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 PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DA

ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.

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O que são princípios??

“Princípios de uma ciência são as proposições básicas,


fundamentais, típicas que condicionam todas as
estruturações subseqüentes. Princípios, neste sentido, são
os alicerces da ciência”. José Cretela Júnior

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PRINCIPIOS DA ADM PUB

A ADM Pública possui


prerrogativas, privilégios, tendo
em vista a supremacia do
interesse público sobre o privado,
mas também tem restrições tendo
em vista proteção dos direitos
individuais.

CF/88 relaciona os principais


princípios da ADM Pública.

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PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DA ADM PUB

Art. 37. A administração pública


direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de
legalidade,
impessoalidade,
moralidade,
publicidade e
eficiência e, também(...)

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PRINCIPIO DA LEGALIDADE

O Princípio da legalidade é
fundamento do Estado
democrático de direito, tendo
por fim combater o poder
arbitrário do Estado. Os
conflitos devem ser resolvidos
pela lei e não mais através da
força.

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PRINCIPIO DA LEGALIDADE
 O Princípio da legalidade aparece simultaneamente como um
limite e como uma garantia, pois ao mesmo tempo que é um
limite a atuação do Poder Público, visto que este só poderá
atuar com base na lei, também é uma garantia a nós
administrados, visto que só deveremos cumprir as exigências
do Estado se estiverem previstas na lei.

 Se as exigências não estiverem de acordo com a lei serão


inválidas e, portanto, estarão sujeitas a um controle do Poder
Judiciário. Caberá ações judiciais para anular tal ato.

 O administrador não pode fazer o que bem entender na


busca do interesse público, ou seja, tem que agir segundo a
lei, só podendo fazer aquilo que a lei expressamente autoriza
e no silêncio da lei esta proibido de agir. Ou seja, este
principio limita a atuação do administrador à lei.

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Aula 02

PRINCIPIO DA IMPESSOALIDADE

A Administração deve manter-se numa


posição de neutralidade em relação aos
administrados, ficando proibida de
estabelecer discriminações gratuitas. Só
pode fazer discriminações que se
justifiquem em razão do interesse
coletivo, pois as gratuitas caracterizam
abuso de poder e desvio de finalidade, que
são espécies do gênero ilegalidade.

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Aula 02

PRINCIPIO DA IMPESSOALIDADE

Impessoalidade para ingressar na


Administração Pública:
O administrador não pode contratar
quem quiser, mas somente quem passar
no concurso público, respeitando a
ordem de classificação. O concurso pode
trazer discriminações, mas não
gratuitas, devendo assim estar
relacionada à natureza do cargo.

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Aula 02

PRINCIPIO DA IMPESSOALIDADE

Impessoalidade na contratação de
serviços ou aquisição de bens: O
administrador só poderá contratar
através de licitação. O edital de
licitação pode trazer discriminações,
mas não gratuitas.
Impessoalidade na liquidação de seus débitos: A
Administração tem que respeitar a ordem cronológica
de apresentação dos precatórios para evitar
privilégios. Se for quebrada a ordem pode gerar
seqüestro de verbas públicas, crime de
responsabilidade e intervenção federal.
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Aula 02

PRINCIPIO DA MORALIDADE

Direito e moral são coisas


distintas.
Direito esta ligado a licitude
Moral relacionado a honestidade,
à ética, à boa fé.
Mas o legislador
constitucionalizou a moral dentro
da ADM.
Assim a Administração deve atuar com moralidade, isto é de
acordo com a lei. Tendo em vista que tal princípio integra o
conceito de legalidade, decorre a conclusão de que ato imoral é ato
ilegal, ato inconstitucional e, portanto, o ato administrativo estará
sujeito a um controle do Poder Judiciário

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Aula 02

Hipóteses de imoralidade administrativa

 Atos de improbidade administrativa que importem em


enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei 8429/92). Ex:
Utilização em obra ou serviço particular, de veículos,
materiais ou equipamentos públicos.
 Atos de improbidade administrativa que importem em
prejuízo ao erário (art. 10 da Lei 8429/92). Ex: Aquisição,
permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao do mercado.

 Atos de improbidade administrativa que atentem contra os


princípios da Administração (art. 11 da Lei 8429/92). Ex:
Fraude à licitude de concurso público.

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Sanções aos agentes que praticam atos imorais

 “Os atos de improbidade administrativa importarã o na suspensã o dos


direitos políticos, a perda da funçã o pú blica, a indisponibilidade dos
bens e ressarcimento ao erá rio (cofres pú blicos), na forma e gradaçã o
previstas em lei, sem prejuízo da açã o penal cabível” (art. 37, §4º da
CF).

