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Sentido orgânico-Uma conceção orgânica da Administração Pública inicia-se no séc.

XIX, altura em que, na


sequência das Revoluções Liberais, o conceito de separação de poderes das funções do Estado. A função
administrativa devia ser cometida a órgão especializados e independentes daqueles que exercessem as funções
legislativa e jurisdicional, a noção orgânica de administração publica recobre duas realidades, as pessoas coletivas e
os serviços públicos, por outro lado os indivíduos que atuam ao serviço da organização administrativa, isto é função
publica. No entanto, a administração publica em sentido orgânico se queda circunscrita aquela primeira
realidade(organizações).

Sentido material-Pode ser definida como a atividade típica dos serviços e agentes administrativos desenvolvida no
interesse geral da comunidade, com vista a satisfação regular e contínua das necessidades coletivas de segurança,
cultura e bem-estar, obtendo para o efeito os recursos mais adequados e utilizando as formas mais convenientes.

Sentido formal-esta acepçao faz apelo, desde logo as formas típicas de atuação da administração publica, a mesma
desenvolve se (atividade jurídica de autoridade) pelos seguintes modos, regulamentos, ato administrativo e o
contrato, cada qual exibindo determinadas características externas especificas e um valor formal que permite
designadamente, aporta los dos atos emanados do poder legislativo. A atividade instrumental da administração, no
sentido de atividade jurídica destinada a preparar, comunicar e executar os atos, regulamentos e contratos
administrativos. As ações materiais da administração, seja na veste de ações materiais de exercício, seja na de ações
de execução.

Delegação de poderes-Podemos definir a delegação de poderes (ou competências) como o acto (administrativo)
por intermédio do qual um órgão (o delegante), com base numa lei de habilitações permite que a sua competência
decisória em determinada matéria seja exercida por outro órgão (o delegante) da mesma ou de outra pessoa
coletiva. Art. 44º, Por vezes a lei, atribuindo a um órgão a competência normal para a prática de determinados
actos permite que o órgão delegue uma parte da sua competência noutro órgão administrativo. Há três teorias
quanto à natureza jurídica da delegação de poderes: Tese da transferência ou da alianação da competência, Tese da
autorização, Tese da transferência do exercício.

Hierarquia- A hierarquia consiste numa relação (exclusiva dos entes públicos), própria de um modelo de
organização administrativa vertical (de supra-infra ordenação), que liga dois ou mais órgãos com atribuições
comuns (porque integrantes da mesma pessoa coletiva) através de um vínculo jurídico consubstanciado no poder
de direção (a cargo do superior hierárquico) e no correlativo dever de obediência (que impede sobre o subalterno).
Em Portugal, assim como em países com idênticas raízes histórico-culturais, boa parte dos serviços públicos assenta,
todavia, o seu funcionamento naquele modelo vertical hierárquico, herdado do império romano e da igreja católica.
Resulta a definição de hierarquia que o poder de direção é o principal poder do superior, mas não o único, outos
dois integram, poder de supervisão e o poder de disciplina.

Administração Pública tem em vista toda uma gama de interesses coletivos que se referem a uma generalidade de
pessoas, a um público. Existe também distinção entre administração privada e pública. Para além do Estado, há
administradores privados ou individuais: aqueles que administram o seu património e os seus negócios ou o
património de outrem. A administração privada e administração pública distinguem-se quanto ao objeto, ao fim e
aos meios.

Quanto ao objeto, enquanto a administração pública visa satisfazer necessidades coletivas, a administração privada
ocupa-se antes da satisfação de necessidades individuais.

Quanto ao fim, enquanto a administração pública está por força da constituição e da lei, vinculada à prossecução de
um interesse público, a administração privada destina-se a prosseguir finalidades de carácter pessoal ou particular.

Quanto aos meios, enquanto a administração pública está habilitada a utilizar determinados meios de autoridade,
designadamente o regulamento e o ato administrativo, que se impõem aos destinatários, independentemente do
seu consentimento. Na administração privada, cada pessoa lança mão dos mecanismos jurídicos que melhor se
afeiçoam à posição de igualdade entre as partes

Superintendência-É o poder conferido ao governo ou a outra pessoa coletiva de fins múltiplos, como as autarquias,
de definir os objetivos, através de diretivas e regulamentação guiar a atuação das pessoas coletivas públicas
singulares colocadas por lei na sua dependência (exemplo: institutos públicos e empresas públicas). Assim
podemos dizer que a superintendência é a modalidade de relação típica que, na sequência de um processo de
devolução de poderes determinantes da criação da administração estadual indireta, passa a ligar o estado através
do governo à administração estadual indireta, embora também exista tutela administrativa. Não se presume, existe
quando prevista na lei expressamente.

