.
STF. Plenário. ADI 6595/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/5/2022 (Info 1055).

- Não há vício de iniciativa de lei na edição de norma de origem parlamentar que proíba a substituição de
trabalhador privado em greve por servidor público. #IMPORTANTE
Dispositivo legal, de iniciativa parlamentar, que foi considerado constitucional: “ao servidor público do Distrito
Federal é proibido substituir, sob qualquer pretexto, trabalhadores de empresas privadas em greve”.
A proibição de que o trabalhador privado em greve seja substituído por servidor público não inibe a iniciativa do
Governador do Distrito Federal para propor leis sobre organização administrativa, servidores públicos e regime
jurídico destes.
STF. Plenário. ADI 1164/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 1º/4/2022 (Info 1049).

- Lei de iniciativa parlamentar não pode conceder anistia a servidores públicos. (PROVA)
É inconstitucional
______________ lei estadual de iniciativa parlamentar que disponha sobre a concessão de anistia a infrações
administrativas praticadas por policiais civis, militares e bombeiros.
STF. Plenário. ADI 4928/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
8/10/2021 (Info 1033).

- É inconstitucional, formal e materialmente, norma estadual que permite a participação de trabalhadores


inativos no sufrágio para a escolha de membros da diretoria de empresa pública.
Caso concreto: no Rio Grande do Sul, a Lei estadual nº 11.446/2000, de iniciativa parlamentar, alterou a lei que
trata sobre a Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE (empresa pública estadual) para dizer que os
trabalhadores inativos também deveriam participar da votação para a escolha de membros da diretoria da
Companhia.
Sob o ponto de vista formal, a lei violou o art. 61, § 1º, II, “e”, da CF/88.
Sob o ponto de vista material, a previsão, ao incluir os aposentados, afrontou o art. 7º, XI, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 2296/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1/10/2021 (Info 1032).

- É ________________
inconstitucional norma de iniciativa parlamentar que preveja a criação de órgão público e organização
administrativa. (PROVA)
É inconstitucional, na acepção formal, norma de iniciativa parlamentar que prevê a criação de órgão público e
organização administrativa, levando em conta iniciativa privativa do Chefe do Executivo – arts. 25 e 61, § 1º, II,
alíneas “b” e “e”, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 4726/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/11/2020 (Info 998).
260

- É ________________
inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que trate sobre as atribuições dos órgãos da Administração
Pública. (PROVA)
Padece de inconstitucionalidade formal lei de iniciativa parlamentar que disponha sobre atribuições de órgãos da
Administração Pública (art. 61, § 1º, II, "e" e art. 84, VI, da Constituição Federal).
STF. Plenário. ADI 3981, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 15/04/2020 (Info 978).

- Inconstitucionalidade de EC iniciada por parlamentar tratando sobre matérias do art. 61, § 1º da CF.
É inconstitucional emenda constitucional que insira na Constituição estadual dispositivo determinando a revisão
automática da remuneração de servidores públicos estaduais. Isso porque tal matéria é prevista no art. 61, § 1º, II,
“c”, da CF/88 como sendo de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.
STF. Plenário. ADI 3848/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/2/2015 (Info 774).

#NÃOCONFUNDA:
EC de iniciativa parlamentar na CF tratando sobre matérias do art.
PODE
61, § 1º, da CF (competência do Executivo):
EC de iniciativa parlamentar na CE tratando sobre matérias do art.
NÃO PODE
61, § 1º, da CF (competência do Executivo):

(PROVA) § 2º A INICIATIVA POPULAR pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco estados, com
não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. #BIZU: “pense no número: 1503”
• A iniciativa popular abrange tanto as leis ordinárias quanto as leis complementares.
• O projeto de lei de iniciativa popular: deve versar sobre um único tema e não poderá ser rejeitado por vício
de forma.

PROJETO DE LEI DE INICIATIVA POPULAR – 1503 (PROVA)


A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito
por, no mínimo...
1 % do eleitorado nacional;
5 distribuído pelo menos por 5 Estados;
0
com não menos de três décimos (0,3) por cento dos eleitores de cada um deles.
3

INICIATIVA POPULAR (PROVA)


A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à câmara dos deputados de projeto
de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos
Federal
por cinco estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um
deles. (art. 61, § 2º)
Estadual A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual. (art. 27, § 4º)
Iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do município, da cidade ou de
Municipal
bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado. (art. 29, XIII)

- É possível que a Constituição do Estado preveja iniciativa popular para a propositura de emenda à
Constituição Estadual. #IMPORTANTE (PROVA)
A iniciativa popular de emenda à Constituição Estadual é compatível com a Constituição Federal, encontrando
fundamento no art. 1º, parágrafo único, no art. 14, II e III e no art. 49, VI, da CF/88.
Embora a Constituição Federal não autorize proposta de iniciativa popular para emendas ao próprio texto, mas
apenas para normas infraconstitucionais, não há impedimento para que as Constituições Estaduais prevejam a
possibilidade, ampliando a competência constante da Carta Federal.
STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/10/2018 (Info 921).
261

#NÃOCONFUNDA: (PROVA)
Iniciativa popular em PEC em âmbito FEDERAL: NÃO PODE
Iniciativa popular em PEC em âmbito ESTADUAL: PODE

(PROVA) Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar MEDIDAS PROVISÓRIAS,
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
Art. 25 (...) § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação

- É possível o controle judicial dos pressupostos de relevância e urgência para a edição de medidas
provisórias, no entanto, esse exame é de domínio estrito, somente havendo a invalidação quando
demonstrada a inexistência cabal desses requisitos. #IMPORTANTE (PROVA)
Inexistindo comprovação da ausência de urgência, não há espaço para atuação do Poder Judiciário no controle
dos requisitos de edição de medida provisória pelo chefe do Poder Executivo.
STF. Plenário. ADI 5599/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/10/2020 (Info 996).

- Análise dos requisitos constitucionais de relevância e urgência.


O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá editar medidas provisórias em caso de
relevância e urgência.
A definição do que seja relevante e urgente para fins de edição de medidas provisórias consiste, em regra, em um
juízo político (escolha política/discricionária) de competência do Presidente da República, controlado pelo
Congresso Nacional.
Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na análise dos requisitos da
MP.
STF. Plenário. ADI 4627/DF e ADI 4350/DF, Rel. Min. Luiz Fux. J. em 23/10/2014 (lnfo 764).
STF. Plenário. ARE 704520/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes. J. em 23/10/2014 (repercussão geral) (lnfo 764).

(PROVA) § 1º É VEDADA a edição de medidas provisórias sobre matéria: (LIMITAÇÕES MATERIAIS EXPRESSAS)

I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
• Medida Provisória pode dispor sobre direito civil. (PROVA)
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, RESSALVADO o
previsto no art. 167, § 3º (crédito extraordinário);
Art. 167. (...) § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o
disposto no art. 62.

II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;

III – reservada a LEI COMPLEMENTAR;


• Medida Provisória pode dispor sobre matéria tributária, exceto a que for reservada à lei complementar.

IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente
da República.

É VEDADA A EDIÇÃO DE
- nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
MP SOBRE:
- direito penal, processual penal e processual civil;
- organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de
(LIMITAÇÕES MATERIAIS
seus membros;
EXPRESSAS)
262

- planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e


suplementares;
- que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer
outro ativo financeiro;
- matéria reservada à LC;
- já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente
de sanção ou veto do Presidente da República.

- Não caracteriza afronta à vedação imposta pelo art. 62, § 1º, IV, da CF a edição de MP no mesmo dia em
que o Presidente sanciona ou veta projeto de lei com conteúdo semelhante. #IMPORTANTE (PROVA)
É vedada a edição de medida provisória tratando sobre matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e que está pendente de sanção ou veto. Isso é proibido pelo art. 62, § 1º, IV, da CF/88.
Assim, se o Presidente da República estiver com um projeto de lei aprovado pelo Congresso na sua “mesa” para
análise de sanção ou veto, ele não poderá editar uma MP sobre o mesmo assunto.
Por outro lado, nada impede que o Presidente sancione ou vete esse projeto e, no mesmo dia, edite uma medida
provisória tratando sobre o mesmo tema. Neste caso, não haverá afronta ao art. 62, § 1º, IV, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 2601/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 19/8/2021 (Info 1026).

- É possível editar medidas provisórias sobre meio ambiente? #IMPORTANTE (PROVA)


É_________
possível a edição de medidas provisórias tratando sobre matéria ambiental, mas sempre veiculando normas
_________________________
favoráveis ao meio ambiente.
__________________________
Normas que importem diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado só podem ser editadas por meio de
lei formal, com amplo debate parlamentar e participação da sociedade civil e dos órgãos e instituições de proteção
ambiental, como forma de assegurar o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Dessa forma, é inconstitucional a edição de MP que importe em diminuição da proteção ao meio ambiente
equilibrado, especialmente em se tratando de diminuição ou supressão de unidades de conservação, com
consequências potencialmente danosas e graves ao ecossistema protegido.
A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste
expressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).

- É inconstitucional a redução de unidade de conservação por meio de MP. #IMPORTANTE


É inconstitucional a redução ou a supressão de espaços territoriais especialmente protegidos, como é o caso das
unidades de conservação, por meio de medida provisória. Isso viola o art. 225, § 1º, III, da CF/88.
Assim, a redução ou supressão de unidade de conservação somente é permitida mediante lei em sentido formal.
A medida provisória possui força de lei, mas o art. 225, § 1º, III, da CF/88 exige lei em sentido estrito.
A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste
expressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).

(PROVA) § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de IMPOSTOS, EXCETO os previstos nos arts. 153,
I (II), II (IE), IV (IPI), V (IOF), e 154, II (IEG), SÓ PRODUZIRÁ EFEITOS no exercício financeiro seguinte (princípio
da anterioridade) se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

§ 3º As medidas provisórias, RESSALVADO o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, SE NÃO
forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período,
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por DECRETO LEGISLATIVO, as relações jurídicas delas decorrentes.
• O texto constitucional admite a aprovação de projeto de lei por decurso do tempo (art. 66, § 3º), mas não admite
a aprovação de medida provisória, pois, se esta não for convertida em lei no prazo de 60 dias (ou 120 dias, se tiver
havido a aprovação), esta perderá sua eficácia.

§ 4º O prazo a que se refere o § 3º CONTAR-SE-Á da publicação da medida provisória, SUSPENDENDO-SE


durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.
263

§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias
dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.
• A deliberação nunca ocorrerá em sessão conjunta.

(PROVA) § 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará
em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas,
até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.

- O trancamento da pauta por conta de MPs não votadas no prazo de 45 dias só alcança projetos de lei que
versem sobre temas passíveis de serem tratados por MP. #IMPORTANTE (PROVA)
O art. 62, § 6º da CF/88 afirma que “se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados
de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso
Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em
que estiver tramitando”.
Apesar de o dispositivo falar em “todas as demais deliberações”, o STF, ao interpretar esse § 6º, não adotou uma
exegese literal e afirmou que ficarão sobrestadas (paralisadas) apenas as votações de projetos de leis ordinárias
que versem sobre temas que possam ser tratados por medida provisória. (PROVA)
Assim, por exemplo, mesmo havendo medida provisória trancando a pauta pelo fato de não ter sido apreciada no
prazo de 45 dias (art. 62, § 6º), ainda assim a Câmara ou o Senado poderão votar normalmente propostas de
emenda constitucional, projetos de lei complementar, projetos de resolução, projetos de decreto legislativo e até
mesmo projetos de lei ordinária que tratem sobre um dos assuntos do art. 62, § 1º, da CF/88. Isso porque a MP
somente pode tratar sobre assuntos próprios de lei ordinária e desde que não incida em nenhuma das proibições
do art. 62, § 1º.
STF. Plenário. MS 27931/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 29/6/2017 (Info 870).

(PROVA) § 7º PRORROGAR-SE-Á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de
sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso
Nacional.

(PROVA) § 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.

(PROVA) § 9º CABERÁ à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir
parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso
Nacional.

- Durante a pandemia da Covid-19 ficou reconhecido que as medidas provisórias podem ser instruídas
perante o plenário das Casas, ficando excepcionalmente autorizada a emissão de parecer por um deputado
e um senador, em substituição à Comissão Mista. #IMPORTANTE
A tramitação de medidas provisórias pelo Sistema de Deliberação Remota (SRD) — instituído em razão da
pandemia do novo coronavírus e regulado pelo Ato Conjunto das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal n. 1/2020 — não viola o devido processo legislativo.
STF. Plenário. ADI 6751/DF, ADPF 661/DF e ADPF 663/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 3/9/2021
(Info 1028).

- Emissão de parecer pela comissão mista de Deputados e Senadores.


A emissão de parecer sobre as medidas provisórias, por comissão mista de deputados e senadores antes do exame,
em sessão separada, pelo plenário de cada uma das casas do Congresso Nacional (CF, art. 62, § 9") configura fase
de observância obrigatória no processo constitucional de conversão dessa espécie normativa em Lei ordinária.
Vale ressaltar, no entanto, que o parecer da comissão mista (previsto no § 9' do art. 62 da CF/88) é obrigatório
apenas para as medidas provisórias assinadas e encaminhadas ao Congresso Nacional a partir do julgamento da
ADI 4029.
As medidas provisórias anteriores a essa ADI 4029 não precisaram passar, obrigatoriamente. pela comissão mista
por estarem regidas pelas regras da Resolução nº 01, do Congresso Nacional.
264

Os arts. 5º, caput e 6º, §§ 1º e 2º da Resolução nº 1, do CN foram reconhecidos inconstitucionais pelo STF. No
entanto, a Corte determinou que essa declaração de inconstitucionalidade somente produz efeitos ex nunc (a
partir da decisão).
Todas as leis aprovadas segundo a tramitação da Resolução nº 1 (ou seja, sem parecer obrigatório da comissão
mista após o 14" dia) são válidas e não podem ser questionadas por esta razão.
STF. Plenário. AD/4029/DF. Rel. Min. Luiz Fux. Julgado em 07 e 08/03/2012 (lnfo 657).

(PROVA) § 10. É VEDADA a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que
tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

- Proibição de reedição de medidas provisórias na mesma sessão legislativa. (PROVA)


É inconstitucional medida provisória ou lei decorrente de conversão de medida provisória cujo conteúdo normativo
caracterize a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória anterior rejeitada, de eficácia exaurida
por decurso do prazo ou que ainda não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional dentro do prazo
estabelecido pela Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em
27/3/2019 (Info 935).

PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE
Natureza se REJEITADA, pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa?
EC Não (art. 60, § 5º, CF)

Sim, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do
LO/LC
Congresso Nacional (art. 67, CF)

MP Não (art. 62, § 10, CF)

(PROVA) § 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º ATÉ sessenta dias após a rejeição ou perda de
eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua
vigência conservar-se-ão por ela regidas.

- O § 11 do art. 62 da CF/88 deve ser interpretado com cautela, não se podendo protrair indefinidamente a
vigência de medidas provisórias rejeitadas ou não apreciadas.
Determinada medida provisória foi editada criando a possibilidade de que empresas instalassem Centros Logísticos
e Industriais Aduaneiros (CLIA), desde que autorizados pela Receita Federal.
Diversas empresas fizeram o requerimento pedindo a instalação desses Centros. Ocorre que, antes que a Receita
examinasse todos os pedidos, a MP foi rejeitada pelo Senado.
O Congresso Nacional não editou decreto legislativo disciplinando as situações ocorridas durante o período em
que a MP vigorou (§ 3º do art. 62 da CF/88).
Diante disso, as empresas defendiam a tese de que os requerimentos formulados deveriam ser apreciados pela
Receita Federal com base no § 11 do art. 62:
“§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia
de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência
conservar-se-ão por ela regidas.”
O STF não concordou e afirmou que os pedidos formulados pelos interessados durante a vigência da MP 320/2006
não foram sequer examinados. Logo, não se pode dizer que havia ato jurídico perfeito.
O simples fato de ter sido feito o requerimento não significa “relação jurídica constituída”, de sorte que não se
pode invocar o § 11 para justificar a aplicação da medida provisória rejeitada.
O mero protocolo do pedido não constitui uma “relação jurídica constituída” de que trata o § 11.
STF. Plenário. ADPF 216/DF, Rel. Min. Cámen Lúcia, julgado em 14/3/2018 (Info 894).
265

§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á
integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.

- O Poder Legislativo pode emendar projeto de lei de conversão de medida provisória quando a emenda
estiver associada ao tema e à finalidade original da medida provisória. #IMPORTANTE (PROVA)
O Poder Legislativo pode emendar projeto de lei de conversão de medida provisória quando a emenda estiver
associada ao tema e à finalidade original da medida provisória.
É constitucional o art. 6º da Lei 14.131/2021, que simplificou o processo de concessão de benefício de auxílio por
incapacidade temporária.
STF. Plenário. ADI 6928/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/11/2021 (Info 1038).

- Se for editada MP revogando lei que está sendo questionada por meio de ADI, esta ação poderá ser julgada
enquanto a MP não for votada (enquanto a MP não for votada, não há perda do objeto). #IMPORTANTE
Determinada lei foi impugnada por meio de ação direta de inconstitucionalidade.
Foi editada medida provisória revogando essa lei.
Enquanto esta medida provisória não for aprovada, será possível julgar esta ADI.
Assim, se chegar o dia de julgamento da ADI, e a MP ainda não tiver sido votada, o STF poderá apreciar livremente
a ação, não tendo havido perda do interesse de agir (perda do objeto). Isso, porque a edição de medida provisória
não tem eficácia normativa imediata de revogação da legislação anterior com ela incompatível, mas apenas de
suspensão, paralisação, das leis antecedentes até o término do prazo do processo legislativo de sua conversão.
Embora seja espécie normativa com força de lei, a medida provisória precisa ser confirmada.
A medida provisória é lei sob condição resolutiva. Se for aprovada, a lei de conversão resultará na revogação da
norma.
Dessa maneira, enquanto não aprovada a MP, não se pode falar em perda de interesse (perda do objeto).
STF. Plenário. ADI 5717/5709/5716/5727-DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 27/3/2019 (Info 935).

- Emenda parlamentar em medida provisória e contrabando legislativo. #IMPORTANTE (PROVA)


Durante a tramitação de uma medida provisória no Congresso Nacional, os parlamentares poderão apresentar
emendas?
SIM, no entanto, tais emendas deverão ter relação de pertinência temática com a medida provisória que está sendo
apreciada. Assim, a emenda apresentada deverá ter relação com o assunto tratado na medida provisória.
Desse modo, é incompatível com a Constituição a apresentação de emendas sem relação de pertinência temática
com medida provisória submetida à sua apreciação.
A inserção, por meio de emenda parlamentar, de assunto diferente do que é tratado na medida provisória que
tramita no Congresso Nacional é chamada de "contrabando legislativo", sendo uma prática vedada.
O STF declarou que o contrabando legislativo é proibido pela CF/88, como vimos acima. No entanto, a Corte
afirmou que esse entendimento só deverá valer para as próximas medidas provisórias que forem convertidas em
lei. Assim, ficou decidido que o STF irá comunicar ao Poder Legislativo esse seu novo posicionamento e as emendas
que forem aprovadas a partir de então e que não tiverem relação com o assunto da MP serão declaradas
inconstitucionais.
É como se o STF tivesse dado uma chance ao Congresso Nacional e, ao mesmo tempo, um alerta: o que já foi
aprovado não será declarado inconstitucional, porém não faça mais isso.
STF. Plenário. ADI 5127/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 15/10/2015
(Info 803).

(PROVA) Art. 63. Não será admitido AUMENTO DA DESPESA prevista:


• É admitido aumento de despesas por emenda parlamentar quando não seja em projeto de lei relacionado nos
incisos I e II do art. 63 da CF, pois a restrição alcança estes casos.

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º
(emendas a projeto de LOA) e § 4º (emendas a projeto de LDO);
266

- Emenda parlamentar em projeto de lei do Poder Executivo. (PROVA)


A iniciativa de competência privativa do Poder Executivo não impede a apresentação de emendas parlamentares,
presente a identidade de matéria e acompanhada da estimativa de despesa e respectiva fonte de custeio.
Assim, é possível que haja emenda parlamentar em um projeto de lei de iniciativa reservada ao Chefe do Poder
Executivo, desde que cumpridos dois requisitos:
a) haja pertinência temática (a emenda não trate sobre assunto diferente do projeto original); e
b) a emenda não acarrete aumento de despesas originalmente previstas (art. 63, I, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 3942/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, jugado em 5/2/2014 (Info 773).

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
dos Tribunais Federais e do Ministério Público.

(PROVA) Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.

- Projetos de lei de iniciativa:


a) Presidente da República;
b) Supremo Tribunal Federal; e
INICIATIVA OBRIGATÓRIA NA c) Tribunais Superiores;
CÂMARA DOS DEPUTADOS
- Projeto de Iniciativa Popular de Leis.

- Medidas Provisórias.

(PROVA) § 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
(PROCESSO SUMÁRIO)

§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a proposição,
cada qual SUCESSIVAMENTE, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações
legislativas da respectiva Casa, com EXCEÇÃO das que tenham prazo constitucional determinado, até que se
ultime a votação.

§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias,
observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.

§ 4º Os prazos do § 2º (45 dias) NÃO CORREM nos períodos de recesso do Congresso Nacional, NEM SE
APLICAM aos projetos de código.

Prazo de 45 dias para manifestação da CD e SF - Não correm: nos períodos de recesso do CN;
no Processo Sumário - Não se aplicam: aos projetos de código.

(PROVA) Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação,
e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
(PROVA) Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que,
aquiescendo, o sancionará.
267

(PROVA) § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional (veto jurídico)
ou contrário ao interesse público (veto político), VETÁ-LO-Á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias
ÚTEIS, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado
Federal os motivos do veto. (CONTROLE PREVENTIVO DE CONSTITUCIONALIDADE)

- O poder de veto previsto no art. 66, § 1º, da Constituição não pode ser exercido após o decurso do prazo
constitucional de 15 dias. #IMPORTANTE (PROVA)
A prerrogativa do poder de veto presidencial somente pode ser exercida dentro do prazo expressamente previsto
na Constituição, não se admitindo exercê-la após a sua expiração. No caso concreto, apenas no dia imediatamente
seguinte à expiração do prazo (16º dia), a Presidência da República providenciou a publicação de edição extra do
Diário Oficial da União para a divulgação de novo texto legal com a aposição adicional de veto a dispositivo que
havia sido sancionado anteriormente. Esse tipo de procedimento não se coaduna com a Constituição Federal, de
modo que, ultrapassado o período do art. 66, § 1º, da CF/88, o texto do projeto de lei é, necessariamente,
sancionado (art. 66, § 3º) e o poder de veto não pode mais ser exercido. Portanto, a manutenção de veto
extemporâneo na forma do art. 66, § 4º, da CF/88 não retira a sua inconstitucionalidade, pois o ato apreciado pelo
Congresso Nacional sequer poderia ter sido praticado. Nessa hipótese, caso o Legislativo deseje encerrar a vigência
de dispositivo legal por ele aprovado, deve retirá-lo da ordem jurídica por meio da sua revogação. STF. Plenário.
ADPF 893/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 20/6/2022 (Info 1059).

(PROVA) § 2º O veto parcial somente abrangerá texto INTEGRAL de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
• Não se aplica o Princípio da Parcelaridade ao veto presidencial, ao contrário do que ocorre no controle de
constitucionalidade. Ou seja, o veto parcial não pode incidir sobre apenas uma palavra, mas sim sobre todo texto.

(PROVA) § 3º DECORRIDO o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção. SANÇÃO
TÁTICA
CT

- Pode ser: expressa ou tácita;


SANÇÃO
- Não convalida vício no processo legislativo.

(PROVA) § 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, SÓ PODENDO
ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores.

Veto 15 dias úteis


Razões do Veto do Presidente do Senado 48 horas
Sanção tácita (silêncio do PR) 15 dias
Apreciação do veto em sessão conjunta (CD e SF) 30 dias

(PROVA) § 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.

Jurídico Projeto inconstitucional. Controle preventivo de constitucionalidade.


Político Projeto contrário ao interesse público.
Total Veta-se o projeto de lei na integralidade.
Veta-se o projeto de lei em algumas partes, não podendo vetar palavras
Parcial
ou expressões isoladas (art. 66, § 2º, CF/88).
Expresso Não há veto tácito.
CARACTERÍSTICAS
O Presidente deve justificar os motivos do veto, apresentando as razões
DO VETO Motivado
ao Presidente do Senado Federal em até 48 horas.
Não pode acrescentar dispositivos ao projeto, apenas suprimir os que lá
Supressivo
já estão.
Depois de manifestar sua discordância ao projeto de lei não mais poderá
Irretratável
o Presidente da República mudar de ideia e pretender sancioná-lo.
Superável O veto não é definitivo, poderá ser superado/derrubado.
268

§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo (30 dias) estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da
sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos
§ 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente
do Senado fazê-lo.

- Quem derruba é o CN;


- Maioria absoluta;
DERRUBADA DO VETO - Sessão conjunta;
- Prazo de 30 dias;
- Sob pena de trancamento da pauta, exceto de MP.

- Não é possível republicar uma lei já sancionada, promulgada e publicada para incluir novos vetos, ainda
que sob o argumento de que se trata de mera retificação da versão original. #IMPORTANTE (PROVA)
Não se admite “novo veto” em lei já promulgada e publicada.
Manifestada a aquiescência do Poder Executivo com projeto de lei, pela aposição de sanção, evidencia-se a
ocorrência de preclusão entre as etapas do processo legislativo, sendo incabível eventual retratação.
STF. Plenário. ADPF 714/DF, ADPF 715/DF e ADPF 718/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/2/2021 (Info
1005).

(PROVA) Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do
Congresso Nacional.

PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE
Natureza se REJEITADA, pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa?
EC Não (art. 60, § 5º, CF)

Sim, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do
LO/LC
Congresso Nacional (art. 67, CF)

MP Não (art. 62, § 10, CF)

(PROVA) Art. 68. As LEIS DELEGADAS serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao
Congresso Nacional.
Leis Delegadas – Elaboradas pelo Presidente da República em virtude de autorização do Poder Legislativo, devem
ser aprovadas por maioria simples ou relativa (não absoluta), mesmo porque elas nem podem ter como objeto
matéria reservada à lei complementar (que exigiria aprovação por maioria absoluta), conforme arts. 68 e 69, CF.
Obs.: Havendo exorbitância nos limites da delegação legislativa, caberá ao CN sustar o ato normativo, por meio
de decreto legislativo, realizando o controle repressivo político de constitucionalidade.

(PROVA) § 1º NÃO SERÃO OBJETO de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49), os
de competência privativa da Câmara dos Deputados (art. 51) ou do Senado Federal (art. 52), a matéria
reservada à LEI COMPLEMENTAR, nem a legislação sobre: (LIMITAÇÕES MATERIAIS EXPRESSAS)
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
269

- Atos de competência exclusiva do CN;


- Atos de competência privativa da CD ou do SF;
NÃO SERÁ OBJETO DE
- matéria reservada à LC;
LEI DELEGADA
- legislação sobre:
a) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de
(LIMITAÇÕES
seus membros;
MATERIAIS EXPRESSAS)
b) nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
c) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

(PROVA) § 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de RESOLUÇÃO do Congresso Nacional, que especificará
seu conteúdo e os termos de seu exercício. (LEI DELEGADA PRÓPRIA/TÍPICA)
• O controle exercido pelo CN sobre a lei delegada opera efeito ex nunc, ou seja, não retroativo, mediante sustação
do ato normativo que exorbite dos limites da delegação legislativa.

(PROVA) § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única,
VEDADA qualquer emenda. (LEI DELEGADA IMPRÓPRIA/ATÍPICA - NÃO CABE EMENDA)

LEI DELEGADA PRÓPRIA LEI DELEGADA IMPRÓPRIA


O Congresso Nacional determina ao Presidente que
O Presidente da República solicita a delegação ao
apresente o projeto de lei por ele elaborado para
Congresso Nacional. Atendida a solicitação, o próprio
votação no próprio Congresso, sendo aprovado o
Presidente elabora o projeto, promulga e publica a lei,
projeto, a lei será novamente encaminhada ao
que NÃO precisará passar por nova apreciação do
Presidente para promulgação e publicação.
Legislativo.
Não cabe emenda!

MEDIDA PROVISÓRIA (ART. 62) LEI DELEGADA (ART. 68)


Exige os pressupostos de urgência e relevância Não exige os pressupostos de urgência e relevância
Não exige prévia autorização do Congresso Exige prévia autorização do Congresso Nacional,
Nacional mediante Resolução
Eficácia temporária Eficácia permanente
É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: Não serão objeto de delegação os atos de
I – relativa a: competência exclusiva do Congresso Nacional, os
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos de competência privativa da Câmara dos
políticos e direito eleitoral; Deputados ou do Senado Federal, a matéria
b) direito penal, processual penal e processual civil; reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério I - organização do Poder Judiciário e do Ministério
Público, a carreira e a garantia de seus membros; Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais,
e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o políticos e eleitorais;
previsto no art. 167, § 3º; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de orçamentos.
poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III – reservada a lei complementar;
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
Presidente da República.

(PROVA) Art. 69. As LEIS COMPLEMENTARES serão aprovadas por maioria absoluta.

- LC pode tratar de matéria de LC • podendo ser revogada SOMENTE por LC


- LC pode tratar de matéria de LO • podendo ser revogada por LC e LO
- LO pode tratar de matéria de LO • podendo ser revogada por LO e LC
- LO NÃO pode tratar de matéria LC –
270

- A Constituição estadual só pode exigir lei complementar para tratar das matérias que a Constituição
Federal também exigiu lei complementar. #IMPORTANTE (PROVA)
A Constituição Estadual não pode ampliar as hipóteses de reserva de lei complementar, ou seja, não pode criar
outras hipóteses em que é exigida lei complementar, além daquelas que já são previstas na Constituição Federal.
Se a Constituição Estadual amplia o rol de matérias que deve ser tratada por meio de lei complementar, isso
restringe indevidamente o “arranjo democrático-representativo desenhado pela Constituição Federal”.
Caso concreto: STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivo da CE/SC que exigia a edição de lei
complementar para dispor sobre: a) regime jurídico único dos servidores estaduais; b) organização da Polícia
Militar; c) organização do sistema estadual de educação e d) plebiscito e referendo. Esses dispositivos foram
declarados inconstitucionais porque a CF/88 não exige lei complementar para disciplinar tais assuntos.
STF. Plenário. ADI 5003/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/12/2019 (Info 962).

LEI ORDINÁRIA – LO LEI COMPLEMENTAR – LC


PONTOS COMUNS
Parlamentares ou Comissões Parlamentares da Câmara, do Senado ou do Congresso
Nacional;
Presidente da República;
Iniciativa STF;
Tribunais Superiores;
Procurador-Geral da República; e
os Cidadãos.
Atos Normativos Primários (Art. 59, CF)
Hierarquia Não há, sendo normas infraconstitucionais
Processo Legislativo Idêntico, com exceção do quórum de aprovação
Quórum de Votação Maioria Absoluta
PONTOS DIFERENTES
São Residuais.
São Taxativas.
Matérias LO poderá versar sobre quaisquer
A CF estabelece de maneira taxativa as
(Diferença Material) matéria, desde que não reservadas a LC,
matérias que devem ser regulas por LC.
Decretos Legislativos ou Resoluções.
Quórum de Aprovação
Maioria Relativa Maioria Absoluta
(Diferença Formal)

Seção IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Art. 70. A FISCALIZAÇÃO contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades
da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas, será exercida pelo CONGRESSO NACIONAL, mediante controle externo, e pelo sistema
de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. PRESTARÁ CONTAS qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que,
em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

(PROVA) Art. 71. O controle externo, a cargo do CONGRESSO NACIONAL, será exercido com o auxílio do TRIBUNAL DE
CONTAS DA UNIÃO, ao qual compete:

(PROVA) I - APRECIAR as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
271

CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Aprecia, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em 60
TCU
dias a contar de seu recebimento (Art. 71, I, CF)

CONGRESSO NACIONAL Julga Anualmente (Art. 49, IX, CF)

Procede à tomada de contas não apresentadas ao CN em 60 dias


CÂMARA DOS DEPUTADOS
após a abertura da sessão legislativa (Art. 51, II, CF)

COMISSÃO MISTA PERMANENTE DE Examinar e emitir parecer sobre as contas apresentadas


SENADORES E DEPUTADOS anualmente (Art. 166, § 1º, I, CF)

II - JULGAR as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal,
e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário
público;

III - APRECIAR, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, EXCETUADAS as nomeações para
cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas
as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IV - REALIZAR, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V - FISCALIZAR as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma
direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI - FISCALIZAR a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou
outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

VII - PRESTAR as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre
resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - APLICAR aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas
em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

IX - ASSINAR PRAZO para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
se verificada ilegalidade;

X - SUSTAR, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao
Senado Federal;

XI - REPRESENTAR ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º No caso de CONTRATO, o ato de sustação será adotado diretamente pelo CONGRESSO NACIONAL, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas
no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
272

Susta ATO
TCU Verificada a irregularidade em um ato administrativo, o Tribunal de Contas fixa prazo para
que adote as providências dentro da lei. Não cumprida, o TC susta os efeitos do ato.
Susta CONTRATO
Atente-se que a CF não fala em sustar contrato. Diante disso, caso haja ilegalidade em
contrato administrativo, o ato de sustação (de contrato) não é do Tribunal de Contas, mas
sim do Congresso Nacional. Entretanto, caso o Poder Executivo e o Congresso Nacional fique
CN
inerte, e dentro do prazo de 90 dias, não haja promoção da correção das irregularidades, o
TCU passa a ter competência inclusive para sustar e anular o CONTRATO ADMINISTRATIVO.
E se for o caso, não somente poderá anular o contrato administrativo, como também o TCU
possui poderes para anular a licitação que precedeu o contrato.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de TÍTULO EXECUTIVO.

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de DESPESAS NÃO
AUTORIZADAS, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá
solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos
necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal


pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou
grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua SUSTAÇÃO.

• emite pronunciamento conclusivo se solicitado pela


TCU:
comissão mista permanente, no prazo de 30 dias;
Comissão mista
DESPESA PÚBLICA • propõe a sustação da despesa ao CN;
permanente:
CN: • susta ou não a realização da despesa.

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro
próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas
no art. 96.

§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes
requisitos:
I - mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade; (EC nº 122/2022)
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos
mencionados no inciso anterior.

§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão ESCOLHIDOS:


I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal (sabatina), sendo dois
ALTERNADAMENTE dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
273

§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos,


vencimentos e vantagens dos MINISTROS DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ), aplicando-se-lhes,
quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.

- O conselheiro de TCE não está sujeito a notificação ou intimação para comparecimento como testemunha
perante comissão parlamentar de investigação, podendo apenas ser convidado. #IMPORTANTE
Caso concreto: Câmara Municipal instaurou Comissão de Investigação para apurar possível quebra de decoro
parlamentar envolvendo Vereadores. Dois conselheiros do TCE foram intimados para depor como testemunhas de
defesa.
O STJ não concordou com essa intimação.
Os Conselheiros do TCE são equiparados a magistrados (equiparados a Desembargador do TJ). Logo, não podem
ser notificados ou intimados pela comissão, podendo ser convidados a comparecer.
Aplicam-se aos Conselheiros do TCE as garantias do art. 33, I e IV, da LOMAN (LC 35/79).
STJ. Corte Especial. HC 590436-MT, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 11/11/2021 (Info 718).

§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do TITULAR e,


quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de JUIZ DE TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL.

- É constitucional norma estadual que prevê o pagamento proporcional da remuneração devida a


conselheiro de Tribunal de Contas para auditor em período de substituição.
A norma estadual se limita a prever o direito dos Auditores do Tribunal de Contas de receberem remuneração
proporcional devida ao Conselheiros nos dias em que atuarem em substituição a este.
Trata-se de compensação financeira, justa e devida, cuja constitucionalidade já foi reconhecida pelo STF. O
pagamento dos mesmos vencimentos e vantagens do substituído àquele que ocupa transitoriamente o cargo é
decorrência natural do desempenho de função idêntica durante o período da substituição, sob pena de eventual
quebra da isonomia.
Assim, por constituir exercício temporário das mesmas funções, admite-se o pagamento dos mesmos vencimentos
e vantagens, por critério de isonomia. Não se trata, portanto, de equiparação ou vinculação das remunerações das
duas carreiras, prática vedada pela CF/88.
Não existe, ainda, qualquer afronta ao modelo federal de fiscalização dos Tribunais de Contas, cuja observância
pelos estados é compulsória, nos termos do art. 75 da CF/88.
A ausência de previsão expressa no art. 73, § 4º, da Constituição Federal, do pagamento do vencimento de Ministro
ao Auditor que estiver em substituição, não implica em sua proibição. Em uma interpretação sistemática da ordem
constitucional vigente não há nada que sustente que o dispositivo em questão deixou, intencionalmente, de fazer
menção à vinculação de vencimentos e vantagens.
STF. Plenário. ADI 6951/CE e ADI 6952/AM, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 10/6/2022 (Info 1058).

- Auditores jurídicos e Auditores do controle externo do TCE/BA não podem exercer as funções típicas do
cargo de Auditor previsto na Constituição Federal.
Auditores jurídicos e Auditores do controle externo são duas classes de servidores do Tribunal de Contas da Bahia
(TCE/BA). Essas duas carreiras não se confundem com o Auditor substituto de Ministro ou Conselho de que trata
o art. 73, § 4º, da CF/88.
Assim, não é possível a equiparação legislativa do cargo de Auditor Jurídico e de Auditor do Controle Externo do
TCE/BA com o cargo de Auditor previsto no art. 73, § 4º, da CF/88.
Somente para este último é atribuída a substituição de Ministros do TCU ou de Conselheiros do TCE e o exercício
de atos da judicatura.
STF. Plenário. ADI 4541/BA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário MANTERÃO, de forma integrada, SISTEMA DE
CONTROLE INTERNO com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos
orçamentos da União;
274

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira
e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

(PROVA) § 1º Os responsáveis pelo CONTROLE INTERNO, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou


ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade SOLIDÁRIA.

(PROVA) § 2º QUALQUER CIDADÃO, PARTIDO POLÍTICO, ASSOCIAÇÃO OU SINDICATO é parte legítima para, na forma da
lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

• Qualquer cidadão
Legitimidade para denunciar irregularidades ou • Partido político
ilegalidades perante o TCU • Associação ou
• Sindicato

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção APLICAM-SE, no que couber, à organização, composição e
fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de
Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão
integrados por sete Conselheiros.

- Não é obrigatória a instituição de Ministério Público especial junto ao TCM.


Os Tribunais de Contas dos Estados são organizados pelas Constituições Estaduais. Contudo, por força do princípio
da simetria, as regras do TCU também são aplicadas, no que couber, aos TCE’s, conforme determina o art. 75 da
CF:
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização
dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão
integrados por sete Conselheiros. Vale ressaltar que o princípio da simetria previsto nesse art. 75 aplica-se:
• aos Tribunais de Contas Estaduais; e
• aos Tribunais de Contas dos Municípios.
Por outro lado, essa simetria não abrange o Tribunal de Contas do Município (TCM).
O preceito veiculado pelo art. 75 da Constituição Federal aplica-se, no que couber, à organização, composição e
fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal e dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios, excetuando-se ao princípio da simetria os Tribunais de Contas do Município.
Dessa forma, não é obrigatória a instituição e regulamentação do Ministério Público especial junto ao Tribunal de
Contas do Município de São Paulo.
STF. Plenário. ADPF 272/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/3/2021 (Info 1011).

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO - TCU


Sede - DF
Quadro - próprio de pessoal
Jurisdição - em todo território nacional
Orgão - técnico (não é órgão do Poder Judiciário)
Aprecia - contas do Presidente
Julgar - administrativamente demais gestores de recursos públicos
• mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos
Ministros do STJ;
Membros
• nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado);
275

• > 35 e < 70 anos;

• idoneidade moral e reputação ilibada;

• notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos, financeiros ou de Adm


Pública;

• + 10 anos de exercício;

• 9 ministros: #BIZU: T.C.U. - Três. Cinco. Um. = 9


a) 1/3 (3 ministros) nomeados pelo PR e aprovados pelo SF, sendo 2 alternadamente
entre auditores e membros do MP junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo
Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento; e
b) 2/3 (6 ministros) pelo CN.

SÚMULAS SOBRE TRIBUNAL DE CONTAS


- Súmula Vinculante nº 3: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório
e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.“

- Súmula nº 6, STF: “A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato
aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal, ressalvada a
competência revisora do judiciário.”

- Súmula nº 653, STF: “No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser
escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um
dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.”

JURISPRUDÊNCIA SOBRE TRIBUNAL DE CONTAS


💀 NOÇÕES GERAIS
- Natureza do TCU.
O TCU ostenta a condição de órgão independente na estrutura do Estado brasileiro, cujas funções estão elencadas
nos incisos do art. 71 da CF/88. Seus membros possuem as mesmas prerrogativas que as asseguradas aos
magistrados (art. 73, § 3º da CF/88), tendo suas decisões a natureza jurídica de atos administrativos passíveis de
controle jurisdicional. Trata-se de um tribunal de índole técnica e política, criado para fiscalizar o correto emprego
dos recursos públicos.
Os Tribunais de Contas realizam controle de legitimidade, economicidade e de eficiência, verificando se os atos
praticados pelos entes controlados estão de acordo com a moralidade, eficiência, proporcionalidade.
No atual contexto juspolítico brasileiro, o Tribunal de Contas possui competência para aferir se o administrador
atuou de forma prudente, moralmente aceitável e de acordo com o que a sociedade dele espera.
O TCU representa um dos principais instrumentos republicanos destinados à concretização da democracia e dos
direitos fundamentais, na medida em que o controle do emprego de recursos públicos propicia, em larga escala,
justiça e igualdade.
STF. 1ª Turma. MS 33340/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 26/5/2015 (Info 787).

- O Tribunal de Contas tem o prazo de 5 anos para julgar a legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma ou pensão, prazo esse contado da chegada do processo à Corte de Contas.
#IMPORTANTE
Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao
prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou
pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas.
276

STF. Plenário. RE 636553/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão geral – Tema 445) (Info
967).
Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.506.932/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 02/03/2021 (Info 687).

Antes do RE 636553/RS (Tema 445) Após do RE 636553/RS (Tema 445)


Não havia prazo para o Tribunal de Contas apreciar a O Tribunal de Contas possui o prazo de 5 anos para
legalidade do ato de concessão inicial da apreciar a legalidade do ato de concessão inicial da
aposentadoria, reforma ou pensão aposentadoria, reforma ou pensão
Se o Tribunal de Contas demorar mais de 5 anos para
Se o Tribunal de Contas demorasse mais de 5 anos apreciar a legalidade do ato, ele não poderá mais
para apreciar a legalidade do ato, ele continuaria rever esse ato. Esgotado o prazo, considera-se que a
podendo examinar, mas passa a ser necessário aposentadoria, reforma ou pensão está
garantir contraditório e ampla defesa ao interessado definitivamente registrada, mesmo sem ter havido a
análise pelo Tribunal de Contas
Mesma regra. O prazo de 5 anos para que o Tribunal
Esse prazo de 5 anos é contado a partir da data da
de Contas julgue a legalidade do ato de concessão
chegada, ao TCU, do processo administrativo de
inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, é
concessão inicial de aposentadoria, reforma ou
contado a partir da chegada do processo à respectiva
pensão
Corte de Contas
A SV 3 não possui mais exceção. Em nenhum caso
A SV 3 possuía uma exceção
será necessário contraditório ou ampla defesa
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

- É PRESCRITÍVEL a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão do Tribunal de Contas.


#IMPORTANTE
É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de Tribunal de Contas.
STF. Plenário. RE 636886/AL, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 20/04/2020 (Repercussão Geral – Tema 899)
(Info 983 – clipping).

- Ação de reparação por danos causados à Fazenda Pública em razão da prática


de ILÍCITO CIVIL (STF, RE 669069/MG - Tema 666 - Info 813)

- Pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão do TRIBUNAL DE


PRESCRITÍVEL
CONTAS (STF, RE 636886/AL - Tema 899 - Info 983)

- Ação de ressarcimento decorrente de ato de improbidade administrativa


praticado com CULPA (deve ser proposta no prazo do art. 23 da LIA)
- Ação de ressarcimento decorrente de ato de improbidade administrativa
praticado com DOLO (STF, RE 852475/SP - Tema 897 - Info 910)
IMPRESCRITÍVEL
- Ação pedindo a reparação civil decorrente de DANOS AMBIENTAIS (STF, RE
654833 - Tema 999 - Info 983)
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito (com adaptações).

- A Constituição Federal não proíbe a extinção de Tribunais de Contas dos Municípios.


A Constituição Federal não proíbe a extinção de Tribunais de Contas dos Municípios.
STF. Plenário. ADI 5763/CE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/10/2017 (Info 883).
277

- Cabe ACP para questionar nomeação para o Tribunal de Contas sob o argumento de que o nomeado não
preencheria os requisitos da idoneidade moral e reputação ilibada.
É juridicamente possível o pedido de anulação da nomeação e posse de Conselheiro de Tribunal de Contas de
Município, veiculado em ação civil pública, com fundamento na constatação de que este não preenche os
requisitos de idoneidade moral e reputação ilibada.
STJ. 1ª Turma. REsp 1347443-RJ, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 19/10/2021, DJe 21/10/2021 (Info 714).

- Emendas parlamentares em projetos de lei de iniciativa dos Tribunais de Contas.


A iniciativa de projetos de lei que tratem sobre a organização e o funcionamento dos Tribunais de Contas é
reservada privativamente ao próprio Tribunal (arts. 73 e 96, II, “b”, da CF/88).
É possível que haja emendas parlamentares em projetos de lei de iniciativa do Tribunal de Contas, desde que
respeitados dois requisitos:
a) guardem pertinência temática com a proposta original (tratem sobre o mesmo assunto);
b) não acarretem em aumento de despesas.
STF. Plenário. ADI 5442 MC/DF e ADI 5453 MC/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/3/2016 (Info 818).

- O Tribunal de Contas possui iniciativa privativa para as leis que tratam sobre sua organização e
funcionamento.
É inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que trate sobre os cargos, a organização e o funcionamento do
Tribunal de Contas. É a própria Corte de Contas quem tem competência reservada para deflagrar o processo
legislativo que trate sobre essa matéria (arts. 73, 75 e 96 da CF/88).
STF. Plenário. ADI 3223/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/11/2014 (Info 766).

- É inconstitucional lei estadual ou emenda à Constituição do Estado, de iniciativa parlamentar, que trate
sobre organização ou funcionamento do TCE.
É inconstitucional lei estadual, de origem (iniciativa) parlamentar, que discipline a organização e o funcionamento
do Tribunal de Contas estadual (TCE).
Isso porque os Tribunais de Contas possuem reserva de iniciativa (competência privativa) para apresentar os
projetos de lei que tenham por objetivo tratar sobre a sua organização ou o seu funcionamento (art. 96, II c/c arts.
73 e 75 da CF/88).
Os Tribunais de Contas, conforme reconhecido pela CF/88 e pelo STF, gozam das prerrogativas da autonomia e
do autogoverno, o que inclui, essencialmente, a iniciativa privativa para instaurar processo legislativo que pretenda
alterar sua organização e funcionamento.
STF. Plenário. ADI 4643/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 15/5/2019 (Info 940).

- É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja regra sobre a organização ou


funcionamento do TCE de forma diferente do modelo federal.
O art. 75 da CF/88 estabelece que deverá haver um “espelhamento obrigatório” do modelo de controle externo
do TCU previsto na CF/88 para os Tribunais de Contas dos Estados/DF e para os Tribunais e Conselhos de Contas
dos Municípios. Isso significa que é materialmente inconstitucional norma da Constituição Estadual que trate sobre
a organização ou funcionamento do TCE de forma diferente do modelo federal. Caso isso ocorra, haverá uma
violação ao art. 75 da Carta Maior.
Diante disso, é inconstitucional dispositivo da CE que preveja que, se o TCE reconhecer a boa-fé do infrator e se
este fizer a liquidação tempestiva do débito ou da multa, a Corte deverá considerar saneado o processo. Esta regra
é inconstitucional porque não há previsão semelhante na CF/88.
STF. Plenário. ADI 5323/RN, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/04/2019 (Info 937).

- É inconstitucional lei que preveja a integração, no quadro do Tribunal de Contas, de servidores que estejam
à disposição daquela Corte.
É inconstitucional lei estadual que afirma que “o servidor público estadual à disposição do Tribunal de Contas em
30 de novembro de 1994 poderá requerer sua integração ao Quadro Especial de Pessoal do referido Tribunal, no
prazo de 30 (trinta) dias contados da data da publicação desta lei.”
Essa lei viola o princípio do concurso público, previsto no art. 37, II, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 1251/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/8/2020 (Info 985).
278

- Criação de Procuradoria do Tribunal de Contas e impossibilidade de que tal órgão seja responsável pela
cobrança das multas.
É constitucional a criação de órgãos jurídicos na estrutura de Tribunais de Contas estaduais, vedada a atribuição
de cobrança judicial de multas aplicadas pelo próprio tribunal.
É inconstitucional norma estadual que preveja que compete à Procuradoria do Tribunal de Contas cobrar
judicialmente as multas aplicadas pela Corte de Contas.
A Constituição Federal não outorgou aos Tribunais de Contas competência para executar suas próprias decisões.
As decisões dos Tribunais de Contas que acarretem débito ou multa têm eficácia de título executivo, mas não
podem ser executadas por iniciativa do próprio Tribunal.
STF. Plenário. ADI 4070/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016 (Info 851).

- Forma de escolha dos membros do TCE.


A forma de escolha dos Conselheiros do TCE deve obedecer ao mesmo modelo do TCU (art. 73, § 2º da CF) por
força do princípio da simetria.
Súmula 653-STF: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos
pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre
auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.
STF. Plenário. ADI 374/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/03/2012 (Info 659).

- Requisito para integrar Tribunal de Contas.


Membro do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas de Estados ou do Distrito Federal que ocupa esse cargo
há menos de dez anos pode ser indicado para compor lista tríplice destinada à escolha de conselheiro da referida
corte.
STJ. 2ª Turma. RMS 35.403-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 03/03/2016 (Info 584).

- É constitucional norma estadual decorrente de emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa do


Tribunal de Contas estadual que veicule regras sobre prescrição e decadência a ele aplicáveis.
A Constituição da República e a legislação federal não disciplinam a aplicação da prescrição e da decadência
especificamente no âmbito do TCU. Diante dessa omissão, mostra-se permitida a criação desses institutos no
âmbito dos Tribunais de Contas dos Estados.
Ao instituir essa disciplina localmente, a legislação estadual vai ao encontro do texto constitucional, que impõe o
estabelecimento de prazos prescricionais e decadenciais, em razão da segurança jurídica, da dignidade da pessoa
humana, dos princípios democrático e republicano e da excepcionalidade das regras que preveem a
imprescritibilidade.
Não houve violação à iniciativa legislativa privativa do TCE. Isso porque essa normas não tratam da organização
ou do funcionamento da corte de contas, mas apenas estabelecem regras quanto à tempestividade de sua atuação,
sem interferência na autonomia do órgão para o cumprimento de sua missão institucional.
STF. Plenário. ADI 5384/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/5/2022 (Info 1056).

- É inconstitucional norma de CE que dispensa o parecer prévio no julgamento das contas dos Prefeitos caso
o TCE não o elabore no prazo de 180 dias.
Determinada Constituição Estadual prevê que, se o TCE não elaborar, no prazo de 180 dias, o parecer prévio na
prestação de contas do Prefeito, o processo deverá ser encaminhado a Câmara Municipal e esta julgara as contas
mesmo sem o parecer.
Esta previsão é inconstitucional por violar o art. 31, § 2", da CF/88. Pela leitura desse dispositivo, a elaboração do
parecer prévio é sempre necessária e a Câmara Municipal somente poderá dele discordar se houver manifestação
de, no mínimo, 2/3 dos Vereadores.
Assim, a C E/SE criou uma exceção na qual a Câmara Municipal poderia julgar as contas dos Prefeitos mesmo sem
parecer do TCE. Ocorre que esta nova situação não encontra abrigo na Constituição Federal, sendo, portanto,
inconstitucional.
STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 (lnfo 847).
279

- É inconstitucional norma que preveja competir à ALE julgar as contas do Poder Legislativo.
É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja que compete privativamente à Assembleia
Legislativa julgar as contas do Poder Legislativo estadual.
Seguindo o modelo federal, as contas do Poder Legislativo estadual deverão ser julgadas pelo TCE, nos termos do
art. 71, 11 C)c art. 75, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcio, julgado em 16/01/2016 (Info 847).

- Procuradores de contas podem requerer informações e documentos diretamente aos órgãos, entidades e
agentes submetidos ao controle externo.
É assegurada, aos membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, a prerrogativa de requerer
informações diretamente aos jurisdicionados do respectivo Tribunal, sem subordinação ao Presidente da Corte.
STJ. 1ª Turma. RMS 51.841/CE, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 06/04/2021 (Info 691).

- É constitucional a norma do Regimento Interno do Tribunal de Contas no sentido de haver reeleição do


Presidente e do Vice-Presidente.
É inaplicável o art. 93 da CF/88 e do art. 102 da LOMAN, considerada a organização, composição e funcionamento
dos Tribunais de Contas, os quais, enquanto órgãos auxiliares do Poder Legislativo, não guardam tal relação de
simetria com o Poder Judiciário.
Portanto, é constitucional a norma do Regimento Interno do Tribunal de Contas no sentido de haver reeleição do
Presidente e do Vice-Presidente.
STF. Plenário. ADPF 567, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 01/03/2021.

💀 ATUAÇÃO
- De quem é a legitimidade para a execução de crédito decorrente de multa aplicada por Tribunal de Contas
estadual a agente público municipal? #IMPORTANTE
Os Estados não têm legitimidade ativa para a execução de multas aplicadas, por Tribunais de Contas estaduais, em
face de agentes públicos municipais, que, por seus atos, tenham causado prejuízos a municípios.
O Município prejudicado é o legitimado para a execução de crédito decorrente de multa aplicada por Tribunal de
Contas estadual a agente público municipal, em razão de danos causados ao erário municipal.
STF. Plenário. RE 1003433/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
14/9/2021 (Repercussão Geral – Tema 642) (Info 1029).
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 926189-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15/02/2022 (Info 725).

- De quem é a legitimidade para a execução de crédito decorrente de multa aplicada por Tribunal de Contas
estadual a agente público municipal? #IMPORTANTE
Os Estados não têm legitimidade ativa para a execução de multas aplicadas, por Tribunais de Contas estaduais, em
face de agentes públicos municipais, que, por seus atos, tenham causado prejuízos a municípios.
Tese fixada pelo STF: “O Município prejudicado é o legitimado para a execução de crédito decorrente de multa
aplicada por Tribunal de Contas estadual a agente público municipal, em razão de danos causados ao erário
municipal”.
STF. Plenário. RE 1003433/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
14/9/2021 (Repercussão Geral – Tema 642) (Info 1029).

- É constitucional norma estadual que fixa prazo para que o Tribunal de Contas atue nos processos
administrativos a ele submetidos.
É constitucional norma do Estado a fixar prazo para que o Tribunal de Contas atue nos processos administrativos
a ele submetidos.
STF. Plenário. ADI 5259, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/12/2020.

- É inconstitucional emenda à Constituição estadual que retira competência do Tribunal de Contas do Estado
para apreciar contas dos demais Poderes e órgãos autônomos.
É inconstitucional emenda à Constituição estadual que retira competência do Tribunal de Contas do Estado para
apreciar contas dos demais Poderes e órgãos autônomos.
280

Isso não impede que o Poder Legislativo possa fiscalizar as contas dos órgãos que o auxiliam. Em outras palavras,
isso não impede de o Poder Legislativo fiscalizar o Tribunal de Contas.
STF. Plenário. ADI 4978, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 07/12/2020.

- O Tribunal de Contas do Distrito Federal tem competência para fiscalizar a aplicação de recursos federais
repassados ao Distrito Federal.
O TCU, por força do art. 71, VI, da CF/88, tem competência para fiscalizar o uso dos recursos federais repassados
a outros entes federados, como no caso de verbas federais repassadas ao Distrito Federal.
Vale ressaltar, contudo, que, diante da autonomia própria dos entes federados, a fiscalização, pelo TCU, dos
recursos federais repassados ao Distrito Federal não impede que o TCDF também faça a fiscalização da aplicação
desses mesmos recursos, até porque ele tem pleno e legítimo interesse na regular prestação dos serviços de saúde
no seu território.
Assim, por força dos arts. 71 e 75 da Constituição Federal e do art. 78 da Lei Orgânica do Distrito Federal, o Tribunal
de Contas do Distrito Federal tem competência para fiscalizar a aplicação de recursos federais repassados ao
Distrito Federal.
STJ. 1ª Turma. RMS 61.997-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 16/06/2020 (Info 674).

- Compete aos Tribunais de Contas dos Estados, com exclusividade, a iniciativa legislativa de norma que
disponha sobre sua organização e funcionamento.
É inconstitucional lei estadual, de origem (iniciativa) parlamentar, que discipline a organização e o funcionamento
do Tribunal de Contas estadual (TCE).
Isso porque os Tribunais de Contas possuem reserva de iniciativa (competência privativa) para apresentar os
projetos de lei que tenham por objetivo tratar sobre a sua organização ou o seu funcionamento (art. 96, II c/c arts.
73 e 75 da CF/88).
Os Tribunais de Contas, conforme reconhecido pela CF/88 e pelo STF, gozam das prerrogativas da autonomia e
do autogoverno, o que inclui, essencialmente, a iniciativa privativa para instaurar processo legislativo que pretenda
alterar sua organização e funcionamento.
STF. Plenário. ADI 4191, Rel. Roberto Barroso, julgado em 22/05/2020 (Info 986 – clipping).

- A competência técnica do Tribunal de Contas do Estado, ao negar registro de admissão de pessoal, não se
subordina à revisão pelo Poder Legislativo respectivo.
No complexo feixe de atribuições fixadas ao controle externo, a competência desempenhada pelo Tribunal de
Contas não é, necessariamente, a de mero auxiliar do poder legislativo. A Constituição Federal lhes atribui
competência para fiscalizar atos do próprio poder legislativo.
A Câmara Municipal não detém competência para rever o ato do Tribunal de Contas do Estado que nega o registro
de admissão de pessoal.
A competência técnica do Tribunal de Contas do Estado, ao negar registro de admissão de pessoal, não se
subordina à revisão pelo Poder Legislativo respectivo.
Se fosse aceito que os Municípios, por meio de suas Câmaras Municipais, pudessem simplesmente rejeitar a
decisão do Tribunal de Contas, isso acabaria por subordinar a competência técnica das cortes de
contas ao poder legislativo que é também por elas fiscalizado.
STF. Plenário. RE 576920, Rel. Edson Fachin, julgado em 20/04/2020 (Repercussão Geral – Tema 47).

- Suspensão de pagamentos que estão sendo realizados com base em contrato investigado em tomada de
contas.
TCU possui a competência para determinar que empresa pública federal (BNDES) suspenda pagamentos que estão
sendo realizados com base em contrato de confissão de dívida cuja regularidade está sendo apurada em tomada
de contas.
STF. 1ª Turma. MS 35038 AgR/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/11/2019 (Info 959).

- O TCU (e não o TCDF) é o órgão competente para fiscalizar os recursos decorrentes do Fundo Constitucional
do Distrito Federal.
O Tribunal de Contas da União (TCU) é o órgão competente para fiscalizar os recursos decorrentes do Fundo
Constitucional do Distrito Federal (art. 21, XIV, da CF/88 e Lei nº 10.633/2002).
281

Os recursos destinados ao Fundo Constitucional do Distrito Federal pertencem aos cofres federais, consoante
disposto na Lei 10.663/2002. Logo, a competência para fiscalizar a aplicação dos recursos da União repassados ao
FCDF é do Tribunal de Contas da União.
STF. 2ª Turma. MS 28584/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em
29/10/2019 (Info 958).

- Competência do TCU para fiscalizar a Fundação Banco do Brasil somente quanto aos recursos oriundos do
Banco do Brasil.
Não compete ao TCU adotar procedimento de fiscalização que alcance a Fundação Banco do Brasil quanto aos
recursos próprios, de natureza eminentemente privada, repassados por aquela entidade a terceiros, eis que a FBB
não integra o rol de entidades obrigadas a prestar contas àquela Corte de Contas, nos termos do art. 71, II, da CF.
A FBB é uma pessoa jurídica de direito privado não integrante da Administração Pública. Assim, a FBB não necessita
se submeter aos ditames da gestão pública quando repassar recursos próprios a terceiros por meio de convênios.
Por outro lado, quando a FBB recebe recursos provenientes do Banco do Brasil — sociedade de economia mista
que sofre a incidência dos princípios da Administração Pública previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal,
— ficará sujeita à fiscalização do TCU. Isso porque, neste caso, tais recursos, como são provenientes do BB, têm
caráter público.
STF. 2ª Turma. MS 32703/DF, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em 10/4/2018 (Info 897).

- Competência para julgamento das contas dos Prefeitos.


Para os fins do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64/1990, a apreciação das contas de Prefeito,
tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com auxílio dos Tribunais de
Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores.
STF. Plenário. RE 848826/DF. Rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski. Julgado
em 10/08/2016 (repercussão gera/) (lnfo 834).

- Natureza do parecer do Tribunal de Contas na análise das contas dos Prefeitos.


Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa, competindo
exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do Poder Executivo local, sendo
incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo.
STF. Plenário. RE 729744/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes. J. em 10/08/2016 (repercussão geral) (Info 834).

- Competência do TCE para julgar as contas dos Presidentes das Câmaras Municipais.
É inconstitucional norma da CE que preveja que compete às Câmaras Municipais o julgamento das contas de seus
Presidentes.
A CF/88 somente autoriza que as Câmaras Municipais julguem as contas dos Prefeitos. No caso das contas dos
Presidentes das Câmaras de Vereadores, estas devem ser julgadas pelo TCE.
STF. Plenário. ADI1964/ES. Rel. Min. Dios Tolloli, julgado em 04/09/2014 (Info 757).

- Medida cautelar de indisponibilidade de bens.


O TCU possui competência para decretar, no início ou no curso de qualquer procedimento de apuração que lá
tramite, a indisponibilidade dos bens do responsável por prazo não superior a 1 ano (art. 44, § 2º da Lei 8.443/92).
O STF entende que essa previsão é constitucional, de forma que se admite, ainda que de forma excepcional, a
concessão, sem audiência da parte contrária, de medidas cautelares, por deliberação fundamentada do Tribunal
de Contas, sempre que necessárias à neutralização imediata de situações que possam causar lesão ao interesse
público ou ainda para garantir a utilidade prática do processo que tramita no TCU. Isso não viola, por si só, o
devido processo legal nem qualquer outra garantia constitucional, como o contraditório ou a ampla defesa.
STF. 2ª Turma. MS 33092/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 24/03/2015 (Info 779).

- Competência do TCU para declarar a inidoneidade de empresa para licitar.


O TCU tem competência para declarar a inidoneidade de empresa privada para participar de licitações promovidas
pela Administração Pública. Essa previsão está expressa no art. 46 da Lei 8.443/92, sendo considerada
constitucional:
282

Art. 46. Verificada a ocorrência de fraude comprovada à licitação. o Tribunal declarará a inidoneidade do licitante
fraudador para participar. por até cinco anos, de licitação na Administração PUblica Federal.
STF. Plenário. MS 30788/MG. rei. orig. Min. Marco Aurélio. red. p/ o acórdão Min. Roberto Barro5o. Julgado em
21/05/2015 (lnfo 786).

- Tribunal de Contas tem competência para declarar a inidoneidade de empresa para licitar.
O TCU tem competência para declarar a inidoneidade de empresa privada para participar de licitações promovidas
pela Administração Pública. Essa previsão está expressa no art. 46 da Lei 8.443/92, sendo considerada
constitucional:
Art. 46. Verificada a ocorrência de fraude comprovada à licitação, o Tribunal declarará a inidoneidade do licitante
fraudador para participar, por até cinco anos, de licitação na Administração Pública Federal.
STF. Plenário. MS 30788/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em
21/5/2015 (Info 786).

- Tribunal de Contas tem competência para anulação de acordo extrajudicial que não tenha sido
homologado judicialmente.
O TCU tem legitimidade para anular acordo extrajudicial firmado entre particulares e a Administração Pública,
quando não homologado judicialmente.
Se o acordo foi homologado judicialmente, o TCU não pode anulá-lo porque a questão já passou a ser de mérito
da decisão judicial, o que não pode ser revisto pelo Tribunal de Contas.
Contudo, sendo o acordo apenas extrajudicial, a situação está apenas no âmbito administrativo, de sorte que o
TCU tem legitimidade para anular o ajuste celebrado.
STF. 1ª Turma. MS 24379/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 7/4/2015 (Info 780).

- Tribunal de Contas tem competência para decretar medida cautelar de indisponibilidade de bens.
O TCU possui competência para decretar, no início ou no curso de qualquer procedimento de apuração que lá
tramite, a indisponibilidade dos bens do responsável por prazo não superior a 1 ano (art. 44, § 2º da Lei 8.443/92).
O STF entende que essa previsão é constitucional, de forma que se admite, ainda que de forma excepcional, a
concessão, sem audiência da parte contrária, de medidas cautelares, por deliberação fundamentada do Tribunal
de Contas, sempre que necessárias à neutralização imediata de situações que possam causar lesão ao interesse
público ou ainda para garantir a utilidade prática do processo que tramita no TCU. Isso não viola, por si só, o
devido processo legal nem qualquer outra garantia constitucional, como o contraditório ou a ampla defesa.
STF. 2ª Turma. MS 33092/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 24/3/2015 (Info 779).

💀 PROCESSO ADMINISTRATIVO NO TCU


- O prazo decadencial previsto na Lei nº 9.784/99 não se aplica às tomadas de contas regidas pela Lei nº
8.443/92.
O prazo decadencial quinquenal, previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99, não se aplica para a atuação do TCU em
processo de tomada de contas, considerando que se trata de procedimento regido pela Lei nº 8.443/92, que se
constitui em norma especial.
Em suma, o prazo decadencial de 5 anos, previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99, não se aplica aos processos de
tomada de contas conduzidos pelo TCU considerando que existe uma lei específica que rege o tema, que é a Lei
nº 8.443/92.
STF. 1ª Turma. MS 35038 AgR/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/11/2019 (Info 959).

- Não aplicação do art 54 da Lei nº 9.784/99 para as fiscalizações realizadas pelo TC na forma do art. 71,
IV, da CF/88.
Em casos de "fiscalização linear exercida pelo Tribunal de Contas", nos termos do art. 71, IV, da CF/88, não se aplica
o prazo de decadência previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99.
Isso porque em processos de "controle abstrato", o Tribunal de Contas não faz o exame de ato específico do qual
decorre efeito favorável ao administrado. A Corte está examinando a regularidade das contas do órgão e a
repercussão sobre eventual direito individual é apenas indireta.
STF. 1ª Turma. MS 34224/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/08/2017 (lnfo 873).
283

- Prazo para o TCU exigir comprovação de regular aplicação de verbas federais por meio de tomada de
contas especial.
É de cinco anos o prazo para o TCU, por meio de tomada de contas especial (Lei nº 8.443/92), exigir do ex-gestor
público municipal a comprovaçao da regular aplicaçao de verbas federais repassadas ao respectivo Município.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.480.350-RS. Rel. Min. Benedito Gonçalves. Julgado em 05/04/2016 (lnfo 581).

- Prazo prescricional para aplicação de multa pelo TCU.


O prazo prescricional para que o TCU aplique multas é de 5 anos, aplicando-se a previsão do art. 1º da Lei nº
9.873/99.
Caso esteja sendo imputada ao agente público a conduta omissiva de ter deixado de tomar providências que eram
de sua responsabilidade, tem-se que, enquanto ele permaneceu no cargo, perdurou a omissão. No momento em
que o agente deixou o cargo, iniciou-se o fluxo do prazo prescricional.
STF. 1º Turma. MS 32201/DF. Rel. Min. Roberto Barrosa. Julgado em 21/03/2017 (Info 858).

- Auditoria do TCU e desnecessidade de participação dos terceiros reflexamente prejudicados.


Em auditoria realizada pelo TCU para apurar a gestão administrativa do órgão, os terceiros indiretamente afetados
petas determinaçêes do Tribunal (ex: pensionistas) não possuem direito de serem ouvidos no processo
fiscalizatório.
Não existe, no caso, desrespeito ao devido processo legal.
Nessa espécie de atuação administrativa, a relação processual envolve apenas o órgão fiscalizador e o fiscalizado,
sendo dispensável a participação dos interessados.
O contraditório pressupõe a existência de Litigantes ou acusados, o que não ocorre quando o Tribunal de Contas
atua no campo da localização de órgãos e entes administrativos.
O contraditório deve ser garantido pelo órgão de origem, a quem cabe o cumprimento da determinação do
Tribunal de Contas.
STF. 1ª Turma. MS 34224/DF. Rel. Min. Marco Aurélio. Julgado em 15/08/2017 (lnfo 873).

- Auditoria do TCU e desnecessidade de participação do servidor indiretamente afetado.


Em auditoria realizada pelo TCU para apurar a gestão administrativa do Poder Legislativo, os servidores
indiretamente afetados pelas determinações do Tribunal não possuem direito de serem ouvidos no processo
fiscalizatório.
Não existe, no caso, desrespeito ao devido processo Legal.
A atuação do TCU ficaria inviabilizada se, nas auditorias realizadas, fosse necessário intimar, para integrar o
processo administrativo de controle, qualquer um que pudesse ser alcançado, embora de forma indireta, peta
decisão da Corte.
STF. 1ª Turma. MS 32540/DF, Rel. Min Marco Aurélio. Julgado em 29/03/2016 (Info 819).

- Independência da tomada de contas em relação ao PAD.


As atribuições do Tribunal de Contas da União são independentes em relação ao julgamento do processo
administrativo disciplinar instaurado para apurar falta funcional do servidor público. Em outras palavras, o processo
no TCU não depende nem está vinculado ao PAD.
STF. 2ª Turma. MS 27427 AgRIDF, Rel. Min. Teori Zovascki. Julgada em 08/09/2015 (lnfo 798).

- Condenação pelo tribunal de contas independe do resultado do PAD.


Se o servidor público responder a processo administrativo disciplinar e for absolvido, ainda assim poderá ser
condenado a ressarcir o erário, em tomada de contas especial pelo Tribunal de Contas da União.
STF. 1ª Turma. MS 27867 AgR/DF. Rel. Min. Dias Toffoli. Julgado em 18/09/2012.

- Desnecessidade de intimação pessoal do julgamento pelo TCU.


Nos processos que tramitam no TCU não é necessária a intimação pessoal da data em que será realizada a sessão
de julgamento, bastando que essa informação seja publicada em veículo de comunicação oficial (imprensa oficial).
STF. 2ª Turma. MS 28644/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 12/08/2014 (Info 752).
284

- Processo administrativo que julga admissão deve ter contraditório e ampla defesa.
O processo administrativo no Tribunal de Contas que julga admissões de servidores públicos deve assegurar aos
interessados o contraditório e a ampla defesa considerando que poderá resultar em anulação ou revogação dos
atos administrativos de nomeação dos servidores, repercutindo, portanto, no âmbito dos interesses individuais.
STJ. 1ª Turma. RMS 27.233/SP. Rel. Min. Mauro Campbell Marques. Julgado em 07/02/2012 (Info 490).

💀 MPTC
- MPTC não possui iniciativa legislativa, sua organização não é tratada por lei complementar e a CF/88 não
autoriza que seus vencimentos e vantagens sejam equiparados aos do MP comum.
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas encontra-se estritamente vinculado à estrutura da Corte de
Contas e não detém autonomia jurídica e iniciativa legislativa para as leis que definem sua estrutura organizacional.
É inconstitucional a exigência de lei complementar para regular a organização do Ministério Público especial.
A Constituição não autoriza a equiparação de “vencimentos” e “vantagens” entre membros do Ministério Público
especial e membros do Ministério Público comum.
STF. Plenário. ADI 3804/AL, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/12/2021 (Info 1040).

- MPTC não possui fisionomia institucional própria.


O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas não dispõe de fisionomia institucional própria, não integrando o
conceito de Ministério Público enquanto ente despersonalizado de função essencial à Justiça (CF/88, art. 127), cuja
abrangência é disciplina no art. 128 da Constituição Federal.
STF. 2ª Turma. Rcl 24162 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/11/2016.

- MPTC não possui as atribuições do Ministério Público comum.


Nos termos do art. 128 da CF/88, o Ministério Público junto aos Tribunais de Contas não compõe a estrutura do
Ministério Público comum da União e dos Estados, sendo apenas atribuídas aos membros daquele as mesmas
prerrogativas funcionais deste (art. 130).
As atribuições do Ministério Público comum, entre as quais se inclui sua legitimidade processual extraordinária e
autônoma, não se estendem ao Ministério Público junto aos Tribunais de Contas, cuja atuação está limitada ao
controle externo a que se refere o art. 71 da CF/88.
STF. 1ª Turma. Rcl 24159 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/11/2016.

- MPTC não possui legitimidade para propor reclamação no STF.


O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas não possui legitimidade ativa para propor reclamação no STF
alegando descumprimento da decisão do Supremo.
A atuação dos membros do MPTC limita-se, unicamente, ao âmbito dos próprios Tribunais de Contas perante os
quais oficiam.
STF. 2ª Turma. Rcl 24156 AgR/DF e Rcl 24158 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 24/10/2017 (Info 883).

- MPTC não possui legitimidade para impetrar mandado de segurança mesmo que para defender suas
prerrogativas institucionais.
O Ministério Público de Contas não tem legitimidade para impetrar mandado de segurança em face de acórdão
do Tribunal de Contas perante o qual atua.
STF. Plenário virtual. RE 1178617 RG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/04/2019 (repercussão geral).
285

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

PODER EXECUTIVO
→ Presidencialismo
- Identidade entre chefia de estado e chefia de governo (são a mesma pessoa).
• Chefe de Estado: exerce função de representar internacionalmente o país e de
corporificar a sua unidade interna.
• Chefe de Governo: executa as políticas públicas. É quem efetivamente governa e
também exerce a liderança da política nacional.
- Estabilidade de governo. Há a figura dos mandatos fixos para o cargo de
presidente.
________________________________________________________________
PRESIDENCIALISMO → Parlamentarismo
X - Não há identidade entre chefia de estado e chefia de governo (são pessoas
PARLAMENTARISMO diferentes).
• Chefe de Estado: pode ser um rei, um monarca ou um presidente;
• Chefe de Governo: é o 1º ministro, que exerce o governo conjuntamente com o
seu gabinete (conselho de Ministros).
- Estabilidade democrática, construída pelo povo nos processos democráticos.
Pode até existir a figura do mandato mínimo e do mandato máximo, todavia ele
não é fixo. Nesse sentido, tem por fundamento a existência dos institutos: I)
possibilidade de queda do gabinete pelo parlamento (através da “moção de
censura” ou “voto de desconfiança”) e II) possibilidade cotidiana de dissolução do
parlamento pelo gabinete.
→ Executivo Monocrático
Quando o poder é exercido por unicamente uma pessoa, seja ela o Rei, o I
mperador, o Ditador ou o Presidente. BRASIL (art. 76, CF)

→ Executivo Colegial
Quando as funções executivas são desempenhadas por dois homens possuidores
de idênticos poderes, como os cônsules romanos.
CLASSIFICAÇÃO22
→ Executivo Diretorial
Na hipótese de o poder ser exercitado por grupos de homens em comitê, como era
na ex-URSS e ainda é na Suíça.

→ Executivo Dual
Ínsito ao sistema parlamentar, é o poder exercitado por um Chefe de Estado e um
Conselho de Ministros, ou seja, um indivíduo isolado e um comitê, que acuam
t em
separado.

(PROVA) Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, auxiliado pelos Ministros de Estado.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro


domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do
ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.

22 Manual de Direito Constitucional – Nathalia Masson – Ed. JusPodivm - 4ª Edição – 2016.


286

§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.

(PROVA) § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta
de votos, ____________________________________________
NÃO COMPUTADOS os em branco e os nulos.

(PROVA) § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias
após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
que obtiver a maioria dos votos válidos.

(PROVA) § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato,
convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.

(PROVA) § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma
votação, qualificar-se-á o mais idoso.

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional,
prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do
povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
(PROVA) Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, _______
SALVO
motivo de força maior,
______________________ não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

(PROVA) Art. 79. SUBSTITUIRÁ o Presidente, no caso de IMPEDIMENTO, e SUCEDER-LHE-Á, no de VAGA, o Vice-
Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por LEI
COMPLEMENTAR, AUXILIARÁ o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.

CARGO
IMPEDIMENTO E VANCÂNCIA DO PRESIDENCIAL
Impossibilidade TEMPORÁRIA Usa regra do art. 80
IMPEDIMENTO
Se duplo impedimento (PR e Vice): (Presidente CD, SF e STF)
Usa regra do art. 81
Impossibilidade DEFINITIVA
VACÂNCIA 2 primeiros anos: eleições diretas em 90 dias
Se duplo vacância (PR e Vice):
2 últimos antos: eleições indiretas em 30 dias

(PROVA) Art. 80. Em caso de IMPEDIMENTO do Presidente e do Vice-Presidente, ou VACÂNCIA dos respectivos cargos,
serão SUCESSIVAMENTE chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do
Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Presidente da CD

SUCESSIVAMENTE Presidente do SF

Presidente do STF

- Réu em processo criminal __________________


não pode assumir, como substituto, o cargo de Presidente da República.
#IMPORTANTE (PROVA)
Os substitutos eventuais do Presidente da República a que se refere o art. 80 da CF/88, caso ostentem a posição
de réus criminais perante o STF, ficarão impossibilitados de exercer o ofício de Presidente da República. No entanto,
mesmo sendo réus, podem continuar na chefia do Poder por eles titularizados.
287

Ex.: o Presidente do Senado Renan Calheiros tornou-se réu em um processo criminal; logo, ele não poderá assumir
a Presidência da República na forma do art. 80 da CF/88; porém, ele pode continuar normalmente como Presidente
do Senado, não precisando ser afastado deste cargo.
STF. Plenário. ADPF 402 MC-REF/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/12/2016 (Info 850).

(PROVA) Art. 81. VAGANDO os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois
de aberta a última vaga.

(PROVA) § 1º - Ocorrendo a vacância NOS ÚLTIMOS dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos
será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

- Lei estadual pode prever que, em caso de dupla vacância para os cargos de Governador e Vice nos dois
últimos anos do mandato, a ALE realizará eleição indireta, de forma nominal e aberta. #IMPORTANTE (PROVA)
Os estados-membros, no exercício de suas autonomias, ___________________________________________________
podem adotar o modelo federal previsto no art. 81, § 1º,
da Constituição, cuja reprodução,
__________ contudo, ________________
não é obrigatória.
No caso de dupla vacância, faculta-se aos estados-membros, ao Distrito Federal e aos municípios a definição
legislativa do procedimento de escolha do mandatário político.
No caso de realização de eleição indireta, a previsão normativa estadual de votação nominal e aberta é compatível
com a CF/88.
Caso concreto: lei da Bahia afirmou que, se o Governador e o Vice-Governador deixarem os cargos nos dois últimos
anos do mandato, a Assembleia Legislativa deverá realizar uma eleição indireta, de forma nominal e aberta. Para
o STF, essa lei é constitucional, sob os pontos de vista formal e material.
STF. Plenário. ADI 1057/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/8/2021 (Info 1025).

(PROVA) § 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos DEVERÃO completar o período de seus antecessores. (MANDATO-
TAMPÃO)

Vacância dos cargos de PR e Vice Vacância dos cargos de PR e Vice


nos 2 PRIMEIROS anos nos 2 ÚLTIMOS anos
Eleição Diretas, pelo povo Indiretas, pelo Congresso Nacional

Prazo 90 dias 30 dias


• Neste interstício, assumirão o cargo interinamente, na seguinte ordem: Presidente da CD, do SF e do STF;
• Os eleitos deverão completar o período restante (mandato-tampão).

(PROVA) Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e terá início em 5 de janeiro do ano seguinte
ao de sua eleição. (EC nº 111/2021)

#NÃOCONFUNDA: (PROVA)
Posse do PREFEITO E VICE-PREFEITO 1º de janeiro (art. 29, III)

Posse do GOVERNADOR E VICE-GOVERNADOR 6 de janeiro (art. 28)

Início do mandato do PRESIDENTE DA REPÚBLICA 5 de janeiro (art. 82)

(PROVA) Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República NÃO PODERÃO, sem licença do Congresso Nacional,
ausentar-se do País por período SUPERIOR a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
JURIS: É _____________
inconstitucional — por violar o pressuposto da dupla vacância, previsto para o modelo federal e cuja observância pelos estados-membros é
obrigatória —, norma de Constituição estadual que determina, em caso de vacância, eleição avulsa para o cargo de vice-governador pela Assembleia
Legislativa.
STF. Plenário. ADI 999/AL, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/6/2023 (Info 1100).
A previsão de eleição isolada de um ou de outro, quando ocorrer vacância, subverte o modelo constitucional que posicionou à investidura no cargo de
vice enquanto consequência da eleição do chefe do Poder Executivo, na qualidade de seu substituto, sucessor e auxiliar. Nesse contexto, para
viabilizar a continuidade do projeto político escolhido pela maioria do eleitorado, apenas em caso de dupla vacância é que se cogitam novas eleições,
sejam elas diretas ou indiretas, conforme o período do mandato em que ocorrer a última vaga (art. 81, da CF/88).
288

QUANTO AO PRESIDENTE, NECESSÁRIO FICAR ATENTO AOS SEGUINTES PRAZOS


10 dias Para tomar posse, a partir da data fixada.

15 dias A ausência do país por período superior à 15 dias exige licença do Congresso.

Deve o Presidente prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de 60 dias após


60 dias
a abertura da sessão legislativa, as contas.

180 dias Afastamento de 180 dias do Presidente no procedimento de impeachment.

Seção II
Das Atribuições do Presidente da República
(PROVA) Art. 84. Compete PRIVATIVAMENTE ao Presidente da República:

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;

- A Lei não pode estipular um prazo para que o chefe do Poder Executivo faça a sua regulamentação. (PROVA)
Ofende os arts. 2º e 84, II, da Constituição Federal norma de legislação estadual que estabelece prazo para o chefe
do Poder Executivo apresentar a regulamentação de disposições legais.
Exemplo: Art. 9º O Chefe do Poder Executivo regulamentará a matéria no âmbito da Administração Pública Estadual
no prazo de 90 dias.
Essa previsão é________________
inconstitucional.
STF. Plenário. ADI 4728/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/11/2021 (Info 1037).

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

(PROVA) IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução; (DECRETO REGULAMENTAR)

V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

(PROVA) VI - dispor, mediante DECRETO, sobre: (DECRETO AUTÔNOMO)

a) organização e funcionamento da administração federal, quando NÃO IMPLICAR aumento de despesa NEM
criação ou extinção de órgãos públicos;

- É cabível ADI contra decreto autônomo que extingue colegiados da Administração Pública. #IMPORTANTE
É cabível ADI contra decreto presidencial que, com fundamento no art. 84, VI, “a”, da CF/88, extingue colegiados
da Administração Pública federal. Isso porque se trata de decreto autônomo, que retira fundamento de validade
diretamente da Constituição Federal e, portanto, é dotado de generalidade e abstração.
STF. Plenário. ADI 6121 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019 (Info 944).

b) EXTINÇÃO de funções ou cargos públicos, quando VAGOS;

CARGOS PÚBLICOS
Criação Extinção
- Cargo Ocupado = Lei
Lei
- Cargo Vago = Lei ou Decreto Autônomo (art. 84, VI, b)

JURIS: É inconstitucional — por manifesta violação ao art. 84, VI, “b”, da Constituição Federal — a extinção de cargos e funções que estejam ocupados na
data da edição do decreto do presidente da República.

STF. Plenário. ADI 6186/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/4/2023 (Info 1091).
289

DECRETO REGULAMENTAR DECRETO AUTÔNOMO


Ato normativo secundário Ato normativo primário
Visa inovar no ordenamento jurídico, dispondo sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal,
Visa dar fiel execução às leis quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Pode ser contrário à lei que regulamente, inclusive,
Não pode ser contrário à lei que regulamente. com prevalência sobre lei que discipline diferente
anteriormente.
Não pode ser objeto de ação direta de Pode ser objeto de ação direta de
inconstitucionalidade. inconstitucionalidade.
Pode ser delegado
Não pode ser delegado (Ministros de Estado, Procurador-Geral da República ou
Advogado-Geral da União)

(PROVA) VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
• Os incisos VII e VIII representam exemplos do exercício de Chefe de Estado pelo PR.

(PROVA) VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
• Os incisos VII e VIII representam exemplos do exercício de Chefe de Estado pelo PR.

(PROVA) IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

(PROVA) X - decretar e executar a intervenção federal;

XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa,
expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;

(PROVA) XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;

XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;

(PROVA) XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal (sabatina), os Ministros do Supremo Tribunal Federal e
__________________________________________
dos Tribunais Superiores, os
_______________________ Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o
______________________________ ______________________________ presidente e os
_________________
diretores do banco central e outros
_________________________ servidores, quando determinado em lei;
_____________________________________________

(PROVA) XV - nomear,
_______ observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; (NÃO TEM SABATINA)!!
___________________________________________

(PROVA) XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral
_______________________ da União;
__________________________
• Não precisa de aprovação do Senado Federal – sabatina. (NÃO TEM SABATINA)!!

(PROVA) XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
______________________

XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;

Membros do Conselho da República Membros do Conselho de Defesa Nacional


Presidente nomeia apenas dois dos seis cidadãos
Presidente não nomeia nenhum membro (PROVA)
brasileiros natos
Presidente convoca e preside ambos
290

(PROVA) XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado
por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
parcialmente, a mobilização nacional;
• O inciso XIX representa exemplo do exercício de Chefe de Estado pelo PR.

