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INSS

Improbidade Administrativa
Lei n. 8.429/1992

Livro Eletrônico
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Lei n. 8.429/1992
Prof. Diogo Surdi

SUMÁRIO
Improbidade Administrativa..........................................................................3

1. Conceito de Improbidade e Disposições Constitucionais ................................4


2. Sujeitos da Ação de Improbidade...............................................................5
2.1. Sujeitos Ativos......................................................................................6
2.2. Sujeitos Passivos................................................................................ 12
3. Atos de Improbidade Administrativa......................................................... 13
3.1. Atos que importam Enriquecimento Ilícito............................................... 15
3.2. Atos que causam Prejuízo ao Erário....................................................... 16
3.3. Atos que atentam contra os Princípios da Administração Pública................ 19
4. Características dos Atos de Improbidade Administrativa.............................. 19
5. Indisponibilidade dos Bens...................................................................... 24
6. Penas Aplicáveis.................................................................................... 27
7. Declaração de Bens................................................................................ 30
8. Procedimento Administrativo e Judicial..................................................... 32
9. Competência......................................................................................... 39
10. Prescrição........................................................................................... 41
Resumo.................................................................................................... 46
Questões de Concurso................................................................................ 51
Gabarito................................................................................................... 62
Gabarito Comentado.................................................................................. 64

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Prof. Diogo Surdi

DIOGO SURDI
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e professor de Direito
Administrativo em concursos públicos, para vários cargos, dentre os
quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2014),
Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Fe-
deral do Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-
-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Olá, aluno(a), tudo bem? Espero que sim!

Na aula de hoje, estudaremos um assunto que encontra a maior parte de sua

base jurídica em um dispositivo legal.

Trata-se da Improbidade Administrativa, cujas principais disposições estão

expressas na Lei n. 8.429/1992, de 1992.

Grande abraço e boa aula!

Diogo

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1. Conceito de Improbidade e Disposições Constitucionais

Para compreendermos as disposições concernentes à lei da improbidade admi-

nistrativa, devemos, em um primeiro momento, entender a origem da prática dos

atos de improbidade.

Assim, devemos fazer menção ao princípio da moralidade, que, em sentido

amplo, comporta os subprincípios da probidade, decoro e boa-fé. Como é sabi-

do, a moralidade é um princípio constitucionalmente estabelecido, de forma a ser

observado pelos órgãos e entidades de todos os entes federativos, independente de

estarmos no âmbito do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário.

Não respeitar a moralidade ou qualquer um de seus subprincípios acarreta a

anulação do ato administrativo praticado.

Nesse sentido, para conferir maior segurança ao respeito do subprincípio da

probidade, é que a Constituição Federal estabeleceu, em seu artigo 37, § 4º, as

seguintes consequências para a prática dos atos de improbidade:


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Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Tal artigo, no entanto, trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, ca-

recendo, quando da promulgação da Constituição Federal, de regulamentação para

a produção de efeitos jurídicos.

Dessa forma, foi com a edição, em 1992, da Lei n. 8.429/1992, conhecida como

Lei da Improbidade Administrativa, que o legislador infraconstitucional estabe-

leceu as regras e procedimentos a serem observados quando da prática de atos de

improbidade.

É importante salientar que a Lei n. 8.429/1992/1992 é uma lei nacional, sen-

do, por isso mesmo, de observância obrigatória por parte da Administração Di-

reta e Indireta de todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Fe-

deral e Municípios).

Todas as regras que iremos ver, a partir de agora, são oriundas do mencionado

diploma legal.

2. Sujeitos da Ação de Improbidade

Analisar os sujeitos ativo e passivo da Lei de Improbidade Administrativa é com-

preender quais partes figuram no polo ativo e passivo da relação jurídica instaurada

com o cometimento da improbidade.

Ao passo que os sujeitos ativos são aqueles que podem vir a cometer atos de

improbidade administrativa e a figurar no polo passivo da respectiva ação, os sujei-

tos passivos são as pessoas jurídicas vítimas dos atos ímprobos, figurando, quando

da instauração da ação de improbidade, no polo ativo.

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2.1. Sujeitos Ativos

Os sujeitos ativos, como já mencionado, são as pessoas que podem vir a come-

ter atos que sejam configurados como improbidade administrativa.

De acordo com o artigo 2º da Lei n. 8.429/1992/1992, extraímos a relação de

pessoas com vínculo com o Poder Público que podem vir a se tornar sujeito passivo

da ação de improbidade.

Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função
nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Trata-se de um conceito extremamente amplo de agente público, de forma que

mesmo aqueles que exerçam suas atribuições em caráter transitório ou ainda que

sem remuneração são considerados, para efeitos legais, como possíveis sujeitos

ativos.

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Aprendendo na Prática
Jaime foi escolhido para ser jurado em um Tribunal do Júri, oportunidade em
que desempenhará uma função pública de caráter transitório e sem remuneração.
Caso Jaime pratique alguma das condutas elencadas como atos de improbi-
dade administrativa, deverá, nos termos legais, ser responsabilizado com base
nas disposições da Lei n. 8.429/1992.

O conceito de sujeito ativo, entretanto, não compreende apenas as pessoas

que tenham algum tipo de vínculo com o Poder Público, abrangendo também as

pessoas que, ainda que não sejam titulares de cargo, emprego ou função pública,

induzam ou concorram para a prática de improbidade administrativa.

Nesse sentido é a previsão da Lei n. 8.429/1992, conforme disposição do seu

artigo 3º:

As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se be-
neficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Assim, chegamos à constatação de que duas são as classes de pessoas que

podem figuram como sujeito ativo dos atos de improbidade administrativa: os que

mantenham algum vínculo com o Poder Público, ainda que transitório ou sem remu-

neração, e os particulares que induzam ou concorram para a prática de improbidade.

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No entanto, temos que fazer uma importante distinção no que se refere às duas clas-

ses de pessoas que podem vir a figurar como sujeito ativo dos atos de improbidade:

• Para que o agente público venha a figurar como sujeito ativo, basta que

ele tenha agido com dolo (intencionalmente) ou com culpa (por negligência,

imperícia ou imprudência).

• Para que o particular (que tenha induzido ou concorrido para a improbida-

de) figurar como sujeito ativo, faz-se necessário, obrigatoriamente, que ele

tenha agido com dolo, ou seja, que tenha havido a intenção do particular em

cooperar para a improbidade.

Trata-se de uma regra que faz todo o sentido, uma vez que a participação do

particular, ainda que tenha sido de extrema importância para a caracterização da

irregularidade, jamais seria capaz, por si só, de gerar a improbidade administrati-

va. Para a configuração do ilícito, faz-se necessária a existência de um elo com o

serviço público, condição que é preenchida pelo respectivo agente público.

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Jurisprudência para Concursos

Nesse sentido, já decidiu o STJ, no REsp 1155992, de seguinte teor:

1. Os arts. 1º e 3º da Lei n. 8.429/1992/1992 são expressos ao prever a responsabilização


de todos, agentes públicos ou não, que induzam ou concorram para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma, direta ou indireta.

2. Não figurando no polo passivo qualquer agente público, não há como o particular figurar
sozinho como réu em Ação de Improbidade Administrativa.

1. (CESPE/TRT 17/ADMINISTRATIVA/SEM ESPECIALIDADE/2013) No que se refere

à improbidade administrativa, julgue o item seguinte.

Não poderá responder por ato de improbidade administrativa o agente público que

não for servidor público.

Errado.

O conceito de agente público, para fins de responsabilização por atos de improbi-

dade administrativa, é bastante amplo.

Assim, ao contrário do afirmado pela questão, poderá o agente público, ainda que

não seja servidor público, ser responsabilizado por atos de improbidade adminis-

trativa.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Durante muito tempo, a doutrina se dividia acerca da possibilidade de as pes-

soas jurídicas virem a figurar como sujeito ativo dos atos de improbidade adminis-

trativa. Tal controvérsia foi sanada no julgamento do REsp 970.393, de autoria do

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STJ, que decidiu que as pessoas jurídicas, tal como ocorre com os agentes públicos,

podem perfeitamente concorrer para a prática dos atos de improbidade.

Jurisprudência para Concursos

Considerando que as pessoas jurídicas podem ser beneficiadas e condenadas por atos
ímprobos, é de se concluir que, de forma correlata, podem figurar no polo passivo de uma
demanda de improbidade, ainda que desacompanhada de seus sócios.

Durante muito tempo, o entendimento consolidado pelas bancas organizadoras

era de que as disposições da Lei de Improbidade Administrativa não se aplicavam

aos agentes políticos que estivessem sujeitos às disposições da Lei n. 1.079, de

1950 (Lei dos Crimes de Responsabilidade).

Tal entendimento podia ser verificado, por exemplo, no âmbito da reclamação

2138-DF, de autoria do STF:

Os atos de improbidade administrativa são tipificados como crime de responsabilidade


na Lei n. 1.079/1950, delito de caráter político-administrativo. II. Distinção entre os
regimes de responsabilização político-administrativa. O sistema constitucional brasileiro
distingue o regime de responsabilidade dos agentes políticos dos demais agentes públi-
cos. A Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade
político-administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado
pela Lei n. 8.429/1992/1992) e o regime fixado no art. 102, I, c, (disciplinado pela Lei
n. 1.079/1950). Se a competência para processar e julgar a ação de improbidade (CF,
art. 37, § 4º) pudesse abranger também atos praticados pelos agentes políticos, sub-
metidos a regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante
do disposto no art. 102, I, c, da Constituição. II.

No mencionado julgado, o STF afirma a impossibilidade de os agentes públicos

virem a ser responsabilizados por dois regimes distintos. No caso em tela, afir-

mou-se que os Ministros de Estado não responderiam pela prática de improbidade

administrativa, com base nas disposições da Lei n. 8.429/1992, uma vez que já se

encontravam regidos pelas normas da Lei n. 1.079/1950.

Com a decisão, o STF diferenciou os atos de improbidade administrativa das

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condutas que acarretam crime de responsabilidade, de forma que os agentes que

se encontram regidos pelas disposições deste último regime (crime de responsabi-

lidade) não podem respondem por improbidade administrativa.

Contudo, em decisão histórica, proferida no final de 2015, o STF, em decisão

unânime, inverteu a posição que até então defendia, assegurando que os agentes

políticos estão sujeitos a uma “dupla normatividade em matéria de improbidade,

com objetivos distintos” Pet 3.923/SP.

Professor, isso significa que todos os agentes políticos estão sujeitos

à dupla responsabilização (por crime de responsabilidade e com base nas

regras de improbidade administrativa)?

Quase todos! De acordo com o STF, em decisão proferida no AC 3585 AgR/RS,

todos os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, estão sujeitos

à dupla responsabilização.

A exceção ao Presidente da República ocorre na medida em que tal agente pos-

sui um regramento para as ações de improbidade administrativa previsto na pró-

pria Constituição Federal, que possui a seguinte redação:

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que aten-
tem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
V – a probidade na Administração;
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da
Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de res-
ponsabilidade.

Para fins de prova, levaremos os seguintes entendimentos:

• Todos os agentes administrativos estão sujeitos às disposições da Lei n.

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8.429/1992 no que se refere aos atos de improbidade administrativa.

• Os agentes políticos, de acordo com entendimento recente do STF, estão su-

jeitos a uma dupla responsabilização: tanto por crime de responsabilidade

quanto por atos de improbidade administrativa.

• O Presidente da República, em caráter de exceção, não está sujeito a esta du-

pla responsabilização, mas sim apenas ao regramento estabelecido na Cons-

tituição Federal.

2.2. Sujeitos Passivos

Os sujeitos passivos, de maneira contrária, são as pessoas jurídicas que são

lesadas pela prática de improbidade administrativa, passando a figurar, quando da

respectiva ação, no polo ativo da demanda.

De acordo com a Lei n. 8.429/1992, são as seguintes as pessoas que podem

figurar em tal situação (extração do artigo 1º):

• Administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território;

• Empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja

criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de

cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual;

• Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou credi-

tício, de órgão público, bem como daquelas para cuja criação ou custeio o

erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento

do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nesses casos, a sanção

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patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Tais entidades, conforme mencionado, são as que são lesadas com a prática de

atos de improbidade administrativa, vindo a figurar, no âmbito da relação proces-

sual instaurada com a ação de improbidade, no polo ativo da demanda.

É importante salientar, nesse sentido, que o Ministério Público, ainda que não

seja uma das entidades relacionadas expressamente pela Lei n. 8.429/1992, pode

figurar, tal como as demais pessoas jurídicas, no polo ativo da ação.

O fundamento para tal atuação é a defesa, por parte do Ministério Público, dos

interesses públicos indisponíveis, conforme previsão no artigo 127 da Constituição

Federal:

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional


do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.

3. Atos de Improbidade Administrativa

A Lei n. 8.429/1992 apresenta, a depender da conduta do agente público ou de

terceiros relacionados, três espécies de atos de improbidade administrativa, sendo

elas: atos que importam em enriquecimento ilícito, atos que causam pre-

juízo ao erário e atos que atentam contra os princípios da Administração

Pública.

A depender da configuração em cada uma das espécies, diversas sanções de

natureza administrativa, cível e política são aplicadas aos responsáveis.

