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DIREITO

ADMINISTRATIVO
Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada,
Comparada e Esquematizada

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada

Sumário
Gustavo Scatolino

Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada. . ..................... 4


Introdução......................................................................................................................................... 4
Âmbito de Aplicação. . ...................................................................................................................... 8
Não Aplicação da Lei n. 14.133/2021............................................................................................ 9
Contratações no Exterior.............................................................................................................. 11
Objeto da Licitação.........................................................................................................................12
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte. . ......................................................................... 14
Das Definições – Art. 6º. . .............................................................................................................. 32
Objetivos da Licitação...................................................................................................................49
Da Fase Preparatória – Art. 18.................................................................................................... 66
Sigilo de Preços.............................................................................................................................. 78
Publicação do Edital...................................................................................................................... 83
Impugnação do Edital.. ..................................................................................................................84
Margem de Preferência................................................................................................................ 87
Modalidades....................................................................................................................................88
Concorrência e Pregão..................................................................................................................90
Concurso.......................................................................................................................................... 92
Leilão................................................................................................................................................94
Diálogo Competitivo – Art. 32..................................................................................................... 97
Marca............................................................................................................................................... 113
Planejamento. . ............................................................................................................................... 113
Parcelamento. . ............................................................................................................................... 113
Modificação do Edital.. .................................................................................................................127
Prazo para Apresentação de Propostas................................................................................. 128
Modos de Disputa........................................................................................................................ 130
Desempate.................................................................................................................................... 134
Habilitação.................................................................................................................................... 138

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Habilitação Jurídica...................................................................................................................... 141


Habilitação Técnico-Profissional e Técnico-Operacional – Art. 67................................... 144
Habilitações Fiscal, Social e Trabalhista – Art. 68. . .............................................................. 146
Habilitação Econômico-Financeira – Art. 69.. ........................................................................ 148
Fornecedor Exclusivo.................................................................................................................. 156
Contratação de Profissional do Setor Artístico. . ....................................................................157
Serviços Técnicos Especializados de Natureza Predominantemente Intelectual......... 159
Credenciamento – Art. 78. . ......................................................................................................... 179
Pré-Qualificação – Art. 80.. ........................................................................................................ 182
Do Procedimento de Manifestação de Interesse – PMI – Art. 81.. ..................................... 185
Do Sistema de Registro de Preços – SRP – Art. 82............................................................... 192
Do Registro Cadastral – Art. 87.. ............................................................................................... 198
Exercícios...................................................................................................................................... 200
Gabarito..........................................................................................................................................226

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LEI N. 14.133/2021 – LICITAÇÃO – COMENTADA,


COMPARADA E ESQUEMATIZADA
Comparada, comentada e esquematizada.

Introdução
Licitação é o procedimento administrativo que visa a escolher a proposta mais vantajosa
para o futuro contrato.
Trata-se de uma sucessão de atos, encadeados entre si, em que todos os atos a serem
praticados são definidos pela lei. Por ser uma sequência de atos coordenados, tem natureza
de procedimento administrativo.
O estudo das licitações parte do art. 37, XXI, da CF e do art. 22, XXVII, da CF, pois neste arti-
go fixa que a regra é a realização de procedimento licitatório antes das contratações. Inclusive
o art. 22, XXVII, exige uma lei geral de licitações. Nesse sentido, foi editada a lei n. 14.133/21,
em substituição a famigerada lei n. 8.666/93.
Mas antes, vamos falar um pouco sobre as normas gerais de licitação.
O art. 22, XXVII, da CF atribui competência para a União estabelecer normas gerais de lici-
tação e contratação, em todas as modalidades, para as Administrações Públicas Diretas, au-
tárquicas e fundacionais da União, estados, Distrito Federal e municípios, obedecido ao dispos-
to no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos
do art. 173, § 1º, III. Dessa forma, a União fixa as normas gerais que devem ser observadas por
todos os Entes federativos e estes podem editar normas próprias para disciplinar o regime de
licitação e contratação no seu âmbito de atuação, desde que não violem a lei de normas gerais
editada pela União.1
O STF, ao analisar Lei Orgânica de município, entendeu pela possibilidade de se estabelecer
proibição de agentes políticos e seus parentes de contratar com o município, pois não seria
assunto de norma geral. Assim, Lei Orgânica Municipal poderia impor a vedação sem ferir a
Constituição no que se refere à competência da União para legislar sobre normas gerais de
licitação e contratação (Informativo 668, STF).
De igual modo, o STF entendeu que não viola a competência da União para legislar sobre
normas gerais a edição de lei estadual que determina que a Administração Pública irá, prefe-
rencialmente, utilizar softwares livres.2
1
Em razão desse fundamento, o TCU entendeu ilegal decreto do Distrito Federal, de n. 21.681/00, prevendo que “as Admi-
nistrações Direta e Indireta do Distrito Federal que assinarem o Termo de Adesão inserirão em suas licitações de obras,
projetos e serviços de engenharia exigências relativas à demonstração da qualidade de produtos e serviços, conforme os
critérios nacionais do Certificado Brasileiro de Qualidade e Produtividade de Habitat – PBQPH. Acórdão n. 1.107/2006 –
Plenário. Acórdão n. 492/2011-Plenário, TC-000.282/2010-3, rel. Min-Subst. Marcos Bemquerer Costa, 23.02.2011. Informa-
tivo n. 52.
2
STF, Plenário, ADI 3059/RS, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 9.4.2015 (Info 780).

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A lei que estabelece as normas gerais, agora, é a Lei n. 14133/21, fixando normas para a
União e para as demais unidades de Federação. Ocorre que a referida lei não distingue com
clareza as normas gerais das normas específicas aplicáveis somente à União.
Cabe ressaltar que a criação de nova modalidade de licitação, por se tratar de norma geral,
deve ser feita pela União e por meio de LEI ou outro instrumento de mesmo nível, por exemplo,
medida provisória. Qualquer outro ato jurídico de natureza inferior à lei não pode dar existên-
cia a nova modalidade de licitação.
Podem os demais Entes federativos, além da União, legislar sobre modalidades de licita-
ção e casos de contratação direta?
Por se tratar de assuntos de norma geral, novas modalidades ou outras hipóteses de
contratação direta devem ser criadas pela União e por meio de LEI ou outro instrumento de
mesmo nível, por exemplo, medida provisória. Qualquer outro ato jurídico de natureza inferior
seria ilegal.
Inicialmente, com a edição da Lei n. 8.666/93 foram apresentadas cinco modalidades de
licitação: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e o leilão. Entretanto, no ano de
1997, resultante da Lei n. 9.472, foram criadas as modalidades pregão e consulta, inicialmen-
te restritas à Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel – e estendidas, posteriormen-
te, para as demais agências reguladoras, por meio da Lei n. 9.986/00.
A doutrina criticava a nova disposição, pois seria inconstitucional uma nova modalida-
de limitada à União, já que nova modalidade seria norma geral, devendo, dessa forma, ser
estendida a todos os níveis federativos. Contudo, com a conversão da Medida Provisória na
Lei n. 10.520/02, a modalidade pregão foi também conferida aos estados, Distrito Federal e
municípios.
Visto isso, vamos estudar, então, a lei n. 14.133/21.
Porém, é necessário destacar que a lei n. 8.666/93 ainda não faleceu de vez...rs. Ela ainda
poderá será aplicada por 2 anos.

Art. 189. Aplica-se esta Lei às hipóteses previstas na legislação que façam referência expressa à
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, à Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002, e aos arts. 1º a 47-A
da Lei n. 12.462, de 4 de agosto de 2011.
Art. 190. O contrato cujo instrumento tenha sido assinado antes da entrada em vigor desta Lei
continuará a ser regido de acordo com as regras previstas na legislação revogada.
Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do caput do art. 193, a Administração poderá
optar por licitar ou contratar diretamente de acordo com esta Lei ou de acordo com as leis citadas
no referido inciso, e a opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital ou no aviso
ou instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada desta Lei com as citadas no
referido inciso.
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, se a Administração optar por licitar de acordo
com as leis citadas no inciso II do caput do art. 193 desta Lei, o contrato respectivo será regido pelas
regras nelas previstas durante toda a sua vigência.

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Art. 192. O contrato relativo a imóvel do patrimônio da União ou de suas autarquias e fundações
continuará regido pela legislação pertinente, aplicada esta Lei subsidiariamente.
Art. 193. Revogam-se:
I – os arts. 89 a 108 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, na data de publicação desta Lei;
II – a Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002, e os arts. 1º a
47-A da Lei n. 12.462, de 4 de agosto de 2011, após decorridos 2 (dois) anos da publicação oficial
desta Lei.

Note que a lei n. 14.133/21 revogou de imediato a parte criminal da lei n. 8.666/93 prevista
nos art. 89 a 108. Andou bem a lei, pois os artigos revogados estavam sem sentido dentro da
lei de licitações, pois tratavam de crimes. Contudo, foi criado capítulo novo no Código Penal,
DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS, Título XI.
A lei n. 8.666/93, a Lei do Pregão, lei n. 10520/02, e os arts. 1º a 47 da Lei n. 12.462, de 4
de agosto de 2011 serão revogados após 2 anos.
A Lei n. 12.462/11 é a Lei do RDC que restará, após 2 anos, praticamente toda revogada.
Assim, nos primeiros 2 anos teremos ainda a aplicação da lei n. 8.666/93, bem como a lei
n. 14.133/21. Os órgãos terão a faculdade de continuar a utilizar a lei n. 8.666/93 ou a lei n.
14.133/21, devendo ser justificada a escolha no processo, sendo a vedada a combinação das
duas leis.
Em relação a execução contratual, fixou a lei n. 14.133/21 que o contrato cujo instrumento
tenha sido assinado antes da entrada em vigor da nova lei continuará a ser regido de acordo
com as regras previstas na legislação revogada.

Não tem vacatio legis.


VIGÊNCIA
IMEDIATA
Revogação imediata dos arts. 89 a 109 da
Lei n. 8.666/1993 (crimes).

APLICAÇÃO Lei das Concessões, Lei das PPPs;


SUBSIDIÁRIA Lei n. 12.232/2010.

APLICAÇÃO LEI
NOVA LEI DE Parte criminal prevista no Código Penal.
N. 13.303/2016
LICITAÇÕES – LEI
N. 14.133/2021
LEI N. 8.666/1993;
LEI N. 10.520/2002; Aplicação por mais dois anos.
LEI N. 12.462/2012
@gustavo.scatolino

APLICAM-SE “NO Convênios, acordos, ajustes e outros


QUE COUBER” instrumentos congêneres.

CONTRATO ASSINADO Continuará a ser regido de acordo com as


ANTES DA NLL regras previstas na legislação revogada.

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Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais Art. 1º Esta Lei estabelece NORMAS
sobre licitações e contratos administrativos GERAIS de licitação e contratação para
pertinentes a obras, serviços, inclusive de as Administrações Públicas diretas,
publicidade, compras, alienações e locações autárquicas e fundacionais da União,
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, dos Estados, do Distrito Federal e dos
do Distrito Federal e dos Municípios. Municípios, e abrange:
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime I – os órgãos dos Poderes Legislativo
desta Lei, além dos órgãos da administração e Judiciário da União, dos Estados e
direta, os fundos especiais, as autarquias, as do Distrito Federal e os órgãos do
fundações públicas, as empresas públicas, Poder Legislativo dos Municípios,
as sociedades de economia mista e demais quando no desempenho de função
entidades controladas direta ou indiretamente administrativa;
pela União, Estados, Distrito Federal e II – os fundos especiais e as demais
Municípios. entidades controladas direta ou
indiretamente pela Administração Pública.

§ 1º Não são abrangidas por esta Lei


as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e as suas subsidiárias,
regidas pela Lei n. 13.303, de 30 de junho
de 2016, ressalvado o disposto no art. 178
desta Lei.

§ 2º As contratações realizadas no âmbito


das repartições públicas sediadas no
exterior obedecerão às peculiaridades
locais e aos princípios básicos
estabelecidos nesta Lei, na forma de
regulamentação específica a ser editada
por ministro de Estado.

§ 3º Nas licitações e contratações que


envolvam recursos provenientes de
empréstimo ou doação oriundos de
agência oficial de cooperação estrangeira
ou de organismo financeiro de que o
Brasil seja parte, podem ser admitidas:

I – condições decorrentes de acordos


internacionais aprovados pelo Congresso
Nacional e ratificados pelo Presidente da
República;

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II – condições peculiares à seleção e à


contratação constantes de normas e
procedimentos das agências ou dos
organismos, desde que:
a) sejam exigidas para a obtenção do
empréstimo ou doação;
b) não conflitem com os princípios
constitucionais em vigor;
c) sejam indicadas no respectivo contrato
de empréstimo ou doação e tenham sido
objeto de parecer favorável do órgão
jurídico do contratante do financiamento
previamente à celebração do referido
contrato;
d) (VETADO).

§ 4º A documentação encaminhada ao
Senado Federal para autorização do
empréstimo de que trata o § 3º deste
artigo deverá fazer referência às condições
contratuais que incidam na hipótese do
referido parágrafo.

§ 5º As contratações relativas à
gestão, direta e indireta, das reservas
internacionais do País, inclusive as de
serviços conexos ou acessórios a essa
atividade, serão disciplinadas em ato
normativo próprio do Banco Central do
Brasil, assegurada a observância dos
princípios estabelecidos no caput do art.
37 da Constituição Federal.

Âmbito de Aplicação
O primeiro artigo da lei traz seu âmbito de aplicação. Nesta parte, a Nova Lei de Licitações,
Lei n. 14.133/2021 está bem mais detalhada do que a Lei n. 8.666/93.
Nesta parte se refere a QUEM deve fazer licitação.
O art. 1º fixa que a Lei n. 14.133/2021 se aplica para toda a Administração Pública (ad-
ministrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios) e, também, se sujeitam às suas regras órgãos dos Poderes Legisla-
tivo e Judiciário da União, dos Estados e do Distrito Federal e os órgãos do Poder Legislativo
quando estiverem fazendo o processo licitatório.

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Assim, todos os níveis federativos estão abrangidos na obrigatoriedade do procedimento


licitatório, sejam eles federal, estadual, do DF e municípios, bem como toda a Administração
Direta, autárquica e fundacional. Todas as fundações governamentais estão obrigadas a licitar,
seja fundação pública de direito público ou fundação pública de direito privado.
A lei ainda menciona que os “fundos” realizem licitação. Houve uma impropriedade, pois
os fundos não são dotados de personalidade jurídica, sendo apenas reservas criadas por lei
para a destinação de importâncias financeiras. A intenção legislativa foi dizer que as contra-
tações decorrentes de verbas oriundas dos fundos exigem licitação. Excepcionalmente, fundo
posse revestir-se de capacidade jurídica, como é caso do Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE) que tem natureza autárquica. Logo, é obrigado a fazer licitação antes de
suas contratações.

Não Aplicação da Lei n. 14.133/2021


Apesar de a Lei n. 14.133/2021 ser uma lei geral de licitações, há entidades que não são
atingidas por ela diretamente. Isso porque, possuem legislação própria de licitações. É o caso
das empresas públicas, as sociedades de economia mista e as suas subsidiárias, regidas pela
Lei n. 13.303, de 30 de junho de 2016. A Lei n. 13.303/2016 dispõe sobre o estatuto jurídico da
empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, estabelecendo, inclusive, regime licitatório
próprio para as estatais.
Apenas a parte de crimes nas licitações, decorrente de mudanças na Lei n. 14.133/2021
é que se aplica, também, às empresas estatais por força do art. 177, da Lei n. 14.133/2021 .
Cabe destacar também que o entendimento atual do TCU é no sentido de que os Serviços
Sociais Autônomos, Sistema “S”, por exemplo, o Sesc, Senai, Senat, Senac etc., não precisam
fazer licitação nos moldes da Lei n. 8.666/93, devendo, contudo, antes das contratações, reali-
zar procedimento que observe os princípios da licitação.3
Para o TCU, as entidades privadas que recebem recursos oriundos de convênios celebra-
dos com entes da Administração Federal (ex.: ONGs) não estão obrigadas a realizar licitação
propriamente dita para aquisição de bens e serviços. Podem adotar procedimentos simplifi-
cados, desde que observem os princípios da igualdade, legalidade, moralidade, publicidade e
eficiência administrativa (Acórdão n. 1907/2012-Plenário, Informativo n. 116, TCU).

Licitação para Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista

Como dito, determina a CF, no art. 22, XXVII, que a União deve estabelecer normas gerais
de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as Administrações Públicas Dire-
tas, autárquicas e fundacionais da União, estados, Distrito Federal e municípios, obedecido ao
3
Acórdão n. 3493/2010-1ª Câmara, TC-019.680/2009-2, rel. Min. Walton Alencar Rodrigues, 15.06.2010.

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disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos
termos do art. 173, § 1º.
O § 1º do art. 173 prevê que a lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo inclusive sobre
seu regime licitatório.
Atente-se para o fato de que a Constituição não retira das empresas estatais a obrigato-
riedade de fazer licitação, apenas admite que observem regras mais simples, a fim de com-
patibilizar com sua natureza privada e possibilitar a concorrência com as demais empre-
sas do setor.
Assim, devem existir dois diplomas sobre licitações. Um aplicável as Administrações Pú-
blicas Diretas, autárquicas e fundacionais da União, estados, Distrito Federal e municípios.
Outro para as empresas públicas e sociedades de economia mista.
O artigo 22, XXVII, da CF foi alterado pela EC n. 19/98 a fim de que as empresas estatais,
exploradoras de atividades econômicas tenham estatuto jurídico próprio para disciplinar seu
regime licitatório, pois, antes da emenda, o referido artigo submetia toda Administração Direta
e Indireta à Lei de Normas Gerais sobre Licitação feita pela União, vale dizer, a Lei n. 8.666/93.
A alteração teve como objetivo dar maior eficiência às empresas estatais de natureza empre-
sarial, possibilitando sua atuação em maior igualdade com as demais empresas privadas que
estão concorrendo.
Assim, para regulamentar o art. 173 da CF, foi editada a Lei n. 13.303/2016, que dispõe
sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias, no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Em seu
artigo 28 ficou estabelecido que os contratos com terceiros destinados à prestação de servi-
ços às empresas públicas e às sociedades de economia mista, inclusive de engenharia e de
publicidade, à aquisição e à locação de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do res-
pectivo patrimônio ou à execução de obras a serem integradas a esse patrimônio, bem como
à implementação de ônus real sobre tais bens, serão precedidos de licitação, ressalvadas as
hipóteses previstas nos arts. 29 e 30, que tratam respectivamente da licitação dispensável e
da contratação direta.
O §3º do art. 28 permite, contudo, afastar a licitação quando for: I – comercialização,
prestação ou execução, de forma direta, de produtos, serviços ou obras especificamente rela-
cionados com seus respectivos objetos sociais; II – nos casos em que a escolha do parceiro
esteja associada a suas características particulares, vinculada a oportunidades de negócio
definidas e específicas, justificada a inviabilidade de procedimento competitivo.
Vale dizer que para contratações relacionadas ao objeto social e na escolha de parceiro
visando atender a atividade-fim da empresa não se faz a licitação, pois poderia inviabilizar
a competitividade que a empresa deve ter. Mas para contratação referente a atividades que

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não compõem o objeto social (atividades-fim) dever ser realizado o procedimento licitatório
especificado na Lei n. 13.303/2016.
O Estatuto Jurídico das Empresas Estatais contemplou, também, casos de não realização
de licitação para as atividades-meio, denominando em seu artigo 29 de licitação dispensável,
e em seu artigo 30 de contratação direta.
Antes da Lei n. 13.303/2016 a Petrobras possuía uma situação peculiar. Isso porque o art.
67 da Lei n. 9.478/97 estabeleceu que os contratos celebrados pela Petrobras para aquisição
de bens e serviços seriam precedidos de procedimento licitatório simplificado, a ser defini-
do em decreto do Presidente da República. O Decreto n. 2.745/98 aprovou o regulamento do
Procedimento Licitatório Simplificado. No entanto, o TCU considerou inconstitucionais esses
dispositivos legais, porém o STF concedeu decisão liminar para permitir que a empresa con-
tinuasse a utilizar seu regulamento próprio, pelo menos até o julgamento final do processo,
na medida em que a suspensão das licitações realizadas com base no Regulamento do Pro-
cedimento Licitatório Simplificado (Decreto 2.745/98 e Lei 9.478/97) poderia tornar inviável a
atividade da Petrobras. (JULGADO STF)
Com a edição da Lei n. 13.303/2016 as estatais constituídas anteriormente à vigência da
lei, inclusive a Petrobras, devem, no prazo de 24 (vinte e quatro) meses, promover as adapta-
ções necessárias a fim de se adequarem aos seus dispositivos. A partir desse prazo, a Petro-
bras deverá seguir as regras licitatórias especificadas na lei.

Contratações no Exterior
A Lei n. 14.133/2021 também dispôs sobre contratações das repartições públicas sedia-
das no exterior:

§ 2º As contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sediadas no exterior obedece-


rão às peculiaridades locais e aos princípios básicos estabelecidos nesta Lei, na forma de regula-
mentação específica a ser editada por ministro de Estado.

Alguns órgãos públicos, especialmente federais, possuem repartições em outros países.


Quando tais órgãos forem licitar devem observar as particularidades locais de compras e aqui-
sição de serviços. Contudo, nessas contratações ao menos os princípios da Lei n. 14133/21
deverão ser observados.

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Art. 2º As obras, serviços, inclusive de Art. 2º Esta Lei aplica-se a:


publicidade, compras, alienações, concessões, I – alienação e concessão de direito real
permissões e locações da Administração de uso de bens;
Pública, quando contratadas com terceiros, II – compra, inclusive por encomenda;
serão necessariamente precedidas de licitação, III – locação;
ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. IV – concessão e permissão de uso de
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, bens públicos;
considera-se contrato todo e qualquer ajuste V – prestação de serviços, inclusive os
entre órgãos ou entidades da Administração técnico-profissionais especializados;
Pública e particulares, em que haja um acordo VI – obras e serviços de arquitetura e
de vontades para a formação de vínculo e a engenharia;
estipulação de obrigações recíprocas, seja qual VII – contratações de tecnologia da
for a denominação utilizada. informação e de comunicação.
Art. 121, Parágrafo único. Os contratos relativos Art. 3º Não se subordinam ao regime
a imóveis do patrimônio da União continuam desta Lei:
a reger-se pelas disposições do Decreto-lei no I – contratos que tenham por objeto
9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas operação de crédito, interno ou externo,
alterações, e os relativos a operações de crédito e gestão de dívida pública, incluídas as
interno ou externo celebrados pela União ou contratações de agente financeiro e a
a concessão de garantia do Tesouro Nacional concessão de garantia relacionadas a
continuam regidos pela legislação pertinente, esses contratos;
aplicando-se esta Lei, no que couber. II – contratações sujeitas a normas
previstas em legislação própria.

Objeto da Licitação
Segundo a doutrina,4 a licitação possui o objeto imediato, constituindo-se da seleção de de-
terminada proposta para o atendimento de um fim público, e o objeto mediato, que consiste na
obtenção de um proveito para o Poder Público como uma obra, serviço, compra, alienação etc.
Nesta parte se refere a QUANDO deve haver licitação. Quais os tipos de contrato que ne-
cessitam de licitação.
No art. 6º da Lei há as definições de termos constantes na lei que veremos mais adiante.
Porém, nem todos os objetos do art. 2º tiveram definição. Assim, é necessário recorrer a outras
legislações a fim de buscar os exatos conceitos, a exemplo do que ocorre com os conceitos de
obras e serviços de arquitetura e engenharia que possuem definição em lei própria.
Por estarem regidos por legislação específica ou por serem casos de inviabilidade de lici-
tação o art. 3º apresenta casos de não aplicação da Lei n. 14.133/2021.
As operações de crédito podem ser contratas pela União, Estados, DF e Municípios com
instituições financeiras nacionais ou internacionais. Os casos de operação de crédito, interno
ou externo, são casos de inaplicabilidade de licitação. Justamente porque são hipóteses de
inviabilidade de competição. A LRF, art. 29, III, traz o conceito de operação de crédito como sen-
do o compromisso financeiro assumido em razão de mútuo (empréstimo), abertura de crédito,
4
CARVALHO FILHO, José dos Santos, op. cit., p. 232.

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emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores


provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações
assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros. Assim, se por exemplo um Es-
tado for pegar dinheiro emprestado (mútuo) com uma instituição financeira, esse contrato não
será regido pela Lei de Licitações.
Igualmente, nas concessões de garantia das operações de crédito não há licitação. Por
exemplo, um Estado faz empréstimo a um município (é operação de crédito) e esse contrato
é garantido pelo Fundo Garantidor de Créditos – FGC. Não haverá licitação. Também não ha-
verá se a União nesse contrato constar como interveniente e garantidor. Não será preciso que
se faça licitação para isso, pois é na verdade um caso de inexigibilidade.

QUANDO EM FUNÇÃO
PL E PJ
ADMINISTRATIVA

UNIÃO, ESTADOS, DF E
MUNICÍPIOS
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
FUNDOS
ESPECIAIS

ÂMBITO ENTIDADES CONTROLADAS


DE APLICAÇÃO

NÃO SE EP E SEM
APLICA LEI N. 13.303/2016

PECULIARIDADES
LOCAIS
CONTRATAÇÃO
NO EXTERIOR
PRINCÍPIOS DA
LEI N. 14.133/2021

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Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos Art. 4º Aplicam-se às licitações e contratos


devem privilegiar o tratamento diferenciado disciplinados por esta Lei as disposições
e favorecido às microempresas e empresas constantes dos arts. 42 a 49 da Lei
de pequeno porte na forma da lei. (Incluído Complementar n. 123, de 14 de dezembro
pela Lei Complementar n. 147, de 2014) de 2006.
§ 1º As disposições a que se refere o caput
deste artigo não são aplicadas:
I – no caso de licitação para aquisição de
bens ou contratação de serviços em geral,
ao item cujo valor estimado for superior à
receita bruta máxima admitida para fins de
enquadramento como empresa de pequeno
porte;
II – no caso de contratação de obras e serviços
de engenharia, às licitações cujo valor
estimado for superior à receita bruta máxima
admitida para fins de enquadramento como
empresa de pequeno porte.
§ 2º A obtenção de benefícios a que se
refere o caput deste artigo fica limitada às
microempresas e às empresas de pequeno
porte que, no ano-calendário de realização
da licitação, ainda não tenham celebrado
contratos com a Administração Pública
cujos valores somados extrapolem a
receita bruta máxima admitida para fins de
enquadramento como empresa de pequeno
porte, devendo o órgão ou entidade exigir
do licitante declaração de observância desse
limite na licitação.
§ 3º Nas contratações com prazo de vigência
superior a 1 (um) ano, será considerado o
valor anual do contrato na aplicação dos
limites previstos nos §§ 1º e 2º deste artigo.

Microempresa e Empresa de Pequeno Porte


Um dos princípios da ordem econômica, previsto no art. 170, IX, da CF, é o tratamento fa-
vorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham
sede e administração no país.
O art. 179 da CF determina que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios
dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tra-
tamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas
por meio de lei.

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A fim de atender ao comando constitucional, a Lei Complementar n. 123/06 traçou os


parâmetros para o tratamento diferenciado para as microempresas e as empresas de pe-
queno porte.
Agora, a Lei n. 14.133/2021 também traz regras nas licitações de ME e EPP.
Nos incisos I e II, a Lei n. 14.133/2021 apenas explicita situações que não se aplicam os
benefícios às ME e EPPs uma vez que são situações nas quais a receita bruta movimentada
pela empresa é superior ao valor admitido para se enquadrar em EPP.

DOS PRINCÍPIOS
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão
observados os princípios da legalidade,
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a
da impessoalidade, da moralidade, da
observância do princípio constitucional
publicidade, da eficiência, do interesse
da isonomia, a seleção da proposta
público, da probidade administrativa,
mais vantajosa para a administração e a
da igualdade, do planejamento,
promoção do desenvolvimento nacional
da transparência, da eficácia, da
sustentável e será processada e julgada
segregação de funções, da motivação, da
em estrita conformidade com os princípios
vinculação ao edital, do julgamento objetivo,
básicos da legalidade, da impessoalidade, da
da segurança jurídica, da razoabilidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da
competitividade, da proporcionalidade,
probidade administrativa, da vinculação ao
da celeridade, da economicidade e do
instrumento convocatório, do julgamento
desenvolvimento nacional sustentável,
objetivo e dos que lhes são correlatos.
assim como as disposições do Decreto-Lei
n. 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro).

Aqui houve uma inovação na inserção de diversos princípios. Muitos já são conhecidos da
lei n. 8.666/93 e outros do Direito Administrativo em geral.
O princípio da legalidade aplicável a todo o direito administrativo significa que o agente pú-
blico somente pode fazer aquilo que a lei autoriza – sua função é cumprir a lei. Nas licitações,
o princípio possui o mesmo sentido, uma vez que o agente público que atua no ramo das lici-
tações está adstrito aos limites definidos em lei – toda a sua atividade deve ser pautada na lei.
A moralidade/probidade exige que todos aqueles que participem da licitação pautem suas
condutas conforme a ética, a boa-fé, os bons costumes e, acima de tudo, a honestidade. Trata-
-se de mais um princípio aplicável a toda a Administração Pública, com fundamento no art. 37
da CF, assim como o princípio da legalidade.
A inobservância do dever de moralidade pode dar ensejo à ação de improbidade adminis-
trativa, prevista no art. 37, § 4º, da CF, disciplinada pela Lei n. 8.429/92. A Lei de Improbidade
prevê como ato de improbidade que causa prejuízo ao Erário frustrar licitude de uma licitação
ou dispensá-la indevidamente.
Vinculação ao instrumento convocatório: A licitação é procedimento vinculado não só à
lei, mas também ao edital. Este é o instrumento que divulga a licitação e fixa as regras que

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deverão ser cumpridas tanto pelos licitantes como pela própria Administração que o elaborou.
Portanto, ninguém poderá descumpri-lo.
Motivação: é a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos que autorizaram a prática do
ato. A lei acertou em colocar a motivação como princípio expresso, pois a regra na Administra-
ção Pública é que os atos sejam justificados. Especialmente nas licitações em que são prati-
cadas condutas de interesse de toda a coletividade.
Publicidade: A licitação é procedimento que exige ampla divulgação, não só do instrumen-
to convocatório, mas também de todas as suas fases. Quanto maior for o número de partici-
pantes, maiores chances terá a Administração de obter uma proposta mais vantajosa. Vere-
mos mais adiante, exceções ao princípio da publicidade.
A publicidade não se confunde com a transparência. É possível afirmar que transparência
decorre da publicidade, mas transparência significa clareza nas informações. As informações/
dados devem ser disponibilizados com clareza aos cidadãos. Não adianta, por exemplo, um ór-
gão divulgar contracheque de servidores de maneira confusa. A informação tem que ser dada
com clareza para a fácil compreensão.
Merece destaque o princípio do planejamento que, inclusive, aparece expressa e implicita-
mente em várias disposições da Lei n. 14.133/2021. Isso porque é necessário que haja plane-
jamento nas contratações pelo Poder Público, na medida em que reflete em economia futura.
Veja, por exemplo que o art. 18 expressamente menciona que a fase preparatória do processo
licitatório é caracterizada pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de contra-
tações anual de que trata o inciso VII do caput do art. 12 desta Lei.
Destaque-se também a necessidade do órgão ter um plano anual de contratações. Este
plano deve conter todo o planejamento das contratações que o órgão pretende fazer. E na fase
preparatória da licitação é necessária a demonstração da previsão da contratação no plano de
contratações anual.
Outro princípio também novo é o da segregação das funções. Pela lei, é vedada a designa-
ção do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos,
de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respec-
tiva contratação, de modo que as atividades licitatórias fiquem distribuídas entre mais de um
agente público cada um com funções específicas.
Vejamos, mais adiante, os itens que falam dos agentes públicos no art. 7º.
Igualdade ou impessoalidade: Exige que todos os que participam da licitação tenham o
mesmo tratamento. Por isso no art. 9 a lei estabeleceu que é vedado ao agente público desig-
nado para atuar na área de licitações e contratos, ressalvados os casos previstos em lei:

I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situações que:
a) comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo do processo licitatório, inclusive
nos casos de participação de sociedades cooperativas;
b) estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou do domicílio dos
licitantes;

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c) sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico do contrato;
II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou
qualquer outra entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, mo-
dalidade e local de pagamento, mesmo quando envolvido financiamento de agência internacional;
III – opor resistência injustificada ao andamento dos processos e, indevidamente, retardar ou dei-
xar de praticar ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa em lei.

Contudo, no caso de DESEMPATE, o art. 60 prevê alguns critérios que permitirão determi-
nadas preferências em casos pontuais que veremos mais adiante. E, também, o art. 26 per-
mite margem de preferência para: I – bens manufaturados e serviços nacionais que atendam
a normas técnicas brasileiras; II – bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme
regulamento.
Há também na Lei n. 14.133/2021 princípios implícitos, a exemplo do princípio do infor-
malismo ou formalismo moderado no art. 12:

III – o desatendimento de exigências meramente formais que não comprometam a aferição da qua-
lificação do licitante ou a compreensão do conteúdo de sua proposta não importará seu afastamen-
to da licitação ou a invalidação do processo;

Resumindo:

CELERIDADE
PROPORCIONALIDADE ECONOMICIDADE

VINCULAÇÃO
AO EDITAL MOTIVAÇÃO

PLANEJAMENTO
DESENVOLVIMENTO
NACIONAL
SUSTENTÁVEL
SEGURANÇA
JURÍDICA

LIMPE
PRINCÍPIOS
JULGAMENTO
OBJETIVO

INTERESSE
SEGREGAÇÃO PÚBLICO
DE FUNÇÕES

TRANSPARÊNCIA
IGUALDADE

COMPETITIVIDADE EFICÁCIA

PROBIDADE
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Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se: Art. 6º Para os fins desta Lei,
consideram-se:
I – órgão: unidade de atuação integrante da
estrutura da Administração Pública;
II – entidade: unidade de atuação dotada
de personalidade jurídica;
XI – Administração Pública – a administração III – Administração Pública: administração
direta e indireta da União, dos Estados, do direta e indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, abrangen- Distrito Federal e dos Municípios, inclusive
do inclusive as entidades com personalida- as entidades com personalidade jurídica de
de jurídica de direito privado sob controle direito privado sob controle do poder pú-
do poder público e das fundações por ele blico e as fundações por ele instituídas ou
instituídas ou mantidas; mantidas;
XII – Administração – órgão, entidade ou uni- IV – Administração: órgão ou entidade por
dade administrativa pela qual a Administra- meio do qual a Administração Pública atua;
ção Pública opera e atua concretamente;

V – agente público: indivíduo que, em vir-


tude de eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de in-
vestidura ou vínculo, exerce mandato, cargo,
emprego ou função em pessoa jurídica inte-
grante da Administração Pública;
VI – autoridade: agente público dotado de
poder de decisão;
XIV – Contratante – é o órgão ou entidade VII – contratante: pessoa jurídica integran-
signatária do instrumento contratual; te da Administração Pública responsável
pela contratação;
XV – Contratado – a pessoa física ou jurídica VIII – contratado: pessoa física ou jurídica,
signatária de contrato com a Administração ou consórcio de pessoas jurídicas, signatária
Pública; de contrato com a Administração;
IX – licitante: pessoa física ou jurídica, ou
consórcio de pessoas jurídicas, que participa
ou manifesta a intenção de participar de pro-
cesso licitatório, sendo-lhe equiparável, para
os fins desta Lei, o fornecedor ou o prestador
de serviço que, em atendimento à solicitação
da Administração, oferece proposta;
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III – Compra – toda aquisição remunerada de X – compra: aquisição remunerada de bens


bens para fornecimento de uma só vez ou para fornecimento de uma só vez ou parce-
parceladamente; ladamente, considerada imediata aquela
com prazo de entrega de até 30 (trinta)
dias da ordem de fornecimento;
II – Serviço – toda atividade destinada a ob- XI – serviço: atividade ou conjunto de ativi-
ter determinada utilidade de interesse para a dades destinadas a obter determinada uti-
Administração, tais como: demolição, conser- lidade, intelectual ou material, de interesse
to, instalação, montagem, operação, conser- da Administração;
vação, reparação, adaptação, manutenção,
transporte, locação de bens, publicidade, se-
guro ou trabalhos técnico-profissionais
I – Obra – toda construção, reforma, fabrica- XII – obra: toda atividade estabelecida, por
ção, recuperação ou ampliação, realizada força de lei, como privativa das profissões
por execução direta ou indireta; de arquiteto e engenheiro que implica in-
tervenção no meio ambiente por meio de
um conjunto harmônico de ações que, agre-
gadas, formam um todo que inova o espa-
ço físico da natureza ou acarreta alteração
substancial das características originais de
bem imóvel;
XIII – bens e serviços comuns: aqueles cujos
padrões de desempenho e qualidade podem
ser objetivamente definidos pelo edital, por
meio de especificações usuais de mercado;
XIV – bens e serviços especiais: aqueles
que, por sua alta heterogeneidade ou com-
plexidade, não podem ser descritos na for-
ma do inciso XIII do caput deste artigo, exigi-
da justificativa prévia do contratante;
XV – serviços e fornecimentos contínuos:
serviços contratados e compras realizadas pela
Administração Pública para a manutenção da
atividade administrativa, decorrentes de neces-
sidades permanentes ou prolongadas;

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XVI – serviços contínuos com regime de


dedicação exclusiva de mão de obra:
aqueles cujo modelo de execução contratu-
al exige, entre outros requisitos, que:
a) os empregados do contratado fiquem à
disposição nas dependências do contratan-
te para a prestação dos serviços;
b) o contratado não compartilhe os recursos
humanos e materiais disponíveis de uma
contratação para execução simultânea de
outros contratos;
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo
contratante quanto à distribuição, controle e
supervisão dos recursos humanos alocados
aos seus contratos;
XVII – serviços não contínuos ou contra-
tados por escopo: aqueles que impõem ao
contratado o dever de realizar a prestação
de um serviço específico em período prede-
terminado, podendo ser prorrogado, desde
que justificadamente, pelo prazo necessário
à conclusão do objeto;
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram- XVIII – serviços técnicos especializados
-se serviços técnicos profissionais especiali- de natureza predominantemente inte-
zados os trabalhos relativos a: lectual: aqueles realizados em trabalhos
I – estudos técnicos, planejamentos e proje- relativos a:
tos básicos ou executivos; a) estudos técnicos, planejamentos, projetos
II – pareceres, perícias e avaliações em geral; básicos e projetos executivos;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
III – assessorias ou consultorias técnicas e c) assessorias e consultorias técnicas e audi-
auditorias financeiras ou tributárias; (Reda- torias financeiras e tributárias;
ção dada pela Lei n. 8.883, de 1994) d) fiscalização, supervisão e gerenciamento
IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamen- de obras e serviços;
to de obras ou serviços; e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e
administrativas;

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V – patrocínio ou defesa de causas judiciais f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;


ou administrativas; g) restauração de obras de arte e de bens de
VI – treinamento e aperfeiçoamento de pes- valor histórico;
soal; h) controles de qualidade e tecnológico, análi-
VII – restauração de obras de arte e bens ses, testes e ensaios de campo e laboratoriais,
de valor histórico. instrumentação e monitoramento de parâ-
VIII – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de metros específicos de obras e do meio am-
1994) biente e demais serviços de engenharia que
se enquadrem na definição deste inciso;
Art. 25, § 1º Considera-se de notória espe- XIX – notória especialização: qualidade de
cialização o profissional ou empresa cujo profissional ou de empresa cujo conceito, no
conceito no campo de sua especialidade, campo de sua especialidade, decorrente de
decorrente de desempenho anterior, estu- desempenho anterior, estudos, experiência,
dos, experiências, publicações, organização, publicações, organização, aparelhamento,
aparelhamento, equipe técnica, ou de outros equipe técnica ou outros requisitos relacio-
requisitos relacionados com suas atividades, nados com suas atividades, permite inferir
permita inferir que o seu trabalho é essen- que o seu trabalho é essencial e reconhe-
cial e indiscutivelmente o mais adequado à cidamente adequado à plena satisfação do
plena satisfação do objeto do contrato. objeto do contrato;
XX – estudo técnico preliminar: documen-
to constitutivo da primeira etapa do planeja-
mento de uma contratação que caracteriza
o interesse público envolvido e a sua melhor
solução e dá base ao anteprojeto, ao termo
de referência ou ao projeto básico a serem
elaborados caso se conclua pela viabilidade
da contratação;
XXI – serviço de engenharia: toda atividade
ou conjunto de atividades destinadas a obter
determinada utilidade, intelectual ou material,
de interesse para a Administração e que, não
enquadradas no conceito de obra a que se re-
fere o inciso XII do caput deste artigo, são es-
tabelecidas, por força de lei, como privativas
das profissões de arquiteto e engenheiro
ou de técnicos especializados, que com-
preendem:

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a) serviço comum de engenharia: todo


serviço de engenharia que tem por objeto
ações, objetivamente padronizáveis em
termos de desempenho e qualidade, de ma-
nutenção, de adequação e de adaptação de
bens móveis e imóveis, com preservação
das características originais dos bens;
b) serviço especial de engenharia: aquele
que, por sua alta heterogeneidade ou com-
plexidade, não pode se enquadrar na defini-
ção constante da alínea “a” deste inciso;
V – Obras, serviços e compras de grande XXII – obras, serviços e fornecimentos de
vulto – aquelas cujo valor estimado seja su- grande vulto: aqueles cujo valor estimado
perior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite es- supera R$ 200.000.000,00 (duzentos mi-
tabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 lhões de reais);
desta Lei;
XXIII – termo de referência: documento
necessário para a contratação de bens
e serviços, que deve conter os seguintes
parâmetros e elementos descritivos:
a) definição do objeto, incluídos sua natureza,
os quantitativos, o prazo do contrato e, se for
o caso, a possibilidade de sua prorrogação;
b) fundamentação da contratação, que
consiste na referência aos estudos técnicos
preliminares correspondentes ou, quando
não for possível divulgar esses estudos,
no extrato das partes que não contiverem
informações sigilosas;
c) descrição da solução como um todo,
considerado todo o ciclo de vida do objeto;
d) requisitos da contratação;

e) modelo de execução do objeto, que


consiste na definição de como o contrato
deverá produzir os resultados pretendidos
desde o seu início até o seu encerramento;

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f) modelo de gestão do contrato, que


descreve como a execução do objeto será
acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou
entidade;
g) critérios de medição e de pagamento;

h) forma e critérios de seleção do fornecedor;

i) estimativas do valor da contratação,


acompanhadas dos preços unitários
referenciais, das memórias de cálculo e dos
documentos que lhe dão suporte, com os
parâmetros utilizados para a obtenção dos
preços e para os respectivos cálculos, que
devem constar de documento separado e
classificado;
j) adequação orçamentária;

XXIV – anteprojeto: peça técnica com todos


os subsídios necessários à elaboração do
projeto básico, que deve conter, no mínimo,
os seguintes elementos:
a) demonstração e justificativa do programa
de necessidades, avaliação de demanda do
público-alvo, motivação técnico-econômico-
social do empreendimento, visão global dos
investimentos e definições relacionadas ao
nível de serviço desejado;
b) condições de solidez, de segurança e de
durabilidade;
c) prazo de entrega;

d) estética do projeto arquitetônico,


traçado geométrico e/ou projeto da área de
influência, quando cabível;
e) parâmetros de adequação ao interesse
público, de economia na utilização, de
facilidade na execução, de impacto ambiental
e de acessibilidade;
f) proposta de concepção da obra ou do
serviço de engenharia;
g) projetos anteriores ou estudos
preliminares que embasaram a concepção
proposta;

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h) levantamento topográfico e cadastral;

i) pareceres de sondagem;

j) memorial descritivo dos elementos da


edificação, dos componentes construtivos
e dos materiais de construção, de forma
a estabelecer padrões mínimos para a
contratação;
IX – Projeto Básico – conjunto de elementos XXV – projeto básico: conjunto de
necessários e suficientes, com nível de elementos necessários e suficientes, com
precisão adequado, para caracterizar a nível de precisão adequado para definir
obra ou serviço, ou complexo de obras ou e dimensionar a obra ou o serviço, ou o
serviços objeto da licitação, elaborado com complexo de obras ou de serviços objeto da
base nas indicações dos estudos técnicos licitação, elaborado com base nas indicações
preliminares, que assegurem a viabilidade dos estudos técnicos preliminares, que
técnica e o adequado tratamento do assegure a viabilidade técnica e o adequado
impacto ambiental do empreendimento, tratamento do impacto ambiental do
e que possibilite a avaliação do custo da empreendimento e que possibilite a
obra e a definição dos métodos e do prazo avaliação do custo da obra e a definição dos
de execução, devendo conter os seguintes métodos e do prazo de execução, devendo
elementos: conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida a) levantamentos topográficos e cadastrais,
de forma a fornecer visão global da obra sondagens e ensaios geotécnicos,
e identificar todos os seus elementos ensaios e análises laboratoriais, estudos
constitutivos com clareza; socioambientais e demais dados e
levantamentos necessários para execução
da solução escolhida;
b) soluções técnicas globais e localizadas, b) soluções técnicas globais e localizadas,
suficientemente detalhadas, de forma a suficientemente detalhadas, de forma a
minimizar a necessidade de reformulação ou evitar, por ocasião da elaboração do projeto
de variantes durante as fases de elaboração executivo e da realização das obras e
do projeto executivo e de realização das montagem, a necessidade de reformulações
obras e montagem; ou variantes quanto à qualidade, ao preço e
ao prazo inicialmente definidos;
c) identificação dos tipos de serviços a c) identificação dos tipos de serviços a executar
executar e de materiais e equipamentos e dos materiais e equipamentos a incorporar
a incorporar à obra, bem como suas à obra, bem como das suas especificações,
especificações que assegurem os melhores de modo a assegurar os melhores resultados
resultados para o empreendimento, sem para o empreendimento e a segurança
frustrar o caráter competitivo para a sua executiva na utilização do objeto, para os
execução; fins a que se destina, considerados os riscos
e os perigos identificáveis, sem frustrar o
caráter competitivo para a sua execução;

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d) informações que possibilitem o estudo d) informações que possibilitem o estudo


e a dedução de métodos construtivos, e a definição de métodos construtivos,
instalações provisórias e condições de instalações provisórias e de condições
organizacionais para a obra, sem frustrar o organizacionais para a obra, sem frustrar o
caráter competitivo para a sua execução; caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de e) subsídios para montagem do plano de
licitação e gestão da obra, compreendendo licitação e gestão da obra, compreendidos
a sua programação, a estratégia de a sua programação, a estratégia de
suprimentos, as normas de fiscalização e suprimentos, as normas de fiscalização e
outros dados necessários em cada caso; outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da f) orçamento detalhado do custo global da
obra, fundamentado em quantitativos de obra, fundamentado em quantitativos de
serviços e fornecimentos propriamente serviços e fornecimentos propriamente
avaliados; avaliados, obrigatório exclusivamente para os
regimes de execução previstos nos incisos I, II,
III, IV e VII do caput do art. 46 desta Lei;
X – Projeto Executivo – o conjunto dos ele- XXVI – projeto executivo: conjunto de ele-
mentos necessários e suficientes à execu- mentos necessários e suficientes à execu-
ção completa da obra, de acordo com as ção completa da obra, com o detalhamento
normas pertinentes da Associação Bra- das soluções previstas no projeto básico, a
sileira de Normas Técnicas – ABNT; identificação de serviços, de materiais e de
equipamentos a serem incorporados à obra,
bem como suas especificações técnicas, de
acordo com as normas técnicas perti-
nentes;
b) empreitada por preço unitário – quando XXVIII – empreitada por preço unitário:
se contrata a execução da obra ou do servi- contratação da execução da obra ou do ser-
ço por preço certo de unidades determina- viço por preço certo de unidades determi-
das; nadas;
a) empreitada por preço global – quando se XXIX – empreitada por preço global: con-
contrata a execução da obra ou do serviço tratação da execução da obra ou do serviço
por preço certo e total; por preço certo e total;
e) empreitada integral – quando se contrata XXX – empreitada integral: contratação
um empreendimento em sua integralidade, de empreendimento em sua integralidade,
compreendendo todas as etapas das obras, compreendida a totalidade das etapas de
serviços e instalações necessárias, sob intei- obras, serviços e instalações necessárias,
ra responsabilidade da contratada até a sua sob inteira responsabilidade do contratado
entrega ao contratante em condições de até sua entrega ao contratante em condi-
entrada em operação, atendidos os requisi- ções de entrada em operação, com carac-
tos técnicos e legais para sua utilização em terísticas adequadas às finalidades para as
condições de segurança estrutural e opera- quais foi contratado e atendidos os requisi-
cional e com as características adequadas às tos técnicos e legais para sua utilização com
finalidades para que foi contratada; segurança estrutural e operacional;
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d) tarefa – quando se ajusta mão de obra XXXI – contratação por tarefa: regime de
para pequenos trabalhos por preço certo, contratação de mão de obra para pequenos
com ou sem fornecimento de materiais; trabalhos por preço certo, com ou sem for-
necimento de materiais;
XXXII – contratação integrada: regime de
contratação de obras e serviços de enge-
nharia em que o contratado é responsável
por elaborar e desenvolver os projetos bá-
sico e executivo, executar obras e servi-
ços de engenharia, fornecer bens ou pres-
tar serviços especiais e realizar montagem,
teste, pré-operação e as demais operações
necessárias e suficientes para a entrega final
do objeto;
XXXIII – contratação semi-integrada: regi-
me de contratação de obras e serviços de
engenharia em que o contratado é respon-
sável por elaborar e desenvolver o projeto
executivo, executar obras e serviços de
engenharia, fornecer bens ou prestar ser-
viços especiais e realizar montagem, teste,
pré-operação e as demais operações neces-
sárias e suficientes para a entrega final do
objeto;
XXXIV – fornecimento e prestação de ser-
viço associado: regime de contratação em
que, além do fornecimento do objeto, o con-
tratado responsabiliza-se por sua operação,
manutenção ou ambas, por tempo determi-
nado;
XXXV – licitação internacional: licitação
processada em território nacional na qual é
admitida a participação de licitantes estran-
geiros, com a possibilidade de cotação de
preços em moeda estrangeira, ou licitação
na qual o objeto contratual pode ou deve
ser executado no todo ou em parte em ter-
ritório estrangeiro;
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XVIII – serviços nacionais – serviços presta- XXXVI – serviço nacional: serviço prestado
dos no País, nas condições estabelecidas em território nacional, nas condições estabe-
pelo Poder Executivo federal; lecidas pelo Poder Executivo federal;
XVII – produtos manufaturados nacionais XXXVII – produto manufaturado nacio-
– produtos manufaturados, produzidos no nal: produto manufaturado produzido no
território nacional de acordo com o proces- território nacional de acordo com o proces-
so produtivo básico ou com as regras de so produtivo básico ou com as regras de
origem estabelecidas pelo Poder Executivo origem estabelecidas pelo Poder Executivo
federal; federal;
Art. 22, § 1º Concorrência é a modalidade XXXVIII – concorrência: modalidade de lici-
de licitação entre quaisquer interessados tação para contratação de bens e serviços
que, na fase inicial de habilitação preliminar, especiais e de obras e serviços comuns e
comprovem possuir os requisitos mínimos especiais de engenharia, cujo critério de
de qualificação exigidos no edital para exe- julgamento poderá ser:
cução de seu objeto. a) menor preço;
b) melhor técnica ou conteúdo artístico;
c) técnica e preço;
d) maior retorno econômico;
e) maior desconto;
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação XXXIX – concurso: modalidade de licitação
entre quaisquer interessados para escolha para escolha de trabalho técnico, científico
de trabalho técnico, científico ou artístico, ou artístico, cujo critério de julgamento
mediante a instituição de prêmios ou remu- será o de melhor técnica ou conteúdo
neração aos vencedores, conforme critérios artístico, e para concessão de prêmio ou
constantes de edital publicado na imprensa remuneração ao vencedor;
oficial com antecedência mínima de 45 (qua-
renta e cinco) dias.
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação en- XL – leilão: modalidade de licitação para alie-
tre quaisquer interessados para a venda de nação de bens IMÓVEIS ou de bens mó-
bens móveis inservíveis para a administra- veis inservíveis ou legalmente apreendi-
ção ou de produtos legalmente apreendidos dos a quem oferecer o maior lance;
ou penhorados, ou para a alienação de bens
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer
o maior lance, igual ou superior ao valor da
avaliação.
XLI – pregão: modalidade de licitação obri-
gatória para aquisição de bens e serviços
comuns, cujo critério de julgamento pode-
rá ser o de menor preço ou o de maior
desconto;
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XLII – diálogo competitivo: modalidade de


licitação para contratação de obras, serviços
e compras em que a Administração Pública
realiza diálogos com licitantes previamente
selecionados mediante critérios objetivos,
com o intuito de desenvolver uma ou mais
alternativas capazes de atender às suas ne-
cessidades, devendo os licitantes apresen-
tar proposta final após o encerramento dos
diálogos;
XLIII – credenciamento: processo adminis-
trativo de chamamento público em que a
Administração Pública convoca interessados
em prestar serviços ou fornecer bens para
que, preenchidos os requisitos necessários,
se credenciem no órgão ou na entidade para
executar o objeto quando convocados;
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não XLIV – pré-qualificação: procedimento se-
impede a pré-qualificação de licitantes nas con- letivo prévio à licitação, convocado por meio
corrências, a ser procedida sempre que o obje- de edital, destinado à análise das condições
to da licitação recomende análise mais detida de habilitação, total ou parcial, dos interes-
da qualificação técnica dos interessados. sados ou do objeto;
§ 1º A adoção do procedimento de pré-qua-
lificação será feita mediante proposta da au-
toridade competente, aprovada pela imedia-
tamente superior.
§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as
exigências desta Lei relativas à concorrência, à
convocação dos interessados, ao procedimen-
to e à analise da documentação.
XLV – sistema de registro de preços: con-
junto de procedimentos para realização,
mediante contratação direta ou licitação nas
modalidades pregão ou concorrência, de re-
gistro formal de preços relativos a prestação
de serviços, a obras e a aquisição e locação
de bens para contratações futuras;

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XLVI – ata de registro de preços: documen-


to vinculativo e obrigacional, com característi-
ca de compromisso para futura contratação,
no qual são registrados o objeto, os preços,
os fornecedores, os órgãos participantes e as
condições a serem praticadas, conforme as
disposições contidas no edital da licitação, no
aviso ou instrumento de contratação direta e
nas propostas apresentadas;
XLVII – órgão ou entidade gerenciadora:
órgão ou entidade da Administração Públi-
ca responsável pela condução do conjunto
de procedimentos para registro de preços
e pelo gerenciamento da ata de registro de
preços dele decorrente;
XLVIII – órgão ou entidade participante:
órgão ou entidade da Administração Pública
que participa dos procedimentos iniciais da
contratação para registro de preços e inte-
gra a ata de registro de preços;
XLIX – órgão ou entidade não participan-
te: órgão ou entidade da Administração Pú-
blica que não participa dos procedimentos
iniciais da licitação para registro de preços e
não integra a ata de registro de preços;
L – comissão de contratação: conjunto
de agentes públicos indicados pela Adminis-
tração, em caráter permanente ou especial,
com a função de receber, examinar e julgar
documentos relativos às licitações e aos pro-
cedimentos auxiliares;
LI – catálogo eletrônico de padronização
de compras, serviços e obras: sistema
informatizado, de gerenciamento centrali-
zado e com indicação de preços, destinado
a permitir a padronização de itens a serem
adquiridos pela Administração Pública e que
estarão disponíveis para a licitação;

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LII – sítio eletrônico oficial: sítio da inter-


net, certificado digitalmente por autoridade
certificadora, no qual o ente federativo divul-
ga de forma centralizada as informações e
os serviços de governo digital dos seus ór-
gãos e entidades;
LIII – contrato de eficiência: contrato cujo
objeto é a prestação de serviços, que
pode incluir a realização de obras e o forne-
cimento de bens, com o objetivo de propor-
cionar economia ao contratante, na forma
de redução de despesas correntes, remune-
rado o contratado com base em percentual
da economia gerada;
VI – Seguro-Garantia – o seguro que garante LIV – seguro-garantia: seguro que garante
o fiel cumprimento das obrigações assumi- o fiel cumprimento das obrigações assumi-
das por empresas em licitações e contratos; das pelo contratado;
LV – produtos para pesquisa e desenvol-
vimento: bens, insumos, serviços e obras
necessários para atividade de pesquisa cien-
tífica e tecnológica, desenvolvimento de tec-
nologia ou inovação tecnológica, discrimina-
dos em projeto de pesquisa;
LVI – sobrepreço: preço orçado para lici-
tação ou contratado em valor expressiva-
mente superior aos preços referenciais de
mercado, seja de apenas 1 (um) item, se a
licitação ou a contratação for por preços
unitários de serviço, seja do valor global do
objeto, se a licitação ou a contratação for
por tarefa, empreitada por preço global ou
empreitada integral, semi-integrada ou inte-
grada;

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LVII – superfaturamento: dano provocado


ao patrimônio da Administração, caracteri-
zado, entre outras situações, por:
a) medição de quantidades superiores às
efetivamente executadas ou fornecidas;
b) deficiência na execução de obras e de ser-
viços de engenharia que resulte em diminui-
ção da sua qualidade, vida útil ou segurança;
c) alterações no orçamento de obras e de
serviços de engenharia que causem dese-
quilíbrio econômico-financeiro do contrato
em favor do contratado;
d) outras alterações de cláusulas financeiras
que gerem recebimentos contratuais ante-
cipados, distorção do cronograma físico-fi-
nanceiro, prorrogação injustificada do prazo
contratual com custos adicionais para a Ad-
ministração ou reajuste irregular de preços;

LVIII – reajustamento em sentido estrito:


forma de manutenção do equilíbrio econô-
mico-financeiro de contrato consistente na
aplicação do índice de correção monetá-
ria previsto no contrato, que deve retratar
a variação efetiva do custo de produção,
admitida a adoção de índices específicos ou
setoriais;
LIX – repactuação: forma de manutenção
do equilíbrio econômico-financeiro de con-
trato utilizada para serviços contínuos
com regime de dedicação exclusiva de
mão de obra ou predominância de mão
de obra, por meio da análise da varia-
ção dos custos contratuais, devendo es-
tar prevista no edital com data vinculada à
apresentação das propostas, para os custos
decorrentes do mercado, e com data vincu-
lada ao acordo, à convenção coletiva ou ao
dissídio coletivo ao qual o orçamento este-
ja vinculado, para os custos decorrentes da
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LX – agente de contratação: pessoa de-


signada pela autoridade competente, entre
servidores efetivos ou empregados públicos
dos quadros permanentes da Administra-
ção Pública, para tomar decisões, acompa-
nhar o trâmite da licitação, dar impulso ao
procedimento licitatório e executar quais-
quer outras atividades necessárias ao bom
andamento do certame até a homologação.

