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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS

MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA


VOLUME ÚNICO

COMUM

CAS

IMPRESSO NA GRÁFICA DA EEAR


MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS


VOLUME ÚNICO

Apostila da Disciplina Militares na Administração da


Aeronáutica do Curso de Aperfeiçoamento de
Graduados – CAS.

Edições(es):
1a Edição: SO SAD LEMOS – 2019
2a Edição: SO SAD LEMOS – 2020
3a Edição: SO SAD LEMOS – 2021
4ª Edição: 1S SAD RAFAELA/2S SMU
FRANCO - 2022
1S SAD RAFAELA 2S SMU FRANCO

Revisor(es) Pedagógico(s):

2T PED ÉRICA – 2023

Revisor(es) de Diagramação:

2S SML FABIO – 2023

GUARATINGUETÁ - SP
2023
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.........................................................................................................................7
CAPÍTULO 1 - ESTADO E PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.................11
TÓPICO 1.1 - CONCEITO E OBJETIVOS............................................................................11
TÓPICO 1.2 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
BRASILEIRO..............................................................................................................................13
TÓPICO 1.3 - PRINCÍPIOS EXPRESSOS CONSTITUCIONALMENTE.........................14
TÓPICO 1.4 - PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA...............18
CAPÍTULO 2 - PODERES VINCULADOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.................24
TÓPICO 2.1 - PODERES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.............................................24
TÓPICO 2.2 - PODER DE POLÍCIA JUDICIÁRIA E DE POLÍCIA INVESTIGATIVA. 31
TÓPICO 2.3 - CARACTERÍSTICAS DO PODER DE POLÍCIA........................................33
TÓPICO 2.4 - ABUSO DE PODER..........................................................................................34
CAPÍTULO 3 - ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA........................................38
TÓPICO 3.1 - NOÇÕES BÁSICAS..........................................................................................38
TÓPICO 3.2 - ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM
CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..........................................39
CAPÍTULO 4 - FORÇAS ARMADAS E AERONÁUTICA...................................................42
TÓPICO 4.1 - FORÇAS ARMADAS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL (1988)............................................................................................42
TÓPICO 4.2 - ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA.....................................................44
CAPÍTULO 5 - RESPONSABILIDADES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA47
TÓPICO 5.1 - RESPONSABILIDADE FUNCIONAL...........................................................47
TÓPICO 5.2 - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.............................................................50
TÓPICO 5.3 - RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL OU PESSOAL.................................51
TÓPICO 5.4 - CASOS FORTUITOS E MOTIVOS DE FORÇA MAIOR...........................52
TÓPICO 5.5 - GENERALIDADES..........................................................................................53
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................59
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................60
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APRESENTAÇÃO

Prezado(a) aluno(a), parabéns por sua matrícula neste Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos
(CAS). Trata-se de um grande momento em sua carreira.

Possivelmente, você já teve contato com parte dos assuntos que serão tratados nesta apostila.
Entretanto o que se pretende é sistematizar esse conhecimento de forma a capacitá-lo para exercer as
atribuições de um graduado, visto que, em sua posição hierárquica, serão exigidos conhecimentos e
habilidades para assessorar superiores e orientar equipes compostas por militares mais modernos.

Recomenda-se que estude atentamente todo o conteúdo disponibilizado, até mesmo aquele de que já
tenha conhecimento. Isso contribuirá para que se aproprie, de foma mais efetiva, dos assuntos tratados.

É importante destacar que você será o protagonista na construção de sua aprendizagem; desse
modo, é necessário que desenvolva uma rotina de estudo e mantenha-se atento às etapas do curso.

Segue uma sugestão de roteiro para seus estudos.

1) Registre suas observações iniciais sobre o texto, destacando os pontos mais relevantes.

2) Identifique de 3 a 5 palavras-chave e faça breves anotações sobre cada uma delas.

3) Compare o texto a outras leituras que você já tenha realizado sobre assuntos similares (Quais correlações
e associações você pode fazer com relação ao texto?). Faça breves anotações, infográficos ou desenhos.

4) Experimente decompor o texto em tópicos acrescidos de um breve comentário. Após ter feito essa
decomposição, faça um resumo, reconstruindo o texto com suas próprias palavras a partir dos tópicos.

5) Estabeleça um diálogo sobre o texto utilizando o fórum entre pares no AVA. Você poderá construir um
“mapa mental” sobre o assunto estudado.

6) Faça uso do material complementar disponível na Biblioteca Virtual no AVA.

Votos de sucesso em seus estudos!

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ESTRUTURA DA DISCIPLINA

A disciplina “Militares na Administração da Aeronáutica”, pertencente ao Campo Militar e à área


das Ciências Sociais Aplicadas, tem como objetivos específicos:

a) Conceituar Estado e os princípios da Administração Pública no Brasil (Cn);


b) identificar os poderes e o abuso de poder vinculados à administração (Cn);
c) apontar os atos de improbidade administrativa e aqueles que atentem contra os princípios da
Administração Pública (Cn);
d) identificar as Forças Armadas na Constituição Federal e a Administração da Aeronáutica (Cn); e
e) identificar os tipos de Responsabilidade na Administração da Aeronáutica (Cp).

Buscando atingir os objetivos específicos, a disciplina contará com uma carga horária de 38 (trinta e
oito) tempos para instrução e 04 (quatro) tempos para avaliação, distribuídos em 02 (duas) unidades
didáticas:

1) Administração Pública, Poder e Atos de Improbidade; e

2) Forças Armadas e Responsabilidade na Administração da Aeronáutica.

A Unidade 1 está estruturada da seguinte forma:

1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, PODER E ATOS DE IMPROBIDADE

Objetivos específicos da Unidade 1:


a) Conceituar Estado e os princípios da Administração Pública no Brasil (Cn);
b) identificar os poderes e o abuso de poder vinculados à administração (Cn);
c) apontar os atos de improbidade administrativa e aqueles que atentem contra os princípios da
Administração Pública (Cn).

SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS


a) Definir o Estado e seus poderes (Cn);
b) descrever as características da Administração Pública (Cn);
1. ESTADO E
PRINCÍPIOS DA c) apontar os elementos do Estado (Cn);
ADMINISTRAÇÃO d) relacionar os princípios do Direito Administrativo brasileiro
PÚBLICA expressos constitucionalmente (Cn); e
e) relacionar os princípios implícitos da Administração Pública (Cn).

2. PODERES a) Identificar os poderes vinculados à Administração Pública (Cn);


VINCULADOS À
ADMINISTRAÇÃO b) diferenciar o Poder de Polícia Administrativa do Poder de Polícia
PÚBLICA Judiciária (Cp); e

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c) caracterizar o abuso de poder (Cn).

3. ATOS DE a) Identificar os atos de improbidade administrativa (Cn); e


IMPROBIDADE b) apontar os atos de improbidade administrativa que atentam contra os
ADMINISTRATIVA princípios da Administração Pública (Cn).

A Unidade 2 está assim estruturada:

2. FORÇAS ARMADAS E RESPONSABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO DA


AERONÁUTICA

Objetivos específicos da Unidade 2:


a) Identificar as Forças Armadas na Constituição Federal e a Administração da Aeronáutica
(Cn); e
b) identificar os tipos de Responsabilidade na Administração da Aeronáutica (Cp).

SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS


1. FORÇAS a) Identificar as Forças Armadas na Constituição Federal (Cn); e
ARMADAS E
b) caracterizar a Administração da Aeronáutica (Cn).
AERONÁUTICA
a) Enunciar a Responsabilidade Funcional na Administração da
Aeronáutica (Cn);
b) enunciar a Responsabilidade Solidária na Administração da
Aeronáutica (Cn);

2. c) identificar a Responsabilidade Individual ou Pessoal na


RESPONSABILIDADES Administração da Aeronáutica (Cn);
NA ADMINISTRAÇÃO d) apontar os casos fortuitos e motivos de força maior presentes na
DA AERONÁUTICA Administração da Aeronáutica (Cn);
e) apontar as generalidades sobre a Responsabilidade na
Administração da Aeronáutica (Cn); e
f) distinguir a responsabilidade na administração no contexto da
Aeronáutica (Cp).

