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​ Cálculos trabalhistas . Horas extras no sistema Pjecalc. Vicelmo Alencar .

maio/2019 ​
​ Cálculos trabalhistas . Horas extras no sistema Pjecalc. Vicelmo Alencar . maio/2019 ​

Apresentação

Caro leitor, é com muita alegria que preparamos para você esse
material, produzido com todo zelo e cuidado para que sirva como
instrumento de transformação em sua vida e por meio do qual
você possa crescer profissionalmente adquirindo conhecimentos
sedimentados nas melhores práticas profissionais.

O início de nossos estudos no desenvolvimento de cálculos


trabalhistas era bastante penoso pela ausência de plataformas consistentes e
unificadas de desenvolvimento de memoriais de liquidação de cálculos
trabalhistas.

O surgimento do Pjecalc veio como um divisor de águas nessa


matéria transformando tarefas repetitivas e cansativas em procedimentos
automáticos e precisos. Delegou-se, com essa plataforma, ao contador judicial
e aos advogados a tarefa de verdadeiros arquitetos dos cálculos trabalhistas.
Assim, a missão de pensar os cálculos tornou-se mais nobre com o Pjecalc.

Além disso, reconheceu-se a primordial importância do Advogado


nessa árdua tarefa de transformar direitos trabalhistas em valores monetários.
A partir da disponibilização do Pjecalc cidadão as partes foram colocadas em
pé de igualdade em relação à matéria cálculos trabalhistas de maneira que as
tecnologias disponíveis até então somente para os servidores ganharam um
espectro comunitário.

Pensando nessa nova perspectiva, esse curso foi elaborado tendo


como suporte quase duas décadas de estudos e desenvolvimento de
treinamentos presenciais no âmbito da Justiça do Trabalho do Rio Grande do
Norte.

Depois de adquirirmos um considerável ​know-how na área, partimos


para sonhos mais arrojados por meio da criação de um portal na plataforma
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Youtube que, no início, não tinha maiores pretensões, mas que com o passar
dos anos se tornou um dos mais importantes instrumentos de dissipação do
conhecimento técnico e, por meio do qual, buscamos colaborar com os
advogados, servidores, peritos e as partes no sentido de democratizar técnicas
ótimas na criação de memoriais de cálculos trabalhistas.

Seja bem vindo!

Neste ebook tratamos da configuração de horas extras no sistema


Pjecalc incluindo o cadastro de cartões de ponto e apuração de intervalos.

Mergulhemos no mundo dos cálculos!!

Vicelmo Alencar
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Jornada de Trabalho

O estudo da jornada de trabalho talvez seja a parte da matéria


cálculos trabalhistas que envolve o maior grau de atenção por
parte do estudante. Essa dificuldade, porém, talvez ocorra em
razão da extensa legislação sobre o assunto aliada à
dinamicidade que envolve a própria relação de trabalho no Brasil.

Neste resumo, procuraremos demonstrar da forma mais simples


possível os principais elementos que envolvem o cálculo de horas extras com a
aplicação paralela ao sistema Pjecalc.

Horas extraordinárias, suplementares ou em sobrejornada são


aqueles espaços temporais, sejam horas ou minutos, que ultrapassem a
jornada padrão fixada para determinado lapso temporal. Esse parâmetro pode
ser diário, semanal, quinzenal ou mensal.

Nesse sentido, o artigo 7º, inciso XVI, da CF/88, combinado com o


artigo 59, parágrafo 1º, da CLT, determina que o valor da remuneração do
horário suplementar será, no mínimo, 50% superior ao valor da hora normal.

O cálculo da hora extra deve ser realizada observando-se a seguinte


fórmula:

base de cálculo / divisor mensal * quantidade de horas extras *


adicional legal

Lembrando que base de cálculo é o valor sobre o qual será calculado


o valor de uma hora trabalhada e partir desse cálculo aplicar o percentual
correspondente.

O divisor, por sua vez, dependerá carga horária mensal. Trataremos


disso em seguida.
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Desse modo, para um trabalhador que tenha um salário baseado no


salário mínimo, que tenha sido contratado para trabalhar 44 horas semanais e
tenha realizado 30 horas extras em determinado mês, faremos a seguinte
operação matemática:

998,00 / 220 * 30 * 1,5 = 204,13

O cálculo das horas extras no sistema Pje calc pode ser realizado
registrando-se, de forma manual, a quantidade de horas prestadas ou
informando-se a jornada trabalhada, isto é o horário de cada dia de labor para
que o próprio sistema apure a quantidade de horas trabalhadas além da
jornada padrão.

Critérios matemáticos

É essencial para o exercício da atividade de cálculo, saber trabalhar


com percentuais, índices e horas relógio em termos matemáticos.

Antes da existência do Pjecalc, os erros de cálculo decorriam, em


regra, de equívocos nos critérios aritméticos, seja dividindo ou multiplicando
números, índices, na transformação de percentuais em números índices e
vice-versa.

Transformação de percentual em índice

A transformação de percentual em número índice é importante na


atividade de cálculo, principalmente quando se trabalha com acumulação de
índices de correção monetária ou de reajustes salariais. É comum índices
serem apresentados em percentuais (INPC, IGP, TR entre outros). Porém, para
acumular tais percentuais a fim de se apurar a variação ocorrida em um
determinado período, é necessário transformar os percentuais em números
índices, bastando para tanto dividir o percentual por 100 e somar ao resultado
encontrado 01 (um) inteiro.
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Um exemplo claro disso é o índice que utilizamos para


acrescentarmos à hora trabalhada o percentual de 50% no caso de horas
extras. Na verdade, nós temos que calcular 100% de uma hora acrescido do
adicional constitucional de 50%, ou seja 150%. Desse modo, para facilitarmos o
cálculo transformamos esse número em índice usando a fórmula acima
(50/100 + 1) resultando em 1,5.

