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Agradecimentos

Agradecemos em primeiro lugar à Deus todo poderoso, pela vida e saúde que nos
concedeu, pois sem ele, esse trabalho não seria um facto.
Às nossas famílias pelo apoio, quer moral ou material, para que o trabalho fosse
realizado.
Os nossos agradecimentos são extensivos a todos os nossos amigos e professores que,
directa ou indirectamente contribuíram com as suas ideias na realização do presente
trabalho.
À todos, o nosso agradecimento.

I
Índice
Agradecimentos..................................................................................................................I
INTRODUÇÃO.................................................................................................................2
I-CAPITULO. – SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA......................4
1.Concentração e desconcentração....................................................................................4
2.Especies de desconcentração..........................................................................................4
3.Vantagens e incoveniencias............................................................................................5
4.Delegação de poderes.....................................................................................................5
5.Principais figuras afins...................................................................................................6
6.Espécies de delegação de poderes..................................................................................7
7.Natureza jurídica da delegação de poderes..................................................................10
Conclusão........................................................................................................................12
Referência bibliográfica..................................................................................................13
INTRODUÇÃO
Para prosseguir com aquilo que nos interessa no tema que vamos destacar quanto aos
poderes administrativos, importa aqui ilustrar quatro termos que muitas das vezes tem
confundido muitos estudantes. Estes são:
Centralização e concentração.
Descentralização e desconcentração.
Entrementes, a concentração e a desconcentração, referem-se ao processo de
distribuição da competência pelos diferentes graus da hierarquia no âmbito de uma
pessoa colectiva pública, visto que, a centralização e a descentralização baseiam-se no
reconhecimento de pessoas colectivas públicas autónomas, distintas do Estado.
Feito isto, impende-nos frisar que, para com o presente trabalho abordaremos da
concentração e da desconcentração por tratarem de poderes administrativos, assunto
pelo qual coincide com o nosso tema. Entrementes, com este auguramos os seguintes
objetivos:
Objectivos Gerais:
Analisar o sistema de organização administrativa no que tange aos poderes
administrativos e, os seus princípios de concentração e desconcentração dos poderes de
certas pessoas coletivas públicas
Objetivos específicos:
Buscar profundos conhecimentos quanto aos poderes administrativos com os seus
respectivos princípios a luz do ordenamento jurídico Angolano.
De um lado, este tem a seguinte importância: proporcionar mais acadêmicos a entender
quando estamos diante dos poderes administrativos no que tange os sistemas de
organização administrativas. Do outro, levanta seguintes hipóteses:
-Se toda competência resulta sempre da lei, não é admissível que um órgão da
Administração exerça poderes que são confinados por simples acto de natureza
administrativa;
-Se admitindo que o delegante perder o exercício dos seus poderes durante a delegação,
teriam de se reconhecer como viciados de incompetência os actos praticados pelo
delegante sobre matéria delegada.
Limitação e delimitação:
A nossa pesquisa limita-se no Direito Administrativo por ser ramo do direito público
constituído por sistema de normas jurídicas que regulam a organização, o
funcionamento e o controlo da Administração Pública e as relações que estão no

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exercício das atividades administrativas de gestão pública, estabelece com outros
sujeitos de direito.

Enfoque metodológico:
Quanto ao tipo, a nossa pesquisa é bibliográfica, elaborada por materiais já publicado.
Quanto ao método, utilizamos o método cientifico jurídico.

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I- CAPITULO. – SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
1. Concentração e desconcentração.
Segundo o autor Pitra Neto 2011:
“a concentração ou desconcentração administrativa funda-se em última análise, também na
organização vertical dos serviços públicos, pressupondo a existencia de um só órgão
(concentração) ou vários órgãos (desconcentração), no qual se converge ou se distribuem,
respectivamente as competências entre os diversos graus ou escalões de hierarquia, mas todas
elas pertencentes a mesma pessoa colectiva pública. Neste contexto, se infere da pertinência que
a delegação de poderes tem igualmente com a questão da organização vertical de serviços ou
hierarquia administrativa” (65.p).