Das Definições – Art. 6º


Didaticamente, a lei traz no art. 6º uma série de definições. Não só para facilitar a leitura
de toda a lei, mas também e, principalmente, para não gerar qualquer dúvida na sua execução.
Vejamos:

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


I – órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Administração Pública;
II – entidade: unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III – Administração Pública: administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios, inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob
controle do poder público e as fundações por ele instituídas ou mantidas;
IV – Administração: órgão ou entidade por meio do qual a Administração Pública atua;
V – agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em pes-
soa jurídica integrante da Administração Pública;
VI – autoridade: agente público dotado de poder de decisão;
VII – contratante: pessoa jurídica integrante da Administração Pública responsável pela
contratação;
VIII – contratado: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas, signatária de con-
trato com a Administração;
IX – licitante: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas, que participa ou ma-
nifesta a intenção de participar de processo licitatório, sendo-lhe equiparável, para os fins desta
Lei, o fornecedor ou o prestador de serviço que, em atendimento à solicitação da Administração,
oferece proposta;

Nessa primeira parte são os atores do processo licitatório. Aqueles que participam do
certame como figuras da Administração Pública ou como licitantes e contratados.
Dois conceitos que parecem sem muita importância, mas que não foram colocados na Lei
n. 14.133/2021 ao acaso. São os conceitos de Administração e Administração Pública.

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Administração PÚBLICA: administração Administração: órgão ou entidade por


direta e indireta da União, dos Estados, do meio da qual a Administração Pública atua;
Distrito Federal e dos Municípios, inclusive
as entidades com personalidade jurídica
de direito privado sob controle do poder
público e as fundações por ele instituídas ou
mantidas;

A Lei n. 14.133/2021 em vários momentos mencionará apenas Administração e em outras


ocasiões Administração Pública. Note que o conceito de Administração Pública é mais abran-
gente pois envolve toda Administração Direta e Indireta de todos os níveis da Federação. Já
Administração é restrito a um determinado órgão/entidade.
Em seguida vamos ver como que a lei conceituou o objeto a ser licitado. Contudo, é ne-
cessário lembrar que o art. 2º determina que antes de contratos de alienação e concessão
de direito real de uso de bens, compra, inclusive por encomenda; locação; concessão e per-
missão de uso de bens públicos; prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais
especializados; obras e serviços de arquitetura e engenharia; contratações de tecnologia da
informação e de comunicação, deve haver licitação.

X – compra: aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente,


considerada imediata aquela com prazo de entrega de até 30 (trinta) dias da ordem de fornecimento;
XI – serviço: atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelec-
tual ou material, de interesse da Administração;
XII – obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como privativa das profissões de arquiteto
e engenheiro que implica intervenção no meio ambiente por meio de um conjunto harmônico de
ações que, agregadas, formam um todo que inova o espaço físico da natureza ou acarreta alteração
substancial das características originais de bem imóvel;
XIII – bens e serviços comuns: aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser ob-
jetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado;
XIV – bens e serviços especiais: aqueles que, por sua alta heterogeneidade ou complexidade, não
podem ser descritos na forma do inciso XIII do caput deste artigo, exigida justificativa prévia do
contratante;
XV – serviços e fornecimentos contínuos: serviços contratados e compras realizadas pela Admi-
nistração Pública para a manutenção da atividade administrativa, decorrentes de necessidades
permanentes ou prolongadas;
XVI – serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra: aqueles cujo modelo
de execução contratual exige, entre outros requisitos, que:
a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas dependências do contratante para a
prestação dos serviços;
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e materiais disponíveis de uma contratação
para execução simultânea de outros contratos;

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c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quanto à distribuição, controle e super-
visão dos recursos humanos alocados aos seus contratos;
XVII – serviços não contínuos ou contratados por escopo: aqueles que impõem ao contratado o
dever de realizar a prestação de um serviço específico em período predeterminado, podendo ser
prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo necessário à conclusão do objeto;

Na parte de compras, a lei conceituou a compra imediata como aquela com prazo de
entrega de até 30 (trinta) dias da data prevista para apresentação da proposta. Já era um
conceito usual no dia a dia da Administração Pública. Agora está na lei. É importante a lei
conceituar o que é compra com entrega imediata, por exemplo, porque a documentação de
habilitação pode ser dispensada, total ou parcialmente, nas contratações para entrega ime-
diata, art. 70, III.
O conceito de serviço, apesar de ser difícil conceituar, ficou bem claro. É a atividade ou
conjunto de atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou material, de in-
teresse da Administração. Por exemplo, contratar um serviço de transporte de servidores; ser-
viço de arte em uma parede de um prédio, serviço de impressão gráfica; serviço de tradução.
Note que o conceito de obra envolve atividade privativa das profissões de arquiteto e enge-
nheiro. São aquelas atividades previstas nas leis que regulamentas as duas profissões. Pode
ser dado como exemplo a construção de um prédio, desde a fundação até a conclusão final.
Na execução de uma obra, exige-se a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, que é um
documento amplamente utilizado por profissionais da Engenharia e arquitetura que queiram
realizar contratos de execução de serviços ou obras. De acordo com a Lei n. 6.496/77, todo
contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer serviços
profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia fica sujeito à “Anotação de
Responsabilidade Técnica” (ART).
Quanto a bens e serviços comuns a lei reproduziu o mesmo conceito da Lei do Pregão.
Em resumo, são os serviços de fácil especificação. Tudo que pode ser descrito com poucos
detalhes é considerado comum. Por exemplo, serviço de limpeza, manutenção de ar-condi-
cionado, elevadores, copeiragem etc.
De outro modo, serviço especial é aquele que não é caracterizado como comum. Uma
obra de alta complexidade não é serviço comum.
Quando falarmos das modalidades licitatórias, a diferença de serviço comum e especial
será importante para definir a modalidade a ser utilizada.
Serviços e fornecimentos contínuos são os serviços contratados e compras realizadas
pela Administração Pública para a manutenção da atividade administrativa, decorrentes de
necessidades permanentes ou prolongadas. O conceito de serviço e bem comum não são
excludentes dos bens e serviços contínuos. Com efeito, um serviço de limpeza ou vigilância
podem ser comum e ao mesmo tempo contínuos, se for necessidade permanente do órgão.

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Conceituar de forma clara serviço contínuo é importante porque milhares de contratos da


Administração Pública firmados diariamente são de serviços contínuos e precisam de regula-
mentação prevista em lei. Note que o art. 106 prevê que a Administração poderá celebrar con-
tratos com prazo de até 5 (cinco) anos nas hipóteses de serviços e fornecimentos contínuos.
Por sua vez, serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra é
aquele que a pessoa contratada deve prestar o serviço na Administração Pública. Por exem-
plo, quando se contrata uma empresa de limpeza, os empregados dessa empresa contratada
vão todos os dias para o órgão público trabalhar. Ela presta o serviço exclusivamente naquele
órgão todos os dias. Trata-se também de um tipo de contrato muito utilizado no dia a dia do
serviço público.
Já os serviços não contínuos ou também chamados de contratos por escopo são aqueles
contratos para um serviço específico. Por exemplo, reforma dos banheiros; pintura de uma
parede; impressão de uma revista do órgão. É para aquele fim específico e, como regra, não
há impedimento que os empregados da empresa prestem serviço em outras obras. O objeto é
executar aquele determinado serviço no prazo fixado no contrato.

XVIII – serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual: aqueles rea-


lizados em trabalhos relativos a:
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos executivos;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e tributárias;
d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e laboratoriais, ins-
trumentação e monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais
serviços de engenharia que se enquadrem na definição deste inciso;
XIX – notória especialização: qualidade de profissional ou de empresa cujo conceito, no campo
de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, or-
ganização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos relacionados com suas atividades,
permite inferir que o seu trabalho é essencial e reconhecidamente adequado à plena satisfação do
objeto do contrato;

A lei conceituou os serviços técnicos especializados. Conceituá-los é importante porque


tais serviços podem ser contratados por inexigibilidade de licitação se o profissional tiver a
expertise o que a lei chamou de notória especialização.

XX – estudo técnico preliminar: documento constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma


contratação que caracteriza o interesse público envolvido e a sua melhor solução e dá base ao
anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a serem elaborados caso se conclua pela
viabilidade da contratação;

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O Estudo Técnico Preliminar – ETP é uma etapa muito importante da licitação. É ele que
irá orientar a elaboração do projeto básico ou termo de referência. São estudos preliminares
que analisam a situação e apresentam a solução para o problema que ao final será a realiza-
ção de uma licitação para contratação de um bem ou serviço como solução.
Conforme o art. 18 da lei, o ETP deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua
melhor solução, de modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica e econômica da con-
tratação, e conterá todos os elementos descritos no art. 18 (DICA! vale dar uma conferida
diretamente na lei, pois são muitos os requisitos!)

XXI – serviço de engenharia: toda atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determi-
nada utilidade, intelectual ou material, de interesse para a Administração e que, não enquadradas
no conceito de obra a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, são estabelecidas, por força
de lei, como privativas das profissões de arquiteto e engenheiro ou de técnicos especializados, que
compreendem:
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia que tem por objeto ações, objetiva-
mente padronizáveis em termos de desempenho e qualidade, de manutenção, de adequação e de
adaptação de bens móveis e imóveis, com preservação das características originais dos bens;
b) serviço especial de engenharia: aquele que, por sua alta heterogeneidade ou complexidade, não
pode se enquadrar na definição constante da alínea “a” deste inciso;

Digamos, para resumir a ideia, que o serviço de engenharia é menos complexo do que uma
‘obra’. E note que a lei também dispõe que são de profissões privativas de arquiteto e engenhei-
ro ou de técnicos especializado.
O serviço comum de engenharia, em geral, é um serviço que não tenha a necessidade de
intervenção de um engenheiro, ou seja, não interfira na estrutura do imóvel. Exemplo: pintura,
troca de piso, troca de telhas (desde que a estrutura do telhado não seja alterada), construção
de uma calçada.
Já o serviço especial de engenharia é construção nova ou reforma que interfira na estru-
tura física do imóvel necessitando que um engenheiro faça algum cálculo de possibilidade.
Exemplo: construção em geral desde a fundação até a última laje, reforma com retirada de
paredes, etc

XXII – obras, serviços e fornecimentos de grande vulto: aqueles cujo valor estimado supera R$
200.000.000,00 (duzentos milhões de reais);

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Resumindo:

Privativa de arquiteto ou
engenheiro; inova espaço
OBRA físico; ou altera significativamente
características originais de
bem IMÓVEL.

Serviço COMUM de engenharia:


RESUMINDO • objetivamente padronizável;
• bens MÓVEIS e IMÓVEIS;
• preserva características
SERVIÇO DE ENGENHARIA
originais.
• não se enquadra
como obra;
• privativa de arquiteto
engenheiro ou técnico
Serviço ESPECIAL de engenharia:
especializado.
pela sua heterogeneidade e
complexidade, não se
enquadra como serviço comum
de engenharia.

É importante a definição do que seja grande vulto porque, obras, serviços e fornecimentos
assim considerados podem ter algum tratamento diferenciado. A exemplo do § 3º, do art.
22, ao estabelecer que quando a contratação se referir a obras e serviços de grande vulto
ou forem adotados os regimes de contratação integrada e semi-integrada, o edital obriga-
toriamente contemplará matriz de alocação de riscos entre o contratante e o contratado. E,
também, no § 4º, do art. 25, ao fixar que nas contratações de obras, serviços e fornecimentos
de grande vulto, o edital deverá prever a obrigatoriedade de implantação de programa de inte-
gridade pelo licitante vencedor.
E, por fim, o art. 99, menciona sobre a garantia especial quando for contratação de
grande vulto:

Art. 99. Nas contratações de obras e serviços de engenharia de grande vulto, poderá ser exigida a
prestação de garantia, na modalidade seguro-garantia, com cláusula de retomada prevista no art.
101 desta Lei, em percentual equivalente a até 30% (trinta por cento) do valor inicial do contrato.

Termo de Referência

O Termo de Referência – TR é um documento importantíssimo na licitação. É ele que irá


fornecer elementos para a confecção do edital, do contrato e dos seus aditamentos. O Edital
lançado é praticamente todo embasado no TR. Inclusive, é comum o edital em diversas cláu-
sulas mencionar por exemplo, que os requisitos da contratação são aqueles mencionados

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no TR. O TR praticamente integra o edital da licitação, pois não só o completa como serve de
base para sua elaboração.
É um documento necessário e indispensável para a validade de toda a licitação. Licitação
sem o TR é um vício de formalidade que não admitirá a convalidação posterior.

Anteprojeto

Em obras e serviços de engenharia, antes de ser feito o Projeto Básico – PB tem que ser
feito o anteprojeto que servirá de documento de estudo para a elaboração do PB.
Digamos que o anteprojeto é um documento mais simples que descreve mais generica-
mente a obra ou serviço de engenharia e o PB é um documento que descreve com mais de-
talhes. Por exemplo, o anteprojeto descreve que será feita uma rodovia com 200 km, com seu
prazo de entrega, o público-alvo a ser atingido, a descrição onde terá viaduto, pontes, pare-
ceres de sondagem e os demais elementos que a lei exige. Já o PB, baseando no anteprojeto
e nos demais estudos preliminares estabelece com nível de precisão adequado para definir e
dimensionar perfeitamente a obra ou o serviço.
A Administração é dispensada da elaboração de projeto básico nos casos de contratação
integrada, hipótese em que deverá ser elaborado anteprojeto de acordo com metodologia de-
finida em ato do órgão competente.

Projeto Executivo

XXVI – projeto executivo: conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa


da obra, com o detalhamento das soluções previstas no projeto básico, a identificação de serviços,
de materiais e de equipamentos a serem incorporados à obra, bem como suas especificações téc-
nicas, de acordo com as normas técnicas pertinentes;

Por sua vez, o projeto executivo detalha todos os pontos do empreendimento. O projeto
executivo, no exemplo anterior da construção da rodovia de 200km detalha exatamente onde
serão os viadutos, os materiais empregados, as medidas exatas; as pontes, retorno e tudo o
que compõe a obra.

Matriz de Riscos

XXVII – matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e de responsabilidades entre as


partes e caracterizadora do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus
financeiro decorrente de eventos supervenientes à contratação, contendo, no mínimo, as seguintes
informações:
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura do contrato que possam causar im-
pacto em seu equilíbrio econômico-financeiro e previsão de eventual necessidade de prolação de
termo aditivo por ocasião de sua ocorrência;

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b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das frações do objeto com relação às quais
haverá liberdade para os contratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnológicas, em
termos de modificação das soluções previamente delineadas no anteprojeto ou no projeto básico;
c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso das frações do objeto com relação às
quais não haverá liberdade para os contratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnoló-
gicas, devendo haver obrigação de aderência entre a execução e a solução predefinida no antepro-
jeto ou no projeto básico, consideradas as características do regime de execução no caso de obras
e serviços de engenharia;

Matriz de riscos é uma novidade da Lei n. 14.133/2021.


A Matriz de riscos é uma ferramenta de gerenciamento que permite ampliar a visibilidade
de possíveis riscos durante a execução contratual já estabelecendo as responsabilidades das
partes em razão dos possíveis riscos na execução do contrato.
A CF garante a manutenção do equilíbrio financeiro do contrato durante toda a sua exe-
cução. Assim, qualquer fator posterior que quebre esse equilíbrio estabelecido no início do
contrato, acarreta revisão contratual. Porém, isso depende de um processo administrativo
para verificação se houve realmente um fato superveniente, se houve quebra do equilíbrio
contratual e demais requisitos exigidos. Entretanto, a função da matriz de riscos já é prever
eventuais fatores que podem alterar o equilíbrio contratual já dividindo para cada parte as
responsabilidades se esse fator realmente vier a acontecer. Por exemplo, pode haver uma
previsão no contrato de uma construção de ponte sobre um lago que, se forem encontradas
rochas no local da perfuração, ficará a cargo do contratado a contratação de empresa espe-
cializada na retirada das rochas.
O art. 22 da lei dispõe que o edital poderá contemplar matriz de alocação de riscos entre
o contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo do valor estimado da contratação
poderá considerar taxa de risco compatível com o objeto da licitação e os riscos atribuídos ao
contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente federativo.
Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande vulto ou forem adotados os
regimes de contratação integrada e semi-integrada, o edital obrigatoriamente contemplará
matriz de alocação de riscos entre o contratante e o contratado. (art. 22, § 3º) (DICA! Uma
ótima questão de prova. Então, atenção!!!)
Na linha do que falamos sobre repartição dos riscos, a lei estabelece que a matriz de
riscos deverá promover a alocação eficiente dos riscos de cada contrato e estabelecer a res-
ponsabilidade que caiba a cada parte contratante, bem como os mecanismos que afastem a
ocorrência do sinistro e mitiguem os seus efeitos, caso ocorra durante a execução contratual.
Assim, por exemplo, pode-se definir na matriz de riscos que a alta inesperada do dólar será
arcada pelo contratado.
Quanto às cláusulas contratuais, a lei estabelece que o contrato deverá refletir a alocação
realizada pela matriz de riscos, especialmente quanto os casos que haverá alteração do

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contrato para recompor o equilíbrio financeiro; caso de extinção por impossibilidade de execu-
ção e contratação de seguros adicionais em razão do risco advindo da execução contratual.

Regimes de Execução Contratual

XXVIII – empreitada por preço unitário: contratação da execução da obra ou do serviço por preço
certo de unidades determinadas;
XXIX – empreitada por preço global: contratação da execução da obra ou do serviço por preço
certo e total;
XXX – empreitada integral: contratação de empreendimento em sua integralidade, compreendida
a totalidade das etapas de obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade
do contratado até sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, com carac-
terísticas adequadas às finalidades para as quais foi contratado e atendidos os requisitos técnicos
e legais para sua utilização com segurança estrutural e operacional;
XXXI – contratação por tarefa: regime de contratação de mão de obra para pequenos trabalhos por
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
XXXII – contratação integrada: regime de contratação de obras e serviços de engenharia em que o
contratado é responsável por elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar obras
e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais e realizar montagem, teste,
pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto;
XXXIII – contratação semi-integrada: regime de contratação de obras e serviços de engenharia
em que o contratado é responsável por elaborar e desenvolver o projeto executivo, executar obras
e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais e realizar montagem, teste,
pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto;
XXXIV – fornecimento e prestação de serviço associado: regime de contratação em que, além do
fornecimento do objeto, o contratado responsabiliza-se por sua operação, manutenção ou ambas,
por tempo determinado;

O regime de execução é a forma pelo qual o objeto será executado.


a) Execução direta – ocorre quando a execução é feita pelos órgãos e entidades da Admi-
nistração. Não há transferência de serviços para terceiros. Ou seja, a própria Administração
Pública pelos seus órgãos e agentes executa o serviço, faz a obra, etc.
b) Execução indireta – ocorre quando o órgão ou entidade contrata com terceiros sob
qualquer dos seguintes regimes:
• empreitada por preço unitário – quando se contrata a execução da obra ou do serviço
por preço certo de unidades determinadas. É utilizada quando não for possível definir
com exatidão o objeto a ser executado, que só será apurado no decorrer da execução
contratual. Exs.: perfuração de subsolo para colocar estrutura/base de uma ponte con-
tratada por metro cúbico (m3); contrato de telefonia, medido por minutos de ligações
efetuadas.

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• empreitada por preço global – quando se contrata a execução da obra ou do serviço


por preço certo e total. Exs.: contrato para implosão de um prédio; fazer medição topo-
gráfica de área determinada; pintar a escola; colocar vidros ou películas em todas as
janelas de determinado prédio.

A empreitada por preço global deve ser adotada quando for possível definir previamente
no projeto, com boa margem de precisão, as quantidades dos serviços a serem executados.
Por isso, alterações contratuais (aditivos) devem ser evitadas. Já a empreitada por preço uni-
tário deve ser preferida para objetos que, por sua natureza, não permitam a precisa indicação
dos quantitativos a serem executados.
• Tarefa – quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo, com
ou sem fornecimento de materiais. Ex.: pintura de uma pequena parede.
• Empreitada integral – quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob in-
teira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de
entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em
condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas
às finalidades para que foi contratada.

Na empreitada integral o contratado apresenta proposta com base em projeto apresenta-


do pela Administração, assumindo todos os riscos da execução, sendo ainda mais restritos
os aditivos contratuais.
Trata-se, na verdade, de uma espécie de execução por preço global. A empreitada integral
é também conhecida por turn key (“virar a chave”).
Nessa modalidade todo o empreendimento contratado deve ser entregue em perfeito fun-
cionamento. É utilizado para contratos de maior complexidade.
A contratação integrada compreende a elaboração e o desenvolvimento dos projetos bá-
sico e executivo pelo licitante, bem como a execução de obras e serviços de engenharia,
montagem, realização de testes, pré-operação e todas as demais operações necessárias e
suficientes para a entrega final do objeto.
Na contratação integrada o contratado deverá desenvolver o projeto básico e executivo da
obra a ser executada. A intenção é aproveitar a expertise da iniciativa privada no desenvolvi-
mento dos projetos, principalmente do projeto básico, em vez de já entregar ao contratado o
modelo a ser executado.
Nesse ponto, o novo regime difere da empreitada integral. Nesse regime há a formulação
de projeto básico pela Administração, mas o contrato envolve o empreendimento em sua in-
tegralidade, compreendendo a totalidade das etapas de obras, serviços e instalações neces-
sárias, sob inteira responsabilidade da contratada até sua entrega ao contratante.

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Dessa forma, não haverá na contratação integrada projeto básico constante do edital.
Contudo, no edital deverá constar o anteprojeto de engenharia que contemple os documentos
técnicos destinados a possibilitar a caracterização da obra ou serviço, incluindo: a) a de-
monstração e a justificativa do programa de necessidades, a visão global dos investimentos
e as definições quanto ao nível de serviço desejado; b) as condições de solidez, segurança,
durabilidade e prazo de entrega; c) a estética do projeto arquitetônico; d) os parâmetros de
adequação ao interesse público, à economia na utilização, à facilidade na execução, aos im-
pactos ambientais e à acessibilidade.
O anteprojeto de engenharia não deve ser tão específico e detalhista quanto o projeto bá-
sico, porém exige-se a descrição das condições mínimas que o empreendimento deverá ter,
bem como os elementos necessários para sua devida caracterização.
Segundo a lei, a contratação semi-integrada é o regime de contratação de obras e servi-
ços de engenharia em que o contratado é responsável por elaborar e desenvolver o projeto
executivo, executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços espe-
ciais e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações necessárias e suficien-
tes para a entrega final do objeto;
Tanto para a contratação integrada e semi-integrada, dependem de complexidade do ob-
jeto. Não é para obras e serviços comuns do dia a dia. seu objeto não englobará apenas a
execução de obras. Compreenderá também o desenvolvimento de projetos, o fornecimento
de bens, a montagem, testes, pré-operação e demais medidas para que o objeto final seja
entregue pronto para funcionamento.
A ideia é que nas contratações integradas a Administração Pública recebe um objeto pron-
to, evitando uma infinidade de outros contratos administrativos decorrentes de uma obra.

Contratação integrada: regime de Contratação semi-integrada: regime


contratação de obras e serviços de de contratação de obras e serviços
engenharia em que o contratado é de engenharia em que o contratado é
responsável por elaborar e desenvolver os responsável por elaborar e desenvolver
PROJETOS BÁSICO E EXECUTIVO, executar o PROJETO EXECUTIVO, executar obras
obras e serviços de engenharia, fornecer e serviços de engenharia, fornecer bens
bens ou prestar serviços especiais e realizar ou prestar serviços especiais e realizar
montagem, teste, pré-operação e as demais montagem, teste, pré-operação e as demais
operações necessárias e suficientes para a operações necessárias e suficientes para a
entrega final do objeto; entrega final do objeto;

O art. 133 dispõe que nas hipóteses em que for adotada a contratação integrada ou semi-
-integrada, é vedada a alteração dos valores contratuais, exceto nos seguintes casos:

I – para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro decorrente de caso fortuito ou


força maior;

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II – por necessidade de alteração do projeto ou das especificações para melhor adequação técnica
aos objetivos da contratação, a pedido da Administração, desde que não decorrente de erros ou
omissões por parte do contratado, observados os limites estabelecidos no art. 125 desta Lei;
III – por necessidade de alteração do projeto nas contratações semi-integradas, nos termos do §
5º do art. 46 desta Lei;
IV – por ocorrência de evento superveniente alocado na matriz de riscos como de responsabilidade
da Administração.

Licitação Internacional

XXXV – licitação internacional: licitação processada em território nacional na qual é admitida a


participação de licitantes estrangeiros, com a possibilidade de cotação de preços em moeda es-
trangeira, ou licitação na qual o objeto contratual pode ou deve ser executado no todo ou em parte
em território estrangeiro;

Finalmente, a definição em lei do que seja licitação internacional. A lei n. 8.666/93 men-
cionava licitação internacional, porém, não definia. Então, licitação internacional é aquela que
admita a participação de licitantes estrangeiros, com a possibilidade de cotação de preços
em moeda estrangeira, ou licitação na qual o objeto contratual pode ou deve ser executado no
todo ou em parte no exterior.
Inclusive, a Lei n. 14.133/2021 trouxe um capítulo para tratar das licitações internacionais.

Art. 52. Nas licitações de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política
monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira, o licitante
brasileiro igualmente poderá fazê-lo.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude de licitação nas
condições de que trata o § 1º deste artigo será efetuado em moeda corrente nacional.
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao
licitante estrangeiro.
§ 4º Os gravames incidentes sobre os preços constarão do edital e serão definidos a partir de es-
timativas ou médias dos tributos.
§ 5º As propostas de todos os licitantes estarão sujeitas às mesmas regras e condições, na forma
estabelecida no edital.
§ 6º Observados os termos desta Lei, o edital não poderá prever condições de habilitação, classifi-
cação e julgamento que constituam barreiras de acesso ao licitante estrangeiro, admitida a previ-
são de margem de preferência para bens produzidos no País e serviços nacionais que atendam às
normas técnicas brasileiras, na forma definida no art. 26 desta Lei.

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Produto Manufaturado

XXXVII – produto manufaturado nacional: produto manufaturado produzido no território nacional


de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder
Executivo federal;

Repetindo a lei anterior, a Lei n. 14.133/2021 atribui o mesmo conceito a produto manu-
faturado. Para ficar mais claro, produto manufaturado é aquele que é feito no Brasil. Apenas
essa parte de “ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal” que
dependerá de regulamentação. Vale lembrar que a lei prevê que produtos manufaturados po-
dem ter margem de preferência nas licitações.
No art. 6º ainda há uma série de conceitos. Porém, vamos tratá-los ao longo das explica-
ções por uma questão didática.

CAPÍTULO IV
DOS AGENTES PÚBLICOS
Art. 7º Caberá à autoridade máxima do
órgão ou da entidade, ou a quem as normas
de organização administrativa indicarem,
promover gestão por competências
e designar agentes públicos para o
desempenho das funções essenciais à
execução desta Lei que preencham os
seguintes requisitos:
I – sejam, preferencialmente, servidor
efetivo ou empregado público dos
quadros permanentes da Administração
Pública;
II – tenham atribuições relacionadas
a licitações e contratos ou possuam
formação compatível ou qualificação
atestada por certificação profissional emitida
por escola de governo criada e mantida pelo
poder público; e
III – não sejam cônjuge ou companheiro
de licitantes ou contratados habituais da
Administração nem tenham com eles vínculo
de parentesco, colateral ou por afinidade,
até o terceiro grau, ou de natureza técnica,
comercial, econômica, financeira, trabalhista
e civil.

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§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo


deverá observar o princípio da segregação
de funções, vedada a designação do mesmo
agente público para atuação simultânea em
funções mais suscetíveis a riscos, de modo a
reduzir a possibilidade de ocultação de erros
e de ocorrência de fraudes na respectiva
contratação.
§ 2º O disposto no caput e no § 1º deste
artigo, inclusive os requisitos estabelecidos,
também se aplica aos órgãos de
assessoramento jurídico e de controle
interno da Administração.
Art. 8º A licitação será conduzida por agente
de contratação, pessoa designada pela
autoridade competente, entre servidores
efetivos ou empregados públicos dos quadros
permanentes da Administração Pública,
para tomar decisões, acompanhar o trâmite
da licitação, dar impulso ao procedimento
licitatório e executar quaisquer outras
atividades necessárias ao bom andamento
do certame até a homologação.
§ 1º O agente de contratação será auxiliado
por equipe de apoio e responderá
individualmente pelos atos que praticar,
salvo quando induzido a erro pela atuação
da equipe.
§ 2º Em licitação que envolva bens ou
serviços especiais, desde que observados
os requisitos estabelecidos no art. 7º
desta Lei, o agente de contratação poderá
ser substituído por comissão de
contratação formada por, no mínimo,
3 (três) membros, que responderão
solidariamente por todos os atos
praticados pela comissão, ressalvado o
membro que expressar posição individual
divergente fundamentada e registrada em
ata lavrada na reunião em que houver sido
tomada a decisão.

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Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
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§ 3º As regras relativas à atuação do agente


de contratação e da equipe de apoio, ao
funcionamento da comissão de contratação
e à atuação de fiscais e gestores de contratos
de que trata esta Lei serão estabelecidas
em regulamento, e deverá ser prevista a
possibilidade de eles contarem com o apoio
dos órgãos de assessoramento jurídico e de
controle interno para o desempenho das
funções essenciais à execução do disposto
nesta Lei.
§ 4º Em licitação que envolva bens ou
serviços especiais cujo objeto não
seja rotineiramente contratado pela
Administração, poderá ser contratado,
por prazo determinado, serviço de empresa
ou de profissional especializado para
assessorar os agentes públicos responsáveis
pela condução da licitação.
§ 5º Em licitação na modalidade pregão,
o agente responsável pela condução do
certame será designado pregoeiro.
Art. 9º É vedado ao agente público designado
para atuar na área de licitações e contratos,
ressalvados os casos previstos em lei:
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos
que praticar, situações que:
a) comprometam, restrinjam ou frustrem o
caráter competitivo do processo licitatório,
inclusive nos casos de participação de
sociedades cooperativas;
b) estabeleçam preferências ou distinções
em razão da naturalidade, da sede ou do
domicílio dos licitantes;
c) sejam impertinentes ou irrelevantes para
o objeto específico do contrato;
II – estabelecer tratamento diferenciado
de natureza comercial, legal, trabalhista,
previdenciária ou qualquer outra entre
empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive
no que se refere a moeda, modalidade e local
de pagamento, mesmo quando envolvido
financiamento de agência internacional;

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III – opor resistência injustificada ao


andamento dos processos e, indevidamente,
retardar ou deixar de praticar ato de ofício,
ou praticá-lo contra disposição expressa em
lei.
§ 1º Não poderá participar, direta ou
indiretamente, da licitação ou da execução
do contrato agente público de órgão ou
entidade licitante ou contratante, devendo
ser observadas as situações que possam
configurar conflito de interesses no
exercício ou após o exercício do cargo ou
emprego, nos termos da legislação que
disciplina a matéria.
§ 2º As vedações de que trata este artigo
estendem-se a terceiro que auxilie a
condução da contratação na qualidade
de integrante de equipe de apoio,
profissional especializado ou funcionário
ou representante de empresa que preste
assessoria técnica.
Art. 10. Se as autoridades competentes e os
servidores públicos que tiverem participado
dos procedimentos relacionados às
licitações e aos contratos de que trata esta
Lei precisarem defender-se nas esferas
administrativa, controladora ou judicial
em razão de ato praticado com estrita
observância de orientação constante
em parecer jurídico elaborado na forma do
§ 1º do art. 53 desta Lei, a advocacia pública
promoverá, a critério do agente público, sua
representação judicial ou extrajudicial.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput deste
artigo quando:
I – (VETADO);
II – provas da prática de atos ilícitos
dolosos constarem nos autos do processo
administrativo ou judicial.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo
inclusive na hipótese de o agente público não
mais ocupar o cargo, emprego ou função em
que foi praticado o ato questionado.

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A Lei n. 14.133/2021 trouxe inclusive um capítulo especialmente para falar dos AGENTES
PÚBLICOS. Neste capítulo inclusive dispõe que a autoridade máxima do órgão deverá observar
o princípio da segregação de funções, vedada a designação do mesmo agente público para
atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilida-
de de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação. Ademais, é
vedada a designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais
suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência
de fraudes na respectiva contratação. Ou seja, são vários agentes com funções diversas em
todo processo licitatório.
A licitação será conduzida por agente de contratação, pessoa designada pela autoridade
competente, entre servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da
Administração Pública, para tomar decisões. Nesse sentido, quis a lei que o agente de contra-
tação fosse alguém com vínculo permanente com a Administração Pública, não se admitindo
que seja apenas um cargo em comissão, terceirizado ou temporário. O agente de contratação
será auxiliado por equipe de apoio e responderá (o agente) individualmente pelos atos que
praticar, salvo quando induzido a erro pela atuação da equipe.
Como os bens e serviços especiais são de maior complexidade, o agente de contratação
poderá ser substituído por comissão de contratação formada de, no mínimo, 3 (três) mem-
bros, que responderão solidariamente por todos os atos praticados pela comissão, ressalva-
do o membro que expressar posição individual divergente fundamentada e registrada em ata
lavrada na reunião em que houver sido tomada a decisão.

REGRA EXCEÇÃO
Licitação que envolva bens ou serviços
Licitação será conduzida por agente de especiais o agente de contratação poderá
contratação. ser substituído por comissão de contratação
formada de, no mínimo, 3 (três) membros.
Equipe de apoio auxilia e responde
individualmente pelos atos que praticar, Responderão solidariamente por todos os
salvo quando induzido a erro pela atuação atos praticados pela comissão.
da equipe.

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Art. 3º A licitação destina-se a garantir a AS LICITAÇÕES


observância do princípio constitucional CAPÍTULO I
da isonomia, a seleção da proposta DO PROCESSO LICITATÓRIO
mais vantajosa para a administração e a Art. 11. O processo licitatório tem por
promoção do desenvolvimento nacional OBJETIVOS:
sustentável e será processada e julgada I – assegurar a seleção da proposta apta
em estrita conformidade com os princípios a gerar o resultado de contratação mais
básicos da legalidade, da impessoalidade, da vantajoso para a Administração Pública,
moralidade, da igualdade, da publicidade, da inclusive no que se refere ao ciclo de vida do
probidade administrativa, da vinculação ao objeto;
instrumento convocatório, do julgamento II – assegurar tratamento isonômico entre
objetivo e dos que lhes são correlatos. os licitantes, bem como a justa competição;
III – evitar contratações com sobrepreço
ou com preços manifestamente
inexequíveis e superfaturamento na
execução dos contratos;
IV – incentivar a inovação e o
desenvolvimento nacional sustentável.
Parágrafo único. A alta administração do
órgão ou entidade é responsável pela
governança das contratações e deve
implementar processos e estruturas,
inclusive de gestão de riscos e controles
internos, para avaliar, direcionar e monitorar
os processos licitatórios e os respectivos
contratos, com o intuito de alcançar os
objetivos estabelecidos no caput deste
artigo, promover um ambiente íntegro e
confiável, assegurar o alinhamento das
contratações ao planejamento estratégico e
às leis orçamentárias e promover eficiência,
efetividade e eficácia em suas contratações.

Objetivos da Licitação
O art. 11 da lei n. 14.133/21 estabelece que o objetivo da licitação é gerar o resultado de
contratação mais vantajoso para a Administração Pública, prevalecer o princípio da isonomia,
visando à promoção do desenvolvimento nacional sustentável e incentivar a inovação. Aqui,
foi mantido o princípio da vantajosidade da licitação. O processo licitatório visa escolher não
só a proposta (como está na Lei n. 8.666/93), mas sim o resultado mais vantajoso.
O que a lei estabelece é a escolha do resultado de contratação mais vantajoso, e não a
proposta mais barata. Com efeito, mediante o procedimento licitatório não se busca apenas o
menor preço, mas também propostas que ofereçam condições atraentes para a Administração,
por exemplo, a qualidade do produto. Contudo, o menor preço não pode ser descartado, mesmo

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porque é o critério utilizado como regra geral nas licitações. No entanto, a lei exige, para a vali-
dade da proposta, o menor preço, em conjugação com os critérios definidos pelo edital.
Por meio da licitação também se assegura a observância do princípio da isonomia. A lei
garante o mesmo tratamento para todos aqueles que participem do procedimento licitatório;
tanto em relação aos direitos como em relação às obrigações. Trata-se de imposição de índole
constitucional, estampada no art. 37, XXI, da CF:

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações


serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de quali-
ficação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Em relação à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, apesar de tal objetivo


ter uma inclinação voltada principalmente para aspectos ambientais, nele também devem ser
incluídos todos os aspectos que envolvem uma licitação, por exemplo, questões de ordem
econômica e desenvolvimentos regionais.
Interessante notar que foram colocados objetivos novos! Evitar contratações com sobre-
preço ou com preços manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execução dos con-
tratos,– incentivar a inovação.
De fato, a licitação tem o objetivo de evitar contratações com sobrepreço ou com preços
manifestamente inexequíveis e superfaturamento. Contudo, achamos desnecessário colocar
tais objetivos expressos no art. 11. Com efeito, seria melhor deixar tais “objetivos” em capítulo
que falasse sobre as vedações. Mas....,inclusive, para fins de prova de concurso, memorize
todos os objetivos.
Inclusive, a lei n. 14.133/21 trouxe conceitos importantes no art. 6º:

LVI – sobrepreço: preço orçado para licitação ou contratado em valor expressivamente superior aos
preços referenciais de mercado, seja de apenas 1 (um) item, se a licitação ou a contratação for por
preços unitários de serviço, seja do valor global do objeto, se a licitação ou a contratação for por
tarefa, empreitada por preço global ou empreitada integral, semi-integrada ou integrada;
LVII – superfaturamento: dano provocado ao patrimônio da Administração, caracterizado, entre ou-
tras situações, por: a) medição de quantidades superiores às efetivamente executadas ou forneci-
das; b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia que resulte em diminuição
da sua qualidade, vida útil ou segurança; c) alterações no orçamento de obras e de serviços de
engenharia que causem desequilíbrio econômico-financeiro do contrato em favor do contratado; d)
outras alterações de cláusulas financeiras que gerem recebimentos contratuais antecipados, dis-
torção do cronograma físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com custos
adicionais para a Administração ou reajuste irregular de preços;

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Veja que o sobrepreço tem relação com o preço em si. Já o superfaturamento é um dano
já provocado, decorrente de medição de quantitativos, vícios na execução do contrato e no
orçamento e demais alterações de cláusulas financeiras do contrato.
A licitação é a regra antes das futuras contratações pela Administração. Antes de efetuar
o contrato administrativo, deve ser realizado o procedimento licitatório, a fim de escolher a
proposta mais vantajosa em um universo de participantes.
O que a lei estabelece é a escolha da proposta mais vantajosa, e não a mais barata. Com
efeito, mediante o procedimento licitatório não se busca apenas o menor preço, mas também
propostas que ofereçam condições atraentes para a Administração, por exemplo, a qualidade
do produto. Contudo, o menor preço não pode ser descartado, mesmo porque é o critério uti-
lizado como regra geral nas licitações. No entanto, a lei exige, para a validade da proposta, o
menor preço, em conjugação com os critérios definidos pelo edital.

Art. 12. No processo licitatório, observar-


se-á o seguinte:
I – os documentos serão produzidos por
escrito, com data e local de sua realização e
assinatura dos responsáveis;
II – os valores, os preços e os custos utilizados
terão como expressão monetária a moeda
corrente nacional, ressalvado o disposto no
art. 52 desta Lei;
III – o desatendimento de exigências
meramente formais que não comprometam
a aferição da qualificação do licitante ou a
compreensão do conteúdo de sua proposta
não importará seu afastamento da licitação
ou a invalidação do processo;
IV – a prova de autenticidade de cópia
de documento público ou particular poderá
ser feita perante agente da Administração,
mediante apresentação de original ou de
declaração de autenticidade por advogado,
sob sua responsabilidade pessoal;
V – o reconhecimento de firma somente
será exigido quando houver dúvida de
autenticidade, salvo imposição legal;
VI – os atos serão preferencialmente
digitais, de forma a permitir que sejam
produzidos, comunicados, armazenados e
validados por meio eletrônico;

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VII – a partir de documentos de formalização


de demandas, os órgãos responsáveis
pelo planejamento de cada ente federativo
poderão, na forma de regulamento,
elaborar plano de contratações
anual, com o objetivo de racionalizar as
contratações dos órgãos e entidades sob
sua competência, garantir o alinhamento
com o seu planejamento estratégico e
subsidiar a elaboração das respectivas leis
orçamentárias.
§ 1º O plano de contratações anual de
que trata o inciso VII do caput deste artigo
deverá ser divulgado e mantido à disposição
do público em sítio eletrônico oficial e será
observado pelo ente federativo na realização
de licitações e na execução dos contratos.
§ 2º É permitida a identificação e assinatura
digital por pessoa física ou jurídica em meio
eletrônico, mediante certificado digital
emitido em âmbito da Infraestrutura de
Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).

Neste artigo a Lei n. 14.133/21 consagrou o princípio do informalismo, uma vez que só
serão anulados atos que contenham vícios graves. Ademais, trouxe várias novidades tecnoló-
gicos, permitindo assinatura digital (o que já ocorre na prática como, por exemplo, o sistema
SEI que tramitam os processos administrativos).
A lei também outorgou aos agentes públicos o poder de fazer o reconhecimento de firma,
dispensando autenticação em cartório, tendo em vista a fé pública dos atos praticados pelos
servidores públicos e em razão da presunção de legitimidade dos atos administrativos.

Art. 2º, § 3º A licitação não será sigilosa, Art. 13. Os atos praticados no processo
sendo públicos e acessíveis ao público os licitatório são públicos, ressalvadas as
atos de seu procedimento, salvo quanto ao hipóteses de informações cujo sigilo seja
conteúdo das propostas, até a respectiva imprescindível à segurança da sociedade e
abertura. do Estado, na forma da lei.
Parágrafo único. A publicidade será diferida:
I – quanto ao conteúdo das propostas, até a
respectiva abertura;
II – quanto ao orçamento da
Administração, nos termos do art. 24
desta Lei.

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O princípio da publicidade tem exceção? Com efeito, não há nenhum princípio adminis-
trativo absoluto. Nesse sentido, o art. 5º, XXXIII, da CF possibilita que em razão de segurança
nacional ou relevante interesse coletivo possa haver exceção à publicidade. O art. 13 usa a
expressão de publicidade “diferida”. Diferida quer dizer postergada, posposta. Assim, a publici-
dade de certos atos pode ser revelada em momento futuro na licitação.
O primeiro caso é o conteúdo das propostas, até a abertura. Sendo o julgamento, por
exemplo, pelo menor preço ou maior desconto e a proposta por entrega de envelopes, até o
dia marcado para julgamento as propostas permanecem em sigilo. Para nenhum licitante
saber o conteúdo da proposta de outro licitante.
No segundo caso, ocorrerá quando houver orçamento sigiloso, em que não se divulga o
orçamento feito pela Administração Pública e o orçamento só é revelado após o julgamento
das propostas, a fim de que os licitantes não fiquem dando propostas com base no orça-
mento orçado.
Entendemos que o princípio da publicidade continua tendo exceção, em que pese a lei
ter utilizado a expressão “publicidade diferida”, pois nas situações que a lei permite, a pu-
blicidade só irá acontecer em momento futuro e, assim, sendo o princípio excepcionado em
certas ocasiões.

Art. 14. Não poderão disputar licitação ou


participar da execução de contrato, direta
ou indiretamente:
I – autor do anteprojeto, do projeto básico
ou do projeto executivo, pessoa física ou
jurídica, quando a licitação versar sobre
obra, serviços ou fornecimento de bens a ele
relacionados;
II – empresa, isoladamente ou em consórcio,
responsável pela elaboração do projeto
básico ou do projeto executivo, ou empresa
da qual o autor do projeto seja dirigente,
gerente, controlador, acionista ou detentor
de mais de 5% (cinco por cento) do capital
com direito a voto, responsável técnico ou
subcontratado, quando a licitação versar
sobre obra, serviços ou fornecimento de
bens a ela necessários;
III – pessoa física ou jurídica que
se encontre, ao tempo da licitação,
impossibilitada de participar da licitação em
decorrência de sanção que lhe foi imposta;

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IV – aquele que mantenha vínculo de


natureza técnica, comercial, econômica,
financeira, trabalhista ou civil com dirigente
do órgão ou entidade contratante ou com
agente público que desempenhe função na
licitação ou atue na fiscalização ou na gestão
do contrato, ou que deles seja cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, devendo essa proibição constar
expressamente do edital de licitação;
V – empresas controladoras, controladas
ou coligadas, nos termos da Lei n. 6.404,
de 15 de dezembro de 1976, concorrendo
entre si;
VI – pessoa física ou jurídica que, nos
5 (cinco) anos anteriores à divulgação do
edital, tenha sido condenada judicialmente,
com trânsito em julgado, por exploração
de trabalho infantil, por submissão de
trabalhadores a condições análogas às de
escravo ou por contratação de adolescentes
nos casos vedados pela legislação trabalhista.
§ 1º O impedimento de que trata o inciso III
do caput deste artigo será também aplicado
ao licitante que atue em substituição a outra
pessoa, física ou jurídica, com o intuito de
burlar a efetividade da sanção a ela aplicada,
inclusive a sua controladora, controlada
ou coligada, desde que devidamente
comprovado o ilícito ou a utilização
fraudulenta da personalidade jurídica do
licitante.
§ 2º A critério da Administração e
exclusivamente a seu serviço, o autor dos
projetos e a empresa a que se referem os
incisos I e II do caput deste artigo poderão
participar no apoio das atividades
de planejamento da contratação, de
execução da licitação ou de gestão
do contrato, desde que sob supervisão
exclusiva de agentes públicos do órgão ou
entidade.

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§ 3º Equiparam-se aos autores do projeto


as empresas integrantes do mesmo grupo
econômico.
§ 4º O disposto neste artigo não impede a
licitação ou a contratação de obra ou serviço
que inclua como encargo do contratado
a elaboração do projeto básico e do
projeto executivo, nas contratações
integradas, e do projeto executivo, nos
demais regimes de execução.
§ 5º Em licitações e contratações realizadas
no âmbito de projetos e programas
parcialmente financiados por agência oficial
de cooperação estrangeira ou por organismo
financeiro internacional com recursos do
financiamento ou da contrapartida nacional,
não poderá participar pessoa física ou jurídica
que integre o rol de pessoas sancionadas
por essas entidades ou que seja declarada
inidônea nos termos desta Lei.

No art. 14, a lei trouxe uma série de vedações de participação para o bom andamento
do certame. A Lei n. 14.133/2021 detalhou bem mais do que a lei n. 8.666/93. Vejamos as
hipóteses:
Os incisos I e II visam impedir que a empresa ou autor (pessoa física) que fizeram projetos
participem da licitação para executá-lo.
O impedimento de que trata o inciso III (recebeu sanção anterior) será também aplicado ao
licitante que atue em substituição a outra pessoa, física ou jurídica, com o intuito de burlar a
efetividade da sanção a ela aplicada, inclusive a sua controladora, controlada ou coligada, des-
de que devidamente comprovado o ilícito ou a utilização fraudulenta da personalidade jurídica
do licitante. Essa determinação da lei é para evitar que sócios de uma empresa que receberam
sanção de, por exemplo, suspensão temporária venham a criar uma nova empresa com mes-
mo objeto para fugirem da sanção que receberam, o que ocorre muito na prática.
O impedimento do autor do projeto para participação não é absoluto, pois a lei admite que,
a critério da Administração e exclusivamente a seu serviço, o autor dos projetos e a empresa
a que se referem os incisos I e II poderão participar no apoio das atividades de planejamento
da contratação, de execução da licitação ou de gestão do contrato, desde que sob supervisão
exclusiva de agentes públicos do órgão ou entidade. Assim, a Administração Pública pode
contratar o autor do projeto como uma espécie de consultor.
Cabe, ainda, lembrar que o art. 7º estabelece que os agentes designados para trabalharem
com licitações e contratos terão impedimento de atuação se forem cônjuge ou companheiro de
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licitantes ou contratados habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de paren-
tesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial, econô-
mica, financeira, trabalhista e civil.
No regime de execução de contratação integrada ou semi-integrada, o contratado poderá
desenvolver o PROJETO BÁSICO OU EXECUTIVO a depender do caso.

EMPRESAS EM CONSÓRCIO EMPRESAS EM CONSÓRCIO


Art. 33. Quando permitida na licitação a Art. 15. Salvo vedação devidamente
participação de empresas em consórcio, justificada no processo licitatório, pessoa
observar-se-ão as seguintes normas: jurídica poderá participar de licitação em
I – comprovação do compromisso público consórcio, observadas as seguintes normas:
ou particular de constituição de consórcio, I – comprovação de compromisso público
subscrito pelos consorciados; ou particular de constituição de consórcio,
II – indicação da empresa responsável pelo subscrito pelos consorciados;
consórcio que deverá atender às condições II – indicação da empresa líder do consórcio,
de liderança, obrigatoriamente fixadas no que será responsável por sua representação
edital; perante a Administração;
III – apresentação dos documentos exigidos III – admissão, para efeito de habilitação
nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de técnica, do somatório dos quantitativos de
cada consorciado, admitindo-se, para efeito cada consorciado e, para efeito de habilitação
de qualificação técnica, o somatório dos econômico-financeira, do somatório dos
quantitativos de cada consorciado, e, para valores de cada consorciado;
efeito de qualificação econômico-financeira, IV – impedimento de a empresa consorciada
o somatório dos valores de cada consorciado, participar, na mesma licitação, de mais de
na proporção de sua respectiva participação, um consórcio ou de forma isolada;
podendo a Administração estabelecer, para V – responsabilidade solidária dos integrantes
o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta pelos atos praticados em consórcio, tanto
por cento) dos valores exigidos para licitante na fase de licitação quanto na de execução
individual, inexigível este acréscimo para os do contrato.
consórcios compostos, em sua totalidade, § 1º O edital deverá estabelecer para o
por micro e pequenas empresas assim consórcio acréscimo de 10% (dez por cento)
definidas em lei; a 30% (trinta por cento) sobre o valor exigido
IV – impedimento de participação de empresa de licitante individual para a habilitação
consorciada, na mesma licitação, através de econômico-financeira, salvo justificação.
mais de um consórcio ou isoladamente; § 2º O acréscimo previsto no § 1º deste artigo
V – responsabilidade solidária dos integrantes não se aplica aos consórcios compostos,
pelos atos praticados em consórcio, tanto em sua totalidade, de microempresas e
na fase de licitação quanto na de execução pequenas empresas, assim definidas em lei.
do contrato.

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§ 1º No consórcio de empresas brasileiras § 3º O licitante vencedor é obrigado a


e estrangeiras a liderança caberá, promover, antes da celebração do contrato,
obrigatoriamente, à empresa brasileira, a constituição e o registro do consórcio, nos
observado o disposto no inciso II deste termos do compromisso referido no inciso I
artigo. do caput deste artigo.
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a § 4º Desde que haja justificativa técnica
promover, antes da celebração do contrato, aprovada pela autoridade competente,
a constituição e o registro do consórcio, nos o edital de licitação poderá estabelecer
termos do compromisso referido no inciso I limite máximo para o número de empresas
deste artigo. consorciadas.
§ 5º A substituição de consorciado deverá
ser expressamente autorizada pelo órgão
ou entidade contratante e condicionada à
comprovação de que a nova empresa do
consórcio possui, no mínimo, os mesmos
quantitativos para efeito de habilitação
técnica e os mesmos valores para efeito
de qualificação econômico-financeira
apresentados pela empresa substituída para
fins de habilitação do consórcio no processo
licitatório que originou o contrato.

É possível a participação de empresas em consórcio. Nessa hipótese, ocorre a reunião de


empresas para atender os requisitos de qualificação técnica e econômica exigidos no edital
de licitação.
“O consórcio não é uma pessoa jurídica, mas associação de empresas que conjugam recur-
sos humanos, técnicos e materiais para a execução do objeto a ser licitado.”5
Você já deve ter visto a notícia de que o consórcio X ganhou a licitação do aeroporto. O
consórcio Y administra a rodovia. Esse consórcio decorreu da reunião de empresas que se
reuniu para participar da licitação.
A participação de empresas em consórcio é vantajosa para a Administração Pública, pois
permite que várias empresas que, individualmente, não conseguiriam participar por falta de
qualificação técnica ou econômica, mas que juntando com outras empresas, formando um
consórcio participam em conjunto. No consórcio, há o somatório dos quantitativos de cada
consorciado e, para efeito de habilitação econômico-financeira, o somatório dos valores. Po-
dendo o edital estabelecer limite máximo ao número de empresas consorciadas.
Contudo, geralmente, a formação de consórcios é utilizada em contratações de maior
complexidade.
Alguns editais vedavam sem justificativa a participação de consórcios. Por isso, o TCU já
vinha sinalizando que a vedação em editais de consórcios deveriam ser devidamente justificadas
5
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio, op. cit., p. 545-546.

