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LEGISLAÇÃO

ESPECIAL
Lei n. 8.137/1990 – Crimes contra a Ordem
Tributária e Outros

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 8.137/1990 – Crimes contra a Ordem Tributária e Outros
Douglas Vargas

Sumário
Lei n. 8.137/1990 – Crimes contra a Ordem Tributária e Outros...........................................................4
1. Lei n. 8.137/1990- Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e contra as Relações
de Consumo..........................................................................................................................................................................4
1.1. Introdução.. ....................................................................................................................................................................4
2. Crimes contra as Relações de Consumo. ........................................................................................................5
2.1. Favorecimento ou Preferência Injustificada de Comprador ou Freguês...................................5
2.2. Venda ou Exposição à Venda de Mercadoria em Desacordo com as Prescrições
Legais ou Classificação Oficial. . ...............................................................................................................................6
2.3. Mistura de Gêneros ou Mercadorias para Obtenção de Lucro Indevido. .................................6
2.4. Fraude de Preço mediante Alteração não Essencial ou de Qualidade de Bem ou
Serviço.....................................................................................................................................................................................7
2.5. Aumento de Preço em Venda a Prazo mediante Exigência de Comissão ou Taxa de
Juros Ilegal...........................................................................................................................................................................8
2.6. Sonegação de Produtos para Descumprimento de Oferta Pública ou para Fim de
Especulação.........................................................................................................................................................................8
2.7. Indução de Consumidor ou Usuário em Erro mediante Afirmação Falsa ou Enganosa. . .9
2.8. Dano em Matéria-Prima ou Mercadoria para Provocar Alta de Preço......................................9
2.9. Venda, Manutenção em Depósito, Exposição à Venda ou Entrega de Produto
Impróprio para o Consumo. . .........................................................................................................................................9
2.10. Causas de Aumento de Pena. . ...................................................................................................................... 10
3. Crimes contra a Ordem Tributária.....................................................................................................................11
3.1. Art. 1º (Tipo Penal Básico). . ...............................................................................................................................13
3.2. Art. 2º (Crimes de Mesma Natureza)..........................................................................................................16
3.3. Art. 3º Crimes Praticados por Funcionários Públicos. .....................................................................18
4. Observações Finais.................................................................................................................................................20
5. Extinção da Punibilidade.. ....................................................................................................................................20
6. Crimes contra a Ordem Econômica.................................................................................................................20
6.1. Crimes em Espécie.................................................................................................................................................21

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7. Jurisprudência............................................................................................................................................................22
Resumo................................................................................................................................................................................ 24
Questões Comentadas em Aula.. ........................................................................................................................... 28
Questões de Concurso................................................................................................................................................30
Gabarito...............................................................................................................................................................................34
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................35

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LEI N. 8.137/1990 – CRIMES CONTRA A ORDEM


TRIBUTÁRIA E OUTROS
Olá, querido(a) aluno(a)!
Na aula de legislação extravagante de hoje, iremos nos dedicar à compreensão da Lei n.
8.137 de 1990.
Ao final, faremos uma lista de exercícios completa e atualizada sobre os temas apresen-
tados, de modo a compreender os tópicos estudados da maneira mais abrangente possível.
As questões estão organizadas de forma mista, passando pelas bancas que mais cobram
o tema (FCC e CEBRASPE) e finalmente migrando para questões das demais organizadoras,
sempre buscando maximizar o nosso aprendizado.
Sem mais delongas, vamos aos estudos!

1. Lei n. 8.137/1990- Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e


contra as Relações de Consumo

1.1. Introdução
Aprovada quase à mesma época da Lei n. 8.078/1990, a Lei n. 8.137/1990 trata dos seguin-
tes temas criminais:

Crimes contra as
Crimes contra a Crimes contra a
relações de
ordem tributária ordem econômica
consumo.

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Esse é um diploma legal pouco recorrente em provas de concursos, no entanto, que é digno
de nossa atenção, tendo em vista que pode garantir pontos preciosos que farão a diferença
na colocação final do candidato. Além disso, é uma lei curta, e que pode ser estudada de uma
forma relativamente rápida.
Dito isso, vamos direto aos delitos previstos em seu texto, começando pelos crimes contra
as relações de consumo.

2. Crimes contra as Relações de Consumo


Todos os delitos contra as relações de consumo previstos no texto da Lei n. 8.137/1990
são de ação penal pública incondicionada. Além disso, a pena cominada a todos eles é a mes-
ma: detenção, de dois a cinco anos, ou multa.
O bem jurídico tutelado é a própria relação de consumo, de modo que o sujeito ativo é sem-
pre o fornecedor (ou seu representante) e o sujeito passivo é sempre o consumidor.
Vejamos agora cada um dos crimes em espécie:

2.1. Favorecimento ou Preferência Injustificada de Comprador ou


Freguês

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês,
ressalvados os sistemas de entrega ao consumo por intermédio
de distribuidores ou revendedores;

Trata-se da conduta do fornecedor que, sem justa causa, favorece determinado cliente em
detrimento de outros.
O delito só se configura quando não há justa causa na conduta do autor. Nesse sentido,
observe que a mera amizade ou antiguidade do cliente não é justa causa para preterir outro
consumidor.
Vejamos dois exemplos:

Fornecedor tem apenas um produto


Fornecedor tem apenas um produto
e dois compradores interessados,
e dois compradores interessados,
mas opta por vendê-lo em razão de
optando por vendê-lo ao que
uma situação emergencial que
demonstrou interesse por último,
justifica preterir o primeiro cliente.
haja vista que este é seu amigo.
Exclui-se a tipicidade pela
Configura-se o delito em estudo.
existência de justa causa.

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O delito se consuma com a realização da conduta típica. A tentativa, segundo a doutrina,


é admissível.

2.2. Venda ou Exposição à Venda de Mercadoria em Desacordo com


as Prescrições Legais ou Classificação Oficial

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


II — vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo,
especificação, peso ou composição esteja em desacordo com
as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva
classificação oficial;

O delito em estudo só se configura se o fornecedor efetivamente vender ou ao menos ex-


por à venda o produto em questão. A mera existência do produto em estoque não está apta a
configurar o delito.

O delito em estudo admite a forma dolosa ou culposa.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a


modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3
(um terço) ou a de multa à quinta parte.

O delito se consuma com a venda ou exposição do produto, e a tentativa, em regra, é admissí-


vel, embora de difícil configuração.

2.3. Mistura de Gêneros ou Mercadorias para Obtenção de Lucro


Indevido

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


III — misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para
vendê-los ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e
mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à
venda por preço estabelecido para os de mais alto custo;

O delito do inciso III não se confunde com o delito de fraude no comercio (Art. 175, I, CP)
que prevê a responsabilização do fornecedor que vende como verdadeira ou perfeita, merca-
doria falsificada.

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No delito em estudo, o que ocorre é a mistura de gêneros ou de mercadorias de várias


espécies, o que caracteriza basicamente uma falsificação do produto, o que ocorre com o ob-
jetivo de obtenção de lucro indevido.

Vender gasolina misturada com volume de álcool fora da previsão legal ou misturada com
outro tipo de solvente configura crime específico da Lei n. 8.176/1991 (adulteração de com-
bustível), e não o delito em estudo.
O delito é formal, e se consuma com a realização da mistura com o objetivo de enganar con-
sumidores. A efetiva venda e obtenção de lucro não são requisitos para a consumação. A ten-
tativa é admissível.

Embora não conte com o intuito de obter lucro indevido, a modalidade culposa é admissível.

