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LICENCIATURA EM DIREITO
Universidade Rovuma
Lichinga
2020
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LICENCIATURA EM DIREITO
Universidade Rovuma
Lichinga
2020
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Índice
Introdução...............................................................................................................................3
Objectivos:..............................................................................................................................3
1.1.Conceito............................................................................................................................4
1.2.Vantagens e Inconvenientes..............................................................................................4
1.6. Espécies...........................................................................................................................7
2.Centralização e descentralização.......................................................................................11
2.1. Vantagens e Inconvenientes...........................................................................................11
2.6. Espécies.........................................................................................................................14
Conclusão..............................................................................................................................18
Bibliografia...........................................................................................................................19
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Introdução
O presente trabalho da cadeira de direito administrativo versa sobre um tema de extrema
importância (Sistema de organização administrativa), dai que a organização administrativa
resulta de um conjunto de normas jurídicas que regem a competência, as relações
hierárquicas, a situação jurídica, as formas de actuação e controle dos órgãos e pessoas, no
exercício da função administrativa. Como o Estado actua por meio de órgãos, agentes e
pessoas jurídicas, sua organização se calca em três situações fundamentais: a centralização, a
descentralização e a desconcentração.
Objectivos:
Gerais
Aplicar o a matéria do sistema de organização administrativa
Específicos
1.1.Conceito
Tanto o sistema da concentração como o sistema da desconcentração dizem respeito à
organização administrativa de uma determinada pessoa colectiva pública. Mas o problema da
maior ou menor concentração ou desconcentração existente não tem nada a ver com as
relações entre o Estado e as demais pessoas colectivas: é uma questão que se põe apenas
dentro do Estado, ou apenas dentro de qualquer outra entidade pública.
A concentração ou desconcentração têm como pano de fundo a organização vertical dos
serviços públicos, consistindo basicamente na ausência ou na existência de distribuição
vertical de competência entre os diversos graus ou escalões da hierarquia.
Assim a “concentração de competência”, ou a “administração concentrada” é o sistema em
que o superior hierárquico mais elevado é o único órgão competente para tomar decisões,
ficando os subalternos limitados às tarefas de preparação e execução das decisões daquele.
Por seu turno, a “desconcentração de competência”, ou “administração desconcentrada”, é
o sistema em que o poder decisório se reparte entre superior e um ou vários órgãos
subalternos, os quais, todavia, permanecem, em regra, sujeitos à direcção e supervisão
daquele.
A desconcentração traduz-se num processo de descongestionamento de competências,
conferindo-se a funcionários ou agentes subalternos certos poderes decisórios, os quais numa
administração concentrada estariam reservados exclusivamente ao superior.
Não existem sistemas integralmente concentrados, nem sistemas absolutamente
desconcentrados. O que normalmente sucede é que os sistemas se nos apresentam mais ou
menos concentrados – ou mais ou menos desconcentrados. Entre nós, o princípio da
desconcentração administrativa encontra consagração constitucional no art. 267º/2 CRP.
1.2.Vantagens e Inconvenientes
A principal razão pela qual se desconcentram competências consiste em procurar aumentar a
eficiência dos serviços públicos.
Por outro lado, há quem contraponha a estas vantagens da desconcentração certos
inconvenientes: em primeiro lugar, diz-se, a multiplicidade dos centros decisórios pode
inviabilizar uma actuação harmoniosa, coerente e concertada da Administração; etc.
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Em todos estes casos, porém, a lei impõe uma limitação importante: neste tipo de delegações
só podem ser delegados poderes para a prática de actos de administração ordinária, por
oposição aos actos de administração extraordinária que ficam sempre indelegáveis, salvo lei
de habilitação específica.
Entende-se que são actos de administração ordinária todos os actos não definitivos, bem
como os actos definitivos que sejam vinculados ou cuja a discricionariedade não tenha
significado ou alcance inovador na orientação geral da entidade pública a que pertence o
órgão; se tratar de definir orientações gerais e novas, ou de alterar as existentes, estaremos
perante uma administração extraordinária.
b) Quanto às espécies de delegação, as principais são as seguintes:
Sob o prisma da sua extensão, a delegação de poderes pode ser ampla ou restrita,
conforme o delegante resolva delegar uma grande parte dos seus poderes ou apenas
uma pequena parcela deles.
No que respeita ao objecto da delegação, esta pode ser específica ou genérica, isto é,
pode abranger a prática de um acto isolado ou permitir a prática de uma pluralidade de
actos: no primeiro caso, uma vez praticado o acto pelo delegado, a delegação caduca;
no outro, o delegado continua indefinidamente a dispor de competência, a qual
exercerá sempre que tal se torne necessário.
Há casos de delegação hierárquica – isto é, delegação dos poderes de um superior
hierárquico num subalterno –, e casos de delegação não hierárquica – ou seja,
delegação de poderes de um órgão administrativo noutro órgão ou agente que não
dependa hierarquicamente do delegante.
Há ainda uma outra classificação que distingue, entre a delegação propriamente dita,
ou de 1º grau, e a subdelegação de poderes, que pode ser uma delegação de 2º grau,
ou de 3º, ou de 4º, etc., conforme o número de subdelegações que forem praticadas. A
subdelegação é uma espécie do género delegação porque é uma delegação de poderes
delegados.
