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Sumário
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
A doutrina tradicional ensina que, como processo, a licitação tem duas fases –
uma interna e outra externa. Em breve síntese:
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Erivan Pereira de Franca
O SISG foi instituído pelo Decreto 1.094, de 23.3.1994, sendo integrado pelos
órgãos e unidades da Administração Federal direta, autárquica e fundacional.
DECRETO 1.094/94
Art. 1º Ficam organizadas sob a forma de sistema, com a designação de
Sistema de Serviços Gerais (SISG), as atividades de administração de
edifícios públicos e imóveis residenciais, material, transporte,
comunicações administrativas e documentação.
§ 1º Integram o SISG os órgãos e unidades da Administração Federal
direta, autárquica e fundacional, incumbidos especificamente da execução
das atividades de que trata este artigo.
[...]
Art. 2º O SISG compreende:
I - o órgão central, responsável pela formulação de diretrizes, orientação,
planejamento e coordenação, supervisão e controle dos assuntos relativos
a Serviços Gerais;
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2 recomendar à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
(SLTI/MP) que:
[...]
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Erivan Pereira de Franca
LEI 8.443/92
(Lei Orgânica do TCU)
Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo,
compete, nos termos da Constituição Federal e na forma estabelecida nesta
Lei:
[...]
XVII - decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade
competente, a respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos
legais e regulamentares concernentes a matéria de sua competência, na
forma estabelecida no Regimento Interno.
[...]
§ 2° A resposta à consulta a que se refere o inciso XVII deste artigo tem
caráter normativo e constitui prejulgamento da tese, mas não do fato ou
caso concreto.
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Constitui irregularidade a inobservância, pelos administradores de órgãos
e entidades jurisdicionados, dos entendimentos firmados pelo Tribunal de
Contas da União, em especial na área de licitações.
Representação acerca de possíveis irregularidades em pregão eletrônico
promovido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destinado à
contratação de empresa especializada na prestação de serviços técnicos de
engenharia para fiscalização de obra de edificação, apontara possível
restrição à competitividade do certame, decorrente de exigência editalícia
de quantitativos mínimos para se atestar a capacidade técnica. Em sede de
oitiva, após a concessão da cautelar pleiteada pela representante, a Unifesp
aduziu que os quantitativos exigidos foram fixados com base no enunciado
24 da Súmula de Jurisprudência do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo, que os admite para serviços similares, em regra, na proporção de 50
a 60% da execução pretendida, ou outro percentual, desde que
devidamente justificado. Analisando o argumento, lembrou o relator que
“não se pode perder de vista que, no que concerne a normas gerais de
licitação, devem as entidades jurisdicionadas acatar o posicionamento do
Tribunal de Contas da União, conforme expresso no enunciado nº 222 da
Súmula de Jurisprudência do TCU, verbis: As Decisões do Tribunal de Contas
da União, relativas à aplicação de normas gerais de licitação, sobre as quais
cabe privativamente à União legislar, devem ser acatadas pelos
administradores dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios”. Considerou o relator, contudo, que o caso concreto
albergou extrapolação mínima do limite tradicionalmente aceito pelo TCU
(50%), e em consonância com orientação do órgão estadual de controle. E
que, “diante da ausência de uma regência objetiva quanto ao mencionado
limite na Súmula do TCU, seria até natural que o gestor buscasse orientação
complementar sumulada por outro órgão com atribuições semelhantes à
Corte de Contas Federal, no caso, o TCE/SP, não sendo razoável, portanto,
desaprovar sua conduta”. Nesse sentido, o Plenário do TCU, acatando a
proposta do relator, julgou parcialmente procedente a Representação,
revogando a cautelar adotada e cientificando a Unifesp de que “constitui
irregularidade a inobservância, na tomada de decisões, em especial, na
área de licitações, dos entendimentos firmados no âmbito do Tribunal de
Contas da União, conforme enunciado nº 222 da Súmula de Jurisprudência
deste Tribunal”.
(Acórdão 3104/2013 – Plenário – INFORMATIVO 178)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
37. Registro, por oportuno, recente decisão exarada pelo Plenário desta
Corte mediante a qual entendeu-se pela impossibilidade de se exigir, em
relação a todos os licitantes (inclusive daquele em primeiro lugar), a
apresentação de amostras quando a modalidade de licitação utilizada for o
pregão (Acórdão 1.598/2006). Naquela assentada, este Tribunal acolheu
voto proferido pelo ilustre Ministro Relator no sentido de que não há como
impor, no pregão, a exigência de amostras, por ausência de amparo legal e
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Erivan Pereira de Franca
por não se coadunar tal exigência com a agilidade que deve nortear a
referida modalidade de licitação.
38. Devo ressaltar, todavia, que, no caso que ora se analisa, não há no
edital do Pregão 14/2004, dispositivo condicionando a participação dos
licitantes na fase de lances verbais ao atesto da Administração de que a
respectiva amostra ofertada está em conformidade com os ditames
editalícios. Igualmente, a referida exigência não foi imposta apenas ao
licitante provisoriamente em primeiro lugar.
39. O que o edital previu foi a exigência de amostras e protótipos de todos
os licitantes como condição de participação no certame, fato que se mostra
ainda mais restritivo, não merecendo acolhida desta Corte. (...) (Acórdão
2.407/2006 - TCU - Plenário. Relator: Ministro Benjamin Zymler)
18.16. Portanto, não merece guarida a argumentação apresentada pelos
responsáveis, tendo em vista que o procedimento adotado pela
administração municipal, além de não possuir amparo legal, não se
coaduna com a agilidade que deve nortear licitações realizadas sob a
modalidade pregão, encontrando-se em desacordo a entendimento
jurisprudencial consolidado neste Tribunal, o qual deveria ter sido
observado pela municipalidade, tendo em vista o disposto na Súmula 222
desta Corte de Contas: [omissis]
(Acórdão 2933/2016 – Plenário)
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ORIENTAÇÃO DO TCU
Serviços de natureza contínua são serviços auxiliares e necessários à
Administração no desempenho das respectivas atribuições. São aqueles
que, se interrompidos, podem comprometer a continuidade de atividades
essenciais e cuja contratação deva estender-se por mais de um exercício
financeiro.
DOUTRINA
Serviço de execução continuada é o que não pode sofrer solução de
continuidade na prestação que se alonga no tempo, sob pena de causar
prejuízos à Administração Pública que dele necessita. Por ser de
necessidade perene para a Administração Pública, é atividade que não pode
ter sua execução paralisada, sem acarretar-lhe danos. É, em suma, aquele
serviço cuja continuidade da execução a Administração Pública não pode
dispor, sob pena do comprometimento do interesse público.
(Diógenes Gasparini)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
A natureza do serviço, sob o aspecto da execução de forma continuada ou
não, questão abordada no inciso II, do art. 57, da Lei nº 8.666/1993, não
pode ser definida de forma genérica, e sim vinculada às características e
necessidades do órgão ou entidade contratante.
[VOTO]
25. Quanto a este aspecto, ressalto posicionamento já adotado pelo
Plenário do TCU no sentido de que a natureza de um serviço, se executado
de forma contínua ou não, não pode ser definida de forma genérica, e sim
vinculada às características e às necessidades do órgão ou entidade
contratante. Isso se aplica às ações de publicidade: a sua definição
como serviço de caráter contínuo deverá ser efetivada a partir da análise de
cada caso concreto. Nesse enfoque, cito os Acórdãos 35/2000 - Plenário e
132/2008 - 2ª Câmara.
26. Ao analisar o objeto da licitação, com foco no edital e em seus anexos,
em especial no Anexo 1 (fls. 32/56, Anexo 1), e, a partir da percepção da
natureza da entidade, com funções, dentre outras, de normatização, de
controle, e de julgamento em última instância administrativa de petições
envolvendo o exercício das profissões regulamentadas vinculadas ao
Sistema Confea/Crea, integradas por mais de 800.000 profissionais
registrados, 200.000 empresas da área tecnológica e 27 Conselhos
Regionais, e do detalhamento dos serviços de publicidade e mídia que são
desenvolvidas ao longo do ano, verifico que tais ações se revestem do
caráter de continuidade para o Confea.
(Acórdão 4614/2008 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. A licitação teve por objeto a contratação de empresa especializada na
prestação de serviços de organização, planejamento, promoção e execução
de eventos, elaboração e fornecimento de infraestrutura de locação de
espaço físico, com mobiliário necessário e adequado, fornecimento de
layout ou design para estandes, exposições ou feiras, com montagem,
desmontagem, limpeza, manutenção, instalações elétricas, hidráulicas, de
equipamentos e outros serviços correlatos.
3. A unidade técnica havia apontado os seguintes indícios de
irregularidades no edital:
[...]
d) consideração indevida de que os serviços seriam de natureza
continuada.
[...]
6. Em instrução de mérito, transcrita no relatório precedente, a Secex/BA
propôs considerar prejudicada a representação, ante a perda de seu objeto,
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Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
ANEXO III
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DOS ESTUDOS TÉCNICOS PRELIMINARES
3. São diretrizes específicas a cada elemento dos Estudos Preliminares as
seguintes:
[...]
3.3. Requisitos da contratação:
a) Elencar os requisitos necessários ao atendimento da necessidade;
b) No caso de serviços, definir e justificar se o serviço possui natureza
continuada ou não;
IN 05/2017
ANEXO III
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DOS ESTUDOS TÉCNICOS PRELIMINARES
3. São diretrizes específicas a cada elemento dos Estudos Preliminares as
seguintes:
[...]
3.3. Requisitos da contratação:
[...]
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
11. [...], os serviços objeto do contrato 22101/022/2001 - manutenção,
fornecimento, instalação, recuperação e remanejamento de divisórias,
armários, balcões, lambris e estações de trabalho - não se coadunam com o
conceito de natureza contínua. Dessa forma, o presente caso concreto
refoge ao que preconiza o art. 57, inciso II, da Lei 8.666/1993, v.g.
entendimento firmado por essa Corte no julgamento do Acórdão
2.682/2005, que aponta apenas tratarem de serviços contínuos “contratos
cujos objetos correspondam a obrigações de fazer e a necessidades
permanentes”.
12. Cabe destacar que o parecer DJC/CJAG/CJ 345, de 15/3/2001, emitido
pela Consultoria Jurídica do Mapa, ao analisar as minutas de edital de
concorrência e de contrato para o ajuste em tela, alertou que tais serviços
não poderiam ser definidos como de natureza contínua, razão pela qual
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Evite realizar prorrogações indevidas em contratos e observe
rigorosamente o disposto no art. 57, inciso II, da Lei nº 8.666/1993,
considerando que a excepcionalidade de que trata o aludido dispositivo
está adstrita à prestação de serviços a serem executados de forma
contínua, não se aplicando aos contratos de aquisição de bens de
consumo.
(Acórdão 1512/2004 – Primeira Câmara - Relação)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
4. Os demais responsáveis foram chamados aos autos pelas seguintes
ocorrências:
4.1. audiência do Sr. [omissis], então chefe da Divisão Administrativa:
[...]
4.1.4. pela prorrogação do Contrato nº CRT/MT/0002/2004, referente a
fornecimento de passagens, sem que os serviços contratados fossem
caracterizados como de natureza contínua, conforme os casos
estabelecidos no inciso II do art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993, além de: [...] e
iii) não observar que a execução contratual ultrapassou o limite previsto no
art. 65, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.666, de 1993;
(Acórdão 6780/2011 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
27. A natureza contínua do fornecimento de passagens aéreas deve ser
avaliada a partir da real necessidade do órgão de que esses serviços sejam
necessários ao desempenho de suas atividades negociais. No caso, a
Nuclep se localiza no Rio de Janeiro e seus principais clientes também.
Portanto, a realização de licitação anual para a contratação do serviço não
representa empecilho ao estabelecimento e desenvolvimento de suas
relações comerciais e transacionais.
28. Assim, entende-se que a irregularidade não se encontra na modalidade
adotada, mas na previsão de prorrogação do contrato por até 60 meses,
tendo em vista o fornecimento de passagens aéreas, no caso da empresa,
não se configurar como de natureza contínua, e não se enquadrar na
hipótese prevista no inciso II do art. 57 da Lei nº 8.666/93, consoante
pacífica jurisprudência desta Corte de Contas (Acórdão nº nº 87/2000 - 2ª
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Abstenha-se, por falta de amparo legal, de prorrogar os contratos de
aquisição de combustível e de passagens aéreas, bem como os dos demais
serviços que não se enquadrem como contínuos no seu caso concreto.
(Acórdão 4620/2010 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
25. No que concerne à classificação indevida de objeto de licitação como
sendo serviço de natureza continuada, em certame que resultou no
Contrato nº 1.326/2005, observo que, de fato, o procedimento adotado
pela Amazonas Energia S.A. caracterizou ofensa ao art. 57 da Lei nº 8.666,
de 1993, haja vista que o objeto do referido contrato não se compatibiliza
com o fundamento legal ora mencionado.
26. Ao que consta dos autos, o objeto da licitação em apreço consistia na
"contratação de empresa de engenharia especializada para fornecimento
de mão-de-obra técnica e apoio para execução de serviço de fiscalização,
acompanhamento, controle de qualidade, elaboração de projetos de
obras a cargo do Departamento de Planejamento e Engenharia - TPE nas
diversas áreas da Manaus Energia".
27. Vê-se então que, aparentemente, a Amazonas Energia pretendeu
transformar em atividade rotineira algo que deveria ter diretrizes
específicas para cada um dos empreendimentos da entidade, o que não se
mostra razoável à vista da diversidade das obras por ela conduzidas, bem
assim em razão da sazonalidade a que estão sujeitos esses investimentos.
28. Por essa razão, afigura-se acertada a conclusão da Secob 1 no sentido
de que tal procedimento foi irregular, constituindo-se também em grave
infração à norma legal, uma vez que o procedimento licitatório adotado por
essa empresa não está de acordo com as disposições da Lei de Licitações e
Contratos, especialmente quanto à regra inserta em seu art. 57.
(Acórdão 2447/2011 – Plenário)
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
6. Acerca do objeto do contrato, registro que o Tribunal tem o
entendimento de que contratos de conservação rodoviária podem ser
classificados como serviços de execução continuada (Decisão 83/1993-
Plenário, ratificada pela Decisão 129/2002-1ª Câmara). Porém, nesse caso
específico, vejo, com base nos termos do contrato e do projeto básico
constantes dos autos, que os serviços contratados, realmente, não podiam
ser considerados como de natureza continuada, em razão da abrangência
do objeto que, além da manutenção do sistema viário, incluía itens
referentes à pavimentação, terraplenagem, sinalização, drenagem, entre
outros.
(Acórdão 1529/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4. dar ciência à Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária no Estado do Rio Grande do Sul [de] que:
9.4.4. a contratação de fornecimento de combustível não se caracteriza
como serviço de prestação continuada para fins do disposto no art. 57, II,
da Lei 8.666/1993, conforme reinteradas deliberações desta Corte de
Contas, a exemplo dos Acórdãos nº 4620/2010 - Segunda Câmara (subitem
9.8.4) e 409/2009 - Primeira Câmara (subitem 9.5.4) , (subitem 3.2.2.1 do
Relatório de Auditoria da CGU/RS);
(Acórdão 772/2012 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3 determinar ao Sesi/CN que adote modalidade de licitação mais ampla,
no caso de contratação de serviços de natureza continuada, compatível
com o valor global do contrato, incluindo as possíveis prorrogações
previstas, alertando a entidade que serviços de consultoria não se
enquadram em serviços contínuos, de modo a não prorrogar contratos
dessa natureza, como ocorrido com as prorrogações irregulares do contrato
advindo do Convite nº 005/2004 com o Instituto [omissis];
(Acórdão 11.150/2011 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Isso posto, passo a tratar de outra irregularidade, que também ensejou a
proposta de aplicação de multa aos dirigentes. Trata-se da prorrogação de
contrato com empresa de auditoria, em descumprimento à determinação
deste Tribunal, constante do Acórdão nº 116/2002 - Plenário, in verbis:
‘8.5. determinar às Centrais Elétricas de Rondônia S/A, que adote as
seguintes medidas:
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
REPRESENTAÇÃO. CONTRATO DE PUBLICIDADE. SERVIÇOS DE NATUREZA
CONTINUADA. DIVULGAÇÃO CONDIZENTE COM A IMAGEM DAS
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. IMPROCEDÊNCIA.
1. É legal a renovação sucessiva de contrato de publicidade por até
sessenta meses por haver previsão contratual e por se tratar de serviços de
natureza continuada.
(Acórdão 430/2008 – Plenário)
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Erivan Pereira de Franca
IN RFB 971/2009
Art. 115. Cessão de mão-de-obra é a colocação à disposição da empresa
contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores
que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com sua atividade
fim, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação, inclusive por
meio de trabalho temporário na forma da Lei nº 6.019, de 1974.
[...]
§ 3º Por colocação à disposição da empresa contratante, entende-se a
cessão do trabalhador, em caráter não eventual, respeitados os limites do
contrato.
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
LEI 8.212/91
Art. 31 ....................
[...]
§ 4º Enquadram-se na situação prevista no parágrafo anterior [cessão de
mão-de-obra], além de outros estabelecidos em regulamento, os seguintes
serviços:
I – limpeza, conservação e zeladoria;
II – vigilância e segurança;
III – empreitada de mão-de-obra;
IV – contratação de trabalho temporário na forma da Lei n.º 6.019/1974.
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
LEI 8.666/93
Art. 40 .......................
[...]
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
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Erivan Pereira de Franca
DECRETO 3.555/2000
REGULAMENTO DO PREGÃO
Art. 8º A fase preparatória do pregão observará as seguintes regras:
[...]
II - o termo de referência é o documento que deverá conter elementos
capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de
orçamento detalhado, considerando os preços praticados no mercado, a
definição dos métodos, a estratégia de suprimento e o prazo de execução
do contrato;
DECRETO 5.450/2005
Art. 9º Na fase preparatória do pregão, na forma eletrônica, será observado
o seguinte:
[...]
§ 2º O termo de referência é o documento que deverá conter elementos
capazes de propiciar avaliação do custo pela administração diante de
orçamento detalhado, definição dos métodos, estratégia de suprimento,
valor estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado,
cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério de aceitação do objeto,
deveres do contratado e do contratante, procedimentos de fiscalização e
gerenciamento do contrato, prazo de execução e sanções, de forma clara,
concisa e objetiva.
Não importa qual a modalidade de licitação empregada (se uma das previstas
na Lei 8.666/93 ou se por Pregão – presencial ou eletrônico), o orçamento
sempre deverá ser elaborado previamente ao procedimento
licitatório/contratação direta.
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Erivan Pereira de Franca
IN CNJ 44/2012
Art. 11. No processo de contratação deve constar o custo estimado, o qual
conterá os valores máximos global e mensal, demonstrável por meio de:
I - planilha de custos e formação de preços, que expresse a composição de
todos os custos unitários resultantes dos tópicos do projeto básico ou
termo de referência, a fim de permitir a aferição da exequibilidade dos
preços praticados;
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Erivan Pereira de Franca
[...]
VI - estimativas de preços ou preços referenciais;
[...]
ANEXO V - DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO OU
TERMO DE REFERÊNCIA
2. São diretrizes específicas a cada elemento do Termo de Referência ou
Projeto Básico:
2.9. Estimativa de preços e preços referenciais:
a) Refinar, se for necessário, a estimativa de preços ou meios de previsão
de preços referenciais realizados nos Estudos Preliminares;
DECRETO 3.555/2000
Art. 8º A fase preparatória do pregão observará as seguintes regras:
IV – constarão dos autos... bem como o orçamento estimativo e o
cronograma físico-financeiro de desembolso, se for o caso, elaborados pela
Administração;
DECRETO 5.450/2005
Art. 30 O processo licitatório será instruído com os seguintes documentos:
III – planilhas de custo, quando for o caso.
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
8. Cotejando esses dispositivos legais, observo que a legislação específica
para essa modalidade de licitação [pregão] possibilita ao gestor a
disposição do custo do objeto do certame nos autos do procedimento
licitatório, não havendo a obrigatoriedade de essa informação constar
diretamente no edital. Melhor dizendo, em que pese os normativos legais
não dispensar o registro do custo estimado do bem ou serviço a ser
adquirido no processo licitatório, este poderá não estar diretamente
descrito no edital, oportunidade na qual o instrumento convocatório terá
de informar aos interessados o local do processo e os meios para obter esta
informação.
(Acórdão 1153/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
31. Ao contrário do que defende a unidade instrutiva, o art. 40, X, da Lei nº
8.666/93 não discorre sobre a "divulgação" do preço máximo, mas sim
sobre a sua "fixação", o que é bem diferente. E a Súmula TCU nº 259/2010,
suso mencionada, deixou assente que, em se tratando de obras e serviços
de engenharia, é obrigatória a fixação de preços máximos, tanto unitários
quanto global, donde se conclui que, para outros objetos que não obras e
serviços de engenharia, essa fixação é meramente facultativa.
32. A propósito, "orçamento" ou "valor orçado" ou "valor de referência" ou
simplesmente "valor estimado" não se confunde com "preço máximo". O
valor orçado, a depender de previsão editalícia, pode eventualmente ser
definido como o preço máximo a ser praticado em determinada licitação,
mas não necessariamente. Num dado certame, por exemplo, o preço
máximo poderia ser definido como o valor orçado acrescido de
determinado percentual. São conceitos, portanto, absolutamente distintos,
que não se confundem.
33. O orçamento deverá ser elaborado (fixado) em quaisquer situações,
haja vista o disposto no art. 7º, § 2º, II (específico para obras e serviços de
engenharia), c/c o art. 40, § 2º, II (aplicado a obras, serviços - de engenharia
ou não - e compras), ambos da Lei de Licitações. Já a fixação do preço
máximo está disciplinada no art. 40, X, da Lei nº 8.666/93, com a
interpretação que lhe foi conferida pela Súmula TCU nº 259.
34. Diferente é a situação da divulgação do valor de referência e do preço
máximo, quando este for obviamente fixado. Para as modalidades
licitatórias tradicionais, a regra está contemplada no art. 40, § 2º, II, da Lei
nº 8.666/93, ou seja, tem que haver necessariamente a divulgação do
orçamento elaborado, contemplando o preço estimado e, se for o caso, o
preço máximo que a Administração se dispõe a pagar. No caso do pregão, a
jurisprudência do TCU acena no sentido de que a divulgação do valor
orçado e, se for o caso, do preço máximo, caso este tenha sido fixado, é
meramente facultativa.
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
c) nos procedimentos licitatórios na modalidade pregão, o orçamento
deverá constar obrigatoriamente do termo de referência, bem como, no
próprio ato convocatório, informação quanto a disponibilidade e os meios
pelos quais os interessados poderão obter o referido orçamento, em
cumprimento ao disposto no art. 3º, inciso III, da Lei nº 10.520/2002 e
jurisprudência deste Tribunal, a exemplo dos Acórdãos nºs 1.925/2006 e
114/2007, ambos do Plenário;
(Acórdão 1946/2010 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na licitação na modalidade pregão, o orçamento estimado em planilhas de
quantitativos e preços unitários não constitui um dos elementos
obrigatórios do edital, devendo estar inserido obrigatoriamente no bojo do
processo administrativo relativo ao certame. Ficará a critério do gestor, no
caso concreto, a avaliação da oportunidade e conveniência de incluir esse
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Anexe, nos procedimentos licitatórios para aquisição de produtos e
contratação de serviços de informática, aos instrumentos convocatórios o
orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários,
ressalvada a modalidade pregão.
(Acórdão 2183/2008 – Plenário)
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Em regra, os editais de pregão devem contemplar orçamento detalhado e
critérios de aceitabilidade de preços unitários e global, admitida sua
dispensa, motivadamente e considerando os riscos e benefícios da
medida, no caso de objetos complexos, com alto grau de incerteza em sua
definição e/ou características muito peculiares de mercado.
A Caixa Econômica Federal opôs Embargos de Declaração contra acórdão
do TCU que expedira determinação à empresa no sentido de que os futuros
editais de licitação na modalidade pregão incluíssem orçamento detalhado
e critérios de aceitabilidade de preços unitários e global, em consonância
com o art. 6º, inciso IX, alínea “f”, o art. 7º, § 2°, inciso II, o art. 40, inciso X e
§ 2º, inciso II, da Lei 8.666/93 e a jurisprudência do TCU. A Caixa
argumentou que: a) os ditames da Lei de Licitações não se aplicam à
modalidade pregão, que possui lei específica; e b) o Tribunal firmou
entendimento no sentido de que não seria obrigatória a inclusão de
orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários no
edital do pregão. Analisando o caso, ponderou o relator que “a aplicação
subsidiária da Lei 8.666/93, norma que estabelece as regras gerais para
todas as modalidades de licitação, incluindo o pregão, está prevista no art.
9º da Lei 10.520/2002, que institui o pregão, não subsistindo dúvidas sobre
esse tema”. Quanto à afirmação da embargante de que a jurisprudência do
TCU é tendente a afastar a exigência da inclusão de orçamento estimado
em planilhas de quantitativos e preços unitários no edital do pregão,
entendeu o relator que a alegação “é parcialmente procedente”. Expôs que
se verifica na jurisprudência do Tribunal “um amadurecimento de ideias,
não havendo, no entanto, entendimento firmado até o momento”. Neste
ponto, o relator afirmou sua convicção de “que, de maneira geral, deve
permanecer a exigência de inserir o orçamento detalhado e critérios de
aceitabilidade de preço unitário e global”, que deve ser “elaborado em
consonância com os valores praticados no mercado”. Explicou ainda que “o
objetivo de tal publicidade é assegurar a isonomia entre as licitantes”, de
modo ao pregoeiro dispor de “critério objetivo de aceitabilidade de preços
unitário e global para julgar a exequibilidade das propostas dos
certamistas”, e que “retirar essa exigência de todas as licitações pode
comprometer a transparência na sua condução, o tratamento isonômico
entre os licitantes, o critério objetivo de julgamento e, por conseguinte, os
resultados dos certames com eventual prejuízo à Administração”. Em sua
conclusão, o relator sopesou que “a exigência poderá ser dispensada em
casos particulares, com a cautela requerida” e desde que motivadamente
“para objetos complexos, com alto grau de incerteza em sua definição e/ou
características muito peculiares de mercado que justifiquem a medida,
considerando os riscos e benefícios esperados para a Administração no caso
concreto”. Em sintonia com o voto apresentado, o Plenário acolheu
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É imprescindível a fixação, no edital, dos critérios de aceitabilidade de
preços unitários e globais, em face do disposto no art. 40, inciso X, c/c o art.
43, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993.
Não é possível licitar obras e serviços sem que o respectivo orçamento
detalhado, elaborado pela Administração, esteja expressando, com
razoável precisão quanto aos valores de mercado, a composição de todos
os seus custos unitários, nos termos do art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei nº
8.666/1993, tendo-se presente que essa peça é fundamental para a
contratação pelo preço justo e vantajoso, na forma exigida pelo art. 3º da
citada lei.
(Acórdão 2014/2007 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Realize ampla pesquisa de preços no mercado, a fim de estimar o custo do
objeto a ser adquirido, anexando-a respectivo processo licitatório, de
acordo com os arts. 7º, § 2º, II, e 43, IV, da Lei nº 8.666/1993.
(Acórdão 2479/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Estime os custos previstos para as contratações, inclusive dos materiais
para cada tipo de serviço eventual, caso o custo desses materiais não esteja
incluso no preço desses serviços, publicando-os no Projeto Básico ou no
Termo de Referência, por meio da planilha de custos e formação de
preços, conforme disposto no art. 15, inciso XII, alínea “a”, da Instrução
Normativa SLTI/MPOG 02/2008, c/c o art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei
8.666/1993.
(Acórdão 727/2009 – Plenário)
Enfim, sempre que for possível, deve ser elaborado orçamento detalhando os
custos unitários considerados na formação do preço dos serviços.
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Súmula 258
As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais
e do BDI integram o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou
serviço de engenharia, devem constar dos anexos do edital de licitação e
das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da
expressão ‘verba’ ou de unidades genéricas.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência ao 51º Centro de Telemática do Exército Brasileiro que:
9.3.1. é irregular a ausência da composição de todos os custos unitários
estimados pela Administração para execução de serviços a serem
contratados, pois impossibilita que se conheçam os critérios utilizados para
formação do preço admissível, e, de igual modo, é irregular a ausência das
composições dos custos unitários da planilha orçamentária, do
detalhamento do BDI e dos encargos sociais relativos ao contrato, bem
como a falta de exigência para que as licitantes apresentem suas propostas
com tais elementos;
(Acórdão 5966/2018 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Considerando, contudo, que a unidade técnica registrou a ausência de
detalhamento acerca dos custos indiretos, no termo de referência e na
planilha de formação de curtos e preços, sendo oportuno dar ciência sobre
a jurisprudência uniforme desta Corte de Contas, no sentido de que os atos
convocatórios devem ser redigidos com clareza e precisão, sem
obscuridades, inconsistências ou contradições, sob pena de ferir o princípio
da publicidade, insculpido no art. 37, caput, da Constituição Federal;
[...]
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações:
1.7.1 Dar ciência à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa)
que a discriminação no edital da composição dos custos indiretos, ainda
que de forma exemplificativa como previsto no Caderno de Logística –
Prestação de Serviços de Transporte elaborado pelo Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão e já adotado pela autarquia, propicia
melhor entendimento sobre os custos totais envolvidos na licitação, em
atendimento aos arts. 7º, §2º, II, e 40, §2º, II, da Lei 8.666/1993 e à
jurisprudência uniforme desta Corte de Contas, no sentido de que os atos
convocatórios devem ser redigidos com clareza e precisão, sem
obscuridades, inconsistências ou contradições, sob pena de ferir o Princípio
da Publicidade, insculpido no art. 37, caput, da Constituição Federal.