Lançando-se mão de outros exemplos, teremos:

20% = 20 / 100 + 1 = 1,2

2,61% = 2,61 / 100 + 1 = 1,0261

Transformação de índice em número percentual

No sentido inverso, para transformar número índice em percentual,


basta diminuir 01 inteiro do número índice e multiplicar o resultado
encontrado por 100.

Assim, teremos:

1,2 = 1,2 - 1 x 100 = 20%

1,0261 = 1,0261 - 1 x 100 = 2,61%

2,5 = 2,5 - 1 x 100 = 150%

​Acumulação de índices de correção

De forma geral, para acumular percentuais ou apurar a variação


ocorrida em um determinado período não se somam ou diminuem
percentuais. Primeiramente, transformamos os percentuais em números
índices e depois trabalhamos com estes valores seja para acumular
percentuais, multiplicando número índice por número índice, ou para diminuir
percentuais, dividindo número índice por número índice. Esta é a
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metodologia aplicada em relação a alguns índices de correção, tais como a TR,


o INPC, o IPCA-E, entre outros.

Dessa forma:

Acumulação de percentuais: % + % = nº índice X nº índice

Transformação de hora sexagesimal (hora relógio) em hora centesimal

No cálculo trabalhista, a apuração do número de horas deve ser


efetuada com base na hora centesimal e não na hora sexagesimal (hora
relógio). A hora sexagesimal tem 60 minutos e a hora centesimal trabalha com
frações de 100. Para transformar hora sexagesimal em hora centesimal, cabe
dividir o número de minutos por 60. Assim para transformar 25 minutos em
hora centesimal, deve-se dividir 25 por 60, apurando-se 0,42 centésimos da
hora. A hora sexagesimal ou hora relógio é separada por dois pontos e a hora
centesimal por vírgula, como por exemplo 1:25 (uma hora e 25 minutos) = 1,42
(uma hora e 42 centésimos da hora).

Não obstante essas informações serem importantes no cálculo


trabalhista, com o surgimento do Pjecalc a maioria dessas operações foram
automatizadas. Ressalte-se porém que em algumas situações ainda lançamos
mão desses conhecimentos mesmo usando o Pjecalc. Por exemplo, ao
calcularmos o ​FGTS acrescido da multa de forma manual, utilizaremos o índice
1,112 que corresponde a (8% sobre o valor da base salarial acrescido de 40%,
correspondente à multa, calculada sobre esse mesmo percentual de 8%).

Números de semanas do mês

O mês possui 4,285714 semanas equivalente à divisão de 30 / 7. Com


este fator é possível, a partir de qualquer valor apurado por semana,
determinar o valor mensal, desde que o valor seja fixo para todas as semanas
do mês.
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Logo, o deferimento de 5 horas extras semanais resultará em 21,43


horas extras no mês. Número semanal de horas extras (5) multiplicado pelo
número de semanas no mês (4,285714).

Já tratamos em outro tópico sobre alguns conceitos de base de


cálculo mas na próxima aula aprofundaremos esse estudo analisando a base
de cálculo das horas extras.
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Horas extras com percentuais distintos

É comum encontrarmos, em decisões de dissídios coletivos, acordos


ou convenções coletivas, um acréscimo para pagamento de hora extra
superior a 50%, quando o trabalho diário ultrapassar determinada quantidade
de horas extras, conforme demonstrado no exemplo abaixo:

Até 2 horas extras por dia o empregado terá direito a um adicional de


50%.

Acima de 2 horas extras por dia o empregado terá direito a um


adicional de 70%.

Destaque-se que, no Pjecalc, esse tipo de contagem é incompatível


com a contagem semanal de horas horas extras. Caso a alteração no
percentual seja a partir de ​x horas extras semanais, e não diárias, o lançamento
deve ser manual.

Além disso, é importante que sempre se deve consultar tais


instrumentos para aplicação do correto percentual aos cálculos e até para
analisar se há uma regra específica definida para o pagamento do labor
extraordinário a exemplo do citado acima.

No sistema Pjecalc isso pode ser configurado, conforme marcação da


tela abaixo:
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A configuração acima fará com que o sistema Pjecalc gere, na tela de


apuração do cartão de ponto, uma coluna em separado contendo as
quantidades correspondentes a estas horas extras, coluna esta que poderá ser
utilizada na configuração dos cálculos das horas extras, no campo
"quantidade", conforme demonstrado na imagem abaixo que exibe o
relatório de apuração das horas extras.

Além disso, a quantidade dessas horas extras calculadas em


separado pode ser utilizada como divisor na tela de parâmetros dos cálculos,
conforme demonstrado na figura abaixo
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Desse modo, se tivermos dois percentuais distintos para o mesmo


contrato e para o mesmo período será necessário criarmos duas verbas
diferentes, selecionando-se na tela de configuração da verba (parâmetros)
cada uma das colunas.

Outra regra que deve ser observada, quando o salário do trabalhador


for definido por mês, diz respeito ao cálculo referente à apuração do valor do
salário hora, sobre o qual incidirá o acréscimo para pagamento da hora extra.
O artigo 64 da CLT determina que o salário-hora ​será obtido dividindo-se o
salário mensal correspondente à duração do trabalho, a que se refere o art.
58, por 30 vezes o número de horas dessa duração.

