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Vinicius Soares
Apresentação
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nhando e preparando clientes, já que possui excelência em preparação para concursos.
Vivemos em uma era de muitas informações, a verdade é que conteúdo para passar em con-
curso todos têm acesso.
Mas, o que realmente faz a diferença na aprovação de alguém é o desejo, a vontade de ven-
cer. Você realmente deseja passar em concurso público ou apenas está “precisando” passar?
Você realmente quer vencer ou é impulsionado apenas pela necessidade?
Não sabemos o que tem lhe motivado, mas se realmente quiser passar tudo começa pelo desejo.
Deseje realmente passar em concursos e isso acontecerá, independentemente da sua origem,
cor, classe social, religião e qualquer outra coisa, alie seu desejo a uma boa preparação. Visu-
alize-se passando em primeiro lugar! E assim acontecerá! Acredite em você! Acredite na sua
capacidade! Você pode! Você é extraordinário!
(Jean Cocteau)
Descentralização e Desconcentração
A desconcentração ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se de uma mera
técnica administrativa de distribuição interna de competências de uma pessoa jurídica.
(ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª Edição)
Comentário:
Para não esquecer:
DesCOncentração – Criação de Órgãos (dentro da mesma entidade).
DesCEntralização – Criação de Entidades.
Gabarito: Certo
No que diz respeito à administração pública federal, sua estrutura, características e descrição, julgue o próximo item.
2. (Cespe/FUB/Assistente em Administração/2015) As secretarias, dentro da administração direta, executam suas
tarefas de forma centralizada.
Comentário:
A assertiva, ao aduzir que as secretarias executam suas tarefas de maneira centralizada. Nesse sentido, confira-se
a lição de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: “Ocorre a chamada centralização administrativa quando o
Estado executa suas tarefas diretamente, por meio dos órgãos e agentes integrantes da denominada admi-
nistração direta.”
Gabarito: Certo
A Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) é uma entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), órgão integrante da estrutura adminis-
trativa da União. Considerando essas informações, julgue o próximo item.
Comentário:
A criação de ministérios, assim como de órgãos públicos em geral, constitui matéria submetida à reserva de
lei, a cargo, em âmbito federal, do Congresso Nacional (art. 48, XI, CF/88), não se inserindo dentre os temas
passíveis de regulamentação, pelo Chefe do Poder Executivo, por meio de decretos autônomos (art. 84, VI,
CF/88). Logo, o Presidente da República não poderia, através de decretos, criar os tais ministérios hipotéticos.
Gabarito: Errado
Comentário:
Na desconcentração a transferência é feita na mesma pessoa jurídica. Não há duas pessoas. A desconcentra-
ção administrativa constitui técnica de organização que se opera, sempre, no âmbito de uma mesma pessoa
jurídica, e que resulta na criação de órgãos públicos. É possível que a desconcentração se dê na Administração
Pública Direta, como, por exemplo, se houver a criação de um ministério, de uma secretaria, de um depar-
tamento. Também é viável de operar-se na Administração Pública Indireta, como, por exemplo, na hipótese
de uma autarquia instituir uma nova diretoria, como mecanismo de especialização de competências e, com
isso, de busca por uma maior eficiência administrativa. Nesse sentido, a assertiva está errada ao afirmar que a
transferência da atividade dar-se-ia para outra pessoa, física ou jurídica.
Gabarito: Errado
a) A descentralização por colaboração ocorre quando se transfere a execução de um serviço público à pessoa
jurídica de direito privado já existente, conservando o poder público a titularidade desse serviço.
b) Os consórcios públicos são considerados entidades da administração indireta, dotados de personalidade
jurídica de direito público, integrantes de todos os entes da Federação consorciados.
c) As empresas públicas exploradoras de atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das
empresas privadas, com exceção do que for concernente às obrigações comerciais.
d) As autarquias são entidades integrantes da administração indireta não sujeitas à tutela, tendo em vista a
sua capacidade de autoadministração.
e) A descentralização pressupõe a existência de, pelo menos, dois órgãos ou pessoas jurídicas entre os quais
se repartem as competências.
Comentário:
a) Descentralização por colaboração ou delegação: o Estado não cria ninguém, apenas transfere para alguém
que já existe a execução da atividade administrativa. Essa transferência se dá por contrato administrativo ou
ato administrativo unilateral.
Formas de prestação da atividade administrativa:
1) Centralização – O Estado executa suas tarefas diretamente por meio dos órgãos e agentes da mesma
pessoa política.
2) Descentralização – O Estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outra pessoa física
(permissão, autorização) ou jurídica. Não há hierarquia.
a) descentralização por outorga (descentralização por serviços) – transfere a titularidade + execução do ser-
viço. Pressupõe edição de lei, e, considerando que a titularidade não pode sair das mãos do poder público
a outorga de serviços somente pode ser outorgada às pessoas da Administração Indireta de direito público
(autarquia e fundação pública de direito público). Posicionamento majoritário.
b) descentralização por delegação (descentralização por colaboração) – transfere apenas a execução do
serviço. É feita por contrato (concessão, permissão), ou autorização (ato administrativo unilateral para um
PARTICULAR. Ex.: serviço de táxi), também denominada de delegação negocial.
b) Mesmo que os consórcios públicos seriam, de fato, novas entidades da Administração Indireta (o que já não
é unânime na doutrina), fato é que a Lei de regência da matéria admite que assumam tanto personalidade
jurídica de direito público quanto de direito privado (art. 6º, I e II, Lei nº 11.107/2005). Ademais, somente quando
constituírem associação pública (e, portanto, ostentarem personalidade jurídica de direito público) integrarão
a Administração Indireta de todos os entes consorciados (art. 6º, §1º, do mesmo diploma).
c) As obrigações comerciais estão expressamente entre as matérias no bojo das quais aplicam-se, às empresas
públicas, o mesmo regime jurídico das empresas privadas (art. 173, §1º, II, CF/88).
d) A despeito da autonomia administrativa de que gozam as autarquias, estão elas, sim, sujeitas a controle
finalístico, por parte das pessoas políticas (União, Estados, DF e Municípios) que as houverem criado, controle
este denominado de tutela ou supervisão ministerial (art. 19 do Decreto-Lei nº 200/1967).
e) A descentralização administrativa somente se opera entre pessoas jurídicas, e não entre órgãos públicos,
como equivocadamente afirma a questão. No âmbito dos órgãos, a repartição de competências recebe o
nome de desconcentração administrativa.
Gabarito: a
Com relação à organização administrativa e à administração direta e indireta, julgue o seguinte item.
6. (Cespe/TJ-SE/Técnico Judiciário/2014) Verifica-se a descentralização por colaboração quando o poder público,
por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, transfere a titularidade e a execução de determinado serviço
público a pessoa jurídica de direito privado.
Comentário:
A técnica de descentralização administrativa por colaboração caracteriza-se pela transferência, tão somente,
da execução de um dado serviço público a uma pessoa jurídica de direito privado. A titularidade da pres-
tação de tal serviço permanece, contudo, com o respectivo ente público, denominado, no caso, de poder
concedente. Logo, está errada a questão.
Gabarito: Errado
Comentário:
De fato, a desconcentração realiza-se no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, operando-se mera distri-
buição interna de competências. No que se refere aos critérios de classificação, confiram-se, em abono da
assertiva, as palavras de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: “A doutrina costuma classificar a desconcen-
tração, tomando por base o critério utilizado pela administração para sua adoção, em: (a) desconcentração
em razão da matéria (Ministério da Saúde, da Educação etc.); (b) desconcentração em razão do grau ou
da hierarquia (ministérios, secretarias, superintendências, delegacias etc.); (c) desconcentração pelo critério
territorial (Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil em São Paulo, no Rio Grande do Sul etc.)”
Gabarito: Certo
8. (Cespe/TJDFT/Técnico Judiciário/2013) Quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determi-
nado serviço público, ocorre a descentralização por meio de outorga.
