Você está na página 1de 60

PC-RJ

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
LEI N. 8.078/1990 – CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR

PRÉ-edital

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

SUMÁRIO
Lei n. 8.078/1990........................................................................................3
1. Conceitos Iniciais.....................................................................................3
2. Dos Crimes.............................................................................................5
2.1 Omissão de dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade
de produtos ou serviços...............................................................................5
2.2 Omissão na comunicação da nocividade ou periculosidade de produtos..........8
2.3 Execução de serviço de alto grau de periculosidade.................................. 10
2.4 Propaganda enganosa........................................................................... 11
2.5 Publicidade enganosa........................................................................... 12
2.6 Publicidade capaz de provocar comportamento perigoso............................ 13
2.7 Omissão na organização de dados que embasam publicidade..................... 14
2.8 Emprego de peças ou componentes de reposição usados sem o
consentimento do consumidor..................................................................... 15
2.9 Cobrança abusiva ou vexatória.............................................................. 16
2.10 Criação de óbice ao consumidor acerca de suas informações cadastrais..... 17
2.11 Omissão na correção de dados cadastrais do consumidor......................... 17
2.12 Omissão na entrega do termo de garantia do consumidor........................ 18
3. Circunstâncias Agravantes...................................................................... 19
3.1. Pena de multa.................................................................................... 23
3.2. Penas restritivas de direitos.................................................................. 24
3.3. Considerações finais............................................................................ 24
Resumo.................................................................................................... 27
Questões de Concurso................................................................................ 30
Gabarito................................................................................................... 42
Gabarito Comentado.................................................................................. 43

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 2 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

LEI N. 8.078/1990

Vamos dar continuidade às nossas aulas de Legislação Extravagante.


Nesta aula vamos estudar a Lei n. 8.079/1990 (Código do Consumidor).
É importante que você saiba que existem crimes contra a relação de consumo
previstos na Lei n. 8.137/1990, não só na lei pedida em seu edital. Pois é, no mesmo
ano o legislador editou duas leis que tratam sobre o mesmo assunto, provocando,
inclusive, a revogação tácita de alguns tipos penais previstos na Lei n. 8.078/1990.
Então vamos fazer o seguinte em nossa aula, vamos estudar o código do con-
sumidor, porque ficou expresso no edital pelo examinador, e faremos um paralelo
com a Lei n. 8.137/1990 no que for necessário, que inclusive, como já disse a você,
derrogou alguns artigos do código do consumidor.

1. Conceitos Iniciais

Antes de iniciarmos o estudo da legislação propriamente dita, veremos alguns


conceitos previstos no Código de Defesa do Consumidor.
Produto: qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial.
Serviço: qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante re-
muneração, salvo as decorrentes de relações de caráter trabalhista.
Consumidor: pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza um produto ou
serviço como destinatário final. Equipara-se também a consumidor, a coletividade
de pessoas que haja intervindo nas relações de consumo.
Fornecedor: pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estran-
geira, que desenvolve atividades de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produ-
tos ou prestação de serviços.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Relação de Consumo: é a estabelecida entre o consumidor e o fornecedor,

tendo como objeto produtos ou serviços.

A defesa do consumidor encontra amparo na Constituição Federal, estando pre-

sente no art. 5º, XXXII, que dispõe que “O Estado promoverá, na forma da lei, a

defesa do consumidor”.

Os crimes previstos no Código de Defesa do Consumidor não podem ser im-

putados às pessoas jurídicas, por mera falta de previsão legal, então mesmo

que o fornecedor ou prestador de serviços seja uma empresa, a responsabilidade

recairá sobre os proprietários ou, dependendo do caso, sobre os funcionários.

Porém, é importante salientar que essa responsabilização não será objetiva, ou

seja, nem sempre os sócios, gerentes e administradores serão responsabilizados.

O art. 11 da Lei n. 8.137/1990 prevê que “quem, de qualquer modo, inclusive por

meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas pe-

nas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade”.

Portanto, teremos a responsabilização daqueles que realmente cometeram o

fato delituoso.

Iniciando o estudo do título II da lei, o artigo 61 diz que os artigos seguintes

especificarão os crimes contra a relação de consumo, porém sem prejuízo do que

dispor o Código Penal e as leis especiais.

Guilherme Nucci diz que esse artigo é completamente estéril, já que é óbvio

que, por conta do critério da sucessividade, todas as normas incriminadoras que

foram editas após a Lei n. 8.078/1990 têm preferência para a aplicação, e se por-

ventura houver uma lei especial em relação ao Código de Defesa do Consumidor,

ela será a aplicável.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

2. Dos Crimes

2.1 Omissão de dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocivida-


de ou periculosidade de produtos ou serviços
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de
produtos, nas embalagens, nos invólucros, nos recipientes ou publicidade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos e multa.
§1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações es-
critas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§2º Se o crime é culposo:
Pena – detenção de um a seis meses ou multa.

No início do Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 9º, o legislador


afirmou que o fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou pe-
rigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada,
a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras
medidas cabíveis em cada caso concreto.
Justamente para garantir essa conduta que o legislador criou esse tipo penal. Per-
ceba que o artigo traz uma conduta omissiva do agente, no sentido da não inserção
ostensiva de dizeres a respeito da nocividade ou periculosidade do produto.
Além deste artigo, o delito em estudo viola ainda os artigos 8º, 10 e 31, no pró-
prio Código de Defesa do Consumidor.
Outro ponto em que devemos prestar atenção é que a omissão não precisa ocorrer
nas embalagens, nos invólucros, nos recipientes e nos informes publicitários,
basta que ocorra em um deles; assim, se a informação constar na embalagem do pro-
duto, mas não estiver no panfleto publicitário, o crime estará configurado.
A nocividade e a periculosidade podem dizer respeito desde a composição quí-
mica de um produto que pode fazer mal à saúde do consumidor, até o tamanho das
peças de um brinquedo que podem ser engolidas por uma criança, ou seja, tudo

que possa causar algum dano ao consumidor.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

A nocividade e a periculosidade são elementos normativos do tipo penal, são

termos que dependem de valoração.

O legislador trouxe também em seu §1º a mesma previsão para os agentes

prestadores de serviço, que não alertarem os consumidores de forma ostensiva

e escrita sobre a nocividade ou periculosidade dos serviços que serão prestados.

É o caso, por exemplo, de uma empresa que vai prestar um serviço de

dedetização utilizando substância tóxica e deixa de alertar por escrito as

recomendações pertinentes.

Temos que nos atentar ao fato da lei dizer que esse alerta deve ser escrito, por-

tanto um alerta verbal não supre essa exigência.

Estamos diante de um crime próprio, já que o sujeito ativo só pode ser o for-

necedor (caput) ou o prestador de serviços (§1º), e de mera conduta, já que não

é necessário um resultado naturalístico para a sua consumação e nem está previs-

to, basta o lançamento do produto no mercado, ou um informe publicitário sem os

dizeres de alerta, ou ainda, no caso da prestação de serviços, o início deste serviço.

Não se admite tentativa, pois temos um crime omissivo próprio, ou seja, o

tipo penal descreve uma omissão, o elemento subjetivo é o dolo, porém o tipo des-

creve também uma conduta culposa.

Os crimes previstos nesse código são, em regra, dolosos, porém esse é um dos

poucos que prevê a modalidade culposa. Ocorrerá a tipificação culposa, quando,

por exemplo, ocorrer algum tipo de negligência por parte do fornecedor na confec-

ção da embalagem do produto.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Tanto a modalidade dolosa quanto a culposa se tratam de infrações de menor

potencial ofensivo (pena máxima não superior a 2 anos) e admitem a suspensão

condicional do processo (pena mínima não ultrapassa 1 ano).

O art. 7°, II, da Lei 8.137/1990, diz que é crime contra as relações de consumo

“vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso

ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não

corresponda à respectiva classificação oficial”.

Quem não menciona a nocividade ou a periculosidade do produto está agindo em

desacordo com as prescrições legais, já que o art. 8° da Lei 8.078/1990 afirma que

o fornecedor deve dar as informações necessárias a respeito do produto.

Portanto, se na embalagem não há aviso sobre a nocividade ou periculosidade do produto,

configura o crime do art. 7°, II, da Lei 8.137/90 (mais recente) e não do art. 63 do CDC.

No caso de a omissão ocorrer na publicidade do produto, aplica-se o art.

63, bem como o disposto no §§ 1° e 2°.

A ação penal é pública incondicionada.

1. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Pode se dizer que a infração penal ca-

racterizada em omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou pericu-

losidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade

cuida-se de crime de mera conduta e que a consumação do delito independe de

dano e não admite a modalidade culposa.

Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Vamos lá, o examinador cobrou a classificação do crime. Como vimos em nos-

sa aula, trata-se de um tipo penal de mera conduta, e a consumação do delito

independe do dano.

Outra informação importante que vimos até agora é que os crimes aqui são em regra

dolosos, porém esse é um dos poucos tipos penais que preveem a forma culposa.

2.2 Omissão na comunicação da nocividade ou periculosida-


de de produtos

Art. 64 Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a noci-


vidade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colo-
cação no mercado:
Pena – detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, ime-
diatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou
perigosos, na forma deste artigo.

Esse tipo penal pode até nos confundir com o que acabamos de estudar. Perceba

que ele também traz uma conduta omissiva por parte do fornecedor sobre produtos

que sejam nocivos ou perigosos.

A diferença está no momento da omissão. No artigo 63, o fornecedor deixa de

informar aos consumidores sobre a periculosidade e nocividade do produto, antes

de seu lançamento, ou seja, o conhecimento do fato pelo fornecedor é anterior.

No tipo penal do artigo 64, o fornecedor toma conhecimento da nocividade e

periculosidade do produto após o seu lançamento, e ao deixar de comunicar às au-

toridades e aos consumidores, violará o previsto no art. 10, §1º do CDC.