Neste tópico, devemos dispensar um pouco mais de atenção.

É que o artigo 58 da CLT prevê que a duração normal da jornada não


excederá de 8 horas diárias e, se multiplicássemos 8 horas, por 30 dias,
teríamos uma base de 240 horas mensais, o que poderia nos dar o
entendimento de que esta seria a base para apuração do salário-hora.
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Não obstante, é necessário interpretar o artigo 64 da CLT em função


do que dispõe a CF/88, em seu artigo 7º, inciso XIII, que limitou a duração
normal do trabalho em 44 horas semanais. Este comando constitucional nos
remete a um entendimento de que 44 horas semanais implica, ao dividimos
44 horas pelos 6 dias úteis da semana, em uma duração normal de horas
diárias de 7 horas e 20 minutos.

Assim, aplicando a regra do artigo 64 da CLT e multiplicando


7h20min (ou 7,33 horas) por 30 dias encontramos que o correto divisor do
trabalhador mensalista para apuração do salário hora é o equivalente a 220
horas mensais. Portanto, o salário hora do mensalista que labora 44 horas
semanais é igual a Salário Mensal dividido por 220.

Para os empregados que têm jornada inferior a 44 horas semanais,


devem ser observadas regras semelhantes e proporcionais.

Há algumas categorias profissionais que possuem regras próprias


em razão da peculiaridades de suas jornadas a exemplo dos advogados
empregados e dos bancários.

Com relação a esses últimos, a partir de 2016, a Súmula nº 124 da


Corte estabeleceu que o divisor aplicável para o cálculo das horas extras do
bancário submetido à jornada de seis horas é de 180 e de 220 para os
submetidos a oito horas.

Súmula nº 124 do TST

BANCÁRIO. SALÁRIO-HORA. DIVISOR (alteração em razão do


julgamento do processo TST-IRR 849-83.2013.5.03.0138) - Res.
219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 – republicada -
DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017

I - o divisor aplicável para o cálculo das horas extras do bancário


será:

a)180, para os empregados submetidos à jornada de seis horas


prevista no ​caput​ do art. 224 da CLT;
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b) 220, para os empregados submetidos à jornada de oito horas,


nos termos do § 2º do art. 224 da CLT.

II – Ressalvam-se da aplicação do item anterior as decisões de


mérito sobre o tema, qualquer que seja o seu teor, emanadas de
Turma do TST ou da SBDI-I, no período de 27/09/2012 até 21/11/2016,
conforme a modulação aprovada no precedente obrigatório
firmado no Incidente de Recursos de Revista Repetitivos nº
TST-IRR-849-83.2013.5.03.0138, DEJT 19.12.2016.

Lembrando que, quanto menor o divisor maior será o resultado


monetário da operação de horas extras.

Para aqueles trabalhadores que atuam em jornada 12x36, isto é,


trabalhando em dias alternados, tais como os vigilantes o entendimento do
TST é no sentido de que o divisor deve ser 220. É o que se extrai da decisão
abaixo (Vara do Trabalho de Macau - 1 º Grau - 0000597-91.2017.5.21.0024)

DO DIVISOR DAS HORAS EXTRAS:


O Reclamante alega que a empresa reclamada utilizava o ​divisor 220
para o cálculo de suas ​horas ​extras​, mas que a jornada de 12x36 na qual
trabalhava enseja um total de 210 ​horas de serviço. Busca a diferenças
das ​horas ​extras já pagas, pela utilização do ​divisor 210 e reflexos sobre
RSR, férias + 1/3, 13º salários, FGTS + 40% e aviso prévio.
Ocorre que a jornada de 12x36 enseja uma jornada mensal de 220h de
serviço, mesmo se for considerada a ​hora noturna reduzida do Art. 73, §
1º da CLT, conforme entendimento do C. TST sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA . NULIDADE DO V.


ACÓRDÃO REGIONAL POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO ORDINÁRIO
DO RECLAMANTE. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. USO DE
MOTOCICLETA. SALÁRIO E ​ XTRA​FOLHA. DESCONTO DO
VALE-TRANSPORTE. INTERVALO INTRAJORNADA. FERIADOS
TRABALHADOS. JORNADA 1 ​ 2X36​. PAGAMENTO EM DOBRO.
SALÁRIO ​EXTRA​FOLHA. SÚMULA 340/TST. INSTRUMENTOS
COLETIVOS A ​ PLICÁVEIS.​ SEGURANÇA PATRIMONIAL. Não
demonstrada nenhuma das hipóteses do art. 896 da CLT e diante da
incidência do art. 896 , § 1º-A, III, e § 8º , da CLT , não há como
acolher a pretensão da Recorrente. Agravo de instrumento de que se
conhece e a que se nega provimento. RECURSO DE REVISTA DA
RECLAMADA . H ​ ORAS ​EXTRAO ​ RDINÁRIAS. ​REGIME12X36​.
DIVISORAPLICÁVEL.​ O Tribunal Regional entendeu que o d ​ ivisor a
ser aplicado para cálculo das ​horas e ​ xtras trabalhadas em escala
12x36 ​horas é o 210. O entendimento deste Tribunal Superior é de
que, sendo válida a adoção do sistema 1 ​ 2x36 de compensação de
jornada, como no caso, apenas são consideradas sobrejornada as
horas trabalhadas após a 44ª h ​ ora semanal, o que autoriza a
aplicação do ​divisor 220. Recurso de revista de que se conhece e a
que se dá provimento. ​(TST - ARR: 108312820155030017, Relatora
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Ministra: Cilene Ferreira Amaro Santos, data de publicação: DEJT


15/12/2017.)

