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CÓD: OP-017JH-23

7908403537082

SÃO PAULO - SP
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO - SP

Fiscal de Posturas Municipais


EDITAL DE ABERTURA DE INSCRIÇÕES Nº 01 /2023
• A Opção não está vinculada às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na
carreira pública,

• Sua apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada,

• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor
no prazo de até 05 dias úteis.,

• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.

Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.


ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários).......................................................................... 7
2. Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras............................................................................................... 18
3. Pontuação.................................................................................................................................................................................... 19
4. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem. Colocação pronominal............................................................................ 20
5. Concordância verbal e nominal................................................................................................................................................... 26
6. Regência verbal e nominal........................................................................................................................................................... 28
7. Crase............................................................................................................................................................................................ 29

Unidades de Medidas e Raciocínio Lógico-quantitativo


1. Cálculo de áreas, cálculo de volumes, medidas de volume sonoro, conversão de unidades de medidas, ângulos.................... 33
2. inclinação em porcentagem......................................................................................................................................................... 46
3. razão e proporção........................................................................................................................................................................ 47
4. porcentagem. .............................................................................................................................................................................. 48
5. Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios, dedução..................................... 49
6. Raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio sequencial, orientação espacial e temporal, formação de conceitos,
discriminação de elementos. Processo lógico a partir de hipóteses e conclusões...................................................................... 50

Noções de Direito Administrativo


1. Administração Pública – definição. Entidades - conceito Órgãos públicos - conceito................................................................ 73
2. Princípios da Administração Pública.......................................................................................................................................... 81
3. Poderes administrativos.............................................................................................................................................................. 84
4. Ato Administrativo-Definição.Requisitos do ato administrativo.Atributos do ato administrativo Espécies do ato administrati-
vo Classificação do ato administrativo Revogação do ato administrativo Anulação do ato administrativo................................ 86
5. Responsabilidade Civil do Estado................................................................................................................................................ 90
6. Bens Públicos.............................................................................................................................................................................. 94

Noções de Direito Constitucional


1. Hierarquia das Leis....................................................................................................................................................................... 109
2. Constituição Federal artigos 5º; 30; 182 e 183............................................................................................................................ 109

Noções de Direito Civil


1. Lei 10.406 de 10 de Junho de 2002 artigos 1º ao 6º; 40 a 44; 99 a 103; 186 a 188; 1196; 1228; 1299 a 1301.......................... 117
ÍNDICE

Noções de Direito Penal


2. Decreto Lei 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Capítulo I Dos Crimes praticados por funcionário público contra a administra-
ção em Geral Capítulo II Dos Crimes praticados por particular contra a Administração Pública................................................ 129

Legislação Municipal Específica


1. Lei Orgânica do Município • Título I das Disposições Preliminares • Título V do Desenvolvimento do Município o Capítulo
I – da Política Urbana o Capítulo II – do Exercício da Atividade Econômica................................................................................. 137
2. Lei 14.141 de 27 de Março de 2006 - Dispõe sobre o processo administrativo na Administração Pública Municipal................ 139
3. Lei 16.642 de 09 de Maio de 2017 - Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo................................................ 143
4. Lei 16.402 de 22 de Março de 2016 - Disciplina o parcelamento, o uso e a ocupação do solo no Município de São Paulo, de
acordo com a Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014 – Plano Diretor Estratégico (PDE). • TÍTULO I - Inteiro • TÍTULO II - artigos
5°; 6° e 26 • TÍTULO III - artigos 35; 36; 37 e 49 • TÍTULO IV - artigos 56 e 65 • TÍTULO V - artigos 93; 112 e 113 • TÍTULO VI -
artigos 128 a 133; 135; 136; 138 a 153; 176................................................................................................................................ 158
5. Decreto 57.443 de 10 de Novembro de 2016 - Dispõe sobre aspectos relacionados à fiscalização de posturas no Município
de São Paulo, regulamentando os artigos 26, 139 a 153 e 176 da Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016................................ 165
6. Decreto 49.969 de 28 de Agosto de 2008 - Regulamenta a expedição de Auto de Licença de Funcionamento, Alvará de Fun-
cionamento, Alvará de Autorização para eventos públicos e temporários e Termo de Consulta de Funcionamento................. 168
7. Artigos 1° a 9° Lei 15.442 de 9 de Setembro de 2011 - Dispõe sobre a limpeza de imóveis, o fechamento de terrenos não
edificados e a construção e manutenção de passeios................................................................................................................. 182
8. Lei 14.223 de 26 de Setembro de 2006 - Dispõe sobre a ordenação dos elementos que compõem a paisagem urbana do
Município de São Paulo............................................................................................................................................................... 183
9. Lei 13.478 de 30 de Dezembro de 2002 - Dispõe sobre a organização do Sistema de Limpeza Urbana do Município de São
Paulo. • Artigos 140 a 169; 180 a 192.......................................................................................................................................... 191
10. Lei 10.072 de 10 de Junho de 1986 - Dispõe sobre a instalação de bancas de jornais e revistas em logradouros públicos, e dá
outras providências...................................................................................................................................................................... 194
11. Decreto 22.709 de 05 de Setembro de 1986 - Regulamenta a Lei nº 10.072, de 9 de junho de 1986, que dispõe sobre a ins-
talação de bancas de jornais e revistas em logradouros públicos, e dá outras providências...................................................... 197
12. Lei 15.947 de 26 de Dezembro de 2013 - Dispõe sobre as regras para comercialização de alimentos em vias e áreas públicas
- comida de rua - e dá outras providências.................................................................................................................................. 202
13. Lei 14.167 de 06 de Junho de 2006 - Dispõe sobre a cassação do auto de licença de funcionamento de lojistas e da permissão
de uso de ambulantes que comercializem produtos irregulares................................................................................................. 207
14. Decreto 52.432 de 21 de junho de 2011 - Confere nova regulamentação à Lei nº 14.167, de 6 de junho de 2006, que dispõe
sobre a cassação do auto de licença de funcionamento de lojistas e da permissão de uso de ambulantes que comercializem
produtos irregulares no Município de São Paulo; disciplina a fiscalização do comércio irregular e delitos conexos.................. 207
15. Decreto 48.172 de 06 de Março de 2007- Dispõe sobre o funcionamento das feiras livres no Município de São Paulo............ 209
16. Decreto 48.832 de 17 de Outubro de 2007- Fixa normas de procedimento para a defesa da posse de bens imóveis munici-
pais............................................................................................................................................................................................... 215
17. Lei 13.614 de 02 de Julho de 2003 - Estabelece as diretrizes para a utilização das vias públicas municipais, inclusive dos res-
pectivos subsolo e espaço aéreo, e das obras de arte de domínio municipal, para a implantação e instalação de equipamen-
tos de infraestrutura urbana destinados à prestação de serviços públicos e privados; delega competência ao Departamento
de Controle de Uso de Vias Públicas da Secretaria de Infraestrutura Urbana para outorgar a permissão de uso; disciplina a
execução das obras dela decorrentes, e dá outras providências................................................................................................. 217
18. Lei 9.433 de 01 de Abril de 1982 - Estabelece penalidades às infrações referentes às normas especiais de segurança de uso,
e dá outras providências.............................................................................................................................................................. 221
19. Lei 17.733 de 11 de Janeiro de 2022 - Dispõe sobre a implantação de estação rádio-base, e a instalação de estação rádiobase
móvel e estação rádio-base de pequeno porte, no Município de São Paulo, destinadas à operação de serviços de telecomu-
nicações autorizados e homologados pelo órgão federal competente....................................................................................... 222
ÍNDICE

20. Lei 15.031 de 13 de Novembro de 2009 - Dispensa da licença de funcionamento o exercício das atividades não residenciais
para o Microempreendedor Individual - MEI, a que se refere a Lei Complementar Federal n° 123, de 14 de dezembro de
2006, com as alterações introduzidas pelas Leis Complementares Federais n° 127, de 14 de agosto de 2007, e n° 128, de 19
de dezembro de 2008, na forma que especifica.......................................................................................................................... 225
21. Decreto 51.044 de 23 de Novembro de 2009 e seus anexos I e II - Dispõe sobre a licença de funcionamento para o exercício
das atividades não residenciais pelo microempreendedor individual MEI e regulamenta a Lei nº 15.031, de 13 de novembro
de 2009........................................................................................................................................................................................ 226
22. Lei 12.002 de 23 de Janeiro de 1996 - Dispõe sobre permissão de uso de passeio público fronteiriço a bares, confeitarias,
restaurantes, lanchonetes e assemelhados, para colocação de toldos, mesas e cadeiras, e dá outras providências – com os
acréscimos do Decreto 58.832 de 01 de julho de 2019............................................................................................................... 236
23. Decreto 58.832 de 01 de Julho de 2019 - Regulamenta a Lei nº 12.002, de 23 de janeiro de 1996, que dispõe sobre permissão
de uso de passeio público fronteiriço a bares, confeitarias, restaurantes, lanchonetes e assemelhados, para colocação de
mesas, cadeiras e toldos.............................................................................................................................................................. 237
24. Lei 12.260 de 11 de Dezembro de 1996 - Disciplina a utilização das calçadas situadas nas proximidades das faixas de pedes-
tres, e dá outras providências...................................................................................................................................................... 239
25. DECRETO Nº 56.770, DE 14 DE JANEIRO DE 2016 - que dispõe sobre a implantação do Sistema de Gerenciamento da Fiscali-
zação - SGF e estabelece os procedimentos de fiscalização das diversas posturas municipais................................................... 240
26. LEI Nº 15.777, DE 29 DE MAIO DE 2013 - Dispõe sobre a emissão de ruídos sonoros provenientes de aparelhos de som ins-
talados em veículos automotores estacionados, e dá outras providências................................................................................. 241
27. DECRETO Nº 60.581, DE 27 DE SETEMBRO DE 2021 - Regulamenta o controle de ruídos na execução das obras de construção
civil no Município de São Paulo................................................................................................................................................... 242
28. LEI Nº 16.050, DE 31 DE JULHO DE 2014 - Aprova a Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor Estratégico do
Município de São Paulo. • Artigos 1º ao 3º; 29 e Quadro I (definições) anexo à Lei................................................................... 243
29. LEI Nº 8.989, DE 29 DE OUTUBRO DE 1979 - Estatuto dos funcionários públicos do município de São Paulo............................ 249

Características do Município de São Paulo


1. Dinâmica e estrutura demográfica do município de São Paulo: mudança no perfil demográfico e transição demográfica,
imigração..................................................................................................................................................................................... 267
2. Desigualdades econômicas e sociais dentro do município de São Paulo e suas expressões no território; indicadores sociais.. 268
3. Interpretação de mapas temáticos do município........................................................................................................................ 271
4. Desafios da cidade de São Paulo e da região metropolitana....................................................................................................... 272
5. Cidades, espaço público x privado, conceito e apropriação dos espaços públicos...................................................................... 273
6. Principais fluxos de pessoas e de mercadorias e suas concentrações espaciais e no tempo, horas-pico e horas-vale............... 273
7. Convivência de diferentes usos do espaço urbano e problemas decorrentes............................................................................. 274
8. Principais atividades noturnas e vizinhança................................................................................................................................ 274
9. A localização das diferentes atividades econômicas no espaço urbano, concentração e problemas.......................................... 276
10. Saneamento ambiental e meio ambiente urbano 276
11. Áreas de proteção a mananciais.................................................................................................................................................. 277
12. Degradação e poluição ambiental e desafios.............................................................................................................................. 278
13. Resíduos sólidos: coleta, limpeza pública, tratamento, reciclagem e destinação final................................................................ 278
14. Drenagem urbana e manejo de águas pluviais urbanas.............................................................................................................. 279
15. Transportes, transporte coletivo, acessibilidade e mobilidade urbana....................................................................................... 280
16. Segurança urbana........................................................................................................................................................................ 282
ÍNDICE

Ferramentas aplicadas ao Trabalho


1. NBR 10.151/2019 – “Acústica – medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas – aplicação de uso ge-
ral”.............................................................................................................................................................................................. 285
2. Leitura e Interpretação de desenho técnico arquitetônico -NBR 6492/2021 – “Documentação técnica para projetos arquite-
tônicos e urbanísticos -requisitos. Legenda................................................................................................................................ 285
3. Dimensionamento e escalas Escalas Linha de cota..................................................................................................................... 286
4. Plantas e Vistas........................................................................................................................................................................... 289
5. Representações gráficas de Projetos Planta Baixa Planta de situação Planta de locação (implantação) Cortes transversal e
Longitudinal Planta de Fachada.................................................................................................................................................. 289
6. Convenções e símbolos nos projetos arquitetônicos.................................................................................................................. 293
7. Escadas e rampas........................................................................................................................................................................ 298

Informática
1. MS-Windows 2010: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência, manipulação
de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos................................ 305
2. MS-Office 2016. MS-Word 2016: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos,
fontes, colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas, le-
gendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto............................................................................. 307
3. MS-Excel 2016: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de tabelas
e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, controle de quebras e
numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados........................................................................... 314
4. MS-PowerPoint 2016: estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos e roda-
pés, noções de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões de ação, anima-
ção e transição entre slides......................................................................................................................................................... 320
5. Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivoS..................................... 326
6. Internet: navegação na Internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas................................................ 329
LÍNGUA PORTUGUESA

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS)

Compreender e interpretar textos é essencial para que o objetivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é impor-
tante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido completo.
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explícita. Só
depois de compreender o texto que é possível fazer a sua interpretação.
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que está
escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpretação é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do repertório do leitor.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou visuais,
isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar expressões,
gestos e cores quando se trata de imagens.

Dicas práticas
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um conceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada parágrafo,
tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhecidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fonte de referências e datas.
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, questões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguintes
expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do texto
aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor quando afirma
que...

Tipologia Textual
A partir da estrutura linguística, da função social e da finalidade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele pertence.
Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas classificações.

Tipos textuais
A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finalidade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se apre-
senta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão específico para se fazer a enunciação.
Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas características:

Apresenta um enredo, com ações e relações entre personagens, que ocorre em determinados espaço e tempo.
TEXTO NARRATIVO É contado por um narrador, e se estrutura da seguinte maneira: apresentação > desenvolvimento > clímax >
desfecho
TEXTO
Tem o objetivo de defender determinado ponto de vista, persuadindo o leitor a partir do uso de argumentos
DISSERTATIVO
sólidos. Sua estrutura comum é: introdução > desenvolvimento > conclusão.
ARGUMENTATIVO
Procura expor ideias, sem a necessidade de defender algum ponto de vista. Para isso, usa-se comparações,
TEXTO EXPOSITIVO
informações, definições, conceitualizações etc. A estrutura segue a do texto dissertativo-argumentativo.
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas, de modo que sua finalidade é descrever, ou seja, caracterizar algo ou
TEXTO DESCRITIVO
alguém. Com isso, é um texto rico em adjetivos e em verbos de ligação.

Oferece instruções, com o objetivo de orientar o leitor. Sua maior característica são os verbos no modo impera-
TEXTO INJUNTIVO
tivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Gêneros textuais Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em


Existem diferentes nomenclaturas1 relacionadas à questão dos determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex-
gêneros, porém nem todas se referem a mesma coisa. É essencial to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária,
saber distinguir o que é gênero textual, gênero literário e tipo tex- por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali-
tual. Cada uma dessas classificações é referente aos textos, porém dade e à função social de cada texto analisado.
é preciso ter atenção, cada uma possui um significado totalmente
diferente da outra. Veja uma breve descrição do que é um gênero Gêneros Textuais e Gêneros Literários
literário e um tipo textual: Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe-
rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re-
Gênero Textuais: referem-se às formas de organização dos tex- ferem apenas aos textos literários.
tos de acordo com as diferentes situações de comunicação. Podem Os gêneros literários são divisões feitas segundo características
ocorrer nas diferentes esferas de comunicação (literária, jornalísti- formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité-
ca, digital, judiciária, entre outras). São exemplos de gêneros textu- rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.
ais: romance, conto, receita, notícia, bula de remédio. - Gênero lírico;
Gênero Literário – são os gêneros textuais em que a constitui- - Gênero épico ou narrativo;
ção da forma, a aplicação do estilo autoral e a organização da lin- - Gênero dramático.
guagem possuem uma preocupação estética. São classificados de
acordo com a sua forma, podendo ser do gênero lírico, dramático Gênero Lírico
ou épico. Pode-se afirmar que todo gênero literário é um gênero É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po-
textual, mas nem todo gênero textual é um gênero literário. ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo-
Tipo Textual - é a forma como a linguagem se estrutura dentro ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente
de cada um dos gêneros. Refere-se ao emprego dos verbos, poden- os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da
do ser classificado como narrativo, descritivo, expositivo, dissertati- função emotiva da linguagem.
vo-argumentativo, injuntivo, preditivo e dialogal. Cada uma dessas
classificações varia de acordo como o texto se apresenta e com a Elegia
finalidade para o qual foi escrito. Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor-
Exporemos abaixo os gêneros discursivos mais comuns. Cada te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa
um dos gêneros são agrupados segundo a predominância do tipo tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema
textual. melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William
A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe- Shakespeare.
cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo Epitalâmia
não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual, Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro-
podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as- a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
Alguns exemplos de gêneros textuais: Ode (ou hino)
• Artigo É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à
• Bilhete pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a
• Bula alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom-
• Carta panhamento musical.
• Conto
• Crônica Idílio (ou écloga)
• E-mail Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à
• Lista natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema
• Manual bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas
• Notícia e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais
• Poema a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com
• Propaganda diálogos (muito rara).
• Receita culinária
• Resenha Sátira
• Seminário É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém
ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode
abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun-
1 O gênero textual também pode ser denominado de gênero discursi- tos políticos, ou pessoas de relevância social.
vo. Essa nomenclatura se altera de acordo com a perspectiva teórica,
sendo que em uma as questões discursivas ideológicas e sociais são Acalanto
levadas mais em consideração, enquanto em outra há um enfoque Canção de ninar.
maior na forma. Nesse momento não trabalharemos com essa dife-
rença.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Acróstico Gênero Dramático


Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for- Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse
mam uma palavra ou frase. Ex.: tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte-
ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os
Amigos são papéis das personagens nas cenas.
Muitas vezes os
Irmãos que escolhemos. Tragédia
Zelosos, eles nos É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar
Ajudam e compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re-
Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em
Eterna linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando
dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
https://www.todamateria.com.br/acrostico/
Farsa
Balada A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca-
de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
destinam à dança. engano.

Canção (ou Cantiga, Trova) Comédia


Poema oral com acompanhamento musical. É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento
comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu-
Gazal (ou Gazel) lares.
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio.
Tragicomédia
Soneto Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi-
É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte- cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
tos e dois tercetos.
Poesia de cordel
Vilancete Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár- linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da
nio e de maldizer); satíricas, portanto. realidade vivida por este povo.

Gênero Épico ou Narrativo ARGUMENTAÇÃO


Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa-
eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos, ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva
o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente,
gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como
prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto, verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem
a crônica, a fábula. o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele
propõe.
Épico (ou Epopeia) Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o
um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir
gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta- a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo
ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem- tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de
plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero. vista defendidos.
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas
Ensaio uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse
expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu-
certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio
subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur-
cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for- sos de linguagem.
malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de Para compreender claramente o que é um argumento, é bom
caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo- voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa
cke. obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de
escolher entre duas ou mais coisas”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas zado numa dada cultura.
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre-
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu- Tipos de Argumento
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer mento.
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. Argumento de Autoridade
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
enunciador está propondo. servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre- garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto
missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver-
admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de dadeira. Exemplo:
crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea- “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
mento de premissas e conclusões.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
A é igual a B. ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe-
A é igual a C. cimento. Nunca o inverso.
Então: C é igual a B.
Alex José Periscinoto.
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
que C é igual a A.
Outro exemplo: A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor-
Todo ruminante é um mamífero. tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela,
A vaca é um ruminante. o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se
Logo, a vaca é um mamífero. um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
acreditar que é verdade.
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
também será verdadeira. Argumento de Quantidade
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele, É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú-
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau- duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz
confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada largo uso do argumento de quantidade.
da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con- Argumento do Consenso
fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se
instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati- em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como
vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o
que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de
outro fundado há dois ou três anos. que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu-
Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não
impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as
pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten- afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que
der bem como eles funcionam. as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao
Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu-
acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó- mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases
rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto carentes de qualquer base científica.
mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório Argumento de Existência
pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi- É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar-
associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos, gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão
essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol do que dois voando”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa texto tem sempre uma orientação argumentativa.
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
vios, etc., ganhava credibilidade. ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
Argumento quase lógico dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são outras, etc. Veja:
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os vam abraços afetuosos.”
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí-
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am-
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá-
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
indevidas. usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
Argumento do Atributo de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi- injustiça, corrupção).
cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
que é mais grosseiro, etc. ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce- o argumento.
lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza, - Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con-
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida- atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
de. exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
competência linguística. A utilização da variante culta e formal da uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social- outros à sua dependência política e econômica”.
mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa-
dizer dá confiabilidade ao que se diz. ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi-
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação,
de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei- o assunto, etc).
ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade- Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani-
quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men-
estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico: tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente,
conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto,
por bem determinar o internamento do governador pelo período sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001. construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali-
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al- dades não se prometem, manifestam-se na ação.
guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi- A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
tal por três dias. verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar-

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LÍNGUA PORTUGUESA

gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
comportamento. argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli- regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio da verdade:
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em - evidência;
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- - divisão ou análise;
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- - ordem ou dedução;
mica e até o choro. - enumeração.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar caracteriza a universalidade.
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu- particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis- silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve- fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para
zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, o efeito. Exemplo:
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol- Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
ver as seguintes habilidades: Fulano é homem (premissa menor = particular)
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma Logo, Fulano é mortal (conclusão)
ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
mente contrária; A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia-
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta- caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par-
ria contra a argumentação proposta; te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci-
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos- dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
ta. O calor dilata o ferro (particular)
O calor dilata o bronze (particular)
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar- O calor dilata o cobre (particular)
gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões O ferro, o bronze, o cobre são metais
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido
sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques- e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas
tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos,
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé- pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu-
todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata,
simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes- uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção
verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co- deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem
meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de
de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana, argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de
sofisma no seguinte diálogo:
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Lógico, concordo. A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias


- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
- Claro que não! de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... lha dos elementos que farão parte do texto.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
Exemplos de sofismas: formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
Dedução tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
Todo professor tem um diploma (geral, universal) por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
Fulano tem um diploma (particular) um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Indução partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
cular) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
– conclusão falsa) nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base- Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
ados nos sentimentos não ditados pela razão. canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen- sabiá, torradeira.
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por- tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
pesquisa. uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de- o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração
síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu (Garcia, 1973, p. 302304.)
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in-
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina- trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres-
das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio-
o relógio estaria reconstruído. nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam.
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição
meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con- adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos
junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise, de vista sobre ele.
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo- A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua-
sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma
operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a
relacionadas: espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen-
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. cia dos outros elementos dessa mesma espécie.
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa-

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LÍNGUA PORTUGUESA

lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
- o termo a ser definido; sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
- o gênero ou espécie; são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
- a diferença específica. expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
ma espécie. Exemplo: raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
Elemento especiediferença se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
a ser definidoespecífica relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é virtude de, em vista de, por motivo de.
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
ou instalação”; entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito assim, desse ponto de vista.
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
dida; interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
diferenças). ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que que, melhor que, pior que.
consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala- Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
vra e seus significados. o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem- Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir-
necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi-
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no
mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda- corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
mentação coerente e adequada. uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás- nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais
da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco- caráter confirmatório que comprobatório.
nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,

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LÍNGUA PORTUGUESA

Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por tecnológica
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
caso, incluem-se a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, ta, justificar, criando um argumento básico;
mortal, aspira à imortalidade); - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
dos e axiomas); que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- (rever tipos de argumentação);
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
parece absurdo). ência);
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de argumento básico;
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con- - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
cretos, estatísticos ou documentais. poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- mento básico;
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, menos a seguinte:
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex-
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na Introdução:
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - função social da ciência e da tecnologia;
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- - definições de ciência e tecnologia;
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
gumentação:
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran- Desenvolvimento:
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu- - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; vimento tecnológico;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- condições de vida no mundo atual;
dadeira; - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali- desenvolvidos;
dade da afirmação; - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis- - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto- sado; apontar semelhanças e diferenças;
ridade que contrariam a afirmação apresentada; - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de- banos;
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes. mais a sociedade.
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen- Conclusão:
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra- ências maléficas;
argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
que gera o controle demográfico”. apresentados.
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui- ção: é um dos possíveis.
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
elaboração de um Plano de Redação. entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
é inserida.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra-
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé”
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, cultura é o melhor conforto para a velhice”.
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
textos caracterizada por um citar o outro. A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex-
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di- termo “citação” (citare) significa convocar.
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos
pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros tex-
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode tos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
mencionar um provérbio conhecido. termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou- Pastiche é uma recorrência a um gênero.
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to-
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi- A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
zá-lo ou ao compará-lo com outros. a recriação de um texto.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de- Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci-
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram produtor e ao receptor de textos.
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con- A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am-
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi- plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
daquela citação ou alusão em questão.
Tipos de Intertextualidade
A intertextualidade acontece quando há uma referência ex- Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali- ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
dade.
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, A intertextualidade explícita:
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá- – é facilmente identificada pelos leitores;
logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. – apresenta elementos que identificam o texto fonte;
– não exige que haja dedução por parte do leitor;
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto – apenas apela à compreensão do conteúdos.
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea-
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com A intertextualidade implícita:
outras palavras o que já foi dito. – não é facilmente identificada pelos leitores;
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex- – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto – não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por par-
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada te dos leitores;
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces- a compreensão do conteúdo.
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente-
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da
demagogia praticada pela classe dominante.
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con-
siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re-

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LÍNGUA PORTUGUESA

PONTO DE VISTA Conclusão


O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen-
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com- tos levantados pelo autor.
preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como:
da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob- Parágrafo
servador e o narrador-personagem. Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem
esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve
Primeira pessoa conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto - Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos sintética de acordo com os objetivos do autor.
o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden- - Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas dade na discussão.
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e - Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
só descobrimos ao decorrer da história. tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.

Segunda pessoa Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,


O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá- desenvolvimento e conclusão):
logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha.
quase como outro personagem que participa da história. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
Terceira pessoa trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser- estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o
vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em caos. ”
primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al- (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse.
Elemento relacionador: Nesse contexto.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi- Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce
outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação
leitura não fique confuso. de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
Estrutura e organização do texto e dos parágrafos
São três os elementos essenciais para a composição de um tex- Coerência e a coesão
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpre-
cada uma de forma isolada a seguir: tação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os
componentes do texto, de modo que são independentes entre si.
Introdução Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente,
É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A e vice-versa.
introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial. Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja,
ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito
Desenvolvimento ao conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.
Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O
desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a Coesão
conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio- A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de co-
namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina- nectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida
lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. a partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (anteci-
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap- pa um componente).
tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão.

São três principais erros que podem ser cometidos na elabora-


ção do desenvolvimento:
- Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
- Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
- Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las,
dificultando a linha de compreensão do leitor.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) –
João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
anafórica
Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e
africana.
advérbios) – catafórica
Mais um ano igual aos outros...
Comparativa (uso de comparações por semelhanças)
Substituição de um termo por outro, para evitar repe- Maria está triste. A menina está cansada de
SUBSTITUIÇÃO
tição ficar em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Conexão entre duas orações, estabelecendo relação Eu queria ir ao cinema, mas estamos de qua-
CONJUNÇÃO
entre elas rentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes gené-
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL ricos ou palavras que possuem sentido aproximado e
cozinha têm janelas grandes.
pertencente a um mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor; e
informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS

Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça as
principais relações e suas características:

Sinonímia e antonímia
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam significados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: forte
<—> fraco

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo “rir”)
X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (numeral) X
sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).

Polissemia e monossemia
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a frase.
Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos).

Denotação e conotação
Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam um sentido objetivo e literal. Ex:Está fazendo frio. / Pé da mulher.
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé da
cadeira.

Hiperonímia e hiponímia
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de significado entre as palavras.
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, portanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex:
Limão é hipônimo de fruta.

Formas variantes
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – infarto
/ gatinhar – engatinhar.

Arcaísmo
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que ainda
podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> farmácia /
franquia <—> sinceridade.

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações ou
Esse é o problema da pandemia: as
: Dois-pontos sequência de palavras para resumir / explicar ideias apre-
pessoas não respeitam a quarentena.
sentadas anteriormente
Como diz o ditado: “olho por olho,
Antes de citação direta
dente por dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem substituir Eu estava cansada (trabalhar e estudar
vírgula e travessão) é puxado).
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de Excla-
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
mação
Após interjeição Ufa!
Ponto de Interro-
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
gação
A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar mu- — Boas férias!
— Travessão dança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 — ainda
está sendo estudado.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUMERAL, ARTIGO, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO
E CONJUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM. COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Ana se exercita pela manhã.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza
Todos parecem meio bobos.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo, nú-
VERBO Chove muito em Manaus.
mero, pessoa e voz.
A cidade é muito bonita quando vista do
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação
alto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo Variação de grau


Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado
Tipos de substantivos substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumenta-
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo tivo e diminutivo.
com os conceitos apresentados abaixo: Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
Ex: mulher; gato; cidade... pequeno).
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou di-
especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte... minuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural,
para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mes- Novo Acordo Ortográfico
ma espécie. Ex: matilha; enxame; cardume... De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portugue-
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de sa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; ca- pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes
chorro; praça... geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designan- e festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou
do sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede; abreviaturas.
imaginação... Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana,
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: meses, estações do ano e em pontos cardeais.
livro; água; noite... Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedrei- é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
ro; livraria; noturno... disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em pala-
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radi- vras de categorização.
cal). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais Adjetivo
de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol... Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-
-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
Flexão de gênero flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um o singular (bonito) e o plural (bonitos).
dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino. Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua naciona-
e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente lidade (brasileiro; mineiro).
o final da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjun-
menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / to de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo.
acentuação (Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou pre- São formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
sença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora). • de criança = infantil
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma for- • de mãe = maternal
ma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto • de cabelo = capilar
ao gênero a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o
acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epi- Variação de grau
ceno (refere-se aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfa-
comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo). ses), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e su-
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com perlativo.
alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, • Normal: A Bruna é inteligente.
trazendo alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fru- • Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente
to X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao que o Lucas.
órgão que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é • Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente
o termo popular para um tipo específico de fruto. que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto
Flexão de número a Maria.
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, • Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inte-
usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: ligente da turma.
bola; escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quan- • Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos
tidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último represen- inteligente da turma.
tado, geralmente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra. • Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de • Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.
modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do
contexto, pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).

Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.

• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.

• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.


Orgulhar-me-ei de meus alunos.

DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.

Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.

Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).

Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

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LÍNGUA PORTUGUESA

Preposições • Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas


As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar substantivas, definidas pelas palavras que e se.
dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas • Causais: porque, que, como.
entre essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (pa- • Concessivas: embora, ainda que, se bem que.
lavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como • Condicionais: e, caso, desde que.
preposição em determinadas sentenças). • Conformativas: conforme, segundo, consoante.
• Comparativas: como, tal como, assim como.
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, • Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que.
per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre. • Finais: a fim de que, para que.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, du- • Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.
rante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc. • Temporais: quando, enquanto, agora.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de,
defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele-
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação
• Causa: Morreu de câncer. harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser
• Distância: Retorno a 3 quilômetros. verbal — refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal —
• Finalidade: A filha retornou para o enterro. refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura. • Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. • Concordância em número: flexão em singular e plural
• Lugar: O vírus veio de Portugal. • Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa
• Companhia: Ela saiu com a amiga.
• Posse: O carro de Maria é novo. Concordância nominal
• Meio: Viajou de trem. Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos,
artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gêne-
Combinações e contrações ro, de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e atento, também, aos casos específicos.
havendo perda fonética (contração). Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo,
• Combinação: ao, aos, aonde o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e
Conjunção japonesa.
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe-
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo,
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o subs-
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- tantivo mais próximo:
mento de redigir um texto. • Linda casa e bairro.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e
conjunções subordinativas. Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar
tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substanti-
Conjunções coordenativas vos (sendo usado no plural):
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- • Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arru-
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma mada.
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em • Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arru-
cinco grupos: mados.
• Aditivas: e, nem, bem como.
• Adversativas: mas, porém, contudo. Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• Conclusivas: logo, portanto, assim. • As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão
• Explicativas: que, porque, porquanto. entre os melhores escritores brasileiros.

Conjunções subordinativas
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada.
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido)
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada.
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a
volta às aulas.
Quando tem função de adjetivo para um substantivo,
Bastante criança ficou doente com a volta às
BASTANTE concorda em número com o substantivo.
aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável.
O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila
MENOS
existe na língua portuguesa. para a festa.
As crianças mesmas limparam a sala depois
MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a da aula.
PRÓPRIO que fazem referência. Eles próprios sugeriram o tema da forma-
tura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve concor-
Adicione meia xícara de leite.
dar com o substantivo.
MEIO / MEIA Manuela é meio artista, além de ser enge-
Quando tem função de advérbio, modificando um
nheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da mensa-
lidade.

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um substan-
tivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Exceto
caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum; con-
A trário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negligen-
EM
te; perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação; repre-
CONTRA
sentação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência verbal • Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regi- a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.
do poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto • Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha
um objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado fica a 50 metros da esquina.
também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre tran- Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo
sitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do • Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha fi-
verbo vai depender do seu contexto. lha. / Dei um picolé à minha filha.
• Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei
Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que minha avó até à feira.
fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado • Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado):
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser Ana da faculdade.
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem. DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em
caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto dire- masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
to), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo: à escola / Amanhã iremos ao colégio.
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indi- QUESTÕES


reto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer
o sentido completo: 1. (ENEM - 2012) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da cam- biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava de-
panha eleitoral. safetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim
era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guara-
Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o ni e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil.
verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposi- Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nati-
ção) e de um objeto indireto (com preposição): vistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e
à senhora. até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas fa-
cetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito
será digitalizada.
CRASE História Viva, n.º 99, 2011.

Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma só: Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alen-
preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é demarcada car e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que
com o uso do acento grave (à), de modo que crase não é considera- (A) a digitalização dos textos é importante para que os leitores
da um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão. possam compreender seus romances.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em- (B) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante
prego da crase: porque deixou uma vasta obra literária com temática atempo-
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela aluna. ral.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica- (C) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digi-
das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas. talização, demonstra sua importância para a história do Brasil
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito Imperial.
estresse. (D) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importan-
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei- te papel na preservação da memória linguística e da identidade
xando de lado a capacidade de imaginar. nacional.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima (E) o grande romancista José de Alencar é importante porque
à esquerda. se destacou por sua temática indianista.

Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra-


se:
• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé.
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter-
mos uma reunião frente a frente.
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar.
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te
atender daqui a pouco.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2. (FUVEST - 2013) A essência da teoria democrática é a su- 4. (ENEM)


pressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou
na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos, Texto I
políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela
cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. “Mulher, Irmã, escuta-me: não ames,
Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos Quando a teus pés um homem terno e curvo
melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica jurar amor; chorar pranto de sangue,
nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais Não creias, não, mulher: ele te engana!
deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difu- as lágrimas são gotas de mentira
são desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em E o juramento manto da perfídia”.
termos que os tornem acessíveis a todos.
Joaquim Manoel de Macedo
(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)
Texto II
No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo
“chamadas” indica que o autor “Teresa, se algum sujeito bancar o
(A) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise sentimental em cima de você
crítica da sociedade. E te jurar uma paixão do tamanho de um
(B) considera utópicos os objetivos dessas ciências. bonde
(C) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ci- Se ele chorar
ências sociais”. Se ele ajoelhar
(D) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências. Se ele se rasgar todo
(E) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”. Não acredite não Teresa
É lágrima de cinema
3. (IBADE – 2020 adaptada) É tapeação
Mentira
CAI FORA

Manuel Bandeira

Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima, sugerem


que:
(A) Há um tratamento idealizado da relação homem/mulher.
(B) Há um tratamento realista da relação homem/mulher.
(C) A relação familiar é idealizada.
(D) A mulher é superior ao homem.
(E) A mulher é igual ao homem.

5. (UFPR – 2010) Considere as seguintes sentenças.


1 - Ainda que os salários estejam cada vez mais defasados, o
https://www.dicio.com.br/partilhar/ acesso em fevereiro de 2020 aumento de preços diminui consideravelmente seu poder de com-
pras.
O texto apresentado é um verbete. Assinale a alternativa que 2 - O Governo resolveu não se comprometer com nenhuma das
representa sua definição facções formadas no congresso. Desse modo, todos ficarão à vonta-
de para negociar as possíveis saídas.
(A) é um tipo textual dissertativo-argumentativo, com o intuito 3 - Embora o Brasil possua muito solo fértil com vocação para o
de persuadir o leitor. plantio, isso conseguiu atenuar rapidamente o problema da fome.
(B) é um tipo e gênero textual de caráter descritivo para de- 4 - Choveu muito no inverno deste ano. Entretanto, novos pro-
talhar em adjetivos e advérbios o que é necessário entender. jetos de irrigação foram necessários.
(C) é um gênero textual de viés narrativo para contar em crono- 5 - As expressões grifadas NÃO estabelecem as relações de sig-
logia obrigatória o enredo por meio de personagens. nificado adequadas, criando problemas de coerência, em:
(D) é um gênero textual de caráter informativo, que tem por in-
tuito explicar um conceito, mais comumente em um dicionário (A) 2 apenas.
ou enciclopédia. (B) 1 e 3 apenas.
(E) é um tipo textual expositivo, típico em redações escolares. (C) 1 e 4 apenas.
(D) 2, 3 e 4 apenas.
(E) 2 e 4 apenas.

30
LÍNGUA PORTUGUESA

6. (FMPA – MG) 8. (IFAL - 2011)


Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen-
te aplicada: Parágrafo do Editorial “Nossas crianças, hoje”.
(A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
(B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros. “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão impor-
(C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. tante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos
(D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever. na pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da
(E) A cessão de terras compete ao Estado. infância mais pobre. Nosso Estado e nossa região padece de índices
vergonhosos no tocante à mortalidade infantil, à educação básica e
7. (UEPB – 2010)
tantos outros indicadores terríveis.”
Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos
maiores nomes da educação mundial na atualidade.
(Gazeta de Alagoas, seção Opinião, 12.10.2010)
Carlos Alberto Torres
1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por- O primeiro período desse parágrafo está corretamente pontu-
tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito ado na alternativa:
no 3pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diver- (A) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
sidade não só em ideias contrapostas, mas também em 5identida- importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
des que se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um sentimos na pele e na alma a dor dos mais altos índices de so-
processo de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diver- frimento da infância mais pobre.”
sidade está relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se (B) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
a diversidade fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos
a realidade fosse uma boa articulação 10dessa descrição demográ- sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
fica em termos de constante articulação 11democrática, você não sofrimento da infância mais pobre.”
sentiria muito a presença do tema 12diversidade neste instante. Há (C) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
o termo diversidade porque há 13uma diversidade que implica o uso importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
e o abuso de poder, de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, sentimos na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
de classe.
sofrimento da infância mais pobre.”
[…]
(D) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
Rosa Maria Torres importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos
15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre sentimos, na pele e na alma a dor dos mais altos índices de
16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po- sofrimento, da infância mais pobre.”
lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e (E) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos,
reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o sofrimento da infância mais pobre.”
tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
indesejadas. 9. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:
[…] Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
Uma organização não governamental holandesa está propondo
Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi- um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias
lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29. sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi-
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que
I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo
o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni-
mo, em relação à “diversidade”. ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi- um contador na rede social.
dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
no paradigma argumentativo do enunciado. dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co- Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi- em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
dade e identidade”. a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi-
ção(ões) verdadeira(s). (http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
(A) I, apenas
(B) II e III Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
(C) III, apenas rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
(D) II, apenas pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
(E) I e II usuários longe da rede social.”

31
LÍNGUA PORTUGUESA

A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão: 14. (ITA) Analisando as sentenças:
(A) da retomada de informações que podem ser facilmente de- I. A vista disso, devemos tomar sérias medidas.
preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman- II. Não fale tal coisa as outras.
ticamente. III. Dia a dia a empresa foi crescendo.
(B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo IV. Não ligo aquilo que me disse.
possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
raria o sentido do texto. Podemos deduzir que:
(C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de (A) Apenas a sentença III não tem crase.
informação conhecida, e da especificação, no segundo, com (B) As sentenças III e IV não têm crase.
informação nova. (C) Todas as sentenças têm crase.
(D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso, (D) Nenhuma sentença tem crase.
e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo. (E) Apenas a sentença IV não tem crase.
(E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
qual são introduzidas de forma mais generalizada 15. (UFABC) A alternativa em que o acento indicativo de crase
não procede é:
10. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon- (A) Tais informações são iguais às que recebi ontem.
dem a um adjetivo, exceto em: (B) Perdi uma caneta semelhante à sua.
(A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo. (C) A construção da casa obedece às especificações da Prefei-
(B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho. tura.
(C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira. (D) O remédio devia ser ingerido gota à gota, e não de uma só
(D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga vez.
sem fim. (E) Não assistiu a essa operação, mas à de seu irmão.
(E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.

11. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós


GABARITO
____________________.”
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada-
1 D
mente a frase acima. Assinale-a.
(A) desfilando pelas passarelas internacionais. 2 E
(B) desista da ação contra aquele salafrário. 3 D
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho.
(D) recuperássemos a vaga de motorista da firma. 4 B
(E) tentamos aquele emprego novamente. 5 B
6 C
12. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente
as lacunas correspondentes. 7 B
A arma ___ se feriu desapareceu. 8 E
Estas são as pessoas ___ lhe falei.
Aqui está a foto ___ me referi. 9 D
Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava. 10 B
Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos.
(A) que, de que, à que, cujo, que. 11 C
(B) com que, que, a que, cujo qual, onde. 12 C
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde.
13 E
(D) com a qual, de que, que, do qual, onde.
(E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja. 14 A
15 D
13. (TRE) O uso do acento grave (indicativo de crase ou não)
está incorreto em:
(A) Primeiro vou à feira, depois é que vou trabalhar.
(B) Às vezes não podemos fazer o que nos foi ordenado.
(C) Não devemos fazer referências àqueles casos.
(D) Sairemos às cinco da manhã.
(E) Isto não seria útil à ela.

32
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

CÁLCULO DE ÁREAS, CÁLCULO DE VOLUMES, MEDIDAS DE VOLUME SONORO, CONVERSÃO DE UNIDADES DE MEDI-
DAS, ÂNGULOS

Geometria plana
Aqui nos deteremos a conceitos mais cobrados como perímetro e área das principais figuras planas. O que caracteriza a geometria
plana é o estudo em duas dimensões.

Perímetro
É a soma dos lados de uma figura plana e pode ser representado por P ou 2p, inclusive existem umas fórmulas de geometria que
aparece p que é o semiperímetro (metade do perímetro). Basta observamos a imagem:

Observe que a planta baixa tem a forma de um retângulo.

Exemplo:
(CPTM - Médico do trabalho – MAKIYAMA) Um terreno retangular de perímetro 200m está à venda em uma imobiliária. Sabe-se que
sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento. Se o metro quadrado cobrado nesta região é de R$ 50,00, qual será o valor pago
por este terreno?
(A) R$ 10.000,00.
(B) R$ 100.000,00.
(C) R$ 125.000,00.
(D) R$ 115.200,00.
(E) R$ 100.500,00.

Resolução:
O perímetro do retângulo é dado por = 2(b+h);
Pelo enunciado temos que: sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento, logo 2 (x + (x-28)) = 2 (2x -28) = 4x – 56. Como ele
já dá o perímetro que é 200, então
200 = 4x -56  4x = 200+56  4x = 256  x = 64
Comprimento = 64, largura = 64 – 28 = 36
Área do retângulo = b.h = 64.36 = 2304 m2
Logo o valor da área é: 2304.50 = 115200
Resposta: D

33
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

• Área
É a medida de uma superfície. Usualmente a unidade básica de área é o m2 (metro quadrado). Que equivale à área de um quadrado
de 1 m de lado.

Quando calculamos que a área de uma determinada figura é, por exemplo, 12 m2; isso quer dizer que na superfície desta figura cabem
12 quadrados iguais ao que está acima.

Planta baixa de uma casa com a área total

Para efetuar o cálculo de áreas é necessário sabermos qual a figura plana e sua respectiva fórmula. Vejamos:

(Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/57/97/5797a651dfb37-areas-de-figuras-planas.jpg)

34
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Geometria espacial
Aqui trataremos tanto das figuras tridimensionais e dos sóli-
dos geométricos. O importante é termos em mente todas as figuras
planas, pois a construção espacial se dá através da junção dessas
figuras. Vejamos:
Diedros
Sendo dois planos secantes (planos que se cruzam) π e π’, o
espaço entre eles é chamado de diedro. A medida de um diedro é
feita em graus, dependendo do ângulo formado entre os planos.

Poliedros
São sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais for-
madas por três elementos básicos: faces, arestas e vértices. Cha- Poliedros Regulares
mamos de poliedro o sólido limitado por quatro ou mais polígonos Um poliedro e dito regular quando:
planos, pertencentes a planos diferentes e que têm dois a dois so- - suas faces são polígonos regulares congruentes;
mente uma aresta em comum. Veja alguns exemplos: - seus ângulos poliédricos são congruentes;

Por essas condições e observações podemos afirmar que todos


os poliedros de Platão são ditos Poliedros Regulares.

Exemplo:
(PUC/RS) Um poliedro convexo tem cinco faces triangulares e
três pentagonais. O número de arestas e o número de vértices des-
te poliedro são, respectivamente:
(A) 30 e 40
(B) 30 e 24
(C) 30 e 8
(D) 15 e 25
(E) 15 e 9

Os polígonos são as faces do poliedro; os lados e os vértices dos Resolução:


polígonos são as arestas e os vértices do poliedro. O poliedro tem 5 faces triangulares e 3 faces pentagonais, logo,
Um poliedro é convexo se qualquer reta (não paralela a ne- tem um total de 8 faces (F = 8). Como cada triângulo tem 3 lados e
nhuma de suas faces) o corta em, no máximo, dois pontos. Ele não o pentágono 5 lados. Temos:
possuí “reentrâncias”. E caso contrário é dito não convexo.

Relação de Euler
Em todo poliedro convexo sendo V o número de vértices, A o
número de arestas e F o número de faces, valem as seguintes rela-
ções de Euler:
Poliedro Fechado: V – A + F = 2 Resposta: E
Poliedro Aberto: V – A + F = 1
Não Poliedros
Para calcular o número de arestas de um poliedro temos que
multiplicar o número de faces F pelo número de lados de cada face
n e dividir por dois. Quando temos mais de um tipo de face, basta
somar os resultados.
A = n.F/2

Poliedros de Platão
Eles satisfazem as seguintes condições:
- todas as faces têm o mesmo número n de arestas;
- todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número m de ares-
tas;
- for válida a relação de Euler (V – A + F = 2).

35
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Os sólidos acima são. São considerados não planos pois pos- a) A figura representa a planificação de um prisma reto;
suem suas superfícies curvas. b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da área da
Cilindro: tem duas bases geometricamente iguais definidas por base pela altura do sólido, isto é:
curvas fechadas em superfície lateral curva. V = Ab. a
Cone: tem uma só base definida por uma linha curva fechada e Onde a é igual a h (altura do sólido)
uma superfície lateral curva. c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas;
Esfera: é formada por uma única superfície curva. d) O volume do cilindro também se pode calcular da mesma
forma que o volume de um prisma reto.
Planificações de alguns Sólidos Geométricos
Área e Volume dos sólidos geométricos
PRISMA: é um sólido geométrico que possui duas bases iguais
e paralelas.

Exemplo:
(PREF. JUCÁS/CE – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – INSTITUTO
NEO EXITUS) O número de faces de um prisma, em que a base é um
polígono de n lados é:
(A) n + 1.
(B) n + 2.
(C) n.
(D) n – 1.
(E) 2n + 1.

Resolução:
Se a base tem n lados, significa que de cada lado sairá uma face.
Assim, teremos n faces, mais a base inferior, e mais a base su-
Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-WWDbQ-Gh5zU/Wb7iCjR42BI/AAA- perior.
AAAAAIR0/kfRXIcIYLu4Iqf7ueIYKl39DU-9Zw24lgCLcBGAs/s1600/revis%- Portanto, n + 2
25C3%25A3o%2Bfiguras%2Bgeom%25C3%25A9tricas-page-001.jpg Resposta: B

Sólidos geométricos
O cálculo do volume de figuras geométricas, podemos pedir
que visualizem a seguinte figura:

36
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

PIRÂMIDE: é um sólido geométrico que tem uma base e um CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases iguais,
vértice superior. paralelas e circulares.

CONE: é um sólido geométrico que tem uma base circular e


vértice superior.
Exemplo:
Uma pirâmide triangular regular tem aresta da base igual a 8
cm e altura 15 cm. O volume dessa pirâmide, em cm3, é igual a:
(A) 60
(B) 60
(C) 80
(D) 80
(E) 90

Resolução:
Do enunciado a base é um triângulo equilátero. E a fórmula da
área do triângulo equilátero é . A aresta da base é a = 8 cm e h = 15 cm.
Cálculo da área da base:

Cálculo do volume: Exemplo:


Um cone equilátero tem raio igual a 8 cm. A altura desse cone,
em cm, é:

(A)

(B)

(C)

(D)

Resposta: D (E) 8

37
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Resolução: Exemplo:
Em um cone equilátero temos que g = 2r. Do enunciado o raio (ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS – COMBATENTE/LOGÍSTI-
é 8 cm, então a geratriz é g = 2.8 = 16 cm. CA – TÉCNICA/AVIAÇÃO – EXÉRCITO BRASILEIRO) O volume de um
g2 = h2 + r2 tronco de pirâmide de 4 dm de altura e cujas áreas das bases são
162 = h2 + 82 iguais a 36 dm² e 144 dm² vale:
256 = h2 + 64 (A) 330 cm³
256 – 64 = h2 (B) 720 dm³
h2 = 192 (C) 330 m³
(D) 360 dm³
(E) 336 dm³

Resolução:

Resposta: D AB=144 dm²


Ab=36 dm²
ESFERA: superfície curva, possui formato de uma bola.

Resposta: E

Geometria analítica
Um dos objetivos da Geometria Analítica é determinar a reta
que representa uma certa equação ou obter a equação de uma reta
dada, estabelecendo uma relação entre a geometria e a álgebra.

Sistema cartesiano ortogonal (PONTO)


Para representar graficamente um par ordenado de números
reais, fixamos um referencial cartesiano ortogonal no plano. A reta
x é o eixo das abscissas e a reta y é o eixo das ordenadas. Como se
pode verificar na imagem é o Sistema cartesiano e suas proprieda-
des.

TRONCOS: são cortes feitos nas superfícies de alguns dos sóli-


dos geométricos. São eles:

38
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Para determinarmos as coordenadas de um ponto P, traçamos Baricentro


linhas perpendiculares aos eixos x e y. O baricentro (G) de um triângulo é o ponto de intersecção das
• xp é a abscissa do ponto P; medianas do triângulo. O baricentro divide as medianas na razão
• yp é a ordenada do ponto P; de 2:1.
• xp e yp constituem as coordenadas do ponto P.

Mediante a esse conhecimento podemos destacar as formulas


que serão uteis ao cálculo. Condição de alinhamento de três pontos
Consideremos três pontos de uma mesma reta (colineares),
Distância entre dois pontos de um plano A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3).
Por meio das coordenadas de dois pontos A e B, podemos lo-
calizar esses pontos em um sistema cartesiano ortogonal e, com
isso, determinar a distância d(A, B) entre eles. O triângulo formado
é retângulo, então aplicamos o Teorema de Pitágoras.

Estes pontos estarão alinhados se, e somente se:

Ponto médio de um segmento

Por outro lado, se D ≠ 0, então os pontos A, B e C serão vértices


de um triângulo cuja área é:

onde o valor do determinante é sempre dado em módulo, pois


a área não pode ser um número negativo.

39
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Inclinação de uma reta e Coeficiente angular de uma reta (ou 1) Um ponto e o coeficiente angular
declividade)
À medida do ângulo α, onde α é o menor ângulo que uma reta Exemplo:
forma com o eixo x, tomado no sentido anti-horário, chamamos de Consideremos um ponto P(1, 3) e o coeficiente angular m = 2.
inclinação da reta r do plano cartesiano. Dados P(x1, y1) e Q(x, y), com P ∈ r, Q ∈ r e m a declividade da
reta r, a equação da reta r será:

Já a declividade é dada por: m = tgα

Cálculo do coeficiente angular


Se a inclinação α nos for desconhecida, podemos calcular o
coeficiente angular m por meio das coordenadas de dois pontos da
reta, como podemos verificar na imagem. 2) Dois pontos: A(x1, y1) e B(x2, y2)
Consideremos os pontos A(1, 4) e B(2, 1). Com essas informa-
ções, podemos determinar o coeficiente angular da reta:

Com o coeficiente angular, podemos utilizar qualquer um dos


dois pontos para determinamos a equação da reta. Temos A(1, 4),
m = -3 e Q(x, y)
y - y1 = m.(x - x1) ⇒ y - 4 = -3. (x - 1) ⇒ y - 4 = -3x + 3 ⇒ 3x +
y - 4 - 3 = 0 ⇒ 3x + y - 7 = 0

Equação reduzida da reta


A equação reduzida é obtida quando isolamos y na equação da
reta y - b = mx
Reta

Equação da reta
A equação da reta é determinada pela relação entre as abscis-
sas e as ordenadas. Todos os pontos desta reta obedecem a uma
mesma lei. Temos duas maneiras de determinar esta equação:

40
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

– Equação segmentária da reta B) Retas paralelas: Se r1 e r2 são paralelas, seus ângulos com o
É a equação da reta determinada pelos pontos da reta que in- eixo x são iguais e, em consequência, seus coeficientes angulares
terceptam os eixos x e y nos pontos A (a, 0) e B (0,b). são iguais (m1 = m2). Entretanto, para que sejam paralelas, é neces-
sário que seus coeficientes lineares n1 e n2 sejam diferentes

Equação geral da reta


Toda equação de uma reta pode ser escrita na forma:
ax + by + c = 0

onde a, b e c são números reais constantes com a e b não si-


multaneamente nulos.

Posições relativas de duas retas


Em relação a sua posição elas podem ser:
C) Retas coincidentes: Se r1 e r2 são coincidentes, as retas cor-
A) Retas concorrentes: Se r1 e r2 são concorrentes, então seus tam o eixo y no mesmo ponto; portanto, além de terem seus coe-
ângulos formados com o eixo x são diferentes e, como consequên- ficientes angulares iguais, seus coeficientes lineares também serão
cia, seus coeficientes angulares são diferentes. iguais.

41
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Intersecção de retas Resolução:


Duas retas concorrentes, apresentam um ponto de intersecção xo = 3, yo = 5 e = 1. As alternativas estão na forma de equação
P(a, b), em que as coordenadas (a, b) devem satisfazer as equações reduzida, então:
de ambas as retas. Para determinarmos as coordenadas de P, basta y – yo = m(x – xo)
resolvermos o sistema constituído pelas equações dessas retas. y – 5 = 1.(x – 3)
y–5=x–3
Condição de perpendicularismo y=x–3+5
Se duas retas, r1 e r2, são perpendiculares entre si, a seguinte y=x+2
relação deverá ser verdadeira. Resposta: C

Circunferência
É o conjunto dos pontos do plano equidistantes de um ponto
fixo O, denominado centro da circunferência.
A medida da distância de qualquer ponto da circunferência ao
centro O é sempre constante e é denominada raio.

onde m1 e m2 são os coeficientes angulares das retas r1 e r2, Equação reduzida da circunferência
respectivamente. Dados um ponto P(x, y) qualquer, pertencente a uma circunfe-
rência de centro O(a,b) e raio r, sabemos que: d(O,P) = r.
Distância entre um ponto e uma reta
A distância de um ponto a uma reta é a medida do segmento
perpendicular que liga o ponto à reta. Utilizamos a fórmula a seguir
para obtermos esta distância.

Equação Geral da circunferência


A equação geral de uma circunferência é obtida através do de-
onde d(P, r) é a distância entre o ponto P(xP, yP) e a reta r . senvolvimento da equação reduzida.

Exemplo:
(UEPA) O comandante de um barco resolveu acompanhar a
procissão fluvial do Círio-2002, fazendo o percurso em linha reta.
Para tanto, fez uso do sistema de eixos cartesianos para melhor
orientação. O barco seguiu a direção que forma 45° com o sentido Exemplo:
positivo do eixo x, passando pelo ponto de coordenadas (3, 5). Este (VUNESP) A equação da circunferência, com centro no ponto
trajeto ficou bem definido através da equação: C(2, 1) e que passa pelo ponto P(0, 3), é:
(A) y = 2x – 1 (A) x2 + (y – 3)2 = 0
(B) y = - 3x + 14 (B) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 4
(C) y = x + 2 (C) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
(D) y = - x + 8 (D) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 16
(E) y = 3x – 4 (E) x2 + (y – 3)2 = 8

42
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Resolução: Equações da elipse


Temos que C(2, 1), então a = 2 e b = 1. O raio não foi dado no a) Centrada na origem e com o eixo maior na horizontal.
enunciado.
(x – a)2 + (y – b)2 = r2
(x – 2)2 + (y – 1)2 = r2 (como a circunferência passa pelo ponto P,
basta substituir o x por 0 e o y por 3 para achar a raio.
(0 – 2)2 + (3 – 1)2 = r2
(- 2)2 + 22 = r2
4 + 4 = r2
r2 = 8
(x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
Resposta: C
b) Centrada na origem e com o eixo maior na vertical.
Elipse
É o conjunto dos pontos de um plano cuja soma das distâncias
a dois pontos fixos do plano é constante. Onde F1 e F2 são focos:

TEOREMA DE PITÁGORAS
Em todo triângulo retângulo, o maior lado é chamado de hipo-
tenusa e os outros dois lados são os catetos. Deste triângulo tira-
mos a seguinte relação:

Mesmo que mudemos o eixo maior da elipse do eixo x para


o eixo y, a relação de Pitágoras (a2 =b2 + c2) continua sendo válida.

“Em todo triângulo retângulo o quadrado da hipotenusa é igual


à soma dos quadrados dos catetos”.
a2 = b2 + c2

Exemplo:
Um barco partiu de um ponto A e navegou 10 milhas para o
oeste chegando a um ponto B, depois 5 milhas para o sul chegando
a um ponto C, depois 13 milhas para o leste chagando a um ponto D
e finalmente 9 milhas para o norte chegando a um ponto E. Onde o
barco parou relativamente ao ponto de partida?
(A) 3 milhas a sudoeste.
(B) 3 milhas a sudeste.
(C) 4 milhas ao sul.
(D) 5 milhas ao norte.
(E) 5 milhas a nordeste.

43
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Resolução:

x 2 = 32 + 42
x2 = 9 + 16
x2 = 25
Resposta: E

O sistema métrico decimal é parte integrante do Sistema de Medidas. É adotado no Brasil tendo como unidade fundamental de me-
dida o metro.
O Sistema de Medidas é um conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.

Medidas de comprimento
Os múltiplos do metro são usados para realizar medição em grandes distâncias, enquanto os submúltiplos para realizar medição em
pequenas distâncias.

UNIDADE
MÚLTIPLOS SUBMÚLTIPLOS
FUNDAMENTAL
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
km hm Dam m dm cm mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Para transformar basta seguir a tabela seguinte (esta transformação vale para todas as medidas):

Medidas de superfície e área


As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o me-
tro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102. A nomenclatura é a mesma das unidades de comprimento
acrescidas de quadrado.

Vejamos as relações entre algumas essas unidades que não fazem parte do sistema métrico e as do sistema métrico decimal (valores
aproximados):
1 polegada = 25 milímetros
1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
1 pé = 30 centímetros

44
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Medidas de Volume e Capacidade


Na prática, são muitos usados o metro cúbico(m3) e o centímetro cúbico(cm3).
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o sistema
continua sendo decimal. Acrescentamos a nomenclatura cúbico.
A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.

Medidas de Massa
O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama(g). Assim as denominamos:
Kg – Quilograma; hg – hectograma; dag – decagrama; g – grama; dg – decigrama; cg – centigrama; mg – miligrama
Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t). Medidas Especiais:
1 Tonelada(t) = 1000 Kg
1 Arroba = 15 Kg
1 Quilate = 0,2 g

Em resumo temos:

Relações importantes

1 kg = 1l = 1 dm3
1 hm2 = 1 ha = 10.000m2
1 m3 = 1000 l
Exemplos:
(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Uma peça de um determinado tecido tem 30 metros, e para se confeccionar
uma camisa desse tecido são necessários 15 decímetros. Com duas peças desse tecido é possível serem confeccionadas:
(A) 10 camisas
(B) 20 camisas
(C) 40 camisas
(D) 80 camisas

Resolução:
Como eu quero 2 peças desse tecido e 1 peça possui 30 metros logo:
30 . 2 = 60 m. Temos que trabalhar com todas na mesma unidade: 1 m é 10dm assim temos 60m . 10 = 600 dm, como cada camisa
gasta um total de 15 dm, temos então:
600/15 = 40 camisas.
Resposta: C

45
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Um Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).
veículo tem capacidade para transportar duas toneladas de carga.
Se a carga a ser transportada é de caixas que pesam 4 quilogramas
cada uma, o veículo tem capacidade de transportar no máximo:
(A) 50 caixas
(B) 100 caixas
(C) 500 caixas
(D) 1000 caixas

Resolução:
Uma tonelada(ton) é 1000 kg, logo 2 ton. 1000kg= 2000 kg
Cada caixa pesa 4kg
2000 kg/ 4kg = 500 caixas.
Resposta: C
Exemplo:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
INCLINAÇÃO EM PORCENTAGEM FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de
16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de com-
São chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou pra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em
simplesmente de porcentagem, as razões de denominador 100, ou quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior
seja, que representam a centésima parte de uma grandeza. Costu- ao de compra?
mam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se: (A) 67%.
“por cento”). (B) 61%.
(C) 65%.
(D) 63%.
(E) 69%.

Exemplo: Resolução:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANA- Preço de venda: V
LISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) O Preço de compra: C
departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcio- V – 0,16V = 1,4C
nários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de 0,84V = 1,4C
Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários. Em
relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a fra-
ção de estagiários é igual a
(A) 1/5.
(B) 1/6.
(C) 2/5. O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.
(D) 2/9. Resposta: A
(E) 3/5.
Aumento e Desconto em porcentagem
Resolução: – Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

Resposta: B
- Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por
Lucro e Prejuízo em porcentagem
É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. Se
a diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L), caso seja NEGATIVA,
temos PREJUÍZO (P).

46
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Logo:

Fator de multiplicação

É o valor final de , é o que chamamos de fator de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de
porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou decréscimo no valor do produto.

Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos uso dos fato-
res de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decréscimo).

Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto de 20%. Qual o
preço desse produto após esse acréscimo e desconto?

Resolução:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

RAZÃO E PROPORÇÃO

Razão
É uma fração, sendo a e b dois números a sua razão, chama-se razão de a para b: a/b ou a:b , assim representados, sendo b ≠ 0. Temos
que:

Exemplo:
(SEPLAN/GO – PERITO CRIMINAL – FUNIVERSA) Em uma ação policial, foram apreendidos 1 traficante e 150 kg de um produto pare-
cido com maconha. Na análise laboratorial, o perito constatou que o produto apreendido não era maconha pura, isto é, era uma mistura
da Cannabis sativa com outras ervas. Interrogado, o traficante revelou que, na produção de 5 kg desse produto, ele usava apenas 2 kg
da Cannabis sativa; o restante era composto por várias “outras ervas”. Nesse caso, é correto afirmar que, para fabricar todo o produto
apreendido, o traficante usou
(A) 50 kg de Cannabis sativa e 100 kg de outras ervas.
(B) 55 kg de Cannabis sativa e 95 kg de outras ervas.
(C) 60 kg de Cannabis sativa e 90 kg de outras ervas.
(D) 65 kg de Cannabis sativa e 85 kg de outras ervas.
(E) 70 kg de Cannabis sativa e 80 kg de outras ervas.

47
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Resolução: – A soma/diferença dos dois primeiros termos está para o pri-


O enunciado fornece que a cada 5kg do produto temos que 2kg meiro (ou para o segundo termo), assim como a soma/diferença
da Cannabis sativa e os demais outras ervas. Podemos escrever em dos dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).
forma de razão , logo :

Resposta: C – A soma/diferença dos antecedentes está para a soma/dife-


rença dos consequentes, assim como cada antecedente está para
Razões Especiais o seu consequente.
São aquelas que recebem um nome especial. Vejamos algu-
mas:

Velocidade: é razão entre a distância percorrida e o tempo gas-


to para percorrê-la.

Exemplo:
(MP/SP – AUXILIAR DE PROMOTORIA I – ADMINISTRATIVO –
VUNESP) A medida do comprimento de um salão retangular está
Densidade: é a razão entre a massa de um corpo e o seu volu- para a medida de sua largura assim como 4 está para 3. No piso
me ocupado por esse corpo. desse salão, foram colocados somente ladrilhos quadrados inteiros,
revestindo-o totalmente. Se cada fileira de ladrilhos, no sentido do
comprimento do piso, recebeu 28 ladrilhos, então o número míni-
mo de ladrilhos necessários para revestir totalmente esse piso foi
igual a
(A) 588.
Proporção (B) 350.
É uma igualdade entre duas frações ou duas razões. (C) 454.
(D) 476.
(E) 382.

Resolução:

Lemos: a esta para b, assim como c está para d.


Ainda temos:
Fazendo C = 28 e substituindo na proporção, temos:

4L = 28 . 3
L = 84 / 4
L = 21 ladrilhos
Assim, o total de ladrilhos foi de 28 . 21 = 588
Resposta: A

• Propriedades da Proporção PORCENTAGEM.


– Propriedade Fundamental: o produto dos meios é igual ao
produto dos extremos: Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
a.d=b.c em tópicos anteriores.

48
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS FICTÍCIOS, DE-
DUÇÃO

As sequências podem ser formadas por números, letras, pessoas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma sequência,
o importante é que existem pelo menos três elementos que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries necessitam
de mais elementos para definir sua lógica1. Um bom conhecimento em Progressões Algébricas (PA) e Geométricas (PG), fazem com que
deduzir as sequências se tornem simples e sem complicações. E o mais importante é estar atento a vários detalhes que elas possam ofe-
recer. Exemplos:

Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo número.

Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um mesmo número.

Sequência de Figuras: Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão visto na sequência de pessoas ou simplesmente sofrer
rotações, como nos exemplos a seguir. Exemplos:

Exemplos:
Analise a sequência a seguir:

Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a 277ª
posição dessa sequência é:

Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277 ocu-
pa, então, a mesma posição das figuras que representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é
representada pela letra “B”.
Resposta: B

1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-numeros-com-figuras-de-palavras/

49
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

(CÂMARA DE ARACRUZ/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa as
posições, a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.

Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:

Resolução:
A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta ao seu estado inicial após 48 segundos.
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos qual será a posição da roda. Vamos transformar tudo para segundos:
25 minutos = 1500 segundos (60x25)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou para roda voltar à posição inicial)
1548 / 48 = vai ter o resto “12”.
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na posição dos 12 segundos.
Resposta: B

RACIOCÍNIO VERBAL, RACIOCÍNIO MATEMÁTICO, RACIOCÍNIO SEQUENCIAL, ORIENTAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL,


FORMAÇÃO DE CONCEITOS, DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS. PROCESSO LÓGICO A PARTIR DE HIPÓTESES E CON-
CLUSÕES

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver problemas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das diferentes áreas do
estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte consiste nos seguintes conteúdos:
- Operação com conjuntos.
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
- Numeração.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação tem-
poral envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

50
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma vaga.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do conhecimento
por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

51
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

52
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Exemplo: Valores lógicos


(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma
E 16 – CESPE) verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a
proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos
os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não
pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é
verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que


são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-ver-
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
dade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F
– Fez Sol ontem?
correspondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
falso.
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógi-
televisão.
cos usuais, julgue o item subsecutivo.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógi-
bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
ca P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a
do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO


valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
( ) Certo
( ) Errado
Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
Resolução:
nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V Exemplos
r: Thiago é careca.
V V F F V V V V s: Pedro é professor.
V F V V V F F V
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-
V F F F F F F V
cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
F V V V V V F F simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
F V F F F V F F nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
F F V V V F V F
Exemplo
F F F F V F V F P: Thiago é careca e Pedro é professor.

Resposta: Certo ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas


por duas proposições simples.
Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa- Exemplos:
mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa- 1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a – “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
respeito de determinados conceitos ou entes. – A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.

53
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.


– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

54
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

55
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

56
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

57
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Conectivo “e” (˄) Exemplo:


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada R: Paulo é professor ou administrador
de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade: S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das


proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada
subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer
sol, então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão 2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argu- 3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
mentos lógicos, tiverem valores verdadeiros. 4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não dis-
Conectivo “ou” (v) se o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. Temos então sua tabela verdade:
(Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Conectivo “ou” (v) Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).
Conectivo “Se e somente se” (↔)
Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
• Mais sobre o Conectivo “ou” verdade:
– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das


proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeira Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as pro-
posições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusi-
vo”(considera apenas um dos casos)

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UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a Exemplo:


tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qual- (PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo-
quer questão referente ao assunto. sição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia.
Ordem de precedência dos conectivos: (B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos (C) uma contradição.
ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica mate- (D) uma contingência.
mática prioriza as operações de acordo com a ordem listadas: (E) uma disjunção.

Resolução:
Montando a tabela teremos que:

Em resumo: P ~p ~p ^p
V F F
V F F
F V F
F V F

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante


de uma CONTRADIÇÃO.
Exemplo: Resposta: C
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo- A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res- temos:
pectivamente. P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-
(C) p -> q, p v q, ¬ p tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
(D) p v p, p -> q, ¬ q tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
(E) p v q, ¬ q, p v q que pode ou não existir entre duas proposições.

Resolução: Exemplo:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa-
da pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES Observe:
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo- - Toda proposição implica uma Tautologia:
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua
tabela-verdade:

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UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

- Somente uma contradição implica uma contradição: • Modus Tollens

Propriedades
• Reflexiva:
– P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
– Uma proposição complexa implica ela mesma.

• Transitiva:
– Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então Tautologias e Implicação Lógica
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R • Teorema
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)
Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
sições verdadeiras já existentes.

Regras de Inferência obtidas da implicação lógica

Observe que:
• Silogismo Disjuntivo → indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências
• Regra do Silogismo Hipotético

• Modus Ponens

Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica
p ^ ~p ⇒ q
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

60
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Lógica de primeira ordem Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi- grama (A ∩ B = ø):
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
ou falsa.

Vejamos algumas formas:


- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B. • Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
- Algum A não é B. Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:
Onde temos que A e B são os termos ou características dessas
proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.

Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A”


tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con-
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”.

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade • Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B”
e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três
letras A, E, I e O. representações possíveis:

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.

Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no


conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o
“Todo B é A”. conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B” que Algum B não é A.
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
mo que dizer “nenhum B é A”.

61
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

• Negação das Proposições Categóricas (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
seguintes convenções de equivalência: vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos (A) Todos os não psicólogos são professores.
uma proposição categórica particular. (B) Nenhum professor é psicólogo.
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição (C) Nenhum psicólogo é professor.
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, (E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, Resolução:
uma proposição de natureza afirmativa. Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
Em síntese: ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E

• Equivalência entre as proposições


Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões.

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par- Exemplo:
dos. (PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação lógi-
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos. ca da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual a cinco”?
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos (A) Todo número natural é menor do que cinco.
não miam alto. (B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos. (C) Todo número natural é diferente de cinco.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é (D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
pardo. (E) Existe um número natural que é diferente de cinco.

Resolução: Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação. -se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum). esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
Logo, podemos descartar as alternativas A e E. ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção, dos e Nenhum, que também são universais.
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C

62
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem quantifi-


cadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alternativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam ALGUM
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po- O
A NÃO é B
dem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para


conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
Perceba-se que, nesta sentença, a atenção está
Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas: sobre o(s) elemento (s) de A que não são B (en-
quanto que, no “Algum A é B”, a atenção estava
sobre os que eram B, ou seja, na intercessão).
TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS Temos também no segundo caso, a diferença en-
tre conjuntos, que forma o conjunto A - B

Exemplo:
TODO (GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
A – IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
AéB
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
Se um elemento pertence ao conjunto A, casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
então pertence também a B. (A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

NENHUM Resolução:
E
AéB Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Existe pelo menos um elemento que pertence Teatro = T
a A, então não pertence a B, e vice-versa. Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

Existe pelo menos um elemento comum aos con-


juntos A e B.
Podemos ainda representar das seguintes formas:
ALGUM - Existem teatros que não são cinemas
I
AéB

63
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

- Algum teatro é casa de cultura LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO


Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC


Segundo as afirmativas temos:
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo
menos um dos cinemas é considerado teatro.

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima. Argumentos Válidos
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, a pri- Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
meira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos afirma isso construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.

Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi- argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior. conclusão sejam totalmente questionáveis.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Correta,
que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo cinema é ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-
casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também não é cinema. TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!

• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-


do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
essa frase da seguinte maneira:
Resposta: E

64
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Argumentos Inválidos
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das
premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.

Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.

Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as


premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. Patrícia
pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira
premissa não afirmou que somente as crianças gostam de chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade
Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho- do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti-
mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri-
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é


criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença “Ne- facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
nhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em comum. crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos: diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:


NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!

65
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este argumen-
to é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim, o
argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!

Métodos para validação de um argumento


Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO, AL-
GUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre quan-
do nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se na construção
da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvantagem de ser mais
trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibilidade
do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobriremos o
valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da con-
clusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.

Em síntese:

66
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Exemplo: Exemplos:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido: (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as
seguintes proposições sejam verdadeiras.
(p ∧ q) → r • Quando chove, Maria não vai ao cinema.
_____~r_______ • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
~p ∨ ~q • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
• Quando Fernando está estudando, não chove.
Resolução: • Durante a noite, faz frio.
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum
ou nenhum? Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos item subsecutivo.
à pergunta seguinte. Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi- ( ) Certo
ções simples? ( ) Errado
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o
2º método. Resolução:
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
ção simples ou uma conjunção? missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar A = Chove
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos B = Maria vai ao cinema
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos: C = Cláudio fica em casa
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição D = Faz frio
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta E = Fernando está estudando
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso F = É noite
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método! A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo Lembramos a tabela verdade da condicional:
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa,
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am-
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o utilizando isso temos:
argumento é ou NÃO VÁLIDO. O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
estava estudando. // B → ~E
Resolução pelo 4º Método Iniciando temos:
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
mos: = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- tem que ser F.
deiro! 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
verdadeiras! Teremos: vai ao cinema tem que ser V.
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: sai de casa tem que ser F.
r é verdadeiro. 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! ser V ou F.
1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Resposta: Errado

67
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

(PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada, então
Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma bruxa.
Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
(A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
(B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
(C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
(D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

68
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam meio es-
condidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

69
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

70
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

É correto concluir que, em janeiro, Agora, completando o restante:


(A) Paulo viajou para Fortaleza. Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
(B) Luiz viajou para Goiânia. tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador. Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
(E) Luiz viajou para Curitiba.
Luiz N S N N
Resolução: Arnaldo S N N N
Vamos preencher a tabela:
Mariana N N S N
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
Paulo N N N S
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Resposta: B
Luiz N
Arnaldo N Quantificador
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
Mariana tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
Paulo proposição aberta em uma proposição lógica.

− Mariana viajou para Curitiba; QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Tipos de quantificadores


Luiz N N
• Quantificador universal (∀)
Arnaldo N N O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Exemplo:


Luiz N N Todo homem é mortal.
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
Arnaldo N N mortal.
Mariana N N S N Na representação do diagrama lógico, seria:
Paulo N N

− Luiz não viajou para Fortaleza.

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N N
Arnaldo N N ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
Mariana N N S N mem.
Paulo N N A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
2ª) Se José é homem, então José é mortal.

A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.


A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
(x) (A (x) → B).
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.

71
UNIDADES DE MEDIDAS E RACIOCÍNIO LÓGICO-QUANTITATIVO

Aplicando temos: Resolução:


x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for- A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x sões:
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira? – Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador, – Se é cavalo, então é um animal.
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul- Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
gar, logo, é uma proposição lógica. de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma
de conclusão).
• Quantificador existencial (∃) Resposta: B
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi-
ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
tal que x + y = x.
Exemplo: – 1º passo: observar os quantificadores.
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
é: os valores de x devem satisfazer a propriedade.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- Existe sim! y = 0.
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃ X + 0 = X.
(x)) (A (x) ∧ B). Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
Aplicando temos: reto.
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈ Resposta: CERTO
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
será verdadeira? ANOTAÇÕES
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
julgar, logo, é uma proposição lógica. ______________________________________________________

ATENÇÃO: ______________________________________________________
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B”
______________________________________________________
é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é ______________________________________________________
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.
______________________________________________________
Forma simbólica dos quantificadores
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B). ______________________________________________________
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B). ______________________________________________________
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B).
______________________________________________________
Exemplos: ______________________________________________________
Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. ______________________________________________________
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
(C) Todo animal é cavalo. ______________________________________________________
(D) Nenhum animal é cavalo.
______________________________________________________

72
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Por característica não possuem personalidade jurídica própria,


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – DEFINIÇÃO. ENTIDADES - patrimônio e autonomia administrativa e cujas despesas são reali-
CONCEITO ÓRGÃOS PÚBLICOS - CONCEITO zadas diretamente por meio do orçamento da referida esfera.
Assim, é responsável pela gestão dos serviços públicos executa-
NOÇÕES GERAIS dos pelas pessoas políticas por meio de um conjunto de órgãos que
Para que a Administração Pública possa executar suas ativida- estão integrados na sua estrutura.
des administrativas de forma eficiente com o objetivo de atender Outra característica marcante da Administração Direta é que
os interesses coletivos é necessária a implementação de tecnicas não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direi-
organizacionais que permitam aos administradores públicos decidi- tos e assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa
rem, respeitados os meios legias, a forma adequada de repartição política (União, Estado, Distrito Federal e Municípios).
de competencias internas e escalonamento de pessoas para melhor A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou
atender os assuntos relativos ao interesse público. seja, não pode ingressar como autor ou réu em relação processual.
Celso Antonio Bandeira de Mello, em sua obra Curso de Direito Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda
Administrativo assim afirma: “...o Estado como outras pessoas de que pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de al-
Direito Público que crie, pelos múltiplos cometimentos que lhe as- guma vantagem pecuniária. Ele não irá propor a demanda em face
sistem, têm de repartir, no interior deles mesmos, os encargos de da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa polí-
sua alçada entre diferentes unidades, representativas, cada qual, tica dotada de personalidade jurídica com capacidade postulatória
de uma parcela de atribuições para decidir os assuntos que lhe são para compor a demanda judicial.
afetos...”
Administração Indireta
A Organização Administrativa é a parte do Direito Administra- São integrantes da Administração indireta as fundações, as au-
tivo que normatiza os órgãos e pessoas jurídicas que a compõem, tarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
além da estrutura interna da Administração Pública.
Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n. DECRETO-LEI 200/67
200/67 que “dispõe sobre a organização da Administração Pública Art. 4° A Administração Federal compreende:
Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”. [...]
O certo é que, durante o exercício de suas atribuições, o Esta- II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes ca-
do pode desenvolver as atividades administrativas que lhe compete tegorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
por sua própria estrutura ou então prestá-la por meio de outros a) Autarquias;
sujeitos. b) Empresas Públicas;
A Organização Administrativa estabelece as normas justamen- c) Sociedades de Economia Mista.
te para regular a prestação dos encargos administrativos do Estado d) fundações públicas.
bem como a forma de execução dessas atividades, utilizando-se de Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administra-
técnicas administrativas previstas em lei. ção Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência
estiver enquadrada sua principal atividade.
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
Em âmbito federal o Decreto-Lei 200/67 regula a estrutura ad- Essas quatro pessoas ou entidades administrativas são criadas
ministrativa dividindo, para tanto, em Administração Direta e Admi- para a execução de atividades de forma descentralizada, seja para
nistração Indireta. a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividades
econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade
Administração Direta e eficiência da prestação do serviço público. Têm característica de
A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públi- autonomia na parte administrativa e financeira
cos vinculados diretamente ao chefe da esfera governamental que
a integram. O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a títu-
lo de exceção em duas situações previstas na CF/88, no seu art. 173:
DECRETO-LEI 200/67 - Para fazer frente à uma situação de relevante interesse cole-
Art. 4° A Administração Federal compreende: tivo;
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integra- - Para fazer frente à uma situação de segurança nacional.
dos na estrutura administrativa da Presidência da República e dos
Ministérios.

73
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando A Descentralização pressupõe, por sua natureza, a existência
explora atividade econômica. Quando estiver atuando na atividade de pessoas jurídicas diversas sendo:
econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade a) o ente público que originariamente tem a titularidade sobre
com os particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, a execução de certa atividade, e;
inclusive quanto à livre concorrência. b) pessoas/entidades administrativas ou particulares as quais
foi atribuído o desempenho da atividade em questão.
DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO Importante ressaltar que dessa relação de descentralização não
No decorrer das atividades estatais, a Administração Pública há que se falar em vínculo hierárquico entre a Administração Cen-
pode executar suas ações por meios próprios, utilizando-se da es- tral e a pessoa descentralizada, mantendo, no entanto, o controle
trutura administrativa do Estado de forma centralizada, ou então sobre a execução das atividades que estão sendo desempenhadas.
transferir o exercício de certos encargos a outras pessoas, como en- Por sua vez, a desconcentração está sempre referida a uma úni-
tidades concebidas para este fim de maneira descentralizada. ca pessoa, pois a distribuição de competência se dará internamen-
Assim, como técnica administrativa de organização da execu- te, mantendo a particularidade da hierarquia.
ção das atividades administrativas, o exercício do serviço público
poderá ser por: CRIAÇÃO, EXTINÇÃO E CAPACIDADE PROCESSUAL DOS ÓR-
GÃOS PÚBLICOS
Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo
feita pela Administração direta do Estado, ou seja, utilizando-se do Conceito:
conjunto orgânico estatal para atingir as demandas da sociedade. Órgãos Públicos, de acordo com a definição do jurista adminis-
(ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.). trativo Celso Antônio Bandeira de Mello “são unidade abstratas que
Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular como o pres- sintetizam os vários círculos de atribuição do Estado.”
tador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a exe- Por serem caracterizados pela abstração, não tem nem vonta-
cução da atividade. de e nem ação próprias, sendo os órgão públicos não passando de
mera repartição de atribuições, assim entendidos como uma uni-
Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que dade que congrega atribuições exercidas por seres que o integram
não se confundem com a Administração direta do Estado. Esses ter- com o objetivo de expressar a vontade do Estado.
ceiros poderão estar dentro ou fora da Administração Pública (são Desta forma, para que sejam empoderados de dinamismo e
sujeitos de direito distinto e autônomo). ação os órgãos públicos necessitam da atuação de seres físicos, su-
Se os sujeitos que executarão a atividade estatal estiverem vin- jeitos que ocupam espaço de competência no interior dos órgãos
culadas a estrutura centra da Administração Pública, poderão ser para declararem a vontade estatal, denominados agentes públicos.
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de econo-
mia mista (Administração indireta do Estado). Se estiverem fora da Criação e extinção
Administração, serão particulares e poderão ser concessionários, A criação e a extinção dos órgãos públicos ocorre por meio de
permissionários ou autorizados. lei, conforme se extrai da leitura conjugada dos arts. 48, XI, e 84,
Assim, descentralizar é repassar a execução de das atividades VI, a, da Constituição Federal, com alteração pela EC n.º 32/2001.6
administrativas de uma pessoa para outra, não havendo hierarquia. Em regra, a iniciativa para o projeto de lei de criação dos órgãos
Pode-se concluir que é a forma de atuação indireta do Estado por públicos é do Chefe do Executivo, na forma do art. 61, § 1.º, II da
meio de sujeitos distintos da figura estatal Constituição Federal.
Desconcentração: Mera técnica administrativa que o Estado “Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe
utiliza para a distribuição interna de competências ou encargos de a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do
sua alçada, para decidir de forma desconcentrada os assuntos que Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Re-
lhe são competentes, dada a multiplicidade de demandas e interes- pública, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
ses coletivos. Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa previstos nesta Constituição.
política ou uma entidade da administração indireta distribui com-
petências no âmbito de sua própria estrutura a fim de tornar mais § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as
ágil e eficiente a prestação dos serviços. leis que:
Desconcentração envolve, obrigatoriamente, uma só pessoa [...]
jurídica, pois ocorre no âmbito da mesma entidade administrativa.
Surge relação de hierarquia de subordinação entre os órgãos II - disponham sobre:
dela resultantes. No âmbito das entidades desconcentradas temos [...]
controle hierárquico, o qual compreende os poderes de comando,
fiscalização, revisão, punição, solução de conflitos de competência, e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
delegação e avocação. pública, observado o disposto no art. 84, VI;

Diferença entre Descentralização e Desconcentração Entretanto, em alguns casos, a iniciativa legislativa é atribuída,
As duas figuras técnicas de organização administrativa do Esta- pelo texto constitucional, a outros agentes públicos, como ocorre,
do não podem ser confundidas tendo em vista que possuem con- por exemplo, em relação aos órgãos do Poder Judiciário (art. 96, II,
ceitos completamente distintos. c e d, da Constituição Federal) e do Ministério Público (127, § 2.º),
cuja iniciativa pertence aos representantes daquelas instituições.

74
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Trata-se do princípio da reserva legal aplicável às técnicas de quando se trata da defesa de sua competência, violada por ato de
organização administrativa (desconcentração para órgãos públicos outro órgão”. Admitindo a possibilidade do órgão figurar como par-
e descentralização para pessoas físicas ou jurídicas). te processual.
Desta feita é inafastável a conclusão de que órgãos públicos
Atualmente, no entanto, não é exigida lei para tratar da orga- possuem personalidade judiciária. Mais do que isso, é lícito dizer
nização e do funcionamento dos órgãos públicos, já que tal matéria que os órgãos possuem capacidade processual (isto é, legitimidade
pode ser estabelecida por meio de decreto do Chefe do Executivo. para estar em juízo), inclusive mediante procuradoria própria,
De forma excepcional, a criação de órgãos públicos poderá ser Ainda por meio de construção jurisprudencial, acompanhando
instrumentalizada por ato administrativo, tal como ocorre na insti- a evolução jurídica neste aspecto tem reconhecido capacidade pro-
tuição de órgãos no Poder Legislativo, na forma dos arts. 51, IV, e cessual a órgãos públicos, como Câmaras Municipais, Assembleias
52, XIII, da Constituição Federal. Legislativas, Tribunal de Contas. Mas a competência é reconhecida
Neste contexto, vemos que os órgãos são centros de compe- apenas para defesa das prerrogativas do órgão e não para atuação
tência instituídos para praticar atos e implementar políticas por in- em nome da pessoa jurídica em que se integram.
termédio de seus agentes, cuja conduta é imputada à pessoa jurídi-
ca. Esse é o conceito administrativo de órgão. É sempre um centro PESSOAS ADMINISTRATIVAS
de competência, que decorre de um processo de desconcentração
dentro da Administração Pública. Pessoas Políticas

Capacidade Processual dos Órgãos Públicos Autarquias


Como visto, órgão público pode ser definido como uma unida- As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas
de que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que o por lei para a prestação de serviços públicos e executar as ativida-
integram com o objetivo de expressar a vontade do Estado. des típicas da Administração Pública, contando com capital exclusi-
Na realidade, o órgão não se confunde com a pessoa jurídica, vamente público.
embora seja uma de suas partes integrantes; a pessoa jurídica é o O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as autarquias:
todo, enquanto os órgãos são parcelas integrantes do todo. Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
O órgão também não se confunde com a pessoa física, o agente I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com perso-
público, porque congrega funções que este vai exercer. Conforme nalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar ati-
estabelece o artigo 1º, § 2º, inciso I, da Lei nº 9.784/99, que disci- vidades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu
plina o processo administrativo no âmbito da Administração Públi- melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descen-
ca Federal, órgão é “a unidade de atuação integrante da estrutura tralizada.
da Administração direta e da estrutura da Administração indireta”.
Isto equivale a dizer que o órgão não tem personalidade jurídica As autarquias são regidas integralmente por regras de direito
própria, já que integra a estrutura da Administração Direta, ao con- público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e
trário da entidade, que constitui “unidade de atuação dotada de contando com capital oriundo da Administração Direta (ex.: IN-
personalidade jurídica” (inciso II do mesmo dispositivo); é o caso CRA, INSS, DNER, Banco Central etc.).
das entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista). Características: Temos como principais características das au-
Nas palavras de Celso Antônio Bandeira de Mello, os órgãos: tarquias:
“nada mais significam que círculos de atribuições, os feixes indivi- - Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6
duais de poderes funcionais repartidos no interior da personalidade 016/43, repetindo-se no Decreto-lei nº 200/67 e no artigo 37, XIX,
estatal e expressados através dos agentes neles providos”. da Constituição;
Embora os órgãos não tenham personalidade jurídica, eles - Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obri-
podem ser dotados de capacidade processual. A doutrina e a ju- gações próprios, distintos daqueles pertencentes ao ente que a ins-
risprudência têm reconhecido essa capacidade a determinados ór- tituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de direito públi-
gãos públicos, para defesa de suas prerrogativas. co, quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios,
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, “embora despersonaliza- sujeições;
dos, os órgãos mantêm relações funcionais entre si e com terceiros, - Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o
das quais resultam efeitos jurídicos internos e externos, na forma próprio direito, mas apenas a capacidade de se auto administrar a
legal ou regulamentar. E, a despeito de não terem personalidade respeito das matérias especificas que lhes foram destinadas pela
jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que, pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio
quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo próprio é necessária, sem a qual a capacidade de autoadministra-
por mandado de segurança”. ção não existiria.
Por sua vez, José dos Santos Carvalho Filho, depois de lem- Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio
brar que a regra geral é a de que o órgão não pode ter capacida- próprios.
de processual, acrescenta que “de algum tempo para cá, todavia, - Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre
tem evoluído a ideia de conferir capacidade a órgãos públicos para as formas de descentralização administrativa por serviços ou fun-
certos tipos de litígio. Um desses casos é o da impetração de man- cional, distinguindo-a da descentralização territorial; o princípio da
dado de segurança por órgãos públicos de natureza constitucional, especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para
as quais foram instituídas; e

75
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

- Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a au- Prerrogativas autárquicas: as autarquias possuem algumas
tarquia não se desvie de seus fins institucionais. prerrogativas de direito público, sendo elas:
- Liberdade Financeira: as autarquias possuem verbas próprias - Imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda
(surgem como resultado dos serviços que presta) e verbas orça- a instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços
mentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais
para manejar as verbas que recebem como acharem conveniente, ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade
dentro dos limites da lei que as criou. para as autarquias tem natureza condicionada.
- Liberdade Administrativa: as autarquias têm liberdade para - Impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode
desenvolver os seus serviços como acharem mais conveniente ser usado o instrumento coercitivo da penhora como garantia do
(comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei credor.
que as criou. - Imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como
bens públicos, não podem ser eles adquiridos por terceiros através
Patrimônio: as autarquias são constituídas por bens públicos, de usucapião.
conforme dispõe o artigo 98, Código Civil e têm as seguintes carac- - Prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros
terísticas: contra autarquias prescrevem em 5 anos.
a) São alienáveis - Créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são
b) impenhoráveis; inscritos como dívida ativa e podem ser cobrados pelo processo es-
c) imprescritíveis pecial das execuções fiscais.
d) não oneráveis.

Pessoal: em conformidade com o que estabelece o artigo 39 Contratos: os contratos celebrados pelas autarquias são de
da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas caráter administrativo e possuem as cláusulas exorbitantes, que
(União, Estados, DF e Municípios) ficaram com a obrigação de insti- garantem à administração prerrogativas que o contratado comum
tuir, no âmbito de sua organização, regime jurídico único para todos não tem, assim, dependem de prévia licitação, exceto nos casos de
os servidores da administração direta, das autarquias e das funda- dispensa ou inexigibilidade e precisam respeitar os trâmites da lei
ções públicas. 8.666/1993, além da lei 10.520/2002, que institui a modalidade lici-
tatória do pregão para os entes públicos.
Controle Judicial: as autarquias, por serem dotadas de persona- Isto acontece pelo fato de que por terem qualidade de pessoas
lidade jurídica de direito público, podem praticar atos administrati- jurídicas de direito público, as entidades autárquicas relacionam-se
vos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último, com os particulares com grau de supremacia, gozando de todas as
controlados pelo judiciário, por vias comuns adotadas na legislação prerrogativas estatais.
processual, tal como ocorre com os atos jurídicos normais pratica-
dos por particulares. Empresas Públicas
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, e
Foro dos litígios judiciais: a fixação da competência varia de tem sua criação por meio de autorização legal, isso significa dizer
acordo com o nível federativo da autarquia, por exemplo, os litígios que não são criadas por lei, mas dependem de autorização legis-
comuns, onde as autarquias federais figuram como autoras, rés, as- lativa.
sistentes ou oponentes, têm suas causas processadas e julgadas na O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as empresas públicas:
Justiça Federal, o mesmo foro apropriado para processar e julgar
mandados de segurança contra agentes autárquicos. Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em [...]
que encontramos como partes ou intervenientes terão seu curso na
Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas disposições II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurí-
da lei estadual de divisão e organização judiciárias. dica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo
Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime po- da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica
derá ser estatutário ou trabalhista. Sendo estatutário, o litígio será que o Governo seja levado a exercer por fôrça de contingência ou
de natureza comum, as eventuais demandas deverão ser processa- de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das
das e julgadas nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer formas admitidas em direito.
de contrato de trabalho firmado entre a autarquia e o servidor, a
natureza será de litígio trabalhista (sentido estrito), devendo ser re- As empresas públicas têm seu próprio patrimônio e seu capital
solvido na Justiça do Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou é integralmente detido pela União, Estados, Municípios ou pelo Dis-
municipal. trito Federal, podendo contar com a participação de outras pessoas
Responsabilidade civil: prevê a Constituição Federal que as pes- jurídicas de direito público, ou também pelas entidades da admi-
soas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus nistração indireta de qualquer das três esferas de governo, porém,
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. a maioria do capital deve ser de propriedade da União, Estados,
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da Municípios ou do Distrito Federal.
responsabilidade objetiva do Estado, aquela que independe da in-
vestigação sobre a culpa na conduta do agente.

76
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Foro Competente III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de perso-


A Justiça Federal julga as empresas públicas federais, enquanto nalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração
a Justiça Estadual julga as empresas públicas estaduais, distritais e de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas
municipais. ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a
entidade da Administração Indireta.
Objetivo
É a exploração de atividade econômica de produção ou comer- As sociedades de economia mista são:
cialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a ativida- - Pessoas jurídicas de Direito Privado.
de econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou - Exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de ser-
preste serviço público. viços públicos.
- Empresas de capital misto.
Regime Jurídico - Constituídas sob forma empresarial de S/A.
Se a empresa pública é prestadora de serviços públicos, por
consequência está submetida a regime jurídico público. Se a empre- Veja alguns exemplos de sociedade mista:
sa pública é exploradora de atividade econômica, estará submetida a). Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil.
a regime jurídico privado igual ao da iniciativa privada. b) Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô,
As empresas públicas, independentemente da personalidade entre outras
jurídica, têm as seguintes características:
- Liberdade financeira: Têm verbas próprias, mas também são Características
contempladas com verbas orçamentárias; As sociedades de economia mista têm as seguintes caracterís-
- Liberdade administrativa: Têm liberdade para contratar e de- ticas:
mitir pessoas, devendo seguir as regras da CF/88. Para contratar, - Liberdade financeira;
deverão abrir concurso público; para demitir, deverá haver moti- - Liberdade administrativa;
vação. - Dirigentes próprios;
- Patrimônio próprio.
Não existe hierarquia ou subordinação entre as empresas pú-
blicas e a Administração Direta, independentemente de sua fun- Não existe hierarquia ou subordinação entre as sociedades de
ção. Poderá a Administração Direta fazer controle de legalidade e economia mista e a Administração Direta, independentemente da
finalidade dos atos das empresas públicas, visto que estas estão função dessas sociedades. No entanto, é possível o controle de le-
vinculadas àquela. Só é possível, portanto, controle de legalidade galidade. Se os atos estão dentro dos limites da lei, as sociedades
finalístico. não estão subordinadas à Administração Direta, mas sim à lei que
Como já estudado, a empresa pública será prestadora de ser- as autorizou.
viços públicos ou exploradora de atividade econômica. A CF/88 As sociedades de economia mista integram a Administração
somente admite a empresa pública para exploração de atividade Indireta e todas as pessoas que a integram precisam de lei para au-
econômica em duas situações (art. 173 da CF/88): torizar sua criação, sendo que elas serão legalizadas por meio do
- Fazer frente a uma situação de segurança nacional; registro de seus estatutos.
- Fazer frente a uma situação de relevante interesse coletivo: A lei, portanto, não cria, somente autoriza a criação das so-
ciedades de economia mista, ou seja, independentemente das ati-
A empresa pública deve obedecer aos princípios da ordem vidades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das
econômica, visto que concorre com a iniciativa privada. Quando o sociedades de economia mista.
Estado explora, portanto, atividade econômica por intermédio de A Sociedade de economia mista, quando explora atividade eco-
uma empresa pública, não poderão ser conferidas a ela vantagens nômica, submete-se ao mesmo regime jurídico das empresas pri-
e prerrogativas diversas das da iniciativa privada (princípio da livre vadas, inclusive as comerciais. Logo, a sociedade mista que explora
concorrência). atividade econômica submete-se ao regime falimentar. Sociedade
Cabe ressaltar que as Empresas Públicas são fiscalizadas pelo de economia mista prestadora de serviço público não se submete
Ministério Público, a fim de saber se está sendo cumprido o acor- ao regime falimentar, visto que não está sob regime de livre con-
dado. corrência.

Sociedades de Economia Mista Fundações e Outras Entidades Privadas Delegatárias.


As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio
Direito Privado, integrante da Administração Pública Indireta, sua personalizado, destacado pelo seu instituidor para atingir uma fina-
criação autorizada por lei, criadas para a prestação de serviços pú- lidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público
blicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com quanto de direito privado. São criadas por meio de por lei específica
capital misto e constituídas somente sob a forma empresarial de cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
S/A (Sociedade Anônima). sua atuação.
O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as empresas públicas: Decreto-lei 200/67 assim definiu as Fundações Públicas.

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
[...] [...

77
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade ju- atividades de interesse público, mas que não se caracterizam como
rídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de serviços públicos stricto sensu, razão pela qual é incorreto afirmar
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que que as organizações sociais são concessionárias ou permissionárias.
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, Nos termos do art. 2º da Lei n. 9.637/98, a outorga da qualifica-
com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos ção constitui decisão discricionária, pois, além da entidade preen-
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recur- cher os requisitos exigidos na lei, o inciso II do referido dispositi-
sos da União e de outras fontes. vo condiciona a atribuição do título a “haver aprovação, quanto à
conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização
Apesar da legislação estabelecer que as fundações públicas são social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da
dotadas de personalidade jurídica de direito privado, a doutrina ad- área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro
ministrativa admite a adoção de regime jurídico de direito público de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado”. Assim,
a algumas fundações. as entidades que preencherem os requisitos legais possuem sim-
As fundações que integram a Administração indireta, quando ples expectativa de direito à obtenção da qualificação, nunca direito
forem dotadas de personalidade de direito público, serão regidas adquirido.
integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas Evidentemente, o caráter discricionário dessa decisão, permi-
de personalidade de direito privado, serão regidas por regras de di- tindo outorgar a qualificação a uma entidade e negar a outro que
reito público e direito privado, dada sua relevância para o interesse igualmente atendeu aos requisitos legais, viola o princípio da iso-
coletivo. nomia, devendo-se considerar inconstitucional o art. 2º, II, da Lei
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Adminis- n. 9.637/98.
tração direta, que é o instituidor para definir a finalidade pública. Na verdade, as organizações sociais representam uma espécie
Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro Geo- de parceria entre a Administração e a iniciativa privada, exercen-
gráfico Estatístico); Universidade de Brasília; Fundação CASA; FU- do atividades que, antes da Emenda 19/98, eram desempenhadas
NAI; Fundação Padre Anchieta (TV Cultura), entre outras. por entidades públicas. Por isso, seu surgimento no Direito Brasi-
leiro está relacionado com um processo de privatização lato sensu
Características: realizado por meio da abertura de atividades públicas à iniciativa
- Liberdade financeira; privada.
- Liberdade administrativa; O instrumento de formalização da parceria entre a Administra-
- Dirigentes próprios; ção e a organização social é o contrato de gestão, cuja aprovação
- Patrimônio próprio: deve ser submetida ao Ministro de Estado ou outra autoridade su-
pervisora da área de atuação da entidade.
As fundações governamentais, sejam de personalidade de di- O contrato de gestão discriminará as atribuições, responsabi-
reito público, sejam de direito privado, integram a Administração lidades e obrigações do Poder Público e da organização social, de-
Pública. Importante esclarecer que não existe hierarquia ou subor- vendo obrigatoriamente observar os seguintes preceitos:
dinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe é I - especificação do programa de trabalho proposto pela organi-
um controle de legalidade, um controle finalístico. zação social, a estipulação das metas a serem atingidas e os respec-
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Admi- tivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios
nistração direta, tanto na área tributária (ex.: imunidade prevista no objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, median-
art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo em dobro). te indicadores de qualidade e produtividade;
As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com re-
terceiros. A responsabilidade da Administração é de caráter subsi- muneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas
diário, independente de sua personalidade. pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercí-
As fundações governamentais têm patrimônio público. Se ex- cio de suas funções;
tinta, o patrimônio vai para a Administração indireta, submetendo- III - os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área
-se as fundações à ação popular e mandado de segurança. As par- de atuação da entidade devem definir as demais cláusulas dos con-
ticulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem tratos de gestão de que sejam signatários.
à ação popular e mandado de segurança, sendo estas fundações A fiscalização do contrato de gestão será exercida pelo órgão ou
fiscalizadas pelo Ministério Público. entidade supervisora da área de atuação correspondente à ativida-
de fomentada, devendo a organização social apresentar, ao término
DELEGAÇÃO SOCIAL de cada exercício, relatório de cumprimento das metas fixadas no
contrato de gestão.
Organizações sociais Se descumpridas as metas previstas no contrato de gestão, o
Criada pela Lei n. 9.637/98, organização social é uma qualifica- Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade
ção especial outorgada pelo governo federal a entidades da inicia- como organização social, desde que precedida de processo admi-
tiva privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a fruição de nistrativo com garantia de contraditório e ampla defesa.
vantagens peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos Por fim, convém relembrar que o art. 24, XXIV, da Lei n.
orçamentários, repasse de bens públicos, bem como empréstimo 8.666/93 prevê hipótese de dispensa de licitação para a celebração
temporário de servidores governamentais. de contratos de prestação de serviços com a s organizações sociais,
As áreas de atuação das organizações sociais são ensino, pes- qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para
quisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preserva- atividades contempladas no contrato de gestão. Excessivamente
ção do meio ambiente, cultura e saúde. Desempenham, portanto, abrangente, o art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93, tem a sua consti-

78
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

tucionalidade questionada perante o Supremo Tribunal Federal na VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saú-
ADIn 1.923/98. Recentemente, foi indeferida a medida cautelar que de e assemelhados;
suspendia a eficácia da norma, de modo que o dispositivo voltou a VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
ser aplicável. mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra-
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público tuito e suas mantenedoras;
As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, popu- IX - as organizações sociais;
larmente denominadas OSCIP é um título fornecido pelo Ministério X - as cooperativas;
da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar a viabilidade de parce- XI - as fundações públicas;
rias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito
(federal, estadual e municipal). privado criadas por órgão público ou por fundações públicas;
OSCIPs são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm um XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de
certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o cum- vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art.
primento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de 192 da Constituição Federal.
normas de transparência administrativas. Em contrapartida, podem Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em
celebrar com o poder público os chamados termos de parceria, que qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res-
são uma alternativa interessante aos convênios para ter maior agili- pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi-
dade e razoabilidade em prestar contas. da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
Uma ONG (Organização Não-Governamental), essencialmente objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
é uma OSCIP, no sentido representativo da sociedade, OSCIP é uma I - promoção da assistência social;
qualificação dada pelo Ministério da Justiça no Brasil. II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio
A lei que regula as OSCIPs é a nº 9.790/1999. Esta lei traz a histórico e artístico;
possibilidade das pessoas jurídicas (grupos de pessoas ou profissio- III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma
nais) de direito privado sem fins lucrativos serem qualificadas, pelo complementar de participação das organizações de que trata esta
Poder Público, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Lei;
Público - OSCIPs e poderem com ele relacionar-se por meio de par- IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com-
ceria, desde que os seus objetivos sociais e as normas estatutárias plementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
atendam os requisitos da lei. V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
Um grupo privado recebe a qualificação de OSCIP depois que o VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e pro-
estatuto da instituição, que se pretende formar, tenha sido analisa- moção do desenvolvimento sustentável;
do e aprovado pelo Ministério da Justiça. Para tanto, é necessário VII - promoção do voluntariado;
que o estatuto atenda a certos pré-requisitos que estão descritos VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e com-
nos artigos 1º, 2º, 3º e 4º da Lei nº 9.790/1999. Vejamos: bate à pobreza;
Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-
Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem -produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, em-
fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em prego e crédito;
funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos di-
respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos re- reitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
quisitos instituídos por esta Lei. XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos manos, da democracia e de outros valores universais;
a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doa- ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
dores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, divi- técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
dendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, neste artigo.
auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibi-
integralmente na consecução do respectivo objeto social. lização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de
§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vincu- pessoas, por qualquer meio de transporte.
lado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às ati-
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações vidades nele previstas configura-se mediante a execução direta de
da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doa-
qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei: ção de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela presta-
I - as sociedades comerciais; ção de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.
de categoria profissional; Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por es-
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas tatutos cujas normas expressamente disponham sobre:
fundações; I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade,
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência;
bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;

79
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias Entidades de utilidade pública


e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de Figuram ainda como entidades privadas de utilidade pública:
benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação
no respectivo processo decisório; Serviços sociais autônomos
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dota- São pessoas jurídicas de direito privado, criados por intermé-
do de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho dio de autorização legislativa. Tratam-se de entes paraestatais de
financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, cooperação com o Poder Público, possuindo administração e patri-
emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade; mônio próprios.
IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o Para ficar mais fácil de compreender, basta pensar no sistema
respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídi- “S”, cujo o qual resulta do fato destas entidades ligarem-se à es-
ca qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o trutura sindical e terem sua denominação iniciada com a letra “S”
mesmo objeto social da extinta; – SERVIÇO.
V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a Integram o Sistema “S:” SESI, SESC, SENAC, SEST, SENAI, SENAR
qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial e SEBRAE.
disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em Estas entidades visam ministrar assistência ou ensino a algu-
que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa mas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos.
jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que te- São mantidas por dotações orçamentárias e até mesmo por contri-
nha o mesmo objeto social; buições parafiscais.
VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os diri- Ainda que sejam oficializadas pelo Estado, não são partes inte-
gentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva grantes da Administração direta ou indireta, porém trabalham ao
e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, lado do Estado, seja cooperando com os diversos setores as ativida-
em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região des e serviços que lhes são repassados.
correspondente a sua área de atuação;
VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela Entidades de Apoio
entidade, que determinarão, no mínimo: As entidades de apoio fazem parte do Terceiro Setor e são pes-
a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade soas jurídicas de direito privado, criados por servidores públicos
e das Normas Brasileiras de Contabilidade; para a prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado, pos-
b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerra- suindo vínculo jurídico com a Administração direta e indireta.
mento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demons- Atualmente são prestadas no Brasil através dos serviços de lim-
trações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas peza, conservação, concursos vestibulares, assistência técnica de
de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para equipamentos, administração em restaurantes e hospitais univer-
exame de qualquer cidadão; sitários.
c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos O bom motivo da criação das entidades de apoio é a eficiência
independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos na utilização desses entes. Através delas, convênios são firmados
objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento; com a Administração Pública, de modo muito semelhante com a
d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem celebração de um contrato
pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interes-
se Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. Associações Públicas
70 da Constituição Federal. Tratam-se de pessoas jurídicas de direito público, criadas por
Parágrafo único. É permitida a participação de servidores pú- meio da celebração de um consórcio público com entidades fede-
blicos na composição de conselho ou diretoria de Organização da rativas.
Sociedade Civil de Interesse Público. Quando as entidades federativas fazem um consórcio público,
elas terão a faculdade de decidir se essa nova pessoa criada será de
Pode-se dizer que as OSCIPs são o reconhecimento oficial e le- direito privado ou de direito público. Caso se trate de direito públi-
gal mais próximo do que modernamente se entende por ONG, es- co, caracterizar-se-á como Associação Pública. No caso de direito
pecialmente porque são marcadas por uma extrema transparência privado, não se tem um nome específico.
administrativa. Contudo ser uma OSCIP é uma opção institucional, A finalidade da associação pública é estabelecer finalidades
não uma obrigação. de interesse comum entre as entidades federativas, estabelecendo
Em geral, o poder público sente-se muito à vontade para se uma meta a ser atingida.
relacionar com esse tipo de instituição, porque divide com a socie- Faz parte da administração indireta de todas as entidades fede-
dade civil o encargo de fiscalizar o fluxo de recursos públicos em rativas consorciadas.
parcerias.
A OSCIP, portanto, é uma organização da sociedade civil que, Conselhos Profissionais
em parceria com o poder público, utilizará também recursos públi- Trata-se de entidades que são destinadas ao controle e fiscali-
cos para suas finalidades, dividindo dessa forma o encargo adminis- zação de algumas profissões regulamentadas. Eis que tem-se uma
trativo e de prestação de contas. grande controvérsia, quanto à sua natureza jurídica.

80
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

O STF considera que como se trata de função típica do Estado, Assim, princípios são proposições que servem de base para
o controle e fiscalização do exercício de atividades profissionais não toda estrutura de uma ciência, no Direito Administrativo não é di-
poderia ser delegado a entidades privadas, em decorrência disso, ferente, temos os princípios que servem de alicerce para este ramo
chegou-se ao entendimento que os conselhos profissionais pos- do direito público. Os princípios podem ser expressos ou implícitos,
suem natureza autárquica. vamos nos deter aos expressos, que são os consagrados no art. 37
Assim, não estamos diante de entes de colaboraçao, mas sim da Constituição da República Federativa do Brasil. Em relação aos
de pessoas jurídicas de direito público. princípios constitucionais, Meirelles (2000, p.81) afirma que:
“Os princípios básicos da administração pública estão con-
Fazendo-se um comparativo, a Constituição Federal não admite substancialmente em doze regras de observância permanente e
que esses conselhos tenham personalidade jurídica de direito pri- obrigatória para o bom administrador: legalidade, moralidade, im-
vado, gozando de prerrogativas que são conferidas ao Estado. Os pessoalidade ou finalidade, publicidade, eficiência, razoabilidade,
conselhos profissionais com natureza autárquica é uma forma de proporcionalidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
descentralizar a atividade administrativa que não pode mais ser de- motivação e supremacia do interesse público.
legada a associações profissionais de caráter privado. Os cinco primeiros estão expressamente previstos no art. 37,
caput, da CF de 1988; e os demais, embora não mencionados, decor-
rem do nosso regime político, tanto que, ao daqueles, foram textual-
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA mente enumerados pelo art. 2º da Lei federal 9.784, de 29/01/1999.”
Destarte, os princípios constitucionais da administração públi-
Princípios ca, como tão bem exposto, vêm expressos no art. 37 da Constituição
Os princípios são necessários para nortear o direito, embasan- Federal, e como já afirmado, retoma aos princípios da legalidade,
do como deve ser. Na Administração Pública não é diferente, temos moralidade, impessoalidade ou finalidade, publicidade, eficiência,
os princípios expressos na constituição que são responsáveis por razoabilidade, que serão tratados com mais ênfase a posteriori. Em
organizar toda a estrutura e além disso mostrar requisitos básicos consonância, Di Pietro conclui que a Constituição de 1988 inovou
para uma “boa administração”, não apenas isso, mas também gerar ao trazer expresso em seu texto alguns princípios constitucionais. O
uma segurança jurídica aos cidadãos, como por exemplo, no prin- caput do art. 37 afirma que a administração pública direta e indireta
cípio da legalidade, que atribui ao indivíduo a obrigação de realizar de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
algo, apenas em virtude da lei, impedindo assim que haja abuso de e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoa-
poder. lidade, moralidade, publicidade e eficiência.
No texto da Constituição Federal, temos no seu art. 37, em seu
caput, expressamente os princípios constitucionais relacionados LEGALIDADE
com a Administração Pública, ficando com a doutrina, a necessi- O princípio da legalidade, que é uma das principais garantias de
dade de compreender quais são as verdadeiras aspirações destes direitos individuais, remete ao fato de que a Administração Pública
princípios e como eles estão sendo utilizados na prática, sendo isso só pode fazer aquilo que a lei permite, ou seja, só pode ser exercido
uma dos objetos do presente trabalho. em conformidade com o que é apontado na lei, esse princípio ga-
Com o desenvolvimento do Estado Social, temos que os inte- nha tanta relevância pelo fato de não proteger o cidadão de vários
resses públicos se sobrepuseram diante todos os outros, a conhe- abusos emanados de agentes do poder público. Diante do exposto,
cida primazia do público, a tendência para a organização social, na Meirelles (2000, p. 82) defende que:
qual os anseios da sociedade devem ser atendidos pela Administra- “Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pes-
ção Pública, assim, é função desta, realizar ações que tragam bene- soal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a
fícios para a sociedade. lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que
a lei autoriza. A lei para o particular significa “poder fazer assim”;
Primeiramente falaremos dos PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS, no para o administrador público significa “deve fazer assim”.”
caput do artigo 37 da Magna Carta, quais sejam, legalidade, im- Deste modo, este princípio, além de passar muita segurança
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. jurídica ao indivíduo, limita o poder do Estado, ocasionando assim,
uma organização da Administração Pública. Como já afirmado, an-
Os Princípios Constitucionaisda Administração Pública teriormente, este princípio além de previsto no caput do art. 37,
Para compreender os Princípios da Administração Pública é ne- vem devidamente expresso no rol de Direitos e Garantias Indivi-
cessário entender a definição básica de princípios, que servem de duais, no art. 5º, II, que afirma que “ninguém será obrigado a fazer
base para nortear e embasar todo o ordenamento jurídico e é tão ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”. Em con-
bem exposto por Reale (1986, p. 60), ao afirmar que: clusão ao exposto, Mello (1994, p.48) completa:
“Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que ser- “Assim, o princípio da legalidade é o da completa submissão da
vem de alicerce ou de garantia de certeza a um conjunto de juízos, Administração às leis. Este deve tão-somente obedecê-las, cumpri-
ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da -las, pô-las em prática. Daí que a atividade de todos os seus agen-
realidade. Às vezes também se denominam princípios certas propo- tes, desde o que lhe ocupa a cúspide, isto é, o Presidente da Repú-
sições, que apesar de não serem evidentes ou resultantes de evi- blica, até o mais modesto dos servidores, só pode ser a de dóceis,
dências, são assumidas como fundantes da validez de um sistema reverentes obsequiosos cumpridores das disposições gerais fixadas
particular de conhecimentos, como seus pressupostos necessários.” pelo Poder Legislativo, pois esta é a posição que lhes compete no
direito Brasileiro.”

81
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

No mais, fica claro que a legalidade é um dos requisitos neces- Como demonstrado acima, é necessário que os atos e decisões
sários na Administração Pública, e como já dito, um princípio que tomados sejam devidamente publicados para o conhecimento de
gera segurança jurídica aos cidadãos e limita o poder dos agentes todos, o sigilo só é permitido em casos de segurança nacional. “A
da Administração Pública. publicidade, como princípio da administração pública, abrange toda
atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus
MORALIDADE atos como, também, de propiciação de conhecimento da conduta
Tendo por base a “boa administração”, este princípio relaciona- interna de seus agentes” (MEIRELLES, 2000, p.89). Busca-se deste
-se com as decisões legais tomadas pelo agente de administração modo, manter a transparência, ou seja, deixar claro para a socie-
publica, acompanhado, também, pela honestidade. Corroborando dade os comportamentos e as decisões tomadas pelos agentes da
com o tema, Meirelles (2000, p. 84) afirma: Administração Pública.
“É certo que a moralidade do ato administrativo juntamente
a sua legalidade e finalidade, além de sua adequação aos demais EFICIÊNCIA
princípios constituem pressupostos de validade sem os quais toda Este princípio zela pela “boa administração”, aquela que consi-
atividade pública será ilegítima”. ga atender aos anseios na sociedade, consiga de modo legal atingir
Assim fica claro, a importância da moralidade na Administra- resultados positivos e satisfatórios, como o próprio nome já faz re-
ção Publica. Um agente administrativo ético que usa da moral e da ferência, ser eficiente. Meirelles (2000, p 90) complementa:
honestidade, consegue realizar uma boa administração, consegue “O Princípio da eficiência exige que a atividade administrati-
discernir a licitude e ilicitude de alguns atos, além do justo e injusto va seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. É
de determinadas ações, podendo garantir um bom trabalho. o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se
contenta em se desempenhar apenas com uma legalidade, exigindo
IMPESSOALIDADE resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimen-
Um princípio ainda um pouco conturbado na doutrina, mas, a to as necessidades da comunidade e de seus membros.”
maioria, dos doutrinadores, relaciona este princípio com a finalida- A eficiência é uma característica que faz com que o agente pú-
de, ou seja, impõe ao administrador público que só pratique os atos blico consiga atingir resultados positivos, garantindo à sociedade
em seu fim legal, Mello (1994, p.58) sustenta que esse princípio “se uma real efetivação dos propósitos necessários, como por exemplo,
traduz a idéia de que a Administração tem que tratar a todos os saúde, qualidade de vida, educação, etc.1
administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas”. Na Constituição de 1988 encontram-se mencionados explici-
Para a garantia deste principio, o texto constitucional completa tamente como princípios os seguintes: legalidade, impessoalidade,
que para a entrada em cargo público é necessário a aprovação em moralidade, publicidade e eficiência (este último acrescentado pela
concurso público. Emenda 19198 - Reforma Administrativa). Alguns doutrinadores
buscam extrair outros princípios do texto constitucional como um
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE todo, seriam os princípios implícitos. Outros princípios do direito
É um princípio que é implícito da Constituição Federal brasilei- administrativo decorrem classicamente de elaboração jurispruden-
ra, mas que é explícito em algumas outras leis, como na paulista, cial e doutrinária.
e que vem ganhando muito força, como afirma Meirelles (2000). É Cabe agora indagar quais o PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS, que como
mais uma tentativa de limitação ao poder púbico, como afirma Di dito estão disciplinados no artigo 2ª da lei dos Processos Adminis-
Pietro (1999, p. 72): trativos Federais, vejamos : “ A Administração Pública obedecerá,
“Trata-se de um princípio aplicado ao direito administrativo dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
como mais uma das tentativas de impor-se limitações à discriciona- razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, con-
riedade administrativa, ampliando-se o âmbito de apreciações do traditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.” Os
ato administrativo pelo Poder Judiciário.” princípios da legalidade, moralidade e da eficiência já foram acima
Esse princípio é acoplado a outro que é o da proporcionalidade, explicados. Iremos explanar os demais princípios.
pois, como afirma Di Pietro (1999, p. 72), “a proporcionalidade de-
ver ser medida não pelos critérios pessoais do administrador, mas Princípios da Administração Publica não previstos no Art. 37
segundo padrões comuns na sociedade em que vive”. da Constituição Federal

PUBLICIDADE Princípio da isonomia ou igualdade formal


Para que os atos sejam conhecidos externamente, ou seja, na Aristóteles afirmava que a lei tinha que dar tratamento desi-
sociedade, é necessário que eles sejam publicados e divulgados, e gual às pessoas que são desiguais e igual aos iguais. A igualdade
assim possam iniciar a ter seus efeitos, auferindo eficácia ao termo não exclui a desigualdade de tratamento indispensável em face da
exposto. Além disso, relaciona-se com o Direito da Informação, que particularidade da situação.
está no rol de Direitos e Garantias Fundamentais. Di Pietro (1999, A lei só poderá estabelecer discriminações se o fator de descri-
p.67) demonstra que: minação utilizado no caso concreto estiver relacionado com o ob-
“O inciso XIII estabelece que todos têm direito a receber dos jetivo da norma, pois caso contrário ofenderá o princípio da isono-
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de in- mia. Ex: A idade máxima de 60 anos para o cargo de estivador está
teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob relacionado com o objetivo da norma.
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja im-
prescindível à segurança da sociedade e do Estado.”
1 Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de Rayssa
Cardoso Garcia, Jailton Macena de Araújo

82
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

A lei só pode tratar as pessoas de maneira diversa se a distin- Motivação nas decisões proferidas pelo Poder Judiciário:
ção entre elas justificar tal tratamento, senão seria inconstitucional. Se até mesmo no exercício de funções típicas pelo Judiciário, a
Assim, trata diferentemente para alcançar uma igualdade real (ma- Constituição exige fundamentação, a mesma conclusão e por muito
terial, substancial) e não uma igualdade formal. maior razão se aplica para a Administração quando da sua função
atípica ou principal.
Princípio da isonomia na Constituição:
• “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
do Brasil: promover o bem de todos sem preconceitos de origem, públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
raça, sexo, cor idade e qualquer outras formas de discriminação” podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar em determina-
(art. 3º, IV da Constituição Federal). dos atos às próprias partes e seus advogados, ou somente a estes”
• “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer (art. 93, IX da CF).
natureza...” (art. 5º da Constituição Federal). “As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas,
• “São direitos dos trabalhadores: Proibição de diferença de sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de
salário, de exercício de funções e de critério de admissão por moti- seus membros” (art. 93, X da CF).
vo de sexo, idade, cor ou estado civil” (art. 7º, XXX da Constituição
Federal). Princípio da Autotutela
A Administração Pública tem possibilidade de revisar (rever)
Princípio da Motivação seus próprios atos, devendo anulá-los por razões de ilegalidade
A Administração está obrigada a motivar todos os atos que (quando nulos) e podendo revogá-los por razões de conveniência
edita, pois quando atua representa interesses da coletividade. É ou oportunidade (quando inoportunos ou inconvenientes).
preciso dar motivação dos atos ao povo, pois ele é o titular da “res Anulação: Tanto a Administração como o Judiciário podem
publica” (coisa pública). anular um ato administrativo. A anulação gera efeitos “ex tunc”, isto
O administrador deve motivar até mesmo os atos discricioná- é, retroage até o momento em que o ato foi editado, com a finalida-
rios (aqueles que envolvem juízo de conveniência e oportunidade), de de eliminar todos os seus efeitos até então.
pois só com ela o cidadão terá condições de saber se o Estado esta “A Administração pode declarar a nulidade dos seus próprios
agindo de acordo com a lei. Para Hely Lopes Meirelles, a motivação atos” (súmula 346 STF).
só é obrigatória nos atos vinculados. Revogação: Somente a Administração pode fazê-la. Caso o Ju-
Há quem afirme que quando o ato não for praticado de forma diciário pudesse rever os atos por razões de conveniência ou opor-
escrita (Ex: Sinal, comando verbal) ou quando a lei especificar de tunidade estaria ofendendo a separação dos poderes. A revogação
tal forma o motivo do ato que deixe induvidoso, inclusive quanto gera efeitos “ex nunc”, pois até o momento da revogação o ato era
aos seus aspectos temporais e espaciais, o único fato que pode se válido.
caracterizar como motivo do ato (Ex: aposentadoria compulsória)
não será obrigatória a motivação. Assim, a motivação só será pres- Anulação Revogação
suposto de validade do ato administrativo, quando obrigatória.
Por razões de
Por razões de
Motivação segundo o Estatuto do servidor público da União Fundamento conveniência e
ilegalidade
(Lei 8112/90): oportunidade
Segundo o artigo 140 da Lei 8112/90, motivar tem duplo sig- Administração e
nificado. Assim, o ato de imposição de penalidade sempre men- Competência Administração
Judiciário
cionará o fundamento legal (dispositivos em que o administrador
baseou sua decisão) e causa da sanção disciplinar (fatos que levarão Gera efeitos “ex
Efeitos Gera efeitos “ex tunc”
o administrador a aplicar o dispositivo legal para àquela situação nunc”
concreta).
A lei, quando é editada é genérica, abstrata e impessoal, por- Alegação de direito adquirido contra ato anulado e revogado:
tanto é preciso que o administrador demonstre os fatos que o le- Em relação a um ato anulado não se pode invocar direito adqui-
varam a aplicar aquele dispositivo legal para o caso concreto. Só rido, pois desde o início o ato não era legal. Já em relação a um ato
através dos fatos que se pode apurar se houve razoabilidade (cor- revogado pode se invocar direito adquirido, pois o ato era válido.
respondência) entre o que a lei abstratamente prevê e os fatos con- “A Administração pode anular seus próprios atos quando eiva-
cretos levados ao administrador. dos de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos, ou revogá-los, por motivos de conveniência ou oportuni-
Falta de motivação: dade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvados em todos os
A falta de motivação leva à invalidação, à ilegitimidade do ato, casos, a apreciação judicial” (2a parte da sumula 473 do STF).
pois não há o que falar em ampla defesa e contraditório se não há
motivação. Os atos inválidos por falta de motivação estarão sujeitos Princípio da Continuidade da Prestação do Serviço Público
também a um controle pelo Poder Judiciário. A execução de um serviço público não pode vir a ser interrom-
pida. Assim, a greve dos servidores públicos não pode implicar em
paralisação total da atividade, caso contrário será inconstitucional
(art. 37, VII da CF).

83
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Não será descontinuidade do serviço público: Serviço público Vale ressaltar que o administrador tem obrigação de zelar pelo
interrompido por situação emergencial (art. 6º, §3º da lei 8987/95): dever de agir, de probidade, de prestar contas e o dever de pautar
Interrupção resultante de uma imprevisibilidade. A situação emer- seus serviços com eficiência.
gencial deve ser motivada, pois resulta de ato administrativo. Se a
situação emergencial decorrer de negligência do fornecedor, o ser- PODER HIERÁRQUICO
viço público não poderá ser interrompido. A Administração Pública é dotada de prerrogativa especial de
Serviço público interrompido, após aviso prévio, por razões de organizar e escalonar seus órgãos e agentes de forma hierarquiza-
ordem técnica ou de segurança das instalações (art. 6º, §3º, I da lei da, ou seja, existe um escalonamento de poderes entre as pessoas
8987/95). e órgãos internamente na estrutura estatal
Serviço público interrompido, após aviso prévio, no caso de ina- É pelo poder hierárquico que, por exemplo, um servidor está
dimplência do usuário, considerado o interesse da coletividade (art. obrigado a cumprir ordem emanada de seu superior desde que não
6º, §3º, II da lei 8987/95): Cabe ao fornecedor provar que avisou sejam manifestamente ilegais. É também esse poder que autoriza a
e não ao usuário, por força do Código de Defesa do Consumidor. delegação, a avocação, etc.
Se não houver comunicação, o corte será ilegal e o usuário poderá A lei é quem define as atribuições dos órgãos administrativos,
invocar todos os direitos do consumidor, pois o serviço público é bem como cargos e funções, de forma que haja harmonia e unidade
uma relação de consumo, já que não deixa de ser serviço só porque de direção. Percebam que o poder hierárquico vincula o superior e
é público. o subordinado dentro do quadro da Administração Pública.
Há várias posições sobre esta hipótese: Compete ainda a Administração Pública:
• Há quem entenda que o serviço público pode ser interrom- a) editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções),
pido nesta hipótese pois, caso contrário, seria um convite aberto à que tenham como objetivo ordenar a atuação dos órgãos subordi-
inadimplência e o serviço se tornaria inviável à concessionária, por- nados, pois refere-se a atos normativos que geram efeitos internos
tanto autoriza-se o corte para preservar o interesse da coletividade e não devem ser confundidas com os regulamentos, por serem de-
(Posição das Procuradorias). correntes de relação hierarquizada, não se estendendo a pessoas
• O fornecedor do serviço tem que provar que avisou por força estranhas;
do Código de Defesa do Consumidor, já que serviço público é uma b) dar ordens aos subordinados, com o dever de obediência,
relação de consumo. Se não houver comunicação o corte será ilegal. salvo para os manifestamente ilegais;
• Há quem entenda que o corte não pode ocorrer em razão da c) controlar a atividade dos órgãos inferiores, com o objetivo de
continuidade do serviço. O art. 22 do CDC dispõe que “os órgãos pú- verificar a legalidade de seus atos e o cumprimento de suas obriga-
blicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias, ções, permitindo anular os atos ilegais ou revogar os inconvenien-
ou sob qualquer outra forma de empreendimento são obrigados a tes, seja ex. officio (realiza algo em razão do cargo sem nenhuma
fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e quanto aos es- provocação) ou por provocação dos interessados, através dos re-
senciais contínuos”. “Nos casos de descumprimento, total ou par- cursos hierárquicos;
cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas d) avocar atribuições, caso não sejam de competência exclusiva
compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma do órgão subordinado;
prevista neste Código” (art. 22, parágrafo único do CDC). e) delegação de atribuições que não lhe sejam privativas.

Princípio da Razoabilidade A relação hierárquica é acessória da organização administrati-


O Poder Público está obrigado, a cada ato que edita, a mostrar va, permitindo a distribuição de competências dentro da organiza-
a pertinência (correspondência) em relação à previsão abstrata em ção administrativa para melhor funcionamento das atividades exe-
lei e os fatos em concreto que foram trazidos à sua apreciação. Este cutadas pela Administração Pública.
princípio tem relação com o princípio da motivação.
Se não houver correspondência entre a lei o fato, o ato não PODER DISCIPLINAR
será proporcional. Ex: Servidor chegou atrasado no serviço. Embora O Poder Disciplinar decorre do poder punitivo do Estado de-
nunca tenha faltado, o administrador, por não gostar dele, o demi- corrente de infração administrativa cometida por seus agentes ou
tiu. Há previsão legal para a demissão, mas falta correspondência por terceiros que mantenham vínculo com a Administração Pública.
para com a única falta apresentada ao administrador.2 Não se pode confundir o Poder Disciplinar com o Poder Hierár-
quico, sendo que um decorre do outro. Para que a Administração
possa se organizar e manter relação de hierarquia e subordinação é
PODERES ADMINISTRATIVOS necessário que haja a possibilidade de aplicar sanções aos agentes
que agem de forma ilegal.
O poder administrativo representa uma prerrogativa especial A aplicação de sanções para o agente que infringiu norma de
de direito público (conjunto de normas que disciplina a atividade caráter funcional é exercício do poder disciplinar. Não se trata aqui
estatal) outorgada aos agentes do Estado, no qual o administrador de sanções penais e sim de penalidades administrativas como ad-
público para exercer suas funções necessita ser dotado de alguns vertência, suspensão, demissão, entre outras.
poderes. Estão sujeitos às penalidades os agentes públicos quando pra-
Esses poderes podem ser definidos como instrumentos que ticarem infração funcional, que é aquela que se relaciona com a
possibilitam à Administração cumprir com sua finalidade, contudo, atividade desenvolvida pelo agente.
devem ser utilizados dentro das normas e princípios legais que o
regem.
2 Fonte: www.webjur.com.br

84
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

É necessário que a decisão de aplicar ou não a sanção seja Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de
motivada e precedida de processo administrativo competente que polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites
garanta a ampla defesa e o contraditório ao acusado, evitando me- da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se
didas arbitrárias e sumárias da Administração Pública na aplicação de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou des-
da pena. vio de poder.

PODER REGULAMENTAR Os meios de atuação da Administração no exercício do poder


É o poder que tem os chefes do Poder Executivo de criar e edi- de polícia compreendem os atos normativos que estabelecem limi-
tar regulamentos, de dar ordens e de editar decretos, com a finali- tações ao exercício de direitos e atividades individuais e os atos ad-
dade de garantir a fiel execução à lei, sendo, portanto, privativa dos ministrativos consubstanciados em medidas preventivas e repressi-
Chefes do Executivo e, em princípio, indelegável. vas, dotados de coercibilidade.
Podemos dizer então que esse poder resulta em normas inter- A competência surge como limite para o exercício do poder de
nas da Administração. Como exemplo temos a seguinte disposição polícia. Quando o órgão não for competente, o ato não será consi-
constitucional (art. 84, IV, CF/88): derado válido.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: O limite do poder de atuação do poder de polícia não poderá
[...] divorciar-se das leis e fins em que são previstos, ou seja, deve-se
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como condicionar o exercício de direitos individuais em nome da coleti-
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução. vidade.

A função do poder regulamentar é estabelecer detalhes e os Limites


procedimentos a serem adotados quanto ao modo de aplicação de Mesmo que o ato de polícia seja discricionário, a lei impõe al-
dispositivos legais expedidos pelo Poder Legislativo, dando maior guns limites quanto à competência, à forma, aos fins ou ao objeto.
clareza aos comandos gerais de caráter abstratos presentes na lei. Em relação aos fins, o poder de polícia só deve ser exercido
- Os atos gerais são os atos como o próprio nome diz, geram para atender ao interesse público. A autoridade que fugir a esta re-
efeitos para todos (erga omnes); e gra incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato com
- O caráter abstrato é aquele onde há uma relação entre a cir- todas as consequências nas esferas civil, penal e administrativa.
cunstância ou atividade que poderá ocorrer e a norma regulamen- Dessa forma, o fundamento do poder de polícia é a predomi-
tadora que disciplina eventual atividade. nância do interesse público sobre o particular, logo, torna-se escuso
qualquer benefício em detrimento do interesse público.
Cabe destacar que as agências reguladoras são legalmente
dotadas de competência para estabelecer regras disciplinando os Atributos do poder de polícia
respectivos setores de atuação. É o denominado poder normativo Os atributos do poder de polícia, busca-se garantir a sua execu-
das agências. ção e a prioridade do interesse público. São eles: discricionarieda-
Tal poder normativo tem sua legitimidade condicionada ao de, autoexecutoriedade e coercibilidade.
cumprimento do princípio da legalidade na medida em que os atos - Discricionariedade: a Administração Pública goza de liberdade
normativos expedidos pelas agências ocupam posição de inferiori- para estabelecer, de acordo com sua conveniência e oportunidade,
dade em relação à lei dentro da estrutura do ordenamento jurídico. quais serão os limites impostos ao exercício dos direitos individuais
e as sanções aplicáveis nesses casos. Também confere a liberdade
PODER DE POLÍCIA de fixar as condições para o exercício de determinado direito.
É certo que o cidadão possui garantias e liberdades individuais No entanto, a partir do momento em que são fixados esses li-
e coletivas com previsão constitucional, no entanto, sua utilização mites, com suas posteriores sanções, a Administração será obrigada
deve respeitar a ordem coletiva e o bem estar social. a cumpri-las, ficando dessa maneira obrigada a praticar seus atos
Neste contexto, o poder de polícia é uma prerrogativa confe- vinculados.
rida à Administração Pública para condicionar, restringir e limitar
o exercício de direitos e atividades dos particulares em nome dos - Autoexecutoriedade: Não é necessário que o Poder Judiciário
interesses da coletividade. intervenha na atuação da Administração Pública. No entanto, essa
Possui base legal prevista no Código Tributário Nacional, o qual liberdade não é absoluta, pois compete ao Poder Judiciário o con-
conceitua o Poder de Polícia: trole desse ato.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administra- Somente será permitida a autoexecutoriedade quando esta for
ção pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou li- prevista em lei, além de seu uso para situações emergenciais, em
berdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de que será necessária a atuação da Administração Pública.
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos Vale lembrar que a administração pública pode executar, por
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de seus próprios meios, suas decisões, não precisando de autorização
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização judicial.
do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à proprie-
dade e aos direitos individuais ou coletivos. - Coercibilidade: Limita-se ao princípio da proporcionalidade,
na medida que for necessária será permitido o uso da força par
cumprimento dos atos. A coercibilidade é um atributo que torna
obrigatório o ato praticado no exercício do poder de polícia, inde-
pendentemente da vontade do administrado.

85
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Uso e Abuso De Poder Para Hely Lopes Meirelles: “toda manifestação unilateral de
Sempre que a Administração extrapolar os limites dos pode- vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, te-
res aqui expostos, estará cometendo uma ilegalidade. A ilegalidade nha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, ex-
traduz o abuso de poder que, por sua vez, pode ser punido judicial- tinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados
mente. ou a si própria”.
O abuso de poder pode gerar prejuízos a terceiros, caso em que Para Maria Sylvia Zanella di Pietro ato administrativo é a “de-
a Administração será responsabilizada. Todos os Poderes Públicos claração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
estão obrigados a respeitar os princípios e as normas constitucio- jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
nais, qualquer lesão ou ameaça, outorga ao lesado a possibilidade direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
do ingresso ao Poder Judiciário. Conforme se verifica dos conceitos elaborados por juristas
A responsabilidade do Estado se traduz numa obrigação, atri- administrativos, esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde
buída ao Poder Público, de compor os danos patrimoniais causados serão definidas prerrogativas, que digam respeito à supremacia do
a terceiros por seus agentes públicos tanto no exercício das suas interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade
atribuições quanto agindo nessa qualidade. do interesse público.
Os atos administrativos podem ser delegados, assim os parti-
Desvio de Poder culares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos
O desvio significa o afastamento, a mudança de direção da que referidos atos.
fora anteriormente determinada. Este tipo de ato é praticado por Dessa forma, os atos administrativos podem ser praticados pelo
autoridade competente, que no momento em que pratica tal ato, Estado ou por alguém que esteja em nome dele. Logo, pode-se con-
distinto do que é visado pela norma legal de agir, acaba insurgindo cluir que os atos administrativos não são definidos pela condição
no desvio de poder. da pessoa que os realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público.

Segundo Cretella Júnior: REQUISITOS


“o fim de todo ato administrativo, discricionário ou não, é o São as condições necessárias para a existência válida do ato.
interesse público. O fim do ato administrativo é assegurar a ordem Os requisitos dos atos administrativos são cinco:
da Administração, que restaria anarquizada e comprometida se o - Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz. Tra-
fim fosse privado ou particular”. ta-se de requisito vinculado, ou seja, para que um ato seja válido
deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
Não ser refere as situações que estejam eivadas de má-fé, mas O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado
sim quando a intenção do agente encontra-se viciada, podendo todo aquele que atue em nome do Estado, podendo ser de qual-
existir desvio de poder, sem que exista má-fé. É a junção da vontade quer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo deter-
de satisfação pessoal com inadequada finalidade do ato que pode- minado ou vínculo de natureza permanente.
ria ser praticado. Além da competência para a prática do ato, se faz necessário
que não exista impedimento e suspeição para o exercício da ativi-
Essa mudança de finalidade, de acordo com a doutrina, pode dade.
ocorrer nas seguintes modalidades: Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não
a. quando o agente busca uma finalidade alheia ao interesse sendo possível um agente que contenha competência ilimitada,
público; tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios
b. quando o agente público visa uma finalidade que, no entan- de legitimação para a prática de atos.
to, não é o fim pré-determinado pela lei que enseja validade ao
ato administrativo e, por conseguinte, quando o agente busca uma - Finalidade: O ato administrativo deve ser editado pela Admi-
finalidade, seja alheia ao interesse público ou à categoria deste que nistração Pública em atendimento a uma finalidade maior, que é a
o ato se revestiu, por meio de omissão. pública; se o ato praticado não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso
de poder.
Em outras palavras, o ato administrativo deve ter como fina-
ATO ADMINISTRATIVO-DEFINIÇÃO.REQUISITOS lidade o atendimento do interesse coletivo e do atendimento das
DO ATO ADMINISTRATIVO.ATRIBUTOS DO ATO demandas da sociedade.
ADMINISTRATIVO ESPÉCIES DO ATO ADMINISTRATIVO
CLASSIFICAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO - Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exte-
REVOGAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO ANULAÇÃO riorização e demais procedimentos prévios que forem exigidos com
DO ATO ADMINISTRATIVO a expedição do ato administrativo.
Via de regra, os atos devem ser escritos, permitindo de ma-
CONCEITO neira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que
Ato Administrativo, em linhas gerais, é toda manifestação lícita não sejam produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são
e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe faça às os casos dos semáforos, por exemplo.
vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, A forma não configura a essência do ato, mas apenas o ins-
transferir, modificar ou extinguir direitos e obrigações. trumento necessário para que a conduta administrativa atinja seus
objetivos. O ato deve atender forma específica, justamente porque

86
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um pro- A autoexecutoriedade é atributo de alguns atos administrati-
cesso administrativo prévio, que se caracterize por uma série de vos, ou seja, não existe em todos os atos. Poderá ocorrer quando
atos concatenados, com um propósito certo. a lei expressamente prever ou quando estiver tacitamente prevista
em lei sendo exigido para tanto situação de urgência; e inexistência
- Motivo: O motivo será válido, sem irregularidades na prática de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.
do ato administrativo, exigindo-se que o fato narrado no ato prati-
cado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na CLASSIFICAÇÃO
conduta estatal. Os atos administrativos podem ser objeto de várias classifica-
Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das ções, conforme o critério em função do qual seja agrupados. Men-
razões que levaram à prática do ato. cionaremos os agrupamentos de classificação mais comuns entre
os doutrinadores administrativos.
- Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa rece-
ber com sua expedição. Todo e qualquer ato administrativo tem por Quanto à composição da vontade produtora do ato:
objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídi- Simples: depende da manifestação jurídica de um único órgão,
cas referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portan-
Administração Pública. to, a vontade para manifestação do ato deve ser unitária, obtida
Entende-se por objeto, aquilo que o ato dispõe, o efeito causa- através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um
do pelo ato administrativo, em decorrência de sua prática. Trata-se agente em órgãos singulares.
do objeto como a disposição da conduta estatal, aquilo que fica de- Complexo: resulta da manifestação conjugada de vontades de
cidido pela prática do ato. órgãos diferentes. É necessária a manifestação de vontade de dois
ATRIBUTOS ou mais órgãos para formar um único ato.
Atributos são qualidades, prerrogativas ou poderes especiais Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um
que revestem os atos administrativos para que eles alcancem os edita o ato principal e o outro será acessório. Como se nota, é com-
fins almejados pelo Estado. posto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão pú-
Existem por conta dos interesses que a Administração repre- blico, em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato
senta, são as qualidades que permitem diferenciar os atos adminis- deve contar com o que ocorrer com o primeiro.
trativos dos outros atos jurídicos. Decorrem do princípio da supre- Quanto a formação do ato:
macia do interesse público sobre o privado. Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das
São atributos dos atos administrativos: partes. Exemplo: licença
Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes.
a) Presunção de Legitimidade/Legitimidade: É a presunção Exemplo: contrato administrativo;
de que os atos administrativos devem ser considerados válidos, até Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes.
que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação Exemplo: convênios.
dos serviços públicos.
A presunção de legitimidade não pressupõe no entanto que Ios Quanto aos destinatários do ato:
atos administrativos não possam ser combatidos ou questionados, Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo e
no entanto, o ônus da prova é de quem alega. determinado, impondo a norma abstrata ao caso concreto. Nesse
O atributo de presunção de legitimidade confere maior cele- momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é
ridade à atuação administrativa, já que depois da prática do ato, geral restringindo seu âmbito de atuação.
estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse vá- Gerais: são os atos que têm por destinatário final uma catego-
lido, até que se declare sua ilegalidade por decisão administrativa ria de sujeitos não especificados. Os atos gerais tem a finalidade
ou judicial. de normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica que
abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange
b) Imperatividade: É a prerrogativa que os atos administrativos todas as pessoas que se encontram na mesma situação, por tratar-
possuem de gerar unilateralmente obrigações aos administrados, -se de imposição geral e abstrata para determinada relação.
independente da concordância destes. É o atributo que a Adminis-
tração possui para impor determinado comportamento a terceiros. Quanto à posição jurídica da Administração:
c) Exigibilidade ou Coercibilidade: É a prerrogativa que pos- Atos de império: Atos onde o poder público age de forma impe-
suem os atos administrativos de serem exigidos quanto ao seu cum- rativa sobre os administrados, impondo-lhes obrigações. São atos
primento sob ameaça de sanção. A imperatividade e a exigibilidade, praticados sob as prerrogativas de autoridade estatal. Ex. Interdição
em regra, nascem no mesmo momento. de estabelecimento comercial.
Caso não seja cumprida a obrigação imposta pelo administrati- Atos de gestão: são aqueles realizados pelo poder público, sem
vo, o poder público, se valerá dos meios indiretos de coação, reali- as prerrogativas do Estado (ausente o poder de comando estatal),
zando, de modo indireto o ato desrespeitado. sendo que a Administração irá atuar em situação de igualdade com
o particular. Nesses casos, a atividade será regulada pelo direito pri-
d) Autoexecutoriedade: É o poder de serem executados mate- vado, de modo que o Estado não irá se valer das prerrogativas que
rialmente pela própria administração, independentemente de re- tenham relação com a supremacia do interesse público.
curso ao Poder Judiciário. Exemplo: a alienação de um imóvel público inservível ou alu-
guel de imóvel para instalar uma Secretaria Municipal.

87
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Quanto à natureza das situações jurídicas que o ato cria: Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser
Atos-regra: Criam situações gerais, abstratas e impessoais.Tra- sanados, convalidados. Ressalte-se que, se mantido o defeito, o
çam regras gerais (regulamentos). ato será nulo; se corrigido, poderá ser “salvo” e passar a ser válido.
Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito Atente-se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles
determinado. Criam situações particulares e geram efeitos indivi- expressamente previstos em lei.
duais. Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato admi-
Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condi- nistrativo, mas falta a manifestação de vontade da Administração
ção se cumpra. Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente
público, sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impos-
Quanto ao grau de liberdade da Administração para a prática sível.
do ato:
Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados Quanto à exequibilidade:
em lei, não existindo possibilidade de apreciação por parte do ad- Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação,
ministrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao ad- estando apto a produzir seus efeitos. Perfeição não se confunde
ministrador apenas a verificação da existência de todos os elemen- com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se
tos expressos em lei para a prática do ato. às etapas de sua formação.
Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o mo- Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portan-
tivo e sobre o objeto do ato, devendo pautar suas escolhas de acor- to, não está apto a produzir seus efeitos, faltando, por exemplo, a
do com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionarie- homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
dade é sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou
com o princípio da finalidade pública. O poder judiciário não pode termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas
avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confun-
legalidade, os motivos e o conteúdo ou objeto do ato. de com o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o
casamento. Termo é evento futuro e certo, como uma data espe-
Quanto aos efeitos: cífica.
Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatários. Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada
Pode ser outorgado um novo direito, como permissão de uso de mais havendo para realizar. Exemplifique-se com a exoneração ou a
bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um perío- concessão de licença para doar sangue.
do de suspensão.
ESPÉCIES
Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando ge-
existente, seja de fato ou de direito. Não cria, transfere ou extingue ral do Executivo visando o cumprimento de uma lei. Podem apre-
a situação existente, apenas a reconhece. sentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto
Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extin- geral que regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção
ta, não retirando direitos ou obrigações. A alteração do horário de (decreto de nomeação de um servidor).
atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato. Os atos normativos se subdividem em:
Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato - Regulamentos: São atos normativos posteriores aos decretos,
que põe termo a um direito ou dever existente. Cite-se a demissão que visam especificar as disposições de lei, assim como seus man-
do servidor público. damentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-
Quanto à situação de terceiros: -executáveis independem de regulamentos para produzir efeitos.
Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno 1. Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execu-
da Administração Pública, não atingindo terceiros, como as circula- ção da lei, é um ato administrativo que não tem o foto de inovar o
res e pareceres. ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto
Externos: Destinados a produzir efeitos sobre terceiros, e, por- legal. Os regulamentos executivos são atos normativos que comple-
tanto, necessitam de publicidade para que produzam adequada- mentam os dispositivos legais, sem que ivovem a ordem jurídica,
mente seus efeitos. com a criação de direitos e obrigações.
2. Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e vi-
Quanto à validade do ato: sam inovar o ordenamento jurídico, determinando normas sobre
Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competên- matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem
cia, finalidade, forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto ser considerados atos expedidos como substitutos da lei e não fa-
para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro. cilitadores de sua aplicação, já que são editados sem contemplar
Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito qualquer previsão anterior.
que não pode ser corrigido. Não produz qualquer efeito entre as
partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não
ele deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa, de serem expedidos regulamentos autônomos, em decorrência do
seja judicial, declarando sua nulidade, que terá efeito retroativo, ex princípio da legalidade.
tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os - Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Cons-
direitos de terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato tituição Federal, em seu artigo 87, inciso II. São atos administrativos
nulo. privativos dos Ministros de Estado.