Frisa-se que o conhecimento das ações de improbidade administrativa elencadas

exemplificativamente pela Lei n. 8.429/1992 é um dos temas mais exigidos em pro-

vas de concursos públicos, sendo bastante comum as bancas apresentarem uma con-

duta ímproba e exigirem do candidato qual a classificação com base na norma legal.
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Assim, antes de conhecermos as condutas previstas no texto da Lei n. 8.429/1992,

precisamos conhecer um método que possibilita a rápida resolução desse tipo de

questão sem a eventual necessidade de o candidato memorizar todas as

condutas previstas em lei.

• Enriquecimento ilícito: o agente público é quem recebe vantagem indevida.

• Prejuízo ao erário: um terceiro (que não o agente público) recebe a vanta-

gem ou alguma norma prevista em lei ou regulamento não é observada.

• Violação aos princípios: situações que não geram, por si só, vantagem in-

devida ao agente público ou a terceiros.

Aprendendo na Prática

Caso um agente público utilize bens da Administração Pública para a realiza-

ção de atividades particulares, estamos diante de uma conduta que representa

uma vantagem direta ao servidor, uma vez que é ele quem será beneficiado

com a utilização dos bens. Logo, trata-se de enriquecimento público.

Caso o agente público apenas permita que os bens da repartição sejam utiliza-

dos, em atividades particulares, por terceiros, nota-se que não é o servidor quem

está recebendo diretamente a vantagem, mas sim um terceiro alheio ao serviço

público. Nesse caso, estamos diante de um ato que causa prejuízo ao erário.

Caso o agente público, notificado pela Administração, não preste suas con-

tas no prazo legal, estaremos diante de uma conduta que não causa, por si só,

vantagem ao servidor ou a terceiros. Por exclusão, estamos diante de um ato

que atenta contra os princípios da Administração Pública.

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3.1. Atos que importam Enriquecimento Ilícito

Estabelece o artigo 9º da Lei n. 8.429/1992 uma série de condutas que resultam

na mais grave das espécies de improbidade administrativa:

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito


auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, e notadamente:
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratifica-
ção ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, per-
muta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades
referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, per-
muta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço
inferior ao valor de mercado;
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou ma-
terial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
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gados ou terceiros contratados por essas entidades;


V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando,
de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer
declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro ser-
viço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou
bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou fun-
ção pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do
patrimônio ou à renda do agente público;
VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessora-
mento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante
a atividade;
IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba
pública de qualquer natureza;
X – receber vantagem econômica de qualquer
natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração
a que esteja obrigado;
XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

3.2. Atos que causam Prejuízo ao Erário

As condutas que são configuradas como prejuízo ao erário estão previstas, de

forma exemplificativa, no artigo 10 da Lei n. 8.429/1992.

Tais atos de improbidade administrativa possuem a peculiaridade de poder re-

sultar tanto de condutas omissivas quanto comissivas do agente público. Da mes-

ma forma, podem dar ensejo à lesão ao erário atos dolosos (com intenção) ou

culposos (em que houve a imperícia, a negligência ou a imprudência do

agente estatal).

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:
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I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio parti-


cular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie;
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de
fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qual-
quer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades
legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patri-
mônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de
serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço
superior ao de mercado;
VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares
ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração
de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;
IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regula-
mento;
X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz
respeito à conservação do patrimônio público;
XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipa-
mentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor públi-
co, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de servi-
ços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio par-
ticular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transfe-
ridos pela Administração Pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias,
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela Administração Pública a entidade
privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais

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ou regulamentares aplicáveis à espécie;


XVIII – celebrar parcerias da Administração Pública com entidades privadas sem a ob-
servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de con-
tas de parcerias firmadas pela Administração Pública com entidades privadas;          
XX – liberar recursos de parcerias firmadas pela Administração Pública com entidades
privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma
para a sua aplicação irregular.
XXI – liberar recursos de parcerias firmadas pela Administração Pública com entidades
privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma
para a sua aplicação irregular.

A Lei Complementar n. 157, de 2016, instituiu uma nova modalidade de atos de

improbidade administrativa. Trata-se “dos atos de improbidade administrativa

decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou

tributário”.

De acordo com a Lei n. 8.429/1992, enquadra-se em tal modalidade qualquer ação

ou omissão destinada a conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou

tributário contrário ao que dispõe o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Com-

plementar n. 116, de 31 de julho de 2003 (que é a norma relacionada com o

ISS).

Em caso de cometimento da infração, a norma estabelece que o agente público

estará sujeito às seguintes sanções:

Perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito)

anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário

concedido.

Contudo, é importante salientar que a mencionada alteração legislativa apenas en-

trará em vigor em dezembro de 2017.

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3.3. Atos que atentam contra os Princípios da Administração


Pública

Por fim, temos os atos de improbidade administrativa que atentam contra


os princípios da Administração Pública. Em tais situações, ainda que não tenha
ocorrido a vantagem do agente público ou de terceiros, certos princípios ou deveres
do Poder Público deixaram de ser observados.
Relacionam-se abaixo tais condutas, com a menção ao princípio ou dever que

deixou de ser observado pelo agente público:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto,
na regra de competência; (Legalidade)
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; (Poder-Dever de Agir)
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo; (Publicidade)
IV – negar publicidade aos atos oficiais; (Publicidade)
V – frustrar a licitude de concurso público; (Impessoalidade)
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; (Probidade)
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva
divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mer-
cadoria, bem ou serviço; (Publicidade)
VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas
de parcerias firmadas pela Administração Pública com entidades privadas. (Legalida-
de)
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legisla-
ção. (Legalidade)
X – transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área
de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere,
nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
(Legalidade)

4. Características dos Atos de Improbidade Administrativa

Como se percebe, as três grandes espécies de atos de improbidade administra-


tiva estão hierarquizadas de acordo com a lesão sofrida pelo patrimônio público.
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Dessa forma, sempre que um ato cause enriquecimento ilícito, ainda que possa

recair em outra hipótese de ilícito (prejuízo ao erário ou desobediência aos princí-

pios da Administração), será configurado como pertencente ao primeiro caso.

Jurisprudência para Concursos

Nesse sentido, inclusive, já decidiu o STJ, conforme se observa do julgamento do Recurso


Especial 1.075.882, de seguinte teor:

1. A Lei de Improbidade Administrativa visa a tutela do patrimônio público e da moralidade,


impondo aos agentes públicos e aos particulares padrão de comportamento probo, ou seja,
honesto, íntegro, reto.

2. A Lei n. 8.429/1992/1992 estabelece três modalidades de improbidade administrativa,


previstas nos arts. 9º, 10 e 11, a saber, respectivamente: enriquecimento ilícito, lesão ao
erário e violação aos princípios norteadores da Administração Pública.

3. A conduta prevista no art. 9º da LIA (enriquecimento ilícito) abrange, por sua amplitude,
as demais formas de improbidade estabelecidas nos artigos subsequentes. Desta maneira,
a violação aos princípios pode ser entendida, em comparação ao direito penal, como “sol-
dado de reserva”, sendo, aplicada, subsidiariamente, isto é, quando a conduta ímproba não
se subsume nas demais formas previstas.

Outro ponto importante se refere à necessidade da existência de dolo ou culpa

para a caracterização de cada uma das hipóteses elencadas nas três espécies de

atos de improbidade.

De acordo com a doutrina majoritária, as condutas que resultam em enrique-

cimento ilícito ou em desrespeito aos princípios da Administração Pública

necessitam, para a sua configuração, da presença de dolo (intenção) do agente

público. Dessa forma, a simples conduta culposa do agente não enseja a configura-

ção de improbidade administrativa nas espécies enriquecimento ilícito e lesão aos

princípios da Administração Pública.

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Nos casos de prejuízo ao erário, por sua vez, a improbidade estará confi-
gurada tanto nas hipóteses de dolo quanto nas condutas praticadas com
simples culpa do agente público. Tal entendimento está consubstanciado no

julgamento do Recurso Especial 1.364.529, da lavra do STJ:

Para que seja configurado o ato de improbidade de que trata a Lei n. 8.429/1992, “é
necessária a demonstração do elemento subjetivo, consubstanciado pelo dolo para os
tipos previstos nos artigos 9º e 11 e, ao menos, pela culpa, nas hipóteses do artigo 10”.

2. (CESPE/ANTT/2013) No que se refere à improbidade administrativa, julgue o


item subsequente.
Para que um servidor que responda por atos de improbidade administrativa, sua

conduta deverá ser, necessariamente, dolosa.

Errado.
Dentre as modalidades de atos que causam improbidade administrativa, as condu-
tas ensejadoras de enriquecimento ilícito e de violação aos princípios da Adminis-
tração Pública necessitam da presença de dolo (intenção).
No caso de atos que causam prejuízo ao erário, apenas o elemento culposo é sufi-
ciente para que o ato de improbidade administrativa seja configurado.
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Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropria-
ção, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no
art. 1º desta lei, e notadamente (...)

Sobre os atos de improbidade administrativa que causam enriquecimento ilícito


ou lesão ao erário, merecem destaque, ainda, alguns artigos da Lei n. 8.429/1992:

Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do


agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. (Art. 5º)
No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. (Art. 6º)

Tais artigos possuem o claro objetivo de evitar que uma possível omissão legis-
lativa seja alegada, pela parte que está respondendo pela prática de improbidade
administrativa, como forma de evitar o ressarcimento ao Poder Público ou a perda
dos bens acrescidos ao patrimônio quando da prática dos atos em questão.
Ainda como forma de evitar que não haja o correto ressarcimento dos danos
causados ao Poder Público, o artigo 8º da mesma norma estabelece que “o su-
cessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer
ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da
herança”.
Tal regra encontra fundamento na obrigação do Estado em preservar o bem-es-
tar coletivo, garantindo que o interesse público seja preservado ante as práticas
que tentam usufruir indevidamente dos direitos indisponíveis da sociedade.

3. (CESPE/ANALISTA/FUNPRESP/ADMINISTRATIVA/2016) Com base no disposto


na Lei n. 8.429/1992/1992 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a
seguir, a respeito da improbidade administrativa.
Os herdeiros daquele que causar lesão ao patrimônio público estarão sujeitos às

cominações legais até o limite do valor da herança.


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Certo.

Como verificamos, os herdeiros respondem pelos atos de improbidade administra-

tiva até o limite do valor do patrimônio transferido (herança).

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

Esclarecendo

Uma das principais finalidades do Estado é a garantia do bem-estar da po-

pulação existente em seu território.

Como é a população, basicamente, quem financia, por meio do pagamento

de tributos, as atividades do Estado, quando ocorre uma prática de improbida-

de administrativa que causa prejuízo ao Erário, é o próprio patrimônio coletivo

que está sendo dilapidado.

Assim, cabe ao Estado, por meio da exigência de ressarcimento aos cofres

públicos, a manutenção do patrimônio daqueles que financiam as suas ativida-

des, qual seja, o povo.

Assim, se algum agente público adquirir, ao longo de sua carreira no serviço

público, bens que são comprovadamente desproporcionais ao valor da sua remu-

neração, estaremos diante da prática de improbidade administrativa causadora de

enriquecimento ilícito.

Nessa situação, caso tal agente venha a falecer, ocorrerá a transferência do patri-

mônio, oportunidade em que os sucessores receberão a herança do agente ímprobo.

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E como boa parte dos bens transferidos foi adquirida com base no ato de im-

probidade, uma vez que o Poder Público tome conhecimento da prática, poderá

exigir dos herdeiros a responsabilização, com base nas disposições da Lei n.

8.429/1992, até o limite dos valores que foram transferidos.

4. (CESPE/TÉCNICO/FUB/BIOLOGIA/2015) O servidor público que praticar ato de

improbidade administrativa que implique em enriquecimento ilícito estará sujeito à

perda de bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Em caso de óbito do agente

público autor da improbidade, esse ônus não será extensível aos seus sucessores.

Errado.

Em caso de óbito, os sucessores do agente ímprobo responderão pelos prejuízos

causados até o limite do patrimônio transferido a título de herança. Nesse sentido

é o teor do artigo 8º da Lei n. 8.429/1992:

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

5. Indisponibilidade dos Bens

Como anteriormente mencionado, o artigo 37, § 4º, da Constituição Federal es-


tabelece uma série de consequências para os atos de improbidade administrativa,
dentre as quais se inclui a possibilidade da decretação da indisponibilidade dos bens.
Em sintonia com a disposição constitucional, a Lei n. 8.429/1992 estabelece,
em seu artigo 7º, que a indisponibilidade dos bens será declarada sempre que o
ato de improbidade administrativa ficar caracterizado como enriquecimento ilícito
ou lesão ao patrimônio público.
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Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriqueci-


mento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar
ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegu-
rem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.

É importante mencionarmos que a indisponibilidade dos bens não se trata de

uma espécie de sanção, mas sim de medida cautelar que tem por finalidade as-

segurar que o indiciado não dilapide o seu patrimônio antes que o Poder Público

conclua o respectivo processo administrativo.

