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FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Direito Administrativo I

Respostas dos exames de anos anteriores

Esquema de resposta às questões práticas de poderes delegados:


(saiu nos exames de 2016, 2014, 2013 e 2011)

1- A deleção de poderes como desconcentração derivada de poderes (267º nº1 e 2 da CRP e 36 e 44º e ss do CPA);
2- Natureza jurídica da subdelegação → opção pela tese que defende que a transferência da competência para o
delegado é o exercício da competência, não a competência propriamente dita;
3- Explicar que a delegação cria entre o delegante o delegado uma relação jurídica nova, que não é hierárquica (36º
nº1 e 49º e 50º do CPA);
4- Caracterizar a competência do órgão que a detém em “primeira mão” como competência delegável ao delegado;
5- Requisitos da delegação de poderes (44 nº1 e 47º do CPA);
6- Possibilidade de uma subdelegação;
7- Requisitos da subdelegação de poderes (46º e 47º do CPA);
8- Explicar que em cada momento só há um órgão competente;
9- Quem recebe a “queixa” deve enviar oficiosamente o pedido para o órgão competente (41º nº1 CPA);
10- O órgão competente que delegou a competência pode avocar a competência, cujo exercício estava delegado,
ou revogar o ato de delegação (49º nº2 e 50º a) do CPA);
11- O vício dos atos praticados → anuláveis por vício orgânico de incompetência relativa (163º CPA).
12- Se a competência for insusceptível de delegação e subdelegação → nulidade da delegação de poderes por falta
de norma habilitante.

Esquema de resposta às questões práticas do princípio da imparcialidade:


(saiu nos exames de 2016, 2014, 2013, 2011)

1- Princípio da imparcialidade e respectivas garantias (266º CRP + 9º e 69º e ss do CPA);


2- O princípio da imparcialidade está ligado essencialmente a uma postura procedimental da Administração Pública,
impondo aos órgãos e agentes administrativos uma atuação de forma isenta e equidistante relativamente aos
interesses em jogo.
3- Se não de verificar o respeito por este princípio temos uma circunstância justificativa de impedimento (69º nº1
CPA);
4- Comunicação do impedimento (70º CPA);
5- Suspensão da actividade (71º CPA);
6- Declaração do impedimento e substituição do titular do órgão ou agente (72º CPA);
7- Os atos em que tiverem intervindo titulares de órgãos ou agentes impedidos são anuláveis nos termos gerais (76º
nº1 e 163º do CPA);
8- Vício material de violação da lei (violação do princípio da imparcialidade) → anulabilidade (163º nº1 CPA);
9- Princípio da prossecução do interesse público (266º nº1 CRP e 4º CPA);
10- Quando violado dá origem a → vício material de desvio de poder → nulidade (161º nº2 e) CPA);
11- Tutela de legalidade meramente inspectiva (199º d) + 242º nº1 + 288º n) da CRP + 2º, 3º, 5º da lei 27/96);
12- Consequência → perda de mandato ( 8º nº2 + 11º da Lei 27/96)

Esquema de resposta às questões acerca da discricionariedade e vinculação:


(saiu em 2016 e 2011)

1- Vinculação e discricionariedade como duas formas típicas pelas quais a lei modela a actividade da Administração
Pública;
2- Na competência administrativa vinculada a verificação da hipótese legal desencadeia, ao invés da competência
discricionária, necessariamente uma certa solução administrativa, a prevista na estatuição legal. Nesta situação, a
Administração não tem poder de escolha de soluções, tomando a solução prevista pelo legislador.
3- O poder discricionário como um poder intrinsecamente jurídico, vinculando quanto ao fim e à competência. É a
escolha da melhor solução possível para a prossecução do interesse público sem se “divorciar” dos interesses
legítimos: o interesse público como fundamento e limite da discricionariedade administrativa. Podemos dizer que a
ponderação dos vários interesses secundários concorrentes é o momento essencial da realização- concretização do
interesse público primário.