(PROVA) XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;

XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

(PROVA) XXII - permitir, nos casos previstos em LEI COMPLEMENTAR, que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente;

XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas
de orçamento previstos nesta Constituição;

(PROVA) XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;

(PROVA) XXV - _______


prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

(PROVA) XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;

XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

(PROVA) XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto
nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (EC nº 109/2021)

(PROVA) Parágrafo único. O Presidente da República poderá DELEGAR as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e
XXV, primeira parte (prover), aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

- Decreto autônomo (inc. VI);


COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DO PR
- Conceder indulto e comutar pena (inc. XII);
DELEGÁVEIS AO ME, PGR OU AGU
(PROVA)
- Prover cargos públicos federais (inc. XXV, primeira parte).

#NÃOCONFUNDA:
NÃO PODE (art. 84, XXV, 2ª parte e p.
Extinguir cargos públicos por delegado
único)
Extinguir cargos públicos vagos por delegado de decreto
PODE (art. 84, VI, b e p. único
autônomo

Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República
(PROVA) Art. 85. São CRIMES DE RESPONSABILIDADE os atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das
unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
291

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.


Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em LEI ESPECIAL, que estabelecerá as normas de processo e
julgamento.
- Súmula Vinculante nº 46: “A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.” (PROVA)

- É_________________
inconstitucional norma de constituição estadual que disponha sobre o processamento e julgamento de
Governador e Vice-governador nos casos de crime de responsabilidade. #IMPORTANTE (PROVA)
O Estado-membro _______________________________________________
não pode dispor sobre crime de responsabilidade, ainda que seja na Constituição estadual. Isso
porque a competência para legislar sobre crime de responsabilidade é privativa da União, nos termos do art. 22, I,
e art. 85 da CF/88.
Súmula vinculante 46-STF: São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e
o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.
Assim, é inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja a competência da Assembleia Legislativa
para autorizar a instauração do processo e para jugar
l o Governador e o Vice-Governador do Estado por crimes de
responsabilidade.
Também é inconstitucional a previsão contida na Constituição Estadual afirmando que o Governador será suspenso
de suas funções nos crimes de responsabilidade, se admitida a acusação e instaurado o processo, pela Assembleia
Legislativa.
STF. Plenário. ADI 4811/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/12/2021 (Info 1041).

(PROVA) Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços (2/3) da Câmara dos Deputados,
será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas INFRAÇÕES PENAIS COMUNS, ou
perante o Senado Federal, nos CRIMES DE RESPONSABILIDADE.

(PROVA) § 1º O Presidente ficará SUSPENSO de suas funções:


I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

Crime Comum Crime de Responsabilidade


Autorização 2/3 da Câmara dos Deputados

Competência STF Senado Federal

Se recebida a denúncia ou queixa- Após a instauração do processo pelo


Suspensão das Funções
crime pelo STF Senado Federal

(PROVA) § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias (180), o julgamento não estiver concluído, CESSARÁ o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

(PROVA) § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará
sujeito a prisão.
• Não é necessário o trânsito em julgado. Apenas a sentença condenatória.

(PROVA) § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, NÃO PODE SER RESPONSABILIZADO por atos
estranhos ao exercício de suas funções. (IRRESPONSABILIDADE PENAL RELATIVA)

- Não cabimento de HC para trancar impeachment. #IMPORTANTE (PROVA)


Habeas corpus não é o instrumento adequado para pleitear trancamento de processo de impeachment.
A finalidade constitucional do habeas corpus é a da proteção do indivíduo contra qualquer ato limitativo ao direito
de locomoção (art. 5º, LXVIII, da CF/88).
O processo de impeachment pode resultar na aplicação de sanções de natureza político-administrativa.
292

Dessa forma, ao se impetrar um HC contra o processo de impeachment, o que se está fazendo é buscando proteger
o exercício de direitos políticos e não o direito de ir e vir.
STF. Plenário. HC 134315 AgR/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 16/6/2016 (Info 830).

CHEFES DO PODER EXECUTIVO – RESPONSABILIDADES (PROVA)


Crimes COMUNS Crimes DE RESPONSABILIDADE
São infrações político-administrativas praticadas por
pessoas que ocupam determinados cargos públicos. O
São aqueles tipificados da lei penal (CP ou Legislação
infrator recebe sanções político-administrativas (perda
Extravagante). O infrator recebe pena ou medida de
do cargo e inabilitação para o exercício de função).
segurança.
Previsão dos crimes de responsabilidade:
• Presidente → art. 85, CF e Lei nº 1.079/50;
Exs.: Peculato, corrupção passiva etc.
• Governador → Lei nº 1.079/50;
• Prefeito → DL nº 201/67.
Quem Julga: Quem Julga:
- Presidente: STF (após prévia autorização de 2/3 pela - Presidente: Senado Federal (após prévia autorização
Câmara dos Deputados); de 2/3 pela Câmara dos Deputados);

- Governador: STJ (Não há prévia autorização da


________ - Governador: Tribunal Especial (composto por: 5
Assembleia Legislativa – INFO 872 STF); membros da ALE; 5 Desembargadores. Presidência:
presidente do TJ);
- Prefeito: TJ/TRF/TRE (Não há prévia autorização da
_______
Câmara Municipal). - Prefeito: Câmara Municipal.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

- Imunidade do art. 51, I, e art. 86 da CF/88 não se estende para codenunciados que não sejam Presidente
da República, Vice ou Ministro de Estado. #IMPORTANTE (PROVA)
A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, caput, da CF/88 não se estende para os codenunciados que
não se encontrem investidos nos cargos de Presidente da República, Vice-Presidente da República e Ministro de
Estado.
A finalidade dessa imunidade é proteger o exercício regular desses cargos, razão pela qual não é extensível a
codenunciados que não se encontrem ocupando tais funções.
STF. Plenário. Inq 4483 AgR-segundo/DF e Inq 4327 AgR-segundo/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgados em 14 e
19/12/2017 (Info 888).

- Impossibilidade de aplicação do art. 86, § 4º, da CF/88 a outras autoridades. (PROVA)


Não é possível aplicar o art. 86, § 4º, da CF/88 para o Presidente da Câmara dos Deputados, considerando que a
garantia prevista neste dispositivo é destinada expressamente ao chefe do Poder Executivo da União (Presidente
da República).
Desse modo, por se tratar de um dispositivo de natureza restritiva, não é possível qualquer interpretação que
amplie a sua incidência a outras autoridades, notadamente do Poder Legislativo.
STF. Plenário. Inq 3983/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 02 e 03/03/2016 (Info 816).

- Excepcionalmente, o STF mantém no Tribunal a apuração dos fatos envolvendo pessoas sem foro por
prerrogativa de função caso o desmembramento cause prejuízo às investigações.
Em regra, o STF entende que deverá haver o desmembramento dos processos quando houver corréus sem
prerrogativa. Em outras palavras, permanece no STF apenas a apuração do investigado com foro por prerrogativa
de função e os demais são julgados em 1ª instância.
No entanto, no caso envolvendo o Senador Aécio Neves, sua irmã, seu primo e mais um investigado, o STF decidiu
que, no atual estágio, não deveria haver o desmembramento e a apuração dos fatos deveria permanecer no
Supremo para todos os envolvidos. Isso porque entendeu-se que o desmembramento representaria inequívoco
prejuízo às investigações.
STF. 1ª Turma. Inq 4506 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
14/11/2017 (Info 885).
JURIS: A renúncia ao cargo de Governador impede o recebimento de pedido de abertura de impeachment.

STJ. 2ª Turma. RMS 68.932-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16/08/2022 (Info 753).
JURIS: É inconstitucional disposição de Constituição estadual ou Lei Orgânica distrital que, em desacordo com o previsto no art. 78, § 3º, da Lei
nº 1.079/50, atribuam à Assembleia ou Câmara Legislativa o julgamento do Governador por crime de responsabilidade.

STF. Plenário. ADI 3.466/DF, Rel. Min. Eros Grau, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 15/5/2023 (Info 1094). 293

- Decisão do STF que definiu o rito do processo de impeachment da Presidente Dilma.


Principais conclusões do STF na decisão que definiu o rito do processo de impeachment da Presidente Dilma:
1) Não há direito à defesa prévia antes do recebimento da denúncia pelo Presidente da Câmara. (PROVA)
2) É possível a aplicação subsidiária dos Regimentos Internos da Câmara e do Senado que tratam sobre o
impeachment, desde que sejam compatíveis com os preceitos legais e constitucionais pertinentes.
3) Após o início do processo de impeachment, durante a instrução probatória, a defesa tem o direito de se
manifestar após a acusação.
4) O interrogatório deve ser o ato final da instrução probatória.
5) O recebimento da denúncia no processo de “impeachment” ocorre apenas após a decisão do Plenário do
Senado Federal. Assim, a Câmara dos Deputados somente atua no âmbito pré-processual, não valendo a sua
autorização como um recebimento da denúncia, em sentido técnico. Compete ao Senado decidir se deve receber
ou não a denúncia cujo prosseguimento foi autorizado pela Câmara. O Senado não está vinculado à decisão da
Câmara. (PROVA)
6) A decisão do Senado que delibera se instaura ou não o processo se dá pelo voto da maioria simples, presente
a maioria absoluta de seus membros. (PROVA)
7) É possível a aplicação analógica dos arts. 44, 45, 46, 47, 48 e 49 da Lei 1.079/1950 — os quais determinam o rito
do processo de “impeachment” contra Ministros do STF e o PGR — ao processamento no Senado Federal de crime
de responsabilidade contra o Presidente da República.
8) Não é possível que sejam aplicadas, para o processo de impeachment, as hipóteses de impedimento do CPP.
Assim, não se pode invocar o impedimento do Presidente da Câmara para participar do processo de impeachment
com base em dispositivos do CPP. (PROVA)
9) A eleição da comissão especial do impeachment deve ser feita por indicação dos líderes e voto aberto do
Plenário. Os representantes dos partidos políticos ou blocos parlamentares que irão compor a chapa da comissão
especial da Câmara dos Deputados deverão ser indicados pelos líderes, na forma do Regimento Interno da Câmara
dos Deputados. Assim, não é possível a apresentação de candidaturas ou chapas avulsas para a formação da
comissão especial.
STF. Plenário. ADPF 378/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 16, 17 e 18/12/2015 (Info 812).

- Não é possível que o STF examine questões jurídicas formuladas a respeito da denúncia antes do seu envio
à Câmara dos Deputados para o juízo político de que trata o art. 86 da CF/88. (PROVA)
Imagine que foi formulada denúncia contra o Presidente da República por infrações penais comuns. O STF deverá
encaminhar esta denúncia para a Câmara dos Deputados exercer o seu juízo político. É possível que, antes desse
envio, o STF analise questões jurídicas a respeito desta denúncia, como a validade dos elementos informativos
(“provas”) que a embasaram?
NÃO. Não há possibilidade de o STF conhecer e julgar qualquer questão ou matéria defensiva suscitada pelo
Presidente antes que a matéria seja examinada pela Câmara dos Deputados.
O juízo político de admissibilidade exercido pela Câmara dos Deputados precede a análise jurídica pelo STF para
conhecer e julgar qualquer questão ou matéria defensiva suscitada pelo denunciado.
A discussão sobre o valor probatório dos elementos de convicção (“provas”), ou mesmo a respeito da validade
desses elementos que eventualmente embasarem a denúncia, constitui matéria relacionada com a chamada “justa
causa”, uma das condições da ação penal, cuja constatação ou não se dará por ocasião do juízo de admissibilidade,
a ser levado a efeito pelo Plenário do STF após eventual autorização da Câmara dos Deputados.
STF. Plenário. Inq 4483 QO/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 20 e 21/9/2017 (Info 878).

Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
(PROVA) Art. 87. Os Ministros de Estado serão ESCOLHIDOS dentre brasileiros MAIORES de vinte e um anos e no exercício
dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição
e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua
competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
294

IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.

Art. 88. A LEI disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.

MINISTROS DE ESTADO
• Crimes comuns e de responsabilidade: STF
Competência p/ julgar:
• Crimes de responsabilidade conexo com Presidente: Senado
HC paciente: • STF
HC coator: • STJ
MS coator e HD: • STJ
• Ministros de Estado e Comandantes pedem socorro no STF, mas quem ataca
#BIZU:
quando eles aprontam é o STJ

- Portaria interministerial produzida, em conjunto, por dois Ministérios não pode ser revogada por portaria
JURIS: É posterior editada
inconstitucional, por apenas
por violação umademocrático,
ao princípio das Pastas. norma de Constituição estadual que, a pretexto de disciplinar a dupla vacância no último
biênio do mandato do chefe do Poder Executivo, suprime a realização de eleições.
O art. 81,A§ portaria interministerial
1º, da CF/88 NÃO é norma de editada pelos
reprodução Ministérios
obrigatória da Educação e do
e os Estados-membros Planejamento
possuem autonomia demanda a manifestação
organizacional, no entanto, nãodas
podem
dispensarduas Pastasde
a realização para a suasejam
eleições, revogação.
diretas ou indiretas, considerando que, no Brasil, os mandatos políticos são exercidos por pessoas escolhidas
pelo povo mediante votação.
Ex: oADI
STF. Plenário. art.7137/SP
7º do Decreto 6.253/2007
e ADI 7142/AC, determinou
Rel. Min. Rosa Weber,que os Ministérios
julgados da(Info
em 19/8/2022 Educação
1064). e da Fazenda deveriam editar um
ato conjunto definindo os valores, por aluno, para fins de aplicação dos recursos do FUNDEB. Atendendo a este
comando, em março de 2009, os Ministros da Educação e da Fazenda editaram a Portaria interministerial 221/2009
estipulando tais valores. Ocorre que alguns meses depois, o Ministro da Educação editou, sozinho, ou seja, sem o
Ministro da Fazenda, a Portaria 788/2009 revogando a Portaria interministerial 221/2009 e definindo novos valores
por aluno para recebimento dos recursos do FUNDEB. O STJ concluiu que esta segunda portaria não teve o condão
de revogar a primeira. A regulamentação do valor por aluno do FUNDEB exige um ato administrativo complexo
que, para a sua formação, impõe a manifestação de dois ou mais órgãos para dar existência ao ato (no caso,
portaria interministerial). Por simetria, somente seria possível a revogação do ato administrativo anterior por
autoridade/órgão competente para produzi-lo. Em suma, o primeiro ato somente poderia ser revogado por outra
portaria interministerial das duas Pastas.
STJ. 1ª Seção. MS 14.731/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/12/2016 (Info 597).

Seção V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

Subseção I
Do Conselho da República
(PROVA) Art. 89. O CONSELHO DA REPÚBLICA é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com MAIS de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo
Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos
com mandato de três anos, VEDADA a recondução.

(PROVA) Art. 90. COMPETE ao Conselho da República PRONUNCIAR-SE sobre:


I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.

§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando
constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
295

§ 2º A LEI regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.

Subseção II
Do Conselho de Defesa Nacional
(PROVA) Art. 91. O CONSELHO DE DEFESA NACIONAL é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos
relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros
natos:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa;
*
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
*
VII - o Ministro do Planejamento.
*
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. *

(PROVA) § 1º COMPETE ao Conselho de Defesa Nacional:


I - OPINAR nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição;
II - OPINAR sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
- Conselho da República se PRONUNCIA; - Conselho de Defesa Nacional OPINA.
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar
sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos
recursos naturais de qualquer tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional
e a defesa do Estado democrático.

§ 2º A LEI regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

CONSELHO DA REPÚBLICA CONSELHO DE DEFESA NACIONAL


Órgão de consulta do Presidente da República
Órgão superior de consulta do Presidente nos assuntos relacionados com:
O que é?
da República - soberania nacional; e
- defesa do Estado democrático.
Conv. E Pres. PR – Privativamente (Art. 84, XVIII, CF) PR – Privativamente (Art. 84, XVIII, CF)
- Vice-Presidente da República; - Vice-Presidente da República;
- Presidente da Câmara dos Deputados; - Presidente da Câmara dos Deputados;
- Presidente do Senado Federal; - Presidente do Senado Federal;
- Ministro da Justiça; - Ministro da Justiça;
- Líderes da maioria e da minoria na - Ministro de Estado da Defesa;
Câmara dos Deputados; - Ministro das Relações Exteriores;
- Líderes da maioria e da minoria no - Ministro do Planejamento;
Composição Senado Federal; - Comandantes da Marinha, do Exército e da
- Seis cidadãos brasileiros natos, com mais Aeronáutica.
de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República,
dois eleitos pelo Senado Federal e dois
eleitos pela Câmara dos Deputados, todos
com mandato de três anos, vedada a
recondução.
Pronunciar-se sobre:
a) Opinar nas hipóteses de declaração de guerra
a) Intervenção federal;
Competência e de celebração da paz, nos termos da
b) Estado de defesa;
Constituição;
c) Estado de sítio; e
296

d) Questões relevantes para a estabilidade b) Opinar sobre a decretação de estado de


das instituições democráticas. defesa; estado de sítio; e intervenção federal;
c) Propor os critérios e condições de utilização
de áreas indispensáveis à segurança do
território nacional e opinar sobre seu efetivo
uso, especialmente na faixa de fronteira e nas
relacionadas com a preservação e a exploração
dos recursos naturais de qualquer tipo;
d) Estudar, propor e acompanhar o
desenvolvimento de iniciativas necessárias a
garantir a independência nacional e a defesa do
Estado democrático.
Org. e Func. Lei regulará Lei regulará
O Presidente da República poderá
convocar Ministro de Estado para
Observação participar da reunião do Conselho, –
quando constar da pauta questão
relacionada com o respectivo Ministério.
______________________________________________________________________
CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
(PROVA) Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital
Federal.

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.

DICAS SOBRE O PODER JUDICIÁRIO


QUANTIDADE DE MINISTROS
11 - Super time de futebol STF
33 - Somos todos de Jesus STJ
27 - Trinta sem três TST
7 - Todos sete TSE
15 - Somos trinta pela metade STM
IDADE DE INGRESSO
+ 35 – 65
70 STF, STJ e TST
+ 30 – 65
70 TRF e TRT
+ 35; não há idade máxima Ministros Civis do STM
NOMEAÇÃO
Nomeado pelo PR, depois de aprovação por maioria absoluta do SF STF, STJ, TST e CNJ
Nomeado pelo PR, depois de aprovação do SF (sem maioria absoluta) STM
Nomeado pelo PR, sem aprovação do SF TRF e TRT
297

QUINTO E TERÇO CONSTITUCIONAL


Quinto Constitucional TJ’s, TRF’s, TRT’s e TST
Terço Constitucional STJ
Nenhum dos dois STF, STM, TSE e TRE

(PROVA) Art. 93. LEI COMPLEMENTAR, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes PRINCÍPIOS:

- É inconstitucional norma estadual que impõe a necessidade de prévia autorização do órgão colegiado do
tribunal competente para prosseguir com investigações que objetivam apurar suposta prática de crime
cometido por magistrado. #IMPORTANTE
É inconstitucional norma estadual de acordo com a qual compete a órgão colegiado do tribunal autorizar o
prosseguimento de investigações contra magistrados, por criar prerrogativa não prevista na Lei Orgânica da
Magistratura Nacional e não extensível a outras autoridades com foro por prerrogativa de função.
A prerrogativa de foro dos magistrados é disciplinada no art. 33, parágrafo único, da LOMAN, que dispõe que
“quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade
policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou órgão especial competente para o julgamento,
a fim de que prossiga na investigação”.
Assim, na hipótese de indícios de prática de crime por magistrado, o art. 33 da LOMAN determina a remessa dos
autos ao Tribunal ou órgão competente, para fins de prosseguimento da investigação, a ser dirigida pelo relator,
sem condicionar a investigação à necessidade de prévia autorização do órgão colegiado. Logo, não é possível que
a norma estadual diga que somente o órgão colegiado irá autorizar. Basta que o relator decida a respeito.
STF. Plenário. ADI 5331/MG, Rel. Min. Rosa Weber, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 3/6/2022
(Info 1057).

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos,
com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito,
NO MÍNIMO, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;

- É inconstitucional lei ordinária que fixa idades mínima e máxima para ingresso na magistratura.
É inconstitucional norma estadual que estabelece limites etários para ingresso na magistratura.
Normas estaduais (sejam leis ou normas da Constituição Estadual), que disponham sobre o ingresso na carreira da
magistratura violam o art. 93, caput, da CF/88, por usurpar iniciativa legislativa privativa do STF:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura,
observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos,
com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no
mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
STF. Plenário. ADI 6794/CE, ADI 6795/MS e ADI 6796/RO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/9/2021 (Info
1031).

- É ________________
inconstitucional lei ordinária que fixa idades mínima e máxima para ingresso na magistratura.
A fixação de limite etário, máximo e mínimo, como requisito para o ingresso na carreira da magistratura viola o
disposto no art. 93, I, da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 5329/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, rel. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
14/12/2020 (Info 1002).

- Momento de comprovação dos três anos de atividade jurídica. #IMPORTANTE


A comprovação do triênio de atividade jurídica exigida para o ingresso no cargo de juiz substituto, nos termos do
art. 93, I, da CF, deve ocorrer no momento da inscrição definitiva no concurso público.
STF. Plenário. RE 655265/DF. Rel. Orig. Min. Luiz Fux. red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 13/04/2016
(repercussão geral) (lnfo 821).
298

A exigência dos três anos de atividade Jurídica para a aprovação em concurso de Magistratura, a que se refere a
Resolução 75/2009/CNJ, devem ser contados da data da conclusão do Curso de Direito e o momento da
comprovação desse requisito deve ocorrer na data da inscrição definitiva no concurso.
O art. 59 da Resolução 75/2009/CNJ não exige como termo inicial para a contagem da atividade jurídica a inscrição
na OAB, mas sim a data da obtenção do Grau de Bacharel em Direito.
STJ. 1ª' Turma. RMS 55.677/SE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 12/06/2018.
Obs.: O entendimento acima exposto vale também para os concursos do MP (art. 3º da Resolução 40/2009).

• Contagem/Termo inicial: Conclusão do curso de Direito (obtenção do Grau de Bacharel em Direito)


• Momento de comprovação: Inscrição definitiva no concurso público

II - promoção de entrância para entrância, ALTERNADAMENTE, por antigüidade e merecimento, atendidas as


seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de
merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a
primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, SALVO se não houver com tais requisitos quem aceite o
lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza
no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de
aperfeiçoamento;
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado
de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a
votação até fixar-se a indicação;

- Tribunal recusar o juiz mais antigo (art. 93, II, d, CF);

- STF recusar o recurso extraordinário (art. 102, § 3º, CF);

O QUE NECESSITA DE - STF aprovar, revisar ou cancelar súmula vinculante (art. 103-A, CF);
QUÓRUM DE 2/3 NO TÓPICO
PODER JUDICIÁRIO? - Quórum de instauração de sessão e modulação dos efeitos em ADI/ADC (arts.
22 e 27 respectivamente, Lei nº 9.868/99);

- Quórum de instauração de sessão e modulação dos efeitos em ADPF (arts. 8º


e 11 respectivamente, Lei nº 9.882/99).

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não
podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;

- A remoção ocorre antes da promoção por merecimento; a remoção não ocorre antes da promoção por
antiguidade.
A promoção na magistratura por antiguidade precede a mediante remoção.
STF. Plenário. RE 1037926, Rel. Marco Aurélio, julgado em 16/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 964) (Info 994).

III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, ALTERNADAMENTE,
apurados na última ou única entrância;

IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa


obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de
formação e aperfeiçoamento de magistrados;

V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio
mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão
299

fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura
judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco
por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores,
obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;

VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40;

VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, SALVO autorização do tribunal;

VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por
voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
- A EC nº 103/2019 extinguiu a APOSENTADORIA dos magistrados por interesse público. Era uma espécie de
“punição” para os magistrados. Essa sanção era muito criticada pela imprensa e pela população porque se dizia
não ser uma reprimenda, e sim um “prêmio”.

VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao
disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II;

- É inconstitucional norma do Tribunal de Justiça que permite a reeleição de desembargadores para cargos
de direção após o intervalo de dois mandatos.
Esta previsão viola o art. 93, caput, da CF/88, segundo o qual a regulamentação da matéria afeta à elegibilidade
para os órgãos diretivos dos tribunais está reservada a lei complementar de iniciativa do Supremo Tribunal Federal.
Além disso, esta norma afronta o tratamento que foi dado à matéria pelo art. 102 da LOMAN (LC 35/79), que
regulamenta o art. 93 da CF/88.
STF. Plenário. ADI 5310/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/12/2016 (Info 851).

(PROVA) IX TODOS OS JULGAMENTOS dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a LEI limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no
sigilo não prejudique o interesse público à informação;

- Princípio da fundamentação (art. 11 do CPC) e validade da fundamentação per relationem.


Não existe óbice a que o julgador, ao proferir sua decisão, acolha os argumentos de uma das partes ou de outras
decisões proferidas nos autos, adotando fundamentação que lhe pareceu adequada. O que importa em nulidade
é a absoluta ausência de fundamentação.
A adoção dos fundamentos da sentença de 1ª instância ou das alegações de uma das partes como razões de
decidir, embora não seja uma prática recomendável não traduz, por si só, afronta ao art. 93, IX, da CF/88.
A reprodução dos fundamentos declinados pelas partes ou pelo órgão do Ministério Público ou mesmo de outras
decisões proferidas nos autos da demanda (ex: sentença de 1ª instância) atende ao art. 93, IX, da CF/88.
A motivação por meio da qual se faz remissão ou referência às alegações de uma das partes, a precedente ou a
decisão anterior nos autos do mesmo processo é chamada pela doutrina e jurisprudência de motivação ou
fundamentação per relationem ou aliunde.
Também é denominada de motivação referenciada, por referência ou por remissão.
STJ. Corte Especial. REsp 1.021.851-SP, Rel. Min. Laurita Vaz. Julgados em 28/6/2012.
STJ. 2ª Turma. EDcl no AgRg no ARfsp 94.942-MG. Rel. Min. Mauro Campbell Marques. Julgado em 51212013 (lnfo
517).

- Limites à fundamentação per relationem.


É nulo o acórdão que se limita a ratificar a sentença e a adotar o parecer ministerial, sem sequer transcrevê-los,
deixando de afastar as teses defensivas ou de apresentar fundamento próprio. Isso porque, nessa hipótese, está
caracterizada a nulidade absoluta do acórdão por falta de fundamentação.
A jurisprudência admite a chamada fundamentação per relationem, mas desde que o julgado faça referência
concreta às peças que pretende encampar, transcrevendo delas partes que julgar interessantes para legitimar o
raciocínio lógico que embasa a conclusão a que se quer chegar.
300

STJ. 6ª Turma. HC 214049-SP, Rel. originário Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 5/2/2015 (Info 557).

X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo AS DISCIPLINARES
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;

- Decisões administrativas do tribunais devem ser motivadas.


O inciso X do art. 93 ca CF é AUTOAPLICÁVEL, sendo desnecessária lei complementar para dar eficácia ao seu
comendo.
STF. Plenário. MS 25747/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/5/2012 (Info 666).

(PROVA) XI nos TRIBUNAIS com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído ÓRGÃO ESPECIAL,
com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas
e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade
e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (ÓRGÃO ESPECIAL)

- Competências do órgão especial do Tribunal.


Em regra, o órgão interno do Tribunal que decide as questões administrativas é o Plenário, chamado de "tribunal
pleno" e que é formado, como o próprio nome diz, pela totalidade dos julgadores. Ocorre que nos Tribunais
maiores (exs: TJ/SP, TJ/MG) existem centenas de membros, o que dificulta a reunião para decidirem as questões
administrativas. Diante disso, a fim de facilitar o funcionamento, a CF/88 previu que, se o Tribunal possuir mais que
25 membros, ele poderá criar um "órgão especial" para exercer algumas atribuições administrativas e jurisdicionais
que seriam originalmente de competência do tribunal pleno (art. 93, XI).
Compete aos Tribunais de Justiça definirem quais as competências que serão delegadas ao órgão especial, desde
que aprovadas pela maioria absoluta de seus membros.
STF. Plenário. MS 26411 MC/DF, rel. orig. Min. Sepúlveda Pertence, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, julgado
em 26/11/2015 (Info 809).

(PROVA) XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo VEDADO férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo
grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente;

- Férias coletivas de 60 dias para serventuários da Justiça não são compatíveis com a CF/88.
É correta decisão do CNJ que considera indevida a existência de férias coletivas para servidores de Tribunal de
Justiça, mesmo que estas estejam previstas em lei ou ato normativo estadual. Isso porque a EC 45/2004 incluiu o
inciso XII ao art. 93 da CF/88 proibindo as férias coletivas de juízes e Tribunais de 2º grau. Com a edição da EC
45/2004, as leis e atos normativos que previam férias coletivas nos Tribunais de 2º grau foram considerados não
recepcionados ("revogados") pela nova redação do art. 93, XII, da CF/88.
STF. 2ª Turma. MS 26739/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1º/3/2016 (Info 816).

(PROVA) XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à_______________________


efetiva demanda judicial e à____________________
respectiva população;

(PROVA) XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem
caráter decisório;

XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.

(PROVA) Art. 94. UM QUINTO dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito
Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. (QUINTO
CONSTITUCIONAL)
(PROVA) Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que,
nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
301

- Se, após elaborar a lista sêxtupla para o quinto constitucional, a OAB perceber que um dos indicados não
preencheu os requisitos, ela poderá pedir a desconsideração da lista ainda que já tenha havido a nomeação
do indicado.
A Ordem dos Advogados do Brasil possui autonomia para elaborar e revisar lista sêxtupla para indicação de
advogados para concorrer à vaga do quinto constitucional.
STJ. Corte Especial. AgInt na SS 3262-SC, Rel. Presidente Min. Humberto Martins, julgado em 20/10/2021 (Info
716).

- CE não pode criar regras novas para a escolha do Desembargador pelo quinto constitucional.
A Assembleia Legislativa de determinado estado aprovou emenda constitucional afirmando que, após o
Governador escolher um dos candidatos da lista tríplice para ser Desembargador pelo quinto constitucional, ele
deveria ainda submeter esse nome à apreciação da ALE. Assim, o candidato escolhido pelo chefe do Poder
Executivo somente seria nomeado se a Assembleia aprovasse a indicação pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados. Dessa forma, foi criada mais uma etapa na escolha dos Desembargadores pelo quinto constitucional,
que não está prevista no art. 94 da CF/88.
O STF julgou essa emenda inconstitucional. A exigência de submissão do nome escolhido pelo governador à Casa
Legislativa, para preenchimento de vaga destinada ao quinto constitucional, invade a atuação do Poder Executivo.
O procedimento para a escolha dos Desembargadores foi tratado de forma exaustiva pelo art. 94 da CF/88, não
podendo o constituinte estadual inovar e estabelecer novas etapas que não estejam expressamente previstas na
Carta Federal.
STF. Plenário. ADI 4150/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 25/2/2015 (Info 775).

(PROVA) Art. 95. Os juízes gozam das seguintes GARANTIAS:


___________
I - VITALICIEDADE, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda
do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
judicial transitada em julgado;
II - INAMOVIBILIDADE, SALVO por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO, RESSALVADO o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
§ 2º, I.

ESTABILIDADE VITALICIEDADE
Agentes públicos da Administração direta, Membros do Poder Judiciário, do MP e do
Agentes
autarquias e fundações de direito público Tribunal de Contas
Cargo Efetivo Vitalício
Regra: após 2 anos
Adquire-se Após 3 anos
Tribunais: com a posse
• Sentença judicial transitada em julgado
• Processo administrativo
Perde-se • Sentença judicial transitada em julgado
• Avaliação periódica de desempenho
• Excesso de despesa com pessoal

(PROVA) Parágrafo único. Aos juízes é VEDADO:


________
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, SALVO uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, ANTES DE DECORRIDOS três anos do afastamento
do cargo por aposentadoria ou exoneração.
302

JUÍZES
- vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz
estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
GARANTIAS
- inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público;

- irredutibilidade de subsídio.
- exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

- receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

- dedicar-se à atividade político-partidária.


VEDAÇÕES
- receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;

- exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três


anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Art. 96. Compete PRIVATIVAMENTE:


- Súmula Vinculante nº 37: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos
de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.” (PROVA)

I - aos TRIBUNAIS:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das
garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício
da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único,
os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem
imediatamente vinculados;

II - ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, aos TRIBUNAIS SUPERIORES e aos TRIBUNAIS DE JUSTIÇA propor ao
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde
houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

(PROVA) III - aos TRIBUNAIS DE JUSTIÇA julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os
membros do Ministério Público, nos CRIMES COMUNS E DE RESPONSABILIDADE, RESSALVADA a competência
da Justiça Eleitoral.

Crimes Comuns - juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios;


TJs E - membros do Ministério Público.
(PROVA) Crimes de Responsabilidade Obs.: Ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
303

- Compete aos Tribunais de Justiça estaduais processar e julgar os delitos comuns, não relacionados com o
cargo, em tese praticados por Promotores de Justiça. #IMPORTANTE (PROVA)
Situação hipotética: João estava de passagem por Aracaju (SE) e ali praticou um crime. Vale ressaltar que João é
Promotor de Justiça no Estado do Ceará. Importante também registrar que o delito por ele praticado não tem
nenhuma relação com o cargo ocupado. O feito foi inicialmente distribuído ao Juízo de Direito da Vara Criminal
de Aracaju (1ª instância da Justiça estadual de Sergipe). O juiz, contudo, reconheceu sua incompetência sob o
fundamento de que, nos termos do art. 96, III, da CF/88, compete ao Tribunal de Justiça julgar os crimes praticados
por Promotores de Justiça.
O TJ/CE, entretanto, disse o seguinte: no julgamento da AP 937 QO/RJ, o STF conferiu nova interpretação (restritiva)
ao art. 102, I, alíneas “b” e “c”, da CF/88, fixando a competência daquela Corte para julgar os membros do
Congresso Nacional exclusivamente quanto aos crimes praticados no exercício e em razão da função pública
exercida. Pelo princípio da simetria, esta interpretação restritiva do foro por prerrogativa de função deveria ser
aplicada também pelo Tribunal de Justiça. Logo, como o crime praticado pelo Promotor de Justiça não foi cometido
em razão da função pública por ele exercida, a competência seria do juiz de 1ª instância.
O STJ afirmou que a competência é, de fato, do Tribunal de Justiça.
A Corte Especial do STJ, no julgamento da QO na APN 878/DF reconheceu sua competência para julgar
Desembargadores acusados da prática de crimes com ou sem relação ao cargo, não identificando simetria com o
precedente do STF. Naquela oportunidade, firmou-se a compreensão de que se Desembargadores fossem
julgados por Juízo de Primeiro Grau vinculado ao Tribunal ao qual ambos pertencem, criar-se-ia, em alguma
medida, um embaraço ao Juiz de carreira responsável pelo julgamento do feito. Em resumo, o STJ apontou
discrímen relativamente aos magistrados para manter interpretação ampla quanto ao foro por prerrogativa de
função, aplicável para crimes com ou sem relação com o cargo, com fundamento na necessidade de o julgador
desempenhar suas atividades judicantes de forma imparcial.
Nesse contexto, considerando que a previsão da prerrogativa de foro da Magistratura e do Ministério Público
encontra-se descrita no mesmo dispositivo constitucional (art. 96, III, da CF/88), seria desarrazoado conferir-lhes
tratamento diferenciado.
STJ. 3ª Seção. CC 177.100-CE, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 08/09/2021 (Info 708).

- Foro por prerrogativa de função e juiz aposentado. (PROVA)


O foro especial por prerrogativa de função não se estende a magistrados aposentados.
_______________________________________
Desse modo, após se aposentar, o magistrado (seja ele juiz, Desembargador, Ministro) perde o direito ao foro por
prerrogativa de função, mesmo que o fato delituoso tenha ocorrido quando ele ainda era magistrado. Assim,
deverá ser julgado pela 1ª instância.
STF. Plenário. RE 549560/CE. Rel. Min. Ricardo Lewondowskl. Julgado em 22/03/2012 (Info 659).

SÚMULAS SOBRE PODER JUDICIÁRIO


- Súmula Vinculante nº 37: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos
de servidores públicos sob fundamento de isonomia.” (PROVA)

- Súmula nº 40, STF: “A elevação da entrância da comarca não promove automaticamente o juiz, mas não
interrompe o exercício de suas funções na mesma comarca.”

- Súmula nº 46, STF: “Desmembramento de serventia de justiça não viola o princípio de vitaliciedade do
serventuário.”

- Súmula nº 627, STF: “No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do
Presidente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impetração seja
nulidade ocorrida em fase anterior do procedimento.”

- Súmula nº 628, STF: “Integrante de lista de candidatos a determinada vaga da composição de tribunal é parte
legítima para impugnar a validade da nomeação de concorrente.”
304

- Súmula nº 649, STF: “É Inconstitucional a criação, por Constituição estadual, de órgão de controle
administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes ou entidades.” (PROVA)

- Súmula nº 731, STF: “Para fim de competência originária do Supremo Tribunal Federal, é de interesse geral da
magistratura a questão de saber se, em face da LOMAN, os juizes têm direito à licença-prêmio.”

JURISPRUDÊNCIA SOBRE PODER JUDICIÁRIO (OUTROS JULGADOS)


💀 REGIME JURÍDICO
- Magistrado que está de licença para estudar no exterior não tem direito à retribuição por direção de fórum
nem à gratificação pelo exercício cumulado de jurisdição.
O magistrado em gozo de licença para capacitação no exterior não faz jus ao pagamento das vantagens de
Retribuição por Direção de Fórum e Gratificação pelo Exercício Cumulado de Jurisdição ou Acumulação de Acervo
Processual.
STJ. 1ª Turma. RMS 67416-SE, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 29/03/2022 (Info 731).

- É inconstitucional norma de constituição estadual que, ao dispor a respeito da remoção de magistrados,


cria distinção indevida entre juízes titulares e substitutos.
Ao dispor sobre matéria própria do Estatuto da Magistratura, o dispositivo da constituição estadual violou,
formalmente, a reserva de lei complementar nacional, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, prevista no art.
93, caput, da Constituição Federal.
Enquanto não editada a referida lei complementar, a uniformização do regime jurídico da magistratura permanece
sob a regência da LC 35/79, a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN), de modo que não é possível ao
legislador estadual inovar sobre esse âmbito.
Ademais, o dispositivo impugnado ofendeu, materialmente, o princípio constitucional da isonomia ao estabelecer
tratamento diferenciado entre juízes titulares e substitutos.
STF. Plenário. ADI 3358/PE, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 22/10/2021 (Info 1035).

- É inconstitucional o art. 58, VI, da Lei nº 11.697/2008 (lei de organização judiciária do DF), que prevê o
tempo de serviço público efetivo como sendo um dos critérios de apuração da antiguidade dos magistrados.
Compete ao Supremo Tribunal Federal a iniciativa para propor projeto de lei que disponha sobre critério de
desempate para promoção na carreira da magistratura.
É inconstitucional norma que adote tempo de serviço em qualquer cargo público como critério de desempate para
promoção na magistratura.A utilização do critério de tempo de serviço público favoreceria injustamente o
magistrado com trajetória profissional exercida de modo preponderante no setor público.
STF. Plenário. ADI 6779/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/8/2021 (Info 1027).

- São inconstitucionais normas de regimento interno de tribunal local que, no processo de progressão na
carreira da magistratura, complementam a LOMAN com critérios de desempate estranhos à função
jurisdicional.
É competência da União legislar sobre a organização da magistratura nacional, mediante Lei Complementar de
iniciativa reservada ao Supremo Tribunal Federal. Logo, deve ser reconhecida a inconstitucionalidade formal de
normas estaduais com conteúdo em desacordo com a legislação nacional.
O art. 164, IV, “e” e “f”, do Regimento Interno do TJRO, exorbitou indevidamente ao estabelecido pela LOMAN,
desprezando o critério da precedência na carreira para efeito de promoção a entrância superior em prol dos
critérios do tempo de exercício de função pública, não especificamente como magistrado, e do tempo de serviço
prestado ao Estado de Rondônia.
Assim, é inconstitucional norma do regimento interno do Tribunal de Justiça que preveja como critérios de
desempate no processo de promoção de magistrados:
i) o maior tempo de serviço público;
ii) o maior tempo de serviço público prestado ao Estado.
STF. Plenário. ADI 6766/RO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/8/2021 (Info 1026).
305

- É ________________
inconstitucional a previsão de “controle de qualidade”, a cargo do Poder Executivo, para aferir os serviços
públicos prestados pelo Poder Judiciário. (PROVA)
Caso concreto: Lei estadual previu a possibilidade de o Poder Executivo fazer o controle de qualidade da prestação
de serviços públicos prestados pelo Poder Judiciário (exs: tempo médio de atendimento ao cidadão quando de
demandas judiciais; índice de satisfação do cidadão com os serviços de justiça; taxa de resolução de demandas de
cidadãos por justiça em prazos inferiores a 90 dias).
Tais dispositivos da lei estadual são inconstitucionais.
_______________
A possibilidade de um órgão externo exercer atividade de fiscalização das atividades do Poder Judiciário, sob pena
de sanções pecuniárias e controle orçamentário, ofende a independência e a autonomia financeira, orçamentária
e administrativa do Poder Judiciário, consagradas nos arts. 2º e 99 da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 1905/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/8/2021 (Info 1025).

- Servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público não podem exercer a advocacia.


São constitucionais as restrições ao exercício da advocacia aos servidores do Poder Judiciário e do Ministério
Público, previstas nos arts. 28, IV, e 30, I, da Lei nº 8.906/94, e no art. 21 da Lei nº 11.415/2006 (atual art. 21 da Lei
nº 13.316/2015).
STF. Plenário. ADI 5235/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/6/2021 (Info 1021).

- O caráter nacional da magistratura impede diferenciação remuneratória entre magistrados federais e


estaduais; logo, o teto remuneratório da magistratura federal não pode ser superior que o da magistratura
estadual. (PROVA)
Não é possível o estabelecimento de subteto remuneratório para a magistratura estadual inferior ao teto
remuneratório da magistratura federal.
A correta interpretação do art. 37, XI e § 12, da Constituição Federal exclui a submissão dos membros da
magistratura estadual ao subteto de remuneração.
STF. Plenário. ADI 3854/DF e ADI 4014/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 4/12/2020 (Info 1001).

- A readmissão na carreira da Magistratura não encontra amparo na Lei Orgânica da Magistratura Nacional
nem na Constituição Federal de 1988.
Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o servidor exonerado não possui o direito de reingresso no
cargo. Isso porque o atual ordenamento constitucional impõe a prévia aprovação em concurso público como
condição para o provimento em cargo efetivo da Administração Pública.
O STF já declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que previa a possibilidade de o magistrado exonerado
reingressar nos quadros da magistratura: ADI 2983, Rel. Min. Carlos Velloso, julgado em 23/02/2005.
O CNJ também já expediu orientação normativa vinculante afirmando que não são possíveis formas de
provimentos dos cargos relacionados à carreira da Magistratura que não estejam explicitamente previstas na
Constituição Federal nem na LOMAN.
Assim, o magistrado que pediu exoneração não tem direito de readmissão no cargo mesmo que essa possibilidade
esteja prevista em lei estadual.
STJ. 2ª Turma. RMS 61.880-MT, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 03/03/2020 (Info 666).

- Juiz do Trabalho Substituto, durante seu afastamento para tratamento de saúde, não tem direito de
continuar recebendo a verba de substituição.
Se o Juiz do Trabalho Substituto está exercendo as funções do Juiz do Trabalho Titular, ele terá direito de receber
um valor a mais denominado “substituição” (art. 656, § 3º da CLT e art. 124 da LOMAN).
Essa verba da substituição não deverá ser paga durante a licença-saúde do Juiz Substituto.
Assim, Juiz do Trabalho Substituto, durante seu afastamento para tratamento de saúde, não tem direito de
continuar recebendo a verba de substituição pelo fato de estar na Titularidade da unidade judiciária.
Esse tipo de verba só pode ser paga enquanto mantido o desempenho da titularidade da unidade judiciária –
condição necessária para seu recebimento.
STF. 2ª Turma. AO 2234 ED/MS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/3/2019 (Info 934).

- Lei estadual que concede ressarcimento de despesas de saúde a magistrados não viola a CF/88 nem a
LOMAN.
306

O art. 65, § 2º da LOMAN (LC 35/1979), ao vedar a concessão de adicionais ou vantagens pecuniárias nela não
previstas, não proíbe que as leis estaduais prevejam o pagamento de verbas de natureza indenizatória aos
magistrados estaduais.
Com base nesse entendimento, o STF considerou válida previsão de lei estadual que concede aos magistrados o
direito de serem ressarcidos pelos cofres públicos em relação às despesas médicas, cirúrgicas e odontológicas que
realizem e que excedam o custeio coberto pelo Instituto de Previdência do Estado.
STF. 1ª Turma. MS 27463/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2016 (Info 825).

💀 ESTRUTURA, COMPOSIÇÃO E ÓRGÃOS


- Lei estadual pode prever que os oficiais de justiça também auxiliem nos serviços de secretaria da vara.
É constitucional norma que inclui, entre as incumbências dos oficiais de justiça, a tarefa de “auxiliar os serviços de
secretaria da vara, quando não estiverem realizando diligência.”
STF. Plenário. ADI 4853/MA, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 3/11/2020 (Info 997).

- Não é compatível com a Constituição Federal a regra segundo a qual apenas os Desembargadores mais
antigos possam concorrer aos cargos diretivos dos Tribunais de Justiça.
O art. 62 da Constituição do Estado de São Paulo, ao restringir o universo dos possíveis candidatos aos órgãos de
cúpula do TJ/SP aos integrantes de seu órgão especial, é inconstitucional porque desrespeitou a autonomia
administrativa dos tribunais, consagrada no art. 96, I, “a”, e no art. 99 da CF/88.
O art. 102 da LOMAN (LC 35/79) não foi recepcionado pela CF/88, considerando que não é compatível com a
Constituição Federal a regra segundo a qual apenas os Desembargadores mais antigos possam concorrer aos
cargos diretivos dos tribunais. Essa matéria, em razão da autonomia consagrada no art. 96, I, “a”, e no art. 99 da
CF/88, deve ser remetida à disciplina regimental de cada tribunal.
STF. Plenário. ADI 3976/SP e MS 32451/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 25/6/2020 (Info 983).

- Lei que trate sobre os cartórios extrajudiciais do DF deve ser de iniciativa do TJDFT, discutida e votada
pelo Congresso Nacional.
Compete ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios a apresentação ao Congresso Nacional de
projeto de lei sobre organização, funcionamento e provimento de serventias extrajudiciais no Distrito Federal por
se cuidar de matéria afeta à organização judiciária.
STF. Plenário. ADI 3498, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 11/05/2020 (Info 980 – clipping).

- É ________________
inconstitucional norma da CE que preveja a possibilidade de a Assembleia Legislativa convocar o
Presidente do TJ ou o PGJ para prestar informações, sob pena de crime de responsabilidade. (PROVA)
É _______________
inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja a possibilidade de a Assembleia Legislativa convocar
o Presidente do Tribunal de Justiça ou o Procurador-Geral de Justiça para prestar informações na Casa, afirmando
que a sua ausência configura crime de responsabilidade.
O art. 50 da CF/88, norma de reprodução obrigatória, somente autoriza que o Poder Legislativo convoque
autoridades do Poder Executivo, e não do Poder Judiciário ou do Ministério Público.
Não podem os Estados-membros ampliar o rol de autoridades sujeitas à convocação pelo Poder Legislativo e à
sanção por crime de responsabilidade, por violação ao princípio da simetria e à competência privativa da União
para legislar sobre o tema.
STF. Plenário. ADI 2911, Rel. Carlos Britto, julgado em 10/08/2006.
STF. Plenário. ADI 5416, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 03/04/2020 (Info 977).

- Inexiste ilegalidade em portaria editada pelo Juiz Diretor do Foro que restringiu o ingresso de pessoas
portando arma de fogo nas dependências do Fórum.
Inexiste ilegalidade em portaria editada pelo Juiz Diretor do Foro da Comarca de Sete Quedas que restringiu o
ingresso de pessoas portando arma de fogo nas dependências do Fórum.
STJ. 1ª Turma. RMS 38.090-MS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/03/2020 (Info 667).
307

- Inconstitucionalidade de norma da Constituição Estadual que vincula vencimentos de escrivães aos dos
juízes.
A Constituição do Estado do Ceará previa que os escrivães de entrância especial teriam seus vencimentos fixados
de modo a não exceder a 80% do que fosse atribuído aos juízes da entrância inferior, aplicando-se o mesmo limite
percentual para os escrivães das demais entrâncias.
O STF decidiu que essa regra é inconstitucional por violar o art. 37, XIII, da CF/88, que proíbe a vinculação ou
equiparação de quaisquer espécies remuneratórias de pessoal do serviço público e também por violar a iniciativa
legislativa do Poder Judiciário (art. 96, II, “b”, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

💀 OUTROS
- Decisão que suspende reajuste das tarifas de transporte público urbano viola a ordem pública.
A interferência judicial para invalidar a estipulação das tarifas de transporte público urbano viola a ordem pública,
mormente nos casos em que houver, por parte da Fazenda estadual, esclarecimento de que a metodologia adotada
para fixação dos preços era técnica.
Segundo a “doutrina Chenery”, o Poder Judiciário não pode anular um ato político adotado pela Administração
Pública sob o argumento de que ele não se valeu de metodologia técnica. Isso porque, em temas envolvendo
questões técnicas e complexas, os Tribunais não gozam de expertise para concluir se os critérios adotados pela
Administração são corretos ou não.
Assim, as escolhas políticas dos órgãos governamentais, desde que não sejam revestidas de reconhecida
ilegalidade, não podem ser invalidadas pelo Poder Judiciário.
STJ. Corte Especial. AgInt no AgInt na SLS 2.240-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 7/6/2017 (Info 605).

(PROVA) Art. 97. SOMENTE pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão
especial PODERÃO OS TRIBUNAIS declarar a ______________________________________________________________
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
(CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO OU FULL BENCH/TRIBUNAL COMPLETO)

CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO23 (PROVA)


No chamado controle difuso de constitucionalidade, também adotado pelo Brasil ao
lado do controle abstrato, qualquer juiz ou Tribunal pode declarar a
inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo no caso concreto. No entanto, se o
Tribunal for fazer essa declaração, deverá respeitar a cláusula de reserva de plenário.
Significado
A chamada “cláusula de reserva de plenário” significa que, se um Tribunal for declarar
a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, é obrigatório que essa declaração
de inconstitucionalidade seja feita pelo voto da maioria absoluta do Plenário ou do
órgão especial deste Tribunal.
Esta exigência da cláusula de reserva de plenário tem como objetivo conferir maior
segurança jurídica para as decisões dos Tribunais, evitando que, dentro de um mesmo
Segurança Jurídica
Tribunal, haja posições divergentes acerca da constitucionalidade de um dispositivo,
gerando instabilidade e incerteza.
A CF/1934
________ foi a primeira Constituição brasileira a prever a cláusula de reserva de
Origem
plenário.
Sinônimos Full bench, full court ou julgamento en banc (Tribunal Completo)
Está prevista no art. 97 da CF/88 e nos art. 948 e 949 do CPC/2015:
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei
Previsão
ou ato normativo do Poder Público.
Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato
normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes,

23
Dizer o Direito – Informativo comentado 965 STF – Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2020/03/informativo-
comentado-965-stf.html
308

submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do


processo.
Art. 949. Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial,
onde houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou
ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver
pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
Em regra, o órgão máximo de um Tribunal é o Plenário, chamado de “tribunal pleno” e
que é formado, como o próprio nome diz, pela totalidade dos julgadores.
Ocorre que nos Tribunais maiores (exs.: TJ/SP, TJ/MG) existem centenas de
Desembargadores, o que dificulta a reunião de todos para que tomem as decisões.
Diante disso, a fim de facilitar o funcionamento, a CF/88 previu que, se o Tribunal
possuir mais que 25 membros (ex.: um TJ que tenha mais que 25 Desembargadores),
poderá ser criado um “órgão especial” para exercer algumas atribuições administrativas
e jurisdicionais que seriam originalmente de competência do tribunal pleno. Veja a
O que é esse “órgão
previsão constitucional:
especial” mencionado
Art. 93 (...)
no art. 97 da CF/88?
XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser
constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco
membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da
competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a
outra metade por eleição pelo tribunal pleno;
Logo, o órgão especial do Tribunal, pelo voto da maioria absoluta de seus membros,
poderá declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, não
sendo necessária maioria absoluta de todos os membros do Tribunal.
A exigência da cláusula de reserva de plenário aplica-se tanto no controle difuso como
no controle concentrado de constitucionalidade.
Vale ressaltar, contudo, uma sutil distinção:
Controle difuso e
• para o STF: só se exige cláusula de reserva de plenário na hipótese de controle
controle concentrado
concentrado; no caso de controle difuso, não.
• para os demais Tribunais: exige-se a cláusula de reserva de plenário tanto no caso de
controle difuso como concentrado.
- Súmula Vinculante nº 10: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a
decisão de órgão fracionário de Tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência,
no todo ou em parte.” (PROVA)
Essa SV foi editada porque alguns órgãos fracionários dos Tribunais, para tentar
escapar da exigência do art. 97 da CF/88, diziam que estavam afastando a incidência
Súmula
da lei ou ato normativo, sem declarar expressamente a inconstitucionalidade. Era uma
forma de burlar a previsão constitucional. Diante disso, o STF editou esse enunciado
para coibir essa prática.
• não declara a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo;
• mas afasta sua incidência no todo ou em parte;
• deve observar a cláusula de reserva de plenário.
• só se aplica a Tribunais;
Aplica • controle difuso e controle concentrado;
• atos de efeito concreto.
• se o órgão fracionário declarar a constitucionalidade da norma;
• se a lei ou ato normativo for anterior ao texto da Constituição Federal - Não recepção
Não Aplica
___________
ou revogação – normas pré-constitucionais (não há juízo de inconstitucionalidade);
(EXCEÇÕES)
• se o órgão fracionário faz apenas uma interpretação conforme;
• para juízos singulares;
309

• para Turmas Recursais (Colégios Recursais) - não é Tribunal;


• para o STF no caso de controle difuso;
• quando o Plenário (ou órgão especial) do Tribunal que estiver decidindo já tiver se
manifestado pela inconstitucionalidade da norma;
• quando o Plenário do STF já tiver decidido que a norma em análise é inconstitucional.
• decisões em sede de medida cautelar;
• nulidade de ato administrativo (Info 546, STF).

- Cláusula de reserva de plenário e pronunciamento prévio do Plenário.


Se já houve pronunciamento anterior, emanado do Plenário do STF ou do órgão competente do TJ local declarando
determinada lei ou ato normativo inconstitucional, será possível que o Tribunal julgue que esse ato é
inconstitucional de forma monocrática (um só Ministro) ou por um colegiado que não é o Plenário (uma câmara,
p. ex.), sem que isso implique violação à cláusula da reserva de plenário.
Ora, se o próprio STF, ou o Plenário do TJ Local, já decidiram que a lei é inconstitucional, não há sentido de, em
todos os demais processos tratando sobre o mesmo tema, continuar se exigindo uma decisão do Plenário ou do
órgão especial. Nesses casos, o próprio Relator monocraticamente, ou a Câmara (ou Turma) tem competência para
aplicar o entendimento já consolidado e declarar a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo.
STF. 2ª Turma. Rcl 17185 AgRJMT, Rel. Min. Celso de Mello. Julgado em 30/09/2014 (lnfo 761).

- Decisão que decreta a nulidade de ato administrativo contrário à CF/88.


Não há ofensa à cláusula da reserva de plenário quando o órgão fracionário do Tribunal reconhece, com
fundamento na CF/88 e em lei federal, a nulidade de um ato administrativo fundado em Lei estadual ainda que
esse órgão julgador tenha feito menção, mas apenas como reforço de argumentaçào, à inconstitucionalidade da
Lei estadual.
No caso concreto, o Tribunal de Justiça, por meio de uma de suas Câmaras (órgão fracionário) julgou que
determinado ato administrativo concreto que renovou a concessão do serviço pUblico sem licitação seria nulo por
violar os arts. 37, XXI, e 175 da CF/88 e a Lei nº 8.987/95. Além disso, mencionou como mais um argumento, que
a Lei Estadual que autorizava esse ato administrativo seria inconstitucional.
Não houve violação porque o ato administrativo que foi declarado nulo não era um ato normativo. Ademais. a
menção de que a lei estadual seria inconstitucional foi apenas um reforço de argumentação, não tendo essa lei
sido efetivamente declarada inconstitucional.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.435.347-RJ. Rel. Min. Mauro Campbell Marques. J. 19/08/2014 (lnfo 546).

- A cláusula de reserva de plenário se aplica também para atos de efeitos concretos.


No exercício da atividade jurisdicional, posto um litígio em juízo, o Poder Judiciário deverá solucioná-lo e para
tanto, incidentalmente, poderá analisar a constitucionalidade ou não de lei ou de ato normativo, inclusive aqueles
de efeitos concretos (controle difuso de constitucionalidade).
A inconstitucionalidade de ato normativo estatal só pode ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade
dos membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo órgão especial, sob pena de absoluta
nulidade da decisão emanada do órgão fraccionário (Turma, Câmara ou Seção), em respeito à previsão do art. 97
da Constituição Federal.
STF. 2ª Turma. 18165 AgR-ED, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 21/08/2017.

- Viola a cláusula de reserva de plenário e a SV 10 a decisão de órgão fracionário do Tribunal que permite
que empresa comercialize produtos em desacordo com as regras previstas em Decreto federal, sob o
argumento de que este ato normativo violaria o princípio da livre concorrência.
O afastamento de norma legal por órgão fracionário, de modo a revelar o esvaziamento da eficácia do preceito,
implica contrariedade à cláusula de reserva de plenário e ao Enunciado 10 da Súmula Vinculante. Caso concreto:
a 4ª Turma do TRF da 1ª Região, ou seja, um órgão fracionário do TRF1, ao julgar apelação, permitiu que uma
empresa comercializasse determinada espécie de cigarro mesmo isso sendo contrário às regras do Decreto nº
7.212/2010. Embora não tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade do Decreto, a 4ª Turma afirmou
que ele seria contrário ao princípio da livre concorrência, que é previsto no art. 170, IV, da CF/88. Ao desobrigar a
empresa de cumprir as regras do decreto afirmando que ele violaria o princípio da livre iniciativa, o que a 4ª Turma
fez foi julgar o decreto inconstitucional. Ocorre que isso deveria ter sido feito respeitando-se a cláusula de reserva
310

de plenário, conforme explicitado na SV 10: Súmula vinculante 10-STF: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF,
art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte.
STF. 1ª Turma. RE 635088 AgR-segundo/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/2/2020 (Info 965).

- Órgão do tribunal que afasta a aplicação da legislação federal para a situação analisada.
Não viola a Súmula Vinculante 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão fracionário do Tribunal que
deixa de aplicar a norma infraconstitucional por entender não haver subsunção aos fatos ou, ainda, que a incidência
normativa seja resolvida mediante a sua mesma interpretação, sem potencial ofensa direta à Constituição.
Além disso, a reclamação constitucional fundada em afronta à SV 10 não pode ser usada como sucedâneo
(substituto) de recurso ou de ação própria que analise a constitucionalidade de normas que foram objeto de
interpretação idônea e legítima pelas autoridades jurídicas competentes.
STF. 1ª Turma. Rcl 24284/SP, rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/11/2016 (Info 848).

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados CRIARÃO:


I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o
julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo,
mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de
quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação
apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
previstas na legislação.

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.

§ 2º As custas e emolumentos serão destinados EXCLUSIVAMENTE ao custeio dos serviços afetos às atividades
específicas da Justiça.

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA.

§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os
demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias (LDO).

§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, COMPETE:


I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a
aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com
a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º NÃO ENCAMINHAREM as respectivas propostas orçamentárias dentro do


prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da
proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em DESACORDO com os limites
estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da
proposta orçamentária anual.

Tribunal encaminhou proposta de acordo com a LDO → - Executivo não pode fazer ajustes, mas pode
sugerir mudanças na mensagem enviada
Tribunal encaminhou proposta em desacordo com a LDO → - Executivo faz ajustes dentro dos limites da LDO
311

Tribunal não encaminhou proposta no prazo → - Executivo considera os valores aprovados na LOA
vigente (ajustados de acordo com limites da LDO)

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, NÃO PODERÁ haver a realização de despesas ou a assunção
de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, EXCETO se
previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos SUPLEMENTARES OU ESPECIAIS.

(PROVA) Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude
de sentença judiciária, far-se-ão EXCLUSIVAMENTE na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e
à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos
__________________________________________________________________________
créditos adicionais abertos para este fim.
_____________________________________
- Súmula nº 733, STF: “Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de
precatórios.” (PROVA)

- Súmula nº 311, STJ: “Os atos do presidente do tribunal que disponham sobre processamento e pagamento de
precatório não têm caráter jurisdicional.” (PROVA)

As Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais.


Essa expressão abrange:

• União, Estados, DF e Municípios (administração direta);

• autarquias (com exceção dos Conselhos Profissionais);


A QUEM SE APLICA O REGIME DOS
PRECATÓRIOS?
• fundações;
(PROVA)

• empresas públicas prestadoras de serviço público (ex: Correios);

• sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de


atuação própria do Estado e de natureza não concorrencial.

(PROVA) § 1º Os débitos de natureza ALIMENTÍCIA compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos,


proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez,
fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com
PREFERÊNCIA sobre todos os demais débitos, EXCETO sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
- Súmula nº 655, STF: “A exceção prevista no art. 100, caput (obs.: atual § 1°), da Constituição, em favor dos
créditos de natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a isentá-los da observância
da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outra natureza.” (PROVA)

- Súmula nº 144, STJ: “Os créditos de natureza alimentícia gozam de preferência, desvinculados os precatórios
da ordem cronológica dos créditos de natureza diversa.” (PROVA)

(PROVA) § 2º Os débitos de natureza ALIMENTÍCIA cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na
forma da lei, serão pagos com PREFERÊNCIA sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo
fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo
que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.

(PROVA) § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios NÃO SE APLICA aos pagamentos
de obrigações definidas em leis como de pequeno valor (RPV) que as Fazendas referidas devam fazer em virtude
de sentença judicial transitada em julgado.
312

§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por LEIS PRÓPRIAS, valores distintos às entidades de
direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o MÍNIMO igual ao valor do maior
benefício do regime geral de previdência social.

§ 5º É OBRIGATÓRIA a inclusão no orçamento das entidades de direito público de verba necessária ao


pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado constantes de precatórios judiciários
apresentados até 2 de abril, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus
valores atualizados monetariamente. (EC nº 114/2021)
- Súmula Vinculante nº 17: “Durante o período previsto no parágrafo 1º (obs.: atual § 5º) do artigo 100 da
Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.”

§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo
ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a
requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não
alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.

(PROVA) § 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o
Conselho Nacional de Justiça.

§ 8º É VEDADA a expedição de precatórios COMPLEMENTARES OU SUPLEMENTARES de valor pago, bem como


o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total
ao que dispõe o § 3º deste artigo (RPV).

§ 9º Sem que haja interrupção no pagamento do precatório e mediante comunicação da Fazenda Pública ao Tribunal,
o valor correspondente aos eventuais débitos inscritos em dívida ativa contra o credor do requisitório e seus
substituídos deverá ser depositado à conta do juízo responsável pela ação de cobrança, que decidirá pelo seu
destino definitivo. (EC nº 113/2021)

§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até
30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as
condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.

§ 11. É FACULTADA ao credor, conforme estabelecido em lei do ente federativo devedor, com auto aplicabilidade
para a União, a oferta de créditos líquidos e certos que originalmente lhe são próprios ou adquiridos de
terceiros reconhecidos pelo ente federativo ou por decisão judicial transitada em julgado para: (EC nº 113/2021)
I - quitação de débitos parcelados ou débitos inscritos em dívida ativa do ente federativo devedor, inclusive em
transação resolutiva de litígio, e, subsidiariamente, débitos com a administração autárquica e fundacional do mesmo
ente; (EC nº 113/2021)
II - compra de imóveis públicos de propriedade do mesmo ente disponibilizados para venda; (EC nº 113/2021)
III - pagamento de outorga de delegações de serviços públicos e demais espécies de concessão negocial promovidas
pelo mesmo ente; (EC nº 113/2021)
IV - aquisição, inclusive minoritária, de participação societária, disponibilizada para venda, do respectivo ente
federativo; ou (EC nº 113/2021)
V - compra de direitos, disponibilizados para cessão, do respectivo ente federativo, inclusive, no caso da União, da
antecipação de valores a serem recebidos a título do excedente em óleo em contratos de partilha de petróleo. (EC
nº 113/2021)

§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua
expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no
mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros
compensatórios.
313

§ 13. O credor poderá CEDER, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
INDEPENDENTEMENTE da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º
(preferência) e 3º (RPV).

§ 14. A cessão de precatórios, observado o disposto no § 9º deste artigo, somente produzirá efeitos após
comunicação, por meio de petição protocolizada, ao Tribunal de origem e ao ente federativo devedor. (EC nº
113/2021)

§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, LEI COMPLEMENTAR a esta Constituição Federal poderá estabelecer
REGIME ESPECIAL para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo
sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.

§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de
Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.

§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão mensalmente, em base anual, o
comprometimento de suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações
de pequeno valor.

§ 18. Entende-se como RECEITA CORRENTE LÍQUIDA, para os fins de que trata o § 17, o somatório das receitas
tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de transferências correntes e
outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período
compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes,
excluídas as duplicidades, e deduzidas:
I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por determinação constitucional;
II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de seu
sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no § 9º do
art. 201 da Constituição Federal.

§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e obrigações de
pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da receita
corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá ser
financiada, excetuada dos limites de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição
Federal e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse financiamento a vedação
de vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.

§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos precatórios apresentados
nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do exercício
seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção
monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução
máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda
recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente
federado.

§ 21. Ficam a União e os demais entes federativos, nos montantes que lhes são próprios, desde que aceito por ambas
as partes, autorizados a utilizar valores objeto de sentenças transitadas em julgado devidos a pessoa jurídica de
direito público para amortizar dívidas, vencidas ou vincendas: (EC nº 113/2021)
I - nos contratos de refinanciamento cujos créditos sejam detidos pelo ente federativo que figure como devedor na
sentença de que trata o caput deste artigo; (EC nº 113/2021)
II - nos contratos em que houve prestação de garantia a outro ente federativo; (EC nº 113/2021)
III - nos parcelamentos de tributos ou de contribuições sociais; e (EC nº 113/2021)
IV - nas obrigações decorrentes do descumprimento de prestação de contas ou de desvio de recursos. (EC nº
113/2021)
314

§ 22. A amortização de que trata o § 21 deste artigo: (EC nº 113/2021)


I - nas obrigações vencidas, será imputada primeiramente às parcelas mais antigas; (EC nº 113/2021)
II - nas obrigações vincendas, reduzirá uniformemente o valor de cada parcela devida, mantida a duração original do
respectivo contrato ou parcelamento. (EC nº 113/2021)

JURISPRUDÊNCIA SOBRE PRECATÓRIOS


- Conselhos profissionais não
_________ sujeitos ao regime de precatórios. #IMPORTANTE (PROVA)
estão
Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscalização (exs: CREA, CRM,
COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios.
STF. Plenário. RE 938837/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/4/2017
(repercussão geral) (Info 861).

- É possível aplicar o regime de precatórios às sociedades de economia mista? #IMPORTANTE (PROVA)


É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do
Estado e de natureza não concorrencial.
STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
É inconstitucional determinação judicial que decreta a constrição de bens de sociedade de economia mista
prestadora de serviços públicos em regime não concorrencial, para fins de pagamento de débitos trabalhistas.
Sociedade de economia mista prestadora de serviço público não concorrencial está sujeita ao regime de
precatórios (art. 100 da CF/88) e, por isso, impossibilitada de sofrer constrição judicial de seus bens, rendas e
serviços, em respeito ao princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88) e da separação funcional dos
poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III).
STF. Plenário. ADPF 275/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/10/2018 (Info 920).

- É possível aplicar o regime de precatórios às empresas públicas? #IMPORTANTE (PROVA)


Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas dotadas de personalidade jurídica de direito
privado com patrimônio próprio e autonomia administrativa que exerçam atividade econômica sem monopólio e
com finalidade de lucro.
STF. 1ª Turma. RE 892727/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Morais, red. p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em
7/8/2018 (Info 910).

Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
(PROVA) Art. 101. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL compõe-se de onze Ministros, ESCOLHIDOS dentre cidadãos com
MAIS de trinta e cinco e MENOS de setenta anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. (EC
nº 122/2022)
(PROVA) Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República,
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (sabatina).

STF
Composição 11 Ministros
+ 35 e – 70 anos
Brasileiro nato
Requisitos
Notável saber jurídico
Reputação ilibada
Livre (não tem lista)
Nomeação
Feita pelo PR após aprovação pela maioria absoluta (sabatina) do Senado

(PROVA) Art. 102. Compete ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

(PROVA) I - processar e julgar, ORIGINARIAMENTE:


315

(PROVA) a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

(PROVA) b) nas INFRAÇÕES PENAIS COMUNS, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso
Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

(PROVA) c) nas INFRAÇÕES PENAIS COMUNS e nos CRIMES DE RESPONSABILIDADE, os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I (crimes de
responsabilidade conexos com o PR ou Vice-PR), os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas
da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;

• Presidente da República
• Vice-Presidente
Crimes Comuns • membros do Congresso Nacional
• seus próprios Ministros
• Procurador-Geral da República
STF
• Ministros de Estado
(PROVA) Crimes Comuns
• Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
E
• Tribunais Superiores
Crimes de
• Tribunal de Contas da União
Responsabilidade
• chefes de missão diplomática de caráter permanente

- Restrição ao foro por prerrogativa de função / Marco para o fim do foro: término da instrução.
#IMPORTANTE (PROVA)
*Restrição ao foro por prerrogativa de função
As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser
interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do
cargo e em razão dele.
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se
justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de
parlamentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar
relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado.
Foi fixada, portanto, a seguinte tese:
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas.
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).
*Marco para o fim do foro: término da instrução.
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações
finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir
a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).

Processo e julgamento envolvendo Deputados Federais e Senadores DEPOIS da AP 937 QO


CRIMES COMETIDOS POR DEPUTADO FEDERAL OU SENADOR
Situação Competência
Crime cometido antes da diplomação como Deputado ou Senador
Crime cometido depois da diplomação como Deputado ou Senador
Juízo de 1ª instância
(durante o exercício do cargo), mas o delito não tem relação com as
funções desempenhadas. Ex.: embriaguez ao volante.
Crime cometido depois da diplomação como Deputado ou Senador
(durante o exercício do cargo) e o delito está relacionado com as funções STF
desempenhadas. Ex.: corrupção passiva.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.
316

Investigações criminais envolvendo Deputados Federais e Senadores ANTES da AP 937 QO


Antes da decisão da AP 937 QO, as investigações envolvendo Deputado Federal ou Senador somente poderiam
ser iniciadas após autorização formal do STF.
Assim, por exemplo, se a autoridade policial ou o membro do Ministério Público tivesse conhecimento de indícios
de crime envolvendo Deputado Federal ou Senador, o Delegado e o membro do MP não poderiam iniciar uma
investigação contra o parlamentar federal.
O que eles deveriam fazer: remeter esses indícios à Procuradoria Geral da República para que esta fizesse
requerimento pedindo a autorização para a instauração de investigação criminal envolvendo essa autoridade. Essa
investigação era chamada de inquérito criminal (não era inquérito "policial") e deveria tramitar no STF, sob a
supervisão judicial de um Ministro-Relator que iria autorizar as diligências que se fizessem necessárias.
Em suma: a autoridade policial e o MP não podiam investigar eventuais crimes cometidos por Deputados Federais
e Senadores, salvo se houvesse uma prévia autorização do STF.

Investigações criminais envolvendo Deputados Federais e Senadores DEPOIS da AP 937 QO


CRIMES COMETIDOS POR DEPUTADO FEDERAL OU SENADOR
Situação Atribuição para Investigar
Crime cometido antes da diplomação como Deputado ou
Polícia (Civil ou Federal) ou MP.
Senador
Não há necessidade de autorização do STF.
Crime cometido depois da diplomação (durante o exercício
Medidas cautelares são deferidas pelo juízo de
do cargo), mas o delito não tem relação com as funções
1ª instância (Ex.: quebra de sigilo)
desempenhadas. Ex.: homicídio culposo no trânsito.
Polícia Federal e Procuradoria Geral da
Crime cometido depois da diplomação (durante o exercício
República, com supervisão judicial do STF.
do cargo) e o delito está relacionado com as funções
Há necessidade de autorização do STF para o
desempenhadas. Ex.: corrupção passiva.
início das investigações.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

- As constituições estaduais ___________


não podem instituir novas hipóteses de foro por prerrogativa de função além
daquelas previstas na Constituição Federal. #IMPORTANTE (PROVA)
É inconstitucional norma de constituição estadual que estende o foro por prerrogativa de função a autoridades
não contempladas pela Constituição Federal de forma expressa ou por simetria.
STF. Plenário. ADI 6501/PA, ADI 6508/RO, ADI 6515/AM e ADI 6516/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em
20/8/2021 (Info 1026).

- ________________
Não é permitido que Constituição Estadual institua foro por prerrogativa de função para processos de
natureza cível. #IMPORTANTE (PROVA)
É incompatível com a Constituição Federal norma de Constituição estadual que disponha sobre nova hipótese de
foro por prerrogativa de função, em especial relativo a ações destinadas a processar e julgar atos de improbidade
administrativa.
STF. Plenário. ADI 4870/ES, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/12/2020 (Info 1002).

- Se um Senador, que responde ação penal no STF, foi eleito Deputado Federal, sem solução de continuidade,
o STF permanece sendo competente para a causa (mantem-se a competência do STF nos casos de mandatos
cruzados de parlamentar federal). #IMPORTANTE (PROVA)
A competência penal originária do STF para processar e julgar parlamentares alcança os congressistas federais no
exercício de mandato em casa parlamentar diversa daquela em que consumada a hipotética conduta delitiva,
desde que não haja solução de continuidade.
Desse modo, mantem-se a competência criminal originária do STF nos casos de “mandatos cruzados”
exclusivamente de parlamentar federal.
STF. Plenário. Inq. 4342 QO/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 1º/4/2022 (Info 1049).

- Regras para a aplicação da decisão do STF na AP 937 QO/RJ aos processos em curso no Supremo.
Com a decisão proferida pelo STF, em 03/05/2018, na AP 937 QO/RJ, todos os inquéritos e processos criminais
que estavam tramitando no Supremo envolvendo crimes não relacionados com o cargo ou com a função
317

desempenhada pela autoridade, foram remetidos para serem julgados em 1ª instância. Isso porque o STF definiu,
como 1ª tese, que “o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício
do cargo e relacionados às funções desempenhadas”.
O entendimento acima não se aplica caso a instrução já tenha se encerrado. Em outras palavras, se a instrução
processual já havia terminado, mantém-se a competência do STF para o julgamento de detentores de foro por
prerrogativa de função, ainda que o processo apure um crime que não está relacionado com o cargo ou com a
função desempenhada. Isso porque o STF definiu, como 2ª tese, que “após o final da instrução processual, com a
publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e
julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo
que ocupava, qualquer que seja o motivo.”
STF. 1ª Turma. AP 962/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 16/10/2018 (Info
920).

- A Restrição ao foro por prerrogativa de função alcança Ministros de Estado. (PROVA)


O entendimento que restringe o foro por prerrogativa de função vale para outras hipóteses de foro privilegiado,
ou seja, vale também para Ministros de Estado.
STF. Inq 4703 QO/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12/06/2018.

- Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado Federal não se relacionam
ao exercício do mandato, a competência para julgá-los não é do STF.
Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado Federal não se relacionam ao
exercício do mandato, a competência para julgá-los não é do STF, mas sim do juízo de 1ª instância.
Isso porque o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo
e relacionados às funções desempenhadas (STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018).
A apropriação indébita se consuma no ato da inversão da propriedade do bem. Se a inversão da propriedade
ocorreu com a transferência dos recursos da conta bancária da empresa vítima, com sede em Brasília/DF, efetuada
pelo Diretor da entidade, tem-se que a competência para apurar este delito é do juiz de direito de 1ª instância do
TJDFT.
STF. 1ª Turma. Inq 4619 AgR-segundo/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019 (Info 931).

- Senador que pratica corrupção passiva que não está relacionada com seu cargo e que não ofende bens,
serviços ou interesse da União, deverá ser julgado em 1ª instância pela Justiça comum estadual.
O crime de corrupção passiva praticado por Senador da República, se não estiver relacionado com as suas funções,
deve ser julgado em 1ª instância (e não pelo STF). Não há foro por prerrogativa de função neste caso.
O fato de o agente ocupar cargo público não gera, por si só, a competência da Justiça Federal de 1ª instância. Esta
é definida pela prática delitiva.
Assim, se o crime não foi praticado em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas (inciso IV do art. 109 da CF/88) e não estava presente nenhuma outra hipótese
do art. 109, a competência para julgar o delito será da Justiça comum estadual.
STF. 1ª Turma. Inq 4624 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/10/2019 (Info 955).

- STF é competente para julgar crime eleitoral praticado por Deputado Federal durante a sua campanha à
reeleição caso ele tenha sido reeleito.
Pedro, Deputado Federal, recebeu doação ilegal de uma empresa com o objetivo de financiar a sua campanha
para reeleição. Esta doação não foi contabilizada na prestação de contas, configurando o chamado “caixa 2” (art.
350 do Código Eleitoral).
Pedro foi reeleito para um novo mandato de 2019 até 2022.
O STF será competente para julgar este crime eleitoral?
SIM. O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas.
O STF entende que o recebimento de doação ilegal destinado à campanha de reeleição ao cargo de Deputado
Federal é um crime relacionado com o mandato parlamentar. Logo, a competência é do STF.
Além disso, mostra-se desimportante a circunstância de este delito ter sido praticado durante o mandato anterior,
bastando que a atual diplomação decorra de sucessiva e ininterrupta reeleição.
318

STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933).

- A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se aplicando em caso
de eleição para um novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar função pública.
Prefeito cometeu o crime durante o exercício do mandato e o delito está relacionado com as suas funções: a
competência para julgá-lo será, em regra, do Tribunal de Justiça.
Se esse Prefeito, antes de o processo terminar, for reeleito para um segundo mandato (consecutivo e ininterrupto),
neste caso, o Tribunal de Justiça continuará sendo competente para julgá-lo.
Por outro lado, se o agente deixar o cargo de Prefeito e, quatro anos mais tarde, for eleito novamente Prefeito do
mesmo Município, nesta situação a competência para julgar o crime será do juízo de 1ª instância. A prorrogação
do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve reeleição, não se aplicando em caso de eleição para um
novo mandato após o agente ter ficado sem ocupar função pública. Ex: em 2011, Pedro, Prefeito, em seu primeiro
mandato, cometeu o crime de corrupção passiva. Pedro foi denunciado e passou a responder um processo penal
no TJ. Em 2012, Pedro disputou a campanha eleitoral buscando a reeleição. Contudo, ele perdeu. Com isso, Pedro
ficou sem mandato eletivo. Vale esclarecer que o processo continuou tramitando normalmente no TJ. Em 2016,
Pedro concorreu novamente ao cargo de Prefeito do mesmo Município, tendo sido eleito. Em 01/01/2017, João
assumiu como Prefeito por força dessa nova eleição. O processo de Pedro não será julgado pelo TJ, mas sim pelo
juízo de 1ª instância.
STF. 1ª Turma. RE 1185838/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/5/2019 (Info 940).

(PROVA) d) o HABEAS CORPUS, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o MANDADO DE
SEGURANÇA e o HABEAS DATA contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e
do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal
Federal;

• Presidente da República
• Vice-Presidente
• membros do Congresso Nacional
• seus próprios Ministros
• Procurador-Geral da República
HC Paciente
• Ministros de Estado
• Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
• Tribunais Superiores
• Tribunal de Contas da União
• chefes de missão diplomática de caráter permanente
• Presidente da República
• Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
MS/HD Contra atos • Tribunal de Contas da União
• Procurador-Geral da República
• próprio Supremo Tribunal Federal

(PROVA) e) o LITÍGIO entre Estado estrangeiro OU organismo internacional e a _____________________________________


_______________________________________________ União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Território;
________ (NÃO ALCANÇA O MUNICÍPIO)!

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO ENVOLVENDO


ESTADO ESTRANGEIRO OU ORGANISMO INTERNACIONAL (PROVA)
- União
Estado
- Estado
Estrangeiro STF (CF, art. 102, I, e)
- Distrito Federal ou
ou
- Território
Organismo
Primeira instância: Justiça Federal (CF, art.
Internacional - Município ou
109, II)
X - Pessoa residente ou domiciliada no Brasil
Recurso Ordinário: STJ (CF, art. art. 105, II, c)
319

- Pessoas físicas que envolvam relações


Justiça do Trabalho (CF, art. 114, I)
trabalhistas

f) as CAUSAS e os CONFLITOS entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros,
inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

MERO CONFLITO ENTRE ENTES FEDERADOS CONFLITO FEDERATIVO


Trata-se da disputa judicial envolvendo a União (ou
Trata-se da disputa judicial envolvendo a União (ou suas entidades) contra Estado-membro (ou suas
suas entidades) contra Estado-membro (ou suas entidades) e que, em razão da magnitude do tema
entidades) discutido, pode gerar uma desestabilização do próprio
pact federativo.
Em regra, é julgado pelo juiz federal de 1ª instância É julgado pelo STF (art. 102, I, f da CF/88
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

g) a EXTRADIÇÃO solicitada por Estado estrangeiro;

(PROVA) i) o HABEAS CORPUS, quando o coator for tribunal superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou
funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime
sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;

Coator • Tribunal Superior


• autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos
HC diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal
Coator/Paciente
• se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
instância

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

(PROVA) l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para
a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que
mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente
interessados;

- Compete ao STF julgar a apelação criminal interposta contra sentença de 1ª instância caso mais da metade
dos membros do Tribunal de Justiça estejam impedidos ou sejam interessados. (PROVA)
Compete ao STF julgar a apelação criminal interposta contra sentença de 1ª instância caso mais da metade dos
membros do Tribunal de Justiça estejam impedidos ou sejam interessados (art. 102, I, “n”, da CF/88).
STF. 2ª Turma. AO 2093/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019 (Info 950).

- Para os fins do art. 102, I, “n”, da CF/88, o impedimento deve ser afirmado nos autos do processo cujo
deslocamento se pretende.
Existe uma decisão proferida pelo TJ em processo coletivo que beneficia diversos servidores do Poder Judiciário.
Esses servidores começam a ingressar com execuções individuais pedindo o pagamento dos valores reconhecidos
no acórdão do TJ. João é um deles e ajuíza pedido de cumprimento de sentença. O TJ remete a execução individual
de João para o STF afirmando que mais da metade dos Desembargadores possui alguma relação de parentesco
com outros servidores beneficiados pela decisão. Logo, para o TJ, a competência para julgar todas as execuções
individuais seria do STF, com base no art. 102, I, “n”, segunda parte, da CF/88.
O STF, contudo, não concordou com a decisão.
320

O STF não é competente para julgar originariamente a execução de João, pois não há impedimento dos
Desembargadores. Nenhum deles mantêm relação de parentesco com João, servidor que figura especificamente
no processo de execução individual.
STF. 1ª Turma. AO 2380 AgR/SE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
25/6/2019 (Info 945).

o) os CONFLITOS DE COMPETÊNCIA entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

• STJ x quaisquer tribunais


Conflitos de
Entre • Tribunal Superior x Tribunal Superior
Competência
• Tribunais Superiores x qualquer outro tribunal

p) o pedido de MEDIDA CAUTELAR das ações DIRETAS de inconstitucionalidade;

(PROVA) q) o MANDADO DE INJUNÇÃO, quando a elaboração da norma regulamentadora for ATRIBUIÇÃO do


Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma
dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo
Tribunal Federal;

• Presidente da República
• Presidente do Congresso Nacional
• Presidente da Câmara dos Deputados
Quando a elaboração da
• Presidente do Senado Federal
MI norma regulamentadora
• Mesas de uma dessas Casas Legislativas
(PROVA) for atribuição do..
• Tribunal de Contas da União
• um dos Tribunais Superiores
• próprio Supremo Tribunal Federal

r) as AÇÕES contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;

- Compete ao STF processar e julgar originariamente ações propostas contra o CNJ e contra o CNMP no
exercício de suas atividades-fim. ##IMPORTANTE
Nos termos do art. 102, I, “r”, da Constituição Federal, é competência exclusiva do STF processar e julgar,
originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do CNJ e do CNMP proferidas no exercício de suas
competências constitucionais, respectivamente, previstas nos arts. 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da CF/88.
STF. Plenário. Pet 4770 AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
STF. Plenário. Rcl 33459 AgR/PE, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).

- STF não possui competência originária para julgar ação popular. (PROVA)
__________
Determinado cidadão propôs “ação popular” contra a Presidente da República pedindo que ela fosse condenada
à perda da função pública e à privação dos direitos políticos. A competência para julgar essa ação é do STF?
NÃO. O STF não possui competência originária para processar e julgar ação popular, ainda que ajuizada contra
atos e/ou omissões do Presidente da República.
A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até mesmo do Presidente da República,
é, via de regra, do juízo de 1º grau.
STF. Plenário. Pet 5856 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 25/11/2015 (Info 811).
No mesmo sentido:
A jurisprudência é firme no sentido de que o STF não possui competência para julgar ação popular contra ato de
qualquer autoridade.
STF. Plenário. AO 2489 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 29/06/2020.
Não é da competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda que o réu seja autoridade que tenha
na Corte o seu foro por prerrogativa de função para os processos previstos na Constituição.
321

STF. Plenário. Pet 8504 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/12/2019.

EXCEÇÕES: (PROVA)
É possível apontar quatro exceções a essa regra.
Assim, compete ao STF julgar:
1) ação popular que envolva conflito federativo entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre
uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta (art. 102, I, “f”, da CF/88);
2) ação popular em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela
em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente
interessados (art. 102, I, “n”, da CF/88);
3) ação popular proposta contra o Conselho Nacional de Justiça ou contra o Conselho Nacional do Ministério
Público (art. 102, I, “r”, da CF/88).
4) ação popular cujo pedido seja próprio de mandado de segurança coletivo contra ato de Presidente da
República, por força do art. 102, I, “d”, da CF/88 (STF. Plenário. Pet 8104 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
06/12/2019).