O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mer-


cado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá
comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumi-
dores, mediante anúncios publicitários.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Essa comunicação pode ser feita por qualquer meio, como anúncios na televi-

são, rádios, jornais de grande circulação, “outdoors”, e deve ser realizada à autori-

dade competente e aos consumidores.

A doutrina diverge sobre esse assunto, alguns doutrinadores acreditam que se a

comunicação deixar de ser feita a um dos dois (autoridade e consumidor), ocorrerá

o crime, outros doutrinadores entendem que só ocorrerá o crime se a comunicação

não for feita aos dois, ou seja, se for feita a um deles, não ocorrerá o crime.

É importante que saibamos das duas correntes, porém para a nossa prova de-

vemos levar a segunda corrente.

Você já viu propaganda de alguma montadora de automóveis convocando os con-

sumidores de determinado veículo para que seja realizado um recall? Pois é, eles to-

maram conhecimento de algo que pode ser perigoso ao consumidor, posteriormente ao

lançamento do carro, e estão cumprindo o que determina o art. 10, § 1º.

Pode ocorrer, dependendo da gravidade do caso, que as autoridades determi-

nem que o produto seja imediatamente retirado do mercado. Caso o fornecedor

tome conhecimento dessa recomendação e não a cumpra, incorrerá no caso pre-

visto no parágrafo único desse artigo.

O tipo penal não admite tentativa, pois se trata de crime omissivo próprio.

Assim como no artigo anterior, trata-se de crime próprio e de mera conduta.

O elemento subjetivo é o dolo e não admite a modalidade culposa, por mera

falta de previsão legal.

Trata-se de infração de menor potencial ofensivo (pena máxima não superior a

2 anos) e admite a suspensão condicional do processo (pena mínima não ultrapas-

sa 1 ano). A ação penal é pública incondicionada.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

2.3 Execução de serviço de alto grau de periculosidade

Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de


autoridade competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes
à lesão corporal e à morte.

Geralmente quem contraria determinação de autoridade competente incorre

em crime de desobediência, previsto no Código Penal, porém o CDC previu uma

infração penal mais grave para o fornecedor que desobedece à determinação da

autoridade competente, executando um serviço de alto grau de periculosidade, co-

locando a vida e a saúde do consumidor em risco.

O legislador não diz o que seria um alto grau de periculosidade, sendo enten-

dido por alguns doutrinadores como aquele serviço que expõe a vida e a saúde do

consumidor e de terceiros a risco iminente grave.

Esse é um crime de perigo abstrato e se consuma no momento da prestação

do serviço.

Vamos ver a diferença entre um crime de perigo abstrato e de perigo concreto?

CRIME DE PERIGO CONCRETO CRIME DE PERIGO ABSTRATO


Exige a comprovação do risco causado ao bem Não exige a comprovação do risco ao bem jurí-
jurídico tutelado. dico tutelado, temos uma presunção do perigo,
não precisando ser demonstrado.

O parágrafo único afirma que caso ocorra lesão corporal ou morte, as penas

previstas nesse artigo serão aplicadas também, ou seja, no caso de concurso de

crimes, as penas serão somadas.

Mais uma vez estamos diante de um crime próprio e, diferente dos outros ca-

sos, este admite tentativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Trata-se de infração de menor potencial ofensivo (pena máxima não superior a

2 anos) e admite a suspensão condicional do processo (pena mínima não ultrapas-

sa 1 ano). A ação penal é pública incondicionada.

2.4 Propaganda enganosa

Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a


natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade,
preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena – detenção de três meses a um ano, e multa.
§1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§2º Se o crime é culposo:
Pena – detenção de um a seis meses ou multa.

Num mesmo tipo penal, o legislador reuniu uma conduta comissiva (fazer afir-

mação […]) e uma conduta omissiva ([…] ou omitir informação […]), portanto o

agente pode praticar o delito tanto por ação como por omissão.

O próprio Código de Defesa do Consumidor prevê em seu artigo 6º que o con-

sumidor tem direito à informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e

serviços, e em seu artigo 31 que a oferta de produtos ou serviços deve assegurar

informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre

suas características e os riscos à saúde.

A lei passa a exigir que o fornecedor trabalhe com transparência, de forma que

o consumidor saiba o necessário a respeito do produto antes de adquiri-lo.

O fornecedor cometerá o crime em sua forma comissiva ao fazer uma falsa afir-

mação sobre o produto, e em sua forma omissiva ao omitir informação relevante

sobre a natureza do produto, suas características, qualidade, quantidade, seguran-

ça, desempenho, durabilidade, preço e garantia.

O legislador responsabilizou também aquele que patrocina a oferta do produto ou

serviço. O tipo penal abrange qualquer forma de patrocínio, não só o financeiro.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

2.5 Publicidade enganosa


Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber enganosa ou abusiva:
Pena – detenção de um a seis meses ou multa.

Ao definir esse tipo penal, o legislador estava regulamentando o previsto no


artigo 37 da mesma lei, que proíbe toda publicidade enganosa ou abusiva, e ainda
define o que seriam esses tipos de publicidade.

É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publi-


citário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por
omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, caracte-
rísticas, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros
dados sobre produtos e serviços. (Art. 37, §1°, Lei n. 8.078/1990)
Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando
deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço. (Art. 37, §3°,
Lei n. 8.078/1990)

É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a


que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência
de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que
seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa
à sua saúde ou segurança. (Art. 37, §2°, Lei n. 8.078/1990)

É necessário que o agente saiba que a publicidade é falsa ou abusiva, ou que


deva saber disso. O legislador abrangeu no caput tanto o dolo direto quanto o dolo
eventual (deva saber).
Na prática, podemos dizer que se a publicidade for evidentemente falsa ou en-
ganosa e mesmo assim os meios de comunicação (jornais e revistas, por exemplo)
a publicarem, responderão pelo crime estudado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

O sujeito passivo desse crime não é um consumidor específico, mas sim toda a

coletividade.

A consumação do crime ocorre no momento em que a publicidade for veiculada,

independentemente de qualquer resultado, ou seja, trata-se de crime formal.

Caso seja constatado que algum consumidor foi efetivamente enganado, o agen-

te poderá responder pela conduta prevista no art. 7º, VII, da Lei n. 8.137/1990,

cuja pena é mais grave.

2. (FAFIPA/PREFEITURA DE LONDRINA/ANALISTA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CON-

SUMIDOR/2015) Analise a seguinte regra sobre o Código de Defesa do Consumidor:

É considerado crime o ato de fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria

saber ser enganosa ou abusiva.

Certo.

Perceba que essa é uma questão bem simples, que traz exatamente o que vimos

aqui em nossa aula.

2.6 Publicidade capaz de provocar comportamento perigoso

Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança:
Pena – detenção de seis meses a dois anos e multa.

O artigo 37, §2º, define como abusiva a publicidade que seja capaz de

induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua

saúde ou segurança.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

E qual seria a diferença para o artigo anterior? Aqui temos ainda uma conduta abu-

siva, porém numa forma mais específica, capaz de induzir o consumidor a se comportar

de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. Então se esse risco não for

observado estaremos diante da conduta descrita no artigo anterior.

Nesse tipo penal, o legislador também previu o dolo direto (que sabe) e o dolo

eventual (deveria saber). Portanto, assim como no delito anterior, os profissionais

responsáveis pela elaboração e veiculação da publicidade também responderão

pelo crime se restar demonstrado o seu dolo, seja ele direto ou eventual.

Por exemplo, as publicidades que incentivam o uso do cigarro, ou o consumo

excessivo de álcool, se moldam nesse tipo penal.

Se consuma com a veiculação da matéria publicitária. Não é necessário que te-

nha efetivamente induzido algum consumidor a um comportamento perigoso, pois

o próprio tipo penal diz que basta que a publicidade seja capaz de induzir.

2.7 Omissão na organização de dados que embasam publicidade

Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade:
Pena – detenção de um a seis meses ou multa.

Já observou que os tipos penais vêm para garantir a aplicação das normas pre-

vistas no mesmo código? Esse não seria diferente. Nesse caso, temos uma afronta

ao artigo 36 da lei.

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imedia-
tamente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá,
em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos,
técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.

Esse tipo penal visa a impor uma lisura no procedimento da propaganda, que

deve utilizar dados confiáveis sobre aquilo que anuncia.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Guilherme de Souza Nucci entendeu que esse tipo penal seria um exagero, uma

ofensa ao princípio da intervenção mínima. Ele acredita que nesse caso o publici-

tário deveria ser multado administrativamente, sem a necessidade da interferência

do Estado na esfera penal.

Esse tipo penal não se pune a forma culposa, temos somente o elemento subje-

tivo do dolo. É um crime próprio e de mera conduta, e por sua pena, admite tran-

sação penal e os demais benefícios da Lei n. 9.099/1995.

2.8 Emprego de peças ou componentes de reposição usados


sem o consentimento do consumidor

Art. 70. Empregar, na reparação de produtos, peças ou componentes de reposição usa-


dos, sem autorização do consumidor:
Pena – detenção de três meses a um ano, e multa.

Esse artigo visa a proteger, a previsão do artigo 21 do CDC diz que:

No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer produto


considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes de re-
posição originais e adequados e novos, ou que mantenham especificações técnicas do
fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.

Perceba que o legislador deixou bem claro a questão da autorização do consu-

midor, não configura o crime se o consumidor estiver ciente e tiver autorizado a

utilização de peças usadas.

Esse é aquele caso em que você vai fazer uma revisão no seu carro e o mecâ-

nico diz que “teve” que trocar diversas peças. Se ele tiver utilizado peças usadas

na manutenção do seu veículo, sem a sua autorização, o crime estará configurado.

Essa autorização poderá ocorrer a posteriori, por exemplo, você está viajando e

seu carro quebra na estrada. Você deixa seu carro numa oficina na beira da estrada

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

e vai procurar um hotel, quando volta, o mecânico avisa que arrumou, porém, teve

que utilizar peças usadas por serem as únicas que ele tinha no momento.