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A discricionariedade aplica-se quanto à decisão de praticar ou não o ato administrativo, quanto ao momento da sua
prática e quanto ao seu conteúdo.
Este poder discricionário, contudo, encontra limites e está sujeito a um controlo jurisdicional (lei, princípios
constitucionais relativos ao exercício da actividade administrativa, auto vinculação).
Os princípios gerais da actividade administrativa funcionam como parâmetros normativos autónomos (ou critérios)
da decisão administrativa discricionária e do respectivo controlo jurisdicional.
O ato administrativo discricionário pode apresentar vícios: materiais (de violação da lei), orgânicos, de forma, e
desvio de poder.

Esquema de resposta às questões acerca dos poderes discricionários e dos conceitos jurídicos relativamente
indeterminados:
(saiu em 2014 e 2013)

A temática da discricionariedade administrativa e dos conceitos jurídicos relativamente indeterminados não é


pacífica, nem para a doutrina nem para a jurisprudência. Neste sentido existem diversas aproximações teoréticas,
desde a conceção unitária e integrada do poder discricionário à teoria do controlo total.
Vamos adotar a posição que olha para o problema dos conceitos jurídicos relativamente indeterminados como não
sendo uma questão de interpretação da lei porque isso significaria ignorar a sua especificidade, como também não
é uma forma de a lei conceder à Administração um espaço de liberdade de decisão, isto é, um poder discricionário,
com consequências ao nível do controlo jurisdicional (mais limitado).
A posição defendida é a teoria da folga ou da margem de livre apreciação (Bachof) que tem o mérito de restringir a
liberdade de decisão da Administração e ampliar o controlo jurisdicional. Trata-se aliás de uma posição equilibrada,
com vantagens ao nível da tutela jurisdicional, que assenta na distinção entre discricionariedade administrativa e
conceitos jurídicos relativamente indeterminados.

+ Referência ao mérito → O mesmo acontece relativamente ao mérito. Tradicionalmente tende a deslocar-se para
o dever de boa administração, que permite distinguir as boas das más decisões, ainda que umas e outras possam
ser legais, afastando-o do escrutínio jurisdicional. Por outro lado, pode ser visto como conceitos próximos e
estreitamente conexos, sem prejuízo de alguma autonomia entre si. O mérito pode ser visto como resultado do
poder discricionário, permitindo um controlo jurisdicional pelo menos indirecto.

Esquema de resposta às questões acerca da distinção entre direito subjectivos e interesses legalmente
protegidos:
(saiu em 2016)

1- Tipos de direito subjectivos;


2- Proteção direta e imediata;
3- Tutela jurisdicional efectiva;
4- Exemplos;
5- A protecção jurídica dos interesses legalmente protegidos, indirecta ou reflexa;
6- Dependência da realização do próprio interesse público;
7- Tutela jurisdicional mais restrita;
8- Exemplos;
9- Tendencial aproximação de uns e outros na CRP e na lei, e até por alguma doutrina.

Esquema de resposta às questões acerca da privatização:


(saiu em 2016, 2014, 2013, 2011)

Problema:
O problema não é novo, começou a colocar-se com mais agudeza a partir da segunda metade do século passado,
quando as pessoas colectivas públicas primárias começaram a criar entidades instrumentais que só detinham
parcialmente os predicados da publicidade, a par da criação de pessoas jurídicas atípicas de direito privado. Deu-se
assim o início ao processo de privatização da Administração nas suas formas de organização. O problema coloca-se
sobretudo naquelas situações em que o legislador não determina a personalidade jurídica do respectivo ente.
O interesse principal da distinção entre pessoas colectivas públicas e pessoas colectivas privadas reside na

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identificação do regime jurídico aplicável (público ou privado) e da respectiva jurisdição competente.
No que se refere aos critérios qualificatórios da publicidade do ente, inclinamo-nos para um critério misto, com
relevo para o da iniciativa pública e, sobretudo, do critério teleológico do interesse público. Obviamente que o
critério misto da publicidade só se coloca para as pessoas colectivas derivadas ou secundárias, que só detenham
parcialmente os predicados da personalidade pública.
Isto sem prejuízo de entendermos que é necessário uma distinção ontológica entre o mundo das pessoas colectivas
públicas e do das privadas, em vez de uma conceção objectivo-funcional da Administração Pública.