88
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

- Regimentos – São atos administrativos internos que emanam - Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extin-
do poder hierárquico do Executivo ou da capacidade de auto-orga- gue de forma unilateral um direito próprio, liberando definitiva-
nização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta ma- mente a pessoa obrigada perante a Administração Pública.
neira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.
- Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimen- d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administra-
tos e regulamentos, expedidos pelas autoridades do executivo. ção se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião
- Deliberações – São atos normativos ou decisórios que ema- sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e
nam de órgãos colegiados provenientes de acordo com os regula- arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao
mentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos motivo e ao conteúdo.
para seus beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Ad- - Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública com-
ministração. prova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por
meio dos órgãos competentes;
b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcio- - Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autentica-
namento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. das de atos ou fatos existentes em processos, livros ou documentos
Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por que estejam na repartição pública;
chefes de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos - Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a
particulares. assuntos submetidos à sua consideração.
São eles:
- Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierár- e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção impos-
quico em desempenhar determinada função; ta pela lei e aplicada pela Administração, visando punir as infrações
- Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determi- administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de parti-
nados funcionários ou agentes; culares perante a Administração.
- Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Mi- Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as dispo-
nistério; sições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços.
- Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação
aos seus subalternos que determinam a realização de atos especiais externa e interna. Quando for interna, compete à Administração
ou gerais; punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que
- Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos res- contenham defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos,
ponsáveis por obras ou serviços públicos; fazendo com que se respeite as normas administrativas.
- Provimentos – atos administrativos intermos, com determina-
ções e instruções em que a Corregedoria ou os Tribunais expedem EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO.
para regularização ou uniformização dos serviços; Os atos administrativos são produzidos e editados com a fina-
- Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Adminis- lidade de produzir efeitos jurídicos. Cumprida a finalidade a qual
tração a terceiros; fundamenta a edição do ato o mesmo deve ser extinto.
- Despachos administrativos – são decisões tomadas pela auto- Outras vezes, fatos ou atos posteriores interferem diretamente
ridade executiva (ou legislativa e judiciária, quando no exercício da no ato e geram sua suspensão ou elimina definitivamente seus efei-
função administrativa) em requerimentos e processos administrati- tos, causando sua extinção.
vos sujeitos à sua administração. Ademais, diversas são as causas que determinam a extinção
dos atos adminsitrativos ou de seus efeitos, vejamos:
c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declara-
ção de vontade da Administração apta a concretizar determinado Cassação: Ocorre a extinção do ato administrativo quando o
negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas con- administrado deixa de preencher condição necessária para perma-
dições impostas ou consentidas pelo Poder Público. nência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição
- Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a indispensável para manutenção do ato administrativo.
Administração concede ao Administrado a faculdade de realizar de- Anulação ou invalidação (desfazimento): É a retirada, o desfa-
terminada atividade. zimento do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, ou
- Autorização – ato discricionário e precário em que a Adminis- seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração
tração confere ao administrado a faculdade de exercer determinada ou pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc.
atividade. A anulação pode acontecer por via judicial ou por via admi-
- Permissão - ato discricionário e precário em que a Administra- nistrativa. Ocorrerá por via judicial quando alguém solicita ao Ju-
ção confere ao administrado a faculdade de promover certa ativida- diciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando
de nas situações determinadas por ela; a própria Administração expede um ato anulando o antecedente,
- Aprovação - análise pela própria administração de atividades utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja, a Administração
prestadas por seus órgãos; tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou
- Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato pra- inconvenientes. Quando a anulação é feita por via administrativa,
ticado pela própria Administração como maneira de exequibilidade; pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros.
- Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato De acordo com entendimento consolidado pelo Supremo Tri-
praticado pelos seus órgãos como meio de lhe dar eficácia; bunal Federal, a anulação de um ato não pode prejudicar terceiro
- Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cum- de boa-fé.
primento de certa obrigação até então conferida por lei. Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF:

89
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

- SÚMULA 346: A administração pública pode declarar a nulida- ções jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas”, ou seja,
de dos seus próprios atos. quando a lei ou a vontade fixam determinado prazo para serem
- SÚMULA 473: A administração pode anular seus próprios exercidos e se não o forem, extingue-se o próprio direito material.
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles O instituto da decadência tem a finalidade de garantir a segu-
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência rança jurídica. A decadência que decorre de prazo legal é de ordem
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, pública, não podendo ser renunciada. Entretanto, se o prazo deca-
em todos os casos, a apreciação judicial. dencial for ajustado, por declaração unilateral de vontade ou por
convenção entre as partes, pode ser renunciado, que correspon-
Revogação: É a retirada do ato administrativo em decorrência derá a uma revogação da condição para o exercício de um direito
da sua inconveniência ou inoportunidade em face dos interesses dentro de determinado tempo.
públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo Para Hely Lopes Meirelles mais adequado seria considerar-se
com a lei. A revogação somente poderá ser feita por via adminis- como de decadência administrativa os prazos estabelecidos por
trativa. diversas leis, para delimitar no tempo as atividades da Adminis-
Quando se revoga um ato, diz-se que a Administração perdeu tração. E isso porque a prescrição, como instituto jurídico, pressu-
o interesse na manutenção deste, ainda que não exista vício que o põe a existência de uma ação judicial apta à defesa de um direito.
tome. Trata-se de ato discricionário, referente ao mérito adminis- Contudo, a legislação, ao estabelecer os prazos dentro dos quais o
trativo, por set um ato legal, todos os atos já foram produzidos de administrado pode interpor recursos administrativos ou pode a Ad-
forma lícita, de modo que a revogação não irá retroagir, contudo ministração manifestar-se, seja pela prática de atos sobre a conduta
mantem-se os efeitos já produzidos (ex nunc). de seus servidores, sobre obrigações fiscais dos contribuintes, ou
Não há limite temporal para a revogação de atos administrati- outras obrigações com os administrados, refere-se a esses prazos
vos, não se configurando a decadência, no prazo quinquenal, tendo denominando-os de prescricionais.
em vista o entendimento que o interesse público pode ser alterado Em suma, decadência administrativa ocorre com o transcurso do
a qualquer tempo. prazo, impedindo a prática de um ato pela própria Administração.
Não existe efeito repristinatório, ou seja, a retirada do ato, por
razões de conveniência e oportunidade.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Convalidação ou Sanatória: É o ato administrativo que, com
efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a torná- RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que
sana um vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde EVOLUÇÃO HISTÓRICA
o momento em que foi praticado. Alguns autores, ao se referir à Durante muito tempo o Estado não era civilmente responsável
convalidação, utilizam a expressão sanatória. por seus atos, vigorava à época a era do Absolutismo em que o Rei
O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majori- era a figura suprema e, justamente por isso, concentrava todo o
tária), constitutiva, secundária, e eficácia ex tunc. poder em suas mãos.
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, A figura do rei era indissociável da figura do Estado e, em vá-
sustentando que os atos administrativos somente podem ser nu- rias civilizações seu poder supremo era fundamentado na vontade
los. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos de Deus. Surge então a expressão “the king can do no wrong”, ou
anuláveis. seja, “o rei nunca erra, e por tal razão não se cogitava em respon-
Existem três formas de convalidação: sabilizá-lo e os danos eventualmente causados decorrente de seus
a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade atos ficavam sem reparação. Essa é a teoria da irresponsabilidade
que praticou o ato; do Estado.
b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior Contudo, o funcionário do rei poderia ser responsabilizado
àquela que praticou o ato; quando o ato lesivo tivesse relação direta com seu comportamento.
c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou
seja, não é feita nem por quem praticou o ato nem por autoridade Somente no século XIX passou a se admitir a responsabilidade
superior. subjetiva do Estado. Esse tipo de responsabilidade demanda uma
análise sobre a intenção do agente pois, sem essa não se fala em
Verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação responsabilidade. Assim, por essa teoria, somente se responsabiliza
será discricionária, ou seja, a Administração convalidará ou não o o sujeito que age com dolo ou culpa.
ato de acordo com a conveniência. Alguns autores, tendo por base Dado à ineficiência desse tipo de responsabilização, mostran-
o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a do-se insuficiente para as demandas sociais, surgiu a teoria da res-
convalidação deverá ser obrigatória, visto que, se houver como sa- ponsabilidade objetiva que ignora a demonstração inicial de culpa,
nar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível, entretanto, logo, haverá responsabilidade quando houver dano, ilícito e nexo
que existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra causal.
alternativa senão anular o ato.
ATENÇÃO: Nexo causal é o liame subjetivo que une o dano ao
DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA ilícito, ou seja, à conduta.
A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos
potestativos, que “são poderes que a lei confere a determinadas
pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre situa-

90
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Desde os tempos do Império que a Legislação Brasileira prevê a - Contratual e Extracontratual:


reparação dos danos causados a terceiros pelo Estado, por ação ou A responsabilidade contratual decorre da inexecução de um
omissão dos seus agentes. contrato, unilateral ou bilateral, ou seja, foi quebrado o acordo de
No Brasil, surgiu a criação do Tribunal de Conflitos, em 1.873, vontade entre as partes, o que acabou causando um ilícito contra-
passando a evoluir à Responsabilidade Subjetiva. tual. Esse pacto de vontades pode se dar de maneira tácita ou ex-
Quando falamos em responsabilidade extracontratual, deve- pressa, uma das partes pretende ver sua solicitação atendida e a
mos pensar que será excluída a responsabilidade contratual, pois outra, da mesma forma, assume a obrigação de cumpri-la, mesmo
será regida por princípios próprios que seja de forma verbal.
As Constituições de 1824 e de 1891 já previam a responsabili- A responsabilidade extracontratual relaciona-se com a prática
zação dos funcionários públicos por abusos e omissões no exercício de um ato ilícito que origine dano a outrem, sem gerar vínculo con-
de seus cargos. Mas a responsabilidade era do funcionário, vingan- tratual entre as partes, devendo a parte lesada comprovar além do
do até aí, a teoria da irresponsabilidade do Estado. dano a culpa e o nexo de causalidade entre ambos, o que é difícil
Durante a vigência das Constituições de 1934 e 1937 passou a de se comprovar. Irá se preocupar com a reparação dos danos pa-
vigorar o princípio da responsabilidade solidária, por ele o lesado trimoniais.
podia mover ação contra o Estado ou contra o servidor, ou contra Este tipo de responsabilidade caracteriza o estado democrático
ambos, inclusive a execução. de direito, conferindo liberdade individual em face da coletividade,
O Código Civil de 1916, em seu art. 15, já tratava do assun- através de leis.
to, a saber: “As pessoas jurídicas de direito público são civilmente O que ambas tem em comum é que existe a obrigação de re-
responsáveis por atos dos seus representantes que nessa qualidade parar o prejuízo, ou por violação a um dever legal, ou por violação
causem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito a um dever contratual.
ou faltando a dever prescrito por lei, salvo o direito regressivo con-
tra os causadores do dano”. - Objetiva:
Entretanto, a figura da responsabilidade direta ou solidária do O Brasil adota a Responsabilidade Objetiva do Estado. Na res-
funcionário desapareceu com o advento da Carta de 1946, que ado- ponsabilidade objetiva, o dano decorre de uma atividade lícita, que
tou o princípio da responsabilidade objetiva do Estado, evolução apesar deste caráter gera um perigo a outrem, ocasionando o dever
jurídica que garante a possibilidade de ação regressiva contra o ser- de ressarcimento, pelo simples fato do implemento do nexo cau-
vidor no caso de culpa. sal. Para tanto, surgiu a teoria do risco para preencher as lacunas
Note-se que, a partir da Constituição de 1967 houve um alarga- deixadas pela culpabilidade, permitindo que o dano fosse reparado
mento na responsabilização das pessoas jurídicas de direito público independente de culpa.
por atos de seus servidores. Saiu a palavra interno, passando a al- Para Rui Stoco3: “a doutrina da responsabilidade civil objetiva,
cançar tanto as entidades políticas nacionais, como as estrangeiras. em contrapartida aos elementos tradicionais (culpa, dano, vínculo
Esse alargamento ampliou-se ainda mais com a Constituição de de causalidade) determina que a responsabilidade civil assenta-se
1988, que estendeu a aplicabilidade da responsabilidade civil obje- na equação binária, cujos polos são o dano e a autoria do evento
tiva às pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviços danoso. Sem considerar a imputabilidade ou investigar a antijuri-
públicos, os não essenciais, por concessão, permissão ou autoriza- cidade do evento danoso, o que importa, para garantir o ressar-
ção. cimento, é a averiguação de que se sucedeu o episódio e se dele
proveio algum prejuízo, confirmando o autor do fato causador do
Modalidades de responsabilidade civil dano como o responsável.”
A responsabilidade civil pode demonstrar-se de diversas mo-
dalidades: Teorias da responsabilidade objetiva do Estado:
De acordo com o jurista Hely Lopes Meirelles, são teorias da
- Subjetiva: responsabilidade objetiva do Estado.
A responsabilidade subjetiva difere-se da responsabilidade ob- a) teoria da culpa administrativa: a obrigação do Estado inde-
jetiva com relação à forma, em ambas é exigido a reparação e inde- nizar decorre da ausência objetiva do serviço público em si. Não se
nização do dano causado, diferenciando-se com relação à existên- trata de culpa do agente público, mas de culpa especial do Poder
cia ou não de culpa por parte do agente que tenha causado dano Público, caracterizada pela falta de serviço público.
à vítima. b) teoria do risco administrativo: a responsabilidade civil do
Na responsabilidade subjetiva, o fundamento é a demonstra- Estado por atos comissivos ou omissivos de seus agentes é de natu-
ção de que o dano contra a vítima foi causado por culpa do agente. reza objetiva, ou seja, dispensa a comprovação de culpa, bastando
assim a conduta, o fato danoso e o dano, seja ele material ou moral.
Para que o agente repare o dano causado é necessário a plena Não se indaga da culpa do Poder Público mesmo porque ela é infe-
consciência do erro causado, caracterizando, desta forma o dolo ou rida do ato lesivo da Administração.
até mesmo a culpa por negligência, imprudência e imperícia. Con-
tudo, se o dano não tiver sido causado por dolo ou culpa do agente,
compete à vítima suportar os prejuízos, como se tivessem sido cau-
sados em virtude de caso fortuito ou força maior.

3 STOCO, Rui. Responsabilidade civil e sua interpretação jurisdicional.


4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.

91
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Entretanto, é fundamental, que haja o nexo causal. Quando o Estado infringir esse dever objetivo e, exercitando
Deve-se atentar para o fato de que a dispensa de comprova- suas competências, der oportunidades a ocorrências do dano, esta-
ção de culpa da Administração pelo administrado não quer dizer rão presentes os elementos necessários à formulação de um juízo
que aquela esteja proibida de comprovar a culpa total ou parcial da de reprovabilidade quanto a sua conduta.
vítima, para excluir ou atenuar a indenização. Verificado o dolo ou No entanto, não é necessário apurar a existência de uma von-
a culpa do agente, cabe à fazenda pública acionar regressivamente tade psíquica no sentido da ação ou omissão causadoras do dano.
para recuperar deste, tudo aquilo que despendeu com a indeniza- Danos por Ação do Estado
ção da vítima. O exercício da atuação administrativa esta sujeita a causar le-
Como se sabe, o Estado é realmente um sujeito político, jurídi- são a terceiros, ou seja, a ação estatal é apta a gerar danos e capaz
co e economicamente mais poderoso que o administrado, gozando de produzir o evento lesivo. Indenizável.
de determinadas prerrogativas que não se estendem aos demais Se houve conduta estatal lesiva a bem jurídico tutelado, cau-
sujeitos de direito. sando prejuízos de ordem material ou moral ao cidadão, é suficien-
Em razão desse poder, o Estado teria que arcar com um risco te para postular a reclamação e consequentemente a reparação do
maior, decorrente de suas inúmeras atividades e, ter que responder dano experimentado.
por ele, trazendo, assim a teoria do Risco Administrativo. Por obvio, eventualmente o Estado pode vir a lesar direitos ou
Para excluir-se a responsabilidade objetiva, deverá estar ausen- interesses de terceiros com o intuito de satisfazer um determinado
te ao menos um dos seus elementos, quais sejam conduta, dano interesse público, mediante ação legítima do Estado, sob o funda-
e nexo de causalidade. A culpa exclusiva da vítima, caso fortuito mento da Supremacia dos Interesses Coletivos. No entanto, apesar
e força maior são excludentes de responsabilidade e se tratam de de legitima a ação estatal, no caso de produção de evento lesivo a
hipóteses de interrupção do nexo de causalidade. outrem, coexiste o dever de indenizar os danos.

c) Teoria do risco integral: a Administração responde invariavel- Danos por Omissão do Estado
mente pelo dano suportado por terceiro, ainda que decorrente de A omissão da conduta necessária e adequada consiste apta a
culpa exclusiva deste, ou até mesmo de dolo. É a exacerbação da caracterizar responsabilidade do Estado consiste na materialização
teoria do risco administrativo que conduz ao abuso e à iniquidade de vontade, defeituosamente desenvolvida do ente estatal.
social, com bem lembrado por Meirelles. Logo, a responsabilidade continua a envolver um elemento
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, § 6º, diz: “As subjetivo, consiste na formulação defeituosa da vontade de agir ou
pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestado- deixar de agir.
ras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, Não há responsabilidade civil objetiva do Estado, mas há pre-
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de re- sunção de culpabilidade derivada da existência de um dever de di-
gresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. ligência especial. Tanto é assim que, se a vítima tiver concorrido
E no art. 5º, X, está escrito: “são invioláveis a intimidade, a vida para o evento danoso, o valor de uma eventual condenação será
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in- minimizado.
denização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Essa distinção não é meramente acadêmica, especialmente
Vê-se por esse dispositivo que a indenização não se limita aos porque a avaliação do elemento subjetivo é indispensável, em cer-
danos materiais. No entanto, há uma dificuldade nos casos de da- tas circunstâncias, para a determinação da indenização devida.
nos morais na fixação do quantum da indenização, em vista da au- A Constituição Federal de 1988, seguindo uma tradição estabe-
sência de normas regulamentadoras para aferição objetiva desses lecida desde a Constituição Federal de 1946, determinou, em seu
danos. art. 37, §6º, a responsabilidade objetiva do Estado e responsabili-
Portanto, a responsabilidade do Estado se traduz numa obriga- dade subjetiva do funcionário.
ção, atribuída ao Poder Público, de compor os danos patrimoniais Em que pese a aplicação da teoria da responsabilidade objetiva
causados a terceiros por seus agentes públicos, tanto no exercício ser adotada pela Constituição Federal, o Poder Judiciário, em deter-
das suas atribuições, quanto agindo nessa qualidade. minados julgamentos, utiliza a teoria da culpa administrativa para
O Estado responde pelos danos causados com base no concei- responsabilizar o Estado em casos de omissão.
to de nexo de causalidade, ou seja, na relação de causa e efeito Assim, a omissão na prestação do serviço público tem levado à
existente entre o fato ocorrido e as consequências dele resultantes. aplicação da teoria da culpa do serviço público (faute du service). A
Não se cogita a necessidade daquele que sofreu o prejuízo, culpa decorre da omissão do Estado, quando este deveria ter agido
comprovar a culpa ou o dolo, bastando apenas a demonstração do e não agiu. Por exemplo, o Poder Público não conservou adequa-
nexo de causalidade, como se observou na leitura do art. 37, § 6º damente as rodovias e ocorreu um acidente automobilístico com
da Constituição Federal. terceiros.
Com relação ao comportamento comissivo ou omissivo do Es-
RESPONSABILIDADE POR AÇÃO OU OMISSÃO DO ESTADO tado, importante destacar o que dispõe MAZZA4 sobre o tema:
Nos termos constitucionais. o dano indenizável pode ser mate- Existem situações em que o comportamento comissivo de um
rial e/ou moral e ambos podem ser requeridos na mesma ação, se agente público causa prejuízo a particular. São os chamados da-
preencherem os requisitos expostos. nos por ação. Noutros casos, o Estado deixa de agir e, devido a tal
Aquele que é investido de competências estatais tem o dever inação, não consegue impedir um resultado lesivo. Nessa hipótese,
objetivo de adotar as providências necessárias e adequadas a evitar fala-se me dano por omissão. Os exemplos envolvem prejuízos de-
danos às pessoas e ao patrimônio. correntes de assalto, enchente, bala perdida, queda de árvore, bu-
4 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva.
4ª edição. 2014.

92
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

raco na via pública e bueiro aberto sem sinalização causando dano Em regra, não há responsabilidade do Estado, contudo existe
a particular. Tais casos têm em comum a circunstância de inexistir a possibilidade de responsabilizá-lo mesmo na ocorrência de uma
um ato estatal causador do prejuízo. circunstância de força maior, desde que a vítima comprove o com-
(...) portamento culposo da Administração Pública. Por exemplo, num
Em linhas gerais, sustenta-se que o estado só pode ser conde- primeiro momento, uma enchente que causou danos a particulares
nado a ressarcir prejuízos atribuídos à sua omissão quando a legis- pode ser entendida como uma hipótese de força maior e afastar a
lação considera obrigatória a prática da conduta omitida. Assim, a responsabilidade Estatal, contudo, se o particular comprovar que
omissão que gera responsabilidade é aquela violadora de um dever os bueiros entupidos concorreram para o incidente, o Estado tam-
de agir. Em outras palavras, os danos por omissão são indenizáveis bém responderá, pois a prestação do serviço de limpeza pública foi
somente quando configura omissão dolosa ou omissão culposa. Na deficiente.
omissão dolosa, o agente público encarregado de praticar a condu- O caso fortuito é um evento imprevisível e, via de consequên-
ta decide omitir-se e, por isso, não evita o prejuízo. Já na omissão cia, inevitável. Alguns autores diferenciam-no da força maior ale-
culposa, a falta de ação do agente público não decorre de sua inten- gando que ele tem relação com o comportamento humano, en-
ção deliberada em omitir-se, mas deriva da negligência na forma quanto a força maior deriva da natureza. Outros, atestam não haver
de exercer a função administrativa. Exemplo: policial militar que diferença entre ambos.
adorme em serviço e, por isso, não consegue evitar furto a banco
privado. A regra é que o caso fortuito exclua a responsabilidade do Esta-
do, contudo, se o dano for consequência de falha da Administração,
REQUISITOS PARA A DEMONSTRAÇÃO DA RESPONSABILIDA- poderá haver a responsabilização. Ex: rompimento de um cabo de
DE DO ESTADO energia elétrica por falta de manutenção ou por má colocação que
Assim, pode-se afirmar que são requisitos para a demonstra- cause a morte de uma pessoa.
ção da responsabilidade do Estado a ação ou omissão (ato do agen- Nos casos em que está presente a culpa da vítima, duas situa-
te público), o resultado lesivo (dano) e nexo de causalidade. ções podem surgir:
Dano: decorre da violação de um bem juridicamente tutelado, a) O Estado não responde, desde que comprove que houve cul-
que pode ser patrimonial ou extrapatrimonial. pa exclusiva do lesado;
Para que seja ressarcido deve ser certo, atual, próprio ou pes- b) O Estado responde parcialmente, se demonstrar que houve
soal. culpa concorrente do lesado para a ocorrência do dano.
Insta dizer que o dano não é apenas patrimonial (atinge bens
jurídicos que podem ser auferidos pecuniariamente) ele também Em caso de culpa concorrente, aplica-se o disposto no art. 945
pode ser moral (ofende direitos personalíssimos que atingem inte- do Código Civil:
gridade moral, física e psíquica). Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o
Logo, o dano que gera a indenização deve ser: evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a
Certo: É o dano real, efetivo, existente. Para requerer indeniza- gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
ção do Estado é necessário que o dano já tenha sido experimenta-
do. Não se configura a possibilidade de indenização de danos que A culpa de terceiro ocorre quando o dano é causado por pessoa
podem eventualmente ocorrer no futuro. diferente da vítima e do agente público.
Especial: É o dano que pode ser particularizado, aquele que Observe-se que cabe ao Poder Público o ônus de provar a exis-
não atinge a coletividade em geral; deve ser possível a identificação tência de excludente ou atenuante de responsabilidade.
do particular atingido.
Anormal: É aquele que ultrapassa as dificuldades da vida co- REPARAÇÃO DO DANO
mum, as dificuldades do cotidiano. Quanto à reparação do dano, esta pode ser obtida administra-
Direto e imediato: O prejuízo deve ser resultado direito e ime- tivamente ou mediante ação de indenização junto ao Poder Judi-
diato da ação ou omissão do Estado, sem quebra do nexo causal. ciário. Para conseguir o ressarcimento do prejuízo, a vítima deverá
demonstrar o nexo de causalidade entre o fato lesivo e o dano, bem
CAUSAS EXCLUDENTES E ATENUANTES DA RESPONSABILIDA- como o valor do prejuízo.
DE DO ESTADO Uma vez indenizada a vítima, fica a pessoa jurídica com direito
A responsabilidade do Poder Público poderá ser excluída ou de regresso contra o responsável, isto é, com o direito de recuperar
será atenuada quando a conduta da Administração Pública não der o valor da indenização junto ao agente que causou o dano, desde
causa ao prejuízo, ou concorrerem outras circunstâncias que pos- que este tenha agido com dolo ou culpa. Observe-se que não está
sam afastar ou mitigar sua responsabilidade. sujeito a prazo prescricional a ação regressiva contra o agente pú-
Em geral, são chamadas causas excludentes da responsabili- blico que agiu com dolo ou culpa para a recuperação dos valores
dade estatal; a força maior, o caso fortuito, a culpa exclusiva da pagos pelos cofres públicos, conforme inteligência do art. 37, pará-
vítima e a culpa de terceiro. grafo 5º da Constituição Federal:
Nestes casos, não existindo nexo de causalidade entre a condu- §5º: A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-
ta da Administração e o dano ocorrido, a responsabilidade estatal ticados por qualquer agente servidor ou não, que causem prejuízos
será afastada. ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
A força maior pode ser definida como um evento previsível ou
não, porém excepcional e inevitável.

93
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO DE REGRESSO O artigo 27 da Constituição Federal trata dos bens que perten-
Nos casos em que se verificar a existência de culpa ou dolo na cem aos Estados Federados e também aos entes federados;
conduta do agente público causador do dano (Art. 37, §6º, CF), po- Com relação aos bens municipais, não há previsão constitucio-
derá o Estado propor ação regressiva, com a finalidade de apurar a nal expressa, abrangendo os bens de utilização local, que são as
responsabilidade pessoal do agente, sempre partindo-se do pressu- praças, vias e logradouros públicos.
posto de que o Estado já foi condenado anteriormente.
A entidade estatal que propuser a ação deverá demonstrar a B) Quanto à sua destinação: sem dúvidas, esse tipo de classifi-
ocorrência dos requisitos que comprovem a responsabilidade do cação é a que mais é cobrada em concursos públicos.
agente, ou seja, ato, dano, nexo e culpa ou dolo. Caso o elemento Quanto à classificação dos bens públicos, a primeira classifica-
subjetivo, representado pela culpa ou dolo, não esteja presente no ção aconteceu no Código Civil de 1916. No Código Civil de 2002,
caso concreto, haverá exclusão da responsabilidade do agente pú- manteve-se a mesma classificação, que são os bens de uso comum
blico. do povo, os de uso especial, os dominicais, com a diferença que
Note-se que a Administração Pública tem o dever de propor nesse novo instituo inclui-se entre os bens públicos os pertencentes
ação regressiva, em razão do princípio da indisponibilidade. Outra às pessoas jurídicas de direito público
questão importante é que não há prazo para propositura da ação
regressiva, uma vez que, por força do Art. 37, §5º da CF, esta é im- O art. 99 do Código Civil utilizou o critério da destinação ou
prescritível. afetação do bem para classifica-los:
Ensina mais Alexandre Mazza: quando se tratar de dano causa-
do por agente ligado a empresas públicas, sociedades de economia - Bens de uso comum: São aqueles destinados ao uso indistin-
mista, fundações governamentais, concessionários e permissioná- to de toda a comunidade, bens que não devem ser submetidos à
rios, isto é, para pessoas jurídicas de direito privado, o prazo é de fruição privada de ninguém. Exemplo: Mar, rio, rua, praça, estradas,
três anos (art. 206, § 3º, V, do CC) contados do trânsito em julgado parques.
da decisão condenatória. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou oneroso,
São pressupostos para a propositura da ação regressiva: conforme for estabelecido por meio da lei da pessoa jurídica a qual
1) condenação do Estado na ação indenizatória; o bem pertencer (art. 103 CC). Ex: Zona azul nas ruas e zoológico. O
2) trânsito em julgado da decisão condenatória; uso desses bens públicos é oneroso.
3) culpa ou dolo do agente;
4) ausência de denunciação da lide na ação indenizatória. - Bens de uso especial: São aqueles destinados a uma finalidade
específica. Exemplo: Bibliotecas, teatros, escolas, fóruns, quartel,
Importante ressaltar a denunciação à lide, que trata-se de uma museu, repartições públicas em geral.
ação secundária regressiva, podendo ser feita tanto pelo autor
como pelo réu, será citada e denunciada a pessoa contra quem o - Bens dominicais: Não estão destinados nem a uma finalidade
denunciante tem pretensão indenizatória ou de reembolso. comum e nem a uma especial. “Constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal
ou real, de cada uma dessas entidades” (art. 99, III do CC). Os bens
BENS PÚBLICOS dominicais representam o patrimônio disponível do Estado, pois
não estão destinados a nenhuma finalidade, e em razão disso o
NOÇÕES GERAIS Estado figura como proprietário desses bens. Exemplo: Terras
Bens Públicos são todos aqueles que integram o patrimônio da devolutas.
Administração Pública direta e indireta. Todos os demais são consi- Esses bens apenas possuem a qualidade de bem público por per-
derados particulares. tencerem a determinada pessoa jurídica de direito público.
Bens públicos abrangem o patrimônio das entidades estatais Estes bens podem ser alienados, se forem respeitadas as pecu-
dotadas de personalidade jurídica de direito privado. Seguindo esta liaridades encontradas no artigo 17 da Lei 8.666/1993 – Lei Geral de
linha, domínio público é o conjunto de bens públicos, não impor- Licitações.
tando se o bem pertence realmente ao Estado, pois, bens particu-
lares que estejam ligados à realização de serviços públicos também AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO
são considerados bens públicos. Esses dois institutos acontecem pelo fato do bem público desafe-
tado passar a ter destinação pública específica, que ocorre por afeta-
ESPÉCIES ção, assim como um bem que tem destinação pública específica que
As espécies de Bens Públicos podem ser agrupadas de acordo pode deixar de ostentar a qualidade de bem afetado, por meio de de-
com vários critérios, entretanto as mais de maior relevância e vultu- safetação.
osidade diz respeito à titularidade e destinação do bem. Na afetação, dar-se-á destinação pública a um bem dominical, já
na desafetação será suprimida a destinação do bem que estava atrela-
A) Quanto à sua titularidade: os bens são classificados em fe- do ao interesse público
derais, estaduais, municipais ou distritais, pertencendo, portanto à A partir da afetação, o bem público se torna inalienável, destina-
União Federal, Estados, Municípios ou Distrito Federal e as entida- do a utilização específica. Assim, a maioria da doutrina defende que a
des de direito público que compõem sua administração indireta. afetação é livre, não depende de lei ou ato administrativo específico, já
O artigo 20 da Constituição Federal trata dos bens que perten- que o fato da utilização do bem, com finalidade pública, confere-lhe a
cem à União; qualidade de bem afetado.

94
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Nada impede que o bem que foi afetado, seja desafetado pos- ou pensão. Por meio do aforamento, também chamado enfiteuse,
teriormente, desde que não haja mais interesse público em utilizar o transfere-se a posse plena e o uso e gozo da coisa, podendo o enfi-
bem. Ocorrendo a desafetação, o bem fica passível de alienação, já que teuta alienar e transmitir hereditariamente o bem.
retirou-se a sua destinação pública, deixando de ser comum ou espe- Não se confunde com a concessão de direito real de uso, que
cial, passando a ser dominical. exige finalidade específica.
O simples desuso do bem, não autoriza a desafetação, depen- É um instituto civil (art. 678 a 694 do Código Civil e art. 99 a
dendo de lei específica ou manifestação do Poder Público, mediante 124 do Decreto-lei 9760/46) que permite ao proprietário (no caso
ato administrativo expresso. Haverá a possibilidade de desafetação de a Administração Pública) atribuir a outrem (no caso o particular) o
bens de uso especial por fatores da natureza, como é o caso do incên- domínio útil de imóvel de sua propriedade, mediante o pagamento
dio em escola pública. de uma importância certa, invariável e anual, chamada foro ou
pensão.
USO DE BENS PÚBLICOS. Trata-se, portanto, de um direito real sobre coisa alheia, em
O uso dos bens públicos pode ser feito pela própria pessoa que de- que se confere ao titular do direito - foreiro ou enfiteuta - a plena
tém a propriedade ou por particulares, quando for transferido o uso do posse, uso e gozo da coisa, sem fins específicos, com poderes, inclu-
bem público. Tal transferência se dá através de autorização, concessão sive, de aliená-la e transmiti-la hereditariamente, desde que pague
e permissão de uso. anualmente ao senhorio direto (proprietário) chamada de foro ou
pensão anual.
Autorização de uso: É o ato administrativo unilateral, discricioná-
rio e precário, através do qual transfere-se o uso do bem público para FORMAS DE AQUISIÇÃO E ALIENAÇÃO
particulares por um período de curtíssima duração. Libera-se o exercí- A aquisição de bens públicos pode se dar por meio de contra-
cio de uma atividade material sobre um bem público. tos, fenômenos da natureza ou por meio de lei, de modo que essas
aquisições podem ocorrer de forma originária ou derivada.
Permissão de uso: É o ato administrativo unilateral, discricionário, A aquisição originária ocorre independentemente da vontade
precário e negocial (com ou sem condições, gratuito ou oneroso, por do transmitente. O bem vai se incorporar ao patrimônio público
tempo certo ou determinado), através do qual transfere-se o uso do sem nenhuma espécie de restrição ou ônus. Exemplo: usucapião
bem público para particulares por um período maior que o previsto ou desapropriação.
para a autorização. Na aquisição derivada há um consenso entre as partes, trans-
ferindo-se o bem ao patrimônio público, com as vantagens que ele
Concessão de uso: é o contrato administrativo pelo qual o Poder tinha originariamente. Exemplo: compra e venda.
Público atribui a utilização exclusiva de um bem de seu domínio a um
particular, para que o explore por sua conta e risco, segundo a sua Aquisição por Contrato: os contratos de aquisição celebrados
específica destinação. pelo Poder Público não têm natureza de contratos administrativos,
O que caracteriza a concessão de uso das demais é o caráter con- são celebrados sob o regime de direito privado, respeitando-se as
tratual e estável da utilização do bem público, para que o particular limitações e princípios de Direito Administrativo.
concessionário o explore consoante a sua destinação legal e nas con- Contrato, em regra, é um acordo de vontade mas, como o ob-
dições convencionadas com a Administração concedente. A concessão jeto desse contrato é um bem público deve-se seguir as disposições
de uso gera direitos ao concessionário, inclusive à indenização pelos Os principais institutos da alienação de bens públicos são:
investimentos realizados e não amortizados. a) venda (art. 17 da Lei nº 8.666/93);
b) doação a outro órgão ou entidade da Administração Pública
- Concessão comum de uso ou Concessão administrativa de uso: (art. 17, I, b, da Lei nº 8.666/93);
É o contrato por meio do qual delega-se o uso de um bem público ao c) permuta (artigo 17, I, c, da Lei nº 8.666/93);
concessionário por prazo determinado. Por ser direito pessoal não d) dação em pagamento (art. 356 do CC);
pode ser transferida, “inter vivos” (entre pessoas vivas) ou “causa mor- e) concessão de domínio ( art. 17, §2º, da nº Lei 8.666/93);
tis” (relações que produzem efeitos somente após a morte), a tercei- f) investidura (art. 17, § 3º, da Lei nº 8.666/93);
ros. Ex: Área para parque de diversão; Área para restaurantes em g) incorporação;
Aeroportos; Instalação de lanchonetes em zoológico. h) retrocessão (art. 519 do CC);
- Concessão de direito real de uso ou de domínio pleno: É i) legitimação de posse (art. 1º da Lei nº 6.383/76).
o contrato por meio do qual delega-se se o uso em imóvel não
edificado para fins de edificação; urbanização; industrialização; Aquisição legal ou por fenômenos da natureza: em alguns ca-
cultivo da terra ou destinado a moradia, devidamente regulamenta- sos, a aquisição de bens pelo Poder Público depende de previsão
da peço Decreto-lei 271/67. Delega-se o direito real de uso do bem. em lei ou na constituição.
São exemplos:
- Cessão de uso: É o contrato administrativo através do qual - desapropriação;
transfere-se o uso de bem público de um órgão da Administração - usucapião;
para outro na mesma esfera de governo ou em outra. - acessão natural;
- testamento e herança jacente;
Aforamento: É o instituto que permite à Administração atribuir - reversão dos bens;
ao particular o domínio útil de um imóvel público mediante paga- - pena de perdimento de bens;
mento de valor certo, invariável e anual, que recebe o nome de foro - perda de bens.

95
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Requisitos da Alienação: sageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, e cujo


a) Bens imóveis: tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de autoridade
- autorização legislativa; portuária;
- interesse público devidamente justificado; A Lei nº 121.815/2013 dispõe sobre a exploração direta e indireta
- avaliação prévia; e pela União de portos e instalações portuárias e sobre as atividades de-
- licitação sobre a modalidade de concorrência, dispensada nos sempenhadas pelos operadores portuários.
casos de: dação em pagamento, doação, permuta, investidura, ven-
da a outro órgão ou entidade da Administração Pública, alienação Quanto aos terrenos da Marinha: Os terrenos da marinha per-
gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, tencem aos bens da União e são medidos a partir da linha do preamar
locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construí- médio de 1831 a 33 metros para o continente ou para o interior das
dos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas ilhas costeiras com sede de município. São também considerados ter-
habitacionais ou de regularização fundiária, procedimentos de legi- renos de marinha as margens de rios e lagoas que sofrem a influência
timação de posse. das marés.
Os terrenos de marinha são determinados por meio de estudos
b) Bens imóveis adquiridos por meio de procedimentos judi- técnicos com base em plantas, mapas, documentos históricos, dados
ciais ou de dação em pagamento: de ondas e marés.
- interesse público devidamente justificado;
- avaliação prévia; Consagra a Constituição Federal:
- licitação sobre a modalidade de concorrência ou leilão.
Art. 20. São bens da União:
c) Bens Móveis: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atri-
- interesse público devidamente justificado; buídos;
- avaliação prévia; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das
- licitação. fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação
e à preservação ambiental, definidas em lei;
MEIOS DE UTILIZAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu
Os bens podem ser de uso comum do povo ou de uso especial. domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com ou-
Os de uso comum do povo são aqueles que podem ser utilizados tros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham,
por todos, sem distinção ou necessidade de consentimento por par- bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
te da Administração. São exemplos: ruas, praças, lagos. IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros paí-
Os bens de uso especial compreendem todas as coisas, corpó- ses; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas,
reas ou incorpóreas, móveis ou imóveis, que são utilizados pela Ad- destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas
ministração para realização de suas atividades para que se chegue afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referi-
a um fim a ser atingido. das no art. 26, II;
Ao se dizer que o bem de uso especial está afetado à realiza- V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona eco-
ção de um serviço, deve-se pensar em serviço no sentido amplo, nômica exclusiva;
de modo que atinja toda coletividade de interesse geral exercida VI - o mar territorial;
sob autoridade ou fiscalização do poder público, nem sempre se VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
destinando ao uso direto da Administração, podendo ter por objeto VIII - os potenciais de energia hidráulica;
o uso por particular, como acontece com cemitérios, aeroportos. IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
Exemplos: imóveis onde estão instaladas as repartições públi- X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e
cas, os bens que são usados pelas bibliotecas, museus, as terras pré-históricos;
devolutas ou arrecadadas pelos Estados. XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Quanto à via pública: Trata-se de bem de uso comum do povo, Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
uma vez que pode ser utilizada por todas as pessoas. Contudo, vale I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e
frisar um aspecto importante a respeito desse tema. em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes
Caso grandes veículos tenham que transitar em via pública, de obras da União;
como por exemplo em algumas cidades quando se pretende ho- II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu
menagear um jogador que ganhou uma importante partida é ne- domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou ter-
cessária a comunicação e autorização do poder público, tendo em ceiros;
vista que a função essencial da via pública não seria esta necessa- III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
riamente. IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Outros exemplos podem ser citados, como a instalação de ban-
cas de revista em passeio público e “carrinhos de cachorro quente”. REGIME DOS BENS PÚBLICOS MÓVEIS E IMÓVEIS
Quanto aos portos: Conforme o artigo 2º da lei 121.815/2013, A concessão de regime jurídico dos bens públicos decorre dos in-
o porto organizado trata-se de bem público construído e aparelhado teresses que o Poder Público representa quando atua.
para atender a necessidades de navegação, de movimentação de pas-
Inalienabilidade: Regra geral: Os bens públicos não podem ser
alienados (vendidos, permutados ou doados).

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Exceção: Os bens públicos podem ser alienados se atenderem Os artigos 183 e 191 da Constituição Federal impedem que os
aos seguintes requisitos: imóveis públicos sejam adquiridos por terceiros por meio de usu-
- Caracterização do interesse público. capião.
- Realização de pesquisa prévia de preços. Se vender abaixo do Este entendimento foi sedimentado com a edição da Súmula
preço causando atos lesivos ao patrimônio público cabe ação po- 340 do STF:
pular. “Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os
- Desafetação dos bens de uso comum e de uso especial: Os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião”.
bens de uso comum e de uso especial são inalienáveis enquanto
estiverem afetados. - “Os bens públicos de uso comum do povo e Impenhorabilidade: É a característica dos bens públicos que
os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua impedem que sejam eles oferecidos em garantia para cumprimento
qualificação, na forma que a lei determinar” (art. 100 do CC). das obrigações contraídas pela Administração junto a terceiros.
- Os bens dominicais não precisam de desafetação para que se- Os bens públicos não podem ser penhorados, pois a execução
jam alienados. - “Os bens públicos dominicais podem ser alienados, contra a Fazenda Pública se faz de forma diferente.
observadas as exigências da lei” (art. 101 do CC). A Constituição Federal assim determina:
- Necessidade de autorização legislativa em se tratando de
bens imóveis (art. 17 da lei 8666/93). Para bens móveis não há essa “Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Fe-
necessidade. deral, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judi-
- Abertura de licitação na modalidade de concorrência ou lei- ciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresen-
lão: O legislador trouxe no artigo 17 algumas hipóteses de dispensa tação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a
de licitação, sendo estas: designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e
nos créditos adicionais abertos para este fim”
a) Dispensa de licitação para imóveis:
- Dação em pagamento (art. 17, I, “a” da Lei 8666/93); Regra geral: A execução contra a Fazenda se faz através da ex-
- Doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou enti- pedição de precatórios (títulos emitidos a partir de sentença com
dade da Administração Pública, de qualquer esfera de Governo (art. trânsito em julgado que o torna legitimo credor da Administração
17, I, “b” da Lei 8666/93); Pública), impedindo assim a execução por meio de penhora de bens
- Permuta, por outro imóvel que atende os requisitos constan- públicos.
tes do inciso X do art. 24 desta lei (art. 17, I, “c” da Lei 8666/93), De acordo com mandamento constitucional, os precatórios de-
- Investidura (art. 17, I, “d” da Lei 8666/93); vem ser liquidados na ordem cronológica de sua apresentação e
- Venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública, não podem conter nome de pessoas e nem dados concretos (prin-
de qualquer esfera de governo (art. 17, I, “e” da Lei 8666/93); cípio da impessoalidade).
- Alienação, concessão de direito real de uso, locação ou per-
missão de uso de bens imóveis construídos e destinados ou efe- Não-onerabilidade: Os bens públicos não podem ser objeto
tivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais de in- de direito real de garantia, ou seja, um determinado bem não se
teresse social, por órgãos ou entidades da Administração Pública sujeita à instituição de penhor, anticrese ou hipoteca para garantir
especificamente criados para esse fim (art. 17, I, “f” da Lei 8666/93). débitos do ente estatal.
Dessa forma, o ente público jamais pode oferecer um bem pú-
b) Dispensa de licitação para móveis: blico como garantia real dos débitos por eles contraídos, até mesmo
- Doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interes- porque essa garantia não poderia ser executada, havendo inadim-
se social, após a avaliação de sua oportunidade e conveniência so- plemento da obrigação estatal.
cioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação
(art. 17, II, “a” da Lei 8666/93); GESTÃO PATRIMONIAL
- Permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida- A gestão ou administração dos bens públicos é feita pelo Esta-
des da Administração Pública (art. 17, II, “b” da Lei 8666/93); do, que tem o chamado domínio público, que é o poder de senhorio
- Venda de ações, que poderão ser negociadas na bolsa, obser- que o Estado exerce sobre os bens públicos, bem como a capacidade
vada a legislação específica (art. 17, II, “c” da Lei 8666/93); de regulação estatal sobre os bens do patrimônio privado.
- Venda de títulos, na forma da legislação pertinente (art. 17, II, Para Hely Lopes Meirelles, em seu livro, Direito Administrativo
“d” da Lei 8666/93); Brasileiro, o domínio público é composto por diversos subdomínios:
- Venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou - domínio terrestre;
entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades - domínio hídrico;
(art. 17, II, “e” da Lei 8666/93); - domínio mineral;
- Venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou - domínio florestal;
entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por - domínio da fauna;
quem deles dispõe (art. 17, II, “f” da Lei 8666/93). - domínio espacial;
- domínio do patrimônio histórico;
Imprescritibilidade: É a característica dos bens públicos que - domínio do patrimônio genético;
impedem que sejam adquiridos por usucapião. Os imóveis públicos, - domínio ambiental.
urbanos ou rurais, não podem ser adquiridos por usucapião.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

A expressão domínio público se refere ao poder que tem o Es- 05. (TRT /8ª Região - Analista Judiciário – CESPE/2016). A res-
tado de regulamentar os seus próprios bens e os particulares de peito dos elementos do Estado, assinale a opção correta.
interesse público. Pode-se dizer que, por meio do domínio público o (A) Povo, território e governo soberano são elementos indisso-
Estado pode interferir em todos os bens que representem interesse ciáveis do Estado.
para a coletividade. (B) O Estado é um ente despersonalizado.
A interferência estatal pode se dar por meio de proteção, como (C) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judi-
no exemplo das florestas ou de imposições de limitações. ciário e o Poder Executivo.
(D) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencia-
lista ou parlamentarista.
QUESTÕES (E) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são
elementos do Estado brasileiro.
01. (Prefeitura de Jataí/GO - Auditor de Controladoria - Qua-
drix /2019) A cúpula diretiva investida de poder político para a con- 06. (IF/AP - Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016).
dução dos interesses nacionais consiste No sistema de governo brasileiro, os chefes do Poder Executivo
(A) no Estado. (presidente da República, governadores e prefeitos) exercem, ao
(B) na Administração Pública. mesmo tempo, as funções administrativa (Administração Pública) e
(C) no Poder Executivo. política (governo). No entanto, são funções distintas, com conceitos
(D) no governo. e objetivos bem definidos. Acerca de Administração Pública e go-
(E) nos agentes políticos. verno, assinale a alternativa correta.
(A) Administração Pública e governo são considerados sinôni-
02. (CRO-GO - Assistente Administrativo – Quadrix/2019) No mos, visto que ambos têm como objetivo imediato a busca da
que se refere ao Estado e a seus Poderes, julgue o item. satisfação do interesse coletivo.
A noção de Estado de direito baseia‐se na regra de que, ao (B) As ações de Administração Pública têm como objetivo a
mesmo tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar‐se a ele. satisfação do interesse público e são voltadas à execução das
( ) CERTO políticas públicas.
( ) ERRADO (C) Administração Pública é a atividade responsável pela fixa-
ção dos objetivos do Estado, ou seja, nada mais é que o Estado
03. (CRO-GO - CRO-GO - Fiscal Regional - Quadrix – 2019) No desempenhando sua função política.
que se refere ao Estado e a seus Poderes, julgue o item. (D) Governo é o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídi-
Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário exercem suas res- cas de que o Estado dispõe para colocar em prática as políticas
pectivas funções com absoluta exclusividade. públicas.
( ) CERTO (E) A Administração pratica tanto atos de governo (políticos)
( ) ERRADO como atos de execução das políticas públicas.

04. (CRF-PR - Analista de RH – Quadrix/2019) A supremacia do 07. (UFAL - Auxiliar em Administração – COPEVE-UFAL). O ter-
interesse público sobre o privado, também chamada simplesmente mo Administração Pública, em sentido estrito e objetivo, equivale
de princípio do interesse público ou da finalidade pública, princípio (A) às funções típicas dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju-
implícito na atual ordem jurídica, significa que os interesses da co- diciário.
letividade são mais importantes que os interesses individuais, razão (B) à noção de governo.
pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos, (C) ao conceito de Estado.
recebe da lei poderes especiais não extensivos aos particulares. (D) ao conceito de função administrativa.
Alexandre Mazza. Manual de direito administrativo. 8.ª ed. São (E) ao Poder Executivo.
Paulo: Saraiva Educação, 2018.
Com relação a esse princípio, assinale a alternativa correta. 08. (CESPE – INSS - Perito Médico Previdenciário – CESPE).
(A) Apesar da supremacia presente, não possibilita que a Admi- Acerca do direito administrativo, julgue os itens a seguir.
nistração Pública convoque particulares para a execução com- Povo, território e governo soberano são elementos do Estado.
pulsória de atividades públicas. () CERTO
(B) Só existe a supremacia do interesse público primário sobre () ERRADO
o interesse privado. O interesse patrimonial do Estado como
pessoa jurídica, conhecido como interesse público secundário, 09. (JARU-PREVI - RO - Assistente Administrativo – IBA-
não tem supremacia sobre o interesse do particular. DE/2019) Com base nos três poderes do estado e nas suas funções,
(C) Não permite a requisição de veículo particular, pela polícia, afirma-se que ao:
para perseguir criminoso. Referida atitude não é prevista no di- (A) legislativo: cabe a ele criar leis em cada uma das três esferas
reito brasileiro. e fiscalizar e controlar os atos do poder executivo.
(D) Não permite que a Administração Pública transforme com- (B) executivo: estabelece normas que regem a sociedade.
pulsoriamente propriedade privada em pública. (C) judiciário: responsável pela regulação da administração dos
(E) Estará presente em todos os atos de gestão da Administra- interesses públicos.
ção Pública. (D) legislativo: poder exercido pelos secretários do Estado.
(E) executivo: sua principal tarefa é a de controle de constitu-
cionalidade.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

10. (CONRERP 2ª Região - Assistente Administrativo - Qua- como organizações da sociedade civil de interesse público,
drix/2019) Quanto à Administração Pública, julgue o item. podendo celebrar contrato de gestão com dispensa de chama-
À Administração Pública é facultado fazer tudo o que a lei não mento público, com o poder público.
proíbe. (E) que tenha sido constituída e esteja em funcionamento regu-
( ) CERTO lar há, no mínimo, três anos, poderá qualificar-se como organi-
( ) ERRADO zação da sociedade civil de interesse público com fundamento
no princípio da universalização dos serviços de interesse públi-
11. (MPE-CE - Técnico Ministerial - CESPE – 2020) No que diz co que autorizaram sua criação.
respeito à administração pública direta, à administração pública in-
direta e aos agentes públicos, julgue o item que se segue. 14. (AL-AP - Assistente Legislativo - FCC – 2020) A amplitude
A administração pública indireta é composta por órgãos e agen- da Administração pública considera dois grupos de instituições, que
tes públicos que, no âmbito federal, constituem serviços integrados são classificados em Administração direta e indireta. Considera-se
na estrutura administrativa da presidência da República e dos mi- Administração Direta,
nistérios. (A) as Fundações públicas.
( ) CERTO (B) as Autarquias.
( ) ERRADO (C) as Empresas públicas.
(D) as Sociedades de Economia mista.
12. (AL-AP - Analista Legislativo - FCC – 2020) A organização (E) a Casa Civil.
administrativa pode implicar desconcentração e descentralização.
A criação de empresas estatais 15. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020)
(A) depende da edição de lei instituidora dos entes, da qual Assinale a alternativa que apresenta corretamente um conceito de
também deverão constar as competências próprias atribuídas Desconcentração Administrativa.
a essas pessoas jurídicas dotadas de personalidade jurídica de (A) Distribuição de competências de uma para outra pessoa,
direito privado ou de direito público. física ou jurídica
(B) difere da instituição de autarquias e fundações, pessoas (B) Distribuição interna de competências, ou seja, uma distri-
jurídicas que expressam a desconcentração da Administração buição de competências dentro da mesma pessoa jurídica
pública. (C) Distribuição de competências de uma pessoa jurídica inte-
(C) indica a desconcentração da organização administrativa, grante da Administração Pública para uma pessoa física
que se caracteriza pela criação de pessoas jurídicas com com- (D) Distribuição de competências de uma pessoa física inte-
petências próprias. grante da Administração Pública para uma pessoa jurídica
(D) é expressão da descentralização administrativa, que implica
a criação de pessoas jurídicas com atribuições previstas em lei 16. (TRF - 1ª REGIÃO - Estagiário – Direito - COPESE –
e em seus atos constitutivos. UFPI/2019) Considere o seguinte conceito.
(E) e de outras pessoas jurídicas com personalidade jurídica de “Pessoa jurídica de direito privado composta por capital exclu-
direito público configura forma híbrida de organização admi- sivamente público, criada para a prestação de serviços públicos ou
nistrativa. exploração de atividades econômicas, sob qualquer modalidade
empresarial.”
13. (FITO – Advogado - VUNESP – 2020) De acordo com o orde- MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva,
namento jurídico brasileiro, uma fundação pública 2016.
(A) poderá celebrar parcerias com organizações da sociedade Esse conceito aplica-se à:
civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de (A) Empresa pública.
finalidades de interesse público e recíproco, mediante a exe- (B) Autarquia.
cução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos (C) Agência executiva.
em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, (D) Sociedade de economia mista.
em termos de fomento ou em acordos de cooperação.
(B) poderá consorciar-se com outras fundações públicas que in- 17. (Prefeitura de Porto Alegre /RS - Auditor Fiscal da Receita
tegrem a Administração indireta de outros entes da federação, Municipal – FUNDATEC/2019) Acerca da administração pública in-
para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a direta e do regime jurídico das empresas públicas e sociedades de
realização de objetivos de interesse comum, passando a cons- economia mista, analise as seguintes assertivas:
tituir consórcio público com personalidade jurídica de direito I. Empresa pública é a entidade com criação autorizada por lei e
público. com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pelo
(C) criada por lei, poderá representar a Administração direta poder público, dotada de personalidade jurídica de direito público.
na celebração de acordos de cooperação técnica com outros II. A criação de subsidiárias de empresa pública e de sociedade
órgãos ou entidades integrantes da Administração indireta dos de economia mista independe de autorização legislativa.
demais entes federados, com a finalidade de expandir o alcan- III. Sociedade de economia mista é a entidade com criação au-
ce das finalidades de interesse público que justificaram sua torizada por lei sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com
criação. direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao
(D) cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa cien- Distrito Federal, aos Municípios ou à entidade da administração in-
tífica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preserva- direta, dotada de personalidade jurídica de direito privado.
ção do meio ambiente, à cultura e à saúde, serão qualificadas

99
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Quais estão corretas? (D) As empresas públicas e as sociedades de economia mista


(A) Apenas III. fazem parte da Administração Pública Direta.
(B) Apenas I e II. (E) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, cria-
(C) Apenas I e III. das por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
(D) Apenas II e III. próprios, para executar atividades típicas da Administração Pú-
blica.
18. (SPPREV - Analista em Gestão Previdenciária - FCC – 2019)
As autarquias são pessoas jurídicas integrantes da Administração 21. (Prefeitura de São Roque - SP – Advogado - VUNESP –
pública indireta, que podem ter receitas próprias e receber recur- 2020) A respeito dos servidores públicos estatutários, assinale a
sos orçamentários e financeiros do erário público. No caso de uma alternativa correta.
autarquia auferir receitas próprias em montante suficiente para su- (A) O regime jurídico dos servidores estatutários não pode ser
portar todas as despesas e investimentos do ente, alterado de forma prejudicial aos agentes públicos que estejam
(A) fica excepcionada a aplicação do regime jurídico de direito no exercício da função pública.
público durante o período em que perdurar a condição de pes- (B) Os ocupantes de empregos públicos não dispõem de estabi-
soa jurídica não dependente. lidade no serviço público.
(B) poderá realizar contratações efetivas sem a necessidade de (C) A estabilidade garante ao agente público a permanência no
prévio concurso público, diante da não incidência da regra para serviço público, de modo que o vínculo somente poderá ser
os entes da Administração pública indireta que não sejam de- desconstituído por decisão judicial com trânsito em julgado.
pendentes. (D) É constitucional lei que propicie ao servidor investir-se em
(C) permanece sujeita aos princípios e regras que regem a Ad- cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investi-
ministração pública, tais como a impenhorabilidade de seus do, sem prévia aprovação em concurso público.
bens, exigência de autorização legislativa para alienação de (E) O candidato aprovado em concurso público dentro do nú-
bens imóveis e realização de concurso público para admissão mero de vagas previstos no edital possui expectativa de direito
de servidores, com exceção de comissionados. à nomeação.
(D) permanecerá obrigada à regra geral de licitação para firmar
contratos administrativos, com exceção das hipóteses de alie- 22. (AL-AP - Assistente Legislativo - FCC – 2020) Ricardo Reis,
nação de bens imóveis, porque geram receita como resultado. servidor público, foi acusado, em processo disciplinar, de haver
(E) ficará equiparada, em direitos e obrigações, às empresas subtraído da repartição um aparelho de ar condicionado, falta que
estatais não dependentes, que podem adquirir bens e serviços ensejaria sua demissão a bem do serviço público. Em processo cri-
sem prévia realização de licitação, mas têm patrimônio sujeito minal instaurado concomitantemente, o juiz absolveu Ricardo, con-
à penhorabilidade e prescritibilidade. cluindo que Bernardo Soares, pessoa totalmente estranha à reparti-
ção, era o verdadeiro responsável pelo furto. Constatou-se, todavia,
19. (Prefeitura de Aracruz - ES – Contador - IBADE – 2019) Os que Ricardo Reis havia se ausentado da repartição sem acionar os
órgãos públicos representam compartimentos internos da pessoa alarmes antifurto, providência de sua exclusiva responsabilidade.
pública, podendo ser criados ou extintos por meio de lei. Já a es- Tal comportamento não gerou punição na esfera criminal, por se
truturação e as atribuições dos órgãos podem ser processadas por: tratar de conduta criminalmente atípica.
(A) lei, apenas. Diante do relato hipotético, conclui-se que Ricardo Reis
(B) lei em tese do Chefe do Judiciário. (A) será absolvido da conduta que lhe foi inicialmente imputa-
(C) decreto do Chefe do Executivo. da, mas ainda poderá ser punido pela conduta omissiva, pois,
(D) resolução legislativa. embora considerada criminalmente atípica, pode configurar
(E) ofício da Presidência da República. falta disciplinar residual.
(B) deve pedir a inclusão de Bernardo Soares no processo dis-
20. (IF Baiano - Assistente em Administração - IF-BA – 2019) ciplinar, na qualidade de corréu, de maneira a diminuir sua res-
No que se refere à organização administrativa do Estado, assinale a ponsabilidade no incidente.
afirmativa incorreta. (C) não sofrerá punições em âmbito administrativo, visto que a
(A) Compreende-se como Administração Pública Direta ou Cen- decisão criminal é vinculante na esfera administrativa.
tralizada aquela constituída a partir de um conjunto de órgãos (D) pode ser demitido pela subtração do equipamento, visto
públicos despersonalizados, através dos quais o Estado desem- que as conclusões da decisão proferida na esfera criminal não
penha diretamente a atividade administrativa. vinculam a Administração.
(B) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e (E) será indenizado pela injusta submissão a processo discipli-
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de nar, o que é suficiente para configurar dano moral.
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação. 23. (CREFONO-5° Região - Assistente Administrativo - Quadrix
(C) Compreende-se como Administração Pública Indireta ou – 2020) Acerca da Administração Pública e dos servidores públicos,
Descentralizada aquela constituída a partir de um conjunto de julgue o item conforme o texto constitucional.
entidades dotadas de personalidade jurídica própria, algumas O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readap-
de direito público, outras de direito privado, responsáveis pelo tado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades
exercício, em caráter especializado e descentralizado, de certa sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capa-
e determinada atividade administrativa.

100
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

cidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, des- 27. (UFRJ – Administrador - CESGRANRIO – 2019) O servidor
de que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para público W foi demitido do serviço público, após processo adminis-
o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. trativo disciplinar. Inconformado, ele propôs ação judicial, buscan-
( ) CERTO do o retorno ao serviço público, tendo obtido decisão favorável,
( ) ERRADO após dez anos de duração do processo.
Nos termos da Lei no 8.112/1990, quando invalidada a demis-
24. (CREFONO-5° Região - Assistente Administrativo - Quadrix são por decisão judicial, ocorre a denominada
– 2020) Acerca da Administração Pública e dos servidores públicos, (A) reinclusão
julgue o item conforme o texto constitucional. (B) reintegração
A investidura em cargo ou emprego público independe de apro- (C) recondução
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, (D) revisão
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, (E) repristinação
na forma prevista em lei, exceto para nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. 28. (CRN - 2° Região (RS) - Assistente Administrativo - Quadrix
( ) CERTO – 2020) Texto associado.
( ) ERRADO Considera‐se como agente público aquele que, mesmo que por
período determinado e sem remuneração, exerce mandato, cargo,
25. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020) emprego ou função pública.
O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercí- Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Direito administrativo des-
cio irregular de suas atribuições. Analise o texto abaixo e assinale complicado. 16.ª ed. 2008. p. 122.
a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas. Com relação aos agentes públicos, julgue o item.
“A responsabilidade _____ abrange os crimes e contravenções Agentes políticos têm sua competência extraída da Constitui-
imputadas ao servidor, nessa qualidade.” “A responsabilidade _____ ção Federal e normalmente são investidos em seus cargos por elei-
decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resul- ção, nomeação ou designação.
te em prejuízo ao erário ou a terceiros.” A responsabilidade _____ ( ) CERTO
do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue ( ) ERRADO
a existência do fato ou sua autoria.” “As sanções civis, penais e ad-
ministrativas poderão cumular-se, sendo _____ entre si.” 29. CRN - 2° Região (RS) - Assistente Administrativo - Quadrix
(A) penal / civil / administrativa / independentes – 2020) Com relação aos agentes públicos, julgue o item.
(B) civil / administrativa / penal / independentes Agentes administrativos consistem naqueles agentes públicos
(C) penal / administrativa / civil / dependentes que exercem funções de alta direção e orientação da Administração
(D) penal / civil / administrativa / dependentes Pública e, por isso, possuem prerrogativas pessoais para garantir li-
berdade para suas tomadas de decisão.
26. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – ( ) CERTO
2020) Acerca do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da ( ) ERRADO
União (Lei nº 8.112/1990), analise as afirmativas abaixo e dê valores
Verdadeiro (V) ou Falso (F). 30. (CREFONO - 1ª Região - Agente Fiscal - Quadrix – 2020)
( ) Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são cria- Julgue o item no que se refere à Administração Pública.
dos por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos co- Os requisitos para acesso a cargos públicos mediante concurso
fres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. devem estar claramente estabelecidos na lei e(ou) no edital.
( ) Os requisitos básicos para investidura em cargo público es- ( ) CERTO
tão contidos no artigo 5º e portanto, as atribuições do cargo não po- ( ) ERRADO
dem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.
( ) O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença 31. (Valiprev - SP - Analista de Benefícios Previdenciários VU-
judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disci- NESP – 2020) É o de que dispõe a Administração para distribuir e
plinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de
( ) A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção mé- seus agentes estabelecendo a relação de subordinação entre os ser-
dica oficial. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto vidores de seu quadro de pessoal. Dele decorrem algumas prerro-
física e mentalmente para o exercício do cargo. gativas: delegar e avocar atribuições, dar ordens, fiscalizar e rever
atividades de órgãos inferiores.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de É correto afirmar que o texto do enunciado se refere ao poder
cima para baixo. (A) disciplinar.
(A) F, V, V, F (B) hierárquico.
(B) V, V, F, F (C) de delegação.
(C) F, V, F, V (D) regulamentar.
(D) V, F, V, V (E) de polícia.

101
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

32. (MPE-CE - Técnico Ministerial - CESPE – 2020) Cada um do (E) O Poder Discricionário se verifica quando a lei cria um ato
item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma administrativo estabelecendo todos os elementos de forma ob-
assertiva a ser julgada, acerca dos poderes administrativos. jetiva, sem que a autoridade pública possa valorar acerca da
O corpo de bombeiros de determinada cidade, em busca da conduta exigida legalmente.
garantia de máximo benefício da coletividade, interditou uma esco-
la privada, por falta de condições adequadas para a evacuação em 35. (SEAP-GO - Agente de Segurança Prisional - IADES/2019)
caso de incêndio. Nesse caso, a atuação do corpo de bombeiros de- C. L. V., agente de segurança prisional, estava realizando sua ronda
corre imediatamente do poder disciplinar, ainda que o proprietário habitual durante o respectivo turno, quando observou que dois de-
da escola tenha direito ao prédio e a exercer o seu trabalho. tentos – R. M. V. e J. O. M. – estavam em vias de fato no momento
( ) CERTO do “banho de sol”. Ao tentar separá-los, utilizou-se de força des-
( ) ERRADO proporcional, amarrando os dois detentos com uma corda, a qual
causou lesões contusas em ambos os detentos. Essa situação hipo-
33. (SPPREV - Técnico em Gestão Previdenciária - FCC – 2019) tética representa caso de
Um agente público, em regular diligência de fiscalização a es- (A) desvio de poder.
tabelecimentos de ensino, constatou potencial irregularidade no (B) desvio de finalidade.
procedimento de matrícula de determinado nível de escolaridade (C) estrito cumprimento do dever legal.
e determinou a interdição do estabelecimento. Considerando os (D) excesso de poder.
fatos descritos, uma das possíveis conclusões para a atuação do (E) abuso de direito.
agente público é
(A) atuação com excesso de poder disciplinar, pois este somen- 36. (CFESS - Assistente Técnico Administrativo - CONSUL-
te incide na esfera hierárquica do quadro de servidores de ór- PLAN/2017) Quando a Administração Pública aplica penalidade de
gão da Administração direta ou pessoa jurídica integrante da cassação da carteira de motorista ao particular que descumpre as
Administração indireta. regras de direção de veículos configura-se o exercício do poder
(B) a regularidade da conduta, considerando o princípio da su- (A) de polícia.
premacia do interesse público, cabendo ao responsável pelo (B) disciplinar.
estabelecimento regularizar o procedimento apontado e, após, (C) ordinatório.
pleitear a reabertura da unidade de ensino. (D) regulamentar
(C) a viabilidade jurídica da conduta, considerando que será
oportunizado contraditório e ampla defesa ao responsável pela 37. (PC/SE - Delegado de Polícia – CESPE/2018) Acerca do po-
escola, com possibilidade de reposição das aulas no caso de der de polícia — poder conferido à administração pública para im-
procedência de suas alegações. por limites ao exercício de direitos e de atividades individuais em
(D) ter agido com abuso de poder no exercício do poder de po- função do interesse público —, julgue o próximo item.
lícia inerente à sua atuação, não se mostrando razoável a me- O poder de polícia é indelegável.
dida adotada, que prejudicou o cronograma de aulas de todos ( ) CERTO
os alunos da instituição. ( ) ERRADO
(E) que o poder regulamentar confere ao representante da Ad-
ministração pública o poder de baixar atos normativos dotados 38. (PC/AC - Escrivão de Polícia Civil - IBADE/2017) Conside-
de autoexecutoriedade, protegendo o direito à educação em rando os Poderes e Deveres da Administração Pública e dos admi-
detrimento do direito individual dos alunos. nistradores públicos, é correta a seguinte afirmação:
(A) O dever-poder normativo viabiliza que o Chefe do Poder
34. (IF Baiano - Contador IF-BA -2019) A respeito dos pode- Executivo expeça regulamentos para a fiel execução de leis.
res administrativos da Administração Pública, assinale a alternativa (B) O dever-poder de polícia, também denominado de dever-
correta. -poder disciplinar ou dever-poder da supremacia da admi-
(A) O Poder Normativo ou regulamentar se traduz no poder nistração perante os súditos, é a atividade da administração
conferido à Administração Pública de expedir atos administra- pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou li-
tivos gerais e abstratos, com efeitos erga omnes, podendo, in- berdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
clusive, inovar no ordenamento jurídico, criando e extinguindo de interesse público concernente à segurança, à higiene, à or-
direitos e obrigações a todos os cidadãos. dem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
(B) O Poder Hierárquico é característica que integra a estrutura exercício de atividades econômicas dependentes de concessão
das pessoas jurídicas da Administração Pública, sejam os entes ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
da Administração Direta ou Indireta. Trata-se de atribuição con- respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
cedida ao administrador para organizar, distribuir e escalonar (C) Verificado que um agente público integrante da estrutura
as funções de seus órgãos. organizacional da Administração Pública praticou uma infração
(C) O Poder Disciplinar é a atribuição de aplicar sanções àque- funcional, o dever-poder de polícia autoriza que seu superior
les que estejam sujeitos à disciplina do ente estatal. Podem ser hierárquico aplique as sanções previstas para aquele agente.
aplicadas sanções aos particulares, mesmo não possuindo vín- (D) O dever-poder de polícia pressupõe uma prévia relação en-
culo. tre a Administração Pública e o administrado. Esta é a razão
(D) O Poder de Polícia, segundo doutrina majoritária, não é ad- pela qual este dever-poder possui por fundamento a suprema-
mitido no ordenamento jurídico brasileiro, por ferir o Estado cia especial.
Democrático de Direito.

102
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

(E) A possibilidade do chefe de um órgão público emitir ordens (E) presunção de legitimidade, de legalidade e veracidade, por-
e punir servidores que desrespeitem o ordenamento jurídico que se presume legal a atividade administrativa, por conta da
não possui arrimo no dever-poder de polícia, mas sim no de- inteira submissão ao princípio da legalidade, havendo a possi-
ver-poder normativo. bilidade de ser revogado pelo Poder Judiciário, em razão de sua
eventual ilegalidade.
39. (MPE/RN -Técnico do Ministério Público Estadual - COM-
PERVE/2017) Os poderes inerentes à Administração Pública são 42. (EBSERH - Assistente Administrativo - VUNESP/2020) O
necessários para que ela sobreponha a vontade da lei à vontade revestimento exteriorizador do ato administrativo normal é a es-
individual, o interesse público ao privado. Nessa perspectiva, crita, embora existam atos consubstanciados em ordens verbais e
(A) no exercício do poder disciplinar, são apuradas infrações até mesmo em sinais convencionais. Esse requisito do ato é deno-
e aplicadas penalidades aos servidores públicos sempre por minado
meio de procedimento em que sejam asseguradas a ampla de- (A) objeto.
fesa e o contraditório. (B) motivo.
(B) no exercício do poder normativo, são editados decretos re- (C) forma.
gulamentares estabelecendo normas ultra legem, inovando na (D) mérito.
ordem jurídica para criar direitos e obrigações. (E) finalidade.
(C) o poder de polícia, apesar de possuir o atributo da coerci-
bilidade, carece do atributo da autoexecutoriedade, de modo 43. (CRN - 2° Região - Assistente Administrativo - Quadrix –
que a Administração Pública deve sempre recorrer ao judiciário 2020) Atos administrativos são atos jurídicos que constituem mani-
para executar suas decisões. festações unilaterais de vontade. A respeito dos atos administrati-
(D) o poder conferido à Administração Pública é uma faculdade vos, julgue o item.
que a Constituição e a lei colocam à disposição do administra- A Administração pode anular seus próprios atos quando eiva-
dor, que o exercerá de acordo com sua livre convicção. dos de vícios que os tornem ilegais ou revogá‐los, por motivo de
conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
40. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar - FUN- ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
CAB/2016) No tocante aos poderes administrativos pode-se afirmar ( ) CERTO
que a delegação e avocação decorrem do poder: ( ) ERRADO
(A) hierárquico.
(B) discricionário. 44. (MPE-CE - Promotor de Justiça de Entrância Inicial – CES-
(C) disciplinar. PE/2020) Com o fim de assegurar a adequação na prestação do ser-
(D) regulamentar. viço e o fiel cumprimento das normas previstas em contrato de con-
(E) de polícia. cessão de serviço público, o poder público concedente, mesmo sem
autorização judicial, interveio na concessão por meio de resolução
41. (Valiprev - SP - Analista de Benefícios Previdenciários - VU- que previu a designação de interventor, o prazo da intervenção e os
NESP/2020) É correto afirmar que o ato administrativo do Analista objetivos e limites da medida interventiva.
de Benefícios Previdenciários é dotado de Nessa situação hipotética, o ato administrativo de intervenção
(A) autoexecutoriedade, ante a inevitabilidade de sua execu- encontra-se eivado de vício quanto
ção, porquanto reúne sempre poder de coercibilidade para (A) ao objeto.
aqueles a que se destina, havendo a possibilidade de ser revo- (B) ao motivo.
gado pela própria Administração e pelo Poder Judiciário, quan- (C) à finalidade.
do sua manutenção deixar de ser conveniente e oportuna. (D) à competência.
(B) imperatividade, ante a inevitabilidade de sua execução, por- (E) à forma.
quanto reúne sempre poder de coercibilidade para aqueles a
que se destina, havendo a possibilidade de ser revogado pela 45. (TJ-PA - Auxiliar Judiciário - CESPE – 2020) A propriedade
própria Administração quando sua manutenção deixar de ser da administração de, por meios próprios, pôr em execução suas de-
conveniente e oportuna. cisões decorre do atributo denominado
(C) presunção de legitimidade, de legalidade e veracidade, por- (A) exigibilidade.
que se presume legal a atividade administrativa, por conta da (B) autoexecutoriedade.
inteira submissão ao princípio da legalidade, havendo a pos- (C) vinculação.
sibilidade de ser revogado pela própria Administração e pelo (D) discricionariedade.
Poder Judiciário, quando sua manutenção deixar de ser conve- (E) E medidas preventivas
niente e oportuna.
(D) imperatividade, uma vez que será executado, quando ne- 46. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração – FA-
cessário e possível, ainda que sem o consentimento do seu des- DESP/2020) Um ato administrativo é o ato jurídico praticado, se-
tinatário, havendo a possibilidade de ser revogado pelo Poder gundo o Direito Administrativo, pelas pessoas administrativas, ou a
Judiciário, em razão de sua eventual ilegalidade. Administração Pública, por intermédio de seus agentes, no exercício
de suas competências funcionais, capaz de produzir efeitos com fim
público. Os atos administrativos podem ser invalidados pela própria
Administração Pública ou pelo Poder Judiciário. O ato administrati-
vo pode vir a ser invalidado, quando o agente público

103
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

(A) foi empossado recentemente em cargo que lhe atribuiu a (E) Os provimentos são exclusivos dos órgãos colegiados, ser-
competência para o ato administrativo. vindo especificamente para demonstrar sua organização e seu
(B) praticou ato administrativo de modo a melhorar o ambiente funcionamento.
organizacional de que faz parte, sem que, seja considerado um
ato com fim público. 50. (CONFERE - Assistente Administrativo VII - INSTITUTO CI-
(C) praticou ato administrativo motivado por fatores apresenta- DADES/2016). A anulação do ato administrativo:
dos por terceiros que correspondem à realidade e foram apre- (A) Pode ser decretada à revelia pelo administrador público.
sentados formalmente. (B) Pode ser decretada somente pelo poder judiciário, desde
(D) praticou ato administrativo formalmente, para contraste que exista base legal para isso.
com a lei e aferido, pela própria Administração ou pelo Judiciá- (C) Pode ser decretada tanto pelo poder judiciário como pela
rio, que foi considerado estranho às vontades do gestor máxi- administração pública competente.
mo da instituição pública. (D) Não pode ser decretada em hipótese alguma, pois o ato
administrativo tem força de lei.
47. (SPPREV - Técnico em Gestão Previdenciária – FCC/2019) A
edição de um ato administrativo de natureza vinculada acarreta ou 51.(TRE-PA - Técnico Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020)
pressupõe, para a Administração pública, o dever O controle administrativo pode ser conceituado como “o conjun-
(A) de ter observado o preenchimento dos requisitos legais to de instrumentos definidos pelo ordenamento jurídico a fim de
para a edição, tendo em vista que nos atos vinculados a legis- permitir a fiscalização da atuação estatal por órgãos e entidades da
lação indica os elementos constitutivos do direito à prática do própria Administração Pública, dos Poderes Legislativos e Judiciário,
ato. assim como pelo povo”. Nesse sentido, analise as afirmativas abaixo
(B) subjetivo de emissão do mesmo, este que, em razão da na- e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
tureza, não admite anulação ou revogação. ( ) O Brasil adota o sistema de jurisdição única quanto ao con-
(C) de observar as opções legalmente disponíveis para decisão trole da Administração Pública, razão pela qual não é possível a pro-
do administrador, que deverá fundamentá-la em razão de con- vocação do Poder Judiciário para análise de controvérsias antes do
veniência e interesse público. esgotamento das instâncias administrativas.
(D) do administrado destinatário do ato exercer o direito que ( ) O controle administrativo decorre do poder de autotutela
lhe fora concedido, tendo em vista que os atos administrativos conferido à Administração Pública que deve efetivar a fiscalização
são vinculantes para os particulares, que não têm opção de não e revisão de seus atos, mediante provocação ou de ofício, com a
realizar o objeto ou finalidade do mesmo. finalidade de verificar os aspectos de ilegalidade ou inconveniência
(E) de submeter o ato ao controle externo do Tribunal de Con- do ato.
tas competente e do Poder Judiciário, sob o prisma da legalida- ( ) O controle legislativo, realizado no âmbito do parlamento e
de, conveniência e oportunidade. dos órgãos auxiliares do Poder Legislativo, inclui o controle político
sobre o próprio exercício da função administrativa e o controle fi-
48. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017). Sobre nanceiro sobre a gestão dos gastos públicos dos três poderes.
a revogação dos atos administrativos, assinale a alternativa INCOR- ( ) A ação popular é considerada pela doutrina como remédio
RETA. constitucional que pode ser utilizado por pessoas físicas ou jurídicas
(A) Nem todos os atos administrativos podem ser revogados. para provocar o controle judicial, visando a anulação de ato lesivo
(B) A revogação de ato administrativo é realizada, ordinaria- ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
mente, pelo Poder Judiciário, cabendo-lhe ainda examinar os moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio his-
aspectos de validade do ato revogador. tórico e cultural.
(C) Considerando que a revogação atinge um ato que foi pra- Assinale a alternativa que representa a sequência correta de
ticado em conformidade com a lei, seus efeitos são ex nunc. cima para baixo:
(D) Pode a Administração Pública se arrepender da revogação (A) V, F, V, F
de determinado ato. (B) V, V, V, F
(E) O fundamento jurídico da revogação reside no poder discri- (C) F, V, V, F
cionário da Administração Pública (D) F, F, F, V

49. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017). Assina- 52. (TJ-PA - Oficial de Justiça Avaliador - CESPE – 2020) Acerca
le a alternativa CORRETA sobre os atos administrativos. do controle da administração pública, julgue os itens a seguir.
(A) Atos individuais, também chamados de normativos, são I Em nenhuma hipótese é possível a revogação, pelo Poder Ju-
aqueles que se voltam para a regulação de situações jurídicas diciário, de atos praticados pelo Poder Executivo.
concretas, com destinatários individualizados, como instruções II A reclamação para anulação de ato administrativo em des-
normativas e regulamentos. conformidade com súmula vinculante é uma modalidade de contro-
(B) Em razão do formalismo que o caracteriza, o ato administra- le externo da atividade administrativa.
tivo deve sempre ser escrito, sendo juridicamente insubsisten- III Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de con-
tes comandos administrativos verbais. trole externo não prevista constitucionalmente.
(C) Aprovação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Ad- Assinale a opção correta.
ministração Pública reconhece a legalidade de um ato jurídico. (A) Apenas o item I está certo.
(D) Tanto os atos vinculados como os atos discricionários po- (B) Apenas o item II está certo.
dem ser objeto de controle pelo Poder Judiciário. (C) Apenas os itens I e III estão certos.

104
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

(D) Apenas os itens II e III estão certos. (B) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito pú-
(E) Todos os itens estão certos. blico e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
serviços públicos não depende da comprovação de elementos
53. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração - FA- subjetivos ou da ilicitude do ato
DESP – 2020) O controle da administração pública é realizado por (C) A Constituição Federal de 1988 admite ação de regresso do
meio de um conjunto de mecanismos que permitem a vigilância, a Estado em face do agente público que, nessa qualidade, causar
orientação e a correção da atuação administrativa. Esse controle danos a terceiros, cujo direito ao ressarcimento será aferido
pode ser classificado como interno ou externo. É considerado um por meio da responsabilidade objetiva do agressor
tipo de controle interno (D) As empresas públicas e sociedades de economia mista, en-
(A) análises do Tribunal de Contas da União – TCU. quanto exploradoras de atividade econômica, estão submeti-
(B) apuração de irregularidades em Comissão Parlamentar de das aos ditames da responsabilidade objetiva prevista no artigo
Inquérito – CPI. 37, parágrafo 6º, da CF/88, uma vez que gozam das prerrogati-
(C) controle administrativo por autotutela. vas e sujeições inerentes ao regime jurídico administrativo
(D) controle judicial mediante provocação.
58. (TJ-PA - Analista Judiciário - Área Administração – CES-
54. (DPE-AM - Assistente Técnico de Defensoria - FCC - 2019) PE/2020) Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a op-
Determinado órgão da Administração Estadual está sofrendo um ção correta.
processo de tomada de contas especial pelo Tribunal de Contas do (A) É vedado ao Estado realizar pagamento administrativo de-
Estado. Nesse caso, a tomada de contas é uma manifestação de dano causado a terceiro, devendo aguardar eventual condena-
controle ção em ação judicial para proceder ao pagamento mediante
(A) prévio. precatório.
(B) interno. (B) O Estado não deve indenizar prejuízos oriundos de altera-
(C) jurisdicional. ção de política econômico-tributária caso não se tenha com-
(D) político. prometido previamente por meio de planejamento específico.
(E) externo. (C) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso
público gera direito a indenização caso se comprove cabalmen-
55. (TCE-RO - Auditor de Controle Externo - CESPE – 2019) A te erro da administração pública.
competência para o julgamento das contas do chefe do Executivo (D) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito pri-
é do: vado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a
(A) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer vincu- terceiros usuários, mas subsidiária para não usuários.
lativo emitido pelo tribunal de contas. (E) O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos emprega-
(B) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio dos de empresa terceirizada não gera responsabilidade solidá-
e vinculativo do tribunal de contas. ria do poder público, mas tão somente subsidiária.
(C) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer prévio
e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas. 59. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração – FA-
(D) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio DESP/2020) A responsabilidade civil do Estado é decorrente de
e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas. ação ou omissão estatal lícita ou ilícita que cause dano a alguém.
(E) Tribunal de Contas da União (TCU), exclusivamente. São considerados excludentes de responsabilização civil do Estado
(A) força maior e caso fortuito.
56. (MPE-CE - Técnico Ministerial – CESPE/2020) Acerca da (B) culpa exclusiva da vítima e danos exclusivamente morais.
responsabilidade civil do Estado e de improbidade administrativa, (C) dano não intencional e culpa exclusiva de terceiros.
julgue o item seguinte. (D) força maior e culpa de agentes públicos terceirizados.
A responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público
pelos atos causados por seus agentes é objetiva, enquanto a res- 60. (Prefeitura de Contagem - MG - Procurador Municipal –
ponsabilidade civil dos agentes públicos é subjetiva. FUNDEP/ 2019) Analise a situação a seguir.
( ) CERTO Dirigindo a serviço um veículo oficial, um motorista servidor
( ) ERRADO público municipal colide em um carro particular, ocasionando estra-
gos em ambos os carros, sem que haja vítimas.
57. (TRE-PA - Técnico Judiciário – Administrativa – IBFC/2020) Nessa situação hipotética, analisando a responsabilidade civil
A responsabilidade civil do Estado brasileiro pelos danos causados do estado em relação ao particular, é correto afirmar:
a terceiros encontra-se disciplinada no artigo 37, parágrafo 6º, da (A) Não se aplica a responsabilidade objetiva prevista no art.
Constituição Federal de 1988 (CF/88). Sobre o tema, assinale a al- 37, §6º, da Constituição da República, pois o dano não foi cau-
ternativa correta. sado por um ato administrativo, mas sim por um fato.
(A) Segundo a teoria do risco integral, o ente público deve ser (B) A responsabilidade é subjetiva e recai sobre o servidor pú-
responsabilizado objetivamente pelos danos que seus agentes blico motorista, que agiu com imprudência e imperícia no de-
causarem a terceiros, sendo, contudo, admitida a exclusão da sempenho da função.
responsabilidade em determinadas situações, tais como culpa (C) O município responde de maneira objetiva pelo prejuízo de-
exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior, h aja vista ser corrente da colisão, sofrido pelo particular podendo cobrar do
o Estado garantidor universal de seus subordinados servidor o valor desembolsado em ação de regresso.

105
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

(D) Aplica-se a teoria do risco administrativo, pois o servidor (C) responderá de forma subjetiva apenas se incluído no polo
condutor do veículo estava dirigindo a serviço e não pode ser passivo da ação pelo terceiro afetado.
responsabilizado pelo exercício de suas funções. (D) responderá de forma objetiva e subsidiária em relação à
autarquia.
61. (METRÔ-SP - Analista Desenvolvimento Gestão Júnior - (E) responderá de forma subjetiva e por meio de ação regres-
FCC – 2019) Considere a seguinte situação. siva.
Em uma determinada metrópole, há duas linhas de trem me-
tropolitano: uma é operada por uma empresa privada, mediante
regime contratual de concessão, e o sistema de condução dos trens
GABARITO
é totalmente automatizado, sem maquinistas ou operadores ma-
nuais; na outra linha, gerida por empresa estatal, os trens são con- 1 D
duzidos por maquinistas.
Em caso de ocorrência de acidentes envolvendo usuários em 2 CERTO
cada uma dessas linhas, é correto concluir que será aplicado o regi- 3 ERRADO
me de responsabilidade
4 B
(A) subjetivo, em ambas as situações.
(B) objetivo, em ambas as situações. 5 A
(C) subjetivo na linha gerida pela concessionária e objetivo na 6 B
linha gerida pela empresa estatal.
(D) objetivo na linha gerida pela concessionária e subjetivo na 7 D
linha gerida pela empresa estatal. 8 CERTO
(E) integral, em ambas as situações.
9 A
62. (IF Baiano – Contador - IF-BA/2019) Em relação à responsa- 10 ERRADO
bilidade civil do Estado, assinale a alternativa correta. 11 ERRADO
(A) A responsabilidade civil do Estado prevista no art. 37, §6º
da CF/88 é subjetiva. 12 D
(B) A teoria do risco administrativo não admite excludente da 13 A
responsabilidade.
(C) O Brasil adotou como regra geral a teoria do risco integral. 14 E
(D) O Brasil adotou como regra geral a teoria do risco adminis- 15 B
trativo.
16 A
(E) Não se admite a responsabilidade por omissão do Estado,
segundo a doutrina majoritária e a jurisprudência consolidada 17 A
dos Tribunais Superiores. 18 C
63. (CRO-GO - Fiscal Regional - Quadrix – 2019) Com relação à 19 C
responsabilidade civil do Estado, julgue o item. 20 D
Para a teoria da responsabilidade objetiva, a responsabilização
do Estado prescinde da demonstração de culpa quanto ao fato da- 21 B
noso, bastando que esteja presente a relação causal entre o fato e 22 A
o dano.
23 CERTO
( ) CERTO
( ) ERRADO 24 ERRADO
25 A
64. (CRO-GO - Assistente Administrativo - Quadrix – 2019)
Com relação à responsabilidade civil do Estado, julgue o item. 26 D
É objetiva a responsabilidade das fundações públicas de natu- 27 B
reza autárquica.
28 CERTO
( ) CERTO
( ) ERRADO 29 ERRADO
30 ERRADO
65 (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário – Administrativa - FCC
– 2019) Julio exerce cargo público efetivo de motorista em uma 31 B
autarquia federal e, durante o exercício funcional, envolveu-se em 32 ERRADO
acidente que causou danos patrimoniais a terceiros. Nesse caso, no
tocante ao regime de responsabilidade civil, o referido servidor 33 D
(A) responderá de forma objetiva e solidária com a autarquia. 34 B
(B) não responderá em hipótese alguma, pois se trata de hipó-
35 D
tese de responsabilidade integral da União.

106
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

36 A ______________________________________________________

37 ERRADO ______________________________________________________
38 A ______________________________________________________
39 A
______________________________________________________
40 A
41 B ______________________________________________________
42 C ______________________________________________________
43 CERTO
______________________________________________________
44 E
______________________________________________________
45 B
46 B ______________________________________________________
47 A ______________________________________________________
48 B
______________________________________________________
49 D
50 C ______________________________________________________
51 C ______________________________________________________
52 E
______________________________________________________
53 C
______________________________________________________
54 E
55 C ______________________________________________________
56 CERTO ______________________________________________________
57 B
______________________________________________________
58 B
59 A ______________________________________________________

60 C ______________________________________________________
61 B
______________________________________________________
62 D
______________________________________________________
63 CERTO
64 CERTO ______________________________________________________
65 E ______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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107
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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108
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

As normas imediatamente abaixo da Constituição (infraconsti-


HIERARQUIA DAS LEIS tucionais) e dos tratados internacionais sobre direitos humanos são
as leis (complementares, ordinárias e delegadas), as medidas pro-
Hierarquia das Normas visórias, os decretos legislativos, as resoluções legislativas, os trata-
Como é sabido, o ordenamento jurídico brasileiro é construído dos internacionais em geral incorporados ao ordenamento jurídico
de forma a obedecer a uma hierarquia das normas. Para compreen- e os decretos autônomos.
der bem o Direito Constitucional, é fundamental que a estudemos. Finalmente, abaixo das leis encontram-se as normas infrale-
O jurista austríaco Hans Kelsen foi o teórico que desenvolveu a gais. Elas são normas secundárias, não tendo poder de gerar direi-
ideia de uma pirâmide jurídica para fundamentar a sua teoria. tos, nem, tampouco, de impor obrigações. Não podem contraria as
Teoria esta, que foi baseada na ideia de que as normas jurídicas normas primárias, sob pena de invalidade. É o caso dos decretos re-
inferiores (normas fundadas) retiram seu fundamento da validade gulamentares, portarias, das instruções normativas, dentre outras.
das normas jurídicas superiores (normas fundantes).
A pirâmide de Kelsen tem a Constituição com seu vértice/ápice
(topo), por ser esta, fundamento de validade de todas as demais CONSTITUIÇÃO FEDERAL ARTIGOS 5º; 30; 182 E 183
normas do sistema. Assim, nenhuma norma do ordenamento jurí-
dico pode se opor à Constituição: ela é superior a todas as demais Os direitos individuais estão elencados no caput do Artigo 5º
normas jurídicas, as quais são, por isso mesmo, denominadas infra- da CF. São eles:
constitucionais.
No segundo patamar encontram-se as leis; no terceiro, os de- Direito à Vida
cretos, atos normativos, deliberações, instruções normativas, den- O direito à vida deve ser observado por dois prismas: o direito
tre outros atos regulamentadores. de permanecer vivo e o direito de uma vida digna.
O direito de permanecer vivo pode ser observado, por exem-
plo, na vedação à pena de morte (salvo em caso de guerra decla-
rada).
Já o direito à uma vida digna, garante as necessidades vitais
básicas, proibindo qualquer tratamento desumano como a tortura,
penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc.

Direito à Liberdade
O direito à liberdade consiste na afirmação de que ninguém
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em vir-
tude de lei. Tal dispositivo representa a consagração da autonomia
privada.
Trata-se a liberdade, de direito amplo, já que compreende,
dentre outros, as liberdades: de opinião, de pensamento, de loco-
moção, de consciência, de crença, de reunião, de associação e de
expressão.
https://pt.scribd.com/document/217563779/Analise-do-Principio-hie-
rarquico-das-Normas-2-Word-97 Direito à Igualdade
A igualdade, princípio fundamental proclamado pela Constitui-
Ou seja, as leis e os atos infralegais são hierarquicamente in- ção Federal e base do princípio republicano e da democracia, deve
feriores à Constituição e, por isso, somente serão válidos se não ser encarada sob duas óticas, a igualdade material e a igualdade
contrariarem as suas normas. formal.
A igualdade formal é a identidade de direitos e deveres conce-
Como Normas Infraconstitucionais entendem-se as Leis Com- didos aos membros da coletividade por meio da norma.
plementares e Ordinárias; Por sua vez, a igualdade material tem por finalidade a busca
Como Normas Infralegais entendem-se os Decretos, Portarias, da equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o
Instruções Normativas, Resoluções, etc. jurídico. É a consagração da máxima de Aristóteles, para quem o
princípio da igualdade consistia em tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam.

109
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Sob o pálio da igualdade material, caberia ao Estado promover IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, cientí-
a igualdade de oportunidades por meio de políticas públicas e leis fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
que, atentos às características dos grupos menos favorecidos, com- X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima-
pensassem as desigualdades decorrentes do processo histórico da gem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano ma-
formação social. terial ou moral decorrente de sua violação;
XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
Direito à Privacidade penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
Para o estudo do Direito Constitucional, a privacidade é gênero, te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
do qual são espécies a intimidade, a honra, a vida privada e a ima- determinação judicial;
gem. De maneira que, os mesmos são invioláveis e a eles assegura- XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica-
-se o direito à indenização pelo dano moral ou material decorrente ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
de sua violação. no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução pro-
Direito à Honra cessual penal;
O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atributos perti- XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
nentes à reputação do cidadão sujeito de direitos, exatamente por atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
tal motivo, são previstos no Código Penal. XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
Direito de Propriedade XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
É assegurado o direito de propriedade, contudo, com podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
restrições, como por exemplo, de que se atenda à função social da cer ou dele sair com seus bens;
propriedade. Também se enquadram como espécies de restrição do XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
direito de propriedade, a requisição, a desapropriação, o confisco cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
e o usucapião. que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
Do mesmo modo, é no direito de propriedade que se assegu- mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
ram a inviolabilidade do domicílio, os direitos autorais (propriedade petente;
intelectual) e os direitos reativos à herança. XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
Destes direitos, emanam todos os incisos do Art. 5º, da CF/88, a de caráter paramilitar;
conforme veremos abaixo: XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
TÍTULO II estatal em seu funcionamento;
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
CAPÍTULO I das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS -se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de necer associado;
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros XXI- as entidades associativas, quando expressamente autori-
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à zadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: extrajudicialmente;
I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos XXII- é garantido o direito de propriedade;
termos desta Constituição; XXIII- a propriedade atenderá a sua função social;
II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coi- XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
sa senão em virtude de lei; por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
III- ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desu- diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
mano ou degradante; previstos nesta Constituição;
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
nimato; petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, prietário indenização ulterior, se houver dano;
além da indenização por dano material, moral ou à imagem; XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for- pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença re- ros pelo tempo que a lei fixar;
ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para XXVIII- são assegurados, nos termos da lei:
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
prestação alternativa, fixada em lei; à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
desportivas;

110
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das b) perda de bens;


obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér- c) multa;
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas; d) prestação social alternativa;
XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privi- e) suspensão ou interdição de direitos;
légio temporário para sua utilização, bem como às criações indus- XLVII- não haverá penas:
triais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi- artigo 84, XIX;
mento tecnológico e econômico do País; b) de caráter perpétuo;
XXX- é garantido o direito de herança; c) de trabalhos forçados;
XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será d) de banimento;
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos e) cruéis;
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal XLVIII- a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de
do de cujus; acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integridade física e
sumidor; moral;
XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa- L- às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, LI- nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de com-
sociedade e do Estado; provado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do paga- afins, na forma da lei;
mento de taxas: LII- não será concedida extradição de estrangeiro por crime po-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- lítico ou de opinião;
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; LIII- ninguém será processado nem sentenciado senão por au-
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defe- toridade competente;
sa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão devido processo legal;
ou ameaça a direito; LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
perfeito e a coisa julgada; com os meios e recursos a ela inerentes;
XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção; LVI- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a organização meios ilícitos;
que lhe der a lei, assegurados: LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito em julga-
a) a plenitude da defesa; do da sentença penal condenatória;
b) o sigilo das votações; LVIII- o civilmente identificado não será submetido à identifica-
c) a soberania dos veredictos; ção criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra LIX- será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
a vida; esta não for intentada no prazo legal;
XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal; LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
e liberdades fundamentais; dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres- salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; litar, definidos em lei;
XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecen- serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion- ou à pessoa por ele indicada;
dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
podendo evitá-los, se omitirem; de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de gru- lia e de advogado;
pos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o LXIV- o preso tem direito a identificação dos responsáveis por
Estado Democrático; sua prisão ou por seu interrogatório policial;
XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden- LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autorida-
do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de de judiciária;
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
outras, as seguintes: pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen-
a) privação ou restrição de liberdade; tícia e a do depositário infiel;

111
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

LXVIII- conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer §4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda- Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX- conceder-se-á mandado de segurança para proteger di- O tratado foi equiparado no ordenamento jurídico brasileiro às
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas leis ordinárias. Em que pese tenha adquirido este caráter, o men-
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for cionado tratado diz respeito a direitos humanos, porém não possui
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de característica de emenda constitucional, pois entrou em vigor em
atribuições de Poder Público; nosso ordenamento jurídico antes da edição da Emenda Constitu-
LXX- o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: cional nº 45/04. Para que tal tratado seja equiparado às emendas
a) partido político com representação no Congresso Nacional; constitucionais deverá passar pelo mesmo rito de aprovação destas.
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em Referências Bibliográficas:
defesa dos interesses de seus membros ou associados; DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali- Organização do Estado – Municípios
dade, à soberania e à cidadania; Sobre os Municípios, prevalece o entendimento de que são en-
LXXII- conceder-se-á habeas data: tes federativos, uma vez que os artigos 1º e 18 da CF, são expressos
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à ao elencar a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados como integrantes da Federação brasileira.
de entidades governamentais ou de caráter público; Como pessoa política também dotada de autonomia, possuem
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo auto-organização (Artigo 29 da CF), auto legislação (Artigo 30 da
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; CF), autogoverno (Incisos do Artigo 29 da CF) e autoadministração
LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação (Artigo 30 da CF).
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de A previsão legal sobre os Municípios está prevista na CF, dos
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, Artigos 29 a 31.
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus Art. 30. Compete aos Municípios:
da sucumbência; I - legislar sobre assuntos de interesse local;
LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
aos que comprovarem insuficiência de recursos; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as- como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres-
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for- IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
ma da lei: estadual;
a) o registro civil de nascimento; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
b) a certidão de óbito. são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o
LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
e, na forma da lei, os atos necessário ao exercício da cidadania; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e
LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen-
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a tal;
celeridade de sua tramitação. VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento terri-
Constitucional nº 115, de 2022) torial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento
§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais e da ocupação do solo urbano;
têm aplicação imediata. IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
§2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Política Urbana
Federativa do Brasil seja parte. A Política Urbana, ou política de desenvolvimento urbano, é
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos tratada no Capítulo II do Título VII – Da Ordem Econômica e Finan-
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso ceira da Constituição da República de 1988.
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos Como política pública, materializa-se na forma de um progra-
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. ma de ação governamental voltado à ordenação dos espaços ha-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide DLG bitáveis, abrangendo, dessa forma, tanto o planejamento quanto a
nº 186, de 2008), (Vide Decreto nº 6.949, de 2009), (Vide DLG gestão das cidades1.
261, de 2015), (Vide Decreto nº 9.522, de 2018) (Vide ADIN 3392)
(Vide DLG 1, de 2021), (Vide Decreto nº 10.932, de 2022) 1 https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/76/edicao-1/principios-e-ins-
trumentos-de-politica-urbana

112
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

A execução da atividade urbanística, ora compreendida como CF, CAPÍTULO II


a intervenção estatal voltada à ordenação dos espaços habitáveis, DA POLÍTICA URBANA
é uma típica função pública, a ser desempenhada pela União, Esta-
dos, Distrito Federal e Municípios em suas correspectivas esferas Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
de competência, mediante a necessária participação da sociedade Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei,
civil, em cooperação com a iniciativa privada e demais setores da tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
sociedade e em condições isonômicas com os agentes privados na ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
promoção de empreendimentos e atividades relativos ao processo § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,
de urbanização. obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o
O protagonismo dos Municípios nesta seara é inegável, uma instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
vez que cabe ao Poder Público Municipal, por expressa determina- urbana.
ção constitucional, a execução da política de desenvolvimento ur- § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando
bano, conforme as diretrizes gerais fixadas por meio de lei federal atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor.
(CF, art. 182, caput).
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com
Entre os diplomas normativos voltados ao estabelecimento das
prévia e justa indenização em dinheiro.
diretrizes gerais da Política Urbana destacam-se o Estatuto da Cida-
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei
de, editado em 2001 na forma da Lei Federal 10.257, e o Estatuto da específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos
Metrópole, editado em 2015 na forma da Lei Federal 13.089. da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
Incumbe aos Municípios fixar, por meio dos seus respectivos subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
Planos Diretores – editados por meio de lei municipal e obrigatórios aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
para cidades com população superior a vinte mil habitantes – as I - parcelamento ou edificação compulsórios;
exigências fundamentais de ordenação da cidade (CF, art. 182, § 2º) II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
bem como delimitar as áreas em que o Poder Público municipal po- progressivo no tempo;
derá exigir, mediante lei específica, nos termos da lei federal, o ade- III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívi-
quado aproveitamento do solo urbano não edificado, não utilizado da pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal,
ou subutilizado, por meio da aplicação sucessiva dos instrumentos com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
enumerados no art. 182, § 4º, da Constituição, a saber: notificação sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
para parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, imposto Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até du-
predial e territorial progressivo no tempo e desapropriação-sanção. zentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterrup-
Reputa-se, assim, cumprida a função social da propriedade na tamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
medida em que o proprietário dê ao imóvel urbano o devido apro- família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário
veitamento, conforme as exigências fundamentais de ordenação da de outro imóvel urbano ou rural.
cidade apontadas pelo Plano Diretor (CF, art. 182, § 2º). § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos
A política de desenvolvimento urbano tem dois objetivos cons- ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do
titucionais essenciais: a ordenação do pleno desenvolvimento das estado civil.
funções sociais da cidade, na forma que dispuser o Plano Diretor, § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor
e a garantia do bem-estar de seus habitantes (CF, art. 182, caput). mais de uma vez.
Ambos os objetivos guardam íntima relação com a concretiza- § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
ção dos direitos sociais enunciados no art. 6º da Constituição da Re-
pública, em especial com os direitos sociais ao trabalho, à moradia, QUETÕES
ao transporte e ao lazer os quais, na classificação proposta pela Car-
ta de Atenas, correspondem às quatro funções essenciais da cidade.
1. (TCE/RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Direi-
A menção à garantia do bem-estar dos habitantes da cidade
to - CESPE/CEBRASPE/2021) Acerca de Constituição, poder consti-
remete, ainda, ao caput do art. 225 da Constituição, que enuncia tuinte e princípios fundamentais, julgue o item seguinte.
o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, A supremacia constitucional é garantida pela rigidez das nor-
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, mas constitucionais e pelo controle de constitucionalidade.
impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e ( ) CERTO
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. ( ) ERRADO

A conjugação entre os arts. 182 e 225 da Constituição da Re- 2. (COREN/SC – Advogado - DÉDALUS CONCURSOS/2020) O
pública permite afirmar que o modelo de desenvolvimento a ser princípio da supremacia constitucional determina que a Constitui-
promovido pela Política Urbana Brasileira é o do desenvolvimento ção figura como fundamento de validade de todo ordenamento
urbano sustentável, pautado pelo equilíbrio entre crescimento eco- normativo. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta:
nômico, inclusão social e preservação ambiental e pela solidarieda- (A) A supremacia formal da Constituição indica a maior impor-
de intergeracional. tância das normas constitucionais, já que a estrutura funda-
Esta opção constitucional implícita pelo modelo de desenvolvi- mental do Estado é delineada na Lex Legum.
mento urbano sustentável é confirmada pela enunciação explícita (B) A Constituição é suprema em relação às demais espécies
da garantia do direito às cidades sustentáveis como diretriz geral normativas, vez que foi estabelecida em decorrência do exer-
da política urbana brasileira feita pelo art. 2º, inciso I, do Estatuto cício dos poderes constituídos, e não pelo poder constituinte
da Cidade. originário.

113
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

(C) O princípio da supremacia não se confunde com o princípio 5. (CRF/SE – ADMINISTRADOR – QUADRIX/2019) A ideia de su-
da rigidez da Constituição, contudo são princípios correlaciona- premacia constitucional coloca todas as normas constitucionais em
dos, sendo certo que a supremacia, necessariamente, assegura igualdade hierárquica, do ponto de vista do sistema normativo, e
a rigidez da Constituição. em posição de superioridade em relação a todas as demais normas.
(D) A rigidez constitucional necessariamente assegura a supre- ( ) CERTO
macia da Constituição, visto que o controle de constituciona- ( ) ERRADO
lidade em face de Constituição flexível é limitado a aspectos
formais. 6. (DPE/DF - Analista de Apoio à Assistência Judiciária – Direito -
(E) O princípio da supremacia constitucional designa que a CESPE/CEBRASPE/2022) Acerca dos elementos processuais associa-
Constituição atribui caráter sistemático ao ordenamento jurídi- dos à ação de improbidade e aos remédios constitucionais, julgue
co, porque é informado por valores diferentes no processo de o item a seguir.
densificação principiológica. Qualquer pessoa, física ou jurídica, é parte legítima para propor
ação popular que vise anular ato lesivo à moralidade administrati-
3. (Prefeitura de Valinhos/SP – Procurador – VUNESP/2019) A va, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
respeito da supremacia constitucional, é correto afirmar que ( ) CERTO
(A) todas as normas constitucionais são equivalentes em ter- ( ) ERRADO
mos de hierarquia e dotadas de supremacia formal em relação
às demais normas infraconstitucionais. 7. (MPE/BA - Estagiário de Direito – FGV/2022) João, policial
(B) para assegurar essa supremacia, basta um sistema jurídico militar, recebeu comunicação da corporação, pelo rádio, no sentido
escalonado, não sendo necessário um controle de constitucio- de que deveria comparecer à casa de Antônio e ali cumprir uma
nalidade sobre as leis e os atos normativos. diligência.
(C) no Estado que adota uma Constituição do tipo flexível, exis- À luz da sistemática constitucional, João:
te supremacia formal da Constituição, porque há distinção en- (A) somente pode ingressar na casa de Antônio com o seu con-
tre os processos legislativos de elaboração das normas. sentimento, inexistindo exceção constitucional para a inviolabi-
(D) a constituição não se coloca no vértice do sistema jurídico lidade do domicílio.
do país e os poderes estatais são legítimos independentemente (B) por ser policial, pode ingressar na casa de Antônio, ainda
de quem os estruture. que sem o seu consentimento, desde que durante o dia, veda-
(E) só há supremacia formal na Constituição costumeira quan- da qualquer atividade noturna.
do for a regra da rigidez constitucional que esteja em vigor. (C) pode ingressar na casa de Antônio, sem o seu consentimen-
to, entre outras situações, no caso de desastre ou, durante o
4. (FPMA/PR – Advogado – NC/UFPR/2019) A Teoria da Cons- dia, por determinação judicial.
tituição é um segmento importante dentro do conhecimento jurí- (D) pode ingressar na casa de Antônio, ainda que sem o seu
dico, vez que determina a compreensão do modelo constitucional, consentimento, durante o dia ou à noite, mediante determi-
com uma série de consequências normativas conforme o padrão nação judicial.
que se adote em determinado país. A partir do exposto, assinale a (E) somente pode ingressar na casa de Antônio, sem o seu con-
alternativa correta. sentimento, mediante determinação judicial e desde que du-
(A) Constituição costumeira é aquela que, mesmo existindo um rante o dia.
texto constitucional expresso, é derrogada pelos costumes pra-
ticados pelas instituições políticas. 8. (SES/RS - Terapeuta Ocupacional – FAURGS/2022) Assinale a
(B) Por supremacia da Constituição entende-se a concepção de alternativa correta em relação ao disposto no artigo 5º da Consti-
que as normas constitucionais encontram-se acima de todo o tuição da República.
restante do ordenamento jurídico, influenciando sua interpre- (A) A prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
tação e concretização. critível, sujeito à pena de detenção, nos termos da lei.
(C) O bloco de constitucionalidade, formado pelos Tratados de (B) No caso de iminente perigo público, a autoridade compe-
Direito Internacional de Direitos Humanos, possui o condão de tente poderá usar de propriedade particular, mediante prévia
revogar normas constitucionais. indenização ao proprietário.
(D) Constituições rígidas são aquelas em que há impossibilida- (C) As associações só poderão ter suas atividades compulso-
de ou maior dificuldade de alteração do conteúdo normativo; riamente suspensas por decisão judicial transitada em julgado.
constituições flexíveis, por sua vez, são aquelas em que, apesar (D) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poden-
da existência do texto constitucional expresso, os dispositivos do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
podem ser flexibilizados mediante interpretação da Corte Su- flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, du-
perior. rante o dia, por determinação judicial.
(E) O conteúdo das constituições, considerado o parâmetro te- (E) É livre a manifestação do pensamento, sendo garantido o
órico mais recente, deve-se pautar por normas mais objetivas, anonimato.
descartadas normas programáticas de direitos sociais.

114
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

9. (Prefeitura de Laguna/SC - Procurador Municipal – 12. A Constituição Federal de 1988, em seu Capítulo II, discipli-
UNESC/2022) De acordo com a Constituição Federal de 1988, anali- na a Política Urbana. A política de desenvolvimento urbano tem por
se as assertivas em relação aos direitos e garantias fundamentais e objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
identifique as corretas. cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
I.É livre a manifestação do pensamento, sendo facultativo o NÃO representa uma diretriz da política do desenvolvimento
anonimato. urbano expressa no artigo 182 da Constituição Federal/1988:
II.É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, (A) A política do desenvolvimento urbano é executada pelo po-
além da indenização por dano material, moral ou à imagem. der público municipal.
III.É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência (B) A retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. sua subutilização ou não utilização.
É CORRETO o que se afirma em: (C) O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigató-
(A) I, II e III. rio para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instru-
(B) III, apenas. mento básico da política de desenvolvimento e de expansão
(C) II e III, apenas. urbana.
(D) II, apenas. (D) As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com
(E) I e III, apenas. prévia e justa indenização em dinheiro.
(E) A propriedade urbana cumpre sua função social quando
10. (Prefeitura de Esteio/RS - Enfermeiro Assistencial – FUNDA- atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade ex-
TEC/2022) Segundo o artigo 5º da Constituição Federal de 1988, são pressas no plano diretor.
direitos e garantias fundamentais do indivíduo, EXCETO:
(A) A solução pacífica dos conflitos
(B) A igualdade em direitos e obrigações entre homens e mu- GABARITO
lheres.
(C) A livre manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- 1 CERTO
nimato.
(D) O contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a 2 C
ela inerentes, em processo judicial ou administrativo. 3 A
(E) A presunção de inocência até o trânsito em julgado de sen-
tença penal condenatória. 4 B
5 CERTO
11. (SSP/AM - Técnico de Nível Superior – FGV/2022) A Consti-
6 ERRADO
tuição do Estado Alfa, com o objetivo de uniformizar e aumentar a
eficiência das estruturas orgânicas dos Municípios situados em seu 7 C
território, estabeleceu regras, baseadas na densidade demográfica 8 D
e na arrecadação, para a criação de secretarias municipais, sendo
cogente a observância dos quantitativos máximos e mínimos ali 9 C
fixados. 10 A
Ao tomar conhecimento dessas regras, o Prefeito do Município
Alfa consultou sua assessoria a respeito da compatibilidade com a 11 D
Constituição da República. 12 B
A assessoria respondeu corretamente que as referidas regras
são
(A) constitucionais, pois, na federação brasileira, as normas dos ANOTAÇÕES
entes federados de ordem superior vinculam os de ordem in-
ferior.
(B) constitucionais, pois os Municípios estão vinculados às nor- ______________________________________________________
mas da Constituição Estadual por força do princípio da simetria.
(C) constitucionais, pois o princípio da eficiência está previsto ______________________________________________________
na Constituição da República, devendo ser observado por to-
______________________________________________________
dos os entes federativos.
(D) inconstitucionais, pois, ao disporem sobre a organização ______________________________________________________
administrativa dos Municípios, afrontaram a autonomia polí-
tica desses entes. ______________________________________________________
(E) inconstitucionais, pois a Constituição Estadual não pode vei-
cular nenhuma norma a ser aplicada pelos Municípios, entes ______________________________________________________
autônomos em relação ao Estado.
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115
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

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116
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

Denota-se que embora haja profunda controvérsia doutrinária,


LEI 10.406 DE 10 DE JUNHO DE 2002 ARTIGOS 1º AO 6º; no Brasil, é adotada a tradicional teoria natalista, por intermédio da
40 A 44; 99 A 103; 186 A 188; 1196; 1228; 1299 A 1301 qual a aquisição da personalidade é operada a partir do nascimento
com vida, sendo que não sendo pessoa, o nascituro possuiria
— Das Pessoas Naturais somente mera expectativa de direito.
Podemos conceituar as pessoas naturais como sendo São direitos do nascituro:
as pessoas físicas, haja vista serem o ser humano considerado como a) A titularidade de direitos personalíssimos: o direito à vida, o
sujeito de direitos e obrigações. Assim sendo, pondera-se que para direito à proteção pré-natal, dentre outros;
ser uma pessoa, basta existir, ou seja, nascer com vida e adquirir b) Receber doação, sem que haja prejuízo do recolhimento do
personalidade jurídica. imposto de transmissão inter vivos;
c) O benefício do legado e da herança;
Personalidade Jurídica d) O Código Penal tipifica o crime de aborto;
Personalidade jurídica é a capacidade abrangente para e) Como consequência da proteção garantida pelos direitos da
titularizar direitos e contrair obrigações, ou, seja, é o atributo para personalidade, o nascituro tem direito à realização do exame de
ser sujeito de direito, sendo que após adquirida a personalidade, DNA, para efeito de verificação de paternidade;
poderá atuar o ente na condição de sujeito de direito, tanto como f) Direito a alimentos gravídicos que compreendem todos
pessoa natural quanto como pessoa jurídica, podendo operar com a os gastos necessários à proteção do feto, por não ser justo que a
prática de atos e negócios jurídicos de diferentes situações. genitora suporte todos os encargos da gestação sem a colaboração
No condizente à pessoa natural ou física, denota-se que o econômica do pai da criança que está irá nascer.
Código Civil de 2002 determina no artigo 1º, o seguinte:
Art. 1º. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem Da Capacidade
civil. Após adquirida a personalidade jurídica, toda pessoa passa a
ser capaz de direitos e obrigações, vindo a possuir, desta forma,
A determinação acima, é permissionária da inferência de capacidade de direito ou de gozo.
que a personalidade é um atributo de toda e qualquer pessoa, Nesse diapasão, toda pessoa possui capacidade de direito
independentemente de ser ela natural ou jurídica, tendo em vista advinda do fato de que a personalidade jurídica se trata de atributo
que a própria norma civil não faz tal distinção em seu caderno inerente à sua condição.
processual. Ressalta-se que nem toda pessoa possui aptidão para exercer
De acordo com o artigo 2º do Código Civil de 2002, a de forma pessoal os seus direitos com a prática de atos jurídicos, em
personalidade jurídica, ocorre a partir do nascimento com vida. decorrência de limitações orgânicas ou psicológicas. Assim sendo,
Desta maneira, no momento em que inicia o funcionamento do caso possam atuar pessoalmente, possuem, também, capacidade
aparelho cardiorrespiratório, clinicamente aferível pelo exame de de fato ou de exercício, sendo que reunidos esses dois atributos,
docimasia hidrostática de Galeno, o recém-nascido passa a adquirir possuirão capacidade civil plena. Desta forma, temos:
personalidade jurídica, vindo a se tornar sujeito de direito, ainda
que venha a falecer minutos depois do seu nascimento. CAPACIDADE CIVIL PLENA = a pessoa não possui aptidão
Ao processo mencionado acima, de acordo com a Doutrina, para exercer de forma pessoal os seus direitos com a prática de
dá-se o nome de teoria natalista, sendo que de acordo com essa atos jurídicos, por razão de limitações orgânicas ou psicológicas +
diretriz, caso o recém-nascido, cujo pai já tenha falecido, venha podendo as pessoas atuar pessoalmente, possuirão capacidade de
a falecer minutos após o parto, irá adquirir todos os direitos fato ou de exercício.
sucessórios do seu genitor deverão ser transferidos para a sua mãe.
Em relação à capacidade, aduz-se que nem toda pessoa capaz
Do nascituro pode estar apta à prática de determinado ato jurídico, sendo que a
Trata-se o nascituro do ser humano concebido, mas que ainda legitimação traduz uma capacidade específica.
não nasceu. Em decorrência de um interesse que se pretende preservar, ou
Nesse sentido, denota-se que o Código Civil trata do nascituro considerando a situação particular de determinada pessoa que se
mesmo quando ele não é considerando exatamente uma pessoa, deseja proteger, foram criados impedimentos circunstanciais, que
colocando a salvo a proteção legal dos seus direitos desde a não podem ser confundidos com as hipóteses legais incapacidade.
concepção, nos ditames do artigo 2º do Código Civil. Vejamos: A título de exemplo, podemos citar o tutor que mesmo sendo maior
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento e capaz, não poderá adquirir bens móveis ou imóveis do tutelado,
com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do segundo o artigo 1.749, I, do CC/2002).
nascituro.

117
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

Da mesma forma, depreende-se que dois irmãos, sendo pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis
maiores e capazes, não poderão se casar, de acordo com o artigo não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
1.521, IV, do CC/2002, sendo que em tais situações o tutor e os suficientes”.
irmãos estarão impedidos de praticar o ato por ausência de
legitimidade ou de capacidade específica para o ato. Com efeito, ressalta-se que a disciplina acima, foi dada desde a
O ilustre Sílvio Venosa se manifesta sobre o assunto, da seguinte entrada em vigor do atual Código Civil. No entanto, com a provação
maneira: “Não se confunde o conceito de capacidade com o de da Lei nº. 13.146/2015 — Estatuto da Pessoa com Deficiência —
legitimação. A legitimação consiste em se averiguar se uma pessoa, ocorreu uma verdadeira reconstrução jurídica.
perante determinada situação jurídica, tem ou não capacidade para Nesse sentido, o Estatuto suprimiu a pessoa com deficiência da
estabelecê-la. A legitimação é uma forma específica de capacidade categoria de incapaz, ou seja, a pessoa com deficiência, caracterizada
para determinados atos da vida civil. O conceito é emprestado como aquela que possui impedimento de longo prazo, de natureza
da ciência processual. Está legitimado para agir em determinada física, mental, intelectual ou sensorial.
situação jurídica quem a lei determinar. Por exemplo, toda pessoa De acordo com o art. 2º do Estatuto da Pessoa com Deficiência, a
tem capacidade para comprar ou vender. Contudo, o art. 1.132 pessoa com deficiência não deverá mais ser considerada civilmente
do Código Civil estatui: ‘os ascendentes não podem vender aos incapaz, tendo em vista que os artigos 6º e 84 da mesma legislação
descendentes, sem que os outros descendentes expressamente determinam que a deficiência não afeta a plena capacidade civil da
consintam’. Desse modo, o pai, que tem a capacidade genérica para pessoa. Vejamos:
praticar, em geral, todos os atos da vida civil, se pretender vender Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da
um bem a um filho, tendo outros filhos, não poderá fazê-lo se pessoa, inclusive para:
não conseguir a anuência dos demais filhos. Não estará ele, sem I — casar-se e constituir união estável;
tal anuência, ‘legitimado’ para tal alienação. Num conceito bem II — exercer direitos sexuais e reprodutivos;
aproximado da ciência do processo, legitimação é a pertinência III — exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter
subjetiva de um titular de um direito com relação a determinada acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento
relação jurídica. A legitimação é um plus que se agrega à capacidade familiar;
em determinadas situações”. IV — conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
compulsória;
Desta maneira, de forma esquematizada, temos: V — exercer o direito à família e à convivência familiar e
comunitária; e
CAPACIDADE VI — exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção,
Capacidade de direito = capacidade genérica; como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com
Capacidade de fato, ou, de exercício = capacidade em sentido as demais pessoas.
estrito que se trata da medida do exercício da personalidade; (...)
Capacidade específica = legitimidade com a ausência Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao
de impedimentos jurídicos circunstanciais para a prática de exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com
determinados atos. as demais pessoas.

Da Incapacidade Em alusão aos mencionados dispositivos, verifica-se que que


Estando ausente a capacidade de fato, nos encontraremos o Estatuto, com o objetivo de prestigiar o princípio da dignidade
diante da incapacidade civil absoluta ou relativa, que se tratam da pessoa humana, fez com que a pessoa com deficiência deixasse
de temas que passaram por significativas mudanças com a Lei n. de ser considerada como incapaz, para, dentro de uma perspectiva
13.146, de 6 de julho de 2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência constitucional isonômica ser considerada como possuidora de
– após a sua entrada em vigor, em janeiro de 2016. plena capacidade legal, mesmo com a necessidade de acolhimento
de institutos assistenciais específicos, como a tomada de decisão
Da Incapacidade absoluta apoiada, bem como a curatela, para a prática de atos na vida civil.
A previsão legal da incapacidade é a falta de aptidão para Em síntese, vejamos os principais pontos de destaque a
praticar pessoalmente atos da vida civil, haja vista encontrar-se respeito da incapacidade absoluta:
nesta condição a pessoa que não possua capacidade de fato ou – A pessoa com deficiência é dotada de capacidade legal,
de exercício, se encontrando impossibilitada de manifestar real e mesmo que se valha de institutos assistenciais para a condução da
juridicamente a sua vontade. sua própria vida.
Segundo o art. 4º do Código Civil de 2002, com redação dada – Em relação ao direito matrimonial, nos parâmetros do § 2º do
pela Lei nº 13.146/2.015, são incapazes, relativamente a certos art. 1.550, a pessoa com deficiência mental ou intelectual, em idade
atos ou à maneira de os exercer: núbil, poderá contrair núpcias, podendo expressar sua vontade
a) Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; diretamente ou por meio do seu responsável ou curador.
b) Os ébrios habituais e os viciados em tóxico. – A pessoa com deficiência passou a ser considerada legalmente
capaz.
Obs. importante: A incapacidade jurídica não é excludente – O art. 4º do Código Civil que se responsabiliza pela incapacidade
absoluta de responsabilização patrimonial, tendo em vista que nos relativa, foi modificado no inciso I, no qual permaneceu a previsão
ditames do art. 928 do Código Civil de 2002, “o incapaz responde dos menores púberes, que são aqueles que possuem idade entre 16
anos completos e 18 anos incompletos;

118
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

– Já o inciso II do referido dispositivo acima, suprimiu a menção Sensível ao fato de que a embriaguez se trata de mal que atinge
à deficiência mental, fazendo referência somente aos “ébrios parte da sociedade, o Código Civil de 2002 optou por promover
habituais e os viciados em tóxico”; ao nível de causa de incapacidade relativa, a embriaguez habitual
– Referente ao inciso III, do retro mencionado artigo, que reduz, porém, não restringe por completo a capacidade de
depreende-se que este passou a tratar, somente das pessoas que, discernimento do homem.
“por causa transitória ou permanente, não possam exprimir a sua Na mesma direção, os viciados em tóxicos com reduzida
vontade”; capacidade de entendimento também são considerados
– O pródigo permaneceu como incapaz. relativamente incapazes. No entanto, para tal, necessário se faz com
que seja avaliado o grau de intoxicação e dependência averiguando-
Da Incapacidade Relativa se a existência de prática de atos na vida civil, bem como se há a
De antemão, infere-se que existe diferença entre a absoluta necessidade de internação para tratamento.
incapacidade e a plena capacidade civil, as capacidades de
discernimento e de autodeterminação, se referindo a legislação aos Aqueles que por causa transitória ou permanente, não
relativamente incapazes. puderem exprimir sua vontade
Quando da promulgação do Código Civil de 2002, foram As pessoas que “mesmo por causa transitória, não puderem
considerados como incapazes, relativamente a certos atos ou à exprimir a sua vontade”, foram inseridas no caderno processual do
maneira de os exercer: Código Civil de 2002, como absolutamente incapazes.
a) Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos:
b) Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por No entanto, a Lei n. 13.146/2015 - Estatuto da Pessoa
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; com Deficiência - converteu aqueles que eram considerados
c) Os excepcionais sem desenvolvimento mental completo; absolutamente incapazes em relativamente capazes.
d) Os pródigos.
Os Pródigos
Ocorre que a Lei n. 13.146/2015 - Estatuto da Pessoa com Nos dizeres do ilustre Clóvis Beviláqua, pode se considerar
Deficiência - refez essa disciplina normativa, vindo a fazer como pródigo “aquele que desordenadamente gasta e destrói a sua
mudanças no inciso II, retirando a menção à deficiência mental, fazenda, reduzindo-se à miséria por sua culpa”.
passando a prever apenas “os ébrios habituais e os viciados em Trata-se o comportamento do pródigo, de um desvio que
tóxico”, alterando ainda, o inciso III, que mencionava sobre “o refletindo-se no patrimônio individual, que acaba por prejudicar em
excepcional sem desenvolvimento mental completo”, vindo esse o demasia, mesmo que por meio de contrafeita, a estrutura familiar e
dispositivo legal a tratar, apenas das situações relativas às pessoas social, sendo que o indivíduo que age descontroladamente dilapida
que, “por causa transitória ou permanente, não possam exprimir a o seu patrimônio e poderá, posteriormente vir a buscar a ajuda de
sua vontade”. um parente próximo ou do próprio Estado, sendo por esta razão
que a lei justifica a interdição do pródigo e o reconhece com relativa
Dos maiores de dezesseis e menores de dezoito anos capacidade.
Nesse dispositivo, ressalta-se que a incapacidade relativa, em De acordo com o artigo 1.782 do código Civil de 2001, a
seguimento ao disposto no Projeto do Código Civil de 1965, não interdição do pródigo apenas o privará de, sem curador, emprestar,
mais se situou na faixa dos dezesseis aos vinte e um anos, passando transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser
a reduzir o seu limite etário máximo para os dezoito anos de idade. demandado, e praticar, em geral, atos que não sejam de mera
Assim, com o advento do Código Civil de 2.002, passou-se a administração.
considerar a maioridade civil a partir dos dezoito anos de idade, com Por fim, registra-se que a legitimidade para promover a
o fito de chamar os jovens à responsabilidade um pouco mais cedo, interdição do pródigo, possui respaldo nos artigos 747 e 748 do
vindo, desta forma a igualá-la à maioridade criminal e trabalhista. Código de Processo Civil, vindo a admitir, segundo boa parte da
doutrina, a “auto interdição”, fator contido no Estatuto da Pessoa
Dos Ébrios Habituais e dos Viciados em Tóxicos com Deficiência, em sua parte final, que acrescentou em seu
Sobre o tema em estudo, entendem da seguinte forma os caderno processual, a prerrogativa de a própria pessoa pleitear a
ilustres juristas Eugênio Raúl Zaffaroni e José Henrique Pierangel: curatela.
“deparamos com diferentes períodos e ideologias em torno da
problemática da embriaguez. Em todos os tempos, o homem Sobre a Capacidade Jurídica dos Indígenas
procurou fugir da realidade mediante a utilização de tóxicos. Em O atual Código Civil remeteu a responsabilidade sobre a
geral, as pessoas que têm de suportar maior miséria e dor são capacidade jurídica dos indígenas para a legislação especial, sendo
aquelas que procuram fugir dessa realidade miserável ou dolorosa, que o indígena passou a figurar entre as pessoas absolutamente
decorra ela de conflitos predominantemente individuais ou de incapazes e privadas de discernimento para os atos da vida civil,
condições sociais (no fundo, sempre existem condições sociais, só fato que não condiz de forma correta com a sua atual situação na
que mais ou menos mediatas). Quem fugir da realidade, na maioria sociedade brasileira.
dos casos, é quem suporta as piores condições sociais, ou seja, os
marginalizados e carentes. O uso de tóxicos visa o rompimento dos Obs. importante: De acordo com a Lei n. 6.015, de 31 de
freios, ou criar as condições para fazê-lo”. dezembro de 1973, (Lei de Registros Públicos), “os índios, enquanto
não integrados, não estão obrigados a inscrição do nascimento. Este
poderá ser feito em livro próprio do órgão federal de assistência aos
índios”.

119
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

Vale a pena destacar que a Lei nº. 13.146/2015 - Estatuto da Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
Pessoa com Deficiência – fez alterações no parágrafo único do artigo I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do
4º do Código Civil para substituir a palavra “índios” por “indígenas”, outro, mediante instrumento público, independentemente de
porém, o teor da norma, foi conservado. homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
menor tiver dezesseis anos completos;
Suprimento da Incapacidade – Representação e Assistência II - pelo casamento;
De início convém destacar que o suprimento da incapacidade III - pelo exercício de emprego público efetivo;
absoluta ocorre por meio da representação. IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
Ressalta-se que no Código de 1916, os absolutamente incapazes V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência
atuavam através de seus representantes legais, como pais, tutores de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
ou curadores. dezesseis anos completos tenha economia própria.
No entanto, esta matéria não foi substancialmente modificada
pelo Código Civil de 2002 em sua redação original, antes da entrada De acordo com o dispositivo acima, a menoridade cessa
em vigor do Estatuto da Pessoa com Deficiência, tendo em vista aos 18 anos completos, sendo que desta forma, a pessoa ficará
que os menores de dezesseis anos seriam representados por seus habilitada para praticar todos os atos da vida civil. Já em se tratando
pais ou tutores; já os enfermos ou deficientes mentais, privados de de obtenção de emancipação judicial, se refere à aquisição da
discernimento, além das pessoas impedidas de manifestar a sua capacidade civil antes da idade legal permitida.
vontade, mesmo que por causa transitória, representados por seus Desta maneira, a emancipação consiste na antecipação da
curadores, nos termos do artigo 3º do Código Civil. aquisição da capacidade de fato ou de exercício, podendo, desta
Em relação aos relativamente incapazes elencados no artigo 4º forma, a pessoa exercer, por si só, os atos da vida civil.
do Código Civil, percebe-se que a forma de representação ocorre a A emancipação também pode advir de concessão dos pais ou
partir do momento em que o assistente não pratica o ato em nome por sentença do juiz, e também por outros meios específicos que
do representado, mas juntamente consigo. Desta forma, atuando conferem emancipação civil.
o absoluta ou relativamente incapaz sem o seu representante ou No condizente à emancipação judicial predisposta no artigo
assistente, o ato praticado sofrerá de invalidade jurídica acarretando 5°, parágrafo único, I, da segunda parte do Código Civil, trata-se de
nulidade absoluta ou relativa, devendo, assim, o representante instituto concedido pelo juiz, ouvido o tutor, se o menor contar com
praticar o ato no interesse do incapaz. 16 anos completos.
Vale a pena mencionar que o Código Civil de 2002 reservou A emancipação se subdivide em três categorias. São elas:
na redação de sua Parte Geral, um capítulo que trata dos preceitos a) Voluntária: É aquela que acontece através da manifestação
genéricos a respeito da representação legal e a voluntária. de vontade dos pais em emancipar o filho, ou, também, de um
A respeito do assunto, denota-se que durante a Exposição deles na ausência do outro;
de Motivos do Anteprojeto de Código de Obrigações do ano de b) Judicial: Predisposta no artigo 5°, parágrafo único, I, da
1941, Hahnemann Guimarães, Orozimbo Nonato e Philadelpho segunda parte do Código Civil, trata-se de instituto concedido pelo
Azevedo, aduziram: “O instituto da representação foi libertado da juiz, ouvido o tutor, se o menor contar com 16 anos completos.
sua condição servil ao mandato, deixando-se à disciplina deste Tal espécie de emancipação será concedida por meio de sentença
contrato apenas as relações entre as próprias partes contratantes. ouvindo-se o tutor que é o responsável pelo menor, bem como com
A representação, seja qual for a sua origem, legal ou convencional, oitiva do Ministério Público.
obedecerá a princípios uniformes, que devem resguardar a boa-fé c) Legal: Acontece a partir da realização das prerrogativas
de terceiros, obrigados a tratar com interposta pessoa”. contidas no artigo 5º do Código Civil, onde foi presumida a
Por tais razões, em qualquer das formas de representação, capacidade. Pode ocorrer pelo casamento, pela colação de grau em
denota-se que a comprovação é fator essencial pelo representante, Ensino Superior, dentre outros.
da sua qualidade, e também da extensão de seus poderes para
que ele possa atuar em nome do representado, sendo que a Obs. importante: Mesmo com a obtenção da capacidade civil
punição para o excesso de atuação, é a responsabilidade pessoal plena, o menor não se encontrará apto a exercer alguns direitos
do representante pelos atos que tiver excedido, de acordo com o contidos em legislação específica para apenas maiores de 18 anos.
artigo 118 do Código Civil de 2002, que predispõe: Exemplos: A obtenção de Carteira Nacional de Habilitação
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas,
com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a Direitos da Personalidade
extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder Os direitos da personalidade são uma das principais inovações
pelos atos que a estes excederem. da Parte Geral do Código Civil de 2002, sendo dispostos em capítulo
próprio.
Emancipação São direitos da personalidade aqueles que possuem por objeto,
Trata-se a emancipação da aquisição da plena capacidade os atributos físicos, morais e psíquicos da pessoa em si, bem como
civil pelo menor. Sendo que a emancipação Judicial, se refere a em suas projeções sociais.
instrumento por intermédio do qual, o menor, sob tutela, poderá Desse modo, infere-se que a pessoa humana é a titular da tutela
adentrar com o ajuizamento de ação para conseguir ser emancipado dos direitos da personalidade. No entanto, o instituto também
civilmente. alcança os nascituros, que mesmo não possuindo personalidade
Sobre a emancipação, dispõe o artigo 5º do Código Civil: jurídica, possuem seus direitos resguardados pela lei, desde a
Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando concepção, o que inclui, também, os direitos da personalidade.
a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

120
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

Em relação às pessoas jurídicas, estabelece o artigo 52 do f) Direito à liberdade de pensamento: O direito de liberdade
código Civil: compreende a liberdade de pensamento, referindo-se a direito
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção autônomo. Sobre o assunto, determina a CFB/1988 no inciso IV do
dos direitos da personalidade. art. 5º que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
São características dos direitos da personalidade: o anonimato”. Advindo da primeira regra, a “manifestação do
a) Absolutos: Eivados de oponibilidade erga omnes, vindo a pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer
irradiar efeitos em todas as áreas e impondo à coletividade o dever forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição”,
expresso de respeitá-los; atentando-se o disposto pela própria Carta Magna no artigo 220.
b) Gerais/Necessários: São direitos outorgados a todas as g) Direito às criações intelectuais: Se refere à autoria científica,
pessoas pelo simples fato de existirem; artística e literária como manifestações diretas da liberdade de
c) Extrapatrimoniais: Se caracterizam pela falta de um pensamento. Sendo que a CFB/1988, por meio do artigo 5º, dispõe
conteúdo patrimonial direto e conferido de forma objetiva, mesmo sobre tais direitos. Exemplos: Inciso XXVII — aos autores pertence
que sua lesão venha a gerar efeitos de ordem econômica: o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de
d) Indisponíveis: São aqueles que não se pode mudar de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
titular nem mesmo por vontade própria do indivíduo, fato que faz inciso XXVIII — são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção
com que os direitos da personalidade sejam elevados a um nível às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da
diferenciado dentro dos direitos privados. Assim, a indisponibilidade imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o
dos direitos da personalidade engloba tanto a intransmissibilidade, direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
quanto a irrenunciabilidade que se trata da impossibilidade de criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às
reconhecimento jurídico da manifestação por vontade de abandono respectivas representações sindicais e associativas.
de direito; h) Direito à privacidade: Esse instituto também é considerado
e) Imprescritíveis: Não existe prazo determinando o seu inviolável pelo inciso X do art. 5º da CFB/1988, no qual a vida
exercício, sendo que não se extinguem por não serem usados; privada é compreendida como a vida particular da pessoa natural,
f) Impenhoráveis: são advindos da extrapatrimonialidade ou, right of privacy, como sendo uma de suas manifestações o
e indisponibilidade de direitos morais, porém, jamais poderão direito à intimidade, sendo, assim, um direito da personalidade, no
ser penhorados. Em se tratando de direitos patrimoniais qual a tutela jurídica foi consagrada pelo art. 21 do CC/2002, que
correspondentes, não existe impedimento legal na penhora; aduz: Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz,
g) Vitalícios: São direitos que acompanham a pessoa desde a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias
a sua concepção de vida até a morte. São inerentes à pessoa e para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma”.
extinguem-se normalmente com o seu desaparecimento, sendo i) Direito ao segredo pessoal, profissional e doméstico:
que há direitos da personalidade que continuam tendo validade Abrange três esferas, sendo elas: o segredo das comunicações, o
mesmo após a morte da pessoa. Exemplo: Havendo lesão à honra segredo doméstico reservado ao lar, e à vida privada como segredo
da pessoa após a morte, em atenção a sua memória, sendo que profissional, referente ao direito da pessoa que revelou segredo
poderá, nos termos do parágrafo único do art. 12 do CC/2002, da sua vida íntima a terceiro, por motivos da atividade profissional
o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou deste, como é o caso dos padres, por exemplo;
colateral até o quarto grau, exigir judicialmente que cesse a lesão j) Direito à honra: Esse direito acompanha a pessoa desde o seu
ou ameaça. nascimento e até depois de sua morte, podendo ser manifestado
Os principais direitos da personalidade são: de duas maneiras, sendo eles a honra objetiva que se refere à
a) O direito à vida: Trata-se do direito mais valoroso do ser reputação da pessoa, englobando o seu bom nome e a sua fama
humano, vindo a sintetizar e concretizar em sim, todos os demais no seio da sociedade; e a honra subjetiva, que corresponde ao
direitos. sentimento pessoal de estima à própria dignidade. Esse direito
b) Direito à integridade física: O ser humano tem direito também se encontra ligado à condição de liberdade pública, com
à incolumidade corpórea e intelectual, rejeitando-se as lesões previsão expressa no inciso X do art. 5º da CF/88 aduzindo que “X
causadas ao correto funcionamento normal do corpo da pessoa. — são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
c) Direito à voz: a voz do ser humano também encontra respaldo das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
de proteção como direito da personalidade. Mesmo se tratando de ou moral decorrente de sua violação”.
um componente físico, que se coaduna com a ideia de imagem, k) Direito à imagem: Nesse padrão, englobam-se dois tipos
ganha individualidade, vindo a identificar pessoas e estilos. de imagem que são a imagem-retrato, que se refere ao aspecto
d) Direito à integridade psíquica: Considera a pessoa como ser físico da pessoa, e a imagem-atributo, referente à exteriorização
psíquico atuante, que interage de modo social e que possui direito da personalidade do indivíduo e à maneira como ele é visto
à liberdade de pensamento, de intimidade, privacidade, bem como socialmente.
ao segredo, além do direito à criação intelectual; O Código Civil atual consagra de maneira expressa, o direito
e) Direito à liberdade: Trata-se do direito de agir de acordo à imagem através do artigo 20 da seguinte forma: “Art. 20. Salvo
com a sua consciência, observando os limites da liberdade alheia, se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça
sendo que o artigo 5º da CFB/1.988, enumera com especificidade ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos,
vários aspectos referentes à liberdade em todas as suas formas, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a
anunciando a liberdade de locomoção, de trabalho, de estipulação utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a
contratual, de exercício de atividade, de comércio, de culto, dentre seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se
outras. lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se

121
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

destinarem a fins comerciais. Parágrafo único. Em se tratando Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada
de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes”. 2015) (Vigência)
l) Direito à identidade: Traz a noção de proteção jurídica aos Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando
elementos diferenciadores da pessoa natural ou jurídica dentro da a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
sociedade. Sobre o assunto, vale a pena conferir os artigos 16, 17, Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
18 e 19 do Código Civil de 2002; I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do
outro, mediante instrumento público, independentemente de
Sobre a proteção dos direitos da personalidade, verifica-se que homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
ocorre em diversas searas do ordenamento jurídico. De modo geral, menor tiver dezesseis anos completos;
a proteção dos direitos da personalidade poderá ser: II - pelo casamento;
a) Preventiva: Ocorre de forma especial através do ajuizamento III - pelo exercício de emprego público efetivo;
de ação com postulação de tutela inibitória, com o fito de evitar a IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
concretização da ameaça de lesão ao direito da personalidade; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência
b) Repressiva: Ocorre através da imposição de sanção civil com de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
o adimplemento de indenização, ou em âmbito penal, no caso de a dezesseis anos completos tenha economia própria.
lesão já haver se efetivado. Art. 6 o A existência da pessoa natural termina com a morte;
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 autoriza a abertura de sucessão definitiva.

Institui o Código Civil.


Da Classificação das Pessoas Jurídicas
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso A doutrina informa a existência de pessoas jurídicas de direito
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: público, interno ou externo, e de direito privado nos moldes do
artigo 40 do CC/2002, que aduz:
PARTE GERAL Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou
LIVRO I externo, e de direito privado.
DAS PESSOAS
Das Pessoas Jurídicas de Direito Público
TÍTULO I O artigo 42 do CC/2002 predispõe:
DAS PESSOAS NATURAIS Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os
Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo
CAPÍTULO I Direito internacional público.
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
Sobre o dispositivo acima, denota-se que a origem dos
Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Estados soberanos ou das entidades supraestatais, irá depender da
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento ocorrência de fatos históricos tais como as revoluções ou criações
com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do constitucionais, bem como pela edição de tratados internacionais.
nascituro.
Art. 3 o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente Já as pessoas jurídicas de direito público interno, nos termos do
os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação art. 41 do CC/2002, são as seguintes:
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de I - a União;
2015) (Vigência) II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
II - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de III - os Municípios;
2015) (Vigência) IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação
III - (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.146, de dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
2015) (Vigência) V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas
de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento,
pelas normas deste Código.
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Das Pessoas Jurídicas de Direito Privado
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não O atual Código Civil brasileiro, classifica as pessoas jurídicas de
puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, direito privado da seguinte forma:
de 2015) (Vigência) Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
IV - os pródigos. I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.