(Acórdão 1815/2018 – Plenário – Relação)
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
12. Os documentos acostados aos autos referentes ao orçamento pactuado
confirmam essa imprecisão na especificação dos serviços necessários à
implantação do empreendimento. A título de exemplo destaco planilha
(peça 30, pp. 61 e 62) em que são discriminadas nove etapas que somadas
alcançam o preço total para a obra de R$ 1.792.365,79, sendo que a etapa
de “instalações elétricas/telefônicas/lógica/spda inclusive cabine de força e
gerador 500KVA”, que possui maior impacto financeiro (com custo de R$
819.897,87, ou seja, 46% do valor total) , foi orçada como “verba”, sem
qualquer discriminação dos serviços a serem implementados, não
havendo explicitação dos quantitativos previstos, dos materiais,
equipamentos e mão de obra a serem empregados nas composições de
custos unitários.
13. Nesse esse sentido, cumpre destacar que a existência de unidade de
medida “verba” ou “global” para diversos serviços contraria as
disposições do art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei n. 8.666/1993 e que a
jurisprudência pacífica desta Corte de Contas rechaça a utilização de
unidades genéricas para itens do orçamento de obras, medições e
pagamentos, conforme se extrai da Súmula TCU 258 a seguir transcrita:
[omissis]
(Acórdão 1567/2017 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.6. dar ciência [...] sobre as seguintes impropriedades, para que sejam
adotadas medidas internas com vista à prevenção da ocorrência [...]:
[...]
9.6.3. estabelecimento de valores de referência para o orçamento da
licitação com base em pesquisa de preços deficiente, em desatendimento
ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
[...]
9.6.5. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressem os
custos unitários em contratos de serviços de consultoria em comunicação
nos termos estabelecidos no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 657/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
3. [omissis], ex-Diretor-Geral do HU/UFMS, foi ouvido em audiência em
razão das 11 irregularidades listadas a seguir:
[...]
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A Administração está obrigada a adotar, desde o projeto básico, planilhas
orçamentárias que expressem a composição dos custos unitários dos itens
de serviço, com detalhamento suficiente à sua precisa identificação,
abstendo-se de utilizar grandes "grupos funcionais" para mão de obra ou
outras unidades genéricas do tipo "quantia fixa" ou “verba”.
Auditoria realizada nas obras das usinas nucleares de Angra I e II, de
responsabilidade da Eletrobrás Termonuclear S.A., apontara possíveis
irregularidades em contrato de prestação de serviços de natureza
continuada, relacionados à área de engenharia e à manutenção de
equipamentos e edificações. Dentre outros aspectos, foram evidenciadas (i)
a ausência de discriminação dos quantitativos de mão de obra em nível de
categoria profissional e (ii) a existência de item contratual, materialmente
relevante, sem qualquer detalhamento e remunerado como verba. Em
exame de mérito, anotou o relator que o orçamento aposto ao contrato
“não foi detalhadamente discriminado, nos termos exigidos pelo art. 7º, §
2º, inciso II da Lei 8.666/1993 e pela jurisprudência deste Tribunal,
consubstanciada na Súmula 258. Limitou-se a quantificar relevante parcela
de mão de obra em valores globais, discriminados por grupo funcional, sem
estabelecer detalhamento de serviços e de categorias profissionais”.
Embora afastada a hipótese de superfaturamento, “o agrupamento de
variadas classes de profissionais em um mesmo item de orçamento, ou a
adoção de parcela genérica como a denominada ‘quantia fixa’, não se
apoiam em preceitos da boa engenharia de custos”. Eventuais empecilhos
ao levantamento dos custos individuais, face a inexistência de paradigmas
para comparação, ponderou o relator, “poderiam ter sido resolvidos
pontualmente, com a adoção de valores de atividade similar em itens
específicos, com a devida justificação”. Nesse sentido, a consolidação de
numerosos itens em um só, concluiu o relator, “leva a uma simplificação
que, muitas vezes, depõe contra a competitividade, a economicidade e
transparência do certame”, razão pela qual o “orçamento detalhado em
planilhas que expressem a composição dos custos unitários possui
importância capital para escolha da proposta mais vantajosa”. Além disso,
anotou, é firme a jurisprudência do TCU no sentido de “não ser admitida
discriminação de quantitativos nas planilhas orçamentárias sob a unidade
‘verba’, ‘grupo’ ou similar sem que exista detalhamento da exata grandeza
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO] 11. Passo, a seguir, a tratar das irregularidades apuradas neste
processo.
12. A primeira trata da inexistência no processo 738/2011, referente ao
Pregão 83/2011-GES, de documento que detalhe a previsão orçamentária
para contratação pretendida, sendo que sua inclusão no processo
administrativo é obrigatória, conforme determina o inciso III, do art. 3º, da
Lei 10.520/2002, ainda que não o seja no edital.
12.1 O orçamento detalhado possibilitaria aos licitantes formularem suas
propostas adequadamente, com a previsão dos custos unitários de cada
parcela remuneratória dos postos de trabalho e todos os outros custos
afetos a eles nos termos desejados pela administração local. Permitiria a
eles, também, sanear possíveis dúvidas causadas pelas lacunas e
imprecisões do termo de referência, que não detalhava suficientemente a
composição dos custos, além de possibilitar a aferição da vantajosidade da
contratação e da existência de sobrepreço, se comparado o valor do
orçamento detalhado com os valores propostos.
(Acórdão 1513/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. a irregularidade referente à licitação de serviços sem a existência de
orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos
os seus custos unitários, identificada no Pregão Eletrônico 7/2009, afronta
o disposto no art. 7º, §2º, inc. II, da Lei 8.666/1993 c/c o art. 3º, inc. III, da
Lei 10.520/2002 e o art. 9º, §2º, do Decreto 5.450/2005;
(Acórdão 507/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO] 23. Ademais, a ausência de planilhas orçamentárias detalhando a
composição do preço final do objeto, bem como seus custos unitários, a
par de ir de encontro às disposições legais supracitadas, acarreta a
impossibilidade dos licitantes terem noção da dimensão do serviço a ser
licitado para avaliar se poderão ou não participar do certame. Essa
supressão ocasiona, ainda, dificuldade e embaraço à atividade dos órgãos
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.7.1. dar ciência ao [...] quanto à seguinte irregularidade no Pregão
Eletrônico 1.688/2012, em desconformidade com a Lei 10.520/2002, e
regulamentos dela decorrentes:
1.7.1.1. ausência, no termo de referência previsto no art. 9º, §2º, do
Decreto 5.450/2005 e no art. 15, inciso XII, da Instrução Normativa SLTI
2/2008 para a modalidade de licitação pregão, do custo estimado da
contratação, o valor máximo global e mensal estabelecido em decorrência
da identificação dos elementos que compõem o preço dos serviços;
(Acórdão 1974/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nos casos de contratação por dispensa ou inexigibilidade de licitação para
serviços complexos, compostos por itens diversos, a contratante deve,
sempre que possível, fazer constar dos respectivos processos a planilha de
custos dos itens unitários, em respeito ao que dispõem o art. 7º, § 2º,
inciso II e o § 9º do mesmo artigo, todos da Lei 8.666/93.
Pedido de reexame interposto pelo Banco do Brasil S.A. requereu a reforma
de deliberação proferida nos autos de representação que apontou supostas
irregularidades na contratação da empresa Cobra Tecnologia S.A., por
dispensa de licitação, com suporte no art. 24, inciso XXIV, da Lei nº
8.666/1993. Tal contrato tem por objeto a prestação de serviços de
processamento eletrônico de envelopes que são postados em terminais de
autoatendimento. Anotou o relator que os questionamentos iniciais
estavam embasados na premissa de que o serviço seria divisível em itens
(processamento de numerário, processamento de documentos e
digitalização dos cartões de autógrafos). E de que, por isso, o banco deveria
ter elaborado orçamento para apuração de seus custos unitários, em face
do disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, e § 9º da Lei 8.666/1993, "de modo a
verificar se os preços contratados eram compatíveis com os de mercado,
atendendo à exigência da parte final do art. 24, inciso XXIII, bem como para
fundamentar a justificativa do preço que deve constar dos processos de
dispensa e inexigibilidade, conforme art. 26, parágrafo único, inciso III, da
referida lei". A despeito de julgar improcedente a representação, o
Tribunal, por meio Acórdão 3.356/2007-2ª Câmara, determinou ao Banco
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.5.1.2. utilize a sistemática de cálculo para alcance do valor mensal dos
serviços a serem executados e os demais parâmetros estatuídos pela
IN/MPOG/SLTI nº 02, de 30 de abril de 2008, e suas posteriores alterações,
bem como os limites referenciais de preços definidos pelas Portarias
SLTI/MPOG para determinadas atividades, como os serviços de limpeza e
conservação;
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. determinar [...]
9.2.1. elabore, previamente à realização de futuras licitações para
contratações custeadas com recursos públicos federais, o orçamento
detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os custos
unitários dos serviços pretendidos, conforme preconiza a Lei n° 8.666/93,
em seu art. 7°, § 2°, II, anexando-o aos instrumentos convocatórios de
licitação, como determina o art. 40, §2°, inciso II, da Lei n° 8.666/93;
(Acórdão 2099/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.3. passe a observar, principalmente nas licitações destinadas à
contratação de obras e serviços de engenharia, os seguintes
procedimentos:
[...]
9.1.3.2. ao elaborar as supracitadas planilhas de composição de custos
unitários, apresentar todos os dados necessários para possibilitar condições
reais de análise dos parâmetros adotados pela Administração, indicando,
dentre outras informações, os custos de todos os insumos, os índices de
consumo de materiais e de produtividade da mão-de-obra/equipamentos
utilizados, as quantidades de horas para cada tipo de profissional, bem
como os respectivos salários e encargos sociais considerados, que devem
ser acompanhadas das correspondentes memórias de cálculo e referências
de preços utilizadas, além das justificativas acerca de eventuais diferenças
relevantes de preço, em comparação com os valores usualmente
encontrados no mercado;
(Acórdão 1854/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Não aceite elevação do percentual relativo aos encargos sociais incidentes
sobre a remuneração dos prestadores alocados ao contrato, nem a
presença de tributos indevidos, sem que haja justificativa plausível para a
ocorrência que importe majoração do custo.
Adote, no caso de contratação de serviços de limpeza e conservação, a
área como unidade para se chegar ao preço dos serviços, podendo utilizar
como parâmetro a sistemática de cálculo e valores-máximos fixados pelas
Portarias e Instruções Normativas do MPOG/SLTI.
(Acórdão 6771/2009 – Primeira Câmara)
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Erivan Pereira de Franca
[ACÓRDÃO]
9.3. determinar à Suframa que:
9.3.1. repactue o Contrato 28/2008, para que os índices incorretos,
relativamente aos encargos trabalhistas, impostos e depreciação, lançados
na proposta original, sejam ajustados, sem, contudo, modificar o preço
global contratado;
(Acórdão 3761/2014 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Instrua seus processos licitatórios com orçamento detalhado em planilhas
que expressem a composição de todos os custos unitários do objeto a ser
contratado, fazendo constar do edital, sempre que couber, um modelo
demonstrativo de formação de preços que possibilite demonstrar em sua
completude todos os elementos que compõem o custo da aquisição, à luz
dos arts. 7º, §2º, inciso II, e 40, § 2º, inciso II, da Lei nº 8.666/1993.
Aceite apenas proposta comercial de licitante que contenha um
demonstrativo de formação de preços completo e que evidencie, de forma
inequívoca, todos os elementos que compõem o custo da aquisição, à luz
do art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei nº 8.666/1993, que viabiliza eventual
repactuação contratual.
(Acórdão 265/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. quando da contratação de serviços, elabore orçamento detalhado,
nos mesmos moldes do exigido aos licitantes, fixado em instrumento
convocatório, nos formatos das Planilhas de Custos e Formação de Preços,
conforme disciplina o art. 7°, § 2o, inciso II, da Lei n. 8.666/1993 e na linha
adotada pela IN/Mare n. 18, de 23 de dezembro de 1997;
(Acórdão 2586/2007 – 1ª Câmara)
Ver também: Acórdão 1595/2006 – Plenário
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4. dar ciência ao Sesi/RO acerca da necessidade de, doravante, adotar as
seguintes medidas em licitações que realizar, conforme orientações
constantes de precedentes julgados deste Tribunal (Acórdão 2.912/2010 –
2ªC, e Acórdãos 356/2011, 1.544/2008, 1.948/2011, e 2.965/2011, todos do
Plenário):
9.4.1. elaborar orçamentos estimados em planilhas de quantitativos e de
preços unitários quando do lançamento das licitações, a fim de balizar o
julgamento das propostas com os preços vigentes no mercado e de
possibilitar a seleção da proposta mais vantajosa, de acordo com o art. 2º
do Regulamento de Licitações da entidade, somente dispensando-a,
motivadamente, naquelas contratações em que a natureza do seu objeto
torne inviável ou desnecessário tal detalhamento;
9.4.2. fazer constar, em anexo aos instrumentos convocatórios de licitações
para contratação de serviços, demonstrativo contendo orçamento
estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários, ou informação,
no edital, acerca da disponibilidade do orçamento estimado aos
interessados e dos meios para sua obtenção;
(Acórdão 1750/2014 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas licitações regidas pela Lei 8.666/1993, o valor orçado não se confunde
com o preço máximo, a menos que o instrumento convocatório
estabeleça tal condição. Não sendo ela estabelecida, a contratação por
preço superior ao orçado deve ser justificada.
Representação formulada ao TCU apontou possível irregularidade em
convite promovido pela Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), cujo objeto era
a locação de embarcações. De acordo com o representante, o preço final
contratado teria sido 6,32% superior ao valor orçado pela Petrobras, à
evidência de sobrepreço. Após apreciar as razões de justificativa dos
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O fato de a empresa não participar da elaboração do edital e do
orçamento base da licitação não a isenta de responsabilidade solidária
pelo dano (art. 16, § 2º, da Lei 8.443/1992) na hipótese de recebimento de
pagamentos por serviços superfaturados, pois à licitante cabe ofertar
preços compatíveis com os praticados pelo mercado (art. 43, inciso IV, da
Lei 8.666/1993), independentemente de eventual erro cometido pela
Administração quando da elaboração do edital e do orçamento.
O TCU apreciou embargos de declaração opostos por empresas que tiveram
suas contas julgadas irregulares e foram condenadas ao pagamento de
débitos e multas por meio de acórdão proferido pelo TCU, em sede de
tomada de contas especial instaurada pela Fundação Nacional de Saúde
(Funasa) para apurar irregularidades verificadas na aquisição de
medicamentos. Uma das empresas embargantes aduziu que “sua proposta
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A classificação de proposta com preço superior ao limite admitido no
edital viola o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, não
descaracterizando tal ilegalidade a alegação de urgência na contratação.
Representação formulada por empresa licitante noticiara supostas
irregularidades praticadas [...] no âmbito da licitação [...]. Na instrução de
mérito, a unidade técnica concluiu que não foram observados os princípios
da publicidade e da vinculação ao instrumento convocatório, bem como as
próprias regras estabelecidas para o certame. O relator anuiu integralmente
às considerações da unidade técnica, destacando, em relação à afronta ao
princípio da vinculação ao instrumento convocatório, que a Administração
não desclassificou a licitante vencedora (única participante), cuja proposta,
no valor de R$ 104.618.870,05 (posteriormente reduzida para
R$ 100.957.209,60), situava-se flagrantemente acima do valor inicial
previsto (R$ 83.884.314,47), embora houvesse regra editalícia que
estabelecia textualmente a desclassificação da proposta que apresentasse
preços acima do orçamento estimado. Destacou também que a majoração
do valor contratado veio por acolhimento de sugestão formulada pela
própria licitante, sob a alegação de que, sem o referido acréscimo, o
funcionamento do hospital restaria inviabilizado. Diante da situação,
ressaltou o relator a jurisprudência do TCU no sentido de que a
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nos termos da Súmula TCU 259, a fixação de preços máximos é
obrigatória apenas nas contratações de obras e serviços de engenharia.
Nas demais contratações, é facultativa, podendo, por exemplo, o preço
máximo ser definido com base no valor orçado, mas sempre em
conformidade com o mercado.
Em Auditoria [...] foram evidenciadas possíveis irregularidades em tomada
de preços conduzida pelo município, tendo em vista a adjudicação de
serviços em preços superiores aos valores orçados pela administração.
Invocando a Súmula TCU 259 (Nas contratações de obras e serviços de
engenharia, a definição do critério de aceitabilidade dos preços unitários
e global, com fixação de preços máximos para ambos, é obrigação e
não faculdade do gestor), a unidade técnica sustentara que “o
orçamento elaborado pela Administração, independentemente do objeto
em licitação, sempre deverá ser considerado o limite máximo para
formulação de proposta por parte dos licitantes, haja vista que qualquer
oferta de preço acima deste será reputada como sobrepreço”. Sobre o
assunto – e relembrando que o objeto licitado fora serviço de transporte
escolar – o relator registrou que a Súmula TCU 259 estabeleceu a
obrigatoriedade da fixação de preços máximos, tanto unitários quanto
global, apenas para obras e serviços de engenharia, “donde se conclui que,
para outros objetos que não obras e serviços de engenharia, essa fixação
é meramente facultativa”. Nesse sentido, registrou que “orçamento”,
“valor orçado”, “valor de referência” ou “valor estimado” não se
confundem com “preço máximo”: “O valor orçado, a depender de
previsão editalícia, pode eventualmente ser definido como o preço
máximo a ser praticado em determinada licitação, mas não
necessariamente. Num dado certame, por exemplo, o preço máximo
poderia ser definido como o valor orçado acrescido de determinado
percentual. São conceitos, portanto, absolutamente distintos, que não se
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nenhum sobrepreço unitário é aceitável nos serviços constantes do
orçamento da licitação, ainda que a planilha orçamentária apresente
preço global inferior aos referenciais adotados pelo TCU.
Em Auditoria realizada na Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária (Infraero), com o objetivo de fiscalizar o edital de RDC
Eletrônico referente às obras de construção do terminal de passageiros, do
pátio de aeronaves, da central de utilidades e dos acessos do Aeroporto de
Macapá/AP, fora apontado possível sobrepreço nas planilhas
orçamentárias. Realizado o saneamento dos autos, a unidade técnica
responsável concluiu, após alterações promovidas pela Infraero no
orçamento da licitação, pela superação da irregularidade tendo em vista
que “não subsistiria o sobrepreço global inicialmente verificado, apesar de
persistirem alguns sobrepreços unitários”. Analisando o mérito da questão,
o relator anotou que “para o caso de contratos já firmados, a análise dos
preços deve ser realizada levando em conta as compensações entre
subpreços e sobrepreços, de tal forma que o valor global a ser pago pelo
contrato não exceda os referenciais de mercado”. Em tais casos, nos
termos da jurisprudência do TCU, “o interesse público na continuidade do
empreendimento justifica a manutenção do acordo inicial, ressalvados os
casos em que aditivos provoquem desequilíbrio econômico-financeiro da
avença”. Entretanto, pontuou o relator, “quando se trata de análise de
edital de licitação, nenhum sobrepreço unitário é aceitável, ainda que a
planilha orçamentária apresente preço global inferior aos referenciais
adotados por este Tribunal, nos termos do art. 8º, §§ 3º e 4º, da Lei
12.432/2011”. Dessa forma, prosseguiu, “caberia a aplicação da
metodologia descrita no Acórdão 2.319/2009-TCU-Plenário, de forma a não
considerar eventuais compensações para fins de cálculo do sobrepreço”.
Com tais premissas, o Plenário acolheu a proposta da relatoria,
cientificando a Infraero, dentre outros comandos, acerca dos sobrepreços
unitários verificados nos serviços da planilha eletrônica do edital auditado.
(Acórdão 3473/2014 – Plenário – INFORMATIVO 226)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. [...] determinar ao Tribunal Superior do Trabalho que, nas futuras
contratações de bens ou serviços por inexigibilidade de licitação, inclusive
de Tecnologia da Informação:
[...]
9.2.2. realize ampla pesquisa de preços, a fim de estimar o custo do objeto
a ser contratado e permitir a verificação da conformidade da proposta
com os valores praticados no mercado, em observância ao disposto no art.
26, parágrafo único, inciso III, da Lei nº 8.666, de 1993, e à jurisprudência
desta Corte (v.g. Acórdãos 740/2004 e 1.182/2004, do Plenário);
(Acórdão 17/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO] Quando se realiza licitação pelo menor preço global, interessa
primordialmente para a Administração o valor global apresentado pelos
licitantes. É com base nesses valores apresentados que a Administração
analisará as propostas no tocante aos preços de acordo com os dispositivos
legais pertinentes (por exemplo, a exeqüibilidade dos valores ofertados, a
compatibilidade com os preços de mercado e a prática ou não de valores
abusivos).
A exigência, no que toca às licitações que envolvem terceirização de mão
de obra, de apresentação de planilha de custos de preços pelos licitantes
insere-se nesse contexto, pois são instrumento essencial para que se possa
analisar a regularidade dos preços ofertados. Sem essas planilhas, arrisca-
se a dizer que a análise dos preços por parte da Administração restaria em
grande parte prejudicada pela deficiência de dados em que fundar sua
análise.
(Acórdão 4621/2009 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
6. A mencionada ausência de planilhas orçamentárias detalhadas, a par de
violar disposições legais, impede a formação de juízo crítico sobre a
adequação do preço estimado pela Manaus Energia àquele que é praticado
no mercado. Ademais, essa ausência impossibilita prever com acuidade o
volume de recursos orçamentários que serão necessários. Finalmente,
cabe ressaltar que a ausência dessas planilhas tem sido reiteradamente
considerada por esta Corte de Contas como uma irregularidade grave, uma
vez que a exigência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição dos custos unitários possui importância capital para a escolha
da proposta mais vantajosa. Essa exigência é complementada pelo disposto
no inciso X do art. 40 da Lei nº 8.666/1993, o qual dispõe que o edital
conterá critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o
caso, permitida a fixação de preços máximos e vedada a fixação de preços
mínimos, de critérios estatísticos ou de faixas de variação em relação a
62
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.3. defina claramente, nos futuros editais licitatórios, o critério de
aceitabilidade de preços unitários e global, com fixação de preços
máximos, tendo como referência os preços de mercado, observando tais
limites quando do julgamento das licitações, de acordo com o disposto no
art. 40, inciso X, da Lei nº 8.666/1993 c/c o art. 3º, inciso I, da Lei nº
10.520/2002;
(Acórdão 2110/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.8.9.2. o orçamento do custo de obras objeto da licitação deve conter a
discriminação das composições dos custos unitários dos serviços e
fornecimentos, bem como respectivos quantitativos levantados na
elaboração do projeto e que comporão o custo global da obra ou serviço,
servindo de parâmetro para contratação, devendo estar acessível a todos
os possíveis interessados;
(Acórdão 2012/2007 – Plenário)
ORIENTAÇÃO DO TCU
Licitações e Contratos: Orientações e Jurisprudência do TCU
Para verificar se a cotação ofertada em determinada licitação está em
conformidade com o mercado, é necessário que à época do julgamento das
propostas a estimativa da licitação esteja devidamente atualizada. Essa
atualização pode ser, inclusive, para mais ou para menos.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Estando os preços global e unitários ofertados pelo licitante dentro dos
limites fixados pela Administração, é de excessivo rigor a desclassificação
da proposta por divergência entre seus preços unitários e respectivas
composições detalhadas de custos, por afronta aos princípios da
razoabilidade, da ampla competitividade dos certames e da busca de
economicidade nas contratações. Referida divergência se resolve com a
retificação das composições, sem necessidade de modificações ou ajustes
em quaisquer dos valores lançados na proposta a título de preços
unitários.
Representação formulada ao TCU apontou possíveis irregularidades no
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Administração Regional de
Pernambuco (Senac/PE), relacionadas à Concorrência 001/CPL/2017, cujo
objeto era a “execução de reforma com acréscimo de área da unidade
Senac Jaboatão dos Guararapes”. A representante alegou que fora
63
Erivan Pereira de Franca
64
Erivan Pereira de Franca
A proposta de preços reflete os custos nos quais o licitante irá incorrer para
prestar os serviços, decorrentes de obrigações fiscais, comerciais, trabalhistas,
previdenciárias, bem como executar o objeto em conformidade às especificações
do Projeto Básico ou Termo de Referência (rotinas de execução, materiais,
equipamentos, mão de obra etc.), além da expectativa de lucro que almeja auferir
com o negócio.
65
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
A manutenção das “condições efetivas da proposta” implica a
obrigatoriedade da preservação do equilíbrio entre os encargos do
contratado e a remuneração da Administração, assumidos ao tempo da
celebração do enlace administrativo após licitação pública. Nos termos da
lei, a equação econômico-financeira inicial da avença deve perdurar
durante a execução do objeto mesmo em face de futuras mutações do
contrato. Tal exigência sobressai em diversas disposições da Lei
8.666/1993: [omissis]
(Acórdão 538/2015 – Plenário)
revisão: art. 65, II, “d” c/c art. 65, § 5º; art. 58, § 2º c/c art. 65, § 6º; e art. 65,
§ 2º, II;
66
Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
28.3 há previsão de reajuste com base na variação do IGP/DI/FGV mas
indicando a possibilidade de ‘negociação entre as partes’, o que contraria o
disposto no § 1º, do art. 3º, da Lei 10.192/2001 (peça 12, p. 32 e peça 23, p.
23, 164 e 178) . Deve-se observar, entretanto, que tanto na Minuta de
Contrato constante do Edital do Pregão 29/2014 (peça 12, p. 142) , como no
contrato assinado (peça 12, p. 173) , os termos foram alterados para ‘o
reajuste se dará (...) com base na variação do Índice Geral de Preços de
Mercado (IGP-M) ’. Já a Minuta de Contrato constante do Edital do Pregão
36/2016 (peça 23, p. 164) e o Contrato 33/2016 (peça 23, p. 178)
apresentam a possibilidade de ‘negociação entre as partes’.
[ACÓRDÃO]
9.4. dar ciência ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC) acerca das
seguintes impropriedades, para que sejam adotadas medidas internas com
vistas à prevenção de ocorrências semelhantes:
[...]
9.4.3. a previsão de reajuste indicando a possibilidade de negociação entre
as partes, verificada nos Pregões Eletrônicos 29/2014 e 36/2016 e no
Contrato 33/2016, não se coaduna com o disposto nos artigos 40, inciso XI,
e 55, inciso III, da Lei 8.666/93;
(Acórdão 2247/2017 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[ACÓRDÃO]
9.1.conhecer da presente consulta, uma vez que se encontram satisfeitos
os requisitos de admissibilidade previstos no art. 264, inciso VI, §§ 1º e 2º, e
art. 265 do Regimento Interno;
9.2. nos termos do art. 1º, inciso XVII, da Lei 8.443/1992, responder ao
consulente que, em atendimento ao Ofício 63/2016/GM/MTur:
[...]
9.2.3. o reajuste e a recomposição possuem fundamentos distintos. O
reajuste, previsto no art. 40, XI, e 55, III, da Lei 8.666/1993, visa remediar
os efeitos da inflação. A recomposição, prevista no art. 65, inciso II, alínea
“d”, da Lei 8.666/1993, tem como fim manter equilibrada a relação jurídica
entre o particular e a Administração Pública quando houver desequilíbrio
advindo de fato imprevisível ou previsível com consequências incalculáveis.
Assim, ainda que a Administração tenha aplicado o reajuste previsto no
contrato, justifica-se a aplicação da recomposição sempre que se verificar a
presença de seus pressupostos;
(Acórdão 1431/2017 – Plenário)
LEI 9.069/95
Art. 28 Nos contratos celebrados ou convertidos em REAL com cláusula de
correção monetária por índices de preço ou por índice que reflita a variação
ponderada dos custos dos insumos utilizados, a periodicidade de aplicação
dessas cláusulas será anual.
LEI 10.192/2001
Art. 2º É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por
índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de
produção ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração
igual ou superior a um ano.
§ 1º É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção
monetária de periodicidade inferior a um ano.
[...]
Art. 3º Os contratos em que seja parte órgão ou entidade da Administração
Pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, serão reajustados ou corrigidos monetariamente de acordo
com as disposições desta Lei, e, no que com ela não conflitarem, da Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 1º A periodicidade anual nos contratos de que trata o caput deste artigo
será contada a partir da data limite para apresentação da proposta ou do
orçamento a que essa se referir.
70
Erivan Pereira de Franca
DOUTRINA
O fundamento jurídico da repactuação é a intangibilidade da equação
econômico-financeira do contrato administrativo. A peculiaridade da
repactuação reside em ser aplicada em contratos com prazo superior a
doze meses e a sua vinculação à variação concreta e efetiva de custos e
vantagens do particular.
A repactuação é destinada a ser aplicada em contratos cuja execução
envolva o uso intensivo de mão de obra, muitos relevantes de variações
previstas em dissídios ou convenções coletivas de trabalho. (sic)
A repactuação aproxima-se da revisão de preços: trata-se de uma discussão
entre as partes relativamente às variações de custo efetivamente ocorridas.
Não se promove a mera e automática aplicação de um indexador de preços,
mas examina-se a real evolução de custos do particular.
(Marçal Justen Filho)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Outra relevante diferença observável entre os contratos de empreitada de
construção civil e os de terceirização de mão de obra refere-se ao
parâmetro de reajuste de preços para os dispêndios decorrentes da mão
de obra, visto que, nos contratos de terceirização, é aplicado o instituto da
repactuação, em que o equilíbrio econômico-financeiro da avença é
mantido por meio do exame da variação efetiva dos custos contratuais,
com data vinculada ao acordo ou à convenção coletiva utilizados para
formulação do orçamento estimativo. Já nas demais espécies de contrato,
inclusive os de empreitada, há mera aplicação de índices de reajuste.
(Acórdão 719/2018 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O instituto da repactuação de preços aplica-se apenas a contratos de
serviços continuados prestados com dedicação exclusiva da mão de obra.
O Plenário apreciou monitoramento do Acórdão 1.677/2015 Plenário,
proferido em processo de Representação que apontara possíveis
irregularidades em edital de pregão eletrônico promovido pelo
Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), destinado à
contratação de serviço de monitoramento eletrônico de veículos mediante
sistema de leitura automática de placas, utilizando tecnologia de
Reconhecimento Ótico de Caracteres (OCR). Dentre outras questões
tratadas nos autos, dissentiu parcialmente o relator da proposta formulada
pelo titular da unidade técnica de determinação ao DPRF para condicionar a
adjudicação do certame ao fornecimento pela licitante de planilha
detalhada de quantitativos e preços unitários relativos à sua proposta,
“inserindo-a nos autos do procedimento licitatório para fins de subsidiar
eventuais repactuações e reajustes futuros”. Mais especificamente, um dos
pontos da divergência referiu-se à menção ao instituto da repactuação.