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porque, conforme falamos, o consórcio amplia a participação de empresas sendo vantajoso


para a Administração Pública. Assim, a Lei n. 14.133/2021 também regulamentou o consórcio
de empresas.
Pela redação do art. 15 da Lei n. 14.133/2021, fica claro que a lei quis possibilitar a partici-
pação de empresas em consórcio nas licitações.
Contudo, quando houver o consórcio terá um acréscimo em relação ao licitante individual.
A lei fixa que, o edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de 10% (dez por cento)
a 30% (trinta por cento) sobre o valor exigido de licitante individual para a habilitação econô-
mico-financeira, salvo justificação. Porém, esse acréscimo não se aplica aos consórcios com-
postos, em sua totalidade, de microempresas e pequenas empresas, assim definidas em lei.
O licitante vencedor é obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição
e o registro do consórcio. Veja que a constituição do consórcio é antes do contrato. Assim,
durante a licitação ele não precisa estar formalmente constituído.

COOPERATIVAS
Art. 16. Os profissionais organizados sob a
forma de cooperativa poderão participar de
licitação quando:
I – a constituição e o funcionamento
da cooperativa observarem as regras
COOPERATIVAS
estabelecidas na legislação aplicável, em
Art. 3º, § 1º É vedado aos agentes públicos:
especial a Lei n. 5.764, de 16 de dezembro
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos
de 1971, a Lei n. 12.690, de 19 de julho de
de convocação, cláusulas ou condições que
2012, e a Lei Complementar n. 130, de 17 de
comprometam, restrinjam ou frustrem o
abril de 2009;
seu caráter competitivo, inclusive nos casos
II – a cooperativa apresentar demonstrativo
de sociedades cooperativas, e estabeleçam
de atuação em regime cooperado, com
preferências ou distinções em razão da
repartição de receitas e despesas entre os
naturalidade, da sede ou domicílio dos
cooperados;
licitantes ou de qualquer outra circunstância
III – qualquer cooperado, com igual
impertinente ou irrelevante para o específico
qualificação, for capaz de executar o objeto
objeto do contrato, ressalvado o disposto
contratado, vedado à Administração indicar
nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei
nominalmente pessoas;
no 8.248, de 23 de outubro de 1991;
IV – o objeto da licitação referir-se, em se
tratando de cooperativas enquadradas
na Lei n. 12.690, de 19 de julho de 2012, a
serviços especializados constantes do objeto
social da cooperativa, a serem executados
de forma complementar à sua atuação.

Outra figura complicada nas licitações são as cooperativas.


A cooperativa é uma sociedade de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de
ordem civil, constituída para prestar serviços aos associados. É uma reunião de pessoas, com
o mesmo objetivo que se juntam para prestarem em conjunto um serviço. Todo o lucro é

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dividido entre os consorciados. Por exemplo, cooperativa de catadores de latinhas; de recicla-


gem de papel. Citei aqui alguns exemplos mais práticos, mas a formação de cooperativas é
para diversas áreas.
Entre os cooperados não há os elementos da relação de trabalho entre eles. Não há um
“chefe”. Não há pessoalidade e subordinação.
O grande problema das cooperativas nas licitações é a existência de falsas cooperativas,
que na prática são empresas intermediadoras de mão de obra subordinada. Para garantir a
participação legal das cooperativas nas licitações, deverá ser aferido, na fase interna da lici-
tação, se o objeto demandado pela Administração pode ser executado pelos cooperados de
forma autônoma (sem relação de subordinação entre os cooperados).
O TCU, no Acórdão 724/2006 – Plenário, alertou para o

Elevado número de decisões prolatadas pela Justiça do Trabalho, reconhecendo o vín-


culo de emprego entre os obreiros e as cooperativas e até mesmo com os tomadores dos
serviços e a consequente responsabilização subsidiária de órgãos e entidades da Admi-
nistração Pública Federal pelos encargos trabalhistas não pagos por cooperativas frau-
dulentas” e concluiu que “a única forma de minimizar a possibilidade de condenação na
justiça Laboral se dá mediante a prévia definição do regime em que os serviços a serem
contratados serão prestados.

Assim, a Lei n. 14.133/2021 regulamentou a participação das cooperativas nas licitações


com mais detalhes, deixando claro que as cooperativas podem participar das licitações, desde
que sejam verdadeiras cooperativas, e não, empresas disfarçadas cooperativas.

FASES
Art. 17. O processo de licitação observará
as seguintes fases, em sequência:
I – preparatória;
II – de divulgação do edital de licitação;
Não há na Lei n. 8.666/93 um capítulo
III – de apresentação de propostas e lances,
próprio dedicado às fases da licitação.
quando for o caso;
IV – de julgamento;
V – de habilitação;
VI – recursal;
VII – de homologação.

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Fase de HABILITAÇÃO pode, excepcionalmente, ser


posterior ao edital.

PROPOSTAS
PREPARATÓRIA EDITAL JULGAMENTO
E LANCES

HABILITAÇÃO RECURSAL HOMOLOGAÇÃO FASE CONTRATUAL

§ 1º A fase referida no inciso V do caput deste


artigo poderá, mediante ato motivado com
explicitação dos benefícios decorrentes,
anteceder as fases referidas nos incisos
III e IV do caput deste artigo, desde que
expressamente previsto no edital de
licitação.
§ 2º As licitações serão realizadas
preferencialmente sob a forma eletrônica,
admitida a utilização da forma presencial,
desde que motivada, devendo a sessão
pública ser registrada em ata e gravada em
áudio e vídeo.
§ 3º Desde que previsto no edital, na fase
a que se refere o inciso IV do caput deste
artigo, o órgão ou entidade licitante poderá,
em relação ao licitante provisoriamente
vencedor, realizar análise e avaliação da
conformidade da proposta, mediante
homologação de amostras, exame de
conformidade e prova de conceito, entre
outros testes de interesse da Administração,
de modo a comprovar sua aderência às
especificações definidas no termo de
referência ou no projeto básico.
§ 4º Nos procedimentos realizados por
meio eletrônico, a Administração poderá
determinar, como condição de validade e
eficácia, que os licitantes pratiquem seus
atos em formato eletrônico.

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§ 5º Na hipótese excepcional de licitação sob


a forma presencial a que refere o § 2º deste
artigo, a sessão pública de apresentação
de propostas deverá ser gravada em áudio
e vídeo, e a gravação será juntada aos
autos do processo licitatório depois de seu
encerramento.
§ 6º A Administração poderá exigir
certificação por organização independente
acreditada pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)
como condição para aceitação de:
I – estudos, anteprojetos, projetos básicos e
projetos executivos;
II – conclusão de fases ou de objetos de
contratos;
III – material e corpo técnico apresentados
por empresa para fins de habilitação.

Antes, na Lei n. 8.666/93 o procedimento da concorrência era: edital, habilitação, julga-


mento, homologação e adjudicação. E no Pregão, da Lei n. 10.520/02, invertia-se as fases de
julgamento e habilitação.
Uma das graaaaaaaandes novidades, não sei se você percebeu, foi a fase de julgamento
ser antes da fase de habilitação.
Ahhhh professor, mas isso já existira!!! Sim, existia na lei do Pregão, na Lei do RDC, mas
agora está na lei geral de licitações. Antes, na lei n. 8.666/93 não era assim.
É muito mais eficiente primeiro julgar e depois habilitar(verificar documentação) somente
daquele que vai contratar. A fase de habilitação é complicadíssima, pois tem que analisar
documentos de todos os licitantes. Por exemplo, já ocorreu em um grande Estado que iria
licitar 3.000 placas de taxi, aparecerem 7.000 licitantes. Imagine só! Verificar documentação
de 7.000 interessados! Ninguém merece....rs
Porém, pode a fase da habilitação ser prévia. Segundo a lei, o julgamento poderá, median-
te ato motivado com explicitação dos benefícios decorrentes, anteceder de apresentação de
propostas e julgamento, desde que expressamente previsto no edital de licitação. Assim, o
órgão deve motivar, indicando os benefícios e o edital deve vir com essa previsão.
Não sei se você notou, mas a Lei n. 14.133/2021 dedicou importantes artigos para a fase
preparatória, etapa na qual se definem os preços, prepara-se o edital com a confecção de um
termo de referência/projeto básico, escolhe a modalidade licitatória etc. É uma etapa muito
importante da licitação que antecede a publicação do edital, mas que na Lei n. 8.666/93 não
tinha uma atenção especial.

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Uma outra novidade foi a forma eletrônica ser a regra. Segundo a lei, as licitações serão
realizadas preferencialmente sob a forma eletrônica, admitida a utilização da forma presen-
cial, desde que motivada, devendo a sessão pública ser registrada em ata e gravada mediante
utilização de recursos tecnológicos de áudio e vídeo. Agora se inverte, licitação presencial é
exceção e a eletrônica é a regra.
Na hipótese excepcional de licitação sob a forma presencial, a sessão pública de apresen-
tação de propostas deverá ser gravada em áudio e vídeo, e a gravação será juntada aos autos
do processo licitatório depois de seu encerramento.
O TCU costumeiramente veda condições de qualificação nas licitações que possam res-
tringir o caráter competitivo. Inclusive, voltando a falar do cafezinho, entende que é ilegal
exigir selo ABIC como condição de habilitação. A Lei n. 14.133/2021 admite a exigência de
certificação por organização independente acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro) nas licitações.

Amostra e Prova de Conceito

A amostra é o bem ou serviço apresentado pelo licitante, caracterizante da natureza, espé-


cie e qualidade do futuro fornecimento, para exame pela administração. Trata-se do produto
ou serviço que será apresentado pelo licitante para a administração verificar se ele atende às
exigências do Edital. O termo prova de conceito – POC (assim chamado na prática) é seme-
lhante às amostras, mas é utilizado na contratação de soluções de tecnologia da informação.
Por exemplo, se a Administração Pública vai comprar telefones de mesa. Pode exigir do
licitante que apresente o produto (o telefone) para verificação. Para ver se ele atende, diga-
mos, na prática aos requisitos do edital. Ou se vai comprar café e verificar se o café é de boa
qualidade.
Afinal, café é muito importante para a eficiência da Administração Pública. Quanto mais
café mais o servidor trabalha! Ou não, pois a hora do cafezinho pode ser demorada...rs...brin-
cadeiras à parte, é importante pelo menos comprar um café com as qualidades mínimas.
Ou, por exemplo, uma ferramenta de segurança de sistemas ser testado antes pelo ór-
gão público.
Segundo o TCU, a prova de conceito, meio para avaliação dos produtos ofertados, pode
ser exigida do licitante provisoriamente classificado em primeiro lugar, mas não pode ser exi-
gida como condição para habilitação, por inexistência de previsão legal (Acórdão 2763/201).
Assim, o TCU considera que a exigência da prova de conceito na qualificação técnica é ilegal,
pois restringe o caráter competitivo, por trazer um ônus desnecessário para o licitante.
Note que a Lei n. 14.133/2021 dispõe que as amostras ou POC poderá ser exigida em
relação ao “licitante provisoriamente vencedor”. Nesse sentido, está em sintonia com a juris-
prudência do TCU que veda exigir de todos os licitantes.

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Se o produto não passar nos testes, a proposta é desclassificada pela Administra-


ção Pública.

PREPARATÓRIA

EDITAL

PROPOSTAS E
LANCES

FASES HABILITAÇÃO

RECURSAL

HOMOLOGAÇÃO

DA FASE PREPARATÓRIA
Seção I
Da Instrução do Processo Licitatório
Art. 18. A fase preparatória do processo
licitatório é caracterizada pelo planejamento
e deve compatibilizar-se com o plano de
contratações anual de que trata o inciso VII
do caput do art. 12 desta Lei, sempre que
elaborado, e com as leis orçamentárias,
bem como abordar todas as considerações
técnicas, mercadológicas e de gestão
que podem interferir na contratação,
compreendidos:
I – a descrição da necessidade da contratação
fundamentada em estudo técnico preliminar
que caracterize o interesse público envolvido;
II – a definição do objeto para o atendimento
da necessidade, por meio de termo de
referência, anteprojeto, projeto básico ou
projeto executivo, conforme o caso;
III – a definição das condições de execução
e pagamento, das garantias exigidas e
ofertadas e das condições de recebimento;
IV – o orçamento estimado, com as
composições dos preços utilizados para sua
formação;
V – a elaboração do edital de licitação;

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VI – a elaboração de minuta de contrato,


quando necessária, que constará
obrigatoriamente como anexo do edital de
licitação;
VII – o regime de fornecimento de bens, de
prestação de serviços ou de execução de
obras e serviços de engenharia, observados
os potenciais de economia de escala;
VIII – a modalidade de licitação, o critério
de julgamento, o modo de disputa e
a adequação e eficiência da forma de
combinação desses parâmetros, para os
fins de seleção da proposta apta a gerar o
resultado de contratação mais vantajoso
para a Administração Pública, considerado
todo o ciclo de vida do objeto;
IX – a motivação circunstanciada das
condições do edital, tais como justificativa de
exigências de qualificação técnica, mediante
indicação das parcelas de maior relevância
técnica ou valor significativo do objeto,
e de qualificação econômico-financeira,
justificativa dos critérios de pontuação e
julgamento das propostas técnicas, nas
licitações com julgamento por melhor técnica
ou técnica e preço, e justificativa das regras
pertinentes à participação de empresas em
consórcio;
X – a análise dos riscos que possam
comprometer o sucesso da licitação e a boa
execução contratual;
XI – a motivação sobre o momento da
divulgação do orçamento da licitação,
observado o art. 24 desta Lei.
§ 1º O estudo técnico preliminar a que se
refere o inciso I do caput deste artigo deverá
evidenciar o problema a ser resolvido e a
sua melhor solução, de modo a permitir a
avaliação da viabilidade técnica e econômica
da contratação, e conterá os seguintes
elementos:
I – descrição da necessidade da contratação,
considerado o problema a ser resolvido sob
a perspectiva do interesse público;

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II – demonstração da previsão da
contratação no plano de contratações anual,
sempre que elaborado, de modo a indicar
o seu alinhamento com o planejamento da
Administração;
III – requisitos da contratação;
IV – estimativas das quantidades para a
contratação, acompanhadas das memórias
de cálculo e dos documentos que lhes dão
suporte, que considerem interdependências
com outras contratações, de modo a
possibilitar economia de escala;
V – levantamento de mercado, que consiste
na análise das alternativas possíveis, e
justificativa técnica e econômica da escolha
do tipo de solução a contratar;
VI – estimativa do valor da contratação,
acompanhada dos preços unitários
referenciais, das memórias de cálculo e
dos documentos que lhe dão suporte, que
poderão constar de anexo classificado, se
a Administração optar por preservar o seu
sigilo até a conclusão da licitação;
VII – descrição da solução como um todo,
inclusive das exigências relacionadas à
manutenção e à assistência técnica, quando
for o caso;
VIII – justificativas para o parcelamento ou
não da contratação;
IX – demonstrativo dos resultados
pretendidos em termos de economicidade
e de melhor aproveitamento dos recursos
humanos, materiais e financeiros disponíveis;
X – providências a serem adotadas pela
Administração previamente à celebração
do contrato, inclusive quanto à capacitação
de servidores ou de empregados para
fiscalização e gestão contratual;
XI – contratações correlatas e/ou
interdependentes;

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XII – descrição de possíveis impactos


ambientais e respectivas medidas
mitigadoras, incluídos requisitos de
baixo consumo de energia e de outros
recursos, bem como logística reversa
para desfazimento e reciclagem de bens e
refugos, quando aplicável;
XIII – posicionamento conclusivo sobre
a adequação da contratação para o
atendimento da necessidade a que se
destina.
§ 2º O estudo técnico preliminar deverá
conter ao menos os elementos previstos
nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º deste
artigo e, quando não contemplar os demais
elementos previstos no referido parágrafo,
apresentar as devidas justificativas.
§ 3º Em se tratando de estudo técnico
preliminar para contratação de obras
e serviços comuns de engenharia, se
demonstrada a inexistência de prejuízo para
a aferição dos padrões de desempenho e
qualidade almejados, a especificação do
objeto poderá ser realizada apenas em
termo de referência ou em projeto básico,
dispensada a elaboração de projetos.

Da Fase Preparatória – Art. 18


A lei deu uma atenção especial à fase preparatória. Trata-se de etapa que antecede a
todas as modalidades e as regras aqui tratadas são aplicadas a todos os procedimentos li-
citatórios.
Conforme a lei, a fase preparatória do processo licitatório é caracterizada pelo planeja-
mento e deve compatibilizar-se com o plano de contratações anual e com as leis orçamen-
tárias, bem como abordar todas as considerações técnicas, mercadológicas e de gestão que
podem interferir na contratação.
Nesta fase, deve haver a descrição da necessidade da contratação fundamentada em es-
tudo técnico preliminar que caracterize o interesse público envolvido; a definição do objeto; a
definição das condições de execução e pagamento; o orçamento estimado, a elaboração do
edital de licitação e da minuta do contrato; o modo de execução do contrato; a definição da
modalidade de licitação; a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da licita-
ção e a boa execução contratual.

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Interessante notar que em se tratando de estudo técnico preliminar para contratação de


obras e serviços comuns de engenharia, se demonstrada a inexistência de prejuízos para afe-
rição dos padrões de desempenho e qualidade almejados, a possibilidade de especificação
do objeto poderá ser indicada apenas em termo de referência, dispensada a elaboração de
projetos. Pode não parecer, mas isso representa uma grande novidade. Isso porque, quando
se fala em obras e serviços de engenharia sempre se exigiu um projeto básico, um documen-
to não padronizado feito para aquele caso especial. Porém, sendo obra e serviço comum de
engenharia pode ser utilizado apenas termo de referência que é um documento padronizado e
muito mais simples.
Assim, por exemplo, na colocação de 1.000 m2 de piso porcelanato em um órgão público;
ou a construção de um muro (muro simples – comum) pode ser utilizado apenas termo de
referência, dispensando a confecção de um projeto básico.

Art. 19. Os órgãos da Administração com


competências regulamentares relativas às
atividades de administração de materiais, de
obras e serviços e de licitações e contratos
deverão:
I – instituir instrumentos que permitam,
preferencialmente, a centralização dos
procedimentos de aquisição e contratação
de bens e serviços;
II – criar catálogo eletrônico de padronização
de compras, serviços e obras, admitida a
adoção do catálogo do Poder Executivo
federal por todos os entes federativos;
III – instituir sistema informatizado de
acompanhamento de obras, inclusive com
recursos de imagem e vídeo;
IV – instituir, com auxílio dos órgãos de
assessoramento jurídico e de controle
interno, modelos de minutas de editais,
de termos de referência, de contratos
padronizados e de outros documentos,
admitida a adoção das minutas do Poder
Executivo federal por todos os entes
federativos;
V – promover a adoção gradativa de
tecnologias e processos integrados
que permitam a criação, a utilização e a
atualização de modelos digitais de obras e
serviços de engenharia.

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§ 1º O catálogo referido no inciso II do caput


deste artigo poderá ser utilizado em licitações
cujo critério de julgamento seja o de menor
preço ou o de maior desconto e conterá toda
a documentação e os procedimentos próprios
da fase interna de licitações, assim como
as especificações dos respectivos objetos,
conforme disposto em regulamento.
§ 2º A não utilização do catálogo eletrônico
de padronização de que trata o inciso II do
caput ou dos modelos de minutas de que
trata o inciso IV do caput deste artigo deverá
ser justificada por escrito e anexada ao
respectivo processo licitatório.
§ 3º Nas licitações de obras e serviços de
engenharia e arquitetura, sempre que
adequada ao objeto da licitação, será
preferencialmente adotada a Modelagem
da Informação da Construção (Building
Information Modelling – BIM) ou tecnologias
e processos integrados similares ou mais
avançados que venham a substituí-la.

Metodologia BIM

Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura, sempre que adequada ao


objeto da licitação, será preferencialmente adotada a Modelagem da Informação da Constru-
ção (Building Information Modelling – BIM) ou tecnologias e processos integrados similares
ou mais avançados que venham a substituí-la. Nesta metodologia BIM as áreas de Arquite-
tura, Engenharia e Construção tem suas informações organizadas e integradas compondo
um único projeto de edificação. A tecnologia BIM permite que você crie digitalmente modelos
virtuais precisos de uma construção, indo desde a sua concepção, passando pelo projeto e
execução até chegar na operação e manutenção de um empreendimento.
O BIM precisa ser executado através de um software, pois seu conceito visa gerenciar
de forma digital todas as informações relacionadas a uma edificação, gerando geometria e
dados precisos aos profissionais. Porém, a metodologia não se trata de um software espe-
cífico – mas sim um modo de trabalho mais moderno e colaborativo, que possibilita maior
eficiência em comparação aos métodos tradicionais, pois proporciona mais assertividade na
hora de fazer a análise e o controle dos projetos. A metodologia BIM engloba todas as áreas
relacionadas a uma construção e cada uma delas possui seus softwares específicos que po-
dem ou não ser compatíveis com o BIM.6

6
https://www.rubk.com.br/o-que-e-bim/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=rubk&utm_content=ru-
bk-oque-resp&gclid=CjwKCAiA8ov_BRAoEiwAOZogwf4U0chh9UbXhGMldqyHYJV-m_nHiTlH99safKFlELQafMJh4uf7GBoCBcEQAvD_BwE

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Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
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Art. 20. Os itens de consumo adquiridos


para suprir as demandas das estruturas
da Administração Pública deverão ser de
qualidade comum, não superior à necessária
para cumprir as finalidades às quais se
destinam, vedada a aquisição de artigos de
luxo.
§ 1º Os Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário definirão em regulamento os
limites para o enquadramento dos bens de
consumo nas categorias comum e luxo.
§ 2º A partir de 180 (cento e oitenta) dias
contados da promulgação desta Lei, novas
compras de bens de consumo só poderão
ser efetivadas com a edição, pela autoridade
competente, do regulamento a que se refere
o § 1º deste artigo.
§ 3º (VETADO).

Vedação para Aquisição de Artigos de Luxo – Art. 20

Atenção! Isso vai despencar em prova!!!


Segundo a lei, os itens de consumo adquiridos para suprir as demandas das estruturas da
Administração Pública deverão ser de qualidade comum, não superior à mínima necessária
para cumprir as finalidades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo.
Então, não pode mais comprar Lagosta, Caviar e Vinhos!
Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário definirão em regulamento os limites para o
enquadramento dos bens de consumo nas categorias comum e luxo. Assim, cada Poder de-
verá editar ato próprio definindo quais bens se enquadram em artigos de luxo.
Ademais, o teto dos valores de gastos para os itens será o fixado para o Poder Executivo Fede-
ral, pois a lei fixou que os valores de referência dos três Poderes nas esferas federal, estadual, dis-
trital e municipal não poderão ser superiores aos valores de referência do Poder Executivo federal.

Art. 21. A Administração poderá convocar,


com antecedência mínima de 8 (oito) dias
úteis, audiência pública, presencial ou a
distância, na forma eletrônica, sobre licitação
que pretenda realizar, com disponibilização
prévia de informações pertinentes, inclusive
de estudo técnico preliminar e elementos
do edital de licitação, e com possibilidade de
manifestação de todos os interessados.

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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Parágrafo único. A Administração também


poderá submeter a licitação a prévia consulta
pública, mediante a disponibilização de seus
elementos a todos os interessados, que
poderão formular sugestões no prazo fixado.

Importante instrumento de diálogo são as audiências públicas. A realização de audiên-


cia pública antes do lançamento oficial da licitação é interessante porque permite já corrigir
eventuais falhas do procedimento. A Administração Pública mostra previamente aos inte-
ressados os documentos da licitação (termo de referência, edital, contrato) para que os inte-
ressados possam opinar e já indicar pontos que merecem correção e, também, para sugerir
aperfeiçoamento nos documentos.
Por isso, a lei previu que a Administração poderá convocar, com antecedência mínima de 8
(oito) dias úteis, audiência pública, presencial ou a distância, na forma eletrônica, sobre licita-
ção que pretenda realizar, com disponibilização prévia de informações pertinentes, inclusive
de estudo técnico preliminar, elementos do edital de licitação e outros, e com possibilidade de
manifestação de todos os interessados.

Art. 22. O edital poderá contemplar matriz


de alocação de riscos entre o contratante
e o contratado, hipótese em que o cálculo
do valor estimado da contratação poderá
considerar taxa de risco compatível com o
objeto da licitação e com os riscos atribuídos
ao contratado, de acordo com metodologia
predefinida pelo ente federativo.
§ 1º A matriz de que trata o caput deste
artigo deverá promover a alocação eficiente
dos riscos de cada contrato e estabelecer
a responsabilidade que caiba a cada parte
contratante, bem como os mecanismos que
afastem a ocorrência do sinistro e mitiguem
os seus efeitos, caso este ocorra durante a
execução contratual.
§ 2º O contrato deverá refletir a alocação
realizada pela matriz de riscos, especialmente
quanto:

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I – às hipóteses de alteração para o


restabelecimento da equação econômico-
financeira do contrato nos casos em que o
sinistro seja considerado na matriz de riscos
como causa de desequilíbrio não suportada
pela parte que pretenda o restabelecimento;
II – à possibilidade de resolução quando o
sinistro majorar excessivamente ou impedir
a continuidade da execução contratual;
III – à contratação de seguros obrigatórios
previamente definidos no contrato, integrado
o custo de contratação ao preço ofertado.
§ 3º Quando a contratação se referir a obras
e serviços de grande vulto ou forem
adotados os regimes de contratação
integrada e semi-integrada, o edital
obrigatoriamente contemplará matriz de
alocação de riscos entre o contratante e o
contratado.
§ 4º Nas contratações integradas ou semi-
integradas, os riscos decorrentes de fatos
supervenientes à contratação associados à
escolha da solução de projeto básico pelo
contratado deverão ser alocados como de
sua responsabilidade na matriz de riscos.

Sobre MATRIZ DE RISCOS veja comentários ao art. 6º, inciso XXVII.

Art. 23. O valor previamente estimado


da contratação deverá ser compatível
com os valores praticados pelo mercado,
considerados os preços constantes de
bancos de dados públicos e as quantidades
a serem contratadas, observadas a potencial
economia de escala e as peculiaridades do
local de execução do objeto.
§ 1º No processo licitatório para aquisição
de bens e contratação de serviços em geral,
conforme regulamento, o valor estimado
será definido com base no melhor preço
aferido por meio da utilização dos seguintes
parâmetros, adotados de forma combinada
ou não:

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I – composição de custos unitários menores


ou iguais à mediana do item correspondente
no painel para consulta de preços ou no
banco de preços em saúde disponíveis no
Portal Nacional de Contratações Públicas
(PNCP);
II – contratações similares feitas pela
Administração Pública, em execução ou
concluídas no período de 1 (um) ano anterior
à data da pesquisa de preços, inclusive
mediante sistema de registro de preços,
observado o índice de atualização de preços
correspondente;
III – utilização de dados de pesquisa
publicada em mídia especializada, de
tabela de referência formalmente aprovada
pelo Poder Executivo federal e de sítios
eletrônicos especializados ou de domínio
amplo, desde que contenham a data e hora
de acesso;
IV – pesquisa direta com no mínimo 3 (três)
fornecedores, mediante solicitação formal
de cotação, desde que seja apresentada
justificativa da escolha desses fornecedores e
que não tenham sido obtidos os orçamentos
com mais de 6 (seis) meses de antecedência
da data de divulgação do edital;
V – pesquisa na base nacional de notas
fiscais eletrônicas, na forma de regulamento.
§ 2º No processo licitatório para contratação
de obras e serviços de engenharia, conforme
regulamento, o valor estimado, acrescido
do percentual de Benefícios e Despesas
Indiretas (BDI) de referência e dos Encargos
Sociais (ES) cabíveis, será definido por meio
da utilização de parâmetros na seguinte
ordem:

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I – composição de custos unitários menores


ou iguais à mediana do item correspondente
do Sistema de Custos Referenciais de Obras
(Sicro), para serviços e obras de infraestrutura
de transportes, ou do Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices de Construção
Civil (Sinapi), para as demais obras e serviços
de engenharia;
II – utilização de dados de pesquisa
publicada em mídia especializada, de tabela
de referência formalmente aprovada pelo
Poder Executivo federal e de sítios eletrônicos
especializados ou de domínio amplo, desde
que contenham a data e a hora de acesso;
III – contratações similares feitas pela
Administração Pública, em execução ou
concluídas no período de 1 (um) ano
anterior à data da pesquisa de preços,
observado o índice de atualização de preços
correspondente;
IV – pesquisa na base nacional de notas
fiscais eletrônicas, na forma de regulamento.
§ 3º Nas contratações realizadas por
Municípios, Estados e Distrito Federal, desde
que não envolvam recursos da União, o
valor previamente estimado da contratação,
a que se refere o caput deste artigo, poderá
ser definido por meio da utilização de outros
sistemas de custos adotados pelo respectivo
ente federativo.
§ 4º Nas contratações diretas por
inexigibilidade ou por dispensa, quando não
for possível estimar o valor do objeto na forma
estabelecida nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo, o
contratado deverá comprovar previamente
que os preços estão em conformidade com
os praticados em contratações semelhantes
de objetos de mesma natureza, por meio da
apresentação de notas fiscais emitidas para
outros contratantes no período de até 1
(um) ano anterior à data da contratação pela
Administração, ou por outro meio idôneo.

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§ 5º No processo licitatório para contratação


de obras e serviços de engenharia sob os
regimes de contratação integrada ou semi-
integrada, o valor estimado da contratação
será calculado nos termos do § 2º deste
artigo, acrescido ou não de parcela referente
à remuneração do risco, e, sempre que
necessário e o anteprojeto o permitir,
a estimativa de preço será baseada em
orçamento sintético, balizado em sistema
de custo definido no inciso I do § 2º deste
artigo, devendo a utilização de metodologia
expedita ou paramétrica e de avaliação
aproximada baseada em outras contratações
similares ser reservada às frações do
empreendimento não suficientemente
detalhadas no anteprojeto.
§ 6º Na hipótese do § 5º deste artigo, será
exigido dos licitantes ou contratados, no
orçamento que compuser suas respectivas
propostas, no mínimo, o mesmo nível de
detalhamento do orçamento sintético
referido no mencionado parágrafo.

O valor previamente estimado da contratação deverá ser compatível com os valores pra-
ticados pelo mercado, considerados os preços constantes de bancos de dados públicos e as
quantidades a serem contratadas, observadas a potencial economia de escala e as peculiari-
dades do local de execução do objeto.
Atualmente, existem atos administrativos, Resoluções, expedidas pelo Ministério da Eco-
nomia que já definem como o preço dever ser orçado. Agora, a lei é quem traz os parâmetros. A
nosso ver, o assunto deveria ter sido deixado para a regulamentação em atos infralegais, pois
são critérios que mudam constantemente e, como sabemos, alterar uma lei para atualizar os
parâmetros é muito mais complicado do que mudar uma resolução ou um decreto.
Quais são os parâmetros que a lei coloca para definição dos preços?

I – composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item correspondente no painel


para consulta de preços ou no Banco de Preços em Saúde disponíveis no Portal Nacional de Con-
tratações Públicas (PNCP);
II – contratações similares feitas pela Administração Pública, em execução ou concluídas no perí-
odo de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de preços, inclusive mediante sistema de registro de
preços, observado o índice de atualização de preços correspondente;

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III – utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de tabela de referência
formalmente aprovada pelo Poder Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de
domínio amplo, desde que contenham a data e hora de acesso;
IV – pesquisa direta com no mínimo 3 (três) fornecedores, mediante solicitação formal de cotação,
desde que seja apresentada a justificativa da escolha desses fornecedores e que não tenham sido
obtidos os orçamentos com mais de 6 (seis) meses de antecedência da data de divulgação do
edital;
V – pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na forma de regulamento.

O item I trata do painel de preços. Trata-se de um programa que tem o registro das con-
tratações feitas por todos os órgãos federais de todos os Poderes e que o sistema de busca
seleciona os preços dos produtos conforme os critérios de busca utilizados, apresentando a
média e a mediana. E note que a lei dispõe que o parâmetro do painel de preços deve ser com
custos unitários menores ou iguais à mediana7.

 Obs.: fiquem tranquilos(as), no concurso não vão perguntar o que é média ou mediana,
apenas saiba que na pesquisa via painel de preços será com base na mediana.

O inciso II trata de contratações similares com outros órgãos. Neste caso, o órgão apre-
senta como parâmetro os preços utilizados nos contratos por diversos órgãos, mas o preço
base deve ser aquele em execução ou contratos concluído no período de 1 (um) ano anterior
à data da pesquisa de preços.
O inciso III trata de utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especializada,
de tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder Executivo federal e de sítios ele-
trônicos especializados. Neste critério, serão utilizados sites para pesquisa ou outras mídias
(revistas).
No inciso IV é a pesquisa direta com fornecedores. Neste caso a Administração Pública
envia um pedido ao fornecedor e ele envia sua proposta que será anexada ao edital.
O inciso V é novo. É a pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas. Trata-se
de um sistema que terá o registro das notas fiscais representando os valores pagos pelos
órgãos públicos.
Os parâmetros acima serão utilizados de forma combinada ou não. Assim, em uma con-
tratação um órgão pode fazer a pesquisa direta com fornecedores como único critério. Ou
utilizar a pesquisa direta com fornecedores em conjunto com a pesquisa no painel de preços
afim de demonstrar que os preços orçados são adequados.
Uma pergunta: há um parâmetro preferencial? A lei não diz. Porém, conforme os atos nor-
mativos já existentes e o próprio TCU, há preferência pela consulta ao Painel de Preços bem
como pela análise de contratações similares realizadas por outros entes públicos, devendo a
7
A média é influenciada por todos os valores da amostra. Ou seja, se tivermos valores muito discrepantes, o valor da média
é alterado. A mediana é o valor que está no meio da amostra.

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pesquisa, via de regra, envolver pelo menos três preços ou fornecedores, consoante, inclusive,
recomendação do Tribunal de Contas da União (Acórdão n. 1713/2007 – Primeira Câmara e
Acórdão n. 2380/2013 – Plenário).
Ademais, o órgão deve analisar, de forma crítica, os preços coletados, desconsiderando,
do cálculo do valor, aqueles que se mostrarem inexequíveis ou excessivamente elevados. As-
sim, é imprescindível que a Administração esteja certa de que a pesquisa de preços realizada
reflete com exatidão as características e quantidades do objeto pretendido, visando tornar
a pesquisa apta a retratar, efetivamente, os preços praticados no segmento de mercado da
contratação, devendo-se desconsiderar os preços inexequíveis ou excessivamente elevados,
com base em “critérios fundamentados e descritos no processo administrativo.

Pesquisa de Preços e Contratação Direta

Nas contratações diretas por inexigibilidade ou por dispensa, quando não for possível
estimar o valor do objeto conforme os parâmetros acima vistos, o contratado deverá compro-
var previamente que os preços estão em conformidade com os praticados em contratações
semelhantes de objetos de mesma natureza, por meio da apresentação de notas fiscais emi-
tidas para outros contratantes no período de até 1 (um) ano anterior à data da contratação
pela Administração.
Quando se faz a contratação direta, não ocorre a licitação. Contudo, não é chegar e com-
prar assim tão fácil. Tem que ser aberto um processo administrativo que demonstre a fun-
damentação para a contratação sem licitação e dentro desse processo deve, também, ser
demonstrado a viabilidade do valor do preço a ser contratado. Assim, a lei determinou que
sejam utilizados os parâmetros já ensinados e, sendo inviável, anexar notas fiscais emiti-
das para outros contratantes no período de até 1 (um) ano anterior à data da contratação
pela Administração. A lei não definiu a quantidade de notas fiscais a serem anexadas. Neste
caso o órgão deve juntar um quantitativo que permite demonstrar a vantajosidade do preço
contratado.

Pesquisa de Preços para Contratação de Obras e Serviços de Engenharia

No processo licitatório para contratação de obras e serviços de engenharia, conforme


regulamento, o valor estimado, acrescido do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas
(BDI) de referência e dos Encargos Sociais (ES) cabíveis, será definido por meio da utilização
de parâmetros na seguinte ordem:

I – composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item correspondente do Siste-


ma de Custos Referenciais de Obras (Sicro), para serviços e obras de infraestrutura de transportes,
ou do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices de Construção Civil (Sinapi), para as de-
mais obras e serviços de engenharia;

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III – contratações similares feitas pela Administração Pública, em execução ou concluídas no pe-
ríodo de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de preços, observado o índice de atualização de
preços correspondente;
IV – pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na forma de regulamento.

As licitações para obras e serviços de engenharia são sempre diferentes. Inclusive há o


“tal do BDI”.
O BDI compreende o valor a ser pago à empresa contratada para executar a obra, viabili-
zando que ela se remunere para fazer frente aos benefícios e despesas indiretas, por meio de
percentual que incide sobre o custo global de referência para realização da obra ou do serviço
de engenharia.8
Trata-se de um elemento orçamentário que ajuda o profissional responsável pelos orça-
mentos a compor o preço de venda adequado levando em conta os custos indiretos do seu
preço (os não relacionados a materiais, mão de obra, etc). Esses custos indiretos são os cus-
tos de administração como, por exemplo, o lucro, equipamentos, despesas financeiras, risco
do negócio, custos com água, luz, escritório, enfim, com a administração da obra.
O BDI ajuda as empresas a garantir um bom custo global e a cobrir as despesas da ad-
ministração central, custos financeiros, impostos, garantias, seguros, tributos e a margem de
incerteza.
Cada licitante deve elaborar sua própria composição de BDI, considerando seus custos
indiretos próprios e o lucro almejado.
No que se refere à composição do BDI, o Decreto n. 7.983/2013 traz a seguinte previsão
em seu art. 9º:

Art. 9º O preço global de referência será o resultante do custo global de referência acrescido do
valor correspondente ao BDI, que deverá evidenciar em sua composição, no mínimo:
I – taxa de rateio da administração central;
II – percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos aqueles de natureza
direta e personalística que oneram o contratado;
III – taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento; e
IV – taxa de lucro.

E pela súmula n. 258 do TCU “As composições de custos unitários e o detalhamento de en-
cargos sociais e do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço
de engenharia, devem constar dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes
e não podem ser indicados mediante uso da expressão “verba” ou de unidades genéricas.”
8
https://www.zenite.blog.br/qual-e-a-composicao-de-bdi-nas-contratacoes-de-obras-de-acordo-com-o-tcu/#:~:text=Na%20
contrata%C3%A7%C3%A3º%20de%20uma%20ºbra,realiza%C3%A7%C3%A3º%20da%20ºbra%20ºu%20do

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E conforme a súmula n. 254 do TCU “O IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica – e


a CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – não se consubstanciam em despesa
indireta passível de inclusão na taxa de Bonificações e Despesas Indiretas – BDI do orçamen-
to-base da licitação, haja vista a natureza direta e personalística desses tributos, que oneram
pessoalmente o contratado.” Portanto, não podem integrar o cálculo do BDI.

Art. 24. Desde que justificado, o orçamento


estimado da contratação poderá ter caráter
sigiloso, sem prejuízo da divulgação do
detalhamento dos quantitativos e das demais
informações necessárias para a elaboração
das propostas, e, nesse caso:
I – o sigilo não prevalecerá para os órgãos de
controle interno e externo;
II – (VETADO).
Parágrafo único. Na hipótese de licitação em
que for adotado o critério de julgamento
por maior desconto, o preço estimado ou
o máximo aceitável constará do edital da
licitação.

Sigilo de Preços
Um dos pontos polêmicos que surgiu com a lei do RDC foi o orçamento sigiloso. Na hipó-
tese de o orçamento não constar do instrumento convocatório, ele possuirá caráter sigiloso,
ressalvada sua disponibilização estrita e permanentemente aos órgãos de controle interno e
externo da Administração Pública. A justificativa para ocultação do orçamento foi no sentido
de evitar que os licitantes ofereçam propostas baseadas no orçamento apresentado. A lógica
seria a seguinte: se não é conhecido o valor orçado, o licitante vai oferecer o valor mais baixo
que puder.
Porém, não é um sigilo absoluto e eterno. É um sigilo de não divulgar antes do julgamento
das propostas, a fim de que os licitantes enviem propostas sem saber o valor que a Admi-
nistração Pública estimou pagar. Por isso, a lei fixa que o orçamento será tornado público
apenas e imediatamente após a fase de julgamento de propostas, sem prejuízo da divulgação
do detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessárias para a elaboração
das propostas.
Na hipótese de licitação em que for adotado o critério de julgamento por maior desconto,
o preço estimado ou o máximo aceitável constará do edital da licitação. Isso porque, no julga-
mento por maior desconto o licitante deve oferecer um desconto sobre o preço apresentado
pelo edital. Assim, não tem lógica ocultar o valor orçado.

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Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o Art. 25. O edital deverá conter o objeto da
número de ordem em série anual, o nome licitação e as regras relativas à convocação,
da repartição interessada e de seu setor, a ao julgamento, à habilitação, aos recursos e
modalidade, o regime de execução e o tipo às penalidades da licitação, à fiscalização e à
da licitação, a menção de que será regida por gestão do contrato, à entrega do objeto e às
esta Lei, o local, dia e hora para recebimento condições de pagamento.
da documentação e proposta, bem como § 1º Sempre que o objeto permitir,
para início da abertura dos envelopes, e a Administração adotará minutas
indicará, obrigatoriamente, o seguinte: padronizadas de edital e de contrato com
I – objeto da licitação, em descrição sucinta cláusulas uniformes.
e clara; § 2º Desde que, conforme demonstrado
II – prazo e condições para assinatura do em estudo técnico preliminar, não sejam
contrato ou retirada dos instrumentos, como causados prejuízos à competitividade
previsto no art. 64 desta Lei, para execução do processo licitatório e à eficiência do
do contrato e para entrega do objeto da respectivo contrato, o edital poderá prever
licitação; a utilização de mão de obra, materiais,
III – sanções para o caso de inadimplemento; tecnologias e matérias-primas existentes no
IV – local onde poderá ser examinado e local da execução, conservação e operação
adquirido o projeto básico; do bem, serviço ou obra.
V – se há projeto executivo disponível na § 3º Todos os elementos do edital, incluídos
data da publicação do edital de licitação e o minuta de contrato, termos de referência,
local onde possa ser examinado e adquirido; anteprojeto, projetos e outros anexos,
VI – condições para participação na licitação, deverão ser divulgados em sítio
em conformidade com os arts. 27 a 31 desta eletrônico oficial na mesma data de
Lei, e forma de apresentação das propostas; divulgação do edital, sem necessidade
VII – critério para julgamento, com de registro ou de identificação para
disposições claras e parâmetros objetivos; acesso.
VIII – locais, horários e códigos de acesso dos § 4º Nas contratações de obras, serviços
meios de comunicação à distância em que e fornecimentos de grande vulto, o edital
serão fornecidos elementos, informações deverá prever a obrigatoriedade de
e esclarecimentos relativos à licitação e às implantação de programa de integridade
condições para atendimento das obrigações pelo licitante vencedor, no prazo de 6 (seis)
necessárias ao cumprimento de seu objeto; meses, contado da celebração do contrato,
conforme regulamento que disporá sobre
as medidas a serem adotadas, a forma de
comprovação e as penalidades pelo seu
descumprimento.
§ 5º O edital poderá prever a responsabilidade
do contratado pela:
IX – condições equivalentes de pagamento I – obtenção do licenciamento ambiental;
entre empresas brasileiras e estrangeiras, II – realização da desapropriação autorizada
no caso de licitações internacionais; pelo poder público.

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X – o critério de aceitabilidade dos preços § 6º Os licenciamentos ambientais de


unitário e global, conforme o caso, permitida obras e serviços de engenharia licitados
a fixação de preços máximos e vedados e contratados nos termos desta Lei terão
a fixação de preços mínimos, critérios prioridade de tramitação nos órgãos e
estatísticos ou faixas de variação em relação entidades integrantes do Sistema Nacional
a preços de referência, ressalvado o disposto do Meio Ambiente (Sisnama) e deverão ser
nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; orientados pelos princípios da celeridade,
XII – (Vetado). da cooperação, da economicidade e da
eficiência.
XIII – limites para pagamento de instalação
§ 7º Independentemente do prazo de
e mobilização para execução de obras
duração do contrato, será obrigatória a
ou serviços que serão obrigatoriamente previsão no edital de índice de reajustamento
previstos em separado das demais parcelas, de preço, com data-base vinculada à data do
etapas ou tarefas; orçamento estimado e com a possibilidade
XIV – condições de pagamento, prevendo: de ser estabelecido mais de um índice
a) prazo de pagamento não superior a trinta específico ou setorial, em conformidade
dias, contado a partir da data final do período com a realidade de mercado dos respectivos
de adimplemento de cada parcela; insumos.
b) cronograma de desembolso máximo § 8º Nas licitações de serviços contínuos,
por período, em conformidade com a observado o interregno mínimo de 1 (um)
disponibilidade de recursos financeiros; ano, o critério de reajustamento será por:
c) critério de atualização financeira dos I – reajustamento em sentido estrito,
valores a serem pagos, desde a data final do quando não houver regime de dedicação
exclusiva de mão de obra ou predominância
período de adimplemento de cada parcela
de mão de obra, mediante previsão de
até a data do efetivo pagamento;
índices específicos ou setoriais;
d) compensações financeiras e penalizações, II – repactuação, quando houver regime
por eventuais atrasos, e descontos, por de dedicação exclusiva de mão de
eventuais antecipações de pagamentos; obra ou predominância de mão de
e) exigência de seguros, quando for o caso; obra, mediante demonstração analítica da
XV – instruções e normas para os recursos variação dos custos.
previstos nesta Lei; § 9º O edital poderá, na forma disposta
XVI – condições de recebimento do objeto em regulamento, exigir que percentual
da licitação; mínimo da mão de obra responsável pela
XVII – outras indicações específicas ou execução do objeto da contratação seja
peculiares da licitação. constituído por:
I – mulheres vítimas de violência doméstica;
II – oriundos ou egressos do sistema
prisional.

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§ 1º O original do edital deverá ser datado,


rubricado em todas as folhas e assinado pela
autoridade que o expedir, permanecendo
no processo de licitação, e dele extraindo-
se cópias integrais ou resumidas, para sua
divulgação e fornecimento aos interessados.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele
fazendo parte integrante:
I – o projeto básico e/ou executivo, com todas
as suas partes, desenhos, especificações e
outros complementos;
II – orçamento estimado em planilhas de
quantitativos e preços unitários;
III – a minuta do contrato a ser firmado entre
a Administração e o licitante vencedor;
IV – as especificações complementares e as
normas de execução pertinentes à licitação.

O edital é o ato que descreve o objeto a ser licitado, divulga a licitação, fixa a modalidade
e o critério de julgamento, o regime de execução, descreve o objeto da licitação e as regras re-
lativas à convocação, ao julgamento, à habilitação, aos recursos e às penalidades da licitação,
à fiscalização e à gestão do contrato, à entrega do objeto e às condições de pagamento. Em
resumo, o edital é o ato que irá dar publicidade ao certame a ser realizado, fixando suas regras
e, também, já dispondo de regras na execução do futuro contrato.
A descrição do objeto a ser licitado pelo edital deve ser sucinta e clara, a fim de não dire-
cionar para determinado objeto específico, frustrando a participação de outros licitantes. A
designação do objeto deve ser de tal forma que ele possa ser identificado, contudo, sem deta-
lhá-lo ao extremo, de modo a conduzir a um objeto em que não seja possível estabelecer um
processo competitivo. Assim, seria ilegal a conduta da Administração que, querendo adquirir
frota de carros para transportar autoridades, ao especificar o veículo a ser adquirido, determina
detalhes como altura exata do veículo, distância exata entre eixos, largura de rodas e pneus. Se
a Administração pretende adquirir veículos para o transporte de autoridades, deve descrever o
produto, a título de exemplo, com as seguintes exigências: que a licitação tem por finalidade a
compra de automóveis do tipo sedan; quatro (4) portas; zero quilômetro; ano e modelo exigi-
dos; tipo de combustível; direção hidráulica; trava elétrica; vidro elétrico nas 4 portas; barra de
proteção contra impactos laterais no interior das portas; potência mínima; dimensões mínimas
de comprimento, largura da carroceria e distância entre eixos; tapetes de borracha; que o pro-
duto contenha todos os itens de segurança exigidos pelo Código de Trânsito Brasileiro.9
9
O TCU já teve a oportunidade de deixar consignado que a vedação à imposição de restrições ao caráter competitivo nos
atos de convocação não é absoluta. No voto proferido, ficou consignado que “o que importa saber é se a restrição é despro-

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De outro modo, se no edital forem descritas exatamente as dimensões, potência e demais


características de certo carro, impossibilitando a participação de outros interessados, a con-
duta da Administração é ilegal, pois a licitação estará “direcionada”.
Segundo a lei, sempre que o objeto permitir, a Administração adotará minutas padroniza-
das de edital e de contrato com cláusulas uniformes. A utilização de minutas padronizadas
é prática comum na Administração Pública. Por exemplo, a Advocacia Geral da União tem
em seu site diversas minutas pré-aprovadas de licitação para compras e serviços em geral.
Quando o órgão adota a minuta padrão, a assessoria jurídica deve avaliar somente as cláu-
sulas nas quais o órgão declara expressamente que precisou alterar. Isso torna o processo
licitatório muito mais célere.
A lei também possibilita que o edital transfira ao contratado a responsabilidade pela: I
– obtenção do licenciamento ambiental; II – realização da desapropriação autorizada pelo
poder público.
Assim, na construção de uma rodovia, por exemplo, o poder público emite o decreto de de-
sapropriação e, assim o edital prevendo, o contratado pagará a indenização aos proprietários
realizando a desapropriação.
Acertadamente, a lei dispôs que, Independentemente do prazo de duração do contrato,
será obrigatória a previsão no edital de índice de reajustamento de preço, com data-base vin-
culada à data do orçamento estimado e com a possibilidade de ser estabelecido mais de um
índice específico ou setorial, em conformidade com a realidade de mercado dos respectivos
insumos. Na prática, alguns contratos são fixados por prazo inferior a 1 ano como, por exem-
plo, a contratação de um professor para ministrar um curso na Administração Pública que
durará 7 meses, sendo que o edital, entendendo que o prazo será executado sem intercorrên-
cias, prevê um critério de reajustamento. No entanto, vários fatores podem ocorrer que podem
vir a retardar a execução, prolongando-se por mais de um exercício financeiro e, neste caso,
pode ter que ser feito um reajuste. Assim, na nova lei tem que haver índice de reajustamento,
independentemente do prazo de execução do contrato.
A lei também dispôs sobre a necessidade de cláusulas de reajustamento nos contratos de
serviços contínuos.

Reajuste e Repactuação

No reajuste, altera-se apenas a cláusula correspondente ao valor que será atualizada con-
forme o índice inflacionário. Na repactuação que é o reajustamento de todos os insumos do
contrato. Tudo o que compõe o contrato e que sofreu alteração de valor será repactuado. Não
é apenas corrigir inflação. Um contrato, por exemplo, de serviço de limpeza que envolve forne-
cimento dos bens. Quando chegar no ato da renovação desse contrato, a empresa apresentará

porcional às necessidades da Administração, ou seja, se ela atende ou não ao interesse público, este considerado sempre
indisponível”. Acórdão n. 1890/2010-Plenário, TC-018.017/2010-0, rel. Min. Valmir Campelo, 04.08.2010.

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o aumento do preço dos produtos necessários para a limpeza, bem como o acréscimo salarial
que os empregados da empresa obtiveram. Tudo isso entrará no cálculo da repactuação.
Então, preste atenção quando a lei falar em REAJUSTE E REPACTUAÇÃO!
Não havendo regime de dedicação exclusiva de mão de obra deve ser previsto no contrato
cláusula de REAJUSTE conforme índices específicos ou setoriais. Se houver regime de dedi-
cação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra, deve haver cláusula de
REPACTUAÇÃO que reflita a recomposição dos insumos que compõem o contrato.
Ao final da fase preparatória o órgão deve encaminhar a minuta do edital, do contrato e de
todos os documentos do processo licitatória para a análise por assessoria jurídica. O órgão
jurídica apontará as eventuais ilegalidades constantes do processo. Não cabe ao órgão jurídi-
co adentrar em questões de mérito (conveniência) da contratação. Com efeito é uma análise
técnico-jurídica, verificando a conformidade com a lei e o ordenamento jurídico como um todo
(análise da juridicidade).

Publicação do Edital
Art. 54. A publicidade do edital de licitação será realizada mediante divulgação e manutenção do
inteiro teor do ato convocatório e de seus anexos no Portal Nacional de Contratações Públicas
(PNCP).
§ 1º Sem prejuízo do disposto no caput, é obrigatória a publicação de extrato do edital no Diário
Oficial da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, ou, no caso de consórcio público, do
ente de maior nível entre eles, bem como em jornal diário de grande circulação.
§ 2º É facultada a divulgação adicional e a manutenção do inteiro teor do edital e de seus anexos
em sítio eletrônico oficial do ente federativo do órgão ou entidade responsável pela licitação ou, no
caso de consórcio público, do ente de maior nível entre eles, admitida, ainda, a divulgação direta a
interessados devidamente cadastrados para esse fim.
§ 3º Após a homologação do processo licitatório, serão disponibilizados no Portal Nacional de Con-
tratações Públicas (PNCP) e, se o órgão ou entidade responsável pela licitação entender cabível,
também no sítio referido no § 2º deste artigo, os documentos elaborados na fase preparatória que
porventura não tenham integrado o edital e seus anexos.

A NLL estabeleceu que a publicidade do edital de licitação será realizada mediante di-vul-
gação e manutenção do inteiro teor do ato convocatório e de seus anexos no Portal Na-cional
de Contratações Públicas (PNCP), facultando a divulgação adicional e a manutenção do inteiro
teor do edital e de seus anexos em sítio eletrônico oficial do ente federativo do órgão ou enti-
dade responsável pela licitação.
Depois da derrubada do veto presidencial do § 1º, é OBRIGATÓRIA também a divulgação
em JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO.

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A lei também fez a previsão de que todos os elementos do edital, incluídos minuta de con-
trato, termos de referência, anteprojeto, projetos e outros anexos, deverão ser divulgados em
sítio eletrônico oficial na mesma data de divulgação do edital, sem necessidade de registro ou
de identificação para acesso.

Impugnação do Edital
Impugnar significa questionar. Se algum licitante não concorda com alguma cláusula do
edital poderá questioná-la junto à Administração Pública como, por exemplo, se não concor-
dar com a modalidade a ser utilizada ou o critério de julgamento.
Segundo a lei, qualquer pessoa é parte legítima para impugnar edital de licitação por ir-
regularidade na aplicação desta Lei ou para solicitar esclarecimento sobre os seus termos,
devendo protocolar o pedido até 3 (três) dias úteis antes da data de abertura do certame. A
resposta à impugnação ou ao pedido de esclarecimento será divulgada em sítio eletrônico
oficial no prazo de até 3 (três) dias úteis, limitado ao último dia útil anterior à data da abertura
do certame (art. 164).
Note que a lei falou qualquer pessoa. Então, mesmo aquele que não participa da licita-
ção (não é licitante) pode impugnar as disposições do edital se não concordar com algu-
ma cláusula.
Quanto ao prazo de impugnação, a nosso ver, ficou confusa a redação, pois o dispositivo
afirma que o momento para apresentar o pedido de impugnação é em até 3 (três) dias úteis
antes da data de abertura do certame. No art. 17 da Lei, a licitação se inicia com a fase prepa-
ratória e em seguida vem a publicação do edital, sendo que o edital só é de conhecimento de
todos com a sua publicação.
Na redação da Lei n. 8.666/93 o prazo para impugnação é até 5 (cinco) dias úteis antes da
data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação. Ou seja, publicado o edital, até 5 dias
úteis antes de iniciar a próxima etapa deve haver a impugnação.
Nesse sentido, a melhor interpretação do dispositivo da lei atual é que o pedido de im-
pugnação deve ser protocolado em até 3 (três) dias úteis antes do início da etapa seguinte
(pós-edital).