2.4. Fraude de Preço mediante Alteração não Essencial ou de


Qualidade de Bem ou Serviço
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
IV — fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais como
denominação, sinal externo, marca, embalagem, especificação técnica, descrição,
volume, peso, pintura ou acabamento de bem ou serviço;
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda em conjunto;
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na prestação
dos serviços;verd

A fraude do inciso IV tem por objetivo enganar o consumidor para, em regra, a obtenção de
lucro maior. São exemplos das condutas previstas no inciso IV:
• Alínea A: Manter o preço do papel-toalha, mas diminuir a metragem do rolo, de modo a
majorar o lucro obtido com sua venda.
• Alínea B: Venda de um aparelho celular de forma separada de seu respectivo carregador
original, que usualmente está incluído;
• Alínea C: Agente modifica o preço, com o objetivo de maior lucro, unindo dois artigos
esportivos que normalmente são vendidos em separado.
• Alínea D: O agente informa que um determinado componente químico, mais caro ou de
maior qualidade, é utilizado na produção de um suplemento alimentar, quando na verda-
de, não o é. Note que esse delito não se confunde com o de propaganda enganosa, pois
pressupõe também a existência de fraude no preço.

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Todas as modalidades se consumam no momento em que é realizada a fraude no preço


com base na conduta escolhida pelo agente. A tentativa é admissível, em todos os casos.

2.5. Aumento de Preço em Venda a Prazo mediante Exigência de


Comissão ou Taxa de Juros Ilegal

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


V — elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou
serviços, mediante a exigência de comissão ou de taxa de
juros ilegais;

Aqui temos uma norma penal em branco, que necessita de complemento das demais pre-
visões legais para as vendas a prazo.
Note que não importa se o consumidor concorda com as taxas ilegais ou abusivas. Se for
exigida taxa de juros ou comissão em valores superiores aos permitidos em lei, o delito irá se
configurar.
A tentativa é admissível.

2.6. Sonegação de Produtos para Descumprimento de Oferta Pública


ou para Fim de Especulação

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


VI — sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los
a quem pretenda comprá-los nas condições publicamente
ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;

No inciso VI, temos a conduta do indivíduo que oculta bens ou insumos que na verdade
estão em seu estoque, para especular ou evitar sua venda a quem pretendia comprá-los nas
condições anunciadas.
O objetivo do legislador foi o de impedir que o fornecedor faça anúncios atrativos apenas
para gerar fluxo de clientes para sua empresa, sem ter que efetivamente cumprir com as con-
dições anunciadas, ao alegar que não possui o produto em estoque. Além disso, também é
objetivo da norma impedir que o aumento de preços seja forçado pelo fornecedor por meio de
inexistente falta de produto no mercado.
A tentativa é admissível.

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2.7. Indução de Consumidor ou Usuário em Erro mediante Afirmação


Falsa ou Enganosa

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


VII — induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou
afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do
bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação
ou divulgação publicitária;

No inciso VII, temos um delito mais grave do que o de propaganda enganosa, pois requer
que o consumidor seja efetivamente lesado pela afirmação falsa ou enganosa, ao adquirir o
produto e sofrer o prejuízo de forma concreta.
É, portanto, crime material, que se consuma com a aquisição do bem. A tentativa é
admissível.

2.8. Dano em Matéria-Prima ou Mercadoria para Provocar Alta de


Preço
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
VIII — destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou
mercadoria, com o fim de provocar alta de preço, em
proveito próprio ou de terceiros;

Enquanto no inciso VI o autor meramente oculta a mercadoria para provocar a alta de pre-
ços, no inciso VIII há uma conduta mais radical, haja vista que o autor chega a destruir, inutilizar
ou danificar matéria-prima ou mercadoria com a finalidade de provocar o mesmo resultado.
O delito é formal, e se consuma com a destruição ou inutilização dos produtos – mesmo
que a alta de preços não venha a ocorrer. A tentativa é admissível.

2.9. Venda, Manutenção em Depósito, Exposição à Venda ou Entrega


de Produto Impróprio para o Consumo

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


IX — vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou,
de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em
condições impróprias ao consumo.

Para melhor compreender o que são mercadorias impróprias para consumo, precisamos
recorrer a outro diploma legal – a Lei n. 8.078/1990:

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Art. 18, § 6º, Lei 8.078/1990:

I — os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;

II — os produtos deteriorados, alterados, adulterados,


avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à
vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo
com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou
apresentação;

III — os produtos que, por qualquer motivo, se revelem


inadequados ao fim a que se destinam.

Um exemplo dessa conduta está na situação em que um dono de restaurante tem merca-
dorias vencidas em seu depósito, e vem a utilizá-las para preparar refeições para seus clientes.
Trata-se de delito formal e de perigo abstrato, de modo que a mera exposição a venda do
produto com validade vencida configura o delito.
Admite-se tanto a forma culposa quanto a forma dolosa.

2.10. Causas de Aumento de Pena


Por fim, merecem ser lidas pelo aluno as causas de aumento de pena aplicáveis a todos os
delitos previstos no art. 7º da Lei n. 8.137/1990:

I — ocasionar grave dano à coletividade;

II — for cometido por servidor público no exercício de suas


funções;

III — for praticado em relação à prestação de serviços ou ao


comércio de bens essenciais à vida ou à saúde.

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3. Crimes contra a Ordem Tributária


Os crimes contra a ordem tributária são um gênero, o qual não se limita às previsões con-
tidas na Lei n. 8.137/1990:

Crime tributário aduaneiro

• Art. 334, CP – Descaminho

Sonegações em geral

• Art. 1º e art. 2º da Lei n. 8.137/1990


• Art. 337-A do CP – Sonegação de Contribuição Previdenciária

Apropriações indébitas (Previdenciaria ou Tributária)

• Art. 168-A, CP – Apropriação Indébita Previdenciária


• Art. 2º, II da Lei n. 8.137/1990

Crimes funcionais relacionados

• Art. 3º da Lei n. 8.137/1990


• Art. 316, § 1º, CP (Excesso de exação)
• Art. 318, CP (Facilitação de Contrabando ou Descaminho)

Falsidades

• Art. 293, incisos I e IV, CP (Falsificação de Papéis públicos)

Na aula de hoje, cuidaremos dos delitos previstos somente no âmbito da Lei n. 8.137/1990,
o qual é o nosso foco.

Observações Gerais

Para melhor compreender os delitos contra a ordem tributária, primeiramente precisamos


esclarecer alguns detalhes:
1) Mero inadimplemento (deixar de pagar tributo) não constitui crime.
2) Existe diferença entre Elisão Fiscal e Sonegação Fiscal.

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A Elisão Fiscal é uma prática lícita que visa evitar a ocorrência de um fato gerador de tri-
butos, ou diminuir o valor dos tributos devidos – porém sem a utilização de fraude.
Já a Sonegação Fiscal é a redução ou supressão do pagamento de tributos, que por sua
vez requer o emprego de fraude para sua caracterização.
Vejamos uma questão sobre essa temática:

001. (CESPE/CEBRASPE/2020/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/CURSO DE INSTRUÇÃO)


Negar o pagamento de determinado tributo cujo fato gerador tenha ocorrido normalmente
constitui crime de elisão fiscal.

A elisão fiscal é uma forma de planejamento tributário. É, portanto, uma maneira de pagar
menos tributo de forma lícita. Trata-se de uma conduta legítima do contribuinte com o fim de
evitar a ocorrência do fato gerador do tributo ou diminuir o seu valor.
Errado.

O bem jurídico tutelado pela norma, portanto, é a ordem tributária (o interesse do Estado
em arrecadar tributos).
Os delitos previstos na Lei n. 8.137/1990 e que atingem a ordem tributária são todos co-
muns (não exigem qualidade especial do agente delitivo).

Pessoa jurídica não pode ser


responsabilizada por crimes contra a
ordem tributária, por falta de previsão
constitucional.

O sujeito passivo do delito é sempre a pessoa jurídica titular do direito de cobrança dos
tributos, podendo ser tanto a União, quanto os Estados ou Municípios.

Se o sujeito passivo for a União ou Autarquias Federais, a competência para processar e julgar
os crimes em estudo será da Justiça Federal.
Uma vez que conhecemos as características gerais aplicáveis aos crimes em estudo, pode-
mos finalmente passar à análise dos tipos penais propriamente ditos.