Concentração e desconcentração - A questão de uma maior ou menor concentração (ou desconcentração) surge
apenas, dentro do Estado ou dentro de uma outra pessoa coletiva publica e, como salienta Freitas do Amaral, tem
como pano de fundo a organização vertical dos serviços públicos A Administração concentrada é caracterizada pela
circunstância de a tomada de decisões caber ao superior hierárquico, reservando-se para os subalternos as tarefas,
instrumentais, de informação e de execução das decisões que aquele tome. Na Administração desconcentrada o
poder de decidir é partilhado pelo superior e por um ou vários órgãos subalternos, que, no entanto, ficam sujeitos à
direção e supervisão daquele. A desconcentração traduz, portanto, um propósito de descongestionamento de
competências, liberando os superiores hierárquicos de tarefas que numa Administração concentrada lhe seriam
cometidas em exclusivo. Existe porem uma importante relação funcional interorgânica que esta subjacente aos
conceitos de concentração e desconcentração, isto é a Hierarquia administrativa. A hierarquia consiste numa
relação própria de um modelo de organização administrativa vertical, que liga dois ou mais órgãos com atribuições
comuns através de um vínculo jurídico unificado no poder de direção e no correlativo dever de obediência

Centralização e descentralização - O sistema centralizado, em sentido jurídico, é aquele em que a lei confere ao
estado a Totalidade das atribuições administrativas. Mais nenhuma pessoa coletiva pública tem, portanto, a seu
cargo a função administrativa. Pelo contrário, um sistema descentralizado é aquele em que a função administrativa
é confiada a várias pessoas coletivas públicas territoriais, nomeadamente o estado e as autarquias locais. A
centralização é particularmente vocacionada para assegurar a unidade do estado e para garantir uma melhor
coordenação no exercício da função administrativa. Tem, no entanto, o inconveniente de favorecer o crescimento
desmesurado do poder central e de potenciar a ineficácia da ação administrativa, descurando a vida local autónoma
e a autodeterminação das populações. A descentralização constitui um entrave ao absolutismo do poder central,
criando um modelo pluralista de Administração Pública e permitindo aos cidadãos a participação na tomada de
decisões em assuntos que contendam com os seus interesses. Do lado das desvantagens, avultam os riscos de
descoordenação no exercício da função administrativa, podendo ainda um sistema descentralizado pretextar o uso
indevido dos poderes discricionários da Administração.

Devolução de poderes-Deste modo, a devolução de poderes é o sistema por meio do qual alguns interesses
públicos do estado ou de umas pessoas coletivas da população e do território são cometidos por lei a pessoas
coletivas públicas de fins singulares. Este mecanismo permite descongestionar as responsabilidades e os trabalhos
do governo. À maneira de um desdobramento funcional da sua própria personalidade jurídica, o Estado passa a
efetuar uma administração indireta, uma vez que a lei devolve atribuições suas a outras pessoas coletivas auxiliar
dos instrumentais, que as prosseguem através de órgãos próprios. A devolução de poderes propicia, sem dúvida,
uma maior eficiência na gestão e uma redução da burocracia do estado central.

Competências e legitimação -A competência são os poderes pertencentes a um determinado instituto ou seja um


conjunto de poderes funcionais que a lei confere aos órgãos para a prossecução das atribuições das pessoas
coletivas, Em regra, as atribuições dizem respeito às pessoas coletivas em si, enquanto as competências se referem
aos seus órgãos. Isto significa que quando um órgão pretender atuar em conformidade, está duplamente
restringido: pela sua própria competência e pelas atribuições da pessoa coletiva onde se insere. A legitimação a
legitimação é quando um determinado organismo não tem competência para tal, mas um organismo superior
delega poderes nele e passa a ter legitimidade para atuar na matéria, é portanto ma qualificação específica dos
órgãos para exercer a sua competência na situação.

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