Comentário:
Com o objetivo de tornar alguns serviços públicos mais eficientes, o Estado pode transferir a prestação daquele
serviço para outras pessoas jurídicas. Quando isso acontece, estamos diante da descentralização, ao contrário
da desconcentração, que ocorre para órgãos dentro da mesma pessoa jurídica (em casos excepcionais até
para outra pessoa física).
A descentralização, assim, pode ocorrer para entes da própria administração indireta (autarquias, fundações
públicas, empresas públicas ou sociedades de economia mista) ou para os particulares, numa relação contratual.
Fala-se, assim, em outorga, que ocorre quando o Estado transfere a titularidade e a prestação do serviço, e
em delegação, que surge quando o Estado transfere somente a prestação do serviço, conservando a
titularidade.
Há doutrina segundo a qual a outorga só pode ser feita para pessoas jurídicas de direito público, mas majorita-
riamente entende-se que há outorga na transferência do serviço para qualquer ente da administração indireta.
Portanto, como o item falou em transferência por lei, ou seja, para entidade da administração indireta, estamos
diante da descentralização por outorga, estando o item certo.
Por fim, anote-se que se costuma chamar a outorga de descentralização por serviço e a delegação de des-
centralização por colaboração.
Fonte: Dênis França, Advogado da União.
Gabarito: Certo
Comentário:
A prestação do serviço, quando feita pelo próprio Estado, é uma prestação centralizada do serviço público.
Mas, para ser eficiente, muitas vezes é necessário descentralizar a prestação, transferindo-a para a chamada
administração indireta. Assim, a descentralização nada mais é do que retirar a prestação de serviço da pessoa
do Estado para outra, externa.
Mas, mesmo sem repassar o serviço a uma outra pessoa, por meio de descentralização, pode o poder pú-
blico otimizar sua organização de maneira interna, sem criar novos entes públicos. O Estado também pode,
assim, especializar-se internamente para prestar o serviço de maneira mais eficiente, por meio da chamada
desconcentração.
O item nos trouxe, assim, um exemplo claro de desconcentração, porque não tratou da criação de nova
entidade, pertencente à administração indireta e dotada de personalidade jurídica própria.
Gabarito: Errado
Fonte: Dênis França, Advogado da União. Gabarito: Errado
Comentário:
A questão apenas inverteu os conceitos. Seria assim: a concentração e centralização estão relacionados a
ideia geral de distribuição de atribuições de tarefas da periferia para o centro; e desconcentração e descen-
tralização estão relacionados ideia geral de distribuição de atribuições do centro para a periferia.
Gabarito: Errado
Comentário:
Existe a descentralização por serviços (mais conhecida como descentralização por outorga) e a descentralização
por colaboração (mais conhecida como descentralização por delegação). Ambas descentralizam o serviço
público, a diferença é que a primeira (por serviços) transfere a titularidade e a execução do serviço público
e a segunda (por colaboração) transfere somente a execução do serviço público, que é o caso da questão.
Gabarito: Errado
12. (Cespe/MS/Engenheiro Eletricista/2013) Ao criar uma entidade e a ela transferir determinado serviço público,
o Estado realiza descentralização mediante delegação.
Comentário:
De fato, ao ser criada uma entidade, mediante transferência da competência para realização de um dado
serviço público, opera-se o fenômeno da descentralização. Ocorre que, em tal hipótese, a denominação
correta seria descentralização por outorga (legal), também chamada de descentralização por serviços. Neste
caso, há a necessidade de lei criando diretamente a entidade, ou ao menos autorizando sua criação (art. 37,
XIX, CF/88). A descentralização por delegação, ou por colaboração, ou ainda chamada de negocial, consiste
na hipótese em que o Estado se vale de pessoa jurídica preexistente, transferindo-lhe, via contrato, apenas
a execução de um dado serviço público, mas conservando ele, o Estado, a titularidade de sua prestação.
Gabarito: Errado
Comentário:
Art.70, CF. “A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das enti-
dades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder”.
As entidades da administração pública indireta submetem-se sim ao controle estatal, feita com base na su-
pervisão ministerial, que consiste no controle de um ministério sobre a entidade que a ele é vinculada. Além
disso, a administração indireta também se submete ao controle externo do TCU.
Gabarito: Certo
14. (Cespe/TCU/Procurador/2015) No que se refere a administração pública, órgão público e competência ad-
ministrativa, assinale a opção correta.
a) Em relação à posição ocupada na estrutura estatal, o TCU é órgão superior.
b) Considerando-se o conceito de órgão público, o TCU, embora não tenha personalidade jurídica, tem
capacidade processual para defender suas prerrogativas e para atuar judicialmente em nome da pessoa
jurídica que integra.
c) Mediante ato específico devidamente motivado, a competência administrativa é passível de derrogação
pela vontade da administração.
d) Não se pode delegar aos presidentes de órgãos colegiados a competência administrativa atribuída a esses
órgãos.
e) O poder de polícia e os serviços públicos são exemplos de atividades que integram o conceito de adminis-
tração pública sob o critério material.
Comentário:
a) Quanto à posição estatal, o TCU é um órgão independente. Órgãos independentes são aqueles previstos na
Constituição e representativos dos Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário). Não sofrem qualquer
tipo de subordinação hierárquica ou funcional, sujeitando-se apenas aos controles constitucionais de um Poder
pelo outro. Pelo alto grau de independência, conferido pela própria CF, integram também essa categoria o
Ministério Público, as Defensorias Públicas e os Tribunais de Contas.
b) Quanto à capacidade processual ou judiciária dos órgãos, existem duas possibilidades de o órgão poder
1ª) Para a defesa de suas prerrogativas funcionais: nesse caso, é assegurada capacidade processual aos de-
nominados órgãos independentes e autônomos para ingressarem com mandado de segurança para a defesa
de suas competências, quando violadas por outros órgãos.
2ª) Na defesa dos interesses e direitos dos consumidores: Art. 82, III, CDC.
Portanto, a questão erra ao mencionar “e para atuar judicialmente em nome da pessoa jurídica que integra”.
Gabarito: e
15. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/2015) É defesa aos Poderes Judiciário e Legislativo a criação de entidades da
administração indireta, como autarquias e fundações públicas.
Comentário:
“Embora a quase totalidade da administração pública esteja concentrada no Poder Executivo, os Poderes
Legislativo e Judiciário contêm, em sua estrutura, órgãos administrativos. Ademais, é possível, ao menos em
tese, existirem entidades da administração indireta vinculadas aos Poderes Legislativo e Judiciário.” (Direito
Administrativo Descomplicado, Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino)
Na história do direito brasileiro já foram registrados casos de autarquias que não se ligam ao Poder Executivo,
como as autarquias que são ligadas a outras autarquias. Por exemplo, o Hospital das Clínicas de São Paulo é
uma autarquia, vinculada à Universidade de São Paulo, que é outra autarquia. Existem também autarquias
ligadas a outros poderes, como, por exemplo, Caixa de Assistência Parlamentar, autarquia vinculada ao Poder
Legislativo destinada a custear a previdência dos legisladores.
Segundo o professor Luciano Oliveira, temos que: “Realmente é possível – embora atualmente não haja – a
existência, no plano federal, de entidades da administração indireta vinculadas aos Poderes Legislativo e Ju-
diciário. Tal assertiva está em perfeita consonância com o artigo 37 da CF/88, que diz que “a administração
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios...”
Gabarito: Errado
Comentário:
A especialidade se baseia no princípio da indisponibilidade do interesse público e do dever de eficiência na
execução da atividade administrativa, inerente aos órgãos estatais, o que justifica a necessidade de des-
centralização dos serviços do Estado e da desconcentração de atividades dentro da estrutura orgânica da
Administração.
(...)
Nesse sentido, mediante disposição de lei específica se criam entidades com personalidade jurídica própria e
capacidade de autoadministração para que executem algumas atividades de interesse da sociedade, cuja
prestação tenha lhes sido transferida, de forma especializada. Essas entidades têm finalidade especificada
na própria lei responsável pela sua criação, estando ela vinculada ao fim que a instituiu. (Matheus Carvalho,
Manual de Direito Administrativo, 2015)
Gabarito: Certo
Gabarito: Errado
Comentário:
Art. 37, CF: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: (...)”
