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DIREITO ADMINISTRATIVO I

2.3. A composição do Governo e os Ministérios

 LEI ORGÂNICA DO GOVERNO (ver Ficha de trabalho n.º 8)

 ORGANOGRAMA DO XXII GOVERNO

 A PRESIDÊNCIA DO CONSELHO

 OS MINISTÉRIOS (departamentos da administração


central do Estado dirigidos pelos Ministros respetivos)

 CLASSIFICAÇÃO DOS MINISTÉRIOS


- Ministérios de soberania
- Ministérios económicos
- Ministérios sociais
- Ministérios técnicos
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2.1. O Estado e a sua Administração Direta

LEI N.º 4/2004, DE 15 DE JANEIRO

ESTABELECE OS PRINCÍPIOS E
NORMAS A QUE DEVE OBEDECER A
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
DIRETA DO ESTADO
(Art.º 1.º - Objeto)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

2.1. O Estado e a sua Administração Direta

ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA DO ESTADO (Art.º 2.º)

 Serviços centrais e periféricos que, pela natureza das


suas competências e funções, devam estar sujeitos ao poder
de direção do respetivo membro do Governo

 Serviços de cujas atribuições decorra, designadamente, o


exercício de poderes de soberania, autoridade e
representação política do Estado ou o estudo e conceção,
coordenação, apoio e controlo ou fiscalização de outros
serviços administrativos

 Forças Armadas, forças militarizadas e serviços do


Sistema de Informações da República Portuguesa (com as
necessárias adaptações – nos termos das leis orgânicas
respetivas)
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2.1. O Estado e a sua Administração Direta

LEI N.º 4/2004, DE 15 DE JANEIRO

CONSTITUIÇÃO E ÂMBITO GEOGRÁFICO DA


ADMINISTRAÇÃO DIRETA (ART.º 2.º/1)
 A Administração Direta é constituída pelos serviços
centrais e periféricos
 Que se encontram sujeitos ao poder de direção dos
membros do Governo,
 Exercendo os serviços centrais a sua competência em
todo o território nacional e os periféricos numa área
territorial restrita
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2.1. O Estado e a sua Administração Direta

PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO DIRETA DO


ESTADO (Art.º 3.º)

 Princípio da unidade e da eficácia


(Poderes hierárquicos, poderes de direção, substituição e
revogação)
 Aproximação dos serviços às populações
(Desconcentração territorial)
 Desburocratização
 Racionalização dos meios
 Eficácia na afetação dos recursos públicos
 Melhoria quantitativa e qualitativa do serviço prestado
 Garantia de participação dos cidadãos
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2.1. O Estado e a sua Administração Direta

LEI N.º 4/2004, DE 15 DE JANEIRO

MINISTÉRIOS (Art.º 4.º)

 Cada Ministério dispõe de uma lei orgânica própria


 Na qual são fixadas as respetivas atribuições
 Em que se identificam os serviços que integram a
administração direta e a administração indireta
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2.1. O Estado e a sua Administração Direta

LEI N.º 4/2004, DE 15 DE JANEIRO

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA DO ESTADO


Art.º 11.º
(critério da função dominante)
 SERVIÇOS EXECUTIVOS (v. Art.os 13.º-14.º)
 SERVIÇOS DE CONTROLO, AUDITORIA E FISCALIZAÇÃO
(v. Art.os 15.º-16.º)
 SERVIÇOS DE COORDENAÇÃO (v. Art.os 17.º-19.º)
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2.1. O Estado e a sua Administração Directa

LEI N.º 4/2004, DE 15 DE JANEIRO

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRECTA DO ESTADO


Art.º 11.º/4
(critério da competência territorial)
 SERVIÇOS CENTRAIS
 SERVIÇOS PERIFÉRICOS
- Serviços periféricos de carácter interno
- Serviços periféricos de carácter externo
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2.1. O Estado e a sua Administração Direta

LEI N.º 4/2004, DE 15 DE JANEIRO

MODELOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DOS SERVIÇOS


EXECUTIVOS E DE CONTROLO E FISCALIZAÇÃO (Art.º 20.º)

 Estrutura hierarquizada (v. Art.º 21.º)


 Estrutura matricial (v. Art.º 22.º)
 Estrutura mista (combina as duas anteriores)
 Estruturas de missão (v. Art.º 28.º)
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2.1. O Estado e a sua Administração Direta

LEI N.º 4/2004, DE 15 DE JANEIRO

CONSTITUIÇÃO DA ESTRUTURA HIERARQUIZADA (Art.º 21.º)