1- A privatização pode ocorrer na forma de organização e na forma de actividade;


2- Do processo de privatização formal da Administração Pública distingue-se a despublicizaçao (subtracção ou
alteração do vínculo de interesse público) ou privatização material de tarefas;
3- Critérios de distinção da pessoa colectiva pública e pessoa colectiva privada: iniciativa da criação; fim
prosseguido; capacidade jurídica; regime jurídico; subordinação ou não; obrigatoriedade da sua existência; exercício
ou não da função administrativa;
4- Fundamentos da reserva constitucional (insuficiente e enfraquecida) de Direito Administrativo e das formas
públicas de organização;
5- A sujeição das empresas públicas a um regime de Direito Administrativo privado;
6- As especificidades do regime das empresas públicas sob a forma de sociedades comerciais;

Esquema de resposta às questões acerca da distinção entre Administração independente e Administração


Autónoma:
(saiu em 2016)

1- Noção de administração independente;


2- Do Estado Social ao Estado Mínimo Regulador;
3- Tipos e exemplos de entidades administrativas independentes (267º nº3 CRP), em especial as autoridades
reguladoras independentes (Lei 67/2013);
4- Características: nomeação, independência, mandato, inamobilidade e irresponsabilidade dos seus titulares;
5- A sua actividade não está sujeita a superintendência nem a controlo de mérito;
6- Funções de consulta, de informação e de proposta ao Governo;
7- Funções de administração ativa, incluindo poderes regulamentares e sancionatórios;
8- Os seus limites referem-se à amplitude dos seus poderes, bem como ao número e extensão dos sectores
administrativos confiados;
9- Os mecanismos de prestação de contas (Lei 67/2013).

1- Noção de administração autónoma;


2- Descentralização em sentido próprio (267º nº 1 e 2 + 237º CRP);
3- Autogoverno e autodeterminação como características próprias;
4- Autarquias Locais e Associações Públicas;
5- Tutela de legalidade (199º d) + 242º CRP / Lei 27/96 / 45º da Lei 2/2013).

Esquema de resposta às questões acerca das fases do procedimento administrativo, do principio da


proporcionalidade e do principio da igualdade:
(saiu em 2014 e 2013)

→ As fases do procedimento administrativo:


1- A audiência prévia dos interessados;
2- O princípio da colaboração da Administração com os particulares;
3- O princípio da participação;
4- O direito à informação procedimental (direito à prestação de informações, direito à consulta do processo e à
passagem de certidões);
5- Não respeitando estes pressupostos haverá vício de forma, por preterição de uma formalidade essencial, tendo
como consequência jurídica a nulidade do ato, sendo que a regra é a anulabilidade;

→ Princípio da proporcionalidade:

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1- Implica um controlo concreto e incisivo da adequação e da intensidade da actividade administrativa na
prossecução do interesse público, em relação ao sacrifício imposto à situação jurídica do particular (a melhor
realização possível do interesse público com o menor sacrifício e compressão dos direito e interesses legalmente
protegidos dos particulares);
2- Princípio com especial relevância e autonomia substantiva e processual, no controlo do exercício de poderes
discricionários;
3- Adequação ou idoneidade (consideração da concreta relação (jurídica e factual) entre o meio escolhido e o fim:
não basta que o meio utilizado seja suficiente para atingir o escopo prosseguido pela Administração, antes deve ser
o melhor possível);
4- Necessidade (um meio apresenta-se como necessário para a prossecução do interesse público sempre que não
haja nenhum outro tão eficaz para cumprir tal objectivo e, simultaneamente, se revele como o menos incisivo das
posições jurídicas sujetivas dos particulares);
5- Proporcionalidade em sentido estrito (relação de complementaridade com a componente de necessidade;
equilíbrio de dos bens e valores em causa; apreciação e controlo da actividade administrativa, e a respectiva
intensidade, segundo o vínculo do interesse público primário, tomando, paralelamente, em consideração a regra do
menor dano possível dos interesses dos particulares; proporcionalidade custo/ benefício);

