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Administração Financeira e Orçamentária – Prof. Sérgio Machado e Prof.

Marcel Guimarães
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Aula _ – Jurisprudências
AFO p/
Prof. Sérgio Machado
Prof. Marcel Guimarães
Atualizado em 27/04/2022
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Sumário
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................5

ORÇAMENTO PÚBLICO ............................................................................................................................ 6

CONCURSO PÚBLICO E PREVISÃO ORÇAMENTARIA. ...................................................................................................... 6


SELEÇÃO PÚBLICA E PREVISÃO ORÇAMENTARIA........................................................................................................... 6
ADI 546/DF.......................................................................................................................................................... 6
ADIN/1747-2 SANTA CATARINA, DE 22/05/02 ........................................................................................................... 7
ADI 2.198 – DIREITO FINANCEIRO (ART. 24, I, DA CF) ................................................................................................. 7
ADI 2.238 (24/06/2020) – LEI COMPLEMENTAR SOBRE FINANÇAS PÚBLICAS ................................................................. 7
ADI 5.440 – POSSIBILIDADE DE CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS MUDANÇA DE
POSICIONAMENTO: LOA É LEI FORMAL E MATERIAL ............................................................................................................... 8

CRÉDITOS ADICIONAIS ............................................................................................................................ 9

MEDIDA PROVISÓRIA E ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO ................................................................................... 9

PPA, LDO E LOA ...................................................................................................................................... 10

ADI 6.275 – PERCENTUAL MÍNIMO DE GASTOS COM ENSINO X ELABORAÇÃO DO PROJETO DE LOA – 19/08/2020............. 10
REPERCUSSÃO GERAL – LEIS QUE RESULTAM EM RENÚNCIAS FISCAIS NÃO PODEM SER ENQUADRADAS COMO LEIS
ORÇAMENTÁRIAS ........................................................................................................................................................... 10
ADI 748 - PREVISÃO DE CALENDÁRIO ESCOLAR NO PPA ............................................................................................ 10
ADI 2.464 – RESERVA DE INICIATIVA PARA LDO NÃO SE APLICA ÀS NORMAS QUE CONCEDEM BENEFÍCIOS TRIBUTÁRIOS ..... 10
ADI 2.680 – INCONSTITUCIONALIDADE DA NORMA QUE DETERMINA A EXECUÇÃO OBRIGATÓRIA DE ORÇAMENTO ELABORADO
COM PARTICIPAÇÃO POPULAR - 16/06/2020 ...................................................................................................................... 10
ADI 1.166 – CONVÊNIOS, ACORDOS E CONTRATOS QUE RESULTEM EM ENCARGOS NÃO PREVISTOS NA LOA – 25/10/2002 .. 11
IMPOSSIBILIDADE DE USO DE RECURSO DO FCDF PARA O PAGAMENTO DE DESPESAS DO EXERCÍCIO ANTERIOR AO DO
ORÇAMENTO VIGENTE (15/02/2022) ................................................................................................................................. 11
ADI 2.238 – LDO AMF – PRUDÊNCIA FISCAL DAS MEDIDAS COMPENSATÓRIAS............................................................ 11
POSSIBILIDADE DE SUBMISSÃO DE NORMAS ORÇAMENTÁRIAS AO CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE .......... 11
ADI 3.949 - PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE EXIGE QUE TODAS AS RECEITAS SEJAM PREVISTAS NA LEI ORÇAMENTÁRIA, SEM
POSSIBILIDADE DE QUALQUER EXCLUSÃO (07/08/2009) ...................................................................................................... 11
ADI 763 – ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL ...................................................................................................... 12
ADI 4.629 – COMPATIBILIDADE DA LDO EM ANO DE EDIÇÃO DE PPA .......................................................................... 12

CONTA ÚNICA ......................................................................................................................................... 13

ADI 3.577 – DEPÓSITOS JUDICIAIS (ART. 154, § 3º, DA CF) – 06/04/2020 ..................................................................... 13
ADI 3.075 – DISPONIBILIDADES DE CAIXA DOS ESTADOS (ART. 154, § 3º, DA CF) – 24/09/2014 ....................................... 13
AI 837.677 AGR – POSSIBILIDADE DE CRÉDITO DA FOLHA DE PAGAMENTO REFERENTE AO PAGAMENTO DE SERVIDORES
PÚBLICOS EM CONTA EM BANCO PRIVADO .......................................................................................................................... 13

PROCESSO LEGISLATIVO ORÇAMENTÁRIO ............................................................................................. 14

ADI 5.468 – RELATÓRIO DA CMO NÃO VINCULA A APRECIAÇÃO PELAS CASAS LEGISLATIVAS (PARECER SOBRE PROJETOS DE
LEIS ORÇAMENTÁRIAS E SOBRE CONTAS DO PRESIDENTE) ..................................................................................................... 14
ADI 1.50 – POSSIBILIDADE DE O LEGISLATIVO EMENDAR PROJETOS DE LEI COM CLÁUSULA DE RESERVA DE INICIATIVA - ........ 14
ADI 2.810 – EMENDA PARLAMENTAR CONCEDENDO AUMENTO A GRUPO DE SERVIDORES DO PODER EXECUTIVO ............... 14
ADI 5468 – IMPOSSIBILIDADE DE INTERFERÊNCIA DO JUDICIÁRIO NA FUNÇÃO DO PODER LEGISLATIVO DE EMENDAR PROJETOS
DE LEIS ORÇAMENTÁRIAS, SALVO EM SITUAÇÕES GRAVES E EXCEPCIONAIS ............................................................................... 14

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ADI 5.274 – INCONSTITUCIONALIDADE DE EMENDAS PARLAMENTARES IMPOSITIVAS NA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE SC


ANTES DA PROMULGAÇÃO DA EC 86/2015 – 30/11/2021 ..................................................................................................... 15
ADI 6.308 – INCONSTITUCIONALIDADE DE EMENDAS PARLAMENTARES IMPOSITIVAS NA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE RR EM
PATAMARES DISTINTOS DA CF/88: AS NORMAS DA CF/1988 SOBRE O PROCESSO LEGISLATIVO DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS SÃO DE
REPRODUÇÃO OBRIGATÓRIA PELO CONSTITUINTE ESTADUAL – 13/08/2020 ............................................................................ 15

VEDAÇÕES EM MATÉRIAS ORÇAMENTÁRIAS NA CF/88 ........................................................................... 17

NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA PARA A REALIZAÇÃO DE DESPESAS ....................................................... 17


ADI 2238 – REGRA DE OURO NA LRF (INCONSTITUCIONALIDADE ) – 15/09/2020 .......................................................... 17
ADI 5.897 – PRINCÍPIO DA NÃO VINCULAÇÃO DE RECEITAS DE IMPOSTOS – 02/08/2019 .................................................. 17
ADI 6.045 – INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA QUE DESTINA SUPERÁVIT APURADO NO FINAL DO EXERCÍCIO FINANCEIRO A
FUNDO PARA PAGAMENTO DE DESPESAS DO JUDICIÁRIO – 17/07/2020 ................................................................................... 17
ADI 2.059 – POSSIBILIDADE DE DESTINAÇÃO DE PERCENTUAL DE EMOLUMENTOS PARA FUNDO ESPECIAL DE ATIVIDADES DE
JUIZADOS ESPECIAIS– 09/06/2006 .................................................................................................................................. 18
ADPF 485 – IMPOSSIBILIDADE DE BLOQUEIO DE VERBAS ESTADUAIS PARA PAGAMENTO DE VALORES DEVIDOS EM AÇÕES
TRABALHISTAS – 04/02/2021 .......................................................................................................................................... 18
ADPF 616 – IMPOSSIBILIDADE DE BLOQUEIO DE RECURSOS PÚBLICOS VINCULADOS AO ORÇAMENTO DE ESTATAIS
PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO ESSENCIAL, EM REGIME NÃO CONCORRENCIAL E SEM INTUITO LUCRATIVO PRIMÁRIO PARA
PAGAMENTO DE SUAS DÍVIDAS – 21/05/2021 ..................................................................................................................... 18
ADPF 405 – IMPOSSIBILIDADE DE BLOQUEIO DE VALORES ADMINISTRADOS PELO PODER EXECUTIVO DO ESTADO DO RJ PARA
ATENDER DEMANDAS RELATIVAS A APAGAMENTO DE SALÁRIOS DE SERVIDORES ATIVOS E INATIVOS – 05/02/2018 ........................ 18

DUODÉCIMOS ......................................................................................................................................... 20

ADPF 384 – IMPOSSIBILIDADE DE RETENÇÃO DO REPASSE DE DUODÉCIMOS POR PARTE DO PODER EXECUTIVO – 08/10/2020
................................................................................................................................................................................... 20

RECEITA PÚBLICA ................................................................................................................................... 21

SÚMULAS DO STJ ................................................................................................................................................ 21


SÚMULAS DO STF ................................................................................................................................................ 21
ADI 800, RS, DE 11/06/2014 – PEDÁGIO É TARIFA (PREÇO PÚBLICO ........................................................................... 21
ADI 5.688, DE 18/02/2022 – TAXAS JUDICIÁRIAS E CUSTAS JUDICIAIS (PERTENCEM À ESPÉCIE TRIBUTÁRIAS TAXA) NÃO
CONFIGURAM BIS IN IDEM ................................................................................................................................................. 21
ADI 1.145, DE 18/12/2009 - CUSTAS, A TAXA JUDICIÁRIA E OS EMOLUMENTOS CONSTITUEM ESPÉCIE TRIBUTÁRIA, SÃO TAXAS
................................................................................................................................................................................... 21
ADIN 2.100-1, RS, DE 17/12/1999 ........................................................................................................................ 21
RE 253.906 ........................................................................................................................................................ 22

DESPESA PÚBLICA .................................................................................................................................. 23

SÚMULAS DO STJ ................................................................................................................................................ 23


SÚMULAS DO STF ................................................................................................................................................ 23
INTERVENÇÃO FEDERAL N. 470-5/SP ...................................................................................................................... 23

DESPESAS COM PESSOAL ....................................................................................................................... 24

ADI 6.533 – POSSIBILIDADE DE REMANEJAMENTO DOS LIMITES INTERNOS IMPOSTOS AOS ÓRGÃOS DO PODER LEGISLATIVO
ESTADUAL (ENTRE AL E TCE DO ESTADO DE RR) – 27/04/2021 ........................................................................................... 24
ADI 6.442, ADI 6.447, ADI 6.450 E ADI 6.525 – CONSTITUCIONALIDADE DE DISPOSITIVOS DA LR E DA LC 173/2020 NA
PROIBIÇÃO TEMPORÁRIA DE AUMENTO DE DESPESAS COM PESSOAL PARA POSSIBILITAR O ENFRENTAMENTO DE GASTOS DURANTE A
PANDEMIA DE COVID-19 – 23/03/2021 ............................................................................................................................. 24

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ADI 2238 – INTERPRETAÇÃO CONFORME AO ART. 21.II DA LRF – 15/09/2020 .............................................................. 25


ADI 2238 – POSSIBILIDADE DE DEFINIÇÃO DE LIMITES DE GASTOS COM PESSOAL PARTICULARIZADOS PARA PODERES E ÓRGÃOS
– 28/08/2020 ............................................................................................................................................................... 25
ADI 3.756 - ENQUADRAMENTO DO DF COMO ESTADO (E NÃO COMO MUNICÍPIO) PARA FINS DE LIMITES DE GASTOS COM
PESSOAL ...................................................................................................................................................................... 25
ACO 2.393 – POSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO, PELO ESTADO, DE OBSERVÂNCIA DO LIMITE DE GASTOS COM PESSOAL
MEDIANTE DECISÃO DO TC LOCA ...................................................................................................................................... 26
EXTRAVASAMENTO DE LIMITE SETORIAL DEFINIDO NA LRF NÃO IMPEDE A CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMO PELO ESTADO SE
OBSERVADO O TETO GLOBAL PREVISTO PARA GASTO COM PESSOAL – 22/09/2020 .................................................................. 26

DÍVIDA PÚBLICA ..................................................................................................................................... 27

ADI 558-MC....................................................................................................................................................... 27

LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – LRF ...............................................................................................28

PRESTAÇÃO DE CONTAS ........................................................................................................................................ 28


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA POR VIOLAÇÃO À LRF................................................................................................ 29
NOMEAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO E LIMITES DE GASTOS COM PESSOAL ..................................................................... 29
ADC 69 ............................................................................................................................................................. 30
ADI 6357 (DECISÃO DE 29/03/2020) ...................................................................................................................... 30
ADI 2.238-MC .................................................................................................................................................... 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................. 39

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Introdução
A seguir, encontram-se as principais jurisprudências relacionadas à AFO, separadas por assuntos, de
acordo com o que costumamos estudar nos nossos cursos regulares da disciplina.