(PROVA) II - julgar, em RECURSO ORDINÁRIO (ROC):

a) o HABEAS CORPUS, o MANDADO DE SEGURANÇA, o HABEAS DATA e o MANDADO DE INJUNÇÃO decididos


em ÚNICA instância pelos Tribunais Superiores, _______________________
se denegatória a decisão;

• decididos em ÚNICA instância pelos Tribunais Superiores


HC/MS/HD/MI
• se denegatória a decisão

b) o crime político;

(PROVA) III - julgar, mediante RECURSO EXTRAORDINÁRIO (RE), as causas decididas em ÚNICA OU ÚLTIMA instância,
quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

COMPETÊNCIAS DO STF (ART. 102)


ADI • de lei ou ato normativo federal ou estadual
ADC • de lei ou ato normativo federal
Medida cautelar • em ADI
• Presidente da República
• Vice-Presidente
Crimes comuns • membros do Congresso Nacional
ORIGINARIAMENTE • seus próprios Ministros
• Procurador-Geral da República
• Ministros de Estado
• Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
Crimes comuns E
• Tribunais Superiores
Crimes de responsabilidade
• Tribunal de Contas da União
• chefes de missão diplomática de caráter permanente
322

• Presidente da República
• Vice-Presidente
• membros do Congresso Nacional
• seus próprios Ministros
HC • Procurador-Geral da República
paciente • Ministros de Estado
• Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
• Tribunais Superiores
• Tribunal de Contas da União
• chefes de missão diplomática de caráter permanente
HC
• Tribunal Superior
coator
• autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos
HC diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal
coator/paciente • se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma
única instância
• Presidente da República
• Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
MS e HD
• Tribunal de Contas da União
contra ato
• Procurador-Geral da República
• próprio Supremo Tribunal Federal
• Presidente da República
• Presidente do Congresso Nacional
MI • Presidente da Câmara dos Deputados
elaboração da norma • Presidente do Senado Federal
regulamentadora • Mesas de uma dessas Casas Legislativas
for atribuição • Tribunal de Contas da União
• um dos Tribunais Superiores
• próprio Supremo Tribunal Federal
• União
Litígio entre Estado
• Estados
estrangeiro OU organismo
• Distrito Federal
internacional
• Territórios
• STJ x quaisquer tribunais
Conflitos de competência
• Tribunal Superior x Tribunal Superior
entre
• Tribunal Superior x qualquer outro tribunal
• União x Estados
Causas/Conflitos • União x Distrito Federal
entre • entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da
administração indireta
Extradição • solicitada por Estado estrangeiro
Revisão criminal e Ação
• de seus julgados
rescisória
• para a preservação de sua competência e
Reclamação
• para garantia da autoridade de suas decisões
• nas causas de sua competência originária..
Execução de sentença *facultada a delegação de atribuições para a prática de
atos processuais
• em que todos os membros da magistratura sejam direta
ou indiretamente interessados
Ação • em que mais da metade dos membros do tribunal de
origem estejam impedidos ou sejam direta ou
indiretamente interessados
Ações • contra o CNJ
323

• contra o CNMP
• decididos em ÚNICA instância pelos Tribunais
RECURSO
HC, MS, HD e MI Superiores..
ORDINÁRIO
*se denegatória a decisão
(ROC)
Crime político
• contrariar dispositivo desta Constituição;
• declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei
RECURSO Causas decididas em ÚNICA
federal;
EXTRAORDINÁRIO ou ÚLTIMA instância,
• julgar válida lei ou ato de governo local contestado em
(RE) quando a decisão recorrida
face desta Constituição.
• julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

(PROVA) § 1.º A ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF), decorrente desta Constituição,
será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.

(PROVA) § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão EFICÁCIA CONTRA TODOS e
EFEITO VINCULANTE, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

- Superação legislativa da jurisprudência (reação legislativa). (PROVA)


As decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF no julgamento de ADI, ADC ou ADPF possuem eficácia contra
todos (erga omnes) e efeito vinculante (§ 2º do art. 102 da CF/88).
O Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, não
__________________ fica vinculado. Assim, o STF não proíbe que o Poder
_________________
Legislativo edite leis ou emendas constitucionais em sentido contrário ao que a Corte já decidiu. Não existe uma
vedação prévia a tais atos normativos. O legislador pode, por emenda constitucional ou lei ordinária, superar a
jurisprudência. Trata-se de uma reação legislativa à decisão da Corte Constitucional com o objetivo de reversão
jurisprudencial.
No caso de reversão jurisprudencial (reação legislativa) proposta por meio de emenda constitucional, a
invalidação somente ocorrerá nas restritas hipóteses de violação aos limites previstos no art. 60, e seus §§, da
CF/88. Em suma, se o Congresso editar uma emenda constitucional buscando alterar a interpretação dada pelo
STF para determinado tema, essa emenda somente poderá ser declarada inconstitucional se ofender uma cláusula
pétrea ou o processo legislativo para edição de emendas.
No caso de reversão jurisprudencial proposta por lei ordinária, a lei que frontalmente colidir com a jurisprudência
do STF nasce com presunção relativa de inconstitucionalidade, de forma que caberá ao legislador o ônus de
demonstrar, argumentativamente, que a correção do precedente se afigura legítima. Assim, para ser considerada
válida, o Congresso Nacional deverá comprovar que as premissas fáticas e jurídicas sobre as quais se fundou a
decisão do STF no passado não mais subsistem. O Poder Legislativo promoverá verdadeira hipótese de mutação
constitucional pela via legislativa.
STF. Plenário. ADI 5105/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1º/10/2015 (Info 801).

EFICÁCIA SUBJETIVA DAS DECISÕES PROFERIDAS PELO STF EM ADI, ADC E ADPF
Ficam vinculados.
Particulares
Caso haja desrespeito, cabe reclamação.
Os órgãos e entidades do Poder Executivo ficam vinculados.
Executivo
Caso haja desrespeito, cabe reclamação.
Os demais juízes e Tribunais ficam vinculados.
Judiciário
Caso haja desrespeito, cabe reclamação.
A decisão vincula os julgamentos futuros a serem efetuados monocraticamente
pelos Ministros ou pelas Turmas do STF.
STF Essa decisão não vincula, contudo, o Plenário do STF. Assim, se o STF decidiu, em
controle abstrato, que determinada lei é constitucional, a Corte poderá, mais
tarde, mudar seu entendimento e decidir que esta mesma lei é inconstitucional
324

por conta de mudanças no cenário jurídico, político, econômico ou social do país.


Isso se justifica a fim de evitar a "fossilização da Constituição".
Esta mudança de entendimento do STF sobre a constitucionalidade de uma norma
pode ser decidida, inclusive, durante o julgamento de uma reclamação
constitucional. Nesse sentido: STF. Plenário. Rcl. 4374/PE, rel. Min. Gilmar Mendes,
18/4/2013 (Info 702).
O Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, não fica vinculado.
Isso também tem como finalidade evitar a "fossilização da Constituição".
Assim, o legislador, em tese, pode editar nova lei com o mesmo conteúdo daquilo
que foi declarado inconstitucional pelo STF.
Se o legislador o fizer, não é possível que o interessado proponha uma reclamação
Legislativo
ao STF pedindo que essa lei seja automaticamente julgada também
inconstitucional (Rcl. 13019 AgR, julgado em 19/02/2014).
Será necessária a propositura de uma nova ADI para que o STF examine essa nova
lei e a declare inconstitucional. Vale ressaltar que o STF pode até mesmo mudar
de opinião no julgamento dessa segunda ação.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

(PROVA) § 3º No RECURSO EXTRAORDINÁRIO o recorrente deverá demonstrar a REPERCUSSÃO GERAL das questões
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.
- Súmula nº 634, STF: “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conceder medida cautelar para dar efeito
suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto de juízo de admissibilidade na origem.”

- Tribunal recusar o juiz mais antigo (art. 93, II, d, CF);

- STF recusar o recurso extraordinário (art. 102, § 3º, CF);

O QUE NECESSITA DE - STF aprovar, revisar ou cancelar súmula vinculante (art. 103-A, CF);
QUÓRUM DE 2/3 NO TÓPICO
PODER JUDICIÁRIO? - Quórum de instauração de sessão e modulação dos efeitos em ADI/ADC (arts.
22 e 27 respectivamente, Lei nº 9.868/99);

- Quórum de instauração de sessão e modulação dos efeitos em ADPF (arts. 8º


e 11 respectivamente, Lei nº 9.882/99).

(PROVA) Art. 103. PODEM PROPOR a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
(ROL TAXATIVO/NUMERUS CLAUSUS)
#BIZU: “3 Pessoas; 3 Mesas; 3 Instituições”

I - o Presidente da República;
• A legitimidade do Chefe do Executivo (Presidente da República e Governadores) não se estende ao respectivo
Vice, salvo se estiver no exercício do cargo quando da propositura da ação (ADI 604 MC/AC; ADI 2.896/SC).

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;


• A legitimidade das Mesas do Senado e da Câmara não se estende à do Congresso Nacional.

IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;


325

- Governador de Estado afastado do cargo não pode propor ADI. #IMPORTANTE (PROVA)
____________________
Governador de Estado afastado cautelarmente de suas funções — por força do recebimento de denúncia por crime
comum — não tem legitimidade ativa para a propositura de ação direta de inconstitucionalidade.
STF. Plenário. ADI 6728 AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).

- O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle
_______________________
concentrado de constitucionalidade. (PROVA)
O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle
concentrado de constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador.
A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio Governador (previsto como legitimado pelo art. 103 da
CF/88).
Os Estados-membros não se incluem no rol dos legitimados a agir como sujeitos processuais em sede de controle
concentrado de constitucionalidade.
STF. Plenário. ADI 4420 ED-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 05/04/2018 (Info 896).

VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;


• A perda superveniente da representação do Partido Político não repercute sobre o julgamento da ADI, ou seja,
não deve acarretar a perda superveniente da legitimação, pois a aferição da legitimidade ativa do Partido Político
deve ser realizada quando do ajuizamento da ação (ADI 2.618 AgR-AgR/PR).
• O entendimento é diverso do adotado em relação à legitimidade ativa no mandado de segurança impetrado por
parlamentar por inobservância do devido processo legislativo constitucional (controle prévio de
constitucionalidade), quando a superveniência da perda do mandato impõe que seja declarada a extinção do
processo (MS 27.971/DF).

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.


Confederação Sindical
• As confederações sindicais (entidades de terceiro grau) são as únicas legitimadas.
• As federações e sindicatos, mesmo quando de caráter nacional, não tem legitimidade (ADI 1.795/PA).
____________________
Entidade de Classe
• Entidade de Classe de âmbito Nacional é aquela que está presente em pelo menos 1/3 (um terço) dos Estados
da Federação e que reúne membros que se dedicam a uma só e mesma atividade profissional ou econômica (ADI
3.850 AgR/SP).
• O próprio STF já mitigou esta regra, ao admitir a legitimidade de pessoas jurídicas que atuam na defesa de uma
categoria social, ainda que atuem em associações correspondentes a cada Estado - associações de associações
de classe (ADI 3.153 AgR/DF).
• Os "conselhos federais" corporativos não são enquadrados como entidades de classe (ADI 641 MC/DF).
____________________________________________

- Entidade de classe que representa apenas parte da categoria profissional (e não a sua totalidade), ____ não
pode ajuizar ADI/ADC. (PROVA)
A entidade que não representa a totalidade de sua categoria profissional não possui legitimidade ativa para
ajuizamento de ações de controle concentrado de constitucionalidade.
Por esse motivo, a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital - FENAFISCO não tem legitimidade para a
propositura de ADI na medida em que constitui entidade representativa de apenas parte de categoria profissional,
já que não abrange os auditores fiscais federais e municipais.
STF. Plenário. ADI 6465 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 19/10/2020 (Info 995).

- Para ser considerada entidade de classe de âmbito nacional e, assim, ter legitimidade para propor ações
de controle abstrato de constitucionalidade, é necessário que a entidade possua associados em pelo menos
9 Estados-membros. #IMPORTANTE (PROVA)
326

A CF/88 e a lei preveem que a “entidade de classe de âmbito nacional” possui legitimidade para propor ADI, ADC
e ADPF.
A jurisprudência do STF, contudo, afirma que apenas as entidades de classe com associados ou membros em pelo
menos 9 (nove) Estados da Federação dispõem de legitimidade ativa para ajuizar ação de controle abstrato de
constitucionalidade.
Assim, não basta que a entidade declare no seu estatuto ou ato constitutivo que possui caráter nacional. É
necessário que existam associados ou membros em pelo menos 9 (nove) Estados da Federação. Isso representa
1/3 dos Estados-membros/DF.
Trata-se de um critério objetivo construído pelo STF com base na aplicação analógica da Lei Orgânica dos Partidos
Políticos (art. 7º, § 1º, da Lei nº 9.096/95).
STF. Plenário. ADI 3287, Rel. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Ricardo Lewandowski, julgado em 05/08/2020 (Info
988 – clipping).

- Associação que abranja apenas uma fração da categoria profissional não possui legitimidade para
ADI/ADPF de norma que envolva outros representados.
As associações que representam fração de categoria profissional não são legitimadas para instaurar controle
concentrado de constitucionalidade de norma que extrapole o universo de seus representados.
Ex: a ANAMAGES, associação que representa apenas os juízes estaduais, não pode ajuizar ADPF questionando
dispositivo da LOMAN, considerando que esta lei rege não apenas os juízes estaduais, mas sim os magistrados de
todo o Poder Judiciário, seja ele federal ou estadual.
STF. Plenário. ADPF 254 AgR/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/5/2016 (Info 826).

LEGITIMADOS PARA O CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE (PROVA)


Legitimados Universal/Especial Cap. Postulatória
Presidente da República Universal Sim
Mesa do Senado Federal Universal Sim
Mesa da Câmara dos Deputados Universal Sim
Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Especial Sim
Federal
Governador de Estado ou do Distrito Federal Especial Sim
Procurador-Geral da República Universal Sim
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil Universal Sim
partido político com representação no Congresso Nacional Universal Não
confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional Especial Não

- Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF;

- Governador de Estado ou do DF;


Precisam demonstrar
PERTINÊNCIA TEMÁTICA
- Confederação sindical; e
(PROVA)

- Entidade de classe de âmbito nacional.


- Partido político com representação no Congresso Nacional;
Precisam demonstrar
CAPACIDADE POSTULATÓRIA
(PROVA)
- Entidade de classe de âmbito nacional; e
#BIZU: PEC
- Confederação sindical.

(PROVA) § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em
todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

(PROVA) § 2º Declarada a INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO de medida para tornar efetiva norma constitucional,
será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão
administrativo, para fazê-lo em trinta dias. (ADO)
327

(PROVA) § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

AÇÕES CONSTITUCIONAIS
Ação ADI ADC ADO ADPF
Histórico EC 16/65 EC 03/93 CF/88 CF/88
Legitimidade Ativa Art. 103, I a IX Art. 103, I a IX Art. 103, I a IX Art. 103, I a IX
Leis ou Atos
Normativos
Lei ou Ato Municipais (violação
Lei ou Ato Omissão
Normativo direta à CF); Atos
Objeto Normativo Inconstitucional
Primário, Federal ou Secundários; e
Primário, Federal. (parcial ou total)
Estadual. Normas Pré-
Constitucionais
(natureza residual)
Sim Sim Sim Sim
Cautelar (Art. 10 a 12, da Lei (Art. 21, da Lei nº (Art. 12-F e 12-G, (Art. 5º, da Lei nº
nº 9.868/99) 9.868/99) da Lei nº 9.868/99) 9.882/99)
Quando não for Quando não for
PGR Sim Sim
autor autor
AGU Sim Não Pode atuar Pode atuar

SÚMULAS SOBRE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE


- Súmula Vinculante nº 10: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário
de Tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder
público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.”

- Súmula nº 614, STF: “Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta
interventiva por inconstitucionalidade de lei Municipal.” (PROVA)

- Súmula Nº 642, STF: “Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua
competência legislativa municipal.” (PROVA)

JURISPRUDÊNCIA SOBRE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE


💀 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PREVENTIVO
- Mandado de segurança contra projeto de lei.
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de constitucionalidade de projeto
que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional, determinando seu arquivamento?
Em regra, não. Existem duas exceções nas quais o STF pode determinar o arquivamento da propositura:
a) Proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea;
b) Proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com violação às regras
constitucionais sobre o processo legislativo.
STF. Plenário. MS 32033/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 20/6/2013 (Info
711).

💀 LEGITIMATOS
- Entidade de classe que representa apenas parte da categoria profissional (e não a sua totalidade), não
pode ajuizar ADI/ADC.
A entidade que não representa a totalidade de sua categoria profissional não possui legitimidade ativa para
ajuizamento de ações de controle concentrado de constitucionalidade.
328

Por esse motivo, a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital - FENAFISCO não tem legitimidade para a
propositura de ADI na medida em que constitui entidade representativa de apenas parte de categoria profissional,
já que não abrange os auditores fiscais federais e municipais.
STF. Plenário. ADI 6465 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 19/10/2020 (Info 995).

- Para ser considerada entidade de classe de âmbito nacional e, assim, ter legitimidade para propor ações
de controle abstrato de constitucionalidade, é necessário que a entidade possua associados em pelo menos
9 Estados-membros. #IMPORTANTE
A CF/88 e a lei preveem que a “entidade de classe de âmbito nacional” possui legitimidade para propor ADI, ADC
e ADPF.
A jurisprudência do STF, contudo, afirma que apenas as entidades de classe com associados ou membros em pelo
menos 9 (nove) Estados da Federação dispõem de legitimidade ativa para ajuizar ação de controle abstrato de
constitucionalidade.
Assim, não basta que a entidade declare no seu estatuto ou ato constitutivo que possui caráter nacional. É
necessário que existam associados ou membros em pelo menos 9 (nove) Estados da Federação. Isso representa
1/3 dos Estados-membros/DF.
Trata-se de um critério objetivo construído pelo STF com base na aplicação analógica da Lei Orgânica dos Partidos
Políticos (art. 7º, § 1º, da Lei nº 9.096/95).
STF. Plenário. ADI 3287, Rel. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Ricardo Lewandowski, julgado em 05/08/2020 (Info
988 – clipping).

- Associação que abranja apenas uma fração da categoria profissional não possui legitimidade para
ADI/ADPF de norma que envolva outros representados.
As associações que representam fração de categoria profissional não são legitimadas para instaurar controle
concentrado de constitucionalidade de norma que extrapole o universo de seus representados.
Ex: a ANAMAGES, associação que representa apenas os juízes estaduais, não pode ajuizar ADPF questionando
dispositivo da LOMAN, considerando que esta lei rege não apenas os juízes estaduais, mas sim os magistrados de
todo o Poder Judiciário, seja ele federal ou estadual.
STF. Plenário. ADPF 254 AgR/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/5/2016 (Info 826).

- ABERT tem legitimidade para propor ADI.


A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) possui legitimidade para propor ADI contra ato
normativo que previa que a competência para autorizar o pedido de trabalho de crianças e adolescentes em
espetáculos artísticos seria da Justiça do Trabalho.
A ABERT enquadra-se no conceito de entidade de classe de âmbito nacional (art. 103, IX, da CF/88) e possui
pertinência temática para questionar ato normativo que versa sobre esse tema, considerando a participação de
crianças e adolescentes nos programas de suas associadas.
STF. Plenário. ADI 5326/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/9/2018 (Info 917).

- Governador de Estado afastado do cargo não pode propor ADI. #IMPORTANTE


Governador de Estado afastado cautelarmente de suas funções — por força do recebimento de denúncia por crime
comum — não tem legitimidade ativa para a propositura de ação direta de inconstitucionalidade.
STF. Plenário. ADI 6728 AgR/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).

- O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle
concentrado de constitucionalidade.
O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle
concentrado de constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador.
A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio Governador (previsto como legitimado pelo art. 103 da
CF/88).
Os Estados-membros não se incluem no rol dos legitimados a agir como sujeitos processuais em sede de controle
concentrado de constitucionalidade.
STF. Plenário. ADI 4420 ED-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 05/04/2018 (Info 896).
329

💀 CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO


- Cláusula de reserva de plenário e pronunciamento prévio do Plenário.
Se já houve pronunciamento anterior, emanado do Plenário do STF ou do órgão competente do TJ local declarando
determinada lei ou ato normativo inconstitucional, será possível que o Tribunal julgue que esse ato é
inconstitucional de forma monocrática (um só Ministro) ou por um colegiado que não é o Plenário (uma câmara,
p. ex.), sem que isso implique violação à cláusula da reserva de plenário.
Ora, se o próprio STF, ou o Plenário do TJ Local, já decidiram que a lei é inconstitucional, não há sentido de, em
todos os demais processos tratando sobre o mesmo tema, continuar se exigindo uma decisão do Plenário ou do
órgão especial. Nesses casos, o próprio Relator monocraticamente, ou a Câmara (ou Turma) tem competência para
aplicar o entendimento já consolidado e declarar a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo.
STF. 2ª Turma. Rcl 17185 AgRJMT, Rel. Min. Celso de Mello. Julgado em 30/09/2014 (lnfo 761).

- Decisão que decreta a nulidade de ato administrativo contrário à CF/88.


Não há ofensa à cláusula da reserva de plenário quando o órgão fracionário do Tribunal reconhece, com
fundamento na CF/88 e em lei federal, a nulidade de um ato administrativo fundado em Lei estadual ainda que
esse órgão julgador tenha feito menção, mas apenas como reforço de argumentaçào, à inconstitucionalidade da
Lei estadual.
No caso concreto, o Tribunal de Justiça, por meio de uma de suas Câmaras (órgão fracionário) julgou que
determinado ato administrativo concreto que renovou a concessão do serviço pUblico sem licitação seria nulo por
violar os arts. 37, XXI, e 175 da CF/88 e a Lei nº 8.987/95. Além disso, mencionou como mais um argumento, que
a Lei Estadual que autorizava esse ato administrativo seria inconstitucional.
Não houve violação porque o ato administrativo que foi declarado nulo não era um ato normativo. Ademais. a
menção de que a lei estadual seria inconstitucional foi apenas um reforço de argumentação, não tendo essa lei
sido efetivamente declarada inconstitucional.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.435.347-RJ. Rel. Min. Mauro Campbell Marques. J. 19/08/2014 (lnfo 546).

- A cláusula de reserva de plenário se aplica também para atos de efeitos concretos.


No exercício da atividade jurisdicional, posto um litígio em juízo, o Poder Judiciário deverá solucioná-lo e para
tanto, incidentalmente, poderá analisar a constitucionalidade ou não de lei ou de ato normativo, inclusive aqueles
de efeitos concretos (controle difuso de constitucionalidade).
A inconstitucionalidade de ato normativo estatal só pode ser declarada pelo voto da maioria absoluta da totalidade
dos membros do tribunal ou, onde houver, dos integrantes do respectivo órgão especial, sob pena de absoluta
nulidade da decisão emanada do órgão fraccionário (Turma, Câmara ou Seção), em respeito à previsão do art. 97
da Constituição Federal.
STF. 2ª Turma. Rcl 18165 AgR-ED, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 21/08/2017.

- Viola a cláusula de reserva de plenário e a SV 10 a decisão de órgão fracionário do Tribunal que permite
que empresa comercialize produtos em desacordo com as regras previstas em Decreto federal, sob o
argumento de que este ato normativo violaria o princípio da livre concorrência.
O afastamento de norma legal por órgão fracionário, de modo a revelar o esvaziamento da eficácia do preceito,
implica contrariedade à cláusula de reserva de plenário e ao Enunciado 10 da Súmula Vinculante. Caso concreto:
a 4ª Turma do TRF da 1ª Região, ou seja, um órgão fracionário do TRF1, ao julgar apelação, permitiu que uma
empresa comercializasse determinada espécie de cigarro mesmo isso sendo contrário às regras do Decreto nº
7.212/2010. Embora não tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade do Decreto, a 4ª Turma afirmou
que ele seria contrário ao princípio da livre concorrência, que é previsto no art. 170, IV, da CF/88. Ao desobrigar a
empresa de cumprir as regras do decreto afirmando que ele violaria o princípio da livre iniciativa, o que a 4ª Turma
fez foi julgar o decreto inconstitucional. Ocorre que isso deveria ter sido feito respeitando-se a cláusula de reserva
de plenário, conforme explicitado na SV 10: Súmula vinculante 10-STF: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF,
art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte.
STF. 1ª Turma. RE 635088 AgR-segundo/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/2/2020 (Info 965).
330

- Órgão do tribunal que afasta a aplicação da legislação federal para a situação analisada.
Não viola a Súmula Vinculante 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão fracionário do Tribunal que
deixa de aplicar a norma infraconstitucional por entender não haver subsunção aos fatos ou, ainda, que a incidência
normativa seja resolvida mediante a sua mesma interpretação, sem potencial ofensa direta à Constituição.
Além disso, a reclamação constitucional fundada em afronta à SV 10 não pode ser usada como sucedâneo
(substituto) de recurso ou de ação própria que analise a constitucionalidade de normas que foram objeto de
interpretação idônea e legítima pelas autoridades jurídicas competentes.
STF. 1ª Turma. Rcl 24284/SP, rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/11/2016 (Info 848).

💀 MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO


- Exige-se quórum de maioria absoluta dos membros do STF para modular os efeitos de decisão proferida
em julgamento de recurso extraordinário no caso em que não tenha havido declaração de
inconstitucionalidade. #IMPORTANTE
Exige-se quórum de MAIORIA ABSOLUTA dos membros do STF para modular os efeitos de decisão proferida em
julgamento de recurso extraordinário repetitivo, com repercussão geral, no caso em que NÃO tenha havido
declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo.
Qual é o quórum para que o STF, no julgamento de recurso extraordinário repetitivo, com repercussão geral
reconhecida, faça a modulação dos efeitos da decisão?
• Se o STF declarou a lei ou ato inconstitucional: 2/3 dos membros.
• Se o STF não declarou a lei ou ato inconstitucional: maioria absoluta.
STF. Plenário. RE 638115 ED-ED/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/12/2019 (Info 964).

- Possibilidade de decretação, de ofício, da modulação dos efeitos da decisão proferida em ADI.


Caso o STF, ao julgar uma ADI, ADC ou ADPF, declare a lei ou ato normativo inconstitucional, ele poderá, de ofício,
fazer a modulação dos efeitos dessa decisão.
Ex: no julgamento de uma ADI, o STF decidiu que determinado artigo de lei é inconstitucional. Um dos legitimados
do art. 103 da CF/88 opôs embargos de declaração pedindo a modulação dos efeitos. Ocorre que o STF considerou
que esses embargos eram intempestivos. O STF, mesmo não conhecendo dos embargos, poderá decretar a
modulação dos efeitos da decisão.
STF. Plenário. ADI 5617 ED/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/10/2018 (Info 918).

- Modulação de efeitos em recurso extraordinário.


É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de constitucionalidade.
Assim, não é apenas no controle abstrato que se admite a modulação.
STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/3/2017 (Info 857).

- Impossibilidade de reabertura da discussão sobre a modulação se o Plenário já discutiu e rejeitou a


proposta, proclamando o resultado.
O STF, ao apreciar uma ADI, julgou que determinada lei é inconstitucional. No dia que ocorreu o julgamento, havia
apenas 10 Ministros presentes. Na oportunidade, discutiu-se se deveria haver ou não a modulação dos efeitos da
decisão. 7 Ministros votaram a favor, mas como são necessários, no mínimo, 8 votos, a proposta de modulação foi
rejeitada e o resultado final do julgamento foi proclamado. No dia seguinte, o Ministro que estava ausente
compareceu à sessão e afirmou que era favorável à modulação dos efeitos da decisão que declarou a lei
inconstitucional no dia anterior.
Diante disso, indaga-se: é possível que o Plenário reabra a discussão sobre a modulação?
NÃO. Depois da proclamação do resultado final, o julgamento deve ser considerado concluído e encerrado e, por
isso, mostra-se inviável a sua reabertura para discutir novamente a modulação dos efeitos da decisão proferida.
A análise da ação direta de inconstitucionalidade é realizada de maneira bifásica:
a) primeiro, o Plenário decide se a lei é constitucional ou não; e
b) em seguida, se a lei foi declarada inconstitucional, discute-se a possibilidade de modulação dos efeitos.
Uma vez encerrado o julgamento e proclamado o resultado, inclusive com a votação sobre a modulação (que não
foi alcançada), não há como reabrir o caso, ficando preclusa a possibilidade de reabertura para deliberação sobre
a modulação dos efeitos.
331

STF. Plenário. ADI 2949 QO/MG, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em
8/4/2015 (Info 780).

💀 ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DA ADI


- Alteração do parâmetro constitucional não prejudica o conhecimento da ADI. #IMPORTANTE
A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está em curso, não prejudica o conhecimento
da ADI. Isso para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente inconstitucional volte a produzir, em tese,
seus efeitos.
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

- Alteração da Lei impugnada antes do julgamento da ADI. #IMPORTANTE


O que acontece se a lei impugnada por meio de ADI é alterada antes do julgamento da ação?
Neste caso, o autor da ADI deverá aditar a petição inicial demonstrando que a nova redação do dispositivo
impugnado apresenta o mesmo vício de inconstitucionalidade que existia na redação original.
A revogação, ou substancial alteração, do complexo normativo impõe ao autor o ônus de apresentar eventual
pedido de aditamento, caso considere subsistir a inconstitucionalidade na norma que promoveu a alteração ou
revogação.
Se o autor não fizer isso, o STF não irá conhecer da ADI, julgando prejudicado o pedido em razão da perda
superveniente do objeto.
STF. Plenário. ADI 1931/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/2/2018 (Info 890).

- Revogação do ato normativo que estava sendo impugnado e julgamento da ação sem comunicar este fato
ao STF. #IMPORTANTE
O que acontece caso o ato normativo que estava sendo impugnado na ADI seja revogado antes do julgamento da
ação?
Regra: haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI 1203).
Exceção 1: não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso fique demonstrado que houve
"fraude processual", ou seja, que a norma foi revogada de forma proposital a fim de evitar que o STF a declarasse
inconstitucional e anulasse os efeitos por ela produzidos (STF ADI 3306).
Exceção 2: não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado foi repetido, em
sua essência, em outro diploma normativo. Neste caso, como não houve desatualização significativa no conteúdo
do instituto, não há obstáculo para o conhecimento da ação (ADI 2418/DF).
Exceção 3: caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado previamente que houve a
revogação da norma atacada. Nesta hipótese, não será possível reconhecer, após o julgamento, a prejudicialidade
da ADI já apreciada.
STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016 (Info 824).
STF. Plenário. ADI 951 ED/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016 (Info 845).

- É possível o aditamento da petição inicial da ADI para a inclusão de novos dispositivos legais?
O aditamento à petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade para que sejam incluídos novos dispositivos
legais somente é possível nas hipóteses em que a inclusão da nova impugnação:
a) dispense a requisição de novas informações e manifestações; e
b) não prejudique o cerne da ação.
Assim, por exemplo, se o autor, depois que o processo já está em curso, pede a inclusão no objeto da ADI de
novos dispositivos legais que ampliam o escopo da ação, esse aditamento deve ser indeferido porque isso exigiria
que novos pedidos de informações à Assembleia Legislativa ou ao Congresso Nacional, bem como novas
manifestações da Advocacia-Geral da União e da Procuradoria-Geral da República, o que violaria os princípios da
economia e da celeridade processuais. Ademais, a inclusão dos dispositivos prejudicaria o objeto da ação direta,
na medida em que ampliaria o seu escopo.
STF. Plenário. ADI 1926, Rel. Roberto Barroso, julgado em 20/04/2020 (Info 980 – clipping).

- É possível o aditamento da petição inicial da ADI para a inclusão de novos dispositivos legais?
Não é admitido o aditamento à inicial da ação direta de inconstitucionalidade após o recebimento das informações
dos requeridos e das manifestações do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República.
332

STF. Plenário. ADI 4541/BA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).

- Na ADI a causa de pedir é aberta.


O STF, ao julgar as ações de controle abstrato de constitucionalidade, não está vinculado aos fundamentos jurídicos
invocados pelo autor.
Assim, pode-se dizer que na ADI, ADC e ADPF, a causa de pedir (causa petendi) é aberta.
Isso significa que todo e qualquer dispositivo da Constituição Federal ou do restante do bloco de
constitucionalidade poderá ser utilizado pelo STF como fundamento jurídico para declarar uma lei ou ato
normativo inconstitucional.
STF. Plenário. ADI 3796/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/3/2017 (Info 856).

- Cumulação de ADI com ADC.


O legitimado poderá ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) requerendo a inconstitucionalidade
do art. XX da Lei ZZZ e, na mesma ação, pedir que o art. YY seja declarado constitucional? É possível, em uma
mesma ação, cumular pedido típico de ADI com pedido típico de ADC?
SIM. O STF entendeu que é possível a cumulação de pedidos típicos de ADI e ADC em uma única demanda de
controle concentrado.
A cumulação de ações, neste caso, além de ser possível, é recomendável para a promoção dos fins a que destinado
o processo objetivo de fiscalização abstrata de constitucionalidade, destinado à defesa, em tese, da harmonia do
sistema constitucional.
A cumulação objetiva permite o enfrentamento judicial coerente, célere e eficiente de questões minimamente
relacionadas entre si.
Rejeitar a possibilidade de cumulação de ações, além de carecer de fundamento expresso na Lei 9.868/1999, traria
como consequência apenas o fato de que o autor iria propor novamente a demanda, com pedido e fundamentação
idênticos, ação que seria distribuída por prevenção.
STF. Plenário. ADI 5316 MC/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/5/2015 (Info 786).

- Cabimento de nova ADI por inconstitucionalidade material contra ato normativo já reconhecido
formalmente constitucional pelo STF.
A Lei “X” foi questionada no STF por meio de ADI. Na ação, o autor afirmou que a lei seria formalmente
inconstitucional. O STF julgou a ADI improcedente, declarando a lei constitucional. Quatro anos mais tarde, outro
legitimado ajuíza nova ADI contra a Lei “X”, mas desta vez alega que ela é materialmente inconstitucional.
Essa ação poderia ter sido proposta? O STF poderá, nesta segunda ação, declarar a lei materialmente
inconstitucional?
SIM. Na primeira ação, o STF não discutiu a inconstitucionalidade material da Lei “X” (nem disse que ela era
constitucional nem inconstitucional do ponto de vista material).
Logo, nada impede que uma segunda ADI seja proposta questionando, agora, a inconstitucionalidade material da
lei e nada impede que o STF decida declará-la inconstitucional sob o aspecto material.
O fato de o STF ter declarado a validade formal de uma norma não interfere nem impede que ele reconheça
posteriormente que ela é materialmente inconstitucional.
STF. Plenário. ADI 5081/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/5/2015 (Info 787).

- As hipóteses de impedimento e suspeição restringem-se aos processos subjetivos; logo, não se aplicam,
ordinariamente, ao processo de fiscalização concentrada de constitucionalidade.
Não há impedimento, nem suspeição de ministro, nos julgamentos de ações de controle concentrado, exceto se
o próprio ministro firmar, por razões de foro íntimo, a sua não participação.
STF. Plenário. ADI 6362/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 2/9/2020 (Info 989).

- Procurador público possui capacidade postulatória para interpor recurso extraordinário em ação de
controle concentrado de constitucionalidade, desde que o legitimado tenha outorgado poderes.
Os procuradores públicos têm capacidade postulatória para interpor recursos extraordinários contra acórdãos
proferidos em sede de ação de controle concentrado de constitucionalidade, nas hipóteses em que o legitimado
para a causa outorgue poderes aos subscritores das peças recursais.
STF. Plenário. RE 1068600 AgR-ED-EDv/RN, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 4/6/2020 (Info 980).
333

- O Procurador da Câmara Municipal dispõe de legitimidade para interpor recurso extraordinário contra
acórdão de Tribunal de Justiça proferido em representação de inconstitucionalidade em defesa de lei ou ato
normativo estadual ou municipal.
Os Procuradores (do Estado, do Município, da ALE, da Câmara etc.) possuem legitimidade para a interposição de
recursos em ação direta de inconstitucionalidade.
STF. 2ª Turma. RE 1126828 AgR/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgado em
4/2/2020 (Info 965).

- Procuração com poderes específicos para o ajuizamento de ADI e possibilidade de que esse vício seja
sanado.
O advogado que assina a petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade precisa de procuração com
poderes específicos. A procuração deve mencionar a lei ou ato normativo que será impugnado na ação. Repetindo:
não basta que a procuração autorize o ajuizamento de ADI, devendo indicar, de forma específica, o ato contra o
qual se insurge.
Caso esse requisito não seja cumprido, a ADI não será conhecida.
Vale ressaltar, contudo, que essa exigência constitui vício sanável e que é possível a sua regularização antes que
seja reconhecida a carência da ação.
STF. Plenário. ADI 6051, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 27/03/2020 (Info 976).
STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018 (Info 905).

- Se a petição inicial da ADI ou da ADC for assinada por advogado, deverá ser acompanhada de procuração
com poderes especiais.
Se a petição inicial da ADI ou da ADC for assinada por advogado, deverá ser acompanhada de procuração. Exige-
se que essa procuração tenha poderes especiais e indique, de forma específica, os atos normativos que serão
objeto da ação.
STF. Plenário. ADI 4430/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 27, 28 e 29/6/2012; ADI 4795 MC/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 27, 28
e 29/6/2012 (Info 672).

- Se a maioria dos Ministros votou pela procedência da ADI, mas não se obteve maioria absoluta dos votos,
a lei não deverá ser declarada inconstitucional.
Imagine a seguinte situação: é proposta uma ADI contra determinada lei. Cinco Ministros votam pela
inconstitucionalidade da lei. Quatro Ministros votam pela constitucionalidade. Dois Ministros declaram-se
impedidos de votar.
Qual deverá ser a proclamação do resultado? Pode-se dizer que esta lei foi declarada inconstitucional por maioria
de votos?
NÃO. Não foi atingido o número mínimo de votos para a declaração de inconstitucionalidade da lei (6 votos).
Assim, como não foi alcançado o quórum exigido pelo art. 97 da CF/88, entende-se que o STF não pronunciou
juízo de constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei. Isso significa que o STF não declarou a lei nem
constitucional nem inconstitucional. Além disso, esse julgamento não tem eficácia vinculante, ou seja, os juízes e
Tribunais continuam livres para decidir que a lei é constitucional ou inconstitucional, sem estarem vinculados ao
STF.
STF. Plenário. ADI 4066/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 23 e 24/8/2017 (Info 874).

- Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma que concede prazo
em dobro à Fazenda Pública.
Não se conta em dobro o prazo recursal para a Fazenda Pública em processo objetivo, mesmo que seja para
interposição de recurso extraordinário em processo de fiscalização normativa abstrata.
Não há, nos processos de fiscalização normativa abstrata, a prerrogativa processual dos prazos em dobro.
Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma que concede prazo em
dobro à Fazenda Pública.
Assim, por exemplo, a Fazenda Pública não possui prazo recursal em dobro no processo de controle concentrado
de constitucionalidade, mesmo que seja para a interposição de recurso extraordinário.
STF. Plenário. ADI 5814 MC-AgR-AgR/RR, Rel. Min. Roberto Barroso; ARE 830727 AgR/SC, Rel. para acórdão Min.
Cármen Lúcia, julgados em 06/02/2019 (Info 929).
334

💀 OUTROS TEMAS DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE


- Superação legislativa da jurisprudência (reação legislativa).
As decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF no julgamento de ADI, ADC ou ADPF possuem eficácia contra
todos (erga omnes) e efeito vinculante (§ 2º do art. 102 da CF/88).
O Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, não fica vinculado. Assim, o STF não proíbe que o Poder
Legislativo edite leis ou emendas constitucionais em sentido contrário ao que a Corte já decidiu. Não existe uma
vedação prévia a tais atos normativos. O legislador pode, por emenda constitucional ou lei ordinária, superar a
jurisprudência. Trata-se de uma reação legislativa à decisão da Corte Constitucional com o objetivo de reversão
jurisprudencial.
No caso de reversão jurisprudencial (reação legislativa) proposta por meio de emenda constitucional, a invalidação
somente ocorrerá nas restritas hipóteses de violação aos limites previstos no art. 60, e seus §§, da CF/88. Em suma,
se o Congresso editar uma emenda constitucional buscando alterar a interpretação dada pelo STF para
determinado tema, essa emenda somente poderá ser declarada inconstitucional se ofender uma cláusula pétrea
ou o processo legislativo para edição de emendas.
No caso de reversão jurisprudencial proposta por lei ordinária, a lei que frontalmente colidir com a jurisprudência
do STF nasce com presunção relativa de inconstitucionalidade, de forma que caberá ao legislador o ônus de
demonstrar, argumentativamente, que a correção do precedente se afigura legítima. Assim, para ser considerada
válida, o Congresso Nacional deverá comprovar que as premissas fáticas e jurídicas sobre as quais se fundou a
decisão do STF no passado não mais subsistem. O Poder Legislativo promoverá verdadeira hipótese de mutação
constitucional pela via legislativa.
STF. Plenário. ADI 5105/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1º/10/2015 (Info 801).

- Declaração de inconstitucionalidade de lei sem a produção de efeito repristinatório em relação às leis


anteriores de mesmo conteúdo.
Foi proposta ADI contra a Lei nº 3.041/2005, do Estado do Mato Grosso do Sul, que tratava sobre assunto de
competência da União. Ocorre que esta Lei havia revogado outras leis estaduais de mesmo conteúdo. Desse modo,
se a Lei nº 3.041/2005 fosse, isoladamente, declarada inconstitucional, as demais leis revogadas "voltariam" a
vigorar mesmo padecendo de idêntico vício.
A fim de evitar essa "eficácia repristinatória indesejada", o PGR, que ajuizou a ação, impugnou não apenas a Lei nº
3.041/2005, mas também aquelas outras normas por ela revogadas.
O STF concordou com o PGR e, ao declarar inconstitucional a Lei nº 3.041/2005, afirmou que não deveria haver o
efeito repristinatório em relação às leis anteriores de mesmo conteúdo.
O dispositivo do acórdão ficou, portanto, com a seguinte redação:
"O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente o pedido formulado para declarar a
inconstitucionalidade da Lei nº 3.041/2005, do Estado de Mato Grosso do Sul, inexistindo efeito repristinatório em
relação às leis anteriores de mesmo conteúdo, (...)"
STF. Plenário. ADI 3.735/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 8/9/2016 (Info 838).

- Efeitos da declaração de inconstitucionalidade e ação rescisória.


A decisão do STF que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo não produz
a automática reforma ou rescisão das decisões proferidas em outros processos anteriores que tenham adotado
entendimento diferente do que posteriormente decidiu o Supremo.
Para que haja essa reforma ou rescisão, será indispensável a interposição do recurso próprio ou, se for o caso, a
propositura da ação rescisória própria, nos termos do art. 485, V, do CPC 1973 (art. 966, V do CPC 2015), observado
o prazo decadencial de 2 anos (art. 495 do CPC 1973 / art. 975 do CPC 2015).
Segundo afirmou o STF, não se pode confundir a eficácia normativa de uma sentença que declara a
inconstitucionalidade (que retira do plano jurídico a norma com efeito “ex tunc”) com a eficácia executiva, ou seja,
o efeito vinculante dessa decisão.
STF. Plenário. RE 730462/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, j. em 28/5/2015 (repercussão geral) (Info 787).

- ADC e controvérsia judicial relevante.


A Lei 9.868/99, ao tratar sobre o procedimento da ADC, prevê, em seu art. 14, os requisitos da petição inicial. Um
desses requisitos exigidos é se demonstre que existe controvérsia judicial relevante sobre a lei objeto da ação.
335

Em outras palavras, só cabe ADC se houver uma divergência na jurisprudência sobre a constitucionalidade daquela
lei, ou seja, é necessário que existam juízes ou Tribunais decidindo que aquela lei é inconstitucional. Se não
existirem decisões contrárias à lei, não há razão para se propor a ADC.
É possível que uma lei, dias após ser editada, já seja objeto de ADC? É possível preencher o requisito da
“controvérsia judicial relevante” com poucos dias de vigência do ato normativo?
SIM. Mesmo a lei ou ato normativo possuindo pouco tempo de vigência, já é possível preencher o requisito da
controvérsia judicial relevante se houver decisões julgando essa lei ou ato normativo inconstitucional.
O STF decidiu que o requisito relativo à existência de controvérsia judicial relevante é qualitativo e não quantitativo.
Em outras palavras, para verificar se existe a controvérsia não se examina apenas o número de decisões judiciais.
Não é necessário que haja muitas decisões em sentido contrário à lei. Mesmo havendo ainda poucas decisões
julgando inconstitucional a lei já pode ser possível o ajuizamento da ADC se o ato normativo impugnado for uma
emenda constitucional (expressão mais elevada da vontade do parlamento brasileiro) ou mesmo em se tratando
de lei se a matéria nela versada for relevante e houver risco de decisões contrárias à sua constitucionalidade se
multiplicarem.
STF. Plenário. ADI 5316 MC/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/5/2015 (Info 786).

- Possibilidade de o STF modificar entendimento firmado em controle concentrado.


As decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF em ADI e ADC produzem eficácia contra todos e efeito
vinculante.
Tais efeitos não vinculam, contudo, o próprio STF. Assim, se o STF decidiu, em uma ADI ou ADC, que determinada
lei é constitucional, a Corte poderá, mais tarde, mudar seu entendimento e decidir que esta mesma lei é
inconstitucional por conta de mudanças no cenário jurídico, político, econômico ou social do país.
Esta mudança de entendimento do STF sobre a constitucionalidade de uma norma pode ser decidida durante o
julgamento de uma reclamação constitucional. Segundo o Min. Gilmar Mendes, é no juízo hermenêutico típico da
reclamação (no “balançar de olhos” entre objeto e parâmetro da reclamação) que surgirá com maior nitidez a
oportunidade para evolução interpretativa no controle de constitucionalidade.
STF. Plenário. Rcl 4374/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, 18/4/2013 (Info 702).

- Relator poderá decidir monocraticamente que a lei é inconstitucional se já houver decisão do Plenário
nesse sentido.
Se já houve pronunciamento anterior, emanado do Plenário do STF ou do órgão competente do TJ local declarando
determinada lei ou ato normativo inconstitucional, será possível que o Tribunal julgue que esse ato é
inconstitucional de forma monocrática (um só Ministro) ou por um colegiado que não é o Plenário (uma câmara,
p. ex.), sem que isso implique violação à cláusula da reserva de plenário.
Ora, se o próprio STF, ou o Plenário do TJ local, já decidiram que a lei é inconstitucional, não há sentido de, em
todos os demais processos tratando sobre o mesmo tema, continuar se exigindo uma decisão do Plenário ou do
órgão especial. Nesses casos, o próprio Relator monocraticamente, ou a Câmara (ou Turma) tem competência para
aplicar o entendimento já consolidado e declarar a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo.
STF. 2ª Turma. Rcl 17185 AgR/MT, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 30/9/2014 (Info 761).

- CNMP não possui competência para realizar controle de constitucionalidade de lei.


O CNMP não possui competência para realizar controle de constitucionalidade de lei, considerando que se trata
de órgão de natureza administrativa, cuja atribuição se resume a fazer o controle da legitimidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público federal e estadual (art. 130-A, § 2º, da
CF/88).
Assim, se o CNMP, julgando procedimento de controle administrativo, declara a inconstitucionalidade de artigo
de Lei estadual, ele exorbita de suas funções.
STF. 1ª Turma. MS 27744/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/4/2015 (Info 781).

💀 OUTROS TEMAS
- Quórum de sessão e discussão sobre a recepção de lei ou ato normativo.
No STF, para que seja iniciada a sessão de julgamento onde será votada a constitucionalidade de uma lei ou ato
normativo é necessário que estejam presentes no mínimo 8 Ministros. Se houver 7, por exemplo, a discussão não
336

pode sequer ser iniciada (art. 143, parágrafo único, do art. 143 do RISTF). A isso chamamos de quórum de sessão
(ou quórum para julgamento/votação).
Essa exigência de quórum para julgamento não se aplica caso o STF esteja analisando a recepção ou não de uma
lei ou ato normativo. Isso porque não haverá, nesse caso, controle (juízo) de constitucionalidade. Trata-se apenas
de discussão em torno de direito pré-constitucional.
Assim, por exemplo, mesmo estando presentes apenas 7 Ministros, o STF poderá discutir se uma lei foi ou não
recepcionada pela CF/88.
STF. Plenário. RE 658312/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/11/2014 (Info 769).

- O STF não admite a teoria da transcendência dos motivos determinantes. #IMPORTANTE


O STF não admite a “teoria da transcendência dos motivos determinantes”.
Segundo a teoria restritiva, adotada pelo STF, somente o dispositivo da decisão produz efeito vinculante. Os
motivos invocados na decisão (fundamentação) não são vinculantes.
A reclamação no STF é uma ação na qual se alega que determinada decisão ou ato:
• usurpou competência do STF; ou
• desrespeitou decisão proferida pelo STF.
Não cabe reclamação sob o argumento de que a decisão impugnada violou os motivos (fundamentos) expostos
no acórdão do STF, ainda que este tenha caráter vinculante. Isso porque apenas o dispositivo do acórdão é que é
vinculante.
Assim, diz-se que a jurisprudência do STF é firme quanto ao não cabimento de reclamação fundada na
transcendência dos motivos determinantes do acórdão com efeito vinculante.
STF. Plenário. Rcl 8168/SC, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 19/11/2015
(Info 808).
STF. 2ª Turma. Rcl 22012/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 12/9/2017
(Info 887).

- Efeito vinculante de declaração incidental de inconstitucionalidade. #IMPORTANTE


Se uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, ou seja, em sede de controle
difuso, essa decisão, assim como acontece no controle abstrato, também produz eficácia erga omnes e efeitos
vinculantes.
O STF passou a acolher a teoria da abstrativização do controle difuso. Assim, se o Plenário do STF decidir a
constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que em controle difuso, essa
decisão terá os mesmos efeitos do controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e vinculante.
Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte: quando o STF
declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a decisão já tem efeito vinculante e erga
omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa dê publicidade
daquilo que foi decidido.
STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 9/11/2017 (Info 886).

- É possível que uma emenda constitucional seja julgada formalmente inconstitucional se ficar demonstrado
que ela foi aprovada com votos “comprados” dos parlamentares e que esse número foi suficiente para
comprometer o resultado da votação.
Em tese, é possível o reconhecimento de inconstitucionalidade formal no processo constituinte reformador quando
eivada de vício a manifestação de vontade do parlamentar no curso do devido processo constituinte derivado,
pela prática de ilícitos que infirmam a moralidade, a probidade administrativa e fragilizam a democracia
representativa.
Caso concreto: ADEPOL ajuizou ADI pedindo a declaração de inconstitucionalidade formal da EC 41/2003 e da EC
47/2005 sob o argumento de que elas foram aprovadas com votos “comprados” de Deputados Federais
condenados no esquema do “Mensalão” (AP 470).
O STF afirmou que, sob o aspecto formal, as emendas constitucionais devem respeitar o devido processo
legislativo, que inclui, entre outros requisitos, a observância dos princípios da moralidade e da probidade. Assim,
é possível o reconhecimento de inconstitucionalidade formal no processo de reforma constituinte quando houver
vício de manifestação de vontade do parlamentar, pela prática de ilícitos. Porém, para tanto, é necessária a
demonstração inequívoca de que, sem os votos viciados pela ilicitude, o resultado teria sido outro.
337

No caso, apenas sete Deputados foram condenados pelo Supremo na AP 470, por ficar comprovado que eles
participaram do esquema de compra e venda de votos e apoio político conhecido como Mensalão. Portanto, o
número comprovado de “votos comprados” não é suficiente para comprometer as votações das ECs 41/2003 e
47/2005. Ainda que retirados os votos viciados, permanece respeitado o rígido quórum estabelecido na
Constituição Federal para aprovação de emendas constitucionais, que é 3/5 em cada casa do Congresso Nacional.
STF. Plenário. ADI 4887/DF, ADI 4888/DF e ADI 4889/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/11/2020 (Info 998).

💀 ADI
- É cabível ADI contra Resolução de Conselho Profissional que não tratou de mero exercício de competência
regulamentar, mas expressou conteúdo normativo que lidou diretamente com direitos e garantias tutelados
pela Constituição.
O STF admite o uso das ações do controle concentrado de constitucionalidade para o exame de atos normativos
infralegais, nos casos em que a tese de inconstitucionalidade articulada pelo autor propõe o cotejo da norma
impugnada diretamente com o texto constitucional.
No caso, a Resolução do Conselho não tratou de mero exercício de competência regulamentar, mas expressou
conteúdo normativo que lida diretamente com direitos e garantias tutelados pela Constituição. Por esse motivo,
cabe ADI para questionar a norma.
STF. Plenário. ADI 3481/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

- Lei estadual que modifique os limites geográficos de Município pode ser objeto de ADI.
Lei estadual que dispõe sobre criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios possui natureza
normativa e abstrata, desafiando o controle concentrado.
STF. Plenário. ADI 1825, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020 (Info 978).

- É possível, em tese, o ajuizamento de ADI contra deliberação administrativa de tribunal, desde que ela
tenha conteúdo normativo com generalidade e abstração, devendo, contudo, em regra, a ação ser julgada
prejudicada caso essa decisão administrativa seja revogada.
É cabível ação direta de inconstitucionalidade contra deliberação administrativa do Tribunal que determina o
pagamento de reajuste decorrente da conversão da URV em reais (“plano real”) aos magistrados e servidores.
Depois que a ADI foi proposta, e antes que fosse julgada, o TRT decidiu revogar essa deliberação administrativa.
Diante disso, indaga-se: o mérito da ação foi julgado?
NÃO. Em decorrência da revogação da deliberação, o STF julgou prejudicada a ADI, por perda superveniente de
objeto.
STF. Plenário. ADI 1244 QO-QO/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/12/2019 (Info 964).

- Uma lei que tenha destinatários determináveis continua possuindo caráter abstrato e geral e pode ser
impugnada por meio de ADI.
O fato de uma lei possuir destinatários determináveis não retira seu caráter abstrato e geral, tampouco a
transforma em norma de efeitos concretos.
STF. 1ª Turma. RE 1186465 AgR/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/10/2019 (Info 955).

- Mesmo que uma lei seja fruto de acordo homologado judicialmente, ela poderá ser objeto de ADI, não
havendo violação da coisa julgada material.
Foi proposta ADI contra lei municipal. O TJ não conheceu da ação sob o argumento de que a lei impugnada seria
fruto de um acordo homologado judicialmente. Logo, não seria possível rediscutir a matéria por meio de ação
direta de inconstitucionalidade, considerando que haveria violação à coisa julgada material. O STF concordou com
essa conclusão?
NÃO. O fato de a lei ter sido aplicada em casos concretos, com decisões transitadas em julgado, em nada interfere
na possibilidade dessa mesma norma ser analisada, abstratamente, em sede de ação direta de
inconstitucionalidade.
Acordos homologados judicialmente jamais podem afastar o controle concentrado de constitucionalidade das leis.
STF. 1ª Turma. RE 1186465 AgR/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/10/2019 (Info 955).
338

- É cabível ADI contra decreto autônomo que extingue colegiados da Administração Pública.
É cabível ADI contra decreto presidencial que, com fundamento no art. 84, VI, “a”, da CF/88, extingue colegiados
da Administração Pública federal. Isso porque se trata de decreto autônomo, que retira fundamento de validade
diretamente da Constituição Federal e, portanto, é dotado de generalidade e abstração.
STF. Plenário. ADI 6121 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019 (Info 944).

- Cabe ADI contra recomendação de Tribunal que fixa a competência da Justiça do Trabalho para autorizar
o trabalho de crianças e adolescentes em eventos de natureza artística.
Cabe ADI contra recomendação conjunta de Tribunal de Justiça e de Tribunal Regional do Trabalho recomendando
aos juízes que considerem como sendo da Justiça do Trabalho a competência para autorizar o trabalho de crianças
e adolescentes em eventos de natureza artística.
Esta recomendação deve ser considerada como ato de caráter primário, autônomo e cogente, inovando no
ordenamento jurídico, razão pela qual pode ser impugnada por meio de ADI.
STF. Plenário. ADI 5326/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/9/2018 (Info 917).

- Cabe de ADI contra Resolução do TSE.


É cabível ADI contra Resolução do TSE que tenha, em seu conteúdo material, “norma de decisão” de caráter
abstrato, geral e autônomo, apta a ser apreciada pelo STF em sede de controle abstrato de constitucionalidade.
STF. Plenário. ADI 5122, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2018 (Info 900).

- Cabe ADI contra Resolução do CNMP.


A Resolução do CNMP consiste em ato normativo de caráter geral e abstrato, editado pelo Conselho no exercício
de sua competência constitucional, razão pela qual constitui ato normativo primário, sujeito a controle de
constitucionalidade, por ação direta, no Supremo Tribunal Federal.
STF. Plenário. ADI 4263/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2018 (Info 899).

- Cabe ADI contra Leis orçamentárias.


É possível a impugnação, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, de leis orçamentárias. Assim, é
cabível a propositura de ADI contra lei orçamentária, lei de diretrizes orçamentárias e lei de abertura de crédito
extraordinário.
STF. Plenário. ADI 5449 MC-Referendo/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 10/3/2016 (Info 817).

- Regimento Interno de Assembleia Legislativa pode ser objeto de ADI.


Dispositivo de Regimento Interno de uma Assembleia Legislativa pode ser impugnado no STF por meio de ADI,
desde que possua caráter normativo e autônomo. É o caso, por exemplo, de um artigo do Regimento Interno que
preveja o pagamento de remuneração aos Deputados Estaduais em virtude de convocação para sessão
extraordinária.
STF. Plenário. ADI 4587/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 22/5/2014 (Info 747).

- ADI contra decisão administrativa de Tribunal de Justiça.


O Plenário do TJRN, em um processo administrativo envolvendo dois servidores do Poder Judiciário, reconheceu
que eles teriam direito a determinada gratificação e, além disso, estendeu esse mesmo benefício para todos os
demais servidores do Tribunal que estivessem em situação análoga.
O STF decidiu que essa decisão administrativa poderia ser objeto de ADI porque ela teve conteúdo normativo,
com generalidade e abstração.
Quanto ao mérito, o STF decidiu que a decisão administrativa do TJ foi inconstitucional por violar a necessidade
de lei para concessão da gratificação (art. 37, X), por implicar em equiparação remuneratória entre os servidores
(art. 37, XIII) e por violar o entendimento exposto na Súmula 339 do STF (atual SV 37).
STF. Plenário. ADI 3202/RN, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/2/2014 (Info 734).
339

- Não cabe ADI no TJ contra lei ou ato normativo municipal que viole a Lei Orgânica do Município.
#IMPORTANTE
Ao analisar dispositivos da Constituição do Estado de Pernambuco, o STF chegou a duas importantes conclusões:
I – Não cabe controle concentrado de constitucionalidade de leis ou ato normativos municipais contra a Lei
Orgânica respectiva.
Em outras palavras, a Lei Orgânica do Município não é parâmetro de controle abstrato de constitucionalidade
estadual, uma vez que a Constituição Federal, no art. 125, § 2º, estabelece como parâmetro apenas a Constituição
Estadual.
Assim, é inconstitucional dispositivo da Constituição estadual que afirme ser possível ajuizar ADI, no Tribunal de
Justiça, contra lei ou ato normativo estadual ou municipal sob o argumento de que ele viola a Lei Orgânica do
Município.
II – Não compete ao Poder Legislativo, de qualquer das esferas federativas, suspender a eficácia de lei ou ato
normativo declarado inconstitucional em controle concentrado de constitucionalidade.
Desse modo, é inconstitucional dispositivo da Constituição estadual que afirme que, se o Tribunal de Justiça
declarar a inconstitucionalidade de lei em ação direta de inconstitucionalidade (controle concentrado de
constitucionalidade), ele precisará comunicar essa decisão à Assembleia Legislativa (se for lei estadual) ou à Câmara
de Vereadores (se for lei municipal) a fim de que o órgão legislativo suspenda a eficácia dessa lei.
STF. Plenário. ADI 5548/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 16/8/2021 (Info 1025).

- Não se admite ADI contra lei que teria violado tratado internacional não incorporado ao ordenamento
brasileiro na forma do art. 5º, § 3º da CF/88.
Em regra, não é cabível ADI sob o argumento de que uma lei ou ato normativo violou um tratado internacional.
Em regra, os tratados internacionais não podem ser utilizados como parâmetro em sede de controle concentrado
de constitucionalidade.
Exceção: será cabível ADI contra lei ou ato normativo que violou tratado ou convenção internacional que trate
sobre direitos humanos e que tenha sido aprovado segundo a regra do § 3º do art. 5º, da CF/88. Isso porque neste
caso esse tratado será incorporado ao ordenamento brasileiro como se fosse uma emenda constitucional.
STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 9/8/2017 (Info 872).

- Não cabe ADI contra decreto regulamentar de lei.


A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é meio processual inadequado para o controle de decreto
regulamentar de lei estadual.
Seria possível a propositura de ADI se fosse um decreto autônomo. Mas sendo um decreto que apenas
regulamenta a lei, não é hipótese de cabimento de ADI.
STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018 (Info 905).

- Se for editada MP revogando lei que está sendo questionada por meio de ADI, esta ação poderá ser julgada
enquanto a MP não for votada (enquanto a MP não for votada, não há perda do objeto). #IMPORTANTE
Determinada lei foi impugnada por meio de ação direta de inconstitucionalidade.
Foi editada medida provisória revogando essa lei.
Enquanto esta medida provisória não for aprovada, será possível julgar esta ADI.
Assim, se chegar o dia de julgamento da ADI, e a MP ainda não tiver sido votada, o STF poderá apreciar livremente
a ação, não tendo havido perda do interesse de agir (perda do objeto). Isso, porque a edição de medida provisória
não tem eficácia normativa imediata de revogação da legislação anterior com ela incompatível, mas apenas de
suspensão, paralisação, das leis antecedentes até o término do prazo do processo legislativo de sua conversão.
Embora seja espécie normativa com força de lei, a medida provisória precisa ser confirmada.
A medida provisória é lei sob condição resolutiva. Se for aprovada, a lei de conversão resultará na revogação da
norma.
Dessa maneira, enquanto não aprovada a MP, não se pode falar em perda de interesse (perda do objeto).
STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em
27/3/2019 (Info 935).
340

- Conversão da MP em lei antes que a ADI proposta seja julgada.


Se é proposta ADI contra uma medida provisória e, antes de a ação ser julgada, a MP é convertida em lei com o
mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o objeto e poderá ser conhecida e julgada.
Como o texto da MP foi mantido, não cabe falar em prejudicialidade do pedido. Isso porque não há a convalidação
("correção") de eventuais vícios existentes na norma, razão pela qual permanece a possibilidade de o STF realizar
o juízo de constitucionalidade.
Neste caso, ocorre a continuidade normativa entre o ato legislativo provisório (MP) e a lei que resulta de sua
conversão.
Ex: foi proposta uma ADI contra a MP 449/1994 e, antes de a ação ser julgada, houve a conversão na Lei nº
8.866/94.
Vale ressaltar, no entanto, que o autor da ADI deverá peticionar informando esta situação ao STF e pedindo o
aditamento da ação.
STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851).

Em resumo, considerando a atual jurisprudência:

- Cabe ADI:
• Resolução de Conselho Profissional que não tratou de mero exercício de competência regulamentar, mas
expressou conteúdo normativo que lidou diretamente com direitos e garantias tutelados pela Constituição.
• Lei estadual que modifique os limites geográficos de Município.
deliberação administrativa de tribunal, desde que ela tenha conteúdo normativo com generalidade e abstração,
devendo, contudo, em regra, a ação ser julgada prejudicada caso essa decisão administrativa seja revogada.
• Lei que tenha destinatários determináveis e que continua possuindo caráter abstrato e geral.
• Lei seja fruto de acordo homologado judicialmente.
• Decreto autônomo que extingue colegiados da Administração Pública.
• Recomendação de Tribunal que fixa a competência da Justiça do Trabalho para autorizar o trabalho de crianças
e adolescentes em eventos de natureza artística.
• Resolução do TSE.
• Resolução do CNMP.
• Leis orçamentárias.
• Regimento Interno de Assembleia Legislativa, desde que possua caráter normativo e autônomo.
• Decisão administrativa de Tribunal de Justiça.

- Não cabe ADI:


• Lei ou ato normativo municipal que viole a Lei Orgânica do Município.
• Lei que teria violado tratado internacional não incorporado ao ordenamento brasileiro na forma do art. 5º, § 3º
da CF/88.
• Decreto regulamentar de lei.

💀 ADO
- É cabível, em tese, ADO pedindo a instituição de pagamento de valor mínimo em favor dos mais
necessitados durante situação de calamidade pública decorrente de pandemia. #COVID
No início da pandemia decorrente do covid-19 foi proposta ADO pedindo que o Presidente da República e os
Presidentes da Câmara e do Senado editassem lei instituindo o pagamento de um valor mínimo em favor dos mais
necessitados a fim de assegurar a alimentação, o mínimo existencial e a dignidade da pessoa humana.
Alguns dias após o ajuizamento da ADO, foi publicada a Lei nº 13.982/2020, que criou um benefício semelhante
ao que se pretendia na ação.
A Lei nº 13.982/2020 instituiu o “auxílio emergencial”, um benefício financeiro no valor de R$ 600,00 por mês, pago
pela União a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e
que tem por objetivo fornecer proteção emergencial, pelo prazo de 3 meses, às pessoas que perderam sua renda
em virtude da crise causada pelo coronavírus.
Diante disso, o STF decidiu:
a) conhecer da ação (significa que o STF entendeu ser cabível, em tese, ação direta de inconstitucionalidade por
omissão para discutir o tema);
341

b) mas, quanto ao mérito, julgar o pedido prejudicado uma vez que foi aprovado o auxílio emergencial (Lei nº
13.982/2020) e, consequentemente, foi satisfeito o objeto da ADO.
STF. Plenário. ADO 56/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/4/2020 (Info
975).

💀 ADPF
- ADPF é subsidiária.
Segundo a jurisprudência do STF, a ADPF, como instrumento de fiscalização abstrata das normas, está submetida,
cumulativamente, ao requisito da relevância constitucional da controvérsia suscitada e ao regime da
subsidiariedade.
STF. Plenário. ADPF 210 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 06/06/2013.

- Fungibilidade entre ADPF e ADI.


A ADPF e a ADI são fungíveis entre si. Assim, o STF reconhece ser possível a conversão da ADPF em ADI quando
imprópria a primeira, e vice-versa. No entanto, essa fungibilidade não será possível quando a parte autora incorrer
em erro grosseiro. É o caso, por exemplo, de uma ADPF proposta contra uma Lei editada em 2013, ou seja, quando
manifestamente seria cabível a ADI por se tratar de norma posterior à CF/88.
STF. Plenário. ADPF 314 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/12/2014 (Info 771).

- Ação de controle concentrado de constitucionalidade não pode ser utilizada como sucedâneo das vias
processuais ordinárias.
Caso concreto: partido político ajuizou ADPF alegando que determinados discursos, pronunciamentos e
comportamentos do Presidente da República, de Ministros de Estado e de outros integrantes do alto escalão do
Poder Executivo federal representariam violação de preceitos fundamentais do Estado Democrático de Direito e
do direito à saúde. O autor pediu “que o Presidente da República, bem como todos os seus Ministros e auxiliares
imediatos pautem doravante seus atos, práticas, discursos e pronunciamentos em conformidade com os princípios
constitucionais suprareferidos.”
O STF não conheceu da ADPF.
Na ação, o partido pede, em síntese, que o STF profira comando judicial para que o Presidente da República e seus
auxiliares cumpram a Constituição.Ocorre que isso já é óbvio. À luz do constitucionalismo contemporâneo, não há
qualquer dúvida de que a supremacia constitucional é o postulado sobre o qual se assenta a validade de todos os
atos estatais.
Mostra-se inócua e desprovida de qualquer utilidade provocar o Poder Judiciário objetivando, única e
exclusivamente, declarar que as autoridades públicas estão sujeitas à ordem constitucional. Em um Estado
Democrático de Direito, como o Brasil, nenhum ato jurídico pode ser praticado validamente à margem da
Constituição.
Transgressões aos princípios e regras constitucionais praticadas por autoridades públicas ou particulares, quando
ocorrem, exigem a intervenção judicial, em caráter preventivo ou repressivo, diante de situações concretas e
específicas, e não por meio de uma ação de controle concentrado de constitucionalidade.
STF. Plenário. ADPF 686/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/10/2021 (Info 1034).

- Relator não pode, de ofício, na ADPF que trata sobre o Estado de Coisas Inconstitucional dos presídios,
determinar medidas para proteger os presos do Covid-19. #COVID
A decisão do Ministro Relator que, de ofício, na ADPF que trata sobre o Estado de Coisas Inconstitucional no
sistema prisional, determina medidas para proteger os presos do Covid-19 amplia indevidamente o objeto da
ação.
É certo que no controle abstrato de constitucionalidade, a causa de pedir é aberta. No entanto, o pedido é
específico.
Nenhum dos pedidos da ADPF 347 está relacionado com as questões inerentes à prevenção do Covid-19 nos
presídios.
Não é possível, portanto, a ampliação do pedido cautelar já apreciado anteriormente. A Corte está limitada ao
pedido. Aceitar a sua ampliação equivale a agir de ofício, sem observar a legitimidade constitucional para
propositura da ação.
342

Ademais, em que pese a preocupação de todos em relação ao Covid-19 nas penitenciárias, a medida cautelar, ao
conclamar os juízes de execução, determina, fora do objeto da ADPF, a realização de megaoperação para analisar
detalhadamente, em um único momento, todas essas possibilidades e não caso a caso, como recomenda o
Conselho Nacional de Justiça.
O STF entendeu que, neste momento, o Poder Judiciário deve seguir as recomendações sobre a questão emitidas
pelo Conselho Nacional de Justiça CNJ e por portaria conjunta dos Ministérios da Saúde e da Justiça.
Para evitar a disseminação do novo coronavírus nas prisões, o CNJ recomendou a análise de situações de risco
caso a caso.
A Recomendação 62/2020 do CNJ traz orientações aos Tribunais e aos magistrados quanto à adoção de medidas
preventivas contra a propagação do Covid-19 no âmbito dos sistemas de justiça penal e socioeducativo.
STF. Plenário. ADPF 347 TPI-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 18/3/2020 (Info 970).

- Possibilidade de conhecimento da ADPF mesmo que a lei atacada tenha sido revogada antes do
julgamento, se persistir a utilidade em se proferir decisão com caráter erga omnes e vinculante.
#IMPORTANTE
Em Fortaleza, foi editada a Lei municipal nº 10.553/2016 proibindo o serviço de transporte em aplicativos. Foi
ajuizada ADPF contra a lei. Antes que a ação fosse julgada, a referida Lei foi revogada.
Mesmo com a revogação, o STF conheceu da ADPF e julgou o mérito, declarando a Lei nº 10.553/2016
inconstitucional.
O Tribunal considerou que a revogação da Lei atacada na ADPF por outra lei local não retira o interesse de agir no
feito. Isso porque persiste a utilidade da prestação jurisdicional com o intuito de estabelecer, com caráter erga
omnes e vinculante, o regime aplicável às relações jurídicas estabelecidas durante a vigência da norma impugnada,
bem como no que diz respeito a leis de idêntico teor aprovadas em outros Municípios.
Trata-se da solução mais consentânea com o princípio da eficiência processual e o imperativo aproveitamento dos
atos já praticados de maneira socialmente proveitosa.
STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8 e 9/5/2019 (Info 939).

- É possível celebrar acordo em ADPF.


É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma arguição de descumprimento de preceito fundamental
(ADPF)?
SIM. É possível a celebração de acordo num processo de índole objetiva, como a ADPF, desde que fique
demonstrado que há no feito um conflito intersubjetivo subjacente (implícito), que comporta solução por meio de
autocomposição.
Vale ressaltar que, na homologação deste acordo, o STF não irá chancelar ou legitimar nenhuma das teses jurídicas
defendidas pelas partes no processo.
O STF irá apenas homologar as disposições patrimoniais que forem combinadas e que estiverem dentro do âmbito
da disponibilidade das partes.
A homologação estará apenas resolvendo um incidente processual, com vistas a conferir maior efetividade à
prestação jurisdicional.
STF. Plenário. ADPF 165/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 1º/3/2018 (Info 892).

- Cabe ADPF quando se alega que está havendo uma omissão por parte do poder público.
A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) é instrumento eficaz de controle da
inconstitucionalidade por omissão.
A ADPF pode ter por objeto as omissões do poder público, quer totais ou parciais, normativas ou não normativas,
nas mesmas circunstâncias em que ela é cabível contra os atos em geral do poder público, desde que essas
omissões se afigurem lesivas a preceito fundamental, a ponto de obstar a efetividade de norma constitucional que
o consagra.
STF. Plenário. ADPF 272/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/3/2021 (Info 1011).
343

- Cabimento de ADPF contra interpretação judicial de que possa resultar lesão a preceito fundamental.
Cabe ADPF contra o conjunto de decisões judiciais que determinam medidas de constrição judicial em desfavor
do Estado-membro, das Caixas Escolares ou das Unidades Descentralizadas de Execução da Educação UDEs e que
recaiam sobre verbas destinadas à educação.
STF. Plenário. ADPF 484/AP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/6/2020 (Info 980).

- Cabimento de ADPF contra conjunto de decisões judiciais que determinaram a expropriação de recursos
do Estado-membro.
O Estado do Rio de Janeiro vive uma grave crise econômica, estando em débito com o pagamento de fornecedores
e atraso até mesmo no pagamento da remuneração dos servidores públicos. Os órgãos e entidades também estão
sem dinheiro para custear os serviços públicos.
Diante disso, diversas ações (individuais e coletivas) foram propostas, tanto na Justiça comum estadual como
também na Justiça do Trabalho, pedindo a realização desses pagamentos. Os órgãos judiciais estavam acolhendo
os pedidos e determinando a apreensão de valores nas contas do Estado para a concretização dos pagamentos.
Neste cenário, o Governador do Estado ajuizou ADPF no STF com o objetivo de suspender os efeitos de todas as
decisões judiciais do TJRJ e do TRT da 1ª Região que tenham determinado o arresto, o sequestro, o bloqueio, a
penhora ou a liberação de valores das contas administradas pelo Estado do Rio de Janeiro.
O STF afirmou que a ADPF é instrumento processual adequado para esse pedido e deferiu a medida liminar.
O conjunto de decisões questionadas são atos típicos do Poder Público passíveis de impugnação por meio de
APDF.
STF. Plenário. ADPF 405 MC/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/6/2017 (Info 869).

- Não cabimento de ADPF contra decisão judicial transitada em julgado.


Não cabe arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) contra decisão judicial transitada em
julgado. Este instituto de controle concentrado de constitucionalidade não tem como função desconstituir a coisa
julgada.
STF. Decisão monocrática. ADPF 81 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 27/10/2015 (Info 810).

- ADPF não pode ser usada para impugnar normas secundárias.


A ADPF é, via de regra, meio inidôneo para processar questões controvertidas derivadas de normas secundárias e
de caráter tipicamente regulamentar.
STF. Plenário. ADPF 210 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 06/06/2013.

💀 REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE EM FACE DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL


- Legitimados da ADI estadual são estabelecidos pela Constituição estadual. #IMPORTANTE
A Constituição estadual é quem definirá quais são as pessoas que têm legitimidade para propor a ação. A CF/88
proíbe que seja apenas um legitimado.
A Constituição estadual poderá instituir outros legitimados que não encontram correspondência no art. 103 da
CF/88. Ex.: Deputado Estadual poderá ser um dos legitimados mesmo não estando contemplado no art. 103 da
CF/88.
STF. Plenário. RE 261677, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgado em 06/04/2006.

- Possibilidade de o Ministro do STF, monocraticamente, negar provimento ao RE interposto contra o


acórdão do TJ que decidiu que a lei estadual é inconstitucional.
Imagine que o TJ decidiu que a lei estadual é inconstitucional. Segundo o TJ, essa lei estadual violou o art. XX da
Constituição estadual. Esse art. XX é uma norma de reprodução obrigatória, ou seja, é prevista na CE seguindo um
modelo traçado na CF/88. Logo, cabe recurso extraordinário contra o acórdão do TJ.
O STF firmou o seguinte entendimento: quando esse RE chegar ao STF, será sorteado um Ministro Relator. Este irá
analisar o tema que foi decidido pelo TJ e, se a decisão impugnada estiver de acordo com a jurisprudência pacífica
do STF sobre o tema, o próprio Ministro, de forma monocrática (sozinho) poderá julgar o recurso, negando-lhe
provimento.
STF. Plenário. RE 376440 ED/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/9/2014 (Info 759).
344

- Tribunal de Justiça pode julgar ADI contra lei municipal tendo como parâmetro a Constituição Federal,
desde que seja uma norma de reprodução obrigatória. #IMPORTANTE
É constitucional o dispositivo de constituição estadual que confere ao tribunal de justiça local a prerrogativa de
processar e julgar ação direta de constitucionalidade contra leis e atos normativos municipais tendo como
parâmetro a Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados.
STF. Plenário. ADI5647/AP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 3/11/2021 (Info 1036).

- TJ pode julgar ADI contra lei municipal tendo como parâmetro norma da Constituição Federal, desde que
seja norma de reprodução obrigatória. #IMPORTANTE
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como
parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados.
STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/2/2017
(repercussão geral) (Info 852).

- Coexistência de ADI no TJ e ADI no STF, sendo a ADI estadual julgada primeiro. #IMPORTANTE
Coexistindo duas ações diretas de inconstitucionalidade, uma ajuizada perante o tribunal de justiça local e outra
perante o STF, o julgamento da primeira – estadual – somente prejudica o da segunda – do STF – se preenchidas
duas condições cumulativas:
1) se a decisão do Tribunal de Justiça for pela procedência da ação e
2) se a inconstitucionalidade for por incompatibilidade com preceito da Constituição do Estado sem
correspondência na Constituição Federal. Caso o parâmetro do controle de constitucionalidade tenha
correspondência na Constituição Federal, subsiste a jurisdição do STF para o controle abstrato de
constitucionalidade.
STF. Plenário. ADI 3659/AM, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/12/2018 (Info 927).

💀 AMICUS CURIAE
- A decisão do Relator que INADMITE o ingresso do amicus curiae é recorrível?
É recorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae.
É possível a impugnação recursal por parte de terceiro, quando denegada sua participação na qualidade de amicus
curiae.
STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985).
Vale ressaltar que existem decisões em sentido contrário e que o tema não está pacificado. Nesse sentido:
- A decisão do Relator que ADMITE ou INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível.
É irrecorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae.
Assim, tanto a decisão do Relator que ADMITE como a que INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível.
STF. Plenário. RE 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018
(repercussão geral) (Info 920).

- Pessoa física não pode ser amicus curiae em ação de controle concentrado de constitucionalidade.
A pessoa física não tem representatividade adequada para intervir na qualidade de amigo da Corte em ação direta.
STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985).
Obs.: A despeito do julgado acima, vale mencionar que o Min. Roberto Barroso, em decisão monocrática proferida
no dia 17/06/2021, admitiu o ingresso do Senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid-19, como amicus curiae
na ADI 6855, proposta pelo Presidente da República contra medidas administrativas restritivas instituídas por
Governadores de Estado, em razão da pandemia do novo coronavírus.

- Ilegitimidade do amicus curiae para pleitear medida cautelar.


O amicus curiae não tem legitimidade para propor ação direta; logo, também não possui legitimidade para pleitear
medida cautelar.
Assim, a entidade que foi admitida como amicus curiae em ADPF não tem legitimidade para, no curso do processo,
formular pedido para a concessão de medida cautelar.
STF. Plenário. ADPF 347 TPI-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 18/3/2020 (Info 970).
345

- É possível a intervenção de amicus curiae em processos subjetivos.


É possível a intervenção de amicus curiae em processos subjetivos?
SIM, no entanto, de forma excepcional.
O ingresso de amicus curiae é previsto para as ações de natureza objetiva, sendo excepcional a admissão no
processo subjetivo quando a multiplicidade de demandas similares indicar a generalização do julgado a ser
proferido.
STJ. 2ª Turma. AgInt na PET no REsp 1700197/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 19/06/2018.
É imprescindível a demonstração, pela entidade pretendente a colaborar com a Corte, de que não está a defender
interesse privado, mas, isto sim, relevante interesse público.
Isso porque, não se trata de uma intervenção de terceiros, e sim de um ato de admissão informal de um
colaborador da corte.
STJ. 4ª Turma. EDcl no REsp 1733013/PR, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, julgado em 29/06/2020.

- Havendo três amici curiae para fazer sustentação oral no STF, o prazo deverá ser considerado em dobro,
dividido entre eles.
Nos processos que tramitam no STF, o amicus curiae pode fazer sustentação oral.
Em regra, o amicus curiae dispõe de 15 minutos para a sustentação oral no STF.
Se houver mais de um amicus curiae, o prazo para sustentação oral no STF será o mesmo?
NÃO. Havendo mais de um amicus curiae, o STF adota a seguinte sistemática: o prazo é duplicado e dividido entre
eles. Assim, em vez de 15, os amici curiae (plural de amicus curiae) terão 30 minutos, que deverão ser divididos
entre eles.
Dessa forma, se são três amici curiae para fazer sustentação oral, o prazo deverá ser considerado em dobro, ou
seja, 30 minutos, devendo ser dividido pelo número de sustentações orais. Logo, cada um deles terá 10 minutos
para manifestação na tribuna.
STF. Plenário. RE 612043/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/5/2017 (Info 863).

- Limite máximo para a intervenção do amicus curiae.


O amicus curiae não poderá intervir se o processo já foi liberado pelo Relator para que seja incluído na pauta de
julgamentos.
STF. Plenário. ADI 5104 MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/5/2014 (Info 747).
Essa é a regra geral. Vale ressaltar, no entanto, que alguns Ministros, monocraticamente, em algumas situações
especiais, excepcionam essa regra. Nesse sentido: RE 647827.
Assim, em regra, o ingresso de amicus curiae é permitido até a inclusão do feito em pauta.
Admite-se, entretanto, a possibilidade, em tese, do ingresso na lide de amicus curiae após a inclusão do feito em
pauta, desde que haja a demonstração de uma situação excepcional (AgRg na ACO 779, Rel. Min. Dias Toffoli).

- Impossibilidade de intervenção de partido político como amicus curiae em processo criminal de seu filiado.
Determinado Deputado Federal estava respondendo a ação penal no STF pela suposta prática do crime de
peculato.
O partido político que ele integra requereu a sua intervenção no feito como amicus curiae.
O STF indeferiu o pedido afirmando que a agremiação partidária, autoqualificando-se como amicus curiae,
pretendia, na verdade, ingressar numa posição que a relação processual penal não admite, considerados os estritos
termos do CPP.
STF. 2ª Turma. AP 504/DF, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 9/8/2016
(Info 834).

- OAB não pode intervir como amicus curiae em causa que não tem potencial para gerar efeito multiplicador
e envolve apenas direitos individuais.
Não estando o presente recurso submetido ao rito dos recursos repetitivos e nem se incluindo na hipótese de
multiplicidade de demandas similares a demonstrar a generalização da decisão, não há previsão legal para a
inclusão do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil na condição de amicus curiae, notadamente
porquanto em discussão direito individual ao recebimento de verba advocatícia.
STJ. 4ª Turma. AgRg na PET no AREsp 151885/PR, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 11/09/2012.
346

- (In) viabilidade de intervenção de amicus curiae em processo de MS.


É possível a intervenção de amicus curiae em um processo de mandado de segurança?
Trata-se de tema polêmico.
1ª corrente: NÃO. No processo de mandado de segurança não é admitida a intervenção de terceiros nem mesmo
no caso de assistência simples. Se fosse admitida a intervenção do amicus curiae, isso poderia comprometer a
celeridade do mandado de segurança.
(STF. 1ª Turma. MS 29192/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/8/2014. Info 755).
2ª corrente: SIM. A doutrina defende que, com o novo CPC, é possível a intervenção de amicus curiae em processo
de mandado de segurança (Enunciado nº 249 do Fórum Permanente de Processualistas Civis). No mesmo sentido:
STF. Decisão monocrática.
MS 32451, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/06/2017.STF. Decisão monocrática. MS 35785, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 09/03/2020.

(PROVA) Art. 103-A. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de
sua publicação na imprensa oficial, terá EFEITO VINCULANTE em relação aos demais órgãos do poder judiciário
e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua
revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei (Lei nº 11.417/06).

SÚMULAS VINCULANTES (PROVA)


Quórum 2/3 = 8 ministros
- Poder Executivo;
APLICA-SE o Efeito Vinculante
- Demais órgãos do Poder Judiciário.
- Próprio STF que, em determinadas circunstâncias, poderá rever suas decisões;
NÃO APLICA-SE o Efeito
Vinculante - Poder Legislativo (legislador) que, em tese, poderá editar uma nova lei com
conteúdo material idêntico ao do texto normativo declarado inconstitucional.

- Tribunal recusar o juiz mais antigo (art. 93, II, d, CF);

- STF recusar o recurso extraordinário (art. 102, § 3º, CF);

O QUE NECESSITA DE - STF aprovar, revisar ou cancelar súmula vinculante (art. 103-A, CF);
QUÓRUM DE 2/3 NO TÓPICO
PODER JUDICIÁRIO? - Quórum de instauração de sessão e modulação dos efeitos em ADI/ADC (arts.
22 e 27 respectivamente, Lei nº 9.868/99);

- Quórum de instauração de sessão e modulação dos efeitos em ADPF (arts. 8º


e 11 respectivamente, Lei nº 9.882/99).

- Requisitos para revisão ou cancelamento de SV. (PROVA)


Para admitir-se a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante, é necessário demonstrar que houve:
a) evidente superação da jurisprudência do ST F no tratamento da matéria;
b) alteração legislativa quanto ao tema; ou
c) modificação substantiva de contexto político, económico ou social.
Vale destacar que o mero descontentamento ou eventual divergência quanto ao conteúdo da súmula vinculante
não autoriza que o legitimado ingresse com pedido para cancelamento ou rediscussão da matéria.
STF. Plenário. PSV 13/DF, julgado em 24/9/2015.