1.7. Natureza Jurídica da Delegação de Poderes
Há três concepções principais acerca da natureza da delegação:
a) A primeira é a tese da alienação: é a concepção mais antiga. De acordo com esta
tese, a delegação de poderes é um acto de transmissão ou alienação de competências do
delegante para o delegado: a titularidade dos poderes, que pertencia ao delegante antes
da delegação, passa por força desta, e com fundamento na lei de habilitação, para a
esfera de competência do delegado. A razão pela qual esta tese, não satisfaz, reside na
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2.Centralização e descentralização
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2.6. Espécies
Há que distinguir as principais espécies de tutela administrativa quanto ao fim e quanto ao
conteúdo.
Quanto ao fim, a tutela administrativa desdobra-se em tutela de legalidade e tutela de
mérito.
A “tutela de legalidade” é a que visa controlar a legalidade das decisões da entidade
tutelada; a “tutela de mérito” é aquela que visa controlar o mérito das decisões
administrativas da entidade tutelada.
Quando averiguamos da legalidade de uma decisão, nós estamos a apurar se essa decisão é
ou não conforme à lei. Quando averiguamos do mérito de uma decisão, estamos a indagar se
essa decisão, independentemente de ser legal ou não, é uma decisão conveniente ou
inconveniente, etc.
Noutro plano, distinguem-se espécies de tutela administrativa quanto ao conteúdo:
a) Tutela integrativa: é aquela que consiste no poder de autorizar ou aprovar os actos
da entidade tutelada. Distinguem-se em tutela integrativa à priori, que é aquela que
consiste em autorizar a prática de actos, e tutela integrativa à posteriori, que é a que
consiste no poder de aprovar actos da entidade tutelada. Tanto a autorização tutelar
como a aprovação tutelar pode ser expressas ou tácitas; totais ou parciais; e puras,
condicionais ou a termo. O que nunca podem é modificar o acto sujeito a apreciação
pela entidade tutelar. Qualquer particular lesado por eventual ilegalidade da decisão
deverá impugnar o acto da entidade tutelada, e não a autorização ou aprovação tutelar,
salvo se estas estiverem, elas mesmas, inquinadas por vícios próprios que fundamentem
a sua impugnação autónoma.
b) Tutela inspectiva: consiste no poder de fiscalização dos órgãos, serviços,
documentos e contas da entidade tutelada – ou, se quisermos utilizar uma fórmula mais
sintética, consiste no poder de fiscalização da organização e funcionamento da entidade
tutelada.
c) Tutela sancionatória: consiste no poder de aplicar sanções por irregularidades que
tenham sido detectadas na entidade tutelada.
d) Tutela revogatória: é o poder de revogar os actos administrativos praticados pela
entidade tutelada. Só existe excepcionalmente, na tutela administrativa este poder.
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Importa começar por afirmar que os instrumentos públicos e as empresas públicas estão
sujeitos a tutela administrativa. Não se pense, pois, que pelo facto de essas entidades se
encontrarem, também sujeitas a superintendência não se acham submetidas a tutela.
Mas as entidades que exercem administração indirecta por devolução de poderes estão
sujeitas a mais do que isso: além da tutela administrativa, elas estão sujeitas ainda a uma outra
figura, a de um poder ou conjunto de poderes do Estado, a que a Constituição chama
superintendência.
A superintendência, é o poder conferido ao Estado, ou a outra pessoa colectiva de fins
múltiplos, de definir os objectivos e guiar a actuação das pessoas colectivas públicas
singulares colocadas por lei na sua dependência.
É pois, um poder mais amplo, mais intenso, mais forte, do que a tutela administrativa.
Porque esta tem apenas por fim controlar a actuação das entidades a ela sujeitas, ao passo que
a superintendência se destina a orientar a acção das entidades a ela submetidas.
Temos três realidades distintas:
a) A administração directa do Estado: o Governo está em relação a ela na posição de
superior hierárquico, dispondo nomeadamente do poder de direcção;
b) A administração indirecta do Estado: ao Governo cabe sobre ela a
responsabilidade da superintendência, possuindo designadamente o poder de
orientação;
c) A administração autónoma: pertence ao Governo desempenhar quanto a ela a
função de tutela administrativa, competindo-lhe exercer em especial um conjunto de
poderes de controle.
A superintendência é um poder mais forte do que a tutela administrativa, porque é o poder
de definir a orientação da conduta alheia, enquanto a tutela administrativa é apenas o poder de
controlar a regularidade ou a adequação do funcionamento de certa entidade: a tutela controla,
a superintendência orienta.
A superintendência difere também do poder de direcção, típico da hierarquia, e é menos
forte do que ele, porque o poder de direcção do superior hierárquico consiste na faculdade de
dar ordens ou instruções, a que corresponde o dever de obediência a uma e a outras, enquanto
a superintendência se traduz apenas numa faculdade de emitir directivas ou recomendações.
Qual é então, do ponto de vista jurídico, entre ordens, directivas e recomendações? A
diferença é a seguinte:
As ordens são comandos concretos, específicos e determinados, que impõem a
necessidade de adoptar imediata e completamente uma certa conduta;
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Conclusão
Concluímos que a centralização assegura melhor que qualquer outro sistema a unidade do
Estado; garante a homogeneidade da acção política e administrativa desenvolvida no país; e
permite uma melhor coordenação do exercício da função administrativa.
Também observamos que a descentralização tem limites, limites esse que são: : limites a
todos os poderes da Administração, e portanto também aos poderes das entidades
descentralizadas; limites à quantidade de poderes transferíveis para as entidades
descentralizadas; e limites ao exercício dos poderes transferidos.
Bibliografia
CAETANO, Marcello. Tratado elementar de direito administrativo. Coimbra: Coimbra
Editora, 1943. v. 1.
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