Gabarito: Certo
A respeito de responsabilidade civil do Estado, dos serviços públicos e da organização administrativa, julgue os pró-
ximos itens.
19. (Cespe/MDIC/Analista Técnico-Administrativo/2014) Embora nos municípios haja apenas administração direta,
nos estados, em razão da autonomia dada pela Constituição Federal de 1988 (CF), pode haver administração
indireta.
Comentário:
Por conta do princípio da simetria, os municípios também podem ter administração indireta.
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de economia mista;
d) Fundações Públicas.
Assim, na esfera estadual temos estrutura semelhante à federal: a Governadoria do Estado, os órgãos de as-
sessoria ao Governador e as Secretarias Estaduais compondo a chamada Administração Direta; as autarquias,
as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas estaduais compondo a
Administração Indireta.
O mesmo ocorre com os Municípios, em que, por força do princípio da simetria, temos a Administração Dire-
ta, composta pela Prefeitura, pelos órgãos de assessoramento ao Prefeito e pelas Secretarias Municipais; e a
Administração Indireta, que compreende as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia
mista e as fundações municipais.
Gabarito: Errado
Comentário:
A criação das entidades integrantes da Administração Indireta (autarquias, empresas públicas, sociedades
de economia mista e fundações públicas) encontra-se regulada no inciso XIX do art. 37 da CF/88. Por sua vez,
o caput deste mesmo dispositivo constitucional é muito claro ao destinar-se a todos os entes federativos, de
modo que as regras aí vazadas (incisos e parágrafos) aplicam-se igualmente a todos. Não há dúvida alguma,
portanto, de que não apenas a União, como também Estados, DF e Municípios podem formar suas próprias
Gabarito: Certo
Com relação à administração pública e seus princípios fundamentais, julgue o próximo item.
21. (Cespe/Antaq/Especialista em Regulação/2014) Os órgãos administrativos são pessoas jurídicas de direito
público que compõem tanto a administração pública direta quanto a indireta.
Comentário:
Órgãos públicos são meros centros de competência, ou, dito de outro modo, são unidades administrativas
mínimas integrantes da Administração Pública. Não ostentam personalidade jurídica própria, logo, está equi-
vocado afirmar que sejam pessoas jurídicas. Eles são despersonalizados, frutos do processo de desconcentração
administrativa.
Em regra, os órgãos, por não terem personalidade jurídica, não têm capacidade processual, salvo nas hipóteses
em que os órgãos são titulares de direitos subjetivos, o que lhes confere capacidade processual
para a defesa de suas prerrogativas e competências.
Gabarito: Errado
Comentário:
A questão aborda empresas públicas, sociedades de economia mista e organizações sociais. Primeiro, a cria-
ção de sociedade de economia mista e empresas públicas necessita de lei autorizativa (art. 37, XIX, CF/88). A
lei não cria essas entidades, mas apenas autoriza a respectiva criação. Com a lei autorizativa, o poder público
elabora o ato constitutivo e providencia sua inscrição no registro público.
“Art. 37 (...)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua criação;”
Depois, as organizações sociais, na verdade, são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por particulares,
sem fins lucrativos, que recebem essa qualificação (organização social) do poder público. As organizações
sociais não integram a Administração Pública. O nome organização social consiste em um título jurídico outor-
gado e cancelado pelo poder executivo, na forma da Lei nº 9.637/1998. Desse modo, é incorreto afirmar que
é necessário lei formal parra criação das organizações sociais.
Gabarito: Errado
Com relação à organização administrativa e ao princípio da moralidade, julgue os próximos itens à luz da doutrina
de referência e da Constituição Federal de 1988 (CF).
23. (Cespe/CBM-CE/Primeiro-Tenente/2014) Todas as pessoas jurídicas instituídas pelo Estado, sejam elas pessoas
de direito público ou de direito privado, são dotadas de capacidade de autoadministração e de patrimônio
próprios.
Comentário:
Existem características comuns a todas as entidades da Administração Indireta, quais sejam:
Personalidade Jurídica – Para que possam desenvolver suas atividades, as entidades da administração indireta
são dotadas de personalidade; consequentemente, podem adquirir direitos e assumir obrigações por conta
própria, não necessitando, para tanto, das pessoas políticas.
Patrimônio Próprio – Em função da característica anterior, as entidades possuem patrimônio próprio, distinto
das pessoas políticas. Vinculação a órgão da administração direta – as entidades da Administração Indireta
são vinculadas aos órgãos da Administração Direta.
Gabarito: Certo
24. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013) As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito
público interno, como a União, os Estados, o DF e os Municípios. Já as entidades administrativas integram a
Administração Pública, mas não têm autonomia política, como as autarquias e as fundações públicas.
Comentário:
Entidades administrativas são as pessoas jurídicas da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista). Essas entidades não têm autonomia política, mas tão
só autonomia administrativa que é exercida nos aspectos gerenciais, financeiros e orçamentários.
Fonte: http://www.elyesleysilva.com.br
Gabarito: Certo
Comentário:
O tema da classificação dos órgãos públicos é sempre cobrado e não está contido em nenhuma lei, pois
trata-se de uma classificação feita pela doutrina, com o objetivo de ajudar a compreender o fenômeno da
manifestação dos órgãos.
Antes de mais nada, então, lembremos que os órgãos públicos não possuem personalidade jurídica e por isso
não são responsáveis por seus atos, não podendo responder judicialmente, já que são parte integrante da
pessoa jurídica responsável e não são titulares de direitos e obrigações. Observe, porém, dois pontos impor-
tantes: certos órgãos possuem CNPJ para outras finalidades, mas nem por isso são pessoas jurídicas; alguns
órgãos públicos podem gozar de capacidade processual ativa, que lhes permite estar em juízo com a exclusiva
finalidade de defender suas prerrogativas. Mas, repito: nem por isso são pessoas jurídicas. Aliás, segundo Hely
Lopes Meireles, os órgãos que possuem capacidade processual ativa são os independentes e os autônomos.
Vamos à tradicional classificação dos órgãos públicos cobrada pela questão. Ela misturou dois conceitos. Assim,
quanto à atuação funcional, que é o conteúdo abordado, os órgãos públicos podem ser:
• Singular: sua vontade é manifestada por um único agente. É o caso da Presidência da República, por exem-
plo. Pode haver, ali, diversos auxiliares, mas a vontade é manifestada por apenas um agente, que é seu titular.
• Colegiado: sua vontade é manifestada por uma reunião de agentes. É o caso da Mesa do Senado Federal,
por exemplo, que manifesta sua vontade de acordo com a reunião dessa mesa diretora.
Então, a questão deu a classificação dos órgãos quanto à atuação funcional, que leva em consideração o
número de agentes necessário para manifestar a vontade, se um ou mais de um.
O item disse que iria definir a classificação dos órgãos quanto à estrutura. Porém, se tratou da classificação
segundo a atuação funcional, está errado.
A questão traz um erro bastante sutil, e se o candidato não estiver muito atento incidirá em erro.
Por fim, vamos conferir a classificação quanto à estrutura, para não confundir com a classificação quanto à atu-
ação funcional. Assim, quanto à estrutura os órgãos podem ser:
• Simples: é um órgão sozinho, de estrutura simples, que não é
formado por vários outros órgãos.
• Composto: são órgãos cuja estrutura depende da junção de dois ou mais outros órgãos.
Fonte: Dênis França, Advogado da União. Gabarito: Errado
Comentário:
Para responder a esta questão é necessário ter em mente o que significa, qual o conceito dado pela lei a
respeito de cada entidade citada na questão. Para isso, temos que nos socorrer do Decreto-Lei nº 200/1967 e
também do art. 173 da CF/88, os quais colaciono abaixo:
Decreto-Lei nº 200/1967
“Art. 173 – Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado
só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.
§1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias
que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços (...)”