Assim, entende-se a concentração de competências ou a administração concentrada,


como sistema em que o superior hierárquico mais elevado é o único órgão competente
para tomar decisões, ficando os subalternos limitados às tarefas de preparação e
execução das decisões daqueles.
Por sua vez, desconcentração de competências ou administração desconcentrada como
sistema em que o poder decisório se reparte entre o subalterno e um ou vários órgãos
subalternos, os quais permanecem em regra, sujeitos à direcção e supervisão. Busca o
entender de que, a desconcentração traduz-se num processo de descongestionamento de
competências, neste caso, conferindo-se a funcionários ou agentes subalternos, certos
poderes decisórios, os quais numa administração concentrada estariam reservados em
exclusivos ao superior.
2. Espécies de desconcentração.
Com base nos critérios de nível, graus e formas, a desconcentração administrativa pode
compreender três espécies:
- Quanto ao nível de desconcentração, distingue-se em desconcentração a nível central e
desconcentração a nível local.
- Quanto aos graus de desconcentração, pode ser absoluta ou relativa. Na qual, no
primeiro caso, a desconcentração é tão intensa e é levada tão longe que os órgãos por
ela atingidos se transformam de órgãos subalternos em órgãos independentes; no
segundo, a desconcentração é menos intensa e embora atribuído certas competências
próprias a órgãos subalternos, mantem a subordinação destes aos poderes do superior.
- Quanto as formas de desconcentração, temos a desconcentração originária e a
desconcentração derivada. A primeira decorre imediatamente da lei, que desde logo
reparte a competência entre o superior e os subalternos; a segunda, embora alicerçada

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tambem num acto legal permissivo expresso, só se concretiza através de um acto
específico praticado para o efeito pelo superior. Daqui, a desconcentração derivada
traduz-se na delegaçao de poderes.

3. Vantagens e inconveniências
A principal vantagem da desconcentração administrativa consiste em procurar aumentar
a eficiência dos serviços públicos. Este acréscimo de efiiciência pode traduzir-se, desde
logo, na maior rapidez de resposta às solicitações dirigidas à Administração, ou pode
revelar-se na melhor qualidade do serviço, visto que a descentralização viabiliza a
especialização de funções, a níveis subalternos, propiciando um conhecimento mais
aprofundado dos assuntos a resolver.
Quanto às inconveniências, diz-se que, a multiplicidade dos centros decisórios pode
inviabilizar uma actuação harmoniosa, coerente e concernente da administração pública;
depois, a especialização que normalmente acompanha a desconcentração de
competências tenderá a converter-se na redução do âmbito de actividade dos
subalternos, gerando a sua desmotivação.
4. Delegação de poderes
A lei, atribui a um órgão a compentência normal para a prática de determinados actos,
permitindo no entanto que esse órgão delegue à outro uma dessas competências.
Queremos deixar bem claro que uma vez que aqui se diz poderes, entende-se pelos
poderes funcionais, sabendo que os órgãos administrativos normalmente competentes
para decidir em determinadas matérias, podem sempre que, para tal, estejam habilitados
por lei, permitir atravez de um acto de delegação de poderes, que outro órgão ou agente
pratique actos administrativos sobre a mesma matéria.
Sabendo que a definição de delegação de poderes varia de autor a autor, portanto,
assentando-se alguns autores, importa dizer que “a delegação de poderes ou delegação
de compentências” é o acto pelo qual um órgão da administração, normalmente
competente para decidir em determinada materia, permite, de acordo com a lei, que
outro órgão ou agente administrativo, pratique actos administrativos sobre a mesma
matéria.
Podemos descortinar no conceito três elementos essenciais:

 Em primeiro lugar a delegação de poderes tem de estar expressamente prevista


numa lei, isto é, cabe a esta permitir que um órgão tenha a faculdade de delegar
poderes noutro. A esta lei, a doutrina designa lei de habilitação.
Esta regra justifica-se pelo facto de que sendo a competência de ordem pública, e
portanto irrenunciável e inalienável, a transmissão do seu exercício de um órgão
para outro deve basear-se na lei.