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3.1. Art. 1º (Tipo Penal Básico)


Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer
acessório, mediante as seguintes condutas:
I — omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II — fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza,
em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III — falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à
operação tributável;
IV — elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;
V — negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de
mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
Pena — reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

No art. 1º, temos basicamente condutas destinadas a suprimir ou reduzir tributos ou con-
tribuições sociais por intermédio de meio fraudulento.

Nos termos da Súmula Vinculante n. 24 do STF, é necessário o LANÇAMENTO DEFINITIVO


para o oferecimento da denúncia por crime de sonegação fiscal. Além disso, a jurisprudência
entende que a prescrição só será contada quando ocorrer a consumação do delito – aspecto
esse que já foi objeto de questões da FCC.
O STF já inclusive manifestou-se no sentido que nem mesmo o inquérito policial pode ser ins-
taurado sem o lançamento definitivo do tributo – salvo em casos excepcionais onde a própria
investigação se revele necessária para apurar o débito tributário.
Por fim, observe-se que o STF já se manifestou no sentido que a extinção do crédito tributário,
quando decorrente de decadência, decisão judicial ou decisão administrativa de desconstitui-
ção do crédito, irá causar a atipicidade da conduta.

Seguimos com uma boa questão de prova:

002. (CESPE/CEBRASPE/2020/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/CURSO DE INSTRUÇÃO) É


vedado à autoridade policial tipificar como crime contra a ordem tributária a falta de pagamen-
to de determinado tributo não lançado, ainda que o respectivo fato gerador tenha ocorrido.

Exatamente isso. Eis a cobrança da SV n. 24.


Certo.

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Princípio da Insignificância

*Atualmente, entende-se aplicável o princípio da insignificância


ao delito em estudo, porém apenas até um determinado
patamar.
Segundo a jurisprudência majoritária, tal princípio será aplicável
se a quantia objeto da sonegação não ultrapassar R$ 20.000,00,
que é o valor previsto na Lei n. 10.522/2002.

Tal entendimento decorre do fato que a Fazenda Pública não


executa civilmente as quantias de até R$ 20.000,00.

E nesse sentido, não faz sentido realizar a apuração criminal da


conduta quando sequer a esfera cível chegará a ser acionada
pelo Poder Público.

Sonegação & Culpa Consumação

Os crimes previstos no art. 1º, salvo a


A lei apresenta apenas a modalidade
conduta do parágrafo único, são
dolosa de sonegação.
crimes materiais.

Lembre-se, portanto, de que não se consumam com a prática dos


existe sonegação na forma culposa. elementos do tipo e com a existência
do lançamento definitivo do débito,
nos termos da Súmula Vinculante n.
24 do STF.

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Desobediência

Art. 1º (...)
Parágrafo único. A falta de atendimento da
O parágrafo único do artigo em estudo nos exigência da autoridade, no prazo de 10
apresenta uma forma específica de (dez) dias, que poderá ser convertido em
desobediência, admitida face a ordens horas em razão da maior ou menor
emitidas pela autoridade fazendária: complexidade da matéria ou da dificuldade
quanto ao atendimento da exigência,
caracteriza a infração prevista no inciso V.

 Obs.: Se for praticado algum tipo de crime de falso como meio para a prática da sonega-
ção, tal delito restará absorvido pela conduta de sonegação (o crime-fim absorverá o
crime-meio).
 Obs.: Ademais, cabe observar que o delito do art. 1º admite a figura da colaboração premia-
da, por expressa previsão legal.

Antes de seguirmos, vejamos como o examinador pode explorar situações hipotéticas


acerca de entendimentos jurisprudenciais:

003. (FCM/2020/PREFEITURA DE CONTAGEM – MG/AUDITOR FISCAL/FISCALIZAÇÃO)


Heródoto omitiu, de forma consciente e voluntária, informações relevantes sobre fato gerador
de tributo à autoridade fazendária, com o intuito de reduzir o seu valor. Ao descumprir a obriga-
ção de prestar informações ao fisco, Heródoto efetivamente recolheu tributo em valor menor
do que o efetivamente devido, de acordo com as normas tributárias vigentes. Ao tomar conhe-
cimento do fato, o Ministério Público, antes da solução definitiva do processo administrativo
fiscal de lançamento, ofereceu denúncia, atribuindo a Heródoto a prática do crime previsto no
art. 1º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990.
Considerando-se a situação descrita e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o Minis-
tério Público:
a) não agiu acertadamente, uma vez que o crime em questão é de ação penal privada, a qual
só pode ser intentada pelo credor tributário.
b) agiu acertadamente, uma vez que o fato narrado na denúncia caracteriza crime material
contra a ordem tributária previsto na Lei n. 8.137/1990.
c) não agiu acertadamente, pois a representação da autoridade fiscal é condição de procedibi-
lidade da ação penal nessa espécie de crime.

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d) agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime denunciado não tenha se consumado, o
agente deve ser responsabilizado pela modalidade tentada.
e) não agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime previsto no art. 1º, Inciso I, da Lei n.
8.137/1990 seja de ação penal pública incondicionada, o fato denunciado é atípico.

A questão se resume basicamente nesta afirmação: “…. ao tomar conhecimento do fato, o


Ministério Público, antes da solução definitiva do processo administrativo fiscal de lançamen-
to….” de forma que a conduta praticada por Herótodo sequer pode ser considerada crime nos
moldes da SV n. 14: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º,
incisos I a IV, da Lei n. 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.
Letra e.

3.2. Art. 2º (Crimes de Mesma Natureza)

Art. 2º Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei n. 9.964, de 10.4.2000)


I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou
empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de
tributo;
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social,
descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que
deveria recolher aos cofres públicos;
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer
percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de
contribuição como incentivo fiscal;
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal
ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao
sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa
daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

O art. 2º guarda grandes semelhanças com o art. 1º, o que torna bastante difícil que o
aluno não confunda ambas as tipificações na hora da prova. Infelizmente, não há muito como
fugir da letra da lei, nesses casos.
Por esse motivo, torna-se fundamental conhecer as características do art. 2º, as quais aju-
dam imensamente na hora de diferenciar ambas as previsões legais:

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Art. 2º, Inciso I

• É crime formal, sendo que predomina na doutrina o entendimento


de que sua previsão constitui forma tentada dos crimes previstos
no art. 1º.
• Não se exige o lançamento definitivo do tributo.
• Não há previsão de modalidade culposa.
• A consumação ocorre com a emissão da declaração falsa ou a
utilização do meio fraudulento.
• Não se admite a tentativa.

Art. 2º, Inciso II

• É forma especial do delito do art. 168-A do Código Penal.


• É a chamada apropriação indébita tributária.
• Não é considerada sonegação pois não requer fraude.
• Admite apenas a forma dolosa.
• A consumação ocorre com o vencimento do prazo para o
recolhimento do tributo.

Art. 2º, Inciso III

• É delito que se assemelha bastante à corrupção passiva e à


concussão.
• Entretanto, seu sujeito ativo é o particular, haja vista ser crime
comum.
• Não admite a forma culposa.
• Consuma-se com a exigência, pagamento ou recebimento. Na
modalidade exigir, é crime formal.

Art. 2º, Inciso IV

• É forma de desvio de finalidade do incentivo fiscal.


• É crime comum (praticável por qualquer pessoa).
• Consuma-se com o vencimento do prazo (na primeira
modalidade) ou com a efetiva aplicação (na segunda
modalidade).

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Art. 2º, Inciso V


• É considerado pela doutrina como um “delito de
informática”.
• Na maioria dos casos, se torna crime-meio para o delito
de sonegação previsto no art. 1º.
• É crime comum, praticavel por qualquer pessoa.
• Admite apenas a modalidade dolosa.
• Consuma-se com a mera utilização ou divulgação.

