Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito Administrativo I
1- A deleção de poderes como desconcentração derivada de poderes (267º nº1 e 2 da CRP e 36 e 44º e ss do CPA);
2- Natureza jurídica da subdelegação → opção pela tese que defende que a transferência da competência para o
delegado é o exercício da competência, não a competência propriamente dita;
3- Explicar que a delegação cria entre o delegante o delegado uma relação jurídica nova, que não é hierárquica (36º
nº1 e 49º e 50º do CPA);
4- Caracterizar a competência do órgão que a detém em “primeira mão” como competência delegável ao delegado;
5- Requisitos da delegação de poderes (44 nº1 e 47º do CPA);
6- Possibilidade de uma subdelegação;
7- Requisitos da subdelegação de poderes (46º e 47º do CPA);
8- Explicar que em cada momento só há um órgão competente;
9- Quem recebe a “queixa” deve enviar oficiosamente o pedido para o órgão competente (41º nº1 CPA);
10- O órgão competente que delegou a competência pode avocar a competência, cujo exercício estava delegado,
ou revogar o ato de delegação (49º nº2 e 50º a) do CPA);
11- O vício dos atos praticados → anuláveis por vício orgânico de incompetência relativa (163º CPA).
12- Se a competência for insusceptível de delegação e subdelegação → nulidade da delegação de poderes por falta
de norma habilitante.
1- Vinculação e discricionariedade como duas formas típicas pelas quais a lei modela a actividade da Administração
Pública;
2- Na competência administrativa vinculada a verificação da hipótese legal desencadeia, ao invés da competência
discricionária, necessariamente uma certa solução administrativa, a prevista na estatuição legal. Nesta situação, a
Administração não tem poder de escolha de soluções, tomando a solução prevista pelo legislador.
3- O poder discricionário como um poder intrinsecamente jurídico, vinculando quanto ao fim e à competência. É a
escolha da melhor solução possível para a prossecução do interesse público sem se “divorciar” dos interesses
legítimos: o interesse público como fundamento e limite da discricionariedade administrativa. Podemos dizer que a
ponderação dos vários interesses secundários concorrentes é o momento essencial da realização- concretização do
interesse público primário.
1
Patrícia Martins
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Direito Administrativo I
A discricionariedade aplica-se quanto à decisão de praticar ou não o ato administrativo, quanto ao momento da sua
prática e quanto ao seu conteúdo.
Este poder discricionário, contudo, encontra limites e está sujeito a um controlo jurisdicional (lei, princípios
constitucionais relativos ao exercício da actividade administrativa, auto vinculação).
Os princípios gerais da actividade administrativa funcionam como parâmetros normativos autónomos (ou critérios)
da decisão administrativa discricionária e do respectivo controlo jurisdicional.
O ato administrativo discricionário pode apresentar vícios: materiais (de violação da lei), orgânicos, de forma, e
desvio de poder.
Esquema de resposta às questões acerca dos poderes discricionários e dos conceitos jurídicos relativamente
indeterminados:
(saiu em 2014 e 2013)
+ Referência ao mérito → O mesmo acontece relativamente ao mérito. Tradicionalmente tende a deslocar-se para
o dever de boa administração, que permite distinguir as boas das más decisões, ainda que umas e outras possam
ser legais, afastando-o do escrutínio jurisdicional. Por outro lado, pode ser visto como conceitos próximos e
estreitamente conexos, sem prejuízo de alguma autonomia entre si. O mérito pode ser visto como resultado do
poder discricionário, permitindo um controlo jurisdicional pelo menos indirecto.
Esquema de resposta às questões acerca da distinção entre direito subjectivos e interesses legalmente
protegidos:
(saiu em 2016)
Problema:
O problema não é novo, começou a colocar-se com mais agudeza a partir da segunda metade do século passado,
quando as pessoas colectivas públicas primárias começaram a criar entidades instrumentais que só detinham
parcialmente os predicados da publicidade, a par da criação de pessoas jurídicas atípicas de direito privado. Deu-se
assim o início ao processo de privatização da Administração nas suas formas de organização. O problema coloca-se
sobretudo naquelas situações em que o legislador não determina a personalidade jurídica do respectivo ente.
O interesse principal da distinção entre pessoas colectivas públicas e pessoas colectivas privadas reside na
2
Patrícia Martins
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Direito Administrativo I
identificação do regime jurídico aplicável (público ou privado) e da respectiva jurisdição competente.
No que se refere aos critérios qualificatórios da publicidade do ente, inclinamo-nos para um critério misto, com
relevo para o da iniciativa pública e, sobretudo, do critério teleológico do interesse público. Obviamente que o
critério misto da publicidade só se coloca para as pessoas colectivas derivadas ou secundárias, que só detenham
parcialmente os predicados da personalidade pública.
Isto sem prejuízo de entendermos que é necessário uma distinção ontológica entre o mundo das pessoas colectivas
públicas e do das privadas, em vez de uma conceção objectivo-funcional da Administração Pública.