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 Em segundo lugar é necessário igualmente a existência de dois órgãos ou de um
órgão e um agente administrativo pertencente a mesma pessoa colectiva pública,
ou de dois órgãos de pessoas colectivas públicas distintas nos quais um é o
órgão normalmente competente (delegante) e o outro órgão eventualmente
competente (o delegado).
 Por último, é necessário a prática do acto de delegação propriamente dito, isto é,
o acto pelo qual o delegante concretiza a delegação dos seus poderes no
delegado permitindo-lhe a prática de certos actos na matéria sobre a qual é
normalmente competente.

Por conseguinte, a lei de habilitação, existência de delegante e delegado, e acto de


delegação, tais são as condições ou requisitos que a ordem jurídica exige para que haja
delegação de poderes.

5. Principais figuras afins.


A delegação de poderes, vista como frisamos, é aparecida com outros, mais ou menos
próximo, mas que não deve ser confundida com elas.
As principais são:
1- Transferência legal de competências: ao contrário da delegação de poderes
que é um modo que traduz a desconcentração derivada, a transferência legal de
competência consubstancia uma forma de desconcentração originaria que se
produz por força da lei. Igualmente esta é definitiva, enquanto a nova lei não
dispuser em sentido contrário. Por seu turno, a delegação de poderes é
livremente revogável pelo delegante.
2- Concessão: assemelha-se à delegação de poderes por ambos serem actos
translativos e precários (de duração, em regra, limitada).
Porém, enquanto a delegação de poderes tem sempre como contraparte um outro
órgão ou agente administrativo (o delegado), a concessão tem como destinatária
uma entidade privada. Ademais, esta visa, em regra, a entrega à um ente privado do
exercício de uma atividade econômica lucrativa, gerida por conta e risco do
concessionário. Ao invés, na delegação de poderes o delegado exercerá poderes
funcionais administrativos, por excelência.
3- Delegação de serviços públicos: também esta figura tem em vista transferir
para entidades particulares, embora aqui sem fins lucrativos, a gestão global de
um serviço público de carácter social ou cultural. Não é esse objeto nem o
alcance da delegação de poderes.
4- Representação: os actos jurídicos praticados pelo representante são-no em
nome do representado e os seus efeitos repercutem-se na esfera jurídica deste. Já
na delegação de poderes, o delegado exerce a competência delegada em nome