3.3. Art. 3º Crimes Praticados por Funcionários Públicos

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos
no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda
em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando
pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social;
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida;
ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou
contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito)
anos, e multa.
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a
4 (quatro) anos, e multa.

No art. 3º temos os chamados crimes funcionais contra a ordem tributária, cujo sujeito
ativo será sempre um servidor público fazendário, com competência para praticar as condutas
previstas no tipo.

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São características dos delitos em estudo:

Art. 3º, Inciso I

• É forma especial do art. 314 do CP (Extravio, sonegação ou


inutilização de livro ou documento).
• Admite apenas a forma dolosa.
• Consuma-se com o pagamento indevido ou inexato do tributo.
• Admite-se a tentativa.

Art. 3º, II

• É forma especial dos delitos de concussão e de corrupção


passiva (Art. 316 e 317, CP).
• Consuma-se com a mera exigência, solicitação ou aceitação da
promessa de vantagem (é crime formal).
• A tentativa é admissível.

Art. 3º, III

• É forma especial do delito de Advocacia Administrativa (Art. 321


CP).
• Consuma-se com a mera intermediação realizada pelo agente
público, independentemente de alcançar sucesso em relação à
finalidade da conduta.

Vejamos como já caiu em prova:

004. (CESPE/2020/SEFAZ-DF/AUDITOR FISCAL) Auditor-fiscal que exigir vantagem indevida


para deixar de lançar ou de cobrar tributo devido por contribuinte terá cometido o crime de
concussão previsto no Código Penal.

Por previsão especial, trata-se de crime funcional contra a ordem tributária (art. 3º, II da Lei n.
8.137/1990): exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida;
ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição
social, ou cobrá-los parcialmente. Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Errado.

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4. Observações Finais
São observações relevantes para todos os delitos (Art. 1º, 2º e 3º) em estudo:

A ação penal é pública incondicionada (Súmula 609 / STF).

A competência para processar o delito irá depender do ente


tributante. Se o objeto do crime for tributo federal, portanto, a
competência será da Justiça Federal.

A Súmula 122 do STJ determina que, caso ocorra a sonegação


de tributos federais e estaduais, a competência também será da
Justiça Federal.

5. Extinção da Punibilidade
Tendo em vista o interesse de arrecadar do estado, o legislador criou causas específicas de
extinção da punibilidade para as condutas de sonegação, as quais consistem no pagamento
integral ou no parcelamento do tributo.
A disposição, no entanto, está em legislação externa, e não no texto da Lei n. 8.137/1990.

6. Crimes contra a Ordem Econômica


Para finalizar o estudo da Lei n. 8.137/1990, devemos falar de seu art. 4º, que trata dos
crimes contra a ordem econômica.
Antes da vigência da Lei n. 12.529/2011, o rol de crimes contra a ordem econômica era
muito maior. No entanto, após a edição da referida lei, inúmeros delitos foram revogados, de
modo que apenas as condutas listadas nessa aula continuam em vigor.
Os bens jurídicos tutelados pelas normas em estudo são a livre concorrência e a livre
iniciativa.
O sujeito ativo, segundo a doutrina, é o empresário ou qualquer pessoa que exerça ativi-
dade empresarial.
O sujeito passivo dos delitos em estudo são os empresários concorrentes, os quais restam
prejudicados em razão da conduta delituosa praticada. Em alguns casos, o consumidor tam-
bém será considerado sujeito passivo das condutas.

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Nossa abordagem dos delitos contra a ordem econômica será bastante sucinta, tendo em
vista que os examinadores costumam se ater unicamente ao texto de lei na elaboração de
questões sobre o assunto.

6.1. Crimes em Espécie


São crimes contra a ordem econômica (art. 4º):

I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente,


a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas;
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas;
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou de fornecedores.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.

Observações

• O legislador acabou exagerando ao editar o inciso II. Isso porque


o inciso I utiliza a expressão qualquer forma de ajuste, o que
engloba as condutas previstas no inciso II.
• Por ajuste ou acordo de empresa entende-se a combinação da
prática de atos com o objetivo de eliminar a concorrÊncia, ao
menos parcialmente.
• No inciso I, o objetivo do agente delito é dominar o mercado e
eliminar a concorrência (de forma ao menos parcial). Trata-se de
dolo específico.
• Já no inciso II, o objetivo consiste em frustar a livre iniciativa e a
concorrência, configurando também hipótese de dolo específico.
• Segundo a Lei n. 8.884/1994, que dipoe sobre a repressão de
infrações contra a ordem econômica, presume-se o controle
quando o domínio atinge 20% do mercado regional de
determinado bem de consumo.

Vejamos como o examinador pode explorar esse assunto:

005. (VUNESP/2019/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVI-


MENTO) A conduta de formar ajuste entre ofertantes, visando à fixação artificial de preços, é
tipificada como crime contra:

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a) a ordem econômica.
b) as relações de consumo.
c) a ordem tributária.
d) o consumidor.
e) a fé pública.

Trata-se de crime contra a ordem econômica previsto no art. 4º da Lei n. 8.137/1990:


II – formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas.
Letra a.

Dessa forma, finalizamos os delitos em espécie da Lei n. 8.137/1990 e concluímos nosso


estudo com jurisprudência, revisão e exercícios.

7. Jurisprudência
Querido(a) aluno(a), após a apresentação de toda a base teórica, passamos agora a con-
solidar e a comentar as previsões jurisprudenciais mais importantes sobre nossa aula de hoje:

Súmula Vinculante n. 24:


Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei n.
8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.

É muito importante que você conheça a literalidade dessa súmula. Muitas questões de pro-
va se baseiam tão somente nela, como exemplificamos nesta aula. No mais, devemos ressal-
tar que a jurisprudência, em situações excepcionais, admite a mitigação da SV 24-STF diante
de determinadas situações:
1) Nos casos de embaraço à fiscalização tributária; ou
2) Diante de indícios da prática de outros delitos, de natureza não fiscal.

A jurisprudência desta Corte Superior é firme no sentido de que se admite a mitigação


da Súmula Vinculante n. 24/STF nos casos em que houver embaraço à fiscalização tri-
butária ou diante de indícios da prática de outras infrações de natureza não tributária.
Precedentes.
*STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 551422/PI, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 09/06/2020.
Não pratica o crime do art. 3º, III, da Lei n. 8.137/1990 o auditor fiscal que corrige minuta
de impugnação administrativa que posteriormente é ajuizada na Administração Tributá-
ria.

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Nesse sentido, é atípica a conduta de agente público que procede à prévia correção quanto
aos aspectos gramatical, estilístico e técnico das impugnações administrativas, não configu-
rando o crime de advocacia administrativa perante a Administração Fazendária.
STJ. 6ª Turma. REsp 1770444-DF, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em
08/11/2018 (Info 639).1

Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho


quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas
pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda.
STJ. 3ª Seção. REsp 1.709.029/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/02/2018
(recurso repetitivo).
Não pode ser aplicado para fins de incidência do princípio da insignificância nos crimes
tributários estaduais o parâmetro de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), estabelecido no art.
20 da Lei n. 10.522/2002, devendo ser observada a lei estadual vigente em razão da auto-
nomia do ente federativo.2
STJ. 5ª Turma. AgRg-HC 549.428-PA. Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020

Nesse sentido, o entendimento jurisprudencial é de que o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil


reais) é considerado exclusivo da União para fins de aplicação do princípio da insignificância.

1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não pratica o crime do art. 3º, III, da Lei n. 8.137/1990 o auditor fiscal que corrige minuta
de impugnação administrativa que posteriormente é ajuizada na Administração Tributária. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em: https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/aff82e881075d9c1ec306f86ae15c833.
Acesso em: 24 dez. 2020.
2
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Crimes tributários estaduais e o limite de 20 mil reais. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em: https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ac3870fcad1cfc367825cda0101eee62.
Acesso em: 24 dez. 2020.