71
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Analiso (...) inconformidades que verifiquei no Edital de Tomada de Preços
1/2014 [elaboração de projeto executivo para pavimentação de vias
públicas, construção de atracadouro para embarcações com rampa de
concreto e construção de balneário (...) em municípios do Estado do Piauí] e
nos demais documentos carreados aos autos.
A primeira delas refere-se à previsão de repactuação do contrato (...). Tal
disposição está afrontando pacífica jurisprudência deste Tribunal bem
como o art. 37 da Instrução Normativa SLTI nº 2/2008, de que a
repactuação de preços, como espécie de reajuste contratual, deverá ser
utilizada apenas nas contratações de serviços continuados com dedicação
exclusiva de mão de obra, desde que seja observado o interregno mínimo
de um ano das datas dos orçamentos aos quais a proposta se referir,
conforme estabelece o art. 5º do Decreto nº 2.271, de 1997.
72
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A repactuação de preços aplica-se apenas às contratações de serviços
continuados com dedicação exclusiva de mão de obra e ocorre a partir da
variação dos componentes dos custos do contrato, desde que seja
observado o interregno mínimo de um ano das datas dos orçamentos aos
quais a proposta se referir, conforme estabelece o art. 5º do Decreto
2.271/97, devendo ser demonstrada analiticamente, de acordo com a
Planilha de Custos e Formação de Preços.
[...] o relator apontara que a cláusula editalícia de repactuação do contrato
estaria em desacordo com a jurisprudência do Tribunal e com o art. 37 da
Instrução Normativa SLTI 2/2008, segundo o qual “a repactuação de preços,
como espécie de reajuste contratual, deverá ser utilizada apenas nas
contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de
obra, desde que seja observado o interregno mínimo de um ano das datas
dos orçamentos aos quais a proposta se referir, conforme estabelece o art.
5º do Decreto nº 2.271, de 1997”. Observou o relator que “o objeto licitado
não se enquadra nem como serviço continuado, nem como atividade com
dedicação exclusiva de mão de obra”, ressaltando ainda que “o edital
deveria prever o uso do instituto do reajuste, e não da repactuação”. Sobre
a questão, relembrando o Acórdão 1.827/2008-Plenário, de sua relatoria,
explicou que “o reajuste de preços é a reposição da perda do poder
aquisitivo da moeda por meio do emprego de índices de preços prefixados
no contrato administrativo. Por sua vez, a repactuação, referente a
contratos de serviços contínuos, ocorre a partir da variação dos
componentes dos custos do contrato, devendo ser demonstrada
analiticamente, de acordo com a Planilha de Custos e Formação de Preços”.
Nesse contexto, o Plenário do Tribunal, pelos motivos expostos pelo relator,
decidiu, no ponto, dar ciência à Codevasf acerca da irregularidade relativa à
“previsão no edital de que o contrato resultante da licitação será
repactuado, apesar de objeto licitado não envolver a execução de serviço
continuado com dedicação exclusiva de mão de obra, o que infringe o
disposto no art. 40, inciso XI, da Lei 8.666/93, c/c art. 5º do Decreto
2.271/1997 e art. 37 da Instrução Normativa SLTI nº 2/2008”.
(Acórdão 1574/2015 – Plenário – INFORMATIVO 248)
73
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
"2. Em face da instrução, mediante autorização do Relator, realizou-se
oitiva prévia do pregoeiro do CNJ, a fim de obter informações que
possibilitem analisar a questão de maneira mais completa, nos seguintes
termos:
a) ausência de detalhamento da estimativa de preços para a contratação
em planilhas demonstrativas da composição de seus custos unitários, em
desacordo ao disposto no art. 8º, inciso III, alínea "a" do Decreto
3555/2000, c/c o art. 7º, § 2º, inciso II, e 40, § 2º, inciso II, ambos da Lei
8.666/1993;”
[...]
7. Da manifestação do Pregoeiro sobre os itens solicitados pelo Tribunal,
destacamos os seguintes pontos:
7.1 O detalhamento da estimativa de preços baseou-se no valor do ponto
de função, considerando também a estimativa da quantidade a ser utilizada
no decorrer do contrato, bem como fatores de ajustes para o pagamento
em caso de utilização de plataformas distintas e, ainda, o ambiente
computacional implantado no CNJ.
[...]
7.6 O Poder Judiciário não se submete ao cumprimento obrigatório de
Instruções Normativas de outro Poder, uma vez que fere os princípios da
legalidade e da separação dos poderes. Também, o Edital não exigiu
apresentação desta planilha por ser totalmente desnecessária, uma vez que
o preço máximo estimado para o ponto de função já deve ser proposto com
todos os custos incidentes, conforme estabelecido no Parágrafo Único da
Cláusula Vinte e Três da minuta de contrato (Anexo III do Edita). Por fim, a
IN [02/2008] apontada como descumprida exige a planilha para a
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4.2. compare as planilhas de custos e formação de preços fornecidas
pela contratada nos momentos da apresentação da proposta e do
requerimento de repactuação, nos termos do § 1º, art. 57 da Lei nº 8.666,
de 16 de junho de 1993, e do art. 5º do Decreto nº 2.271, de 7 de julho de
1997, com vistas a verificar se ocorreu ou não a efetiva repercussão dos
eventos majoradores nos custos pactuados originalmente;
(Acórdão 2094/2010 – 2ª Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A comprovação da necessidade de repactuação de preços, decorrente da
elevação anormal de custos, exige a apresentação de planilhas detalhadas
de composição dos itens contratados, com todos os seus insumos, assim
como dos critérios de apropriação dos custos indiretos.
(Acórdão 2408/2009 – Plenário) Ver também: Acórdão 658/2011 – 1ª Cam.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
3 - Imprescindibilidade de composição adequada da planilha de custos.
Na mesma auditoria realizada na Diretoria Regional da Empresa Brasileira
de Correios e Telégrafos do Estado do Rio Grande do Sul (EBCT/DR/RS),
outra possível irregularidade observada pela equipe de auditoria ocorrera
no Pregão Eletrônico nº 56/2006, destinado à locação temporária de
furgões, e no qual foram admitidas planilhas de custos apresentadas pelas
licitantes de modo inconsistente. Ilustrativamente, a unidade técnica
informou que, nas propostas apresentadas, a participação do item
combustível, no preço de uma diária contemplando 150 km de rodagem,
variou de R$ 2,36 a R$ 60,00, e as despesas administrativas a serem
incorridas, também em uma diária, oscilaram de R$ 4,00 a R$ 70,00. O
responsável, ouvido em audiência, argumentou, essencialmente, que "a
planilha de formação de custos é apresentada após a assinatura do
contrato, não influindo no critério de julgamento", e que "o reajuste
contratual é feito com base em índice pré-estabelecido no contrato, assim,
somente no caso de reequilíbrio econômico-financeiro a composição de
custos seria relevante". A unidade técnica, ao refutar os argumentos
apresentados, consignou que, "nos contratos de prestação de serviços de
duração continuada, este Tribunal não tem admitido a utilização de índices
de reajuste gerais, devendo-se adotar a sistemática de repactuação com
base nas variações dos custos dos serviços contratados". Desse modo, para
a unidade técnica, "as planilhas de formação de custo não têm o caráter
secundário apregoado pelo responsável e devem ser detidamente
analisadas com vistas a permitir que a repactuação ocorra sem prejuízo
para a administração". O relator, ao concordar com os exames da unidade
técnica e respaldando-se em decisão anterior do Tribunal, registrou que "às
estatais também é vedada a estipulação de cláusula de reajuste nos
contratos de prestação de serviço de duração continuada. Desse modo,
devem as empresas repactuar os valores contratados se houver variação
nos custos dos serviços. Vale dizer que o contrato não deve definir, a priori,
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
LEI 8.666/93
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de
acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo
cada uma pelas conseqüências de sua inexecução total ou parcial.
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por
um representante da Administração especialmente designado, permitida a
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição.
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
À vista da planilha de custos fornecida pela própria empresa [omissis]
durante a fase de execução do contrato, a equipe de fiscalização do TCU
pôde verificar, de fato, a existência de indícios veementes de
superfaturamento, decorrente de estimativa excessiva de mão de obra,
material, equipamentos e insumos não correspondentes aos efetivamente
utilizados na prestação dos serviços.
Cumpre frisar que tais inconsistências foram identificadas pela unidade
técnica antes mesmo da realização do pagamento dos serviços
superfaturados. Consta dos autos que os responsáveis [...] foram, ainda
outra vez, alertados, pela equipe de acompanhamento deste Tribunal, no
sentido de reverem seus procedimentos, apurarem a quantificação
excessiva dos elementos que integram os serviços avençados e, ao
confirmá-la, adotarem as medidas necessárias à glosa da fatura emitida
pela empresa contratada.
Mesmo assim, em face de tais advertências do controle externo, os
responsáveis realizaram a medição, a liquidação e o pagamento dos
serviços superfaturados, na exata dimensão declarada na planilha de
composição de custos fornecida pela empresa contratada.
Isto significa que, sem aferição, mesmo com os indícios de
superfaturamento já declarados aos gestores, pelos auditores, o valor
declarado pela empresa foi integralmente pago pela Administração.
[...]
A identificação dessa irregularidade pela equipe de acompanhamento do
TCU foi obtida pelo confronto entre a informação constante da planilha de
custos fornecida pela contratada, as folhas de frequência dos funcionários
[...] e os registros de entrada desses empregados naquelas unidades
militares.
De igual forma, foi verificado, na planilha de custos da contratada,
dimensionamento de material, de equipamentos e de insumos em
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.1. verifique se as glosas realizadas até o fim da vigência do Contrato
22/2009 estão de acordo com o entendimento decorrente de tratativas no
âmbito do presente processo, em relação aos seguintes itens:
9.3.1.1. pagamento indevido de adicional noturno, uma vez que não houve
comprovação de prestação de serviços entre 22h de um dia e 5h do dia
seguinte;
9.3.1.2. pagamento irregular de adicional de férias, pois não houve
comprovação de que um percentual de 11,11% foi realmente repassado aos
funcionários da CPM Braxis que prestavam serviço ao Ibama;
9.3.1.3. pagamento irregular de 13º salário, uma vez que não é possível
aceitar valores diferentes do percentual de 8,33% decorrente da legislação;
(Acórdão 301/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.7.3. calcule os valores correspondentes às horas trabalhadas no período
noturno, compare-os com aqueles efetivamente pagos à empresa a título
de adicional noturno, informe-os a este Tribunal, acompanhados da
documentação comprobatória (contracheques, planilhas de controle de
horário e outros), e promova a glosa das quantias eventualmente pagas a
maior;
9.7.4. promova a glosa dos valores correspondentes ao percentual a maior
praticado referente à parcela do ―13º salário, que deveria ser de 8,33%,
em vez dos 11,44% informados na planilha de formação de preços relativa
ao contrato 02.0015.00/2009;
9.7.5. calcule os valores efetivamente pagos à contratada a título de
férias, compare-os com aqueles recebidos pelos empregados da empresa,
a fim de verificar se o total do percentual relativo à rubrica em questão
(14,88%) está sendo efetiva e integralmente repassado aos profissionais, e
promova, caso contrário, a glosa das quantias pagas a maior;
(Acórdão 3231/2011 – Plenário)
81
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.3. com relação à fiscalização dos contratos...:
[...]
9.2.3.2. verifique a compatibilidade entre os salários efetivamente pagos
pelas contratadas aos trabalhadores alocados ao DNIT e aqueles
constantes em demonstrativo de formação de preço ou planilha com essa
finalidade, vinculados ao instrumento contratual;
9.3. alertar... que o pagamento de salários em nível inferior ao da
proposta oferecida na licitação constitui causa para o reequilíbrio
econômico-financeiro do contrato em favor da Administração, devendo as
medidas cabíveis ser adotadas imediatamente à constatação de que os
salários efetivamente pagos pelas contratadas aos trabalhadores alocados
ao DNIT são inferiores aos consignados nas propostas apresentadas na
licitação, sob pena de responsabilidade solidária dos responsáveis pelos
pagamentos indevidos;
(Acórdão 1233/2008 – Plenário)
(vide, no mesmo sentido: Acórdão 1009/2011 – Plenário; Acórdão
2477/2010 – Plenário; Acórdão 2647/2009 – Plenário)
82
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Apurou-se, com base na folha de pagamento da empresa líder do
consórcio, que os salários efetivamente pagos aos empregados eram
inferiores aos que constaram da proposta oferecida na licitação, donde se
concluiu que o consórcio contratado estava a auferir, a princípio, lucros
indevidos. Por isso, foi determinado no Acórdão 327/2009-Plenário, que a
Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, à qual fora sub-
rogado o contrato, fizesse retornar aos cofres públicos a diferença entre os
salários pagos pela contratada a seus empregados e os valores constantes
da proposta, contra o que a contratada demonstrou inconformismo, por
meio de pedido de reexame. Ao examinar o recurso, o 2º revisor, ministro
Valmir Campelo, discordando do voto do relator, ministro Ubiratan Aguiar,
entendeu não ser possível a retenção da diferença dos valores declarados
pela contratada em sua proposta e os efetivamente despendidos aos
funcionários. Segundo ele, para que isso ocorresse, seria necessário que o
edital da licitação contivesse cláusula expressa nesse sentido, o que não
houve.
Para o 2º revisor, nessas contratações de serviços de consultoria por
homem/hora, “a identidade entre o valor declarado e o realmente pago é
condição para a garantia da vantajosidade e moralidade dos certames”.
Entretanto, entendeu que uma determinação genérica ao Dnit para que
83
Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
IN 04/2014
Art. 22. A estimativa de preço da contratação deverá ser realizada pelos
Integrantes Administrativo e Técnico para elaboração do orçamento
detalhado, composta por preços unitários e fundamentada em pesquisa no
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IN CNJ 44/2012
Art. 11. No processo de contratação deve constar o custo estimado, o qual
conterá os valores máximos global e mensal, demonstrável por meio de:
[...]
II - pesquisa fundamentada dos preços praticados no mercado em
contratações similares;
III - adoção de valores constantes de indicadores setoriais, tabelas de
fabricantes, valores oficiais de referência, tarifas públicas ou outros
equivalentes, se for o caso; e
IV - pesquisa em catálogos de fornecedores, em avaliações de contratos
recentes ou vigentes, em valores adjudicados em licitações de outros
órgãos públicos, em valores registrados em atas de Sistema de Registros de
Preços - SPR e em analogias com contratações realizadas por empresas.
§ 1º Devem ser desconsiderados os valores de quaisquer das fontes
utilizadas para a estimativa de custo que, manifestamente, não
representem a realidade do mercado.
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. responder ao consulente que:
[...]
9.2.3. as regras e critérios para elaboração de orçamentos de referência
de obras e serviços de engenharia pela Administração Pública, estão
estabelecidos no Decreto 7.983/2013 – no caso de certames
fundamentados na Lei 8.666/1993 que prevejam o uso de recursos dos
orçamentos da União –, bem como nos arts. 8º, §§ 3º, 4º e 5º, da Lei
12.462/2011, e 31, §§ 2º e 3º, da Lei 13.303/2016, ou seja, devem se
basear precipuamente nos sistemas referenciais oficiais de custo (Sinapi e
Sicro);
9.2.4. os sistemas referenciais Sicro e Sinapi, utilizados para fundamentar o
orçamento estimativo das contratações de obras e serviços de engenharia
pelo Poder Público, consideram, de forma direta ou indireta, os parâmetros
salariais e outras disposições de instrumentos de negociação coletiva de
trabalho na formação de custos com a mão de obra;
(Acórdão 719/2018 – Plenário)
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
21. Em sua análise, como principais referências, a Selog adotou o Pregão
Eletrônico 7/2016 do Ministério da Cultura, com o subsequente Contrato
13/2016, e o Pregão Eletrônico 8/2017 do então MDIC, destacando as
discrepâncias nos preços praticados a partir da seguinte linha de
comparação:
[...]
22. A partir dessa comparação, constata-se que, caso tivesse sido adotado
os preços praticados no âmbito dos referidos Pregões 7/2016-MinC e
8/2017-MDIC, o Ministério da Cultura poderia ter auferido a economia de
R$ 7.256.908,00 ou de R$ 12.488.700,00, respectivamente, mas,
estranhamente, o MinC optou por limitar a sua pesquisa de mercado a
três orçamentos colhidos junto a empresas do ramo, deixando de se valer
dos referenciais obtidos nas contratações similares pelas demais
instituições públicas e até mesmo no Painel de Preços do Portal de
Compras do Governo Federal, conforme a orientação veiculada pela então
Instrução Normativa SLTI/MPOG 5/2014 (com a redação dada pela IN
3/2017) .
[ACÓRDÃO]
9.3. determinar, nos termos do art. 45 da Lei 8.443, de 1992, que, nas
futuras licitações, o Ministério da Cultura se abstenha de incorrer nas
seguintes irregularidades:
[...]
9.3.2. pesquisa de preços com base unicamente na solicitação de 3 (três)
propostas de fornecedores, com inobservância, assim, à orientação dada
pela então IN 5/2014 do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e
Gestão no sentido de que, na realização da pesquisa de preços com vistas à
formulação do orçamento estimado, sejam priorizados os parâmetros
disponíveis no Painel de Preços e as contratações similares realizadas pelos
demais entes públicos, dando ênfase, principalmente, às anteriores
contratações similares no próprio órgão ou entidade;
(Acórdão 718/2018 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.7.1. Recomendar à Secretaria de Estado de Saúde de Roraima, com
fundamento no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992 combinado com o art.
250, incisos II e III, do Regimento Interno do TCU, que avaliem a
conveniência e a oportunidade de adotar os seguintes procedimentos:
[...]
1.7.1.2. utilizar, para a cotação de preços de mercado, dentre outras
fontes, os valores registrados no Banco de Preços de Saúde (BPS), que a
partir de dezembro de 2017 é de utilização obrigatória pelos entes públicos
para registros de suas aquisições, conforme a Resolução CIT 18/2017, pois
tal sistema elenca os preços pagos pelos medicamentos pelos entes
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A mera comparação dos valores constantes em ata de registro de preços
com os obtidos junto a empresas consultadas na fase interna de licitação
não é suficiente para configurar a vantajosidade da adesão à ata, haja
vista que os preços informados nas consultas, por vezes superestimados,
não serão, em regra, os efetivamente contratados. Deve o órgão não
participante (“carona”), com o intuito de aferir a adequação dos preços
praticados na ata, se socorrer de outras fontes, a exemplo de licitações e
contratos similares realizados no âmbito da Administração Pública.
No âmbito do Acórdão 998/2016 – Plenário, depois de concluir pela
ausência de documentos hábeis a demonstrar a viabilidade técnica e
econômica da adesão, pelo Ministério da Saúde, à ata de registro de preços
gerenciada pela Companhia Energética de Alagoas (CEAL), com a
consequente contração da beneficiária da ata para execução de serviços de
call center, em detrimento de procedimento licitatório instaurado no
próprio ministério, o Pleno decidiu julgar irregulares as contas dos
responsáveis identificados nos autos e aplicar-lhes multa. Inconformados,
eles interpuseram recursos de reconsideração, apontando equívoco no
acórdão recorrido, sob o argumento de o Tribunal haver concluído que a
ampliação do número de postos de atendimento levou em consideração
tão somente a demanda da CEAL, órgão gerenciador da ata de registro de
preços. Os recorrentes aduziram, ainda, que a adesão levou em
consideração o fato de “o contrato firmado pela CEAL prever modalidade de
posto de atendimento que se aproximava à necessidade do Departamento
de Ouvidoria Geral do SUS”, bem como a circunstância de os preços
contratados pelo órgão gerenciador estarem abaixo dos preços obtidos com
a pesquisa que serviria de parâmetro para o procedimento licitatório que se
encontrava em curso. Ao apreciar os recursos, o relator destacou a ausência
de elementos que “justifiquem o fato de o Ministério da Saúde aderir à ata
de registro de preços da CEAL, emitir a nota de empenho correspondente a
essa adesão e, posteriormente, encaminhar o processo à área demandante
para avaliação dos serviços e quantitativos a serem contratados”. Segundo
o condutor do processo, os recorrentes não foram capazes de afastar o
entendimento da instância a quo de que o planejamento da contratação
deixou de observar exigências legais mínimas, a exemplo da elaboração de
minucioso projeto básico, com a especificação dos serviços e dos
quantitativos a serem contratados. Também não seria possível acolher a
alegação de que a adesão à ata de registro de preços fora vantajosa para a
Administração, baseada na mera comparação dos preços nela praticados
com os obtidos por meio da pesquisa que instruiu o procedimento
licitatório, posteriormente abandonado em razão da contratação da
empresa beneficiária da ata. Na visão do relator, os preços apresentados
ao Ministério da Saúde pelas empresas consultadas na fase de pesquisa de
preços “não servem como parâmetro único e suficiente para aferição da
regularidade dos valores contratados, em razão das diferentes condições
90
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A confrontação do orçamento contratado com outro elaborado com
parâmetros de custo obtidos depois de vários anos é imprópria para
aferição de adequação da proposta contratada com valores de mercado,
isso porque as correções de preços por índices em datas demasiadamente
longas não conseguem reproduzir as exatas condições da obra à época da
assinatura do contrato ou da celebração dos aditivos.
Recurso de revisão interposto pelo Ministério Público junto ao TCU para
reabertura das contas dos gestores responsáveis pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial/Administração Nacional (Senac/AN) no exercício
de 2002, originalmente julgadas regulares com ressalva, visava apurar fatos
supervenientes ao exame das contas tratados em processo de
representação convertida em tomada de contas especial, envolvendo
irregularidades nas obras do Centro Administrativo do Senac/AN e do
Serviço Social do Comércio/Administração Nacional (Sesc/AN), na Barra de
Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Entre as irregularidades suscitadas,
mereceram destaque os indícios de superfaturamento no Contrato
01/2002, calculado em R$ 391.092,71. Em seu voto, o relator ressaltou que
o principal elemento de defesa do Presidente dos Conselhos Nacionais do
Senac e Sesc fora o laudo técnico elaborado pela Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe), o qual estaria a evidenciar a inexistência do
referido sobrepreço. No entanto, o relator ponderou haver diversas
inconsistências na metodologia da referida Fundação para apropriar os
preços referenciais dos serviços, entre elas o fato de que a Fipe adotou
diversos índices econômicos para deflacionar os preços de referência
pesquisados para a data-base do contrato, no ano de 2002, sem que fossem
apresentadas justificativas a respeito da escolha dos índices utilizados para
deflação. Nesses casos, “via de regra, existe uma redução do
superfaturamento calculado. É sabido que um dos atributos de todo
orçamento é a propriedade da temporalidade, que mostra que um
orçamento realizado tempos atrás não é válido para hoje, bem como
aquele orçamento elaborado hoje pode não corresponder aos custos que
serão enfrentados pela construtora durante a execução da obra. Apesar da
possibilidade do reajustamento, existem flutuações de preços dos insumos,
alterações tributárias, evolução dos métodos construtivos, bem como
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.8. Recomendações/Orientações:
1.8.1. dar ciência ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações, nos termos do art. 7º da Resolução TCU 265/2014, das
seguintes impropriedades constatadas no instrumento convocatório do
pregão eletrônico 16/2017, de modo a evitar ocorrências semelhantes,
especialmente na eventual realização de novo certame para contratação do
mesmo objeto:
1.8.1.1. baixa abrangência da pesquisa de preços que subsidiou a
estimativa da contratação, uma vez que não se utilizaram fontes variadas
de informação, baseada em cesta de preços aceitáveis, a exemplo de seus
próprios contratos atualizados, do Painel de Preços e de outros contratos
da Administração, em desacordo com os arts. 15, § 1º, e 43, inciso IV, da Lei
8.666/1993, c/c o art. 2º da IN SLTI/MPOG 5/2014,que dispõe sobre o
procedimento administrativo para realização de pesquisa de preços para
aquisição de bens e contratação de serviços em geral, e com a
jurisprudência do TCU (acórdãos 3.684/2014-2ª Câmara, relatora a ministra
Ana Arraes, e 2.637/2015-Plenário, relator o ministro Bruno Dantas) ;
(Acórdão 79/2018 – Segunda Câmara – Relação)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência ao Ministério da Integração e ao Departamento Nacional de
Obras Contra as Secas (DNOCS) das seguintes impropriedades identificadas
no Pregão Eletrônico 11/2017 – SRP, com fundamento no art. 7º da
Resolução – TCU 265/2014, para que sejam adotadas medidas internas com
vistas à prevenção de novas ocorrência da espécie:
9.3.1. a pesquisa de preços para elaboração do orçamento estimativo da
licitação não deve se restringir a cotações realizadas junto a potenciais
fornecedores, devendo serem utilizadas outras fontes como parâmetro, a
exemplo de contratações similares realizadas por outros órgãos ou
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2.Como impropriedade, a equipe apontou a utilização de metodologia
deficiente ou inadequada para definição do orçamento e preço de
referência dos itens que não constam das tabelas oficiais, incluindo o
fornecimento de tubos em poliéster reforçado com fibra de vidro em
diâmetros variados. Segundo a equipe, a Companhia de Águas e Esgotos de
Rondônia (Caerd) adotou, na licitação, a mediana dos valores obtidos em
cotação de preços, ao invés de assumir o preço mais baixo dentre os
cotados. Caso fosse adotado tal procedimento, o orçamento de referência
teria sido reduzido em R$ 1,4 milhão.
3.Conforme anotado, a jurisprudência mais atual do TCU é no sentido de
que deve ser empregada a média ou a mediana dos preços obtidos por
meio das cotações apenas em condições de mercado competitivo,
situação em que se pretende eliminar valores discrepantes oriundos de
situações específicas e pontuais, tais como promoções. Mencionou, como
paradigmas, os Acórdãos 7290/213-2ª Câmara (Relatora Ministra Ana
Arraes) e 1639/2016-Plenário (Relator Ministro Benjamin Zymler) .
[...]
6.Assiste razão à unidade técnica. De fato, os paradigmas jurisprudenciais
apontados amoldam-se à situação problema, sendo exigível a utilização dos
menores valores cotados, ao invés das medianas das cotações realizadas.
No entanto, não é correto o raciocínio da SeinfraUrbana de que a adoção
dos menores valores cotados conduziria à elaboração de um menor
orçamento referencial, o que, por sua vez, levaria a uma contratação por
valor mais baixo. Na realidade, a partir da existência de um orçamento mais
enxuto, é razoável supor que o proponente apresentasse um desconto de
menor proporção.
[ACÓRDÃO]
9.1. dar ciência à Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia que, de
acordo com a jurisprudência predominante neste Tribunal, na elaboração
de orçamento estimativo para equipamentos a serem fornecidos em
mercado restrito, devem ser adotados os valores decorrentes das cotações
mínimas, e não os das medianas, conforme ocorreu na licitação relativa à
Ata RDC Eletrônico 003/16/CPLO/SUPEL/RO;
(Acórdão 8514/2017 – Segunda Câmara)
93
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
É da competência do pregoeiro e da autoridade que homologa o certame
verificar se houve pesquisa recente de preços junto ao mercado
fornecedor do bem licitado e se essa pesquisa orientou-se por critérios
aceitáveis.
[VOTO]
31.No campo da responsabilização, o pregoeiro e a ordenadora de
despesas aduzem que não teriam atribuição técnica de realizar pesquisa
de preços. Ocorre que não foi esse o objeto da audiência endereçada aos
agentes. Rememora-se que o [Pregoeiro] responsável pela condução do
Pregão Eletrônico 11/2016, foi ouvido por ter aceitado proposta do licitante
[Empresa] em valor superior aos preços de mercado, contrariando os
comandos dispostos no art. 4º, inciso XI, da Lei 10.520/2002 c/c o art. 43,
inciso IV, da Lei 8.666/1993; e a [Autoridade homologadora], Chefe da
Unidade Avançada de Administração e Finanças em Atibaia/SP, por ter
homologado certame permeado por essa falha.
32.Ou seja, ainda que a pesquisa de preços tenha sido efetuada por
outrem, ao pregoeiro e à autoridade superior que homologou o certame
cabem verificar se a coleta de preço seguiu critérios aceitáveis, consoante
sobressai do magistério jurisprudencial desta Casa de Contas, verbis:
Acórdão 4.828/2017 – 2ª Câmara (trecho do voto, rel. min. Ana Arraes)
11. Os responsáveis não comprovaram a busca no mercado de preço de
referência para orientar o orçamento do pregão. No entanto, é da
competência da comissão permanente de licitação, do pregoeiro e da
autoridade superior verificar se houve recente pesquisa de preço junto a
fornecedores do bem a ser licitado e se esta observou critérios aceitáveis.
Acórdão 4.464/2017 – 2ª Câmara (trecho do voto, rel. min. Aroldo Cedraz)
14. Acrescento que a jurisprudência do TCU aponta no sentido de que ‘a
CPL, o pregoeiro e a autoridade superior devem verificar: primeiro, se houve
pesquisa recente de preço junto a fornecedores do bem e se essa observou
critérios aceitáveis’ (trecho do Voto condutor do Acórdão 3.516/2007 – TCU
– Primeira Câmara). No mesmo sentido o Acórdão 2.147/2014-TCU-
Plenário.
33.Como se nota, o pregoeiro pode ser responsabilizado por acolher
proposta da licitante [Empresa] em valor superior aos preços de mercado,
em desobediência ao art. 4º, inciso XI, da Lei 10.520/2002 c/c o art. 43,
inciso IV, da Lei 8.666/1993. Registre-se que a Lei 8.666/1993 é de aplicação
subsidiária à modalidade de certame pregão, por força do que dispõe o art.
9º da Lei 10.520/2002.