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próprio, através de actos próprios, e as consequências dos mesmos integram-se
na esfera jurídica da pessoa colectiva pública a que o delegado pertence.
5- Delegação de assinatura: neste caso não há mais do que a incumbência a um
funcionário subalterno de assinar a correspondência em nome superior
hierárquico, sem qualquer sentido de iniciativa ou criatividade funcional, mas
apenas com o propósito de imprimir maior celeridade na execução das tarefas
nos respectivos serviços.
6- Suplência: quando o titular de um órgão administrativo não pode exercer o seu
cargo, por ausência, falta, ou impedimento, ou por vacatura do cargo, a lei
manda que as respectivas funções sejam asseguradas, transitoriamente, por um
suplante.
7- Delegação tácito:
Segundo Freitas do Amaral 2014: “por vezes a lei, depois de definir a competência
de um certo órgão, A, determina que essa competência, ou parte dela, se considerará
delegada noutro órgão, B, se enquanto o primeiro, A, nada disser em contrário”
Julgamos, porém, que nem o conceito, nem o regime, nem a natureza da delegação
tácita permite enquadrá-la na delegação propriamente dita, pois porque, a delegação
de poderes é uma forma de desconcentração derivada, em que o poder de decisão do
delegado resulta do acto de delegação praticado pelo delegante; a chamada
delegação tácita , contudo, é antes uma forma de desconcentração originária, na qual
o delegante nada delega, porque, sem necessidade de qualquer delegação , o poder
de decidir pertence ao impropriamente chamado delegado.
6. Espécies de delegação de poderes
Importa saber distinguir as espécies de habilitação para a prática da delegação de
poderes, e as espécies de delegação de poderes propriamente dita.
1- Quanto a habilitação, ele pode ser genérico ou específico.
No primeiro caso, a lei permite que certos órgãos deleguem, sempre que quiserem,
alguns dos seus poderes à determinados órgãos, de tal modo que uma só lei de
habilitação serve de fundamento a todo e qualquer acto de delegação prático entre
esses tipos de órgãos.
2- Quanto às espécies de delegação de poderes temos:
A extensão “delegação de poderes pode ser ampla ou restrita.
Na primeira hipótese, o delegante transmite grande parte dos seus poderes ao delegado,
no segundo caso, apenas alguns deles.
Refira-se neste contexto que há competências indelegáveis (não delegáveis) por
natureza (exemplo: poder disciplinar do delegante ao delegado para este se autopunir) e
inelegíveis por força da lei. Estas duas situações tornam, à partida, insustentável a
hipótese de uma delegação total de competências, para além de que esta figura, segundo

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alguns autores, a ser demitida conduziria a uma renúncia funcional do delegante a favor
do delegado, convertendo-se aquele apenas em símbolos de “honras e remunerações”.

 Quanto ao objeto da delegação esta pode ser “específica ou


genérica”, isto é, pode abranger a prática de um acto isolado ou permitir
a prática de uma pluralidade de actos: no primeiro caso, uma vez
praticado o acto pelo delegado, a delegação caduca; no outro caso, o
delegado continua indefinitivamente a dispor da competência, a qual
exercerá sempre que tal se torne necessário.
 Quanto a conexão da delegação de poderes com a hierarquia, temos
“delegação hierárquica,” a que se verifica entre um superior hierárquico
e um seu subalterno, e a “delegação não hierárquica” a que tem lugar
entre um órgão administrativo e outro órgão ou agente que não depende
hierarquicamente do primeiro (delegante).
 Há ainda uma delegação de poder que se distingue em “delegação
propriamente dita” (1º. grau), e a “subdelegação de poderes” que pode
ser uma delegação de 2º., 3º., 4º. graus, etc, conforme o número de
subdelegações que forem praticadas.

Regime jurídico da delegação de poderes

Aqui e agora, traçam apenas as principais linhas gerais do regime jurídico da


delegação de poderes em que ele se pode consubstanciar, de acordo com a teoria
geral do direito.

No âmbito da delegação de poderes, podemos estar perante três momentos


distintos de produção de actos jurídicos também:
 A lei de habilitação que o ordenamento jurídico prevê;
 O acto (concreto) de delegação (do delegante para delegado);
 Os actos praticados pelo delegado no âmbito da delegação.

1º Requisitos do acto de delegação:


 Quanto ao conteúdo: no acto de delegação, deve o órgão delegante
especificar os poderes que são delegados ou quais os actos que o delgado
pode praticar, conforme a que dista o art.º 66 Decreto-Lei nº 31/22 de 30
de Agosto. Nisto distingue-se a especificação dos poderes delegados que
se fica, a saber, se a delegação é ampla ou restrita, e genérica ou
específica. A falta de um destes requisitos dá lugar à invalidade do acto
de delegação.
 Quanto à publicação: os actos de delegação estão sujeitos a publicação
no Diário da república, conforme o nº 3 do artº 66º do Decreto-Lei nº
31/22 de 30 de Agosto, no boletim provincial ou, trata-se da
administração local, em edital do município, e devem ser afixados nos

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lugares habituais. Esses requisitos são de eficácia, a falta de um deles dá
lugar à ineficácia da delegação.