Vale destacar que é mais comum a cobrança dessas jurisprudências em concursos em que a disciplina é
denominada de Direito Financeiro.

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Orçamento público
Concurso Público e previsão orçamentaria.
Ainda que sejam criados cargos durante a validade do concurso, a Administração Pública não poderá ser
compelida a nomear candidato aprovado fora do número de vagas oferecidas no edital de abertura do certame
na hipótese em que inexista dotação orçamentaria específica. Isso porque, para a criação e provimento de
novos cargos, a Administração deve observar o disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), sendo
imprescindível a demonstração do suporte orçamentário e financeiro necessário. A propósito, vale ressaltar
que o STF, em repercussão geral, identificou hipóteses excepcionais em que a Administração pode deixar de
realizar a nomeação de candidato aprovado dentro do número de vagas, desde que tenham as seguintes
características: a) superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional devem ser
necessariamente posteriores à publicação do edital do certame público; b) imprevisibilidade: a situação deve
ser determinada por circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do edital; c) gravidade:
os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser extremamente graves, implicando onerosidade
excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital; d) necessidade:
a solução drástica e excepcional de não cumprimento do dever de nomeação deve ser extremamente
necessária, de forma que a Administração somente pode adotar tal medida quando absolutamente não
existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação excepcional e imprevisível. RMS 37.700-RO,
Rei. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 4/4/2013 (Informativo n. 522)

Seleção Pública e previsão orçamentaria


Não tem direito líquido e certo à nomeação o candidato aprovado dentro do número de vagas em
processo seletivo especial destinado à contratação de servidores temporários na hipótese em que o edital
preveja a possibilidade de nomeação dos aprovados, conforme a disponibilidade orçamentaria existente, em
número inferior ou superior ao das vagas colocadas em certame. As regras a serem aplicadas no processo
seletivo especial destinado à contratação de servidores temporários devem ser as mesmas do concurso público
para cargo efetivo. Todavia, conquanto não se olvide o já decidido pelo STJ acerca do direito subjetivo que
nasce para o candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas, deve-se considerar que a
situação em análise traz circunstância peculiar — a existência de previsão no edital referente à possibilidade de
nomeação dos aprovados, conforme a disponibilidade orçamentaria existente, em número inferior ou superior
ao das vagas colocadas em certame —, o que afasta o direito líquido e certo à nomeação dos candidatos
aprovados, ainda que dentro do número de vagas previsto no edital. RMS 35.211-SP, Rei. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 2/4/2013 (Informativo no 0521).

ADI 546/DF
Ação direta de inconstitucionalidade. Arts. 4º e 5º da Lei n. 9.265, de 13 de junho de 1991, do Estado do
Rio Grande do Sul. - Tratando-se de projeto de lei de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, não
pode o Poder Legislativo assinar-lhe prazo para o exercício dessa prerrogativa sua. Não havendo aumento
de despesa, o Poder Legislativo pode emendar projeto de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, mas
esse poder não é ilimitado, não se estendendo ele a emendas que não guardem estreita pertinência com o
objeto do projeto encaminhado ao Legislativo pelo Executivo e que digam respeito a matéria que também é da

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iniciativa privativa daquela autoridade. Ação julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade dos
artigos 4º e 5º da Lei n. 9.265, de 13 de junho de 1991, do Estado do Rio Grande do Sul.

ADIN/1747-2 Santa Catarina, de 22/05/02


Orçamento Participativo. Lei Complementar Estadual que prevê a realização de audiências regionais
promovida pela Assembleia Legislativa, para colher propostas de investimentos públicos prioritários a incluir
no orçamento público do Estado, com a participação despida de caráter compulsório de representantes do
Executivo e Judiciário, não ofende ao princípio da separação entre os poderes. Do mesmo modo, não afronta
a separação de poderes o encaminhamento do relatório final das propostas à Secretaria da Fazenda ou a
previsão de convocação do Secretário para prestar esclarecimentos sobre as razões da sua não inclusão de
proposta orçamentaria de iniciativa do Executivo.

ADI 2.198 – Direito Financeiro (art. 24, I, da CF)


Lei federal 9.755/1998. Autorização para que o TCU crie sítio eletrônico denominado Contas Públicas para
a divulgação de dados tributários e financeiros dos entes federados. (...) O sítio eletrônico gerenciado pelo TCU
tem o escopo de reunir as informações tributárias e financeiras dos diversos entes da Federação em um único
portal, a fim de facilitar o acesso dessas informações pelo público. Os documentos elencados no art. 1º da
legislação já são de publicação obrigatória nos veículos oficiais de imprensa dos diversos entes federados. A
norma não cria nenhum ônus novo aos entes federativos na seara das finanças públicas, bem como não há em
seu texto nenhum tipo de penalidade por descumprimento semelhante àquelas relativas às hipóteses de
intervenção federal ou estadual previstas na CF, ou, ainda, às sanções estabelecidas na LRF. Ausência de
inconstitucionalidade formal por ofensa ao art. 163, I, da CF, o qual exige a edição de lei complementar para a
regulação de matéria de finanças públicas. Trata-se de norma geral voltada à publicidade das contas públicas,
inserindo-se na esfera de abrangência do direito financeiro, sobre o qual compete à União legislar
concorrentemente, nos termos do art. 24, I, da CF. [ADI 2.198, rel. min. Dias Toffoli, j. 11-4-2013, P, DJE de 19-
8-2013.]

ADI 2.238 (24/06/2020) – Lei Complementar sobre Finanças Públicas


O fato de ter se referido à lei complementar no singular, e não no plural não significa que todas as matérias
referidas nos incisos do art. 163 devessem ser disciplinadas por um mesmo diploma legislativo, mas sim a
imposição constitucional de uma espécie normativa específica para regulamentar as matérias previstas nesse
artigo. A exigência constitucional em estatuir que a regulamentação das matérias compreendidas em finanças
públicas há de fazer-se necessariamente pela espécie normativa “lei complementar” foi observada pelo
Congresso Nacional, tendo, portanto, sido respeitada a reserva legal absoluta, existente, como na presente
hipótese, quando a norma constitucional exige, para sua integral regulamentação, a edição de lei formal,
entendida como ato normativo emanado do Congresso Nacional elaborado de acordo com o devido processo
legislativo constitucional. Observe-se, ainda, não ser razoável exigir, sem previsão constitucional explícita, que
a disciplina geral das finanças públicas seja formalizada mediante lei única, restringindo a legítima atuação
legiferante do Congresso Nacional, pois tal regime não decorre do teor do art. 163, tampouco do art. 30 da EC
19/1998, que teve por escopo apenas estabelecer um prazo máximo para a iniciativa do Executivo na matéria.
[ADI 2.238, voto do rel. min. Alexandre de Moraes, j. 24-6-2020, P, DJE de 15-9-2020.]

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ADI 5.440 – Possibilidade de controle abstrato de constitucionalidade das leis


orçamentárias Mudança de posicionamento: LOA é Lei formal e material
É possível a impugnação, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, de leis orçamentárias.
Assim, é cabível a propositura de ADI contra lei orçamentária, lei de diretrizes orçamentárias e lei de abertura
de crédito extraordinário.

STF. Plenário. ADI 5449 MC - Referendo/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 10/3/2016 (Info 817).

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Créditos adicionais
Medida Provisória e abertura de crédito extraordinário
Em conclusão, o Tribunal, por maioria, deferiu cautelar pleiteada em ação direta proposta pelo Partido da
Social Democracia Brasileira - PSDB para suspender a vigência da Medida Provisória 405/2007, estendendo a
decisão a sua lei de conversão (Lei 11.658/2008), que abre crédito extraordinário, em favor da Justiça Eleitoral
e de diversos órgãos do Poder Executivo — v. Informativos 502 e 505.

Entendeu-se haver um patente desvirtuamento dos parâmetros constitucionais que permitiriam a


edição de medidas provisórias para a abertura de créditos extraordinários. Salientou-se, inicialmente, que
a abertura de crédito extraordinário por meio de medida provisória não seria vedada, em princípio, pela
Constituição Federal (art. 62, § 1º, I, d). Afirmou-se, entretanto, que a Constituição, além dos requisitos de
relevância e urgência (art. 62), imporia que a abertura do crédito extraordinário fosse feita apenas para
atender a despesas imprevisíveis e urgentes, sendo exemplos dessa imprevisibilidade e urgência as
despesas decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública (CF, art. 167, § 3). Considerou-se
que, pela leitura da exposição de motivos da Medida Provisória 405/2007, os créditos abertos seriam destinados
a prover despesas correntes que não estariam qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência. Asseverou-
se que, não obstante fosse possível identificar situações específicas caracterizadas pela relevância dos temas,
como créditos destinados à redução dos riscos de introdução da gripe aviaria, às operações de policiamento
nas rodovias federais e de investigação, repressão e combate ao crime organizado e para evitar a invasão de
terras indígenas, fatos que necessitariam, impreterivelmente, de recursos suficientes para evitar o
desencadeamento de uma situação de crise, seriam aportes financeiros destinados à adoção de mecanismo de
prevenção em relação a situações de risco previsíveis, ou seja, situações de crise ainda não configurada.

ADI 4048 MC/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 14/5/2008.

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PPA, LDO e LOA


ADI 6.275 – Percentual Mínimo de Gastos com Ensino x Elaboração do Projeto
de LOA – 19/08/2020
A gradação de percentual mínimo de recursos destinados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino
não pode acarretar restrições às competências constitucionais do Poder Executivo para a elaboração das
propostas de leis orçamentárias. Inteligência do art. 165 da Constituição Federal. [ADI 6.275, rel. min. Alexandre
de Moraes, j. 8-6-2020, P, DJE de 19-8-2020.]