Olha que situação difícil, se você autoriza, tudo bem, agora caso você não auto-

rize, o mecânico cometeu um crime contra o consumidor.

Esse é mais um tipo penal “exagerado”, conforme alguns doutrinadores, essa

seria uma situação que não teria necessidade de ser resolvida no âmbito penal.

Não existe previsão culposa para esse delito. É um crime próprio, porque só

pode ser cometido por aquela pessoa responsável pelo fornecimento das peças.

Para a configuração desse tipo penal não é necessário que ocorra um prejuízo ao

consumidor. Esse entendimento não é unânime, sendo que existem doutrinadores

que entendem que seria necessário um efetivo prejuízo ou dano.

2.9 Cobrança abusiva ou vexatória

Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou


moral, afirmações falsas, incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento
que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho,
descanso ou lazer:
Pena – detenção de três meses a um ano e multa.

O artigo trata das cobranças de dívidas que exponham o consumidor ao ridículo,

uma situação vexatória. A premissa do delito é que o agente cobre a dívida de for-

ma abusiva. É claro que a cobrança feita em juízo não se enquadra no tipo penal.

As empresas de cobrança adoram ligar para os seus devedores nos finais de

semana, na hora do almoço, por serem os horários que encontrarão as pessoas

em casa, mas caso essa cobrança seja de forma abusiva, esse tipo penal está

claramente configurado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

2.10 Criação de óbice ao consumidor acerca de suas informa-


ções cadastrais
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele
constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena – detenção de seis meses a um ano e multa.

O artigo 43 da Lei n. 8.078/1990 garante ao consumidor o acesso às informa-


ções existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo
arquivados sobre ele, bem como suas respectivas fontes.
O objetivo desse tipo penal, além de garantir a aplicação do art. 43, é punir o
acúmulo de dados sobre o consumidor, principalmente os negativos, sem que ele
tenha ciência do que está armazenado e poderá ser usado contra ele.
Essa é uma forma de garantir que as empresas não retenham informações de
seus consumidores.
Esse é um crime próprio, porque só pode ser praticado pelo detentor da infor-
mação e é de mera conduta, já que independe da ocorrência de qualquer prejuízo
ao consumidor.
Admite a transação penal e os demais benefícios concedidos pela Lei
n. 9.099/1995.

2.11 Omissão na correção de dados cadastrais do consumidor


Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de
cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena – detenção de um a seis meses ou multa.

Esse tipo penal seria um desdobramento do anterior. Ainda no artigo 43, agora em
seu §3º o legislador afirmou que caso o consumidor encontre uma informação inexata
em seu cadastro, ele poderá exigir a sua imediata correção, e a pessoa detentora do

cadastro terá cinco dias úteis para comunicar a alteração aos eventuais interessados.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

O artigo 73 pune aquele que não cumpre o estabelecido pelo art. 43, §3º. O
consumidor pode ser prejudicado, a qualquer momento, se o dado armazenado so-
bre ele for divulgado, por exemplo, no momento que ele pleiteia um financiamento
imobiliário, ou um empréstimo.
Comete o crime também aquele que deveria saber que a informação está incor-
reta e não a corrige.
Esse é um delito omissivo próprio, portanto não admite tentativa. O §3º do
artigo 43 prevê o prazo de 5 dias, portanto a consumação ocorre assim que o
prazo se esgota.

2.12 Omissão na entrega do termo de garantia do consumidor


Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preen-
chido e com especificação clara de seu conteúdo:
Pena – detenção de um a seis meses ou multa.

O Código de Defesa do Consumidor prevê uma garantia legal e uma garantia


contratual. Para a garantia legal, prevista no artigo 26, não é necessário um termo
de garantia, já que a lei disciplina a garantia.
A garantia contratual é aquela fornecida pela empresa, seria uma garantia por
tempo adicional, complementar a prevista na lei.
Essa garantia contratual deve ser escrita e entregue no ato da compra, este
seria o termo de garantia. O parágrafo único do artigo 50 da lei diz que o termo
de garantia deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada, no que
consiste a garantia, como forma, prazo, lugar que pode ser exercida, dentre
outras informações.
Portanto, a entrega do termo de garantia é um direito do consumidor e um de-
ver do fornecedor, e caso ele não a entregue ou entregue apenas preenchido par-
cialmente, incorrerá no delito previsto neste artigo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Nucci acredita que essa é mais uma das proteções que não teriam necessidade

de serem tuteladas pelo direito penal, mas o legislador entendeu diferente e vai

cair na nossa prova, então vamos estudar.

3. Circunstâncias Agravantes

Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:


I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifesta-
mente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta
anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quais-
quer outros produtos ou serviços essenciais.

Essas agravantes são aplicadas na segunda fase da fixação da pena e não im-

pedem a aplicação de outras agravantes previstas no Código Penal, como a reinci-

dência, por exemplo.

O legislador quis garantir que o delito tivesse uma reprovação maior em algu-

mas circunstâncias.

Quando estivermos em época de crise econômica ou em algum tipo de calami-

dade. Por exemplo, se estivermos em um período de recessão absoluta, ou ocorreu

uma destruição em determinada região do país, como uma inundação.

É de certa forma natural, que os delitos cometidos contra o consumidor nesses

períodos sejam agravados, já que o consumidor se encontrará numa situação de

maior vulnerabilidade.

A dissimulação dita pelo legislador é quando o agente se utiliza de meios

bem elaborados para iludir o consumidor. Existe uma agravante similar no

Código Penal, no art. 61, II, c.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

O fato de o legislador ter agravado a conduta praticada por servidor público é


porque o servidor representa o Estado, portanto deveria proteger o consumidor que
estaria numa posição “inferior” ao Estado. Assim como resolveu agravar a situação
quando praticada pelos grandes empresários que estarão numa situação econômi-
ca superior ao consumidor.
Outra situação que o legislador colocou como uma circunstância agravante foi
no caso de vítimas específicas. O operário e o rurícola por sua condição econômi-
ca; o menor de 18 anos, o maior de 60 e os deficientes mentais pela facilidade em
serem enganados.
Outra situação que causa maior reprovabilidade, e consequentemente foi agra-
vada pelo legislador, é quando se trata de alimentos, medicamentos, enfim produ-
tos ou serviços essenciais para a sobrevivência.
Essas circunstâncias agravantes devem estar fixadas para irmos para nossa
prova, digo isso porque os examinadores gostam muito de cobrar questões sobre
esse assunto.
Trouxe aqui algumas questões de bancas diferentes e anos diferentes para ver-
mos como esse assunto é cobrado.

3. (IBADE/PC-AC/AUXILIAR DE NECRÓPSIA/2017) São circunstâncias agravantes


dos crimes previstos no Código de Defesa do Consumidor:
a) Quando cometido em detrimento de gestantes;
b) Serem cometidos em época de estabilidade econômica;
c) serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou
quaisquer outros produtos ou serviços essenciais;
d) ocasionarem médio ou grave dano individual ou coletivo;

e) quando cometido em detrimento de maior de setenta anos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Letra c.
Perceba que o examinador não exigiu um conhecimento muito aprofundado no
tema, ele queria saber se você conhecia o artigo 76 do CDC.
Como vimos em nossa aula, a letra que está presente no rol do artigo 76 é a do
inciso V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos
ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.

4. (IESES/TJ-MA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2016/ADAP-


TADA) São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados no Código de Defesa do
Consumidor quando cometidos em detrimento de operário, rurícola ou analfabeto.

Errado.
Aqui o examinador tentou trazer uma “pegadinha” para o candidato despreparado.
Se a pessoa não conhece a lei, não estudou nossa aula, pode pensar que o analfa-
beto está no mesmo grupo do operário e do rurícola.
Mas você, que estudou essa aula e será concursado(a), sabe que no artigo 76 o legis-
lador incluiu o rurícola, o operário, o menor de 18 anos, o maior de 60 e o deficiente.

5. (VUNESP/TJ-MS/JUIZ DE DIREITO/2015) São circunstâncias agravantes dos cri-


mes contra as relações de consumo, previstos no Código de Defesa do Consumidor:
a) Explicitar-se a natureza ilícita do procedimento;
b) Ocasionarem dano individual ou coletivo;
c) Quando cometidos por pessoa cuja condição econômico-social seja igual ou ma-
nifestamente superior à da vítima;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

d) Quando cometidos em detrimento de operário ou rurícola;


e) Serem cometidos em época de crise econômica.

Letra d.
Veja bem que mais uma vez o examinador trouxe o rol do artigo 76 para você, e
agora numa prova de Juiz de Direito.
O inciso IV, alínea b, você já decorou né? Então marque a letra d e corra para o abraço.

6. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) O CDC estabelece previsão legal de


agravantes judiciais para as infrações penais por ele tipificadas, estabelecendo cri-
térios para a individualização da pena pecuniária, bem como esclarece as espécies
de sanções penais, mas, por outro lado, não possui regramento a respeito de cir-
cunstâncias atenuantes.

Certo.
Agora que já passamos para o concurso de Juiz, vamos encarar a prova de Promo-
tor de Justiça. Nessa questão, o examinador não cobrou expressamente o artigo
76, mas exigiu do candidato que soubesse da existência de circunstâncias agravan-
tes previstas na lei.
Como vimos, temos agravantes, porém não temos atenuantes, portanto a questão
está correta.

7. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016) Os crimes contra o consumidor previs-


tos na Lei n. 8.078/1990 tem, como hipóteses de circunstâncias agravantes, dentre
outras, a condição econômico-social do autor manifestamente superior à da vítima
e o qualificativo do consumidor como operário ou rurícola.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Certo.
Na questão 5, o examinador não cobrou especificamente sobre as agravantes, mas
na prova seguinte resolveu cobrar.
Mais uma vez, volto a dizer, perceba como é muito importante que esse artigo es-
teja na massa do sangue.
Provas de concursos difíceis cobrando questões sobre esse assunto, e questões
relativamente tranquilas.
A questão trouxe as duas hipóteses do inciso IV, portanto a questão está certa.