2º Poderes do delegante:
Uma vez efectuada a delegação de poderes pelo delegante ao delegado, este
adquire as possibilidades de exercer esses poderes para a prossecução de
interesses públicos.

O delegante tem a faculdade da evocação de casos concretos compreendidos no


âmbito da delegação conferida: se evocar, e apenas quando o fizer, o delegado
deixa de poder resolver esses casos, que passam de novo para a competência do
delegante, nos termos a que estatui o artº 68 do Decreto-Lei nº 31/22 de 30 de
Agosto. Mas, em cada momento há um único órgão competente, antes da
delegação, só o potencial delegante, é competente; praticada a delegação, só o
delegado pode exercer os poderes delegados; decidida a avocação, de novo só o
delegante pode resolver o caso avocado. A avocação pode ser praticada por
escrito, oralmente, ou ainda mediante a retenção do processo na posse do
delegante.

Além do poder de avocação, o delegante tem ainda o poder de dar ordens (se a
delegação for hierárquica), diretivas ou instruções ao delegado (se a delegação
não for hierárquica), sobre o modo como deverão ser exercidos os poderes
delegados.

O delegante pode revogar qualquer acto praticado pelo delegado ao abrigo da


delegação, quer por considerá-lo ilegal, quer por considera-lo inconveniente
(vide o art. 68 Decreto-Lei nº 31/22 de 30 de Agosto)

3º Requisitos dos actos praticados pelo delegado:


Sob pena de ilegalidade, os actos administrativos praticados pelo delegado ao
abrigo da delegação devem obediência estrita aos requisitos da validade atrás
enunciados. A sua legalidade depende, ainda, da existência, validade e eficácia
do acto de delegação, ficando irremediavelmente inquinados pelo vício de
incompetência se correspondente delegação for inexistente, invalida, ou ineficaz.

A par disto, e por serem actos praticados por delegação, há mais um requisito
especial: os actos do delegado devem conter a menção expressa de que são
praticados por delegação, com base disposto no artº 67º do Decreto-Lei nº 31/22
de 30 de Agosto, identificando-se o órgão delegante.

Esta menção tem relevância na medida em que condiciona a escolha da via de


impugnação adequada, pelo particular que queria questionar a validade do acto

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assim praticado. Com efeito, se nada se disser quanto à natureza da competência
exercida pelo órgão ou agente subalterno, o particular deverá laçar mão recurso
hierárquico necessário, para atingir-se a definitividade vertical do acto
administrativo; ao contrário, se mencionar que a sua prática se funda em
delegação para a prática de actos definitivos e executórios, o acto do delegado
recairá recurso hierárquico facultativo, podendo ser imediatamente impugnado
judicialmente.

4º Natureza dos actos do delegado:

 Quanto à definitividade do acto:

A regra geral é de que os actos do delegado são definitivos e executórios nos


mesmos termos em que o seriam se tivessem sido praticados pelo delegante.
Excepcionalmente, pode suceder que os actos do delegado não sejam definitivos,
diferentemente do que sucederia se tivessem sido praticados pelo delegante: é o
que sucede, quando lei especial assim o determina, ou quando tal conclusão dela
se possa deduzir.

 Quanto ao cabimento de recursos hierárquico ao delegante:

Se se tratar de uma delegação hierárquica, dos actos praticados pelo subalterno


delegado, cabe sempre recurso para o superior delegante: se os actos do delegado forem
definitivos, o recurso hierárquico será facultativo;
Se a delegação não for hierárquica, uma vez que não há hierarquia, não há recurso
hierárquico. Só uma lei especial pode admitir um recurso impróprio.
5º. Extinção da delegação:
Se a delegação for conferida apenas para a prática de um único acto, ou para ser usado
unicamente durante certo período, praticado aquele acto ou decorrido este período a
delegação caduca.
Por outra, a delegação pode ser extinta por revogação: o delegante pode, em qualquer
momento e sem necessidade de fundamentação, por termo à delegação, a delegação de
poderes é um acto precário.
Igualmente, a delegação extingue-se por caducidade: sempre que mudar a pessoa do
delegante ou a pessoa do delegado, nos termos a que estatui o artº 69º do Decreto-Lei nº
31/22 de 30 de Agosto, a delegação de poderes é, pois, um acto praticado intuito
personae.