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CAPÍTULO 1 - ESTADO E PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Quais são os Princípios da Administração Pública? O que é o Estado?


Você já se fez essas perguntas? Vamos descobrir juntos?

TÓPICO 1.1 - CONCEITO E OBJETIVOS

ESTADO
O Estado é uma criação humana destinada a manter a coexistência pacífica dos indivíduos, a ordem
social, de forma que os seres humanos consigam se desenvolver e proporcionar o bem-estar a toda
sociedade. Pode ser definido como o exercício de poder político, administrativo e jurídico, exercido dentro
de um determinado território e imposto para aqueles indivíduos que ali habitam.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Administração Pública pode ser definida objetivamente como a atividade concreta e imediata
que o Estado desenvolve para assegurar os interesses coletivos e, subjetivamente, como o conjunto de
órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado
(MORAES, 2007). Sob o aspecto operacional, administração pública é o desempenho perene e sistemático,
legal e técnico dos serviços próprios do Estado, em benefício da coletividade (BEM, PRADO E DELFINO,
2013).

A Administração Pública pode ser direta, quando composta pelas suas entidades estatais (União,
Estados, Municípios e DF), que possuem personalidade jurídica própria, ou indireta quando composta por
entidades autárquicas, fundacionais, empresas públicas e sociedades de economia mista (BEM, PRADO E
DELFINO, 2013).

Segundo ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2002), o conceito de Administração Pública divide-
se em dois sentidos: “Em sentido objetivo, material ou funcional, a administração pública pode ser
definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de direito
público, para a consecução dos interesses coletivos. Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, pode-se
definir Administração Pública como sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei
atribui o exercício da função administrativa do Estado” (DI PIETRO, 2004).

Assim, Administração Pública, em sentido material, significa administrar os interesses da


coletividade e, em sentido formal, significa o conjunto de entidades, órgãos e agentes que executam a
função administrativa do Estado (TEIXEIRA E PATRÍCIO, 2011).

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Há que se destacar, no âmbito do Direito Administrativo, que a expressão “Governo” é usualmente


empregada para designar o conjunto de órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado.
O Governo exerce a direção suprema do Estado, determina a forma de realização de seus objetivos,
estabelece diretrizes que pautarão sua atuação, os planos governamentais, sempre visando a conferir
unidade à soberania nacional. Portanto, a noção de Governo está relacionada com a função política de
comando, de coordenação, de direção e de fixação de planos e diretrizes de atuação do Estado (as
denominadas políticas públicas) (ALEXANDRINO et al., 2011).

ELEMENTOS DO ESTADO

O Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis: Povo, Território e


Soberania. A seguir encontram-se as definições desses três elementos essenciais que caracterizam o
Estado.
Povo: é o elemento humano, o grupamento social organizado; reunião de indivíduos num
determinado local, submetidos a um poder central. O Estado vai controlar essas pessoas, visando, por meio
do Direito, o bem comum.

Não se confunde com a ideia de nação, que representa um grupo social com atributos comuns:
étnicos, culturais, língua e religião. Já população, por sua vez, é o conjunto de residentes no território,
sejam eles nacionais ou estrangeiros (bem como os apátridas ou heimatlos). É um conceito meramente
demográfico, mais amplo do que a definição de povo.

Território: espaço geográfico onde reside determinada população. É limite de atuação dos poderes
do Estado. Vale dizer que não poderá haver dois Estados exercendo seu poder num único território, e os
indivíduos que se encontram num determinado território estão submetidos a esse poder uno.

Soberania: é o exercício do poder do Estado, internamente e externamente. O Estado, dessa forma,


deverá ter ampla liberdade para controlar seus recursos, decidir os rumos políticos, econômicos e sociais
internamente e não depender de nenhum outro Estado ou órgão internacional, assegurando a sua autonomia
no cenário mundial.

PODERES DO ESTADO
A existência de três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e a ideia de que haja um equilíbrio
entre eles, de modo que cada um dos três exerça um certo controle sobre os outros, é, sem dúvida, uma
característica das democracias modernas. A noção da separação dos poderes foi intuída por Aristóteles,
ainda na antiguidade, mas foi aplicada pela primeira vez na Inglaterra, em 1653 (COSTA, 2018).

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Sua formulação definitiva, porém, foi estabelecida por Montesquieu, na obra “O Espírito das Leis”,
publicada em 1748, e seu subtítulo é “Da relação que as leis devem ter com a constituição de cada governo,
com os costumes, com o clima, com a religião, com o comércio, etc”. “É preciso que, pela disposição das
coisas, o poder retenha o poder”, afirma Montesquieu, propondo que os Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário sejam divididos entre pessoas diferentes. Com isso, o filósofo francês estabelecia uma teoria a
partir da prática que verificara na Inglaterra, onde morou por dois anos. A influência da obra de
Montesquieu pode ser medida pelo fato de a tripartição de poderes ter se tornado regra em todos os países
democráticos modernos e contemporâneos (OLIVIERI, 2013).

Após suas reflexões e a leitura do conteúdo acima, você saberia distinguir


o Estado, seus elementos e seus poderes?

- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


de um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

TÓPICO 1.2 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO


BRASILEIRO

Na administração gerencial, a noção de interesse público é diferente da que existe no modelo


burocrático. A burocracia vê o interesse público como o interesse do próprio Estado. A Administração
Pública Gerencial nega essa visão, identificando este interesse com o dos cidadãos, passando os integrantes
da sociedade a serem vistos como clientes dos serviços públicos.

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Atualmente, o modelo gerencial na Administração Pública vem cada vez mais se consolidando, com
a mudança de estruturas organizacionais, o estabelecimento de metas a alcançar, a redução da máquina
estatal, a descentralização dos serviços públicos, a criação das agências reguladoras para zelar pela
adequada prestação dos serviços, etc. O novo modelo propõe-se a promover o aumento da qualidade e da
eficiência dos serviços oferecidos pelo Poder Público aos seus clientes: os cidadãos.

TÓPICO 1.3 - PRINCÍPIOS EXPRESSOS CONSTITUCIONALMENTE

A atividade administrativa, em qualquer dos poderes ou esferas, obedece aos princípios gerais e
constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, como impõe a
norma fundamental do Artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que assim
dispõe em seu caput: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e também ao seguinte”.

Para que você compreenda melhor esses princípios, eles serão discutidos
com maiores detalhes nos parágrafos a seguir.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Este princípio, junto ao de controle da Administração pelo Poder Judiciário, nasceu com o Estado
de Direito e constitui uma das principais garantias de respeito aos direitos individuais. Isso porque a lei, ao
mesmo tempo em que os define, estabelece também os limites da atuação administrativa que tenha por
objeto a restrição ao exercício de tais direitos em benefício da coletividade. Esse é o principal conceito para
a configuração do regime jurídico-administrativo, pois se justifica no sentido de que a Administração
Pública só poderá ser exercida quando estiver em conformidade com a Lei.

O Administrador Público não pode agir, nem mesmo deixar de agir, senão de acordo com o que
dispõe a Lei. Para que a Administração possa atuar, não basta a inexistência de proibição legal; é necessária
para tanto a existência de determinação ou autorização de atuação administrativa na Lei. Por sua vez, os
particulares podem fazer tudo o que a Lei não proíba; entretanto, a Administração Pública só pode fazer
aquilo que a Lei autorizar.

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A Administração Pública está obrigada, no exercício de suas atribuições, à observância não apenas
dos dispositivos legais mas também ao respeito aos princípios jurídicos como um todo, inclusive aos atos e
normas editadas pela própria Administração Pública.

PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Por tal princípio, a Administração Pública tem que manter uma posição de neutralidade em relação
aos seus administrados, não podendo prejudicar nem mesmo privilegiar quem quer que seja. Dessa forma, a
Administração Pública deve servir a todos, sem distinção ou versões pessoais ou partidárias, buscando
sempre atender ao interesse público.