Repercussão Geral – Leis que Resultam em Renúncias Fiscais não podem ser
enquadradas como leis orçamentárias
A norma não reserva à iniciativa privativa do presidente da República toda e qualquer lei que cuide de
tributos, senão apenas a matéria tributária dos Territórios. Também não incide, na espécie, o art. 165 da CF,
uma vez que a restrição nele prevista limita-se às leis orçamentárias plano plurianual, lei de diretrizes
orçamentárias e lei orçamentária anual e não alcança os diplomas que aumentem ou reduzam exações fiscais.
Ainda que acarretem diminuição das receitas arrecadadas, as leis que concedem benefícios fiscais tais como
isenções, remissões, redução de base de cálculo ou alíquota não podem ser enquadradas entre as leis
orçamentárias a que se referem o art. 165 da CF. [ARE 743.480 RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 10-10-
2013, P, DJE de 20-11-2013, Tema 682.]

ADI 748 - Previsão de calendário Escolar no PPA


A previsão do calendário rotativo escolar na lei que institui o Plano Plurianual parece legitimar o exercício,
pelo chefe do Executivo, do seu poder regulamentar, tornando possível, desse modo, a implantação dessa
proposta pedagógica mediante decreto. [ADI 748 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 1º-7-1992, P, DJ de 6-11-1992.]

ADI 2.464 – Reserva de Iniciativa para LDO não se aplica às Normas que
concedem Benefícios Tributários
Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 553/2000 do Estado do Amapá. Desconto no pagamento
antecipado do IPVA e parcelamento do valor devido. Benefícios tributários. Lei de iniciativa parlamentar. (...) A
reserva de iniciativa prevista no art. 165, II, da Carta Magna, por referir-se a normas concernentes às diretrizes
orçamentárias, não se aplica a normas que tratam de direito tributário, como são aquelas que concedem
benefícios fiscais. [ADI 2.464, rel. min. Ellen Gracie, j. 11-4-2007, P, DJ de 25-5-2007.] = RE 601.348 ED, rel. min.
Ricardo Lewandowski, j. 22-11-2011, 2ª T, DJE de 7-12-2011

ADI 2.680 – Inconstitucionalidade da norma que determina a execução


obrigatória de orçamento elaborado com participação popular - 16/06/2020
Inconstitucionalidade da norma que determina a execução obrigatória de orçamento elaborado com
participação popular, inserida no § 4º do artigo 149 da Constituição Estadual. Vinculação da vontade popular
na elaboração de leis orçamentárias contraria a competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo. [ADI
2.680, rel. min. Gilmar Mendes, j. 29-5-2020, P, DJE de 16-6-2020.]

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ADI 1.166 – Convênios, acordos e contratos que resultem em encargos não


previstos na LOA – 25/10/2002
Dispositivo que, ao submeter à Câmara Legislativa distrital a autorização ou aprovação de convênios,
acordos ou contratos de que resultem encargos não previstos na lei orçamentária, contraria a separação de
poderes, inscrita no art. 2º da CF. [ADI 1.166, rel. min. Ilmar Galvão, j. 5-9-2002, P, DJ de 25-10-2002.]

Impossibilidade de uso de recurso do FCDF para o pagamento de despesas do


exercício anterior ao do orçamento vigente (15/02/2022)
Uso de recursos do FCDF para o pagamento de despesas do exercício anterior ao do orçamento vigente.
Impossibilidade. Ofensa aos arts. 165, III, XIV, c/c art. 167, II, ambos da CF e ao princípio da anualidade
orçamentária (...). [ACO 3.414 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-12-2021, P, DJE de 15-2-2022.]

ADI 2.238 – LDO AMF – Prudência Fiscal das Medidas Compensatórias


Ação direta de inconstitucionalidade. Lei Complementar 101/2000. Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
(...) O art. 4º, § 4º, da LRF estipula exigência adicional do processo legislativo orçamentário, não significando
qualquer risco de descumprimento do art. 165, § 2º, da CF. (...) A internalização de medidas compensatórias,
conforme enunciadas pelo art. 17 e 24 da LRF, no processo legislativo é parte de projeto de amadurecimento
fiscal do Estado, de superação da cultura do desaviso e da inconsequência fiscal, administrativa e gerencial. A
prudência fiscal é um objetivo expressamente consagrado pelo art. 165, § 2º, da Constituição Federal. [ADI
2.238, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 24-6-2020, P, DJE de 15-9-2020.]

Possibilidade de Submissão de Normas orçamentárias ao Controle Abstrato de


Constitucionalidade
Controle abstrato de constitucionalidade de normas orçamentárias. Revisão de jurisprudência. O STF
deve exercer sua função precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando
houver um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do caráter geral ou
específico, concreto ou abstrato de seu objeto. Possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao
controle abstrato de constitucionalidade. [ADI 4.048 MC, rel. min. Gilmar Mendes, j. 14-5-2008, P, DJE de 22-
8-2008.] = ADI 4.049 MC, rel. min. Ayres Britto, j. 5-11-2008, P, DJE de 8-5-2009 ≠ ADI 1.716, rel. min. Sepúlveda
Pertence, j. 19-12-1997, P, DJ de 27-3-1998

ADI 3.949 - Princípio da universalidade exige que todas as receitas sejam


previstas na lei orçamentária, sem possibilidade de qualquer exclusão
(07/08/2009)
Apesar da existência de termo final de vigência da CPMF e da DRU [Desvinculação das Receitas da União]
(31-12-2007), não seria exigível outro comportamento do Poder Executivo, na elaboração da proposta
orçamentária, e do Poder Legislativo, na sua aprovação, que não o de levar em consideração, na estimativa de
receitas, os recursos financeiros provenientes dessas receitas derivadas, as quais já eram objeto de proposta de
emenda constitucional (PEC 50, de 2007). O princípio da universalidade em matéria orçamentária exige que
todas as receitas sejam previstas na lei orçamentária, sem possibilidade de qualquer exclusão. [ADI 3.949 MC,
rel. min. Gilmar Mendes, j. 14-8-2008, P, DJE de 7-8-2009.]

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ADI 763 – Orçamento da Seguridade Social


Não compromete a autonomia do orçamento da seguridade social (...) a atribuição, à Secretaria da
Receita Federal de administração e fiscalização da contribuição em causa. [ADI 1.417, rel. min. Octavio Gallotti,
j. 2-8-1999, P, DJ de 23-3-2001.] = ADI 763, rel. min. Edson Fachin, j. 25-11-2015, P, DJE de 4-12-2015

ADI 4.629 – Compatibilidade da LDO em ano de edição de PPA


O art. 35, § 2º, I, do ADCT dispõe que a lei do plano plurianual tem vigência até ‘o final do primeiro exercício
financeiro do mandato presidencial subsequente’, com início no segundo ano de mandato. Assim, no ano em
que for editado o PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias deve ser compatível com o plano então vigente (CF,
art. 166, § 4º). [ADI 4.629, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 20-9-2019, P, DJE de 3-10-2019.]

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Conta Única
ADI 3.577 – Depósitos Judiciais (art. 154, § 3º, da CF) – 06/04/2020
O art. 29, caput e parágrafo único, da Medida Provisória 2.192-70/2001 possibilita que os depósitos
judiciais outrora geridos por instituição financeira oficial sejam mantidos na instituição financeira privatizada
ou na instituição adquirente do controle acionário daquela, estabelecendo, com isso, generalização
incompatível com art. 164, § 3º, da Constituição Federal, segundo o qual os depósitos públicos deverão ser
mantidos preferencialmente em instituições financeiras oficiais. [ADI 3.577, rel. min. Dias Toffoli, j. 14-2-2020,
P, DJE de 6-4-2020.]

ADI 3.075 – Disponibilidades de Caixa dos Estados (art. 154, § 3º, da CF) –
24/09/2014
As disponibilidades de caixa dos Estados-membros, dos órgãos ou entidades que os integram e das
empresas por eles controladas deverão ser depositadas em instituições financeiras oficiais, cabendo,
unicamente, à União Federal, mediante lei de caráter nacional, definir as exceções autorizadas pelo art. 164, §
3º, da Constituição da República [ADI 2.661 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 5-6-2002, P, DJ de 23-8-2002.] = ADI
3.075, rel. min. Gilmar Mendes, j. 24-9-2014, P, DJE de 5-11-2014

AI 837.677 Agr – Possibilidade de crédito da folha de pagamento referente ao


pagamento de servidores públicos em conta em banco privado
Constitucional. Estados, Distrito Federal e Municípios: disponibilidade de caixa: depósito em
instituições financeiras oficiais. CF, art. 164, § 3º. Servidores públicos: crédito da folha de pagamento em conta
em banco privado: inocorrência de ofensa ao art. 164, § 3º, CF. [Rcl 3.872 AgR, rel. min. Carlos Velloso, j. 14-12-
2003, P, DJ de 12-5-2006.] = AI 837.677 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 3-4-2012, 2ª T, DJE de 8-5-2012

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Processo Legislativo Orçamentário


ADI 5.468 – Relatório da CMO não vincula a apreciação pelas Casas Legislativas
(parecer sobre projetos de leis orçamentárias e sobre contas do Presidente)
O relatório da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) do Congresso
Nacional, mercê de ostentar confessadamente motivação ideologicamente enviesada, não vincula, per se, a
apreciação pelas Casas Legislativas do Parlamento Federal. [ADI 5.468, rel. min. Luiz Fux, j. 30-6-2016, P, DJE
de 2-8-2017.]

ADI 1.50 – Possibilidade de o Legislativo emendar projetos de lei com cláusula


de reserva de iniciativa -
O poder de emendar projetos de lei, que se reveste de natureza eminentemente constitucional, qualifica-
se como prerrogativa de ordem político-jurídica inerente ao exercício da atividade legislativa. Essa prerrogativa
institucional, precisamente por não traduzir corolário do poder de iniciar o processo de formação das leis (RTJ
36/382, 385 – RTJ 37/113 – RDA 102/261), pode ser legitimamente exercida pelos membros do Legislativo, ainda
que se cuide de proposições constitucionalmente sujeitas à cláusula de reserva de iniciativa (ADI 865/MA, rel.
min. Celso de Mello), desde que, respeitadas as limitações estabelecidas na Constituição da República, as
emendas parlamentares
(a) não importem em aumento da despesa prevista no projeto de lei,

(b) guardem afinidade lógica (relação de pertinência) com a proposição original e

(c) tratando-se de projetos orçamentários (CF, art. 165, I, II e III), observem as restrições fixadas no art.
166, §§ 3º e 4º, da Carta Política (...).
[ADI 1.050 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 21-9-1994, P, DJ de 23-4-2004.]

ADI 2.810 – Emenda Parlamentar concedendo aumento a grupo de servidores


do Poder Executivo
Os dispositivos impugnados resultam de emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa do Executivo.
Por meio da referida emenda, conferiu-se a um grupo de servidores do poder Executivo um aumento de
remuneração não previsto no projeto de lei original. Ocorre que o art. 61, § 1º, II, a, e o art. 63, I, da CF vedam o
aumento da despesa prevista nos projetos de iniciativa exclusiva do chefe do Poder Executivo, ressalvando
apenas o disposto no art. 166, §§ 3º e 4º, CF. [ADI 2.810, voto do rel. min. Roberto Barroso, j. 20-4-2016, P, DJE
de 10-5-2016.]