→ Princípio da igualdade:
1- Proibição de medidas administrativas portadoras de incidências coativas na esfera jurídica dos cidadãos
(igualdade na repartição de encargos e deveres);
2- Exigência de igualdade de benefícios ou prestações concedidas pela Administração (administração de
prestações);
3- Autovinculação da Administração no âmbito dos poderes discricionários (identidade subjectiva, objectiva e
normativa; utilização de critérios substancialmente idênticos para a resolução de casos idênticos);
4- Direito à compensação de sacrifícios quando a Administração, por razões de interesse público, impôs a um ou a
vários cidadãos sacrifícios especiais, violadores do princípio da igualdade perante os cargos públicos;
5- A aferição da observância do princípio da igualdade dos atos impositivos de encargos e sacríficos deve ser feita
não só em função da especificidade da medida tomada para cada uma das situações que contendem com a
determinado interesse público, mas também pela igual repartição de sacrifícios e deveres por todos sujeitos
envolvidos, impondo-se aos interessados, em sede própria, o ónus de alegação de facto, bem como o ónus de
alegação de direito. Note-se, no entanto, que o princípio da igualdade só funciona no contexto da legalidade, isto é,
não é invocável numa situação de ilegalidade.

Esquema de resposta às questões acerca das classificação de figuras administrativas:

→ Câmara Municipal:
1- Órgão colegial de tipo executivo a quem está atribuída a gestão permanente dos assuntos municipais;
2- Órgão do município (autarquia local: pessoa colectiva pública de população e território, primária de fins
múltiplos, que visa prosseguir os interesses próprios de agregado populacional residente na circunscrição
concelhia).
3- Justificar com a referida lei.

→ Direção Regional de Economia:


Ao lado dos órgãos e serviços centrais, com competência sobre todo o território nacional (Administração Central do
Estado) existem os serviços periféricos do Estado, órgãos e serviços de âmbito regional e local- Administração
periférica do Estado que constitui uma expressão da desconcentração territorial da Administração estadual (267º
nº2 CRP).
Este tipo de órgãos e serviços da pessoa colectiva Estado, atuam na dependência direta ou hierárquica do Ministro
da Tutela, exercendo uma competência limitada a uma certa circunscrição administrativa.
Quer a administração central como a administração periférica integram a administração direta do Estado.

→ Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação da Baixa Portuense, S.A., empresa pública sob a forma de sociedade
comercial:
1- Pessoa colectiva privada sob influência pública dominante;
2- Critérios de classificação de uma pessoa colectiva pública (iniciativa de criação; fim prosseguido; capacidade

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jurídica; regime jurídico; subordinação ou não ao Estado; obrigatoriedade da sua existência; exercício ou não da
função administrativa);
3- O critério misto da iniciativa da criação e do fim prosseguido;
4- Os diferentes efeitos da influência pública dominante na qualificação da natureza jurídica das empresas e nas
fundações públicas.

→ Presidente da Câmara Municipal:


1- Órgão singular do município;
2- Função presidencial, executiva e decisória (250º CRP)

→ Institutos Públicos:
1- São pessoas colectivas públicas de tipo institucional- ao assentarem numa organização de natureza material e
não de pessoas- criadas para assegurar a realização de determinados fins (singulares e não múltiplos) pertencentes,
em regra, ao Estado ou a outra pessoa colectiva pública primária.
Como se trata de entes instrumentais da Administração principal, que designa os seus dirigentes e exerce
superintendência e tutela (de legalidade e mérito) sobre eles, integram, em geral, a Administração indirecta.
Todavia, em determinadas situações os institutos públicos podem configurar também formas de administração
autónoma (como as Universidade Públicas) e de administração independente (caso das entidades administrativas
independentes).
2- Justificar com a Lei-Quadro do Institutos Públicos.
3- Exemplo: O caso das autoridades reguladoras independentes (ANACOM), trata-se tecnicamente de institutos
públicos (serviços públicos personalizados), ainda que não pertençam à Administração indirecta, em virtude da sua
independência administrativa, mas à chamada Administração independente.