122
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de § 1 o São livres a criação, a organização, a estruturação interna
22.12.2003) e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos
22.12.2003) constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 2 o As disposições concernentes às associações aplicam-se
Sobre o dispositivo legal retro mencionado, podemos extrair o subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte
seguinte entendimento: Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
– As sociedades civis ou empresárias, e as associações, são § 3 o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão
consideradas corporações e são também o resultado da fusão de conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825,
indivíduos, ou universitas personarum; de 22.12.2003)
– As fundações se compõem de simples patrimônio que
possui vínculo a uma finalidade e advém da afetação patrimonial Bens Públicos
demandada por seu instituidor universitas bonorum, incluindo-se, São os bens que nos ditames do artigo 98 do CC/2002, perten-
com mais propriedade, na categoria das instituições; cem à União, aos Estados ou aos Municípios.
– Tanto as organizações religiosas, quanto os partidos políticos Tal categoria, objeto de domínio público, em decorrência de
se encaixam no conceito jurídico de associação; sua grande importância, se encontra subdividida em:
– A Lei nº 12.441/2011 alterou o Código Civil brasileiro, a) Bens de uso comum do povo: Cuidam-se de bens, cujo uso,
acrescentando por meio do inciso VI, a empresa individual de não se encontra subordinado a qualquer tipo de discriminação ou
responsabilidade limitada, (EIRELI); ordem especial de fruição e são inalienáveis. Exemplo: As estradas;
b) Bens de uso especial: São inalienáveis e considerados bens
TÍTULO II públicos que por título especial na forma da lei, são atribuídos a
DAS PESSOAS JURÍDICAS determinada pessoa, sendo também aqueles usados pela Adminis-
tração Pública para a realização dos seus serviços, nos ditames do
CAPÍTULO I artigo 99, II, do CC/2002. Exemplo: Os imóveis em que funcionam
DISPOSIÇÕES GERAIS as escolas públicas;
c) Bens dominicais ou dominiais: Se tratam dos bens públicos
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou que não são afetados em relação ao uso direto e imediato do povo,
externo, e de direito privado. nem aos usuários de serviços, porém, pertencem ao patrimônio es-
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: tatal. Exemplo: As terras devolutas.
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; Obs. importante: O Código Civil de 2002 em seu artigo 102,
III - os Municípios; seguindo diretriz consagrada no direito brasileiro, proíbe de forma
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação expressa a usucapião de bens públicos.
dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. LIVRO II
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas DOS BENS
jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito
privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, TÍTULO ÚNICO
pelas normas deste Código. DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os
Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo CAPÍTULO III
direito internacional público. DOS BENS PÚBLICOS
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são
civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes
qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são
contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
ou dolo. Art. 99. São bens públicos:
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas,
I - as associações; ruas e praças;
II - as sociedades; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destina-
III - as fundações. dos a serviço ou estabelecimento da administração federal, esta-
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de dual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
22.12.2003) III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real,
22.12.2003) de cada uma dessas entidades.
VI - (Revogado pela Lei nº 14.382, de 2022) Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-
-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

123
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso Assim sendo, para melhor uso da referida teoria, deverá o jul-
especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, gador recorrer ao contido no artigo 5º da LINDB - Lei de Introdução
na forma que a lei determinar. às Normas do Direito Brasileiro- que assim determina em seu artigo
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, ob- 5º:
servadas as exigências da lei. Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. ela se dirige e às exigências do bem comum.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou
retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a Ante o exposto, verifica-se que foi utilizado o critério finalísti-
cuja administração pertencerem co para a identificação do abuso de direito, sendo que o exercício
regular do direito, a legítima defesa e o estado de necessidade são
Atos Ilícitos causas excludentes de ilicitude, previstas no Ordenamento Jurídico
No estudo do fato jurídico, aprendemos que o ato jurídico em pátrio.
sentido amplo, se trata de toda ação humana lícita, positiva ou ne- Sobre o assunto, dispõe o art. 188 do CC/2002:
gativa, apta a criar, modificar ou extinguir direitos e obrigações. Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
Acontece que por algumas vezes, o indivíduo poderá vir a agir I — os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de
de forma contrária ao direito, descumprindo as normas jurídicas um direito reconhecido;
e causando prejuízo a outrem, situação na qual, nos encontrare- II — a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a
mos diante de uma categoria específica denominada de ato ilíci- pessoa, a fim de remover perigo iminente.
to, conceito adotado pelo Código Civil alemão, que compreende o Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo so-
comportamento humano voluntário, contrário ao direito e grande mente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente neces-
causador de prejuízo de ordem material ou moral. sário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção
O ilustre Sérgio Cavaliere Filho ensina que ato ilícito é “o ato do perigo.
voluntário e consciente do ser humano, que transgride um dever
jurídico”. Nesse diapasão, embutido na noção de exercício regular de um
São elementos componentes do ato ilícito: direito enquadra-se de forma convincente, o estrito cumprimento
a) Ação humana, tanto positiva quanto negativa; do dever legal, sendo que a legítima defesa disposta no artigo 188,
b) A contrariedade ao direito ou ilicitude, que se trata da viola- I, primeira parte, do CC/2002, pressupõe a reação de modo propor-
ção de dever jurídico preexistente; cional a uma injusta agressão, atual ou iminente, utilizando-se de
c) O prejuízo de ordem material ou moral. forma moderada as formas de defesa colocadas à disposição da-
quele que foi ofendido, cabendo mencionar aqui, que caso o agen-
Sobre o assunto em deslinde, o Código Civil de 2002, por sua te, no exercício de prerrogativa de defesa, alcançar terceiro inocen-
vez, aprimorou a regra legal a respeito das consequências do ato te, será obrigado a indenizá-lo, cabendo-lhe, ajuizar ação regressiva
ilícito através dos seus artigos 186 e 187. Vejamos: contra o real agressor.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negli- É o que informam os artigos 929 e 930 do CC/2002:
gência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do
que exclusivamente moral, comete ato ilícito. inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, direito à indenização do prejuízo que sofreram.
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva
para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Assim, ante a análise dos dispositivos acima citados, aduz-se Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em
que além de admitir, seguindo orientação da Constituição Federal, defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
que o ato ilícito poderá produzir dano de ordem moral, o legislador
também cuidou de prever, em norma expressa, a teoria do abuso Em relação ao estado de necessidade contido no artigo 188, II,
de direito, que outrora era conhecida somente de forma indireta do CC/2002, se refere à situação de agressão a um direito alheio,
pelo Código de 1916. de valor jurídico igual ou inferior àquele que se pretende proteger,
para remover perigo expresso e iminente, quando as circunstâncias
Obs. importante: A teoria do abuso de direito desenvolveu-se do fato não autorizarem outra forma de atuação.
a partir do célebre caso de Clement Bayard, julgado por um tribu- Desta maneira, de modo diverso do que se passa na legítima
nal francês, no início do século passado, no qual o proprietário de defesa, o agente não reage a uma situação injusta, porém, atua
um imóvel, sem justificar suas razões e ações, veio a construir altas como forma de subtração de um direito seu ou de outrem que se
hastes pontiagudas para prejudicar o voo de aeronaves no terreno encontra diante de situação de perigo concreto. Exemplo: Moto-
vizinho, abusando, desta forma, do direito de propriedade. rista que desvia o automóvel de um pedestre para não o atropelar,
porém, acaba atingindo um comércio, atuando, nesse caso, em es-
Em acirrada análise do já citado artigo 187 do CC/2002, aduz-se tado de necessidade.
que não é imprescindível para o reconhecimento da teoria do abu- Por fim, ressalta-se em situações excepcionais, que os atos líci-
so de direito, que o agente possua a intenção de prejudicar terceiro, tos poderão impor a obrigação de indenizar, conforme demonstra
bastando, apenas, de acordo com o dispositivo, que sejam excedi- a situação relativa à passagem forçada, devidamente disposta no
dos de forma explícita os limites impostos pela finalidade econômi- artigo 1.285 do atual Código Civil:
ca ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

124
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via públi- A propriedade é constituída por três elementos. São eles:
ca, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização a) O uso: Retira o labor da coisa, porém, não alterar a sua
cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será substância;
judicialmente fixado, se necessário. b) O gozo: É o elemento que faz a coisa produzir frutos, jus
fruiendi;
Analisando o referido dispositivo, verifica-se que a obrigação c) O Dispor: Consiste em dar a coisa o que o proprietário deseja
de indenizar naquela situação específica, advém de um ato perfei- ter.
tamente lícito que se trata do direito de passagem.
Da seara dos Direitos Reais, decorre ainda, a obrigação de inde- Desta forma, depreende-se que os elementos da posse são
nizar advinda de um ato lícito na situação prevista no artigo 1.313 usar e gozar. Exemplo: Em situações de locação de carro, o locador
do Código Civil que determina, in verbis: está usando o veículo, ao passo que o locatário está gozando do
Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a fruto da locação que é o de utilizar o veículo.
tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso, para: São teorias da Posse:
I — dele temporariamente usar, quando indispensável à repa- a) Da teoria objetiva de Ihering: Trata-se da que mais se
ração, construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro assemelha com o Código Civil Brasileiro em vigor. É a posse a
divisório; exteriorização, ou, a visibilidade do domínio;
II — apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se en- b) Da teoria Subjetiva de Savigny: A existência da posse
contrem casualmente. depende de ter o corpo da coisa e a intenção de ser o dono dela. A
posse tem como elementos:
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou
reparação de esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços e nas- CORPUS + ANIMUS DOMINI, FIGURA MATERIAL DA COISA +
centes e ao aparo de cerca viva. A FIGURA EVOLUTIVA DE CUIDAR DA COISA, ELEMENTO DA
§ 2º Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas bus- VONTADE.
cadas pelo vizinho, poderá ser impedida a sua entrada no imóvel.
§ 3º Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier LIVRO III
dano, terá o prejudicado direito a ressarcimento. DO DIREITO DAS COISAS

Infere-se, portanto, quanto ao dispositivo de lei acima men- TÍTULO I


cionado, que de forma excepcional, a responsabilidade civil poderá DA POSSE
advir de um comportamento humano que for aceito pelo direito.
CAPÍTULO I
LIVRO III DA POSSE E SUA CLASSIFICAÇÃO
DOS FATOS JURÍDICOS
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato
TÍTULO III o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à pro-
DOS ATOS ILÍCITOS priedade.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligên- — Propriedade
cia ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que Trata-se a propriedade de um direito real por excelência, haja
exclusivamente moral, comete ato ilícito. vista ser ela um direito subjetivo que a pessoa possui e que pode
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, usar, gozar e dispor do seu bem, possuindo ainda, o direito de
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu reavê-la de quem tiver injustamente detendo ou possuindo aquele
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. bem que lhe pertence. É o que dispõe o artigo 1.228 do CC/2.002:
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que
um direito reconhecido; injustamente a possua ou detenha.
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a
pessoa, a fim de remover perigo iminente. Nesse diapasão, são características da propriedade:
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo so- a) Absoluta: Por meio da qual, o proprietário pode usar e
mente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente neces- dispor do seu bem da forma que desejar, exceto com as restrições
sário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção impostas por lei ou interesse coletivo;
do perigo. b) Perpétua: Trata-se de um direito irrevogável. Por meio dela
o direito de propriedade não deixa de existir porque o seu titular
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­ Posse
— lança mão do seu direito. Porém, tal direito poderá ser revogado
A posse é um fato juridicamente protegido, mas, não é um pela usucapião mediante o desuso e o uso por parte de terceiro;
direito. Em relação ao possuidor, o artigo 1.196 do CC/2.002, assim c) Direito Exclusivo: Depreende que não há como uma coisa
o conceitua: pertencer simultaneamente a mais de uma pessoa.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de
fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade.

125
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

São funções da propriedade: CAPÍTULO V


a) Pessoal: Por meio desta função, a propriedade favorece o DOS DIREITOS DE VIZINHANÇA
indivíduo para que ele possa alcançar o seu desenvolvimento de
forma completa; SEÇÃO VII
b) Social: Ao passo que na função pessoal a propriedade DO DIREITO DE CONSTRUIR
é somente um direito, na função social, ela também é uma
responsabilidade. Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as
construções que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regu-
Pontos importantes: lamentos administrativos.
– O proprietário poderá ser privado da coisa, na situações Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu pré-
de desapropriação, desde que seja por necessidade ou utilidade dio não despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho.
pública, ou, interesse social e também no caso de requisição, em se Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou
tratando de caso de perigo público iminente; varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho.
– Poderá ainda, o proprietário ser privado da coisa caso o § 1 o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória,
imóvel reivindicado consista em extensa área, na posse ininterrupta bem como as perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de
e de boa-fé, por mais de cinco anos, com considerável número de setenta e cinco centímetros.
pessoas, e estas houverem realizado nela, tanto em conjunto, como § 2 o As disposições deste artigo não abrangem as aberturas
de forma apartada, obras e serviços que forem considerados pelo para luz ou ventilação, não maiores de dez centímetros de largura
magistrado como sendo de interesse social e econômico relevante, sobre vinte de comprimento e construídas a mais de dois metros de
fixando-se justa indenização ao proprietário; altura de cada piso.

TÍTULO III
DA PROPRIEDADE
QUESTÕES

CAPÍTULO I 1. São relativas incapazes:


DA PROPRIEDADE EM GERAL (A) os ébrios habituais, os viciados em tóxico, os pródigos.
(B) os ébrios habituais, os menores de 16 anos, os pródigos.
SEÇÃO I (C) aqueles que não puderem exprimir sua vontade, os meno-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES res de 16 anos, os viciados em tóxicos.
(D) os pródigos, os menores de 16 anos, os ébrios eventuais.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dis-
por da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que 2. A menoridade cessa:
injustamente a possua ou detenha. (A) aos 18 anos.
§ 1 o O direito de propriedade deve ser exercido em consonân- (B) aos 16 quando órfão.
cia com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que (C) maior de 16 e menor que 18 anos.
sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei es- (D) aos 21 anos.
pecial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e
o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do 3. Pessoas Jurídicas de direito privado são:
ar e das águas. (A) União, sociedades, fundações.
§ 2 o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qual- (B) estados, municípios, empresas.
quer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de (C) União, partido político, organização religiosa.
prejudicar outrem. (D) associações, organização religiosa, fundação.
§ 3 o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de
desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse 4. Segundo o art. 99 da Lei nº 10.406/2002, “são bens públicos:
social, bem como no de requisição, em caso de perigo público imi- I. Os de uso comum do povo, tais como rios, mares, museus,
nente. teatros, estradas, ruas e praças.
§ 4 o O proprietário também pode ser privado da coisa se o II. Os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destina-
imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrup- dos a serviço ou estabelecimento da administração federal, esta-
ta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de dual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.
pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separa- III. Os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas ju-
damente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social rídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real,
e econômico relevante. de cada uma dessas entidades.
§ 5 o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa Está(ão) CORRETA(S):
indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença (A) I, II, III.
como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. (B) I, III.
(C) I,
(D) I, III.
(E) II, III.

126
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

5. Sobre bens públicos, assinale a alternativa correta. lentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou
(A) Os bens públicos dominicais são inalienáveis. clandestinidade.
(B) Os bens públicos de uso comum do povo podem ser alie- (D) Os direitos possessórios não são transmissíveis aos herdei-
nados. ros ou legatários do possuidor.
(C) Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais (E) O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterio-
os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito privado a ração da coisa, a que der causa.
que se tenha dado estrutura de direito público.
(D) São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às 10. Os parágrafos 4o e 5o, do art. 1.228, do Código Civil, repro-
pessoas jurídicas de direito público interno e externo. duzem:
(E) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retri- § 4o. O proprietário também poderá ser privado da coisa se o
buído. imóvel consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé,
por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas
6. Constituem atos ilícitos nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras
(A) a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico
pessoa, a fim de remover perigo iminente. relevante.
(B) aqueles que, por negligência ou imprudência, violarem di- § 5o. No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa
reito e causarem dano a outrem. indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença
(C) os praticados em desacordo com a legislação civil, ainda com o título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.
que em legítima defesa. Após a análise das assertivas abaixo assinale, ao fim, a única
(D) os praticados em desacordo com a lei, mesmo no exercício opção considerada equivocada:
regular de um direito reconhecido. I - Os parágrafos em tela referem-se a uma novel espécie de
usucapião, denominada de usucapião social, referente à área de
7. Assinale a alternativa INCORRETA. terras, em zona rural, não excedente a _inqüenta hectares;
(A) O Código Civil de 2002 adotou a técnica legislativa das cláu- II - Os parágrafos em questão reportam-se a inusitada moda-
sulas gerais. lidade de desapropriação não constante do Código Civil de 1916;
(B) O instituto jurídico da prescrição fulmina a pretensão do III - A figura jurídica tratada nos dispositivos acima diz respeito
direito subjetivo, e não a respectiva ação judicial. a desapropriação de natureza privada, sem previsão de necessária
(C) Os três princípios fundamentais que guiaram a edição do ingerência do poder executivo;
Código Civil de 2002 são a eticidade, a socialidade e a opera- IV - A quantificação quanto à justa indenização devida, assim
bilidade. como à extensa área descritas não possuem critérios especificados
(D) Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo em lei, tratando-se de cláusulas abertas;
dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lança- V - Os titulares da denominada posse pro-labore, acima descri-
das em lugar indevido. ta, poderão buscar a prescrição aquisitiva do bem imóvel rural que
(E) A previsão do abuso do direito no Código Civil não contem- ocupam, por mais de cinco anos, desde que se trate de população
pla o ato ilícito, derivando da boa-fé objetiva na sua função li- de baixa renda, com escopo único de moradia.
mitadora do exercício de direitos subjetivos. (A) As assertivas II, III e IV estão corretas;
(B) As assertivas I e III estão corretas;
8. O servidor Público, como pilastra da organização adminis- (C) A assertiva V está incorreta;
trativa, está sujeito à responsabilidades decorrente do exercício do (D) As assertivas II e IV estão corretas;
cargo, emprego ou função. Esta é de ordem patrimonial e decorre (E) Apenas duas assertivas estão incorretas.
do art. 186 do Código Civil, segundo a qual todo aquele que causa
dano a outrem é obrigado a repará-lo. 11. De acordo com a Lei nº 10.406/2002 - Código Civil, em rela-
(A) Responsabilidade Penal. ção aos direitos de vizinhança, sobre o direito de construir, analisar
(B) Responsabilidade Civil. os itens abaixo:
(C) Responsabilidade Jurídica. I. É defeso abrir janelas ou fazer eirado, terraço ou varanda a
(D) Responsabilidade Regulatória. menos de um metro e meio do terreno vizinho.
(E) Responsabilidade Administrativa. II. Na zona rural, será permitido levantar edificações a menos
de três metros do terreno vizinho.
9. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA: III. À parede divisória não é lícito encostar chaminés, fogões,
(A) Nos termos do art. 1.196 do Código Civil, considera-se pos- fornos ou quaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir
suidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, infiltrações ou interferências prejudiciais ao vizinho.
de algum dos poderes inerentes à propriedade, de maneira Está(ão) CORRETO(S):
que o ocupante de bem público dominical, poderá gozar dos (A) Somente o item I.
direitos possessórios definidos em lei. (B) Somente o item II.
(B) Independentemente da existência de boa-fé, o possuidor (C) Somente os itens I e III.
tem direito a ser ressarcido acerca das despesas havidas em ra- (D) Somente os itens II e III.
zão da manutenção da coisa possuída, incluindo as benfeitorias (E) Todos os itens.
necessárias e úteis.
(C) Não induzem posse os atos de mera permissão ou tole-
rância assim como não autorizam a sua aquisição os atos vio-

127
NOÇÕES DE DIREITO CIVIL

12. Acerca do direito de construir, nos termos do Código Civil, ______________________________________________________


é incorreto afirmar:
(A) O proprietário pode levantar em seu terreno as construções ______________________________________________________
que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamen-
tos administrativos. ______________________________________________________
(B) O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não
______________________________________________________
despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho.
(C) É permitido abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varan- ______________________________________________________
da, a menos de metro e meio do terreno vizinho.
(D) As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem ______________________________________________________
como as perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de
setenta e cinco centímetros. ______________________________________________________
(E) O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrâ-
nea a canalização que atravessa áreas edificadas, pátios, hor- ______________________________________________________
tas, jardins ou quintais.
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 A ______________________________________________________
2 A
______________________________________________________
3 D
4 E ______________________________________________________
5 E ______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 E
______________________________________________________
8 B
9 C ______________________________________________________
10 B ______________________________________________________
11 C
______________________________________________________
12 C
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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128
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Peculato Próprio (Art. 312 CP)


DECRETO LEI 2.848 DE 07 DE DEZEMBRO DE Cometerá o crime de Peculato, o funcionário público que, apro-
1940. CAPÍTULO I DOS CRIMES PRATICADOS POR priar-se (para ele mesmo, ou desviar para outra pessoa), dinheiro
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO ou qualquer outro bem, que recebeu em razão de seu cargo públi-
EM GERAL CAPÍTULO II DOS CRIMES PRATICADOS POR co.
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Neste caso, o funcionário público tem a posse, ou seja, o bem
específico encontra-se em suas mãos, de modo que, dolosamente,
Dos crimes contra a administração pública ele transforma tal posse em domínio, para si mesmo ou para ou-
trem, dando assim, ao objeto material, destinação diversa da que
Dos crimes praticados por funcionário público contra a admi- lhe foi confiada.
nistração em geral
Sujeito ativo
Peculato – Art. 312 Como em todos os demais crimes, dispostos no referido capí-
tulo do Código Penal, trata-se do funcionário público, sendo cabível
O Título XI, Capítulo I do Código Penal refere-se aos crimes pró- apenas a participação de pessoas que não o sejam.
prios de funcionários públicos contra a Administração em geral.
No caso, particulares podem participar dos mesmos apenas Sujeito passivo
como coautores, caso concorram de qualquer modo para realização Como em todos os demais crimes, dispostos no referido capítu-
de um desses crimes. lo do Código Penal, trata-se do Estado e do particular prejudicado.
Tais crimes são denominados de crimes funcionais, já que são
praticados por pessoas que se dedicam à realização das funções ou Peculato Impróprio ou Peculato Furto (Art. 312, § 1º, CP)
atividades estatais, exigindo a qualidade do sujeito ativo, como fun- A diferença entre este caso e o Peculato Próprio, é que aqui,
cionário público e a intenção de dolo. Também são denominados apesar do funcionário público valer-se de seu cargo para subtrair
como crimes de responsabilidade. ou concorrer para que o bem se subtraia, ele não retém a posse
Lembrando que o conceito de funcionário público para efeitos desse bem.
penais encontra-se disposto no Art. 327 do CP.
Peculato Culposo (Art. 312, § 2º, CP)
Crimes Funcionais Ocorre quando, de forma culposa (por negligência, imprudên-
Dividem-se em: cia ou imperícia), apesar de não possuir vontade para que se ocorra
a subtração ou apropriação do bem, o funcionário público cria uma
→ Crime Funcional Próprio: para a caracterização do crime é oportunidade para que um outro funcionário público ou um tercei-
indispensável que o mesmo seja realizado por funcionário público ro pratique o crime.
(função de cargo público). Exemplo: Crime de Prevaricação, previsto
no Art. 319 do CP, se este crime não for praticado por funcionário Peculato mediante erro de outrem - Art. 313
público, será inexistente, pois o fato torna-se irrelevante.
Este crime também é chamado de Peculato Estelionato, onde o
→ Crime Funcional Impróprio: o sujeito ativo destes crimes é funcionário público, no exercício de seu cargo, se apropria de bens
funcionário público, assim, eles recebem uma denominação espe- ou valores que recebeu de outrem, mediante erro.
cífica pelo exercício da função. Porém, se tais crimes forem cometi-
dos por particulares, sem investimento de cargo público, receberão Inserção de dados falsos em sistema de informações - Art.
outra denominação. 313-A e Modificação ou alteração não autorizada de sistema de
Exemplo: Crime de Peculato (Art. 312 do CP), quando não pra- informações - Art. 313-B
ticado por funcionário público no exercício de sua função, recebe a
denominação de Apropriação Indébita (Art. 168 do CP). É a principal diferença entre esses dois crimes, conhecidos
No caso exemplificado acima, ambos crimes se caracterizam como Peculato via informática, o fato do funcionário público, no
pela apropriação de coisa alheia, sendo a Apropriação Indébita, cri- caso do Art. 313-A, ser autorizado para o exercício daquela função,
me comum, praticado por qualquer pessoa, enquanto o Peculato, onde aproveita-se para cometer o crime.
trata-se de crime próprio, praticado apenas por funcionário público. Exemplo: o funcionário público autorizado a preencher o painel
eletrônico do Congresso Nacional, viola o mesmo e altera o cômpu-
to dos votos dos parlamentares.

129
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Já no caso do Art. 313-B, o funcionário público não possui au- Diferença entre Corrupção Passiva e Corrupção Ativa
torização ou solicitação de autoridade competente para realização A Corrupção Passiva é um crime praticado por funcionário pú-
da atividade onde cometeu o crime. blico, onde o mesmo solicita ou recebe vantagem indevida de al-
guém;
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento - Já a Corrupção Ativa (Art. 333 CP), é um crime praticado por
Art. 314 particular contra a administração, consistindo na oferta ou promes-
sa de vantagem indevida deste particular ao servidor público, para
A ação física deste crime divide-se em três hipóteses: determina-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
→ Extraviar, ou seja, mudar o destino ou o fim, para onde o Em outras palavras, seria o suborno do funcionário público.
livro ou documento público deveria ser encaminhado;
→ Sonegar, ou seja, não apresentar o livro ou documento pú- Facilitação de contrabando ou descaminho - Art. 318
blico no local devido, cometendo sua ocultação intelectual ou frau-
dulenta; Trata-se de crime próprio de funcionário público, que em sua
→ Inutilizar, ou seja, tornar o livro ou documento público im- função, facilita a prática de contrabando ou descaminho.
prestável, estraga-lo, arruína-lo, seja no todo ou parcialmente.
→ Contrabando refere-se a entrada ou saída de produtos no
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas - Art. 315 País, cuja comercialização dos mesmos não é permitida, ou seja,
refere-se à importação ou exportação de mercadorias ilegais e proi-
Neste crime, ao invés de ocorrer a destinação das verbas ou bidas.
rendas públicas, aos entes públicos determinados, ocorre um des- → Descaminho refere-se a comercialização permitida de pro-
vio daquelas, dentro da própria administração, de modo que as dutos, no entanto, estes adentram o País de forma ilegal, com a
mesmas se destinam para local diverso do previsto. finalidade do não pagamento dos impostos devidos.

Concussão – Art. 316 Prevaricação – Art. 319

Este crime também é conhecido como extorsão praticada por Este crime consiste em praticar, ou deixar de praticar, indevi-
funcionário público no exercício de sua função, ou a pretexto da damente, ato de ofício, ou praticar o mesmo contra disposição ex-
mesma. pressa em lei, para a satisfação de interesse ou sentimento pessoal.
Ele ocorre quando o funcionário público exige, seja para si O crime de Prevaricação é um crime demasiadamente come-
mesmo ou para outrem, uma vantagem indevida de alguém, apro- tido no funcionalismo público, verificando-se quando o funcioná-
veitando-se do cargo ou função que exerça para formular esta exi- rio público, por qualquer sentimento pessoal (inveja, ciúmes, ódio,
gência. amor, pena, etc.), ou para satisfazer seu interesse pessoal (promo-
Neste caso, mesmo que o funcionário público não esteja pre- ção, recebimento de comissão legal, vantagem funcional na carrei-
sente naquele momento no exercício de sua função, ou até mesmo ra, proteção de um direito seu, seja na vida particular, familiar ou de
ainda não a tenha assumido, caso a exigência de vantagem indevida amizade, etc.), indevidamente pratica, retarda ou deixa de praticar,
tenha sido em razão desta função, já se configura o crime de con- algum ato de seu ofício, contrariamente a uma expressa disposição
cussão. de lei.
A diferença entre os crimes de Concussão e Extorsão, é que É importante observarmos que se o funcionário público agir ce-
apesar de ambos serem caracterizados pela exigência da vantagem dendo a pedido de outrem e impelido por promessa de vantagem
indevida, a Concussão trata-se de crime próprio, apenas podendo indevida, ele cometerá o crime de Corrupção Passiva.
ser praticada por funcionário público.
Condescendência criminosa - Art. 320
Corrupção Passiva – Art. 317
Condescendência refere-se à aceitação, conivência, indulgên-
Da mesma forma que o crime de Concussão seria a Extorsão cia, ou seja, consiste no superior hierárquico, prover-se de senti-
praticada por funcionário público no exercício da sua função, a Cor- mento de pena, e a partir deste sentimento, omitir determinado
rupção seria o Rufianismo (Art. 230 CP) praticado pelo mesmo. ato, que configurou um delito de seu subordinado, com a finalidade
Para a caracterização do crime de Corrupção Passiva não é de se evitar a punição do mesmo. Seria o vulgo “coleguismo” ou
necessário que o funcionário público receba a vantagem indevida, “apadrinhamento”.
bastando apenas solicitar a mesma.
Aqui também não faz diferença se aquilo solicitado ou recebido É importante se atentar ao fato de que o crime de Condescen-
seja uma vantagem indevida, mas já é suficiente a simples aceitação dência é muito parecido com o crime de Prevaricação. Na verdade,
da promessa de vantagem pelo servidor para a caracterização do este seria uma forma especial do outro, pois aqui também há uma
crime. omissão (deixar de praticar) algo, com o objetivo de atender a um
Há uma sutil diferença entre os crimes de Concussão e Corrup- sentimento pessoal (indulgência, piedade, condescendência, etc.).
ção Passiva. Se há exigência, há Concussão, porém, se há simples
solicitação, há Corrupção Passiva.

130
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Advocacia administrativa – Art. 321 Já o verbo continuar a exercê-la, significa prosseguir no desem-
penho de determinada atividade, sem autorização, depois do fun-
A partir da análise doutrinária, pode-se verificar que a conduta cionário público ser oficialmente notificado de que foi exonerado,
praticada pelo agente, apta a configurar o crime de advocacia admi- removido, substituído ou suspenso daquele cargo.
nistrativa, não consiste em uma atividade de “advogado”, tal como
o termo “advocacia administrativa” em um primeiro momento su- Violação de sigilo funcional – Art. 325
gere, mas sim em um ato de funcionário público que “advoga”, ou
seja, patrocina, pleiteia em favor de outrem, valendo-se de sua con- O crime de Violação de sigilo funcional ocorre quando um fun-
dição, de funcionário público, em interesse de terceiro particular. cionário público revela fato de que tem ciência em razão do cargo e
A conduta típica vem expressa pelo verbo “patrocinar”, que sig- que deva permanecer em segredo, ou facilita a sua revelação.
nifica advogar, proteger, beneficiar, favorecer, defender. O agente A conduta caracteriza-se quando o funcionário público revela
deve valer-se das facilidades que a qualidade de funcionário público o sigilo funcional de forma intencional (este crime não admite a
lhe proporciona. forma culposa), dando ciência de seu teor a terceiro, por escrito,
O patrocínio pode ser direto, quando o funcionário público verbalmente, mostrando documentos, etc.
pessoalmente advoga os interesses privados perante a Administra- A conduta de facilitar a divulgação do segredo, também deno-
ção Pública, ou indireto, quando o funcionário se vale de interposta minada divulgação indireta, dá-se quando o funcionário público,
pessoa para a defesa dos interesses privados perante a Administra- querendo que o fato chegue a conhecimento de terceiro, adota de-
ção Pública. terminado procedimento que torna a descoberta acessível a outras
“Interesse privado” é qualquer vantagem a ser obtida pelo par- pessoas.
ticular, legítima ou ilegítima, perante a Administração. Se o interes- A Lei nº 9.983/2000 criou no § 1º do artigo 325 algumas in-
se for ilegítimo, a pena será maior. frações penais equiparadas, punindo com as mesmas penas do
Entretanto, prevalece na doutrina e na jurisprudência o en- “caput” quem:
tendimento de que somente caracteriza o delito o patrocínio, pelo I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e
funcionário público, de interesse “alheio” perante a administração. empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pesso-
Caso o interesse seja “próprio” do funcionário, não estará configu- as não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
rado o delito, podendo ocorrer mera infração funcional. Administração Pública;
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Violência arbitrária – Art. 322 O § 2º estabelece uma qualificadora, prevendo pena de reclu-
são, de dois a seis anos, e multa, se da ação ou omissão resultar
O tipo penal que compõe o crime de violência arbitrária tutela dano à Administração ou a terceiro.
o bem jurídico Administração Pública, sobretudo no que diz respei-
to à moralidade do serviço, bem como o bem jurídico, integridade Violação do sigilo de proposta de concorrência – Art. 326
física.
O objeto material do delito será o administrado, submetido ao Quanto ao crime de Violação do sigilo de proposta de concor-
poder estatal, contra o qual é praticada a violência ilegal perpetrada rência, devemos nos atentar ao fato de que, com o advento da Lei
pelo funcionário público. n° 8.666/93 (Lei de Licitações), o mesmo foi tacitamente revogado
Como núcleo do crime, temos o verbo praticar que é sinônimo por seu art. 94:
de exercer ou cometer. A violência, por sua vez, deve ser entendida Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedi-
somente como a vis corporalis, abrangendo vias de fato, lesão cor- mento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
poral ou homicídio. Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
O emprego da violência deve ser arbitrário, não se englobando
situações, como por exemplo, de legitima defesa ou estrito cumpri- Por revogação tácita designa-se a eliminação da vigência de
mento do dever legal. uma norma por apresentar-se incompatível com outra norma pos-
terior, em um determinado caso concreto. Assim, a revogação tácita
Abandono de função – Art. 323 ocorre quando o aplicador constata que disposições contraditórias
foram publicadas em momentos diferentes.
O crime de Abandono de função trata-se de crime contra a Ad- Desse modo, esta revogação tem lugar quando normas suces-
ministração Pública que se configura quando o funcionário público sivas no tempo apresentam contradição uma em relação à outra.
se afasta do seu cargo por tempo juridicamente relevante, colocan- Para resolver o conflito, emprega-se o chamado critério cronológico
do em risco a regularidade dos serviços prestados. (critério da lex posterior).
Conforme dispõe a LINDB, art. 2º, deve-se entender que a nor-
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado – ma anterior foi revogada pela posterior, ainda que não expressa
Art. 324 (descrita no tipo literal) esta revogação.

Este crime pode ser tipificado por dois verbos: entrar ou con- Funcionário público – Art. 327
tinuar.
O verbo entrar no exercício, significa iniciar o desempenho de São considerados funcionários públicos, para fins penais, quem
determinada atividade pública antes mesmo de satisfeitas as exi- exerce cargo, emprego ou função pública.
gências legais, ou seja, antes da investidura (nomeação, posse) legal
do cargo de funcionário público.

131
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Cargos públicos: são as mais simples e indivisíveis unidades de Inserção de dados falsos em sistema de informações
competência a serem expressadas por um agente, previstas em um Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inser-
número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas ção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corre-
jurídicas de direito público e criadas por lei; tos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administra-
ção Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para
Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho a se- outrem ou para causar dano:
rem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
sob relação trabalhista. O regime jurídico é o trabalhista (contratu-
al), embora pontualmente derrogado por normas de direito públi- Modificação ou alteração não autorizada de sistema de infor-
co, sobretudo as que diretamente constam do texto constitucional. mações
É a forma de contratação própria das pessoas jurídicas de direito Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de infor-
privado; mações ou programa de informática sem autorização ou solicitação
de autoridade competente:
Funções públicas: são as funções de confiança e as exercidas Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a
atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Admi-
Importante ressaltar que, ainda que a função pública seja exer- nistração Pública ou para o administrado.
cida transitoriamente e sem remuneração, poderá o agente ser con-
siderado funcionário público para fins penais. Por isso, jurados e Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
mesários eleitorais não estão afastados do conceito. Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que
tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou
Segue abaixo os dispositivos legais do Código Penal referentes parcialmente:
ao presente tópico: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui
crime mais grave.
TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
CAPÍTULO I estabelecida em lei:
DOS CRIMES PRATICADOS Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamen-
Peculato te, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, va- dela, vantagem indevida:
lor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Excesso de exação
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na co-
para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se brança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de ou-
Peculato culposo trem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públi-
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de cos:
outrem: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se Corrupção passiva
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
posterior, reduz de metade a pena imposta. ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
Peculato mediante erro de outrem vantagem:
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou in-
fluência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

132
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Facilitação de contrabando ou descaminho I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e em-


Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática préstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas
de contrabando ou descaminho (art. 334): não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. Administração Pública;
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Prevaricação § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pú-
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de blica ou a outrem:
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfa- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
zer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Violação do sigilo de proposta de concorrência
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente públi- Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência públi-
co, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho tele- ca, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
fônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
presos ou com o ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos pe-
Condescendência criminosa nais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsa- cargo, emprego ou função pública.
bilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, em-
quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da prego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para
autoridade competente: empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. execução de atividade típica da Administração Pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores
Advocacia administrativa dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de fun- administração direta, sociedade de economia mista, empresa públi-
cionário: ca ou fundação instituída pelo poder público.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: CAPÍTULO II
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Violência arbitrária
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretex- Usurpação de função pública
to de exercê-la: Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena cor- Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
respondente à violência. Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos Resistência
em lei: Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fron- § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
teira: Pena - reclusão, de um a três anos.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de sa- Desobediência
tisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autori- Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
zação, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
substituído ou suspenso: Desacato
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da fun-
ção ou em razão dela:
Violação de sigilo funcional Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e
que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato
não constitui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:

133
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de § 1o Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº
1995) 13.008, de 26.6.2014)
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para ou- I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (In-
trem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir cluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
em ato praticado por funcionário público no exercício da função: II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que de-
(Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) penda de registro, análise ou autorização de órgão público com-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Reda- petente; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
ção dada pela Lei nº 9.127, de 1995) III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira des-
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agen- tinada à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
te alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao fun- IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qual-
cionário. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) quer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei
Corrupção ativa brasileira; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcio- V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio,
nário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proi-
de ofício: bida pela lei brasileira. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Reda- § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos
ção dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é
praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Incluído pela
Descaminho Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito
ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada ou venda em hasta pública, promovida pela administração fede-
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) ral, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência,
nº 13.008, de 26.6.2014) grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além
em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) da pena correspondente à violência.
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de
(Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qual-
quer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de Inutilização de edital ou de sinal
atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência es- Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou cons-
trangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou purcar edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou
fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clan- inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por
destina no território nacional ou de importação fraudulenta por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer
parte de outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) objeto:
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
procedência estrangeira, desacompanhada de documentação le- Subtração ou inutilização de livro ou documento
gal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. (Re- Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro
dação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcioná-
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos rio, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:
deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui
de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. crime mais grave.
(Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei
é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação nº 9.983, de 2000)
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previden-
ciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (In-
Contrabando cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (In- I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de docu-
cluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) mento de informações previsto pela legislação previdenciária
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou traba-
nº 13.008, de 26.6.2014) lhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços;
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

134
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da con- (C) Roberto deve responder pelo crime de peculato na modali-
tabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou dade apropriação, definido no art. 312 do Código Penal;
as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluí- (D) Roberto cometeu o crime de corrupção passiva porque re-
do pela Lei nº 9.983, de 2000) cebeu vantagem indevida em razão do cargo;
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferi- (E) não há crime devido ao exercício regular de um direito.
dos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos gerado-
res de contribuições sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 3. (PREFEITURA DE LINHARES/ES – PROFESSOR – IBADE/2020)
9.983, de 2000) O funcionário público autorizado, que insere dados falsos nos siste-
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluí- mas informatizados da Administração Pública com o fim de obter
do pela Lei nº 9.983, de 2000) vantagem indevida para si, pratica crime contra o(a):
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamen- (A) administração em geral.
te, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e (B) saúde pública.
presta as informações devidas à previdência social, na forma defi- (C) patrimônio.
nida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluí- (D) família.
do pela Lei nº 9.983, de 2000) (E) dignidade sexual.
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
somente a de multa se o agente for primário e de bons antece- 4. (PREFEITURA DE JUAREZ TÁVORA/PB – ADVISE/2019) Mar-
dentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) celo, analista de sistema de informações em uma repartição públi-
I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) ca, estava em uma grande dúvida sobre os crimes praticados por
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, funcionário público contra a administração em geral. A principal
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, dúvida de Marcelo era em relação à conduta típica de “modificar
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de
de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) informática sem autorização ou solicitação de autoridade compe-
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pa- tente”. Para efeitos do Código Penal, a prática desta conduta confi-
gamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos gura o crime de:
e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade (A) Concussão.
ou aplicar apenas a de multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (B) Inserção de dados falsos em sistema de informações.
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajus- (C) Excesso de exação.
tado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos be- (D) Modificação ou alteração não autorizada de sistema de in-
nefícios da previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) formações.
(E) Peculato.
QUESTÕES 5. (PREFEITURA DE SENADOR CANEDO/GO – PROCURADOR
MUNICIPAL – ITAME/2019) Sobre as alternativas a seguir, marque
1. (PREFEITURA DE ITAPEMIRIM/ES - AUDITOR PÚBLICO IN- a correta:
TERNO - ÁREA ADMINISTRATIVA – IBADE/2019) Mévio é funcioná- (A) O funcionário público que exige a entrega de vantagem in-
rio público municipal e tem em sua posse, em razão do cargo que devida, aproveitando-se dos poderes inerentes ao cargo para
ocupa, uma alta quantia em dinheiro pertencente à Administração. intimidar a vítima, comete crime de corrupção passiva;
Como estava passando por dificuldades financeiras, ele decidiu se (B) O funcionário público que limita a se manifestar, perante
apropriar de apenas metade dessa quantia, para não desfalcar mui- outrem, o desejo de receber alguma vantagem indevida come-
to os cofres públicos e não levantar suspeitas. Nesse caso, é possível te crime de concussão;
dizer que Mévio praticou o crime de: (C) Tanto no crime de concussão quanto no de corrupção passi-
(A) corrupção. va o sujeito passivo principal será o Estado e mediatamente, a
(B) prevaricação. pessoa física ou jurídica lesada pela conduta criminosa;
(C) roubo. (D) Tanto no crime de concussão quanto no de corrupção pas-
(D) peculato. siva o sujeito passivo principal será a pessoa física ou jurídica e
(E) advocacia administrativa. mediatamente o Estado lesado pela conduta criminosa.

2. (TJ/RS – OFICIAL DE JUSTIÇA – FGV/2020) Ao receber a in- 6. (PREFEITURA DE NOVO HAMBURGO/RS – GUARDA MUNI-
timação para efetuar pagamento decorrente de condenação judi- CIPAL - INSTITUTO AOCP/2020) Está prevista como crime a conduta
cial, o réu, pessoa de baixa instrução, entrega o valor pertinente ao de “Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante
oficial de justiça Roberto, que o utiliza para o pagamento de uma a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.”.
dívida própria. Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta o crime a
Sobre a conduta praticada por Roberto, é correto afirmar que: que o funcionário público estará sujeito ao cometer tal conduta.
(A) o fato é atípico porque o Código Penal não pune o chamado (A) Condescendência criminosa.
peculato de uso; (B) Advocacia administrativa.
(B) foi cometido o crime de peculato mediante erro de outrem, (C) Violência arbitrária.
já que o oficial de justiça não colaborou para o erro do sujeito (D) Prevaricação.
passivo; (E) Corrupção passiva.

135
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

7. (PREFEITURA DE AREAL/RJ – AUDITOR FISCAL – GUA-


LIMP/2019) Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabi- GABARITO
lizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou,
quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento
da autoridade competente, é definido pelo Código Penal Brasileiro 1 D
como crime de: 2 B
(A) Prevaricação.
(B) Condescendência criminosa. 3 A
(C) Corrupção passiva. 4 D
(D) Corrupção ativa.
5 C
8. (PREFEITURA DE ITAPEMIRIM/ES - AGENTE FISCAL DO MEIO 6 B
AMBIENTE – IBADE/2019) Tício é funcionário público municipal e 7 B
recebeu para si, diretamente, em razão de sua função, vantagem in-
devida, consistente em dinheiro em espécie no valor de R$ 5.000,00 8 B
(cinco mil reais), para que concedesse com rapidez um alvará para 9 C
um empreendimento irregular no município. Nesse caso, pode-se
dizer que Tício praticou o crime: 10 C
(A) enriquecimento ilícito.
(B) corrupção.
(C) condescendência criminosa. ANOTAÇÕES
(D) peculato.
(E) roubo.
______________________________________________________
9. (PREFEITURA DE SÃO FELIPE D`OESTE/RO – CONTADOR – ______________________________________________________
IBADE/2020) Suponha que Xeresto, servidor público municipal,
tenha solicitado a um cidadão de bem determinada quantia em di- ______________________________________________________
nheiro para que “agilizasse” seu processo de concessão de alvará
para funcionamento de estabelecimento comercial junto à Prefei- ______________________________________________________
tura. Assim, em razão de sua função, Xeresto prometeu ao cidadão
que seu processo seria organizado e juntado antes de todos os de- ______________________________________________________
mais, desde que recebesse a quantia em dinheiro solicitada (na ver-
dade, uma vantagem indevida). Diante dessa hipótese, é possível ______________________________________________________
dizer que Xeresto:
______________________________________________________
(A) cometeu infração de trânsito.
(B) cometeu infração ambiental. ______________________________________________________
(C) cometeu crime de corrupção.
(D) cometeu crime de homicídio. ______________________________________________________
(E) não cometeu qualquer irregularidade.
______________________________________________________
10. (Prefeitura de Juarez Távora/PB – Enfermeiro – ADVI-
SE/2019) Adriano, diretor de penitenciária, deixou de cumprir seu ______________________________________________________
dever de vedar aos presos o acesso a aparelho telefônico. De acor-
______________________________________________________
do com o Código Penal, Adriano praticou o crime de:
(A) Condescendência criminosa. ______________________________________________________
(B) Advocacia administrativa.
(C) Prevaricação. ______________________________________________________
(D) Violência arbitrária.
(E) Desvio de funçã ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

136
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECIFICA

XII – a moralidade administrativa; (Incluído pela Emenda à Lei


Orgânica nº 35 de 2012)
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO • TÍTULO I DAS DISPO- XIII – a idoneidade dos agentes e dos servidores públicos. (In-
SIÇÕES PRELIMINARES • TÍTULO V DO DESENVOLVI- cluído pela Emenda à Lei Orgânica nº 35 de 2012)
MENTO DO MUNICÍPIO O CAPÍTULO I – DA POLÍTICA Art. 3.º — Esta Lei estabelece normas auto-aplicáveis, exce-
URBANA O CAPÍTULO II – DO EXERCÍCIO DA ATIVIDA- tuadas aquelas que expressamente dependam de outros diplo-
DE ECONÔMICA mas legais ou regulamentares.
Art. 4.º — O Município, respeitados os princípios fixados no
PREÂMBULO art. 4.º da Constituição da República, manterá relações interna-
cionais, através de convênios e outras formas de cooperação.
Nós, representantes do povo do Município de São Paulo, re-
unidos em Assembléia Constituinte, respeitando os preceitos da TÍTULO V
Constituição da República Federativa do Brasil, promulgamos, sob DO DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO
a proteção de Deus, a presente Lei Orgânica, que constitui a Lei
Fundamental do Município de São Paulo, com o objetivo de orga- CAPÍTULO I
nizar o exercício do poder e fortalecer as instituições democráti- DA POLÍTICA URBANA
cas e os direitos da pessoa humana.
Art. 148 — A política urbana do Município terá por objetivo
TÍTULO I ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade,
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES propiciar a realização da função social da propriedade e garantir o
bem-estar de seus habitantes, procurando assegurar:
Art. 1.º — O Município de São Paulo, parte integrante da Re- I — o uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado de
pública Federativa do Brasil e do Estado de São Paulo, exercendo seu território;
a competência e a autonomia política, legislativa, administrativa e II — o acesso de todos os seus cidadãos às condições ade-
financeira, asseguradas pela Constituição da República, organiza- quadas de moradia, transporte público, saneamento básico, infra-
-se nos termos desta Lei. -estrutura viária, saúde, educação, cultura, esporte e lazer e às
Parágrafo único - São símbolos do Município a bandeira, o oportunidades econômicas existentes no Município;
brasão e o hino. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 6 III — a segurança e a proteção do patrimônio paisagístico, ar-
de 1991) quitetônico, cultural e histórico;
Art. 2.º — A organização do Município observará os seguintes IV — a preservação, a proteção, a recuperação do meio am-
princípios e diretrizes: biente;
I — a prática democrática; V — a qualidade estética e referencial da paisagem natural e
II — a soberania e a participação popular; agregada pela ação humana.
III — a transparência e o controle popular na ação do gover- Art. 149 — O Município, para cumprir o disposto no artigo
no; anterior, promoverá igualmente:
IV — o respeito à autonomia e à independência de atuação I — o controle da implantação e do funcionamento das ativi-
das associações e movimentos sociais; dades industriais, comerciais, institucionais, de serviços, do uso
V — a programação e o planejamento sistemáticos; residencial e da infra-estrutura urbana, corrigindo deseconomias
VI — o exercício pleno da autonomia municipal; geradas no processo de urbanização;
VII — a articulação e cooperação com os demais entes fede- II — a correta utilização de áreas de risco geológico e hidroló-
rados; gico, e outras definidas em lei, orientando e fiscalizando o seu uso
VIII — a garantia de acesso, a todos, de modo justo e igual, e ocupação, bem como prevendo sistemas adequados de escoa-
sem distinção de origem, raça, sexo, orientação sexual, cor, idade, mento e infiltração das águas pluviais e de prevenção da erosão
condição econômica, religião, ou qualquer outra discriminação, do solo;
aos bens, serviços e condições de vida indispensáveis a uma exis- III — o uso racional e responsável dos recursos hídricos para
tência digna; quaisquer finalidades desejáveis;
IX — a acolhida e o tratamento igual a todos os que, no res- IV — a criação e manutenção de áreas de especial interesse
peito da lei, afluam para o Município; histórico, urbanístico, social, ambiental, arquitetônico, paisagísti-
X — a defesa e a preservação do território, dos recursos natu- co, cultural, turístico esportivo e de utilização pública, de acordo
rais e do meio ambiente do Município; com a sua localização e características;
XI — a preservação dos valores históricos e culturais da po-
pulação.

137
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

V — ações precipuamente dirigidas às moradias coletivas, II — imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana,
objetivando dotá-las de condições adequadas de segurança e sa- progressivo no tempo;
lubridade; III — desapropriação com pagamento mediante títulos da dí-
VI — o combate a todas as formas de poluição ambiental, in- vida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Fe-
clusive a sonora e nos locais de trabalho; deral, com prazo de resgate de até dez anos em parcelas anuais,
VII — a preservação dos fundos de vale de rios, córregos e iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os
leitos em cursos não perenes, para canalização, áreas verdes e juros legais.
passagem de pedestres. § 1.º — Entende-se por solo urbano aquele compreendido na
Parágrafo único — O Município formulará o Plano Municipal área urbana e na área de expansão urbana.
de Saneamento Básico e participará, isoladamente, ou em consór- § 2.º — A alienação de imóvel posterior à data da notificação
cio com outros Municípios da mesma bacia hidrográfica, do siste- não interrompe o prazo fixado para o parcelamento, a edificação
ma integrado de gerenciamento de recursos hídricos previstos no e a utilização compulsórios.
art. 205 da Constituição Estadual. Art. 154 — O Município, para assegurar os princípios e dire-
Art. 149-A - A lei ordenará a paisagem urbana, promovendo- trizes da política urbana, poderá utilizar, nos termos da lei, dentre
-a em seus aspectos estético, cultural, funcional e ambiental, a outros institutos, o direito de superfície, a transferência do direito
fim de garantir o bem-estar dos habitantes do Município, consi- de construir, a requisição urbanística, a contribuição de melhoria.
derando, de modo integrado, o conjunto de seus elementos, em Parágrafo único — Equipara-se aos instrumentos de que tra-
especial os sistemas estruturais, viário e de transporte público, a ta o “caput”, para idênticas finalidades, o instituto do usucapião
topografia, os cursos d’água, as linhas de drenagem e os fundos de especial de imóveis urbanos, de acordo com o que dispuser a lei.
vales, como eixos básicos estruturadores da paisagem. (Incluído Art. 155 — Para a efetivação da política de desenvolvimento
pela Emenda à Lei Orgânica nº 24 de 2001) urbano, o Município adotará legislação de ordenamento do uso
Art. 150 — O Plano Diretor é o instrumento global e estra- do solo urbano, compatível com as diretrizes do Plano Diretor.
tégico da política de desenvolvimento urbano e de orientação de Art. 156 — A realização de obras, a instalação de atividades e
todos os agentes públicos e privados que atuam na cidade. a prestação de serviços por órgãos públicos municipais, estaduais
§ 1.º — O Plano Diretor deve abranger a totalidade do ter- ou federais e entidades particulares não poderão contrariar as di-
ritório do Município, definindo as diretrizes para o uso do solo e retrizes do Plano Diretor e dependerão de prévia aprovação do
para os sistemas de circulação, condicionados às potencialidades Município, atendidos seus interesses e conveniências.
do meio físico e ao interesse social, cultural e ambiental. Parágrafo único — A prestação de serviços e a realização de
§ 2.º — Será assegurada a participação dos munícipes e suas obras públicas por entidades vinculadas ao Município, ao Estado
entidades representativas na elaboração, controle e revisão do ou à União deverão ser obrigatoriamente submetidas ao Municí-
Plano Diretor e dos programas de realização da política urbana. pio para aprovação ou compatibilização recíproca.
Art. 151 — A propriedade urbana cumpre a sua função social Art. 157 — O Município instituirá a divisão geográfica de sua
quando atende às exigências fundamentais de ordenação da ci- área em distritos, a serem adotados como base para a organiza-
dade expressas no Plano Diretor e na legislação urbanística dele ção da prestação dos diferentes serviços públicos.
decorrente. Art. 158 — Os bens públicos municipais dominiais não utiliza-
§ 1.º — Para assegurar o cumprimento da função social da dos serão prioritariamente destinados, na forma da lei, a assen-
propriedade o Município deverá: tamentos da população de baixa renda e à instalação de equipa-
I — prevenir distorções e abusos no desfrute econômico da mentos coletivos, assegurada a preservação do meio ambiente.
propriedade urbana e coibir o uso especulativo da terra como re- Art. 159 — Os projetos de implantação de obras ou equipa-
serva de valor; mentos, de iniciativa pública ou privada, que tenham, nos termos
II — assegurar o adequado aproveitamento, pela atividade da lei, significativa repercussão ambiental ou na infra-estrutura
imobiliária, do potencial dos terrenos urbanos, respeitados os li- urbana, deverão vir acompanhados de relatório de impacto de
mites da capacidade instalada dos serviços públicos; vizinhança.
III — assegurar a justa distribuição dos ônus e encargos decor- § 1.º — Cópia do relatório de impacto de vizinhança será for-
rentes das obras e serviços da infra-estrutura urbana e recuperar necida gratuitamente quando solicitada aos moradores da área
para a coletividade a valorização imobiliária decorrente da ação afetada e suas associações.
do Poder Público. § 2.º — Fica assegurada pelo órgão público competente a rea-
§ 2.º — O direito de construir será exercido segundo os prin- lização de audiência pública, antes da decisão final sobre o pro-
cípios previstos neste Capítulo e critérios estabelecidos em lei jeto, sempre que requerida, na forma da lei, pelos moradores e
municipal. associações mencionadas no parágrafo anterior.
Art. 152 — O Município poderá, na forma da lei, obter recur-
sos junto à iniciativa privada para a construção de obras e equipa- CAPÍTULO II
mentos, através das operações urbanas. DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 153 — O Poder Público Municipal, mediante lei específica
para área incluída no Plano Diretor, poderá exigir do proprietá- Art. 160 — O Poder Municipal disciplinará as atividades eco-
rio do solo urbano não edificado, sub-utilizado ou não utilizado nômicas desenvolvidas em seu território, cabendo-lhe, quanto
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessi- aos estabelecimentos comerciais, industriais, de serviços e simi-
vamente, de: lares, dentre outras, as seguintes atribuições:
I — parcelamento ou edificação compulsórios, no prazo fixa- I — conceder e renovar licenças para instalação e funciona-
do em lei municipal; mento;

138
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

II — fixar horários e condições de funcionamento;


III — fiscalizar as suas atividades de maneira a garantir que LEI 14.141 DE 27 DE MARÇO DE 2006 - DISPÕE SOBRE
não se tornem prejudiciais ao meio ambiente e ao bem-estar da O PROCESSO ADMINISTRATIVO NA ADMINISTRAÇÃO
população; PÚBLICA MUNICIPAL
IV — estabelecer penalidades e aplicá-las aos infratores;
V — regulamentar a afixação de cartazes, anúncios e demais LEI Nº 14.141, DE 27 DE MARÇO DE 2006
instrumentos de publicidade;
VI — normatizar o comércio regular, o comércio ambulante Dispõe sobre o processo administrativo na Administração Pública Municipal.
por pessoa física e jurídica nas vias e logradouros públicos e a ati- JOSÉ SERRA, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das
vidade mercantil transitória em pontos fixos e em locais previa- atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara
mente determinados sem prejuízo das partes envolvidas; Municipal, nos termos do disposto no inciso I do artigo 84 do seu
VII — regulamentar a execução e controle de obras, incluídas Regimento Interno, decretou e eu promulgo a seguinte lei:
as edificações, as construções, reformas, demolições ou recons-
truções, os equipamentos, as instalações e os serviços, visando TÍTULO I
a observância das normas urbanísticas de segurança, higiene e DOS PRINCÍPIOS GERAIS
qualidade de vida em defesa do consumidor e do meio ambiente;
VIII — outorgar a permissão de uso em locais apropriados, CAPÍTULO I
inclusive vias e logradouros públicos, para os serviços de interesse DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
da coletividade, nos termos a serem definidos em lei.
§ 1.º — As diretrizes e normas relativas à execução de obras, Art. 1º Esta lei estabelece normas comuns aplicáveis aos pro-
prestação de serviços, funcionamento de atividades, e ao desen- cessos administrativos no âmbito da Administração Municipal.
volvimento urbano deverão contemplar regras de preservação do § 1º Para os fins desta lei, consideram-se:
patrimônio ambiental, arquitetônico, paisagístico, histórico e cul- I - autoridade - o agente público dotado de poder de decisão;
tural urbano. II - processo administrativo - todo conjunto de documentos,
§ 2.º — O início das atividades previstas no parágrafo anterior ainda que não autuados, que exijam decisão.
dependerá de licença prévia dos órgãos competentes e, se for o Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos
caso, de aprovação do estudo prévio de impacto ambiental e só- princípios da primazia no atendimento ao interesse público, econo-
cio-energético, garantida a realização de audiências públicas. micidade, eficiência, legalidade, motivação, razoabilidade, propor-
Art. 161 — O Município definirá espaços territoriais destina- cionalidade, moralidade, impessoalidade e publicidade.
dos à implantação de atividades e projetos de pesquisa e desen- Parágrafo único. O agente público administrativo observará na
volvimento da indústria de tecnologia de ponta, na forma da lei. sua atuação, dentre outros, os seguintes princípios:
Art. 162 — O Poder Público estimulará a substituição do perfil I - atuação conforme à lei e ao Direito;
industrial das empresas localizadas no Município, incentivando a II - objetividade no atendimento ao interesse público, vedada a
transformação para indústrias de menor impacto ambiental, fi- promoção pessoal de agentes ou autoridades;
cando vedada a instalação ou desenvolvimento de qualquer nova III - indicação dos pressupostos de fato e de direito que deter-
atividade, comprovadamente poluidora, a partir da promulgação minarem a decisão;
da presente Lei. IV - observância das formalidades essenciais com a adoção de
Art. 163 — As microempresas receberão por parte do Poder formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certe-
Público Municipal tratamento diferenciado visando incentivar a za, segurança e respeito aos direitos dos interessados;
sua multiplicação e fomentar o seu crescimento pela simplificação V - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas
das suas obrigações administrativas e tributárias. as previstas em lei ou decreto;
Art. 164 — O Município promoverá o turismo como fator de VI - impulsão, de ofício, do processo administrativo, pelo agen-
desenvolvimento econômico. te público, sem prejuízo da atuação dos interessados.
Art. 165 — O Município promoverá, na forma da lei, a defesa Art. 3º A norma administrativa deve ser interpretada e aplicada da
do consumidor, em ação coordenada com órgãos e entidades que forma que melhor garanta a realização do fim público a que se dirige.
tenham atribuições de proteção e promoção dos destinatários fi- Art. 4º Somente a lei poderá:
nais de bens e serviços. I - criar condicionamento aos direitos dos particulares ou im-
Art. 166 — O Poder Executivo ficará incumbido da organiza- por-lhes deveres de qualquer espécie;
ção, de forma coordenada com a ação do Estado e da União, de II - prever infrações ou prescrever sanções.
sistema de abastecimento de produtos no território do Município.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS MUNÍCIPES

Art. 5º São direitos do munícipe, entre outros:


I - receber do agente público tratamento respeitoso;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em
que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias
de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III - ser representado por mandatário, que deverá ser advogado
quando a lei assim o exigir.

139
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO III Art. 13. Os processos administrativos terão por objetivo a to-
DOS DEVERES DOS MUNÍCIPES mada de decisão, consubstanciada em despacho decisório, que de-
verá ser claro, preciso e atinente à matéria do processo.
Art. 6º São deveres do munícipe: § 1º A fundamentação e a publicidade são requisitos essenciais
I - expor os fatos conforme a verdade, prestando as informa- do despacho decisório.
ções que lhe forem solicitadas e colaborar para o seu esclarecimen- § 2º A fundamentação do despacho somente será dispensada
to; quando houver referência expressa a pareceres ou informações
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; contidos no processo.
III - não agir de modo temerário.
CAPÍTULO II
TÍTULO II DOS INTERESSADOS
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 14. São legitimados como interessados no processo admi-
Art. 7º O processo administrativo pode ser iniciado pela autori- nistrativo:
dade competente ou a pedido de interessado, e será composto pelo I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem ou nele figurem;
conjunto de documentos, requerimentos, atas de reunião, parece- II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos
res e informações instrutórias necessários à decisão da autoridade ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser proferida;
administrativa. III - as pessoas, organizações e associações regularmente cons-
Art. 8º Distinguem-se os processos em: tituídas, no tocante a direitos e interesses coletivos ou difusos.
I - processos comuns;
II - processos especiais. CAPÍTULO III
Art. 9º Os processos especiais são aqueles disciplinados por DA COMPETÊNCIA
normas próprias distintas das aplicáveis nos processos comuns,
aplicando-se-lhes subsidiariamente os demais preceitos desta lei. Art. 15. A competência é irrenunciável e exercida pelo agente
Parágrafo único. Enquadram-se, dentre outros, na categoria de público a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delega-
especiais, os processos referentes às seguintes matérias: ção e avocação legalmente admitidos.
I - licenciamento ambiental, edilício, sanitário e urbanístico; Parágrafo único. Não podem ser objeto de delegação:
II - licitação; I - a edição de atos de caráter normativo;
III - disciplinar; II - a decisão de recursos administrativos;
IV - administrativo-tributário; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
V - tomada de contas; dade;
VI - tombamento. IV - as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização
expressa e na forma por ela determinada;
TÍTULO III V - as funções dos órgãos colegiados.
DO PROCESSO COMUM Art. 16. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
cados no Diário Oficial do Município.
CAPÍTULO I § 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
jetivos da delegação, podendo conter ressalva de exercício da atri-
Art. 10. O requerimento inicial do interessado deverá conter os buição delegada.
seguintes dados: § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; autoridade delegante.
II - identificação do interessado ou de quem o represente; Art. 17. Será permitida ao Prefeito, Secretários Municipais e
III - endereço e telefone do requerente e local para recebimen- Subprefeitos, em caráter excepcional e por motivos relevantes de-
to de comunicações; vidamente justificados, a avocação temporária de competência atri-
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus buída a órgão ou autoridade hierarquicamente inferior.
fundamentos;
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. CAPÍTULO IV
§ 1º É vedada à Administração a recusa imotivada de recebi- DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
mento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado
quanto ao suprimento de eventuais falhas. Art. 18. É impedido de atuar no processo administrativo o ser-
§ 2º Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar vidor ou autoridade que:
modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem I - tenha interesse pessoal, direto ou indireto, na matéria;
pretensões equivalentes. II - esteja litigando judicial ou administrativamente com o inte-
Art. 11. Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados ressado ou com seu cônjuge ou companheiro.
tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula- Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen-
dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de
Art. 12. Quando o requerimento for dirigido a órgão incompe- atuar no processo.
tente, este providenciará seu encaminhamento à unidade compe- Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedi-
tente. mento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servi- Art. 32. Em caso de risco iminente à saúde ou integridade de
dor em caso de amizade íntima ou inimizade notória com algum pessoas e bens, a Administração Pública poderá motivadamente
dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do
parentes e afins até o terceiro grau. interessado.
Parágrafo único. O indeferimento de alegação de suspeição po-
derá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. CAPÍTULO VII
DA DECISÃO E DOS RECURSOS
CAPÍTULO V
DA FORMA, TEMPO E COMUNICAÇÃO DOS ATOS DO PROCES- Art. 33. Uma vez concluída a instrução do processo administra-
SO tivo, a autoridade competente deverá decidir no prazo de 15 (quin-
ze) dias, permitida a prorrogação devidamente justificada.
Art. 21. Os atos do processo administrativo não dependem de Parágrafo único. As decisões serão motivadas, com indicação
forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. dos fatos e fundamentos jurídicos.
§ 1º Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em Art. 34. A desistência do requerente, mediante manifestação
vernáculo, com a data e assinatura do interessado ou da autoridade escrita, não impede a continuidade do processo, se o interesse pú-
responsável. blico, devidamente justificado, o exigir.
§ 2º A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá Parágrafo único. No caso de pluralidade de requerentes a desis-
ser feita pelo órgão administrativo e pelo advogado constituído.(Re- tência de um não prejudicará os demais.
dação dada pela Lei nº 16.838/2018) Art. 35. O pedido formulado deverá ser declarado prejudicado
§ 3º O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencial- quando o processo exaurir a sua finalidade ou perder o seu objeto.
mente e rubricadas. Art. 36. Da publicação da decisão administrativa no D.O.M. ca-
Art. 22. Os atos do processo devem ser realizados em dias úteis, berá, no prazo de 15 (quinze) dias, um único recurso à autoridade
no horário normal de funcionamento da unidade na qual tramitar, imediatamente superior.
excetuados aqueles praticados em dias de plantão. § 1º Nenhum recurso terá efeito suspensivo, salvo nos casos
Art. 23. Inexistindo disposição específica, os atos do processo expressamente previstos na legislação.
devem ser praticados no prazo de 5 (cinco) dias úteis, podendo, me- § 2º A decisão proferida em grau de recurso e a decisão do Pre-
diante justificativa, ser prorrogado. feito na hipótese do art. 17 encerram definitivamente a instância
Art. 24. A convocação de interessados para complementação administrativa.
da documentação, correção de dados, esclarecimentos ou cumpri- Art. 37. Têm legitimidade para recorrer os interessados no pro-
mento de qualquer ato essencial ao andamento do processo, será cesso administrativo arrolados no art. 14 desta lei.
feita por via telefônica, transmissão fac-similar ou correspondência. Art. 38. Quando dois ou mais pedidos se excluírem mutuamen-
Parágrafo único. Decorridos 10 (dez) dias da convocação sem te, serão obrigatoriamente apreciados em conjunto.
atendimento, será feita chamada por publicação no Diário Oficial do Art. 39. O recurso não será conhecido quando interposto:
Município, com prazo de 5 (cinco) dias para cumprimento, sob pena I - fora do prazo;
de indeferimento do pedido por abandono. II - por quem não seja legitimado;
Art. 25. A comunicação dos despachos decisórios será feita ao III - após o encerramento da instância administrativa.
interessado por publicação no Diário Oficial do Município. Art. 40. Contam-se os prazos a partir da data da publicação do
despacho no D.O.M., excluindo-se o dia do início e incluindo-se o
CAPÍTULO VI do fim.
DA INSTRUÇÃO § 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se-
guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
Art. 26. As atividades destinadas a averiguar e comprovar os normal.
elementos necessários à tomada de decisão realizam-se mediante § 2º Os prazos deverão ser expressos em dias e contados de
impulso do órgão responsável pelo processo ou mediante requeri- forma contínua.
mento dos interessados. § 3º Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os
Art. 27. São inadmissíveis no processo administrativo as provas prazos processuais não se suspendem.
obtidas por meios ilícitos.
Art. 28. Previamente à decisão poderá ser realizada audiência CAPÍTULO VIII
pública para debates sobre matéria de interesse coletivo, sem pre- DA VISTA, DOS PEDIDOS DE CÓPIAS E DE CERTIDÕES
juízo da participação dos munícipes por outros meios legalmente
reconhecidos. Art. 41. Os interessados têm direito à vista do processo e a
Art. 29. Sempre que possível, a instrução do processo será re- obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos
alizada mediante reunião conjunta, com a participação dos órgãos que o integram, ressalvados os protegidos por sigilo, nos termos da
competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. Constituição Federal.
Art. 30. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale- Art. 42. A vista será também concedida a terceiro, não figurante
gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a no processo administrativo, desde que seja declarada e justificada,
instrução do processo. por escrito, a necessidade de seu conhecimento para a defesa de
Art. 31. Quando necessários à instrução do processo elemen- interesse difuso, direito próprio ou coletivo, ou para esclarecimento
tos disponíveis na própria Administração Municipal, o órgão com- de situação de interesse pessoal.
petente proverá, de ofício, a sua obtenção.

141
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 1º Na hipótese do “caput”, o requerimento deverá ser ende- II - o infrator ou responsável será intimado para, em 15 (quinze)
reçado diretamente ao chefe da unidade onde se encontra o pro- dias, oferecer a sua defesa e indicar as provas que pretende produ-
cesso administrativo ao qual se refira. zir;
§ 2º Tratando-se de representação deverá ser apresentada a III - caso haja requerimento para a produção de provas a autori-
respectiva procuração. dade apreciará a sua pertinência em despacho motivado;
§ 3º A vista será permitida a advogado independentemente da IV - o infrator será intimado para manifestar-se em 5 (cinco)
apresentação de instrumento de procuração, exceto se a matéria dias sobre os novos documentos juntados;
estiver sujeita a sigilo, desde que comprove sua condição mediante V - a decisão, devidamente motivada, será proferida no prazo
a exibição do documento de identidade profissional. máximo de 10 (dez) dias após o término da instrução;
§ 4º Em qualquer hipótese, a vista dar-se-á sob controle de ser- VI - se o infrator cometer simultaneamente duas ou mais in-
vidor municipal na própria unidade onde se encontrar o processo frações ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas
administrativo, podendo o interessado tomar apontamentos ou re- cominadas.
querer cópias dos autos na forma da legislação específica. Art. 48. Quando se tratar de infrações administrativas que pos-
Art. 43. Somente poderá ser autorizada a retirada de autos de sam resultar na aplicação de pena de caráter pecuniário não con-
processo administrativo da unidade nas hipóteses e prazos fixados tratual, bem como naquelas que possam acarretar risco à saúde, à
em lei para manifestação da parte, por advogado com poderes es- segurança e à integridade física de pessoas e bens, o direito à ampla
peciais para representá-la. defesa será exercitado após a imposição da penalidade.
§ 1º Na ausência de prazo específico a retirada será autorizada Art. 48-A. A Administração, de ofício ou por provocação de pes-
pelo prazo de 5 (cinco) dias corridos, vedada a sua prorrogação. soa interessada, anulará seus próprios atos, quando eivados de vício
§ 2º Sendo o prazo comum às partes, fica vedada a retirada. que os tornem ilegais, salvo se: (Incluído pela Lei n° 14.614/2007)
§ 3º Não será permitida a retirada para atendimento de convo- I - ultrapassado o prazo de 10 (dez) anos contados de sua pro-
cação expedida nos termos do art. 24 desta lei. dução; (Incluído pela Lei n° 14.614/2007)
§ 4º À chefia da unidade onde se encontrarem os autos do pro- II - da irregularidade não resultar qualquer prejuízo; (Incluído
cesso administrativo competirá autorizar a sua saída, observado o pela Lei n° 14.614/2007)
disposto no § 7º deste artigo. III - forem passíveis de convalidação. (Incluído pela Lei n°
§ 5º A entrega dos autos a advogado, desde que exibido o res- 14.614/2007)
pectivo documento de identidade profissional, far-se-á na forma Parágrafo único. (VETADO)
estabelecida em regulamento. Art. 48-B. Quando requerida por pessoa interessada, a anula-
§ 6º Ao advogado que não devolver os autos no prazo legal fica ção de ato administrativo observará as seguintes regras: (Incluído
proibida nova retirada até o encerramento do processo, bem assim pela Lei n° 14.614/2007)
de quaisquer outros enquanto não efetivada a devolução daqueles, I - o requerimento deverá ser dirigido à autoridade que prati-
sem prejuízo da comunicação do fato à Ordem dos Advogados do cou o ato, atendidos os requisitos do art. 10 desta lei; (Incluído pela
Brasil e da adoção das medidas legais cabíveis, nos casos de reten- Lei n° 14.614/2007)
ção abusiva ou injustificada. II - o pedido será juridicamente analisado pela unidade compe-
§ 7º Não será permitida a retirada quando existirem no pro- tente de cada Secretaria ou órgão equivalente, que opinará sobre a
cesso administrativo documentos, originais ou cópias, de difícil sua procedência, sugerindo, se for o caso, a adoção de providências
restauração, ou ocorrer circunstância relevante que justifique a sua complementares para instrução do processo, além de prestar es-
permanência na unidade, reconhecida pela autoridade competente clarecimentos quanto aos efeitos da anulação do ato em relação a
em despacho motivado. terceiros; (Incluído pela Lei n° 14.614/2007)
Art. 44. Qualquer interessado poderá requerer cópias do pro- III - quando houver terceiros interessados, a autoridade deter-
cesso administrativo, pago o preço público correspondente. minará sua intimação, para manifestar-se a respeito no prazo de 15
Art. 45. As certidões sobre atos, contratos e decisões, para a (quinze) dias; (Incluído pela Lei n° 14.614/2007)
defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pes- IV - concluída a instrução, os interessados serão intimados para
soal, serão expedidas sob a forma de breve relato ou inteiro teor, ou apresentar suas razões finais no prazo de 5 (cinco) dias; (Incluído
mediante cópia reprográfica, ou pelo sistema de processamento de pela Lei n° 14.614/2007)
dados ou por meio da Internet, independentemente do pagamento V - a autoridade proferirá, no prazo de 20 (vinte) dias, contados
de taxas, no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias. do recebimento do processo, despacho final sobre o pedido, que
deverá ser publicado no Diário Oficial da Cidade; (Incluído pela Lei
CAPÍTULO IX n° 14.614/2007) (Incluído pela Lei n° 14.614/2007)
DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES VI - da decisão caberá um único recurso, nos termos do art. 36
desta lei. (Incluído pela Lei n° 14.614/2007)
Art. 46. Nos processos que possam resultar na aplicação de Art. 48-C. A anulação de ofício terá seu procedimento iniciado
sanções serão sempre assegurados o contraditório e o exercício do pela autoridade que praticou o ato ou por seu superior hierárquico,
direito à ampla defesa, garantindo-se ao interessado a produção de prosseguindo-se nos termos dos incisos II a VI do art. 48-B desta lei.
provas, apresentação de alegações finais e interposição de recurso. (Incluído pela Lei n° 14.614/2007)
Art. 47. No procedimento sancionatório serão observadas, sal-
vo legislação específica, as seguintes regras:
I - constatada a infração administrativa, a autoridade compe-
tente indicará os fatos e o fundamento legal da sanção correspon-
dente;

142
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

TÍTULO IV Art. 2º A análise dos projetos e dos pedidos de documentos


DISPOSIÇÕES FINAIS de controle da atividade edilícia deve ser efetuada quanto à sua
Art. 49. É admitido o uso de meio eletrônico para formação, observância:
instrução e decisão de processos administrativos, bem como para I - às normas do Plano Diretor Estratégico - PDE, da Legislação
publicação de atos e comunicações, geração de documentos públi- de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo - LPUOS e das Operações
cos e registro das informações e de documentos de processos en- Urbanas Consorciadas - OUC;
cerrados, desde que assegurados: II - aos planos de melhoramento viário aprovados;
I - níveis de acesso às informações; III - às servidões administrativas;
II - segurança de dados e registros; IV - às restrições decorrentes das declarações de utilidade pú-
III - sigilo de dados pessoais; blica e de interesse social;
IV - identificação do usuário, seja na consulta, seja na alteração V - às limitações decorrentes do tombamento e da preservação
de dados; de imóveis;
V - armazenamento do histórico das transações eletrônicas; VI - às regras para mitigar o impacto ambiental e de vizinhança;
VI - utilização de sistema único para planejar e gerenciar os pro- VII - às restrições para a ocupação de áreas com risco ou con-
cessos administrativos. taminadas;
Parágrafo único. Para a apuração de infrações às posturas mu- VIII - a quaisquer leis ou regulamentos relacionados às carac-
nicipais, os agentes com poderes de fiscalização poderão se valer terísticas externas da edificação ou equipamento e sua inserção na
de meios eletrônicos, tais como câmeras digitais, vídeos, sistemas paisagem urbana;
de posicionamento geográfico, imagens de satélites, equipamen- IX - às exigências relativas às condições de segurança de uso
tos computadorizados e outros meios tecnológicos similares que das edificações com alto potencial de risco de incêndios e situações
gravem o cometimento do ato infracional. (Incluído pela Lei nº de emergência.
17.480/2020) Art. 3º Para fins de aplicação das disposições deste Código fi-
Art. 50. Os preceitos desta lei também se aplicam, no que cou- cam adotadas as seguintes definições:
ber, à Câmara Municipal de São Paulo e ao Tribunal de Contas do I - acessibilidade: condição de utilização, com segurança e au-
Município de São Paulo, quando no desempenho de função admi- tonomia, total ou assistida, por pessoa com deficiência ou com mo-
nistrativa. bilidade reduzida, de edificação, espaço, mobiliário e equipamento;
Art. 51. O Executivo regulamentará esta lei no prazo de 90 (no- II - acessível: edificação, espaço, mobiliário e equipamento
venta) dias, contados da data de sua publicação. que possa ser utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive
Art. 52. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, aquela com deficiência ou mobilidade reduzida, conforme os parâ-
revogada a Lei nº 8.777, de 14 de setembro de 1978. metros definidos em norma técnica pertinente;
III - adaptação razoável: modificações e ajustes necessários e
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 27 de março adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido,
de 2006, 453º da fundação de São Paulo. quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas
com deficiência ou mobilidade reduzida possam gozar ou exercer,
em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, os direitos
LEI 16.642 DE 09 DE MAIO DE 2017 - CÓDIGO DE humanos e liberdades fundamentais;
OBRAS E EDIFICAÇÕES DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO IV - alinhamento: linha de divisa entre o terreno e o logradouro
público;
LEI Nº 16.642, DE 9 DE MAIO DE 2017 V - andar: volume compreendido entre dois pavimentos conse-
cutivos ou entre o pavimento e o nível superior de sua cobertura;
Aprova o Código de Obras e Edificações do Município de São VI - ático: parte do volume superior de uma edificação, destina-
Paulo; introduz alterações nas Leis nº 15.150, de 6 de maio de 2010, da a abrigar casa de máquinas, piso técnico de elevadores, equipa-
e nº 15.764, de 27 de maio de 2013. mentos, caixa d’água e circulação vertical;
JOÃO DORIA, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das VII - beiral: prolongamento da cobertura que se sobressai das
atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara paredes externas da edificação;
Municipal, em sessão de 1º de julho de 2016, decretou e eu pro- VIII - canteiro de obras: espaço delimitado pelo tapume, desti-
mulgo a seguinte lei: nado ao preparo e apoio à execução da obra ou serviço, incluindo
os elementos provisórios que o compõem, tais como estande de
CAPÍTULO I vendas, alojamento, escritório de campo, depósitos, galeria, andai-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS me, plataforma e tela protetora visando à proteção da edificação
vizinha e logradouro público;
Art. 1º Fica aprovado o Código de Obras e Edificações do Muni- IX - demolição: total derrubamento de uma edificação;
cípio de São Paulo - COE, que disciplina, no Município de São Paulo, X - edificação: obra coberta destinada a abrigar atividade hu-
as regras gerais a serem observadas no projeto, no licenciamento, mana ou qualquer instalação, equipamento e material;
na execução, na manutenção e na utilização de obras, edificações e XI - edificação transitória: edificação de caráter não permanen-
equipamentos, dentro dos limites do imóvel, bem como os respec- te, passível de montagem, desmontagem e transporte;
tivos procedimentos administrativos, executivos e fiscalizatórios, XII - embargo: ordem de paralisação dos trabalhos na obra ou
sem prejuízo do disposto na legislação estadual e federal pertinen- serviço em execução sem a respectiva licença ou por desatendi-
te. mento à Legislação de Obras e Edificações - LOE ou LPUOS;

143
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

XIII - equipamento: elemento não considerado como área cons- XXVII - reconstrução: obra destinada à recuperação e recompo-
truída, destinado a guarnecer ou completar uma edificação, a ela sição de uma edificação, motivada pela ocorrência de incêndio ou
se integrando, tais como equipamentos mecânicos de transporte, outro sinistro, mantendo-se as características anteriores, observa-
tanques de armazenagem, bombas e sistemas de energia, aqueci- das as condições de adaptação à segurança de uso e de acessibili-
mento solar e a gás, podendo ser: dade estabelecidas nesta lei;
a) equipamento permanente: equipamento de caráter dura- XXVIII - recuo: distância entre o limite externo da edificação e a
douro; divisa do lote, medida perpendicularmente a esta;
b) equipamento transitório: equipamento de caráter não per- XXIX - reforma: intervenção na edificação que implique altera-
manente, passível de montagem, desmontagem e transporte; ção da área construída ou da volumetria, com a simultânea manu-
XIV - interdição: ordem e ato de fechamento e desocupação do tenção de parte ou de toda a área existente, com ou sem mudança
imóvel em situação irregular ou de risco em relação às condições de de uso;
estabilidade, segurança ou salubridade; XXX - reforma sem acréscimo de área: intervenção na edifica-
XV - mobiliário: elemento construtivo que não se enquadra ção sem alteração da área construída, que implique em modifica-
como edificação ou equipamento, tais como: ção da estrutura, pé-direito ou compartimentação vertical, com ou
a) guarita e módulo pré-fabricado; sem mudança de uso;
b) jirau, elemento constituído de estrado ou passadiço, instala- XXXI - reparo: obra ou serviço destinado à manutenção de um
do a meia altura em compartimento; edifício, sem implicar mudança de uso, acréscimo ou supressão de
c) abrigo ou telheiro sem vedação lateral em pelo menos 50% área, alteração da estrutura, da compartimentação horizontal e ver-
(cinquenta por cento) do perímetro; tical, da volumetria, e dos espaços destinados à circulação, ilumina-
d) estufas, quiosques, viveiros de plantas, churrasqueiras; ção e ventilação;
e) dutos de lareiras; XXXII - requalificação: intervenção em edificação existente, vi-
f) pérgulas; sando à adequação e modernização das instalações, com ou sem
XVI - movimento de terra: modificação do perfil do terreno ou mudança de uso;
substituição do solo em terrenos alagadiços ou que implique em XXXIII - saliência: elemento arquitetônico, engastado ou aposto
alteração topográfica superior a 1,50 m (um metro e cinquenta na edificação ou muro, tais como aba horizontal e vertical, marqui-
centímetros) de desnível ou a 1.000,00 m³ (mil metros cúbicos) de se, jardineira, floreira, ornamento e brise;
volume; XXXIV - tapume: vedação provisória usada durante a constru-
XVII - muro de arrimo: muro resistente, que trabalha por gra- ção, visando à proteção de terceiros e ao isolamento da obra ou
vidade ou flexão, construído para conter maciço de terra, empuxo serviço;
das águas de infiltração, sobrecarga de construção, sobreaterro e XXXV - terraço aberto: peça justaposta à edificação, constituída
situações similares; em balcão aberto, sem ou com vedação, desde que retrátil ou vaza-
XVIII - obra complementar: edificação secundária ou parte da da do tipo quebra-sol, em balanço ou não, complementar à unidade
edificação que, funcionalmente, complemente a atividade desen- residencial ou não residencial, não abrigando função essencial ao
volvida no imóvel, tais como: pleno funcionamento da unidade;
a) passagem coberta de pedestre sem vedação lateral; XXXVI - uso privado: espaço ou compartimento de utilização
b) abrigo de porta e portão, automóvel, lixo, recipiente de gás e exclusiva da população permanente da edificação;
entrada e medidores de concessionárias; XXXVII - uso restrito: espaço, compartimento, ou elemento in-
c) casa de máquina isolada, cabine de força, cabine primária; terno ou externo, disponível estritamente para pessoas autorizadas.
d) reservatório em geral, elevado e enterrado, chaminé e torre Parágrafo único. Ficam também adotadas as seguintes abrevia-
isoladas; ções:
e) bilheteria, portaria, caixa eletrônico; I - ART - Anotação de Responsabilidade Técnica perante o CREA;
XIX - obras de emergência: obras de caráter urgente, essenciais II - CAU - Conselho de Arquitetura e Urbanismo;
à garantia das condições de estabilidade, segurança ou salubridade III - COE - Código de Obras e Edificações;
do imóvel; IV - CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia;
XX - pavimento: plano de piso; V - LOE - Legislação de Obras e Edificações, incluindo o COE;
XXI - pavimento térreo: aquele definido na LPUOS; VI - LPUOS - Legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do
XXII - pavimento de acesso: aquele definido na LPUOS; Solo;
XXIII - peça gráfica: representação gráfica de elementos para a VII - PDE - Plano Diretor Estratégico;
compreensão de um projeto ou obra; VIII - Prefeitura - Prefeitura do Município de São Paulo;
XXIV - pérgulas: vigas horizontais ou inclinadas, sem cobertura; IX - RRT - Registro de Responsabilidade Técnica perante o CAU.
XXV - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o
qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi-
ções com as demais pessoas;
XXVI - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida-
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges-
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO II § 1º O profissional habilitado pode assumir as funções de:


DO CONTROLE DA ATIVIDADE EDILÍCIA I - responsável técnico pelo projeto, sendo responsável pelo
atendimento à legislação pertinente na elaboração do projeto, pelo
SEÇÃO I conteúdo das peças gráficas e pelas especificações e exequibilidade
DAS RESPONSABILIDADES E DOS DIREITOS de seu trabalho;
II - responsável técnico pela obra, sendo responsável pela cor-
Art. 4º É direito e responsabilidade do proprietário ou possui- reta execução da obra de acordo com o projeto aprovado e pela
dor do imóvel requerer perante a Prefeitura a emissão dos docu- instalação e manutenção do equipamento, observadas as normas
mentos de controle da atividade edilícia de que trata este Código, técnicas aplicáveis, zelando por sua segurança e assumindo as con-
respeitados o direito de vizinhança, a função social da propriedade sequências diretas e indiretas advindas de sua atuação.
e a legislação municipal correlata. § 2º O profissional habilitado pode atuar individual ou solida-
Parágrafo único. O licenciamento de projetos e obras e instala- riamente e como pessoa física ou responsável por pessoa jurídica,
ção de equipamentos não implica o reconhecimento, pela Prefeitu- facultado ao mesmo profissional a assunção das funções de res-
ra, do direito de propriedade ou posse sobre o imóvel. ponsável técnico pelo projeto, de responsável técnico pela obra, de
Art. 5º Para fins de aplicação das disposições deste Código, con- responsável pela instalação do equipamento e de responsável pela
sidera-se: manutenção do equipamento.
I - proprietário: a pessoa física ou jurídica, detentora de títu- § 3º Fica facultada a transferência da responsabilidade pro-
lo de propriedade do imóvel registrado no Cartório de Registro de fissional, sendo obrigatória em caso de impedimento do técnico
Imóveis; atuante, assumindo o novo profissional, perante a Prefeitura, a res-
II - possuidor: a pessoa física ou jurídica, bem como seu suces- ponsabilidade pela parte já executada, sem prejuízo da responsabi-
sor a qualquer título, que tenha de fato o exercício, pleno ou não, lização do profissional anterior.
de usar o imóvel objeto da obra. § 4º No caso de alteração do projeto com simultânea troca do
Parágrafo único. No caso de órgão ou entidade da Administra- seu responsável técnico, o profissional inicial deverá ser comunica-
ção Pública Direta e Indireta, a titularidade pode ser comprovada do do ocorrido.
pela apresentação de mandado de imissão na posse, expedido em Art. 9º A observância das disposições deste Código não deso-
ação expropriatória do imóvel, sendo admitido o licenciamento so- briga o profissional do cumprimento das normas disciplinadoras de
bre parte da área constante do título de propriedade. sua regular atuação, impostas pelo respectivo conselho profissional,
Art. 6º O possuidor tem os mesmos direitos do proprietário, e daquelas decorrentes da legislação federal, estadual e municipal.
desde que apresente a certidão de registro imobiliário e um dos Parágrafo único. A Prefeitura se exime do reconhecimento dos
seguintes documentos: direitos autorais ou pessoais referentes à autoria do projeto e à res-
I - contrato com autorização expressa do proprietário; ponsabilidade técnica.
II - compromisso de compra e venda devidamente registrado Art. 10. A Prefeitura não se responsabiliza pela estabilidade da
no Cartório de Registro de Imóveis; edificação e do equipamento ou por qualquer sinistro ou acidente
III - contrato representativo da relação jurídica existente entre decorrente de deficiências do projeto, de sua execução ou instala-
o proprietário e o possuidor direto; ção, bem como de sua utilização.
IV - escritura definitiva sem registro; Art. 11. A conformidade do projeto às normas técnicas gerais e
V - decisão judicial reconhecendo o direito de usucapião. específicas de construção e às disposições legais e regulamentares
Parágrafo único. O proprietário ou possuidor que autoriza a aplicáveis aos aspectos interiores das edificações é de responsabili-
obra ou serviço fica responsável pela manutenção das condições dade exclusiva do responsável técnico pelo projeto, de acordo com
de estabilidade, segurança e salubridade do imóvel, edificações e a declaração de responsabilidade a ser apresentada nos termos
equipamentos, bem como pela observância do projeto aprovado, deste Código.
das disposições deste Código, do respectivo decreto regulamentar, § 1º O projeto de edificação ou equipamento deve observar as
das normas técnicas aplicáveis e da legislação municipal correlata, disposições técnicas estabelecidas no Anexo I deste Código, inde-
bem como do Plano Diretor Estratégico - PDE e da Legislação de pendentemente da demonstração nas peças gráficas apresentadas,
Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo - LPUOS. bem como estar em consonância com a legislação estadual e fede-
Art. 7º Todos os pedidos de documentos de controle da ativida- ral aplicável e as normas pertinentes.
de edilícia devem ser subscritos pelo proprietário ou possuidor em § 2º O projeto de segurança de uso deve observar as disposi-
conjunto com um profissional habilitado. ções estabelecidas nas normas pertinentes ao sistema construtivo e
§ 1º A veracidade das informações e documentos apresentados de estabilidade, condições de escoamento, condições construtivas
nos pedidos e cadastro de que trata este Código é de inteira respon- especiais de segurança de uso, potencial de risco, instalações elé-
sabilidade do proprietário ou possuidor e do profissional habilitado. tricas e sistema de proteção contra descargas atmosféricas, equi-
§ 2º O proprietário, o possuidor e o profissional habilitado pamentos e sistemas de segurança contra incêndio e aos sistemas
ficam obrigados à observância das disposições deste Código, das complementares.
regras indispensáveis ao seu cumprimento fixadas no respectivo § 3º Podem ser aceitas outras soluções técnicas, com igual ou
decreto regulamentar e das normas técnicas aplicáveis, submeten- superior desempenho em relação ao estabelecido neste Código,
do-se às penalidades previstas nesta lei. desde que devidamente justificadas.
Art. 8º Considera-se profissional habilitado o técnico registrado § 4º O projeto deve observar as normas específicas e aquelas
perante os órgãos federais fiscalizadores do exercício profissional, emitidas pelas concessionárias de serviços públicos, tais como de
respeitadas as atribuições e limitações consignadas por aqueles or- água, esgoto, energia elétrica e gás.
ganismos.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

SEÇÃO II I - construção e demolição de obras complementares à edifi-


DOS DOCUMENTOS DE CONTROLE DA ATIVIDADE EDILÍCIA cação com área construída de, no máximo, 30,00 m² (trinta metros
quadrados);
Art. 12. A atividade edilícia depende de controle a ser exercido II - instalação de saliência, com as seguintes características e
por meio da emissão de alvará, certificado, autorização ou registro dimensões em relação ao plano da fachada da edificação:
em cadastro de acordo com o tipo de obra, serviço e equipamento a a) elemento arquitetônico, ornato, jardineira, floreira, brise,
ser executado ou instalado, mediante procedimento administrativo aba horizontal e vertical, com até 0,40 m (quarenta centímetros)
e a pedido do interessado. de profundidade;
§ 1º Estão sujeitas a alvará de aprovação e execução as seguin- b) beiral da cobertura com até 1,50 m (um metro e meio) de
tes atividades: largura;
I - construção de edificação nova em lote não edificado; c) marquise em balanço, não sobreposta, que avance no máxi-
II - reforma de edificação existente; mo até 50% (cinquenta por cento) das faixas de recuo obrigatório e
III - requalificação de edificação existente; com área máxima de 30,00 m² (trinta metros quadrados);
IV - demolição de bloco existente isolado, com ou sem a simul- III - construção de muro no alinhamento e de divisa;
tânea manutenção de outros blocos existentes no lote; IV - construção de muro de arrimo com altura máxima de
V - reconstrução de edificação regular, no todo ou em parte; 2,00m (dois metros);
VI - execução de muro de arrimo quando desvinculado de obra V - construção de espelho d’água, poço e fossa;
de edificação; VI - construção de piscina em edificação residencial unifamiliar
VII - movimento de terra quando desvinculado de obra de edi- e unidade habitacional no conjunto de habitações agrupadas hori-
ficação. zontalmente;
§ 2º Estão sujeitas a certificado as seguintes atividades: VII - substituição de material de revestimento exterior de pare-
I - conclusão de obra licenciada; de e piso ou de cobertura ou telhado;
II - regularização de edificação existente; VIII - passagem coberta com largura máxima de 3 m (três me-
III - adaptação de edificação existente às condições de acessi- tros) e sem vedação lateral.
bilidade; § 2º Não se considera de baixo impacto urbanístico a obra que
IV - adaptação de edificação existente às condições de segu- venha a causar modificação na estrutura da edificação e aquela exe-
rança de uso. cutada em imóvel:
§ 3º Estão sujeitas a autorização: I - sob o regime de preservação cultural, histórica, artística,
I - implantação ou utilização de edificação transitória ou equi- paisagística ou ambiental ou em vias de preservação, de interesse
pamento transitório; municipal, estadual ou federal;
II - utilização temporária de edificação licenciada para uso di- II - situado em área envoltória de imóvel referido no inciso I
verso; deste parágrafo.
III - avanço de tapume sobre parte do passeio público; § 3º As obras de que trata o § 2º deste artigo devem ser aprova-
IV - avanço de grua sobre o espaço público; das por órgão de preservação municipal, estadual ou federal, con-
V - instalação de canteiro de obras e estande de vendas em forme for o caso, e devem ser adaptadas às condições de segurança
imóvel distinto daquele em que a obra será executada. de uso e de acessibilidade estabelecidas neste Código.
§ 4º Estão sujeitas a cadastro e manutenção os seguintes equi- § 4º Quando forem necessárias as obras de adaptação previs-
pamentos: tas no § 3º deste artigo, deve ser solicitada a aprovação do projeto
I - equipamento mecânico de transporte permanente, tais de reforma ou de reconstrução, conforme o caso.
como elevador, escada rolante e plataforma de elevação; § 5º A obra e serviço de baixo impacto urbanístico nos termos
II - tanque de armazenagem, bomba, filtro de combustível e deste artigo não são considerados para o cálculo da taxa de ocu-
equipamentos afins; pação e não são descontados no cálculo de áreas permeáveis do
III - equipamento de sistema especial de segurança da edifica- projeto.
ção, definido nos termos deste Código. Art. 14. A atividade edilícia em imóvel da União, do Estado e
Art. 13. Não estão sujeitas a licenciamento, nos termos deste do Município e de suas respectivas autarquias universitárias inde-
Código, a execução de: pende da expedição dos documentos de que trata este Código, fi-
I - obra e serviço de reparo e limpeza; cando, no entanto, sujeita ao atendimento de suas disposições e
II - restauro, entendido como a recuperação de imóvel sob o da legislação pertinente à matéria.(Regulamentado pelo Decreto nº
regime de preservação municipal, estadual ou federal, de modo a 58.943/2019)
lhe restituir as características originais, a ser autorizado pelo órgão
competente; SUBSEÇÃO I
III - alteração do interior da edificação que não implique mo- DO ALVARÁ DE APROVAÇÃO
dificação na estrutura que interfira na estabilidade da construção;
IV - modificação do interior da edificação que não implique na Art. 15. Mediante procedimento administrativo e a pedido do
redução das condições de acessibilidade e segurança existentes; proprietário ou do possuidor do imóvel, a Prefeitura emite Alvará
V - execução de obra e serviço de baixo impacto urbanístico de de Aprovação, que licencia o projeto para:
acordo com o disposto neste Código. I - construção de edificação nova;
§ 1º Consideram-se de baixo impacto urbanístico, dentre ou- II - reforma de edificação existente;
tras, a: III - requalificação de edificação existente.

146
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Parágrafo único. O Alvará de Aprovação deve incluir, quando I - identificação das rotas de fuga;
necessário à implantação do projeto, as informações relativas à pre- II - localização das escadas de segurança;
visão de: III - localização da circulação comum horizontal;
I - demolição parcial ou total do existente; IV - cálculo da lotação dos pavimentos e do escoamento da po-
II - execução de muro de arrimo; pulação segundo as condições estabelecidas no item 6 do Anexo I
III - execução de movimento de terra; desta lei.
IV - instalação de equipamento mecânico de transporte per- § 2º Ato do Executivo deve regulamentar a forma de apresenta-
manente, tanque de armazenagem, bomba, filtro de combustível e ção e representação do projeto simplificado, de acordo com o porte
equipamentos afins e de equipamento de sistema especial de segu- e complexidade dos empreendimentos.
rança da edificação, nos termos deste Código; Art. 18. O Alvará de Aprovação perde a eficácia em 2 (dois)
V – (VETADO). anos contados da data da publicação do despacho de deferimento
Art. 16. O pedido de Alvará de Aprovação deve ser instruído do pedido, devendo, neste prazo, ser solicitado o respectivo Alvará
com: de Execução.
I - documentação referente ao imóvel; Parágrafo único. Quando se tratar de edificação constituída de
II - peças gráficas do projeto simplificado assinadas por profis- mais de um bloco isolado, o prazo do Alvará de Aprovação fica di-
sional habilitado, conforme estabelecido neste Código e decreto latado por mais 1 (um) ano para cada bloco excedente, até o prazo
regulamentar; máximo de 5 (cinco) anos.
III - levantamento topográfico elaborado por profissional ha- Art. 19. O Alvará de Aprovação pode ser revalidado desde que
bilitado, de acordo com os requisitos técnicos a serem regulamen- o projeto aprovado atenda à legislação em vigor por ocasião do de-
tados; ferimento do pedido de revalidação.
IV - declaração assinada pelo profissional habilitado, atestando Parágrafo único. Se houver necessidade de análise técnica em
a conformidade do projeto no que diz respeito aos aspectos interio- função da edição de legislação posterior, deve ser solicitado novo
res da edificação em relação às disposições deste Código e legisla- alvará.
ção correlata; Art. 20. O Alvará de Aprovação pode, enquanto vigente, ser ob-
V - declaração assinada pelo profissional habilitado, atestando jeto de apostilamento para constar eventuais alterações de dados.
a conformidade das condições de instalação de equipamento me- Parágrafo único. A alteração do projeto aprovado dar-se-á por
cânico de transporte permanente, tanque de armazenagem, filtro, meio da emissão de novo Alvará de Aprovação.
bomba de combustível e equipamentos afins e de sistema especial Art. 21. Pode ser emitido mais de um Alvará de Aprovação para
de segurança da edificação em relação às normas e legislação perti- o mesmo imóvel.
nente, quando for o caso. Art. 22. O Alvará de Aprovação pode ser expedido juntamente
§ 1º Se uma edificação for constituída por um conjunto de blo- com o Alvará de Desmembramento, por meio do mesmo procedi-
cos cujos projetos forem elaborados por profissionais diferentes, mento, de acordo com o regulamento.
respondem eles solidariamente pela implantação de todo o con-
junto. SUBSEÇÃO II
§ 2º Somente são aceitas divergências de até 5% (cinco por DO ALVARÁ DE EXECUÇÃO
cento) entre as dimensões e área constantes do documento de pro-
priedade apresentado e as apuradas no levantamento topográfico. Art. 23. Mediante procedimento administrativo e a pedido do
§ 3º Quando dentro do limite estabelecido no § 2º deste artigo, proprietário ou possuidor do imóvel, a Prefeitura emite Alvará de
são observados os índices fixados pelo PDE e LPUOS em relação às Execução, que autoriza a execução e é indispensável para o início
menores dimensões e área apuradas. das obras de:
§ 4º Havendo divergência superior a 5% (cinco por cento) entre I - construção de edificação nova;
qualquer dimensão ou área constante do documento de proprieda- II - reforma de edificação existente;
de e a apurada no levantamento topográfico, o Alvará de Aprovação III - requalificação de edificação existente;
pode ser emitido, ficando a emissão do Alvará de Execução con- IV - reconstrução de edificação que sofreu sinistro;
dicionada à apresentação da certidão de matrícula do imóvel com V – demolição total de edificação ou de bloco isolado quando
dimensões e área retificadas. desvinculado de obra de edificação;
Art. 17. As peças gráficas do projeto simplificado devem conter: VI – execução de muro de arrimo quando desvinculado de obra
I - implantação da edificação; de edificação;
II - planta baixa do perímetro de todos os andares; VII – movimento de terra quando desvinculado de obra de edi-
III - corte esquemático; ficação.
IV - no caso de reforma com alteração de área, a indicação das § 1º Um único Alvará de Execução pode incluir, quando for o
edificações existentes e dos acréscimos ou decréscimos de área; caso, o licenciamento de mais de um tipo de serviço ou obra elen-
V - quadro de áreas e demonstrativos do atendimento ao PDE cado no “caput” deste artigo.
e LPUOS; § 2º O Alvará de Execução para edificação nova, reforma ou re-
VI - informação sobre o manejo arbóreo, quando for o caso; qualificação de edificação deve incluir, quando for o caso, a licença
VII - demonstração do atendimento às disposições deste Có- para:
digo. I - demolição parcial ou total da edificação existente;
§ 1º No caso de projetos para usos não residencial especial II - execução de muro de arrimo;
ou incomodo à vizinhança residencial definido na LPUOS, a planta III - movimento de terra necessário à execução do projeto;
apresentada deverá conter ainda:

147
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

IV - instalação de equipamento mecânico de transporte per- Art. 29. O Alvará de Execução para edificação nova, reforma,
manente, tanque de armazenagem, bomba, filtro de combustível e requalificação e reconstrução de edificação perde a eficácia:
equipamentos afins e de sistema especial de segurança da edifica- I - caso a obra não tenha sido iniciada, em 2 (dois) anos a contar
ção, nos termos das disposições deste Código; da data da publicação do despacho de deferimento do pedido;
V – (VETADO) II - caso a obra tenha sido iniciada, se permanecer paralisada
VI – (VETADO) por período superior a 1 (um) ano.
VII – (VETADO) § 1º Considera-se início de obra o término das fundações da
VIII – (VETADO). edificação ou de um dos blocos.
§ 3º No caso do Alvará de Execução se referir a um conjunto § 2º O prazo de validade do alvará de execução fica suspenso
de serviços ou obras a serem executados sob a responsabilidade de durante a tramitação de eventual projeto modificativo.
diversos profissionais, dele deve constar a área de atuação de cada § 3º (VETADO)
um deles. Art. 30. A obra paralisada com o Alvará de Execução caduco
§ 4º No caso de pedido para demolição de bloco isolado, inde- pode ser reiniciada após o reexame do projeto e a revalidação si-
pendente de construção de outras obras ou de reforma no mesmo multânea dos Alvarás de Aprovação e de Execução, desde que o
terreno, o licenciamento se dá de forma declaratória, pelo proprie- projeto aprovado atenda à legislação em vigor por ocasião do defe-
tário, devendo ser assistido por profissional habilitado somente se rimento do pedido de revalidação.
a edificação apresentar 3 (três) ou mais pavimentos. Parágrafo único. Pode ser aceita a continuação de obra parcial-
Art. 24. O pedido de Alvará de Execução deve ser instruído com mente executada e paralisada que não atenda à legislação em vigor,
documentos referentes ao terreno e ao projeto, assinado pelo pro- desde que a edificação venha a ser utilizada para uso permitido na
fissional habilitado, de acordo com a natureza do pedido. zona pelo PDE e LPUOS e não seja agravada a eventual desconfor-
§ 1º O responsável técnico deve formalizar declaração de res- midade em relação:
ponsabilidade pela correta execução da obra, de acordo com o pro- I - aos índices urbanísticos e parâmetros de instalação e inco-
jeto aprovado, observadas as normas técnicas aplicáveis. modidade estabelecidos na LPUOS;
§ 2º Quando o pedido abranger a instalação de equipamento II - às normas relativas às condições de higiene, salubridade,
mecânico de transporte permanente, tais como elevador, escada segurança de uso e acessibilidade estabelecidas na LOE.
rolante e plataforma de elevação, ou de tanque de armazenagem, Art. 31. O Alvará de Execução pode, enquanto vigente, ser ob-
bomba, filtro de combustível e equipamentos afins ou dispuser de jeto de apostilamento para constar eventuais alterações de dados.
sistema especial de segurança da edificação, deve ser formalizada Art. 32. O Alvará de Execução pode ser expedido juntamente
declaração de responsabilidade assinada pelo profissional habilita- com o Alvará de Aprovação, por meio de um mesmo procedimento,
do responsável pela instalação, atestando que os serviços atende- sendo neste caso o prazo de validade equivalente à soma dos pra-
rão às normas e às disposições legais pertinentes. zos de validade de cada Alvará.
§ 3º O Alvará de Execução somente pode ser emitido após a
comprovação do atendimento a eventuais ressalvas constantes do SUBSEÇÃO III
Alvará de Aprovação e o pagamento integral da outorga onerosa DO CERTIFICADO DE CONCLUSÃO
previsto na legislação urbanística, quando for o caso.
Art. 25. Quando houver mais de um Alvará de Aprovação em vi- Art. 33. Mediante procedimento administrativo e a pedido do
gor para o mesmo imóvel, o Alvará de Execução pode ser concedido proprietário ou possuidor, a Prefeitura expede Certificado de Con-
apenas para um deles. clusão quando da conclusão de obra ou serviço licenciado por meio
Art. 26. Pode ser requerido Alvará de Execução parcial para de Alvará de Execução para:
cada bloco no caso do Alvará de Aprovação compreender edifica- I - construção de edificação nova;
ção constituída de mais de um bloco, observado o seu prazo de vi- II - reforma de edificação existente;
gência. III - requalificação de edificação existente;
Art. 27. Após a emissão do Alvará de Execução, somente são IV - reconstrução de edificação que sofreu sinistro;
aceitas pequenas alterações no projeto, não se admitindo mudança V - demolição total de edificação ou de bloco isolado;
de uso, categoria de uso ou subcategoria de uso e alteração da área VI - execução de muro de arrimo;
de terreno. VII - movimento de terra.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no “caput” deste artigo, § 1º Pode ser concedido Certificado de Conclusão em caráter
o projeto modificativo a ser aprovado não pode conter, em relação parcial se a parte concluída da edificação atender às exigências pre-
ao projeto anteriormente aprovado: vistas na LOE, PDE e LPUOS para o uso a que se destina.
I - alteração superior a 5% (cinco por cento) nas áreas compu- § 2º No caso de edificação irregular, no todo ou em parte, que
táveis; não atenda ao disposto na LOE, PDE e LPUOS, o Certificado de Con-
II - alteração superior a 5% (cinco por cento) nas áreas não clusão para reforma, parcial ou total, só pode ser concedido após a
computáveis; supressão da infração.
III - alteração superior a 5% (cinco por cento) na taxa de ocu- § 3º Para emissão do Certificado de Conclusão são aceitas pe-
pação. quenas alterações que não descaracterizem o projeto aprovado e
Art. 28. Quando destinado à demolição total, execução de que não impliquem em divergência superior a 5% (cinco por cento)
muro de arrimo e movimento de terra desvinculados de obra de entre as medidas lineares e quadradas da edificação e de sua im-
edificação, o Alvará de Execução perde a eficácia se as obras não plantação constantes do projeto aprovado e aquelas observadas na
forem concluídas dentro do prazo de 2 (dois) anos contados da data obra executada.
da publicação do despacho de deferimento do pedido.

148
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 34. O Certificado de Conclusão é o documento hábil para IV - declaração assinada por profissional habilitado, atestando
a comprovação da regularidade da edificação, sendo válido quando que a obra está concluída e em conformidade com as disposições
acompanhado das peças gráficas aprovadas referentes ao Alvará de do art. 36 deste Código e legislação correlata;
Execução, inclusive para fins de registro no Cartório de Registro de V - outros documentos e licenças exigidos na legislação muni-
Imóveis. cipal, conforme o caso.
Art. 35. O pedido de Certificado de Conclusão deve ser instru- Parágrafo único. O cadastro de elevador e demais equipamen-
ído com: tos mecânicos de transporte permanente, de tanque de armaze-
I - declaração do profissional responsável pela obra, atestando nagem, bomba, filtro de combustível e equipamentos afins e de
a sua conclusão e execução de acordo com as normas técnicas apli- equipamento de sistema especial de segurança da edificação nos
cáveis e as disposições da legislação municipal, em especial deste respectivos sistemas da Prefeitura é requisito para a emissão do
Código; Certificado de Regularização, quando for o caso.
II - documentos e licenças eventualmente ressalvadas no Alva-
rá de Execução. SUBSEÇÃO V
Parágrafo único. O cadastro de elevador e demais equipamen- DO CERTIFICADO DE ACESSIBILIDADE
tos mecânicos de transporte permanente, de tanque de armaze-
nagem, bomba, filtro de combustível e equipamentos afins e de Art. 39. Mediante procedimento administrativo e a pedido do
equipamento de sistema especial de segurança da edificação nos proprietário ou possuidor, a Prefeitura expede Certificado de Aces-
respectivos sistemas da Prefeitura é requisito para a emissão do sibilidade quando da conclusão da adaptação da edificação existen-
Certificado de Conclusão, quando for o caso. te às condições de acessibilidade às pessoas com deficiência ou mo-
bilidade reduzida, conforme as disposições deste Código, normas
SUBSEÇÃO IV regulamentares, normas técnicas e legislação correlata.
DO CERTIFICADO DE REGULARIZAÇÃO Art. 40. Devem ser adaptadas às condições de acessibilidade as
edificações existentes destinadas ao uso:
Art. 36. Mediante procedimento administrativo e a pedido do I - público, entendida como aquela administrada por órgão ou
proprietário ou possuidor, a Prefeitura expede Certificado de Regu- entidade da Administração Pública Direta e Indireta ou por empresa
larização quando da conclusão de obra ou serviço executado sem prestadora de serviço público e destinada ao público em geral;
prévia licença da Prefeitura, para o qual seja obrigatória a emissão II - coletivo, entendida como aquela destinada à atividade não
de Alvará de Execução, desde que observadas: residencial;
I - as prescrições da LOE e LPUOS vigentes durante o período da III - privado, entendida como aquela destinada à habitação
construção e a edificação esteja adaptada às condições de seguran- classificada como multifamiliar.
ça e acessibilidade estabelecidas neste Código; § 1º Na edificação habitacional multifamiliar todas as áreas co-
II - a legislação edilícia e urbanística vigente na ocasião da emis- muns devem ser acessíveis.
são do Certificado de Regularização. § 2º O atendimento ao disposto no “caput” deste artigo pode
§ 1º Para a aplicação do disposto no inciso I do “caput” deste ser dispensado quando a adaptação necessária à edificação acarre-
artigo a edificação destinada a uso residencial unifamiliar e conjun- tar ônus desproporcional ou indevido ao seu proprietário ou pos-
to residencial horizontal cujas unidades tenham acesso direto para suidor, desde que tecnicamente justificado, conforme definido em
o logradouro público, também devem ser consideradas as leis de regulamento.
anistia e de regularização específicas publicadas no período refe- Art. 41. O pedido de Certificado de Acessibilidade deve ser ins-
rido nesse dispositivo, assim como toda a legislação posterior que truído com:
possibilite a regularização da edificação. I - documentação referente ao imóvel;
§ 2º Pode ser aceita divergência de, no máximo, 5% (cinco por II - peças gráficas do projeto simplificado das obras e serviços
cento) entre as medidas lineares e quadradas exigidas na LOE e de adaptação propostos, assinadas por profissional habilitado, con-
LPUOS e aquelas observadas na obra executada. forme estabelecido neste Código e decreto regulamentar;
Art. 37. O Certificado de Regularização é o documento hábil III - declaração do profissional responsável pela obra, atestando
para a comprovação da regularidade da edificação que não tenha a sua conclusão e execução de acordo com as disposições da legisla-
sido objeto de Alvará de Execução e de Certificado de Conclusão, ção municipal e, em especial, deste Código, bem como das normas
sendo válido quando acompanhado das peças gráficas aprovadas pertinentes à acessibilidade no interior da edificação na data do
referentes à edificação, obra ou serviço executado, inclusive para protocolo do processo.
fins de registro no Cartório de Registro de Imóveis, substituindo o Parágrafo único. O cadastro de elevador e demais equipamen-
Certificado de Conclusão. tos mecânicos de transporte permanente nos sistemas da Prefei-
Art. 38. O pedido de Certificado de Regularização deve ser ins- tura é requisito para a emissão do Certificado de Acessibilidade,
truído com: quando for o caso.
I - documentação referente ao imóvel; Art. 42. O Certificado de Acessibilidade pode ser requerido jun-
II - peças gráficas do projeto simplificado da edificação execu- to com o Certificado de Regularização ou Certificado de Segurança
tada, assinadas por profissional habilitado, conforme estabelecido relativo à edificação.
neste Código e decreto regulamentar;
III - levantamento topográfico para a verificação das dimen-
sões, área e localização do imóvel, quando necessário;

149
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

SUBSEÇÃO VI tema especial de segurança da edificação nos respectivos sistemas


DO CERTIFICADO DE SEGURANÇA da Prefeitura é requisito para a emissão do Alvará de Autorização,
quando for o caso.
Art. 43. Mediante procedimento administrativo e a pedido do § 2º O Alvará de Autorização de que trata o “caput” deste arti-
proprietário ou possuidor, a Prefeitura expede Certificado de Segu- go perde a eficácia no prazo de 6 (seis) meses, podendo ser revali-
rança, documento que comprova a adaptação da edificação exis- dado uma vez por igual período, a pedido do interessado.
tente às condições de segurança de uso, conforme o disposto neste
Código, as normas técnicas aplicáveis e a legislação correlata. SUBSEÇÃO VIII
Parágrafo único. O Certificado de Segurança deve incluir o Cer- DO CADASTRO E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS
tificado de Acessibilidade caso a edificação ainda não tenha este
documento. Art. 47. Mediante procedimento administrativo, o proprietário
Art. 44. O pedido de Certificado de Segurança deve ser instru- ou possuidor deve cadastrar nos sistemas da Prefeitura os seguintes
ído com: equipamentos:
I - documentação referente ao imóvel; I - equipamento mecânico de transporte permanente, tais
II - peças gráficas do projeto simplificado das obras e serviços como elevador, escada rolante e plataforma de elevação;
de adaptação propostos, assinadas por profissional habilitado; II - tanque de armazenagem, bomba, filtro de combustível e
III - declaração assinada por profissional habilitado, atestando equipamentos afins;
a conformidade da edificação às disposições deste Código e legisla- III - equipamento de sistema especial de segurança da edifica-
ção correlata; ção, nos termos deste Código.
IV - Certificado de Acessibilidade ou documentação exigida Art. 48. O cadastro deve ser instruído com:
neste Código para a sua emissão, quando for o caso; I - peças gráficas e memorial com a descrição e localização de
V - outras declarações referentes às condições de uso dos equi- cada equipamento, assinada por profissional habilitado;
pamentos, exigidas em legislação municipal. II - declaração assinada por profissional habilitado, atestando
Parágrafo único. O cadastro de elevador e demais equipamen- que o equipamento foi instalado conforme o projeto aprovado e
tos mecânicos de transporte permanente, de tanque de armaze- atende às normas técnicas aplicáveis e às disposições da legislação
nagem, bomba, filtro de combustível e equipamentos afins e de municipal na data do protocolo.
equipamento de sistema especial de segurança da edificação nos Art. 49. O responsável técnico pela manutenção das condições
sistemas da Prefeitura é requisito para a emissão do Certificado de de uso do equipamento deve renovar o cadastro, sob pena de ca-
Segurança, quando for o caso. ducidade e aplicação das sanções previstas neste Código, a cada
período de:
SUBSEÇÃO VII I - 1 (um) ano, no caso de elevador e demais equipamentos
DO ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO mecânicos de transporte permanente;
II - 5 (cinco) anos, no caso de tanque de armazenagem, bomba,
Art. 45. Mediante procedimento administrativo e a pedido do filtro de combustível e equipamentos afins e de equipamento de
proprietário ou possuidor, a Prefeitura concede Alvará de Autoriza- sistema especial de segurança da edificação.
ção para:
I - implantação ou utilização de edificação transitória ou equi- SUBSEÇÃO IX
pamento transitório, incluído estande de vendas no mesmo local de DA FICHA TÉCNICA E DIRETRIZES DE PROJETO
implantação da obra;
II - utilização temporária de edificação licenciada para uso di- Art. 50. A pedido do interessado, a Prefeitura emite Ficha Téc-
verso; nica do imóvel, da qual devem constar as informações relativas ao
III - avanço de tapume sobre parte do passeio público; uso e ocupação do solo, à incidência de melhoramentos urbanísti-
IV - avanço de grua sobre o espaço público; cos e aos demais dados cadastrais disponíveis.
V - instalação de canteiro de obras e estande de vendas em Art. 51. A pedido do interessado, a Prefeitura analisa consultas
imóvel distinto daquele em que a obra será executada. para o esclarecimento quanto à aplicação do PDE, LPUOS e COE em
Art. 46. O pedido de Alvará de Autorização deve ser instruído projetos arquitetônicos e emite as Diretrizes de Projeto.
com: Parágrafo único. O pedido deve ser instruído com documenta-
I - documentação referente ao imóvel; ção e peças gráficas que permitam o entendimento do projeto e da
II - peças gráficas do projeto simplificado da edificação assina- consulta formulada.
das por profissional habilitado, quando for o caso;
III - declaração assinada por profissional habilitado, atestando CAPÍTULO III
a conformidade da edificação às disposições deste Código e legisla- DAS TAXAS
ção correlata;
IV - outros documentos e licenças exigidos na legislação muni- Art. 52. A Taxa para Exame e Verificação dos Pedidos de Do-
cipal, conforme o caso. cumentos de Controle da Atividade Edilícia - TEV/COE, fundada no
§ 1º O cadastro de elevador e demais equipamentos mecânicos poder de polícia do Município, tem como fato gerador os pedidos
de transporte permanente, de tanque de armazenagem, bomba, fil- de alvará, certificado, autorização, cadastro e manutenção previs-
tro de combustível e equipamentos afins e de equipamento de sis- tos neste Código.
§ 1º Considera-se ocorrido o fato gerador no ato do protocolo
dos pedidos de documentos e do cadastro de equipamentos.

150
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 2º A fixação da alíquota, base de cálculo e ocorrência do fato CAPÍTULO IV


gerador, correspondentes a cada espécie de pedido, tem como base DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
a Tabela constante do Anexo II deste Código.
§ 3º A taxa deve ser integralmente recolhida no momento da SEÇÃO I
ocorrência do fato gerador, pelo proprietário ou possuidor do imó- DOS PROCEDIMENTOS GERAIS
vel ou por quem efetivar o pedido.
§ 4º Na omissão total ou parcial do recolhimento de eventu- Art. 55. O pedido instruído pelo interessado deve ser analisa-
al diferença, cabe lançamento de ofício, regularmente notificado o do conforme a sua natureza, observadas as normas municipais, em
sujeito passivo, com prazo de 30 (trinta) dias para pagamento ou especial as prescrições da LOE, PDE, LPUOS, sem prejuízo da obser-
impugnação administrativa. vância das disposições estaduais e federais pertinentes.
§ 5º O valor da taxa deve ser atualizado anualmente, em 1º de § 1º O pedido deve ser instruído com todos os elementos ne-
fevereiro, pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo cessários à sua apreciação, nos termos das normas legais e regula-
- IPCA, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - mentares.
IBGE, ou por outro índice que venha a substituí-lo, verificada entre § 2º Todos os documentos exigidos para a instrução dos pe-
janeiro e dezembro do exercício anterior. didos podem ser substituídos por equivalentes eletrônicos ou por
§ 6º O débito resultante do procedimento previsto no § 4º des- documentos disponíveis nos cadastros e bancos de dados da Pre-
te artigo não pago até a data do vencimento deve ser atualizado da feitura.
forma e pelo índice de correção estabelecidos na Lei nº 10.734, de § 3º Os diversos pedidos referentes ao mesmo imóvel, bem
30 de junho de 1989, com a redação dada pela Lei nº 13.275, de 4 como os recursos contra os respectivos despachos, podem ser ana-
de janeiro de 2002, e acrescido de juros moratórios calculados à lisados em um único processo.
taxa de 0,33% (trinta e três centésimos por cento), por dia de atra- Art. 56. O pedido deve ser deferido se o processo estiver de-
so, sobre o valor do débito, até o limite de 20% (vinte por cento), vidamente instruído e o projeto observar a legislação pertinente à
sem prejuízo, quando for o caso, do acréscimo de honorários advo- matéria.
catícios, custas e demais despesas judiciais, conforme a legislação Art. 57. O processo que apresentar elementos incompletos ou
municipal pertinente. incorretos ou necessitar de complementação da documentação ou
Art. 53. Ficam isentos do pagamento da TEV/COE e dispensados esclarecimentos deve ser objeto de um único comunicado (“comu-
do pagamento dos preços públicos os pedidos relativos a Empreen- nique-se”) para que as falhas sejam sanadas.
dimento Habitacional de Interesse Social em ZEIS - EZEIS, Empreen- Parágrafo único. O prazo para atendimento do comunicado é
dimento Habitacional de Interesse Social - EHIS, Empreendimento de 30 (trinta) dias contados da data da sua publicação, podendo, ser
Habitacional do Mercado Popular - EHMP, Habitação de Interesse prorrogado, uma única vez, por igual período.
Social - HIS, Habitação de Mercado Popular - HMP e moradia eco- Art. 58. No pedido de Certificado de Regularização e nos pe-
nômica, definidos em legislação municipal. didos de Certificado de Acessibilidade e Certificado de Segurança,
§ 1º Também são isentos os pedidos relativos a: quando houver necessidade de execução de obras ou serviços para
I - estabelecimento de ensino mantido por instituição sem fins a adaptação da edificação às normas técnicas aplicáveis, podem ser
lucrativos; emitidas, respectivamente:
II - hospital mantido por instituição sem fins lucrativos; I - Notificação de Exigências Complementares - NEC, com prazo
III - templo religioso. de até 180 (cento e oitenta) dias;
§ 2º A isenção prevista no “caput” deste artigo estende-se aos II - Intimação para Execução de Obras e Serviços - IEOS, com
demais programas habitacionais promovidos pelo setor público ou prazo de até 180 (cento e oitenta) dias.
por entidades sob o controle acionário do Poder Público, bem como Parágrafo único. Nos casos previstos no “caput” deste artigo,
aos programas promovidos por sociedades civis sem fins lucrativos a pedido do interessado, por motivo justificado, o prazo pode ser
conveniadas com a Secretaria Municipal de Habitação. prorrogado uma única vez por igual período.
§ 3º A Prefeitura pode fornecer gratuitamente projetos de ar- Art. 59. O pedido deve ser indeferido nas seguintes situações:
quitetura e executivo para a construção de moradia econômica. I - ausência da documentação exigida ou projeto apresentado
§ 4º Mediante convênio a ser firmado com o órgão de classe com insuficiência de informação de modo a impedir a análise e de-
de engenheiros e arquitetos, a Prefeitura pode fornecer ainda, gra- cisão do pedido;
tuitamente, assistência e responsabilidade técnica de profissional II - projeto com infrações insanáveis frente ao disposto no PDE
habilitado, para o acompanhamento das obras. e na LPUOS;
Art. 54. Também ficam isentos do pagamento da TEV/COE e dis- III - não atendimento ao “comunique-se” no prazo concedido;
pensados do pagamento dos preços públicos os pedidos referentes IV - não atendimento à NEC no prazo concedido;
a empreendimentos públicos do Município, Estado e União e das V - não atendimento à IEOS no prazo concedido;
entidades da Administração Pública Indireta. VI - alteração do uso do projeto de edificação.
Parágrafo único. O disposto no “caput” aplica-se aos pedidos Art. 60. O prazo para a interposição de recurso é de 30 (trinta)
referentes a edificação nova, reforma, requalificação e reconstrução dias a contar da data da publicação do despacho de indeferimento,
de edificação existente, com ou sem mudança de uso, em imóvel após o qual o processo deve ser arquivado, sem prejuízo da ação
público reversível de entidade da administração direta e indireta. fiscal correspondente e cobrança das taxas devidas.
Art. 61. Os prazos fixados neste Código são contados em dias
corridos, a partir do primeiro dia útil após o evento de origem até o
seu dia final inclusive.

151
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Parágrafo único. Caso não haja expediente no dia final do pra- SEÇÃO II
zo, prorroga-se automaticamente o seu término para o dia útil ime- DAS INSTÂNCIAS E PRAZOS PARA DESPACHO
diatamente posterior.
Art. 62. Os prazos de validade do Alvará de Aprovação e do Al- Art. 69. As instâncias administrativas para a apreciação e deci-
vará de Execução ficam suspensos enquanto perdurar qualquer um são dos pedidos de que trata este Código, protocolados a partir da
dos seguintes impedimentos ao início ou prosseguimento da obra: data de sua vigência, são as seguintes:
I - decisão judicial determinando ou que implique a paralisação I - para os pedidos de competência da Secretaria Municipal de
ou o não início da obra; Licenciamento:
II - calamidade pública; a) Diretor de Divisão Técnica;
III - declaração de utilidade pública ou interesse social. b) Coordenador;
Art. 63. Os documentos de controle da atividade edilícia de que c) Secretário Municipal de Licenciamento;
trata este Código podem, enquanto vigentes, a qualquer tempo, II - para os pedidos de competência das Subprefeituras:
mediante ato da autoridade competente, ser: a) Supervisor Técnico de Uso do Solo e Licenciamentos;
I - revogados, atendendo a relevante interesse público; b) Coordenador de Planejamento e Desenvolvimento Urbano;
II - cassados, em caso de desvirtuamento, por parte do inte- c) Subprefeito.
ressado, da licença concedida ou de descumprimento de exigência § 1º Cabe recurso à autoridade imediatamente superior àquela
estabelecida em sua emissão; que proferiu a decisão.
III - anulados, em caso de comprovação de ilegalidade em sua § 2º A competência para a apreciação dos pedidos e decisão
expedição. em primeira instância pode ser delegada aos técnicos e chefes de
Art. 64. O Certificado de Conclusão, o Certificado de Regulari- seção, mediante portaria do Secretário Municipal de Licenciamen-
zação, o Certificado de Acessibilidade e o Certificado de Segurança to ou do Secretário Municipal de Coordenação das Subprefeituras,
perdem sua eficácia caso ocorram alterações de ordem física no mantida a competência originária para a apreciação e decisão dos
imóvel em relação às condições regularmente aceitas pela Prefei- recursos.
tura. § 3º Os despachos do Secretário Municipal de Licenciamento e
Art. 65. O Alvará de Autorização é expedido a título precário, dos Subprefeitos em grau de recurso, bem como o decurso do prazo
podendo ser cancelado a qualquer tempo por desvirtuamento de recursal encerram definitivamente a instância administrativa.
seu objeto ou desinteresse em sua manutenção ou revalidação. Art. 70. O prazo para a decisão dos pedidos não pode exceder
Art. 66. O cadastro de equipamentos perde a eficácia caso 90 (noventa) dias, inclusive quando se tratar de recurso.
ocorra alteração de ordem física no equipamento em relação às § 1º Prazos diferentes podem ser fixados por ato do Executivo,
condições regularmente cadastradas na Prefeitura ou caso a res- em função da complexidade da análise do pedido.
pectiva renovação não seja solicitada dentro do prazo legal. § 2º O curso do prazo fixado no “caput” deste artigo fica sus-
Art. 67. Constatada a qualquer tempo a não veracidade das penso durante a pendência do atendimento, pelo interessado, das
declarações apresentadas nos pedidos de que trata esta lei, apli- exigências feitas no “comunique-se”.
cam-se, ao proprietário ou possuidor e profissionais envolvidos, as Art. 71. Escoado o prazo para a decisão do processo de Alvará
penalidades administrativas previstas neste Código, sem prejuízo de Aprovação, o interessado pode requerer o Alvará de Execução.
das sanções criminais cabíveis. § 1º Decorridos 30 (trinta) dias contados da data do protocolo
§ 1º A atuação irregular do profissional deve ser comunicada do pedido do Alvará de Execução, caso o processo não tenha sido
ao órgão federal fiscalizador do exercício profissional. indeferido, a obra pode ser iniciada, sendo de inteira responsabili-
§ 2º Caso haja elementos que indiquem a prática de infração dade do proprietário ou possuidor e profissionais envolvidos a ade-
penal, a Prefeitura comunicará o fato à autoridade policial compe- quação da obra às posturas municipais.
tente. § 2º Quando solicitado Alvará de Aprovação e de Execução em
Art. 68. Caso se tenha notícia de fato que possa ensejar a cas- conjunto, o prazo para a decisão é de 120 (cento e vinte) dias.
sação ou anulação do documento expedido, nos termos dos incisos § 3º Nos casos de incidência de outorga onerosa, o início da
II e III do art. 63 deste Código, a Prefeitura deve notificar o interes- obra fica condicionado à comprovação de seu pagamento.
sado para a apresentação de defesa no prazo de 30 (trinta) dias,
de forma a garantir o contraditório e a ampla defesa, podendo, na SEÇÃO III
defesa, comprovar ter sido sanada a irregularidade. DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
§ 1º Por motivo relevante ou para evitar prejuízo de difícil repa-
ração, a Prefeitura pode suspender os efeitos do documento emiti- Art. 72. O Executivo regulamentará, no prazo de 90 (noventa)
do até decisão sobre sua anulação ou cassação. dias, os procedimentos, exigências e prazos diferenciados para exa-
§ 2º Decorrido o prazo para defesa, a Prefeitura pode efetuar me de pedidos relativos ao licenciamento de:(Regulamentado pelo
as diligências cabíveis e pedir esclarecimentos a outro órgão público Decreto nº 58.943/2019)
envolvido. I - empreendimento da Administração Pública Direta e Indireta;
§ 3º No prazo de 30 (trinta) dias, a autoridade deve decidir a II - Empreendimento Habitacional de Interesse Social em ZEIS
respeito da anulação ou cassação do documento. - EZEIS, Empreendimento Habitacional de Interesse Social - EHIS,
Empreendimento Habitacional do Mercado Popular - EHMP, Habita-
ção de Interesse Social - HIS, Habitação de Mercado Popular - HMP
e moradia econômica, definidos em legislação específica;
III - polo gerador de tráfego;
IV - empreendimento gerador de impacto ambiental;

152
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

V - empreendimento gerador de impacto de vizinhança; Art. 78. Na requalificação, são aceitas soluções que, por impli-
VI - empreendimento com alto potencial de risco de incêndios cação de caráter estrutural, não atendam às disposições previstas
e situações de emergência; na LOE, PDE ou LPUOS, desde que não comprometam a salubrida-
VII - empreendimento que envolva usos especiais ou incômo- de, nem acarretem redução de acessibilidade e de segurança de
dos; uso.
VIII - residência unifamiliar, serviços, obras e empreendimentos § 1º As disposições deste artigo referem-se a condições exis-
que, por sua natureza, admitam procedimentos simplificados. tentes de implantação, iluminação, insolação, circulação, acessibili-
Parágrafo único. No licenciamento de residência unifamiliar dade, estacionamento de veículos e segurança de uso da edificação.
pode ser emitido um único documento que englobe os alvarás de § 2º O projeto deve observar soluções de acessibilidade que
aprovação e execução. atendam aos princípios da adaptação razoável de acordo com o es-
tabelecido neste Código.
CAPÍTULO V
DA EDIFICAÇÃO EXISTENTE SEÇÃO IV
DA RECONSTRUÇÃO
SEÇÃO I
DA EDIFICAÇÃO REGULAR Art. 79. A edificação regular pode ser reconstruída, no todo ou
em parte, em caso de ocorrência de incêndio ou outro sinistro.
Art. 73. Para os fins de aplicação deste Código, a edificação § 1º Na reconstrução, deve ser prevista a adaptação da edifica-
existente é considerada regular quando: ção às condições de segurança de uso e de acessibilidade de acordo
I - tiver Certificado de Conclusão ou documento equivalente; com o estabelecido neste Código.
II - constar do Setor de Edificações Regulares do Cadastro de § 2º No caso previsto no § 1º deste artigo ou quando se pre-
Edificações do Município. tenda introduzir alterações em relação à edificação anteriormente
Parágrafo único. A edificação cuja área seja menor ou apresen- existente, a área a ser acrescida deve ser analisada como reforma.
te divergência de, no máximo, 5% (cinco por cento) para maior em Art. 80. A Prefeitura pode recusar, no todo ou em parte, a re-
relação à área constante do documento utilizado para a comprova- construção nos moldes anteriores de edificação com índices e vo-
ção de sua regularidade é considerada como regular para fins de lumetria em desacordo com o disposto na LOE, PDE ou LPUOS que
aplicação da LPUOS e COE, em especial as disposições deste Capí- seja considerada prejudicial ao interesse urbanístico.
tulo V.
CAPÍTULO VI
SEÇÃO II DOS PROCEDIMENTOS FISCALIZATÓRIOS RELATIVOS À
DA REFORMA ATIVIDADE EDILÍCIA

Art. 74. A edificação regularmente existente pode ser reforma- SEÇÃO I


da desde que a edificação resultante não crie nem agrave eventual VERIFICAÇÃO DA REGULARIDADE DA OBRA
desconformidade com a LOE, PDE ou LPUOS.
Art. 75. A edificação existente irregular, no todo ou em parte, Art. 81. Toda obra, edificação, serviço e equipamento pode, a
que atenda ao disposto na LOE, PDE ou LPUOS pode ser regulariza- qualquer tempo, ser vistoriado pela Prefeitura para a verificação do
da e reformada, expedindo-se o Certificado de Regularização para cumprimento das normas estabelecidas neste Código.
a área a ser regularizada e Alvará de Aprovação para a reforma pre- Art. 82. Deve ser mantido, no local da obra ou serviço, o docu-
tendida. mento que comprova o licenciamento da atividade edilícia em exe-
Art. 76. A edificação irregular, no todo ou em parte, que não cução, sob pena de lavratura de autos de intimação e de multa, nos
atenda na parte irregular ao disposto na LOE, PDE ou LPUOS pode termos deste Código e legislação pertinente à matéria, ressalvada a
ser reformada desde que seja prevista a supressão da infração. situação prevista no art. 14 deste Código.
Parágrafo único. No caso previsto no “caput” deste artigo, o Art. 83. Constatada irregularidade na execução da obra, devem
Certificado de Conclusão para a reforma, parcial ou total, só pode ser adotados os seguintes procedimentos:
ser concedido após a supressão da infração. I - para a obra sem licença expedida pela Prefeitura, ao proprie-
tário ou possuidor, devem ser lavrados, concomitantemente:
SEÇÃO III a) auto de multa por execução da obra sem licença;
DA REQUALIFICAÇÃO b) auto de embargo;
c) auto de intimação para adotar as providências visando à so-
Art. 77. A edificação existente licenciada de acordo com a le- lução da irregularidade no prazo de 5 (cinco) dias;
gislação edilícia vigente anteriormente a 23 de setembro de 1992, II - pelo desvirtuamento da licença, ao proprietário ou possui-
data da entrada em vigor da Lei nº 11.228, de 25 de junho de 1992, dor e ao responsável técnico pela obra, devem ser lavrados:
e com área regular lançada no Cadastro de Edificações do Município a) auto de intimação para adotar as providências visando à so-
pelo período mínimo de 10 (dez) anos, independentemente de sua lução da irregularidade no prazo de 5 (cinco) dias e auto de multa
condição de regularidade na data do protocolo do pedido, pode ser por execução da obra com desvirtuamento da licença;
requalificada, nos termos deste Código. b) no caso do desatendimento da intimação, auto de embargo
e correspondente auto de multa de embargo;
III - pelo desatendimento de qualquer disposição deste Código,
devem ser lavrados:

153
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

a) auto de intimação para adotar as providências visando ao SEÇÃO II


atendimento da disposição deste Código no prazo de 5 (cinco) dias; DA VERIFICAÇÃO DA ESTABILIDADE, SEGURANÇA E SALUBRI-
b) auto de multa correspondente à infração. DADE DA OBRA
§ 1º Durante o embargo, fica permitida somente a execução
dos serviços indispensáveis à eliminação das infrações que o moti- Art. 87. Verificada a inexistência de condições de estabilida-
varam, observadas as exigências da legislação pertinente à matéria. de, segurança ou salubridade de uma obra, edificação, serviço ou
§ 2º O embargo cessa somente após: equipamento, o proprietário ou o possuidor e o responsável técnico
I - a eliminação das infrações que o motivaram, em se tratando pela obra devem ser intimados a dar início às medidas necessárias à
de obra com licença; solução da irregularidade no prazo de 5 (cinco) dias, devendo ainda
II - a expedição de Alvará de Autorização ou Alvará de Execu- ser lavrado o auto de interdição total ou parcial do imóvel, dando-se
ção, em se tratando de obra sem licença. ciência aos proprietários e ocupantes.
Art. 84. A Prefeitura, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao embar- § 1º No caso de a irregularidade constatada apresentar perigo
go, deve vistoriar a obra e, se constatada resistência ao embargo, de ruína ou contaminação, ocorrerá, se necessário, a interdição do
adotar os seguintes procedimentos: entorno do imóvel.
I - aplicar multas diárias, ao proprietário ou ao possuidor e ao § 2º O não cumprimento da intimação para a regularização
responsável técnico pela obra, até a sua paralisação ou até que a necessária ou interdição implica responsabilidade exclusiva do in-
regularização da situação seja comunicada ao setor competente e frator, eximindo-se a Prefeitura da responsabilidade pelos danos
confirmada pela Prefeitura no prazo de 5 (cinco) dias contados da decorrentes de eventual sinistro.
data do protocolo da comunicação; § 3º Durante a interdição, fica permitida somente a execução
II - caso a aplicação das multas diárias se mostre insuficiente, dos serviços indispensáveis à eliminação da irregularidade consta-
solicitar auxílio policial bem como providenciar os meios necessá- tada.
rios ao imediato cumprimento do embargo, tais como a apreensão Art. 88. Decorrido o prazo concedido, a Prefeitura deve adotar
de materiais e o desmonte ou lacração de equipamentos e edifica- as seguintes medidas:
ções transitórias, lavrando o respectivo auto; I - pelo desatendimento da intimação, aplicar multas diárias ao
III - noticiar imediatamente, à autoridade policial, o desrespei- infrator até que sejam adotadas as medidas exigidas;
to ao embargo, requerendo a instauração de inquérito policial para II - verificada a desobediência à interdição:
a apuração da responsabilidade do infrator por crime de desobe- a) solicitar auxílio policial para o imediato cumprimento da in-
diência. terdição, lavrando o respectivo auto;
Parágrafo único. Para os fins do disposto neste Código, consi- b) noticiar imediatamente, à autoridade policial, o desrespeito
dera-se resistência ao embargo o prosseguimento dos trabalhos no à interdição, requerendo a instauração de inquérito policial para a
imóvel sem a eliminação das irregularidades exigidas no auto de apuração da responsabilidade do infrator por crime de desobedi-
intimação. ência;
Art. 85. Esgotadas todas as providências administrativas para a c) encaminhar o processo para as providências de ajuizamento
paralisação da obra, o servidor municipal deve: da ação judicial cabível, sem prejuízo da incidência de multas diárias
I - extrair cópia das principais peças do processo administrati- caso persista o desatendimento da intimação prevista no inciso I
vo para encaminhamento à Delegacia de Polícia, a fim de instruir o deste artigo.
inquérito policial; Art. 89. O atendimento da intimação não desobriga o proprie-
II - expedir ofícios ao CREA ou CAU com as informações do pro- tário ou possuidor e o responsável técnico pela obra do cumpri-
cesso administrativo para a apuração da responsabilidade profis- mento das formalidades necessárias à regularização da obra, sob
sional; pena de aplicação das sanções cabíveis.
III - encaminhar o processo original ao setor jurídico para ma- Art. 90. O proprietário ou possuidor do imóvel que constatar
nifestação e posterior encaminhamento ao Departamento Judicial perigo de ruína ou contaminação pode, devidamente assistido por
da Procuradoria Geral do Município para as providências de ajuiza- profissional habilitado, dar início imediato às obras de emergência,
mento da ação judicial cabível, sem prejuízo da incidência de multas comunicando o fato, por escrito, à Prefeitura e justificando e infor-
diárias, em processo próprio, caso persistam as irregularidades. mando a natureza dos serviços a serem executados, observadas as
Art. 86. Constatada situação de risco, em vistoria técnica reali- exigências da legislação pertinente à matéria.
zada por servidor com competência específica, além das autuações
referidas nos arts. 82 a 84 deste Código, deve ser imediatamente SEÇÃO III
lavrado o auto de interdição, seguindo-se, no que couber, os proce- DAS PENALIDADES
dimentos previstos na Seção II deste Capítulo.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no “caput” deste artigo, Art. 91. A inobservância de qualquer disposição deste Código
pode ocorrer o levantamento parcial do embargo para o fim espe- constitui infração sujeita à aplicação das penalidades previstas na
cífico da execução das medidas necessárias à eliminação do risco, Tabela de Multas constante do seu Anexo III.
ficando condicionado à apresentação de ART ou RRT relacionando Art. 92. As penalidades previstas por desrespeito às normas
os serviços a serem executados e seu cronograma de execução. deste Código aplicam-se também em relação a imóveis de valor
cultural, histórico, artístico, paisagístico ou ambiental preservados
ou a serem preservados e, ainda, a imóveis que, em razão do seu
gabarito de altura e recuos, sejam necessários à preservação da vo-
lumetria do entorno, sem prejuízo da incidência das penalidades
previstas em legislação própria.