→ Princípio da proporcionalidade:
3
Patrícia Martins
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Direito Administrativo I
1- Implica um controlo concreto e incisivo da adequação e da intensidade da actividade administrativa na
prossecução do interesse público, em relação ao sacrifício imposto à situação jurídica do particular (a melhor
realização possível do interesse público com o menor sacrifício e compressão dos direito e interesses legalmente
protegidos dos particulares);
2- Princípio com especial relevância e autonomia substantiva e processual, no controlo do exercício de poderes
discricionários;
3- Adequação ou idoneidade (consideração da concreta relação (jurídica e factual) entre o meio escolhido e o fim:
não basta que o meio utilizado seja suficiente para atingir o escopo prosseguido pela Administração, antes deve ser
o melhor possível);
4- Necessidade (um meio apresenta-se como necessário para a prossecução do interesse público sempre que não
haja nenhum outro tão eficaz para cumprir tal objectivo e, simultaneamente, se revele como o menos incisivo das
posições jurídicas sujetivas dos particulares);
5- Proporcionalidade em sentido estrito (relação de complementaridade com a componente de necessidade;
equilíbrio de dos bens e valores em causa; apreciação e controlo da actividade administrativa, e a respectiva
intensidade, segundo o vínculo do interesse público primário, tomando, paralelamente, em consideração a regra do
menor dano possível dos interesses dos particulares; proporcionalidade custo/ benefício);
→ Princípio da igualdade:
1- Proibição de medidas administrativas portadoras de incidências coativas na esfera jurídica dos cidadãos
(igualdade na repartição de encargos e deveres);
2- Exigência de igualdade de benefícios ou prestações concedidas pela Administração (administração de
prestações);
3- Autovinculação da Administração no âmbito dos poderes discricionários (identidade subjectiva, objectiva e
normativa; utilização de critérios substancialmente idênticos para a resolução de casos idênticos);
4- Direito à compensação de sacrifícios quando a Administração, por razões de interesse público, impôs a um ou a
vários cidadãos sacrifícios especiais, violadores do princípio da igualdade perante os cargos públicos;
5- A aferição da observância do princípio da igualdade dos atos impositivos de encargos e sacríficos deve ser feita
não só em função da especificidade da medida tomada para cada uma das situações que contendem com a
determinado interesse público, mas também pela igual repartição de sacrifícios e deveres por todos sujeitos
envolvidos, impondo-se aos interessados, em sede própria, o ónus de alegação de facto, bem como o ónus de
alegação de direito. Note-se, no entanto, que o princípio da igualdade só funciona no contexto da legalidade, isto é,
não é invocável numa situação de ilegalidade.
→ Câmara Municipal:
1- Órgão colegial de tipo executivo a quem está atribuída a gestão permanente dos assuntos municipais;
2- Órgão do município (autarquia local: pessoa colectiva pública de população e território, primária de fins
múltiplos, que visa prosseguir os interesses próprios de agregado populacional residente na circunscrição
concelhia).
3- Justificar com a referida lei.
→ Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação da Baixa Portuense, S.A., empresa pública sob a forma de sociedade
comercial:
1- Pessoa colectiva privada sob influência pública dominante;
2- Critérios de classificação de uma pessoa colectiva pública (iniciativa de criação; fim prosseguido; capacidade
4
Patrícia Martins
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Direito Administrativo I
jurídica; regime jurídico; subordinação ou não ao Estado; obrigatoriedade da sua existência; exercício ou não da
função administrativa);
3- O critério misto da iniciativa da criação e do fim prosseguido;
4- Os diferentes efeitos da influência pública dominante na qualificação da natureza jurídica das empresas e nas
fundações públicas.
→ Institutos Públicos:
1- São pessoas colectivas públicas de tipo institucional- ao assentarem numa organização de natureza material e
não de pessoas- criadas para assegurar a realização de determinados fins (singulares e não múltiplos) pertencentes,
em regra, ao Estado ou a outra pessoa colectiva pública primária.
Como se trata de entes instrumentais da Administração principal, que designa os seus dirigentes e exerce
superintendência e tutela (de legalidade e mérito) sobre eles, integram, em geral, a Administração indirecta.
Todavia, em determinadas situações os institutos públicos podem configurar também formas de administração
autónoma (como as Universidade Públicas) e de administração independente (caso das entidades administrativas
independentes).
2- Justificar com a Lei-Quadro do Institutos Públicos.
3- Exemplo: O caso das autoridades reguladoras independentes (ANACOM), trata-se tecnicamente de institutos
públicos (serviços públicos personalizados), ainda que não pertençam à Administração indirecta, em virtude da sua
independência administrativa, mas à chamada Administração independente.
→ Tutela de legalidade:
O princípio da legalidade da administração no que respeita designadamente à actividade de administração de
gestão pública (traduzida na prática de regulamentos e de atos administrativos e na celebração de contratos
administrativos), desdobra-se em três subprincípios: o primado da lei (não pode a actividade da administração
contrariar a lei); da precedência de lei (o assunto ou objectivo sobre o qual verse o regulamento tem de estar fixado
em lei prévia) e a reserva de lei (nas matérias cuja regulação a constituição reserve à lei, não pode o próprio
legislador atribuir à administração).
A violação destes pressupostos leva à consideração dos atos como ilegais.
5
Patrícia Martins
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Direito Administrativo I
delegados pelo Estado ou por entes públicos tradicionais.
→ Devolução de poderes:
6
Patrícia Martins