ADI 5468 – Impossibilidade de Interferência do Judiciário na função do Poder


Legislativo de emendar projetos de leis orçamentárias, salvo em situações graves
e excepcionais
Por maioria, a ADI foi julgada improcedente, dela resultando a seguinte tese:

“Salvo em situações graves e excepcionais, não cabe ao Poder Judiciário, sob pena de violação ao
princípio da separação de Poderes, interferir na função do Poder Legislativo de definir receitas e despesas da

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Administração Pública, emendando projetos de leis orçamentárias, quando atendidas as condições previstas
no artigo 166, parágrafos 3º e 4º, da Constituição Federal”.

ADI 5.274 – Inconstitucionalidade de Emendas Parlamentares Impositivas na


Constituição Estadual de SC antes da promulgação da EC 86/2015 – 30/11/2021
Ao enumerarem percentuais específicos para as emendas impositivas, de execução obrigatória, os §§ 9º
a 20 do art. 166 da Constituição da República buscaram compatibilizar a discricionariedade do Executivo e a
importância do Legislativo na elaboração do orçamento, harmonizando e reequilibrando a divisão entre os
Poderes. As Emendas Constitucionais 86/2015 e 100/2019 reforçaram o anterior caráter autorizativo das
previsões orçamentárias, nos termos da norma constitucional originária, modificada desde as alterações da
Constituição da República. A norma questionada, promulgada em 18.12.2014, foi inserida na Constituição de
Santa Catarina antes das modificações promovidas no art. 166 da Constituição da República sem observar
sequer os limites estipulados pelas Emendas Constitucionais 86/2015 e 100/2019. Inexistência de
constitucionalidade superveniente. Ao impor ao Poder Executivo a obrigatoriedade de execução das
prioridades do orçamento a Emenda à Constituição de Santa Catarina 70/2014 contrariou o princípio da
separação dos poderes e a regra constitucional do caráter meramente formal da lei orçamentária até então em
vigor na Constituição da República. [ADI 5.274, rel. min. Cármen Lúcia, j. 19-10-2021, Plenário, DJE de 30-11-
2021.]

ADI 6.308 – Inconstitucionalidade de Emendas Parlamentares Impositivas na


Constituição Estadual de RR em patamares distintos da CF/88: as normas da
CF/1988 sobre o processo legislativo das leis orçamentárias são de reprodução
obrigatória pelo constituinte estadual – 13/08/2020
Ação direta de inconstitucionalidade contra dispositivos da Constituição do Estado de Roraima, da Lei de
Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual (para o exercício de 2020) desse mesmo ente federado.
As normas impugnadas estabelecem, em síntese, limites para aprovação de emendas parlamentares
impositivas em patamar diferente do imposto pelo art. 166, §§ 9º e 12, da CF/1988, com a redação dada pelas
Emendas Constitucionais 86/2015 e 100/2019, e pelo art. 2º da EC 100/2019. (...) A figura das emendas
parlamentares impositivas em matéria de orçamento público, tanto individuais como coletivas, foi introduzida
no Estado de Roraima antes de sua previsão no plano federal, que só ocorreu com as ECs 86/2015 e 100/2019.
Legislação estadual que dispôs em sentido contrário às normas gerais federais então existentes sobre o tema,
o que não é admitido na seara das competências concorrentes. Inexistência de constitucionalidade
superveniente no Direito brasileiro. Não bastasse isso, apesar de a Constituição Federal ter passado a prever as
emendas parlamentares impositivas em matéria orçamentária, fixou limites diferentes daqueles que haviam
sido adotados pelo Estado de Roraima. As normas da CF/1988 sobre o processo legislativo das leis
orçamentárias são de reprodução obrigatória pelo constituinte estadual. Aplicabilidade do princípio da simetria
na espécie. (...) Medida cautelar deferida, para que, até o julgamento definitivo da presente ação direta, as
previsões constantes dos §§ 3º, 3º-A, 4º, 6º, 7º, 8º e 9º, do art. 113, da Constituição do Estado de Roraima,
acrescidos pelas Emendas Constitucionais 41/2014 e 61/2019, dos §§ 1º, 2º, 4º, 5º e 6º, do art. 24, da Lei
1.327/2019 (Lei de Diretrizes Orçamentárias), e do art. 8º da Lei 1.371/2020 (Lei Orçamentária Anual, para o
exercício de 2020), ambas do Estado de Roraima, observem os limites impostos pela Constituição Federal para
as emendas parlamentares impositivas, individuais e coletivas, com as alterações introduzidas pelas Emendas

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Constitucionais 86/2015 e 100/2019 (art. 166, §§ 9º e 12, da CF/1988, e art. 2º da EC 100/2019). [ADI 6.308 MC
REF, rel. min. Roberto Barroso, j. 29-6-2020, P, DJE de 13-8-2020.]

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Vedações em Matérias Orçamentárias na CF/88


Necessidade de autorização orçamentária para a realização de despesas
Determinação judicial de construção de creches pelo Município. Despesas públicas: necessidade de
autorização orçamentária: CF, art. 167. Fumus boni juris e periculum in mora ocorrentes. Concessão de efeito
suspensivo ao recurso extraordinário diante da possibilidade de ocorrência de graves prejuízos aos cofres
públicos municipais. [Pet 2.836 QO, rel. min. Carlos Velloso, j. 11-2-2003, 2ª T, DJ de 14-3-2003.]

ADI 2238 – Regra de Ouro na LRF (inconstitucionalidade ) – 15/09/2020


Ação direta de inconstitucionalidade. Lei Complementar 101/2000. Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
(...) Ao prever limite textualmente diverso da regra do art. 167, III, da CF, o art. 12, § 2º, da LRF enseja
interpretações distorcidas do teto a ser aplicado às receitas decorrentes de operações de crédito, pelo que a
ação deve ser parcialmente provida, nesse ponto, para dar interpretação conforme ao dispositivo para o fim de
explicitar que a proibição não abrange operações de crédito autorizadas mediante créditos suplementares ou
especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. [ADI 2.238, rel. min.
Alexandre de Moraes, j. 24-6-2020, P, DJE de 15-9-2020.]

ADI 5.897 – Princípio da não vinculação de receitas de impostos – 02/08/2019


O artigo 167, IV, da Constituição Federal veda o estabelecimento de vinculação de receitas proveniente
de impostos, quando não previstas ou autorizadas na Constituição Federal, porquanto cerceia o poder de
gestão financeira do chefe do Poder Executivo e obsta o custeio das despesas urgentes, imprevistas ou
extraordinárias, que se façam necessárias ao longo do exercício financeiro, tanto mais que deve dar-se
aplicação aos recursos de receita pública consoante critérios de responsabilidade fiscal consentâneos com os
anseios democráticos. (...) A vedação à vinculação da receita é norma que preserva a separação dos poderes, o
princípio democrático e a responsabilidade fiscal, de modo que o artigo 167, IV, da Constituição faz jus à sua
simétrica aplicação por todos os entes da Federação. A destinação de recursos para as ações e serviços públicos
de saúde figura dentre as exceções à regra constitucional de vedação à vinculação de receitas, máxime por estar
expressamente estabelecida no texto constitucional. [ADI 5.897, rel. min. Luiz Fux, j. 24-4-2019, P, DJE de 2-8-
2019.]

ADI 6.045 – Inconstitucionalidade de norma que destina superávit apurado no


final do exercício financeiro a fundo para pagamento de despesas do Judiciário
– 17/07/2020
Na forma do artigo 43, inciso I, § 1º, da Lei 4.320/1964, eventual superávit apurado ao final do exercício
financeiro há de ser incorporado à conta única do Tesouro, viabilizando aos Poderes Executivo, responsável
pela contabilidade das receitas, e Legislativo a definição do orçamento estadual, observado o princípio da
separação dos poderes – artigo 2º da Constituição Federal. (...) Conflita com a Constituição Federal norma a
direcionar, a fundo voltado ao pagamento de despesas do Judiciário, em caráter automático e compulsório,
saldo orçamentário positivo, considerada a vedação à ‘vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa’ – artigos 2º e 167, inciso IV, da Lei Maior. [ADI 6.045, rel. min. Marco Aurélio, j. 22-6-2020, P, DJE de
17-7-2020.]

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ADI 2.059 – Possibilidade de destinação de percentual de emolumentos para


Fundo Especial de Atividades de Juizados Especiais– 09/06/2006
Preceito de lei estadual que destina 3% dos emolumentos cobrados pelas serventias extrajudiciais ao
Fundo Especial para Instalação, Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do Estado do Mato Grosso do Sul não ofende o disposto no art. 167, IV, da CF. [ADI 2.129, rel.
min. Eros Grau, j. 26-4-2006, P, DJ de 16-6-2006.] = ADI 2.059, rel. min. Eros Grau, j. 26-4-2006, P, DJ de 9-6-
2006

Obs: emolumentos não são impostos; logo, podem ser vinculados.

ADPF 485 – Impossibilidade de bloqueio de verbas estaduais para pagamento


de valores devidos em ações trabalhistas – 04/02/2021
Verbas estaduais não podem ser objeto de bloqueio, penhora e/ou sequestro para pagamento de valores
devidos em ações trabalhistas, ainda que as empresas reclamadas detenham créditos a receber da
administração pública estadual, em virtude do disposto no art. 167, VI e X, da CF, e do princípio da separação
de poderes (art. 2º da CF). [ADPF 485, rel. min. Roberto Barroso, j. 7-12-2020, P, DJE de 4-2-2021.]

ADPF 616 – Impossibilidade de bloqueio de recursos públicos vinculados ao


orçamento de estatais prestadoras de serviço público essencial, em regime não
concorrencial e sem intuito lucrativo primário para pagamento de suas dívidas
– 21/05/2021
Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de serviço público essencial, em
regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário não podem ser bloqueados ou sequestrados por
decisão judicial para pagamento de suas dívidas, em virtude do disposto no art. 100 da CF/1988, e dos princípios
da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF), da separação dos poderes (arts. 2°, 60, § 4°, III, da CF) e da
eficiência da administração pública (art. 37, caput, da CF). [ADPF 616, rel. min. Roberto Barroso, j. 21-5-2021,
P, Informativo 1.018.]

ADPF 405 – Impossibilidade de bloqueio de valores administrados pelo Poder


Executivo do Estado do RJ para atender demandas relativas a apagamento de
salários de servidores ativos e inativos – 05/02/2018

As reiteradas decisões do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e do TRT 1ª Região que
resultaram em bloqueio, arresto, penhora, sequestro e liberação de valores administrados pelo Poder Executivo
do Estado do Rio de Janeiro para atender demandas relativas a pagamento de salário de servidores ativos e
inativos, satisfação imediata de créditos de prestadores de serviços e tutelas provisórias definidoras de
prioridades na aplicação de recursos públicos traduzem, em seu conjunto, ato do poder público passível de
controle pela via da arguição de descumprimento de preceito fundamental (...). Expropriações de numerário
existente nas contas do Estado do Rio de Janeiro, para saldar os valores fixados nas decisões judiciais que
alcancem recursos de terceiros, escriturados contabilmente, individualizados ou com vinculação orçamentária
específica implicam alteração da destinação orçamentária de recursos públicos e remanejamento de recursos
entre categorias de programação sem prévia autorização legislativa, o que não se concilia com o art. 167, VI e
X, da Constituição da República. A aparente usurpação de competências constitucionais reservadas ao Poder

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Executivo – exercer a direção da administração – e ao Poder Legislativo – autorizar a transposição,


remanejamento ou transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão
para outro – sugere lesão aos arts. 2º; 84, II; e 167, VI e X, da Carta Política. [ADPF 405 MC, rel. min. Rosa Weber,
j. 14-6-2017, P, DJE de 5-2-2018.]