154
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 93. A edificação concluída sem a obtenção de Certificado II - os templos religiosos.


de Conclusão enseja a intimação do infrator para, no prazo de 5 Art. 100. O valor da multa deve ser atualizado anualmente em
(cinco) dias, solicitar o documento à Prefeitura, sob pena de lavra- 1º de fevereiro, pela variação do IPCA, apurado pelo IBGE, ou por
tura do correspondente auto de multa. outro índice que venha a substituí-lo, verificada entre janeiro e de-
§ 1º O pedido de Certificado de Conclusão suspende a ação zembro do exercício anterior.
fiscalizatória até a emissão desse documento ou o indeferimento do Art. 101. Quando não paga até a data do vencimento, o valor
pedido, o que ocorrer primeiro. da multa deve ser atualizado da forma e pelo índice de correção
§ 2º A multa será reaplicada a cada 90 (noventa) dias até a re- estabelecidos na Lei nº 10.734, de 1989, com a redação dada pela
gularização da edificação, limitado esse período a 1 (um) ano. Lei nº 13.275, de 2002, e acrescido de juros moratórios calculados à
Art. 94. A edificação concluída sem a obtenção de Certificado taxa de 0,33% (trinta e três centésimos por cento), por dia de atra-
de Acessibilidade e de Certificado de Segurança enseja a intimação so, sobre o valor do débito, até o limite de 20% (vinte por cento),
do infrator para, no prazo de 5 (cinco) dias, solicitar o documento à sem prejuízo, quando for o caso, do acréscimo de honorários advo-
Prefeitura, sob pena de lavratura do correspondente auto de multa. catícios, custas e demais despesas judiciais, conforme a legislação
§ 1º O pedido de Certificado de Acessibilidade ou de Certifica- municipal pertinente.
do de Segurança suspende a ação fiscalizatória até a emissão desse
documento ou o indeferimento do pedido, o que ocorrer primeiro. CAPÍTULO VII
§ 2º A multa será reaplicada a cada 90 (noventa) dias até a re- DO ALINHAMENTO E DO MELHORAMENTO VIÁRIO
gularização da edificação, limitado esse período a 1 (um) ano.
Art. 95. Para os efeitos deste Código, considera-se infrator o Art. 102. Para os fins deste Código, consideram-se fixados os
proprietário ou possuidor do imóvel e, quando for o caso, o respon- atuais alinhamentos e nivelamento dos logradouros públicos exis-
sável técnico pela obra. tentes no Município de São Paulo, oficializados ou pertencentes a
§ 1º O infrator deve ser notificado pessoalmente ou por via pos- loteamento aceito ou regularizado, bem como daqueles oriundos
tal, com aviso de recebimento, ou, ainda, por edital nas hipóteses de melhoramento viário executado sob a responsabilidade do Po-
de recusa do recebimento da notificação ou de sua não localização. der Público Municipal, Estadual ou Federal.
§ 2º O infrator considera-se notificado quando encaminhada Parágrafo único. No caso de indefinição, a pedido do interes-
a notificação por via postal ao endereço constante do cadastro da sado, a Prefeitura deve fornecer o alinhamento e nivelamento, me-
Municipalidade. diante a emissão de certidão.
§ 3º Quando prevista a aplicação de multa ao proprietário ou Art. 103. Enquanto não executados, devem ser observados os
possuidor e ao responsável técnico pela obra, a responsabilidade é novos alinhamentos aprovados constantes das leis de melhoramen-
solidária, considerando-se ambos os infratores. to viário.
§ 4º Os sucessores do proprietário ou do possuidor do imóvel Parágrafo único. O disposto no “caput” deste artigo não se apli-
também respondem pelas penalidades. ca aos planos de melhoramento publicados anteriormente a 8 de
Art. 96. Contra os atos de fiscalização previstos neste Código, novembro de 1988, data da entrada em vigor da Lei nº 10.676, de 7
cabe defesa ao Supervisor Técnico de Fiscalização, da Subprefeitura, de novembro de 1988, desde que não exista declaração de utilidade
no prazo de 15 (quinze) dias, contados: pública em vigor por ocasião da emissão da aprovação do projeto.
I - para a intimação e o embargo, a partir da data da respectiva Art. 104. A alteração de alinhamento de logradouro público
notificação; que importe em alargamento, estreitamento ou retificação, total ou
II - para a multa, a partir da data de sua publicação no Diário parcial, deve ser objeto de plano de melhoramento viário aprovado
Oficial da Cidade. por lei.
§ 1º Contra o despacho decisório que desacolher a defesa, ca- Parágrafo único. A alteração de nivelamento de logradouro pú-
berá um único recurso, ao Subprefeito, no prazo de 15 (quinze) dias blico, parcial ou em toda sua extensão, pode ser definida por ato
contados da data da publicação do despacho. do Executivo.
§ 2º As defesas e recursos suspendem a exigibilidade dos autos Art. 105. É permitida a execução de qualquer obra em imóvel
de multa impugnados. totalmente atingido por plano de melhoramento público e sem de-
§ 3º A defesa contra o auto de embargo não suspende a ação claração de utilidade pública ou de interesse social em vigor, obser-
fiscalizatória e não obsta a aplicação de outras multas previstas nes- vado o disposto na LOE, PDE e LPUOS.
te Código. § 1º No caso de declaração de utilidade pública ou de interesse
Art. 97. Ao proprietário ou possuidor devem ser aplicadas mul- social em vigor, permite-se a execução de qualquer obra, a título
tas nos valores indicados na Tabela de Multas e, ao responsável téc- precário, observado o disposto na LOE, PDE e LPUOS, não sendo
nico pela obra, multas na proporção de 80% (oitenta por cento) dos devida ao proprietário qualquer indenização pela benfeitoria ou
referidos valores. acessão quando da execução do melhoramento público.
Art. 98. A reincidência da infração, assim considerada a refe- § 2º Considera-se também como totalmente atingido por me-
rente à mesma obra e ao mesmo documento, gera a aplicação das lhoramento público o imóvel:
penalidades com acréscimo de 20% (vinte por cento) a cada reinci- I - cujo remanescente não possibilite a execução de edificação
dência, até o limite de 2 (duas) vezes o valor da multa inicial. que atenda ao disposto na LOE, PDE e LPUOS;
Art. 99. Para a aplicação dos dispositivos deste Capítulo, os pra- II - no qual, por decorrência de nova situação de nivelamento
zos devem ser dilatados até o triplo dos prazos previstos e reduzi- do logradouro, seja dificultada a implantação de edificações, a cri-
dos os valores das multas em 90% (noventa por cento) dos valores tério da Prefeitura.
devidos para:
I - as moradias econômicas;

155
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 106. A edificação nova e as novas partes da edificação exis- c) beiral da cobertura com até 1,50 m (um metro e meio) de
tente, nas reformas com aumento de área executadas em imóvel largura;
parcialmente atingido por plano de melhoramento público aprova- d) marquise em balanço, não sobreposta, que avance, no máxi-
do por lei e sem declaração de utilidade pública ou de interesse mo, até 50% (cinquenta por cento) das faixas de recuo obrigatório e
social em vigor, devem observar as seguintes disposições: com área máxima de 30,00 m² (trinta metros quadrados);
I - atender aos recuos mínimos obrigatórios, à taxa de ocupa- V - a área técnica, sem permanência humana, destinada a ins-
ção e ao coeficiente de aproveitamento estabelecidos no PDE e talações e equipamentos;
LPUOS, em relação ao lote original; VI - no pavimento destinado a estacionamento de veículos, mo-
II - observar soluções que garantam, após a execução do plano tocicletas e bicicletas:
de melhoramento público, o pleno atendimento, pelas edificações a) o compartimento de uso comum de apoio ao uso da edifica-
remanescentes, das disposições previstas na LOE, PDE e LPUOS em ção, tal como vestiário, instalação sanitária e depósitos;
relação ao lote resultante da desapropriação, inclusive com a previ- b) as áreas de uso comum de circulação de pedestres, horizon-
são de demolição total se for o caso. tal e vertical;
Art. 107. No caso de imóvel parcialmente atingido por plano VII - no prédio residencial as áreas cobertas de uso comum lo-
de melhoramento aprovado por lei e com declaração de utilidade calizadas:
pública ou de interesse social em vigor, a edificação nova e as no- a) no pavimento térreo;
vas partes da edificação existente nas reformas com aumento de b) em qualquer pavimento, observado o limite de 3,00 m² (três
área devem observar os recuos mínimos obrigatórios, a taxa de metros quadrados) por habitação;
ocupação e o coeficiente de aproveitamento estabelecidos no PDE VIII - no prédio de uso não residencial:
e LPUOS e as disposições do COE em relação ao lote resultante da a) o pavimento térreo sem vedação, sendo admitido o fecha-
desapropriação. mento do controle de acesso e as caixas de escada da edificação;
§ 1º Observadas as condições estabelecidas no “caput” deste b) a circulação vertical de uso comum;
artigo, fica assegurado, ao proprietário que doar à Prefeitura do Mu- IX – (VETADO)
nicípio de São Paulo a parcela do imóvel necessária à execução do § 1º A área construída do abrigo de lixo pode ser superior ao
melhoramento viário aprovado por lei, o direito de utilizar também estabelecido no inciso III do “caput” deste artigo, quando tecnica-
essa parcela doada no cálculo do coeficiente de aproveitamento. mente justificado.
§ 2º Atendidas as disposições do “caput” deste artigo, a execu- § 2º As saliências a que se referem as alíneas “a”, “b” e “c” do
ção de edificação na faixa a ser desapropriada poderá ser permitida inciso IV do “caput” deste artigo não são consideradas para fins do
pela Prefeitura, a título precário, devendo ser prevista sua demoli- cálculo da área construída e podem ocupar as faixas de recuo es-
ção total e não sendo devida ao proprietário qualquer indenização tabelecidas na LPUOS e dos afastamentos previstos neste Código.
pela benfeitoria ou acessão quando da execução do melhoramento § 3º Quando o recuo de frente for dispensado pela LPUOS ad-
público. mite-se o avanço até 0,40 m (quarenta centímetros) de elemento
§ 3º No caso de o melhoramento prever a instituição de faixa arquitetônico, ornato, ornamento, jardineira, floreira, brise, aba
não edificável, não se aplica o disposto no § 1º deste artigo, de- horizontal e vertical, e terraços sobre o passeio público, desde que
vendo a faixa ser indicada no projeto da edificação e constar do observada a altura livre de 3,00 m (três metros) do nível do passeio
documento a ser emitido. e que não interfira nas instalações públicas.
§ 4º No equipamento destinado à prestação de serviço público
CAPÍTULO VIII de uso coletivo, a cobertura de quadra esportiva, quando destinada
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS à captação de água de chuva ou à instalação de sistema de energia
solar de aquecimento de água para utilização pela própria atividade
Art. 108. Para fins de aplicação dos índices de ocupação e apro- desenvolvida na edificação, não será computada no cálculo do coe-
veitamento do solo, observados os limites estabelecidos na LPUOS, ficiente de aproveitamento e da taxa de ocupação.
não é considerada área construída computável: § 5º As áreas sob a projeção das saliências poderão ser consi-
I - o terraço aberto, com área construída máxima por pavimen- deradas para cálculo para os índices de permeabilidade.
to equivalente a 5% (cinco por cento) da área do terreno; Art. 109. A edificação cuja titularidade seja de pessoa jurídica
II - o mobiliário definido como jirau, constituído de estrado ou de direito público do Município, do Estado de São Paulo e da União
passadiço, inclusive em estrutura metálica instalado a meia altura Federal e respectivas autarquias universitárias, ainda que implanta-
em compartimento, com pé-direito máximo de 2,30 m (dois me- da em imóvel não constante do Cadastro de Edificações do Municí-
tros e trinta centímetros), sem permanência humana prolongada, pio, fica considerada regular na situação existente em 31 de julho
ocupando, no máximo, 30% (trinta por cento) da área do compar- de 2014, data da Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014.(Regulamen-
timento; tado pelo Decreto nº 58.943/2019)
III - os demais tipos de mobiliário e a obra complementar com Parágrafo único. O atendimento às normas de estabilidade, se-
área construída de até 30,00 m² (trinta metros quadrados); gurança, salubridade e acessibilidade na edificação de que trata o
IV - a saliência, com as seguintes características e dimensões “caput” deste artigo é de responsabilidade do ente público que a
em relação ao plano da fachada da edificação: ocupa.
a) elemento arquitetônico, ornato, ornamento, jardineira, flo- Art. 110. Os arts. 2º e 13 da Lei nº 15.150, de 6 de maio de
reira, brise, aba horizontal e vertical, com até 0,40 m (quarenta cen- 2010, passam a vigorar com as seguintes alterações:
tímetros) de profundidade; “Art. 2º ......................................................
b) viga, pilar com até 0,40 m (quarenta centímetros) de avanço; § 1º São consideradas Áreas Especiais de Tráfego - AET:

156
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

I - AET 1 - Minianel Viário: vias classificadas pela legislação vi- ........................................................................”


gente como Estruturais N1 e N3, inseridas no Minianel Viário; Art. 112. Ficam isentos do pagamento da TEV/COE e taxas em
II - AET 2 - na área externa ao Minianel Viário: vias classificadas geral, bem como dispensados do pagamento dos preços públicos os
pela legislação vigente como Estruturais N1, N2 e N3; pedidos de parcelamento do solo de interesse social e de mercado
III - AET 3 - áreas de Operação Urbana: em todas as vias, inde- popular.
pendentemente de sua classificação. Art. 113. O parcelamento do solo de imóvel cuja titularidade
§ 2º Para fins de enquadramento das edificações como Polos seja da União, do Estado e do Município fica sujeito ao prévio exa-
Geradores de Tráfego - PGT, são consideradas vagas de estaciona- me dos órgãos municipais competentes, independendo da expedi-
mento de veículos o somatório das vagas oferecidas no projeto, ex- ção dos documentos estabelecidos na LPUOS.
cetuadas aquelas destinadas a carga e descarga, atendimento médi- § 1º Caso apresentado, o pedido de parcelamento do solo do
co de emergência, segurança, motocicletas e bicicletas.” Município, Estado e União fica isento do pagamento da TEV/COE e
“Art. 13. A Certidão de Diretrizes é documento obrigatório para dispensado do pagamento dos preços públicos.
a obtenção de Alvará de Aprovação e Execução, de Alvará de Execu- § 2º A isenção a que se refere o § 1º deste artigo aplica-se, in-
ção e de Certificado de Regularização para empreendimento quali- clusive, às entidades da Administração Pública Indireta.
ficado como Polo Gerador de Tráfego. Art. 114. Aplicam-se os procedimentos administrativos estabe-
§ 1º Quando se tratar de pedido de Alvará de Aprovação, este lecidos neste Código aos processos em andamento na data de sua
será expedido mediante manifestação favorável da CET em relação entrada em vigor.
ao cumprimento, no projeto do empreendimento, do disposto nos § 1º A reconsideração do despacho de primeira instância ad-
incisos I a III do parágrafo único do art. 4º desta lei. ministrativa protocolada anteriormente à data da entrada em vigor
§ 2º No caso de pedido de Certificado de Regularização, tam- deste Código deve ser apreciada pela segunda instância conforme
bém deverá ser apresentado o Termo de Recebimento e Aceitação estabelecido no art. 69.
Definitivo - TRAD. § 2º O recurso em trâmite na última instância decisória extinta
§ 3º No caso de projeto modificativo ou de mudança do projeto por este Código deve ser apreciado nesta instância quando:
no decorrer da análise, fica dispensada a apresentação de nova cer- I - protocolado anteriormente à data de sua entrada em vigor;
tidão quando as alterações em relação ao projeto original analisado II - protocolado após a data de sua entrada em vigor, porém
por CET: dentro do prazo estabelecido pela legislação anterior para este fim.
a) não impliquem em alteração de uso, categoria de uso ou § 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo aos
subcategoria de uso; processos em andamento nos termos da Lei nº 11.522, de 3 de
b) não ultrapassem 5% (cinco por cento) nas áreas computáveis maio de 1994, Lei nº 13.558, de 14 de abril de 2003, e Lei nº 13.876,
e não computáveis, na taxa de ocupação e no número de vagas para de 23 de julho de 2004.
veículos; Art. 115. O pedido protocolado até a data do início da vigência
c) não impliquem em alteração de acessos de pedestres e ve- deste Código, ainda sem despacho decisório ou com interposição
ículos.” de recurso dentro do prazo legal, deve ser analisado e decidido de
Art. 111. Os arts. 82 e 83 da Lei nº 15.764, de 27 de maio de acordo com os requisitos técnicos da legislação anterior.
2013, passam a vigorar com as seguintes alterações: § 1º No caso de que trata o “caput” deste artigo, não será ad-
“Art. 82. ..................................................... mitida qualquer mudança, alteração ou modificação que implique
IV - emitir parecer sobre a aplicação da legislação de edifica- no agravamento das desconformidades em relação ao estabelecido
ções e de uso, ocupação e parcelamento do solo e do Plano Diretor neste Código.
Estratégico - PDE, em especial no que diz respeito à implantação e § 2º Por opção e a pedido do interessado, a análise e decisão
afastamentos de edificação em especial relativas a nível do pavi- podem ocorrer integralmente nos termos deste Código.
mento térreo em função de determinantes construtivas resultantes § 3º No caso previsto no § 2º deste artigo, não será admitida
de: a apresentação do projeto simplificado previsto neste Código, de-
a) áreas sujeitas a alagamento; vendo o interessado, para tanto, desistir do processo em aberto,
b) restrição à construção de subsolo em terrenos contamina- protocolar novo pedido e recolher as taxas devidas.
dos e, quando exigido por órgão ambiental competente; Art. 116. O prazo de vigência do Alvará de Aprovação a ser ex-
c) lençol freático em níveis próximos ao perfil do terreno; pedido em processo protocolado em data anterior à data da entra-
V - ..................................................................... da em vigor deste Código será de 3 (três) anos.
VI - decidir quanto à dispensa dos recuos laterais e de fundo Parágrafo único. O disposto no “caput” deste artigo aplica-se
quando o lote vizinho apresentar edificação encostada na divisa do aos Alvarás de Aprovação e aos Alvarás de Aprovação e Execução
lote, conforme análise caso a caso. já emitidos e vigentes na data da entrada em vigor deste Código.
........................................................................” Art. 117. O Executivo, à vista da evolução tecnológica e dos
“Art. 83. A CEUSO é composta de 8 (oito) membros, todos com costumes, promoverá a constante atualização das prescrições deste
seus respectivos suplentes, sendo 4 (quatro) do Poder Público e 4 Código, fixando, para tanto, os seguintes objetivos:
(quatro) da sociedade civil pertencentes a entidades ligadas à en- I - promoção das adequações e remanejamentos administrati-
genharia, arquitetura e construção civil, na forma definida em de- vos necessários ao processo de modernização e atualização deste
creto. Código, inclusive no que se refere à estrutura operacional da fisca-
......................................................................... lização;
§ 2º Os representantes da CEUSO devem ser arquitetos ou en- II - estabelecimento de novos procedimentos que permitam a
genheiros, podendo o representante da Secretaria Municipal dos reunião do maior número de experiências e informações de entida-
Negócios Jurídicos ser Procurador do Município. des e órgãos técnicos internos e externos à Prefeitura;

157
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

III - estabelecimento de rotinas e sistemáticas de consulta a en-


tidades representativas da comunidade. LEI 16.402 DE 22 DE MARÇO DE 2016 - DISCIPLINA O
Parágrafo único. A Secretaria Municipal de Licenciamento é o PARCELAMENTO, O USO E A OCUPAÇÃO DO SOLO NO
órgão responsável pela coordenação do procedimento de atualiza- MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, DE ACORDO COM A LEI
ção de que trata o “caput” deste artigo. Nº 16.050, DE 31 DE JULHO DE 2014 – PLANO DIRETOR
Art. 118. A não observância das disposições deste Código, de ESTRATÉGICO (PDE). • TÍTULO I - INTEIRO • TÍTULO
seu decreto regulamentar e das normas técnicas aplicáveis sujeita o II - ARTIGOS 5°; 6° E 26 • TÍTULO III - ARTIGOS 35; 36;
proprietário ou o possuidor e o profissional habilitado aos procedi- 37 E 49 • TÍTULO IV - ARTIGOS 56 E 65 • TÍTULO V - AR-
mentos fiscalizatórios e à aplicação das penalidades estabelecidas TIGOS 93; 112 E 113 • TÍTULO VI - ARTIGOS 128 A 133;
na Tabela de Multas constante do Anexo III desta lei, sem prejuízo 135; 136; 138 A 153; 176
das sanções administrativas e medidas judiciais cabíveis.
Art. 119. A Prefeitura pode firmar convênio com órgão de clas- LEI Nº 16.402, DE 22 DE MARÇO DE 2016
se de arquitetos e engenheiros visando ao aprimoramento dos me-
canismos de controle do exercício profissional. Disciplina o parcelamento, o uso e a ocupação do solo no Mu-
Art. 120. A Prefeitura deve implantar sistema de gestão eletrô- nicípio de São Paulo, de acordo com a Lei nº 16.050, de 31 de julho
nico visando à simplificação e transparência do processo de licen- de 2014 – Plano Diretor Estratégico (PDE).
ciamento, para que o agente público e o munícipe possam acompa- FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, no
nhar toda a tramitação dos pedidos. uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a
Art. 121. Os projetos para áreas sob intervenção urbanística Câmara Municipal, em sessão de 2 de março de 2016, decretou e eu
promovida pelo Poder Público, os equipamentos públicos, os pro- promulgo a seguinte lei:
gramas habitacionais de interesse social, bem como o Empreendi-
mento Habitacional de Interesse Social em ZEIS - EZEIS, Empreen- TÍTULO I
dimento Habitacional de Interesse Social - EHIS, Empreendimento CONCEITOS, DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS DE ORDENAMENTO
Habitacional do Mercado Popular - EHMP, Habitação de Interesse TERRITORIAL
Social - HIS, Habitação do Mercado Popular - HMP e moradia econô-
mica, definidos em legislação municipal, podem ser objeto de nor- Art. 1º O parcelamento, o uso e a ocupação do solo no territó-
mas especiais diversas das adotadas por este Código e apropriadas rio do Município de São Paulo ficam disciplinados pelas disposições
à finalidade do empreendimento, fixadas por ato do Executivo. desta lei, de acordo com a Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014 –
Art. 122. O Executivo regulamentará esta lei no prazo de até 60 PDE, e legislação correlata.
(sessenta) dias contados da data de sua publicação. Parágrafo único. Os conceitos utilizados nesta lei constam do
Art. 123. Esta lei entrará em vigor no prazo de até 60 (sessenta) Quadro 1 da Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014 – PDE comple-
dias contados da data de sua publicação, junto com sua regulamen- mentados pelo Quadro 1 desta lei.
tação, revogadas a Lei nº 5.534, de 18 de julho de 1958, o art. 5º da Art. 2º São diretrizes para o parcelamento, uso e ocupação do
Lei nº 8.382, de 13 de abril de 1976, Lei nº 9.843, de 4 de janeiro solo:
de 1985, Lei nº 10.671, de 28 de outubro de 1988, Lei nº 10.940, I - a qualificação do adensamento demográfico, intensificação
de 18 de janeiro de 1991, Lei nº 11.228, de 25 de junho de 1992, das atividades econômicas, diversificação do uso do solo e qualifi-
Lei nº 11.441, de 12 de novembro de 1993, Lei nº 11.693, de 22 de cação da paisagem ao longo dos eixos de estruturação da transfor-
dezembro de 1994, Lei nº 11.859, de 31 de agosto de 1995, Lei nº mação urbana;
11.948, de 8 de dezembro de 1995, Lei nº 12.561, de 8 de janeiro II - o reconhecimento, consolidação e estruturação das centra-
de 1998, Lei nº 12.597, de 16 de abril de 1998, Lei nº 12.815, de 6 lidades ao longo das principais vias de conexão do Município e em
de abril de 1999, Lei nº 12.821, de 7 de abril de 1999, Lei nº 12.936, centros e subcentros regionais;
de 7 de dezembro de 1999, o art. 2º da Lei nº 13.113, 16 de março III - a promoção da qualificação ambiental do Município, em es-
de 2001, Lei nº 13.319, de 5 de fevereiro de 2002, Lei nº 13.369, de pecial nos territórios de intensa transformação, de forma a contri-
3 de junho de 2002, Lei nº 13.779, de 11 de fevereiro de 2004, Lei buir na gestão integrada das águas com ênfase na drenagem urbana
nº 14.459, de 3 de julho de 2007, Lei nº 15.649, de 5 de dezembro e na melhoria da cobertura vegetal;
de 2012, Lei nº 15.831, de 24 de junho de 2013, e o art. 12 da Lei nº IV - o incentivo à promoção de construções sustentáveis visan-
16.124, de 9 de março de 2015. do reduzir emissões de gases de efeito estufa, reduzir o consumo de
água e de energia, otimizar a utilização do espaço público e contri-
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 9 de maio de buir para a melhoria das condições ambientais;
2017, 464º da fundação de São Paulo. V - a preservação e proteção das unidades de conservação,
áreas de preservação e recuperação dos mananciais, áreas de pre-
servação permanente, remanescentes de vegetação significativa,
imóveis e territórios de interesse cultural, da atividade produtiva
instalada e bairros de urbanização consolidada;
VI - a limitação e o condicionamento da instalação de empre-
endimentos de médio e grande porte tendo em vista as condições
urbanísticas do seu entorno, de modo a proporcionar melhor equi-
líbrio entre áreas públicas e privadas, melhor interface entre o

158
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

logradouro público e o edifício, compatibilidade entre densidade VIII - fruição pública, fachada ativa, limite de vedação do lote e
demográfica e a infraestrutura existente e maior continuidade, ca- destinação de área para alargamento do passeio público: ampliar as
pilaridade e conectividade do sistema viário; áreas de circulação de pedestres, proporcionar maior utilização do
VII - a adequação do uso do solo aos modos de transporte não espaço público e melhorar a interação dos pedestres com os pavi-
motorizados, em especial à adoção de instalações que incentivem mentos de acesso às edificações.
o uso da bicicleta;
VIII - o incentivo à integração, no uso do solo, dos diversos mo- TÍTULO II
dos de transporte; DAS ZONAS
IX - a aproximação do emprego e dos serviços urbanos à mo-
radia; Art. 5º As zonas correspondem a porções do território nas
X - a promoção da habitação de interesse social de forma inte- quais incidem parâmetros próprios de parcelamento, uso e ocupa-
grada aos bairros e nos territórios com oferta de serviços públicos ção do solo estabelecidos nos quadros desta lei.
e empregos; § 1º Os perímetros das zonas estão delimitados nos Mapas 1
XI - a instalação de equipamentos sociais em locais com carên- e 2 desta lei.
cia de serviços públicos, em especial saúde e educação; § 2º Na área de proteção e recuperação dos mananciais deve-
XII - a instalação de atividades econômicas e institucionais e rão ser aplicadas, em todas as zonas, as regras de parcelamento,
do uso residencial em conformidade com o desenvolvimento sus- uso e ocupação previstas na legislação estadual pertinente, quando
tentável e com o macrozoneamento estabelecido no Plano Diretor mais restritivas.
Estratégico; Art. 6º As zonas do Município têm suas características definidas
XIII - a simplificação das regras de parcelamento, uso e ocupa- em função do território no qual se inserem:
ção do solo, em especial nos lotes pequenos, de modo a facilitar a I - territórios de transformação: são áreas em que se objetiva
regularidade nos processos de produção e transformação do espa- a promoção do adensamento construtivo, populacional, atividades
ço urbano. econômicas e serviços públicos, a diversificação de atividades e a
Art. 3º Como estratégia de ordenamento territorial, o território qualificação paisagística dos espaços públicos de forma a adequar
do Município fica dividido em zonas, caracterizadas pelo conjunto o uso do solo à oferta de transporte público coletivo, compreen-
de regras de parcelamento, ocupação e uso do solo aplicáveis às dendo:
respectivas porções do território. a) Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana (ZEU);
Art. 4º Para o cumprimento das estratégias de ordenamento b) Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana Am-
territorial previstas na Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014 – PDE biental (ZEUa);
e atendimento das diretrizes estabelecidas nesta lei, os parâmetros c) Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana Previsto
de parcelamento, uso e ocupação dos lotes serão definidos confor- (ZEUP);
me as seguintes finalidades principais: d) Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana Previsto
I - dimensões máximas de lotes e quadras: adequar a inserção Ambiental (ZEUPa);
de empreendimentos de médio e grande porte em relação ao en- e) Zona Eixo de Estruturação da Transformação Metropolitana
torno, melhorar a oferta de áreas públicas e evitar a descontinuida- (ZEM);
de do sistema viário; f) Zona Eixo de Estruturação da Transformação Metropolitana
II - classificação dos usos: definir categorias, subcategorias e Previsto (ZEMP);
grupos de atividades para estabelecer os usos e atividades permiti- II - territórios de qualificação: são áreas em que se objetiva
dos em cada zona, bem como suas condições de instalação; a manutenção de usos não residenciais existentes, o fomento às
III - parâmetros de incomodidade: estabelecer limites quanto à atividades produtivas, a diversificação de usos ou o adensamento
interferência de atividades não residenciais em relação ao uso re- populacional moderado, a depender das diferentes localidades que
sidencial; constituem estes territórios, compreendendo:
IV - condições de instalação dos usos: estabelecer referências e a) Zona Centralidade (ZC);
condicionantes conforme usos e atividades não residenciais para a b) Zona Centralidade Ambiental (ZCa);
adequação das edificações, inclusive a largura da via; c) Zona Centralidade lindeira à ZEIS (ZC-ZEIS);
V - coeficiente de aproveitamento e cota-parte mínima e má- d) Zona Corredor 1 (ZCOR-1);
xima de terreno por unidade: controlar as densidades construtivas e) Zona Corredor 2 (ZCOR-2);
e demográficas em relação aos serviços públicos e à infraestrutura f) Zona Corredor 3 (ZCOR-3);
urbana existentes e planejados; g) Zona Corredor Ambiental (ZCORa);
VI - gabarito de altura máxima, recuos e taxa de ocupação: h) Zona Mista (ZM);
controlar a volumetria das edificações no lote e na quadra e evitar i) Zona Mista Ambiental (ZMa);
interferências negativas na paisagem urbana; j) Zona Mista de Interesse Social (ZMIS);
VII - quota ambiental e taxa de permeabilidade mínima: pro- k) Zona Mista de Interesse Social Ambiental (ZMISa);
mover a qualificação ambiental, em especial a melhoria da reten- l) Zona Especial de Interesse Social 1 (ZEIS-1);
ção e infiltração da água nos lotes, a melhoria do microclima e a m) Zona Especial de Interesse Social 2 (ZEIS-2);
ampliação da vegetação; n) Zona Especial de Interesse Social 3 (ZEIS-3);
o) Zona Especial de Interesse Social 4 (ZEIS-4);
p) Zona Especial de Interesse Social 5 (ZEIS-5);
q) Zona de Desenvolvimento Econômico 1 (ZDE-1);
r) Zona de Desenvolvimento Econômico 2 (ZDE-2);

159
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

s) Zona Predominantemente Industrial 1 (ZPI-1); TÍTULO III


t) Zona Predominantemente Industrial 2 (ZPI-2); DO PARCELAMENTO DO SOLO URBANO
u) Zona de Ocupação Especial (ZOE);
III - territórios de preservação: são áreas em que se objetiva a Art. 35. A disciplina do parcelamento do solo regula a divisão
preservação de bairros consolidados de baixa e média densidades, ou redivisão do solo, objetivando o equilíbrio entre áreas públicas e
de conjuntos urbanos específicos e territórios destinados à promo- privadas e seu adequado aproveitamento urbanístico.
ção de atividades econômicas sustentáveis conjugada com a preser- Art. 36. Somente será permitido o parcelamento do solo para
vação ambiental, além da preservação cultural, compreendendo: fins urbanos na zona urbana, definida pela Lei nº 16.050, de 31 de
a) Zona Predominantemente Residencial (ZPR); julho de 2014 – PDE.
b) Zona Exclusivamente Residencial 1 (ZER-1); Art. 37. Não será permitido o parcelamento do solo:
c) Zona Exclusivamente Residencial 2 (ZER-2); I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de
d) Zona Exclusivamente Residencial Ambiental (ZERa); tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas;
e) Zona de Preservação e Desenvolvimento Sustentável (ZPDS); II - em áreas com potencial ou suspeitas de contaminação, em
f) Zona de Preservação e Desenvolvimento Sustentável da Zona áreas contaminadas e em monitoramento ambiental, sem que haja
Rural (ZPDSr); manifestação favorável do órgão ambiental competente para sua
g) Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAM); reutilização conforme o uso pretendido; (interpretação conforme
h) Zona Especial de Preservação (ZEP); à Constituição do Estado - ADIN nº 2304556- 40.2020.8.26.0000)
i) Zona Especial de Preservação Cultural (ZEPEC). III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta
por cento), salvo se atendidas as exigências específicas das autori-
SEÇÃO I dades competentes;
DAS ZONAS ESPECIAIS DE PRESERVAÇÃO CULTURAL (ZEPEC) IV - em terrenos onde a incidência de processos geológico-geo-
técnicos não aconselhe a edificação;
Art. 26. São excluídos do enquadramento como ZEPEC os imó- V - em áreas de preservação ecológica;
veis que tenham perdido a condição de tombados ou protegidos, VI - em áreas onde a poluição, em suas diversas formas, impeça
sem prejuízo da aplicação do disposto no art. 68 da Lei nº 16.050, condições sanitárias suportáveis, até a sua correção.
de 31 de julho de 2014 – PDE, e demais sanções previstas na legisla-
ção específica. (Regulamentado pelo Decreto nº 57.443/2016) CAPÍTULO II
§ 1º A demolição, destruição proposital ou causada pela não DAS MODALIDADES DE PARCELAMENTO DO SOLO
conservação ou descaracterização irreversível do imóvel tombado
ou em processo de tombamento acarretará a aplicação das seguin- Art. 49. São modalidades de parcelamento do solo:
tes penalidades: I - loteamento;
I - multa, conforme Quadro 5 e legislação específica; II - desmembramento;
II - a extinção da faculdade de transferência do potencial cons- III - remembramento;
trutivo e, caso tenha sido realizada, a devolução em dobro e corri- IV - reparcelamento;
gida do valor correspondente ao potencial construtivo transferido V - Parcelamento de Interesse Social (PIS).
referenciado no cadastro de valores da outorga onerosa do direito § 1º Considera-se remembramento o reagrupamento de lotes
de construir, conforme Quadro 14 da Lei nº 16.050, de 31 de julho para edificar, até o limite das dimensões máximas estabelecidas no
de 2014 – PDE; Quadro 2A desta lei, desde que a operação não interfira com o siste-
III - coeficiente de aproveitamento básico passará a ser igual a ma viário existente, nem imponha qualquer outra modificação nos
0,1 (um décimo); logradouros já existentes.
IV - o fator de interesse social e o fator de planejamento da § 2º Considera-se reparcelamento do solo o reagrupamento de
outorga onerosa do direito de construir passarão a ter o valor igual lotes ou glebas e sua posterior divisão em novos lotes com dimen-
a 2 (dois) cada um; sões, localização ou configuração distintos da situação original.
V - impedimento de aplicação de todos os incentivos previstos § 3º O reparcelamento observará as disposições desta lei rela-
nesta lei. tivas ao parcelamento.
§ 2º A emissão de autorizações e licenças para novas constru- § 4º Os projetos de reparcelamento poderão envolver conjunto
ções e atividades nos casos previstos no parágrafo anterior depen- de lotes ou glebas que, somados, atinjam dimensões máximas su-
derá da celebração de Termo de Compromisso de Ajustamento de periores àquelas estabelecidas no Quadro 2A desta lei, desde que
Conduta Cultural nos termos do art. 173 da Lei nº 16.050, de 31 os lotes resultantes do reparcelamento respeitem as dimensões es-
de julho de 2014 – PDE, e deverá observar as seguintes condições: tabelecidas no referido quadro.
I - os usos deverão apresentar finalidade voltada à promoção § 5º No caso de parcelamento do solo para fins de HIS e HMP,
de atividades culturais, serviços públicos sociais ou habitação de os parâmetros e regras a serem observados serão:
interesse social, atestada pelo órgão municipal de planejamento I - no EHIS aqueles definidos em decreto;
urbano; II - no EHMP as disposições estabelecidas nesta lei.
II - deverão ser respeitados todos os parâmetros da zona inci-
dente e as penalidades previstas no parágrafo anterior.
§ 3º As penalidades deverão ser averbadas nas matrículas dos
imóveis objetos da demolição, destruição proposital ou causada
pela não conservação ou descaracterização irreversível do imóvel
enquadrado como ZEPEC.

160
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

TÍTULO IV § 2º Nas edificações ou lotes ocupados por mais de uma ativi-


DA OCUPAÇÃO DO SOLO dade não residencial, deverão ser atendidas as condições de insta-
lação da atividade mais restritiva, quando não for possível diferen-
CAPÍTULO I ciar os parâmetros aplicáveis a cada uso.
DOS PARÂMETROS DE OCUPAÇÃO DO SOLO § 3º Os horários de funcionamento, bem como os horários para
carga e descarga, serão regulamentados pelo órgão municipal com-
Art. 56. São parâmetros de ocupação do solo, dentre outros: petente, respeitados os parâmetros de incomodidade do Quadro
I - coeficiente de aproveitamento (CA), dividido em: 4B desta lei.
a) coeficiente de aproveitamento mínimo (CAmin); § 4º Os empreendimentos de até 500m² (quinhentos metros
b) coeficiente de aproveitamento básico (CAbas); quadrados) de área construída computável, exceto supermercados,
c) coeficiente de aproveitamento máximo (CAmax); poderão atender às exigências de vagas de carga e descarga, total
II - taxa de ocupação (TO); ou parcial, por meio de uma central de armazenamento de carga ou
III - gabarito de altura máxima (GAB); bolsão de estacionamento localizados num raio de até 1.000m (mil
IV - recuos mínimos; metros) dos respectivos empreendimentos, desde que autorizado
V - cota-parte máxima de terreno por unidade (CPmax); pelo órgão municipal de trânsito competente.
VI - cota-parte mínima de terreno por unidade (CPmin); § 5º Não se aplica a exigência prevista no inciso II do “caput”
VII - taxa de permeabilidade (TP); deste artigo às edificações existentes anteriormente à vigência des-
VIII - quota ambiental (QA). ta lei.
Art. 65. São recuos mínimos da edificação em relação ao perí- § 6º As condições de atendimento das disposições constantes
metro do lote: da alínea “d” do inciso I do “caput” deste artigo serão definidas por
I - recuo de frente; decreto.
II - recuos laterais; § 7º Para efeito de aplicação desta lei, a largura de via a ser
III - recuo de fundo. considerada é a menor dimensão existente na extensão da face de
quadra em que o lote está situado, sendo admitida variação de no
TÍTULO V máximo 5% (cinco por cento) entre a largura existente no local e
DO USO DO SOLO aquela exigida para a implantação do uso pretendido.
Art. 113. Os usos residenciais e não residenciais deverão aten-
CAPÍTULO I der aos parâmetros de incomodidade relativos a:
DAS CATEGORIAS DE USO DO SOLO E SUA OCORRÊNCIA NO I - ruído;
TERRITÓRIO II - vibração associada;
III - radiação;
Art. 93. O uso do solo no Município de São Paulo classifica-se IV - odores;
em duas categorias: V - gases, vapores e material particulado.
I - categoria de Uso Residencial – R, que envolve a moradia de § 1º Os parâmetros referidos neste artigo poderão variar con-
um indivíduo ou grupo de indivíduos; forme a zona e horários diurno e noturno, conforme Quadro 4B
II - categoria de Uso não Residencial – nR, que envolve o de- desta lei.
senvolvimento de atividades comerciais, de serviços, industriais ou § 2º Poderão ser definidos parâmetros especiais de incomo-
institucionais. didade por lei municipal específica, em especial aqueles que bus-
Parágrafo único. É admitida a instalação, no mesmo lote ou quem a redução de ruído no uso do solo conforme especificidades
edificação, de mais de uma categoria ou subcategoria de uso, bem locais, de determinados usos e grandes equipamentos de infraes-
como a combinação de usos residenciais e não residenciais. trutura geradores de ruído.

CAPÍTULO II TÍTULO VI
DAS CONDIÇÕES DE INSTALAÇÃO E DOS PARÂMETROS DE DO LICENCIAMENTO, DA FISCALIZAÇÃO E DOS PROCEDIMEN-
INCOMODIDADE TOS ADMINISTRATIVOS

Art. 112. São condições de instalação dos usos: Art. 128. O parcelamento, ocupação e uso do solo estão sujei-
I - número de vagas para estacionamento: tos aos procedimentos estabelecidos nesta lei, em leis específicas e
a) para automóveis; nas disposições regulamentares pertinentes.
b) especiais; Art. 129. A edificação, para fins da disciplina do uso e ocupação
c) para motocicletas; do solo, classifica-se em conforme ou não conforme.
d) para bicicletas; § 1º Edificação conforme é aquela que atende às características
II - vestiário para usuários de bicicletas; de parcelamento, uso e ocupação do solo dispostas nesta lei.
III - espaço de carga e descarga; § 2º Edificação não conforme é aquela que não atende a qual-
IV - área de embarque e desembarque de pessoas; quer uma das características de parcelamento, uso e ocupação do
V - horário de carga e descarga; solo dispostas nesta lei.
VI - horário de funcionamento; Art. 130. As edificações serão consideradas em situação regular
VII - largura da via. nas hipóteses previstas pela legislação edilícia.
§ 1º As condições de instalação constam do Quadro 4A desta
lei.

161
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 131. O uso de imóveis, para fins da disciplina de parcela- I - as exigências relativas a horário de carga e descarga, que
mento, uso e ocupação do solo, classifica-se em permitido ou não devem ser imediatamente atendidas;
permitido e em conforme ou não conforme. II - as exigências da legislação específica sobre controle da
§ 1º Uso permitido no local é aquele passível de ser implantado emissão de ruído.
ou instalado no imóvel em função da zona e da largura da via. § 2º Nas edificações de que trata o § 2º do art. 129 desta lei não
§ 2º Uso não permitido no local é aquele não passível de ser serão permitidas ampliações, sendo admitidas somente reformas
implantado ou instalado no imóvel em função da zona e da largura essenciais à segurança e higiene dessas edificações e a instalação
da via. de equipamentos necessários.
§ 3º Uso conforme é aquele permitido no local e que atende § 3º Nas edificações regulares em razão de Certificado de Con-
também a todos os parâmetros de incomodidade e condições de clusão, Auto de Regularização, Auto de Vistoria ou Alvarás de Con-
instalação dos usos constantes dos Quadros 4A e 4B desta lei. servação expedidos de acordo com as disposições anteriores a esta
§ 4º Uso não conforme é aquele que não é permitido no local lei, poderá ser instalado o uso declarado na respectiva aprovação
ou, no caso de uso não residencial – nR, aquele que, mesmo permi- ou regularização, ainda que este não seja considerado permitido
tido, não atende a qualquer um dos parâmetros de incomodidade nos termos desta lei.
ou a qualquer uma das condições de instalação constantes dos Qua-
dros 4A e 4B desta lei. CAPÍTULO II
Art. 132. O uso conforme poderá instalar-se em edificação em DO LICENCIAMENTO DAS ATIVIDADES
situação regular, ainda que não conforme.
§ 1º Os usos não residenciais – nR serão considerados irregula- Art. 136. Nenhuma atividade não residencial – nR poderá ser
res quando ocuparem ou utilizarem imóveis irregulares de acordo instalada sem prévia emissão, pela Prefeitura, da licença correspon-
com as definições constantes da legislação edilícia, ressalvado o dis- dente, sem a qual será considerada em situação irregular.
posto no art. 133 desta lei. § 1º A licença a que se refere o “caput” deste artigo deverá ser
§ 2º Os usos não residenciais também serão considerados em emitida preferentemente de modo eletrônico pelo sítio da Prefei-
situação irregular quando a licença a que se refere o art. 136 desta tura na internet.
lei tenha perdido a eficácia em função de alterações de utilização, § 2º A expedição da licença a que se refere o “caput” deste
de incomodidade ou de instalação ocorridas em relação às condi- artigo dependerá de ser o uso permitido na zona, da regularidade
ções anteriores regularmente aceitas pelo Executivo. da edificação e do atendimento das condições de instalação e dos
Art. 133. Nos casos dos empreendimentos considerados de bai- parâmetros de incomodidade previstos nos Quadros 4A e 4B desta
xo risco referidos no art. 127 desta lei, o uso poderá ser instalado lei, ressalvado o disposto no art. 133 desta lei.
em edificação não regular de acordo com as definições da legislação § 3º Nas unidades habitacionais situadas em qualquer zona,
edilícia, desde que asseguradas as condições de higiene, segurança exceto nas ZER, é facultado aos respectivos moradores o exercício
de uso, estabilidade, habitabilidade da edificação, assim como as de suas profissões, com o emprego de no máximo 1 (um) auxiliar ou
condições de instalação e os parâmetros de incomodidade.(Regula- funcionário, observados os parâmetros de incomodidade definidos
mentado pelo Decreto nº 57.298/2016) para a zona ou via, dispensada a licença a que se refere o “caput”
§ 1º O disposto no “caput” deste artigo não exime o proprietá- deste artigo.
rio da edificação dos procedimentos e penalidades decorrentes da § 4º Nas unidades habitacionais situadas em ZER, é facultado
legislação edilícia.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.298/2016) aos respectivos moradores o exercício de atividades intelectuais,
§ 2º Aplica-se o disposto no “caput” nas atividades auxiliares sem receber clientes e sem utilizar auxiliares ou funcionários, ob-
dos empreendimentos enquadrados no grupo de atividade INFRA-1 servados os parâmetros de incomodidade definidos para as ZER,
da subcategoria de uso INFRA.(Regulamentado pelo Decreto nº dispensada a licença a que se refere o “caput” deste artigo.
57.298/2016) § 5º Ficam mantidas as disposições da Lei nº 15.031, de 13 de
novembro de 2009.
CAPÍTULO I § 6º A licença de funcionamento poderá ser expedida concomi-
DOS PARCELAMENTOS E EDIFICAÇÕES EXISTENTES E USOS tantemente à emissão de certificado de conclusão ou documento
INSTALADOS equivalente para as atividades a serem elencadas por ato do Execu-
tivo, quando a atividade licenciada corresponder àquela declarada
Art. 135. O uso comprovadamente instalado até a data de pu- na respectiva aprovação ou regularização da edificação.
blicação desta lei, permitido para o local na legislação vigente quan- Art. 138. A realização de eventos públicos temporários sem
do de sua instalação, que tenha se tornado não permitido ou não prévia autorização, quando exigida, acarretará multa no valor esta-
conforme nos termos desta lei, será tolerado, desde que: belecido no Quadro 5 desta lei.
I - a edificação possa ser considerada em situação regular nos
termos da legislação edilícia;
II - no caso do uso não residencial – nR, sejam atendidos os
parâmetros de incomodidade.
§ 1º O Executivo poderá, com objetivo de possibilitar a adequa-
ção aos novos parâmetros desta lei, conceder prazo proporcional
aos ajustes necessários ao atendimento de cada parâmetro de inco-
modidade, a partir da entrada em vigor desta lei, até o máximo de
360 (trezentos e sessenta) dias, excetuadas:

162
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO III § 2º Para cumprimento da disposição do “caput” deste artigo,


DA FISCALIZAÇÃO o infrator ou o responsável pela atividade encontrada funcionando
poderá ser conduzido pessoalmente, com auxilio policial, à autori-
SEÇÃO I dade competente para a instauração do referido inquérito.
DOS USOS IRREGULARES Art. 144. Persistindo o funcionamento irregular após a interdi-
ção e requerida a instauração do inquérito policial, serão adotadas
Art. 139. Para os efeitos desta lei, considera-se infrator o pro- as providências necessárias ao ajuizamento das medidas judiciais
prietário, o possuidor ou seu sucessor a qualquer título e a pessoa cabíveis, mantidas as multas em sua periodicidade até o encerra-
física ou jurídica responsável pelo uso irregular ou não conforme, mento da atividade com a desocupação do imóvel. (Regulamentado
de acordo com as definições desta lei e o tipo de infração cometida. pelo Decreto nº 57.443/2016)
(Regulamentado pelo Decreto nº 57.443/2016) Art. 145. As atividades não permitidas, objeto de ação fiscal,
Art. 140. A licença a que se refere o art. 136 deverá estar afixa- constarão do Portal da Transparência da Prefeitura na internet,
da, permanentemente, em posição visível para o público, no acesso indicando a respectiva fase da fiscalização, atualizada de acordo
principal dos imóveis de uso não residencial – nR. (Regulamentado com a periodicidade pertinente. (Regulamentado pelo Decreto nº
pelo Decreto nº 57.443/2016) 57.443/2016)
Art. 141. Constatado o funcionamento da atividade sem a li- § 1º Da publicação deverá constar o nome do estabelecimento,
cença a que se refere o art. 136, o funcionamento da atividade será nome fantasia, local do estabelecimento e a fase da ação fiscal de-
considerado irregular, ensejando a lavratura de Autos de Infração talhada, entre outros dados.
e de Multa e, concomitantemente, de Auto de Intimação para re- § 2º Encerrado o funcionamento do estabelecimento com a de-
gularizar a situação ou encerrar a atividade, nos seguintes prazos: socupação do imóvel, será retirada do Portal qualquer indicação da
(Regulamentado pelo Decreto nº 57.443/2016) ação fiscal promovida.
I - 90 (noventa) dias, para a atividade considerada conforme;
II - 30 (trinta) dias, para a atividade considerada permitida no SEÇÃO II
local; DO DESRESPEITO AOS PARÂMETROS DE INCOMODIDADE
III - 5 (cinco) dias úteis, para a atividade considerada não per-
mitida no local. Art. 146. Fica proibida a emissão de ruídos, produzidos por
§ 1º Em se tratando de atividade considerada permitida no lo- quaisquer meios ou de quaisquer espécies, com níveis superiores
cal, mas que não atenda as condições de instalação ou as normas aos determinados pela legislação federal, estadual ou municipal,
de segurança, de habitabilidade ou de higiene, o prazo será de 10 prevalecendo a mais restritiva. (Regulamentado pelo Decreto nº
(dez) dias, sem prejuízo da imediata observância dos parâmetros de 57.443/2016)
incomodidade. § 1º As medições deverão ser efetuadas pelos agentes compe-
§ 2º Os prazos estabelecidos neste artigo são improrrogáveis e tentes na forma da legislação aplicável, por meio de sonômetros
contados da data da intimação do responsável ou de seu preposto. devidamente aferidos, de acordo com as normas técnicas em vigor.
Art. 142. O desatendimento do Auto de Intimação de que trata § 2º Não estarão sujeitos às proibições desta lei os sons produ-
o art. 141 desta lei implicará a lavratura de Autos de Infração e de zidos pelas seguintes fontes:
Multa, concomitantemente, com a interdição da atividade, com la- a) aparelhos sonoros usados durante a propaganda eleitoral,
cre. (Regulamentado pelo Decreto nº 57.443/2016) conforme o disposto na legislação própria;
§ 1º A interdição da atividade, a critério da fiscalização, também b) sereias ou aparelhos sonoros de viaturas quando em servi-
poderá ser efetivada utilizando meios físicos que criem obstáculos ços de socorro ou de policiamento;
ao acesso, tais como emparedamento dos acessos, colocação de c) detonações de explosivos empregados no arrebentamento
defensas de concreto, tubos de concreto, dentre outros obstáculos. de pedreiras e rochas ou nas demolições, desde que em horário e
§ 2º Os custos de colocação e retirada dos obstáculos físicos se- com carga previamente autorizados por órgão competente;
rão apropriados com base na tabela de preços municipais em vigor, d) manifestações em festividades religiosas, comemorações
acrescidos de taxa adicional de 100% (cem por cento) a título de oficiais, reuniões desportivas, festejos ou ensaios carnavalescos e
taxa de administração, e serão cobrados do infrator. juninos, passeatas, desfiles, fanfarras, bandas de música, desde que
§ 3º Para a interdição da atividade, deverão ser adotados meios se realizem em horário e local previamente autorizados pelo órgão
compatíveis, cuidando-se para que não seja impedida a retirada de competente ou nas circunstâncias consagradas pela tradição;
documentos, pertences pessoais e produtos perecíveis. e) sinos de templos, desde que os sons tenham duração não
Art. 143. Constatada a desobediência da ordem de interdição, superior a 60 segundos, e apenas para a assinalação das horas e
será lavrado Auto de Constatação, bem como Autos de Infração e dos ofícios religiosos; e carrilhões, desde que os sons tenham du-
de Multa, sendo o fato noticiado à autoridade policial competente ração não superior a 15 (quinze) minutos, a cada 4 (quatro) horas e
para a instauração de inquérito por crime de desobediência. (Regu- somente no período diurno das 7h às 19h.
lamentado pelo Decreto nº 57.443/2016) § 3º A fiscalização de ruído proveniente de veículos automoto-
§ 1º A multa por desobediência à interdição será renovada au- res seguirá o disposto em legislação própria.
tomaticamente a cada 15 (quinze) dias, até que o efetivo encerra- Art. 147. Os estabelecimentos que comercializem bebida alco-
mento da atividade seja comunicado, por escrito, ao órgão munici- ólica e que funcionem com portas, janelas ou quaisquer vãos aber-
pal competente. tos, ou ainda, que utilizem terraços, varandas ou espaços asseme-
lhados, bem como aqueles cujo funcionamento cause prejuízo ao
sossego público, não poderão funcionar entre 1h e 5h. (Regulamen-
tado pelo Decreto nº 57.443/2016)

163
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 1º A fiscalização da infração ao disposto no “caput” deste ar- I - multa e embargo de cada edificação, nos termos do Código
tigo independe de medição por sonômetro. de Obras e Edificações (COE), vigente na época da constatação da
§ 2º Não se considera infração a abertura de estabelecimento irregularidade;
para lavagem ou limpeza, desde que tais atos não gerem incomo- II - apreensão ou inutilização dos materiais de construção;
didade. III - intimação dos responsáveis para desfazerem voluntaria-
§ 3º O estabelecimento poderá funcionar no horário referido mente as obras, ampliações ou edificações em parcelamento não
no “caput” deste artigo, desde que providencie adequação acústica consolidados, no prazo de 2 (dois) dias.
e não gere nenhuma incomodidade. § 4º O não atendimento à intimação prevista no inciso III do
Art. 148. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legis- § 3º deste artigo acarretará a demolição das obras, ampliações ou
lação federal e estadual em vigor, aos responsáveis pelo uso não edificações, que deverá ser previamente autorizada pelo Subpre-
residencial serão aplicadas as seguintes penalidades pelo descum- feito competente mediante despacho fundamentado proferido no
primento do disposto nos arts. 146 e 147 desta lei: (Regulamentado processo administrativo correspondente.
pelo Decreto nº 57.443/2016) § 5º A qualquer tempo, poder ser apreendido todo material uti-
I - na primeira autuação, multa e intimação para cessar a irre- lizado para promoção de venda e compra de lotes, tais como plan-
gularidade; tas, propostas de venda e compra, faixas e papéis de propaganda.
II - na segunda autuação, multa, no dobro do valor da primeira § 6º Para efeito do disposto neste artigo, considera-se:
autuação, e nova intimação para cessar a irregularidade; I - infrator o proprietário ou seu sucessor a qualquer título, o
III - na terceira autuação, multa, no triplo do valor da primeira possuidor do imóvel, ou, ainda, as associações, cooperativas ou
autuação, e fechamento administrativo; imobiliárias que promoverem a ocupação irregular;
IV - desobedecido o fechamento administrativo, será requerida II - Parcelamento Consolidado aquele que apresenta vias dota-
a instauração de inquérito policial, com base no art. 330 do Código das de iluminação pública, guias e sarjetas, e que tenha suas edifi-
Penal, e realizado novo fechamento ou embargo de obra, com au- cações dotadas de redes de água encanada, esgoto e eletricidade
xílio policial, se necessário, e, a critério da fiscalização, poderão ser implantados oficialmente pelas empresas concessionárias de ser-
utilizados meios físicos que criem obstáculos ao acesso, tais como viços públicos.
emparedamento, defensas de concreto, tubos de concreto, dentre
outros. SEÇÃO IV
Parágrafo único. A ação fiscalizatória relativa ao uso irregular, DO PROCEDIMENTO
nos casos em que não houver a licença a que se refere o art. 136
desta lei, seguirá o disposto na Seção I deste Capítulo, sem prejuízo Art. 150. Cadastrado o Auto de Multa, far-se-á a notificação
das sanções previstas neste artigo. do infrator para, no prazo nela determinado, pagar ou apresentar
defesa, dirigida ao Supervisor de Fiscalização, sob pena de subse-
SEÇÃO III quente inscrição na dívida ativa.(Regulamentado pelo Decreto nº
DOS PARCELAMENTOS IRREGULARES 57.443/2016)
§ 1º Apresentada a defesa e feita a análise, a respectiva decisão
Art. 149. Aqueles que executarem parcelamento do solo, em será publicada no Diário Oficial da Cidade e cadastrada, expedin-
qualquer de suas modalidades, sem prévia aprovação do respectivo do-se nova notificação ao infrator, da qual constará a data máxima
projeto pela Prefeitura do Município de São Paulo, ou em desacor- para pagamento ou interposição de recurso dirigido ao Subprefeito.
do com o projeto aprovado e não lograrem comprovar sua regula- § 2º O despacho que indeferir o recurso será publicado no Di-
rização, ficam sujeitos às seguintes sanções:(Regulamentado pelo ário Oficial da Cidade e cadastrado, encaminhando-se nova notifi-
Decreto nº 57.443/2016) cação ao infrator, da qual constará a data máxima para pagamento,
I - multa, aplicada no momento da vistoria inicial, no valor esta- estando encerrada a instância administrativa.
belecido no Quadro 5 desta lei; § 3º Nas hipóteses previstas na Seção II deste Capítulo, as de-
II - intimação, lavrada simultaneamente à imposição da multa, fesas serão dirigidas ao Diretor do PSIU e os recursos ao Supervisor
para que, no prazo de 10 (dez) dias, apresentem a documentação Geral de Uso e Ocupação do Solo, aplicando-se as demais disposi-
que comprove a regularidade do parcelamento do solo. ções previstas neste artigo.
§ 1º A multa pelo não atendimento à intimação prevista no in- Art. 151. As notificações e as intimações serão dirigidas ao in-
ciso II do “caput” deste artigo será renovada automaticamente a frator ou seu representante legal, como tal considerados os sócios
cada 30 (trinta) dias, até que seja comunicada pelo responsável, por da empresa, o mandatário, o administrador ou o gerente, efetivan-
escrito, ao órgão municipal competente, a comprovada regulariza- do-se:(Regulamentado pelo Decreto nº 57.443/2016)
ção ou paralisação total da execução do loteamento e das obras ou I - por via postal, com aviso de recebimento, no endereço do
edificações nele localizadas. estabelecimento ou local de trabalho ou no domicílio tributário
§ 2º Na falta de documento no local das obras que comprove a constante dos cadastros municipais;
sua regularidade, além da multa e da intimação, serão adotadas as II - por edital publicado no Diário Oficial da Cidade.
seguintes medidas: Art. 152. A aplicação das multas pecuniárias estabelecidas nes-
I - apreensão de máquinas, veículos e equipamentos que este- ta lei não afasta as sanções imputadas ou medidas judiciais cabíveis.
jam sendo utilizados na implantação do parcelamento; (Regulamentado pelo Decreto nº 57.443/2016)
II - apreensão ou inutilização de materiais de construção.
§ 3º No caso das edificações não autorizadas, serão aplicadas
as seguintes penalidades:

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 153. Os procedimentos administrativos e ações judiciais informações previamente existentes na respectiva unidade a res-
iniciados antes da data da publicação desta lei, referentes ao par- peito do local a ser fiscalizado, tais como o Boletim de Dados Técni-
celamento, edificação e uso irregular, deverão prosseguir com ob- cos – BDT, as informações relativas à regularidade do loteamento e
servância das normas estabelecidas nesta lei.(Regulamentado pelo da edificação, dentre outras.
Decreto nº 57.443/2016) Parágrafo único. Quando a colheita de informações “in loco”
for imprescindível para o enquadramento, o Supervisor Técnico
TÍTULO VII de Fiscalização solicitará a um agente vistor que realize vistoria de
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS constatação, restituindo-se o expediente para finalização do enqua-
dramento.
Art. 176. No prazo de 180 dias (cento e oitenta dias), a Muni- Art. 6º Nas ações realizadas de ofício, sendo possível a ob-
cipalidade deverá regulamentar em decreto a fiscalização de natu- tenção dos dados necessários à constatação da irregularidade no
reza prioritariamente orientadora para microempresas e empresas próprio local, o agente vistor procederá ao enquadramento, dando
de pequeno porte em atendimento à legislação federal pertinente. início à ação fiscalizatória.
(Regulamentado pelo Decreto nº 57.443/2016) Parágrafo único. Não sendo possível o enquadramento nos ter-
mos do “caput” deste artigo, o agente vistor realizará vistoria de
constatação e a encaminhará ao Supervisor Técnico de Fiscalização,
DECRETO 57.443 DE 10 DE NOVEMBRO DE 2016 - DIS- que realizará o enquadramento e restituirá o expediente para pros-
PÕE SOBRE ASPECTOS RELACIONADOS À FISCALIZA- seguimento.
ÇÃO DE POSTURAS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, Art. 7º O enquadramento de que trata este Capítulo deverá ser
REGULAMENTANDO OS ARTIGOS 26, 139 A 153 E 176 feito em prazo razoável, de modo a não retardar a ação fiscalizató-
DA LEI Nº 16.402, DE 22 DE MARÇO DE 2016 ria, não podendo superar 10 (dez) dias quando se tratar de infração
a normas de segurança ou a parâmetros de incomodidade.
DECRETO Nº 57.443, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2016 Art. 8º Constatada qualquer irregularidade cuja fiscalização
não seja do âmbito de competência da Subprefeitura ou da Divisão
Dispõe sobre aspectos relacionados à fiscalização de posturas Técnica de Fiscalização do Silêncio Urbano – PSIU, inclusive aquela
no Município de São Paulo, regulamentando os artigos 26, 139 a relativa à existência do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros –
153 e 176 da Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016. AVCB, deverá ser notificada a autoridade competente para adoção
FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, no das providências cabíveis.
uso da atribuição conferida por lei,
D E C R E T A: CAPÍTULO II
Art. 1º Este decreto regulamenta aspectos relacionados aos DA FISCALIZAÇÃO DOS USOS IRREGULARES
procedimentos de fiscalização de que tratam os artigos 26, 139 a
153 e 176 da Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016. Art. 9º O agente vistor deverá adotar todas as medidas autoe-
Art. 2º Para os efeitos deste decreto, considera-se infrator o xecutórias visando a cessação da irregularidade constatada, previa-
proprietário, o possuidor ou seu sucessor a qualquer título e a pes- mente ao eventual ajuizamento de ação para este fim.
soa física ou jurídica responsável pelo uso irregular ou não confor- § 1º Quando for necessária a utilização de obstáculos físicos
me, de acordo com as definições da Lei nº 16.402, de 2016, e deste ao acesso para ser efetivada a interdição da atividade, o Supervisor
decreto e com o tipo de infração cometida. Técnico de Fiscalização programará a ação e registrará no expedien-
Art. 3º Nos imóveis de uso não residencial - nR deverá ser afi- te todos os meios materiais e humanos efetivamente empregados,
xada, permanentemente, a licença correspondente, em local visível cabendo à Coordenadoria de Projetos e Obras indicar o respectivo
ao público, no acesso principal da edificação. custo para o fim do disposto no artigo 142, § 2º, da Lei nº 16.402,
Parágrafo único. O agente vistor verificará se a licença a que se de 2016.
refere o “caput” deste artigo está vigente ou se perdeu sua eficácia § 2º Persistindo o funcionamento irregular após a interdição
em função de alterações de utilização, de incomodidade ou de ins- da atividade, o Subprefeito ou o Chefe de Gabinete solicitará a ins-
talação ocorridas em relação às condições anteriores regularmente tauração de inquérito policial, após o que extrairá cópia integral do
aceitas pelo Executivo, caso em que encaminhará a vistoria ou re- expediente relativo à ação fiscal e a encaminhará à respectiva As-
latório ao Supervisor Técnico de Fiscalização, para as providências sessoria Jurídica, que relatará quais providências foram adotadas,
cabíveis. verificando se todas as etapas foram cumpridas, encaminhando o
expediente ao Departamento Judicial da Procuradoria Geral do Mu-
CAPÍTULO I nicípio para ajuizamento da medida judicial cabível, prosseguindo-
DO ENQUADRAMENTO DA IRREGULARIDADE -se a ação fiscal no expediente original.
§ 3º Quaisquer alterações na situação irregular fiscalizada de-
Art. 4º Constatado o funcionamento da atividade sem a corres- verão ser imediatamente informadas ao Departamento Judicial da
pondente licença, para os fins de aplicação do disposto no artigo Procuradoria Geral do Município.
141 da Lei nº 16.402, de 2016, deverá ser realizado o enquadra- Art. 10. Para fins de cumprimento ao disposto no artigo 145 da
mento legal da irregularidade. Lei nº 16.402, de 2016, as Subprefeituras encaminharão, bimestral-
Art. 5º Nas ações programadas, motivadas por denúncia ou or- mente, à Supervisão Geral de Uso e Ocupação do Solo – SGUOS, da
dem de serviço, previamente à distribuição da demanda ao agente Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, relatório
vistor, o Supervisor Técnico de Fiscalização deverá proceder ao en- contendo as informações necessárias para publicação no Portal da
quadramento legal da irregularidade, consultando, para tanto, as Transparência da Prefeitura na internet.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO III Art. 14. Se para o fechamento administrativo for necessária a


DA FISCALIZAÇÃO DOS PARÂMETROS DE INCOMODIDADE utilização de meios físicos que criem obstáculos ao acesso, nos ter-
mos do artigo 148, inciso IV, da Lei nº 16.402, de 2016, os respec-
Art. 11. A fiscalização dos parâmetros de incomodidade e a apli- tivos custos deverão ser apurados na forma do disposto no § 1º do
cação das penalidades de que trata o artigo 148 da Lei nº 16.402, artigo 9º deste decreto, e cobrados do infrator.
de 2016, serão feitas, de modo concorrente, pela Divisão Técnica de § 1º Se, mesmo com a utilização de meios físicos, o fechamento
Fiscalização do Silêncio Urbano – PSIU e pelas Supervisões Técnicas administrativo não se mostrar suficiente para que o infrator cesse
de Fiscalização das Prefeituras Regionais.(Redação dada pelo Decre- a irregularidade, o PSIU ou a Supervisão Técnica de Fiscalização da
to nº 57.665/2017) Prefeitura Regional deverá extrair cópia integral do expediente re-
Art. 12. Conjuntamente com a imposição das multas a que se lativo à ação fiscal e encaminhá-la à Assessoria Técnica de Assuntos
refere o artigo 148, incisos I e II, da Lei nº 16.402, de 2016, o agen- Jurídicos, de SMPR, ou à Assessoria Jurídica da Prefeitura Regional,
te municipal intimará o infrator para tomar as medidas necessárias conforme o caso, que relatará as providências adotadas, verificando
para cessar de imediato a irregularidade, podendo ser determinado se todas as etapas foram cumpridas, encaminhando o expediente,
o esvaziamento do local, como forma de preservação do sossego instruído com o relatório da fiscalização e todos os documentos e
público.(Redação dada pelo Decreto nº 57.665/2017) fotografias existentes, ao Departamento Judicial da Procuradoria
§ 1º Considera-se prejudicial ao sossego público a presença de Geral do Município para ajuizamento da medida judicial cabível.
pessoas que, ainda que estejam fora do estabelecimento, sejam por (Redação dada pelo Decreto nº 57.665/2017)
ele servidas, atendidas ou estejam de qualquer forma a ele relacio- § 2º O encaminhamento do expediente ao Departamento Judi-
nadas, gerando incomodidade. cial não impede o PSIU ou a Supervisão Técnica de Fiscalização da
§ 2º O estabelecimento será responsável pela incomodidade Prefeitura Regional, conforme o caso, de realizar novos fechamen-
que seus prestadores de serviço, nesta qualidade, venham a causar, tos administrativos, com obstáculos, cobrando do infrator o respec-
ainda que em área externa às suas dependências, como passeio e tivo custo.(Redação dada pelo Decreto nº 57.665/2017)
via públicas. Art. 14-A Contra a aplicação das multas previstas nos incisos I,
Art. 13. Realizado o fechamento administrativo do estabeleci- II e III do artigo 148 da Lei nº 16.402, de 2016, caberá:(Incluído pelo
mento, o infrator só poderá reabri-lo depois de sanadas as irregu- Decreto nº 57.665/2017)
laridades e deferido o pedido de reabertura, que será dirigido, a I – se aplicadas por agente técnico do PSIU:(Incluído pelo De-
depender do agente que aplicou a sanção, ao Diretor do PSIU ou ao creto nº 57.665/2017)
Supervisor Técnico de Fiscalização da Prefeitura Regional. a) defesa dirigida ao Diretor do PSIU, até a data do vencimento
§ 1º O pedido de reabertura será analisado no prazo máximo do prazo para seu pagamento, constante da Notificação-Recibo –
de 30 (trinta) dias, após o qual, não havendo decisão expressa, con- NR-01;(Incluído pelo Decreto nº 57.665/2017)
siderar-se-á deferido. b) indeferida a defesa, recurso dirigido ao Supervisor Geral de
§ 2º Do indeferimento do pedido de reabertura caberá recurso, Uso e Ocupação do Solo, da SMPR, até a data do vencimento do
a depender da autoridade julgadora, ao Supervisor Geral de Uso e prazo para seu pagamento, constante da Notificação-Recibo – NR-
Ocupação do Solo, da Secretaria Municipal das Prefeituras Regio- -02;(Incluído pelo Decreto nº 57.665/2017)
nais – SMPR, ou ao Coordenador de Planejamento e Desenvolvi- II – se aplicadas por agente da Prefeitura Regional:(Incluído
mento Urbano, da Prefeitura Regional, no prazo de 15 (quinze) dias. pelo Decreto nº 57.665/2017)
(Redação dada pelo Decreto nº 57.665/2017) a) defesa dirigida ao Supervisor Técnico de Fiscalização da Pre-
§ 3º O indeferimento de um pedido de reabertura, seja em feitura Regional, até a data do vencimento do prazo para seu pa-
primeira, seja em segunda instância administrativa, não impede o gamento, constante da Notificação-Recibo – NR-01;(Incluído pelo
posterior protocolamento, a qualquer tempo, de novo pedido de Decreto nº 57.665/2017)
reabertura, desde que sanadas as irregularidades que motivaram o b) indeferida a defesa, recurso dirigido ao Coordenador de Pla-
indeferimento anterior. nejamento e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura Regional, até
§ 4º Depois da reabertura do estabelecimento, constatado o a data do vencimento do prazo para seu pagamento, constante da
cometimento de nova infração, será reiniciado o procedimento fis- Notificação-Recibo – NR-02.(Incluído pelo Decreto nº 57.665/2017)
calizatório previsto no artigo 148 da Lei nº 16.402, de 2016.
§ 5º O fechamento administrativo determinado pelo PSIU ou CAPÍTULO IV
pela Supervisão Técnica de Fiscalização da Prefeitura Regional, com DA FISCALIZAÇÃO DOS PARCELAMENTOS IRREGULARES
base no artigo 148, incisos III e IV, da Lei nº 16.402, de 2016, bem
como a interdição administrativa da atividade por falta de licença Art. 15. Havendo máquinas, veículos ou equipamentos utiliza-
de funcionamento prevista no artigo 142 da referida lei são me- dos na implantação, consolidação ou ampliação de parcelamento
didas administrativas independentes, de modo que o deferimento irregular que não sejam imediata e voluntariamente retirados do
do pedido de reabertura de que trata este artigo não autoriza o local no momento da fiscalização, o agente vistor poderá apreendê-
funcionamento enquanto persistir a interdição da atividade, assim -los ou lacrá-los no próprio local das obras.
como o levantamento da interdição não autoriza o funcionamen- § 1º Sendo possível a apreensão física da máquina, veículo ou
to enquanto persistir o fechamento administrativo.(Redação dada equipamento e estando identificado seu proprietário ou possuidor,
pelo Decreto nº 57.665/2017) o agente vistor o apreenderá, lavrando o respectivo Auto de Apre-
ensão.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 2º A máquina, veículo ou equipamento apreendido ficará sob Art. 17. O agente vistor, sempre que possível, fará relatório fo-
responsabilidade da Subprefeitura competente até que seja retira- tográfico da operação, preferencialmente retratando a situação an-
do pelo responsável, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, após o tes da retirada de máquinas, veículos, equipamentos ou materiais
que será leiloado. de construção.
§ 3º Para retirar a máquina, veículo ou equipamento apreen- Art. 18. Quando desobedecida a intimação a que se refere o ar-
dido, o responsável deverá pagar as despesas de remoção, apreen- tigo 149, § 3º, inciso III, da Lei nº 16.402, de 2016, será determina-
são, depósito e estadia, as quais observarão o disposto no decreto da, pelo Subprefeito, a demolição da obra, ampliação ou edificação.
que fixa os preços dos serviços prestados pelas unidades da Prefei- § 1º Quando se tratar de obra ou ampliação, ou ainda edifi-
tura do Município de São Paulo, limitadas as estadias ao período cação concluída e desocupada, o agente vistor providenciará sua
máximo de 30 (trinta) dias. demolição, procedendo à apreensão dos materiais de construção
§ 4º O produto da arrecadação do leilão referido no § 2º deste ainda não utilizados, bem como de máquinas, veículos ou equipa-
artigo será utilizado para o pagamento das despesas de remoção, mentos, observado o procedimento previsto nos artigos 15 e 16
apreensão, depósito e estadia, das despesas para a realização do deste decreto.
próprio leilão, impostos municipais, estaduais ou federais, multas § 2º Quando a edificação a ser demolida possuir bens em seu
de trânsito ou ambientais do Município, Estado ou União, conforme interior, o agente vistor verificará, pelas características constatadas:
ordem cronológica de aplicação, bem como demais débitos relati- I - se o imóvel não é habitado, hipótese em que tirará fotos do
vos à Fazenda Pública Municipal, Estadual ou Federal. local e relatará os motivos de seu convencimento, procedendo, em
§ 5º Se em razão do porte da máquina, veículo ou equipamen- seguida, à demolição;
to, das suas características ou dificuldades operacionais, a serem II - se o imóvel é habitado, hipótese em que tirará fotos do lo-
detalhados no relatório de fiscalização, não for possível sua apre- cal e relatará os motivos de seu convencimento, justificando a não
ensão, ou, ainda, se for possível identificar seu proprietário, possui- realização da demolição, juntando o relatório ao processo adminis-
dor ou responsável, o agente vistor procederá à respectiva lacração trativo e remetendo-o ao Subprefeito.
no local das obras, valendo-se, para tanto, de correntes, cadeados, § 3º Na hipótese do inciso I do § 2º deste artigo, os bens en-
adesivos ou quaisquer meios físicos que impeçam sua utilização, la- contrados no interior da edificação, tais como móveis e utensílios
vrando-se o Auto de Interdição. domésticos, serão colocados à disposição do proprietário, se estiver
§ 6º Para retirar a máquina, veículo ou equipamento lacrado, presente, ou apreendidos, na sua ausência.
o responsável deverá solicitar ao Supervisor Técnico de Fiscalização § 4º Havendo a apreensão dos bens localizados no interior da
o levantamento da interdição e a remoção do lacre, arcando com o edificação demolida, ficarão eles guardados na Subprefeitura com-
custo dos meios físicos empregados para a lacração e comprome- petente e será publicado edital para que o interessado os recupere,
tendo-se a retirar o bem imediatamente do local das obras. no prazo de 30 (trinta) dias, mediante a comprovação da titularida-
§ 7º Não sendo postulado o levantamento da interdição no pra- de da edificação demolida, a qual será presumida na hipótese de o
zo de 30 (trinta) dias, o bem será considerado abandonado e sua Auto de Intimação ter sido contra ele lavrado.
remoção será programada pela Subprefeitura competente, obser- § 5º Se os bens a que se refere o § 4º deste artigo não forem
vado o procedimento previsto nos §§ 2º, 3º e 4º deste artigo. retomados no prazo estipulado, serão encaminhados a instituições
§ 8º A retirada do bem sem que tenha sido pedido e deferido de caridade, publicando-se o Termo de Doação no Diário Oficial da
o levantamento da interdição e a remoção do lacre caracterizará Cidade.
crime de desobediência, devendo a Subprefeitura noticiar o fato § 6º Na hipótese do inciso II do § 2º deste artigo, o Subprefeito
à autoridade policial competente, instruindo o requerimento com ou o Chefe de Gabinete solicitará a instauração de inquérito policial,
documentos que o comprovem, como Auto de Interdição e fotos. após o que extrairá cópia integral do expediente e a encaminhará
Art. 16. Havendo no local das obras materiais de construção à respectiva Assessoria Jurídica, que relatará quais providências fo-
que estejam destinados à implantação, consolidação ou ampliação ram adotadas e verificará se todas as etapas foram cumpridas, en-
do parcelamento irregular, o agente vistor poderá apreendê-los ou caminhando o expediente ao Departamento Judicial da Procurado-
inutilizá-los. ria Geral do Município para ajuizamento da medida judicial cabível,
§ 1º Estando identificado o proprietário e sendo possível a re- prosseguindo-se a ação fiscal no expediente original.
moção pela Prefeitura, os materiais de construção serão apreendi- Art. 19. Sempre que identificada a existência de parcelamento
dos, mediante a lavratura do respectivo Auto de Apreensão. irregular, deverão ser adotadas as ações referentes à denúncia e
§ 2º O proprietário terá 30 (trinta) dias para retirar os materiais contenção de loteamentos irregulares previstas em legislação es-
apreendidos, mediante a apresentação da respectiva nota fiscal, pecífica, observadas as competências e atribuições nela definidas,
pagando os custos da apreensão e depósito. bem como os demais procedimentos estabelecidos neste decreto.
§ 3º Não estando identificado o proprietário e sendo possível Parágrafo único. O Subprefeito ou o Chefe de Gabinete expedi-
sua retirada pela Prefeitura, os materiais de construção serão rela- rá ofícios aos seguintes órgãos, comunicando os fatos constatados:
cionados e apreendidos, mediante a lavratura do respectivo Auto I - autoridade policial competente;
de Apreensão com infrator ignorado, o qual será publicado no Diá- II - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA ou
rio Oficial da Cidade, concedendo-se prazo de 30 (trinta) dias para Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU, na hipótese de cons-
que o proprietário compareça à Subprefeitura competente e proce- tatação da participação de engenheiro ou arquiteto no parcela-
da à retirada dos bens, mediante a comprovação de sua proprieda- mento irregular ou clandestino, para apuração de responsabilidade
de por meio de notas ficais, pagando, ainda, os custos da apreensão profissional;
e depósito.
§ 4º Transcorridos os prazos mencionados nos §§ 2º e 3º deste
artigo, os materiais passarão ao domínio da Subprefeitura.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

III - Conselho Regional de Corretores de Imóveis – CRECI, na Art. 22. Constatada irregularidade que enseje a aplicação das
hipótese de constatação da participação de corretor de imóveis no multas a que se refere o artigo 21 deste decreto, compete ao Depar-
parcelamento irregular ou clandestino, para apuração de responsa- tamento do Patrimônio Histórico – DPH, da Secretaria Municipal da
bilidade profissional; Cultura, comunicar o fato à Subprefeitura competente para adoção
IV - Cartório de Registro de Imóveis, para que sejam obstados das providências pertinentes.
os atos registrários relativos ao parcelamento irregular; Art. 23. A comunicação do proprietário ou possuidor infrator à
V - Ministério Público do Estado de São Paulo; Subprefeitura competente relativa às providências adotadas para
VI - Secretaria Municipal de Habitação - SEHAB, para conheci- conservação do imóvel cedente, nos termos do § 3º do artigo 24
mento e registro, bem como adoção das providências de sua alçada. da Lei nº 16.402, de 2016, será submetida ao DPH para análise e
deliberação quanto à sua aceitação, o qual se manifestará no prazo
CAPÍTULO V de 30 (trinta) dias, contados do recebimento do expediente no DPH.
DA FISCALIZAÇÃO DAS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE Parágrafo único. A manifestação favorável do DPH em relação
PEQUENO PORTE às providências de conservação do imóvel cedente, comunicadas
na forma do “caput” deste artigo, não dispensará o proprietário
Art. 20. Para fins de atendimento ao disposto no artigo 176 da ou possuidor de obter as devidas autorizações e aprovações dos
Lei nº 16.402, de 2016, a fiscalização das atividades exercidas por órgãos de preservação nas esferas municipal, estadual e federal,
microempresas e empresas de pequeno porte terá natureza priori- conforme o caso.
tariamente orientadora e será desenvolvida pelos órgãos compe- Art. 24. A multa prevista no inciso I do § 1º do artigo 26 da Lei
tentes, nos termos previstos neste decreto. nº 16.402, de 2016, é subsidiária em relação à legislação específi-
§ 1º Verificando que o infrator está regularmente cadastrado ca do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico,
como microempresa ou empresa de pequeno porte, o agente vistor Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP, e só será
ou agente do PSIU, ao dar início à ação fiscalizatória cabível, orien- aplicada quando não for cabível nenhuma outra.
tará o empresário, na primeira visita, acerca das medidas necessá- Parágrafo único. A deliberação quanto ao disposto no “caput”
rias para sanar a irregularidade constatada mediante a lavratura do deste artigo caberá ao DPH, após constatação, pela Subprefeitura,
Termo de Orientação, na seguinte conformidade: de que o imóvel tombado ou em processo de tombamento foi de-
I - quando se tratar de falta da licença a que se refere o artigo molido ou destruído propositadamente, ou em função da não con-
136 da Lei nº 16.402, de 2016, será concedido o prazo de 30 (trin- servação ou da descaracterização irreversível.
ta) dias para obtenção do referido documento, estando o infrator Art. 25. Este decreto entrará em vigor na data de sua publica-
sujeito à aplicação de multa na próxima visita, caso não atendida a ção.
orientação, e às demais penalidades previstas para o uso irregular;
II - quando se tratar de descumprimento aos artigos 146 e 147 PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 10 de novem-
da Lei nº 16.402, de 2016, o infrator será orientado a adequar-se de bro de 2016, 463º da fundação de São Paulo.
imediato, cessando a emissão de ruídos ou encerrando o funciona-
mento, estando sujeito à aplicação de multa na próxima visita, no
caso de novo descumprimento ao mesmo artigo da lei, bem como DECRETO 49.969 DE 28 DE AGOSTO DE 2008 - REGU-
às demais penalidades previstas para o descumprimento dos parâ- LAMENTA A EXPEDIÇÃO DE AUTO DE LICENÇA DE
metros de incomodidade. FUNCIONAMENTO, ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO,
§ 2º Quando se tratar da aplicação das sanções previstas no ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO PARA EVENTOS PÚBLICOS
artigo 149 da Lei nº 16.402, de 2016, não será adotada a fiscaliza- E TEMPORÁRIOS E TERMO DE CONSULTA DE FUNCIO-
ção orientadora, devendo ser realizadas imediatamente as medidas NAMENTO
fiscalizatórias aplicáveis.
§ 3º A multa a que se refere o inciso I do §1º deste artigo não DECRETO Nº 49.969, DE 28 DE AGOSTO DE 2008
será aplicada enquanto não apreciado o pedido para obtenção da
licença respectiva em primeira instância administrativa. Regulamenta a expedição de Auto de Licença de Funcionamen-
to, Alvará de Funcionamento, Alvará de Autorização para eventos
CAPÍTULO VI públicos e temporários e Termo de Consulta de Funcionamento, em
DA FISCALIZAÇÃO POR DESRESPEITO AOS IMÓVEIS TOMBA- consonância com as Leis nº 10.205, de 4 de dezembro de 1986, e
DOS E LOCALIZADOS EM ZONA ESPECIAL DE PRESERVAÇÃO nº 13.885, de 25 de agosto de 2004; revoga os decretos e a portaria
CULTURAL - ZEPEC que especifica.

Art. 21. Compete à Subprefeitura onde o imóvel estiver locali- GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso
zado a aplicação das multas previstas nos §§ 2º e 3º do artigo 24 e das atribuições que lhe são conferidas por lei,
no inciso I do § 1º do artigo 26, ambos da Lei nº 16.402, de 2016.
§ 1º Para fins de aplicação das multas a que se refere o “caput” CONSIDERANDO a necessidade de conferir nova regulamen-
deste artigo, serão adotados os procedimentos estabelecidos nos tação aos procedimentos para expedição de Auto de Licença de
artigos 150 e 151 da Lei nº 16.402, de 2016. Funcionamento, Alvará de Funcionamento, Alvará de Autorização
§ 2º As multas de que tratam o “caput” deste artigo constitui- para eventos públicos e temporários e Termo de Consulta de Fun-
rão receitas do Fundo Especial de Atividades Culturais - FEPAC, de cionamento, em consonância com as disposições previstas na Lei nº
acordo com o artigo 35 da Lei nº 15.948, de 26 de dezembro de
2013.

168
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

10.205, de 4 de dezembro de 1986, e respectivas alterações poste- b) se as informações, documentos ou atos que tenham servido
riores, e na Lei n° 13.885, de 25 de agosto de 2004, em especial nos de fundamento à licença vierem a perder sua eficácia, em razão de
Capítulos I e II do Título IV de sua Parte III; alterações físicas ou de utilização, de incomodidade ou de instala-
ção, ocorridas no imóvel em relação às condições anteriores, acei-
CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar os procedi- tas pela Prefeitura;
mentos relativos à obtenção de Auto de Licença de Funcionamento c) desvirtuamento do uso licenciado;
para atividades com características físicas e de funcionamento es- III - decurso do prazo de 1 (um) ano de sua expedição, contado
pecíficas ou exclusivas; da data da respectiva publicação no Diário Oficial da Cidade (DOC),
sem a devida revalidação, no caso de Alvará de Funcionamento;
CONSIDERANDO a necessidade de simplificação das normas e IV - revogação, no caso de Alvará de Autorização, quando a Pre-
de agilização dos procedimentos para o licenciamento de atividades feitura não tiver interesse em sua manutenção ou renovação;
não-residenciais, compatíveis ou toleráveis, nos termos definidos V - ausência de renovação, exigida nas hipóteses previstas no
na Lei nº 13.885, de 2004, quando não causem impactos signifi- artigo 3º e seguintes da Lei nº 10.205, de 1986, e alterações poste-
cativos, visando, inclusive, ao licenciamento eletrônico em implan- riores.
tação, coordenado pela Secretaria Especial de Desburocratização, § 4º. Às hipóteses definidas nos incisos I e II do § 3º deste arti-
D E C R E T A: go, aplica-se o disposto no artigo 43 deste decreto.
Art. 1º. Este decreto regulamenta a expedição de Auto de Li- § 5º. A perda da eficácia da licença acarretará a instauração de
cença de Funcionamento, Alvará de Funcionamento, Alvará de Au- regular procedimento fiscalizatório, observadas as disposições da
torização para eventos públicos e temporários e Termo de Consulta Lei nº 13.885, de 2004.
de Funcionamento, em consonância com as disposições previstas
nas Leis nº 10.205, de 4 de dezembro de 1986, e respectivas altera- CAPÍTULO II
ções posteriores, e nº 13.885, de 25 de agosto de 2004, em especial DAS LICENÇAS
nos Capítulos I e II do Título IV de sua Parte III, relativas à regu-
laridade e irregularidade de usos não-residenciais - nR, definindo SEÇÃO I
os procedimentos administrativos referentes à emissão de licenças DOS TIPOS DE LICENÇA
para instalação desses usos.
Parágrafo único. A expedição de licenças por meio eletrônico Art. 3º. Serão expedidas as seguintes licenças para usos não-
continua regulada pelo Decreto nº 49.460, de 30 de abril de 2008. -residenciais:
I - Auto de Licença de Funcionamento;
CAPÍTULO I II - Alvará de Funcionamento;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS III - Alvará de Autorização para eventos públicos e temporários.
Art. 4º. Devem requerer Alvará de Funcionamento os estabe-
Art. 2º. Nenhum imóvel poderá ser ocupado ou utilizado para lecimentos com capacidade de lotação igual ou superior a 250 (du-
instalação e funcionamento de usos não-Residenciais - nR, sem pré- zentas e cinqüenta) pessoas, que pretendam instalar-se, por tempo
via emissão, pela Prefeitura, da licença correspondente, sem a qual indeterminado, em parte ou na totalidade de edificação permanen-
será considerado em situação irregular quanto ao uso. te, para o exercício de atividades geradoras de público, incluindo,
§ 1º. A licença é dispensada: dentre outras assemelhadas:
I - para o exercício da profissão dos moradores em suas resi- I - cinemas, auditórios, teatros ou salas de concerto;
dências, em qualquer zona de uso, exceto na Zona Estritamente II - templos religiosos;
Residencial - ZER, com o emprego de, no máximo, 1 (um) auxiliar III - “buffet”, salões de festas ou danças;
ou funcionário, nos termos do artigo 249 da Lei nº 13.885, de 2004, IV - ginásios ou estádios;
desde que observados os parâmetros de incomodidade definidos V - recintos para exposições ou leilões;
para a zona de uso ou via; VI - museus;
II - para o exercício, em Zona Estritamente Residencial - ZER, de VII - restaurantes, bares, lanchonetes e choperias;
atividades intelectuais dos moradores em suas residências, desde VIII - casas de música, boates, discotecas e danceterias;
que observados os respectivos parâmetros de incomodidade e não IX - autódromo, hipódromo, velódromo e hípica;
sejam recebidos clientes nem utilizados auxiliares ou funcionários, X - clubes associativos, recreativos e esportivos.
conforme disposto no artigo 250 da Lei nº 13.885, de 2004. Art. 5º. Depende da prévia expedição de Alvará de Autorização
§ 2º. Os usos não-residenciais - nR serão considerados em situ- a realização de eventos públicos e temporários com mais de 250
ação irregular, frente à legislação disciplinadora do uso e ocupação (duzentas e cinqüenta) pessoas, que ocorram em:
do solo, em caso de ausência ou ineficácia da licença. I - imóveis públicos ou privados;
§ 3º. A licença perderá sua eficácia nas seguintes hipóteses: II - edificações ou suas áreas externas, ainda que descobertas
I - invalidação, nos casos de falsidade ou erro das informações e abertas, tais como jardins, áreas de lazer e recreação, pátios de
ou ausência dos requisitos que fundamentaram a expedição da li- estacionamento, áreas externas em clubes de campo, áreas para a
cença; prática de atividades físicas, esportivas e similares;
II - cassação, nos casos previstos em lei, tais como: III - terrenos vagos, terrenos não-edificados e edificações ina-
a) descumprimento das obrigações impostas por lei ou por oca- cabadas;
sião da expedição da licença; IV - logradouros públicos, tais como ruas, praças, viadutos e
parques.

169
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 1º. Entende-se por evento público aquele dirigido ao público, a) rotas de fuga e saídas sinalizadas;
com ou sem a venda de ingressos. b) equipamentos de combate a incêndio;
§ 2º. Entende-se por evento temporário aquele realizado em c) Brigada de Combate a Incêndio;
período restrito de tempo ou com prazo determinado de duração. d) iluminação de emergência;
§ 3º. O disposto neste decreto aplica-se a eventos promovidos e) portas com barra antipânico;
ou organizados por particulares ou pela Administração Pública Di- f) saídas de emergência.
reta e Indireta. § 1º. O aviso a que se refere o inciso III do “caput” deste artigo
§ 4º. Ficam dispensados de Alvará de Autorização os eventos poderá ser substituído por impressos a serem distribuídos aos fre-
públicos e temporários em edificações que abriguem atividades in- qüentadores.
cluídas dentre aquelas referidas no artigo 4º deste decreto, já licen- § 2º. Os estabelecimentos mencionados no inciso III do “caput”
ciadas com Alvará de Funcionamento em vigor, desde que: deste artigo deverão manter, durante todo o período em que esti-
I - o público utilize exclusivamente as áreas destinadas à con- verem abertos ao público, Brigada de Combate a Incêndio.
centração de pessoas e já licenciadas; § 3º. Os estabelecimentos destinados a espetáculos programa-
II - haja controle da lotação máxima permitida para o local, in- dos deverão também demonstrar, por meio de representação ao
dicada na licença concedida; vivo ou audiovisual, a localização dos equipamentos de segurança
III - não tenham ocorrido alterações de ordem física no local, e a maneira de sua utilização em caso de sinistro, nos moldes dos
em relação ao regularmente licenciado; procedimentos adotados em aeronaves.
IV - não tenham sido implantados equipamentos transitórios
ou edificações, ainda não licenciados. SEÇÃO III
§ 5º. O processo visando à expedição de Alvará de Autorização DAS INFORMAÇÕES CONSTANTES DA LICENÇA
tem por objeto a análise das condições de segurança do evento a
ser realizado. Art. 10. Do Auto de Licença de Funcionamento e do Alvará de
§ 6º. O Alvará de Autorização será sempre concedido a título Funcionamento deverão constar:
precário, podendo ser revogado a qualquer tempo, nos termos do I - endereço completo do local onde se pretende instalar a ati-
inciso IV do § 3º do artigo 2º deste decreto, sem prejuízo das hipó- vidade;
teses de invalidação e cassação. II - número do contribuinte do Imposto Predial e Territorial Ur-
Art. 6º. Nas demais hipóteses não previstas nos artigos 4º e 5º bano - IPTU;
deste decreto, o uso não-residencial será licenciado mediante Auto III - atividade a ser exercida no imóvel;
de Licença de Funcionamento. IV - zona de uso e classificação da via;
Art. 7º. Para efeito de aplicação deste decreto, a lotação será V - subcategoria de uso e grupo de atividade, de acordo com o
calculada nos termos do Código de Obras e Edificações em vigor. Quadro n° 02, anexo ao Decreto n° 45.817, de 4 de abril de 2005, e
Parágrafo único. Nos casos de eventos a serem realizados em respectivas alterações posteriores;
locais abertos, poderá ser adotado, para cálculo de lotação, critério VI - parâmetros de incomodidade e condições de instalação a
técnico de comprovada eficácia. serem observados no funcionamento da atividade;
VII - área construída a ser utilizada e área total da edificação;
SEÇÃO II VIII - nome do estabelecimento ou do profissional autônomo,
DOS EFEITOS DAS LICENÇAS inclusive nome “fantasia”;
IX - número da ficha de inscrição da pessoa física ou jurídica no
Art. 8º. As licenças de que trata este decreto somente produzi- Cadastro de Contribuintes Mobiliários - CCM;
rão efeitos após sua efetiva expedição. X - outras observações, se necessárias, sobre:
§ 1º. O simples protocolo do pedido de Auto de Licença de Fun- a) a permanência, no estabelecimento, dos documentos indis-
cionamento, de Alvará de Funcionamento ou de Alvará de Autoriza- pensáveis à comprovação do regular funcionamento da atividade,
ção não autoriza o funcionamento da atividade. tais como contrato de locação de vagas para estacionamento, Ter-
§ 2º. O Auto de Licença de Funcionamento ou o Alvará de Fun- mo de Permissão de Uso - TPU referente a serviço de manobra e
cionamento deverão ser afixados, permanentemente, em local visí- guarda de veículos (“valet service”), atestados referentes às condi-
vel para o público, no acesso principal do imóvel. ções de segurança contra incêndio e apólice de seguro contra furto
§ 3º. O Alvará de Autorização deverá permanecer no local do ou roubo de automóveis, nos casos em que o número de vagas seja
evento para pronta exibição aos órgãos de fiscalização municipal, superior a 50 (cinqüenta) veículos, para estacionamento de “sho-
sempre que solicitado, assim como os documentos indispensáveis pping-centers”, lojas de departamentos, supermercados e empre-
à comprovação do regular funcionamento da atividade, nos termos sas, observadas as respectivas validades;
do inciso IX do artigo 12 deste decreto. b) a proibição de acesso direto para a via pública, em caso de
Art. 9º. No caso dos estabelecimentos referidos no artigo 4º atividade complementar destinada ao atendimento exclusivo dos
deste decreto, é obrigatória a afixação, junto ao acesso principal e usuários da atividade principal;
internamente, em local bem visível para o público, dos seguintes XI - observação relativa à necessidade de renovação, nos ter-
avisos: mos da Lei nº 10.205, de 1986;
I - indicação da lotação máxima aprovada para a atividade; XII - outras informações, a critério do órgão técnico.
II - informação sobre estar esgotada a lotação do recinto; § 1º Do Alvará de Funcionamento deverão constar também as
III - quando os locais forem destinados à exibição de espetá- seguintes informações:(Renumerado pelo Decreto nº 59.828/2020)
culos, programados ou não, indicação das condições de segurança I - número de inscrição no Cadastro de Locais de Reunião e ati-
oferecidas, tais como: vidades similares - CADLORE;

170
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

II - lotação máxima permitida; CAPÍTULO III


III - observação relativa à obrigatoriedade de sua revalidação, DOS PROCEDIMENTOS
nos termos do disposto no artigo 41 deste decreto.
§ 2º No caso de imóvel público sem número de contribuinte do SEÇÃO I
Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU, a exigência do inciso II DA INSTAURAÇÃO E DAS COMPETÊNCIAS
do “caput” deste artigo poderá ser dispensada.(Incluído pelo Decre-
to nº 59.828/2020) Art. 13. O processo visando à expedição das licenças menciona-
Art. 11. Fica mantido o Cadastro de Locais de Reunião e ativida- das no artigo 3º será instaurado mediante requerimento do interes-
des similares - CADLORE, no qual deverão ser cadastrados, pelo De- sado, a ser apresentado e instruído nos termos dos artigos 22 a 24
partamento de Controle de Uso de Imóveis - CONTRU, da Secretaria deste decreto ao órgão municipal competente.
Municipal de Habitação - SEHAB, e pelas Subprefeituras, os estabe- Parágrafo único. As licenças a que se refere o “caput” deste ar-
lecimentos que exerçam quaisquer atividades referidas no artigo 4º tigo deverão ser emitidas preferencialmente por meio eletrônico,
deste decreto, com capacidade de lotação igual ou superior a 250 no Portal da Prefeitura do Município na Internet.(Incluído pelo De-
(duzentas e cinqüenta) pessoas. creto nº 59.828/2020)
§ 1º. O CADLORE é constituído pelos dados e informações re- Art. 14. As licenças referidas no artigo 3º deste decreto serão
ferentes ao responsável legal, localização, tipo da atividade, cons- expedidas:(Redação dada pelo Decreto nº 54.213/2013)
trução e segurança da edificação, dentre outros considerados ne- I - no caso de Auto de Licença de Funcionamento, pelas Subpre-
cessários. feituras, por meio da respectiva Coordenadoria de Planejamento e
§ 2º. Sempre que constatadas alterações de ordem física ou de Desenvolvimento Urbano – CPDU;(Redação dada pelo Decreto nº
utilização do local, os dados e informações constantes do CADLORE 54.213/2013)
deverão ser atualizados pelo Departamento de Controle de Uso de II - no caso de Alvará de Funcionamento e Alvará de Autoriza-
Imóveis - CONTRU e pelas Subprefeituras. ção para eventos públicos e temporários, pela Secretaria Municipal
§ 3º. O cadastramento no CADLORE não implica o reconheci- de Licenciamento, por meio da Coordenadoria de Atividade Espe-
mento da regularidade da edificação e de seu uso. cial e Segurança de Uso – SEGUR.(Redação dada pelo Decreto nº
Art. 12. Do Alvará de Autorização para eventos públicos e tem- 54.213/2013)
porários, dependendo das características da edificação ou equipa- Parágrafo único. Os eventos públicos e temporários promovi-
mento, da natureza do uso pretendido e da capacidade de lotação dos ou organizados pela Administração Direta Municipal poderão
ou do público estimado, deverão constar as seguintes informações: ser autorizados diretamente pelo titular da Pasta à qual esteja vin-
I - denominação do evento; culado o órgão responsável por sua promoção ou organização, após
II - identificação do responsável pela promoção ou organização análise conclusiva dos técnicos nela lotados.(Redação dada pelo
do evento; Decreto nº 54.213/2013)
III - endereço do evento, incluindo o número do Código de En-
dereçamento Postal (CEP) e o número de contribuinte, constante SEÇÃO II
do IPTU, quando não se tratar de área pública; DA ANÁLISE TÉCNICA E DA DECISÃO
IV - datas de realização e horários de funcionamento (início e
término); Art. 15. A análise técnica deverá observar os requisitos gerais e
V - lotação máxima permitida; específicos previstos neste decreto e na legislação pertinente.
VI - nível máximo de ruído (som) permitido; Parágrafo único. Sem prejuízo da imediata aplicabilidade des-
VII - identificação do responsável técnico pelo sistema de se- te decreto, as Subprefeituras poderão estabelecer, de forma com-
gurança; plementar e mediante portaria do Subprefeito, a ser publicada no
VIII - observação relativa à obrigatoriedade de sua prorrogação Diário Oficial da Cidade, requisitos específicos para a concessão
na hipótese do artigo 42 deste decreto; de Auto de Licença de Funcionamento, em áreas definidas de seu
IX - anotação quanto à obrigatoriedade de permanência do território, para atividades ou conjuntos de atividades que possam
Alvará de Autorização no local do evento, durante sua realização, comprometer o bem-estar da população ou a segurança urbana.
devidamente acompanhado dos documentos indispensáveis à com- (Redação dada pelo Decreto nº 54.213/2013)
provação do regular funcionamento da atividade, conforme o caso, Art. 16. Os processos que apresentarem elementos incomple-
tais como contrato de locação de vagas, TPU referente a serviço de tos ou incorretos serão objeto de comunicado, do qual constarão
manobra e guarda de veículos (“valet service”) e relação dos esta- todas as falhas a serem sanadas.
cionamentos disponíveis, observadas as respectivas validades; § 1º A chamada para atendimento do comunicado será enca-
X - outras informações, a critério do órgão competente. minhada, por via postal ou por meio eletrônico, ao interessado ou
ao representante legal do estabelecimento, no endereço constante
do requerimento, sem prejuízo da publicação no Diário Oficial da
Cidade;(Redação dada pelo Decreto nº 59.828/2020)
§ 2º. O prazo para atendimento dos comunicados será de 30
(trinta) dias nos processos de Auto de Licença de Funcionamento
e de Alvará de Funcionamento, e de 5 (cinco) dias nos de Alvará de
Autorização para eventos públicos e temporários, contados da data
da respectiva publicação no Diário Oficial da Cidade, podendo ser
prorrogado uma única vez, por igual período, a pedido do interes-
sado.

171
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 3º. Os órgãos municipais competentes pela análise do pedi- III - Secretário Municipal de Licenciamento.(Redação dada pelo
do somente poderão vistoriar o imóvel se ainda restarem dúvidas Decreto nº 54.213/2013)
quanto ao preenchimento dos requisitos para a expedição da licen- § 4º O despacho do Subprefeito e do Secretário Municipal de
ça que não tenham sido dirimidas pelo atendimento do comunica- Licenciamento, bem como o decurso do prazo recursal, encerram
do. definitivamente a instância administrativa.(Redação dada pelo De-
Art. 17. O Auto de Licença de Funcionamento, o Alvará de creto nº 54.213/2013)
Funcionamento e o Alvará de Autorização para eventos públicos e § 5º. Os recursos serão processados nos mesmos autos do pro-
temporários deverão ser expedidos no prazo máximo de 30 (trinta) cesso administrativo.
dias, desde que o requerimento esteja instruído com todos os do- § 6º. Eventuais pedidos de reconsideração serão recebidos e
cumentos necessários. processados como recursos, desde que interpostos no respectivo
Parágrafo único. O curso do prazo definido no “caput” deste prazo.
artigo ficará suspenso durante a pendência de atendimento, pelo Art. 21. Os prazos referidos neste decreto observarão o dispos-
requerente, das exigências municipais feitas por intermédio de co- to no artigo 40 da Lei nº 14.141, de 27 de março de 2006, alterada
municado ou intimação para execução de obras e serviços. pela Lei nº 14.614, de 7 de dezembro de 2007.
Art. 18. Os pedidos serão indeferidos:
I - por abandono, quando não atendido o comunicado nos pra- CAPÍTULO IV
zos referidos no § 2º do artigo 16 deste decreto; DOS REQUERIMENTOS
II - por motivo técnico ou jurídico, devidamente fundamentado.
Parágrafo único. Encerrada a instância administrativa, os pro- SEÇÃO I
cessos referentes a pedidos indeferidos serão encaminhados às DO REQUERIMENTO DE AUTO DE LICENÇA DE FUNCIONA-
unidades competentes para anotações, planejamento da ação fis- MENTO
calizatória e posterior arquivamento.
Art. 19. Deferido o pedido, o requerente será notificado por Art. 22. Para fins de instrução do pedido de Auto de Licença de
via postal ou por meio eletrônico, com aviso de recebimento, para Funcionamento, dependendo das características da edificação e da
retirar o Auto de Licença de Funcionamento, Alvará de Funciona- natureza do uso pretendido, deverão ser apresentados:
mento ou Alvará de Autorização para Evento no prazo de 30 (trinta) I - requerimento-padrão, assinado pelo interessado ou seu re-
dias, independentemente de publicação no Diário Oficial da Cidade. presentante legal, com as seguintes informações:
(Redação dada pelo Decreto nº 59.828/2020) a) endereço completo do local onde se pretende instalar a ati-
Parágrafo único. O documento não retirado no prazo fixado no vidade (estabelecimento ou local de trabalho), incluído o Código de
“caput” deste artigo será juntado ao processo administrativo e com Endereço Postal - CEP;
ele arquivado. b) classificação da atividade, segundo o Quadro n° 02, anexo ao
Decreto n° 45.817, de 2005;
SEÇÃO III c) área construída a ser utilizada e área total da edificação;
DOS RECURSOS E INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS II - cópia da cédula de identidade do requerente;
III - cópia de Notificação-Recibo do Imposto Predial e Territorial
Art. 20. Do despacho decisório proferido pela autoridade com- Urbano - IPTU referente ao imóvel em que se pretende instalar a
petente nos termos deste artigo, caberá um único recurso, dirigido atividade, caso não seja público;
à autoridade superior. IV - cópia do título de propriedade do imóvel, nos casos em que
§ 1º. O prazo para a interposição do recurso será de 15 (quin- não haja lançamento fiscal para o lote particular;
ze) dias nos casos de Auto de Licença de Funcionamento e de Al- V - termo de anuência ou permissão, contrato de concessão,
vará de Funcionamento, e de 5 (cinco) dias em caso de Alvará de em qualquer modalidade, ou documento equivalente, em se tra-
Autorização para eventos públicos e temporários, a contar da data tando de imóvel de posse ou propriedade da Administração Dire-
da publicação do respectivo despacho de indeferimento no Diário ta ou Indireta da União, do Estado ou do Município, incluídas as
Oficial da Cidade. concessionárias de serviços públicos e/ou bens imóveis públicos, e
§ 2º. No âmbito das Subprefeituras, as autoridades administra- quaisquer outras empresas a elas equiparadas;(Redação dada pelo
tivas competentes para apreciação e decisão dos pedidos de que Decreto nº 59.828/2020)
trata este decreto, na conformidade de seu artigo 14, são as se- VI - cópia da ficha de inscrição da pessoa física ou da pessoa
guintes: jurídica no Cadastro de Contribuintes Mobiliários - CCM;
I - Supervisor de Uso do Solo e Licenciamentos; VII - documento comprobatório da regularidade da edificação
II - Subprefeito. para o uso pretendido, nos termos do artigo 25, § 1º e § 2º, deste
§ 3º No âmbito da Secretaria Municipal de Licenciamento - decreto;
SEL, as autoridades administrativas competentes para apreciação VIII - declarações do representante legal do estabelecimento,
e decisão dos pedidos de Alvará de Funcionamento e de Alvará sobre os parâmetros de incomodidade e condições de instalação
de Autorização são as seguintes:(Redação dada pelo Decreto nº que deverão ser observados pela atividade, e sobre a manutenção
54.213/2013) da regularidade da edificação, na conformidade do documento
I - Diretor de Divisão;(Redação dada pelo Decreto nº comprobatório apresentado, nos termos do inciso VII deste artigo;
54.213/2013) IX - guia de recolhimento quitada.
II - Coordenador de SEGUR;(Redação dada pelo Decreto nº Parágrafo único. No caso de atividade a ser instalada em edi-
54.213/2013) ficação com área total construída superior a 150m² (cento e cin-
qüenta metros quadrados), as declarações previstas no inciso VIII

172
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

do “caput” deste artigo serão subscritas também por profissional concessionárias de serviços públicos e/ou bens imóveis públicos, e
habilitado e acompanhadas de cópias da carteira do Conselho Re- quaisquer outras empresas a elas equiparadas;(Redação dada pelo
gional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA/SP e respec- Decreto nº 59.828/2020)
tiva Anotação de Responsabilidade Técnica - ART. VI - documento comprobatório da regularidade da edificação
X - relação de indisponibilidades/impossibilidades – protoco- para o uso pretendido, nos termos do artigo 25, §1º e § 2º, deste
lo emitido pelo Sistema de Licenciamento Eletrônico de Atividades. decreto;
(Incluído pelo Decreto nº 51.375/10) VII - declarações assinadas pelo representante legal do estabe-
XI – protocolo de processo de Certificado de Acessibilidade da lecimento e por profissional habilitado, acompanhadas de cópias
edificação, para o uso pretendido, quando pertinente.(Incluído pelo da carteira do CREA/SP e respectiva ART, sobre os parâmetros de
Decreto nº 59.828/2020) incomodidade e condições de instalação que deverão ser observa-
§ 1º No caso de atividade a ser instalada em edificação com dos pela atividade, bem como sobre a manutenção da regularida-
área total construída superior a 150m² (cento e cinquenta metros de da edificação, na conformidade do documento comprobatório
quadrados), as declarações previstas no inciso VIII do”caput” apresentado;
deste artigo serão subscritas também por profissional habilitado e VIII - Laudo Técnico de Segurança, nos termos da Portaria Pref.
acompanhadas de cópias da carteira do Conselho Regional de Enge- nº 1751, de 10 de maio de 2006;
nharia, Arquitetura e Agronomia - CREA/SP e respectiva Anotação IX - planta da edificação, em 3 (três) vias, representando fiel-
de Responsabilidade Técnica – ART, exceto nas hipóteses previstas mente o local, contendo a localização dos equipamentos do sistema
em legislação municipal específica.”(Redação dada pelo Decreto de segurança, ou projeto de adaptação às normas de segurança,
nº 51.375/10)(Renumerado pelo Decreto nº 59.828/2020) bem como o projeto de adequação às normas de acessibilidade de
§ 2º No caso de imóvel público cedido a particular no âmbi- pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, na hipótese
to de termo de anuência ou permissão, contrato de concessão, em do artigo 39 deste decreto;
qualquer modalidade, ou documento equivalente, o respectivo ins- X - cronograma físico-financeiro e memorial descritivo das
trumento de cessão poderá ser utilizado para demonstração de que obras e serviços, quando necessária adaptação da edificação às
o órgão público é detentor da posse ou propriedade do imóvel no condições de segurança;
perímetro da área cedida, desde que descrita no respectivo termo XI - ART de cada um dos responsáveis técnicos, bem como as
ou, alternativamente, mediante declaração do órgão público deten- respectivas cópias das carteiras do CREA/SP.
tor a respeito da posse ou propriedade do imóvel, desde que acom- XII - protocolo de processo de Certificado de Acessibilidade da
panhada de peça gráfica delimitando o perímetro da área.(Incluído edificação, para o uso pretendido, quando pertinente.(Incluído pelo
pelo Decreto nº 59.828/2020) Decreto nº 59.828/2020)
§ 3º A regularidade da edificação prevista no inciso VII do § 1º. Na hipótese de não ser necessária a execução de obras,
“caput” deste artigo poderá ser comprovada mediante protocolo deverão ainda ser apresentados:
do pedido de regularização para uso permitido ou comprovação da I - atestados:
incidência do inciso II, do artigo 24, Decreto nº 57.521, de 9 de de- a) das instalações elétricas, conforme NBR 5410/ABNT;
zembro de 2016.(Incluído pelo Decreto nº 59.828/2020) b) do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas, con-
forme NBR 5419/ABNT;
SEÇÃO II c) de formação de Brigada de Combate a Incêndios, conforme
DO REQUERIMENTO DE ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO NBR 14276 e 14277/ABNT;
d) de estabilidade estrutural, conforme o caso;
Art. 23. Para fins de instrução do pedido de Alvará de Funciona- e) dos equipamentos de segurança;
mento, dependendo das características da edificação e da natureza f) da acessibilidade do imóvel a pessoas com deficiência ou
do uso pretendido, deverão ser apresentados os seguintes docu- com mobilidade reduzida;
mentos: g) das instalações de gás, conforme o Decreto nº 24.714, de 7
I - requerimento-padrão, assinado pelo interessado ou seu re- de outubro de 1987, e alterações subseqüentes;
presentante legal, com as seguintes informações: h) de conclusão de obras;
a) endereço completo do local onde se pretende instalar a ati- II - guia de recolhimento quitada;
vidade (estabelecimento ou local de trabalho), incluído o Código de III - laudo técnico comprobatório de tratamento acústico, quan-
Endereço Postal - CEP; do necessário, nos termos do artigo 38 deste decreto;
b) classificação da atividade, segundo o Quadro n° 02, anexo ao IV - declaração do responsável pelo estabelecimento, que com-
Decreto n° 45.817, de 2005; prove o atendimento das disposições relativas aos avisos obrigató-
c) área construída a ser utilizada e área total da edificação; rios dos locais de reunião, previstos no artigo 9º deste decreto.
II - cópia da cédula de identidade do requerente; V - Relatório de Inspeção Anual (RIA), relacionado(s) ao(s) apa-
III - cópia de Notificação-Recibo do IPTU referente ao imóvel relho(s) de transporte vertical e horizontal, caso existam na edifica-
em que se pretende instalar a atividade, caso não se trate de área ção;(Incluído pelo Decreto nº 59.828/2020)
pública; VI - Os estabelecimentos que exerçam as atividades de “buf-
IV - cópia do título de propriedade do imóvel, nos casos em que fet” infantil, parque de diversões ou similares e que possuam equi-
não haja lançamento fiscal para o lote particular; pamentos de diversão definidos por Norma Técnica da Associação
V - termo de anuência ou permissão, contrato de concessão, Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, deverão apresentar Laudo
em qualquer modalidade, ou documento equivalente, em se tra- Técnico dos equipamentos existentes, emitido por profissional ha-
tando de imóvel de posse ou propriedade da Administração Dire-
ta ou Indireta da União, do Estado ou do Município, incluídas as

173
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

bilitado e acompanhado de uma via da Anotação de Responsabili- X - cálculo da capacidade de lotação, ou estimativa de público,
dade Técnica - ART, conforme dispõe o Decreto nº 52.587, de 23 de e das condições de escoamento do público, de acordo com as carac-
agosto de 2011.(Incluído pelo Decreto nº 59.828/2020) terísticas do evento, observada a Portaria nº 14/SEHAB-G, de 1º de
§ 2º A regularidade da edificação prevista no inciso VI do outubro de 1996, ou a norma que venha a sucedê-la;
“caput” deste artigo poderá ser comprovada mediante protocolo XI - indicação das providências relativas a sanitários, estacio-
do pedido de regularização para uso permitido ou comprovação da namento de veículos, acesso de pessoas com deficiência ou com
incidência do inciso II, do artigo 24, Decreto nº 57.521, de 9 de de- mobilidade reduzida e controle de ruídos;
zembro de 2016.(Incluído pelo Decreto nº 59.828/2020) XII - identificação das empresas e profissionais responsáveis
§ 3º No caso de imóvel público cedido a particular no âmbi- pelos projetos, por sua execução e pela organização do evento;
to de termo de anuência ou permissão, contrato de concessão, em XIII - contrato com empresa responsável pela segurança do
qualquer modalidade, ou documento equivalente, o respectivo público durante o evento, devidamente cadastrada junto ao órgão
instrumento poderá ser utilizado para demonstração de que o ór- competente;
gão público é detentor da posse ou propriedade do imóvel no perí- XIV - ofício protocolado perante a Polícia Militar do Estado de
metro da área cedida, desde que descrita no respectivo termo ou, São Paulo, comunicando o evento;
alternativamente, mediante declaração do órgão público detentor XV – anuências da Divisão Técnica de Fiscalização, Comuni-
a respeito da posse ou propriedade do imóvel, desde que acompa- cações e Informações – DTFCI/CECOM, integrante da Secretaria
nhada de peça gráfica delimitando o perímetro da área.(Incluído Municipal da Saúde, e da Companhia de Engenharia de Tráfego –
pelo Decreto nº 59.828/2020) CET;(Redação dada pelo Decreto nº 51.315/2010)
XVI - atestados técnicos ou termos de compromisso técnico de:
SEÇÃO III a) estabilidade das edificações, instalações e equipamentos, in-
DO REQUERIMENTO DE ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO PARA clusive coberturas, arquibancadas, palcos, torres de equipamentos,
EVENTOS PÚBLICOS E TEMPORÁRIOS painéis, mobiliários, gradis e elementos decorativos;
b) regularidade das instalações elétricas do evento, bem como
Art. 24. Para fins de instrução do pedido de Alvará de Autoriza- dos sistemas de aterramento referidos na NBR 5410/ABNT, e da
ção, dependendo das características da edificação ou equipamento, proteção contra descargas elétricas atmosféricas (SPDA), de acordo
da natureza do uso pretendido, da capacidade de lotação e do pú- com a NBR 5419/ABNT;
blico estimado, deverão ser apresentados os seguintes documentos c) adequação e funcionamento do sistema de segurança, in-
e informações: cluindo equipamentos e brigada de combate a incêndio e pânico,
I - requerimento-padrão, assinado pelo interessado ou seu re- em condições de operação;
presentante legal; d) atendimento à Lei nº 11.345, 14 de abril de 1993, e à NBR
II - documentos de identificação do responsável pelo evento; 9050/ABNT, para os efeitos de aplicação das disposições especiais
III - cópia de Notificação-Recibo do IPTU referente ao imóvel para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, na for-
em que se pretende instalar a atividade, caso este não seja público; ma prevista na legislação municipal;
IV - cópia do título de propriedade do imóvel, nos casos em que e) atendimento aos limites de ruído estabelecidos nos Quadros
não haja lançamento fiscal para o lote particular; 02/a a 02/h, anexos à Parte III da Lei n° 13.885, de 2004, e no § 8º
V - contrato de locação, termo de anuência, termo de auto- do artigo 177, todos da mesma lei;
rização ou documento equivalente, firmado pelo proprietário ou XVII - a critério da Municipalidade, conforme as necessidades
possuidor do imóvel; do caso, indicação do engenheiro de segurança que deverá estar
VI - termo de anuência ou permissão, contrato de concessão, presente no local por ocasião da realização do evento.
em qualquer modalidade, ou documento equivalente, em se tra- XVIII - nos eventos com previsão de público superior a 10.000
tando de imóvel de posse ou propriedade da Administração Dire- (dez mil) pessoas, apresentação, a critério da Municipalidade, de
ta ou Indireta da União, do Estado ou do Município, incluídas as projeto de monitoramento por meio de câmeras filmadoras, em
concessionárias de serviços públicos e/ou bens imóveis públicos, e consonância com o disposto na Lei nº 15.326, de 12 de novembro
quaisquer outras empresas a elas equiparadas;(Redação dada pelo de 2010.(Incluído pelo Decreto 52.623/2011)
Decreto nº 59.828/2020) § 1º. O Alvará de Autorização deverá ser requerido com antece-
VII - guia de arrecadação quitada, referente ao preço do serviço dência mínima de 30 (trinta) dias da data de realização do evento.
público; § 2º. O atendimento às exigências técnicas constantes deste
VIII - memorial descritivo do evento, contendo, dentre outros: artigo deverá ser comprovado por atestados técnicos ou termos de
a) identificação do objetivo; compromisso técnico, firmados por empresas ou profissionais devi-
b) datas de realização e horários de início e término; damente habilitados, acompanhados das respectivas ART e cópias
c) capacidade de lotação ou público estimado; das carteiras do CREA/SP.
d) endereço completo do imóvel ou identificação do logradou- § 3º. Dependendo das particularidades do caso, poderão ser
ro; solicitados esclarecimentos adicionais aos interessados, bem como
e) descrição das estruturas a serem montadas, dos equipamen- a apresentação da documentação complementar necessária à ins-
tos a serem instalados e da organização da segurança; trução e apreciação do pedido, assim como poderá ser dispensada
f) nos casos de eventos a serem realizados em pátio de estacio- a apresentação de documento relacionado neste artigo por motivo
namento, demonstração de que a utilização da área não interfere devidamente fundamentado.
nas vagas obrigatórias da edificação; § 4º No caso de imóvel público cedido a particular no âmbi-
IX - cópias das peças gráficas descritivas, necessárias à perfeita to de termo de anuência ou permissão, contrato de concessão, em
compreensão do pedido de Alvará de Autorização; qualquer modalidade, ou documento equivalente, o respectivo

174
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

instrumento poderá ser utilizado para demonstração de que o ór- SEÇÃO II


gão público é detentor da posse ou propriedade do imóvel no perí- DA SEGURANÇA DA EDIFICAÇÃO
metro da área cedida, desde que descrita no respectivo termo ou,
alternativamente, mediante declaração do órgão público detentor Art. 26. A expedição de licença dependerá da demonstração do
a respeito da posse ou propriedade do imóvel, desde que acompa- atendimento às condições de segurança da edificação.
nhada de peça gráfica delimitando o perímetro da área.(Incluído § 1º Para fins de obtenção de Auto de Licença de Funciona-
pelo Decreto nº 59.828/2020) mento, desde que a edificação tenha sido mantida sem alterações
de ordem física ou de utilização em relação ao regularmente licen-
CAPÍTULO V ciado, com a comprovada manutenção do sistema de segurança
DOS REQUISITOS GERAIS PARA EXPEDIÇÃO DO AUTO DE implantado, o atendimento às condições de segurança da edifica-
LICENÇA DE FUNCIONAMENTO E DO ALVARÁ DE FUNCIONA- ção poderá ser demonstrado por meio dos seguintes documentos,
MENTO expedidos nos termos das Leis nº 8.266, de 20 de junho de 1975, nº
11.228, de 26 de junho de 1992, nº 13.558 de 2003, alterada pela
SEÇÃO I Lei nº 13.876, de 23 de julho de 2004, nº 16.642, de 9 de maio de
DA REGULARIDADE DA EDIFICAÇÃO 2017 e Decreto nº 58.943, de 5 de setembro de 2019, com as res-
pectivas alterações subsequentes:(Redação dada pelo Decreto nº
Art. 25. O uso não-residencial - nR, desde que permitido, po- 59.828/2020)
derá instalar-se em edificação em situação regular, ainda que não- I - Auto de Conclusão;
-conforme, desde que observados os parâmetros de incomodidade II - Certificado de Conclusão;
e condições de instalação previstos nos Quadros 02, anexos à Parte II A - Termo de Consentimento para Atividade Edilícia Pública
III da Lei n.° 13.885, de 2004. – TCAEP, nos termos do Decreto nº 58.943, de 5 de setembro de
§ 1º. Constituem-se documentos hábeis para a comprovação 2019;(Incluído pelo Decreto nº 59.828/2020)
da regularidade da edificação, desde que esta tenha sido mantida III - Auto de Conservação;
sem alterações em relação ao regularmente licenciado: IV - Auto de Regularização;
I - planta aprovada com o respectivo “Habite-se”, Auto de Visto- V - Auto de Verificação de Segurança - AVS;
ria, Auto de Conclusão ou Certificado de Conclusão; VI - Alvará de Funcionamento dos Equipamentos do Sistema
II - planta conservada com o Alvará de Conservação correspon- de Segurança.
dente; VII - Certificado de Regularidade, nos termos do Decreto
III - planta regularizada com o Auto de Regularização corres- nº 58.943, de 5 de setembro de 2019.(Incluído pelo Decreto nº
pondente; 59.828/2020)
IV - Certificado de Mudança de Uso e peça gráfica correspon- VIII – Certificado de Segurança;(Incluído pelo Decreto nº
dente. 59.828/2020)
§ 2º. A constatação da situação de regularidade da edificação, IX – Cadastro do Sistema Especial de Segurança;(Incluído pelo
junto ao Cadastro de Edificações do Município - CEDI, dispensará a Decreto nº 59.828/2020)
apresentação do documento relacionado no inciso VII do artigo 22 X – Manutenção do Cadastro de Sistema Especial de Seguran-
deste decreto, exceto quando se tratar de pedido para: ça;(Incluído pelo Decreto nº 59.828/2020)
I - atividades classificadas como nR1 e nR2, de acordo com a Lei XI – Certificado de Manutenção.(Incluído pelo Decreto nº
n. 13.885, de 2004, e o Decreto nº 45.817, de 2005, a serem insta- 59.828/2020)
ladas em edificação cujo eventual alvará de reforma inclua-se nas § 2º. Excluem-se da obrigatoriedade de demonstração do aten-
competências de análise e decisão do Departamento de Aprovação dimento às condições de segurança:
de Edificações - APROV, da Secretaria Municipal de Habitação, na I - as edificações que estejam desobrigadas de espaços de cir-
conformidade das atribuições definidas no Decreto n° 48.379, de culação protegidos, de acordo com o Capítulo 12 do Anexo I da Lei
2007; nº 11.228, de 1992, com altura igual ou inferior a 9,00 m (nove me-
II - atividades classificadas como nR3 e nR4, de acordo com a tros) e população igual ou inferior a 100 (cem) pessoas (por andar),
Lei nº 13.885, de 2004, e o Decreto nº 45.817, de 2005; exceto as atividades ou grupos de atividades referidos no inciso II
III - edificação que deva ser adaptada, em função de exigências do § 2º deste artigo, com capacidade de lotação total superior a 100
quanto à habitabilidade, higiene, segurança ou acessibilidade para (cem) pessoas;
a atividade pretendida, definidas na legislação edilícia ou de uso e II - as edificações destinadas ao comércio, à prestação de ser-
ocupação do solo. viços de saúde, educação e automotivos, às indústrias, às oficinas
§ 3º No caso de edificação de titularidade de pessoa jurídica e aos depósitos, aos locais de reunião e à prática de exercício físico
de Direito Público do Município, do Estado de São Paulo e da União ou esporte, com capacidade de lotação igual ou inferior a 100 (cem)
Federal e respectivas autarquias universitárias, que se enquadre no pessoas;
previsto no artigo 109 da Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017, em III - as atividades enquadradas na subcategoria de uso nR1, de
imóvel cedido a particular no âmbito de termo de anuência ou per- acordo com a Lei n. 13.885, de 2004, e o Decreto nº 45.817, de
missão, contrato de concessão, em qualquer modalidade, ou do- 2005, instaladas nos pavimentos térreos de edifícios, desde que em
cumento equivalente, o particular poderá requisitar o Certificado locais compartimentados vertical e horizontalmente em relação ao
de Regularidade da edificação, nos termos do artigo 1º, do Decre- restante da edificação, e com saída imediata para a via pública.
to nº 58.943, de 5 de setembro de 2019.(Incluído pelo Decreto nº § 3º. No caso de Auto de Licença de Funcionamento para as
59.828/2020) atividades nR1 e nR2, de acordo com a Lei nº 13.885, de 2004, e o
Decreto nº 45.817, de 2005, a serem instaladas em edificação cujo

175
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

eventual alvará de reforma inclua-se nas competências de análi- SEÇÃO III


se e decisão das Subprefeituras, na conformidade das atribuições DA REGULARIDADE DO USO
definidas no Decreto n° 48.379, de 2007, o documento poderá ser
substituído, a critério e sob a responsabilidade do requerente, por Art. 28. O uso de imóveis, para fins da disciplina do uso e ocu-
atestado técnico referente à segurança da edificação, emitido por pação do solo, classifica-se em permitido e não permitido e em con-
Engenheiro de Segurança, acompanhado de cópia da carteira do forme e não conforme.
CREA/SP e respectiva ART. § 1º. Uso permitido é aquele passível de ser implantado ou ins-
§ 4º. A demonstração das condições de segurança da edifica- talado no imóvel, em função do tipo de zona de uso, da categoria
ção, para fins de obtenção de Alvará de Funcionamento, dependerá da via e da sua largura.
da apresentação da documentação pertinente, nos termos do arti- § 2º. Uso não permitido é aquele não passível de ser implan-
go 23 deste decreto. tado ou instalado no imóvel, em função do tipo de zona de uso, da
§ 5º Os documentos listados no § 1º do “caput” deste artigo de- categoria da via ou da sua largura.
verão ter no máximo 5 (cinco) anos contados da data de expedição. § 3º. Uso conforme é aquele permitido e que, no caso de uso
(Incluído pelo Decreto nº 59.828/2020) não-residencial - nR, atende também a todos os parâmetros de
§ 6º Os documentos citados nos incisos III e VIII do § 1º do incomodidade e condições de instalação, constantes dos Quadros
“caput” deste artigo poderão ser apresentados por particular, em 02/a a 02/i, anexos à Parte III da Lei n° 13.885, de 2004.
se tratando de imóvel público de posse ou propriedade de pessoa § 4º. Uso não conforme é aquele que não é permitido ou, no
jurídica de Direito Público do Município, do Estado de São Paulo e caso de uso não-residencial - nR, aquele que, mesmo permitido,
da União Federal e respectivas autarquias universitárias, ocupado não atende a, pelo menos, um dos parâmetros de incomodidade
sob regime de permissão, concessão sob qualquer modalidade, ou ou uma das condições de instalação, constantes dos Quadros 02/a
equivalentes.(Incluído pelo Decreto nº 59.828/2020) a 02/i, anexos à Parte III da Lei n° 13.885, de 2004.
§ 7º No caso de edificação de titularidade de pessoa jurídica Art. 29. Para a expedição da licença, o uso pretendido deve ser
de Direito Público do Município, do Estado de São Paulo e da União considerado conforme.
Federal e respectivas autarquias universitárias, que se enquadre § 1º. Em qualquer zona de uso, para instalação de usos não-re-
no previsto no artigo 109 da Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017, sidenciais, não se aplica a limitação de área construída computável
em imóvel cedido a particular no âmbito de termo de anuência ou máxima permitida referida nos Quadros 02, anexos à Parte III da
permissão, contrato de concessão em qualquer modalidade, ou do- Lei n° 13.885, de 2004, às edificações existentes consideradas em
cumento equivalente, o particular poderá requisitar o Certificado situação regular nos termos do “caput” e do § 1º do artigo 217 da
de Regularidade da edificação, nos termos do artigo 1º do Decre- mesma lei.
to nº 58.943, de 5 de setembro de 2019.(Incluído pelo Decreto nº § 2º. Quando se tratar de pedido de licença para funcionamen-
59.828/2020) to de estabelecimento em edificação em situação regular, não sen-
Art. 27. As edificações existentes, que não apresentem condi- do possível atender o número de vagas exigidas para estacionamen-
ções de segurança, na forma prevista na legislação vigente e nas to de veículos, conforme previsto nos Quadros 02, anexos à Parte III
normas técnicas oficiais, deverão ser adaptadas às exigências de da Lei n° 13.885, de 2004, essa exigência poderá ser atendida com
segurança, mediante a execução de obras e serviços considerados a vinculação de vagas em outro imóvel, à distância máxima de 200
necessários para garantir a segurança em sua utilização, conforme (duzentos) metros.
disposto nas Leis nº 9.433, de 1º de abril de 1982, e nº 11.228, de § 3º. O espaço destinado ao estacionamento de veículos em
1992, e no Decreto nº 32.329, de 1992. outro imóvel, referido no § 2º deste artigo, poderá estar situado a
§ 1º. A adaptação poderá ser requerida e executada no mesmo mais de 200 (duzentos) metros, quando o estabelecimento firmar
processo administrativo em que foi requerida a licença, em todos os convênio com estacionamento e serviço de manobristas, devendo
casos de Alvará de Funcionamento e nos casos de Auto de Licença o instrumento contratual mantido à disposição dos órgãos de fisca-
de Funcionamento nos quais a apreciação do projeto de adaptação lização municipal.
seja também de competência das Subprefeituras, nos termos do § 4º. Às atividades classificadas no grupo comércio de alimen-
Decreto n° 48.379, de 2007. tação ou associado a diversões, previstas no inciso I do artigo 156
§ 2º. Nos casos de Auto de Licença de Funcionamento, não da Lei n° 13.885, de 2004, das vias coletoras da ZM e da ZMp, não se
sendo apresentado documento comprobatório das condições de aplica a restrição do horário de funcionamento previsto no Quadro
segurança e competindo ao Departamento de Controle de Uso de 02/e da citada lei, até a regulamentação da matéria por lei especí-
Imóveis - CONTRU a apreciação de eventual projeto de adaptação, fica.
nos termos do Decreto n° 48.379, de 2007, a Subprefeitura compe- § 5º. O uso comprovadamente instalado até a data da publi-
tente comunicará o fato àquele órgão, em expediente apartado do cação da Lei n° 13.885, de 2004, permitido para o local pela legis-
pedido de licença. lação vigente quando de sua instalação, que tenha se tornado não
§ 3º. Executadas as obras ou serviços e cumpridas as demais permitido ou não conforme nos termos da referida lei, poderá ser
exigências deste decreto e da legislação vigente, será expedida a tolerado, desde que:
licença de funcionamento, que constituirá documento hábil para I - a edificação possa ser considerada em situação regular, nos
fins de comprovação do atendimento às condições de segurança. termos do artigo 25 deste decreto;
II - sejam atendidos os parâmetros de incomodidade relativos
ao ruído e ao horário de carga e descarga, até a regulamentação dos
demais parâmetros.

176
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 6º. A comprovação do uso mencionado no § 5º deste artigo § 3º. As licenças de funcionamento poderão ser emitidas inclu-
se dará mediante a apresentação de documento emitido por órgão sive nos casos em que o acesso e as instalações sejam comuns para
da Prefeitura do Município de São Paulo ou do Poder Público esta- todas as atividades.
dual ou federal que tenha autorizado o exercício da atividade, no
âmbito de sua competência. SEÇÃO III
§ 7º. Aos estabelecimentos destinados à venda de produtos ali- DAS ATIVIDADES SECUNDÁRIAS OU COMPLEMENTARES
mentícios, com ou sem consumo no local, ou ao desenvolvimento
de atividades de lazer e diversão, do grupo de atividades comércio Art. 33. A expedição do Auto de Licença de Funcionamento de
de alimentação ou associado a diversões, já comprovadamente ins- atividade considerada secundária ou complementar, observadas as
talados até a entrada em vigor da Lei n° 13.885, de 2004, nas vias disposições constantes do artigo 32 deste decreto, dependerá da
locais da ZM ou ZMp, não se aplica a restrição do horário de funcio- prévia emissão do Auto de Licença de Funcionamento ou de Alvará
namento previsto no Quadro 02/d da referida lei, até a regulamen- de Funcionamento da atividade principal.
tação da matéria por lei específica. § 1º. Do Auto de Licença de Funcionamento da atividade se-
cundária ou complementar deverá constar sua vinculação ao Auto
SEÇÃO IV de Licença de Funcionamento ou ao Alvará de Funcionamento da
DA INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS atividade principal.
§ 2º. No caso de atividade complementar ou secundária que
Art. 30. As licenças de que trata este decreto não serão expe- consista em “estande” ou “box” de venda de produtos embalados
didas caso a pessoa física ou jurídica requerente esteja incluída no e prontos para o consumo, situada em “shopping-centers”, centros
Cadastro Informativo Municipal - CADIN MUNICIPAL, nos termos de compras, lojas de departamento ou magazines, mercados, su-
do artigo 3º da Lei nº 14.094, de 6 de dezembro de 2005, com a permercados, hipermercados e similares, deverá ser apresentado,
redação dada pelo artigo 47 da Lei nº 14.256, de 29 de dezembro além dos documentos relativos à própria atividade, Termo de Com-
de 2006. promisso e Responsabilidade firmado pelos responsáveis pelas ati-
vidades principal e secundária ou complementar, com a declaração
CAPÍTULO VI de que a nova atividade não prejudica os corredores de circulação,
DAS SITUAÇÕES, ATIVIDADES E REQUISITOS ESPECÍFICOS as rotas de fuga e o acesso aos equipamentos da edificação utiliza-
PARA EXPEDIÇÃO DE AUTO DE LICENÇA DE FUNCIONAMENTO da.
E DE ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO § 3º. Na hipótese de a atividade secundária ou complemen-
tar implicar pequena reforma, deverá ser apresentada a respectiva
SEÇÃO I planta aceita pela Municipalidade para essa finalidade.
DAS ATIVIDADES SUJEITAS A CONTROLE SANITÁRIO § 4º. Para a emissão do Auto de Licença de Funcionamento de
atividades complementares destinadas ao atendimento exclusivo
Art. 31. Nos pedidos de Auto de Licença de Funcionamento ou dos usuários da atividade principal, conforme previsto nos §§ 1° e
de Alvará de Funcionamento para atividades sujeitas a controle sa- 2° do artigo 39 do Decreto n° 45.817, de 2005, serão necessários:
nitário, os interessados deverão apresentar termo de ciência quan- I - atendimento às condições de instalação estabelecidas para
to à necessidade de atendimento às exigências previstas no artigo a atividade principal;
90 da Lei n° 13.725, de 9 de janeiro de 2004, relativas ao Cadastro II - apresentação de declaração dos responsáveis pela atividade
Municipal de Vigilância Sanitária - CMVS. principal, quanto à sua ciência das restrições impostas ao funciona-
mento da atividade complementar.
SEÇÃO II
DA INSTALAÇÃO DE DUAS ATIVIDADES NA MESMA EDIFICA- SEÇÃO IV
ÇÃO DAS ATIVIDADES EM CONDOMÍNIO

Art. 32. Poderão ser licenciadas duas ou mais atividades em Art. 34. As licenças de funcionamento para atividades em con-
uma mesma edificação, sem prejuízo das demais condições estabe- domínio, que ocupem frações ideais de uma mesma edificação, se-
lecidas neste decreto, desde que: rão expedidas separadamente para cada uma das atividades.
I - as atividades sejam permitidas na zona; § 1º. A licença de funcionamento de cada atividade exercida no
II - os parâmetros de incomodidade e as condições de instala- condomínio poderá ficar vinculada à licença previamente expedida
ção sejam atendidos; para a unidade administrativa responsável pelo condomínio, desde
III - as atividades possam funcionar de modo independente; que a unidade administrativa responsável pelo condomínio esteja
IV - sejam atendidas, em cada caso, as demais disposições da nele instalada.
Lei n° 13.885, de 2004; § 2º. Caso seja requerida a vinculação e apresentada a licença
V - seja atendida a quantificação total das instalações sanitá- da unidade administrativa responsável pelo condomínio, será dis-
rias, nos termos do disposto na Lei nº 11.228, de 1992. pensada a apresentação dos documentos comprobatórios da regu-
§ 1º. Poderão ser expedidas tantas licenças quantas forem as laridade da edificação e da segurança das instalações, sem prejuízo
atividades que puderem ser instaladas no local, todas vinculadas do cumprimento das demais exigências descritas neste decreto ou
entre si. na legislação municipal.
§ 2º. A licença de funcionamento poderá ser expedida para as
unidades individualmente ou para o conjunto de atividades.

177
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

SEÇÃO V b) da vegetação de porte arbóreo, atendendo às disposições da


DO ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS COMO ATIVIDADE COM- Lei nº 13.319, de 5 de fevereiro de 2002, e do Decreto n° 44.419, de
PLEMENTAR 26 de fevereiro de 2004, que a regulamenta;
c) da área permeável resultante da aplicação da Taxa de Per-
Art. 35. A expedição de Auto de Licença de Funcionamento meabilidade prevista nos Quadros 04, anexos aos Planos Regionais
para a atividade “estacionamento”, quando se tratar de atividade Estratégicos das Subprefeituras instituídos pela Lei n° 13.885, de
complementar à principal, de acordo com o disposto no § 4º do 2004;
artigo 162 da Lei n° 13.885, de 2004, dependerá da apresentação d) de guarita e de, pelo menos, um sanitário contendo bacia e
dos seguintes documentos, além daqueles referidos no artigo 22 lavatório;
deste decreto: e) de muro de fecho, de acordo com as normas estabelecias
I - cópias da Convenção de Condomínio e da ata da assembléia pela legislação pertinente em vigor;
que elegeu o síndico, acompanhadas de: II - termo assinado por profissional devidamente habilitado,
a) cópia do contrato de locação firmado entre o síndico e o res- atestando que o projeto de instalação atende às posturas munici-
ponsável pela atividade “estacionamento”, desde que a Convenção pais pertinentes, especialmente quanto:
de Condomínio assim o autorize; ou a) à segurança de uso do imóvel e dos dispositivos de sinaliza-
b) anuência do condomínio, comprovada por cópia da ata de ção viária;
assembléia que autorizou a atividade “estacionamento” nas vagas b) ao tratamento adequado do solo, de forma a garantir a es-
aprovadas para esse fim; tabilidade dos maciços e boas condições de conforto, salubridade e
II - declaração sobre o número de vagas que serão utilizadas segurança para os usuários;
para a atividade a ser licenciada, demarcando-as em peças gráficas. c) à instalação de sistema de drenagem compatível com as ca-
§ 1º. No caso de condomínio, a Notificação-Recibo do IPTU, racterísticas morfológicas e topográficas da área utilizada;
mencionada no inciso III do “caput” do artigo 22, poderá ser a de III - comprovante de contratação de seguro, caso o número de
qualquer um de seus contribuintes. vagas seja superior a 50 (cinqüenta), nos termos da Lei nº 10.927,
§ 2º. Do Auto de Licença de Funcionamento deverá constar o de 8 de janeiro de 1991, alterada pela Lei nº 11.362, de 17 de maio
número de vagas de estacionamento utilizadas pela atividade, além de 1993, e regulamentada pelo Decreto nº 30.102, de 4 de setem-
dos dados arrolados no artigo 10 deste decreto. bro de 1991;
§ 3º. Nos casos de ausência ou de inexistência dos documentos IV - Certidão de Diretrizes emitida pela Secretaria Municipal de
mencionados no § 1º do artigo 25 deste decreto e atestada a regu- Transportes, nas seguintes hipóteses:
laridade da edificação perante o CEDI, a documentação deverá ser a) número de vagas igual ou superior a 200 (duzentos);
acompanhada de croqui da área objeto do pedido, demonstrando: b) número de vagas seja igual ou superior a 80 (oitenta), no
I - que os acessos da edificação principal não serão comprome- caso de imóvel incluído em Área Especial de Tráfego - AET, definida
tidos, em razão do funcionamento do estacionamento; pela Lei nº 10.334, de 13 de julho de 1987.
II - acessos, circulação e espaços de manobra e porcentagens Parágrafo único. Do Auto de Licença de Funcionamento deve-
de vagas para deficientes físicos e motos, de acordo com as dispo- rão constar, além das informações referidas no artigo 10, o número
sições do Capítulo 13 do Anexo I da Lei nº 11.228, de 1992, e do de vagas e a observação relativa à necessidade de manutenção, no
Anexo 13 do Decreto nº 32.329, de 1992; estabelecimento, da peça gráfica mencionada no inciso I do “caput”
III - implantação, no solo, de demarcação e numeração de va- deste artigo, à disposição dos órgãos de fiscalização municipal.
gas;
IV - instalação de equipamentos de segurança, de acordo com SEÇÃO VII
as normas constantes da legislação em vigor, comprovada através DAS ATIVIDADES QUE ARMAZENEM OU UTILIZEM LÍQUIDOS
da apresentação do Auto de Verificação de Segurança - AVS ou ou- COMBUSTÍVEIS
tro documento comprobatório, nos termos deste decreto;
V - existência de instalação sanitária para a atividade “estacio- Art. 37. A expedição da licença de funcionamento, nos casos
namento”. de atividades em imóveis em que sejam armazenados ou utiliza-
dos líquidos combustíveis, dependerá da apresentação do Alvará
SEÇÃO VI de Funcionamento de Equipamento, expedido pelo órgão municipal
DA ATIVIDADE ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS EM TERRENO competente.
VAGO
SEÇÃO VIII
Art. 36. Poderá ser expedida licença de funcionamento para a DAS ATIVIDADES GERADORAS DE FONTE SONORA
prestação de serviço de estacionamento em terreno vago, desde
que permitido na zona e observados os parâmetros de incomodida- Art. 38. Será exigido laudo técnico comprobatório de trata-
de e as condições de instalação pertinentes, mediante a apresenta- mento acústico para os estabelecimentos, instalações ou espaços,
ção dos seguintes documentos, além daqueles referidos no artigo inclusive aqueles destinados ao lazer, cultura, hospedagem, diver-
22 deste decreto: sões, culto religioso e instituições de qualquer espécie, que utiliza-
I - peça gráfica com a representação: rem fonte sonora, com transmissão ao vivo ou por amplificadores,
a) do número máximo de vagas que o imóvel comporta, aten- acompanhado da descrição dos procedimentos adotados para o
dendo às dimensões previstas na Lei n° 11.228, de 92, e no Decreto perfeito desempenho da proteção acústica do local, de acordo com
nº 32.329, de 1992, inclusive com a previsão de vagas para deficien- as disposições da Lei nº 11.501, de 11 de abril de 1994, e respecti-
tes físicos; vas alterações subseqüentes.

178
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

SEÇÃO IX § 1º. No EIV-RIV ou EIA-RIMA deverão ser atendidos, no míni-


DO CERTIFICADO DE ACESSIBILIDADE DAS PESSOAS COM mo, os seguintes pontos, sem prejuízo das exigências peculiares à
DEFICIÊNCIA OU MOBILIDADE REDUZIDA regulamentação própria no caso de EIA-RIMA:(Incluído pelo Decre-
to nº 50.943/2009)
Art. 39. Será exigida a apresentação do Certificado de Acessi- I - análise dos efeitos positivos e negativos do empreendimento
bilidade ou outro documento comprobatório da acessibilidade do ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na
imóvel às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, de área e suas proximidades, inclusive das seguintes questões, dentre
acordo com as disposições do Decreto nº 45.122, de 12 de agosto outras:(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009)
de 2004, ou o protocolo do pedido, conforme previsto no § 3º do a) equipamentos urbanos e comunitários;(Incluído pelo Decre-
artigo 6° do referido decreto, para os seguintes usos: to nº 50.943/2009)
I - cinemas, teatros, salas de concerto, casas de espetáculos e b) uso e ocupação do solo;(Incluído pelo Decreto nº
estabelecimentos bancários, com qualquer capacidade de lotação; 50.943/2009)
II - locais de reunião com capacidade para mais de 100 (cem) c) ruído emitido pelo pouso e decolagem de helicópteros no
pessoas, destinados a abrigar eventos geradores de público, tais heliponto ou heliporto, com base no maior helicóptero previsto
como: para o local;(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009)
a) auditórios; d) ruído de fundo do local de implantação, medido em dia útil,
b) templos religiosos; durante o período proposto para o funcionamento do heliponto ou
c) salões de festas ou danças; heliporto;(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009)
d) ginásios ou estádios; e) definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos,
e) recintos para exposições ou leilões; bem como daquelas intensificadoras dos impactos positivos;(Inclu-
f) museus; ído pelo Decreto nº 50.943/2009)
g) restaurantes, lanchonetes e congêneres; II - no caso dos helipontos, indicação de horário de funciona-
h) clubes esportivos e recreativos; mento, dentro do período compreendido entre 6 e 23 horas, em
III - qualquer outro uso, com capacidade de lotação para mais função dos usos existentes e das características da região, de forma
de 600 (seiscentas) pessoas, tais como: a minimizar a incomodidade;(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009)
a) estabelecimentos destinados à prestação de serviços de as- III - no caso dos heliportos, demonstração da necessidade e jus-
sistência à saúde, educação e hospedagem; tificativa para o horário de funcionamento;(Incluído pelo Decreto
b) centros de compras - “shopping centers”; nº 50.943/2009)
c) galerias comerciais; IV - observância de raio de 300m (trezentos metros) em relação
d) supermercados. a estabelecimentos de ensino seriado, faculdades, universidades,
Parágrafo único. Estão dispensados da apresentação do Certifi- estabelecimentos hospitalares, maternidades, prontos-socorros,
cado de Acessibilidade os estabelecimentos instalados nas edifica- creches, asilos, orfanatos, sanatórios, casas de repouso e geriátricas
ções referidas no artigo 13 do Decreto nº 45.122, de 2004. e equipamentos públicos relevantes, não se aplicando essa exigên-
cia aos helipontos e heliportos situados em edificações destinadas
SEÇÃO X a hospitais, órgãos públicos de policiamento, segurança ou defesa
DAS ATIVIDADES QUE EXIGEM LICENÇA AMBIENTAL nacional, e sede dos governos municipal e estadual;(Incluído pelo
Decreto nº 50.943/2009)
Art. 40. Os pedidos de Auto de Licença de Funcionamento e de V - demonstração, em planta, de todos os estabelecimentos de
Alvará de Funcionamento serão instruídos com a respectiva Licen- ensino seriado, faculdades, universidades, estabelecimentos hospi-
ça Ambiental de Operação para Atividades e Empreendimentos nos talares, maternidades, prontos-socorros, creches, asilos, orfanatos,
casos exigidos pela legislação vigente, especialmente nas hipóteses sanatórios, casas de repouso e geriátricas e demais equipamentos
listadas na Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997, públicos relevantes, existentes em um raio de 500m (quinhentos
e no Anexo I da Resolução nº 61/CADES/2001, de 5 de outubro de metros) do heliponto ou heliporto objeto do estudo;(Incluído pelo
2001, ou em normas que venham a sucedê-las. Decreto nº 50.943/2009)
Art. 40-A. O licenciamento de heliportos e helipontos depen- VI - demonstração, em planta, de todos os helipontos ou he-
derá do atendimento das seguintes exigências específicas:(Incluído liportos existentes em um raio de 500m (quinhentos metros) do
pelo Decreto nº 50.943/2009) heliponto ou heliporto objeto do estudo;(Incluído pelo Decreto nº
I - obtenção de aprovação, pela Secretaria Municipal do Verde 50.943/2009)
e do Meio Ambiente, de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV-RIV), VII - avaliação do nível de pressão sonora resultante das ope-
no caso dos helipontos, ou de Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RI- rações do heliponto ou heliporto, de acordo com o disposto nas
MA), no caso dos heliportos;(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009) normas técnicas brasileiras, bem como nas disposições legais re-
II - análise do empreendimento e do impacto previsto, pela ferentes ao tema, não podendo o ruído emitido pelo helicóptero
Comissão de Análise Integrada de Projetos de Edificações e de Par- ultrapassar o limite máximo de 95 decibéis na operação de pou-
celamento do Solo - CAIEPS, e deliberação pela Câmara Técnica de so e decolagem, medido na plataforma;(Incluído pelo Decreto nº
Legislação Urbanística – CTLU, atendido o disposto no artigo 158 da 50.943/2009)
Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004, no que se refere às dire- VIII - indicação do número de pousos e decolagens diárias, com
trizes a serem observadas.(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009) análise dos helipontos e heliportos nas imediações do imóvel obje-
to de exame, de forma a compatibilizar o nível de pressão sonora
ocasionado pela operação dos mesmos com o permitido para a re-
gião de implantação.(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009)

179
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 2º. O Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV-RIV deverá, ain- CAPÍTULO VII


da, abranger uma área de raio de 250m (duzentos e cinquenta me- DOS DEMAIS PROCEDIMENTOS
tros), cotados a partir da laje de pouso e decolagem do heliponto,
bem como incluir, na análise de que trata o inciso I do § 1º deste SEÇÃO I
artigo, as seguintes questões: adensamento populacional, geração DA REVALIDAÇÃO DO ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO
de tráfego e demanda por transporte público, ventilação e ilumina-
ção, paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.(Incluído pelo Art. 41. Os responsáveis pelo funcionamento das atividades re-
Decreto nº 50.943/2009) feridas no artigo 4º deste decreto deverão solicitar, anualmente, a
§ 3º. O responsável pela elaboração do Estudo de Impacto de revalidação do Alvará de Funcionamento, mediante requerimento
Vizinhança – EIV-RIV e o proprietário do estabelecimento ou seu padronizado, instruído com os seguintes documentos:
representante legal responsabilizar-se-ão, solidariamente, civil e I - cópia do Alvará de Funcionamento ou de sua última revali-
criminalmente, pela veracidade das informações apresentadas em dação;
seus estudos técnicos.(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009) II - declarações assinadas pelo representante legal e por profis-
§ 4º. Os pedidos de diretrizes de viabilidade urbanística serão sional habilitado, acompanhadas de cópias da carteira do CREA/SP
protocolados na Secretaria Municipal de Habitação com os seguin- e respectiva ART, sobre as condições de segurança e estabilidade da
tes documentos, além dos referidos no artigo 22 deste decreto:(In- edificação, a manutenção do sistema de segurança contra incêndio
cluído pelo Decreto nº 50.943/2009) e da regularidade da edificação;
I - projeto de implantação do heliponto com dimensionamento III - documento comprobatório do pagamento da Taxa de Fisca-
da plataforma de pouso, observando um quadrilátero de, no míni- lização de Estabelecimento - TFE;
mo, 18m (dezoito metros) por 18m (dezoito metros), ou 324m² (tre- IV - atestado de curso e reciclagem de treinamento dos inte-
zentos e vinte e quatro metros quadrados), cortes, recuos mínimos grantes que compõem a Brigada de Combate a Incêndio;
de 10m (dez metros) em relação a todas as divisas do lote e gabarito V - atestado das instalações elétricas, conforme NBR 5410/
cotado em relação à cota geodésica de acesso ao imóvel;(Incluído ABNT, acompanhado de cópias da carteira do CREA/SP e da respec-
pelo Decreto nº 50.943/2009) tiva ART do profissional habilitado.
II - anuência registrada em cartório de, no mínimo, 2/3 (dois § 1º A revalidação do Alvará de Funcionamento somente será
terços) dos condôminos, quando situado em edifício regularmente deferida caso não tenham ocorrido alterações referentes ao tipo ou
existente, sendo necessária a anuência da unanimidade dos condô- características da atividade, ou no CCM, ou na área da edificação
minos caso seja construído novo pavimento, nos termos do artigo utilizada, ou na lotação concedida, em relação ao documento inicial,
1343 do Código Civil;(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009) e desde que constatadas adequadas condições de segurança e es-
III - cópia do EIV-RIV ou EIA-RIMA, aprovado pela Secretaria tabilidade da edificação e perfeita manutenção do sistema de segu-
Municipal do Verde e do Meio Ambiente;(Incluído pelo Decreto nº rança contra incêndio.(Redação dada pelo Decreto nº 59.828/2020)
50.943/2009) § 2º. Verificada alteração substancial nas condições de segu-
IV - parecer favorável da Agência de Aviação Civil - ANAC, de rança, novo Alvará de Funcionamento deverá ser requerido nos ter-
acordo com a Instrução de Aviação Civil nº 4301, de 31 de julho de mos do artigo 23 deste decreto.
2000.(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009) Art. 41-A. Os responsáveis pelo funcionamento das atividades
§ 5º. A CAIEPS analisará a viabilidade da instalação, propondo referidas no artigo 40-A deste decreto deverão solicitar, a cada 5
eventuais diretrizes a serem observadas, além daquelas já constan- (cinco) anos ou quando expirados os efeitos do parecer favorável da
tes do EIV-RIV ou EIA-RIMA.(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009) ANAC, de acordo com a Instrução de Aviação Civil nº 4301, de 31 de
§ 6º. Caberá à CTLU estabelecer, além das exigências já estabe- julho de 2000, a revalidação do Auto de Licença de Funcionamento,
lecidas no EIV-RIV ou no EIA-RIMA, outras diretrizes de viabilidade mediante requerimento padronizado, instruído com os seguintes
urbanística, especialmente quanto a horários mais restritivos, con- documentos:(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009)
forme a localização, o zoneamento e as condições de implantação I - cópia do auto de licença de funcionamento ou de sua última
e funcionamento do heliponto ou heliporto.(Incluído pelo Decreto revalidação;(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009)
nº 50.943/2009) II - cópias dos relatórios trimestrais, enviados à ANAC, conten-
§ 7º. Caso verificada a viabilidade urbanística, os autos serão do todos os pousos e decolagens que foram efetuados no heliponto
encaminhados à unidade competente para a expedição da licença, ou heliporto, durante o período considerado;(Incluído pelo Decreto
para prosseguimento da análise, nos termos deste decreto, ob- nº 50.943/2009)
servadas as diretrizes fixadas pela CTLU.(Incluído pelo Decreto nº III - documento comprobatório do pagamento da Taxa de
50.943/2009) Fiscalização de Estabelecimento - TFE;(Incluído pelo Decreto nº
§ 8º. A alteração das características de operação do helipor- 50.943/2009)
to ou heliponto configurará desvirtuamento do uso licenciado, nos IV - laudo, assinado por engenheiro especializado em estru-
termos da alínea “c” do inciso II do § 3º do artigo 2º deste decreto. turas, comprovando sua manutenção e estabilidade.(Incluído pelo
(Incluído pelo Decreto nº 50.943/2009) Decreto nº 50.943/2009)
§ 1º. A revalidação do Auto de Licença de Funcionamento
somente será deferida caso não tenham ocorrido alterações refe-
rentes às características da operação do heliponto ou heliporto ou
modificações na edificação utilizada, e desde que constatadas ade-
quadas condições de segurança e estabilidade da edificação.(Incluí-
do pelo Decreto nº 50.943/2009)

180
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 2º. Verificada alteração substancial nas condições de utiliza- Art. 45. O requerimento do Termo de Consulta de Funciona-
ção, novo Auto de Licença de Funcionamento deverá ser requerido, mento deverá ser instruído com informações e documentos men-
nos termos dos artigos 22 e 40-A deste decreto.(Incluído pelo De- cionados nos incisos I a V do “caput” do artigo 22 e nos incisos I a V
creto nº 50.943/2009) do “caput” do artigo 23, ambos deste decreto.
§ 1º. O requerente será intimado do resultado da consulta por
SEÇÃO II via postal, sem prejuízo da publicação no Diário Oficial da Cidade.
DA PRORROGAÇÃO DO ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO § 2º. Deferido o pedido, será expedido o Termo de Consulta
de Funcionamento, que terá validade por 60 (sessenta) dias, para
Art. 42. O Alvará de Autorização para eventos públicos e tem- efeito de prosseguimento do pedido de Auto de Licença de Fun-
porários terá validade máxima de 6 (seis) meses, podendo ser pror- cionamento ou de Alvará de Funcionamento, por meio do mesmo
rogada, por igual período, uma única vez, dependendo de novo re- processo no qual foi requerida a consulta.
colhimento do valor devido, nos termos da Lei nº 11.228, de 1992. § 3º. Na hipótese do § 2º deste artigo, ficará o requerente
Parágrafo único. Persistindo a atividade no local, decorridos os dispensado da apresentação dos documentos mencionados no
prazos referidos no “caput” deste artigo, o responsável legal pelo “caput” deste artigo.
evento será notificado a requerer Alvará de Funcionamento. § 4º. Se a análise técnica, diante dos elementos apresentados,
concluir pela impossibilidade de utilização do imóvel para a ativi-
SEÇÃO III dade pretendida, o pedido será indeferido, não lhe sendo aplicável
DA INVALIDAÇÃO E CASSAÇÃO DAS LICENÇAS DE FUNCIONA- o disposto no artigo 16 deste decreto, encerrada a instância admi-
MENTO nistrativa.
Art. 46. O Termo de Consulta de Funcionamento, desde que
Art. 43. As licenças de funcionamento de que trata este decreto seu respectivo pedido esteja devidamente instruído com os ele-
serão declaradas inválidas ou cassadas nas hipóteses referidas no mentos necessários à sua análise, será expedido no prazo máximo
artigo 2º, § 3º, deste decreto, mediante a instauração de processo de 15 (quinze) dias, contados da data de seu protocolamento.
administrativo, observada a Lei nº 14.141, de 2006. Art. 47. Do Termo de Consulta de Funcionamento deverão
§ 1º. O processo poderá ser instaurado de ofício ou a requeri- constar obrigatoriamente:
mento de qualquer munícipe. I - endereço completo do local onde se pretende instalar a ati-
§ 2º. O objeto do processo será a verificação da hipótese de vidade;
invalidação ou cassação, mediante a produção da prova necessária II - número do contribuinte do IPTU;
e a respectiva análise. III - atividade a ser exercida no imóvel;
§ 3º. O interessado deverá ser intimado para o exercício do IV - zona de uso e classificação da via;
contraditório, na forma da lei. V - sub-categoria de uso e grupo de atividade, de acordo com o
§ 4º. A decisão sobre a invalidação ou a cassação da licença Quadro n° 02, anexo ao Decreto n° 45.817, de 2005;
caberá às mesmas autoridades competentes para sua expedição. VI - parâmetros de incomodidade e condições de instalação a
§ 5º. Contra a decisão será admitido um único recurso, sem serem observados no funcionamento da atividade;
efeito suspensivo, dirigido à mesma autoridade competente para VII - área construída a ser utilizada e área total da edificação;
a decisão de recurso de despacho decisório relativo à expedição da VIII - lotação pretendida, indicada na consulta;
licença. IX - relação dos documentos necessários à obtenção do Auto
§ 6º. A comunicação dos despachos decisórios será feita ao in- de Licença de Funcionamento ou do Alvará de Funcionamento.
teressado mediante publicação no Diário Oficial do Município.
CAPÍTULO VIII
SEÇÃO IV DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
DO TERMO DE CONSULTA DE FUNCIONAMENTO
Art. 48. Os recursos administrativos já interpostos, dirigidos às
Art. 44. Poderá ser requerida, em caráter facultativo, prévia autoridades que não mais detenham competência para sua apre-
análise quanto à possibilidade de instalação e funcionamento de ciação nos termos do disposto no artigo 20 deste decreto, deverão
atividade em edificação regular, em face da legislação de uso e ser por elas decididos, vedada a interposição de outros recursos
ocupação do solo, por meio da expedição de Termo de Consulta de com fundamento nas normas ora revogadas.
Funcionamento. Art. 49. Este decreto entrará em vigor 30 (trinta) dias após a
§ 1º. O pedido de Termo de Consulta de Funcionamento so- data de sua publicação, revogados os Decretos nº 15.636, de 18 de
mente será admissível se formulado antes da instalação da ativida- janeiro de 1979, nº 24.636, de 24 de setembro de 1987, nº 32.543,
de no imóvel. de 3 de novembro de 1992, nº 34.571, de 11 de outubro de 1994, n°
§ 2º. O Termo de Consulta de Funcionamento não substitui 41.361, de 13 de novembro de 2001, e n° 41.532, de 20 de dezem-
nem dispensa a prévia obtenção de Auto de Licença de Funciona- bro de 2001, o § 1° do artigo 12 do Decreto n° 44.577, de 7 de abril
mento ou de Alvará de Funcionamento para a efetiva instalação e de 2004, o Decreto nº 49.669, de 24 de junho de 2008, e a Portaria
funcionamento da atividade no imóvel. nº 395/03-Pref, de 19 de dezembro de 2003.
§ 3º. O processamento dos pedidos de Termo de Consulta de
Funcionamento obedecerá as regras de competência definidas no PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 28 de agosto
artigo 14 deste decreto. de 2008, 455º da fundação de São Paulo.