(PROVA) § 1º A súmula terá por OBJETIVO a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das
quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave
insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
347

(PROVA) § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá
ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.

(PROVA) § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar,
caberá RECLAMAÇÃO ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou
cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula,
conforme o caso.
- Súmula nº 368, STF: “Não há embargos infringentes no processo de reclamação.”

- Súmula nº 734, STF: “Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega
tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.” (PROVA)

- Reclamação não é atalho processual destinado a submeter o processo ao STF per saltum. (PROVA)
A reclamação ao STF somente é cabível se houver necessidade de preservação da competência da Corte ou para
garantia da autoridade de suas decisões (art. 102, I, “l”, da CF/88). A reclamação não se destina a funcionar como
sucedâneo recursal ("substituto de recurso") nem se presta a atuar como atalho processual destinado a submeter
o processo ao STF “per saltum”, ou seja, pulando-se todas as instâncias anteriores. As competências originárias do
STF se submetem ao regime de direito estrito, não admitindo interpretação extensiva. Em outras palavras, o rol de
competências originárias do STF não pode ser alargado por meio de interpretação.
STF. Plenário. Rcl 25509 AgR/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/2/2017 (Info 854).

- É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada.


STF determinou a devolução do recurso extraordinário para o tribunal de origem a fim de que ficasse aguardando
o julgamento do tema afetado como recurso extraordinário repetitivo.
Após o julgamento pelo STF, o Presidente do Tribunal de origem julgou prejudicado o referido recurso
extraordinário. Contra esta decisão do Presidente do Tribunal de origem, a parte prejudicada interpôs recurso
inadequado, que não foi admitido. Houve trânsito em julgado.
Diante disso, a parte prejudicada ingressou com reclamação afirmando que a decisão do Presidente do Tribunal
de origem descumpriu a decisão do STF que determinou o retorno dos autos ao Tribunal para aguardar o
julgamento do tema afetado.
Deve ser negado seguimento a esta reclamação. Isso porque é inadmissível a reclamação proposta após o trânsito
em julgado da decisão reclamada (art. 988, § 5º, I, do CPC/2015).
Súmula 734-STF: Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha
desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.
Além disso, o ato do STF que determina a devolução do recurso extraordinário para que aguarde o julgamento do
tema afetado não tem cunho decisório.
STF. 1ª Turma. Rcl 24810 AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/2/2020 (Info 966).

- O ato impugnado na reclamação deve ser posterior à decisão paradigma que se alega violada. (PROVA)
Na reclamação fundada no descumprimento de decisão emanada pelo STF, o ato alvo de controle deve ser
posterior ao paradigma.
Ex: em 2016, o Juiz proferiu decisão negando a homologação do acordo de colaboração premiada celebrado com
o Delegado de Polícia sob o argumento de que a autoridade policial não poderia firmar esse pacto. Em 2018, o
STF proferiu decisão afirmando que o Delegado de Polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada na
fase de inquérito policial. Não cabe reclamação contra esta decisão do Juiz de 2016 sob o argumento de que ela
teria violado o acórdão do STF de 2018. Isso porque só há que se falar em reclamação se o ato impugnado por
meio desta ação é posterior à decisão paradigma.
STF. 2ª Turma. Rcl 32655 AgR/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/4/2019 (Info 938).

- Cabimento de amicus curiae em reclamação. (PROVA)


É cabível a intervenção de amicus curiae em reclamação.
STF. Plenário. Rcl 11949/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2017 (Info 857).
348

- MPTC não possui legitimidade para propor reclamação no STF.


O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas não possui legitimidade ativa para propor reclamação no STF
alegando descumprimento da decisão do Supremo.
A atuação dos membros do MPTC limita-se, unicamente, ao âmbito dos próprios Tribunais de Contas perante os
quais oficiam.
STF. 2ª Turma. Rcl 24156 AgR/DF e Rcl 24158 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 24/10/2017 (Info 883).

- Cabe reclamação contra decisão judicial que determina retirada de matéria jornalística de blog.
Uma decisão judicial determinou a retirada de matéria de “blog” jornalístico, bem como a proibição de novas
publicações, por haver considerado a notícia ofensiva à honra de delegado da polícia federal.
Essa decisão afronta o que o STF decidiu na ADPF 130/DF, que julgou não recepcionada a Lei de Imprensa.
A ADPF 130/DF pode ser utilizada como parâmetro para ajuizamento de reclamação que verse sobre conflito entre
a liberdade de expressão e de informação e a tutela das garantias individuais relativas aos direitos de
personalidade.
A determinação de retirada de matéria jornalística afronta a liberdade de expressão e de informação, além de
constituir censura prévia. Essas liberdades ostentam preferência em relação ao direito à intimidade, ainda que a
matéria tenha sido redigida em tom crítico.
O Supremo assumiu, mediante reclamação, papel relevante em favor da liberdade de expressão, para derrotar uma
cultura censória e autoritária que começava a se projetar no Judiciário.
STF. 1ª Turma. Rcl 28747/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ ac. Min. Luiz Fux, julgado em 5/6/2018 (Info
905).
Sobre o mesmo tema: STF. 1ª Turma. Rcl 22328/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/3/2018 (Info 893).

- Cabe reclamação contra decisão judicial que determina retirada de matéria jornalística de site. (PROVA)
O STF tem sido mais flexível na admissão de reclamação em matéria de liberdade de expressão, em razão da
persistente vulneração desse direito na cultura brasileira, inclusive por via judicial.
No julgamento da ADPF 130, o STF proibiu enfaticamente a censura de publicações jornalísticas, bem como tornou
excepcional qualquer tipo de intervenção estatal na divulgação de notícias e de opiniões.
A liberdade de expressão desfruta de uma posição preferencial no Estado democrático brasileiro, por ser uma pré-
condição para o exercício esclarecido dos demais direitos e liberdades.
A retirada de matéria de circulação configura censura em qualquer hipótese, o que se admite apenas em situações
extremas.
Assim, em regra, a colisão da liberdade de expressão com os direitos da personalidade deve ser resolvida pela
retificação, pelo direito de resposta ou pela reparação civil.
Diante disso, se uma decisão judicial determina que se retire do site de uma revista determinada matéria
jornalística, esta decisão viola a orientação do STF, cabendo reclamação.
STF. 1ª Turma. Rcl 22328/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/3/2018 (Info 893).

- Sentença que nega direito de resposta por não ter havido ofensa não ofende a decisão do STF na ADPF
130/DF.
Não cabe reclamação para o STF contra sentença que julgou improcedente pedido de direito de resposta sob o
fundamento de que não houve, no caso concreto, ofensa.
Esta sentença não afronta a autoridade da decisão do STF no julgamento da ADPF 130/DF.
Como a sentença não violou nenhuma decisão do STF proferida em sede de controle concentrado de
constitucionalidade, o que se percebe é que o autor, por meio da reclamação, deseja que o Supremo examine se
a sentença afrontou, ou não, o art. 5º, V, da CF/88.
Para isso, seria necessário reexaminar matéria de fato, o que não é possível em reclamação, que se presta
unicamente a preservar a autoridade de decisão do STF.
Ademais, isso significaria o exame per saltum, ou seja, "pulando-se" as instâncias recursais do ato impugnado
diretamente à luz do art. 5º, V, CF/88.
STF. 1ª Turma. Rcl 24459 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 13/12/2016 (Info 851).
349

(PROVA) Art. 103-B. O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois)
anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;
III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;
IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes
indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro
pelo Senado Federal.

1 Presidente do STF - Preside o CNJ e é substituído pelo Vice-Presidente


do STF nas ausências e impedimentos
1 Ministro STJ - É o corregedor do conselho
1 Ministro TST
2 Juiz do Trabalho e Desembargador TRT - Escolhido pelo TST
Composição do CNJ
2 Juiz de direito e Desembargador TJ - Escolhido pelo STF
2 Juiz Federal e Juiz do TRF - Escolhido pelo STJ
15 membros
1 Membro MPE - Escolhido pelo PGR
1 Membro MPU - Escolhido pelo PGR
1 Cidadão - Escolhido pela Câmara
1 Cidadão - Escolhido pelo Senado
2 Advogados - Escolhido pelo Conselho Federal da OAB

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e
impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.
• Por uma razão lógica, o Presidente do CNJ é um brasileiro nato, pois o Presidente do STF deve ser nato.

§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (sabatina).

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal
Federal.

(PROVA) § 4º COMPETE ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do


cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas
pelo Estatuto da Magistratura:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar
prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência
do Tribunal de Contas da União;
350

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder
público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar
processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;

IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade;

(PROVA) V REVER, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais
julgados há menos de um ano;

- O prazo de 1 ano previsto no art. 103-B, § 4º, V da CF/88 incide apenas para revisões de PADs, não se
aplicando para atuação originária do CNJ. #IMPORTANTE
A competência originária do CNJ para a apuração disciplinar, ao contrário da revisional, não se sujeita ao parâmetro
temporal previsto no art. 103-B, § 4º, V da CF/88.
STF. 2ª Turma. MS 34685 AgR/RR, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 28/11/2017 (Info 886).
Atuação originária: não incide o prazo de 1 ano
Atuação revisional: incide o prazo de 1 ano

- Revisão disciplinar e prazo de instauração.


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pode proceder à revisão disciplinar de juízes e membros de tribunais desde
que observado o requisito temporal: processos disciplinares julgados há menos de um ano.
Essa medida pode ser instaurada de ofício ou mediante provocação de qualquer interessado e admite que o CNJ
agrave ou abrande a decisão disciplinar revista (art. 103-B, § 4º, V, da CF/88).
STF. 1ª Turma. MS 33565/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/6/2016 (Info 830).

VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação,
nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;

VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no
País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser
remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da


distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo
Estatuto da Magistratura, as seguintes:
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais,
inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.

Presidente Presidente do STF


Ministro Corregedor Ministro do STJ, indicado pelo próprio Tribunal

§ 6º Junto ao Conselho OFICIARÃO o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da


Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus
serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.
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CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ


- Controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento
Competência
dos deveres funcionais dos juízes
- 15 ministros
Membros - mandato de 2 anos
- 1 recondução
- Presidente do STF
Presidente
* Ausência/Impedimento do Presidente do STF: Vice-Presidente do STF
- Ministro do STJ, indicado pelo próprio Tribunal
Ministro Corregedor
* Fica excluído da distribuição de processos

JURISPRUDÊNCIA SOBRE CNJ (OUTROS JULGADOS)


- Compete ao STF processar e julgar originariamente ações propostas contra o CNJ e contra o CNMP no
exercício de suas atividades-fim. #IMPORTANTE
Nos termos do art. 102, I, “r”, da Constituição Federal, é competência exclusiva do STF processar e julgar,
originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do CNJ e do CNMP proferidas no exercício de suas
competências constitucionais, respectivamente, previstas nos arts. 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da CF/88.
STF. Plenário. Pet 4770 AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
STF. Plenário. Rcl 33459 AgR/PE, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).

- É constitucional a Resolução 184/2013 do CNJ, que determina aos tribunais de justiça o encaminhamento,
para eventual elaboração de nota técnica, de cópia dos anteprojetos de lei de criação de cargos, funções
comissionadas e unidades judiciárias.
Veja o que diz a Resolução: Art. 1º Os anteprojetos de lei de criação de cargos de magistrados e servidores, cargos
em comissão, funções comissionadas e unidades judiciárias no âmbito do Poder Judiciário da União obedecerão
ao disposto nesta Resolução. (...) § 3º Os Tribunais de Justiça dos Estados devem encaminhar cópia dos
anteprojetos de lei referidos no caput ao CNJ, que, se entender necessário, elaborará nota técnica, nos termos do
artigo 103 do Regimento Interno. A referida Resolução foi editada em consideração à LC 101/2000 (Lei de
Responsabilidade Fiscal) e da Lei de Diretrizes Orçamentárias quanto à geração de novas despesas públicas,
visando à execução orçamentária de forma responsável e equilibrada, nos termos do art. 167 da CF/88. Insere-se,
portanto, na perspectiva de uma gestão do Poder Judiciário com responsabilidade, planejamento, avaliação,
controle, limite e transparência, a fim de fomentar o uso racional dos recursos públicos mediante análise prévia de
anteprojetos de lei. STF. Plenário. ADI 5119/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 20/6/2022 (Info 1059).

- Decisões administrativas do CNJ devem ser cumpridas mesmo que exista decisão judicial em sentido
contrário proferida por outro órgão judiciário que não seja o STF.
O art. 106 do Regimento Interno do CNJ prevê o seguinte:
Art. 106. O CNJ determinará à autoridade recalcitrante, sob as cominações do disposto no artigo anterior, o
imediato cumprimento de decisão ou ato seu, quando impugnado perante outro juízo que não o Supremo Tribunal
Federal.
O STF afirmou que essa previsão é constitucional e decorre do exercício legítimo de poder normativo atribuído
constitucionalmente ao CNJ, que é o órgão formulador da política judiciária nacional.
Assim, o CNJ pode determinar à autoridade recalcitrante o cumprimento imediato de suas decisões, ainda que
impugnadas perante a Justiça Federal de primeira instância, quando se tratar de hipótese de competência
originária do STF.
STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).

- O STF entende que não é possível a revisão do mérito das decisões do CNJ, cujos atos e procedimentos
estão sujeitos apenas ao controle de legalidade daquela Corte.
O STF entende que não é seu papel fazer a revisão do mérito das decisões do CNJ.
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Assim, os atos e procedimentos do CNJ estão sujeitos apenas ao controle de legalidade por parte do STF.
O mandado de segurança não se presta ao reexame de fatos e provas analisados pelo CNJ no processo disciplinar.
A LOMAN não estabelece regras de prescrição da pretensão punitiva por faltas disciplinares praticadas por
magistrados. Diante disso, deve ser feita a aplicação subsidiária da Lei nº 8.112/90.
STF. 2ª Turma. MS 35540/DF e MS 35521/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 12/3/2019 (Info 933).

- Se o Tribunal aplica censura para magistrado que praticou conduta grave, essa decisão enseja revisão
disciplinar do CNJ por ser contrária ao texto expresso da lei considerando que o art. 44 da LOMAN afirma
que a censura será aplicada se a infração não justificar punição mais grave.
O Conselho Nacional de Justiça pode proceder à revisão disciplinar de juízes e membros de tribunais desde que
observado o requisito temporal: processos disciplinares julgados há menos de 1 ano (art. 103-B, § 4º, V, da CF/88).
Vale ressaltar que, depois de instaurada a revisão, não existe prazo para que o CNJ julgue o procedimento.
A Constituição Federal e o Regimento Interno do CNJ conferem legitimidade universal para propositura da revisão
disciplinar, que pode ser instaurada por provocação de terceiros e até mesmo de ofício.
As hipóteses de cabimento da revisão estão elencadas no art. 83 do Regimento Interno do CNJ. O inciso I prevê
que cabe a revisão quando a decisão for contrária a texto expresso da lei.
Se o Tribunal aplica a pena de censura para um magistrado que praticou conduta grave, essa decisão enseja revisão
disciplinar por ser contrária ao texto expresso da lei. Isso porque, segundo o art. 44 da LC 35/79 (LOMAN) a pena
de censura será aplicada “se a infração não justificar punição mais grave”.
STF. 2ª Turma. MS 30364/PA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/3/2020 (Info 970).

- Competência originária e concorrente do CNJ (competência para atuar do CNJ não é subsidiária).
A CF conferiu competência originária e concorrente ao CNJ para aplicação de medidas disciplinares.
A competência do CNJ é autônoma (e não subsidiária).
Assim, o CNJ pode atuar mesmo que não tenha sido dada oportunidade para que a corregedoria local pudesse
investigar o caso.
STF. 1ª Turma. MS 30361 AgR/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 29/8/2017 (Info 875).
STF. 2ª Turma. MS 28513/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 15/9/2015 (Info 799).

- Utilização no PAD no CNJ de dados obtidos em descoberta fortuita na investigação criminal.


É possível a utilização de dados obtidos por descoberta fortuita em interceptações telefônicas devidamente
autorizadas como prova emprestada em processo administrativo disciplinar conduzido pelo CNJ.
STF. 1ª Turma. MS 30361 AgR/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 29/8/2017 (Info 875).

- O fato de o PCA instaurado no CNJ contar com um número elevado de partes interessadas não significa,
necessariamente, violação ao devido processo legal.
Caso concreto: foi instaurado procedimento de controle administrativo (PCA) no CNJ para apurar a regularidade
de 300 serventias judiciais.
O impetrante alega a nulidade do PCA pelo fato de haver um grande número de interessados no mesmo processo,
defendendo a ideia de que deveria ser um procedimento para cada parte.
O STF não concordou com o mandado de segurança impetrado e manteve a decisão do CNJ.
O fato de o PCA instaurado no CNJ contar com um número elevado de partes interessadas não significa,
necessariamente, violação ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa.
O prejuízo à defesa deve ser analisado concretamente, à luz das especificidades do caso.
No caso concreto, tendo em vista que todos os interessados foram intimados para se manifestarem no processo
e o que CNJ enfrentou de maneira detida as teses jurídicas por eles apresentadas, não há que se falar em anulação
do ato impugnado.
Como regra geral, o controle dos atos do CNJ pelo STF somente se justifica nas hipóteses de:
a) inobservância do devido processo legal;
b) exorbitância das competências do Conselho; e
c) injuridicidade ou manifesta irrazoabilidade do ato impugnado.
No caso concreto, não se identifica nenhuma dessas três situações. Logo, não há motivo para a anulação da decisão
do CNJ.
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STF. 1ª Turma. MS 28.495/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 13/11/2018
(Info 923).

- CNJ não pode examinar controvérsia que está submetida à apreciação do Poder Judiciário.
Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujas atribuições são exclusivamente administrativas, o controle
de controvérsia que está submetida à apreciação do Poder Judiciário.
STF. 1ª Turma. MS 28845/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 21/11/2017 (Info 885).
Esse entendimento está parcialmente superado.
* Se a questão estiver submetida à apreciação do STF: não cabe ao CNJ examinar.
* Se a questão estiver submetida á apreciação de outro órgão julgador: o CNJ pode decidir e sua decisão deve ser
cumprida.
Decisões administrativas do CNJ devem ser cumpridas mesmo que exista decisão judicial em sentido contrário
proferida por outro órgão judiciário que não seja o STF
O art. 106 do Regimento Interno do CNJ prevê o seguinte:
Art. 106. O CNJ determinará à autoridade recalcitrante, sob as cominações do disposto no artigo anterior, o
imediato cumprimento de decisão ou ato seu, quando impugnado perante outro juízo que não o Supremo Tribunal
Federal.
O STF afirmou que essa previsão é constitucional e decorre do exercício legítimo de poder normativo atribuído
constitucionalmente ao CNJ, que é o órgão formulador da política judiciária nacional.
Assim, o CNJ pode determinar à autoridade recalcitrante o cumprimento imediato de suas decisões, ainda que
impugnadas perante a Justiça Federal de primeira instância, quando se tratar de hipótese de competência
originária do STF.
STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).

- CNJ não pode interferir em matéria de competência jurisidicional.


CNJ não pode declarar inválido artigo do Regimento Interno do Tribunal de Justiça que trate sobre competência
jurisdicional. Isso porque o CNJ tem a competência de exercer o controle da atuação administrativa e financeira
do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. No caso em análise, o Conselho interferiu
em matéria de competência jurisdicional do TJ, matéria que é estranha às suas funções.
STF. 2ª Turma. MS 30793/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/8/2014 (Info 753).

- CNJ não pode fazer controle de constitucionalidade.


O Conselho Nacional de Justiça, embora seja órgão do Poder Judiciário, nos termos do art. 103-B, § 4°, li, da
Constituição Federal, possui, tão somente, atribuições de natureza administrativa e, nesse sentido, não lhe é
permitido apreciar a constitucionalidade dos atos administrativos, mas somente sua legalidade.
STF. Plenário. MS 28872 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/02/2011.

- CNJ, no exercício de controle administrativo, pode deixar de aplicar lei inconstitucional.


CNJ pode determinar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem concurso público para cargos em
comissão que não se amoldam às atribuições de direção, chefia e assessoramento, contrariando o art. 37, V, da
CF/88. Esta decisão do CNJ não configura controle de constitucionalidade, sendo exercício de controle da validade
dos atos administrativos do Poder Judiciário.
STF. Plenário. Pet 4656/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016 (Info 851).

- CNJ pode determinar que Tribunais de Justiça reduzam o adicional de férias dos magistrados para 1/3.
O CNJ não pode fazer controle de constitucionalidade de lei ou ato normativo de forma a substituir a competência
do STF.
Contudo, o CNJ pode determinar a correção de ato do Tribunal local que, embora respaldado por legislação
estadual, se distancie do entendimento do STF.
Assim, o CNJ pode afirmar que determinada lei ou ato normativo é inconstitucional se esse entendimento já estiver
pacificado no STF. Isso porque, neste caso, o CNJ estará apenas aplicando uma jurisprudência, um entendimento
já pacífico.
As leis estaduais que preveem abono de férias aos magistrados em percentual superior a 1/3 são inconstitucionais.
Isso porque essa majoração do percentual de férias não encontra respaldo na LOMAN, que prevê, de forma
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taxativa, as vantagens conferidas aos magistrados, sendo essa a Lei que deve tratar do regime jurídico da
magistratura, por força do art. 93 da CF/88.
Logo, o CNJ agiu corretamente ao determinar aos Tribunais de Justiça que pagam adicional de férias superior a
1/3 que eles enviem projetos de lei para as Assembleias Legislativas reduzindo esse percentual.
STF. 2ª Turma. MS 31667 AgR/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/9/2018 (Info 915).

- CNJ pode anular decisão do TJ que, em concurso de cartório, conferiu, na fase de títulos, pontuação com
base em interpretação contrária à Resolução do Conselho.
O CNJ não pode substituir a banca examinadora do concurso na escolha das questões, na correção de provas e
nas atribuições de notas. Assim, ao Conselho é defeso (proibido) substituir o critério valorativo para escolha e
correção das questões pela Banca Examinadora nos concursos públicos.
O CNJ pode, no entanto, substituir, anular ou reformar decisões da banca do concurso que firam os princípios da
razoabilidade, da igualdade, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade. Isso porque a
discricionariedade da banca de concurso não se confunde com arbitrariedade. Se houver desrespeito aos princípios
constitucionais da administração pública, será possível a plena revisão da decisão pelo Conselho.
Ex: o CNJ pode anular decisão do Tribunal de Justiça que, em concurso de cartório, deu interpretação equivocada
a determinado item do edital, e conferiu pontuação indevida a certos candidatos na fase de títulos. A pontuação
conferida pela Comissão no TJ violava à Resolução do CNJ que regulamenta os concursos de cartório. Neste caso,
o CNJ atuou dentro dos limites constitucionais do controle administrativo.
STF. 1ª Turma. MS 33527/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
20/3/2018 (Info 895).

- CNJ pode avocar PAD que tramita no Tribunal se não há quórum suficiente para se atingir maioria
absoluta.
O TRF condenou juiz federal à pena de aposentadoria compulsória. Ocorre que, em virtude de alguns
Desembargadores terem se averbado suspeitos, este juiz foi condenado com um quórum de maioria simples.
O CNJ reconheceu a irregularidade da proclamação do resultado e anulou o julgamento de mérito realizado pelo
TRF. Isso porque o art. 93, VIII e X, da CF/88 exige quórum de maioria absoluta do tribunal.
Ocorre que o CNJ, após anular o julgamento de mérito realizado pelo TRF, decidiu avocar o processo administrativo
para que o magistrado fosse julgado diretamente pelo Conselho.
O juiz impetrou MS contra essa avocação, mas o STF afirmou que o CNJ agiu corretamente.
A Constituição, expressamente, confere ao CNJ competência para, a qualquer tempo, avocar processos de natureza
disciplinar em curso contra membros do Poder Judiciário. Assim, não há óbice para que o CNJ anule o julgamento
do Tribunal e inicie lá um outro procedimento.
Uma das causas legítimas de avocação de procedimentos administrativos pelo CNJ é justamente a falta do quórum
para proferir decisão administrativa por maioria absoluta em razão de suspeição, impedimento ou falta de
magistrados.
O CNJ poderia ter devolvido o processo ao TRF2, mas optou por exercer sua competência concorrente, dentro da
discricionariedade conferida pela Constituição, para julgar o processo e evitar novas questões de suspeição e
impedimento.
STF. 1ª Turma. MS 35100/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 8/5/2018
(Info 891).

Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
(PROVA) Art. 104. O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA compõe-se de, NO MÍNIMO, trinta e três Ministros.
(PROVA) Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,
dentre brasileiros com MAIS de trinta e cinco e MENOS de setenta anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (sabatina), sendo: (EC
nº 122/2022)
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de
Justiça, INDICADOS em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito
Federal e Territórios, alternadamente, INDICADOS na forma do art. 94.
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STJ
Composição Mínimo 33 Ministros

+ 35 e – 70 anos
Brasileiro (nato ou naturalizado)
Requisitos
Notável saber jurídico
Reputação ilibada

Feita pelo PR após aprovação pela maioria absoluta (sabatina) do Senado, sendo:
- 1/3: juízes dos Tribunais Regionais Federais e 1/3: desembargadores dos Tribunais de
Nomeação Justiça, INDICADOS em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal
- 1/3 em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal,
Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, INDICADOS na forma do art. 94

(PROVA) Art. 105. Compete ao SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

(PROVA) I - processar e julgar, ORIGINARIAMENTE:

(PROVA) a) nos CRIMES COMUNS, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, NESTES E NOS DE
RESPONSABILIDADE, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros
dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais
Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

Crimes Comuns • Governadores dos Estados e do Distrito Federal


• Desembargadores dos TJs dos Estados e do DF
• Tribunais de Contas dos Estados e do DF
Crimes Comuns
• Tribunais Regionais Federais
STJ E
• Tribunais Regionais Eleitorais
(PROVA) Crimes de
• Tribunais Regionais do Trabalho
Responsabilidade
• Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios
• Ministério Público da União que oficiem perante tribunais

- As autoridades listadas no art. 105, I, “a”, da CF/88 somente terão foro por prerrogativa de função no STJ
para os crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
#IMPORTANTE (PROVA)
As hipóteses de foro por prerrogativa de função perante o STJ restringem-se àquelas em que o crime for praticado
em razão e durante o exercício do cargo ou função.
STJ. Corte Especial. AgRg na APn 866-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado 20/06/2018 (Info 630).

- A Restrição ao foro por prerrogativa de função alcança Governadores e Conselheiros de Tribunais de


Contas dos Estados. #IMPORTANTE (PROVA)
O foro por prerrogativa de função no caso de Governadores e Conselheiros de Tribunais de Contas dos Estados
deve ficar restrito aos fatos ocorridos durante o exercício do cargo e em razão deste.
Assim, o STJ é competente para julgar os crimes praticados pelos Governadores e pelos Conselheiros de Tribunais
de Contas somente se estes delitos tiverem sido praticados durante o exercício do cargo e em razão deste.
STJ. Corte Especial. APn 857/DF, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado em 20/06/2018.
STJ. Corte Especial. APn 866/DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 20/06/2018.

- Crime cometido por Desembargador. #IMPORTANTE (PROVA)


O Superior Tribunal de Justiça é o tribunal competente para o julgamento nas hipóteses em que, não fosse a
prerrogativa de foro (art. 105, I, da CF/88), o desembargador acusado houvesse de responder à ação penal perante
juiz de primeiro grau vinculado ao mesmo tribunal.
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Assim, mesmo que o crime cometido pelo Desembargador não esteja relacionado com as suas funções, ele será
julgado pelo STJ se a remessa para a 1ª instância significar que o réu seria julgado por um juiz de primeiro grau
vinculado ao mesmo tribunal que o Desembargador.
A manutenção do julgamento no STJ tem por objetivo preservar a isenção (imparcialidade e independência) do
órgão julgador.
STJ. Corte Especial. QO na APn 878-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/11/2018 (Info 639).

- STJ não é competente para julgar crime praticado por Governador no exercício do mandato se o agente
deixou o cargo e atualmente voltou a ser Governador por força de uma nova eleição. (PROVA)
O STJ é incompetente para julgar crime praticado durante mandato anterior de Governador, ainda que atualmente
ocupe referido cargo por força de nova eleição.
Ex: José praticou o crime em 2009, quando era Governador; em 2011, foi eleito Senador; em 2019, assumiu
novamente como Governador; esse crime praticado em 2009 será julgado em 1ª instância (e não pelo STJ).
Como o foro por prerrogativa de função exige contemporaneidade e pertinência temática entre os fatos em
apuração e o exercício da função pública, o término de um determinado mandato acarreta, por si só, a cessação
do foro por prerrogativa de função em relação ao ato praticado nesse intervalo.
STJ. Corte Especial. QO na APn 874-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2019 (Info 649).

- Não há necessidade de prévia autorização da ALE para que o STJ receba denúncia criminal contra o
__________________________________________________
Governador do Estado. (PROVA)
Não há necessidade de prévia autorização da Assembleia Legislativa para que o STJ receba denúncia ou queixa e
instaure ação penal contra Governador de Estado, por crime comum.
Em outras palavras, não há necessidade de prévia autorização da ALE para que o Governador do Estado seja
processado por crime comum.
Se a Constituição Estadual exigir autorização da ALE para que o Governador seja processado criminalmente, essa
previsão é considerada inconstitucional.
Assim, é vedado às unidades federativas instituir normas que condicionem a instauração de ação penal contra
Governador por crime comum à previa autorização da Casa Legislativa.
Se o STJ receber a denúncia ou queixa-crime contra o Governador, ele ficará automaticamente suspenso de suas
funções no Poder Executivo estadual?
NÃO. O afastamento do cargo não se dá de forma automática.
O STJ, no ato de recebimento da denúncia ou queixa, irá decidir, de forma fundamentada, se há necessidade de o
Governador do Estado ser ou não afastado do cargo.
Vale ressaltar que, além do afastamento do cargo, o STJ poderá aplicar qualquer uma das medidas cautelares
penais (exs: prisão preventiva, proibição de ausentar-se da comarca, fiança, monitoração eletrônica etc.).
STF. Plenário. ADI 4777/BA, ADI 4674/RS, ADI 4362/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o acórdão Min. Roberto
Barroso, julgado em 9/8/2017 (Info 872).
STF. Plenário. ADI 5540/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2017 (Info 863).
STF. Plenário. ADI 4764/AC, ADI 4797/MT e ADI 4798/PI, Rel. Min. Celso de Mello, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
julgados em 4/5/2017 (Info 863).

- Crimes de responsabilidade envolvendo Governadores de Estado. (PROVA)


I – O Estado-membro não pode dispor sobre crime de responsabilidade, ainda que seja na Constituição estadual.
Isso porque a competência para legislar sobre crime de responsabilidade é privativa da União, nos termos do art.
22, I, e art. 85 da CF/88.
II – As Constituições estaduais não podem prever que os Governadores serão julgados pela Assembleia Legislativa
em caso de crimes de responsabilidade. Isso porque o art. 78, § 3º da Lei 1.079/50 afirma que a competência para
julgar os Governadores de Estado em caso de crimes de responsabilidade é de um “Tribunal Especial”, composto
especialmente para julgar o fato e que será formado por 5 Deputados Estaduais e 5 Desembargadores, sob a
presidência do Presidente do Tribunal de Justiça.
STF. Plenário. ADI 4791/PR, Rel. Min. Teori Zavascki; ADI 4800/RO e ADI 4792/ES, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgados
em 12/2/2015 (Info 774).
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b) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

• Ministro de Estado
MS/HD Contra ato • Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
• próprio Tribunal

c) os HABEAS CORPUS, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou
da Aeronáutica, RESSALVADA a competência da Justiça Eleitoral;

• tribunal sujeito à sua jurisdição


Coator • Ministro de Estado
• Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica
• Governadores dos Estados e do Distrito Federal
• desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
DF
HC
• Tribunais de Contas dos Estados e do DF
Coator/Paciente • Tribunais Regionais Federais
• Tribunais Regionais Eleitorais
• Tribunais Regionais do Trabalho
• Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios
• Ministério Público da União que oficiem perante tribunais

HC – paciente STF
Ministro de HC – coator
Estado STJ
(PROVA) HD/MS

d) os CONFLITOS DE COMPETÊNCIA entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem
como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

• quaisquer tribunais
Conflitos de
Entre • Tribunal x juízes a ele não vinculados
Competência
• juízes vinculados a tribunais diversos

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

g) os CONFLITOS DE ATRIBUIÇÕES entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades


judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;

(PROVA) h) o MANDADO DE INJUNÇÃO, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão,
entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, EXCETUADOS os casos de competência do
Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da
Justiça Federal;

Quando a elaboração da
• órgão, entidade ou autoridade federal, da administração
MI norma regulamentadora
direta ou indireta
(PROVA) for atribuição do..

(PROVA) i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;


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STJ (art. 105, I, i) (PROVA) JUSTIÇA FEDERAL (art. 109, X) (PROVA)


- HOMOLOGA:
• sentenças estrangeiras - EXECUTA:
• sentenças estrangeiras, após homologação
- CONCEDE EXEQUATUR: • cartas rogatórias, após exequatur
• cartas rogatórias

- Para que a sentença estrangeira seja homologada no Brasil é necessário que ela esteja eficaz no país de
origem. #IMPORTANTE (PROVA)
Com a entrada em vigor do CPC/2015, tornou-se necessário que a sentença estrangeira esteja eficaz no país de
origem para sua homologação no Brasil.
O art. 963, III, do CPC/2015, não mais exige que a decisão judicial que se pretende homologar tenha transitado em
julgado, mas apenas que ela seja eficaz em seu país de origem, tendo sido tacitamente revogado o art. 216-D, III,
do RISTJ.
STJ. Corte Especial. SEC 14.812-EX, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/05/2018 (Info 626).

- A ausência de jurisdição brasileira conduz necessariamente à falta de interesse processual na


homologação de provimento estrangeiro.
A ausência de jurisdição brasileira conduz necessariamente à falta de interesse processual na homologação de
provimento estrangeiro.
Ex: Juan, cidadão equatoriano, ajuizou, no Equador, ação de indenização contra uma empresa norte-americana. A
justiça equatoriana condenou a empresa a pagar indenização em favor do autor. Juan ingressou, então, com
pedido de homologação desta sentença estrangeira no Brasil. Vale ressaltar que Juan não tem domicílio no Estado
brasileiro. Neste caso concreto, a sentença não envolve partes brasileiras ou domiciliadas no país, tampouco a lide
originária se refere a fatos ocorridos no Brasil, nem a sentença homologanda impôs qualquer obrigação a ser
cumprida em território nacional. Deste modo, a ausência de jurisdição brasileira conduz necessariamente à falta
de interesse processual do requerente.
STJ. Corte Especial. SEC 8.542-EX, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 29/11/2017 (Info 621).

- Não cabe renúncia em processo de homologação de sentença estrangeira.


É inadmissível a renúncia em sede de homologação de provimento estrangeiro.
STJ. Corte Especial. SEC 8.542-EX, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 29/11/2017 (Info 621).

- Homologação de sentença estrangeira e confisco de imóvel situado no Brasil.


É possível a homologação de sentença penal estrangeira que determine o perdimento de imóvel situado no Brasil
em razão de o bem ser produto do crime de lavagem de dinheiro.
Ex: cidadão finlandês foi condenado em seu país pela prática de lavagem de dinheiro. Na sentença, determinou-
se o perdimento de imóvel situado no Brasil. Esta sentença estrangeira pode ser homologada pelo STJ.
Não há ofensa ao art. 23, I, do CPC/2015, pois a sentença estrangeira não tratou especificamente sobre a situação
dos bens imóveis, sobre a sua titularidade, mas sim sobre os efeitos civis de uma condenação penal, determinando
o perdimento de bens que foram objeto de crime de lavagem de capitais.
STJ. Corte Especial. SEC 10.612-FI, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 18/5/2016 (Info 586).

(PROVA) II - julgar, em RECURSO ORDINÁRIO:

a) os HABEAS CORPUS decididos em ÚNICA OU ÚLTIMA instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

• decididos em ÚNICA OU ÚLTIMA instância pelos Tribunais Regionais Federais ou tribunais


HC dos Estados, do Distrito Federal e Territórios
• se denegatória a decisão
359

- O prazo para interposição de recurso ordinário em habeas corpus, ainda que se trate de matéria não
criminal, é de 5 dias.
O prazo para interposição de recurso ordinário em habeas corpus, ainda que se trate de matéria não criminal,
continua sendo de 5 dias, nos termos do art. 30 da Lei nº 8.038/90, não se aplicando à hipótese os arts. 1.003, §5º,
e 994, V, do CPC/2015.
Ex: recurso ordinário contra decisão do TJ que negou habeas corpus a indivíduo que se encontra preso em
razão de dívida de alimentos.
STJ. 3ª Turma. RHC 109.330-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 09/04/2019 (Info 646).

(PROVA) b) os MANDADOS DE SEGURANÇA decididos em ÚNICA instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

• decididos em ÚNICA instância pelos Tribunais Regionais Federais ou tribunais dos Estados,
MS do Distrito Federal e Territórios
• se denegatória a decisão

- Não cabimento de recurso ordinário contra decisão singular de relator em mandado de segurança
impetrado na origem.
Não cabe recurso ordinário para o STJ contra a decisão monocrática do Desembargador relator que julga o
mandado de segurança na origem, sob pena de indevida supressão de instância.
Neste caso, primeiramente, a parte prejudicada deveria ter interposto agravo interno contra a decisão monocrática
do Relator. Só assim estaria exaurida a instância no Tribunal de origem.
STJ. 1ª Turma. AgInt no Ag 1433554/RR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/02/2017.

- Não é cabível ROC contra decisão monocrática do relator no Tribunal que denegou o MS.
Não é cabível a interposição de recurso ordinário contra decisão monocrática do relator no Tribunal que denegou
o MS.
O recurso ordinário constitucional, na hipótese do art. 105, II, b, da CF, dirige-se contra os mandados de segurança
decididos em única instância pelos TRFs ou pelos TJs, quando denegatória a decisão.
Decisão de "tribunal" não é a monocrática exarada por um dos desembargadores, mas sim acórdão de um de seus
órgãos fracionários.
Logo, se o mandado de segurança foi denegado por um Desembargador em decisão monocrática, faz-se
necessária, antes da interposição do recurso ordinário, a prévia propositura de agravo regimental, sob
pena de ofensa ao princípio da colegialidade.
STJ. 3ª Turma. AgRg na MC 19774-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 2/10/2012.

(PROVA) c) as CAUSAS em que forem partes Estado estrangeiro OU organismo internacional, de um lado, e, do outro,
Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO ENVOLVENDO


ESTADO ESTRANGEIRO OU ORGANISMO INTERNACIONAL
- União
- Estado
Estado STF (CF, art. 102, I, e)
- Distrito Federal ou
Estrangeiro
- Território
ou
- Município ou
Organismo Primeira instância: Justiça Federal (CF, art. 109, II)
- Pessoa residente ou domiciliada no
Internacional Recurso Ordinário: STJ (CF, art. art. 105, II, c)
Brasil
X
- Pessoas físicas que envolvam
Justiça do Trabalho (CF, art. 114, I)
relações trabalhistas
360

ROC - STF (art. 102, II, a e b) ROC - STJ (art. 105, II, a, b e c)
- HC, HD, MS e MI, decididos: - HC, decididos:
• ÚNICA instância (competência originária); • ÚNICA ou ÚLTIMA instância;
• Tribunais Superiores (STJ, STM, TSE e TST); • TRF’s ou TJ’s do Estados, do DF e Territórios;
• denegatória a decisão. • denegatória a decisão;

- crime político. - MS, decididos:


• ÚNICA instância;
• TRF’s ou TJ’s do Estados, do DF e Territórios;
• denegatória a decisão;

- causas em que forem partes Estado estrangeiro ou


organismo internacional, de um lado, e, do outro,
Município ou pessoa residente ou domiciliada no Pais

(PROVA) III - julgar, em RECURSO ESPECIAL, as causas decididas, em ÚNICA OU ÚLTIMA instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

RE - STF REsp - STJ


Julgar válida LEI LOCAL contestada em face de lei Julgar válido ATO DE GOVERNO LOCAL contestado
federal em face de lei federal
Julgar válida LEI LOCAL contestada em face da CF –
Julgar válido ATO DE GOVERNO LOCAL contestado

em face da CF

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

RE - STF (Art. 102, III) (PROVA) REsp - STJ (Art. 105, III) (PROVA)
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
___________________________ a) contrariar ______________________________________
tratado ou lei federal, ou negar-lhes
b) ______________________________
declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei ________
vigência;
federal; b) julgar válido __________________
ato de governo local contestado em face
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado de lei
_________________________ federal;
_________
em face desta Constituição;
___________ c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe
d) julgar válida ________
lei local contestada em face de lei
__ haja atribuído outro tribunal.
federal.
_______

§ 1º FUNCIONARÃO JUNTO ao Superior Tribunal de Justiça:


I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções,
regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária
da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas
decisões terão caráter vinculante.

(PROVA) § 2º No RECURSO ESPECIAL, o recorrente deve demonstrar a relevância das questões de direito federal
infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que a admissão do recurso seja examinada pelo
Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer com base nesse motivo pela manifestação de 2/3 (dois terços)
dos membros do órgão competente para o julgamento. (EC nº 125/2022)
361

(PROVA) § 3º Haverá a relevância de que trata o § 2º deste artigo nos seguintes casos: (EC nº 125/2022)
I - ações penais; (EC nº 125/2022)
II - ações de improbidade administrativa; (EC nº 125/2022)
III - ações cujo valor da causa ultrapasse 500 (quinhentos) salários mínimos; (EC nº 125/2022)
IV - ações que possam gerar inelegibilidade; (EC nº 125/2022)
V - hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar jurisprudência dominante o Superior Tribunal de Justiça; (EC nº
125/2022)
VI - outras hipóteses previstas em lei. (EC nº 125/2022)

COMPETÊNCIAS DO STJ (ART. 105)


Crimes comuns • Governadores dos Estados e do Distrito Federal
• Desembargadores dos TJs dos Estados e do DF
• Tribunais de Contas dos Estados e do DF
• Tribunais Regionais Federais
Crimes comuns E • Tribunais Regionais Eleitorais
Crimes de responsabilidade • Tribunais Regionais do Trabalho
• Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios
• Ministério Público da União que oficiem perante
tribunais
• Tribunal sujeito à sua jurisdição
HC
• Ministro de Estado
coator
• Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica
• Governadores dos Estados e do Distrito Federal
• Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados
e do DF
• Tribunais de Contas dos Estados e do DF
HC • Tribunais Regionais Federais
coator/paciente • Tribunais Regionais Eleitorais
• Tribunais Regionais do Trabalho
• Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios
• Ministério Público da União que oficiem perante
ORIGINARIAMENTE tribunais
• Ministro de Estado
MS e HD
• Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
contra ato
• próprio Tribunal
MI
elaboração da norma • órgão, entidade ou autoridade federal, da administração
regulamentadora for direta ou indireta
atribuição
• quaisquer tribunais
Conflitos de Competência
• Tribunal x juízes a ele não vinculados
entre
• juízes vinculados a tribunais diversos
• autoridades administrativas e judiciárias da União
Conflitos de atribuições • autoridades judiciárias de um Estado e administrativas
entre de outro ou do Distrito Federal ou
• entre as deste e da União
Revisões criminais e Ações
• de seus julgados
rescisórias
• para a preservação de sua competência e
Reclamação
• para garantia da autoridade de suas decisões
Homologação • Sentenças estrangeiras
Concessão de exequatur • Cartas rogatórias
362

• decididos em ÚNICA OU ÚLTIMA instância pelos


Tribunais Regionais Federais ou tribunais dos Estados, do
HC
Distrito Federal e Territórios..
*se denegatória a decisão
RECURSO • decididos em ÚNICA instância pelos Tribunais Regionais
ORDINÁRIO Federais ou tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
MS
(ROC) Territórios..
*se denegatória a decisão
Causas em que forem partes
• Município
Estado estrangeiro OU
• Pessoa residente ou domiciliada no Brasil
organismo internacional
Causas decididas, em ÚNICA
OU ÚLTIMA instância, pelos • contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência
Tribunais Regionais • julgar válido ato de governo local contestado em face
RECURSO ESPECIAL
Federais ou pelos tribunais de lei federal
(REsp)
dos Estados, do Distrito • der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
Federal e Territórios, atribuído outro tribunal
quando a decisão recorrida

Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
Art. 106. São órgãos da JUSTIÇA FEDERAL:
I - os Tribunais Regionais Federais;
II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com MAIS de trinta e
MENOS de setenta anos de idade, sendo: (EC nº 122/2022)
I - um quinto dentre advogados com MAIS de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público Federal com MAIS de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com MAIS de cinco anos de exercício, por antigüidade e
merecimento, ALTERNADAMENTE.

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição
e sede.

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções
da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e
comunitários.

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim
de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 108. Compete aos TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS:

I - processar e julgar, ORIGINARIAMENTE:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos CRIMES
COMUNS E DE RESPONSABILIDADE, e os membros do Ministério Público da União, RESSALVADA a competência
da Justiça Eleitoral;
363

Crimes Comuns • juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da


E Justiça Militar e da Justiça do Trabalho
TRFs
Crimes de • membros do Ministério Público da União
Responsabilidade Obs.: Ressalvada a competência da Justiça Eleitoral

#NÃOCONFUNDA:
JULGAMENTO DE MEMBROS DO MP (CRIMES COMUNS E DE RESPONSABILIDADE)
Membros do MP Estadual TJ (art. 96, III)

Membros do MP da União TRF (art. 108, I, a)

Membros do MP da União que oficiem perante tribunais STJ (art. 105, I, a)

- Competência para julgar Procurador da República.


Compete ao TRF julgar os crimes praticados por Procurador da República, salvo em caso de crimes eleitorais,
hipótese na qual a competência é do TRE.
Vale ressaltar que o Procurador da República é julgado pelo TRF em cuja área exerce suas atribuições, sob pena
de ofensa ao princípio do juiz natural.Ex: o Procurador da República lotado em Recife (PE) pratica um crime em
Brasília. Ele será julgado pelo TRF da 5ª Região (Tribunal que abrange o Município onde ele atua) e não pelo TRF
da 1ª Região (que abrange Brasília).
Imagine agora que João, Procurador da República, é lotado na Procuradoria de Guarulhos (SP), área de jurisdição
do TRF-3. Ocorre que este Procurador estava no exercício transitório de função no MPF em Brasília. O Procurador
pratica um crime neste período.De quem será a competência para julgar João: do TRF3 ou do TRF1?
Do TRF1. A 2ª Turma, ao apreciar uma situação semelhante a essa, decidiu que a competência seria do TRF1,
Tribunal ao qual o Procurador da República está vinculado no momento da prática do crime, ainda que esse vínculo
seja temporário.
STF. 2ª Turma. Pet 7063/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
1º/8/2017 (Info 871).
Obs.: Houve empate na votação (2x2) e a conclusão acima exposta prevaleceu em virtude de a decisão ter sido
tomada em habeas corpus no qual, em caso de empate, prevalece o pedido formulado em favor do paciente.

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

- Compete à Justiça Federal processar e julgar ações rescisórias movidas por ente federal contra acórdão ou
sentença da Justiça estadual.
Compete ao Tribunal Regional Federal processar ação rescisória proposta pela União com o objetivo de
desconstituir sentença transitada em julgado proferida por juiz estadual, quando afeta interesses de órgão federal.
STF. Plenário. RE 598650/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
8/10/2021 (Repercussão Geral – Tema 775) (Info 1033).

c) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os HABEAS CORPUS, quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os CONFLITOS DE COMPETÊNCIA entre juízes federais vinculados ao Tribunal;


- Súmula nº 428, STJ: “Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado
especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária.”

CONFLITO DE COMPETÊNCIA
• entre o STJ e quaisquer tribunais
STF
• entre os Tribunais Superiores
(art. 102, I, a)
• entre os Tribunais Superiores e qualquer outro tribunal
STJ • entre quaisquer tribunais, ressalvados os casos acima
(art. 105, I, d) • entre Tribunal x juízes a ele não vinculados (Ex.: conflito entre TRF e juiz estadual)
364

• entre juízes vinculados a tribunais diversos (Ex.: juízes de Estados diversos)


• entre juízes federais vinculados ao Tribunal – da mesma região
TRF
• entre juizado especial federal e juiz federal da mesma seção judiciária (súmula
(art. 108, I, e)
nº 428, STJ)
TJs • entre juízes de seus respectivos Estados

II - julgar, em GRAU DE RECURSO, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da
competência federal da área de sua jurisdição.

(PROVA) Art. 109. Aos JUÍZES FEDERAIS compete processar e julgar:

(PROVA) I - as CAUSAS em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição
de autoras, rés, assistentes ou oponentes, EXCETO as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
____________________________________________________________________
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
_______________________________

- Competência para julgar ação de improbidade proposta por Município contra ex-prefeito que não prestou
contas de convênio federal. #IMPORTANTE (PROVA)
Nas ações de ressarcimento ao erário e improbidade administrativa ajuizadas em face de eventuais irregularidades
praticadas na utilização ou prestação de contas de valores decorrentes de convênio federal, o simples fato de as
verbas estarem sujeitas à prestação de contas perante o Tribunal de Contas da União, por si só, não justifica a
competência da Justiça Federal.
Igualmente, a mera transferência e incorporação ao patrimônio municipal de verba desviada, no âmbito civil, não
pode impor de maneira absoluta a competência da Justiça Estadual. Se houver manifestação de interesse jurídico
por ente federal que justifique a presença no processo, (v.g. União ou Ministério Público Federal) regularmente
reconhecido pelo Juízo Federal nos termos da Súmula 150/STJ, a competência para processar e julgar a ação civil
de improbidade administrativa será da Justiça Federal.
As Súmulas 208 e 209 do STJ provêm da 3ª Seção do STJ e versam hipóteses de fixação da competência em matéria
penal, em que basta o interesse da União ou de suas autarquias para deslocar a competência para a Justiça Federal,
nos termos do inciso IV do art. 109 da CF. Logo, não podem ser utilizadas como critério para as demandas cíveis.
Diante disso, é possível afirmar que a competência cível da Justiça Federal deve ser definida em razão da presença
das pessoas jurídicas de direito público previstas no art. 109, I, da CF/88 na relação processual, seja como autora,
ré, assistente ou oponente e não em razão da natureza da verba federal sujeita à fiscalização do TCU.
Assim, em regra, compete à Justiça Estadual processar e julgar agente público acusado de desvio de verba recebida
em razão de convênio firmado com o ente federal, salvo se houver a presença das pessoas jurídicas de direito
público previstas no art. 109, I, da CF/88 na relação processual.
STJ. 1ª Seção. CC 174764-MA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 09/02/2022 (Info 724).

- Compete à Justiça estadual julgar insolvência civil mesmo que envolva a participação da União, de
________________________________________
entidade autárquica ou empresa pública federal. (PROVA)
A insolvência civil está entre as exceções da parte final do artigo 109, I, da Constituição da República, para fins de
definição da competência da Justiça Federal.
STF. Plenário. RE 678162/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 26/3/2021
(Repercussão Geral – Tema 859) (Info 1011).

- Mesmo quando o INSS for réu na Justiça Estadual, a ação não pode tramitar no Juizado Especial da
Fazenda Pública.
Os Juizados Especiais da Fazenda Pública não têm competência para o julgamento de ações decorrentes de
acidente de trabalho em que o INSS figure como parte.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.866.015/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 10/03/2021 (Recurso Repetitivo – Tema
1053) (Info 688).
365

- Ações civis públicas propostas pelo MPF e competência.


As ações propostas pelo MPF deverão ser ajuizadas na Justiça Federal. Isso porque o MPF é órgão da União, o que
atrai a competência do art. 109, I, da CF/88. Assim, a competência será determinada, em um primeiro momento,
pela parte processual.
Num segundo momento, contudo, o Juiz Federal irá averiguar se o MPF é parte legítima.
Se o MPF for parte legítima, perpetua-se a competência na Justiça Federal. Por outro lado, se for parte ilegítima,
deverá determinar o deslocamento da competência para a Justiça Estadual.
Desse modo, a circunstância de o Ministério Público Federal figurar como parte na lide não é suficiente para
determinar a perpetuação da competência da Justiça Federal para o julgamento da ação.
STF. Plenário. RE 669952 AgR-ED, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 09/11/2016.
Em ação proposta pelo Ministério Público Federal, órgão da União, somente a Justiça Federal está
constitucionalmente habilitada a proferir sentença que vincule tal órgão, ainda que seja sentença negando a sua
legitimação ativa.
STJ. 1ª Seção. AgInt no CC 151506/MS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 27/09/2017.

- Competência para julgar causas envolvendo a OAB.


Compete à justiça federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quer mediante
o conselho federal, quer seccional, figure na relação processual.
STF. Plenário. RE 595332/PR. Rel. Min. Marco Aurélio. J. em 31/08/2016 (repercussão geral) (lnfo 837).

- Competência no caso de mandados de segurança contra presidente da OAB.


A Ordem é um serviço público independente, categoria única no elenco das personalidades jurídicas existentes no
direito brasileiro. Apesar disso, as funções atribuídas à OAB possuem natureza federal. Portanto, o Presidente da
seccional da OAB exerce função delegada federal, motivo pelo qual a competéncia para o julgamento do mandado
de segurança contra ele impetrado é da Justiça Federal.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.255.052-AP, Rel. Min. Humberto Martins. Julgado em 06/11/012 (lnfo 508).

(PROVA) II - as CAUSAS entre Estado estrangeiro OU organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou
residente no País;

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO ENVOLVENDO


ESTADO ESTRANGEIRO OU ORGANISMO INTERNACIONAL
- União
- Estado
Estado STF (CF, art. 102, I, e)
- Distrito Federal ou
Estrangeiro
- Território
ou
- Município ou
Organismo Primeira instância: Justiça Federal (CF, art. 109, II)
- Pessoa residente ou domiciliada no
Internacional Recurso Ordinário: STJ (CF, art. art. 105, II, c)
Brasil
X
- Pessoas físicas que envolvam
Justiça do Trabalho (CF, art. 114, I)
relações trabalhistas

• Estado estrangeiro ou organismo internacional x Município ou pessoa


CASOS EM QUE DECISÃO DE
residente ou domiciliada no país = justiça federal (art. 109, II)  RO para o STJ
PRIMEIRA INSTÂNCIA É
(art. 105, II, c)
JULGADA DIRETAMENTE PELO
STJ/STF
• Crime político = justiça federal (art. 109, IV)  RO para o STF (art. 102, II, b)

(PROVA) III - as CAUSAS fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro OU organismo internacional;

- Quem julga, no Brasil, crime cometido por brasileiro no exterior e cuja extradição tenha sido negada?
• STJ: Justiça Federal (pacífico)
• STF: Justiça Federal (é o que tem prevalecido)
366

Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da ação penal que versa sobre crime praticado no
exterior que tenha sido transferida para a jurisdição brasileira, por negativa de extradição.
STJ. 3ª Seção. CC 154.656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018 (Info 625).
Em se tratando de cooperação internacional em que o Estado Brasileiro se compromete a promover o julgamento
criminal de indivíduo cuja extradição é inviável em função de sua nacionalidade, exsurge o interesse da União, o
que atrai a competência da Justiça Federal para o processamento e julgamento da ação penal, conforme preceitua
o art. 109, III, da Constituição Federal.
No caso dos autos, trata-se de imputação da prática dos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação
de cadáver e roubo, praticados por brasileiro em território português. Diante desse cenário, faz-se imperiosa a
incidência do art. 5º, 1, da Convenção de Extradição entre os Estados Membros da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa, promulgada pelo Decreto 7.935/2013.
STF. 1ª Turma. RE 1270585 AgR, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 31/08/2020.

(PROVA) IV - os CRIMES POLÍTICOS e as INFRAÇÕES PENAIS praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse
da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, EXCLUÍDAS as contravenções e RESSALVADA
a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
- Súmula nº 38, STJ: “Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por
contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas
entidades.” (PROVA)

#NÃOCONFUNDA:
JULGAMENTO DE CRIME POLÍTICO (PROVA)
1ª Instância Justiça Federal (art. 109, IV)

Recurso Ordinário Constitucional – ROC STF (art. 102, II, b)

- Justiça Federal não julga contravenções penais.


É da competência da Justiça estadual o julgamento de contravenções penais, mesmo que conexas com delitos de
competência da Justiça Federal.
STJ. 3ª Seção. CC 120.406-RJ, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocado do TJ-PE), Julgado
em 12/12/2012.
E se a contravenção penal for conexa com crime federal?
Haverá a cisão dos processos, de forma que o crime será julgado pela Justiça Federal e a contravenção pela Justiça
Estadual.
STJ. CC 204S4/RO, Rel. Min. Felix Fischer, Terceira Seção, julgado em 13/12/1999.
A doutrina afirma que existe uma exceção na qual a Justiça Federal julgaria contravenção penal. Trata-se da
hipótese de contravenção penal praticada por pessoa com foro privativo no Tribunal Regional Federal. Seria o
caso, por exemplo, de contravenção penal cometida por Juiz Federal ou Procurador da República. Em tais situações,
o julgamento ocorreria no TRF (e não na Justiça Estadual).

- Compete à Justiça Federal julgar crime ambiental praticado dentro de unidade de conservação criada por
decreto federal.
Se o crime ambiental for cometido em unidade de conservação criada por decreto federal, a competência para
julgamento será da Justiça Federal tendo em vista que existe interesse federal na manutenção e preservação da
região.
Logo, este delito gera possível lesão a bens, serviços ou interesses da União, atraindo a regra do art. 109, IV, da
Constituição Federal.
STJ. 3ª Seção. CC 142.016/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/08/2015.
Por outro lado, não haverá competência da Justiça Federal se o crime foi praticado dentro de área de proteção
ambiental criada por decreto federal, mas cuja fiscalização e administração foi delegada para outro ente federativo:
No caso, embora o local do dano ambiental esteja inserido na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São
Bartolomeu, criada pelo Decreto Federal n. 88.940/1993, não há falar em interesse da União no crime ambiental
sob apuração, já que lei federal subsequente delegou a fiscalização e administração da APA para o Distrito Federal
(art. 1º da Lei n. 9.262/1996).
367

3. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo de Direito da Vara Criminal e Tribunal do Júri de São
Sebastião/DF, o suscitado.
STJ. 3ª Seção. CC 158.747/DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/06/2018.

#NÃOCONFUNDA:
• Crime ambiental praticado dentro de unidade de conservação criada por decreto federal:
JUSTIÇA FEDERAL
• Crime ambiental praticado dentro de unidade de conservação criada por decreto federal, mas cuja
fiscalização e administração foi delegada para outro ente federativo: JUSTIÇA ESTADUAL

- Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de esbulho possessório de imóvel vinculado ao
Programa Minha Casa Minha Vida.
O art. 161, § 1º, inciso II, do Código Penal, incrimina a conduta de invadir terreno ou edifício alheio, para o fim de
esbulho possessório, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas.
A vítima do crime de esbulho possessório, tipificado no art. 161, § 1º, II, do Código Penal é o possuidor direto, pois
é quem exercia o direito de uso e fruição do bem. Na hipótese de imóvel alienado fiduciariamente, é o devedor
fiduciário que ostenta essa condição, pois o credor fiduciário possui tão-somente a posse indireta.
A Caixa Econômica Federal, enquanto credora fiduciária e, portanto, possuidora indireta, não é a vítima do referido
delito. Contudo, no âmbito cível, a empresa pública federal possui legitimidade concorrente para propor eventual
ação de reintegração de posse, diante do esbulho ocorrido. A sua legitimação ativa para a ação possessória
demonstra a existência de interesse jurídico na apuração do crime, o que é suficiente para fixar a competência
penal federal, nos termos do art. 109, IV, da CF/88.
Os imóveis que integram o Programa Minha Casa Minha Vida são adquiridos, em parte, com recursos
orçamentários federais. Tal fato evidencia o interesse jurídico da União na apuração do crime de esbulho
possessório em relação a esse bem, ao menos enquanto for ele vinculado ao mencionado Programa, ou seja,
quando ainda em vigência o contrato por meio do qual houve a compra do bem e no qual houve o subsídio
federal, o que é a situação dos autos.
STJ. 3ª Seção. CC 179.467-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/06/2021 (Info 700).

#NÃOCONFUNDA COM O SEGUINTE JULGADO:


- Não compete à Justiça Federal julgar crime ambiental ocorrido em programa Minha Casa Minha Vida pelo
simples fato de a CEF ter atuado como agente financiador da obra.
Compete à Justiça estadual o julgamento de crime ambiental decorrente de construção de moradias de programa
habitacional popular, nas hipóteses em que a Caixa Econômica Federal atue, tão somente, na qualidade de agente
financiador da obra.
O fato de a CEF atuar como financiadora da obra não tem o condão de atrair, por si só, a competência da Justiça
Federal. Isto porque para sua responsabilização não basta que a entidade figure como financeira. É necessário que
ela tenha atuado na elaboração do projeto ou na fiscalização da segurança e da higidez da obra.
STJ. 3ª Seção. CC 139.197-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 25/10/2017 (Info 615).

#NÃOCONFUNDA:
• Crime de esbulho possessório de imóvel vinculado ao Programa Minha Casa Minha Vida: JUSTIÇA FEDERAL
• Crime ambiental ocorrido em programa Minha Casa Minha Vida pelo simples fato de a CEF ter atuado
como agente financiador da obra: JUSTIÇA ESTADUAL

(PROVA) V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado
tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 72 DO STJ - COMPETÊNCIA CRIMINAL


2) A mera previsão do crime em tratado ou convenção internacional não atrai a competência da Justiça Federal,
com base no art. 109, inciso V, da CF/88, sendo imprescindível que a conduta tenha ao menos potencialidade para
ultrapassar os limites territoriais. (PROVA)
368

- O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não atrai a competência da justiça
federal. (PROVA)
O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não atrai a competência da justiça federal.
STF. 1ª Turma. HC 105461/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/3/2016 (Info 819).

- Tortura cometida contra brasileiro no exterior. (PROVA)


Crime de tortura praticado contra brasileiro no exterior: trata-se de hipótese de extraterritorialidade
incondicionada (art. 2º da Lei 9.455⁄97).
No Brasil, a competência para julgar será da _______________
Justiça Estadual.
O fato de o crime de tortura, praticado contra brasileiros, ter ocorrido no exterior, não torna, por si só, a Justiça
Federal competente para processar e julgar os agentes estrangeiros. Isso porque a situação não se enquadra, a
princípio, em nenhuma das hipóteses do art. 109 da CF/88.
STJ. 3ª Seção. CC 107.397-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/9/2014 (Info 548).

- Compete à Justiça Federal julgar os crimes dos arts. 241, 241-A e 241-B do ECA, se a conduta de
disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente tiver sido praticada
pela internet e for acessível transnacionalmente. #IMPORTANTE
Redação anterior da tese do Tema 393:
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material
pornográfico envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B da Lei nº 8.069/1990) quando praticados
por meio da rede mundial de computadores.
STF. Plenário. RE 628624/MG, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28 e
29/10/2015 (Repercussão Geral – Tema 393) (Info 805).
Redação atual, modificada em embargos de declaração:
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material
pornográfico, acessível transnacionalmente, envolvendo criança ou adolescente, quando praticados por meio da
rede mundial de computadores (arts. 241, 241-A e 241-B da Lei nº 8.069/1990).
STF. Plenário. RE 628624 ED, Rel. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 393) (Info 990
– clipping).

(PROVA) V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;

(PROVA) VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e
a ordem econômico-financeira;

- Redução a condição análoga à de escravo: Competência da Justiça Federal.


De quem é a competência para julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo?
Justiça Federal. O crime de redução à condição análoga a de escravo é previsto no art. 149 do Código Penal. Desse
modo, tal delito encontra-se encartado no Titulo I, que trata sobre os "crimes contra a pessoa" e não no Titulo IV
("Dos crimes contra a organização do trabalho).
Apesar disso, o STF entende que a topografia do delito (ou seja, sua posição no Código Penal), por si só, não tem
o condão de fixar a competência da Justiça Federal.
Em suma, a competência da Justiça Federal para julgar os crimes de redução à condição análoga à de escravo,
considerando que quaisquer condutas que violem não só o sistema de órgãos e instituições que preservam,
coletivamente, os direitos e deveres dos trabalhadores, mas também o homem trabalhador, atingindo-o nas
esferas em que a Constituição lhe confere proteção máxima, enquadram-se na categoria dos crimes contra a
organização do trabalho, se praticadas no contexto de relações de trabalho.
STF. Plenário. RE 459510/MT. Rel. Orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli. julgado em
26/11/2015 (lnfo 809).
STJ. 6ª Turma. RHC 25.583/MT. Rel. Min. Maria Therezo De Assis Moura. julgado em 09/08/2012.

VII - os HABEAS CORPUS, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de
autoridade cujos atos NÃO estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
369

VIII - os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato de autoridade federal, EXCETUADOS os
casos de competência dos tribunais federais;

(PROVA) IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, RESSALVADA a competência da Justiça Militar;

- Crimes cometidos a bordo de navio e aeronave.


O art. 109, IX, da CF/88 afirma que compete à Justiça Federal julgar os crimes praticados a bordo de navios ou
aeronaves, com exceção daqueles que forem da Justiça Militar.
• Navio: embarcação de grande porte. Para que o crime seja de competência da Justiça Federal, é necessário que
o navio seja uma “embarcação de grande porte”. Assim, se o delito for cometido a bordo de um pequeno barco,
lancha, veleiro etc., a competência será da Justiça Estadual.
• Navio em situação de deslocamento internacional ou em situação de potencial deslocamento: para que o
crime cometido a bordo de navio seja de competência da Justiça Federal, é necessário que o navio esteja em
deslocamento internacional ou em situação de potencial deslocamento (ex.: está parado provisoriamente no porto,
mas já seguirá rumo a outro país). Se o navio estiver atracado e não se encontrar em potencial situação de
deslocamento, a competência será da Justiça Estadual.
• Aeronave voando ou parada: a competência será da Justiça Federal mesmo que o crime seja cometido a bordo
de uma aeronave pousada. Não é necessário que a aeronave esteja em movimento para a competência ser da
Justiça Federal.
STJ. 3ª Seção. CC 118.503-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 22/4/2015 (Info 560).

- Subtração de aeronave particular: Justiça Estadual.


A subtração do próprio avião, que era particular, não se enquadra no conceito de delito cometido a bordo de
aeronave, o que afasta a competência da Justiça Federal para processar e julgar a ação penal.
Embora o sistema de controle de fronteiras seja, nos termos do inciso XXII do artigo 21 da Constituição Federal,
serviço da União, o delito ora investigado é o de roubo de um bem privado, razão pela qual o simples fato de a
aeronave haver sido levada para o estrangeiro não é suficiente para demonstrar o interesse da União na apuração
dos fatos, até mesmo porque, por se tratar de evasão clandestina, os serviços da Polícia Federal sequer foram
utilizados.
STJ. 5ª Turma. HC 352.480/MT, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 01/06/2017.

- Compete à Justiça Estadual julgar crime cometido a bordo de balão.


Compete à Justiça Estadual o julgamento de crimes ocorridos a bordo de balões de ar quente tripulados.
Os balões de ar quente tripulados não se enquadram no conceito de “aeronave” (art. 106 da Lei nº 7.565/86), razão
pela qual não se aplica a competência da Justiça Federal prevista no art. 109, IX, da CF/88).
STJ. 3ª Seção. CC 143.400-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/04/2019 (Info 648).

• Navio de grande porte e em situação de deslocamento internacional ou em situação de potencial


deslocamento: JUSTIÇA FEDERAL #
• Navio de grande porte e ______________________________________________________________________________
NÃO em situação de deslocamento internacional ou em situação de potencial
deslocamento:
______________ JUSTIÇA ESTADUAL
• Navio de pequeno porte (pequeno barco, lancha, veleiro etc.): JUSTIÇA ESTADUAL
__________________________________________________________________________________________________________
• Aeronave (pequeno ou grande porte) voando ou parada: JUSTIÇA FEDERAL #
• Subtração de aeronave particular: JUSTIÇA ESTADUAL
• Balão de ar quente tripulável: JUSTIÇA ESTADUAL

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a EXECUÇÃO de carta rogatória, após o


"exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a
respectiva opção, e à naturalização;

STJ (art. 105, I, i) JUSTIÇA FEDERAL (art. 109, X)


- HOMOLOGA: - EXECUTA:
• sentenças estrangeiras • sentenças estrangeiras, após homologação
• cartas rogatórias, após exequatur
370

- CONCEDE EXEQUATUR:
• cartas rogatórias

(PROVA) XI - a disputa sobre direitos indígenas.


- Súmula nº 140, STJ: “Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure
como autor ou vítima.” (PROVA)

- Crime praticado contra indígena.


A competência da Justiça Federal para processar e julgar ações penais de delitos praticados contra indígena
somente ocorre quando o processo versa sobre questões ligadas à cultura e aos direitos sobre suas terras, ou,
ainda, na hipótese de genocídio.
STJ. 3ª Seção. CC 38 517-RS. Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 24/10/2012.

- Calúnia e difamação praticados em disputa pela posição de cacique: competência da Justiça Federal.
Compete à Justiça Federal (e não à Justiça Estadual) processar e julgar ação penal referente aos crimes de calúnia
e difamação praticados no contexto de disputa pela posição de cacique em comunidade indígena (art. 109, XI, da
CF/88).
STJ. 3ª Seção. CC 123.016-TO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 26/6/2013 (Info 527).

- Indígenas agredidos por produtores rurais em disputa por terras pertencentes à comunidade indígena:
competência da Justiça Federal.
Os indígenas abordaram produtores rurais que estavam trabalhando nas terras pertencentes à comunidade
indígena, pedindo a paralisação das atividades. Os produtores rurais reagiram agredindo os indígenas com socos
e chutes.
A competência para julgar o fato é da Justiça Federal. Isso porque a motivação dos delitos gira em torno de disputa
por terras indígenas, situação na qual a jurisprudência entende que há interesse de toda a comunidade indígena,
a justificar o deslocamento da competência para a Justiça Federal (art. 109, XI, CF/88).
Não se aplica a Súmula 140 do STJ quando o crime envolve interesses coletivos da comunidade indígena.
Um dos produtores rurais agressores era cunhado de um indígena, circunstância que foi considerada irrelevante
pelo STJ para a definição da competência da Justiça Federal tendo em vista que a desavença entre eles não estava
ligada a seu convívio familiar.
STJ. 3ª Seção. CC 156.502/RR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/02/2018.

#NÃOCONFUNDA:
• Crimes que envolvam indígena como autor ou vítima: JUSTIÇA ESTADUAL
• Crimes que envolvam direito indígena: JUSTIÇA FEDERAL

SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL


STF STJ
- Súmula Vinculante nº 36: “Compete à Justiça - Súmula nº 122, STJ: “Compete a justiça federal o
Federal comum processar e julgar civil denunciado processo e julgamento unificado dos crimes conexos de
pelos crimes de falsificação e de uso de documento competência federal e estadual, não se aplicando a
falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de regra do art. 78, II, "a", do Código de Processo Penal.”
Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação
de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do - Súmula nº 147, STJ: “Compete a Justiça Federal
Brasil.” processar e julgar os crimes praticados contra
funcionário público federal, quando relacionados com o
- Súmula nº 522, STF: “Salvo ocorrência de tráfico com exercício da função.”
o exterior, quando, então, a competência será da
Justiça Federal, compete a justiça dos Estados o - Súmula nº 151, STJ: “A competência para o processo
processo e o julgamento dos crimes relativos a e julgamento por crime de contrabando ou descaminho
entorpecentes.” define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da
apreensão dos bens.”
371

- Súmula nº 165, STJ: “Compete à justiça federal


processar e julgar crime de falso testemunho cometido
no processo trabalhista.”

- Súmula nº 200, STJ: “O juízo federal competente


para processar e julgar acusado de crime de uso de
passaporte falso é o do lugar onde o delito se
consumou.”

- Súmula nº 208, STJ: “Compete a Justiça Federal


processar e julgar prefeito municipal por desvio de
verba sujeita a prestação de contas perante órgão
federal.”

JURISPRUDÊNCIA RESUMIDA SOBRE COMPETÊNCIA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL


- Crime de esbulho possessório de imóvel vinculado ao Programa Minha Casa Minha Vida (Info 700, STJ);

- Crime relacionado ao apagão no Amapá (CC 177048/AP, STJ);

- Disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente na rede mundial de


computadores e for acessível transnacionalmente - Arts. 241, 241-A e 241-B, ECA (Info 990, STF);

- Divulgação de imagens pornográficas de crianças e adolescentes em página da internet (CC 120.999/CE, STJ);

- Crime de estupro conexo com pornografia infantil (Info 715, STF);

- Crimes de caráter transnacional envolvendo animais silvestres, ameaçados de extinção e espécimes exóticos ou
protegidos por compromissos internacionais (Info 853, STF);

- Crime ambiental praticado dentro de unidade de conservação criada por decreto federal (CC 142.016/SP, STJ);
• Se houver delegação da fiscalização - Justiça Estadual.

- Crimes cometidos contra a Agência dos Correios ou Agência Comunitária dos Correios (CC 122.596-SC, STJ);
• Agência Franqueada NÃO – Justiça Estadual.

- Contrabando e Descaminho, ainda que inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta (Info 635, STJ);

- Venda de cigarro importado, permitido pela ANVISA, desacompanhada de nota fiscal e sem comprovação de
pagamento do imposto de importação (Info 631, STJ);

- Crime contra a vida em desfavor de policiais militares, consumado ou tentado, praticado no contexto de crime
de roubo armado contra órgãos, autarquias ou empresas públicas da União (Info 659, STJ);

- Latrocínio contra policiais rodoviários federais que reprimiram roubo a banco (HC 309.914/RS, STJ);

- Oferta pública de contrato de investimento coletivo em criptomoedas sem prévia autorização da CVM (Info 667,
STJ);

- Conceder medida protetiva em favor de mulher ameaçada por ex-namorado que mora nos EUA e faz as ameaças
por meio do Facebook (Info 636, STJ);

- Crimes de violação de direito autoral e contra a lei de software relacionados com o card sharing (Info 620, STJ);
372

- Crime de redução à condição análoga à de escravo - art. 149, CP (Info 809, STF);

- Uso de passaporte falso perante a Polícia Federal (RHC 31.039/RJ, STJ);

- Uso de documento falso perante a Polícia Rodoviária Federal (CC 124.498/ES, STJ);

- Destruição de título de eleitor de terceiro sem finalidade eleitoral (Info 555, STJ);

- Calúnia e difamação praticadas em disputa pela posição de cacique (Info 527, STJ);

- Indígenas agredidos por produtores rurais em disputa por terras pertencentes à comunidade indígena (CC
156.502/RR, STJ);

- Crime cometido no exterior e cuja extradição tenha sido negada: STJ: pacífico (Info 625, STJ); STF: é o que tem
prevalecido (RE 1270585 AgR, STF);

- Crimes praticados contra consulado estrangeiro (RE 831.996, STF);


• Para o STJ é competência da Justiça Estadual (Info 527, STJ).

- Crimes envolvendo recursos do FUNDEF (CC 123.817-PB, STJ);

- Crime de desvio de verbas do SUS (Info 527, STJ);

- Crime de importação de anabolizante (CC 128.668-SP, STJ);

§ 1º As causas em que a União for AUTORA serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.

§ 2º As causas intentadas CONTRA a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o
autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou,
ainda, no Distrito Federal.

- O autor pode optar pelo ajuizamento da ação contra a União na capital do Estado-membro, mesmo que
exista Vara Federal instalada no município do interior em que ele for domiciliado.
O art. 109, § 2º, da Constituição Federal encerra a possibilidade de a ação contra a União ser proposta no domicílio
do autor, no lugar em que ocorrido o ato ou fato ou em que situada a coisa, na capital do estado-membro, ou
ainda no Distrito Federal.
Desse modo, o autor, se quiser ajuizar demanda contra a União, terá cinco opções, podendo propor a ação:
a) no foro do domicílio do autor;
b) no lugar em que ocorreu o ato ou fato que deu origem à demanda;
c) no lugar em que estiver situada a coisa;
d) na capital do Estado-membro; ou
e) no Distrito Federal.
STF. 1ª Turma. RE 463101 AgR-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/10/2015.
STF. 2ª Turma.ARE 1151612 AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/11/2019 (Info 960).

- Aplicação do § 2" do art. 109 da CF/88 também às autarquias federais.


O § 2º do art. 109 da CF/88 prevê que as causas propostas contra a União poderão ser ajuizadas na seção (ou
subseção) judiciária:
- em que for domiciliado o autor;
- onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda;
- onde esteja situada a coisa; ou
- no Distrito Federal.
373

Apesar de o dispositivo somente falar em "União", o STF entende que a regra de competência prevista no § 2º do
art. 109 da CF/88 também se aplica às ações propostas contra autarquias federais. Isso porque o objetivo do
legislador constituinte foi o de facilitar o acesso à justiça.
STF. Plenário. RE 627709/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowsk. Julgado em 20/08/2014 (lnfo 755).

§ 3º LEI poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem parte instituição de
previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na JUSTIÇA ESTADUAL quando a comarca do
domicílio do segurado não for sede de vara federal.

- Se uma ação contra o INSS estava tramitando na justiça estadual por força da competência federal
delegada (art. 109, § 3º, da CF) as alterações promovidas pela Lei 13.876/2019 não irão influenciar neste
processo.
Os efeitos da Lei nº 13.876/2019 na modificação de competência para o processamento e julgamento dos
processos que tramitam na Justiça Estadual no exercício da competência federal delegada insculpido no art. 109,
§ 3º, da Constituição Federal, após as alterações promovidas pela Emenda Constitucional nº 103/2019, aplicar-se-
ão aos feitos ajuizados após 1º de janeiro de 2020.
As ações, em fase de conhecimento ou de execução, ajuizadas antes de 01/01/2020, continuarão a ser processadas
e julgadas no juízo estadual, nos termos em que previsto pelo § 3º do art. 109 da Constituição Federal, pelo inciso
III do art. 15 da Lei nº 5.010/65, em sua redação original.
STJ. 1ª Seção. CC 170051-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 21/10/2021 (IAC 6) (Info 716).

- A competência prevista no § 3º do art. 109 da Constituição Federal, da Justiça comum, pressupõe


inexistência de Vara Federal na Comarca do domicílio do segurado.
O § 3º do art. 109 da CF/88 afirma que, se não existir vara federal na comarca do domicílio do segurado, a lei
poderá autorizar que esse segurado ajuíze a ação contra o INSS na justiça estadual:
Art. 109. (...) § 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem parte
instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual quando a
comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal.
A delegação de competência de que trata esse dispositivo constitucional foi feita pelo art. 15, III, da Lei nº 5.010/66,
com redação dada pela Lei nº 13.876/2019.
Vale ressaltar que o que importa é que não exista vara federal na comarca.
Algumas vezes uma mesma comarca abrange mais de um Município. Se no Município não existir vara federal, mas
houver na Comarca, então, neste caso, o segurado terá que se deslocar até lá para ajuizar a ação.
Ex: em Itatinga (SP) não existe vara federal; no entanto, Itatinga faz parte da comarca de Botucatu. Em Botucatu
existe vara federal. Logo, o segurado terá que se deslocar até lá para ajuizar a ação contra o INSS.
STF. Plenário. RE 860508/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 820) (Info
1008).

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área
de jurisdição do juiz de primeiro grau.

(PROVA) § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou
processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (INCIDENTE DE DESLOCAMENTO
DE COMPETÊNCIA OU FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES CONTRA OS DIREITOS HUMANOS)
374

INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNICA (art. 109, § 5º, CF) (PROVA)


Legitimidade PGR

Momento Inquérito ou Processo

Hipótese Grave violação de direitos humanos

Assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados


Finalidade
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte

Perante o.. STJ

Incidente de deslocamento de
Justiça Estadual
competência da..

Para a.. Justiça Federal

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a
respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão
aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Seção V
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais
do Trabalho e dos Juízes do Trabalho
Art. 111. São órgãos da JUSTIÇA DO TRABALHO:
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juízes do Trabalho.

Art. 111-A. O TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO compõe-se de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre
brasileiros com MAIS de trinta e cinco e MENOS de setenta anos de idade, de notável saber jurídico e reputação
ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
(EC nº 122/2022)
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados
pelo próprio Tribunal Superior.

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:


I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa,
orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do
sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.

§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação para a preservação
de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões.

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-
la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
375

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício
dos órgãos da Justiça do Trabalho.

Art. 114. Compete à JUSTIÇA DO TRABALHO processar e julgar:


I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e
empregadores;
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à
sua jurisdição;
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das
relações de trabalho;
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes
das sentenças que proferir;
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum
acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas
as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público
do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

Art. 115. Os TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com MAIS de trinta e
MENOS de setenta anos de idade, sendo: (EC nº 122/2022)
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente.

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais
funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
públicos e comunitários.

§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais,


a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.

Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
Art. 118. São órgãos da JUSTIÇA ELEITORAL:
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
III - os Juízes Eleitorais;
IV - as Juntas Eleitorais.
376

Art. 119. O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL compor-se-á, NO MÍNIMO, de sete membros, ESCOLHIDOS:

I - mediante ELEIÇÃO, pelo voto secreto:


a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

II - por NOMEAÇÃO do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

- Eleição (voto secreto):


3 juízes dentre os M do STF
Composição mínima:
2 juízes dentre M do STJ
TSE 7 Ministros,
- Nomeados pelo PR
escolhidos:
2 juízes dentre 6 adv de notável saber jurídico e idoneidade
moral, indicados pelo STF

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do
Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Presidente e Vice Ministros do STF


TSE
Corregedor Eleitoral Ministros do STJ

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:


I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo,
de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.

Art. 121. LEI COMPLEMENTAR disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das
juntas eleitorais.

§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções,
e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais
de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número
igual para cada categoria.

§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as
denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
377

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;


V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.

Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 122. São órgãos da JUSTIÇA MILITAR:
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.

Art. 123. O SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha,
quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto
mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros com MAIS de
trinta e cinco e MENOS de setenta anos de idade, sendo: (EC nº 122/2022)
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.

Art. 124. À JUSTIÇA MILITAR compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.

Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária
de iniciativa do Tribunal de Justiça.

(PROVA) § 2º Cabe aos Estados a instituição de REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE de leis ou atos


normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, VEDADA a atribuição da legitimação para
agir a um único órgão.

- Legitimados da ADI estadual são estabelecidos pela Constituição estadual. #IMPORTANTE (PROVA)
A Constituição estadual é quem definirá quais são as pessoas que têm legitimidade para propor a ação. A CF/88
proíbe que seja apenas um legitimado.
A Constituição estadual poderá instituir outros legitimados que não encontram correspondência no art. 103 da
CF/88. Ex.: Deputado Estadual poderá ser um dos legitimados mesmo não estando contemplado no art. 103 da
CF/88.
STF. Plenário. RE 261677, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgado em 06/04/2006.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL,
constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo
próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior
a vinte mil integrantes.

1º grau - Juízes de direito e Conselhos de Justiça


- próprio Tribunal de Justiça
JUSTIÇA MILITAR
ou
ESTADUAL 2º grau
- Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo
militar seja superior a vinte mil integrantes.
378

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos
em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, RESSALVADA a competência do júri quando a
vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da
graduação das praças.

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça,
sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.

§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar
o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
competência exclusiva para questões agrárias.
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio.

- As varas especializadas em matéria agrária previstas no art. 126 da CF/88 podem julgar outras matérias
correlacionadas (exs: ambientais e minerárias), além de processos criminais que tenham motivação agrária,
não podendo, contudo, julgar matérias federais.
As varas especializadas em matéria agrária (art. 126 da CF/88) não possuem, necessariamente, competência restrita
apenas à matéria de sua especialização.
Não ofende a CF a legislação estadual que atribui competência aos juízes agrários, ambientais e minerários para a
apreciação de causas penais, cujos delitos tenham sido cometidos em razão de motivação predominantemente
agrária, minerária, fundiária e ambiental.
É inconstitucional dispositivo de lei estadual que atribui competência a juízes estaduais para julgar matérias de
competência da justiça federal.
STF. Plenário. ADI 3433/PA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1/10/2021 (Info 1032).

- Legitimidade do TJ para impetrar mandado de segurança em defesa de sua autonomia institucional.


O Tribunal de Justiça, mesmo não possuindo personalidade jurídica própria, detém legitimidade autônoma para
ajuizar mandado de segurança contra ato do Governador do Estado em defesa de sua autonomia institucional.
Ex: mandado de segurança contra ato do Governador que está atrasando o repasse dos duodécimos devidos ao
Poder Judiciário.
STF. 1ª Turma. MS 34483-MC/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/11/2016 (Info 848).

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

Defensoria Pública

FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA Advocacia Pública

#BIZU: DAMA Ministério Público

Advocacia
379

SEÇÃO I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
(PROVA) Art. 127. O MINISTÉRIO PÚBLICO é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a DEFESA da ordem jurídica, do
__________________________ regime democrático e dos interesses
_______________________ sociais e individuais
_______________________________
indisponíveis.
_____________

(PROVA) § 1º São PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS do Ministério Público a UNIDADE, a INDIVISIBILIDADE e a


INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL. #BIZU: UII

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no


art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por
concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá
sobre sua organização e funcionamento.

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias.

§ 4º SE o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido
na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados na forma do § 3º.

§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados
na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual.

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

- O art. 127 da CF/88 assegura ao MP autonomia financeira. (PROVA)


É constitucional dispositivo da Constituição Estadual que assegura ao Ministério Público autonomia financeira e a
iniciativa ao Procurador-Geral de Justiça para propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção dos cargos e
serviços auxiliares e a fixação dos vencimentos dos membros e dos servidores de seus órgãos auxiliares.
Também é constitucional a previsão de que o Ministério Público elaborará a sua proposta orçamentária dentro
dos limites estabelecidos pela LDO.
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

(PROVA) Art. 128. O ministério público ABRANGE:


I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.