Conclui-se da leitura desses dois dispositivos que a questão está errada, pois as autarquias não podem explorar
atividades econômicas, porque a elas o legislador deu apenas o exercício de atividades típicas da Adminis-
tração Pública. Portanto, não podem as autarquias exercer atividade econômica. A outra conclusão a que
se pode chegar é que as empresas públicas e sociedades de economia mista, segundo o art. 173 da CF, não
exercem atividade econômica em qualquer situação, existem requisitos a serem cumpridos para que possam
exercer tais atividades, quais sejam: imperativos da segurança nacional ou relevante interesse coletivo, em
ambos os casos, por definição legal.
Gabarito: Errado
Comentário:
A primeira passagem da afirmativa está correta. De fato, na hipótese versada, o particular não poderá promover
demanda diretamente contra o servidor público, conforme jurisprudência firmada pelo STF (RE 327.904/SP), em
interpretação do art. 37, §6º, CF/88. Entendeu-se, em suma, que tal dispositivo consagra um sistema de dupla
garantia, quais sejam: I) a primeira é em favor do particular, que não precisa discutir o elemento culpa para
obter a indenização devida. Por óbvio, adota-se, em nosso ordenamento, a teoria do risco administrativo, de
índole objetiva; II) a segunda garantia é colocada em favor do servidor público, e consiste justamente nesse
impedimento de que seja demandado diretamente pelo particular. Somente mediante ação de regresso,
após ser condenado, é que o Estado poderá (a rigor deverá) promover a responsabilização de seu agente,
desde que este tenha agido com dolo ou culpa (responsabilidade civil subjetiva, portanto). No plano federal,
ademais, a Lei nº 8.112/1990 é expressa em exigir ação regressiva (art. 122, §2º), o que elimina, com ainda
maior razão, a possibilidade de demandas diretas em face do servidor público federal.
Nada obstante, a segunda parte da afirmativa contém equívocos. O primeiro está no fato de que a ação a ser
proposta pelo particular não deve ter como demandado o “órgão ou departamento público em que trabalhe o
servidor”, porquanto órgãos e departamentos (que nada mais são do que órgãos...) não ostentam personalidade
jurídica própria, e, por conseguinte, não têm capacidade de ser parte em juízo (ressalvadas hipóteses muito específi-
cas, inaplicáveis na espécie). As ações indenizatórias devem ser movidas, isto sim, em face das pessoas jurídicas das
quais os respectivos órgãos constituem meros integrantes. O segundo erro repousa no fato de que, à luz da teoria do
órgão, realmente abraçada por nosso ordenamento, os servidores públicos não atuam como mandatários, pensa-
mento este que, a rigor, afina-se com a teoria do mandato, há muito rejeitada pela doutrina. Na verdade, a teoria
do órgão apregoa que os atos praticados pelos agentes públicos, lotados em determinados órgãos, são imputados
à pessoa jurídica que aqueles venham a integrar.
Gabarito: Errado
Comentário:
Art. 37, XIX, CF – “somente por LEI específica poderá ser criada AUTARQUIA e autorizada a instituição de
São características das autarquias a descentralização, a criação por lei, a especialização dos fins ou ativida-
des, a personalidade jurídica pública, a capacidade de autoadministração e a sujeição a controle ou tutela.
Gabarito: Errado
Comentário:
As autarquias são criadas por descentralização, por meio da qual o Estado transfere determinado serviço
público. Desse modo, a instituição de uma autarquia é uma forma de descentralização administrativa, me-
diante outorga legal, denominada de descentralização por serviços. A referência a “aparelho estatal” deve
ser entendida, em sentido amplo, como sinônimo de Administração Pública. E, de fato, as autarquias integram
a Administração Pública Indireta (Decreto-Lei nº 200/1967, art. 4º, II, “a”)
Gabarito: Certo
Comentário:
A despeito de as autarquias serem, de fato, dotadas de autonomia, isto não significa que sejam entes desprovi-
dos de quaisquer mecanismos de controle. E um desses instrumentos fiscalizatórios é denominado de supervisão
ministerial (art. 19 e seguintes do Decreto-Lei nº 200/1967), controle este também chamado de tutela, e que
é exercido pela Administração Direta sobre as entidades da Administração Indireta de uma dada pessoa
política (União, Estados, DF e Municípios), dentre as quais as autarquias, e que se opera nos termos da lei insti-
tuidora da entidade. Trata-se, por isso mesmo, de uma fiscalização bem mais restrita, limitada ao que dispuser
a lei de criação da entidade, devendo ater-se à verificação do cumprimento dos objetivos institucionais da
entidade, bem assim à harmonização de sua atuação com a política e a programação do Governo no setor
de atuação do ente fiscalizado.
O controle das autarquias realiza-se na tríplice linha política, administrativa e financeira, mas todos esses controles são
adstritos aos termos da lei que os estabelece. Vejamos:
a) O controle político normalmente se faz pela nomeação de seus dirigentes pelo Executivo;
b) O controle administrativo se exerce através da supervisão ministerial ou de órgão equivalente no âmbito es-
tadual e municipal, bem como por meio de recursos administrativos internos e externos, na forma regulamentar;
c) O controle financeiro opera nos moldes da Administração Direta, inclusive prestação de contas ao tribunal
competente, por expressa determinação constitucional.
Gabarito: Errado
Julgue o item a seguir, de acordo com o regime jurídico das autarquias.
31. (Cespe/MPU/Técnico/2015) As autarquias responderão objetivamente pelos danos provocados por seus agen-
tes a terceiros, ainda que se comprove que esses agentes tenham agido com prudência, perícia e cuidados
exigidos.
Comentário:
A Teoria do Risco Administrativo impõe o risco da atividade à Administração, desdobrando na Responsabilidade
Objetiva, onde caberá à vítima comprovar tão somente a tríade dano + nexo causal + conduta da Adminis-
tração. Pouco importa se o agente público atuou com ou sem o cuidado devido.
Independentemente da atividade desenvolvida, a responsabilidade civil da autarquia será objetiva (= não de-
Gabarito: Certo
Comentário:
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, pode-se conceituar autarquia como a pessoa jurídica de direito públi-
co, integrante da Administração Indireta, criada por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter
econômico, sejam próprias e típicas do Estado.
Gabarito: Errado
Comentário:
As autarquias territoriais, ou simplesmente território, não são entidades federativas, são autarquias territoriais
integrantes da União (art. 18, §2º, CF), sem autonomia política. Notem que eles não aparecem na organização
político-administrativa da República Federativa do Brasil (art. 18, CF). Todavia, os Territórios Federais podem
ser subdivididos em Municípios (art. 33, §1º, CF).
Nos termos da CF, os territórios federais não são considerados entes federativos, isto é, não gozam de autono-
mia política, mas integram a União e possuem natureza de mera autarquia. A autarquia é pessoa jurídica de
direito público destituída de capacidade política.
Gabarito: Certo
Comentário:
Há dois equívocos nesta afirmativa. O primeiro é que nem todas as entidades administrativas constituem pes-
soas jurídicas de direito público, sendo que, da forma como está redigida, a assertiva leva à generalização
(apesar de ter exemplificado, corretamente, com as autarquias, estas sim, pessoas jurídicas de direito público).
Vale dizer que as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas de direito
privado são, também, entidades administrativas, porém dotadas de personalidade jurídica de direito privado
(art. 5º, II, III e IV, DL 200/67). O segundo erro está no fato de que nenhuma entidade administrativa, sejam as
de direito público, sejam muito menos as de direito privado, ostentam autonomia política, assim entendida a
capacidade de auto-organização (edição de Constituições ou Leis Orgânicas próprias) e de legislarem. Os
únicos entes que apresentam autonomia política são as pessoas federativas (União, Estados, DF e Municípios).
Gabarito: Errado
Com relação à organização administrativa e à administração direta e indireta, julgue o seguinte item.
35. (Cespe/TJ-SE/Técnico Judiciário/2014) Pode ser qualificada como agência executiva a autarquia que tenha
plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento e que celebre con-
trato de gestão com órgão do governo federal.
Comentário:
A disciplina acerca das agências executivas encontra -se na Lei nº 9.649/1998, que, em seu art. 51, incisos I e
II, de fato, exige que a autarquia ou a fundação tenham plano estratégico de reestruturação e de desenvol-
vimento institucional em andamento, bem assim tenham celebrado Contrato de Gestão com o respectivo
Ministério supervisor, que constitui órgão do governo federal. Portanto, a assertiva está correta.