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§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser Art. 26. No processo de licitação, poderá ser
estabelecida margem de preferência para: estabelecida margem de preferência para:
I – produtos manufaturados e para serviços I – bens manufaturados e serviços nacionais
nacionais que atendam a normas técnicas que atendam a normas técnicas brasileiras;
brasileiras; II – bens reciclados, recicláveis ou
II – bens e serviços produzidos ou prestados biodegradáveis, conforme regulamento.
por empresas que comprovem cumprimento § 1º A margem de preferência de que trata o
de reserva de cargos prevista em lei para caput deste artigo:
pessoa com deficiência ou para reabilitado da I – será definida em decisão fundamentada
Previdência Social e que atendam às regras do Poder Executivo federal, no caso do inciso
de acessibilidade previstas na legislação. I do caput deste artigo;
§ 6º A margem de preferência de que trata o II – poderá ser de até 10% (dez por cento)
§ 5º será estabelecida com base em estudos sobre o preço dos bens e serviços que não
revistos periodicamente, em prazo não se enquadrem no disposto nos incisos I ou II
superior a 5 (cinco) anos, que levem em do caput deste artigo;
consideração III – poderá ser estendida a bens
I – geração de emprego e renda, manufaturados e serviços originários de
II – efeito na arrecadação de tributos federais, Estados Partes do Mercado Comum do Sul
estaduais e municipais; (Mercosul), desde que haja reciprocidade
III – desenvolvimento e inovação tecnológica com o País prevista em acordo internacional
realizados no País; aprovado pelo Congresso Nacional e
IV – custo adicional dos produtos e serviços; ratificado pelo Presidente da República.
e § 2º Para os bens manufaturados nacionais
V – em suas revisões, análise retrospectiva e serviços nacionais resultantes de
de resultados. desenvolvimento e inovação tecnológica
§ 7º Para os produtos manufaturados no País, definidos conforme regulamento
e serviços nacionais resultantes de do Poder Executivo federal, a margem de
desenvolvimento e inovação tecnológica preferência a que se refere o caput deste
realizados no País, poderá ser estabelecido artigo poderá ser de até 20% (vinte por
margem de preferência adicional àquela cento).
prevista no § 5º. § 3º (VETADO).
§ 8º As margens de preferência por produto, § 4º (VETADO).
serviço, grupo de produtos ou grupo de § 5º A margem de preferência não se
serviços, a que se referem os §§ 5º e 7º, serão aplica aos bens manufaturados nacionais
definidas pelo Poder Executivo federal, e aos serviços nacionais se a capacidade
não podendo a soma delas ultrapassar o de produção desses bens ou de prestação
montante de 25% (vinte e cinco por cento) desses serviços no País for inferior:
sobre o preço dos produtos manufaturados I – à quantidade a ser adquirida ou
e serviços estrangeiros. contratada; ou

§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º II – aos quantitativos fixados em razão do


deste artigo não se aplicam aos bens e aos parcelamento do objeto, quando for o caso.
serviços cuja capacidade de produção ou
prestação no País seja inferior:

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I – à quantidade a ser adquirida ou § 6º Os editais de licitação para a


contratada; contratação de bens, serviços e obras
II – ao quantitativo fixado com fundamento poderão, mediante prévia justificativa
no § 7º do art. 23 desta Lei, quando for o da autoridade competente, exigir que o
caso. contratado promova, em favor de órgão
§ 10 A margem de preferência a que se ou entidade integrante da Administração
refere o § 5º poderá ser estendida, total ou Pública ou daqueles por ela indicados a
parcialmente, aos bens e serviços originários partir de processo isonômico, medidas
dos Estados Partes do Mercado Comum do de compensação comercial, industrial ou
Sul – Mercosul. tecnológica ou acesso a condições vantajosas
§ 11 Os editais de licitação para a de financiamento, cumulativamente ou não,
contratação de bens, serviços e obras na forma estabelecida pelo Poder Executivo
poderão, mediante prévia justificativa federal.
da autoridade competente, exigir que o § 7º Nas contratações destinadas
contratado promova, em favor de órgão à implantação, à manutenção e ao
ou entidade integrante da administração aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia
pública ou daqueles por ela indicados a de informação e comunicação considerados
partir de processo isonômico, medidas estratégicos em ato do Poder Executivo
de compensação comercial, industrial, federal, a licitação poderá ser restrita a bens
tecnológica ou acesso a condições vantajosas e serviços com tecnologia desenvolvida no
de financiamento, cumulativamente ou não, País produzidos de acordo com o processo
na forma estabelecida pelo Poder Executivo produtivo básico de que trata a Lei n. 10.176,
federal. de 11 de janeiro de 2001.
§ 12 Nas contratações destinadas Art. 27. Será divulgada, em sítio eletrônico
à implantação, manutenção e ao oficial, a cada exercício financeiro, a relação
aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de empresas favorecidas em decorrência do
de informação e comunicação, considerados disposto no art. 26 desta Lei, com indicação
estratégicos em ato do Poder Executivo do volume de recursos destinados a cada
federal, a licitação poderá ser restrita a bens uma delas.
e serviços com tecnologia desenvolvida no
País e produzidos de acordo com o processo
produtivo básico de que trata a Lei no 10.176,
de 11 de janeiro de 2001.
§ 13 Será divulgada na internet, a cada
exercício financeiro, a relação de empresas
favorecidas em decorrência do disposto
nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste artigo, com
indicação do volume de recursos destinados
a cada uma delas.
§ 14 As preferências definidas neste artigo e
nas demais normas de licitação e contratos
devem privilegiar o tratamento diferenciado
e favorecido às microempresas e empresas
de pequeno porte na forma da lei.

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§ 15. As preferências dispostas neste artigo


prevalecem sobre as demais preferências
previstas na legislação quando estas forem
aplicadas sobre produtos ou serviços
estrangeiros.

Margem de Preferência
Cuidado para não confundir os critérios de desempate com as margens de preferência.
As margens de preferência são usadas no decorrer da licitação e permitem atribuir certas
vantagens a determinadas propostas se estiverem enquadradas nas margens definidas. Tra-
ta-se de uma exceção ao princípio da impessoalidade.
Conforme o art. 26, poderá ser estabelecida margem de preferência para:

I – bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras;


II – bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme regulamento.

Segundo o art. 6 da lei, produto manufaturado nacional é o produto manufaturado produ-


zido no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de
origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal. Em resumo, é o produto feito aqui no país.
Um computador, carro, tablet produzido aqui no Brasil.
A margem de preferência será definida em decisão fundamentada do Poder Executivo fe-
deral, na hipótese do inciso I e poderá ser de até 10% (dez por cento) sobre o preço dos bens
e serviços que não se enquadrem no disposto nos incisos I ou II.
Na margem de preferência, a empresa contemplada pode até oferecer um preço pelo pro-
duto maior do que as demais e mesmo assim será vencedora da licitação.
Imagine que um Decreto Federal venha a fixar que o tablet manufaturado (feito no Brasil)
tenha margem de preferência de 10% dos demais. Assim, se um tablet feito no Brasil o lici-
tante oferece que venderá ele por R$ 1.050,00 e outro licitante, com tablet não manufaturado,
oferece por R$1.000,00. O tablet manufaturado mesmo tendo preço mais elevado será o ven-
cedor da licitação.
Poderá ser estendida a bens manufaturados e serviços originários de Estados Partes do
Mercado Comum do Sul (Mercosul), desde que haja reciprocidade com o País prevista em acor-
do internacional aprovado pelo Congresso Nacional e ratificado pelo Presidente da República.
Para os bens manufaturados nacionais e serviços nacionais resultantes de desenvolvi-
mento e inovação tecnológica no País, definidos conforme regulamento do Poder Executivo
federal, a margem de preferência a que se refere o caput deste artigo poderá ser de até 20%
(vinte por cento).
A margem de preferência não se aplica aos bens manufaturados nacionais e aos serviços
nacionais se a capacidade de produção desses bens ou de prestação desses serviços no País

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for inferior à quantidade a ser adquirida ou contratada ou quantitativos fixados em razão do


parcelamento do objeto, quando for o caso.
No projeto aprovado contou que: “§ 3º Os Estados e o Distrito Federal poderão estabelecer
margem de preferência de até 10% (dez por cento) para bens manufaturados nacionais produ-
zidos em seus territórios, e os Municípios poderão estabelecer margem de preferência de até
10% (dez por cento) para bens manufaturados nacionais produzidos nos Estados em que es-
tejam situados.” E que “§ 4º Os Municípios com até 50.000 (cinquenta mil) habitantes poderão
estabelecer margem de preferência de até 10% (dez por cento) para empresas neles sediadas.”
Contudo, os parágrafos foram VETADOS.
Segundo as razões de veto, os parágrafos violam a vedação de criação de distinção entre
brasileiros ou preferências entre si, consoantes art. 19, III, da Constituição da República. Ade-
mais, o dispositivo contraria o interesse público ao trazer percentual da margem de preferência
a fornecedores sediados no Estado, Distrito Federal ou Município sendo um forte limitador da
concorrência, em especial nas contratações de infraestrutura.

Art. 22. São modalidades de licitação: Das Modalidades de Licitação


I – concorrência; Art. 28. São modalidades de licitação:
II – tomada de preços; I – pregão;
III – convite; II – concorrência;
IV – concurso; III – concurso;
V – leilão. IV – leilão;
V – diálogo competitivo.
§ 1º Além das modalidades referidas no caput
deste artigo, a Administração pode servir-se
dos procedimentos auxiliares previstos no
art. 78 desta Lei.
§ 2º É vedada a criação de outras modalidades
de licitação ou, ainda, a combinação daquelas
referidas no caput deste artigo.

Modalidades
Conforme dito inicialmente, a regra constitucional é no sentido de que, antes da realização
de contrato administrativo, deve ser observada a realização de licitação para a escolha do lici-
tante vencedor. Para tanto, a Administração deve realizar procedimento adequado para essa
seleção. As modalidades são os procedimentos previstos em lei para a escolha da proposta
mais vantajosa para a celebração do futuro contrato.
As modalidades de licitação são normas gerais. Portanto, é competência da União legis-
lar sobre as modalidades a serem utilizadas na busca da melhor proposta. Assim, somente a
União é que pode criar, mediante LEI, nova modalidade de licitação.

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A Lei n. 14.133/2021, assim como a Lei n. 8.666/93, é vedada a criação de outras moda-
lidades de licitação ou a sua combinação. A vedação imposta pela lei se direciona ao agente
público que irá realizar licitação, não abrangendo o Ente federal (União), que terá competência
para criar novas modalidades, como ocorreu com o pregão, criado pela Medida Provisória n.
2.026/00, convertida na Lei n. 10.520/02.
Não se deve confundir modalidade com tipo de licitação. Este é o critério de julgamento a
ser utilizado (menor preço, maior desconto, melhor técnica ou técnica e preço, maior lance ou
oferta); aquela é o procedimento.
As modalidades possuem características próprias que as diferenciam umas das outras,
sendo utilizadas em relação a cada espécie de contratação.
Bem. Antes, eram previstas cinco modalidades na lei n. 8.666/93: concorrência, tomada
de preços, concurso, convite e leilão. E o pregão previsto na Lei n. 10.520/02.
Contudo, a Lei n. 14.133/2021 não trouxe as modalidades tomada de preços e convite. A
tomada de preços era pouquíssima utilizada. Era rara. E o convite dava muita margem para
fraudes. Porém, a Lei n. 14.133/2021 trouxe nova modalidade: o diálogo competitivo.
Outra novidade é que com a Lei n. 14.133/2021 não temos mais escolha de modalidade em
razão do valor da contratação. Antes, a depender do valor fazia concorrência, tomada de preços
ou convite. Agora não mais. O objeto a ser licitado é que definirá a modalidade. Bens e serviços
comuns: pregão; bens e serviços especiais (não comuns): concorrência; venda de imóveis e
móveis: leilão; escolha de trabalho: concurso; objeto complexo: diálogo concorrencial.
Ah! E a Lei n. 14.133/2021 incorporou a modalidade pregão. E extinguiu a modalidade RDC.
Assim, temos:
Resumindo:

CONCURSO

PREGÃO LEILÃO

DIÁLOGO
CONCORRÊNCIA MODALIDADES
COMPETITIVO

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§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação Art. 29. A concorrência e o pregão seguem


entre quaisquer interessados que, na fase o rito procedimental comum a que se refere
inicial de habilitação preliminar, comprovem o art. 17 desta Lei, adotando-se o pregão
possuir os requisitos mínimos de qualificação sempre que o objeto possuir padrões de
exigidos no edital para execução de seu desempenho e qualidade que possam ser
objeto. objetivamente definidos pelo edital, por meio
de especificações usuais de mercado.
Parágrafo único. O pregão não se
aplica às contratações de serviços
técnicos especializados de natureza
predominantemente intelectual e de obras
e serviços de engenharia, exceto os serviços
de engenharia de que trata a alínea “a” do
inciso XXI do caput do art. 6º desta Lei.

Concorrência e Pregão
A concorrência e o pregão seguem o rito procedimental comum do art. 17 (I – preparatória;
II – de divulgação do edital de licitação; III – de apresentação de propostas e lances, quando
for o caso; IV – de julgamento; V – de habilitação; VI – recursal; VII – de homologação), adotan-
do-se o pregão sempre que o objeto possuir padrões de desempenho e qualidade que possam
ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado.
Assim, o procedimento das duas modalidades é o mesmo! E quando será usada uma ou
outra modalidade?
Sendo aquisição de bens e serviços comuns, utiliza-se pregão. Na aquisição de bens e ser-
viços especiais utiliza-se a concorrência.
Assim:

aquisição de bens
CONCORRÊNCIA
e serviços ESPECIAIS

MODALIDADE

aquisição de bens
PREGÃO
e serviços COMUNS

Portanto, não se utiliza mais, como na Lei n. 8.666/93, a escolha da modalidade em razão
do valor. Antes, se fosse contratação de grande porte, seria concorrência; médio porte, tomada
de preços; e pequeno porte, convite. Vale lembrar, inclusive que convite e tomada de preços
não existem mais na nova lei.
A escolha por concorrência ou pregão ocorre em razão do objeto!
O pregão não se aplica às contratações de serviços técnicos especializados de natureza
predominantemente intelectual e de obras e serviços de engenharia, exceto os serviços comuns
de engenharia. Justamente porque nessas situações não se está diante de serviços comuns.
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Apenas se for um serviço comum de engenharia (ex: construção de calçada) pode ser utiliza-
do o pregão.
Então se for bem e serviço comum: pregão; sendo bens e serviços especiais: concorrência.
Isso mesmo ok?!
Mas...e qual é a diferença então das duas modalidades?
Bem, uma grannnde diferença não há. O procedimento é o mesmo para as duas. As fases
são as mesmas.
Mas uma diferença seria que no pregão utiliza-se o critério de julgamento menor preço ou
maior desconto. Na concorrência, pode utilizar todos os outros critérios (menor preço ou maior
desconto; técnica ou técnica e preço; maior retorno econômico).
E também admite-se que no pregão para serviços comuns tenha apenas termo de referên-
cia, dispensando projeto básico. Sendo concorrência, tem que haver projeto básico.

§ 2º Tomada de preços é a modalidade de


licitação entre interessados devidamente
cadastrados ou que atenderem a todas as
condições exigidas para cadastramento até
o terceiro dia anterior à data do recebimento
das propostas, observada a necessária
qualificação.
§ 3º Convite é a modalidade de licitação
entre interessados do ramo pertinente ao
seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos
e convidados em número mínimo de 3
(três) pela unidade administrativa, a qual
afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá
aos demais cadastrados na correspondente
especialidade que manifestarem seu
interesse com antecedência de até 24
(vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação Art. 30. O concurso observará as regras e
entre quaisquer interessados para escolha condições previstas em edital, que indicará:
de trabalho técnico, científico ou artístico, I – a qualificação exigida dos participantes;
mediante a instituição de prêmios ou II – as diretrizes e formas de apresentação
remuneração aos vencedores, conforme do trabalho;
critérios constantes de edital publicado na III – as condições de realização e o prêmio ou
imprensa oficial com antecedência mínima remuneração a ser concedida ao vencedor.
de 45 (quarenta e cinco) dias. Parágrafo único. Nos concursos destinados
à elaboração de projeto, o vencedor
deverá ceder à Administração Pública,
nos termos do art. 93 desta Lei, todos os
direitos patrimoniais relativos ao projeto
e autorizar sua execução conforme juízo
de conveniência e oportunidade das
autoridades competentes.

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Concurso
O concurso é modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou ar-
tístico, cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para con-
cessão de prêmio ou remuneração ao vencedor. Seria, por exemplo, modalidade para escolha
de um concurso de monografias ou projeto arquitetônico de novo prédio a ser construído;
seleção de logomarca símbolo da Olimpíada sediada no Brasil ou do projeto para construção
da “cidade olímpica”.
Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder à Adminis-
tração Pública, todos os direitos patrimoniais relativos ao projeto e autorizar sua execução
conforme juízo de conveniência e oportunidade das autoridades competentes.
Mais uma vez, a lei de licitações trouxe poucas informações sobre a modalidade concurso.
Com efeito, a Lei atribui ao edital fixar todos os detalhes da modalidade concurso, pois o art.
30 fixa que o concurso observará as regras e condições previstas em edital, que indicará: I – a
qualificação exigida dos participantes; II – as diretrizes e formas de apresentação do traba-
lho; III – as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser concedida ao vencedor.
Apesar do pouco detalhamento da modalidade concurso na lei, entende-se que ele seguirá,
sempre que possível, todas as etapas do art. 17.

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§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre Art. 31. O leilão poderá ser cometido a
quaisquer interessados para a venda de bens leiloeiro oficial ou a servidor designado pela
móveis inservíveis para a administração ou autoridade competente da Administração,
de produtos legalmente apreendidos ou e regulamento deverá dispor sobre seus
penhorados, ou para a alienação de bens procedimentos operacionais.
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer § 1º Se optar pela realização de leilão
o maior lance, igual ou superior ao valor da por intermédio de leiloeiro oficial, a
avaliação. Administração deverá selecioná-lo mediante
credenciamento ou licitação na modalidade
pregão e adotar o critério de julgamento
de maior desconto para as comissões a
serem cobradas, utilizados como parâmetro
máximo os percentuais definidos na lei que
regula a referida profissão e observados os
valores dos bens a serem leiloados.
§ 2º O leilão será precedido da divulgação do
edital em sítio eletrônico oficial, que conterá:
I – a descrição do bem, com suas
características, e, no caso de imóvel, sua
situação e suas divisas, com remissão à
matrícula e aos registros;
II – o valor pelo qual o bem foi avaliado, o
preço mínimo pelo qual poderá ser alienado,
as condições de pagamento e, se for o caso,
a comissão do leiloeiro designado;
III – a indicação do lugar onde estiverem os
móveis, os veículos e os semoventes;
IV – o sítio da internet e o período em que
ocorrerá o leilão, salvo se excepcionalmente
for realizado sob a forma presencial por
comprovada inviabilidade técnica ou
desvantagem para a Administração, hipótese
em que serão indicados o local, o dia e a
hora de sua realização;
V – a especificação de eventuais ônus,
gravames ou pendências existentes sobre
os bens a serem leiloados.
§ 3º Além da divulgação no sítio eletrônico
oficial, o edital do leilão será afixado em local
de ampla circulação de pessoas na sede da
Administração e poderá, ainda, ser divulgado
por outros meios necessários para ampliar a
publicidade e a competitividade da licitação.
§ 4º O leilão não exigirá registro cadastral
prévio, não terá fase de habilitação e deverá
ser homologado assim que concluída a
fase de lances, superada a fase recursal
e efetivado o pagamento pelo licitante
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vedada, no edital.
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Leilão
O leilão é a modalidade de licitação para alienação de bens IMÓVEIS ou de bens MÓVEIS
INSERVÍVEIS ou LEGALMENTE APREENDIDOS a quem oferecer o maior lance. (art. 6º)

Alienação de bens IMÓVEIS

Alienação de bens MÓVEIS


LEILÃO INSERVÍVEIS

Alienação de produtos/bens
legalmente APREENDIDOS

Aqui, temos uma grande novidade. Agora o leilão será a modalidade utilizada para a venda
de IMÓVEIS (art. 75).
Antes, a concorrência era a modalidade utilizada para adquirir ou alienar imóveis. Contudo,
o leilão também podia ser utilizado para alienação de bens imóveis da Administração Pública,
desde que a aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento.
Era exceção.
Então, preste atenção!

Venda de Imóveis – Modalidade – Leilão

Na segunda hipótese, bens legalmente apreendidos ou penhorados são casos, por exem-
plo, daqueles apreendidos nos aeroportos pela Receita Federal, carros apreendidos pelo De-
tran; bens (motos, animais) apreendidos em rodovias pela Polícia Rodoviária Federal.
O leilão poderá será feito por leiloeiro oficial ou a servidor designado pela autoridade com-
petente da Administração.
Então, o agente que irá fazer o leilão pode ser um servidor que tenha essa habilidade. Na
Receita Federal, por exemplo, há servidor que faz o leilão dos bens apreendidos.
Mas se o órgão optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro oficial, deverá
selecioná-lo mediante credenciamento (quando todos vierem a ser contratados) ou licitação
na modalidade pregão e adotar o critério de julgamento de maior desconto para as comissões
a serem cobradas, utilizados como parâmetro máximo os percentuais definidos na lei que
regula a referida profissão (Decreto n. 21.981/32) e observados os valores dos bens a serem
leiloados.

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Quanto às fases, o leilão não segue à risca o procedimento do art. 17. O leilão não exigirá
registro cadastral prévio, não terá fase de habilitação e deverá ser homologado assim que
concluída a fase de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo licitante
vencedor, na forma definida no edital.
O critério de julgamento no pregão será o MAIOR LANCE.

Art. 32. A modalidade diálogo competitivo


é restrita a contratações em que a
Administração:
I – vise a contratar objeto que envolva as
seguintes condições:
a) inovação tecnológica ou técnica;
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter
sua necessidade satisfeita sem a adaptação
de soluções disponíveis no mercado; e
c) impossibilidade de as especificações
técnicas serem definidas com precisão
suficiente pela Administração;
II – verifique a necessidade de definir e
identificar os meios e as alternativas que
possam satisfazer suas necessidades, com
destaque para os seguintes aspectos:
a) a solução técnica mais adequada;
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar
a solução já definida;
c) a estrutura jurídica ou financeira do
contrato;
III – (VETADO).
§ 1º Na modalidade diálogo competitivo,
serão observadas as seguintes disposições:

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I – a Administração apresentará, por ocasião


da divulgação do edital em sítio eletrônico
oficial, suas necessidades e as exigências já
definidas e estabelecerá prazo mínimo de 25
(vinte e cinco) dias úteis para manifestação
de interesse na participação da licitação;
II – os critérios empregados para pré-seleção
dos licitantes deverão ser previstos em edital,
e serão admitidos todos os interessados
que preencherem os requisitos objetivos
estabelecidos;
III – a divulgação de informações de modo
discriminatório que possa implicar vantagem
para algum licitante será vedada;
IV – a Administração não poderá revelar a
outros licitantes as soluções propostas ou as
informações sigilosas comunicadas por um
licitante sem o seu consentimento;
V – a fase de diálogo poderá ser mantida até que
a Administração, em decisão fundamentada,
identifique a solução ou as soluções que
atendam às suas necessidades;
VI – as reuniões com os licitantes pré-
selecionados serão registradas em ata e
gravadas mediante utilização de recursos
tecnológicos de áudio e vídeo;
VII – o edital poderá prever a realização
de fases sucessivas, caso em que cada
fase poderá restringir as soluções ou as
propostas a serem discutidas;
VIII – a Administração deverá, ao declarar
que o diálogo foi concluído, juntar aos
autos do processo licitatório os registros
e as gravações da fase de diálogo, iniciar a
fase competitiva com a divulgação de edital
contendo a especificação da solução que
atenda às suas necessidades e os critérios
objetivos a serem utilizados para seleção da
proposta mais vantajosa e abrir prazo, não
inferior a 60 (sessenta) dias úteis, para todos
os licitantes pré-selecionados na forma do
inciso II deste parágrafo apresentarem suas
propostas, que deverão conter os elementos
necessários para a realização do projeto;

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IX – a Administração poderá solicitar


esclarecimentos ou ajustes às propostas
apresentadas, desde que não impliquem
discriminação nem distorçam a concorrência
entre as propostas;
X – a Administração definirá a proposta
vencedora de acordo com critérios
divulgados no início da fase competitiva,
assegurada a contratação mais vantajosa
como resultado;
XI – o diálogo competitivo será conduzido
por comissão de contratação composta de
pelo menos 3 (três) servidores efetivos ou
empregados públicos pertencentes aos
quadros permanentes da Administração,
admitida a contratação de profissionais para
assessoramento técnico da comissão;
XII – (VETADO).
§ 2º Os profissionais contratados para os fins
do inciso XI do § 1º deste artigo assinarão
termo de confidencialidade e abster-se-ão
de atividades que possam configurar conflito
de interesses.

Diálogo Competitivo – Art. 32


Diálogo competitivo é a modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e
compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente sele-
cionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas
capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final
após o encerramento dos diálogos.
Para entender essa modalidade, tenha em mente que quando se utiliza o diálogo com-
petitivo a Administração Pública busca uma SOLUÇÃO. Encontrada a solução, depois haverá
outra disputa para a escolha de quem vai executá-la.
Essa modalidade não será utilizada frequentemente, ela será adequada quando a Admi-
nistração Pública não tem a solução para resolver uma necessidade.
O Diálogo Competitivo é um procedimento importado da Diretiva de 2014/24/UE, que se
volta para solucionar problemas ligados à definição do que contratar. Conforme Egon Bo-
ckmann Moreira ensina:

O diálogo competitivo foi concebido para conferir maior flexibilidade nas licitações públicas, no-
meadamente naqueles contratos complexos que não comportam, a priori, soluções herméticas. A
essência do diálogo competitivo é viabilizar, no curso do próprio procedimento licitatório, a construção

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da solução mais satisfatória para objetos demasiadamente complexos, seja pelas características
técnicas, financeiras ou mesmo jurídicas.

Vou dar alguns exemplos para você entender!


Imagina que tenha uma montanha bem grande que fica entre dois municípios, e não tem
como passar túnel porque há muitas pedras, e para a população dos municípios conseguir
se deslocar de um município ao outro tem que dar uma volta enorme por causa da monta-
nha. A Administração Pública não sabe a melhor solução para ter o melhor acesso. Então, ela
convoca os interessados, apresenta o problema e escolhe a melhor solução. Poder ser, por
exemplo, fazer uma passagem subterrânea, uma ponte suspensa, uma estrada por cima da
montanha. Quem apresentará a solução são os licitantes. Ou, por exemplo, a Receita Federal
quer criar uma nova sistemática de declaração de imposto de renda e não tem muita ideia de
como vai ser. Se será um novo sistema, um site ou qualquer outra coisa que algum licitante
venha apresentar como inovação. Ou para resolver a problema de demanda de água em cida-
des do nordeste. Os licitantes podem apresentar várias soluções: construir barragens, desviar
rio, tubulação que leva água até o local. Ou, por fim, a Administração Pública percebe que o
asfalto utilizado nas rodovias não vem nos últimos anos tendo uma durabilidade razoável.
Assim, ela procura uma tecnologia nova de asfalto. Os interessados vão apresentar suas pro-
postas. Ex.: “asfalto” de cerâmica, fibra de carbono ou qualquer outra tecnologia criada pelos
interessados.
Nesse sentido, a lei fixou que a modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações
em que a Administração:

I – vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:


a) inovação tecnológica ou técnica;
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação de so-
luções disponíveis no mercado; e
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela
Administração;
II – verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternativas que possam satisfazer
suas necessidades, com destaque para os seguintes aspectos:
a) a solução técnica mais adequada;
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida;
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato;
III – considere que os modos de disputa aberto e fechado não permitem apreciação adequada das
variações entre propostas.

Na modalidade diálogo competitivo, a Administração apresentará, por ocasião da divulga-


ção do edital em sítio eletrônico oficial, suas necessidades e as exigências já definidas e esta-
belecerá prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias úteis para manifestação de interesse de par-
ticipação na licitação. Todos os interessados que preencherem os requisitos serão admitidos.
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A lei permite que o edital poderá prever a realização de fases sucessivas, caso em que
cada fase poderá restringir as soluções ou as propostas a serem discutidas. Nesse caso, vão
se eliminando propostas até a escolha da mais adequada.
Encerrada a fase do diálogo com os licitantes e escolhida a melhor solução, inicia-se a
fase competitiva com a divulgação de edital contendo a especificação da solução que atenda
às suas necessidades e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da proposta
mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, para todos os licitantes
apresentarem suas propostas, que deverão conter os elementos necessários para a realiza-
ção do projeto.
O diálogo competitivo será conduzido por comissão de contratação composta de pelo
menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros per-
manentes da Administração, admitida a contratação de profissionais para assessoramento
técnico da comissão.
Vejamos de forma esquematizada:

EDITAL de 25 dias ÚTEIS para


Início da fase de
pré-seleção com manifestar Pré-seleção dos Identificação da
diálogo com os
as necessidades e interesse em interessados melhor SOLUÇÃO
interessados
exigências participar da licitação

PRAZO MÍNIMO DE
EDITAL de início da 60 DIAS ÚTEIS PARA ESCOLHA DA
JULGAMENTO
FASE COMPETITIVA APRESENTAÇÃO MELHOR SOLUÇÃO
DE PROPOSTAS

Art. 45 Dos Critérios de Julgamento


§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos Art. 33. O julgamento das propostas será
de licitação, exceto na modalidade concurso: realizado de acordo com os seguintes critérios:
I – a de menor preço – quando o critério de I – menor preço;
seleção da proposta mais vantajosa para a II – maior desconto;
Administração determinar que será vencedor o III – melhor técnica ou conteúdo artístico;
licitante que apresentar a proposta de acordo IV – técnica e preço;
com as especificações do edital ou convite e V – maior lance, no caso de leilão;
ofertar o menor preço; VI – maior retorno econômico.
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço.
IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de
alienação de bens ou concessão de direito real
de uso.

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Art. 45, § 1º Para os efeitos deste artigo, Art. 34. O julgamento por menor preço ou
constituem tipos de licitação, exceto na maior desconto e, quando couber, por técnica
modalidade concurso: e preço considerará o menor dispêndio para
I – a de menor preço – quando o critério de a Administração, atendidos os parâmetros
seleção da proposta mais vantajosa para a mínimos de qualidade definidos no edital de
Administração determinar que será vencedor o licitação.
licitante que apresentar a proposta de acordo § 1º Os custos indiretos, relacionados com as
com as especificações do edital ou convite e despesas de manutenção, utilização, reposição,
ofertar o menor preço; depreciação e impacto ambiental do objeto
II – a de melhor técnica; licitado, entre outros fatores vinculados ao seu
III – a de técnica e preço. ciclo de vida, poderão ser considerados para
IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de a definição do menor dispêndio, sempre que
alienação de bens ou concessão de direito real objetivamente mensuráveis, conforme disposto
de uso. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994) em regulamento.
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais § 2º O julgamento por maior desconto terá
propostas, e após obedecido o disposto no como referência o preço global fixado no edital
§ 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, de licitação, e o desconto será estendido aos
obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, eventuais termos aditivos.
para o qual todos os licitantes serão convocados, Art. 35. O julgamento por melhor técnica ou
vedado qualquer outro processo. conteúdo artístico considerará exclusivamente
§ 3º No caso da licitação do tipo “menor preço”, as propostas técnicas ou artísticas apresentadas
entre os licitantes considerados qualificados a pelos licitantes, e o edital deverá definir o
classificação se dará pela ordem crescente dos prêmio ou a remuneração que será atribuída
preços propostos, prevalecendo, no caso de aos vencedores.
empate, exclusivamente o critério previsto no Parágrafo único. O critério de julgamento de que
parágrafo anterior. trata o caput deste artigo poderá ser utilizado
§ 4º Para contratação de bens e serviços para a contratação de projetos e trabalhos de
de informática, a administração observará natureza técnica, científica ou artística.
o disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de Art. 36. O julgamento por técnica e preço
outubro de 1991, levando em conta os fatores considerará a maior pontuação obtida a partir da
especificados em seu parágrafo 2º e adotando ponderação, segundo fatores objetivos previstos
obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e no edital, das notas atribuídas aos aspectos de
preço”, permitido o emprego de outro tipo de técnica e de preço da proposta.
licitação nos casos indicados em decreto do
Poder Executivo.

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§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de § 1º O critério de julgamento de que trata o


licitação não previstos neste artigo. caput deste artigo será escolhido quando estudo
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, técnico preliminar demonstrar que a avaliação
serão selecionadas tantas propostas quantas e a ponderação da qualidade técnica das
necessárias até que se atinja a quantidade propostas que superarem os requisitos mínimos
demandada na licitação. estabelecidos no edital forem relevantes aos fins
Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” pretendidos pela Administração nas licitações
ou “técnica e preço” serão utilizados para contratação de:
exclusivamente para serviços de natureza I – serviços técnicos especializados de natureza
predominantemente intelectual, em especial na predominantemente intelectual, caso em que o
elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, critério de julgamento de técnica e preço deverá
supervisão e gerenciamento e de engenharia ser preferencialmente empregado;
consultiva em geral e, em particular, para a II – serviços majoritariamente dependentes de
elaboração de estudos técnicos preliminares tecnologia sofisticada e de domínio restrito,
e projetos básicos e executivos, ressalvado o conforme atestado por autoridades técnicas de
disposto no § 4º do artigo anterior. reconhecida qualificação;
§ 1º Nas licitações do tipo “melhor técnica” será III – bens e serviços especiais de tecnologia da
adotado o seguinte procedimento claramente informação e de comunicação;
explicitado no instrumento convocatório, o qual IV – obras e serviços especiais de engenharia;
fixará o preço máximo que a Administração se V – objetos que admitam soluções específicas
propõe a pagar: e alternativas e variações de execução, com
I – serão abertos os envelopes contendo as repercussões significativas e concretamente
propostas técnicas exclusivamente dos licitantes mensuráveis sobre sua qualidade, produtividade,
previamente qualificados e feita então a avaliação rendimento e durabilidade, quando essas
e classificação destas propostas de acordo com soluções e variações puderem ser adotadas à
os critérios pertinentes e adequados ao objeto livre escolha dos licitantes, conforme critérios
licitado, definidos com clareza e objetividade no objetivamente definidos no edital de licitação.
instrumento convocatório e que considerem a § 2º No julgamento por técnica e preço, deverão
capacitação e a experiência do proponente, a ser avaliadas e ponderadas as propostas
qualidade técnica da proposta, compreendendo técnicas e, em seguida, as propostas de preço
metodologia, organização, tecnologias e recursos apresentadas pelos licitantes, na proporção
materiais a serem utilizados nos trabalhos, e máxima de 70% (setenta por cento) de valoração
a qualificação das equipes técnicas a serem para a proposta técnica.
mobilizadas para a sua execução;

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II – uma vez classificadas as propostas § 3º O desempenho pretérito na execução


técnicas, proceder-se-á à abertura das de contratos com a Administração Pública
propostas de preço dos licitantes que tenham deverá ser considerado na pontuação técnica,
atingido a valorização mínima estabelecida observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 88
no instrumento convocatório e à negociação desta Lei e em regulamento.
das condições propostas, com a proponente Art. 37. O julgamento por melhor técnica ou por
melhor classificada, com base nos orçamentos técnica e preço deverá ser realizado por:
detalhados apresentados e respectivos preços I – verificação da capacitação e da experiência do
unitários e tendo como referência o limite licitante, comprovadas por meio da apresentação
representado pela proposta de menor preço de atestados de obras, produtos ou serviços
entre os licitantes que obtiveram a valorização previamente realizados;
mínima; II – atribuição de notas a quesitos de natureza
III – no caso de impasse na negociação qualitativa por banca designada para esse fim,
anterior, procedimento idêntico será adotado, de acordo com orientações e limites definidos
sucessivamente, com os demais proponentes, em edital, considerados a demonstração de
pela ordem de classificação, até a consecução conhecimento do objeto, a metodologia e
de acordo para a contratação; o programa de trabalho, a qualificação das
IV – as propostas de preços serão devolvidas equipes técnicas e a relação dos produtos que
intactas aos licitantes que não forem serão entregues;
preliminarmente habilitados ou que não III – atribuição de notas por desempenho do
obtiverem a valorização mínima estabelecida licitante em contratações anteriores aferida nos
para a proposta técnica. documentos comprobatórios de que trata o §
§ 2º Nas licitações do tipo “técnica e preço” será 3º do art. 88 desta Lei e em registro cadastral
adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo unificado disponível no Portal Nacional de
anterior, o seguinte procedimento claramente Contratações Públicas (PNCP).
explicitado no instrumento convocatório: § 1º A banca referida no inciso II do caput deste
I – será feita a avaliação e a valorização das artigo terá no mínimo 3 (três) membros e poderá
propostas de preços, de acordo com critérios ser composta de:
objetivos preestabelecidos no instrumento I – servidores efetivos ou empregados públicos
convocatório; pertencentes aos quadros permanentes da
II – a classificação dos proponentes far-se-á de Administração Pública;
acordo com a média ponderada das valorizações II – profissionais contratados por conhecimento
das propostas técnicas e de preço, de acordo técnico, experiência ou renome na avaliação
com os pesos preestabelecidos no instrumento dos quesitos especificados em edital, desde
convocatório. que seus trabalhos sejam supervisionados por
profissionais designados conforme o disposto
no art. 7º desta Lei.

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§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação § 2º Ressalvados os casos de inexigibilidade


previstos neste artigo poderão ser adotados, de licitação, na licitação para contratação dos
por autorização expressa e mediante justificativa serviços técnicos especializados de natureza
circunstanciada da maior autoridade da predominantemente intelectual previstos nas
Administração promotora constante do ato alíneas “a”, “d” e “h” do inciso XVIII do caput do art.
convocatório, para fornecimento de bens e 6º desta Lei cujo valor estimado da contratação
execução de obras ou prestação de serviços de seja superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil
grande vulto majoritariamente dependentes de reais), o julgamento será por: (Promulgação
tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio partes vetadas)
restrito, atestado por autoridades técnicas de I - melhor técnica; ou
reconhecida qualificação, nos casos em que o II - técnica e preço, na proporção de 70% (setenta
objeto pretendido admitir soluções alternativas por cento) de valoração da proposta técnica.
e variações de execução, com repercussões Obs.! O § 2º havia sido vetado, mas o veto foi
significativas sobre sua qualidade, produtividade, derrubado pelo Congresso Nacional.
rendimento e durabilidade concretamente Art. 38. No julgamento por melhor técnica ou
mensuráveis, e estas puderem ser adotadas por técnica e preço, a obtenção de pontuação
à livre escolha dos licitantes, na conformidade devido à capacitação técnico-profissional exigirá
dos critérios objetivamente fixados no ato que a execução do respectivo contrato tenha
convocatório. participação direta e pessoal do profissional
Art. 47. Nas licitações para a execução de correspondente.
obras e serviços, quando for adotada a Art. 39. O julgamento por maior retorno
modalidade de execução de empreitada por econômico, utilizado exclusivamente para
preço global, a Administração deverá fornecer a celebração de contrato de eficiência,
obrigatoriamente, junto com o edital, todos os considerará a maior economia para a
elementos e informações necessários para que Administração, e a remuneração deverá ser
os licitantes possam elaborar suas propostas de fixada em percentual que incidirá de forma
preços com total e completo conhecimento do proporcional à economia efetivamente obtida
objeto da licitação. na execução do contrato.
§ 1º Nas licitações que adotarem o critério de
julgamento de que trata o caput deste artigo, os
licitantes apresentarão:
I – proposta de trabalho, que deverá contemplar:
a) as obras, os serviços ou os bens, com
os respectivos prazos de realização ou
fornecimento;
b) a economia que se estima gerar, expressa em
unidade de medida associada à obra, ao bem ou
ao serviço e em unidade monetária;
II – proposta de preço, que corresponderá a
percentual sobre a economia que se estima
gerar durante determinado período, expressa
em unidade monetária.

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§ 2º O edital de licitação deverá prever parâmetros


objetivos de mensuração da economia gerada
com a execução do contrato, que servirá de
base de cálculo para a remuneração devida ao
contratado.
§ 3º Para efeito de julgamento da proposta,
o retorno econômico será o resultado da
economia que se estima gerar com a execução
da proposta de trabalho, deduzida a proposta
de preço.
§ 4º Nos casos em que não for gerada a economia
prevista no contrato de eficiência:
I – a diferença entre a economia contratada
e a efetivamente obtida será descontada da
remuneração do contratado;
II – se a diferença entre a economia contratada
e a efetivamente obtida for superior ao limite
máximo estabelecido no contrato, o contratado
sujeitar-se-á, ainda, a outras sanções cabíveis.
Os critérios para julgamento das propostas são os chamados TIPOS de licitação.
O julgamento das propostas será realizado de acordo com os seguintes critérios:
O julgamento pelo menor preço é simples. O licitante apresenta o preço dele e será vence-
dor o menor preço entre aqueles apresentados.
No maior desconto, o edital apresenta um valor orçado e será vencedor aquele que apre-
sentar o maior desconto em relação ao preço apresentados pela Administração Pública. Em
verdade, o maior desconto é a escolha pelo “menor preço”, pois ao final, será vencedor o que
der o maior desconto sobre um preço.
O julgamento por melhor técnica ou conteúdo artístico considerará exclusivamente as pro-
postas técnicas ou artísticas apresentadas pelos licitantes, e o edital deverá definir o prêmio
ou a remuneração que será atribuída aos vencedores. É o critério utilizado para serviços téc-
nicos especializados de natureza predominantemente intelectual; serviços majoritariamente
dependentes de tecnologia sofisticada e de domínio restrito; bens e serviços especiais de tec-
nologia da informação; obras e serviços especiais de engenharia.
A atribuição de notas a quesitos de natureza qualitativa para a utilização do critério técni-
ca e preço será feito por banca designada para esse fim e terá no mínimo 3 (três) membros e
poderá ser composta de:

I – servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da Admi-


nistração Pública;
II – profissionais contratados por conhecimento técnico, experiência ou renome na avaliação dos
quesitos especificados em edital, desde que seus trabalhos sejam supervisionados por profissio-
nais designados conforme o disposto no art. 7º desta Lei.
§ 2º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, na licitação para contratação dos servi-
ços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual previstos nas alíneas “a”,

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“d” e “h” do inciso XVIII do caput do art. 6º desta Lei cujo valor estimado da contratação seja superior
a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), o julgamento será por: (Promulgação partes vetadas)
I - melhor técnica; ou
II - técnica e preço, na proporção de 70% (setenta por cento) de valoração da proposta técnica.

O § 2º foi vetado pelo Presidente da República, mas o Congresso Nacional “derrubou” o


veto. Então, na licitação para contratação dos serviços técnicos especializados de natureza
predominantemente intelectual referentes à estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos
e projetos executivos; fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços; controles
de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e laboratoriais, instrumenta-
ção e monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais ser-
viços de engenharia que se enquadrem na definição deste inciso, pode ser utilizado o critério
apenas da melhor técnica ou conjugar técnica e preço, devendo ter predominância da técnica
na proporção de 70% (setenta por cento) de valoração.
O julgamento por maior retorno econômico, será utilizado exclusivamente para a celebra-
ção de contrato de eficiência, considerará a maior economia para a Administração, e a remune-
ração deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma proporcional à economia efetiva-
mente obtida na execução do contrato.
Esse critério não é novo, a Lei das Estatais, Lei n. 13.303/16, estabeleceu no artigo 54, §6º,
que ao ser utilizado o critério de julgamento de maior retorno econômico:

[...] os lances ou propostas terão o objetivo de proporcionar economia à empresa pública ou à so-
ciedade de economia mista, por meio da redução de suas despesas correntes, remunerando-se o
licitante vencedor com base em percentual da economia de recursos gerada.

Nas licitações que adotarem esse critério de julgamento, os licitantes apresentarão propos-
ta de trabalho com a economia que se estima gerar e a proposta de preço, que corresponderá
a percentual sobre a economia que se estima gerar durante determinado período, expressa em
unidade monetária.
Assim será a proposta: Economia a ser gerada + percentual sobre a economia gerada Ex-
pressa a proposta em unidade monetária.
Imagine que um órgão pretende reduzir seu custo de energia elétrica e informe no edital
que o gasto mensal é de R$100.000,00. As propostas de preço devem corresponder a um per-
centual sobre a economia estimada.
Então, o licitante deve apresentar o valor da economia a ser gerada e o percentual que pre-
tenda receber.
Por exemplo:

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Despesa de R$100.000,00 com energia


Economia de
R$10.000,00 e 50% Proposta final:
Proposta A
da economia como R$ 5.000,00
remuneração
Economia de R$
20.000,00 e 20% Proposta final:
Proposta B
de economia como R$ 4.000,00
remuneração
Economia de R$ 40.000
Proposta final:
Proposta C e 20% economia de
R$ 8.000,00
como remuneração

Para efeito de julgamento da proposta, o retorno econômico será o resultado da economia


que se estima gerar com a execução da proposta de trabalho, deduzida a proposta de preço.
Assim, o edital fixará um período de apuração da economia para julgar a proposta. No julga-
mento, aferirá a economia gerada no período e desconta o valor do preço que pagará ao ven-
cedor. Então, por exemplo, se o edital diz que o período de economia apurado é de 10 meses
será verificado o valor de cada proposta, multiplicado por 10 (10 meses), descontado nesses
10 meses o valor que será pago ao contratado. A proposta mais vantajosa (economia gerada
em 10 meses menos o valor pago ao contratado) ganhará a licitação.
No exemplo acima, a melhor proposta é a C, pois R$ 40.000,00 de economia, vezes 10
meses resulta em R$ 400.000,00, descontado o valor pago nesse período ao contratado (R$
80.000,00). Assim, a economia em 10 meses, conforme a proposta C, será de R$ 320.000,00.

Desclassificação de Propostas

Serão desclassificadas as propostas que:

I – contiverem vícios insanáveis;


II – não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas no edital;
III – apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem acima do orçamento estimado para a
contratação;
IV – não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exigida pela Administração;
V – apresentarem desconformidade com quaisquer outras exigências do edital, desde que insaná-
veis.

Esclarece Celso Antônio Bandeira de Mello que as propostas devem ser sérias, firmes e
concretas. Proposta séria é aquela feita não só com o intuito, mas também com a possibili-
dade de ser mantida e cumprida; firme é a proposta feita sem reservas, sem cláusulas con-

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dicionais ou resolutivas; e concreta é a proposta cujo conteúdo ofertado está perfeitamente


determinado nela mesma, sem estabelecer remissões a ofertas de terceiros.
Proposta inexequível não é séria, uma vez que muito provavelmente não terá a condição de
ser honrada. Essas propostas são rejeitadas porque não adianta contratar por uma proposta
com valor muito pequeno e no decorrer do contrato, o contratado pedir revisão contratual para
rever os valores. Nesse caso, ele não terá direito. A consequência será a rescisão do contrato
e isso traz um prejuízo enorme para a Administração Pública. Lembre-se, como já falamos, e
está também no art. 11 da lei que um dos objetivos das licitações é evitar contratações com
sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis.
No caso de obras e serviços de engenharia, serão consideradas inexequíveis as propostas
cujos valores forem inferiores a 75% (setenta e cinco por cento) do valor orçado pela Adminis-
tração. É um critério objetivo para considerar uma proposta inexequível.
Negociação direta com o vencedor

Art. 61. Definido o resultado do julgamento, a Administração poderá negociar condições mais van-
tajosas com o primeiro colocado.
§ 1º A negociação poderá ser feita com os demais licitantes, segundo a ordem de classificação
inicialmente estabelecida, quando o primeiro colocado, mesmo após a negociação, for desclassifi-
cado em razão de sua proposta permanecer acima do preço máximo definido pela Administração.
§ 2º A negociação será conduzida por agente de contratação ou comissão de contratação, na forma
de regulamento, e, depois de concluída, terá seu resultado divulgado a todos os licitantes e anexado
aos autos do processo licitatório.

Fixa a lei que, definido o resultado do julgamento, a Administração poderá negociar condi-
ções mais vantajosas com o primeiro colocado.
A negociação poderá ser feita com os demais licitantes, segundo a ordem de classificação
inicialmente estabelecida, quando o primeiro colocado, em determinado momento, mesmo
após a negociação, for desclassificado por sua proposta permanecer acima do preço máximo
definido pela Administração.
A lei menciona em negociação direta apenas com o primeiro colocado. Na prática, será que
há muita efetividade em negociar com o licitante que vai ganhar a licitação? Parece de pouca
efetividade. Note que a lei menciona em negociação direta com os demais apenas no caso de
o primeiro colocado ser desclassificado.
Sobre DESEMPATE de propostas, veremos no art. 60.

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Art. 15. As compras, sempre que possível, Subseção I


deverão: Das Compras
I – atender ao princípio da padronização, Art. 40. O planejamento de compras deverá
que imponha compatibilidade de considerar a expectativa de consumo anual
especificações técnicas e de desempenho, e observar o seguinte:
observadas, quando for o caso, as condições I – condições de aquisição e pagamento
de manutenção, assistência técnica e semelhantes às do setor privado;
garantia oferecidas; II – processamento por meio de sistema de
II – ser processadas através de sistema de registro de preços, quando pertinente;
registro de preços; III – determinação de unidades e quantidades
III – submeter-se às condições de aquisição a serem adquiridas em função de consumo
e pagamento semelhantes às do setor e utilização prováveis, cuja estimativa será
privado; obtida, sempre que possível, mediante
IV – ser subdivididas em tantas parcelas adequadas técnicas quantitativas, admitido
quantas necessárias para aproveitar o fornecimento contínuo;
as peculiaridades do mercado, visando IV – condições de guarda e armazenamento
economicidade; que não permitam a deterioração do
V – balizar-se pelos preços praticados material;
no âmbito dos órgãos e entidades da V – atendimento aos princípios:
Administração Pública. a) da padronização, considerada a
§ 1º O registro de preços será precedido de compatibilidade de especificações estéticas,
ampla pesquisa de mercado. técnicas ou de desempenho;
§ 2º Os preços registrados serão publicados b) do parcelamento, quando for
trimestralmente para orientação da tecnicamente viável e economicamente
Administração, na imprensa oficial. vantajoso;
§ 3º O sistema de registro de preços será c) da responsabilidade fiscal, mediante a
regulamentado por decreto, atendidas as comparação da despesa estimada com a
peculiaridades regionais, observadas as prevista no orçamento.
seguintes condições: § 1º O termo de referência deverá conter os
I – seleção feita mediante concorrência; elementos previstos no inciso XXIII do caput
II – estipulação prévia do sistema de controle do art. 6º desta Lei, além das seguintes
e atualização dos preços registrados; informações:

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III – validade do registro não superior a um Disposições Setoriais


ano. I – especificação do produto,
§ 4º A existência de preços registrados preferencialmente conforme catálogo
não obriga a Administração a firmar as eletrônico de padronização, observados
contratações que deles poderão advir, os requisitos de qualidade, rendimento,
ficando-lhe facultada a utilização de outros compatibilidade, durabilidade e segurança;
meios, respeitada a legislação relativa às II – indicação dos locais de entrega dos
licitações, sendo assegurado ao beneficiário produtos e das regras para recebimentos
do registro preferência em igualdade de provisório e definitivo, quando for o caso;
condições. III – especificação da garantia exigida e das
§ 5º O sistema de controle originado no condições de manutenção e assistência
quadro geral de preços, quando possível, técnica, quando for o caso.
deverá ser informatizado. § 2º Na aplicação do princípio do
§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para parcelamento, referente às compras,
impugnar preço constante do quadro geral deverão ser considerados:
em razão de incompatibilidade desse com o I – a viabilidade da divisão do objeto em lotes;
preço vigente no mercado. II – o aproveitamento das peculiaridades do
§ 7º Nas compras deverão ser observadas, mercado local, com vistas à economicidade,
ainda: sempre que possível, desde que atendidos
I – a especificação completa do bem a ser os parâmetros de qualidade; e
adquirido sem indicação de marca; III – o dever de buscar a ampliação da
II – a definição das unidades e das competição e de evitar a concentração de
quantidades a serem adquiridas em função mercado.
do consumo e utilização prováveis, cuja § 3º O parcelamento não será adotado
estimativa será obtida, sempre que possível, quando:
mediante adequadas técnicas quantitativas I – a economia de escala, a redução de custos
de estimação; de gestão de contratos ou a maior vantagem
III – as condições de guarda e armazenamento na contratação recomendar a compra do
que não permitam a deterioração do item do mesmo fornecedor;
material. II – o objeto a ser contratado configurar
§ 8º O recebimento de material de valor sistema único e integrado e houver a
superior ao limite estabelecido no art. 23 possibilidade de risco ao conjunto do objeto
desta Lei, para a modalidade de convite, pretendido;
deverá ser confiado a uma comissão de, no III – o processo de padronização ou de escolha
mínimo, 3 (três) membros. de marca levar a fornecedor exclusivo.

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Art. 16. Será dada publicidade, § 4º Em relação à informação de que trata


mensalmente, em órgão de divulgação oficial o inciso III do § 1º deste artigo, desde que
ou em quadro de avisos de amplo acesso fundamentada em estudo técnico preliminar,
público, à relação de todas as compras feitas a Administração poderá exigir que os
pela Administração Direta ou Indireta, de serviços de manutenção e assistência técnica
maneira a clarificar a identificação do bem sejam prestados mediante deslocamento de
comprado, seu preço unitário, a quantidade técnico ou disponibilizados em unidade de
adquirida, o nome do vendedor e o valor prestação de serviços localizada em distância
total da operação, podendo ser aglutinadas compatível com suas necessidades.
por itens as compras feitas com dispensa e Art. 41. No caso de licitação que envolva
inexigibilidade de licitação. o fornecimento de bens, a Administração
Parágrafo único. O disposto neste artigo não poderá excepcionalmente:
se aplica aos casos de dispensa de licitação I – indicar uma ou mais marcas ou modelos,
previstos no inciso IX do art. 24. desde que formalmente justificado, nas
seguintes hipóteses:
a) em decorrência da necessidade de
padronização do objeto;
b) em decorrência da necessidade de manter
a compatibilidade com plataformas e
padrões já adotados pela Administração;
c) quando determinada marca ou modelo
comercializados por mais de um fornecedor
forem os únicos capazes de atender às
necessidades do contratante;
d) quando a descrição do objeto a ser
licitado puder ser mais bem compreendida
pela identificação de determinada marca ou
determinado modelo aptos a servir apenas
como referência; (marca de referência)
II – exigir amostra ou prova de conceito
do bem no procedimento de pré-qualificação
permanente, na fase de julgamento das
propostas ou de lances, ou no período de
vigência do contrato ou da ata de registro
de preços, desde que previsto no edital da
licitação e justificada a necessidade de sua
apresentação;

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III – vedar a contratação de marca ou


produto, quando, mediante processo
administrativo, restar comprovado
que produtos adquiridos e utilizados
anteriormente pela Administração não
atendem a requisitos indispensáveis
ao pleno adimplemento da obrigação
contratual;
IV – solicitar, motivadamente, carta de
solidariedade emitida pelo fabricante, que
assegure a execução do contrato, no caso
de licitante revendedor ou distribuidor.
Parágrafo único. A exigência prevista no
inciso II do caput deste artigo restringir-
se-á ao licitante provisoriamente vencedor
quando realizada na fase de julgamento das
propostas ou de lances.
Art. 42. A prova de qualidade de produto
apresentado pelos proponentes como similar
ao das marcas eventualmente indicadas no
edital será admitida por qualquer um dos
seguintes meios:
I – comprovação de que o produto está de
acordo com as normas técnicas determinadas
pelos órgãos oficiais competentes, pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) ou por outra entidade credenciada
pelo Inmetro;
II – declaração de atendimento satisfatório
emitida por outro órgão ou entidade de
nível federativo equivalente ou superior que
tenha adquirido o produto;
III – certificação, certificado, laudo laboratorial
ou documento similar que possibilite a
aferição da qualidade e da conformidade
do produto ou do processo de fabricação,
inclusive sob o aspecto ambiental, emitido
por instituição oficial competente ou por
entidade credenciada.