ADI 4.409 – Exaurimento de Medida Provisória que abre crédito extraordinário


nos 4 últimos meses do exercício.
Medida provisória que abre crédito extraordinário não se exaure no ato de sua primeira aplicação. Ela
somente se exaure ao final do exercício financeiro para o qual foi aberto o crédito extraordinário nela referido.
Hipótese em que a abertura do crédito se deu nos últimos quatro meses do exercício, projetando-se, nos limites
de seus saldos, para o orçamento do exercício financeiro subsequente (§ 2º do art. 167 da CF). [ADI 4.049 MC,
rel. min. Ayres Britto, j. 5-11-2008, P, DJE de 8-5-2009.]

ADI 4.049 – Desvirtuamento de parâmetros constitucionais na edição de


medidas para a abertura de créditos extraordinários – 08/05/2009
Limites constitucionais à atividade legislativa excepcional do Poder Executivo na edição de medidas provisórias
para abertura de crédito extraordinário. Interpretação do art. 167, § 3º, c/c o art. 62, § 1º, I, d, da Constituição.
Além dos requisitos de relevância e urgência (art. 62), a Constituição exige que a abertura do crédito
extraordinário seja feita apenas para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. Ao contrário do que ocorre
em relação aos requisitos de relevância e urgência (art. 62), que se submetem a uma ampla margem de
discricionariedade por parte do presidente da República, os requisitos de imprevisibilidade e urgência (art. 167,
§ 3º) recebem densificação normativa da Constituição. Os conteúdos semânticos das expressões "guerra",
"comoção interna" e "calamidade pública" constituem vetores para a interpretação/aplicação do art. 167, § 3º,
c/c o art. 62, § 1º, I, d, da Constituição. "Guerra", "comoção interna" e "calamidade pública" são conceitos que
representam realidades ou situações fáticas de extrema gravidade e de consequências imprevisíveis para a
ordem pública e a paz social, e que dessa forma requerem, com a devida urgência, a adoção de medidas
singulares e extraordinárias. A leitura atenta e a análise interpretativa do texto e da exposição de motivos da
MP 405/2007 demonstram que os créditos abertos são destinados a prover despesas correntes, que não estão
qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência. A edição da MP 405/2007 configurou um patente
desvirtuamento dos parâmetros constitucionais que permitem a edição de medidas provisórias para a abertura
de créditos extraordinários. [ADI 4.048 MC, rel. min. Gilmar Mendes, j. 14-5-2008, P, DJE de 22-8-2008.] = ADI
4.049 MC, rel. min. Ayres Britto, j. 5-11-2008, P, DJE de 8-5-2009

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Duodécimos
ADPF 384 – Impossibilidade de retenção do repasse de duodécimos por parte
do Poder Executivo – 08/10/2020
A retenção do repasse de duodécimos por parte do Poder Executivo configura ato abusivo e atentatório
a ordem constitucional brasileira. [ADPF 384, rel. min. Edson Fachin, j. 6-8-2020, P, DJE de 8-10-2020.]

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Receita pública
Súmulas do STJ
Súmula n. 447 - Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda
retido na fonte proposta por seus servidores.

Súmulas do STF
Súmula n. 545 - Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles,
são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as
instituiu.

ADI 800, RS, de 11/06/2014 – Pedágio é Tarifa (Preço Público


Para o STF, o pedágio é tarifa (preço público) em razão de não ser cobrado compulsoriamente de quem
não utilizar a rodovia; ou seja, é uma retribuição facultativa paga apenas mediante o uso voluntário do serviço.
Assim, o pedágio não é cobrado indistintamente das pessoas, mas somente daquelas que desejam
trafegar pelas vias e somente naquelas em que é exigido esse valor a título de conservação.

STF. Plenário. ADI 800/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 11/6/2014 (Info 750).

ADI 5.688, de 18/02/2022 – Taxas judiciárias e custas judiciais (pertencem à


espécie tributárias taxa) não configuram bis in idem
Consoante a jurisprudência da Corte, taxas judiciárias e custas judiciais, embora pertençam à espécie
tributária taxa, possuem características distintas, não havendo que se falar em bis in idem na cobrança de
ambos os tributos.

[ADI 5.688, red. do ac. min. Dias Toffoli, j. 25-10-2021, P, DJE de 18-2-2022.]

ADI 1.145, de 18/12/2009 - Custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem


espécie tributária, são taxas
As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem espécie tributária, são taxas, segundo a
jurisprudência iterativa do STF. (...) Impossibilidade da destinação do produto da arrecadação, ou de parte
deste, a instituições privadas, entidades de classe e Caixa de Assistência dos Advogados. Permiti-lo importaria
ofensa ao princípio da igualdade. Precedentes do STF.

[ADI 1.145, rel. min. Carlos Velloso, j. 3-10-2002, P, DJ de 8-11-2002.]

Vide MS 28.141, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 10-2-2011, P, DJE de 1º-7-2011

Vide RE 233.843, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 1º-12-2009, 2ª T, DJE de 18-12-2009

ADIN 2.100-1, RS, de 17/12/1999


O STF entendeu ser constitucional lei de diretrizes orçamentarias que estabelece vinculação de
percentuais a programas, após pedido de inconstitucionalidade pelo governador do Rio Grande do Sul. Os
dispositivos foram acrescidos por emendas parlamentares. Não obstante, entender o governador que haveria

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usurpação de suas prerrogativas, para o STF é admissível a inclusão de emendas parlamentares desde que
compatíveis com o PPA.

RE 253.906
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO. REPARTIÇÃO DO ICMS. ART. 158, IV E 161,
l, DA CF/88. RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR. USINA HIDRELÉTRICA. RESERVATÓRIO. ÁREAS
ALAGADAS, 1. Hidrelétrica cujo reservatório de água se estende por diversos municípios. Ato do Secretário de
Fazenda que dividiu a receita do ICMS devida aos municípios pelo "valor adicionado" apurado de modo
proporcional às áreas comprometidas dos municípios alagados. 2. Inconstitucionalidade formal do ato
normativo estadual que disciplina o "valor adicionado". Matéria reservada à lei complementar federal.
Precedentes. 3. Estender a definição de apuração do adicional de valor, de modo a beneficiar os municípios em
que se situam os reservatórios de água representa a modificação dos critérios de repartição das receitas
previstos no art. 158

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Despesa pública
Súmulas do STJ
STJ, Súmula n. 144- Os créditos de natureza alimentícia gozam de preferência, desvinculados os precatórios
da ordem cronológica dos créditos de natureza diversa.

STJ, Súmula n. 311- Os atos do presidente do tribunal que disponham sobre processamento e pagamento de
precatório não têm caráter jurisdicional.

Súmulas do STF
STF, Súmula Vinculante n. 17. Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição não
incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.

Súmula n. 647. Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e
militar do Distrito Federal.

Súmula n. 655. A exceção prevista no art. 100, “caput”, da constituição, em favor dos créditos de natureza
alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a isentá-los da observância da ordem
cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outra natureza.

Súmula n. 733. Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de precatórios.

Intervenção Federal n. 470-5/SP


O STF entendeu não haver necessidade para intervenção federal nos estados membros, quando do
não cumprimento de precatórios judiciais, se não houver uma intenção deliberada e dolosa destes com a
intenção do não pagamento. Há, conforme a corte, diversas obrigações a serem cumpridas pela Administração
com igual valor. Ademais os estados devem cumprir o princípio da continuidade do serviço público. Acrescenta
que a intervenção é medida máxima devendo atender à proporcionalidade. O caso tratava da não inclusão do
precatório referente a alimentos no orçamento.

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Despesas com Pessoal


ADI 6.533 – Possibilidade de remanejamento dos limites internos impostos aos
órgãos do Poder Legislativo Estadual (entre AL e TCE do Estado de RR) –
27/04/2021
Embora a repartição proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente
líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação da Lei de
Responsabilidade Fiscal, seja o critério padrão, a ser observado na maioria dos casos, o art. 20, II, a, e § 1º, da
LRF, deve ser interpretado em consonância com a conjuntura pretérita e atual dos entes federativos que,
recém-criados pela Constituição Federal de 1988, ainda não dispunham de um aparato administrativo
consolidado para concretizar suas atribuições quando da edição da Lei Complementar 101/2000. Em situações
excepcionais, em que comprovada a efetiva necessidade decorrente da dificuldade de gastos com pessoal para
o desempenho de suas atribuições, afigura-se possível o remanejamento dos limites internos impostos aos
órgãos do Poder Legislativo Estadual. Viabilidade, em tese, do remanejamento proporcional da distribuição
interna do limite global da receita corrente líquida para as despesas com pessoal entre a Assembleia Legislativa
e o Tribunal de Contas do Estado de Roraima, desde que observado, em absoluto, o percentual máximo
estabelecido pela LRF e as reais necessidades orçamentárias dos órgãos envolvidos. [ADI 6.533, rel. min.
Alexandre de Moraes, j. 13-4-2021, P, DJE de 27-4-2021.]

ADI 6.442, ADI 6.447, ADI 6.450 e ADI 6.525 – Constitucionalidade de


Dispositivos da LR e da LC 173/2020 na proibição temporária de aumento de
despesas com pessoal para possibilitar o enfrentamento de gastos durante a
pandemia de Covid-19 – 23/03/2021
Quanto à alteração do art. 65 da LRF, o art. 7º da LC 173/2020 nada mais fez do que possibilitar uma
flexibilização temporária das amarras fiscais impostas pela LRF em caso de enfrentamento de calamidade
pública reconhecida pelo Congresso Nacional. A norma do art. 8º da LC 173/2020 estabeleceu diversas
proibições temporárias direcionadas a todos os entes públicos, em sua maioria ligadas diretamente ao aumento
de despesas com pessoal. Nesse sentido, a norma impugnada traz medidas de contenção de gastos com
funcionalismo, destinadas a impedir novos dispêndios, congelando-se o crescimento vegetativo dos existentes,
permitindo, assim, o direcionamento de esforços para políticas públicas de enfrentamento da calamidade
pública decorrente da pandemia da COVID-19. Os arts. 7º e 8º da LC 173/2020 pretendem, a um só tempo, evitar
que a irresponsabilidade fiscal do ente federativo, por incompetência ou populismo, seja sustentada e
compensada pela União, em detrimento dos demais entes federativos. (...) As providências estabelecidas nos
arts. 7º e 8º da LC 173/2020 versam sobre normas de direito financeiro, cujo objetivo é permitir que os entes
federados empreguem esforços orçamentários para o enfrentamento da pandemia e impedir o aumento de
despesas ao fim do mandato do gestor público, pelo que se mostra compatível com o art. 169 da Constituição
Federal. Não há redução do valor da remuneração dos servidores públicos, uma vez que apenas proibiu-se,
temporariamente, o aumento de despesas com pessoal para possibilitar que os entes federados enfrentem as
crises decorrentes da pandemia de COVID-19, buscando sempre a manutenção do equilíbrio fiscal. [ADI 6.442,
ADI 6.447, ADI 6.450 e ADI 6.525, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 15-3-2021, P, DJE de 23-3-2021.]