 Unidades orgânicas nucleares (direções de serviços)


 Unidades orgânicas flexíveis (divisões)
 Podendo, na área administrativa, dispor de secções
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2.1. O Estado e a sua Administração Direta

LEI N.º 4/2004, DE 15 DE JANEIRO

CONSTITUIÇÃO DA ESTRUTURA MATRICIAL (Art.º 22.º)

 Equipas multidisciplinares
 Com base na mobilidade funcional
 Coordenadas por um chefe de equipa (cujo estatuto
remuneratório é equiparado ao de diretor de serviços ou
ao de chefe de divisão)
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2.1. O Estado e a sua Administração Direta

LEI N.º 4/2004, DE 15 DE JANEIRO

CONSTITUIÇÃO DAS ESTRUTURAS DE MISSÃO (Art.º 28.º)

 Estruturas “ad hoc”


 De natureza temporária
 Criadas por Resolução do Conselho de Ministros
 Quando estejam em causa objetivos que não possam ser
prosseguidos pelos serviços existentes (cfr. Art.º 22.º)
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2.1. O Estado e a sua Administração Direta

LEI N.º 4/2004, DE 15 DE JANEIRO

CARGOS DIRIGENTES (Art.º 23.º)

 Os dirigentes máximos dos serviços detêm, em regra,


cargos de direção superior de 1.º grau (ex.: diretor-geral),
sendo coadjuvados por dirigentes com cargos de direção
superior de 2.º grau (ex.: subdiretor-geral)

[Cfr. Lei n.º 2/2004, de 15 de Janeiro (alterada por diplomas


posteriores) que aprovou o estatuto do pessoal dirigente dos
serviços e organismos da administração central, regional e local do
Estado]
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2.4. Órgãos e serviços de Vocação Geral

 Complementado o estudo da administração


central do Estado…

 ORGÃOS CONSULTIVOS (v. Art.º 7.º Lei n.º4/2004)


- Conselho Consultivo da PGR
- Conselho Económico e Social
 ÓRGÃOS DE CONTROLO
- Tribunal de Contas
[v. Art.º 214.º e Art.º 209.º/1, al. c) CRP]
- Inspeção-Geral de Finanças
[- Inspeção-Geral da Administração Local (extinta pelo DL n.º 126-A/2011
de Decreto-Lei n.º 126-A/2011, de 29/12, sendo as suas atribuições integradas na IGF) ]
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2.4. Órgãos e serviços de Vocação Geral

 Complementado o estudo da administração central do Estado…


(cont.)

 SERVIÇOS DE GESTÃO ADMINISTRATIVA


- Reforma Administrativa
- Organização e pessoal
- Eleições e autarquias locais
- Estatística e planeamento
- Administração financeira e patrimonial
- Serviços de informações e relações públicas

 ÓRGÃOS INDEPENDENTES
- Comissão Nacional de Eleições
- Entidade Reguladora para a Comunicação Social
-…
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3. A Administração Periférica
3.1. Introdução
ADMINISTRAÇÃO PERIFÉRICA

[Administração periférica ou administração local do


Estado?]

 Modo de designação das áreas territoriais, situadas fora


da capital do País, em que a Administração atua
 No centro (em princípio, em Lisboa)  órgãos e serviços
centrais, com competência territorial nacional
 Na periferia  órgãos locais (regionais, distritais,
concelhios ou de freguesias), com competência territorial
limitada
 órgãos e serviços sediados no estrangeiro
(embaixadas, consulados, serviços de turismo, núcleos de
apoio a serviços de fomento da exportação, etc.)
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3. A Administração Periférica
3.1. Introdução
ADMINISTRAÇÃO PERIFÉRICA (conceito)

Conjunto de órgãos e serviços das pessoas


coletivas públicas que dispõem de competência
limitada numa determinada área territorial
restrita e funcionam sob a direção dos
correspondentes órgãos centrais
[v. Art.º 11.º/4, al. b), - Lei n.º 4/2004]
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3. A Administração Periférica
3.1. Introdução
ADMINISTRAÇÃO PERIFÉRICA (caraterísticas)

 Constituída por um conjunto de órgãos e serviços (locais


ou externos)
 Esses órgãos e serviços pertencem ao Estado (ou a
pessoas coletivas públicas de tipo institucional ou
associativo)
 A competência de tais órgãos é limitada em função do
território (não abrange nunca a totalidade do território
nacional)
 Os órgãos e serviços da administração periférica
funcionam sempre na dependência hierárquica dos órgãos
centrais da pessoa coletiva pública a que pertencem
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3. A Administração Periférica
3.1. Introdução