Assim, por entender que inexiste irregularidade na utilização do ​divisor 220 no caso
concreto, ​razão pela qual julgo improcedente o pedido.
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Não aplicação da OJ 394 do TST

Atenção!!

Sabemos que o limite semanal de horas trabalhadas é de 44


horas e que cada semana possui 6 dias.

Desse modo,

44 / 6 = 7,33. Esse número representa o limite máximo de horas


diárias, quando o critério é a apuração semanal - note que nessa conta não
estão sendo contabilizadas as horas correspondentes aos repousos mas
apenas seis dias úteis.

7,33 * 30 = 220 - Assim, nessa outra conta, quando multiplicamos 7,33


por 30 dias estamos inferindo que os repousos não estão incluídos na conta já
que para se chegar ao número 7,33 não levou-se em consideração os repousos.

7,33 * 25 = 183,33 - Nesse contexto, se multiplicamos o número 7,33


somente pela quantidade de dias úteis resultará em 183,33.

Assim, apresentadas essas premissas, concluímos que, se


utilizássemos o divisor 183, não seria necessário a repercussão das horas extras
em repouso semanal remunerado, mas se utilizarmos o divisor 220 é
necessário essa repercussão, conforme vimos acima.

Qual a importância das premissas acima?

Fundamentalmente, no cálculo dos reflexos sobre o repouso


semanal remunerado. Normalmente, efetuamos a seguinte operação lógica:
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No quadro acima, considerando que foi utilizado um divisor 220, o


reflexo sobre as verbas aviso prévio, férias + 1/3 e 13º salário não contemplou em
sua base o repouso semanal remunerado. Nós vimos na explicação acima que,
no divisor 220, não constam os dias relativos os repousos. Assim, o cálculo
acima está equivocado. O entendimento acima está consubstanciado na OJ
394 do TST.

OJ-SDI1-394 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO - RSR.


INTEGRAÇÃO DAS HORAS EXTRAS. NÃO REPERCUSSÃO NO
CÁLCULO DAS FÉRIAS, DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO, DO
AVISO PRÉVIO E DOS DEPÓSITOS DO ​FGTS​. (DEJT divulgado em
09, 10 e 11.06.2010)

A majoração do valor do repouso semanal remunerado, em razão


da integração das horas extras habitualmente prestadas, não
repercute no cálculo das férias, da gratificação natalina, do aviso
prévio e do FGTS, sob pena de caracterização de “bis in idem”.

No quadro abaixo nós temos a configuração mais adequada para


cálculo dos reflexos. Primeiramente, as horas extras devem refletir no cálculo
do Repouso Semanal Remunerado e posteriormente a soma das duas verbas
(horas extras + RSR) servem de base para as demais verbas.
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Nessa matéria o TST já modificou seu entendimento.

O Colendo Tribunal votou no sentido de fixar, para o Tema Repetitivo


n° 9, tese jurídica nos seguintes termos: "A majoração do valor do repouso
semanal remunerado, decorrente da integração das horas extras habituais,
deve repercutir no cálculo das demais parcelas que se baseiam no complexo
salarial, não se cogitando de '​bis in idem​' por sua incidência no cálculo das
férias, da gratificação natalina, do aviso prévio e do ​FG​TS
​ ​" .

Para melhor compreensão do tema poderíamos analisar de forma


análoga que para o pagamento do décimo terceiro salário, realizado de forma
ordinária, isto é, em dezembro de cada ano, são considerados na base de
cálculo dessa verba tanto a média das horas extras realizadas como o
pagamento do repouso semanal decorrente de tais horas. De igual modo, o
cálculo do FGTS em cada um dos meses, considera tanto as horas extras
realizadas e pagas quanto o repouso semanal remunerado sobre essas horas
extras.
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​Contagem de horas semanais

Dependendo da categoria do trabalhador, a jornada diária pode


variar, a exemplo da jornada de advogado empregado que não pode
ultrapassar 4 horas diárias. O mais comum, no entanto, é que a jornada diária
padrão seja de oito horas com quarenta e quatro horas semanais nos termos
do que dispõe o art. 7º, inciso XIII da Constituição Federal.

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias


e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho.

Alguma confusão pode ser gerada na hora da contagem das horas


extras, pois alguns operadores do direito consideram como extraordinárias
aquelas que ultrapassam a jornada diária enquanto outros consideram como
extraordinárias apenas as que ultrapassam a jornada semanal. No entanto, a
escolha do critério a ser utilizado deve evitar o ​bis in ide​m, isto é, deve-se evitar
que haja a contagem em duplicidade de tais horas.

Para que se evite essa duplicidade, lançando-se mão de uma


interpretação linguística, há que se entender que a conjunção e, no citado
dispositivo legal, que une os dois critérios, o semanal e o diário, na verdade
tem o condão alternativo, ou seja, não se pode ultrapassar a jornada diária ou a
semanal. Por exemplo, se na segunda-feira o trabalhador ultrapassou em 4
horas a sua jornada padrão e somando-se a jornada semanal trabalhada houve
um total de 48 horas de labor, não devem ser pagas oito horas extras mas
apenas quatro horas extras, de maneira que não haja duplicidade na
contagem.

Além disso, uma dúvida que pode permear essa matéria ocorre no
caso de o empregado trabalhar em excesso em um ou mais dias da semana
sem ultrapassar, contudo, a jornada semanal de 44 horas. Nesse caso, como a
Constituição Federal determina que não podem ser ultrapassados nenhum
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dos parâmetros (semanal ou diário), também deve haver o pagamento de


horas extraordinárias, salvo se houver acordo de compensação de horas válido.