7.Natureza jurídica da delegação de poderes


São três as concepções sobre a natureza jurídica da delegação de poderes:

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 A tese da alienação: de acordo com esta, a delegação de poderes é um acto de
transmissão ou alienação de competências do delegante para o delegado;
 A tese da autorização: esta dispõe que, a competência do delegante não é
alienada nem transmitida, no todo ou em parte, para o delegado. O que se passa
é que a lei de habilitação confere desde logo uma competência condicional ao
delegado, sobre as matérias em que permite a delegação. Antes da delegação, o
delegado já é competente: só que não pode exercer sua competência enquanto o
delegante não permitir-lhe.
 A tese da transferência de exercício: segundo esta tese, a delegação de
poderes não é uma alienação, porque o delegante não fica alheio à competência
que dedica delegar, nem é uma autorização, porque antes de o delegante praticar
o acto de delegação, o delegado não é competente: a competência advém-lhe
apenas do acto de delegação, e não da lei de habilitação. Por outro lado, a
competência exercida pelo delegado com base na delegação de poderes não é
uma competência própria, mas uma competência alheia (do delegante). Logo, a
delegação de poderes constitui uma transferência do delegante para o delegado:
não, porém, uma transferência da titularidade dos poderes delegados, mas
apenas uma transferência do exercício desses poderes. Esta é a tese adoptada por
nós.
Essa tese tem três consequências práticas:

 O potencial delegado não pode requerer ao delegante que delegue a sua


competência, a delegação é um acto de confiança pessoal, tem de esperar
que lhe seja delegada;
 Se o potencial delegado praticar actos a descobertos, ou seja, se praticar
actos em matéria indelegável ou que ainda não foram objeto de uma
delegação, tais actos estarão viciados de incompetência;
 Se o potencial delegado não ser um órgão da Administração pública, mas
um simples agente administrativo, se ele praticar um acto sem que
efetivamente tenha havido delegação, estaremos perante um caso de
inexistência jurídica desse acto, porque os actos administrativos tem de
provir sempre de órgãos da Administração pública e, quando os agentes
usurpam as funções dos órgãos, não praticam actos administrativas, mas
actos inexistentes.

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Conclusão

Com a pesquisa feita com base as fontes bibliográficas, nos leva a diversos
entendimentos no concernente aos poderes administrativos que é de salientar:
Quando se pretende falar dos poderes administrativos, vela-se aos sistemas de
concentração e de desconcentração que dizem respeito à organização administrativa de
uma determinada pessoa colectiva publica, pois estes terão como pano de fundo a
organização vertical dos serviços públicos, consistindo basicamente na ausência ou na
existência de distribuição vertical de competência entre os diversos graus ou escalões da
hierarquia.
Em suma, o princípio de desconcentração encontra fundamentos constitucional no
artigo 199º CRA, segundo o qual “a lei estabelece a forma de desconcentração, sem
prejuízo dos poderes de direção da administração, superintendência e de tutela
administrativa”.

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Referência bibliográfica.
SAPILINHA, Alfredo, Lições de direito administrativo, Luanda,2021.
NETO, António Pitra, apontamentos sobre matérias de Direito Administrativo, 1º
edição, Luanda, 2011.
CANAU, Duarte, Direito Administrativo.
DO AMARAL, Diogo Freita, curso de Direito Administrativo, vol-I, 3ºedição, 2006.

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