ADMINISTRAÇÃO PERIFÉRICA (espécies)

 Órgãos e serviços locais do Estado


 Órgãos e serviços locais de institutos públicos
e de associações públicas
 Órgãos e serviços externos do Estado
 Órgãos e serviços externos de institutos
públicos e associações públicas
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3. A Administração Periférica
3.1. Introdução
ADMINISTRAÇÃO PERIFÉRICA (espécies)

 ADMINISTRAÇÃO PERIFÉRICA INTERNA


 Órgãos e serviços locais do Estado (= ADMINISTRAÇÃO LOCAL
DO ESTADO)
 Órgãos e serviços locais de institutos públicos e de associações
públicas

 ADMINISTRAÇÃO PERIFÉRICA EXTERNA


 Órgãos e serviços externos do Estado
 Órgãos e serviços externos de institutos públicos e associações
públicas
 O conjunto dos órgãos e serviços locais e externos do Estado
designa-se ADMINISTRAÇÃO PERIFÉRICA DO ESTADO
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3. A Administração Periférica
3.1. Introdução
ADMINISTRAÇÃO PERIFÉRICA (problemática da
transferência de serviços periféricos)
 Situação normal e corrente: serviços periféricos estão na
dependência dos órgãos próprios da pessoa coletiva a que
pertencem (os serviços periféricos do Estado são dirigidos
por órgãos do Estado, os serviços periféricos de um
instituto público são dirigidos pelos órgãos desse instituto,
etc.)
[ Porém: a lei, num propósito de forte descentralização,
pode atribuir a direção superior de determinados serviços
periféricos a órgãos de autarquias locais; estas terão então
de gerir, não apenas os seus próprios serviços, mas também
os serviços periféricos de outra entidade, entregues
especialmente à sua administração – ex.: Reino Unido]
 O caso das regiões autónomas: Art.º 227.º/1, al. o) CRP
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3.2. A Administração Local do Estado

ADMINISTRAÇÃO LOCAL DO
ESTADO
DIREITO ADMINISTRATIVO I

3.2. A Administração Local do Estado

ADMINISTRAÇÃO LOCAL DO ESTADO


(elementos em que se baseia)

 A divisão do território

 Os órgãos locais do Estado

 Os serviços locais do Estado


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3.2. A Administração Local do Estado

ÓRGÃOS LOCAIS DO ESTADO

Centros de decisão dispersos pelo território


nacional, mas habilitados por lei a resolver
assuntos administrativos em nome do Estado,
nomeadamente, face a outras entidades públicas
e aos particulares em geral
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3.2. A Administração Local do Estado

SERVIÇOS LOCAIS DO ESTADO

Serviços públicos encarregados de preparar e


executar as decisões dos diferentes órgãos locais
do Estado
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3.2. A Administração Local do Estado

 DIVISÕES ADMINISTRATIVAS BÁSICAS DA ALE


(circunscrições administrativas)
- Distritos
- Concelhos

 DIVISÕES DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL


AUTÁRQUICA
- Freguesias (Art.º 244.º e ss. CRP)
- Municípios (Art.º 249.º e ss. CRP)
- Regiões Administrativas (Art.º 255.º e ss. e Art.º
291º/1 CRP)
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3.2. A Administração Local do Estado

Divisões Administrativas Básicas:


- Distritos
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3.2. A Administração Local do Estado

Divisões Administrativas Básicas:


- Concelhos
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3.2. A Administração Local do Estado

- Regiões Autónomas (insulares)


- Regiões Administrativas (continentais)
- Distritos
- Concelhos
- Freguesias

[- NUTS II/CCDRs]
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3.2. A Administração Local do Estado

[- NUTS II/CCDRs]
DIREITO ADMINISTRATIVO I

3.2. A Administração Local do Estado

 NUTS (Nomenclatura das Unidades Territoriais


para Fins Estatísticos) representam as sub-
regiões estatísticas em que se divide o território
português e correspondem a três distintos níveis
de desagregação territorial
 Ao primeiro nível (NUTS I) correspondem três unidades
territoriais – o território do Continente e o de cada uma das
Regiões Autónomas
 O segundo nível (NUTS II) compreende sete unidades
territoriais – cinco regiões no Continente mais as duas
Regiões Autónomas
 Num terceiro nível (NUTS III) encontram-se outras
unidades territoriais, integradas em cada uma das NUTS II,
cada uma das quais resulta da agregação de vários
concelhos
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NUTS III
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3.2. A Administração Local do Estado