181
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Parágrafo único. Ressalvadas as hipóteses previstas em lei, o


ARTIGOS 1° A 9° LEI 15.442 DE 9 DE SETEMBRO DE Alvará de Alinhamento e Nivelamento poderá ser dispensado, a cri-
2011 - DISPÕE SOBRE A LIMPEZA DE IMÓVEIS, O tério da Administração Municipal, nos casos de imóveis que acom-
FECHAMENTO DE TERRENOS NÃO EDIFICADOS E A panhem os alinhamentos e nivelamentos existentes, excluídos os
CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE PASSEIOS casos de fechamentos com características de muro de arrimo.
Art. 5º A Administração Municipal poderá dispensar a execução
LEI Nº 15.442, DE 9 DE SETEMBRO DE 2011 de gradil, muro ou fecho, por impossibilidade ou dificuldade para a
execução das obras, nos seguintes casos:
Dispõe sobre a limpeza de imóveis, o fechamento de terre- I - os terrenos apresentarem acentuado desnível em relação ao
nos não edificados e a construção e manutenção de passeios, bem leito dos logradouros;
como cria o Disque-Calçadas; revoga as Leis nº 10.508, de 4 de maio II - existir curso d’água ou acidente geográfico junto ao alinha-
de 1988, e nº 12.993, de 24 de maio de 2000, o art. 167 e o corres- mento ou nele interferindo.
pondente item constante do Anexo VI da Lei nº 13.478, de 30 de Parágrafo único. Os terrenos com Alvará de Autorização, Apro-
dezembro de 2002. vação ou Execução em vigor ficam dispensados da execução de
gradil, muro ou fecho desde que instalados, nos alinhamentos ou
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso sobre o passeio, os tapumes exigidos pela legislação que trata da
das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câ- execução das obras.
mara Municipal, em sessão de 1º de setembro de 2011, decretou e Art. 6º Para os efeitos desta lei, considera-se inexistente o gra-
eu promulgo a seguinte lei: dil, muro ou fecho cuja construção, reconstrução ou preservação
esteja em desacordo com as regras e padrões técnicos estabeleci-
CAPÍTULO I dos na normatização específica.
DA LIMPEZA DE IMÓVEIS Parágrafo único. Não se enquadram na definição prevista no
“caput” deste artigo os fechamentos executados, até a data da pu-
Art. 1º Os responsáveis por imóveis, edificados ou não, lindei- blicação desta lei, de acordo com a legislação vigente à época de
ros a vias ou logradouros públicos, são obrigados a mantê-los lim- sua execução e mantidos em bom estado de conservação.
pos, capinados e drenados, respondendo, em qualquer situação,
pela sua utilização como depósito de lixo, detritos ou resíduos de CAPÍTULO III
qualquer espécie ou natureza. DOS PASSEIOS PÚBLICOS(REGULAMENTADO PELO DECRETO
Nº 59.671/2020)
CAPÍTULO II
DO FECHAMENTO DE TERRENOS Art. 7º Os responsáveis por imóveis, edificados ou não, lindei-
ros a vias ou logradouros públicos dotados de guias e sarjetas, são
Art. 2º Os responsáveis por terrenos não edificados, com frente obrigados a executar, manter e conservar os respectivos passeios na
para vias ou logradouros públicos dotados de pavimentação ou de extensão correspondente à sua testada, na conformidade da nor-
guias e sarjetas, são obrigados a executar, manter e conservar gra- matização específica expedida pelo Executivo.
dil, muro ou outro tipo adequado de fecho nos respectivos alinha- § 1º Ficam excluídos da obrigação de execução dos passeios,
mentos, observadas as regras a serem fixadas por meio de decreto. prevista no “caput” deste artigo, os responsáveis por imóveis locali-
§ 1º O fechamento de que trata o “caput” deste artigo pode- zados nas vias integrantes:
rá ser metálico, de pedra, de concreto ou de alvenaria revestida, I - do Plano de Pavimentação Urbana Comunitária - PPUC, insti-
devendo ter altura de 1,20m (um metro e vinte centímetros) em tuído pela Lei nº 10.558, de 17 de junho de 1988;
relação ao nível do logradouro e ser provido de portão. II - das rotas definidas, mediante decreto, nos termos do dis-
§ 2º O fechamento poderá ter altura superior a 1,20m (um me- posto no art. 2º da Lei nº 14.675, de 23 de janeiro de 2008, que
tro e vinte centímetros) desde que, a partir dessa medida, sejam instituiu o Plano Emergencial de Calçadas - PEC;
executados com, no mínimo 50% (cinquenta por cento) de sua su- III - da Rede Viária Estrutural dos tipos N1, N2 e N3, a teor dos
perfície uniformemente vazada, de forma a possibilitar a total visão §§1º e 3º do art. 6º da Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004.
do terreno. § 2º Para os efeitos desta lei, o passeio será considerado:
§ 3º O Executivo poderá alterar as características do fecha- I - inexistente, quando executado em desconformidade com as
mento, por meio de decreto, em função da evolução da técnica das normas técnicas vigentes à época de sua construção ou reconstru-
construções, dos materiais e das tendências sociais. ção;
Art. 3º Quando o terreno pertencer a loteamento aprovado, II - em mau estado de manutenção e conservação, quando
fica concedido, para cumprimento do disposto neste artigo, o prazo apresentar buracos, ondulações, desníveis não exigidos pela natu-
de 12 (doze) meses, contados a partir da data da expedição do Ter- reza do logradouro ou obstáculos que impeçam a circulação livre e
mo de Verificação de Execução de Obras. segura dos pedestres, bem como execução de reparos em desacor-
Art. 4º A execução do fechamento depende de Comunicação, do com o aspecto estético ou harmônico do passeio existente.
prevista no item 3.3 do Código de Obras e Edificações, aprovado Art. 8º A instalação de mobiliário urbano nos passeios, tais
pela Lei nº 11.228, de 26 de junho de 1992, e de Alvará de Alinha- como telefones públicos, caixas de correio e lixeiras, não poderá
mento e Nivelamento, a serem requeridos, pelo responsável, na bloquear, obstruir ou dificultar o acesso de veículos, o livre acesso
Subprefeitura competente, nos termos da legislação vigente. e circulação de pedestres, em especial das pessoas com deficiên-
cia, ou a visibilidade dos pedestres e motoristas, na confluência das

182
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

vias, observada a normatização específica expedida pelo Executivo, V - a percepção e a compreensão dos elementos referenciais
sob pena de aplicação da multa prevista no Anexo Único integrante da paisagem;
desta lei. VI - a preservação da memória cultural;
Parágrafo único. Qualquer que seja a largura do passeio deverá VII - a preservação e a visualização das características peculia-
ser respeitada a faixa livre mínima de 1,20m (um metro e vinte cen- res dos logradouros e das fachadas;
tímetros), destinada exclusivamente a livre circulação de pedestres. VIII - a preservação e a visualização dos elementos naturais to-
Art. 9º Aplicam-se aos passeios, no que couber, o disposto no mados em seu conjunto e em suas peculiaridades ambientais nati-
art. 3º e no “caput” do art. 5º desta lei, relativo a prazo e dispensa vas;
para o cumprimento da obrigação de executar, manter e conservar IX - o fácil acesso e utilização das funções e serviços de interes-
os passeios. se coletivo nas vias e logradouros;
§ 1º No caso de passeio em mau estado de manutenção e con- X - o fácil e rápido acesso aos serviços de emergência, tais como
servação em decorrência da existência de espécie arbórea, o res- bombeiros, ambulâncias e polícia;
ponsável ficará dispensado do cumprimento da obrigação prevista XI - o equilíbrio de interesses dos diversos agentes atuantes na
no “caput” do art. 7º desta lei até que o corte ou a supressão seja cidade para a promoção da melhoria da paisagem do Município.
providenciado pela Administração Municipal, nos termos da legis- Art. 4º. Constituem diretrizes a serem observadas na colocação
lação vigente. dos elementos que compõem a paisagem urbana:
§ 2º A partir do corte ou supressão da espécie arbórea, o res- I - o livre acesso de pessoas e bens à infra-estrutura urbana;
ponsável terá o prazo de 30 (trinta) dias para providenciar a regula- II - a priorização da sinalização de interesse público com vistas a
rização do passeio público. não confundir motoristas na condução de veículos e garantir a livre
e segura locomoção de pedestres;
III - o combate à poluição visual, bem como à degradação am-
LEI 14.223 DE 26 DE SETEMBRO DE 2006 - DISPÕE SO- biental;
BRE A ORDENAÇÃO DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM IV - a proteção, preservação e recuperação do patrimônio cul-
A PAISAGEM URBANA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. tural, histórico, artístico, paisagístico, de consagração popular, bem
como do meio ambiente natural ou construído da cidade;
LEI Nº 14.223, DE 26 DE SETEMBRO DE 2006 V - a compatibilização das modalidades de anúncios com os lo-
cais onde possam ser veiculados, nos termos desta lei;
Dispõe sobre a ordenação dos elementos que compõem a pai- VI - a implantação de sistema de fiscalização efetivo, ágil, mo-
sagem urbana do Município de São Paulo. derno, planejado e permanente.
Art. 5º. As estratégias para a implantação da política da paisa-
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso gem urbana são as seguintes:
das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câ- I - a elaboração de normas e programas específicos para os dis-
mara Municipal, em sessão de 26 de setembro de 2006, decretou e tintos setores da Cidade, considerando a diversidade da paisagem
eu promulgo a seguinte lei: nas várias regiões que a compõem;
II - o disciplinamento dos elementos presentes nas áreas pú-
CAPÍTULO I blicas, considerando as normas de ocupação das áreas privadas e
DOS OBJETIVOS, DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS E DEFINIÇÕES a volumetria das edificações que, no conjunto, são formadoras da
paisagem urbana;
Art. 1º. Esta lei dispõe sobre a ordenação dos elementos que III - a criação de novos padrões, mais restritivos, de comunica-
compõem a paisagem urbana, visíveis a partir de logradouro públi- ção institucional, informativa ou indicativa;
co no território do Município de São Paulo. IV - a adoção de parâmetros de dimensões, posicionamento,
Art. 2º. Para fins de aplicação desta lei, considera-se paisagem quantidade e interferência mais adequados à sinalização de trânsi-
urbana o espaço aéreo e a superfície externa de qualquer elemen- to, aos elementos construídos e à vegetação, considerando a capa-
to natural ou construído, tais como água, fauna, flora, construções, cidade de suporte da região;
edifícios, anteparos, superfícies aparentes de equipamentos de in- V - o estabelecimento de normas e diretrizes para a implanta-
fra-estrutura, de segurança e de veículos automotores, anúncios de ção dos elementos componentes da paisagem urbana e a corres-
qualquer natureza, elementos de sinalização urbana, equipamen- pondente veiculação de publicidade;
tos de informação e comodidade pública e logradouros públicos, VI - a criação de mecanismos eficazes de fiscalização sobre as
visíveis por qualquer observador situado em áreas de uso comum diversas intervenções na paisagem urbana.
do povo. Art. 6º. Para os efeitos de aplicação desta lei, ficam estabeleci-
Art. 3º. Constituem objetivos da ordenação da paisagem do das as seguintes definições:
Município de São Paulo o atendimento ao interesse público em I - anúncio: qualquer veículo de comunicação visual presente
consonância com os direitos fundamentais da pessoa humana e as na paisagem visível do logradouro público, composto de área de
necessidades de conforto ambiental, com a melhoria da qualidade exposição e estrutura, podendo ser:
de vida urbana, assegurando, dentre outros, os seguintes: a) anúncio indicativo: aquele que visa apenas identificar, no
I - o bem-estar estético, cultural e ambiental da população; próprio local da atividade, os estabelecimentos e/ou profissionais
II - a segurança das edificações e da população; que dele fazem uso;
III - a valorização do ambiente natural e construído; b) anúncio publicitário: aquele destinado à veiculação de publi-
IV - a segurança, a fluidez e o conforto nos deslocamentos de cidade, instalado fora do local onde se exerce a atividade;
veículos e pedestres;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

c) anúncio especial: aquele que possui características específi- V - os que contenham mensagens obrigatórias por legislação
cas, com finalidade cultural, eleitoral, educativa ou imobiliária, nos federal, estadual ou municipal;
termos do disposto no art. 19 desta lei; VI - os que contenham mensagens indicativas de cooperação
II - área de exposição do anúncio: a área que compõe cada face com o Poder Público Municipal, Estadual ou Federal;
da mensagem do anúncio, devendo, caso haja dificuldade de de- VII - os que contenham mensagens indicativas de órgãos da Ad-
terminação da superfície de exposição, ser considerada a área do ministração Direta;
menor quadrilátero regular que contenha o anúncio; VIII - os que contenham indicação de monitoramento de em-
III - área livre de imóvel edificado: a área descoberta existente presas de segurança com área máxima de 0,04m² (quatro decíme-
entre a edificação e qualquer divisa do imóvel que a contém; tros quadrados);
IV - área total do anúncio: a soma das áreas de todas as superfí- IX - aqueles instalados em áreas de proteção ambiental que
cies de exposição do anúncio, expressa em metros quadrados; contenham mensagens institucionais com patrocínio;
V - bem de uso comum: aquele destinado à utilização do povo, X - os que contenham as bandeiras dos cartões de crédito acei-
tais como as áreas verdes e institucionais, as vias e logradouros pú- tos nos estabelecimentos comerciais, desde que não ultrapassem a
blicos, e outros; área total de 0,09m² (nove decímetros quadrados);
VI - bem de valor cultural: aquele de interesse paisagístico, cul- XI - os “banners” ou pôsteres indicativos dos eventos culturais
tural, turístico, arquitetônico, ambiental ou de consagração popu- que serão exibidos na própria edificação, para museu ou teatro,
lar, público ou privado, composto pelas áreas, edificações, monu- desde que não ultrapassem 10% (dez por cento) da área total de
mentos, parques e bens tombados pela União, Estado e Município, todas as fachadas;
e suas áreas envoltórias; XII - a denominação de hotéis ou a sua logomarca, quando in-
VII - espaço de utilização pública: a parcela do espaço urbano seridas ao longo da fachada das edificações onde é exercida a ativi-
passível de uso e fruição pela população; dade, devendo o projeto ser aprovado pela Comissão de Proteção à
VIII - mobiliário urbano é o conjunto de elementos que podem Paisagem Urbana - CPPU;
ocupar o espaço público, implantados, direta ou indiretamente, XIII - a identificação das empresas nos veículos automotores
pela Administração Municipal, com as seguintes funções urbanís- utilizados para a realização de seus serviços.
ticas: XIV - a marca comercial do distribuidor fornecedor do respec-
a) circulação e transportes; tivo combustível ou a razão social ou o nome fantasia do posto re-
b) ornamentação da paisagem e ambientação urbana; vendedor de combustíveis, exibidos na testeira e totem do estabe-
c) descanso e lazer; lecimento.(Incluído pela Lei n° 16.822/2018)
d) serviços de utilidade pública;
e) comunicação e publicidade; CAPÍTULO II
f) atividade comercial; DAS NORMAS GERAIS
g) acessórios à infra-estrutura;
IX - fachada: qualquer das faces externas de uma edificação Art. 8º. Todo anúncio deverá observar, dentre outras, as se-
principal ou complementar, tais como torres, caixas d’água, chami- guintes normas:
nés ou similares; I - oferecer condições de segurança ao público;
X - imóvel: o lote, público ou privado, edificado ou não, assim II - ser mantido em bom estado de conservação, no que tange a
definido: estabilidade, resistência dos materiais e aspecto visual;
a) imóvel edificado: aquele ocupado total ou parcialmente com III - receber tratamento final adequado em todas as suas super-
edificação permanente; fícies, inclusive na sua estrutura;
b) imóvel não-edificado: aquele não ocupado ou ocupado com IV - atender as normas técnicas pertinentes à segurança e esta-
edificação transitória, em que não se exerçam atividades nos ter- bilidade de seus elementos;
mos da legislação de uso e ocupação do solo; V - atender as normas técnicas emitidas pela Associação Brasi-
XI - lote: a parcela de terreno resultante de loteamento, des- leira de Normas Técnicas - ABNT, pertinentes às distâncias das redes
membramento ou desdobro, contida em uma quadra com, pelo de distribuição de energia elétrica, ou a parecer técnico emitido
menos, uma divisa lindeira a via de circulação oficial; pelo órgão público estadual ou empresa responsável pela distribui-
XII - testada ou alinhamento: a linha divisória entre o imóvel ção de energia elétrica;
de propriedade particular ou pública e o logradouro ou via pública. VI - respeitar a vegetação arbórea significativa definida por nor-
Art. 7º. Para os fins desta lei, não são considerados anúncios: mas específicas constantes do Plano Diretor Estratégico;
I - os nomes, símbolos, entalhes, relevos ou logotipos, incor- VII - não prejudicar a visibilidade de sinalização de trânsito ou
porados à fachada por meio de aberturas ou gravados nas paredes, outro sinal de comunicação institucional, destinado à orientação do
sem aplicação ou afixação, integrantes de projeto aprovado das edi- público, bem como a numeração imobiliária e a denominação dos
ficações; logradouros;
II - os logotipos ou logomarcas de postos de abastecimento e VIII - não provocar reflexo, brilho ou intensidade de luz que
serviços, quando veiculados nos equipamentos próprios do mobili- possa ocasionar ofuscamento, prejudicar a visão dos motoristas,
ário obrigatório, como bombas, densímetros e similares; interferir na operação ou sinalização de trânsito ou, ainda, causar
III - as denominações de prédios e condomínios; insegurança ao trânsito de veículos e pedestres, quando com dispo-
IV - os que contenham referências que indiquem lotação, ca- sitivo elétrico ou com película de alta reflexividade;
pacidade e os que recomendem cautela ou indiquem perigo, desde IX - não prejudicar a visualização de bens de valor cultural.
que sem qualquer legenda, dístico ou desenho de valor publicitário; Art. 9º. É proibida a instalação de anúncios em:

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

I - leitos dos rios e cursos d’água, reservatórios, lagos e repre- IV - obras de construção civil em lotes públicos ou privados;
sas, conforme legislação específica; V - faixas de domínio, pertencentes a redes de infra-estrutura,
II - vias, parques, praças e outros logradouros públicos, salvo os e faixas de servidão de redes de transporte, de redes de transmis-
anúncios de cooperação entre o Poder Público e a iniciativa privada, são de energia elétrica, de oleodutos, gasodutos e similares;
a serem definidos por legislação específica, bem como as placas e VI - veículos automotores e motocicletas;
unidades identificadoras definidas no § 6º do art. 22 desta lei; VII - bicicletas e similares;
III - imóveis situados nas zonas de uso estritamente residen- VIII - “trailers” ou carretas engatados ou desengatados de veí-
ciais, salvo os anúncios indicativos nos imóveis regulares e que já culos automotores;
possuíam a devida licença de funcionamento anteriormente à Lei IX - mobiliário urbano;
nº 13.430, de 13 de setembro de 2002; X - aeronaves em geral e sistemas aéreos de qualquer tipo.
IV - postes de iluminação pública ou de rede de telefonia, in- § 1º. Para fins do disposto neste artigo, considera-se visível o
clusive cabines e telefones públicos, conforme autorização especí- anúncio instalado em espaço externo ou interno da edificação e
fica, exceção feita ao mobiliário urbano nos pontos permitidos pela externo ou interno dos veículos automotores, excetuados aqueles
Prefeitura; utilizados para transporte de carga.
V - torres ou postes de transmissão de energia elétrica; § 2º. No caso de se encontrar afixado em espaço interno de
VI - nos dutos de gás e de abastecimento de água, hidrantes, qualquer edificação, o anúncio será considerado visível quando lo-
torres d’água e outros similares; calizado até 1,00m (um metro) de qualquer abertura ou vedo trans-
VII - faixas ou placas acopladas à sinalização de trânsito; parente que se comunique diretamente com o exterior.
VIII - obras públicas de arte, tais como pontes, passarelas, via-
dutos e túneis, ainda que de domínio estadual e federal; SEÇÃO I
IX - bens de uso comum do povo a uma distância inferior a DO ANÚNCIO INDICATIVO EM IMÓVEL EDIFICADO, PÚBLICO
30,00m (trinta metros) de obras públicas de arte, tais como túneis, OU PRIVADO
passarelas, pontes e viadutos, bem como de seus respectivos aces-
sos; Art. 13. Ressalvado o disposto no art. 16 desta lei, será permi-
X - nos muros, paredes e empenas cegas de lotes públicos ou tido somente um único anúncio indicativo por imóvel público ou
privados, edificados ou não; privado, que deverá conter todas as informações necessárias ao
XI - nas árvores de qualquer porte; público.
XII - nos veículos automotores, motocicletas, bicicletas e simi- § 1º. Os anúncios indicativos deverão atender as seguintes con-
lares e nos “trailers” ou carretas engatados ou desengatados de ve- dições:
ículos automotores, excetuados aqueles utilizados para transporte I - quando a testada do imóvel for inferior a 10,00m (dez me-
de carga. tros) lineares, a área total do anúncio não deverá ultrapassar 1,50m²
Art. 10. É proibido colocar anúncio na paisagem que: (um metro e cinqüenta decímetros quadrados);
I - oblitere, mesmo que parcialmente, a visibilidade de bens II - quando a testada do imóvel for igual ou superior a 10,00m
tombados; (dez metros) lineares e inferior a 100,00m (cem metros lineares), a
II - prejudique a edificação em que estiver instalado ou as edi- área total do anúncio não deverá ultrapassar 4,00m² (quatro me-
ficações vizinhas; tros quadrados);
III - prejudique, por qualquer forma, a insolação ou a aeração III - quando o anúncio indicativo for composto apenas de letras,
da edificação em que estiver instalado ou a dos imóveis vizinhos; logomarcas ou símbolos grampeados ou pintados na parede, a área
IV - apresente conjunto de formas e cores que se confundam total do anúncio será aquela resultante do somatório dos polígo-
com as convencionadas internacionalmente para as diferentes cate- nos formados pelas linhas imediatamente externas que contornam
gorias de sinalização de trânsito; cada elemento inserido na fachada;
V - apresente conjunto de formas e cores que se confundam IV - quando o anúncio indicativo estiver instalado em supor-
com as consagradas pelas normas de segurança para a prevenção e tes em forma de totens ou estruturas tubulares, deverão eles estar
o combate a incêndios. contidos dentro do lote e não ultrapassar a altura máxima de 5,00m
Art. 11. A aprovação do anúncio indicativo nas edificações e (cinco metros), incluídas a estrutura e a área total do anúncio.
áreas enquadradas como Zonas de Preservação Cultural - ZEPEC e § 2º. Não serão permitidos anúncios que descaracterizem as
nos bens de valor cultural fica condicionada à prévia autorização fachadas dos imóveis com a colocação de painéis ou outro dispo-
da Secretaria Municipal de Planejamento - SEMPLA e da Secreta- sitivo.
ria Municipal de Cultura - SMC, nos termos do art. 125 da Lei nº § 3º. Não serão permitidos anúncios instalados em marquises,
13.885, de 23 de agosto de 2004. saliências ou recobrimento de fachadas, mesmo que constantes de
projeto de edificação aprovado ou regularizado.
CAPÍTULO III § 4º. O anúncio indicativo não poderá avançar sobre o passeio
DA ORDENAÇÃO DA PAISAGEM URBANA público ou calçada.
§ 5º. Nas edificações existentes no alinhamento, regulares e
Art. 12. Para os efeitos desta lei, considera-se, para a utilização dotadas de licença de funcionamento, o anúncio indicativo poderá
da paisagem urbana, todos os anúncios, desde que visíveis do logra- avançar até 0,15m (quinze centímetros) sobre o passeio.
douro público em movimento ou não, instalados em: § 6º. Os anúncios deverão ter sua projeção ortogonal totalmen-
I - imóvel de propriedade particular, edificado ou não; te contida dentro dos limites externos da fachada onde se encon-
II - imóvel de domínio público, edificado ou não; tram e não prejudicar a área de exposição de outro anúncio.
III - bens de uso comum do povo;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 7º. Será admitido anúncio indicativo no frontão de toldo re- DOS ANÚNCIOS ESPECIAIS
trátil, desde que a altura das letras não ultrapasse 0,20m (vinte cen-
tímetros), atendido o disposto no “caput” deste artigo. Art. 19. Para os efeitos desta lei, os anúncios especiais são clas-
§ 8º. Não serão permitidas pinturas, apliques ou quaisquer ou- sificados em:
tros elementos com fins promocionais ou publicitários, que sejam I – de finalidade cultural: quando for integrante de programas
vistos dos logradouros públicos, além daqueles definidos nesta lei. culturais, de apresentações de espetáculos artísticos e culturais por
§ 9º. A altura máxima de qualquer parte do anúncio indicativo agremiações carnavalescas no sambódromo, de plano de embele-
não deverá ultrapassar, em nenhuma hipótese, a altura máxima de zamento da cidade ou alusivo a data de valor histórico, não poden-
5,00m (cinco metros). do sua veiculação ser superior a 30 (trinta) dias, conforme decreto
§ 10. Na hipótese do imóvel, público ou privado, abrigar mais específico do Executivo, que definirá o projeto urbanístico próprio;
de uma atividade, o anúncio referido no “caput” deste artigo pode- (Redação dada pela Lei nº 16.374/2016)
rá ser subdividido em outros, desde que sua área total não ultrapas- II - de finalidade educativa, informativa ou de orientação social,
se os limites estabelecidos no § 1º deste artigo. religiosa, de programas políticos ou ideológicos, em caso de plebis-
§ 11. Quando o imóvel for de esquina ou tiver mais de uma citos ou referendos populares;
frente para logradouro público oficial, será permitido um anúncio III - de finalidade eleitoral: quando destinado à propaganda de
por testada, atendidas as exigências estabelecidas neste artigo. partidos políticos ou de seus candidatos, na forma prevista na legis-
Art. 14. Ficam proibidos os anúncios indicativos nas empenas lação federal eleitoral;
cegas e nas coberturas das edificações. IV - de finalidade imobiliária, quando for destinado à informa-
Art. 15. Nos imóveis edificados, públicos ou privados, somente ção do público para aluguel ou venda de imóvel, não podendo sua
serão permitidos anúncios indicativos das atividades neles exerci- área ultrapassar 1,00m² (um metro quadrado) e devendo estar con-
das e que estejam em conformidade com as disposições estabeleci- tido dentro do lote.
das na lei de uso e ocupação do solo em vigor e possuam as devidas § 1º. Nos anúncios de finalidade cultural e educativa, o espaço
licenças de funcionamento. reservado para o patrocinador será determinado pelos órgãos mu-
Parágrafo único. Não serão permitidos, nos imóveis edificados, nicipais competentes.
públicos ou privados, a colocação de “banners”, faixas ou qualquer § 2º. Os anúncios referentes à propaganda eleitoral deverão ser
outro elemento, dentro ou fora do lote, visando chamar a atenção retirados no prazo máximo de 15 (quinze) dias, a contar da data da
da população para ofertas, produtos ou informações que não aque- realização das eleições ou plebiscitos.
las estabelecidas nesta lei. Art. 20. A veiculação de anúncios especiais relacionados a
Do Anúncio Indicativo em Imóvel Público ou Privado Situado eventos culturais ou empreendimentos imobiliários sediados nos
em Lotes com Testada Igual ou Superior a 100 Metros Lineares limites do Centro Histórico do Município de São Paulo dependerá
Art. 16. Nos imóveis públicos ou privados com testada igual ou de análise prévia e autorização dos órgãos competentes.
maior que 100,00m (cem metros) lineares poderão ser instalados 2 Art. 20-A. A veiculação de anúncios especiais relacionados à
(dois) anúncios com área total não superior a 10,00m² (dez metros apresentação de espetáculos artísticos e culturais por agremiações
quadrados) cada um. carnavalescas no Sambódromo, durante o carnaval, poderá ser feita
§ 1º. As peças que contenham os anúncios definidos no “caput” das seguintes formas: (Incluído pela Lei nº 16.374/2016)
deste artigo deverão ser implantadas de forma a garantir distância I – os setores A, C, E, F e H do Sambódromo terão cinco testei-
mínima de 40,00m (quarenta metros) entre elas. ras com setenta e seis metros lineares, podendo ser utilizados até
§ 2º. A área total dos anúncios definidos no “caput” deste ar- 55% (cinquenta e cinco por cento) da área em m²; (Incluído pela Lei
tigo não deverá, em nenhuma hipótese, ultrapassar 20,00m² (vinte nº 16.374/2016)
metros quadrados). II – o setor B (Monumental) do Sambódromo terá uma testei-
Do Anúncio Indicativo em Imóvel Não-Edificado, Público ou Pri- ra de cinquenta metros lineares, podendo ser utilizados até 65%
vado (sessenta e cinco por cento) da área em m² e duas testeiras de doze
Art. 17. Não será permitido qualquer tipo de anúncio em imó- metros lineares, podendo ser utilizados até 42,8% (quarenta e dois
veis não-edificados, de propriedade pública ou privada, ressalvado vírgula oito por cento) em m²; (Incluído pela Lei nº 16.374/2016)
o disposto no parágrafo único deste artigo. III – os setores D e G do Sambódromo terão duas testeiras de
Parágrafo único. Caso seja exercida atividade na área não-edi- sessenta e cinco metros lineares, podendo ser utilizado até 52%
ficada, que possua a devida licença de funcionamento, poderá ser (cinquenta e dois por cento) da área em m²; (Incluído pela Lei nº
instalado anúncio indicativo, observado o disposto no art. 13 desta 16.374/2016)
lei. IV – os setores A, B, C, D, E e F do Sambódromo terão seis
empenas de doze metros lineares, podendo ser utilizado até 46%
DO ANÚNCIO PUBLICITÁRIO EM IMÓVEL PÚBLICO OU PRIVA- (quarenta e seis por cento) da área em m². (Incluído pela Lei nº
DO 16.374/2016)
Parágrafo único. As exceções previstas no “caput” deste artigo
Art. 18. Fica proibida, no âmbito do Município de São Paulo, a somente se aplicam ao Sambódromo para a realização do carnaval
colocação de anúncio publicitário nos imóveis públicos e privados, e a veiculação dos anúncios não pode ser superior a 30 (trinta) dias.
edificados ou não. (Redação dada pela Lei nº 16.374/2016)

186
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

SEÇÃO II de memória popular, artístico, localizados no entorno e ainda com


DO ANÚNCIO PUBLICITÁRIO NO MOBILIÁRIO URBANO a mesma função relativamente a casas de espetáculos, teatros e
auditórios.
Art. 21. A veiculação de anúncios publicitários no mobiliário § 6º. Placas e unidades identificadoras de vias e logradouros
urbano será feita nos termos estabelecidos em lei específica, de ini- públicos são aquelas que identificam as vias e logradouros públicos,
ciativa do Executivo. instaladas nas respectivas confluências.
Art. 22. São considerados como mobiliário urbano de uso e uti- § 7º. Totens de identificação de espaços e edifícios públicos são
lidade pública os seguintes elementos, dentre outros: elementos de comunicação visual destinados à identificação dos es-
I - abrigo de parada de transporte público de passageiro; paços e edifícios públicos.
II - totem indicativo de parada de ônibus; § 8º. Cabine de segurança é o equipamento destinado a abrigar
III - sanitário público “standard”; policiais durante 24 horas por dia, com acesso externo tipo balcão
IV - sanitário público com acesso universal; para atendimento dos transeuntes, com capacidade para prestação
V - sanitário público móvel (para feiras livres e eventos); de primeiros socorros, contendo pequeno sanitário, além de espa-
VI - painel publicitário/informativo; ço para detenção provisória de, pelo menos, 1 (uma) pessoa.
VII - painel eletrônico para texto informativo; § 9º. Quiosques são equipamentos destinados à comerciali-
VIII - placas e unidades identificadoras de vias e logradouros zação e prestação de serviços diversos, implantados em praças e
públicos; logradouros públicos, em locais e quantidades a serem estipuladas
IX - totem de identificação de espaços e edifícios públicos; pelo Poder Público Municipal, sem prejuízo do comércio local regu-
X - cabine de segurança; larmente estabelecido e do trânsito de pedestres.
XI - quiosque para informações culturais; § 10. As bancas para a comercialização de jornais e revistas,
XII - bancas de jornais e revistas; instaladas em espaços públicos, obedecerão a um cronograma de
XIII - bicicletário; instalação, decorrente da aprovação do desenho do mobiliário em
XIV - estrutura para disposição de sacos plásticos de lixo e des- relação ao desenho urbano e da aprovação de sua instalação na-
tinada à reciclagem; quele espaço específico.
XV - grade de proteção de terra ao pé de árvores; § 11. Bicicletário é o equipamento destinado a abrigar bicicle-
XVI - protetores de árvores; tas do público em geral, adaptável a estações de metrô, ônibus e
XVII - quiosque para venda de lanches e produtos em parques; trens, escolas e instituições.
XVIII - lixeiras; § 12. Grade de proteção de terra ao pé de árvores é aquela
XIX - relógio (tempo, temperatura e poluição); elaborada em forma de gradil, destinada à proteção das bases de
XX - estrutura de suporte para terminal de Rede Pública de In- árvores em calçadas, podendo servir de piso no mesmo nível do
formação e Comunicação; pavimento das referidas calçadas.
XXI - suportes para afixação gratuita de pôster para eventos § 13. Protetores de árvore são aqueles elaborados em forma de
culturais; gradil protetor da muda ou arbusto, instalados em vias, logradouros
XXII - painéis de mensagens variáveis para uso exclusivo de in- ou outros espaços públicos, tais como praças, jardins e parques, de
formações de trânsito; acordo com projetos paisagísticos elaborados pelo Poder Público
XXIII - colunas multiuso; Municipal ou pelo concessionário, em material de qualidade não
XXIV - estações de transferência; agressivo ao meio ambiente.
XXV - abrigos para pontos de táxi. § 14. As lixeiras, destinadas ao descarte de material inservível
§ 1º. Abrigos de parada de transporte público de passageiros de pouco volume, serão instaladas nas calçadas, em pontos e in-
são instalações de proteção contra as intempéries, destinados aos tervalos estratégicos, sem prejuízo do tráfego de pedestres ou de
usuários do sistema de transporte público, instalados nos pontos pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
da parada e terminais, devendo, em sua concepção, ter definidos § 15. Relógios/termômetros são equipamentos com ilumina-
os locais para veiculação de publicidade e os painéis informativos ção interna, destinados à orientação do público em geral quanto ao
referentes ao sistema de transporte e sua integração com o metro- horário, temperatura e poluição do local, podendo ser instalados
politano. nas vias públicas, nos canteiros centrais e nas ilhas de travessia de
§ 2º. Totem indicativo de parada de ônibus é o elemento de avenidas.
comunicação visual destinado à identificação da parada de ônibus, § 16. Estrutura de suporte para terminal da Rede Pública de
quando houver impedimento para instalação de abrigos. Informação e Comunicação são estruturas destinadas a conter equi-
§ 3º. Sanitários “standard” e com acesso universal são instala- pamentos de informática, compondo terminais integrados ao “har-
ções higiênicas destinadas ao uso comum, sendo implantados em dware” da Rede Pública Interativa de Informação e Comunicação, a
praças e nos terminais de transporte de uso coletivo, e os chamados serem instalados em locais públicos abrigados, de intenso trânsito
sanitários públicos móveis instalados em feiras livres e eventos. de pedestres.
§ 4º. Painel publicitário informativo é o painel luminoso para § 17. Suportes para afixação gratuita de pôsteres são elemen-
informação a transeuntes, consistindo num sistema de sinalização tos estruturados para receber a aplicação de pequenos pôsteres do
global para a cidade, que identificará mapas de áreas, marcação dos tipo “lambe-lambe”, que promovem eventos culturais, sem espaço
pontos de interesse turístico, histórico e de mensagens de caráter para publicidade.
educativo. § 18. Painéis de mensagens variáveis para uso exclusivo de
§ 5º. Painel eletrônico para texto informativo consiste em pai- informações de trânsito são equipamentos eletrônicos destinados
néis luminosos ou totens orientadores do público em geral, em a veicular mensagens de caráter exclusivamente informativo e de
relação aos imóveis, paisagens e bens de valor histórico, cultural, utilidade no que se refere ao sistema viário e de trânsito da cidade.

187
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 19. Colunas multiuso são aquelas destinadas à fixação de pu- Art. 29. O prazo para pedido de reconsideração de despacho ou
blicidade, cujo desenho deve ser compatível com o seu entorno, po- de recurso é de 30 (trinta) dias corridos, contados a partir da data
dendo abrigar funções para suporte de equipamentos de serviços, da publicação do despacho no Diário Oficial da Cidade.
tais como quiosques de informação e venda de ingressos. Parágrafo único. Os pedidos de reconsideração de despacho ou
§ 20. Estações de transferência são locais protegidos para pas- de recurso não terão efeito suspensivo.
sageiros de ônibus em operações de transbordo.
§ 21. Abrigos para pontos de táxi são instalações de proteção SEÇÃO II
contra as intempéries, destinadas à proteção dos usuários do siste- DO CANCELAMENTO DA LICENÇA DO ANÚNCIO
ma regular de táxis, devendo, em sua concepção, definir os locais
para veiculação de publicidade e painéis informativos referentes ao Art. 30. A licença do anúncio será automaticamente extinta nos
sistema de transporte e sua integração com o metropolitano. seguintes casos:
Art. 23. Os elementos do mobiliário urbano não poderão: I - por solicitação do interessado, mediante requerimento pa-
I - (Revogado pela Lei n° 16.899/2018) dronizado;
II - obstruir a circulação de pedestres ou configurar perigo ou II - se forem alteradas as características do anúncio;
impedimento à locomoção de pessoas com deficiência e mobilida- III - quando ocorrer mudança de local de instalação de anúncio;
de reduzida; IV - se forem modificadas as características do imóvel;
III - obstruir o acesso a faixas de travessias de pedestres, esca- V - quando ocorrer alteração no Cadastro de Contribuintes Mo-
das rolantes ou entradas e saídas de público, sobretudo as de emer- biliários - CCM;
gência ou para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida; VI - por infringência a qualquer das disposições desta lei ou de
IV - estar localizado em ilhas de travessia, exceto pontos de ôni- seu decreto regulamentar, caso não sejam sanadas as irregularida-
bus e relógios/termômetros digitais; des dentro dos prazos previstos;
V - estar localizado em esquinas, viadutos, pontes e belvederes, VII - pelo não-atendimento a eventuais exigências dos órgãos
salvo os equipamentos de informação básica ao pedestre ou de de- competentes;
nominação de logradouro público. VIII - pela ocorrência da hipótese prevista no parágrafo único
Parágrafo único. A instalação do mobiliário urbano nos passeios no art. 25 desta lei.
públicos deverá necessariamente observar uma faixa de circulação Art. 31. Os responsáveis pelo anúncio, nos termos do art. 32
de, no mínimo, metade de sua largura, nunca inferior a 1,50m (um desta lei, deverão manter o número da licença de anúncio indicati-
metro e cinqüenta centímetros); nos calçadões, a faixa de circula- vo ou CADAN de forma visível e legível do logradouro público, sob
ção terá 4,50m (quatro metros e cinqüenta centímetros) de largura. pena de aplicação das sanções estabelecidas nos arts. 40 e seguin-
tes.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. Os responsáveis pelo anúncio deverão manter,
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO no imóvel onde está instalado, à disposição da fiscalização, toda a
documentação comprobatória da regularidade junto ao Cadastro
SEÇÃO I de Anúncio - CADAN, da inscrição no Cadastro de Contribuintes
DO LICENCIAMENTO E DO CADASTRO DE ANÚNCIOS - CADAN Mobiliários - CCM e dos pagamentos da Taxa de Fiscalização de
Anúncio - T.F.A.
Art. 24. Os anúncios indicativos somente poderão ser insta-
lados após a devida emissão da licença que implicará seu registro SEÇÃO III
imediato no Cadastro de Anúncios - CADAN. DOS RESPONSÁVEIS PELO ANÚNCIO
Art. 25. O licenciamento do anúncio indicativo será promovido
por meio eletrônico, conforme regulamentação específica, não sen- Art. 32. Para efeitos desta lei, são solidariamente responsáveis
do necessária a sua renovação, desde que não haja alteração em pelo anúncio o proprietário e o possuidor do imóvel onde o anúncio
suas características. estiver instalado.
Parágrafo único. Qualquer alteração na característica, dimen- § 1º. A empresa instaladora é também solidariamente respon-
são ou estrutura de sustentação do anúncio implica a exigência de sável pelos aspectos técnicos e de segurança de instalação do anún-
imediata solicitação de nova licença. cio, bem como de sua remoção.
Art. 26. A colocação de anúncio de finalidade cultural ficará § 2º. Quanto à segurança e aos aspectos técnicos referentes à
sujeita à autorização da Secretaria Municipal de Cultura - SMC, dis- parte estrutural e elétrica, também são solidariamente responsá-
pensando-se seu licenciamento. veis os respectivos profissionais.
Art. 27. Ficam dispensados de licenciamento os anúncios insta- § 3º. Quanto à segurança e aos aspectos técnicos referentes à
lados em mobiliários e equipamentos urbanos, inclusive quanto ao manutenção, também é solidariamente responsável a empresa de
seu cadastramento no órgão competente estabelecido no respecti- manutenção.
vo contrato. § 4º. Os responsáveis pelo anúncio responderão administrativa,
Art. 28. O despacho de indeferimento de pedido da licença de civil e criminalmente pela veracidade das informações prestadas.
anúncio indicativo será devidamente fundamentado.
Parágrafo único. O indeferimento do pedido não dá ao reque-
rente o direito à devolução de eventuais taxas ou emolumentos
pagos.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

SEÇÃO IV Art. 38. Compete à Empresa Municipal de Urbanização -


DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS E COMPETÊNCIAS EMURB, quanto aos elementos da paisagem urbana:
I - propor normas e programas específicos para os distintos se-
Art. 33. Para a apreciação e decisão da matéria tratada nes- tores da cidade;
ta lei, inclusive multas, serão observadas as seguintes instâncias II - disciplinar os elementos presentes nas áreas públicas, consi-
administrativas, no âmbito da competência das Prefeituras Regio- derando as normas de ocupação das áreas privadas e a volumetria
nais:(Redação dada pela Lei n° 16.899/2018) das edificações;
I - Supervisor de Uso e Ocupação do Solo;(Redação dada pela III - a criação de novos padrões, mais restritivos, de comunica-
Lei n° 16.899/2018) ção institucional, informativa ou indicativa;
II - Prefeito Regional.(Redação dada pela Lei n° 16.899/2018) IV - elaborar parâmetros de dimensões, posicionamento, quan-
Parágrafo único. Os recursos protocolizados até a data da en- tidade e interferência mais adequados à sinalização de trânsito, aos
trada em vigor desta lei, nos termos da anterior redação do art. 33 elementos construídos e à vegetação, considerando a capacidade
da Lei nº 14.223, de 2006, e que estejam na instância do Prefeito de suporte da região;
serão objeto de apreciação e decisão pelo Chefe do Executivo.(In- V - propor normas e diretrizes para implantação dos elementos
cluído pela Lei n° 16.899/2018) componentes da paisagem urbana para a veiculação da publicida-
Art. 34. Compete à Secretaria Municipal de Coordenação das de;
Subprefeituras - SMSP: VI - propor mecanismos eficazes de fiscalização sobre as diver-
I - supervisionar e articular a atuação das Subprefeituras em sas intervenções na paisagem urbana.
matéria de paisagem urbana;
II - expedir atos normativos e definir procedimentos adminis- CAPÍTULO V
trativos para fiel execução desta lei e de seu regulamento; DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
III - gerenciar o cadastro único dos anúncios da cidade - CADAN,
bem como a veiculação eletrônica no “site” da Prefeitura para o Art. 39. Para os fins desta lei, consideram-se infrações:
conhecimento e acompanhamento de todos os cidadãos. I - exibir anúncio:
Art. 35. Compete à Comissão de Proteção à Paisagem Urbana a) sem a necessária licença de anúncio indicativo ou a autoriza-
- CPPU: ção do anúncio especial, quando for o caso;
I - apreciar e emitir parecer sobre casos de aplicação da legis- b) com dimensões diferentes das aprovadas;
lação de anúncios, mobiliário urbano e inserção de elementos na c) fora do prazo constante da licença de anúncio indicativo ou
paisagem urbana; da autorização do anúncio especial;
II - dirimir dúvidas na interpretação de dispositivos desta lei ou d) sem constar de forma legível e visível do logradouro público,
em face de casos omissos; o número da licença de anúncio indicativo ou CADAN;
III - elaborar e apreciar projetos de normas modificativas ou II - manter o anúncio em mau estado de conservação;
inovadoras da legislação vigente, referentes a anúncios, mobiliário III - não atender a intimação do órgão competente para a regu-
urbano e paisagem urbana, com as justificações necessárias visan- larização ou a remoção do anúncio;
do sua constante atualização, diante de novas exigências técnicas e IV - veicular qualquer tipo de anúncio em desacordo com o dis-
peculiares locais; posto nesta lei e nas demais leis municipais, estaduais e federais
IV - propor à Comissão Municipal de Política Urbana diretrizes pertinentes;
relativas à política municipal de proteção e promoção da boa quali- V - praticar qualquer outra violação às normas previstas nesta
dade da paisagem urbana; lei ou em seu decreto regulamentar.
V - propor e expedir atos normativos administrativos sobre a Parágrafo único. Para todos os efeitos desta lei, respondem so-
ordenação dos anúncios, paisagem e meio ambiente; lidariamente pela infração praticada os responsáveis pelo anúncio
VI - expedir atos normativos para fiel execução desta lei e de nos termos do art. 32.
seu regulamento, apreciando e decidindo a matéria pertinente. Art. 40. A inobservância das disposições desta lei sujeitará os
Art. 36. Compete às Subprefeituras: infratores, nos termos de seu art. 32, às seguintes penalidades:
I - licenciar e cadastrar os anúncios indicativos, inclusive os que I - multa;
já foram protocolados anteriormente à data da publicação desta lei; II - cancelamento imediato da licença do anúncio indicativo ou
II - fiscalizar o cumprimento desta lei e punir os infratores e da autorização do anúncio especial;
responsáveis, aplicando as penalidades cabíveis. III - remoção do anúncio.
Art. 37. Compete à Secretaria Municipal de Cultura - SMC: § 1º Identificadas as infrações descritas no art. 39, incisos I e
I - expedir atos normativos quanto à classificação dos anúncios II, previamente à aplicação de penalidades, o responsável receberá
de finalidade cultural e quanto às características e parâmetros para uma Notificação Orientativa nos termos definidos em Lei.(Incluído
anúncios em bens de valor cultural, conforme definido no inciso VI pela Lei nº 17.841/2022)
do art. 6° desta lei; § 2º A Notificação Orientativa abrangerá somente anúncios in-
II - emitir parecer, no âmbito de suas atribuições, quanto ao en- dicativos, ficando as demais situações Sujeitas aos procedimentos
quadramento das situações não previstas ou passíveis de dúvidas; fiscalizatórios aplicáveis.(Incluído pela Lei nº 17.841/2022)
III - autorizar e fixar condições para a instalação dos anúncios Art. 41. Na aplicação da primeira multa, sem prejuízo das de-
indicativos nos bens de valor cultural, conjuntamente com a Secre- mais penalidades cabíveis, os responsáveis serão intimados a regu-
taria Municipal de Planejamento - SEMPLA, conforme o art. 125 da larizar o anúncio ou a removê-lo, quando for o caso, observados os
Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004. seguintes prazos:
I - 5 (cinco) dias, no caso de anúncio indicativo ou especial;

189
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

II - 24 (vinte e quatro) horas, no caso de anúncio que apresente Art. 45. Todos os anúncios especiais autorizados e indicativos
risco iminente. já licenciados deverão se adequar ao disposto nesta lei até 31 de
Art. 42. Na hipótese do infrator não proceder à regularização dezembro de 2006.
ou remoção do anúncio instalado irregularmente, a Municipalidade § 1º. O prazo previsto no “caput” deste artigo poderá ser pror-
adotará as medidas para sua retirada, ainda que esteja instalado em rogado por mais 90 (noventa) dias, caso os responsáveis pelo anún-
imóvel privado, cobrando os respectivos custos de seus responsá- cio justifiquem a impossibilidade de seu atendimento, mediante
veis, independentemente da aplicação das multas e demais sanções requerimento ao órgão competente do Executivo.
cabíveis. § 2º. Em caso de não-atendimento aos prazos previstos neste
Parágrafo único. O Poder Público Municipal poderá ainda in- artigo, serão impostas as penalidades previstas nos arts. 40 a 43
terditar e providenciar a remoção imediata do anúncio, ainda que desta lei.
esteja instalado em imóvel privado, em caso de risco iminente de Art. 46. A critério do Executivo, o Cadastro de Empresas de Pu-
segurança ou da reincidência na prática de infração, cobrando os blicidade Exterior - CADEPEX poderá ser extinto.
custos de seus responsáveis, não respondendo por quaisquer danos Art. 47. Novas tecnologias e meios de veiculação de anúncios,
causados ao anúncio quando de sua remoção. bem como projetos diferenciados não previstos nesta lei, serão en-
Art. 43. As multas serão aplicadas da seguinte forma: quadrados e terão seus parâmetros estabelecidos pela Comissão de
I - primeira multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por Proteção da Paisagem Urbana - CPPU.
anúncio irregular; Art. 48. O Poder Executivo promoverá as medidas necessárias
II - acréscimo de R$ 1.000,00 (mil reais) para cada metro qua- para viabilizar a aplicação das normas previstas nesta lei, em siste-
drado que exceder os 4,00m² (quatro metros quadrados); ma computadorizado, estabelecendo, mediante portaria, a padro-
III - persistindo a infração após a aplicação da primeira multa e nização de requerimentos e demais documentos necessários ao seu
a intimação referidas no art. 41 e nos incisos I e II deste artigo, sem cumprimento.
que sejam respeitados os prazos ora estabelecidos, será aplicada Art. 49. Os pedidos de licença de anúncios indicativos e de au-
multa correspondente ao dobro da primeira, reaplicada a cada 15 torização de anúncios especiais pendentes de apreciação na data
(quinze) dias a partir da lavratura da anterior, até a efetiva regula- da entrada em vigor desta lei deverão adequar-se às exigências e
rização ou a remoção do anúncio, sem prejuízo do ressarcimento, condições por ela instituídas.
pelos responsáveis, dos custos relativos à retirada do anúncio irre- Art. 50. O Poder Executivo poderá celebrar termo de coopera-
gular pela Prefeitura. ção com a iniciativa privada visando à execução e manutenção de
§ 1º. No caso do anúncio apresentar risco iminente, a segunda melhorias urbanas, ambientais e paisagísticas, bem como à conser-
multa, bem como as reaplicações subseqüentes, ocorrerão a cada vação de áreas municipais, atendido o interesse público.
24 (vinte e quatro) horas a partir da lavratura da multa anterior até § 1º. O Poder Executivo estabelecerá critérios para determinar
a efetiva remoção do anúncio. a proporção entre o valor financeiro dos serviços e obras contra-
§ 2º. Nos casos previstos nos arts. 9º e 10 desta lei, em que tadas e as dimensões da placa indicativa do termo de cooperação,
não é permitida a veiculação de anúncios publicitários por meio de bem como a forma de inserção dessas placas na paisagem.
“banners”, “lambe-lambe”, faixas, pinturas e outros elementos que § 2º. Os termos de cooperação terão prazo de validade de, no
promovam profissionais, serviços ou qualquer outra atividade nas máximo, 3 (três) anos e deverão ser publicados na íntegra no Diário
vias e equipamentos públicos, as sanções estipuladas neste artigo Oficial da Cidade, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da
serão também aplicadas aos respectivos responsáveis, que passa- data de sua assinatura, observadas as normas constantes desta lei e
rão a integrar cadastro municipal próprio, que será veiculado pela as disposições estabelecidas em decreto.
Internet no “site” da Prefeitura, na condição de “cidadão não res- Art. 51. A Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefei-
ponsável pela cidade”. turas e as Subprefeituras poderão celebrar contratos com empresas
privadas, visando à prestação de serviços de apoio operacional para
CAPÍTULO VI a fiscalização, bem como de remoção de anúncios.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 52. A Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefei-
turas publicará, no Diário Oficial da Cidade, no prazo de 30 (trinta)
Art. 44. Todos os anúncios publicitários, inclusive suas estru- dias a partir da publicação desta lei, todas as licenças dos anúncios
turas de sustentação, instalados, com ou sem licença expedida a indicativos, com a respectiva data de emissão, número do Cadastro
qualquer tempo, dentro dos lotes urbanos de propriedade pública de Anúncios - CADAN, nome da empresa responsável e data de va-
ou privada, deverão ser retirados pelos seus responsáveis até 31 de lidade de cada anúncio.
dezembro de 2006. Parágrafo único. Caberá à Secretaria Municipal de Coordena-
Parágrafo único. Em caso de descumprimento do disposto no ção das Subprefeituras a veiculação, pela Internet, das publicações
“caput” deste artigo, serão impostas as penalidades previstas nos relativas às licenças emitidas por cada Subprefeitura.
arts. 40 a 43 desta lei: Art. 53. A Secretaria Municipal de Habitação - SEHAB publicará,
I - à empresa registrada no Cadastro de Empresas de Publicida- no Diário Oficial da Cidade, no prazo de 30 (trinta) dias a partir da
de Exterior - CADEPEX que tenha requerido a licença do anúncio; publicação desta lei, todas as licenças dos anúncios publicitários,
II - ao proprietário ou possuidor do imóvel onde o anúncio es- com a respectiva data de emissão, número do Cadastro de Anún-
tiver instalado; cios - CADAN, nome da empresa responsável e data de validade de
III - ao anunciante; cada anúncio.
IV - à empresa instaladora; Art. 54. O Poder Executivo regulamentará a presente lei no pra-
V - aos profissionais responsáveis técnicos; zo de 60 (sessenta) dias, contados da data de sua publicação.
VI - à empresa de manutenção.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 55. As despesas com a execução desta lei correrão por con- § 2º - Havendo alteração na quantidade de resíduos sólidos
ta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se neces- produzidos, o estabelecimento gerador atualizará seu cadastro
sário. junto à Autoridade Municipal de Limpeza Urbana - AMLURB em 30
Art. 56. Ficam revogadas as Leis nº 10.571, de 8 de julho de (trinta) dias, contados da alteração.(Regulamentado pelo Decreto
1988, nº 11.613, de 13 de julho de 1994, nº 12.849, de 20 de maio nº 58.701/2019)
de 1999, nº 13.517, de 29 de janeiro de 2003, nº 13.525, de 28 de Art. 141 - Os grandes geradores deverão contratar os autoriza-
fevereiro de 2003, alterada pela Lei nº 13.687, de 19 de dezembro tários dos serviços prestados em regime privado de que trata esta
de 2003, e as Leis nº 14.017, de 28 de junho de 2005, e nº 14.066, lei para a execução dos serviços de coleta, transporte, tratamento e
de 17 de outubro de 2005. destinação final dos resíduos referidos no presente Capítulo, man-
Art. 57. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, tendo via original do contrato à disposição da fiscalização.(Regula-
aplicando-se também a todos os pedidos de licenciamento de mentado pelo Decreto nº 58.701/2019)
anúncios pendentes de apreciação. § 1º - É vedado aos grandes geradores a disposição dos resí-
duos nos locais próprios da coleta de resíduos domiciliares ou de
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 26 de setem- serviços de saúde, bem como em qualquer área pública, incluindo
bro de 2006, 453º da fundação de São Paulo. passeios e sistema viário, sob pena de multa.(Regulamentado pelo
Decreto nº 58.701/2019)
§ 2º - No caso de descumprimento da norma estabelecida no
LEI 13.478 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2002 - DISPÕE SO- parágrafo anterior, sem prejuízo da multa nele prevista, o grande ge-
BRE A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBA- rador arcará com os custos e ônus decorrentes da coleta, transpor-
NA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. • ARTIGOS 140 A te, tratamento e destinação final de seus resíduos, recolhendo jun-
169; 180 A 192 to à Autoridade Municipal de Limpeza Urbana - AMLURB, os valores
correspondentes.(Regulamentado pelo Decreto nº 58.701/2019)
LEI Nº 13.478, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2002 § 3º - Os valores pagos pelo grande gerador para cobrir os cus-
tos e ônus mencionados no parágrafo anterior serão destinados a
Dispõe sobre a organização do Sistema de Limpeza Urbana do custear o serviço de limpeza urbana de coleta, transporte, trata-
Município de São Paulo; cria e estrutura seu órgão regulador; au- mento e destinação final de resíduos sólidos domiciliares e serão
toriza o Poder Público a delegar a execução dos serviços públicos depositadas na conta vinculada especial prevista no artigo 80 desta
mediante concessão ou permissão; institui a Taxa de Resíduos Sóli- lei.(Regulamentado pelo Decreto nº 58.701/2019)
dos Domiciliares - TRSD, a Taxa de Resíduos Sólidos de Serviços de Art. 142 - Os grandes geradores deverão manter em seu po-
Saúde - TRSS e a Taxa de Fiscalização dos Serviços de Limpeza Urba- der registros e comprovantes de cada coleta feita, da quantidade
na - FISLURB; cria o Fundo Municipal de Limpeza Urbana - FMLU, e coletada e da destinação dada aos resíduos.(Regulamentado pelo
dá outras providências. Decreto nº 58.701/2019)
§ 1º - Os registros e comprovantes de que trata o “caput” deste
MARTA SUPLICY, Prefeita do Município de São Paulo, no uso das artigo deverão ser apresentados à fiscalização quando solicitados,
atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara sob pena de multa e de cobrança de todos os custos e ônus resul-
Municipal, em sessão de 28 de dezembro de 2002, decretou e eu tantes da coleta, transporte, tratamento e destinação dos resídu-
promulgo a seguinte lei: os produzidos pelo grande gerador no período sem comprovação,
acrescidos de correção monetária.(Regulamentado pelo Decreto nº
LIVRO IV 58.701/2019)
DAS POSTURAS MUNICIPAIS E DAS SANÇÕES § 2º - A fiscalização poderá estimar a quantidade de resíduos
produzidos pelo estabelecimento gerador, por meio de diligências
TÍTULO I em pelo menos 3 (três) dias diferentes.(Regulamentado pelo Decre-
DAS POSTURAS MUNICIPAIS to nº 58.701/2019)
§ 3º - A estimativa de que trata o parágrafo anterior subsidiará
CAPÍTULO I a cobrança prevista no artigo anterior, sem prejuízo da aplicação da
DOS GRANDES GERADORES multa prevista.(Regulamentado pelo Decreto nº 58.701/2019)
Art. 143 - Aplicam-se aos geradores de resíduos sólidos carac-
Art. 140 - Os grandes geradores ficam obrigados a cadastrar-se terizados como resíduos da Classe 1, pela NBR 10004, da Associa-
junto à Autoridade Municipal de Limpeza Urbana - AMLURB, na for- ção Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em qualquer quantidade,
ma e no prazo em que dispuser a regulamentação.(Regulamentado excetuados os resíduos sólidos de serviços de saúde, as disposições
pelo Decreto nº 58.701/2019) constantes do presente Capítulo, observada a legislação e regula-
§ 1º - Do cadastro constará declaração de volume e massa men- mentação específicas sobre a matéria.
sal de resíduos sólidos produzidos pelo estabelecimento, o opera-
dor contratado para a realização dos serviços de coleta e o destino
da destinação final dos resíduos sólidos, além de outros elementos
necessários ao controle e fiscalização pelo Município.(Regulamen-
tado pelo Decreto nº 58.701/2019)

191
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO II § 2º - A coleta, transporte, tratamento e destinação final de


DOS GERADORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE resíduos acumulados, sem prejuízo da multa cabível, poderá ser as-
SAÚDE sumida pelo Poder Público Municipal, caso em que será cobrado o
dobro do valor correspondente.
Art. 144 – Os estabelecimentos geradores de resíduos sólidos § 3º - Os valores cobrados dos munícipes-usuários, nas hipó-
de serviços de saúde, definidos no artigo 97 desta lei, deverão se teses descritas no parágrafo anterior, serão destinados a custear o
cadastrar e manter cadastros atualizados junto à Autoridade Mu- serviço de limpeza urbana de coleta, transporte, tratamento e des-
nicipal de Limpeza Urbana – AMLURB, conforme dispuser a regula- tinação final de resíduos sólidos domiciliares e serão depositadas
mentação específica.(Redação dada pela Lei nº 13.522/2003) na conta vinculada especial prevista no artigo 80 desta lei.
Art. 145 - Os resíduos sólidos de serviços de saúde deverão ser § 4º - É proibido acondicionar juntamente com resíduos co-
obrigatoriamente segregados na origem e tratados em sistemas ca- muns, resíduos explosivos, tóxicos ou corrosivos em geral e mate-
dastrados, controlados e fiscalizados pela Autoridade Municipal de riais perfurantes não protegidos por invólucros apropriados.
Limpeza Urbana - AMLURB antes de sua disposição final. § 5º - A regulamentação disporá sobre pontos de entrega es-
Parágrafo único - O controle e fiscalização mencionados no peciais e sobre acondicionamento dos resíduos dispostos no pará-
“caput” deste artigo não eximirá o gerador da responsabilidade grafo anterior.
pelo cumprimento das leis e normas específicas que regulam a ati- Art. 151 - É proibida a colocação dos resíduos acondiciona-
vidade. dos na calçada, no período diurno, com antecedência maior que 2
(duas) horas imediatamente anteriores ao horário previsto para a
CAPÍTULO III coleta regular, ou antes das 18 horas, nas hipóteses em que a coleta
DAS FEIRAS LIVRES regular seja efetuada no período noturno.
Art. 152 - É proibida a instalação ou uso de incinerador para
Art. 146 - Os feirantes deverão manter limpa a área de localiza- queima de resíduos em edifícios, estabelecimentos comerciais,
ção de suas barracas. industriais ou outros, excetuados os casos especiais, previstos em
Parágrafo único - Para os efeitos desta lei, consideram-se fei- legislação própria.
rantes as pessoas que exerçam atividade em qualquer tipo de feira
instalada nas vias e logradouros públicos. CAPÍTULO V
Art. 147 - Os feirantes deverão manter, individualmente, reci- DA COLETA E DESTINAÇÃO FINAL POR MUNÍCIPES-USUÁRIOS
pientes próprios padronizados para recolhimento de resíduos.
Art. 148 - Imediatamente após o encerramento da feira, os fei- Art. 153 - Fica vedada a execução, pelos munícipes-usuários,
rantes deverão recolher todos os detritos e resíduos existentes nas da coleta regular de resíduos de qualquer natureza excetuadas as
calçadas e vias públicas, procedendo à varrição do local, respeitada hipóteses de autorização ou permissão para a prestação de tais ser-
a área de localização de suas barracas. viços e outras expressamente previstas na regulamentação.
§ 1º - A área de localização de barracas de feirantes abrange, Parágrafo único. Aplica-se ao munícipe-usuário o disposto nos
além do lugar ocupado pela barraca propriamente dita, o espaço §§ 1º e 2º do art. 130 desta lei.(Incluído pela Lei n° 16.871/2018)
externo de circulação, até as áreas divisórias com as barracas late- (Regulamentado pelo Decreto nº 58.401/2018)
rais e fronteiras, bem como as confinantes com alinhamentos ou
muros das vias e logradouros públicos. CAPÍTULO VI
§ 2º - No caso de não-instalação de barracas, a responsabili- DA VARRIÇÃO E DA CONSERVAÇÃO DA LIMPEZA
dade pela limpeza da área correspondente será transferida para os
feirantes limítrofes, considerada a linha divisória ideal. Art. 154 - O proprietário ou possuidor do imóvel deverá proce-
§ 3º - Os feirantes que comercializarem aves abatidas, pesca- der à varrição de seu próprio passeio de forma a mantê-lo limpo.
dos ou vísceras de animais de corte, deverão efetuar a higienização Parágrafo único - A Prefeitura poderá encarregar-se, subsi-
e desodorização de suas áreas de localização. diariamente, da realização de tais atividades, no caso de imóveis
§ 4º - Constitui obrigação dos feirantes obedecer e aderir aos localizados em vias de grande circulação de pedestres, corredores
programas de coleta seletiva e triagem de material reciclável, bem comerciais, passeios de viadutos ou adjacentes a abrigos de ônibus,
como às políticas municipais relativas à matéria. entre outros, em atendimento ao princípio de proteção à saúde pú-
Art. 149 - A Prefeitura poderá proceder à varrição dos resíduos blica e ao direito a uma cidade limpa.
provenientes das feiras mediante pagamento do preço público a ser Art. 155 - Os detritos e resíduos recolhidos pela varredura dos
fixado pelo Poder Executivo. prédios, dos passeios e das vias públicas lindeiras devem ser acon-
dicionados em recipiente, sendo proibido lançá-los na sarjeta ou no
CAPÍTULO IV leito da rua.
DO ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E APRE- Art. 156 - É proibido perturbar, prejudicar ou impedir a execu-
SENTAÇÃO À COLETA ção da varrição e de outros serviços de limpeza pública.
Art. 157 - Os executores de obras ou serviços em logradouros
Art. 150 - Os resíduos sólidos domiciliares a serem coletados públicos deverão manter os locais de trabalho permanentemente
deverão ser acondicionados em recipiente adequado, conforme as limpos.
características estabelecidas na regulamentação. § 1º - A remoção de todo material remanescente, a varrição e a
§ 1º - É proibido acumular resíduos com fim de utilizá-los ou de lavagem do local deverão ser providenciadas imediatamente após a
removê-los para outros locais que não os estabelecidos pelo Poder conclusão das obras ou dos serviços.
Público, salvo os casos expressamente autorizados.

192
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 2º - Os serviços de varrição e lavagem previstos neste artigo Parágrafo único - Durante a carga e a descarga dos veículos,
poderão ser executados pela Prefeitura, quando não executados deverão ser adotadas precauções para evitar prejuízo à limpeza das
pelo responsável, mediante pagamento do preço público a ser fixa- vias e logradouros públicos, devendo o morador ou responsável
do pelo Poder Executivo. pelo prédio ou pelo serviço providenciar imediatamente a retirada
§ 3º - Os serviços de coleta, transporte, tratamento e destina- do material e a limpeza do local e recolher os resíduos de qualquer
ção final do material remanescente poderão ser executados pelo natureza.
Poder Público Municipal, caso em que será cobrado o dobro do va-
lor correspondente. CAPÍTULO VII
§ 4º - Os valores cobrados nas hipóteses descritas no parágrafo DA LIMPEZA DOS TERRENOS E ÁREAS LIVRES
anterior serão destinados a custear o serviço de limpeza urbana de
coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos sóli- Art. 166 - É proibido depositar ou lançar detritos, animais mor-
dos domiciliares e serão depositados na conta vinculada especial tos, mobiliário usado, folhagens, material de podações, terra, re-
prevista no artigo 80 desta lei. síduos de limpeza de fossas ou poços absorventes, óleo, gordura,
Art. 158 - Todos os estabelecimentos comerciais deverão man- graxa, tintas e quaisquer outros resíduos em área ou terreno livre,
ter recipientes para resíduos para o uso do público em número e assim como ao longo ou no leito de rios, canais, córregos, lagos e
capacidade adequados e instalados em locais visíveis. depressões, bueiros, valetas de escoamento, poços de visita e ou-
Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se, também, às tros pontos de sistema de águas pluviais.
bancas de jornais e feirantes. Art. 167 -(Revogado pela Lei nº 15.442/2011)
Art. 159 - O proprietário ou possuidor de postes instalados na Art. 168 - A limpeza das áreas, ruas internas, estradas e serviços
via pública será responsável por sua limpeza e conservação. comuns dos agrupamentos de edificações constitui obrigação dos
Parágrafo único - Os serviços de conservação e limpeza previs- proprietários e usuários, que deverão colocar os resíduos recolhi-
tos neste artigo poderão ser executados pela Prefeitura, quando dos em pontos de coleta que facilitem a remoção pelos operadores
não executados pelo responsável, mediante pagamento do preço encarregados do serviço.
público a ser fixado pelo Poder Executivo.
Art. 160 - É proibido expor, lançar ou depositar nos passeios, CAPÍTULO VIII
sarjetas, bocas-de-lobo, canteiros, jardins, áreas e logradouros pú- DISPOSIÇÕES GERAIS
blicos, quaisquer materiais e objetos, inclusive cartazes, faixas, pla-
cas e assemelhados, excetuados os casos previstos em lei. Art. 169 - Constituem infrações administrativas passíveis das
Art. 161 - É proibido o depósito de entulho, terra e resíduos penalidades previstas nesta lei as seguintes condutas:
de qualquer natureza, de massa superior a 50 (cinqüenta) quilo- I – colar cartazes em árvores de logradouros públicos, grades,
gramas, em vias, passeios, canteiros, jardins e áreas e logradouros parapeitos, viadutos, pontes, canais e túneis, postes de iluminação,
públicos. placas de trânsito, hidrantes, telefones públicos, caixas de correio,
Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se, também, de alarme de incêndio e de coleta de resíduos, guias de calçamen-
aos veículos abandonados em vias públicas, por mais de 5 (cinco) to, passeios e revestimentos de logradouros públicos, escadarias de
dias consecutivos, bem como aos materiais de construção deposita- edifícios públicos ou particulares, estátuas, monumentos, colunas,
dos em vias públicas por mais de 2 (dois) dias consecutivos. paredes, muros, tapumes, edifícios públicos ou particulares, e ou-
Art. 162 - É proibido lançar ou atirar, nas vias, praças, jardins, tros equipamentos urbanos;(Redação dada pela Lei nº 16.612/2017)
escadarias e quaisquer áreas e logradouros públicos resíduos de II - produzir poeira ou borrifar líquidos que incomodem os vi-
qualquer natureza. zinhos ou transeuntes quando da construção, demolição, reforma,
Parágrafo único - A Autoridade Municipal de Limpeza Urbana - pintura ou limpeza das fachadas de edificações;
AMLURB poderá editar regulamentação admitindo, para situações III - obstruir, com material de qualquer natureza, bueiros, sarje-
específicas, a exceção à regra constante do “caput” deste artigo. tas, valas, valetas e outras passagens de águas pluviais, bem como
Art. 163 - É proibida, nas vias e logradouros públicos, a publici- reduzir sua vazão pelo uso de tubulações, pontilhões e outros dis-
dade ou propaganda mediante a distribuição de materiais impres- positivos;
sos distribuídos manualmente, lançados de veículos, aeronaves ou IV - lavar ou reparar veículos ou qualquer tipo de equipamento
edificações ou oferecidos em mostruários. em vias e logradouros públicos;
Parágrafo único - A Autoridade Municipal de Limpeza Urbana - V - realizar triagem ou catação, no lixo, de qualquer objeto, ma-
AMLURB poderá editar regulamentação admitindo, para situações terial, resto ou sobra, mesmo que de valor insignificante, seja qual
específicas, a exceção à regra constante do “caput” deste artigo. for a sua origem, fora das condições e regras constantes desta lei e
Art. 164 - É proibido descarregar ou despejar água servida, da regulamentação pertinente;
óleo, gordura, graxa, tinta, líquidos de tinturaria, nata de cal ou de VI - atear fogo ao lixo.
cimento em vias e logradouros públicos. Parágrafo único. Nos casos de aplicação da penalidade de mul-
Parágrafo único - Excluem-se da restrição deste artigo as águas ta por infração ao contido no inciso III deste artigo, quando se tratar
de lavagens de prédios cuja construção não permita o escoamento de material cimentício, como concreto, a multa será multiplicada
para o interior, desde que a lavagem e a limpeza do passeio sejam por três.(Incluído pela Lei nº 17.916/2023)
feitas entre as 22 e as 8 horas.
Art. 165 - O transporte em veículos de resíduos, terras, agrega-
dos, ossos, adubo, lixo curtido e qualquer material a granel deverá
ser executado de forma a não provocar derramamentos na via pú-
blica e poluição local, na forma em que dispuser a regulamentação.

193
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO II II - com o cancelamento da matrícula e revogação da permissão


DAS SANÇÕES APLICÁVEIS AOS MUNÍCIPES-USUÁRIOS de uso nos demais casos, a critério da Prefeitura.
Art. 188 - A suspensão temporária da atividade será imposta
Art. 180 - As ações ou omissões que importem violação ao esta- aos feirantes, no caso de infrações que não justifiquem o cance-
belecido nesta lei ou nas demais normas aplicáveis à organização do lamento da matrícula e a revogação da permissão de uso do bem
Sistema Municipal de Limpeza Urbana sujeitarão os infratores, sem público.
prejuízo das de natureza civil e penal, às seguintes sanções aplicá- Art. 189 - A infração aos artigos 160, 161, 163 e 165 será punida
veis pela Autoridade Municipal de Limpeza Urbana - AMLURB: com a apreensão dos materiais neles especificados, bem como dos
I - advertência; e veículos que os estejam transportando, sem prejuízo da obrigação
II - multa. da limpeza do local ou reparação dos danos eventualmente causa-
Art. 181 - As infrações ao disposto nesta lei sujeitarão os infra- dos.
tores, ainda, às seguintes sanções aplicáveis pela autoridade com- Parágrafo único - Os serviços de limpeza do local e reparação
petente: dos danos eventualmente causados poderão ser executados pela
I - suspensão temporária da atividade; Prefeitura, a seu critério, cobrado, em dobro, o custo corresponden-
II - cancelamento de matrícula; te, sem prejuízo de multa cabível.
III - revogação da permissão de uso de bem público; Art. 190 - A devolução dos veículos, dos objetos ou dos mate-
IV - fechamento administrativo; riais apreendidos será condicionada ao pagamento da multa estipu-
V - cassação de alvará de funcionamento; e lada na Tabela do Anexo VI.
VI - apreensão e remoção do veículo e dos objetos ou materiais Art. 191 - Ocorrendo o encaminhamento de resíduos para o
especificados nesta lei. passeio fronteiriço ao estabelecimento, em violação do disposto no
Parágrafo único - A Autoridade Municipal de Limpeza Urbana - artigo 155, além das multas previstas nesta lei, serão aplicadas as
AMLURB recomendará ao órgão municipal competente a aplicação seguintes sanções aos infratores:
das sanções previstas neste artigo, quando da constatação de infra- I - na 1ª (primeira) reincidência, o fechamento administrativo
ções que as ensejarem. por 3 (três) dias;
Art. 182 - Na aplicação das sanções serão considerados, com II - na 2ª (segunda) reincidência, a cassação do alvará de fun-
vistas a sua proporcionalidade: cionamento.
I - as condições pessoais do infrator; Art. 192 - Caberá à Autoridade Municipal de Limpeza Urbana
II - a natureza e a gravidade da infração; - AMLURB articular-se com os demais órgãos municipais competen-
III - os danos dela resultantes ao Sistema Municipal de Limpeza tes para a fiscalização e aplicação das sanções previstas nesta lei.
Urbana, à saúde pública, ao meio ambiente, aos usuários ou aos Parágrafo único - Decreto do Poder Executivo estabelecerá os
operadores; mecanismos de articulação e a divisão ou delegação de competên-
IV - a vantagem auferida; cias entre os órgãos municipais referidos no “caput” deste artigo.
V - as circunstâncias agravantes ou atenuantes; e
VI - os antecedentes do infrator, inclusive eventuais reincidên-
cias. LEI 10.072 DE 10 DE JUNHO DE 1986 - DISPÕE SOBRE A
Art. 183 - Nas infrações praticadas por pessoa jurídica, verifi- INSTALAÇÃO DE BANCAS DE JORNAIS E REVISTAS EM
cada a má-fé, também serão punidos com a sanção de multa seus LOGRADOUROS PÚBLICOS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊN-
administradores ou controladores. CIAS
Art. 184 - A existência de sanção anterior será considerada
como agravante na aplicação de outra sanção. LEI Nº 10072, DE 10 DE JUNHO DE 1986
Art. 185 - A multa, que poderá ser imposta isoladamente ou em
conjunto com outra sanção, corresponderá aos valores previstos na Dispõe sobre a instalação de bancas de jornais e revistas em
Tabela do Anexo VI. logradouros públicos, e dá outras providências.
Parágrafo único. Os valores das multas deverão ser reajusta-
dos anualmente pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Jânio da Silva Quadros, Prefeito do Município de São Paulo,
Amplo – IPCA apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- usando das atribuições que lhe são conferidas por lei. Faz saber que
tística – IBGE, acumulada no exercício anterior, sendo que, no caso a Câmara Municipal, em sessão de 22 de maio de 1986, decretou e
de extinção desse índice, será adotado outro criado por legislação eu promulgo a seguinte a Lei:
federal e que reflita a perda do poder aquisitivo da moeda.(Incluído
pela Lei nº 15.244/2010) Art. 1º - A Instalação de bancas destinadas à venda de livros
Art. 186 - As multas pela infração do disposto nos artigos 150 culturais, jornais e revistas novos, bem como destes mesmos perió-
e 151 somente se aplicam em logradouros públicos onde a coleta dicos usados, em logradouros públicos, somente se dará mediante
de resíduos oficial é regular, durante 3 (três) dias por semana, no permissão de uso, era locais designados previamente pelo Executi-
mínimo. vo, na forma desta lei.(Redação dada pela Lei nº 10.875/1990)
Art. 187 – Além das multas previstas na tabela mencionada no Parágrafo único - Aos que estejam exercendo a atividade de
artigo 185, os infratores do disposto nos artigos 140, 141, § 1º, 146, venda de livros, jornais e revistas usa dos, em banca instalada em
147 e 148 desta lei poderão ser punidos:(Redação dada pela Lei nº logradouro público na data desta lei, terão regularizadas sua situa-
13.522/2003) ção.(Redação dada pela Lei nº 10.875/1990)
I - com a suspensão da atividade, pelo prazo de 5 (cinco) dias, Art. 2º - As permissões de que trata o artigo anterior serão ou-
na primeira reincidência, e de 15 (quinze) na seguinte; torgadas na seguinte conformidade:

194
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

I - 2/3 (dois terços), quando em pontos vagos, mediante prévio Art. 6º É permitida a transferência da permissão para instalação
procedimento licitatório, a qualquer cidadão habilitado; de banca de jornais e revistas, mediante anuência do permissioná-
II - 1/3 (um terço), mediante sorteio público e independente de rio e prévia aprovação da Prefeitura, a quem satisfaça as exigências
licitação, as viúvas e cidadãos com invalidez permanente ou de ida- legais e regulamentares. (Redação dada pela Lei nº 16.542/2016)
de avançada, desprovidos de recursos necessários à subsistência. § 1º A transferência não será concedida antes de decorrido o
Parágrafo único - O procedimento licitatório de que trata o in- prazo de 1 (um) ano da outorga da permissão. (Redação dada pela
ciso I deste artigo versará sobre o valor do preço anual a ser pago Lei nº 16.542/2016)
pelo permissionário, e, em caso de igualdade de propostas, a per- § 2º Ocorrendo a aposentadoria ou a invalidez do permissioná-
missão será concedida mediante sorteio público. rio é permitida a transferência da permissão, nos termos do “caput”
Art. 3º - O valor do preço anual e a forma de seu pagamento, deste artigo, independentemente do interstício referido no § 1º
devidos pela ocupação do solo, serão afixados por decreto, confor- deste artigo e com os mesmos direitos e obrigações do sucedido.
me a localização dos pontos outorgados, tendo em vista a densi- (Redação dada pela Lei nº 16.542/2016)
dade demográfica do local e o valor locativo da área, que seguirá o § 3º Ocorrendo o falecimento do permissionário, o herdei-
estatuído na Planta Genérica de Valores. ro indicado pelo permissionário em disposição de última vontade
§1º - Os valores referidos no “caput” deste artigo serão expres- ou, na sua falta, o seu cônjuge, ou na falta ou desistência deste, os
sos em cruzados corrigidos, anualmente, mediante a aplicação dos filhos maiores, os pais ou os irmãos do permissionário, na ordem
percentuais de atualização da Planta Genérica de Valores. indicada, poderão prosseguir na exploração do ponto, independen-
§2º - Para as bancas que tenham acima de 16,00m2 (dezesseis temente do interstício referido no § 1º deste artigo e com os mes-
metros quadrados), o preço será acrescido de percentuais a serem mos direitos e obrigações do sucedido. (Redação dada pela Lei nº
definidos pelo decreto regulamentador. 16.542/2016)
§3º - No primeiro ano, o pagamento do preço será efetuado § 4º Para obter o direito à sucessão nos termos dos §§ 2º e
de uma só vez, antecedendo a assinatura do Termo de Permissão, 3º deste artigo, deverá o interessado requerê-la no prazo de 180
e, nos exercícios subseqüentes, em 4 (quatro) parcelas trimestrais, (cento e oitenta) dias, contados da data da aposentadoria, invalidez
vencíveis no último dia útil de cada trimestre. ou falecimento, comprovando sua condição de sucessor e, se for o
§4º - Nos casos de transferência da permissão, nos termos do caso, a desistência dos demais que o precedem, apresentando os
artigo 6º desta Lei, o novo permissionário pagará, pelo uso da área, documentos referidos no art. 5º desta lei. (Redação dada pela Lei
o mesmo preço anual que o permissionário original recolhia, des- nº 16.542/2016)
de que acima do preço mínimo vigente, e o valor correspondente Art. 6º-A. Os titulares de Termo de Permissão de Uso outor-
a este último quando, por ocasião da transferência, estiver sendo gado para a utilização de espaço público para bancas de jornal e
recolhido preço inferior. revistas poderão nomear prepostos, por tempo determinado, para
Art. 4º - Os débitos relativos ao pagamento pela ocupação do o desempenho de suas atividades, em casos de incapacidade ou
solo, referentes aos exercícios anteriores ao ano de 1986, inscritos impedimento temporário, a critério da Administração Pública. (In-
ou não como dívida ativa, poderão ser parcelados. cluído pela Lei nº 16.542/2016)
§1º Para o parcelamento de que trata este artigo, os débitos se- Art. 7º - É vedada a concessão de mais de um ponto a um mes-
rão acrescidos de correção monetária até 27 de fevereiro de 1986, e mo permissionário.
de juros calculados até a data de publicação desta Lei, parcelando- Art. 8º - Aqueles que, na data desta Lei, venham exercendo a
-se o resultado em 10 (dez) parcelas mensais iguais. atividade de jornaleiro, explorando banca destinada à venda de jor-
§2º Os permissionários terão 90 (noventa) dias para requerer o nais e revistas sem título hábil, poderão requerer a regularização da
levantamento do débito, a contar da publicação desta Lei, perden- permissão, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data
do o direito à permissão de uso aqueles que não regularizarem seus da vigência desta Lei, observado o disposto no artigo 5º.
débitos no referido prazo. §1º - Os interessados na regularização de que trata este artigo
Art. 5º - Para a licitação de que trata o inciso I, do artigo 2º, deverão, juntamente com o requerimento, apresentar declaração
desta Lei, os interessados na permissão deverão apresentar os se- de 2 (duas) editoras de jornais e revistas de São Paulo, bem como
guintes documentos, além do que mais seja exigido no competente atestado expedido pelo Sindicato dos Distribuidores e Vendedores
edital: de Jornais e Revistas, de que tal exercício é desenvolvido há 6 (seis)
a) prova de identidade; meses, no mínimo.
b) prova de sanidade física e mental, expedido pelo órgão com- §2º - Acompanhará os documentos referidos no parágrafo pre-
petente da Prefeitura; cedente o comprovante do pagamento do débito anterior, acresci-
c) declaração de antecedentes; do de correção monetária até 27 de fevereiro de 1986 e de juros
d) título de eleitor. calculados até a data da publicação desta Lei, dispensada a multa,
§1º - Para os fins previstos no inciso II, do artigo 2º, desta Lei, a contar da data em que se iniciou o exercício da atividade do jor-
sem embargo da apresentação dos documentos referidos nos itens naleiro.
“a”, “c” e “d” deste artigo, deverão ser ouvidas, também a Asses- Art. 9º - A partir da regularização de que trata o artigo 8º desta
soria de Serviço Social da Secretaria das Administrações quanto Lei, as licitações de novos pontos ficarão suspensas por 1 (um) ano,
às condições de carência de recursos, e a Supervisão de Saúde da ressalvados os casos de cassação de permissão já outorgada.
mesma Secretaria no que respeita à comprovação de invalidez per- Parágrafo Único. Transcorrido o prazo estabelecido no “caput”
manente. deste artigo, novas licitações somente serão permitidas a critério
§2º - As exigências contidas neste artigo deverão ser obser- da Secretaria das Administrações Regionais, uma vez constatado o
vadas, no que couber, em relação aos empregados e auxiliares do interesse público.
permissionário.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 10. - Todo primeiro trimestre, quando do pagamento da de celulares, cartuchos e tonners para impressoras, cadeados, ca-
primeira parcela do ano em exercício, o permissionário deverá pas de chuva, guarda-chuvas e outros produtos de pequeno porte
apresentar a prova de quitação da contribuição sindical. deste segmento; (Redação dada pela Lei nº 15.895/2013)
Art. 11. - As bancas, no Município de São Paulo, serão padroni- VIII – expor e comercializar artigos de pequeno porte do seg-
zadas na cor cinza. mento papelaria como papel sulfite A4 (folhas individuais), papel
Art. 12. - O modelo e dimensões das bancas, os locais de insta- de presente, envelopes, cadernos, agendas, calendários, cola esco-
lação, bem como a fixação de espaços mínimos entre elas, serão es- lar, pastas, fitas autoadesivas, blocos autoadesivos, clipes, elásticos,
tabelecidos em regulamento, observadas as disposições desta Lei. etiquetas, ímãs, jogos de tabuleiro, brinquedos de pequeno porte,
§1º - Não se permitirão bancas em calçadas de largura inferior bonés, jogos de cartas e outros produtos similares de pequeno por-
a 3,00m (três metros). te; (Redação dada pela Lei nº 15.895/2013)
§2º - Excepcionalmente, a critério da Secretaria das Adminis- IX – cartões pré-pagos de recarga para celulares e chips de ope-
trações Regionais, permitir-se-á a instalação de bancas em calçadas radoras de telefonia; (Redação dada pela Lei nº 15.895/2013)
com largura inferior a 3,00m (três metros),desde que fique compro- X – prestação de serviços de transmissão e recepção de fax e
vada a inexistência de local mais adequado, num raio de 100,00m correio eletrônico, comercialização de assinaturas de revistas, cap-
(cem metros) do ponto pleiteado, e que a localização da banca não tação de serviços de revelações fotográficas e recepção de enco-
dificulte o trânsito de pedestres. mendas rápidas através de convênios com a Empresa Brasileira de
§3º - A largura da banca não excederá a 50% (cinquenta por Correios e Telégrafos e outras empresas do ramo que estejam devi-
cento) da largura da calçada, até o máximo de 5,00m (cinco metros) damente regulamentadas. (Redação dada pela Lei nº 15.895/2013)
de largura em calçadas com dimensões superiores a 10,00m (dez Parágrafo único. A comercialização de revistas e jornais perma-
metros). necerá como atividade principal da banca e para evitar a descarac-
§4º - O comprimento terá o limite de 6,00m (seis metros). terização da atividade inicial do negócio que tem o objetivo de levar
§5º - A área máxima permitida será de 30,00m (trinta metros informação e entretenimento através de produtos do segmento
quadrados), respeitando-se as dimensões da calçada e as medidas editorial, 75% (setenta e cinco por cento) do espaço interno útil da
de comprimento e largura. banca será destinado à exibição de produtos da linha editorial.” (Re-
§6º - As dimensões das bancas serão comunicadas à Prefeitura, dação dada pela Lei nº 15.895/2013)
por todos os permissionários, via requerimento, no prazo máximo Parágrafo Único. Em qualquer dos casos, é vedada a exposição
de 90 (noventa) dias, a partir da publicação desta Lei. e colocação de propaganda referente a material pornográfico.
Art. 13 - São direitos do permissionário: Art. 14 - É vedado ao permissionário:
I - indicar o seu substituto, por comunicado à unidade compe- I - distribuir, expor, vender ou trocar quaisquer materiais que
tente da Prefeitura, nas hipóteses de ausência por férias, licença não se enquadrem nesta Lei ou não constem de sua regulamenta-
médica ou outro motivo justificável; ção;
II - expor e vender jornais, revistas, livros culturais, guias, figuri- II - vender a menores ou violar invólucros de publicações noci-
nos, almanaques, opúsculos de leis, outras publicações de interesse vas ou atentatórias à moral;
público e cartões postais; III - utilizar árvores, postes, caixotes, tábuas, encerados, toldos,
III - colocar cartazes com moldura e acrílico na parte traseira abas ou laterais para aumentar a banca, excluídas aquelas que ser-
da banca ou em um de seus lados, de interesse educativo, cultural vem de proteção contra as intempéries;
e artístico, sem qualquer exclusividade ou favorecimento aos anun- IV - transferir a terceiros ou remover a banca do local determi-
ciantes, mediante prévia autorização da Prefeitura, observadas, ain- nado, sem prévia autorização da Prefeitura;
da, as exigências de ordem legal e tributária a que estiver sujeita V - ocupar passeios, muros ou paredes com a exposição das
essa forma de publicidade, podendo a Municipalidade ocupar 20% publicações;
(vinte por cento) do espaço da banca para divulgar informação edu- VI - alugar o ponto a terceiros.
cativa, turística e cultural ao público; Art. 15 - Qualquer infração ao disposto nesta Lei importará na
IV - a colocação de luminosos indicativos, apenas permitida aplicação de muita variável entre 1/4 (um quarto) e uma vez o va-
na parte superior da banca, é de exclusividade do permissionário, lor da Unidade de Valor Fiscal do Município de São Paulo — UFM,
atendendo sem às exigências legais e tributárias. elevada ao dobro na reincidência, e na perda da permissão, quando
V – expor e comercializar refrigerantes, água mineral, isotôni- novamente verificada.
cos, energéticos, sucos de frutas industrializados, bebidas à base Art. 16 - O Executivo regulamentará no prazo de 90 (noventa)
de soja, bebidas à base de café, chá pronto em lata, água de coco, dias, o disposto na presente Lei.
bebidas lácteas, iogurte (líquido e natural), leite fermentado e ou- Art. 17 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, re-
tras bebidas não alcoólicas em embalagem lata, pet ou tetra pack vogadas as disposições em contrário e, em especial, a Lei nº 8.944,
de até 600 ml, através de refrigeradores convencionais acomoda- de 11 de julho de 1979.
dos no interior da área útil da banca; (Redação dada pela Lei nº
15.895/2013)
VI – expor e comercializar doces industrializados de até 200
gramas, biscoitos salgados de até 200 gramas e sorvetes em emba-
lagens descartáveis individuais acondicionados em refrigeradores
convencionais; (Redação dada pela Lei nº 15.895/2013)
VII – expor e comercializar artigos eletrônicos de pequeno por-
te como pen drives, mídias (CD, DVD e outros), reprodutores de mí-
dia, jogos para vídeo game, fones de ouvido, mouse, carregadores

196
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§1º O levantamento obtido na forma do “caput” deste artigo


DECRETO 22.709 DE 05 DE SETEMBRO DE 1986 - REGU- será encaminhado à Supervisão de Atividades Diversas nas Vias e
LAMENTA A LEI Nº 10.072, DE 9 DE JUNHO DE 1986, Logradouros Públicos — SADVIAS, que, após relacionar os locais, de
QUE DISPÕE SOBRE A INSTALAÇÃO DE BANCAS DE acordo com a área geográfica de cada Subprefeitura providenciará
JORNAIS E REVISTAS EM LOGRADOUROS PÚBLICOS, E sorteio público dos pontos vagos, com vistas à distribuição dos per-
DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS centuais previstos nos itens I e II do artigo 2º.
§2º O sorteio dos pontos, atribuídos de acordo com o item II
DECRETO Nº 22.709, DE 5 DE SETEMBRO DE 1986 do artigo 2º, será público, devendo aviso de sua realização ser pu-
blicado no “Diário Oficial” do Município, podendo sê-lo também em
Regulamenta a Lei nº 10.072, de 9 de junho de 1986, que dis- jornal de grande circulação, em 3 (três) dias consecutivos, com an-
põe sobre a instalação de bancas de jornais e revistas em logra- tecedência mínima de 10 (dez) dias.
douros públicos, e dá outras providências. Jânio da Silva Quadros, §3º A relação dos novos locais e dos que vagarem será encami-
Prefeito do Município de São Paulo, usando das atribuições que lhe nhada anualmente pelas Subprefeituras, ou pelas Administrações
são conferidas por lei, decreta: Regionais à SADVIAS, até o dia 5 de março de cada exercício.

CAPÍTULO I CAPÍTULO II
DA PERMISSÃO DE USO DA LICITAÇÃO E DO SORTEIO

Art. 1º A instalação de bancas destinadas à venda de jornais Art. 4º A licitação e o sorteio, previstos nos incisos I e II do ar-
e revistas, em logradouros públicos, será permitida, a título precá- tigo 2º, para os locais obtidos na forma do disposto no artigo 3º, e
rio, em locais designados previamente pelos órgãos competentes seu § 1º, serão realizados nas dependências da Supervisão de Ativi-
da Prefeitura, na forma da Lei nº 10.072, de 9 de junho de 1986, dades Diversas nas Vias e Logradouros Públicos — SADVIAS, a partir
obedecidas as disposições estabelecidas neste Decreto. da 2ª (segunda) quinzena do mês de março de cada ano.
Art. 2º As permissões, de que trata o artigo anterior, serão ou- Art. 5º Para inscrição no sorteio, a que se refere o inciso II, do
torgadas na seguinte conformidade: artigo 2º, deste Decreto, os interessados deverão protocolar reque-
I - 2/3 (dois terços) dos locais vagos a cidadãos previamente rimento na SADVIAS — Supervisão de Atividades Diversas nas Vias
selecionados em procedimento licitatório; e Logradouros Públicos, no prazo de 60 (sessenta) dias, contados a
II - 1/3 (um terço) dos locais vagos a viúvas e cidadãos com inva- partir da publicação da relação dos locais vagos, da Subprefeitura
lidez permanente ou de idade avançada, e que sejam, cumulativa- correspondente, objeto de permissão, instruído com os seguintes
mente, desprovidos de recursos necessários à própria subsistência, documentos:
mediante sorteio público, dispensada, nesta hipótese, a licitação. I - prova de identidade;
§1º Equipara-se à viúva, para os fins previstos no inciso II deste II - prova de sanidade física e mental, se viúva, companheira, ou
artigo, a companheira, dependente econômica, por prazo superior de idade avançada;
a 5 (cinco) anos, devidamente comprovado, ou que tenha tido filhos III - comprovação do estado de viuvez ou de uma das situações
em comum com o falecido. previstas no § 1º, do artigo 2º;
§2º Para o mesmo fim considera-se: IV - atestado médico, expedido pela Supervisão de Saúde da
a) cidadão com invalidez permanente, a pessoa portadora de Administração Regional, se enquadrado na letra “a”, do § 2º, do ar-
defeito ou deficiência física de caráter permanente, que não a tor- tigo 2º;
ne incapacitada para o exercício do comércio de venda de jornais e V - declaração de antecedentes, firmada pelo próprio reque-
revistas em logradouros públicos; rente, e atestada por 2 (duas) testemunhas, devidamente qualifi-
b) cidadão com idade avançada aquele que, à data do protoco- cadas;
lamento do requerimento para a obtenção da permissão, já tenha VI - título de eleitor;
completado 65 (sessenta e cinco) anos de idade. VIII - prova de resistência no Município de São Paulo há pelo
§3º O estado de invalidez permanente, bem assim a capacida- menos 2 (dois) anos.
de para o exercício do comércio de venda de jornais e revistas, se- Art.6º Instruído o requerimento na forma do artigo anterior,
rão comprovados por atestado médico expedido pela Supervisão de será encaminhado à Assessoria de Serviço Social da SEGESP, que
Saúde da Administração Regional competente. opinará quanto ás condições de carência de recursos, utilizando-se
§4º A falta de recursos necessários à subsistência, prevista no necessário, de elementos da própria Secretaria, ou de outras unida-
inciso II deste artigo, será aferida pela Assessoria de Serviço Social des da Prefeitura.
da Secretaria-Geral das Subprefeituras, que se utilizará, se neces- Parágrafo único. A situação econômica dos candidatos será
sário, de outras Unidades da Secretaria-Geral das Subprefeituras avaliada, após visita domiciliar, a cargo da unidade referida no
— SEGESP ou da Prefeitura. 5§ As demais condições serão examina- “caput” deste artigo, registrada, ainda, no cadastro do candidato,
das pela Supervisão de Atividades Diversas nas Vias e Logradouros a respectiva avaliação.
Públicos — SADVIAS, da Secretaria-Geral das Subprefeituras — SE- Art. 7º A outorga da permissão aos participantes sorteados,
GESP. após pronunciamento da Assessoria de Serviço Social, será de com-
Art. 3º Às Administrações Regionais, através das Unidades de petência da SADVIAS, que se incumbirá de lavrar o Termo de Per-
Controle e Fiscalização do Comércio em Vias Públicas, compete, nas missão de Uso — TPU correspondente.
respectivas áreas geográficas, efetuar o levantamento nos locais
passíveis de instalação de bancas de jornais e revistas e localização
respectiva.

197
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 8º A licitação, na modalidade de concorrência, proces- §1º A instalação de bancas de jornais e revistas nos perímetros
sar-se-á com observância das normas do procedimento licitatório, de zonas de uso estritamente residencial somente será permitida
aplicando-se no que couber a Lei nº 8.248, de 7 de maio de 1975 e após manifestação favorável da Comissão de Zoneamento da Se-
versará sobre o preço anual da área utilizada, estabelecendo-se o cretaria Municipal do Planejamento, desde que localizadas nos pas-
mínimo no respectivo edital. seios, junto às praças, largos e espaços livres, atendidas, ainda, as
Art. 9º A abertura da licitação será noticiada durante 3 (três) seguintes condições:
dias consecutivos, no “Diário Oficial” do Município e em qualquer a) quando localizadas nos passeios junto às residências, desde
outro jornal da Capital, com indicação do local em que os interessa- que haja anuência expressa dos proprietários dos lotes em frente
dos poderão obter o edital completo e todas as informações sobre aos quais a banca pretenda se instalar;
a licitação. b) qualquer que seja a localização, deverão as bancas observar
Art. 10. Para habilitar-se no procedimento licitatório, os inte- o espaço mínimo de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros),
ressados deverão apresentar os seguintes documentos, além do destinado à circulação de pedestres. §2º O requisito da letra “a” do
mais que seja exigido no Edital correspondente: § 1º não se aplica às bancas já instaladas à data da Lei nº 10.072, de
I - prova de identidade; 9 de junho de 1986.
II - prova de sanidade física e mental, expedida pelo órgão com- Art. 20. Nas praças e largos, o número de bancas será determi-
petente da Prefeitura; nado de forma a assegurar, entre elas, o espaço mínimo de:
III - declaração de antecedentes, firmada pelo próprio interes- a) 100,00m (cem metros), nas áreas de elevação da densidade
sado, e subscrita por 2 (duas) testemunhas, devidamente qualifi- demográfica;
cadas; b) 200,00m (duzentos metros), nas demais áreas. §1º Nas ruas
IV - título de eleitor; destinadas somente a pedestres deverá ser observada a distância
V - indicação do local pretendido. mínima de 100,00m (cem metros) entre as bancas.
Art. 11. Havendo igualdade de preços propostos, a Comissão §2º Nas ruas e avenidas, os espaços entre as bancas serão de,
Julgadora da concorrência procederá a sorteio público, para efeito no mínimo, 200,00m (duzentos metros), salvo nas proximidades
da escolha. Parágrafo único. O edital de convocação poderá fixar dos cruzamentos, quando poderá ser permitida a instalação de
outros critérios de desempate, além do previsto no “caput” deste duas bancas em esquinas diagonalmente opostas.
artigo. § 3º – As bancas de jornais e revistas instaladas em praças,
largos e espaços livres deverão estar sempre localizadas na área
CAPÍTULO III contígua às calçadas externas ou internas.(Incluído pelo Decreto nº
DO PREÇO DA PERMISSÃO 40.184/2000)
Art. 21. (Revogado pelo Decreto nº 45.904/2005)
Art. 12 (Revogado pelo Decreto nº 32.931/1992) Art. 22. É expressamente proibida a instalação de bancas em
Art. 13 (Revogado pelo Decreto nº 32.931/1992) calçadas com largura inferior a 3,00m (três metros). Parágrafo Úni-
§ 1º(Revogado pelo Decreto nº 32.931/1992) co. Excepcionalmente, a critério da Secretaria-Geral das Subprefei-
turas, permitir-se-á a instalação de bancas em calçadas com largura
Area da banca m2) % acréscimo inferior a 3,00m (três metros), desde que fique comprovada a ine-
xistência de local mais adequado, num raio de 100,00m (cem me-
acima de ate tros), do ponto pleiteado, e que a localização da banca não dificulte
16,00 19 20 o trânsito de pedestres.
Art. 23. A localização das bancas não poderá se dar em frente a
19,00 22 40
portas, portões, passagens ou entradas de casas de diversões, hos-
22,00 25 60 pitais, escolas, estabelecimentos bancários e repartições públicas,
25, 00 28 80 bem assim, diante de ponto de parada de veículos de transporte
coletivo de passageiros.
28,00 30 100 Art. 24. A mudança de local da banca somente será feita com
prévia autorização da Prefeitura e a uma distância máxima de
§2 . (Revogado pelo Decreto nº 32.931/1992) 50,00m (cinquenta metros) do local original, respeitado o disposto
Art. 14 -(Revogado pelo Decreto nº 32.931/1992) nos artigos 19 a 23 deste Decreto.
Art. 15 -(Revogado pelo Decreto nº 32.931/1992) Parágrafo único – Excepcionalmente, a transferência de local
Parágrafo único -(Revogado pelo Decreto nº 32.931/1992) da banca poderá ser para distância superior àquela prevista no
Art. 16 -(Revogado pelo Decreto nº 32.931/1992) “caput” deste artigo, quando por interesse público:(Incluído pelo
Art. 17 -(Revogado pelo Decreto nº 32.931/1992) Decreto nº 40.184/2000)
Art. 18 - (Revogado pelo Decreto nº 32.931/1992) a) a Prefeitura necessitar realizar, no local, obras de reurbaniza-
ção;(Incluído pelo Decreto nº 40.184/2000)
CAPÍTULO IV b) for elaborado estudo de reordenação das bancas de jornais
DOS LOCAIS DE PERMISSÃO e revistas nos espaços públicos, em conjunto com órgão represen-
tativo da categoria, visando melhor atender a população.”(Incluído
Art. 19. A instalação de bancas de jornais e revistas será permi- pelo Decreto nº 40.184/2000)
tida em locais previamente designados pela Prefeitura, observada a
programação anual realizada pelas Administrações Regionais.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO V Art. 30. A transferência da permissão para instalação de bancas


DAS BANCAS DE JORNAIS E REVISTAS de jornais e revistas, obtida através de sorteio, somente será auto-
rizada àqueles que se enquadrarem nas situações previstas no item
Art. 25. As bancas não poderão, em qualquer hipótese, ter II do artigo 2º.
comprimento superior a 6,00m (seis metros), e nem largura supe- Art. 31. Na hipótese de falecimento do permissionário, o her-
rior a 5,00m (cinco metros). deiro indicado pelo permissionário em disposição de última vonta-
§1º A área máxima permitida será de 30,00m² (trinta metros de, ou, na sua falta, o seu cônjuge, ou na falta ou desistência deste,
quadrados), respeitando-se as dimensões da calçada e as medidas os filhos maiores, os pais ou os irmãos do permissionário, na ordem
de comprimento e largura. indicada, poderão prosseguir na exploração do ponto, independen-
§2º A largura e o comprimento da banca serão proporcionais temente do interstício de um ano e com os mesmos direitos e obri-
entre si e também em relação à calçada ou passeio público em que gações do sucedido.(Redação dada pelo Decreto nº 57.669/2017)
deva ser instalada. §1º Para obter direito à sucessão, nos termos deste artigo, o
§3º Não poderá a largura da banca exceder a 50% (cinquenta interessado deverá requerê-la no prazo de 180 (cento e oitenta)
por cento) da largura da calçada, até o máximo de 5,00m (cinco me- dias, contados da data do falecimento, juntando os seguintes do-
tros), em calçadas com largura superior a 10,00m (dez metros). §4º cumentos:
Em qualquer hipótese, a largura da banca não deverá invadir faixa a) comprovante da condição de sucessor;
mínima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros), reservada b) desistência expressa dos que o precedem, ou dos que osten-
para trânsito de pedestres. tem igualdade de condições, quando for o caso;
Art. 26 – As bancas de jornais e revistas, no Município de São c) prova de identidade;
Paulo, serão padronizadas na cor cinza e, quando fabricadas em aço d) prova de sanidade física e mental, expedida pelo órgão com-
inoxidável, este deverá ser escovado, conforme modelo aprovado petente da Prefeitura;
por portaria do Secretário das Administrações Regionais, sendo e) declaração de antecedentes, firmada pelo próprio requeren-
obrigatórias, tanto a instalação elétrica do Programa de Ligação te, e atestada por 2 (duas) testemunhas, devidamente qualificadas;
Bancas PLB 1 e PLB 2 da ELETROPAULO, como a existência de extin- f) título de eleitor;
tor de incêndio, para eventual socorro próprio ou ajuda em emer- g) local da banca, objeto da sucessão;
gências nas vias públicas ou em edifícios e lojas vizinhas.(Redação h) atestado de óbito;
dada pelo Decreto nº 40.184/2000) i) prova de residência no Município de São Paulo.
Art. 27. Para efeito de definição quanto às dimensões permiti- Art. 32. Serão respeitados os direitos dos requerentes que, ob-
das da banca, poderá ser considerada, exclusivamente em relação servada a legislação vigente à época do pedido, já tenham, até a
àquelas já instaladas à datada Lei nº 10.072, de 9 de junho de 1986, data da Lei nº 10.072, de 9 de junho de 1986, autuado processo de
a área de recuo deixada pela edificação fronteira, desde que não sucessão ou transferência.
haja oposição do respectivo proprietário. Parágrafo único. Na hi-
pótese de que trata este artigo, fica vedado, em qualquer caso, au- CAPÍTULO VII
mento das dimensões da banca, existentes à data da Lei nº 10.072, DA REGULARIZAÇÃO DAS OCUPAÇÕES
de 9 de junho de 1986.
Art. 28. Nenhuma modificação nas bancas poderá ser feita sem Art. 33. O pedido de regularização daqueles que venham exer-
prévia autorização da Prefeitura. cendo a atividade de jornaleiro, sem título hábil, deverá ser pro-
tocolado no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a partir de 10 de
CAPÍTULO VI junho de 1986, e instruído com os seguintes documentos:
DA SUCESSÃO E DA TRANSFERÊNCIA DA PERMISSÃO I - declaração de 2(duas) Editoras de Jornais e Revistas de São
Paulo, bem como atestado expedido pelo Sindicato dos Distribuido-
Art. 29. A transferência da permissão para instalação de banca res de Jornais e Revistas, de que tal exercício é desenvolvido há 6
de jornais e revistas será permitida, desde que haja anuência do (seis) meses, no mínimo;
permissionário e prévia aprovação de SADVIAS, a quem satisfaça as II - prova de identidade;
exigências legais e regulamentares. III - prova de sanidade física e mental, expedida pelo órgão
§ 1º A transferência não será concedida antes de decorrido o competente da Prefeitura;
prazo de um ano da outorga da permissão, ressalvada a hipótese de IV - declaração de antecedentes, subscrita pelo interessado, e
aposentadoria ou invalidez do permissionário devidamente com- atestada por duas testemunhas devidamente qualificadas;
provada na forma da legislação pertinente e desde que o reque- V - título de eleitor;
rimento seja realizado no prazo de 180 (cento e oitenta) dias con- VI - croqui do local;
tados da data da aposentadoria ou invalidez.(Redação dada pelo VII - prova de quitação de débitos anteriores, a contar da data
Decreto nº 57.669/2017) em que iniciado o exercício da atividade de jornaleiro, acrescidos de
§2º No caso de transferência, o pagamento do preço obedece- correção monetária até 27 de fevereiro de 1986, e de juros calcula-
rá ao disposto nos artigos 14 e 15 desse Decreto. dos até 10 de junho de 1986, dispensada a multa;
§3º Nos casos de transferência da permissão, o novo permis- VIII - comprovante de residência no Município de São Paulo.
sionário pagará, pelo uso da área, o mesmo preço anual que o per- Art. 34. A partir da regularização, de que trata o artigo anterior,
missionário original recolhia, desde que acima do preço mínimo as licitações de novos pontos ficarão suspensas por 1 (um) ano, res-
então vigente e o valor correspondente a este último quando, por salvados os casos de ocorrência de vagas ou cassação de permissão
ocasião da transferência, estiver sendo recolhido preço inferior. já outorgada.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Capítulo VIII Do Tempo de Permissão e dos Cartões de Identi- IV – Manter empregados ou auxiliares, observadas as exigên-
ficação cias preconizadas neste decreto;(Redação dada pelo Decreto nº
Art. 35. Caberá à SADVIAS — Supervisão de Atividades Diver- 40.184/2000)
sas em Vias e Logradouros Públicos, componente da SGAD — Su- V – Colocar cartazes com moldura e acrílico ou outro material
pervisão-Geral de Assuntos Diversos, órgão da SEGESP — Secre- equivalente na parte traseira da banca ou em um dos seus lados,
taria-Geral das Subprefeituras, a lavratura do Termo de Permissão desde que de interesse educativo, cultural e artístico, sem qualquer
de Uso, precedido do pagamento, total ou em parcelas, do preço exclusividade ou favorecimento aos anunciantes, mediante prévia
anual, através de guia de recolhimento, após preenchimento dos autorização, podendo a Prefeitura ocupar 20% (vinte por cento)
requisitos de ordem procedimental e legal, inclusive os de natureza do espaço da banca para divulgar informações de interesse públi-
tributária. co;(Redação dada pelo Decreto nº 40.184/2000)
Parágrafo único. O permissionário deverá manter, à disposição VI – Colocar, atendidas as exigências legais e tributárias e de
da fiscalização, o original ou cópia autenticada do Termo de Permis- conformidade com modelo a ser fixado por portaria do Secretário
são de Uso. das Administrações Regionais, luminoso padronizado, apenas na
Art. 36. A Prefeitura fornecerá ao permissionário, e a seus parte superior da banca, destinado exclusivamente à iluminação
eventuais substitutos ou prepostos, Cartões de Identificação, que e à indicação de sua denominação, e que poderá ser patrocinado
conterão nome, número do documento de identidade, fotografia apenas por anunciante de produto educativo, cultural ou artístico,
3×4, e deverão ser afixados na banca em lugar visível.(Redação permitida, neste caso, a exposição de logotipo deste último, obe-
dada pelo Decreto nº 57.669/2017) decidos os seguintes requisitos:(Redação dada pelo Decreto nº
Parágrafo único. Os referidos cartões deverão mencionar, ain- 40.184/2000)
da, o período em que o titular estará obrigado a permanecer na a) adequação às dimensões e demais parâmetros técnicos fi-
banca, período esse não inferior a 2 (duas) horas diárias.(Redação xados no § 1º deste artigo, com a redação que lhe deu o Decreto
dada pelo Decreto nº 57.669/2017) nº 26.182, de 17 de junho de 1988;(Redação dada pelo Decreto nº
Art. 37. Eventual recurso deverá ser dirigido à SGAD — Super- 40.184/2000)
visão-Geral de Assuntos Diversos, que decidirá sobre a matéria ob- b) ocupação de, no máximo, 40% (quarenta por cento) do es-
jeto da questão. paço dos luminosos, em apenas 2 (duas) das faces da banca, pela
logomarca referida neste inciso;(Redação dada pelo Decreto nº
CAPÍTULO IX 40.184/2000)
DOS DIREITOS DO PERMISSIONÁRIO c) exposição de uma única logomarca em toda a banca, obe-
decida a padronização de letras;(Redação dada pelo Decreto nº
Art. 38 – São direitos do permissionário:(Redação dada pelo 40.184/2000)
Decreto nº 40.184/2000) d) utilização da cor branca como fundo do luminoso;(Redação
I – Expor e vender: jornais, revistas, livros culturais, guias e dada pelo Decreto nº 40.184/2000)
mapas; álbuns e figurinhas; figurinos; almanaques; fascículos e e) inserção, nos espaços laterais dos luminosos, apenas de
coleções; opúsculos de leis; envelopes e papéis de carta; cartões mensagens institucionais indicadas pala Prefeitura, através da Se-
postais e comemorativos de eventos; folhetos; adesivos; cartazes cretaria das Administrações Regionais, suportados os respectivos
e “posters” com motivos artísticos, científicos, esportivos e históri- custos pelo patrocinador do luminoso;(Redação dada pelo Decreto
cos; selos e aerogramas; ingressos para espetáculos esportivos, te- nº 40.184/2000)
atrais, musicais e circenses; filmes fotográficos; discos, fitas K7, de VII – Distribuir encartes, folhetos e similares de cunho profis-
vídeo, CDs de áudio, CD-ROM, DVD, desde que encartados em pu- sional.”(Redação dada pelo Decreto nº 40.184/2000)
blicações; bilhetes de loterias; cigarros, charutos, cigarrilhas, fumo VIII - expor e comercializar refrigerantes, água mineral, isotôni-
para cachimbos e isqueiros; pilhas, barbeadores e canetas;(Reda- cos, energéticos, sucos de frutas industrializados, bebidas à base de
ção dada pelo Decreto nº 40.184/2000) soja, bebidas à base de café, chá pronto em lata, água de coco, bebi-
II – Além dos relacionados no inciso anterior poderão também das lácteas, iogurte, leite fermentado e outras bebidas não alcoóli-
ser comercializados os seguintes produtos: cartões e fichas telefô- cas em embalagem lata, pet ou tetra pack de até 600 ml (seiscentos
nicas, bilhetes de ônibus e de metrô, cartões de zona azul, a critério mililitros), em refrigeradores convencionais acomodados no inte-
dos órgãos competentes e respeitados os preços por estes estabele- rior da área útil da banca;(Incluído pelo Decreto nº 57.704/2017)
cidos; pequenos produtos alimentícios, de até 30g (trinta gramas), IX - comercializar refrigerantes em máquinas operadas por
embalados industrialmente, com prazo de validade não inferior a meio de fichas;(Incluído pelo Decreto nº 57.704/2017)
6 (seis) meses, desde que mantidos em condições técnicas e higi- X - comercializar preservativos masculinos de látex de borra-
ênico-sanitárias adequadas, ocupando, no máximo, 1,00 m² (um cha;(Incluído pelo Decreto nº 57.704/2017)
metro quadrado) da área útil da banca;(Redação dada pelo Decreto XI - expor e comercializar doces industrializados de até 200gr
nº 40.184/2000) (duzentos gramas), biscoitos salgados de até 200gr (duzentos gra-
III – indicar o seu substituto, por comunicado à Prefeitura Re- mas) e sorvetes em embalagens descartáveis individuais acondicio-
gional, nas hipóteses de ausência por férias, licença médica ou ou- nados em refrigeradores convencionais;(Incluído pelo Decreto nº
tro motivo justificável, ou o seu preposto, por tempo determinado, 57.704/2017)
para o desempenho de suas atividades nos casos de incapacidade XII – expor e comercializar artigos eletrônicos de pequeno por-
ou impedimento temporário, a critério da Administração Públi- te como pen drives, mídias (CD, DVD e outros), reprodutores de mí-
ca;(Redação dada pelo Decreto nº 57.669/2017) dia, jogos para vídeo game, fones de ouvido, mouse, carregadores

200
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

de celulares, cartuchos e tonners para impressoras, cadeados, ca- CAPÍTULO XI


pas de chuva, guarda-chuvas e outros produtos de pequeno porte DAS OBRIGAÇÕES DO PERMISSIONÁRIO
deste segmento;(Incluído pelo Decreto nº 57.704/2017)
XIII – expor e comercializar artigos de pequeno porte do seg- Art. 40. O permissionário é obrigado a:
mento papelaria como papel sulfite A4 (folhas individuais), papel I - manter a banca em funcionamento, durante pelo menos 8
de presente, envelopes, cadernos, agendas, calendários, cola esco- (oito) horas diárias, e permanecer no local durante um período de
lar, pastas, fitas autoadesivas, blocos autoadesivos, clipes, elásticos, 2 horas, no mínimo;
etiquetas, ímãs, jogos de tabuleiro, brinquedos de pequeno porte, II - manter a banca em bom estado de conservação e de higie-
bonés, jogos de cartas e outros produtos similares de pequeno por- ne;
te;(Incluído pelo Decreto nº 57.704/2017) III – indicar à Prefeitura Regional o seu eventual substituto
XIV – comercializar cartões pré-pagos de recarga para celula- ou preposto, observado o disposto no § 2º do artigo 5º da Lei nº
res e chips de operadoras de telefonia;(Incluído pelo Decreto nº 10.072, de 10 de junho de 1986;(Redação dada pelo Decreto nº
57.704/2017) 57.669/2017)
XV – prestar serviços de transmissão e recepção de fax e correio IV – fornecer semestralmente, e sempre que houver modifica-
eletrônico, comercializar assinaturas de revistas, captar serviços de ção, para fins de fiscalização, listagem completa de todos os mate-
revelações fotográficas e recepcionar encomendas rápidas através riais que se enquadrem na Lei nº 10.072, de 9 de junho de 1986, e
de convênios com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e neste decreto, comercializados nas bancas, podendo ser entregue,
outras empresas do ramo que estejam devidamente regulamenta- se houver concordância, através de órgãos representativos da clas-
das.(Incluído pelo Decreto nº 57.704/2017) se, devendo constar da listagem o nome da publicação ou produto,
Parágrafo único. A comercialização de revistas e jornais per- o tema da publicação ou tipo de produto, o nome do editor ou fa-
manecerá como atividade principal da banca e para evitar a desca- bricante, a periodicidade da publicação ou validade do produto;(Re-
racterização da atividade inicial do negócio que tem o objetivo de dação dada pelo Decreto nº 40.184/2000)
levar informação e entretenimento através de produtos do segmen- V - conservar, em lugar visível ao público, o original ou cópia
to editorial, 75% (setenta e cinco por cento) do espaço interno útil autenticada do Termo de Permissão e os Cartões de Identidade
da banca será destinado à exibição de produtos da linha editorial.” emitidos pela Prefeitura;
(NR)(Incluído pelo Decreto nº 57.704/2017) VI - manter limpas as áreas adjacentes à banca, num raio de
5,00m (cinco metros).
CAPÍTULO X VII - obedecer às demais prescrições, legais e regulamentares.
DAS PROIBIÇÕES AOS PERMISSIONÁRIOS
CAPÍTULO XII
Art. 39 - E vedado ao permissionário: DAS PENALIDADES, DAS MULTAS E DAS CASSAÇÕES
I – distribuir, expor, vender ou trocar quaisquer materiais
que não se enquadrem na Lei nº 10.072, de 9 de junho de 1986, Art. 41. Qualquer infração às disposições previstas na Lei nº
ou não constem deste decreto;(Redação dada pelo Decreto nº 10.072, de 9 de junho de 1986, e neste Decreto regulamentador,
40.184/2000) importará na aplicação de multa correspondente a 1(uma) Unida-
II - Expor qualquer publicarão em cujas capas estejam estampa- de de Valor Fiscal no Município de São Paulo — UFM, elevada ao
das fotos ou ilustrações que afron­tem a moral e os bons costumes, dobro na reincidência. Parágrafo único. Persistindo a infração, após
obedecidas as exigências da Lei nº 10.066, de 14 de maio de 1.986, a reincidência, será, observado o disposto no artigo 43, cassada a
sob pena de apreensão, sem prejuízo da sanção administrativa ou permissão, com a consequente apreensão da banca.
pe­nal cabível; Art. 42. Sujeitar-se-á à cassação da permissão o permissioná-
III - Vender a menores publicações noci­vas ou atentatórias a rio que, cumulativamente aos casos de multas previstos no artigo
moral, ou violar seus invólucros; anterior:
IV - Utilizar árvores, postes, caixotes, tábuas, encerados, toldos, I - deixar de pagar, nas épocas próprias, o preço da permissão,
abas ou laterais para aumen­tar a banca, excluídos os beirais, estes bem assim os tributos devidos;
em conformidade com o que for estabelecido na Portaria a que alu- II - explorar, por si ou por interposta pessoa, mais de uma ban-
de o artigo 26 deste decreto; ca: III - transferir ou locar a banca sem prévia autorização da Pre-
V - Utilizar área além daquela discrimi­nada no Termo de Per- feitura;
missão; IV - expuser à venda publicações nocivas ou atentatórias à mo-
VI - Remover, transferir ou locar, sem autorização da Prefeitura, ral.
o local determinado para a per­missão; Art. 43 - A cassação da permissão será decidida por SADVIAS,
VII - Ocupar passeios, muros ou paredes com a exposição das após ser conferido ao permissionário prazo de 15 (quinze) dias para
publicações; oferecimento de defesa.
VIII - Expor publicações na parte externada banca, em altura
inferior a 2,00 (dois) metros o solo;
IX - Tornar a banca irremovível.

201
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO XIII
DISPOSIÇÕES GERAIS LEI 15.947 DE 26 DE DEZEMBRO DE 2013 - DISPÕE SO-
BRE AS REGRAS PARA COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMEN-
Art. 44. Enquanto não implantadas as Subprefeituras, caberá à TOS EM VIAS E ÁREAS PÚBLICAS - COMIDA DE RUA - E
SADVIAS a adoção das medidas a elas atribuídas nos termos deste DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
Decreto.
Art. 45. É vedada a concessão de mais de um ponto ao mesmo LEI Nº 15.947, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2013
permissionário, qualquer que seja a origem da sua permissão.
Art. 46. As exigências contidas nos artigos 5º e 10 deste decreto DISPÕE SOBRE AS REGRAS PARA COMERCIALIZAÇÃO DE ALI-
deverão ser observadas, no que couber, em relação aos emprega- MENTOS EM VIAS E ÁREAS PÚBLICAS - COMIDA DE RUA - E DÁ OU-
dos, auxiliares, substitutos e prepostos eventuais do permissioná- TRAS PROVIDÊNCIAS.
rio.(Redação dada pelo Decreto nº 57.669/2017)
Art. 47. O Termo de Permissão de Uso somente será outorgado
ao vencedor do sorteio ou da licitação, após, quando for o caso, pa- (PROJETO DE LEI Nº 311/13, DOS VEREADORES ANDREA MA-
gas as multas lavradas pelo exercício irregular do comércio, bem as- TARAZZO - PSDB, ARSELINO TATTO - PT, FLORIANO PESADO - PSDB,
sim qualquer débito apurado pelo setor competente da Prefeitura. GOULART - PSD, MARCO AURÉLIO CUNHA - PSD E RICARDO NUNES
Art. 48. As bancas instaladas na vigência da legislação anterior - PMDB)
ficam sujeitas às disposições ora estatuídas.
§1º(Renumerado pelo Decreto nº 23.176/1986)Respeitar-se- FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, no
-á a localização daquelas regularmente instaladas à data da Lei nº uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a
10.072, de 9 de junho de 1986, portadores, os respectivos permis- Câmara Municipal, em sessão de 27 de novembro de 2013, decre-
sionários, de Termos de Permissão de Uso,não se lhes aplicando as tou e eu promulgo a seguinte lei:
restrições dos artigos 20 e 21 deste Decreto.
2§º (Renumerado pelo Decreto nº 23.176/1986)As dimensões Art. 1º O comércio e a doação de alimentos em vias e áreas
das bancas atualmente existentes serão comunicadas à Prefeitura, públicas - comida de rua - deverá atender aos termos fixados nessa
por todos os permissionários, mediante requerimento, até o dia 8 lei, excetuadas as feiras livres.
de setembro de 1986. Art. 2º Esta lei tem como objetivo geral fomentar o empreen-
3§º (Renumerado pelo Decreto nº 23.176/1986)Aos atuais per- dedorismo, propiciar oportunidades de formalização, e promover o
missionários de bancas regularmente licenciadas será concedido o uso democrático e inclusivo do espaço público.
prazo de 1 (um) ano, após aprovação do modelo a ser implantado, Art. 3º Para os efeitos dessa lei, considera-se comércio ou do-
para promoverem a sua substituição. ação de alimentos em vias e áreas públicas as atividades que com-
Art. 49. Sempre que houver interesse público a Prefeitura po- preendem a venda direta ou a distribuição gratuita ao consumidor,
derá, mediante prévia notificação, com prazo de 30 (trinta) dias, de caráter permanente ou eventual e de modo estacionário.
transferir a banca do local ou revogar a permissão outorgada, sem Parágrafo Único. O comércio de alimentos de que trata esse
qualquer indenização ao permissionário. artigo será realizado conforme as seguintes categorias de equipa-
Art. 50. Todo e qualquer pagamento a que se refere este De- mentos:
creto será efetuado mediante guia de recolhimento, liquidada nos I - categoria A: alimentos comercializados em veículos automo-
bancos autorizados. tores, assim considerados os equipamentos montados sobre veícu-
Art. 51. Todos os atos da administração, que resultem em deci- los a motor ou rebocados por estes, desde que recolhidos ao final
sões, convocações, etc., deverão ser publicados no “Diário Oficial” do expediente, até o comprimento máximo de 6,30m (seis metros
do Município, para ciência aos interessados. e trinta centímetros);
Art. 52. Na execução deste Decreto, poderá a Prefeitura valer- II - categoria B: alimentos comercializados em carrinhos ou ta-
-se da colaboração dos órgãos representativos da classe. buleiros, assim considerados os equipamentos montados em estru-
Art. 53. Aplicam-se, no que couber, ao comércio de livros usa- tura tracionada ou carregada pela força humana;
dos, as disposições deste Decreto. III - categoria C: alimentos comercializados em barracas des-
Art. 54. As despesas decorrentes da execução deste Decreto montáveis.
correrão por conta das dotações orçamentárias próprias, suple- Art. 4º (VETADO)
mentadas, se necessário.
Art. 55. Este Decreto entrará em vigor na data de sua publica- DOS ALIMENTOS
ção, revogadas as disposições em contrário, em especial o Decreto
nº 16.773, de 14 de julho de 1980, e suas alterações. Art. 5º Os alimentos autorizados a serem comercializados por
cada categoria serão definidos em decreto regulamentador.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 05 de Setem- Art. 6º Fica vedada a comercialização de bebidas alcoólicas pe-
bro de 1986, 433º da fundação de São Paulo. los equipamentos das categorias A, B e C, exceto em caso de even-
tos mediante autorização específica do Poder Executivo.

202
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

DA COMISSÃO DE COMIDA DE RUA Art. 16 As solicitações de permissão que incidam sobre vias e
áreas públicas limítrofes a parques municipais serão analisadas e
Art. 7º (VETADO) decididas, conjuntamente, pelo Subprefeito e pelo Diretor do De-
§ 1º (VETADO) partamento de Parques e Áreas Verdes - DEPAVE.
§ 2º (VETADO) Parágrafo Único. (VETADO)
§ 3º (VETADO) Art. 17 Os casos omissos serão decididos pelo Subprefeito.
§ 4º (VETADO) Art. 18 É vedada a concessão de mais de um Termo de Permis-
§ 5º (VETADO) são de Uso - TPU à mesma pessoa jurídica.
Art. 8º (VETADO) § 1º É vedada a concessão de Termo de Permissão de Uso - TPU
Art. 9º Decreto regulamentador disporá sobre o funcionamen- à pessoa física, salvo na condição de empresário individual. (Reda-
to e periodicidade da Comissão, complementada, se necessário, ção dada pela Lei nº 17.087/2019)
por ato do Subprefeito. § 2º Não será concedida permissão de uso a sócio ou cônjuge
de qualquer sócio de pessoa jurídica ou de titular de firma individu-
DO TERMO DE PERMISSÃO DE USO al, já permissionárias.
§ 3º (VETADO)
Art. 10 (VETADO) § 4º Fica limitado a 2 (dois) Termos de Permissão de Uso os
§ 1º (VETADO) contratos celebrados por meio de franquia empresarial, atendido
§ 2º Fica vedada a concessão de Termo de Permissão de Uso - ao disposto neste artigo.
TPU a interessado inscrito no Cadastro Informativo Municipal - CA- Art. 19 Um mesmo ponto poderá atender a dois permissioná-
DIN. rios diferentes desde que exerçam suas atividades em dias ou perí-
Art. 11 Caberá ao Subprefeito competente a emissão do Termo odos distintos.
de Permissão de Uso - TPU. Art. 20 A permissão de uso será suspensa, sem prévio aviso,
§ 1º (VETADO) nas hipóteses de realização de serviços ou obras e de modificação
§ 2º (VETADO) na sinalização da via quando impedirem o regular estacionamento
Art. 12 A concessão do Termo de Permissão de Uso deverá le- do equipamento no local autorizado.
var em consideração: Parágrafo Único. O permissionário cuja permissão de uso tenha
I - a existência de espaço físico adequado para receber o equi- sido suspensa nos casos de que trata esse artigo poderá requerer
pamento e consumidores; à Subprefeitura a sua transferência para um raio de até 50 m do
II - a adequação do equipamento quanto às normas sanitárias ponto atual, que decidirá.
e de segurança do alimento em face dos alimentos que serão co- Art. 21 A permissão de uso poderá ser revogada a qualquer
mercializados; tempo por descumprimento das obrigações assumidas em decor-
III - a qualidade técnica da proposta; rência de sua outorga, bem como em atendimento ao interesse pú-
IV - a compatibilidade entre o equipamento e o local pretendi- blico, mediante regular processo administrativo, garantida a ampla
do, levando em consideração as normas de trânsito, o fluxo seguro defesa do interessado.
de pedestres e automóveis, as regras de uso e ocupação do solo; Art. 22 Todo evento organizado por pessoa jurídica de direito
V - o número de permissões já expedidas para o local e período privado que ocorra em vias e áreas públicas ou em área privada de
pretendidos; uso comum, com comercialização de alimentos por meio dos equi-
VI - as eventuais incomodidades geradas pela atividade preten- pamentos previstos no art. 3º, deverá ter responsável pelo controle
dida; de qualidade, segurança e higiene do alimento.
VII - a qualidade do serviço prestado, no caso de permissionário
que pleiteia novo Termo de Permissão de Uso para o mesmo ponto; DO PROCEDIMENTO DE SOLICITAÇÃO DO TERMO DE PERMIS-
VIII - a disposição do permissionário para a manutenção e zela- SÃO DE USO
doria, bem como conservação, execução e manutenção de melho-
rias urbanas, ambientais e paisagísticas de praças e de áreas verdes Art. 23 O pedido terá início com a solicitação do interessado
do Município, no entorno do local pretendido. (Redação acrescida junto à Subprefeitura competente, assim considerada aquela em
pela Lei nº 17.087/2019) que se situa o local pretendido para localização do equipamento.
Art. 13 Fica vedada a instalação de equipamentos de qualquer § 1º A solicitação deverá ser feita em formulário próprio e
categoria nas Zonas Estritamente Residenciais - ZER. acompanhada dos seguintes documentos, sem prejuízo de outros
Art. 14 A instalação de equipamentos em passeios públicos de- a serem fixados em decreto regulamentador:
verá respeitar a faixa livre de 1,20m (um metro e vinte centímetros) I - cópia do Cadastro de Pessoas Físicas do empresário individu-
para circulação. al ou do representante legal da pessoa jurídica; (Redação dada pela
Art. 15 As solicitações de permissão que incidam sobre a uti- Lei nº 17.087/2019)
lização de vias e áreas públicas no interior de parques municipais II - cópia do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica;
serão analisadas pelo respectivo conselho gestor e decididas pelo III - identificação do ponto pretendido contendo rua, número,
Diretor do Departamento de Parques e Áreas Verdes da Secretaria bairro, CEP, e foto do local, e definição do período e dias da semana
do Verde e Meio Ambiente, aplicando-se todas as demais regras em que pretende exercer sua atividade, não podendo ser inferior a
dessa lei. 4 (quatro) horas nem superior a 12 (doze) por dia pleiteado;
Parágrafo Único. Poderá o Diretor negar, motivadamente, a
emissão de Termo de Permissão de Uso - TPU, sendo-lhe vedada a
emissão de Termo sem parecer favorável do Conselho Gestor.