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§ 1º O edital poderá exigir, como condição


de aceitabilidade da proposta, certificação
de qualidade do produto por instituição
credenciada pelo Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Conmetro).
§ 2º A Administração poderá, nos termos
do edital de licitação, oferecer protótipo
do objeto pretendido e exigir, na fase
de julgamento das propostas, amostras do
licitante provisoriamente vencedor, para
atender a diligência ou, após o julgamento,
como condição para firmar contrato.
§ 3º No interesse da Administração, as
amostras a que se refere o § 2º deste artigo
poderão ser examinadas por instituição com
reputação ético-profissional na especialidade
do objeto, previamente indicada no edital.
Art. 43. O processo de padronização deverá
conter:
I – parecer técnico sobre o produto,
considerados especificações técnicas
e estéticas, desempenho, análise de
contratações anteriores, custo e condições
de manutenção e garantia;
II – despacho motivado da autoridade
superior, com a adoção do padrão;
III – síntese da justificativa e descrição
sucinta do padrão definido, divulgadas em
sítio eletrônico oficial.
§ 1º É permitida a padronização com base
em processo de outro órgão ou entidade
de nível federativo igual ou superior ao do
órgão adquirente, devendo o ato que decidir
pela adesão a outra padronização ser
devidamente motivado, com indicação da
necessidade da Administração e dos riscos
decorrentes dessa decisão, e divulgado em
sítio eletrônico oficial.
§ 2º As contratações de soluções baseadas
em software de uso disseminado serão
disciplinadas em regulamento que defina
processo de gestão estratégica das
contratações desse tipo de solução.

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Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
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Art. 44. Quando houver a possibilidade de


compra ou de locação de bens, o estudo
técnico preliminar deverá considerar os
custos e os benefícios de cada opção, com
indicação da alternativa mais vantajosa.

Marca
Via de regra, a lei veda a preferência pela marca. Contudo, a lei deve ser compreendida
no sentido de ser evitada a preferência pela marca com o intuito de não se fazer a licitação. É
possível, em algumas situações, dentro de um processo licitatório, a preferência pela marca
como, por exemplo, para manter padronização ou para caracterizar o objeto a ser licitada. Se
um órgão quer comprar um certo tipo de cadeira, pode dizer em edital de licitação que está
indicando a marca X como modelo/referência, mas admitindo outras marcas similares.
O que não é possível é um órgão direcionar para uma marca, sendo que há outras que aten-
dem a demanda, e por existir somente aquela marca acaba criando uma situação de “inviabili-
dade de competição” que não existe.

Planejamento
Merece destaque o princípio do planejamento que, inclusive, aparece expressa e implicita-
mente em várias disposições da Lei n. 14.133/2021. Isso porque é necessário que haja plane-
jamento nas contratações pelo Poder Público, na medida em que reflete em economia futura.
Veja, por exemplo que o art. 18 expressamente menciona que a fase preparatória do processo
licitatório é caracterizada pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de contra-
tações anual de que trata o inciso VII do caput do art. 12 desta Lei.
A nova lei de licitações também deu bastante destaque à padronização, na medida em que
quando se adquire bens e produtos padronizados há maior economicidade para a Administra-
ção Pública.

Parcelamento
De acordo com o TCU, “Parcelamento é a divisão do objeto em partes menores e indepen-
dentes. Cada parte, item, etapa ou parcela representa uma licitação isolada ou em separado”
(Licitações & Contratos. Orientações Básicas. 4ª ed., p. 225).
O objetivo do parcelamento é o de mais bem aproveitar os recursos disponíveis no mer-
cado e ampliar a competitividade, mas é imprescindível que a divisão do objeto seja técnica e
economicamente viável e não represente perda de economia de escala (Súmula 247 do TCU).
Por ser o parcelamento a regra, deve haver justificativa quando este não for adotado.

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Segundo o TCU (Acórdão 1331/2003) é objetivo da norma tornar obrigatório o parcelamen-


to do objeto quando isso se configurar técnica e economicamente viável. O dispositivo dá um
caráter impositivo ao parcelamento na medida em que traz uma obrigação para o administra-
dor público por meio da expressão “serão divididas”.
Em licitação realizada pela Caixa Econômica Federal para contratação de prestação de
serviço de transporte de executivos da entidade, com disponibilização de um veículo blindado
e 12 carros de passeio, o TCU entendeu que o objeto possuía natureza divisível, o que afasta-
ria a participação de empresas que não estavam habilitadas a fornecer a totalidade dos itens
especificados se fosse realizada uma única licitação. Nessa hipótese, certamente o objeto é
divisível, logo, deve haver licitações distintas para cada objeto: uma para a compra do carro
blindado e outra para os demais carros. Desse modo, haverá ampliação da competição, pois
não são todas as locadoras que fornecem carros blindados. Acórdão n. 491/2012-Plenário, TC
037.753/2011-8, rel. Min. Valmir Campelo, 7.3.2012.
O parcelamento é muito importante, porque possibilita a participação de empresas de
menor porte nas licitações, pois implica na redução dos requisitos de habilitação (que serão
proporcionais à dimensão dos lotes). Assim, amplia a competitividade e contribui para a ob-
tenção da proposta mais vantajosa.
Após avaliação técnica e decisão de que o objeto pode ser dividido e individualizado em
itens, devem ser feitas licitações distintas para cada etapa ou conjunto de etapas da obra,
serviço ou compra. As diferentes licitações podem ser feitas em procedimentos distintos ou
num só processo licitatório, quando então a licitação terá seu objeto dividido em itens.
O parcelamento só deverá, contudo, ser utilizado quando demonstrar-se técnica e econo-
micamente viável, a fim de não violar o princípio da eficiência. O TCU já teve a oportunidade
de analisar caso concreto em que houve excessivo parcelamento do objeto, afirmando que a
licitação em lote único seria a melhor opção:

“Cabe considerar, porém, que o modelo para a contratação parcelada adotado nesse
parecer utilizou uma excessiva pulverização dos serviços. Para cada um de cinco prédios,
previram-se vários contratos (ar-condicionado, instalações elétricas e eletrônicas, instala-
ções hidrossanitárias, civil). Esta exagerada divisão de objeto pode maximizar a influên-
cia de fatores que contribuem para tornar mais dispendiosa a contratação [...] embora as
estimativas numéricas não mostrem consistência, não há nos autos nenhuma evidência
no sentido oposto, de que o parcelamento seria mais vantajoso para a Administração. Ao
contrário, os indícios são coincidentes em considerar a licitação global mais econômica”
(Acórdão no 3140/2006 do TCU).

É importante não esquecer que sempre deve ser preservada a modalidade pertinente para
a execução de todo o objeto da contratação. Assim, se forem realizados um ou mais proces-

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sos de licitação, devem ser somados os valores de todos os itens para definição da modali-
dade licitatória adequada.
Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto
ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, para
ampliar a competitividade. Nessa hipótese, a Administração pode fixar, no ato convocatório,
quantitativo mínimo que preserve a economia de escala.
Resumindo: Parcelamento é a divisão do objeto em parcelas, ou seja, é a divisão de um
todo em partes menores.
Em licitação parcelada, as exigências de habilitação devem adequar-se proporcionalmen-
te às parcelas licitadas.
Sobre a exigência de amostras e prova de conceito, veja comentários no art. 17.

Art. 7º As licitações para a execução de Subseção II


obras e para a prestação de serviços Das Obras e Serviços de Engenharia
obedecerão ao disposto neste artigo e, em Art. 45. As licitações de obras e serviços de
particular, à seguinte sequência: engenharia devem respeitar, especialmente,
I – projeto básico; as normas relativas a:
II – projeto executivo; I – disposição final ambientalmente
III – execução das obras e serviços. adequada dos resíduos sólidos gerados
§ 1º A execução de cada etapa será pelas obras contratadas;
obrigatoriamente precedida da conclusão e II – mitigação por condicionantes e
aprovação, pela autoridade competente, dos compensação ambiental, que serão
trabalhos relativos às etapas anteriores, à definidas no procedimento de licenciamento
exceção do projeto executivo, o qual poderá ambiental;
ser desenvolvido concomitantemente com III – utilização de produtos, de equipamentos
a execução das obras e serviços, desde que e de serviços que, comprovadamente,
também autorizado pela Administração. favoreçam a redução do consumo de
§ 2º As obras e os serviços somente poderão energia e de recursos naturais;
ser licitados quando: IV – avaliação de impacto de vizinhança,
I – houver projeto básico aprovado pela na forma da legislação urbanística;
autoridade competente e disponível para V – proteção do patrimônio histórico,
exame dos interessados em participar do cultural, arqueológico e imaterial,
processo licitatório; inclusive por meio da avaliação do impacto
II – existir orçamento detalhado em planilhas direto ou indireto causado pelas obras
que expressem a composição de todos os contratadas; VI – acessibilidade para
seus custos unitários; pessoas com deficiência ou com
III – houver previsão de recursos mobilidade reduzida.
orçamentários que assegurem o pagamento Art. 46. Na execução indireta de obras
das obrigações decorrentes de obras ou e serviços de engenharia, são admitidos os
serviços a serem executadas no exercício seguintes regimes:
financeiro em curso, de acordo com o I – empreitada por preço unitário;
respectivo cronograma; II – empreitada por preço global;
III – empreitada integral;

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IV – o produto dela esperado estiver IV – contratação por tarefa;


contemplado nas metas estabelecidas no V – contratação integrada;
Plano Plurianual de que trata o art. 165 da VI – contratação semi-integrada;
Constituição Federal, quando for o caso. VII – fornecimento e prestação de serviço
§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a associado.
obtenção de recursos financeiros para sua § 1º É vedada a realização de obras e serviços
execução, qualquer que seja a sua origem, de engenharia sem projeto executivo,
exceto nos casos de empreendimentos ressalvada a hipótese prevista no § 3º do art.
executados e explorados sob o regime 18 desta Lei.
de concessão, nos termos da legislação § 2º A Administração é dispensada da
específica. elaboração de projeto básico nos casos de
§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto contratação integrada, hipótese em que
da licitação, de fornecimento de materiais deverá ser elaborado anteprojeto de acordo
e serviços sem previsão de quantidades com metodologia definida em ato do órgão
ou cujos quantitativos não correspondam competente, observados os requisitos
às previsões reais do projeto básico ou estabelecidos no inciso XXIV do art. 6º desta
executivo. Lei.
§ 5º É vedada a realização de licitação § 3º Na contratação integrada, após a
cujo objeto inclua bens e serviços sem elaboração do projeto básico pelo contratado,
similaridade ou de marcas, características o conjunto de desenhos, especificações,
e especificações exclusivas, salvo nos memoriais e cronograma físico-financeiro
casos em que for tecnicamente justificável, deverá ser submetido à aprovação da
ou ainda quando o fornecimento de tais Administração, que avaliará sua adequação
materiais e serviços for feito sob o regime em relação aos parâmetros definidos no
de administração contratada, previsto e edital e conformidade com as normas
discriminado no ato convocatório. técnicas, vedadas alterações que reduzam a
§ 6º A infringência do disposto neste artigo qualidade ou a vida útil do empreendimento
implica a nulidade dos atos ou contratos e mantida a responsabilidade integral do
realizados e a responsabilidade de quem contratado pelos riscos associados ao
lhes tenha dado causa. projeto básico.
§ 7º Não será ainda computado como valor § 4º Nos regimes de contratação integrada
da obra ou serviço, para fins de julgamento e semi-integrada, o edital e o contrato,
das propostas de preços, a atualização sempre que for o caso, deverão prever as
monetária das obrigações de pagamento, providências necessárias para a efetivação
desde a data final de cada período de de desapropriação autorizada pelo poder
aferição até a do respectivo pagamento, público, bem como:
que será calculada pelos mesmos critérios I – o responsável por cada fase do
estabelecidos obrigatoriamente no ato procedimento expropriatório;
convocatório. II – a responsabilidade pelo pagamento das
indenizações devidas;
§ 8º Qualquer cidadão poderá requerer à III – a estimativa do valor a ser pago a título
Administração Pública os quantitativos das de indenização pelos bens expropriados,
obras e preços unitários de determinada inclusive de custos correlatos;
obra executada.

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§ 9º O disposto neste artigo aplica-se também, IV – a distribuição objetiva de riscos entre as


no que couber, aos casos de dispensa e de partes, incluído o risco pela diferença entre
inexigibilidade de licitação. o custo da desapropriação e a estimativa de
Art. 8º A execução das obras e dos serviços valor e pelos eventuais danos e prejuízos
deve programar-se, sempre, em sua ocasionados por atraso na disponibilização
totalidade, previstos seus custos atual e final dos bens expropriados;
e considerados os prazos de sua execução. V – em nome de quem deverá ser promovido
Parágrafo único. É proibido o retardamento o registro de imissão provisória na posse e o
imotivado da execução de obra ou serviço, registro de propriedade dos bens a serem
ou de suas parcelas, se existente previsão desapropriados.
orçamentária para sua execução total, salvo § 5º Na contratação semi-integrada, mediante
insuficiência financeira ou comprovado prévia autorização da Administração, o
motivo de ordem técnica, justificados em projeto básico poderá ser alterado, desde
despacho circunstanciado da autoridade a que demonstrada a superioridade das
que se refere o art. 26 desta Lei. (Redação inovações propostas pelo contratado em
dada pela Lei n. 8.883, de 1994) termos de redução de custos, de aumento
Art. 9º Não poderá participar, direta ou da qualidade, de redução do prazo de
indiretamente, da licitação ou da execução execução ou de facilidade de manutenção
de obra ou serviço e do fornecimento de ou operação, assumindo o contratado
bens a eles necessários: a responsabilidade integral pelos riscos
I – o autor do projeto, básico ou executivo, associados à alteração do projeto básico.
pessoa física ou jurídica; § 6º A execução de cada etapa será
II – empresa, isoladamente ou em consórcio, obrigatoriamente precedida da conclusão e
responsável pela elaboração do projeto da aprovação, pela autoridade competente,
básico ou executivo ou da qual o autor do dos trabalhos relativos às etapas anteriores.
projeto seja dirigente, gerente, acionista ou § 7º (VETADO).
detentor de mais de 5% (cinco por cento) § 8º (VETADO).
do capital com direito a voto ou controlador, § 9º Os regimes de execução a que se
responsável técnico ou subcontratado; referem os incisos II, III, IV, V e VI do caput
III – servidor ou dirigente de órgão ou deste artigo serão licitados por preço
entidade contratante ou responsável pela global e adotarão sistemática de medição
licitação. e pagamento associada à execução de
etapas do cronograma físico-financeiro
vinculadas ao cumprimento de metas de
resultado, vedada a adoção de sistemática
de remuneração orientada por preços
unitários ou referenciada pela execução de
quantidades de itens unitários.

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§ 1º É permitida a participação do autor do


projeto ou da empresa a que se refere o inciso
II deste artigo, na licitação de obra ou serviço,
ou na execução, como consultor ou técnico,
nas funções de fiscalização, supervisão ou
gerenciamento, exclusivamente a serviço da
Administração interessada.
§ 2º O disposto neste artigo não impede a
licitação ou contratação de obra ou serviço
que inclua a elaboração de projeto executivo
como encargo do contratado ou pelo preço
previamente fixado pela Administração.
§ 3º Considera-se participação indireta, para
fins do disposto neste artigo, a existência
de qualquer vínculo de natureza técnica,
comercial, econômica, financeira ou
trabalhista entre o autor do projeto, pessoa
física ou jurídica, e o licitante ou responsável
pelos serviços, fornecimentos e obras,
incluindo-se os fornecimentos de bens e
serviços a estes necessários.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-
se aos membros da comissão de licitação.
Art. 10. As obras e serviços poderão ser
executados nas seguintes formas:
I – execução direta;
II – execução indireta, nos seguintes regimes:
a) empreitada por preço global;
b) empreitada por preço unitário;
c) (VETADO)
c) (Vetado).
d) tarefa;
e) empreitada integral.

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Art. 11. As obras e serviços destinados aos


mesmos fins terão projetos padronizados
por tipos, categorias ou classes, exceto
quando o projeto-padrão não atender
às condições peculiares do local ou às
exigências específicas do empreendimento.
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos
executivos de obras e serviços serão
considerados principalmente os seguintes
requisitos:
I – segurança;
II – funcionalidade e adequação ao interesse
público;
III – economia na execução, conservação e
operação;
IV – possibilidade de emprego de mão
de obra, materiais, tecnologia e matérias-
primas existentes no local para execução,
conservação e operação;
V – facilidade na execução, conservação e
operação, sem prejuízo da durabilidade da
obra ou do serviço;
VI – adoção das normas técnicas, de saúde e
de segurança do trabalho adequadas;
VII – impacto ambiental.

Sobre os regimes de execução para obras e serviços, tratamos no art. 6º.

Subseção III
Dos Serviços em Geral
Art. 47. As licitações de serviços atenderão
aos princípios:
I – da padronização, considerada a
compatibilidade de especificações estéticas,
técnicas ou de desempenho;
II – do parcelamento, quando for
tecnicamente viável e economicamente
vantajoso.
§ 1º Na aplicação do princípio do
parcelamento deverão ser considerados:
I – a responsabilidade técnica;
II – o custo para a Administração de vários
contratos frente às vantagens da redução de
custos, com divisão do objeto em itens;
III – o dever de buscar a ampliação da
competição e de evitar a concentração de
mercado.

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§ 2º Na licitação de serviços de manutenção


e assistência técnica, o edital deverá definir
o local de realização dos serviços, admitida
a exigência de deslocamento de técnico ao
local da repartição ou a exigência de que o
contratado tenha unidade de prestação de
serviços em distância compatível com as
necessidades da Administração.
Art. 48. Poderão ser objeto de
execução por terceiros as atividades
materiais acessórias, instrumentais
ou complementares aos assuntos
que constituam área de competência
legal do órgão ou da entidade, vedado
à Administração ou a seus agentes, na
contratação do serviço terceirizado:
I – indicar pessoas expressamente nominadas
para executar direta ou indiretamente o
objeto contratado;
II – fixar salário inferior ao definido em lei ou
em ato normativo a ser pago pelo contratado;
III – estabelecer vínculo de subordinação
com funcionário de empresa prestadora de
serviço terceirizado;
IV – definir forma de pagamento mediante
exclusivo reembolso dos salários pagos;
V – demandar a funcionário de empresa
prestadora de serviço terceirizado a
execução de tarefas fora do escopo do
objeto da contratação;
VI – prever em edital exigências que
constituam intervenção indevida da
Administração na gestão interna do
contratado.

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Parágrafo único. Durante a vigência do


contrato, é vedado ao contratado contratar
cônjuge, companheiro ou parente em
linha reta, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, de dirigente do órgão ou
entidade contratante ou de agente público
que desempenhe função na licitação
ou atue na fiscalização ou na gestão do
contrato, devendo essa proibição constar
expressamente do edital de licitação.
Art. 49. A Administração poderá, mediante
justificativa expressa, contratar mais de
uma empresa ou instituição para executar o
mesmo serviço, desde que essa contratação
não implique perda de economia de escala,
quando:
I – o objeto da contratação puder ser
executado de forma concorrente e
simultânea por mais de um contratado; e
II – a múltipla execução for conveniente para
atender à Administração.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no
caput deste artigo, a Administração deverá
manter o controle individualizado da
execução do objeto contratual relativamente
a cada um dos contratados.
Art. 50. Nas contratações de serviços com
regime de dedicação exclusiva de mão
de obra, o contratado deverá apresentar,
quando solicitado pela Administração,
sob pena de multa, comprovação do
cumprimento das obrigações trabalhistas
e com o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) em relação aos empregados
diretamente envolvidos na execução do
contrato, em especial quanto ao:
I – registro de ponto;
II – recibo de pagamento de salários,
adicionais, horas extras, repouso semanal
remunerado e décimo terceiro salário;
III – comprovante de depósito do FGTS;
IV – recibo de concessão e pagamento de
férias e do respectivo adicional;

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V – recibo de quitação de obrigações


trabalhistas e previdenciárias dos
empregados dispensados até a data da
extinção do contrato;
VI – recibo de pagamento de vale-transporte
e vale-alimentação, na forma prevista em
norma coletiva.
A Lei estabeleceu que poderão ser objeto de execução por terceiros as atividades ma-
teriais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituam área de
competência legal do órgão ou da entidade, fixando o regime da terceirização. Deve, também,
em nível federal, o dispositivo ser lido em conjunto com o Decreto n. 9507/2018 que dispõe
sobre a execução indireta, mediante contratação, de serviços da administração pública federal
direta, autárquica e fundacional e das empresas públicas e das sociedades de economia mista
controladas pela União.
A Lei também tratou dos contratos com de dedicação exclusiva de mão de obra, pois são
aqueles que acabam trazendo maiores responsabilidades à Administração Pública.

Art. 62, § 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 Subseção IV


e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, Da Locação de Imóveis
no que couber: Art. 51. Ressalvado o disposto no inciso V
I – aos contratos de seguro, de financiamento, do caput do art. 74 desta Lei, a locação de
de locação em que o Poder Público seja imóveis deverá ser precedida de licitação e
locatário, e aos demais cujo conteúdo seja avaliação prévia do bem, do seu estado de
regido, predominantemente, por norma de conservação, dos custos de adaptações e
direito privado; do prazo de amortização dos investimentos
II – aos contratos em que a Administração necessários.
for parte como usuária de serviço público.

Para José dos Santos Carvalho Filho,10 as locações são contratos regidos pelo direito pri-
vado, figure a Administração como locadora ou locatária. Os contratos de locação têm dispo-
sição normativa própria, regulados pela Lei n. 8.251/91, conferindo poderes essenciais ao lo-
cador e locatário, em razão das peculiaridades do contrato de locação. Caso a Administração
queira permitir a utilização de bem público mediante contrato, sem estar submetido às deter-
minações da Lei de Locações, poderá celebrar contrato de concessão de uso de bem público.
Via de regra, se a Administração Pública vai fazer locação de bens, terá que fazer licitação,
mas será INEXIGÍVEL se for locação de imóvel cujas características de instalações e de loca-
lização tornem necessária sua escolha (art. 74, V).
O TCU admite que contratos de locação da Administração não se submetam ao prazo do
art. 57. O art. 62, § 3º, determina a aplicação dos artigos 55 e 58 a 61 da Lei n. 8.666/93 aos
contratos privados, sem mencionar o art. 57.
10
CARVALHO FILHO, José dos Santos, op. cit., p.182.

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Subseção V
Das Licitações Internacionais
Art. 52. Nas licitações de âmbito
internacional, o edital deverá ajustar-se
às diretrizes da política monetária e do
comércio exterior e atender às exigências
dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante
estrangeiro cotar preço em moeda
estrangeira, o licitante brasileiro igualmente
poderá fazê-lo.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro
eventualmente contratado em virtude de
licitação nas condições de que trata o §
1º deste artigo será efetuado em moeda
corrente nacional.
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante
brasileiro serão equivalentes àquelas
oferecidas ao licitante estrangeiro.
§ 4º Os gravames incidentes sobre os preços
constarão do edital e serão definidos a partir
de estimativas ou médias dos tributos.
§ 5º As propostas de todos os licitantes
estarão sujeitas às mesmas regras e
condições, na forma estabelecida no edital.
§ 6º Observados os termos desta Lei, o
edital não poderá prever condições de
habilitação, classificação e julgamento que
constituam barreiras de acesso ao licitante
estrangeiro, admitida a previsão de margem
de preferência para bens produzidos no País
e serviços nacionais que atendam às normas
técnicas brasileiras, na forma definida no art.
26 desta Lei.

Segundo o art. 6º, licitação internacional é a licitação processada em território nacional na


qual é admitida a participação de licitantes estrangeiros, com a possibilidade de cotação de
preços em moeda estrangeira, ou licitação na qual o objeto contratual pode ou deve ser execu-
tado no todo ou em parte em território estrangeiro.
A licitação internacional é aquela em que podem participar empresas estrangeiras que não
estejam em “funcionamento no país”. Nas licitações internas, tanto poderão participar empre-
sas nacionais quanto, isoladamente ou em consórcio com empresas brasileiras, empresas

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estrangeiras “em funcionamento no país”. Cabe a observação de Celso Antônio Bandeira de


Mello, p. 527: “Empresas estrangeiras que não se qualifiquem como “em funcionamento no
país” não podem participar de licitações internas, seja isoladamente, seja em consórcio, visto
que os membros de um consórcio necessitam, a teor do art. 33, III, apresentar todos os docu-
mentos exigidos nos arts. 28 a 31. Ora, o art. 28 exige, entre os documentos demandados, o
“decreto de autorização para funcionamento no país” (inciso V). Assim, empresas estrangeiras
que não sejam tipificáveis como “em funcionamento no país”, a teor do decreto-lei precitado,
só podem participar de “licitações internacionais”.
Finalmente, a definição em lei do que seja licitação internacional. A lei n. 8.666/93 men-
cionava licitação internacional, porém, não definia. Então, licitação internacional é aquela que
admita a participação de licitantes estrangeiros, com a possibilidade de cotação de preços
em moeda estrangeira, ou licitação na qual o objeto contratual pode ou deve ser executado no
todo ou em parte no exterior.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos CAPÍTULO III


editais das concorrências, das tomadas de DA DIVULGAÇÃO DO EDITAL DE LICITAÇÃO
preços, dos concursos e dos leilões, embora Art. 53. Ao final da fase preparatória, o
realizados no local da repartição interessada, processo licitatório seguirá para o órgão de
deverão ser publicados com antecedência, no assessoramento jurídico da Administração, que
mínimo, por uma vez: realizará controle prévio de legalidade mediante
I – no Diário Oficial da União, quando se tratar análise jurídica da contratação.
de licitação feita por órgão ou entidade da § 1º Na elaboração do parecer jurídico, o órgão
Administração Pública Federal e, ainda, quando de assessoramento jurídico da Administração
se tratar de obras financiadas parcial ou deverá:
totalmente com recursos federais ou garantidas I – apreciar o processo licitatório conforme
por instituições federais; critérios objetivos prévios de atribuição de
II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito prioridade;
Federal quando se tratar, respectivamente, II – redigir sua manifestação em linguagem
de licitação feita por órgão ou entidade da simples e compreensível e de forma clara e
Administração Pública Estadual ou Municipal, ou objetiva, com apreciação de todos os elementos
do Distrito Federal; indispensáveis à contratação e com exposição
III – em jornal diário de grande circulação no Estado dos pressupostos de fato e de direito levados
e também, se houver, em jornal de circulação no em consideração na análise jurídica;
Município ou na região onde será realizada a obra, III – (VETADO).
prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado § 2º (VETADO).
o bem, podendo ainda a Administração, conforme
o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de
divulgação para ampliar a área de competição.

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§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do § 3º Encerrada a instrução do processo sob


local em que os interessados poderão ler e obter os aspectos técnico e jurídico, a autoridade
o texto integral do edital e todas as informações determinará a divulgação do edital de licitação
sobre a licitação. conforme disposto no art. 54.
§ 4º Na forma deste artigo, o órgão de
assessoramento jurídico da Administração
também realizará controle prévio de legalidade
de contratações diretas, acordos, termos de
cooperação, convênios, ajustes, adesões a atas
de registro de preços, outros instrumentos
congêneres e de seus termos aditivos.
§ 5º É dispensável a análise jurídica nas
hipóteses previamente definidas em ato da
autoridade jurídica máxima competente,
que deverá considerar o baixo valor, a baixa
complexidade da contratação, a entrega
imediata do bem ou a utilização de minutas de
editais e instrumentos de contrato, convênio ou
outros ajustes previamente padronizados pelo
órgão de assessoramento jurídico.
§ 6º (VETADO).
Art. 54. A publicidade do edital de licitação será
realizada mediante divulgação e manutenção
do inteiro teor do ato convocatório e de seus
anexos no Portal Nacional de Contratações
Públicas (PNCP).
§ 1º Sem prejuízo do disposto no caput, é
obrigatória a publicação de extrato do edital no
Diário Oficial da União, do Estado, do Distrito
Federal ou do Município, ou, no caso de consórcio
público, do ente de maior nível entre eles, bem
como em jornal diário de grande circulação.
§ 2º É facultada a divulgação adicional e a
manutenção do inteiro teor do edital e de seus
anexos em sítio eletrônico oficial do ente
federativo do órgão ou entidade responsável
pela licitação ou, no caso de consórcio público,
do ente de maior nível entre eles, admitida, ainda,
a divulgação direta a interessados devidamente
cadastrados para esse fim.

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§ 3º Após a homologação do processo licitatório,


serão disponibilizados no Portal Nacional de
Contratações Públicas (PNCP) e, se o órgão ou
entidade responsável pela licitação entender
cabível, também no sítio referido no § 2º deste
artigo, os documentos elaborados na fase
preparatória que porventura não tenham
integrado o edital e seus anexos.
Já tratamos desse tópico ao tratar do Edital.

Art. 21, § 2º O prazo mínimo até o CAPÍTULO IV


recebimento das propostas ou da realização DA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS E
do evento será: LANCES
I – quarenta e cinco dias para: Art. 55. Os prazos mínimos para
a) concurso; apresentação de propostas e lances,
b) concorrência, quando o contrato a ser contados a partir da data de divulgação do
celebrado contemplar o regime de empreitada edital de licitação, são de:
integral ou quando a licitação for do tipo “melhor I – para aquisição de bens:
técnica” ou “técnica e preço”
a) 8 (oito) dias úteis, quando adotados os
II – trinta dias para:
a) concorrência, nos casos não especificados na
critérios de julgamento de menor preço ou
alínea “b” do inciso anterior; de maior desconto;
b) tomada de preços, quando a licitação for do b) 15 (quinze) dias úteis, nas hipóteses não
tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”; abrangidas pela alínea “a” deste inciso;
III – quinze dias para a tomada de preços, nos II – no caso de serviços e obras:
casos não especificados na alínea “b” do inciso a) 10 (dez) dias úteis, quando adotados os
anterior, ou leilão; critérios de julgamento de menor preço
IV – cinco dias úteis para convite. ou de maior desconto, no caso de serviços
comuns e de obras e serviços comuns de
engenharia;
b) 25 (vinte e cinco) dias úteis, quando
adotados os critérios de julgamento de
menor preço ou de maior desconto, no caso
de serviços especiais e de obras e serviços
especiais de engenharia;
c) 60 (sessenta) dias úteis, quando o regime
de execução for de contratação integrada;
d) 35 (trinta e cinco) dias úteis, quando o
regime de execução for o de contratação
semi-integrada ou nas hipóteses não
abrangidas pelas alíneas “a”, “b” e “c” deste
inciso;
III – para licitação em que se adote o critério
de julgamento de maior lance, 15 (quinze)
dias úteis;

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IV – para licitação em que se adote o critério


de julgamento de técnica e preço ou de
melhor técnica ou conteúdo artístico, 35
(trinta e cinco) dias úteis.
§ 4º Qualquer modificação no edital § 1º Eventuais modificações no edital
exige divulgação pela mesma forma que se implicarão nova divulgação na mesma
deu o texto original, reabrindo-se o prazo forma de sua divulgação inicial, além do
inicialmente estabelecido, exceto quando, cumprimento dos mesmos prazos dos atos
inquestionavelmente, a alteração não afetar e procedimentos originais, exceto quando
a formulação das propostas. a alteração não comprometer a formulação
das propostas.
§ 2º Os prazos previstos neste artigo
poderão, mediante decisão fundamentada,
ser reduzidos até a metade nas licitações
realizadas pelo Ministério da Saúde, no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Encerrada a etapa de Edital, vem a fase de apresentação de PROPOSTAS E LANCES e, em


seguida, o julgamento.
A comissão deve observar os prazos entre divulgação do edital e prazo para apresentação
de propostas conforme o critério de julgamento a ser utilizado.

Modificação do Edital
Depois de divulgado, é possível que o edital sofra modificações. Contudo, para não cau-
sar prejuízo aos interessados com a modificação realizada no instrumento convocatório, a
lei exige:
• divulgação pela mesma forma que se deu o texto original;
• reabertura do prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a
alteração do edital não afetar a formulação das propostas.

Exemplo 1: imagine que um tribunal divulgue edital para adquirir 50 carros para transportar
autoridades, e que as propostas devam ser entregues até o dia 20 do mês seguinte no 2º andar
do prédio da Administração do órgão licitante. Após alguns dias da divulgação do edital, o
setor de licitações do tribunal passa a funcionar no 3º andar do mesmo tribunal, não mais no
2º, e a proposta deve ser entregue no novo endereço (3º andar). Nesse caso, deve o edital ser
modificado, para as propostas serem entregues no novo local. Em razão dessa modificação, o
edital modificado deve ser divulgado pelos mesmos meios anteriores (DO + jornal de grande
circulação + internet, rádio e TV, se for o caso), mas não é necessário reabrir o prazo para apre-
sentação das propostas, uma vez que a modificação do edital não provocará alteração no con-
teúdo das propostas apresentadas.

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Exemplo 2: imagine que o mesmo tribunal publique edital para adquirir 50 carros de luxo, de cor
branca, para transportar autoridades. Alguns dias depois, o tribunal percebe que cometeu um
equívoco, pois não desejava carros da cor branca, e sim, da cor prata. Dessa forma, modifica o
edital para que os veículos devam ter a cor prata, com os demais requisitos anteriormente exigidos.
Nessa hipótese, o edital deve ser novamente divulgado, pelos mesmos meios de divulgação,
e deve também haver a reabertura do prazo para apresentação das propostas, tendo em vista
que a modificação feita afetará as propostas formuladas, pois a cor prata para veículos é de
custo mais elevado em comparação à cor branca.

Prazo para Apresentação de Propostas


Os editais têm que observar os prazos para apresentação de propostas, a fim de que os
licitantes tenham um prazo mínimo e razoável para fazer análise e pesquisas e apresentar a
proposta mais adequada.
Vejamos os prazos de forma esquematizada:

8 (oito) dias quando adotados os critérios de julgamento de


úteis menor preço ou de maior desconto;
AQUISIÇÃO DE
BENS 15 (quinze) nas hipóteses não abrangidas pela alínea “a” deste
dias úteis inciso;

quando adotados os critérios de julgamento de


10 (dez) dias menor preço ou de maior desconto, no caso de
úteis serviços comuns e de obras e serviços comuns
de engenharia;

quando adotados os critérios de julgamento de


25 (vinte e
menor preço ou de maior desconto, no caso
cinco) dias
SERVIÇOS E de serviços especiais e de obras e serviços
úteis
OBRAS especiais de engenharia;

60 (sessenta) quando o regime de execução for de contratação


dias úteis integrada;

35 (trinta e quando o regime de execução for o de contratação


cinco) dias semi-integrada ou nas hipóteses não abrangidas
úteis pelas alíneas “a”, “b” e “c” deste inciso;

CRITÉRIO DE
JULGAMENTO DE 15 (quinze) dias úteis;
MAIOR LANCE

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CRITÉRIO DE
JULGAMENTO
DE TÉCNICA E
PREÇO OU DE 35 (trinta e cinco) dias úteis.
MELHOR TÉCNICA
OU CONTEÚDO
ARTÍSTICO

Art. 56. O modo de disputa poderá ser,


isolada ou conjuntamente:
I – aberto, hipótese em que os licitantes
apresentarão suas propostas por meio de
lances públicos e sucessivos, crescentes ou
decrescentes;
II – fechado, hipótese em que as propostas
permanecerão em sigilo até a data e hora
designadas para sua divulgação.
§ 1º A utilização isolada do modo de
disputa fechado será vedada quando
adotados os critérios de julgamento de
menor preço ou de maior desconto.
§ 2º A utilização do modo de disputa
aberto será vedada quando adotado
o critério de julgamento de técnica e
preço.
§ 3º Serão considerados intermediários os
lances:
I – iguais ou inferiores ao maior já ofertado,
quando adotado o critério de julgamento de
maior lance;
II – iguais ou superiores ao menor já ofertado,
quando adotados os demais critérios de
julgamento.
§ 4º Após a definição da melhor proposta,
se a diferença em relação à proposta
classificada em segundo lugar for de pelo
menos 5% (cinco por cento), a Administração
poderá admitir o reinício da disputa aberta,
nos termos estabelecidos no instrumento
convocatório, para a definição das demais
colocações.

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§ 5º Nas licitações de obras ou serviços de


engenharia, após o julgamento, o licitante
vencedor deverá reelaborar e apresentar
à Administração, por meio eletrônico, as
planilhas com indicação dos quantitativos
e dos custos unitários, bem como com
detalhamento das Bonificações e Despesas
Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais (ES),
com os respectivos valores adequados ao
valor final da proposta vencedora, admitida
a utilização dos preços unitários, no caso de
empreitada por preço global, empreitada
integral, contratação semi-integrada e
contratação integrada, exclusivamente
para eventuais adequações indispensáveis
no cronograma físico-financeiro e para
balizar excepcional aditamento posterior do
contrato.
Art. 57. O edital de licitação poderá
estabelecer intervalo mínimo de diferença
de valores entre os lances, que incidirá
tanto em relação aos lances intermediários
quanto em relação à proposta que cobrir a
melhor oferta.

Modos de Disputa
Os modos de disputa não devem ser confundidos com os critérios de julgamento. Estes
são utilizados para a escolha da proposta mais vantajosa como, por exemplo, o menor preço,
maior desconto, maior lance.
Modo de disputa é a forma para participar da etapa de julgamento enviar a realizar
a proposta.
No modo de disputa aberto os licitantes apresentarão suas ofertas por meio de lances
públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes, conforme o critério de julgamento ado-
tado. Por exemplo, se o modo de disputa é aberto e está ocorrendo uma licitação para com-
pra de computadores, os interessados vão dar os lances em “viva voz”, ou seja, público (“lan-
ce aberto”).
No modo de disputa fechado, as propostas apresentadas pelos licitantes serão sigilosas
até a data e hora designadas para que sejam divulgadas. É o tradicional “envelope fechado”.
Durante a disputa aberta poderão ser admitidos lances intermediários, desde que iguais ou
inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o julgamento pelo critério da maior oferta; ou
iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados os demais critérios de julgamento.

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Poderá também ser admitido o reinício da disputa aberta, após a definição da melhor pro-
posta e para a definição das demais colocações, sempre que existir uma diferença de pelo
menos 5% entre o melhor lance e o do licitante subsequente.

Art. 58. Poderá ser exigida, no momento


da apresentação da proposta, a
comprovação do recolhimento de quantia
a título de garantia de proposta, como
requisito de pré-habilitação.
§ 1º A garantia de proposta não poderá
ser superior a 1% (um por cento) do valor
Art. 31. A documentação relativa à estimado para a contratação.
qualificação econômico-financeira limitar- § 2º A garantia de proposta será devolvida
se-á a: aos licitantes no prazo de 10 (dez) dias
III – garantia, nas mesmas modalidades e úteis, contado da assinatura do contrato ou
critérios previstos no caput e § 1º do art. 56 da data em que for declarada fracassada a
desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do licitação.
valor estimado do objeto da contratação. § 3º Implicará execução do valor integral da
garantia de proposta a recusa em assinar
o contrato ou a não apresentação dos
documentos para a contratação.
§ 4º A garantia de proposta poderá ser
prestada nas modalidades de que trata o §
1º do art. 96 desta Lei.

A exigência de garantia visa “resguardar o Poder Público dos riscos de contratar com parti-
culares que não possuem capacidade de honrar suas obrigações”.11 Houve uma sutil mudança
na nova lei. Antes, na Lei n. 8.666/93, a garantia era condição de habilitação. Agora, a garantia
é uma pré-qualificação e poderá ser exigida, no momento da apresentação da proposta.
Segundo o art. 96, caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades
de garantia:

I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos sob a forma escritural, mediante
registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do
Brasil, e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Economia;
II – seguro-garantia;
III – fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devidamente autorizada a operar
no País pelo Banco Central do Brasil.

Nas contratações de obras e serviços de engenharia, será exigida garantia adicional do


licitante vencedor cuja proposta for inferior a 85% (oitenta e cinco por cento) do valor orçado
pela Administração, equivalente à diferença entre este último e o valor da proposta.
11
FURTADO, Lucas Rocha, op. cit., p. 241.

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Art. 48. Serão desclassificadas: CAPÍTULO V


I – as propostas que não atendam às DO JULGAMENTO
exigências do ato convocatório da licitação; Art. 59. Serão desclassificadas as propostas
II – propostas com valor global superior que:
ao limite estabelecido ou com preços I – contiverem vícios insanáveis;
manifestamente inexequíveis, assim II – não obedecerem às especificações
considerados aqueles que não venham a técnicas pormenorizadas no edital;
ter demonstrada sua viabilidade através III – apresentarem preços inexequíveis
de documentação que comprove que os ou permanecerem acima do orçamento
custos dos insumos são coerentes com estimado para a contratação;
os de mercado e que os coeficientes de IV – não tiverem sua exequibilidade
produtividade são compatíveis com a demonstrada, quando exigido pela
execução do objeto do contrato, condições Administração;
estas necessariamente especificadas no ato V – apresentarem desconformidade com
convocatório da licitação. quaisquer outras exigências do edital, desde
que insanável.
§ 1º A verificação da conformidade das
propostas poderá ser feita exclusivamente
em relação à proposta mais bem classificada.
§ 2º A Administração poderá realizar
diligências para aferir a exequibilidade das
propostas ou exigir dos licitantes que ela
seja demonstrada, conforme disposto no
inciso IV do caput deste artigo.
§ 3º No caso de obras e serviços de
engenharia e arquitetura, para efeito de
avaliação da exequibilidade e de sobrepreço,
serão considerados o preço global, os
quantitativos e os preços unitários tidos
como relevantes, observado o critério de
aceitabilidade de preços unitário e global a ser
fixado no edital, conforme as especificidades
do mercado correspondente.
§ 4º No caso de obras e serviços
de engenharia, serão consideradas
inexequíveis as propostas cujos valores
forem inferiores a 75% (setenta e cinco por
cento) do valor orçado pela Administração.

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§ 5º Nas contratações de obras e serviços


de engenharia, será exigida garantia
adicional do licitante vencedor cuja
proposta for inferior a 85% (oitenta e
cinco por cento) do valor orçado pela
Administração, equivalente à diferença
entre este último e o valor da proposta,
sem prejuízo das demais garantias
exigíveis de acordo com esta Lei.
Art. 3º, § 2º Em igualdade de condições, como ou mais propostas, serão utilizados os
critério de desempate, será assegurada seguintes critérios de desempate, nesta
preferência, sucessivamente, aos bens e ordem:
serviços: I – disputa final, hipótese em que os
II – produzidos no País; licitantes empatados poderão apresentar
III – produzidos ou prestados por empresas nova proposta em ato contínuo à
brasileiras. classificação;
IV – produzidos ou prestados por II – avaliação do desempenho contratual
empresas que invistam em pesquisa e no prévio dos licitantes, para a qual deverão
desenvolvimento de tecnologia no País. preferencialmente ser utilizados registros
(Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005) cadastrais para efeito de atesto de
V – produzidos ou prestados por empresas cumprimento de obrigações previstos nesta
que comprovem cumprimento de reserva Lei;
de cargos prevista em lei para pessoa III – desenvolvimento pelo licitante de ações
com deficiência ou para reabilitado da de equidade entre homens e mulheres
Previdência Social e que atendam às regras no ambiente de trabalho, conforme
de acessibilidade previstas na legislação. regulamento;
IV – desenvolvimento pelo licitante de
Art. 45, § 2º No caso de empate entre duas ou programa de integridade, conforme
mais propostas, e após obedecido o disposto no orientações dos órgãos de controle.
§ 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, § 1º Em igualdade de condições, se não
obrigatoriamente, por sorteio, em ato público,
houver desempate, será assegurada
para o qual todos os licitantes serão convocados,
preferência, sucessivamente, aos bens e
vedado qualquer outro processo.
serviços produzidos ou prestados por:
I – empresas estabelecidas no território
do Estado ou do Distrito Federal do órgão
ou entidade da Administração Pública
estadual ou distrital licitante ou, no caso de
licitação realizada por órgão ou entidade de
Município, no território do Estado em que
este se localize;
II – empresas brasileiras;
Art. 60. Em caso de empate entre duas III
– empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País;

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IV – empresas que comprovem a prática de


mitigação, nos termos da Lei n. 12.187, de
29 de dezembro de 2009.
§ 2º As regras previstas no caput deste artigo
não prejudicarão a aplicação do disposto no
art. 44 da Lei Complementar n. 123, de 14
de dezembro de 2006.
Art. 61. Definido o resultado do julgamento,
a Administração poderá negociar condições
mais vantajosas com o primeiro colocado.
§ 1º A negociação poderá ser feita com os
demais licitantes, segundo a ordem de
classificação inicialmente estabelecida,
quando o primeiro colocado, mesmo após a
negociação, for desclassificado em razão de
sua proposta permanecer acima do preço
máximo definido pela Administração.
§ 2º A negociação será conduzida por agente
de contratação ou comissão de contratação,
na forma de regulamento, e, depois de
concluída, terá seu resultado divulgado a
todos os licitantes e anexado aos autos do
processo licitatório.

Desempate
Primeiro que não há mais um sorteio final em caso de empate. Na lei n. 8.666/93, se mes-
mo após diversos critérios houvesse empate era feito um sorteio. Não há essa previsão na Lei
n. 14.133/2021.
Uma primeira etapa para o desempate, que por sinal é bem objetiva, é a apresentação de
nova proposta pelos licitantes empatados. É um critério bem direto e acredito que seja difícil
manter empate após a apresentação de novas propostas.
Se não for suficiente, aí sim, passa-se aos demais critérios. Na avaliação do desempenho
contratual prévio dos licitantes será analisado o histórico dos licitantes nos contratos admi-
nistrativos. Outro critério, é o implemento de ações de equidade entre homens e mulheres no
ambiente de trabalho e, por fim, a implementação de programas de integridade (compliance).
E se mesmo assim houver empate, temos a segunda etapa que ficou parecida com a lei
n. 8.666/93. A novidade que há é referente para empresas que empresas que comprovem a
prática de mitigação conforme a lei que Instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima
– PNMC. Segundo essa lei, prática de mitigação são práticas de mudanças e substituições tec-
nológicas que reduzam o uso de recursos e as emissões por unidade de produção, bem como
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a implementação de medidas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e aumentem


os sumidouros.
Assim temos:

→ 1ª etapa do desempate

I – disputa final, hipótese em que os licitantes empatados poderão apresentar nova


proposta em ato contínuo à classificação;
II – avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, para a qual deverão
preferencialmente ser utilizados registros cadastrais para efeito de atesto de cumprimento
de obrigações previstos nesta Lei;
III – desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade entre homens e mulheres no
ambiente de trabalho, conforme regulamento;
IV – desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, conforme orientações
dos órgãos de controle.

→ 2ª etapa do desempate

I – empresas estabelecidas no território do órgão ou entidade da Administração Pública


estadual licitante ou no Estado em que se localiza o órgão ou entidade da Administração
Pública municipal licitante;
II – empresas brasileiras;
III – empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País;
IV – empresas que comprovem a prática de mitigação, nos termos da Lei n. 12.187, de 29
de dezembro de 2009.

Art. 27. Para a habilitação nas licitações CAPÍTULO VI


exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, DA HABILITAÇÃO
documentação relativa a: Art. 62. A habilitação é a fase da licitação em
I – habilitação jurídica; que se verifica o conjunto de informações e
II – qualificação técnica; documentos necessários e suficientes para
demonstrar a capacidade do licitante de
III – qualificação econômico-financeira;
realizar o objeto da licitação, dividindo-se
IV – regularidade fiscal e trabalhista;
em:
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII I – jurídica;
do art. 7º da Constituição Federal. II – técnica;
III – fiscal, social e trabalhista;
IV – econômico-financeira.
Art. 63. Na fase de habilitação das licitações
serão observadas as seguintes disposições:

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I – poderá ser exigida dos licitantes a


declaração de que atendem aos requisitos
de habilitação, e o declarante responderá
pela veracidade das informações prestadas,
na forma da lei;
II – será exigida a apresentação dos
documentos de habilitação apenas pelo
licitante vencedor, exceto quando a fase
de habilitação anteceder a de julgamento;
III – serão exigidos os documentos relativos
à regularidade fiscal, em qualquer caso,
somente em momento posterior ao
julgamento das propostas, e apenas do
licitante mais bem classificado;
IV – será exigida do licitante declaração de
que cumpre as exigências de reserva
de cargos para pessoa com deficiência
e para reabilitado da Previdência
Social, previstas em lei e em outras normas
específicas.
§ 1º Constará do edital de licitação
cláusula que exija dos licitantes, sob pena
de desclassificação, declaração de que suas
propostas econômicas compreendem a
integralidade dos custos para atendimento
dos direitos trabalhistas assegurados na
Constituição Federal, nas leis trabalhistas,
nas normas infralegais, nas convenções
coletivas de trabalho e nos termos de
ajustamento de conduta vigentes na data de
entrega das propostas.
§ 2º Quando a avaliação prévia do local
de execução for imprescindível para o
conhecimento pleno das condições e
peculiaridades do objeto a ser contratado, o
edital de licitação poderá prever, sob pena
de inabilitação, a necessidade de o licitante
atestar que conhece o local e as condições de
realização da obra ou serviço, assegurado a
ele o direito de realização de vistoria prévia.

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§ 3º Para os fins previstos no § 2º deste


artigo, o edital de licitação sempre deverá
prever a possibilidade de substituição da
vistoria por declaração formal assinada
pelo responsável técnico do licitante acerca
do conhecimento pleno das condições e
peculiaridades da contratação.
§ 4º Para os fins previstos no § 2º deste
artigo, se os licitantes optarem por realizar
vistoria prévia, a Administração deverá
disponibilizar data e horário diferentes
para os eventuais interessados.
Art. 64. Após a entrega dos documentos
para habilitação, não será permitida a
substituição ou a apresentação de novos
documentos, salvo em sede de diligência,
para:
I – complementação de informações acerca
dos documentos já apresentados pelos
licitantes e desde que necessária para
apurar fatos existentes à época da abertura
do certame;
II – atualização de documentos cuja validade
tenha expirado após a data de recebimento
das propostas.
§ 1º Na análise dos documentos de
habilitação, a comissão de licitação poderá
sanar erros ou falhas que não alterem a
substância dos documentos e sua validade
jurídica, mediante despacho fundamentado
registrado e acessível a todos, atribuindo-
lhes eficácia para fins de habilitação e
classificação.
§ 2º Quando a fase de habilitação anteceder
a de julgamento e já tiver sido encerrada,
não caberá exclusão de licitante por motivo
relacionado à habilitação, salvo em razão de
fatos supervenientes ou só conhecidos após
o julgamento.
Art. 65. As condições de habilitação serão
definidas no edital.
§ 1º As empresas criadas no exercício
financeiro da licitação deverão atender a
todas as exigências da habilitação e ficarão
autorizadas a substituir os demonstrativos
contábeis pelo balanço de abertura.

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§ 2º A habilitação poderá ser realizada


por processo eletrônico de comunicação
a distância, nos termos dispostos em
regulamento.

Habilitação
A habilitação é a fase da licitação em que se verifica o conjunto de informações e docu-
mentos necessários e suficientes para demonstrar a capacidade do licitante de realizar o ob-
jeto da licitação. Trata-se do momento em que ocorre o exame dos documentos exigidos pelo
edital de licitação. Verifica-se se o licitante satisfaz às condições para a futura contratação.
Habilitação é o momento na licitação no qual serão analisados se os licitantes possuem os
requisitos exigidos no edital, mediante a apresentação de documentos.
As condições de habilitação serão definidas no edital atendendo as particularidades de
cada objeto licitado.
Não pode a Administração exigir dos interessados condições desarrazoadas ou despro-
porcionais. A Constituição determina que somente serão permitidas as exigências de quali-
ficação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (CF,
art. 37, XXI).
Nesse passo, o TCU vem entendendo ilegais documentos de habilitação não previstos na
Lei n. 8.666/93. Assim, decidiu que não tem amparo legal a exigência de apresentação, pelo li-
citante, de certificado de qualidade ISO-9001 para fim de habilitação, uma vez que tal exigência
não integra o rol de requisitos de capacitação técnica previstos no art. 30 da Lei n. 8.666/93,
aplicável subsidiariamente à Lei do Pregão (Lei n. 10.520/2002).12
O Tribunal, no entanto, entendeu que é legal a exigência de licença operacional ambiental
para fim de habilitação. Na decisão proferida, foi reconhecido que a apresentação da refe-
rida licença deve ocorrer mesmo na fase de habilitação, caso contrário, “como o prazo para
obtenção da licença junto aos órgãos competentes pode demorar até 120 dias, não haveria
garantias para a Administração de que, se a licitante vencesse o certame, seria, de modo cé-
lere, autorizada a operar, pelo Ipaam e Vigilância Sanitária, acarretando, desse modo, risco à
execução contratual”.13
Uma das novidades da lei, foi a habilitação ser posterior ao julgamento. Na Lei n. 8.666/93,
primeiro ocorria a fase de habilitação. E apenas quem estivesse com a documentação comple-
ta, continuava nas demais etapas.

12
É inconstitucional lei estadual que exija Certidão Negativa de Violação aos Direitos do Consumidor dos interessados em
participar de licitações e em celebrar contratos com órgãos e entidades estaduais. Competência privativa da União para
legislar sobre normas gerais de licitação e contratos (art. 22, XXVII, da CF/88). STF. Plenário. ADI 3.735/MS, Rel. Min. Teori
Zavascki, julgado em 8.9.2016 (Info 838).
13
Acórdão n. 1895/2010-Plenário, TC-001.597/2010-8, rel. Min. Augusto Nardes, 04.08.2010.
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Com a Lei n. 14.133/2021, será exigida a apresentação dos documentos de habilitação


apenas pelo licitante vencedor, exceto quando a fase de habilitação anteceder a de julgamen-
to. Andou vem a lei em exigir, inicialmente, a documentação apenas do vencedor, pois não
há sentido em pedir um monte de documentos de licitantes que não irão contratar com a Ad-
ministração.
Conforme a lei, os documentos necessários de habilitação são: I – jurídica; II – técnica;
III – fiscal, social e trabalhista; IV – econômico-financeira.
Na licitação, poderá ser exigida dos licitantes a declaração de que atendem aos requisitos
de habilitação, e o declarante responderá pela veracidade das informações prestadas, na for-
ma da lei. Neste caso, o licitante apresenta previamente essa declaração, e ser for o vencedor,
deve posteriormente apresentar a documentação. Se não tiver os requisitos exigidos, estará
sujeito a sanções.
Em relação aos documentos relativos à regularidade fiscal, segundo a Lei n. 14.133/2021
somente em momento posterior ao julgamento das propostas, e apenas do licitante mais bem
classificado ela será exigida. Assim, o licitante pode participar de, praticamente, toda a licita-
ção com pendências fiscais, e após o julgamento deve estar com regularidade para avançar
no processo licitatório.
Aqui temos, duas correntes doutrinárias. Uma das correntes defende que essa dispensa
de regularidade na maior parte do processo licitatório vai desincentivar a regularidade tribu-
tária, pois a licitação é também um meio indireto de exigir o pagamento tributário. Ademais, o
licitante que paga em dia seus tributos é tratado na licitação da mesma forma que um licitan-
te que apresenta pendências nos pagamentos fiscais. De outro modo, há corrente doutrinária
entendendo que a licitação tem por objetivo a escolha da proposta mais vantajosa para o
contrato administrativo e ela não deve ser instrumento para obrigar o pagamento de tributos.
Por isso, não seria ilegal ou desarrazoada a dispensa de regularidade fiscal dos licitantes.
Na fase de habilitação, será exigida do licitante declaração de que cumpre as exigências
de reserva de cargos para pessoa com deficiência e para reabilitado da Previdência Social,
previstas em lei e em outras normas específicas.
Constará do edital de licitação cláusula que exija dos licitantes, sob pena de desclassi-
ficação, declaração de que suas propostas econômicas compreendem a integralidade dos
custos para atendimento dos direitos trabalhistas assegurados na Constituição Federal, nas
leis trabalhistas, nas normas infralegais, nas convenções coletivas de trabalho e nos termos
de ajustamento de conduta vigentes na data de entrega das propostas. Será uma cláusula
obrigatória em todos os editais de licitação. E se no decorrer do contrato, o contratado des-
cumprir as condições, estará sujeito à rescisão contratual.
Quando a avaliação prévia do local de execução for imprescindível para o conhecimento
pleno das condições e peculiaridades do objeto a ser contratado, o edital de licitação poderá
prever, sob pena de inabilitação, a necessidade de o licitante atestar que conhece o local e as

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condições de realização da obra ou serviço, assegurado a ele o direito de realização de visto-


ria prévia. A jurisprudência do TCU já vinha entendendo ilegal exigir que o licitante fosse até o
local da obra ou serviço para realizar a vistoria, pois poderia representar um custo desneces-
sário e, assim, afastar possíveis licitantes. Contudo, a lei exige que se o licitante prefere não
ir até o local faze vistoria, deverá atestar em declaração de que conhece o local para efeito de
formulação de sua proposta. Por consequência, na execução contratual não poderá requerer
revisão do contrato alegando algum fator superveniente decorrente do local não vistoriado.
Por exemplo, descobre uma viga em um local da reforma e tem que refazer o projeto. Possi-
velmente, o contratado arcará sozinho com esse custo.
Se os licitantes optarem por realizar vistoria prévia, a Administração deverá disponibilizar
data e horário diferentes para os eventuais interessados. Isso porque, um dos grandes “pe-
rigos” nas licitações é um licitante encontrar com outro licitante, pois eles podem aproveitar
para combinar propostas e fraudar a licitação.
Após a entrega dos documentos para habilitação, não será permitida a substituição ou a
apresentação de documentos, salvo para atualização daqueles destinados à comprovação
de fatos preexistentes à data de divulgação do edital que possam ser apresentados no prazo
para diligências ou na fase recursal, conforme o caso, ou para atualização de documentos
cuja validade tenha expirado após a data de recebimento das propostas (art. 63). Neste caso,
como certidões fiscais não tem prazos longos, pode-se juntar as novas certidões atualizadas.