Impede o princípio da impessoalidade que o ato administrativo seja emanado com o objetivo de
atender a interesses pessoais do agente público ou de terceiros, devendo ter a finalidade exclusivamente de
cumprir o disposto em lei, de maneira eficiente e impessoal. Importa mencionar que as realizações
governamentais não são do servidor ou da autoridade, mas da entidade pública em nome de quem as
produzira.

A própria Constituição dá uma consequência expressa a essa regra, quando, no § 1º do Artigo 37,
proíbe que conste nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos.
Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade possui estreita relação com o também princípio
constitucional da isonomia, ou igualdade, sendo dessa forma vedadas perseguições ou benesses pessoais.

PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Tal princípio vem expresso na Constituição Federal no caput do Artigo 37, que trata
especificamente da moral administrativa, onde se refere à ideia de probidade e boa-fé. A partir da
Constituição de 1988, a moralidade passou ao status de princípio constitucional; dessa maneira, pode-se
dizer que um ato imoral do ponto de vista administrativo é também um ato inconstitucional.

O jurista francês Maurice Hauriou foi o primeiro a sistematizar o princípio da moralidade. Segundo
esse autor, a atuação da Administração Pública deve observar não só a lei mas a própria moral, porque nem
tudo que é legal é honesto.

Importa salientar que a moralidade administrativa é concebida sob viés jurídico (moralidade
jurídica), ou seja, representa a atuação honesta do administrador na consecução do interesse público, em
conformidade com princípios éticos institucionais. Não se confunde, portanto, com a moral social, que
representa os valores presentes em determinada sociedade.

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A constatação da imoralidade na prática de ato administrativo levará à sua anulação, ou seja, a


moralidade é requisito de validade da atuação do servidor. Assim, o ato poderá ser anulado pela própria
Administração (autotutela) ou pelo Poder Judiciário (controle de legalidade).

Além do agente público que praticou o ato imoral, o particular que tenha concorrido com a
conduta, com ou sem objetivo de beneficiar-se, poderá ser responsabilizado. Logo, a moralidade
administrativa é um princípio que deverá ser observado por todos, administradores públicos e
administrados.

A vedação ao nepotismo é um bom exemplo de tutela ao princípio da moralidade no âmbito da


Administração Pública.

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Por este princípio constitucional, a administração tem o dever de oferecer transparência de todos os
atos que praticar e de todas as informações que estejam armazenadas em seus bancos de dados referentes
aos administrados. Portanto, se a Administração Pública tem atuação na defesa e na busca aos interesses
coletivos, todas as informações e os atos praticados devem ser acessíveis aos cidadãos, para lhes propiciar
o controle da legitimidade da conduta dos agentes administrativos.
Por tal razão, os atos públicos devem ter divulgação oficial como requisito de sua eficácia, salvo as
exceções previstas em lei, em que o sigilo deve ser mantido e preservado. Na esteira desse raciocínio, é
necessário mencionar alguns incisos do Art. 5º da Constituição, que estabelecem regramentos para a
divulgação de informações:

Inciso X: “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação” (“Sic”). Esse
dispositivo visa proteger a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas.

Inciso XIV: “É assegurado a todos o acesso à informação, resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional”. O escopo principal é harmonizar o acesso à informação com a
proteção ao exercício profissional.

Inciso XXXIII: “Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado”. Tem por finalidade salvaguardar a segurança da sociedade quando estabelece situações que serão
protegidas pelo sigilo em razão de sua relevância.

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Inciso LX: “A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem”. Objetiva proteger a intimidade e o interesse social nos
processos judiciais e administrativos.

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
O constitucionalista Alexandre de Moraes (2008) define o princípio da eficiência como aquele que
“impõe à Administração Pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio
do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem
burocracia, e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais
necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitar desperdícios e
garantir-se uma maior rentabilidade social”.

Por tal princípio, temos a imposição exigível à Administração Pública de manter ou ampliar a
qualidade dos serviços que presta ou põe à disposição dos administrados, evitando desperdícios e buscando
a excelência na prestação dos serviços. Tem o objetivo principal de atingir as metas administrativas,
buscando boa prestação de serviço, da maneira mais simples, mais célere e mais econômica, melhorando o
custo-benefício da atividade pública. O administrador deve procurar a solução que melhor atenda aos
interesses da coletividade, aproveitando ao máximo os recursos públicos, evitando, dessa forma,
desperdícios (SILVA, 2015).

Conforme leciona Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “O princípio da eficiência apresenta, na


realidade, dois aspectos: pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual
se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em
relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo
objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público".

- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


Vamos fazer
algumas de um breve comentário.
anotações!

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- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que


foi visto.

Tudo bem até aqui? Tenho certeza de que você saiu inteiro desse nosso
primeiro contato com este tema tão apaixonante!

TÓPICO 1.4 - PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A doutrina administrativa adota diversos princípios implícitos que norteiam a atividade


administrativa do Estado, entretanto nos preocupamos em elencar os principais.

PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO


Tal Princípio, embora não se encontre expresso no enunciado do texto constitucional, é de suma
importância para a atividade administrativa, tendo em vista que, em decorrência do regime democrático
adotado pelo Brasil, bem como o seu sistema representativo, toda a atuação do Poder Público deve ser
consubstanciada pelo interesse público primário (atuação da Administração em consonância com o
interesse coletivo).

Assim, para que o Estado possa atingir a finalidade principal que lhe foi imposta pelo ordenamento
jurídico, qual seja, o interesse público, é assegurada à Administração Pública uma série de prerrogativas,
não existentes no direito privado, para que se alcance a vontade da coletividade. Assim, a supremacia do
interesse público deve se sobressair sobre os interesses particulares dos administrados, pois decorre deste
princípio que, na hipótese de conflito entre o interesse público e o interesse particular, é evidente e lógico
que o interesse coletivo deve prevalecer, respeitados os direitos e as garantias individuais expressos na
Constituição ou dela decorrentes.

PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO


O princípio da indisponibilidade do interesse público é um dos dois pilares do regime jurídico-
administrativo (o outro é o princípio da supremacia do interesse público, estudado anteriormente). Dele
derivam todas as restrições especiais impostas à atividade administrativa. Tais restrições decorrem,
exatamente, do fato de não ser a Administração Pública “dona” da coisa pública, mas mera gestora de bens
e interesses alheios (públicos, isto é, do povo).

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Em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, são vedados ao


administrador da coisa pública qualquer ato que implique em renúncia a direitos da administração, ou que,
de maneira injustificada e excessiva, onerem a sociedade.

PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
Enquanto pela tutela a Administração exerce controle sobre outra pessoa jurídica por ela mesma
instituída, pela autotutela o controle se exerce sobre os próprios atos, com a possibilidade de anular ou
convalidar os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário. É uma decorrência do princípio da legalidade; se a Administração Pública está sujeita à lei,
cabe-lhe, evidentemente, o controle da legalidade.

Esse poder da Administração está consagrado em duas súmulas do STF. Pela de nº 346, “a
Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”; e pela de nº 473, “a
Administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

Também se fala em autotutela para designar o poder que tem a Administração Pública de zelar pelos
bens que integram o seu patrimônio, sem necessitar de título fornecido pelo Poder Judiciário. Ela pode, por
meio de medidas de polícia administrativa, impedir quaisquer atos que ponham em risco a conservação
desses bens.

PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE


O princípio da razoabilidade assevera que a atuação administrativa deva se dar de maneira
equilibrada e coerente, com bom senso, a partir de limites racionalmente aceitos.

O princípio da proporcionalidade possui os seguintes elementos essenciais:

a) adequação: o meio utilizado deve ser compatível com o fim buscado (equilíbrio entre meios e
fins);

b) exigibilidade: a conduta deve ser necessária, sendo o único meio menos gravoso para alcançar o
fim público;

c) proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens têm de superar as desvantagens.

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS


Os serviços públicos não podem parar, devendo manter-se sempre em funcionamento, dentro das
formas e períodos próprios de sua regular prestação, dada a importância que a execução de tais serviços

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representa para a coletividade. Os serviços públicos são prestados no interesse da coletividade, sob regime
de interesse público.