203
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

IV - descrição dos equipamentos que serão utilizados de modo Art. 36 Findo o procedimento de seleção, a Subprefeitura de-
a atender às condições técnicas necessárias em conformidade com verá publicar no Diário Oficial da Cidade, no prazo de 15 (quinze)
a legislação sanitária, de higiene e segurança do alimento, controle dias, o Termo de Permissão de Uso, especificando a categoria do
de geração de odores e fumaça; equipamento, alimentos autorizados na forma do art. 5º, endereço
V - indicação dos alimentos que pretende comercializar; de sua instalação, dias e períodos de funcionamento.
VI - (VETADO) Art. 37 Publicado o Termo de Permissão de Uso, o permissio-
VII - (VETADO) nário terá prazo de 90 (noventa) dias, prorrogável justificadamente
VIII - cópia do certificado de realização de curso de boas práti- uma única vez por igual período, para se instalar efetivamente, rea-
cas de manipulação de alimentos; lizar inspeção junto à Coordenação de Vigilância Sanitária antes de
IX - descrição da utilização de toldos retráteis fixos ao veículo e seu efetivo funcionamento, e comprovar a regularidade das alte-
de mobiliário (mesas, bancos e cadeiras), se assim desejar, no caso rações do veículo junto ao órgão de trânsito quando aplicável, sob
de equipamentos das categorias A, B e C. pena de cancelamento do TPU.
§ 2º Para a comercialização de alimentos em vias e áreas pú-
blicas por ocasião de eventos públicos ou privados o interessado DA RENOVAÇÃO DO TERMO DE PERMISSÃO DE USO
deverá indicar o evento ou calendário de eventos do mesmo gêne-
ro ou local, os equipamentos e seus respectivos alimentos a serem Art. 38 (VETADO)
comercializados, ficando vedada a permissão quando se tratar de Parágrafo Único. (VETADO)
evento que tenha por objeto central feira gastronômica ou similar. Art. 39 (VETADO)
Art. 24 (VETADO)
Parágrafo Único. (VETADO) DO PREÇO PÚBLICO
Art. 25 Para a realização de eventos na forma do art. 22, o
responsável pelo mesmo deverá solicitar um único alvará junto à Art. 40 O preço público devido pela ocupação da área, a ser
Subprefeitura, contemplando todos os equipamentos que serão pago anualmente, será definido pelo Poder Executivo e terá como
instalados. base de cálculo o valor do metro quadrado efetivamente utilizado
Art. 26 (VETADO) constante da Planta Genérica de Valores e as categorias de equipa-
Art. 27 Poderá a análise do pedido estabelecer as mudanças mento.
que julgar necessárias com relação à adequação técnica do equipa-
mento, o grupo de alimentos que se pretende comercializar, locali- DO PERMISSIONÁRIO
zação, e colocação de toldo retrátil e fixo ao equipamento, mesas,
bancos e cadeiras. Art. 41 O permissionário fica obrigado a:
Art. 28 Em caso de análise favorável do pedido, será realizado I - apresentar-se, durante o período de comercialização, muni-
chamamento público para recebimento de propostas de interessa- do dos documentos necessários à sua identificação e à de seu co-
dos no mesmo ponto, que indicarão a categoria de equipamento mércio, exigência que se aplica também em relação aos prepostos
pretendido e os alimentos a serem comercializados. e auxiliares;
Art. 29 Edital do chamamento fixará prazo para que os inte- II - responder, perante a Administração Municipal, pelos atos
ressados apresentem a documentação constante do art. 23 junto à praticados por seu preposto e auxiliares quanto à observância das
Subprefeitura. obrigações decorrentes de sua permissão e dos termos dessa lei;
Art. 30 Para os efeitos do chamamento público, o solicitante III - pagar o preço público e os demais encargos devidos em
inicial não precisará manifestar-se novamente nem juntar nova do- razão do exercício da atividade, bem como renovar a permissão no
cumentação. prazo estabelecido;
Art. 31 Havendo mais de um interessado pelo mesmo ponto IV - afixar, em lugar visível e durante todo o período de comer-
que também tenha apresentado a documentação completa e tem- cialização, o seu Termo de Permissão de Uso;
pestivamente, a seleção será realizada atendendo aos critérios es- V - armazenar, transportar, manipular e comercializar apenas
tabelecidos no art. 12. os alimentos aos quais está autorizado;
Art. 32 As sessões de seleção serão divulgadas no Diário Oficial VI - manter permanentemente limpa a área ocupada pelo
da Cidade e deverão ocorrer na sede da Subprefeitura, sendo aber- equipamento, bem como o seu entorno, instalando recipientes
to ao acompanhamento dos interessados. apropriados para receber o lixo produzido, que deverá ser acon-
Art. 33 O indeferimento da solicitação, devido à inadequação dicionado em saco plástico resistente e colocado na calçada, ob-
do ponto pretendido, deverá ser informado pela Subprefeitura servando-se os horários de coleta bem como cumprir, no que for
competente, mediante publicação no Diário Oficial da Cidade. aplicável, o disposto na Lei nº 13.478, de 30 de dezembro de 2002;
Parágrafo Único. Qualquer reconsideração posterior que viabi- VII - coletar e armazenar todos os resíduos sólidos e líquidos
lize a emissão do Termo de Permissão de Uso para o ponto, então para posterior descarte de acordo com a legislação em vigor, veda-
considerado inadequado, deverá ser publicada no Diário Oficial da do o descarte na rede pluvial;
Cidade. VIII - manter higiene pessoal e do vestuário, bem como assim
Art. 34 Aqueles que, comprovadamente, exerceram de modo exigir e zelar pela de seus auxiliares e prepostos;
contínuo nos últimos 2 (dois) anos, antes da vigência dessa lei, ativi- IX - manter o equipamento em estado de conservação e higie-
dade em determinado ponto, terão preferência pelo mesmo, fican- ne adequados, providenciando os consertos que se fizerem neces-
do dispensados da seleção técnica, porém dependerão do atendi- sários;
mento dos requisitos constantes do art. 23.
Art. 35 (VETADO)

204
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

X - manter cópia do certificado de realização do curso de boas XVII - colocar na via ou área pública qualquer tipo de carpete,
práticas de manipulação de alimentos pelo permissionário e por tapete, forração, assoalho, piso frio ou outros que caracterizem a
seus prepostos e auxiliares, e emitido por instituição de ensino delimitação do local de manipulação e comercialização.
regularmente inscrita no Ministério da Educação ou por técnicos
das Supervisões de Vigilância em Saúde - SUVIS, ou por entidade DOS EQUIPAMENTOS
particular credenciada junto à Coordenação de Vigilância em Saúde
- COVISA. Art. 47 O armazenamento, transporte, manipulação e venda de
Art. 42 . O empresário individual ou, ao menos, um dos sócios alimentos deverá observar as legislações sanitárias vigentes no âm-
da pessoa jurídica permissionária de qualquer equipamento deverá bito federal, estadual e municipal.
comparecer e permanecer presente no local da atividade e durante Art. 48 Os equipamentos das categorias A e B deverão reali-
todo o período constante de sua permissão, sendo-lhe facultada a zar, antes de seu efetivo funcionamento, inspeção de conformidade
colaboração de auxiliares e prepostos. (Redação dada pela Lei nº com a legislação sanitária junto à Coordenação de Vigilância Sani-
17.087/2019) tária - COVISA.
Art. 43 Somente será concedida permissão de uso para o soli- Art. 49 Decreto regulamentador poderá dispor sobre os equi-
citante cujo veículo esteja cadastrado junto ao Cadastro Municipal pamentos mínimos necessários para exercício da atividade.
de Vigilância Sanitária - CMVS, para os equipamentos das categorias Art. 50 Todos os equipamentos deverão ter depósito de capta-
A e B. ção dos resíduos líquidos gerados para posterior descarte de acordo
Art. 44 Será permitido ao titular da permissão solicitar, a qual- com a legislação em vigor, vedado o descarte na rede pluvial.
quer tempo, o cancelamento de sua permissão, respondendo pelos Art. 51 Os equipamentos não terão demarcação exclusiva em
débitos relativos ao preço público. vias e áreas públicas, bem como estarão isentos do pagamento de
Art. 45 Os permissionários de equipamentos das categorias A e zona azul, podendo permanecer nos termos de sua permissão.
B poderão obter, junto à concessionária de eletricidade, sua respec-
tiva ligação elétrica, dentro dos procedimentos especificados pela DA FISCALIZAÇÃO
concessionária.
Art. 46 Fica proibido ao permissionário: Art. 52 Compete à COVISA a fiscalização higiênico-sanitária e à
I - alterar o seu equipamento; Subprefeitura o atendimento do estabelecido no Termo de Permis-
II - manter ou ceder equipamentos e/ou mercadorias para ter- são de Uso.
ceiros; Art. 53 Fica submetido à fiscalização o estabelecimento usado
III - manter ou comercializar mercadorias não autorizadas ou pelo permissionário para qualquer tipo de preparo ou manipulação
alimentos em desconformidade com a sua permissão; do alimento a ser comercializado em vias e áreas públicas.
IV - colocar caixas e equipamentos em áreas públicas e em des-
conformidade com o Termo de Permissão de Uso; DA LEI CIDADE LIMPA
V - causar dano ao bem público ou particular no exercício de
sua atividade; Art. 54 A veiculação de anúncios em qualquer equipamento
VI - permitir a permanência de animais na área abrangida pelo deverá atender ao disposto na Lei nº 14.223, de 26 de setembro
respectivo equipamento; de 2006.
VII - montar seu equipamento fora do local determinado;
VIII - utilizar postes, árvores, gradis, bancos, canteiros e edifi- DA DOAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
cações para a montagem do equipamento e exposição das merca-
dorias; Art. 55 Fica autorizada a doação e a distribuição gratuita, em
IX - perfurar calçadas ou vias públicas com a finalidade de fixar vias e áreas públicas, de alimentos manipulados e preparados para
seu equipamento; consumo imediato, condicionada à previa autorização da Subpre-
X - comercializar ou manter em seu equipamento produtos feitura competente, dispensados o procedimento de chamamento
sem inspeção, sem procedência, alterados, adulterados, fraudados público, a obtenção de Termo de Permissão de Uso e o pagamento
e com prazo de validade vencido; de preço público.
XI - fazer uso de muros, passeios, árvores, postes, banco, cai- § 1º O pedido de que trata esse artigo deverá vir acompanha-
xotes, tábuas, encerados ou toldos, com o propósito de ampliar os do de descrição do equipamento a ser utilizado na doação ou dis-
limites do equipamento e que venham a alterar sua padronização; tribuição, comprovação do atendimento das normas de higiene e
XII - apregoar suas atividades através de quaisquer meios de segurança do alimento, do registro do local de produção junto à
divulgação sonora; autoridade competente, se o caso, e indicação do local, dias e perí-
XIII - expor mercadorias ou volumes além do limite ou capaci- odos pretendidos para a doação e distribuição.
dade do equipamento; § 2º Fica dispensada de autorização a distribuição de produtos
XIV - utilizar equipamento sem a devida permissão ou modifi- industrializados registrados nos órgãos de vigilância sanitária e que
car as condições de uso determinado para tal; não dependam de manipulação para preparo.
XV - jogar lixo ou detritos, provenientes de seu comércio ou de § 3º O interessado deverá observar, no que couber, as obriga-
outra origem, nas vias ou logradouros públicos; ções e vedações previstas nos arts. 41 e 46.
XVI - utilizar a via ou área pública para colocação de quaisquer
elementos do tipo cerca, parede, divisória, grade, tapume, barreira,
caixas, vasos, vegetação ou outros que caracterizem o isolamento
do local de manipulação e comercialização;

205
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS XI - expor mercadorias ou volumes além do limite ou capacida-


de do equipamento;
Art. 56 Considera-se infração administrativa toda ação ou omis- XII - colocar na calçada qualquer tipo de carpete, tapete, forra-
são que viole as regras para comercialização, doação ou distribuição ção, assoalho, piso frio ou outros que caracterizem a delimitação do
de alimentos em vias e áreas públicas nos termos fixados nessa lei. local de manipulação e comercialização dos produtos;
§ 1º São autoridades competentes para lavrar Auto de Infração XIII - perfurar calçadas ou vias públicas com a finalidade de fixar
e Imposição de Penalidade - AIIP e instaurar processo administrati- equipamento.
vo os funcionários da Coordenação de Vigilância Sanitária - COVISA § 1º Será aplicada multa em caso de reincidência das infrações
e os assim designados pelas Subprefeituras. punidas com advertência.
§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração, poderá dirigir re- § 2º O valor da multa de que trata este artigo será fixado em
presentação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior. regulamento próprio.
Art. 57 As infrações a essa lei ficam sujeitas, conforme o caso, § 3º (VETADO)
às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza Art. 60 A suspensão da atividade será aplicada quando o per-
civil e penal: missionário cometer uma das seguintes infrações:
I - advertência; I - deixar de pagar o preço público devido em razão do exercício
II - multa; da atividade;
III - apreensão de equipamentos e mercadorias; II - jogar lixo ou detritos, provenientes de seu comércio, ou de
IV - suspensão da atividade; outra origem nas vias e logradouros públicos;
V - cancelamento do Termo de Permissão de Uso. III - deixar de destinar os resíduos líquidos em caixas de arma-
Parágrafo Único. Se o infrator cometer, simultaneamente, duas zenamento e, posteriormente, descartá-los na rede de esgoto;
ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as san- IV - utilizar na via ou área pública quaisquer elementos que ca-
ções a elas cominadas. racterizem o isolamento do local de manipulação e comercialização;
Art. 58 A advertência será aplicada pela inobservância das dis- V - não manter o equipamento em perfeito estado de conser-
posições desta lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regu- vação e higiene, bem como deixar de providenciar os consertos que
lamentares, quando o permissionário cometer uma das seguintes se fizerem necessários;
infrações: VI - descumprir as ordens emanadas das autoridades munici-
I - deixar de afixar, em lugar visível e durante todo o período de pais competentes;
comercialização, o seu Termo de Permissão de Uso; VII - apregoar suas atividades através de qualquer meio de di-
II - deixar de portar cópia do certificado de realização do curso vulgação sonora;
de boas práticas de manipulação de alimentos. VIII - efetuar alterações físicas nas vias e logradouros públicos;
Art. 59 A multa será aplicada, de imediato, sempre que o per- IX - manter ou ceder equipamentos ou mercadorias para ter-
missionário: ceiros;
I - não estiver munido dos documentos necessários à sua iden- X - alterar o seu equipamento.
tificação e à de seu comércio; § 1º A suspensão será por prazo variável entre 1 (um) e 360
II - descumprir com sua obrigação de manter limpa a área ocu- (trezentos e sessenta) dias em função da gravidade da infração.
pada pelo equipamento, bem como seu entorno, instalando reci- § 2º Será aplicada a pena de suspensão das atividades em caso
pientes apropriados para receber o lixo produzido, que deverá ser de reincidência das infrações punidas com multa.
acondicionado e destinado nos termos dessa lei; Art. 61 A apreensão de equipamentos e mercadorias deverá
III - deixar de manter higiene pessoal e do vestuário, bem como ser feita acompanhada do respectivo auto de apreensão e ocorrerá
exigi-las de seus auxiliares e prepostos; nos seguintes casos:
IV - deixar de comparecer e permanecer o empresário individu- I - comercializar ou manter em seu equipamento produtos sem
al ou, ao menos, um dos sócios da pessoa jurídica, no local da ativi- inspeção, sem procedência, alterados, adulterados, fraudados e
dade durante todo o período constante de sua permissão; (Redação com prazo de validade vencido;
dada pela Lei nº 17.087/2019) II - utilizar equipamento sem a devida permissão ou modificar
V - colocar caixas e equipamentos em áreas particulares e áreas as condições de uso determinados pela lei ou aquelas fixadas pela
públicas ajardinadas; vigilância sanitária;
VI - causar dano a bem público ou particular no exercício de III - para as categorias A e B, utilizar equipamento que não es-
sua atividade; teja cadastrado junto ao Cadastro Municipal de Vigilância Sanitária
VII - montar seu equipamento ou mobiliário fora do local de- - CMVS.
terminado; Art. 62 O Termo de Permissão de Uso será cancelado por ato do
VIII - utilizar postes, árvores, grades, bancos, canteiros e resi- Subprefeito nas seguintes hipóteses:
dências ou imóveis públicos ou particulares para a montagem do I - reincidência em infrações de apreensão ou suspensão;
equipamento e exposição de mercadoria; II - quando houver transferência do Termo de Permissão de Uso
IX - permitir a presença de animais na área abrangida pelo res- ou alteração do quadro societário da empresa permissionária em
pectivo equipamento e mobiliário; desacordo com esta lei;
X - fazer uso de muros, passeios, árvores, postes, bancos, cai- III - quando o permissionário armazenar, transportar, manipu-
xotes, tábuas, encerados, toldos ou outros equipamentos, com o lar e comercializar bens, produtos ou alimentos diversos em desa-
propósito de ampliar os limites do equipamento e que venham a cordo com a sua permissão.
alterar sua padronização;

206
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Parágrafo único. O cancelamento do Termo de Permissão de Art. 1º Será cassada a licença de funcionamento do estabele-
Uso também implicará na proibição de qualquer obtenção de novo cimento, da mesma forma que será cassada a permissão de uso do
Termo em nome do empresário individual ou da pessoa jurídica e ambulante, que comercializar, adquirir, estocar ou expuser produ-
de seus sócios. (Redação dada pela Lei nº 17.087/2019) tos de qualquer natureza que sejam falsificados, pirateados, contra-
Art. 63 As infrações administrativas serão acompanhadas da la- bandeados ou fruto de descaminho.
vratura de Auto de Infração e Imposição de Penalidade - AIIP. Art. 2º (VETADO)
Art. 64 . O Auto de Infração e Imposição de Penalidade - AIIP Art. 3º (VETADO)
será lavrado em nome do permissionário empresário individual, ou Art. 4º Esta lei será regulamentada pelo Executivo no prazo de
do sócio administrador da pessoa jurídica, podendo ser recebido 60 (sessenta) dias, a contar da sua publicação.
ou encaminhado ao seu representante legal, assim considerados os Art. 5º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão
seus prepostos e auxiliares. (Redação dada pela Lei nº 17.087/2019) por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementares se
Parágrafo Único. Presumir-se-á o recebimento do Auto de In- necessário.
fração e Imposição de Penalidade - AIIP quando encaminhado ao Art. 6º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, re-
endereço constante do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do vogadas as disposições em contrário.
permissionário.
Art. 65 O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para apresen- PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 6 de junho de
tação de defesa, com efeito suspensivo, dirigido ao Supervisor de 2006, 453º da fundação de São Paulo.
Fiscalização da Subprefeitura competente, contado da data do re-
cebimento do Auto de Infração. GILBERTO KASSAB, PREFEITO
§ 1º Contra o despacho decisório que desacolher a defesa,
caberá recurso, com efeito suspensivo, dirigido ao Subprefeito, no Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 6 de junho
prazo de 30 (trinta) dias contados da data da publicação da decisão de 2006.
no Diário Oficial da Cidade.
§ 2º A decisão do recurso encerra a instância administrativa.
DECRETO 52.432 DE 21 DE JUNHO DE 2011 - CONFERE
DISPOSIÇÕES FINAIS NOVA REGULAMENTAÇÃO À LEI Nº 14.167, DE 6 DE
JUNHO DE 2006, QUE DISPÕE SOBRE A CASSAÇÃO DO
Art. 66 Fica revogada a Lei nº 12.736, de 16 de setembro de AUTO DE LICENÇA DE FUNCIONAMENTO DE LOJISTAS
1998, e suas posteriores alterações. E DA PERMISSÃO DE USO DE AMBULANTES QUE CO-
Art. 67 Fica estabelecido prazo de 6 (meses) para que permis- MERCIALIZEM PRODUTOS IRREGULARES NO MUNICÍ-
sionários nos termos da Lei nº 12.736, de 16 de setembro de 1998, PIO DE SÃO PAULO; DISCIPLINA A FISCALIZAÇÃO DO
procedam à compatibilização com esta lei, estando dispensados de COMÉRCIO IRREGULAR E DELITOS CONEXOS
pagamento de novo preço público.
Art. 68 Fica estabelecido prazo de 6 (seis) meses para a regula- DECRETO Nº 52.432, DE 21 DE JUNHO DE 2011
rização de que trata o art. 33 desta lei.
Art. 69 O Executivo regulamentará esta lei no prazo de 60 (ses- Confere nova regulamentação à Lei nº 14.167, de 6 de junho
senta) dias, contados da data de sua publicação. de 2006, que dispõe sobre a cassação do auto de licença de fun-
Art. 70 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. cionamento de lojistas e da permissão de uso de ambulantes que
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 26 de dezem- comercializem produtos irregulares no Município de São Paulo; dis-
bro de 2013, 460º da fundação de São Paulo. ciplina a fiscalização do comércio irregular e delitos conexos; revoga
o Decreto nº 47.801, de 23 de outubro de 2006.
LEI 14.167 DE 06 DE JUNHO DE 2006 - DISPÕE SOBRE GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso
A CASSAÇÃO DO AUTO DE LICENÇA DE FUNCIONA- das atribuições que lhe são conferidas por lei,
MENTO DE LOJISTAS E DA PERMISSÃO DE USO DE
AMBULANTES QUE COMERCIALIZEM PRODUTOS IRRE- CONSIDERANDO competir ao Gabinete de Gestão Integrada
GULARES Municipal - GGI-M, criado pelo Decreto nº 49.071, de 19 de dezem-
bro de 2007, o planejamento de ações conjuntas envolvendo orga-
LEI Nº 14.167, DE 6 DE JUNHO DE 2006 nismos federais, estaduais e municipais;

Dispõe sobre a cassação do auto de licença de funcionamento CONSIDERANDO o Convênio celebrado em 1º de dezembro de
de lojistas e da permissão de uso de ambulantes que comercializem 2009, entre o Ministério da Justiça, a Prefeitura Municipal de São
produtos irregulares. Paulo e o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial - ETCO, para im-
plantar o Programa “Cidade Livre de Pirataria e do Comércio Ilegal”
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso no Município de São Paulo;
das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câ-
mara Municipal, em sessão de 10 de maio de 2006, decretou e eu CONSIDERANDO a constituição de grupo de trabalho perma-
promulgo a seguinte lei: nente no Gabinete da Secretaria Municipal de Segurança Urbana,
integrado por representantes de diferentes entes federativos e da

207
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

sociedade civil, visando à implementação do referido Programa e § 3º. Proferida a decisão administrativa final, nos termos deste
ao combate ao crime de contrabando ou descaminho e a delitos artigo, a Subprefeitura competente procederá à ação fiscalizatória,
conexos, visando ao encerramento da atividade ou à liberação do imóvel,
D E C R E T A: para funcionamento dos diferentes estabelecimentos, total ou par-
Art. 1º. A Lei nº 14.167, de 6 de junho de 2006, que dispõe cialmente.
sobre a cassação do auto de licença de funcionamento de lojistas § 4º. Nos casos em que for constatada, na ação fiscalizatória, a
e da permissão de uso de ambulantes que comercializem produtos inexistência de licença de funcionamento, o estabelecimento será
irregulares, passa a ser regulamentada de acordo com as normas fechado e sofrerá às sanções aplicáveis de acordo com as regras
previstas neste decreto. previstas na legislação pertinente, sem prejuízo da continuidade da
Art. 2º. O Gabinete de Gestão Integrada Municipal - GGI-M, operação de fiscalização e averiguação complementares, inclusive
criado pelo Decreto nº 49.071, de 19 de dezembro de 2007, altera- com a apreensão de produtos e equipamentos, bem como a condu-
do pelo Decreto nº 52.179, de 14 de março de 2011, promoverá a ção de pessoas, conforme o caso.
articulação com os organismos federais, estaduais, municipais e da Art. 5º. A fiscalização do cumprimento das disposições previs-
sociedade civil, com vistas a ampliar a fiscalização e o combate ao tas na Lei nº 14.167, de 2006, e neste decreto compete à Supervisão
comércio irregular, em ações a serem definidas conforme planeja- de Fiscalização da Coordenadoria de Planejamento e Desenvolvi-
mento realizado com o Comitê de Combate à Pirataria, ao Contra- mento Urbano - CPDU da Subprefeitura em cujo território estiver
bando e à Sonegação. situado o estabelecimento ou em que tiver sido emitido o termo de
Art. 3º. Serão cassados o auto de licença de funcionamento e permissão de uso para comércio ambulante.
o termo de permissão de uso, respectivamente, do estabelecimen- Art. 6º. A Guarda Civil Metropolitana - GCM, observado o dis-
to ou do ambulante que comercializar, adquirir, estocar ou expuser posto na Lei nº 13.866, de 1º de julho de 2004, alterada pela Lei
produtos de qualquer natureza que sejam falsificados, pirateados, nº 14.879, de 7 de janeiro de 2009, também participará, mediante
de origem duvidosa, contrabandeados ou fruto de descaminho. planejamento conjunto, da fiscalização de irregularidades nos esta-
Parágrafo único. Para os efeitos deste decreto, consideram-se belecimentos a que se refere este decreto, verificando evidências
produtos falsificados, pirateados, de origem duvidosa, contraban- de produtos falsificados, pirateados, de origem duvidosa, contra-
deados ou fruto de descaminho aqueles assim caracterizados preli- bandeados ou fruto de descaminho.
minarmente, em razão de evidências de ausência de comprovação § 1º. A GCM poderá fazer a preservação do local, utilizando-se
fiscal da origem lícita dos produtos, de representação das empresas dos meios necessários para controle de entrada e saída de produ-
titulares da marca ou de constatações realizadas pela Polícia Civil, tos ou pessoas, podendo também apoiar a ação do agente vistor
Polícia Federal, Polícia Militar, Receita Federal, por integrantes da da Subprefeitura competente, bem como dos demais organismos
Guarda Civil Metropolitana capacitados para tanto ou por agentes federais, estaduais e municipais, conforme o caso e observadas as
vistores da Prefeitura Municipal de São Paulo. respectivas competências.
Art. 4º. Ao infrator serão assegurados o contraditório e o exer- § 2º. As atividades do estabelecimento poderão ser suspensas
cício do direito à ampla defesa, bem como a produção e a apresen- durante as operações de fiscalização, com vistas à segurança das
tação de provas, de acordo com o seguinte procedimento: atividades dos agentes dos diferentes organismos e da agilização e
I - se constatada a infração administrativa referida no artigo 3º controle das apreensões.
deste decreto, a Subprefeitura competente autuará processo admi- § 3º. Em situações de flagrante delito, no caso de produtos fal-
nistrativo, do qual constarão os fatos e os fundamentos legais para sificados, pirateados, contrabandeados ou fruto de descaminho, o
aplicação da penalidade; Guarda Civil Metropolitano fará a apreensão dos produtos e con-
II - o infrator será intimado para, em 5 (cinco) dias, oferecer duzirá ao Distrito Policial os responsáveis por sua comercialização,
defesa e indicar as provas que pretende produzir; bem como os produtos apreendidos; no caso de produtos de ori-
III - se apresentado requerimento para produção de provas, a gem duvidosa, deverão ser levados ao depósito da Subprefeitura
autoridade competente apreciará sua pertinência, em despacho local, para os fins do disposto no artigo 4º deste decreto, em con-
motivado; formidade com o procedimento nele previsto.
IV - o infrator será intimado para manifestar-se, em 3 (três) § 4º. Na hipótese prevista no § 4º do artigo 4º deste decreto,
dias, sobre novos documentos juntados, quando for o caso; a GCM, além de fazer a preservação do local para as apreensões e
V - concluída a instrução, o Supervisor de Uso do Solo e Licen- a proteção da ação fiscalizatória, efetuará monitoramento do local
ciamentos da Subprefeitura competente proferirá a decisão, devi- para coibir a reabertura e conduzirá os responsáveis à autoridade
damente motivada; policial em caso de infração, por crime de desobediência, cabendo à
VI - contra o despacho que determinar a cassação do auto de Subprefeitura as providências de relacração e aplicação das sanções
licença de funcionamento ou do termo de permissão de uso caberá agravadas previstas na legislação pertinente.
recurso para o Subprefeito, cuja decisão encerrará a instância ad- Art. 7º. O Gabinete de Gestão Integrada Municipal - GGI-M, por
ministrativa. meio da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, e a Secretaria
§ 1º. Nos casos de edificação de uso não residencial com dife- Municipal de Coordenação das Subprefeituras poderão firmar par-
rentes estabelecimentos e licenças de funcionamento, será avaliada cerias e convênios e editar portarias conjuntas com organizações
a regularidade do imóvel e das licenças individuais. afins, visando aos propósitos previstos neste decreto.
§ 2º. Na hipótese de regularidade do imóvel, poderão funcio- Art. 8º. O Gabinete de Gestão Integrada Municipal - GGI-M
nar os estabelecimentos que exercerem suas atividades em con- poderá requisitar apoio das Secretarias Municipais, no âmbito de
formidade com a respectiva licença de funcionamento e que não suas competências, a fim de auxiliar nas operações realizadas para
comercializarem produtos ilícitos. o combate ao comércio irregular e delitos conexos.

208
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 9º. Os produtos ilícitos apreendidos serão acondicionados I - comuns - quando realizadas uma vez por semana, em vias e
em embalagens apropriadas, fechadas por lacre, identificadas por logradouros públicos;
lojas ou boxes e natureza dos produtos, e encaminhadas aos depó- II - confinadas - quando realizadas uma ou mais vezes por se-
sitos da Polícia Civil, da Receita Federal ou da Prefeitura, conforme mana, em áreas delimitadas.
a competência, para efeito dos inquéritos instaurados e, no caso de Art. 3º As feiras deverão observar, para sua instalação e rema-
produtos contrafeitos, seus exemplares serão submetidos à perícia. nejamento, além do impacto urbano e viário locais, as seguintes
§ 1º. A Secretaria Municipal de Segurança Urbana poderá via- especificações técnicas:
bilizar e manter depósitos específicos, dotados de sistema de se- I - funcionar em vias públicas que possam acomodá-las, com
gurança e procedimentos de controle, para a guarda dos produtos largura mínima de 6m (seis metros) entre guias, preferencialmente
de apreensões resultantes do combate à pirataria ou contrafação e planas, pavimentadas com asfalto e dotadas de galerias de águas
ao contrabando ou descaminho, especialmente os decorrentes das pluviais (bocas-de-lobo), junto às quais, sempre que possível, serão
ações de que trata o artigo 2º deste decreto. instalados os equipamentos utilizados pelos feirantes cadastrados
§ 2º. A Secretaria Municipal de Segurança Urbana designará os nos Grupos 11 e 12;
agentes que atuarão nos procedimentos de controle e proteção dos II - ser localizadas, sempre que possível, em áreas que permi-
depósitos, bem como os responsáveis pela exibição dos produtos tam o estacionamento dos veículos dos usuários e feirantes e que
perante a autoridade competente, conforme o caso e os entendi- disponham de instalações sanitárias públicas ou particulares, aces-
mentos estabelecidos. síveis a todos;
§ 3º. Os produtos apreendidos de origem duvidosa serão en- III - ser localizadas em vias públicas que não ocasionem prejuízo
caminhados ao depósito da Subprefeitura competente ou indicado ao tráfego de veículos da região, evitando-se ruas arborizadas, com
pela Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras. grande número de postes e edifícios e com declives acentuados;
Art. 10. A suspeita de existência de produtos falsificados, pira- IV - respeitar a distância mínima de 100m (cem metros) da
teados, contrabandeados ou fruto de descaminho, comercializados entrada de hospitais, unidades de saúde, necrotérios, cemitérios,
ou estocados por ambulante ou estabelecimento, poderá ser comu- templos religiosos, creches, estabelecimentos de ensino, delega-
nicada à Subprefeitura, à Central de Atendimento 156 da Prefeitura cias, postos do Corpo de Bombeiros, postos de combustíveis e de-
Municipal de São Paulo, à Central 153 da Guarda Civil Metropolita- mais órgãos prestadores de serviços de utilidade pública, cujo aces-
na e a outros, conforme acordos firmados. so não possa ser interrompido;
Parágrafo único. Todas as denúncias serão disponibilizadas ao V - no mesmo dia da semana não poderão ser realizadas 2
Gabinete de Gestão Integrada Municipal - GGI-M e às Subprefei- (duas) ou mais feiras comuns que não guardem entre si a distância
turas, que planejarão ou adotarão as providências necessárias, em mínima de 800m (oitocentos metros), contados a partir de suas ex-
articulação com os organismos municipais, estaduais e federais, tremidades.
conforme o caso. Parágrafo Único. Quando as instalações sanitárias públicas ou
Art. 11. Este decreto entrará em vigor na data de sua publica- particulares a que se refere o inciso II deste artigo não forem sufi-
ção, revogado o Decreto no. 47.801, de 23 de outubro de 2006. cientes para atendimento dos feirantes e usuários, a Administração
Municipal poderá contratar a instalação de banheiros químicos,
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 21 de junho de cujo custo será reembolsado pelos feirantes.
2011, 458º da fundação de São Paulo.
CAPÍTULO II
DO FUNCIONAMENTO
DECRETO 48.172 DE 06 DE MARÇO DE 2007- DISPÕE
SOBRE O FUNCIONAMENTO DAS FEIRAS LIVRES NO Art. 4º As feiras livres funcionarão de terça-feira a domingo,
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO excetuando-se os feriados dos dias 25 de dezembro (Natal) e 1º de
janeiro (Ano Novo).
DECRETO Nº 48.172, DE 6 DE MARÇO DE 2007 Parágrafo Único. O calendário previsto no “caput” deste arti-
go poderá ser alterado pela Supervisão Geral de Abastecimento
DISPÕE SOBRE O FUNCIONAMENTO DAS FEIRAS LIVRES NO - ABAST, exclusivamente a seu critério, desde que configurada a
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. necessidade técnica e/ou administrativa dessa excepcionalidade,
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso mediante prévia comunicação aos feirantes e ampla divulgação à
das atribuições que lhe são conferidas por lei, DECRETA: população.
Art. 5º As feiras livres obedecerão aos seguintes horários:
CAPÍTULO I I - feiras comuns:
DAS FEIRAS LIVRES a) entre 7h e 8h - descarregamento dos equipamentos e mer-
cadorias e montagem das bancas; (Redação dada pelo Decreto nº
Art. 1º Feiras livres são equipamentos administrados pela Mu- 61.775/2022)
nicipalidade, com a função de suplementar o abastecimento da re- b) entre 8h e 14h - período de comercialização para todos os
gião em que operam, por meio da comercialização, no varejo, de grupos de comércio; (Redação dada pelo Decreto nº 61.775/2022)
gêneros alimentícios e demais produtos existentes nos ramos de c) entre 14h e 14h45min - desmontagem das bancas e carrega-
comércio. mento dos caminhões com os equipamentos e mercadorias, para
Art. 2º As feiras livres, quanto à sua periodicidade, são classi- todos os grupos de comércio, deixando todo o lixo devidamente
ficadas em: ensacado, de modo que o local de funcionamento da feira esteja

209
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

absolutamente livre e desimpedido de pessoas e coisas, permitindo Grupo 7 - macarrão, queijo ralado, bolachas e biscoitos, doces
a circulação de veículos e a execução de serviços de limpeza e higie- em geral (enlatados ou empacotados), todos industrializados: me-
nização; (Redação dada pelo Decreto nº 61.775/2022) tragem de 6m x 4m;
II - feiras confinadas: dias e horários estabelecidos em função Grupo 8 - laticínios (produtos derivados do leite) industrializa-
da necessidade específica do local em que estejam instaladas. dos, margarinas, conservas em geral, frutas secas e cristalizadas,
§ 1º Respeitado o disposto no artigo 3º deste decreto, poderão azeitonas e picles, bacalhau e outros peixes secos ou salgados: me-
ser adotados horários diferenciados para a realização de determi- tragens mínima de 4m x 4m e máxima de 6m x 4m;
nadas feiras livres, desde que devidamente solicitado e justificado Grupo 9 - embutidos industrializados em geral (salsichas, lin-
pela Subprefeitura correspondente à área de localização da feira. güiças, paios, salames e outros tipos de frios), bacalhau e outros
§ 2º Deverão, ainda, ser atendidas as seguintes normas: peixes secos ou salgados, carnes-secas, salgadas ou defumadas, ba-
I - durante as operações de carga e descarga dos equipamentos nhas e gorduras comestíveis, pertences para feijoada: metragens
e mercadorias, bem como a montagem e desmontagem das bancas, mínima de 4m x 4m e máxima de 6m x 4m;
ficam proibidos o uso de aparelhos sonoros e a emissão de ruídos Grupo 10 - produtos alimentícios regionais industrializados:
que perturbem o sossego público; metragem de 4m x 4m;
II - o horário estabelecido para a desmontagem das bancas e Grupo 11 - pescados de toda espécie resfriados: metragens mí-
carregamento dos caminhões com os equipamentos e mercadorias nima de 8m x 4m e máxima de 10m x 4m;
deverá ser rigorosamente cumprido; (Redação dada pelo Decreto Grupo 12 - aves abatidas inteiras ou fracionadas, vísceras e mi-
nº 51.678/2010) údos de animais de corte, bisteca, costela e lombo suínos industria-
III - nos dias e horários de realização das feiras livres, o tráfego e lizados: metragens mínima de 6m x 4m e máxima de 8m x 4m;
estacionamento de veículos somente poderá ocorrer nos arredores Grupo 13 - pastel e massa para pastel, salgados diversos fritos
do local de instalação das feiras, respeitada a legislação de trânsito, na hora: metragem de 4m x 4m;
ficando proibidos nos locais de montagem das bancas; Grupo 14 - caldo de cana, água de coco “in natura” e bebidas
IV - excetuam-se da proibição prevista no inciso III deste pará- em geral (sucos de frutas industrializados, refrigerantes, água mine-
grafo, os veículos dos feirantes que operam nos Grupos 11, 12 e 14, ral envasada em copos ou garrafas descartáveis): metragens de 5m
os quais integram os respectivos equipamentos, bem como outros x 4m ou 6m x 4m;
que venham a se enquadrar nessa condição; Grupo 15 - comidas típicas em geral (“yakissoba”, tapioca, pa-
V - a montagem dos equipamentos será realizada, preferen- monha e churros), doces caseiros e lanches rápidos (exceto aqueles
cialmente, no leito carroçável das vias públicas, mantendo-se entre à base de carnes), para consumo imediato: metragem de 4m x 2m;
eles a distância mínima de 60cm (sessenta centímetros) e, quando Grupo 16 - utensílios domésticos em geral: metragens mínima
houver necessidade de utilização das calçadas, essa distância deve- de 4m x 2m e máxima de 6m x 4m;
rá ser respeitada entre as bancas e as residências. Grupo 17 - armarinhos, bijuterias, brinquedos e artigos de per-
Art. 6º O descumprimento dos horários estabelecidos no artigo fumaria em geral, produtos para limpeza e higiene pessoal: metra-
5º deste decreto resultará na apreensão dos equipamentos e das gens mínima de 4m x 2m e máxima de 6m x 2m;
mercadorias, bem como na aplicação das sanções administrativas Grupo 18 - roupas em geral, meias, lenços, gravatas, bonés,
previstas neste decreto, sem prejuízo das demais penalidades pre- roupas de cama, toalhas de mesa e banho: metragens mínima de
vistas em lei. 4m x 4m e máxima de 6m x 4m;
Grupo 19 - calçados em geral, cintos e bolsas: metragens míni-
CAPÍTULO III ma de 4m x 4m e máxima de 6m x 4m;
DOS GRUPOS DE COMÉRCIO Grupo 20 - flores naturais, plantas em mudas e ornamentais,
peixes ornamentais, rações e artigos correlatos: metragens mínima
Art. 7º Os produtos comercializados nas feiras livres ficam clas- de 4m x 2m e máxima de 6mx2m;
sificados nos grupos de comércio a seguir descritos, devendo ser Grupo 21 - alimentos, produtos diversos e serviços de reparo
observadas as metragens neles indicadas quanto aos respectivos de equipamentos e utilidades domésticas em geral: metragens de
equipamentos: 2m x 1m ou 2m x 2m.
Grupo 1 - verduras, legumes, raízes, tubérculos e tomate, exce- § 1º O Grupo 21 tem a finalidade de atender aos portadores de
to cebola, alho e batata: metragens mínima de 4m x 2m e máxima deficiência ou mobilidade reduzida e aos idosos, em razão de suas
de 10m x 2m; dificuldades de acesso ao mercado de trabalho.
Grupo 2 - cebola, alho, cereais em grãos, café, açúcar, sal, mel, Subgrupo 21/01 - coco ralado “in natura”, coco seco, limão,
coco ralado, enlatados, fubá, farinhas em geral, temperos para ali- cheiro-verde, milho para pipoca e ervas aromáticas com finalidade
mentos em geral, todos industrializados: metragens mínima de 4m de condimento;
x 2m e máxima de 6m x 2m; Subgrupo 21/02 - peças e acessórios para fogões, liquidificado-
Grupo 3 - batata, cereais em grãos, café, açúcar, sal, mel, coco res e panelas de pressão, pedras de afiar, sacos plásticos para lixo,
ralado, enlatados, fubá, farinhas em geral, temperos para alimentos sacos de pano, sacolas plásticas, miudezas para costura, acessórios
em geral, todos industrializados: metragens mínima de 4m x 2m e para máquinas de costura, bijuterias, flores artificiais, pentes e pre-
máxima de 6m x 2m; silhas para cabelos, cortadores e tesourinhas para unhas, artigos
Grupo 4 - frutas frescas em geral, nacionais ou importadas, ex- de papelaria em geral, livros e revistas usados, produtos artesanais
ceto banana: metragens mínima de 4m x 2m e máxima de 10m x não-alimentícios e serviços de reparo de equipamentos e utilidades
2m; domésticas em geral.
Grupo 5 - banana: metragem de 6m x 2m;
Grupo 6 - ovos: metragem de 4m x 2m;

210
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 2º O interessado no comércio dos produtos e na prestação CAPÍTULO V


dos serviços estabelecidos no Grupo 21 deverá optar por um dos DA COMERCIALIZAÇÃO
subgrupos descritos no § 1º deste artigo, ficando proibido o registro
de mais de um subgrupo na mesma matrícula. Art. 11. A comercialização, nas feiras livres, dos alimentos e dos
§ 3º Os equipamentos utilizados no comércio dos produtos e produtos estabelecidos neste artigo deverá obedecer às seguintes
na prestação dos serviços estabelecidos no Grupo 21 deverão estar normas:
localizados, sempre que possível, ao longo da feira livre ou agrupa- I - os produtos dos Grupos 11 e 12 deverão ser procedentes
dos em um único setor. de estabelecimentos devidamente inspecionados, permanecendo,
§ 4º A Supervisão Geral de Abastecimento - ABAST poderá, a durante todo o tempo de exposição para venda, no interior de vi-
seu exclusivo critério ou por solicitação motivada das Subprefeitu- trinas, acondicionados em recipientes apropriados, confeccionados
ras, reduzir ou aumentar a metragem dos equipamentos utilizados em material impermeável e de fácil higienização, utilizando-se gelo
pelos feirantes, visando solucionar problemas de falta de espaço picado ou outro recurso que os mantenha devidamente resfriados.
ou eliminar espaços vazios que permitam a prática do comércio ir- II - pescados, aves abatidas e vísceras de animais de corte, além
regular. de bisteca, costela e lombo suínos, poderão ser fracionados ou fi-
§ 5º Configurada a necessidade técnica e operacional do equi- letados, desde que na presença do comprador ou quando forem
pamento, devidamente justificada mediante parecer técnico da Su- previamente preparados, embalados e devidamente rotulados em
pervisão de Feiras Livres de ABAST, poderá ser autorizada a unifica- estabelecimento industrial sujeito à inspeção;
ção dos ramos de comércio previstos neste artigo para uma mesma III - o camarão fresco poderá ser comercializado sem carapaça,
área. desde que limpo na presença do comprador ou quando for previa-
mente preparado, embalado e devidamente rotulado em estabele-
CAPÍTULO IV cimento industrial sujeito à inspeção;
DO TRANSPORTE E DOS EQUIPAMENTOS IV - os rótulos dos produtos industrializados deverão conter, no
mínimo, as seguintes informações:
Art. 8º Para o transporte dos produtos classificados nos Grupos a) nome e endereço do fabricante e do distribuidor e/ou im-
1, 2, 3, 4, 5, 16, 17, 18, 19, 20 e 21, o feirante poderá utilizar veículo portador;
sem características especiais. b) data de fabricação, data de validade e/ou prazo de validade;
Art. 9º Para o transporte dos produtos classificados nos Grupos c) registro no órgão competente, quando necessário (alimentos
6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15, o feirante deverá utilizar veículo de origem animal, água, gelo e palmito);
fechado e devidamente vistoriado. V - no caso de produtos não comercializados em sua embala-
§ 1º O veículo utilizado pelos feirantes cadastrados nos Grupos gem original, os dados constantes de seu rótulo deverão ser trans-
11, 12 e 14 é considerado parte integrante do equipamento. critos para uma etiqueta, acrescidos daqueles relativos à data de
§ 2º Excepcionalmente, a critério da Administração Municipal transferência para a nova embalagem e, ainda, do novo prazo de
e constatada a viabilidade e necessidade técnica, o veículo utilizado validade estabelecido pelo feirante;
pelos feirantes cadastrados nos Grupos 7, 8 e 9 poderá vir a integrar VI - os produtos dos Grupos 8, 9 e 10, que necessitem de refri-
o equipamento. geração para a sua conservação, deverão permanecer, durante todo
§ 3º Respeitadas as características dos produtos comercializa- o tempo de exposição para venda, no interior de vitrinas refrigera-
dos, o veículo e os utensílios utilizados para o seu transporte de- das, devidamente embalados e rotulados;
verão atender normas específicas, estabelecidas e regulamentadas VII - todos os alimentos comercializados nas feiras livres de-
por ABAST. verão estar protegidos da contaminação causada por insetos e im-
Art. 10. Para a comercialização dos produtos, serão utiliza- purezas do meio ambiente, mediante a utilização de dispositivos
das bancas, dotadas de toldo que não permita a passagem da luz apropriados;
e abrigue as mercadorias, bem como de anteparos (saias) frontais VIII - fica proibida a utilização de qualquer tipo de enfeite, inclu-
e laterais, confeccionados em lona ou outro material equivalente, sive de folhas de hortaliças, junto dos alimentos expostos à venda;
obedecendo aos seguintes padrões de cor: IX - os pastéis e salgados deverão ser fritos em tachos de aço
I - Grupos 1, 14 e 20: toldo e anteparos listrados nas cores ver- inoxidável ou ferro galvanizado e servidos de maneira a evitar o
de e branca; contato manual com esses alimentos, sendo obrigatória a troca fre-
II - Grupos 3, 5, 6, 7 e 15: toldo e anteparos listrados nas cores qüente do óleo utilizado para a sua fritura;
amarela e branca; X - o molho vinagrete deverá ser apresentado para consumo
III - Grupos 4, 16, 17, 18, 19 e 21: toldo e anteparos listrados em porções individuais e acondicionadas em embalagens descartá-
nas cores azul e branca; veis e próprias para alimentos;
IV - Grupos 2, 8, 9, 10, 11, 12 e 13: toldo na cor vermelha e XI - o coco verde deverá ser lavado previamente à extração da
anteparos listrados nas cores vermelha e branca. água, retirando-se todas as sujidades aderidas à casca;
XII - o caldo de cana, o suco das frutas e a água de coco, quando
extraídos no local, deverão ser servidos em copos plásticos descar-
táveis, vedado o uso de recipientes reutilizáveis;
XIII - no caso dos alimentos comercializados no Grupo 15:
a) a matéria-prima e o produto pronto que necessitem de re-
frigeração para a sua conservação deverão permanecer acondicio-
nados em recipientes fechados e isotérmicos, confeccionados em

211
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

material impermeável e de fácil higienização, ou no interior de vitri- III - ocorrendo empate entre 2 (dois) ou mais feirantes, a vaga
nas apropriadas, utilizando-se, em ambos os casos, gelo picado ou será atribuída àquele cuja data de início da atividade seja mais an-
outro tipo de recurso que permita a manutenção da temperatura; tiga;
b) os alimentos prontos para consumo que necessitem de calor IV - permanecendo o empate, será realizado sorteio público,
para a sua conservação deverão ser mantidos aquecidos; previamente divulgado no Diário Oficial da Cidade.
c) os lanches deverão ser preparados imediatamente antes do Parágrafo Único. Ultrapassada a fase de escolha e existindo
consumo; vagas remanescentes, será publicado novo edital de chamamento
d) todos os utensílios utilizados para a embalagem e o consu- dirigido aos interessados que ainda não operem nas feiras livres e,
mo dos alimentos deverão ser descartáveis e confeccionados com havendo mais de um candidato para o seu preenchimento, a esco-
material não reciclado; lha dar-se-á por intermédio de sorteio público.
XIV - o gelo utilizado para conservação e refrigeração dos pro- Art. 18. A Administração Municipal poderá, a seu critério, au-
dutos deverá ser produzido com água potável e filtrada; torizar a transferência da permissão de uso a terceiro, após o seu
XV - para a comercialização dos produtos classificados nos Gru- regular exercício pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos consecutivos.
pos de 1 a 15, será obrigatório o uso de água potável, devidamente Parágrafo Único. Em virtude da transferência da permissão de
armazenada no local e em quantidade suficiente para lavagem de uso, a importância correspondente a 1 (uma) vez o seu preço anual
mãos e utensílios durante todo o período de funcionamento da fei- deverá ser recolhida aos cofres municipais.
ra, assim como a utilização de materiais apropriados para limpeza. Art. 19. Nos casos de aposentadoria, invalidez e falecimento
do feirante, a transferência da permissão de uso a ele outorgada
CAPÍTULO VI poderá ser autorizada, preferencialmente, ao seu cônjuge ou, na
DA PERMISSÃO DE USO sua ausência, ao respectivo herdeiro.
§ 1º Havendo mais de 1 (um) herdeiro, a permissão de uso so-
Art. 12. A ocupação dos espaços públicos destinados ao comér- mente poderá ser transferida a 1 (um) ou mais deles mediante pré-
cio praticado nas feiras livres será deferida na forma de permissão via e expressa desistência dos demais.
de uso, outorgada a título precário, oneroso e por prazo indetermi- § 2º Não ocorrendo a desistência referida no § 1º deste artigo,
nado, mediante regular processo de seleção. a permissão de uso poderá ser outorgada à pessoa jurídica compos-
Art. 13. A permissão de uso para o exercício do comércio nas ta por todos os herdeiros, ficando proibida a participação de tercei-
feiras livres, condicionada à existência de vagas, será concedida a: ros na sociedade pelo prazo de 5 (cinco) anos.
I - pessoas jurídicas constituídas nos termos da legislação civil; Art. 20. As transferências de que tratam os artigos 18 e 19 deste
II - pessoas físicas, maiores e civilmente capazes, portadoras de decreto obrigarão o interessado a ocupar, nas feiras livres constan-
deficiência ou mobilidade reduzida e idosos. tes da matrícula, o mesmo espaço físico e metragem do antecessor,
Parágrafo Único. As pessoas mencionadas no inciso II deste ar- cumpridas as formalidades administrativas e recolhidos aos cofres
tigo somente poderão operar no Grupo 21. municipais os preços públicos, taxas e demais encargos devidos,
Art. 14. Outorgada a permissão de uso, a Supervisão Geral de não sendo permitida a alteração do grupo de comércio.
Abastecimento - ABAST procederá à expedição da respectiva ma- Art. 21. A permissão de uso poderá ser revogada a qualquer
trícula, indispensável para o início da atividade nas feiras livres de- tempo, com o conseqüente cancelamento da matrícula, por des-
signadas. cumprimento das obrigações assumidas em decorrência de sua ou-
Parágrafo Único. A matrícula é única e conterá todos os dados torga, bem como em atendimento ao interesse público, mediante
necessários à qualificação e identificação da permissionária e das regular processo administrativo, garantida a ampla defesa do inte-
feiras livres nas quais está autorizada a comercializar, bem como o ressado.
respectivo grupo de comércio.
Art. 15. Enquanto vigente a permissão de uso, a permissionária CAPÍTULO VII
deverá revalidar sua matrícula anualmente, em ABAST. DO PREÇO PÚBLICO
Art. 16. A relação de vagas existentes nas feiras livres constará
de edital, publicado no Diário Oficial da Cidade. Art. 22. A base de cálculo para se determinar o valor anual do
Art. 17. As vagas existentes serão preenchidas na conformida- preço público devido pela ocupação de área deverá levar em consi-
de do seguinte critério de seleção: deração a quantidade de feiras designadas na matrícula, bem como
I - em primeiro lugar, pelo feirante que não tenha feira designa- a área utilizada pelo feirante, em metros quadrados por feira livre.
da para o mesmo dia da semana em que a feira objeto do edital se Parágrafo Único. O valor do metro quadrado de que trata o
realiza, desde que esteja, durante os últimos 12 (doze) meses, com “caput” deste artigo será estabelecido por decreto, o qual também
a matrícula regularmente revalidada, o preço público devido pela definirá os preços públicos relativos aos serviços administrativos, à
ocupação de área quitado e a menor pontuação lançada em seu limpeza dos locais onde se realizam as feiras e os devidos em razão
prontuário, relativa às irregularidades cometidas; da contratação de equipamento e/ou serviços necessários à sua re-
II - em segundo lugar, pelo feirante que tenha feira designada gular operacionalização.
para o mesmo dia em que a feira objeto do edital se realiza, mas Art. 23. O preço público anual será cobrado em até 10 (dez)
dela pretenda ser transferido, desde que esteja, durante os últimos parcelas mensais.
12 (doze) meses, com a matrícula regularmente revalidada, o paga- Parágrafo Único. Nos casos de início da atividade e de baixa to-
mento do preço público devido pela ocupação de área quitado e a tal da matrícula, o preço público anual será calculado na proporção
menor pontuação lançada em seu prontuário, relativa às irregulari- de 1/12 (um doze avos) do total, por mês ou fração de mês em que
dades cometidas; vigorar a permissão de uso.

212
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO VIII XVI - observar rigorosamente, no que couber, as demais exigên-


DO FEIRANTE cias de ordem higiênico-sanitária previstas na legislação vigente;
XVII - acatar as ordens e instruções dos funcionários da Admi-
Art. 24. O feirante fica obrigado a: nistração Municipal e das demais autoridades competentes, devi-
I - ter, no mínimo, 1 (uma) feira livre por semana designada na damente identificados e credenciados;
matrícula; XVIII - permitir, quando solicitado pelas autoridades competen-
II - comunicar imediatamente à ABAST qualquer alteração em tes, o acesso aos locais onde as operações de manipulação e acon-
seus dados cadastrais, sob pena de aplicação das sanções adminis- dicionamento de alimentos se realizam, fora do recinto das feiras
trativas cabíveis, sendo que os feirantes que comercializam produ- livres.
tos classificados nos Grupos 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15 deve- Art. 25. Será permitido ao titular da permissão:
rão comunicar, também, a troca do veículo utilizado; I - comercializar em até 6 (seis) feiras livres por semana, vedada
III - apresentar-se, durante o período de comercialização, mu- a utilização de mais de um equipamento em cada feira;
nido dos documentos necessários à sua identificação e à de seu co- II - solicitar, a qualquer tempo, a baixa total ou a exclusão de
mércio, exigência que se aplica também em relação ao preposto e uma ou mais feiras designadas na matrícula, respondendo pelos dé-
auxiliares; bitos relativos ao preço público, taxas e demais encargos;
IV - responder, perante a Administração Municipal, pelos atos III - contar com o concurso de preposto, devidamente cadas-
praticados por seu preposto e auxiliares quanto à observância das trado na ABAST, além de auxiliares, que serão considerados seus
obrigações decorrentes de sua matrícula; procuradores para efeito de receber autuações, notificações e de-
V - pagar pontualmente o preço público e os demais encargos mais ordens administrativas, sendo de sua inteira responsabilidade
devidos em razão do exercício da atividade, bem como revalidar a a observância da legislação trabalhista;
matrícula no prazo estabelecido; IV - ausentar-se das feiras livres pelo prazo:
VI - permanecer à testa do equipamento durante todo o perío- a) de 5 (cinco) dias consecutivos, por falecimento do cônjuge,
do de comercialização, podendo ser substituído apenas por prepos- filhos, pais e pessoas que vivam sob sua dependência econômica,
to devidamente cadastrado na ABAST; desde que devidamente comprovado o fato e a relação de paren-
VII - comunicar imediatamente à ABAST o extravio de docu- tesco ou jurídica;
mentos referentes à sua atividade e requerer a emissão de 2ª (se- b) de 30 (trinta) dias por ano, para gozo de férias, desde que
gunda) via, apresentando, sempre que solicitado pela fiscalização, o decorrido o período de 12 (doze) meses de efetivo exercício e após
protocolo desse pedido até que a referida via seja emitida; prévia comunicação, por escrito;
VIII - afixar, em lugar visível e durante todo o período de comer- c) de até 120 (cento e vinte) dias após o parto, no caso da fei-
cialização, a matrícula expedida pela ABAST, sendo permitida a sua rante;
substituição por cópia autenticada por esse órgão; d) de até 30 (trinta) dias, por motivo devidamente justificado e
IX - comercializar somente produtos classificados em seu grupo mediante apresentação de requerimento a ser deferido pela ABAST;
de comércio, afixando sobre eles, de modo visível, a identificação e e) de até 8 (oito) dias, por ocasião de seu casamento, desde
variedades, além dos preços de venda; que devidamente comprovado;
X - manter à disposição da fiscalização os dados referentes aos f) estabelecido em atestado, fornecido por médico devidamen-
fornecedores de todos os produtos; te habilitado, que comprove a impossibilidade para o exercício da
XI - instalar balança em local de fácil visualização, que permita atividade.
ao comprador verificar a exatidão do peso da mercadoria adquirida, Parágrafo Único. A ausência do titular da permissão de uso
conservando-a devidamente aferida pelo Instituto de Pesos e Me- pelos motivos previstos no inciso IV deste artigo, não ocasionará a
didas do Estado de São Paulo - IPEM-SP a cada 12 (doze) meses ou paralisação do comércio que, durante esse período, será realizado
quando houver necessidade de submetê-la a algum tipo de reparo; por seu sócio ou preposto.
XII - manter permanentemente limpa a área ocupada pela ban- Art. 26. Fica proibido ao feirante:
ca, bem como o seu entorno, desde sua montagem até sua des- I - alterar o seu grupo de comércio;
montagem, instalando recipientes apropriados para receber o lixo II - faltar à mesma feira por 4 (quatro) vezes consecutivas ou 8
produzido, que deverá ser acondicionado em sacos plásticos resis- (oito) alternadas, durante o ano civil, sem apresentação de justifica-
tentes, os quais permanecerão nas calçadas para posterior recolhi- tiva, que será avaliada pela Administração Municipal, sob pena de
mento pelo serviço de limpeza pública, bem como cumprir, rigoro- ter a feira excluída de sua matrícula;
samente, no que for aplicável, o disposto na Lei nº 13.478, de 30 de III - a comercialização ou manutenção de carnes “in natura”,
dezembro de 2002, e alterações subseqüentes; com exceção daquelas constantes dos Grupos 11 e 12;
XIII - usar papel adequado para embalar os gêneros alimentí- IV - comercializar ou oferecer suas mercadorias fora do espaço
cios, ficando vedado o emprego de jornais, impressos, papéis reci- delimitado pela respectiva banca;
clados ou quaisquer outros materiais que contenham substâncias V - exercer suas atividades na forma de rodízio com outros
químicas prejudiciais à saúde; feirantes cadastrados no mesmo grupo de comércio ou em grupos
XIV - manter rigorosa higiene pessoal, do vestuário, dos equi- diferentes;
pamentos e utensílios; VI - alugar ou ceder a terceiros o espaço referente à sua me-
XV - usar, durante o período de comercialização, vestimentas tragem;
padronizadas, conforme especificações constantes do Anexo Único VII - manter ou ceder equipamentos e/ou mercadorias para
integrante deste decreto, exigência válida também para o preposto terceiros comercializarem no recinto das feiras livres;
e auxiliares; VIII - manter, no local de trabalho, mercadorias não designadas
em seu respectivo grupo de comércio;

213
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

IX - utilizar aparelhos sonoros durante o período de comercia- XXXVII - conturbar os trabalhos da Administração Municipal ou
lização, bem como utilizá-los para apregoar suas mercadorias; (Re- da fiscalização;
dação dada pelo Decreto nº 48.273/2007) XXXVIII - desacatar servidor público no exercício de suas fun-
X - comercializar animais ou mercadorias protegidas pelos ór- ções.
gãos ambientais;
XI - suspender suas atividades durante o horário de comerciali- CAPÍTULO IX
zação, sem prévia autorização da fiscalização; DAS COMPETÊNCIAS
XII - colocar caixas e equipamentos em áreas particulares e áre-
as públicas ajardinadas; Art. 27. Compete à Supervisão Geral de Abastecimento - ABAST:
XIII - causar dano ao bem público ou particular no exercício de I - criar, extinguir, planificar, remanejar e suspender o funciona-
sua atividade; mento das feiras livres, em atendimento ao interesse público, res-
XIV - permitir que pessoas estranhas permaneçam na área des- peitadas as exigências higiênico-sanitárias, viárias e urbanísticas em
tinada à comercialização das mercadorias; geral, ouvidas as respectivas Subprefeituras, atribuindo-lhes, ainda,
XV - permitir a permanência de animais na área abrangida pelo o nome e o número de seu registro;
respectivo equipamento; II - promover o preenchimento de vagas existentes nas feiras,
XVI - montar seu equipamento fora do local determinado; mediante regular seleção dos interessados;
XVII - manter, desnecessariamente, o motor de seu veículo em III - outorgar permissão de uso e expedir a matrícula de feiran-
funcionamento, durante o carregamento e descarregamento dos te;
equipamentos e mercadorias; IV - estabelecer o número de inscrição do feirante;
XVIII - participar de feira clandestina; V - quantificar os equipamentos utilizados pelos feirantes, de-
XIX - montar o equipamento em data na qual a feira livre esteja signando o local e o espaço a ser ocupado, respeitadas as normas
com seu funcionamento oficialmente suspenso; operacionais e a legislação pertinente;
XX - participar de feira não designada em sua matrícula; VI - manter atualizado o cadastro das feiras livres, dos feirantes
XXI - realizar marcações nos locais designados para o funcio- e das respectivas bancas, por grupo de comércio;
namento das feiras livres, bem como apagar ou rasurar aquelas já VII - proceder ao levantamento periódico dos feirantes inadim-
executadas pela Administração; plentes, para adoção das medidas tendentes à revogação da per-
XXII - utilizar outro espaço na feira livre em que opera, além missão de uso, com o conseqüente cancelamento da matrícula;
daquele que lhe foi destinado, para comercializar suas mercadorias; VIII - manter visível a marcação correspondente ao local de
XXIII - utilizar postes, árvores, gradis, bancos, canteiros e resi- montagem das bancas utilizadas pelos feirantes, fiscalizando o seu
dências ou imóveis públicos para a montagem do equipamento e fiel cumprimento;
exposição das mercadorias; IX - elaborar as normas complementares regulamentadoras das
XXIV - perfurar calçadas ou vias públicas com a finalidade de feiras livres;
fixar seu equipamento; X - contratar a aquisição de equipamento e/ou a prestação de
XXV - fumar no interior da banca, durante o período de comer- serviços necessários à regular operacionalização das feiras livres.
cialização; XI - coordenar e ministrar cursos, palestras e outras atividades
XXVI - exercer suas atividades de feirante quando acometido de qualificação e aperfeiçoamento do feirante, voltados ao comér-
por doença infecto-contagiosa; cio de alimentos e à legislação sanitária.
XXVII - manter equipamentos e utensílios em mau estado de Parágrafo Único. Do ato administrativo que autorizar a criação
conservação; ou remanejamento de feira livre, deverá constar, obrigatoriamente,
XXVIII - empregar artifícios que alterem as características nor- o local de funcionamento, bem como seu perímetro e extensão.
mais dos alimentos comercializados, com o intuito de fraudar o con- Art. 28. Às Subprefeituras, no âmbito de seus territórios, cabe-
sumidor; rá auxiliar a ABAST na realização das tarefas de sua competência.
XXIX - comercializar ou manter em seu equipamento produtos
sem inspeção, sem procedência, alterados, adulterados, fraudados CAPÍTULO X
e com prazo de validade vencido; DA FISCALIZAÇÃO
XXX - agir de forma desrespeitosa com o consumidor ou atri-
buir-lhe maus tratos; Art. 29. Caberá às Subprefeituras, no âmbito de seus territó-
XXXI - transferir sua matrícula a terceiros, sem regular processo rios, realizar a fiscalização das feiras livres.
administrativo; Art. 30. Caberá a ABAST, por meio de equipe multiprofissional,
XXXII - sonegar informação que deva prestar em razão da per- realizar a fiscalização complementar nas feiras livres.
missão outorgada ou prestá-la de forma incompleta ou falsa à Ad-
ministração Municipal, visando burlar a legislação; CAPÍTULO XI
XXXIII - impedir a execução de ações fiscalizadoras; DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
XXXIV - deixar de atender as convocações da Administração
Municipal; Art. 31. O descumprimento das disposições deste decreto en-
XXXV - recusar-se a exibir documentos de porte obrigatório; sejará a aplicação das seguintes sanções administrativas, sem pre-
XXXVI - utilizar documento rasurado ou de difícil leitura; juízo das demais previstas na legislação vigente:
I - advertência;
II - multa;
III - suspensão da atividade;

214
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

IV - revogação da permissão de uso, com o conseqüente cance- PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 6 de março de
lamento da matrícula. 2007, 454º da fundação de São Paulo.
Art. 32. As sanções são independentes e a aplicação de uma
não excluirá a de outra, podendo ser impostas em conjunto ou se-
paradamente, em decorrência da configuração do ato praticado e DECRETO 48.832 DE 17 DE OUTUBRO DE 2007- FIXA
observada a sua dosimetria, garantida a ampla defesa do interes- NORMAS DE PROCEDIMENTO PARA A DEFESA DA
sado, nos termos e prazos estabelecidos no Capítulo VII da Lei nº POSSE DE BENS IMÓVEIS MUNICIPAIS
14.141, de 27 de março de 2006, observado o disposto em seu ar-
tigo 13. DECRETO Nº 48.832, DE 17 DE OUTUBRO DE 2007
Art. 32 A - O reiterado descumprimento dos horários estabe-
lecidos no artigo 5º ou o descumprimento das obrigações relacio- Fixa normas de procedimento para a defesa da posse de bens
nadas à limpeza do conjunto da área e do seu entorno ensejarão a imóveis municipais.
revogação da permissão de uso, com o consequente cancelamento
da matrícula do feirante, e posterior extinção da feira, mediante re- GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso
gular processo administrativo, garantida a ampla defesa aos interes- das atribuições que lhe são conferidas por lei,
sados. (Redação dada pelo Decreto nº 51.678/2010)
Parágrafo Único. As sanções previstas neste artigo não excluem CONSIDERANDO a necessidade de uma atuação eficiente na
os feirantes da aplicação das sanções específicas a que se referem preservação do patrimônio imobiliário municipal;
os artigos 6º e 31 deste decreto. (Redação dada pelo Decreto nº
51.678/2010) CONSIDERANDO o propósito de aperfeiçoar a integração dos
esforços dos diversos órgãos municipais incumbidos da realização
CAPÍTULO XII dessa tarefa;
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
CONSIDERANDO a importância da otimização das providências
Art. 33. O feirante responderá perante a Administração Muni- relativas às ordens judiciais atinentes à ocupação, posse ou domínio
cipal por todos os atos que praticar e pelos atos de seu preposto e de bens públicos imóveis,
auxiliares, pela totalidade dos encargos decorrentes da permissão
de uso, bem como perante terceiros, pelos prejuízos a que, nessa D E C R E T A:
condição, der causa. Art. 1º. A vigilância e a guarda dos bens imóveis municipais in-
Parágrafo Único. A ocupação indevida, por terceiros, do espaço cumbem às Subprefeituras, em seu respectivo âmbito de atuação,
designado ao feirante não o eximirá da responsabilidade pelo paga- salvo quanto àqueles que se encontrem sob a administração de ou-
mento do preço público e demais encargos devidos. tros órgãos municipais.
Art. 34. Todo produto ou equipamento que esteja em desa- Art. 2º. Havendo turbação ou esbulho na posse de bem imó-
cordo com as exigências contidas neste decreto será apreendido e vel municipal, a Subprefeitura competente tomará as providências
recolhido. imediatas para sua desocupação e para a demolição das edificações
§ 1º As frutas, legumes e verduras, constatada a sua boa quali- irregulares verificadas, pelo exercício do poder de polícia, podendo
dade, serão devidamente relacionadas e encaminhadas ao Progra- utilizar-se dos meios que se fizerem necessários e adequados, tais
ma Banco de Alimentos. como:
§ 2º A destinação dos demais produtos e equipamentos apre- I - retirada compulsória, mediante o uso da força;
endidos obedecerá o disposto em legislação específica. II - isolamento da área;
Art. 35. Fica proibido o comércio ambulante no recinto das fei- III - interdição;
ras livres. IV - notificação para desocupação;
Art. 36. As vias públicas utilizadas para a realização das feiras V - lavratura de boletim de ocorrência por crime de desobedi-
livres deverão contar com placas informativas, constando o dia e ência e esbulho possessório;
horário de seu funcionamento, observado o que estabelece a Lei nº VI - solicitação de auxílio de outras Secretarias e órgãos cuja
11.609, de 13 de julho de 1994, com a redação conferida pela Lei nº intervenção se justifique, inclusive da Guarda Civil Metropolitana e
13.813, de 13 de maio de 2004. da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Parágrafo Único. Nas vias próximas àquelas que abrigam as fei- Parágrafo único. Ficará a cargo da Secretaria ou órgão munici-
ras livres e que para elas confluírem, sempre que necessário e de pal respectivo a adoção das providências referidas no “caput” deste
acordo com as características do local, deverão ser instaladas placas artigo quanto à turbação ou esbulho verificado nos imóveis sob sua
de orientação e sinalização informando o dia e horário de funciona- administração.
mento das feiras, observada a legislação vigente. Art. 3º. Todo órgão municipal que tenha conhecimento, por
Art. 37. Fica proibido ao servidor público municipal, quando no qualquer meio, de eventual turbação ou esbulho da posse de imó-
exercício de suas funções nas feiras livres, efetuar compras, bem vel municipal deverá comunicá-la imediatamente à Subprefeitura
como tratar de interesses do feirante perante a Administração Mu- competente ou à Secretaria Municipal responsável por sua adminis-
nicipal. tração, para as providências devidas.
Art. 38. Este decreto entrará em vigor 30 (trinta) dias após a Art. 4º. Caso seja constatada a existência de edificação de ter-
data de sua publicação, revogado o Decreto nº 45.674, de 29 de ceiro sobre bem imóvel municipal, a Subprefeitura deverá:
dezembro de 2004.

215
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

I - proceder à notificação do ocupante para que providencie o I - confirme a solicitação anterior, informando se ainda é neces-
recuo da construção irregular, consignando-lhe o prazo de 15 (quin- sária a ordem judicial de reintegração de posse;
ze) dias para defesa; II - informe se há condições efetivas de cumprimento de even-
II - não atendida a notificação, nem acolhida a defesa, promo- tual ordem judicial para desocupação, indicando todos os meios a
ver o desfazimento da obra, de forma a cessar a invasão, delimitan- serem utilizados para sua realização, tais como agentes operacio-
do a área pública; nais, assistentes sociais, caminhões, retroescavadeiras e depósito
III - solicitar o ajuizamento de ação para o ressarcimento das para os bens a serem removidos do local;
despesas e cobrança de indenização pelo uso indevido do imóvel III - designe servidor responsável pela centralização das provi-
público, encaminhando o processo administrativo à Procuradoria dências atinentes ao cumprimento da decisão judicial, especialmen-
Geral do Município, devidamente instruído com os elementos per- te para o recebimento de Oficial de Justiça, reuniões no Batalhão da
tinentes, tais como: Polícia Militar e eventual exercício da função de fiel depositário;
a) identificação do local e do ocupante; IV - notifique os invasores para a desocupação voluntária do
b) notificação; imóvel ou, caso isso já tenha sido feito, proceda a novas notifica-
c) vistoria de constatação do desatendimento da notificação; ções que possam ser consideradas recentes ao tempo da proposi-
d) comprovação das despesas realizadas; tura da demanda.
e) comprovação do período em que se verificou a utilização in- § 3º. Com todos esses elementos, a unidade solicitante deverá
devida. encaminhar o processo ao Departamento Patrimonial, que o reme-
Art. 5º. De acordo com as peculiaridades do caso, a critério da terá à Procuradoria Geral do Município, para autorizar o ajuizamen-
Administração, poderão ser utilizados, de forma fundamentada e to da ação possessória, nos termos do artigo 44 do Decreto Muni-
observados os procedimentos e requisitos legais próprios, outros cipal nº 27.321, de 11 de novembro de 1988, sempre com pedido
instrumentos jurídicos para a cessação da ocupação ou da utilização de liminar.
ilícita de bem imóvel municipal, tais como: Art. 8º. Proposta a ação, deverá o Departamento Patrimonial
I - concessão de uso especial para fins de moradia; comunicar as decisões judiciais proferidas à Subprefeitura compe-
II - autorização de uso especial para fins de moradia; tente, à qual caberá o seu cumprimento de acordo com o planeja-
III - concessão de direito real de uso; mento estabelecido no § 2º do artigo 7º, sob pena de responsabi-
IV - locação social; lidade funcional.
V - permissão de uso; § 1º. Se proferida decisão favorável à Municipalidade em
VI - concessão de uso; momento posterior à apreciação da medida liminar requerida,
VII - direito de superfície; a Subprefeitura deverá indicar o prazo para disponibilização dos
VIII - alienação do bem. meios necessários, o qual será solicitado em juízo.
Art. 6º. Na hipótese de áreas municipais total ou parcialmente § 2º. A desistência da ação judicial ou o pedido de suspensão
ocupadas por núcleos habitacionais de interesse social destinados do cumprimento de ordem judicial somente será requerido após
a população de baixa renda, e cuja situação esteja consolidada, será decisão do Secretário Municipal dos Negócios Jurídicos, ouvido o
necessária, anteriormente às providências referidas no artigo 2º, a Secretário Municipal de Coordenação das Subprefeituras.
análise da Secretaria Municipal de Habitação sobre a viabilidade de § 3º. Não sendo disponibilizados os meios para cumprimento
eventual regularização fundiária, observada a legislação pertinente. da decisão judicial, a Procuradoria Geral do Município deverá en-
§ 1º. Se possível a regularização, a Secretaria Municipal de Ha- caminhar o expediente respectivo à Secretaria Municipal de Coor-
bitação deverá incluir o imóvel respectivo em seu planejamento denação das Subprefeituras para manifestação, nos termos do § 2º
estratégico global, do qual constarão todas as áreas a serem regula- deste artigo.
rizadas e a respectiva ordem de prioridade. § 4º. A pendência de ação judicial não afasta as competências
§ 2º. A regularização não será admitida enquanto o imóvel da Subprefeitura para todas as providências administrativas rela-
apresentar situação de risco geológico ou ambiental. tivas à guarda do imóvel, especialmente aquelas que tenham por
Art. 7º. Na impossibilidade de retomada do bem pela própria objetivo evitar a ocorrência de novos esbulhos ou invasões, a eli-
Municipalidade ou da regularização da ocupação, a Subprefeitura minação de eventuais riscos, bem como a interdição da área e a
deverá solicitar à Procuradoria Geral do Município o ajuizamento comunicação à Defesa Civil, quando necessário.
de ação judicial, mediante a instauração de processo administrativo Art. 9º. As providências referentes às áreas de risco geológico
em apartado, instruído com as informações pertinentes, especial- e ambiental, às quais será conferida prioridade, deverão observar,
mente: além das normas contidas no presente decreto, as demais normas
I - planta ou croqui da área correspondente; municipais sobre a matéria, especialmente no que se refere às pro-
II - levantamento topográfico; vidências extrajudiciais necessárias e à instrução dos expedientes.
III - relatório de vistoria efetuada no local, com fotografias; Parágrafo único. Na hipótese prevista no “caput” deste artigo,
IV - número de famílias e de crianças ocupantes do imóvel. se a situação de risco não atingir toda a extensão do imóvel, sendo
§ 1º. Ao receber o processo, a Procuradoria Geral do Município possível a regularização da ocupação no restante da área, a Subpre-
deverá encaminhá-lo ao Departamento Patrimonial para o término feitura poderá solicitar o ajuizamento da ação judicial apenas em
da instrução com os demais elementos técnicos próprios ao ajuiza- relação ao trecho sujeito ao risco.
mento da ação judicial, caso necessário. Art. 10. O cumprimento de ordem judicial relacionada à posse
§ 2º. Concluída a instrução do processo pelo Departamento Pa- e à ocupação de bem imóvel municipal, ainda que não resultante de
trimonial e antes do ajuizamento da ação judicial, deverá ser efetu- ação judicial proposta pela Municipalidade, será da competência da
ado novo encaminhamento à Subprefeitura, para que esta: Subprefeitura respectiva, nos termos deste decreto.

216
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Parágrafo único. Se intentada ação possessória por terceiro, Art. 16. Fica revogado o artigo 3º do Decreto nº 45.953, de 3
que tenha por objetivo a posse de bem imóvel municipal, a defe- de junho de 2005.
sa da Municipalidade em juízo poderá ser efetuada mediante pe- Art. 17. Este decreto entrará em vigor na data de sua publica-
dido de natureza possessória, independentemente de consulta à ção.
Subprefeitura, cabendo a esta o cumprimento de eventual decisão
favorável, em consonância com o “caput” deste artigo. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 17 de outubro
Art. 11. Na hipótese de aquisição de bem imóvel pela Munici- de 2007, 454º da fundação de São Paulo.
palidade por via judicial, a Procuradoria Geral do Município deverá
informar o fato à Subprefeitura competente, para que proceda na
conformidade do disposto neste decreto, de forma a garantir, se ne- LEI 13.614 DE 02 DE JULHO DE 2003 - ESTABELECE AS
cessário, a respectiva posse. DIRETRIZES PARA A UTILIZAÇÃO DAS VIAS PÚBLICAS
Parágrafo único. A providência prevista no “caput” deste artigo MUNICIPAIS, INCLUSIVE DOS RESPECTIVOS SUBSOLO
também deverá ser observada nos seguintes casos: E ESPAÇO AÉREO, E DAS OBRAS DE ARTE DE DOMÍNIO
I - imissão de posse decorrente de ação expropriatória; MUNICIPAL, PARA A IMPLANTAÇÃO E INSTALAÇÃO
II - constatação da existência de imóvel de propriedade do Mu- DE EQUIPAMENTOS DE INFRAESTRUTURA URBANA
nicípio que ainda não conste de seus cadastros; DESTINADOS À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
III - apuração de novas características e dimensões para o imó- E PRIVADOS; DELEGA COMPETÊNCIA AO DEPARTA-
vel, diferentes daquelas antes conhecidas. MENTO DE CONTROLE DE USO DE VIAS PÚBLICAS DA
Art. 12. Em caso de necessidade de adoção de providências ju- SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA URBANA PARA OU-
diciais relacionadas a imóveis municipais, caberá à Subprefeitura: TORGAR A PERMISSÃO DE USO; DISCIPLINA A EXECU-
I - indicar o bem e as providências pretendidas, nos termos do ÇÃO DAS OBRAS DELA DECORRENTES, E DÁ OUTRAS
artigo 7º; PROVIDÊNCIAS
II - planejar a execução da decisão judicial, inclusive mediante
contato com os órgãos administrativos competentes; LEI Nº 13.614, DE 2 DE JULHO DE 2003
III - convocar e conduzir as reuniões sobre o planejamento de
sua execução; Estabelece as diretrizes para a utilização das vias públicas muni-
IV - disponibilizar os meios necessários à sua efetivação; cipais, inclusive dos respectivos subsolo e espaço aéreo, e das obras
V - solicitar a participação de outras Secretarias e órgãos muni- de arte de domínio municipal, para a implantação e instalação de
cipais, se necessário; equipamentos de infra-estrutura urbana destinados à prestação de
VI - cumprir efetivamente a ordem judicial na data designada serviços públicos e privados; delega competência ao Departamento
pelo juízo; de Controle de Uso de Vias Públicas da Secretaria de Infra-Estrutura
VII - informar ao Departamento Patrimonial as ocorrências que Urbana para outorgar a permissão de uso; disciplina a execução das
devem ser levadas ao conhecimento do juízo, instruindo as mani- obras dela decorrentes, e dá outras providências.
festações que se fizerem necessárias;
VIII - zelar pela posse do imóvel durante e após a tramitação do MARTA SUPLICY, Prefeita do Município de São Paulo, no uso das
processo judicial, conferindo-lhe o uso regularmente atribuído ou atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara
propondo nova destinação, conforme o caso. Municipal, em sessão de 26 de junho de 2003, decretou e eu pro-
Art. 13. Compete à Procuradoria Geral do Município, por meio mulgo a seguinte lei:
do Departamento Patrimonial, nas causas relacionadas a posse e
ocupação de bens imóveis municipais: Art. 1º - A política municipal de utilização das vias públicas,
I - solicitar esclarecimentos e elementos necessários aos estu- inclusive dos respectivos subsolo e espaço aéreo, e das obras de
dos referentes à propositura da demanda e outras manifestações arte de domínio municipal, para a implantação, instalação e ma-
em juízo; nutenção de equipamentos de infra-estrutura urbana destinados à
II - propor as ações judiciais pertinentes; prestação de serviços públicos ou privados, tem como diretrizes:
III - atuar nos respectivos feitos, por meio de petições, audiên- I - a implantação de galerias técnicas e obras compartilhadas;
cias, recebimento de intimações, interposição de recursos e acom- II - a substituição das redes e equipamentos de infra-estrutura
panhamento processual; urbana aéreos por redes e equipamentos de infra-estrutura urbana
IV - fornecer à Subprefeitura informações a respeito de ordem subterrâneos;
judicial a ser executada e outras decisões relevantes. III - a substituição de redes isoladas por redes compartilhadas;
Art. 14. Na insuficiência de meios próprios, que não seja su- IV - a utilização de métodos não-destrutivos e novas tecnolo-
prida por outros órgãos municipais, a Subprefeitura deverá contra- gias para a execução das obras;
tar os serviços necessários à atuação administrativa relacionada ao V - a instalação de equipamentos de infra-estrutura urbana
cumprimento de decisões judiciais. para a prestação de serviços públicos ou privados nas regiões de
Parágrafo único. A Secretaria Municipal de Coordenação das interesse do Poder Público, de modo a torná-los universais;
Subprefeituras deverá providenciar ata de registro de preços para VI - a implantação de rede pública de transmissão de dados,
os serviços indicados no “caput” deste artigo. voz, sinais e imagens;
Art. 15. As disposições deste decreto serão aplicadas, no que VII - a gestão do planejamento e da execução das obras de
couber, aos procedimentos a administrativos e aos processos judi- manutenção dos equipamentos de infra-estrutura urbana já insta-
ciais em curso. lados;

217
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

VIII - a execução do mapeamento da cidade em base cartográ- IV - estabelecer a estratégia de fiscalização do uso das vias pú-
fica digital única, de caráter oficial e de uso geral. blicas municipais, inclusive dos respectivos subsolo e espaço aéreo,
IX – armazenamento das informações georreferenciadas ati- e das obras de arte de domínio municipal;
nentes à implantação e ao reparo das redes de infraestrutura urba- V - estabelecer diretrizes para normatizar procedimentos visan-
na de qualquer natureza existentes, e das eventuais interferências do à agilização dos processos de aprovação de projetos e à emissão
encontradas no seu entorno e no subsolo do município em cadastro de alvarás de instalação;
único e a sua disponibilização, sempre que possível, em página ele- VI - estabelecer a estratégia de comunicação com a comunida-
trônica da Prefeitura Municipal de São Paulo, na Rede Mundial de de atingida pelas obras;
Computadores – Internet.(Incluído pela Lei nº 16.255/2015) VII - elaborar seu regimento interno.
Parágrafo único. A implantação do disposto no inciso IX deste Art. 6º - Para efeito do disposto nos artigos anteriores, além
artigo deverá se dar de forma progressiva, respeitada a viabilidade das competências legais que já lhe são atribuídas, fica delegada ao
técnica e financeira do Executivo, segundo especificações técnicas Departamento de Controle de Uso de Vias Públicas - CONVIAS, da
estabelecidas pelos seus órgãos competentes.(Incluído pela Lei nº Secretaria de Infra-Estrutura Urbana, competência para outorgar às
16.255/2015) pessoas jurídicas de direito público e privado permissão de uso, a
Art. 2º - As diretrizes fixadas no artigo anterior objetivam or- título precário e oneroso, das vias públicas municipais, incluindo os
denar e otimizar a ocupação das vias, minimizar o impacto gerado respectivos subsolo e espaço aéreo, e das obras de arte de domínio
pelas obras e buscar a preservação da paisagem urbana e a maior municipal, para a implantação, instalação e passagem de equipa-
segurança ambiental. mentos de infra-estrutura urbana destinados à prestação de servi-
Art. 3º - A política municipal definida no artigo 1º desta lei ços públicos e privados.
terá como órgão executor o Departamento de Controle de Uso de Art. 7º - A permissão de uso será formalizada por termo, firma-
Vias Públicas - CONVIAS, da Secretaria da Infra-Estrutura Urbana - do pelo Diretor de CONVIAS, do qual deverão constar as seguintes
SIURB, e como órgão consultivo e normatizador o Conselho Técnico obrigações do permissionário:
de Análise de Projetos e Obras. I - iniciar as obras e serviços aprovados, no prazo de 06 (seis)
Art. 4º - Fica instituído, junto ao Departamento de Controle meses, contado da data da lavratura do Termo de Permissão de Uso;
de Uso de Vias Públicas, o Conselho Técnico de Análise de Projetos II - não utilizar a área cedida para finalidade diversa da apro-
e Obras, órgão colegiado de assessoramento, que será presidido vada;
pelo Diretor desse Departamento e será composto pelos seguintes III - nas hipóteses de compartilhamento obrigatório imposto
membros, que deverão possuir formação técnica compatível com pelas Agências Nacionais Reguladoras, a cessão a terceiros deverá
as atribuições definidas no artigo 5º: ter prévia e expressa autorização do Diretor de CONVIAS;
I - 01 (um) representante da Secretaria de Infra-Estrutura Ur- IV - não realizar qualquer nova obra ou benfeitoria na área ce-
bana; dida, sem a prévia e expressa aprovação da Municipalidade;
II - 01 (um) representante do Departamento de Controle de V - pagar pontualmente a retribuição mensal estipulada;
Uso de Vias Públicas; VI - responsabilizar-se, inclusive perante terceiros, por quais-
III - 01 (um) representante da Secretaria Municipal de Planeja- quer prejuízos decorrentes do uso da área, serviços e obras que
mento Urbano; executar;
IV - 01 (um) representante da Secretaria de Implementação das VII - comunicar a CONVIAS quaisquer interferências com outros
Subprefeituras; equipamentos de infra-estrutura urbana já instalados, que impe-
V - 01 (um) representante da Secretaria Municipal do Meio Am- çam a execução da obra de acordo com o projeto aprovado;
biente; VIII - efetuar o remanejamento, provisório ou definitivo, dos
VI - 01 (um) representante do órgão ou entidade municipal res- equipamentos de infra-estrutura urbana, sempre que for solicita-
ponsável pelo trânsito; do pela Municipalidade para a realização de obras públicas ou por
VII - 01 (um) representante da Companhia de Processamento qualquer outro motivo de interesse público, sem qualquer ônus
de Dados do Município de São Paulo; para a Administração Municipal;
VIII - 01 (um) representante da Secretaria dos Negócios Jurídi- IX - executar as obras de reparação do pavimento das vias pú-
cos; blicas e dos passeios, reinstalar o mobiliário urbano e a sinalização
IX - 01 (um) representante do Departamento de Patrimônio viária, conforme especificações técnicas e no prazo estabelecido
Histórico da Secretaria Municipal de Cultura; pela Municipalidade;
X - 01 (um) representante da Empresa Municipal de Urbanismo X - fornecer o cadastro dos equipamentos de infra-estrutura
- EMURB. urbana implantados e das eventuais interferências encontradas, de
Art. 5º - Compete ao Conselho Técnico de Análise de Projetos e acordo com as especificações técnicas definidas em regulamenta-
Obras, no que se refere à matéria disciplinada por esta lei: ção específica previamente à certificação, pela fiscalização, da con-
I - emitir, obrigatoriamente, parecer nos projetos de implanta- clusão da obra ou do serviço;
ção, instalação e manutenção de equipamentos de infra-estrutura XI - executar as obras e serviços necessários à instalação do
urbana que tenham grande impacto urbanístico e/ou ambiental; equipamento de acordo com o projeto aprovado por CONVIAS.
II - emitir parecer nos processos que lhe forem submetidos Parágrafo único - Para os fins do inciso VIII deste artigo, o per-
pelo Diretor de CONVIAS; missionário terá o prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias, a con-
III - estabelecer diretrizes para a formação técnica dos servido- tar da notificação, para efetuar o remanejamento dos equipamen-
res que atuam na análise e aprovação dos projetos, no acompanha- tos de infra-estrutura urbana.
mento e fiscalização da execução das obras;

218
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 8º - A retribuição mensal pelo uso das vias públicas muni- obras de reurbanização, terá o valor da retribuição mensal majora-
cipais, incluindo os respectivos subsolo e espaço aéreo, e das obras do em 33% (trinta e três por cento) ao ano, enquanto não efetuar
de arte de domínio municipal, será calculada de acordo com: a obra.
I - a área cedida quando no subsolo, na superfície e nas obras § 1º - Caso a obra venha a ser executada pela Prefeitura, o per-
de arte; missionário responderá, ainda, pelo custo de sua execução, corrigi-
II - extensão, em metros lineares, do espaço aéreo ocupado; do monetariamente e acrescido de 10% (dez por cento), a título de
III - os valores de referência correspondentes à área ou à exten- taxa de administração.
são fixados no Anexo “A”, integrante desta lei; § 2º - A Prefeitura comunicará os locais de intervenção urbana
IV - o tipo de solução técnica adotada pelo permissionário; aos permissionários, no prazo mínimo de 120 (cento e vinte) dias.
V - a classificação do sistema viário; Art. 15 - Além da observância das diretrizes fixadas no artigo 1º
VI - a localização do equipamento na via pública; desta lei, a outorga da permissão de uso dependerá:
VII - o tipo de serviço prestado pelo permissionário; I - da entrega, pelo interessado, de seu plano quadrimestral de
VIII - o compartilhamento de área ou equipamento. implantação e instalação de equipamentos de infra-estrutura urba-
Art. 9º - Para a fixação do valor da retribuição mensal de cada na, excetuando-se as ligações domiciliares, nas datas e na forma
permissionário serão utilizados os valores de referência e seus re- que vierem a ser fixadas em decreto regulamentar;
dutores fixados na Tabela constante do Anexo “A”, complementado II - da aprovação, por CONVIAS, do projeto de implantação e
pelo Anexo “B”, ambos integrantes desta lei, que traduzem as va- instalação de equipamento na via pública ou em obra de arte de
riações de preço de acordo com os parâmetros fixados no artigo domínio municipal, incluído no plano quadrimestral, apresentado
anterior. pelo interessado, de acordo com as exigências legais.
§ 1º - Quando houver compartilhamento de área entre 02 Art. 16 - Aprovado o projeto, CONVIAS emitirá em favor do in-
(dois) ou mais permissionários, cada um pagará a retribuição men- teressado o Termo de Permissão de Uso, juntamente com o alvará
sal proporcionalmente à área ocupada por seu equipamento. de instalação que autoriza o permissionário a iniciar a execução da
§ 2º - Quando não for possível mensurar a área ocupada pe- obra ou o serviço no prazo nele fixado.
los permissionários ou houver compartilhamento de equipamento, Parágrafo único - Ressalvada a hipótese prevista no artigo 25,
cada permissionário pagará o valor médio calculado entre os valo- a execução de obra ou serviço previamente à aprovação do projeto
res individuais, dividido pelo número de participantes no compar- sujeitará o infrator às penalidades estabelecidas nos artigos 31 e 32
tilhamento. desta lei.
Art. 10 - O valor da retribuição mensal será reajustado anual- Art. 17 - No ato do recebimento do Termo de Permissão de Uso
mente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, do Insti- e do alvará de instalação, o permissionário deverá efetuar o recolhi-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, ou por outro índice mento da caução, que será prestada em garantia da reposição, ao
que vier a substituí-lo. seu estado original, da via pública, da obra de arte, do mobiliário e
Art. 11 - O pagamento da retribuição mensal será efetuado da sinalização viária.
pelo permissionário todo dia 05 (cinco) de cada mês, por meio de § 1º - O valor da caução será fixado no percentual máximo de
cobrança bancária. 30% (trinta por cento) sobre o valor estimado do custo de reposição
Art. 12 - O atraso no pagamento da retribuição mensal acarre- da via pública, da obra de arte, do mobiliário e da sinalização viária.
tará, desde logo, a incidência de multa de 10% (dez por cento) sobre § 2º - A caução poderá ser prestada mediante depósito em di-
o valor devido, sem prejuízo da aplicação das demais penalidades nheiro ou por meio de fiança bancária ou seguro-garantia.
previstas nesta lei. § 3º - A caução será liberada ou restituída em favor do permis-
Art. 13 - O permissionário poderá ser dispensado em até no sionário 30 (trinta) dias após a certificação da conclusão da obra.
máximo 30% (trinta por cento) do total do pagamento da retribui- Art. 18 - Antes de iniciar a obra ou serviço, o permissionário
ção mensal, pelo prazo máximo de 10 (dez) anos, quando: deverá providenciar, junto ao órgão ou entidade municipal respon-
I - para a instalação e implantação de seus equipamentos de sável pelo trânsito, a permissão de ocupação da via, que lhe será
infra-estrutura urbana construir galeria técnica para a Prefeitura na outorgada nos termos da Lei Federal n° 9.503, de 23 de setembro
qual possam instalar-se outros permissionários; de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e da legislação complemen-
II - construir galeria técnica para a Prefeitura em local predeter- tar em vigor.
minado por CONVIAS; Art. 19. A execução de obras e serviços de instalação de equipa-
III - contribuir para a implantação da rede pública de transmis- mentos de infraestrutura urbana nas vias públicas municipais e nas
são de dados, disponibilizando espaço em seu duto ou rede, ou obras de arte de domínio municipal, bem como as de manutenção
fornecendo os equipamentos de infra-estrutura urbana para sua dos equipamentos de infraestrutura urbana já instalados, deverá
instalação; obedecer à legislação municipal vigente, às normas técnicas de exe-
IV - estender seus serviços para áreas predeterminadas por cução, sinalização viária e reposição de pavimento, tanto do leito
CONVIAS; carroçável como dos passeios das vias públicas.(Redação dada pela
V - substituir seus equipamentos de infra-estrutura urbana aé- Lei nº 15.124/2010)
reos por subterrâneos. Parágrafo único. As obras e serviços de instalação de equipa-
Parágrafo único - A dispensa prevista no “caput” deste artigo mentos de infraestrutura urbana nas vias públicas municipais deve-
será regulamentada em decreto específico. rão ser devidamente sinalizadas pelo permissionário que, caso seja
Art. 14 - O permissionário que não atender à determinação da necessário, as isolará através de placas que permitam a sua nítida
Prefeitura para substituir seus equipamentos de infra-estrutura ur- visualização à noite, além de garantir, com segurança, a passagem
bana ou redes aéreas por equipamentos de infra-estrutura urbana de pedestres e veículos.(Incluído pela Lei nº 15.124/2010)
ou redes subterrâneas, em áreas predefinidas para a execução de

219
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 20 - O permissionário deverá dar prévia publicidade da exe- Art. 31. O desrespeito às disposições contidas nesta lei su-
cução da obra ou serviço à comunidade por ela atingida, de acordo jeitará o infrator às seguintes multas:(Redação dada pela Lei nº
com as exigências que vierem a ser estipuladas por CONVIAS e pelo 15.244/2010)
órgão ou entidade municipal responsável pelo trânsito, na forma e I – multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por metro quadrado
no prazo a serem definidos no decreto regulamentar. de obra ou serviço executado sem prévio alvará de instalação ou de
Art. 21 - A execução de obras e serviços de manutenção pre- manutenção;(Redação dada pela Lei nº 15.244/2010)
ventiva dos equipamentos de infra-estrutura urbana já instalados II – multa diária de R$ 2.000,00 (dois mil reais) por metro qua-
deverá estar prevista em programação quadrimestral, a ser entre- drado de área danificada, não recomposta ou recomposta de forma
gue em CONVIAS para análise e planejamento. inadequada, de vias e passeios públicos, até que seja sanada a ir-
Art. 22 - A execução das obras e serviços de manutenção dos regularidade, a qual somente cessará após a completa adequação
equipamentos de infra-estrutura urbana já instalados deverá ser do local, aceita pelos órgãos municipais competentes, observado o
precedida de alvará de manutenção, a ser expedido pela Subpre- disposto nos arts. 7º, inciso IX, 29 e 30 desta lei;(Redação dada pela
feitura competente, que providenciará, junto ao órgão ou entidade Lei nº 15.244/2010)
municipal responsável pelo trânsito, a permissão de ocupação da III – multa de R$ 300,00 (trezentos reais) por metro quadrado
via. de obra ou serviço, para cada uma das demais infrações às normas
Art. 23 - Para obtenção do alvará de manutenção, o interessado previstas nesta lei.(Redação dada pela Lei nº 15.244/2010)
deverá, obrigatoriamente, instruir seu pedido com cópia do Termo § 1º Em caso de reincidência, as multas estipuladas nos incisos
de Permissão de Uso ou do protocolo do pedido de regularização do I, II e III do “caput” deste artigo serão aplicadas em dobro.(Redação
equipamento dirigido a CONVIAS. dada pela Lei nº 15.244/2010)
Art. 24 - No ato do recebimento do alvará de manutenção, o § 2º Caso o infrator não recomponha a via ou passeio públi-
interessado deverá efetuar o recolhimento da caução prevista no co ou o faça de forma considerada inadequada pelos órgãos mu-
artigo 17 desta lei. nicipais competentes, a obra poderá ser executada pela Prefeitu-
Art. 25 - Ficam dispensadas das exigências previstas no artigo ra, respondendo o infrator pelo custo de sua execução, corrigido
anterior as obras ou serviços de emergência. monetariamente e acrescido de 100% (cem por cento), a título de
Parágrafo único - Para os efeitos desta lei, entende-se por obra taxa de administração, sem prejuízo da multa prevista no inciso II do
ou serviço de emergência aqueles que decorram de caso fortuito ou “caput” deste artigo.(Incluído pela Lei nº 15.244/2010)
força maior, em que houver necessidade de atendimento imediato, § 3º Os valores estipulados neste artigo serão corrigidos anu-
com o fim de salvaguardar a segurança da população e que não almente pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo
possam sofrer interrupção, sob pena de danos à coletividade à qual – IPCA, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
se destinam. – IBGE, acumulada no exercício anterior ou por outro índice que
Art. 26 - As obras ou serviços de emergência deverão ser co- venha a substituí-lo.(Incluído pela Lei nº 15.244/2010)
municados, por escrito, à Subprefeitura competente e ao órgão ou Art. 32 - Além das multas previstas no artigo anterior, serão
entidade municipal responsável pelo trânsito, antes do início de sua aplicadas ao infrator as seguintes penalidades:
execução. I - apreensão dos materiais e equipamentos de infra-estrutura
§ 1º - No prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contado do início urbana que estejam sendo utilizados para a execução de obras e
de sua execução, o permissionário também deverá encaminhar à serviços em desacordo com esta lei;
Subprefeitura competente relatório circunstanciado da ocorrência, II - inutilização ou remoção dos equipamentos de infra-estru-
firmado por engenheiro responsável, que indicará as obras ou servi- tura urbana que estejam sendo implantados sem prévio alvará de
ços que estão sendo executados e estimará o prazo de sua duração. instalação, sem prejuízo da cobrança de indenização pelo custo da
§ 2º - Para as obras e serviços que se estenderem por mais de remoção;
48 (quarenta e oito) horas, o executor deverá providenciar o alvará III - suspensão da expedição de alvará de instalação para nova
de manutenção previsto no artigo 22 desta lei. obra, pelo prazo de 60 (sessenta) dias, contado da data da infração,
Art. 27 - Excetuados a permissão de ocupação da via e o paga- e de 120 (cento e vinte) dias, na hipótese de reincidência.
mento da retribuição mensal, as exigências desta lei poderão ser Art. 33 - As multas impostas ao infrator durante a execução das
dispensadas, a critério de CONVIAS, para as ligações domiciliares. obras de implantação ou manutenção dos equipamentos de infra-
Art. 28 - A fiscalização técnica do cumprimento das obrigações -estrutura urbana serão descontadas do valor da caução, caso não
constantes do Termo de Permissão de Uso será efetuada por CON- tenham sido quitadas na data de seu vencimento.
VIAS. Parágrafo único - Se o valor das multas for superior ao valor da
Art. 29 - A fiscalização técnica da execução das obras e serviços caução, além da perda desta, responderá o infrator pela diferença.
de implantação e manutenção será efetuada, em conjunto, por en- Art. 34 - Da imposição das multas previstas no artigo 31, caberá
genheiros ou arquitetos e agentes vistores das Subprefeituras com- defesa ao Administrador Regional, no prazo de 05 (cinco) dias, con-
petentes, no que tange à reposição do pavimento do leito carroçá- tado da data da notificação, e recurso ao Secretário de Implemen-
vel, dos passeios das vias públicas e do mobiliário urbano, aos quais tação das Subprefeituras, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da
competirá certificar, ao final, sua adequação às normas vigentes. publicação do despacho no Diário Oficial do Município, cuja decisão
Art. 30 - A ocupação da via e a reposição da sinalização serão encerrará a instância administrativa.
fiscalizadas pelos técnicos do órgão ou entidade municipal respon- Art. 35 - Da imposição das penalidades previstas no artigo 32,
sável pelo trânsito, competindo-lhes, ao final da obra, certificar sua caberá defesa ao Diretor de CONVIAS, no prazo de 05 (cinco) dias,
adequação às normas vigentes. contado da data da notificação, e recurso ao Secretário de Infra-Es-

220
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

trutura Urbana, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da publicação


do despacho no Diário Oficial do Município, cuja decisão encerrará LEI 9.433 DE 01 DE ABRIL DE 1982 - ESTABELECE PE-
a instância administrativa. NALIDADES ÀS INFRAÇÕES REFERENTES ÀS NORMAS
Art. 36 - Sem prejuízo das multas e penalidades previstas nos ESPECIAIS DE SEGURANÇA DE USO, E DÁ OUTRAS
artigos anteriores, o proprietário titular do equipamento que exe- PROVIDÊNCIAS
cutar ou mandar executar obra de instalação ou de manutenção,
sem prévio alvará será notificado a repor o pavimento e o mobiliá- LEI Nº 9433, DE 1 DE ABRIL DE 1982
rio urbano no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de, não
o fazendo, ser-lhe cobrado o custo da reposição que vier a ser exe- Estabelece penalidades às infrações re­ferentes às normas es-
cutada pela Subprefeitura, corrigido monetariamente e acrescido peciais de segu­rança de uso, e dá outras providências.
de 10% (dez por cento), a título de taxa de administração.
Art. 37 - Quanto às pessoas jurídicas de direito público e pri- Reynaldo Emygdio de Barros, Prefeito do Município de São Pau-
vado que não entregaram o cadastro de seus equipamentos de in- lo, usan­do das atribuições que lhe são conferidas por lei.
fra-estrutura urbana instalados nas vias públicas e obras de arte de
domínio municipal, conforme o determinado no artigo 20 do De- Faço saber que a Câmara Municipal, em sessão de 18 março de
creto nº 40.532, de 08 de maio de 2001, até a data da publicação 1982, decretou e eu promulgo a seguinte lei:
desta lei, o CONVIAS poderá efetuar o levantamento cadastral dos
equipamentos de infra-estrutura urbana existentes, cobrando de Art. 1º — As edificações existentes, que não apresentem con-
cada empresa o valor do custo de sua execução, corrigido mone- dições de segurança na forma prevista na legislação vigente e nas
tariamente e acrescido de 10% (dez por cento), a título de taxa de normas técnicas ofi­ciais, deverão ser adaptadas às exigências de
administração, após ou durante a execução dos serviços cadastrais segurança, mediante a execução de obras e serviços considerados
respectivos, sem prejuízo da retribuição mensal, por estimativa da necessários para garantir a segurança na sua utilização.
extensão do equipamento instalado. Art. 2º - As obras e serviços, necessários para a adaptação da
Art. 38 - Os projetos de instalação e implantação de equipa- edifica­ção às normas especiais de segurança de uso, deverão ver
mentos de infra-estrutura urbana deverão ser analisados e aprecia- executados nos prazos parciais, fixados no cronograma físico-finan-
dos por CONVIAS no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da data ceiro e aceitos pela Prefei­tura.
em que forem protocolados pelo interessado. Art. 3º — Estão sujeitas à aplicação de penalidades, conforme o
Art. 39 - Os pedidos de alvará de manutenção dos equipamen- previsto nos Quadros anexos, as seguintes infrações:
tos de infra-estrutura urbana já instalados deverão ser analisados e I — Não apresentar laudo técnico de segurança e projeto de
apreciados pelas Subprefeituras no prazo de 30 (trinta) dias, conta- adaptação da edificação às normas especiais de segurança de uso,
do da data em que forem protocolados pelo interessado. no prazo de trinta dias corridos, contados da data do recebimento
Art. 40 - Os pedidos de permissão de ocupação da via para o de regular notificação: multa fixa­da no Quadro nº II;
início de obras ou serviços de instalação deverão ser analisados II - Não solicitar Auto de Verificação de Segurança ou Alvará de
e apreciados pelo órgão ou entidade municipal responsável pelo Funcio­namento, previsto; para locais de reunião, decorrido o prazo
trânsito no prazo de até 30 (trinta) dias, contado da data em que de trinta dias corridos, contados da data do recebimento de regular
forem protocolados pelo interessado. notificação: multa fixa­da no Quadro nº II;
Art. 41 - As empresas de direito público ou privado que já te- III - Inserção, pelo perito, de dados falsos ou incorretos no lau-
nham seu equipamento de infra-estrutura instalados nas vias pú- do técnico de segurança e respectivo projeto de adaptação, bem
blicas, sem o competente Termo de Permissão de Uso - TPU, ficam como a omissão de da­dos necessários à avaliação das condições
obrigadas a pagar a retribuição mensal retroativamente a primeiro reais de segurança da edificação: multa fixada no Quadro nº III;
de julho de 1999. IV— Inexecução de cada obra ou serviço, ao término do prazo
Art. 42 - Esta lei entrará em vigor 60 (sessenta) dias após a data parcial fi­xado no cronograma físico-financeiro e aceito pela Prefei-
de sua publicação. tura: multa fixada no Quadro nº IV;
Art. 43 - Revogam-se as disposições em contrário, em especial V — Inexecução de obra ou serviço, no prazo de prorrogação
a Lei nº 7.513, de 09 de setembro de 1970, o artigo 12, a alínea “b” concedido pela Prefeitura: multa fixada no Quadro nºII.
do artigo 13, o parágrafo único e a alínea “a” do artigo 14 e a alínea § 1º - Considera-se infrator, nos casos dos incisos I, II, IV e V o
“f” do artigo 17, todos da Lei nº 10.508, de 04 de maio de 1988, pro­prietário ou o síndico, na hipótese de condomínio, e ou o possui-
com a redação dada pela Lei nº 11.403, de 09 de setembro de 1993. dor do imó­vel; e, na hipótese do inciso III, o perito.
§ 2º — As notificações previstas nos incisos I e II deste artigo
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 2 de julho de poderão ser pessoais ou através de carta com aviso de recebimento
2003, 450º da fundação de São Paulo. e publicação no Diário Oficial do Município.
Art. 4º — As multas previstas no Quadro n.o II deverão ser re-
aplicadas a cada período de sessenta dias corridos, enquanto per-
sistir a infração.
§ 1º — A reaplicação da multa deverá ser efetivada por dois pe-
ríodos consecutivos, após o que, persistindo a infração, a Prefeitura
interditará a edificação, cessando a reaplicação da multa.
§ 2º — A interdição perdurará até que a infração seja sanada.

221
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 5º — O prazo para interposição de pedido de reconsidera- vegação aeronáutica e as de telecomunicações aeronáuticas, fixas
ção ou recurso, em processos relativos à obtenção do Auto de Ve- e móveis, destinadas a garantir a segurança das operações aéreas,
rificação de Segu­rança e do Alvará de Funcionamento dos locais de cujo funcionamento deverá obedecer à regulamentação específica.
reunião , é de quinze dias corridos, contados da data da publicação Art. 2º Para os efeitos desta Lei, ficam adotadas as seguintes
do despacho no Diário Oficial do Município, excluído o dia do início definições:
e incluído o dia do vencimento. I - estação rádio-base: conjunto de instalações que comporta
Parágrafo único — Os pedidos de reconsideração e de recurso, equipamentos de radiofrequência, destinado à transmissão de si-
nos proces­sos mencionados neste artigo, não terão efeito suspen- nais de telecomunicações para a cobertura de determinada área,
sivo. composto por postes, torres, mastros, antenas, contêineres e de-
Art. 6º — O Executivo poderá, mediante decreto, fixar os prazos mais equipamentos necessários à operação de serviços de teleco-
e con­dições para a renovação do Auto de Verificação de Segurança, municações;
bem como es­tabelecer as medidas necessárias para o controle efe- II - estação rádio-base móvel (ERB móvel): equipamentos des-
tivo da segurança de uso das edificações, devendo, ainda, possibili- tinados à operação de serviços de telecomunicações de radiofrequ-
tar o aprimoramento dos conheci­mentos especializados referentes ência, destinados à transmissão de sinais de telecomunicações, de
a segurança de uso das edificações. caráter perene ou transitório;
Art. 7º — Rubricados pelo Presidente da Câmara e pelo Prefei- III - estação rádio-base de pequeno porte (mini ERB): conjun-
to, fazem parte integrante desta lei os Quadros anexos n.os I, II, III to de equipamentos de radiofrequência destinado a prover ou au-
e IV. mentar a cobertura ou capacidade de tráfego de transmissão de
Art. 8º — Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, sinais de telecomunicações para a cobertura de determinada área,
revogadas as disposições em contrário. apresentando dimensões físicas reduzidas e que seja apto a atender
aos critérios de baixo impacto visual, desde que observados um dos
Prefeitura do Município de São Paulo, a 1 de abril de 1982, 429º seguintes requisitos:
da fundação de São Paulo. O Prefeito, Reynaldo Emygdio de Barros a) os equipamentos sejam ocultos em mobiliário urbano ou
enterrados;
b) as antenas sejam instaladas em postes de iluminação pública
LEI 17.733 DE 11 DE JANEIRO DE 2022 - DISPÕE SOBRE ou privados, com altura inferior a 25 (vinte e cinco) metros e com
A IMPLANTAÇÃO DE ESTAÇÃO RÁDIO-BASE, E A INS- cabos de energia subterrâneos em estruturas de suporte de sinali-
TALAÇÃO DE ESTAÇÃO RÁDIOBASE MÓVEL E ESTAÇÃO zação viária, camufladas ou harmonizadas em fachadas de edifica-
RÁDIO-BASE DE PEQUENO PORTE, NO MUNICÍPIO DE ções residenciais ou comerciais, ou postes multifuncionais de baixo
SÃO PAULO, DESTINADAS À OPERAÇÃO DE SERVIÇOS impacto visual cujos equipamentos sejam embutidos na própria
DE TELECOMUNICAÇÕES AUTORIZADOS E HOMOLO- estrutura ou enterrados, ou em obras de arte;
GADOS PELO ÓRGÃO FEDERAL COMPETENTE c) sua instalação não dependa da construção civil de novas in-
fraestruturas ou instalada em edificação ou estrutura existente;
LEI Nº 17.733, DE 11 DE JANEIRO DE 2022 d) atenda aos demais requisitos do art. 15, §1º do Decreto Fe-
deral nº 10.480, de 1º de setembro de 2020, ou da norma que ve-
Dispõe sobre a implantação de estação rádio-base, e a instala- nha a substituí-lo;
ção de estação rádio-base móvel e estação rádio-base de pequeno IV - operadora: pessoa jurídica que detém a concessão, per-
porte, no Município de São Paulo, destinadas à operação de ser- missão ou autorização para a exploração de serviços de telecomu-
viços de telecomunicações autorizados e homologados pelo órgão nicações;
federal competente. V - detentora: pessoa física ou jurídica que detém, administra
ou controla, direta ou indiretamente, a infraestrutura de suporte
RICARDO NUNES, Prefeito do Município de São Paulo, no uso de ERB.
das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câ- Art. 3º Os componentes da ERB, ERB móvel e mini ERB não se-
mara Municipal, em sessão de 14 de dezembro de 2021, decretou e rão considerados área construída ou edificada para fins de aplica-
eu promulgo a seguinte lei: ção do disposto na legislação de uso e ocupação do solo, no Código
de Obras e Edificações e nas demais normas correlatas, indepen-
CAPÍTULO I dentemente do local de sua implantação.
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a implantação de estação rádio- DA INSTALAÇÃO DE ESTAÇÃO RÁDIO-BASE (ERB)
-base (ERB) e a instalação de estação rádio-base móvel (ERB móvel)
e estação rádio-base de pequeno porte (mini ERB), no território do Art. 4º As ERBs são consideradas instalações necessárias aos
Município de São Paulo, destinadas à operação de serviços de tele- serviços de infraestrutura de utilidade pública relacionadas à rede
comunicações autorizados e homologados pela autoridade federal de telecomunicações, classificadas na subcategoria de uso INFRA,
competente, sem prejuízo do atendimento ao disposto na legisla- podendo ser instaladas em todas as zonas de uso do Município,
ção federal vigente. conforme alínea “d” do inciso I do art. 107 da Lei nº 16.402, de 22
Parágrafo único. Não estão sujeitas às prescrições previstas de março de 2016, observado o parágrafo único do art. 196 da Lei
nesta Lei os radares militares e civis com propósito de defesa ou nº 16.050, de 31 de julho de 2014.
controle de tráfego aéreo, bem como as infraestruturas de radiona- § 1º Aplicam às ERBs os parâmetros de incomodidade por zona
– estabelecidos no Quadro 4B da Lei nº 16.402, de 2016.

222
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 2º Os demais parâmetros técnicos e urbanísticos específicos Art. 6º O prazo para emissão do Alvará de Implantação referido
para a implantação de ERB serão fixados em decreto, devendo ser no art. 5º desta Lei não poderá ser superior a 60 (sessenta) dias,
considerado como base para respectiva definição os parâmetros vi- contados da data de apresentação do requerimento.
gentes de recuos e gabarito de altura máxima, bem como o local de § 1º Prazos diferentes podem ser fixados por ato do Executivo,
implantação dos equipamentos. em função da complexidade da análise do pedido, observado o pra-
§ 3º A instalação de ERB deverá observar os gabaritos e as zo máximo de 180 (cento e oitenta) dias para a emissão do Alvará
restrições estabelecidos pelos planos de zona de proteção de ae- de Implantação.
ródromos, estabelecido pelo Departamento de Controle do Espaço § 2º O curso do prazo fixado no caput deste artigo e daquele
Aéreo – DECEA e os dispositivos legais sobre descargas atmosféricas fixado na forma de seu § 1º fica suspenso durante a pendência do
segundo as normas técnicas aplicáveis. atendimento, pelo interessado, das exigências feitas no “comuni-
§ 4º Caso necessário, os componentes da ERB deverão receber que-se”.
tratamento acústico para que, no receptor, o ruído não ultrapasse § 3º Escoado o prazo fixado no caput deste artigo ou no seu §
os limites máximos permitidos para cada zona de uso estabelecidos 1º para a emissão do Alvará de Implantação sem a devida emissão,
na legislação pertinente, devendo dispor, também, de tratamento caso o processo não tenha sido indeferido, a implantação da ERB
antivibratório, de modo a não acarretar incômodo à vizinhança. poderá ser iniciada, sendo de inteira responsabilidade da operado-
§ 5º A implantação de ERB em Zona de Preservação e Desenvol- ra ou detentora e profissionais envolvidos a adequação às posturas
vimento Sustentável – ZPDS, em Zona Especial de Proteção Ambien- municipais.
tal – ZEPAM e em áreas integrantes do Sistema de Áreas Protegidas, Art. 7º Será admitida a implantação de ERB independentemen-
Áreas Verdes e Espaços Livres – SAPAVEL dependerá de prévia au- te da regularidade do imóvel onde será instalada, desde que asse-
torização da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, guradas as condições de segurança, estabilidade e salubridade da
conforme regulamentação em decreto. edificação.
§ 6º A implantação de ERB em imóveis tombados dependerá de
prévia anuência dos órgãos de preservação competentes, conforme CAPÍTULO III
regulamentação em decreto. DA INSTALAÇÃO DE ESTAÇÃO RÁDIO-BASE MÓVEL (ERB MÓ-
§ 7º Fica autorizada a implantação de ERB em área envoltória VEL) E ESTAÇÃO RÁDIO-BASE DE PEQUENO PORTE (MINI ERB)
de bens tombados ou em bairros tombados, conforme condições a
serem estabelecidas em decreto. Art. 8º A instalação de ERB móvel e de mini ERB dependerá de
§ 8º A ERB poderá ser instalada em qualquer logradouro, inde- prévio cadastramento eletrônico junto ao órgão de licenciamento
pendente da sua largura. municipal e independem de emissão prévia de licenças ou autori-
Art. 5º Nenhuma ERB poderá ser implantada sem prévia emis- zações.
são do Alvará de Implantação pelo órgão competente, a ser reque- § 1º O cadastramento prévio será realizado por meio de re-
rido pela operadora ou detentora, observadas as normas, restrições querimento padronizado endereçado ao órgão de licenciamento
e documentos definidos nesta Lei e no regulamento. municipal, observados as normas, restrições e documentos a serem
§ 1º O Alvará de Implantação de ERB terá o prazo de validade definidos em regulamento.
de 10 (dez) anos, a contar da data da publicação da decisão que § 2º A permanência máxima de ERB móvel no mesmo local é de
deferiu a sua expedição, e será renovável, por igual período, desde 90 (noventa) dias para cobrir demandas específicas, sendo prorro-
que apresentado requerimento pela operadora ou detentora. gável, por igual período, até, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias.
§ 2º O requerimento de Alvará de Implantação, dentre outros § 3º O cadastramento eletrônico de mini ERB e ERB móvel de-
previstos em regulamento, deverá ser instruído com os seguintes verá ser renovado a cada 5 (cinco) anos ou quando ocorrer a modi-
documentos: ficação do equipamento instalado.
I - cópia de certidão negativa de débitos municipais em nome Art. 9º A mini ERB e a ERB móvel são consideradas bens de
do requerente; utilidade pública, conforme disposto na Lei Federal nº 13.116, de
II - atestado técnico ou termo de responsabilidade técnica, emi- 20 de abril de 2015, podendo ser implantadas em todas as zonas ou
tido por profissional habilitado, quanto à adequação dos elementos categorias de uso.
estruturais da edificação, notadamente em relação às condições de § 1º A instalação de mini ERB e de ERB móvel poderá ser rea-
estabilidade, bem como dos componentes da ERB, declarando a ob- lizada em imóveis e bairros tombados e em suas respectivas áreas
servância das normas técnicas em vigor; envoltórias, conforme estabelecido em decreto.
III - anuência do Comando da Aeronáutica – COMAER nos casos § 2º A instalação de mini ERB e de ERB móvel poderá ser insta-
exigidos por esse órgão; lada em qualquer logradouro, independente da sua largura.
IV - autorização do proprietário ou possuidor do bem no qual § 3º Será admitida a instalação de mini ERB e de ERB móvel in-
será implantada a estação rádio base (ERB) ou termo de permissão dependentemente da regularidade do imóvel onde será instalada.
de uso, quando se tratar de instalação em bem público.
§ 3º O simples protocolo dos requerimentos relativos à ERB CAPÍTULO IV
não autoriza a sua implantação. DA INSTALAÇÃO EM BENS MUNICIPAIS
§ 4º Serão dispensadas de novo licenciamento as ERBs que
apenas alterem características técnicas decorrentes de processo Art. 10. A utilização de bem municipal para a implantação da
de remanejamento, substituição ou modernização tecnológica, nos ERB e instalação da ERB móvel e mini ERB poderá ser admitida me-
termos da regulamentação. diante permissão de uso onerosa.

223
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Parágrafo único. O valor da retribuição pelo uso do bem muni- § 1º Os valores mencionados no inciso III do caput deste artigo
cipal e as condições de uso serão fixados em regulamento próprio, serão atualizados anualmente pelo IPCA, do IBGE, ou por outro ín-
observado o previsto nesta Lei. dice que vier a substituí-lo.
Art. 11. A utilização de postes de iluminação pública e de obras § 2º A multa será renovável a cada 30 (trinta) dias, enquanto
de arte, tais como túneis, viadutos ou similares, para a instalação perdurarem as irregularidades.
de equipamentos destinados à operação de serviços de telecomu- Art. 16. Na hipótese de não regularização ou de não remoção
nicações dependerá do atendimento das condições técnicas fixadas de ERB, mini ERB ou ERB móvel ou dos equipamentos destinados à
em regulamento. operação de serviços de telecomunicações por parte da operado-
Art. 12. Fica dispensada do cadastramento eletrônico previsto ra ou detentora, a Prefeitura poderá adotar as medidas tendentes
nesta Lei a instalação de ERB móvel ou de mini ERB nos seguintes à remoção, cobrando da infratora, em dobro, os custos correlatos
bens municipais, desde que devidamente concedida a permissão com remoção, transporte e locação, sem prejuízo da aplicação das
de uso onerosa: multas e demais sanções cabíveis.
I - obras de arte (túneis, viadutos ou similares); Art. 17. As notificações e intimações deverão ser encaminha-
II - mobiliários urbanos concedidos; das à operadora ou detentora por mensagem em endereço eletrô-
III - postes de iluminação pública; nico indicado no requerimento da licença ou no cadastro, quando
IV - câmeras de monitoramento de trânsito; houver.
V - câmeras de vigilância e monitoramento; Art. 18. O Executivo deverá disponibilizar sistema de informa-
VI - outros equipamentos ou mobiliários urbanos. ção de localização de ERBs, ERBs móvel e mini ERBs destinados à
Parágrafo único. As condições e procedimentos necessários operação de serviços de telecomunicações, a ser regulamentado
para a execução do previsto neste artigo serão fixados em regula- em decreto.
mento. Parágrafo único. No local da instalação dos equipamentos de-
verá ser exigida a exibição dos dados que permitam a sua identi-
CAPÍTULO V ficação, conforme definido em regulamentação, em local de fácil
DA FISCALIZAÇÃO acesso e visível.
Art. 19. Os profissionais habilitados e técnicos responsáveis,
Art. 13. Nenhuma ERB, ERB móvel ou mini ERB poderá ser ins- nos limites de sua atuação, respondem pela correta implantação,
talada sem o prévio alvará ou cadastro nos termos desta Lei, salvo instalação e manutenção da ERB, ERB móvel e mini ERB, segundo
as condições de exceção previstas no art. 12. as disposições desta Lei, de seu decreto regulamentar e das Nor-
Art. 14. Compete às Subprefeituras a ação fiscalizatória refe- mas Técnicas – NTs vigentes, bem como por qualquer sinistro ou
rente ao atendimento das normas previstas nesta Lei, a qual deverá acidente decorrente de deficiências de projeto, execução, instala-
ser desenvolvida de ofício ou mediante notícia de irregularidade, ção e manutenção.
observado o procedimento estabelecido neste Capítulo. Parágrafo único. Caso comprovada a inveracidade dos docu-
Art. 15. Constatado o desatendimento das obrigações e exigên- mentos e informações apresentados pelos profissionais habilitados
cias legais, a operadora ou a detentora ficarão sujeitas às seguintes e técnicos responsáveis, bem como a deficiência do projeto, execu-
medidas: ção, implantação, instalação e manutenção em razão da atuação ou
I - no caso de ERB previamente licenciada e de ERB móvel ou omissão desses profissionais, a Prefeitura bloqueará o seu cadastra-
mini ERB previamente cadastrados: mento por até 5 (cinco) anos em novos processos de licenciamento,
a) intimação para remoção ou regularização no prazo de 30 comunicando o respectivo órgão de classe.
(trinta) dias, contado da data do seu recebimento;
b) não atendida a intimação de que trata a alínea “a” deste in- CAPÍTULO VI
ciso, nova intimação para a retirada da instalação no prazo de 30 DA FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
(trinta) dias, contado da data do seu recebimento, com a concomi- E DE SAÚDE
tante aplicação de multa no valor estipulado no inciso III do caput
deste artigo; Art. 20. O limite máximo de emissão de radiação eletromag-
II - no caso de ERB, ERB móvel ou mini ERB instalada sem o nética, considerada a soma das emissões de radiação de todos os
prévio alvará ou do cadastro tratado nesta Lei: sistemas transmissores em funcionamento em qualquer localidade
a) intimação para remoção ou regularização no prazo de 30 do Município, será aquele estabelecido em legislação federal para
(trinta) dias, contado da data do seu recebimento, com a concomi- exposição humana.
tante aplicação de multa no valor estipulado no inciso III do caput Parágrafo único. Em se constatando indício de irregularidades
deste artigo; quanto aos limites de exposição humana a campos elétricos, mag-
b) não atendida a intimação de que trata a alínea “a” deste inci- néticos e eletromagnéticos, deverá ser oficiado o órgão regulador
so, nova intimação para a retirada da instalação ou do equipamento federal de telecomunicações, nos moldes que determina o § 2º do
no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do seu recebimento, art. 18 da Lei Federal nº 13.116, de 2015.
com a concomitante aplicação de multa no valor estipulado no inci- Art. 21. Compete à Secretaria Municipal do Verde e do Meio
so III do caput deste artigo; Ambiente, nos limites de sua competência, manter atualizados ca-
III - observado o previsto nos incisos I e II do caput deste artigo, dastros e registros relativos ao controle ambiental e às estações de
a operadora ou detentora ficarão sujeitas à aplicação de multa no telecomunicações abrangidas nesta Lei.
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

224
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO VII (sete) meses após a regulamentação desta Lei, e redução de 30%
DO COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA (trinta por cento) para os pedidos protocolados após os 7 (sete) me-
Art. 22. Conforme previsto na Lei Federal nº 13.116, de 20 de ses e antes dos 12 (doze) meses da regulamentação.
abril de 2015, é obrigatório o compartilhamento da capacidade ex- § 3º Nos primeiros 12 (doze) meses após a regulamentação da
cedente da infraestrutura de suporte, exceto quando houver jus- presente Lei, os equipamentos autorizados a se instalar em bens
tificado motivo técnico, sendo que a construção e a ocupação da municipais localizados nos distritos prioritários terão redução de
infraestrutura de suporte devem ser planejadas e executadas com 50% (cinquenta por cento) do valor da retribuição pelo uso do bem
vistas a permitir seu compartilhamento pelo maior número possível municipal, durante o primeiro ano da permissão de uso de que trata
de operadoras. o art. 10 desta Lei.
Parágrafo único. As condições sob as quais o compartilhamen- § 4º As empresas de telecomunicação terão prazo de 90 (no-
to poderá ser dispensado são as determinadas na regulamentação venta) dias, após o licenciamento ou cadastramento, para implan-
federal específica. tação completa da ERB autorizada, sob pena de perda de validade
da autorização para instalação, ficando vedada a utilização dos be-
CAPÍTULO VIII nefícios deste artigo no mesmo local em eventual nova solicitação.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS § 5º Para que os interessados obtenham os benefícios cons-
tantes deste artigo deverão celebrar termo de adesão com o Poder
Art. 23. O preço público para licenciamento e cadastramento Executivo, contendo metas individuais de instalação de equipamen-
será pago no ato do protocolo do respectivo requerimento, cujo va- tos.
lor será fixado em decreto. § 6º Os termos de adesão celebrados pelo Poder Executivo com
Parágrafo único. Para a fixação, em decreto, dos preços públi- os interessados deverão atender, em seu somatório, o cronograma
cos de que tratam o caput deste artigo e o parágrafo único do art. constante do Anexo Único desta Lei como meta mínima de insta-
10, deverá ser observado o previsto no Anexo Único desta Lei, ex- lação de equipamentos nos distritos prioritários, sendo os prazos
clusivamente em pecúnia. contados a partir da regulamentação da presente Lei.
Art. 24. As ERBs regularmente implantadas até a data da en- § 7º Caso as metas estabelecidas nos termos de adesão não
trada em vigor desta Lei, desde que não tenham sofrido qualquer sejam atendidas nos prazos estabelecidos no cronograma, o ins-
alteração, deverão renovar o respectivo licenciamento ou cadastra- trumento será revogado e serão suspensos imediatamente todos
mento, no prazo de 2 (dois) anos, contado da data da publicação do os benefícios concedidos à operadora inadimplente com base no
decreto regulamentar. presente artigo.
Parágrafo único. As mini ERBs e ERBs móvel regularmente ins- § 8º No período de até 5 (cinco) anos após a publicação desta
taladas até a data da entrada em vigor desta Lei permanecerão re- Lei, o Poder Executivo poderá, por decreto, reestabelecer os benefí-
gulares até o término de validade de seu respectivo cadastro. cios deste dispositivo para a instalação de equipamentos nos distri-
Art. 25. As ERBs irregularmente implantadas até a data da en- tos prioritários, podendo incluir novos distritos prioritários que de-
trada em vigor desta Lei deverão a ela se adequar, apresentando monstrarem deficiência de cobertura para a execução dos serviços
o requerimento do alvará no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, públicos, bem como excluir aqueles distritos que já estiverem com
contados da data da publicação do decreto regulamentar. cobertura de serviços adequada.
Parágrafo único. As ERBs móveis e mini ERBs irregularmente Art. 28. Esta Lei observa o previsto nas alíneas “a” e “b” do § 2º
instaladas até a data da entrada em vigor desta Lei deverão realizar do art. 46 da Lei Orgânica do Município de São Paulo.
o pertinente cadastramento no prazo de 120 (cento e vinte) dias. Art. 29. Esta Lei entrará em vigor na data da publicação de seu
Art. 26. Os processos de licenciamento e regularização de ERB decreto regulamentar, revogadas as Leis nº 13.756, de 16 de janeiro
protocolados até a data da entrada em vigor desta Lei e sem despa- de 2004, e nº 15.147, de 28 de abril de 2010.
cho decisório em última instância serão encerrados.
Art. 27. A Prefeitura, como forma de viabilizar a expansão da PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 11 de janeiro
cobertura dos serviços de telecomunicação, estabelecerá incenti- de 2022, 468º da Fundação de São Paulo.
vos e condições diferenciadas de licenciamento para a instalação de
ERB, ERB móvel e mini ERB em distritos prioritários.
§ 1º Os distritos prioritários para instalação de ERB, ERB móvel LEI 15.031 DE 13 DE NOVEMBRO DE 2009 - DISPENSA
e mini ERB serão os seguintes: DA LICENÇA DE FUNCIONAMENTO O EXERCÍCIO DAS
a) Região Sul: Jardim Ângela, Jardim São Luiz, Cidade Dutra, Pe- ATIVIDADES NÃO RESIDENCIAIS PARA O MICROEM-
dreira, Grajaú, Marsilac, Parelheiros, Santo Amaro e Socorro; PREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI, A QUE SE REFERE A
b) Região Norte: Anhanguera, Perus, Jaraguá, Brasilândia, Piri- LEI COMPLEMENTAR FEDERAL N° 123, DE 14 DE DE-
tuba, Cachoerinha, Tremembé e Mandaqui; ZEMBRO DE 2006, COM AS ALTERAÇÕES INTRODUZI-
c) Região Leste: Jardim Helena, Lajeado, Guaianases, José Bo- DAS PELAS LEIS COMPLEMENTARES FEDERAIS N° 127,
nifácio, Cidade Tiradentes, Parque do Carmo, Iguatemi, São Rafael, DE 14 DE AGOSTO DE 2007, E N° 128, DE 19 DE DEZEM-
Sapopemba, Itaquera e Ermelino Matarazzo. BRO DE 2008, NA FORMA QUE ESPECIFICA
§ 2º Os pedidos de instalação de ERB, ERB móvel e mini ERB nos
distritos prioritários terão redução de 50% (cinquenta por cento) LEI Nº 15.031, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2009
no preço público para licenciamento e cadastramento de que trata
o art. 23 desta Lei, para os pedidos protocolados nos primeiros 7 Dispensa da licença de funcionamento o exercício das ativida-
des não residenciais para o Microempreendedor Individual - MEI, a
que se refere a Lei Complementar Federal n° 123, de 14 de dezem-

225
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

bro de 2006, com as alterações introduzidas pelas Leis Complemen- Art. 4º. A infração aos parâmetros de incomodidade, à seguran-
tares Federais n° 127, de 14 de agosto de 2007, e n° 128, de 19 de ça, à higiene e à salubridade ensejará a lavratura de Auto de Infra-
dezembro de 2008, na forma que especifica. ção e de Auto de Multa no valor de R$ 100,00 (cem reais), dobrado
na reincidência.
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso § 1º. O valor da multa prevista no “caput” deste artigo será
das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câ- atualizado pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo
mara Municipal, em sessão de 14 de outubro de 2009, decretou e - IPCA do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, na
eu promulgo a seguinte lei: forma estabelecida na legislação municipal pertinente.
§ 2º. Concomitantemente à aplicação do primeiro Auto de Mul-
Art. 1º. Ficam dispensadas da obrigatoriedade da obtenção da ta, será lavrado Auto de Intimação para regularizar a situação ou
licença de funcionamento, prevista no art. 208 da Lei n° 13.885, de encerrar a atividade no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
25 de agosto de 2004, as atividades não residenciais que sejam de- § 3º. O desatendimento do Auto de Intimação de que trata o §
sempenhadas por Microempreendedor Individual - MEI, registrado 2° deste artigo implicará a lavratura do segundo Auto de Infração e
nos termos da Lei Complementar Federal n° 123, de 14 de dezem- de Multa e a interdição da atividade, com lacre.
bro de 2006, com as alterações introduzidas pelas Leis Complemen- § 4º. Caso haja resistência à interdição, deverá ser acionada a
tares Federais n° 127, de 14 de agosto de 2007, e n° 128, de 19 de Assessoria Militar do Gabinete do Prefeito para obter o necessário
dezembro de 2008. auxílio da Polícia Militar, com o objetivo de garantir o pleno poder
§ 1º. As atividades não residenciais dispensadas da obtenção administrativo.
da licença de funcionamento prevista no “caput” deste artigo se- § 5º. Constatado o rompimento do lacre, será lavrado Auto de
rão definidas por ato do Executivo, dentre as atividades econômi- Constatação, bem como emitidos Autos de Infração e de Multa por
cas permitidas ao Microempreendedor Individual - MEI pelo ente desobediência, no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), sendo o fato
federal competente, observado o critério de risco da atividade e o noticiado à autoridade policial competente, para instauração de in-
interesse do Município de São Paulo. quérito pelo crime de desobediência previsto no Código Penal.
§ 2º. Caso dispensado da licença de funcionamento, nos ter- § 6º. A multa por desobediência à interdição será renovada
mos do “caput” deste artigo, o documento comprobatório de re- automaticamente a cada 30 (trinta) dias, até que o efetivo encerra-
gistro como Microempreendedor Individual - MEI e o Cadastro de mento da atividade seja comunicado, por escrito, ao órgão compe-
Contribuinte Mobiliário - CCM, no qual seja certificado que a ati- tente do Executivo Municipal.
vidade desempenhada coincide com aquelas definidas em ato do Art. 5º. O desvirtuamento no exercício de atividade registrada
Executivo, deverão ser mantidos à disposição dos órgãos de fisca- na conformidade do art. 1° desta lei, com a alteração das condições
lização municipal. que o caracterizavam como Microempreendedor Individual - MEI,
§ 3º. O funcionamento das atividades referidas no “caput” ensejará a aplicação dos procedimentos e penalidades previstos na
deste artigo, desempenhadas por Microempreendedor Individual - Lei n° 13.885, de 2004.
MEI, é admitido em todas as zonas de uso, exceto em edificações Art. 6º. As Praças de Atendimento das Subprefeituras disponi-
localizadas em Zonas Exclusivamente Residenciais - ZER e em Zonas bilizarão espaço para criação da sala do empreendedor, fornecen-
Exclusivamente Residenciais de Proteção Ambiental - ZERp, atendi- do informações e orientações com vistas a agilizar o processo de
dos os parâmetros de incomodidade definidos para a zona de uso formalização e adaptação dos Microempreendedores Individuais –
ou via, assim como as exigências relativas à segurança, higiene e MEI à legislação vigente.
salubridade. Art. 7º. O Executivo regulamentará esta lei no prazo de 60 (ses-
§ 4º. A dispensa mencionada no “caput” deste artigo não se senta) dias, contados da data de sua publicação.
aplica aos estabelecimentos não residenciais para os quais o Micro- Art. 8º. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
empreendedor Individual - MEI preste serviços ou dos quais faça
parte. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 13 de novem-
Art. 2º. Para as demais atividades não residenciais permitidas bro de 2009, 456º da fundação de São Paulo.
ao Microempreendedor Individual - MEI e não definidas em ato do
Executivo, deverá ele obter a licença de funcionamento em prazo
não superior a 60 (sessenta) dias a partir da data de sua inscrição no DECRETO 51.044 DE 23 DE NOVEMBRO DE 2009 E SEUS
Cadastro dos Contribuintes Mobiliários - CCM, não sendo aplicadas, ANEXOS I E II - DISPÕE SOBRE A LICENÇA DE FUNCIO-
nesse período, as sanções pela falta de licença previstas na Seção NAMENTO PARA O EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES NÃO
I do Capítulo III do Título IV da Parte III da Lei n° 13.885, de 2004, RESIDENCIAIS PELO MICROEMPREENDEDOR INDIVI-
exceto nas hipóteses de seu art. 224, inciso III, e § 1°. DUAL MEI E REGULAMENTA A LEI Nº 15.031, DE 13 DE
Art. 3º. A fiscalização das atividades registradas como Micro- NOVEMBRO DE 2009
empreendedor Individual - MEI, definidas em ato do Executivo, terá
natureza prioritariamente orientadora e será desenvolvida pelos DECRETO Nº 51.044, DE 23 DE NOVEMBRO DE 2009
órgãos competentes, observado o critério de duas visitas para a la-
vratura do Auto de Multa. Dispõe sobre a licença de funcionamento para o exercício das
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica ao pro- atividades não residenciais pelo microempreendedor individual –
cesso administrativo fiscal relativo a tributos, que se dará na forma MEI e regulamenta a Lei nº 15.031, de 13 de novembro de 2009.
dos arts. 39 e 40 da Lei Complementar Federal n° 123, de 2006.
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso
das atribuições que lhes são conferidas por lei e,

226
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CONSIDERANDO as diretrizes estabelecidas pela Lei Comple- Art. 4º. Nas hipóteses do § 1º do artigo 3º deste decreto, a li-
mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, com as alterações in- cença de funcionamento deverá ser expedida no prazo máximo de
troduzidas pelas Leis Complementares Federais nº 127, de 14 de 15 (quinze) dias, desde que o requerimento esteja instruído com
agosto de 2007, e nº 128, de 19 de dezembro de 2008, e pelo De- todos os documentos necessários e atendidas as demais exigências
creto Estadual nº 54.498, de 30 de junho de 2009; da legislação pertinente.

CONSIDERANDO os termos da Lei nº 15.031, de 13 de novem- § 1º. No caso de requerimentos incompletos e/ou incorretos,
bro de 2009, que dispensa da licença de funcionamento o exercício será expedido um único comunicado ao interessado, por via postal,
das atividades não residenciais para o microempreendedor indivi- mencionando todas as falhas a serem sanadas, o qual deverá ser
dual – MEI, a que se refere à Lei Complementar Federal nº 123, de atendido no prazo máximo de 30 (trinta) dias, sem possibilidade de
14 de dezembro de 2006, e alterações posteriores; prorrogação.

CONSIDERANDO a necessidade de definir o procedimento sim- § 2º. A decisão da autoridade administrativa competente será
plificado que atenda às disposições da Lei nº 15.031, de 13 de no- publicada no Diário Oficial da Cidade, expedindo-se comunicado ao
vembro de 2009, interessado que, no caso de indeferimento, poderá recorrer uma
única vez, nos termos do artigo 20 do Decreto nº 49.969, de 28 de
D E C R E T A: agosto de 2008.

Art. 1º. As atividades não residenciais dispensadas da neces- Art. 5º. No caso das atividades não residenciais permitidas ao
sidade de obtenção da licença de funcionamento, nos termos do Microempreendedor
disposto no artigo 1º da Lei nº 15.031, de 13 de novembro de 2009, Art. 5º. No caso das atividades não residenciais constantes do
são aquelas relacionadas no Anexo I integrante deste decreto. Anexo II deste decreto, a Prefeitura comunicará ao interessado a
necessidade de obter a licença de funcionamento no prazo de 60
Parágrafo único. A dispensa da licença de funcionamento pre- (sessenta) dias, contados da data de sua inscrição no Cadastro de
vista no ”caput” deste artigo aplica-se às atividades industriais Contribuintes Mobiliários – CCM.(Redação dada pelo Decreto nº
previstas no Anexo I, desde que exercidas sob a forma de produção 51.583/2010)
artesanal.
§ 1º. O interessado que não atender ao disposto no ”caput”
Art. 2º. Verificada a hipótese de dispensa da licença de funcio- deste artigo ficará sujeito à aplicação das penalidades previstas na
namento, as obrigações e especificidades que deverão ser observa- Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004.(Incluído pelo Decreto nº
das pelo Microempreendedor Individual - MEI no exercício da sua 51.583/2010)
atividade serão gravadas na Ficha de Dados Cadastrais – FDC, in-
clusive quanto à necessidade de atendimento às exigências previs- § 2º. Vencido o prazo previsto no ”caput” deste artigo e de-
tas no artigo 90 da Lei nº 13.725, de 9 de janeiro de 2004, relativas corridos mais 60 (sessenta) dias sem que tenha sido obtida a licença
ao Cadastro Municipal de Vigilância Sanitária – CMVS. de funcionamento, a Prefeitura, por seus órgãos competentes, de-
verá:(Incluído pelo Decreto nº 51.583/2010)
Parágrafo único. A Ficha de Dados Cadastrais – FDC deverá ser
afixada permanentemente em local visível ao público e disponível I - notificar o interessado do cancelamento de sua inscrição no
para a fiscalização. CCM e da perda da eficácia do Termo de Ciência e Responsabilidade
com Efeito de Alvará de Licença e Funcionamento Provisório de que
Art. 3º. Para as atividades relacionadas no Anexo II integrante trata o artigo 8º da Resolução CGSIM nº 16, de 17 de dezembro de
deste decreto, a licença de funcionamento será obrigatória, poden- 2009;(Redação dada pelo Decreto nº 51.583/2010)
do ser requerida através do Sistema de Licenciamento Eletrônico
de Atividades – SLEA, instituído pelo Decreto nº 49.460, de 30 de II - cancelar a inscrição no CCM;(Redação dada pelo Decreto nº
abril de 2008. 51.583/2010)

§ 1º. Em caso de indisponibilidade do Sistema de Licenciamen- III - comunicar o cancelamento da inscrição como MEI, infor-
to Eletrônico de Atividades – SLEA, o interessado deverá ser orien- mando o Número de Identificação do Registro de Empresa - NIRE,
tado a protocolizar requerimento de licença de funcionamento na o número de inscrição no CNPJ, o motivo correspondente e a data
Subprefeitura onde se localiza o imóvel em que a atividade será do vencimento dos prazos previstos no ”caput” e no § 2º deste
desenvolvida. artigo;(Incluído pelo Decreto nº 51.583/2010)

§ 2º. Verificada a necessidade da obtenção da licença de fun- a) por meio de ofício à Junta Comercial; ou(Incluído pelo Decre-
cionamento, constará da Ficha de Dados Cadastrais- FDC essa ob- to nº 51.583/2010)
servação.
b) por meio eletrônico, via aplicativo inserido no Portal do Em-
preendedor, quando disponibilizado.”(Incluído pelo Decreto nº
51.583/2010)

227
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 6º. Os documentos necessários para o requerimento da licença de funcionamento das atividades permitidas ao Microempreen-
dedor Individual – MEI são aqueles estabelecidos no artigo 22 do Decreto nº 49.969, de 2008.

Parágrafo único. A partir da gradual integração do Município de São Paulo ao Portal do Microempreendedor, os documentos referidos
no ”caput” deste artigo poderão ser substituídos por informações eletrônicas, conforme previsto na Resolução nº 2/CGSIM/2009.

Art. 7º. A Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras – SMSP poderá estabelecer, mediante portaria, regras comple-
mentares necessárias ao cumprimento do disposto neste decreto e procedimentos visando à agilização da análise dos pedidos de licença
de funcionamento para as atividades permitidas ao Microempreendedor Individual – MEI, bem como à sua fiscalização.”(Redação dada
pelo Decreto nº 51.583/2010)

Art. 8º. Se houver alteração da legislação federal relativa ao Microempreendedor Individual – MEI, as atividades relacionadas nos
Anexos I e II deste decreto serão revistas mediante portaria conjunta das Secretarias Municipais de Desenvolvimento Urbano e de Coor-
denação das Subprefeituras.

Art. 9º. As atividades permitidas ao Microempreendedor Individual – MEI, quando exercidas em áreas e/ou logradouros públicos
dependerá da prévia licença e/ou autorização específica expedida pela autoridade competente, de acordo com a legislação municipal
pertinente.

Art. 10. O gerenciamento das informações relativas às atividades permitidas ao Microempreendedor Individual – MEI ficará a cargo
da Supervisão Técnica de Gestão do Licenciamento Eletrônico de Atividades – STLEA, instituída pelo Decreto nº 49.461, de 30 de abril de
2008.

Parágrafo único. os dados gerados a partir do sistema eletrônico referido no ”caput” deste artigo serão disponibilizados pela STLEA
a outros órgãos municipais, visando, inclusive, ao desenvolvimento das ações fiscalizatórias pelas Subprefeituras.

Art. 11. A atividade de fabricação de artigos pirotécnicos, enquadrada na Subclasse CNAE 2.0-2092-4/02, é vedada no Município de
São Paulo, nos termos dos artigos 169 e 170 da Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004, combinados com o Quadro 4, Grupo de Atividades
Ind-3 – Usos Industriais Especiais, anexo ao Decreto nº 45. 817, de 4 de abril de 2005.

Art. 12. O presente decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 23 de novembro de 2009, 456º da fundação de São Paulo.

Anexo I integrante do Decreto nº 51.044, de 23 de novembro de 2009


ATIVIDADES PERMITIDAS AO MEI DISPENSADAS
DA LICENÇA DE FUNCIONAMENTO

Subclasse
Denominação
CNAE 2.0
0161-0/02 Serviço de poda de árvores para lavouras
0161-0/03 Serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita
0162-8/02 Serviço de tosquiamento de ovinos
0162-8/03 Serviço de manejo de animais
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas
0220-9/06 Conservação de florestas nativas
0311-6/04 Atividades de apoio à pesca em água salgada
0312-4/03 Coleta de outros produtos aquáticos de água doce
0312-4/04 Atividades de apoio à pesca em água doce
0321-3/04 Criação de peixes ornamentais em água salgada e salobra
0321-3/05 Atividades de apoio à aqüicultura em água salgada e salobra
0322-1/04 Criação de peixes ornamentais em água doce
0322-1/07 Atividades de apoio à aqüicultura em água doce
0322-1/99 Cultivos e semicultivos da aqüicultura em água doce não especificados anteriormente
0892-4/01 Extração de sal marinho

228
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

1013-9/01 Fabricação de produtos de carne (*)a


1031-7/00 Fabricação de conservas de frutas (*)a
1032-5/99 Fabricação de conservas de legumes e outros vegetais, exceto palmito (*)a
1033-3/02 Fabricação de sucos de frutas, hortaliças e legumes, exceto concentrados (*)a
1052-0/00 Fabricação de laticínios (*)a
1053-8/00 Fabricação de sorvetes e outros gelados comestíveis (*)a
1061-9/02 Fabricação de produtos do arroz (*)a
1063-5/00 Fabricação de farinha de mandioca e derivados (*)a
1064-3/00 Fabricação de farinha de milho e derivados, exceto óleos de milho (*)a
1065-1/01 Fabricação de amidos e féculas de vegetais (*)a
1069-4/00 Moagem e fabricação de produtos de origem vegetal não especificados anteriormente (*)a
1091-1/00 Fabricação de produtos de panificação (*)a
1092-9/00 Fabricação de biscoitos e bolachas (*)a
1093-7/01 Fabricação de produtos derivados do cacau e de chocolates (*)a
1093-7/02 Fabricação de frutas cristalizadas, balas e semelhantes (*)a
1094-5/00 Fabricação de massas alimentícias (*)a
1095-3/00 Fabricação de especiarias, molhos, temperos e condimentos (*)a
1096-1/00 Fabricação de alimentos e pratos prontos (*)a
1099-6/01 Fabricação de vinagres (*)a
1099-6/04 Fabricação de gelo comum (*)a
1099-6/05 Fabricação de produtos para infusão (chá, mate, etc.) (*)a
1099-6/99 Fabricação de outros produtos alimentícios não especificados anteriormente (*)a
1122-4/03 Fabricação de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas (*)a
1122-4/99 Fabricação de outras bebidas não-alcoólicas não especificadas anteriormente (*)a
1220-4/99 Fabricação de outros produtos do fumo, exceto cigarros, cigarrilhas e charutos (*)a
1311-1/00 Preparação e fiação de fibras de algodão (*)a
1312-0/00 Preparação e fiação de fibras têxteis naturais, exceto algodão (*)a
1321-9/00 Tecelagem de fios de algodão (*)a
1322-7/00 Tecelagem de fios de fibras têxteis naturais, exceto algodão (*)a
1340-5/99 Outros serviços de acabamento em fios, tecidos, artefatos têxteis e peças do vestuário (*)a
1351-1/00 Fabricação de artefatos têxteis para uso doméstico (*)a
1352-9/00 Fabricação de artefatos de tapeçaria (*)a
1353-7/00 Fabricação de artefatos de cordoaria (*)a
1359-6/00 Fabricação de outros produtos têxteis não especificados anteriormente (*)a
1411-8/01 Confecção de roupas íntimas (*)a
1411-8/02 Facção de roupas íntimas (*)a
1412-6/01 Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida (*)a
1412-6/02 Confecção, sob medida, de peças do vestuário, exceto roupas íntimas (*)a
1412-6/03 Facção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas (*)a
1413-4/03 Facção de roupas profissionais (*)a
1414-2/00 Fabricação de acessórios do vestuário, exceto para segurança e proteção (*)a
1421-5/00 Fabricação de meias (*)a
1422-3/00 Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias (*)a
1521-1/00 Fabricação de artigos para viagem, bolsas e semelhantes de qualquer material (*)a
1529-7/00 Fabricação de artefatos de couro não especificados anteriormente (*)a
1531-9/01 Fabricação de calçados de couro (*)a
1531-9/02 Acabamento de calçados de couro sob contrato (*)a
1539-4/00 Fabricação de calçados de materiais não especificados anteriormente (*)a
1540-8/00 Fabricação de partes para calçados, de qualquer material (*)a
1622-6/99 Fabricação de outros artigos de carpintaria para construção (*)a
1623-4/00 Fabricação de artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira (*)a

229
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

1629-3/01 Fabricação de artefatos diversos de madeira, exceto móveis (*)a


1629-3/02 Fabricação de artefatos diversos de cortiça, bambu, palha, vime e outros materiais trançados, exceto móveis (*)a
1721-4/00 Fabricação de papel (*)a
1732-0/00 Fabricação de embalagens de cartolina e papel-cartão (*)a
1742-7/01 Fabricação de fraldas descartáveis (*)a
1742-7/02 Fabricação de absorventes higiênicos (*)a
1742-7/99 Fabricação de produtos de papel para uso doméstico e higiênico-sanitário não especificados anteriormente (*)a
Fabricação de produtos de pastas celulósicas, papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado não especifi-
1749-4/00 (*)a
cados anteriormente
1813-0/01 Impressão de material para uso publicitário (*)a
1813-0/99 Impressão de material para outros usos (*)a
1821-1/00 Serviços de pré-impressão (*)a
1822-9/00 Serviços de acabamentos gráficos (*)a
1830-0/01 Reprodução de som em qualquer suporte (*)a
1830-0/02 Reprodução de vídeo em qualquer suporte (*)a
1830-0/03 Reprodução de software em qualquer suporte (*)a
2229-3/99 Fabricação De Artefatos De Material Plástico Para Outros Usos Não Especificados Anteriormente (*)a
2330-3/05 Preparação de massa de concreto e argamassa para construção (*)a
Fabricação De Outros Artefatos E Produtos De Concreto, Cimento, Fibrocimento, Gesso E Materiais Semelhan-
2330-3/99 (*)a
tes
2342-7/02 Fabricação De Artefatos De Cerâmica E Barro Cozido Para Uso Na Construção, Exceto Azulejos E Pisos (*)a
2349-4/99 Fabricação de produtos cerâmicos não-refratários não especificados anteriormente (*)a
2391-5/01 Britamento de pedras, exceto associado à extração (*)a
2391-5/03 Aparelhamento De Placas E Execução De Trabalhos Em Mármore, Granito, Ardósia E Outras Pedras (*)a
2399-1/01 Decoração, lapidação, gravação, vitrificação e outros trabalhos em cerâmica, louça, vidro e cristal (*)a
2541-1/00 Fabricação de artigos de cutelaria (*)a
2542-0/00 Fabricação de artigos de serralheria, exceto esquadrias (*)a
2543-8/00 Fabricação de ferramentas (*)a
2599-3/01 Serviços de confecção de armações metálicas para a construção (*)a
2599-3/99 Fabricação De Outros Produtos De Metal Não Especificados Anteriormente (*)a
3101-2/00 Fabricação de móveis com predominância de madeira (*)a
3102-1/00 Fabricação de móveis com predominância de metal (*)a
3103-9/00 Fabricação de móveis de outros materiais, exceto madeira e metal (*)a
3104-7/00 Fabricação de colchões (*)a
3211-6/01 Lapidação de gemas (*)a
3212-4/00 Fabricação de bijuterias e artefatos semelhantes (*)a
3220-5/00 Fabricação de instrumentos musicais, peças e acessórios (*)a
3230-2/00 Fabricação de artefatos para pesca e esporte (*)a
3240-0/99 Fabricação de outros brinquedos e jogos recreativos não especificados anteriormente (*)a
3250-7/08 Fabricação de artefatos de tecido não tecido para uso odonto-médico-hospitalar (*)a
3291-4/00 Fabricação de escovas, pincéis e vassouras (*)a
3299-0/01 Fabricação de guarda-chuvas e similares (*)a
3299-0/02 Fabricação de canetas, lápis e outros artigos para escritório (*)a
3299-0/03 Fabricação de letras, letreiros e placas de qualquer material, exceto luminosos (*)a
3299-0/04 Fabricação de painéis e letreiros luminosos (*)a
3299-0/05 Fabricação de aviamentos para costura (*)a
3313-9/01 Manutenção e reparação de geradores, transformadores e motores elétricos
3313-9/02 Manutenção e reparação de baterias e acumuladores elétricos, exceto para veículos
3313-9/99 Manutenção e reparação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos não especificados anteriormente
3314-7/01 Manutenção e reparação de máquinas motrizes não-elétricas
3314-7/02 Manutenção e reparação de equipamentos hidráulicos e pneumáticos, exceto válvulas
3314-7/06 Manutenção e reparação de máquinas, aparelhos e equipamentos para instalações térmicas

230
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Manutenção e reparação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comer-
3314-7/07
cial
Manutenção e reparação de máquinas de escrever, calcular e de outros equipamentos não-eletrônicos para
3314-7/09
escritório
3314-7/10 Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para uso geral não especificados anteriormente
3314-7/11 Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para agricultura e pecuária
3314-7/12 Manutenção e reparação de tratores agrícolas
3314-7/19 Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas e fumo
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para a indústria têxtil, do vestuário, do couro e calça-
3314-7/20
dos
Manutenção e reparação de outras máquinas e equipamentos para usos industriais não especificados ante-
3314-7/99
riormente
3317-1/02 Manutenção e reparação de embarcações para esporte e lazer
3321-0/00 Instalação de máquinas e equipamentos industriais
4321-5/00 Instalação e manutenção elétrica
4322-3/01 Instalações hidráulicas, sanitárias e de gás
4322-3/02 Instalação e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração
4322-3/03 Instalações de sistema de prevenção contra incêndio
4329-1/02 Instalação de equipamentos para orientação à navegação marítima, fluvial e lacustre
4329-1/03 Instalação, manutenção e reparação de elevadores, escadas e esteiras rolantes, exceto de fabricação própria
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibração
4329-1/99 Outras obras de instalações em construções não especificadas anteriormente
4330-4/02 Instalação de portas, janelas, tetos, divisórias e armários embutidos de qualquer material
4330-4/03 Obras De Acabamento Em Gesso E Estuque
4330-4/04 Serviços de pintura de edifícios em geral
4330-4/05 Aplicação De Revestimentos E De Resinas Em Interiores E Exteriores
4330-4/99 Outras Obras De Acabamento Da Construção
4399-1/03 Obras de alvenaria
4399-1/05 Perfuração E Construção De Poços De Água
4399-1/99 Serviços Especializados Para Construção Não Especificados Anteriormente
4520-0/01 Serviços de manutenção e reparação mecânica de veículos automotores
4520-0/02 Serviços de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores
4520-0/03 Serviços de manutenção e reparação elétrica de veículos automotores
4520-0/04 Serviços de alinhamento e balanceamento de veículos automotores
4520-0/06 Serviços de borracharia para veículos automotores
4520-0/07 Serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores
4530-7/03 Comércio a varejo de peças e acessórios novos para veículos automotores
4530-7/04 Comércio a varejo de peças e acessórios usados para veículos automotores
4530-7/05 Comércio a varejo de pneumáticos e câmaras-de-ar
4541-2/05 Comércio a varejo de peças e acessórios para motocicletas e motonetas
4542-1/02 Comércio sob consignação de motocicletas e motonetas
4543-9/00 Manutenção e reparação de motocicletas e motonetas
Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - minimercados,
4712-1/00
mercearias e armazéns
4713-0/02 Lojas de variedades, exceto lojas de departamentos ou magazines
4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominância de produção própria (*)b
4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominância de revenda (*)b
4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e frios (*)b
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes (*)b
4723-7/00 Comércio varejista de bebidas (*)c
4724-5/00 Comércio varejista de hortifrutigranjeiros
4729-6/01 Tabacaria
Comércio varejista de produtos alimentícios em geral ou especializado em produtos alimentícios não especifi-
4729-6/99 (*)b
cados anteriormente

231
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

4732-6/00 Comércio varejista de lubrificantes


4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura
4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico
4743-1/00 Comércio varejista de vidros
4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas
4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos
4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas
4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construção não especificados anteriormente
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construção em geral
4751-2/00 Comércio varejista especializado de equipamentos e suprimentos de informática
4752-1/00 Comércio varejista especializado de equipamentos de telefonia e comunicação
4753-9/00 Comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo
4754-7/01 Comércio varejista de móveis
4754-7/02 Comércio varejista de artigos de colchoaria
4754-7/03 Comércio varejista de artigos de iluminação
4755-5/01 Comércio varejista de tecidos
4755-5/02 Comercio varejista de artigos de armarinho
4755-5/03 Comercio varejista de artigos de cama, mesa e banho
4756-3/00 Comércio varejista especializado de instrumentos musicais e acessórios
Comércio varejista especializado de peças e acessórios para aparelhos eletroeletrônicos para uso doméstico,
4757-1/00
exceto informática e comunicação
4759-8/01 Comércio varejista de artigos de tapeçaria, cortinas e persianas
4759-8/99 Comércio varejista de outros artigos de uso doméstico não especificados anteriormente
4761-0/01 Comércio varejista de livros
4761-0/02 Comércio varejista de jornais e revistas (*)d
4761-0/03 Comércio varejista de artigos de papelaria
4762-8/00 Comércio varejista de discos, CDs, DVDs e fitas
4763-6/01 Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos
4763-6/02 Comércio varejista de artigos esportivos
4763-6/03 Comércio varejista de bicicletas e triciclos; peças e acessórios
4763-6/04 Comércio varejista de artigos de caça, pesca e camping
4771-7/01 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas
4771-7/02 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, com manipulação de fórmulas
4771-7/03 Comércio varejista de produtos farmacêuticos homeopáticos
4771-7/04 Comércio varejista de medicamentos veterinários
4772-5/00 Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal (*)e
4773-3/00 Comércio varejista de artigos médicos e ortopédicos
4774-1/00 Comércio varejista de artigos de óptica
4781-4/00 Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios
4782-2/01 Comércio varejista de calçados
4782-2/02 Comércio varejista de artigos de viagem
4783-1/02 Comércio varejista de artigos de relojoaria
4785-7/01 Comércio varejista de antiguidades
4785-7/99 Comércio varejista de outros artigos usados
4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos
4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem

232
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos não especificados anteriormente


4923-0/01 Serviço de táxi (*)d
4923-0/02 Serviço de transporte de passageiros - locação de automóveis com motorista
4924-8/00 Transporte escolar
4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal
4929-9/03 Organização de excursões em veículos rodoviários próprios, municipal
4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, municipal
Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, interestadual e inter-
4930-2/02
nacional
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanças
5011-4/01 Transporte marítimo de cabotagem – Carga
5021-1/01 Transporte por navegação interior de carga, municipal, exceto travessia
5091-2/01 Transporte por navegação de travessia, municipal
5099-8/01 Transporte aquaviário para passeios turísticos
5099-8/99 Outros transportes aquaviários não especificados anteriormente
5211-7/02 Guarda-móveis
5212-5/00 Carga e descarga
5223-1/00 Estacionamento de veículos
5229-0/02 Serviços de reboque de veículos
5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional
5320-2/01 Serviços de malote não realizados pelo Correio Nacional
5320-2/02 Serviços de entrega rápida
5590-6/01 Albergues, exceto assistenciais
5590-6/02 Campings
5590-6/03 Pensões (alojamento)
5590-6/99 Outros alojamentos não especificados anteriormente
5612-1/00 Serviços ambulantes de alimentação (*)d
5620-1/01 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas
5620-1/02 Serviços de alimentação para eventos e recepções – bufê
5620-1/03 Cantinas - serviços de alimentação privativos
5620-1/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar
5811-5/00 Edição de livros
5812-3/00 Edição de jornais
5813-1/00 Edição de revistas
5819-1/00 Edição de cadastros, listas e outros produtos gráficos
6399-2/00 Outras atividades de prestação de serviços de informação não especificadas anteriormente
6920-6/01 Atividades de contabilidade
7319-0/02 Promoção de vendas (*)f
7319-0/03 Marketing direto
7319-0/99 Outras atividades de publicidade não especificadas anteriormente
7420-0/01 Atividades de produção de fotografias, exceto aérea e submarina
7420-0/02 Atividades de produção de fotografias aéreas e submarinas
7420-0/03 Laboratórios fotográficos
7420-0/04 Filmagem de festas e eventos
7490-1/02 Escafandria e mergulho
7721-7/00 Aluguel de equipamentos recreativos e esportivos
7722-5/00 Aluguel de fitas de vídeo, DVDs e similares
7723-3/00 Aluguel de objetos do vestuário, jóias e acessórios
7729-2/02 Aluguel de móveis, utensílios e aparelhos de uso doméstico e pessoal; instrumentos musicais
7729-2/03 Aluguel de material médico
7729-2/99 Aluguel de outros objetos pessoais e domésticos não especificados anteriormente
7731-4/00 Aluguel de máquinas e equipamentos agrícolas sem operador

233
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

7732-2/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para construção sem operador, exceto andaimes
7732-2/02 Aluguel de andaimes
7733-1/00 Aluguel de máquinas e equipamentos para escritório
7739-0/02 Aluguel de equipamentos científicos, médicos e hospitalares, sem operador
7739-0/03 Aluguel de palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário, exceto andaimes
Aluguel de outras máquinas e equipamentos comerciais e industriais não especificados anteriormente, sem
7739-0/99
operador
7911-2/00 Agências de viagens
7990-2/00 Serviços de reservas e outros serviços de turismo não especificados anteriormente
8130-3/00 Atividades Paisagísticas
8211-3/00 Serviços combinados de escritório e apoio administrativo
8219-9/01 Fotocópias
Preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados anteriormen-
8219-9/99
te
8220-2/00 Atividades de teleatendimento
8230-0/01 Serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas
8291-1/00 Atividades de cobrança e informações cadastrais
8299-7/03 Serviços de gravação de carimbos, exceto confecção
8592-9/02 Ensino de artes cênicas, exceto dança
8592-9/03 Ensino de música
8592-9/99 Ensino de arte e cultura não especificado anteriormente
8593-7/00 Ensino de idiomas
8599-6/03 Treinamento em informática
8599-6/04 Treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial
8599-6/05 Cursos preparatórios para concursos
8599-6/99 Outras atividades de ensino não especificadas anteriormente
8712-3/00 Atividades de fornecimento de infra-estrutura de apoio e assistência a paciente no domicílio
9002-7/02 Restauração de obras de arte
9102-3/02 Restauração e conservação de lugares e prédios históricos
9329-8/03 Exploração de jogos de sinuca, bilhar e similares
9329-8/99 Outras atividades de recreação e lazer não especificadas anteriormente
9511-8/00 Reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos
9512-6/00 Reparação e manutenção de equipamentos de comunicação
9521-5/00 Reparação e manutenção de equipamentos eletroeletrônicos de uso pessoal e doméstico
9529-1/01 Reparação de calçados, bolsas e artigos de viagem
9529-1/02 Chaveiros
9529-1/03 Reparação de relógios
9529-1/04 Reparação de bicicletas, triciclos e outros veículos não-motorizados
9529-1/05 Reparação de artigos do mobiliário
Reparação e manutenção de outros objetos e equipamentos pessoais e domésticos não especificados ante-
9529-1/99
riormente
9601-7/01 Lavanderias (*)g
9601-7/02 Tinturarias (*)h
9601-7/03 Toalheiros (*)h
9602-5/01 Cabeleireiros
9602-5/02 Outras atividades de tratamento de beleza
9609-2/02 Agências matrimoniais
9609-2/04 Exploração de máquinas de serviços pessoais acionadas por moeda
9609-2/99 Outras atividades de serviços pessoais não especificadas anteriormente (*)i
9700-5/00 Serviços domésticos

234
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

OBSERVAÇÕES
(*)a - atividade permitida desde que exercida sob a forma artesanal
(*)b - Proibido o consumo de alimentos no local
(*)c - Proibido o consumo de bebidas no local
(*)d - O exercício da atividade dependerá de prévia obtenção das autorizações específicas, de acordo com a legislação municipal
correspondente.
(*)e - Vedada atividades de fracionamento e embalagem com venda direta ao consumidor de perfumes e similares, sabonetes, sais para
banho, xampus ou condicionadores
(*)f - vedada a distribuição de panfleto em via pública
(*)g - vedada a lavagem de roupas ou de enxoval hospitalar e a utilização de caldeira movida a combustível sólido ou líqüido
(*)h - vedada a utilização de caldeira movida a combustível sólido ou líqüido
(*)i - excluídos os serviços de manobras em vias públicas

Anexo II integrante do Decreto nº 51.044, de 23 de novembro de 2009


ATIVIDADES PERMITIDAS AO MEI MEDIANTE
LICENÇA DE FUNCIONAMENTO

Subclasse CNAE 2.0 Denominação


0159-8/02 Criação de animais de estimação
0161-0/01 Serviço de pulverização e controle de pragas agrícolas
0170-9/00 Caça e serviços relacionados
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas
0220-9/99 Coleta de produtos não-madeireiros não especificados anteriormente em florestas nativas
1071-6/00 Fabricação de açúcar em bruto (mascavo, rapadura, melado etc)
1510-6/00 Curtimento e outras preparações de couro
1731-1/00 Fabricação de embalagens de papel
2052-5/00 Fabricação de desinfestantes domissanitários
2061-4/00 Fabricação de sabões e detergentes sintéticos
2062-2/00 Fabricação de produtos de limpeza e polimento
2063-1/00 Fabricação de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal
2219-6/00 Fabricação De Artefatos De Borracha Não Especificados Anteriormente
2319-2/00 Fabricação De Artigos De Vidro
2512-8/00 Fabricação de esquadrias de metal
2532-2/01 Produção de artefatos estampados de metal
2539-0/00 Serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais
2740-6/02 Fabricação de luminárias e outros equipamentos de iluminação
2950-6/00 Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
3211-6/02 Fabricação de artefatos de joalheria e ourivesaria
3211-6/03 Cunhagem de moedas e medalhas
3299-0/99 Fabricação de produtos diversos não especificados anteriormente
3311-2/00 Manutenção e reparação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras, exceto para veículos
3319-8/00 Manutenção e reparação de equipamentos e produtos não especificados anteriormente
3329-5/01 Serviços de montagem de móveis de qualquer material
3329-5/99 Instalação de outros equipamentos não especificados anteriormente
3600-6/02 Distribuição de água por caminhões
3702-9/00 Atividades Relacionadas A Esgoto, Exceto A Gestão De Redes
3811-4/00 Coleta de resíduos não perigosos
3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos
3831-9/01 Recuperação de sucatas de alumínio
3831-9/99 Recuperação de materiais metálicos, exceto alumínio
3832-7/00 Recuperação de materiais plásticos
3839-4/99 Recuperação de materiais não especificados anteriormente
4329-1/01 Instalação de painéis publicitários

235
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Montagem e instalação de sistemas e equipamentos de iluminação e sinalização em vias públicas, portos e


4329-1/04
aeroportos
4520-0/05 Serviços de lavagem, lubrificação e polimento de veículos automotores
4722-9/01 Comércio varejista de carnes – açougues
4722-9/02 Peixaria
4783-1/01 Comércio varejista de artigos de joalheria
4784-9/00 Comércio varejista de gás liqüefeito de petróleo (GLP)
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estimação
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artifício e artigos pirotécnicos
5611-2/01 Restaurantes e similares
5611-2/02 Bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas
5611-2/03 Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares
7312-2/00 Agenciamento de espaços para publicidade, exceto em veículos de comunicação
7729-2/01 Aluguel de aparelhos de jogos eletrônicos
8011-1/02 Serviços de adestramento de cães de guarda
8012-9/00 Atividades de transporte de valores
8122-2/00 Imunização e controle de pragas urbanas
8230-0/02 Casas de festas e eventos
8292-0/00 Envasamento e empacotamento sob contrato
8299-7/07 Salas de acesso à internet
8299-7/99 Outras atividades de serviços prestados principalmente às empresas não especificadas anteriormente
9329-8/04 Exploração de jogos eletrônicos recreativos
9529-1/06 Reparação de jóias
9603-3/03 Serviços de sepultamento
9603-3/04 Serviços de funerárias
9603-3/99 Atividades funerárias e serviços relacionados não especificados anteriormente
9609-2/03 Alojamento, higiene e embelezamento de animais

LEI 12.002 DE 23 DE JANEIRO DE 1996 - DISPÕE SOBRE PERMISSÃO DE USO DE PASSEIO PÚBLICO FRONTEIRIÇO A
BARES, CONFEITARIAS, RESTAURANTES, LANCHONETES E ASSEMELHADOS, PARA COLOCAÇÃO DE TOLDOS, MESAS E
CADEIRAS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS – COM OS ACRÉSCIMOS DO DECRETO 58.832 DE 01 DE JULHO DE 2019

LEI Nº 12.002 - DE 23 DE JANEIRO DE 1996

Dispõe sobre permissão de uso de passeio público fronteiriço a bares, confeitarias, restaurantes, lanchonetes e assemelhados, para
colocação de toldos, mesas e cadeiras, e dá outras providências.