Gabarito: Certo
Gabarito: Errado
37. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) Caracteriza as agências reguladoras federais o fato de ter mandato
fixo e proteção contra o desligamento imotivado.
Comentário:
Caracteriza as agências reguladoras federais o fato de ter mandato fixo e proteção contra o desligamento
imotivado, além de autonomia financeira.
Gabarito: Certo
Comentário:
De fato, as agências executivas constituem simples qualificação jurídica, atribuída a autarquias ou fundações
públicas, as quais venham a celebrar o contrato de gestão de que trata o art. 37, §8º, CF. Enquanto as agên-
cias reguladoras têm como missão institucional básica a de exercer fiscalização sobre determinados setores
da economia, dentre os quais sobressai a prestação de serviços públicos, as agências executivas não
apresentam tal característica, podendo mesmo atuar no Desenvolvimento de objetos variados, mas sempre
como resultado de um processo de descentralização administrativa. Afinal, a própria criação de autarquias e
fundações públicas opera-se mediante a técnica da descentralização administrativa.
Gabarito: Certo
Comentário:
Como ocorre com toda a administração pública, a atuação das autarquias está sujeita a irrestrito controle
judicial quanto a sua legalidade e legitimidade, corretivo ou preventivo, desde que haja provocação por
parte de algum legitimado.
Vale ressaltar que a atuação do poder judiciário depende de provocação, ou seja, o poder judiciário
segue o Princípio da Inércia. Resumindo, o controle feito pelo Judiciário, quanto à legalidade e à legitimidade,
de fato é irrestrito, pois cabe a ele analisar tais atributos.
Por fim, legitimidade seria um conceito mais abrangente que legalidade, pois enquanto legalidade diz
respeito à observância às leis, a legitimidade diz respeito à observância às leis e aos princípios. Assim, legiti-
midade nada tem a ver com o mérito administrativo (conveniência e oportunidade), mas sim com os princípios
administrativos (além da legalidade, temos moralidade, publicidade, eficiência etc.). Ora, sabemos que
o controle do judiciário incide não só sobre a legalidade estrita (cumprimento da lei), mas também sobre a
legalidade em sentido amplo.
Gabarito: Certo
Comentário:
Fundações Públicas de direito público são entidades da Administração Indireta, conforme Decreto-Lei nº 200/67:
Observa-se que Fundação Pública é gênero que é dividido em duas espécies: Fundação Pública de Direito Público
(Autarquia Fundacional) e Fundação Pública de Direito Privado. A primeira é criada e a segunda é autorizada me-
diante lei ordinária específica.
Gabarito: Errado
As fundações públicas podem ser instituídas com personalidade jurídica de direito público ou privado; a cria-
ção das de direito público depende diretamente de lei específica e a das de direito privado, de ato próprio
do Poder Executivo, autorizado por lei.
Gabarito: Errado
42. (Cespe/MPOG/Técnico de Nível Superior/2015) As fundações governamentais de direito público, embora não
tenham de ser criadas por leis específicas, devem ser instituídas, após autorização legal, por meio do registro
de seus respectivos atos constitutivos no registro civil de pessoas jurídicas.
Comentário:
As Fundações Públicas de Direito Público são uma espécie de Autarquia, portanto são criadas e não autorizadas
por lei, como as Fundações Públicas de Direito Privado. Sendo fundações públicas de direito público, seguem
as sistemáticas das autarquias, sendo criadas por lei e dispensado o registro de seus atos constitutivos. Por isso,
são denominadas pela doutrina como “Fundações Autárquicas” ou “ Autarquias Fundacionais”.
Gabarito: Errado
a) O INSS é uma autarquia. Nesse sentido, os bens, de fato, têm as características de inalienabilidade, imprescritibili-
dade e impenhorabilidade. Conforme Alexandre Mazza: “As autarquias possuem as seguintes características jurídicas:
(...) seus bens são públicos (art. 98 do Código Civil): os bens pertencentes às autarquias são revestidos dos atributos da
impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade” (Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, 2014). Porém,
a questão erra quando diz “por integrarem o patrimônio da administração pública direta”, já que as autarquias
pertencem à Administração Pública Indireta.
b) Nesse sentido, por exemplo: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO ORDINÁRIA. FUNDAÇÃO DE
APOIO A UNIVERSIDADE PÚBLICA. PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO ESTADUAL.
I – As fundações de apoio às universidades públicas têm personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio
e administração próprios, não fazendo parte da Administração Pública Indireta, razão pela qual as ações em que
atuarem como parte deverão ser julgadas pela Justiça Comum Estadual, mormente não se enquadrarem na
previsão do artigo 109, inciso I, da CF/88.(...) (STJ; CC 89935 RS; Julgamento: 22/10/2008)
Onde se lê “fundações de apoio”, leia-se “entidades de apoio”, sujeito integrante do Terceiro Setor (e, portanto, não
integrante da Administração Pública; enquadram-se como “entidades paraestatais”). Falou-se em “fundações”,
porque as entidades de apoio são pessoas jurídicas de direito privado e, como tais, podem assumir uma das formas
(mas não todas) do art. 44 do CC (como a constante no inciso III – “fundações”). Não se pode confundir “fundações
privadas”, com “fundações públicas de direito público” ou “fundações públicas de direito privado” – ambas integrantes
da Administração Pública Indireta, mencionadas na CF e no DL 200.
c) Certo.
d) Conforme Alexandre Mazza: “A expressão ‘Administração Pública’ pode ser empregada em diferentes sentidos:
e) O MP junto aos TC’s não é ramo do MP Federal, nem Estadual. Não integra o MP. Leva esse nome, mas é órgão
do próprio TC e não do MP brasileiro. O que torna a assertiva errada é justamente o que foi citado, ou seja, não diz
respeito à descentralização, e sim à desconcentração.
Gabarito: c
Comentário:
As fundações de direito público são consideradas “Autarquias Fundacionais”, portanto, recaem sobre ela as
regras de criação das autarquias de direito público, logo, serão criadas por lei específica. Por seu turno, as
fundações públicas de direito privado têm sua criação via autorização legal.
Gabarito: Certo
Comentário:
Após criticar o conceito legal do Decreto-Lei nº 200/1967, Celso Antônio de Melo esclarece que, a rigor, as
chamadas fundações públicas são pura e simplesmente autarquias (Curso de Direito Administrativo, 22ª ed.
São Paulo, Malheiros, 2007, p. 178), portanto, entidades dotadas de personalidade jurídica de direito público.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, por sua vez, defende a possibilidade de o Poder Público, ao instituir fundação
pública, atribuir-lhe personalidade de direito público ou de direito privado (Direito Administrativo, 19ª ed. São
Paulo, Atlas, 2006, p. 426). Admitida a personalidade de direito público às fundações, naturalmente se reco-
nhece que elas usufruem dos privilégios e prerrogativas e sujeitam-se às restrições que compõem o regime
jurídico administrativo. Desse modo, as fundações públicas podem exercer todas as atividades típicas da
Administração, como prestar serviços públicos e exercer poder de polícia.
O Poder de Polícia, por ser decorrente do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e por
se utilizar de atos imperativos que decorrem do poder de império, somente poderá ser exercido por pessoas
jurídicas de direito público.
Como em certas situações as fundações públicas poderão ser criadas diretamente por meio de lei específica,
adquirindo a personalidade jurídica de direito público, sendo qualificada pela doutrina como uma espécie
de autarquia, tal poder poderá ser exercido pelas fundações públicas, que sejam criadas com o mesmo pro-
cedimento que se dá a criação das autarquias.
Ressalta-se que a fundação pública de direito privado não pode exercer o poder de polícia, tal prerrogativa
como dito acima, por decorrer do poder de império, somente pode ser exercida por pessoas jurídicas de Direito
Público. Como a questão falou em fundações públicas sem especificar se elas eram de direito público ou de
direito privado e falou em possibilidade, devemos considerá-la correta, já que realmente existe a possibilidade
de o poder de polícia ser exercido pelas fundações públicas.