De acordo com a doutrina majoritária, dois são os requisitos que devem estar

presentes para que seja possível a determinação da indisponibilidade dos bens no

curso da ação de improbidade administrativa, sendo eles o fumus boni juris e o

periculum in mora.

O fumus boni juris consiste na probabilidade de os fatos imputados ao agente

público serem verossímeis. Isso não significa que o ato ímprobo deve estar cabal-

mente provado, uma vez que tal pressuposto é averiguado por ocasião da sentença.

O que deve existir é uma grande possibilidade, no curso do processo administrati-

vo, da ocorrência do ato de improbidade administrativa.

O periculum in mora (também conhecido como perigo de dano iminente e irre-

parável) por sua vez, refere-se à possibilidade daquele que está indiciado dilapidar o

seu patrimônio, impossibilitando a devolução dos valores devidos aos cofres públicos.

Uma vez estando presentes estas duas características, a autoridade adminis-

trativa representa ao Ministério Público, que, analisando os fatos, requer ao juiz

responsável pela ação a decretação da indisponibilidade dos bens.

Ressalta-se que a possibilidade de decretação da indisponibilidade dos bens é

privativa do Poder Judiciário, não havendo que se falar na possibilidade de o Minis-

tério Público atuar dessa forma.

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Aprendendo na Prática

Álvaro foi indiciado pelo cometimento de ato de improbidade administrativa

que configura enriquecimento ilícito.

Nesse caso, a autoridade que está conduzindo o inquérito, verificando que

é muito provável que tenha ocorrido a improbidade (fumus boni juris), bem

como que Álvaro está em vias de dilapidar os seus bens (periculum in mora),

representa ao Ministério Público, que, após analisar os fatos, requer ao Poder

Judiciário a decretação da indisponibilidade.

5. (CESPE/MPU/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E CO-

MUNICAÇÃO/2013) Com base na Lei de Improbidade Administrativa, julgue o item

que se segue.

Considere que determinado particular que não se qualifique como agente público

concorra para a prática de ato de improbidade administrativa lesivo ao patrimônio

público. Nesse caso, poderá ser determinada a indisponibilidade de seus bens, de

modo a assegurar o integral ressarcimento do dano causado ao erário.

Certo.

A indisponibilidade dos bens trata-se de medida que pode ser adotada com a fina-

lidade de garantir que o agente público ou os particulares não dilapidem seu patri-

mônio.

Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar


enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
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Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre
bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimo-
nial resultante do enriquecimento ilícito.

6. Penas Aplicáveis

Para cada uma das condutas que dão ensejo às três diferentes espécies de im-
probidade administrativa, a Lei n. 8.429/1992 apresenta uma série de sanções de
natureza administrativa, civil e política.
Tais sanções estão hierarquizadas de acordo com a gravidade da conduta, de
forma que as ações que ensejam enriquecimento ilícito possuem como conse-
quência as sanções mais graves, as que ensejam lesão ao patrimônio público
possuem sanções intermediárias e as que atentam contra os princípios da Ad-
ministração Pública, por sua vez, possuem as sanções de menor gravidade.
As sanções de natureza civil são aquelas que implicam na obrigação de pagar
ou devolver algo ao Poder Público. De acordo com as normas da Lei n. 8.429/1992,
são as seguintes:
• ressarcimento ao erário;
• perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
• multa;

As sanções de natureza política são aquelas que implicam em restrições aos


direitos políticos, sendo, nos termos do dispositivo legal, uma só:
• suspensão dos direitos políticos;

Por fim, as sanções administrativas são aquelas que implicam na impossibi-


lidade de ser mantido vínculo com a Administração Pública, sendo elas:
• perda da função pública;
• proibição de contratar com o Poder Público;
• proibição de receber incentivos fiscais ou creditícios por parte do Poder Público;
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Tais sanções, independente da natureza (administrativa, civil e política), são

graduadas, conforme já mencionado, de acordo com a gravidade da conduta prati-

cada pelo agente público ou por terceiro, conforme se extrai do artigo 12 da Lei n.

8.429/1992:

Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação


específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações,
que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do
fato (...)

Ato de
Sanção Política Sanção Cível Sanção Administrativa
Improbidade
Suspensão dos Pagamento de multa de Proibição de contratar
Enriquecimento
direitos políticos até 3 vezes o valor do ou receber benefícios do
Ilícito
de 8 a 10 anos. acréscimo. Poder Público por 10 anos.
Suspensão dos Pagamento de multa de até Proibição de contratar
Dano causado ao
direitos políticos 2 vezes o valor do dano. ou receber benefícios do
Erário
de 5 a 8 anos. Poder Público por 5 anos.
Suspensão dos Pagamento de Multa civil Proibição de contratar
Não obediência
direitos políticos de até 100 vezes o valor da ou receber benefícios do
aos Princípios
de 3 a 5 anos. remuneração do agente. Poder Público por 3 anos.

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No que se refere à perda da função pública e à suspensão dos direitos políticos,

tais sanções só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

A aplicação das sanções previstas na Lei n. 8.429/1992 independe, conforme

previsão do artigo 21, dos seguintes fatores:

I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à

pena de ressarcimento;

II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou

pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Aprendendo na Prática
A circunstância das contas de determinado agente público ou do órgão onde
este desempenha suas atribuições terem sido aprovadas pelos tribunais ou
conselhos de contas não impede que, diante de provas, seja o respectivo agente
responsabilizado pela prática de improbidade.
Isso ocorre porque os tribunais e conselhos, em determinadas situações,
não conseguem detectar que houve a prática de improbidade.
Da mesma forma, ainda que não haja dano ao patrimônio público, poderá
o agente público ou terceira pessoa ser responsabilizado pela prática de im-
probidade, situação que ocorre, por exemplo, com a violação dos princípios da
Administração Pública.
A única ressalva, nesta última situação, fica por conta da pena de ressar-
cimento, ou seja, para que o agente seja obrigado a ressarcir o erário, deverá
obrigatoriamente ser comprovado que houve dano ao Poder Público.

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6. (CESPE/ERSTT/ANTT/DIREITO/2013) Com referência à Lei de Improbidade Ad-

ministrativa, julgue o próximo item.

A aplicação das sanções por improbidade administrativa independe da aprovação

ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho

de contas.

Certo.

Trata-se de regra prevista no artigo 21 da Lei n. 8.429/1992:

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal
ou Conselho de Contas.

7. Declaração de Bens

Dois são os momentos, de acordo com a lei de improbidade, em que o agente

público deve demonstrar a sua declaração de bens: na posse e no exercício da

função pública.

Assim, ao ser empossado, o agora servidor deve apresentar a declaração de

todos os bens que constituem o seu patrimônio, incluindo imóveis, móveis, semo-

ventes, dinheiros, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patri-

moniais, localizado no país ou no exterior. Quando for o caso, a declaração deverá

abranger os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de

outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos

apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

Posteriormente, a cada ano, o agente público deve demonstrar a mesma decla-

ração, até que ocorra a sua saída do respectivo cargo, mandato, emprego ou função.
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A ideia de tal medida é propiciar que a autoridade administrativa verifique a

evolução patrimonial do agente público, uma vez que esta, quando incompatível

com a soma das remunerações do servidor, é um dos principais indícios de impro-

bidade administrativa.

Como forma de simplificar a comprovação dos valores, o agente público poderá

entregar, anualmente, cópia de sua Declaração do Imposto de Renda à repartição

pública.

Caso o agente não cumpra com a obrigação de apresentar os bens que com-

põem o seu patrimônio, ou então apresente declaração falsa, teremos, nos termos

do § 3º do artigo 13 da Lei n. 8.429/1992, a demissão a bem do serviço público,

sem prejuízo das demais sanções previstas em lei.

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens,
dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

7. (CESPE/CÂM. DEP./CONSULTOR DE ORÇAMENTO E FISCALIZAÇÃO FINANCEI-

RA/2014) Com referência aos agentes públicos e ao regime jurídico que regula-

menta as relações entre os servidores públicos e a Administração, julgue o item

que se segue.
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Lei n. 8.429/1992
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O agente público está obrigado a declarar bens e valores que componham o seu

patrimônio privado — requisito que condiciona a sua posse em cargo ou função

pública —, e poderá ser demitido a bem do serviço público caso apresente falsa

declaração.

Certo.

No momento da posse, o particular deve declarar os bens e valores que compõem

o seu patrimônio privado. Caso o servidor apresente declaração falsa, será ele san-

cionado com a penalidade de demissão a bem do serviço público.

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação


de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser
arquivada no serviço de pessoal competente.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens,
dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

8. Procedimento Administrativo e Judicial

A Lei n. 8.429/1992 também estabelece regras processuais a serem observadas

no âmbito do procedimento administrativo e do processo judicial destinado a veri-

ficar a ocorrência de improbidade administrativa.

Inicialmente, tem-se que qualquer pessoa é parte competente para representar

à autoridade administrativa solicitando a instauração das investigações necessárias

para a apuração da Improbidade Administrativa.

Caso, no entanto, alguém represente contra agente público ou terceiro, e já sai-

ba, de antemão, que tais pessoas são inocentes, incorre em crime, devendo res-

ponder com a pena de detenção, de 6 a 10 meses, e multa. Além disso, é obri-

gado a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais e à imagem.

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A representação deverá ser formulada por escrito ou reduzida a termo, possuin-

do, ainda, a qualificação e demais dados do denunciante.

Atendidos todos os pressupostos legais, a autoridade competente tem a obri-

gação de instaurar o adequado procedimento administrativo disciplinar, que será

regido pelo estatuto de cada categoria funcional. No âmbito da União, as regras a

serem observadas estão previstas na Lei n. 8.112/1990.

Nesse ponto, merece destaque o fato de a Lei n. 8.429/1992 ser uma norma de

natureza cível, viabilizando a aplicação de sanções de natureza extrapenal, ou seja,

aquelas que não estão tipificadas como crime. Tal característica não inviabiliza a

aplicação de sanções de natureza penal ante a prática de improbidade administra-

tiva. Para que isso ocorra, as condutas previstas na norma em estudo devem estar

tipificadas, também, como crime.

Da mesma forma, a aplicação de qualquer uma das sanções previstas na Lei de

Improbidade Administrativa é competência privativa do Poder Judiciário, conforme

se observa da decisão do STF no âmbito do RMS 24699/DF, de seguinte teor:

Jurisprudência para Concursos

Ato de improbidade: a aplicação das penalidades previstas na Lei n. 8.429/1992 não


incumbe à Administração, eis que privativa do Poder Judiciário. Verificada a prática de atos
de improbidade no âmbito administrativo, caberia representação ao Ministério Público para
ajuizamento da competente ação, não a aplicação da pena de demissão.

Assim, ainda que a autoridade administrativa seja competente para a apuração

das eventuais faltas funcionais cometidas pelos servidores públicos, quando a con-

duta em questão ficar caracterizada como improbidade, não poderá a autoridade

administrativa aplicar a penalidade, devendo formular representação junto ao Mi-

nistério Público, que representará ao Poder Judiciário para o ajuizamento da ação e

o ajuizamento da ação e consequente aplicação da penalidade.

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Elias, servidor público federal, praticou infração disciplinar que restou confi-

gurada como violação dos deveres previstos no estatuto dos servidores e como

improbidade administrativa.

Nessa situação, a autoridade administrativa competente deve instaurar pro-

cesso administrativo disciplinar para a investigação da situação. Tendo sido

verificada a ocorrência das duas infrações, a autoridade deve proceder da se-

guinte forma:

• No que se refere à infração prevista no estatuto dos servidores, deve

aplicar a penalidade de acordo com as disposições da mencionada norma,

sem necessidade de acionar o Poder Judiciário.

• Com relação à infração de improbidade administrativa, a autoridade não

poderá aplicar a penalidade prevista no estatuto, devendo acionar, por

meio do Ministério Público, o Poder Judiciário, que será competente para

aplicar a penalidade prevista na Lei n. 8.429/1992.

Em todas as ações destinadas à apuração da prática de improbidade administra-

tiva, obrigatoriamente deverá haver a participação do Ministério Público, conforme

estabelecido no artigo 17, § 4º, da Lei n. 8.429/1992:

O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente,


como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

E o Ministério Público tem um papel extremamente importante nas ações de im-

probidade. Tanto o é que o artigo 15 da norma em análise determina que a autoridade

competente dê conhecimento ao órgão e aos tribunais ou conselhos de contas da exis-

tência do procedimento administrativo destinado a apurar as condutas de improbidade.


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Da mesma forma, quando houver indícios fundados de responsabilidade, a co-

missão que estiver instruindo o processo comunicará ao Ministério Público sobre tal

fato, de forma que sejam sequestrados os bens suficientes para garantir o provável

valor do dano.

Vejamos o teor de tais disposições, de acordo com o texto da Lei n. 8.429/1992:

Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério


Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação
do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou cau-
sado dano ao patrimônio público. (Art. 16)
Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, con-
tas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos
da lei e dos tratados internacionais. (Art. 16, § 2º)

Nessas situações, conforme já mencionado, estamos diante de medidas de ca-

ráter cautelar que buscam impedir que o patrimônio do indiciado seja dilapidado

(vendido ou transferido a outras pessoas) e que o Poder Público, como consequên-

cia, deixe de ser ressarcido pelos prejuízos devidos.