O mais comum é que, na hipótese de sentença judicial, seja


determinado o cálculo que mais favoreça ao reclamante. No Pjecalc deve ser
marcada essa opção, conforme tela abaixo:

Por exemplo, se o empregado trabalhou 4 horas a mais do que sua


jornada em um dia da semana mas somente ultrapassou a jornada semanal
em duas horas, pelo critério mais favorável serão contabilizadas 4 horas extras,
como no exemplo abaixo em que foram realizadas quatro horas extras na
segunda feira mas não foi ultrapassada a jornada semanal.

DIA
segunda terça quarta quinta sexta sábado total
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horas
trabalhadas 2:00 8:00 8:00 8:00 8:00 4:00 4
horas

horas extras
4:00 4:00

Outra variável que envolve a questão é a aplicação de compensação


de jornada por meio de ajustes individuais ou coletivos.

Para pacificar as situações em que houve acordo de compensação,


mas não houve o reconhecimento legal desses ajustes realizados entre as
partes o TST editou a famosa Súmula 85.

Súmula nº 85 do TST

COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item VI) - Res. 209/2016,


DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016

I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por


acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva.
(ex-Súmula nº 85 - primeira parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ
21.11.2003)

II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo


se houver norma coletiva em sentido contrário. (ex-OJ nº 182 da
SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)

III. O mero não atendimento das exigências legais para a


compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante
acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas
excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada
máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
(ex-Súmula nº 85 - segunda parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ
21.11.2003)

IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo


de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que
ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como
horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à
compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por
trabalho extraordinário. (ex-OJ nº 220 da SBDI-1 - inserida em
20.06.2001)
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V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime


compensatório na modalidade “banco de horas”, que somente
pode ser instituído por negociação coletiva.

VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade


insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a
necessária inspeção prévia e permissão da autoridade
competente, na forma do art. 60 da CLT.

TABELA DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DA SÚMULA 85 DO TST

Para melhor entendimento da tabela acima, verifica-se que a


jornada padrão do empregado era de 8 horas diárias e que foi realizado um
acordo de prorrogação em que o trabalhador poderia trabalhar 01 hora a mais
de segunda a quinta-feira. No entanto, na segunda-feira ele trabalhou 12 horas,
isto é, três horas a mais que o determinado no acordo e quatro horas a mais do
que o horário padrão que é de oito horas diárias. Nos demais dias (terça, quarta
e quinta) trabalhou dentro do acordo, isto é, nove horas.

Desse modo, na hipótese acima, se não houver nenhum tipo de


acordo de compensação, o empregado terá direito a 7 horas extras na semana.
Caso haja um acordo de compensação mas não tenham sido observadas as
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formalidades legais e tenha sido determinada a aplicação da Súmula 85 do


TST, teremos a seguinte situação:

Caso o acordo não respeite as exigências legais aplica-se o item III da


Súmula 85 e não deve haver pagamento de horas extras para as horas em
sobrejornada desde que a soma dessas horas não ultrapassem a jornada
semanal.

No exemplo acima, sobre as quatro horas ajustadas localizadas na


terceira linha da tabela devem ser pagos apenas os adicionais de horas extras,
que na fórmula do cálculo das horas com 50% é representado por 0,50. Desse
modo, no exemplo citado, se não houve acordo teríamos 7 horas extras, mas se
houve acordo, porém faltou alguma exigência legal, por exemplo, aplica-se a
Súmula 85 em seu item III, e serão devidas, portanto, apenas três horas extras
completas, com multiplicador 1,5, no caso de horas extras 50% além de quatro
adicionais com multiplicador 0,50, também no caso de horas com 50%.

Como forma de simular as informações contidas na tabela acima,


lançamos no Pjecalc uma jornada de trabalho que retratasse a mesma
quantidade de horas extras, conforme figura abaixo:
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No sistema Pjecalc essa configuração deve ser realizada por meio da


marcação do item correspondente localizada no menu principal "cartão de
ponto", conforme imagem abaixo. No campo de quantidade deve ser
informada a quantidade de horas diárias em que é permitida a extrapolação
da jornada diária, contidas na terceira linha da coluna acima, ou seja, 1 hora.
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Saliente-se que o sistema Pjecalc não permite a marcação


simultânea de horas em conformidade com a Súmula 85 e horas extras
noturnas. Para maiores esclarecimentos recomendamos que o leitor assista a
aula abaixo:

Horas ​in itinere

As horas ​initinere também chamadas de horas de percurso nada


mais são do que intervalos em que o empregado encontra-se em
deslocamento para o trabalho ou do trabalho e que a legislação considerava
com horas de efetivo labor. Desse modo, essas horas devem ser somadas à
jornada efetiva de trabalho e se, somadas as duas jornadas (efetiva +
deslocamento) o empregado ultrapassar a jornada padrão, geralmente diária,
haverá o pagamento de horas extras. Como normalmente os empregados
trabalham a jornada completa, as horas de percurso sempre são consideradas
horas extras.

A forma de cálculo, no entanto, é exatamente a mesma das horas


extras normais.
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Domingos e feriados em dobro

O cálculo de domingos e feriados em dobro pode ser lançado


utilizando-se o calendário do sistema Pjecalc, na hipótese em que todos os
feriados foram trabalhados sem compensação, conforme tela abaixo:

Intervalo Interjornada

Todo empregado urbano, rural ou doméstico tem direito ao


descanso semanal remunerado (DSR) de 24 (vinte e quatro) horas
consecutivas, sendo preferencial aos domingos, nos feriados civis e religiosos,
de acordo com a tradição local. Todo empregado deverá usufruir ao menos
um domingo de folga no mês (Art. 67 da CLT).