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ADI 2238 – Interpretação Conforme ao art. 21.II da LRF – 15/09/2020


Ação direta de inconstitucionalidade. Lei Complementar 101/2000. Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
(...) Ao prever sanção para o descumprimento de um limite específico de despesas considerados os servidores
inativos, o art. 21, II, da LRF propicia ofensa ao art. 169, caput, da CF, uma vez que este remete à legislação
complementar a definição de limites de despesa com pessoal ativo e inativo, pelo que a ação deve ser
parcialmente provida, nesse ponto, para dar interpretação conforme ao dispositivo no sentido de que se
entenda como limite legal o previsto em lei complementar. [ADI 2.238, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 24-6-
2020, P, DJE de 15-9-2020.]

ADI 2238 – Possibilidade de definição de limites de gastos com pessoal


particularizados para poderes e órgãos – 28/08/2020
A definição de um teto de gastos particularizado, segundo os respectivos poderes ou órgãos afetados
(art. 20 da LRF), não representa intromissão na autonomia financeira dos Entes subnacionais. Reforça, antes, a
autoridade jurídica da norma do art. 169 da CF, no propósito, federativamente legítimo, de afastar dinâmicas
de relacionamento predatório entre os Entes componentes da Federação. [ADI 2.241, rel. min. Alexandre de
Moraes, j. 22-8-2019, P, DJE de 28-8-2020.]

ADI 3.756 - Enquadramento do DF como Estado (e não como Município) para


fins de limites de gastos com pessoal
O Distrito Federal é uma unidade federativa de compostura singular, dado que: a) desfruta de
competências que são próprias dos Estados e dos Municípios, cumulativamente (art. 32, § 1°, CF); b) algumas
de suas instituições elementares são organizadas e mantidas pela União (art. 21, XIII e XIV, CF); c) os serviços
públicos a cuja prestação está jungido são financiados, em parte, pela mesma pessoa federada central, que é a
União (art. 21, XIV, parte final, CF). Conquanto submetido a regime constitucional diferenciado, o Distrito
Federal está bem mais próximo da estruturação dos Estados-membros do que da arquitetura constitucional
dos Municípios. Isto porque: a) ao tratar da competência concorrente, a Lei Maior colocou o Distrito Federal em
pé de igualdade com os Estados e a União (art. 24); b) ao versar o tema da intervenção, a Constituição dispôs
que a "União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal" (art. 34), reservando para os Municípios um
artigo em apartado (art. 35); c) o Distrito Federal tem, em plenitude, os três orgânicos Poderes estatais, ao
passo que os Municípios somente dois (inciso I do art. 29); d) a Constituição tratou de maneira uniforme os
Estados-membros e o Distrito Federal quanto ao número de deputados distritais, à duração dos respectivos
mandatos, aos subsídios dos parlamentares, etc. (§ 3º do art. 32); e) no tocante à legitimação para propositura
de ação direta de inconstitucionalidade perante o STF, a Magna Carta dispensou à Mesa da Câmara Legislativa
do Distrito Federal o mesmo tratamento dado às assembleias legislativas estaduais (inciso IV do art. 103); f) no
modelo constitucional brasileiro, o Distrito Federal se coloca ao lado dos Estados-membros para compor a
pessoa jurídica da União; g) tanto os Estados-membros como o Distrito Federal participam da formação da
vontade legislativa da União (arts. 45 e 46). A LC 101/2000 conferiu ao Distrito Federal um tratamento rimado
com a sua peculiar e favorecida situação tributário-financeira, porquanto desfruta de fontes cumulativas de
receitas tributárias, na medida em que adiciona às arrecadações próprias dos Estados aquelas que timbram o
perfil constitucional dos Municípios. Razoável é o critério de que se valeram os dispositivos legais agora
questionados. Se irrazoabilidade houvesse, ela estaria em igualar o Distrito Federal aos Municípios, visto que o
primeiro é, superlativamente, aquinhoado com receitas tributárias. Ademais, goza do favor constitucional de

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não custear seus órgãos judiciário e ministerial público, tanto quanto a sua defensoria pública, polícias civil e
militar e ainda seu corpo de bombeiros militar. [ADI 3.756, rel. min. Ayres Britto, j. 21-6-2007, P, DJ de 19-10-
2007.] Vide AC 2.197 MC-REF, rel. min. Celso de Mello, j. 13-11-2008, P, DJE de 13-11-2009

ACO 2.393 – Possibilidade de comprovação, pelo Estado, de observância do


limite de gastos com pessoal mediante decisão do TC loca
É possível a comprovação, pelo Estado, da observância do limite de gastos com pessoal, mediante decisão
do Tribunal de Contas local, visando a concessão, pela União, de garantia em empréstimos contratados com
instituições financeiras nacionais e internacionais. [ACO 2.393, rel. min. Marco Aurélio, j. 8-2-2021, P, DJE de
11-3-2021.]

Extravasamento de limite setorial definido na LRF não impede a contratação de


empréstimo pelo Estado se observado o teto global previsto para gasto com
pessoal – 22/09/2020
O extravasamento setorial de limite fixado na Lei Complementar 101/2000 não é obstáculo à contratação,
pelo Estado, de empréstimo, quando observado o teto global previsto a título de gasto com pessoal. [ACO
1.214, rel. min. Marco Aurélio, j. 31-8-2020, P, DJE de 22-9-2020.]

Observação: depois das mudanças trazidas pela LC 178/2021, as sanções da LRF passaram a ser aplicadas para
o poder e órgão e não mais para o ente federativo. Logo, a aplicação desse poderá necessitar de revisão pelo
STF.

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Dívida pública
ADI 558-MC
Ação direta de inconstitucionalidade: impugnação a vários preceitos da constituição do Estado do Rio de
Janeiro (...) 5. Intervenção estadual no município por suspensão da dívida fundada (CF, art. 35, l): Impugnação
a norma constitucional local, que exclui a intervenção, "quando o inadimplemento esteja vinculado a gestão
anterior" (C. Est. RJ, art. 352, parag. único): suspensão liminar concedida.

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Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF


Atenção ao quadro no final desta seção!

Prestação de contas
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - LC 101/2000. DEVER
DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO EM PRESTAR CONTAS AO PODER LEGISLATIVO LOCAL. CÂMARA
MUNICIPAL DE TIMON - MARANHÃO. 1. Trata-se de Ação Civil Pública por Obrigação de Fazer proposta pelo
Ministério Público estadual contra Maria do Socorro Almeida Waquim - Prefeita - com o escopo de obrigá-la a
prestar contas do município, perante a Câmara Legislativa de Timon/MA, relativas aos exercícios financeiros
dos anos de 2005-2009. 2. A Lei de Responsabilidade Fiscal foi clara ao reger o controle, a transparência e a
fiscalização da gestão fiscal. Dessa forma, não há dificuldade para o operador do Direito interpretar todos
os dispositivos do capítulo IV da Lei 101/2000. Mesmo que o exegeta recorra apenas à interpretação literal
irá concluir que o chefe do executivo deverá apresentar as contas de sua gestão ao órgão do poder
legislativo competente. 3. No caso dos autos, as contas deverão ser apresentadas na Câmara Municipal de
Timon, que fica a 427 quilômetros de São Luis, Capital do Estado do Maranhão, sede do Tribunal de Contas do
Estado. Interpretação diversa desta desestimulará o cidadão que deseja fiscalizar as contas do seu município.
4. É dever do chefe do Poder Executivo municipal facilitar o controle e a fiscalização das contas públicas
pelo cidadão. Para isso, elas deverão ser prestadas ao órgão competente do Poder Legislativo local. 5. O
Poder Judiciário estadual não pode fugir de sua missão de zelar pelo cumprimento das leis e da Constituição
Federal. Assim sendo, deverá buscar cumprir permanentemente os valores expostos na Carta Magna,
principalmente os concernentes à legalidade, à moralidade e à publicidade dos atos administrativos. Somente
dessa maneira, estará obedecendo ao princípio da supremacia do interesse público sobre o particular. 6. A
apresentação incompleta da documentação à Câmara municipal não satisfaz o preceituado pela norma de
regência da matéria - Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto a recorrida deve complementar a sua
prestação de contas, para que os cidadãos e instituições possam consultá-la. 7. Recurso Especial provido.

(STJ - REsp: 1617145 MA 2016/0199141-9, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento:
07/02/2017, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 06/03/2017)

Esta seguinte é um pouco grande, por isso eu vou trazer somente as partes destacas.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS DE SECRETÁRIO DE


ESTADO. CONTROLE EXTERNO. DECISÕES DE TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO. ALEGADA
INCOMPETÊNCIA: INOCORRÊNCIA. NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA DO MODELO FEDERAL. PRINCÍPIO DA
SIMETRIA. ARTS. 71, INC. II, E 75 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. JULGADO RECORRIDO CONSOANTE
À JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.
O Tribunal de Contas tem competência para julgar e aplicar em caso de ilegalidade de despesas ou
irregularidades de contas, as sanções previstas em lei, contrariamente ao que alega o apelante.

O exercício da competência de julgamento pelo Tribunal de Contas não fica subordinado ao crivo posterior
do Poder Legislativo.

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A aprovação política das contas presidenciais não libera do julgamento de suas contas específicas os
responsáveis diretos pela gestão financeira das inúmeras unidades orçamentárias do próprio Poder
Executivo.

Nesse mesmo sentido: Tribunal de Contas dos Estados: competência: observância compulsória do modelo
federal: inconstitucionalidade de subtração ao Tribunal de Contas da competência do julgamento das
contas das Mesas das Câmaras Municipais.