Por esse motivo, sua prestação deve ser adequada, não podendo sofrer interrupções. A interrupção
de um serviço público prejudica toda a coletividade, que dele depende para a satisfação de seus interesses e
necessidades. Decorrência relevante do princípio da continuidade dos serviços públicos é o fato de o texto
constitucional tratar a greve dos servidores públicos não como um direito autoexecutável, de forma
plena, independente de regulação legal, mas sim como um direito a ser exercido nos termos e limites
definidos em lei específica, com o escopo de evitar a paralisação de serviços essenciais para a sociedade

- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


de um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na


hora de fazer uma pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem


Agora, que tal parte do estudo.
uma pausa?

A partir de suas anotações, reconstrua, com suas


palavras, todo o estudo em um ou dois
parágrafos, ou, se preferir, elabore um mapa

Está na hora de mental ou um infográfico sobre o texto.


resumir!

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Exercícios para aprendizagem do capítulo:

Estado e Princípios da Administração Pública

1. Denominação que recebe o elemento humano do Estado, grupamento social organizado, submetido ao
poder central. Qual função a seguir condiz com essa expressão?

a) Povo
b) Nação
c) Cidadão
d) Heimatlos

2. Uma tribo indígena que vive isolada na Amazônia brasileira, compartilhando dos mesmos costumes,
ritos e idioma, pode ser conceituada como

a) Clã.
b) Povo.
c) Nação.
d) Confraria.
e) 3. O Poder deve ser limitado, contido, havendo uma divisão das funções executiva, legislativa e
judiciária, com o objetivo de afastar o predomínio de uma esfera de poder sobre os demais, assegurando a
harmonia necessária para o pleno desenvolvimento do Estado. Qual o nome do filósofo que propôs uma
teoria tripartida dos Poderes?

a) Aristóteles
b) Montesquieu
c) Sócrates
d) Ptolomeu

4. O INSS, que é uma autarquia federal, compõe a estrutura da Administração Pública Indireta e pode ser
conceituada, na visão de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, como pertencente à Administração Pública em
sentido

a) material.
b) objetivo.
c) estrutural.

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d) orgânico.

5. São princípios da Administração Pública:

a) Legalidade, moralidade e discricionariedade.


b) Impessoalidade, publicidade e supremacia dos interesses particulares.
c) Finalidade, motivação e sigilo.
d) Legalidade, publicidade e eficiência.

6. Segundo a administrativista Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2019, p. 67), “sendo Direito Administrativo
de elaboração pretoriana e não codificado, os princípios representam papel relevante nesse ramo do Direito,
permitindo à Administração e ao Judiciário estabelecer o necessário equilíbrio entre os direitos dos
administrados e as prerrogativas da Administração”. Assim, dois são os princípios fundamentais que
decorrem da bipolaridade do Direito Administrativo, ou seja, da liberdade do indivíduo e da autoridade da
Administração. Portanto, são eles identificados como:

a) a impessoalidade e o controle ou tutela.


b) a legalidade e a especialidade.
c) a razoabilidade e a hierarquia.
d) a legalidade e a supremacia do interesse público sobre o particular.

3. 7. Assinale a alternativa que apresenta um princípio administrativo expresso na Constituição da


República Federativa do Brasil.

a) Supremacia do interesse público sobre o interesse privado.


b) Autotutela dos atos administrativos.
c) Razoabilidade.
d) Moralidade.

8. O soldado Fulano de Tal, conforme apuração em Processo Administrativo Disciplinar (PAD), foi punido
com dois dias de detenção. Após ter cumprido a sanção, o Comandante da OM entendeu que o Processo
Disciplinar estava contaminado por vício de ilegalidade, haja vista que não foram assegurados o
Contraditório e a Ampla Defesa ao militar. Dessa forma, houve a anulação do PAD, como decorrência do
exercício do Princípio da:

a) Autotutela.
b) Razoabilidade.
c) Impessoalidade.
d) Supremacia do Interesse Público.

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9. A greve dos servidores públicos não pode impactar diretamente a prestação de serviços públicos
essenciais à população, a exemplo dos atendimentos médicos de emergência nos hospitais públicos. Essa
característica é fruto do Princípio da(o)

a) Eficiência.
b) Impessoalidade.
c) Supremacia do Interesse Público.
d) Continuidade dos Serviços Públicos.

GABARITO

1) A 4) D 7) D
2) C 5) D 8) A
3) B 6) D 9) D

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CAPÍTULO 2 - PODERES VINCULADOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Você deve estar se perguntando “Tá, mas quais os Poderes do Estado


vinculados à Administração Pública? Onde a Administração Pública se
relaciona com o que foi visto?” São muitas dúvidas, não são? Vamos
buscar responder suas dúvidas estudando os Poderes na Administração
Pública logo a seguir.

TÓPICO 2.1 - PODERES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Quando tratamos de poderes administrativos, não estamos falando de faculdade, mas de verdadeiros
poderes-deveres utilizados na busca da promoção e da defesa dos interesses públicos (BARBIERI, 2015).

Os poderes administrativos são, na realidade, deveres. Sobre as características dos poderes


administrativos, de acordo com Barbieri (2015), têm-se:

➢ são poderes irrenunciáveis, ou seja, o administrador não pode nunca abrir mão deles. Não existe a
possibilidade de negociação de poderes, porque sempre deverá haver a promoção do interesse
público;

➢ são condicionados, ou seja, restritos aos limites da Lei. Por isso, quando a Lei atribui um poder, há
uma linha que separa o exercício desse poder e o abuso; e

➢ são aplicados sempre para a promoção da coletividade, para o Estado atingir, de fato, os objetivos
que a sociedade deseja.

PODER VINCULADO
No exercício do Poder Vinculado, a lei tipifica, de forma objetiva e clara, a situação em que o
agente público deve agir e que comportamento deve ser adotado. Preenchidos os requisitos legais, o
administrador é obrigado (poder-dever) a atuar de acordo com o previamente definido em lei. Todos os
requisitos ou elementos do ato administrativo são vinculados ou regrados, o que permite que o ato seja
objeto de controle de legalidade por parte do Poder Judiciário e da própria Administração (autotutela).

Dessa maneira, no tocante aos atos vinculados, não é possível à Administração Pública formular
considerações de oportunidade e conveniência, sendo certo que sua atuação está limitada nos estritos
conteúdos legais.

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Assim, conclui-se que o poder vinculado da Administração Pública obriga o administrador a


obedecer ao princípio da legalidade e, dessa forma, somente poderá produzir atos administrativos caso
estejam em consonância com a Lei, não havendo flexibilidade sobre a execução do ato, tendo em vista que
está diretamente vinculado à Lei.

Exemplos na esfera militar:

a) transferência de ofício para a reserva remunerada do militar que atingir a idade-limite descrita no
Art. 98, I, da Lei 6.880/1980;

b) reforma prevista no Art. 106, I, da Lei 6.880/1980; e

c) demissão ex officio do oficial que tomar posse em cargo ou emprego público permanente estranho
à sua carreira (Art. 142, § 3.º, II, da CF/1988, e Art. 117, da Lei 6.880/1980).

PODER DISCRICIONÁRIO
Pelo Poder Discricionário, o administrador tem a liberdade de praticar a ação, observando critérios
de conveniência, necessidade, oportunidade e conteúdo do ato, mas dentro dos limites impostos pela
Lei. A conveniência se identifica quando o ato interessa, convém ou satisfaz ao interesse público. Há
oportunidade quando o ato é praticado no momento adequado à satisfação do interesse público.

O Poder Discricionário tem como base a autorização legal conferida ao administrador público para
que decida, nos limites da Lei, sobre a conveniência e a oportunidade da prática do ato discricionário, bem
como de escolher seu conteúdo, sendo passível de análise sobre o mérito administrativo.

O Poder Discricionário é necessário porque seria impossível que o legislador previsse todas as
situações possíveis para os diversos comportamentos administrativos. Não se deve confundir, todavia, esse
poder com arbitrariedade, pois o agente público não possui liberdade completa para a prática do ato; ele
deve agir apenas nos limites previamente concebidos na norma autorizativa.