3.1. Pena de multa


Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, corres-
pondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa de liberdade
cominada ao crime. Na individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art.
60, §1º do Código Penal.

O legislador estabeleceu um critério diferente do que temos previsto no art. 49


do Código Penal. Na Lei n. 8.078/1990, ele estabeleceu que a pena de multa deverá
variar conforme o mínimo e o máximo da pena em abstrato.
Agora não foi estipulado uma forma diferente de calcular o valor do “dia-multa”, en-
tão devemos seguir o que está previsto no Código Penal em seu art. 49, §1º, “o valor do
dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário
mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário”.
Para que o magistrado leve em conta a situação econômica do réu na fixação
da pena, o legislador trouxe expressa a previsão do CP que garante que a multa
poderá ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação

econômica do réu, a pena seria ineficaz, mesmo tendo sido aplicada no máximo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

3.2. Penas restritivas de direitos

Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumu-
lativa ou alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às ex-
pensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.

Temos uma diferença na aplicação das penas restritivas de direitos aqui e no

Código Penal. O artigo 44 do CP deixa claro que as penas restritivas de direitos são

autônomas e substituem as privativas de liberdade.

O art. 78 ao dizer que, além das penas privativas de liberdade e de multa, po-

dem ser impostas, cumulativamente, as penas restritivas de direitos, abre a possi-

bilidade para que o réu seja condenado a uma pena restritiva de liberdade e uma

restritiva de direitos.

Alguns doutrinadores entendem que essa não era a vontade do legislador, já que

no mesmo artigo ele diz que deve ser observado o disposto nos artigos 44 a 47 do CP.

Outra inovação trazida pela lei é a possibilidade de uma publicação em órgãos de co-

municação de grande circulação ou audiência, de notícia sobre os fatos e a condenação.

Nucci entende que é uma pena restritiva de direitos com pertinência ao cenário

das relações de consumo, por abrangerem um número indeterminado de pessoas;

já outros doutrinadores entendem inclusive que seria inconstitucional, ferindo prin-

cípios como o da humanidade.

3.3. Considerações finais

Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz,
ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do
Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu,
a fiança poderá ser:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;


b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a
outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir,
como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e
IV, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for
oferecida no prazo legal.

Os artigos finais que tratam da parte criminal do CDC, falam sobre a fiança, que

poderá ser atualizada pelos índices econômicos, e da possibilidade da vítima ser

representada por outros órgãos, como o Ministério Público.

Vamos ver como o examinador pode cobrar esse assunto em nossa prova.

8. (IESES/TJ-MA/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2016/ADAPTA-

DA) No processo penal atinente aos crimes previstos no Código de Defesa do Consumi-

dor, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo,

poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, as entidades e órgãos da Ad-

ministração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especifi-

camente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código; as

associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus

fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispen-

sada a autorização assemblear, aos quais também é facultado propor ação penal sub-

sidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal

Certo.

Essa é a previsão expressa do artigo 80 da lei. Aqui o examinador cobrou o conteú-

do do artigo 80 e do artigo 82, incisos II e III, citados no caput do artigo estudado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos por este código;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código,
dispensada a autorização assemblear.

9. (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2015) A situação econômica do réu ou do

indiciado é critério que pode ser considerado para fixação do valor da fiança no caso

de infração penal prevista no CDC.

Certo.

Como acabamos de estudar, a situação econômica do réu poderá ser considerada

na fixação do valor da fiança, tanto para diminuir como para aumentar.

10. (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2016) A Lei n. 8.078/1990 nada dispõe acer-

ca do assistente do Ministério Público, de forma que, em todos os crimes e contra-

venções que envolvam relações de consumo, incide o regramento genérico previsto

no Código de Processo Penal, donde inviabilizada a intervenção, como assistente do

Ministério Público, de órgãos da Administração Pública sem personalidade jurídica

Errado.

Como assim a lei nada dispõe? Temos o artigo 80 tratando expressamente sobre a

intervenção do MP e dos assistentes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

RESUMO

Vamos iniciar nossa revisão com os conceitos que iniciamos a aula, os de pro-

duto, serviço, consumidor, fornecedor e relação de consumo.

• Produto: qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial.

• Serviço: qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante

remuneração, salvo as decorrentes de relações de caráter trabalhista.

• Consumidor: pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza um produto ou

serviço como destinatário final. Equipara-se também a consumidor a coletivi-

dade de pessoas que haja intervindo nas relações de consumo.

• Fornecedor: pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou es-

trangeira que desenvolve atividades de produção, montagem, criação, cons-

trução, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercializa-

ção de produtos ou prestação de serviços.

• Relação de Consumo: é a estabelecida entre o consumidor e o fornecedor,

tendo como objeto produtos ou serviços.

Agora, em uma breve tabela, vamos ver as características dos crimes previstos

na nossa legislação.

PREVISÃO
CRIME CARACTERÍSTICAS
LEGAL
Conduta omissiva do agente em não inserir
Omissão de dizeres ou sinais
dizeres ou sinais ostensivos a respeito na noci-
ostensivos sobre a nocivi-
Art. 63 vidade ou da periculosidade do produto.
dade ou periculosidade de
Crime próprio, de mera conduta, não admite
produtos ou serviços
tentativa por ser omissivo próprio.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

PREVISÃO
CRIME CARACTERÍSTICAS
LEGAL
O agente toma conhecimento da nocividade ou
periculosidade do produto após o seu lança-
Omissão na comunicação
Art. 64 mento e se omite da obrigação de informar aos
da nocividade ou periculosi-
consumidores e as autoridades.
dade de produtos
Crime próprio, de mera conduta, não admite
tentativa por ser omissivo próprio.
Execução de serviço de alto Trata-se de um crime de perigo abstrato, crime
Art. 65
grau de periculosidade próprio e admite tentativa.
O fornecedor deve trabalhar com transparên-
cia, de forma que o consumidor saiba o neces-
Art. 66 Propaganda enganosa
sário a respeito do produto antes de adquiri-lo.
É crime próprio e formal.
É necessário que o agente saiba que a publi-
cidade é falsa ou abusiva, ou que deva saber
Art. 67 Publicidade enganosa
disso.
É crime próprio e formal.
Não é necessário que tenha efetivamente indu-
Publicidade capaz de pro- zido algum consumidor a um comportamento
Art. 68 vocar comportamento peri- perigoso, pois o próprio tipo penal diz que basta
goso que a publicidade seja capaz de induzir.
Crime próprio e formal.
Omissão na organização de Esse tipo penal visa a impor uma lisura no pro-
Art. 69 dados que embasam publi- cedimento da propaganda, que deve utilizar
cidade dados confiáveis sobre aquilo que anuncia.
Emprego de peças ou com- Não configura o crime se o consumidor estiver
ponentes de reposição ciente e tiver autorizado a utilização de peças
Art. 70
usados sem o consenti- usadas.
mento do consumidor
A premissa do delito é que o agente cobre a
Cobrança abusiva ou vexa-
Art. 71 dívida de forma abusiva. É claro que a cobrança
tória
feita em juízo não se enquadra no tipo penal.
O objetivo desse tipo penal, além de garantir a
Criação de óbice ao consu- aplicação do art. 43, é punir o acúmulo de dados
Art. 72 midor acerca de suas infor- sobre o consumidor, principalmente os negativos,
mações cadastrais sem que ele tenha ciência do que está armaze-
nado e poderá ser usado contra ele.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

PREVISÃO
CRIME CARACTERÍSTICAS
LEGAL
Caso o consumidor encontre uma informação
Omissão na correção de inexata em seu cadastro, ele poderá exigir a
Art. 73 dados cadastrais do consu- sua imediata correção, e a pessoa detentora do
midor cadastro terá cinco dias úteis para comunicar a
alteração aos eventuais interessados.
Omissão na entrega do A garantia contratual deve ser escrita e entre-
Art. 74 termo de garantia do con- gue no ato da compra, este seria o termo de
sumidor garantia.

Temos que lembrar também as agravantes previstas na legislação.

AGRAVANTES GENÉRICAS
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião
Período
de calamidade;
Resultado II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo.
Modus III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento.
Operandi
Agente IV – a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-
Ativo -social seja manifestamente superior à da vítima.
Agente IV – b) em detrimento de operários, rurícolas, menor de dezoito anos,
Passivo maior de sessenta ou pessoas portadoras de deficiência mental.
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medica-
Objeto
mentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.

Os crimes que estudamos são:

• todos de menor potencial ofensivo, portanto regidos pela lei n. 9.099;

• passíveis de suspensão condicional do processo;

• de ação penal pública incondicionada;

• somente os artigos 63 e 66 admitem a modalidade culposa, os demais, so-

mente na forma dolosa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/PC-GO/AGENTE DE POLÍCIA/2016) Com relação às infrações penais pre-

vistas na Lei n. 8.078/1990, que instituiu o CDC, assinale a opção correta

a) No processo penal referente às infrações previstas no CDC, é vedada a atuação

de assistentes do MP.

b) Todas as infrações tipificadas no CDC possuem pena máxima prevista até dois anos.

c) Para que o infrator possa ser processado e julgado, é necessário que ele tenha

agido com dolo.

d) A pena será agravada se a infração for cometida no período noturno.

e) A pena será agravada se a infração for cometida em domingo ou feriado.

2. (CESPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) Ana contratou Cláudio, prestador

de serviços, para consertar seu aparelho de televisão. Sem autorização de Ana e

sem motivo justo, Cláudio utilizou, dolosamente, peças de reposição usadas na re-

paração do aparelho. Nessa situação hipotética, a conduta de Cláudio é considerada

a) Crime previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC);

b) Crime previsto no CP;

c) Crime previsto na Lei n. 8.137/1990, que define crimes contra a ordem tributá-

ria, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências;

d) Atípica, pois não há lei que preveja essa conduta como crime;

e) Contravenção penal.