34.De ressaltar que, ao decidir aceitar o valor ofertado pela licitante
vencedora da disputa, o pregoeiro permitiu a ocorrência de sobrepreço. Há
cristalino nexo de causalidade entre sua conduta e a ocorrência verificada
nos autos (sobrepreço).
(Acórdão 2318/2017 – Plenário)
94
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
11.Concordo com a unidade técnica que, não obstante haver indícios de
que o caráter competitivo do Pregão 20.062/2016 não restou
comprometido, de fato não ficou suficientemente demonstrado que as
cotações apresentadas no certame, as quais serviram de base para a
elaboração do orçamento estimativo da licitação, retratavam fielmente os
preços praticados no mercado à época, tudo isso porque a pesquisa de
preços que balizou o orçamento da administração não teria sido realizada
adequadamente [no caso, foram colhidos apenas dois orçamentos junto a
fornecedores], à luz das normas vigentes.
[ACÓRDÃO]
9.2. determinar à Prefeitura Municipal de Natal/RN que:
[...]
9.2.2. condicione a prorrogação do Contrato 182/2016 à demonstração da
vantajosidade dos preços dos serviços pactuados, em comparação com os
de mercado à época da renovação, realizando, para tanto, ampla pesquisa
de preços, priorizando consultas a Portais de Compras Governamentais e a
contratações similares de outros entes públicos, utilizando apenas
subsidiariamente a pesquisa com fornecedores, tudo à luz dos parâmetros
definidos na IN-SLTI/MPOG 5/2014;
(Acórdão 1604/2017 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
No tocante às irregularidades [...] referentes à pesquisa de preços [...],
restou esclarecido que a prefeitura o fez com respaldo em orçamentos
apresentados por duas empresas participantes da licitação. Embora não
tenha ocorrido sobrepreço, a forma de coleta de preços de referência não
se alinha à prescrição do art. 15, inciso V, da Lei 8.666/1993. Acertada a
proposta da unidade técnica de dar ciência à Prefeitura de Timon/MA sobre
o normativo citado e acerca do Banco de Preços em Saúde, do Ministério da
Saúde, entre outros bancos de dados referenciais.
[ACÓRDÃO]
9.7. dar ciência ao Município de Timon/MA de que:
9.7.1. a realização de pesquisa de preços para elaboração de orçamento
básico de licitação com respaldo apenas em consulta a empresas privadas
não atende o art. 15, inciso V, da Lei 8.666/1993, que estabelece que as
compras devem balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e
entidades da Administração Pública, os quais, no caso de medicamentos e
correlatos, estão disponíveis no Banco de Preços em Saúde, do Ministério
da Saúde, entre outros bancos de dados;
(Acórdão 247/2017 – Plenário)
95
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O Banco de Preços em Saúde (BPS), se empregado de forma adequada, é
válido como referência de preços da aquisição de medicamentos, seja
pelo gestor público para balizar o preço de suas contratações, seja pelos
órgãos de controle para avaliar a economicidade dos contratos.
Em Tomada de Contas Especial, apurou-se dano ao erário decorrente de
superfaturamento na aquisição de medicamentos no âmbito de pregão
presencial promovido pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e nos
contratos dele decorrentes. A metodologia de apuração do prejuízo
utilizada pela unidade técnica se baseou, dentre outras fontes, no maior
valor dos preços constantes do Banco de Preços em Saúde do Ministério da
Saúde (BPS). Divergindo do relator, que, acompanhando o parquet
especializado, considerou haver limitações no BPS a impedir sua utilização
como parâmetro seguro para estimativa do débito, o ministro revisor
consignou que “se empregado da forma adequada, a utilização do BPS
como referência de preços é plenamente válida e desejável, seja pelo
gestor público para balizar o preço de suas contratações, seja pelo TCU ou
outros órgãos de controle para avaliar a economicidade dos contratos”,
ressaltando que, no caso em tela, a unidade técnica solicitara pesquisa
específica à equipe do BPS do Ministério da Saúde sobre os valores do ano
de 2007, exercício posterior à realização do certame, refutando assim a
alegada limitação de que a média do referido sistema é calculada com base
nos últimos dezoito meses. Além disso, a pesquisa adotara como referência
o maior valor dentre todos os registros encontrados para cada
medicamento, afastando qualquer alegação de defasagem nos preços
pesquisados. Enfatizou ainda que a pesquisa também incorporara preços
registrados no Siasg/ComprasNet, segundo funcionalidade desenvolvida
pela equipe do BPS. Registrou o revisor, a propósito, que o BPS pode ser
utilizado como uma interface auxiliar para a pesquisa de preços nos
sistemas da Administração Pública Federal, tais como o
Siasg/ComprasNet. Assim, “os preços coletados pela unidade instrutiva
são, na verdade, provenientes dos sistemas de compras governamentais,
critério eleito como prioritário pela recente Instrução Normativa SLTI nº
5/2014, que dispõe sobre os procedimentos administrativos básicos para a
realização de pesquisa de preços para a aquisição de bens e contratação de
serviços em geral”. Com a utilização de tal banco, prosseguiu, “é possível
eliminar grande parte do trabalho dos gestores, traduzido pela mudança da
busca não sistematizada em diversas fontes e por mais de um meio (diários
oficiais, sistemas de informação, internet etc.) pela consulta em lugar
único, com variedade bem maior de registros. Assim, ao consolidar as
informações de aquisições na administração pública, o BPS possibilita ao
gestor ter uma referência de preços, com a facilidade de selecionar os
registros que mais se aproximem da realidade de sua contratação,
mediante a consideração de região de fornecimento, quantitativos,
fabricante, fornecedor, tipo de entidade contratante etc”. Com base nesses
e em outros fundamentos, votou o revisor pela irregularidade das contas
dos responsáveis e condenação solidária em débito no valor do
superfaturamento apurado, no que foi seguido pela maioria do Colegiado.
(Acórdão 2901/2016 – Plenário – INFORMATIVO 311)
96
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os preços divulgados pela Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos (Cmed) não são o parâmetro mais adequado para servir
como referência para aquisições públicas de medicamentos ou como
critério de avaliação da economicidade de tais aquisições por parte dos
órgãos de controle, pois são referenciais máximos que a lei permite a um
fabricante de medicamentos vender o seu produto.
Ainda na Tomada de Contas Especial que apurara dano ao erário
decorrente de superfaturamento na aquisição de medicamentos no âmbito
de pregão presencial promovido pela Fundação Nacional de Saúde
(Funasa), o revisor também divergiu do posicionamento do MP/TCU,
endossado pelo ministro relator, no sentido de que a base de dados da
Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) seria mais
adequada para aferição da razoabilidade dos preços de aquisição de
medicamento, pois seria o órgão que possui controle sobre o que é
comercializado de fato no setor de medicamentos, por concentrar o
conjunto de todas as compras, tanto as do setor público quanto as do setor
privado. Considerou o revisor que, embora a regulação do mercado de
medicamentos efetuada pela Cmed seja de extrema importância, os preços
divulgados pelo referido órgão não seriam “o parâmetro mais adequado
para servir como referência para aquisições públicas de medicamentos ou
como critério de avaliação da economicidade de tais aquisições por parte
dos órgãos de controle”. Mesmo reconhecendo haver precedentes do TCU
reputando a base de dados da Cmed mais qualificada do que a do BPS para
o processo de construção de referência de preços, discordou o revisor de
tal assertiva e acrescentou não ver “alinhamento jurisprudencial claro nesse
sentido, pois existem julgados do Tribunal em sentido diametralmente
oposto”. Em particular, destacou o Acórdão 3.016/2012 Plenário, que
tratara de Auditoria Operacional com o objetivo de avaliar a atuação
regulatória da Cmed, tendo constatado o superdimensionamento dos
preços de fábrica divulgados pelo referido órgão. Fora verificado, dentre
outros achados, que os preços de tabela eram “significativamente
superiores aos praticados em compras públicas, com casos em que chegam
a mais de 10.000% de variação”. Citou ainda o Acórdão 693/2014 Plenário,
que também tratara da debilidade na regulação dos preços de
medicamentos e nos correspondentes procedimentos de aquisição, para
concluir que “os preços da Cmed são referenciais máximos que a Lei permite
a um fabricante de medicamento vender o seu produto, fato que não
dispensa a obrigação de os gestores pesquisarem e observarem os preços
praticados pelos órgãos públicos nas contratações oriundas das licitações
efetivadas”. Registrou por fim ter ponderado, no voto condutor do citado
acórdão Acórdão 693/2014 Plenário, que, embora a Tabela Cmed não
constitua o parâmetro mais adequado para o referenciamento de preços
em aquisições públicas, ela ainda seria um referencial válido para o cálculo
de eventuais sobrepreços em compras governamentais, sobretudo no caso
dos medicamentos sujeitos a monopólio, caso em que as deficiências
metodológicas dos preços-fábrica, na prática, acarretam a utilização de
critérios conservadores para o cálculo de débitos.
(Acórdão 2901/2016 – Plenário – INFORMATIVO 311)
97
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas licitações e prorrogações contratuais de serviços de manutenção
predial, a Administração deve, em atenção ao art. 6º, inciso IX, alíneas c e
f, e art. 7º, § 4º, da Lei 8.666/1993, incluir, nos estudos técnicos
preliminares da contratação: (i) estudo e previsão da quantidade de
material a ser utilizado; (ii) estudo e definição do tipo e da quantidade de
postos de trabalho que serão utilizados; e (iii) estimativa de preços,
considerando uma cesta de preços, devendo documentar o método
utilizado no processo de contratação.
Fiscalização de Orientação Centralizada destinada a avaliar as práticas de
governança e gestão das aquisições na Administração Federal realizou [...]
auditoria na contratação de serviços de manutenção predial [...], de modo a
verificar sua aderência às boas práticas gerenciais e à legislação correlata.
No contrato auditado restou evidenciado, entre outros achados, a não
realização de estudo técnico preliminar para identificar a quantidade de
material a ser utilizado e a quantidade e tipos de postos de trabalho
necessários à execução dos serviços, bem como deficiências na estimativa
de preços. Nesses termos, acolheu o Plenário a proposta do relator para,
entre outros comandos, determinar ao TRT/MG que, em atenção à Lei
8.666/1993, art. 6º, inciso IX, alínea c e f, e art. 7º, § 4º, antes da eventual
prorrogação do contrato vigente, ou da elaboração de edital para licitação
com vistas a substituí-lo, inclua, nos estudos técnicos preliminares da
contratação: (i) “o estudo e previsão da quantidade de material que será
utilizada na prestação de serviços de manutenção predial”; (ii) “o estudo e
definição do tipo e da quantidade de postos de trabalho que serão
utilizados na prestação de serviços de manutenção predial”; (iii) “a
estimativa de preços, considerando uma cesta de preços, podendo utilizar-
se das diretrizes contidas na IN SLTI 5/2014, e documente o método
utilizado no processo de contratação para a prestação de serviços de
manutenção predial”.
(Acórdão 2352/2016 – Plenário – INFORMATIVO 303)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.7.1. dar ciência à Secretaria Geral de Administração do TCU das seguintes
impropriedades ocorridas no Pregão Eletrônico 83/2011, cujo objeto
consistiu na aquisição de medicamentos pela Diretoria da Saúde do
Tribunal:
1.7.1.1. utilização indevida da tabela ABCFarma como única fonte para
estimar os preços de medicamentos no Pregão-TCU 83/2011, devendo a
unidade administrativa buscar diversidade de fontes para estimativa de
preços, de sorte a excluir eventual viés decorrente de referenciação a partir
de preço único, nos termos da jurisprudência do Tribunal, a exemplo dos
Acórdãos 868/2013 e 2.170/2007, ambos do Plenário do Tribunal;
(Acórdão 1012/2016 – Plenário)
98
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.1 se abstenha de prorrogar o contrato decorrente da ata de registro de
preços resultante do Pregão Eletrônico 14/2015, para que, caso deseje,
deflagre novo certame licitatório em tempo hábil, ou seja, durante os seus
doze meses de vigência, sem os vícios identificados nesta representação,
em especial:
9.3.1.1 realização de pesquisa de preços em desconformidade com as
regras estabelecidas no art. 15, III, da Lei 8.666/1993 e no art. 2º da
Instrução Normativa-SLTI/MP 5/2014;
(Acórdão 696/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência à Secretaria-Executiva do Ministério do Trabalho e
Previdência Social (MTPS) sobre as seguintes impropriedades:
[...]
9.3.4. pesquisa de preços, identificada no planejamento da contratação da
Dataprev, que deu origem ao Contrato 27/2013, realizada com amplitude
insuficiente, tendo-se baseado somente em contratos da própria Dataprev
com outros órgãos da Administração Pública ou desconsiderando-se a
utilização de preços de contratações similares na Administração Pública
com empresas privadas, e, ainda, informações de outras fontes, tais como
o Comprasgovernamentais.gov.br e outros sites especializados, afrontando
o art. 26, parágrafo único, inciso III, da Lei 8.666/1993, e o art. 15, inciso IV,
da Instrução Normativa SLTI/MP 4/2010, conforme entendimento do TCU, a
exemplo do Acórdão 2.637/2015-TCU-Plenário.
(Acórdão 716/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.6. dar ciência ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do
Espírito Santo sobre as seguintes impropriedades, para que sejam
adotadas medidas internas com vista à prevenção da ocorrência de outras
semelhantes:
[...]
9.6.3. estabelecimento de valores de referência para o orçamento da
licitação com base em pesquisa de preços deficiente, em desatendimento
ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
[...]
9.6.5. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressem os
custos unitários em contratos de serviços de consultoria em comunicação
nos termos estabelecidos no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 657/2016 – Plenário)
99
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
3. [omissis] , ex-Diretor-Geral do HU/UFMS, foi ouvido em audiência em
razão das 11 irregularidades listadas a seguir:
[...]
b) inexistência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição de todos os custos unitários do serviço licitado por meio do
Pregão 243/2011, em infração ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8666/1993;
[...]
11. O mesmo pode-se dizer em relação à ausência de orçamento
detalhado. A estimativa de 2% sobre o valor dos equipamentos é apenas
um referencial rudimentar de custo, que não atende aos arts. 3º, III, da Lei
10.520/2002 e 9º, §2º, do Decreto 5.450/2005. Observo que o agente
sequer levou em consideração os custos históricos de manutenção dos
aparelhos. Seria mister estimar o custo de uma forma mais precisa e
fundamentada. No caso da manutenção preventiva, por exemplo, seria
necessário levar em consideração a periodicidade na qual os serviços
deveriam ser realizados em cada aparelho. Não é demais lembrar que, na
gestão de recursos públicos, o agente tem a obrigação de ser eficiente, o
que equivale a dizer que ele precisa otimizar o aproveitamento dos
recursos disponíveis. Para que isso ocorra, é fundamental que ele orce
adequadamente os custos dos serviços, não se admitindo estimativas por
meio de ilações, sobretudo em se tratando de um contrato de quase dois
milhões de reais.
[ACÓRDÃO]
9.5. aplicar aos responsáveis abaixo-arrolados a multa respectiva [...]
(Acórdão 434/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2 recomendar [...] que:
[...]
9.1.32. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de
bens e serviços, e na gestão dos contratos decorrentes que vierem a ser
elaborados, inclua os seguintes controles internos na etapa de elaboração
dos estudos técnicos preliminares:
[...]
9.1.32.2. definir método para a estimativa de preços, considerando uma
cesta de preços, podendo utilizar-se das diretrizes contidas na IN-SLTI
5/2014;
9.1.32.3. documentar o método utilizado para a estimativa de preços no
processo de contratação, juntamente com os documentos que lhe dão
suporte;
(Acórdão 1520/2015 – Plenário)
100
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. com base no art. 7º da Resolução-TCU 259/2014, dar ciência à
Fundação Nacional de Saúde sobre as seguintes impropriedades, relativas
ao pregão eletrônico 2/2015, para que sejam adotadas medidas internas
com vistas à prevenção de ocorrências semelhantes:
9.3.1. realização de pesquisas de preços com utilização de orçamento
manifestamente superior à prática de mercado (cerca de 40% superior ao
segundo orçamento de maior valor), o que contraria o art. 2º, § 6º, da IN-
SLTI/MPOG 5/2014 e o posicionamento do TCU representado no Acórdão
2.943/2013, do Plenário;
9.3.2. realização de pesquisa de preços com amplitude insuficiente,
restrita ao possível envio de dois e-mails a oito empresas do ramo, tendo-se
obtido apenas três orçamentos, não obstante o mercado fornecedor do
serviço ser vasto; e, ainda, que não se considerou a utilização de preços de
contratações similares na Administração Pública e a informações de
outras fontes, tais como o ComprasNet e outros sites especializados,
afrontando o art. 26, parágrafo único, incisos II e III, e o art. 43, inciso IV, da
Lei 8.666/1993, conforme entendimento do TCU, a exemplo dos Acórdãos
2.170/2007 e 819/2009, ambos do Plenário;
(Acórdão 2637/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
As empresas que oferecem propostas com valores acima dos praticados
pelo mercado, tirando proveito de orçamentos superestimados
elaborados pelos órgãos públicos contratantes, contribuem para o
superfaturamento dos serviços contratados, sujeitando-se à
responsabilização solidária pelo dano evidenciado.
Tomada de Contas Especial, originada em levantamento de auditoria,
apurara possível sobrepreço em contrato [...]. Realizado o contraditório,
mediante citação solidária dos ordenadores de despesa da Seinfra/AL e da
empresa contratada, esta última, dentre outras alegações, argumentou que
“os preços de sua proposta estavam em consonância com o limite máximo
do valor global fixado no orçamento elaborado pela Seinfra/AL”. Sobre o
assunto, ressaltou o relator que “se por um lado o valor global máximo
serve de parâmetro para apreciação das propostas da licitação, por outro,
torna-se necessário, para que haja atendimento ao critério legal previsto no
art. 43, inciso IV, da Lei 8.666/1993, ou seja, que os preços praticados na
licitação e no referido orçamento reflitam os preços praticados no mercado,
sob pena de não isentar de responsabilidade por eventual sobrepreço ou
superfaturamento tanto o agente público que pratica o ato irregular como a
empresa contratada que dele se beneficia”. Nesse sentido, prosseguiu,
“ainda que o preço orçado pela administração esteja acima dos valores
passíveis de serem praticados no mercado, têm as empresas liberdade para
oferecerem propostas que sabem estar de acordo com os preços de
mercado”. Assim, “não devem as empresas tirar proveito de orçamentos
superestimados, elaborados por órgãos públicos contratantes, haja vista
101
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[ACÓRDÃO]
9.6. alertar o Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA que:
9.6.1. o orçamento estimado foi elaborado com base tão somente em
consulta a fornecedores, contrariando jurisprudência do TCU no sentido de
que, na elaboração de orçamento na fase de planejamento da contratação
de bens e serviços, devem ser utilizadas fontes diversificadas, a fim de dar
maior segurança no que diz respeito aos valores a serem adjudicados, de
acordo com o art. 2º da IN SLTI/MP 5/2014 c/c o art. 15, inciso V, da Lei
8.666/1993 e Acórdãos 2816/2014-TCU-Plenário, 265/2010-TCU-Plenário,
171/2012-TCU-Plenário, 1266/2011-TCU-Plenário, 895/2015-TCU-Plenário e
1445/2015- TCU-Plenário);
(Acórdão 1678/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na elaboração do orçamento estimativo da licitação, bem como na
demonstração da vantajosidade de eventual prorrogação de contrato,
devem ser utilizadas fontes diversificadas de pesquisa de preços. Devem
ser priorizadas consultas ao Portal de Compras Governamentais e a
contratações similares de outros entes públicos, em detrimento de
pesquisas com fornecedores, publicadas em mídias especializadas ou em
sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, cuja adoção deve
ser tida como prática subsidiária.
Em Representação acerca de pregão eletrônico [...] para a contratação de
empresa especializada na prestação de serviços de transportes, incluindo
veículos e motoristas, a unidade técnica apontara, dentre outras
irregularidades, que a pesquisa de preços efetuada pelo MJ para subsidiar
o orçamento se mostrou deficiente, “haja vista que só foram utilizados
dados fornecidos por apenas duas empresas, sendo considerado o menor
valor apresentado para cada um dos itens componentes do objeto”. [...] O
órgão acrescentou ainda que a pesquisa realizada “observou as regras da IN
102
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A justificativa do preço em contratações diretas (art. 26, parágrafo único,
inciso III, da Lei 8.666/93) deve ser realizada, preferencialmente,
mediante: (i) no caso de dispensa, apresentação de, no mínimo, três
cotações válidas de empresas do ramo, ou justificativa circunstanciada se
não for possível obter essa quantidade mínima; (ii) no caso de
inexigibilidade, comparação com os preços praticados pelo fornecedor
junto a outras instituições públicas ou privadas.
103
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
42. No que se refere à adjudicação de proposta com fortes indícios de
sobrepreço e contrária à economicidade da contratação, são responsáveis
pela irregularidade os servidores da Funasa que realizaram a estimativa de
preço e que elaboraram o termo de referência, uma vez que, conforme
demonstrado pela unidade instrutiva, os preços tomados por referência
não serviam de parâmetro para balizar a economicidade da contratação,
haja vista serem referentes a quantitativos significativamente inferiores aos
que seriam licitados, e a quantidade de equipamentos a serem
disponibilizados estava superestimada. [...]
[ACÓRDÃO]
9.1. conhecer da representação, com fulcro nos arts. 235 e 237, VII, do
Regimento Interno/TCU c/c o art. 113, § 1º, da Lei 8.666/1993, para, no
mérito, considerá-la procedente;
104
Erivan Pereira de Franca
[...]
9.3. dar ciência à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), com fundamento
no art. 7º, da Resolução TCU 265/2014, sobre as seguintes falhas
identificadas no Pregão Eletrônico 1/2015, para que sejam adotadas
providências internas que previnam a ocorrência de outras semelhantes:
[...]
9.4. realizar, com fundamento no art. 250, IV, c/c o art. 237, parágrafo
único, do RI/TCU, a audiência dos servidores [omissis], para que, no prazo
de quinze dias, apresentem razões de justificativa pelas seguintes
irregularidades observadas no Pregão Eletrônico 1/2015 da Funasa:
[...]
9.4.2. adjudicação de proposta com fortes indícios de sobrepreço e
contrária à economicidade da contratação, em razão das deficiências na
pesquisa de preços de referência realizada no âmbito da Funasa, que não
considerou a economia de escala decorrente da quantidade de
impressões/copias a serem contratadas, e pelo superdimensionamento
do número de impressoras a serem disponibilizadas para atender a
demanda da entidade, em infração ao art. 3º, caput, da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 1297/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os preços de referência para aquisição de veículos pela Administração
Pública são aqueles divulgados pela Fundação de Pesquisas Econômicas
(Fipe).
Recursos de Reconsideração questionaram deliberação proferida na
apreciação de tomada de contas especial, na qual foram julgadas
irregulares as contas de ex-reitor e ex-diretor do hospital universitário da
Fundação Universidade de Pernambuco (UPE), os quais foram condenados
solidariamente com outro servidor e com uma empresa contratada pela
entidade ao recolhimento do débito apurado nos autos e ao pagamento de
multas individuais, com espeque no art. 57 da Lei 8.443/92. A tomada de
contas especial fora constituída em face de superfaturamento na gestão de
recursos repassados mediante convênio celebrado pela UPE com o
Ministério da Saúde, para a aquisição de duas unidades móveis de saúde.
Analisando o mérito dos recursos, anotou o relator que a unidade instrutiva
demostrara que “houve inequívoco prejuízo ao erário, uma vez que os
preços cobrados para a aquisição de Unidades Móveis de Saúde estavam
em desconformidade com os praticados no mercado à época”. Nesse passo,
rememorou que “vem se consolidando na jurisprudência desta Corte de
Contas o entendimento de que os preços de referência dos veículos são
aqueles pesquisados pela Fundação de Pesquisas Econômicas/Fipe,
segundo a qual, as tabelas baseiam-se em pesquisas de preços médios
praticados em 24 estados brasileiros, descartando valores muito abaixo
ou acima da média (Acórdãos 2.877/2011, 3.019/2011, 5.324/2011,
5.325/2011, 6.758/2011, 7.723/2011, todos da 2ª Câmara)”. Nessas
condições, prosseguiu, “a variação causada pelas diferenças regionais já se
105
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4. dar ciência ao Ministério da Saúde que:
[...]
9.4.2. a realização da pesquisa de preços prévia junto a apenas duas
empresas, ocorrida no Pregão Eletrônico 9/2014, não se mostra suficiente
para justificar o valor do orçamento estimativo da contratação, estando
em desacordo com os arts. 3º, inciso III, da Lei 10.520/2002 e 9º, §§ 1º e 2º,
do Decreto 5.450/2005 e com a jurisprudência do TCU, representada pelos
Acórdãos 1.805/2014, 1.179/2014, 819/2009 e 2.170/2007, todos do
Plenário;
(Acórdão 1002/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.3. a prorrogação ou renovação de contratos de prestação de serviços
executados de forma contínua, sem a devida demonstração, nos autos do
respectivo processo administrativo, de que tal medida assegura a obtenção
de condições e preços mais vantajosos para administração, evidenciado
com pesquisa de mercado para serviços similares, contraria o disposto nos
arts. 3º e 57, inciso II, da Lei nº 8.666/93;
9.2.4. a realização de pesquisa de preços de mercado de forma indireta,
por meio de corretora, sem a devida documentação das propostas no
processo administrativo correspondente, contraria o disposto nos arts. 3º
e 57, inciso II, da Lei nº 8.666/93;
(Acórdão 600/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. [...], determinar ao Ipea que aprimore o mecanismo de estimativa de
preço em licitações, de forma a contemplar, dentre outros critérios,
cotações com fornecedores, contratos anteriores do próprio Instituto e
contratos de outros órgãos.
(Acórdão 3684/2014 – Segunda Câmara)
106
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
9. Restou comprovado dessa análise que: as pesquisas de preços não
refletem a realidade praticada no mercado, sendo, pois, inadequadas para
delimitar as licitações; as pesquisas não apresentam consistência, uma vez
que a diferença entre a menor e a maior cotação, em muitos casos, é
desarrazoada, chegando a quatro vezes; e as empresas, em resposta a
pesquisas realizadas pela Administração Pública, tendem a apresentar
propostas de preços com valores muito acima daqueles praticados no
mercado, retirando desse instrumento a confiabilidade necessária para
balizar contratações que envolvem quantias consideráveis.
[...]
15. A questão é saber se os agentes públicos à frente do planejamento e
execução das licitações estão com pleno domínio das técnicas e métodos
necessários para a realização de pesquisas de preços isentas de
enviesamentos, como os constatados nestes autos.
16. Nesse sentido, entendo que a recomendação sugerida pela Selog é
pertinente por ser uma medida necessária no processo de aperfeiçoamento
do planejamento das contratações. Porém, ela será insuficiente se não for
acompanhada de ações efetivas de treinamento técnico, que envolvam
aspectos econômicos, financeiros e estatísticos da formação e estimativa de
preços.
[...]
18. Assim, deve-se recomendar especial atenção ao disposto no art. 2º da
IN 5/2014 SLTI/MP, combinada com ações efetivas de treinamento em
formação e estimativa de preços, a partir de pesquisas feitas com
fornecedores, em mídia e sítios especializados, em contratações similares
de outros entes públicos e nos portais oficiais de referenciamento de
custos.
19. Portanto, conquanto a representação deva ser julgada improcedente,
uma vez que o indício de conluio, levantado na exordial, não foi
confirmado, ficou assente que o processo de pesquisa de preços para a
orçamentação das contratações públicas precisa ser aperfeiçoado para se
que se minimize o risco de que a Administração Pública faça contratações
por valores indevidos.
[ACÓRDÃO]
9.2. recomendar à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do
Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, ao Conselho Nacional de
Justiça, ao Conselho Nacional do Ministério Público, à Câmara dos
Deputados, ao Senado Federal e ao Tribunal de Contas da União que:
9.2.1. orientem os órgãos, entidades e secretarias administrativas que lhe
estão vinculados ou subordinados sobre as cautelas a serem adotadas no
planejamento de contratações de empresas para prestação de serviços de
organização de eventos, de modo a não restringir a pesquisa de preços às
cotações realizadas junto a potenciais fornecedores, adotando também
outros parâmetros, conforme previsto no art. 2º da IN SLTI/MP 5/2014, c/c
o art. 15, inciso V, da Lei 8.666/1993;
9.2.2. promovam ações de treinamento e capacitação em formação e
estimativa de preços, a partir de pesquisas feitas com fornecedores, em
107
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É recomendável que a pesquisa de preços para a elaboração do
orçamento estimativo da licitação não se restrinja a cotações realizadas
junto a potenciais fornecedores, adotando-se, ainda, outras fontes como
parâmetro, como contratações similares realizadas por outros órgãos ou
entidades públicas, mídias e sítios eletrônicos especializados, portais
oficiais de referenciamento de custos.
Representação formulada por sociedade empresária apontara indícios de
conluio em licitações realizadas no âmbito da Secretaria Executiva da Casa
Civil da Presidência da República, da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República e da Universidade Federal da Integração Latino-
Americana. O relator, alinhado à análise da unidade técnica, concluiu pela
improcedência da Representação tendo em vista que os questionamentos
levantados pela representante não teriam se confirmado. Contudo,
considerando a significativa redução observada nos valores contratados em
relação aos valores estimados, “o que, por um lado, denotaria grande
economia de recursos para a Administração Pública, mas, por outro,
poderia indicar uma estimativa irreal ou mesmo uma contratação por
quantia inexequível”, determinou o relator a realização de diligência junto
aos órgãos envolvidos a fim de obter justificativas para as estimativas
realizadas. Ao analisar as informações apresentadas, observou o relator que
a diferença acentuada entre o valor estimado e o contratado é uma
questão recorrente na Administração Pública. Destacou a inadequação e a
inconsistência das pesquisas de preços examinadas, que “não refletem a
realidade praticada no mercado, sendo, pois, inadequadas para delimitar as
licitações”. Constatou ainda que, em muitos casos, a diferença entre a
menor e a maior cotação se mostrou desarrazoada, e que, nas pesquisas
realizadas pela Administração Pública, as empresas “tendem a apresentar
propostas de preços com valores muito acima daqueles praticados no
mercado, retirando desse instrumento a confiabilidade necessária”. Por fim,
considerando a necessidade de aperfeiçoamento do processo de pesquisa
de preços das contratações públicas, propôs o relator recomendar aos
agentes públicos a observância do disposto no art. 2º da IN 5/2014
SLTI/MP, que “dispõe sobre os procedimentos administrativos básicos para
a realização de pesquisa de preços”, em conjunto com “ações efetivas de
treinamento em formação e estimativa de preços” O Tribunal, nos termos
propostos pelo relator, julgou a Representação improcedente e expediu
recomendação à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do
Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, ao Conselho Nacional de
Justiça, ao Conselho Nacional do Ministério Público, à Câmara dos
Deputados, ao Senado Federal e ao Tribunal de Contas da União para que:
108
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É da competência da comissão permanente de licitação, do pregoeiro e da
autoridade superior verificar se houve recente pesquisa de preço junto a
fornecedores do bem a ser licitado e se essa pesquisa observou critérios
aceitáveis.