Exemplos na esfera militar:

a) licenciamento ex officio de militares temporários por conveniência do serviço (Art. 121, § 3º,
alínea b, da Lei 6.880/1980);

b) agravamento ou atenuação de punições disciplinares impostas por seus subordinados quando a


autoridade competente as julgar insuficientes ou excessivas em face da transgressão cometida (Art.
50, do RDAer); e

c) relevação do cumprimento de punição disciplinar quando a autoridade competente verificar que a


reprimenda surtiu o efeito desejado (Art. 51, 1, do RDAer).

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PODER HIERÁRQUICO
O Poder Hierárquico dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos e a
atuação de seus agentes, estabelecendo assim a relação de subordinação. Importante esclarecer que
hierarquia se caracteriza pela existência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos, sempre
no âmbito de uma mesma pessoa jurídica (MEIRELLES, 2007).

Assim, podemos verificar a presença da hierarquia entre órgãos e agentes na esfera interna da
Administração Direta do Poder Executivo (União – as Forças Armadas estão inseridas na sua estrutura
orgânica), ou então hierarquia entre órgãos e agentes internamente de uma fundação pública
(Administração Indireta).

Esse poder caracteriza-se pelo poder de comando de agentes administrativos superiores sobre seus
subordinados, contendo a prerrogativa de ordenar, fiscalizar, rever, delegar tarefas a seus subordinados. É o
poder que dispõe o Executivo para distribuir e organizar as funções de seus agentes e órgãos, estabelecendo
relação de subordinação entre seus servidores; tal subordinação, vale destacar, é de caráter interno, somente
aplicável dentro da própria Administração Pública.

A hierarquia estabelece relações de coordenação e de subordinação entre os agentes públicos,


adquirindo, assim, uma feição de subordinação escalonada, com o objetivo de ordenar as atividades
administrativas. Para a preservação do princípio hierárquico, é indispensável mencionar que o
descumprimento de ordem de superior hierárquico constitui-se ato ilícito, passível de punição
administrativa e penal. Assim, o servidor público subalterno deve estrita obediência às ordens e, às demais
instruções legais de seus superiores.

O Poder Hierárquico está intrinsecamente relacionado às funções institucionais dos militares, com
fulcro na Constituição da República Federativa do Brasil (Art. 142, caput), assegurando às Forças Armadas
o importante papel de instituições nacionais permanentes e regulares, estruturadas com base no binômio
hierarquia-disciplina. A estrutura hierárquica das Forças Armadas está consolidada, em nível
infraconstitucional, no Art. 14, § 1º, da Lei nº 6.880/80 (Estatuto dos Militares), que reflete o pleno
exercício do Poder Hierárquica no âmbito da caserna.

PODER DISCIPLINAR

O Poder Disciplinar é o responsável por punir internamente não só as infrações funcionais dos
servidores, sendo indispensável não só à apuração regular da falta, mas também as infrações de todas as
pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e dos serviços da Administração. Decorre da supremacia especial
que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à Administração.

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Quando houver apuração de infração funcional cometida por agente público, o Poder Disciplinar
decorrerá do Poder Hierárquico, na medida em que haverá descumprimento de dever funcional, cabendo
ao superior hierárquico o controle da atuação de seus subordinados. O exercício do Poder Disciplinar é
obrigatório (poder-dever), o que significa dizer que a infração administrativa, uma vez identificada ou
denunciada, deve ser apurada.

Assim, não há margem de discricionariedade ao administrador com relação ao exercício do Poder


Disciplinar. Também não se confunde com o poder punitivo do Estado, que é realizado por meio do Poder
Judiciário e é aplicado com finalidade social, visando à repressão de crimes e contravenções devidamente
tipificados nas leis penais. Em se tratando de servidor público, as penalidades disciplinares vêm definidas
nos respectivos Estatutos, como é o caso dos Servidores Públicos Federais, regidos pela Lei nº 8.112/90.

Além disso, a Lei costuma dar à Administração o poder de levar em consideração, na escolha da
pena, a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço público (Art. 128,
do Estatuto Federal – Lei nº 8.112, de 11-12-90, e Art. 252, do Estatuto Estadual).

Também a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei nº 4.657/42), com as


alterações introduzidas pela Lei nº 13.655/18, contém norma semelhante no Artigo 22, § 2º, aplicável aos
gestores públicos: “Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração
cometida, os danos que dela provierem para a Administração Pública, as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes do agente”.

Não se pode falar que exista aí discricionariedade, no sentido de liberdade de escolha da sanção,
segundo critérios de oportunidade e conveniência (mérito do ato administrativo), uma vez que a decisão
tem que ser adequadamente motivada e deve basear-se em fatos devidamente apurados em processos
administrativos em que se assegure a observância do devido processo legal, especialmente o direito de
defesa e contraditório, tal como previsto no Artigo 5º, LV, da Constituição (DI PIETRO, 2018). Seria
inaceitável que a sanção pudesse ser escolhida segundo critérios de oportunidade e conveniência. Por
outras palavras, deve haver uma relação de adequação e proporção entre os fatos apurados e a penalidade
aplicada.

No âmbito das Forças Armadas, o Art. 14, § 2º, da Lei nº 6.880/80 (Estatuto dos Militares) define os
contornos da disciplina na esfera militar. Nesse diapasão, o Decreto nº 76.322, de 22 de setembro de 1975,
aprovou o Regulamento Disciplinar da Aeronáutica (RDAer), importante ferramenta na contenção de
desvios disciplinares cometidos pelos integrantes da Força Aérea Brasileira, fruto do exercício do Poder
Disciplinar no âmbito de convivência das Organizações Militares.

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- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


de um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

Você saberia responder quais os Poderes no contexto de sua Organização


Militar? Que tal prosseguirmos em nossa jornada, contextualizando, em
sua própria Organização, os Poderes estudados? Vamos juntos?

PODER REGULAMENTAR
O Poder Regulamentar caracteriza-se como uma das formas pelas quais se expressa a função
normativa do Poder Executivo. Pode ser definido como aquilo que cabe ao Chefe do Poder Executivo da
União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, no sentido de editar normas complementares à
Lei, para sua fiel execução.

Doutrinariamente, admitem-se dois tipos de regulamentos: o regulamento executivo e o


regulamento independente ou autônomo. O primeiro complementa a Lei ou, nos termos do Artigo 84, IV,
da Constituição, contém normas “para fiel execução da Lei”. Ele não pode inovar na ordem jurídica,
criando direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas, até porque ninguém é obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de Lei, conforme Artigo 5º, II, da Constituição; ele tem
que se limitar a estabelecer normas sobre a forma como a Lei vai ser cumprida pela Administração.
Manifesta-se, ordinariamente, por meio de decretos.

O regulamento autônomo ou independente inova na ordem jurídica, porque estabelece normas sobre
matérias não disciplinadas em Lei; ele não completa nem desenvolve nenhuma Lei prévia. Contudo, o tema
é controverso, pois há intérpretes que não aceitam o regulamento autônomo na sua configuração conceitual
de autonomia, com caráter normativo, disciplinando assuntos que, a bem da verdade, escapariam de sua
competência.

Além do decreto regulamentar, o poder normativo da Administração ainda se expressa por meio de
resoluções, portarias, deliberações, instruções, editadas por autoridades que não o Chefe do Executivo. O

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Artigo 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição da República, outorga aos Ministros de Estado
competência para “expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos (DI PIETRO,
2009).

Há, ainda, os regimentos, pelos quais os órgãos colegiados estabelecem normas sobre o seu
funcionamento interno. Todos esses atos estabelecem normas que têm alcance limitado ao âmbito de
atuação do órgão expedidor. Não têm o mesmo alcance nem a mesma natureza que os regulamentos
baixados pelo Chefe do Executivo (DI PIETRO, 2008).

Em todas essas hipóteses, o ato normativo não pode contrariar a Lei, nem criar direitos, impor
obrigações, proibições, penalidades que nela não estejam previstos, sob pena de ofensa ao Princípio da
Legalidade (Arts. 5º, II, e 37, caput, da Constituição da República).