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RESUMO
Lei n. 8.137/1990 – Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e contra as
Relações de Consumo

Todos os delitos
contra as
O bem jurídico
relações de São de ação penal
tutelado é a
consumo pública
própria relação
previstos no incondicionada
de consumo.
texto da Lei n.
8.137/1990

1) Favorecimento ou preferência injustificada de comprador ou freguês: Favorecer ou pre-


ferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consumo
por intermédio de distribuidores ou revendedores;
2) Venda ou exposição à venda de mercadoria em desacordo com as prescrições legais
ou classificação oficial: Vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especifi-
cação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não cor-
responda à respectiva classificação oficial;
3) Mistura de gêneros ou mercadorias para obtenção de lucro indevido: Misturar gêneros e
mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda como puros; misturar
gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço
estabelecido para os de mais alto custo;
4) Fraude de preço mediante alteração não essencial ou de qualidade de bem ou serviço:
Fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais como deno-
minação, sinal externo, marca, embalagem, especificação técnica, descrição, volume, peso,
pintura ou acabamento de bem ou serviço;
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda em conjunto;
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na prestação
dos serviços;
5) Aumento de preço em venda a prazo mediante exigência de comissão ou taxa de juros
ilegal: Elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais;
6) Sonegação de produtos para descumprimento de oferta pública ou para fim de especu-
lação: Sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas
condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;

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7) Indução de consumidor ou usuário em erro mediante afirmação falsa ou enganosa:


Induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária;
8) Dano em matéria-prima ou mercadoria para provocar alta de preço: Destruir, inutilizar
ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de preço, em proveito
próprio ou de terceiros;
9) Venda, manutenção em depósito, exposição à venda ou entrega de produto impróprio
para o consumo: Vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma,
entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo
Crimes contra a ordem tributária

Se o sujeito passivo
Mero for a União ou
inadimplemento Autarquias Federais,
O bem jurídico
(deixar de pagar a competência para
tutelado é a ordem
tributo) não processar e julgar
tributária
constitui crime os crimes em
estudo será da
Justiça Federal.

Art. 1º.
Condutas destinadas a suprimir ou reduzir tributos ou contribuições sociais por intermé-
dio de meio fraudulento.
Nos termos da Súmula Vinculante n. 24 do STF, é necessário o LANÇAMENTO DEFINITIVO
para o oferecimento da denúncia por crime de sonegação fiscal.
Segundo a jurisprudência majoritária, o princípio da insignificância se aplica quando
quantia objeto da sonegação não ultrapassar R$ 20.000,00, que é o valor previsto na Lei n.
10.522/2002.
A lei apresenta apenas a modalidade dolosa de sonegação.
Art. 2º.

Art. 2º, Inciso I


• É crime formal, sendo que predomina na doutrina o entendimento de
que sua previsão constitui forma tentada dos crimes previstos no art.
1º.
• Não se exige o lançamento definitivo do tributo.
• Não há previsão de modalidade culposa.
• A consumação ocorre com a emissão da declaração falsa ou a
utilização do meio fraudulento.
• Não se admite a tentativa.

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Art. 2º, Inciso II


• É forma especial do delito do art. 168-A do Código Penal.
• É a chamada apropriação indébita tributária.
• Não é considerada sonegação pois não requer fraude.
• Admite apenas a forma dolosa.
• A consumação ocorre com o vencimento do prazo para o
recolhimento do tributo.

Art. 2º, Inciso III


• É delito que se assemelha bastante à corrupção passiva e à
concussão.
• Entretanto, seu sujeito ativo é o particular, haja vista ser crime
comum.
• Não admite a forma culposa.
• Consuma-se com a exigência, pagamento ou recebimento. Na
modalidade exigir, é crime formal.

Art. 2º, Inciso IV


• É forma de desvio de finalidade do incentivo fiscal.
• É crime comum (praticável por qualquer pessoa).
• Consuma-se com o vencimento do prazo (na primeira modalidade) ou
com a efetiva aplicação (na segunda modalidade).

Art. 2º, Inciso V


• É considerado pela doutrina como um "delito de informática".
• Na maioria dos casos, se torna crime-meio para o delito de
sonegação previsto no art. 1º
• É crime comum, praticavel por qualquer pessoa.
• Admite apenas a modalidade dolosa.
• Consuma-se com a mera utilização ou divulgação.

Art. 3º.
São crimes funcionais contra a ordem tributária.

Art. 3º, Inciso I

• É forma especial do art. 314 do CP (Extravio, sonegação ou


inutilização de livro ou documento).
• Admite apenas a forma dolosa.
• Consuma-se com o pagamento indevido ou inexato do tributo.
• Admite-se a tentativa.

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Art. 3º, II

• É forma especial dos delitos de concussão e de corrupção passiva


(Art. 316 e 317, CP).
• Consuma-se com a mera exigência, solicitação ou aceitação da
promessa de vantagem (é crime formal).
• A tentativa é admissível.

Art. 3º, III

• É forma especial do delito de Advocacia Administrativa (Art. 321 CP).


• Consuma-se com a mera intermediação realizada pelo agente público,
independentemente de alcançar sucesso em relação à finalidade da
conduta.

Crimes contra a ordem econômica


Os bens jurídicos tutelados pelas normas em estudo são a livre concorrência e a livre
iniciativa.
Art. 4º.
I – abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmen-
te, a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas;
II – formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas;
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou de fornecedores.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (CESPE/CEBRASPE/2020/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/CURSO DE INSTRUÇÃO)
Negar o pagamento de determinado tributo cujo fato gerador tenha ocorrido normalmente
constitui crime de elisão fiscal.

002. (CESPE/CEBRASPE/2020/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/CURSO DE INSTRUÇÃO) É


vedado à autoridade policial tipificar como crime contra a ordem tributária a falta de pagamen-
to de determinado tributo não lançado, ainda que o respectivo fato gerador tenha ocorrido.

003. (FCM/2020/PREFEITURA DE CONTAGEM – MG/AUDITOR FISCAL/FISCALIZAÇÃO)


Heródoto omitiu, de forma consciente e voluntária, informações relevantes sobre fato gerador
de tributo à autoridade fazendária, com o intuito de reduzir o seu valor. Ao descumprir a obriga-
ção de prestar informações ao fisco, Heródoto efetivamente recolheu tributo em valor menor
do que o efetivamente devido, de acordo com as normas tributárias vigentes. Ao tomar conhe-
cimento do fato, o Ministério Público, antes da solução definitiva do processo administrativo
fiscal de lançamento, ofereceu denúncia, atribuindo a Heródoto a prática do crime previsto no
art. 1º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990.
Considerando-se a situação descrita e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o Minis-
tério Público:
a) não agiu acertadamente, uma vez que o crime em questão é de ação penal privada, a qual
só pode ser intentada pelo credor tributário.
b) agiu acertadamente, uma vez que o fato narrado na denúncia caracteriza crime material
contra a ordem tributária previsto na Lei n. 8.137/1990.
c) não agiu acertadamente, pois a representação da autoridade fiscal é condição de procedibi-
lidade da ação penal nessa espécie de crime.
d) agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime denunciado não tenha se consumado, o
agente deve ser responsabilizado pela modalidade tentada.
e) não agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime previsto no art. 1º, Inciso I, da Lei n.
8.137/1990 seja de ação penal pública incondicionada, o fato denunciado é atípico.

004. (CESPE/2020/SEFAZ-DF/AUDITOR FISCAL) Auditor-fiscal que exigir vantagem indevida


para deixar de lançar ou de cobrar tributo devido por contribuinte terá cometido o crime de
concussão previsto no Código Penal.