Intervalo Intrajornada

Ele também terá direito ao descanso dentro da jornada de trabalho


para descanso ou alimentação, conforme o que estabelece o artigo 71 da CLT.

Art. 71 da CLT - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração


exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo
para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma)
hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não
poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,


obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.
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A forma de cálculo no sistema Pjecalc é similar àquela utilizada para


cálculo das horas extras normais. Recomendamos a leitura do tópico e que
tratamos dos cartões de pontos no Pjecalc.

Na parte que tratamos do cartão de ponto o leitor encontrará mais


informações sobre a configuração dos intervalos.

Dedução de horas extras pagas

Quanto a dedução de horas extras pagas e constantes nos


comprovantes de pagamento de salários, o calculista deverá realizar o
abatimento pelo valor global, não se limitando ao mês de apuração, a teor do
que dispõe a OJ 415 do TST. Esse mesmo entendimento foi retratado na
decisão abaixo (4ª Vara do Trabalho de Mossoró - 1 º Grau -
0000454-76.2015.5.21.0023):

Ressalte-se também que essas horas extras pagas não podem fazer
parte da base de cálculo das horas extras calculadas sob pena de se incidir em
duplicidade (​non bis in idem​).
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Cartões de ponto

O uso do cartão de ponto no sistema Pjecalc é talvez a parte que


mais apresente dúvidas ante a grande quantidade de controles que as telas do
sistema oferecem.

Mas vamos lá!

O primeiro passo para desvendar a contagem de horas extras diz


respeito à inserção no Pjecalc dos dados, isto é do histórico do horário
trabalhado pelo empregado. Normalmente nós temos três tipos de
lançamento. A situação mais simples ocorre quando já temos previamente
apurada a quantidade de horas extras prestadas, a qual já foi arbitrada em
sentença, por exemplo, 30 horas extras semanais. A outra situação ocorre
quando temos apenas os horários predefinidos, por exemplo, o empregado
trabalhava às segundas, quartas e sextas das 07:00 às 20:00 e às terça e
quintas das 09:00 às 19:00. Por fim, a terceira situação ocorre quando temos
apenas o cartão de ponto do trabalhador.

Na primeira hipótese, quando temos a quantidade de horas


semanais, basta multiplicar essa quantidade pela quantidade de semanas do
mês. Caso o leitor tenha dificuldade na contagem da quantidade de semanas
do mês indicamos o tópico que tratamos de aspectos matemáticos das verbas
trabalhistas. Apurada a quantidade mensal, deve-se lançar esse total de horas
diretamente no campo referente à quantidade de horas, contido na tela de
configuração da verba conforme passos abaixo:
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Primeiramente clique no menu verbas e crie uma nova verba,


clicando no menu expresso

Na tela seguinte, clique em horas extras, de acordo com o percentual


desejado

Essa verba criada ficará no topo da tela.

Feito isto, clique no primeiro ícone existente na linha correspondente


à verba criada no passo anterior.

E informe, no campo "quantidade" a quantidade total de horas extras


mensais e estipulado na sentença, conforme tela abaixo:
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O marcador "proporcionalizar" indica que, se marcado, a quantidade


e horas será proporcional aos dias efetivamente trabalhados. Para isso o
sistema considerará período de férias gozadas e faltas (justificadas ou não)
bem como a quantidade de dias trabalhado no último mês de serviço.

Mas, se o usuário não possui a quantidade de horas mensais e dispõe


apenas da jornada de trabalho do empregador registrada em seu cartão de
ponto, será necessário usar a tela de cartão de ponto do Pjecalc para apurar
essas horas.

Desse modo, primeiramente será necessário clicar no menu "cartão


de ponto", e em seguida clicar no botão "novo", conforme abaixo:
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Na tela seguinte, o usuário terá acesso a todas as configurações


necessárias para o cálculo de verbas relacionadas à jornada. Vamos tratar de
cada uma delas.

Primeiramente é importante destacar que o usuário poderá criar


vários períodos de horas extras desde que não haja choque entre eles, isto é
devem ser períodos distintos, conforme tela "critérios de apuração", abaixo
exibida:

Se o calculista dispõe da jornada semanal do trabalhador e essa


jornada se repete durante todo o contrato, deve-se marcar a opção
"programação semanal" localizada no grupo preenchimento de jornada,
localizada na parte inferior da tela, conforme abaixo:
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A tela exibirá uma tabela para preenchimento, conforme figura


abaixo. As outras opções trataremos em breve:

Por outro lado, se o calculista dispõe apenas do cartão de ponto, ele


poderá também usar a opção acima, preencher a jornada considerando os
horários mais comuns e depois realizar as alterações em cada um dos meses.
Ao informar a jornada e clicar no botão "salvar" o sistema exibirá a tela abaixo,
com três botões: "novo", em que é possível criar mais um período de cartão de
ponto, "grade de ocorrências" em que é possível alterar a jornada em cada um
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dos meses do contrato de trabalho e "visualizar cartão" por meio do qual é


possível apurar a quantidade de horas extras.

Por enquanto vamos tratar da grade de ocorrências. Ao clicarmos


nesta opção, o sistema retornará uma tela em que é possível realizar
alterações nos horários selecionando o mês desejado e clicando no botão
salvar, conforme demonstrado na tela abaixo. Importante destacar que é
necessário clicar em salvar em cada um dos meses alterados.