Gabarito: Certo
46. (Cespe/MC/Atividade Técnica de Suporte/Direito/2013) O Ministério Público deverá realizar o controle sobre
as atividades das fundações públicas, assim como o faz em relação às fundações privadas.
Comentário:
O Código Civil, em seu art. 66, diz que o MP “velará pelas fundações do Estado onde situadas”. Essa regra,
que atribui ao MP a função de um verdadeiro “curador” das fundações, só se aplica às fundações privadas,
instituídas pela iniciativa privada. O controle ordinário a que se sujeitam as fundações públicas é o mesmo que
incide sobre todas as entidades da administração indireta, o controle finalístico ou de tutela, realizado pela
administração direta. O que o MP faz em relação às fundações públicas é um controle igual ao que ele exerce
sobre toda a administração pública, direta e indireta, quando se verificam suspeitas ou indícios de irregularidades.
Fonte: Direito Administrativo, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Gabarito: Errado
Comentário:
Fundação Pública pode ser pessoa jurídica de direito público ou de direito privado.
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, autarquia é “pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com ca-
pacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle
administrativo exercido nos limites da lei.”
Como podemos ver, a banca copiou o conceito da Maria Sylvia, só trocou “autarquia” por “fundação pública”.
O erro não está em controle administrativo, o erro está em tão somente dizer que a fundação desempenha
serviço público descentralizado. Mesmo fundação autárquica, a finalidade continua sendo de cunho social.
“A diferença entre uma autarquia e uma fundação autárquica é meramente conceitual: aquela é definida como
um serviço público personificado, em regra, típico de Estado; esta é, por definição, um patrimônio personalizado des-
tinado a uma finalidade específica, usualmente de interesse social. Repita-se: o regime jurídico de ambas é, em tudo,
idêntico”. (Fonte: Direito Administrativo Descomplicado, pág. 63 – Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo).
Gabarito: Errado
Comentário:
Assim como as sociedades de economia mista as empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado,
integrantes da administração pública indireta. Além disso, são criadas pelo próprio Poder Público, mediante
autorização de lei específica e com capital 100% público, podendo explorar atividades econômicas ou prestar
serviços públicos. Portanto, a questão está errada.
Gabarito: Errado
49. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/Administrativa/2015) O simples fato de o poder público passar a deter a maioria
do capital social de uma empresa a transforma em sociedade de economia mista, independentemente de
autorização legal.
Comentário:
A questão possui dois erros: o primeiro é que o poder público tem que possuir maioria do capital com direito a
voto de uma sociedade de economia mista; o segundo é que há necessidade de autorização legal, conforme
insculpido na CF/88:
Art. 37, XIX – “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação.”
Em outras palavras, não basta apenas que o Poder Público detenha maioria do capital social. A Sociedade
de Economia Mista deve ser dotada de personalidade jurídica de direito privado, autorizada por lei para a
exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto
pertençam em sua maioria União ou a entidade da Administração Indireta.
Gabarito: Errado
De acordo com os dispositivos legais que regulam as licitações públicas, julgue o item a seguir.
50. (Cespe/FUB/Administrador/2015) As empresas públicas e sociedades de economia mista, que possuem perso-
nalidade jurídica de direito privado, estão desobrigadas de se submeter ao regime da Lei nº 8.666/1993.
Lei nº 8.666/1993
Art. 1º “Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços,
inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos espe-
ciais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Gabarito: Errado
Comentário:
Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública.
Nas palavras de Carvalho Filho, o Estado vale-se de tais entidades para a possibilidade de execuções de
algumas atividades de seu interesse com maior flexibilidade, sem os impasses do emperramento burocrático
das pessoas jurídicas de direito público.
O Estado afasta-se um pouco como Poder para assemelhar-se a um empresário, que precisa de celeridade
e eficiência para atingir seus objetivos. Tais entidades tem natureza HÍBRIDA/MISTA, já que sofrem o influxo de
normas de Direito Privado em alguns setores de atuação e de normas de Direito Público em outros, como a
regra de concurso público, prestação de contas ao Tribunal de Contas, necessidade de licitação.
Exemplos:
Empresa Pública: Serpro, Correios, BNDES, Caixa Econômica Federal, Novacap-DF, Caesb-DF, Casa da Moeda.
Derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito público: como dito, são entidades privadas
do Estado, mas que sofrem a influência de uma série de regras de direito público, como, por exemplo, a necessidade
de concurso e a prestação de contas ao tribunal competente.
Fonte: Livro Direito Administrativo Objetivo, Gustavo Scatolino. 2ª edição revisada e atualizada, página. 52.
Gabarito: Certo
Comentário:
Não há distinção entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista, no que se refere ao regime
de pessoal. Ambas devem contratar sob o regime do emprego público, baseado em relação contratual de
trabalho, sob a égide da CLT (com algumas derrogações previstas na própria Constituição). Isto por força do
art. 173, §1º, II, da CF/88, que determina que tais entidades devam se submeter ao mesmo regime das empresas
privadas, “inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários”. Está incorreto,
portanto, afirmar que as empresas públicas estariam autorizadas a se valer de regime estatutário.
Gabarito: Errado
No que concerne às regras e aos princípios específicos que regem a atuação da administração pública, julgue.
53. (Cespe/TJ-SE/Analista Judiciário/2014) As empresas públicas se diferenciam das sociedades de economia mista,
entre outros fatores, pela forma jurídica e de constituição de seu capital social.
Comentário:
São bastante pontuais as diferenças que podem ser estabelecidas entre as empresas públicas e as sociedades
de economia mista, sendo que as duas mais marcantes, de fato, dizem respeito à forma e à constituição do
capital social. Com efeito, empresas públicas podem ser revestidas sob quaisquer formas admitidas em Direito,
ao passo que as sociedades de economia mista devem ser instituídas, necessariamente, sob a forma de socie-
dades anônimas. No tocante à constituição do capital social, enquanto as empresas públicas são formadas
mediante aporte de capital integralmente público (assim entendido o capital que pertença apenas a pessoas
políticas ou a entidades da Administração Indireta), as sociedades de economia mista admitem ingresso de
capital privado, mantendo-se, todavia, o controle acionário nas mãos do ente político instituidor ou de entida-
de pertencente a sua Administração Indireta, tudo conforme art. 5º, incisos II e III, do Decreto-Lei nº 200/1967.
Gabarito: Certo
As Sociedades de Economia Mista não podem assumir qualquer forma empresarial admitida no Direito, deven-
do ser necessariamente Sociedades Anônimas. Já as Empresas Públicas, sim, podem revestir-se de qualquer
forma admitida.
Ademais, o poder público não cria uma sociedade de economia mista. O poder público autoriza mediante
Gabarito: Errado
Comentário:
As empresas públicas podem desempenhar dois tipos diferentes de atuações:
I – exercer atividades econômicas: Caixa Econômica Federal e BNDES, por exemplo, os quais não têm imuni-
dade tributária;
II – prestar serviços públicos: SERPRO e ECT, por exemplo, possuindo imunidade tributária.
Obs.: O gabarito dado pela banca foi certo, porém uma interpretação aprofundada dessa afirmativa a torna er-
rada. As empresas públicas não são diretamente criadas por autorização legal. Caso exista apenas a autorização
legal, não pode se dizer que a empresa pública foi criada. A autorização é apenas a fase preliminar de criação da
empresa pública.
A criação de empresas públicas e sociedades de economia mista depende de lei específica autorizativa, nos
termos do art. 37, XIX, da CF (redação dada pela EC 19/1998).
A lei específica autoriza o Poder Executivo a, por ato próprio (um decreto), proceder à instituição da entidade.
O Poder Executivo deverá providenciar o registro dos estatutos da entidade no registro competente, uma vez
que é esse registro que dará nascimento à pessoa jurídica, e não a edição da lei autorizativa. Apenas com o
registro dos estatutos da entidade no órgão competente a empresa pública terá sido criada.