005. (VUNESP/2019/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVI-


MENTO) A conduta de formar ajuste entre ofertantes, visando à fixação artificial de preços, é
tipificada como crime contra

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a) a ordem econômica.
b) as relações de consumo.
c) a ordem tributária.
d) o consumidor.
e) a fé pública.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questões Cebraspe

006. (CESPE/2014/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CONSULTOR LE-


GISLATIVO ÁREA XXII) Considere a seguinte situação hipotética.
O proprietário de um pequeno comércio expôs à venda mercadorias um dia antes de expirar seu
prazo de validade e, apenas sete dias após de sua validade, essa mercadoria, que ficou impró-
pria ao consumo, foi retirada das prateleiras. Posteriormente, o proprietário do estabelecimen-
to informou ter havido greve do setor de transporte coletivo, razão por que seus empregados
não compareceram ao trabalho e, consequentemente, os referidos produtos não puderam ser
recolhidos, mas, mesmo assim, ele conseguiu abrir e manter seu comércio em funcionamento.
Nessa situação, mesmo que a mercadoria com prazo de validade vencido não tenha sido ad-
quirida por nenhum cliente, o fato descrito caracterizou crime contra as relações de consumo,
mesmo que praticado na forma culposa.

007. (CESPE/2014/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CONSULTOR LE-


GISLATIVO ÁREA XXII) Julgue o item, relativo aos crimes contra a ordem econômica e às
relações de consumo.
O acerto ou ajuste feito no âmbito do mesmo grupo econômico, com o fim de tabelar os preços
de seus produtos, não é considerado crime contra a ordem econômica.

008. (CESPE/2014/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CONSULTOR LE-


GISLATIVO ÁREA III) Considera-se típica, segundo o entendimento do STF, a conduta de falsi-
ficar nota fiscal, ainda que a autoridade tributária não tenha efetivado o lançamento definitivo
do tributo.

009. (CESPE/2014/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CONSULTOR LE-


GISLATIVO ÁREA III) O agente que, no intuito de suprimir tributo, omitir informação às autori-
dades fazendárias e, com esse ato, fraudar a fiscalização tributária, cometerá um único crime
contra a ordem tributária.

010. (CESPE/2014/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CONSULTOR LE-


GISLATIVO ÁREA III) A conduta do fiscal que aceita promessa de vantagem pecuniária para
deixar de lançar contribuição social devida pelo contribuinte é tipificada como crime funcional
contra a ordem tributária.

011. (CESPE/2014/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO) Suponha que, antes do término do


correspondente processo administrativo de lançamento tributário, o MP tenha oferecido de-

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núncia contra Maurício, por ter ele deixado de fornecer, em algumas situações, notas fiscais re-
lativas a mercadorias efetivamente vendidas em seu estabelecimento comercial. Nesse caso,
de acordo com a jurisprudência pacífica do STF, a inicial acusatória não deve ser recebida pelo
magistrado, dada a ausência de configuração de crime material.

012. (CESPE/2013/STF/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) João, com mais de


dezoito anos de idade, e seu irmão Pedro, com dezessete anos de idade, ambos residentes
no Distrito Federal, em endereço conhecido, constituíram, neste local, um negócio informal e
passaram a vender roupas, sem informar esse fato ao fisco, deixando de constar no cadastro
fiscal. Após fiscalização, a administração tributária descobriu que a prática da atividade co-
mercial durava mais de dois anos, sem nunca ter sido recolhido nenhum tributo. O fisco lavrou
o correspondente auto de infração contra João e Pedro, para cobrar o tributo suprimido.
Ainda com referência à situação hipotética descrita, julgue os itens a seguir, acerca de ilícito
tributário e de crimes contra a ordem tributária.
Se, antes do recebimento da denúncia, João ou Pedro efetuar o pagamento integral da dívida,
ficará extinta a punibilidade do crime.

013. (CESPE/2013/PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA) Constitui crime contra as relações de con-


sumo ter em depósito, mesmo que não seja para vender ou para expor à venda, mercadoria em
condições impróprias para o consumo.

014. (CESPE/2013/PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA) Quem, valendo-se da qualidade de funcio-


nário público, patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
fazendária praticará, em tese, crime funcional contra a ordem tributária.

015. (CESPE/2013/BACEN/ANALISTA/CONTABILIDADE E FINANÇAS) Em conformidade


com a lei que define os crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de
consumo, qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público para que seja
apurada a prática dos crimes relacionados na mencionada lei, desde que o faça por escrito e
indique o fato, a autoria, o tempo, o lugar e os elementos de convicção.

016. (CESPE/CEBRASPE/2013/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO) No que diz respeito aos cri-


mes previstos na legislação penal extravagante, julgue o item subsequente.
Se os crimes funcionais, previstos no art. 3º da Lei n. 8.137/1990, forem praticados por ser-
vidor contra a administração tributária, a pena imposta aumentará de um terço até a metade.

017. (CESPE/2013/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA) Servidor público que, na qualidade de


agente fiscal, exigir vantagem indevida para deixar de emitir auto de infração por débito tribu-
tário e de cobrar a consequente multa responderá, independentemente do recebimento da van-
tagem, pela prática do crime de concussão, previsto na parte especial do Código Penal (CP).
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018. (CESPE/2012/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) A lei estabelece, com relação ao sistema


de vendas ao consumidor em que o preço do produto seja sugerido pelo fabricante, que, se
este praticar crime contra as relações de consumo, responderá por esse ato também o distri-
buidor ou o revendedor.

019. (CESPE/2008/PGE-ES/PROCURADOR DO ESTADO) Os tipos penais da lei dos crimes


contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo são, de regra, dolosos;
todavia, em sede de crimes contra a ordem tributária, não se cogita da existência da modali-
dade culposa, encontrada na referida legislação apenas em alguns tipos relativos aos crimes
contra as relações de consumo.

020. (CESPE/2007/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Carece de justa causa a ação pe-


nal quanto ao crime contra a ordem tributária, caso a denúncia não esteja lastreada em deci-
são administrativa conclusiva concernente à investigação de sonegação fiscal, sendo cabível,
na espécie, habeas corpus com o fim de trancamento da ação penal.

021. (CESPE/2004/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL/NACIONAL) Se-


bastião suprimiu tributo, prestando declaração falsa às autoridades fazendárias. Nessa situa-
ção, se da conduta de Sebastião decorreu grave dano à coletividade, a pena poderá ser agrava-
da, pelo juiz, de um terço até a metade.

Questões FCC

022. (FCC/2014/TRF 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Não se tipifica


crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei n. 8.137/1990,
antes do lançamento definitivo do tributo. O enunciado da Súmula Vinculante n. 24 do STF,
citado acima, mais diretamente implica que:
a) o erro sobre elemento do tipo penal exclui o dolo.
b) reduz-se a pena quando, até o recebimento da denúncia, o agente de crime cometido sem
violência ou grave ameaça reparar o dano ou restituir a coisa.
c) a prescrição começa a correr do dia em que o crime se consumou.
d) o erro inevitável sobre a ilicitude do fato isenta de pena.
e) a confissão espontânea da autoria do crime atenua a pena.

023. (FCC/2012/PGM/JOÃO PESSOA – PB/PROCURADOR MUNICIPAL) O crime contra a


ordem tributária previsto no art. 1º, IV, da Lei n. 8.137/1990 (“elaborar, distribuir, fornecer, emitir
ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato”):
a) é punido a título de culpa.
b) caracteriza-se independentemente da intenção de suprimir tributo.

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c) caracteriza-se independentemente de remuneração a quem fornece o documento falso


ou inexato.
d) caracteriza-se independentemente da intenção de reduzir tributo.
e) não pode ser praticado por quem não é contribuinte.

024. (FCC/2010/TRE-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) De acordo com


a Lei n. 8.137/1990, são circunstâncias que podem agravar as penas previstas para os crimes
contra a Ordem Tributária, a Economia e as Relações de Consumo, praticados por particulares,
dentre outras,
a) valer-se de posição dominante no mercado para elevar, sem justa causa, o preço de bem
ou serviço.
b) estabelecer monopólio com a finalidade de eliminar a concorrência.
c) praticar o crime em relação à prestação de serviços essenciais à vida ou à saúde.
d) cometer o crime em detrimento de pessoa maior de 70 (setenta) anos.
e) ocasionar prejuízo à sociedade controlada pelo Poder Público.