 Estas sançõ es podem ser aplicadas simultaneamente, precedendo de


instrumentos que apurem as irregularidades praticadas pelo servidor,
ou seja, de processo administrativo disciplinar ou sindicâ ncia,
garantindo o contraditó rio e a ampla defesa.

 Cominações previstas na Lei 8429/92

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Aula 02

PRINCIPIO DA PUBLICIDADE

“Todos têm direito a receber dos órgãos


públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serã o
prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado” (art. 5º, XXXIII da CF).

Os Atos Administrativos devem ser públicos e


transparentes.
A Administraçã o tem o dever de manter plena
transparência de todos os seus comportamentos,
inclusive de oferecer informaçõ es que estejam
armazenadas em seus bancos de dados, quando sejam
solicitadas, em razã o dos interesses que ela representa
quando atua.
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Aula 02

PRINCIPIO DA PUBLICIDADE

Dupla finalidade:
a) a exigência de publicaçã o em ó rgã o oficial como requisito de
eficácia dos atos administrativos gerais que devem produzir
efeitos externos ou onerem o patrimô nio pú blico.
b) Exigência de transparência da atuaçã o administrativa.

EX. Paragrafo Ú nico do art. 61 da Lei n° 8.666/1993 estabelece


como requisito indispensável de eficá cia dos contratos
administrativos a publicaçã o resumida do seu instrumento na
imprensa oficial.
Ex²: Portal transparencia onde constam os subsídios dos
funcioná rios pú blicos.
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Aula 02

PRINCIPIO DA EFICIÊNCIA

A Administraçã o Pú blica deve buscar


um aperfeiçoamento na prestaçã o dos
serviços pú blicos, mantendo ou
melhorando a qualidade dos serviços,
com economia de despesas.
Binô mio:
qualidade nos serviços
+
racionalidade de gastos.

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Aula 02

PRINCIPIO DA EFICIÊNCIA

 A investidura em cargo ou emprego pú blico depende de aprovaçã o prévia em


concurso pú blico de provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeaçõ es para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeaçã o e
exoneraçã o” (art. 37, II da CF). Também presente no princípio da impessoalidade.

 A Uniã o, os Estados, e o Distrito Federal manterã o escolas de governo para


formaçã o e aperfeiçoamento dos servidores pú blicos, constituindo-se a
participaçã o nos cursos como um dos requisitos para a promoçã o na carreira,
facultada, para isso, a celebraçã o de convênios ou contratos entre os entes
federados” (art. 39, §2º da CF).

 O servidor nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso


pú blico submete-se a um está gio probató rio de 3 anos, em que o administrador irá
apurar a eficiência na prá tica (art. 41 da CF). Ex: O administrador verificará a
frequência, o rendimento do trabalho, o cumprimento de ordens emitidas pelo
superior.
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Aula 02

PRINCIPIOS IMPLICITOS

Disciplinados no artigo 2ª da
Lei dos Processos
Administrativos Federais.

“ A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos


princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
público e eficiência.
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Aula 02

PRINCIPIO DA FINALIDADE

A Administração deve sempre


buscar alcançar o fim público
colimado pela lei.

“ E a finalidade terá sempre um objetivo certo e inafastá vel de


qualquer ato administrativo: o interesse público.

Todo ato que se apartar desse objetivo sujeitar-se-á a


invalidaçã o por desvio de finalidade, que a nossa lei da açã o
popular conceituou como “fim diverso daquele previsto, explícita
ou implicitamente, na regra de competência” do agente (Lei
4717/68, art.2º, pará grafo ú nico, “e”)”

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Aula 02

PRINCIPIO DA MOTIVAÇÃO

A Administração está obrigada a


motivar todos os atos que edita,
pois quando atua representa
interesses da coletividade.
É preciso dar motivação dos atos
ao povo, pois ele é o titular da “res
publica” (coisa pública).

A falta de motivaçã o leva à invalidaçã o, à ilegitimidade do


ato, pois nã o há o que falar em ampla defesa e contraditó rio
se nã o há motivaçã o. Os atos invá lidos por falta de motivaçã o
estarã o sujeitos também a um controle pelo Poder
Judiciá rio.
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Aula 02

PRINCIPIO DA RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALDIADE

Seria a adequação dos meio e fim de


dado ato, devendo ato ser
racionalizado buscando a medida mais
compatível com a finalidade pú blica a
ser perquirida.