→ Entidades Administrativas Independentes (em sentido próprio, estrito):


São organismos criados pelo Estado para realizarem tarefas administrativas que lhe competem (como se se tratasse
de Administração indirecta), mas que o mesmo Estado-Administração isenta de subordinação e de controlo de
mérito (como se se tratasse de Administração autónoma).

→ Ministério da Economia e do Emprego:


O Ministério da Economia e do Emprego pertence à Administração estadual, mais precisamente à administração
estadual direta. Os ministérios são departamentos organizados por matérias e superiormente dirigidos pelos
respectivos Ministros, Secretários de Estado e Subsecretários de Estado. Neste caso desempenha funções
económicas e financeiras, segundo a classificação de Freitas do Amaral.

→ Autoridade Nacional das Telecomunicações (ANACOM):


Autoridade reguladora independente, trata-se tecnicamente de um instituto público (serviços públicos
personalizados), ainda que não pertença à Administração indirecta, em virtude da sua independência
administrativa, mas à chamada Administração independente.

→ Tutela de legalidade:
O princípio da legalidade da administração no que respeita designadamente à actividade de administração de
gestão pública (traduzida na prática de regulamentos e de atos administrativos e na celebração de contratos
administrativos), desdobra-se em três subprincípios: o primado da lei (não pode a actividade da administração
contrariar a lei); da precedência de lei (o assunto ou objectivo sobre o qual verse o regulamento tem de estar fixado
em lei prévia) e a reserva de lei (nas matérias cuja regulação a constituição reserve à lei, não pode o próprio
legislador atribuir à administração).
A violação destes pressupostos leva à consideração dos atos como ilegais.

→ Administração Pública em sentido material:


A administração pública possui vários sentidos. A administração pública em sentido objectivo apresenta três
significados possíveis: em sentido material, em sentido funcional e em sentido funcional. A administração em
sentido material é a actividade administrativa, conjunto de tarefas reconduzíveis à ideia de administrar, típica dos
órgãos e serviços administrativos, que estes desenvolvem no interesse geral da colectividade.
Inclui-se na administração pública em sentido material o exercício por entidades privadas de poderes públicos

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delegados pelo Estado ou por entes públicos tradicionais.

→ Órgão da Administração Pública:

→ Devolução de poderes:

Distinção entre Administração indirecta e Administração independente:

Ambas fazem parte da Administração Estadual.


A administração indirecta do Estado é composta por pessoas colectivas públicas distintas do Estado-Administração,
à cabeça dos quais temos os chamados Institutos Públicos. Tratam-se de entes criados pelos Estado, a quem o ato
de criação legislativa atribui tarefas administrativas específicas que se reconduzem a atribuições estaduais, e cujos
dirigentes máximos são nomeados e exonerados livremente pelo Governo, gozando, não obstante, tais entes de
autonomia jurídica administrativa, financeira e patrimonial.
A administração independe é por sua vez constituída por autoridades também criadas por lei para prosseguir
interesses estaduais e que em alguns casos nem sequer têm personalidade jurídica própria, mas que dispõem de
poderes regulatórios especialmente intensos (normativos, jurisdicionais e administrativos). Os seus órgãos
dirigentes não respondem perante o Governo pela sua actividade e pelo exercício de tais poderes, não estando
sujeitos a ordens ou instruções de qualquer instância superior, ou sequer a poderes de mera orientação, ou
controlo do Governo (267º nº3 CRP).

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