(PROVA) § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente
da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal (sabatina), para mandato de dois anos, permitida a
recondução.

(PROVA) § 2º A DESTITUIÇÃO do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, __________


deverá ser
precedida de AUTORIZAÇÃO da maioria absoluta do Senado Federal.
__________________________________________________________________
380

(PROVA) § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre
integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo
Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

- O PGJ somente pode ser reconduzido uma única vez. (PROVA)


É inconstitucional
______________ dispositivo de CE que permita a recondução ao cargo de Procurador-Geral de Justiça sem limite
de mandatos.
Essa previsão contraria o art. 128, § 3º da CF/88, que autoriza uma única recondução.
STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 (Info 847).

(PROVA) § 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser DESTITUÍDOS por
deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da LEI COMPLEMENTAR respectiva.

PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA PROCURADOR-GERAL DA JUSTIÇA


(PGR) (PGJ)
Chefe Do MPU Do MPE e MPDFT
MPE: Governador
Escolha Presidente da República
MPDFT: Presidente da República
Lista Não Sim
Recondução Não há limites Admite apenas uma
Nomeação Aprovação por maioria absoluta dos Não é necessária aprovação pela
Sabatina membros do Senado Federal Assembleia Legislativa
Autorização da maioria absoluta dos
Autorização da maioria absoluta dos
Destituição membros do Assembleia Estadual, na
membros do Senado Federal
forma da LC respectiva
Crime comum: STF
Foro p/ Julgamento Crime de responsabilidade: Senado Crime comum e de responsabilidade: TJ
Federal

(PROVA) § 5º LEIS COMPLEMENTARES da União e dos Estados, cuja INICIATIVA é facultada aos respectivos
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público,
observadas, relativamente a seus membros:

- É ________________
inconstitucional a atribuição de iniciativa privativa a Governador de estado para leis que disponham
sobre a organização do Ministério Público estadual.
A atribuição de iniciativa privativa ao Governador do Estado para leis que disponham sobre a organização do
Ministério Público estadual contraria o modelo delineado pela Constituição Federal nos arts. 61, § 1º, II, d, e 128, §
5º. Nos estados, os Ministérios Públicos poderão estabelecer regras sobre sua organização, atribuições de seus
membros e seu estatuto por meio de lei complementar de iniciativa do respectivo Procurador-Geral de Justiça.
Assim, na esfera estadual, coexistem dois regimes de organização: (i) a Lei Orgânica Nacional (Lei 8.625/1993); e
(ii) a Lei Orgânica do estado-membro, que delimita as regras acima referidas e que, como visto, se dá através de
lei complementar de iniciativa do ProcuradorGeral de Justiça. Com base nesse entendimento, o STF declarou
inconstitucional a expressão “do Ministério Público”, prevista no art. 63, parágrafo único, V, da Constituição do
Estado do Espírito Santo: “Art. 63. A iniciativa das leis cabe a qualquer membro ou comissão da Assembleia
Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Ministério Público e aos cidadãos, satisfeitos os
requisitos estabelecidos nesta Constituição. Parágrafo único. São de iniciativa privativa do Governador do Estado
as leis que disponham sobre: (...) V - organização do Ministério Público, da Procuradoria-Geral do Estado e da
Defensoria Pública;” STF. Plenário. ADI 400/ES, Rel. Min. Nunes Marques, redator do acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 20/6/2022 (Info 1059).

(PROVA) I - as seguintes GARANTIAS:


a) VITALICIEDADE, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial
transitada em julgado;
381

b) INAMOVIBILIDADE, SALVO por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;
c) IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI,
150, II, 153, III, 153, § 2º, I;

- O art. 227, VIII, da LC 75/93 autoriza que ato do PGR estipule prazo de duração para o recebimento do
auxílio-moradia, estando essa limitação temporal em harmonia com o regime de subsídio, em parcela
única, previsto no art. 39, § 4º e no art. 128, § 5º, I, “c”, da CF/88.
O art. 227, VIII, da LC 75/93 prevê que os membros do MPU terão direito ao pagamento de auxílio-moradia, desde
que estejam em uma lotação considerada particularmente difícil ou onerosa.
Esse dispositivo legal autoriza que ato do PGR imponha outras restrições ao recebimento do auxílio-moradia, como
é o caso de prazo máximo de duração do benefício.
Desse modo, a estipulação de prazo de duração para o recebimento do auxílio-moradia não ofende o princípio da
legalidade e está em harmonia com o regime de subsídio, em parcela única, previsto no art. 39, § 4º e no art. 128,
§ 5º, I, “c”, da CF/88.
A fixação de restrição temporal para o recebimento do auxílio-moradia está de acordo com o princípio da
razoabilidade, pois o auxílio-moradia tem caráter provisório e precário, não devendo se dilatar eternamente no
tempo. O recebimento do aludido benefício sem limitação temporal configuraria verdadeira parcela remuneratória.
STF. 2ª Turma. MS 26415/DF, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/3/2020
(Info 970).

(PROVA) II - as seguintes VEDAÇÕES:


a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária;
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas,
ressalvadas as exceções previstas em lei.

- Impossibilidade de o membro do MP exercer cargos fora da Instituição. (PROVA)


Membros do Ministério Público não podem ocupar cargos públicos fora do âmbito da Instituição, salvo cargo de
professor e funções de magistério.
A Resolução 72/2011 do CNMP, ao permitir que membro do Parquet exerça cargos fora do MP, é flagrantemente
contrária ao art. 128, § 5º, II, "d", da CF/88.
Consequentemente, a nomeação de membro do MP para o cargo de Ministro da Justiça viola o texto
constitucional.
STF. Plenário. ADPF 388, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 09/03/2016 (Info 817).

§ 6º APLICA-SE aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.
Art. 95. Parágrafo único. Aos juízes é VEDADO: (...)
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, ANTES DE DECORRIDOS três anos do afastamento
do cargo por aposentadoria ou exoneração.

(PROVA) Art. 129. São FUNÇÕES INSTITUCIONAIS do Ministério Público:


I - promover, PRIVATIVAMENTE, a ação penal pública, na forma da lei;
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados
nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
382

- O Ministério Público possui legitimidade ativa para impetrar Mandado de Segurança a fim de promover
a defesa dos interesses transindividuais e do patrimônio público material ou imaterial.
Caso concreto: o Desembargador Corregedor determinou que a serventia extrajudicial fizesse o registro de
alienação de um imóvel público para um particular. O Ministério Público impetrou mandado de segurança
alegando que esse ato seria ilegal.
O TJ entendeu que o Ministério Público não teria legitimidade para impetrar mandado de segurança neste caso e
que deveria ter proposto ação civil pública.
O STJ não concordou.
O fato de o art. 129, III, da CF/88 indicar que o Ministério Público deve promover a ação civil pública na defesa do
patrimônio público, obviamente, não o impossibilita de se utilizar de outros meios para a proteção de interesses
e direitos constitucionalmente assegurados, difusos, coletivos, individuais e sociais indisponíveis, especialmente
diante do princípio da máxima efetividade dos direitos fundamentais.
STJ. 2ª Turma. RMS 67.108-MA, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/04/2022 (Info 732).
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados,
nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e
documentos para instruí-los, na forma da LEI COMPLEMENTAR respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da LEI COMPLEMENTAR mencionada no artigo
anterior;
- O MP, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso às OMPs. (PROVA)
O Ministério Público, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso a ordens de missão
policial (OMP).
Ressalva: no que se refere às OMPs lançadas em face de atuação como polícia investigativa, decorrente de
cooperação internacional exclusiva da Polícia Federal, e sobre a qual haja acordo de sigilo, o acesso do Ministério
Público não será vedado, mas realizado a posteriori.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.365.910-RS, Rel. Min. Humberto Martins. Rel. para acórdão Min. Mauro Campbell Marques.
julgado em 05/04/2016 (lnfo 590).

- MPF não tem acesso irrestrito a todos os relatórios de inteligência produzidos pela Diretoria de Inteligência
da Polícia Federal.
O controle externo da atividade policial exercido pelo Ministério Público Federal não lhe garante o acesso irrestrito
a todos os relatórios de inteligência produzidos pela Diretoria de Inteligência do Departamento de Polícia Federal,
mas somente aos de natureza persecutório-penal.
O controle externo da atividade policial exercido pelo Parquet deve circunscrever-se à atividade de polícia
judiciária, conforme a dicção do art. 9º da LC n. 75/93, cabendo-lhe, por essa razão, o acesso aos relatórios de
inteligência policial de natureza persecutório-penal, ou seja, relacionados com a atividade de investigação criminal.
O poder fiscalizador atribuído ao Ministério Público não lhe confere o acesso irrestrito a "todos os relatórios de
inteligência" produzidos pelo Departamento de Polícia Federal, incluindo aqueles não destinados a aparelhar
procedimentos investigatórios criminais formalizados.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.439.193-RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/6/2016 (Info 587).
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos
jurídicos de suas manifestações processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe VEDADA
__________________
a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
____________________________________________________________________

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas
mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.

(PROVA) § 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na
comarca da respectiva lotação, SALVO autorização do chefe da instituição.
383

- É inconstitucional
_______________ lei estadual que exige que o membro do Ministério Público comunique à Corregedoria
todas as vezes que for se ausentar da comarca onde está lotado.
É inconstitucional, por configurar ofensa à liberdade de locomoção, a exigência de prévia comunicação ou
autorização para que os membros do Ministério Público possam se ausentar da comarca ou do estado onde
exercem suas atribuições.
STF. Plenário. ADI 6845/AC, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 22/10/2021 (Info 1035).

(PROVA) § 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos,
assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em
direito, NO MÍNIMO, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.

- Momento de comprovação dos três anos de atividade jurídica.


A comprovação do triênio de atividade jurídica exigida para o ingresso no cargo de juiz substituto, nos termos do
art. 93, I, da CF, deve ocorrer no momento da inscrição definitiva no concurso público.
STF. Plenário. RE 655265/DF. Rel. Orig. Min. Luiz Fux. red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 13/04/2016
(repercussão geral) (lnfo 821).
Obs.: O entendimento acima exposto vale também para os concursos do MP (art. 3º da Resolução 40/2009).

- Concurso público para ingresso no MP e três anos de atividade jurídica.


A Constituição Federal exige, como requisito para ingresso na carreira da Magistratura, do Ministério Público e da
Defensoria Pública, além da aprovação em concurso público, que o bacharel em direito possua, no mínimo, três
anos de atividade jurídica (art. 93, I e art. 129, § 3º).
A referência a “três anos de atividade jurídica”, contida na CF/88, não se limita à atividade privativa de bacharel em
Direito. Em outras palavras, os três anos de atividade jurídica não precisam ter sido exercidos em um cargo privativo
de bacharel em Direito.
Assim, por exemplo, se uma pessoa desempenhou por mais de três anos o cargo de técnico judiciário (nível médio),
mas nele realizava atividades de cunho jurídico, ele terá cumprido o referido requisito.
STF. 1ª Turma. MS 27601/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 22/9/2015 (Info 800).

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.

§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta
seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

- É inconstitucional, por ofensa ao princípio da separação dos Poderes, norma estadual que submete as
despesas com pessoal do Ministério Público de Contas aos limites orçamentários fixados para o Poder
Executivo. #IMPORTANTE
Caso concreto: a CE/RR previu que “As despesas com o Ministério Público de Contas ocorrerão por conta da
dotação orçamentária anual, dentro dos limites legais destinados ao Poder Executivo Estadual.”
Cabe ao próprio Tribunal de Contas a iniciativa de leis que tratem de sua organização e estrutura internas, o que
inclui a organização do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas estadual, não sendo admissível que ato
legislativo de iniciativa do Executivo disponha sobre a matéria. Mesmo emenda constitucional de estatura estadual
emanada do Poder Constituinte Decorrente não é instrumento com aptidão para burlar à regra constitucional da
iniciativa reservada.
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas integra, em termos estruturais, as Cortes de Contas, órgãos
auxiliares do Poder Legislativo no mister de controle externo, motivo pelo qual suas despesas não devem se
submeter aos limites orçamentários fixados para o Poder Executivo, sendo certo, ainda, que o limite prudencial de
despesas com pessoal se aplica a cada um dos Poderes do ente federativo.
STF. Plenário. ADI 5563/RR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/6/2022 (Info 1057).
384

MINISTÉRIO PÚBLICO
- Defesa da Ordem Jurídica

Incumbências/Missão - Defesa do Regime Democrático

- Defesa dos Interesses Sociais e Individuais Indisponíveis


- Unidade

Princípios Institucionais - Indivisibilidade

- Independência Funcional
- promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
- zelar pelo efetivo respeito aos Poderes Públicos e dos serviços de relevância
pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas
necessárias a sua garantia;
- promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
- promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
- defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
Funções Institucionais - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência,
requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei
complementar respectiva;
- exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar
mencionada no artigo anterior;
- requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados
os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
- exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua
finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de
entidades públicas.
- vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão
por sentença judicial transitada em julgado;
- inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do
Garantias dos membros
órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta
de seus membros, assegurada ampla defesa;
- irredutibilidade de subsídio
- receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou
custas processuais;
- exercer a advocacia;
- participar de sociedade comercial, na forma da lei;
- exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma
Vedações aos Membros de magistério;
- exercer atividade político-partidária;
- receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
- exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos
três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
1. Ministério Público da União - MPU
a) Ministério Público Federal (MPF)
b) Ministério Público do Trabalho (MPT)
Composição c) Ministério Público Militar (MPM)
d) Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
385

2. Ministérios Públicos dos Estados – MPEs


1. MPU
Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre
integrantes da carreira, maiores de 35 anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de 2 anos,
permitida a recondução.
Chefia
2. MPEs e MPDFT
Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, nomeados pelo
Chefe do Poder Executivo, a partir de lista tríplice formada por integrantes da
carreira, na forma da lei respectiva, para mandato de 2 anos, permitida uma
recondução.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

SÚMULAS SOBRE MINISTÉRIO PÚBLICO


STF STJ
- Súmula nº 643, STF: “O Ministério Público tem - Súmula nº 99, STJ: “O Ministério Público tem
legitimidade para promover ação civil pública cujo legitimidade para recorrer no processo em que oficiou
fundamento seja a ilegalidade de reajuste de como fiscal da lei, ainda que não haja recurso da parte.” (PROVA)
mensalidades escolares.” (PROVA)
- Súmula nº 116, STJ: “A Fazenda Pública e o Ministério
- Súmula nº 701, STF: “No mandado de segurança Público têm prazo em dobro para interpor agravo
impetrado pelo Ministério Público contra decisão regimental no SuperiorTribunal de Justiça.”
proferida em processo penal, é obrigatória a citação do
réu como litisconsorte passivo.” (PROVA) - Súmula nº 189, STJ: “É desnecessária a intervenção
do Ministério Público nas execuções fiscais.” (PROVA)

- Súmula nº 226, STJ: “O Ministério Público tem


legitimidade para recorrer na ação de acidente do
trabalho, ainda que o segurado esteja assistido por
advogado.”

- Súmula nº 234, STJ: “A participação de membro do


Ministério Público na fase investigatória criminal não
acarreta o seu impedimento ou suspeição para o
oferecimento da denúncia.” (PROVA)

- Súmula nº 329, STJ: “O Ministério Público tem


legitimidade para Propor ação civil pública em defesa
do patrimônio público.” (PROVA)

- Súmula nº 604, STJ: “O mandado de segurança não


se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso
criminal interposto pelo Ministério Público.”

JURISPRUDÊNCIA SOBRE MINISTÉRIO PÚBLICO (OUTROS JULGADOS)


💀 TEMAS DIVERSOS
- Conflito de atribuições envolvendo MPE e MPF deve ser dirimido pelo CNMP. #IMPORTANTE (PROVA)
Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios Públicos estaduais.
STF. Plenário. ACO 924/SP, Rel. para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020.
STF. Plenário. Pet 4891, Rel. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 16/06/2020 (Info
985 – clipping).
386

QUEM DECIDE O CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES ENTRE MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO?


MPE do Estado 1 x MPE do Estado 1 Procurador-Geral de Justiça do Estado 1
MPF x MPF CCR, com recurso ao PGR
MPU (ramo 1) x MPU (ramo 2) Procurador-Geral da República
MPE x MPF CNMP
MPE do Estado 1 x MPE do Estado 2 CNMP
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

- Compete aos Tribunais de Justiça estaduais processar e julgar os delitos comuns, não relacionados com o
cargo, em tese praticados por Promotores de Justiça. #IMPORTANTE (PROVA)
Situação hipotética: João estava de passagem por Aracaju (SE) e ali praticou um crime. Vale ressaltar que João é
Promotor de Justiça no Estado do Ceará. Importante também registrar que o delito por ele praticado não tem
nenhuma relação com o cargo ocupado. O feito foi inicialmente distribuído ao Juízo de Direito da Vara Criminal
de Aracaju (1ª instância da Justiça estadual de Sergipe). O juiz, contudo, reconheceu sua incompetência sob o
fundamento de que, nos termos do art. 96, III, da CF/88, compete ao Tribunal de Justiça julgar os crimes praticados
por Promotores de Justiça.
O TJ/CE, entretanto, disse o seguinte: no julgamento da AP 937 QO/RJ, o STF conferiu nova interpretação (restritiva)
ao art. 102, I, alíneas “b” e “c”, da CF/88, fixando a competência daquela Corte para julgar os membros do
Congresso Nacional exclusivamente quanto aos crimes praticados no exercício e em razão da função pública
exercida. Pelo princípio da simetria, esta interpretação restritiva do foro por prerrogativa de função deveria ser
aplicada também pelo Tribunal de Justiça. Logo, como o crime praticado pelo Promotor de Justiça não foi cometido
em razão da função pública por ele exercida, a competência seria do juiz de 1ª instância.
O STJ afirmou que a competência é, de fato, do Tribunal de Justiça. ATENÇÃO!
__________________________________________________________________________________________________________
A Corte Especial do STJ, no julgamento da QO na APN 878/DF reconheceu sua competência para julgar
Desembargadores acusados da prática de crimes com ou sem relação ao cargo, não identificando simetria com o
precedente do STF. Naquela oportunidade, firmou-se a compreensão de que se Desembargadores fossem
julgados por Juízo de Primeiro Grau vinculado ao Tribunal ao qual ambos pertencem, criar-se-ia, em alguma
medida, um embaraço ao Juiz de carreira responsável pelo julgamento do feito. Em resumo, o STJ apontou
discrímen relativamente aos magistrados para manter interpretação ampla quanto ao foro por prerrogativa de
função, aplicável para crimes com ou sem relação com o cargo, com fundamento na necessidade de o julgador
desempenhar suas atividades judicantes de forma imparcial.
Nesse contexto, considerando que a previsão da prerrogativa de foro da Magistratura e do Ministério Público
encontra-se descrita no mesmo dispositivo constitucional (art. 96, III, da CF/88), seria desarrazoado conferir-lhes
tratamento diferenciado.
STJ. 3ª Seção. CC 177.100-CE, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 08/09/2021 (Info 708).

- Ação de improbidade administrativa proposta contra Promotor de Justiça (podendo resultar na perda do
cargo): julgada em 1ª instância; ação civil de perda de cargo de Promotor não envolvendo improbidade
administrativa: julgada pelo TJ. #IMPORTANTE (PROVA)
Ação Civil de perda de cargo de Promotor de Justiça cuja causa de pedir não esteja vinculada a ilícito capitulado
na Lei nº 8.429/92 deve ser julgada pelo Tribunal de Justiça.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.737.900-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 19/11/2019 (Info 662).

AÇÃO CIVIL DE PERDA DE CARGO PROPOSTA CONTRA PROMOTOR DE JUSTICA


Se a causa de pedir não estiver vinculado a ilícito
Se for uma ação de improbidade administrativa
capitulado na Lei nº 8.429/92
A ação pode ser proposta por um Promotor de A ação deverá ser proposta pelo Procurador-Geral de
Justiça ou pela Pessoa Jurídica Interessada Justica
A ação será julgada pelo juízo de 1ª instância A ação deverá julgada pelo Tribunal de Justiça
É regida pela Lei nº 8.429/92 É regida pela Lei nº 8.625/93
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.
387

- Termo inicial da ação civil para a perda do cargo de membro do MP.


Na hipótese de membro de Ministério Público Estadual praticar falta administrativa também prevista na lei penal
como crime, o prazo prescricional da ação civil para a aplicação da pena administrativa de perda do cargo somente
tem início com o trânsito em julgado da sentença condenatória na órbita penal.
STJ. 2ª Turma.REsp 1535222-MA, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 28/3/2017 (Info 601).

- Servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público não podem exercer a advocacia. (PROVA)
São constitucionais as restrições ao exercício da advocacia aos servidores do Poder Judiciário e do Ministério
Público, previstas nos arts. 28, IV, e 30, I, da Lei nº 8.906/94, e no art. 21 da Lei nº 11.415/2006 (atual art. 21 da Lei
nº 13.316/2015).
STF. Plenário. ADI 5235/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/6/2021 (Info 1021).

- É inconstitucional norma que prevê a designação bienal para o exercício de funções institucionais inerentes
às respectivas carreiras dos membros do MPU.
O STF declarou a inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, dos arts. 216, 217 e 218, da LC 75/93 (Lei
orgânica do MPU), de modo a afastar qualquer interpretação que implique remoção do membro da carreira de
seu ofício de lotação.
Art. 216. As designações, salvo quando estabelecido outro critério por esta lei complementar, serão feitas por lista,
no último mês do ano, para vigorar por um biênio, facultada a renovação.
Art. 217. A alteração da lista poderá ser feita, antes do termo do prazo, por interesse do serviço, havendo: (...)
Art. 218. A alteração parcial da lista, antes do termo do prazo, quando modifique a função do designado, sem a
sua anuência, somente será admitida nas seguintes hipóteses: (...)
Dentro da estrutura organizacional do MPU, as unidades de lotação dos integrantes de suas carreiras
correspondem aos denominados ofícios, que representam os locais em que exercidas suas atribuições
institucionais. Após lotados em determinado ofício, eles gozam da garantia constitucional da inamovibilidade.
Nesse contexto, o deslocamento para outro ofício, sem retorno ao de origem, por meio de designações e
redesignações bienais, conduz ao grave risco de movimentações casuísticas. Isso porque deixa margem para
lotação definitiva em ofício diverso ao que o membro atua, independentemente do concurso de sua vontade,
destoando daquelas de caráter meramente eventual, em manifesta afronta à garantia da inamovibilidade.
STF. Plenário. ADI 5052/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/5/2022 (Info 1055).

- É ________________
inconstitucional norma que sujeita a escolha do Chefe do Ministério Público estadual à aprovação das
Assembleias Legislativas. (PROVA)
É inconstitucional norma que sujeita a escolha do Chefe do Ministério Público estadual à aprovação das
Assembleias Legislativas.
STF. Plenário. ADI 6608, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 14/06/2021.

- É inconstitucional emenda à Constituição estadual que trate sobre normas gerais para a organização do
Ministério Público e sobre atribuições dos órgãos e membros do Parquet.
Foi editada emenda à Constituição estadual afirmando que somente o PGJ poderia instaurar inquérito civil e propor
ACP contra membros do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Tribunal de Contas, do Ministério Público e da
Defensoria Pública.
Essa emenda padece de vícios de inconstitucionalidade formal e material.
A referida emenda é formalmente inconstitucional porque: a) usurpou a iniciativa reservada pela Constituição
Federal ao Presidente da República para tratar sobre normas gerais para a organização do Ministério Público
estadual (art. 61, § 1º, II, “d”, da CF/88); b) tratou sobre matéria que deve ser disciplinada por meio de lei
complementar de iniciativa do chefe do Ministério Público estadual (§ 5º do art. 128 da CF/88).
Além disso, constata-se inconstitucionalidade material na norma impugnada por ofensa à autonomia e à
independência do Ministério Público, asseguradas pelo § 2º do art. 127 e pelo § 5º do art. 128 da CF/88.
STF. Plenário. ADI 5281/RO e ADI 5324/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016).
388

- É inconstitucional dispositivo de lei estadual que institui gratificação aos membros do MP pela prestação
de serviço à Justiça Eleitoral a ser paga pelo Poder Judiciário.
A Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB ajuizou ADI contra o art. 2º e o art. 91, V, da Lei Complementar
estadual nº 106/2003, do Estado do Rio de Janeiro.
O art. 2º prevê autonomia financeira ao MP.
O art. 91, V, afirma que os membros do MP possuem direito à gratificação pela prestação de serviço à Justiça
Eleitoral, verba a ser paga pelo TRE.
A AMB possui pertinência temática para ajuizar ações que busquem o aperfeiçoamento e a defesa do
funcionamento do próprio Poder Judiciário. Assim, o interesse dessa associação não se restringe às matérias de
interesse corporativo.
O art. 2º é constitucional. É constitucional dispositivo de lei estadual que prevê a autonomia financeira do
Ministério Público. Fundamento: art. 127, § 1º e § 3º, da CF/88.
O art. 91, V é inconstitucional. É inconstitucional dispositivo de lei estadual que institui gratificação aos membros
do MP pela prestação de serviço à Justiça Eleitoral a ser paga pelo Poder Judiciário. A previsão representa uma
inadequada ingerência na autonomia financeira do Poder Judiciário.
STF. Plenário. ADI 2831/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
30/4/2021 (Info 1015).

- É constitucional a previsão contida na Resolução nº 40/2009-CNMP, no sentido de que os cursos de pós-


graduação podem ser considerados como tempo de atividade jurídica para fins de concurso público no
âmbito do MP.
Cursos de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado) podem ser considerados como tempo de
atividade jurídica para fins de concurso público?
• Para os concursos da Magistratura: NÃO. Isso porque a Resolução nº 75/2009-CNJ não prevê.
• Para os concursos do Ministério Público: SIM. Existe previsão nesse sentido na Resolução nº 40/2009-CNMP.
É constitucional a previsão contida na Resolução nº 40/2009, do CNMP, no sentido de que os cursos de pós-
graduação (especialização, mestrado e doutorado) podem ser considerados como tempo de atividade jurídica para
fins de concurso público no âmbito do Ministério Público.
Se o bacharel em Direito concluir uma especialização, mestrado ou doutorado, ele terá adquirido um
conhecimento que extrapola os limites curriculares da graduação em Direito.
Em sua atividade regulamentadora, o Conselho Nacional do Ministério Público está, portanto, autorizado a
densificar o comando constitucional de exigência de “atividade jurídica” com cursos de pós-graduação.
STF. Plenário. ADI 4219, Rel. Cármen Lúcia, Relator p/ Acórdão Edson Fachin, julgado em 05/08/2020 (Info 993 –
clipping).

- É ________________
inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que afirme ser obrigatória a presença de um
membro do MP nas comissões de concursos públicos da Administração Pública estadual. (PROVA)
A Constituição Estadual não pode determinar que membro do Ministério Público participe de banca de concurso
público relacionado com cargos externos aos quadros da instituição.
Essa não é uma atribuição compatível com as finalidades constitucionais do Ministério Público.
Assim, não pode o ato impugnado exigir a participação do Ministério Público nas bancas de concursos para os
cargos e empregos públicos do Estado.
STF. Plenário. ADI 3841, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 16/06/2020 (Info 985 – clipping).

- É inconstitucional norma da CE que preveja a possibilidade de a Assembleia Legislativa convocar o


Presidente do TJ ou o PGJ para prestar informações, sob pena de crime de responsabilidade.
É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja a possibilidade de a Assembleia Legislativa convocar
o Presidente do Tribunal de Justiça ou o Procurador-Geral de Justiça para prestar informações na Casa, afirmando
que a sua ausência configura crime de responsabilidade.
O art. 50 da CF/88, norma de reprodução obrigatória, somente autoriza que o Poder Legislativo convoque
autoridades do Poder Executivo, e não do Poder Judiciário ou do Ministério Público.
Não podem os Estados-membros ampliar o rol de autoridades sujeitas à convocação pelo Poder Legislativo e à
sanção por crime de responsabilidade, por violação ao princípio da simetria e à competência privativa da União
para legislar sobre o tema.
389

STF. Plenário. ADI 2911, Rel. Carlos Britto, julgado em 10/08/2006.


STF. Plenário. ADI 5416, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 03/04/2020 (Info 977).

- É ________________
inconstitucional a nomeação de promotor ad hoc. (PROVA)
É inconstitucional a nomeação de promotor ad hoc, isso porque, a CF traz preceito expresso (art. 129, § 2º) de
exclusividade aos integrantes da carreira para o desempenho de qualquer função atinente ao Ministério Público,
como o é a promoção da ação penal pública (art. 129, I, da CF). Ademais, a Constituição Federal garante ao
indivíduo o direito de somente ser processado e julgado por órgão independente do Estado, vedando-se, por
consequência, a designação discricionária de particular para exercer o poder estatal da persecução penal.
STF. Plenário. ADI 2958, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/09/2019.

- Inconstitucionalidade da norma de CE que equipara remuneração de Delegados a dos Promotores.


A Constituição do Estado do Ceará previa que os Delegados de Polícia de classe inicial deveriam receber idêntica
remuneração a dos Promotores de Justiça de primeira entrância, prosseguindo na equivalência entre as demais
classes pelo escalonamento das entrâncias judiciárias.
O STF decidiu que essa regra é inconstitucional por violar o art. 37, XIII, da CF/88, que proíbe a vinculação ou
equiparação de quaisquer espécies remuneratórias de pessoal do serviço público.
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

- Designação de Promotor Eleitoral.


O art. 79 da LC 75/93, que confere ao Procurador Regional Eleitoral a incumbência de designar os membros do
Ministério Público estadual que atuarão junto à Justiça Eleitoral, é constitucional, tanto sob o ponto de vista formal
como material.
O Procurador-Geral da República detém a prerrogativa, ao lado daquela atribuída ao Chefe do Poder Executivo,
de iniciar os projetos de lei que versem sobre a organização e as atribuições do Ministério Público Eleitoral.
A designação de membro do Ministério Público local (estadual) como Promotor Eleitoral por Procurador Regional
Eleitoral, que é membro do Ministério Público Federal, não afronta a autonomia administrativa do Ministério
Público do Estado.
STF. Plenário. ADI 3802/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 10/3/2016 (Info 817).

💀 ATUAÇÃO
- É constitucional lei complementar estadual que preveja que compete exclusivamente ao Procurador-Geral
de Justiça interpor recursos ao STF e STJ.
Lei Orgânica estadual do Ministério Público pode atribuir privativamente ao Procurador-Geral de Justiça a
competência para interpor recursos dirigidos ao STF e STJ.
Não há inconstitucionalidade formal nessa previsão. Isso porque a Lei federal nº 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional
do Ministério Público - LONMP) não pormenoriza a atuação dos Procuradores-Gerais de Justiça e dos Procuradores
de Justiça em sede recursal e, por expressa dicção do caput de seu artigo 29, o rol de atribuições dos Procuradores-
Gerais de Justiça não é exaustivo, de forma que as leis orgânicas dos Ministérios Públicos estaduais podem
validamente ampliar tais atribuições.
Além disso, não há ofensa aos princípios do promotor natural e da independência funcional dos membros do
Parquet, uma vez que:
• se trata de mera divisão de atribuições dentro do Ministério Público estadual, veiculada por meio de lei;
• e não se possibilita a ingerência do PGJ nas atividades dos Procuradores de Justiça, que conservam plena
autonomia no exercício de seus misteres legais.
STF. Plenário. ADI 5505, Rel. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020 (Info 975).

- Legitimidade do Ministério Público estadual para atuar no STJ e STF.


Os Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal têm legitimidade para propor e atuar em recursos e
meios de impugnação de decisões judiciais em trâmite no STF e no STJ, oriundos de processos de sua atribuição,
sem prejuízo da atuação do Ministério Público Federal.
STF. Plenário Virtual. RE 985392/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/05/2017 (repercussão geral).
Os Ministérios Públicos estaduais não estão vinculados, nem subordinados, no plano processual, administrativo
e/ou institucional, à Chefia do Ministério Público da União, o que lhes confere ampla possibilidade de atuação
390

autônoma nos processos em que forem partes, inclusive perante os Tribunais Superiores. Assim, por exemplo, o
Ministério Público Estadual possui legitimidade para o ajuizamento de ação rescisória perante o STJ para impugnar
acórdão daquela Corte que julgou processo no qual o parquet estadual era parte.
STJ. Corte Especial. EREsp 1.236.822-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 16/12/2015 (Info 576).
STF. 1ª Turma. ACO 2351 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/02/2015.

- Requisição pelo MP de informações bancárias de ente da administração pública. #IMPORTANTE (PROVA)


Não são nulas as provas obtidas por meio de requisição do Ministério Público de informações bancárias de
_____________
titularidade de Prefeitura para fins de apurar supostos crimes praticados por agentes públicos contra a
Administração Pública.
É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade da Prefeitura, com
o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário.
O sigilo de informações necessário à preservação da intimidade é relativizado quando há interesse da sociedade
em conhecer o destino dos recursos públicos.
Diante da existência de indícios da prática de ilícitos penais envolvendo verbas públicas, cabe ao MP, no exercício
de seus poderes investigatórios (art.129, VIII, da CF/88), requisitar os registros de operações financeiras relativos
aos recursos movimentados a partir de conta-corrente de titularidade da Prefeitura. Essa requisição compreende,
por extensão, o acesso aos registros das operações bancárias sucessivas, ainda que realizadas por particulares, e
objetiva garantir o acesso ao real destino desses recursos públicos.
STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE. Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca. Julgado em 20/10/2015 (Info 572).
STF. 2ª Turma. RHC 133118/CE. Rel. Min. Dias Toffoli. Julgado em 26/9/2017 (Info 879).

- Ilegitimidade ativa do MP para impetrar MS questionando decisão administrativa que reconheceu a


prescrição em processo administrativo.
O Procurador-Geral da República não possui legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança com o
objetivo de questionar decisão que reconheça a prescrição da pretensão punitiva em processo administrativo
disciplinar.
A legitimidade para impetrar mandado de segurança pressupõe a titularidade do direito pretensamente lesado ou
ameaçado de lesão por ato de autoridade pública.
O Procurador-Geral da República não tem legitimidade para a impetração, pois não é o titular do direito líquido e
certo que afirmara ultrajado.
Para a impetração do MS não basta a demonstração do simples interesse ou atuação como custos legis, uma vez
que os direitos à ordem democrática e à ordem jurídica não são de titularidade do Ministério Público, mas de toda
a sociedade.
STF. 2ª Turma. MS 33736/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 21/6/2016 (Info 831).

- Ação de reintegração de posse e imóvel onde moram menores de idade.


Determinado banco ajuizou ação de reintegração de posse contra Maria pedindo que o imóvel onde ela reside
com seus dois filhos menores fosse desocupado, já que ela não teria pago as prestações do financiamento
realizado. O juiz julgou o pedido procedente, tendo ocorrido a reintegração. O Ministério Público alegou que
houve a nulidade do processo considerando que o feito envolveria interesse de incapazes (pessoas menores de
18 anos) e não houve intimação do Parquet para atuar como fiscal da ordem jurídica.
O pedido do MP deve ser aceito? O fato de morarem menores de idade no imóvel faz com que seja obrigatória a
intervenção do MP na ação reintegração de posse?
NÃO. O fato de a ré residir com seus filhos menores no imóvel não torna, por si só, obrigatória a intervenção do
Ministério Público (MP) em ação de reintegração de posse.
Segundo prevê o CPC, o MP deve intervir nas causas em que houver interesse de incapazes, hipótese em que deve
diligenciar pelos direitos daqueles que não podem agir sozinhos em juízo. Logo, o que legitima a intervenção do
MP nessas situações é a possibilidade de desequilíbrio da relação jurídica e eventual comprometimento do
contraditório em função da existência de parte absoluta ou relativamente incapaz. Nesses casos, cabe ao MP aferir
se os interesses do incapaz estão sendo assegurados e respeitados a contento, seja do ponto de vista processual
ou material.
Na hipótese em tela, a ação de reintegração de posse foi ajuizada tão somente contra a genitora dos menores,
não veiculando, portanto, pretensão em desfavor dos incapazes. A simples possibilidade de os filhos virem a ser
391

atingidos pelas consequências fáticas oriundas da ação de reintegração de posse não justifica a intervenção do
MP no processo como custos legis.
STJ. 3ª Turma. REsp 1243425-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/8/2015 (Info 567).

- O Ministério Público não tem legitimidade para promover ACP pedindo que os proprietários de imóveis
sejam obrigados a pagar taxa em favor de associação de moradores.
O Ministério Público possui legitimidade para promover a tutela coletiva de direitos individuais homogêneos,
mesmo que de natureza disponível, desde que o interesse jurídico tutelado possua relevante natureza social.
Se a ação tem por finalidade apenas evitar a cobrança de taxas, supostamente ilegais, por específica associação de
moradores, essa causa não transcende a esfera de interesses puramente particulares e, consequentemente, não
possui a relevância social exigida para a tutela coletiva.
STJ. 4ª Turma. REsp 1585794-MG, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 28/09/2021 (Info 712).

- Ministério Público possui legitimidade para propor ACP em defesa de direitos sociais relacionados com o
FGTS.
O Ministério Público tem legitimidade para a propositura de ação civil pública em defesa de direitos sociais
relacionados ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
STF. Plenário. RE 643978/SE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/10/2019 (repercussão geral – Tema 850)
(Info 955).
Em provas, tenha cuidado com a redação do art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 7.347/85:
Art. 1º (...) Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos,
contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza
institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. (Incluído pela Medida provisória nº
2.180-35/2001)
Se for cobrada a mera transcrição literal deste dispositivo em uma prova objetiva, provavelmente, esta será a
alternativa correta.

- O Ministério Público pode ajuizar ACP para anular aposentadoria que lese o erário.
O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública que vise anular ato administrativo de
aposentadoria que importe em lesão ao patrimônio público.
STF. Plenário. RE 409356/RO, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/10/2018 (repercussão geral) (Info 921).

- MP tem legitimidade para ajuizar ação pedindo o fornecimento de medicamento.


O MP é parte legítima para ajuizamento de ACP que vise o fornecimento de remédios a portadores de certa
doença.
STF. Plenário. RE 605533/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911).

- MP tem legitimidade para ACP sobre direito individuais homogêneos quando presente interesse social.
O MP tem legitimidade para promover ACP sobre direitos individuais homogêneos quando presente o interesse
social.
STF. 2ª Turma. RE 216443/MG, rel. orig. Min. Menezes Direito, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, j. 28/8/12 (Info
677).

- MP tem legitimidade para propor ACP objetivando a liberação de saldo de contas PIS/PASEP.
O MP tem legitimidade para propor ACP objetivando a liberação do saldo de contas PIS/PASEP, na hipótese em
que o titular da conta — independentemente da obtenção de aposentadoria por invalidez ou de benefício
assistencial — seja incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, bem como na hipótese em que o próprio titular da conta ou quaisquer de seus dependentes for
acometido das doenças ou afecções listadas na Portaria Interministerial MPAS/MS 2.998/01.
Esse pedido veiculado diz respeito a direitos individuais homogêneos que gozam de relevante interesse social.
Logo, o interesse tutelado referente à liberação do saldo do PIS/PASEP, mesmo se configurando como individual
homogêneo, mostra-se de relevante interesse à coletividade, tornando legítima a propositura de ACP pelo MP,
visto que se subsume aos seus fins institucionais.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.480.250-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 18/8/2015 (Info 568).
392

- MP tem legitimidade para ajuizar ACP em defesa de mutuários do SFH.


O MP tem legitimidade ad causam para propor ACP com a finalidade de defender interesses coletivos e individuais
homogêneos dos mutuários do Sistema Financeiro da Habitação.
O STJ entende que os temas relacionados com SFH possuem expressão para a coletividade e que o interesse em
discussão é socialmente relevante.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.114.035-PR, Rel. originário Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha,
j. 7/10/2014 (Info 552).

- MP tem legitimidade para ACP em benefício de uma só pessoa em questões de saúde.


O MP tem legitimidade para ajuizar ACP contra a concessionária de energia elétrica com a finalidade de evitar a
interrupção do fornecimento do serviço à pessoa carente de recursos financeiros diagnosticada com enfermidade
grave e que dependa, para sobreviver, da utilização doméstica de equipamento médico com alto consumo de
energia.
Conforme entendimento do STJ, o MP detém legitimidade para propor ACP que objetive a proteção do direito à
saúde de pessoa hipossuficiente, porquanto se trata de direito fundamental e indisponível, cuja relevância interessa
à sociedade.
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1.162.946-MG, Rel. Ministro Sérgio Kukina, j. 4/6/2013 (Info 523).

- O Ministério Público Federal é parte legítima para pleitear indenização por danos morais coletivos e
individuais em decorrência do óbito de menor indígena. #IMPORTANTE
Caso concreto: uma criança indígena faleceu no interior do Mato Grosso do Sul em razão da má prestação do
serviço público de saúde. O MPF ingressou com ação civil pública contra a União e uma fundação estadual de
saúde pedindo o pagamento de indenização por danos morais individuais (em favor dos pais da criança) e por
danos morais coletivos. O STJ reconheceu a legitimidade do MPF.
A relevância social do bem jurídico tutelado e a vulnerabilidade dos povos indígenas autoriza, em face da peculiar
situação do caso, a defesa dos interesses individuais dos índios pelo Ministério Público, em decorrência de sua
atribuição institucional.
A Constituição reconhece, em seu art. 232, a peculiar vulnerabilidade dos índios e das populações indígenas,
motivo pelo qual o art. 37, II, da LC 75/93 confere legitimidade ao MPF “para defesa de direitos e interesses dos
índios e das populações indígenas”, o que se mostra consentâneo com o art. 129, V e IX, da CF/88.
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 1.688.809-SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 26/04/2021 (Info 696).

- O MPF possui legitimidade para propor ação civil pública a fim de debater a cobrança de encargos
bancários supostamente abusivos praticados por instituições financeiras privadas.
O Ministério Público Federal possui legitimidade para propor ação civil pública a fim de debater a cobrança de
encargos bancários supostamente abusivos praticados por instituições financeiras privadas.
Ex: ação civil pública ajuizada pelo MPF contra diversos bancos privados pedindo para que seja declarada abusiva
a cobrança da tarifa bancária pela emissão de cheque de baixo valor.
As atividades desenvolvidas pelas instituições financeiras, sejam elas públicas ou privadas, estão subordinadas ao
conteúdo de normas regulamentares editadas por órgãos federais e de abrangência nacional. Logo, o
cumprimento dessas normas por parte dos bancos é um tema de interesse nitidamente federal, suficiente para
conferir legitimidade ao Ministério Público Federal para o ajuizamento da ação civil pública.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.573.723-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 10/12/2019 (Info 662).

- Ações civis públicas propostas pelo MPF e competência.


As ações propostas pelo MPF deverão ser ajuizadas na Justiça Federal. Isso porque o MPF é órgão da União, o que
atrai a competência do art. 109, I, da CF/88. Assim, a competência será determinada, em um primeiro momento,
pela parte processual.
Num segundo momento, contudo, o Juiz Federal irá averiguar se o MPF é parte legítima.
Se o MPF for parte legítima, perpetua-se a competência na Justiça Federal. Por outro lado, se for parte ilegítima,
deverá determinar o deslocamento da competência para a Justiça Estadual.
Desse modo, a circunstância de o Ministério Público Federal figurar como parte na lide não é suficiente para
determinar a perpetuação da competência da Justiça Federal para o julgamento da ação.
STF. Plenário. RE 669952 AgR-ED, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 09/11/2016.
393

Em ação proposta pelo Ministério Público Federal, órgão da União, somente a Justiça Federal está
constitucionalmente habilitada a proferir sentença que vincule tal órgão, ainda que seja sentença negando a sua
legitimação ativa.
STJ. 1ª Seção. AgInt no CC 151506/MS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 27/09/2017.

- Acesso do MPF a procedimentos do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB depende de prévia autorização
judicial.
O acesso do MPF às informações inseridas em procedimentos disciplinares conduzidos pela OAB depende de
prévia autorização judicial.
O fundamento para esta decisão encontra-se no § 2º do art. 72 da Lei nº 8.906/94, que estabelece que a obtenção
de cópia dos processos ético-disciplinares é matéria submetida à reserva de jurisdição, de modo que somente
mediante autorização judicial poderá ser dado acesso a terceiros.
STJ. Corte Especial. REsp 1.217.271-PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 18/5/2016 (Info 589).

- MPM não tem legitimidade para atuar diretamente no STF.


O Ministério Público Militar não dispõe de legitimidade para atuar, em sede processual, perante o Supremo
Tribunal Federal. Isso porque a representação institucional do Ministério Público da União, nas causas instauradas
na Suprema Corte, cabe ao Procurador-Geral da República, que é, por definição constitucional (art. 128, § 1º), o
Chefe do Ministério Público da União, que abrange também o Ministério Público Militar.
STF. 2ª Turma. HC 155245 AgR-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 11/11/2019.

- O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade para atuar no âmbito do Superior Tribunal de
Justiça na condição de parte.
Os Ministérios Públicos dos Estados podem atuar, diretamente, na condição de partes, perante os Tribunais
Superiores, em razão da não existência de vinculação ou subordinação entre o Parquet Estadual e o Ministério
Público da União. Tal conclusão, entretanto, não pode ser aplicada ao Ministério Público do Trabalho, considerando
que o MPT é sim órgão vinculado ao Ministério Público da União, conforme dispõe o art. 128, I, “b”, da Constituição
Federal.
O MPT integra a estrutura do MPU, atuando perante o Tribunal Superior do Trabalho, não tendo legitimidade para
funcionar no âmbito do STJ, tendo em vista que esta atribuição é reservada aos Subprocuradores-gerais da
República integrantes do quadro do Ministério Público Federal.
STJ. 1ª Seção. AgRg no CC 122.940-MS, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 07/04/2020 (Info 670).

- Membro do MPT tem legitimidade para interpor recurso extraordinário contra decisões do TST.
O MPT não pode atuar diretamente no STF.
O exercício das funções do MPU (dentre os quais se inclui o MPT) junto ao STF cabe privativamente ao Procurador-
Geral da República.
Quando se diz que o MPT não pode atuar diretamente no STF isso significa que não pode ajuizar ações originárias
no STF nem pode recorrer contra decisões proferidas por essa Corte.
Importante esclarecer, no entanto, que o membro do MPT pode interpor recurso extraordinário, a ser julgado pelo
STF, contra uma decisão proferida pelo TST.
STF. Plenário. RE 789874/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/9/2014 (repercussão geral) (Info 759).

Art. 130-A. O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO compõe-se de quatorze membros nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (sabatina),
para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;
III três membros do Ministério Público dos Estados;
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro
pelo Senado Federal.
394

1 Procurador-Geral da República - Preside o CNMP


4 Membros do Ministério Público da União
Composição do CNMP 3 Membros do Ministério Público dos Estados
2 Juízes - 1 indicado pelo STF; 1 indicado pelo STJ
14 membros 2 Advogados - Escolhidos pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil
2 Cidadãos - 1 indicado pela CD; 1 indicado pelo SF

§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios
Públicos, na forma da lei.

§ 2º COMPETE ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira


do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no
âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-
los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da
competência dos Tribunais de Contas;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados,
inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras
sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União
ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público
no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério


Público que o integram, VEDADA a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas
pela lei, as seguintes:
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus
serviços auxiliares;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos
do Ministério Público.

#NÃOCONFUNDA:
Corregedor do CNJ Ministro do STJ (art. 103-B, § 5º)
Corregedor do CNMP Escolhido pelo Conselho em votação secreta (art. 130-A, § 3º)

§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil OFICIARÁ junto ao Conselho.

§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e
denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços
auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
395

CNJ CNMP
15 Membros 14 Membros
Mandato: 2 anos Mandato: 2 anos
1 recondução 1 recondução
Nomeados pelo PR, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do SF (sabatina) Nomeados pelo PR, depois de aprovada a escolha pela
Com exceção do Ministro Presidente que é o maioria absoluta do SF (sabatina)
Presidente do STF
Membro Indicação Membro Indicação
1 Desembargador do TJ 4 MPU
STF
1 Juiz Estadual (Corregedor nacional – vedada
recondução):
1 Ministro do STJ
1 MPF MPU
(Ministro corregedor)
STJ 1 MPT
1 Juiz do TRF
1 MPM
1 Juiz Federal
1 MPDFT
1 Ministro do TST
1 Juiz do TRT TST
3 MPE MPE
1 Juiz do Trabalho
1 Membro do MPU PGR
1 Membro do MPE Órgão do MPE 2 Juízes STF/STJ
2 Advogados CF da OAB 2 Advogados CF da OAB
2 Cidadãos CD/SF 2 Cidadãos CD/SF
Presidente: Presidente do STF Presidente: PGR
Corregedor: Escolhido pelo Conselho em votação
Corregedor: Ministro do STJ
secreta

JURISPRUDÊNCIA SOBRE CNMP


- Compete ao STF processar e julgar originariamente ações propostas contra o CNJ e contra o CNMP no
exercício de suas atividades-fim. #IMPORTANTE
Nos termos do art. 102, I, “r”, da Constituição Federal, é competência exclusiva do STF processar e julgar,
originariamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho CNJ e do CNMP proferidas no exercício de
suas competências constitucionais, respectivamente, previstas nos arts. 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da CF/88.
STF. Plenário. Pet 4770 AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
STF. Plenário. Rcl 33459 AgR/PE, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
STF. Plenário. ADI 4412/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).

- Conflito de atribuições envolvendo MPE e MPF deve ser dirimido pelo CNMP. #IMPORTANTE
Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios Públicos estaduais.
STF. Plenário. ACO 924/SP, Rel. para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020.
STF. Plenário. Pet 4891, Rel. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 16/06/2020 (Info
985 – clipping).

- Cabe ADI contra Resolução do CNMP.


A Resolução do CNMP consiste em ato normativo de caráter geral e abstrato, editado pelo Conselho no exercício
de sua competência constitucional, razão pela qual constitui ato normativo primário, sujeito a controle de
constitucionalidade, por ação direta, no Supremo Tribunal Federal.
STF. Plenário. ADI 4263/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/4/2018 (Info 899).

- CNMP não possui competência para realizar controle de constitucionalidade de lei.


O CNMP não possui competência para realizar controle de constitucionalidade de lei, considerando que se trata
de órgão de natureza administrativa, cuja atribuição se resume a fazer o controle da legitimidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público federal e estadual (art. 130-A, § 2º, da
396

CF/88).
Assim, se o CNMP, julgando procedimento de controle administrativo, declara a inconstitucionalidade de artigo
de Lei estadual, ele exorbita de suas funções.
STF. 1ª Turma. MS 27744/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/4/2015 (Info 781).

- É constitucional a Resolução 27/2008, do CNMP, que proíbe que os servidores do Ministério Público
exerçam advocacia.
É constitucional a Resolução 27/2008, do CNMP, que proíbe que os servidores do Ministério Público exerçam
advocacia.
O CNMP possui capacidade para a expedição de atos normativos autônomos (art. 130-A, § 2º, I, da CF/88), desde
que o conteúdo disciplinado na norma editada se insira no seu âmbito de atribuições constitucionais.
A Resolução 27/2008 do CNMP tem por objetivo assegurar a observância dos princípios constitucionais da
isonomia, da moralidade e da eficiência no Ministério Público, estando, portanto, abrangida pelo escopo de
atuação do CNMP (art. 130-A, § 2º, II).
A liberdade de exercício profissional não é um direito absoluto, devendo ser interpretada dentro do sistema
constitucional como um todo.
STF. Plenário. ADI 5454, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 15/04/2020 (Info 978).

- Caso tenha avocado o PAD, o CNMP pode aproveitar os atos instrutórios realizados na origem.
Se o CNMP decidir avocar um PAD que está tramitando na Corregedoria local por suspeita de parcialidade do
Corregedor, ele poderá aproveitar os atos instrutórios praticados regularmente na origem pela Comissão
Processante.
Não há motivo para se anular os atos instrutórios já realizados pela Comissão Processante, sem participação do
Corregedor, especialmente se o interessado não demonstra a ocorrência de prejuízo. O princípio do pas de nullité
sans grief é plenamente aplicável no âmbito do Direito Administrativo, inclusive em processos disciplinares.
STF. 2ª Turma. MS 34666 AgR/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 29/8/2017 (Info 875).

- O ato de vitaliciamento tem natureza de ato administrativo, e, assim, se sujeita ao controle de legalidade
do CNMP.
Determinado Promotor de Justiça foi considerado aprovado no estágio probatório pelo Colégio de Procuradores
do MP. O CNMP, de ofício, reformou esta decisão e negou o vitaliciamento do Promotor, determinando a sua
exoneração.
O STF considerou legítima a atuação do CNMP.
O ato de vitaliciamento tem natureza de ato administrativo, e, assim, se sujeita ao controle de legalidade do CNMP,
por força do art. 130-A, § 2º, II, da CF/88, cuja previsão se harmoniza perfeitamente com o art. 128, § 5º, I, "a", do
texto constitucional.
Vale ressaltar que, quando o CNMP tomou esta decisão, o referido Promotor já estava suspenso do exercício de
suas funções e não chegou a completar 2 anos de efetivo exercício. Logo, como o Promotor ainda não havia
acabado seu estágio probatório, poderia perder o cargo por decisão administrativa, não sendo necessária sentença
judicial transitada em julgado (art. 128, § 5º, I, "a", da CF/88).
STF. 2ª Turma. MS 27542/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 04/10/2016 (Info 842).

Seção II
DA ADVOCACIA PÚBLICA
(PROVA) Art. 131. A ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado,
representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da LEI COMPLEMENTAR que dispuser
sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
Executivo.

(PROVA) § 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO, de livre nomeação pelo
Presidente da República dentre CIDADÃOS maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação
ilibada.
• Não há aprovação do Senado Federal – sabatina!
• Perceba que é necessária idade mínima (+ 35 anos), mas não é necessária idade máxima!
397

§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso
público de provas e títulos.

§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à PROCURADORIA-


GERAL DA FAZENDA NACIONAL, observado o disposto em lei.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso
dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades
federadas.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo
exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das
corregedorias.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE ADVOCACIA PÚBLICA


- Procurador-Geral do Estado e foro por prerrogativa de função.
Constituição Estadual pode prever que o Procurador-Geral do Estado seja julgado pelo TJ.
A lei estadual não pode prever que o Procurador-Geral do Estado tenha foro por prerrogativa de função no TJ.
A Constituição Estadual, ao prever as competências do TJ, não pode trazer um dispositivo aberto, delegando ao
legislador infraconstitucional a tarefa de definir as autoridades com foro privativo.
STF. Plenário. HC 103803/RR, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 01/07/2014 (Info 752).

#ATENÇÃO: O julgado acima fala em foro por prerrogativa de função para o Procurador-Geral do Estado.
No entanto, o STF possui recente julgado afirmando que a Constituição estadual não pode prever foro por
prerrogativa de função, de forma genérica, para os Procuradores do Estado (que não ocupam o cargo de
Procurador-Geral). Veja o julgado abaixo:

- É inconstitucional
_______________ foro por prerrogativa de função para Procuradores do Estado. #IMPORTANTE (PROVA)
É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função para
Defensores Públicos e Procuradores do Estado.
Constituição estadual não pode atribuir foro por prerrogativa de função a autoridades diversas daquelas arroladas
na Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6501 Ref-MC/PA, ADI 6508 Ref-MC/RO, ADI 6515 Ref-MC/AM e ADI 6516 Ref-MC/AL, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgados em 20/11/2020 (Info 1000).

- É inconstitucional foro por prerrogativa de função para Procuradores do Estado.


É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função, no Tribunal
de Justiça, para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia.
A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, estaduais e
municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por
prerrogativa de função.
STF. Plenário. ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/5/2019
(Info 940).

- É de competência concorrente a norma (procedimental) que indica como destinatário o Procurador-Geral


do Estado para fins de citação referente a qualquer ação ou processo ajuizado contra o Estado ou sujeito à
intervenção da Procuradoria-Geral do Estado.
É constitucional a norma impugnada pela qual indicado o destinatário da citação no órgão da Advocacia Pública
estadual, pois se enquadra como modelo procedimental complementar à sistemática processual civil, decorrente
da autonomia dos entes federados em estruturar-se administrativamente, nos termos do plexo de competências
previstas no caput do art. 18, no inc. XI do art. 24 e no caput do art. 25 da Constituição da República.
398

A estruturação interna e a divisão de tarefas da Advocacia-Geral do Estado estabelecidas na norma impugnada


observam a celeridade processual e a razoável duração do processo, na medida em que permite a melhor execução
das atividades administrativas e jurídicas da instituição.
STF. Plenário. ADI 5773, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Relatora p/ Acórdão: Cármen Lúcia, julgado em 08/03/2021.

- É incompatível com a Constituição Federal o entendimento de que o Governador do Estado deve autorizar
a propositura de ação de improbidade pela Procuradoria.
Para que o Procurador do Estado possa propor ação civil pública (ex: ação civil pública de improbidade
administrativa), não é necessária autorização do Govenador do Estado. No entanto, é indispensável a anuência do
Procurador-Geral do Estado.
STF. 1ª Turma. ARE 1165456 AgR/SE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
1º/9/2020 (Info 989).

- É inconstitucional lei que preveja que o subsídio dos Procuradores será equivalente a um percentual do
subsídio dos Ministros do STF.
É inconstitucional lei que equipara, vincula ou referencia espécies remuneratórias devidas a cargos e carreiras
distintos, especialmente quando pretendida a vinculação ou a equiparação entre servidores de Poderes e níveis
federativos diferentes.
STF. Plenário. ADI 6436/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/11/2020 (Info 1000).

- Teto remuneratório de Procuradores Municipais é o subsídio de Desembargador de TJ.


A expressão "Procuradores", contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Constituição da República, compreende
os procuradores municipais, uma vez que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto,
submetidos ao teto de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em
espécie, dos ministros do STF.
STF. Plenário. RE 663696/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932).

- É constitucional o pagamento de honorários sucumbenciais aos Procuradores dos Estados, observando-se,


porém, o limite remuneratório previsto no art. 37, XI, da Constituição.
É constitucional o pagamento de honorários sucumbenciais aos advogados públicos, observando-se, porém, o
limite remuneratório previsto no art. 37, XI, da Constituição.
STF. Plenário. ADI 6159 e ADI 6162, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/08/2020.
É constitucional a percepção de honorários de sucumbência por procuradores de estadosmembros, observado o
teto previsto no art. 37, XI, da Constituição Federal no somatório total às demais verbas remuneratórias recebidas
mensalmente.
STF. Plenário. ADI 6135/GO, ADI 6160/AP, ADI 6161/AC, ADI 6169/MS, ADI 6177/PR e ADI 6182/RO, Rel. Min. Rosa
Weber, julgados em 19/10/2020 (Info 995).

- É constitucional lei que preveja o pagamento de honorários de sucumbência aos advogados públicos; no
entanto, a somatória do subsídio com os honorários não pode ultrapassar mensalmente o teto
remuneratório, ou seja, o subsídio dos Ministros do STF.
A percepção de honorários de sucumbência pelos advogados públicos não representa ofensa à determinação
constitucional de remuneração exclusiva mediante subsídio (arts. 39, § 4º, e 135 da CF/88).
O art. 39, § 4º, da Constituição Federal, não constitui vedação absoluta de pagamento de outras verbas além do
subsídio.
Os advogados públicos podem receber honorários sucumbenciais, mas, como eles recebem os valores em função
do exercício do cargo, esse recebimento precisa se sujeitar ao regime jurídico de direito público.
Por essa razão, mesmo sendo compatível com o regime de subsídio, sobretudo quando estruturado como um
modelo de remuneração por performance, com vistas à eficiência do serviço público, a possibilidade de advogados
públicos perceberem verbas honorárias sucumbenciais não afasta a incidência do teto remuneratório estabelecido
pelo art. 37, XI, da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6053, Rel. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão: Alexandre de Moraes, julgado em 22/06/2020 (Info
985 – clipping).
399

O entendimento acima vale tanto para os advogados públicos federais como também para os Procuradores do
Estado, do DF e do Município. Nesse sentido:
É constitucional o pagamento de honorários sucumbenciais aos advogados públicos, observando-se, porém, o
limite remuneratório previsto no art. 37, XI, da Constituição.
STF. Plenário. ADI 6159 e ADI 6162, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/08/2020.

- Princípios e garantias funcionais do MP e da Defensoria não podem ser estendidas à PGE.


Os princípios institucionais e as prerrogativas funcionais do Ministério Público e da Defensoria Pública não podem
ser estendidos às Procuradorias de Estado, porquanto as atribuições dos procuradores de estado – sujeitos que
estão à hierarquia administrativa – não guardam pertinência com as funções conferidas aos membros daquelas
outras instituições.
STF. Plenário. ADI 5029, Rel. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020 (Info 975).

- Norma estadual não pode conferir autonomia para a PGE.


As Procuradorias de Estado, por integrarem os respectivos Poderes Executivos, não gozam de autonomia funcional,
administrativa ou financeira, uma vez que a administração direta é una e não comporta a criação de distinções
entre órgãos em hipóteses não contempladas explícita ou implicitamente pela Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 5029, Rel. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020 (Info 975).

- Norma estadual não pode conferir inamovibilidade aos Procuradores do Estado.


A garantia da inamovibilidade conferida pela Constituição Federal aos magistrados, aos membros do Ministério
Público e aos membros da Defensoria Pública (arts. 93, VIII; 95, II; 128, § 5º, b; e 134, parágrafo único) não pode ser
estendida aos procuradores de estado.
STF. Plenário. ADI 5029, Rel. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020 (Info 975).

- Norma estadual não pode conferir independência funcional aos Procuradores do Estado.
A Procuradoria-Geral do Estado é o órgão constitucional e permanente ao qual se confiou o exercício da advocacia
(representação judicial e consultoria jurídica) do Estado-membro (art. 132 da CF/88).
A parcialidade é inerente às suas funções, sendo, por isso, inadequado cogitar-se independência funcional, nos
moldes da Magistratura, do Ministério Público ou da Defensoria Pública (art. 95, II; art. 128, § 5º, I, b; e art. 134, §
1º, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 1246, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/04/2019 (Info 975).

- O art. 132 da CF/88 confere à PGE atribuição para a consultoria jurídica e a representação judicial apenas
no que se refere à administração pública direta, autárquica e fundacional.
É inconstitucional lei estadual que confira à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) competência para controlar os
serviços jurídicos e para fazer a representação judicial de empresas públicas e sociedades de economia mista,
inclusive com a possibilidade de avocação de processos e litígios judiciais dessas estatais.
Essa previsão cria uma ingerência indevida do Governador na administração das empresas públicas e sociedades
de economia mista, que são pessoas jurídicas de direito privado.
O art. 132 da CF/88 confere às Procuradorias dos Estados/DF atribuição para as atividades de consultoria jurídica
e de representação judicial apenas no que se refere à administração pública direta, autárquica e fundacional.
STF. Plenário. ADI 3536/SC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 2/10/2019 (Info 954).

- Viola o art. 132 da CF/88 norma da Constituição Estadual que preveja que a representação judicial e
consultoria jurídica da PGE ficará restrita ao Poder Executivo.
É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que a Procuradoria Geral do Estado ficará
responsável pelas atividades de representação judicial e de consultoria jurídica apenas “do Poder Executivo”.
Essa previsão viola o princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal.
De acordo com o art. 132 da CF/88 as atribuições da PGE não ficam restritas ao Poder Executivo, abrangendo
também os demais Poderes.
STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935).
400

- Viola o art. 132 da CF/88 norma da Constituição Estadual que preveja que a assistência jurídica da
Administração indireta será exercida por profissionais do corpo jurídico que compõem seus respectivos
quadros.
Viola o art. 132 da CF/88 norma da Constituição Estadual que preveja que a assistência jurídica da Administração
indireta será exercida por profissionais do corpo jurídico que compõem seus respectivos quadros
É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que “a representação judicial e extrajudicial dos
órgãos da administração indireta é de competência dos profissionais do corpo jurídico que compõem seus
respectivos quadros e integram advocacia pública cujas atividades são disciplinadas em leis especificas.”
Essa previsão viola o princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal.
O art. 132 da CF/88 atribuiu aos Procuradores dos Estados e do DF exclusividade no exercício da atividade jurídica
contenciosa e consultiva não apenas dos órgãos, mas também das entidades que compõem a administração
pública indireta.
STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935).

- É constitucional lei estadual que preveja o cargo em comissão de Procurador-Geral da universidade


estadual.
É constitucional lei estadual que preveja o cargo em comissão de Procurador-Geral da universidade estadual. Esta
previsão está de acordo com o princípio da autonomia universitária (art. 207 da CF/88).
STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935).

- É inconstitucional emenda à Constituição Estadual, de iniciativa parlamentar, que trate sobre a PGE.
É inconstitucional emenda à Constituição Estadual, de iniciativa parlamentar, que trate sobre as competências da
Procuradoria Geral do Estado. Isso porque esta matéria é de iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo (art.
61, § 1º, da CF/88).
É do Governador do Estado a iniciativa de lei ou emenda constitucional que discipline a organização e as
atribuições dos órgãos e entidades da Administração Pública estadual.
STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935).

- Inconstitucionalidade da previsão de procuradores autárquicos.


É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que cria o cargo de procurador autárquico em estrutura
paralela à Procuradoria do Estado.
Também é inconstitucional dispositivo de constituição Estadual que transforma os cargos de gestores jurídicos,
advogados e procuradores jurídicos em cargos de procuradores autárquicos.
STF. Plenário. ADI 5215/GO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935).

- Inconstitucionalidade da previsão de procuradores autárquicos e de advogados de fundação.


É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que os procuradores autárquicos e os
advogados de fundação terão competência privativa para a representação judicial e o assessoramento jurídico dos
órgãos da Administração Estadual Indireta aos quais vinculados, e que, para os efeitos de incidência de teto
remuneratório, eles serão considerados “procuradores”, nos termos do art. 37, XI, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 4449/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935).

- É inconstitucional norma de Constituição Estadual que preveja a figura do “Procurador da Fazenda


Estadual”.
inconstitucional norma de Constituição Estadual que preveja que compete ao Governador nomear e exonerar o
“Procurador da Fazenda Estadual”.
Isso porque o art. 132 da CF/88 determina que a representação judicial e a consultoria jurídica do Estado, incluídas
suas autarquias e fundações, deve ser feita pelos “Procuradores dos Estados e do Distrito Federal”.
Essa previsão do art. 132 da CF/88 é chamada de princípio da unicidade da representação judicial e da consultoria
jurídica dos Estados e do Distrito Federal. Em outras palavras, só um órgão pode desempenhar esta função e se
trata da Procuradoria-Geral do Estado, que detém essa competência funcional exclusiva.
O modelo constitucional da atividade de representação judicial e consultoria jurídica dos Estados exige a unicidade
orgânica da advocacia pública estadual, incompatível com a criação de órgãos jurídicos paralelos para o
desempenho das mesmas atribuições no âmbito da Administração Pública Direta ou Indireta.
401

STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/10/2018 (Info 921).

- É possível a existência de Procuradoria da Assembleia Legislativa, mas este órgão ficará responsável
apenas pela defesa das prerrogativas do Poder Legislativo.
A atuação da Procuradoria da Assembleia Legislativa deve ficar limitada à defesa das prerrogativas inerentes ao
Poder Legislativo.
Em outras palavras, é possível a existência de Procuradoria da Assembleia Legislativa, mas este órgão ficará
responsável apenas pela defesa das prerrogativas do Poder Legislativo.
A representação estadual como um todo, independentemente do Poder, compete à Procuradoria-Geral do Estado
(PGE), tendo em conta o princípio da unicidade institucional da representação judicial e da consultoria jurídica para
Estados e Distrito Federal. No entanto, às vezes, há conflito entre os Poderes. Ex: o Poder Legislativo cobra do
Poder Executivo o repasse de um valor que ele entende devido e que não foi feito. Nestes casos, é possível, em
tese, a propositura de ação judicial pela Assembleia Legislativa e quem irá representar judicialmente o órgão será
a Procuradoria da ALE.
STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/10/2018 (Info 921).

SEÇÃO III
DA ADVOCACIA
(PROVA) Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão, nos limites da lei.

SEÇÃO IV
DA DEFENSORIA PÚBLICA
(PROVA) Art. 134. A DEFENSORIA PÚBLICA é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, FUNDAMENTALMENTE, a orientação
jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta
Constituição Federal.

(PROVA) § 1º LEI COMPLEMENTAR organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e
prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial,
mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da INAMOVIBILIDADE e
VEDADO o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.

Vitaliciedade Magistrados e Membros do MP


Inamovibilidade Magistrados, Membros do MP e Defensores Públicos

(PROVA) § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de
sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao
disposto no art. 99, § 2º.

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal.

(PROVA) § 4º São PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência


funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição
Federal.

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados
na forma do art. 39, § 4º.
402

JURISPRUDÊNCIA SOBRE DEFENSORIA PÚBLICA


💀 TEMAS DIVERSOS
- É inconstitucional
_______________ foro por prerrogativa de função para Defensores Públicos. #IMPORTANTE (PROVA)
É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função para
Defensores Públicos e Procuradores do Estado.
Constituição estadual não pode atribuir foro por prerrogativa de função a autoridades diversas daquelas arroladas
na Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6501 Ref-MC/PA, ADI 6508 Ref-MC/RO, ADI 6515 Ref-MC/AM e ADI 6516 Ref-MC/AL, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgados em 20/11/2020 (Info 1000).

- É inconstitucional
_______________ norma estadual que restabeleça, no âmbito do Poder Judiciário local, cargos de
Advogado da Justiça Militar vocacionados a patrocinar a defesa gratuita de praças da Polícia Militar. (PROVA)
Esse modelo não se coaduna com aquele implementado pela ordem constitucional inaugurada em 1988, o qual
dispõe que a função de defesa dos necessitados, quando desempenhada pelo Estado, é própria à Defensoria
Pública (art. 134 da CF/88).
A função de defesa dos necessitados, quando desempenhada pelo Estado, é própria da Defensoria Pública.
STF. Plenário. ADI 3152/CE, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 26/4/2022 (Info 1052).

- É inconstitucional foro por prerrogativa de função para Defensores Públicos.


É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função, no Tribunal
de Justiça, para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia.
A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, estaduais e
municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por
prerrogativa de função.
STF. Plenário. ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/5/2019
(Info 940).

- Equiparação entre Defensoria Pública e MP. (PROVA)


É inconstitucional
______________ dispositivo da Constituição Estadual que concede aos Defensores Públicos a aplicação do regime
de garantias, vencimentos, vantagens e impedimentos do Ministério Público e da Procuradoria-Geral do Estado.
Os estatutos jurídicos das carreiras do Ministério Público e da Defensoria Pública foram tratados de forma diversa
pelo texto constitucional originário.
Ademais, a equivalência remuneratória entre as carreiras encontra óbice no art. 37, XIII, da CF/88, que veda a
equiparação ou vinculação remuneratória.
STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).
Obs.: O tema foi analisado tendo como parâmetro a redação originária da Constituição Federal de 1988, ou seja,
antes das Emendas Constitucionais 45/2004 e 80/2014.

- Constitucionalidade da EC 74/2013, que conferiu autonomia à DPU e à DPDF.


A EC 74/2013, que conferiu autonomia às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal, não viola o art. 61,
§ 1º, II, alínea "c", da CF/88 nem o princípio da separação dos poderes, mesmo tendo sido proposta por iniciativa
parlamentar.
STF. Plenário. ADI 5296 MC/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/5/2016 (Info 826).
O conteúdo da EC 74/2013 não se mostra assimilável às matérias do art. 61, § 1º, II, “c”, da CF/88, considerado o
seu objeto: a posição institucional da Defensoria Pública da União, e não o regime jurídico dos respectivos
integrantes.
O art. 60, § 4º, da CF/88 não veda ao poder constituinte derivado o aprimoramento do desenho institucional de
entes com sede na Constituição. A concessão de autonomia às Defensorias Públicas da União, dos Estados e do
Distrito Federal encontra respaldo nas melhores práticas recomendadas pela comunidade jurídica internacional e
não se mostra incompatível, em si, com a ordem constitucional. Ampara-se em sua própria teleologia, enquanto
tendente ao aperfeiçoamento do sistema democrático e à concretização dos direitos fundamentais do amplo
acesso à Justiça (art. 5º, XXXV) e da prestação de assistência jurídica aos hipossuficientes (art. 5º, LXXIV).
403

Ao reconhecimento da legitimidade, à luz da separação dos Poderes (art. 60, § 4º, III, da Lei Maior), de emenda
constitucional assegurando autonomia funcional e administrativa à Defensoria Pública da União não se
desconsidera a natureza das suas atribuições, que não guardam vinculação direta à essência da atividade executiva.
STF. Plenário. ADI 5296, Rel. Rosa Weber, julgado em 04/11/2020.

- Dever do Poder Executivo de efetuar os repasses de duodécimo na forma do art. 168 da CF/88.
O Governador do Estado é obrigado a efetuar o repasse, sob a forma de duodécimos e até o dia 20 de cada mês,
da integralidade dos recursos orçamentários destinados à Defensoria Pública estadual pela Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) para o exercício financeiro, inclusive quanto às parcelas já vencidas, assim também em relação
a eventuais créditos adicionais destinados à instituição.
STF. Plenário. ADPF 384 Ref-MC/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 6/8/2020 (Info 985).
É dever constitucional do Poder Executivo o repasse, sob a forma de duodécimos e até o dia 20 de cada mês (art.
168 da CRFB/88), da integralidade dos recursos orçamentários destinados a outros Poderes e órgãos
constitucionalmente autônomos, como o Ministério Público e a Defensoria Pública, conforme previsão da
respectiva Lei Orçamentária Anual.
STF. Plenário. ADPF 339/PI, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/5/2016 (Info 826).
O art. 168 da Constituição Federal (Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os
créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei
complementar a que se refere o art. 165, § 9º), pretendeu resguardar a higidez do orçamento destinado às
Defensorias Públicas, por meio da técnica do repasse obrigatório dos recursos por duodécimos. Técnica
responsável por garantir a efetividade do princípio da independência funcional e financeira dessa instituição.
Precedentes – ADPF 384 e ADPF 339-PI.
STF. Plenário. ADPF 504/MT, Rel.ª Min.ª ROSA WEBER, j. 20/10/2020.

- Participação da Defensoria na discussão da LDO.


É inconstitucional a Lei de Diretrizes Orçamentárias que seja elaborada sem contar com a participação da
Defensoria Pública para elaborar as respectivas propostas orçamentárias.
Assim, a LDO enviada pelo Governador do Estado à Assembleia Legislativa deve contar com a participação prévia
da Defensoria Pública. Isso porque a LDO fixa limites do orçamento anual que será destinado à Instituição.
Aplica-se às Defensorias Públicas o disposto no § 2º do art. 99 da CF/88.
STF. Plenário. ADI 5381 Referendo-MC/PR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/5/2016 (Info 826).

- Governador não pode reduzir proposta orçamentária da Defensoria elaborada de acordo com a LDO.
Governador do Estado, ao encaminhar para a Assembleia Legislativa o projeto de lei orçamentária, não pode
reduzir a proposta orçamentária elaborada pela Defensoria Pública e que estava de acordo com a LDO.
Há, neste caso, violação ao § 2º do art. 134 da CF/88.
Assim, é inconstitucional a redução unilateral pelo Poder Executivo dos orçamentos propostos pelos outros
Poderes e por órgãos constitucionalmente autônomos, como o Ministério Público e a Defensoria Pública, na fase
de consolidação do projeto de lei orçamentária anual, quando tenham sido elaborados em obediência às leis de
diretrizes orçamentárias e enviados conforme o art. 99, § 2º, da CF/88.
Caso o Governador do Estado discorde da proposta elaborada, ele poderá apenas pleitear ao Poder Legislativo a
redução pretendida, visto que a fase de apreciação legislativa é o momento constitucionalmente correto para o
debate de possíveis alterações no projeto de lei orçamentária. Não pode, contudo, já encaminhar o projeto com a
proposta alterada.
STF. Plenário. ADI 5287/PB, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/5/2016 (Info 826).

- Inconstitucionalidade de lei estadual que atribua ao Governador competências administrativas na


Defensoria Pública.
É inconstitucional lei estadual que atribui ao chefe do Poder Executivo estadual competências administrativas no
âmbito da Defensoria Pública.
Assim, viola o art. 134, § 2º da CF/88 a lei estadual que preveja que compete ao Governador:
a) a nomeação do Subdefensor Público-Geral, do Corregedor-Geral, dos Defensores Chefes e do Ouvidor da
Defensoria Pública estadual;
404

b) autorizar o afastamento de Defensores Públicos para estudos ou missão;


c) propor, por meio de lei de sua iniciativa, o subsídio dos membros da Defensoria Pública.
Obs.: Tais competências pertencem ao Defensor Público-Geral do Estado.
STF. Plenário. ADI 5286/AP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/5/2016 (Info 826).

- Poder Judiciário não pode impor a nomeação de Defensores Públicos para atuar em processos da Justiça
Militar em discordância dos critérios de alocação de pessoal do órgão.
Ao impor a nomeação de Defensores para atuar em processos na Justiça Militar do Distrito Federal, em
discordância com critérios de alocação de pessoal previamente aprovados pelo Conselho Superior da Defensoria
Pública do DF, a autoridade judiciária interfere na autonomia funcional e administrativa do órgão.
Reconhecida a inexistência de profissionais concursados em número suficiente para atender toda a população do
DF, os critérios indicados pelo Conselho Superior da Defensoria Pública do DF para a alocação e distribuição dos
Defensores Públicos (locais de maior concentração populacional e de maior demanda, faixa salarial familiar até 5
salários mínimos) revestem-se de razoabilidade.
STJ. 5ª Turma. RMS 59.413-DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 07/05/2019 (Info 648).

- Inconstitucionalidade
_____________________ de contratação de advogados, sem concurso público, para serem Defensores
Públicos. (PROVA)
É inconstitucional a contratação, sem concurso público, após a instalação da Assembleia Constituinte, de
advogados para exercerem a função de Defensor Público estadual.
Tal contratação amplia, de forma indevida, a regra excepcional do art. 22 do ADCT da CF/88 e afronta o princípio
do concurso público.
STF. 1ª Turma. RE 856550/ES, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
10/10/2017 (Info 881).

- Em caso de ação patrocinada pela Defensoria Pública contra o respectivo ente (ex: ação patrocinada pela
DPU contra a União), caso o Poder Público seja sucumbente, ele deverá pagar honorários advocatícios em
favor da Instituição?
STJ: NÃO
Súmula 421-STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa
jurídica de direito público à qual pertença.
Também não são devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando ela atua contra pessoa jurídica de
direito público que integra a mesma Fazenda Pública.
STJ. Corte Especial. REsp 1199715/RJ, Rei. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 16/02/2011.
STF: SIM
Após as ECs 45/2004, 74/2013 e 80/2014, passou a ser permitida a condenação do ente federativo em honorários
advocatícios em demandas patrocinadas pela Defensoria Pública, diante de autonomia funcional, administrativa e
orçamentária da Instituição.
STF. Plenário. AR 1937 AgR, Rei. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/06/2017.

💀 ATUAÇÃO
- A prerrogativa de requisição conferida aos membros da Defensoria Pública é constitucional. (PROVA)
A Defensoria Pública detém a prerrogativa de requisitar, de quaisquer autoridades públicas e de seus agentes,
certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos e demais
providências necessárias à sua atuação.
STF. Plenário. ADI 6852/DF e ADI 6862/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 18/2/2022 (Info 1045).
STF. Plenário. ADI 6865/PB, ADI 6867/ES, ADI 6870/DF, ADI 6871/CE, ADI 6872/AP, ADI 6873/AM e ADI 6875/RN,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 18/2/2022 (Info 1045).

- Havendo convênio entre a Defensoria e a OAB possibilitando a atuação dos causídicos quando não houver
defensor público para a causa, os honorários podem ser executados nos próprios autos, mesmo se o Estado
não tiver participado da ação de conhecimento.
Caso concreto: advogado atuou como defensor dativo em ação de alimentos. Esse advogado atuou porque na
localidade não há Defensoria Pública e existe um convênio com a OAB para que esse serviço seja realizado por
405

advogados que receberão honorários pagos pelo Estado. Na sentença, o magistrado arbitrou a verba honorária
conforme disposto na tabela do convênio. Porém, o Estado pagou só uma parte.
Neste caso, o STJ afirmou que o advogado poderá executar (cobrar) os honorários do Estado, nos próprios autos,
mesmo o Estado não tendo participado da ação de conhecimento.
Se for exigido que os advogados promovam uma ação específica contra a Fazenda Pública para poderem receber
seus honorários, isso fará com que eles sejam muito resistentes em aceitar a função de advogado dativo, porque
terão de trabalhar não só na ação para a qual foram designados, mas também em outra ação que terão de propor
contra a Fazenda Pública.
O fato de o Estado não ter participado da lide na ação de conhecimento não impede que ele seja intimado a pagar
os honorários, que são de sua responsabilidade em razão de convênio celebrado entre a Defensoria Pública e a
Ordem dos Advogados do Brasil, em cumprimento de sentença.
STJ. Corte Especial. EREsp 1.698.526-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Rel. Acd. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 05/02/2020 (Info 673).

- É inviável o acolhimento do requerimento formulado pela DPU para assistir parte em processo que tramita
no STJ nas hipóteses em que a Defensoria Pública Estadual atuante possui representação em Brasília ou
aderiu ao portal de intimações eletrônicas.
O STJ indeferiu pedido da DPU para, em substituição à Defensoria Pública de Alagoas, atuar em recurso especial
sob o argumento de que a Defensoria Estadual não possui representação em Brasília. Isso porque, embora a
DPE/AL não possua espaço físico em Brasília, ela aderiu ao Portal de Intimações Eletrônicas do STJ e, portanto,
pode atuar normalmente no processo a partir de sua sede local.
A DPU só pode atuar nos processos das Defensorias Públicas estaduais se a respectiva Defensoria Pública estadual:
• não tiver representação em Brasília; e
• não tiver aderido ao Portal de Intimações Eletrônicas do STJ.
STJ. 5ª Turma. PET no AREsp 1.513.956-AL, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/12/2019 (Info
664).

- Para que a DPE atue no STJ, é necessário que possua escritório de representação em Brasília ou tenha
aderido ao Portal de Intimações Eletrônica do STJ.
A Defensoria Pública Estadual pode atuar no STJ, no entanto, para isso, é necessário que possua escritório de
representação em Brasília. Se a Defensoria Pública estadual não tiver representação na capital federal, as intimações
das decisões do STJ nos processos de interesse da DPE serão feitas para a DPU.
Assim, enquanto os Estados, mediante lei específica, não organizarem suas Defensorias Públicas para atuarem
continuamente nesta Capital Federal, inclusive com sede própria, o acompanhamento dos processos no STJ
constitui prerrogativa da DPU.
A DPU foi estruturada sob o pálio dos princípios da unidade e da indivisibilidade para dar suporte às Defensorias
Públicas estaduais e fazer as vezes daquelas de Estados-Membros longínquos, que não podem exercer o múnus a
cada recurso endereçado aos tribunais superiores.
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 378.088/SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 06/12/2016.
STF. 1ª Turma. HC 118294/AP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 7/3/2017
(Info 856).
DPU não pode atuar em processo no STJ de defensoria estadual com representação em Brasília ou que seja
intimada eletronicamente
O STJ indeferiu pedido da DPU para, em substituição à Defensoria Pública de Alagoas, atuar em recurso especial
sob o argumento de que a Defensoria Estadual não possui representação em Brasília. Isso porque, embora a
DPE/AL não possua espaço físico em Brasília, ela aderiu ao Portal de Intimações Eletrônicas do STJ e, portanto,
pode atuar normalmente no processo a partir de sua sede local.
A DPU só pode atuar nos processos das Defensorias Públicas estaduais se a respectiva Defensoria Pública estadual:
• não tiver representação em Brasília; e
• não tiver aderido ao Portal de Intimações Eletrônicas do STJ.
STJ. 5ª Turma. PET no AREsp 1513956/AL, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/12/2019.
406

- Admite-se a intervenção da DPU no feito como custos vulnerabilis nas hipóteses em que há formação de
precedentes em favor dos vulneráveis e dos direitos humanos.
Custos vulnerabilis significa “guardiã dos vulneráveis” (“fiscal dos vulneráveis”).
Enquanto o Ministério Público atua como custos legis (fiscal ou guardião da ordem jurídica), a Defensoria Pública
possui a função de custos vulnerabilis.
Assim, segundo a tese da Instituição, em todo e qualquer processo onde se discuta interesses dos vulneráveis seria
possível a intervenção da Defensoria Pública, independentemente de haver ou não advogado particular
constituído.
Quando a Defensoria Pública atua como custos vulnerabilis, a sua participação processual ocorre não como
representante da parte em juízo, mas sim como protetor dos interesses dos necessitados em geral.
O STJ afirmou que deve ser admitida a intervenção da Defensoria Pública da União no feito como custos vulnerabilis
nas hipóteses em que há formação de precedentes em favor dos vulneráveis e dos direitos humanos.
STJ. 2ª Seção. EDcl no REsp 1.712.163-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 25/09/2019 (Info 657).

- Municípios podem instituir a prestação de assistência jurídica à população de baixa renda.


A prestação desse serviço público para auxílio da população economicamente vulnerável não tem por objetivo
substituir a atividade prestada pela Defensoria Pública. O serviço municipal atua de forma simultânea. Trata-se de
mais um espaço para garantia de acesso à jurisdição (art. 5º, LXXIV, da CF/88).
Os municípios detêm competência para legislar sobre assuntos de interesse local, decorrência do poder de
autogoverno e de autoadministração. Assim, cabe à administração municipal estar atenta às necessidades da
população, organizando e prestando os serviços públicos de interesse local (art. 30, I, II e V).
Além disso, a competência material para o combate às causas e ao controle das condições dos vulneráveis em
razão da pobreza e para a assistência aos desfavorecidos é comum a todos os entes federados (art. 23, X).
STF. Plenário. ADPF 279/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/11/2021 (Info 1036).

