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Atribuições e competências:
• Os fins das pessoas coletivas chamam-se atribuições que são na verdade os fins e interesses que a
lei incube as pessoas coletivas públicas prosseguir.
• No que se refere à competência trata-se de um conjunto de poderes funcionais que a lei confere
para a persecução das atribuições das pessoas coletivas públicas. Qualquer órgão ao agir poderá
ter uma dupla limitação, por um lado estará limitado pela sua própria competência e por outro
lado estará limitado pelas limitações da pessoa coletiva em cujo nome atua.
• Os atos praticados fora das atribuições são atos nulos;
• Os atos praticados fora da competência de um órgão que os pratica são atos anuláveis.
Competência em específico:
• A competência encontra-se regulada no artigo 36º e seguintes do CPA e um dos elementos que
cumpre ressalvar é que a competência só pode ser conferida, delimitada ou retirada por lei.
• O princípio da legalidade da competência significa que a competência é da ordem pública (só a lei
pode retirar, pôr e atribuir). Deste princípio decorrem vários aspetos:
• A competência não se presume o que significa que só há competência quando a lei
expressamente a confere;
• A competência é também imodificável, o que significa que nem a administração nem os
particulares podem alterar o conteúdo;
• A competência é irrenunciável pelo que os órgãos administrativos em caso algum podem
praticar atos pelos quais renunciem aos seus poderes ou transitem para outros órgãos de
administração.
Aula 8 (14/03)
Espécies de Competências:
a) Quanto ao modo de atribuição da competência: Quanto a este critério a competência pode ser
explicita ou implícita. Diz-se explicita quando a lei de forma clara e objetiva confere poderes e diz se
implícita quando a competência é deduzida de outras normas legais ou princípios do direito penal;
b) Quanto aos termos do exercício da competência: A competência pode ser condicionada ou livre
conforma o seu exercício esteja ou não dependente de limitações especificas impostas por lei;
c)Quanto à substância e efeitos da competência: Aqui temos uma distinção entre competência
dispositiva que é o poder que surge de um determinado ato administrativo sobre uma determinada
matéria pondo e dispondo acerca do assunto; e temos uma competência revogatória que consiste
no poder de revogar um determinado ato administrativo sem necessidade do substituir por outro
diferente;
d)Quanto à titularidade dos poderes exercidos: Se os poderes exercidos por um órgão da
administração são poderes cuja titularidade pertence a esse mesmo órgão podemos falar de
competência própria, se distintamente o órgão administrativo exerce nos termos da lei uma parte
da competência de outro órgão que lhe foi transferido por delegação ou concessão aqui falamos de
uma competência delegada ou de uma competência conseguida;
e) Quanto ao número de órgãos a que a competência pertence: Quando a competência pertence a
um único órgão que exerce sozinho temos uma competência singular, por sua vez, a competência
conjunta implica que a competência esteja distribuída entre dois ou mais órgãos diferentes, tendo,
contudo, de ser exercida por todos num ato único.
f) Quanto à inserção da competência nas relações interorgânicas: A competência pode ser
dependente ou independente conforme o órgão titular esteja ou não integrado numa hierarquia,
dentro da competência dependente à a considerar os casos da competência comum e da
competência própria e assim diz se que à competência comum quando tanto o superior como o
subalterno podem praticar atos/ tomar decisões sobre o mesmo assunto, e à competência própria
quando o poder de praticar um determinado ato é atribuído a um órgão subalterno. Por sua vez,
dentro da competência própria temos ainda a competência separada, a competência reservada e a
competência exclusiva;
g) Competência Objetiva e Subjetiva: A competência objetiva trata se de um conjunto de poderes
funcionais para decidir sobre certa matéria e assim no que se refere ao critério subjetivo significa
que terá de ocorrer a indicação de um órgão a quem é dada uma certa competência.
Serviços Públicos:
• Os serviços públicos constituem as células que constituem internamente as pessoas coletivas
públicas;
• A pessoa coletiva pública é o sujeito do direito que trava relações jurídicas com outros sujeitos de
direito ao caso que o serviço público é em si uma organização situada no interior da pessoa
coletiva pública e dirigida pelos respetivos órgãos e que desenvolve atividades de que elas
carecem com vista á persecução dos seus fins, pelo que os serviços públicos são assim as
organizações humanas criadas no seio de cada pessoa coletiva pública com o fim de
desempenharem as atividades desta, sempre sob a direção dos respetivos órgãos, pelo que são
assim organizações humanas, isto é, estruturas acionadas por indivíduos que trabalham para uma
determinada pessoa coletiva. Eles são criados para desempenhar as atribuições da pessoa coletiva
pública e atuam sob a direção dos órgãos das pessoas coletivas púbicas, isto é, quem toma as
decisões perante o exterior e quem dirige o funcionamento dos serviços existentes são também os
seus órgãos.