Importante julgado do STJ (REsp 1.771.440) afirma que a indisponibilidade em

questão poderá se dar em valor superior ao da respectiva ação de improbidade,

bem como sobre bens adquiridos antes da prática do ato ímprobo.

Jurisprudência para Concursos

É pacífica no Superior Tribunal de Justiça a orientação de que a medida constritiva deve


recair sobre o patrimônio dos réus em ação de improbidade administrativa, de modo sufi-
ciente a garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, levando-se em
consideração, ainda, o valor de possível multa civil como sanção autônoma.

A indisponibilidade acautelatória prevista na Lei de Improbidade Administrativa tem como


finalidade a reparação integral dos danos que porventura tenham sido causados ao erário;
trata-se de medida preparatória da responsabilidade patrimonial, representando, em essên-
cia, a afetação de todos os bens necessários ao ressarcimento, podendo, por tal razão,
atingir quaisquer bens ainda que adquiridos anteriormente ao suposto ato de improbidade.

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Temos que cuidar, no entanto, para não confundirmos tais situações com a im-

possibilidade (já pacífica no âmbito do STJ) de responsabilização por atos cometi-

dos anteriormente à vigência da Lei n. 8.429/1992 (que ocorreu em 03/06/1992),

e, por consequência, da própria Constituição Federal de 1988.

Nesse sentido, temos a importante decisão do REsp 1129121, de 2013:

Jurisprudência para Concursos

LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. APLICAÇÃO RETROATIVA A FATOS POSTERIORES


À EDIÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBILIDADE.

1. A Lei de Improbidade Administrativa não pode ser aplicada retroativamente para alcan-
çar fatos anteriores a sua vigência, ainda que ocorridos após a edição da Constituição
Federal de 1988.

2. A observância da garantia constitucional da irretroatividade da lei mais gravosa, esteio


da segurança jurídica e das garantias do cidadão, não impede a reparação do dano ao
erário, tendo em vista que, de há muito, o princípio da responsabilidade subjetiva se acha
incrustado em nosso sistema jurídico. 3. Consoante iterativa jurisprudência desta Corte,
a condenação do Parquet ao pagamento de honorários advocatícios no âmbito de ação
civil pública está condicionada à demonstração de inequívoca má-fé, o que não ocorreu no
caso. 4. Recurso especial provido em parte, apenas para afastar a condenação do recor-
rente em honorários advocatícios.

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Se estivermos diante de uma conduta prevista na Lei n. 8.429 como impro-

bidade administrativa, mas que foi praticada, por exemplo, no mês de dezem-

bro de 1991, não poderá haver a responsabilização por tal prática, uma vez

que a Lei n. 8.429 apenas entrou em vigor em meados de 1992.

Assim, ainda que a Constituição Federal de 1988 já estivesse em vigor, não

há que se falar em responsabilização com base em uma norma legal que ape-

nas foi publicada posteriormente à prática de improbidade administrativa.

Outra forma de medida cautelar é o afastamento do servidor, com remuneração,

quando tal providência se fizer necessária para a melhor instrução processual. Em

tais situações, ainda que o servidor seja afastado com remuneração, o que é levado

em conta é a necessidade da apuração de uma possível prática de improbidade,

dano que envolveria a coletividade como um todo.

Afastando o servidor do desempenho das suas atribuições, pode a comissão

processante desempenhar suas atividades com maior imparcialidade e eficiência.

A possibilidade da adoção dessa medida está prevista no parágrafo único do

artigo 20 da Lei n. 8.429/1992, de seguinte teor:

A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento


do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune-
ração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

A ação destinada a apurar a prática de improbidade administrativa será proces-

sada de acordo com o rito ordinário, podendo ser proposta, pelo Ministério Público

ou pelas pessoas jurídicas interessadas, no prazo de 30 dias da efetivação da

medida cautelar.

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Salienta-se que é expressamente vedada a transação, acordo ou conciliação

em ações de improbidade administrativa. Tal fundamento, em consonância

com o princípio da indisponibilidade do interesse público, é plenamente justificável

ante a relevância do patrimônio público. Nesse sentido, merece destaque a lição da

professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro:

A norma se justifica pela relevância do patrimônio pú­blico, seja econômico, seja mo-
ral, protegido pela ação de improbidade. Trata-se de aplicação do princípio da in­
disponibilidade do interesse público.

As demais regras processuais, no âmbito da ação de improbidade administrati-

va, podem ser resumidas da seguinte forma:

• Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a noti-

ficação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser

instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.

• Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão funda-

mentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbi-

dade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.

• Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.

• Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.

• Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de impro-

bidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito.

• Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos

por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Processo Penal.

• A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar

a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a rever-

são dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo

ilícito.

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9. Competência

A competência para o julgamento das ações de improbidade administrativa é

tema que não está pacificado na doutrina. O motivo das inúmeras controvérsias

dos tribunais superiores está na possibilidade ou não de aplicação do foro por prer-

rogativa de função no âmbito das ações em questão.

Basicamente, o foro por prerrogativa de função (ou foro privilegiado) trata-se

de uma prerrogativa concedida a certas autoridades detentoras de poder, tais como

os Parlamentares, os Magistrados e os Chefes do Poder Executivo. Essas autorida-

des possuem o direito (prerrogativa) de serem processadas e julgadas, no âmbito

das ações de natureza penal, por tribunais e juízes especializados, escapando, as-

sim, do julgamento da justiça comum.

Inicialmente, o entendimento do STF sempre foi no sentido de que o foro por

prerrogativa de função tratava-se de prerrogativa que apenas poderia ser exercida

no âmbito das ações de natureza penal, dentre as quais não se inclui a ação de

improbidade administrativa, de natureza civil.

Da mesma forma, o entendimento do tribunal em questão era no sentido de

que tal prerrogativa apenas poderia ser exercida enquanto o seu titular estivesse

no exercício no mandato, não se estendendo, por conseguinte, após a quebra de

tal vínculo com o Estado.

De acordo com tais entendimentos, e considerando que a ação de improbidade

administrativa é de natureza cível, a competência para processar e julgar sempre

foi atribuída ao juiz comum de primeiro grau.

Com a entrada em vigor da Lei n. 10.628, em 2002, diversos artigos do Código

de Processo Penal foram alterados, de forma que passou a existir, em nosso orde-

namento, a possibilidade do foro por prerrogativa de função ser estendido para as

ações de improbidade administrativa.

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A questão não demorou a chegar no STF, que, por meio da ADIN 2.797, mani-

festou seu entendimento de que não era possível ao legislador ordinário impor um

entendimento contrário ao até então esposado pelo tribunal superior.

A grande controvérsia surgiu, no entanto, quando o mesmo tribunal decidiu, no

julgamento da Questão de Ordem 3.211/DF, que caberia a ele próprio (STF) o jul-

gamento das ações de improbidade administrativa contra seus próprios membros:

1. Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar ação de improbidade contra seus mem-
bros.
2. Arquivamento da ação quanto ao Ministro da Suprema Corte e remessa dos autos ao
Juízo de 1º grau de jurisdição no tocante aos demais.

Não obstante a decisão do STF, o entendimento que deve ser levado para as provas

de concursos é o de que é competente para o processamento e julgamento das

ações de improbidade administrativa o juiz ordinário comum de primeiro grau.

Caso a banca exija o conhecimento do posicionamento do STF, vindo a exigir a lite-

ralidade da ementa expressa na Questão de Ordem 3.211, deve-se entender que,

de acordo com a Suprema Corte, cabe ao STF julgar seus membros nas ações

de improbidade.

Da mesma forma, deve-se seguir o entendimento anterior do STF no que se refere

a não possibilidade da aplicação do foro por prerrogativa de função no âm-

bito de ações de natureza cível ou após o término do exercício do mandato

ou cargo.

Tais entendimentos podem ser sedimentados da seguinte forma:

• As ações de improbidade administrativa possuem natureza cível, devendo ser

processadas e julgadas pelos juízes de primeiro grau.

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• O STF possui entendimento de que cabe a ele processar e julgar, nas ações

de improbidade administrativa, seus próprios ministros.

• O foro por prerrogativa de função não é aplicado nas ações de natureza civil,

mas sim apenas nas de natureza penal.

• O foro por prerrogativa de função não é aplicado após o término do cargo ou

do mandato do agente público.

10. Prescrição

Tal como ocorre com as demais penalidades aplicáveis no âmbito do Direito Ad-

ministrativo, as sanções previstas como consequência pela prática de improbidade

administrativa apenas podem ser propostas até um determinado período de tempo,

após o qual ocorrerá a prescrição e a impossibilidade da penalização ao agente pú-

blico ou ao terceiro beneficiado.

Tal lapso temporal, no âmbito da Lei n. 8.429/1992, está previsto no artigo 23,

que assim dispõe:

As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou
de função de confiança;
II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares pu-
níveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo
ou emprego.
III – até cinco anos da data da apresentação à Administração Pública da prestação de
contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1º desta Lei.

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Afonso foi eleito vereador de um pequeno município. Caso ele venha a co-

meter, no curso do seu mandato, algum ato que configure improbidade admi-

nistrativa, poderá o Poder Público propor as medidas necessárias à responsabi-

lização de Afonso no prazo de 5 anos após o término do seu mandato.

Não podemos confundir o prazo prescricional previsto na Lei n. 8.429/1992 com

a possibilidade do ressarcimento aos cofres públicos pela prática de improbidade

administrativa.

Nos termos do artigo 37, § 5º, da Constituição Federal, as ações de ressarci-

mento de prejuízos causados ao erário, quando decorrentes de improbidade admi-

nistrativa, são imprescritíveis, podendo ser propostas a qualquer tempo.

A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.

O fundamento para tal possibilidade, conforme já mencionado diversas vezes,

é a indisponibilidade do interesse público que permeia toda a atividade do Poder

Público.

Dessa forma, como a Administração apenas gere a coisa alheia (que pertence

ao povo), as ações de ressarcimento de prejuízos causados aos cofres públicos é,

em última análise, o ressarcimento dos danos causados à própria coletividade.

A imprescritibilidade das ações de ressarcimentos decorrentes de ilícitos civis,

contudo, sofreu alterações após o julgamento do Recurso Extraordinário 669069,

realizado pelo STF em fevereiro de 2016.

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Se até o aquele momento todas as ações de ressarcimento decorrentes de ilíci-

tos cíveis eram pacificamente consideradas imprescritíveis, a jurisprudência, após

o julgado em questão, inclina-se no sentido de admitir que as ações de ressarci-

mento, salvo as hipóteses expressamente ressalvadas, são prescritíveis.

Jurisprudência para Concursos

RE 669069/MG, rel. Min. Teori Zavascki, 03.02.2016. (RE-669069)

É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil.


Esse o entendimento do Plenário, que em conclusão de julgamento e por maioria, negou
provimento a recurso extraordinário em que discutido o alcance da imprescritibilidade da
pretensão de ressarcimento ao erário prevista no § 5º do art. 37 da CF (“§ 5º – A lei esta-
belecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”).

A Corte pontuou que a situação em exame não trataria de imprescritibilidade no tocante a


improbidade e tampouco envolveria matéria criminal.

Com base nesse importante julgado, devemos levar para a prova as seguintes in-

formações:

a) a ação de ressarcimento não mais é imprescritível para todos os danos

decorrentes de ilícitos civis;

b) no caso de ilícito civil decorrente de improbidade administrativa ou que

envolva matéria criminal, a ação de ressarcimento continua sendo impres-

critível, podendo o Estado ajuizar o ressarcimento a qualquer tempo;

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c) não há, ainda, uma definição acerca do prazo prescricional para as demais

ações de ressarcimento (aquelas que não são decorrentes de improbidade ou

de matéria criminal). Ainda assim, uma eventual questão de prova cobrando

o assunto deve ter como resposta o prazo de 5 anos.

O prazo prescricional para o ajuizamento das ações decorrentes de improbidade

administrativa pode ser mais bem visualizado no quadro abaixo:

8. (CESPE/PROC. MPTC-DF/TC-DF/2013) Julgue o próximo item, referente à impro-

bidade administrativa.

O prazo para a proposição da ação de improbidade administrativa visando o res-

sarcimento dos danos causados pelo agente público é de cinco anos, a contar do

término do exercício de mandato, de cargo em concurso ou de função de confiança

por esse agente.

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Certo.

O prazo prescricional estabelecido na Lei n. 8.429/1992 determina o lapso de tem-

po em que as ações de improbidade administrativa podem ser propostas. De acordo

com a norma, é de 5 anos, como regra geral, o prazo prescricional para tal medida:

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser
propostas:
I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou
de função de confiança;

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RESUMO

• O princípio constitucional da moralidade compreende os subprincípios da

probidade, decoro e boa-fé. Violar a moralidade ou qualquer um dos seus

subprincípios implica na anulação do respectivo ato administrativo.

• Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 37, § 4º, que os atos de

improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos polí-

ticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-

sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo

da ação penal cabível.

• Tal disposição trata-se de uma norma de eficácia limitada, carecendo de

regulamentação para a produção de efeitos jurídicos.

• Com a edição da Lei n. 8.429/1992, ocorrida em 1992, passamos a contar

com a possibilidade de responsabilização pela prática de atos de impro-

bidade administrativa.