- A Defensoria Pública pode prestar assistência jurídica às pessoas jurídicas que preencham os requisitos
constitucionais.
A Defensoria Pública, por obrigação, deve prestar assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos. Todavia, suas funções a essas não se restringem ao aspecto econômico.
A Defensoria Pública deve zelar pelos direitos e interesses de todos os necessitados, não apenas sob o viés
financeiro, mas também sob o prisma da hipossuficiência e vulnerabilidade decorrentes de razões outras (idade,
gênero, etnia, condição física ou mental etc.).
Conclui-se que a Defensoria Pública, agente de transformação social, tem por tarefa assistir aqueles que, de alguma
forma, encontram barreiras para exercitar seus direitos. Naturalmente. sua atribuição precípua é o resguardo dos
interesses dos carentes vistos sob o prisma financeiro. Todavia não é a única. Isso porque, como sabemos, as
desigualdades responsáveis pela intensa instabilidade social não são apenas de ordem econômica.
Não há, em princípio, impedimento insuperável a que pessoas jurídicas venham, também, a ser consideradas
titulares de direitos fundamentais, não obstante estes, originalmente, terem por referência a pessoa física.
As expressões “insuficiência de recursos” e “necessitados” podem aplicar-se tanto às pessoas físicas quanto às
pessoas jurídicas. Portanto, há a possibilidade de que pessoas jurídicas sejam, de fato, hipossuficientes e, portanto,
sejam assistidas pela Defensoria Pública.
STF. Plenário. ADI 4636/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/11/2021 (Info 1036).

- Defensor Público ___________


não precisa ser inscrito na OAB para exercer suas funções. (PROVA)
Não se harmoniza com a Constituição Federal o art. 3º da Lei 8.906/1994 ao estatuir a dupla sujeição ao regime
jurídico da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao da Defensoria Pública, federal ou estadual.
Tese fixada pelo STF:
É inconstitucional a exigência de inscrição do Defensor Público nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil.
STF. Plenário. RE 1240999/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 3/11/2021 (Repercussão Geral – Tema
1074) (Info 1036).
Os Defensores Públicos não precisam estar inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para desempenhar
suas funções institucionais.
STF. Plenário. ADI 4636/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/11/2021 (Info 1036).
407

- Defensor Público não precisa de inscrição na OAB para exercer suas funções.
Os Defensores Públicos NÃO precisam de inscrição na OAB para exerceram suas atribuições.
O art. 3º, § 1º, da Lei 8.906/94 deve receber interpretação conforme à Constituição de modo a se concluir que não
se pode exigir inscrição na OAB dos membros das carreiras da Defensoria Pública.
O art. 4º, § 6º, da LC 80/94 afirma que a capacidade postulatória dos Defensores Públicos decorre exclusivamente
de sua nomeação e posse no cargo público, devendo esse dispositivo prevalecer em relação ao Estatuto da OAB
por se tratar de previsão posterior e específica.
Vale ressaltar que é válida a exigência de inscrição na OAB para os candidatos ao concurso da Defensoria Pública
porque tal previsão ainda permanece na Lei.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.710.155-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 01/03/2018 (Info 630).

- Defensoria pode ter acesso a procedimento instaurado pela Justiça para apurar irregularidades em
unidade de internação.
A Defensoria Pública pode ter acesso aos autos de procedimento verificatório instaurado para inspeção judicial e
atividade correicional de unidade de execução de medidas socioeducativas.
STJ. 6ª Turma. RMS 52271-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/06/2018 (Info 629).

- Não configuração do crime de desobediência na hipótese de não atendimento por Defensor Público-Geral
de requisição judicial de nomeação de defensor.
Não configura o crime de desobediência (art. 330 do CP) a conduta de Defensor Público Geral que deixa de atender
à requisição judicial de nomeação de defensor público para atuar em determinada ação penal.
STJ. 6ª Turma. HC 310.901-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 16/6/2016 (Info 586).

- Intimação da Defensoria Pública quanto ao julgamento do habeas corpus.


A intimação pessoal da Defensoria Pública quanto à data de julgamento de habeas corpus só é necessária se
houver pedido expresso para a realização de sustentação oral.
STF. 2ª Turma. HC 134.904/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/09/2016 (Info 839).

- Ausência de intimação pessoal da Defensoria Pública deverá ser alegada na primeira oportunidade, sob
pena de preclusão.
A não observância da intimação pessoal da Defensoria Pública deve ser impugnada imediatamente, na primeira
oportunidade processual, sob pena de preclusão.
No caso concreto, a Defensoria Pública não foi intimada pessoalmente do dia de julgamento da apelação. No
entanto, apesar de a Defensoria Pública ter oposto embargos de declaração contra o acórdão, nada falou sobre
esse vício, só suscitando tal alegação no momento em que interpôs recuso especial. O STF entendeu que houve
preclusão.
STF. 2ª Turma. HC 133476, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 14/6/2016 (Info 830).

- Intimação pessoal do MP e da Defensoria com carga dos autos.


O Ministério Público e a Defensoria Pública possuem a prerrogativa de intimação pessoal das decisões em qualquer
processo ou grau de jurisdição, sendo que o prazo de recurso deve ser contado a partir do recebimento dos autos
com vista.
Caso o processo tenha sido remetido à Instituição para intimação pessoal com vista dos autos, a contagem dos
prazos para a Defensoria Pública ou para o Ministério Público tem início com a entrada dos autos no setor
administrativo do órgão, sendo despicienda a aposição no processo do ciente por parte do seu membro.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.278.239-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/10/2012 (Info 507).

- Procuração com poderes especiais para oposição de exceção de suspeição.


Para que o Defensor Público represente o assistido no processo penal, é necessário que este outorgue uma
procuração?
• REGRA: NÃO. O Defensor Público não precisa de mandato (procuração).
• EXCEÇÃO: será necessária a procuração se o Defensor Público for praticar algum dos atos para os quais a lei
exige poderes especiais.
408

O art. 98 do CPP prevê que, para ser proposta exceção de suspeição do juiz, o defensor precisa de procuração com
poderes especiais.
O Defensor Público que faz a defesa do réu precisará de procuração com poderes especiais para arguir a suspeição
do juiz?
SIM. É exigível procuração com poderes especiais para que seja oposta exceção de suspeição por réu representado
pela Defensoria Pública, mesmo que o acusado esteja ausente do distrito da culpa.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.431.043-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. em 16/4/2015 (Info 560).

- Defensor Público não precisa de procuração para atuar como representante do assistente de acusação.
EM REGRA, o Defensor Público não precisa de mandato (procuração) para representar a parte em processos
administrativos ou judiciais. Isso está previsto na LC 80/94.
EXCEÇÃO: será necessária procuração se o Defensor Público for praticar algum dos atos para os quais a lei exige
poderes especiais (exemplos: transigir, desistir, renunciar – art. 38 do CPC).
Se a vítima (ou seus sucessores) quiserem ingressar no processo criminal como assistente de acusação, será
necessário que outorguem uma procuração ao Defensor Público para que este as represente em juízo?
NÃO. Quando a Defensoria Pública atuar como representante do assistente de acusação, é dispensável a juntada
de procuração com poderes especiais. O Defensor Público deve juntar procuração judicial somente nas hipóteses
em que a lei exigir poderes especiais. Atuar como representante do assistente de acusação não é considerado um
poder especial, não se exigindo procuração especial.
A participação da Defensoria Pública como representante do assistente de acusação pode ser negada sob o
argumento de que a vítima ou seus sucessores não são hipossuficientes (“pobres”)?
NÃO. Compete à própria Defensoria o direito de apurar o estado de carência de seus assistidos.
STJ. 5ª Turma. HC 293.979-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 5/2/2015 (Info 555).

- Legitimidade da defensoria para propor ACP em defesa de juridicamente necessitados.


A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa de interesses individuais
homogêneos de consumidores idosos que tiveram plano de saúde reajustado em razão da mudança de faixa etária,
ainda que os titulares não sejam carentes de recursos econômicos.
A atuação primordial da Defensoria Pública, sem dúvida, é a assistência jurídica e a defesa dos necessitados
econômicos. Entretanto, também exerce suas atividades em auxílio a necessitados jurídicos, não necessariamente
carentes de recursos econômicos.
A expressão "necessitados" prevista no art. 134, caput, da CF/88, que qualifica e orienta a atuação da Defensoria
Pública, deve ser entendida, no campo da Ação Civil Pública, em sentido amplo. Assim, a Defensoria pode atuar
tanto em favor dos carentes de recursos financeiros como também em prol do necessitado organizacional (que
são os "hipervulneráveis").
STJ. Corte Especial. EREsp 1192577-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 21/10/2015 (Info 573).

- Legitimidade da Defensoria Pública em ACP.


A Defensoria Pública pode propor ação civil pública na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais
homogêneos.
É constitucional a Lei nº 11.448/2007, que alterou a Lei 7.347/85, prevendo a Defensoria Pública como um dos
legitimados para propor ação civil pública.
STF. Plenário. ADI 3943/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6 e 7/5/2015 (Info 784).

- Legitimidade da Defensoria Pública em ações coletivas.


A Defensoria Pública não possui legitimidade extraordinária para ajuizar ação coletiva em favor de consumidores
de determinado plano de saúde particular que, em razão da mudança de faixa etária, teriam sofrido reajustes
abusivos em seus contratos.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.192.577-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 15/5/2014 (Info 541).
409

TÍTULO V
Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas

CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO

Seção I
DO ESTADO DE DEFESA
(PROVA) Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
DECRETAR ESTADO DE DEFESA para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

(PROVA) § 1º O DECRETO que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas
______________________ a
_______
serem abrangidas
_________________ e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem,
__________________________________ dentre as seguintes:
I - RESTRIÇÕES aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços PÚBLICOS, na hipótese de calamidade pública, respondendo a
União pelos danos e custos decorrentes.

(PROVA) § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez,
por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.

(PROVA) § 3º Na vigência do estado de defesa:


I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada
imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de
delito à autoridade policial;
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no
momento de sua autuação;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, SALVO quando autorizada
pelo Poder Judiciário;
IV - é VEDADA a incomunicabilidade do preso.

(PROVA) § 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas,
submeterá o ato com a respectiva justificação ao CONGRESSO NACIONAL, que decidirá por maioria absoluta.

(PROVA) § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, EXTRAORDINARIAMENTE, no prazo de cinco
dias.

(PROVA) § 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo
continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.

(PROVA) § 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

PRAZOS NO ESTADO DE DEFESA


Duração do Estado de Defesa Máximo 30 dias (pode prorrogar uma vez)
Prisão ou detenção de qualquer pessoa Máximo 10 dias (salvo autorização do PJ)
Presidente submeter o ato ao CN 24h
Convocação extraordinária do CN se estiver em recesso 5 dias
CN apreciar o decreto 10 dias
410

Seção II
DO ESTADO DE SÍTIO
(PROVA) Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
SOLICITAR ao Congresso Nacional autorização para decretar o ESTADO DE SÍTIO nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada
durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua
prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria
absoluta.

(PROVA) Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias
constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor
das medidas específicas e as áreas abrangidas.

§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I (comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos
que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa), não poderá ser decretado por
mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II (declaração de estado de
guerra ou resposta a agressão armada estrangeira), poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a
guerra ou a agressão armada estrangeira.
(PROVA)
Comoção grave de repercussão nacional ou
Máximo 30 dias
Ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida
(prorrogado por mais 30 dias, de cada vez)
tomada durante o estado de defesa
Declaração de estado de guerra ou Todo o tempo que perdurar a guerra ou a
Resposta a agressão armada estrangeira agressão armada estrangeira

(PROVA) § 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado
Federal, de imediato, convocará EXTRAORDINARIAMENTE o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco
dias, a fim de apreciar o ato.

§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas.

(PROVA) Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I (comoção grave de repercussão
nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa),
só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
III - RESTRIÇÕES relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de
informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV - SUSPENSÃO da liberdade de reunião;
No Estado de Defesa Restringe o direito de reunião
No Estado de Sítio Suspende o direito de reunião
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.
(PROVA) Parágrafo único. NÃO SE INCLUI nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
411

PRAZOS NO ESTADO DE SÍTIO


Comoção grave de repercussão nacional ou
Máximo 30 dias
Ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida
(prorrogado por mais 30 dias, de cada vez)
tomada durante o estado de defesa
Declaração de estado de guerra ou Todo o tempo que perdurar a guerra ou a
Resposta a agressão armada estrangeira agressão armada estrangeira
Convocação extraordinária do CN se estiver em recesso 5 dias

Seção III
DISPOSIÇÕES GERAIS
• O Estado de Defesa, o Estado de Sítio e a Intervenção Federal são limitações CIRCUNSTANCIAIS ao poder
constituinte derivado Reformador!

(PROVA) Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará COMISSÃO composta de cinco
de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao
estado de sítio.

(PROVA) Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da
_______________
responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
___________________________________________________________________
(PROVA) Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência
serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e
justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.

ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO


(arts. 136 e 84, IX, da CF) (arts. 137 e 84, IX, da CF)
- Preservar ou prontamente restabelecer, - Comoção grave de repercussão nacional ou
em locais restritos e determinados, a ocorrência de fatos que comprovem a
Pressupostos ordem pública ou a paz social ameaçadas ineficácia de medida tomada durante o estado
Materiais por grave e iminente instabilidade de defesa (art. 137, I);
institucional ou atingidas por calamidades - Declaração de estado de guerra ou resposta
de grandes proporções na natureza. a agressão armada estrangeira (art. 137, II).
Abrangência Locais restritos e determinados Pode ter abrangência nacional ou não
Presidente da República – art. 84, IX Presidente da República – art. 84, IX
Quem Decreta (decretação pelo PR + (solicitação de autorização ao CN +
aprovação pelo CN) decretação pelo PR)
Consulta ao Cons. Devem ser ouvidos Devem ser ouvidos
da Repúb. e Cons. A manifestação é meramente opinativa A manifestação é meramente opinativa
de Def. Nacional Não vincula o Presidente Não vincula o Presidente
Congresso APROVA por maioria absoluta, dentro de AUTORIZA por maioria absoluta a sua
Nacional 10 dias, a sua decretação ou prorrogação decretação ou prorrogação
Art. 137, I – 30 dias, prorrogáveis de cada
Tempo de 30 dias, prorrogável uma vez, por até 30 vez, por mais 30
Duração dias Art. 137, II – enquanto durar a guerra ou a
agressão armada estrangeira
Prévio (art. 137)
Concomitante (art. 140) e
Controle Político Concomitante (art. 140) e
Posterior (arts. 136 e 141)
Posterior (art. 141)
Controle Judicial Concomitante e Posterior Concomitante e Posterior
412

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS
(PROVA) Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa
de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 1º LEI COMPLEMENTAR estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no


emprego das Forças Armadas.

(PROVA) § 2º NÃO CABERÁ HABEAS CORPUS em relação a punições disciplinares militares.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser
fixadas em lei, as seguintes disposições:

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e
asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos
militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei;

III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária,
não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará
agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por
antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo
depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei;

(PROVA) IV - ao militar são PROIBIDAS a sindicalização e a greve;

DIREITO DE GREVE (PROVA)


Empregados da
• possuem direito à greve garantido pela Constituição (art. 9º, CF).
iniciativa privada:
• possuem direito à greve garantido pela Constituição, na forma da lei específica a
Servidores públicos
ser editada pelo Poder Legislativo (art. 37, VII, CF). Enquanto não editada lei
civis:
específica, aplica-se a lei de greve dos empregados da iniciativa privada (lei 7.783/79).
Servidores públicos
• não possuem direito à greve nem à sindicalização (art. 142, § 3º, IV, CF).
militares:
Carreiras policiais e que
• não possuem direito à greve (STF. ARE 654432/GO - Info 860), assegurada a
atuam na segurança
participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos de classe.
pública:

(PROVA) V - o militar, enquanto em serviço ativo, NÃO PODE estar filiado a partidos políticos;

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão
de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença
transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior;

VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV
e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c";
413

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações
especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de
compromissos internacionais e de guerra.

(PROVA) Art. 143. O serviço militar é OBRIGATÓRIO nos termos da lei.


- Súmula Vinculante nº 6: “Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário
mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.” (PROVA)

(PROVA) § 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após
alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de
convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.

(PROVA) § 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam ISENTOS do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos,
porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
(PROVA) Art. 144. A segurança pública, DEVER do Estado, DIREITO E RESPONSABILIDADE de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
(ROL TAXATIVO)
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.

-________________
Não é possível que os Estados-membros criem órgão de segurança pública diverso daqueles que estão
previstos no art. 144 da CF/88. #IMPORTANTE (PROVA)
Não é possível que os Estados-membros criem órgão de segurança pública diverso daqueles que estão previstos
no art. 144 da CF/88.
Os Estados-membros e o Distrito Federal devem seguir o modelo federal.
O art. 144 da Constituição aponta os órgãos incumbidos do exercício da segurança pública, sendo esse rol taxativo.
Assim, a _________________________________________________________________________________________________
Constituição Estadual não pode prever a criação de Polícia Científica como órgão integrante da segurança
pública.
Vale ressaltar que nada impede que a Polícia Científica, criada pelo Estado-membro para ser o órgão responsável
pelas perícias, continue a existir e a desempenhar suas funções, sem estar, necessariamente, vinculada à Polícia
Civil. No entanto, deve-se afastar qualquer interpretação que lhe outorgue caráter de órgão de segurança pública.
STF. Plenário. ADI 2575/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/6/2020 (Info 983).

- Policiais são proibidos de fazer greve. #IMPORTANTE (PROVA)


O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.
É obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de
segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria.
STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).

- É constitucional a Lei que veda que ocupantes da carreira policial exerçam advocacia.
A Lei que veda o exercício da atividade de advocacia por aqueles que desempenham, direta ou indiretamente,
atividade policial, não afronta o princípio da isonomia.
STF. Plenário. ADI 3541/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/2/2014 (Info 735).
414

DIREITO DE GREVE
Empregados da
• possuem direito à greve garantido pela Constituição (art. 9º, CF).
iniciativa privada:
• possuem direito à greve garantido pela Constituição, na forma da lei específica a
Servidores públicos
ser editada pelo Poder Legislativo (art. 37, VII, CF). Enquanto não editada lei específica,
civis:
aplica-se a lei de greve dos empregados da iniciativa privada (lei 7.783/79).
Servidores públicos
• não possuem direito à greve nem à sindicalização (art. 142, § 3º, IV, CF).
militares:
Carreiras policiais e que
• não possuem direito à greve (STF. ARE 654432/GO - Info 860), assegurada a
atuam na segurança
participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos de classe.
pública:

(PROVA) § 1º A POLÍCIA FEDERAL, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União
ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei (Lei nº 10.446/02);
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo
da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
IV - exercer, com EXCLUSIVIDADE, as funções de POLÍCIA JUDICIÁRIA DA UNIÃO.

- Não há nulidade na ação penal instaurada a partir de elementos informativos colhidos em inquérito
policial que não deveria ter sido conduzido pela Polícia Federal considerando que a situação não se
enquadrava no art. 1º da Lei 10.446/2002. #IMPORTANTE
Caso concreto: a Polícia Federal, sob a supervisão do Ministério Público estadual e do Juízo de Direito, conduziu
inquérito policial destinado a apurar crimes de competência da Justiça Estadual. Entendeu-se que a Polícia Federal
não tinha atribuição para apurar tais delitos considerando que não se enquadravam nas hipóteses do art. 144, §
1º da CF/88 e do art. 1º da Lei nº 10.446/2002.
A despeito disso, o STF entendeu que não havia nulidade na ação penal instaurada com base nos elementos
informativos colhidos.
O fato de os crimes de competência da Justiça Estadual terem sido investigados pela Polícia Federal não geram
nulidade. Isso porque esse procedimento investigatório, presidido por autoridade de Polícia Federal, foi
supervisionado pelo Juízo estadual (juízo competente) e por membro do Ministério Público estadual (que tinha a
atribuição para a causa).
O inquérito policial constitui procedimento administrativo, de caráter meramente informativo e não obrigatório à
regular instauração do processo-crime, cuja finalidade consiste em subsidiar eventual denúncia a ser apresentada
pelo Ministério Público, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de regra, nulidade de processo-
crime.
O art. 5º, LIII, da Constituição Federal, afirma que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente”. Esse dispositivo contempla o chamado “princípio do juiz natural”, princípio esse que não
se estende para autoridades policiais, considerando que estas não possuem competência para julgar.
Logo, não é possível anular provas ou processos em tramitação com base no argumento de que a Polícia Federal
não teria atribuição para investigar os crimes apurados.
A desconformidade da atuação da Polícia Federal com as disposições da Lei nº 10.446/2002 e eventuais abusos
cometidos por autoridade policial, embora possam implicar responsabilidade no âmbito administrativo ou criminal
dos agentes, não podem gerar a nulidade do inquérito ou do processo penal.
STF. 1ª Turma. HC 169348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2019 (Info 964).

- O MP, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso às OMPs. (PROVA)
O Ministério Público, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso a ordens de missão
policial (OMP).
415

Ressalva: no que se refere às OMPs lançadas em face de atuação como polícia investigativa, decorrente de
cooperação internacional exclusiva da Polícia Federal, e sobre a qual haja acordo de sigilo, o acesso do Ministério
Público não será vedado, mas realizado a posteriori.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.365.910-RS, Rel. Min. Humberto Martins. Rel. para acórdão Min. Mauro Campbell Marques.
julgado em 05/04/2016 (lnfo 590).

- MPF ________
não tem acesso irrestrito a todos os relatórios de inteligência produzidos pela Diretoria de Inteligência
da Polícia Federal. (PROVA)
O controle externo da atividade policial exercido pelo Ministério Público Federal não lhe garante o acesso irrestrito
a todos os relatórios de inteligência produzidos pela Diretoria de Inteligência do Departamento de Polícia Federal,
mas somente aos de natureza persecutório-penal.
O controle externo da atividade policial exercido pelo Parquet deve circunscrever-se à atividade de polícia
judiciária, conforme a dicção do art. 9º da LC n. 75/93, cabendo-lhe, por essa razão, o acesso aos relatórios de
inteligência policial de natureza persecutório-penal, ou seja, relacionados com a atividade de investigação criminal.
O poder fiscalizador atribuído ao Ministério Público não lhe confere o acesso irrestrito a "todos os relatórios de
inteligência" produzidos pelo Departamento de Polícia Federal, incluindo aqueles não destinados a aparelhar
procedimentos investigatórios criminais formalizados.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.439.193-RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/6/2016 (Info 587).

- Incompetência do STF para julgar HC impetrado contra delegado chefe da Interpol no Brasil.
O STF decidiu que não tem competência para julgar habeas corpus cuja autoridade apontada como coatora seja
delegado federal chefe da Interpol no Brasil.
STF. Plenário. HC 119056 QO/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/10/2013 (Info 722).

(PROVA) § 2º A POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.

(PROVA) § 3º A POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.

(PROVA) § 4º Às POLÍCIAS CIVIS, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da
União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, EXCETO AS MILITARES.

- É ________________
inconstitucional norma estadual que assegure a independência funcional a delegados de polícia, bem
como que atribua à polícia civil o caráter de função essencial ao exercício da jurisdição e à defesa da ordem
jurídica. #IMPORTANTE (PROVA)
A Constituição Federal, ao tratar dos órgãos de Administração Pública, escolheu aqueles que deveria ter
assegurada autonomia.
Além de não assegurar autonomia à Polícia Civil, a Constituição Federal afirmou expressamente, no seu art. 144, §
6º, que ela deveria estar subordinada ao Governador do Estado.
A norma do poder constituinte decorrente que venha a atribuir autonomia funcional, administrativa ou financeira
a outros órgãos ou instituições que não aquelas especificamente constantes da Constituição Federal, padece de
vicio de inconstitucionalidade material, por violação ao princípio da separação dos poderes.
STF. Plenário. ADI 5522/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/2/2022 (Info 1044).

- É _______________
inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função, no
Tribunal de Justiça, para o Delegado Geral da Polícia Civil. #IMPORTANTE
Extrapola a autonomia do estado previsão, em constituição estadual, que confere foro privilegiado a Delegado
Geral da Polícia Civil.
A autonomia dos estados para dispor sobre autoridades submetidas a foro privilegiado não é ilimitada, não pode
ficar ao arbítrio político do constituinte estadual e deve seguir, por simetria, o modelo federal.
STF. Plenário. ADI 5591/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 20/3/2021 (Info 1010).
416

- É ________________
inconstitucional foro por prerrogativa de função para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE,
Defensores Públicos e Delegados de Polícia. #IMPORTANTE (PROVA)
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por prerrogativa de função, no Tribunal
de Justiça, para Procuradores do Estado, Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia.
A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, estaduais e
municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, livremente, criar novas hipóteses de foro por
prerrogativa de função.
STF. Plenário. ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
15/5/2019 (Info 940).

-________________________________________________________________________________________________________
Chefe da Polícia Civil tem que ser um Delegado de carreira, mas não se pode limitar aos que integram a
última classe.
É________________________________________________________________________________________________________
inconstitucional dispositivo de CE que exija que o Superintendente da Polícia Civil seja um delegado de polícia
_______________
integrante da classe final da carreira.
_________________________________
MUDANÇA DE ENTENDIMENTO!!!
STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 (Info 847).
_____________________________________________________________________________

- Lei estadual _________


não pode prever paridade e integralidade para os policiais civis nem conceder a eles adicional
de final de carreira para que recebam aposentadoria em classe superior ao que estavam na ativa.
É inconstitucional norma que preveja a concessão de aposentadoria com paridade e integralidade de proventos a
policiais civis. (ATENÇÃO PARA UM NOVO JULGADO DO STF SOBRE ESSE ASSUNTO)!!
É inconstitucional norma que preveja a concessão de “adicional de final de carreira” a policiais civis.
STF. Plenário. ADI 5039/RO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 10/11/2020 (Info 998).

- Os institutos de criminalística dos Estados podem ser instituídos como órgãos próprios, com autonomia
formal, ou podem integrar os demais órgãos de segurança pública. (PROVA)
Os Estados podem optar por garantir a autonomia formal aos institutos de criminalística ou podem integrá-los aos
demais órgãos de segurança pública, sem que isso importe ofensa material à Constituição.
A existência, nos quadros da Administração Pública estadual, de órgão administrativo de perícias não gera
obrigação de subordiná-lo à polícia civil.
STF. Plenário. ADI 6621/TO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 7/6/2021 (Info 1020).

- É constitucional lei estadual que transforma o cargo de datiloscopista da Polícia Civil em perito
papiloscopista.
O art. 3º da LC 156/2010, do Estado de Pernambuco redenominou o cargo de datiloscopista policial para perito
papiloscopista, no âmbito da polícia civil.
Para o STF, essa previsão é constitucional.
A competência para dispor sobre os peritos oficiais da polícia civil é concorrente, nos termos do art. 24, XVI, da
CF/88, que prevê que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre
organização, garantias, direitos e deveres dos policiais civis.
A União, cumprindo o que prevê o art. 24, XVI, da CF/88, editou as normas gerais sobre o tema, ao aprovar a Lei
nº 12.030/2009, que “dispõe sobre as perícias oficiais”.
A LC estadual 156/2010 não possui nenhuma antinomia com a Lei federal nº 12.030/2009.
O art. 5º da Lei nº 12.030/2009 não foi exaustivo ao elencar determinados peritos. Podem existir outros. Além
disso, a Lei nº 12.030/2009 não proibiu que se equiparassem os cargos de datiloscopista ou papiloscopista. A
expressão “perito criminal” abrange, portanto, todos os peritos oficiais que possuem a incumbência estatal de
elucidar crimes, sendo possível aventar um rol bem mais amplo de agentes que atuam como peritos oficiais.
STF. Plenário. ADI 5182/PE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/12/2019 (Info 964).

- Judiciário pode determinar que Estado implemente plantão em Delegacia de Atendimento ao adolescente
infrator.
A decisão judicial que impõe à Administração Pública o restabelecimento do plantão de 24 horas em Delegacia
Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude não constitui abuso de poder, tampouco extrapola o
controle do mérito administrativo pelo Poder Judiciário.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.612.931-MS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/6/2017 (Info 609).
417

(PROVA) § 5º Às POLÍCIAS MILITARES cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos CORPOS DE
BOMBEIROS MILITARES, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.

- É constitucional lei estadual que conceda dois assentos gratuitos a policiais militares devidamente
fardados nos transportes coletivos intermunicipais.
A segurança pública é de competência comum dos Estados-membros (art. 144 da CF/88), sendo também sua
competência remanescente a prerrogativa de legislar sobre transporte intermunicipal (art. 25, § 1º). A concessão
de dois assentos a policiais militares devidamente fardados nos transportes coletivos intermunicipais vai ao
encontro da melhoria das condições de segurança pública nesse meio de locomoção, em benefício de toda a
Sociedade, questão flagrantemente de competência dos Estados-membros (art. 144 da CF/88) e afasta qualquer
alegação de desrespeito ao princípio da igualdade, uma vez que o discrímen adotado é legítimo e razoável, pois
destinado àqueles que exercem atividade de polícia ostensiva e visam à preservação da ordem pública. Essa lei
estadual não representa indevida interferência no contrato de concessão firmado com a concessionária, uma vez
que não há alteração na equação do equilíbrio financeiroeconômico do contrato administrativo.
STF. Plenário. ADI 1052, Rel. Luiz Fux, Rel. p/ Acórdão: Alexandre de Moraes, julgado em 24/08/2020 (Info 991).

(PROVA) § 5º-A. Às POLÍCIAS PENAIS, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que
pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais.

Órgão administrador do sistema penal


Vinculadas da unidade federativa a que pertencem
Polícias Penais (art. 144, § 5º-A, CF)
Governador
Subordinadas
(art. 144, § 6º, CF)

- Agentes penitenciários possuem direito à aposentadoria especial.


Os agentes penitenciários podem ingressar com mandado de injunção pedindo a concessão de aposentadoria
especial sob o argumento de que está havendo uma omissão inconstitucional. Isso porque se trata de categoria
que desempenha atividades com risco imanente (inerente).
STF. Decisão Monocrática. MI 6943, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/09/2018.

(PROVA) § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército
SUBORDINAM-SE, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos
GOVERNADORES dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

União
Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo Organização e Manutenção
(art. 21, XIV, CF)
de Bombeiros e Polícia Penal
Governador
DO DF Subordinação
(art. 144, § 6º, CF)

§ 7º A lei (ordinária) disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança
pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

(PROVA) § 8º Os Municípios poderão constituir GUARDAS MUNICIPAIS destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei.

- Todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de fogo, em serviço ou
mesmo fora de serviço, independentemente do número de habitantes do Município. #IMPORTANTE (PROVA)
O art. 6º, III e IV, da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) somente previa porte de arma de fogo para
os guardas municipais das capitais e dos Municípios com maior número de habitantes. Assim, os integrantes das
guardas municipais dos pequenos Municípios (em termos populacionais) não tinham direito ao porte de arma de
fogo.
O STF considerou que esse critério escolhido pela lei é inconstitucional porque os índices de criminalidade não
estão necessariamente relacionados com o número de habitantes.
418

Assim, é inconstitucional a restrição do porte de arma de fogo aos integrantes de guardas municipais das capitais
dos estados e dos municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes e de guardas municipais dos
municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em
serviço.
Com a decisão do STF todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de fogo, em
serviço ou mesmo fora de serviço. Não interessa o número de habitantes do Município.
STF. Plenário. ADC 38/DF, ADI 5538/DF e ADI 5948/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 27/2/2021
(Info 1007).

- Legalidade da prisão em flagrante efetuada por guardas municipais. #IMPORTANTE (PROVA)


Conforme prevê o art. 301 do CPP, qualquer pessoa pode prender quem esteja em flagrante delito. Desse modo,
não existe óbice à prisão em flagrante realizada por guardas municipais, não havendo, portanto, que se falar em
prova ilícita.
STJ. 5ª Turma. HC 421.954/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/03/2018.

- Poder de polícia de trânsito e guardas municipais. #IMPORTANTE (PROVA)


As guardas municipais podem realizar a fiscalização de trânsito?
SIM. As guardas municipais, desde que autorizadas por lei municipal, têm competência para fiscalizar o trânsito,
lavrar auto de infração de trânsito e impor multas.
O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do poder de polícia
de trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas legalmente previstas (ex.: multas de trânsito).
STF. Plenário. RE 658570/MG, Rel. orig. Mín. Marco Aurélio. red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso. Julgado em
06/08/2015 (repercussão geral) (lnfo 793).

- Guardas municipais não têm direito à aposentadoria especial.


________
Aposentadoria especial é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do beneficiário são mais favoráveis que os
estabelecidos normalmente para as demais pessoas.
A CF/88 prevê que os servidores que exerçam atividades de risco têm direito à aposentadoria especial, segundo
requisitos e condições previstas em lei complementar (art. 40, § 4º, II, “b”).
Diante da ausência de legislação específica, não cabe ao Poder Judiciário garantir aposentadoria especial (art. 40,
§ 4º, II, da CF/88) às guardas municipais.
A aposentadoria especial não pode ser estendida aos guardas civis, uma vez que suas atividades precípuas não
são inequivocamente perigosas e, ainda, pelo fato de não integrarem o conjunto de órgãos de segurança pública
relacionados no art. 144, I a V, da CF/88.
STF. Plenário. MI 6515/DF, MI 6770/DF, MI 6773/DF, MI 6780/DF, MI 6874/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados
em 20/6/2018 (Info 907).

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma
do § 4º do art. 39 (SUBSÍDIO).

(PROVA) § 10. A SEGURANÇA VIÁRIA, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
seu patrimônio nas vias públicas:
I - COMPREENDE a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que
assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e
II - COMPETE, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades
executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.

- O cargo público de agente de trânsito é______________


incompatível com o exercício da advocacia. (PROVA)
O exercício da advocacia, mesmo em causa própria, é incompatível com as atividades desempenhadas por servidor
ocupante de cargo público de agente de trânsito, nos termos do art. 28, V, da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da OAB).
STJ. 1ª Seção. REsp 1.815.461/AL, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 10/02/2021 (Recurso Repetitivo –
Tema 1028) (Info 685).
419

- Lei distrital __________


não pode conferir porte de arma nem determinar o exercício de atividades de segurança
pública a agentes e inspetores de trânsito. (PROVA)
A Constituição Federal, nos incisos do art. 144, estabelece quais são os órgãos de segurança pública. Esse rol é
taxativo e de observância obrigatória pelo legislador infraconstitucional. Como consequência, os Estados-membros
não podem atribuir o exercício de atividades de segurança pública a órgãos diversos daqueles previstos na
Constituição Federal.
Assim, a lei distrital, ao estabelecer que os agentes de trânsito exercem atividades de segurança pública, possui
vício de inconstitucionalidade material porque violou o rol taxativo dos órgãos encarregados da segurança pública
previsto no art. 144 da CF/88.
Compete aos órgãos e agentes de trânsito estaduais, distritais e municipais o exercício da “segurança viária”, que
compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que
assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente (art. 144, § 10, da CF/88). As atividades de segurança
viária não se confundem com “segurança pública”.
Compete à União, nos termos do art. 21, VI; e 22, I, da Constituição, a definição dos requisitos para a concessão
do porte de arma de fogo e dos possíveis titulares de tal direito, inclusive no que se refere a servidores públicos
estaduais ou municipais, em prol da uniformidade da regulamentação do tema no país, questão afeta a políticas
de segurança pública de âmbito nacional. Desse modo, é inconstitucional a lei distrital que disponha sobre porte
de arma de fogo, criando hipóteses não previstas na legislação federal de regência, notadamente a Lei federal nº
10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento).
STF. Plenário. ADI 3996, Rel. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020 (Info 987 – clipping).

JURISPRUDÊNCIA IMPORTANTE SOBRE AS GUARDAS MUNICIPAIS:


SEGURANÇA PÚBLICA (ART. 144, CF)
O STJ possui vários julgados afirmando que:
- dever
A guarda municipal, por não estar entre do Estado
os órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da CF, não pode exercer atribuições das polícias civis
e militares. A sua atuação da guarda-municipal
direito edeve
responsabilidade de todos
se limitar à proteção de bens, serviços e instalações do município.
- é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
STJ. 6ª Turma.REsp 1977119-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 16/08/2022 (Info 746).
patrimônio
Ocorre que, posteriormente, o STF, no - através
julgamentodosdaseguintes
ADPF 995, órgãos:
decidiu que:

Nos termos NOÇÕES GERAIS


do art. 144, § 8º, da CF, •deve-se
políciaconceder
federal; interpretação conforme à Constituição ao art. 4º da Lei nº 13.022/2014 e ao art. 9º da Lei nº
• polícia rodoviária
13.675/2018 a fim de declarar inconstitucionais federal;
todas as interpretações judiciais que excluem as Guardas Municipais, devidamente criadas e
instituídas, como integrantes do Sistema• polícia ferroviária
de Segurança federal;
Pública.
STF. Plenário. ADPF 995/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 29/08/2023.
• polícias civis;
Nesse julgado, o STF decidiu, portanto, • polícias militares
que a Guarda e corpos
Municipal de bombeiros
é órgão de segurançamilitares.
pública, integrante do Sistema Único de Segurança Pública
(SUSP).
• polícias penais federal, estaduais e distrital.
Com essa decisão do STF, fica superado → POLÍCIA FEDERAL
o argumento do STJ(PF)
no sentido de que a Guarda Municipal não está entre os órgãos de segurança
pública previstos no art. 144 da CF. O - instituída por lei como órgão
STF afirmou expressamente permanente
em sentido contrário, ou seja, a Guarda Municipal é órgão de segurança
pública, integrante do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).
- organizado e mantido pela União
Contudo, penso que o STJ continuará - estruturado
decidindo, aindaemquecarreira
com base em outros fundamentos, que a “Constituição Federal de 1988 não atribui à
guarda municipal atividades ostensivas típicas de polícia militar ou investigativas de polícia civil, como se fossem verdadeiras ‘polícias municipais’”.
- destina-se a:
Isso porque é certo que a atuação das • apurar
Guardasinfrações
Municipaispenais contrapública
na segurança a ordem política
ocorre sem quee social
ela atueou empolícia
como detrimento de bens,
civil ou militar. Trata-se de
uma atuação complementar. serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
Diante desse cenário, será necessário assim como
aguardar mais outras
uma pouco infrações
para sabercuja
quais prática
os limitestenha
que o STFrepercussão interestadual
irá impor a essa ou
atuação das guardas
municipais. Os seus integrantes poderão internacional
fazer buscase exija repressão
pessoais uniforme,
em pessoas segundo
nas vias públicas,se dispuser
poderão fazerem lei;
patrulhamento ostensivo sem que
• prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
isso envolva bens, serviços e instalações municipais, poderão realizar investigações? Penso que o STF não irá conferir tamanha amplitude para a
atuaçãoÓRGÃOS
dos guardas EM ESPÉCIE Contudo, é recomendável aguardar mais um pouco a fim de termos uma certeza.
municipais.
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
_________________________________________________________________________________________________________________________
JURIS: É inconstitucional — por invadir respectivas áreasprivativa
a competência de competência;
da União para dispor sobre normas gerais de organização dos corpos de
bombeiros militares e defesa civil (art. 22, XXI e XXVIII c/c o art. 144, V e § 5º, CF/88) — norma estadual que dispõe de forma contrária à
• exercer as funções de polícia
legislação federal vigente sobre esses assuntos e viabiliza a delegação de marítima, aeroportuária
atividades e de fronteiras;
tipicamente estatais a organizações voluntárias de natureza
privada.
→ POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF)
STF. Plenário. ADI 5354/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/6/2023 (Info 1100).
- órgão permanente
_________________________________________________________________________________________________________________________
- organizado e mantido
JURIS: É compatível com o sistema normativo-constitucional vigente,pela União
norma estadual que veda a promoção ou a participação de policiais em
manifestações de apreço ou desapreço a- quaisquer
estruturado em carreira
autoridades ou contra atos da Administração Pública em geral.
- destina-se,
STF. Plenário. ADPF 734/PE, Rel. Min. Dias na forma
Toffoli, julgado da lei: ao
em 13/4/2023 patrulhamento
(Info 1090). ostensivo das rodovias federais
420
JURIS: É inconstitucional — por ofensa aos princípios da isonomia, da moralidade e da eficiência administrativa — norma que permite o exercício da
advocacia em causa própria, mediante inscrição especial na OAB, aos policiais e militares da ativa, ainda que estritamente para fins de defesa e
tutela de direitos pessoais. → POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL (PFF)
- órgão permanente
STF. Plenário. ADI 7227/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 20/03/2023 (Info 1087).
- organizado e mantido pela União
- estruturado em carreira
- destina-se, na forma da lei: ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais
JURIS: É formalmente inconstitucional emenda à Constituição do Estado, de iniciativa parlamentar, que trata sobre o regime jurídico dos Delegados
de Polícia, comprometendo o vínculo→ dePOLÍCIAS CIVIS
subordinação (PC) Civil ao Governador do Estado.
da Polícia
- dirigidas
São incompatíveis, sob o ângulo material, por Delegados
com o vínculo de polícia
de subordinação de carreirade Estado estabelecido no art. 144, § 6º, da CF/88 a
ao Governador
- incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
atribuição de natureza jurídica ao cargo de delegado de polícia e a inclusão das funções por ele exercidas entre as funções essenciais do Estado.
STF. Plenário. ADI 5528/TO, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em 21/11/2022 (Info 1076).
apuração de infrações penais
*EXCETO AS MILITARES
- subordina-se ao governador (E, DF e T)
JURIS: É inconstitucional norma de Constituição estadual, oriunda de iniciativa parlamentar, que disponha sobre a nomeação, pelo governador do
estado, de ocupante do cargo de diretor-geral da Polícia Civil, a partir de lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior de Polícia.
→ POLÍCIAS PENAIS (PP)
STF. Plenário. ADI 6923/RO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 28/10/2022 (Info 1074).
- vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que
RESUMO: A instituição de requisitos pertencem
para a nomeação do Delegado-Chefe da Polícia Civil é matéria de iniciativa privativa do Governador do
- cabee,adessa
Estado (art. 61, § 1º, II, “c” e “e”, da CF/88) segurança
forma, dos estabelecimentos
não pode ser tratada por penais
emenda constitucional estadual de iniciativa parlamentar.
Deve-se prestigiar a regra do art. 144, § 6º, da Constituição, segundo a qual as forças policiais subordinam-se aos Governadores, sendo
inconstitucional o esvaziamento desta- normasubordina-se ao governador
pela criação (E, DFa eformação
de requisitos como T) de lista tríplice.
A Constituição Federal disciplina que as forças policiais estão subordinadas ao poder civil, não se podendo enfraquecer tal compreensão por
mecanismos corporativos. → POLÍCIAS MILITARES (PM)
- força auxiliar e reserva do Exército
- cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública
- subordina-se
JURIS: A guarda municipal pode, e deve, prender quemaosegovernador
encontre em(E, DF e T)
situação de flagrante delito, nos termos do art. 301 do CPP.
Todavia, ultrapassando os limites próprios de uma prisão em flagrante, os agentes integrantes da Guarda Municipal não podem efetuar diligências
típicas de uma investigação criminal para ingressar em residência ou propriedade de pessoa em cujo poder nada de ilícito foi encontrado.
STF. 1ªTurma. RE 1281774 AgR-ED-AgR,→ CORPOS DEAlexandre
Rel. Min. BOMBEIROS MILITARES
de Moraes, (CBM)Min. Luis Roberto Barroso, julgado em 13/06/2022,
Rel. p/ Acórdão:
DJE 26/08/2022. - força auxiliar e reserva do Exército
Caso concreto: - além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil
- subordina-se
Hipótese em que a prisão realizada pela ao governador
Guarda Municipal (E, limites
ultrapassou os DF e T)próprios da prisão em flagrante.
Prisão realizada, no caso, a partir de denúncia anônima, seguida de diligências investigativas e de ingresso à residência do suspeito
ORGANIZAÇÃO E - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela
FUNCIONAMENTO segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
- A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste
REMUNERAÇÃO
artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39 (SUBSÍDIO).
JURIS: Norma estadual pode prever exigir que o Chefe da Polícia Civil seja um Delegado integrante da classe final da carreira?
GUARDAS - Os Municípios poderão constituir guardas municipais
MUNICIPAIS
Se for uma previsão originária da CE-estadual:
destinadasSIM à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
Se for uma previsão oriunda de um projeto de iniciativa do Governador do Estado: SIM
Se for uma previsão oriunda de projetoA segurança viária, exercida
de iniciativa parlamentar: NÃO para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:
• compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras
Não há qualquer óbice constitucional de índole material à estipulação normativa de critérios razoáveis e objetivos à escolha do Chefe da Polícia
Civil pelo Governador do Estado, tal como a exigência de que o ocupante do cargo seja eleito entre os integrantes da última classe da carreira.
SEGURANÇA
Vale ressaltar, atividades
no entanto, que a veiculação previstas
de critérios em lei,
restritivos da que assegurem
escolha do Diretor ao cidadão
da Polícia o pelo
Civil direito à mobilidade
Governador urbana
do Estado, para se
mostrar válida noVIÁRIA
plano formal, deve eficiente;
observar aecláusula de reversa de iniciativa prevista no art. 61, § 1º, II, “c” e “e” (aplicáveis aos Estados por
força do art. 25 da CF), motivo pelo qual somente o Chefe do Poder Executivo dispõe de legitimação para instaurar o processo legislativo
• compete,
pertinente ou propor o respectivo projeto de emenda noàâmbito dos Estados,
Constituição do Distrito
estadual quanto a esseFederal e dos
específico Municípios, aos respectivos
tema.
órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na
forma da lei.
Tratando-se de norma originária da Constituição estadual, não há falar em usurpação da prerrogativa de iniciativa do Governador estadual, pois as
regras da Constituição Federal estipuladoras de reserva de iniciativa legislativa não sujeitam o exercício do poder constituinte decorrente instituidor
titularizado pelas Assembleias Legislativas estaduais (art. 11 do ADCT), ressalvada a constatação objetiva de burla ou fraude às prerrogativas
institucionais do Chefe do Poder Executivo.
STF. Plenário. ADI 3922, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 25/10/2021.
421

TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO

CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

Seção I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
COMPETÊNCIA TRIBUTOS ENTES POLÍTICOS
Privativa Impostos, como regra União, Estados, DF e Municípios
Taxas e
Comum União, Estados, DF e Municípios
Contribuições de Melhoria
Cumulativa Tributos em geral União e DF
Empréstimos Compulsórios e
Especial União
Contribuições Especiais
Novos Impostos e
Residual União
Novas Contribuições para a Seguridade Social
Extraordinária Imposto Extraordinário de Guerra União

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - IMPOSTOS;
• Tributo não vinculado e de arrecadação não vinculada;
• Medida Provisória poderá instituir ou majorar IMPOSTOS.

II - TAXAS, em razão do exercício do poder de polícia (taxa de polícia) ou pela utilização, efetiva ou potencial,
de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (taxa de
serviço);
• Tributo vinculado, mas de arrecadação não vinculada.

TAXA DE POLÍCIA TAXA DE SERVIÇO


O poder de polícia deve ser efetivamente realizado,
O serviço pode ser efetiva ou potencialmente
não se admitindo poder de polícia "potencial",
utilizado pelo contribuinte, podendo a taxa ser
podendo o exercício da atividade ser constatada pela
cobrada a partir do momento que o serviço é colocado
existência de órgão administrativo de fiscalização,
à disposição do sujeito passivo.
dotado de estrutura e pessoal competente para tanto.

SÚMULAS SOBRE TAXA


- Súmula Vinculante nº 12: “A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art.
206, IV, da Constituição Federal.”

- Súmula Vinculante nº 19: “A taxa cobrada EXCLUSIVAMENTE em razão dos serviços públicos de coleta,
remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o art. 145, II, da
Constituição Federal.”

#NÃOCONFUNDA:
• Lixo em imóvel (particular): TAXA
• Lixo em logradouro (público): IMPOSTO
422

- Súmula Vinculante nº 29: “É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos
da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e
outra.”

- Súmula Vinculante nº 41: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.”

- Súmula nº 595, STF: “É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de
cálculo seja idêntica a do imposto territorial rural”.

- Súmula nº 667, STF: “Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite
sobre o valor da causa.”

- Súmula nº 665, STF: “É constitucional a Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários
instituída pela Lei 7.940/89.”

- Súmula nº 670, STF: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.”

JURISPRUDÊNCIA SOBRE TAXA


- É admissível o cálculo das custas judiciais com base no valor da causa, considerando que se respeita a
correlação com o custo da atividade prestada, e desde que haja a definição de valores mínimo e máximo.
É legítima a cobrança das custas judiciais e das taxas judiciárias tendo por parâmetro o valor da causa, desde que
fixados valores mínimos e máximos.
A fixação desses valores mínimos e máximos deve ser feita para se atender ao entendimento sumulado do STF:
Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre
o valor da causa.
STF. Plenário. ADI 5688/PB, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 22/10/2021
(Info 1035).

- Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para ato infralegal, desde
que respeitados os parâmetros máximos.
Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor
de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato
do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente
previstos.
STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 842 e 844).

- É constitucional a instituição de taxa pela qual observada equivalência razoável entre o valor exigido do
contribuinte e os custos referentes ao exercício do poder de polícia, nos termos do art. 145, II, da CF/88.
É constitucional a Taxa de Registro de Contratos devida pelo exercício regular do poder de polícia ao Detran/PR,
prevista no § 1º do art. 3º da Lei nº 20.437/2020, do Paraná, observada a equivalência razoável entre o valor exigido
do contribuinte e os custos referentes ao exercício do poder de polícia.
STF. Plenário. ADI 6737/PR, Rel. Min. Carmem Lúcia, julgado em 7/6/2021 (Info 1020).

- É inconstitucional a criação de taxa de combate a incêndios.


A atividade desenvolvida pelo Estado no âmbito da segurança pública é mantida ante impostos, sendo imprópria
a substituição, para tal fim, de taxa.
STF. Plenário. ADI 4411, Rel. Marco Aurélio, julgado em 18/08/2020 (Info 992 – clipping).

- Inconstitucionalidade de taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal.


É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal.
A prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo consideradas
atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88.
423

A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de impostos (e não por
taxa).
Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio, o Município venha a se
substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o rótulo de taxa.
Tese fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no campo da
atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação
de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim.”
STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871).

- É inconstitucional lei estadual que cria taxa de fiscalização da exploração de recursos hídricos na qual o
valor cobrado é muito superior em relação ao custo da atividade estatal relacionada.
O STF declarou a inconstitucionalidade de Lei do Estado do Amapá, que instituiu a Taxa de Controle,
Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos (TFRH).
A Corte entendeu que o valor cobrado é muito superior em relação ao custo da atividade estatal relacionada
(fiscalização das empresas que exploram recursos hídricos). Logo, não há proporcionalidade entre o custo da
atividade estatal e o valor que será pago pelos particulares pela taxa. Isso viola as características da taxa, que é um
tributo orientado pelo princípio da retributividade e que possui caráter contraprestacional e sinalagmático.
Além disso, a lei previa que apenas 30% dos valores arrecadados com a taxa seriam utilizados em atividades
relacionadas com a política de recursos hídricos e os 70% restantes iriam para a conta única do Tesouro Estadual.
Isso demonstra o caráter arrecadatório desta taxa.
Por fim, ao onerar excessivamente as empresas que exploram recursos hídricos, a referida taxa adquiriu feições
verdadeiramente confiscatórias, dificultando, ou mesmo inviabilizando, o desenvolvimento da atividade
econômica. Houve, portanto, violação ao que prevê o art. 150, IV, da CF/88, que proíbe que os tributos sejam
utilizados com efeito de confisco.
STF. Plenário. ADI 6211/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/12/2019 (Info 962).

- Estados podem instituir taxa de polícia por expedição de atestados de idoneidade para porte de arma de
fogo.
Os Estados possuem competência para dispor sobre instituição de taxas de polícia cobradas em função de
atividades tais como:
- fiscalização e vistoria em estabelecimentos comerciais abertos ao público (casas noturnas, restaurantes, cinemas,
shows);
- expedição de alvarás para o funcionamento de estabelecimentos de que fabriquem, transportem ou
comercializem armas de fogo, munição, explosivos, inflamáveis ou produtos químicos;
- expedição de atestados de idoneidade para porte de arma de fogo, tráfego de explosivos, trânsito de armas em
hipóteses determinadas; e
- atividades diversas com impacto na ordem social, no intuito de verificar o atendimento de condições de
segurança e emitir as correspondentes autorizações essenciais ao funcionamento de tais estabelecimentos.
STF. Plenário. ADI 3770, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/09/2019.

- Isenção da taxa de registro de arma de fogo não se aplica para policiais rodoviários federais aposentados.
A isenção do recolhimento da taxa para emissão, renovação, transferência e expedição de segunda via de
certificado de registro de arma de fogo particular prevista no art. 11, § 2º, da Lei nº 10.826/2003 não se estende
aos policiais rodoviários federais aposentados.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.530.017-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 21/09/2017 (Info 612).

- Base de cálculo da taxa municipal de fiscalização e funcionamento.


As taxas municipais de fiscalização e funcionamento não podem ter como base de cálculo o número de
empregados ou ramo de atividade exercida pelo contribuinte.
STF. 2ª Turma. ARE 990914/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2017 (Info 870).
A taxa de fiscalização e funcionamento pode ter como base de cálculo a área de fiscalização, na medida em que
traduz o custo da atividade estatal de fiscalização.
424

Quando a Constituição se refere às taxas, o faz no sentido de que o tributo não incida sobre a prestação, mas em
razão da prestação de serviço pelo Estado. A área ocupada pelo estabelecimento comercial revela-se apta a refletir
o custo aproximado da atividade estatal de fiscalização.
STF. 1ª Turma. RE 856185 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 04/08/2015.

- Pedágio possui natureza jurídica de tarifa.


O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias NÃO tem natureza tributária, mas de preço público,
consequentemente, não está sujeito ao princípio da legalidade estrita.
STF. Plenário. ADI 800/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 11/6/2014 (Info 750).

III - CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA, decorrente de obras públicas.


• Tributo vinculado, mas de arrecadação não vinculada;
• Competência: COMUM (U, E, M e DF);
• Forma de instituição: Lei Ordinária;
• Fato gerador: obra pública com valorização imobiliária.

- Impostos;
Teoria Tripartite
- Taxas;
(CTN)
- Contribuições de Melhoria.
- Impostos;
Espécies Tributárias
Teoria Pentapartite - Taxas;
(CF/88 e Doutrina Majoritária) - Contribuições de Melhoria;
Adotada! - Empréstimos Compulsórios;
- Contribuições Especiais.

§ 1º SEMPRE QUE POSSÍVEL, os IMPOSTOS terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte. (PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA)
• A aplicação do princípio da capacidade contributiva não deve se limitar somente aos impostos, podendo ser
estendido as demais espécies tributárias. Mas será sempre que as particularidades dessas exações permitirem
(ADI 948/GO).
• O princípio encontra aplicação plena aos tributos com fato gerador não vinculado, quais sejam, os impostos
e, normalmente, também os empréstimos compulsórios e as contribuições.

§ 2º As taxas NÃO PODERÃO ter base de cálculo própria de impostos.


- Súmula Vinculante nº 29: “É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos
da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e
outra.”

- Súmula nº 595, STF: “É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de
cálculo seja idêntica a do imposto territorial rural”.

Art. 146. Cabe à LEI COMPLEMENTAR:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:


a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a
dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
425

• A fixação da alíquota não está reservada à lei complementar, mas sim à lei ordinária.
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
- É inconstitucional, por afronta ao art. 146, III, b, da CF, a expressão ’ou parcelados sem garantia’ constante
do parágrafo único do art. 73, da Lei nº 9.430/96, incluído pela Lei nº 12.844/13, na medida em que retira
os efeitos da suspensão da exigibilidade do crédito tributário prevista no CTN.
É inconstitucional, por afronta ao art. 146, III, b, da CF, a expressão ’ou parcelados sem garantia’ constante do
parágrafo único do art. 73, da Lei nº 9.430/96, incluído pela Lei nº 12.844/13, na medida em que retira os efeitos
da suspensão da exigibilidade do crédito tributário prevista no CTN.
Em síntese, não é possível que uma lei ordinária condicione a suspensão do crédito tributário à apresentação de
garantia do valor objeto de parcelamento, por não haver previsão na lei complementar, como ensina o art. 146, III,
b da CF.
STF. Plenário. RE 917285, Rel. Min Dias Toffoli, julgado em 18/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 874).

- É inconstitucional a lei estadual que preveja que o administrador, o advogado, o economista e outros
profissionais teriam responsabilidade solidária em relação às obrigações tributárias de seus clientes.
É inconstitucional lei estadual que disciplina a responsabilidade de terceiros por infrações de forma diversa da
matriz geral estabelecida pelo Código Tributário Nacional (CTN).
Há, neste caso, uma inconstitucionalidade formal.
Ao ampliar as hipóteses de responsabilidade de terceiros por infrações, prevista pelos arts. 134 e 135 do CTN, ou
tratar sobre o tema de maneira diferente, a lei estadual invade competência do legislador complementar federal
para estabelecer as normas gerais na matéria (art. 146, III, “b”, da CF/88).
Caso concreto: é inconstitucional lei estadual que atribui responsabilidade tributária solidária por infrações a toda
pessoa que concorra ou intervenha, ativa ou passivamente, no cumprimento da obrigação tributária, especialmente
a advogado, economista e correspondente fiscal.
STF. Plenário. ADI 4845/MT, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 13/2/2020 (Info 966).
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
- Imunidades e cooperativas.
A CF/88 determina, em seu art. 146, III, “c”, que a Lei Complementar estabeleça adequado tratamento tributário
ao ato cooperativo. Isso, contudo, não significa que esteja sendo dada imunidade tributária às sociedades
cooperativas.
STF. 2ª Turma. AI 740269 AgR/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 18/9/2012.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte,
inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II (ICMS), das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.

Parágrafo único. A LEI COMPLEMENTAR de que trata o inciso III, d (tratamento diferenciado e favorecido para
ME e EPP), também poderá instituir um regime ÚNICO de arrecadação dos impostos e contribuições da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que:
I - será opcional para o contribuinte;
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos
entes federados será imediata, VEDADA qualquer retenção ou condicionamento;
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro
nacional único de contribuintes.

Art. 146-A. LEI COMPLEMENTAR poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir
desequilíbrios da concorrência, SEM PREJUÍZO da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual
objetivo.
426

- Dispõe sobre conflitos de competência tributária (art. 146, I);

- Regula as limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 146, II);


LEI COMPLEMENTAR EM
MATÉRIA TRIBUTÁRIA - Estabelece normas gerais em matéria de legislação tributária (art. 146, III);

- Estabelece critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir


desequilíbrios da concorrência (art. 146-A).

Art. 147. Competem à UNIÃO, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em
Municípios, CUMULATIVAMENTE, os impostos municipais; ao DISTRITO FEDERAL cabem os impostos municipais.
- Distrito Federal: Vedada a sua divisão em Municípios, tal ente político acumula as competências tributárias dos
Estados e dos Municípios.
• Tem competência para instituir 6 Tributos: 3 estaduais (art. 155) e 3 municipais (art. 156);
• Tem competência para instituir taxas e contribuição de melhoria de competência dos Estados e Municípios, a
contribuição previdenciária dos seus servidores e a contribuição de iluminação pública.
- Territórios: A regra é semelhante. Hoje inexistentes, mas de criação possível (art. 18, § 2º, CF). Não são entes
políticos, não tendo status de membros da federação, os impostos estaduais que lhe caberiam fazem parte da
competência da União, assim como os impostos municipais, caso o Território não seja dividido em municípios. Se
o for, os impostos municipais caberão a cada município.
• A mesma observação: os demais tributos estaduais (e municipais, em caso de não divisão do território em
municípios) também serão de competência da União.

COMPETÊNCIA CUMULATIVA
Territórios divididos em municípios Impostos Estaduais
UNIÃO
Territórios NÃO divididos em municípios Impostos Estaduais e Municipais

DF Impostos Estaduais e Municipais

Art. 148. A União, mediante LEI COMPLEMENTAR, poderá instituir EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto
no art. 150, III, "b" (princípio da anterioridade).
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será VINCULADA à despesa
que fundamentou sua instituição.
• Empréstimos Compulsórios e Contribuições Especiais são tributos de arrecadação VINCULADA.

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
NÃO OBSERVA o princípio da anterioridade OBSERVA o princípio da anterioridade
Atender a despesas extraordinárias, decorrentes de:
- calamidade pública; Investimento público de caráter urgente e de
- guerra externa; ou relevante interesse nacional.
- iminência de guerra externa.
427

- Empréstimos Compulsórios (art. 148);

- Impostos sobre Grandes Fortunas - IGF (art. 153, VII);


TRIBUTOS CRIADOS POR
LEI COMPLEMENTAR
- Impostos Residuais (art. 154, I);

- Contribuições Previdenciárias Residuais (art. 195, § 4° c/c Art. 154, I).

Art. 149. Compete EXCLUSIVAMENTE à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico (CIDE) e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação
nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I (legalidade) e III (irretroatividade,
anterioridade e noventena), e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º (Contribuição social para seguridade
social: só pode ser exigida após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituido ou
modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b" - anterioridade), relativamente às contribuições
a que alude o dispositivo.
• A competência é PRIVATIVA da União, ressalvada a competência dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios para instituírem a cobrança de Contribuição Previdenciária dos seus servidores (privativa em cada esfera
– art. 149, § 1º, CF).

§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, CONTRIBUIÇÕES para
custeio de regime PRÓPRIO de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos
pensionistas, que poderão ter alíquotas PROGRESSIVAS de acordo com o valor da base de contribuição ou dos
proventos de aposentadoria e de pensões.

§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas poderá incidir
sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o SALÁRIO-MÍNIMO.

§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial, é facultada a
instituição de CONTRIBUIÇÃO EXTRAORDINÁRIA, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos, dos
aposentados e dos pensionistas.

§ 1º-C. A CONTRIBUIÇÃO EXTRAORDINÁRIA de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente com
outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua
instituição.

§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo:

I - NÃO INCIDIRÃO sobre as receitas decorrentes de exportação; (IMUNIDADE)

- Imunidades sobre aposentadorias e pensões no RGPS (art. 195, II)


IMUNIDADES NA
- Imunidade sobre as receitas decorrentes de exportação (art. 149, § 2º, I)
SEGURIDADE SOCIAL
- Imunidade das entidades beneficentes de assistência social (art. 195, § 7º)

II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;

III - poderão ter alíquotas:


a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o
valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
428

§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser EQUIPARADA a pessoa jurídica, na
forma da lei.

§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão UMA ÚNICA VEZ.

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir CONTRIBUIÇÃO, na forma das respectivas leis,
para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I (legalidade) e III
(irretroatividade, anterioridade e noventena).
• Competência: PRIVATIVA (M e DF).
Parágrafo único. É FACULTADA a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de
energia elétrica.
• As instituições de assistência social são imunes apenas ao pagamento de impostos e de contribuições para a
seguridade social. Não há imunidade ao pagamento de contribuição para iluminação pública.
- Súmula Vinculante nº 41: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.”

- Súmula nº 670, STF: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.”

#NÃOCONFUNDA:
Iluminação pública Contribuição (COSIP = contribuição sobre iluminação pública)
Lixo domiciliar Taxa
Energia elétrica Tarifa
Água e esgoto Tarifa
Pedágio Tarifa

Seção II
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é VEDADO à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo SEM LEI que o estabeleça; (PRINCÍPIO DA LEGALIDADE)


- Alteradas:
• Imposto de Importação (art. 153, § 1º);
TRIBUTOS QUE PODEM TER SUAS • Imposto de Exportação (art. 153, § 1º);
ALÍQUOTAS ALTERADAS POR ATO • Imposto sobre Produtos Industrializados (art. 153, § 1º);
DO PODER EXECUTIVO FEDERAL • Imposto sobre Operações Financeiras (art. 153, § 1º);
(EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE) - Reduzidas e Reestabelecidas:
• ICMS-combustível monofásico (art. 155, § 4º, IV, c);
• CIDE-combustível (art. 177, § 4º, I, b).

- Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para ato infralegal, desde
que respeitados os parâmetros máximos.
Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor
de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato
do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente
previstos.
STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 844).

- Os requisitos para o parcelamento devem ser fixados em lei específica e atos infralegais não poderão
impor condições não previstas nesta lei.
As condições para a concessão de parcelamento tributário devem estrita observância ao princípio da legalidade e
não há autorização para que atos infralegais tratem de condições não previstas na lei de regência do benefício.
STJ. 1ª Turma. REsp 1739641-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 21/06/2018 (Info 629).
429

II - instituir TRATAMENTO DESIGUAL entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,


PROIBIDA qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
INDEPENDENTEMENTE da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; (PRINCÍPIO DA ISONOMIA
OU IGUALDADE)
• Princípio da igualdade tributária ou vedação de privilégio odioso: autolimitação do poder fiscal, por meio
da Constituição ou de lei formal, consistente na permissão, destituída de razoabilidade, para que alguém deixe de
pagar os tributos que incidem genericamente sobre todos os contribuintes ou receba benefícios inextensíveis aos
demais.

III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos ANTES do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado; (PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE)
• O CTN admite a aplicação retroativa de lei que estabeleça penalidade menos severa que a prevista na norma
vigente ao tempo da prática do ato a que se refere, desde que não tenha havido julgamento definitivo (art. 150,
III, “a”, CF e art. 106, II, “c”, CTN).

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (PRINCÍPIO
DA ANTERIORIDADE OU ANTERIORIDADE ANUAL)
- Súmula Vinculante nº 50: “Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se
sujeita ao princípio da anterioridade.”
Art. 62.
(...)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de IMPOSTOS, EXCETO os previstos nos arts.
153, I (II), II (IE), IV (IPI), V (IOF), e 154, II (IEG), só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver
sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b; (PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL, MITIGADA, ESPECÍFICA
OU NOVENTENA)

- A revogação de benefício fiscal deverá obedecer ao princípio da anterioridade tributária.


O ato normativo que revoga um benefício fiscal anteriormente concedido configura aumento indireto do tributo
e, portanto, está sujeito ao princípio da anterioridade tributária.
A jurisprudência do STF concebe que não apenas a majoração direta de tributos atrai a eficácia da anterioridade
nonagesimal, mas também a majoração indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais.
Assim, a alteração em programa fiscal, quando acarretar indiretamente a majoração de tributos, deve respeitar o
princípio da anterioridade nonagesimal.
É a posição que prevalece.
STF. 1ª Turma. RE 1053254 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 26/10/2018.
STF. 1ª Turma. RE 983821 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 03/04/2018.
STF. 2ª Turma. RE 1091378 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 31/08/2018.
Aplica-se o princípio da anterioridade tributária, geral e nonagesimal, nas hipóteses de redução ou de supressão
de benefícios ou de incentivos fiscais, haja vista que tais situações configuram majoração indireta de tributos.
STF. Plenário. RE 564225 AgR-EDv-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2019.
Obs.: A redução ou a extinção de desconto para pagamento de tributo sob determinadas condições previstas em
lei, como o pagamento antecipado em parcela única, não pode ser equiparada à majoração do tributo (STF.
Plenário. ADI 4016 MC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 01/08/2008).

- A alteração no programa fiscal REINTEGRA, por acarretar indiretamente a majoração de tributos, deve
respeitar o princípio da anterioridade.
Aplica-se o princípio da anterioridade tributária, geral e nonagesimal, nas hipóteses de redução ou de supressão
de benefícios ou de incentivos fiscais, haja vista que tais situações configuram majoração indireta de tributos (STF.
Plenário. RE 564225 AgR-EDv-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/11/2019).
430

Reintegra é um programa econômico instituído pelo governo federal com o objetivo de incentivar as exportações.
A redução ou supressão das vantagens decorrentes do REINTEGRA precisam respeitar o princípio da anterioridade?
SIM. A redução ou supressão de benefícios ou incentivos fiscais decorrentes do Regime Especial de Reintegração
de Valores Tributários para Empresas Exportadoras (REINTEGRA) se sujeita à incidência dos princípios da
anterioridade tributária geral e da anterioridade nonagesimal, previstos no art. 150, III, “b” e “c”, da Constituição
Federal.
A alteração no programa fiscal REINTEGRA, por acarretar indiretamente a majoração de tributos, deve respeitar o
princípio da anterioridade.
STF. 1ª Turma. RE 1253706 AgR/RS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 19/5/2020 (Info 978).
STF. 2ª Turma. RE 1091378 AgR, Rel. Edson Fachin, julgado em 31/08/2018.

IV - utilizar tributo com efeito de confisco; (PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO)


• O princípio da vedação do confisco é extensível às multas, apesar de estas terem natureza jurídica diversa dos
tributos (ADI 1.075 MC). A multa moratória, embora não seja tributo, não pode ter um importe que lhe confira
característica confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos.

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou


intermunicipais, RESSALVADA a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
(PRINCÍPIO DA LIBERDADE DO TRÁFEGO DE PESSOAS OU BENS OU PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DE TRÁFEGO)

- Pedágio possui natureza jurídica de tarifa.


O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias NÃO tem natureza tributária, mas de preço público,
consequentemente, não está sujeito ao princípio da legalidade estrita.
STF. Plenário. ADI 800/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 11/6/2014 (Info 750).

VI - instituir IMPOSTOS sobre:

- Os requisitos para o gozo de imunidade devem estar previstos em lei complementar.


Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar.
STF. Plenário. ADI 2028/DF, ADI 2036/DF, ADI 2228/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. Rosa
Weber, julgados em 23/2 e 2/3/2017 (Info 855).
STF. Plenário. RE 566622/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/2/2017 (Info 855).

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (IMUNIDADE RECÍPROCA OU INTERGOVERNAMENTAL)


• É cláusula pétrea;
• Não abrange taxas. Em outras palavras, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir
taxas para contraprestação dos serviços prestados uns aos outros. A imunidade tributária, inclusive a recíproca,
restringe-se aos impostos, não abrangendo as contribuições (Ag Rg no RE 450.314/MG).

- Compete ao STF julgar ação proposta por Estado contra União versando sobre imunidade tributária
recíproca. #IMPORTANTE
Compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer e julgar originariamente causas que envolvam a interpretação de
normas relativas à imunidade tributária recíproca, em razão do potencial abalo ao pacto federativo.
STF. Plenário. ACO 1098, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/05/2020 (Info 980 – clipping).

- Sociedade de economia mista estadual prestadora exclusiva do serviço público de abastecimento de água
potável e coleta e tratamento de esgotos sanitários faz jus à imunidade tributária recíproca. #IMPORTANTE
Sociedade de economia mista estadual prestadora exclusiva do serviço público de abastecimento de água potável
e coleta e tratamento de esgotos sanitários faz jus à imunidade tributária recíproca sobre impostos federais
incidentes sobre patrimônio, renda e serviços.
Para a extensão da imunidade tributária recíproca da Fazenda Pública a sociedades de economia mista e empresas
públicas, é necessário preencher 3 (três) requisitos:
a) a prestação de um serviço público;
b) a ausência do intuito de lucro e
431

c) a atuação em regime de exclusividade, ou seja, sem concorrência.


STF. Plenário. ACO 3410/SE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/4/2022 (Info 1051).

- As empresas públicas e sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos gozam de


imunidade tributária?
As empresas públicas e as sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos essenciais, que não
distribuam lucros a acionistas privados nem ofereçam risco ao equilíbrio concorrencial, são beneficiárias da
imunidade tributária recíproca prevista no artigo 150, VI, a, da Constituição Federal, independentemente de
cobrança de tarifa como contraprestação do serviço.
STF. Plenário. RE 1320054 RG, Rel. Ministro Luix Fux, julgado em 06/05/2021 (Repercussão Geral – Tema 1140).

- Sociedade de economia mista, cujas ações são negociadas na Bolsa, e que está voltada à remuneração do
capital de seus controladores ou acionistas, não tem direito à imunidade tributária recíproca, mesmo que
preste serviço público.
Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que,
inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida
pela regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição, unicamente em razão das atividades
desempenhadas.
STF. Plenário. RE 600867, Rel. Joaquim Barbosa, Relator p/ Acórdão Luiz Fux, julgado em 29/06/2020 (Repercussão
Geral – Tema 508) (Info 993 – clipping).

- Sociedade de economia mista com finalidade lucrativa e que for arrendatária de imóvel público não goza
de imunidade tributária.
A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal, não se estende a empresa privada
arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa
hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo Município.
Ex: a União, proprietária de um grande terreno localizado no Porto de Santos, arrendou este imóvel para a
Petrobrás (sociedade de economia mista), que utiliza o local para armazenar combustíveis. Antes do arrendamento,
a União não pagava IPTU com relação a este imóvel em virtude da imunidade tributária recíproca. Depois que
houve o arrendamento, a Petrobrás passa a ter que pagar o imposto.
STF. Plenário. RE 594015/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).

- Estados-membros, mesmo gozando de imunidade tributária recíproca, devem cumprir as obrigações


tributárias acessórias.
A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da Constituição) impede que os entes públicos criem uns para
os outros obrigações relacionadas à cobrança de impostos, mas não veda a imposição de obrigações acessórias.
As obrigações acessórias sejam instituídas por meio de atos infralegais.
STF. Plenário. ACO 1098, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/05/2020 (Info 980).

- Incide a imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal), no caso de contrato de
alienação fiduciária em que pessoa jurídica de direito público figure como devedora.
Não incide IPVA sobre veículo automotor adquirido, mediante alienação fiduciária, por pessoa jurídica de direito
público.
STF. Plenário. RE 727851, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 685) (Info 985).

- Os imóveis vinculados ao Programa de Arrendamento Residencial (PAR) estão sujeitos ao regime de


imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da CF/88).
Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial
(PAR), criado pela Lei nº 10.188/2001, beneficiam-se da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da
Constituição Federal.
STF. 1ª Turma. RE 928902/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/10/2018 (Info 920).
432

- A OAB goza de imunidade tributária reciproca, mesmo não sendo autarquia.


A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, “a” da
CF/88), na medida em que a OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem
jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle
disciplinar dos advogados).
STF. Plenário. RE 259976 AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 23/03/2010.
STF. Plenário. RE 405267, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 06/09/2018.

- As Caixas de Assistência de Advogados gozam de imunidade tributária recíproca.


As Caixas de Assistência de Advogados encontram-se tuteladas pela imunidade recíproca prevista no art. 150, VI,
“a”, da Constituição Federal.
A Caixa de Assistência dos Advogados é um “órgão” integrante da estrutura da OAB, mas que possui personalidade
jurídica própria. Sua finalidade principal é prestar assistência aos inscritos no respectivo no Conselho Seccional (art.
62 da Lei nº 8.906/94).
As Caixas de Assistências prestam serviço público delegado e possuem status jurídico de ente público. Vale
ressaltar ainda que elas não exploram atividades econômicas em sentido estrito com intuito lucrativo. Diante disso,
devem gozar da imunidade recíproca, tendo em vista a impossibilidade de se conceder tratamento tributário
diferenciado a órgãos integrantes da estrutura da OAB.
STF. Plenário. RE 405267/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 6/9/2018 (Info 914).

- Não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o bem está desvinculado de finalidade estatal.
A INFRAERO (empresa pública federal) celebrou contrato de concessão de uso de imóvel com uma empresa
privada por meio da qual esta última poderia explorar comercialmente um imóvel pertencente à INFRAERO. Vale
ressaltar que esta empresa é uma concessionária de automóveis.
A empresa privada queria deixar de pagar IPTU alegando que o imóvel gozaria de imunidade tributária. O STF não
aceitou a tese e afirmou que não incide a imunidade neste caso.
A atividade desenvolvida pela empresa tem por finalidade gerar lucro.
Se fosse reconhecida a imunidade neste caso, isso geraria, como efeito colateral, uma vantagem competitiva
artificial em favor da empresa, que teria um ganho em relação aos seus concorrentes. Afinal, a retirada de um custo
permite o aumento do lucro ou a formação de preços menores, o que provoca desequilíbrio das relações de
mercado.
Não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o bem está desvinculado de finalidade estatal.
STF. Plenário. RE 434251/RJ, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/4/2017
(Info 861).

- Imunidade tributária recíproca e dívidas tributárias decorrentes de sucessão.


A antiga RFFSA era uma sociedade de economia mista federal, que foi extinta, e a União tornou-se sua sucessora
legal nos direitos e obrigações.
A União goza de imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da CF/88). A RFFSA não desfrutava do benefício
pois se tratava de entidade exploradora de atividade econômica.
Os débitos tributários que a RFFSA possuía foram transferidos para a União e devem ser pagos, não podendo este
ente invocar a imunidade tributária recíproca.
O STF concluiu que a imunidade tributária recíproca não afasta a responsabilidade tributária por sucessão, na
hipótese em que o sujeito passivo era contribuinte regular do tributo devido.
STF. 1ª Turma. RE 599.176/PR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 5/6/2014 (Info 749).

- Empresa privada com finalidade lucrativa e que for arrendatária de imóvel público não goza de imunidade
tributária.
A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal, não se estende a empresa privada
arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa
hipótese é constitucional a cobrança do IPTU pelo Município.
Ex: a União, proprietária de um grande terreno localizado no Porto de Santos, arrendou este imóvel para a
Petrobrás (sociedade de economia mista), que utiliza o local para armazenar combustíveis. Antes do arrendamento,
433

a União não pagava IPTU com relação a este imóvel em virtude da imunidade tributária recíproca. Depois que
houve o arrendamento, a Petrobrás passa a ter que pagar o imposto.
STF. Plenário. RE 594015/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).

- Se uma pessoa jurídica de direito público faz contrato de cessão de uso de imóvel com empresa privada,
esta última não goza de imunidade e deverá pagar IPTU.
Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica de direito privado,
devedora do tributo.
Ex: a União celebrou contrato de concessão de uso de imóvel com uma empresa privada por meio da qual esta
última poderia explorar comercialmente determinado imóvel pertencente ao patrimônio público federal. A
empresa privada queria deixar de pagar IPTU alegando que o imóvel gozaria de imunidade tributária. O STF não
aceitou a tese e afirmou que não incide a imunidade neste caso.
STF. Plenário. RE 601720/RJ, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017
(repercussão geral) (Infos 860 e 861).
STJ. 2ª Turma. AgRg-REsp 1.381.034/RJ, Rel. Min. Francisco Falcao, julgado em 09/05/2019.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.089.827/RJ, Relª Minª Regina Helena Costa, julgado em 07/08/2018.

- ECT tem direito à repetição do indébito relativo ao ISS sem necessidade de prova de ter assumido o encargo
pelo tributo e sem autorização dos tomadores dos serviços.
Os Correios gozam de imunidade tributária recíproca, razão pela qual os Municípios não podem cobrar ISS sobre
a prestação dos serviços postais.
Ocorre que, durante muitos anos, alguns Municípios cobravam o imposto porque ainda não se tinha uma certeza,
na jurisprudência, acerca da imunidade dos Correios.
A ECT pode pleitear à repetição do indébito relativo ao ISS cobrado sobre os serviços postais. Para isso, os Correios
não precisam provar que assumiram o encargo pelo tributo nem precisam estar expressamente autorizados pelos
tomadores dos serviços.
Presume-se que os Correios não repassaram o custo do ISS nas tarifas postais cobradas dos tomadores dos
serviços. Isso porque a empresa pública sempre entendeu e defendeu que não estava sujeita ao pagamento desse
imposto.
Não havendo repasse do custo do ISS ao consumidor final, os Correios podem pleitear a restituição sem
necessidade de autorização do tomador dos serviços.
STJ. 2ª Turma.REsp 1.642.250-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16/3/2017 (Info 602).

- Veículos automotores dos Correios são imunes à incidência do IPVA.


Os Correios, mesmo sendo uma empresa pública, gozam de imunidade tributária recíproca porque desempenham
serviços públicos.
No presente julgado, o STF reafirmou o entendimento de que os veículos automotores pertencentes aos Correios
são imunes à incidência do IPVA por força da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da CF/88).
STF. Plenário. ACO 879/PB, Rel. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 26/11/2014 (Info 769).

- Correios gozam de imunidade tributária no serviço de transporte de bens e mercadorias.


Os Correios gozam de imunidade tributária porque são uma empresa pública que desempenha serviços públicos.
Ocorre que os Correios, além das atividades que desenvolvem de forma exclusiva, como é o caso da entrega de
cartas, também realizam alguns serviços em concorrência com a iniciativa privada (ex: entrega de encomendas).
Quando os Correios realizam o serviço de transporte de bens e mercadorias, concorrendo, portanto, com a
iniciativa privada, mesmo assim eles gozam de imunidade? Ficam livres de pagar ICMS?
SIM. O STF decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT goza de imunidade tributária recíproca
mesmo quando realiza o transporte de bens e mercadorias. Assim, não incide o ICMS sobre o serviço de transporte
de bens e mercadorias realizado pelos Correios.
STF. Plenário. RE 627051/PE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/11/2014 (Info 767).
434

- A imunidade tributária recíproca reconhecida aos Correios alcança o IPTU incidente sobre imóveis de sua
propriedade, bem assim os por ela utilizados.
A imunidade tributária recíproca reconhecida à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos — ECT alcança o IPTU
incidente sobre imóveis de sua propriedade, bem assim os por ela utilizados.
Se houver dúvida acerca de quais imóveis estariam afetados ao serviço público, cabe à administração fazendária
(Fisco) produzir prova em contrário, haja vista militar em favor do contribuinte a presunção de imunidade
anteriormente conferida em benefício dele.
Assim, para que o Município possa cobrar IPTU sobre o imóvel, ele deverá identificar e provar que aquele imóvel
específico não se destina às finalidades essenciais dos Correios. Ex.: o Ministro Relator Dias Toffoli citou que a
imunidade alcança os imóveis próprios da ECT, não abrangendo os imóveis pertencentes às empresas que são
franquias dos Correios ou que são meros prestadores de serviços para a entidade.
STF. Plenário. RE 773992/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/10/2014 (repercussão geral).

- Correios, IPTU e presunção de que o imóvel é utilizado para as suas finalidades essenciais.
Imagine que o Município cobrou IPTU dos Correios relativo a um imóvel pertence à empresa. Os Correios
invocaram sua imunidade tributária. O Município respondeu argumentando que a imunidade não poderia ser
aplicada em relação àquele imóvel porque ele não estaria relacionado às finalidades essenciais da empresa.
Para que a entidade goze de imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”), ela terá que provar que o seu imóvel
está relacionado às suas finalidades essenciais ou existe uma presunção nesse sentido?
Existe uma presunção nesse sentido. Assim, o ônus de provar que o imóvel não está afetado a destinação
compatível com os objetivos e finalidades institucionais de entidade autárquica recai sobre o ente tributante.
Em palavras mais simples, se o Município quer tributar o imóvel pertencente à autarquia, fundação, empresa
pública ou sociedade de economia mista, ele é quem deverá provar que o referido bem não merece gozar da
imunidade.
Há uma presunção de que o imóvel da entidade está vinculado às suas finalidades essenciais.
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 304126-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 13/8/2013 (Info 527).

b) templos de qualquer culto; (IMUNIDADE RELIGIOSA)

- Para que o Município cobre ITBI de um imóvel de Igreja, é preciso que ele prove que esse bem está
desvinculado de sua destinação institucional.
Em se tratando de entidade religiosa, há presunção relativa de que o imóvel da entidade está vinculado às suas
finalidades essenciais, o que impede a cobrança de impostos sobre aquele imóvel de acordo com o art. 150, VI,
“c”, da CF.
Nesse contexto, a descaracterização dessa presunção para que incida ITBI sobre imóvel de entidade religiosa é
ônus da Fazenda Pública municipal, nos termos do art. 333, II, do CPC.
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 444.193-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 4/2/2014 (Info 534).

- Imunidade religiosa e maçonaria.


A maçonaria goza da imunidade religiosa?
NÃO. A 1ª Turma do STF decidiu que as organizações maçônicas não estão incluídas no conceito de “templos de
qualquer culto” ou de “instituições de assistência social” para fins de concessão da imunidade tributária prevista
no art. 150, VI, b e c, da CF.
Segundo entendeu o STF, a maçonaria seria uma ideologia de vida e não uma religião.
Logo, as organizações maçônicas devem pagar IPTU e os demais impostos.
STF. 1ª Turma. RE 562351/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 4/9/2012.

- Imunidade religiosa e cemitério.


A entidade religiosa goza de imunidade tributária sobre o cemitério utilizado em suas celebrações, desde que este
cemitério seja uma extensão da entidade religiosa.
No caso julgado, o cemitério analisado era uma extensão da capela destinada ao culto da religião anglicana,
situada no mesmo imóvel.
STF. Plenário. RE 578562, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 21/5/2008.
435

IMUNIDADE RELIGIOSA
- Imóveis locados, lotes vagos e prédios comerciais, desde que existente vínculo com
as finalidades essenciais;
SÃO IMUNES
- Cemitérios como extensões de entidades de cunho religioso;
NÃO SÃO IMUNES - Templo maçônico - ideologia de vida e não uma religião.

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, ATENDIDOS OS
REQUISITOS DA LEI; (IMUNIDADES DE PARTIDOS POLÍTICOS, SINDICATOS DE TRABALHADORES E
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL)
- Súmula Vinculante nº 52: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente
a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.”

- Súmula nº 730, STF: “A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo
art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver
contribuição dos beneficiários.”

- As organizações assistenciais religiosas podem ser abrangidas pela imunidade tributária prevista no art.
150, VI, “c”, da CF/88. #IMPORTANTE
As entidades religiosas podem se caracterizar como instituições de assistência social a fim de se beneficiarem da
imunidade tributária prevista no art. 150, VI, ‘c’, da Constituição, que abrangerá não só os impostos sobre o seu
patrimônio, renda e serviços, mas também os impostos sobre a importação de bens a serem utilizados na
consecução de seus objetivos estatutários.
STF. Plenário. RE 630790/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/3/2022 (Repercussão Geral – Tema 336)
(Info 1047).

- A imunidade tributária estabelecida no art. 150, VI, “c”, da CF/88 abrange o IOF incidente inclusive sobre
operações financeiras praticadas pelas entidades mencionadas no dispositivo, desde que vinculadas às
finalidades essenciais dessas instituições. #IMPORTANTE
A imunidade assegurada pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição da República aos partidos políticos, inclusive suas
fundações, às entidades sindicais dos trabalhadores e às instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, que atendam aos requisitos da lei, alcança o IOF, inclusive o incidente sobre aplicações financeiras.
STF. Plenário. RE 611510/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/4/2021 (Repercussão Geral – Tema 328) (Info
1012).