Realizadas todas as alterações o usuário deverá voltar ao menu


"cartão de ponto" e clicar no botão "visualizar cartão". Será exibida a tela
abaixo:
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Ao clicar no botão apurar cartão de ponto o sistema exibirá uma


tabela com todas as apurações, conforme configuração realizada na tela de
"critérios de apuração", que já demonstramos acima, e mais uma vez exibimos
abaixo:
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Dese modo, no menu "cartão de ponto", ao clicarmos em "visualizar


cartão" e em seguida em "apurar de cartão de ponto" será exibida a seguinte
tela

Todas as colunas existentes nessa tela, de acordo com o que for


marcado na tela "critérios de apuração" serão exibidas na tela de configuração
da verba "horas extras". Demonstraremos isso em breve.

A partir desse momento, o sistema já realizou a apuração do cartão


de ponto. Ao voltarmos à tela de cartão de ponto e clicarmos no botão
"visualizar cartão", não mais será exibida a tela "montar". Por falar nisso, vamos
tratar agora de alguns aspectos relacionados a essa tela. Para voltar a exibir
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essa tela será necessário excluir a apuração já realizada clicando no botão


"excluir" localizado na parte inferior da tela que exibe as horas extras apuradas,
conforme abaixo:

Importante!

Ao clicarmos neste botão estaremos excluindo apenas a apuração e


não o cartão de ponto lançado. Além disso, somente será possível
excluir uma apuração se não houver nenhuma coluna vinculada a alguma
verba. Desse modo, se você usou uma das colunas em alguma verba, por
exemplo horas extras, será necessário primeiramente desvincular a coluna na
tela de parâmetros da verba. Por isso, é importante verificar, antes de
configurar as verbas se todas as colunas estão presentes na tela de apuração e
se não há alguma quantidade de horas marcadas de forma inconsistente.
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Voltando à tela "montar", primeiramente o sistema pede o dia do


fechamento mensal. Nós sabemos que algumas empresas, que não possuem
sistemas automatizados, costumam fechar a contagem de horas por volta do
dia 20 para que haja tempo hábil para fechamento da folha de pagamento.
Nessa situação, o dia de fechamento da folha deve ser lançado no campo
correspondente:

A tela exibe também um campo para que sejam lançadas exceções


no tocante ao dia de fechamento da contagem de horas.

Por fim, o sistema exibe a possibilidade de incluirmos no sistema


Pjecalc de resultados apurados em uma planilha do excel. O sistema
apresenta um link com um exemplo de uma planilha que poderá ser
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adaptada. Ocorre que ao clicarmos normalmente é exibida uma tela como a


imagem abaixo, dificultando a digitação:

Para contornar esse problema, recomendamos que seja criada uma


nova planilha nos moldes do exemplo abaixo:
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Em seguida o documento criado no Excel deve ser gravado no


computador, com a extensão ".csv (separado por vírgula)" conforme tela
abaixo:

Em seguida, dentro do Pjecalc, na tela de apuração do cartão de


crédito, deve-se importar o arquivo, por meio do botão escolher arquivo
clicando-se em seguida no botão "confirmar", conforme tela abaixo:
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O resultado será a importação de todos os valores para o Pjecalc, em


que serão criadas colunas específicas, conforme tela abaixo:
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Importação do cartão de ponto

Essa era uma função que os usuários solicitavam com bastante


frequência, isto é, a possibilidade de importar os horários trabalhados
diretamente de uma planilha do excel.

Essa função foi disponibilizada na versão 2.5 do sistema. Depois de


criar um cartão de ponto, conforme demonstramos em tópico específico o
usuário deverá clicar na opção "grade de ocorrências"

O passo seguinte será clicar na aba "importar jornada"

Em seguida, seleciona-se o arquivo no computador, conforme


modelo disponibilizado na mesma tela e clicar no botão "confirmar".
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Trataremos agora sobre as formas de apuração, de acordo com as


configurações realizadas na tela "critérios de apuração", conforme abaixo:

Vamos estudar essa tela por tópicos.

Não apurar horas extras: Ao marcarmos a opção "Não apurar horas


extras", estaremos informando ao sistema que desejamos calcular outras
opções, tais como dias trabalhados, horas trabalhados, adicionais noturnos,
exceto horas extras.
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Horas extras excedentes da jornada diária: Marcando essa opção o


sistema calcula as horas extras que excedam a jornada padrão em cada um
dos dias. Por exemplo, na tela acima temos que a jornada padrão é 08:00.
Desse modo, se em um dia o empregado trabalhar 09:00 ainda que não
ultrapasse a jornada semanal de 44 horas o sistema calcula uma hora extra.
Essa marcação é incompatível com a opção "horas extras excedentes da
jornada semanal" e "horas extras excedentes da jornada mensal".

Horas extras pelo critério mais favorável: Alguma confusão pode ser
gerada na hora da contagem das horas extras, pois alguns operadores do
direito consideram como extraordinárias aquelas que ultrapassam a jornada
diária enquanto outros consideram como extraordinárias apenas as que
ultrapassam a jornada semanal. No entanto, a escolha do critério a ser
utilizado deve evitar o ​bis in ide​m, isto é, que haja a contagem em duplicidade
de tais horas.