Gabarito: Certo
Comentário:
Atualmente a matéria está pacificada: toda e qualquer entidade da administração indireta, não importa o seu
objeto, nem sua forma jurídica, se sujeita integralmente ao inciso II do art. 71 da Constituição Federal, inclusive
à sua parte final, que trata do instituto da tomada de contas especial, aplicável a quem dê causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.
Gabarito: Errado
Comentário:
O item aborda dois aspectos concernentes às estatais exploradoras de atividade econômica, quais sejam: a
inaplicabilidade da imunidade tributária e a impossibilidade de falência – ambos procedem. Acerca do últi-
mo entendimento, segue explicação: a sujeição ou não das empresas estatais à falência é objeto de grande
controvérsia na doutrina administrativa e civilista. Todavia, entre os autores administrativistas parece haver
certa estabilidade no sentido de não admitir a falência das empresas estatais que prestam serviços públicos,
em homenagem ao princípio da continuidade.
Nesta esteira, o professor Hely Lopes Meirelles defende que a falência é cabível apenas às empresas estatais
exploradoras de atividade econômica, pois é preceito constitucional sua submissão ao regime próprio das
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis e comerciais. Já as empresas estatais
prestadoras de serviços públicos, por conta do princípio da continuidade, não podem ter decretada a sua
falência.
Não obstante os louváveis posicionamentos dos autores citados, devemos permanecer com a literalidade do
art. 2º da Nova Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005), que expressamente prevê que “essa lei não se aplica às
empresas públicas e sociedades de economia mista”. Note que o dispositivo não faz distinção entre empresas
estatais prestadoras de serviços públicos e empresas estatais exploradoras de atividade econômica. Assim,
ficamos com o seguinte posicionamento: nenhuma empresa pública ou sociedade de economia mista, mesmo
sendo exploradora de atividade econômica, está sujeita à falência. (Prof. Elyesley Silva do Nascimento, Curso
de Direito Administrativo)
Observem que são duas condições para a extensão da imunidade tributária: prestadoras de serviço público
e não possuir finalidade lucrativa. Neste sentido, menciono dois julgados do STF: RE 580264/RS e RE 407099/RS.
Todavia, o item fala que são empresas públicas e sociedade de economia mista que exploram atividade
econômica, logo neste caso, a parte final está certa “nem são imunes aos impostos sobre o patrimônio, a renda
e os serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes”, posto que são exploradoras de
atividade econômica.
Gabarito: Certo
Comentário:
Art. 37, §6º da CF: “As pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros asse-
gurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”
Se o objeto da atividade for a exploração de atividade econômica em sentido estrito (tipicamente mercantil
e empresarial), a norma constitucional não incidirá; em consequência, a responsabilidade será subjetiva, re-
gulada pela lei civil. Se, ao contrário, executarem serviços públicos típicos, tais entidades passam a ficar sob a
égide da responsabilidade objetiva prevista na Constituição.
Em resumo:
• Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista prestadoras de serviço público: Responsabilidade objetiva.
• Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista exploradoras de atividade econômica: Responsabilidade
Gabarito: Certo
PARAESTATAIS
A questão se refere às paraestatais, que são entes privados que não integram a administração direta e nem a
indireta, mas que exercem atividades de interesse público sem finalidade lucrativa. Integram o chamado 3º setor.
Setores da Sociedade:
• 1º setor – Estado.
• 2º setor – iniciativa privada com fins lucrativos.
• 2º setor – iniciativa privada sem fins lucrativos.
Gabarito: Errado
Comentário:
As organizações sociais não têm fins lucrativos e exercem atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa científica,
ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura ou à saúde, ou seja,
atividades de interesse público.
Segundo a Lei nº 9.637/1998, art. 1º, uma entidade deve atender a três requisitos para ser qualificada como Organi-
zação Social:
Gabarito: Certo
Comentário:
Na OS o contrato celebrado com o poder público é o contrato de gestão, na OSCIP o instrumento celebra-
do com o poder público é o chamado termo de parceria, com foco no cumprimento de metas e resultados
previamente estabelecidos.
Gabarito: Errado
Comentário:
As entidades do terceiro setor têm personalidade jurídica de direito privado, não têm fins lucrativos e são
geridas por pessoas da sociedade civil (não há gestão estatal). Nesse sentido, as entidades paraestatais são
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por particulares – portanto, não integrantes
da Administração Pública -, que atuam em colaboração ou apoio ao Estado na prestação de atividades de
utilidade pública. Logo, as entidades paraestatais não possuem personalidade jurídica de direito público.
Gabarito: Errado
63. (Cespe/TCE-RN/Inspetor/2015) No que tange às organizações sociais e aos serviços sociais autônomos, julgue
o item seguinte. Embora não integrem a administração pública, os serviços sociais autônomos ou pessoas de
cooperação governamental, são pessoas jurídicas de direito público que produzem benefícios para grupos
sociais ou categorias profissionais.
Os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado, que atuam em cooperação com o
Estado; e não prestam serviço público delegado pelo Estado, mas sim atividade privada de interesse emi-
nentemente público.
Os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado, criadas mediante autorização legislativa
e que compõem o denominado sistema “S”. O nome sistema “S” deriva do fato de tais entidades estarem
ligadas à estrutura sindical e terem sempre sua denominação iniciando com a letra “S” de serviço.
Gabarito: Errado
No que tange às organizações sociais e aos serviços sociais autônomos, julgue o item seguinte.
64. (Cespe/TCE-RN/Inspetor/2015) A qualificação de uma entidade como organização social resulta de critério
discricionário do ministério competente para supervisionar ou regular a área de atividade correspondente ao
objeto social.
Comentário:
Nos termos do art. 2º da Lei nº 9.637/1998, a outorga da qualificação constitui decisão discricionária. Trata-se
de mera expectativa de direito à obtenção da qualificação, nunca direito adquirido.
Ao contrário das organizações sociais, a outorga do título de OSCIP é decisão vinculada, podendo-se falar em
direito adquirido à qualificação para todas as entidades que preencherem os requisitos exigidos na legislação.
Gabarito: Certo
Determinada organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), escolhida pela prefeitura de certa cidade
para a prestação de serviços em centro educacional, atrasou por dois meses os salários de seus empregados. Descon-
fiados de que as demais verbas trabalhistas não estavam sendo recolhidas, os empregados consultaram a Caixa
Econômica Federal e o INSS e certificaram-se de que a organização não realizava os depósitos havia vários meses.
A OSCIP, alegando que os repasses da prefeitura não estavam sendo realizados, deu aviso prévio aos empregados,
mas não lhes pagou nenhuma verba trabalhista. Em decorrência, a prefeitura foi chamada a se responsabilizar pelo
pagamento das verbas, visto que, segundo a defesa dos empregados, teria negligenciado sua função de fiscalização
da OSCIP.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, a respeito de terceirização, serviços públicos e
responsabilidade da administração pública.
65. (Cespe/TCE-RN/Auditor/2015) A qualificação de OSCIP, a exemplo da entidade em questão, é destinada a
pessoas jurídicas de direito privado com fins lucrativos, habilitando-as a receberem delegação estatal para o
desempenho de serviços sociais não exclusivos do Estado mediante incentivo do poder público e fiscalização
deste.
Comentário:
Lei 9.790/99
Art. 1º “Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas
de direito privado, sem fins lucrativos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias aten-
dam aos requisitos instituídos por esta Lei.”
Gabarito: Errado
66. (Cespe/AGU/Advogado da União/2015) Em consonância com o entendimento do STF, os serviços sociais autô-
nomos estão sujeitos ao controle finalístico do TCU no que se refere à aplicação de recursos públicos recebidos.
Gabarito: Certo
67. (Cespe/TJDFT/Técnico Judiciário/2013) Entidades paraestatais, pessoas jurídicas de direito privado que integram
a administração indireta, não podem exercer atividade de natureza lucrativa.
Comentário:
A administração pública pode ser direta ou indireta, sendo que a indireta é composta, basicamente, por
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. No entanto, há impor-
tantes entidades que não pertencem à Administração Pública que costumam colaborar com a atuação do
poder público na implementação de serviços de interesse público. Por atuarem sem objetivos econômicos
e estarem ao lado da Administração, são chamadas de paraestatais.