PROBLEMÁTICA DA HARMONIZAÇÃO DAS


CIRCUNCRIÇÕES ADMINISTRATIVAS

 O PROBLEMA DA DIVISÃO DO TERRITÓRIO EM


TERMOS DE REFORMA ADMINISTRATIVA
 QUESTÃO DA ARTICULAÇÃO ENTRE AS
DIVISÕES BÁSICAS DO TERRITÓRIO (distritos e
concelhos)
 NECESSIDADE DE SIMPLIFICAÇÃO DA DIVISÃO
ADMINISTRATIVA DO TERRITÓRIO NACIONAL
DIREITO ADMINISTRATIVO I

3.2. A Administração Local do Estado

ÓRGÃOS LOCAIS DO ESTADO

Órgãos da pessoa coletiva Estado que, na


dependência hierárquica do Governo, exercem uma
competência limitada a uma certa circunscrição
administrativa (competência local)
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3.2. A Administração Local do Estado

ÓRGÃOS LOCAIS DO ESTADO

(Elementos Essenciais)
1. ÓRGÃOS
 Órgãos, isto é, podem por lei tomar decisões em
nome do Estado
 Não são meros agentes sem competência própria
 São órgãos que podem praticar atos
administrativos, os quais vinculam o Estado como
pessoa coletiva pública
…/…
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3.2. A Administração Local do Estado

ÓRGÃOS LOCAIS DO ESTADO


(Elementos Essenciais)
2. DO ESTADO (não órgãos autárquicos)
 Não pertencem à administração local autárquica,
mas antes à administração local do Estado

3. COMPETÊNCIA MERAMENTE LOCAL (delimitada


em razão do território)
 Só podem atuar, em regra, dentro da
circunscrição administrativa a que a sua
competência respeita
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3.2. A Administração Local do Estado

MAGISTRADOS ADMINISTRATIVOS

Órgãos locais do Estado que, nas respetivas


circunscrições administrativas desempenham a
função de representantes do Governo para fins de
administração geral e de segurança pública

Exs. na história administrativa portuguesa:


governador civil (nível distrital), administrador de
concelho (nível concelhio) e regedor (nível de
freguesia)
 V. Art.º 262.º CRP
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3.2. A Administração Local do Estado

GOVERNADOR CIVIL

 Art.º 291.º/3 CRP


 magistrado administrativo que representava o
Governo na circunscrição distrital
 Regime jurídico: Decreto-Lei n.º 252/92, de 19/11
(alterado, entre outros, pelo Decreto-Lei n.º
213/2001, de 02/08)
DIREITO ADMINISTRATIVO I

3.2. A Administração Local do Estado

GOVERNADOR CIVIL

 O XIX Governo anunciou, ao tomar posse, que não


iria nomear novos governadores civis
 Extinguiu, de facto, os governos civis mediante a
aprovação de legislação que transfere todas as
competências destes órgãos para outros órgãos
administrativos (exs.: câmaras municipais, PSP, GNR,
Proteção Civil)
 Anunciou-se que, em futura revisão constitucional,
se promoverá a extinção de jure dos governos civis…
DIREITO ADMINISTRATIVO I

3.2. A Administração Local do Estado

GOVERNADOR CIVIL

 Áreas de competência que exercia

 Representação do Governo
 Aproximação entre o cidadão e a Administração
 Segurança pública
 Proteção civil
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3.2. A Administração Local do Estado

EXTINÇÃO DOS GOVERNOS CIVIS

 Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30/11 (Transfere


competências dos governos civis e dos governadores
civis para outras entidades da Administração Pública
em matérias de reserva de competência legislativa da
Assembleia da República)
 Decreto-Lei n.º 114/2011, de 30/11 (Transfere
competências dos governos civis e dos governadores
civis para outras entidades da Administração Pública,
liquida o património dos governos civis e define o
regime legal aplicável aos respetivos funcionários)
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III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração

SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

 Concentração e desconcentração de poderes


(Administração estadual direta – administração
central versus administração periférica) – Art.º
267.º/2 CRP

 Integração e devolução de poderes


(Administração estadual indireta – institutos públicos e
empresas públicas)
 Centralização e descentralização administrativa
(Autarquias locais e associações públicas )
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III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração

 CONCENTRAÇÃO DE COMPETÊNCIA (ou


administração concentrada)
Sistema em que o superior hierárquico mais elevado é o
único órgão competente para tomar decisões, ficando
os subalternos limitados às tarefas de preparação e
execução das decisões daquele