Questões Outras Bancas Examinadoras

025. (2016/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/VESPERTINA) Os crimes contra as relações


de consumo previstos na Lei n. 8.137/1990 são punidos, apenas, na modalidade dolosa.

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GABARITO
1. e
2. c
3. e
4. e
5. a
6. C
7. C
8. E
9. C
10. C
11. E
12. C
13. E
14. C
15. C
16. E
17. E
18. E
19. C
20. C
21. C
22. c
23. c
24. c
25. E

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GABARITO COMENTADO
Questões Cebraspe

006. (CESPE/2014/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CONSULTOR LE-


GISLATIVO ÁREA XXII) Considere a seguinte situação hipotética.
O proprietário de um pequeno comércio expôs à venda mercadorias um dia antes de expirar seu
prazo de validade e, apenas sete dias após de sua validade, essa mercadoria, que ficou impró-
pria ao consumo, foi retirada das prateleiras. Posteriormente, o proprietário do estabelecimen-
to informou ter havido greve do setor de transporte coletivo, razão por que seus empregados
não compareceram ao trabalho e, consequentemente, os referidos produtos não puderam ser
recolhidos, mas, mesmo assim, ele conseguiu abrir e manter seu comércio em funcionamento.
Nessa situação, mesmo que a mercadoria com prazo de validade vencido não tenha sido ad-
quirida por nenhum cliente, o fato descrito caracterizou crime contra as relações de consumo,
mesmo que praticado na forma culposa.

Isso mesmo. O delito é crime formal, que não depende da aquisição para sua configuração, e
que admite a modalidade culposa por expressa previsão legal:

Art. 7º da Lei n. 8.137/1990:


IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar maté-
ria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo- Pena – detenção, de 2 (dois) a 5
(cinco) anos, ou multa.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a
pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.
Certo.

007. (CESPE/2014/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CONSULTOR LE-


GISLATIVO ÁREA XXII) Julgue o item, relativo aos crimes contra a ordem econômica e às
relações de consumo.
O acerto ou ajuste feito no âmbito do mesmo grupo econômico, com o fim de tabelar os preços
de seus produtos, não é considerado crime contra a ordem econômica.

A questão está correta pois afirmou que não é crime o ajuste realizado em um mesmo grupo
econômico. Para que haja crime, o ajuste deve ser firmado entre diferentes empresas.

Art. 4º da Lei n. 8.137/1990: Constitui crime contra a ordem econômica: I – abusar do poder eco-
nômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a concorrência mediante qual-
quer forma de ajuste ou acordo de empresas;
Certo.

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008. (CESPE/2014/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CONSULTOR LE-


GISLATIVO ÁREA III) Considera-se típica, segundo o entendimento do STF, a conduta de falsi-
ficar nota fiscal, ainda que a autoridade tributária não tenha efetivado o lançamento definitivo
do tributo.

Primeiramente, quem cria crimes é o poder legislativo – e não o STF por meio de sua jurispru-
dência. Mas fazendo vista grossa para esse problema na estrutura do texto, o entendimento
jurisprudencial vigente é que para a configuração dos crimes contra a ordem tributária, em
regra, é necessário o lançamento definitivo do tributo.
Errado.

009. (CESPE/2014/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CONSULTOR LE-


GISLATIVO ÁREA III) O agente que, no intuito de suprimir tributo, omitir informação às autori-
dades fazendárias e, com esse ato, fraudar a fiscalização tributária, cometerá um único crime
contra a ordem tributária.

Isso mesmo. É o que prevê o art. 1º da Lei n. 8.137/1990:Constitui crime contra a ordem tri-
butária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as
seguintes condutas:

I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;


II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qual-
quer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
Tal delito é o chamado tipo misto alternativo ou de conteúdo variado, no qual, quando o agente
pratica mais de uma das condutas típicas previstas pelo legislador, pratica um único crime.
Certo.

010. (CESPE/2014/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/CONSULTOR LE-


GISLATIVO ÁREA III) A conduta do fiscal que aceita promessa de vantagem pecuniária para
deixar de lançar contribuição social devida pelo contribuinte é tipificada como crime funcional
contra a ordem tributária.

Isso mesmo. A conduta em questão está corretamente caracterizada pelo examinador, e inte-
gra o rol do art. 3º da lei em estudo:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal (Título XI, Capítulo I): II – exigir, solicitar ou rece-
ber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu

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exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar
de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena – reclusão, de 3
(três) a 8 (oito) anos, e multa.
Certo.

011. (CESPE/2014/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO) Suponha que, antes do término do


correspondente processo administrativo de lançamento tributário, o MP tenha oferecido de-
núncia contra Maurício, por ter ele deixado de fornecer, em algumas situações, notas fiscais re-
lativas a mercadorias efetivamente vendidas em seu estabelecimento comercial. Nesse caso,
de acordo com a jurisprudência pacífica do STF, a inicial acusatória não deve ser recebida pelo
magistrado, dada a ausência de configuração de crime material.

O inciso V do art. 1º da Lei n. 8.137/1990 é crime formal, e não material, como afirma a ques-
tão. Dessa forma, não há que se falar na rejeição da denúncia em razão da configuração do
crime material.
Errado.

012. (CESPE/2013/STF/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) João, com mais de


dezoito anos de idade, e seu irmão Pedro, com dezessete anos de idade, ambos residentes
no Distrito Federal, em endereço conhecido, constituíram, neste local, um negócio informal e
passaram a vender roupas, sem informar esse fato ao fisco, deixando de constar no cadastro
fiscal. Após fiscalização, a administração tributária descobriu que a prática da atividade co-
mercial durava mais de dois anos, sem nunca ter sido recolhido nenhum tributo. O fisco lavrou
o correspondente auto de infração contra João e Pedro, para cobrar o tributo suprimido.
Ainda com referência à situação hipotética descrita, julgue os itens a seguir, acerca de ilícito
tributário e de crimes contra a ordem tributária.
Se, antes do recebimento da denúncia, João ou Pedro efetuar o pagamento integral da dívida,
ficará extinta a punibilidade do crime.

Isso mesmo. É o que prevê o art. 34 da Lei n. 9.249/1995:

Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei n. 8.137/1990 e na Lei n. 4.729/1965, quando
o agente promover o pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do
recebimento da denúncia.
Certo.

013. (CESPE/2013/PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA) Constitui crime contra as relações de con-


sumo ter em depósito, mesmo que não seja para vender ou para expor à venda, mercadoria em
condições impróprias para o consumo.

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Lei n. 8.137/1990 – Crimes contra a Ordem Tributária e Outros
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A previsão contida no art. 7º, inciso IX, da Lei n. 8.137/1990 só irá se configurar se houver o
objetivo de vender ou expor a venda a mercadoria nas condições impróprias para consumo:

Art. 7º […]
IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar maté-
ria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo- Pena – detenção, de 2 (dois) a 5
(cinco) anos, ou multa.
Errado.

014. (CESPE/2013/PC-DF/AGENTE DE POLÍCIA) Quem, valendo-se da qualidade de funcio-


nário público, patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
fazendária praticará, em tese, crime funcional contra a ordem tributária.

Isso mesmo. Tal previsão encontra-se no art. 3º, inciso III, da Lei n. 8.137/1990: Constitui crime
funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezem-
bro de 1940 – Código Penal (Título XI, Capítulo I):

III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Certo.

015. (CESPE/2013/BACEN/ANALISTA/CONTABILIDADE E FINANÇAS) Em conformidade


com a lei que define os crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de
consumo, qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público para que seja
apurada a prática dos crimes relacionados na mencionada lei, desde que o faça por escrito e
indique o fato, a autoria, o tempo, o lugar e os elementos de convicção.