3. (CESPE/TJDFT/JUIZ/2016) Sobre as condutas penalmente tipificadas no

rol dos crimes contra as relações de consumo, conforme previsão do CDC,

assinale a opção correta

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

a) A conduta consistente em empregar, na reparação de produtos, peças ou com-

ponentes de reposição usados, sem autorização do consumidor, configura crime

contra as relações de consumo, sancionado com pena de detenção.

b) Constitui circunstância agravante, prevista no CDC, o fato de haver sido o crime

praticado por preposto ou administrador de pessoa jurídica em estado falimentar.

c) Não deve ser admitida, sob pena de se configurar bis in idem, além das penas

privativas de liberdade e de multa, a aplicação cumulativa das penas de prestação

de serviços à comunidade e de interdição temporária de direitos

d) Não se admite, no processo dos crimes contra as relações de consumo, a pro-

positura de ação penal subsidiária

e) A conduta consistente em deixar de entregar ao consumidor o termo de garan-

tia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo, a des-

peito de não se encontrar tipificada, de modo a configurar crime autônomo, pode

ser considerada como circunstância legal agravante.

4. (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) as infrações penais tipificadas no Có-

digo de Defesa do Consumidor podem acarretar.

a) pena de detenção, que não pode ser substituída por pena restritiva de direitos

ou de multa.

b) pena de reclusão, interdição temporária de direitos e prestação de serviços à

comunidade e a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou

audiência, de notícias sobre os fatos e a condenação, às expensas do condenado.

c) pena de detenção e a publicação, em órgãos de comunicação de grande cir-

culação ou audiência, de notícias sobre os fatos e a condenação, às expensas

do condenado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

d) somente penas de interdição temporária de direitos e prestação de serviços

à comunidade.

e) somente a pena de multa e as penas restritivas de direitos, como a perda de

bens e valores e de prestação de serviço à comunidade.

5. (FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Quanto ao crime previsto no art.

64 do Código de Defesa do Consumidor: “Deixar de comunicar à autoridade compe-

tente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhe-

cimento seja posterior à sua colocação no mercado: pena – Detenção de 6 (seis)

meses a 2 (dois) anos e multa”, é correto afirmar que

a) Somente o fabricante pode ser sujeito ativo do delito.

b) A ação penal correspondente é pública condicionada.

c) É punível a título de culpa.

d) É um delito comissivo por omissão.

e) É inadmissível a tentativa.

6. (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ DE DIREITO/2014) A respeito dos crimes contra as rela-

ções de consumo, assinale a alternativa correta

a) Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser

reduzida até a metade do seu valor mínimo, ou aumentada pelo juiz até trinta vezes

b) No processo penal, o Procon poderá intervir, como assistente do Ministério Pú-

blico, sendo-lhe, também, facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia

não for oferecida no prazo legal

c) A prática em época de crise econômica, a ocorrência de grave dano coletivo e

a prática por pessoa cuja condição econômico-social seja igual à da vítima, são

circunstâncias agravantes

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

d) Além das penas privativas de liberdade e de multa, pode ser imposta, apenas

alternadamente, a publicação, em órgãos de comunicação de grande circulação ou

audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação

7. (CESPE/MPE-AC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) No que tange às normas de di-

reito penal e de direito processual penal previstas no CDC, assinale a opção correta

a) A conduta de o fornecedor deixar de entregar ao consumidor o termo de

garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteú-

do acarreta, tão somente, responsabilidade civil e administrativa, não havendo

previsão de sanção penal

b) Todos os delitos contra as relações de consumo estão tipificados no CDC

c) No âmbito criminal, além das penas privativas de liberdade e de multa, podem

ser impostas, cumulativa ou alternadamente, as penas de revogação de concessão

ou permissão de uso e de cassação de licença de estabelecimento ou de atividade

d) No processo penal atinente aos crimes e contravenções que envolvam relações

de consumo, admite-se a intervenção, como assistente do MP, de associação legiti-

mada para a defesa coletiva de interesse dos consumidores

e) O CDC veda qualquer hipótese de legitimidade para a propositura de ação penal

subsidiária caso a denúncia não seja oferecida pelo MP no prazo legal

8. (QUADRIX/CRF-RS/TÉCNICO DE INFORMÁTICA/2013) Assinale a alternativa in-

correta a respeito das circunstâncias agravantes dos crimes tipificados no Código

de Defesa do Consumidor – Lei n. 8.078/1990.

a) Serem cometidos em época de grave crise econômica

b) Serem cometidos por ocasião de calamidade

c) Crimes ocasionados por grave dano, individual ou coletivo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

d) Crimes dissimulados quanto à natureza ilícita do procedimento

e) Crimes praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou

quaisquer outros produtos ou serviços essenciais e não essenciais

9. (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS/2016)

São crimes contra as relações de consumo previstas na Lei n. 8.078/1990, EXCETO

a) Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade

de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado

b) Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de

autoridade competente

c) Empregar, na reparação de produtos, componentes de reposição usados, com

autorização do consumidor

d) Fazer publicidade que sabe ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de

forma prejudicial a sua segurança

10. (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS/2015)

É circunstância agravante dos crimes tipificados no Código de Defesa do Consumi-

dor (Lei n. 8.078/1990):

a) Ocasionarem os crimes pequeno dano coletivo.

b) Quando os crimes forem cometidos por servidor público

c) Quando os crimes forem cometidos em detrimento de pessoa portadora de de-

ficiência motora

d) Serem os crimes cometidos em época de suave crise econômica

11. (CESPE/DPE-SE/DEFENSOR PÚBLICO/2012) constitui conduta tipificada no

CDC como crime contra as relações de consumo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

a) falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tor-

nando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo

b) empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseifica-

ção artificial, matéria corante, substância aromática, antisséptica, conservadora ou

qualquer outra não expressamente permitida pela legislação sanitária

c) exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o pre-

enchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendi-

mento médico-hospitalar emergencial

d) fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natu-

reza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade,

preço ou garantia de produtos ou serviços

e) fabricar, sem licença da autoridade competente, substância ou engenho explo-

sivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação

12. (VUNESP/SPTRANS/ADVOGADO/2012) No âmbito criminal, dispõe a Lei n.

8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor) que

a) o crime cometido por servidor público constitui circunstância agravante

b) o patrocinador de oferta enganosa não comete ilícito penal

c) retirar do mercado produtos nocivos, após determinação da autoridade compe-

tente, constitui causa de diminuição de pena

d) é vedada a fixação de pena de prestação de serviços à comunidade

e) as associações, ainda que regularmente constituídas e com mais de 1(um) ano,

não podem atuar como assistentes do Ministério Público na ação penal

13. (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ DE DIREITO/2012) No tocante às infrações penais e ad-

ministrativas elencadas no CDC, é correto afirmar que

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

a) dentre as circunstâncias agravantes aos crimes tipificados no Código, temos

aquela cometida por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente

superior à da vítima

b) pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade adminis-

trativa, haverá hipótese de reincidência até o trânsito em julgado da sentença,

salvo medida judicial que afaste o fornecedor dessa situação

c) se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, o valor previsto

para pagamento de fiança poderá ser aumentado em até 1.000 vezes

d) as sanções administrativas previstas no CDC serão aplicadas pela auto-

ridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas

cumulativamente, exceto, por medida cautelar, antecedente ou incidente de

procedimento administrativo

14. (CESPE/MPE-RR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2012) Assinale a opção correta a

respeito das normas de direito penal e de processo penal previstas no CDC.

a) No processo penal atinente aos crimes cometidos contra as relações de con-

sumo, é vedada ao MP a assistência, porém lhe é facultada a propositura de ação

penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal

b) Assim como ocorre no direito ambiental, a pessoa jurídica pode ser responsabi-

lizada criminalmente se os seus representantes legais ou até mesmo empregados

cometerem fatos tipicamente previstos como crimes no CDC

c) A conduta de impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que

sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros é expressa-

mente prevista como crime no CDC

d) O sujeito passivo dos crimes contra as relações de consumo é o consumidor

pessoa física, considerando-se fato atípico o crime cometido contra consumidor

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

pessoa jurídica ou consumidor por equiparação, em observância ao princípio da

vedação à responsabilidade objetiva

e) Considera-se circunstância agravante nos crimes tipificados no CDC o fato de

o agente cometer o delito contra os consumidores de instituições financeiras, de

saúde e de ensino privados

15. (CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2012) A respeito das infrações penais,

assinale a opção correta.

a) O fornecedor que deixa de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que

dão base à publicidade pratica crime contra as relações de consumo.

b) O CDC, assim como o CP e as leis extravagantes, prevê circunstâncias agravan-

tes e atenuantes para os crimes que tipifica.

c) As condutas tipificadas no CDC constituem crime de dano, sendo imprescindível

para a caracterização do delito a comprovação do efetivo dano ao consumidor.

d) Os crimes contra as relações de consumo estão previstos no CDC de forma ex-

clusiva e taxativa.

e) O tipo penal consistente em fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir infor-

mação relevante sobre a natureza de produto ou serviço inadmite a forma culposa.

16. (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2012) Conforme o CDC, é garantido

ao consumidor o acesso às informações sobre ele existentes em cadastros, fichas,

registros e dados pessoais e de consumo arquivados, bem como as referentes às

suas respectivas fontes. Considerando essa informação, assinale a opção correta

no que se refere aos bancos de dados e cadastros de consumidores

a) Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele

constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros constitui infração penal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

b) O mandado de segurança é o instrumento jurídico adequado para assegurar o


conhecimento de informações relativas ao consumidor constantes de registro ou
banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
c) Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção
ao crédito e congêneres devem ser instituídos e mantidos por entidades públicas.
d) É imprescindível o aviso de recebimento na carta de comunicação enviada ao
consumidor que o avise sobre a inclusão de seu nome em bancos de dados e ca-
dastros de maus pagadores.
e) Segundo a jurisprudência sumulada do STJ, compete ao fornecedor no-
tificar o devedor antes de proceder à inscrição de seu nome no cadastro de
proteção ao crédito.