 DESCONCENTRAÇÃO DE COMPETÊNCIA (ou


administração desconcentrada)
Sistema em que o poder decisório se reparte entre o
superior e um ou vários órgãos subalternos, os quais,
todavia, permanecem, em regra, sujeitos à direção e
supervisão daquele
DIREITO ADMINISTRATIVO I
III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração

COMBINAÇÕES (TEORICAMENTE) POSSÍVEIS


ENTRE OS CONCEITOS
CENTRALIZAÇÃO/DESCENTRALIZAÇÃO E
CONCENTRAÇÃO/DESCONCENTRAÇÃO

 Centralização com concentração


(apenas uma pessoa coletiva pública o Estado - ficando
reservada ao Governo a plenitude dos poderes decisórios
para todo o território nacional)

 Centralização com desconcentração


(continuando a existir apenas a pessoa coletiva pública
Estado, as competências decisórias repartir-se-ão entre o
Governo e órgãos subalternos do Estado) …/…
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III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração

COMBINAÇÕES POSSÍVEIS ENTRE OS CONCEITOS


CENTRALIZAÇÃO/DESCENTRALIZAÇÃO E
CONCENTRAÇÃO/DESCONCENTRAÇÃO (cont.)

 Descentralização com concentração


(existindo uma multiplicidade de pessoas coletivas públicas,
em cada uma delas haverá apenas um centro decisório - o
órgão superior de cada uma)

 Descentralização com desconcentração


(à multiplicidade de pessoas coletivas públicas somar-se-á,
dentro de cada uma delas, a repartição de competência entre
órgãos superiores e subalternos)
DIREITO ADMINISTRATIVO I
III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração

VANTAGENS E INCONVENIENTES DA
DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA

VANTAGENS

 Eficiência de Serviços
 Maior rapidez de resposta às solicitações
dirigidas à Administração
 Melhor qualidade do serviço – especialização de
funções
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III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração
VANTAGENS E INCONVENIENTES DA
DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA

DESVANTAGENS
 Multiplicidade dos centros decisórios pode
inviabilizar uma atuação harmoniosa, coerente e
concertada da Administração
 Redução do âmbito de atividades dos
subalternos, gerando a sua desmotivação
 Subalternos por vezes menos preparados para
assumir certas responsabilidades pode levar à
diminuição da qualidade do serviço
DIREITO ADMINISTRATIVO I
III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração

ESPÉCIES DE DESCONCENTRAÇÃO

 Quanto aos níveis de desconcentração

- Desconcentração a nível central (no âmbito dos


serviços da Administração central)

- Desconcentração a nível local (no âmbito dos


serviços da Administração local)
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III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração
ESPÉCIES DE DESCONCENTRAÇÃO

 Quanto aos graus de desconcentração


- Absoluta (é tão intensa e é levada tão longe que
os órgãos por ela atingidos se transformam de
órgãos subalternos em órgãos independentes - não
há hierarquia)

- Relativa (a desconcentração é menos intensa e,


embora atribuindo certas competências próprias a
órgãos subalternos, mantém a subordinação destes
aos poderes do superior - desconcentração e
hierarquia coexistem)  em geral, é o caso
português
DIREITO ADMINISTRATIVO I
III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração

ESPÉCIES DE DESCONCENTRAÇÃO

 Quanto às formas de desconcentração


- Desconcentração originária (decorre
imediatamente da lei, que reparte a competência
entre o superior e os subalternos)
- Desconcentração derivada (carece de
permissão legal expressa e só se efetiva mediante
um ato específico praticado para o efeito pelo
superior)  Delegação de Poderes
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III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração

DELEGAÇÃO DE PODERES
(ou delegação de competência)

Ato pelo qual um órgão da Administração,


normalmente competente para decidir em
determinada matéria, permite, de acordo com a lei,
que outro órgão ou agente pratiquem atos
administrativos sobre a mesma matéria
 Art.º 44.º e ss. CPA
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III. Teoria Geral da Organização Administrativa
3. Sistemas de organização administrativa
3.1. Concentração e desconcentração
DELEGAÇÃO DE PODERES

REQUISITOS

 Lei de habilitação (lei que preveja,


expressamente, a faculdade de um órgão delegar
poderes noutro)  v. Art.º 111.º/2 CRP e Art.º 36.º CPA
 Existência de um órgão delegante (normalmente
competente) e um órgão delegado (eventualmente
competente)
 Prática do ato de delegação propriamente dito

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