(STF - RE: 783598 RO, Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 06/05/2014, Data de
Publicação: DJe-090 DIVULG 12/05/2014 PUBLIC 13/05/2014)

Improbidade administrativa por violação à LRF


EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
APLICABILIDADE DA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA A EX-PREFEITO, POR VIOLAÇÃO À LEI DE
RESPONSABILIDADE FISCAL. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECONHECIMENTO DO ELEMENTO
SUBJETIVO. IMPRESCINDIBILIDADE DE REEXAME DAS CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICO-PROBATÓRIAS.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7 DO STJ. REVISÃO DAS SANÇÕES IMPOSTAS. PRINCÍPIOS DA
PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. VERIFICAÇÃO. INAPLICABILIDADE. 1. A Lei de Improbidade
Administrativa é aplicável a ilícitos praticados por agentes políticos, ainda que por violação a atos de
gestão fiscal, excetuando-se, apenas, aqueles agentes que, por força de disposição constitucional,
possuem foro por prerrogativa de função em razão da prática de crimes de responsabilidade. Precedentes.
2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é consolidada no sentido de exigir a prova de dolo para
imputação de atos de improbidade administrativa ao agente. A aferição da presença de referido elemento
subjetivo neste Tribunal encontra óbice na Súmula 7/STJ. Precedentes. 3. A revisão das sanções impostas ao
agente somente será possível caso explicitamente violados critérios de razoabilidade e proporcionalidade pelo
acórdão originário. Do contrário, incidente o óbice da Súmula 7 /STJ. 4. Embargos de divergência a que se nega
provimento.
(STJ - EREsp: 1344725 RJ 2012/0195672-0, Relator: Ministro BENEDITO GONÇALVES, Data de
Julgamento: 27/03/2019, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 01/04/2019)

Nomeação em concurso público e limites de gastos com pessoal


PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
CONCURSO PÚBLICO. NOMEAÇÃO. LIMITE DE GASTOS COM PESSOAL. LEI DE RESPONSABILIDADE
FISCAL. DECISÃO JUDICIAL. EXCEÇÃO. COMPROVAÇÃO DE VIOLAÇÃO DA LRF. INCIDÊNCIA DA SÚMULA
7/STJ. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça se firmou no sentido de que os limites orçamentários
previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, no que se refere às despesas com pessoal do ente público, não
podem servir de fundamento para o não cumprimento de direitos subjetivos do servidor, sobretudo na
hipótese de despesas provenientes de decisão judicial. 2. Não há no acórdão combatido informações a
respeito da comprovação pelo recorrente da impossibilidade de nomeação da parte agravada em virtude de
violação da LRF. Dessa forma, para se aferir tal questão, seria imprescindível o reexame do conjunto fático-
probatório dos autos, o que é defeso na via eleita, em razão do óbice da Súmula 7/STJ. 3. Agravo interno a que
se nega provimento.

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(STJ - AgInt no AREsp: 1186584 DF 2017/0263530-5, Relator: Ministro OG FERNANDES, Data de


Julgamento: 12/06/2018, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/06/2018)

ADC 69
Com pedido de medida liminar, a fim de confirmar a constitucionalidade de dispositivos da LRF que
tratam do limite de gastos com pessoal, especialmente a soma dos gastos com inativos e pensionistas.

Alguns tribunais de contas estaduais têm alterado o conceito de despesas públicas com pessoal e deixado
de incluir as despesas com pensionistas e inativos e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) nos limites
dessa rubrica. Isso tem permitido que estados assumam novos compromissos financeiros, aumentando seu
grau de endividamento.

Observação: a ADC perdeu o objeto após a alteração do art. 169 da CF por meio da EC 109/2021, que passou a
considerar que a despesa com pensionista também estaria sujeita aos limites estabelecidos em lei
complementar.

ADI 6357 (Decisão de 29/03/2020)


Liminar deferida ad referendum (MIN. ALEXANDRE DE MORAES)
"(...) Diante do exposto, CONCEDO A MEDIDA CAUTELAR na presente ação direta de inconstitucionalidade,
ad referendum do Plenário desta SUPREMA CORTE, com base no art. 21, V, do RISTF, para CONCEDER
INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO FEDERAL, aos artigos 14, 16, 17 e 24 da Lei de
Responsabilidade Fiscal e 114, caput, in fine e § 14, da Lei de Diretrizes Orçamentárias/2020, para, durante a
emergência em Saúde Pública de importância nacional e o estado de calamidade pública decorrente de COVID-
19, afastar a exigência de demonstração de adequação e compensação orçamentárias em relação à
criação/expansão de programas públicos destinados ao enfrentamento do contexto de calamidade gerado pela
disseminação de COVID-19. Ressalto que, a presente MEDIDA CAUTELAR se aplica a todos os entes
federativos que, nos termos constitucionais e legais, tenham decretado estado de calamidade pública
decorrente da pandemia de COVID-19. Intime-se com urgência. Publique-se. "

ADI 2.238-MC
Essa foi bem completa e suspendeu alguns dispositivos da LRF. Vou colocar aqui o julgamento por completo, mas já
adianto que a melhor forma de assimilar essas informações é com o quadro que será apresentado em seguida.

ADI 2238-5 (Decisão de 22/08/2019)


• julgar procedente a ação direta no que se refere ao art. 9º, § 3º, da Lei Complementar nº 101/2000
(separação entre os Poderes);

• julgou improcedente o pedido formulado na ação direta no que se refere aos arts. 7º, caput, e § 1º; 18, §
1º; 26, § 1º; 28, § 2º; 29, inc. I, e § 2º; 39; 59, § 1º, inc. IV; e art. 68, caput;
• por unanimidade, julgou parcialmente procedente a ação em relação ao art. 12, § 2º, da LRF, conferindo
interpretação conforme ao dispositivo (regra de ouro observada no momento da elaboração e
aprovação do PLOA - planejamento);

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• art. 21, inc. II, da Lei de Responsabilidade Fiscal, julgou parcialmente procedente a ação, para conferir
interpretação conforme, no sentido de que se entenda como limite legal o previsto em lei
complementar (limite legal de comprometimento aplicado às despesas com inativos);

• julgou procedente a ação em relação ao art. 56, caput, vencido o Ministro Marco Aurélio, que dava
interpretação conforme; e (c) julgou procedente a ação no que se refere ao art. 57, caput (contas de
governo);

ADI 2238-5 (Decisão de 24/06/2020)

• Declarada a inconstitucionalidade parcial, sem redução de texto, do art. 23, § 1º.


• Declarada a inconstitucionalidade do art. 23, § 2º.

EMENTA: CONSTITUCIONAL. MEDIDA CAUTELAR EM AÇAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.


LEI COMPLEMENTAR № 101, DE 04 DE MAIO DE 2000 (LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL). MEDIDA
PROVISÓRIA № 1.980-22/2000. Lei Complementar n^ 101/2000. Não-conhecimento.

l - Os §§ 2º e 3º do art. 7º da LC n. 101/00 veiculam matérias que fogem à regulação por lei complementar,
embora inseridas em diploma normativo dessa espécie. Logo, a suposta antinomia entre esses dispositivos e o
art. 4º da Medida Provisória n. 1.980-22/00 haverá de ser resolvida segundo os princípios hermenêuticos
aplicáveis à espécie, sem nenhuma conotação de natureza constitucional. Ação não conhecida.

II - Ação prejudicada quanto ao inciso I do art. 30 da LC n. 101/00, dado que já expirado o prazo da norma
de caráter temporário. Lei Complementar n. 101/2000. Vício formal. Inexistência.
III - O parágrafo único do art. 65 da Constituição Federal só determina o retorno do projeto de lei à
Casa iniciadora se a emenda parlamentar introduzida acarretar modificação no sentido da proposição
jurídica.

IV - Por abranger assuntos de natureza diversa, pode-se regulamentar o art. 163 da Constituição por
meio de mais de uma lei complementar. Lei Complementar n. 101/200. Vícios materiais. Cautelar indeferida.

V - O inciso II do § 2º do art. 4º apenas obriga Estados e Municípios a demonstrarem a viabilidade das


metas programadas, em face das diretrizes traçadas pela "política económica do Governo Federal (políticas
creditícia e de juros, previsões sobre inflação etc.), o que não encontra óbice na Constituição.

VI - Art. 4º, § 4º: a circunstância de certos elementos informativos deverem constar de determinado
documento (Lei de Diretrizes Orçamentarias) não impede que venham eles a ser reproduzidos em outro,
principalmente quando destinado à apresentação do primeiro, como simples reiteração dos argumentos nele
contidos.

VII -Art. 7°, caput: norma de natureza fiscal, disciplinadora da realização da receita, e não norma vinculada
ao Sistema Financeiro Nacional.
VIII - Art. 7º, § 1º: a obrigação do Tesouro Nacional de cobrir o resultado negativo do Banco Central do
Brasil não constitui utilização de créditos ilimitados pelo Poder Público.

IX-Arts. 9°, § 5°, 26, § 1°, 29, § 2º e 39, caput, incisos e parágrafos: o Banco Central do Brasil age, nos
casos, como executor da política económica, e não como órgão central do Sistema Financeiro Nacional.

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X - Art. 11, parágrafo único: por se tratar de transferências voluntárias, as restrições impostas aos entes
beneficiários que se revelem negligentes na instituição, previsão e arrecadação de seus próprios tributos não
são incompatíveis com o art. 160 da Constituição Federal.

XI - Art. 14, inciso II: medida cautelar indeferida.

XII -Art. 15: o dispositivo apenas torna efetivo o cumprimento do plano plurianual, das diretrizes
orçamentarias e dos orçamentos anuais, não inibindo a abertura de créditos adicionais previstos no art. 166 da
Carta Política.

XIII -Art. 17 e §§ 1º a 7º: que o aumento de despesa de caráter continuado esteja condicionado à
redução de despesa ou aumento de receita, também em caráter continuado, é proposição que, por achar-
se em sintonia com a lógica, não pode ser obviamente considerada responsável pelo engessamento de
qualquer dos Poderes de Estado ou órgãos da Administração e, portanto, ofensiva ao princípio da separação
dos Poderes. Pela mesma razão, não se pode ver como atentatória ao princípio da autonomia dos entes
federados. O incremento da arrecadação pelas formas indicadas no § 3º do art. 17 da LRF se reveste de
previsibilidade e se presta, por isso, para um cálculo de compensação, que há de ser, tanto quanto possível,
exato.
XIV - Art. 18, § 1º: a norma visa a evitar que a terceirização de mão de obra venha a ser utilizada com o
fim de ladear o limite de gasto com pessoal. Tem, ainda, o mérito de erguer um dique à contratação
indiscriminada de prestadores de serviço, valorizando o servidor público e o concurso.
XV - Art. 20: o art. 169 da Carta Magna não veda que se faça uma distribuição entre os Poderes dos limites
de despesa com pessoal; ao contrário, para tornar eficaz o limite, há de se dividir internamente as
responsabilidades.

XVI – Art. 24: as exigências do art. 17 da LRF são constitucionais, daí não sofrer de nenhuma mácula
o dispositivo que determina sejam atendidas essas exigências para a criação, majoração ou extensão de
benefício ou serviço relativo à seguridade social.

XVII - Art. 29, inciso l: não se demonstrou qual o dispositivo da Constituição que resultou malferido.
XVIII - Art. 59, § 1°, inciso IV: trata-se de dispositivo que prevê mera advertência.

XIX - Art. 60: ao Senado Federal incumbe, por forca dos incisos VIl e IX do art. 52 da Constituição Federal,
fixar limites máximos, norma que não é violada enquanto os valores se situarem dentro desse âmbito.

XX - Art. 68, caput: o art. 250 da Carta-Cidadã, ao prever a instituição de fundo integrado por bens, direitos
e ativos de qualquer natureza, não excluiu a hipótese de os demais recursos pertencentes à previdência social,
até mesmo os provenientes da arrecadação de contribuições, virem a compor o referido fundo. Ademais, nada
impede que providência legislativa de caráter ordinário seja veiculada em lei complementar. Lei Complementar
n. 101/2000. Interpretação conforme a Constituição.
XXI ~ Art. 12, § 2º: medida cautelar deferida para conferir ao dispositivo legal interpretação conforme ao
inciso III do art. 167 da Constituição Federal, em ordem a explicitar que a proibição não abrange operações de
crédito autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo.
XXII – Art. 21, inciso II: conferida a interpretação conforme a Constituição, para que se entenda como
limite legal o previsto em lei complementar.