Paulo Maluf, Prefeito do Município de São Paulo, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei.

Faz saber que, nos termos do disposto no inciso I do artigo 84 da Resolução nº 2/91, a Câmara Municipal de São Paulo decretou e
eu promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º Poderá ser permitido aos bares, confeitarias, restaurantes, lanchonetes e similares, já instalados, ou que venham a instalar-
-se no Município, o uso do passeio fronteiriço ao estabelecimento, para colocação de toldos, mesas e cadeiras, desde que obedecidas
as seguintes condições:
I - a instalação de mobiliário nos passeios não poderá bloquear, obstruir ou dificultar o acesso de veículos, o livre trânsito de pe-
destres, em especial de deficientes físicos, nem a visibilidade dos motoristas, na confluência de vias;
II - qualquer que seja a largura da calçada dever-se-á respeitar a faixa mínima de 1,10m (um metro e dez centímetros), para permi-
tir o livre e seguro trânsito de pedestres.
§ 1º Excepcionalmente, a critério do órgão competente do Executivo, os estabelecimentos poderão utilizar os passeios fronteiriços
de seus vizinhos laterais, desde que apresentem autorização expressa dos mesmos e promovam a manutenção e limpeza da área.
§ 2º As calçadas objeto da permissão de uso de que trata esta Lei e suas imediações, deverão ser mantidas e conservadas limpas
pelos permissionários.
§ 3º Fica proibida a colocação, nestas calçadas, de amplificadores, caixas acústicas, alto-falantes ou quaisquer aparelhos que pro-
duzam som, bem como quiosques ou estandes de venda.

236
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 2º O não-cumprimento do disposto no artigo anterior, no I - a instalação do mobiliário nos passeios não poderá blo-
todo ou em parte, implicará a imposição de multa variável de 20 quear, obstruir ou dificultar o acesso de veículos, o livre trânsito
(vinte) a 30 (trinta) UFMs e, em caso de reincidência, além da apli- de pedestres, em especial de pessoas com deficiência ou mobili-
cação da multa, a cassação da permissão, que somente poderá ser dade reduzida, nem a visibilidade dos motoristas na confluência
concedida novamente após 1 (um) ano. de vias;
Art. 3º (Vetado). II - qualquer que seja a largura do passeio público, deverá ser
Parágrafo único. Cassada a permissão por infração ou revoga- reservada uma faixa livre mínima de 1,10m (um metro e dez cen-
da por interesse público, a Prefeitura intimará o permissionário a tímetros), acrescida de uma faixa demarcada com tinta amarela
retirar os equipamentos, no prazo de 30 (trinta) dias, após o que na largura de 0,10m (dez centímetros), para sua visualização ao
serão apreendidos e removidos. longo do passeio público fronteiriço, perfazendo uma faixa total-
Art. 4º Os serviços nas calçadas (vetado) poderão (vetado) es- mente livre e desimpedida de 1,20m (um metro e vinte centíme-
tender-se até o horário de fechamento do estabelecimento. tros), visando permitir o acesso e o livre trânsito de pedestres, em
Art. 5º As despesas com a execução desta Lei correrão por especial de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, bem
conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se como atender às disposições da Lei nº 15.442, de 9 de setembro
necessário. de 2011, e Decreto nº 58.611, de 24 de janeiro de 2019.
Art. 6º O Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 30 III - os passeios públicos utilizados para os fins deste decreto,
(trinta) dias a contar de sua publicação. e suas imediações, deverão ser mantidos limpos e conservados
Art. 7º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, pelos permissionários;
revogadas as disposições em contrário. IV - aos permissionários, fica proibida a colocação nos pas-
seios públicos de quaisquer aparelhos de som, inclusive televi-
sores, amplificadores, caixas acústicas e alto-falantes, bem como
DECRETO 58.832 DE 01 DE JULHO DE 2019 - REGULA- quiosques, estandes em geral, grades de proteção fixas ou equipa-
MENTA A LEI Nº 12.002, DE 23 DE JANEIRO DE 1996, mento similar, anúncios não autorizados por legislação específica,
QUE DISPÕE SOBRE PERMISSÃO DE USO DE PASSEIO guarda-sóis e demais tipos de cobertura não condizentes com as
PÚBLICO FRONTEIRIÇO A BARES, CONFEITARIAS, RES- normas previstas neste decreto;
TAURANTES, LANCHONETES E ASSEMELHADOS, PARA V - os toldos deverão:
COLOCAÇÃO DE MESAS, CADEIRAS E TOLDOS a) ser retráteis e removíveis em toda sua estrutura;
b) ser instalados na testada do imóvel a, no mínimo, 3,00m
DECRETO Nº 58.832, DE 1º DE JULHO DE 2019 (três metros) de altura do nível do passeio público;
c) ser desprovidos de vedação lateral e de fixação saliente no
Regulamenta a Lei nº 12.002, de 23 de janeiro de 1996, que passeio, sendo proibida a instalação nas esquinas;
dispõe sobre permissão de uso de passeio público fronteiriço a d) permitir a montagem e a desmontagem;
bares, confeitarias, restaurantes, lanchonetes e assemelhados, e) permitir a areação e a insolação dos compartimentos;
para colocação de mesas, cadeiras e toldos. f) ser isento de riscos à segurança dos transeuntes;
g) ter, no máximo, 50% (cinquenta por cento) da largura do
BRUNO COVAS, Prefeito do Município de São Paulo, no uso passeio público.
das atribuições que lhe são conferidas por lei, § 1º A faixa livre prevista no inciso II do “caput” deste artigo
D E C R E T A: poderá conter demarcação direcional destinada aos deficientes
visuais.
Art. 1º Fica permitido, nos termos da Lei nº 12.002, de 23 de § 2º Excepcionalmente, a critério da Subprefeitura competen-
janeiro de 1996, e deste decreto, aos bares, confeitarias, restau- te, os estabelecimentos de que trata este decreto poderão utili-
rantes, lanchonetes e estabelecimentos comerciais assemelha- zar os passeios fronteiriços de seus vizinhos laterais, desde que
dos, já instalados ou que venham a ser instalados no Município apresentem as respectivas autorizações expressas e promovam a
de São Paulo, possuidores de Auto de Licença de Funcionamento manutenção e limpeza da área.
ou de Alvará de Funcionamento, o uso do passeio público a eles Art. 3º Os responsáveis pelos estabelecimentos de que trata
fronteiriço para a colocação de mesas, cadeiras e toldos. este decreto, ou seus representantes legais, deverão apresentar
§ 1º Poderá ser estendida a permissão prevista no “caput” requerimento de expedição de Termo de Permissão de Uso - TPU
deste artigo ao Microempreendedor Individual - MEI dispensado para a instalação das mesas, cadeiras e toldos nos passeios públi-
do Auto de Licença de Funcionamento, desde que atenda aos re- cos que lhes são fronteiriços, instruído com:
quisitos contidos na Lei nº 15.031, de 13 de novembro de 2009. I – croqui ilustrativo da situação pretendida, contendo, no mí-
§ 2º A permissão prevista no “caput” deste artigo também nimo:
poderá ser concedida aos estabelecimentos possuidores de Auto a) a localização e a testada do lote correspondente ao passeio
de Licença de Funcionamento Condicionado, obtido nos termos público em que o mobiliário será instalado, inclusive do imóvel
da Lei nº 15.499, de 7 de dezembro de 2011. contíguo (se for o caso);
§ 3º O Termo de Permissão de Uso expedido nos moldes do b) todas as medidas do passeio público, inclusive com a es-
§ 2º deste artigo deverá ser revogado na hipótese de o Auto de pecificação da área, da disposição da instalação pretendida das
Licença de Funcionamento Condicionado perder sua eficácia. mesas, cadeiras e toldos, e das interferências dos equipamentos
Art. 2º São condições para a instalação das mesas, cadeiras e urbanos existentes;
toldos de que trata este decreto: II – documentação comprobatória da condição legal da em-
presa;

237
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

III - documentação comprobatória da sua qualidade de res- § 2º O preço público deverá ser pago de uma só vez por oca-
ponsável ou de representante legal do estabelecimento; sião da outorga do Termo de Permissão de Uso, proporcionalmen-
IV – os seguintes dados: te aos meses restantes do ano fiscal.
a) inscrição no Cadastro de Contribuintes Mobiliários - CCM; § 3º Nos anos subsequentes, o preço público deverá ser pago
b) inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, em parcela única, ou em até 4 (quatro) parcelas, com vencimento
no caso de pessoa jurídica; até o último dia útil de cada trimestre.(Redação dada pelo Decre-
c) Alvará de Funcionamento, Auto de Licença de Funciona- to nº 62.114/2022)
mento, Auto de Licença de Funcionamento Condicionado, ou Fi- § 4º O valor mínimo estipulado no parágrafo primeiro des-
cha de Dados Cadastrais - FDC, neste último caso, acompanhada te artigo, será atualizado anualmente pela variação de Preços ao
do documento comprobatório de registro como Microempreen- Consumidor Amplo – IPCA, apurado pelo Instituto Brasileiro de
dedor Individual - MEI, quando dispensado do Auto de Licença de Geografia e Estatística – IBGE ou outro índice que vier a substi-
Funcionamento; tuí-lo.
d) endereço do imóvel em que se localiza o estabelecimento, Art. 7º Satisfeitos todos os requisitos estabelecidos na Lei
e do imóvel contíguo quando for o caso; nº 12.002, de 1996, e neste decreto, e tendo sido devidamente
e) área ocupada pela instalação pretendida. recolhido o preço público correspondente, o requerimento será
Parágrafo único. Conforme normatização vigente, a Secretaria deferido pelo Subprefeito da Subprefeitura competente e emitido
Municipal das Subprefeituras tratará da disponibilização de siste- o respectivo Termo de Permissão de Uso - TPU.
ma eletrônico para apresentação do pedido, análise e expedição § 1º No Termo de Permissão de Uso - TPU deverá ser indicado
do documento de que trata o “caput” deste artigo, de acordo com o número de mesas e de cadeiras autorizado pelo Poder Público.
instrução normativa a ser editada por aquela Secretaria. § 2º O estabelecimento arcará, em qualquer hipótese, com
Art. 4º Caberá à Supervisão de Uso do Solo e Licenciamen- as despesas decorrentes da execução, manutenção, alteração e
to - SUSL, da Coordenadoria de Planejamento e Desenvolvimento retirada das mesas, cadeiras e toldos.
Urbano - CPDU, da Subprefeitura competente, examinar o reque- Art. 8º Compete à Supervisão Técnica de Fiscalização - STF,
rimento de permissão de uso, encaminhando-o, se cumpridos os da Subprefeitura onde estiver localizado o estabelecimento co-
requisitos legais e técnicos, ao Subprefeito para prolação de des- mercial, verificar o cumprimento das disposições da Lei nº 12.002,
pacho decisório. de 1996, e deste decreto, cabendo-lhe aplicar ao permissionário
Parágrafo único. Verificada a ausência ou incorreção dos do- infrator, sem prejuízo das demais sanções estabelecidas na legis-
cumentos apresentados, será expedido comunicado ao interessa- lação vigente, as seguintes penalidades:
do (“comunique-se”), concedendo-lhe o prazo de 30 (trinta) dias I – por infração ao disposto nos incisos I e II do artigo 2º, deste
corridos, contados da data de sua publicação no Diário Oficial da decreto: multa no valor correspondente a R$ 4.885,00 (quatro mil
Cidade, para seu devido atendimento, sob pena de indeferimento e oitocentos e oitenta e cinco reais);
do pedido. II – por infração ao disposto nos incisos III, IV e V, do artigo 2º,
Art. 5º O requerimento de permissão de uso será indeferido deste decreto: multa no valor correspondente a R$ 3.257,00 (três
nas seguintes hipóteses: mil e duzentos e cinquenta e sete reais);
I – não atendimento, no prazo estipulado, do “comunique-se” III – por infração ao disposto no § 2º do artigo 2º deste de-
previsto no parágrafo único do artigo 4º deste decreto; creto: multa no valor correspondente a R$ 4.885,00 (quatro mil e
II – não recolhimento do preço público devido; oitocentos e oitenta e cinco reais);
III – ausência de interesse público. § 1º Em caso de reincidência, além da aplicação das multas
Parágrafo único. O indeferimento não impede o posterior previstas nos incisos I a III do “caput” deste artigo, deverá ser cas-
protocolamento, a qualquer tempo, de novo pedido, desde que sada a permissão de uso, só podendo ser novamente concedida
sanadas as irregularidades que motivaram o indeferimento ante- após o decurso de 1 (um) ano da cassação.
rior. § 2º Considera-se reincidente o permissionário que praticar
Art. 6º. Para a outorga do Termo de Permissão de Uso - TPU, o mesmo ato infracional previsto na Lei nº 12.002, de 1996, ou
fica instituído o preço público, que deverá ser calculado de acordo neste decreto, em período menor ou igual a 12 (doze) meses, con-
com o valor venal da área onde se localiza o estabelecimento, con- tados a partir da data da lavratura do primeiro auto de multa.
forme determinado na Planta Genérica de Valores. § 3º Os valores das multas estipuladas neste artigo serão atua-
§ 1º O preço público anual pela permissão de uso correspon- lizados anualmente pela variação do índice de Preços ao Consumi-
derá a 5% (cinco por cento) do valor venal do metro quadrado dor Amplo – IPCA, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
da respectiva testada da quadra, constante da Planta Genérica de Estatística – IBGE ou por outro índice que vier a substituí-lo.
Valores, multiplicado pela área pública aprovada para uso do per- Art. 9º Cadastrado o Auto de Multa, far-se-á a notificação do
missionário, respeitado o valor mínimo de R$ 2.160,00 (dois mil, infrator para, no prazo nela indicado, pagar a multa ou apresentar
cento e sessenta reais), de acordo com a seguinte fórmula:(Reda- defesa dirigida ao Supervisor Técnico de Fiscalização da respectiva
ção dada pelo Decreto nº 62.114/2022) Subprefeitura, sob pena de subsequente inscrição na dívida ativa.
P = 0,05 x A x PGV § 1º Apresentada a defesa e feita a sua análise, a decisão será
Onde: publicada no Diário Oficial da Cidade, expedindo-se nova notifi-
P = preço público por ano; cação ao infrator, da qual constará o prazo para pagamento ou
A = área pública ocupada pelas mesas, cadeiras e toldos; interposição de recurso dirigido ao Subprefeito.
PGV = valor do metro quadrado da respectiva testada da qua-
dra, de acordo com a Planta Genérica de Valores.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 2º O despacho que indeferir o recurso será publicado no § 4º O leilão a que se refere o § 3º deste artigo será realizado
Diário Oficial da Cidade, encaminhando-se nova notificação ao pela Subprefeitura competente, por meio de comissão especial-
infrator, da qual constará a data máxima para pagamento, encer- mente designada para esse fim, cabendo-lhe, ainda, decidir sobre
rando-se a instância administrativa. o valor de venda dos bens.
Art. 10. Ocorrendo a cassação da permissão de uso, em razão § 5º O produto da arrecadação do leilão será utilizado para o
da reincidência, ou sua revogação, por interesse público ou pela pagamento das despesas com a apreensão, remoção, depósito e
perda da eficácia do Auto de Licença de Funcionamento Condi- com a realização do próprio leilão, sem prejuízo das demais des-
cionado, conforme previsto no § 2º do artigo 1º deste decreto, pesas legais que forem pertinentes.
o processo será encaminhado à Supervisão Técnica de Fiscaliza- Art. 13. Nos processos relativos a requerimentos de Termo
ção - STF, da Coordenadoria de Planejamento e Desenvolvimento de Permissão de Uso - TPU em curso na data da publicação deste
Urbano - CPDU, da Subprefeitura competente, para, em processo decreto, os interessados deverão ser comunicados para, se for o
à parte, intimar pessoalmente o ex-permissionário ou seu repre- caso, apresentar a documentação faltante no prazo de 30 (trinta)
sentante legal, como tal considerados os sócios da empresa, o dias, contados da data da publicação do comunicado no Diário
mandatário, o administrador ou o gerente, a fim de que sejam re- Oficial da Cidade, sob pena de indeferimento do pedido.
tirados os materiais e equipamentos do passeio público no prazo Art. 14. A Secretaria Municipal das Subprefeituras poderá es-
máximo de 30 (trinta) dias. tabelecer, mediante instrução normativa ou portaria, conforme o
Parágrafo único. Esgotado o prazo estabelecido no “caput” caso, os procedimentos administrativos que deverão ser observa-
deste artigo, os materiais e equipamentos que permanecerem no dos com vistas ao integral cumprimento da Lei nº 12.002, de 1996,
passeio público deverão ser apreendidos e removidos pela Sub- e deste decreto.
prefeitura, podendo ser recuperados pelo interessado de acordo Art. 15. O valor do preço público devido na hipótese de Ter-
com o procedimento estabelecido no artigo 12 deste decreto. mo de Permissão de Uso expedido anteriormente a edição deste
Art. 11. Aos estabelecimentos que utilizarem o passeio pú- decreto, nos termos da Lei nº 12.022, de 1996, será calculado de
blico para instalação de mesas, cadeiras e/ou toldos sem a prévia acordo com os §§ 1º a 4º do art. 6º deste decreto.
obtenção do Termo de Permissão de Uso - TPU previsto na Lei nº § 1º O pagamento do preço público na hipótese de que trata
12.002, de 1996, e neste decreto, serão aplicadas as penalidades o “caput” deste artigo será devido a partir de 60 (sessenta) dias da
por desrespeito ao disposto no artigo 160 da Lei nº 13.478, de 30 data de publicação deste decreto.
de dezembro de 2002, devendo ser imediatamente removidas e § 2º A Secretaria Municipal das Subprefeituras expedirá as
apreendidas as mesas, cadeiras e/ou toldos, além dos demais ma- normas eventualmente necessárias ao fiel cumprimento do pre-
teriais e equipamentos depositados no passeio público. visto neste artigo.
§ 1º As defesas e recursos administrativos referentes às pena- Art. 16. Este decreto entrará em vigor na data de sua publica-
lidades previstas no “caput” deste artigo obedecerão às instâncias ção, revogado o Decreto nº 36.594, de 28 de novembro de 1996.
e prazos estabelecidos na Lei nº 13.478, de 2002.
§ 2º Aplicam-se as penalidades previstas no “caput” deste ar- PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 1º de julho
tigo ao permissionário que colocar mesas e cadeiras no passeio de 2019, 466º da fundação de São Paulo.
público em número superior ao autorizado no Termo de Permis-
são de Uso - TPU, cabendo à equipe de fiscalização, no ato da vis-
toria, apreender e remover os bens excedentes. LEI 12.260 DE 11 DE DEZEMBRO DE 1996 - DISCIPLINA
Art. 12. Todos os materiais e equipamentos apreendidos pela A UTILIZAÇÃO DAS CALÇADAS SITUADAS NAS PROXI-
Subprefeitura ficarão sob sua guarda e somente poderão ser de- MIDADES DAS FAIXAS DE PEDESTRES, E DÁ OUTRAS
volvidos ao responsável pelo estabelecimento, devidamente iden- PROVIDÊNCIAS
tificado, mediante a comprovação do pagamento dos custos com
a apreensão, transporte e depósito desses bens. LEI N. 12.260 - DE 11 DE DEZEMBRO DE 1996
§ 1º As despesas com a apreensão, transporte e depósito
observarão o disposto no decreto que fixa o valor dos preços de Disciplina a utilização das calçadas situadas nas proximidades
serviços prestados pelas Unidades da Prefeitura do Município de das faixas de pedestres, e dá outras providências.
São Paulo.
§ 2º Até que o Portal da Fiscalização esteja disponibilizado Paulo Maluf, Prefeito do Município de São Paulo, usando das
no Sistema de Gerenciamento da Fiscalização - SGF, o responsável atribuições que lhe são conferidas por lei.
pelo estabelecimento, ou seu representante legal, poderá proto-
colar requerimento na Praça de Atendimento da Subprefeitura Faz saber que, nos termos do disposto no inciso I do artigo 84
competente, dirigido ao Supervisor Técnico de Fiscalização, solici- da Resolução n. 2/91, a Câmara Municipal de São Paulo decretou
tando a devolução dos bens apreendidos. e eu promulgo a seguinte Lei:
§ 3º Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
lavratura do Auto de Apreensão, as mesas, cadeiras e/ou toldos, Art. 1º Fica proibida a utilização das calçadas, situadas nas
bem como todos os materiais e equipamentos não requeridos se- proximidades das faixas de pedestres do Município de São Pau-
rão considerados abandonados e passarão a ser de domínio públi- lo, para o desenvolvimento de qualquer atividade, econômica ou
co, devendo ser leiloados para cobrir as despesas legais. não, inclusive prestação de serviços de qualquer natureza, deven-
do apenas ser utilizadas pelos pedestres.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 2º O descumprimento do disposto nesta Lei, implicará “Art. 4º O Sistema de Gerenciamento da Fiscalização - SGF
ao infrator a imposição de multa no valor de 400 (quatrocentas) objetiva a padronização, a modernização, o planejamento, a ad-
UFIRs, sendo que na hipótese de reincidência o valor da multa ministração, a supervisão, a avaliação e o acompanhamento das
será duplicado. ações fiscalizatórias.
Art. 3º O Executivo terá o prazo de 90 (noventa) dias para re- .........................................................................
gulamentar esta Lei, contados da data de sua publicação. § 2º A ação fiscalizatória é procedimento administrativo su-
Art. 4º As despesas com a execução desta Lei correrão por jeito a auditoria interna destinada à sua supervisão, avaliação e
conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se acompanhamento permanente.
necessário. ...................................................................” (NR)
“Art. 6º De acordo com as características territoriais de cada
Subprefeitura, as ações fiscalizatórias exercidas pelos agentes vis-
DECRETO Nº 56.770, DE 14 DE JANEIRO DE 2016 - QUE tores por meio do Sistema de Gerenciamento da Fiscalização - SGF
DISPÕE SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE GE- poderão ser realizadas em áreas territoriais previamente defini-
RENCIAMENTO DA FISCALIZAÇÃO - SGF E ESTABELECE das, por posturas predefinidas ou comandos agendados, confor-
OS PROCEDIMENTOS DE FISCALIZAÇÃO DAS DIVERSAS me cronograma a ser estabelecido.” (NR)
POSTURAS MUNICIPAIS “Art. 8º Os agentes vistores são responsáveis por todos os
atos praticados no decorrer da ação fiscalizatória e, em especial,
DECRETO Nº 56.770, DE 14 DE JANEIRO DE 2016 pelos dados coletados em vistoria e lançados no Sistema de Ge-
renciamento da Fiscalização - SGF.” (NR)
Introduz alterações no Decreto nº 53.414, de 17 de setembro “Art. 9º A implantação do Sistema de Gerenciamento da Fis-
de 2012, que dispõe sobre a implantação do Sistema de Geren- calização - SGF não exclui o dever de o agente vistor realizar, de
ciamento da Fiscalização - SGF e estabelece os procedimentos de ofício, intervenções imediatas para a efetivação de vistorias, co-
fiscalização das diversas posturas municipais. municações e cominações.
Parágrafo único. Na hipótese de o Sistema de Gerenciamento
FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, no da Fiscalização - SGF não contemplar determinada ação fiscaliza-
uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, tória ou ocorrer mau funcionamento do equipamento, o agente
vistor deverá submeter relatório circunstanciado ao Supervisor
CONSIDERANDO a necessidade de assegurar a operacionali- de Fiscalização, Chefe da Unidade de Fiscalização ou autoridade
zação e o adequado funcionamento do Sistema de Gerenciamen- equivalente, noticiando e justificando o ocorrido, sem prejuízo da
to da Fiscalização - SGF, coleta, quando possível, das informações necessárias ao prosse-
guimento da ação fiscal.” (NR)
D E C R E T A: “Art. 10. ...............................................................
IV – vistoria: a diligência realizada por agente vistor, visando
Art. 1º O Decreto nº 53.414, de 17 de setembro de 2012, mo- constatar a procedência da denúncia ou solicitação, bem como o
dificado pelo Decreto nº 53.629, de 14 de dezembro de 2012, pas- efetivo cumprimento das normas legais, lançando seu resultado
sa a vigorar com as seguintes alterações: sempre no Relatório de Vistoria Fiscal;
“ Art. 1º ..................................................... V – comando: ação fiscalizatória realizada conforme crono-
§ 1º O sistema eletrônico e informatizado de fiscalização será grama pré-estabelecido para uma ou mais posturas.
implantado paulatinamente em todas as Subprefeituras e na Divi- .........................................................................
são Técnica de Fiscalização do Silêncio Urbano - PSIU. § 4º Quando a vistoria exigir avaliação por técnico especiali-
§ 2º Durante a implantação do sistema eletrônico e informati- zado poderá ser realizada em conjunto, devendo o agente vistor
zado de fiscalização, as Subprefeituras ainda não integradas a ele lançar os dados constantes do laudo técnico no Sistema de Geren-
continuarão a realizar as ações fiscais por meio físico.” (NR) ciamento da Fiscalização - SGF, digitalizando-o.” (NR)
“Art. 2º ................................................................ “Art. 11. ...............................................................
§ 2º A implantação do Sistema de Gerenciamento da Fiscali- § 2º O Relatório de Vistoria Fiscal será expedido a partir do
zação - SGF buscará a integração dos sistemas e das tecnologias Sistema de Gerenciamento da Fiscalização – SGF, enquanto o Re-
de informática e de comunicação aos dispositivos móveis compu- latório de Vistoria Técnica será digitalizado pelo agente vistor e
tadorizados a serem utilizados pelos agentes vistores. abastecerá o banco de dados relativo à respectiva ação fiscal.”
...................................................................” (NR) (NR)
“Art. 3º A Administração Pública Municipal, por meio de por- “Art. 19. ...............................................................
tal de acesso na Internet, denominado Portal da Fiscalização, dis- Parágrafo único. ........................................................
ponibilizará acesso a serviços e informações referentes à fiscaliza- II - as imagens captadas em vistorias e os demais dados que
ção das diversas posturas municipais relativas ao uso e ocupação eventualmente justifiquem a ação fiscal;
do solo. III - a identificação do responsável, intimado, infrator ou de
Parágrafo único. Enquanto o Portal da Fiscalização não estiver seu preposto, o número do cadastro de pessoa física ou cadastro
disponível, as informações e orientações poderão ser obtidas di- nacional da pessoa jurídica e do cadastro de contribuinte munici-
retamente nos órgãos municipais competentes.” (NR) pal, quando houver, podendo essas informações ser complemen-
tadas posteriormente caso não possam ser obtidas no momento
da vistoria;
.........................................................................

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

V - o local da ocorrência, obrigatoriamente, e o número de Art. 2º O título que antecede os artigos 8º e 9º do Decreto nº
contribuinte do imóvel, quando houver; 53.414, de 2012, passa a ter a seguinte redação:
......................................................................... “Dos Agente Vistores”(NR)
VIII - no caso de interdição: a declaração de que o infrator Art. 3º Este decreto entrará em vigor na data de sua publi-
estará sujeito às penalidades do artigo 330 do Código Penal e à cação, revogados o § 5º do artigo 10 e os artigos 20, 23 e 26 do
adoção das medidas judiciais cabíveis, no caso de desobediência; Decreto nº 53.414, de 2012.
.........................................................................
XI - a assinatura do responsável, intimado, infrator ou de seu PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 14 de janeiro
preposto, no dispositivo móvel computadorizado, ou a declara- de 2016, 462º da fundação de São Paulo.
ção de sua recusa em fazê-lo ou impossibilidade de obtenção da
assinatura, justificando, o agente vistor, tal fato no Relatório de
Vistoria Fiscal; LEI Nº 15.777, DE 29 DE MAIO DE 2013 - DISPÕE SOBRE
XII - a assinatura do agente vistor no dispositivo móvel com- A EMISSÃO DE RUÍDOS SONOROS PROVENIENTES
putadorizado.” (NR) DE APARELHOS DE SOM INSTALADOS EM VEÍCULOS
“Art. 21. O agente vistor, ao verificar que determinada de- AUTOMOTORES ESTACIONADOS, E DÁ OUTRAS PRO-
manda não se insere na sua competência fiscalizatória, deverá VIDÊNCIAS
comunicar, por meio de Relatório de Vistoria Fiscal do Sistema de
Gerenciamento da Fiscalização - SGF, o fato ao Supervisor de Fis- LEI Nº 15.777, DE 29 DE MAIO DE 2013
calização, Chefe da Unidade de Fiscalização ou autoridade equiva-
lente, para que este adote as devidas providências, quer determi- Dispõe sobre a emissão de ruídos sonoros provenientes de
nando a realização de vistoria técnica, quer comunicando o fato à aparelhos de som instalados em veículos automotores estaciona-
autoridade competente.” (NR) dos, e dá outras providências.
“Art. 24. Nas ações e procedimentos relativos ao uso irregu-
lar de imóveis, decorridos todos os prazos previstos na legislação FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, no
aplicável, perdurando a irregularidade, deverá ser lavrado o Auto uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a
de Interdição da Atividade, com a lacração do estabelecimento, Câmara Municipal, em sessão de 8 de maio de 2013, decretou e
sem prejuízo da aplicação de novas multas, quando for o caso, eu promulgo a seguinte lei:
indicando o meio pelo qual o estabelecimento foi interditado.
......................................................................... Art. 1º Os veículos automotores estacionados em vias e logra-
§ 2º Verificada a violação do lacre, na forma do disposto no douros públicos do Município de São Paulo e aqueles estaciona-
parágrafo único do artigo 17 deste decreto, o agente vistor lavrará dos em áreas particulares de estacionamento direto de veículos
o Auto de Constatação, bem como emitirá os autos de infração e através de guia rebaixada ficam proibidos de emitir ruídos sono-
de multa por desobediência.” (NR) ros enquadrados como de alto nível pela legislação vigente mais
“Art. 27. Emitido o Auto de Fiscalização, far-se-á a notificação restritiva, provenientes de aparelhos de som de qualquer natu-
do infrator para, no prazo nela determinado, pagar ou apresentar reza e tipo, portáteis ou não, especialmente em horário noturno.
defesa, a qual terá efeito suspensivo, dirigida ao Supervisor de Fis- § 1º Entende-se por aparelhos de som, para os fins desta lei,
calização da Subprefeitura competente, sob pena de subsequente todos os tipos de aparelho eletroeletrônico reprodutor, amplifica-
inscrição na dívida ativa do Município. dor ou transmissor de sons, sejam eles de rádio, de televisão, de
§ 1º Apresentada a defesa e feita sua análise, a respectiva vídeo, de CD, de DVD, de MP3, de iPod, celulares, gravadores, viva
decisão será publicada no Diário Oficial da Cidade e cadastrada, voz, instrumentos musicais ou assemelhados.
expedindo-se, no caso de indeferimento, nova notificação ao in- § 2º Entende-se por vias e logradouros públicos, para os fins
frator, da qual constará a data máxima para pagamento ou inter- desta lei, a área compreendendo o leito carroçável, o meio-fio, as
posição de um único recurso dirigido ao Subprefeito, o qual terá calçadas, a entrada e saída de veículos nas garagens e todas as
efeito suspensivo para fins de inscrição na dívida ativa do Muni- áreas destinadas a pedestres.
cípio. § 3º Excluem-se das proibições estabelecidas no “caput” des-
......................................................................... te artigo os aparelhos de som utilizados em veículos automotores
§ 3º No caso das ações fiscalizatórias realizadas no âmbito do em movimento, veículos profissionais previamente adequados à
Programa de Silêncio Urbano - PSIU, as defesas serão dirigidas ao legislação vigente e devidamente autorizados, e também veículos
Diretor da Divisão Técnica de Fiscalização do Silêncio Urbano e os publicitários e utilizados em manifestações sindicais e populares.
recursos ao Supervisor Geral de Uso e Ocupação do Solo, e ambos Art. 2º A infração ao disposto nesta lei acarretará a aplicação
terão efeito suspensivo. de multa no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), valor que será dobra-
§ 4º O efeito suspensivo de que trata este artigo é exclusiva- do na primeira reincidência e quadruplicado a partir da segunda
mente para os fins de exigibilidade do débito.” (NR) reincidência, entendendo-se como reincidência o cometimento
“Art. 28. ............................................................... da mesma infração num período inferior a 30 (trinta) dias.
Parágrafo único. Enquanto o Portal da Fiscalização não estiver Parágrafo único. O valor da multa de que trata o “caput” des-
disponível para utilização, a apresentação da defesa ou recurso te artigo será atualizado anualmente pela variação do Índice de
deverá ser feita por meio físico, obedecendo aos prazos e instân- Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, calculado pelo Instituto Bra-
cias atualmente vigentes, não se aplicando as disposições do arti- sileiro de Geografia e Estatística, acumulada no exercício anterior,
go 27 deste decreto.” (NR)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

sendo que no caso de extinção desse índice, será adotado outro, § 2º Aos sábados, no período compreendido entre as 14 (ca-
criado por legislação federal, que reflita a perda do poder aquisi- torze) horas e as 8 (oito) horas, aos domingos e nos feriados, o li-
tivo da moeda. mite de níveis de pressão sonora RLAeq previsto no “caput” deste
Art. 3º Em caso de recusa do atendimento da ordem de abai- artigo será de 59dB(A).
xar o som, adequando-o aos padrões estabelecidos pela legisla- Art. 3º Não estão restritas aos limites estabelecidos no
ção vigente mais restritiva, a autoridade municipal responsável “caput” do artigo 2º deste decreto as seguintes situações:
pela fiscalização apreenderá provisoriamente o aparelho de som I - as obras relativas à fase de movimentação de terra, funda-
ou o veículo no qual ele estiver instalado, até o restabelecimento ção, demolição e estrutura, movimentação de terra, desde que
da ordem pública. realizadas no período compreendido entre 7 (sete) horas e 19 (de-
Parágrafo único. O proprietário do veículo responderá por zenove) horas, de segunda a sexta-feira, exceto feriados;
eventuais custas de remoção e estadia. II - as obras públicas;
Art. 4º As despesas decorrentes da execução desta lei corre- III - as atividades de carga e descarga em obras de construção
rão por conta das dotações orçamentárias próprias, suplementa- civil, desde que realizadas no período compreendido entre 21(vin-
das, se necessário. te e uma) horas e 0h00 (zero horas), de segunda a sexta-feira, ex-
Art. 5º O Poder Executivo regulamentará a presente lei no ceto finais de semana e feriados.
prazo de 60 (sessenta) dias, contados da data de sua publicação. § 1º Será permitida, independentemente da zona de uso e do
Art. 6º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revo- horário, e sem limitação de nível de ruído, toda e qualquer obra,
gadas as disposições em contrário. pública ou particular, de emergência que, por sua natureza, obje-
tive evitar colapso nos serviços de infraestrutura do Município, ou
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 29 de maio risco à saúde, à vida e à integridade física da população.
de 2013, 460º da fundação de São Paulo. § 2º Caso haja descumprimento aos condicionantes dispostos
nos incisos I e III do “caput” desde artigo, as atividades ali previs-
tas estarão sujeitas às penalidades descritas no artigo 5º deste
DECRETO Nº 60.581, DE 27 DE SETEMBRO DE 2021 - RE- decreto.
GULAMENTA O CONTROLE DE RUÍDOS NA EXECUÇÃO Art. 4º A medição de ruídos será feita por meio de sonômetro,
DAS OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE pelos agentes da Divisão Técnica de Fiscalização do Silêncio Urba-
SÃO PAULO no - PSIU, atendidas as normas técnicas aplicáveis, especialmente
a NBR 10.151/2019 ou outra que vier a sucedê-la.
DECRETO Nº 60.581, DE 27 DE SETEMBRO DE 2021 Art. 5º O descumprimento das disposições deste decreto su-
jeitará o infrator à aplicação da penalidade prevista, com fulcro no
Regulamenta o controle de ruídos na execução das obras de artigo 146 da Lei nº 16.402, 22 de março de 2016 - LPUOS, para as
construção civil no Município de São Paulo. hipóteses de desrespeito aos parâmetros de incomodidade rela-
tivos a ruído, conforme Quadro 5 do Anexo Integrante da LPUOS.
RICARDO NUNES, Prefeito do Município de São Paulo, no uso § 1º Na primeira autuação, concomitantemente à imposição
das atribuições que lhe são conferidas por lei; da multa a que se refere o “caput” deste artigo, será lavrado auto
de intimação para cessar a irregularidade.
CONSIDERANDO o disposto no inciso I do artigo 113 e no arti- § 2º Em caso de reincidência, a segunda autuação consistirá
go 146, ambos da Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016; na aplicação de multa no dobro do valor da primeira autuação, e
nova intimação para cessar a irregularidade.
CONSIDERANDO o item 7.1 do Anexo I, integrante da Lei nº § 3º Na terceira autuação, será aplicada multa no triplo do
16.642, de 9 de maio de 2017; valor da primeira autuação, e será realizado embargo da obra.
§ 4º Será considerada reincidência a prática da infração ao
CONSIDERANDO que, nos termos do § único do artigo 6º da disposto neste decreto, relativamente à mesma obra, dentro do
Lei nº 16.642, de 2017, o proprietário ou possuidor que autoriza prazo de um ano.
a obra ou serviço, fica responsável pela observância das normas § 5º Desobedecido o embargo da obra, será requerida a ins-
técnicas aplicáveis, DECRETA: tauração de inquérito policial, com base no artigo 330 do Código
Penal, e realizado novo fechamento ou embargo de obra, com au-
Art. 1º O controle de ruídos na execução das obras de cons- xílio policial, se necessário, e, a critério da fiscalização, poderão
trução civil no Município de São Paulo fica regulamentado nos ser utilizados meios físicos que criem obstáculos ao acesso, nos
termos deste decreto. termos do artigo 148, inciso IV, da Lei nº 16.402, de 2016.
Art. 2º Na execução de obras de construção civil sujeitas a § 6º Se, para a manutenção do embargo, for necessária a utili-
Alvará de Execução, será considerado normal o agravamento per- zação de meios físicos que criem obstáculos ao acesso, nos termos
manente da poluição sonora por aumento do número de agen- do § 5º deste artigo, os respectivos custos deverão ser apurados
te emissores de sons e ruídos, até os limites de pressão sonora na forma do disposto no § 1º do artigo 9º do Decreto Municipal
RLAeq de 85dB(A) para o período compreendido entre as 7 (sete) nº 57.443, de 10 de novembro de 2016, e cobrados do infrator.
horas e as 19 (dezenove) horas e de 59dB(A) para o período com- Art. 6º Para os fins deste decreto, considera-se infrator o pro-
preendido entre as 19 (dezenove) horas e as 7 (sete) horas. prietário ou possuidor do imóvel e, quando for o caso, o respon-
§ 1º Aos sábados, no período compreendido entre as 8 (oito) sável técnico pela obra.
horas e as 14 (catorze) horas, o limite de níveis de pressão sonora
RLAeq previsto no “caput” deste artigo será de 85dB(A).

242
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 1º O infrator deve ser notificado pessoalmente ou por via Art. 11. Caberá à Secretaria Municipal das Subprefeituras, por
postal, com aviso de recebimento, ou, ainda, por edital nas hi- meio da expedição de normas regulamentares, a edição de um
póteses de recusa do recebimento da notificação ou de sua não “Manual de Controle de Ruído de Obras Privadas do Município
localização. de São Paulo”, com objetivo de estabelecer orientações quanto as
§ 2º O infrator considera-se notificado quando encaminhada disposições deste decreto.
a notificação por via postal ao endereço constante do cadastro Art. 12. Este decreto entrará em vigor decorridos 90 (noven-
municipal. ta) dias da data da sua publicação.
Art. 7º Esgotadas as providências administrativas para a ces-
sação do ruído, caberá ao PSIU: PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO/SP, em 27 de se-
I - encaminhar cópias das principais peças da ação fiscal à De- tembro de 2021, 468º da Fundação de São Paulo.
legacia de Polícia, dando notícia da prática, em tese, de crime de
desobediência;
II - expedir ofícios ao CREA ou CAU, com cópias das principais LEI Nº 16.050, DE 31 DE JULHO DE 2014 - APROVA A
peças da ação fiscal, para a apuração de responsabilidade profis- POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E O PLANO
sional; DIRETOR ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAU-
III - autuar um SEI com as principais peças da ação fiscal e, LO. • ARTIGOS 1º AO 3º; 29 E QUADRO I (DEFINIÇÕES)
após parecer jurídico, encaminhá-lo ao Departamento de Defe- ANEXO À LEI
sa do Meio Ambiente e do Patrimônio da Procuradoria Geral do
Município (DEMAP) para as providências de ajuizamento da ação LEI Nº 16.050, DE 31 DE JULHO DE 2014
judicial cabível, sem prejuízo do prosseguimento da ação fiscal.
Art. 8º Realizado o embargo administrativo, o infrator só po- Aprova a Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Di-
derá retomar o prosseguimento das atividades no local após sa- retor Estratégico do Município de São Paulo e revoga a Lei nº
nadas as irregularidades que deram causa à violação aos limites 13.430/2002.
impostos no artigo 2º deste decreto, e após ter sido deferido o
pedido de desembargo da obra. FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, no
§ 1º O pedido de desembargo será analisado pelo Diretor do uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a
PSIU em despacho fundamentado e publicado no Diário Oficial da Câmara Municipal, em sessão de 2 de julho de 2014, decretou e
Cidade. eu promulgo a seguinte lei:
§ 2º O pedido de desembargo será analisado no prazo máxi-
mo de 30 (trinta) dias, após o qual, não havendo decisão expressa, TÍTULO I
considerar-se-á deferido. DA ABRANGÊNCIA, DOS CONCEITOS, PRINCÍPIOS E OBJETI-
§ 3º Do indeferimento do pedido de desembargo caberá re- VOS
curso ao Diretor do Departamento Geral de Uso e Ocupação do
Solo - DEGUOS, da Secretaria Municipal das Subprefeituras - SM- CAPÍTULO I
SUB, no prazo de 15 (quinze) dias. DA ABRANGÊNCIA E DOS CONCEITOS
§ 4º O indeferimento de um pedido de desembargo, seja em
primeira, seja em segunda instância administrativa, não impede o Art. 1º Esta lei dispõe sobre a Política de Desenvolvimento
posterior protocolamento, a qualquer tempo, de novo pedido de Urbano, o Sistema de Planejamento Urbano e o Plano Diretor Es-
desembargo, desde que sanadas as irregularidades que motiva- tratégico do Município de São Paulo e aplica-se à totalidade do
ram o indeferimento anterior. seu território.
§ 5º Depois do desembargo da obra, caso constatado o co- § 1º A Política de Desenvolvimento Urbano é o conjunto de
metimento de nova infração, será reiniciado o procedimento fis- planos e ações que tem como objetivo ordenar o pleno desenvol-
calizatório previsto nos §§ 3º, 4º e 5º do artigo 5º deste decreto. vimento das funções sociais da cidade e o uso socialmente justo
Art. 9º Contra a aplicação das multas previstas nos §§ 1º, 2º e e ecologicamente equilibrado e diversificado de seu território, de
3º do “caput” do artigo 5º deste decreto, caberá: forma a assegurar o bem-estar e a qualidade de vida de seus ha-
I - defesa dirigida ao Diretor do PSIU, até a data do vencimen- bitantes.
to do prazo para seu pagamento, constante da Notificação-Recibo § 2º O Sistema de Planejamento Urbano corresponde ao con-
- NR-01; junto de órgãos, normas, recursos humanos e técnicos que tem
II - indeferida a defesa, recurso dirigido ao Diretor do Depar- como objetivo coordenar as ações referentes ao desenvolvimento
tamento - DEGUOS, da Secretaria Municipal das Subprefeituras, urbano, de iniciativa dos setores público e privado, integrando-as
até a data do vencimento do prazo para seu pagamento, constan- com os diversos programas setoriais, visando à dinamização e à
te da Notificação-Recibo - NR-02. modernização da ação governamental.
Art. 10. A fiscalização da observância dos parâmetros de in- § 3º O Plano Diretor Estratégico é o instrumento básico da Po-
comodidade, nos termos deste decreto, independe da fiscalização lítica de Desenvolvimento Urbano do Município de São Paulo, de-
da regularidade da obra, exercida pela Subprefeitura competente. terminante para todos os agentes públicos e privados que atuam
Parágrafo único. Se houver indício de irregularidade da obra, em seu território.
o agente do PSIU deverá comunicar à Subprefeitura responsável § 4º Os conceitos utilizados nesta lei estão definidos no Qua-
para a adoção das providências preconizadas na legislação. dro 1.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 2º A presente lei tem como base os fundamentos expres- PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
sos na Constituição Federal, no Estatuto da Cidade e na Lei Orgâ- QUADRO 1. DEFINIÇÕES
nica do Município de São Paulo.
§ 1º O Plano Diretor deverá considerar o disposto nos planos Para os efeitos desta lei, as seguintes expressões ficam assim
e leis nacionais e estaduais relacionadas às políticas de desenvol- definidas:
vimento urbano, incluindo saneamento básico, habitação, mobi- Ações Prioritárias nos Sistemas Urbanos e Ambientais são
lidade e ordenamento territorial, e à política de meio ambiente. conjuntos de intervenções e investimentos que têm por finalida-
§ 2º O Plano Diretor deve se articular com o planejamento de melhorar, ajustar e complementar os sistemas urbanos e am-
metropolitano e com os planos dos demais municípios da Região bientais;
Metropolitana. (VETADO) Área Bruta de uma zona é a sua área total, inclusive
Art. 3º O Plano Diretor Estratégico orienta o planejamento logradouros, áreas verdes e institucionais;
urbano municipal e seus objetivos, diretrizes e prioridades devem Razão de veto: Área Bruta de uma zona é a sua área total, in-
ser respeitados pelos seguintes planos e normas: clusive logradouros, áreas verdes e institucionais”, por não haver
I - Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orça- menção ao conceito no texto aprovado, o qual, ademais, já está
mentária Anual e o Plano de Metas; definido pelo inciso I do artigo 2º, da Lei nº 13.885, de 2004;
II - Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, Planos Re- Área Construída Computável é a soma das áreas cobertas de
gionais das Subprefeituras, Planos de Bairros, planos setoriais de todos os pavimentos de uma edificação, que são consideradas
políticas urbano-ambientais e demais normas correlatas. para o cálculo do coeficiente de aproveitamento;
Área Construída Total é a soma das áreas cobertas de todos
CAPÍTULO II os pavimentos de uma edificação;
DA REGULAÇÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO Área Construída Não Computável é a soma das áreas cobertas
SOLO E DA PAISAGEM URBANA de uma edificação não consideradas para o cálculo do coeficiente
de aproveitamento, nos termos dispostos na legislação pertinen-
SEÇÃO I te;
DAS DIRETRIZES PARA A REVISÃO DA LPUOS (VETADO) Área Líquida de uma zona é a área dos lotes e gle-
bas, excluídos logradouros, áreas verdes e institucionais;
Art. 29. A legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Razão de veto: Área Líquida de uma zona é a área dos lotes e
Solo – LPUOS deverá apresentar estratégia para controle de: glebas, excluídos logradouros, áreas verdes e institucionais”, por
I – parcelamento do solo, englobando dimensões mínimas e não haver menção ao conceito no texto aprovado, o qual, ade-
máximas de lotes e quadras; mais, já está definido pelo inciso VI do artigo 2º, da Lei nº 13.885,
II – remembramento de lotes, englobando dimensões máxi- de 2004;
mas do lote resultante e previsão das condições para destinação Áreas de Intervenção Urbana são porções do território de es-
de áreas públicas; pecial interesse para reestruturação, transformação, recuperação
III – densidades construtivas e demográficas; e melhoria ambiental de setores urbanos com efeitos positivos
IV – volumetria da edificação no lote e na quadra; na qualidade de vida, no atendimento às necessidades sociais, na
V – relação entre espaços públicos e privados; efetivação de direitos sociais e no desenvolvimento econômico do
VI – movimento de terra e uso do subsolo sujeito a aprovação Município;
do Plano de Intervenção pelo órgão público competente, quando (VETADO) Áreas de Preservação Permanente são as áreas de-
se tratar de terra contaminada ou com suspeita de contaminação; finidas nos artigos 4º, 5º e 6º da Lei Federal nº 12.651/12, cober-
VII – circulação viária, polos geradores de tráfego e estacio- tas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de pre-
namentos; servar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica,
VIII – insolação, aeração, permeabilidade do solo e índice mí- a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
nimo de cobertura vegetal; assegurar o bem-estar das populações humanas;
IX – usos e atividades; Razão de veto: Áreas de Preservação Permanente são as
X – funcionamento das atividades incômodas; áreas definidas nos artigos 4º, 5º e 6º da Lei Federal nº 12.651/12,
XI – áreas não edificáveis; cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de
XII – fragilidade ambiental e da aptidão física à urbanização, preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológi-
especialmente as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, ca, a biodiversidade, fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo
inundações ou processos geológicos e hidrológicos correlatos in- e assegurar o bem-estar das populações humanas”, por já constar
dicados no Mapeamento de Áreas de Risco e na Carta Geotécnica da lei federal citada;
do Município de São Paulo;
XIII – bens e áreas de valor histórico, cultural, paisagístico e Área de Proteção Ambiental – APA é uma Unidade de Con-
religioso; servação de Uso Sustentável com área em geral extensa, com
XIV – áreas de preservação permanente; certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos,
XV – espaços para instalação de galerias para uso comparti- bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a
lhado de serviços públicos, inclusive centrais de produção de utili- qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem
dades energéticas localizadas; como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, discipli-
XVI – poluição atmosférica e qualidade do ar; nar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso
XVII – poluição atmosférica sonora; dos recursos naturais, podendo conter áreas de domínio público
XVIII – interferências negativas na paisagem urbana. e/ou privado;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Áreas de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil são Centrais de Processamento da Coleta Seletiva de Resíduos Se-
estabelecimentos de grande porte, destinados ao recebimento cos: estabelecimentos de pequeno, médio e grande porte, para
e transformação de resíduos da construção civil já triados, para triagem e processamento dos resíduos sólidos oriundos da coleta
produção de agregados reciclados e outros produtos, conforme seletiva de embalagens e outros resíduos secos;
especificações da ABNT; Centrais de Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde são
Áreas de Triagem e Transbordo de Resíduos da Construção estabelecimentos destinados ao recebimento de resíduos de ser-
Civil e Resíduos Volumosos são estabelecimentos de médio porte viços de saúde gerados e coletados por agentes públicos ou priva-
destinados ao recebimento de resíduos da construção civil e resí- dos, devendo atender às especificações da ANVISA e do CONAMA;
duos volumosos gerados e coletados por agentes privados; Certidão de Transferência de Potencial Construtivo consiste
Assentamentos Precários e Irregulares são ocupações inse- de documento que fixa o potencial construtivo equivalente passí-
ridas em parcelamentos informais ou irregulares, localizadas em vel de ser transferido para o imóvel receptor, calculado de acordo
áreas urbanas públicas ou privadas, utilizadas predominantemen- com o disposto nesta lei;
te para fins de moradia como favelas, núcleos habitacionais, lo- Certificado de Potencial Construtivo Adicional – CEPAC é uma
teamentos irregulares ou clandestinos e conjuntos habitacionais forma de contrapartida financeira de outorga onerosa do poten-
de interesse social não regularizados; cial construtivo adicional, alteração de uso e parâmetros urbanís-
Aterros de Resíduos da Construção Civil: áreas de grande ticos, para uso específico nas Operações Urbanas Consorciadas;
porte destinadas à disposição de resíduos da construção civil de Coeficiente de Aproveitamento é a relação entre a área edifi-
origem mineral, designados como Classe A pela legislação federal cada, excluída a área não computável, e a área do lote, podendo
específica, devendo atender às especificações da ABNT; ser:
Aterros sanitários são instalações de grande porte, voltadas à a) básico, que resulta do potencial construtivo gratuito ine-
disposição final exclusivamente de rejeitos no solo que, sem cau- rente aos lotes e glebas urbanos;
sar danos à saúde pública e à segurança, minimizam os impactos b) máximo, que não pode ser ultrapassado;
ambientais, utilizando princípios de engenharia para confinar os c) mínimo, abaixo do qual o imóvel poderá ser considerado
rejeitos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume per- subutilizado;
missível, devendo atender às especificações da ABNT; (VETADO) Coeficiente de Aproveitamento Bruto é a relação
(VETADO) Benefício Econômico Agregado ao Imóvel é a valori- entre a área construída total de uma zona, área de intervenção ou
zação do terreno decorrente da obtenção de Potencial Construti- operação urbana e sua área bruta.
vo Adicional, alteração de uso e parâmetros urbanísticos; Razão de veto: Coeficiente de Aproveitamento Bruto é a rela-
Razão de veto: Benefício Econômico Agregado ao Imóvel é a ção entre a área construída total de uma zona, área de interven-
valorização do terreno decorrente da obtenção de Potencial Cons- ção ou operação urbana e sua área bruta”, por não haver menção
trutivo Adicional, alteração de uso e parâmetros urbanísticos”, por ao conceito no texto aprovado;
não haver menção ao conceito no texto aprovado; Coletas Seletivas de Resíduos Sólidos é o conjunto de opera-
(VETADO) Cadastro Ambiental Rural é o registro públi- ções a serem aplicadas a todos os resíduos gerados no território
co eletrônico de âmbito nacional, instituído pela Lei Federal nº municipal;
12.651/12, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a fina- Conflito Fundiário Urbano é a disputa pela posse ou proprie-
lidade de integrar as informações ambientais das propriedades dade de imóvel urbano, decorrente ou não dos eventuais impac-
e posses rurais, compondo base de dados para controle, moni- tos de empreendimentos públicos e privados, envolvendo famílias
toramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao de baixa renda e grupos sociais vulneráveis que necessitem ou de-
desmatamento; mandem a proteção do Estado na garantia do direito humano à
Razão de veto: Cadastro Ambiental Rural é o registro públi- moradia e à cidade;
co eletrônico de âmbito nacional, instituído pela Lei Federal nº Conselho Gestor das ZEIS é um instrumento de gestão e par-
12.651/12, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a fina- ticipação instituído para acompanhar a elaboração e implantação
lidade de integrar as informações ambientais das propriedades e de planos e projetos de urbanização e de regularização fundiária;
posses rurais, compondo base de dados para controle, monitora- Contrapartida Financeira é o valor econômico, correspon-
mento, planejamento ambiental e econômico e combate ao des- dente à outorga onerosa de potencial construtivo adicional, a ser
matamento”, por já constar da lei federal citada; pago ao Poder Público pelo proprietário de imóvel, em espécie
Carta Geotécnica do Município: documento cartográfico que ou em Certificados de Potencial Adicional de Construção – CEPAC;
registra os diferentes compartimentos geológicos e geomorfológi- Cota de garagem máxima é a relação entre a soma das áreas
cos presentes no município, qualificando-os quanto aos seus com- destinadas a carga e a descarga, circulação, manobra, e estaciona-
portamentos geotécnicos e hidrológicos frente ao uso urbano e mento de veículos e o número total de vagas de estacionamento,
definindo os critérios técnicos básicos para sua correta ocupação; não sendo considerados vagas de estacionamento os espaços des-
Centrais de Manejo de Resíduos Industriais são estabeleci- tinados a carga e descarga;
mentos de grande porte destinados ao recebimento de resíduos (VETADO) Cota de Solidariedade é a exigência, aplicável a
industriais, seu manejo e posterior remoção para adequada des- empreendimentos privados de grande porte ou causadores de
tinação, devendo atender às especificações da ABNT e do CONA- impacto urbano, correspondente à doação de áreas para o Muni-
MA; cípio, para fins de produção de HIS;
Centrais de Processamento da Coleta Seletiva de Resíduos
Orgânicos: instalações de grande porte, utilizadas para processa-
mento dos resíduos oriundos da coleta seletiva de resíduos sóli-
dos orgânicos;

245
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Razão de veto: Cota de Solidariedade é a exigência, aplicável Habitação de Interesse Social – HIS é aquela destinada ao
a empreendimentos privados de grande porte ou causadores de atendimento habitacional das famílias de baixa renda, podendo
impacto urbano, correspondente à doação de áreas para o Muni- ser de promoção pública ou privada, tendo no máximo um sanitá-
cípio, para fins de produção de HIS”, por divergência com o dispos- rio e uma vaga de garagem, e classificando-se em dois tipos:
to nos artigos 111 e 112 do texto aprovado; a) HIS 1: destinada a famílias com renda familiar mensal de
Cota Parte Máxima de Terreno por Unidade é relação de den- até R$ 2.172,00 (dois mil, cento e setenta e dois reais) ou renda
sidade habitacional, expressa em unidade de área, entre a área per capita de até R$ 362,00 (trezentos e sessenta e dois reais);
total do terreno e o número de unidades habitacionais a serem b) HIS 2: destinada a famílias com renda familiar mensal supe-
idealmente produzidas; rior a R$ 2.172,00 (dois mil, cento e setenta e dois reais) ou 362,00
Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência (trezentos e sessenta e dois reais) per capita e igual ou inferior a
consiste de documento que declara o potencial construtivo passí- R$ 4.344,00 (quatro mil, trezentos e quarenta e quatro reais) ou
vel de ser transferido originado pelo imóvel cedente, calculado de R$ 724,00 (setecentos e vinte e quatro reais) per capita;
acordo com o disposto nesta lei; Habitação de Mercado Popular – HMP é aquela destinada ao
Ecoparques são equipamentos públicos para tratamento dos atendimento habitacional de famílias cuja renda mensal seja su-
resíduos sólidos urbanos remanescentes dos processos de coleta perior a R$ 4.344,00 (quatro mil trezentos e quarenta e quatro
seletiva, que visam, com técnicas adequadas de engenharia, a má- reais) e igual ou inferior a R$7.240,00 (sete mil duzentos e qua-
xima recuperação dos resíduos secos e orgânicos e a redução do renta reais), com até dois sanitários e até uma vaga de garagem,
volume de rejeitos a serem conduzidos à disposição final; podendo ser de promoção pública ou privada;
Ecopontos são equipamentos públicos de pequeno porte, Ilhas de contêineres são conjuntos de dispositivos destinados
destinados ao recebimento de resíduos da construção civil, resí- ao recebimento de resíduos diferenciados gerados na proximida-
duos volumosos, resíduos sólidos domiciliares secos e outros re- de, tais como regiões de ocupação adensada e comunidades de
síduos de logística reversa, respeitadas as responsabilidades defi- difícil acesso;
nidas na Lei Federal 12.305 de 2010, e outros eventuais resíduos, Macrozona é uma divisão territorial do Município, de acordo
gerados e entregues segregados pelos munícipes, podendo ainda com critérios pré-estabelecidos, que considera as características
ser entregues por pequenos transportadores diretamente contra- ambientais e geológicas relacionadas à aptidão para a urbaniza-
tados pelos geradores; ção;
Empreendimento de Habitação de Interesse Social - EHIS cor- Macroárea é uma divisão territorial do Município, de acordo
responde a uma edificação ou um conjunto de edificações, desti- com critérios pré-estabelecidos, que consideram características
nado total ou parcialmente à Habitação de Interesse Social e usos urbanas, ambientais, sociais e econômicas similares em relação à
complementares, conforme disposto na legislação específica; política de desenvolvimento urbano;
Empreendimento de Habitação de Mercado Popular- EHMP, (VETADO) Mediação de Conflitos Fundiários Urbanos é o con-
corresponde a uma edificação ou um conjunto de edificações, junto de medidas coordenadas pelo Poder Executivo Municipal,
destinados a HMP, HIS 2 e usos complementares, conforme dis- visando a resolução consensual de controvérsias, através do pro-
posto na legislação específica; cesso de interlocução e diálogo envolvendo as partes afetadas
Empreendimento em Zona Especial de Interesse Social - EZEIS pelo conflito, instituições, órgãos públicos e entidades da socieda-
é aquele localizado em ZEIS e que contém destinação obrigatória de civil vinculados ao tema, de modo a buscar a garantia do direi-
de parte da área construída total para habitação de interesse so- to à moradia digna e adequada e impedir a violação dos direitos
cial (HIS); humanos.
Equipamentos Urbanos, Sociais ou Comunitários são imóveis Razão de veto: Mediação de Conflitos Fundiários Urbanos é
destinados a serviços públicos de uso coletivo, que integram as o conjunto de medidas coordenadas pelo Poder Executivo Muni-
políticas públicas de diferentes setores voltados à efetivação e cipal, visando a resolução consensual de controvérsias, através
universalização de direitos sociais; do processo de interlocução e diálogo envolvendo as partes afe-
Estações de Transbordo para Resíduos Domiciliares e da Lim- tadas pelo conflito, instituições, órgãos públicos e entidades da
peza Urbana são instalações de grande porte, voltadas à concen- sociedade civil vinculados ao tema, de modo a buscar a garantia
tração dos resíduos oriundos do sistema público de manejo de do direito à moradia digna e adequada e impedir a violação dos
resíduos sólidos urbanos para otimização da escala e redução do direitos humanos”, pois há divergência com o inciso XIV do artigo
custo de transporte; 293 do texto, segundo o qual o Poder Executivo, por intermédio
(VETADO) Galeria Compartilhada é o espaço para implantação da Secretaria Municipal de Habitação, prioritariamente, debaterá
de infraestruturas para uso compartilhado de serviços públicos; mecanismos para a mediação;
Razão de veto: Galeria Compartilhada é o espaço para im-
plantação de infraestruturas para uso compartilhado de serviços Moradia digna é aquela cujos moradores dispõem de segu-
públicos”, pois o conceito já está previsto no texto aprovado; rança na posse do imóvel, com dimensões suficientes para com-
Fachada Ativa corresponde à exigência de ocupação da ex- portar seus habitantes, executada com boa qualidade construtiva,
tensão horizontal da fachada por uso não residencial com acesso com materiais adequados, ventilação e iluminação suficientes,
direto e abertura para o logradouro, a fim de evitar a formação de assentada sobre terreno firme, salubre, seco e livre de contami-
planos fechados na interface entre as construções e os logradou- nações, e dotada de abastecimento de água, coleta de esgoto,
ros, promovendo a dinamização dos passeios públicos; fornecimento de energia elétrica, iluminação pública, coleta de
resíduos sólidos, trafegabilidade de vias, pavimentação viária,
transporte coletivo, equipamentos sociais básicos, entre outros
serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas;

246
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

(VETADO) Multifuncionalidade do Imóvel Rural compreende Potencial Construtivo de um lote é o produto resultante da
as múltiplas funções do território rural que incluem, além da pro- multiplicação de sua área pelo coeficiente de aproveitamento;
dução e extração de bens, como alimentos, fibras e outros pro- Potencial Construtivo Adicional é bem jurídico dominical, de
dutos, e da prestação de serviços como turismo rural e turismo titularidade da Prefeitura, com funções urbanísticas e socioam-
ecológico, funções relativas à proteção de serviços ambientais bientais, sendo considerado como correspondente à diferença
como a conservação da biodiversidade, a conservação do solo, a entre o potencial construtivo básico e máximo do lote;
manutenção da paisagem rural e da herança cultural e a seguran- Potencial Construtivo Básico de um lote é o produto resul-
ça alimentar, entre outros. tante da multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveita-
Razão de veto: Multifuncionalidade do Imóvel Rural com- mento Básico fixado para a zona onde está localizado;
preende as múltiplas funções do território rural que incluem, Potencial Construtivo Máximo de um lote é o produto resul-
além da produção e extração de bens, como alimentos, fibras e tante da multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveita-
outros produtos, e da prestação de serviços como turismo rural mento Máximo fixado para a zona onde está localizado;
e turismo ecológico, funções relativas à proteção de serviços am- Potencial Construtivo Mínimo de um lote é o produto resul-
bientais como a conservação da biodiversidade, a conservação do tante da multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveita-
solo, a manutenção da paisagem rural e da herança cultural e a mento Mínimo fixado para a zona onde está localizado;
segurança alimentar, entre outros”, por não haver menção ao con- Potencial Construtivo Utilizado de um lote corresponde à
ceito no texto aprovado; área construída computável;
(VETADO) Prevenção de Conflitos Fundiários Urbanos é o
Outorga Onerosa é a concessão, pelo Poder Público, de po- conjunto de medidas voltadas a combater o déficit habitacional,
tencial construtivo adicional acima do resultante da aplicação do buscando a garantia do direito à moradia digna e adequada e à
Coeficiente de Aproveitamento Básico, até o limite estabelecido cidade, com gestão democrática das políticas urbanas, através de
pelo Coeficiente de Aproveitamento Máximo, de alteração de uso programas, da provisão de habitação de interesse social, de ações
e parâmetros urbanísticos, mediante pagamento de contrapartida de regularização fundiária e da regulação do parcelamento, uso e
financeira; ocupação do solo, que garanta o acesso à terra urbanizada bem
(VETADO) Pagador de Serviços Ambientais é pessoa física ou localizada, e a segurança da posse para a população de baixa ren-
jurídica, pública ou privada, que provê o pagamento dos serviços da e grupos sociais vulneráveis;
ambientais; Razão de veto: Prevenção de Conflitos Fundiários Urbanos é
Razão de veto: Pagador de Serviços Ambientais é pessoa fí- o conjunto de medidas voltadas a combater o déficit habitacional,
sica ou jurídica, pública ou privada, que provê o pagamento dos buscando a garantia do direito à moradia digna e adequada e à
serviços ambientais”, por não haver menção ao conceito no texto cidade, com gestão democrática das políticas urbanas, através de
aprovado; programas, da provisão de habitação de interesse social, de ações
de regularização fundiária e da regulação do parcelamento, uso e
Parque Natural Municipal é uma Unidade de Conservação de ocupação do solo, que garanta o acesso à terra urbanizada bem
Proteção Integral criada pelo município, correspondente ao Par- localizada, e a segurança da posse para a população de baixa ren-
que Nacional, que tem como objetivo básico a preservação de da e grupos sociais vulneráveis;
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cê- Processamento Local de Resíduos Orgânicos é a operação de
nica, vedado o uso direto dos recursos naturais e permitida a rea- retenção de resíduos orgânicos no local de geração, visando a re-
lização de pesquisas científicas, o desenvolvimento de atividades cuperação do material;
de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato Projeto de intervenção em ZEIS é aquele destinado à regula-
com a natureza e de turismo ecológico; rização fundiária, reabilitação física e requalificação de edifícios
Plano de Manejo é o documento técnico que estabelece, com e áreas ocupadas por cortiços ou moradias coletivas precárias, e
fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, que estão localizados em territórios urbanos consolidados, em
o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área especial na Macroárea de Estruturação Metropolitana, Macroá-
e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das es- rea de Urbanização Consolidada e Macroárea de Qualificação da
truturas físicas necessárias à gestão da unidade; Urbanização;
Plano de Urbanização em ZEIS é aquele que integra medidas
administrativas, jurídicas, urbanísticas e sociais, conforme a com- Projeto de Regularização Fundiária é aquele que integra me-
plexidade de cada caso, destinadas à regularização dos assenta- didas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais destinadas à re-
mentos precários e irregulares, visando à titulação de seus ocu- gularização dos assentamentos precários e irregulares, titulação
pantes, o reassentamento, a adequação urbanística, ambiental de seus ocupantes, reassentamentos, adequação urbanística, am-
e administrativa, integrando-os à cidade formal; elaborado pela biental e administrativa, integrando-o à cidade formal, elabora-
Prefeitura ou pelos demais legitimados na forma da lei, com a do pela prefeitura com a participação de seu respectivo conselho
participação de seu respectivo conselho gestor e do conjunto dos gestor, quando for o caso;
beneficiários; Promotores da Habitação de Interesse Social – HIS são os se-
Postos de entrega de resíduos obrigados à logística rever- guintes:
sa: instalações de pequeno porte, disponibilizadas pelos comer- a) órgãos da administração direta;
ciantes e distribuidores de produtos e embalagens com logística b) empresas de controle acionário público;
reversa para a devolução após o uso, pelos consumidores, dos c) entidades representativas dos futuros moradores ou coo-
produtos e embalagens que serão entregues aos fabricantes ou perativas habitacionais, conveniadas ou consorciadas com o Po-
importadores para destinação ambientalmente adequada; der Público;

247
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

d) entidades ou empresas que desenvolvam empreendimen- Terra Indígena é o espaço necessário para a reprodução física
tos conveniados ou consorciados com o Poder Público para execu- e cultural dos povos indígenas, segundo seus usos e costumes,
ção de empreendimentos de Habitação de Interesse Social – HIS; garantida pela Constituição Federal, cuja demarcação e homolo-
e) empresas ou entidades sem fins lucrativos, quando atuan- gação é de competência da Fundação Nacional do Índio (FUNAI);
do, respectivamente, como executoras ou organizadoras de EHIS, Transporte Coletivo de Média Capacidade corresponde aos
no âmbito de programa habitacional subvencionado pela União, veículos leves sobre trilhos (VLTs e metrôs leves) ou veículos co-
Estado ou Município; letivos sobre pneus dispostos em corredores viários segregados
Recebedor do pagamento pelos serviços ambientais é pessoa ou com operação em faixa exclusiva à esquerda do tráfego geral,
física ou jurídica, pública ou privada, que mantém, restabelece ou com capacidade entre 20.000 e 40.000 passageiros por hora e por
recupera os ecossistemas no âmbito de programas específicos a sentido;
serem definidos pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Transporte Coletivo de Alta Capacidade corresponde aos veí-
Ambiente; culos coletivos articulados sobre trilhos (metrôs e trens urbanos
Rede de Infraestrutura Urbana corresponde ao conjunto de e metropolitanos), com capacidade superior a 60.000 passageiros
elementos que estruturam e integram de forma estratégica o por hora e por sentido;
território urbano, tais como: abastecimento de água potável; es- Transporte Individual corresponde aos veículos privados mo-
gotamento sanitário; drenagem; manejo de resíduos sólidos; mo- torizados que circulam sobre pneus;
bilidade urbana; equipamentos urbanos e sociais; eletrificação e Transferência de Potencial Construtivo é o instrumento que
telecomunicações; permite transferir o potencial construtivo não utilizado no lote ou
Regularização Ambiental do Imóvel Rural é o atendimento ao gleba para outros lotes ou glebas;
disposto na legislação ambiental no imóvel rural, em especial a Unidades de Conservação, definidas pela Lei Federal 9.985
manutenção e recuperação de áreas de preservação permanente, de 2000, são espaços territoriais com características naturais rele-
da reserva legal e de áreas de uso restrito, e à compensação da vantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos
reserva legal, quando couber; de conservação e limites definidos, sob regime especial de admi-
Regularização Fundiária é o conjunto de medidas jurídicas, nistração, aos quais se aplicam garantias adequadas de proteção;
urbanísticas, ambientais e sociais que visam à regularização de as- Unidades de Conservação de Proteção Integral são unidades
sentamentos irregulares e à titulação de seus ocupantes, de modo de conservação cujo objetivo é preservar a natureza, sendo admi-
a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das tido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais;
funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio am- Unidades de Conservação de Uso Sustentável são unidades
biente ecologicamente equilibrado; de conservação cujo objetivo é compatibilizar a conservação da
Regularização Fundiária do Imóvel Rural é o conjunto de me- natureza com uso sustentável de parcela dos seus recursos natu-
didas jurídicas, administrativas e sociais visando garantir a segu- rais, sendo admitidas presença de moradores e atividades econô-
rança jurídica aos agricultores familiares e seu o acesso às políticas micas;
governamentais, entre elas o crédito rural e a assistência técnica; Unidades de Compostagem e Biodigestão Anaeróbia in situ
Regularização Fundiária de Interesse Social é a regularização são instalações de pequeno porte, para processamento dos resí-
fundiária de assentamentos irregulares ocupados, predominante- duos sólidos orgânicos;
mente, por população de baixa renda, nos casos em que a área Uso Residencial- R é aquele que envolve a moradia de um in-
esteja ocupada, de forma mansa e pacífica, há, pelo menos, 5 (cin- divíduo ou grupo de indivíduos;
co) anos, demarcada como ZEIS ou declarada de interesse para Uso Não Residencial- NR é aquele que envolve o desenvolvi-
implantação de projetos de regularização fundiária de interesse mento de atividades comerciais, de serviços, industriais e institu-
social; cionais;
Regularização Fundiária de Interesse Específico é a regulariza- Uso Misto é aquele que envolve, simultaneamente, no mes-
ção fundiária quando não caracterizado o interesse social, realiza- mo lote ou na mesma edificação, o uso residencial e o uso não
da mediante a adoção de medidas mitigadoras e compensatórias residencial;
na forma da legislação regulamentadora; Uso Sustentável é a exploração do ambiente de maneira a
Remanescentes de Mata Atlântica são fragmentos vegetais de garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos
Mata Atlântica primária e secundária em estágio avançado ou mé- processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais
dio de regeneração, conforme Lei Federal 14.428 de 2006 e suas atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economica-
regulamentações; mente viável;
Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma categoria de Zona de Amortecimento é o entorno de uma unidade de con-
Unidade de Conservação particular criada em área privada, por servação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e
ato voluntário do proprietário, em caráter perpétuo, instituída restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos
pelo poder público; negativos sobre a unidade;
Serviços Ambientais são benefícios que os ecossistemas pres- Zonas Especiais são porções do território que apresentam ca-
tam à humanidade, sendo classificados em serviços de provisão, racterísticas diferenciadas ou com destinação específica e normas
serviços de suporte, serviços de regulação e serviços culturais; próprias de uso e ocupação do solo e edilícias, situadas em qual-
Taxa de Ocupação é a relação entre a área da projeção hori- quer macrozona do Município.
zontal da edificação ou edificações e a área do lote;
Taxa de Permeabilidade é a relação entre a parte permeável,
que permite a infiltração de água no solo, livre de qualquer edifi-
cação, e a área do lote;

248
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

TÍTULO II
LEI Nº 8.989, DE 29 DE OUTUBRO DE 1979 - ESTATUTO DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA DE CARGOS
DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE
SÃO PAULO CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
LEI Nº 8989, DE 29 DE OUTUBRO DE 1979.
SEÇÃO I
Dispõe sobre o estatuto dos funcionários públicos do municí- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
pio de São Paulo, e dá providências correlatas.
Art. 10 - Os cargos públicos serão providos por:
Reynaldo Emygdio de Barros, Prefeito do Município de São I - Nomeação;
Paulo, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei, Faço II - Transposição;
saber que a Câmara Municipal, em sessão de 18 de outubro de III - Acesso;
1979, decretou e eu promulgo a seguinte lei: IV - Transferência;
V - Reintegração;
TÍTULO I VI - Readmissão
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES VII - Reversão;
VIII - Aproveitamento.
Art. 1º Esta lei institui o regime jurídico dos funcionários da Art. 11 - Só poderá ser investido em cargo público quem satis-
Prefeitura do Município de São Paulo. fizer os seguintes requisitos:
Art. 2º Para os efeitos deste Estatuto, funcionário público é a I - ser brasileiro;
pessoa legalmente investida em cargo público. II - ter completado dezoito anos de idade;
Art. 3º Cargo público é aquele criado por lei, em número cer- III - estar no gozo dos direitos políticos;
to, com denominação própria, remunerado pelos cofres munici- IV - estar quite com as obrigações militares;(Regulamentado
pais, ao qual corresponde um conjunto de atribuições e responsa- pelo Decreto nº 17.552/1981)
bilidades cometidas a funcionário público. V - ter boa conduta;
Art. 4º Classe é o agrupamento de cargos da mesma denomi- VI - gozar de boa saúde física e mental e não ser portador de
nação e idêntica referência de vencimento. deficiência física incompatível com o exercício do cargo;
Art. 5º Carreira é o conjunto de classes da mesma natureza de VII - possuir habilitação profissional para o exercício do cargo,
trabalho, escalonadas segundo a responsabilidade e complexida- quando for o caso;
de das atribuições. VIII - ter sido previamente habilitado em concurso, ressalva-
Art. 6º Os cargos públicos são isolados ou de carreira. das as exceções legalmente previstas;
Art. 7º Os cargos públicos são integrados em: IX - atender às condições especiais, prescritas em lei ou decre-
I - Quadro Geral; to, para determinados cargos.
II - Quadros Especiais, cujos cargos são agrupados por simili-
tude das atividades neles compreendidas. SEÇÃO II
Art. 8º As atribuições dos cargos serão definidas em lei ou em DO CONCURSO PÚBLICO
decreto.
Parágrafo Único. É vedado atribuir ao funcionário encargos ou Art 12 – A investidura em cargo público dependerá de apro-
serviços diversos dos inerentes a seu cargo, ressalvadas a hipótese vação prévia em concurso público de provas, ou provas e títulos.
a que se refere o artigo 39, as funções de direção e chefia, bem (Redação dada pela Lei nº 10.806/1989)
como as designações especiais. § 1º – Prescindirá de concurso a nomeação para cargo em
Art. 9º Aos cargos públicos corresponderão referências nu- comissão declarado em Lei, de livre nomeação e exoneração. (Re-
méricas ou símbolos de identificação, seguidas de letras em or- dação dada pela Lei nº 10.806/1989)
dem alfabética, indicadoras de graus. § 2º – A não observância do disposto no “caput” deste artigo
§ 1º - Referência é o número ou o conjunto de sigla e número implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsá-
indicativo da posição do cargo na escala básica dos vencimentos. vel. (Incluído pela Lei nº 10.806/1989)
§ 2º - Grau é a letra indicativa do valor progressivo da refe- Art. 13 - As normas gerais para a realização dos concursos
rência. serão estabelecidas em decreto e cada concurso será regido por
§ 3º - O conjunto de referência e grau constitui o padrão de instruções especiais expedidas pelo órgão competente.(Regula-
vencimentos. mentado pelo Decreto nº 17.813/1982)
Art. 14 – O prazo de validade do concurso será fixado nas
respectivas instruções especiais e não excederá a 2 (dois) anos,
contados a partir da data da homologação de seus resultados,
prorrogável, uma vez, por igual período. (Redação dada pela Lei
nº 10.806/1989)
Parágrafo Único – A não observância do disposto no “caput”
deste artigo implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
responsável. (Incluído pela Lei nº 10.806/1989)

249
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

SEÇÃO III Parágrafo Único. A autoridade que der posse deverá verificar,
DA NOMEAÇÃO sob pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as condições
legais para a investidura no cargo.
Art. 15 - A nomeação será feita: Art. 23 – A posse deverá se verificar no prazo de 15 (quinze)
I - em comissão, quando se tratar de cargo que, em virtude de dias, contado da publicação oficial do ato de provimento.(Reda-
lei, assim deva ser provido; ção dada pela Lei nº 13.686/2003)
II - em caráter efetivo, nos demais casos. § 1º - O prazo previsto neste artigo poderá ser prorrogado por
Art. 16 - A nomeação de candidatos habilitados em concurso igual período, a juízo da autoridade competente para dar posse.
obedecerá sempre à ordem de classificação. § 2º - O termo inicial do prazo para posse de funcionário em
férias ou licença, exceto no caso de licença para tratar de interes-
SEÇÃO IV ses particulares, será o da data em que voltar ao serviço.
DA ESTABILIDADE Art. 24 - Se aposse não se der dentro do prazo legal, o ato de
provimento será tornado sem efeito.
Art. 17 - Adquire estabilidade, após 2 (dois) anos de exercício,
o funcionário nomeado por concurso público. SEÇÃO VI
Art. 18 - O funcionário estável só poderá ser demitido em vir- DA TRANSFERÊNCIA
tude de sentença judicial ou mediante processo administrativo,
assegurada ampla defesa. Art. 25 - Transferência é a passagem do funcionário de um
Art. 19 - Enquanto não adquirir estabilidade, poderá o funcio- para outro cargo da mesma denominação, de órgão de lotação
nário ser exonerado no interesse do serviço público nos seguintes diferente.
casos: Parágrafo Único. As transferências serão feitas a pedido do
I - inassiduidade; funcionário ou “ex officio”, atendida sempre a conveniência do
II - ineficiência; serviço.
III - indisciplina; Art. 26 - A transferência por permuta será procedida a pedido
IV - insubordinação; escrito dos interessados e com observância da conveniência do
V - falta de dedicação ao serviço; serviço.
VI - má conduta;
VII – não aprovação em curso de formação ou capacitação SEÇÃO VII
para o exercício das funções inerentes ao cargo.(Incluído pela Lei DA REINTEGRAÇÃO
nº 13.686/2003)
§ 1º - Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, o chefe Art. 27 - A reintegração é o reingresso do funcionário no ser-
imediato do funcionário representará à autoridade competente, a viço público, em virtude de decisão judicial transitada em julgado.
qual deverá dar vista ao funcionário, a fim de que o mesmo possa Art. 28 - A reintegração será feita no cargo anteriormente
apresentar sua defesa, no prazo de 5 (cinco) dias. ocupado.
§ 2º - A representação prevista neste artigo deverá ser forma- § 1º - Se o cargo anteriormente ocupado houver sido trans-
lizada pelo menos 4 (quatro) meses antes do término do período formado, a reintegração se dará no cargo resultante; se houver
fixado no artigo 17. sido extinto, em cargo de vencimento e habilitação profissional
equivalentes.
SEÇÃO V § 2º - Não sendo possível a reintegração na forma prescri-
DA POSSE ta neste artigo, será o funcionário posto em disponibilidade com
vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.
Art. 20 - Posse é o ato pelo qual a pessoa é investida em cargo Art. 29 - O funcionário que estiver ocupando o cargo objeto
público. da reintegração será exonerado, ou se ocupava outro cargo, a este
Parágrafo Único. Não haverá posse nos casos de reintegração. reconduzido, sem direito a indenização.
Art. 21 - A posse verificar-se-á mediante a assinatura, pela au- Art. 30 - Transitada em julgado a sentença que determinar
toridade competente e pelo funcionário, do termo pelo qual este a reintegração, o respectivo título deverá ser expedido no prazo
se compromete a observar fielmente os deveres e atribuições do máximo de 30 (trinta) dias.
cargo, bem como as exigências deste Estatuto.
§ 1º - Na ocasião da posse, o funcionário declarará se exerce SEÇÃO VIII
ou não outro cargo ou função pública remunerada, inclusive em- DA READMISSÃO
prego em autarquias, empresas públicas e sociedades de econo-
mia mista. Art. 31 - Readmissão é o ato pelo qual o funcionário exonera-
§ 2º - A lei especificará os casos em que, no ato da posse, será do reingressa no serviço público, sem direito a qualquer ressarci-
exigida também declaração de bens. mento e sempre por conveniência da Administração.
Art. 22 - São competentes para dar posse: § 1º - A readmissão dependerá da existência de vaga e da ob-
I - o Prefeito, aos Secretários Municipais e autoridades a estes servância das exigências legais quanto à primeira investidura.
equiparadas; § 2º - A readmissão dar-se-á de preferência no cargo ante-
II - o responsável pelo órgão do pessoal, nos demais casos. riormente ocupado, podendo, no entanto, verificar-se em outro
de igual referência de vencimento, respeitada a habilitação pro-
fissional.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

SEÇÃO IX Art. 41 - As normas inerentes ao sistema de readaptação fun-


DA REVERSÃO cional, inclusive as de caracterização, serão objeto de regulamen-
tação específica.(Regulamentado Decreto nº 23.483/1987)(Regu-
Art. 32 - Reversão é o ato pelo qual o funcionário aposentado lamentado pelo Decreto nº 33.801/1993)
reingressa no serviço público, a seu pedido ou “ex officio”.
§ 1º - A reversão “ex officio” será feita quando insubsistentes CAPÍTULO II
as razões que determinaram a aposentadoria. DO EXERCÍCIO
§ 2º - Será tomada sem efeito a reversão “ex officio” e cassada
a aposentadoria do funcionário que reverter e não tomar posse SEÇÃO I
ou não entrarem exercício dentro do prazo legal. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§ 3º - A reversão a pedido, que será feita a critério da Admi-
nistração, dependerá da existência de cargo vago, bem como da Art. 42 - Exercício é o desempenho das atribuições e respon-
comprovação de capacidade para o exercício do cargo mediante sabilidades do cargo.
inspeção médica. § 1º - O início, a interrupção, o reinicio e a cessação do exercí-
§ 4º - Não poderá reverterá atividade, a pedido, o aposentado cio serão registrados no assentamento individual do funcionário.
que tiver mais de 60 (sessenta) anos de idade. § 2º - O início do exercício e as alterações que nele ocorrerem
Art. 33 - A reversão far-se-á em cargo de idêntica denomina- serão comunicados ao órgão de pessoal pelo chefe imediato do
ção à daquele ocupado por ocasião da aposentadoria ou, se trans- funcionário.
formado, no cargo resultante da transformação. Art. 43 - O chefe imediato do funcionário é a autoridade com-
Parágrafo Único. Em casos especiais, a juízo do Prefeito, pode- petente para dar-lhe exercício.
rá o aposentado reverterem outro cargo, de igual padrão, respei- Art. 44 – O exercício do cargo terá início dentro do prazo de
tados os requisitos para provimento do cargo. 15 (quinze) dias, contado. (Redação dada pela Lei nº 13686/2003)
Art. 34 - Será contado, para fins de nova aposentadoria, o I - da data da posse;
tempo em que o funcionário revertido esteve aposentado por in- II - da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegra-
validez. ção.
Art. 35 - O funcionário revertido a pedido, após a vigência § 1º - O prazo referido neste artigo poderá ser prorrogado por
desta lei, não poderá ser novamente aposentado, com maiores igual período, a juízo da autoridade competente para dar posse.
proventos, antes de decorridos 5 (cinco) anos de sua reversão, sal- § 2º - O funcionário que não entrar em exercício dentro do
vo se sobre vier moléstia que o incapacite para o serviço público. prazo será exonerado do cargo.
Art. 45 - Nenhum funcionário poderá ter exercício em unida-
SEÇÃO X de diferente daquela em que for lotado, salvo nos casos previstos
DO APROVEITAMENTO neste Estatuto ou mediante prévia autorização do Prefeito.(Regu-
lamentado pelo Decreto nº 32.960/1993)(Regulamentado pelo
Art. 36 - Aproveitamento é a volta do funcionário em disponi- Decreto nº 37.965/1999)
bilidade ao exercício de cargo público. § 1º - O funcionário poderá ser, a critério e por autorização do
Art. 37 - O funcionário em disponibilidade será obrigatoria- Prefeito, afastado junto à Administração Pública Federal, Estadual
mente aproveitado no preenchimento de vaga existente ou que ou Municipal.(Regulamentado pelo Decreto nº 32.960/1993)(Re-
se verificamos quadros do funcionalismo. gulamentado pelo Decreto nº 37.965/1999)
§ 1º - O aproveitamento dar-se-á em cargo equivalente, por § 2º - O afastamento de que trata o parágrafo anterior será
sua natureza e vencimentos, ao que o funcionário ocupava quan- permitido, com ou sem prejuízo de vencimentos, por prazo certo.
do posto em disponibilidade. (Regulamentado pelo Decreto nº 32.960/1993)(Regulamentado
§ 2º - Em nenhum caso poderá efetivar-se o aproveitamento pelo Decreto nº 37.965/1999)
sem que, mediante inspeção médica, fique provada a capacidade Art. 46 - O afastamento do funcionário para participação em
para o exercício do cargo. congressos, certames desportivos, culturais ou científicos poderá
§ 3º - Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a ser autorizado pelo Prefeito, na forma estabelecida em decreto.
disponibilidade do funcionário que, aproveitado, não tomar posse (Regulamentado pelo Decreto nº 48.743/2007)
ou não entrar em exercício dentro do prazo legal. Art. 47 - Nenhum funcionário poderá ter exercício fora do
Art. 38 - Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, Município, em missão de estudo ou de outra natureza, com ou
terá preferência o que contar mais tempo de disponibilidade e, sem ônus para os cofres públicos, sem autorização ou designação
em igualdade de condições, o de maior tempo de serviço público. do Prefeito.
Art. 48 - Salvo caso de absoluta conveniência, a juízo do Pre-
SEÇÃO XI feito, nenhum funcionário poderá permanecer por mais de 2
DA READAPTAÇÃO (dois) anos em missão fora do Município, nem vir a exercer outra
senão depois de decorridos 4 (quatro) anos de exercício efetivo no
Art. 39 - Readaptação é a atribuição de encargos mais com- Município, contados da data do regresso.
patíveis com a capacidade física ou psíquica do funcionário e de- Art. 49 - O funcionário preso em flagrante ou preventivamen-
penderá sempre de exame médico.(Regulamentado Decreto nº te, ou recolhido à prisão em decorrência de pronúncia ou conde-
23.483/1987) nação por crime inafiançável, será considerado afastado do exer-
Art. 40 - A readaptação não acarretará diminuição nem au- cício do cargo, até decisão final transitada em julgado.
mento de vencimento.(Regulamentado Decreto nº 23.483/1987)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 1º - Durante o afastamento, o funcionário perceberá 2/3 Art. 55 - Os funcionários que tenham valores sob sua guarda,
(dois terços) dos vencimentos, tendo posteriormente direito à di- em caso de impedimento, serão substituídos por funcionários de
ferença, se for absolvido. sua confiança, que indicarem, respondendo a sua fiança pela ges-
§ 2º - No caso de condenação, se esta não for de natureza que tão do substituto.
determine a demissão do funcionário, continuará ele afastado até Parágrafo Único. Feita a indicação, por escrito, o superior hie-
o cumprimento total da pena, com direito a 2/3 (dois terços) dos rárquico do funcionário proporá a expedição do ato de designa-
vencimentos. ção, ficando assegurado ao substituto o vencimento ou a remu-
Art. 50 - O funcionário investido em mandato eletivo federal neração do cargo a partir da data em que assumiu as respectivas
ou estadual ficara afastado do seu cargo. funções.
§ 1º - O funcionário investido no mandato de Prefeito Muni- Art. 56 - O funcionário poderá ser designado para exercer
cipal será afastado do seu cargo, por todo o período do mandato, transitoriamente cargo que comporte substituição e que se en-
sendo-lhe facultado optar pelo vencimento. contre vago, para cujo provimento definitivo não exista candidato
§ 2º - O funcionário investido no mandato de Vereador, ha- legalmente habilitado, desde que atenda aos requisitos para o seu
vendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de exercício.
seu cargo, sem prejuízo dos subsídios a que fizer jus. Não havendo
compatibilidade, aplicar-se-ão as normas previstas no “caput”. SEÇÃO IV
§ 3º - Em qualquer caso de lhe ser exigido o afastamento para DA FIANÇA
o exercício do mandato, o tempo de serviço será contado para
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento. Art. 57 - O funcionário investido em cargo cujo provimento,
por disposição legal ou regulamentar, dependa de fiança, não po-
SEÇÃO II derá entrar em exercício sem cumprir essa exigência.
DA REMOÇÃO § 1º - A fiança poderá ser prestada:
1 - em dinheiro;
Art. 51 - Remoção é o deslocamento do funcionário de uma 2 - em títulos da dívida pública;
unidade para outra, dentro do mesmo órgão de lotação. 3 - em apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas
Parágrafo Único. A remoção do funcionário poderá ser feita a por instituições oficiais ou empresas legalmente autorizadas.
seu pedido ou “ex officio”. § 2º - Não poderá ser autorizado o levantamento da fiança
Art. 52 - A remoção por permuta será processada a pedido antes de tomadas as contas do funcionário.
escrito dos interessados, com a concordância das respectivas che- § 3º - O responsável por alcance e desvio de material não fica-
fias, a critério da Administração, atendidos os requisitos desta Se- rá isento do procedimento administrativo e criminal que couber,
ção. ainda que o valor da fiança seja superior ao do prejuízo verificado.
Art. 53 - O funcionário removido deverá assumir de imediato
o exercício na unidade para a qual foi deslocado, salvo quando em SEÇÃO V
férias, licença ou desempenho de cargo em comissão, hipóteses DA ACUMULAÇÃO
em que deverá apresentar-se no primeiro dia útil após o término
do impedimento. Art. 58 – É vedada a acumulação remunerada de cargos públi-
cos, exceto, quando houver compatibilidade de horários:(Redação
SEÇÃO III dada pela Lei nº 10.824/1990)
DA SUBSTITUIÇÃO I – A de dois cargos de professor;(Redação dada pela Lei nº
10.824/1990)
Art. 54 - Haverá substituição remunerada nos impedimentos II – A de um cargo de professor com outro técnico ou científi-
legais e temporários de ocupante de cargo isolado, de provimento co;(Redação dada pela Lei nº 10.824/1990)
por acesso, em comissão, ou, ainda, de outros cargos que a lei III – a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
autorizar. de saúde, com profissões regulamentadas.(Redação dada pela Lei
§ 1º - A substituição remunerada dependera de ato de auto- nº 13.708/2004)
ridade competente para nomear ou designar, respeitada, quando § 1º – Compreendem-se na ressalva de que trata este artigo
for o caso, a habilitação profissional e recairá sempre em servidor as exceções previstas no inciso I do parágrafo único do artigo 95 e
público municipal. na alínea “d” do inciso II do parágrafo. 59 do artigo 128 da Consti-
§ 2º - Se a substituição disser respeito a cargo vinculado a tuição da República.(Redação dada pela Lei nº 10.824/1990)
carreira, a designação recairá sobre um dos seus integrantes. § 2º – A proibição de acumulada estende-se a empregos e
§ 3º - O substituto, durante todo o tempo da substituição, terá funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de
direito a receber o valor da referência e as vantagens pecuniárias economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público. (Reda-
próprias do cargo do substituído e mais as vantagens pessoais a ção dada pela Lei nº 10.824/1990)
que fizer jus, podendo optar pelo vencimento ou remuneração do Art. 59 - Não se compreende na proibição de acumular, nem
cargo de que é ocupante efetivo. está sujeita a quaisquer limites, desde que tenha correspondência
§ 4º - Poderá ser instituído o sistema de substituição automá- coma função principal, a percepção das vantagens de ordem pe-
tica, a ser regulamentado em decreto. cuniária discriminadas no artigo 89.
Art. 60 - Verificada a acumulação proibida, deverá o funcioná-
rio optar por um dos cargos ou funções exercidas.

252
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Parágrafo Único. Provada, em processo administrativo, a má X - faltas abonadas nos termos do parágrafo único do artigo
fé, o funcionário perderá o cargo ou função municipal, sem prejuí- 92, observados os limites ali fixados;
zo da restituição do que tiver recebido indevidamente. XI - missão ou estudo de interesse do Município em outros
Art. 61 - As autoridades que tiverem conhecimento de qual- pontos do território nacional ou no exterior, quando o afastamen-
quer acumulação indevida comunicarão o fato ao órgão de pes- to houver sido expressamente autorizado pelo Prefeito;
soal para os fins indicados no artigo anterior, sob a pena de res- XII - participação de delegações esportivas ou culturais pelo
ponsabilidade. prazo oficial da convocação, devidamente autorizada pelo Prefei-
to, precedida da requisição justificada do órgão competente;
CAPÍTULO III XIII - desempenho de mandato legislativo ou chefia de Poder
DA VACÂNCIA DE CARGOS Executivo.
Parágrafo Único. No caso do inciso XIII, o tempo de afasta-
Art. 62 - A vacância de cargo decorrerá de: mento será considerado de efetivo exercício para todos os efeitos
I - exoneração; legais, exceto para promoção por merecimento.
II - transposição; Art. 65 - Para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade
III - demissão; será computado integralmente:
IV - transferência; I -(Revogado pela Lei nº 10.430/1988)
V - acesso; II - O tempo em que o funcionário esteve afastado em licença
VI - aposentadoria; para tratamento da própria saúde;
VII - falecimento. III - O tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade
§ 1º - Dar-se-á exoneração: ou aposentado por invalidez.
1 - a pedido do funcionário; Art. 66 - É vedada a acumulação de tempo de serviço simulta-
2 - a critério do Prefeito, quando se tratar de ocupante de neamente prestado em dois ou mais cargos ou funções, à União,
cargo em comissão; Estados ou Municípios.
3 - quando o funcionário não entrar em exercício dentro do Parágrafo Único. Em regime de acumulação de cargos, é veda-
prazo legal. do contar tempo de um dos cargos para reconhecimento de direi-
§ 2º - A demissão será aplicada como penalidade nos casos tos ou vantagens do outro.
previstos em lei.
CAPÍTULO II
TÍTULO III DA PROMOÇÃO
DO TEMPO DE SERVIÇO E DA PROGRESSÃO FUNCIONAL
SEÇÃO I
CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS
DO TEMPO DE SERVIÇO
Art. 67 - Promoção é a passagem do funcionário de um de-
Art. 63 - A apuração do tempo de serviço será feita em dias, terminado grau para o imediatamente superior da mesma classe.
para todos os efeitos legais. (Regulamentado pelo Decreto nº 17.959/1982)
§ 1º - O número de dias poderá ser convertido em anos, de Art. 68. A promoção por antiguidade obedecerá aos critérios
365 (trezentos e sessenta e cinco) dias cada um. estabelecidos nesta lei, realizando-se, anualmente, em junho.(Re-
§ 2º - Para efeito de promoção, aposentadoria e disponibili- dação dada pela Lei nº 13.748/2004)
dade, feita a conversão de que trata o parágrafo anterior, os dias § 1º. Para efeito de processamento da promoção por antigui-
restantes até 182 (cento e oitenta e dois) dias não serão compu- dade serão considerados os eventos ocorridos até o encerramen-
tados, arredondando-se para 1 (um) ano, quando excederem esse to do ano-base imediatamente anterior, que se inicia em 1º de
número. janeiro e termina em 31 de dezembro. (Redação dada pela Lei nº
Art. 64 - Serão considerados de efetivo exercício os dias em 13.748/2004)
que o funcionário estiver afastado do serviço em virtude de: § 2º. Somente poderão ser promovidos por antiguidade os
I - férias; servidores efetivos que tiverem interstício mínimo de 3 (três)
II - casamento, até 8 (oito) dias;(Regulamentado pelo Decreto anos de efetivo exercício no grau. (Redação dada pela Lei nº
nº 58.091/2018) 13.748/2004)
III - luto, pelo falecimento do cônjuge, companheiro, pais, ir-
mãos e filhos, inclusive natimorto, até 8 (oito) dias; SEÇÃO II
IV - luto, pelo falecimento de padrasto, madrasta, sogros e DA PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE
cunhados, até 2 (dois) dias;
V - exercício de outro cargo em comissão ou função na admi- Art. 69 - Serão promovidos, anualmente, por antiguidade até
nistração direta ou indireta; 16% (dezesseis por cento) do total dos funcionários de cada grau,
VI - convocação para cumprimento de serviços obrigatórios em cada classe.(Regulamentado pelo Decreto nº 17.959/1982)
por lei; § 1º - No resultado da aplicação do percentual fixado por este
VII - licença por acidente de trabalho ou doença profissional; artigo não serão consideradas as frações.(Regulamentado pelo
VIII - licença à gestante; Decreto nº 17.959/1982)
IX - licença compulsória;

253
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 2º - Quando o número de concorrentes de determinado § 2º - O funcionário promovido indevidamente não ficará


grau for inferior a 16 (dezesseis), serão promovidos 2 (dois) fun- obrigado a restituir o que a mais houver recebido, salvo caso de
cionários.(Regulamentado pelo Decreto nº 17.959/1982) omissão intencional ou declaração falsa.(Regulamentado pelo De-
§ 3º - As promoções por antiguidade obedecerão exclusi- creto nº 17.959/1982)
vamente aos critérios de tempo de efetivo exercício no serviço Art. 79. Publicada a classificação por antiguidade, os servido-
público municipal e no grau.(Regulamentado pelo Decreto nº res efetivos interessados poderão apresentar recurso à Unidade
17.959/1982) de Recursos Humanos – URH da Secretaria Municipal ou Sub-
prefeitura em que estiverem trabalhando, dentro do prazo de 10
SEÇÃO III (dez) dias da publicação.(Redação dada pela Lei nº 13.748/2004)
DA PROMOÇÃO POR MERECIMENTO
SEÇÃO V
Art. 70 -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) DA PROMOÇÃO “POST MORTEM”
Parágrafo Único.(Revogado pela Lei nº 13.748/2004)
Art. 71 (Revogado pela Lei nº 13.748/2004) Art. 80 - Poderá ser promovido “post mortem”, ao grau ime-
Art. 72 (Revogado pela Lei nº 13.748/2004) diatamente superior, o funcionário falecido em atividade, com
§ 1º (Revogado pela Lei nº 13.748/2004) mais de vinte anos de serviços prestados exclusivamente ao Mu-
§ 2º (Regulamentado pelo Decreto nº 17.959/1982)(Revoga- nicípio e que, durante sua vida funcional, tiver revelado méritos
do pela Lei nº 13.748/2004) excepcionais e inequívoca dedicação ao serviço.(Regulamentado
Art. 73 (Revogado pela Lei nº 13.748/2004) pelo Decreto nº 17.959/1982)
I -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) § 1º - Se o funcionário já se encontrava no grau “E”, a promo-
II -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) ção “post mortem” corresponderá à elevação ao padrão de valor
III -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) subsequente dentro da escala de vencimentos.(Regulamentado
IV -(Regulamentado pelo Decreto nº 17.959/1982)(Revogado pelo Decreto nº 17.959/1982)
pela Lei nº 13.748/2004) § 2º - A decisão de promoção “post mortem” caberá ao Pre-
Art. 74 -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) feito.(Regulamentado pelo Decreto nº 17.959/1982)
I -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) Art. 81 - A promoção “post mortem” retroagirá à data do
II -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) falecimento do funcionário.(Regulamentado pelo Decreto nº
III -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) 17.959/1982)
IV -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004)
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 13.748/2004) CAPÍTULO III
§ 2º -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) DO ACESSO
Art. 75 -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004)
Parágrafo Único.(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) Art. 82 - Acesso é a elevação do funcionário, dentro da res-
pectiva carreira, a cargo da mesma natureza de trabalho, de maior
SEÇÃO IV responsabilidade e maior complexidade de atribuições.(Regula-
DO PROCESSAMENTO DAS PROMOÇÕES mentado pelo Decreto nº 19.614/1984)
§ 1º - É de 3 (três) anos o interstício na classe para concorre-
Art. 76 - Compete ao órgão especializado do pessoal o estudo, rão acesso.(Regulamentado pelo Decreto nº 19.614/1984)
o planejamento, a fixação de normas e diretrizes para o proces- § 2º - Serão reservados para acesso os cargos cujas atribui-
samento das promoções, bem como a execução que poderá ser ções exijam experiência prévia no exercício de outro cargo.(Regu-
descentralizada.(Regulamentado pelo Decreto nº 17.959/1982) lamentado pelo Decreto nº 19.614/1984)
Art. 77 - (Revogado pela Lei nº 13.748/2004) § 3º - O acesso será feito mediante aferição do mérito, entre
I -(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) titulares de cargos cujo exercício proporcione a experiência neces-
a)(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) sária ao desempenho dos cargos referidos no parágrafo anterior.
b)(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) (Regulamentado pelo Decreto nº 19.614/1984)
c)(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) § 4º - A aferição do mérito para fins de acesso será feita me-
d)(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) diante concurso de provas, de títulos, ou de provas e títulos.(Re-
e)(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) gulamentado pelo Decreto nº 19.614/1984)
f)(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) § 5º - Os cargos de provimento por acesso serão discriminados
g)(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) em lei ou decreto.(Regulamentado pelo Decreto nº 19.614/1984)
II(Revogado pela Lei nº 13.748/2004) Art. 83 - A regulamentação do acesso será estabelecida em
Art. 78 - Será declarado sem efeito o ato que promover in- decreto.(Regulamentado pelo Decreto nº 19.614/1984)
devidamente o funcionário.(Regulamentado pelo Decreto nº Art. 84 - O funcionário que, por acesso, for elevado a nova
17.959/1982) classe, conservará o grau em que se encontrava na situação ante-
§ 1º - O ato de promoção de funcionário que tenha sido rior.(Regulamentado pelo Decreto nº 19.614/1984)
inicialmente preterido produzirá efeito a partir da data em que
deveria ter sido promovido.(Regulamentado pelo Decreto nº
17.959/1982)

254
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO IV CAPÍTULO II
DA TRANSPOSIÇÃO DO VENCIMENTO, DO HORÁRIO E DO PONTO

Art. 85 - Transposição é o instituto que objetiva a alocação Art. 91 - Vencimento é a retribuição mensal paga ao funcio-
dos recursos humanos do serviço público de acordo com apti- nário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao padrão e
dões e formação profissional, mediante a passagem do funcio- vantagens incorporadas para todos os efeitos legais.
nário de um para outro cargo de provimento efetivo, porém de Art. 92 - O funcionário perderá:
conteúdo ocupacional diverso.(Regulamentado pelo Decreto nº I - o vencimento do dia, quando não comparecerão serviço,
17.613/1981) quando o fizer após a hora seguinte à marcada para o início dos
Art. 86 - A transposição efetuar-se-á mediante processo sele- trabalhos ou se retirar antes da última hora;
tivo especial, respeitadas as exigências de habilitação, condições II - 1/3 (um terço) do vencimento do dia, quando comparecer
e requisitos do cargo a ser provido, na forma prevista em regula- ao serviço dentro da hora seguinte à marcada para o início dos
mento.(Regulamentado pelo Decreto nº 17.613/1981) trabalhos, ou quando se retirar dentro da última hora;
Parágrafo Único. Fica assegurado ao funcionário que se uti- III - o vencimento correspondente aos domingos, feriados e
lizar do instrumento da transposição o direito de ser classificado dias de ponto facultativo intercalados, no caso de faltas sucessi-
no padrão do novo cargo, no grau de igual valor ou, não havendo vas, justificadas ou injustificadas.
este, no de valor imediatamente superior ao do padrão do antigo Parágrafo único. Poderão ser abonados 6 (seis) dias de falta
cargo.(Regulamentado pelo Decreto nº 17.613/1981) ao serviço por ano, limitados a 1 (um) por mês, mediante motivo
Art. 87 - Antes da abertura de concurso público, parte das justificado e a critério da autoridade competente, no primeiro dia
vagas de determinadas classes poderá ser reservada para transpo- em que o funcionário comparecer ao serviço após a falta.(Reda-
sição.(Regulamentado pelo Decreto nº 17.613/1981) ção dada pela Lei nº 17.722/2021)
Art. 88 - Quando o número de candidatos habilitados para Art. 93 - O funcionário não sofrerá quaisquer descontos do
provimento mediante transposição for insuficiente para preen- vencimento nos casos previstos no artigo 64.
cher as vagas respectivas, reverterão estas para os candidatos Art. 94 - Nos casos de necessidade, devidamente comprova-
habilitados para provimento mediante concurso público.(Regula- da, o período de trabalho poderá ser antecipado ou prorrogado.
mentado pelo Decreto nº 17.613/1981) Art. 95 - A frequência do funcionário será apurada:
Parágrafo Único. O mesmo procedimento de reversão de I - pelo ponto;
vagas será adotado quando o número de candidatos habilitados II - pela forma determinada em regulamento, quanto aos fun-
para provimento em concurso público for insuficiente para preen- cionários não sujeitos ao ponto.
chimento das vagas que lhe foram destinadas.(Regulamentado § 1º - Ponto é o registro que assinala o comparecimento do
pelo Decreto nº 17.613/1981) funcionário ao serviço e pelo qual se verifica, diariamente, a sua
entrada e saída.
TÍTULO IV § 2º - Salvo nos casos expressamente previstos neste Estatu-
DOS DIREITOS E VANTAGENS DE ORDEM PECUNIÁRIA to, é vedado dispensar o funcionário do registro do ponto e abo-
nar faltas ao serviço.
CAPÍTULO I § 3º - A infração do disposto no parágrafo anterior determina-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES rá a responsabilidade da autoridade que tiver expedido a ordem,
sem prejuízo da ação disciplinar que for cabível.
Art. 89 - Poderão ser deferidas ao funcionário as seguintes Art. 96 - As reposições devidas à Fazenda Municipal poderão
vantagens pecuniárias: ser feitas em parcelas mensais não excedentes à décima parte do
I - diárias; vencimento líquido do funcionário. (Regulamentado pelo Decreto
II - auxílio para diferença de caixa; nº 48.138/2007)
III - salário-família; Parágrafo Único. Não caberá reposição parcelada quando o
IV - (Revogado pela Lei nº 17.457/2020) funcionário solicitar exoneração, quando for demitido, ou quando
V - auxílio-doença; abandonar o cargo.(Regulamentado pelo Decreto nº 48.138/2007)
VI - gratificações; Art. 97 - Dos vencimentos ou dos proventos somente po-
VII - adicional por tempo de serviço; derão ser feitos os descontos previstos em lei, ou os que forem
VIII - sexta-parte; expressamente autorizados pelo funcionário por danos causa-
IX - outras vantagens ou concessões pecuniárias previstas em dos à Administração Municipal. (Regulamentado pelo Decreto nº
leis especiais ou neste Estatuto. 48.138/2007)
Parágrafo Único. O funcionário que receber dos cofres públi- Art. 98 - As consignações em folha, para efeito de desconto
cos vantagem indevida será responsabilizado, se tiver agido de de vencimentos, serão disciplinadas em decreto.(Regulamentado
má fé. Em qualquer caso, responderá pela reposição da quantia pelo Decreto nº 58.890/2019)
que houver recebido, solidariamente com quem tiver autorizado
o pagamento.
Art. 90 - É proibido ceder ou gravar vencimento ou quaisquer
vantagens decorrentes do exercício do cargo ou função pública.

255
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO III CAPÍTULO IV


DAS GRATIFICAÇÕES DOS QUINQUÊNIOS

SEÇÃO I Art. 112 - A partir de 1º de janeiro de 1980, o funcionário


DISPOSIÇÕES GERAIS terá direito, após cada período de cinco anos, contínuos ou não,
à percepção de adicional por tempo de serviço público municipal,
Art. 99 - Será concedida gratificação ao funcionário: calculado sobre o padrão de vencimento, da seguinte forma:
I - pela prestação de serviço extraordinário; I - de 5 a 10 anos: 5%
II - pela prestação de serviço noturno; II - de 10 a 15 anos: 10,25%;
III - (Revogado pela Lei nº 10.827/1990) III - de 15 a 20 anos: 15,76%;
IV - em outros casos previstos em lei. IV - de 20 a 25 anos: 21,55%;
Art. 100 - Poderá ser concedida gratificação: V - de 25 a 30 anos: 27,63%;
I - pelo exercício em Gabinete do Prefeito, de Secretário Mu- VI - de 30 a 35 anos: 34,01%;
nicipal e de outras autoridades, até o nível de Diretor de Departa- VII - mais de 35 anos: 40,71%.
mento, e pelo exercício em função de Diretor de Divisão;(Regula- § 1º - O adicional será calculado sobre o padrão de vencimen-
mentado pelo Decreto nº 16.532/1980) to do cargo que o funcionário estiver exercendo.
II - pela elaboração ou execução de trabalho técnico ou cien- § 2º - Os percentuais fixados neste artigo são mutuamente
tífico de utilidade para o serviço público; exclusivos, não podendo ser percebidos cumulativamente.
III - pela participação em Conselhos, Comissões ou Grupos de Art. 113 - O disposto neste Capítulo aplica-se aos inativos.
Trabalho especiais, quando sem prejuízo das atribuições normais. Art. 114 - O adicional por tempo de serviço previsto no artigo
Art. 101 - A gratificação por prestação de serviço especial, 112 incorpora-se ao vencimento para todos os efeitos legais, ob-
com risco de vida ou saúde, e a prevista no inciso III do artigo servada a forma e o cálculo nele determinados.
anterior serão objeto de disciplinação em lei.
Art. 102 - As gratificações previstas no artigo 100, incisos I e CAPÍTULO V
II, serão arbitradas pelo Prefeito através de decreto, não podendo DA SEXTA-PARTE DO VENCIMENTO
ultrapassar 1,5 (uma e meia) vez o valor do padrão de Secretário
Municipal. Art. 115 - O funcionário que completar 25 (vinte e cinco) anos
de efetivo exercício no serviço público municipal perceberá im-
SEÇÃO II portância equivalente à sexta-parte do seu vencimento.
DA GRATIFICAÇÃO POR SERVIÇOS EXTRAORDINÁRIOS Art. 116 - A sexta-parte incorpora-se ao vencimento para to-
dos os efeitos legais.
Art. 103 - (Revogado pela Lei nº 17.722/2021)
CAPÍTULO VI
SEÇÃO III DO SALÁRIO-FAMÍLIA(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº
DA GRATIFICAÇÃO POR SERVIÇO NOTURNO 17.457/2020)

Art. 104 - Pelo serviço noturno, prestado das 22 às 6 horas, os Art. 117. A todo servidor ou inativo, que tiver alimentário sob
funcionários do Quadro de Cargos de Natureza Operacional terão sua guarda ou sustento, será concedido salário-família no valor
o valor da respectiva hora-trabalho acrescido de 25% (vinte e cin- correspondente ao fixado para o Regime Geral de Previdência So-
co por cento). cial. (Redação dada pela Lei nº 13.830/2004)
§ 1º - O salário-família não será devido ao funcionário licen-
SEÇÃO IV ciado sem direito à percepção de vencimentos.(Regulamentado
DA GRATIFICAÇÃO DE NATAL pelo Decreto nº 17.498/1981)
§ 2º - O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos
Art. 105 - (Revogado pela Lei nº 10.779/1989) casos disciplinares e penais, nem aos de licença por motivo de
Parágrafo Único. (Revogado pela Lei nº 10.779/1989) doença em pessoa de família.(Regulamentado pelo Decreto nº
a) (Revogado pela Lei nº 10.779/1989) 17.498/1981)
b) (Revogado pela Lei nº 10.779/1989) Art. 118. Para os efeitos de concessão do salário-família, con-
c) (Revogado pela Lei nº 10.779/1989) sideram-se alimentários, desde que vivam total ou parcialmen-
d)(Revogado pela Lei nº 10.779/1989) te às expensas do servidor ou do inativo, os filhos ou equipara-
e) (Revogado pela Lei nº 10.779/1989) dos com idade até 14 (catorze) anos. (Redação dada pela Lei nº
Art. 106 - (Revogado pela Lei nº 10.779/1989) 13.830/2004)
Art. 107 -(Revogado pela Lei nº 10.779/1989) § 1º O benefício referido neste artigo será devido, indepen-
Parágrafo Único. (Revogado pela Lei nº 10.779/1989) dentemente de limite de idade, se o alimentário apresentar inva-
Art. 108 - (Revogado pela Lei nº 10.779/1989) lidez permanente de qualquer natureza, pericialmente comprova-
Art. 109 - (Revogado pela Lei nº 10.779/1989) da.(Redação dada pela Lei nº 13.830/2004)
Parágrafo Único. (Revogado pela Lei nº 10.779/1989)
Art. 110 - (Revogado pela Lei nº 10.779/1989)
Art. 111 - (Revogado pela Lei nº 10.779/1989)

256
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

§ 2º Equipara-se a filho, mediante declaração escrita do ser- período, do índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo –
vidor ou do inativo e comprovação da dependência econômica, o IPCA ou outro índice que vier a substituí-lo.(Incluído pela Lei nº
enteado e o menor sob tutela ou guarda, desde que não possuam 17.457/2020)
bens suficientes para o próprio sustento e educação.(Redação Art. 126 - Dar-se-á ao funcionário auxílio-doença, correspon-
dada pela Lei nº 13.830/2004) dente a um mês de vencimento, após cada período de 12 (doze)
Art. 119 - Não tem direito ao salário-família o cônjuge do ser- meses consecutivos de licença para tratamento de sua saúde.
vidor em atividade, inatividade ou disponibilidade da União, do Art. 127 - O auxílio de que trata o artigo anterior não será
Estado ou de outros Municípios e das respectivas Administrações concedido em relação aos períodos completados antes da vigên-
Indiretas, que esteja gozando ou venha a gozar de idêntico benefí- cia deste Estatuto.
cio em razão do mesmo alimentário.(Regulamentado pelo Decre- Art. 128 - Ao funcionário que se deslocar temporariamente
to nº 17.498/1981) do Município, no desempenho de suas atribuições, conceder-se-
Art. 120. O salário-família só será devido a servidor ou a ina- -á, além do transporte, diária a título de indenização pelas despe-
tivo que perceber remuneração, subsídios ou proventos iguais ou sas de alimentação e pousada, na forma estabelecida em decreto.
inferiores aos limites estabelecidos para a concessão desse bene- (Regulamentado pelo Decreto nº 48.744/2007)
fício no âmbito do Regime Geral de Previdência Social.(Redação Art. 129 - Ao funcionário que receber incumbência de mis-
dada pela Lei nº 13.830/2004) são ou estudo, que o obrigue a permanecer fora do Município por
Art. 121 - (Revogado pela Lei nº 17.457/2020) mais de 30 (trinta) dias poderá ser concedida ajuda de custo, sem
Art. 122 - Quando o pai e a mãe tiverem ambos a condição de prejuízo das diárias que lhe couberem.
funcionário público ou inativo e viverem em comum, o salário-fa- Art. 130 - Ao funcionário que pagar ou receber em moeda
mília será concedido a um deles.(Regulamentado pelo Decreto nº corrente, poderá ser concedida gratificação que não excederá a
17.498/1981) 1/3 (um terço) da referência numérica do cargo, para compensar
Parágrafo Único. Se não viverem em comum, será concedi- eventuais diferenças de caixa.
do ao que tiver os dependentes sob sua guarda ou a ambos de Parágrafo Único. A gratificação de que trata este artigo será
acordo com a distribuição dos dependentes.(Regulamentado pelo fixada em decreto.
Decreto nº 17.498/1981) Art. 131 - A concessão de que trata o artigo anterior só po-
Art. 123 - Ao pai e a mãe se equiparam o padrasto e a ma- derá ser deferida ao funcionário que se encontre no exercício do
drasta, e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes. cargo e mantenha contato com o público, pagando ou recebendo
(Regulamentado pelo Decreto nº 17.498/1981) em moeda corrente.
Art. 124 - A concessão dos benefícios previstos neste Capítulo
será objeto de regulamento. TÍTULO V
DOS DIREITOS E VANTAGENS DE ORDEM GERAL
CAPÍTULO VII
DAS OUTRAS CONCESSÕES PECUNIÁRIAS CAPÍTULO I
DAS FÉRIAS
Art. 125. Ao cônjuge ou companheiro, ou na falta destes,
ao ascendente ou descendente em linha reta que provar ter fei- Art. 132 - (Revogado pela Lei nº 17.722/2021)
to despesas relativas ao funeral de funcionário ativo ou inativo, Art. 133 - (Revogado pela Lei nº 17.722/2021)
será concedida, a título de auxílio-funeral, mesmo nos casos de Art. 134 - (Revogado pela Lei nº 17.722/2021)
acúmulo de cargos, funções, vencimentos e proventos, uma única Art. 135 - (Revogado pela Lei nº 17.722/2021)
parcela de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).(Redação dada pela Lei Art. 136 - (Revogado pela Lei nº 17.722/2021)
nº 17.457/2020) Art. 137 - (Revogado pela Lei nº 17.722/2021)
§ 1º Quando, na falta do cônjuge, companheiro, ascendente
ou descendente em linha reta da pessoa falecida, as despesas re- CAPÍTULO II
lativas ao funeral forem efetivadas por pessoa diversa, ser-lhe-á DAS LICENÇAS(REGULAMENTADO PELO DECRETO Nº
reembolsada a importância efetivamente dispendida, mediante 33.886/1993)
comprovação, até o limite fixado no “caput” deste artigo.(Incluído
pela Lei nº 17.457/2020) SEÇÃO I
§ 2º O auxílio-funeral ou o reembolso das despesas deverá DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
ser requerido no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias contados
da data do óbito do funcionário ativo ou inativo sob pena de de- Art. 138 - Será concedida licença ao funcionário:(Regulamen-
cadência.(Incluído pela Lei nº 17.457/2020) tado pelo Decreto nº 57.571/2016)
§ 3º Decreto fixará o procedimento e os documentos necessá- I - para tratamento de saúde; );(Regulamentado pelo Decreto
rios para o deferimento do auxílio-funeral ou reembolso das des- nº 57.571/2016)
pesas relativas ao funeral de funcionário ativo ou inativo.(Incluído II - por motivo de doença em pessoa de sua família; (Regula-
pela Lei nº 17.457/2020) mentado pelo Decreto nº 57.571/2016)
§ 4º Portaria do órgão competente pelo deferimento do au- III - nos casos dos artigos 148 e 149;
xílio-funeral ou do reembolso atualizará, anualmente, no mês de IV - para cumprir serviços obrigatórios por lei;
dezembro, o valor previsto no “caput” deste artigo, para vigência V - para tratar de interesses particulares;
no exercício orçamentário subsequente, com base na variação, no VI - compulsória; (Regulamentado pelo Decreto nº
57.571/2016)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

VII - quando acidentado no exercício de suas atribuições ou SEÇÃO IV


acometido de doença profissional. (Regulamentado pelo Decreto DA LICENÇA À GESTANTE
nº 57.571/2016)
Art. 139 - A licença dependente de inspeção médica será con- Art. 148. À funcionária gestante será concedida, mediante
cedida pelo prazo indicado pelo órgão oficial competente. inspeção médica, licença de 180 (cento e oitenta) dias, com ven-
§ 1º - A licença poderá ser prorrogada “ex officio” ou a pedido cimento integral.(Redação dada pela Lei nº 14.872/2008);(Regu-
do interessado. lamentado pelo Decreto nº 57.571/2016);(Regulamentado pelo
§ 2º - Finda a licença, deverá o funcionário reassumir o exer- Decreto nº 58.091/2018)
cício do cargo. § 1º - Salvo prescrição médica em contrário, a licença será
Art. 140 - O funcionário licenciado para tratamento de saú- concedida no curso ou além do início do oitavo mês de gestação,
de não poderá dedicar-se a qualquer atividade remunerada, sob ou até o décimo dia do puerpério.;(Regulamentado pelo Decreto
pena de ter cassada a licença e ser promovida sua responsabili- nº 57.571/2016)(Regulamentado pelo Decreto nº 58.091/2018)
dade. § 2º - No caso de natimorto será concedida licença para tra-
Art. 141 - O funcionário licenciado nos termos dos incisos I, II, tamento de saúde, a critério médico, na forma do artigo 143.;(Re-
VI e VII do artigo 138 é obrigado a reassumir o exercício do cargo, gulamentado pelo Decreto nº 57.571/2016)(Regulamentado pelo
se for considerado apto em inspeção médica realizada “ex officio” Decreto nº 58.091/2018)
ou se não subsistir a doença em pessoa de sua família. § 3º. Durante a licença, cometerá falta grave a funcionária que
Parágrafo Único. O funcionário poderá desistir da licença, se exercer qualquer atividade remunerada ou mantiver a criança em
julgado apto para o exercício do cargo, em inspeção médica. creche ou organização similar. (Incluído pela Lei nº 14.872/2008)
Art. 142 - A concessão das licenças dependerá da observância (Regulamentado pelo Decreto nº 57.571/2016);(Regulamentado
das disposições deste Estatuto e respectiva regulamentação. pelo Decreto nº 58.091/2018)
§ 4º. A vedação de manutenção da criança em creche ou or-
SEÇÃO II ganização similar, de que trata o § 3º deste artigo, não se aplica ao
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE período de 15 (quinze) dias que antecedam ao termo final da licen-
ça, que se destinará à adaptação da criança a essa nova situação.
Art. 143 - Ao funcionário impossibilitado de exercer o cargo (Incluído pela Lei nº 14.872/2008);(Regulamentado pelo Decreto
por motivo de saúde será concedida licença pelo órgão oficial nº 57.571/2016)(Regulamentado pelo Decreto nº 58.091/2018)
competente, a pedido do interessado ou “ex officio”. § 5º. A licença gestante de que trata este artigo, requerida
Art. 144 - A licença para tratamento de saúde será concedida após o parto e além do décimo dia do puerpério, será concedi-
com vencimento integral. da mediante a apresentação da certidão de nascimento e vigo-
Parágrafo Único. A licença poderá ser prorrogada: rará a partir dessa data, podendo retroagir até 15 (quinze) dias.
1 - “ex officio”, por decisão do órgão oficial competente; (Incluído pela Lei nº 14.872/2008);(Regulamentado pelo Decreto
2 - a pedido, por solicitação do interessado, formulada até 8 nº 57.571/2016);(Regulamentado pelo Decreto nº 58.091/2018)
(oito) dias antes de findo o prazo da licença.
Art. 145 - A licença superior a 90 (noventa) dias dependerá de SEÇÃO V
inspeção realizada por junta médica. DA LICENÇA À FUNCIONÁRIA CASADA COM FUNCIONÁRIO
PÚBLICO CIVIL OU COM MILITAR
SEÇÃO III
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍ- Art. 149 - A funcionária casada com funcionário público civil,
LIA ou com militar, terá direito à licença sem vencimento, quando o
marido for prestar serviços, independentemente de solicitação,
Art. 146 - O funcionário poderá obter licença por motivo de fora do Município.(Regulamentado pelo Decreto nº 58.091/2018)
doença do cônjuge e de parentes até segundo grau, quando ve- Parágrafo Único. A licença será concedida mediante pedido
rificada, em inspeção médica, ser indispensável a sua assistência instruído com documento comprobatório e vigorará pelo tempo
pessoal, impossível de ser prestada simultaneamente com o exer- que durar a comissão ou a nova função do marido.(Regulamenta-
cício do cargo. do pelo Decreto nº 58.091/2018)
Parágrafo Único. A licença de que trata este artigo não poderá
ultrapassar o prazo de 24 (vinte e quatro) meses. SEÇÃO VI
Art. 147 - A licença será concedida com vencimento, até um DA LICENÇA PARA CUMPRIR SERVIÇOS OBRIGATÓRIOS POR
mês, e com os seguintes descontos: LEI
I - de 1/3 (um terço), quando exceder a 1 (um) mês e até 2
(dois) meses; Art. 150 - Ao funcionário que for convocado para o serviço mi-
II - de 2/3 (dois terços), quando exceder a 2 (dois) meses e até litar ou estágios militares obrigatórios, bem como para o cumpri-
6 (seis) meses; mento de outros serviços públicos obrigatórios por lei, será con-
III - total, do sétimo ao vigésimo quarto mês. cedida licença sem prejuízo de direitos e vantagens de seu cargo,
Parágrafo Único. Para os efeitos deste artigo, a licença conce- com vencimento integral.
dida dentro de 60 (sessenta) dias, contados do término da ante- Art. 151 - O funcionário desincorporado reassumirá o exercí-
rior, será considerada como prorrogação. cio do cargo dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data
da desincorporação.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 152 - Ao funcionário que houver feito curso para ser ad- V - pensão aos beneficiários do funcionário que viera falecer
mitido como oficial da reserva das Forças Armadas será também em virtude de acidente do trabalho ou moléstia profissional, a ser
concedida licença sem vencimentos durante os estágios prescritos concedida de acordo com o que estipular a lei;(Regulamentado
pelos regulamentos militares. pelo Decreto nº 23.104/1986)
VI - assistência médica domiciliar, ambulatorial, hospitalar
SEÇÃO VII e cirúrgica, ainda que plástico-estética, farmacêutica e dentária,
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES bem como serviços de prótese, totalmente gratuita, desde o mo-
mento do evento e enquanto for necessária.(Regulamentado pelo
Art. 153. O funcionário poderá obter licença sem vencimento Decreto nº 23.104/1986)
para tratar de interesse particular, pelo prazo máximo de 2 (dois) Art. 161 - Os conceitos de acidente do trabalho e respectivas
anos.(Redação dada pela Lei nº 17.841/2022) equiparações, bem como a relação das moléstias profissionais e
§ 1º - A licença referida neste artigo poderá ser negada quan- as situações propiciadoras da Concessão do auxílio-acidentário,
do o afastamento do funcionário for inconveniente ao interesse para os efeitos deste Capítulo, serão os adotados pela legislação
do serviço. federal vigente à época do acidente.(Regulamentado pelo Decre-
§ 2º - O funcionário devera aguardar em exercício o despacho to nº 23.104/1986)
concessório ou denegatório da licença. Art. 162 - Os benefícios previstos neste Capítulo deverão ser
Art. 154 - Poderá o funcionário reassumir, a qualquer tempo, pleiteados no prazo de 5 (cinco) anos contados:(Regulamentado
desistindo da licença. pelo Decreto nº 23.104/1986)
Art. 155 - A autoridade que houver concedido a licença po- I - da data da perícia médica, nos casos de agravamento da
derá determinar o retorno do funcionário licenciado, sempre que incapacidade;(Regulamentado pelo Decreto nº 23.104/1986)
exigir o interesse do serviço público. II - da data da verificação, pelo médico ou por junta médica,
Art. 156 - Só poderá ser concedida nova licença após o decur- quando se tratar de doença profissional;(Regulamentado pelo De-
so de 2 (dois) anos do término da anterior. creto nº 23.104/1986)
III - da data do acidente, nos demais casos.(Regulamentado
SEÇÃO VIII pelo Decreto nº 23.104/1986)
DA LICENÇA COMPULSÓRIA Art. 163 - A regulamentação deste Capítulo obedecerá o que
for estabelecido em lei especial.(Regulamentado pelo Decreto nº
Art. 157 - O funcionário, ao qual se possa atribuir a condição 23.104/1986)
de fonte de infecção de doença transmissível, poderá ser licencia-
do, enquanto durar essa condição, a juízo da autoridade sanitária CAPÍTULO IV
competente. DA DISPONIBILIDADE
Art. 158 - Verificada a procedência da suspeita, o funcionário
será licenciado para tratamento de saúde na forma prevista no ar- Art. 164 - O funcionário estável poderá ser posto em disponi-
tigo 143, considerando-se incluídos no período da licença os dias bilidade remunerada, quando o cargo por ele ocupado for extinto
de licenciamento compulsório. por lei, bem como na hipótese prevista no § 2º do artigo 28.
Art. 159 - Quando não positivada a moléstia, deverá o funcio- § 1º - O provento do funcionário disponível será proporcional
nário retornar ao serviço, considerando-se como de efetivo exercí- ao tempo de serviço.
cio, para todos os efeitos legais, o período de licença compulsória. § 2º - O provento da disponibilidade será revisto sempre que,
por motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, se modifi-
CAPÍTULO III carem os vencimentos dos funcionários em atividade.
DO ACIDENTE DO TRABALHO E DA DOENÇA PROFISSIONAL Art. 165 - O período em que o funcionário esteve em disponi-
bilidade será contado unicamente para efeito de aposentadoria.
Art. 160 - Ao funcionário que sofrer acidente do trabalho ou
for atacado de doença profissional é assegurado:(Regulamentado CAPÍTULO V
pelo Decreto nº 23.104/1986) DA APOSENTADORIA
I - licença para tratamento de saúde, com o vencimento inte-
gral a que faria jus independentemente da ocorrência do acidente Art. 166 – O servidor será aposentado:
ou moléstia, em caso de perda total e temporária da capacidade I – Por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
para o trabalho;(Regulamentado pelo Decreto nº 23.104/1986) quando decorrentes de acidente em serviço, moléstia profissio-
II - auxílio-acidentário, na forma que a lei estabelecer, para os nal ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em
casos de redução parcial e permanente da capacidade laborati- lei, e proporcionais nos demais casos; (Redação dada pela Lei nº
va;(Regulamentado pelo Decreto nº 23.104/1986) 10.916/1990);(Regulamentado pelo Lei nº 13.383/2002)
III - aposentadoria com proventos integrais quando do infor- II – Compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com
túnio, da moléstia profissional, ou de seu agravamento, sobrevier proventos proporcionais ao tempo de serviço; (Redação dada pela
perda total e permanente da capacidade para o trabalho;(Regula- Lei nº 10.916/1990)
mentado pelo Decreto nº 23.104/1986) III – Voluntariamente: (Redação dada pela Lei nº 10.916/1990)
IV - pecúlio, a ser pago de uma só vez e na conformidade a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
do que dispuser a lei, se do acidente resultar aposentadoria por (trinta), se mulher, com proventos integrais;(Incluído pela Lei nº
invalidez ou morte do agente;(Regulamentado pelo Decreto nº 10.916/1990)
23.104/1986)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de ma- § 2º - Ao funcionário estudante de curso superior será permi-
gistério, se professor ou técnico de educação física, e 25 (vinte e tido entrar em serviço até uma hora mais tarde, ou retirar-se até
cinco), se professora ou técnica de educação física, com proventos uma hora mais cedo da marcada para início ou fim do expedien-
integrais;(Incluído pela Lei nº 10.916/1990) te normal, bem como ausentar-se do serviço nos dias em que se
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte realizarem provas. (Regulamentado pelo Decreto nº 58.073/2018)
e cinco), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
serviço;(Incluído pela Lei nº 10.916/1990) CAPÍTULO VII
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem e aos 60 DO DIREITO DE PETIÇÃO
(sessenta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
serviço.(Incluído pela Lei nº 10.916/1990) Art. 176 - É assegurado ao funcionário o direito de requerer
Art. 167 -(Revogado pela Lei nº 10.916/1990) ou representar, pedir reconsideração e recorrer, desde que o faça
I - (Revogado pela Lei nº 10.916/1990) dentro das normas de urbanidade, observadas as seguintes re-
II - (Revogado pela Lei nº 10.916/1990) gras:
Art. 168 - A aposentadoria compulsória, prevista no inciso II I - nenhuma solicitação, qualquer que seja a sua forma, po-
do artigo 166, é automática. derá ser encaminhada sem conhecimento da autoridade a que o
Art. 169 - O funcionário em disponibilidade poderá ser apo- funcionário estiver direta ou imediatamente subordinado;
sentado nos termos do artigo 166. II - o pedido de reconsideração deverá ser dirigido à autorida-
Art. 170 - A aposentadoria produzirá efeito a partir da publi- de que houver expedido o ato ou proferido a decisão e somente
cação do ato no órgão oficial. será cabível quando contiver novos argumentos;
Parágrafo Único. No caso de aposentadoria compulsória, o III - nenhum pedido de reconsideração poderá ser renovado;
funcionário deixará o exercício no dia em que atingir a idade limi- IV - somente caberá recurso quando houver pedido de recon-
te, devendo o ato retroagir a essa data. sideração desatendido;
Art. 171 - (Revogado pela Lei nº 10.916/1990) V - o recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe-
I - (Revogado pela Lei nº 10.916/1990) rior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, em última
a) (Revogado pela Lei nº 10.916/1990) instância, ao Prefeito;
b) (Revogado pela Lei nº 10.916/1990) VI - nenhum recurso poderá ser encaminhado mais de uma
II -(Revogado pela Lei nº 10.916/1990) vez à mesma autoridade.
Art. 172 - (Revogado pela Lei nº 10.916/1990) § 1º - O pedido de reconsideração e o recurso não têm efeito
Art. 173 – Os proventos da aposentadoria serão revistos, na suspensivo, salvo nos casos previstos em lei. Os que forem provi-
mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a dos, porém, darão lugar às retificações necessárias, retroagindo
remuneração dos servidores em atividade, sendo também esten- os seus efeitos à data do ato impugnado, desde que a autoridade
didos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posterior- competente não determine outras providências quanto aos efei-
mente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando tos relativos ao passado.
decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou fun- § 2º - As decisões do Prefeito, proferidas em grau de recurso
ção em que se deu a aposentadoria, nos moldes da legislação que ou em pedido de reconsideração de despacho, encerram a instân-
os instituir (Redação dada pela Lei nº 10.916/1990) cia administrativa.
Art. 174 -(Revogado pela Lei nº 10.916/1990) Art. 177 - Salvo disposição expressa em contrário, é de ses-
senta dias o prazo para interposição de pedidos de reconsideração
CAPÍTULO VI ou recurso.
DA ASSISTÊNCIA AO FUNCIONÁRIO Parágrafo Único. O prazo fixado neste artigo será contado da
data dá publicação oficial do ato impugnado.
Art. 175 - O Município poderá promover, na medida de suas
possibilidades e recursos, assistência ao funcionário e a sua famí- TÍTULO VI
lia, na forma que a lei estabelecer. DOS DEVERES E DA AÇÃO DISCIPLINAR
§ 1º - A assistência de que trata este artigo compreenderá:
I - condições básicas de segurança, higiene e medicina do tra- CAPÍTULO I
balho, mediante a implantação de sistema apropriado; DOS DEVERES
II - previdência, assistência médica, dentária e hospitalar, sa-
natórios; Art. 178 - São deveres do funcionário:
III - cursos de aperfeiçoamento e especialização profissional, I - ser assíduo e pontual;
atualização e extensão cultural; II - cumprir as ordens superiores, representando quando fo-
IV - conferências, congressos, simpósios, seminários, círculos rem manifestamente ilegais;
de debates, bem como publicações e trabalhos referentes ao ser- III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for
viço público; incumbido;
V - viagens de estudo e visitas a serviços de utilidade pública IV - guardar sigilo sobre os assuntos da Administração;
para aperfeiçoamento e especialização profissional; V - tratar com urbanidade os companheiros de serviço e o
VI - colônias de férias, creches, centros de educação física e público em geral;
cultural, para recreio e aperfeiçoamento moral e intelectual dos VI - residir no Município ou, mediante autorização, em locali-
funcionários e suas famílias, fora das horas de trabalho. dade próxima;(Regulamentado pela Decreto nº 16.644/1980)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