Em autos de Acompanhamento, a unidade técnica constatou, dentre outras
ocorrências, que não fora realizada pesquisa de preços para respaldar a
planilha orçamentária usada como referencial em concorrência lançada
pelo Serviço Social da Indústria - Departamento Regional do Paraná
(Sesi/PR) para a execução das obras de ampliação do Centro Integrado dos
Empresários e Trabalhadores do Estado do Paraná. Ouvidos em audiência,
os responsáveis alegaram que a estimativa dos custos unitários da planilha
orçamentária fora realizada com base em dados de revista especializada e
em tabelas dispostas em resolução da Secretaria de Obras Públicas do
Governo do Estado do Paraná (Seop). Ao analisar o caso, o relator deixou
claro que foram disponibilizados ao Tribunal apenas os dados da Seop.
Afirmou que a pesquisa de preços “é essencial para balizar o julgamento
das propostas, por meio da consideração dos preços vigentes no mercado, e
possibilitar a seleção da proposta mais vantajosa para o Sesi/PR”. Afirmou,
ainda, “que não foi acostado aos autos do processo licitatório pesquisa
realizada por meio de consulta a sistemas oficiais ou da obtenção de
cotações de empresas/fornecedores distintos”, motivo pelo qual, em
afronta ao art. 2º do Regulamento de Licitações e Contratos do Sesi, não
houve a comprovação de que a proposta vencedora do certame era a
melhor para a entidade. O relatou acrescentou que a jurisprudência do TCU
indica que “a CPL, o pregoeiro e a autoridade superior devem verificar:
primeiro, se houve pesquisa recente de preço junto a fornecedores do bem e
se essa observou critérios aceitáveis”. Nesse aspecto, considerando que
itens representativos dos custos da planilha orçamentária apresentavam
valores superiores aos da Seop e que diversos itens dessa planilha não se
encontravam listados no cadastro da secretaria estadual, o condutor do
processo concluiu “que as alegações dos responsáveis não comprovaram
que de fato houve pesquisa de preço e que essa pesquisa observou critérios
aceitáveis”. Assim, em função dessa e de outras irregularidades, o
109
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na fixação dos valores de referência da licitação, além de pesquisas de
mercado, devem ser contemplados os preços praticados por outros
órgãos e entidades da Administração Pública, nos termos do art. 15, inciso
V e § 1º, da Lei 8.666/93.
Representação apresentada por membro do Ministério Público junto ao
TCU questionara possíveis irregularidades em pregão destinado à
contratação de empresa especializada na prestação de serviços de
produção de materiais gráficos e de conversão de conteúdo para leitura em
meio digital. A unidade técnica apontara a “ausência de ampla pesquisa de
preços de mercado que retratasse de maneira fidedigna o valor de mercado
dos bens e serviços licitados”. O relator concordou que o valor estimado
pela UFJF apresentava discrepância em relação ao da oferta vencedora (R$
38 milhões para o lote 1 e R$ 11 milhões para o lote 2, diante da estimativa
de R$ 64 milhões e R$ 22 milhões, respectivamente), mas não lhe pareceu
possível afirmar, apenas com base no apontamento da unidade técnica,
“que houve irregularidade no processo de levantamento de preços, mesmo
porque, como se tem observado em processos semelhantes nesta Corte de
Contas, não são raras as licitações em que diferenças desta ordem são
observadas”. Acreditou, além disso, que os potenciais lances mais
vantajosos apresentados por empresas desclassificadas não deveriam ser
usados como referencial de preço, uma vez que a maioria delas não
manifestou intenção de recorrer da decisão que as excluiu do certame,
“circunstância que fragiliza a integridade de suas propostas. Deste modo,
não seria prudente utilizá-las como parâmetro para questionar os valores
da contratação”. O relator aduziu que os “atos de desclassificação e recusa
de propostas potencialmente mais vantajosas, foram todos plenamente
justificados, não se identificando vício nos motivos determinantes dos
sobreditos atos”, considerando importante “ressaltar, mais uma vez, que as
empresas com propostas mais vantajosas não recorreram contra suas
desclassificações”. Destacou, por fim, como pertinência dos preços
levantados no caso concreto, a existência de pregão eletrônico realizado
pela Fundação Universidade de Brasília para a contratação dos mesmos
serviços, “que, numa comparação entre as atas, obteve preços semelhantes
ao pregão ora impugnado”. Dessa forma, e considerando que não havia
comprovação de que a UFJF houvesse efetuado o levantamento de preços
em outros órgãos ou entidades públicas, o Tribunal, acolhendo os
argumentos do relator, julgou suficiente para elucidar o ponto em questão
dar ciência à universidade “acerca da necessidade de que as pesquisas de
mercado, além de consultas junto a fornecedores, devem contemplar (...)
preços contratados por outros órgãos ou entidades da Administração
Pública”, quando da fixação dos valores de referência, nos termos do art.
15, inciso V e § 1º, da Lei 8.666/93.
[VOTO]
110
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
5. Primeiramente, são questionadas as disposições contidas no subitem
9.3.1.2. do acórdão recorrido, as quais estabelecem que as justificativas
de preços para as contratações da empresa [omissis] devem ser precedidas
da apresentação de três cotações junto ao mercado.
[...]
7. Embora as cotações junto ao mercado sejam uma forma direta e
objetiva de justificar os preços nas contratações sem licitação, poderá
haver casos em que a adoção desse procedimento não seja possível ou
não seja a mais adequada. Cito, por exemplo, as situações em que o preço
do objeto consta de algum sistema oficial de referência ou em que o
mercado seja de tal forma restrito que não permita a obtenção de tais
cotações.
8. Nesse sentido, a jurisprudência desta Corte de Contas estabelece que a
apresentação de cotações junto ao mercado é apenas a forma
preferencial de se justificar o preço, podendo, caso não seja aplicável tal
procedimento, ser utilizados outros meios.
[...]
10. Acompanho, pois, o posicionamento da unidade técnica no sentido que
cabe a reforma da deliberação impugnada. Acolho, outrossim, a sugestão
colocada em declaração de voto efetuada pelo ilustre Ministro Raimundo
Carreiro, no sentido da importância de também ser efetuada pesquisa dos
preços praticados no âmbito de outros órgãos e entidades da
Administração Pública.
(Acórdão 522/2014 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na elaboração de orçamentos destinados às licitações, deve a
administração desconsiderar, para fins de elaboração do mapa de
cotações, as informações relativas a empresas cujos preços revelem-se
evidentemente fora da média de mercado, de modo a evitar distorções no
111
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas empreitadas por preço global, erros ou omissões relevantes no
orçamento poderão ensejar termos aditivos, de modo a evitar o
enriquecimento sem causa de qualquer das partes.
Ainda no âmbito do estudo sobre o regime de empreitada por preço global,
o relator continuou analisando o tema da legalidade e da legitimidade dos
aditivos contratuais. Agora com enfoque nos casos de erros ou omissões
nos orçamentos, situação que considerou “o ponto mais controverso sobre
a prática contratual nas empreitadas globais”. Para o relator, “a dicotomia
em questão está em balancear a idealização da empreitada global com a
vedação do enriquecimento sem causa. Não seria concebível que falhas na
elaboração do edital redundem, com justa causa, em um
superfaturamento. Tampouco a Administração poderia se beneficiar de
erro que ela própria cometeu, pagando por um produto preço
relevantemente inferior que o seu justo preço de mercado. Erro preliminar
da própria Administração, independentemente do tipo de empreitada,
não pode redundar em ganhos ilícitos; porque se ilícito for, o
enriquecimento de uma parte, em detrimento de outra, sem causa jurídica
válida, faz-se vedado”. Assim, caberia analisar, em cada caso concreto, se o
erro verificado se caracteriza como vício do edital ou não, ou seja, se o erro
induziu a uma noção inexata (e a ganhos ilícitos) sobre o negócio a ser
112
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os orçamentos de licitações em obras e serviços de engenharia devem
considerar a desoneração instituída pela Lei 12.844/13, que possibilita a
redução de custos previdenciários das empresas de construção civil,
caracterizando sobrepreço a fixação de valores em contrato que
desconsidere tal dedução.
No caso concreto, o orçamento da licitação não considerara a desoneração
instituída pela Lei 12.844/13, que, ao alterar o art. 7º da Lei 12.546/11
permite a redução dos custos previdenciários das empresas de construção
civil nas obras de construção de edifícios, de instalações prediais, de
acabamento e outros serviços especializados de construção. O relator
anotou que a desoneração "impacta diretamente e significativamente nos
encargos sociais sobre a mão de obra, aplicável ao objeto da presente
contratação. São 20% a menos a serem aplicados sobre os custos de todos
os operários. Ao mesmo tempo, como medida compensatória, deve-se
incluir 2% sobre o lucro bruto relativo à Contribuição Previdenciária sobre a
Renda Bruta (CPRB), a ser incluída diretamente no BDI". Ressaltou ainda
que "a não consideração dessa novidade em matéria tributária ensejou um
sobrepreço em toda a mão de obra do empreendimento". O Tribunal
decidiu notificar a empresa da impropriedade relativa à "inobservância, à
época da elaboração do orçamento da obra, da Lei 12.844/2013, que
alterou o art. 7º da Lei 12.546/2011 – a impactar nos custos das empresas
da construção civil nas áreas de construção de edifícios; instalações
elétricas, hidráulicas e outras instalações em construções; obras de
acabamento e outros serviços especializados de construção –
especificamente quanto à desoneração do INSS nos encargos sociais sobre a
mão de obra e quanto à criação da Contribuição Previdenciária sobre a
Renda Bruta, a onerar o BDI em 2%".
(Acórdão 2293/2013 – Plenário – INFORMATIVO 166)
113
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.2. efetue, quando da realização de processos licitatórios, a pesquisa
prévia dos preços, junto a, no mínimo, três fornecedores, justificando a
inobservância deste número mínimo, sempre que houver impossibilidade
de cotação, em razão de restrições do mercado por ausência do número
mínimo de fornecedores, em observância ao Acórdão 1861/2008-1ª
Câmara;
(Acórdão 1543/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.13 atentem para a necessidade de realização de cotação eletrônica ou
pesquisa de preços, com, no mínimo, três fornecedores do ramo
pretendido, devidamente comprovada no processo licitatório, e com a
identificação do servidor responsável e de quem revisou o trabalho; [...]
9.3.17 implementem mecanismos para que seja feita a conferência das
pesquisas de preços;
(Acórdão 1162/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.6. elabore mapas de preço de referência para as aquisições com base
em pesquisa consistente do mercado, que abranja pelo menos três
fornecedores, submetendo os preços obtidos à análise crítica, com vistas a
descartar, de modo fundamentado, aqueles que se acham muito
destoantes em relação aos demais;
9.2.7. adote medidas com vistas a conferir os procedimentos de coleta e
elaboração de mapas de preço, de modo a evitar falhas recorrentes.
(Acórdão 749/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.1. é imprescindível a realização de ampla e prévia pesquisa de preços,
que integrará o processo administrativo, quando da adesão a ata de
registro de preços, com o objetivo de comprovar sua vantagem, em atenção
ao art. 8º do Decreto 3.931/2001;
(Acórdão 691/2013 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. estabeleçam formalmente, em seus normativos, procedimentos
mínimos para o adequado planejamento das contratações, documentados
nos autos dos respectivos processos, prevendo: [...]
9.2.1.3. avaliação do custo, mediante orçamento detalhado, em que
constem os preços unitários relativos a cada item de serviço e o valor
114
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A pesquisa de preços que antecede a elaboração do orçamento de
licitação demanda avaliação crítica dos valores obtidos, a fim de que
sejam descartados aqueles que apresentem grande variação em relação
aos demais e, por isso, comprometam a estimativa do preço de
referência.
Representação de unidade técnica do Tribunal apontou irregularidades na
elaboração do orçamento que serviu de base para a contratação de serviço
de manutenção predial. Segundo a autora da representação, a estimativa
de preços que integrou o projeto básico da licitação revelou-se
inconsistente, visto que os valores pesquisados apresentaram grandes
variações de preços, “suficientes para se afirmar que a média desses preços
não se presta para representar os preços praticados no mercado”. Anotou,
a esse respeito, que o órgão poderia ter-se valido dos preços praticados em
outros contratos celebrados pelo órgão com objetos similares. Tal
fragilidade teria ficado patente a partir da verificação de que a proposta
vencedora (R$ 3.292.668,90) apresentou valor muito menor do que o
estimado pela COGRL/MF e que constou do edital (R$ 6.423.490,12). O
relator, ao endossar a avaliação da unidade técnica, considerou ser
indispensável que a Administração “avalie, de forma crítica, a pesquisa de
preço obtida junto ao mercado, em especial quando houver grande
variação entre os valores a ela apresentados”. E fez menção à ementa do
Acórdão 1.108/2007-Plenário: “Não é admissível que a pesquisa de preços
de mercado feita pela entidade seja destituída de juízo crítico acerca da
consistência dos valores levantados, máxime quando observados indícios de
preços destoantes dos praticados no mercado”. Concluiu, por isso, ter
havido violação ao disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993.
Anotou, no entanto, que desse vício não resultou dano ao erário, porque a
disputa entre as licitantes conduziu à contratação do serviço por valor
adequado. O Tribunal, então, ao acolher proposta do relator, decidiu
apenar os responsáveis com multa do art. 58 da Lei nº 8.443/1992.
Precedente mencionado: Acórdão 1.108/2007-Plenário.
(Acórdão 403/2013 – Plenário – INFORMATIVO 139)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.5.4. em futuros leilões, faça constar da documentação remetida a este
Tribunal as memórias de cálculo que evidenciem como foram obtidos os
preços unitários dos serviços envolvidos nas obras civis, bem como, de
forma clara e objetiva, a metodologia adotada para estimativa dos preços
dos equipamentos eletromecânicos acompanhada de memória de cálculo
115
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência [...] alertando os gestores daquele órgão que a reincidência
injustificada em tais falhas sujeitará os responsáveis à sanção prevista no
inc. II do art. 58 da Lei 8.443/1992:
9.3.1. o orçamento que compôs o projeto básico do certame licitatório não
contemplou, em sua totalidade, o disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei
8.666/1993, considerando não haver apresentado, de forma clara e
precisa, todas as memórias de cálculo e/ou pesquisas de mercado que
formaram os preços dos insumos e dados de entrada utilizados para
compor o preço total da obra;
(Acórdão 2603/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO] Em relação à estimativa de preços [...], correta a unidade instrutiva
ao afirmar que aquela não somente não se encontra devidamente
documentada no respectivo processo administrativo, como, também,
apresenta erros de cálculo e não foi realizada adequadamente quanto à
amplitude da consulta aos entes que poderiam prestar os serviços, além da
insuficiência de informações quanto aos preços praticados para bens e
serviços equivalentes em contratações atualizadas feitas por outros entes
públicos.
(Acórdão 492/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. determinar [...] que faça constar em seus futuros processos licitatórios
toda a documentação utilizada como base à formação do preço estimado
pela administração, valor esse utilizado como parâmetro nas contratações
de bens e serviços;
(Acórdão 329/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas sete visitas in loco, “foram encontrados processos que sequer possuíam
pesquisa de preços, mesmo que superficial”, e a análise das respostas aos
questionários eletrônicos mostrou que “apenas 45% [dos respondentes]
afirmaram ter realizado estimativa de preço realizada com base em
informações de diversas fontes”, conforme destacou a unidade técnica. A
relatora registrou a necessidade de observância de orientação contida no
Acórdão nº. 2.170/2007 – Plenário, “visto que naquela deliberação foram
discutidos, de modo percuciente, entre outros aspectos, os parâmetros que
116
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
O entendimento dominante do Tribunal é de que, se não for possível obter
preços de referência nos sistemas oficiais, deve ser realizada pesquisa
contendo o mínimo de três cotações de empresas ou fornecedores
distintos, fazendo constar do respectivo processo a documentação
comprobatória dos levantamentos e estudos que fundamentaram o preço
estimado. Além disso, não sendo possível obter esse número de cotações,
deve ser elaborada justificativa circunstanciada. Como precedentes, os
acórdãos 1.379/2007, 3.219/2010 e 1.266/2011, todos do Plenário.
[ACÓRDÃO]
9.2. fixar prazo de quinze dias para [...] alteração/correção das cláusulas do
edital [...] condicionando a republicação do edital à correção das seguintes
irregularidades:
9.2.6. o orçamento não apresenta todas as composições de preços
unitários, contém serviços discriminados na forma de verba e não indica o
percentual e a composição da taxa de encargos sociais, descumprindo os
arts. 6º, IX, "f", e 7º, § 2º, II, da Lei 8.666/1993, conforme tratado no item
3.4 do relatório;
9.2.7. não foi elaborada adequada pesquisa de mercado para definir os
custos de todos os serviços sem referência em sistemas oficiais, com
cotação em três fornecedores distintos ou a apresentação de justificativa
para a sua falta, em afronta ao art. 6º, IX, "f", da Lei 8.666/1993, e a
jurisprudência deste Tribunal;
(Acórdão 3280/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Registrou o relator, que a jurisprudência do TCU é no sentido de que “no
caso de não ser possível obter preços referenciais nos sistemas oficiais
para a estimativa de custos que antecederem os processos licitatórios, deve
ser realizada pesquisa de preços contendo o mínimo de três cotações de
empresas/fornecedores distintos, fazendo constar do respectivo processo
a documentação comprobatória pertinente aos levantamentos e estudos
que fundamentaram o preço estimado. [...] caso não seja possível obter
117
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.3. realize levantamento de preço dos possíveis veículos que atendem às
especificações editalícias, utilizando-se, para tanto, do mercado ou de
revistas e sítios eletrônicos especializados, de forma a orientar a atuação
da Comissão de Licitação durante a realização do procedimento,
especificamente no que concerne à aceitabilidade das propostas que
vierem a ser apresentadas;
(Acórdão 2956/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Proceda à pesquisa de mercado, em atenção ao art. 14, inciso IV, da IN/SLTI
nº 04/2008, considerando as seguintes opções:
• preços praticados em contratações similares com empresas públicas e
privadas;
• consulta às empresas que apresentaram questionamentos no âmbito do
certame em questão;
• consulta a órgãos da Administração, que informaram estar em processo
de aquisição de solução semelhante (...).
(Acórdão 280/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Realize detalhada estimativa de preços com base em pesquisa
fundamentada em informações de diversas fontes propriamente avaliadas,
como, por exemplo, cotações específicas com fornecedores, contratos
anteriores do próprio órgão, contratos de outros órgãos e, em especial, os
valores registrados no Sistema de Preços Praticados do SIASG e nas atas
de registro de preços da Administração Pública Federal, de forma a
possibilitar a estimativa mais real possível, em conformidade com os arts.
6º, inciso IX, alínea “f”, e 43, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993.
(Acórdão 265/2010 – Plenário)
118
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Realize ampla pesquisa de preços no mercado, a fim de estimar o custo do
objeto a ser adquirido, anexando-a respectivo processo licitatório, de
acordo com os arts. 7º, § 2º, II, e 43, IV, da Lei nº 8.666/1993.
(Acórdão 2479/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A teor do art.43, inciso IV, da Lei 8.666/1993, a estimativa de custos para
fins de licitação deve ser feita com base em efetiva pesquisa de preços no
mercado, e não a partir da aplicação de índices inflacionários sobre os
valores referentes a licitações similares anteriores.
(Acórdão 2361/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1. recomendar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão -
MPOG que preveja, em documento normativo que trate exclusivamente de
licitação e contratação de serviços de Tecnologia da Informação, distinto da
norma que se refere genericamente à contratação de outros serviços, que
os projetos básicos ou termos de referência, utilizados pelos entes da
Administração Pública Federal para contratar serviços de Tecnologia da
Informação, contenham, no mínimo, os tópicos a seguir:
[...]
9.1.6. Estimativa do preço, que deve ser:
- realizada com base em informações de diversas fontes, estando
justificado nos autos, o método utilizado, bem como as fontes dos dados
que a subsidiaram (Lei nº 8.666/1993, art. 6º, IX, "f”, e itens 32 a 36 do
Voto do Acórdão nº 2.170/2007 - Plenário);
- detalhada em seus custos unitários (Lei nº 8.666/1993, art. 7º, § 2º, inciso
II)
- detalhada em planilhas que expressem a composição de todos os seus
custos unitários (Lei nº 8.666/1993, art. 7º, §2º);
(Acórdão 2471/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.7. instrua os processos de contratação referentes à prestação de
serviços de tecnologia da informação, com pesquisa de preços
fundamentada e detalhada, utilizando, para isso, consulta, por exemplo, a
fornecedores, outros órgãos da Administração Pública e contratações
anteriores com objeto similar, em conformidade com o disposto nos arts.
40, § 2°, II, e 43, IV, da Lei nº 8.666/1993;
(Acórdão 1163/2008 – Plenário)
Veja também: Acórdão 3.516/2007 – 1ª Câmara
119
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
1. A aferição de preços nas aquisições e contratações de produtos e
serviços de tecnologia da informação, no âmbito da Administração Pública
federal, na fase de estimativa de preços, no momento de adjudicação do
objeto do certame licitatório, na contratação e alterações posteriores, deve
se basear em valores aceitáveis, que se encontrem dentro da faixa
usualmente praticada pelo mercado em determinada época, obtida por
meio de pesquisa a partir de fontes diversas, como orçamentos de
fornecedores, valores adjudicados em licitações de órgãos públicos -
inclusos aqueles constantes no Comprasnet -, valores registrados em atas
de Sistema de Registro de Preços, entre outras, a exemplo de
compras/contratações realizadas por corporações privadas em condições
idênticas ou semelhantes àquelas da Administração Pública.
2. Preço aceitável, a ser considerado na faixa de preços referida no item
precedente, é aquele que não representa claro viés em relação ao contexto
do mercado, ou seja, abaixo do limite inferior ou acima do maior valor
constante da faixa identificada para o produto ou serviço.
3. A utilização de fontes que não sejam capazes de representar o mercado
de tecnologia da informação para produtos com certa complexidade ou
serviços fornecidos para o setor público - como sites na Internet, inclusive
internacionais - pode servir apenas como mero indicativo de preço, sem
que sirvam os valores encontrados, por si sós, para caracterização de
sobrepreço ou superfaturamento.
(Acórdão 2170/2007 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É imprescindível a fixação, no edital, dos critérios de aceitabilidade de
preços unitários e globais, em face do disposto no art. 40, inciso X, c/c o art.
43, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993.
Não é possível licitar obras e serviços sem que o respectivo orçamento
detalhado, elaborado pela Administração, esteja expressando, com
razoável precisão quanto aos valores de mercado, a composição de todos
os seus custos unitários, nos termos do art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei nº
8.666/1993, tendo-se presente que essa peça é fundamental para a
contratação pelo preço justo e vantajoso, na forma exigida pelo art. 3º da
citada lei.
(Acórdão 2014/2007 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Deve ser estabelecido procedimento padronizado de pesquisa de preços,
em que seja exigido o mínimo de três propostas e completo detalhamento
da proposta pelo fornecedor, em conformidade com o solicitado e deve
120
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.4. a realização de pesquisa de preços de mercado de forma indireta, por
meio de corretora, sem a devida documentação das propostas no processo
administrativo correspondente, contraria o disposto nos arts. 3º e 57, inciso
II, da Lei nº 8.666/93;
(Acórdão 600/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.7. instrua os processos de contratação referentes à prestação de
serviços de tecnologia da informação, com pesquisa de preços
fundamentada e detalhada, utilizando, para isso, consulta, por exemplo, a
fornecedores, outros órgãos da Administração Pública e contratações
anteriores com objeto similar, em conformidade com o disposto nos arts.
40, § 2°, II, e 43, IV, da Lei nº 8.666/1993;
(Acórdão 1163/2008 – Plenário) Vide: Acórdão 3.516/2007 – 1ª Câmara
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Faça constar dos processos licitatórios toda a documentação que deu
suporte à formação do preço estimado pela Administração, valor esse
utilizado como parâmetro nas contratações de bens e serviços.
121
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência [...] alertando os gestores daquele órgão que a reincidência
injustificada em tais falhas sujeitará os responsáveis à sanção prevista no
inc. II do art. 58 da Lei 8.443/1992:
9.3.1. o orçamento que compôs o projeto básico do certame licitatório não
contemplou, em sua totalidade, o disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei
8.666/1993, considerando não haver apresentado, de forma clara e
precisa, todas as memórias de cálculo e/ou pesquisas de mercado que
formaram os preços dos insumos e dados de entrada utilizados para
compor o preço total da obra;
(Acórdão 2514/2012 – Plenário)
122
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na elaboração do orçamento estimativo da licitação, bem como na
demonstração da vantajosidade de eventual prorrogação de contrato,
devem ser utilizadas fontes diversificadas de pesquisa de preços. Devem
ser priorizadas consultas ao Portal de Compras Governamentais e a
contratações similares de outros entes públicos, em detrimento de
pesquisas com fornecedores, publicadas em mídias especializadas ou em
sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, cuja adoção deve
ser tida como prática subsidiária.
Em Representação acerca de pregão eletrônico promovido pelo Ministério
da Justiça (MJ) para a contratação de empresa especializada na prestação
de serviços de transportes, incluindo veículos e motoristas, a unidade
técnica apontara, dentre outras irregularidades, que a pesquisa de preços
efetuada pelo MJ para subsidiar o orçamento se mostrou deficiente, “haja
vista que só foram utilizados dados fornecidos por apenas duas empresas,
sendo considerado o menor valor apresentado para cada um dos itens
componentes do objeto”. Em sede de oitiva, o MJ alegou, dentre outros
aspectos, que a falta de similaridade do objeto impossibilitara o
comparativo com outras atas de registro de preços e pesquisas em sítios
eletrônicos. O órgão acrescentou ainda que a pesquisa realizada “observou
as regras da IN SLTI/MPOG 5/2014 (com as alterações introduzidas pela IN
SLTI/MPOG 7/2014)”, a qual “permite excepcionalmente pesquisa de
mercado com menos de três preços ou fornecedores, bem como a adoção
do menor valor obtido em vez da média aritmética”. Em juízo de mérito, o
relator rejeitou as justificativas apresentadas, ressaltando que a mesma
modelagem do objeto licitado “já foi adotada em editais de outros órgãos
124
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.6.3. Dar ciência à Funasa de que foram encontrados no processo de
contratação relacionado ao Pregão 05/2018 diversas falhas, a seguir
relacionadas, que devem ser objeto de correção em processos similares,
doravante, a fim de evitar novas incidências dessa natureza:
[...]
1.6.3.5. justificativa de preço baseada unicamente em pesquisa de preços
meramente formal, realizada com apenas três empresas, contrariando
jurisprudência do Tribunal (Acórdãos 718/2018-Plenário, Relator Min.
André Carvalho; 2.787/2017-Plenário, Relator Min. Augusto Sherman;
247/2018-Plenário, Relator Min. Walton Alencar Rodrigues). A pesquisa de
preços para elaboração do orçamento estimativo da licitação não pode ter
como único foco propostas solicitadas a fornecedores. Ela deve priorizar os
parâmetros disponíveis no Painel de Preços do Portal de Compras do
125
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. determinar ao Controle Interno do Exército Brasileiro, com
fundamento no art. 250, inciso II, do RITCU, que:
9.2.1. oriente as unidades do Exército Brasileiro no sentido de que:
9.2.1.1. na elaboração de orçamento, durante a fase de planejamento da
contratação de bens e serviços, devem ser utilizadas fontes diversificadas,
a fim de dar maior segurança no que diz respeito aos valores a serem
adjudicados, priorizando-se os parâmetros previstos nos incisos I e III, do
art. 2º, da IN SLTI/MPOG 5/2014, relacionados com o Portal de Compras
Governamentais e com as contratações similares de outros entes públicos,
sobre os parâmetros contidos nos incisos II e IV do mesmo art. 2º, com
relação à pesquisa junto à mídia especializada, em sítios eletrônicos
especializados ou de domínio amplo, e junto a fornecedores, cuja adoção
deve ser vista como prática subsidiária e suplementar;
(Acórdão 3351/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
34. Por último, registro minha discordância com a alegação de que houve
vantagem financeira para a Administração na contratação derivada do
pregão 17/2014, sob exame, uma vez os preços pagos ao final do certame
estariam 20% abaixo do patamar estimado pelos gestores, conforme
análise da unidade técnica em sua última instrução.
35. Não é possível aceitar tal argumento sem um parâmetro confiável, pois
não se pode afirmar que realmente houve economicidade caso o
orçamento estimativo não tenha sido feito de forma escorreita e caso não
reflita os preços efetivamente praticados no mercado.
36. Historicamente, o TCU sempre defendeu que as estimativas de preços
prévias às licitações devem estar baseadas em uma “cesta de preços
aceitáveis”. Nessa linha, os Acórdãos 2.170/2007 e 819/2009, ambos do
Plenário. Tais precedentes levaram ao Guia de Boas Práticas em
Contratações de Soluções de TI do TCU, de 2012 [...]. Em reforço, o Acórdão
2.943/2013-Plenário consolidou que não se deve considerar, para fins de
elaboração do mapa de cotações, as informações relativas a empresas cujos
preços revelem-se evidentemente fora da média de mercado, de modo a
evitar distorções no custo médio apurado e, consequentemente, no valor
máximo a ser aceito para cada item licitado. Todo esse esforço do TCU
culminou na edição da IN-SLTI/MPOG 5/2014, que dispõe sobre os
procedimentos administrativos básicos para a realização de pesquisa de
preços para a aquisição de bens e contratação de serviços em geral.