• Os sujeitos ativos são aqueles que cometem o ato ímprobo, passando a

figurar, quando da ação de improbidade, no posso passivo da demanda.

• De acordo com as disposições da Lei n. 8.429/1992, podem ser sujeitos ati-

vos os agentes públicos ou terceiros sem vínculo com o Poder Públi-

co. Neste último caso, faz-se necessário a presença de um elo com o serviço

público. Dessa forma, o particular, por si só, é incapaz de causar improbidade

administrativa.

• Todos os agentes administrativos estão sujeitos às disposições da Lei n.

8.429/1992 no que se refere aos atos de improbidade administrativa.

• Os agentes políticos, de acordo com entendimento recente do STF, estão

sujeitos a uma dupla responsabilização: tanto por crime de responsa-

bilidade quanto por atos de improbidade administrativa.


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• O Presidente da República, em caráter de exceção, não está sujeito a

esta dupla responsabilização, mas sim apenas ao regramento estabeleci-

do na Constituição Federal.

• O conceito de agente público adotado é o mais amplo possível, abrangendo

inclusive aqueles que exerçam suas atribuições sem remuneração ou

em caráter temporário.

• Nem todos os agentes públicos estão sujeitos às disposições de Lei

n. 8.429/1992. Exemplo disso são alguns dos agentes políticos, tal como

os Ministros de Estado, que estão regidos pelas disposições do crime de

responsabilidade.

• Ainda que alguns dos agentes políticos também se submetam às disposições

da Lei de Improbidade Administrativa, as bancas organizadoras, em diversas

oportunidades, generalizam ao afirmar que todos os agentes políticos não

estão abrangidos pelo regime de improbidade administrativa.

• As pessoas jurídicas também podem ser sujeito ativo pela prática de im-

probidade.

• Os sujeitos passivos são as pessoas que sofrem com os atos de improbi-

dade administrativa, figurando, quando da competente ação, no polo ativo

da demanda.

• A Lei n. 8.429/1992 apresenta, a depender da conduta do agente público ou

de terceiros relacionados, três espécies de atos de improbidade administrati-

va, sendo elas: atos que importam em enriquecimento ilícito, atos que

causam prejuízo ao erário e atos que atentam contra os princípios da

Administração Pública.

• No caso de enriquecimento ilícito, o agente público é quem obtém a

vantagem indevida de forma direta.


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Lei n. 8.429/1992
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• No caso de atos que causem prejuízo ao erário, o agente público apenas

permite que um terceiro receba a vantagem indevida. Também são casos

de prejuízo ao erário a falta de observância das normas previstas em lei ou

regulamento.

• Por exclusão, temos as situações de desrespeito aos princípios da Admi-

nistração Pública, situações em que o agente público não observa, nas

suas condutas, os postulados norteadores da atividade administrativa.

• Para cada espécie de atos de improbidade administrativa, temos sanções de

natureza cível, administrativa e política, que podem ser melhores visuali-

zadas por meio do seguinte quadro:

Ato de Improbidade Sanção Política Sanção Cível Sanção Administrativa

Suspensão dos Pagamento de multa de Proibição de contratar


Enriquecimento
direitos políticos de até 3 vezes o valor do ou receber benefícios do
Ilícito
8 a 10 anos acréscimo Poder Público por 10 anos

Suspensão dos Pagamento de multa de Proibição de contratar


Dano causado ao
direitos políticos de até 2 vezes o valor do ou receber benefícios do
Erário
5 a 8 anos. dano. Poder Público por 5 anos.
Pagamento de Multa
Suspensão dos Proibição de contratar
Não obediência aos civil de até 100 vezes o
direitos políticos de ou receber benefícios do
Princípios valor da remuneração do
3 a 5 anos. Poder Público por 3 anos.
agente.

• Nos casos de enriquecimento ilícito ou de desrespeito aos princípios da

Administração Pública, faz-se necessário a presença de dolo (intenção)

para a sua configuração.

• Nos casos de prejuízo ao erário, a configuração ocorrerá quando houver

dolo ou culpa.

• Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar

enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa responsável

pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilida-

de dos bens do indiciado.


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Lei n. 8.429/1992
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• A indisponibilidade dos bens não se trata de uma espécie de sanção, mas

sim de medida cautelar que tem por finalidade assegurar que o indiciado

não dilapide o seu patrimônio antes que o Poder Público conclua o respec-

tivo processo administrativo.

• A indisponibilidade dos bens poderá ocorrer em valor superior ao da

respectiva ação de improbidade, bem como sobre bens adquiridos an-

tes da prática do ato ímprobo.

• Dois são os momentos, de acordo com a lei de improbidade, em que o

agente público deve demonstrar a sua declaração de bens: na posse e, anu-

almente, no exercício da função pública.

• Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem

prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a

prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a pres-

tar falsa.

• Ainda que a Lei n. 8.429/1992 apresente as diretrizes a serem observadas no

âmbito da investigação destinada a apurar o cometimento de improbidade, a

aplicação das penalidades previstas na norma é competência exclusi-

va do Poder Judiciário.

• O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obri-

gatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

• De acordo com o entendimento dos tribunais superiores, não poderá ocor-

rer a responsabilização pela prática de improbidade administrativa

com base em atos cometidos antes da entrada em vigor da Lei n.

8.429/1992, ainda que tais atos tenham sido cometidos na vigência

da Constituição Federal de 1988.

• As ações de improbidade administrativa possuem natureza cível, devendo

ser processadas e julgadas pelos juízes de primeiro grau.


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• O STF possui entendimento de que cabe a ele processar e julgar, nas

ações de improbidade administrativa, seus próprios ministros.

• O foro por prerrogativa de função não é aplicado nas ações de natu-

reza civil, mas sim apenas nas de natureza penal.

• Lei n. 8.429/1992 apresenta um prazo prescricional para a propositura

das ações de improbidade. Tal regra, no entanto, não se aplica para as

ações de ressarcimento, que, em sintonia com o princípio da indisponibili-

dade do interesse público, são imprescritíveis para os atos decorrentes

de improbidade administrativa.

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/ANALISTA/MPU/2015) Com base nas disposições da Lei n.

8.429/1992/1992 e nos preceitos de ética, moral e cidadania, julgue o item se-

guinte.

Em razão do caráter meramente exemplificativo do rol de condutas que caracteri-

zam os atos de improbidade administrativa, poderá ser cometido ato de improbida-

de ainda que a infração praticada pelo agente público não esteja descrita na Lei de

Improbidade Administrativa.

2. (CESPE/FUB/2015) A respeito do controle da Administração Pública, julgue o

próximo item.

O particular tem legitimidade para figurar como sujeito ativo de ato de improbidade

administrativa, isolada e independentemente da participação de agentes públicos.

3. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STJ/2015) Acerca do processo administrativo e

da improbidade administrativa, julgue o item que se segue.

Os sucessores da pessoa que causar lesão ao patrimônio público ou enriquecer-se

ilicitamente poderão sofrer as consequências das sanções patrimoniais previstas na

Lei de Improbidade Administrativa até o limite do valor da herança.

4. (CESPE/TJDFT/ADMINISTRATIVA/2015) Julgue o item seguinte, com base no

disposto na Lei de Improbidade Administrativa.

O estagiário de órgão público não pode ser sujeito ativo de ato de improbidade

administrativa, em virtude do vínculo precário e transitório que mantém com a Ad-

ministração Pública.

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5. (CESPE/DPU/2015) Em relação à improbidade administrativa e responsabilidade

civil do servidor público federal, julgue o item subsequente.

O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa constante na

Lei de Improbidade (Lei n. 8.429/1992/1992) é taxativo.

6. (CESPE/FUB/2015) Maria, servidora pública federal estável, integrante de co-

missão de licitação de determinado órgão público do Poder Executivo federal, re-

cebeu diretamente, no exercício do cargo, vantagem econômica indevida para que

favorecesse determinada empresa em um procedimento licitatório. Após o curso

regular do processo administrativo disciplinar, confirmada a responsabilidade de

Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de demissão.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na legisla-

ção aplicável ao caso.

A infração praticada por Maria caracteriza-se como ato de improbidade administra-

tiva que importa enriquecimento ilícito.

7. (CESPE/FUB/2015) Julgue o item subsecutivo, com base nas disposições da Lei

n. 8.429/1992/1992.

Servidor público que possibilita o uso de patrimônio público sem as formalidades

necessárias, ainda que, com esse ato, não tenha obtido ganho pessoal nem causa-

do dano ao erário, não comete improbidade administrativa.

8. (CESPE/ADMINISTRADOR/MPOG/2015) Ao negar publicidade a ato oficial, o ser-

vidor público comete ato de improbidade administrativa que atenta contra os prin-

cípios da Administração Pública.

9. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJDFT/2015) Julgue o item a seguir à luz da Lei

de Improbidade Administrativa.
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Ao negar publicidade a ato oficial, o servidor público comete ato de improbidade

administrativa, o que atenta contra os princípios da Administração Pública. Para

tanto, torna-se irrelevante considerar se houve ação de caráter doloso ou culposo.

10. (CESPE/ANTAQ/ANALISTA) No que se refere ao controle da Administração Pú-

blica, à improbidade administrativa e ao processo administrativo, julgue o item

subsequente.

Embora os particulares se sujeitem à Lei de Improbidade Administrativa, não é pos-

sível o ajuizamento de ação de improbidade administrativa exclusivamente contra

particular, sem a presença de agente público no polo passivo da demanda.

11. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) Servidor

responsável pela gestão dos sistemas de tecnologia da informação da Câmara dos

Deputados, em retaliação à aprovação de uma lei que ele considerava prejudicial

aos interesses nacionais, resolveu, após o horário de expediente, invadir o órgão

e instalar um vírus no sistema de protocolo, o que ocasionou a perda de todas as

informações sobre a tramitação dos processos legislativos no último ano.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo.

Caso o servidor tenha recebido, para a prática do ato, auxílio de pessoa que não

seja agente público, ambos devem responder por improbidade administrativa, es-

tando sujeitos às penalidades previstas na Lei n. 8.429/1992/1992.

12. (CESPE/SEDF/DIREITO E LEGISLAÇÃO/2017) O prefeito de determinado mu-

nicípio utilizou recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação

Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) para pagamento

de professores e para a compra de medicamentos e insumos hospitalares destina-

dos à assistência médico-odontológica das crianças em idade escolar do município.


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Mauro, chefe do setor de aquisições da prefeitura, propositalmente permitia que o

estoque de medicamentos e insumos hospitalares chegasse a zero para justificar

situação emergencial e dispensar indevidamente a licitação, adquirindo os produ-

tos, a preços superfaturados, da empresa Y, pertencente a sua sobrinha, que des-

conhecia o esquema fraudulento.

A respeito da situação hipotética apresentada e de aspectos legais e doutrinários a

ela relacionados, julgue o item a seguir.

A conduta de Mauro constitui ato de improbidade administrativa.

13. (CESPE/FUNPRESP/JURÍDICA/2016) Com relação aos convênios administrati-

vos, aos agentes públicos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item a se-

guir.

Considera-se agente público, para efeito de caracterização da prática de ato de

improbidade administrativa, todo aquele que exerça, ainda que transitoriamente,

cargo, emprego ou função na Administração Pública Direta ou indireta, desde que

tal cargo, emprego ou função seja exercido de forma remunerada.

14. (CESPE/FUNPRESP/ADMINISTRATIVA/2016) Com base no disposto na Lei n.

8.429/1992/1992 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir, a

respeito da improbidade administrativa.

Conforme a referida lei, são espécies de atos de improbidade administrativa aque-

les que atentam contra o decoro parlamentar e contra a dignidade da justiça.

15. (CESPE/TCE-PA/PROCURADORIA/2016) Com base na Lei de Improbidade Ad-

ministrativa, julgue o item seguinte.

Valer-se do trabalho de servidores terceirizados constitui ato de improbidade admi-

nistrativa que importa enriquecimento ilícito; aceitar garantia insuficiente na reali-


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zação de operação financeira é ato de improbidade que causa prejuízo ao erário; e

descumprir exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação é ato

de improbidade que atenta contra os princípios da Administração Pública.

16. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/GESTÃO DE PESSOAS/2016) Com relação à

improbidade administrativa, julgue o próximo item.

A utilização de veículo da Administração Pública para fins particulares pode ser con-

siderada ação de enriquecimento ilícito.

17. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/GESTÃO DE PESSOAS/2016) Com relação à

improbidade administrativa, julgue o próximo item.

O dano ao erário, enriquecimento ilícito e a violação de princípio administrativo, se

praticados por agente público, são considerados atos de improbidade administra-

tiva.

18. (CESPE/ANVISA/2016) Carlos, formado em medicina, foi contratado tempo-


rariamente pela União para atuar na rede de saúde do Rio de Janeiro, de modo a
apoiar eventual crescimento da demanda em decorrência dos Jogos Olímpicos Rio
2016. Durante o expediente, ao atender um paciente que fazia uma consulta de ro-
tina, não emergencial, Carlos, sem conhecimento técnico nem capacitação prévia,
resolveu operar, sozinho, um aparelho de ressonância magnética, danificando-o e
gerando um prejuízo de mais de um milhão de reais ao hospital. A comissão de
ética, ao analisar a conduta de Carlos, concluiu que ela seria passível de punição
com a penalidade de censura, mas deixou de aplicá-la por se tratar de servidor
temporário.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
A conduta praticada por Carlos não constituiu ato de improbidade administrativa,

por não ter havido dolo.