17. (CESPE/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO/2012) A respeito das normas de direito penal


e processo penal previstas no CDC, assinale a opção correta
a) A pessoa jurídica pode ser responsabilizada criminalmente se os seus represen-
tantes legais ou até mesmo empregados cometerem crimes previstos no CDC
b) O sujeito passivo dos crimes contra as relações de consumo é o consumidor
pessoa física, sendo considerado o crime fato atípico se cometido contra consumi-
dor pessoa jurídica ou consumidor por equiparação, em observância ao princípio da
vedação à responsabilidade objetiva
c) Observa-se a ocorrência de agravantes quando os crimes tipificados no CDC são
cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade ou
quando causam grave dano individual ou coletivo
d) O CDC tipifica como crime a conduta de empregar peças ou componentes de re-
posição usados na reparação de produtos, mesmo com autorização do consumidor
e) Todos os legitimados para a defesa coletiva do consumidor podem prestar assis-
tência ao MP e propor ação penal subsidiária

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

18. (CESPE/TJ-CE/JUIZ DE DIREITO/2012) No CDC, são previstos diversos di-

reitos que devem ser respeitados, na relação de consumo, sendo alguns deles,

em razão da importância do bem jurídico tutelado, protegidos também na esfe-

ra criminal. A respeito das normas de direito penal e processual penal previstas

no CDC, assinale a opção correta

a) São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados no CDC o fato de o

delito ser cometido em época de deflação ou de guerra declarada, o de colocar

em risco direito individual ou individual homogêneo e o de impingir coerção ir-

resistível à vítima

b) De acordo com o CDC, a pena privativa de liberdade e a de multa podem ser

impostas cumulativamente com a interdição temporária de direitos, a publicação,

em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do con-

denado, de notícia sobre os fatos e a prestação de serviços à comunidade, sendo

vedado alterná-las

c) No processo penal atinente aos crimes cometidos contra as relações de consu-

mo, são vedadas a assistência ao MP e a propositura de ação penal subsidiária

d) Os crimes contra as relações de consumo, dado o seu caráter especial, estão

previstos exclusivamente no CDC, sendo necessária, para a inclusão de novo tipo

penal, a alteração de seu texto mediante processo legislativo próprio

e) Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos no CDC está

sujeito às penas a estes cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como

o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir

ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou

manutenção de produtos em depósito ou a oferta e prestação de serviços nas

condições por ele proibidas

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

19. (CESPE/TJ-CE/JUIZ DE DIREITO/2012) A propósito das normas de direito pe-

nal e processual penal previstas no CDC, assinale a opção correta

a) O CDC prevê, expressamente, como crime a conduta de não entregar ao

consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especifica-

ção clara de seu conteúdo

b) Assim como ocorre no direito ambiental, é prevista, no direito do consumidor, a

responsabilização criminal da pessoa jurídica cujos representantes legais ou empre-

gados cometam fatos tipicamente previstos na legislação específica como crimes.

c) O CDC não prevê infração penal na modalidade culposa, de modo que, no

âmbito do direito do consumidor, o infrator somente responderá criminalmente

se agir dolosamente

d) O sujeito passivo dos crimes contra as relações de consumo é o consumidor

pessoa física, considerando-se atípico o crime cometido contra consumidor pessoa

jurídica ou consumidor por equiparação, em face do princípio da vedação à respon-

sabilidade objetiva

e) Constitui crime contra as relações de consumo fazer ou promover publicidade

manifestamente fantasiosa

20. (CEPERJ/PROCON-RJ/ADVOGADO/2012) No âmbito dos crimes que podem

surgir nas relações de consumo, existe um sistema de penalizações. Além da pena

privativa de liberdade, pode ser aplicada ao infrator a pena de:

a) Interdição temporária de direitos

b) Perda de direitos políticos

c) Extinção da nacionalidade

d) Expulsão do território nacional

e) Prestação de serviços ao consumidor

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

21. (CEPERJ/PROCON-RJ/ADVOGADO/2012) O valor da fiança prevista nas infra-

ções tipificadas no Código de Defesa do Consumidor poderá ser reduzido se assim

recomendar a situação econômica do indiciado em até:

a) Metade do seu valor mínimo

b) Um quarto do seu valor mínimo

c) Um quinto do seu valor mínimo

d) Um décimo do seu valor mínimo

e) Um vigésimo do seu valor mínimo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

GABARITO

1. b

2. a

3. a

4. c

5. e

6. b

7. d

8. e

9. c

10. b

11. d

12. a

13. a

14. c

15. a

16. a

17. c

18. e

19. a

20. a

21. a

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

GABARITO COMENTADO

1. (CESPE/PC-GO/AGENTE DE POLÍCIA/2016) Com relação às infrações penais pre-

vistas na Lei n. 8.078/1990, que instituiu o CDC, assinale a opção correta

a) No processo penal referente às infrações previstas no CDC, é vedada a atuação

de assistentes do MP.

b) Todas as infrações tipificadas no CDC possuem pena máxima prevista até dois anos.

c) Para que o infrator possa ser processado e julgado, é necessário que ele tenha

agido com dolo.

d) A pena será agravada se a infração for cometida no período noturno.

e) A pena será agravada se a infração for cometida em domingo ou feriado.

Letra b.

Verdade, todas as infrações previstas na lei que acabamos de estudar têm a pena

máxima de até 2 anos.

a) Errada. Temos no artigo 80 da lei a expressa previsão da atuação dos assisten-

tes do MP: “[…] poderão intervir, como assistentes do Ministério Público […]”.

c) Errada. Existem algumas infrações previstas no CDC que trazem um tipo culpo-

so, portanto não é necessário que o agente tenha agido com dolo.

d) Errada. O período noturno não é uma das agravantes previstas no art. 76.

e) Errada. O crime ser cometido aos domingos ou feriados, também não é uma

das agravantes previstas na lei.

2. (CESPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) Ana contratou Cláudio, prestador

de serviços, para consertar seu aparelho de televisão. Sem autorização de Ana e

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

sem motivo justo, Cláudio utilizou, dolosamente, peças de reposição usadas na re-

paração do aparelho. Nessa situação hipotética, a conduta de Cláudio é considerada

a) Crime previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC);

b) Crime previsto no CP;

c) Crime previsto na Lei n. 8.137/1990, que define crimes contra a ordem tributá-

ria, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências;

d) Atípica, pois não há lei que preveja essa conduta como crime;

e) Contravenção penal.

Letra a.

O artigo 70 do CDC traz tipificado como crime “empregar na reparação de produtos,

peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor”.

Portanto, a conduta de Cláudio é considerada crime previsto no CDC.

3. (CESPE/TJDFT/JUIZ/2016) Sobre as condutas penalmente tipificadas no rol dos crimes

contra as relações de consumo, conforme previsão do CDC, assinale a opção correta

a) A conduta consistente em empregar, na reparação de produtos, peças ou com-

ponentes de reposição usados, sem autorização do consumidor, configura crime

contra as relações de consumo, sancionado com pena de detenção.

b) Constitui circunstância agravante, prevista no CDC, o fato de haver sido o crime

praticado por preposto ou administrador de pessoa jurídica em estado falimentar.

c) Não deve ser admitida, sob pena de se configurar bis in idem, além das penas

privativas de liberdade e de multa, a aplicação cumulativa das penas de prestação

de serviços à comunidade e de interdição temporária de direitos

d) Não se admite, no processo dos crimes contra as relações de consumo, a pro-

positura de ação penal subsidiária

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

e) A conduta consistente em deixar de entregar ao consumidor o termo de garan-

tia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo, a des-

peito de não se encontrar tipificada, de modo a configurar crime autônomo, pode

ser considerada como circunstância legal agravante.

Letra a.

Mais uma prova para o ingresso na Magistratura, e nós somos capazes de respon-

der somente com o conhecimento adquirido em nossa aula. Então vamos aos itens.

a) Certa. Realmente, todos os crimes do CDC são apenados com detenção, portan-

to esse não seria diferente.

b) Errada. A previsão trazida pelo item não consta no nosso artigo 76, portanto

não configura uma situação agravante.

c) Errada. O artigo 78 é bem claro ao dizer que é possível que o agente seja puni-

do, além das penas privativas de liberdade, cumulativamente ou alternadamente.

d) Errada. O artigo 80 garante a ação penal subsidiária: “[…] aos quais também é fa-

cultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal”.

e) Errada. Essa situação não configura uma situação agravante, mas sim um dos

crimes trazidos pela lei.

4. (FCC/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO/2016) as infrações penais tipificadas no Có-

digo de Defesa do Consumidor podem acarretar.

a) pena de detenção, que não pode ser substituída por pena restritiva de direitos

ou de multa.

b) pena de reclusão, interdição temporária de direitos e prestação de serviços à

comunidade e a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou

audiência, de notícias sobre os fatos e a condenação, às expensas do condenado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

c) pena de detenção e a publicação, em órgãos de comunicação de gran-

de circulação ou audiência, de notícias sobre os fatos e a condenação, às

expensas do condenado.

d) somente penas de interdição temporária de direitos e prestação de

serviços à comunidade.

e) somente a pena de multa e as penas restritivas de direitos, como a perda de

bens e valores e de prestação de serviço à comunidade.

Letra c.

Como vimos em uma das questões acima, todos os crimes previstos na Lei n.

8.078/1990 são puníveis com detenção.

O artigo 78 traz outras medidas diversas da prisão que podem ser aplicadas alter-

nadamente ou cumulativamente às penas privativas de liberdade e multa.

Vamos ver quais são?

Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumu-
lativa ou alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às ex-
pensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.

Então, analisando os itens, temos a letra c como correta.

5. (FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Quanto ao crime previsto no art.

64 do Código de Defesa do Consumidor: “Deixar de comunicar à autoridade compe-

tente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhe-

cimento seja posterior à sua colocação no mercado: pena – Detenção de 6 (seis)

meses a 2 (dois) anos e multa”, é correto afirmar que

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

a) Somente o fabricante pode ser sujeito ativo do delito.

b) A ação penal correspondente é pública condicionada.

c) É punível a título de culpa.

d) É um delito comissivo por omissão.

e) É inadmissível a tentativa.

Letra e.

Como vimos, quando estudamos o artigo 64, o crime em tela é omissivo próprio,

portanto não admite tentativa.

6. (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ DE DIREITO/2014) A respeito dos crimes contra as rela-

ções de consumo, assinale a alternativa correta

a) Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser

reduzida até a metade do seu valor mínimo, ou aumentada pelo juiz até trinta vezes

b) No processo penal, o Procon poderá intervir, como assistente do Ministério Pú-

blico, sendo-lhe, também, facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia

não for oferecida no prazo legal

c) A prática em época de crise econômica, a ocorrência de grave dano coletivo e

a prática por pessoa cuja condição econômico-social seja igual à da vítima, são

circunstâncias agravantes

d) Além das penas privativas de liberdade e de multa, pode ser imposta, apenas

alternadamente, a publicação, em órgãos de comunicação de grande circulação ou

audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação

Letra b.

O Procon é um caso típico de assistente do MP nos casos previstos no CDC.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

a) Errada. Conforme o artigo 79, a fiança poderá ser reduzida até a metade ou
aumentada pelo juiz em até vinte vezes, e não trinta.
c) Errada. Dentre as circunstâncias agravantes, temos a situação de pessoa cuja
condição econômico-social seja manifestamente superior à da vítima, e não igual.
d) Errada. As outras penas, diversas das penas privativas de liberdade e de multa,
podem ser aplicadas tanto alternadamente como cumulativamente.

7. (CESPE/MPE-AC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) No que tange às normas de di-


reito penal e de direito processual penal previstas no CDC, assinale a opção correta
a) A conduta de o fornecedor deixar de entregar ao consumidor o termo de
garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteú-
do acarreta, tão somente, responsabilidade civil e administrativa, não havendo
previsão de sanção penal
b) Todos os delitos contra as relações de consumo estão tipificados no CDC
c) No âmbito criminal, além das penas privativas de liberdade e de multa, podem
ser impostas, cumulativa ou alternadamente, as penas de revogação de concessão
ou permissão de uso e de cassação de licença de estabelecimento ou de atividade
d) No processo penal atinente aos crimes e contravenções que envolvam relações
de consumo, admite-se a intervenção, como assistente do MP, de associação legiti-
mada para a defesa coletiva de interesse dos consumidores
e) O CDC veda qualquer hipótese de legitimidade para a propositura de ação penal
subsidiária caso a denúncia não seja oferecida pelo MP no prazo legal

Letra d.
Agora que já resolvemos algumas questões sobre nossa aula, você já reparou que
elas não mudam muito? Por isso que é muito importante que façamos bastantes
exercícios durante nossa caminhada nos estudos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Nessa questão, o examinador cobra o conhecimento do artigo 80 da lei, que


prevê a intervenção de assistente do MP. Essa informação está descrita de for-
ma correta na Letra d.

8. (QUADRIX/CRF-RS/TÉCNICO DE INFORMÁTICA/2013) Assinale a alternativa in-


correta a respeito das circunstâncias agravantes dos crimes tipificados no Código
de Defesa do Consumidor – Lei n. 8.078/1990.
a) Serem cometidos em época de grave crise econômica
b) Serem cometidos por ocasião de calamidade
c) Crimes ocasionados por grave dano, individual ou coletivo
d) Crimes dissimulados quanto à natureza ilícita do procedimento
e) Crimes praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou
quaisquer outros produtos ou serviços essenciais e não essenciais

Letra e.
Essa é mais uma das questões sobre as circunstâncias agravantes. Fique muito atento(a)
aos enunciados da questão, perceba que aqui o examinador quer a opção incorreta.
Como já resolvemos várias questões sobre esse assunto e já estamos com o
artigo 76 massificado, vamos perceber facilmente que a letra e nos traz uma
informação diferente da lei, no final do item ele traz a expressão “não essen-
ciais”, tornando o item errado.

9. (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS/2016)


São crimes contra as relações de consumo previstas na Lei n. 8.078/1990, EXCETO
a) Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade
de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 49 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

b) Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de

autoridade competente

c) Empregar, na reparação de produtos, componentes de reposição usados, com

autorização do consumidor

d) Fazer publicidade que sabe ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de

forma prejudicial a sua segurança

Letra c.

Aqui não tem outra forma para respondermos essa questão, temos que ter conhe-

cimento de todos os tipos penais trazidos na lei.

O item a está previsto no artigo 64, o item b no artigo 65 e o item d, no artigo 68.

O único item que não está previsto na nossa legislação é a Letra c. O que temos

no artigo 70 é o emprego de peças ou componentes de reposição usados, sem a

autorização do consumidor.

10. (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS/2015)

É circunstância agravante dos crimes tipificados no Código de Defesa do Consumi-

dor (Lei n. 8.078/1990):

a) Ocasionarem os crimes pequeno dano coletivo.

b) Quando os crimes forem cometidos por servidor público

c) Quando os crimes forem cometidos em detrimento de pessoa portadora de de-

ficiência motora

d) Serem os crimes cometidos em época de suave crise econômica

Letra b.

Lembra o que eu disse quando começamos a resolver questões sobre esse assun-

to? Pois é, perceba que é muito cobrado esse artigo 76 da lei.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 50 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

Aqui temos a situação do servidor público cometendo o crime, está previsto

no inciso IV, alínea a.

11. (CESPE/DPE-SE/DEFENSOR PÚBLICO/2012) constitui conduta tipificada no

CDC como crime contra as relações de consumo

a) falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tor-

nando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo

b) empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseifica-

ção artificial, matéria corante, substância aromática, antisséptica, conservadora ou

qualquer outra não expressamente permitida pela legislação sanitária

c) exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o pre-

enchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendi-

mento médico-hospitalar emergencial

d) fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natu-

reza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade,

preço ou garantia de produtos ou serviços

e) fabricar, sem licença da autoridade competente, substância ou engenho explo-

sivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação

Letra d.

O examinador deixa claro que quer saber as condutas tipificadas como crime no

CDC, então se os outros itens trouxerem condutas que são crimes, mas não estão

no CDC, não nos importa.

d) Certa. Temos uma conduta tipificada no CDC, em seu artigo 66.

a) Errada. Temos a falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância

ou produtos alimentícios, previsto no artigo 272 do CP.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

b) Errada. Artigo 274 do CP, emprego de processo proibido ou de substância

não permitida.

c) Errada. Artigo 135-A também do Código Penal.

e) Errada. Mais uma conduta tipificada no código penal, no artigo 253.

12. (VUNESP/SPTRANS/ADVOGADO/2012) No âmbito criminal, dispõe a Lei n.

8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor) que

a) o crime cometido por servidor público constitui circunstância agravante

b) o patrocinador de oferta enganosa não comete ilícito penal

c) retirar do mercado produtos nocivos, após determinação da autoridade compe-

tente, constitui causa de diminuição de pena

d) é vedada a fixação de pena de prestação de serviços à comunidade

e) as associações, ainda que regularmente constituídas e com mais de 1(um) ano,

não podem atuar como assistentes do Ministério Público na ação penal

Letra a.

Nós batemos o olho nessa questão e já percebemos que a letra a está certa, por-

que já falamos aqui algumas vezes sobre as circunstâncias agravantes né?

Mas vamos ver porque as outras estão erradas.

b) Errada. O artigo 66, §1º diz que incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.

c) Errada. Na verdade o que existe na legislação sobre isso é o crime de quem deixa

de retirar o produto do mercado após a determinação da autoridade competente.

d) Errada. O artigo 78, III permite a prestação de serviços à comunidade.

e) Errada. O artigo 80 afirma que o MP poderá ter assistentes na ação penal; e

o artigo 82, III e IV, trazem as informações sobre esses assistentes. O inciso IV

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 52 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

diz que, “as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano […]”;

portanto, item errado.

13. (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ DE DIREITO/2012) No tocante às infrações penais e ad-

ministrativas elencadas no CDC, é correto afirmar que

a) dentre as circunstâncias agravantes aos crimes tipificados no Código, temos

aquela cometida por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente

superior à da vítima

b) pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade adminis-

trativa, haverá hipótese de reincidência até o trânsito em julgado da sentença,

salvo medida judicial que afaste o fornecedor dessa situação

c) se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, o valor previsto

para pagamento de fiança poderá ser aumentado em até 1.000 vezes

d) as sanções administrativas previstas no CDC serão aplicadas pela autoridade ad-

ministrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente,

exceto, por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo

Letra a.

Fala sério, meu(minha) querido(a), você já cansou de ver as circunstâncias agra-

vantes na nossa aula?

Se disser que cansou, não vai mais poder errar uma questão sobre isso. A questão

trouxe mais uma vez o artigo 76 como a letra correta da questão.