(Acórdão 2829/2015 – Plenário)
126
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os sistemas oficiais de referência da Administração Pública refletem, em
boa medida, os preços de mercado e, por gozarem de presunção de
veracidade, devem ter precedência em relação à utilização de cotações
feitas diretamente com empresas do mercado.
Em Auditoria realizada nas obras de implantação do corredor de ônibus
Radial Leste - Trecho 1, no município de São Paulo/SP (Fiscobras 2015),
abrangendo o Contrato 43/Siurb/13 e o Edital de Pré-Qualificação 1/2012-
SPobras, foram detectadas pela equipe várias irregularidades ensejadoras
de sobrepreço, tanto relativamente à taxa de BDI como a outros serviços,
em razão da utilização de preços, no orçamento estimativo do certame,
diferentes dos constantes dos sistemas referenciais da Administração,
justificados a partir de cotações feitas diretamente no mercado.
Utilizando-se da metodologia da curva ABC, a equipe de auditoria apurou
três itens com subpreço total de 17 milhões. Por outro lado, apurou
também sobrepreço total de R$ 67 milhões em 23 itens dos 37 que
formavam a composição. Desses 23 itens, seis deles respondem por 48
milhões, 25 milhões referentes a sobrepreço em comparação com os
preços do sistema referência ORSE, do Departamento Estadual de
Habitação e Obras Públicas de Sergipe (DEHOP/SE). Nessa situação,
verificou-se que a Administração realizou cotação própria junto ao
mercado, utilizando-a como parâmetro para composição dos preços, em
detrimento da aplicação do ORSE. Entendeu o relator, alinhando-se à
unidade instrutiva, tratar-se de irregularidade, pois conforme já afirmado
pelo Tribunal no Acórdão 3.061/2011 Plenário, os referenciais oficiais da
Administração refletem, em boa medida, os preços de mercado e, por
gozarem de presunção de veracidade, devem ter precedência em relação à
utilização de cotações realizadas diretamente com empresas do mercado.
Diante dessa constatação e de outras, apontadas pelo relator, decidiu o
Colegiado determinar ao Ministério da Cidades e à Caixa Econômica Federal
que se abstenham de liberar recursos federais para execução do contrato,
em virtude da identificação de preços excessivos frente ao mercado.
(Acórdão 1923/2016 – Plenário – INFORMATIVO 297)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. com base no art. 7º da Resolução TCU 265/2014, dar ciência à Base de
Apoio Logístico do Exército das seguintes irregularidades detectadas no
Pregão Eletrônico SRP 33/2016 para que se abstenha de adotar tais
condutas, caso promova nova licitação para a aquisição dos serviços
pretendidos:
9.3.1. não inclusão, no processo administrativo relativo à realização do
certame, de prévia pesquisa de preços de mercado realizada para
elaboração do orçamento-base da licitação, a qual deve contemplar a
utilização de fontes diversificadas, priorizando os parâmetros previstos
nos incisos I e III, do art. 2º, da IN SLTI/MPOG 5/2014, consoante
orientação às unidades do Exército Brasileiro contida no Acórdão
3.351/2015 – Plenário, bem como comparações com as contratações
127
Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
ANEXO - DEFINIÇÕES
XV - PLANILHA DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS: documento a ser
utilizado para detalhar os componentes de custo que incidem na formação
do preço dos serviços, podendo ser adequado pela Administração em
função das peculiaridades dos serviços a que se destina, no caso de serviços
continuados.
[...]
ANEXO VII-A - DIRETRIZES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO ATO
CONVOCATÓRIO
7.7. O modelo de planilha de custos e formação de preços previsto no
Anexo VII-D desta Instrução Normativa deverá ser adaptado às
especificidades do serviço e às necessidades do órgão ou entidade
contratante, de modo a permitir a identificação de todos os custos
envolvidos na execução do serviço, e constituirá anexo do ato convocatório
a ser preenchido pelos proponentes;
Nº do Processo
Licitação n.º
130
Erivan Pereira de Franca
IDENTIFICAÇÃO DO SERVIÇO
Notas:
1) a unidade de medida “posto de serviço” deve ser exceção; a regra é a medição e
pagamento por resultados (por exemplo: as ações são solicitadas, medidas e
pagas uma por uma, como pode se dar em um contrato para prestação de serviço
de manutenção de elevadores – é feita a solicitação, os técnicos executam a ação e
o contratado é remunerada pelos serviços e peças fornecidas, conforme previsto
no Termo de Referência e constantes da ordem de serviço); vide, a propósito
dessa temática, os comentários que apresentamos após estas notas.
2) se você considerar que a contratação por postos é a que melhor atende aos
interesses da Administração, justifique a impossibilidade de medir e pagar por
resultados; no exemplo que utilizamos adotamos a contratação por postos porque
não é possível contratar serviço de vigilância por resultado; é da natureza desse
serviço a medição por posto, em que se exige a presença do prestador por uma
jornada definida;
3) a quantidade a contratar é definida em função da unidade de medida adotada; no
nosso exemplo, por posto; no caso, estimaremos o custo de um posto de vigilância;
4) os serviços de natureza continuada, como é o caso do nosso exemplo, podem ter
sua duração estendida por até 60 meses (vide art. 57, II, da Lei 8.666/93); é
comum, entretanto, fixar em 12 meses o primeiro período de vigência e execução
contratual, podendo ser renovado o contrato posteriormente; os cálculos,
portanto, refletirão a vigência de 12 meses, considerados os preços mensais.
131
Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
ANEXO V
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO (PB) OU TERMO DE
REFERÊNCIA (TR)
2. São diretrizes específicas a cada elemento do Termo de Referência ou
Projeto Básico:
[...]
2.6. Modelo de gestão do contrato e critérios de medição e pagamento:
[...]
d) Definir a forma de aferição/medição do serviço para efeito de
pagamento com base no resultado, conforme as seguintes diretrizes, no
que couber:
d.1. estabelecer a unidade de medida adequada para o tipo de serviço a ser
contratado, de forma que permita a mensuração dos resultados para o
pagamento da contratada e elimine a possibilidade de remunerar as
empresas com base na quantidade de horas de serviço ou por postos de
trabalho, observando que:
132
Erivan Pereira de Franca
IN 04/2014
Art. 7º É vedado:
[...]
VIII – adotar a métrica homem-hora ou equivalente para aferição de
esforço, salvo mediante justificativa e sempre vinculada à entrega de
produtos de acordo com prazos e qualidade previamente definidos;
IX – contratar por postos de trabalho alocados, salvo os casos justificados
mediante a comprovação obrigatória de resultados compatíveis com o
posto previamente definido; e
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Em contratações de serviços de supervisão, fiscalização ou gerenciamento
de obras, a Administração deve evitar a previsão de pagamentos por
homem-hora (ou homem-mês) ou relacionados à mera permanência de
mão de obra ou disponibilização de equipamentos. Os pagamentos nesses
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Erivan Pereira de Franca
134
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É irregular a contratação de serviços por postos de trabalho, com medição
e pagamento por hora trabalhada ou por posto de serviço, sempre que a
prestação do serviço puder ser avaliada por determinada unidade
quantitativa ou por nível de serviço alcançado (aferição por resultados),
em obediência ao art. 3º, § 1º, do Decreto 2.271/97.
Em Auditoria realizada na área de licitações, contratos e convênios do
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Mato Grosso do Sul,
fora apontada, entre as irregularidades encontradas, a ausência de critérios
quantitativos para contratação e pagamento de serviços de manutenção
predial, com previsão de pagamento por hora trabalhada. Como destacou
a unidade instrutiva, a natureza dos serviços a serem licitados (manutenção
predial preventiva e corretiva, que compreende serviços de hidráulica,
elétrica, pintura, carpintaria, esquadrias, cobertura, gesso e serralheria)
permite a quantificação dos custos com base em critérios estabelecidos em
publicações técnicas e governamentais, como Sinapi e a TCPO (Tabela para
Composição de Custos para Orçamentos), de larga utilização em certames
públicos. Adotar remuneração por hora trabalhada, para esse tipo de
serviço, possibilita a ocorrência do aumento do lucro da empresa
proporcionalmente à sua inaptidão na execução dos serviços, pois quanto
mais tempo usar para realizar um serviço maior será o seu lucro. Taxativo
em seu voto, e acolhendo a manifestação da unidade técnica, o relator
afirmou a inadequação do critério de pagamento por hora trabalhada, bem
como sua contrariedade à jurisprudência do Tribunal. Foram rejeitadas as
razões de justificativa dos responsáveis, com imputação de multa.
(Acórdão 5157/2015 – Primeira Câmara – INFORMATIVO 259)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas contratações para a prestação de serviços de tecnologia da
informação (TI), a utilização de métricas semelhantes a Unidade de
Serviço Técnico (UST) e Unidade de Medida de Serviços (UMS) mostra-se
inadequada para a remuneração de serviços que não geram resultados ou
produtos aferíveis pelo ente público contratante, e não se coaduna ao
disposto na Súmula TCU 269.
135
Erivan Pereira de Franca
136
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O preço do serviço de degravação deve ser cotado com base no resultado,
ou seja, no quantitativo de horas efetivamente degravadas, e não no
tempo necessário para a realização do serviço de degravação, sob pena de
se estabelecer sistemática em que quanto mais lento o serviço, maior a
remuneração.
Tomada de Contas Especial instaurada pelo TCU apurara possível dano ao
erário decorrente de irregularidades ocorridas em contrato celebrado para
a realização da 3ª Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca, patrocinada
pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Dentre as irregularidades
apontadas, destaca-se o pagamento por serviços não prestados referentes
a horas de degravação. A unidade técnica explicara que a empresa
contratada cobrara “uma quantidade de horas de áudio muito superior às
geradas no evento”, adotando “um critério distorcido para cálculo do
preço”, baseado na quantidade de horas que o profissional necessitaria
para realizar a transcrição, e não na quantidade de horas de áudio
entregues. Em suas justificativas, a contratada alegara que “a degravação
seria processo complexo e que seriam necessárias, em média, quatro horas
de trabalho para a transcrição de uma hora de gravação. Com base nesse
fator e para um evento de quatro dias com plenárias e vinte grupos de
trabalho simultâneos, chegar-se-ia a total de 2.048 h”. Ao analisar o ponto,
o relator rejeitou as justificativas apresentadas, destacando que “o preço do
serviço de degravação deve ser cotado com base no quantitativo de horas
degravadas e não no tempo necessário para o serviço de degravação. A
prevalecer o entendimento da [empresa], a cotação da hora de degravação
seria inócua, já que o valor a ser cobrado ao final resultaria da multiplicação
do valor cotado pelo número de horas utilizadas na degravação,
supostamente a ser definido pela contratada. Essa sistemática favoreceria o
lucro pela incompetência: quanto mais lento o serviço, maior o ganho”.
Sobre o caso concreto, destacou o relator que, “no caso da 3ª Conferência,
com 195 horas de gravação previstas na agenda do evento, a cobrança de
2.112 horas corresponderia a mais de dez horas de degravação por hora
gravada, ao custo de mais de R$ 2.000,00 por hora de gravação”. Contudo,
pesquisa realizada pela unidade técnica junto a empresas do ramo
demonstrou que, para efeito de cobrança, “cada hora degravada
corresponde a uma hora de gravação”. Considerando que as justificativas
foram insuficientes para elidir a irregularidade, o Tribunal, acolhendo a
proposta do relator, condenou os responsáveis solidariamente com a
empresa contratada ao pagamento do débito apurado pela unidade
técnica, aplicando-lhes ainda a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/92.
(Acórdão 1151/2015 – Plenário – INFORMATIVO 242)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
As contratações de serviços de TI devem ocorrer mediante remuneração
vinculada a resultados, evitando-se a mera alocação de mão de obra e o
pagamento por hora-trabalhada ou por posto de serviço.
Em Prestação de Contas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), relativa ao exercício de 2009, foram verificadas, entre outras
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É lícito o estabelecimento de remuneração por horas de trabalho para
serviços de tecnologia da informação, quando não for possível vinculá-la a
resultados
Representação formulada por empresa apontou supostas irregularidades
na condução do Pregão Eletrônico 100/2012 pelo Tribunal Superior do
Trabalho – TST, destinado à contratação de serviços de operação de central
de atendimento a usuários de tecnologia da informação desse Tribunal
(service desk) e de suporte técnico presencial. Entre as impugnações da
autora da representação, destaque-se a suposta “dissonância entre o
modelo de remuneração dos serviços previstos no edital, baseados em
homem-hora de trabalho, e o determinado pelo TCU, baseado em
resultados”. A unidade técnica, ao examinar esse questionamento, anotou
que “a jurisprudência do Tribunal é pacífica quanto à importância de se
vincular a prestação a resultados ou ao atendimento de níveis de serviço
(Acórdãos 2619/2008 – P, 2.296/2012 – P)”. Observou, no entanto, que o
Tribunal admite exceção a essa regra, conforme revela o enunciado da
Súmula-TCU 269, lavrado nos seguintes termos: “Nas contratações para a
prestação de serviços de tecnologia da informação, a remuneração deve
estar vinculada a resultados ou ao atendimento de níveis de serviço,
admitindo-se o pagamento por hora trabalhada ou por posto de serviço
somente quando as características do objeto não o permitirem, hipótese em
que a excepcionalidade deve estar prévia e adequadamente justificada nos
respectivos processos administrativos”(grifos da unidade técnica).
Acrescentou que as justificativas que impediam a submissão ao regramento
de remuneração por resultados constaram do respectivo processo de
licitação. Por isso, não se teria configurado a ilegalidade aventada pela
138
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Abstenha-se de contratar por postos de trabalho, evitando a mera
alocação de mão de obra e o pagamento por hora trabalhada ou por posto
de serviço, dando preferência ao modelo de contratação de execução
indireta de serviço baseado na prestação e na remuneração de serviços
mensuradas por resultados sempre que a prestação do serviço puder ser
avaliada por determinada unidade quantitativa de serviço prestado ou por
nível de serviço alcançado, em obediência ao § 1º do art. 3º do Decreto nº
2.271/1997.
Proceda a mensuração dos serviços prestados por intermédio de
parâmetros claros de aferição de resultados, fazendo constar os critérios e
a metodologia de avaliação da qualidade dos serviços no edital e no
contrato, conforme disposto no art. 6º, inciso IX, alínea “e”, da Lei nº
8.666/93, no § 1º do art. 3º do Decreto nº 2.271/1997.
(Acórdão 265/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Fixe mensuração, sempre que possível, da prestação de serviços por
resultados segundo especificações previamente estabelecidas, evitando-se
a mera locação de mão de obra e o pagamento por hora-trabalhada ou por
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
Perceba que a remuneração é composta por várias parcelas, ainda que estas
não sejam denominadas propriamente, no contracheque do empregado, sob a
rubrica “salário”.
Notas:
1) deverá ser elaborado um quadro para cada tipo de serviço;
2) em regra, o salário é indicado no Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho
ou em sentença normativa, observado o princípio da unicidade sindical (art. 8º
CF/88) e o princípio da territorialidade, segundo o qual a norma aplicável é a do
local da prestação dos serviços;
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
32. Mas, no que tange ao presente contrato, em que percentuais e
salário-base estão em desacordo com a realidade do Distrito Federal, não
cabe cobrar da empresa o pagamento/repasse aos empregados dos
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Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
ANEXO V
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO (PB) OU TERMO DE
REFERÊNCIA (TR)
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
4.Insurge-se a autora, em síntese, quanto ao fato de o edital considerar os
salários vigentes em 2016, relativos aos profissionais que deverão prestar
os serviços, cuja categoria é abrangida pelo Sindicato dos Empregados nas
Empresas de Asseio e Conservação da Região do Sul Fluminense do Estado
do Rio de Janeiro (SIEEACON), apesar de nova convenção coletiva ter sido
celebrada em março de 2017.
[...]
12.Relevante a observação de que o art. 9º, § 2º, do Decreto 5.450/2005
dispõe sobre diversos elementos que devem estar contidos no termo de
referência, entre os quais o valor estimado em planilhas de acordo com o
preço de mercado e que, elastecer esse conceito a ponto de posicioná-lo
em qualquer marco temporal pretérito não atende ao princípio da
razoabilidade, por afastar-se da necessidade de os valores orçados terem
de refletir aqueles praticados atualmente. Necessário, portanto, levar ao
conhecimento da Eletronuclear o juízo realizado pela unidade técnica a
respeito da matéria.
[...]
17.Quanto ao mérito, entendo que o presente processo deve ser julgado
parcialmente procedente, anuindo-se pelo prosseguimento do certame,
todavia, sem prejuízo de que seja dada ciência à Eletronuclear quanto à
afronta ao art. 9º, § 2º, do Decreto 5.450/2005, uma vez que o orçamento
estimativo não refletiu os preços praticados no mercado quando da
deflagração do certame.
[ACÓRDÃO]
148
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. determinar [...] que, no âmbito da fiscalização do contrato [...] confira
especial atenção à análise do cumprimento das obrigações trabalhistas por
parte da contratada, em especial no que concerne às disposições da
convenção coletiva de trabalho, medida com o fito de evitar eventual dano
ao Erário decorrente da responsabilização subsidiariária do tomador dos
serviços, in casu, a Administração, quanto às aludidas obrigações.
(Acórdão 1662/2008 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
7. Em que pese não estar a Administração Pública obrigada a fazer constar
em seu edital as parcelas e valores objetos da Convenção, o licitante o
está. Por força da Cláusula 54 e parágrafos, a empresa que se candidata a
ser contratada por tomador de serviços deve incluir na documentação para
licitação cópia da CCT, bem como indicar em suas planilhas os reflexos dos
adicionais pactuados em férias, 13.º salário, FGTS e verbas rescisórias. Cabe
a ele verificar se a empresa terceirizada está cumprindo com suas
obrigações trabalhistas, sob pena de, não o fazendo, poder ser chamado a
arcar com as indenizações decorrentes de execução de instrumento
coletivo válido.
(Acórdão 455/2009 – Plenário)
150
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. responder ao consulente que:
[...]
9.2.6. em face do princípio do formalismo moderado e da supremacia do
interesse público, que permeiam os processos licitatórios, o fato de o
licitante apresentar composição de custo unitário contendo salário de
categoria profissional inferior ao piso estabelecido em instrumento
normativo negociado é, em tese, somente erro formal, o qual não enseja a
desclassificação da proposta, podendo ser saneado com a apresentação de
nova composição de custo unitário desprovida de erro;
(Acórdão 719/2018 – Plenário)
151
Erivan Pereira de Franca
CLT
Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias
econômicas ou profissionais, específicas, na conformidade da
discriminação do quadro das atividades e profissões a que se refere o art.
577 ou segundo as subdivisões que, sob proposta da Comissão do
Enquadramento Sindical, de que trata o art. 576, forem criadas pelo
ministro do Trabalho, Indústria e Comércio.
Art. 577. O Quadro de Atividades e Profissões em vigor fixará o plano básico
do enquadramento sindical.
152
Erivan Pereira de Franca
CLT
Art. 516. Não será reconhecido mais de um Sindicato representativo da
mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma
dada base territorial.
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[...]
24. [...], importa destacar que a aceitação da proposta da [empresa
vencedora], formulada com percentual de encargos trabalhistas abaixo de
78,46%, evidencia o acatamento e a observância, por parte do CNPq, às
prescrições da IN SLTI/MPOG e ao entendimento deste Tribunal, no sentido
de que a administração pública não está vinculada ao cumprimento de
cláusulas de Convenções Coletivas de Trabalho, excetuadas as alusivas às
obrigações trabalhistas.
(Acórdão 1407/2014 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. O consulente pretende ver esclarecidas as seguintes questões:
a) o benefício concedido aos empregados de empresas que prestam
serviços continuados à Administração previsto em Convenção Coletiva de
Trabalho como participação nos lucros pode ser considerado custo de
venda dos serviços?
3. Conforme consignado pela unidade técnica e pelo Ministério Público
junto ao TCU, nos pareceres transcritos no relatório precedente, a
participação nos lucros será objeto de negociação entre a empresa e seus
empregados, visando o aumento da produtividade, a redução dos custos e,
por consequência, o aumento dos lucros. Trata-se, como se vê,
exclusivamente de uma relação entre a empresa e seus funcionários, que
não envolve a eventual contratante do serviço prestado pela empresa. Não
pode, assim, ser considerada custo de venda dos serviços.
4. Diferente é a relação entre a Administração e a empresa contratada.
Todas as parcelas que integram a remuneração do contratado devem estar
previstas no edital e no contrato dele decorrente, de tal forma que haja
uma justa remuneração pelos serviços prestados. Se a empresa contratada
inserisse na remuneração de seus empregados uma parcela referente à
participação nos lucros, introduziria um elemento de incerteza incompatível
com os rigores exigidos nas contratações públicas, na medida em que não
há definição prévia nem quanto à ocorrência da participação nos lucros em
si (condicionada que está à existência de resultado positivo), nem quanto
aos valores a serem transferidos aos empregados.
[ACÓRDÃO]
9.2. responder ao consulente que:
9.2.1. o benefício aos empregados de empresas que prestam serviços
continuados à Administração, previsto em Convenção Coletiva de
Trabalho como participação nos lucros e resultados, não é considerado
custo da venda dos serviços, uma vez que se trata de obrigação exclusiva
do empregador;
(Acórdão 3336/2012 – Plenário)
160
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência ao [omissis] acerca das seguintes irregularidades
identificadas na condução do Pregão Eletrônico 26/10, com o objetivo de
que se evite a reincidência de tais ocorrências na realização de futuros
procedimentos licitatórios no âmbito daquela Instituição:
9.3.1. exigência de que as planilhas de custo das licitantes contemplassem
todos os encargos sociais e trabalhistas previstos em convenção coletiva
de trabalho, em desacordo com o art. 13 da Instrução Normativa MPOG
2/2008 e com a jurisprudência deste Tribunal (Acórdãos 657/2004,
1.699/2007, 650/2008 e 381/2009, todos do Plenário);
(Acórdão 9036/2011 – Primeira Câmara)
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22. Assim, resta claro que as licitantes devem levar em conta o pagamento
do adicional de periculosidade, sob pena de a referida vantagem ser
desconsiderada da formação de custos, razão pela qual entende-se
improcedente o apontado pela representante.
[VOTO]
6. No que tange ao adicional de periculosidade, cuja inclusão na planilha
de preços é reivindicada pelo representante, a Unidade Técnica relacionou
as cláusulas e subitens do edital que confere à contratada a
responsabilidade pela composição do preço, pela inclusão de todas as
despesas necessárias ao cumprimento das obrigações avençadas e pelo
pagamento dos tributos relacionados com o serviço. Destarte, não procede
o argumento de que o adicional deveria estar explicitado no edital ou na
planilha de estimativa de custos, porquanto a composição do preço
ofertado é de responsabilidade da contratada.
(Acórdão 282/2014 – Primeira Câmara)
169
Erivan Pereira de Franca
Enquanto não for editada lei que altere a base de cálculo do adicional de
insalubridade, continua sendo aplicado o art. 192 da CLT (salário mínimo),
170
Erivan Pereira de Franca
podendo, entretanto, norma coletiva fixar base de cálculo distinta, desde que mais
benéfica para o trabalhador.
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Direito do
Trabalho. Art. 16 da Lei 7.394/1985. Piso salarial dos técnicos em radiologia.
Adicional de insalubridade. Vinculação ao salário mínimo. Súmula
Vinculante 4. Impossibilidade de fixação de piso salarial com base em
múltiplos do salário mínimo. Precedentes: AI-AgR 357.477, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 14.10.2005; o AI-AgR 524.020, de
minha relatoria, Segunda Turma, DJe 15.10.2010; e o AI-AgR 277.835, Rel.
Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 26.2.2010. 2. Ilegitimidade da
norma. Nova base de cálculo. Impossibilidade de fixação pelo Poder
Judiciário. Precedente: RE 565.714, Rel. Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno,
DJe 7.11.2008. Necessidade de manutenção dos critérios estabelecidos. O
art. 16 da Lei 7.394/1985 deve ser declarado ilegítimo, por não recepção,
mas os critérios estabelecidos pela referida lei devem continuar sendo
aplicados, até que sobrevenha norma que fixe nova base de cálculo, seja
lei federal, editada pelo Congresso Nacional, sejam convenções ou
acordos coletivos de trabalho, ou, ainda, lei estadual, editada conforme
delegação prevista na Lei Complementar 103/2000. [...]
(ADPF 151 MC, Tribunal Pleno, DJe PUBLIC 06-05-2011)
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
Caso a CCT não estabeleça o piso normativo como base de cálculo, o adicional
de insalubridade será calculado tendo por base de cálculo o salário mínimo, cujo
valor para 2018 é de R$ 954,00 (Decreto 9.255, de 29.12.2017). Assim seria o
cálculo, considerando a insalubridade em grau mínimo:
- R$ 954,00 x 10%
- R$ 94,50
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Erivan Pereira de Franca
CLT
Art. 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da
periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão
através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do
Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
Assim, não basta que uma perícia aponte a condição insalubre, por exemplo;
a atividade tem de constar de Portaria do Ministério do Trabalho. Havendo
descaracterização ou reclassificação, o adicional deixa de ser devido.
JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Súmula 448
ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVI-SÃO NA NORMA
REGULAMENTADORA Nº 15 DA POR-TARIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
Nº 3.214/78. INS-TALAÇÕES SANITÁRIAS.
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial
para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo
necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial
elaborada pelo Ministério do Trabalho.
II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de
grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à
limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de
insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15
da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo
urbano.
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Erivan Pereira de Franca
Além desse benefício, que tem sua razão de ser em questões afetas à
preservação da saúde, o trabalhador terá direito a um acréscimo na sua
remuneração – o adicional noturno – correspondente a 20% sobre o valor da
hora normal/diurna.
CLT
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho
noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua
remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos,
sobre a hora diurna.
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Erivan Pereira de Franca
Resumindo:
- remuneração = 3.900,00
- valor da hora diurna = (remuneração / 220)
= 3.900,00 / 220
= 17,73
177
Erivan Pereira de Franca
O art. 73, § 1º, da CLT, se limita a fixar a contagem ficta do tempo, de modo
reduzido, para a hora noturna. Não cria qualquer obrigação de natureza financeira.
Esse modo peculiar de contagem do tempo tem impacto no cálculo do valor do
adicional noturno. A remuneração pela jornada de trabalho pactuada não sofre,
reiteramos, qualquer impacto da contagem ficta da hora noturna.
179
Erivan Pereira de Franca
180
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Noticie-se que estudo sobre a composição dos custos dos valores limites para
serviços de vigilância, publicado pelo Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, exclui, no cálculo do custo do posto de serviço
executado no Distrito Federal, a rubrica "hora noturna reduzida", justificando, para
tanto, a ausência de previsão de pagamento dessa verba na norma coletiva do
trabalho aplicável. O que sugere que a despesa é prevista no modelo de planilha
quando houver expressa previsão em norma coletiva do trabalho.
181
Erivan Pereira de Franca
Há quem entenda que tal despesa foi imposta às empresas pelo Tribunal
Superior do Trabalho, em razão da Súmula 444:
JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Súmula 444
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por
trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente
mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho,
182
Erivan Pereira de Franca
Como o Poder Judiciário, por óbvio, não legisla, a única interpretação que
julgamos possível é aquela segundo a qual o TST se limitou a explicitar que, mesmo
em caso de jornadas excepcionais de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, é
devido o pagamento em dobro por serviços prestados em feriados.
Não significa dizer que a despesa antes não existisse. Agora o que se faz é, tão
somente, explicitá-la na planilha.
183
Erivan Pereira de Franca
= {[133,33 x 15] / 2} / 12
= {1.999,95 / 2} / 12
= 999,97 / 12
= 83,33
Onde:
184
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187
Erivan Pereira de Franca
Para essa jornada especial, o salário básico a ser cotado na planilha é aquele
indicado no instrumento coletivo de trabalho ou em lei específica. Sempre será
assim; não identificamos até o momento nenhuma exceção. A norma coletiva ou a
lei, ao disciplinar a jornada 12 x 36 definirá o salário normativo
correspondente.
188
Erivan Pereira de Franca
Ante a nova disciplina, estabelecida pelo art. 59-A da CLT, entendemos que
não é mais obrigatória a previsão, nos orçamentos estimados para
contratação de serviços terceirizados, de rubrica para cobertura dos seguintes
encargos (ante a compensação legalmente autorizada), na hipótese de realização
dos serviços observando-se a jornada 12 x 36:
189
Erivan Pereira de Franca
190
Erivan Pereira de Franca
CLT
Art. 71 – [...]
§ 4º - A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada
mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais,
implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período
suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.
191
Erivan Pereira de Franca
Contudo, ante a introdução dos artigos 611-A e 611-B na CLT, pela Lei
13.467/2017, essa questão certamente será objeto de discussão nos Tribunais do
Trabalho, dada a dubiedade da redação dos dispositivos legais que tratam da
chamada "prevalência do negociado sobre o legislado", regra por si só de duvidosa
constitucionalidade (afora a extravagância que é a lei autorizar a inobservância da
própria lei). Veja-se, para exemplificar, os dispositivos a seguir transcritos:
CLT
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho,
observados os incisos III e VI do caput do art. 8º da Constituição, têm
prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
[...]
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos
para jornadas superiores a seis horas;
[...]
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo
coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos
seguintes direitos:
[...]
192
Erivan Pereira de Franca
Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras,
em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
§ 1º A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por
cento) superior à da hora normal.
CF/88
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais [...]