PODER DE POLÍCIA
A partir da Constituição Federal e das leis em nosso ordenamento jurídico, foram conferidos vários
direitos aos cidadãos, que, por sua vez, têm o seu pleno exercício vinculado ao bem-estar social. Assim, é
por meio do Poder de Polícia que a Administração limita o exercício dos direitos individuais e coletivos
com o objetivo de assegurar a ordem pública, estabelecendo assim um nível aceitável de convivência
social.

É o poder deferido ao Estado, necessário ao estabelecimento das medidas que a ordem, a saúde e a
moralidade pública exigem. O princípio norteador da aplicação do Poder de Polícia é a predominância do
interesse público sobre o interesse privado. O Poder de Polícia resume-se na prerrogativa conferida à
Administração Pública para, na forma e nos limites legais, condicionar ou restringir o uso de bens, o
exercício de direitos e a prática de atividades privadas, com o objetivo de proteger os interesses gerais da
coletividade.

Assim, é a atividade do Estado que consiste em limitar o exercício dos direitos individuais em
benefício do interesse público. Mesmo sendo considerado como Poder Discricionário da Administração, o
Poder de Polícia é controlado e limitado pelo ordenamento jurídico, que regula a atuação da própria
Administração, isso porque o Estado deve sempre perseguir o interesse público, mas sem que haja ofensa
aos direitos individuais garantidos por Lei.

Dessa forma, podemos concluir que o Poder de Polícia é um poder de vigilância, cujo objetivo
maior é o bem-estar social, impedindo que os abusos dos direitos pessoais possam ameaçar os direitos e
interesses gerais da coletividade. Portanto, decorre do Poder de Polícia a aplicação de sanções para fazer
cumprir suas determinações, fundamentadas na Lei. Assim, diversas são as sanções passíveis de aplicação,

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previstas nas mais variadas e esparsas leis administrativas, que podem ser aplicadas no âmbito da atividade
de Polícia Administrativa.

- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


de um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

E então? Conseguiu identificar algum desses Poderes em sua Organização


Militar?

PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA


O objetivo principal do Poder de Polícia Administrativa é manter a ordem pública em geral, atuando
em situações em que é possível a prevenção de possíveis cometimentos de infrações legais. Poderá atuar
tanto preventivamente como de forma repressiva; porém, em ambos os casos, a atuação da Polícia
Administrativa tem a finalidade de evitar e impedir comportamentos dos indivíduos que possam causar
prejuízos para a sociedade.

O Poder de Polícia Administrativa visa à proteção específica de valores sociais, vedando a prática
de condutas que possam ameaçar a segurança pública, a ordem pública, a tranquilidade e o bem-estar
social, a saúde e a higiene coletiva, a moralidade pública, entre outras atribuições.

É importante esclarecer que o Poder de Polícia Administrativa incide sobre atividades e sobre bens,
não diretamente sobre os cidadãos, haja vista que não existem sanções aplicadas decorrentes do Poder de
Polícia Administrativa que impliquem restrição ao direito de liberdade das pessoas, como detenção e
prisão.

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Assim, várias são as sanções decorrentes do Poder de Polícia Administrativa, tais como: multa
administrativa; demolição de construções irregulares; apreensão de mercadorias com entrada irregular no
território nacional; interdição de estabelecimentos comerciais que estão em desacordo com a Lei; embargos
administrativos a obras, entre outras atribuições.

TÓPICO 2.2 - PODER DE POLÍCIA JUDICIÁRIA E DE POLÍCIA INVESTIGATIVA

A Constituição da República estabelece uma distinção entre as funções de Polícia Judiciária e as


funções de Polícia Investigativa.

Os incisos I e II do § 1º do Art. 144 da Carta Magna (Constituição) outorgam à Polícia Federal


atribuições para apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens,
serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo
se dispuser em Lei, bem como prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, já o inciso IV estabelece que a Polícia Federal destina-se a exercer, com
exclusividade, as funções de Polícia Judiciária da União. Portanto, a função investigativa está descrita
nos dois primeiros incisos (I e II), de maneira distinta das funções de Polícia Judiciária.

Destarte, por funções de Polícia Investigativa devem ser entendidas as atribuições ligadas à colheita
de elementos informativos quanto à autoria e à materialidade das infrações penais. Por outro lado, a
expressão Polícia Judiciária está relacionada às atribuições de auxiliar o Poder Judiciário, cumprindo
ordens judiciárias relativas à execução de mandados de prisão, busca e apreensão, condução coercitiva de
testemunhas, entre outras atribuições. Portanto, a Constituição da República, no seu Art. 144, § 4º, prevê
que a Polícia Civil tem funções de Polícia Judiciária e de apuração de infrações penais. Observa-se uma
clara distinção entre as funções de Polícia Judiciária e funções de apuração de delitos. Contudo, há autores
que não contemplam a divisão de atribuições, entendendo que a Polícia Judiciária atua, a um só tempo,
auxiliando o Poder Judiciária e apurando as infrações penais.

A Polícia Militar, via de regra, exerce a função de Polícia Administrativa (ostensiva), objetivando
prevenir, impedir a prática de delitos, com base no Art. 144, § 5º, da Constituição da República.

É imperioso destacar que uma mesma Polícia pode exercer diversas funções. Exemplo: quando um
Policial Militar anda fardado pelas ruas, atua no exercício de funções típicas de Polícia Administrativa,
pois objetiva impedir a prática de crimes, preservando a ordem pública.

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Por sua vez, supondo a prática de um crime militar por um policial militar do Estado do Rio de
Janeiro, as investigações do delito ficarão sob a responsabilidade da própria Polícia Militar em comento,
cujo Encarregado (função similar, na Polícia Civil, à do Delegado) agirá no exercício de função de Polícia
Investigativa.

Por derradeiro, segundo o Art. 8º, “c”, do Código de Processo Penal Militar (CPPM), incumbe à
Polícia Judiciária Militar cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar, atribuição inerente
às suas funções.

No que concerne às Forças Armadas, o raciocínio é o mesmo. Exemplo: se houver a prática de


crime militar de motim, caberá a apuração do delito à respectiva Força, sendo designado um oficial para
exercer a função de encarregado. Feita a apuração, o Inquérito Policial Militar será encaminhado para a
Justiça Militar da União.

- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


de um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

DIFERENÇAS ENTRE POLÍCIA ADMINISTRATIVA E POLÍCIA JUDICIÁRIA

Diante dos conceitos e das explicações acima, passamos a identificar as principais diferenças entre a
atuação da Polícia Administrativa e a da Polícia Judiciária.

A Polícia Administrativa é regida pelas normas do Direito Administrativo, sendo considerada


infração administrativa a não observância aos preceitos normativos constantes das normas e dos
regulamentos administrativos, enquanto que a Polícia Judiciária é regulamentada pelas normas do Direito
Penal e Processual Penal.

A atividade de Polícia Administrativa é executada pelos órgãos e agentes públicos escalonados e


mantidos pela Administração Pública; a Polícia Judiciária, por sua vez, tem suas atividades executadas
privativamente por organizações especializadas no combate e na repressão à prática criminosa, ou seja,
pela Polícia Civil e pela Polícia Federal, via de regra.

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As penalidades, no caso da Polícia Administrativa, incidem exclusivamente em produtos e serviços,


enquanto as penalidades previstas para a atuação da Polícia Judiciária recaem sobre pessoas, podendo, em
alguns casos, ocorrer em face de apreensão de produtos, desde que sejam de origem criminosa.

Interessante conhecer (ou relembrar) tudo isso, não é mesmo? Na posição


de integrantes da Força Aérea Brasileira, precisamos saber todos esses
conceitos vistos até agora!

TÓPICO 2.3 - CARACTERÍSTICAS DO PODER DE POLÍCIA


A doutrina administrativa majoritária considera as principais características do Poder de Polícia: a
autoexecutoriedade, a coercibilidade, a discricionariedade e o limite do poder de polícia. Essas
características estão descritas a seguir.