IV – quando cometidos:


a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja mani-
festamente superior à da vítima; (art. 76)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 53 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

14. (CESPE/MPE-RR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2012) Assinale a opção correta a

respeito das normas de direito penal e de processo penal previstas no CDC.

a) No processo penal atinente aos crimes cometidos contra as relações de con-

sumo, é vedada ao MP a assistência, porém lhe é facultada a propositura de ação

penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal

b) Assim como ocorre no direito ambiental, a pessoa jurídica pode ser responsabi-

lizada criminalmente se os seus representantes legais ou até mesmo empregados

cometerem fatos tipicamente previstos como crimes no CDC

c) A conduta de impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que

sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros é expressa-

mente prevista como crime no CDC

d) O sujeito passivo dos crimes contra as relações de consumo é o consumidor

pessoa física, considerando-se fato atípico o crime cometido contra consumidor

pessoa jurídica ou consumidor por equiparação, em observância ao princípio da

vedação à responsabilidade objetiva

e) Considera-se circunstância agravante nos crimes tipificados no CDC o fato de

o agente cometer o delito contra os consumidores de instituições financeiras, de

saúde e de ensino privados

Letra c.

Conduta delituosa prevista no artigo 72 do CDC.

a) Errada. O artigo 80 prevê a intervenção de alguns legitimados como assistentes

do MP, portanto a lei não veda essa assistência.

b) Errada. A Pessoa Jurídica poderá ser responsabilizada pelos crimes ambientais

e pelos crimes contra a ordem econômica e a economia popular.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 54 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

d) Errada. A lei não faz distinção quando ao consumidor ser pessoa física ou jurí-

dica, sendo assim poderá ser qualquer um dos dois.

e) Errada. O fato descrito no item não consta no artigo 76.

15. (CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2012) A respeito das infrações penais,

assinale a opção correta.

a) O fornecedor que deixa de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que

dão base à publicidade pratica crime contra as relações de consumo.

b) O CDC, assim como o CP e as leis extravagantes, prevê circunstâncias agravan-

tes e atenuantes para os crimes que tipifica.

c) As condutas tipificadas no CDC constituem crime de dano, sendo imprescindível

para a caracterização do delito a comprovação do efetivo dano ao consumidor.

d) Os crimes contra as relações de consumo estão previstos no CDC de forma ex-

clusiva e taxativa.

e) O tipo penal consistente em fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir infor-

mação relevante sobre a natureza de produto ou serviço inadmite a forma culposa.

Letra a.

Mais uma das questões que exige o conhecimento dos crimes previstos na lei. A

letra a traz de forma expressa o delito previsto no artigo 69 da lei.

O CDC não traz atenuantes para seus crimes, somente os agravantes. As condu-

tas tipificadas no CDC não constituem crime de dano, não tendo a necessidade da

comprovação do efetivo dano ao consumidor.

Os crimes contra a relação de consumo não estão disciplinados somente no CDC,

temos, por exemplo, a Lei n. 8.137/1990.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 55 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

16. (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2012) Conforme o CDC, é garantido

ao consumidor o acesso às informações sobre ele existentes em cadastros, fichas,

registros e dados pessoais e de consumo arquivados, bem como as referentes às

suas respectivas fontes. Considerando essa informação, assinale a opção correta

no que se refere aos bancos de dados e cadastros de consumidores

a) Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele

constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros constitui infração penal.

b) O mandado de segurança é o instrumento jurídico adequado para assegurar o

conhecimento de informações relativas ao consumidor constantes de registro ou

banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

c) Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção

ao crédito e congêneres devem ser instituídos e mantidos por entidades públicas.

d) É imprescindível o aviso de recebimento na carta de comunicação enviada ao

consumidor que o avise sobre a inclusão de seu nome em bancos de dados e ca-

dastros de maus pagadores.

e) Segundo a jurisprudência sumulada do STJ, compete ao fornecedor notificar o de-

vedor antes de proceder à inscrição de seu nome no cadastro de proteção ao crédito.

Letra a.

A questão inicia falando sobre as informações existentes sobre os consumidores,

então deveríamos procurar uma questão que tivesse relação com o assunto.

A letra a traz o que está expresso no artigo 72 da Lei n. 8.078/1990, portanto

gabarito é a Letra a.

17. (CESPE/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO/2012) A respeito das normas de direito penal

e processo penal previstas no CDC, assinale a opção correta

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 56 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

a) A pessoa jurídica pode ser responsabilizada criminalmente se os seus represen-


tantes legais ou até mesmo empregados cometerem crimes previstos no CDC
b) O sujeito passivo dos crimes contra as relações de consumo é o consumidor
pessoa física, sendo considerado o crime fato atípico se cometido contra consumi-
dor pessoa jurídica ou consumidor por equiparação, em observância ao princípio da
vedação à responsabilidade objetiva
c) Observa-se a ocorrência de agravantes quando os crimes tipificados no CDC são
cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade ou
quando causam grave dano individual ou coletivo
d) O CDC tipifica como crime a conduta de empregar peças ou componentes de re-
posição usados na reparação de produtos, mesmo com autorização do consumidor
e) Todos os legitimados para a defesa coletiva do consumidor podem prestar assis-
tência ao MP e propor ação penal subsidiária

Letra c.
Deixa eu te perguntar meu(minha) querido(a), já ouviu falar nas circunstâncias
agravantes? Acho que algumas vezes, né? Então, a letra c dessa questão traz al-
gumas das circunstâncias previstas no artigo 76 da lei.

18. (CESPE/TJ-CE/JUIZ DE DIREITO/2012) No CDC, são previstos diversos di-


reitos que devem ser respeitados, na relação de consumo, sendo alguns deles,
em razão da importância do bem jurídico tutelado, protegidos também na esfe-
ra criminal. A respeito das normas de direito penal e processual penal previstas
no CDC, assinale a opção correta
a) São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados no CDC o fato de o delito ser
cometido em época de deflação ou de guerra declarada, o de colocar em risco direito

individual ou individual homogêneo e o de impingir coerção irresistível à vítima

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 57 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

b) De acordo com o CDC, a pena privativa de liberdade e a de multa podem ser

impostas cumulativamente com a interdição temporária de direitos, a publica-

ção, em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas

do condenado, de notícia sobre os fatos e a prestação de serviços à comunida-

de, sendo vedado alterná-las

c) No processo penal atinente aos crimes cometidos contra as relações de consu-

mo, são vedadas a assistência ao MP e a propositura de ação penal subsidiária

d) Os crimes contra as relações de consumo, dado o seu caráter especial, estão

previstos exclusivamente no CDC, sendo necessária, para a inclusão de novo tipo

penal, a alteração de seu texto mediante processo legislativo próprio

e) Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos no CDC está

sujeito às penas a estes cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como

o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir

ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou

manutenção de produtos em depósito ou a oferta e prestação de serviços nas

condições por ele proibidas

Letra e.

Item correto conforme o artigo 75 do CDC.

a) Errada. Essas circunstâncias não estão previstas no artigo 76 da lei.

b) Errada. O final do item transformou ele em incorreto, já que é possível tanto

alterar quanto cumular.

c) Errada. Não são vedadas nem a assistência ao MP e nem a propositura da ação

penal subsidiária.

d) Errada. Temos crimes contra a relação de consumo em outras legislações espe-

ciais, e ainda no próprio Código Penal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 58 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

19. (CESPE/TJ-CE/JUIZ DE DIREITO/2012) A propósito das normas de direito pe-


nal e processual penal previstas no CDC, assinale a opção correta
a) O CDC prevê, expressamente, como crime a conduta de não entregar ao con-
sumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara
de seu conteúdo
b) Assim como ocorre no direito ambiental, é prevista, no direito do consumidor, a
responsabilização criminal da pessoa jurídica cujos representantes legais ou empre-
gados cometam fatos tipicamente previstos na legislação específica como crimes.
c) O CDC não prevê infração penal na modalidade culposa, de modo que, no
âmbito do direito do consumidor, o infrator somente responderá criminalmente
se agir dolosamente
d) O sujeito passivo dos crimes contra as relações de consumo é o consumidor
pessoa física, considerando-se atípico o crime cometido contra consumidor pes-
soa jurídica ou consumidor por equiparação, em face do princípio da vedação à
responsabilidade objetiva
e) Constitui crime contra as relações de consumo fazer ou promover publicidade
manifestamente fantasiosa

Letra a.
O CDC realmente prevê essa conduta como típica, no artigo 74.
b) Errada. Não temos responsabilização da Pessoa Jurídica nos crimes pre-
vistos no CDC.
c) Errada. Conforme já vimos, a regra do CDC é que os crimes sejam dolosos, porém
existem duas situações em que os delitos podem ser cometidos na modalidade culposa.
d) Errada. O sujeito passivo é simplesmente o consumidor, seja ele pessoa
física ou jurídica.
e) Errada. Na verdade a lei fala em enganosa, e não em fantasiosa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 59 de 60
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
Lei n. 8.078/1990 – Crimes contra o Consumidor

Prof. Péricles Mendonça

20. (CEPERJ/PROCON-RJ/ADVOGADO/2012) No âmbito dos crimes que podem

surgir nas relações de consumo, existe um sistema de penalizações. Além da pena

privativa de liberdade, pode ser aplicada ao infrator a pena de:

a) Interdição temporária de direitos

b) Perda de direitos políticos

c) Extinção da nacionalidade

d) Expulsão do território nacional

e) Prestação de serviços ao consumidor

Letra a.

O artigo 78 traz as hipóteses que poderão ser aplicadas alternadamente ou cumu-

lativamente às penas de restrição de liberdade e multa.

O inciso I traz a interdição temporária como uma dessas penalidades, portanto letra a.

21. (CEPERJ/PROCON-RJ/ADVOGADO/2012) O valor da fiança prevista nas infra-

ções tipificadas no Código de Defesa do Consumidor poderá ser reduzido se assim

recomendar a situação econômica do indiciado em até:

a) Metade do seu valor mínimo

b) Um quarto do seu valor mínimo

c) Um quinto do seu valor mínimo

d) Um décimo do seu valor mínimo

e) Um vigésimo do seu valor mínimo

Letra a.

O artigo 79, em uma de suas alíneas, afirma que a fiança poderá ser reduzida até a me-

tade de seu valor mínimo, levando em consideração sempre a situação econômica do réu.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Matheus Soares - 87742257157, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 60 de 60

Você também pode gostar