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19. (CESPE/ANALISTA/FUNPRESP/ADMINISTRATIVA/2016) Com base no disposto

na Lei n. 8.429/1992/1992 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a

seguir, a respeito da improbidade administrativa.

Entre as sanções para a prática de ato de improbidade administrativa previstas na

Lei n. 8.429/1992/1992 inclui-se a suspensão dos direitos políticos, que não se en-

contra expressamente prevista na CF.

20. (CESPE/TCE-PA/PROCURADORIA/2016) Com base na Lei de Improbidade Ad-

ministrativa, julgue o item seguinte.

As penalidades previstas na Lei de Improbidade Administrativa também são aplica-

das a não servidores e a quem induza ou concorra para a prática de ato de impro-

bidade ou dele se beneficie de forma direta ou indireta.

21. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/GESTÃO DE PESSOAS/2016) Com relação à

improbidade administrativa, julgue o próximo item.

Suspensão dos direitos políticos de três a seis anos e pagamento de multa civil no

valor de até dez vezes a remuneração percebida pelo agente são sanções que po-

dem ser aplicadas ao servidor no caso de ato de improbidade.

22. (CESPE/PGE-AM/2016) Por ter realizado contratação direta sem suporte legal,

determinado agente público é réu em ação civil pública por improbidade adminis-

trativa, sob o argumento de violação ao princípio de obrigatoriedade de licitação,

tendo-lhe sido imputado ato de improbidade previsto no art. 11 da Lei de Improbi-

dade Administrativa (violação aos princípios da Administração Pública).

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo.

Não poderá ser aplicada a medida cautelar de indisponibilidade dos bens, dada a

natureza do ato imputado ao réu — violação dos princípios administrativos.


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23. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/GESTÃO DE PESSOAS/2016) Considerando

as regras constitucionais nacionais e os regimes jurídicos dos servidores públicos

civis, julgue o item a seguir.

Para assinar o termo de posse, o servidor deverá apresentar declaração de bens e

valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício de outro

cargo, emprego ou função pública.

24. (CESPE/TCE-PA/INFORMÁTICA/2016) A respeito dos conceitos doutrinários re-

lativos ao controle da Administração Pública, julgue o item a seguir.

Agente público que se recusar a prestar a declaração de bens dentro do prazo

determinado em lei deverá ser punido com a pena de demissão a bem do serviço

público.

25. (CESPE/TCE-PA/EDUCACIONAL/2016) Julgue o item a seguir, acerca de contro-

le da Administração Pública.

O cidadão que ajuizar representação por ato de improbidade administrativa contra

agente público que ele sabe ser inocente incorrerá em crime e estará sujeito a in-

denizar o denunciado pelos danos materiais ou morais que houver provocado.

26. (CESPE/PC-BA/2013) No que se refere aos princípios básicos da Administração

Pública federal, regulamentados pela Lei n. 8.429/1992/1992 e suas alterações,

julgue o item subsecutivo.

A probidade, que deve nortear a conduta dos administradores públicos, constitui

fundamento do princípio da eficiência.

27. (CESPE/IBAMA/2013) Acerca de ética no serviço público, julgue o item que se

segue.

A utilização de cargo público para favorecer enriquecimento ilícito de amigo ou pa-

rente é considerada improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.


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28. (CESPE/TCE-RO/CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO/2013) No que se refere aos prin-

cípios básicos da Administração, julgue o item que se segue.

Qualquer pessoa pode representar à autoridade competente visando à instauração

de investigação para apuração de ato de improbidade administrativa.

29. (CESPE/TJ-SE/ADMINISTRATIVA/JUDICIÁRIA/2014) A respeito de agentes pú-

blicos, responsabilidade civil do Estado e improbidade administrativa, julgue o item

que se segue.

Consideram-se sujeitos ativos dos ilícitos previstos na Lei de Improbidade Adminis-

trativa o agente público e o terceiro particular que, mesmo não sendo agente pú-

blico, induzir ou concorrer para o ato ou dele se beneficiar direta ou indiretamente.

30. (CESPE/TJDFT/2013) Com base no disposto na Lei n. 8.429/1992/1992, julgue

o item seguinte.

As penalidades aplicadas ao servidor ou a terceiro que causar lesão ao patrimônio

público são de natureza pessoal, extinguindo-se com a sua morte.

31. (CESPE/TJDFT/JUDICIÁRIA/SEM ESPECIALIDADE/2013) Considerando as dis-

posições legais a respeito de improbidade administrativa, julgue o item seguinte.

Somente são sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa os agentes pú-

blicos, assim entendidos os que exercem, por eleição, nomeação, designação ou

qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou fun-

ção na Administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos poderes da

União, dos estados, do DF e dos municípios.

32. (CESPE/MJ/2013) Julgue o item subsecutivo, a respeito da improbidade admi-

nistrativa.
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A Lei de Improbidade Administrativa é aplicável a qualquer agente público que seja

servidor estatutário vinculado às pessoas jurídicas de direito público, não abran-

gendo os empregados públicos vinculados à Administração indireta.

33. (CESPE/DEPEN/2013) A respeito de controle e responsabilização da Adminis-

tração, julgue o item seguinte.

Considere que o Ministério Público ingressou com uma ação judicial pleiteando o

ressarcimento ao erário de valores provenientes de enriquecimento ilícito de um

prefeito municipal. Nessa situação, a morte do prefeito gera a imediata extinção

do processo, já que a obrigação de ressarcimento não se transmite aos herdeiros.

34. (CESPE/TC-DF/2014) Com relação a contratos, união estável e improbidade

administrativa, julgue o item subsequente.

O herdeiro de deputado distrital que tenha, no exercício do mandato, ocasionado

lesão ao patrimônio público e enriquecido ilicitamente está sujeito às cominações

da Lei de Improbidade Administrativa, mas somente até o limite do valor da heran-

ça recebida.

35. (CESPE/ANTT/DIREITO/2013) Acerca de normas de improbidade administrati-

va e atuação dos tribunais de contas, julgue o item subsecutivo.

Considere que um agente público em exercício transitório, sem remuneração, em-

prego ou função pública em órgão ou entidade da Administração federal utilize

avião da Força Aérea Brasileira para fins particulares. Nesse caso, a utilização desse

bem não caracteriza improbidade administrativa.

36. (CESPE/ANTAQ/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2014) No que se refere ao controle da

Administração Pública, à improbidade administrativa e ao processo administrativo,

julgue o item subsequente.


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Embora os particulares se sujeitem à Lei de Improbidade Administrativa, não é pos-

sível o ajuizamento de ação de improbidade administrativa exclusivamente contra

particular, sem a presença de agente público no polo passivo da demanda.

37. (CESPE/ANTAQ/2014) Com relação ao que dispõe a Lei n. 8.429/1992/1992,

julgue o próximo item.

O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público está sujeito às comina-

ções dessa lei até o limite do valor da herança.

38. (CESPE/TJDFT/2013) A respeito de ética no serviço público, julgue o próximo

item.

O servidor que, estando obrigado a prestar contas referentes a recursos recebidos,

deixa de fazê-lo incorre em ato de improbidade administrativa passível de demis-

são do serviço público.

39. (CESPE/MPU/APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO/ADMINISTRAÇÃO/2013) No

que se refere à ética no serviço público, julgue o item que se segue.

Cometerá ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da

Administração Pública o servidor público que revelar a seus familiares, durante um

jantar em família, os detalhes de processo que tramite em segredo de justiça con-

tra seu chefe e do qual tenha tomado conhecimento em razão de suas atribuições.

40. (CESPE/MPU/APOIO JURÍDICO/DIREITO/2013) Com base no disposto na Lei n.

8.429/1992/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), julgue o item subsequente.

A perda da função pública é sanção aplicável àqueles que pratiquem atos de im-

probidade administrativa que importem enriquecimento ilícito ou que gerem lesão

ao erário, mas não aos que pratiquem atos de improbidade que atentem contra os

princípios da Administração Pública.


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41. (CESPE/MPU/APOIO JURÍDICO/DIREITO/2013) Com base no disposto na Lei n.

8.429/1992/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), julgue o item subsequente.

A lei caracteriza como ato de improbidade administrativa que importa enriqueci-

mento ilícito a conduta do servidor público que implique o uso, em proveito próprio,

de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial de órgãos e

entidades da Administração Pública.

42. (CESPE/MIN/2013) Com base na Lei de Improbidade Administrativa, julgue o

item subsecutivo.

O recebimento ou a percepção de vantagem econômica indevida pelo agente públi-

co no exercício de suas funções na Administração Pública configura ato de improbi-

dade administrativa que importa enriquecimento ilícito.

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GABARITO

1. C 26. E

2. E 27. C

3. C 28. C

4. E 29. C

5. E 30. E

6. C 31. E

7. E 32. E

8. C 33. E

9. E 34. C

10. C 35. E

11. C 36. C

12. C 37. C

13. E 38. C

14. E 39. C

15. C 40. E

16. C 41. C

17. C 42. C

18. E

19. E

20. C

21. E

22. E

23. C

24. C

25. C

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Lei n. 8.429/1992
Prof. Diogo Surdi

GABARITO COMENTADO

1. (CESPE/ANALISTA/MPU/2015) Com base nas disposições da Lei n.

8.429/1992/1992 e nos preceitos de ética, moral e cidadania, julgue o item se-

guinte.

Em razão do caráter meramente exemplificativo do rol de condutas que caracteri-

zam os atos de improbidade administrativa, poderá ser cometido ato de improbida-

de ainda que a infração praticada pelo agente público não esteja descrita na Lei de

Improbidade Administrativa.

Certo.

As condutas previstas na Lei n. 8.429/1992, como improbidade administrativa,

constam de uma lista meramente exemplificativa. Como consequência, caso o

agente público pratique algum ato que seja configurado como enriquecimento ilí-

cito, prejuízo ao erário ou em desrespeito aos princípios da Administração Pública,

será ele responsabilizado ainda que a prática não esteja expressa na norma em

questão.

2. (CESPE/FUB/2015) A respeito do controle da Administração Pública, julgue o

próximo item.

O particular tem legitimidade para figurar como sujeito ativo de ato de improbidade

administrativa, isolada e independentemente da participação de agentes públicos.

Errado.

O particular apenas pode figurar como sujeito ativo de uma ação de improbidade se

houver um elo entre ele e um agente público. Como consequência, é impossível a

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responsabilização exclusivamente em virtude da conduta de um particular

alheio ao Poder Público.

Nesse sentido, já decidiu o STJ, no REsp 1155992, de seguinte teor:

1. Os arts. 1º e 3º da Lei n. 8.429/1992/1992 são expressos ao prever a responsabili-


zação de todos, agentes públicos ou não, que induzam ou concorram para a prática do
ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma, direta ou indireta.
2. Não figurando no polo passivo qualquer agente público, não há como o particular
figurar sozinho como réu em Ação de Improbidade Administrativa.

3. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STJ/2015) Acerca do processo administrativo e

da improbidade administrativa, julgue o item que se segue.

Os sucessores da pessoa que causar lesão ao patrimônio público ou enriquecer-se

ilicitamente poderão sofrer as consequências das sanções patrimoniais previstas na

Lei de Improbidade Administrativa até o limite do valor da herança.

Certo.

Em caso de óbito, os sucessores do agente improbo responderão pelos prejuízos

causados até o limite do patrimônio transferido a título de herança. Nesse sentido

é o teor do artigo 8º da Lei n. 8.429/1992:

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

4. (CESPE/TJDFT/ADMINISTRATIVA/2015) Julgue o item seguinte, com base no

disposto na Lei de Improbidade Administrativa.

O estagiário de órgão público não pode ser sujeito ativo de ato de improbidade

administrativa, em virtude do vínculo precário e transitório que mantém com a Ad-

ministração Pública.
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Errado.

O conceito de agente público, para fins de responsabilização pela prática de im-

probidade administrativa, é bastante amplo, abrangendo inclusive aqueles que

mantenham um vínculo de natureza precária ou que eventualmente não

sejam remunerados pelo desempenho de suas atividades.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

5. (CESPE/DPU/2015) Em relação à improbidade administrativa e responsabilidade

civil do servidor público federal, julgue o item subsequente.

O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa constante na

Lei de Improbidade (Lei n. 8.429/1992/1992) é taxativo.

Errado.

O rol de condutas tipificadas como improbidade administrativa pela Lei n. 8.429/1992

é meramente exemplificativo, não eximindo o agente improbo de ser sancionado

em todas as esferas em caso de cometimento de ato que, mesmo não expresso na

norma, seja caracterizado como improbidade administrativa.

6. (CESPE/FUB/2015) Maria, servidora pública federal estável, integrante de co-

missão de licitação de determinado órgão público do Poder Executivo federal, re-

cebeu diretamente, no exercício do cargo, vantagem econômica indevida para que

favorecesse determinada empresa em um procedimento licitatório. Após o curso

regular do processo administrativo disciplinar, confirmada a responsabilidade de

Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de demissão.