Art. 28. A documentação relativa à habilitação Art. 66. A habilitação jurídica visa a
jurídica, conforme o caso, consistirá em: demonstrar a capacidade de o licitante
I – cédula de identidade; exercer direitos e assumir obrigações, e
II – registro comercial, no caso de empresa a documentação a ser apresentada por
individual; ele limita-se à comprovação de existência
III – ato constitutivo, estatuto ou contrato jurídica da pessoa e, quando cabível, de
social em vigor, devidamente registrado, autorização para o exercício da atividade a
em se tratando de sociedades comerciais, ser contratada.
e, no caso de sociedades por ações,
acompanhado de documentos de eleição de
seus administradores;
IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de
sociedades civis, acompanhada de prova de
diretoria em exercício;
V – decreto de autorização, em se tratando
de empresa ou sociedade estrangeira em
funcionamento no País, e ato de registro ou
autorização para funcionamento expedido
pelo órgão competente, quando a atividade
assim o exigir.

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Habilitação Jurídica
A habilitação jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer direitos e as-
sumir obrigações, e a documentação a ser apresentada por ele limita-se à comprovação de
existência jurídica da pessoa e, quando cabível, de autorização para o exercício da atividade
a ser contratada (art. 66).
Trata-se da comprovação de existência e capacidade jurídica. Demonstração de estar
legalmente constituída, se for pessoa jurídica, e de ser portador de registro civil, se for pes-
soa física.
Pela habilitação jurídica, o licitante deve comprovar que é sujeito de direitos e, assim,
possui capacidade para travar relações jurídicas, já que, vencendo a licitação, assinará o con-
trato, tendo por consequência obrigações futuras.

Art. 30. A documentação relativa à Art. 67. A documentação relativa à


qualificação técnica limitar-se-á a: qualificação técnico-profissional e
I – registro ou inscrição na entidade técnico-operacional será restrita a:
profissional competente; I – apresentação de profissional,
II – comprovação de aptidão para devidamente registrado no conselho
desempenho de atividade pertinente e profissional competente, quando for o caso,
compatível em características, quantidades e detentor de atestado de responsabilidade
prazos com o objeto da licitação, e indicação técnica por execução de obra ou serviço
das instalações e do aparelhamento e do de características semelhantes, para fins de
pessoal técnico adequados e disponíveis contratação;
para a realização do objeto da licitação, II – certidões ou atestados, regularmente
bem como da qualificação de cada um emitidos pelo conselho profissional
dos membros da equipe técnica que se competente, quando for o caso, que
responsabilizará pelos trabalhos; demonstrem capacidade operacional
III – comprovação, fornecida pelo órgão na execução de serviços similares de
licitante, de que recebeu os documentos, e, complexidade tecnológica e operacional
quando exigido, de que tomou conhecimento equivalente ou superior, bem como
de todas as informações e das condições documentos comprobatórios emitidos na
locais para o cumprimento das obrigações forma do § 3º do art. 88 desta Lei;
objeto da licitação; III – indicação do pessoal técnico, das
IV – prova de atendimento de requisitos instalações e do aparelhamento adequados
previstos em lei especial, quando for o caso. e disponíveis para a realização do objeto
§ 1º A comprovação de aptidão referida no da licitação, bem como da qualificação de
inciso II do caput deste artigo, no caso das cada membro da equipe técnica que se
licitações pertinentes a obras e serviços, será responsabilizará pelos trabalhos;
feita por atestados fornecidos por pessoas IV – prova do atendimento de requisitos
jurídicas de direito público ou privado, previstos em lei especial, quando for o caso;
devidamente registrados nas entidades V – registro ou inscrição na entidade
profissionais competentes, limitadas as profissional competente, quando for o caso;
exigências a:

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I – capacitação técnico-profissional: VI – declaração de que o licitante tomou


comprovação do licitante de possuir em conhecimento de todas as informações e
seu quadro permanente, na data prevista das condições locais para o cumprimento
para entrega da proposta, profissional das obrigações objeto da licitação.
de nível superior ou outro devidamente § 1º A exigência de atestados será restrita
reconhecido pela entidade competente, às parcelas de maior relevância ou valor
detentor de atestado de responsabilidade significativo do objeto da licitação, assim
técnica por execução de obra ou serviço consideradas as que tenham valor individual
de características semelhantes, limitadas igual ou superior a 4% (quatro por cento) do
estas exclusivamente às parcelas de maior valor total estimado da contratação.
relevância e valor significativo do objeto § 2º Observado o disposto no caput e no
da licitação, vedadas as exigências de § 1º deste artigo, será admitida a exigência
quantidades mínimas ou prazos máximos; de atestados com quantidades mínimas
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica de até 50% (cinquenta por cento) das
e de valor significativo, mencionadas no parcelas de que trata o referido parágrafo,
parágrafo anterior, serão definidas no vedadas limitações de tempo e de locais
instrumento convocatório. específicos relativas aos atestados.
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de § 3º Salvo na contratação de obras e serviços
aptidão através de certidões ou atestados de de engenharia, as exigências a que se referem
obras ou serviços similares de complexidade os incisos I e II do caput deste artigo, a critério
tecnológica e operacional equivalente ou da Administração, poderão ser substituídas
superior. por outra prova de que o profissional ou a
§ 4º Nas licitações para fornecimento de empresa possui conhecimento técnico e
bens, a comprovação de aptidão, quando experiência prática na execução de serviço
for o caso, será feita através de atestados de características semelhantes, hipótese em
fornecidos por pessoa jurídica de direito que as provas alternativas aceitáveis deverão
público ou privado. ser previstas em regulamento.
§ 5º É vedada a exigência de comprovação § 4º Serão aceitos atestados ou outros
de atividade ou de aptidão com limitações documentos hábeis emitidos por entidades
de tempo ou de época ou ainda em locais estrangeiras quando acompanhados
específicos, ou quaisquer outras não de tradução para o português, salvo se
previstas nesta Lei, que inibam a participação comprovada a inidoneidade da entidade
na licitação. emissora.
§ 6º As exigências mínimas relativas a § 5º Em se tratando de serviços contínuos, o
instalações de canteiros, máquinas, edital poderá exigir certidão ou atestado que
equipamentos e pessoal técnico demonstre que o licitante tenha executado
especializado, considerados essenciais para serviços similares ao objeto da licitação, em
o cumprimento do objeto da licitação, serão períodos sucessivos ou não, por um prazo
atendidas mediante a apresentação de mínimo, que não poderá ser superior a
relação explícita e da declaração formal da 3 (três) anos.
sua disponibilidade, sob as penas cabíveis,
vedada as exigências de propriedade e de
localização prévia.

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§ 8º No caso de obras, serviços e compras de § 6º Os profissionais indicados pelo licitante


grande vulto, de alta complexidade técnica, na forma dos incisos I e III do caput deste
poderá a Administração exigir dos licitantes artigo deverão participar da obra ou serviço
a metodologia de execução, cuja avaliação, objeto da licitação, e será admitida a sua
para efeito de sua aceitação ou não, substituição por profissionais de experiência
antecederá sempre à análise dos preços e equivalente ou superior, desde que aprovada
será efetuada exclusivamente por critérios pela Administração.
objetivos. § 7º Sociedades empresárias estrangeiras
§ 9º Entende-se por licitação de alta atenderão à exigência prevista no inciso V do
complexidade técnica aquela que envolva caput deste artigo por meio da apresentação,
alta especialização, como fator de extrema no momento da assinatura do contrato, da
relevância para garantir a execução do solicitação de registro perante a entidade
objeto a ser contratado, ou que possa profissional competente no Brasil.
comprometer a continuidade da prestação § 8º Será admitida a exigência da relação dos
de serviços públicos essenciais. compromissos assumidos pelo licitante que
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante importem em diminuição da disponibilidade
para fins de comprovação da capacitação do pessoal técnico referido nos incisos I e III
técnico-operacional de que trata o inciso I do do caput deste artigo.
§ 1º deste artigo deverão participar da obra § 9º O edital poderá prever, para aspectos
ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a técnicos específicos, que a qualificação técnica
substituição por profissionais de experiência seja demonstrada por meio de atestados
equivalente ou superior, desde que aprovada relativos a potencial subcontratado, limitado
pela administração. a 25% (vinte e cinco por cento) do objeto a
ser licitado, hipótese em que mais de um
licitante poderá apresentar atestado relativo
ao mesmo potencial subcontratado.
§ 10. Em caso de apresentação por licitante
de atestado de desempenho anterior
emitido em favor de consórcio do qual
tenha feito parte, se o atestado ou o
contrato de constituição do consórcio não
identificar a atividade desempenhada por
cada consorciado individualmente, serão
adotados os seguintes critérios na avaliação
de sua qualificação técnica:
I – caso o atestado tenha sido emitido em favor
de consórcio homogêneo, as experiências
atestadas deverão ser reconhecidas para
cada empresa consorciada na proporção
quantitativa de sua participação no consórcio,
salvo nas licitações para contratação de
serviços técnicos especializados de natureza
predominantemente intelectual, em que
todas as experiências atestadas deverão ser
reconhecidas para cada uma das empresas
consorciadas;

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II – caso o atestado tenha sido emitido em favor


de consórcio heterogêneo, as experiências
atestadas deverão ser reconhecidas para
cada consorciado de acordo com os
respectivos campos de atuação, inclusive
nas licitações para contratação de serviços
técnicos especializados de natureza
predominantemente intelectual.
§ 11. Na hipótese do § 10 deste artigo,
para fins de comprovação do percentual
de participação do consorciado, caso este
não conste expressamente do atestado ou
da certidão, deverá ser juntada ao atestado
ou à certidão cópia do instrumento de
constituição do consórcio.
§ 12. Na documentação de que trata o inciso
I do caput deste artigo, não serão admitidos
atestados de responsabilidade técnica de
profissionais que, na forma de regulamento,
tenham dado causa à aplicação das sanções
previstas nos incisos III e IV do caput do
art. 156 desta Lei em decorrência de
orientação proposta, de prescrição técnica
ou de qualquer ato profissional de sua
responsabilidade.

Habilitação Técnico-Profissional e Técnico-Operacional – Art. 67


Trata-se da comprovação da aptidão para a realização do trabalho que o licitante se pro-
põe a desenvolver para a Administração.
Esse é um dos pontos mais problemáticos das licitações, pois há editais que colocam
tantos requisitos desnecessários, desarrazoados e exagerados que acabam frustrando a par-
ticipação de diversos licitantes. Por isso, o TCU tem vasta jurisprudência entendendo ilegal
requisitos desnecessários ou sem previsão legal, como é a a exigência do Selo ABIC de pro-
dutores do Café, certificados ISO entre outros.
Note que a Lei n. 14.133/2021 não exigiu que os profissionais técnicos que vão exe-
cutar o contrato sejam contratados com vínculo trabalhista/celetista pela empresa, pois o
TCU já vinha entendendo que é ilegal exigir vínculo empregatício entre licitantes e profissio-
nais responsáveis técnicos pela prestação do serviço. Para atender à qualificação profis-
sional é suficiente a comprovação da existência de um contrato de prestação de serviços,
sem vínculo trabalhista e regido pela legislação comum (Acórdão n. 1393/2010, Plenário, TC-
010.549/2010-2, rel. Min. Raimundo Carreiro, 16.06.2010).
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Confira o julgado:

Em licitações de serviços continuados, para fins de qualificação técnico-operacional, a


exigência de experiência anterior mínima de três anos (subitens 10.6, b, e 10.6.1 do Anexo
VII-A da IN-Seges/MPDG 5/2017), lapso temporal em regra superior ao prazo inicial do
contrato, deve ser objeto de adequada fundamentação, baseada em estudos prévios e na
experiência pretérita do órgão contratante, que indiquem ser tal lapso indispensável para
assegurar a prestação do serviço em conformidade com as necessidades específicas
do órgão, por força da sua essencialidade, quantitativo, risco, complexidade ou qualquer
outra particularidade. Acórdão 503/2021 Plenário, Representação, Relator Ministro-Subs-
tituto Augusto Sherman.

A exigência de atestados será restrita às parcelas de maior relevância ou valor significati-


vo do objeto da licitação, assim consideradas as que tenham valor individual igual ou superior
a 4% (quatro por cento) do valor total estimado da contratação. Será admitida a exigência de
atestados com quantidades mínimas de até 50% (cinquenta por cento) das parcelas de maior
relevância ou valor significativo, vedadas limitações de tempo e de locais específicos relativas
aos atestados. E, salvo na contratação de obras e serviços de engenharia, tais exigências,
a critério da Administração, poderão ser substituídas por outra prova de que o profissional
ou a empresa possui conhecimento técnico e experiência prática na execução de serviço de
características semelhantes, hipótese em que as provas alternativas aceitáveis deverão ser
previstas em regulamento.
Em se tratando de serviços contínuos, o edital poderá exigir certidão ou atestado que de-
monstre que o licitante tenha executado serviços similares ao objeto da licitação, em períodos
sucessivos ou não, por um prazo mínimo, que não poderá ser superior a 3 (três) anos. Aqui,
houve acolhimento de jurisprudência do TCU que já vinha limitando que o licitante tivesse que
comprovar que já prestou serviço similar. E deve entender que a exigência por atestados de
que já prestou serviço semelhante por 3 anos é excepcional.
O edital poderá prever, para aspectos técnicos específicos, que a qualificação técnica seja
demonstrada por meio de atestados relativos a potencial subcontratado, limitado a 25% (vinte
e cinco por cento) do objeto a ser licitado, hipótese em que mais de um licitante poderá apre-
sentar atestado relativo ao mesmo potencial subcontratado.

Art. 29. A documentação relativa à Art. 68. As habilitações fiscal, social e


regularidade fiscal e trabalhista, conforme o trabalhista serão aferidas mediante a
caso, consistirá em; verificação dos seguintes requisitos:
I – prova de inscrição no Cadastro de I – a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa
de Contribuintes (CGC); Jurídica (CNPJ);

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II – prova de inscrição no cadastro de II – a inscrição no cadastro de contribuintes


contribuintes estadual ou municipal, se estadual e/ou municipal, se houver, relativo
houver, relativo ao domicílio ou sede do ao domicílio ou sede do licitante, pertinente
licitante, pertinente ao seu ramo de atividade ao seu ramo de atividade e compatível com
e compatível com o objeto contratual; o objeto contratual;
III – prova de regularidade para com a III – a regularidade perante a Fazenda
Fazenda Federal, Estadual e Municipal do federal, estadual e/ou municipal do domicílio
domicílio ou sede do licitante, ou outra ou sede do licitante, ou outra equivalente, na
equivalente, na forma da lei; forma da lei;
IV – prova de regularidade relativa à IV – a regularidade relativa à Seguridade Social
Seguridade Social e ao Fundo de Garantia e ao FGTS, que demonstre cumprimento dos
por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando encargos sociais instituídos por lei;
situação regular no cumprimento dos V – a regularidade perante a Justiça do
encargos sociais instituídos por lei. Trabalho;
V – prova de inexistência de débitos VI – o cumprimento do disposto no inciso
inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.
mediante a apresentação de certidão § 1º Os documentos referidos nos incisos do
negativa, nos termos do Título VII-A da caput deste artigo poderão ser substituídos
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada ou supridos, no todo ou em parte, por outros
pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de meios hábeis a comprovar a regularidade do
1943. licitante, inclusive por meio eletrônico.
§ 2º A comprovação de atendimento do
disposto nos incisos III, IV e V do caput deste
artigo deverá ser feita na forma da legislação
específica.

Habilitações Fiscal, Social e Trabalhista – Art. 68


A prova da regularidade fiscal, social e trabalhista consiste na comprovação de que o lici-
tante está apto a participar de licitação no que se refere às obrigações tributárias, previden-
ciárias e com os direitos trabalhistas, estando devidamente inscrito nos cadastros públicos
necessários e em situação regular com seus deveres fiscais. Essa comprovação deve ser feita
mediante (art. 68):
Com relação à regularidade perante a Justiça do Trabalho, é bem simples, o licitante deve
entrar no site da justiça do trabalho, colocar seu CPF ou CNPJ e retirar certidão, extraída do
Banco Nacional de Devedores Trabalhistas, de que não tem condenações pendentes de paga-
mento da Justiça Trabalhista.
No Banco Nacional de Devedores Trabalhistas constam os dados necessários à identifi-
cação das pessoas naturais e jurídicas inadimplentes perante a Justiça do Trabalho quanto
às obrigações estabelecidas em sentença condenatória transitada em julgado ou em acordos
judiciais trabalhistas, inclusive aos recolhimentos previdenciários, a honorários, a custas, a
emolumentos ou a recolhimentos determinados em lei; ou decorrentes de execução de acor-
dos firmados perante o Ministério Público do Trabalho ou Comissão de Conciliação Prévia.
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O cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal, referente


ao trabalho do menor, se faz mediante a apresentação de uma declaração firmado pelo pró-
prio licitante.

Art. 31. A documentação relativa à Art. 69. A habilitação econômico-


qualificação econômico-financeira limitar- financeira visa a demonstrar a aptidão
se-á a: econômica do licitante para cumprir as
I – balanço patrimonial e demonstrações obrigações decorrentes do futuro contrato,
contábeis do último exercício social, já devendo ser comprovada de forma objetiva,
exigíveis e apresentados na forma da lei, por coeficientes e índices econômicos
que comprovem a boa situação financeira previstos no edital, devidamente justificados
da empresa, vedada a sua substituição no processo licitatório, e será restrita à
por balancetes ou balanços provisórios, apresentação da seguinte documentação:
podendo ser atualizados por índices oficiais I – balanço patrimonial, demonstração
quando encerrado há mais de 3 (três) meses de resultado de exercício e demais
da data de apresentação da proposta; demonstrações contábeis dos 2 (dois)
II – certidão negativa de falência ou últimos exercícios sociais;
concordata expedida pelo distribuidor da II – certidão negativa de feitos sobre falência
sede da pessoa jurídica, ou de execução expedida pelo distribuidor da sede do
patrimonial, expedida no domicílio da licitante.
pessoa física; § 1º A critério da Administração, poderá ser
III – garantia, nas mesmas modalidades e exigida declaração, assinada por profissional
critérios previstos no caput e § 1º do art. 56 habilitado da área contábil, que ateste
desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do o atendimento pelo licitante dos índices
valor estimado do objeto da contratação. econômicos previstos no edital.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à § 2º Para o atendimento do disposto no
demonstração da capacidade financeira do caput deste artigo, é vedada a exigência de
licitante com vistas aos compromissos que valores mínimos de faturamento anterior e
terá que assumir caso lhe seja adjudicado de índices de rentabilidade ou lucratividade.
o contrato, vedada a exigência de valores § 3º É admitida a exigência da relação dos
mínimos de faturamento anterior, índices de compromissos assumidos pelo licitante que
rentabilidade ou lucratividade. importem em diminuição de sua capacidade
econômico-financeira, excluídas parcelas já
executadas de contratos firmados.
§ 4º A Administração, nas compras para
entrega futura e na execução de obras e
serviços, poderá estabelecer no edital a
exigência de capital mínimo ou de patrimônio
líquido mínimo equivalente a até 10% (dez
por cento) do valor estimado da contratação.

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§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio § 5º É vedada a exigência de índices e valores


líquido a que se refere o parágrafo anterior não usualmente adotados para a avaliação
não poderá exceder a 10% (dez por cento) de situação econômico-financeira suficiente
do valor estimado da contratação, devendo para o cumprimento das obrigações
a comprovação ser feita relativamente à decorrentes da licitação.
data da apresentação da proposta, na forma § 6º Os documentos referidos no inciso I do
da lei, admitida a atualização para esta data caput deste artigo limitar-se-ão ao último
através de índices oficiais. exercício no caso de a pessoa jurídica ter
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos sido constituída há menos de 2 (dois) anos.
compromissos assumidos pelo licitante
que importem diminuição da capacidade
operativa ou absorção de disponibilidade
financeira, calculada esta em função
do patrimônio líquido atualizado e sua
capacidade de rotação.
§ 5º A comprovação de boa situação
financeira da empresa será feita de forma
objetiva, através do cálculo de índices
contábeis previstos no edital e devidamente
justificados no processo administrativo da
licitação que tenha dado início ao certame
licitatório, vedada a exigência de índices
e valores não usualmente adotados para
correta avaliação de situação financeira
suficiente ao cumprimento das obrigações
decorrentes da licitação.

Habilitação Econômico-Financeira – Art. 69


A qualificação econômico-financeira se refere à demonstração da saúde financeira. É a
comprovação de que o licitante está em condição financeira hábil para suportar o contrato a
ser realizado com a Administração.
A qualificação econômico-financeira será feita por coeficientes e índices econômicos pre-
vistos no edital, devidamente justificados no processo licitatório, e será restrita à apresentação
da seguinte documentação:

I – balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercício e demais demonstrações contá-


beis dos 2 (dois) últimos exercícios sociais;
II – certidão negativa de feitos sobre falência expedida pelo distribuidor da sede do licitante.

Para efeito de qualificação econômico financeira é vedada a exigência de valores míni-


mos de faturamento anterior e de índices de rentabilidade ou lucratividade. Isso vai cair em
prova!!!!!

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Os documentos referidos no inciso I limitar-se-ão ao último exercício no caso de a pessoa


jurídica ter sido constituída há menos de 2 (dois) anos.
As empresas criadas no exercício financeiro da licitação deverão atender a todas as exi-
gências da habilitação e ficarão autorizadas a substituir os demonstrativos contábeis pelo
balanço de abertura.
Resumindo:

Balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercício e


Regra demais demonstrações contábeis dos dois últimos exercícios
sociais.
Empresa constituída Documentos de habilitação relativos ao último exercício.
há menos de 2 anos
Empresas criadas no
exercício financeiro Balanço de abertura.
da licitação

A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços,


poderá estabelecer no edital a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo
equivalente a até 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação.
A documentação de habilitação poderá ser apresentada em original, por cópia ou por
qualquer outro meio expressamente admitido pela Administração ou substituída por registro
cadastral emitido por órgão ou entidade pública.
A documentação de habilitação poderá ser dispensada, total ou parcialmente, nas con-
tratações para entrega imediata, nas contratações em valores inferiores a 1/4 (um quarto) do
limite para dispensa de licitação para compras em geral e nas contratações de produto para
pesquisa e desenvolvimento até o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).

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Contratação para entrega imediata.

Nas contratações em valores inferiores a


Dispensa de um quarto do limite para dispensa de licita-
Documentação ção para compras em geral.

Nas contratações de produto para


pesquisa e desenvolvimento até o
valor de R$ 300.000,00.

Art. 32. Os documentos necessários à Art. 70. A documentação referida neste


habilitação poderão ser apresentados em Capítulo poderá ser:
original, por qualquer processo de cópia I – apresentada em original, por cópia ou
autenticada por cartório competente ou por por qualquer outro meio expressamente
servidor da administração ou publicação em admitido pela Administração;
órgão da imprensa oficial. II – substituída por registro cadastral emitido
§ 1º A documentação de que tratam os arts. por órgão ou entidade pública, desde que
28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no previsto no edital e que o registro tenha sido
todo ou em parte, nos casos de convite, feito em obediência ao disposto nesta Lei;
concurso, fornecimento de bens para III – dispensada, total ou parcialmente,
pronta entrega e leilão. nas contratações para entrega imediata, nas
contratações em valores inferiores a 1/4 (um
quarto) do limite para dispensa de licitação
para compras em geral e nas contratações
de produto para pesquisa e desenvolvimento
até o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil
reais).
Parágrafo único. As empresas estrangeiras
que não funcionem no País deverão
apresentar documentos equivalentes, na
forma de regulamento emitido pelo Poder
Executivo federal.

Dispensa, total ou parcial, nas contratações para entrega imediata, nas contratações
em valores inferiores a 1/4 (um quarto) do limite para dispensa de licitação para compras
em geral e nas contratações de produto para pesquisa e desenvolvimento até o valor de R$
300.000,00 (trezentos mil reais).

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CAPÍTULO VII
Art. 49. A autoridade competente para DO ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO
a aprovação do procedimento somente Art. 71. Encerradas as fases de julgamento
poderá revogar a licitação por razões e habilitação, e exauridos os recursos
de interesse público decorrente de fato administrativos, o processo licitatório será
superveniente devidamente comprovado, encaminhado à autoridade superior, que
pertinente e suficiente para justificar tal poderá:
conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, I – determinar o retorno dos autos para
de ofício ou por provocação de terceiros, saneamento de irregularidades;
mediante parecer escrito e devidamente II – revogar a licitação por motivo de
fundamentado. conveniência e oportunidade;
§ 1º A anulação do procedimento licitatório III – proceder à anulação da licitação, de
por motivo de ilegalidade não gera obrigação ofício ou mediante provocação de terceiros,
de indenizar, ressalvado o disposto no sempre que presente ilegalidade insanável;
parágrafo único do art. 59 desta Lei. IV – adjudicar o objeto e homologar a
licitação.
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório § 1º Ao pronunciar a nulidade, a autoridade
induz à do contrato, ressalvado o disposto indicará expressamente os atos com vícios
no parágrafo único do art. 59 desta Lei. insanáveis, tornando sem efeito todos os
§ 3º No caso de desfazimento do processo subsequentes que deles dependam, e dará
licitatório, fica assegurado o contraditório e ensejo à apuração de responsabilidade de
a ampla defesa. quem lhes tenha dado causa.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos § 2º O motivo determinante para a revogação
aplica-se aos atos do procedimento de do processo licitatório deverá ser resultante
dispensa e de inexigibilidade de licitação. de fato superveniente devidamente
comprovado.
§ 3º Nos casos de anulação e revogação,
deverá ser assegurada a prévia manifestação
dos interessados.
§ 4º O disposto neste artigo será aplicado,
no que couber, à contratação direta e aos
procedimentos auxiliares da licitação.

Antes, a última etapa da licitação era a adjudicação, que significa atribuir ao vencedor o
objeto que foi licitado, garantindo-lhe preferência na hora da contratação. É a declaração oficial
do vencedor do certame.
A adjudicação não deixou de existir, apesar de não estar expressa no art. 17. Na verdade,
ela não existe mais como uma fase da licitação. Porém, ela ainda ocorre na licitação e será
antes da homologação. Assim, antes de homologar, a autoridade competente declara o ven-
cedor. Quando a autoridade superior recebe o processo da licitação, poderá praticar diversos
atos previstos no art. 70, e também, adjudicar e homologar o certame.
Então, veja que há adjudicação, inciso IV, mas ela antecede a FASE de homologação. E
com a homologação está encerrada a licitação.

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A licitação também pode ser anulada, se houver alguma nulidade como, por exemplo, a
descoberta de que os licitantes combinaram propostas. Ao pronunciar a nulidade, a autoridade
indicará expressamente os atos com vícios insanáveis, tornando sem efeito todos os subse-
quentes que deles dependam, e dará ensejo à apuração de responsabilidade de quem lhes
tenha dado causa.
A nulidade não exonerará a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que
ele houver executado até a data em que for declarada nem por outros prejuízos regularmente
comprovados, desde que não lhe seja imputável, devendo ser promovida a responsabilização
de quem lhe tenha dado causa. Mas se foi o licitante quem deu causa à nulidade, por exemplo,
juntou documentação falsa, ele não será indenizado de eventuais prejuízos.
Já em relação à revogação, o motivo determinante deverá ser resultante de fato super-
veniente devidamente comprovado. Na revogação da licitação, deve surgir um fato posterior
devidamente comprovado e hábil para que se revogue o procedimento licitatório, por exemplo,
uma crise mundial da economia, posterior à adjudicação, que afeta as contas da Administração,
deixando esta de realizar a arrecadação tributária antes prevista. Portanto, na revogação de
um procedimento licitatório, não é suficiente apenas análise de conveniência e oportunidade
(mérito administrativo); outros requisitos devem ser observados (fato posterior e justificável).
Em Brasília, por exemplo, foi feita licitação para reforma do autódromo, com todas as etapas.
Só faltava convocar o vencedor para assinar o contrato. Mas antes disso, veio uma crise finan-
ceira e foi eleito novo Governador que entendeu não haver mais interesse na reforma do autó-
dromo em razão da aguda crise financeira e, assim, fundamentadamente, revogou a licitação.

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Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º CAPÍTULO VIII


do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. DA CONTRATAÇÃO DIRETA
24, as situações de inexigibilidade referidas Seção I
no art. 25, necessariamente justificadas, Do Processo de Contratação Direta
e o retardamento previsto no final do Art. 72. O processo de contratação direta,
parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão que compreende os casos de inexigibilidade
ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, e de dispensa de licitação, deverá ser
à autoridade superior, para ratificação e instruído com os seguintes documentos:
publicação na imprensa oficial, no prazo de I – documento de formalização de demanda
5 (cinco) dias, como condição para a eficácia e, se for o caso, estudo técnico preliminar,
dos atos. (Redação dada pela Lei n. 11.107, análise de riscos, termo de referência,
de 2005) projeto básico ou projeto executivo;
Parágrafo único. O processo de dispensa, de II – estimativa de despesa, que deverá ser
inexigibilidade ou de retardamento, previsto calculada na forma estabelecida no art. 23
neste artigo, será instruído, no que couber, desta Lei;
com os seguintes elementos: III – parecer jurídico e pareceres técnicos, se
I – caracterização da situação emergencial, for o caso, que demonstrem o atendimento
calamitosa ou de grave e iminente risco à dos requisitos exigidos;
segurança pública que justifique a dispensa, IV – demonstração da compatibilidade da
quando for o caso; (Redação dada pela Lei n. previsão de recursos orçamentários com o
13.500, de 2017) compromisso a ser assumido;
II – razão da escolha do fornecedor ou V – comprovação de que o contratado
executante; preenche os requisitos de habilitação e
III – justificativa do preço. qualificação mínima necessária;
IV – documento de aprovação dos projetos VI – razão da escolha do contratado;
de pesquisa aos quais os bens serão VII – justificativa de preço;
alocados. VIII – autorização da autoridade competente.
Parágrafo único. O ato que autoriza a
contratação direta ou o extrato decorrente
do contrato deverá ser divulgado e mantido
à disposição do público em sítio eletrônico
oficial.
Art. 73. Na hipótese de contratação direta
indevida ocorrida com dolo, fraude ou erro
grosseiro, o contratado e o agente público
responsável responderão solidariamente
pelo dano causado ao erário, sem prejuízo
de outras sanções legais cabíveis.
Os casos de contratação direta são situações em que não será realizado o procedimento li-
citatório. Trata-se de situação excepcional, uma vez que a regra será a licitação para a escolha
da proposta mais vantajosa antes da celebração do contrato administrativo. Porém, a própria
CF, no art. 37, XXI, possibilita que ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam

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obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o


qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à
garantia do cumprimento das obrigações.
Logo, nas situações ressalvadas em lei, poderá haver contratação direta.
Contudo, fazer contratação direta não é simplesmente chegar e fazer um compra direta
sem nenhuma formalidade. Ao contrário, haverá um procedimento administrativo a ser obser-
vado antes do contrato. Nesse sentido, a Lei n. 14.133/2021 dispõe que o processo de contra-
tação direta, deverá ser instruído com os seguintes documentos:

I – documento de formalização de demanda e, se for o caso, estudo técnico preliminar, análise de


riscos, termo de referência, projeto básico ou projeto executivo;
II – estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma estabelecida no art. 23 desta Lei;
III – parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que demonstrem o atendimento dos requi-
sitos exigidos;
IV – demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamentários com o compromisso
a ser assumido;
V – comprovação de que o contratado preenche os requisitos de habilitação e qualificação mínima
necessária;
VI – razão de escolha do contratado;
VII – justificativa de preço;
VIII – autorização da autoridade competente.

Veja então que deve ser formalizado um processo administrativo similar a uma licitação
com o documento de formalização de demanda – DFD e o estudo técnico preliminar, análise
de riscos, termo de referência, projeto básico ou projeto executivo; justificativa do preço com a
sistemática do art. 23 entre tantos outros requisitos.
Na hipótese de contratação direta irregular, o contratado e o agente público responsável
responderão solidariamente pelo dano causado ao erário, sem prejuízo de outras sanções le-
gais cabíveis.
Os casos de contratação direta são a dispensa e a inexigibilidade.
As hipóteses de dispensa de licitação são casos TAXATIVOS/EXAUSTIVOS, previstos em
lei. Portanto, somente pode haver contratação direta por dispensa de licitação nas situações
previstas em lei. Não é possível ao agente público ampliar as hipóteses de dispensa fora dos
casos legais previstos, uma vez que são estabelecidos previamente e não há possibilidade de
dilatar as situações positivadas, a não ser que LEI estabeleça outras situações.
A dispensa se divide em duas hipóteses a licitação dispensável e a dispensada. A licitação
dispensável é atuação discricionária, pois, diante das situações do art. 75, o agente público
pode decidir em fazer ou não a licitação, conforme seus critérios de conveniência e oportu-
nidade. A licitação dispensada é uma atuação vinculada, em que o agente público não faz

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licitação porque a lei assim previamente estabeleceu, não havendo liberdade do administrador
de querer licitar. A própria lei dispensa o procedimento licitatório. Os casos de licitação dispen-
sada estão no art. 76.
Por outro lado, nos casos de inexigibilidade, não há o procedimento licitatório, por ser in-
viável a competição. Mesmo que o agente público pretendesse fazer licitação, não teria como
executá-la.
A inexigibilidade compõe-se de casos EXEMPLIFICATIVOS. A Lei n. 14.133/2021 ampliou
as situações (exemplificativas) com 5 hipóteses, mas tornou possível ao agente público, quan-
do se encontrar em outra situação de inviabilidade de competição, fazer a contratação direta
pela inexigibilidade.
Assim, na dispensa seria possível fazer a licitação, mas o agente público prefere não fazer.
Na inexigibilidade não faz porque não dá pra fazer!
Veremos as situações.
Juntos até aqui? Sigamos! Cola que é sucesso!

DISPENSADA ATO VINCULADO


CASOS
DISPENSA TAXATIVOS
ATO
DISPENSÁVEL
DISCRICIONÁRIO
CONTRATAÇÃO
DIRETA
CASOS EXEMPLIFICADOS
INEXIGIBILIDADE
INVIÁVEL A COMPETIÇÃO

Seção II
Da Inexigibilidade de Licitação
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
Art. 74. É inexigível a licitação quando
inviabilidade de competição, em especial:
inviável a competição, em especial nos casos
de:
I – aquisição de materiais, de equipamentos
ou de gêneros ou contratação de serviços
I – para aquisição de materiais, equipamentos, que só possam ser fornecidos por produtor,
ou gêneros que só possam ser fornecidos empresa ou representante comercial
por produtor, empresa ou representante exclusivos;
comercial exclusivo, vedada a preferência § 1º Para fins do disposto no inciso I do
de marca, devendo a comprovação de caput deste artigo, a Administração deverá
exclusividade ser feita através de atestado demonstrar a inviabilidade de competição
fornecido pelo órgão de registro do comércio mediante atestado de exclusividade,
do local em que se realizaria a licitação ou a contrato de exclusividade, declaração do
obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação fabricante ou outro documento idôneo
ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas capaz de comprovar que o objeto é fornecido
entidades equivalentes; ou prestado por produtor, empresa ou
representante comercial exclusivos, vedada
a preferência por marca específica.

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Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
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Fornecedor Exclusivo
Neste caso a inviabilidade de competição é clara. Se há apenas um fornecedor não há
como fazer competição que é a licitação.
A Administração deverá demonstrar a inviabilidade de competição, mediante atestado de
exclusividade, contrato de exclusividade, declaração do fabricante ou outro documento idôneo
capaz de comprovar que o objeto é fornecido ou prestado por produtor, empresa ou represen-
tante comercial exclusivos, vedada a preferência por marca específica.
A lei veda a preferência pela marca específica. Contudo, a vedação exposta pela lei deve
ser compreendida no sentido de ser evitada a preferência pela marca com o intuito de não se
fazer a licitação. É possível, em algumas situações, dentro de um processo licitatório, a prefe-
rência pela marca como, por exemplo, para manter padronização ou para caracterizar o objeto
a ser licitada. Se um órgão quer comprar um certo tipo de cadeira, pode dizer em edital de lici-
tação que está indicando a marca X como modelo/referência, mas admitindo outras marcas
similares.
O que não é possível é um órgão direcionar para uma marca, sendo que há outras que aten-
dem a demanda, e por existir somente aquela marca acaba criando uma situação de “inviabili-
dade de competição” que não existe.
Veja, por exemplo, o art. 41 que admite a indicação de marca:

Art. 41. No caso de licitação que envolva o fornecimento de bens, a Administração poderá excep-
cionalmente:
I – indicar uma ou mais marcas ou modelos, desde que formalmente justificado, nas seguintes
hipóteses:
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto;
b) em decorrência da necessidade de manter a compatibilidade com plataformas e padrões já ado-
tados pela Administração;
c) quando determinada marca ou modelo comercializados por mais de um fornecedor forem os
únicos capazes de atender às necessidades do contratante;
d) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser mais bem compreendida pela identificação
de determinada marca ou determinado modelo aptos a servir apenas como referência; (marca de
referência)

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III – para contratação de profissional de II – contratação de profissional do setor


qualquer setor artístico, diretamente ou artístico, diretamente ou por meio de
através de empresário exclusivo, desde que empresário exclusivo, desde que consagrado
consagrado pela crítica especializada ou pela crítica especializada ou pela opinião
pela opinião pública. pública;
§ 1º Considera-se de notória especialização § 2º Para fins do disposto no inciso II do
o profissional ou empresa cujo conceito no caput deste artigo, considera-se empresário
campo de sua especialidade, decorrente de exclusivo a pessoa física ou jurídica que
desempenho anterior, estudos, experiências, possua contrato, declaração, carta ou outro
publicações, organização, aparelhamento, documento que ateste a exclusividade
equipe técnica, ou de outros requisitos permanente e contínua de representação, no
relacionados com suas atividades, permita País ou em Estado específico, do profissional
inferir que o seu trabalho é essencial e do setor artístico, afastada a possibilidade
indiscutivelmente o mais adequado à plena de contratação direta por inexigibilidade
satisfação do objeto do contrato. por meio de empresário com representação
restrita a evento ou local específico.

Contratação de Profissional do Setor Artístico


Contratação de artistas!!! Na contratação de serviços artísticos, seria inviável a elaboração
de um edital com critérios de julgamento puramente objetivos a fim de fazer a escolha do me-
lhor serviço artístico.
A inexigibilidade é possível para serviços artísticos (ator, cantor, artista plástico etc.), des-
de que o contratado seja consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
Considera-se empresário exclusivo a pessoa física ou jurídica que possua contrato, decla-
ração, carta ou outro documento que ateste a exclusividade permanente e contínua de repre-
sentação, no País ou em Estado específico, do profissional do setor artístico, afastada a possi-
bilidade de contratação direta por inexigibilidade por meio de empresário com representação
restrita a evento ou local específico.

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III – para contratação de profissional de III – contratação dos seguintes serviços


qualquer setor artístico, diretamente ou técnicos especializados de natureza
através de empresário exclusivo, desde que predominantemente intelectual com
consagrado pela crítica especializada ou profissionais ou empresas de notória
pela opinião pública. especialização, vedada a inexigibilidade para
serviços de publicidade e divulgação:
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos
básicos ou projetos executivos;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
c) assessorias ou consultorias técnicas e
auditorias financeiras ou tributárias;
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento
de obras ou serviços;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais
ou administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de
pessoal;
g) restauração de obras de arte e de bens de
valor histórico;
h) controles de qualidade e tecnológico,
análises, testes e ensaios de campo
e laboratoriais, instrumentação e
monitoramento de parâmetros específicos
de obras e do meio ambiente e demais
serviços de engenharia que se enquadrem
no disposto neste inciso;
§ 3º Para fins do disposto no inciso III
do caput deste artigo, considera-se de
notória especialização o profissional ou a
empresa cujo conceito no campo de sua
especialidade, decorrente de desempenho
anterior, estudos, experiência, publicações,
organização, aparelhamento, equipe técnica
ou outros requisitos relacionados com suas
atividades, permita inferir que o seu trabalho
é essencial e reconhecidamente adequado à
plena satisfação do objeto do contrato.
§ 4º Nas contratações com fundamento no
inciso III do caput deste artigo, é vedada a
subcontratação de empresas ou a atuação
de profissionais distintos daqueles que
tenham justificado a inexigibilidade.

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Serviços Técnicos Especializados de Natureza Predominantemente Inte-


lectual

Não é qualquer tipo de serviço que pode ser contratado sem licitação, apenas os serviços
selecionados pela lei. Para fins de memorização, devem-se relacionar os serviços apenas com
“atividades de natureza intelectual”.
O conceito de notória especialização do profissional contratado é fixado pelo § 3º:

Considera-se de notória especialização o profissional ou a empresa cujo conceito no campo de sua


especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, organização,
aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos relacionados com suas atividades, permita in-
ferir que o seu trabalho é essencial e reconhecidamente adequado à plena satisfação do objeto do
contrato.

O profissional deve possuir características individuais distintas dos demais que atuam
no mesmo ramo, tornando-o o mais apropriado, mais conveniente para o desenvolvimento
do trabalho.
O serviço, por exemplo, de defesa de causas judiciais pode ser contratado por inexigibili-
dade. A União contrata escritórios de advocacia em determinados países em que a União seja
autora ou ré em ações. Mesmo a União tendo os Advogados da União, em ações que tramitam
em outros países é necessário ter registro profissional de advogado no país e, geralmente, as
causas são complexas e fora do cotidiano dos Advogados da União, o que justifica a contrata-
ção de um advogado/escritório com expertise na causa e no trâmite processual.
Note, assim, que não é necessário que só tenha um profissional. Em relação ao profissio-
nal, ele deve ter a notória especialização.
Na contratação de serviços técnicos profissionais, é vedada a subcontratação de empre-
sas ou a atuação de profissionais distintos daqueles que tenham justificado a inexigibilidade.
Conforma a redação da Lei n. 14.133/21, a contratação pelo inciso II depende de dois requi-
sitos: serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual + notória
especialização do profissional.
Note que a Lei n. 14.133/21, em redação semelhante à lei das Estatais (Lei n. 13303/16)
não exige a natureza singular do objeto. Por objeto singular, significa que deve haver uma si-
tuação excepcional da Administração. Apesar de não constar a exigência na lei, entendemos
que esse requisito não pode ser dispensado, na medida em que qualquer contratação por ine-
xigibilidade pressupõe a inviabilidade de competição e, para que haja esta inviabilidade devem
estar presentes os 3 requisitos.
A contratação de serviços técnicos profissionais especializados não deve ser usada para
atividades corriqueiras. Não pode a Administração Pública contratar o melhor arquiteto da
região (que certamente será mais caro), por inexigibilidade, para fazer projeto de um prédio

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“qualquer”. No entanto, se for um prédio/ponte/monumento que compõe o conjunto arquitetô-


nico da cidade (situação singular/excepcional) poderá com base na inexigibilidade contratá-lo
diretamente.
A Súmula 252 do TCU prescreve que a inviabilidade de competição para a contratação de
serviços técnicos decorre da presença simultânea dos três requisitos: serviço técnico especia-
lizado natureza singular do serviço e notória especialização do contratado.
Confira a doutrina de Marçal Justen Filho na mesma linha do nosso pensamento ao discor-
rer sobre a hipótese acerca da lei das estatais:

A redação literal do art. 30, II, da Lei das Estatais deve ser interpretada com cautela. Não é cabível
adotar a tese de que a ausência de alusão a objeto singular autorizaria contratação direta em toda
e qualquer hipótese de serviço técnico profissional especializado. (...) não se pode admitir que em
todo e qualquer caso de serviço técnico profissional especializado existiria inviabilidade de com-
petição. É necessário verificar, no caso concreto, se as circunstâncias acarretam a inviabilidade de
competição. (Justen Filho, Marçal, “A contratação sem licitação nas empresas estatais”, Estatuto
jurídico das empresas estatais: Lei 13.303/2016, Marçal Justen Filho (org.), São Paulo: Editora Re-
vista dos Tribunais, 2016, pág. 319)

Ademais, a tendência é que os órgãos de controle restrinjam qualquer interpretação para


o afastamento da licitação. Nesse sentido, o TCU entendeu que a inexigibilidade prevista no
inciso II do art. 30 da lei 13.303/16 deve ser interpretada em conformidade com a Súmula 252
daquela Corte de Contas, em que pese o aludido enunciado fazer referência expressa à lei
8.666/93 (que é inaplicável às estatais):

“Relativamente à legalidade da contratação direta por inexigibilidade de licitação (alínea


‘a’), o tema, conforme destacou o ministro Bruno Dantas no voto condutor do Acórdão
2.993/2018 – Plenário (TC 031.814/2016-6, a respeito de denúncias sobre possíveis irre-
gularidades em contratações diretas de consultorias técnicas especializadas na ECT), con-
tinua a ser objeto de “contundentes debates doutrinários e jurisprudenciais”, ainda que já
tenha sido objeto da edição das Súmulas 39 e 252 deste Tribunal. O enunciado da última
súmula apregoa que ‘a inviabilidade de competição para a contratação de serviços técni-
cos, a que alude o art. 25, inciso II, da Lei 8.666/1993, decorre da presença simultânea de
três requisitos: serviço técnico especializado, entre os mencionados no art. 13 da referida
lei, natureza singular do serviço e notória especialização do contratado’. O confronto das
disposições da Lei 8.666/1993 com as seguintes da Lei 13.303/2016 indica que a inter-
pretação constante da referida súmula também é aplicável neste caso.” (TCU, Acórdão
2436/2019 – Plenário, Relatora Ana Arraes, Processo 000.536/2018-0)
“A contratação direta de escritório de advocacia por empresa estatal encontra amparo
no art. 30, inciso II, alínea ‘e’, da lei 13.303/16, desde que presentes os requisitos
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concernentes à especialidade e à singularidade do serviço, aliados à notória especiali-


zação do contratado” (TCU, Acórdão 2761/2020 – Plenário, Relator Raimundo Carreiro,
Processo 026.915/2020-0)

Entretanto, resta aguardar o posicionamento da Corte de Contas enfrentando diretamente


o dispositivo da Lei n. 14.133/21.

Sem correspondência IV – objetos que devam ou possam ser


contratados por meio de credenciamento;

Já falamos em momento anterior sobre o credenciamento que é um procedimento auxiliar


nas licitações. O credenciamento é o processo administrativo de chamamento público em que
a Administração Pública convoca interessados em prestar serviços ou fornecer bens para que,
preenchidos os requisitos necessários, credenciem-se no órgão ou na entidade para executar
o objeto quando convocados.
Então, publica-se uma convocação aos interessados, quem preencher as condições será
credenciado e futuramente contratado com fundamento na inexigibilidade.

Exemplo: credenciamento de profissionais de saúde ou hospitais; de leiloeiros.

Os interessados credenciados que forem contratados para prestar o serviço serão con-
tratados por inexigibilidade, justamente porque o credenciamento representa inviabilidade de
competição.

Art. 24, X – para a compra ou locação V – aquisição ou locação de imóvel cujas


de imóvel destinado ao atendimento das características de instalações e de localização
finalidades precípuas da administração, cujas tornem necessária sua escolha.
necessidades de instalação e localização § 5º Nas contratações com fundamento no
condicionem a sua escolha, desde que inciso V do caput deste artigo, devem ser
o preço seja compatível com o valor de observados os seguintes requisitos:
mercado, segundo avaliação prévia; I – avaliação prévia do bem, do seu estado
(ANTES era DISPENSA) de conservação, dos custos de adaptações,
quando imprescindíveis às necessidades de
utilização, e do prazo de amortização dos
investimentos;
II – certificação da inexistência de imóveis
públicos vagos e disponíveis que atendam
ao objeto;
III – justificativas que demonstrem a
singularidade do imóvel a ser comprado ou
locado pela Administração e que evidenciem
vantagem para ela.

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Aqui tem uma situação interessante. E a Lei n. 14.133/2021 está corrigindo um equívoco
da lei anterior, pois na Lei n. 8.666/93 essa hipótese era de dispensa. Mas não tinha nada a ver
ser dispensa, porque é um caso de inexigibilidade por não haver competição.
É o que ocorre, por exemplo, na locação de imóvel para instalação de nova delegacia de
polícia, em que o imóvel locado é perfeitamente adequado para a nova unidade a ser insta-
lada; ou também no caso de compra de prédio para instalação de nova agência do INSS em
local mais apropriado, tendo em vista os segurados que residem próximo ao local.
O TCU já registrou que a utilização desse dispositivo só é possível quando se identifica
um imóvel específico, cujas instalações e localização sinalizem que ele é o único que atende
ao interesse da Administração, e desde que o preço seja compatível com o valor de mercado,
segundo avaliação prévia (Acórdão n. 444/2008, Plenário. Acórdão n. 5281/2010, 1ª Câmara,
TC-030.588/2007-5, rel. Min. José Múcio Monteiro, 24.08.2010.)
Resumindo:

FORNECEDOR EXCLUSIVO

SETOR ARTÍSTICO

CASOS DE SERVIÇOS
INEXIGIBILIDADE TÉCNICOS ESPECIALIZADOS

CREDENCIAMENTO

COMPRA/LOCAÇÃO DE IMÓVEL

Art. 24. É dispensável a licitação: Da Dispensa de Licitação


Art. 75. É dispensável a licitação:

A Lei de Licitações, art. 74, enumera os casos taxativos de licitação dispensável, situações
em que há discricionariedade para o agente público fazer um juízo de conveniência e oportu-
nidade para decidir se realizará ou não licitação.

I – para obras e serviços de engenharia I – para contratação que envolva valores


de valor até 10% (dez por cento) do limite inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil reais),
previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo no caso de obras e serviços de engenharia
anterior, desde que não se refiram a parcelas ou de serviços de manutenção de veículos
de uma mesma obra ou serviço ou ainda automotores;
para obras e serviços da mesma natureza e
no mesmo local que possam ser realizadas
conjunta e concomitantemente;

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Contratação de serviços de engenharia e manutenção de veículos de ATÉ R$ 100.000,00.


Houve uma ampliação dos valores e também a inclusão de manutenção de veículos.

II – para outros serviços e compras de valor II – para contratação que envolva valores
até 10% (dez por cento) do limite previsto inferiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil
na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior reais), no caso de outros serviços e compras;
e para alienações, nos casos previstos nesta
Lei, desde que não se refiram a parcelas de
um mesmo serviço, compra ou alienação de
maior vulto que possa ser realizada de uma
só vez;

Demais serviços (que não sejam de engenharia) e compras de até R$ 50.000,00.

§ 1º Para fins de aferição dos valores que


atendam aos limites referidos nos incisos
I e II do caput deste artigo, deverão ser
observados:
I – o somatório do que for despendido no
exercício financeiro pela respectiva unidade
gestora;
II – o somatório da despesa realizada com
objetos de mesma natureza, entendidos
como tais aqueles relativos a contratações
no mesmo ramo de atividade.
§ 2º Os valores referidos nos incisos I e
II do caput deste artigo serão duplicados
para compras, obras e serviços contratados
por consórcio público ou por autarquia
ou fundação qualificadas como agências
executivas na forma da lei.
§ 3º As contratações de que tratam os
incisos I e II do caput deste artigo serão
preferencialmente precedidas de divulgação
de aviso em sítio eletrônico oficial, pelo
prazo mínimo de 3 (três) dias úteis, com a
especificação do objeto pretendido e com a
manifestação de interesse da Administração
em obter propostas adicionais de eventuais
interessados, devendo ser selecionada a
proposta mais vantajosa.
§ 4º As contratações de que tratam os
incisos I e II do caput deste artigo serão
preferencialmente pagas por meio de cartão
de pagamento, cujo extrato deverá ser
divulgado e mantido à disposição do público
no Portal Nacional de Contratações Públicas
(PNCP).

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O que a Lei n. 14.133/2021 pretende é que os valores dos incisos I e II não sejam fraciona-
dos. O órgão deve considerar os valores para dispensa durante o exercício financeiro e, tam-
bém, para contratações similares. Assim, por exemplo, o valor de compras de até 50.000,00
deve ser apurado durante o exercício financeiro.
Contudo, gastos de até R$ 8 mil com manutenção de veículos não entram no cálculo de
limites para dispensa. Por exemplo, se um órgão fizer 10 despesas de R$ 7.000 cada, ao lon-
go do ano, para manutenção de veículos, isso não contará para o limite de Dispensa de R$
100.000 para esse serviço naquele ano para aquela unidade. Até R$ 8.000,00 a lei não conside-
ra fracionamento de despesa o gasto com manutenção de veículo.
Vale trazer para entendimento do dispositivo conforme a proposta de inclusão que surgiu
por meio da Emenda de Plenário n. 53, de autoria do Dep Vitor Lippi:

Atualmente estamos diante de um gravíssimo prejuízo ao atendimento da população.


Enquetes realizadas demonstram que de 20% a 25% da frota de veículos públicos que
prestam atendimento a toda população brasileira, estão paralisados aguardando conclu-
são de processo licitatório para manutenção.
Isso significa que expressiva parte das ambulâncias, viaturas de polícia, viaturas da
guarda municipal, tratores, caminhões, veículos de transporte de pacientes, veículos que
atendem à área social estão parados em razão da burocracia brasileira, acarretando pre-
juízo incalculável e irreparável na prestação de serviços essenciais, diante da sua redu-
ção, com a mão de obra (motoristas) da mesma forma parados.
Além de manutenção corretiva (conserto) decorrer de fato imprevisível o que dificulta
o planejamento de um processo licitatório/específico para atendimento da situação,
mesmo com as alterações propostas pelo Substitutivo ao PL 1.292/1995, a licitação para
contratação de serviços comuns demorará em média 04 (quatro) meses, fato que agrava
ainda mais a desassistência causada pelo veículo parado.
Considerando que viaturas e veículos públicos têm utilização intensa e ficam sujeitos a
desgastes, os consertos precisam ser frequentes e visando desburocratizar e melhorar a
eficiência da prestação dos serviços que dependem desses carros, proponho a previsão
específica de dispensa de licitação até o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais) por veículo
da frota própria que necessite de reparo e manutenção, reduzindo o prazo de desassis-
tência decorrente da paralisação do veículo de 3 (três) a 6 (seis) meses para em média,
07 (sete) a 14 (catorze) dias, mantendo as exigências com relação à publicação da con-
tratação, pesquisas prévias de preços e comprovação da sua vantajosidade.
A proposta garante também o atendimento quanto às normal do Portal da Transparência,
permitindo a necessária clareza de informação e controle social, atrelados a uma maior
eficiência e bom funcionamento dos serviços públicos essenciais à população.