Assim, em economia, fala-se na existência de três setores. O 1º é o Estado, na prestação de serviços públicos. O
2º é o mercado, a atividade do particular na exploração de atividade econômica. Já o 3º são os particulares
que exercem atividades não econômicas, atuando sem fins lucrativos, na prestação de atividades de interesse
social, ao lado do Estado, na prestação de serviços não exclusivos de Estado. Recebem assim, fomento e outros
incentivos do Poder Público. São os casos dos serviços sociais autônomos, organizações sociais, organizações
da sociedade civil de interesse público, entidades de apoio etc.
Portanto, as paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado que não integram a administração pública
indireta.
Gabarito: Errado
Comentário:
A Lei nº 11.107/2005 dispõe sobre a contratação de consórcios públicos. Segundo esse diploma legal, consórcios
públicos podem ser constituídos como pessoa jurídica de direito privado ou de direito público. O art. 6º,
§2º, da Lei nº 11.107/2005 estabelece que a obrigação de contratação de pessoal seja regida pela CLT, no
caso de o consórcio revestir-se de personalidade jurídica de direito privado. Não existe essa obrigatoriedade
legal quando os consórcios assumirem personalidade jurídica de direito público.
§1º. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os
entes da Federação consorciados.
§2º No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público observará as normas de
direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão
de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.”
Gabarito: Errado
OUTROS ASSUNTOS
69. (Cespe/AGU/Advogado da União/2015) Em consonância com o entendimento do STF, os serviços sociais autô-
nomos estão sujeitos ao controle finalístico do TCU no que se refere à aplicação de recursos públicos recebidos.
Comentário:
Ementa: ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS VINCULADOS A ENTIDADES SIN-
DICAIS. SISTEMA “S”. AUTONOMIA ADMINISTRATIVA. RECRUTAMENTO DE PESSOAL. REGIME JURÍDICO DEFINIDO NA
LEGISLAÇÃO INSTITUIDORA. SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE. NÃO SUBMISSÃO AO PRINCÍPIO DO CONCURSO
PÚBLICO (ART. 37, II, da CF). 1. Os serviços sociais autônomos integrantes do denominado Sistema “S”, vinculados
a entidades patronais de grau superior e patrocinados basicamente por recursos recolhidos do próprio setor
produtivo beneficiado, ostentam natureza de pessoa jurídica de direito privado e não integram a Administra-
ção Pública, embora colaborem com ela na execução de atividades de relevante significado social. Tanto
Gabarito: Certo
70. O Estatuto do Idoso, por ser lei geral, não se aplica como critério de desempate em concursos públicos, em
caso de existência de lei específica.
Comentário:
O Estatuto do Idoso, por ser lei geral, não se aplica como critério de desempate, no concurso público de re-
moção para outorga de delegação notarial e de registro, quando existir lei estadual específica que regule o
certame e traga regras aplicáveis em caso de empate. Desse modo, a vaga deve ficar com o candidato que
tiver maior tempo de serviço público, caso a legislação estadual não prevê a idade como o primeiro critério
de desempate, não se aplicando o Estatuto do Idoso. Somente se poderia adotar o critério de desempate que
privilegiasse o mais idoso, se os candidatos tivessem também empatado quanto ao tempo de serviço público
– STF. 1ª Turma. MS 33046/PR, Rel. Min. Luiz Fux julgado em 10/3/2015 (Info 777).
Ressalta-se que não se está negando vigência ao Estatuto do Idoso, responsável por concretizar os direitos
fundamentais da proteção do idoso na ordem jurídica brasileira, amparado nos princípios da cidadania e da
dignidade da pessoa humana. Ocorre que, nesse certame em particular, a lei estadual, por ser norma especial
a regular o concurso público de remoção para outorga de delegação notarial e de registro, deve prevalecer
sobre o Estatuto do Idoso no ponto em que trate de critérios de desempate.
Gabarito: Certo
71. A servidora gestante tem direito de usufruir, em momento posterior, os dias de férias já gozados em
período coincidente com o da licença maternidade.
Comentário:
A Lei nº 8.112/1990 não assegura à servidora pública o direito de usufruir, em momento posterior, os dias de
férias já gozados em período coincidente com o da licença à gestante. (STJ. 2ª Turma. AgRg no RMS 39.563-PE,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/8/2015) ( Info 566)
No art. 80 da Lei nº 8.112/1990 são elencadas as hipóteses de interrupção das férias, não havendo a previsão
de interrupção pelo fato de a servidora estar no gozo da licença-maternidade. Confira:
Art. 80. “As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna,
convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade
máxima do órgão ou entidade.
Parágrafo único. O restante do período interrompido será gozado de
uma só vez, observado o disposto no art. 77.”
A palavra “somente” limita a consideração de hipóteses de interrupção de férias e não possibilita eventuais
aplicações extensivas. Torna-se indevida, assim, qualquer ampliação do rol desse dispositivo.
Nesse sentido, aliás, o STJ já decidiu pela impossibilidade de aplicação extensiva do art. 80, caput, da Lei nº
8.112/1990: “Discute-se nos autos a possibilidade de alteração das férias, em decorrência de licença médica,
após iniciado o período de gozo (...). Nos termos da legislação de regência, as hipóteses de interrupção de
férias são taxativamente previstas no artigo 80 da Lei nº 8.112/1990, dentre as quais não se insere o acometi-
mento de doença e a respectiva licença para tratamento médico” (AgRg no REsp 1.438.415 – SE, Segunda
Turma, DJe 13/5/2014).
Gabarito: Errado
72. Servidores ocupantes de cargo efetivo, em caso de prisão, também têm direito ao auxílio-reclusão.
Comentário:
Para a concessão do auxílio-reclusão da Lei nº 8.112/1990 não se aplica aos servidores públicos estatutários
ocupantes de cargos efetivos a exigência de baixa renda prevista no art. 13 da EC 20/98. Isso porque o
art. 13 da EC 20/98, apesar de falar em “servidores, segurados e seus dependentes”, somente é aplicável aos
O art. 13 da EC 20/98 não se aplica para os servidores públicos federais estatutários porque o auxílio-reclusão
deles é previsto no art. 229 da Lei nº 8.112/90, que não exige “baixa renda”. Assim, conclui-se que o art. 13
da EC 20/98 não afeta a situação jurídica dos servidores ocupantes de cargo público de provimento efetivo,
mas apenas dos servidores vinculados ao RGPS, isto é, empregados públicos, contratados temporariamente e
ocupantes de cargos exclusivamente em comissão.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.510.425 – RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/4/2015 (Info 560)
Gabarito: Errado
73. Serão integrais – não proporcionais – os proventos de aposentadoria de servidor público federal diagnosticado
com doença grave, contagiosa ou incurável, ainda que não esteja previsto em lei.
Comentário:
A CF/88 prevê, em seu art. 40, §1º, I, a possibilidade de os servidores públicos serem aposentados caso se tor-
nem total e permanentemente incapazes para o trabalho. Trata-se da chamada aposentadoria por invalidez.
Em regra, a aposentadoria por invalidez será paga com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Excepcionalmente, ela será devida com proventos integrais se essa invalidez for decorrente de acidente em
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei.
Assim, a concessão de aposentadoria por invalidez com proventos integrais exige que a doença incapacitante
esteja prevista em rol taxativo da legislação de regência.
O art. 41, §1º, I, da CF/88 é bastante claro ao exigir que a lei defina as doenças e moléstias que ensejam aposenta-
doria por invalidez com (taxativo).
Com base no entendimento acima exposto, o STJ tem decidido que serão PROPORCIONAIS (e não integrais)
os proventos de aposentadoria de servidor público federal diagnosticado com doença grave, contagiosa ou
incurável que não esteja prevista no art. 186, §1º, da Lei nº 8.112/1990 nem indicada em lei.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.324.671-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 3/3/2015 ( Info 557)
Gabarito: Errado
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Atenciosamente, seu amigo, Vinícius Soares. TMJ!
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