AUTOEXECUTORIEDADE
Constitui prerrogativa aos atos emanados por força do Poder de Polícia a característica da
autoexecutoriedade imediatamente a partir de sua edição; isso ocorre porque as decisões administrativas
trazem em si a força necessária para a sua autoexecução.

Os atos de autoexecutoriedade do Poder de Polícia são aqueles que podem ser materialmente
implementados pela administração, de maneira direta, inclusive mediante o uso de força, caso seja
necessário, sem que a Administração Pública precise de uma autorização judicial prévia.

A autoexecutoriedade dos atos administrativos fundamenta-se na natureza pública da atividade


administrativa, que observa o interesse público; assim, a faculdade de revestimento do ato administrativo
pela característica da autoexecução de seus próprios atos se manifesta principalmente pela supremacia do
interesse público sobre o particular.

COERCIBILIDADE

Trata-se da imposição coercitiva das decisões adotadas pela Administração Pública, objetivando a
garantia do cumprimento, mesmo que forçado, do ato emanado mediante o Poder de Polícia.

Cumpre esclarecer que todo ato de Polícia tem caráter imperativo e obrigatório, ou seja, temos a
possibilidade de a Administração Pública, de maneira unilateral, criar obrigações para os administrados, ou
então impor-lhes restrições.

Dessa forma, não existe ato de polícia de cumprimento facultativo pelo administrado, haja vista que
todo o ato adotado com fundamento no Poder de Polícia admite a coerção estatal, a fim de torná-lo efetivo,
sendo certo que tal coerção independe de prévia autorização judicial.

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DISCRICIONARIEDADE
Os atos discricionários são aqueles que a Administração Pública pode praticar com certa liberdade
de escolha e decisão, sempre dentro dos termos e dos limites legais, quanto ao seu conteúdo, seu modo de
realização, sua oportunidade e a conveniência administrativa.

Dessa maneira, na edição de um ato discricionário, a legislação outorga ao agente público certa
margem de liberdade de escolha, diante da avaliação de oportunidade e conveniência da prática do ato.

LIMITES DO PODER DE POLÍCIA


Muito embora a discricionariedade seja característica do ato emanado com fundamento no Poder de
Polícia, a Lei impõe alguns limites quanto à competência, à forma e aos fins almejados pela Administração
Pública, não sendo o Poder de Polícia um poder absoluto, visto que encontra limitações legais.

Não podemos perder de vista que toda a atuação administrativa, seja em que esfera for, deve
obediência ao princípio administrativo constitucional da legalidade, devidamente previsto no Artigo 37, da
Constituição Federal.

Assim, toda atuação administrativa pautada dentro dos limites legais, seja quanto à competência do
agente que executou a atividade administrativa seja quanto à forma com que foi realizada, será considerada
um ato legal e legítimo, desde que atenda ao interesse público. De outra forma, o ato administrativo que for
praticado com vícios de competência, ilegalidades, ilegitimidades, ou, ainda, que contrarie o interesse
público será considerado um ato ilegal, praticado com abuso ou desvio de poder.

Os limites impostos à atuação do Poder de Polícia se destinam a vedar qualquer manifestação


administrativa revestida de arbitrariedade e ilegalidade por parte do agente público, sendo certo que todo e
qualquer ato administrativo poderá ser levado à análise de legalidade pelo Poder Judiciário, que tem o
poder jurisdicional de anular ato ilegal ou ilegítimo.

TÓPICO 2.4 - ABUSO DE PODER

Conforme Lei Federal nº 8.429/92, o exercício ilegítimo das prerrogativas conferidas pelo
ordenamento jurídico à Administração Pública caracteriza, de modo genérico, o denominado abuso de
poder.

Dessa maneira, o abuso de poder ocorre diante de uma ilegitimidade, ou diante de uma ilegalidade,
cometida por agente público no exercício de suas funções administrativas, o que nos autoriza a concluir

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EEAR CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA 35 / 61

que o abuso de poder é uma conduta ilegal cometida pelo agente público, portanto, toda atuação
fundamentada em abuso de poder é ilegal.

Importante destacar que é plenamente possível o abuso de poder assumir tanto a forma comissiva
(ativa) quanto a omissiva, ou seja, o abuso tanto pode ocorrer devido a uma ação ilegal do agente público
quanto de uma omissão considerada ilegal. O abuso de poder pode ocorrer de duas maneiras: excesso de
poder ou desvio de poder (desvio de finalidade).

a) Excesso de poder: ocorre quando o agente público atua fora dos limites de sua competência, ou
seja, o agente público não tem a competência funcional prevista em Lei para executar a atividade
administrativa.

b) Desvio de poder (desvio de finalidade): ocorre quando a atuação do agente é pautada dentro dos
seus limites de competência, mas contraria a finalidade administrativa que determinou ou autorizou
a sua atuação.

- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida
de um breve comentário.
Vamos fazer - A partir da leitura delas, tente reconstruir o
algumas anotações! que foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na


hora de fazer uma pausa.
Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem
Agora, que tal uma parte do estudo.
pausa?

A partir de suas anotações, reconstrua, com suas


palavras, todo o estudo em um ou dois
parágrafos, ou, se preferir, elabore um mapa
mental ou um infográfico sobre o texto.

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36 / 61 CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA EEAR

Está na hora de
resumir!

Exercícios para aprendizagem do capítulo

Poderes Vinculados à Administração Pública

Avançamos mais um degrau acerca dos Militares na Administração da


Aeronáutica. Podemos verificar sua compreensão acerca do conteúdo
deste capítulo? Como nos exercícios de aprendizagem anterior, a proposta
é que você consulte as suas anotações, o fórum de debates ou outro
recurso, desde que responda às questões a seguir.

1. É correta a assertiva de que o Poder de Polícia, no âmbito de cada Estado da Federação,

a) é exercido, privativamente, pelas Polícias Militar e Civil, a primeira na condição de polícia de


manutenção da ordem pública e a segunda como polícia judiciária.
b) consiste na atividade estatal, exercida por toda a Administração Pública, de condicionar a
liberdade e a propriedade de seus cidadãos, ajustando-as aos interesses coletivos.
c) é exercido, exclusivamente, por meio de coerção fática e concreta sobre o particular, no sentido
de que respeite os limites de sua liberdade e propriedade.
d) pode ser exercido, além das Polícias Militares e Civis, também e apenas pelas Guardas
Municipal e Metropolitana.

2. O Poder de Polícia tem como uma de suas características a

a) autoexecutoriedade.
b) flexibilidade.
c) seletividade.
d) razoabilidade.

3. A instauração de Inquérito Policial Militar (IPM) no âmbito de uma Organização Militar, com o objetivo
de apurar indícios do cometimento do crime de deserção e de sua respectiva autoria, define o exercício do

a) Poder de Polícia Administrativa.


b) Poder de Polícia da Aeronáutica.
c) Poder de Polícia Judiciária.

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EEAR CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA 37 / 61

d) Poder de Autotutela.

4. Assinale a alternativa que apresenta enunciado correto:

a) Não incide o Poder Hierárquico no âmbito das Forças Armadas.


b) A autoexecutoriedade é uma característica do Poder Vinculado.
c) O Poder Regulamentar é inerente ao Chefe do Poder Executivo.
d) Os Poderes Administrativos são verdadeiras ações facultativas na gestão pública.

GABARITO

1) B 4) C
2) A
3) C

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38 / 61 CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA EEAR

CAPÍTULO 3 - ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Gostou do conteúdo até aqui? As “coisas” aparentam fazer mais sentido


para você? Isso é bom! Indica que você está crescendo profissionalmente.
Vamos seguir em frente vendo um pouco sobre Atos de Improbidade
Administrativa. Vamos lá!

TÓPICO 3.1 - NOÇÕES BÁSICAS

Todos que, de alguma forma, lidam com a coisa pública devem adotar um comportamento ético e
moral, atuando de maneira honesta, honrada, imparcial e sempre zelando para o fiel cumprimento de suas
atribuições legais, buscando a satisfação do interesse público, e não seu próprio interesse ou de terceiros.