- A imunidade tributária subjetiva é aplicada se a entidade imune for contribuinte de fato?


A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na
de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito constitucional,
a repercussão econômica do tributo envolvido.
• Se a entidade imune for contribuinte de direito: incide a imunidade subjetiva.
• Se a entidade imune for contribuinte de fato: não incide a imunidade subjetiva.
STF. Plenário. RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22 e 23/2/2017 (repercussão geral) (Info 855).

- O fato de o imóvel estar vago ou sem edificação não é suficiente, por si só, para retirar a imunidade
tributária.
E se o imóvel da instituição de ensino estiver vago ou não edificado, ele, mesmo assim, gozará da imunidade?
SIM. O fato de o imóvel estar vago ou sem edificação não é suficiente, por si só, para retirar a garantia constitucional
da imunidade tributária. Não é possível considerar que determinado imóvel está voltado a finalidade diversa da
exigida pelo interesse público apenas pelo fato de, momentaneamente, estar sem edificação ou ocupação.
Em suma, essa imunidade tributária é aplicada aos bens imóveis, temporariamente ociosos, de propriedade das
instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos que atendam os requisitos legais.
436

STF. 1ª Turma. RE 385091/DF, Rel. Min. Dias Toffolli. Julgado em 06/08/2013 (Info 714).
STF. Plenário. RE 767332/MG. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgado em 31/10/2013 (repercussão geral).

- SENAC goza de imunidade tributária do ITBI na aquisição de imóvel onde funcionará a sua sede.
O art. 150, VI, “c”, da CF/88 prevê que as instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, gozam
de imunidade tributária quanto aos impostos, desde que atendidos os requisitos previstos na lei.
A imunidade somente incide sobre o patrimônio, a renda e os serviços da instituição de ensino que estejam
relacionados com as suas finalidades essenciais (art. 150, § 4º da CF/88).
As entidades do chamado “Sistema S”, tais como SESI, SENAI, SENAC e SEBRAE, também gozam de imunidade
porque promovem cursos para a inserção de profissionais no mercado de trabalho, sendo consideradas instituições
de educação e assistência social.
Se o SENAC adquire um terreno para a construção de sua sede, já havendo inclusive um projeto nesse sentido,
deverá incidir a imunidade nesse caso considerando que o imóvel será destinado às suas finalidades essenciais.
STF. 1ª Turma. RE 470520/SP, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/9/2013 (Info 720).

- Inexistência de imunidade no caso de instituição de assistência social que exerce atividade econômica não
relacionada com suas finalidades institucionais.
Determinada entidade de assistência social sem fins lucrativos que atende pessoas com deficiência explora uma
agência franqueada dos Correios. Em outras palavras, ela é proprietária de uma agência franqueada dos Correios.
A renda obtida com essa atividade é revertida integralmente aos fins institucionais dessa entidade.
A venda das mercadorias nessa agência franqueada NÃO será imune de ICMS. Isso porque a atividade econômica
fraqueada dos Correios não está relacionada com as finalidades institucionais da entidade de assistência social, ou
seja, o serviço prestado não possui relação com seus trabalhos na área de assistência social, ainda que o resultado
das vendas seja revertido em prol das suas atividades essenciais. Logo, não se pode conceder a imunidade porque
não está preenchido o requisito exposto no art. 150, § 4º da CF/88 e art. 14, § 2º do CTN.
STJ. 2ª Turma. RMS 46.170-MS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 23/10/2014 (Info 551).

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (IMUNIDADE CULTURAL OU DE IMPRENSA)
- Súmula Vinculante nº 57: “A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à importação
e comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente utilizados para
fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam funcionalidades acessórias.”

- Súmula nº 657, STF: “A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos
necessários à publicação de jornais e periódicos.”
SÃO IMUNES

*Livros eletrônicos
- Os livros eletrônicos gozam de imunidade tributária.
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-se ao livro eletrônico (“e-
book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.
STF. Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856).
- Os componentes eletrônicos que fazem parte de curso em fascículos de montagem de placas gozam de imunidade
tributária.
A imunidade da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/88 alcança componentes eletrônicos destinados,
exclusivamente, a integrar unidade didática com fascículos.
STF. Plenário. RE 595676/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856).

* Jornais
Os jornais gozam de imunidade, mesmo que contenham publicidade em seu corpo (anúncios, classificados etc.),
considerando que isso constitui fonte de renda necessária para continuar a difusão da cultura (Ricardo Alexandre).
Contudo, algumas vezes, junto com o jornal vêm alguns folhetos separados contendo publicidade de
supermercados, lojas etc. Tais encartes publicitários não são parte integrante (indissociável) do jornal e não se
destinam à difusão da cultura (possuem finalidade apenas comercial), razão pela qual NÃO gozam de imunidade
(RE 213.094/ES).
437

* Papel
O papel utilizado para a impressão de livros, jornais e periódicos também é imune.
Não importa o tipo e a qualidade do papel. Basta que ele seja utilizado para a produção de livros, jornais e
periódicos.

* Filmes e papeis fotográficos


- Súmula nº 657, STF: “A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos
necessários à publicação de jornais e periódicos.”

* Listas telefônicas
A edição de listas telefônicas goza de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, "d", da CF/88.
A imunidade tributária prevista em prol de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão, ostenta
caráter objetivo e amplo, alcançando publicações veiculadoras de informações genéricas ou específicas, ainda que
desprovidas de caráter noticioso, discursivo, literário, poético ou filosófico.
STF. 1ª Turma. RE 794185 AgR, Rel. Min. Luiz Fux. julgado em 04/05/2016.

NÃO SÃO IMUNES

* Chapas de impressão
A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, "d," da CF/88 deve ser interpretada finalísticamente à promoção da
cultura e restritivamente no tocante ao objeto, na medida em que alcança somente os insumos assimiláveis ao
papel.
STF. 1ª Turma. ARE 930133 AgR-ED. Rel. Min. Edson Fachin. Julgado em 23/09/2016.

* Papel para propaganda


Os veículos de comunicação de natureza propagandística de índole eminentemente comercial e o papel utilizado
na confecção da propaganda não estão abrangidos pela imunidade definida no art. 150, VI, "d", da CF/88, uma vez
que não atendem aos conceitos constitucionais de livro, jornal ou periódico contidos nessa norma.
STF. 2ª Turma. ARE 807093 ED/MG. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. Julgado em 05/08/2014.

* Maquinário para impressão de livros


- O maquinário para impressão de livros não goza de imunidade tributária.
A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal, não abarca o maquinário utilizado no
processo de produção de livros, jornais e periódicos.
A imunidade tributária visa à garantia e efetivação da livre manifestação do pensamento, da cultura e da produção
cultural, científica e artística. Assim, é extensível a qualquer material assimilável a papel utilizado no processo de
impressão e à própria tinta especial para jornal, mas não é aplicável aos equipamentos do parque gráfico, que não
são assimiláveis ao papel de impressão, por não guardarem relação direta com a finalidade constitucional do art.
150, VI, “d”, da CF/88.
STF. 1ª Turma. ARE 1100204/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
29/5/2018 (Info 904).

* Serviços de distribuição de livros, jornais e periódicos


A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que a distribuição de periódicos, revistas,
publicações, jornais e Livros não está abrangida pela imunidade tributária da alínea "d" do inciso VI do art. 150 da
CF/88.
STF. 2ª Turma RE 630462 AgR, Rel. Min. Ayres Britto. Julgado em 07/02/2012.

* Serviços de composição gráfica


- Empresas prestadoras de serviços de composição gráfica não gozam da imunidade tributária de livros (art. 150, VI,
d, da CF/88).
438

Segundo o STF, as prestadoras de serviços de composição gráfica, que realizam serviços por encomenda de
empresas jornalísticas ou editoras de Livros, não estão abrangidas pela imunidade tributária prevista no art. 150,
VI, d, da CF.
As empresas que fazem composição gráfica para editoras, jornais etc. são meras prestadoras de serviço e, por isso,
a elas não se aplica a imunidade tributária.
STF. 2ª Turma. RE 434826 AgR/MG, rel. orig. Min. Cezar Peluso. red. p/ o acórdão Min. Celso de Mello. Julgado em
19/11/2013 (lnfo 729).
A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que a prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e
sob encomenda, está sujeita apenas ao ISS, não se submetendo ao ICMS ou ao IPI.
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 816.632/SP. Rel. Min. Humberto Martins. Julgado em 02/02/2016.

IMUNIDADE CULTURAL
• Livros eletrônicos
• Jornais
SÃO IMUNES • Papel
• Filmes e papeis fotográficos
• Listas telefônicas
• Chapas de impressão
• Papel para propaganda
NÃO SÃO IMUNES • Maquinário para impressão de livros
• Serviços de distribuição de livros, jornais e periódicos
• Serviços de composição gráfica

e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais


de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de
leitura a laser. (IMUNIDADE MUSICAL)
• Necessidade da presença dos elementos de conexão nacional.

§ 1º A vedação do inciso III, b (PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL), não se aplica aos tributos previstos nos
arts. 148, I (EC para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência), 153, I (II), II (IE), IV (IPI) e V (IOF); e 154, II (Impostos Extraordinários); e a vedação do inciso
III, c (PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL), não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I (EC
para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência), 153, I (II), II (IE), III (IR) e V (IOF); e 154, II (Impostos Extraordinários), nem à fixação da base de cálculo
dos impostos previstos nos arts. 155, III (IPVA), e 156, I (IPTU).

Exceções à ANTERIORIDADE Exceções à NOVENTENA


- II, IE, IPI e IOF
- Imposto Extraordinário de Guerra (IEG)
- Empréstimo Compulsório (guerra/calamidade) - II, IE, IR e IOF
- Contribuições para Financiamento da Seguridade - Imposto Extraordinário de Guerra (IEG)
Social (art. 195, § 6º) - Empréstimo Compulsório (guerra/calamidade)
- ICMS monofásico sobre Combustíveis (Exceção - Base de Cálculo do IPTU
parcial - art. 155, § 4º, IV, c) - Base de Cálculo do IPVA
- CIDE-Combustíveis (Exceção parcial - art. 177, § 4º,
I, “b”)

- II
- IE
Não respeita nada (nem a anterioridade
- IOF
nem a noventena)
- Imposto extraordinário de Guerra (IEG)
- Empréstimo Compulsório (guerra/calamidade)
439

- ICMS combustíveis
Não respeita anterioridade, mas respeita - CIDE combustíveis
a noventena - IPI
- Contribuição Social
- IR
Não respeita noventena, mas respeita a
- IPVA - base de cálculo
anterioridade
- IPTU - base de cálculo

§ 2º A vedação do inciso VI, "a" (imunidade recíproca), é EXTENSIVA às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.

- Autarquias que cobrem tarifas pelo desempenho de serviço público, mas cuja prestação não configure
atividade econômica gozam de imunidade recíproca.
A imunidade tributária recíproca alcança a autarquia que presta serviço público remunerado por meio de tarifas.
Assim, o simples fato de haver a cobrança de tarifas não descaracteriza a regra imunizante.
STF. 1ª Turma. RE 741938 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 05/08/2014.
STF. 2ª Turma. RE 482814 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29/11/2011.

- Imunidade tributária recíproca: existe uma presunção de que os bens das autarquias e fundações são
utilizados em suas finalidades essenciais.
O art. 150, VI, “a”, da CF/88 prevê que a União, os Estados/DF e os Municípios não poderão cobrar impostos uns
dos outros.
Essa imunidade também vale para as autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (art.
150, § 2º da CF/88).
Existe uma presunção de que os bens das autarquias e fundações são utilizados em suas finalidades essenciais.
Assim, o ônus de provar que determinado imóvel não está afetado à destinação compatível com os objetivos e
finalidades institucionais de entidade autárquica recai sobre o ente tributante que pretenda, mediante afastamento
da imunidade tributária prevista no § 2º do art. 150 da CF, cobrar o imposto sobre o referido imóvel.
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 304.126-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 13/8/2013 (Info 527).

§ 3º As vedações do inciso VI, "a" (imunidade recíproca), e do parágrafo anterior (autarquias e fundações) NÃO
SE APLICAM ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas
regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento
de preços ou tarifas pelo usuário, NEM EXONERA o promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamente ao bem imóvel.
- Súmula nº 583, STF: “Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é
contribuinte do imposto predial territorial urbano.”

§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" (imunidade religiosa) e "c" (imunidades de partidos
políticos, sindicatos de trabalhadores e instituições de educação e assistência social), compreendem somente
o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre
mercadorias e serviços.

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão,
relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou
municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição,
sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.
440

§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de RESPONSÁVEL pelo pagamento de
imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial
restituição da quantia paga, caso NÃO SE REALIZE o fato gerador presumido.

- Substituição tributária progressiva e restituição do ICMS pago a mais quando a BC efetiva da operação
for inferior à presumida.
É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago a mais, no
regime de substituição tributária para a frente, se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida.
STF. Plenário. ADI 2675/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski e ADI 2777/SP, red. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski,
julgados em 19/10/2016 (Info 844).
STF. Plenário. RE 593849/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 844).

Art. 151. É VEDADO à União:

I - instituir TRIBUTO que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, ADMITIDA A
CONCESSÃO DE INCENTIVOS FISCAIS destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do País; (PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA DA TRIBUTAÇÃO)

II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem
como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para
suas obrigações e para seus agentes; (PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE DA TRIBUTAÇÃO DA RENDA)

III - instituir ISENÇÕES de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
(PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE ISENÇÕES HETERÔNOMAS OU HETEROTÓPICAS)
Exceção ao Princípio: Tratado internacional em matéria tributária pode criar hipótese de isenção de tributos
estaduais e municipais. A vedação da isenção heterônoma que alude a CF no art. 151, III é para União (presidente
na qualidade de chefe de governo), Todavia, quando o Presidente age na qualidade de chefe de estado, ele não
é alcançando pela referida vedação, sendo possível, assim criar hipótese de isenção de tributos estaduais e
municipais. (RE 229.096/RS).

Art. 152. É VEDADO aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer DIFERENÇA TRIBUTÁRIA
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. (PRINCÍPIO DA NÃO-
DIFERENÇA TRIBUTÁRIA OU PRINCÍPIO DA NÃO-DISCRIMINAÇÃO)
• Esse princípio é aplicável EXCLUSIVAMENTE aos Estados, DF e Municípios. Se tem também uma importante regra
protetiva do pacto federativo, visto que se proíbe que os entes locais se discriminem entre si. Entretanto, a União
- e somente ela - está autorizada a estipular tratamento tributário diferenciado entre os Estados da federação
tendo por meta diminuir as desigualdades socioeconômicas tão comuns no Brasil.

Seção III
DOS IMPOSTOS DA UNIÃO

Art. 153. Compete à UNIÃO instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros; (II) Extrafiscal

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; (IE) Extrafiscal

III - renda e proventos de qualquer natureza; (IR) Fiscal

IV - produtos industrializados; (IPI) Extrafiscal


441

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; (IOF) Extrafiscal

VI - propriedade territorial rural; (ITR) Extrafiscal

VII - grandes fortunas, nos termos de LEI COMPLEMENTAR. (IGF)

IMPOSTOS DA UNIÃO IMPOSTOS DOS ESTADOS/DF IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS


Art. 153, CF Art. 155, CF Art. 156, CF
II
IE
IR ITCMD IPTU
IPI ICMS ITBI
IOF IPVA ISS
ITR
IGF

- Empréstimos Compulsórios (art. 148);

- Impostos sobre Grandes Fortunas - IGF (art. 153, VII);


TRIBUTOS CRIADOS POR
LEI COMPLEMENTAR
- Impostos Residuais (art. 154, I);

- Contribuições Previdenciárias Residuais (art. 195, § 4° c/c Art. 154, I).

§ 1º É FACULTADO ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as


alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I (II), II (IE), IV (IPI) e V (IOF).

- Alteradas:
• Imposto de Importação (art. 153, § 1º);
TRIBUTOS QUE PODEM TER SUAS • Imposto de Exportação (art. 153, § 1º);
ALÍQUOTAS ALTERADAS POR ATO • Imposto sobre Produtos Industrializados (art. 153, § 1º);
DO PODER EXECUTIVO FEDERAL • Imposto sobre Operações Financeiras (art. 153, § 1º);
(EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE) - Reduzidas e Reestabelecidas:
• ICMS-combustível monofásico (art. 155, § 4º, IV, c);
• CIDE-combustível (art. 177, § 4º, I, b).

§ 2º O imposto previsto no inciso III: (IR)

I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;

§ 3º O imposto previsto no inciso IV: (IPI)

I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas
anteriores;

IPI ICMS
- será seletivo - poderá ser seletivo
- será não-cumulativo - será não-cumulativo
442

III - NÃO INCIDIRÁ sobre produtos industrializados destinados ao exterior. (IMUNIDADE)

IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.

§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (ITR)

I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas;

II - NÃO INCIDIRÁ sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua
outro imóvel; (IMUNIDADE)

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique
redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

§ 5º O OURO, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se EXCLUSIVAMENTE
à incidência do imposto de que trata o inciso V (IOF) do "caput" deste artigo, devido na operação de origem
(IMUNIDADE); a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação
nos seguintes termos:
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
II - setenta por cento para o Município de origem.

Art. 154. A UNIÃO poderá instituir:


I - mediante LEI COMPLEMENTAR, IMPOSTOS não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
(IMPOSTOS RESIDUAIS)

- Empréstimos Compulsórios (art. 148);

- Impostos sobre Grandes Fortunas - IGF (art. 153, VII);


TRIBUTOS CRIADOS POR
LEI COMPLEMENTAR
- Impostos Residuais (art. 154, I);

- Contribuições Previdenciárias Residuais (art. 195, § 4° c/c Art. 154, I).

- Competência da UNIÃO;

- Instituídas por LC;

- Não cumulativas;
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
RESIDUAIS
- Fato Gerador diferente das contribuições sociais já existentes;

- Base de Cálculo diferente das contribuições sociais já existentes;

- STF: Podem ter o mesmo Fato Gerador ou Base de Cálculo dos Impostos.

II - na iminência ou no caso de guerra externa, IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS, compreendidos ou não em sua


competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente (não é sucessivamente), cessadas as causas
de sua criação. IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS
• É uma EXCEÇÃO à vedação da BITRIBUTAÇÃO!
443

IMPOSTOS RESIDUAIS IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS


- Competência da UNIÃO
Instituído por LC (não admite MP) Instituído por LO (admite MP)
Deve ser não cumulativo Pode ser cumulativo ou não cumulativo
Tende a ser permanente Tende a ser temporário

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS


- Competência da UNIÃO
- Característica de temporariedade
- Exceções ao princípio da anterioridade (originária e nonagesimal)
Instituído por LC (não admite MP) Instituído por LO (admite MP)
Tributo vinculado Tributo não vinculado
Tributo restituível (único) Tributo não restituível

Seção IV
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
Art. 155. Compete aos ESTADOS e ao DISTRITO FEDERAL instituir impostos sobre:

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (ITCMD) Fiscal

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e


intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (ICMS) Fiscal

III - propriedade de veículos automotores. (IPVA) Fiscal

IMPOSTOS DA UNIÃO IMPOSTOS DOS ESTADOS/DF IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS


Art. 153, CF Art. 155, CF Art. 156, CF
II
IE
IR ITCMD IPTU
IPI ICMS ITBI
IOF IPVA ISS
ITR
IGF

§ 1º O imposto previsto no inciso I: (ITCMD)

I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito
Federal

II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou
arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;

Bens imóveis e respectivos direitos - Estado da situação do bem


Bens móveis, títulos e créditos - Estado onde se processa o inventário ou do domicílio do doador

III - terá competência para sua instituição regulada por LEI COMPLEMENTAR:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;

IV - terá suas ALÍQUOTAS MÁXIMAS fixadas pelo Senado Federal; (A COMPETÊNCIA SENATORIAL É
OBRIGATÓRIO)
• A competência estadual é limitada, pois as alíquotas máximas são fixadas pelo Senado Federal.
444

NO ITCMD - Senado fixa as alíquotas MÁXIMAS


NO IPVA - Senado fixa as alíquotas MÍNIMAS

§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (ICMS)


- Súmula nº 649, STJ: "Não incide ICMS sobre o serviço de transporte interestadual de mercadorias destinadas
ao exterior."

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias
ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito
Federal;

II - a isenção ou não-incidência, SALVO determinação em contrário da legislação:


a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

IPI ICMS
- será seletivo; - poderá ser seletivo;
- será não-cumulativo. - será não-cumulativo.

IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada
pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as ALÍQUOTAS aplicáveis às operações e prestações,
interestaduais e de exportação; (A COMPETÊNCIA SENATORIAL É OBRIGATÓRIO)

V - é FACULTADO ao Senado Federal:


a) estabelecer ALÍQUOTAS MÍNIMAS nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e
aprovada pela maioria absoluta de seus membros; (A COMPETÊNCIA SENATORIAL É FACULTATIVO)
b) fixar ALÍQUOTAS MÁXIMAS nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse
de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; (A
COMPETÊNCIA SENATORIAL É FACULTATIVO)

VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as
alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão
ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;

VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto,
localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário
o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual;

VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a
interestadual de que trata o inciso VII será atribuída:
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto;

IX - INCIDIRÁ TAMBÉM:
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja
contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior,
cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria,
bem ou serviço;
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na
competência tributária dos Municípios;
445

X - NÃO INCIDIRÁ: (IMUNIDADE)


a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no
exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anteriores;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos
dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de
recepção livre e gratuita;

XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a
operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização,
configure fato gerador dos dois impostos;

XII - cabe à LEI COMPLEMENTAR:


a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à
circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos
mencionados no inciso X, "a";
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior,
de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios
fiscais serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua
finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem,
mercadoria ou serviço.

§ 3º À EXCEÇÃO dos impostos de que tratam o inciso II (ICMS) do caput deste artigo e o art. 153, I (II) e II (IE),
nenhum outro IMPOSTO poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. (IMUNIDADE)

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:


I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde
ocorrer o consumo;
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis
não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino,
mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias;
III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no
inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem;
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do
§ 2º, XII, g, observando-se o seguinte:
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto;
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou
sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência;
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, NÃO SE LHES APLICANDO o disposto no art. 150, III, b.
446

- Alteradas:
• Imposto de Importação (art. 153, § 1º);
TRIBUTOS QUE PODEM TER SUAS • Imposto de Exportação (art. 153, § 1º);
ALÍQUOTAS ALTERADAS POR ATO • Imposto sobre Produtos Industrializados (art. 153, § 1º);
DO PODER EXECUTIVO FEDERAL • Imposto sobre Operações Financeiras (art. 153, § 1º);
(EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE) - Reduzidas e Reestabelecidas:
• ICMS-combustível monofásico (art. 155, § 4º, IV, c);
• CIDE-combustível (art. 177, § 4º, I, b).

§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à destinação do imposto,
serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g.

§ 6º O imposto previsto no inciso III: (IPVA)


I - terá ALÍQUOTAS MÍNIMAS fixadas pelo Senado Federal; (A competência senatorial é obrigatório)
NO ITCMD - Senado fixa as alíquotas MÁXIMAS
NO IPVA - Senado fixa as alíquotas MÍNIMAS
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.

Seção V
DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS
Art. 156. Compete aos MUNICÍPIOS instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana; (IPTU) Fiscal e Extrafiscal

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; (ITBI) Fiscal

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em LEI COMPLEMENTAR. (ISSQN)

IMPOSTOS DA UNIÃO IMPOSTOS DOS ESTADOS/DF IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS


Art. 153, CF Art. 155, CF Art. 156, CF
II
IE
IR ITCMD IPTU
IPI ICMS ITBI
IOF IPVA ISS
ITR
IGF

- Súmula nº 69, STF: “A Constituição estadual não pode estabelecer limite para o aumento de tributos
municipais.”

§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso
I poderá: (IPTU)

I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e

II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

§ 1º-A O imposto previsto no inciso I do caput deste artigo NÃO INCIDE sobre templos de qualquer culto, AINDA
QUE as entidades abrangidas pela imunidade de que trata a alínea b do inciso VI do caput do art. 150 desta
Constituição sejam apenas locatárias do bem imóvel. EC nº 116/2022
447

§ 2º O imposto previsto no inciso II: (ITBI)

I - NÃO INCIDE sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização
de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens
ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;

II - compete ao Município da situação do bem.

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à LEI COMPLEMENTAR: (ISSQN)

I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.

III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

Seção VI
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte,
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que
lhe é atribuída pelo art. 154, I (IMPOSTOS RESIDUAIS).

Art. 158. Pertencem aos Municípios:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte,
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural,
relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, §
4º, III (se optarem por fiscalizar e cobrar); ITR
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos
automotores licenciados em seus territórios; IPVA
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação
de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. ICMS
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV (ICMS), serão
creditadas conforme os seguintes critérios:
I - 65% (sessenta e cinco por cento), no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à
circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
II - até 35% (trinta e cinco por cento), de acordo com o que dispuser lei estadual, observada, obrigatoriamente, a
distribuição de, no mínimo, 10 (dez) pontos percentuais com base em indicadores de melhoria nos resultados de
aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico dos educandos.

Art. 159. A União entregará:


I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos
industrializados, 50% (cinquenta por cento), na seguinte forma: IR/IPI (EC nº 112/2021)
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de
desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na
forma que a lei estabelecer;
448

d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de
dezembro de cada ano;
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês
de julho de cada ano;
f) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de
setembro de cada ano; (EC nº 112/2021)
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito
Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados. IPI
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29%
(vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação
a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.

§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á a parcela da
arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I.

§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante a que se
refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação a
esses, o critério de partilha nele estabelecido.

§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos
termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.

§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão
destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso.

Art. 160. É VEDADA a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta
seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a
impostos.

§ 1º A vedação prevista neste artigo NÃO IMPEDE a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos:
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias;
II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III.

§ 2º Os contratos, os acordos, os ajustes, os convênios, os parcelamentos ou as renegociações de débitos de qualquer


espécie, inclusive tributários, firmados pela União com os entes federativos conterão cláusulas para autorizar a
dedução dos valores devidos dos montantes a serem repassados relacionados às respectivas cotas nos Fundos de
Participação ou aos precatórios federais. (EC nº 113/2021)

Art. 161. Cabe à LEI COMPLEMENTAR:


I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I;
II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de
rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre
Municípios;
III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das participações
previstas nos arts. 157, 158 e 159.
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos de participação
a que alude o inciso II.
449

Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês subseqüente
ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem
tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os dos Estados,
por Município.

REPARTIÇÃO TRIBUTÁRIA DAS RECEITAS


IRfonte retido (art. 157, I) 100%
IOF Ouro (art. 153, § 5º, I) 30%
U para E/DF
CIDE-Combustível (art. 159, III) 29%
DIRETA
Impostos residuais (art. 157, II) 20%
(ocorre quando o Ente
IRfonte retido (art. 158, I) 100%
da Federação
Se M não fiscalizar e
beneficiado recebe a 50%
U para M ITR (art. 158, II e art. 153, § 4º, III) cobrar
receita diretamente, sem
Se M fiscalizar e cobrar 100%
qualquer intermediário
IOF Ouro (art. 153, § 5º, II) 70%
ou sem que tal receita
IPVA (art. 158, III) 50%
faça parte de qualquer
fundo constitucional) 65%, no mínimo = valor
E para M ICMS (art. 158, IV e p. único) 25% adicionado no M
Até 35% = lei estadual
CIDE-Combustível (art. 159, § 4º) 25%
21,5% para FPE (art. 159, I, a)
22,5%, entrega na forma da lei
INDIRETA complementar
(decorre da participação 1%, entrega 1º decêndio de
50% (IPI + 23,5% para FPM (art. 159, I, b e d)
que Estados, DF e dezembro
IR - IRfonte)
municípios têm direito, 1%, entrega 1º decêndio de
cuja receita foi recolhida julho
a um fundo de
3% N, NE e CO (art. 159, I, c) Do NE, 1/2 para o semi-árido
participação ou de
compensação) 10% IPI para 3,5, no mínimo, valor
E/DF 25% para M (art. 159, § 3º) adicionado no M
(art. 159, II) Até 1/4, lei estadual

CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Seção I
NORMAS GERAIS

Advém da exploração do próprio patrimônio do Estado. O Estado não vai se valer


do seu poder de império para angariar esses recursos. Ele aufere fundos a partir de
Receita Originária relações de direito privado que ele estabelece com particulares.
Características: relação contratual com autonomia/voluntariedade.
Exemplo: venda de imóveis, aluguéis, rendimentos, tarifas, royalties do petróleo, etc.
Tem como característica básica o exercício do poder de império pelo Estado. É
obtida essa receita de modo compulsório e coercitiva.
Receita Derivada
Características: Sem voluntariedade, imposição, coercitividade.
Exemplo: multas e tributos.
450

Art. 163. LEI COMPLEMENTAR disporá sobre:


I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder
Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e
condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
VIII - sustentabilidade da dívida, especificando: (EC nº 109/2021)
a) indicadores de sua apuração;
b) níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida;
c) trajetória de convergência do montante da dívida com os limites definidos em legislação;
d) medidas de ajuste, suspensões e vedações;
e) planejamento de alienação de ativos com vistas à redução do montante da dívida. Parágrafo único. A LEI
COMPLEMENTAR de que trata o inciso VIII do caput deste artigo pode autorizar a aplicação das vedações previstas
no art. 167-A desta Constituição.

Art. 163-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas informações e dados
contábeis, orçamentários e fiscais, conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central
de contabilidade da União, de forma a garantir a rastreabilidade, a comparabilidade e a publicidade dos dados
coletados, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público.

Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida EXCLUSIVAMENTE pelo banco central.

§ 1º É VEDADO ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a


qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.

§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular
a oferta de moeda ou a taxa de juros.

§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições
financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

Art. 164-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem conduzir suas políticas fiscais de forma a
manter a dívida pública em níveis sustentáveis, na forma da LEI COMPLEMENTAR referida no inciso VIII do caput do
art. 163 desta Constituição. (EC nº 109/2021)
Parágrafo único. A elaboração e a execução de planos e orçamentos devem refletir a compatibilidade dos
indicadores fiscais com a sustentabilidade da dívida. (EC nº 109/2021)

Seção II
DOS ORÇAMENTOS
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual; (PPA)
II - as diretrizes orçamentárias; (LDO)
III - os orçamentos anuais. (LOA)
451

LEIS ORÇAMENTÁRIAS (PPA x LDO x LOA)


Tipo de LO Encaminhado ao CN até Devolvida para sanção do PR até
4 meses antes do encerramento do primeiro
22 de dezembro
PPA exercício financeiro
(encerramento da sessão legislativa)
31 de agosto do primeiro ano do mandato
8 meses e meio antes do encerramento do 17 de julho de cada ano
LDO exercício financeiro (encerramento do período da sessão
15 de abril de cada ano legislativa)
4 meses antes do encerramento do exercício
22 de dezembro de cada ano
LOA financeiro
(encerramento da sessão legislativa)
31 de agosto de cada ano

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual (PPA) estabelecerá, de forma REGIONALIZADA, as diretrizes, objetivos
e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas
aos programas de duração continuada.

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias (LDO) compreenderá as metas e prioridades da administração pública


federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da
dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual (LOA), disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. (EC nº 109/2021)

DOM = estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,


PPA
objetivos e metas da adm federal
LDO MP = compreenderá as metas e prioridades da adm federal

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, RELATÓRIO
RESUMIDO da execução orçamentária.

§ 4º Os PLANOS E PROGRAMAS nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados
em consonância com o plano plurianual (PPA) e apreciados pelo Congresso Nacional.

§ 5º A lei orçamentária anual (LOA) COMPREENDERÁ:


I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração
direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

§ 6º O projeto de lei orçamentária (LOA) será acompanhado de demonstrativo REGIONALIZADO do efeito,


sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.

§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I (orçamento fiscal) e II (orçamento de investimento), deste artigo,


compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais,
segundo critério populacional.

§ 8º A lei orçamentária anual (LOA) NÃO CONTERÁ dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa (PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE), NÃO SE INCLUINDO NA PROIBIÇÃO a autorização para abertura de
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da
lei.
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EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA - abertura de créditos suplementares;


EXCLUSIVIDADE
AUTORIZAÇÃO PARA: - contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.

§ 9º Cabe à LEI COMPLEMENTAR:


I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei
de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições
para a instituição e funcionamento de fundos.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando houver
impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório,
para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166.

§ 10. A administração tem o DEVER de executar as programações orçamentárias, adotando os meios e as


medidas necessários, com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade.

§ 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias (LDO):
I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que estabeleçam metas fiscais ou limites de
despesas e não impede o cancelamento necessário à abertura de créditos adicionais
II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica devidamente justificados;
III - aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.

§ 12. INTEGRARÁ a lei de diretrizes orçamentárias (LDO), para o exercício a que se refere e, pelo menos, para os
2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos recursos para
investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em andamento.

§ 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste artigo aplica-se EXCLUSIVAMENTE aos orçamentos
fiscal e da seguridade social da União.

§ 14. A lei orçamentária anual (LOA) PODERÁ conter previsões de despesas para exercícios seguintes, com a
especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento.

§ 15. A União organizará e manterá registro centralizado de projetos de investimento contendo, por Estado ou
Distrito Federal, pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e informações sobre a execução física e
financeira.

§ 16. As leis de que trata este artigo devem observar, no que couber, os resultados do monitoramento e da avaliação
das políticas públicas previstos no § 16 do art. 37 desta Constituição. (EC nº 109/2021)

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos
créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

- Constituição Estadual não pode impor tratar sobre as emendas parlamentares impositivas com percentuais
diferentes daquilo que está previsto na Constituição Federal.
É inconstitucional norma estadual que estabeleça limite para aprovação de emendas parlamentares impositivas
em patamar diferente do imposto pelo art. 166 da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 6670 MC/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).

§ 1º CABERÁ a uma COMISSÃO MISTA PERMANENTE de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente
pelo Presidente da República;
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CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Aprecia, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em 60
TCU
dias a contar de seu recebimento (Art. 71, I, CF)

CONGRESSO NACIONAL Julga Anualmente (Art. 49, IX, CF)

Procede à tomada de contas não apresentadas ao CN em 60 dias


CÂMARA DOS DEPUTADOS
após a abertura da sessão legislativa (Art. 51, II, CF)

COMISSÃO MISTA PERMANENTE DE Examinar e emitir parecer sobre as contas apresentadas


SENADORES E DEPUTADOS anualmente (Art. 166, § 1º, I, CF)

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta
Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais
comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma
regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual (LOA) ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que
incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:


a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO) não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.

§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos
projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração
é proposta.

§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo
Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da LEI COMPLEMENTAR a que se refere o art. 165,
§ 9º.

§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais
normas relativas ao processo legislativo.

§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem
sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou
suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois
décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a
metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
454

§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será
computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para pagamento de pessoal
ou encargos sociais.

§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em
montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no
exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na LEI
COMPLEMENTAR prevista no § 9º do art. 165.

§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações incluídas por todas
as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no montante de até 1% (um
por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior.

§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execução obrigatória nos
casos dos impedimentos de ordem técnica.

§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os órgãos de execução deverão observar,
nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação de eventuais impedimentos das
programações e demais procedimentos necessários à viabilização da execução dos respectivos montantes.

§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos §§ 11 e 12 deste
artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo
destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa
de pessoal de que trata o caput do art. 169.

§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 poderão ser
considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da
receita corrente líquida realizada no exercício anterior, para as programações das emendas individuais, e até o limite
de 0,5% (cinco décimos por cento), para as programações das emendas de iniciativa de bancada de parlamentares
de Estado ou do Distrito Federal.

§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de
resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo
poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das demais despesas
discricionárias.

§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe critérios objetivos e
imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria.

§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de investimentos com
duração de mais de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, deverão ser objeto de emenda
pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão da obra ou do empreendimento.

Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar
recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
I - transferência especial; ou
II - transferência com finalidade definida.

§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do Estado, do Distrito Federal
e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com pessoal ativo e inativo, nos
termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em qualquer caso, a aplicação dos recursos
a que se refere o caput deste artigo no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e
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II - encargos referentes ao serviço da dívida.

§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos:


I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, independentemente de celebração de convênio ou
de instrumento congênere;
II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e
III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo do ente federado
beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo.

§ 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo poderá
firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da execução orçamentária na
aplicação dos recursos.

§ 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste artigo, os recursos serão:
I - vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e
II - aplicados nas áreas de competência constitucional da União.

§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o inciso I do caput deste artigo
deverão ser aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do § 1º deste artigo.

Art. 167. São VEDADOS:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual (LOA);

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou


adicionais;

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, RESSALVADAS as
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo
por maioria absoluta;

IV - a vinculação de receita de IMPOSTOS a órgão, fundo ou despesa (PRINCÍPIO DA NÃO VINCULAÇÃO DE


RECEITAS), RESSALVADAS a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e
159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts.
198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no
art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;

- Repartição de receitas tributárias;

- Destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde;

- Destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino


EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO
(educação);
DA NÃO-AFETAÇÃO DOS
IMPOSTOS
- Destinação de recursos para realização de atividades da administração tributária;

- Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita:


* Para a União (garantias e contragarantias);
* Para pagamento de débitos com a União.

V - a abertura de crédito SUPLEMENTAR OU ESPECIAL sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos
recursos correspondentes;
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VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra


ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social
para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, §
5º;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos
Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo
e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização
de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

XII - na forma estabelecida na LEI COMPLEMENTAR de que trata o § 22 do art. 40, a utilização de recursos de
regime PRÓPRIO de previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos no art. 249, para a
realização de despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fundo vinculado àquele
regime e das despesas necessárias à sua organização e ao seu funcionamento;

XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais, as garantias e as subvenções pela União e a
concessão de empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras federais aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios na hipótese de descumprimento das regras gerais de organização e de funcionamento de
regime PRÓPRIO de previdência social.

XIV - a criação de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados mediante a vinculação de receitas
orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por programação orçamentária e financeira de órgão ou
entidade da administração pública. (EC nº 109/2021)

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ULTRAPASSE um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia
inclusão no plano plurianual (PPA), OU sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

§ 2º Os créditos ESPECIAIS E EXTRAORDINÁRIOS terão vigência no exercício financeiro em que forem


autorizados, SALVO se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso
em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.

§ 3º A abertura de crédito EXTRAORDINÁRIO somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art.
62 (MP).

CRÉDITOS ADICIONAIS
SUPLEMENTAR ESPECIAL EXTRAORDINÁRIO
Atender a despesas imprevisíveis e
Reforçar despesas já previstas no Atender a despesas não previstas
urgentes (guerra, comoção interna,
orçamento no orçamento
calamidade pública)
Vigência: Vigência:
Vigência: Regra: exercício em que forem Regra: exercício em que forem
Limitado ao exercício em que forem autorizados autorizados
autorizados EXCEÇÃO: só é prorrogável para o EXCEÇÃO: só é prorrogável para o
Improrrogável exercício seguinte quanto o ato de exercício seguinte quanto o ato de
autorização tiver sido promulgado autorização tiver sido promulgado
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nos últimos 4 meses do exercício nos últimos 4 meses do exercício


(exceção ao princípio da anualidade (exceção ao princípio da
ou da periodicidade) anualidade ou da periodicidade)
Necessidade de autorização
legislativa
Necessidade de autorização Independe
(poderá constar na própria LOA –
legislativa (Medida provisória)
exceção ao princípio da
exclusividade)
É necessária a indicação da fonte É necessária a indicação da fonte Não é necessária a indicação da
dos recursos dos recursos fonte dos recursos

§ 4º É PERMITIDA a vinculação de receitas a que se referem os arts. 155, 156, 157, 158 e as alíneas "a", "b", "d" e
"e" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para pagamento de débitos com a União e para
prestar-lhe garantia ou contragarantia. (EC nº 109/2021)

§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra


poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar
os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, SEM NECESSIDADE DA
PRÉVIA AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA prevista no inciso VI deste artigo.

§ 6º Para fins da apuração ao término do exercício financeiro do cumprimento do limite de que trata o inciso III do
caput deste artigo, as receitas das operações de crédito efetuadas no contexto da gestão da dívida pública mobiliária
federal somente serão consideradas no exercício financeiro em que for realizada a respectiva despesa. (EC nº
109/2021)

Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a relação entre despesas correntes e receitas correntes
supera 95% (noventa e cinco por cento), no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, é facultado
aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e à Defensoria Pública
do ente, enquanto permanecer a situação, aplicar o mecanismo de ajuste fiscal de vedação da: (EC nº 109/2021)
I - concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração de membros de
Poder ou de órgão, de servidores e empregados públicos e de militares, exceto dos derivados de sentença judicial
transitada em julgado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das medidas de que trata este artigo;
II - criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa;
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
IV - admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas:
a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa;
b) as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição; e
d) as reposições de temporários para prestação de serviço militar e de alunos de órgãos de formação de militares;
V - realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias previstas no inciso IV deste caput;
VI - criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefícios de qualquer
natureza, inclusive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Poder, do Ministério Público ou da Defensoria
Pública e de servidores e empregados públicos e de militares, ou ainda de seus dependentes, exceto quando
derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das
medidas de que trata este artigo;
VII - criação de despesa obrigatória;
VIII - adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação, observada a
preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do art. 7º desta Constituição;
IX - criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem como remissão, renegociação ou
refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e subvenções;
X - concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária.
458

§ 1º Apurado que a despesa corrente supera 85% (oitenta e cinco por cento) da receita corrente, sem exceder o
percentual mencionado no caput deste artigo, as medidas nele indicadas podem ser, no todo ou em parte,
implementadas por atos do Chefe do Poder Executivo com vigência imediata, facultado aos demais Poderes e órgãos
autônomos implementá-las em seus respectivos âmbitos. (EC nº 109/2021)

§ 2º O ato de que trata o § 1º deste artigo deve ser submetido, em regime de urgência, à apreciação do Poder
Legislativo. (EC nº 109/2021)

§ 3º O ato perde a eficácia, reconhecida a validade dos atos praticados na sua vigência, quando: (EC nº 109/2021)
I - rejeitado pelo Poder Legislativo;
II - transcorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias sem que se ultime a sua apreciação; ou
III - apurado que não mais se verifica a hipótese prevista no § 1º deste artigo, mesmo após a sua aprovação pelo
Poder Legislativo.

§ 4º A apuração referida neste artigo deve ser realizada bimestralmente. (EC nº 109/2021)

§ 5º As disposições de que trata este artigo: (EC nº 109/2021)


I - não constituem obrigação de pagamento futuro pelo ente da Federação ou direitos de outrem sobre o erário;
II - não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de dispositivos constitucionais e legais que disponham
sobre metas fiscais ou limites máximos de despesas.

§ 6º Ocorrendo a hipótese de que trata o caput deste artigo, até que todas as medidas nele previstas tenham sido
adotadas por todos os Poderes e órgãos nele mencionados, de acordo com declaração do respectivo Tribunal de
Contas, é vedada: (EC nº 109/2021)
I - a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de garantias ao ente envolvido;
II - a tomada de operação de crédito por parte do ente envolvido com outro ente da Federação, diretamente ou por
intermédio de seus fundos, autarquias, fundações ou empresas estatais dependentes, ainda que sob a forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente, ressalvados os financiamentos
destinados a projetos específicos celebrados na forma de operações típicas das agências financeiras oficiais de
fomento.

Art. 167-B. Durante a vigência de estado de calamidade pública de âmbito nacional, decretado pelo Congresso
Nacional por iniciativa privativa do Presidente da República, a União deve adotar regime extraordinário fiscal,
financeiro e de contratações para atender às necessidades dele decorrentes, somente naquilo em que a urgência for
incompatível com o regime regular, nos termos definidos nos arts. 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta
Constituição. (EC nº 109/2021)

Art. 167-C. Com o propósito exclusivo de enfrentamento da calamidade pública e de seus efeitos sociais e
econômicos, no seu período de duração, o Poder Executivo federal pode adotar processos simplificados de
contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, serviços e compras que assegurem, quando
possível, competição e igualdade de condições a todos os concorrentes, dispensada a observância do § 1º do art.
169 na contratação de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição, limitada a dispensa às situações
de que trata o referido inciso, sem prejuízo do controle dos órgãos competentes. (EC nº 109/2021)

Art. 167-D. As proposições legislativas e os atos do Poder Executivo com propósito exclusivo de enfrentar a
calamidade e suas consequências sociais e econômicas, com vigência e efeitos restritos à sua duração, desde que
não impliquem despesa obrigatória de caráter continuado, ficam dispensados da observância das limitações legais
quanto à criação, à expansão ou ao aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento de despesa e à
concessão ou à ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita. (EC
nº 109/2021)
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Parágrafo único. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art. 167-B, não se
aplica o disposto no § 3º do art. 195 desta Constituição. (EC nº 109/2021)

Art. 167-E. Fica dispensada, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade pública de
âmbito nacional, a observância do inciso III do caput do art. 167 desta Constituição. (EC nº 109/2021)

Art. 167-F. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art. 167-B desta Constituição:
(EC nº 109/2021)
I - são dispensados, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade pública, os limites,
as condições e demais restrições aplicáveis à União para a contratação de operações de crédito, bem como sua
verificação;
II - o superávit financeiro apurado em 31 de dezembro do ano imediatamente anterior ao reconhecimento pode ser
destinado à cobertura de despesas oriundas das medidas de combate à calamidade pública de âmbito nacional e ao
pagamento da dívida pública.

§ 1º LEI COMPLEMENTAR pode definir outras suspensões, dispensas e afastamentos aplicáveis durante a vigência
do estado de calamidade pública de âmbito nacional. (EC nº 109/2021)

§ 2º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica às fontes de recursos: (EC nº 109/2021)
I - decorrentes de repartição de receitas a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios;
II - decorrentes das vinculações estabelecidas pelos arts. 195, 198, 201, 212, 212-A e 239 desta Constituição;
III - destinadas ao registro de receitas oriundas da arrecadação de doações ou de empréstimos compulsórios, de
transferências recebidas para o atendimento de finalidades determinadas ou das receitas de capital produto de
operações de financiamento celebradas com finalidades contratualmente determinadas.

Art. 167-G. Na hipótese de que trata o art. 167-B, aplicam-se à União, até o término da calamidade pública, as
vedações previstas no art. 167-A desta Constituição. (EC nº 109/2021)

§ 1º Na hipótese de medidas de combate à calamidade pública cuja vigência e efeitos não ultrapassem a sua duração,
não se aplicam as vedações referidas nos incisos II, IV, VII, IX e X do caput do art. 167-A desta Constituição. (EC nº
109/2021)

§ 2º Na hipótese de que trata o art. 167-B, não se aplica a alínea "c" do inciso I do caput do art. 159 desta Constituição,
devendo a transferência a que se refere aquele dispositivo ser efetuada nos mesmos montantes transferidos no
exercício anterior à decretação da calamidade. (EC nº 109/2021)

§ 3º É facultada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a aplicação das vedações referidas no caput, nos
termos deste artigo, e, até que as tenham adotado na integralidade, estarão submetidos às restrições do § 6º do art.
167-A desta Constituição, enquanto perdurarem seus efeitos para a União. (EC nº 109/2021)

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos SUPLEMENTARES


E ESPECIAIS, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da LEI COMPLEMENTAR a
que se refere o art. 165, § 9º.

§ 1º É vedada a transferência a fundos de recursos financeiros oriundos de repasses duodecimais. (EC nº 109/2021)

§ 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma do caput deste artigo deve ser restituído ao
caixa único do Tesouro do ente federativo, ou terá seu valor deduzido das primeiras parcelas duodecimais do
exercício seguinte. (EC nº 109/2021)
460

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios NÃO PODE EXCEDER os limites estabelecidos em LEI COMPLEMENTAR. (EC nº 109/2021)

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou


alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos
e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só
poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias (LDO), ressalvadas as empresas públicas e
as sociedades de economia mista.

§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na LEI COMPLEMENTAR referida neste artigo para a adaptação aos
parâmetros ali previstos, serão imediatamente SUSPENSOS todos os repasses de verbas federais ou estaduais
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites.

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na LEI
COMPLEMENTAR referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes
providências:
I - REDUÇÃO em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
II - EXONERAÇÃO dos servidores não estáveis.

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior NÃO FOREM suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da LEI COMPLEMENTAR referida neste artigo, o SERVIDOR ESTÁVEL poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o
órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.

- Sentença judicial transitada em julgado (art. 41, § 1º, I);

DISPENSA DO SERVIDOR - Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa (art. 41, §
ESTÁVEL 1º, II);
OS SERVIDORES ESTÁVEIS
SÓ PERDERÃO O CARGO - Procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei
NAS SEGUINTES HIPÓTESES: complementar, assegurada a ampla defesa (art. 41, § 1º, III);

- Exoneração para corte de gastos com pessoal (art. 169, § 4º).

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a INDENIZAÇÃO correspondente a
um mês de remuneração por ano de serviço.

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, VEDADA a criação de
cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.

1) Redução em pelo menos 20% das despesas em cargos comissionados e


funções de confiança;
EM CASO DE NECESSIDADE
2) Exoneração dos servidores públicos NÃO estáveis;
DE REDUÇÃO DAS DESPESAS
COM PESSOAL, A CF DISPÕE
3) Exoneração dos servidores estáveis.
A SEGUINTE GRADAÇÃO:
Obs.: Nesse caso, o cargo do servidor estável será extinto, sendo vedada ao ente
estatal a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou
assemelhadas pelo prazo de 04 anos. Ademais, o servidor estável passa a receber
461

uma indenização correspondente a um mês de remuneração para cada ano de


serviço público prestado.

TÍTULO VII
Da Ordem Econômica e Financeira

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 170. A ordem econômica, FUNDADA na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por FIM
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes PRINCÍPIOS:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
- Súmula Vinculante nº 49: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.”
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, INDEPENDENTEMENTE
de autorização de órgãos públicos, SALVO nos casos previstos em lei.

ORDEM ECONÔMICA
- valorização do trabalho humano e
Fundamentos
- livre iniciativa
Objetivos - assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social
- soberania nacional;
- propriedade privada;
- função social da propriedade;
- livre concorrência;
- defesa do consumidor;
Princípios - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
- redução das desigualdades regionais e sociais;
- busca do pleno emprego;
- tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os
reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.

Art. 173. RESSALVADOS os casos previstos nesta Constituição, a exploração DIRETA de atividade econômica
pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de
serviços, dispondo sobre:
462

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;


II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração
pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas
minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista NÃO PODERÃO gozar de privilégios fiscais NÃO
EXTENSIVOS às do setor privado.

§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.

§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência
e ao aumento arbitrário dos lucros.

§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a
responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem
econômica e financeira e contra a economia popular.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções
de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor
privado.

§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual


incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.

§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do


meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.

§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa
e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo
com o art. 21, XXV, na forma da lei.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, DIRETAMENTE ou sob regime de CONCESSÃO ou
PERMISSÃO, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato
e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao
concessionário a propriedade do produto da lavra.
463

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste
artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por
brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da
lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou
terras indígenas.

§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a
lei.

§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões previstas neste
artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.

§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade


reduzida.

Art. 177. Constituem MONOPÓLIO da União:


I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos
anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no
País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer
origem;
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais
nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser
autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição
Federal.

§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos incisos I
a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.

§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:


I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional;
II - as condições de contratação;
III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União;

§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos no território nacional.

§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos
seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
a) diferenciada por produto ou uso;
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, NÃO SE LHE APLICANDO o disposto no art. 150,III, b;
- Alteradas:
• Imposto de Importação (art. 153, § 1º);
TRIBUTOS QUE PODEM TER SUAS • Imposto de Exportação (art. 153, § 1º);
ALÍQUOTAS ALTERADAS POR ATO • Imposto sobre Produtos Industrializados (art. 153, § 1º);
DO PODER EXECUTIVO FEDERAL • Imposto sobre Operações Financeiras (art. 153, § 1º);
(EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE) - Reduzidas e Reestabelecidas:
• ICMS-combustível monofásico (art. 155, § 4º, IV, c);
• CIDE-combustível (art. 177, § 4º, I, b).
464

II - os recursos arrecadados serão destinados:


a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados
de petróleo;
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás;
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.

Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação
do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade.
Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em que o transporte de
mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras.

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de
pequeno porte, assim definidas em lei, TRATAMENTO JURÍDICO DIFERENCIADO, visando a incentivá-las pela
simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou
redução destas por meio de lei.

Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de
desenvolvimento social e econômico.

Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação de natureza comercial, feita por autoridade
administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País dependerá de
autorização do Poder competente.

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais
fixadas em lei, tem por OBJETIVO ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-
estar de seus habitantes.

§ 1º O PLANO DIRETOR, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil
habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação
da cidade expressas no plano diretor.

§ 3º As DESAPROPRIAÇÕES de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.

§ 4º É FACULTADO ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir,
nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova
seu adequado aproveitamento, sob pena, SUCESSIVAMENTE, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - DESAPROPRIAÇÃO com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada
pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados
o valor real da indenização e os juros legais. (DESAPROPRIAÇÃO URBANÍSTICA)

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, ADQUIRIR-LHE-Á O
DOMÍNIO, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
465

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,


INDEPENDENTEMENTE do estado civil.

§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA
Art. 184. Compete à União DESAPROPRIAR por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que
não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será definida em lei. (DESAPROPRIAÇÃO RURAL)

§ 1º As benfeitorias ÚTEIS e NECESSÁRIAS serão indenizadas EM DINHEIRO.

§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor
a ação de desapropriação.

§ 3º Cabe à LEI COMPLEMENTAR estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo
judicial de desapropriação.

§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos
para atender ao programa de reforma agrária no exercício.

§ 5º São ISENTAS de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis


desapropriados para FINS DE REFORMA AGRÁRIA. (IMUNIDADE)

Art. 185. São INSUSCETÍVEIS DE DESAPROPRIAÇÃO para fins de reforma agrária:


I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento
dos requisitos relativos a sua função social.

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e
graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes REQUISITOS:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

A propriedade URBANA cumpre - atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no


sua função social quando: plano diretor.
- atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes REQUISITOS:
• aproveitamento racional e adequado;
A propriedade RURAL cumpre
• utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do
sua função social quando:
meio ambiente;
• observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
• exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
466

Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de
produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de
armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:
I - os instrumentos creditícios e fiscais;
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV - a assistência técnica e extensão rural;
V - o seguro agrícola;
VI - o cooperativismo;
VII - a eletrificação rural e irrigação;
VIII - a habitação para o trabalhador rural.

§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.

§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.

Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano
nacional de reforma agrária.

§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso
Nacional.

§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de
reforma agrária.

Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de
concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.

Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica
estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos
ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a
produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, ADQUIRIR-LHE-Á A PROPRIEDADE.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País
e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito,
será regulado por LEIS COMPLEMENTARES que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro
nas instituições que o integram.
467

TÍTULO VIII
Da Ordem Social

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL
(PROVA) Art. 193. A ORDEM SOCIAL tem como BASE o primado do trabalho, e como OBJETIVO o bem-estar e a justiça
sociais.
Parágrafo único. O Estado exercerá a função de planejamento das políticas sociais, assegurada, na forma da lei, a
participação da sociedade nos processos de formulação, de monitoramento, de controle e de avaliação dessas
políticas.

Base Primado do trabalho


ORDEM SOCIAL Bem-estar
Objetivo
Justiça sociais

CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL

Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
(PROVA) Art. 194. A SEGURIDADE SOCIAL compreende um conjunto integrado de ações de INICIATIVA dos Poderes
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à ______
saúde, à previdência
___________ e à __________________
assistência social.

SEGURIDADE SOCIAL (ESTRUTURA)


SAÚDE PREVIDÊNCIA SOCIAL ASSISTÊNCIA SOCIAL

Direito de todos e dever do Estado Direito de quem contribui Prestada para quem dela necessite

Sistema não contributivo Sistema contributivo Sistema não contributivo

Ilimitada (todos) Limitada (quem contribui) Limitada (quem precisa)

Direitos de caráter universal Direitos dependentes do trabalho Direitos seletivos

(PROVA) Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, ORGANIZAR a seguridade social, com base nos
seguintes OBJETIVOS: (PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL)

INICIATIVA DA SEGURIDADE ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE


Poderes Públicos e Sociedade Poder Público

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - eqüidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as
receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo
da previdência social;
468

(PROVA) VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos COLEGIADOS.

FORMA DE CUSTEIO FORMA DE GESTÃO


TRÍPLICE QUADRIPARTITE
Governo, Empregadores, Trabalhadores e
Governo, Empresas e Trabalhadores
Aposentados

(PROVA) Art. 195. A seguridade social será FINANCIADA por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
e das seguintes contribuições sociais:
_____________________

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:


a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que
lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;

(PROVA) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas
PROGRESSIVAS de acordo com o valor do salário de contribuição, NÃO INCIDINDO contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social (IMUNIDADE);

- Imunidade sobre aposentadorias e pensões no RGPS (art. 195, II);

IMUNIDADES NA
- Imunidade sobre receitas decorrentes de exportação (art. 149, § 2º, I);
SEGURIDADE SOCIAL
- Imunidade das entidades beneficentes de assistência social (art. 195, § 7º).

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos
respectivos orçamentos, NÃO INTEGRANDO O ORÇAMENTO DA UNIÃO.

§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis
pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de
diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

(PROVA) § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, NÃO PODERÁ
contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

(PROVA) § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
obedecido o disposto no art. 154, I. (CONTRIBUIÇÕES RESIDUAIS DA SEGURIDADE SOCIAL)
• Novas contribuições para a seguridade social: deve ser por lei complementar, nos termos do art. 154, I, CF.

(PROVA) § 5º NENHUM benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido SEM a
correspondente fonte de custeio total. (PRINCÍPIO DA PREEXISTÊNCIA DO CUSTEIO)

(PROVA) § 6º As CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias
(princípio da anterioridade nonagesimal) da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,
NÃO SE LHES APLICANDO o disposto no art. 150, III, "b" (princípio da anterioridade).
469

Respeita Princípio da anterioridade nonagesimal


CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS Princípio da anterioridade
Não Respeita
(é exceção ao princípio)

(PROVA) § 7º São ISENTAS de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que
atendam às exigências estabelecidas em lei. (IMUNIDADE)

- Imunidades sobre aposentadorias e pensões no RGPS (art. 195, II)


IMUNIDADES NA
- Imunidade sobre as receitas decorrentes de exportação (art. 149, § 2º, I)
SEGURIDADE SOCIAL
(PROVA)
- Imunidade das entidades beneficentes de assistência social (art. 195, § 7º)

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos
cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão
para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e
farão jus aos benefícios nos termos da lei.

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I (empregador, empresa e entidade a ela equiparada) do caput
deste artigo poderão ter alíquotas DIFERENCIADAS em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de
mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a
adoção de bases de cálculo DIFERENCIADAS apenas no caso das alíneas "b" (receita ou faturamento) e "c" (lucro)
do inciso I do caput.

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência
social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a
respectiva contrapartida de recursos.

§ 11. São VEDADOS a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60 (sessenta) meses e, na forma de LEI
COMPLEMENTAR, a remissão e a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do inciso I e o inciso
II do caput.

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos
incisos I, b; e IV do caput, serão NÃO-CUMULATIVAS.

§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a
competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria,
assegurado o agrupamento de contribuições.

SEGURIDADE SOCIAL (PROVA)


Competência para - Privativa da UNIÃO
Legislar #Previdência: Concorrente da UNIÃO, ESTADOS E DF
Organização • Poder Público
• Poderes Públicos e
Iniciativa
• Sociedade
Tríplice
• Governo
Forma de Custeio
• Empresas e
• Trabalhadores
Quadripartite
Forma de Gestão • Governo
• Empregadores
470

• Trabalhadores e
• Aposentados
- Saúde
• direito de todos e dever do Estado;
• sistema não contributivo;
• ilimitada (todos);
• direitos de caráter universal.

- Previdência Social
• direito de quem contribui;
Estrutura • sistema contributivo;
• limitada (quem contribui);
• direitos dependentes do trabalho.

- Assistência Social
• prestada para quem dela necessite;
• sistema não contributivo;
• limitada (quem precisa);
• Direitos seletivos.
- universalidade da cobertura e do atendimento;

- uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

- seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

- irredutibilidade do valor dos benefícios;

Princípios - eqüidade na forma de participação no custeio;

- diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis


específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde,
previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social;

- caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite,


com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo
nos órgãos colegiados.

Seção II
DA SAÚDE
Art. 196. A SAÚDE é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da
lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de
terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
sistema único, organizado de acordo com as seguintes DIRETRIZES:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
471

§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade
social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, ANUALMENTE, em ações e serviços públicos
de saúde recursos MÍNIMOS derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15%
(quinze por cento);
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e
dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas
aos respectivos Municípios;
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art.
156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.

§ 3º LEI COMPLEMENTAR, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais;
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e
municipal;

(PROVA) § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de
combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas
atribuições e requisitos específicos para sua atuação.

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos
de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias,
competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que
exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá
perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício.

§ 7º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias fica sob
responsabilidade da União, e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer, além de
outros consectários e vantagens, incentivos, auxílios, gratificações e indenizações, a fim de valorizar o trabalho
desses profissionais. (EC nº 120/2022)

§ 8º Os recursos destinados ao pagamento do vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de
combate às endemias serão consignados no orçamento geral da União com dotação própria e exclusiva. (EC nº
120/2022)

§ 9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias não será inferior a
2 (dois) salários mínimos, repassados pela União aos Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal. (EC nº
120/2022)

§ 10. Os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias terão também, em razão dos riscos
inerentes às funções desempenhadas, aposentadoria especial e, somado aos seus vencimentos, adicional de
insalubridade. (EC nº 120/2022)

§ 11. Os recursos financeiros repassados pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para
pagamento do vencimento ou de qualquer outra vantagem dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de
472

combate às endemias não serão objeto de inclusão no cálculo para fins do limite de despesa com pessoal. (EC
nº 120/2022)

§ 12. Lei federal instituirá pisos salariais profissionais nacionais para o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o
auxiliar de enfermagem e a parteira, a serem observados por pessoas jurídicas de direito público e de direito
privado. (EC nº 124/2022)

§ 13. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, até o final do exercício financeiro em que for
publicada a lei de que trata o § 12 deste artigo, adequarão a remuneração dos cargos ou dos respectivos planos
de carreiras, quando houver, de modo a atender aos pisos estabelecidos para cada categoria profissional. (EC
nº 124/2022)

(PROVA) Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

(PROVA) § 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo PREFERÊNCIA as entidades
filantrópicas e as sem fins lucrativos.

(PROVA) § 2º É VEDADA a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins
lucrativos.

(PROVA) §3º - É VEDADA a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde
no País, salvo nos casos previstos em lei.

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue
e seus derivados, sendo VEDADO todo tipo de comercialização.

Art. 200. Ao sistema único de saúde COMPETE, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção
de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas
para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE SAÚDE


💀 COVID
- Notas técnicas do Ministério da Mulher e do Ministério da Saúde devem esclarecer a validade da
compulsoriedade da vacinação, conforme decidiu o STF; disque denúncia não pode ser utilizado para
queixas contra a obrigatoriedade da vacinação e das medidas restritivas contra a Covid.
As notas técnicas objeto de análise, ao disseminarem informações matizadas pela dubiedade e ambivalência, no
concernente à compulsoriedade da imunização, podem desinformar a população, desestimulando a vacinação
contra a Covid-19.
473

É vedado ao governo federal a utilização do canal de denúncias “Disque 100” do Ministério da Mulher, Família e
Direitos Humanos (MMFDH) para recebimento de queixas relacionadas à vacinação contra a Covid-19, bem como
para o recebimento de queixas relacionadas a restrições de direitos consideradas legítimas pelo STF.
Resumo do caso concreto: o MMFDH produziu uma nota técnica em que se opõe ao passaporte vacinal e à
obrigatoriedade de vacinação de crianças contra a Covid. O Ministério da Saúde divulgou em seu site uma nota
técnica dedicada unicamente a fornecer argumentos jurídicos para sustentar que a vacinação de crianças não é
obrigatória. MMFDH estava disponibilizando canal de denúncia para que a população apresentasse queixas contra
a vacinação e restrições da Covid. STF considerou que essas práticas seriam ilegítimas, devendo as notas técnicas
serem retificadas para que seja esclarecida a validade da compulsoriedade da vacinação. Além disso, foi proibida
a utilização do disque denúncia para a finalidade com a qual estava sendo usada.
STF. Plenário. ADPF 754 16ª TPI-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 18/3/2022 (Info 1047).

- Não se pode utilizar verbas do Fundeb para combater à pandemia da Covid-19. #COVID
É vedada a utilização, ainda que em caráter excepcional, de recursos vinculados ao Fundeb para ações de combate
à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Ainda que se reconheça a gravidade da pandemia da Covid-19 e os seus impactos na economia e nas finanças
públicas, nada justifica o emprego de verba constitucionalmente vinculada à manutenção e desenvolvimento do
ensino básico para fins diversos da que ela se destina.
STF. Plenário. ADI 6490/PI, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 18/2/2022 (Info 1044).

- STF determinou à União o restabelecimento dos leitos de UTI destinados ao tratamento da Covid-19 que
estavam custeados pelo Ministério da Saúde até dezembro de 2020, e que foram reduzidos nos meses de
janeiro e fevereiro de 2021. #COVID
A União deve prestar suporte técnico e apoio financeiro para a expansão da rede de UTI’s nos estados durante o
período de emergência sanitária.
STF. Plenário. ACO 3473/DF, ACO 3474/SP, ACO 3475/DF, ACO 3478/PI e ACO 3483/DF, Rel. Min. Rosa Weber,
julgados em 10/11/2021 (Info 1037).

- STF determinou à União o restabelecimento dos leitos de UTI destinados ao tratamento da Covid-19 que
estavam custeados pelo Ministério da Saúde até dezembro de 2020, e que foram reduzidos nos meses de
janeiro e fevereiro de 2021. #COVID
Em condições de recrudescimento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), não é constitucionalmente
aceitável qualquer retrocesso nas políticas públicas de saúde, como a que resulta em decréscimo no número de
leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) habilitados (custeados) pela União.
STF. Plenário. ACO 3473 MC-Ref/DF, ACO 3474 TP-Ref/SP, ACO 3475 TP-Ref/DF, ACO 3478 MCRef/PI e ACO 3483
TP-Ref/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 7/4/2021 (Info 1012).

- STF estendeu a vigência das medidas de combate à covid-19 elencadas na Lei 13.979/2020 e que estavam
previstas para terminar em 31/12/2020. #COVID
A prudência — amparada nos princípios da prevenção e da precaução — aconselha que continuem em vigor as
medidas excepcionais previstas nos arts. 3º ao 3º-J da Lei nº 13.979/2020, dada a continuidade da situação de
emergência na área da saúde pública.
STF. Plenário. ADI 6625 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

- Estados, Distrito Federal e Municípios podem importar vacinas? #IMPORTANTE #COVID


1) Em princípio, as vacinas a serem oferecidas contra a covid-19 são aquelas incluídas no Plano Nacional de
Operacionalização da Vacinação elaborado pela União;
2) Se o plano for descumprido pela União ou se ele não atingir cobertura imunológica tempestiva e suficiente
contra a doença, os Estados, DF e Municípios poderão dispensar (conceder) à população as vacinas que esses entes
possuírem, desde que tenham sido previamente aprovadas pela Anvisa;
3) Se a Anvisa não expedir a autorização competente, no prazo de 72 horas, os Estados, DF e Municípios poderão
importar e distribuir vacinas que já tenham sido registradas nos EUA (EUA), na União Europeia (EMA), no Japão
(PMDA) ou na China (NMPA). Além disso, tais entes poderão também importar e distribuir quaisquer outras vacinas
que já tenham sido aprovadas, em caráter emergencial (Resolução DC/ANVISA 444, de 10/12/2020), pela ANVISA.
474

Nas exatas palavras do STF:


Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no caso de descumprimento do Plano Nacional de
Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 ou na hipótese de cobertura imunológica intempestiva e
insuficiente, poderão dispensar às respectivas populações:
a) vacinas das quais disponham, previamente aprovadas pela Anvisa; e
b) no caso não expedição da autorização competente, no prazo de 72 horas, vacinas registradas por pelo menos
uma das autoridades sanitárias estrangeiras e liberadas para distribuição comercial nos respectivos países, bem
como quaisquer outras que vierem a ser aprovadas, em caráter emergencial.
STF. Plenário. ADPF 770 MC-Ref/DF e ACO 3451 MC-Ref/MA, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 24/2/2021
(Info 1006).

- Poder Público pode determinar a vacinação compulsória contra a Covid-19 (o que é diferente de vacinação
forçada). #IMPORTANTE #COVID
O STF julgou parcialmente procedente ADI para conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 3º, III, “d”,
da Lei nº 13.979/2020. Ao fazer isso, o STF disse que o Poder Público pode determinar aos cidadãos que se
submetam, compulsoriamente, à vacinação contra a Covid-19, prevista na Lei nº 13.979/2020.
O Estado pode impor aos cidadãos que recusem a vacinação as medidas restritivas previstas em lei (multa,
impedimento de frequentar determinados lugares, fazer matrícula em escola), mas não pode fazer a imunização à
força. Também ficou definido que os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios têm autonomia para
realizar campanhas locais de vacinação.
A tese fixada foi a seguinte:
(i) A vacinação compulsória não significa vacinação forçada, porquanto facultada sempre a recusa do usuário,
podendo, contudo, ser implementada por meio de medidas indiretas, as quais
compreendem, dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades ou à frequência de determinados lugares,
desde que previstas em lei, ou dela decorrentes, e
(i) tenham como base evidências científicas e análises estratégicas pertinentes,
(ii) venham acompanhadas de ampla informação sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos imunizantes,
(iii) respeitem a dignidade humana e os direitos fundamentais das pessoas,
(iv) atendam aos critérios de razoabilidade e proporcionalidade e
(v) sejam as vacinas distribuídas universal e gratuitamente; e
(vi) tais medidas, com as limitações acima expostas, podem ser implementadas tanto pela União
como pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, respeitadas as respectivas esferas de competência.
STF. Plenário. ADI 6586, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 17/12/2020 (Info 1003).

- STF determinou que governo deveria detalhar a ordem de preferência na vacinação dentro dos grupos
prioritários (quem deveria ser vacinado primeiro dentro do grupo prioritário). #COVID
A pretensão de que sejam editados e publicados critérios e subcritérios de vacinação por classes e subclasses no
Plano de Vacinação, assim como a ordem de preferência dentro de cada classe e subclasse, encontra arrimo:
• nos princípios da publicidade e da eficiência que regem a Administração Pública (art. 37, da CF/88);
• no direito à informação que assiste aos cidadãos em geral (art. 5º, XXXIII, e art. 37, § 2º, II);
• na obrigação da União de “planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas” (art. 21,
XVII);
• no dever incontornável cometido ao Estado de assegurar a inviolabilidade do direito à vida (art. 5º, caput),
traduzida por uma “existência digna” (art. 170); e
• no direito à saúde (art. 6º e art. 196).
STF. Plenário. ADPF 754 TPI-segunda-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 27/2/2021 (Info 1007).

- É ilegítima a recusa dos pais à vacinação compulsória de filho menor por motivo de convicção filosófica.
#IMPORTANTE #COVID
É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância
sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória
determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com base
em consenso médico-científico.
475

Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou
responsáveis, nem tampouco ao poder familiar.
STF. Plenário. ARE 1267879/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral – Tema
1103) (Info 1003).

- Estados e Municípios podem restringir temporariamente atividades religiosas coletivas presenciais a fim
de evitar a proliferação da Covid-19. #IMPORTANTE #COVID
É compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à realização de cultos, missas e demais
atividades religiosas presenciais de caráter coletivo como medida de contenção do avanço da pandemia da Covid-
19.
STF. Plenário. ADPF 811/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/4/2021 (Info 1012).

- União não pode requisitar seringas e agulhas que já foram contratadas pelo Estado-membro para o plano
estadual de imunização e que ainda estão na indústria, apesar de já terem sido empenhados. #IMPORTANTE
#COVID
É incabível a requisição administrativa, pela União, de bens insumos contratados por unidade federativa e
destinados à execução do plano local de imunização, cujos pagamentos já foram empenhados.
A requisição administrativa não pode se voltar contra bem ou serviço de outro ente federativo.
Isso para que não haja indevida interferência na autonomia de um sobre outro.
STF. Plenário. ACO 3463 MC-Ref/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 8/3/2021 (Info 1008).

- STF determinou que a União enviasse ao Estado-membro as vacinas necessárias para a aplicação da
segunda dose dentro do prazo estipulado nas bulas dos fabricantes e autorizado pela Anvisa. #COVID
A súbita modificação da sistemática de distribuição dos imunizantes contra Covid-19 pela União — com abrupta
redução do número de doses — evidencia a possibilidade de frustração do planejamento sanitário estabelecido
pelos entes federados.
STF. Plenário. ACO 3518 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 14/9/2021 (Info 1029).

- STF determinou que a Anvisa, no prazo de 30 dias, decida sobre a importação excepcional e temporária
da vacina Sputnik V contra a Covid-19. #COVID
É possível que ente federado proceda à importação e distribuição, excepcional e temporária, de vacina contra o
coronavírus, no caso de ausência de manifestação, a esse respeito, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
ANVISA no prazo estabelecido pelo art. 16 da Lei nº 14.124/2021.
Caso concreto: no dia 08/04/2021, o Estado do Maranhão ingressou com pedido de tutela provisória incidental
alegando que a União estaria descumprindo o Plano Nacional de Vacinação, o que teria levado o Estado a adquirir
4 milhões e meio de doses da vacina Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. O Estado afirmou
que, para conseguir trazer regularmente as vacinas para o Brasil, protocolizou na Anvisa, no dia 29/03/2021, pedido
de autorização excepcional de uso e de importação da Sputnik V. Ocorre que a agência ainda não teria examinado
o requerimento, a despeito da situação de urgência. Diante disso, o Estado do Maranhão pediu ao STF, a título de
tutela provisória incidental, que seja determinado à Anvisa que emita autorização excepcional de uso e importação
da vacina Sputnik V, conforme requerimento apresentado.
O STF deferiu em parte o pedido e determinou que a Anvisa, no prazo máximo de 30 dias, a contar de 29/3/2021,
decida sobre a importação excepcional e temporária da vacina Sputnik V. Fundamento legal para a decisão: art.
16, § 4º da Lei nº 14.124/2021.
STF. Plenário. ACO 3451 TPI-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 30/4/2021 (Info 1015).

- É dever do Poder Público elaborar e implementar plano para o enfrentamento da pandemia COVID-19 nas
comunidades quilombolas. #COVID
O STF determinou que a União elaborasse plano de combate à Covid-19 para população quilombola, com a
participação de representantes da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais
Quilombolas – Conaq.
Além disso, o STF deferiu pedido para suspender os processos judiciais, notadamente ações possessórias,
reivindicatórias de propriedade, imissões na posse, anulatórias de processos administrativos de titulação, bem
476

como os recursos vinculados a essas ações, sem prejuízo dos direitos territoriais das comunidades quilombolas até
o término da pandemia.
STF. Plenário. ADPF 742/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2021
(Info 1006).

- STF determinou, como tutela provisória incidental na ADPF, que a União adote providências para
assegurar a vida, a saúde e a segurança de povos indígenas. #COVID
Cabível o deferimento de tutela provisória incidental em arguição de descumprimento de preceito fundamental
para adoção de todas as providências indispensáveis para assegurar a vida, a saúde e a segurança de povos
indígenas vítimas de ilícitos e problemas de saúde decorrentes da presença de invasores de suas terras, em situação
agravada pelo curso da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19).
STF. Plenário. ADPF 709 TPI-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/6/2021 (Info 1022).

- STF determina que governo federal adote medidas para conter o avanço da Covid-19 entre indígenas.
#COVID
A associação “Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e seis partidos políticos ajuizaram arguição de
descumprimento de preceito fundamental alegando que o Poder Público estava falhando na proteção dos povos
indígenas com relação à pandemia da Covid-19.
Os autores apontaram uma série de atos comissivos e omissivos do Poder Público que, segundo eles, estavam
causando alto risco de contágio e de extermínio dos povos indígenas.
Os requerentes apontaram que tais atos violam a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88), o direito à
vida (art. 5º, caput) e o direito à saúde (arts. 6º e 196), além do direito de tais povos a viverem em seu território,
de acordo com suas culturas e tradições (art. 231).
Na ação, os autores pedem a realização de diversas medidas necessárias para a proteção dos povos indígenas.
O Min. Roberto Barroso (relator) deferiu parcialmente a medida cautelar para que a União implemente, em resumo,
as seguintes providências:
Quanto aos povos indígenas em isolamento ou povos indígenas de recente contato:
1. Criação de barreiras sanitárias, que impeçam o ingresso de terceiros em seus territórios;
2. Criação de Sala de Situação, para gestão de ações de combate à pandemia quanto aos Povos Indígenas em
Isolamento e de Contato Recente.
Quanto aos povos indígenas em geral:
1. Inclusão de medida emergencial de contenção e isolamento dos invasores em relação às comunidades indígenas
ou providência alternativa, apta a evitar o contato.
2. Imediata extensão dos serviços do Subsistema Indígena de Saúde.
3. Elaboração e monitoramento de um Plano de Enfrentamento da COVID-19 para os Povos Indígenas Brasileiros
pela União.
O Plenário do STF referendou a medida cautelar concedida.
STF. Plenário. ADPF 709 Ref-MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3 e 5/8/2020 (Info 985).

- STF deferiu medida liminar em habeas corpus coletivo impetrado pela DPU para determinar que os juízes
e Tribunais do país cumpram a Recomendação 62/2020 do CNJ e adotem uma série de medidas para evitar
a propagação da Covid-19 nos estabelecimentos prisionais. #COVID
Diante da persistência do quadro pandêmico de emergência sanitária decorrente da Covid-19 e presentes a
plausibilidade jurídica do direito invocado, bem como o perigo de lesão irreparável ou de difícil reparação a direitos
fundamentais das pessoas levadas ao cárcere, admite-se — analisadas as peculiaridades dos processos individuais
pelos respectivos juízos de execução penal, e desde que presentes os requisitos subjetivos — a adoção de medidas
tendentes a evitar a infecção e a propagação da Covid-19 em estabelecimentos prisionais, dentre as quais a
progressão antecipada da pena.
STF. 2ª Turma. HC 188820 MC-Ref/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2021 (Info 1006).
477

- É cabível, em tese, ADO pedindo a instituição de pagamento de valor mínimo em favor dos mais
necessitados durante situação de calamidade pública decorrente de pandemia. #COVID
No início da pandemia decorrente do covid-19 foi proposta ADO pedindo que o Presidente da República e os
Presidentes da Câmara e do Senado editassem lei instituindo o pagamento de um valor mínimo em favor dos mais
necessitados a fim de assegurar a alimentação, o mínimo existencial e a dignidade da pessoa humana.
Alguns dias após o ajuizamento da ADO, foi publicada a Lei nº 13.982/2020, que criou um benefício semelhante
ao que se pretendia na ação.
A Lei nº 13.982/2020 instituiu o “auxílio emergencial”, um benefício financeiro no valor de R$ 600,00 por mês, pago
pela União a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e
que tem por objetivo fornecer proteção emergencial, pelo prazo de 3 meses, às pessoas que perderam sua renda
em virtude da crise causada pelo coronavírus.
Diante disso, o STF decidiu:
a) conhecer da ação (significa que o STF entendeu ser cabível, em tese, ação direta de inconstitucionalidade por
omissão para discutir o tema);
b) mas, quanto ao mérito, julgar o pedido prejudicado uma vez que foi aprovado o auxílio emergencial (Lei nº
13.982/2020) e, consequentemente, foi satisfeito o objeto da ADO.
STF. Plenário. ADO 56/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/4/2020 (Info
975).

💀 SUS
- Diferença de classes no SUS é inconstitucional.
É inconstitucional a possibilidade de um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) pagar para ter acomodações
superiores ou ser atendido por médico de sua preferência, a chamada "diferença de classes".
Existe uma portaria do Ministério da Saúde (Portaria 113/1997) que proíbe a diferença de classe. Este ato estava
sendo questionado e o STF, em recurso extraordinário submetido à repercussão geral, declarou que ele é
constitucional, firmando a seguinte tese, que vale de forma ampla para todos os casos envolvendo diferença de
classe:
"É constitucional a regra que veda, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, a internação em acomodações
superiores, bem como o atendimento diferenciado por médico do próprio SUS, ou por médico conveniado,
mediante o pagamento da diferença dos valores correspondentes."
STF. Plenário. RE 581488/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/12/2015 (repercussão geral) (Info 810).

- Constitucionalidade do ressarcimento ao SUS previsto no art. 32 da Lei 9.656/98.


É constitucional o ressarcimento previsto no art. 32 da Lei nº 9.656/98, o qual é aplicável aos procedimentos
médicos, hospitalares ou ambulatoriais custeados pelo SUS e posteriores a 4.6.1998, assegurados o contraditório
e a ampla defesa, no âmbito administrativo, em todos os marcos jurídicos.
O art. 32 da Lei nº 9.656/98 prevê que, se um cliente do plano de saúde utilizar-se dos serviços do SUS, o Poder
Público poderá cobrar do referido plano o ressarcimento que ele teve com essas despesas. Assim, o chamado
“ressarcimento ao SUS”, criado pelo art. 32, é uma obrigação legal das operadoras de planos privados de assistência
à saúde de restituir as despesas que o SUS teve ao atender uma pessoa que seja cliente e que esteja coberta por
esses planos.
STF. Plenário. RE 597064/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 7/2/2018 (repercussão geral) (Info 890).

- Se o hospital particular atender um paciente do SUS por força de decisão judicial ele deverá ser ressarcido
com base não na tabela do SUS nem com base nos valores de mercado; o ressarcimento ocorrerá com base
na tabela da ANS, aplicada por analogia.
A tabela da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve servir de parâmetro para o pagamento dos
serviços de saúde prestados por hospital particular, em cumprimento de ordem judicial, em favor de paciente do
SUS.
Tese fixada pelo STF:
“O ressarcimento de serviços de saúde prestados por unidade privada em favor de paciente do Sistema Único de
Saúde, em cumprimento de ordem judicial, deve utilizar como critério o mesmo que é adotado para o
ressarcimento do Sistema Único de Saúde por serviços prestados a beneficiários de planos de saúde”.
478

STF. Plenário. RE 666094/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/09/2021 (Repercussão Geral – Tema 1033)
(Info 1032).

- Ilegitimidade passiva da União em demanda que envolve erro médico ocorrido em hospital do SUS.
A União não tem legitimidade passiva em ação de indenização por danos decorrentes de erro médico ocorrido em
hospital da rede privada durante atendimento custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a Lei
8.080/90, a responsabilidade pela fiscalização dos hospitais credenciados ao SUS é do Município, a quem compete
responder em tais casos.
STJ. 1ª Seção. EREsp 1.388.822-RN, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/5/2015 (Info 563).

- Desvio de verbas do SUS: competência da Justiça Federal.


Compete à Justiça Federal processar e julgar as ações penais relacionadas com o DESVIO de verbas originárias do
SUS (Sistema Único de Saúde), independentemente de se tratar de valores repassados aos Estados ou Municípios
por meio da modalidade de transferência "fundo a fundo" ou mediante realização de convênio.
STJ. 3ª Seção. AgRg no CC 122.555-RJ. Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 14/08/2013 (Info 527).
Por estarem sujeitas à fiscalização dos órgãos de controle interno do Poder Executivo federal, bem como do
Tribunal de Contas da União, as verbas repassadas pelo Sistema Único de Saúde - inclusive na modalidade de
transferência "fundo a fundo" - ostentam interesse da União em sua aplicação e destinação. Eventual desvio atrai
a competência da Justiça Federal para conhecer da matéria, nos termos do art. 109, IV, da Constituição Federal.
STJ. 3ª Seção. AgRg no CC 129.386/RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/12/2013.

💀 MAIS MÉDICOS
- O programa “Mais Médicos” é constitucional.
O programa “Mais Médicos”, instituído pela MP 691/2013, posteriormente convertida na Lei nº 12.871/2013, é
constitucional.
STF. Plenário. ADI 5035/DF e ADI 5037/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgados em 30/11/2017 (Info 886).

💀 MEDICAMENTOS
- É obrigatória a presença da União no polo passivo de ação na qual se pede medicamento registrado na
Anvisa, mas não incorporado aos protocolos do SUS? #IMPORTANTE
Regina está acometida de uma doença e precisa de um medicamento, que já foi registrado na ANVISA, mas que
não está incorporado aos atos normativos do SUS. Ela quer ajuizar uma ação para que seja fornecido esse
medicamento. A União precisa necessariamente figurar no polo passivo da demanda?
O STJ decidiu que não:
Em ação que pretende o fornecimento de medicamento registrado na ANVISA, ainda que não incorporado em
atos normativos do SUS, é prescindível a inclusão da União no polo passivo da demanda.
STJ. 2ª Turma. RMS 68.602-GO, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 26/04/2022 (Info 734).
O problema foi que a 1ª Turma do STF, no mesmo dia, decidiu, aparentemente, em sentido contrário ao que foi
explicado:
É obrigatória a inclusão da União no polo passivo de demanda na qual se pede o fornecimento gratuito de
medicamento registrado na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não incorporado aos Protocolos Clínicos
e Diretrizes Terapêuticas do Sistema Único de Saúde.
Esse entendimento está em consonância com a tese fixada pelo STF nos embargos de declaração do RE 855.178
(Tema 793).
STF. 1ª Turma. RE 1286407 AgR-segundo/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 26/4/2022 (Info 1052).
No informativo 1052 do STF não foram fornecidos mais detalhes e o acórdão ainda não foi publicado. Assim, não
se pode ter certeza se houve alguma distinção entre os dois casos. Tão logo haja alguma novidade, você será
avisada (o).