Para que se evite essa duplicidade, lançando-se mão de uma


interpretação linguística, há que se entender que a conjunção e, no art 7º, XIII
da Constituição Federal, que une os dois critérios, o semanal e o diário, na
verdade tem o condão alternativo, ou seja, não se pode ultrapassar a jornada
diária ou a semanal. Por exemplo, se na segunda-feira o trabalhador
ultrapassou em 4 horas a sua jornada padrão e, por outro lado, somando-se a
jornada semanal trabalhada houve um total de 48 horas de labor, não devem
ser pagas oito horas extras (4 horas diárias + 4 horas semanais) mas apenas
quatro horas extras, de maneira que não haja duplicidade na contagem.

Na tela de critérios de apuração, devemos configurar da mesma


forma que está exposto na tabela abaixo:
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Realizada a apuração do cartão de ponto o resultado será


exatamente o que foi exposto na tabela supra.

Apurar primeiras horas em separado: Essa opção é usada geralmente


quando há Convenção Coletiva de Trabalho determinando, por exemplo que
as primeiras duas horas sejam pagas com adicional de 50% e as que
ultrapassarem esse limite sejam pagas com adicional de 65% lembrando que
essa contagem é incompatível com a contagem semanal de horas extras.
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Essa marcação fará com que a apuração do cartão de ponto traga


uma coluna a mais, conforme figura abaixo:

Na tela de verbas devem ser criadas duas verbas distintas. Uma para
as horas extras normais e outra para as horas extras em separado. A
quantidade de horas deve ser selecionada de acordo com a coluna desejada.
Primeiramente marca-se "Importada do Cartão de Ponto" e depois
seleciona-se a coluna desejada, conforme demonstrado abaixo:
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As colunas geradas podem ser usadas também no campo divisor,


localizado na mesma tela de parâmetro das verbas:

Horas extras excedentes da jornada semanal: Esse tópico é auto


explicativo e demonstra a situação em que se deseja que a contagem de horas
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extras observe apenas a jornada semanal lançada no campo correspondente


conforme imagem abaixo:

Horas extras excedentes da jornada mensal: Essa situação é bastante


rara mas também é autoexplicativa e demonstra a situação em que se deseja
que a contagem de horas extras observe apenas a jornada mensal lançada no
campo correspondente conforme imagem abaixo:

Considerar feriados: Essa opção foi explicada no vídeo 44 do canal do


Youtube, e tem como função completar a jornada semanal em que houve
feriados para efeito de contagem das horas extras, como exemplo temos a
tabela abaixo, em que houve um feriado na quarta-feira. Devemos marcar a
opção "considerar feriados", quando você quiser excluir da jornada de trabalho
os feriados trabalhados.
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Ligado a essa configuração estão as opções considerar jornada diária


nos feriados trabalhados e considerar jornada diária nos feriados não
trabalhados, conforme abaixo:

Por exemplo, na tabela abaixo a quarta-feira foi feriado nacional,


desse modo, quando o usuário deseja calcular as horas extras pelo critério
semanal, se marcarmos a opção "considerar jornada diária nos feriados
trabalhados", o sistema considerará a jornada de 44 horas apesar de não haver
trabalho no feriado. o objetivo é completar a jornada como se o empregado
tivesse trabalhado naquele feriado para fins de cálculo de jornada semanal.
Desse modo, no exemplo abaixo, se o empregado tivesse trabalhado dez horas
na terça-feira apesar de ter havido apenas 38 horas efetivas de trabalho na
semana, o sistema consideraria como 46 horas de trabalho, gerando, portanto,
o direito a 4 horas extras na semana.
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Extras aos feriados, sábados e domingos em separado: Essa opção


serve para o cálculo de horas extras realizadas em dias não úteis cujos
percentuais geralmente são em dobro (100%).

Para as informações prestadas acima, o sistema gerará, na apuração


do cartão de ponto, colunas separadas com a quantidade de horas realizadas
em feriados, ou domingos conforme a marcação.

Tolerância: Opção destinada a configurar a tolerância de atraso ou


de permanência do trabalhador antes ou após o horário determinado, a teor
do que dispõe o art. 58, §1º da CLT (​§ 1o Não serão descontadas nem
computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro
de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.)
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Lembrando que algumas convenções coletivas podem estipular


limites diversos daqueles apontados na CLT.

O grupo jornada padrão, representa os limites, além dos quais o


sistema considerará como extrapolada a jornada, seja diária, seja semanal, seja
mensal.

Os períodos de descanso também têm marcação específica e já


contempla algumas alterações impostas pela Lei 13.467/17, a lei da Reforma
Trabalhista, tais como considerar o fracionamento do intervalo intrajornada.

Tratemos agora da configuração de escalas no Pjecalc.

Alguns empregados trabalham em regime de escala, a exemplo dos


vigilantes. Geralmente essa escala é de 12 horas de trabalho por 36 de
descanso. Isto é, o empregado trabalha, por exemplo, de 18h00 às 06h00 na
segunda-feira e volta a trabalhar na quarta-feira no mesmo horário.
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Para configurar exatamente essa escala no Pjecalc, deve-se


selecionar a opção localizada na parte inferior da tela de cartão de ponto,
conforme tela abaixo:

Ao selecionarmos a jornada 12x36 o sistema exibirá duas linhas de


cartão de ponto para preenchimento. Bastará preencher a primeira indicando
o horário de trabalho do empregado, conforme figura abaixo:

Lembrando que as horas extras e o adicional noturno podem ser


calculados no mesmo cartão bastando selecionar as opções, correspondentes
conforme tela abaixo:
​ Cálculos trabalhistas . Horas extras no sistema Pjecalc. Vicelmo Alencar . maio/2019 ​
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Grande abraço!!

Vicelmo Alencar

Professor

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