Segundo o Parecer, a Emenda 53 tinha como objetivo: “Estabelece que a contratação por
dispensa em razão do valor não se submeterá aos limites do § 1 ° do art. 72 no caso

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de manutenção corretiva de frota própria com fornecimento de peças em valor inferior a R$


8.000,00 por veículo.”
A nosso ver, fazendo uma interpretação teleológica ou finalística em que se busca a von-
tade do legislador a vontade do legislador, apesar de não ter constado expressamente da Lei
que o valor de até R$ 8.000,00 seja por veículo. Entendemos, que esse montante deve ser por
serviço em cada veículo, caso contrário a norma fica esvaziada, pois imagine uma frota da
Polícia Federal em que os carros são caros e são muitos. R$ 8.000,00 como valor total fica
impraticável. De outro lado, o gestor público deve ter o bom senso e, também, trabalhar com a
programação orçamentária e da gestão dos serviços a serem realizados, evitando a dispensa
de licitação.
Os valores referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão DUPLICADOS para com-
pras, obras e serviços contratados por CONSÓRCIO PÚBLICO OU POR AUTARQUIA OU FUNDA-
ÇÃO QUALIFICADAS COMO AGÊNCIAS EXECUTIVAS na forma da lei.
As contratações de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo serão preferencial-
mente precedidas por divulgação em sítio eletrônico oficial, pelo prazo mínimo de 3 (três) dias
úteis, de aviso com a especificação do objeto pretendido e com a manifestação de interesse
da Administração em obter propostas adicionais de eventuais interessados, devendo ser sele-
cionada a proposta mais vantajosa.
As contratações de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo serão preferencial-
mente pagas por meio de cartão de pagamento, cujo extrato deverá ser divulgado e mantido à
disposição do público no Portal Nacional de Contratações Públicas.

V – quando não acudirem interessados à III – para contratação que mantenha todas
licitação anterior e esta, justificadamente, as condições definidas em edital de licitação
não puder ser repetida sem prejuízo para a realizada há menos de 1 (um) ano, quando
Administração, mantidas, neste caso, todas se verificar que naquela licitação:
as condições preestabelecidas; a) não surgiram licitantes interessados
... ou não foram apresentadas propostas
Art. 48. Serão desclassificadas: válidas;
I – as propostas que não atendam às b) as propostas apresentadas consignaram
exigências do ato convocatório da licitação; preços manifestamente superiores aos
II – propostas com valor global superior praticados no mercado ou incompatíveis
ao limite estabelecido ou com preços com os fixados pelos órgãos oficiais
manifestamente inexequíveis, assim competentes;
considerados aqueles que não venham a
ter demonstrada sua viabilidade através
de documentação que comprove que os
custos dos insumos são coerentes com
os de mercado e que os coeficientes de
produtividade são compatíveis com a
execução do objeto do contrato, condições
estas necessariamente especificadas no ato
convocatório da licitação.

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A letra “a”, na primeira parte (não surgiram licitantes interessados), trata da licitação deser-
ta ou frustrada. Na licitação deserta, publica-se um edital e não aparecem interessados.
Na letra “a”, segunda parte (não foram apresentadas propostas válidas), trata-se de licita-
ção fracassada, na qual as propostas apresentadas não são válidas. Por exemplo, uma propos-
ta condicionada que é aquela que depende de condição futura. Ex: oferece uma proposta pelo
preço X, se o dólar se mantiver em X reais. Essa proposta é inválida porque é condicionada.
Interessante notar que a Lei n. 14.133/21 trouxe para caso de dispensa a licitação fracas-
sada. Na Lei n. 8.666/93, a licitação fracassada é caso apenas de dar prazo para correção das
propostas, mas não permite a dispensa.
Na letra “b” são de preços excessivos. Se todos os licitantes apresentarem preços eleva-
dos, a Administração Pública poderá partir para contratação direta.
Tanto para a contratação com base na letra a ou b a contratação deve ter no máximo prazo
de 1 ano do edital anteriormente divulgado.
IV – para contratação que tenha por OBJETO:
a) bens ou peças para reposição como
condição de manutenção de garantia;
b) bens, serviços, alienações ou obras, nos
termos de acordo internacional específico
aprovado pelo Congresso Nacional;
c) produtos para pesquisa e desenvolvimento,
limitada a contratação, no caso de obras
e serviços de engenharia, ao valor de R$
300.000,00 (trezentos mil reais);
d) transferência de tecnologia ou
licenciamento de direito de uso ou de
exploração de criação protegida, nas
contratações realizadas por Instituição
Científica, Tecnológica e de Inovação
(ICT) pública ou por agência de fomento,
desde que demonstrada vantagem para a
Administração;
e) hortifrutigranjeiros, pães e outros
gêneros perecíveis, no período necessário
para a realização dos processos licitatórios
correspondentes, hipótese em que a
contratação será realizada diretamente com
base no preço do dia;
f) bens ou serviços produzidos ou prestados
no País que envolvam, cumulativamente, alta
complexidade tecnológica e defesa nacional;
g) materiais de uso das Forças Armadas,
com exceção de materiais de uso pessoal e
administrativo, quando houver necessidade
de manter a padronização requerida pela
estrutura de apoio logístico dos meios navais,
aéreos e terrestres, mediante autorização
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PEREIRA do comandante daquaisquer
vedada, por força meios
militar;
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h) bens e serviços para atendimento dos


contingentes militares das forças singulares
brasileiras empregadas em operações de paz
no exterior, hipótese em que a contratação
deverá ser justificada quanto ao preço e à
escolha do fornecedor ou executante e
ratificada pelo comandante da força militar;
i) abastecimento ou suprimento de
efetivos militares em estada eventual de
curta duração em portos, aeroportos ou
localidades diferentes de suas sedes, por
motivo de movimentação operacional ou de
adestramento;
j) coleta, processamento e comercialização
de resíduos sólidos urbanos recicláveis
ou reutilizáveis, em áreas com sistema
de coleta seletiva de lixo, realizados por
associações ou cooperativas formadas
exclusivamente de pessoas físicas de baixa
renda reconhecidas pelo poder público
como catadores de materiais recicláveis,
com o uso de equipamentos compatíveis
com as normas técnicas, ambientais e de
saúde pública;
k)aquisição ou restauração de obras de
arte e objetos históricos, de autenticidade
certificada, desde que inerente às finalidades
do órgão ou com elas compatível;
l) serviços especializados ou aquisição
ou locação de equipamentos destinados
ao rastreamento e à obtenção de provas
previstas nos incisos II e V do caput do art.
3º da Lei n. 12.850, de 2 de agosto de 2013,
quando houver necessidade justificada de
manutenção de sigilo sobre a investigação;
(lei de organização criminosa e sobre a
investigação criminal)
m) aquisição de medicamentos destinados
exclusivamente ao tratamento de doenças
raras definidas pelo Ministério da Saúde;

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No inciso IV a lei condensou diversos dispositivos da lei anterior em um único inciso.


Você percebeu que são várias hipóteses!!!
Para concursos, a recomendação é memorizar todos os incisos.

V – para contratação com vistas ao


cumprimento do disposto nos arts. 3º, 3º-A,
4º, 5º e 20 da Lei n. 10.973, de 2 de dezembro
de 2004, observados os princípios gerais de
contratação constantes da referida Lei;

Esta lei estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica


no ambiente produtivo, com vistas à capacitação tecnológica, ao alcance da autonomia tecno-
lógica e ao desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional do País.

VI – para contratação que possa acarretar


comprometimento da segurança
nacional, nos casos estabelecidos pelo
Ministro de Estado da Defesa, mediante
demanda dos comandos das Forças
Armadas ou dos demais ministérios;

Nos incisos VI, VII e VIII são algumas situações especiais que podem gerar a dispensa de
licitação. No inciso VI se refere a “comprometimento da segurança nacional.”

VII – nos casos de guerra, estado de defesa,


estado de sítio, intervenção federal ou
de grave perturbação da ordem;

O inciso VII é outra situação especial. Havendo estado de guerra (e lembre-se que o esta-
do de guerra deve haver antes autorização do Congresso Nacional) ou também havendo grave
perturbação da ordem (conceito abstrato) poderá haver contratação direta.

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Uma novidade que a lei trouxe foi a dispensa em razão de Estado de sítio, defesa e interven-
ção federal que também são situações especiais e excepcionais.

VIII – nos casos de emergência ou de calamidade


pública, quando caracterizada urgência de atendimento
de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer
a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens,
públicos ou particulares, e somente para aquisição dos
bens necessários ao atendimento da situação emergencial
ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
que possam ser concluídas no prazo máximo de 1 (um)
ano, contado da data de ocorrência da emergência ou
da calamidade, vedadas a prorrogação dos respectivos
contratos e a recontratação de empresa já contratada com
base no disposto neste inciso;
Para os fins do inciso VIII do caput deste artigo, considera-
se emergencial a contratação por dispensa com objetivo de
manter a continuidade do serviço público, e deverão ser
observados os valores praticados pelo mercado na forma
do art. 23 desta Lei e adotadas as providências necessárias
para a conclusão do processo licitatório, sem prejuízo de
apuração de responsabilidade dos agentes públicos que
deram causa a situação emergencial.

Essa hipótese sempre foi problemática na lei de licitações!


Vamos lá, pois o inciso IV tem vários requisitos.
Bem as situações especiais deste inciso são EMERGÊNCIA ou CALAMIDADE PÚBLICA.
Primeiro, saiba que não é necessário que um município tenha declarado estado de emer-
gência ou calamidade para utilizar este inciso.
Outro requisito é de “situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a continuida-
de dos serviços públicos ou a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros
bens, públicos ou particulares”.
Fixa também a lei que está hipótese é “somente para aquisição dos bens necessários ao
atendimento da situação emergencial ou calamitosa.” Ou seja, não pode o gestor aproveitar
uma emergência de uma parede de uma escola que está caindo (que é emergência) para pintar
as demais paredes que estão boas. É somente para aquela situação especial.
E um dos pontos mais importantes: para as parcelas de obras e serviços que possam ser
concluídas no prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência da emergência ou
da calamidade, vedadas a prorrogação dos respectivos contratos e a recontratação de empre-
sa já contratada com base no disposto neste inciso.
Ou seja, a obra ou serviço tem que ser concluído em até 1 ano não podendo prorrogar nem
fazer novo contrato com a mesma empresa para concluir o serviço. Era o que acontecia muito

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na prática. A empresa não terminava no prazo legal, encerrava o contrato e era recontratada
(novo contrato) para terminar e o contrato se estendia por longos períodos.
Logo, é somente para casos realmente emergenciais.
IX – para a aquisição, por pessoa jurídica de
direito público interno, de bens produzidos
ou serviços prestados por órgão ou
entidade que integrem a Administração
Pública e que tenham sido criados para
esse fim específico, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado
no mercado ou com os custos da entidade a
ser contratada;

Inciso idêntico ao inciso da lei n. 8.666/93.


Nesse caso, deve-se atentar que a entidade contratada deve ter sido criada para esse fim
específico, bem como não se pode descuidar de que os preços devem atender aos valores
praticados no mercado. Ex.: União contratar Caixa Econômica Federal (Caixa) para pagamento
do auxílio emergencial.

X – quando a União tiver que intervir no


domínio econômico para regular preços ou
normalizar o abastecimento;
Essa hipótese é aplicável somente à União, uma vez que apenas esse ente federativo tem
possibilidade de intervir no domínio econômico.

XI – para celebração de contrato de


programa com ente federativo ou com
entidade de sua Administração Pública
indireta que envolva prestação de serviços
públicos de forma associada nos termos
autorizados em contrato de consórcio
público ou em convênio de cooperação;

Os consórcios públicos são pessoas jurídicas formadas exclusivamente por Entes da Fe-
deração, nos termos do art. 241 da CF e da Lei n. 11.107/05, para a prestação de serviços pú-
blicos na forma de gestão associada. Ex.: três municípios formam um consórcio para construir
hospital e prestar serviço de saúde.
Na formação do consórcio tem que fazer um contrato entre os consorciados para a cele-
bração do consórcio. Esse contrato de programa é dispensável a licitação.
Na verdade, era para ser inexigibilidade pois é um caso que não haverá competição, pois
são aqueles Entes que tiveram vontade de se associar.

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XII – para contratação em que houver


transferência de tecnologia de produtos
estratégicos para o Sistema Único de Saúde
(SUS), conforme elencados em ato da direção
nacional do SUS, inclusive por ocasião
da aquisição desses produtos durante
as etapas de absorção tecnológica, e em
valores compatíveis com aqueles definidos
no instrumento firmado para a transferência
de tecnologia;

Aqui se trata de transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o SUS.

XIII – para contratação de profissionais para


compor a comissão de avaliação de critérios
de técnica, quando se tratar de profissional
técnico de notória especialização;

Neste caso, quando uma licitação for julgar pelo critério da melhor técnica o órgão pode
firmar contrato com profissionais especializados para fazer o julgamento sendo dispensável
a licitação.
XIV – para contratação de associação de pessoas
com deficiência, sem fins lucrativos e de comprovada
idoneidade, por órgão ou entidade da Administração
Pública, para a prestação de serviços, desde que o
preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado e os serviços contratados sejam prestados
exclusivamente por pessoas com deficiência;

Redação idêntica ao que já tinha na lei n. 8.666/93.

XV – para contratação realizada por Instituição Científica,


Tecnológica e de Inovação (ICT) de instituição brasileira
sem fins lucrativos que tenha por finalidade estatutária
apoiar, captar e executar projetos de ensino, pesquisa,
extensão, desenvolvimento institucional, científico e
tecnológico e de estímulo à inovação, inclusive gerir
administrativa e financeiramente essas atividades, ou
para contratação de instituição dedicada à recuperação
social da pessoa presa, desde que a contratada tenha
inquestionável reputação ética e profissional e não
tenha fins lucrativos;

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Na primeira parte, trata-se de hipótese nova. Uma ICT contrata uma instituição brasileira
(sem fins lucrativos) para pesquisas em áreas de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento
institucional, científico e tecnológico e de estímulo à inovação.
Na segunda parte (instituição dedicada à recuperação social da pessoa presa) é um caso
que já era previsto na lei n. 8.666/93.

XVI – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito


público interno, de insumos estratégicos para a
saúde produzidos por fundação que, regimental
ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar
órgão da Administração Pública direta, sua autarquia
ou fundação em projetos de ensino, pesquisa,
extensão, desenvolvimento institucional, científico
e tecnológico e de estímulo à inovação, inclusive
na gestão administrativa e financeira necessária
à execução desses projetos, ou em parcerias que
envolvam transferência de tecnologia de produtos
estratégicos para o SUS, nos termos do inciso XII do
caput deste artigo, e que tenha sido criada para
esse fim específico em data anterior à entrada
em vigor desta Lei, desde que o preço contratado
seja compatível com o praticado no mercado.

O inciso XVI é novo.


Trata-se de hipótese que a União, Estados, DF e Municípios contratam fundação pública
criada para o fim específico de produção de insumos estratégicos para a saúde e que tenha
por finalidade apoiar órgão da Administração Pública direta, sua autarquia ou fundação em
projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico
e de estímulo à inovação.
Desde que a fundação tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à en-
trada em vigor desta Lei.
Há, ainda, uma espécie de contratação direta prevista no art. 89.

§ 7º Será facultada à Administração a convocação dos demais licitantes classificados para a con-
tratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento em consequência de rescisão
contratual, observados os mesmos critérios estabelecidos nos §§ 2º e 4º deste artigo.

Neste caso, houve uma licitação, o licitante foi contratado, mas no decorrer do contrato
houve rescisão do contrato por algum motivo. A Administração Pública pode aproveitar os
licitantes remanescentes e contratá-los para concluir a obra antes iniciada.
Esse caso era previsto expressamente na lei n. 8.666/93 como dispensa. Mas com a Lei n.
14.133/2021, foi deslocado para a parte de execução dos contratos.

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Seção VI CAPÍTULO IX
Das Alienações DAS ALIENAÇÕES
Art. 17. A alienação de bens da Administração Art. 76. A alienação de bens da Administração
Pública, subordinada à existência de Pública, subordinada à existência de
interesse público devidamente justificado, interesse público devidamente justificado,
será precedida de avaliação e obedecerá às será precedida de avaliação e obedecerá
seguintes normas: às seguintes normas:
I – quando imóveis, dependerá de I – tratando-se de bens imóveis, inclusive os
autorização legislativa para órgãos da pertencentes às autarquias e às fundações,
administração direta e entidades autárquicas exigirá autorização legislativa e dependerá
e fundacionais, e, para todos, inclusive de licitação na modalidade LEILÃO,
as entidades paraestatais, dependerá dispensada a realização de licitação nos
de avaliação prévia e de licitação na casos de:
modalidade de concorrência, dispensada
esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento; a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para b) doação, permitida exclusivamente para
outro órgão ou entidade da administração outro órgão ou entidade da Administração
pública, de qualquer esfera de governo, Pública, de qualquer esfera de governo,
ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; ressalvado o disposto nas alíneas “f”, “g” e “h”
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos deste inciso;
requisitos constantes do inciso X do art. 24 c) permuta por outros imóveis que atendam
desta Lei; aos requisitos relacionados às finalidades
d) investidura; precípuas da Administração, desde que a
e) venda a outro órgão ou entidade da diferença apurada não ultrapasse a metade
administração pública, de qualquer esfera do valor do imóvel que será ofertado pela
de governo; União, segundo avaliação prévia, e ocorra a
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, torna de valores, sempre que for o caso;
concessão de direito real de uso, locação d) investidura;
ou permissão de uso de bens imóveis e) venda a outro órgão ou entidade da
residenciais construídos, destinados ou Administração Pública de qualquer esfera
efetivamente utilizados no âmbito de de governo;
programas habitacionais ou de regularização f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento,
fundiária de interesse social desenvolvidos concessão de direito real de uso, locação
por órgãos ou entidades da administração e permissão de uso de bens imóveis
pública; residenciais construídos, destinados ou
g) procedimentos de legitimação de posse efetivamente usados em programas de
de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 habitação ou de regularização fundiária de
de dezembro de 1976, mediante iniciativa interesse social desenvolvidos por órgão ou
e deliberação dos órgãos da Administração entidade da Administração Pública;
Pública em cuja competência legal inclua-se g) alienação gratuita ou onerosa, aforamento,
tal atribuição; concessão de direito real de uso, locação e
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, permissão de uso de bens imóveis comerciais
concessão de direito real de uso, locação de âmbito local, com área de até 250 m²
ou permissão de uso de bens imóveis de (duzentos e cinquenta metros quadrados)
uso comercial de âmbito local com área de e destinados a programas de regularização
até 250 m² (duzentos e cinquenta metros fundiária de interesse social desenvolvidos
quadrados) e inseridos no âmbito de por órgão ou entidade da Administração
programas de regularização fundiária de Pública;
interesse social desenvolvidos por órgãos
ou entidades da administração pública;
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i) alienação e concessão de direito real de h) alienação e concessão de direito real de


uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas
rurais da União e do Incra, onde incidam rurais da União e do Instituto Nacional de
ocupações até o limite de que trata o § 1º do Colonização e Reforma Agrária (Incra) onde
art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de incidam ocupações até o limite de que trata
2009, para fins de regularização fundiária, o § 1º do art. 6º da Lei n. 11.952, de 25 de
atendidos os requisitos legais; e junho de 2009, para fins de regularização
fundiária, atendidos os requisitos legais;
II – quando móveis, dependerá de avaliação i) legitimação de posse de que trata o art. 29
prévia e de licitação, dispensada esta nos da Lei n. 6.383, de 7 de dezembro de 1976,
seguintes casos: mediante iniciativa e deliberação dos órgãos
a) doação, permitida exclusivamente para da Administração Pública competentes;
fins e uso de interesse social, após avaliação j) legitimação fundiária e legitimação de
de sua oportunidade e conveniência posse de que trata a Lei n. 13.465, de 11 de
socioeconômica, relativamente à escolha de julho de 2017;
outra forma de alienação; II – tratando-se de bens MÓVEIS, dependerá
b) permuta, permitida exclusivamente entre de licitação na modalidade leilão,
órgãos ou entidades da Administração dispensada a realização de licitação nos
Pública; casos de:
c) venda de ações, que poderão ser a) doação, permitida exclusivamente
negociadas em bolsa, observada a legislação para fins e uso de interesse social, após
específica; avaliação de oportunidade e conveniência
d) venda de títulos, na forma da legislação socioeconômica em relação à escolha de
pertinente; outra forma de alienação;
e) venda de bens produzidos ou b) permuta, permitida exclusivamente entre
comercializados por órgãos ou entidades da órgãos ou entidades da Administração
Administração Pública, em virtude de suas Pública;
finalidades; c) venda de ações, que poderão ser
f) venda de materiais e equipamentos para negociadas em bolsa, observada a legislação
outros órgãos ou entidades da Administração específica;
Pública, sem utilização previsível por quem d) venda de títulos, observada a legislação
deles dispõe. pertinente;
§ 1º Os imóveis doados com base na alínea “b” e) venda de bens produzidos ou
do inciso I deste artigo, cessadas as razões comercializados por entidades da
que justificaram a sua doação, reverterão Administração Pública, em virtude de suas
ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, finalidades;
vedada a sua alienação pelo beneficiário. f) venda de materiais e equipamentos
§ 2º A Administração também poderá sem utilização previsível por quem deles
conceder título de propriedade ou de direito dispõe para outros órgãos ou entidades da
real de uso de imóveis, dispensada licitação, Administração Pública.
quando o uso destinar-se: § 1º A alienação de bens imóveis da
I – a outro órgão ou entidade da Administração Administração Pública cuja aquisição tenha
Pública, qualquer que seja a localização do sido derivada de procedimentos judiciais
imóvel; ou de dação em pagamento dispensará
autorização legislativa e exigirá apenas
avaliação prévia e licitação na modalidade
leilão.

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II – a pessoa natural que, nos termos de lei, § 2º Os imóveis doados com base na alínea
regulamento ou ato normativo do órgão “b” do inciso I do caput deste artigo, cessadas
competente, haja implementado os requisitos as razões que justificaram sua doação,
mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica serão revertidos ao patrimônio da pessoa
e exploração direta sobre área rural, observado jurídica doadora, vedada sua alienação pelo
o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no beneficiário.
11.952, de 25 de junho de 2009;
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam § 3º A Administração poderá conceder título
dispensadas de autorização legislativa, de propriedade ou de direito real de uso
porém submetem-se aos seguintes de imóvel, admitida a dispensa de licitação,
condicionamentos: quando o uso destinar-se a:
I – aplicação exclusivamente às áreas I – outro órgão ou entidade da Administração
em que a detenção por particular seja Pública, qualquer que seja a localização do
comprovadamente anterior a 1º de dezembro imóvel;
de 2004; II – pessoa natural que, nos termos de
II – submissão aos demais requisitos lei, regulamento ou ato normativo do
e impedimentos do regime legal e órgão competente, haja implementado os
administrativo da destinação e da requisitos mínimos de cultura, de ocupação
regularização fundiária de terras públicas; mansa e pacífica e de exploração direta
III – vedação de concessões para hipóteses de sobre área rural, observado o limite de que
exploração não contempladas na lei agrária, trata o § 1º do art. 6º da Lei n. 11.952, de 25
nas leis de destinação de terras públicas, de junho de 2009.
ou nas normas legais ou administrativas de § 4º A aplicação do disposto no inciso II
zoneamento ecológico-econômico; e do § 3º deste artigo será dispensada de
IV – previsão de rescisão automática da autorização legislativa e submeter-se-á aos
concessão, dispensada notificação, em caso seguintes condicionamentos:
de declaração de utilidade, ou necessidade I – aplicação exclusiva às áreas em
pública ou interesse social. que a detenção por particular seja
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste comprovadamente anterior a 1º de
artigo: dezembro de 2004;
I – só se aplica a imóvel situado em zona II – submissão aos demais requisitos
rural, não sujeito a vedação, impedimento e impedimentos do regime legal e
ou inconveniente a sua exploração mediante administrativo de destinação e de
atividades agropecuárias; regularização fundiária de terras públicas;
II – fica limitada a áreas de até quinze III – vedação de concessão para exploração
módulos fiscais, desde que não exceda mil e não contemplada na lei agrária, nas leis de
quinhentos hectares, vedada a dispensa de destinação de terras públicas ou nas normas
licitação para áreas superiores a esse limite; legais ou administrativas de zoneamento
III – pode ser cumulada com o quantitativo ecológico-econômico;
de área decorrente da figura prevista na IV – previsão de extinção automática da
alínea g do inciso I do caput deste artigo, até concessão, dispensada notificação, em
o limite previsto no inciso II deste parágrafo. caso de declaração de utilidade pública, de
IV – (VETADO) necessidade pública ou de interesse social;
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins V – aplicação exclusiva a imóvel situado
desta lei: em zona rural e não sujeito a vedação,
impedimento ou inconveniente à exploração
mediante atividade agropecuária;
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I – a alienação aos proprietários de VI – limitação a áreas de que trata o § 1º do


imóveis lindeiros de área remanescente ou art. 6º da Lei n. 11.952, de 25 de junho de
resultante de obra pública, área esta que 2009, vedada a dispensa de licitação para
se tornar inaproveitável isoladamente, por áreas superiores;
preço nunca inferior ao da avaliação e desde VII – acúmulo com o quantitativo de área
que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta decorrente do caso previsto na alínea “i” do
por cento) do valor constante da alínea “a” inciso I do caput deste artigo até o limite
do inciso II do art. 23 desta lei; previsto no inciso VI deste parágrafo.
II – a alienação, aos legítimos possuidores § 5º Entende-se por investidura, para os
diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, fins desta Lei, a:
de imóveis para fins residenciais construídos I – alienação, ao proprietário de imóvel
em núcleos urbanos anexos a usinas lindeiro, de área remanescente ou resultante
hidrelétricas, desde que considerados de obra pública que se tornar inaproveitável
dispensáveis na fase de operação dessas isoladamente, por preço que não seja
unidades e não integrem a categoria de inferior ao da avaliação nem superior a
bens reversíveis ao final da concessão. 50% (cinquenta por cento) do valor máximo
§ 4º A doação com encargo será licitada e de permitido para dispensa de licitação de bens
seu instrumento constarão, obrigatoriamente e serviços previsto nesta Lei;
os encargos, o prazo de seu cumprimento e II – alienação, ao legítimo possuidor direto
cláusula de reversão, sob pena de nulidade ou, na falta dele, ao poder público, de
do ato, sendo dispensada a licitação no caso imóvel para fins residenciais construído em
de interesse público devidamente justificado; núcleo urbano anexo a usina hidrelétrica,
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso desde que considerado dispensável na fase
o donatário necessite oferecer o imóvel de operação da usina e que não integre a
em garantia de financiamento, a cláusula categoria de bens reversíveis ao final da
de reversão e demais obrigações serão concessão.
garantidas por hipoteca em segundo grau § 6º A doação com encargo será licitada
em favor do doador. e de seu instrumento constarão,
§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, obrigatoriamente, os encargos, o prazo de
isolada ou globalmente, em quantia não seu cumprimento e a cláusula de reversão,
superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, sob pena de nulidade do ato, dispensada
alínea “b” desta Lei, a Administração poderá a licitação em caso de interesse público
permitir o leilão. devidamente justificado.
§ 7º (VETADO). § 7º Na hipótese do § 6º deste artigo, caso
Art. 18. Na concorrência para a venda de o donatário necessite oferecer o imóvel
bens imóveis, a fase de habilitação limitar- em garantia de financiamento, a cláusula
se-á à comprovação do recolhimento de de reversão e as demais obrigações serão
quantia correspondente a 5% (cinco por garantidas por hipoteca em segundo grau
cento) da avaliação. em favor do doador.

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Art. 77. Para a venda de bens imóveis,
Pública, cuja aquisição haja derivado de será concedido direito de preferência
procedimentos judiciais ou de dação em ao licitante que, submetendo-se a todas as
pagamento, poderão ser alienados por ato regras do edital, comprove a ocupação do
da autoridade competente, observadas as imóvel objeto da licitação.
seguintes regras:
I – avaliação dos bens alienáveis;
II – comprovação da necessidade ou utilidade
da alienação;
III – adoção do procedimento licitatório, sob
a modalidade
O conteúdo deste de concorrência
livro eletrônico é licenciado ou leilão.
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CAPÍTULO X Gustavo Scatolino

DOS INSTRUMENTOS AUXILIARES


Seção I
Dos Procedimentos Auxiliares
Art. 78. São procedimentos auxiliares das
licitações e das contratações regidas por
esta Lei:
I – credenciamento;
II – pré-qualificação;
III – procedimento de manifestação de
interesse;
IV – sistema de registro de preços;
V – registro cadastral.
§ 1º Os procedimentos auxiliares de que
trata o caput deste artigo obedecerão a
critérios claros e objetivos definidos em
regulamento.
§ 2º O julgamento que decorrer dos
procedimentos auxiliares das licitações
previstos nos incisos II e III do caput deste
artigo seguirá o mesmo procedimento das
licitações.
Os procedimentos auxiliares não são modalidades de licitação. Na verdade, é o que o pró-
prio nome diz, são procedimentos auxiliadores em quaisquer das modalidades.
Assim, pode haver um pregão ou concorrência com pré-qualificação. Ou, antes de iniciar
a licitação, fazer um procedimento de manifestação de interesse – PMI.
Resumindo:

CREDENCIAMENTO

REGISTRO PRÉ-
CADASTRAL QUALIFICAÇÃO

LICITAÇÃO

SRP PMI

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Vamos ver cada um deles.

Seção II
Do Credenciamento
Art. 79. O credenciamento poderá ser usado
nas seguintes hipóteses de contratação:
I – paralela e não excludente: caso em que
é viável e vantajosa para a Administração a
realização de contratações simultâneas em
condições padronizadas;
II – com seleção a critério de terceiros:
caso em que a seleção do contratado está
a cargo do beneficiário direto da prestação;
III – em mercados fluidos: caso em que a
flutuação constante do valor da prestação e
das condições de contratação inviabiliza a
seleção de agente por meio de processo de
licitação.
Parágrafo único. Os procedimentos de
credenciamento serão definidos em
regulamento, observadas as seguintes
regras:
I – a Administração deverá divulgar e
manter à disposição do público, em sítio
eletrônico oficial, edital de chamamento
de interessados, de modo a permitir o
cadastramento permanente de novos
interessados;
II – na hipótese do inciso I do caput deste
artigo, quando o objeto não permitir a
contratação imediata e simultânea de todos
os credenciados, deverão ser adotados
critérios objetivos de distribuição da
demanda;
III – o edital de chamamento de interessados
deverá prever as condições padronizadas de
contratação e, nas hipóteses dos incisos I e II
do caput deste artigo, deverá definir o valor
da contratação;
IV – na hipótese do inciso III do caput deste
artigo, a Administração deverá registrar as
cotações de mercado vigentes no momento
da contratação;
V – não será permitido o cometimento
a terceiros do objeto contratado sem
autorização expressa da Administração;
VI – será admitida a denúncia por qualquer
das partes nos prazos fixados no edital.
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Credenciamento – Art. 78
Segundo o art. 6º da lei, credenciamento é o processo administrativo de chamamento pú-
blico em que a Administração Pública convoca interessados em prestar serviços ou fornecer
bens para que, preenchidos os requisitos necessários, credenciem-se no órgão ou na entida-
de para executar o objeto quando convocados.
Como exemplo, poderíamos citar a contratação de tradutores pelo Superior Tribunal de
Justiça. O STJ necessita de fazer contratos de tradução para a transferência de textos jurídi-
cos escritos em outros idiomas para o português. Entretanto, como são muitos documentos
e há número insuficiente de tradutores, o STJ faz o credenciamento de todos os interessados
e os contrata diretamente, sem licitação, com fundamento na inexigibilidade por ser inviável a
competição, já que contrata todos os que “aparecem”.
O TCU, ao julgar o processo 022.025/92/7, admitiu a possibilidade de o Banco do Brasil,
na contratação de serviços advocatícios, credenciar profissionais para que a eles fosse feita
a distribuição de diversas causas processuais. É caso de inviabilidade de competição porque
se pretende contratação de todos (credenciamento), não havendo restrições. Sendo caso de
firmar contratos com todos que comparecerem, não há possibilidade de competição.
A contratação de rede credenciada de médicos e hospitais por órgãos públicos ocorre por
credenciamento também.
O credenciamento poderá ser usado nas seguintes hipóteses de contratação:
• I – paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa para a Administração a
realização de contratações simultâneas em condições padronizadas;
• II – com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção do contratado está a
cargo do beneficiário direto da prestação;
• III – em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante do valor da prestação e
das condições de contratação inviabiliza a seleção de agente por meio de processo de
licitação.

A hipótese do inciso I se encaixa perfeitamente no exemplo acima em que são contratados


diversos tradutores simultaneamente. Vários são contratados todo mês.
O inciso II é o exemplo de rede credenciada de plano de saúde. Se um Tribunal possui um
plano de saúde ele credenciará diversos prestadores e farão um contrato com o Tribunal, mas
quem escolherá qual prestador será utilizado (qual médico; qual fisioterapeuta) é o beneficiá-
rio do plano.
No caso do inciso III trata-se de caso onde há constante alteração de preços. E a própria
licitação, pela sua demora, não é útil a contratação. Ocorre em mercado que os preços são
dinâmicos, preços em tempo real em que o preço é baseado na demanda, oferta e preços
dos concorrentes. Os preços são alterados por diversos fatores: escassez, econômicos, força

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maior. Por exemplo, no caso de compra de álcool em gel e máscaras durante a pandemia, bem
como a diversos outros insumos; compra de passagens aéreas; fornecimento de combustível.
No credenciamento não pode haver limitação de interessados em participar, nem lista de
preferência.
Sempre se entendeu que o credenciamento deveria ocorrer quando a Administração Públi-
ca quisesse contratar todos que aparecessem, sem limitação de quantidade, como é o caso
dos tradutores no STJ, dos serviços de saúde credenciados nos órgãos públicos para plano de
saúde e tantos outros serviços.
A Lei n. 14.133/2021 regulamentou o procedimento do credenciamento, o que não ocorria
na lei anterior.
Após feito o credenciamento dos interessados eles serão contratados e o contrato será
feito por meio de inexigibilidade de licitação.
Segundo o TCU o credenciamento tem sido admitido pela doutrina e pela jurisprudência
como hipótese de inexigibilidade, porquanto a inviabilidade de competição configura-se pelo
fato de a Administração dispor-se a contratar todos os que tiverem interesse e que satisfaçam
as condições por ela estabelecidas. Inclusive, o art. 74, IV, da Lei fixa que é caso de inexigibili-
dade objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento.
Não poderá haver a prefixação de número de interessados a serem cadastrados, haja
vista que a competição é inviável, devendo ser cadastrados todos aqueles que preencham
os requisitos exigidos. Em cadastramento também não pode haver ordem de classificação:
o licitante será credenciado ou não. INF 87 – TC-034.565/2011-6, rel. Min. Valmir Campelo,
23.11.2011.

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Seção III
Da Pré-Qualificação
Art. 80. A pré-qualificação é o procedimento
técnico-administrativo para selecionar
previamente:
I – licitantes que reúnam condições
de habilitação para participar de futura
licitação ou de licitação vinculada a programas
de obras ou de serviços objetivamente
definidos;
II – bens que atendam às exigências
técnicas ou de qualidade estabelecidas
pela Administração.
§ 1º Na pré-qualificação observar-se-á o
seguinte:
I – quando aberta a licitantes, poderão
ser dispensados os documentos que já
constarem do registro cadastral;
II – quando aberta a bens, poderá ser exigida
a comprovação de qualidade.
§ 2º O procedimento de pré-qualificação
ficará permanentemente aberto para a
inscrição de interessados.
§ 3º Quanto ao procedimento de pré-
qualificação, constarão do edital:
I – as informações mínimas necessárias para
definição do objeto;
II – a modalidade, a forma da futura licitação
e os critérios de julgamento.
§ 4º A apresentação de documentos far-
se-á perante órgão ou comissão indicada
pela Administração, que deverá examiná-los
no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis e
determinar correção ou reapresentação de
documentos, quando for o caso, com vistas
à ampliação da competição.
§ 5º Os bens e os serviços pré-qualificados
deverão integrar o catálogo de bens e
serviços da Administração.

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§ 6º A pré-qualificação poderá ser realizada


em grupos ou segmentos, segundo as
especialidades dos fornecedores.
§ 7º A pré-qualificação poderá ser parcial
ou total, com alguns ou todos os requisitos
técnicos ou de habilitação necessários à
contratação, assegurada, em qualquer
hipótese, a igualdade de condições entre os
concorrentes.
§ 8º Quanto ao prazo, a pré-qualificação terá
validade:
I – de 1 (um) ano, no máximo, e poderá ser
atualizada a qualquer tempo;
II – não superior ao prazo de validade
dos documentos apresentados pelos
interessados.
§ 9º Os licitantes e os bens pré-qualificados
serão obrigatoriamente divulgados e
mantidos à disposição do público.
§ 10. A licitação que se seguir ao procedimento
da pré-qualificação poderá ser restrita a
licitantes ou bens pré-qualificados.

Pré-Qualificação – Art. 80
A pré-qualificação é uma etapa prévia a licitação com o intuito de pré-selecionar licitantes
ou bens. A licitação que se seguir ao procedimento da pré-qualificação poderá ser restrita a
licitantes ou bens pré-qualificados.
A pré-qualificação é um procedimento anterior à licitação e tem como objetivo identificar
os fornecedores que atendam aos requisitos técnicos e jurídicos exigidos. As empresas habili-
tadas poderão participar das licitações para o fornecimento de materiais e bens, execução de
serviços ou obras, de acordo com os editais a serem publicados.
O sistema permite que a Infraero realize licitações limitadas aos agentes pré-qualificados,
sendo dispensados de apresentar os documentos já avaliados no processo anterior, dando
mais celeridade e segurança ao trâmite licitatório.
Segundo a lei a pré-qualificação é o procedimento técnico-administrativo para selecionar
previamente:

I – licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de futura licitação ou de licitação
vinculada a programas de obras ou de serviços objetivamente definidos;
II – bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade estabelecidas pela Administração.

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Na pré-qualificação aberta a licitantes, poderão ser dispensados os documentos que já


constarem do registro cadastral.
Na pré-qualificação aberta a bens, poderá ser exigida a comprovação de qualidade.
Na pré-qualificação de licitantes, visa “agilizar” a etapa de habilitação, pois pela lei ela se
destina para pré-selecionar licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de
futura licitação. Assim, publica-se um edital, faz-se um exame prévio dos documentos de habi-
litação e quem apresentar pendência não será qualificado.
Serve também para licitação vinculada a programas de obras ou de serviços objetiva-
mente definidos. Como por exemplo, instalação de caixas de captação de água em regiões
do Nordeste.
Na qualificação de bens serve para bens que atendam às exigências técnicas ou de quali-
dade estabelecidas como, por exemplo, compra de café. Faz uma pré-qualificação, o produto
é testado e o que não for bom não é qualificado para a licitação futura. Ou compra de canetas.
O procedimento de pré-qualificação ficará permanentemente aberto para a inscrição de
interessados.
No procedimento de pré-qualificação, a apresentação de documentos far-se-á perante ór-
gão ou comissão indicada pela Administração, que deverá examiná-los no prazo máximo de 10
(dez) dias úteis e determinar correção ou reapresentação de documentos, quando for o caso,
com vistas à ampliação da competição.
Quanto ao prazo, a pré-qualificação terá validade:
• I – de 1 (um) ano, no máximo, e poderá ser atualizada a qualquer tempo;
• II – não superior ao prazo de validade dos documentos apresentados pelos interessa-
dos.

A pré-qualificação não se confunde com a apresentação de amostras. Lembre-se que o


órgão ou entidade licitante poderá, em relação ao licitante provisoriamente vencedor, realizar
análise e avaliação da conformidade da proposta, mediante homologação de amostras, exame
de conformidade e prova de conceito, entre outros testes de interesse da Administração, de
modo a comprovar sua aderência às especificações definidas no termo de referência ou no
projeto básico. Na apresentação de amostras ou prova de conceito (serviços de TI), a exigên-
cia é do licitante provisoriamente vencedor, a fim de se verificar se o produto/serviço atende
aos padrões exigidos.
Na pré-qualificação é feita uma pré-seleção dos bens e serviços que serão admitidos na fu-
tura licitação. Assim, há uma pré-qualificação e os que forem qualificados poderão apresentar
proposta quando a licitação for aberta.

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Seção IV
Do Procedimento de Manifestação de
Interesse
Art. 81. A Administração poderá solicitar à
iniciativa privada, mediante procedimento
aberto de manifestação de interesse a
ser iniciado com a publicação de edital
de chamamento público, a propositura
e a realização de estudos, investigações,
levantamentos e projetos de soluções
inovadoras que contribuam com questões de
relevância pública, na forma de regulamento.
§ 1º Os estudos, as investigações, os
levantamentos e os projetos vinculados à
contratação e de utilidade para a licitação,
realizados pela Administração ou com a
sua autorização, estarão à disposição dos
interessados, e o vencedor da licitação deverá
ressarcir os dispêndios correspondentes,
conforme especificado no edital.
§ 2º A realização, pela iniciativa privada, de
estudos, investigações, levantamentos e
projetos em decorrência do procedimento
de manifestação de interesse previsto no
caput deste artigo:
I – não atribuirá ao realizador direito de
preferência no processo licitatório;
II – não obrigará o poder público a realizar
licitação;
III – não implicará, por si só, direito a
ressarcimento de valores envolvidos em sua
elaboração;
IV – será remunerada somente pelo vencedor
da licitação, vedada, em qualquer hipótese, a
cobrança de valores do poder público.

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§ 3º Para aceitação dos produtos e


serviços de que trata o caput deste artigo,
a Administração deverá elaborar parecer
fundamentado com a demonstração de que
o produto ou serviço entregue é adequado e
suficiente à compreensão do objeto, de que
as premissas adotadas são compatíveis com
as reais necessidades do órgão e de que
a metodologia proposta é a que propicia
maior economia e vantagem entre as demais
possíveis.
§ 4º O procedimento previsto no caput deste
artigo poderá ser restrito a startups, assim
considerados os microempreendedores
individuais, as microempresas e as
empresas de pequeno porte, de natureza
emergente e com grande potencial, que se
dediquem à pesquisa, ao desenvolvimento
e à implementação de novos produtos ou
serviços baseados em soluções tecnológicas
inovadoras que possam causar alto impacto,
exigida, na seleção definitiva da inovação,
validação prévia fundamentada em
métricas objetivas, de modo a demonstrar
o atendimento das necessidades da
Administração.

Do Procedimento de Manifestação de Interesse – PMI – Art. 81


O PMI é um instrumento indutor da cooperação privada na confecção do ato convocatório
e anexos de um possível procedimento licitatório, por meio do qual a administração pública,
a partir da exposição de suas demandas, recebe estudos, levantamentos, investigações ou
projetos que serão analisados pelo órgão demandante.
O PMI já era previsto no Decreto n. 8.428/2015:

Art. 1º Este Decreto estabelece o Procedimento de Manifestação de Interesse – PMI a ser obser-
vado na apresentação de projetos, levantamentos, investigações ou estudos, por pessoa física ou
jurídica de direito privado, com a finalidade de subsidiar a administração pública na estruturação
de desestatização de empresa e de contratos de parcerias, nos termos do disposto no § 2º do art.
1º da Lei n. 13.334, de 13 de setembro de 2016.

Na Lei das Concessões, Lei n. 8987/95, também já havia a previsão do PMI: Art. 21. Os
estudos, investigações, levantamentos, projetos, obras e despesas ou investimentos já efetu-
ados, vinculados à concessão, de utilidade para a licitação, realizados pelo poder concedente
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ou com a sua autorização, estarão à disposição dos interessados, devendo o vencedor da


licitação ressarcir os dispêndios correspondentes, especificados no edital.

Mas, professor, o PMI não se confunde com o Diálogo Competitivo?

Um pouco...
Mas veja só: no Diálogo Competitivo o que se busca é uma SOLUÇÃO, lembra-se? Os li-
citantes vão, cada um com sua proposta, apresentar uma solução para um problema! Já no
PMI, é um procedimento auxiliar, para recebimento de estudos, pesquisas, levantamentos,
investigações ou qualquer outro documento que será útil para análise da Administração Pú-
blica na produção do edital.
A realização pela iniciativa privada de estudos, investigações, levantamentos e projetos
em decorrência do procedimento de manifestação de interesse: I – não atribuirá ao realiza-
dor direito de preferência no processo licitatório; II – não obrigará o poder público a realizar
licitação; III – não implicará, por si só, direito a ressarcimento de valores envolvidos em sua
elaboração; IV – será remunerada somente pelo vencedor da licitação, vedada, em qualquer
hipótese, a cobrança de valores do poder público.
O PMI poderá ser restrito a startups, assim considerados os microempreendedores indi-
viduais, as microempresas e as empresas de pequeno porte, de natureza emergente e com
grande potencial, que se dediquem à pesquisa, ao desenvolvimento e à implementação de
novos produtos ou serviços baseados em soluções tecnológicas inovadoras que possam
causar alto impacto, exigida, na seleção definitiva da inovação, validação prévia fundamen-
tada em métricas objetivas, de modo a demonstrar o atendimento das necessidades da Ad-
ministração.

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DIÁLOGO COMPETITIVO PMI

Procedimento AUXILIAR de uma licitação


Modalidade de LICITAÇÃO que busca uma em que recebe estudos, levantamentos,
SOLUÇÃO apresentada pelos licitantes. investigações ou projetos apresentados
pelos interessados.

Art. 15. As compras, sempre que possível, Seção V


deverão: Do Sistema de Registro de Preços
I – atender ao princípio da padronização, que Art. 82. O edital de licitação para registro de
imponha compatibilidade de especificações preços observará as regras gerais desta Lei
técnicas e de desempenho, observadas, e deverá dispor sobre:
quando for o caso, as condições de I – as especificidades da licitação e de seu
manutenção, assistência técnica e garantia objeto, inclusive a quantidade máxima de
oferecidas; cada item que poderá ser adquirida;
II – ser processadas através de sistema II – a quantidade mínima a ser cotada de
de registro de preços; unidades de bens ou, no caso de serviços,
III – submeter-se às condições de aquisição de unidades de medida;
e pagamento semelhantes às do setor III – a possibilidade de prever preços
privado; diferentes:
IV – ser subdivididas em tantas parcelas a) quando o objeto for realizado ou entregue
quantas necessárias para aproveitar em locais diferentes;
as peculiaridades do mercado, visando b) em razão da forma e do local de
economicidade; acondicionamento;
V – balizar-se pelos preços praticados c) quando admitida cotação variável em
no âmbito dos órgãos e entidades da razão do tamanho do lote;
Administração Pública. d) por outros motivos justificados no
§ 1º O registro de preços será precedido de processo;
ampla pesquisa de mercado. IV – a possibilidade de o licitante oferecer
§ 2º Os preços registrados serão publicados ou não proposta em quantitativo inferior ao
trimestralmente para orientação da máximo previsto no edital, obrigando-se nos
Administração, na imprensa oficial. limites dela;
§ 3º O sistema de registro de preços será V – o critério de julgamento da licitação,
regulamentado por decreto, atendidas as que será o de menor preço ou o de maior
peculiaridades regionais, observadas as desconto sobre tabela de preços praticada
seguintes condições: no mercado;
I – seleção feita mediante concorrência; VI – as condições para alteração de preços
II – estipulação prévia do sistema de controle registrados;
e atualização dos preços registrados; VII – o registro de mais de um fornecedor
III – validade do registro não superior a um ou prestador de serviço, desde que aceitem
ano. cotar o objeto em preço igual ao do licitante
vencedor, assegurada a preferência de
contratação de acordo com a ordem de
classificação;

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§ 4º A existência de preços registrados VIII – a vedação à participação do órgão ou


não obriga a Administração a firmar as entidade em mais de uma ata de registro de
contratações que deles poderão advir, preços com o mesmo objeto no prazo de
ficando-lhe facultada a utilização de outros validade daquela de que já tiver participado,
meios, respeitada a legislação relativa às salvo na ocorrência de ata que tenha
licitações, sendo assegurado ao beneficiário registrado quantitativo inferior ao máximo
do registro preferência em igualdade de previsto no edital;
condições.

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IX – as hipóteses de cancelamento da ata de


registro de preços e suas consequências.
§ 1º O critério de julgamento de menor
preço por grupo de itens somente poderá
ser adotado quando for demonstrada a
inviabilidade de se promover a adjudicação
por item e for evidenciada a sua vantagem
técnica e econômica, e o critério de
aceitabilidade de preços unitários máximos
deverá ser indicado no edital.
§ 2º Na hipótese de que trata o § 1º
deste artigo, observados os parâmetros
estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23
desta Lei, a contratação posterior de item
específico constante de grupo de itens exigirá
prévia pesquisa de mercado e demonstração
de sua vantagem para o órgão ou entidade.
§ 3º É permitido registro de preços com
indicação limitada a unidades de contratação,
sem indicação do total a ser adquirido,
apenas nas seguintes situações:
I – quando for a primeira licitação para
o objeto e o órgão ou entidade não tiver
registro de demandas anteriores;
II – no caso de alimento perecível;
III – no caso em que o serviço estiver
integrado ao fornecimento de bens.
§ 4º Nas situações referidas no § 3º
deste artigo, é obrigatória a indicação do
valor máximo da despesa e é vedada a
participação de outro órgão ou entidade na
ata.
§ 5º O sistema de registro de preços poderá
ser usado para a contratação de bens
e serviços, inclusive de obras e serviços
de engenharia, observadas as seguintes
condições:
I – realização prévia de ampla pesquisa de
mercado;
II – seleção de acordo com os procedimentos
previstos em regulamento;
III – desenvolvimento obrigatório de rotina
de controle;
IV – atualização periódica dos preços
registrados;

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V – definição do período de validade do


registro de preços;
VI – inclusão, em ata de registro de preços,
do licitante que aceitar cotar os bens ou
serviços em preços iguais aos do licitante
vencedor na sequência de classificação da
licitação e inclusão do licitante que mantiver
sua proposta original.
§ 6º O sistema de registro de preços poderá,
na forma de regulamento, ser utilizado nas
hipóteses de inexigibilidade e de dispensa
de licitação para a aquisição de bens ou para
a contratação de serviços por mais de um
órgão ou entidade.
Art. 83. A existência de preços registrados
implicará compromisso de fornecimento
nas condições estabelecidas, mas não
obrigará a Administração a contratar,
facultada a realização de licitação específica
para a aquisição pretendida, desde que
devidamente motivada.
Art. 84. O prazo de vigência da ata de
registro de preços será de 1 (um) ano
e poderá ser prorrogado, por igual
período, desde que comprovado o preço
vantajoso.
Parágrafo único. O contrato decorrente da
ata de registro de preços terá sua vigência
estabelecida em conformidade com as
disposições nela contidas.
Art. 85. A Administração poderá contratar a
execução de obras e serviços de engenharia
pelo sistema de registro de preços, desde
que atendidos os seguintes requisitos:
I – existência de projeto padronizado, sem
complexidade técnica e operacional;
II – necessidade permanente ou frequente
de obra ou serviço a ser contratado.

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Art. 86. O órgão ou entidade gerenciadora


deverá, na fase preparatória do processo
licitatório, para fins de registro de preços,
realizar procedimento público de intenção
de registro de preços para, nos termos de
regulamento, possibilitar, pelo prazo mínimo
de 8 (oito) dias úteis, a participação de outros
órgãos ou entidades na respectiva ata e
determinar a estimativa total de quantidades
da contratação.
§ 1º O procedimento previsto no caput
deste artigo será dispensável quando o
órgão ou entidade gerenciadora for o único
contratante.
§ 2º Se não participarem do procedimento
previsto no caput deste artigo, os órgãos e
entidades poderão aderir à ata de registro
de preços na condição de não participantes,
observados os seguintes requisitos:
I – apresentação de justificativa da vantagem
da adesão, inclusive em situações de provável
desabastecimento ou descontinuidade de
serviço público;
II – demonstração de que os valores
registrados estão compatíveis com os
valores praticados pelo mercado na forma
do art. 23 desta Lei;
III – prévias consulta e aceitação do órgão ou
entidade gerenciadora e do fornecedor.
§ 3º A faculdade conferida pelo § 2º deste
artigo estará limitada a órgãos e entidades
da Administração Pública federal, estadual,
distrital e municipal que, na condição de
não participantes, desejarem aderir à ata
de registro de preços de órgão ou entidade
gerenciadora federal, estadual ou distrital.
§ 4º As aquisições ou as contratações
adicionais a que se refere o § 2º deste
artigo não poderão exceder, por órgão ou
entidade, a 50% (cinquenta por cento) dos
quantitativos dos itens do instrumento
convocatório registrados na ata de registro
de preços para o órgão gerenciador e para
os órgãos participantes.

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§ 5º O quantitativo decorrente das adesões


à ata de registro de preços a que se refere
o § 2º deste artigo não poderá exceder,
na totalidade, ao dobro do quantitativo de
cada item registrado na ata de registro de
preços para o órgão gerenciador e órgãos
participantes, independentemente do
número de órgãos não participantes que
aderirem.
§ 6º A adesão à ata de registro de preços de
órgão ou entidade gerenciadora do Poder
Executivo federal por órgãos e entidades
da Administração Pública estadual, distrital
e municipal poderá ser exigida para fins
de transferências voluntárias, não ficando
sujeita ao limite de que trata o § 5º deste artigo
se destinada à execução descentralizada de
programa ou projeto federal e comprovada
a compatibilidade dos preços registrados
com os valores praticados no mercado na
forma do art. 23 desta Lei.
§ 7º Para aquisição emergencial de
medicamentos e material de consumo
médico-hospitalar por órgãos e entidades
da Administração Pública federal, estadual,
distrital e municipal, a adesão à ata de
registro de preços gerenciada pelo Ministério
da Saúde não estará sujeita ao limite de que
trata o § 5º deste artigo.
§ 8º Será vedada aos órgãos e entidades da
Administração Pública federal a adesão à ata
de registro de preços gerenciada por órgão
ou entidade estadual, distrital ou municipal.

Do Sistema de Registro de Preços – SRP – Art. 82


É o procedimento que a Administração pode adotar para compras rotineiras de bens pa-
dronizados ou mesmo na obtenção de serviços. Trata-se de procedimento auxiliar do processo
licitatório em que as propostas serão registradas tendo em vista futuras contratações. Porém,
não há necessariamente um contrato imediato, sendo confeccionada uma ata de registro de
preços das melhores propostas apresentadas.