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XXIII – Art. 72: dada a interpretação conforme, para considerar a proibição contida no dispositivo legal
restrita aos contratos de prestação de serviços permanentes. Lei Complementar n. 101/2000. Vícios materiais.
Cautelar deferida.

XXIV – Art. 9º, § 3º: hipótese de interferência indevida do Poder Executivo nos demais Poderes e no
Ministério Público.
XXV - Art. 23, §§ 1º e 2º: a competência cometida à lei complementar pelo § 3º do art. 169 da Constituição
Federal está limitada às providências nele indicadas, o que não foi observado, ocorrendo, inclusive, ofensa ao
princípio da irredutibilidade de vencimentos. Medida cautelar deferida para suspender, no § 1º do art. 23, a
expressão "quanto pela redução dos valores a eles atribuídos", e, integralmente, a eficácia do § 2º do referido
artigo.

XXVI - Art. 56, caput: norma que contraria o inciso II do art. 71 da Carta Magna, tendo em vista que apenas
as contas do Presidente da República deverão ser apreciadas pelo Congresso Nacional.

XXVII Art. 57: a referência a "contas de Poder", no § 2º do art. 57, evidencia a abrangência, no termo
"contas" constante do caput do artigo, daqueles cálculos decorrentes da atividade financeira dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, que somente poderão ser
objeto de julgamento pelo Tribunal de Contas competente (inciso II do art. 71 da Constituição). Medida
cautelar deferida. Medida Provisória n. 1.980-22/2000. Ação prejudicada.

XXVIII - Arts. 3º, I, e 4º: diploma normativo reeditado, sem que houvesse pedido de aditamento da petição
inicial após as novas edições. Ação prejudicada, nesta parte.

O quadro a seguir sintetiza as decisões da ADI 2238

Constitucional (C) ou
Dispositivo da LRF Comentários
inconstitucional (I)?

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Art. 4, § 2 O Anexo conterá, ainda:


II - demonstrativo das metas
anuais, instruído com memória e
metodologia de cálculo que
justifiquem os resultados
pretendidos, comparando-as com
as fixadas nos três exercícios
anteriores, e evidenciando a
consistência delas com as
premissas e os objetivos da
C política econômica nacional;
§ 4 A mensagem que encaminhar
o projeto da União apresentará,
em anexo específico, os objetivos
das políticas monetária, creditícia
e cambial, bem como os
parâmetros e as projeções para
seus principais agregados e
variáveis, e ainda as metas de
inflação, para o exercício
subsequente.
Art. 7, § 1 O resultado negativo
constituirá obrigação do Tesouro
para com o Banco Central do
Brasil e será consignado em
dotação específica no orçamento.
Não há conflito entre a norma da
Art. 7, § 2 O impacto e o custo
Não conheceu a ADIn LRF com outras disciplinadoras das
fiscal das operações realizadas
atividades do Banco Central.
pelo Banco Central do Brasil serão
demonstrados trimestralmente,
nos termos em que dispuser a lei
de diretrizes orçamentárias da
União.
Art. 9, § 3 No caso de os Poderes
Legislativo e Judiciário e o
Ministério Público não
promoverem a limitação no prazo
Devido ao princípio da separação
I estabelecido no caput, é o Poder
dos poderes.
Executivo autorizado a limitar os
valores financeiros segundo os
critérios fixados pela lei de
diretrizes orçamentárias.
Art. 11, Parágrafo único. É vedada Não há ofensa ao artigo 160 da CF
a realização de transferências (que cuida de transferências
C voluntárias para o ente que não constitucionais - obrigatórias), tendo
observe o disposto no caput, no em vista que a norma atacada cuida
que se refere aos impostos. transferências voluntárias.

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Por unanimidade, o STF julgou


parcialmente procedente a ação em
relação ao art. 12, § 2º, da LRF,
conferindo interpretação conforme
ao dispositivo (regra de ouro
observada no momento da
elaboração e aprovação do PLOA -
planejamento).
Art. 12, § 2 O montante previsto
para as receitas de operações de Violou o art. 167, III, da CF, pois não
crédito não poderá ser superior considerou as exceções
I ao das despesas de capital constitucionais para as operações de
constantes do projeto de lei crédito. Observe: "Art. 167. São
orçamentária. vedados:
III - a realização de operações de
créditos que excedam o montante
das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com
finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria
absoluta;"
Art. 14. A concessão ou ampliação
de incentivo ou benefício de
natureza tributária da qual
decorra renúncia de receita
deverá estar acompanhada de
estimativa do impacto
Não há contrariedade ao art. 167, III,
C orçamentário-financeiro no
da CF.
exercício em que deva iniciar sua
vigência e nos dois seguintes,
atender ao disposto na lei de
diretrizes orçamentárias e a pelo
menos uma das seguintes
condições:
Art. 15. Serão consideradas não
autorizadas, irregulares e lesivas O dispositivo não estabelece outros
ao patrimônio público a geração requisitos para a realização de
C de despesa ou assunção de despesas além dos (requisitos)
obrigação que não atendam o fixados pela CF.
disposto nos arts. 16 e 17.

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Art. 17. Considera-se obrigatória


de caráter continuado a despesa
corrente derivada de lei, medida
provisória ou ato administrativo Esses requisitos não ofendem a
C normativo que fixem para o ente separação dos poderes.
a obrigação legal de sua execução
por um período superior a dois
exercícios.
Art. 18, § 1 Os valores dos
Não ofende o art. 37, II e XXI
contratos de terceirização de
(concursos públicos e licitações) da
mão-de-obra que se referem à
CF, visto que os contratos referidos
C substituição de servidores e
na LRF se referem a serviços. O
empregados públicos serão
dispositivo contestado visa a evitar a
contabilizados como "Outras
burla ao limite de gasto de pessoal.
Despesas de Pessoal".
Art. 20. A repartição dos limites
Não conheceu a ADIn globais do art. 19 não poderá
exceder os seguintes percentuais:
Art. 21. É nulo de pleno direito o
ato que provoque aumento da O STF conferiu interpretação
despesa com pessoal e não conforme ao inciso II para que se
Interpretação conforme
atenda: II - o limite legal de entenda como "limite legal" o
comprometimento aplicado às previsto em lei complementar.
despesas com pessoal inativo.
O Tribunal, por maioria, julgou
procedente o pedido tão somente para
declarar, parcialmente, a
inconstitucionalidade, sem redução de
Art. 23. (...)
texto, do art. 23, § 1º, da Lei de
Responsabilidade Fiscal, de modo a
§ 1 No caso do inciso I do § 3º doobstar interpretação segundo a qual é
art. 169 da Constituição, o possível reduzir valores de função ou
I objetivo poderá ser alcançado cargo que estiver provido
tanto pela extinção de cargos e
funções quanto pela redução dos No § 1, a expressão "quanto pela
valores a eles atribuídos. redução dos valores a eles
atribuídos" ofendeu o princípio da
irredutibilidade de vencimentos dos
servidores (art. 37, XV, da CF).
Art. 23. (...)

§ 2 É facultada a redução Inconstitucionalidade integral,


I temporária da jornada de também com base no princípio da
trabalho com adequação dos irredutibilidade de vencimentos.
vencimentos à nova carga
horária.

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Art. 24. Nenhum benefício ou


serviço relativo à seguridade
social poderá ser criado, majorado
ou estendido sem a indicação da
C fonte de custeio total, nos termos
do § 5º do art. 195 da
Constituição, atendidas ainda as
exigências do art. 17.
Art. 29, § 2 Será incluída na dívida
pública consolidada da União a
C relativa à emissão de títulos de
responsabilidade do Banco
Central do Brasil.
Do jeito que está redigido, esse
Art. 56. As contas prestadas pelos dispositivo retira a competência das
Chefes do Poder Executivo Cortes de Contas para julgar as
incluirão, além das suas próprias, contas dos chefes dos respectivos
as dos Presidentes dos órgãos dos poderes, em desacordo com as
Poderes Legislativo e Judiciário e regras estabelecidas no art. 71, I e II,
I do Chefe do Ministério Público, da CF/88.
referidos no art. 20, as quais O Tribunal de Contas emite parecer
receberão parecer prévio, prévio somente para as contas do
separadamente, do respectivo chefe do Poder Executivo. Todas as
Tribunal de Contas. outras contas serão efetivamente
julgadas pela Corte de Contas.
Art. 57. Os Tribunais de Contas No mesmo sentido do art. 56, esse
emitirão parecer prévio art. 57 permite concluir que o
conclusivo sobre as contas no Tribunal de Contas apenas emitiria
prazo de sessenta dias do parecer prévio em relação aos
I recebimento, se outro não estiver demais poderes e órgãos, quando,
estabelecido nas constituições na verdade, efetivamente julga tais
estaduais ou nas leis orgânicas contas, conforme estabelecido pela
municipais. CF, no art. 71, I e II.
Art. 59. O Poder Legislativo,
diretamente ou com o auxílio dos
Tribunais de Contas, e o sistema
de controle interno de cada Poder
e do Ministério Público,
fiscalizarão o cumprimento das
Apenas adverte sobre limites de
C normas desta Lei Complementar,
gastos, sem maiores consequências.
com ênfase no que se refere a:
IV - providências tomadas,
conforme o disposto no art. 31,
para recondução dos montantes
das dívidas consolidada e
mobiliária aos respectivos limites;

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Esse dispositivo não viola a


competência privativa do Senado
Federal para dispor sobre limites
globais e condições para as
Art. 60. Lei estadual ou municipal
operações de crédito externo e
poderá fixar limites inferiores
interno da União, dos Estados, do DF
àqueles previstos nesta Lei
e dos Municípios, bem como
C Complementar para as dívidas
estabelecer limites globais e
consolidada e mobiliária,
condições para o montante da dívida
operações de crédito e concessão
mobiliária desses mesmos entes
de garantias.
federativos, uma vez que a
competência desse órgão é a de fixar
limites máximos e não mínimos (art.
52, VII e IX, da CF).
Art. 68. Na forma do art. 250 da
Constituição, é criado o Fundo do
Regime Geral de Previdência
Esse dispositivo não exclui a
Social, vinculado ao Ministério da
hipótese de os demais recursos
C Previdência e Assistência Social,
pertencentes à Previdência Social
com a finalidade de prover
virem a compor o referido fundo
recursos para o pagamento dos
benefícios do regime geral da
previdência social.
Art. 72. A despesa com serviços O STF conferiu interpretação
de terceiros dos Poderes e órgãos conforme à CF para que se entenda
referidos no art. 20 não poderá como serviços de terceiros os
exceder, em percentual da receita serviços permanentes. A regra tem
Interpretação conforme
corrente líquida, a do exercício por finalidade evitar que a
anterior à entrada em vigor desta contratação de terceiros mascare os
Lei Complementar, até o término limites globais de despesa com
do terceiro exercício seguinte. pessoal.

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Referências bibliográficas
BRASIL. A Constituição e o Supremo.(https://constituicao.stf.jus.br/)

BRASIL. Site do STF - ADI 2238. Disponível em


<https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753826907>

LEITE, Harrison. Manual de direito financeiro. 3ª edição. Salvador, Bahia: Editora Juspodivm, 2014.

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