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Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na legisla-

ção aplicável ao caso.

A infração praticada por Maria caracteriza-se como ato de improbidade administra-

tiva que importa enriquecimento ilícito.

Certo.
Vamos relembrar como é fácil identificar as espécies de improbidade administrativa?

• Nos casos em que a infração causar enriquecimento ilícito, temos que o

agente público será a pessoa que obterá diretamente a vantagem;

• Nos casos em que a infração causar dano ao erário, quem obterá a van-

tagem será um terceiro que não o agente público (este apenas permitirá

que a infração aconteça). Causa dano ao erário, da mesma forma, a não ob-

servância das normas previstas em lei;

• Situações de desrespeito aos princípios da Administração Pública, por

exclusão, são aquelas que não acarretam uma vantagem direta ao agen-

te público ou a terceiros.

No caso, como Maria (que é servidora pública) recebeu vantagem indevida, o ato é

caracterizado como enriquecimento ilícito.

7. (CESPE/FUB/2015) Julgue o item subsecutivo, com base nas disposições da Lei

n. 8.429/1992/1992.

Servidor público que possibilita o uso de patrimônio público sem as formalidades

necessárias, ainda que, com esse ato, não tenha obtido ganho pessoal nem causa-

do dano ao erário, não comete improbidade administrativa.

Errado.

Novamente faremos uso do gráfico utilizado em aula.


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• Nos casos em que a infração causar enriquecimento ilícito, temos que o

agente público será a pessoa que obterá diretamente a vantagem;

• Nos casos em que a infração causar dano ao erário, quem obterá a van-

tagem será um terceiro que não o agente público (este apenas permiti-

rá que a infração aconteça). Causa dano ao erário, da mesma forma, a não

observâncias das normas previstas em lei;

• Situações de desrespeito aos princípios da Administração Pública, por

exclusão, são aquelas que não acarretam uma vantagem direta ao agen-

te público ou a terceiros.

Na situação narrada pela questão, como as formalidades essenciais não foram ob-

servadas, o ato é considerado improbidade administrativa na modalidade dano ao

erário.

Nesse sentido é o teor do artigo 10, II, da Lei n. 8.429/1992:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referi-
das no art. 1º desta lei, e notadamente:
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicá-
veis à espécie;

8. (CESPE/ADMINISTRADOR/MPOG/2015) Ao negar publicidade a ato oficial, o ser-

vidor público comete ato de improbidade administrativa que atenta contra os prin-

cípios da Administração Pública.

Certo.

Trata-se de previsão do artigo 11, IV, da Lei n. 8.429/1992, conduta que configura

improbidade administrativa por violação dos princípios da Administração Pública:


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Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os prin-
cípios da Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
IV – negar publicidade aos atos oficiais;

9. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJDFT/2015) Julgue o item a seguir à luz da Lei

de Improbidade Administrativa.

Ao negar publicidade a ato oficial, o servidor público comete ato de improbidade

administrativa, o que atenta contra os princípios da Administração Pública. Para

tanto, torna-se irrelevante considerar se houve ação de caráter doloso ou culposo.

Errado.

De acordo com a Lei n. 8.429/1992, “negar publicidade aos atos oficiais” é

uma das condutas que acarreta improbidade administrativa por atentar contra os

princípios da Administração Pública.

De acordo com o entendimento do STJ, tal classe de condutas, assim como aquelas

classificadas como enriquecimento ilícito, exigem, para a sua configuração, a pre-

sença de dolo (intenção) por parte do agente público.

Nas condutas que causam prejuízo ao erário, por sua vez, apenas o elemento cul-

poso é necessário para a configuração da conduta improba.

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10. (CESPE/ANTAQ/ANALISTA) No que se refere ao controle da Administração Pú-

blica, à improbidade administrativa e ao processo administrativo, julgue o item

subsequente.

Embora os particulares se sujeitem à Lei de Improbidade Administrativa, não é pos-

sível o ajuizamento de ação de improbidade administrativa exclusivamente contra

particular, sem a presença de agente público no polo passivo da demanda.

Certo.

Ainda que a ação de improbidade possa ser proposta contra pessoas que não sejam

necessariamente agentes públicos (a exemplo daqueles que auxiliarem ou forem

beneficiados com a prática do ato), não há improbidade Administrativa sem a pre-

sença de algum agente estatal no polo passivo da demanda. Logo, não pode o

particular responder pela ação de improbidade isoladamente.

11. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) Servidor

responsável pela gestão dos sistemas de tecnologia da informação da Câmara dos

Deputados, em retaliação à aprovação de uma lei que ele considerava prejudicial

aos interesses nacionais, resolveu, após o horário de expediente, invadir o órgão

e instalar um vírus no sistema de protocolo, o que ocasionou a perda de todas as

informações sobre a tramitação dos processos legislativos no último ano.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo.

Caso o servidor tenha recebido, para a prática do ato, auxílio de pessoa que não

seja agente público, ambos devem responder por improbidade administrativa, es-

tando sujeitos às penalidades previstas na Lei n. 8.429/1992/1992.

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Certo.

Tal como mencionado na questão anterior, tanto os agentes públicos quanto os par-

ticulares podem ser responsabilizados pela prática de Improbidade Administrativa.

O que não é possível, conforme mencionado, é a responsabilização exclusiva do

particular.

No caso narrado, temos que o particular foi beneficiado com o ato de improbidade

(tanto o é que pagou para que o servidor assim procedesse). Logo, ambos devem

ser responsabilizados pela prática do ato.

12. (CESPE/SEDF/DIREITO E LEGISLAÇÃO/2017) O prefeito de determinado mu-

nicípio utilizou recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação

Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) para pagamento

de professores e para a compra de medicamentos e insumos hospitalares destina-

dos à assistência médico-odontológica das crianças em idade escolar do município.

Mauro, chefe do setor de aquisições da prefeitura, propositalmente permitia que o

estoque de medicamentos e insumos hospitalares chegasse a zero para justificar

situação emergencial e dispensar indevidamente a licitação, adquirindo os produ-

tos, a preços superfaturados, da empresa Y, pertencente a sua sobrinha, que des-

conhecia o esquema fraudulento.

A respeito da situação hipotética apresentada e de aspectos legais e doutrinários a

ela relacionados, julgue o item a seguir.

A conduta de Mauro constitui ato de improbidade administrativa.

Certo.

A situação apresentada caracteriza improbidade administrativa na modalidade pre-

juízo ao erário, uma vez que Mauro, agente público, dispensou indevidamente a

realização do procedimento licitatório.


Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
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malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º


desta lei, e notadamente:
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração
de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;

13. (CESPE/FUNPRESP/JURÍDICA/2016) Com relação aos convênios administrati-

vos, aos agentes públicos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item a se-

guir.

Considera-se agente público, para efeito de caracterização da prática de ato de

improbidade administrativa, todo aquele que exerça, ainda que transitoriamente,

cargo, emprego ou função na Administração Pública Direta ou indireta, desde que

tal cargo, emprego ou função seja exercido de forma remunerada.

Errado.

O conceito de agente público, para fins de responsabilização por atos de improbi-

dade administrativa, é o mais amplo possível, abrangendo inclusive aqueles que

estejam em exercício em caráter transitório ou sem remuneração.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

14. (CESPE/FUNPRESP/ADMINISTRATIVA/2016) Com base no disposto na Lei n.

8.429/1992/1992 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir, a

respeito da improbidade administrativa.

Conforme a referida lei, são espécies de atos de improbidade administrativa aque-

les que atentam contra o decoro parlamentar e contra a dignidade da justiça.

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Errado.

Três são as modalidades de atos de improbidade administrativa que estão em vigor:

Atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito;

Atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário;

Atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da Adminis-

tração Pública;

Além disso, é importante salientar que a Lei Complementar n. 157 acrescentou uma

nova modalidade de atos de improbidade: atos de improbidade administrativa de-

correntes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário.

Tal modalidade, no entanto, ainda não está produzindo efeitos jurídicos.

15. (CESPE/TCE-PA/PROCURADORIA/2016) Com base na Lei de Improbidade Ad-

ministrativa, julgue o item seguinte.

Valer-se do trabalho de servidores terceirizados constitui ato de improbidade admi-

nistrativa que importa enriquecimento ilícito; aceitar garantia insuficiente na reali-

zação de operação financeira é ato de improbidade que causa prejuízo ao erário; e

descumprir exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação é ato

de improbidade que atenta contra os princípios da Administração Pública.

Certo.

Vejamos cada uma das situações apresentadas pelo enunciado da questão:

1) No primeiro caso, estamos diante de uma ato de improbidade por enriquecimen-

to ilícito, uma vez que o agente faz uso do trabalho de servidores terceirizados.

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito


auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, e notadamente:
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IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou ma-


terial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
gados ou terceiros contratados por essas entidades;

2) Ao aceitar garantia insuficiente para uma operação financeira, temos improbida-

de por prejuízo ao erário.

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:
VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares
ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

3) Na terceira situação, temos um ato de improbidade administrativa que atenta

contra os princípios da Administração Pública.

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.

16. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/GESTÃO DE PESSOAS/2016) Com relação à


improbidade administrativa, julgue o próximo item.
A utilização de veículo da Administração Pública para fins particulares pode ser con-

siderada ação de enriquecimento ilícito.

Certo.

A utilização de veículo que pertence à Administração Pública para fins particulares é

um típico ato de improbidade administrativa na modalidade de enriquecimento ilícito.


Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, e notadamente:
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou ma-
terial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
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mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
gados ou terceiros contratados por essas entidades;

17. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/GESTÃO DE PESSOAS/2016) Com relação à

improbidade administrativa, julgue o próximo item.

O dano ao erário, enriquecimento ilícito e a violação de princípio administrativo, se

praticados por agente público, são considerados atos de improbidade administrativa.

Certo.

A questão apresenta as três modalidades de atos de improbidade administrativa,

ou seja: enriquecimento ilícito, lesão ao erário e violação dos princípios da Admi-

nistração Pública.

É importante salientar que a Lei Complementar n. 157 instituiu uma quarta modali-

dade de atos de improbidade: atos decorrentes de concessão ou aplicação indevida

de benefício financeiro ou tributário. Essa nova modalidade, no entanto, apenas

produzirá efeitos jurídicos a partir de dezembro de 2017.

18. (CESPE/ANVISA/2016) Carlos, formado em medicina, foi contratado tempo-

rariamente pela União para atuar na rede de saúde do Rio de Janeiro, de modo a

apoiar eventual crescimento da demanda em decorrência dos Jogos Olímpicos Rio

2016. Durante o expediente, ao atender um paciente que fazia uma consulta de ro-

tina, não emergencial, Carlos, sem conhecimento técnico nem capacitação prévia,

resolveu operar, sozinho, um aparelho de ressonância magnética, danificando-o e

gerando um prejuízo de mais de um milhão de reais ao hospital. A comissão de

ética, ao analisar a conduta de Carlos, concluiu que ela seria passível de punição

com a penalidade de censura, mas deixou de aplicá-la por se tratar de servidor

temporário.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.


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A conduta praticada por Carlos não constituiu ato de improbidade administrativa,

por não ter havido dolo.

Errado.

A situação narrada, na medida em que causa prejuízo ao erário, caracteriza ato de

improbidade administrativa:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente (...)

Dentre as modalidades de atos de improbidade previstos na Lei n. 8.429/1992, as

ensejadoras de prejuízo ao erário não necessitam da presença do elemento doloso,

mas sim apenas de culpa na conduta do agente público.

Logo, ainda que Carlos não tenha agido com dolo, mas apenas com culpa, o ato em

questão é considerado improbidade administrativa.

19. (CESPE/FUNPRESP/ADMINISTRATIVA/2016) Com base no disposto na Lei n.


8.429/1992/1992 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir, a
respeito da improbidade administrativa.
Entre as sanções para a prática de ato de improbidade administrativa previstas na
Lei n. 8.429/1992/1992 inclui-se a suspensão dos direitos políticos, que não se en-
contra expressamente prevista na CF.

Errado.

A suspensão dos direitos políticos trata-se de uma sanção prevista no texto da

Constituição Federal, conforme se observa da análise do artigo 37, §4º:


Art. 37, § 4º – Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos di-
reitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimen-
to ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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20. (CESPE/TCE-PA/PROCURADORIA/2016) Com base na Lei de Improbidade Ad-

ministrativa, julgue o item seguinte.

As penalidades previstas na Lei de Improbidade Administrativa também são aplica-

das a não servidores e a quem induza ou concorra para a prática de ato de impro-

bidade ou dele se beneficie de forma direta ou indireta.

Certo.

As disposições da Lei n. 8.429/1992, inclusive no que se refere às penalidades,

podem ser aplicadas tanto aos agentes públicos quanto aos particulares que, mes-

mo não sendo agentes estatais, tenham induzido ou concorrido para a prática de

improbidade.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

21. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/GESTÃO DE PESSOAS/2016) Com relação à

improbidade administrativa, julgue o próximo item.

Suspensão dos direitos políticos de três a seis anos e pagamento de multa civil no

valor de até dez vezes a remuneração percebida pelo agente são sanções que po-

dem ser aplicadas ao servidor no caso de ato de improbidade.