• Os serviços públicos desenvolvem na sua atuação, quer na fase de formação da vontade do órgão
administrativo, quer na fase que se segue à manifestação daquela vontade fazendo cumprir aquilo
que tiver sido determinado, pelo que na prática levam a cabo as tarefas de preparação e execução
das decisões dos órgãos das pessoas coletivas a par do desempenho concreto de determinadas
tarefas em que se traduz a prossecução das atribuições das pessoas coletivas.
Regime jurídico:
• Os serviços públicos têm genericamente regras:
a) O serviço releva sempre de uma pessoa coletiva pública, isto é, qualquer serviço encontra se
dependente de um órgão da administração que sobre ele exerce o poder de direção e a cujas
ordens e as expulsões o serviço público deve obediência;
b) O serviço público está sempre vinculado à persecução do interesse público: São assim
elementos da organização de uma pessoa coletiva pública e estão por isso vinculados à
persecução de determinadas atribuições;
c) Compete à lei criar ou extinguir serviços públicos qualquer que seja;
d) A organização interna dos serviços públicos é a matéria regulamentar, contudo e no nosso
ordenamento na prática a organização interna dos serviços públicos deve ser feita/elaborada e
modificada por decreto-lei;
e) O regime da organização e funcionamento de qualquer serviço público é modificável,
porque as necessidades do interesse públicos vão se também alterando;
f) A continuidade dos serviços públicos deve ser mantida, isto é, deve ser assegurado o
funcionamento regular pelo menos dos serviços públicos essenciais;
g) Os serviços públicos devem tratar e servir todos os particulares no mesmo pé de igualdade -
artigo 13º da CRP;
h) A utilização dos serviços públicos pelos particulares é em princípio onerosa pelo que os
utentes devem pagar uma determinada taxa existindo serviços que excecionalmente a lei
declara que possam ser gratuitos;
i) Os serviços públicos podem usar de exclusividade ao atuar em concorrência;
j) Os serviços públicos podem atuar de acordo com o direito público ou de acordo com o
direito privada (No nosso ordenamento a regra é que atuam de acordo com o direito público);
l) A lei adquire vários modos de gestão dos serviços públicos, mas por regra eles são geridos
por uma pessoa coletiva pública;
m)Os utentes do serviço público ficam sujeitos a regras que os colocam numa situação especial
e que se designa por relações especiais de poder, isto é, as relações jurídicas que se
estabelecem entre os utentes do serviço público e a administração são diferentes das relações
gerais que todo o cidadão trava com o estado. Assim os utentes dos serviços públicos
encontram se submetidos a uma forma especial de subordinação aos órgãos e agentes
administrativos;
n) Quanto à natureza jurídica do ato que cria a utilização do serviço público pelo particular tem
em regra geral a natureza de contrato administrativo, contrato porque se entende que a fonte
desta relação jurídica é em si um acordo de vontades. É um ato jurídico bilateral e
administrativo porque o seu objeto é a utilização de um serviço público e o principal efeito é a
criação de uma relação jurídica administrativa.
Aula 9 (19/03)
Poderes do superior:
• Os poderes do superior consistem no poder de direção, de supervisão e disciplinar.
• Poder de direção: Consiste na faculdade do superior dar ordens e instruções em matéria de
serviço ao subalterno. As ordens traduzem se em comandos individuais e concretos em que
através delas o superior impõe aos subalternos a adoção de uma determinada conduta
especifica. Podem ser dadas por escrito ou oralmente, por sua vez as instruções traduzem
se em comandos gerais e abstratos em que através delas o superior impõe aos subalternos
uma determinada adoção de uma conduta para o futuro.
Outros poderes: Normalmente integrados na competência dos superiores hierárquicos, mas que são alvo
de discussão na doutrina são os seguintes:
• Os poderes de inspeção: Consiste na faculdade do superior fiscalizar continuamente o
comportamento dos subalternos e o funcionamento dos serviços a fim de providenciar como
melhor entender e eventualmente proceder a inquérito com vista à aplicação ou abertura de um
determinado inquérito disciplinar.
Superior hierárquico
Subalternos