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinquenta por cento à do normal;
Remuneração = 3.900,00
194
Erivan Pereira de Franca
195
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
196
Erivan Pereira de Franca
63. O pregoeiro afirma, ainda, que após a fase de lances, o valor final da
proposta da referida empresa passou a ser de R$ 2.549.524,51 para um
período de 12 meses, o que seria inferior ao valor estimado de R$
3.163.944,00 pela Administração [...].
64. Assim o valor estimado pela Administração da Eletronorte
correspondeu a R$ 2.392.061,30 referente ao custo de salários fixados pela
Eletronorte, os quais teriam sido somados ao valor de R$ 771.932,70, que
corresponderiam ao pagamento de horas extras, que, segundo registrou,
somente seriam pagos se fossem autorizados pela Eletronorte.
[...]
77. Portanto, não merece prosperar o argumento do pregoeiro da
Eletronorte no sentido de que o valor contratado (R$ 2.549.524,51) estaria
abaixo do valor estimado pela empresa (R$ 3.163.944,00), porquanto o
valor contratado deveria ter como parâmetro a planilha orçamentária
elaborada pela empresa contratante específica para o Pregão sob exame
(R$ 2.392.061,30).
78. Ora, reitera-se que não se pode admitir que se tenha por base para
licitação um valor que compreenda o pagamento de horas extras fixas. O
próprio conceito do vernáculo extraordinário denúncia o equívoco na sua
fixação para fins de orçamento de licitação, pois significa “não ordinário,
fora do comum, excepcional, anormal”.
79. A propósito, verifica-se que o termo de referência do certame já
estipulava uma jornada de duzentas e vinte horas para os profissionais
contratados, procedimento que afronta o caráter de excepcionalidade e
temporariedade do qual o serviço extraordinário deve estar revestido.
Ressalte-se que a legislação trabalhista vigente estabelece que a duração
normal do trabalho, salvo os casos especiais, será de 8 horas diárias e
quarenta e quatro semanais, no máximo, o que representaria uma média
mensal de 176 (cento e setenta e seis) horas, podendo, todavia, a jornada
diária de trabalho dos empregados maiores ser acrescida de horas
suplementares, em número não excedentes a duas, no máximo, para efeito
de serviço extraordinário, mediante acordo individual, acordo coletivo,
convenção coletiva ou sentença normativa. Excepcionalmente, ocorrendo
necessidade imperiosa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente
permitido.
80. Desse modo, entende-se que a afirmação de que a proposta da
empresa Servi-San foi analisada frente à estimativa da Eletronorte para o
dispêndio naquele exercício, na qual estava computada parcela significativa
de recursos para pagamento de horas extraordinárias não deve ser
acolhida, porque se constitui em conduta antieconômica, haja vista ter
ultrapassado o orçamento elaborado pela própria Eletronorte.
[ACÓRDÃO]
9.3.2. a fixação de horas extraordinárias no edital de procedimento
licitatório é ilegal, porque afronta seu conceito e o caráter de
excepcionalidade e temporariedade do qual o serviço extraordinário deve
estar revestido.
(Acórdão 6776/2014 - Segunda Câmara)
197
Erivan Pereira de Franca
198
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DECRETO 2.271/97
199
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Súmula 269
Nas contratações para a prestação de serviços de tecnologia da
informação, a remuneração deve estar vinculada a resultados ou ao
atendimento de níveis de serviço, admitindo-se o pagamento por hora
trabalhada ou por posto de serviço somente quando as características do
objeto não o permitirem, hipótese em que a excepcionalidade deve estar
prévia e adequadamente justificada nos respectivos processos
administrativos.
200
Erivan Pereira de Franca
201
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. cientificar o Ministério das Cidades de que eventual instauração de
novo procedimento licitatório que tenha objeto semelhante ao do pregão
eletrônico 14/2012, revogado pelo órgão, deve ser escoimado das
irregularidades verificadas a seguir, sob pena de o certame ser anulado por
este Tribunal, em resposta a provocação de terceiros ou como resultado de
ação própria:
9.3.1. fixação de valores salariais mínimos no edital da licitação, não
amparada em justificativas fundamentadas, em desacordo com o art. 40,
X, da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 697/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.3.1. somente estipule valores mínimos de remuneração dos
trabalhadores, nos contratos em que há alocação de postos de trabalho,
202
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1. Na realização de licitações visando à contratação de serviços de TI
mediante alocação de postos de trabalho ou por outra modalidade
assemelhada à simples terceirização de pessoal, a administração pública
deverá observar, em regra, a proibição de não fixar, no edital, valores
mínimos para os salários do pessoal, conforme estabelecido no art. 40,
inciso X, da Lei 8.666/1993, facultando-se ao gestor, excepcionalmente, na
hipótese de não estar sujeito ao art. 6º, II, da IN SLTI/MPOG 4/2008,
estabelecer, em face de comprovado risco de aviltamento salarial,
limitante inferior para o custo da mão de obra, justificando-se o
parâmetro mínimo escolhido no processo administrativo pertinente, assim
como a estrutura remuneratória que serviu de base à elaboração do
orçamento básico da li citação, que deverá mostrar-se compatível com a
qualidade esperada dos serviços pretendidos.
(Acórdão 332/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. determinar [...] ao Superior Tribunal de Justiça [...] que, relativamente
aos contratos de execução indireta e contínua de serviços:
9.2.1. somente estipulem valores mínimos de remuneração dos
trabalhadores, nos contratos em que há alocação de postos de trabalho,
quando houver necessidade de afastar o risco de selecionar colaboradores
com capacitação inferior à necessária para execução dos serviços
contratados;
9.2.2. estabeleçam os valores mínimos de que trata o subitem anterior a
partir de pesquisas de mercado efetuadas previamente, de dados obtidos
junto a associações e sindicatos de cada categoria profissional, e de
informações divulgadas por outros órgãos públicos que tenham
recentemente contratado o mesmo tipo de serviço;
9.2.3. se abstenham de fixar valores mínimos de remuneração dos
trabalhadores nas contratações de serviços que devem ser medidos e
pagos por resultados;
203
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.2. apresente a devida fundamentação caso decida fixar a remuneração
em valores superiores ao piso salarial das categorias profissionais a serem
contratadas por meio de licitações de serviços terceirizados;
(Acórdão 1122/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2 dar ciência à Casa da Moeda do Brasil sobre as seguintes
impropriedades:
9.2.1. inclusão de cláusulas nos editais dos Pregões 4/2011 (Processo
3923/2010) e 4/2013 (Processo 1162/2012) com exigência de remuneração
mínima para profissionais da empresa prestadora de serviços,
contrariando o disposto no art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei 8.666/1993, bem
assim no art. 40, inciso X, da mesma Lei, além da jurisprudência majoritária
do TCU, que admite tal indicação de remuneração somente como mera
estimativa e sem importar em desclassificação da licitante que cotar
salários inferiores ao estimado;
(Acórdão 6022/2016 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. [...] restaram pendentes os seguintes pontos:
a) o item 5.15 do termo de referência estabeleceu que, para a composição
da proposta deveria ser observado o pagamento de salários não inferiores
aos praticados atualmente em contratos firmados com a Administração
Pública, em conformidade com a média demonstrada na planilha de
salários pagos obtida a partir de pesquisa de mercado realizada pelo MDA
por meio do Portal de Compras Governamentais, pesquisa essa que não
teria consistência, visto que, para o condutor de serviços comuns foi
referenciado apenas um contrato como média dos salários praticados e,
para o condutor de veículo institucional, apenas dois contratos foram
arrolados;
[...]
17. Como já registrado na instrução, o procedimento retirou dos licitantes
a possibilidade de se utilizarem dos valores estabelecidos em acordos e
convenções coletivas firmados com seus respectivos sindicatos. Além
disso, não há evidência de que os valores salariais mínimos previstos no
edital do MDA fossem efetivamente valores de mercado, visto que se
apresentaram aproximadamente 55% e 62% superiores aos pagos pelo
Ministério do Esporte.
204
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na realização de licitações visando à contratação de serviços de TI mediante
alocação de postos de trabalho ou por outra modalidade assemelhada à
simples terceirização de pessoal, a administração pública deverá observar,
em regra, a proibição de não fixar, no edital, valores mínimos para os
salários do pessoal, conforme estabelecido no art. 40, inciso X, da Lei
8.666/1993, c/c o art. 6º, inciso II, da IN SLTI/MPOG 4/2008.
(Acórdão 331/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.5. Determinações:
[...]
1.5.12. abster-se, quando da realização de procedimentos licitatórios com
vistas à contratação de mão-de-obra terceirizada, de fixar valores mínimos
de remuneração, tendo em vista a vedação contida no art. 40, inciso X da
Lei nº 8.666/93, bem como no art. 20, inciso II da IN/MPOG nº 02/2008,
que veda a fixação dos salários das categorias ou dos profissionais que
serão disponibilizados para a execução do serviço pela contratada, nos
instrumentos convocatórios [...]..
(Acórdão 3570/2009 – 2ª Câmara)
Vide, no mesmo sentido: Acórdão 2304/2009 – Plenário; Acórdão
3570/2009 – 2ª Câmara; Acórdão 354/2008/ - Plenário;
205
Erivan Pereira de Franca
Acórdão 2144/2006-Plenário
Acórdão 890/2007-Plenário
Acórdão 331/2010-Plenário
Acórdão 1597/2010-Plenário
206
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
Memória de cálculo
Adicional de periculosidade:
= (3.000,00 x 0,3)
= 900,00;
207
Erivan Pereira de Franca
onde:
R$ 3.000,00 = valor do salário normativo do vigilante;
0,3 (ou 30%) = percentual incidente sobre o salário base (salário
normativo, no caso), para apuração do adicional de periculosidade,
conforme art. 193, § 1º, da CLT
-------------------------------
Nº do Processo
Licitação n.º
IDENTIFICAÇÃO DO SERVIÇO
MÃO DE OBRA
208
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
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Erivan Pereira de Franca
210
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É indevida a inclusão de parcela a título reserva técnica nas planilhas de
custos e formação de preços dos contratos de limpeza e conservação, sem
que haja justificativa e memória de cálculo que demonstrem sua
adequação.
Em auditoria integrante dos trabalhos de Fiscalização de Orientação
Centralizada (FOC) – Governança e Gestão das Aquisições, foram
observadas falhas na contratação da prestação de serviços de limpeza e
conservação pela Fiocruz, dentre as quais a inclusão indevida de valor
referente a reserva técnica. Ao analisar as respostas às oitivas, a unidade
técnica consignou que, a despeito dos argumentos apresentados, “a
jurisprudência desta Corte tem se consolidado no sentido de que a inclusão,
na planilha de custos e formação de preços, de parcela para ‘reserva
técnica’ somente é admitida se estiver acompanhada de justificativa e
memória de cálculo”, e, no caso analisado, não constava do processo
licitatório demonstrativo que amparasse a inclusão dessa parcela na
planilha de custos e formação de preços, tampouco foi apresentada, por
ocasião das oitivas, memória de cálculo que comprovasse a adequação dos
valores. O relator considerou adequada a análise da unidade técnica, ante a
falta de justificativas para a inclusão da reserva técnica, embora não tenha
acolhido as determinações propostas, reputando adequado, em seu lugar,
dar ciência à Fiocruz de que “é indevida a inclusão na planilha de custos e
formação de preços dos contratos de limpeza e conservação, a exemplo do
ocorrido no Contrato 92/2010-Dirac, de parcela a título reserva técnica,
conforme jurisprudência desta Corte (e.g., Acórdão 3.166/2011-2ª
Câmara)”, proposta acolhida pelo Colegiado.
(Acórdão 953/2016 – Plenário – INFORMATIVO 283)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
35. É certo que a jurisprudência desta Casa tem se assentado no sentido
de que não deve ser aceita a presença do item "reserva técnica", no
quadro de insumos e no de remuneração da contratada, sem indicação
prévia e expressa dos custos correspondentes que serão cobertos por esse
item, demonstrando que tais custos não se encontram absorvidos por
outros itens e que as despesas são reais, e não somente potenciais
(acórdãos 3.089/2010 - 1ª Câmara, 3.919/2010 - 2ª Câmara, 1.319/2010 -
2ª Câmara e 1.597/2010 - Plenário, dentre outros).
211
Erivan Pereira de Franca
212
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
34. Cabe discutir, ainda, a questão concernente aos percentuais de
pagamento relativos ao item denominado "reserva técnica".
35. É certo que a jurisprudência desta Casa tem se assentado no sentido
de que não deve ser aceita a presença do item "reserva técnica", no
quadro de insumos e no de remuneração da contratada, sem indicação
prévia e expressa dos custos correspondentes que serão cobertos por esse
item, demonstrando que tais custos não se encontram absorvidos por
outros itens e que as despesas são reais, e não somente potenciais
(acórdãos 3.089/2010 - 1ª Câmara, 3.919/2010 - 2ª Câmara, 1.319/2010 -
2ª Câmara e 1.597/2010 - Plenário, dentre outros).
36. Há que se ponderar, no entanto, que a restrição deriva exclusivamente
de orientação jurisprudencial e não se encontra positivada. Nesse sentido,
não é razoável exigir dos gestores públicos - e menos ainda dos terceiros
por eles contratados - pleno conhecimento da jurisprudência do Tribunal
aplicada à miríade de situações com as quais se defrontam em seu
cotidiano. Mormente quando a orientação do TCU, em uma leitura sumária,
possa parecer colidir com os normativos que disciplinam cada questão.
(Acórdão 1202/2014 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Especificamente quanto à inclusão de reserva técnica na planilha de
custos e formação de preços, item 9.3.1.4 da decisão recorrida, esclareço
que a jurisprudência do TCU admite seu pagamento, desde que
devidamente motivado com estudo específico e descrição dos eventos a
que será destinado (Acórdãos 793/2010 e 1442/2010, da 2ª Câmara;
727/2009, 2060/2009, 1597/2010 e 3092/2010, do Plenário). Pelo risco de
onerarem os custos dos serviços contratados, os valores relativos à parcela
reserva técnica têm sido removidos, por meio de repactuação, dos
contratos firmados no âmbito deste Tribunal e do Supremo Tribunal
Federal. Essa tem sido a orientação do TCU em seus acórdãos.
(Acórdão 910/2014 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1. aplicar ao responsável [...] multa [...]
9.4. [...] fixar prazo para que [...] realize o levantamento dos valores
indevidamente pagos à empresa MGI Tecnogin Micrográfica
Gerenciamento da Informação Ltda., desde o primeiro pagamento efetuado
com base no Contrato 174/2006, e efetue a cobrança administrativa do que
ultrapassar eventual dívida ainda existente para com a empresa, sob pena
de aplicação da multa [...], levando em conta no aludido levantamento:
213
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. rejeitar as razões de justificativa do Sr. [...], por não elidirem as
irregularidades apontadas [...];
9.4. dar ciência ao Ministério do Meio Ambiente acerca da irregular
previsão e consequente pagamento da rubrica referente à reserva técnica
nas planilhas de custos e formação de preços relativas ao Contrato
23/2009, em virtude da ausência de justificativa e em função do risco que
tal parcela representa de se onerar indevidamente a Administração, em
desconformidade com a jurisprudência do TCU (parágrafos 99.3 e 100);
(Acórdão 1212/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
8. As irregularidades objeto das oitivas foram as seguintes:
c) reserva técnica, sem que houvesse estudo específico que justificasse tal
necessidade;
[ACÓRDÃO]
9.2. rejeitar as razões de justificativa dos gestores responsáveis ouvidos em
audiência, por não elidirem as irregularidades apontadas [...];
[...]
9.3.1.4. pagamento irregular de reserva técnica, pois a empresa CPM
Braxis não apresentou a devida justificativa para este item de custo, em
desconformidade com a jurisprudência do TCU (parágrafo 202);
(Acórdão 301/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
16. Também é adequada a proposta da unidade técnica de determinar ao
Ministério a renegociação do contrato, de forma a excluir a rubrica
―reserva técnica, dada a impertinência daquela parcela. Frise-se, aliás,
que essa prática de renegociação é rotineiramente adotada pela área
administrativa do TCU em seus contratos quando detectada a
impropriedade em questão.
[ACÓRDÃO]
9.7.7. adote, desde já, a exclusão do pagamento da reserva técnica nos
contratos, inclusive no contrato 02.0015.00/2009, ou promova sua
214
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.6. Determinações:
1.6.1.4. não aceite a cobrança de tributos de caráter personalístico, como
IRPJ e CSLL, bem como a presença do item "Reserva Técnica" no quadro de
Remuneração e no quadro de Insumos sem a devida justificativa dos custos
correspondentes a esse item;
(Acórdão 793/2010 – 2ª Câmara – relação)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.5.1. determinar que: [..]
1.5.1.2. nas próximas contratações para terceirização de mão de obra,
deixe de consignar parcelas relativas a gastos com reserva técnica nos
orçamentos básicos, nos formulários para proposta de preços e nas
justificativas de preço a que se refere o art. 26, III, da Lei n.º 8.666/1993,
inclusive para os casos de dispensa e inexigibilidade de licitação, e não
aceite propostas de preços contendo custos relativos a esse item (Acórdãos
n.º 1179/2008-Plenário, 645/2009-Plenário e 727/2009-Plenário);
(Acórdão 2.060/2009 – Plenário – Relação)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.16. em atenção ao art. 3º da Lei 8.666/1993 e ao princípio da
economicidade contido no caput do art. 70 da Constituição Federal:
9.2.16.1. abstenha-se de aceitar das licitantes propostas de preços que
contenham percentual referente à reserva técnica como item específico
das planilhas de custo e formação de preços, sem apresentar estudo
específico e descrição dos eventos que motivariam a aceitação desse item
(achado II.16);
(Acórdão 1.453/2009 – Plenário)
215
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
216
Erivan Pereira de Franca
ENCARGOS TRABALHISTAS
o 13º salário;
o adicional de férias.
ENCARGOS SOCIAIS
o salário educação;
o FGTS.
o Transporte;
o Auxílio-alimentação/refeição;
217
Erivan Pereira de Franca
218
Erivan Pereira de Franca
Por tais razões, optamos por manter no Submódulo 2.1 apenas o 13º
salário e o adicional de férias.
219
Erivan Pereira de Franca
LEI 4.090/62
Art. 1º - No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga,
pelo empregador, uma gratificação salarial, independentemente da
remuneração a que fizer jus.
§ 1º - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em
dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente.
§ 2º - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida
como mês integral para os efeitos do parágrafo anterior.
220
Erivan Pereira de Franca
Em regra, o 13º deverá ser pago em duas parcelas: a primeira entre os meses
de fevereiro e novembro (até o dia 30.11) e a segunda até o dia 20 de dezembro,
conforme determina o regulamento.
DECRETO 57.155/65
Art. 1º O pagamento da gratificação salarial, instituída pela Lei nº 4.090, de
13 de julho de 1962, com as alterações constantes da Lei nº 4.749, de 12 de
agôsto de 1965, será efetuado pelo empregador até o dia 20 de dezembro
de cada ano, tomando-se por base a remuneração devida nesse mês de
acôrdo com o tempo de serviço do empregado no ano em curso.
[...]
Art. 3º Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o
empregador pagará, como adiantamento da gratificação, de uma só vez,
metade do salário recebido pelo empregado no mês anterior.
(3.900,00 / 12)
= 325,00
Onde:
221
Erivan Pereira de Franca
Esse direito é disciplinado pela CLT (artigos 129 a 153), sendo, portanto, de
observância cogente. Apresentamos, a seguir, os principais dispositivos que
disciplinam a aquisição e a concessão do direito às férias anuais.
CLT
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período
de férias, sem prejuízo da remuneração.
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de
trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5
(cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14
(quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte
e três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32
(trinta e duas) faltas.
[...]
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só
período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado
tiver adquirido o direito.
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser
inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a
cinco dias corridos, cada um.
§ 2o (Revogado).
§ 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede
feriado ou dia de repouso semanal remunerado.
Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao
empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa
participação o interessado dará recibo.
[...]
222
Erivan Pereira de Franca
Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os
interesses do empregador.
[...]
Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata
o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
[...]
Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que
lhe for devida na data da sua concessão.
[...]
Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período
de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração
que lhe seria devida nos dias correspondentes.
[...]
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do
abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início
do respectivo período.
Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com
indicação do início e do termo das férias.
223
Erivan Pereira de Franca
CLT
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo
coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos
seguintes direitos:
[...]
XI - número de dias de férias devidas ao empregado;
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais
do que o salário normal;
(3.900,00 /3) / 12
= 1.300,00 / 12
= 108,33
Onde:
224
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.036/90
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária
vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da
remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da
CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho
de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
225
Erivan Pereira de Franca
227
Erivan Pereira de Franca
Tal norma foi revogada em 5.4.2013 pela Instrução Normativa CNJ nº 49,
passando aquele Conselho, a partir daí, a observar a disciplina da Resolução CNJ
169 (alterada pela Resolução 183).
A Instrução Normativa CNJ n.º 1/2008 foi editada com o claro, explícito
propósito de mitigar riscos associados aos contratos de terceirização, como
evidencia o próprio preâmbulo da norma (destacamos):
228
Erivan Pereira de Franca
229
Erivan Pereira de Franca
Em 23 de dezembro de 2013 foi editada a IN 06, que deu nova redação ao art.
19-A, para tornar obrigatória a adoção da conta vinculada e atualizou o Anexo VII.
Tal ato tornou, em nossa percepção, opcional a adoção da conta vinculada aos
contratos de terceirização, como alternativa ao procedimento de pagamento
mediante a ocorrência do que denominou "fato gerador" de certas obrigações
trabalhistas. Eis como a matéria está agora disciplinada:
PORTARIA MP 409, de 21.12.2016
Art. 2º Para a execução indireta de serviços, no âmbito dos órgãos e das
entidades de que trata o art. 1º, as contratações deverão ser precedidas de
planejamento e o objeto será definido de forma precisa no edital, no
projeto básico ou no termo de referência e no contrato como
exclusivamente de prestação de serviços.
[...]
§ 2º É obrigatório que os instrumentos convocatórios e os contratos
mencionados no caput contenham cláusulas que:
[...]
230
Erivan Pereira de Franca
231
Erivan Pereira de Franca
232
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233
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234
Erivan Pereira de Franca
- calcule o valor dos itens que compõem o Submódulo 2.1 (13º salário e
adicional de férias) e preencha a planilha abaixo.
235
Erivan Pereira de Franca
236
Erivan Pereira de Franca
DECRETO 3.000/99
Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado
pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por
este Decreto.
[...]
Art. 516. A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário
anterior, tenha sido igual ou inferior a vinte e quatro milhões de reais, ou a
dois milhões de reais multiplicado pelo número de meses de atividade no
ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar pelo
regime de tributação com base no lucro presumido.
[...]
§ 4º A opção de que trata este artigo será manifestada com o pagamento
da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro
período de apuração de cada ano-calendário.
§ 5º O imposto com base no lucro presumido será determinado por
períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de
junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário,
observado o disposto neste Subtítulo.
[...]
Art. 518. A base de cálculo do imposto e do adicional (541 e 542), em cada
trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito
por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração,
observado o que dispõe o § 7o do art. 240 e demais disposições deste
Subtítulo.
[...]
Art. 519 ....
[...]
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
[...]
III - trinta e dois por cento, para as atividades de:
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares;
237
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
77. No regime de incidência cumulativa [vide: art. 4º, IV,Lei 9.718/98 c/c o
art. 10, II, Lei 10.833/2003], a base de cálculo é o total das receitas da
pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e encargos.
Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para PIS/Pasep e da Cofins
são, respectivamente, de 0,65% e 3,00%.
78. As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas
pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro
presumido ou arbitrado, estão sujeitas à incidência cumulativa.
79. No regime de não-cumulatividade do PIS e COFINS, instituído pelas leis
nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, permite-se o desconto de créditos
apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica.
Nesse regime, as alíquotas da contribuição para PIS/Pasep e da Cofins são,
respectivamente, de 1,65% e 7,60%.
80. Cabe mencionar que, de acordo com a Secretaria da Receita Federal, as
empresas tributadas com base no lucro real estão sujeitas à incidência
não-cumulativa, exceto: as instituições financeiras, as cooperativas de
crédito, as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de
créditos imobiliários e financeiros, as operadoras de planos de assistência à
saúde, as empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de
transporte de valores de que trata a Lei nº 7.102/1983, e as sociedades
cooperativas (exceto as sociedades cooperativas de produção agropecuária
e as sociedades cooperativas de consumo).
81. Dessa forma, verifica-se que, quanto aos serviços de vigilância, as
empresas estão sujeitas à incidência cumulativa, entretanto, em relação aos
serviços de limpeza e conservação, as empresas podem estar sujeitas à
incidência cumulativa ou a não-cumulativa.
82. Com base nas considerações feitas acima, adotamos para os serviços
de vigilância as alíquotas de 0,65% (PIS) e 3,00% (Cofins) e para os serviços
de limpeza, mesmo considerando que a maioria das empresas prestadoras
desse serviço são tributadas com base no lucro presumido, definimos a
alíquota de até 1,65% (PIS) e 7,60% (Cofins), assegurando a participação
nos certames licitatórios de empresas tributadas pelo lucro real.
(Acórdão 1753/2008 – Plenário)
239
Erivan Pereira de Franca
Há órgãos que têm feito essa opção, inclusive, para evitar questionamentos
de empresas de maior porte (cujo faturamento lhes impede de optar pelo
recolhimento pelo lucro presumido), de que o orçamento construído considerando
240
Erivan Pereira de Franca
DECRETO 5.450/2005
Art. 25. Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro examinará a proposta
classificada em primeiro lugar quanto à compatibilidade do preço em
relação ao estimado para contratação e verificará a habilitação do
licitante conforme disposições do edital.
241
Erivan Pereira de Franca
Abono pecuniário;
Vale-transporte
242
Erivan Pereira de Franca
244
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os orçamentos de licitações em obras e serviços de engenharia devem
considerar a desoneração instituída pela Lei 12.844/13, que possibilita a
redução de custos previdenciários das empresas de construção civil,
caracterizando sobrepreço a fixação de valores em contrato que
desconsidere tal dedução.
Levantamento de Auditoria realizado nas obras de reforma e ampliação do
terminal de passageiros do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre/RS,
apontara, dentre outras irregularidades, "sobrepreço decorrente de preços
excessivos frente ao mercado". No caso concreto, o orçamento da licitação
não considerara a desoneração instituída pela Lei 12.844/13, que, ao alterar
o art. 7º da Lei 12.546/11 permite a redução dos custos previdenciários das
empresas de construção civil nas obras de construção de edifícios, de
instalações prediais, de acabamento e outros serviços especializados de
construção. O relator anotou que a desoneração "impacta diretamente e
significativamente nos encargos sociais sobre a mão de obra, aplicável ao
objeto da presente contratação. São 20% a menos a serem aplicados sobre
os custos de todos os operários. Ao mesmo tempo, como medida
compensatória, deve-se incluir 2% sobre o lucro bruto relativo à
Contribuição Previdenciária sobre a Renda Bruta (CPRB), a ser incluída
diretamente no BDI". Ressaltou ainda que "a não consideração dessa
novidade em matéria tributária ensejou um sobrepreço em toda a mão de
obra do empreendimento". Considerando que a Infraero, ao tomar
conhecimento da irregularidade, republicou o edital, bem como aplicou a
desoneração estabelecida pela Lei 12.546/11, o Tribunal, acolhendo
proposta do relator, decidiu, em relação ao ponto, notificar a empresa da
impropriedade relativa à "inobservância, à época da elaboração do
orçamento da obra, da Lei 12.844/2013, que alterou o art. 7º da Lei
12.546/2011 - a impactar nos custos das empresas da construção civil nas
áreas de construção de edifícios; instalações elétricas, hidráulicas e outras
instalações em construções; obras de acabamento e outros serviços
especializados de construção - especificamente quanto à desoneração do
INSS nos encargos sociais sobre a mão de obra e quanto à criação da
Contribuição Previdenciária sobre a Renda Bruta (CPRB), a onerar o BDI em
2%".
(Acórdão 2293/2013 – Plenário – INFORMATIVO 166)
Vide também: Acórdão 2237/2014 - Plenário; Acórdão 2224/2014 -
Plenário; Acórdão 93/2015 - Plenário; (necessidade de, também, a proposta
do licitante contemplar a desoneração), considerando-se, para tanto, a
atividade econômica principal da empresa: Acórdão 480/2015 - Plenário.
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
246
Erivan Pereira de Franca
Nota 2: O SAT (sic) a depender do grau de risco do serviço irá variar entre 1%, para risco leve,
de 2%, para risco médio, e de 3% de risco grave.
Nota 3: Esses percentuais incidem sobre o Módulo 1, o Submódulo 2.1, o Módulo 3, Módulo 4
e o Módulo 6.
247
Erivan Pereira de Franca
Fator (F)
= 1 – (X/100)
= 1 – (13,15 / 100)
= 1 – 0,1315
= 0,8685
= 10.000,00 / 0,8685
= 11.514,10 x 0,045
= 518,13
248
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
MÓDULO 2: ENCARGOS E BENEFÍCIOS ANUAIS, MENSAIS E DIÁRIOS
Submódulo 2.2 – Encargos previdenciários (GPS), Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS) e outras contribuições
251
Erivan Pereira de Franca
Por fim, importa noticiar que, em recente julgado, o TCU negou provimento a
Pedido de Reexame interposto contra o Acórdão 2859/2013 – Plenário, para
252
Erivan Pereira de Franca
253
Erivan Pereira de Franca
254
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.212/91
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,
além do disposto no art. 23, é de:
[...]
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer
do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o
risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante
esse risco seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante
esse risco seja considerado grave.
255
Erivan Pereira de Franca
256
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3.2.7. SEBRAE
258
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3.2.8. INCRA
3.2.9. FGTS
259
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260
Erivan Pereira de Franca
ALÍQUOTAS (%)
Prev. Salário- Fundo Total
CÓDIGO GILRAT INCRA SENAI SESI SENAC SESC SEBRAE DPC SENAR SEST SENAT SESCOOP
Social Educação Aeroviário Outras
DO FPAS
Ent. Ou
--- --- 0001 0002 0004 0008 0016 0032 0064 0128 0256 0512 1024 2048 4096
Fundos
515 20 Variável 2,5 0,2 --- --- 1,0 1,5 0,6 --- --- --- --- --- --- 5,8
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
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264
Erivan Pereira de Franca
O custo estimado de tais itens deve ser obtido mediante consulta às normas
municipais que definem as tarifas do transporte coletivo e à norma coletiva de
trabalho à qual se submete a empresa prestadora dos serviços.