Exato. Questão baseada no art. 16 da Lei n. 8.137/1990: Qualquer pessoa poderá provocar a
iniciativa do Ministério Público nos crimes descritos nesta lei, fornecendo-lhe por escrito in-
formações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os elementos de
convicção.
Certo.

016. (CESPE/CEBRASPE/2013/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO) No que diz respeito aos cri-


mes previstos na legislação penal extravagante, julgue o item subsequente.

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Lei n. 8.137/1990 – Crimes contra a Ordem Tributária e Outros
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Se os crimes funcionais, previstos no art. 3º da Lei n. 8.137/1990, forem praticados por ser-
vidor contra a administração tributária, a pena imposta aumentará de um terço até a metade.

Cuidado. O art. 12 da lei em estudo arrola os delitos nos quais a pena será aumentada de 1/3
se o agente for servidor público no exercício das funções, e o delito do art. 3º não está incluído
nessa norma. Lei n. 8.137/1990, art. 12: São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um
terço) até a metade as penas previstas nos arts. 1º, 2º e 4º a 7º: II – ser o crime cometido por
servidor público no exercício de suas funções;
Errado.

017. (CESPE/2013/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA) Servidor público que, na qualidade de


agente fiscal, exigir vantagem indevida para deixar de emitir auto de infração por débito tribu-
tário e de cobrar a consequente multa responderá, independentemente do recebimento da van-
tagem, pela prática do crime de concussão, previsto na parte especial do Código Penal (CP).

Em razão da aplicação do princípio da especialidade, o servidor público em questão responde-


rá pelo crime previsto no art. 3º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990, e não pelo delito de CONCUS-
SÃO, previsto no Código Penal:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal (Título XI, Capítulo I): II – exigir, solicitar ou rece-
ber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu
exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar
de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena – reclusão, de
3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Errado.

018. (CESPE/2012/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) A lei estabelece, com relação ao sistema


de vendas ao consumidor em que o preço do produto seja sugerido pelo fabricante, que, se
este praticar crime contra as relações de consumo, responderá por esse ato também o distri-
buidor ou o revendedor.

Na verdade, a Lei n. 8.137/1990, nesse caso específico, exclui a responsabilização do distribui-


dor ou revendedor:

Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes
definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade.

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Lei n. 8.137/1990 – Crimes contra a Ordem Tributária e Outros
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Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema de entrega ao consumo
ou por intermédio de outro em que o preço ao consumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabrican-
te ou concedente, o ato por este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor.
Errado.

019. (CESPE/2008/PGE-ES/PROCURADOR DO ESTADO) Os tipos penais da lei dos crimes


contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo são, de regra, dolosos;
todavia, em sede de crimes contra a ordem tributária, não se cogita da existência da modali-
dade culposa, encontrada na referida legislação apenas em alguns tipos relativos aos crimes
contra as relações de consumo.

Exatamente. Não existe previsão de crime contra a ordem tributária na modalidade culposa.
Certo.

020. (CESPE/2007/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Carece de justa causa a ação pe-


nal quanto ao crime contra a ordem tributária, caso a denúncia não esteja lastreada em deci-
são administrativa conclusiva concernente à investigação de sonegação fiscal, sendo cabível,
na espécie, habeas corpus com o fim de trancamento da ação penal.

Segundo a jurisprudência majoritária, se a administração pública não exauriu a esfera admi-


nistrativa com o objetivo de recuperar o tributo sonegado, falta justa causa à ação penal, haja
vista que a esfera penal só deve ser utilizada em último caso.
Se a conduta do indivíduo não gera interesse administrativo do Estado, não se pode falar em
persecução penal para o mesmo caso.
Certo.

021. (CESPE/2004/POLÍCIA FEDERAL/ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL/NACIONAL) Se-


bastião suprimiu tributo, prestando declaração falsa às autoridades fazendárias. Nessa situa-
ção, se da conduta de Sebastião decorreu grave dano à coletividade, a pena poderá ser agrava-
da, pelo juiz, de um terço até a metade.

É perfeitamente possível que a pena seja agravada nesse caso, pois a conduta de Sebastião
está prevista no art. 1º, inciso I da lei em estudo. E segundo o art. 12, inciso I, é cabível o au-
mento de pena caso tal conduta resulte em grave dano à coletividade.

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;

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Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a metade as penas previstas
nos arts. 1º, 2º e 4º a 7º:
I – ocasionar grave dano à coletividade;
Certo.

Questões FCC

022. (FCC/2014/TRF 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Não se tipifica


crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei n. 8.137/1990,
antes do lançamento definitivo do tributo. O enunciado da Súmula Vinculante n. 24 do STF,
citado acima, mais diretamente implica que:
a) o erro sobre elemento do tipo penal exclui o dolo.
b) reduz-se a pena quando, até o recebimento da denúncia, o agente de crime cometido sem
violência ou grave ameaça reparar o dano ou restituir a coisa.
c) a prescrição começa a correr do dia em que o crime se consumou.
d) o erro inevitável sobre a ilicitude do fato isenta de pena.
e) a confissão espontânea da autoria do crime atenua a pena.

Questão difícil, mas muito boa para o nosso aprendizado. Conforme estudamos, é entendi-
mento jurisprudencial que o enunciado da SV 24 implica diretamente sobre a prescrição do
delito, que só começará a correr do dia em que se consumou o crime.
Letra c.

023. (FCC/2012/PGM/JOÃO PESSOA – PB/PROCURADOR MUNICIPAL) O crime contra a


ordem tributária previsto no art. 1º, IV, da Lei n. 8.137/1990 (“elaborar, distribuir, fornecer, emitir
ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato”):
a) é punido a título de culpa.
b) caracteriza-se independentemente da intenção de suprimir tributo.
c) caracteriza-se independentemente de remuneração a quem fornece o documento falso
ou inexato.
d) caracteriza-se independentemente da intenção de reduzir tributo.
e) não pode ser praticado por quem não é contribuinte.

Outra questão difícil, mas que também agrega para conhecermos o modo de tratar o assunto
adotado pela banca. O delito previsto no art. 1º, IV da Lei n. 8.137/1990 não apresenta exigên-
cia alguma de que a pessoa que fornece o documento seja remunerado (não há o termo me-
diante remuneração no tipo penal) – motivo pelo qual a assertiva C está correta.
Letra c.

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024. (FCC/2010/TRE-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) De acordo com


a Lei n. 8.137/1990, são circunstâncias que podem agravar as penas previstas para os crimes
contra a Ordem Tributária, a Economia e as Relações de Consumo, praticados por particulares,
dentre outras,
a) valer-se de posição dominante no mercado para elevar, sem justa causa, o preço de bem
ou serviço.
b) estabelecer monopólio com a finalidade de eliminar a concorrência.
c) praticar o crime em relação à prestação de serviços essenciais à vida ou à saúde.
d) cometer o crime em detrimento de pessoa maior de 70 (setenta) anos.
e) ocasionar prejuízo à sociedade controlada pelo Poder Público.

Esse é o tipo de questão que demonstra como a examinadora exige que façamos a leitura do
texto de lei, em sua integralidade, não bastando estudar a lei de uma forma geral.
A resposta se encontra justamente na literalidade do art. 12 do diploma legal: art. 12. São cir-
cunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a metade as penas previstas nos arts.
1º, 2º e 4º a 7º:

I – ocasionar grave dano à coletividade;


II – ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções;
III – ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais à
vida ou à saúde.
Letra c.

Questões Outras Bancas Examinadoras

025. (2016/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/VESPERTINA) Os crimes contra as relações


de consumo previstos na Lei n. 8.137/1990 são punidos, apenas, na modalidade dolosa.

Nada disso. Existem sim delitos contra as relações de consumo tipificados na Lei n. 8.137/1990
em que a modalidade culposa é punida, como ocorre com o art. 63, § 2º.
Errado.

Douglas Vargas
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).

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