Errado.

A questão não menciona qual a modalidade do ato de improbidade administrativa

a que as sanções se referem. Como verificado em aula, as sanções apresentam, a

depender da modalidade de improbidade, diferentes prazos.

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Sanção Administra-
Ato de Improbidade Sanção Política Sanção Cível
tiva
Proibição de contratar
Pagamento de multa de
Enriquecimento Suspensão dos direitos ou receber benefícios
até 3 vezes o valor do
Ilícito políticos de 8 a 10 anos do Poder Público por 10
acréscimo
anos
Proibição de contratar
Pagamento de multa de
Dano causado ao Suspensão dos direitos ou receber benefícios
até 2 vezes o valor do
Erário políticos de 5 a 8 anos do Poder Público por 5
dano
anos
Pagamento de Multa Proibição de contratar
Não obediência aos Suspensão dos direitos civil de até 100 vezes ou receber benefícios
Princípios políticos de 3 a 5 anos o valor da remuneração do Poder Público por 3
do agente anos

22. (CESPE/AM/2016) Por ter realizado contratação direta sem suporte legal, de-

terminado agente público é réu em ação civil pública por improbidade administra-

tiva, sob o argumento de violação ao princípio de obrigatoriedade de licitação, ten-

do-lhe sido imputado ato de improbidade previsto no art. 11 da Lei de Improbidade

Administrativa (violação aos princípios da Administração Pública).

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo.

Não poderá ser aplicada a medida cautelar de indisponibilidade dos bens, dada a

natureza do ato imputado ao réu — violação dos princípios administrativos.

Errado.

Ao contrário do afirmado, a indisponibilidade de bens trata-se de uma medida cau-

telar que pode perfeitamente ser utilizada pela Administração Pública.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar


enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre
bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimo-
nial resultante do enriquecimento ilícito.
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23. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/GESTÃO DE PESSOAS/2016) Considerando

as regras constitucionais nacionais e os regimes jurídicos dos servidores públicos

civis, julgue o item a seguir.

Para assinar o termo de posse, o servidor deverá apresentar declaração de bens e

valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício de outro

cargo, emprego ou função pública.

Certo.

A apresentação da declaração de bens constitui uma importante medida de contro-

le por parte da Administração Pública, possibilitando que esta verifique, ao longo

dos anos, se a evolução patrimonial do agente é compatível com a remuneração

recebida.

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação


de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser
arquivada no serviço de pessoal competente.

24. (CESPE/TCE-PA/INFORMÁTICA/2016) A respeito dos conceitos doutrinários re-

lativos ao controle da Administração Pública, julgue o item a seguir.

Agente público que se recusar a prestar a declaração de bens dentro do prazo deter-

minado em lei deverá ser punido com a pena de demissão a bem do serviço público.

Certo.

Será punido com a sanção de demissão, a bem do serviço público, o agente que se

recusar a prestar declaração dos bens dentro do prazo determinado por lei.

Art. 13, § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem pre-
juízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração
dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

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25. (CESPE/TCE-PA/EDUCACIONAL/2016) Julgue o item a seguir, acerca de contro-

le da Administração Pública.

O cidadão que ajuizar representação por ato de improbidade administrativa contra

agente público que ele sabe ser inocente incorrerá em crime e estará sujeito a in-

denizar o denunciado pelos danos materiais ou morais que houver provocado.

Certo.

Trata-se de regra expressa no artigo 19 da Lei n. 8.429/1992:

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público
ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denun-
ciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

26. (CESPE/PC-BA/2013) No que se refere aos princípios básicos da Administração

Pública federal, regulamentados pela Lei n. 8.429/1992/1992 e suas alterações,

julgue o item subsecutivo.

A probidade, que deve nortear a conduta dos administradores públicos, constitui

fundamento do princípio da eficiência.

Errado.

A probidade trata-se de um subprincípio do princípio constitucional da modalidade,

e não da eficiência. Assim, sempre que a questão mencionar violação à probidade,

ao decoro e à boa-fé, estaremos diante de uma agressão ao princípio da moralidade.

27. (CESPE/IBAMA/2013) Acerca de ética no serviço público, julgue o item que se segue.

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A utilização de cargo público para favorecer enriquecimento ilícito de amigo ou pa-

rente é considerada improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

Certo.

Caso fosse o agente quem tivesse recebido a vantagem indevida, o ato seria carac-

terizado como enriquecimento ilícito.

Contudo, como o agente apenas permite que terceiro enriqueça de forma ilícita, o

ato em questão é caracterizado como improbidade por prejuízo ao erário.

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

28. (CESPE/TCE-RO/CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO/2013) No que se refere aos prin-

cípios básicos da Administração, julgue o item que se segue.

Qualquer pessoa pode representar à autoridade competente visando à instauração

de investigação para apuração de ato de improbidade administrativa.

Certo.

Trata-se da literalidade do artigo 14 da Lei n. 8.429/1992:

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente


para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbi-
dade.

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29. (CESPE/TJ-SE/ADMINISTRATIVA/JUDICIÁRIA/2014) A respeito de agentes pú-

blicos, responsabilidade civil do Estado e improbidade administrativa, julgue o item

que se segue.

Consideram-se sujeitos ativos dos ilícitos previstos na Lei de Improbidade Adminis-

trativa o agente público e o terceiro particular que, mesmo não sendo agente pú-

blico, induzir ou concorrer para o ato ou dele se beneficiar direta ou indiretamente.

Certo.

Trata-se de regra estabelecida na Lei n. 8.429/1992. Dessa forma, além dos agen-

tes públicos, terceiros também podem vir a figurar como sujeitos ativos nas ações

de improbidade administrativa.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

30. (CESPE/TJDFT/2013) Com base no disposto na Lei n. 8.429/1992/1992, julgue

o item seguinte.

As penalidades aplicadas ao servidor ou a terceiro que causar lesão ao patrimônio

público são de natureza pessoal, extinguindo-se com a sua morte.

Errado.

Como verificamos em aula, os herdeiros respondem pelos atos de improbidade ad-

ministrativa até o limite do valor do patrimônio transferido (herança).

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

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31. (CESPE/TJDFT/JUDICIÁRIA/SEM ESPECIALIDADE/2013) Considerando as dis-

posições legais a respeito de improbidade administrativa, julgue o item seguinte.

Somente são sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa os agentes pú-

blicos, assim entendidos os que exercem, por eleição, nomeação, designação ou

qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou fun-

ção na Administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos poderes da

União, dos estados, do DF e dos municípios.

Errado.

Além dos agentes públicos, terceiros também podem vir a figurar como sujeitos

ativos nas ações de improbidade administrativa.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

32. (CESPE/MJ/2013) Julgue o item subsecutivo, a respeito da improbidade admi-

nistrativa.

A Lei de Improbidade Administrativa é aplicável a qualquer agente público que seja

servidor estatutário vinculado às pessoas jurídicas de direito público, não abran-

gendo os empregados públicos vinculados à Administração indireta.

Errado.
Para fins de prova, temos que memorizar que o conceito de agente público, para fins

de responsabilização por atos de improbidade administrativa, é o mais amplo possí-

vel, abrangendo inclusive aqueles que estejam em exercício em caráter transitório

ou sem remuneração.

Tal conceito abrange, ao contrário do que afirmado, toda a Administração Pública

Direta e Indireta.
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Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou


não, contra a Administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incor-
porada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incenti-
vo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio
o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio
ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

33. (CESPE/DEPEN/2013) A respeito de controle e responsabilização da Adminis-

tração, julgue o item seguinte.

Considere que o Ministério Público ingressou com uma ação judicial pleiteando o

ressarcimento ao erário de valores provenientes de enriquecimento ilícito de um

prefeito municipal. Nessa situação, a morte do prefeito gera a imediata extinção

do processo, já que a obrigação de ressarcimento não se transmite aos herdeiros.

Errado.

Nos termos da Lei n. 8.429/1992, os herdeiros respondem pelos atos de improbi-

dade administrativa até o limite do valor do patrimônio transferido (herança).

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

34. (CESPE/ACE (TC-DF)/TC-DF/2014) Com relação a contratos, união estável e

improbidade administrativa, julgue o item subsequente.


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O herdeiro de deputado distrital que tenha, no exercício do mandato, ocasionado

lesão ao patrimônio público e enriquecido ilicitamente está sujeito às cominações

da Lei de Improbidade Administrativa, mas somente até o limite do valor da heran-

ça recebida.

Certo.

Os herdeiros respondem pelos atos de improbidade administrativa até o limite do

valor da herança.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

35. (CESPE/DIREITO/2013) Acerca de normas de improbidade administrativa e

atuação dos tribunais de contas, julgue o item subsecutivo.

Considere que um agente público em exercício transitório, sem remuneração, em-

prego ou função pública em órgão ou entidade da Administração federal utilize

avião da Força Aérea Brasileira para fins particulares. Nesse caso, a utilização desse

bem não caracteriza improbidade administrativa.

Errado.

Ainda que o agente público esteja trabalhando em caráter transitório e sem remu-

neração, será ele, de acordo com as disposições da Lei n. 8.429/1992, responsabi-

lizado pelos eventuais atos de improbidade.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre-
go ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

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36. (CESPE/ANTAQ/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2014) No que se refere ao controle da

Administração Pública, à improbidade administrativa e ao processo administrativo,

julgue o item subsequente.

Embora os particulares se sujeitem à Lei de Improbidade Administrativa, não é pos-

sível o ajuizamento de ação de improbidade administrativa exclusivamente contra

particular, sem a presença de agente público no polo passivo da demanda.

Certo.

Para que um particular sem vínculo com o Poder Público possa ser responsabilizado

com base nas disposições da Lei n. 8.429/1992, deve, necessariamente, ter um elo

com o serviço público. E esse elo é, justamente, o agente estatal.

Logo, não há possibilidade de o particular ser responsabilizado por atos de impro-

bidade de forma isolada, sendo necessária a presença de agente público no polo

passivo da ação.

37. (CESPE/ANTAQ/2014) Com relação ao que dispõe a Lei n. 8.429/1992/1992,

julgue o próximo item.

O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público está sujeito às comina-

ções dessa lei até o limite do valor da herança.

Certo.

Trata-se de uma das mais importantes regras relacionadas com a improbidade

administrativa, ou seja, a possibilidade dos sucessores responderem pelas disposi-

ções da Lei n. 8.429/1992 até o limite do valor da herança.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

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38. (CESPE/TJDFT/2013) A respeito de ética no serviço público, julgue o próximo

item.

O servidor que, estando obrigado a prestar contas referentes a recursos recebidos,

deixa de fazê-lo incorre em ato de improbidade administrativa passível de demis-

são do serviço público.

Certo.

Trata-se de regra prevista no artigo 13 da Lei n. 8.429/1992:

Art. 13, § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem pre-
juízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração
dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

39. (CESPE/MPU/APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO/ADMINISTRAÇÃO/2013) No

que se refere à ética no serviço público, julgue o item que se segue.

Cometerá ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da

Administração Pública o servidor público que revelar a seus familiares, durante um

jantar em família, os detalhes de processo que tramite em segredo de justiça con-

tra seu chefe e do qual tenha tomado conhecimento em razão de suas atribuições.

Certo.
Na situação apresentada, estamos diante de um ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da Administração Pública, conforme previsão da Lei
n. 8.429/1992:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo;

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40. (CESPE/ANALISTA/MPU/APOIO JURÍDICO/DIREITO/2013) Com base no dis-


posto na Lei n. 8.429/1992/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), julgue o
item subsequente.
A perda da função pública é sanção aplicável àqueles que pratiquem atos de im-
probidade administrativa que importem enriquecimento ilícito ou que gerem lesão
ao erário, mas não aos que pratiquem atos de improbidade que atentem contra os
princípios da Administração Pública.

Errado.
A perda da função pública trata-se de sanção aplicável a todas as modalidades de
improbidade administrativa (inclusive no caso de atos que atentem contra os prin-
cípios da Administração Pública).

41. (CESPE/ANALISTA/MPU/APOIO JURÍDICO/DIREITO/2013) Com base no dis-


posto na Lei n. 8.429/1992/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), julgue o
item subsequente.
A lei caracteriza como ato de improbidade administrativa que importa enriqueci-
mento ilícito a conduta do servidor público que implique o uso, em proveito próprio,
de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial de órgãos e
entidades da Administração Pública.

Certo.
No caso, como o agente utilizou bens, rendas, verbas ou valores da Administração
Pública em proveito próprio, o ato será considerado improbidade por enriquecimen-

to ilícito.

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito


auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
lei, e notadamente:
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
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42. (CESPE/MIN/2013) Com base na Lei de Improbidade Administrativa, julgue o

item subsecutivo.

O recebimento ou a percepção de vantagem econômica indevida pelo agente públi-

co no exercício de suas funções na Administração Pública configura ato de improbi-

dade administrativa que importa enriquecimento ilícito.

Certo.

Como o beneficiado com a infração foi o próprio agente público (que foi quem re-

cebeu a vantagem econômica), o ato caracteriza improbidade administrativa na

modalidade de enriquecimento ilícito.

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