3.3.1. Vale-transporte
DECRETO 95.247/87
Art. 4° Está exonerado da obrigatoriedade do Vale-Transporte o
empregador que proporcionar, por meios próprios ou contratados, em
veículos adequados ao transporte coletivo, o deslocamento, residência-
trabalho e vice-versa, de seus trabalhadores.
266
Erivan Pereira de Franca
267
Erivan Pereira de Franca
= 440,00 – 180,00
= 260,00
3.3.2. Auxílio-alimentação
268
Erivan Pereira de Franca
CLT
Art. 457 - ....
[...]
§2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de
custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias
para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem
base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
[...]
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário,
para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras
prestações "in natura" que a empresa, por fôrça do contrato ou do
costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será
permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.
269
Erivan Pereira de Franca
DECRETO 5/91
Art. 4º Para a execução dos programas de alimentação do trabalhador, a
pessoa jurídica beneficiária pode manter serviço próprio de refeições,
distribuir alimentos e firmar convênio com entidades fornecedoras de
alimentação coletiva, sociedades civis, sociedades comerciais e
sociedades cooperativas.
[...]
Art. 6° Nos Programas de Alimentação do Trabalhador (PAT), previamente
aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, a parcela
paga in-natura pela empresa não tem natureza salarial, não se incorpora à
remuneração para quaisquer efeitos, não constitui base de incidência de
contribuição previdenciária ou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
e nem se configura como rendimento tributável do trabalhador.
270
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271
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= 440,00 – 88,00
= 352,00
272
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273
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
4.Insurge-se a autora, em síntese, quanto ao fato de o edital considerar os
salários vigentes em 2016, relativos aos profissionais que deverão prestar
os serviços, cuja categoria é abrangida pelo Sindicato dos Empregados nas
Empresas de Asseio e Conservação da Região do Sul Fluminense do Estado
do Rio de Janeiro (SIEEACON), apesar de nova convenção coletiva ter sido
celebrada em março de 2017.
[...]
12.Relevante a observação de que o art. 9º, § 2º, do Decreto 5.450/2005
dispõe sobre diversos elementos que devem estar contidos no termo de
referência, entre os quais o valor estimado em planilhas de acordo com o
preço de mercado e que, elastecer esse conceito a ponto de posicioná-lo
em qualquer marco temporal pretérito não atende ao princípio da
razoabilidade, por afastar-se da necessidade de os valores orçados terem
de refletir aqueles praticados atualmente. Necessário, portanto, levar ao
conhecimento da Eletronuclear o juízo realizado pela unidade técnica a
respeito da matéria.
[...]
17.Quanto ao mérito, entendo que o presente processo deve ser julgado
parcialmente procedente, anuindo-se pelo prosseguimento do certame,
todavia, sem prejuízo de que seja dada ciência à Eletronuclear quanto à
afronta ao art. 9º, § 2º, do Decreto 5.450/2005, uma vez que o orçamento
estimativo não refletiu os preços praticados no mercado quando da
deflagração do certame.
[ACÓRDÃO]
9.1. conhecer da presente representação, por atender os requisitos de
admissibilidade previstos nos arts. 235 e 237 do Regimento Interno deste
Tribunal, c/c o art. 113, § 1º, da Lei 8.666/1993, para, no mérito, considerá-
la parcialmente procedente;
9.2. dar ciência à empresa Eletrobras Termonuclear S.A. (Eletronuclear) ,
com fundamento no art. 7º, da Resolução-TCU 265/2014, em relação à
defasagem dos preços constantes no orçamento estimativo elaborado para
o pregão eletrônico 125/2017, os quais não refletiam os preços praticados
no mercado por ocasião da deflagração do certame, em afronta ao art. art.
9º, § 2º, do Decreto 5.450/2005;
(Acórdão 2443/2017 – Plenário)
275
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. determinar [...] que, no âmbito da fiscalização do contrato [...] confira
especial atenção à análise do cumprimento das obrigações trabalhistas por
parte da contratada, em especial no que concerne às disposições da
convenção coletiva de trabalho, medida com o fito de evitar eventual dano
ao Erário decorrente da responsabilização subsidiariária do tomador dos
serviços, in casu, a Administração, quanto às aludidas obrigações.
(Acórdão 1662/2008 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
7. Em que pese não estar a Administração Pública obrigada a fazer constar
em seu edital as parcelas e valores objetos da Convenção, o licitante o
está. Por força da Cláusula 54 e parágrafos, a empresa que se candidata a
ser contratada por tomador de serviços deve incluir na documentação para
licitação cópia da CCT, bem como indicar em suas planilhas os reflexos dos
adicionais pactuados em férias, 13.º salário, FGTS e verbas rescisórias. Cabe
a ele verificar se a empresa terceirizada está cumprindo com suas
obrigações trabalhistas, sob pena de, não o fazendo, poder ser chamado a
arcar com as indenizações decorrentes de execução de instrumento
coletivo válido.
(Acórdão 455/2009 – Plenário)
276
Erivan Pereira de Franca
277
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. responder ao consulente que:
[...]
9.2.6. em face do princípio do formalismo moderado e da supremacia do
interesse público, que permeiam os processos licitatórios, o fato de o
licitante apresentar composição de custo unitário contendo salário de
categoria profissional inferior ao piso estabelecido em instrumento
normativo negociado é, em tese, somente erro formal, o qual não enseja a
desclassificação da proposta, podendo ser saneado com a apresentação de
nova composição de custo unitário desprovida de erro;
(Acórdão 719/2018 – Plenário)
diferenciada, prevista no artigo 511, § 3º, o que não é o caso dos autos.
Logo, não há como prevalecer o entendimento do Regional que manteve a
aplicação das normas firmadas pelo Sindicato dos Empregados em
Estabelecimento de Serviços de Saúde de Curitiba (SINDESC), em
detrimento daquelas firmadas pelo ente sindical representativo da real
empregadora da reclamante, Sindicato dos Auxiliares de Administração
Escolar no Estado do Paraná (SAAEPAR). Ademais, o fato de a reclamante
prestar serviços no Hospital Marcelino Champagnat não altera o
enquadramento sindical, que é definido segundo a atividade
preponderante de seu empregador, e não há tese da ausência de
preponderância. Recurso de revista conhecido e provido.
(ARR - 1700-54.2015.5.09.0084, DEJT 20/04/2018)
CLT
Art. 516. Não será reconhecido mais de um Sindicato representativo da
mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma
dada base territorial.
280
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285
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. O consulente pretende ver esclarecidas as seguintes questões:
a) o benefício concedido aos empregados de empresas que prestam
serviços continuados à Administração previsto em Convenção Coletiva de
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência ao [omissis] acerca das seguintes irregularidades
identificadas na condução do Pregão Eletrônico 26/10, com o objetivo de
que se evite a reincidência de tais ocorrências na realização de futuros
procedimentos licitatórios no âmbito daquela Instituição:
9.3.1. exigência de que as planilhas de custo das licitantes contemplassem
todos os encargos sociais e trabalhistas previstos em convenção coletiva
de trabalho, em desacordo com o art. 13 da Instrução Normativa MPOG
2/2008 e com a jurisprudência deste Tribunal (Acórdãos 657/2004,
1.699/2007, 650/2008 e 381/2009, todos do Plenário);
(Acórdão 9036/2011 – Primeira Câmara)
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= 300,00 – 30,00
= 270,00
292
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Nota 1: O valor informado deverá ser o custo real do benefícios (descontado o valor
eventualmente pago pelo empregado).
Nota 2: Observar a previsão dos benefícios contidos em Acordos, Convenções e Dissídios
Coletivos de Trabalho e atentar-se ao disposto no art. 6º desta Instrução Normativa.
294
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[(3.900,00 / 30) x 7] / 12
= [130,00 x 7] / 12
= 910,00 / 12
= 75,83
Onde:
Por força do art. 15, c/c o art. 18 da Lei 8.036/90, e do art. 214 do
Regulamento da Previdência Social, há incidência do FGTS e de encargos
297
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.036/90
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária
vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da
remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da
CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho
de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
75,83 x 0,398
= 30,18
Onde:
298
Erivan Pereira de Franca
Entendemos que esse custo pode ser excluído da planilha, desde que
devidamente justificado, pois a decisão de indenizar o aviso prévio, ao invés de
concedê-lo, é arbitrária da empresa. É uma decisão empresarial que nada tem a
ver, ordinariamente, com a execução dos serviços objeto do contrato
administrativo.
299
Erivan Pereira de Franca
Ademais, essa despesa pode ser utilizada - conforme informado aos licitantes
no edital do certame - para remunerar a empresa pelo custo decorrente de
demissões havidas no curso da execução do contrato (taxa de rotatividade).
= 325,00 x 0,05
= 16,25
Onde:
300
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Remuneração, aqui, nos termos definidos nos arts. 457 e 458 da CLT, ou seja,
inclui o salário básico e demais parcelas recebidas pelo empregado a propósito dos
serviços prestados.
301
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.212/91
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,
além do disposto no art. 23, é de:
I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou
creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho
ou sentença normativa.
[...]
III - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a
qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes
individuais que lhe prestem serviços;
302
Erivan Pereira de Franca
303
Erivan Pereira de Franca
304
Erivan Pereira de Franca
LEI 10.522/2002
Art. 19. Fica a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional autorizada a não
contestar, a não interpor recurso ou a desistir do que tenha sido interposto,
desde que inexista outro fundamento relevante, na hipótese de a decisão
versar sobre:
[...]
V – matérias decididas de modo desfavorável à Fazenda Nacional pelo
Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos
dos art. 543-C da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de
Processo Civil, com exceção daquelas que ainda possam ser objeto de
apreciação pelo Supremo Tribunal Federal.
[...]
§ 5º As unidades da Secretaria da Receita Federal do Brasil deverão
reproduzir, em suas decisões sobre as matérias a que se refere o caput, o
entendimento adotado nas decisões definitivas de mérito, que versem
sobre essas matérias, após manifestação da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional nos casos dos incisos IV e V do caput.
16,25 x 0,08
= 1,30
Onde:
305
Erivan Pereira de Franca
306
Erivan Pereira de Franca
Impende destacar que nada muda com relação ao valor da despesa relativa
ao aviso prévio no primeiro ano de vigência do contrato administrativo,
porquanto a Lei 12.506/2011 manteve o prazo de 30 dias previsto no art. 487, II,
da CLT, para o empregado mensalista – direito agora estendido ao empregado que
recebe salário por quinzena.
307
Erivan Pereira de Franca
308
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. Inicialmente, dentre outras apurações, foi constatada a necessidade de
promover a repactuação do contrato 174/2006 a fim de adequar a planilha
de custos do serviço contratado em relação à reserva técnica, ao aviso
prévio trabalhado e às taxas de administração e lucro (respectivamente,
itens 9.2.1, 9.2.2 e 9.2.3 do Acórdão 3.006/2010-TCU-Plenário).
3. Posteriormente, por meio do Acórdão 2.308/2014-TCU-Plenário, este
Colegiado, em meio a outras providências, tornou insubsistente o item 9.2
do Acórdão 3.006/2010-TCU-Plenário, motivo pelo qual determinei à Secex-
RJ que promovesse nova instrução dos autos, com a necessária oitiva do
órgão contratante e da empresa contratada. Portanto, está em apreciação
nesta assentada a reanálise de eventuais irregularidades na planilha de
custos do serviço contratado, objeto do precitado item.
4. Após a análise das oitivas em razão dos indícios apontados nos autos, a
unidade instrutiva coligiu que as justificativas apresentadas pelo Nerj/MS e
pela empresa MGI não elidiram todas as irregularidades examinadas nesta
representação. Diante disso, concluiu que: 1) a inclusão de reserva técnica
sem justificativa razoável imporia a devolução integral dos valores atinentes
a essa rubrica, pagos indevidamente; 2) a questão do aviso prévio
trabalhado estaria resolvida, ante a repactuação consensual do contrato
174/2006; e 3) os excessos nos percentuais de lucro e de taxa de
administração deveriam ser expurgados, com a devolução das quantias
pagas indevidamente.
(Acórdão 3295/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
41. No item 3.31, foi registrado que, no Contrato 47/2013 (prestação de
serviços de limpeza), a provisão para aviso prévio trabalhado presente na
planilha de custos e formação de preços não foi retirada após o primeiro
ano de vigência contratual. Os referidos itens 7.2.2.1 e 7.2.2.2 da proposta
de encaminhamento sugeriram, respectivamente, determinações para que
o TRF 2ª Região adotasse medidas com vistas à alteração da planilha e à
recuperação dos valores indevidamente pagos. Quanto ao Contrato
70/2013, a proposta é de que, após o primeiro ano de vigência, exclua da
respectiva planilha de custos e formação de preços a parcela "aviso prévio
trabalhado".
42. Considero apropriadas tais medidas destinadas à correção dos
contratos, a fim de evitar a concretização de prejuízos ao erário, bem
como à recuperação dos valores já pagos indevidamente. Às
determinações sugeridas, em relação as quais promovo ajustes de redação,
acrescento ressalva para que o TRF 2ª Região assegure aos interessados o
exercício do contraditório e da ampla defesa.
[ACÓRDÃO]
309
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.2. supressão do percentual de 1,94 % da Planilha de Custos dos
Serviços Contratados, referente ao Aviso Prévio Trabalhado, tendo em
vista que os referidos custos consideram-se integralmente pagos no
primeiro ano do Contrato, devendo ser zerado nos anos subsequentes, nos
termos do cálculo demonstrado quando da apreciação do Acórdão TCU nº
1904/2007 - Plenário;
(Acórdão 3006/2010 – Plenário)
Irregularidade não sanada, conforme Acórdão 1686/2013 - Plenário
310
Erivan Pereira de Franca
311
Erivan Pereira de Franca
313
Erivan Pereira de Franca
- deve ser criada rubrica denominada, por exemplo, “aviso prévio indenizado
– efeitos da Lei 12.506/2011”, cujo valor corresponderá a 3 (três) dias de
remuneração do trabalhador (Módulo 1), considerando a mesma probabilidade de
ocorrência para a rubrica original “aviso prévio trabalhado”; no nosso caso, 100%
da mão de obra empregada;
314
Erivan Pereira de Franca
315
Erivan Pereira de Franca
316
Erivan Pereira de Franca
Relembrando:
317
Erivan Pereira de Franca
= 312,00 x 0,4
= 124,80
Onde:
= 124,80 x 0,05
= 6,24
Onde:
318
Erivan Pereira de Franca
Relembrando:
319
Erivan Pereira de Franca
= 312,00 x 0,1
= 31,20
Onde:
= 31,20 x 0,05
= 1,56
Onde:
-------------------------
320
Erivan Pereira de Franca
321
Erivan Pereira de Franca
322
Erivan Pereira de Franca
323
Erivan Pereira de Franca
A partir dos dados obtidos em resposta aos exercícios propostos nos tópicos:
calcule o valor dos itens que compõem o Módulo 3 (provisão para rescisão) e
preencha a planilha abaixo.
324
Erivan Pereira de Franca
325
Erivan Pereira de Franca
AUSÊNCIAS LEGAIS
Direito Trabalhista Fundamento Legal
Férias Arts. 129-153, CLT, c/c art. 7º, XVII, CF/88
Ausências legais Art. 473, CLT
Art. 473, III, CLT, c/c art. 7º, XIX e art. 10, § 1º, II, ADCT,
Licença paternidade
CF/88
Ausência por acidente do
Arts. 19-23 e 60, Lei 8.213/91, c/c art. 75, RPS
trabalho
Afastamento maternidade art. 7º, XVIII da CF/88 c/c o art. 392 e 392-A da CLT
Esse direito é disciplinado pela CLT (artigos 129 a 153), sendo, portanto, de
observância cogente. Apresentamos, a seguir, os principais dispositivos que
disciplinam a aquisição e a concessão do direito às férias anuais.
CLT
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período
de férias, sem prejuízo da remuneração.
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de
trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
326
Erivan Pereira de Franca
327
Erivan Pereira de Franca
328
Erivan Pereira de Franca
(3.900,00 / 12)
= 325,00
Onde:
A rigor, entendemos que essa rubrica não deveria ser objeto de provisão
na conta vinculada, porquanto se trata da remuneração devida ao substituto do
profissional que goza férias, paga em folha de pagamento da própria administração
da empresa contratada; vale dizer, o pagamento do substituto não é registrado na
folha de pagamento do tomador dos serviços, tampouco na GFIP.
Sob esse viés, a inclusão dessa rubrica nos depósitos a serem feitos na conta
vinculada não se justificaria. Entretanto, tanto a IN 05/2017 como a Resolução CNJ
169 mencionam apenas a rubrica “férias”, sem estabelecer a distinção,
determinando a provisão em conta vinculada do valor correspondente.
IN 05/2017
ANEXO VII-B
DIRETRIZES ESPECÍFICAS PARA ELABORAÇÃO DO ATO CONVOCATÓRIO
[...]
1.2. No caso da Conta-Depósito Vinculada ― bloqueada para
movimentação, os órgãos e entidades deverão adotar:
a) provisionamento de valores para o pagamento das férias, 13º (décimo
terceiro) salário e verbas rescisórias aos trabalhadores da contratada, que
329
Erivan Pereira de Franca
330
Erivan Pereira de Franca
CLT
Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem
prejuízo do salário:
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge,
ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira
de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica;
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira
semana;
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação
voluntária de sangue devidamente comprovada;
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos
têrmos da lei respectiva.
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço
Militar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de
1964 (Lei do Serviço Militar).
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de
exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a
juízo.
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de
representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial
de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.
X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames
complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou
companheira;
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em
consulta médica.
331
Erivan Pereira de Franca
[(3.900,00 / 30) x 7] / 12
= [130 x 7] / 12
= 910,00 / 12
= 75,83
Onde:
Todo trabalhador que tiver filho terá direito a afastar-se do trabalho por 5
dias, sem prejuízo da remuneração.
CF/88
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
[...]
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
ADCT
Art. 10 ....
[...]
§ 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da
Constituição, o prazo da licença-paternidade a que se refere o inciso é de
cinco dias.
332
Erivan Pereira de Franca
= 54,17 x 0,02
= 1,08
Onde:
333
Erivan Pereira de Franca
334
Erivan Pereira de Franca
[(3.900,00 / 30) x 5] / 12
= [130,00 x 5] / 12
= 650,00 / 12
= 54,16
Onde:
Porém, como o modelo proposto pela IN 05/2017 não prevê essa despesa e
seu o impacto financeiro é irrelevante (pois depende da ocorrência de acidente do
trabalho que acarrete afastamento superior a 16 dias), não cotaremos o respectivo
custo em nossa planilha.
335
Erivan Pereira de Franca
Toda empregada que tiver filho tem direito a afastar-se do trabalho por 120
dias (art. 7º, XVIII da CF/88 c/c o art. 392 da CLT), podendo a licença ser
prorrogada por mais 60 dias, no âmbito do Programa Empresa Cidadã (vide art. 1º
da Lei 11.770/2008, alterada pela Lei 13.257/2016).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
[...]
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a
duração de cento e vinte dias;
CLT
Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120
(cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário.
336
Erivan Pereira de Franca
337
Erivan Pereira de Franca
Licença Maternidade
Previsão legal: inciso I do art. 1º da Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008
“Art. 1º É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar:
I - por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso XVIII
do caput do art. 7º da Constituição Federal;”
Incidência: (dias de ausências ÷ dias trabalhados) ÷ número de meses x
percentual
Dias de ausências: 180 (cento e oitenta) dias de licença maternidade
Dias trabalhados: consideram-se os dias efetivos da jornada de trabalho = 15
(quinze) dias para jornada 12x36.
Número de meses: 12 meses
Percentual: 5% do total da mão de obra, considerando que 10% dos empregados
são mulheres no serviço de vigilância e metade delas usufruirá da licença
maternidade.
* Converte essa incidência para dias, aplicando o percentual de 5% sobre os 180 dias
que são equivalentes a 9 dias.
Exemplo: (180 dias ÷ 15 dias) ÷ 12 meses x 5% = 5%
338
Erivan Pereira de Franca
339
Erivan Pereira de Franca
340
Erivan Pereira de Franca
Nesse ponto cabe uma ponderação: essa despesa não poderia ser
considerada custo indireto – despesa administrativa do contratado – e, assim, ser
inclusa no item “Custos indiretos”, componente do Módulo 6? Ou, mais
apropriadamente, não poderia ser incluída no Submódulo 4.1 - Custo de Reposição
do Profissional Ausente?
341
Erivan Pereira de Franca
= 144,43 x 0,02
= 2,89
Onde:
342
Erivan Pereira de Franca
458,96 x 0,398
= 182,67
Onde:
Nota 1: As alíneas "A" a "F" referem-se somente ao custo que será pago ao repositor pelos dias
trabalhados quando da necessidade de substituir a mão de obra alocada na prestação do
serviço.
343
Erivan Pereira de Franca
A partir dos dados obtidos em resposta aos exercícios propostos nos tópicos:
calcule o valor dos itens que compõem o Submódulo 4.1 (custo de reposição
do profissional ausente) e preencha a planilha abaixo.
Nota 1: As alíneas "A" a "F" referem-se somente ao custo que será pago ao repositor pelos dias
trabalhados quando da necessidade de substituir a mão de obra alocada na prestação do
serviço.
344
Erivan Pereira de Franca
345
Erivan Pereira de Franca
Assim, quando a substituição não for exigida, por óbvio essa despesa
não será cotada na planilha, nem admitida em proposta de preços.
Que custos, então, devem compor essa despesa? Isso não foi esclarecido
pelo MP.
346
Erivan Pereira de Franca
(3.900,00 / 220) x 22
= 17,73 x 22
= 390,06
347
Erivan Pereira de Franca
Onde:
Ante a nova disciplina, estabelecida pelo art. 59-A da CLT, entendemos que
não é mais obrigatória a previsão, nos orçamentos estimados para
contratação de serviços terceirizados, de rubrica destinada ao pagamento pela
supressão sistemática do intervalo intrajornada (despesa que, como vimos, já
considerávamos, antes da reforma trabalhista, ilegal); com a reforma, essa despesa,
agora autorizada, tem caráter indenizatório.
348
Erivan Pereira de Franca
Nota: Quando houver a necessidade de reposição de um empregado durante sua ausência nos
casos de intervalo para repouso ou alimentação deve-se contemplar o Submódulo 2.2.
349
Erivan Pereira de Franca
A partir dos dados obtidos em resposta aos exercícios propostos nos tópicos:
Nota: Quando houver a necessidade de reposição de um empregado durante sua ausência nos
casos de intervalo para repouso ou alimentação deve-se contemplar o Submódulo 2.2.
350
Erivan Pereira de Franca
351
Erivan Pereira de Franca
6.1. UNIFORMES
(250 x 3) / 12
= 750,00 / 12
= 62,50
352
Erivan Pereira de Franca
6.2. MATERIAIS
(2.400,00 / 12)
= 200,00
353
Erivan Pereira de Franca
354
Erivan Pereira de Franca
(3.600,00 x 0,1) / 12
= 360,00 / 12
= 30,00
356
Erivan Pereira de Franca
357
Erivan Pereira de Franca
358
Erivan Pereira de Franca
Esse item é cotado mediante utilização de taxa (em termos percentuais), por
ser impossível o detalhamento dos custos indiretos.
Adotaremos, para fins de cálculo do valor mensal dos custos indiretos que a
taxa média praticada no mercado, pelas empresas prestadoras de serviço de
vigilância, é de 15%.
359
Erivan Pereira de Franca
= 8.706,78 x 0,15
= 1.306,02
360
Erivan Pereira de Franca
7.2. LUCRO
A taxa média de lucro dever ser obtida, no nosso caso, mediante pesquisa
de preços junto ao mercado de empresas prestadoras de serviço do mesmo ramo
do objeto licitado, no nosso caso, vigilância.
Esse item é cotado mediante utilização de taxa (em termos percentuais), por
ser impossível o detalhamento do lucro.
O taxa de lucro incide sobre o total das despesas com mão de obra e
insumos (somatório dos Módulos 1, 2, 3, 4 e 5), mais os custos indiretos.
IN 05/2017
ANEXO I - DEFINIÇÕES
XI - LUCRO: ganho decorrente da exploração da atividade econômica,
calculado mediante incidência percentual sobre o efetivamente executado
pela empresa, a exemplo da remuneração, benefícios mensais e diários,
encargos sociais e trabalhistas, insumos diversos e custos indiretos.
Adotaremos, para fins do cálculo do valor mensal do lucro que a taxa média
praticada no mercado, pelas empresas prestadoras de serviço mediante
terceirização, é de 10%. Faz-se o cálculo da seguinte maneira:
= 10.012,80 x 0,1
= 1.001,28
361
Erivan Pereira de Franca
7.3. TRIBUTOS
DECRETO 3.000/99
Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado
pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por
este Decreto.
[...]
Art. 516. A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário
anterior, tenha sido igual ou inferior a vinte e quatro milhões de reais, ou a
dois milhões de reais multiplicado pelo número de meses de atividade no
ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar pelo
regime de tributação com base no lucro presumido.
[...]
§ 4º A opção de que trata este artigo será manifestada com o pagamento
da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro
período de apuração de cada ano-calendário.
§ 5º O imposto com base no lucro presumido será determinado por
períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de
junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário,
observado o disposto neste Subtítulo.
[...]
Art. 518. A base de cálculo do imposto e do adicional (541 e 542), em cada
trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito
por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração,
observado o que dispõe o § 7o do art. 240 e demais disposições deste
Subtítulo.
[...]
362
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
77. No regime de incidência cumulativa [vide: art. 4º, IV,Lei 9.718/98 c/c o
art. 10, II, Lei 10.833/2003], a base de cálculo é o total das receitas da
pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e encargos.
Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para PIS/Pasep e da Cofins
são, respectivamente, de 0,65% e 3,00%.
78. As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas
pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro
presumido ou arbitrado, estão sujeitas à incidência cumulativa.
79. No regime de não-cumulatividade do PIS e COFINS, instituído pelas leis
nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, permite-se o desconto de créditos
apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica.
Nesse regime, as alíquotas da contribuição para PIS/Pasep e da Cofins são,
respectivamente, de 1,65% e 7,60%.
80. Cabe mencionar que, de acordo com a Secretaria da Receita Federal, as
empresas tributadas com base no lucro real estão sujeitas à incidência
não-cumulativa, exceto: as instituições financeiras, as cooperativas de
crédito, as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de
créditos imobiliários e financeiros, as operadoras de planos de assistência à
saúde, as empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de
transporte de valores de que trata a Lei nº 7.102/1983, e as sociedades
cooperativas (exceto as sociedades cooperativas de produção agropecuária
e as sociedades cooperativas de consumo).
81. Dessa forma, verifica-se que, quanto aos serviços de vigilância, as
empresas estão sujeitas à incidência cumulativa, entretanto, em relação aos
363
Erivan Pereira de Franca
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de
Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de
1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público,
criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a
partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei
dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º
deste artigo.
[...]
§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem
para o Programa de Integração Social ou para o Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração
mensal, é assegurado o pagamento de um salário mínimo anual,
computado neste valor o rendimento das contas individuais, no caso
daqueles que já participavam dos referidos programas, até a data da
promulgação desta Constituição.
Tal contribuição tem por base de cálculo o total das receitas auferidas, ou, em
outros termos, o faturamento mensal da empresa, incidindo, portanto, sobre o
valor dos serviços objeto do nosso contrato, conforme Lei 9.718/98 e art. 1º da Lei
10.637/2002 (na redação dada pela Lei 12.973/2014), na alíquota de 0,65% para
as empresas prestadoras de serviço (art. 8º, II), optantes pelo regime tributário do
lucro presumido.
LEI 9.718/98
Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas
pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu
faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas
por esta Lei.
LEI 10.637/2002
Art. 1º A Contribuição para o PIS/Pasep, com a incidência não cumulativa,
incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica,
independentemente de sua denominação ou classificação contábil.
[...]
§ 2º A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep é o total das
receitas auferidas pela pessoa jurídica, conforme definido no caput e no §
1º.
365
Erivan Pereira de Franca
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da
lei, incidentes sobre:
[...]
b) a receita ou o faturamento;
366
Erivan Pereira de Franca
367
Erivan Pereira de Franca
Fator (F)
= 1 – (X/100)
= 1 – (8,65 / 100)
= 1 – 0,0865
= 0,9135
= 11.014,08 / 0,9135
368
Erivan Pereira de Franca
= 12.057,01 x 0,0065
= 78,37
= 12.057,01 x 0,03
= 361,71
= 12.057,01 x 0,05
= 602,85
369
Erivan Pereira de Franca
370
Erivan Pereira de Franca
- PIS = 0,65%
- COFINS = 3%
- ISS = 2%
371
Erivan Pereira de Franca
LEITURA COMPLEMENTAR
- Alencar, Aristhéa Totti Silva Castelo Branco de. Pesquisa de preços sob a
égide do Tribunal de Contas da União / Aristhéa Totti Silva Castelo Branco de
Alencar. -- In: Publicações da Escola da AGU, n. 30, p. 59-82, set. 2013.IN
- Barros, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 6ª ed. São Paulo:
LTr, 2010, p. 451-458.
372
Erivan Pereira de Franca
- Coelho Motta, Carlos Pinto. Eficácia nas licitações e contratos. 11ª ed. – Belo
Horizonte: Del Rey, 2008, p. 176-179.
373
Erivan Pereira de Franca
- Franca, Erivan Pereira de. Boa prática / Erivan Pereira de França. -- In: JAM
jurídica: administração pública, executivo & legislativo, administração municipal, v.
19, n. 5, p. 95-96, maio 2014.
374
Erivan Pereira de Franca
- Jesus, Noel Antonio Tavares de. O projeto básico na fase interna da licitação
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