O Poder Pú blico está obrigado, a cada ato que edita, a


mostrar a pertinência (correspondência) em relaçã o à
previsã o abstrata em lei e os fatos em concreto que foram
trazidos à sua apreciaçã o. Este princípio tem relaçã o com
o princípio da motivaçã o. Ex.Atraso servidor- pena demissã o.

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Aula 02

PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO

É a proteçã o constitucionalmente
consagrada no artigo 5º, LV, da
Constituiçã o Federal “aos litigantes em
processo judicial ou administrativo será
assegurado o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes”.
Nas situaçõ es de litígio administrativo aos litigantes será dado
todos os meios e recursos de defesa, tanto pessoal quanto técnica
(através defensor) bem como o direito ao contraditó rio que
garante as partes a possibilidade do exercício do direito de
resistir a uma dada pretensão, ou seja alegado algo
contra/desfavorá vel a minha pessoa posso contraditar e alegar o
contrá rio e vice-versa.
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PRINCIPIO DA SEGURANÇA JURIDICA

A segurança jurídica esta consagrada


no artigo 5º, XXXVI, da CF/88, dispõ e “
a lei não prejudicará o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada.”.

Vedar a aplicaçã o retroativa de nova interpretaçã o de lei no


â mbito da Administraçã o Pú blica.

Assim é possível a mutabilidade das leis, sem que tal mudança


venha a afetar o ato jurídico perfeito, a coisa julgada, bem como o
direito adquirido.

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Aula 02

PRINCIPIO DA SUMPREMACIA DO INTERSSE PÚBLICO

“Art. 1º A Repú blica Federativa do


Brasil, formada pela uniã o indissolú vel
dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado
Democrá tico de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania”;
Parte da idéia de que o fim do Estado é o bem comum, e nã o o individual.
Assim, deve prevalecer o interesse pú blico, o interesse comum, e não o
interesse particular que cada um tem.

Sempre que houver confronto entre os interesses, há de prevalecer o


coletivo. É o que ocorre no caso de desapropriaçã o por utilidade pú blica,
por exemplo.. Seguindo esse princípio e a lei, haverá sim a desapropriaçã o,
com a consequente indenizaçã o do particular (art. 5º, XXIV, CF/88).
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Aula 02

DEMAIS PRINCIPIOS

Da Continuidade dos serviços


públicos;

Da Autotutela.

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Aula 02

PRINCIPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS


PUBLICOS
A execuçã o de um serviço pú blico nã o
pode vir a ser interrompido.

As funçõ es desempenhadas pelo


Estado essenciais ou necessá rias a
coletividade nã o pode parar.

Greve dos servidores pú blicos nã o pode implicar em paralisaçã o


total da atividade, caso contrá rio será inconstitucional (art. 37, VII
da CF).

Corte dos serviços ???

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Aula 02

PRINCIPIO DA AUTOTUTELA

“A Administraçã o Pú blica tem possibilidade


de revisar (rever) seus pró prios atos,
devendo anulá -los por razõ es de ilegalidade
(quando nulos) e podendo revogá -los por
razõ es de conveniência ou oportunidade
(quando inoportunos ou inconvenientes).

A Administraçã o pode anular seus pró prios atos quando eivados


de vícios que os tornem ilegais, porque deles nã o se originam
direitos, ou revogá -los, por motivos de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvados em
todos os casos, a apreciaçã o judicial.

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Aula 02

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha foi


acusado pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, de confundir o público com
o privado ao utilizar a Advocacia-Geral da
União para tentar anular provas contra ele,
que foram recolhidas dentro da sede do
Legislativo.

"O agravo [tipo de recurso apresentado] em questão evoca, em pleno


século XXI, decantado vício de formação da sociedade brasileira: a
confusão do público com o privado. O inquérito em epígrafe investiga
criminalmente a pessoa de Eduardo Cunha, que tem plenitude de meios
para assegurar sua defesa em juízo e, como seria de se esperar, está
representado por advogado. Apesar disso, como declarou publicamente o
Advogado-Geral da União, o investigado solicitou a intervenção da
advocacia pública em seu favor, sob o parco disfarce do discurso da
defesa de prerrogativa institucional", apontou.

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PERGUNTA-SE: CASO A ACUSAÇÃO DO ADVOGADO GERAL DA
UNIÃO SEJA PROCEDENTE, QUAL PRINCIPIO DA
ADMINISTRAÇÃO O PRESIDENTE DA CÂMARA DOS
DEPUTADOS FERIU?

Lembrando que, Em manifestação enviada ao STF nesta


quinta-feira (13), Janot acusa Cunha de usar a AGU "sob o
parco disfarce do discurso da defesa de prerrogativa
institucional".

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