- É possível obrigar o Estado a fornecer medicamento off label?


É possível obrigar o Estado a fornecer medicamento off label?
• Em regra, não é possível que o paciente exija do poder público o fornecimento de medicamento para uso off
label.
479

• Excepcionalmente, será possível que o paciente exija o medicamento caso esse determinado uso fora da bula
(off label) tenha sido autorizado pela ANVISA.
O Estado não é obrigado a fornecer medicamento para utilização off label, salvo autorização da ANVISA.
STJ. 1ª Seção. PUIL 2101-MG, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 10/11/2021 (Info 717).

- Estado pode ser obrigado a fornecer medicamento não registrado na ANVISA, se a sua importação estiver
autorizada, ele se mostrar imprescindível ao tratamento e houver incapacidade financeira do paciente.
#IMPORTANTE
Constatada a incapacidade financeira do paciente, o Estado deve fornecer medicamento que, apesar de não possuir
registro sanitário, tem a importação autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para tanto,
devem ser comprovadas a imprescindibilidade do tratamento e a impossibilidade de substituição por outro similar
constante das listas oficiais de dispensação e dos protocolos de intervenção terapêutica do Sistema Único de
Saúde (SUS).
Tese fixada pelo STF:
Cabe ao Estado fornecer, em termos excepcionais, medicamento que, embora não possua registro na Anvisa, tem
a sua importação autorizada pela agência de vigilância sanitária, desde que comprovada a incapacidade econômica
do paciente, a imprescindibilidade clínica do tratamento, e a impossibilidade de substituição por outro similar
constante das listas oficiais de dispensação de medicamentos e os protocolos de intervenção terapêutica do SUS.
STF. Plenário. RE 1165959/SP, Rel. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em
18/6/2021 (Repercussão Geral – Tema 1161) (Info 1022).

- Requisitos para a concessão judicial de medicamentos não previstos pelo SUS. #IMPORTANTE
Em, 25/04/2018, o STJ, ao julgar o REsp 1.657.156-RJ (Info 625), afirmou que o poder público é obrigado a conceder
medicamentos mesmo que não estejam incorporados em atos normativos do SUS, desde que cumpridos três
requisitos.
Em 12/09/2018, o STJ decidiu retificar o terceiro requisito da tese anteriormente fixada:
Redação original Redação após os embargos
A concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença cumulativa dos
seguintes requisitos:
(...)
3) existência de registro na ANVISA do medicamento. A concessão dos medicamentos não incorporados em atos
normativos do SUS exige a presença cumulativa dos seguintes requisitos:
(...)
3) existência de registro do medicamento na ANVISA, observados os usos autorizados pela agência.

O que o STJ quis dizer com essa mudança:


• Em regra, não é possível que o paciente exija do poder público o fornecimento de medicamento para uso off-
label;
• Excepcionalmente, será possível que o paciente exija este medicamento caso esse determinado uso fora da bula
(off-label) tenha sido autorizado pela ANVISA.
Em outras palavras, o requisito do registro na ANVISA afasta a possibilidade de fornecimento de medicamento
para uso off-label, salvo se autorizado pela ANVISA.

A tese fixada ficou, portanto, com esta nova redação:


A concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença cumulativa dos
seguintes requisitos:
a) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e circunstanciado expedido por médico que assiste o
paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da ineficácia, para o tratamento da
moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS;
b) incapacidade financeira de arcar com o custo do medicamento prescrito;
c) existência de registro do medicamento na ANVISA, observados os usos autorizados pela agência.

Além disso, o STJ decidiu alterar a data de início da produção dos efeitos desta decisão:
480

Modula-se os efeitos do presente repetitivo de forma que os requisitos acima elencados sejam exigidos somente
quanto aos processos distribuídos a partir da data da publicação do acórdão, ou seja, 4/5/2018.
Explicando melhor:
a) Os três requisitos cumulativos estabelecidos no acórdão (REsp 1.657.156-RJ) são aplicáveis a todos os processos
distribuídos na primeira instância a partir de 4/5/2018;
b) Quanto aos processos pendentes, com distribuição anterior a 4/5/2018, é exigível apenas um requisito que se
encontrava sedimentado na jurisprudência do STJ: a demonstração da imprescindibilidade do medicamento.
STJ. 1ª Seção. EDcl no REsp 1657156-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 12/09/2018 (Recurso Repetitivo
- Tema 106) (Info 633).

#ATENÇÃO: Importante também estudar o seguinte julgado relacionado com o tema:

Fornecimento pelo Poder Judiciário de medicamentos não registrados pela ANVISA


1. O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais.
2. A ausência de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impede, como regra geral, o
fornecimento de medicamento por decisão judicial.
3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial de medicamento sem registro sanitário, em caso de mora
irrazoável da Anvisa em apreciar o pedido (prazo superior ao previsto na Lei 13.411/2016), quando preenchidos
três requisitos:
a) a existência de pedido de registro do medicamento no Brasil (salvo no caso de medicamentos órfãos para
doenças raras e ultrarraras);
b) a existência de registro do medicamento em renomadas agências de regulação no exterior; e
c) a inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil.
4. As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na Anvisa deverão necessariamente ser
propostas em face da União.
STF. Plenário. RE 657718/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
22/5/2019 (repercussão geral) (Info 941).

- Fornecimento pelo Poder Judiciário de medicamentos não registrados pela ANVISA. #IMPORTANTE
1. O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais.
2. A ausência de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impede, como regra geral, o
fornecimento de medicamento por decisão judicial.
3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial de medicamento sem registro sanitário, em caso de mora
irrazoável da Anvisa em apreciar o pedido (prazo superior ao previsto na Lei 13.411/2016), quando preenchidos
três requisitos:
a) a existência de pedido de registro do medicamento no Brasil (salvo no caso de medicamentos órfãos para
doenças raras e ultrarraras);
b) a existência de registro do medicamento em renomadas agências de regulação no exterior; e
c) a inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil.
4. As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na Anvisa deverão necessariamente ser
propostas em face da União.
STF. Plenário. RE 657718/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
22/5/2019 (repercussão geral) (Info 941).

- Responsabilidade pelo fornecimento do medicamento ou pela realização do tratamento de saúde.


Os entes da Federação, em decorrência da competência comum, são solidariamente responsáveis nas demandas
prestacionais na área da saúde e, diante dos critérios constitucionais de descentralização e hierarquização,
compete à autoridade judicial direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição de competências e
determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro.
STF. Plenário. RE 855178 ED/SE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2019 (Info
941).
481

- Poder Judiciário pode obrigar a Administração Pública a manter quantidade mínima de determinado
medicamento em estoque.
A Administração Pública pode ser obrigada, por decisão do Poder Judiciário, a manter estoque mínimo de
determinado medicamento utilizado no combate a certa doença grave, de modo a evitar novas interrupções no
tratamento.
Não há violação ao princípio da separação dos poderes no caso. Isso porque com essa decisão o Poder Judiciário
não está determinando metas nem prioridades do Estado, nem tampouco interferindo na gestão de suas verbas.
O que se está fazendo é controlar os atos e serviços da Administração Pública que, neste caso, se mostraram ilegais
ou abusivos já que, mesmo o Poder Público se comprometendo a adquirir os medicamentos, há falta em seu
estoque, ocasionando graves prejuízos aos pacientes.
Assim, não tendo a Administração adquirido o medicamento em tempo hábil a dar continuidade ao tratamento
dos pacientes, atuou de forma ilegítima, violando o direito à saúde daqueles pacientes, o que autoriza a ingerência
do Poder Judiciário.
STJ. 1ª Turma. RE 429903/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25/6/2014 (Info 752).

- É possível a determinação judicial ao fornecimento de medicamentos com base em prescrição elaborada


por médico particular, não se podendo exigir que a receita seja subscrita por profissional vinculado ao SUS.
É possível a determinação judicial ao fornecimento de medicamentos com base em prescrição elaborada por
médico particular, não se podendo exigir que a receita seja subscrita por profissional vinculado ao SUS.
STJ. 2ª Turma. AREsp 1534208/RN, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 20/08/2019.
STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 47.529/SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 17/06/2019.
Isto porque, segundo a jurisprudência do STJ, a escolha do medicamento compete a médico habilitado e
conhecedor do quadro clínico do paciente, podendo ser tanto um profissional particular quanto um da rede
pública. O que é imprescindível é a comprovação da necessidade médica e da hipossuficiência econômica.
STJ. 2ª Turma. REsp 1794059/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/04/2019.

- Ação pedindo suplemento para criança lactente não perde o objeto pelo simples fato de terem se passado
vários anos sem o julgamento.
Não há perda do objeto em mandado de segurança cuja pretensão é o fornecimento de leite especial necessário
à sobrevivência de menor ao fundamento de que o produto serve para lactentes e o impetrante perdeu essa
qualidade em razão do tempo decorrido para a solução da controvérsia.
Como se trata de direito fundamental da pessoa e dever do Poder Público garantir a saúde e a vida, não há que
se falar que o pleito se tornou infrutífero pelo simples fato de a solução da demanda ter demorado.
A necessidade ou não do fornecimento de leite especial para a criança deverá ser apurada em fase de execução.
Se ficar realmente comprovada a impossibilidade de se acolher o pedido principal, em virtude da longa discussão
judicial acerca do tema, nada impede que a parte requeira a conversão em perdas e danos.
STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 26.647-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, , julgado em 2/2/2017 (Info 601).

💀 OUTROS
- Inconstitucionalidade da Lei 13.269/2016, que autorizou o uso da fosfoetanolamina sintética.
É inconstitucional a Lei nº 13.269/2016, que autorizou o uso da fosfoetanolamina sintética ("pílula do câncer) por
pacientes diagnosticados com neoplasia maligna mesmo sem que existam estudos conclusivos sobre os efeitos
colaterais em seres humanos e mesmo sem que haja registro sanitário da substância perante a ANVISA.
Ante o postulado da separação de Poderes, o Congresso Nacional não pode autorizar, atuando de forma abstrata
e genérica, a distribuição de medicamento.
Compete à ANVISA permitir a distribuição de substâncias químicas, segundo protocolos cientificamente validados.
O controle dos medicamentos fornecidos à população leva em conta a imprescindibilidade de aparato técnico
especializado, supervisionado pelo Poder Executivo.
O direito à saúde não será plenamente concretizado se o Estado deixar de cumprir a obrigação de assegurar a
qualidade de droga mediante rigoroso crivo científico, apto a afastar desengano, charlatanismo e efeito prejudicial.
STF. Plenário. ADI 5501/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/10/2020(Info 996).
482

- Pulverização aérea de inseticida contra Aedes aegypti precisa de autorização prévia de autoridades
sanitária e ambiental e comprovação científica da eficácia da medida.
O art. 1º, § 3º da Lei nº 13.301/2016 prevê, como uma das medidas para combater o Aedes aegypti, que o poder
público fica autorizado a fazer a pulverização, por meio de aeronaves, de produtos químicos para matar o
mosquito:
§ 3º São ainda medidas fundamentais para a contenção das doenças causadas pelos vírus de que trata o caput:
IV - permissão da incorporação de mecanismos de controle vetorial por meio de dispersão por aeronaves mediante
aprovação das autoridades sanitárias e da comprovação científica da eficácia da medida.
O STF deu intepretação conforme a esse dispositivo dizendo que, além da comprovação científica e da aprovação
das autoridades sanitárias (mencionadas expressamente no texto da lei), é necessário também que haja a
aprovação das autoridades ambientais. A aprovação das autoridades sanitárias e ambientais competentes e a
comprovação científica da eficácia da medida são condições prévias e inafastáveis à incorporação de mecanismo
de controle vetorial por meio de dispersão por aeronaves.
STF. Plenário. ADI 5592/DF, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 11/9/2019
(Info 951).

Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
(PROVA) Art. 201. A PREVIDÊNCIA SOCIAL será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e
atenderá, na forma da lei, a:
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o
disposto no § 2º.

(PROVA) § 1º É VEDADA a adoção de requisitos ou critérios DIFERENCIADOS para concessão de benefícios, ressalvada,
nos termos de LEI COMPLEMENTAR, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da
regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: (APOSENTADORIA
ESPECIAL)

I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar;

II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais
à saúde, ou associação desses agentes, VEDADA A CARACTERIZAÇÃO POR CATEGORIA PROFISSIONAL OU
OCUPAÇÃO.

(PROVA) § 2º Nenhum benefício que SUBSTITUA o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá
valor mensal inferior ao salário mínimo.

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na
forma da lei.

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o VALOR REAL,
conforme critérios definidos em lei.

(PROVA) § 5º É VEDADA a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado FACULTATIVO, de
pessoa participante de regime próprio de previdência.

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro
de cada ano.
483

(PROVA) § 7º É assegurada APOSENTADORIA no regime GERAL de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as
seguintes condições: (APOSENTADORIA PROGRAMA/APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO)

I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se HOMEM, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se MULHER, observado
tempo mínimo de contribuição;

II - 60 (sessenta) anos de idade, se HOMEM, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se MULHER, para os
trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos
o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

(PROVA) § 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será REDUZIDO em 5 (cinco) anos, para o PROFESSOR
que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio fixado em LEI COMPLEMENTAR.

APOSENTADORIA PROGRAMA – REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS)


Homem 65 anos
Idade
Mulher 62 anos
Trabalhadores rurais e Homem 60 anos
Os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar
(incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal) Mulher 55 anos
Homem 60 anos
Professor
Mulher 57 anos

§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a CONTAGEM RECÍPROCA do tempo de contribuição entre o
Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e destes entre si, observada a
compensação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei.

§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de
contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão
CONTAGEM RECÍPROCA para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira será devida
entre as receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de contribuição aos demais regimes.

§ 10. LEI COMPLEMENTAR poderá disciplinar a cobertura de benefícios NÃO PROGRAMADOS, inclusive os
decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida CONCORRENTEMENTE pelo Regime Geral de Previdência
Social e pelo setor privado.

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição
previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.

§ 12. Lei instituirá sistema ESPECIAL de inclusão previdenciária, com alíquotas DIFERENCIADAS, para atender aos
trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda
própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que
pertencentes a famílias de baixa renda.

§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo.

§ 14. É VEDADA a contagem de tempo de contribuição FICTÍCIO para efeito de concessão dos benefícios
previdenciários e de contagem recíproca.

§ 15. LEI COMPLEMENTAR estabelecerá vedações, regras e condições para a ACUMULAÇÃO de benefícios
previdenciários.
484

§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das
suas subsidiárias serão APOSENTADOS COMPULSORIAMENTE, observado o cumprimento do tempo mínimo de
contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em lei.

Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação
ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício
contratado, e regulado por LEI COMPLEMENTAR.

§ 1° A LEI COMPLEMENTAR de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades
de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos.

§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos


e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes,
assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei.

§ 3º É VEDADO o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades
públicas, SALVO na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal
poderá exceder a do segurado.

§ 4º LEI COMPLEMENTAR disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas
autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto
patrocinadores de planos de benefícios previdenciários, e as entidades de previdência complementar.

§ 5º A LEI COMPLEMENTAR de que trata o § 4º aplicar-se-á, NO QUE COUBER, às empresas privadas


permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de planos de
benefícios em entidades de previdência complementar.

§ 6º LEI COMPLEMENTAR estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades
fechadas de previdência complementar instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4º e disciplinará a inserção
dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e
deliberação.

Seção IV
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
(PROVA) Art. 203. A ASSISTÊNCIA SOCIAL será prestada a quem dela necessitar, INDEPENDENTEMENTE de contribuição
à seguridade social, e tem por OBJETIVOS:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida
comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme
dispuser a lei.
VI - a redução da vulnerabilidade socioeconômica de famílias em situação de pobreza ou de extrema pobreza. (EC
nº 114/2021)

Pagamento de 1 salário mínimo - pessoa portadora de deficiência Que comprovem não possuir meios
por mês de prover à própria manutenção ou
Benefício de prestação continuada - idoso de tê-la provida por sua família
485

Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da
seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes DIRETRIZES:
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a
coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades
beneficentes e de assistência social;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle
das ações em todos os níveis.
Parágrafo único. É FACULTADO aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e
promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, VEDADA a aplicação desses
recursos no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

Seção I
DA EDUCAÇÃO
Art. 205. A educação, DIREITO de todos e DEVER do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho.

(PROVA) Art. 206. O ENSINO será ministrado com base nos seguintes PRINCÍPIOS:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

(PROVA) III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
- É inconstitucional lei municipal que proíba a divulgação de material com referência a “ideologia de
gênero” nas escolas municipais. #IMPORTANTE
Compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV, da CF), de
modo que os Municípios não têm competência para editar lei proibindo a divulgação de material com referência
a “ideologia de gênero” nas escolas municipais. Existe inconstitucionalidade formal.
Há também inconstitucionalidade material nessa lei.
Lei municipal proibindo essa divulgação viola:
• a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (art. 206, II, CF/88); e
• o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas (art. 206, III).
Essa lei contraria ainda um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que é a promoção do
bem de todos sem preconceitos (art. 3º, IV, CF/88).
Por fim, essa lei não cumpre com o dever estatal de promover políticas de inclusão e de igualdade, contribuindo
para a manutenção da discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.
STF. Plenário. ADPF 457, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 27/04/2020 (Info 980 – clipping).

(PROVA) IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;


- Súmula Vinculante nº 12: “A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art.
206, IV, da Constituição Federal.” (PROVA)
- Universidades públicas podem cobrar mensalidade em cursos de especialização. #IMPORTANTE (PROVA)
A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades públicas de mensalidade
em cursos de especialização.
STF. Plenário. RE 597854/GO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 26/4/2017 (repercussão geral) (Info 862).
486

- Colégios Militares do Exército podem cobrar mensalidade dos seus alunos. #IMPORTANTE
Não viola a Constituição Federal a cobrança de contribuição obrigatória dos alunos matriculados nos Colégios
Militares do Exército Brasileiro.
Os Colégios Militares apresentam peculiaridades que fazem com que eles sejam instituições diferentes dos
estabelecimentos oficiais de ensino, por razões éticas, fiscais, legais e institucionais.
Podem, assim, ser qualificados como instituições educacionais sui generis.
A quota mensal escolar exigida nos Colégios Militares não representa ofensa à regra constitucional de gratuidade
do ensino público, uma vez que não há violação ao núcleo de intangibilidade do direito fundamental à educação.
Por fim, deve-se esclarecer que esse valor cobrado dos alunos para o custeio das atividades do Sistema Colégio
Militar do Brasil não possui natureza tributária (não é tributo). Logo, é válida a sua instituição por meio de atos
infralegais.
Portanto, são válidos os arts. 82 e 83, da Portaria 42/2008 do Comandante do Exército, que disciplinam essa
cobrança.
STF. Plenário. ADI 5082/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/10/2018 (Info 921).

V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade.

VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal.

IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica
e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 207. As UNIVERSIDADES gozam de AUTONOMIA didático-científica, administrativa e de gestão financeira


e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

§ 1º É FACULTADO às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.

§ 2º O disposto neste artigo APLICA-SE às instituições de pesquisa científica e tecnológica.

- É inconstitucional dispositivo da CE que confere autonomia financeira e orçamentária para a Universidade


Estadual, assim como a criação de Procuradoria Jurídica própria e a escolha do reitor sem participação do
chefe do Poder Executivo. #IMPORTANTE
É inconstitucional emenda à Constituição Estadual que confere autonomia financeira e orçamentária próprias de
órgãos de Poder à universidade estadual.
É constitucional o repasse de recursos orçamentários para universidade estadual na forma de duodécimos.
Não pode o Estado-membro, por meio de sua Constituição ou legislação, instituir procuradoria jurídica própria
para universidade estadual.
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que preveja que a Universidade Estadual escolherá seu reitor
sem qualquer participação do Chefe do Poder Executivo no processo.
Também é inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que preveja iniciativa privativa da Universidade
Estadual para propor projeto de lei que disponha sobre sua estrutura e funcionamento administrativo, bem como
sobre suas atividades pedagógicas.
STF. Plenário. ADI 5946/RR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).
487

- É inconstitucional Decreto que autoriza o Ministério da Educação a nomear diretor interino de centros
técnicos federais sem observância do processo eleitoral que conta com a participação da comunidade
escolar.
A previsão de nomeação “pro tempore”, pelo Ministro da Educação, de dirigentes de instituições de ensino federais
viola os princípios da isonomia, da impessoalidade, da proporcionalidade, da autonomia e da gestão democrática
do ensino público.
É cabível ação direta de inconstitucionalidade contra Decreto presidencial quando este assume feição
flagrantemente autônoma, ou seja, quando não regulamenta lei, apresentandose como ato normativo
independente que inova na ordem jurídica, criando, modificando ou extinguindo direitos e deveres.
STF. Plenário. ADI 6543/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/3/2021 (Info 1011).

- O Presidente da República tem liberdade para escolher como Reitor qualquer um dos três nomes da lista
a ele encaminhada, não sendo obrigado a nomear o mais votado. #IMPORTANTE
A Lei nº 5.540/68, com redação dada pela Lei nº 9.192/95, prevê que a Universidade, por meio do seu colegiado
máximo, irá encaminhar ao Presidente da República uma lista com três nomes de professores da instituição. A
partir dessa lista tríplice, o Presidente escolhe um nome e o nomeia para um mandato de 4 anos.
Essa opção legal pela escolha dos dirigentes máximos das universidades em ato complexo não ofende a autonomia
universitária, prevista no art. 207 da Constituição.
O ato de nomeação dos Reitores de universidades públicas federais, regido pela Lei nº 5.540/68, com a redação
dada pela Lei nº 9.192/95, não afronta o art. 207 da Constituição Federal, por não significar tal ato um instrumento
de implantação de políticas específicas determinadas pelo chefe do Poder Executivo, nem indicar mecanismo de
controle externo à autonomia universitária. Trata-se de discricionariedade mitigada que, a partir de requisitos
objetivamente previstos pela legislação federal, exige que a escolha do chefe do Poder Executivo recaia sobre um
dos três nomes eleitos pela universidade.
STF. Plenário. ADPF 759 MC-Ref/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 6/2/2021 (Info 1004).

(PROVA) Art. 208. O DEVER do Estado com a educação será efetivado mediante a GARANTIA DE:

(PROVA) I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive
sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
- Constitucionalidade das idades mínimas para ingresso na educação infantil e no ensino fundamental.
#IMPORTANTE
São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na educação
infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que referidas idades
estejam completas.
STF. Plenário. ADPF 292/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 1º/8/2018 (Info 909).
É constitucional a exigência de 6 (seis) anos de idade para o ingresso no ensino fundamental, cabendo ao Ministério
da Educação a definição do momento em que o aluno deverá preencher o critério etário.
STF. Plenário. ADC 17/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, jugado em 1º/8/2018 (Info
909).
As Resoluções nº 01/2010 e nº 06/2010, ambas emanadas da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional
de Educação (CNE/CEB), ao estabelecerem corte etário para ingresso de crianças na primeira série do ensino
fundamental (6 anos completos até 31 de março do correspondente ano letivo), não incorreram em contexto de
ilegalidade (não violaram a lei). Ao contrário, tais Resoluções encotram respaldo na interpretação conjunta dos
arts. 29 e 32 da Lei nº 9.394/96 (LDB).
O Poder Judiciário não pode substituir-se às autoridades públicas de educação para fixar ou suprimir requisitos
para o ingresso de crianças no ensino fundamental, quando os atos normativos de regência não revelem traços de
ilegalidade, abusividade ou ilegitimidade.
STJ. 1ª Turma. REsp 1412704/PE, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 16/12/2014.

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;


488

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, PREFERENCIALMENTE na rede regular de
ensino;

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;


- Poder Judiciário pode obrigar Município a fornecer vaga em creche. #IMPORTANTE
O Poder Judiciário pode obrigar o Município a fornecer vaga em creche a criança de até 5 anos de idade.
A educação infantil, em creche e pré-escola, representa prerrogativa constitucional indisponível garantida às
crianças até 5 anos de idade, sendo um dever do Estado (art. 208, IV, da CF/88).
Os Municípios, que têm o dever de atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil (art. 211,
§ 2º, da CF/88), não podem se recusar a cumprir este mandato constitucional, juridicamente vinculante, que lhes
foi conferido pela Constituição Federal.
STF. Decisão monocrática. RE 956475, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 12/05/2016 (Info 826).

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de
material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

(PROVA) § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO.

(PROVA) § 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa
responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto
aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

(PROVA) Art. 209. O ensino é LIVRE À INICIATIVA PRIVADA, atendidas as seguintes CONDIÇÕES:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica
comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.

(PROVA) § 1º O ENSINO RELIGIOSO, de MATRÍCULA FACULTATIVA, constituirá disciplina dos horários normais das escolas
públicas de ensino fundamental.

- O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional. #IMPORTANTE
A CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das
escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º).
Diante disso, nas escolas públicas são oferecidas aulas de ensino religioso, normalmente vinculadas a uma religião
específica. É o chamado ensino religioso confessional.
O PGR ajuizou ADI pedindo que fosse conferida interpretação conforme a Constituição ao art. 33, §§ 1º e 2º da
LDB e ao art. 11, § 1º do acordo Brasil-Santa Sé. Na ação, o PGR afirmava que não é permitido que se ofereça
ensino religioso confessional (vinculado a uma religião específica). Para o autor, o ensino religioso deve ser voltado
para a história e a doutrina das várias religiões, ensinadas sob uma perspectiva laica e deve ser ministrado por
professores regulares da rede pública de ensino, e não por pessoas vinculadas às igrejas.
O STF julgou improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza
confessional, ou seja, pode sim ser vinculado a religiões específicas.
A partir da conjugação do binômio Laicidade do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o Estado deverá
assegurar o cumprimento do art. 210, § 1º da CF/88, autorizando na rede pública, em igualdade de condições o
489

oferecimento de ensino confessional das diversas crenças, mediante requisitos formais previamente fixados pelo
Ministério da Educação.
Assim, deve ser permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente se matricularem, o pleno exercício de seu
direito subjetivo ao ensino religioso como disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino
fundamental, ministrada de acordo com os princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma,
devidamente credenciados a partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder
Público.
Dessa forma, o STF entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que
ensine os dogmas ou valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se garanta
oportunidade a todas as doutrinas religiosas.
STF. Plenário. ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
27/9/2017 (Info 879).

§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas
também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas
de ensino.

§ 1º A UNIÃO organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas
federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de
oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;

(PROVA) § 2º Os MUNICÍPIOS atuarão PRIORITARIAMENTE no ensino fundamental e na educação infantil.

(PROVA) § 3º Os ESTADOS e o DISTRITO FEDERAL atuarão PRIORITARIAMENTE no ensino fundamental e médio.

UNIÃO - ensino superior


- ensino médio
ESTADOS/DISTRITO FEDERAL
- ensino fundamental
- ensino fundamental
MUNICÍPIOS
- educação infantil

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão
formas de colaboração, de forma a assegurar a universalização, a qualidade e a equidade do ensino obrigatório.

§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.

§ 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão ação redistributiva em relação a suas escolas.

§ 7º O padrão mínimo de qualidade de que trata o § 1º deste artigo considerará as condições adequadas de oferta
e terá como referência o Custo Aluno Qualidade (CAQ), pactuados em regime de colaboração na forma disposta em
LEI COMPLEMENTAR, conforme o parágrafo único do art. 23 desta Constituição.

(PROVA) Art. 212. A UNIÃO aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os ESTADOS, o DISTRITO FEDERAL e os
MUNICÍPIOS vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, NA MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO.

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita
do governo que a transferir.
490

§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino
federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino
obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano
nacional de educação.

§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados
com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.

§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação,
recolhida pelas empresas na forma da lei.

§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão distribuídas


proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.

- A partir da EC 53/2006, que incluiu o § 6º ao art. 212 da CF/88, as cotas do salário-educação destinadas
aos estados e municípios têm o número de alunos matriculados nas redes públicas de ensino como único
critério de distribuição da arrecadação. #IMPORTANTE
A partir da EC 53/2006, que incluiu o § 6º ao art. 212 da CF/1988, as cotas do salário-educação destinadas aos
estados e municípios têm o número de alunos matriculados nas redes públicas de ensino como único critério de
distribuição da arrecadação. Tese fixada pelo STF: “À luz da EC 53/2006, é incompatível com a ordem constitucional
vigente a adoção, para fins de repartição das quotas estaduais e municipais referentes ao salário-educação, do
critério legal de unidade federada em que realizada a arrecadação desse tributo, devendo-se observar unicamente
o parâmetro quantitativo de alunos matriculados no sistema de educação básica.”. STF. Plenário. ADPF 188/DF, Rel.
Min. Edson Fachin, julgado em 15/6/2022 (Info 1059).

§ 7º É VEDADO o uso dos recursos referidos no caput e nos §§ 5º e 6º deste artigo para pagamento de
aposentadorias e de pensões.

§ 8º Na hipótese de extinção ou de substituição de impostos, serão redefinidos os percentuais referidos


no caput deste artigo e no inciso II do caput do art. 212-A, de modo que resultem recursos vinculados à manutenção
e ao desenvolvimento do ensino, bem como os recursos subvinculados aos fundos de que trata o art. 212-A desta
Constituição, em aplicações equivalentes às anteriormente praticadas.

§ 9º A lei disporá sobre normas de fiscalização, de avaliação e de controle das despesas com educação nas esferas
estadual, distrital e municipal.

- É inconstitucional lei estadual que inclua no conceito de “manutenção e desenvolvimento do ensino”, para
os fins do art. 212 da CF/88, o pagamento dos servidores inativos da área da educação, em arrepio às
disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
A Constituição prevê o dever de aplicação de percentual mínimo para investimentos na manutenção e
desenvolvimento do ensino.
A definição de quais despesas podem ou não ser consideradas como manutenção e desenvolvimento de ensino é
feita por meio de lei editada pela União.
A Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), em seus arts. 70 e 71, definiu quais despesas
podem ser consideradas como sendo destinadas à manutenção e desenvolvimento do ensino.
As despesas com encargos previdenciários de servidores inativos e os repasses efetuados pelo Estado para cobrir
o déficit no regime próprio de previdência não podem ser computados como aplicação de recursos na manutenção
e desenvolvimento de ensino, para os fins do art. 212 da CF/88. Logo, é inconstitucional lei estadual que faça essa
previsão.
STF. Plenário. ADI 5719, Rel. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Info 990 – clipping).
491

Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do
art. 212 desta Constituição à manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação básica e à remuneração
condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes disposições:
I - a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Federal, os Estados e seus Municípios é
assegurada mediante a instituição, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), de natureza
contábil;
II - os fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento) dos recursos a
que se referem os incisos I, II e III do caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os incisos II, III e IV do caput do
art. 158 e as alíneas "a" e "b" do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição;
III - os recursos referidos no inciso II do caput deste artigo serão distribuídos entre cada Estado e seus Municípios,
proporcionalmente ao número de alunos das diversas etapas e modalidades da educação básica presencial
matriculados nas respectivas redes, nos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art.
211 desta Constituição, observadas as ponderações referidas na alínea "a" do inciso X do caput e no § 2º deste
artigo;
IV - a União complementará os recursos dos fundos a que se refere o inciso II do caput deste artigo;
V - a complementação da União será equivalente a, no mínimo, 23% (vinte e três por cento) do total de recursos a
que se refere o inciso II do caput deste artigo, distribuída da seguinte forma:
a) 10 (dez) pontos percentuais no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, sempre que o valor anual por aluno
(VAAF), nos termos do inciso III do caput deste artigo, não alcançar o mínimo definido nacionalmente;
b) no mínimo, 10,5 (dez inteiros e cinco décimos) pontos percentuais em cada rede pública de ensino municipal,
estadual ou distrital, sempre que o valor anual total por aluno (VAAT), referido no inciso VI do caput deste artigo,
não alcançar o mínimo definido nacionalmente;
c) 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pontos percentuais nas redes públicas que, cumpridas condicionalidades de
melhoria de gestão previstas em lei, alcançarem evolução de indicadores a serem definidos, de atendimento e
melhoria da aprendizagem com redução das desigualdades, nos termos do sistema nacional de avaliação da
educação básica;
VI - o VAAT será calculado, na forma da lei de que trata o inciso X do caput deste artigo, com base nos recursos a
que se refere o inciso II do caput deste artigo, acrescidos de outras receitas e de transferências vinculadas à educação,
observado o disposto no § 1º e consideradas as matrículas nos termos do inciso III do caput deste artigo;
VII - os recursos de que tratam os incisos II e IV do caput deste artigo serão aplicados pelos Estados e pelos
Municípios exclusivamente nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do
art. 211 desta Constituição;
VIII - a vinculação de recursos à manutenção e ao desenvolvimento do ensino estabelecida no art. 212 desta
Constituição suportará, no máximo, 30% (trinta por cento) da complementação da União, considerados para os fins
deste inciso os valores previstos no inciso V do caput deste artigo;
IX - o disposto no caput do art. 160 desta Constituição aplica-se aos recursos referidos nos incisos II e IV
do caput deste artigo, e seu descumprimento pela autoridade competente importará em crime de
responsabilidade;
X - a lei disporá, observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do caput e no § 1º do art. 208 e as
metas pertinentes do plano nacional de educação, nos termos previstos no art. 214 desta Constituição, sobre:
a) a organização dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo e a distribuição proporcional de seus recursos,
as diferenças e as ponderações quanto ao valor anual por aluno entre etapas, modalidades, duração da jornada e
tipos de estabelecimento de ensino, observados as respectivas especificidades e os insumos necessários para a
garantia de sua qualidade;
b) a forma de cálculo do VAAF decorrente do inciso III do caput deste artigo e do VAAT referido no inciso VI do caput
deste artigo;
c) a forma de cálculo para distribuição prevista na alínea "c" do inciso V do caput deste artigo;
d) a transparência, o monitoramento, a fiscalização e o controle interno, externo e social dos fundos referidos no
inciso I do caput deste artigo, assegurada a criação, a autonomia, a manutenção e a consolidação de conselhos de
acompanhamento e controle social, admitida sua integração aos conselhos de educação;
e) o conteúdo e a periodicidade da avaliação, por parte do órgão responsável, dos efeitos redistributivos, da melhoria
dos indicadores educacionais e da ampliação do atendimento;
492

XI - proporção não inferior a 70% (setenta por cento) de cada fundo referido no inciso I do caput deste artigo,
excluídos os recursos de que trata a alínea "c" do inciso V do caput deste artigo, será destinada ao pagamento dos
profissionais da educação básica em efetivo exercício, observado, em relação aos recursos previstos na alínea "b" do
inciso V do caput deste artigo, o percentual mínimo de 15% (quinze por cento) para despesas de capital;
XII - lei específica disporá sobre o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério da educação
básica pública;
XIII - a utilização dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212 desta Constituição para a complementação da União
ao Fundeb, referida no inciso V do caput deste artigo, é vedada.

§ 1º O cálculo do VAAT, referido no inciso VI do caput deste artigo, deverá considerar, além dos recursos previstos
no inciso II do caput deste artigo, pelo menos, as seguintes disponibilidades:
I - receitas de Estados, do Distrito Federal e de Municípios vinculadas à manutenção e ao desenvolvimento do ensino
não integrantes dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo;
II - cotas estaduais e municipais da arrecadação do salário-educação de que trata o § 6º do art. 212 desta
Constituição;
III - complementação da União transferida a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios nos termos da alínea "a" do
inciso V do caput deste artigo.

§ 2º Além das ponderações previstas na alínea "a" do inciso X do caput deste artigo, a lei definirá outras relativas ao
nível socioeconômico dos educandos e aos indicadores de disponibilidade de recursos vinculados à educação e de
potencial de arrecadação tributária de cada ente federado, bem como seus prazos de implementação.

§ 3º Será destinada à educação infantil a proporção de 50% (cinquenta por cento) dos recursos globais a que se
refere a alínea "b" do inciso V do caput deste artigo, nos termos da lei."

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder
Público, no caso de encerramento de suas atividades.

§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e
médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos
regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir
prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.

§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por universidades e/ou
por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder Público.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema
nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação
para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio
de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno
bruto.
493

JURISPRUDÊNCIA SOBRE EDUCAÇÃO (OUTROS JULGADOS)


- Entidades estudantis municipais e estaduais podem emitir a carteira estudantil mesmo sem estarem
filiadas às entidades nacionais; é constitucional a exigência de um modelo único nacionalmente
padronizado da carteira.
É inconstitucional exigir das entidades estudantis locais e regionais, legitimadas para a expedição da carteira de
identidade estudantil (CIE), filiação às entidades de abrangência nacional.
Admite-se a definição de um modelo único nacionalmente padronizado da CIE, desde que publicamente
disponibilizado e fixados parâmetros razoáveis que não obstem o acesso pelas entidades com prerrogativa legal
para sua emissão.
STF. Plenário. ADI 5108/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/3/2022 (Info 1048).

- Não é possível, atualmente, o homeschooling no Brasil. #IMPORTANTE


Não é possível, atualmente, o ensino domiciliar (homeschooling) como meio lícito de cumprimento, pela família,
do dever de prover educação.
Não há, na CF/88, uma vedação absoluta ao ensino domiciliar. A CF/88, apesar de não o prever expressamente,
não proíbe o ensino domiciliar.
No entanto, o ensino domiciliar não pode ser atualmente exercido porque não há legislação que regulamente os
preceitos e as regras aplicáveis a essa modalidade de ensino.
Assim, o ensino domiciliar somente pode ser implementado no Brasil após uma regulamentação por meio de lei
na qual sejam previstos mecanismos de avaliação e fiscalização, devendo essa lei respeitar os mandamentos
constitucionais que tratam sobre educação.
STF. Plenário. RE 888815/RS, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 12/9/2018 (repercussão geral) (Info 915).

- É inconstitucional concessão de descontos lineares nas mensalidades das faculdades privadas na pandemia
da Covid-19. #IMPORTANTE #COVID
São inconstitucionais as interpretações judiciais que, unicamente fundamentadas na eclosão da pandemia de
Covid-19 e no respectivo efeito de transposição de aulas presenciais para ambientes virtuais, determinam às
instituições privadas de ensino superior a concessão de descontos lineares nas contraprestações dos contratos
educacionais, sem considerar as peculiaridades dos efeitos da crise pandêmica em ambas as partes contratuais
envolvidas na lide.
Tese fixada pelo STF: É inconstitucional decisão judicial que, sem considerar as circunstâncias fáticas efetivamente
demonstradas, deixa de sopesar os reais efeitos da pandemia em ambas as partes contratuais, e determina a
concessão de descontos lineares em mensalidades de cursos prestados por instituições de ensino superior.
STF. Plenário. ADPF 706/DF e ADPF 713/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 17 e 18/11/2021 (Info 1038).

- É inconstitucional lei estadual que obriga que as escolas e bibliotecas públicas tenham um exemplar da
Bíblia. #IMPORTANTE
A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e bibliotecas públicas estaduais configura
contrariedade à laicidade estatal e à liberdade religiosa consagrada pela Constituição da República de 1988.
STF. Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021 (Info 1012).

- É inconstitucional lei estadual que estabelece critério diferente das regras federais para o ingresso de
crianças no primeiro ano do ensino fundamental.
É inconstitucional lei estadual que fixa critério etário para o ingresso no Ensino Fundamental diferente do
estabelecido pelo legislador federal e regulamentado pelo Ministério da Educação.
STF. Plenário. ADI 6312, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/12/2020 (Info 1003).

- É inconstitucional lei distrital que preveja percentual de vagas nas universidades públicas reservadas para
alunos que estudaram nas escolas públicas do Distrito Federal, excluindo, portanto, alunos de escolas
públicas de outros Estados da Federação. #IMPORTANTE
É inconstitucional a lei distrital que preveja que 40% das vagas das universidades e faculdades públicas do Distrito
Federal serão reservadas para alunos que estudaram em escolas públicas do Distrito Federal.
494

Essa lei, ao restringir a cota apenas aos alunos que estudaram no Distrito Federal, viola o art. 3º, IV e o art. 19, III,
da CF/88, tendo em vista que faz uma restrição injustificável entre brasileiros.
Vale ressaltar que a inconstitucionalidade não está no fato de ter sido estipulada a cota em favor de alunos de
escolas públicas, mas sim em razão de a lei ter restringindo as vagas para alunos do Distrito Federal, em detrimento
dos estudantes de outros Estados da Federação.
STF. Plenário. ADI 4868, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020 (Info 973).

- Lei estadual tratando sobre livre organização de entidades estudantis.


É constitucional lei estadual que:
• assegure, nos estabelecimentos de ensino superior estadual e municipal, a livre organização dos Centros
Acadêmicos, Diretórios Acadêmicos e Diretórios Centrais dos Estudantes.
• estabeleça que é de competência exclusiva dos estudantes a definição das formas, dos critérios, dos estatutos e
demais questões referentes à organização dos Centros Acadêmicos, Diretórios Acadêmicos e Diretórios Centrais
dos Estudantes.
• determine que os estabelecimentos de ensino deverão garantir espaços, em suas dependências, para a
divulgação e instalações para os Centros Acadêmicos, Diretórios Acadêmicos e Diretórios Centrais Estudantis.
Vale ressaltar, no entanto, que esta lei não se aplica para as instituições federais e particulares de ensino superior
considerando que elas integram o “sistema federal”, de competência da União.
Deve-se acrescentar, por fim, que é inconstitucional que essa lei estadual preveja multa para as entidades
particulares de ensino em caso de descumprimento das medidas acima listadas.
STF. Plenário. ADI 3757/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/10/2018 (Info 920).

- Inconstitucionalidade de lei estadual que afaste as exigências de revalidação de diplomas emitidos por
instituições de ensino superior estrangeiras.
É inconstitucional lei estadual que afasta as exigências de revalidação de diploma obtido em instituições de ensino
superior de outros países para a concessão de benefícios e progressões a servidores públicos. Essa lei invade a
competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV, CF/88).
STF. Plenário. ADI 6073, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/03/2020 (Info 979).

- Se o Estado ou Município receber da União valores de complementação do FUNDEB, por força de


condenação judicial, ele não precisa aplicar a quantia recebida na forma do art. 60, XII, do ADCT.
O caráter extraordinário dos valores de complementação do FUNDEB pagos pela União aos estados e aos
municípios, por força de condenação judicial, justifica o afastamento da subvinculação prevista nos arts. 60, XII, do
ADCT e 22 da Lei nº 11.949/2007.
É inconstitucional o pagamento de honorários advocatícios contratuais com recursos destinados ao FUNDEB, o
que representaria indevido desvio de verbas constitucionalmente vinculadas à educação.
STF. Plenário. ADPF 528/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/3/2022 (Info 1047).

Seção II
DA CULTURA
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e
apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos
participantes do processo civilizatório nacional.

2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos
nacionais.

3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do
País e à integração das ações do poder público que conduzem à:
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II produção, promoção e difusão de bens culturais;
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;
495

IV democratização do acesso aos bens de cultura;


V valorização da diversidade étnica e regional.

Art. 216. Constituem PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e
científico.

§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro,
por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e
preservação.

- É possível o tombamento por ato legislativo e o Estado pode tombar bem da União.
O princípio da hierarquia verticalizada, previsto no Decreto-Lei 3.365/1941, não se aplica ao tombamento,
disciplinado no Decreto-Lei 25/1937.
A lei de tombamento apenas indica ser aplicável a bens pertencentes a pessoas físicas e pessoas jurídicas de direito
privado e de direito público interno.
Ademais, o tombamento feito por ato legislativo possui caráter provisório, ficando o tombamento permanente,
este sim, restrito a ato do Executivo.
Por fim, o tombamento provisório por ato legislativo não precisa ser precedido de notificação prévia da União,
exigência restrita ao procedimento definitivo promovido pelo Executivo estadual.
STF. Plenário. ACO 1208 AgR, Rel. Min Gilmar Mendes, julgado em 24/11/2017.

§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências


para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.

§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.

§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.

§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos
por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação
desses recursos no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados.

Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e
participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e
permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento
humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos culturais.

§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas
no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios:
I - diversidade das expressões culturais;
496

II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais;


III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais;
IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área cultural;
V - integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desenvolvidas;
VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais;
VII - transversalidade das políticas culturais;
VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil;
IX - transparência e compartilhamento das informações;
X - democratização dos processos decisórios com participação e controle social;
XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações;
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a cultura.

§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da Federação:


I - órgãos gestores da cultura;
II - conselhos de política cultural;
III - conferências de cultura;
IV - comissões intergestores;
V - planos de cultura;
VI - sistemas de financiamento à cultura;
VII - sistemas de informações e indicadores culturais;
VIII - programas de formação na área da cultura; e
IX - sistemas setoriais de cultura.

§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua articulação com
os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo.

§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis próprias.

- É constitucional a chamada cota de tela, ou seja, a obrigatoriedade de que os cinemas brasileiros exibam
filmes nacionais durante um número mínimo de dias por ano.
São constitucionais a cota de tela, consistente na obrigatoriedade de exibição de filmes nacionais nos cinemas
brasileiros, e as sanções administrativas decorrentes de sua inobservância.
A denominada “cota de tela” promove intervenção voltada a viabilizar a efetivação do direito à cultura, sem, por
outro lado, atingir o núcleo dos direitos à livre iniciativa, à livre concorrência e à propriedade privada, apenas
adequando as liberdades econômicas à sua função social.
STF. Plenário. RE 627432/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 704) (Info
1010).

- É constitucional a exigência editalícia de percentuais mínimos e máximos para a exibição da programação


especial de produção local em processos seletivos de outorga dos serviços de radiodifusão.
São constitucionais os procedimentos licitatórios que exijam percentuais mínimos e máximos a serem observados
pelas emissoras de rádio na produção e transmissão de programas culturais, artísticos e jornalísticos locais, nos
termos do art. 221 da Constituição Federal.
STF. Plenário. RE 1070522/PE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 1013) (Info
1010).

Seção III
DO DESPORTO
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um,
observados:
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos,
para a do desporto de alto rendimento;
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional;
497

IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.

(PROVA) § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas APÓS ESGOTAREM-
SE as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.

• justiça desportiva (art. 217, § 1º, CF);

COMO REGRA, NÃO HÁ • habeas data (súmula nº 02, STJ);


NECESSIDADE DO ACESSO ÀS
VIAS ADMINISTRATIVAS PARA • ato administrativo ou omissão que contrarie SÚMULA VINCULANTE só
SE PROVOCAR A ESFERA pode ser alvo de reclamação constitucional quando esgotada a via
JURISDICIONAL administrativa (art. 7º, § 1º, Lei nº 11.417/06);
EXCEÇÕES:
• concessão de benefícios previdenciários - isso não se confunde com o
exaurimento das vias administrativa (STF, info 7756; STJ, info 553).

(PROVA) § 2º A justiça desportiva terá o prazo MÁXIMO de sessenta dias, contados da instauração do processo, para
proferir decisão final.

§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e
tecnológica e a inovação.

§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem
público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação.

§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o
desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.

§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação,
inclusive por meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e concederá aos que delas se ocupem meios e
condições especiais de trabalho.

§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País,
formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem
ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu
trabalho.

§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas
de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.

§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput, estimulará a articulação entre entes, tanto públicos
quanto privados, nas diversas esferas de governo.

§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das instituições públicas de ciência, tecnologia e
inovação, com vistas à execução das atividades previstas no caput.

Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento
cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.
498

Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas, bem como nos
demais entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais
ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes e a criação, absorção, difusão e
transferência de tecnologia.

Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão firmar instrumentos de cooperação com
órgãos e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o compartilhamento de recursos humanos
especializados e capacidade instalada, para a execução de projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e
tecnológico e de inovação, mediante contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário, na
forma da lei.

Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) será organizado em regime de colaboração
entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a
inovação.

§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorrentemente sobre suas peculiaridades.

CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
(PROVA) Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou
veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em
qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

(PROVA) § 2º É VEDADA toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

§ 3º Compete à lei federal:


I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas
etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas
ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos,
práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.

§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a
restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre
os malefícios decorrentes de seu uso.

§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.

§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.

- É inconstitucional norma que proíbe proselitismo em rádios comunitárias. #IMPORTANTE


É inconstitucional o § 1º do art. 4º da Lei nº 9.612/98. Esse dispositivo proíbe, no âmbito da programação das
emissoras de radiodifusão comunitária, a prática de proselitismo, ou seja, a transmissão de conteúdo tendente a
converter pessoas a uma doutrina, sistema, religião, seita ou ideologia.
O STF entendeu que essa proibição afronta os arts. 5º, IV, VI e IX, e 220, da Constituição Federal.
A liberdade de pensamento inclui o discurso persuasivo, o uso de argumentos críticos, o consenso e o debate
público informado e pressupõe a livre troca de ideias e não apenas a divulgação de informações.
499

STF. Plenário. ADI 2566/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em
16/5/2018 (Info 902).

- É inconstitucional a resolução do Conselho Federal de Psicologia que proíbe a comercialização e o uso dos
testes psicológicos para indivíduos que não sejam psicólogos.
Ao restringirem a comercialização e o uso de testes psicológicos aos profissionais regularmente inscritos no
Conselho Federal de Psicologia (CFP), o inciso III e os §§ 1º e 2º do art. 18 da Resolução 2/2003-CFP acabaram por
instituir disciplina desproporcional e ofensiva aos postulados constitucionais relativos à liberdade de manifestação
do pensamento (art. 5º, IV, IX e XIV, da CF/88) e de liberdade de acesso à informação (art. 220, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 3481/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

- Emissora de TV pode ser condenada ao pagamento de indenização por danos morais coletivos em razão
da exibição de filme fora do horário recomendado pelo Ministério da Justiça.
Segundo decidiu o STF, é inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do
ECA. Assim, o Estado não pode determinar que os programas somente possam ser exibidos em determinados
horários. Isso seria uma imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por configurar censura. O Poder
Público pode apenas recomendar os horários adequados. A classificação dos programas é indicativa (e não
obrigatória) (STF. Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 31/8/2016).
Vale ressaltar, no entanto, que a liberdade de expressão, como todo direito ou garantia constitucional, exige
responsabilidade no seu exercício, de modo que as emissoras deverão resguardar, em sua programação, as
cautelas necessárias às peculiaridades do público infanto-juvenil. Logo, a despeito de ser a classificação da
programação apenas indicativa e não proibir a sua veiculação em horários diversos daquele recomendado, cabe
ao Poder Judiciário controlar eventuais abusos e violações ao direito à programação sadia, previsto no art. 221 da
CF/88.
Diante disso, é possível, ao menos em tese, que uma emissora de televisão seja condenada ao pagamento de
indenização por danos morais coletivos em razão da exibição de filme fora do horário recomendado pelo órgão
competente, desde que fique constatado que essa conduta afrontou gravemente os valores e interesses coletivos
fundamentais.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.840.463-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 19/11/2019 (Info 663).

(PROVA)
Art. 222. A PROPRIEDADE de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é PRIVATIVA
de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sede no País.

• brasileiros natos;
PROPRIEDADE de empresa
jornalística e de radiodifusão • brasileiros naturalizados há mais de dez anos; ou
sonora e de sons e imagens
PRIVATIVA • pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no
(PROVA)
País.

§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas
jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros
natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e
estabelecerão o conteúdo da programação.
500

§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são PRIVATIVAS


de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação social.

§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para a prestação do


serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também garantirá a
prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacionais.

§ 4º Lei disciplinará a participação de capital ESTRANGEIRO nas empresas de que trata o § 1º.

§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso
Nacional.

(PROVA) Art. 223. Compete ao PODER EXECUTIVO outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço
de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado,
público e estatal.

§ 1º O CONGRESSO NACIONAL apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º (45 dias), a contar do recebimento
da mensagem.

§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do
CONGRESSO NACIONAL, em votação nominal

§ 3º O ato de outorga ou renovação SOMENTE produzirá efeitos legais após deliberação do CONGRESSO
NACIONAL, na forma dos parágrafos anteriores.

(PROVA) § 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, DEPENDE de decisão judicial.

(PROVA) § 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de
televisão.

PRAZO DA CONCESSÃO OU Rádio 10 Anos


PERMISSÃO Televisão 15 Anos

- Incompetência do Poder Judiciário para autorizar o funcionamento de rádio educativa.


O Poder Judiciário não tem competência para autorizar, ainda que a título precário, a prestação de serviço de
radiodifusão com finalidade exclusivamente educativa.
O art. 223 da CF/88 atribui competência ao Poder Executivo para outorgar e renovar concessão, permissão e
autorização, bem como fiscalizar o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
O funcionamento das rádios educativas, mesmo que a título precário, está definido na legislação
infraconstitucional, em portaria do Ministério das Comunicações e em portaria interministerial do Ministério das
Comunicações e do Ministério da Educação, exigindo prévia outorga do poder concedente, a qual não pode ser
suprida por autorização judicial.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.353.341-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 12/5/2015 (Info 562).

SERVIÇO DE RADIODIFUSÃO SONORA E DE SONS E IMAGENS - ARTS. 222 E 223, CF


• brasileiros natos

• brasileiros naturalizados a mais de 10 anos ou


Propriedade é PRIVATIVA de:
• pessoa jurídica constituída sobre as leis brasileiras e que tenha sede no
País
501

• concessão

Serviço é outorgado mediante: • permissão ou

• utorização
• exceção a necessidade de licitação para os contratos de concessão e
permissão
Não precisa de licitação
• a lei de concessão e permissão não se aplica as concessões, permissões e
autorizações de radiofusão (art. 41 da Lei 8.987/1995)
• Poder Executivo (Presidente da República) + Aprovação pelo Congresso
Competência para outorga
Nacional
• até 45 dias
Prazo p/ Congresso Nacional
apreciar
• é o mesmo prazo do processo legislativo SUMÁRIO
• Presidente da República + Aprovação pelo Congresso Nacional
Renovação ou
não renovação do Contrato:
• o contrato somente não será renovado pelo voto de 2/5 do CN
Cancelamento antes de vencido
• somente por decisão judicial
prazo:
• 10 anos = emissoras de rádio
Prazo da concessão ou
permissão:
• 15 anos = emissoras de televisão

Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o
Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.
________________________________________________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE (DIREITO AMBIENTAL)
Art. 225. TODOS têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, BEM DE USO COMUM DO POVO
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, INCUMBE AO PODER PÚBLICO:


I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à
pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, VEDADA qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
- É inconstitucional a redução de unidade de conservação por meio de MP. #IMPORTANTE
É inconstitucional a redução ou a supressão de espaços territoriais especialmente protegidos, como é o caso das
unidades de conservação, por meio de medida provisória. Isso viola o art. 225, § 1º, III, da CF/88.
Assim, a redução ou supressão de unidade de conservação somente é permitida mediante lei em sentido formal.
A medida provisória possui força de lei, mas o art. 225, § 1º, III, da CF/88 exige lei em sentido estrito.
A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste
expressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896).
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
502

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do
meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, VEDADAS, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
- Não é permitido o abate de animais apreendidos em situação de maus-tratos. #IMPORTANTE
É inconstitucional a interpretação da legislação federal que possibilita o abate imediato de animais apreendidos
em situação de maus-tratos.
O art. 225, § 1º, VII, da CF/88 impõe a proteção à fauna e proíbe qualquer espécie de maus-tratos aos animais.
O art. 25, § 1º da Lei nº 9.605/98 afirma que os animais apreendidos serão prioritariamente libertados em seu
habitat ou, sendo tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues a jardins zoológicos,
fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados.
Até que os animais sejam entregues às instituições, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em
condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-estar físico.
Assim, não é constitucionalmente adequada a interpretação segundo a qual os animais devam ser resgatados de
situações de maus-tratos para, logo em seguida, serem abatidos.
STF. Plenário. ADPF 640 MC-Ref/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/9/2021 (Info 1030).
VIII - manter regime fiscal favorecido para os biocombustíveis destinados ao consumo final, na forma de lei
complementar, a fim de assegurar-lhes tributação inferior à incidente sobre os combustíveis fósseis, capaz de garantir
diferencial competitivo em relação a estes, especialmente em relação às contribuições de que tratam a alínea "b" do
inciso I e o inciso IV do caput do art. 195 e o art. 239 e ao imposto a que se refere o inciso II do caput do art. 155
desta Constituição. (EC nº 123/2022)

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais FICA OBRIGADO a recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
JURÍDICAS, a sanções penais e administrativas, INDEPENDENTEMENTE da obrigação de reparar os danos
causados.
• A responsabilidade penal da pessoa jurídica em matéria de direito ambiental está prevista no art. 225, § 3º da
CF/88 e no art. 3º da Lei nº 9.605/98 (Lei de crimes ambientais). O STF e o STJ admitem a responsabilidade penal
da pessoa jurídica em crimes ambientais.

- Responsabilidade penal da pessoa jurídica e abandono da dupla imputação. #IMPORTANTE


É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da
responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome.
A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da "dupla imputação".
STJ. 6ª Turma. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015 (Info 566).
STF. 1ª Turma. RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber, j. em 6/8/2013 (Info 714).

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona
Costeira são PATRIMÔNIO NACIONAL, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
• Não são bens da União.
• A Caatinga não é Patrimônio Nacional!

• Floresta Amazônica;
• Mata Atlântica;
PATRIMÔNIO NACIONAL • Serra do Mar;
• Pantanal Mato-Grossense; e
• Zona Costeira.

§ 5º São INDISPONÍVEIS as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias
à proteção dos ecossistemas naturais.
503

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em LEI FEDERAL, sem o que
não poderão ser instaladas.

§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, NÃO SE CONSIDERAM CRUÉIS as práticas
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta
Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro,
devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (EC Nº 96/2017 –
PEC DA VAQUEJADA)

#SELIGANOCONCEITO:
A EC nº 96/2017 é um exemplo do que a doutrina constitucionalista
denomina de “efeito backlash”.
EFEITO BACKLASH24 Efeito Backlash consiste em uma reação conservadora de parcela da
sociedade ou das forças políticas (em geral, do parlamento) diante de uma
decisão liberal do Poder Judiciário em um tema polêmico.

- É proibida, em todo o Brasil, a utilização de qualquer forma de amianto. #IMPORTANTE


As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são constitucionais.
O art. 2º da Lei federal nº 9.055/95, que autorizava a utilização da crisotila (espécie de amianto), é inconstitucional.
Houve a inconstitucionalidade superveniente (sob a óptica material) da Lei nº 9.055/95, por ofensa ao direito à
saúde (art. 6º e 196, CF/88); ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de
saúde, higiene e segurança (art. 7º, inciso XXII, CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88).
Com isso, é proibida a utilização de qualquer forma de amianto.
STF. Plenário. ADI 3937/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/8/2017 (Info
874).
STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886).
________________________________________________________________________________________________________________________________

CAPÍTULO VII
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso
Art. 226. A família, BASE DA SOCIEDADE, tem especial proteção do Estado.

(PROVA)
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.

(PROVA) § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

(PROVA) § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes.

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar
é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício
desse direito, VEDADA qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para
coibir a violência no âmbito de suas relações.

24
Dizer o Direito – Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2017/06/breves-comentarios-ec-962017-emenda-da_7.html
504

Art. 227. É DEVER da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida
a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes
preceitos:
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil;
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física,
sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o
treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação
de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação.

§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de
veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.

§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:


I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e
defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao
acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de
entorpecentes e drogas afins.

§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.

§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua
efetivação por parte de ESTRANGEIROS.

(PROVA) § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os MESMOS direitos e
qualificações, PROIBIDAS quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração o disposto no art. 204.

§ 8º A lei estabelecerá:
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens;
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do poder público para
a execução de políticas públicas.

(PROVA) Art. 228. São PENALMENTE INIMPUTÁVEIS os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.

- Classificação indicativa dos programas de rádio e TV. #IMPORTANTE


É inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do ECA.
"Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de
sua classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá
determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias."
505

O Estado não pode determinar que os programas somente possam ser exibidos em determinados horários. Isso
seria uma imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por configurar censura. O Poder Público pode
apenas recomendar os horários adequados. A classificação dos programas é indicativa (e não obrigatória).
STF. Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 31/8/2016 (Info 837).

(PROVA) Art. 229. Os PAIS têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os FILHOS MAIORES têm o dever
de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

Art. 230. A FAMÍLIA, a SOCIEDADE e o ESTADO têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua
participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

(PROVA) § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados PREFERENCIALMENTE em seus lares.

(PROVA) § 2º Aos MAIORES de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.

- Idosos que gozam de gratuidade no transporte coletivo, além de não pagarem a passagem, também são
isentos das tarifas de pedágio e de utilização dos terminais.
A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos,prevista no art. 40, I, do Estatuto do Idoso, não se limita ao valor das passagens, abrangendo eventuais
custos relacionados diretamente com o transporte, em que se incluem as tarifas de pedágio e de utilização dos
terminais.
STJ. 1ª Turma. REsp 1543465-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/12/2018 (Info 641).

#NÃOCONFUNDA:
IDOSO 60 anos
GRATUIDADE DOS TRANSPORTES COLETIVOS URBANOS + 65 anos

CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS PERTINENTES


CF, art. 20. São bens da União:
[...]
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

CF, art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


[...]
XIV – populações indígenas.

Art. 49. É da competência EXCLUSIVA do Congresso Nacional:


[...]
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de
riquezas minerais;

CF, art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


[...]
XI – a disputa sobre direitos indígenas.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


[...]
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
506

CF, art. 210, § 2º. O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades
indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar
todos os seus bens.
- Súmula nº 650, STF: “Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos
extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.”

§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas
para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-
estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

TERRAS TRADICIONALMENTE Índios - posse permanente das terras (art. 231, § 2º)
OCUPADAS PELOS ÍNDIOS União - propriedade das terras (art. 20, XI)

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das
riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas
as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.

- o aproveitamento dos recursos • antes da autorização, as


ATIVIDADES QUE SÓ PODEM SER hídricos, incluídos os potenciais comunidades afetadas devem ser
EXERCIDAS NA TERRAS energéticos. Ex.: hidrelétrica ouvidades..
INDÍGENAS COM AUTORIZAÇÃO
DO CN - a pesquisa e a lavra das riquezas • ficando-lhes assegurada
minerais. Ex.: petróleo participação nos resultados da lavra.

§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.

§ 5º É VEDADA a remoção dos grupos indígenas de suas terras, SALVO, "ad referendum" do Congresso
Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do
País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse
o risco.

A REMOÇÃO DOS GRUPOS catástrofe ou - O CN deverá referendar (ratificar) a remoção


INDÍGENAS DE SUAS TERRAS SÓ epidemia que foi realizada.
PODE OCORRER EM DUAS interesse da - O CN deverá autorizar a remoção antes que ela
HIPÓTESES: soberania do País seja realizada.
*Fonte: tabela extraída do site Dizer o Direito.

§ 6º São NULOS E EXTINTOS, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o
domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos
lagos nelas existentes, RESSALVADO relevante interesse público da União, segundo o que dispuser LEI
COMPLEMENTAR, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, SALVO,
na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.

§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.

Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de
seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.
507

TERRAS INDÍGENAS
Posse permanente das terras - Índios
Propriedade das terras - União
- Podem ser economicamente exploradas desde que autorizado pelo
Exploração econômica
CONGRESSO NACIONAL
Natureza - Bens públicos de uso ESPECIAL
Características - São inalienáveis, indisponíveis e insuscetíveis de prescrição aquisitiva
Garimpagem - Não se aplica a atividade de garimpagem
- Em regra, é vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras. Existem
duas exceções:
1) após deliberação do CONGRESSO NACIONAL = no interesse da soberania do
Remoção
País;
2) "ad referendum" do CONGRESSO NACIONAL = no caso de catástrofe ou
epidemia que ponha em risco sua população.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE INDÍOS E SUAS TERRAS


- A comunidade indígena cuja posse é questionada em ação de nulidade de demarcação deve ser
considerada como litisconsorte passiva necessária.
A comunidade indígena cuja posse fundiária é questionada em ação de nulidade de demarcação tem o direito
subjetivo de ser ouvida no processo, na qualidade de litisconsorte passivo necessário.
STJ. 2ª Turma. AgInt na Pet no REsp 1.586.943-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 17.05.2022 (Info 737).

- O Poder Judiciário pode determinar, ante injustificável inércia estatal, que o Poder Executivo adote
medidas necessárias à concretização de direitos constitucionais dos indígenas.
Caso concreto: MPF ajuizou ACP contra a União e a FUNAI para que concluíssem o Processo Administrativo
instaurado pelo Grupo Indígena Fulkaxó, no prazo de 4 meses, a contar da intimação da sentença, bem como para
destinar área à posse e ocupação dessa tribo, no prazo de 1 ano, ante a impossibilidade de convivência pacífica
com os índios da etnia Kariri-Xocó (de quem os primeiros se originam), nas terras originariamente demarcadas
pela administração pública.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.623.873-SE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 26/04/2022 (Info 734).

- É necessário que a União e a FUNAI executem e implementem atividade de proteção territorial nas terras
indígenas, independentemente de sua homologação.
Nos termos do art. 231 da Constituição Federal, a União tem o dever (e não a escolha) de demarcar as terras
indígenas. Tais demarcações deveriam estar concluídas no prazo de 5 anos, contados da promulgação da
Constituição, conforme art. 67 do ADCT.
A não homologação das demarcações dessas terras deriva de inércia deliberada do Poder Público, em afronta ao
direito originário dos índios.
Ao afastar a proteção territorial em terras não homologadas, a FUNAI sinaliza a invasores que a União se absterá
de combater atuações irregulares em tais áreas, o que pode constituir um convite à invasão de terras que são
sabidamente cobiçadas por grileiros e madeireiros, bem como à prática de ilícitos de toda ordem. Além disso, a
suspensão da proteção territorial abre caminho para que terceiros passem a ali transitar, o que põe em risco a
saúde dessas comunidades, expondo-as a eventual contágio por COVID-19 e outras enfermidades.
STF. Plenário. ADPF 709-MC-segunda-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 25/2/2022 (Info 1045).

- STF determinou, como tutela provisória incidental na ADPF, que a União adote providências para
assegurar a vida, a saúde e a segurança de povos indígenas. #COVID
Cabível o deferimento de tutela provisória incidental em arguição de descumprimento de preceito fundamental
para adoção de todas as providências indispensáveis para assegurar a vida, a saúde e a segurança de povos
indígenas vítimas de ilícitos e problemas de saúde decorrentes da presença de invasores de suas terras, em situação
agravada pelo curso da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19).
STF. Plenário. ADPF 709 TPI-Ref/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/6/2021 (Info 1022).
508

- STF determina que governo federal adote medidas para conter o avanço da Covid-19 entre indígenas.
#COVID
A associação “Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e seis partidos políticos ajuizaram arguição de
descumprimento de preceito fundamental alegando que o Poder Público estava falhando na proteção dos povos
indígenas com relação à pandemia da Covid-19.
Os autores apontaram uma série de atos comissivos e omissivos do Poder Público que, segundo eles, estavam
causando alto risco de contágio e de extermínio dos povos indígenas.
Os requerentes apontaram que tais atos violam a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88), o direito à
vida (art. 5º, caput) e o direito à saúde (arts. 6º e 196), além do direito de tais povos a viverem em seu território,
de acordo com suas culturas e tradições (art. 231).
Na ação, os autores pedem a realização de diversas medidas necessárias para a proteção dos povos indígenas.
O Min. Roberto Barroso (relator) deferiu parcialmente a medida cautelar para que a União implemente, em resumo,
as seguintes providências:
Quanto aos povos indígenas em isolamento ou povos indígenas de recente contato:
1. Criação de barreiras sanitárias, que impeçam o ingresso de terceiros em seus territórios;
2. Criação de Sala de Situação, para gestão de ações de combate à pandemia quanto aos Povos Indígenas em
Isolamento e de Contato Recente.
Quanto aos povos indígenas em geral:
1. Inclusão de medida emergencial de contenção e isolamento dos invasores em relação às comunidades indígenas
ou providência alternativa, apta a evitar o contato.
2. Imediata extensão dos serviços do Subsistema Indígena de Saúde.
3. Elaboração e monitoramento de um Plano de Enfrentamento da COVID-19 para os Povos Indígenas Brasileiros
pela União.
O Plenário do STF referendou a medida cautelar concedida.
STF. Plenário. ADPF 709 Ref-MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3 e 5/8/2020 (Info 985).

- Não se pode caracterizar as terras ocupadas pelos indígenas como devolutas.


As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União (art. 20, XI, da CF/88) e, portanto, não podem
ser consideradas como terras devolutas de domínio do Estado-membro.
STF. Plenário. ACO 362/MT e ACO 366/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 16/8/2017 (Info 873).

- O procedimento previsto no Decreto nº 1.775/96 é compatível com a CF/88.


O processo de demarcação de terras indígenas, tal como regulado pelo Decreto nº 1.775/1996, não vulnera os
princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que garante aos interessados o direito de se manifestarem.
STF. 1° Turma. RMS 27255 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 24/11/2015.

- Levantamento da área a ser demarcada em procedimento de demarcação de terras indígenas.


O procedimento de demarcação das terras indígenas é regulado pelo Decreto 1.775/96, que estabelece, em seu
art. 2º, a necessidade de ser elaborado um estudo técnico antropológico e levantamento da área demarcada.
A realização da etapa de levantamento da área a ser demarcada é imprescindível, ainda que já tenham sido
realizados trabalhos de identificação e delimitação da terra indígena de maneira avançada.
O descumprimento dessa etapa configura violação do devido processo legal administrativo e enseja vício de
nulidade da demarcação.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.551.033-PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/10/2015 (Info 571).

- Impossibilidade de remarcação ampliação de terra indígena já demarcada.


Em 2000, João comprou uma fazenda que fica ao lado da reserva indígena Wassú-Cocal. Essa reserva indígena foi
demarcada em 1987, ou seja, antes da CF/88. Em 2012, o Ministro da Justiça, a partir de estudo da FUNAI, editou
portaria ampliando os limites da reserva indígena Wassú-Cocal. Pela nova demarcação proposta, João perderia a
sua fazenda, que passaria a fazer parte da reserva indígena. Segundo argumentaram a FUNAI e o Ministério da
Justiça, a remarcação agora realizada é um procedimento destinado a "corrigir falhas" cometidas na demarcação
originária já que esta não teria observado os parâmetros impostos pela CF/88. Desse modo, seria uma correção
para adequar a demarcação às regras da CF/88.
509

A jurisprudência concorda com essa prática? Se uma terra indígena foi demarcada antes da CF/88, é possível que
agora ela seja “remarcada”, ampliando-se a área anteriormente já reconhecida?
NÃO. Tanto o STF como o STJ condenam essa prática.
A alegação de que a demarcação da terra indígena não observou os parâmetros estabelecidos pela CF/1988 não
justifica a remarcação ampliativa de áreas originariamente demarcadas em período anterior à sua promulgação.
Desde o julgamento da Pet 3.388-RR (Caso Raposa Serra do Sol), a jurisprudência passou a entender que é vedada
a ampliação de terra indígena já demarcada, salvo em caso de vício de ilegalidade do ato de demarcação e, ainda
assim, desde que respeitado o prazo decadencial.
É inegável que a CF/88 mudou o enfoque atribuído à questão indígena e trouxe novas regras mais favoráveis a tais
povos, permitindo a demarcação das terras com critérios mais elásticos, a partir da evolução de uma perspectiva
integracionista para a de preservação cultural do grupamento étnico. Isso, contudo, não é motivo suficiente para
se promover a revisão administrativa das demarcações de terras indígenas já realizadas, especialmente nos casos
em que se passou o prazo decadencial.
STJ. 1ª Seção. MS 21572-AL, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 10/6/2015 (Info 564).
STF. 2ª Turma. RMS 29542/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 30/9/2014 (Info 761).

- Não se exige que eventuais interessados na remarcação das terras indígenas sejam notificados
diretamente a respeito da existência do procedimento.
A demarcação de terras indígenas é realizada mediante processo administrativo disciplinado pelo Decreto nº
1.775/96.
Este Decreto não exige que eventuais interessados na demarcação (ex: pessoas que possuem títulos de
propriedade da área a ser demarcada) sejam notificados diretamente a respeito da existência do procedimento.
Basta que seja publicado um resumo do relatório circunstanciado nos Diários Oficiais da União e da unidade
federada onde se encontra a área sob demarcação - publicação essa que também deve ser afixada na sede da
Prefeitura Municipal da situação do imóvel (art. 2º, § 7º do Decreto nº 1.775/96). Isso já é suficiente para garantir
o contraditório.
Vale ressaltar, no entanto, que nesta publicação deverá constar o nome do interessado ou de sua propriedade
rural (ex: Fazenda Terra Boa).
Assim, não há nulidade em processo de remarcação de terras indígenas por ausência de notificação direta a
eventuais interessados, bastando que a publicação do resumo do relatório circunstanciado seja afixada na sede da
Prefeitura Municipal da situação do imóvel.
STJ. 1ª Seção. MS 22.816-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 13/9/2017 (Info 611).

- Renitente esbulho e desocupação forçada ocorrida no passado.


Como regra, se os índios não estavam na posse da área em 05/10/1988, ela não será considerada terra indígena
(art. 231 da CF/88).
Existe, contudo, uma exceção a essa regra. Trata-se do chamado renitente esbulho.
Assim, se, na época da promulgação da CF/88, os índios não ocupavam a terra porque dela haviam sido expulsos
em virtude de conflito possessório, considera-se que eles foram vítimas de esbulho e, assim, essa área será
considerada terra indígena para os fins do art. 231.
O renitente esbulho se caracteriza pelo efetivo conflito possessório, iniciado no passado e persistente até o marco
demarcatório temporal da data da promulgação da Constituição de 1988, materializado por circunstâncias de fato
ou por controvérsia possessória judicializada.
Vale ressaltar que, para que se caracterize o renitente esbulho, é necessário que, no momento da promulgação da
CF/88, os índios ainda estivessem disputando a posse da terra ou tivessem sido delas expulsos há pouco tempo.
Se eles foram dela expulsos muitos anos antes de entrar em vigor a CF/88, não se configura o chamado “renitente
esbulho”.
Exemplo: no caso concreto apreciado pelo STF, a última ocupação indígena na área ocorreu no ano de 1953, data
em que os índios foram expulsos da região. Nessa situação, a Corte entendeu que não estava caracterizado o
renitente esbulho, mas sim “a desocupação forçada ocorrida no passado” já que, no momento da promulgação da
CF/88, já havia se passado muitos anos da saída dos índios do local e eles não mais estavam em conflito possessório
por aquelas terras.
STF. 2ª Turma. ARE 803462 AgR/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 9/12/2014 (Info 771).
510

- Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.


A proteção das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios representa um aspecto fundamental dos direitos e
das prerrogativas constitucionais assegurados ao índio.
Sem terem a garantia de que irão permanecer nas terras por eles já tradicionalmente ocupadas, os índios ficam
expostos ao risco da desintegração cultural, da perda de sua identidade étnica, da dissolução de seus vínculos
históricos, sociais e antropológicos e da erosão de sua própria consciência.
Entretanto, somente são reconhecidos aos índios os direitos sobre as terras que tradicionalmente ocupem se a
área estiver habitada por eles na data da promulgação da CF/88 (marco temporal) e, complementarmente, se
houver a efetiva relação dos índios com a terra (marco da tradicionalidade da ocupação).
No caso concreto, o relatório elaborado pela FUNAI indicou que há mais de 70 anos não existia comunidade
indígena ou posse indígena no local em disputa. Logo, o marco temporal não estava preenchido, sendo, portanto,
impossível reconhecer a posse indígena daquelas terras. Em outras palavras, não estavam atendidos os requisitos
necessários para se reconhecer aquela área como sendo uma terra tradicionalmente ocupada por índios, nos
termos do art. 231 da CF/88.
No entanto, mesmo a terra não se enquadrando no conceito do art. 231, caput e § 1º da CF/88, a União pode
decidir acolher as populações indígenas naquela área. Para isso, porém, terá que desapropriar as terras, pagando
justa e prévia indenização em dinheiro aos proprietários, considerando que, não sendo terras tradicionalmente
ocupadas por índios, essa área não se constitui em bem da União (art. 20, XI, da CF/88).
STF. 2ª Turma. RMS 29087/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão, Min. Gilmar Mendes, julgado
em 16/9/2014 (Info 759).

- Caso Raposa Serra do Sol.


Principais pontos decididos pelo STF no julgamento dos embargos de declaração:
1) Pessoas miscigenadas, ou que vivam maritalmente com índios, podem permanecer na área.
2) Presença de autoridades religiosas e templos: cabe às comunidades indígenas o direito de decidir se, como, e
em quais circunstâncias seria admissível a presença dos missionários e seus templos.
3) Escolas públicas: as entidades federadas devem continuar a prestar serviços públicos nas terras indígenas, desde
que sob a liderança da União (CF, art. 22, XIV).
4) Passagem de não índios pelas rodovias: os índios não exercem poder de polícia e não podem obstar a passagem
de outras pessoas pelas vias públicas que cruzem a área demarcada.
5) Ações individuais: quanto às ações individuais que questionam a boa-fé dos portadores de títulos de
propriedade, proveu-se o recurso para explicitar que ao STF não foram submetidos outros processos a respeito de
questões individuais relacionadas à área, devendo eles ainda serem julgados pelos juízes naturais.
6) Posse das fazendas desocupadas: eventuais disputas do tipo devem ser resolvidas pelas comunidades
interessadas, com a participação da FUNAI e da União, sem prejuízo da intervenção do Ministério Público e do
Judiciário.
7) Condições estipuladas na decisão: as condições integram o objeto da decisão e fazem coisa julgada material.
Portanto, tais diretrizes não podem ser objeto de questionamento em outros processos. Isso não significa
transformação da coisa julgada em ato normativo geral e abstrato, vinculante para outros processos que discutam
matéria similar. Em outras palavras, essas condições estipuladas para a Raposa Serra do Sol não vinculam os juízes
e tribunais quando forem julgar questões envolvendo outras terras indígenas.
Vale ressaltar, entretanto, que é natural que o entendimento do STF sobre o tema sirva de força argumentativa
para outros casos semelhantes.
_______________________________________
STF. Plenário. Pet 3388 ED — Terceiros/RR, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 23/10/2013 (Info 725).

TÍTULO IX
Das Disposições Constitucionais Gerais
Art. 234. É VEDADO à União, direta ou indiretamente, assumir, em decorrência da criação de Estado, encargos
referentes a despesas com pessoal inativo e com encargos e amortizações da dívida interna ou externa da
administração pública, inclusive da indireta.
511

Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado, serão observadas as seguintes normas básicas:
I - a Assembléia Legislativa será composta de dezessete Deputados se a população do Estado for inferior a seiscentos
mil habitantes, e de vinte e quatro, se igual ou superior a esse número, até um milhão e quinhentos mil;
II - o Governo terá no máximo dez Secretarias;
III - o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados, pelo Governador eleito, dentre brasileiros de comprovada
idoneidade e notório saber;
IV - o Tribunal de Justiça terá sete Desembargadores;
V - os primeiros Desembargadores serão nomeados pelo Governador eleito, escolhidos da seguinte forma:
a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco anos de idade, em exercício na área do novo Estado ou do
Estado originário;
b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e advogados de comprovada idoneidade e saber jurídico, com
dez anos, no mínimo, de exercício profissional, obedecido o procedimento fixado na Constituição;
VI - no caso de Estado proveniente de Território Federal, os cinco primeiros Desembargadores poderão ser escolhidos
dentre juízes de direito de qualquer parte do País;
VII - em cada Comarca, o primeiro Juiz de Direito, o primeiro Promotor de Justiça e o primeiro Defensor Público serão
nomeados pelo Governador eleito após concurso público de provas e títulos;
VIII - até a promulgação da Constituição Estadual, responderão pela Procuradoria-Geral, pela Advocacia-Geral e pela
Defensoria-Geral do Estado advogados de notório saber, com trinta e cinco anos de idade, no mínimo, nomeados
pelo Governador eleito e demissíveis "ad nutum";
IX - se o novo Estado for resultado de transformação de Território Federal, a transferência de encargos financeiros
da União para pagamento dos servidores optantes que pertenciam à Administração Federal ocorrerá da seguinte
forma:
a) no sexto ano de instalação, o Estado assumirá vinte por cento dos encargos financeiros para fazer face ao
pagamento dos servidores públicos, ficando ainda o restante sob a responsabilidade da União;
b) no sétimo ano, os encargos do Estado serão acrescidos de trinta por cento e, no oitavo, dos restantes cinqüenta
por cento;
X - as nomeações que se seguirem às primeiras, para os cargos mencionados neste artigo, serão disciplinadas na
Constituição Estadual;
XI - as despesas orçamentárias com pessoal não poderão ultrapassar cinqüenta por cento da receita do Estado.

Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público.

§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de registro e
de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.

§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços
notariais e de registro.

§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo
que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses.

- O prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta
diretamente a Constituição Federal. #IMPORTANTE
Não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório quando a vacância do cargo ocorre na vigência
da CF/88, que exige a submissão a concurso público (art. 236, § 3º).
O prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta diretamente a
Constituição Federal.
O art. 236, § 3º, da CF é uma norma constitucional autoaplicável. Logo, mesmo antes da edição da Lei 8.935/1994
ela já tinha plena eficácia e o concurso público era obrigatório como condição para o ingresso na atividade notarial
e de registro.
STF. Plenário. MS 26860/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 2/4/2014 (Info 741).
512

Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários
nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.

Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis de petróleo, álcool carburante e outros combustíveis
derivados de matérias-primas renováveis, respeitados os princípios desta Constituição.

Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei
Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público,
criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a
financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego, outras ações da previdência social e o
abono de que trata o § 3º deste artigo.

§ 1º Dos recursos mencionados no caput, no mínimo 28% (vinte e oito por cento) serão destinados para o
financiamento de programas de desenvolvimento econômico, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social, com critérios de remuneração que preservem o seu valor.

§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do


Servidor Público são preservados, mantendo-se os critérios de saque nas situações previstas nas leis específicas, com
exceção da retirada por motivo de casamento, ficando vedada a distribuição da arrecadação de que trata o "caput"
deste artigo, para depósito nas contas individuais dos participantes.

§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social ou
para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração mensal,
é assegurado o pagamento de um salário mínimo anual, computado neste valor o rendimento das contas individuais,
no caso daqueles que já participavam dos referidos programas, até a data da promulgação desta Constituição.

§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá uma contribuição adicional da empresa cujo índice de


rotatividade da força de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor, na forma estabelecida por lei.

§ 5º Os programas de desenvolvimento econômico financiados na forma do § 1º e seus resultados serão anualmente


avaliados e divulgados em meio de comunicação social eletrônico e apresentados em reunião da comissão mista
permanente de que trata o § 1º do art. 166.

Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a
folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema
sindical.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos
e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem
como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços
transferidos.

#NÃOCONFUNDA:
CONSÓRCIOS PÚBLICOS COM personalidade jurídica
CONVÊNIOS DE COOPERAÇÃO SEM personalidade jurídica

Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais oficiais criadas por lei estadual ou
municipal e existentes na data da promulgação desta Constituição, que não sejam total ou preponderantemente
mantidas com recursos públicos.
513

§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação
do povo brasileiro.

§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de
plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma
agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de
outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. (DESAPROPRIAÇÃO-CONFISCO
OU EXPROPRIAÇÃO)
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com
destinação específica, na forma da lei.

ART. 243, CAPUT ART. 243, PARÁGRAFO ÚNICO


Objeto Propriedades rurais e urbanas (bens imóveis) Todo e qualquer bem de valor econômico

Culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas


Ilícito
exploração de trabalho escravo afins e exploração de trabalho escravo

Reforma agrária e a programas de habitação Fundo especial com destinação específica, na


Destinação
popular forma da lei

JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 131 DO STJ - LEI DE DROGAS (COMPILADO)


58) A expropriação de bens em favor da União, decorrente da prática de crime de tráfico ilícito de entorpecentes,
constitui efeito automático da sentença penal condenatória.

Art. 243, CAPUT


- A expropriação recai sobre todo o imóvel.
A expropriação irá recair sobre a totalidade do imóvel, ainda que o cultivo ilegal ou a utilização de trabalho escravo
tenham ocorrido em apenas parte dele.
STF. Plenário. RE 543974, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 26/03/2009.

- Possibilidade de o proprietário afastar a sanção do art. 243 da CF/88 se provar que não teve culpa.
#IMPORTANTE
A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que o proprietário comprove
que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo.
STF. Plenário. RE 635336/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. em 14/12/2016 (repercussão geral) (Info 851).

ART. 243, PARÁGRAFO ÚNICO


- O confisco de bens apreendidos em decorrência do tráfico pode ocorrer ainda que o bem não fosse utilizado
de forma habitual e mesmo que ele não tenha sido alterado. #IMPORTANTE
É possível o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico de drogas,
sem a necessidade de se perquirir a habitualidade, reiteração do uso do bem para tal finalidade, a sua modificação
para dificultar a descoberta do local do acondicionamento da droga ou qualquer outro requisito além daqueles
previstos expressamente no art. 243, parágrafo único, da Constituição Federal.
STF. Plenário. RE 638491/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/5/2017 (repercussão geral) (Info 865).

Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte
coletivo atualmente existentes a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência, conforme o
disposto no art. 227, § 2º.
514

Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o Poder Público dará assistência aos herdeiros e
dependentes carentes de pessoas vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da responsabilidade civil do autor do
ilícito.

Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha
sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda,
inclusive.

Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no § 7º do art. 169 estabelecerão critérios e garantias
especiais para a perda do cargo pelo servidor público estável que, em decorrência das atribuições de seu cargo
efetivo, desenvolva atividades exclusivas de Estado.
Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempenho, a perda do cargo somente ocorrerá mediante
processo administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa.

Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão responsável pelo regime geral de previdência social,
ainda que à conta do Tesouro Nacional, e os não sujeitos ao limite máximo de valor fixado para os benefícios
concedidos por esse regime observarão os limites fixados no art. 37, XI.

Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de proventos de aposentadoria e pensões
concedidas aos respectivos servidores e seus dependentes, em adição aos recursos dos respectivos tesouros, a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão constituir fundos integrados pelos recursos provenientes de
contribuições e por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e
administração desses fundos.

Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento dos benefícios concedidos pelo regime geral de
previdência social, em adição aos recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado por bens,
direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e administração desse fundo.

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