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Em resumo: é feita uma licitação. Dessa licitação não tem um contrato imediato. Na verda-
de, da licitação sai uma Ata de Registro de Preços onde as melhores propostas são registra-
das. Depois, surgem diversos contratos decorrentes dessa ata.
Quando o licitante vai participar de uma licitação para SRP ele já sabe disso porque o
edital vem assim: Licitação para fins de Registro de Preços de...(notebooks, Café, mesas de
escritório...)
O Decreto n. 7.892/2013 disciplina o assunto em nível federal e a Lei n. 14.133/2021 trou-
xe muitos detalhes sobre o procedimento, ao contrário da lei anterior.
A existência de preços registrados implicará compromisso de fornecimento nas condi-
ções estabelecidas, mas não obrigará a Administração a contratar, facultada a realização de
licitação específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente motivada. Assim, o
licitante que teve o preço registrado em ata fica vinculado a sua proposta, mas a Administra-
ção Pública que fez o SRP não é obrigada a utilizar a Ata podendo fazer nova licitação.
O prazo de vigência da ata de registro de preços será de 1 (um) ano e poderá ser prorro-
gado, por igual período, desde que comprovado o preço vantajoso. Esse é o prazo de validade
da Ata, mas os contratos decorrentes terão prazos diversos a depender do objeto contratual.
O edital de licitação para registro de preços observará as regras gerais desta Lei e deverá
dispor sobre o critério de julgamento da licitação, que será o de menor preço ou o de maior
desconto sobre tabela de preços praticada no mercado; (ISSO É IMPORTANTE!!)
Utilizando-se a modalidade concorrência ou pregão, o critério será menor preço ou o de
maior desconto sobre tabela de preços praticada no mercado.
O critério de julgamento de menor preço por grupo de itens somente poderá ser adotado
quando for demonstrada a inviabilidade de se promover a adjudicação por item e for eviden-
ciada a sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de preços unitários
máximos deverá ser indicado no edital. Por exemplo, em uma licitação para contratação de
tradução e revisão literária da seguinte forma:

Serviços de TRADUÇÃO/VERSÃO LITERÁRIA


GRUPO ITEM
[Português x IDIOMA x Português]

1 Subgrupo A: INGLÊS ou ESPANHOL


2 Subgrupo B: ALEMÃO, FRANCÊS ou ITALIANO
1
3 Subgrupo C: MANDARIM, JAPONÊS, RUSSO ou ÁRABE

4 Subgrupo D: IDIOMAS EXÓTICOS

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Serviços de REVISÃO LITERÁRIA


GRUPO ITEM
[Português x IDIOMA x Português]
1 Subgrupo A: INGLÊS ou ESPANHOL
2 Subgrupo B: ALEMÃO, FRANCÊS ou ITALIANO
2
3 Subgrupo C: MANDARIM, JAPONÊS, RUSSO ou ÁRABE
4 Subgrupo D: IDIOMAS EXÓTICOS

Note que há dois grupos: tradução e revisão.


Conforme a lei, a regra deve ser a possibilidade de oferta de proposta por cada item isola-
do. Assim, os licitantes poderiam dar um lance somente para um dos itens se assim quisesse.
Isso ampliaria a competição. É fato! Contudo, por questões de economicidade poderia não ser
tão interessante, na medida em que se uma empresa consegue ganhar um bloco (grupo) de
serviços a tendência é o preço diminuir.
Não sendo viável a adjudicação por item, no exemplo acima, o licitante deve oferecer a
proposta pelo grupo. Ou ofertar só para o grupo 1 ou se quiser oferta pelos dois grupos.
Assim, o critério de julgamento de menor preço por grupo de itens é exceção, a regra é ad-
judicação por item (e não um grupo). Somente, se inviável a adjudicação por item e demons-
trada a vantagem econômica será feita a adjudicação por grupo de itens como, por exemplo,
compra de impressoras e a tinta em conjunto.
Ainda sobre adjudicação por item e por grupo, é importante ressaltar que na adjudicação
por preço global de grupo de itens em Licitações pelo Sistema de Registro de Preços, o agru-
pamento de itens e sua adjudicação pelo preço global do grupo, o TCU possui entendimento
no sentido de só ser admitida, em tais casos, a contratação dos itens nas hipóteses de contra-
tação da totalidade dos itens de grupo, respeitadas as proporções de quantitativos definidos
no certame; ou contratação de item isolado para o qual o preço unitário adjudicado ao vence-
dor seja o menor preço válido ofertado para o mesmo item na fase de lances. Isso para evitar
que um licitante vença o certame, mas a Administração na hora de contratar adquira apenas
um determinado produto (item) e este produto em comparação com os demais licitantes é o
de preço mais elevado. Ou seja, no preço global o conjunto de itens o preço foi o menor, mas
o órgão acaba por adquirir somente um dos itens que tem preço mais caro que os demais que
não foram escolhidos.
É permitido registro de preços com indicação limitada a unidades de contratação, sem
indicação do total a ser adquirido, apenas nas seguintes situações: (Isso dá uma boa questão
de prova).

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Casos de cotação sem indicar o total:


• I – quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou entidade não tiver registro
de demandas anteriores;
• II – no caso de alimento perecível;
• III – no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento de bens.

O sistema de registro de preços poderá ser usado para a contratação de bens e serviços,
inclusive de obras e serviços de engenharia, observadas as condições fixadas na lei.
Contudo, para utilização de SRP para a obras e serviços de engenharia devem ser atendi-
dos os seguintes requisitos:
• I – existência de projeto padronizado, sem complexidade técnica e operacional;
• II – necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço a ser contratado.

Assim, pode ser o caso de usar o SRP para colocação de pastilhas em prédio ou até cons-
trução de casas para projetos sociais que sejam padronizadas.

Da Intenção de Registro de Preços – IRP

Como a Ata de Registro de Preços é um documento que pode vir a ser utilizado por outros
órgãos, a lei regulamentou o IRP. Trata-se de uma divulgação inicial de um órgão que pretende
fazer licitação para SRP para que façam em conjunto essa licitação. Afinal, quando se contrata
em maior quantidade, o preço tende a cair.
Então, é como um órgão falar assim: Olha órgãos, eu Ministério da Economia, vou fazer
um SRP para compra de 100 notebooks, algum órgão também quer fazer comigo. E o Minis-
tério da Justiça diz... Ah!! eu quero também 100 notebooks. Então, será uma ata para 200
computadores.
Assim, a lei fixou que o órgão ou entidade gerenciadora (órgão que irá comandar o SRP)
deverá, na fase preparatória do processo licitatório, para fins de registro de preços, realizar
procedimento público de intenção de registro de preços para, nos termos de regulamento, pos-
sibilitar, pelo prazo mínimo de 8 (oito) dias úteis, a participação de outros órgãos ou entidades
na respectiva ata e determinar a estimativa total de quantidades da contratação.
Os órgãos e entidades que não participaram do IRP poderão aderir à ata de registro de pre-
ços na condição de não participantes. É a figura do “carona” – aquele que não faz licitação para
registro de preços, mas aproveita ata realizada por outro órgão. Mas devem ser observados os
seguintes requisitos legais.
A possibilidade da “Carona” estará limitada a órgãos e entidades da Administração Pública
federal, estadual, distrital e municipal que, na condição de não participantes, desejarem aderir à
ata de registro de preços de órgão ou entidade gerenciadora federal, estadual ou distrital.
As aquisições ou as contratações adicionais dos órgãos carona não poderão exceder, por
órgão ou entidade, a 50% dos quantitativos dos itens do instrumento convocatório registrados
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na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes. Então,
se houve um SRP com IRP do ME e do MJ com total de 200 notebooks, o órgão carona até 100
notebooks, por representar 50% do total.
O limite visto acima é um limite por órgão ou entidade. Trata-se de um limite individual.
Mas há também um limite global. O quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de
preços não poderá exceder, na totalidade, ao dobro do quantitativo de cada item registrado na
ata de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes, independentemen-
te do número de órgãos não participantes que aderirem. Assim, se por exemplo mais 6 órgãos
pegam carona na ata do ME e MJ para compra de notebooks, o limite total que eles podem
adquirir será até 400 notebooks, por representar o dobro do quantitativo do item registrado.
Para aquisição emergencial de medicamentos e material de consumo médico-hospitalar
por órgãos e entidades da Administração Pública federal, estadual, distrital e municipal, a
adesão à ata de registro de preços gerenciada pelo Ministério da Saúde não estará sujeita ao
limite referido no parágrafo anterior.

Seção VI
Do Registro Cadastral
Art. 87. Para os fins desta Lei, os órgãos e
entidades da Administração Pública deverão
utilizar o sistema de registro cadastral
unificado disponível no Portal Nacional de
Contratações Públicas (PNCP), para efeito
de cadastro unificado de licitantes, na forma
disposta em regulamento.
§ 1º O sistema de registro cadastral unificado
será público e deverá ser amplamente
divulgado e estar permanentemente
aberto aos interessados, e será obrigatória
a realização de chamamento público pela
internet, no mínimo anualmente, para
atualização dos registros existentes e para
ingresso de novos interessados.
§ 2º É proibida a exigência, pelo órgão ou
entidade licitante, de registro cadastral
complementar para acesso a edital e anexos.
§ 3º A Administração poderá realizar licitação
restrita a fornecedores cadastrados,
atendidos os critérios, as condições e os
limites estabelecidos em regulamento,
bem como a ampla publicidade dos
procedimentos para o cadastramento.

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§ 4º Na hipótese a que se refere o § 3º deste


artigo, será admitido fornecedor que realize
seu cadastro dentro do prazo previsto no
edital para apresentação de propostas.
Art. 88. Ao requerer, a qualquer tempo,
inscrição no cadastro ou a sua atualização,
o interessado fornecerá os elementos
necessários exigidos para habilitação
previstos nesta Lei.
§ 1º O inscrito, considerada sua área de
atuação, será classificado por categorias,
subdivididas em grupos, segundo a
qualificação técnica e econômico-financeira
avaliada, de acordo com regras objetivas
divulgadas em sítio eletrônico oficial.
§ 2º Ao inscrito será fornecido certificado,
renovável sempre que atualizar o registro.
§ 3º A atuação do contratado no cumprimento
de obrigações assumidas será avaliada
pelo contratante, que emitirá documento
comprobatório da avaliação realizada, com
menção ao seu desempenho na execução
contratual, baseado em indicadores
objetivamente definidos e aferidos, e a
eventuais penalidades aplicadas, o que
constará do registro cadastral em que a
inscrição for realizada.
§ 4º A anotação do cumprimento de
obrigações pelo contratado, de que trata
o § 3º deste artigo, será condicionada à
implantação e à regulamentação do cadastro
de atesto de cumprimento de obrigações,
apto à realização do registro de forma
objetiva, em atendimento aos princípios da
impessoalidade, da igualdade, da isonomia,
da publicidade e da transparência, de modo
a possibilitar a implementação de medidas
de incentivo aos licitantes que possuírem
ótimo desempenho anotado em seu registro
cadastral.

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§ 5º A qualquer tempo poderá ser alterado,


suspenso ou cancelado o registro de
inscrito que deixar de satisfazer exigências
determinadas por esta Lei ou por
regulamento.
§ 6º O interessado que requerer o cadastro
na forma do caput deste artigo poderá
participar de processo licitatório até a
decisão da Administração, e a celebração do
contrato ficará condicionada à emissão do
certificado referido no § 2º deste artigo.

Do Registro Cadastral – Art. 87


Trata-se de registro com o intuito de realizar previamente a fase de habilitação dos pos-
síveis licitantes. O registro cadastral é feito antes mesmo da divulgação do edital de licitação.
Em âmbito federal, foi instituído, pela IN n. 06, de 21.07.1995, o Sistema Integrado de Ca-
dastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf – como meio de realizar o cadastro em nível
federal. E, pela lei anterior, era admitido o cadastro, mas cada Ente da Federação deveria fazer
o seu cadastro.
Com a Lei n. 14.133/2021, será um cadastro nacional!!! Assim, os órgãos e entidades da
Administração Pública deverão utilizar o sistema de registro cadastral unificado disponível
no Portal Nacional de Contratações Públicas, para efeito de cadastro unificado de licitantes.
O sistema de registro cadastral unificado será público e deverá ser amplamente divulgado
e estar permanentemente aberto aos interessados, e será obrigatória a realização de chama-
mento público pela internet, no mínimo, anualmente, para atualização dos registros existen-
tes e para ingresso de novos interessados.
Ao inscrito será fornecido certificado, renovável sempre que atualizar o registro.
A Administração poderá realizar licitação restrita a fornecedores cadastrados, atendidos
os critérios, as condições e os limites estabelecidos em regulamento, bem como a ampla pu-
blicidade dos procedimentos para o cadastramento. Essa é uma das vantagens do Cadastro,
pois para quem já está cadastrado, já apresentou os requisitos mínimos de habilitação. Então,
a fase de habilitação se torna célere e simplificada. Mesmo não estando cadastrado, será ad-
mitido fornecedor que realize seu cadastro dentro do prazo previsto no edital para apresenta-
ção de propostas. É o que não estava cadastrado e comparece depois, se cadastra e participa
da licitação.
Podemos até dizer que essa previsão da lei representa um resquício da modalidade toma-
da de preços, que era justamente dessa forma. Modalidade para interessados previamente
cadastrados. E com o mesmo erro! Admitir que não cadastrados viessem a participar.

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Além de ser um cadastro prévio a fim de agilizar a fase de habilitação, o Registro Cadas-
tral terá também por finalidade ser um Cadastro Positivo. Uma espécie de “Serasa da licita-
ção”! A atuação do contratado no cumprimento de obrigações assumidas será avaliada pelo
contratante, que emitirá documento comprobatório da avaliação realizada, com menção ao
seu desempenho na execução contratual, baseado em indicadores objetivamente definidos e
aferidos, e a eventuais penalidades aplicadas, o que constará do registro cadastral em que a
inscrição for realizada.
Assim, a empresa que cumprir irregularmente o contrato terá anotado no cadastro e todos
os demais órgãos terão acesso.

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EXERCÍCIOS
001. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa correta de acordo com as disposições da Lei n.
14.133/21 (Nova Lei de Licitações):
a) Os princípios da referida lei não se aplicam às contratações realizadas no âmbito das repar-
tições públicas sediadas no exterior.
b) Essa lei não se aplica para o caso de contratações de tecnologia da informação e de
comunicação.
c) Obras, serviços e fornecimentos de grande vulto são aqueles cujo valor estimado supera R$
500.000.000,00 (quinhentos milhões de reais).
d) Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto não seja rotineiramente
contratado pela Administração, poderá ser contratado, por prazo determinado, serviço de em-
presa ou de profissional especializado para assessorar os agentes públicos responsáveis pela
condução da licitação.
e) Entende-se por diálogo competitivo o processo administrativo de chamamento público em
que a Administração Pública convoca interessados em prestar serviços ou fornecer bens para
que, preenchidos os requisitos necessários, se credenciem no órgão ou na entidade para exe-
cutar o objeto quando convocados;

a) Errada. Alguns órgãos públicos, especialmente federais, possuem repartições em outros


países. Quando tais órgãos forem licitar devem observar as particularidades locais de com-
pras e aquisição de serviços. Contudo, nessas contratações ao menos os princípios da Lei n.
14.133/21 deverão ser observados.

Art. 1º, § 2º As contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sediadas no exterior
obedecerão às peculiaridades locais e aos princípios básicos estabelecidos nesta Lei, na forma de
regulamentação específica a ser editada por ministro de Estado.

b) Errada. A lei é sim aplicada para esse caso:

Art. 2º Esta Lei aplica-se a:


VII – contratações de tecnologia da informação e de comunicação.

c) Errada. O valor é de 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais) para ser considerado gran-
de vulto.

Art. 6º, XXII - obras, serviços e fornecimentos de grande vulto: aqueles cujo valor estimado supera
R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais);

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d) Certa. É o que estabelece a literalidade do Art. 8º § 4º da Lei n. 14.133/21:

Art. 8º, § 4º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto não seja rotineiramente
contratado pela Administração, poderá ser contratado, por prazo determinado, serviço de empresa
ou de profissional especializado para assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução
da licitação.

e) Errada. A alternativa trouxe o conceito de credenciamento:

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XLIII – credenciamento: processo administrativo de chamamento público em que a Administração
Pública convoca interessados em prestar serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os requisi-
tos necessários, se credenciem no órgão ou na entidade para executar o objeto quando convocados;
Letra d.

002. (INÉDITA/2021) Marque a alternativa que apresenta o correto conceito dos institutos da
Lei n. 14.133/21 (Nova Lei de Licitações):
a) notória especialização corresponde à qualidade de profissional ou de empresa cujo concei-
to, no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiência,
publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos relacionados
com suas atividades, permite inferir que o seu trabalho é essencial e reconhecidamente ade-
quado à plena satisfação do objeto do contrato.
b) Serviço especial de engenharia é todo serviço de engenharia que tem por objeto ações,
objetivamente padronizáveis em termos de desempenho e qualidade, de manutenção, de ade-
quação e de adaptação de bens móveis e imóveis, com preservação das características origi-
nais dos bens.
c) Obras, serviços e fornecimentos de grande vulto: aqueles cujo valor estimado supera R$
300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).
d) Empreitada por preço unitário é contratação da execução da obra ou do serviço por preço
certo e total.
e) Contratação por tarefa é o regime de contratação em que, além do fornecimento do ob-
jeto, o contratado responsabiliza-se por sua operação, manutenção ou ambas, por tempo
determinado.

a) Certa. Essa é a alternativa correta, segundo o 6º, XIX:

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XIX – notória especialização: qualidade de profissional ou de empresa cujo conceito, no campo de
sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, organiza-
ção, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos relacionados com suas atividades, permite
inferir que o seu trabalho é essencial e reconhecidamente adequado à plena satisfação do objeto
do contrato;

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Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
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b) Errada. Na verdade, esse é o conceito de serviço comum de engenharia:

a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia que tem por objeto ações, objetiva-
mente padronizáveis em termos de desempenho e qualidade, de manutenção, de adequação e de
adaptação de bens móveis e imóveis, com preservação das características originais dos bens;

c) Errada. O valor para ser considerado de grande vulto, é de duzentos milhões.

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XXII – obras, serviços e fornecimentos de grande vulto: aqueles cujo valor estimado supera R$
200.000.000,00 (duzentos milhões de reais);

d) Errada. Esse é o conceito de empreitada por preço global:

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XXIX – empreitada por preço global: contratação da execução da obra ou do serviço por preço certo
e total;

e) Errada. Este conceito corresponde ao fornecimento e prestação de serviço associado.

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XXXIV – fornecimento e prestação de serviço associado: regime de contratação em que, além do
fornecimento do objeto, o contratado responsabiliza-se por sua operação, manutenção ou ambas,
por tempo determinado;
Letra a.

003. (INÉDITA/2021) Tendo como base a Lei n. 14.133/21 (Nova Lei de Licitações), assinale
a alternativa correta:
a) A autoridade máxima do órgão ou da entidade deverá observar o princípio da segregação
de funções, permitida a designação do mesmo agente público para atuação simultânea em
funções mais suscetíveis a riscos.
b) O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e responderá individualmente
pelos atos que praticar, mesmo quando induzido a erro pela atuação da equipe.
c) Em licitação que envolva bens ou serviços especiais o agente de contratação poderá ser
substituído por comissão de contratação formada por, no mínimo, 3 (três) membros, que res-
ponderão solidariamente por todos os atos praticados pela comissão, ressalvado o membro
que expressar posição individual divergente fundamentada e registrada em ata lavrada na reu-
nião em que houver sido tomada a decisão.
d) Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto não seja rotineiramente
contratado pela Administração, poderá ser contratado, por prazo indeterminado, serviço de
empresa ou de profissional especializado para assessorar os agentes públicos responsáveis
pela condução da licitação.

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Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
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e) Qualquer agente público poderá ser designado para o desempenho das funções essenciais
à execução desta Lei, não sendo necessário qualquer qualificação especial.

a) Errada. Na realidade, é vedada a designação do mesmo agente público para atuação simul-
tânea em funções mais suscetíveis a riscos.

Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as normas de organização


administrativa indicarem, promover gestão por competências e designar agentes públicos para o
desempenho das funções essenciais à execução desta Lei que preencham os seguintes requisitos:
§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o princípio da segregação de fun-
ções, vedada a designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais
suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de
fraudes na respectiva contratação.

b) Errada. Se induzido a erro, o agente não responderá individualmente.

Art. 8º, § 1º O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e responderá individualmen-
te pelos atos que praticar, salvo quando induzido a erro pela atuação da equipe.

c) Certa. A alternativa está correta, de acordo com o § 2º do art. 8º.

Art. 8º, § 2º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, desde que observados os requisi-
tos estabelecidos no art. 7º desta Lei, o agente de contratação poderá ser substituído por comissão
de contratação formada por, no mínimo, 3 (três) membros, que responderão solidariamente por to-
dos os atos praticados pela comissão, ressalvado o membro que expressar posição individual diver-
gente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que houver sido tomada a decisão.

d) Errada. Nesse caso, o prazo será determinado

Art. 8º, § 4º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto não seja rotineiramente
contratado pela Administração, poderá ser contratado, por prazo determinado, serviço de empresa ou de
profissional especializado para assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução da licitação.

e) Errada. Segundo o inciso II do art. 7º, os agentes devem ter atribuições relacionadas a lici-
tações e contratos ou devem possuir formação compatível ou qualificação atestada por certi-
ficação profissional.

Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as normas de organização


administrativa indicarem, promover gestão por competências e designar agentes públicos para o
desempenho das funções essenciais à execução desta Lei que preencham os seguintes requisitos:
II – tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuam formação compatível ou
qualificação atestada por certificação profissional emitida por escola de governo criada e mantida
pelo poder público;
Letra c.

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Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
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004. (INÉDITA/2021) Segundo a Lei n. 14.133/21, são objetivos do processo licitatório, EXCETO:
a) Assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso
para a Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto;
b) Evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e super-
faturamento na execução dos contratos;
c) Assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição;
d) Incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.
e) Incentivar que empresas estrangeiras invistam em tecnologia no País.

A letra “e” é a única que não faz parte do rol de objetivos do processo licitatório listados no art.
11 da referida Lei.

Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:


I – assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a
Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto;
II – assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição;
III – evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e superfatu-
ramento na execução dos contratos;
IV – incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.
Letra e.

005. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que não corresponde a uma modalidade de licita-
ção prevista na Lei n. 14.133/21:
a) Concurso
b) Técnica e preço
c) Concorrência
d) Leilão
e) Diálogo competitivo

A letra “b” é alternativa que não apresenta uma modalidade de licitação, uma vez que técnica e
preço é um dos critérios para julgamento das propostas.

Art. 33. O julgamento das propostas será realizado de acordo com os seguintes critérios:
I – menor preço;
II – maior desconto;
III – melhor técnica ou conteúdo artístico;
IV – técnica e preço;
V – maior lance, no caso de leilão;
VI – maior retorno econômico.
Letra b.

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006. (INÉDITA/2021) Com a promulgação nova lei de licitações da houve uma inovação na
inserção de diversos princípios. Muitos já são conhecidos da Lei n. 8.666/93 e outros do Direito
Administrativo em geral. Desse modo, assinale a alternativa que apresenta um princípio inseri-
do na nova Lei, que não fazia parte do rol da Lei n. 8.666/93:
a) Princípio da probidade administrativa
b) Princípio do julgamento objetivo
c) Princípio da moralidade
d) Princípio da transparência
e) Princípio do desenvolvimento nacional sustentável

O princípio da transparência é o único das alternativas que foi inserido ao art. 5º por meio da
Lei n. 14.133/21. Abaixo está um quadro comparativo dos princípios que já existiam na Lei n.
8.666/93 e dos que forem inserido pelas Lei n. 14.133/21:

DOS PRINCÍPIOS
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão
observância do princípio constitucional observados os princípios da legalidade,
da isonomia, a seleção da proposta da impessoalidade, da moralidade, da
mais vantajosa para a administração publicidade, da eficiência, do interesse público,
e a promoção do desenvolvimento da probidade administrativa, da igualdade, do
nacional sustentável e será processada planejamento, da transparência, da eficácia,
e julgada em estrita conformidade com da segregação de funções, da motivação, da
os princípios básicos da legalidade, vinculação ao edital, do julgamento objetivo,
da impessoalidade, da moralidade, da segurança jurídica, da razoabilidade,
da igualdade, da publicidade, da da competitividade, da proporcionalidade,
probidade administrativa, da vinculação da celeridade, da economicidade e do
ao instrumento convocatório, do desenvolvimento nacional sustentável, assim
julgamento objetivo e dos que lhes são como as disposições do Decreto-Lei n. 4.657,
correlatos. de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro).

Letra d.

007. (INÉDITA/2021) A nova lei de licitações trouxe novos princípios a serem aplicados em pro-
cessos licitatórios. Tendo isso em vista, são princípios expressos na Lei n. 14.133/21, EXCETO:
a) Princípio da segregação de funções.
b) Princípio da boa – fé.
c) Princípio da celeridade.
d) Princípio da publicidade.
e) Princípio do julgamento objetivo.

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De acordo com a redação do art. 5º, da Lei n. 14.133/21, a boa – fé não é um princípio expresso
na nova lei.

Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da legalidade, da impessoalidade,


da moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação,
da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da compe-
titividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional
sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
Letra b.

008. (INÉDITA/2021) A inexigibilidade de licitação compreende casos em que não há o pro-


cedimento licitatório por ser inviável a competição. Mesmo que o agente público pretendesse
fazer licitação, não teria como executá-la. Segundo a nova lei de licitações, não é hipótese de
inexigibilidade:
a) Contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclu-
sivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública;
b) Aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização tornem
necessária sua escolha.
c) Aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços que só
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos;
d) Objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento;
e) Para contratação de profissionais para compor a comissão de avaliação de critérios de téc-
nica, quando se tratar de profissional técnico de notória especialização;

A letra “e” é a única alternativa que não é caso de inexigibilidade, e sim de licitação dispensável.

Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial nos casos de:
I – aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços que só pos-
sam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos;
II – contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo,
desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública;
IV – objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento;
V – aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização tornem
necessária sua escolha.
Letra e.

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009. (INÉDITA/2021) Segundo a Lei n. 14.133/21, a licitação é dispensada no caso de:


a) Para contratação que tenha por objeto bens, componentes ou peças de origem nacional ou
estrangeira necessários à manutenção de equipamentos, a serem adquiridos do fornecedor
original desses equipamentos durante o período de garantia técnica, quando essa condição de
exclusividade for indispensável para a vigência da garantia.
b) Na aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certifi-
cada, desde que inerente às finalidades do órgão ou com elas compatível.
c) Contratação de bens e serviços para atendimento dos contingentes militares das forças sin-
gulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, hipótese em que a contrata-
ção deverá ser justificada quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificada
pelo comandante da força militar.
d) Doação de bens móveis, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após
avaliação de oportunidade e conveniência socioeconômica em relação à escolha de outra for-
ma de alienação;
e) Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou ser-
viços prestados por órgão ou entidade que integrem a Administração Pública e que tenham
sido criados para esse fim específico, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado.

A letra “d” é a resposta esperada, uma vez que tal hipóteses está prevista no art. 76, II, “a” da
nova lei de licitações em que estão elencadas as hipóteses de licitação dispensada. As demais
alternativas são hipóteses de licitação dispensável, elencadas no art. 75 da Lei n. 14.133/21.

Art. 76. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse públi-
co devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
II – tratando-se de bens móveis, dependerá de licitação na modalidade leilão, dispensada a realiza-
ção de licitação nos casos de:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de oportuni-
dade e conveniência socioeconômica em relação à escolha de outra forma de alienação;
Letra d.

010. (INÉDITA/2021) Os critérios para julgamento das propostas são os chamados tipos
de licitação. O julgamento das propostas será realizado de acordo com os seguintes crité-
rios, exceto:
a) Menor lance
b) Menor preço.
c) Melhor técnica ou conteúdo artístico.
d) Técnica e preço
e) Maior retorno econômico

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Não há o critério “menor lance”. O correto é maior lance, no caso de leilão.

Art. 33. O julgamento das propostas será realizado de acordo com os seguintes critérios:
I – menor preço;
II – maior desconto;
III – melhor técnica ou conteúdo artístico;
IV – técnica e preço;
V – maior lance, no caso de leilão;
VI – maior retorno econômico.
Letra a.

011. (INÉDITA/2021) Acerca das modalidades de licitação tratadas na Lei n. 14.133/21, assi-
nale a alternativa correta:
a) É permitida a criação de outras modalidades de licitação ou, ainda, a combinação das mo-
dalidades já existentes.
b) O leilão apenas poderá ser cometido a leiloeiro oficial.
c) Diálogo competitivo é modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e com-
pras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente seleciona-
dos mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capa-
zes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o
encerramento dos diálogos
d) Concorrência é a modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou
artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para
concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor.
e) Leilão é a modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns,
cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto;

a) Errada. A lei expressamente veda a criação de outras modalidades e sua combinação.

Art. 28, § 2º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou, ainda, a combinação daque-
las referidas no caput deste artigo.

b) Errada. O leilão poderá ser cometido por leiloeiro oficial ou por servidor designado pela au-
toridade competente.

Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela autoridade com-
petente da Administração, e regulamento deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais.

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c) Certa. É o que dispõe a literalidade do inciso XLII, do art. 6º da nova lei de licitações:

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XLII – diálogo competitivo: modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras
em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados median-
te critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender
às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos
diálogos;

d) Errada. A alternativa trouxe o conceito de concurso:

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XXXIX – concurso: modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de
prêmio ou remuneração ao vencedor;

e) Errada. A alternativa tratou do conceito de pregão, não leilão.

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XLI – pregão: modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo
critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto;
Letra c.

012. (INÉDITA/2021) De acordo com as disposições da Lei n. 14.133/21, assinale a alternati-


va correta:
a) Na modalidade diálogo competitivo, a administração apresentará, por ocasião da divulga-
ção do edital em sítio eletrônico oficial, suas necessidades e as exigências já definidas e esta-
belecerá prazo mínimo de 30 (trinta) dias úteis para manifestação de interesse na participação
da licitação
b) A elaboração de projeto básico sempre será exigida antes de qualquer contratação.
c) As licitações de serviços atenderão aos princípios da padronização, quando for tecnicamen-
te viável e economicamente vantajoso; e do parcelamento, considerada a compatibilidade de
especificações estéticas, técnicas ou de desempenho.
d) É permitido ao agente público designado para atuar na área de licitações e contratos, es-
tabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou
qualquer outra entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moe-
da, modalidade e local de pagamento, mesmo quando envolvido financiamento de agência
internacional.
e) No processo de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para bens recicla-
dos, recicláveis ou biodegradáveis.

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a) Errada. O prazo correto é de 25 dias úteis.

Art. 32, § 1º Na modalidade diálogo competitivo, serão observadas as seguintes disposições:


I – a Administração apresentará, por ocasião da divulgação do edital em sítio eletrônico oficial, suas
necessidades e as exigências já definidas e estabelecerá prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias
úteis para manifestação de interesse na participação da licitação;

b) Errada. O art. 46, § 2º, é uma exceção à essa regra, em que não será necessária a elaboração
de projeto básico.

Art. 46, § 2º A Administração é dispensada da elaboração de projeto básico nos casos de contratação
integrada, hipótese em que deverá ser elaborado anteprojeto de acordo com metodologia definida em
ato do órgão competente, observados os requisitos estabelecidos no inciso XXIV do art. 6º desta Lei.

c) Errada. A alternativa trocou as definições dos princípios.

Art. 47. As licitações de serviços atenderão aos princípios:


I – da padronização, considerada a compatibilidade de especificações estéticas, técnicas ou de
desempenho;
II – do parcelamento, quando for tecnicamente viável e economicamente vantajoso.

d) Errada. A alternativa corresponde a uma vedação ao agente público.

Art. 9º É vedado ao agente público designado para atuar na área de licitações e contratos, ressalva-
dos os casos previstos em lei:
II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou
qualquer outra entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, mo-
dalidade e local de pagamento, mesmo quando envolvido financiamento de agência internacional;

e) Certa. É o que estabelece o art. 26, II, da Lei n. 14.133/21:

Art. 26. No processo de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:
I – bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras;
II – bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme regulamento.
Letra e.

013. (INÉDITA/2021) Marque a opção que define corretamente os institutos previstos na Lei
n. 14.133/21:
a) Projeto executivo é o conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa
da obra, com o detalhamento das soluções previstas no projeto básico, a identificação de ser-
viços, de materiais e de equipamentos a serem incorporados à obra, bem como suas especifi-
cações técnicas, de acordo com as normas técnicas pertinentes.

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b) Concorrência é a modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou


artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para
concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor;
c) A entidade participante é aquela responsável pela condução do conjunto de procedimentos
para registro de preços e pelo gerenciamento da ata de registro de preços dele decorrente;
d) seguro-garantia diz respeito ao seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações as-
sumidas pelo contratante.
e) Sistema de registro de preços refere-se ao conjunto de procedimentos para realização, me-
diante contratação direta ou licitação nas modalidades leilão ou concorrência, de registro for-
mal de preços relativos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação de bens para
contratações futuras.

a) Certa.

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XXVI – projeto executivo: conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa da
obra, com o detalhamento das soluções previstas no projeto básico, a identificação de serviços, de
materiais e de equipamentos a serem incorporados à obra, bem como suas especificações técnicas,
de acordo com as normas técnicas pertinentes;

b) Errada. Esse conceito refere-se à licitação na modalidade concurso.

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XXXIX – concurso: modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de
prêmio ou remuneração ao vencedor;

c) Errada. Esse é o conceito de entidade gerenciadora.

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XLVII – órgão ou entidade gerenciadora: órgão ou entidade da Administração Pública responsável
pela condução do conjunto de procedimentos para registro de preços e pelo gerenciamento da ata
de registro de preços dele decorrente;

d) Errada. O seguro – garantia é o seguro das obrigações assumidas pelo contratado, não
contratante.

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


LIV – seguro-garantia: seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas pelo con-
tratado;

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e) Errada. As modalidades corretas são pregão ou concorrência.

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XLV – sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos para realização, mediante con-
tratação direta ou licitação nas modalidades pregão ou concorrência, de registro formal de preços
relativos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação de bens para contratações futuras;
Letra a.

014. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que NÃO apresenta hipótese de licitação inexigível:
a) Para a aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços
que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos;
b) Para contratação que tenha por objeto bens, componentes ou peças de origem nacional ou
estrangeira necessários à manutenção de equipamentos, a serem adquiridos do fornecedor
original desses equipamentos durante o período de garantia técnica, quando essa condição de
exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
c) Na aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização
tornem necessária sua escolha.
d) Na contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública;
e) Para a contratação de estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos
executivos;

Todas as alternativas, exceto a letra “b” são hipóteses de licitação inexigível, extraídas do rol do
art. 74. A alternativa “b” é caso de licitação dispensável.

Art. 75. É dispensável a licitação:


IV – para contratação que tenha por objeto:
a) bens, componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira necessários à manutenção de
equipamentos, a serem adquiridos do fornecedor original desses equipamentos durante o período
de garantia técnica, quando essa condição de exclusividade for indispensável para a vigência da
garantia;
Letra b.

015. (INÉDITA/2021) São princípios expressos na nova Lei de licitações (Lei n.


14.133/21), EXCETO
a) Eficácia
b) Moralidade
c) Motivação
d) Razoabilidade
e) Efetividade

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Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
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A efetividade não é um princípio expresso no art. 5º da Lei n. 14.133/21:

Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da legalidade, da impessoalidade,


da moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação,
da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da compe-
titividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional
sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
Tendo como base as disposições da Lei n. 14.133/21 (Nova Lei de Licitações), julgue os itens
seguintes:
Letra e.

016. (INÉDITA/2021) As licitações serão realizadas preferencialmente sob a forma eletrônica,


vedada a utilização da forma presencial.

Na verdade, é admitida a utilização da forma presencial.

Art. 17, § 2º As licitações serão realizadas preferencialmente sob a forma eletrônica, admitida a
utilização da forma presencial, desde que motivada, devendo a sessão pública ser registrada em ata
e gravada em áudio e vídeo.
Errado.

017. (INÉDITA/2021) O diálogo competitivo será conduzido por comissão de contratação


composta de pelo menos 1 (um) servidor efetivo ou empregado público.

A comissão será composta por pelo menos 3(três) servidores efetivos ou empregados públi-
cos. De acordo com Art. 32, XI:

XI – o diálogo competitivo será conduzido por comissão de contratação composta de pelo menos
3 (três) servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da
Administração, admitida a contratação de profissionais para assessoramento técnico da comissão;
Errado.

018. (INÉDITA/2021) É inexigível a licitação para contratação que envolva valores inferiores a
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços
de manutenção de veículos automotores.

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Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
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Essa hipótese é um caso de dispensável, sendo que o valor corretor é de R$ 100.000,00 (Cem
mil reais) de acordo com Art. 75, I:

Art. 75. É dispensável a licitação:


I – para contratação que envolva valores inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil reais), no caso de obras
e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de veículos automotores;
Errado.

019. (INÉDITA/2021) E permitido a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação


para estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos

É vedado, de acordo com art. 74, II, da Lei n. 14.133/21:

Art. 74, II - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados de natureza predominante-
mente intelectual com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilida-
de para serviços de publicidade e divulgação:
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos;
Errado.

020. (INÉDITA/2021) Na licitação internacional não será admitida a participação de licitantes


estrangeiros, com a possibilidade de cotação de preços em moeda estrangeira, ou licitação
na qual o objeto contratual pode ou deve ser executado no todo ou em parte em território
estrangeiro

E admitida a participação de estrangeiros. De acordo com o Art. 6 º:

XXXV – licitação internacional: licitação processada em território nacional na qual é admitida a parti-
cipação de licitantes estrangeiros, com a possibilidade de cotação de preços em moeda estrangeira,
ou licitação na qual o objeto contratual pode ou deve ser executado no todo ou em parte em território
estrangeiro;
Errado.

021. (INÉDITA/2021) O processo licitatório tem por objetivo incentivar a inovação e o desen-
volvimento nacional sustentável.

Esses são objetivos do processo licitatório, de acordo com o artigo art.11:

Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos


IV – incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.
Certo.

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022. (INÉDITA/2021) A nova lei de licitação não é aplicada para a locação de bens.

Esta lei aplica-se para locação de bens, de acordo com o artigo art. 2º, III:

Art. 2º Esta Lei aplica-se a:


III – locação;
Errado.

023. (INÉDITA/2021) De acordo com a Lei n. 14.133/2021, o convite é uma modalidade de


licitação.

Com a promulgação da Lei n. 14.133/21, o convite e tomada de preço não são mais modalida-
des de licitação.
Errado.

024. (INÉDITA/2021) De acordo com a Lei n. 14.133/2021, pregão é uma modalidade de lici-
tação para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza
diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito
de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo
os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos.

Esse conceito se refere a modalidade diálogo competitivo incluído nessa lei. De acordo com
o Art. 6 º:

XLII – diálogo competitivo: modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras
em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados median-
te critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender
às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos
diálogos;
Errado.

025. (INÉDITA/2021) Leilão é uma modalidade de licitação para aquisição de bens imóveis ou
de bens móveis.

Leilão é a modalidade de licitação para alienação de bens e não para aquisição, segundo o
Art. 6 º, XL:

XL – leilão: modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis
ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance;
Errado.

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026. (INÉDITA/2021) Concorrência é a modalidade de licitação para escolha de trabalho téc-


nico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo
artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor.

O conceito está relacionado a modalidade concurso, conforme estabelece o Art. 6 º, XXXIX:

XXXIX – concurso: modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de
prêmio ou remuneração ao vencedor;
Errado.

027. (INÉDITA/2021) De acordo com a nova lei de licitações, entidade é um órgão por meio do
qual a Administração Pública atua.

Esse é o conceito de Administração. O Conceito de entidade encontra-se no Art. 6 º, II:

II – entidade: unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;


Errado.

028. (INÉDITA/2021) De acordo com a lei, no processo de contratação direta é necessário a


demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamentários com o compromis-
so a ser assumido.

De fato, esse é um dos documentos exigido pela Lei, no Art.72, inciso IV:

Art. 72. O processo de contratação direta, que compreende os casos de inexigibilidade e de dispen-
sa de licitação, deverá ser instruído com os seguintes documentos:
IV – demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamentários com o compromisso
a ser assumido;
Certo.

029. (INÉDITA/2021) De acordo com a nova lei de licitações, não são princípios que regem a
licitação a economicidade e a celeridade.

Economicidade e celeridade são princípios expressos no art.5 da Lei n. 14.133/21 que rege as
licitações públicas.

Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da legalidade, da impessoalidade,


da moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da

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igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação,
da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da compe-
titividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional
sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
Errado.

030. (INÉDITA/2021) Segundo a nova lei de licitações, é dispensada contratação que envolva
valores inferiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), no caso de outros serviços e compras.

Essa é uma hipótese de licitação dispensável, de acordo com o art. 75 II

Art. 75. É dispensável a licitação:


II – para contratação que envolva valores inferiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), no caso de
outros serviços e compras;
Errado.

031. (2021/IDECAN/PC-CE/IDECAN/2021/PC-CE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) Nas licita-


ções públicas, é correto afirmar que o sobrepreço
a) difere do superfaturamento e deve ser evitado no processo licitatório.
b) beneficia legalmente o contratante.
c) significa que a Administração Pública fixou um preço abaixo do mercado na contratação
com o particular.
d) sempre está relacionado com o valor orçado nas concorrências públicas.
e) beneficia ilegalmente o contratante.

De fato, o sobrepreço é diferente de superfaturamento, sendo que ambos devem ser evitados
no processo licitatório.
A Lei n. 14.133/21

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


LVI – sobrepreço: preço orçado para licitação ou contratado em valor expressivamente superior aos
preços referenciais de mercado, seja de apenas 1 (um) item, se a licitação ou a contratação for por
preços unitários de serviço, seja do valor global do objeto, se a licitação ou a contratação for por
tarefa, empreitada por preço global ou empreitada integral, semi-integrada ou integrada;
LVII – superfaturamento: dano provocado ao patrimônio da Administração, caracterizado, entre ou-
tras situações, por:
a) medição de quantidades superiores às efetivamente executadas ou fornecidas;
b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia que resulte em diminuição da sua
qualidade, vida útil ou segurança;

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Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
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c) alterações no orçamento de obras e de serviços de engenharia que causem desequilíbrio econô-
mico-financeiro do contrato em favor do contratado;
d) outras alterações de cláusulas financeiras que gerem recebimentos contratuais antecipados, dis-
torção do cronograma físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com custos
adicionais para a Administração ou reajuste irregular de preços;
Letra a.

032. (2022/CESPE/CEBRASPE/MJ/TÉCNICO ESPECIALIZADO/FORMAÇÃO E CAPACITA-


ÇÃO) No que se refere a fiscalização de obras rodoviárias, julgue os próximos itens.
Reajustamento é uma forma de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato,
que consiste na aplicação do índice de correção monetária previsto neste, que deve retratar a
variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais.

Certo.
A questão está em conformidade com a Lei 14.133/2021

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


(...)
LVIII – reajustamento em sentido estrito: forma de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
de contrato consistente na aplicação do índice de correção monetária previsto no contrato, que
deve retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou
setoriais;

033. (2022/CESPE/CEBRASPE/DPE-RO/ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA) Julgue os


itens a seguir, com base no disposto na Lei Federal n. 14.133/2021 acerca da utilização do
regime de contratação integrada.
I – No processo licitatório para contratação de obras e serviços de engenharia sob o regime
de contratação integrada, o valor estimado da contratação obrigatoriamente será acrescido de
parcela referente à remuneração dos riscos.
II – Na contratação integrada, os riscos decorrentes de fatos supervenientes à contratação as-
sociados à escolha da solução de projeto básico pelo contratado deverão ser alocados como
de sua responsabilidade na matriz de riscos.
III – Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande vulto ou for adotado o regime
de contratação integrada, o edital obrigatoriamente deverá contemplar matriz de alocação de
riscos entre o contratante e o contratado.
IV – Regime de contratação integrada consiste no regime de contratação de obras e serviços
de engenharia em que o contratado é responsável por elaborar e desenvolver apenas o projeto
executivo, executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços espe-
ciais e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações necessárias e suficien-
tes para a entrega final do objeto.

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Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

Letra c.
I. Errada. Pois a parcela referente à remuneração dos riscos não é obrigatória, vejamos:

Art. 23. O valor previamente estimado da contratação deverá ser compatível com os valores pratica-
dos pelo mercado, considerados os preços constantes de bancos de dados públicos e as quantida-
des a serem contratadas, observadas a potencial economia de escala e as peculiaridades do local
de execução do objeto.
(...)
§ 5º No processo licitatório para contratação de obras e serviços de engenharia sob os regimes de
contratação integrada ou semi-integrada, o valor estimado da contratação será calculado nos ter-
mos do § 2º deste artigo, acrescido ou não de parcela referente à remuneração do risco, e, sempre
que necessário e o anteprojeto o permitir, a estimativa de preço será baseada em orçamento sinté-
tico, balizado em sistema de custo definido no inciso I do § 2º deste artigo, devendo a utilização de
metodologia expedita ou paramétrica e de avaliação aproximada baseada em outras contratações
similares ser reservada às frações do empreendimento não suficientemente detalhadas no antepro-
jeto.

II. Certa. A alternativa está de acordo com a citada lei.

Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de riscos entre o contratante e o contratado,
hipótese em que o cálculo do valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco compa-
tível com o objeto da licitação e com os riscos atribuídos ao contratado, de acordo com metodologia
predefinida pelo ente federativo.
(...)
§ 4º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos decorrentes de fatos supervenien-
tes à contratação associados à escolha da solução de projeto básico pelo contratado deverão ser
alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos.

III. Certa. Conforme o art. 22 da lei:

§ 3º Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande vulto ou forem adotados os re-
gimes de contratação integrada e semi-integrada, o edital obrigatoriamente contemplará matriz de
alocação de riscos entre o contratante e o contratado.

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IV. Errada. A definição dada pela lei em seu art. 6º é:

Contratação integrada: regime de contratação de obras e serviços de engenharia em que o con-


tratado é responsável por elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar obras
e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais e realizar montagem, teste,
pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto.

034. (2022/CESPE/CEBRASPE/TCE SC/AUDITOR-FISCAL DE CONTROLE EXTERNO) No


que se refere a fiscalização de obras rodoviárias, julgue os próximos itens.
O anteprojeto é uma peça técnica com todos os subsídios necessários à elaboração do projeto
básico, não sendo possível a utilização de projetos anteriores que tenham embasado a con-
cepção proposta.

Errado.
A lei não estabelece limitações quanto a utilização de projetos anteriores, vejamos:

Art. 6º, XXIV, Lei n. 14.133/21


XXIV – anteprojeto: peça técnica com todos os subsídios necessários à elaboração do projeto bási-
co, que deve conter, no mínimo, os seguintes elementos:
(...)
g) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram a concepção proposta;

035. (2022/CESPE/CEBRASPE/TELEBRAS/ESPECIALISTA EM GESTÃO DE TELECO-


MUNICAÇÕES/ÁREA ADMINISTRATIVA) No que se refere à Lei n. 14.133/2021, julgue os
itens a seguir.
O agente de contratação será o preposto da contratada, que servirá de elo para a comunicação
com a administração pública.

Errado.
A questão está errada, pois está em desacordo com a definição da lei, o agente de contratação
será designado pela autoridade competente, entre servidores efetivos ou empregados públi-
cos dos quadros permanentes da Administração Pública:

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


(...)
LX – agente de contratação: pessoa designada pela autoridade competente, entre servidores efeti-
vos ou empregados públicos dos quadros permanentes da Administração Pública, para tomar deci-
sões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quais-
quer outras atividades necessárias ao bom andamento do certame até a homologação.

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036. (2022/CESPE/CEBRASPE/TELEBRAS/ESPECIALISTA EM GESTÃO DE TELECOMU-


NICAÇÕES/ÁREA COMERCIAL) Acerca das inovações da Lei n. 14.133/2021, julgue os pró-
ximos itens.
Visando reduzir a burocracia, a nova lei extinguiu algumas modalidades de licitação e não criou
nenhuma nova modalidade.

Errado.
A alternativa está errada, pois a nova lei de licitações incluiu como modalidade o diálogo com-
petitivo, vejamos:

Art. 28. São modalidades de licitação:


I – pregão;
II – concorrência;
III – concurso;
IV – leilão;
V – diálogo competitivo.

037. (2022/CESPE/CEBRASPE/PGDF/PROCURADOR) Com base na nova Lei de Licitações e


Contratos Administrativos (Lei n. 14.133/2021), julgue o item a seguir.
As modalidades de licitação previstas nessa lei são concorrência, concurso, leilão, tomada de
preços e convite.

Errado.
A alternativa está errada, pois tomada de preço e convite deixaram de ser modalidade de
licitação.
Nos termos do art. 28 da Lei 14.133/2021:

Art. 28. São modalidades de licitação:


I – pregão;
II – concorrência;
III – concurso;
IV – leilão;
V – diálogo competitivo.

038. (2022/CESPE/CEBRASPE/FUB/ADMINISTRADOR) A respeito das licitações e contra-


tos administrativos, observadas as Leis n. 8.666/1993 e n. 14.133/2021, bem como a jurispru-
dência do STF, julgue os itens seguintes.
Conforme os estatutos licitatórios vigentes, é permitida a combinação das modalidades de
licitação se essa associação for mais vantajosa para a administração pública.

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Errado.
A questão está incorreta, a lei expõe justamente a vedação para combinação das modalidades.

Art. 28 (...)
§ 2º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou, ainda, a combinação daquelas refe-
ridas no caput deste artigo.

039. (2022/CESPE/CEBRASPE/FUB/ADMINISTRADOR) A respeito das licitações e contra-


tos administrativos, observadas as Leis n. 8.666/1993 e n. 14.133/2021, bem como a jurispru-
dência do STF, julgue os itens seguintes.
Conforme previsto no novo Estatuto de Licitações — Lei n. 14.133/2021 —, constitui objetivo do
processo licitatório incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.

Certo.
A alternativa está em acordo com o disposto no art. 11 da referida lei:

Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:


I – assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a
Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto;
II – assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição;
III – evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e superfatu-
ramento na execução dos contratos;
IV – incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.

040. (2022/CESPE/CEBRASPE/DPE RO/ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA) De acordo


com a Lei n. 14.133/2021, concorrência é uma modalidade de licitação para contratação de
bens e serviços especiais, cujo critério de julgamento poderá ser
a) empreitada integral.
b) maior preço.
c) sistema de registro de preços.
d) maior retorno econômico.
e) ata de registro de preços.

Letra d.
A alternativa está em consonância com o disposto na lei:

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


XXXVIII – concorrência: modalidade de licitação para contratação de bens e serviços especiais e de
obras e serviços comuns e especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser:

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Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
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a) menor preço;
b) melhor técnica ou conteúdo artístico;
c) técnica e preço;
d) maior retorno econômico;
e) maior desconto;

041. (2022/CESPE/CEBRASPE/DPDF/ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA)


Ao fechar o sexto boletim de medição mensal durante a construção de determinado prédio pú-
blico, a empresa contratada pleiteou um reajustamento após um ano da data de referência do
orçamento do projeto básico. O fiscal, além de não ter aceitado o pleito, aplicou, de imediato, à
empresa uma multa, cujo valor foi glosado da referida medição, sob a alegação de a empresa
ter agido de má-fé.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens subsequentes.
Para a realização de pagamento de reajuste, deve haver no contrato, obrigatoriamente, cláusu-
la de reajustamento.

Certo.
Conforme, Art. 92, § 3º da Lei n. 14.133/21 o contrato deverá conter cláusula que estabeleça o
índice de reajustamento de preço.

Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas que estabeleçam:


(...)
§ 3º Independentemente do prazo de duração, o contrato deverá conter cláusula que estabeleça o
índice de reajustamento de preço, com data-base vinculada à data do orçamento estimado, e pode-
rá ser estabelecido mais de um índice específico ou setorial, em conformidade com a realidade de
mercado dos respectivos insumos.

042. (2022/CESPE/CEBRASPE/TCE SC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/CIÊNCIAS


CONTÁBEIS) Julgue os itens a seguir, considerando as disposições doutrinárias acerca do
direito administrativo e as previsões em vigor da Lei federal n. 14.133/2021, da Lei estadual
n. 6.745/1985 (Estatuto dos Servidores do Estado de Santa Catarina) e da Lei Complementar
estadual n. 255/2004.
As contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sediadas no exterior segui-
rão obrigatoriamente a instrução processual e os procedimentos estabelecidos na Lei n.
14.133/2021.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Lei n. 14.133/2021 – Licitação – Comentada, Comparada e Esquematizada
Gustavo Scatolino

Errado.
Lei 14.133/21, Art. 1º:

§ 2º As contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sediadas no exterior obedece-


rão às peculiaridades locais e aos princípios básicos estabelecidos nesta Lei, na forma de regula-
mentação específica a ser editada por ministro de Estado.

043. (2022/CESPE/CEBRASPE/FUNPRESP-EXE/ANALISTA DE PREVIDÊNCIA COM-


PLEMENTAR/ADMINISTRATIVA) No que se refere à Lei n. 14.133/2021, julgue os itens
subsequentes.
Na Lei n. 14.133/2021 — que abrange os poderes executivo, legislativo e judiciário, são estabe-
lecidas as normas gerais de licitação e contratação para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União e das unidades federativas do Brasil.

Certo.
A questão descreve o que está exposto na referida lei:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de licitação e contratação para as Administrações Públi-
cas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
e abrange:
I – os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos Estados e do Distrito Federal e os
órgãos do Poder Legislativo dos Municípios, quando no desempenho de função administrativa;
II – os fundos especiais e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela Adminis-
tração Pública.

044. (2022/CESPE/CEBRASPE/TCE RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/ÁREA ORGA-


NIZACIONAL/TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Determinada fundação pública estadual ce-
lebrou contrato administrativo, por dispensa de licitação, com pessoa jurídica de direito priva-
do sem fins lucrativos cujo objetivo social é a promoção da assistência social, para prestação
de serviço no valor de R$ 45 mil.
Considerando a situação hipotética apresentada e aspectos a ela relacionados, julgue os itens
a seguir, com base nas normas de regência.
A contratação sem licitação foi correta, porquanto a Lei n. 14.133/2021 prevê expressamen-
te que é dispensável a licitação quando o serviço contratado envolver valores inferiores a
R$ 50 mil.

Certo.

A hipótese de dispensa está de acordo com a legislação:


Art. 75. É dispensável a licitação:
I – para contratação que envolva valores inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil reais), no caso de obras
e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de veículos automotores; (Vide Decreto n.
10.922, de 2021) (Vigência)

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II – para contratação que envolva valores inferiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), no caso de
outros serviços e compras;

045. (2022/CESPE/CEBRASPE/TELEBRAS/ESPECIALISTA EM GESTÃO DE TELECOMUNI-


CAÇÕES/ENGENHEIRO AEROESPACIAL) Acerca das inovações da Lei n. 14.133/2021, julgue
os próximos itens.
Ao contrário da Lei n. 8.666/1993, a nova lei estabelece que, de regra, a fase de habilitação é
posterior à fase de julgamento das propostas.

Certo.
De fato, com a nova lei de licitações a fase de habilitação é posterior a de julgamento das
propostas:

Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes fases, em sequência:


I – preparatória;
II – de divulgação do edital de licitação;
III – de apresentação de propostas e lances, quando for o caso;
IV – de julgamento;
V – de habilitação;
VI – recursal;
VII – de homologação.

046. (2022/CESPE/CEBRASPE/TCE SC/AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO/CIÊN-


CIAS CONTÁBEIS/2022) Julgue o item a seguir, relativos a licitações.
A administração pública poderá optar pela aplicação combinada da Lei n. 14.133/2021 com a
Lei n. 8.666/1993 e(ou) com a Lei n. 10.520/2002, seja ao licitar, seja ao contratar diretamente.

Errado.
A questão está incorreta pois as leis não podem ser aplicadas de forma ‘’combinada’’, o que
pode haver é a aplicação das Leis n.8.666/1993 e 10.520/2002 forma subsidiária, vejamos:

Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do caput do art. 193, a Administração poderá
optar por licitar ou contratar diretamente de acordo com esta Lei ou de acordo com as leis citadas
no referido inciso, e a opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital ou no aviso
ou instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada desta Lei com as citadas no
referido inciso.

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GABARITO
1. d 17. E 33. c
2. a 18. E 34. E
3. c 19. E 35. E
4. e 20. E 36. E
5. b 21. C 37. E
6. d 22. E 38. E
7. b 23. E 39. C
8. e 24. E 40. d
9. d 25. E 41. C
10. a 26. E 42. E
11. c 27. E 43. C
12. e 28. C 44. C
13. a 29. E 45. C
14. b 30. E 46. E
15. e 31. a
16. E 32. C

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Gustavo Scatolino
Atualmente é procurador da Fazenda Nacional. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito
Administrativo e Processo Administrativo. Ex-assessor de ministro do STJ. Aprovado em vários concursos
públicos, dentre eles, analista judiciário do STJ, exercendo essa função durante cinco anos, e procurador
do Estado do Espírito Santo.

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