VII - manter sempre atualizada sua declaração de família, de XVII - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego
residência e de domicílio; ou função em empresas, estabelecimentos ou instituições que te-
VIII - zelar pela economia do material do Município e pela nham relações com o Município, em matéria que se relacione com
conservação do que for confiado à sua guarda ou utilização; a finalidade da unidade ou serviço em que esteja lotado;
IX - apresentar-se convenientemente trajado em serviço, ou XVIII - comerciar ou ter parte em sociedades comerciais nas
com o uniforme determinado, quando for o caso; condições mencionadas no inciso XVI deste artigo, podendo, em
X - cooperar e manter espírito de solidariedade com os com- qualquer caso, ser acionista, quotista ou comanditário;
panheiros de trabalho; XIX - requerer ou promover a concessão de privilégio, garan-
XI - estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, ins- tias de juros ou outros favores semelhantes, estaduais ou munici-
truções e ordens de serviço que digam respeito às suas funções; pais, exceto privilégio de invenção própria;
XII - proceder, pública e particularmente, de forma que digni- XX - trabalhar sob as ordens diretas do cônjuge ou de paren-
fique a função pública. tes até segundo grau, salvo quando se tratar de função de imedia-
ta confiança e de livre escolha.
CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES CAPÍTULO III
DA RESPONSABILIDADE
Art. 179 - É proibida ao funcionário toda ação ou omissão ca-
paz de comprometer a dignidade e o decoro da função pública, Art. 180 - O funcionário responde civil, penal e administrati-
ferir a disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço vamente pelo exercício irregular de suas atribuições, sendo res-
ou causar dano à Administração Pública, especialmente: ponsável por todos os prejuízos que, nesta qualidade, causar à
I -(Revogado pela Lei nº 15.135/2010) Fazenda Municipal, por dolo ou culpa, devidamente apurados.
II - retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, Parágrafo Único. Caracteriza-se especialmente a responsabi-
qualquer documento ou objeto existente na unidade de trabalho; lidade:
III - valer-se da sua qualidade de funcionário para obter pro- I - pela sonegação de valores ou objetos confiados à sua guar-
veito pessoal; da ou responsabilidade;
IV - coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza II - por não prestar contas ou por não as tomar, na forma e
político-partidária; nos prazos estabelecidos em leis, regulamentos, regimentos, ins-
V - exercer comércio entre os companheiros de serviço, no truções e ordens de serviço;
local de trabalho; III - pelas faltas, danos, avarias, e quaisquer outros prejuízos
VI - constituir-se procurador de partes, ou servir de interme- que sofrerem os bens e os materiais sob sua guarda ou sujeitos a
diário perante qualquer Repartição Pública, exceto quando se tra- seu exame e fiscalização;
tar de interesse do cônjuge ou de parente até segundo grau; IV - pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas
VII - cometer a pessoa estranha, fora dos casos previstos em notas de despacho, guias e outros documentos da receita ou que
lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou que competir tenham com eles relação;
a seus subordinados; V - por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda
VIII - entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, Municipal.
leituras ou atividades estranhas ao serviço; Art. 181 - Nos casos de indenização à Fazenda Municipal, o
IX - empregar material do serviço público para fins particu- funcionário será obrigado à repor, de uma só vez e com os acrés-
lares; cimos de lei e correção monetária, a importância do prejuízo cau-
X - fazer circular ou subscrever rifas ou listas de donativos no sado em virtude de alcance, desfalque, remissão ou omissão em
local de trabalho; efetuar recolhimentos ou entradas nos prazos legais.
XI - (Revogado pela Lei nº 10.806/1989) Art. 182 - Excetuados os casos previstos no artigo anterior,
XII - receber estipêndios de fornecedores ou de entidades fis- será admitido o pagamento parcelado, na forma do artigo 96.
calizadas; Art. 183 - A responsabilidade administrativa não exime o fun-
XIII - designar, para trabalhar sob suas ordens imediatas, pa- cionário da responsabilidade civil ou criminal que no caso couber,
rentes até segundo grau, salvo quando se tratar de função de con- nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado o exime da
fiança e livre escolha, não podendo, entretanto, exceder a dois o pena disciplinar em que incorrer.
número de auxiliares nessas condições;
XIV - aceitar representação de Estado estrangeiro, sem auto- CAPÍTULO IV
rização do Presidente da República; DAS PENALIDADES
XV - fazer, com a Administração Direta ou Indireta, contratos
de natureza comercial, industrial ou de prestação de serviços com Art. 184 - São penas disciplinares:
fins lucrativos, por si ou como representante de outrem; I - repreensão;
XVI - participar da gerência ou administração de empresas II - suspensão;
bancárias ou industriais ou de sociedades comerciais, que mante- III - demissão;
nham relações comerciais ou administrativas com o Município, se- IV - demissão a bem do serviço público;
jam por este subvencionadas, ou estejam diretamente relaciona- V - cassação de aposentadoria ou da disponibilidade.
das com a finalidade da unidade ou serviço em que esteja lotado; Art. 185 - A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos
casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres fun-
cionais.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 186 – A pena de suspensão, que não excederá a 120 (cen- V - lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
to e vinte) dias, será aplicada em casos de falta grave ou de reinci- VI - receber ou solicitar propinas, comissões ou vantagens de
dência.(Redação dada pela Lei nº 13.519/2003) qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de outrem, ain-
§ 1º - O funcionário suspenso perderá, durante o período de da que fora de suas funções, mas em razão delas;
cumprimento da suspensão, todos os direitos e vantagens decor- VII - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a
rentes do exercício do cargo. pessoas que tratem de interesse, ou o tenham na unidade de tra-
§ 2º - Quando houver conveniência para o serviço, a pena de balho, ou estejam sujeitas à sua fiscalização;
suspensão poderá ser convertida em multa, sendo o funcionário, VIII - conceder vantagens ilícitas, valendo-se da função públi-
nesse caso, obrigado a permanecer em exercício. ca;
§ 3º – A multa não poderá exceder à metade dos vencimen- IX - exercer a advocacia administrativa.
tos, nem perdurar por mais de 120 (cento e vinte) dias. (Redação Art. 190 - O ato de demitir o funcionário mencionará sempre
dada pela Lei nº 13.519/2003) a disposição legal em que se fundamente.
Art. 187 – A autoridade que tiver conhecimento de infração Art. 191 - Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade,
funcional que enseje a aplicação de penas de repreensão e sus- se ficar provado que o inativo:
pensão até 5 (cinco) dias deverá notificar por escrito o servidor da I - praticou, quando em atividade, falta grave para a qual, nes-
infração a ele imputada, com prazo de 3 (três) dias para ofereci- te Estatuto, seja cominada pena de demissão ou demissão a bem
mento de defesa. (Redação dada pela Lei nº 10.806/1989) do serviço público;
§ 1º – A defesa dirigida à autoridade notificante deverá ser II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
feita por escrito e entregue contra recibo. (Redação dada pela Lei III - aceitou a representação de Estado estrangeiro, sem pré-
nº 10.806/1989) via autorização do Presidente da República;
§ 2º – O não acolhimento da defesa ou sua não apresentação IV - praticou a usura em qualquer de suas formas.
no prazo legal acarretará a aplicação das penalidades previstas no Art. 192 - As penalidades poderão ser abrandadas pela auto-
“caput” deste artigo, mediante ato motivado, expedindo-se a res- ridade que as tiver de aplicar, levadas em conta as circunstâncias
pectiva portaria e providenciada a anotação, em assentamento, da falta disciplinar e o anterior comportamento do funcionário.
da penalidade aplicada, após publicação no Diário Oficial do Mu- Art. 193 - Deverão constar do assentamento individual do
nicípio. (Redação dada pela Lei nº 10.806/1989) funcionário todas as penas que lhe forem impostas, ressalvada a
Art. 188 - Será aplicada ao funcionário a pena de demissão hipótese do § 4º do artigo 187.
nos casos de: Art. 194 - Uma vez submetido a inquérito administrativo, o
I - abandono do cargo;(Regulamentado pelo Decreto nº funcionário só poderá ser exonerado a pedido, depois de ocorrida
34.027/1994) absolvição ou após o cumprimento da penalidade que lhe houver
II - faltas ao serviço, sem justa causa, por mais de 60 (sessen- sido imposta.(Regulamentado pelo Decreto nº 34.027/1994)
ta) dias interpolados durante o ano;(Regulamentado pelo Decreto Parágrafo Único – O disposto neste artigo não se aplica, a juí-
nº 34.027/1994) zo da autoridade competente para impor a penalidade, aos casos
III - procedimento irregular de natureza grave;(Regulamenta- de procedimentos disciplinares instaurados por infração aos inci-
do pelo Decreto nº 22.535/1986) sos I ou II do artigo 188.(Incluído pela Lei nº 10.798/1989)(Regula-
IV - acumulação proibida de cargos públicos, se provada a má mentado pelo Decreto nº 34.027/1994)
fé; Art. 195 - Para aplicação das penalidades previstas no artigo
V - ofensas físicas, em serviço ou em razão dele, a servidores 184, são competentes:
ou particulares, salvo se em legítima defesa; I - O Prefeito;
VI - transgressão dos incisos XII, XIII, XV, XVI, XVII e XVIII do II - Os Secretários Municipais, até a de suspensão;
artigo 179; III - Os Diretores de Departamento ou autoridades equipara-
VII - ineficiência no serviço. das, até a de Suspensão, limitada a 15 (quinze) dias;
§ 1º - Dar-se-á por configurado o abandono do cargo, quando IV - As demais chefias a que estiver subordinado o funcioná-
o funcionário faltar ao serviço por mais de 30 (trinta) dias conse- rio, nas hipóteses de repreensão e suspensão até 5 (cinco) dias.
cutivos. Parágrafo Único. O Prefeito poderá delegar competência aos
§ 2º - A pena de demissão por ineficiência no serviço só será Secretários para demissão nos casos dos incisos I, II e VII do artigo
aplicada quando verificada a impossibilidade de readaptação. 188.(Regulamentado pelo Decreto nº 17.470/1981)
Art. 189 - Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço Art. 196 - Prescreverá:
público ao funcionário que: I - em 2 (dois) anos, a falta que sujeite às penas de repreensão
I - praticar ato de incontinência pública e escandalosa, ou dar- ou suspensão;
-se-á a vícios de jogos proibidos; II - em 5 (cinco) anos, a falta que sujeite às penas de demis-
II – praticar crimes hediondos previstos na Lei Federal nº são, demissão a bem do serviço público e de cassação de aposen-
8.072, de 25 de julho de 1990, alterada pela Lei Federal nº 8.930, tadoria ou disponibilidade.
de 6 de setembro de 1994, crimes contra a administração pública, Parágrafo Único – A falta também prevista como crime na lei
a fé pública, a ordem tributária e a segurança nacional;(Redação penal prescreverá juntamente com ele, aplicando-se ao procedi-
dada pela Lei nº 13.519/2003) mento disciplinar, neste caso, os prazos prescricionais estabele-
III - revelar segredos de que tenha conhecimento em razão cidos no Código Penal, quando superiores a cinco anos.(Incluído
do cargo ou função, desde que o faça dolosamente, com prejuízo pela Lei nº 10.181/1986)
para o Município ou para qualquer particular;
IV - praticar insubordinação grave;

262
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

Art. 197 – Nas hipóteses dos incisos I e II do artigo anterior, CAPÍTULO VI


a prescrição começa a correr da data em que a autoridade tomar DOS PROCEDIMENTOS DE NATUREZA DISCIPLINAR
conhecimento da existência da falta.(Redação dada pela Lei nº
10.181/1986) SEÇÃO I
§ 1º - O curso da prescrição interrompe-se pela abertura do DISPOSIÇÕES GERAIS
competente procedimento administrativo.
§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, todo o prazo começa Art. 201 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade
a correr novamente, do dia da interrupção. no serviço público é obrigada a tomar providências objetivando
a apuração dos fatos e responsabilidades.(Regulamentado pelo
CAPÍTULO V Decreto nº 43.233/2003)
DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E DA SUSPENSÃO PREVENTIVA § 1º – As providências de apuração terão início imediato após
DA SUSPENSÃO PREVENTIVA(Redação dada pela Lei nº o conhecimento dos fatos e serão adotadas na unidade onde es-
10.806/1989) tes ocorreram, consistindo na elaboração de relatório circunstan-
ciado e conclusivo sobre os fatos, instruído com a oitiva dos en-
Art. 198 (Revogado pela Lei nº 10.806/1989) volvidos e das testemunhas, além de outras provas indispensáveis
§ 1º -(Revogado pela Lei nº 10.806/1989) ao seu esclarecimento. (Redação dada pela Lei nº 13.519/2003)
§ 2º -(Revogado pela Lei nº 10.806/1989) (Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
Art. 199 – O funcionário poderá ser suspenso preventivamen- § 2º – As providências de apuração previstas no parágrafo 1º
te, até 120 (cento e vinte) dias, desde que o seu afastamento seja deste artigo serão adotadas pela autoridade que tiver ciência da
necessário para assegurar a averiguação da infração a ele imputa- irregularidade, podendo ser cometidas a funcionário ou comissão
da ou para inibir a possibilidade de reiteração da prática de irregu- de funcionários. (Redação dada pela Lei nº 13.519/2003)(Regula-
laridades. (Redação dada pela Lei nº 13.519/2003) mentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
§ 1º – A suspensão preventiva poderá ser aplicada nos se- § 3º – A apuração deverá ser concluída no prazo de 20 (vinte)
guintes momentos procedimentais: (Redação dada pela Lei nº dias, findo o qual os autos serão enviados ao Titular da Pasta ou da
13.519/2003) Subprefeitura a que pertencer a unidade em que o fato ocorreu, o
I – quando se tratar de sindicância, após a oitiva do funcioná- qual, após criteriosa análise, determinará: (Redação dada pela Lei
rio intimado para prestar esclarecimentos; (Redação dada pela Lei nº 13.519/2003)(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
nº 13.519/2003) I – a aplicação de penalidade, nos termos do artigo 187,
II – quando se tratar de procedimento de investigação da Ou- quando a responsabilidade subjetiva pela ocorrência encontrar-se
vidoria Geral do Município, após a oitiva do funcionário a ser sus- definida, porém a natureza da falta cometida não for grave, não
penso; (Redação dada pela Lei nº 13.519/2003) houver dano ao patrimônio público ou se este for de valor irrisó-
III – quando se tratar de procedimento disciplinar de exercício rio; (Redação dada pela Lei nº 13.519/2003)(Regulamentado pelo
da pretensão punitiva, após a citação do indiciado. (Redação dada Decreto nº 43.233/2003)
pela Lei nº 13.519/2003) II – o arquivamento do feito, quando comprovada a inexistên-
§ 2º – Se, após a realização dos procedimentos previstos nos cia de responsabilidade funcional pela ocorrência irregular inves-
incisos I e II do parágrafo 1º deste artigo, persistirem as condi- tigada;(Redação dada pela Lei nº 13.519/2003)(Regulamentado
ções previstas no “caput” deste artigo por ocasião da instauração pelo Decreto nº 43.233/2003)
de procedimento disciplinar de exercício da pretensão punitiva, a III – a remessa dos autos ao Departamento de Procedimentos
suspensão preventiva poderá ser novamente aplicada, pelo pra- Disciplinares – PROCED ou, em se tratando de servidor integran-
zo máximo de 120 (cento e vinte) dias, observado o disposto no te do Quadro dos Profissionais da Guarda Civil Metropolitana, à
“caput” do artigo 200. (Redação dada pela Lei nº 13.519/2003) Secretaria Municipal de Segurança Urbana, quando: (Redação
Art. 200 – Durante o período de suspensão preventiva, o fun- dada pela Lei nº 13.519/2003)(Regulamentado pelo Decreto nº
cionário perderá 1/3 (um terço) dos vencimentos, exceto nas hi- 43.233/2003)
póteses previstas nos incisos I e II do parágrafo 1º do artigo 199. a) a autoria do fato irregular estiver comprovada; (Redação
(Redação dada pela Lei nº 13.519/2003) dada pela Lei nº 13.519/2003)(Regulamentado pelo Decreto nº
Parágrafo Único – O funcionário terá direito:(Redação dada 43.233/2003)
pela Lei nº 10.806/1989) b) encontrar-se perfeitamente definida a responsabilidade
1 – à diferença do vencimento e à contagem de tempo de subjetiva do servidor pelo evento irregular; (Redação dada pela Lei
serviço relativo ao período da suspensão preventiva, quando do nº 13.519/2003)(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
processo não resultar punição ou esta se limitar à pena de re- c) existirem fortes indícios de ocorrência de responsabilidade
preensão; (Redação dada pela Lei nº 10.806/1989) funcional, que exijam a complementação das investigações me-
2 – à diferença de vencimento e à contagem do tempo de diante sindicância. (Redação dada pela Lei nº 13.519/2003)(Regu-
serviço correspondente ao período do afastamento excedente ao lamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
prazo de suspensão efetivamente aplicada.(Redação dada pela Lei § 4º – Existindo suficientes indícios da ocorrência de infração
nº 10.806/1989) disciplinar e de sua autoria, será instaurado procedimento disci-
plinar de exercício da pretensão punitiva. (Redação dada pela Lei
nº 13.519/2003)(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)

263
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

SEÇÃO II Parágrafo único. O prazo para a conclusão do inquérito pode-


DO PROCESSO SUMÁRIO rá ser prorrogado, mediante justificação fundamentada, pelo Pro-
curador-Geral do Município, que poderá delegar esta atribuição.
Art. 202 - Instaura-se o processo sumário quando a falta dis- (Redação dada pela Lei nº 17.722/2021 - entra em vigor em 1º de
ciplinar, pelas proporções ou pela natureza, não comportar de- janeiro de 2022)
missão, ressalvado o disposto no artigo 187.(Regulamentado pelo Art. 210 - Recebidos os autos, a Comissão promovera o indi-
Decreto nº 43.233/2003) ciamento do funcionário, apontando o dispositivo legal infringi-
Parágrafo Único. No processo sumário, após a instrução, dar- do.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
-se-á vista ao funcionário para apresentação de defesa em 5 (cin- Art. 211 - O indiciado será citado para participar do processo
co) dias, seguindo-se a decisão.(Regulamentado pelo Decreto nº e se defender.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
35.912/1996);(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003) § 1º - A citação será pessoal e deverá conter a transcrição
do indiciamento, bem como a data, hora e local, marcados para
SEÇÃO III o interrogatório.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
DA SINDICÂNCIA § 2º - Não sendo encontrado o indiciado, ou ignorando-se o
seu paradeiro, a citação será feita por editais publicados no órgão
Art. 203 - A sindicância é peça preliminar e informativa do oficial durante 3 dias consecutivos.Decreto nº 35.912/1996);(Re-
inquérito administrativo, devendo ser promovida quando os fatos gulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
não estiverem definidos ou faltarem elementos indicativos da au- § 3º - Se o indiciado não comparecer, será decretada a sua
toria.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003) revelia e designado um Procurador Municipal para se incumbir da
Art. 204 - A sindicância não comporta o contraditório e tem defesa.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
caráter sigiloso, devendo ser ouvidos, no entanto, os envolvidos Art. 212 - Nenhum funcionário será processado sem assis-
nos fatos.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003) tência de defensor habilitado.;(Regulamentado pelo Decreto nº
Art. 205 - O relatório da sindicância conterá a descrição arti- 43.233/2003)
culada dos fatos e proposta objetiva ante o que se apurou, reco- Parágrafo Único. Se o funcionário não constituir advogado,
mendando o arquivamento do feito ou a abertura do inquérito ser-lhe-á dado defensor na pessoa de Procurador Municipal.;(Re-
administrativo.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003) gulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
Parágrafo Único. Quando recomendar abertura do inquérito Art. 213 - O indiciado poderá estar presente a todos os atos
administrativo, o relatório deverá apontar os dispositivos legais do processo e intervir, por seu defensor, nas provas e diligências
infringidos e a autoria apurada.;(Regulamentado pelo Decreto nº que se realizarem.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
43.233/2003) Art. 214 - De todas as provas e diligências será intimada a
Art. 206 - A sindicância deverá estar concluída no prazo de defesa, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) ho-
trinta dias, que só poderá ser prorrogado mediante justificação ras.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
fundamentada.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003) Art. 215 - Realizadas as provas da Comissão, a defesa será in-
timada para indicar, em 3 (três) dias, as provas que pretende pro-
SEÇÃO IV duzir.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO Art. 216 – Encerrada a instrução, dar-se-á vista ao defen-
sor para apresentação, por escrito e no prazo de 5 (cinco) dias
Art. 207 - Instaura-se inquérito administrativo quando a falta úteis, das razões de defesa do indiciado.(Redação dada pela Lei nº
disciplinar, por sua natureza, possa determinar a pena de demis- 13.519/2003)(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
são.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003) Art. 217 – Produzida a defesa escrita, a Comissão apresentará
Parágrafo Único. No inquérito administrativo é assegurado o relatório, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.(Redação dada pela Lei
amplamente o exercício do direito de defesa.;(Regulamentado nº 13.519/2003)(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
pelo Decreto nº 43.233/2003) Art. 218 - No relatório da Comissão serão apreciadas, em re-
Art. 208 - A determinação de instauração de inquérito admi- lação a cada indiciado, as irregularidades imputadas, as provas
nistrativo e sua decisão competem ao Prefeito que, no entanto, colhidas e as razões da defesa, propondo-se justificadamente a
poderá delegar essas atribuições, respeitado o disposto no pa- absolvição ou punição, indicando-se, neste caso, a pena cabível
rágrafo único do artigo 195.;(Regulamentado pelo Decreto nº e sua fundamentação legal.;(Regulamentado pelo Decreto nº
43.233/2003) 43.233/2003)
Parágrafo Único. O inquérito administrativo será conduzido Parágrafo Único. A Comissão deverá sugerir outras medidas
por Comissão Processante, permanente ou especial, presidida que se fizerem necessárias ou forem de interesse público.;(Regu-
obrigatoriamente por Procurador Municipal e composta sem- lamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
pre por funcionários efetivos.;(Regulamentado pelo Decreto nº Art. 219 - Recebido o processo com o relatório, a autorida-
43.233/2003) de competente proferirá a decisão por despacho fundamenta-
Art. 209. O inquérito administrativo será iniciado no prazo de do.;(Regulamentado pelo Decreto nº 43.233/2003)
5 (cinco) dias, contados do recebimento dos autos pela Comissão Parágrafo Único. O julgamento poderá ser convertido em di-
Processante e concluído no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, ligência.
contados do seu início.(Redação dada pela Lei nº 17.722/2021 -
entra em vigor em 1º de janeiro de 2022)

264
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO VII Art. 232 - Ao funcionário poderá ser concedida gratificação


DA REVISÃO DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO por dedicação profissional exclusiva, na forma estabelecida em lei.
Art. 233 - Enquanto não editadas as leis e os decretos regula-
Art. 220 - A revisão será recebida e processada mediante re- mentadores previstos neste Estatuto, continuarão a ser observa-
querimento quando: dos, no que couber, os respectivos preceitos legais em vigor.
I - a decisão for manifestamente contrária a dispositivo legal, Art. 234 - Ficam mantidas as funções gratificadas até que lei
ou à evidência dos autos; especial defina sua nova situação jurídica.
II - a decisão se fundar em depoimentos, exames periciais, Art. 235 - Fica mantida, até que seja reformulada, a legislação
vistorias ou documentos compravadamente falsos ou eivados de relativa às horas extras de trabalho do Quadro de Cargos de Na-
erros; tureza Operacional.
III - surgirem, após a decisão, provas da inocência do punido. Art. 236 - Ressalvado o disposto no artigo 84, o provimento
§ 1º - Não constitui fundamento para a revisão a simples ale- de cargos far-se-á sempre no grau “A” da respectiva referência,
gação de injustiça da penalidade. assegurado ao funcionário o direito de ser classificado no grau de
§ 2º - A revisão, que poderá verificar-se a qualquer tempo, valor igual ou, em não havendo este, no de valor imediatamente
não autoriza a agravação da pena. superior ao que se encontrava no cargo anteriormente ocupado.
§ 3º - Ocorrendo o falecimento do punido, o pedido de revi- Art. 237 -(Revogado pela Lei nº 9.167/1980)
são poderá ser formulado pelo cônjuge ou parente até segundo Art. 238 - O dia 28 de outubro será consagrado ao funcionário
grau. público municipal.
Art. 221 - O pedido de revisão será sempre dirigido ao Prefei- Art. 239 - As despesas com a execução desta lei correrão por
to, que decidirá sobre o seu processamento. conta das dotações orçamentárias próprias.
Art. 222 - Estará impedida de funcionar no processo revisional Art. 240 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
a Comissão que participou do processo disciplinar primitivo. ficando revogadas as disposições em contrário, e em especial os
Art. 223 - Julgada procedente a revisão, a autoridade com- artigos 2º e 7º da Lei nº 8215, de 7 de março de 1975, os artigos
petente determinará a redução, o cancelamento ou anulação da 4º e 5º da Lei nº 7747, de 27 de junho de 1972.
pena.
Parágrafo Único. A decisão deverá ser sempre fundamentada Prefeitura do Município de São Paulo, aos 29 de outubro de
e publicada no órgão oficial do Município. 1979, 426º da fundação de São Paulo.
Art. 224 - Aplica-se ao processo de revisão, no que couber, o
previsto neste Estatuto para o processo disciplinar.
ANOTAÇÕES
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 225 - As disposições deste Estatuto aplicam-se, no que ______________________________________________________


couber, aos Conselheiros do Tribunal de Contas do Município, aos
funcionários da Câmara Municipal, do Tribunal de Contas do Mu- ______________________________________________________
nicípio e das Autarquias Municipais.
______________________________________________________
Art. 226 - É vedada a participação do funcionário no produto
da arrecadação de tributos e multas. ______________________________________________________
Art. 227 - Até 31 de dezembro de 1979 continuarão a ser pa-
gos os adicionais por tempo de serviço nas bases e condições es- ______________________________________________________
tabelecidas na legislação anterior a este Estatuto.
Art. 228 - Salvo disposição expressa em contrário, a contagem ______________________________________________________
de tempo e de prazos previstos neste Estatuto será feita em dias
corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do seu ______________________________________________________
término.
______________________________________________________
Parágrafo Único. Considera-se prorrogado o prazo até o pri-
meiro dia útil se o término cair em sábado, domingo e feriado ou ______________________________________________________
em dia que:
I - não houver expediente; ______________________________________________________
II - o expediente for encerrado antes da hora normal.
Art. 229 - As disposições deste Estatuto aplicam-se aos inte- ______________________________________________________
grantes da carreira do Magistério Municipal e de outros Quadros
Especiais no que não contrariarem a legislação específica. ______________________________________________________
Art. 230 - O funcionário ou o inativo que, sem justa causa,
deixar de atender a exigência legal, para cujo cumprimento seja ______________________________________________________
marcado prazo certo, terá suspenso o pagamento dos seus venci-
______________________________________________________
mentos ou proventos, até que satisfaça essa exigência.
Art. 231 - Lei especial disporá sobre as jornadas ou regimes ______________________________________________________
especiais de trabalho.
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265
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ESPECÍFICA

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266
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

DINÂMICA E ESTRUTURA DEMOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: MUDANÇA NO PERFIL DEMOGRÁFICO E


TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA, IMIGRAÇÃO

Habitantes do Município de São Paulo: 12.396.372 habitantes

O município de São Paulo, localizado no estado de São Paulo, Brasil, apresenta uma dinâmica e estrutura demográfica complexa e em
constante transformação. Ao longo das últimas décadas, a cidade passou por mudanças significativas em seu perfil demográfico, além de
vivenciar processos de transição demográfica e receber um fluxo constante de imigrantes. A dinâmica e estrutura demográfica do municí-
pio de São Paulo são influenciadas por fatores como mudanças no perfil demográfico, transição demográfica e fluxo constante de imigran-
tes. Esses processos têm impactos significativos na composição e no desenvolvimento da cidade, exigindo políticas e ações que promovam
a equidade, o bem-estar e a integração social de sua população diversa.

Mudança no perfil demográfico


O perfil demográfico de São Paulo tem se alterado ao longo do tempo. Nas últimas décadas, observou-se uma diminuição na taxa de
natalidade e um aumento na expectativa de vida, o que tem levado a uma gradual diminuição do crescimento populacional. Além disso,
tem ocorrido uma tendência de envelhecimento da população, com um aumento da proporção de idosos em relação aos jovens.

A transição demográfica
A cidade de São Paulo também passou por um processo de transição demográfica, caracterizado pela transição de altas taxas de
mortalidade e natalidade para baixas taxas em ambos os aspectos. Esse processo é resultado de avanços no acesso à saúde, melhoria das
condições sanitárias, aumento da escolaridade, mudanças socioeconômicas e outros fatores.

267
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Com a transição demográfica, observa-se uma mudança no perfil epidemiológico da população. Doenças infecciosas, que antes eram
responsáveis por grande parte das mortes, cedem espaço para doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares e
câncer, relacionadas ao envelhecimento da população e aos estilos de vida modernos.

Imigração
São Paulo é conhecida como um destino para imigrantes de diversas partes do país e do mundo. A cidade atrai pessoas em busca de
oportunidades de trabalho, estudo, melhores condições de vida e fugindo de conflitos ou dificuldades em suas regiões de origem.
Os imigrantes contribuem para a diversidade cultural e étnica da cidade, trazendo consigo diferentes tradições, costumes e línguas.
São Paulo abriga uma grande quantidade de comunidades imigrantes, como italianos, portugueses, japoneses, bolivianos, haitianos, entre
outros, que desempenham um papel importante na formação social e econômica da cidade.
A imigração traz desafios e oportunidades para o município, como a necessidade de garantir o acesso a serviços básicos, como saúde
e educação, além de promover a inclusão social e combater a discriminação e o preconceito.

DESIGUALDADES ECONÔMICAS E SOCIAIS DENTRO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO E SUAS EXPRESSÕES NO TERRITÓ-
RIO; INDICADORES SOCIAIS

O município de São Paulo apresenta expressivas desigualdades econômicas e sociais, refletidas em diferentes aspectos do território e
evidenciadas por diversos indicadores sociais. Essas disparidades são resultado de fatores históricos, estruturais e políticos que impactam
a distribuição de recursos, oportunidades e serviços.
No contexto econômico, São Paulo é uma cidade marcada por uma grande concentração de riqueza e poder econômico. A região
central e algumas áreas privilegiadas apresentam altos índices de desenvolvimento e concentram a maior parte das atividades comerciais,
financeiras e industriais. Por outro lado, muitas regiões periféricas da cidade enfrentam condições precárias de trabalho, informalidade,
desemprego e baixos salários.
No que diz respeito às desigualdades sociais, o acesso a serviços básicos como educação, saúde, moradia e infraestrutura também va-
ria significativamente dentro do município. As áreas mais vulneráveis, localizadas em periferias e favelas, geralmente enfrentam carências
nessas áreas, com menor oferta de escolas, hospitais, transporte público e saneamento básico.
É fundamental destacar que essas desigualdades e disparidades têm impactos diretos na qualidade de vida e nas oportunidades
disponíveis para os residentes da cidade. Elas geram segregação espacial, exclusão social e dificuldades no acesso a serviços essenciais,
afetando especialmente as populações mais vulneráveis, como os moradores de baixa renda, minorias étnicas, mulheres, idosos e pessoas
com deficiência.
O enfrentamento das desigualdades e a redução das disparidades socioeconômicas são desafios importantes para São Paulo. Isso
requer políticas públicas integradas, voltadas para a promoção da inclusão social, redistribuição de recursos, acesso equitativo a serviços
básicos, fortalecimento da educação e capacitação profissional, além de ações que promovam o desenvolvimento econômico sustentável
e a geração de empregos de qualidade em todas as regiões do município.
A busca por uma cidade mais justa e igualitária exige um esforço conjunto de governantes, sociedade civil, setor privado e organiza-
ções não governamentais, visando a construção de políticas e ações que enfrentem as desigualdades e promovam a inclusão social em
todas as áreas do município de São Paulo.

268
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Indicadores Sociais
Os indicadores sociais revelam as disparidades existentes em São Paulo. Por exemplo, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
varia consideravelmente entre diferentes regiões do município, sendo mais elevado nas áreas mais desenvolvidas e mais baixo nas áreas
periféricas.
A taxa de mortalidade infantil também apresenta variações significativas, com taxas mais altas nas regiões de menor desenvolvimento
socioeconômico.

Outro indicador importante é o índice de Gini, que mede a desigualdade de renda. Em São Paulo, a distribuição de renda é desigual,
com uma parcela significativa da população vivendo em situação de vulnerabilidade socioeconômica, enquanto uma pequena parcela
concentra a maior parte da renda.

269
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Dados

Fonte: IBGE

Indicadores de São Paulo


OBSERVAÇÕES: (1) Estão sendo comparados os dados utilizados no Mapa da desigualdade 2022 (referentes a 2021) aos dados refe-
rentes ao último ano da gestão anterior (2016);
(2) Para os casos em que não há dados de 2021 disponível é considerado o dado mais atualizado do indicador;
(3) A representação por “*” representa os indicadores sem juízo de valor;
(4) Para o indicador de Remuneração média mensal do emprego formal aplicou-se a correção inflacionária de todos os anos para
Julho/2022, utilizando o índice IPC-FIPE

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CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

INTERPRETAÇÃO DE MAPAS TEMÁTICOS DO MUNICÍPIO

A Secretaria Municipal de Planejamento de São Paulo lançou uma nova série de publicação intitulada “Município em mapas”. De-
nominado “Panorama”, esse conjunto é composto por oito mapas que incluem alguns gráficos auxiliares, os quais condensam parte das
informações georreferenciadas e sistematizadas mantidas pelo Departamento de Estatística e Produção de Informação vinculado a essa
Secretaria.
O objetivo principal é fornecer uma visão geral abrangente da cidade, abordando diversos aspectos, tais como sociais, econômicos,
ambientais e urbanísticos.
Para atingir esse propósito, foram empregados recursos variados de cartografia digital, permitindo uma diversidade de formas de
apresentação dos diferentes temas e garantindo facilidade na leitura e interpretação desses dados.

Os mapas temáticos fornecem uma representação visual dessas informações, permitindo uma compreensão mais clara e objetiva do
território e de suas características.
Ao interpretar um mapa temático do município de São Paulo, é essencial considerar alguns elementos-chave:
1 - Legenda: A legenda é fundamental para compreender os símbolos, cores e padrões utilizados no mapa, fornecendo informações
sobre a representação de cada elemento ou tema específico. É importante ler e compreender a legenda antes de analisar o mapa.
2 - Escala: A escala indica a relação entre as distâncias no mapa e a realidade geográfica. Ela pode ser expressa numericamente (ex:
1:10.000) ou por meio de uma barra gráfica. A escala é importante para entender a proporção e a representação espacial dos elementos
no mapa.
3 - Título e fonte: O título do mapa fornece uma indicação do tema ou assunto abordado, enquanto a fonte indica a origem dos dados
utilizados na sua elaboração. Verificar o título e a fonte é fundamental para entender a finalidade e a confiabilidade do mapa.

271
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

4 - Simbologia e cores: A simbologia e as cores utilizadas no mapa representam diferentes fenômenos ou características. Por exemplo,
cores diferentes podem indicar variações na densidade populacional, áreas verdes, infraestrutura urbana, entre outros. Compreender a
simbologia e as cores é essencial para interpretar corretamente as informações representadas no mapa.
5 - Contexto geográfico: Ao analisar um mapa temático do município de São Paulo, é importante levar em consideração o contexto
geográfico e a distribuição espacial dos elementos. Identificar a localização de bairros, rios, rodovias, áreas de preservação, por exemplo,
ajuda a compreender melhor a representação e a relação entre os diferentes elementos.
6 - Análise comparativa: A interpretação de mapas temáticos também pode envolver a análise comparativa de diferentes mapas rela-
cionados a um mesmo tema ou período temporal. Isso permite identificar padrões, tendências e mudanças ao longo do tempo.

É válido destacar que a interpretação de mapas temáticos é uma habilidade que requer conhecimento prévio sobre o tema abordado
e a capacidade de relacionar informações espaciais. É recomendado utilizar outras fontes de informação, como dados estatísticos e
estudos complementares, para enriquecer a interpretação e obter uma compreensão mais completa do território e dos fenômenos
representados no mapa.

DESAFIOS DA CIDADE DE SÃO PAULO E DA REGIÃO METROPOLITANA

A cidade de São Paulo e sua região metropolitana enfrentam uma série de desafios decorrentes de seu rápido crescimento, densidade
populacional e complexidade socioeconômica. Alguns dos principais desafios são:

1) Mobilidade urbana: O transporte público é um desafio significativo em São Paulo, com congestionamentos frequentes e problemas
de infraestrutura. A cidade enfrenta dificuldades em proporcionar um sistema de transporte eficiente, acessível e sustentável para atender
às necessidades de uma população em constante crescimento.
2) Habitação: A demanda por moradia é alta na região metropolitana de São Paulo, resultando em déficit habitacional e expansão de
favelas e assentamentos precários. A falta de moradias acessíveis e infraestrutura adequada é um desafio para garantir o direito à moradia
digna para todos.
3) Desigualdade social: Como mencionado anteriormente, São Paulo é marcada por desigualdades socioeconômicas significativas,
com disparidades de renda, acesso a serviços básicos e oportunidades. Reduzir as desigualdades e promover a inclusão social são desafios
fundamentais para a cidade e região metropolitana.
4) Sustentabilidade ambiental: A região metropolitana de São Paulo enfrenta desafios relacionados à gestão dos recursos naturais,
poluição do ar, tratamento de resíduos sólidos e proteção dos recursos hídricos. A busca por práticas sustentáveis, incluindo o uso racional
de energia, o incentivo ao transporte público e a preservação de áreas verdes, é fundamental para enfrentar essas questões.

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CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

5) Segurança pública: Como em qualquer grande metrópole, paços públicos de São Paulo são subutilizados, mal conservados ou
a segurança pública é um desafio em São Paulo. A criminalidade, inadequadamente planejados, o que limita sua apropriação pelos
a violência urbana e o tráfico de drogas são problemas que exigem cidadãos.
ações coordenadas das autoridades de segurança, além de políticas No entanto, há uma crescente conscientização sobre a impor-
de prevenção social e programas de inclusão. tância dos espaços públicos para a qualidade de vida urbana, o que
6) Planejamento urbano: O crescimento desordenado, a ocu- tem estimulado esforços para revitalizar e promover o uso dessas
pação irregular do solo e a falta de planejamento urbano adequado áreas. A administração municipal e outros atores têm realizado
são desafios que afetam a qualidade de vida e o desenvolvimento intervenções urbanas, como a criação de áreas de convivência, a
sustentável da região metropolitana. É necessário investir em um requalificação de praças e avenidas, e a implantação de infraestru-
planejamento urbano eficiente e estratégico, considerando aspec- tura para pedestres e ciclistas. Essas iniciativas buscam tornar os
tos como uso do solo, mobilidade, infraestrutura e preservação am- espaços públicos mais atrativos, inclusivos e seguros, promovendo
biental. a participação ativa dos cidadãos na vida da cidade.
7) Qualidade de vida: Com o aumento da urbanização e dos A apropriação dos espaços públicos em São Paulo também é
desafios mencionados acima, garantir uma boa qualidade de vida impulsionada pela própria população, que busca alternativas para
para todos os habitantes de São Paulo e região metropolitana se se reunir, compartilhar experiências e expressar sua identidade.
torna um desafio. Isso envolve melhorar o acesso a serviços de saú- Movimentos sociais, coletivos culturais e grupos comunitários têm
de, educação, cultura, lazer e garantir a segurança e o bem-estar da desempenhado um papel fundamental na ocupação e reivindicação
população. desses espaços. Através de eventos, manifestações, intervenções
artísticas e atividades comunitárias, os cidadãos têm buscado rea-
Enfrentar esses desafios requer uma abordagem integrada, firmar seu direito à cidade e reconfigurar a dinâmica entre o público
com a participação e colaboração de diversos atores, incluindo go- e o privado.
vernos, sociedade civil, setor privado e academia. É fundamental No entanto, ainda há desafios a serem superados. A desigual-
investir em políticas públicas, planejamento estratégico e ações dade socioespacial em São Paulo é uma realidade, e alguns grupos
concretas que busquem soluções sustentáveis e inclusivas para a têm mais acesso e influência sobre os espaços públicos do que ou-
cidade de São Paulo e sua região metropolitana. tros. A falta de infraestrutura adequada, a falta de segurança e a fal-
ta de espaços verdes em certas áreas da cidade também são ques-
tões importantes que afetam a apropriação dos espaços públicos.
CIDADES, ESPAÇO PÚBLICO X PRIVADO, CONCEITO E Em suma, a distinção entre espaços públicos e privados é fun-
APROPRIAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS damental na organização das cidades. Em São Paulo, a apropriação
dos espaços públicos é um processo complexo, marcado por de-
Cidades, espaço público x Privado safios e lutas. No entanto, é essencial promover a valorização e a
As cidades são espaços complexos, dinâmicos e multifacetados democratização desses espaços, garantindo o direito de todos os
que abrigam uma variedade de atividades e relações humanas. Um cidadãos à cidade e estimulando uma convivência urbana mais in-
elemento crucial na organização das cidades é a distinção entre es- clusiva, diversa e vibrante.
paços públicos e privados. Essa distinção refere-se à diferenciação
entre áreas de propriedade coletiva, destinadas ao uso e desfrute
de todos os cidadãos, e áreas privadas, que pertencem a indivíduos PRINCIPAIS FLUXOS DE PESSOAS E DE MERCADORIAS
ou organizações específicas. E SUAS CONCENTRAÇÕES ESPACIAIS E NO TEMPO,
Os espaços públicos são aqueles que estão abertos a todos, HORAS-PICO E HORAS-VALE
independentemente de sua origem social, econômica ou cultural.
Eles são considerados fundamentais para a vida urbana, pois ofere- A cidade de São Paulo possui uma intensa movimentação de
cem locais de encontro, interação social, lazer e expressão cultural. pessoas e mercadorias, com fluxos concentrados em determinados
Praças, parques, calçadões, ruas e avenidas são exemplos clássicos horários e áreas específicas. Esses fluxos são influenciados por fa-
de espaços públicos. Essas áreas desempenham um papel vital na tores como o mercado de trabalho, infraestrutura de transporte,
promoção da coesão social, na construção de identidades urbanas localização de empresas e serviços, entre outros. Vamos explorar os
e na melhoria da qualidade de vida das pessoas. principais fluxos e suas concentrações espaciais e temporais:
Em contraste, os espaços privados são propriedades individuais
ou corporativas, onde o acesso e o uso são restritos aos proprietá- Fluxo de pessoas
rios e às pessoas autorizadas. Residências, empresas, shoppings e - Deslocamento pendular: São Paulo recebe diariamente um
condomínios são exemplos comuns de espaços privados. Eles são grande número de pessoas que se deslocam de municípios vizinhos
projetados para atender às necessidades particulares dos proprie- para trabalhar na cidade, principalmente nos horários de pico da
tários e muitas vezes têm regras e regulamentos específicos que manhã e da tarde. Esses fluxos são concentrados em rodovias e nas
governam seu uso. redes de transporte público, como metrô, ônibus e trens metropo-
litanos.
Conceito e apropriação dos espaços públicos - Fluxo de turistas: A cidade recebe um grande número de tu-
Em São Paulo, uma das maiores cidades do Brasil e da Amé- ristas, especialmente em áreas turísticas como a Avenida Paulista,
rica Latina, a questão do espaço público versus espaço privado é o Centro Histórico, o Parque do Ibirapuera e a região da Vila Ma-
um tema relevante e desafiador. A metrópole enfrenta o desafio dalena. Esses fluxos são mais frequentes nos finais de semana e
de conciliar o direito dos cidadãos ao acesso e uso dos espaços pú- feriados.
blicos com as demandas e interesses privados. Muitas vezes, os es-

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CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

- Fluxo estudantil: São Paulo é conhecida por suas universida- - Uso desigual do espaço público: O espaço público em São
des e instituições de ensino, atraindo estudantes de diversas partes Paulo é disputado por diferentes grupos e interesses. A falta de es-
do Brasil e do mundo. Os fluxos estudantis são concentrados nas paços de convivência, como parques e praças, em algumas áreas da
regiões onde estão localizados os campi universitários e as institui- cidade pode levar à concentração de atividades em determinados
ções de ensino técnico. locais, dificultando o acesso e a apropriação do espaço por todos os
cidadãos. Além disso, a presença de pessoas em situação de vulne-
Fluxo de mercadorias rabilidade social nas ruas pode gerar tensões e demandar políticas
- Logística e distribuição: São Paulo possui uma importante in- específicas de acolhimento e assistência.
fraestrutura logística e é um hub para o transporte de mercadorias. - Impactos ambientais: O adensamento populacional e a con-
Os principais fluxos de mercadorias ocorrem nas rodovias, ferrovias centração de atividades econômicas em São Paulo podem gerar
e aeroportos, conectando a cidade a outros centros urbanos e por- impactos ambientais significativos. O aumento da poluição at-
tos. mosférica, a impermeabilização do solo, a falta de áreas verdes e
- Centros comerciais: A cidade concentra uma vasta quantida- a degradação dos recursos naturais são problemas que afetam a
de de estabelecimentos comerciais, como shoppings, centros de qualidade de vida dos moradores e demandam medidas de plane-
comércio popular, feiras livres e mercados. Esses locais atraem flu- jamento e gestão ambiental.
xos de mercadorias, especialmente nos dias de maior movimento, - Desigualdades sociais e segregação espacial: São Paulo apre-
como finais de semana e períodos festivos. senta desigualdades sociais expressivas, refletidas na segregação
- Zonas industriais: São Paulo abriga diversas zonas industriais, espacial da população. Diferentes regiões da cidade apresentam
onde ocorre a produção e distribuição de mercadorias. Essas áreas condições socioeconômicas discrepantes, o que resulta em dispa-
apresentam fluxos de matéria-prima, insumos e produtos acaba- ridades no acesso a serviços públicos, infraestrutura adequada,
dos, sendo mais intensos durante o horário comercial. empregos e oportunidades. Essa segregação contribui para a per-
petuação das desigualdades e dificulta a construção de uma cidade
Concentrações espaciais e temporais mais inclusiva e igualitária.
- Horas-pico: As horas-pico são caracterizadas pelos momentos - Disputa pelo uso do solo: A disputa pelo uso do solo é um
de maior congestionamento e movimento intenso, tanto de pes- problema frequente em São Paulo. A escassez de áreas disponíveis
soas quanto de mercadorias. Geralmente, ocorrem nas manhãs para novas construções e a valorização imobiliária geram conflitos
(por volta das 7h às 9h) e nas tardes (por volta das 17h às 19h), entre interesses diversos, como moradia, comércio, indústria e pre-
quando há maior fluxo de pessoas se deslocando para o trabalho e servação ambiental. Esses conflitos podem resultar em ocupações
retornando para casa. irregulares, remoções forçadas, especulação imobiliária e falta de
- Horas-vale: As horas-vale referem-se aos períodos de menor planejamento adequado para o crescimento da cidade.
movimento, geralmente fora dos horários de pico. Durante as ho-
ras-vale, os fluxos de pessoas e mercadorias tendem a ser mais flui- Para enfrentar esses problemas, é necessário adotar aborda-
dos, proporcionando uma circulação mais tranquila e menor con- gens integradas, envolvendo planejamento urbano, políticas públi-
gestionamento nas vias. cas eficientes, participação da sociedade civil e uma gestão com-
partilhada do espaço urbano. É fundamental promover o diálogo
É importante ressaltar que os fluxos de pessoas e mercadorias entre os diferentes atores envolvidos, buscar soluções sustentáveis
podem variar ao longo do tempo devido a mudanças nas dinâmicas e equitativas, e garantir a coexistência harmoniosa dos diferentes
econômicas, investimentos em infraestrutura e políticas de usos do espaço urbano em São Paulo.
mobilidade implementadas pela cidade. O monitoramento e a
gestão desses fluxos são fundamentais para garantir uma melhor
qualidade de vida, eficiência nos deslocamentos e um ambiente PRINCIPAIS ATIVIDADES NOTURNAS E VIZINHANÇA
urbano mais sustentável em São Paulo.
São Paulo, como uma das maiores metrópoles do mundo, ofe-
rece uma ampla variedade de atividades noturnas para os morado-
CONVIVÊNCIA DE DIFERENTES USOS DO ESPAÇO res e visitantes. A cidade possui uma vida noturna vibrante e diver-
URBANO E PROBLEMAS DECORRENTES sificada, com opções para todos os gostos e estilos. Além disso, as
diferentes vizinhanças de São Paulo oferecem atmosferas distintas,
A cidade de São Paulo é um ambiente complexo e diversificado, cada uma com suas características e atrações próprias.
caracterizado pela convivência de diferentes usos do espaço urba-
no. Essa convivência é resultado do intenso crescimento da cidade Principais atividades noturnas em São Paulo
ao longo dos anos, da concentração de atividades econômicas e da - Bares e restaurantes: A cidade abriga uma infinidade de bares
diversidade de sua população. No entanto, essa diversidade tam- e restaurantes, que oferecem desde culinária local e internacional
bém pode trazer desafios e problemas decorrentes. até experiências gastronômicas sofisticadas. Desde botecos tradi-
Alguns deles são: cionais até bares temáticos e rooftops elegantes, há opções para
- Conflito entre pedestres e veículos: São Paulo enfrenta desa- todos os paladares e ambientes para aproveitar a noite.
fios em relação à segurança e à convivência entre pedestres e veí- - Baladas e casas noturnas: São Paulo é conhecida por sua cena
culos nas ruas e calçadas. O intenso tráfego de veículos, a falta de de música eletrônica, com uma grande variedade de casas noturnas
espaços adequados para pedestres, o estacionamento irregular e a que atraem DJs nacionais e internacionais. Além disso, há também
falta de respeito às normas de trânsito podem gerar situações de espaços dedicados a outros estilos musicais, como rock, samba,
conflito e colocar em risco a segurança das pessoas. hip-hop e música ao vivo.

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CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

-Teatros e casas de espetáculos: A cidade possui uma cena teatral rica, com diversos teatros que apresentam peças de teatro, musi-
cais, shows de comédia e performances artísticas. Além disso, existem casas de espetáculos que recebem shows de artistas nacionais e
internacionais, promovendo uma ampla variedade de opções culturais.
- Cinemas e sessões especiais: São Paulo possui uma vasta rede de cinemas que exibem filmes nacionais e internacionais. Além das
sessões regulares, há também eventos especiais, como mostras de cinema, festivais e exibições ao ar livre.
- Mercados noturnos e feiras: A cidade abriga diversos mercados noturnos e feiras gastronômicas, onde é possível experimentar dife-
rentes sabores da culinária local e internacional, comprar produtos artesanais e desfrutar de música ao vivo.

Vizinhanças de São Paulo


- Vila Madalena: Conhecida por sua atmosfera boêmia e artística, a Vila Madalena abriga uma infinidade de bares, restaurantes, gale-
rias de arte e lojas de design. É um local popular para aproveitar a vida noturna e explorar a cultura local.
- Avenida Paulista: A icônica avenida é um importante centro cultural e comercial da cidade. À noite, a região ganha vida com
opções de entretenimento, como cinemas, teatros, bares e restaurantes. A Avenida Paulista também é conhecida por sediar eventos e
manifestações culturais.
- Centro Histórico: O centro de São Paulo oferece uma rica história arquitetônica e cultural, com museus, teatros e espaços culturais.
À noite, a região apresenta uma atmosfera única, com bares, casas de shows e festas temáticas.
- Itaim Bibi e Vila Olímpia: Essas vizinhanças são conhecidas por sua vida noturna sofisticada, com uma variedade de bares, restauran-
tes e casas noturnas. São locais frequentados por um público mais jovem e que desejam aproveitar a vida noturna em ambientes elegantes.

Assim como os bares não se limitam à Vila Madalena, as baladas também são encontradas em diversos outros locais além da Rua Au-
gusta. Um exemplo é a região da Barra Funda, que abriga uma grande concentração de casas noturnas voltadas para diferentes públicos.
Uma das casas mais famosas e disputadas da cidade é a D-Edge, conhecida por receber os amantes da música eletrônica em grandes festas.
Na mesma linha eletrônica, as baladas The Week (voltada principalmente para o público LGBT) e Clash contribuem para tornar o cir-
cuito da Barra Funda ainda mais interessante.
Na Eazy, os frequentadores encontram festas que vão do funk ao eletrônico. A programação é variada, por isso é sempre bom con-
sultar a agenda da casa. Para o público mais alternativo, há espaço na Neu Club, enquanto os fãs de música sertaneja têm o local certo no
Villa Country.

Centros culturais, casas e espaços de cultura


Proporção (%) de centros culturais, espaços e casas de cultura (municipais), para cada dez mil habitantes, por distrito.
ANO-BASE: 2021
FÓRMULA: Número de centros culturais, espaços e casas de cultura (municipais) ÷ População total do distrito x 10.000
FONTE: SMC; Seade
ELABORAÇÃO: RNSP

OBSERVAÇÕES: (1) Diferencia-se significativamente dos números apresentados em 2020 pelo fato de que espaços culturais como; Bos-
ques e Pontos de Leitura foram desativados pela pandemia do covid-19, sendo os mesmos reativados em 2021. Não foram contabilizados
os equipamentos administrativos e ocupações culturais, diferenciando-se da metodologia da Secretaria Municipal de Cultura.

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CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

A LOCALIZAÇÃO DAS DIFERENTES ATIVIDADES SANEAMENTO AMBIENTAL E MEIO AMBIENTE


ECONÔMICAS NO ESPAÇO URBANO, CONCENTRAÇÃO URBANO
E PROBLEMAS
Saneamento ambiental e meio ambiente urbano são áreas fun-
São Paulo possui uma economia diversificada e uma concen- damentais para garantir a qualidade de vida e a sustentabilidade
tração significativa de diferentes atividades econômicas em seu em uma cidade como São Paulo.
espaço urbano. A localização das atividades econômicas na cidade A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Governo do
é influenciada por diversos fatores, como infraestrutura, acessibi- Estado de São Paulo deu início à elaboração do 1° Plano Estadual de
lidade, disponibilidade de mão de obra qualificada, aglomeração Saneamento Básico de São Paulo (PESB/SP), que será uma impor-
de empresas do mesmo setor e demanda do mercado. No entanto, tante ferramenta de gestão pública para o setor. Esse plano conterá
essa concentração também pode gerar desafios e problemas. diretrizes, prioridades e estratégias que possibilitarão a universali-
- Concentração no centro expandido: Historicamente, o centro zação dos serviços de saneamento básico e a melhoria da prestação
expandido de São Paulo concentra uma grande parte das atividades desses serviços nos municípios paulistas.
econômicas da cidade, incluindo setores como comércio, serviços, O objetivo principal do documento é organizar o setor do sa-
finanças e cultura. Essa concentração gera problemas como conges- neamento, em conformidade com as legislações nacionais e esta-
tionamentos, dificuldade de acesso, demanda por infraestrutura e duais aplicáveis, e integrar-se a outros planos de áreas relacionadas
serviços públicos, além de uma maior pressão sobre o espaço urba- ao saneamento básico. Dessa forma, busca-se consolidar um pro-
no e a valorização imobiliária. cesso de planejamento para orientar as ações que serão implemen-
- Desigualdade espacial: A concentração das atividades econô- tadas com base no plano elaborado.
micas em determinadas áreas da cidade pode acentuar as desigual-
dades sociais e espaciais. Regiões periféricas e áreas de menor de- Saneamento ambiental
senvolvimento econômico podem enfrentar dificuldades em atrair O saneamento ambiental abrange uma série de serviços e in-
investimentos, gerar empregos e oferecer serviços e infraestrutura fraestruturas que visam promover a saúde pública e a preservação
adequados. Isso contribui para a perpetuação das desigualdades e do meio ambiente. Em São Paulo, a prestação desses serviços é um
para a fragmentação socioespacial da cidade. desafio devido à extensão territorial e à densidade populacional da
- Impactos ambientais: A concentração de atividades econômi- cidade. Alguns aspectos relevantes são:
cas em determinadas áreas pode gerar impactos ambientais signifi- - Abastecimento de água: O sistema de abastecimento de água
cativos. O aumento do tráfego de veículos, a poluição atmosférica, em São Paulo é gerenciado pela Companhia de Saneamento Básico
a geração de resíduos e a demanda por recursos naturais podem do Estado de São Paulo (Sabesp). A empresa busca garantir o aces-
afetar a qualidade ambiental dessas regiões. Além disso, a falta de so à água potável para a população, enfrentando desafios como a
áreas verdes e espaços de lazer pode prejudicar a qualidade de vida demanda crescente e a necessidade de conservação dos recursos
dos moradores. hídricos.
- Infraestrutura e serviços públicos sobrecarregados: A con- - Esgotamento sanitário: A coleta e o tratamento de esgoto são
centração de atividades econômicas em certas áreas pode sobre- essenciais para evitar a contaminação dos corpos d’água e prevenir
carregar a infraestrutura existente, como sistemas de transporte, doenças. Em São Paulo, a Sabesp também é responsável por esses
saneamento básico, energia e serviços públicos em geral. A deman- serviços, buscando ampliar a cobertura e melhorar a eficiência dos
da intensa por esses serviços pode resultar em problemas de con- sistemas de esgoto na cidade.
gestionamento, deficiências na prestação de serviços e necessidade - Gestão de resíduos sólidos: O manejo adequado dos resíduos
de investimentos adicionais para suprir essa demanda concentrada. sólidos é um desafio em São Paulo devido à sua grande produção
- Vulnerabilidade econômica: A concentração de atividades diária. A coleta seletiva, a reciclagem e a destinação correta dos re-
econômicas em setores específicos pode tornar determinadas síduos são prioridades para reduzir os impactos ambientais e pro-
áreas mais vulneráveis a crises econômicas. Setores dependentes mover a sustentabilidade.
de demanda externa, como indústrias automobilísticas, por exem-
plo, podem enfrentar dificuldades durante períodos de recessão, Meio ambiente urbano
o que pode impactar negativamente a economia local e gerar de- A preservação e a promoção do meio ambiente urbano são
semprego. fundamentais para criar uma cidade mais saudável e sustentável.
Em São Paulo, existem desafios específicos relacionados ao contex-
Para lidar com esses problemas, é necessário adotar uma abor- to urbano. Alguns pontos importantes são:
dagem equilibrada de planejamento urbano e desenvolvimento - Arborização urbana: A arborização é essencial para melhorar
econômico. Isso inclui a diversificação das atividades econômicas a qualidade do ar, reduzir a poluição sonora, proporcionar sombra e
em diferentes áreas da cidade, promovendo o desenvolvimento em criar espaços de lazer. A cidade de São Paulo tem investido em pro-
regiões periféricas, estimulando a criação de polos econômicos em gramas de plantio e manejo de árvores para aumentar a cobertura
diferentes setores e garantindo o acesso equitativo a infraestrutura vegetal e melhorar o microclima urbano.
e serviços públicos. Além disso, é importante implementar políti- - Áreas verdes e parques: A preservação e a criação de áreas
cas de incentivo à descentralização econômica, buscando reduzir verdes, como parques e praças, são cruciais para o bem-estar da
as desigualdades espaciais e promover um desenvolvimento mais população. Em São Paulo, existem diversos parques importantes,
equilibrado em São Paulo. como o Parque do Ibirapuera, o Parque Villa-Lobos e o Parque da
Cantareira, que oferecem espaços de convivência, lazer e contato
com a natureza.

276
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

- Conservação da biodiversidade: A cidade de São Paulo abriga uma rica biodiversidade, com uma variedade de espécies de flora e
fauna. A preservação dos ecossistemas naturais e a criação de corredores ecológicos são medidas importantes para a conservação da bio-
diversidade em meio ao ambiente urbano.
- Planejamento urbano sustentável: A integração de práticas sustentáveis no planejamento urbano é essencial para criar um ambiente
saudável e resiliente. Isso inclui a consideração de critérios ambientais na construção de edifícios, a promoção da mobilidade sustentável,
o ordenamento do uso do solo e a promoção da eficiência energética.

O engajamento dos órgãos públicos, da população e de outros atores é fundamental para enfrentar os desafios e promover ações
concretas nessa área.

ÁREAS DE PROTEÇÃO A MANANCIAIS

As áreas de proteção a mananciais de São Paulo desempenham um papel crucial na preservação dos recursos hídricos e na garantia do
abastecimento de água para a metrópole. Essas áreas são definidas como zonas de restrição ao uso e ocupação do solo, visando proteger
as fontes de água que abastecem os sistemas de abastecimento público.
Essas áreas estão localizadas principalmente na Região Metropolitana de São Paulo e abrangem uma extensa rede de rios, córregos,
nascentes e represas. Entre as principais áreas de proteção a mananciais em São Paulo estão a Área de Proteção Ambiental (APA) Billings-
-Cotia, a APA Guarapiranga, a APA Capivari-Monos e a APA Várzea do Tietê.

Fonte: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/portalmananciais/

A principal função dessas áreas é preservar a qualidade e quantidade de água, evitando a contaminação por poluentes, o assorea-
mento dos corpos d’água e a degradação dos ecossistemas aquáticos. Elas também têm a finalidade de promover a recuperação de áreas
degradadas, a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais.

277
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Para alcançar esses objetivos, são estabelecidas restrições ao A poluição hídrica é outra grande preocupação. A falta de
uso e ocupação do solo nas áreas de proteção a mananciais. São saneamento básico adequado, a ocupação irregular de áreas de
definidas zonas de restrição absoluta, onde não é permitida nenhu- mananciais e a contaminação por resíduos industriais e domésti-
ma atividade que possa comprometer a qualidade da água, como a cos resultam em rios e córregos poluídos. Isso afeta não apenas os
ocupação urbana, e zonas de restrição relativa, onde são estabele- ecossistemas aquáticos, mas também a disponibilidade de água po-
cidas normas específicas para o uso do solo, visando minimizar os tável para a população.
impactos ambientais. A gestão inadequada de resíduos sólidos também é um desa-
Além das restrições, é importante destacar a necessidade de fio ambiental em São Paulo. O volume de lixo produzido na cidade
fiscalização e monitoramento constante para garantir o cumpri-
é gigantesco, e a destinação correta dos resíduos é um desafio lo-
mento das normas de proteção a mananciais. Órgãos como a Com-
gístico e ambiental. A falta de infraestrutura para coleta seletiva,
panhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e a Secretaria do
Meio Ambiente têm um papel fundamental nesse processo, atuan- reciclagem e disposição final adequada resulta em problemas como
do na fiscalização, licenciamento e controle das atividades desen- aterros sanitários saturados, acúmulo de lixo nas ruas e impactos
volvidas nessas áreas. negativos na saúde pública e no meio ambiente.
Outro desafio ambiental significativo é a perda de áreas verdes
No entanto, apesar dos esforços de preservação, as áreas de e de biodiversidade. O crescimento urbano desordenado e a ocu-
proteção a mananciais de São Paulo enfrentam desafios significati- pação de áreas de preservação ambiental resultam na destruição
vos. A expansão urbana desordenada, a ocupação irregular de áreas de ecossistemas naturais, na fragmentação de habitats e na dimi-
de risco e a falta de infraestrutura adequada são problemas recor- nuição da biodiversidade. Essa perda de áreas verdes compromete
rentes que comprometem a integridade dessas áreas. a qualidade do ar, a regulação climática e a qualidade de vida dos
É fundamental que a sociedade esteja consciente da importância habitantes.
das áreas de proteção a mananciais e do papel de cada indivíduo Para enfrentar esses desafios, São Paulo precisa implementar
na preservação desses recursos. Ações de educação ambiental, políticas públicas eficazes, promovendo a sustentabilidade ambien-
o estímulo à participação da comunidade e a implementação de tal e a conscientização da população. É necessário investir em trans-
políticas públicas efetivas são essenciais para a conservação dessas porte público de qualidade, incentivar o uso de energias renováveis,
áreas e a garantia da disponibilidade de água para a cidade de São melhorar o sistema de gestão de resíduos, fortalecer a fiscalização
Paulo. ambiental e promover a recuperação de áreas degradadas.
Além disso, a participação da sociedade civil é fundamental
Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental (PDPA)
Foi estabelecido pela Lei estadual nº 9.866/97 como um dos para impulsionar mudanças. É preciso envolver a população em
instrumentos de planejamento e gestão das Áreas de Proteção e ações de educação ambiental, estimular práticas sustentáveis nas
Recuperação dos Mananciais (APRMs). O PDPA tem como propósito residências, empresas e escolas, e fomentar o engajamento comu-
acompanhar a aplicação das leis específicas das APRMs, orientan- nitário na conservação dos recursos naturais e na preservação do
do as ações do poder público e da sociedade civil voltadas para a meio ambiente.
proteção, recuperação e preservação dos mananciais de interesse Enfrentar a degradação e poluição ambiental é um desafio
regional, conforme definido pela política pública estadual. complexo, que requer ações coordenadas em diversos níveis. Com
A elaboração dos PDPAs foi concluída em 2018 para cada um um planejamento urbano adequado, investimentos em infraestru-
dos mananciais de interesse da Região Metropolitana de São Paulo tura sustentável e uma abordagem integrada de proteção ambien-
(RMSP). Essa iniciativa faz parte do Programa de Saneamento Am- tal, São Paulo pode avançar na busca por uma cidade mais saudável,
biental dos Mananciais da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, conhe- equilibrada e resiliente.
cido como Programa Manancial. O programa tem como áreas de
intervenção as sub-bacias dos mananciais que já são utilizados para
o abastecimento público na RMSP, bem como aqueles que possuem RESÍDUOS SÓLIDOS: COLETA, LIMPEZA PÚBLICA,
potencial de uso futuro. Seu objetivo é promover a recuperação e a TRATAMENTO, RECICLAGEM E DESTINAÇÃO FINAL
proteção das fontes hídricas utilizadas para abastecimento público,
além de melhorar a qualidade de vida da população.
A gestão dos resíduos sólidos é um desafio significativo en-
frentado por São Paulo, uma das maiores cidades do mundo. A
DEGRADAÇÃO E POLUIÇÃO AMBIENTAL E DESAFIOS quantidade de lixo produzido diariamente é enorme, exigindo uma
abordagem abrangente que envolva a coleta eficiente, a limpeza
A degradação e poluição ambiental são problemas urgentes pública, o tratamento adequado, a reciclagem e a destinação final
enfrentados por São Paulo, uma das maiores cidades do mundo. A adequada dos resíduos.
intensa atividade urbana, industrial e de transporte na região me- A coleta de resíduos sólidos em São Paulo é realizada por meio
tropolitana contribui para a deterioração do meio ambiente e para de um sistema complexo, envolvendo empresas contratadas pelo
a qualidade de vida dos seus habitantes. município. Existem diferentes modalidades de coleta, como a coleta
Um dos principais desafios ambientais de São Paulo é a polui- domiciliar regular, a coleta seletiva e a coleta de resíduos de grande
ção do ar. O elevado número de veículos automotores, a queima porte. A frequência e os horários de coleta podem variar de acordo
de combustíveis fósseis e as atividades industriais são fontes sig- com a região da cidade.
nificativas de emissões de poluentes atmosféricos. A concentração No entanto, apesar dos esforços para melhorar a coleta de re-
de material particulado, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio e síduos, a cidade enfrenta desafios relacionados à irregularidade e
ozônio, entre outros poluentes, ultrapassa frequentemente os limi- à eficiência do serviço. Em algumas áreas, a coleta pode ser defi-
tes aceitáveis, comprometendo a saúde da população e a qualidade
do ar.

278
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ciente, resultando em acúmulo de lixo nas ruas. Isso pode levar a tado, as chuvas podem causar enchentes e alagamentos, especial-
problemas de saúde pública, atraindo vetores de doenças e prejudi- mente em áreas de declive acentuado ou com insuficiente infraes-
cando a qualidade de vida dos moradores. trutura de drenagem.
A limpeza pública desempenha um papel importante na ma- Esse processo acarretou grandes desequilíbrios estruturais,
nutenção da higiene e na qualidade visual da cidade. A remoção como a distribuição desigual entre a população e as oportunidades
adequada de resíduos, a limpeza de vias públicas, praças e áreas de econômicas. Além disso, trouxe consigo problemas ambientais ex-
convivência contribui para um ambiente mais saudável e agradável. tremamente graves, destacando-se:
A prefeitura de São Paulo é responsável por promover a limpeza (I) A ocupação de áreas de mananciais e regiões ambiental-
pública e deve trabalhar em conjunto com as empresas de coleta mente frágeis, o que resultou em uma presença significativa de mo-
para garantir uma cidade limpa e bem cuidada. radores em áreas de risco.
No que diz respeito ao tratamento de resíduos sólidos, São (II) A ocupação dos fundos de vales, especialmente para a cons-
Paulo conta com a infraestrutura de aterros sanitários. Esses locais trução de grandes avenidas.
são projetados para receber e tratar o lixo de forma adequada, evi- (III) A alta taxa de impermeabilização do solo urbano, que resul-
tando contaminação do solo e das águas subterrâneas. A operação tou no aumento da velocidade do escoamento superficial das águas
dos aterros sanitários deve estar em conformidade com as regula- e no assoreamento dos rios.
mentações ambientais e de saúde para minimizar os impactos ne-
gativos. Fundamentos dos sistemas de drenagem
No entanto, a destinação final dos resíduos sólidos em aterros O sistema de drenagem urbana e, portanto, de prevenção de
sanitários não é uma solução sustentável a longo prazo. É funda- inundações fundamenta-se não só em planos, projetos e obras, mas
mental promover a redução, a reutilização e a reciclagem dos resí- também em legislação e medidas não estruturais que compreen-
duos, visando minimizar a quantidade de lixo destinado aos aterros. dem:
A reciclagem desempenha um papel importante nesse processo, - Códigos, leis, regulamentos e normas sobre edificações, zo-
permitindo a transformação de materiais recicláveis em novos pro- neamento, parcelamento e loteamento do solo e também medidas
dutos. de controle sanitário e de preservação ambiental.
Em São Paulo, a coleta seletiva é uma estratégia adotada para - Fiscalização da administração pública nas áreas urbanizadas
promover a reciclagem. Os moradores são incentivados a separar e edificadas, bem como planos de reurbanização e renovação de
seus resíduos em diferentes categorias, como papel, plástico, metal áreas degradadas.
e vidro, facilitando a coleta e a destinação adequada desses mate- - Declaração de utilidade pública e desapropriação de áreas
riais para as indústrias recicladoras. A prefeitura e organizações não ociosas ou assoladas por inundações frequentes.
governamentais também realizam campanhas de conscientização
para incentivar a participação da população na coleta seletiva. Esses dispositivos são particularmente importantes quando
No entanto, é importante ressaltar que o desafio da reciclagem se referem às áreas baixas constituídas por planícies sedimentares
em São Paulo envolve a ampliação da infraestrutura de reciclagem, marginais aos cursos d´água. Como podem ser inundadas durante
a melhoria da logística de coleta seletiva e a conscientização da po- as cheias, a sua ocupação deve ser restringida através dos seguintes
pulação sobre a importância desse processo. É preciso investir em meios:
centros de triagem e reciclagem, promover parcerias com o setor - Zoneamento com delimitação clara das áreas frequentemen-
privado e facilitar a participação dos catadores de materiais reci- te inundadas.
cláveis. - Fixação de cotas aquém das quais a ocupação é desaconselha-
A gestão dos resíduos sólidos em São Paulo é uma tarefa com- da ou mesmo vedada.
plexa, que exige esforços integrados em todas as etapas, desde a - Restrição de acesso às áreas sujeitas a inundações.
coleta até a destinação final. A melhoria da coleta, a limpeza pública - Restrição por parte de órgãos públicos de licenciamento am-
eficiente, o tratamento adequado, a promoção da reciclagem e a biental e de financiamento para empreendimentos de ocupação
conscientização da população são aspectos-chave para uma gestão das áreas inundáveis.
sustentável dos resíduos sólidos na cidade. É fundamental buscar - Limitação à expansão de outros serviços públicos nas áreas
soluções inovadoras e adotar práticas que reduzam o impacto am- sujeitas a inundações frequentes.
biental e promovam uma cidade mais limpa e saudável. - Estudo de áreas alternativas para os empreendimentos em
cogitação em áreas inundáveis.
- Fixação de incentivos fiscais para que os terrenos permane-
DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS çam ociosos.
URBANAS
Outras medidas podem ser tomadas para minimizar os efeitos
A drenagem urbana e o manejo de águas pluviais urbanas são das inundações, como:
questões de extrema importância no contexto do município de São - Obras hidráulicas de controle, amortecimento ou armazena-
Paulo. A cidade enfrenta desafios relacionados à gestão adequada mento de cheias.
das águas pluviais devido à sua grande extensão territorial, densi- - Recursos de proteção local contra inundações, como compor-
dade populacional e características geográficas. tas, válvulas, etc.
Devido à intensa urbanização, uma grande parte do solo em - Planos de contingência contra inundações, compreendendo
São Paulo foi impermeabilizada por construções, asfalto e concreto, sistemas de alerta, diques provisórios, esquemas de desvio de trá-
o que dificulta a infiltração das águas pluviais no solo. Como resul- fego e de evacuação da população, etc.

279
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

- Planos de assistência social, compreendendo socorro à popu- permeáveis, jardins de chuva (rain gardens) e áreas verdes ajuda a
lação pelo fornecimento de abrigo, alimentação, ajuda financeira, retardar o escoamento e permitir a recarga dos aquíferos subter-
etc. râneos.
- Isenção de impostos e taxas às pessoas e às propriedades - Programas de educação ambiental: A conscientização da po-
atingidas. pulação sobre a importância do manejo adequado das águas plu-
viais é fundamental. Programas de educação ambiental são imple-
Por outro lado, os planos urbanísticos e de expansão dos servi- mentados para informar os moradores sobre práticas de redução
ços públicos devem se orientar pelo plano de manejo e drenagem de impacto, como evitar o descarte de lixo em vias públicas e deso-
de águas pluviais, de forma que: bstruir bueiros e galerias.
- As áreas potencialmente inundáveis sejam bem conhecidas e
perfeitamente delimitadas em mapas oficiais. Além disso, a Prefeitura de São Paulo tem buscado aprimorar a
- A expansão de serviços públicos nessas áreas seja controlada gestão das águas pluviais por meio de parcerias com setores públi-
ao máximo. co e privado, promovendo ações de monitoramento, manutenção e
ampliação da infraestrutura de drenagem.
É importante que se disponha de uma organização técnica e Em conclusão, a drenagem urbana e o manejo de águas plu-
administrativa voltada para a implantação, operação e manutenção viais urbanas são desafios significativos em São Paulo. A cidade tem
do sistema de drenagem urbana, o que possibilitará: adotado medidas e políticas para enfrentar essas questões, com
- A inclusão nas leis de zoneamento, nos códigos de edificações a implementação de sistemas de drenagem, bacias de detenção,
e em mapas oficiais, de indicações claras a respeito das áreas sujei- sistemas de retenção e infiltração, bem como programas de cons-
tas a inundações. cientização. A gestão eficaz das águas pluviais é essencial para mini-
- Manutenção e atualização permanente de cadastro dos proje- mizar os impactos das chuvas e garantir uma cidade mais resiliente
tos e das obras executadas, com pormenores. e sustentável.
- Participação na elaboração dos planos de bacia e nos planos
setoriais que possam interferir com o sistema de drenagem e co-
nhecimento pleno de tais planos. TRANSPORTES, TRANSPORTE COLETIVO,
- Cooperação com entidades responsáveis por previsões me- ACESSIBILIDADE E MOBILIDADE URBANA
teorológicas, medições hidrológicas e previsões de cheias.
- Desenvolvimento de programas de aquisição de dados a res- Os transportes, a acessibilidade e a mobilidade urbana são
peito de prejuízos causados por inundações. temas essenciais para a cidade de São Paulo, uma metrópole de
- Orientação e supervisão dos serviços de construção, operação grandes proporções e com uma intensa movimentação diária de
e manutenção do sistema de drenagem. pessoas. A eficiência e a qualidade dos sistemas de transporte cole-
tivo desempenham um papel fundamental na vida dos cidadãos, no
Evidentemente, a criação dessa organização depende do com- desenvolvimento econômico e na sustentabilidade urbana.
prometimento político, do pessoal técnico e de recursos financei- São Paulo conta com uma ampla rede de transporte coletivo
ros. que inclui ônibus, metrô, trens e sistemas de BRT (Bus Rapid Tran-
sit). O Metrô de São Paulo é um dos mais extensos do país, atenden-
Visão geral da drenagem do a diversas regiões da cidade. Além disso, a Companhia Paulista
A questão das enchentes, particularmente intensificada duran- de Trens Metropolitanos (CPTM) oferece linhas ferroviárias que co-
te os verões em São Paulo, é um dos principais sintomas desses nectam diferentes municípios da Região Metropolitana.
desequilíbrios estruturais, afetando a vida de todos e causando No entanto, apesar da extensão da rede, São Paulo enfrenta
enormes prejuízos sociais e econômicos. desafios relacionados à lotação, à infraestrutura e à qualidade dos
Para enfrentar esses desafios, a cidade de São Paulo desenvol- transportes coletivos. A superlotação em horários de pico é um pro-
veu uma série de medidas e políticas para o manejo de águas plu- blema recorrente, resultando em desconforto para os passageiros.
viais urbanas. Além disso, a falta de investimentos na expansão da rede e na mo-
Alguns aspectos importantes incluem: dernização dos sistemas pode limitar a eficiência e a capacidade de
- Sistema de drenagem: São Paulo conta com um sistema de atendimento.
drenagem que consiste em uma rede de galerias pluviais, bueiros O ônibus é meio de transporte mais utilizado pelos paulistanos
e canais que captam e transportam as águas pluviais para corpos (47%), enquanto o carro aparece em segundo lugar (20%). Depois
d’água como rios e córregos. Essa infraestrutura tem como objetivo está o metrô, com 12% de aderência; a locomoção a pé vem logo
minimizar os impactos das chuvas intensas e evitar enchentes. em seguida (6%). Na sequência estão transportes particulares como
- Bacias de detenção e reservatórios: Para lidar com a quanti- Uber, 99 e outros (5%); trens (4%); bicicletas (2%); ônibus intermu-
dade excessiva de água durante as chuvas, foram implementadas nicipais (1%); e, por fim, motocicletas (1%).
bacias de detenção e reservatórios em pontos estratégicos da ci- A acessibilidade é outra questão importante no contexto da
dade. Essas estruturas temporariamente armazenam a água das mobilidade urbana em São Paulo. A cidade deve garantir que todos
chuvas, reduzindo o volume de escoamento e diminuindo o risco os cidadãos, incluindo pessoas com deficiência, idosos e pessoas
de enchentes. com mobilidade reduzida, tenham acesso adequado aos meios de
- Sistemas de retenção e infiltração: A promoção da infiltração transporte. É fundamental que os sistemas de transporte coletivo
da água no solo é uma estratégia fundamental para a gestão susten- sejam adaptados e equipados com recursos como rampas de aces-
tável das águas pluviais. A utilização de técnicas como pavimentos so, elevadores e sinalização adequada, a fim de promover a inclusão
e a igualdade de oportunidades para todos.

280
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

No que diz respeito à mobilidade urbana, São Paulo enfrenta o desafio do congestionamento de tráfego. O grande número de veículos
particulares em circulação resulta em congestionamentos frequentes, impactando negativamente a fluidez do trânsito e o tempo de des-
locamento. Além disso, os congestionamentos têm um impacto significativo na qualidade do ar, na emissão de poluentes e no consumo
de combustíveis fósseis.
Para enfrentar esses desafios, São Paulo tem implementado medidas e políticas voltadas para a melhoria da mobilidade urbana. O
incentivo ao uso de transporte público, a promoção de modos de transporte não motorizados, como ciclovias e calçadas acessíveis, e a im-
plementação de sistemas de compartilhamento de veículos são algumas das ações adotadas. Além disso, programas de gestão de tráfego
e investimentos na infraestrutura viária também são realizados para melhorar a fluidez do trânsito.
A cidade também busca promover uma integração eficiente entre os diferentes modos de transporte, buscando facilitar a transição
entre ônibus, metrô, trens e bicicletas. A criação de corredores exclusivos para ônibus e a expansão das ciclovias são estratégias adotadas
para melhorar a velocidade e a segurança dos deslocamentos.

Tempo médio de deslocamento por transporte público

ANO-BASE: 2021
FÓRMULA: Tempo médio (em minutos) de deslocamento por transporte público (pico da manhã), por distrito
FONTE(S): São Paulo Transportes S/A (SPTrans) ELABORAÇÃO: RNSP
OBSERVAÇÕES: O tempo de deslocamento por transporte público considera a média ponderada do tempo de viagem estimado das
viagens realizadas pelos usuários de cada distrito.

281
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Acesso ao transporte de massa


Proporção (%) da população que reside em um raio de até 1 km de estações de sistemas de transporte público de alta capacidade
(trem, metrô e monotrilho), por Zona OD e por distrito.

Em suma, São Paulo enfrenta desafios significativos no que diz respeito aos transportes, à acessibilidade e à mobilidade urbana. A
ampliação e a modernização dos sistemas de transporte coletivo, a promoção da acessibilidade em todos os meios de transporte e o in-
centivo ao uso de modos sustentáveis de locomoção são medidas essenciais para proporcionar uma mobilidade mais eficiente, inclusiva e
sustentável para todos os cidadãos.

SEGURANÇA URBANA

A segurança urbana é uma questão essencial para o município de São Paulo, uma metrópole densamente povoada e com diversos de-
safios relacionados à criminalidade e à violência. A cidade enfrenta uma série de problemas relacionados à segurança, como roubo, furto,
violência doméstica, homicídios e tráfico de drogas.
Para lidar com esses desafios, a cidade de São Paulo implementou várias medidas e políticas com o objetivo de promover a segurança
urbana e proteger seus cidadãos. Algumas das principais iniciativas incluem:
- Policiamento ostensivo: A Polícia Militar de São Paulo desempenha um papel fundamental na manutenção da segurança urbana. A
presença policial é reforçada em áreas com altos índices de criminalidade, por meio de patrulhamento ostensivo e operações especiais.
- Inteligência e tecnologia: São Paulo investe em sistemas de monitoramento e videovigilância para aumentar a eficiência do policia-
mento e facilitar a identificação de criminosos. Além disso, a utilização de tecnologias avançadas, como reconhecimento facial e análise de
dados, auxilia no combate à criminalidade.
- Programas de prevenção social: A prevenção social é uma abordagem importante para combater a violência e a criminalidade. São
Paulo implementa programas e projetos voltados para a inclusão social, educação, cultura, esportes e qualificação profissional, especial-
mente em áreas mais vulneráveis, com o objetivo de reduzir os fatores de risco e promover a cidadania.

282
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

- Parcerias com a comunidade: A participação da comunidade é É importante destacar que a segurança urbana é uma questão
fundamental na promoção da segurança urbana. São Paulo estimu- complexa e multifacetada, que requer ações integradas de
la parcerias com moradores, empresas, organizações da sociedade diversos setores, incluindo segurança pública, educação, saúde,
civil e instituições de ensino para desenvolver ações conjuntas vi- urbanismo e assistência social. A busca por soluções eficazes
sando à prevenção e à solução de problemas locais. exige a continuidade de políticas públicas, investimentos em
- Iluminação pública e urbanismo: A melhoria da iluminação infraestrutura, fortalecimento das instituições de segurança e a
pública em áreas de maior incidência criminal contribui para a sen- participação ativa da comunidade.
sação de segurança. Além disso, o planejamento urbano adequado, Embora São Paulo enfrente desafios em relação à segurança
com a criação de espaços públicos bem iluminados e de fácil acesso, urbana, é importante ressaltar que a cidade também possui di-
ajuda a inibir a prática de crimes. versas áreas seguras e vibrantes, oferecendo uma ampla gama de
- Ações de combate ao tráfico de drogas: O combate ao tráfi- oportunidades culturais, sociais e econômicas para seus moradores
co de drogas é uma prioridade na segurança urbana de São Paulo. e visitantes.
Operações policiais, investigações e ações integradas entre forças
de segurança são realizadas para desmantelar organizações crimi- Referências biobibliográficas:
nosas e reduzir o tráfico nas comunidades. Disponível em https://www.saopaulo.sp.gov.br/ Acesso 27.05.2023
Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/panorama Acesso
Projetos Sociais 27.05.2023
A Guarda Civil Metropolitana (GCM) implementou diversos Disponível em https://guia.melhoresdestinos.com.br/vida-noturna-de-
projetos sociais com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das -sao-paulo Acesso 27.05.2023
comunidades onde atuam. Alguns desses projetos são: Disponível em https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/ Acesso
- “Crianças sob nossa Guarda”: Esse projeto realiza ações prin- 27.05.2023
cipalmente no Espaço Educacional GCM, localizado no Parque do Disponível em https://portal.tcm.sp.gov.br/Management/GestaoPubli-
Carmo, em Itaquera. Mais de 70 mil crianças, adolescentes, pais, cacao/ Acesso 29.05.2023
professores e membros da comunidade já se beneficiaram das São Paulo (cidade). Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano
apresentações lúdicas que abordam temas relevantes para o uni- - Manual de drenagem e manejo de águas pluviais: gerenciamento do
verso infantil. sistema de drenagem urbana. - São Paulo: SMDU, 2012.
- “Projeto Luz”: O objetivo desse projeto é conscientizar e ca-
pacitar agentes multiplicadores para prevenir o uso indevido de
drogas nas escolas públicas municipais, estaduais e particulares. QUESTÕES
Os integrantes da Guarda Civil Metropolitana ministram palestras e
promovem debates para educadores e alunos. 1. IUDS - 2022
- “Uma ideia sobre rodas”: Esse projeto foi desenvolvido es- Complete corretamente as lacunas abaixo.
pecialmente para prevenir acidentes envolvendo patins e skate na De acordo com o Departamento de Águas e Energia Elétrica
marquise do Parque do Ibirapuera. Cerca de 20 agentes foram ca- do Estado de São Paulo, o rio _______, desde sua nascente até a
pacitados para estabelecer um canal direto de diálogo com esses sua foz, tem um comprimento de 1.136 quilômetros, passando por
grupos, orientando-os sobre o uso adequado dos equipamentos de 62 cidades paulistas até desembocar no Rio ________, na fronteira
segurança e do espaço público. com Mato Grosso do Sul.
(A) Tuatiê; Paraíba do Sul.
Ações especiais (B) Tietê; Guarapiranga.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana tem diversas (C) Tamanduateí; Tietê.
Ações Especiais voltadas para contribuir com a comunidade pau- (D) Tietê; Paraná.
listana, tendo como objetivo principal a prevenção, educação, me-
diação e resgate. A Inspetoria de Defesa da Mulher e Ações Sociais 2. IBADE - 2022
(IDMAS) é responsável por executar, planejar, monitorar e avaliar O uso e o tráfico de drogas intenso em determinadas regiões da
atividades e ações direcionadas a pessoas em situação de vulnera- cidade de São Paulo são um problema social que afeta também as
bilidade. Ela opera por meio dos seguintes programas sociais: áreas de segurança pública, saúde e assistência social, tornando-se
- Casa de Mediação: Nesse programa, os mediadores de con- um dos maiores desafios a serem enfrentados ultimamente. A área
flito da Guarda Civil Metropolitana atuam auxiliando em situações do centro da cidade conhecida por ser uma região com diversos
de desentendimento e conflitos, buscando alcançar uma resolução usuários de entorpecentes e de tráfico constante chama-se:
pacífica. Os agentes são capacitados por meio de cursos de media- (A) Cracolândia.
ção de conflitos, e o principal objetivo é restabelecer as relações de (B) Terra do Partido.
convivência entre as partes envolvidas. (C) Beco do tráfico.
- Guardiã Maria da Penha: Criado em 2014, esse programa tem (D) Casa Verde.
como objetivo garantir a segurança das mulheres vítimas de violên- (E) Itaim Bibi.
cia doméstica, baseando-se na Lei Maria da Penha. É uma parceria
entre a Guarda Civil Metropolitana e a Secretaria Municipal de Polí-
ticas para as Mulheres. O programa oferece apoio às Delegacias de
Defesa da Mulher da Polícia Civil, além de prestar atendimento e
proteção às vítimas de violência, monitorando o cumprimento das
medidas protetivas.

283
CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

3. IBADE - 2022
Considerado o crescimento populacional de São Paulo ao longo
ANOTAÇÕES
dos anos, é possível afirmar que hoje o Município tem cerca de:
(A) 30 (trinta) milhões de habitantes. ______________________________________________________
(B) 25 (vinte e cinco) milhões de habitantes.
(C) 19 (dezenove) milhões de habitantes. ______________________________________________________
(D) 12 (doze) milhões de habitantes.
(E) 8 (oito) milhões de habitantes. ______________________________________________________

4. IBADE - 2022 ______________________________________________________


No seu fluxo de expansão urbana, a cidade de São Paulo pas-
______________________________________________________
sou a oferecer diversas atrações culturais, que se converteram em
uma forte característica sua. Assim, quem visita São Paulo não pode ______________________________________________________
deixar de fazer um passeio cultural. Nesse contexto, dentre os equi-
pamentos culturais paulistanos abertos à visitação pública, desta- ______________________________________________________
ca(m)-se o(a)(s):
(A) Arcos da Lapa. ______________________________________________________
(B) Elevador Lacerda.
(C) Theatro Municipal. ______________________________________________________
(D) Biblioteca Nacional.
______________________________________________________
(E) Santuário Dom Bosco.
______________________________________________________
5. IBADE - 2022
Durante o inverno paulistano, o clima apresenta a seguinte ca- ______________________________________________________
racterística:
(A) calor em excesso. ______________________________________________________
(B) úmido.
(C) seco. ______________________________________________________
(D) ocorrência de furações.
(E) ocorrência de neve. ______________________________________________________

______________________________________________________
6. OMNI - 2021
O estado de São Paulo tem como uma de suas principais carac- ______________________________________________________
terísticas a diversidade cultural, que em grande parte é atribuída
ao movimento migratório e imigratório que em muito contribuiu ______________________________________________________
com sua formação. Esta é uma das fortes razões para que haja um
grande número de opções de lazer cultural no estado, incluindo os ______________________________________________________
museus.
Entre os itens abaixo, qual NÃO cita um museu que se localiza ______________________________________________________
neste estado?
______________________________________________________
(A) Museu da Casa Brasileira.
(B) Museu do Amanhã. ______________________________________________________
(C) Museu - Memorial da Resistência.
(D) Museu - Estação Pinacoteca. ______________________________________________________

_____________________________________________________
GABARITO
_____________________________________________________
1 D ______________________________________________________
2 A
______________________________________________________
3 D
4 C ______________________________________________________

5 C ______________________________________________________
6 A ______________________________________________________

______________________________________________________

284
FERRAMENTAS APLICADAS AO
TRABALHO

NBR 10.151/2019 – “ACÚSTICA – MEDIÇÃO E LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHO TÉCNICO


AVALIAÇÃO DE NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA EM ARQUITETÔNICO -NBR 6492/2021 – “DOCUMENTAÇÃO
ÁREAS HABITADAS – APLICAÇÃO DE USO GERAL” TÉCNICA PARA PROJETOS ARQUITETÔNICOS E
URBANÍSTICOS -REQUISITOS. LEGENDA
Norma técnica brasileira que estabelece os procedimentos e cri-
térios para a medição e avaliação dos níveis de pressão sonora em A NBR 6492/2021 cancela e substitui a NBR 6492/1994. A nor-
áreas habitadas. Essa norma tem como objetivo fornecer diretrizes ma NBR 6492/2021, intitulada “Documentação Técnica para Pro-
para a avaliação do ruído ambiental visando à proteção da saúde e jetos Arquitetônicos e Urbanísticos - Requisitos”, estabelece os re-
do bem-estar da população. quisitos para a elaboração e apresentação de desenhos técnicos na
A NBR 10.151/2019 estabelece os requisitos técnicos para a rea- área da arquitetura. Dentro desse contexto, a norma também trata
lização de medições do ruído ambiental em áreas urbanas, rurais ou da utilização de legendas nos desenhos técnicos.
mistas. Ela define parâmetros e critérios para a avaliação do ruído A legenda em um desenho técnico arquitetônico é uma parte
em diferentes ambientes, como residenciais, comerciais, escolares, essencial do projeto, pois fornece informações claras e detalhadas
hospitais, entre outros. Além disso, a norma também estabelece os sobre os elementos presentes no desenho. A legenda pode conter
procedimentos para a realização das medições, incluindo a seleção diferentes tipos de informações, como simbologias, abreviações,
dos pontos de medição, a calibração dos equipamentos e a análise escalas, cores, materiais, cotas, entre outros.
dos resultados. A NBR 6492/2021 estabelece duas categorias de documentos
A aplicação da NBR 10.151/2019 é importante para o controle técnicos:
do ruído ambiental e para a promoção de um ambiente sonoro ade- a) documentos gráficos: croquis, plantas, cortes, elevações, fa-
quado. Ela auxilia na identificação de fontes de ruído excessivo, na chadas, detalhes, perspectivas, fotos e imagens, esquemas diagra-
avaliação do impacto do ruído na saúde e no bem-estar das pessoas mas e histogramas;
e na definição de medidas de controle e mitigação do ruído. b) documentos escritos: conteúdo apresentado de forma tex-
Dentre os principais aspectos abordados pela norma, podemos tual e/ou numérica.
destacar:
- Definição dos níveis de ruído aceitáveis: A norma estabele- A NBR 6492/2021 estabelece diretrizes para a criação da legen-
ce limites de níveis de pressão sonora em diferentes horários do da nos desenhos técnicos arquitetônicos, visando a padronização e
dia, levando em consideração a sensibilidade do período noturno, a clareza das informações apresentadas. Alguns aspectos importan-
quando o ruído pode interferir no descanso e no sono das pessoas. tes abordados pela norma em relação à legenda são:
- Critérios de medição: A NBR 10.151/2019 define os equipa- - Simbologias: A legenda pode conter símbolos gráficos que re-
mentos e procedimentos adequados para a realização das medi- presentam elementos específicos do projeto, como portas, janelas,
ções, incluindo a calibração dos instrumentos de medição e a iden- escadas, banheiros, entre outros. Esses símbolos devem ser padro-
tificação precisa dos pontos de medição. nizados e facilmente compreensíveis.
- Avaliação dos resultados: A norma apresenta critérios para a - Escalas: A legenda deve informar a escala utilizada no dese-
interpretação dos resultados das medições, levando em considera- nho, indicando a proporção entre as dimensões reais do projeto e
ção o contexto e a finalidade da avaliação. Essa avaliação permite as dimensões representadas no desenho.
identificar se os níveis de pressão sonora estão em conformidade - Abreviações: A legenda pode incluir abreviações que são uti-
com os limites estabelecidos. lizadas no desenho para economizar espaço e facilitar a leitura. Es-
- Orientações para controle e mitigação do ruído: A NBR sas abreviações devem ser definidas e explicadas de forma clara na
10.151/2019 fornece orientações gerais sobre medidas de controle legenda.
e mitigação do ruído, com o objetivo de reduzir os impactos nega- - Cores e materiais: A legenda pode indicar as cores utilizadas
tivos do ruído ambiental na saúde e no bem-estar da população. para representar diferentes elementos no desenho, como paredes,
pisos, telhados, entre outros. Além disso, pode fornecer informa-
Em suma, a norma NBR 10.151/2019 é um importante instru- ções sobre os materiais empregados em cada elemento.
mento para a avaliação e controle do ruído ambiental em áreas ha- - Cotagem: A legenda pode conter informações sobre as cotas
bitadas. Sua aplicação contribui para a promoção de um ambiente utilizadas no desenho, ou seja, as medidas representadas nas di-
sonoro mais saudável, garantindo o bem-estar e a qualidade de vida mensões do projeto. Essas cotas podem ser explicadas e exemplifi-
das pessoas. cadas na legenda.

285
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

A utilização adequada da legenda nos desenhos técnicos arquitetônicos é essencial para garantir a clareza e a compreensão das infor-
mações apresentadas. Ela facilita a interpretação do desenho por diferentes profissionais envolvidos no projeto, como arquitetos, enge-
nheiros e construtores.
Portanto, a norma NBR 6492/2021 estabelece requisitos importantes para a elaboração da legenda nos desenhos técnicos arquitetôni-
cos, visando à padronização e à precisão das informações apresentadas. A leitura e interpretação adequadas dessas legendas contribuem
para uma comunicação eficiente e precisa entre os envolvidos no processo de projeto e construção.

Projeto executivo projetado (PE-ARQ)


Os desenhos obrigatórios são indicados a seguir:
a) planta geral de implantação, contendo informações planialtimétricas e de locação;
b) planta e cortes de terraplenagem m com as cotas de nível projetadas e existentes;
c) plantas dos pavimentos;
d) planta das coberturas (com detalhes);
e) plantas, cortes e elevações de ambientes especiais (áreas m sentidas e cinas), contendo especiações técnicas de componentes e
quantificação em cada desenho;
f) detalhes de elementos da edificação e de seus componentes construtivos em es calas compatíveis.

Os documentos a seguir são complementares e complementares aos documentos gráficos:


a) perspectivas (de interiores ou exteriores, parciais ou gerais);
b) maquetes construídas em escala ou eletrônicas (interior ou exterior);
c) fotografias e montagens;
d) recursos audiovisuais

DIMENSIONAMENTO E ESCALAS ESCALAS LINHA DE COTA

No contexto do desenho técnico, o dimensionamento e as escalas são elementos essenciais para representar as dimensões reais de um
objeto ou projeto de maneira proporcional no desenho. A linha de cota desempenha um papel importante nesse processo.
O dimensionamento refere-se à atribuição de medidas às entidades gráficas em um desenho técnico. Essas medidas podem incluir
comprimentos, alturas, larguras, diâmetros, ângulos, entre outros. O dimensionamento adequado permite que as pessoas compreendam
as dimensões físicas dos objetos representados no desenho e auxilia na fabricação, montagem e inspeção dos elementos.
Para representar as dimensões em um desenho, utiliza-se a linha de cota. A linha de cota é uma linha contínua que é desenhada parale-
lamente à entidade gráfica a ser dimensionada. Ela indica o início e o término da medida e é acompanhada por uma linha auxiliar chamada
de linha de chamada. A linha de chamada é perpendicular à linha de cota e conecta a linha de cota à entidade gráfica correspondente.
As linhas de cota podem ser acompanhadas por outros elementos, como setas ou traços, para indicar a direção da medida e o local
exato onde a medida é aplicada. Esses elementos ajudam a evitar ambiguidades e a tornar as dimensões mais claras.
Além do dimensionamento, as escalas são usadas para representar o tamanho real de um objeto em relação à sua representação gráfi-
ca. As escalas são expressas por meio de uma proporção, como 1:50, 1:100, 1:200, entre outras. Por exemplo, uma escala de 1:50 significa
que cada unidade no desenho representa 50 unidades reais do objeto.

286
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

Cotas
As linhas de cota são dimensionadas de acordo com a escala do desenho. Por exemplo, se a escala do desenho for 1:50, cada unidade
de medida na linha de cota representará 50 vezes o valor real. Assim, a linha de cota é desenhada com um tamanho proporcional à escala
do desenho.
Trata-se de números que representam às dimensões do que está sendo representado pelo desenho. Qualquer que seja a escala do
desenho, as cotas significam a verdadeira grandeza das dimensões. Elas seguem a seguintes regras:
- As cotas devem ser escritas na posição horizontal, de modo que permita a leitura com o desenho na posição normal e o observador
a sua direita;
- Os algarismos devem ser colocados acima da linha de cota, quando esta for contínua;
- Todas as cotas de um desenho devem estar na mesma unidade de medida;
- Uma cota na deve ser cruzada por uma linha do desenho;
- As linhas de cota são desenhadas paralelas à direção da medida;
- Passar as linhas de cota de preferência fora da área do desenho;
- Evitar a repetição de cotas;
- O valor das cotas prevalece sobre as medidas calculadas tendo como base o desenho.

Os elementos de cotagem
Incluem a linha auxiliar, a linha de cota, o limite da cota e a cota. Essas linhas são desenhadas como linhas contínuas estreitas. A linha
auxiliar deve se estender um pouco além da linha de cota correspondente. Um pequeno espaço deve ser deixado entre a linha de contorno
e a linha auxiliar. Sempre que possível, evita-se o cruzamento das linhas auxiliares e de cota com outras linhas.

A delimitação da linha de cota deve ter o mesmo tamanho em um único desenho e pode ser feita utilizando:
- Setas preenchidas (em desenho técnico), desenhadas com linhas curtas formando ângulos de 15°, posicionadas entre as linhas de
chamada e apontando para o exterior;
- Traços oblíquos ou pontos (em desenho arquitetônico), desenhados com uma linha curta inclinada a 45°.

287
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

Há dois métodos de cotagem, mas apenas um deles deve ser utilizado em um único desenho, sendo o primeiro método mais reco-
mendado:
1) As cotas devem ser posicionadas acima e paralelamente às linhas de cotas, preferencialmente no centro (a). Elas devem ser escri-
tas de forma que possam ser lidas a partir da base e/ou do lado direito do desenho (b). No caso da cotagem angular, o número deve ser
centralizado sobre a linha de cota ou escrito na horizontal (c).

2) No segundo método de cotagem, as cotas devem ser lidas a partir da base do papel. As linhas de cotas devem ser interrompidas,
preferencialmente no meio, para a inserção da cota (a e b). Na cotagem angular, o número é colocado no centro da linha de cota, que é
interrompida (c).

Escalas
O dimensionamento e as escalas, juntamente com as linhas de cota, desempenham um papel fundamental na comunicação e com-
preensão das dimensões em um desenho técnico. Eles permitem que as informações sejam transmitidas de forma precisa e clara, auxi-
liando na interpretação do desenho e no desenvolvimento do projeto.
É importante seguir as normas e padrões estabelecidos, como a NBR 6492/2021, para garantir a correta aplicação do dimensionamento,
das escalas e das linhas de cota nos desenhos técnicos. Isso contribui para a qualidade, a precisão e a consistência dos desenhos, facilitando
a execução do projeto e a comunicação entre os profissionais envolvidos.
Podem ser utilizadas escalas numéricas e gráficas. Sendo que as escalas usuais são: 1:1, 1:2; 1:5; 1:10; 1:20; 1:25; 1:50; 1:100; 1:200;
1:250, 1:500, 1:1000 e 1:2000.

288
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

PLANTAS E VISTAS

No desenho técnico arquitetônico, as plantas e vistas são representações gráficas essenciais para comunicar a forma e o layout de um
projeto. Elas fornecem informações detalhadas sobre a disposição espacial dos elementos arquitetônicos em diferentes planos.
As plantas são desenhos bidimensionais que representam uma visão superior de um ambiente ou espaço arquitetônico. Elas mostram
a disposição dos elementos em um plano horizontal, como pisos, paredes, portas, janelas, móveis, entre outros. As plantas são frequen-
temente usadas para visualizar a distribuição dos espaços internos de um edifício, como quartos, salas, cozinhas, banheiros, corredores,
entre outros. As plantas são desenhadas em uma escala específica para representar as proporções reais do projeto.
As vistas, por outro lado, são representações gráficas de um objeto ou espaço arquitetônico a partir de diferentes ângulos. Elas podem
incluir vistas frontal, lateral e posterior do projeto. As vistas são desenhadas em escala e fornecem informações adicionais sobre a forma,
proporção, elementos decorativos e detalhes construtivos de um edifício. As vistas são úteis para compreender a aparência externa de um
projeto e como ele se relaciona com o entorno.
Além das plantas e vistas, outros tipos de representações gráficas podem ser utilizados em desenhos técnicos arquitetônicos, como
cortes e elevações. Os cortes são desenhos que representam uma visão vertical de um objeto ou edifício, mostrando a estrutura interna,
a disposição dos ambientes e os detalhes construtivos. As elevações, por sua vez, representam a aparência vertical de um edifício ou ele-
mento arquitetônico em relação ao terreno circundante.
A utilização combinada de plantas, vistas, cortes e elevações permite uma compreensão mais completa e precisa de um projeto arqui-
tetônico. Essas representações gráficas são ferramentas fundamentais para a comunicação entre os profissionais envolvidos no projeto,
como arquitetos, engenheiros e construtores, bem como para a visualização e aprovação por parte dos clientes e autoridades regulatórias.
A correta interpretação e leitura das plantas e vistas requer familiaridade com os símbolos e convenções utilizados no desenho téc-
nico arquitetônico. O uso adequado de escalas, linhas de cota, legendas e simbologias é essencial para garantir a clareza e a precisão das
informações transmitidas.
As plantas e vistas são representações gráficas fundamentais em desenhos técnicos arquitetônicos. Elas permitem visualizar e com-
preender a disposição espacial, a forma e os detalhes de um projeto, facilitando a comunicação entre os profissionais envolvidos e contri-
buindo para a execução precisa e eficiente do projeto arquitetônico.

REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS DE PROJETOS PLANTA BAIXA PLANTA DE SITUAÇÃO PLANTA DE LOCAÇÃO


(IMPLANTAÇÃO) CORTES TRANSVERSAL E LONGITUDINAL PLANTA DE FACHADA

Planta de situação
Trata-se da representação gráfica do projeto arquitetônico que indica as dimensões do terreno (lote), a quadra, lotes vizinhos, orienta-
ção magnética (norte geográfico), ruas de acesso e opcionalmente pontos de referência. Essa representação vai localizar o terreno dentro
de um perímetro urbano ou até mesmo rural, facilitando sua identificação junto aos órgãos públicos competentes na regularização e
fiscalização da obra.
Os dados fornecidos numa planta de situação devem necessariamente está em acordo com a escritura pública do terreno, oficializando
junto aos órgãos públicos o título de propriedade daquela área.
A Planta de Situação abrange uma área relativamente grande, por isso, normalmente é desenhado em escalas pequenas, ex.: 1/500,
1/750, 1/1000, 1/2000 etc.

289
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

Planta de locação
Representação gráfica do projeto arquitetônico que indica a localização da construção no terreno. Além disso, pode incluir elementos
como muros, portões, vegetação existente, orientação magnética (norte geográfico), passeio público e, opcionalmente, construções vizi-
nhas.
Essa representação é vista de cima, fornecendo uma visão geral da cobertura como elemento principal, enquanto as paredes externas
da construção são representadas abaixo da cobertura com linhas tracejadas e traços suaves (MONTENEGRO, 1978, p. 47).
A planta de situação é fundamental no início de uma obra, pois apresenta graficamente a marcação da construção no terreno. Geral-
mente, é desenhada em escalas médias, como 1/200, 1/250 ou 1/500. Ela mostra as dimensões do terreno de acordo com o registro de
imóveis, os recuos da construção em relação aos limites laterais, frontal e de fundos, além de destacar a presença de calçadas, piscinas,
entre outros detalhes.

Planta de cobertura
Representação gráfica do projeto arquitetônico que apresenta os detalhes da cobertura de uma construção, conhecida popularmente
como “água”. Nesse tipo de desenho, que é uma vista superior, são mostradas as inclinações da cobertura, o número de águas, o mate-
rial utilizado, a posição da caixa d’água, as calhas, entre outros elementos. Em algumas situações, é aceitável incluir também a represen-
tação da localização da construção, classificando o desenho como planta de locação e cobertura.

Planta baixa
Desenho que representa graficamente a projeção horizontal de uma edificação ou partes dela. Pode-se entender como sendo a seção
horizontal resultante da intersecção de um plano de nível acima e paralelo do piso (normalmente a 1,50 m) em uma edificação, represen-
tando consigo portas, janelas, peças sanitárias, chuveiro e opcionalmente mobiliário de ambientação interna.

290
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

Cortes
São desenhos que representam graficamente a projeção de uma seção vertical (ou plano) em uma edificação. Eles são utilizados para
mostrar detalhes que não estão visíveis em planta baixa, como o pé-direito, a altura dos elementos construtivos, as vistas dos elementos
estruturais, as alturas das portas e janelas, a cobertura, as bancadas, entre outros.
O objetivo dos cortes é fornecer uma compreensão tridimensional do projeto, por meio de planos de interseção longitudinal e trans-
versal. Eles permitem uma leitura e interpretação mais completa do projeto, esclarecendo aspectos que não são evidentes apenas na
planta baixa.
“A marcação da linha de corte deve evitar dúvidas e mostrar imediatamente a sua localização.” (ABNT NBR 6492, p. 33). A marcação de
corte deve ser preferencialmente conforme o exemplo.

Na planta baixa, os cortes são indicados por linhas do tipo traço e ponto ou tracejadas. As escalas mais comuns para os cortes são 1/50
e 1/75. Recomenda-se que a identificação dos cortes na planta seja feita utilizando letras consecutivas, evitando equívocos que poderiam
ocorrer com indicações do tipo AA’ e BB’.
A escolha da seção de corte em uma planta baixa pode ser influenciada por diversos fatores, dependendo do nível de detalhamento
que o arquiteto deseja demonstrar. No entanto, é recomendável que pelo menos um dos cortes passe pelo banheiro, permitindo visualizar
o vaso sanitário, a pia e o chuveiro. Se houver um pavimento superior, a posição do corte deve passar pela escada, mostrando detalhes
dos degraus e as alturas dos espelhos.

291
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

292
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

Fachadas
Desenhos que representam graficamente as faces externas do edifício, tanto a frontal quanto as laterais. Elas podem ser interpretadas
como a representação visual daquilo que se pretende construir. Nas fachadas, são detalhados os materiais utilizados nos revestimentos
externos, o funcionamento das esquadrias, a seleção de cores, além de indicarem aspectos técnicos específicos.
Esses desenhos fornecem uma visão clara e detalhada das características estéticas e técnicas das fachadas do edifício. Permitem vi-
sualizar os materiais de acabamento escolhidos, como por exemplo, revestimentos de parede, texturas, padrões de cores, bem como a
disposição das janelas, portas e outros elementos arquitetônicos.
As fachadas são importantes ferramentas de comunicação entre o projeto arquitetônico e a construção final. Elas ajudam a transmitir
a intenção do projeto, permitindo a visualização antecipada da aparência externa do edifício, facilitando a compreensão e a execução
correta dos detalhes estéticos e construtivos.

CONVENÇÕES E SÍMBOLOS NOS PROJETOS ARQUITETÔNICOS

A NBR 6492/2021 estabelece a representação dos elementos simbólicos de projetos de arquitetura.

Exemplo de orientação do Norte

Representação de indicação de chamada

293
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

Representação de indic

ação gráfica de acesso

Representação de indicação sentido ascendente nas rampas

Representação de indicação sentido ascendente nas escadas

294
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

Representação da inclinação de um telhado(a) e de uma laje (b)

Tipologia de traços
Cada tipo de linha vai passar uma informação ao leitor que o auxiliará na correta interpretação do desenho. Saber reconhecer, por-
tanto, cada tipo de linha é uma atividade indispensável ao profissional da construção civil, pois ela trará informações importantes para
execução de um projeto.
Existe um padrão utilizado pelo desenho técnico em relação às espessuras e os tipos de traços. Estes devem ser:

295
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

- Linha contínua e traço grosso: Devem ser utilizados nas partes interceptadas pelos planos de corte (planta baixa, cortes transversais
e longitudinais), nas partes que se encontram mais próxima do observador.
- Linha contínua e traço mais suave: Nas partes mais distantes do primeiro plano. Nas linhas paralelas e pouco afastadas entre si.
- Linha tracejada e traço suave: Nas projeções das coberturas, no contorno das paredes quando oculto pela cobertura ou quando o
plano representado está acima ou abaixo do plano de corte que deu origem a planta baixa.
- Linha traço e ponto e traço suave: Na projeção da caixa d’água, quando representada na planta baixa e nas linhas utilizadas como
eixos.
- Linha de ruptura ou zig-zag e traço suave: Secciona parte de um projeto, limitando sua área de representação. Seja para mostrar
detalhadamente ou restringir uma área pré-determinada.

Linhas
As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir contraste umas com as outras.

296
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

Convenções
Caracterização no projeto, das partes a conservar, a demolir e a construir. Em uma reforma é indispensável diferenciar muito bem o
que existe e o que será demolido ou acrescentado, utilizam-se as seguintes convenções:

Representação dos materiais e hachuras mais utilizados

297
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

Nível
O sinal gráfico da indicação de nível pode ser:
- um círculo dividido em quatro setores iguais (quadrantes), com cheios e vazios alternados, comumente usados em plantas.

- um triângulo com um vértice apontando a indicação do nível de referência escolhido, comumente usados em cortes.

ESCADAS E RAMPAS

Escadas e rampas são elementos arquitetônicos projetados para facilitar o deslocamento vertical em edifícios e espaços públicos. Am-
bos desempenham um papel fundamental na acessibilidade e na circulação eficiente das pessoas, permitindo que elas se movam entre
diferentes níveis de um ambiente.

Escadas
São estruturas compostas por uma série de degraus que ligam dois níveis diferentes. Elas podem ser construídas com materiais diver-
sos, como concreto, madeira, metal, entre outros. As escadas podem ter diferentes formatos e estilos, incluindo escadas retas, em curva,
em espiral, entre outros.
Na concepção de escadas, é importante considerar a ergonomia e o conforto do usuário. Os degraus devem ter dimensões adequadas,
como altura e largura, para permitir um movimento seguro e confortável ao subir ou descer. As normas técnicas estabelecem padrões para
o dimensionamento dos degraus, como a altura máxima permitida e a relação ideal entre a altura e a largura do degrau.

Desníveis
Em geral, é importante evitar desníveis em rotas acessíveis. No entanto, caso haja desníveis, é necessário seguir as seguintes orienta-
ções:
- Desníveis no piso de até 5 mm: não requerem tratamento especial.
- Desníveis entre 5 mm e 20 mm: devem ser tratados com uma inclinação máxima de 1:2 (50%).
- Desníveis superiores a 20 mm (quando inevitáveis): devem ser considerados como degraus.
É importante ressaltar que desníveis superiores a 20 mm podem apresentar barreiras para acessibilidade e devem ser tratados de
acordo com as diretrizes estabelecidas pela NBR 9050:2020. O objetivo é garantir a segurança e a facilidade de locomoção para todas as
pessoas, incluindo aquelas com mobilidade reduzida.

Características dos pisos e espelhos


Em relação aos pisos e espelhos de degraus e escadas fixas em rotas acessíveis, é necessário considerar as seguintes características:
- Os espelhos não devem ser vazados, garantindo uma superfície contínua.
- Caso haja bocel (saliente na borda do degrau) ou espelho inclinado, a projeção da aresta não deve avançar mais do que 1,5 cm sobre
o piso.

Essas medidas visam assegurar a segurança e facilitar o deslocamento de todas as pessoas, especialmente aquelas com dificuldades de
mobilidade. É importante seguir as recomendações da NBR 9050:2020 para garantir a acessibilidade em escadas e degraus.

298
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

Dimensionamento dos degraus isolados


Ao utilizar degraus em rotas acessíveis, é importante observar as seguintes condições:
a) A largura dos pisos (p) deve estar entre 0,28m e 0,32m;
b) A altura dos espelhos (e) deve estar entre 0,16m e 0,18m;
c) A soma da largura do piso mais duas vezes a altura do espelho deve estar entre 0,63m e 0,65m;
d) Os degraus devem ser acompanhados por um corrimão para garantir apoio e segurança;
e) É necessário realizar sinalização em toda a extensão dos degraus, tanto no piso quanto no espelho, utilizando uma faixa de no
mínimo 3 cm de largura com um contraste visível em relação ao piso adjacente. Essa faixa pode ser fotoluminescente ou retroiluminada,
preferencialmente;

Quando rampas forem utilizadas juntamente com degraus isolados, a largura livre mínima da rampa deve ser de 1,20 m, permitindo a
passagem de cadeiras de rodas e facilitando a acessibilidade. Essas medidas garantem a conformidade com a NBR 9050:2020, proporcio-
nando uma circulação segura e acessível para todas as pessoas.

Escadas acessíveis
De acordo com a NBR 9050:2020, são definidas como sequências de três ou mais degraus. Seu dimensionamento segue as mesmas
condições mencionadas para o dimensionamento dos degraus isolados nos itens a), b) e c).
No planejamento das escadas, é necessário considerar primeiramente a altura dos espelhos, pois as escadas têm a finalidade de per-
mitir a circulação entre desníveis em uma edificação.
Em seguida, determina-se a largura dos pisos das escadas, que é baseada no fluxo de pessoas, conforme estabelecido pela NBR
9050:2020. Essa largura é definida de acordo com as normas da NBR 9077, que regem o fluxo de pessoas em edificações. Além disso,
para escadas em rotas acessíveis, é exigida uma largura mínima de 1,20 m e, quando não estão enclausuradas, devem dispor de guias de
balizamento.
Ao seguir essas diretrizes, é possível projetar escadas acessíveis que garantam a circulação segura e acessível para todas as pessoas,
promovendo a inclusão e a igualdade de acesso em espaços construídos.

Nas construções novas, é exigido que o primeiro e o último degraus de um lance de escada estejam afastados no mínimo 0,30 m da
área de circulação adjacente. Além disso, é necessário aplicar a sinalização adequada conforme ilustrações abaixo, utilizando preferencial-
mente materiais fotoluminescentes ou retroiluminados.

299
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

Essas medidas visam proporcionar uma orientação clara e segura aos usuários, permitindo uma identificação fácil do início e do tér-
mino da escada. A utilização de materiais fotoluminescentes ou retroiluminados contribui para uma melhor visibilidade em situações de
baixa luminosidade ou em caso de falta de energia elétrica, garantindo a acessibilidade e a segurança das pessoas que utilizam as escadas.

No caso de escadas com lances curvos, é fundamental seguir as orientações da NBR 9077, que aborda especificamente esse tipo de
configuração. É importante ressaltar que, a uma distância de 0,55 m da borda interna da escada, os pisos e espelhos devem ser dimensio-
nados de acordo com as condições mencionadas anteriormente e ilustradas na figura.

Ao seguir essas recomendações, assegura-se a conformidade com as normas de acessibilidade e proporciona-se um ambiente seguro
e acessível para os usuários das escadas com lances curvos. O dimensionamento adequado dos pisos e espelhos garante a comodidade e
a estabilidade durante a utilização da escada, contribuindo para a acessibilidade e evitando possíveis acidentes.
As escadas devem ser projetadas de acordo com as seguintes diretrizes:

300
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

- É necessário incluir pelo menos um patamar a cada 3,20 m de


desnível, assim como em todas as mudanças de direção na escada.
- Entre os lances da escada, devem ser previstos patamares com
uma dimensão longitudinal mínima de 1,20 m. Esses patamares
proporcionam um espaço de descanso e facilitam a circulação dos
usuários.
- Os patamares localizados em mudanças de direção devem ter
dimensões iguais à largura da escada. Isso garante uma transição No caso em que a inclinação da rampa varia entre 6,25% e
suave entre os lances e facilita a mudança de direção dos usuários. 8,33%, é recomendável incluir áreas de descanso entre os patama-
- Caso haja portas nos patamares, é importante garantir que a res de cada trecho. Essas áreas devem ser projetadas de forma a
área de varredura da porta não interfira na dimensão mínima do permitir manobras de cadeiras de rodas e, se possível, devem in-
patamar. Isso significa que a abertura e fechamento da porta não cluir bancos para descanso. Essas áreas de descanso são importan-
devem obstruir o espaço disponível no patamar. tes para proporcionar conforto e segurança aos usuários, especial-
- A inclinação transversal dos patamares e degraus não pode mente aqueles que podem precisar de pausas durante a subida ou
exceder 1% em escadas internas e 2% em escadas externas. Essa descida da rampa.
inclinação transversal limitada ajuda a garantir a estabilidade e se- Essas recomendações ajudam a garantir que as rampas sejam
gurança dos usuários ao utilizar a escada. projetadas adequadamente para proporcionar segurança e acessi-
bilidade às pessoas.
Ao seguir essas diretrizes, é possível projetar escadas que aten-
dam aos requisitos de acessibilidade e proporcionem um ambiente Tanto as escadas quanto as rampas devem estar em conformi-
seguro e confortável para os usuários. O dimensionamento adequa- dade com as normas de acessibilidade, que estabelece requisitos
do dos patamares, juntamente com outras medidas de segurança, para a acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e equi-
contribui para uma experiência acessível e livre de riscos ao utilizar pamentos urbanos. Essas normas buscam garantir a igualdade de
as escadas. acesso e a segurança de todas as pessoas, promovendo a inclusão
e a autonomia.
Rampas É importante ressaltar que a escolha entre escadas e rampas
As rampas, por sua vez, são superfícies inclinadas que permitem em um projeto arquitetônico depende do contexto, do uso e das
o deslocamento de pessoas com mobilidade reduzida, como cadei- necessidades específicas do ambiente e dos usuários. Em alguns
rantes, idosos e pessoas com carrinhos de bebê. Elas são projetadas casos, pode ser necessário combinar ambos os elementos para
para evitar a necessidade de escadas e proporcionar uma rota aces- garantir a acessibilidade total e atender aos requisitos legais.
sível e segura. Elas proporcionam meios seguros e eficientes de deslocamento
Assim como as escadas, as rampas também devem seguir dire- vertical, garantindo a inclusão e a mobilidade de todas as pessoas.
trizes específicas de projeto e construção para garantir a acessibi- O projeto e a construção adequados desses elementos levam em
lidade. A inclinação da rampa, por exemplo, deve ser suave o sufi- consideração as normas de acessibilidade e as necessidades dos
ciente para permitir a circulação confortável e segura das pessoas. usuários, promovendo um ambiente acessível e funcional para
A largura e a textura da superfície da rampa também são aspectos todos.
importantes a serem considerados para evitar escorregões e pro-
porcionar aderência adequada. Referências bibliográficas:
De acordo com a NBR 9050:2020 (Acessibilidade a edificações, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – DEPARTAMENTO DE EX-
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos), as rampas são su- PRESSÃO GRÁFICA/DEGRAF - RESUMO NORMAS TÉCNICAS SOBRE
perfícies de piso inclinadas, posicionadas longitudinalmente em re- DESENHO TÉCNICO E REPRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE ARQUITE-
lação ao caminho de circulação, com uma inclinação mínima de 5%. TURA - Prof.ª Dr.ª Francine Aidie Rossi
Embora sejam projetadas para superar desníveis, as rampas devem SENAI – RN – Leitura e Interpretação de Projetos: Noções Sobre
cumprir as mesmas exigências aplicadas a qualquer tipo de circu- Projeto Arquitetônico – Noções Sobre Projeto Estrutural – Noções
lação horizontal convencional, além das especificações específicas Sobre Projeto Hidráulico – Noções Sobre Projeto Sanitário. - Natal/
para rampas, a fim de serem consideradas acessíveis de acordo com RN, 2011.
a norma citada. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
Para dimensionar corretamente as rampas, o primeiro passo é 6492 Documentação técnica para projetos arquitetônicos e urbanís-
determinar a inclinação máxima permitida com base na diferença ticos: requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.
de altura observada no trecho. Essa diferença de altura (h) é calcu- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
lada como a distância vertical entre dois pisos horizontais, incluindo 10126 Cotagem em Desenho Técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1987.
os patamares, e visa garantir a acessibilidade dos usuários. Em con- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
dições normais, é recomendado seguir a tabela a seguir, de acordo 16681 Desenho técnico: requisitos para a representação de linhas e
com a NBR 9050:2020: escrita. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
16752 Desenho técnico: requisitos para apresentação em folhas de
desenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
Disponível em https://canteirodeengenharia.com.br/ Acesso
31.05.2023

301
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

5. Quadrix – 2023
QUESTÕES

1. IF-TO - 2023
I. Traço contínuo: são as linhas comuns
II. Traço interrompido: representa um elemento de desenho “in-
visível” (ou seja, que esteja além do plano de corte).
III. Traço-ponto: usado para indicar eixos de simetria ou linhas
indicativas de planos de corte.
Marque a alternativa correta.
(A) Somente a alternativa III está correta.
(B) Nenhuma das alternativas estão corretas.
(C) Somente as alternativas I e III estão corretas.
(D) Somente as alternativas II e III estão corretas.
(E) Todas as alternativas estão corretas.

2. IF-TO - 2023

Conforme a NBR 12298, qual elemento representa essa hachura


em um projeto?
(A) Granito.
(B) Ferro.
(C) Madeira. (A)
(D) Aço.
(E) Concreto.

3. IF-TO - 2023
A ____________ é um desenho técnico em escala que mostra
as paredes e cômodos de uma estrutura como se fossem vistos de
cima. Complete.
(A) Planta Baixa.
(B) Projeto Executivo. (B)
(C) Projeto estrutural.
(D) Planta estrutural.
(E) Planta alta.

4.CESPE / CEBRASPE - 2023


A representação gráfica da construção que apresenta um plano
secante vertical que divide a edificação em duas partes, seja no sen-
tido longitudinal, seja no sentido transversal, é
(A) a fachada. (C)
(B) a ampliação.
(C) o corte.
(D) a planta de edificação.

(D)

302
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

(E) IV e VI.

9. MS CONCURSOS - 2023
Segundo a norma ABNT NBR 6492:2021, que dispõe sobre a
documentação técnica para projetos arquitetônicos e urbanísticos
– requisitos, o projeto executivo arquitetônico (PE-ARQ) deve apre-
sentar, de forma clara e organizada, todas as informações necessá-
(E)
rias para a construção, detalhes construtivos, todas as dimensões
(cotas) necessárias para a construção do edifício, especificações
6. VUNESP - 2023
(informações de acabamentos), níveis e especificações de serviços
Segundo a ABNT NBR 9050 – Acessibilidade a edificações, mo-
inerentes. De acordo com esta norma, assinale a alternativa correta.
biliário, espaços e equipamentos urbanos, uma escada projetada
(A) São desenhos obrigatórios: planta geral de implantação;
para vencer a altura de 3,50 m, com 20 degraus, deve ter dimensão
planta e cortes de terraplenagem; plantas dos pavimentos;
mínima dos pisos igual a
planta das coberturas; plantas, cortes e elevações de ambien-
(A) 35 cm.
tes especiais; detalhes de elementos da edificação e de seus
(B) 32 cm.
componentes construtivos em escalas compatíveis.
(C) 29 cm.
(B) São desenhos opcionais e complementares: detalhes de
(D) 28 cm.
elementos da edificação e de seus componentes construtivos
(E) 25 cm.
em escalas compatíveis; perspectivas; maquetes construídas
em escala ou eletrônicas; fotografias e montagens; recursos
7. VUNESP - 2022
audiovisuais.
Para garantir a acessibilidade de pessoas portadoras de de-
(C) São desenhos obrigatórios: planta geral de implantação;
ficiência em uma rota acessível com desnível no piso de 20 mm,
planta e cortes de terraplenagem; plantas dos pavimentos;
deve-se prever uma rampa com inclinação percentual máxima de:
planta das coberturas; plantas, cortes e elevações de ambien-
(A) 35%
tes especiais; detalhes de elementos da edificação e de seus
(B) 40%
componentes construtivos em escalas compatíveis; perspecti-
(C) 50%
vas.
(D) 55%
(D) São desenhos opcionais e complementares: planta e cortes
(E) 60%
de terraplenagem; detalhes de elementos da edificação e de
seus componentes construtivos em escalas compatíveis; pers-
8. Avança SP - 2023
pectivas; maquetes construídas em escala ou eletrônicas; foto-
De acordo com a Norma Brasileira NBR 6492 - Representação
grafias e montagens; recursos audiovisuais.
de projetos de arquitetura, os materiais mais usados devem ter sua
convenção representada, conforme figuras a seguir:
10. EDUCA - 2020
Cotas são os números que representam às dimensões do que
está sendo representado pelo desenho. Qualquer que seja a escala
do desenho, as cotas significam a verdadeira grandeza das dimen-
sões.
São consideradas regras básicas das cotas:
Assinale a alternativa INCORRETA:
(A) As cotas devem ser escritas na posição vertical, de modo
que permita a leitura com o desenho na posição normal e o
observador a sua esquerda.
(B) Os algarismos devem ser colocados acima da linha de cota,
quando esta for contínua.
(C) Todas as cotas de um desenho devem estar na mesma uni-
dade de medida.
(D) Uma cota na deve ser cruzada por uma linha do desenho.
(E) As linhas de cota são desenhadas paralelas à direção da me-
dida

GABARITO

Os materiais que representam AÇO EM CORTE e ISOLAMENTO


TÉMICO são representados pelas figuras: 1 E
(A) I e III. 2 E
(B) III e II.
(C) V e II. 3 A
(D) IV e V. 4 C

303
FERRAMENTAS APLICADAS AO TRABALHO

5 D ______________________________________________________

6 D ______________________________________________________
7 C ______________________________________________________
8 D
______________________________________________________
9 A
10 A ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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304
INFORMÁTICA

MS-WINDOWS 2010: CONCEITO DE PASTAS,


DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS, ÁREA DE
TRABALHO, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA, MANIPULAÇÃO
DE ARQUIVOS E PASTAS, USO DOS MENUS,
PROGRAMAS E APLICATIVOS, INTERAÇÃO COM O
CONJUNTO DE APLICATIVOS Área de trabalho

WINDOWS 10

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.

Manipulação de arquivos e pastas


A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos. pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
Arquivos e atalhos tas, criar atalhos etc.
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.

305
INFORMÁTICA
– Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.

• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor-


tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi-
que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza
internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.

Uso dos menus

• O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-


portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes-
mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có-
Programas e aplicativos e interação com o usuário pia de segurança.
Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tendermos melhor as funções categorizadas.
– Música e Vídeo: Temos o Media Player como player nativo
para ouvir músicas e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma
excelente experiência de entretenimento, nele pode-se administrar
bibliotecas de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar
CDs, criar playlists e etc., isso também é válido para o media center.

Inicialização e finalização

306
INFORMÁTICA
Quando fizermos login no sistema, entraremos direto no Windows,
porém para desligá-lo devemos recorrer ao e:

MS-OFFICE 2016. MS-WORD 2016: ESTRUTURA


BÁSICA DOS DOCUMENTOS, EDIÇÃO E FORMATAÇÃO
DE TEXTOS, CABEÇALHOS, PARÁGRAFOS, FONTES,
COLUNAS, MARCADORES SIMBÓLICOS E NUMÉRICOS, Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no Sha-
TABELAS, IMPRESSÃO, CONTROLE DE QUEBRAS E rePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou
NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, LEGENDAS, ÍNDICES, Word On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no
INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, cli-
CAIXAS DE TEXTO. que em Compartilhar para gerar um link ou enviar um convite por
e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em
Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e compartilhar automaticamente as alterações, você vê o trabalho
novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe docu- em tempo real.
mentos de maneira fácil e prática1.
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo
tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de do-
cumentos e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar
um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pou-
quíssimas novidades, seguiu as tendências atuais da computação,
permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo inte-
gração direta com vários outros serviços da web, como Facebook,
Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.

Novidades no Word 2016


– Diga-me o que você deseja fazer: facilita a localização e a
realização das tarefas de forma intuitiva, essa nova versão possui
a caixa Diga-me o que deseja fazer, onde é possível digitar um ter-
mo ou palavra correspondente a ferramenta ou configurações que
procurar.

– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da


Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre
qualquer palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função
Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela
do programa e lista todas as entradas na internet relacionadas com
a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível
ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o
dedo ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhe-
cer e incluir a fórmula ou equação ao documento.

– Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários


usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea.

1 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf

307
INFORMÁTICA
– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista completa de alterações feitas a um documento e
para acessar versões anteriores.
– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar para compartilhar seu documento com outras pessoas no SharePoint, no
OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.

– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.

– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout2.

Interface Gráfica

Guia de Início Rápido.3

2 CARVALHO, D. e COSTA, Renato. Livro Eletrônico.


3 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf

308
INFORMÁTICA
o clicar em Documento em branco surgirá a tela principal do Word 20164.

Área de trabalho do Word 2016.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Permite adicionar atalhos, de funções comumente utilizadas no trabalho com documentos que podem ser personalizados de acordo
com a necessidade do usuário.

Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.

– Arquivos: possui diversas funcionalidades, dentre algumas:


– Novo: abrir um Novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado.
– Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft,
One Drive. Além de exibir um histórico dos últimos arquivos abertos.
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda
vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão armazenados
os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto
pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.
4 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.

309
INFORMÁTICA

– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.

Grupo Área de Transferência


Para acessá-la basta clicar no pequeno ícone de uma setinha para baixo no canto inferior direito, logo à frente de Área de Transferên-
cia.
Colar (CTRL + V): cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado.
Recortar (CTRL + X): recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) armazenando-o temporariamente na Área de Transferên-
cia para em seguida ser colado no local desejado.
Copiar (CTRL+C): copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência).
Pincel de Formatação (CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V): esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele permite
copiar a formatação de um item e aplicar em outro.

Grupo Fonte

Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto
pode haver mais de um tipo de fontes diferentes.

Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista
ou que digite um tamanho manualmente.

Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.

310
INFORMÁTICA

Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.

Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está
em uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.

Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver
sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.

Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais.

Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais.

Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.

Cor da fonte: permite alterar a cor da fonte (letra).

Grupo Parágrafo

Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores.

Numeração: permite criar uma lista numerada.

Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis.

Diminuir Recuo: diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Aumentar Recuo: aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Classificar: organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica.

Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos.

Alinhar a esquerda: alinha o conteúdo com a margem esquerda.

Centralizar: centraliza seu conteúdo na página.

311
INFORMÁTICA

Alinhar à direita: alinha o conteúdo à margem direita.

Justificar: distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.

Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.

Bordas: permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado.

Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas do
parágrafo.

Grupo Edição

CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar
um uma palavra ou trecho dentro do texto.

CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por
outro de seu desejo.

Seleciona o texto ou objetos no documento.

Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.

Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.

Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento.

Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados dife-
rentes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.

Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela
e vice-versa.

312
INFORMÁTICA
Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.

Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.

Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.

Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.

Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.

Exibir: altera as configurações de exibição do documento.

Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.

313
INFORMÁTICA
.pdf: arquivos portáteis.

MS-EXCEL 2016: ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS, CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS, COLUNAS, PASTAS E
GRÁFICOS, ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS, USO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E MACROS, IMPRESSÃO,
INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, OBTENÇÃO
DE DADOS EXTERNOS, CLASSIFICAÇÃO DE DADOS

O Microsoft Excel 2016 é um software para criação e manutenção de Planilhas Eletrônicas.


A grande mudança de interface do aplicativo ocorreu a partir do Excel 2007 (e de todos os aplicativos do Office 2007 em relação as
versões anteriores). A interface do Excel, a partir da versão 2007, é muito diferente em relação as versões anteriores (até o Excel 2003). O
Excel 2016 introduziu novas mudanças, para corrigir problemas e inconsistências relatadas pelos usuários do Excel 2010 e 2013.
Na versão 2016, temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo um total de 1.048.576 linhas por 16.384 colunas.
O Excel 2016 manteve as funcionalidades e recursos que já estamos acostumados, além de implementar alguns novos, como5:
- 6 tipos novos de gráficos: Cascata, Gráfico Estatístico, Histograma, Pareto e Caixa e Caixa Estreita.
- Pesquise, encontra e reúna os dados necessários em um único local utilizando “Obter e Transformar Dados” (nas versões anteriores
era Power Query disponível como suplemento.
- Utilize Mapas 3D (em versões anteriores com Power Map disponível como suplemento) para mostrar histórias junto com seus dados.

Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma mais fácil
e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utilizam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.

Tela Inicial do Excel 2016.

5 https://ninjadoexcel.com.br/microsoft-excel-2016/

314
INFORMÁTICA
Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas necessárias
para criar e editar planilhas6.

As cinco principais funções do Excel são7:


– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar grá-
fico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos
pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando ope-
rações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar apre-
sentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

6 https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/excel_2016_basint_degusta.pdf
7 http://www.prolinfo.com.br

315
INFORMÁTICA
Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma planilha são representadas em números, formam um total
de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.

Linhas e colunas.

Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao
MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu.
Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.

316
INFORMÁTICA
Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

317
INFORMÁTICA
Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

318
INFORMÁTICA

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:

Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.

319
INFORMÁTICA
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.

Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.

Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e o
critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.

Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.

MS-POWERPOINT 2016: ESTRUTURA BÁSICA DAS APRESENTAÇÕES, CONCEITOS DE SLIDES, ANOTAÇÕES, RÉGUA,
GUIAS, CABEÇALHOS E RODAPÉS, NOÇÕES DE EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE APRESENTAÇÕES, INSERÇÃO DE OBJETOS,
NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, BOTÕES DE AÇÃO, ANIMAÇÃO E TRANSIÇÃO ENTRE SLIDES
O aplicativo Power Point 2016 é um programa para apresentações eletrônicas de slides. Nele encontramos os mais diversos tipos de
formatações e configurações que podemos aplicar aos slides ou apresentação de vários deles. Através desse aplicativo, podemos ainda,
desenvolver slides para serem exibidos na web, imprimir em transparência para projeção e melhor: desenvolver apresentações para pa-
lestras, cursos, apresentações de projetos e produtos, utilizando recursos de áudio e vídeo.
O MS PowerPoint é um aplicativo de apresentação de slides, porém ele não apenas isso, mas também realiza as seguintes tarefas8:
– Edita imagens de forma bem simples;
– Insere e edita áudios mp3, mp4, midi, wav e wma no próprio slide;
– Insere vídeos on-line ou do próprio computador;
– Trabalha com gráficos do MS Excel;
– Grava Macros.

8 FRANCESCHINI, M. Ms PowerPoint 2016 – Apresentação de Slides.

320
INFORMÁTICA

Tela inicial do PowerPoint 2016.

– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor, tipos
de letra e feitos;
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a apre-
sentação de informação numérica apelativa para o público.
– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esquemas
personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
– Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar informa-
ções entre si através do documento, através de comentários.

Novos Recursos do MS PowerPoint


Na nova versão do PowerPoint, alguns recursos foram adicionados. Vejamos quais são eles.
• Diga-me: serve para encontrar instantaneamente os recursos do aplicativo.
• Gravação de Tela: novo recurso do MS PowerPoint, encontrado na guia Inserir. A Gravação de Tela grava um vídeo com áudio das
ações do usuário no computador, podendo acessar todas as janelas do micro e registrando os movimentos do mouse.

• Compartilhar: permite compartilhar as apresentações com outros usuários on-line para edição simultânea por meio do OneDrive.
• Anotações à Tinta: o usuário pode fazer traços de caneta à mão livre e marca-texto no documento. Esse recurso é acessado por
meio da guia Revisão.

321
INFORMÁTICA

• Ideias de Design: essa nova funcionalidade da guia Design abre um painel lateral que oferece sugestões de remodelagem do slide
atual instantaneamente.

Guia Arquivo
Ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar e
Fechar9.

9 popescolas.com.br/eb/info/power_point.pdf

322
INFORMÁTICA
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido10
Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de
comandos independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões que representam comandos à barra e mover a barra
de um dos dois locais possíveis.

Barra de Título
Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.

Botões de Comando da Janela

Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa PowerPoint.

Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são organiza-
dos em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação ou disposição de uma página.
Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia Ferramentas de Imagem
somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a produti-
vidade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos11.

Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.

Barra de Status
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

10 http://www.professorcarlosmuniz.com.br
11 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.

323
INFORMÁTICA

Nível de Zoom
Clicar para ajustar o nível de zoom.

Modos de Exibição do PowerPoint


O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir, agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O PowerPoint
2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exibição:
– Normal,
– Classificação de Slides,
– Anotações,
– Modo de exibição de leitura,
– Slide Mestre,
– Folheto Mestre,
– Anotações Mestras.

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde você escreve e projeta a sua apresentação.

Criar apresentações
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 engloba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conteúdo; es-
colher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de estrutura e criar
efeitos, como transições de slides animados.
Ao iniciarmos o aplicativo Power Point 2016, automaticamente é exibida uma apresentação em branco, na qual você pode começar
a montar a apresentação. Repare que essa apresentação é montada sem slides adicionais ou formatações, contendo apenas uma caixa
de texto com título e subtítulo, sem plano de fundo ou efeito de preenchimento. Para dar continuidade ao seu trabalho e criar uma outra
apresentação em outro slide, basta clicar em Página Inicial e em seguida Novo Slide.

324
INFORMÁTICA
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecio-
nado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre
caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para
MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúsculas/
minúsculas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também
pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado
através do comando Ctrl+E.
Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode
ser acionado através do comando Ctrl+G.
Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicio-
Layout nando espaço extra entre as palavras conforme o necessário, pro-
O layout é o formato que o slide terá na apresentação como movendo uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita
títulos, imagens, tabelas, entre outros. Nesse caso, você pode esco- da página.
lher entre os vários tipos de layout. Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.
Para escolher qual layout você prefere, faça o seguinte proce-
dimento:
1. Clique em Página Inicial;
2. Após clique em Layout;
3. Em seguida, escolha a opção.

Excluir slide
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado.

Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência,
salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.

Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em
um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompa-
nham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos,
setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comuni-
car informações visualmente. Esses elementos gráficos variam des-
Então basta começar a digitar. de listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais com-
plexos, como diagramas de Venn e organogramas.
Formatar texto – Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para – WordArt: insere um texto com efeitos especiais.
selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo
sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão
pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o bo-
tão esquerdo.
Para formatar nossa caixa de texto temos os grupos da guia
Página Inicial. O primeiro grupo é a Fonte, podemos através deste
grupo aplicar um tipo de letra, um tamanho, efeitos, cor, etc. Transição de Slides
Fonte: altera o tipo de fonte. A Microsoft Office PowerPoint 2016 inclui vários tipos diferen-
Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte. tes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher
Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser a transição de slide desejada.
acionado através do comando Ctrl+N.
Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+I.

325
INFORMÁTICA

Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide
atual.

Slide mestre
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas características para toda a apresentação. Ele armazena informações como
plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de transição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por exemplo, na
imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power View, temos apenas um item padronizado em todos os slides que é a numeração
da página no topo direito superior.
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada layout
de slide seja configurado de maneira diferente, todos os layouts que estão associados a um determinado slide mestre contêm o mesmo
tema (esquema de cor, fontes e efeitos).
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida em Slide Mestre.

CORREIO ELETRÔNICO: USO DE CORREIO ELETRÔNICO, PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS, ANEXAÇÃO DE


ARQUIVOS

E-mail
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem mensagem atualmente12. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode man-
dar uma mensagem para outra pessoa que também tenha e-mail, não importando a distância ou a localização.
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estrutura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido do
usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso. O resultado é algo como:

maria@apostilasopcao.com.br

Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook.
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjunto de
regras para o uso desses serviços.

Correio Eletrônico
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de correio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um
protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio e recebimento de mensagens13. Estas mensagens são armazenadas no
que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos e
extração de cópias das mensagens.
12 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E7ado.pdf
13 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-webmail-e-mozilla-thunderbird/

326
INFORMÁTICA
Funcionamento básico de correio eletrônico
Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois programas funcionando em uma máquina servidora:
– Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de transferência de correio simples, responsável pelo envio de mensa-
gens.
– Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office) ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de cor-
reio internet), ambos protocolos para recebimento de mensagens.

Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber e-mails
conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicialmente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever sua mensagem
de forma textual no editor oferecido pelo cliente de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui o formato “nome@
dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar, nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comunicando-se com o pro-
grama SMTP, entregando a mensagem a ser enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do destinatário (nome antes do @)
e o domínio, i.e., a máquina servidora de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio, o servidor SMTP resolve o DNS,
obtendo o endereço IP do servidor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa SMTP deste servidor, perguntando se o
nome do destinatário existe naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena
a mensagem na caixa de e-mail do destinatário.

Ações no correio eletrônico


Independente da tecnologia e recursos empregados no correio eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
– Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
– Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descartados pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de Lixeira.
Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as mensagens de-
finitivamente (este é um processo de segurança para garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por engano). Para apagar
definitivamente um e-mail é necessário entrar, de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails existentes.
– Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensagem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
– Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails de
destino separados por ponto-e-vírgula.
– CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repassamos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais da
mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
– CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repassamos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destinatários
principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
– Assunto: título da mensagem.
– Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio ao
usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente ele
será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso, recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiáveis e, em
geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus e pragas. Al-
guns antivírus permitem analisar anexos de e-mails antes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por exemplo, o Gmail,
permitem analisar preliminarmente se um anexo contém arquivos com malware.
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

14
14 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b

327
INFORMÁTICA
Respondendo uma mensagem
Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

15

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

15 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email

328
INFORMÁTICA

INTERNET: NAVEGAÇÃO NA INTERNET, CONCEITOS DE


URL, LINKS, SITES, BUSCA E IMPRESSÃO DE PÁGINAS

Tipos de rede de computadores


• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido.
Exemplos: casa, escritório, etc.

• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento
qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem- Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns
plo. dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.

Internet Explorer 11

• Identificar o ambiente

• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Micro-
a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender- soft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador sim-
mos o conceito. plificado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
Navegação e navegadores da Internet – Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que
protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
• Internet – Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um en-
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção dereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://
global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co- www.gov.br/pt-br/
municam. – Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No
exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
• Procedimentos de Internet e intranet pt-br/ está aberta.
Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas – Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa- – Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como:
gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down- imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre
load), etc. outras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da inter-


net muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos

329
INFORMÁTICA
que possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

3. Ícones para manipulação do endereço da URL


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos

Mozila Firefox

Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto de nosso estudo:

330
INFORMÁTICA
Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox

5 Barra de Endereços

6 Ver históricos e favoritos Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

Mostra um painel sobre os favoritos (Barra,


7 1 Botão Voltar uma página
Menu e outros)
Sincronização com a conta FireFox (Vamos
8 2 Botão avançar uma página
detalhar adiante)

9 Mostra menu de contexto com várias opções 3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na
internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados
5 Adicionar Favoritos
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc.,
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado 6 Usuário Atual
com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa-
dor público sempre desative a sincronização para manter seus da- Exibe um menu de contexto que iremos relatar
7
dos seguros após o uso. seguir.

Google Chrome O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado
em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
nalidades.

• Favoritos
O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi-
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa-
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
das por concorrentes.
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
Vejamos:
pronto.
Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
• Sobre as abas
voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
Para removê-lo, basta clicar em excluir.
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
(+).
A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.

• Histórico
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao Fi-

331
INFORMÁTICA
refox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para acessá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do teclado
Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo dia a dia se
preferir.

• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos o atalho
do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Neste caso,
o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o progresso e os downloads concluídos.

• Sincronização
Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é importante para manter atualizadas nossas operações, desta forma, se por
algum motivo trocarmos de computador, nossos dados estarão disponíveis na sua conta Google.
Por exemplo:
– Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.

No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

332
INFORMÁTICA

Safari

O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras funções implementadas.


Vejamos:

• Guias

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

333
INFORMÁTICA
• Histórico e Favoritos
5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bas-


tante comuns.
Vejamos algumas de suas funcionalidades:

• Lista de Leitura e Favoritos


No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para pos-
terior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endere-
ços. Para adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e
pronto. • Pesquisar palavras
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em
pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para remo- busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o
vê-lo, basta clicar em excluir. atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po-
demos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al-
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.).
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.

334
INFORMÁTICA
(A) Windows 7
QUESTÕES (B) Windows 10
(C) Windows 8.1
1. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado- (D) Windows 9
res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi- (E) Windows Server 2012
bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados
URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende- 8. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do
reço válido na Internet é: Windows:
(A) http:@site.com.br (A) Windows Gold.
(B) HTML:site.estado.gov (B) Windows 8.
(C) html://www.mundo.com (C) Windows 7.
(D) https://meusite.org.br (D) Windows XP.
(E) www.#social.*site.com
9. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e
2. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido- Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe-
res e armazenamento compartilhados, com software disponível e cuta?
localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso (A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
presencial, chamamos esse serviço de: (B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
(A) Computação On-Line. (C) Capturar uma janela inteira
(B) Computação na nuvem. (D) Capturar uma seção retangular da tela.
(C) Computação em Tempo Real. (E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou
(D) Computação em Block Time. uma caneta eletrônica
(E) Computação Visual
10. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
3. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos assinale a alternativa INCORRETA:
de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen- (A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos
tos associados à Internet, julgue o próximo item. pela Microsoft.
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter- (B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no pre visível ao usuário.
Youtube (http://www.youtube.com). (C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
( ) CERTO 7 dentro do Windows 8.
( ) ERRADO (D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado
Kapersky.
4. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a (E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado-
execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar res x86 e 64 bits.
danos ao computador do usuário.
( ) CERTO 11. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema multi-
( ) ERRADO tarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, entre as
quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora.
5. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail ( ) CERTO
com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên- ( ) ERRADO
cia de vírus.
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser 12. (FCC – DNOCS) - O comando Linux que lista o conteúdo de
adotado no exemplo acima. um diretório, arquivos ou subdiretórios é o
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo (A) init 0.
ao administrador de rede. (B) init 6.
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo (C) exit
de vírus. (D) ls.
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo. (E) cd.
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni-
toramento. 13. O Linux faz distinção de letras maiúsculas ou minúsculas
(E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a ( ) CERTO
analisá-lo posteriormente. ( ) ERRADO

6. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows 14. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver- (A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
são para processadores de 64 bits. nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção
( ) Certo de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
( ) Errado meros e letras.
(B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
7. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do Mi- e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
crosoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é (C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
uma versão oficial do Microsoft Windows útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos

335
INFORMÁTICA
que o Excel.
(D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
ANOTAÇÕES
gens de correio eletrônico.
(E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio ______________________________________________________
e recebimento de páginas web.
______________________________________________________
15. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresen-
ta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Pági- ______________________________________________________
na Inicial” do Word 2010.
(A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento. ______________________________________________________
(B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
______________________________________________________
do documento.
(C) Definir o alinhamento do texto. ______________________________________________________
(D) Inserir uma tabela no texto
______________________________________________________
16. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint
2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse apli- ______________________________________________________
cativo.
A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?. ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
17. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so- ______________________________________________________
noros à apresentação em elaboração.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 D
2 B ______________________________________________________
3 ERRADO ______________________________________________________
4 CERTO
______________________________________________________
5 C
______________________________________________________
6 CERTO
7 D ______________________________________________________
8 A ______________________________________________________
9 B
______________________________________________________
10 D
11 CERTO ______________________________________________________

12 D ______________________________________________________
13 CERTO ______________________________________________________
14 A
______________________________________________________
15 D
16 CERTO ______________________________________________________
17 CERTO ______________________________________________________

______________________________________________________

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