A Lei Federal n° 14.230, de 25 de outubro de 2021, alterou a Lei de Improbidade Administrativa,


que estava em vigor desde 1992, e trouxe a exigência do dolo (intenção) para que os agentes públicos
sejam responsabilizados. Anteriormente, danos causados por imprudência, imperícia ou negligência
poderiam ser configurados como improbidade. Agora, com a sanção da referida Lei em 2021, a ação
deverá comprovar a vontade livre e consciente do agente público de alcançar o resultado ilícito, não
bastando a voluntariedade ou o mero exercício da função. Também não poderá ser punida a ação ou a
omissão decorrentes de divergência na interpretação da Lei.

É importante salientar que a alteração mais relevante que a nova Lei apendeu foi a exigência de
uma conduta dolosa (vontade livre e consciente, intenção) para a devida responsabilização do agente
público.

Para os efeitos dessa Lei, considera-se agente público o agente político, o servidor público e todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades referidas no Art. 1º da referida Lei. (Art. 2º)

Suas disposições são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Art. 3º)

O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente estão
sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio transferido. (Art.
8º)

A redação dada pela Lei Federal n° 14.230/21 dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da
prática de atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do Art. 37 da Constituição Federal.

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EEAR CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA 39 / 61

A natureza jurídica da improbidade é de ação civil, não tendo prerrogativas de foro nem de função;
tem a propositura da ação na Vara Cível, iniciando-se, em primeiro grau, com o juiz singular.

TÓPICO 3.2 - ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM CONTRA OS


PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Conforme o Artigo 11° da Lei Federal n° 14.230/21, constitui-se ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da Administração Pública qualquer ação ou omissão dolosa que viole os
deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas:

a) revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco a
segurança da sociedade e do Estado;

b) negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da
sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;

c) frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento


ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de
terceiros;

d) deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para
isso, com vistas a ocultar irregularidades;

e) nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas; e

f) praticar, no âmbito da Administração Pública e com recursos do erário, ato de publicidade que
contrarie o disposto no § 1º do Art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas, de obras, de serviços ou de
campanhas dos órgãos públicos.

a)

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- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


de um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

A partir de suas anotações, reconstrua, com suas


palavras, todo o estudo em um ou dois
parágrafos, ou, se preferir, elabore um mapa

Está na hora de mental ou um infográfico sobre o texto.


resumir!

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na


hora de fazer uma pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem


Agora, que tal parte do estudo.
uma pausa?

Exercícios para aprendizagem do capítulo

Atos de Improbidade Administrativa

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Vejo que você está progredindo. Parabéns! Entretanto, precisamos avaliar


a qualidade de seu estudo. Não “pule” esta etapa; ela é essencial para seu
aprendizado.

1. Assinale a alternativa correta no que se refere à principal alteração que a Lei Federal n° 14.230/21
trouxe para a devida responsabilização do agente público.

a) O agente público poderá ser responsabilizado mediante ação ou omissão decorrente de


divergência na interpretação da Lei.
b) O agente público poderá ser responsabilizado mediante conduta dolosa ou culposa.
c) O agente público só poderá ser responsabilizado mediante conduta culposa.
d) O agente público só poderá ser responsabilizado mediante conduta dolosa.

2. Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para isso,
com vistas a ocultar irregularidades, constitui-se em ato de improbidade administrativa que atenta contra
a) o caráter público do processo seletivo.
b) os princípios da Administração Pública.
c) a supremacia do interesse privado.
d) a autonomia da vontade.

GABARITO

1) D
2) B

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CAPÍTULO 4 - FORÇAS ARMADAS E AERONÁUTICA


Agora que você já entendeu um pouquinho mais sobre os assuntos tratados
nos capítulos anteriores, podemos seguir em frente! Uma dúvida: você
saberia dizer qual a relação da Aeronáutica com as Forças Armadas?
Vamos conferir juntos!

TÓPICO 4.1 - FORÇAS ARMADAS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO


BRASIL (1988)

Assim preconiza o Art. 142 da Constituição da República: “As Forças Armadas, constituídas pela
Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se
à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
ordem”.

Vale lembrar que nem sempre foi assim. Primeiramente, a Força Militar, expressão utilizada na
Constituição de 1824, era composta pela Força Armada de Mar e pela Força Armada de Terra. Somente
com a criação do antigo Ministério da Aeronáutica, em 20 de janeiro de 1941, é que surgiu o terceiro braço
armado, denominado, à época, Forças Aéreas Nacionais. A Constituição de 1946 foi a primeira a
incorporar ao texto constitucional a composição tríplice das Forças Armadas, o que foi mantido nas
Constituições posteriores.

As Forças Armadas são instituições nacionais permanentes e regulares. A Constituição de 1891 foi
a primeira a conferir às Forças de Terra e às de Mar a condição de instituições nacionais permanentes. Tal
previsão, entretanto, no magistério de José Afonso da Silva, já se encontrava de forma implícita na
Constituição de 1824, que se referia a Forças Militares Permanentes de Mar e Terra (Art. 146). As
Constituições posteriores mantiveram, em seu bojo, a mesma previsão.

De acordo com Pontes de Miranda (1967), declaram-se permanentes as Forças Armadas para que
nunca possam ser dissolvidas. Por isso, embora não conste, expressamente, no rol das cláusulas pétreas,
que são núcleos imodificáveis da Constituição (Art. 60, § 4.º, da CF/1988), não podem ser abolidas,
suprimidas ou extintas por meio de emenda constitucional, mas tão-somente por Assembleia Nacional
Constituinte (que modifica a ordem constitucional vigente, implantando uma nova ordem).

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EEAR CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA 43 / 61

São organizadas com base na hierarquia e na disciplina. A hierarquia e a disciplina, princípios


constitucionais inerentes às instituições militares, são os alicerces institucionais das Forças Armadas. A
hierarquia militar consiste na ordenação da autoridade por postos e graduações dentro da estrutura
organizacional das Forças Armadas. A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico. A
disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições
que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico. A disciplina e
o respeito hierárquico devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida entre militares da ativa, da
reserva remunerada e reformados (ABREU, 2010).

Sujeitam-se à autoridade suprema do Presidente da República. Tradicionalmente, o legislador


constitucional tem submetido as Forças Armadas ao Comando Supremo do Chefe do Poder Executivo
Federal. Trata-se de comando político. O comando tático e operacional compete aos Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica (ABREU, 2010).

Destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer
destes, da lei e da ordem. São, portanto, os garantes materiais da própria subsistência do Estado e da
perfeita realização dos seus fins, atuando, preventiva e repressivamente, contra ameaças internas ou
externas. Preventivamente, por meio do poder de dissuasão (ABREU, 2010).

Quanto mais bem treinadas e aparelhadas forem as Forças Armadas brasileiras, maior será o grau de
intimidação à prática de atos internos ou externos que atentem contra a soberania nacional, a garantia dos
poderes constitucionais e da lei e da ordem repressivamente, por meio da força, para repelir agressões
externas ou internas (ABREU, 2010).

Dispõe, portanto, o Estado brasileiro de permanente, valiosa e indispensável instituição voltada à


manutenção da forma federativa, da soberania, da independência nacional, da garantia dos poderes
constituídos e, em casos excepcionais, da lei e da ordem (ABREU, 2010).

Os membros das Forças Armadas são denominados militares. São vedados aos militares o direito de
greve, o de sindicalização e o de filiação partidária (CF, Art.142, § 3º, IV e V).

Caso o militar da ativa seja empossado em cargo, emprego público ou função pública civil, duas
situações poderão ocorrer, conforme a natureza do vínculo e nos termos da Lei:

a) no caso do Art. 142, § 3º, inciso II, o militar em atividade (da ativa) que tomar posse em cargo ou
emprego público civil PERMANENTE será transferido para a reserva, com a ressalva do Art. 37, inciso
XVI, alínea “c” (“XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI, alínea “c”) a de dois
cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas”).

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44 / 61 CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA EEAR

Exemplos:

1) o militar que obtiver aprovação no concurso para auditor fiscal não poderá acumular remunerações,
devendo ser transferido para a reserva ao ocupar o cargo público de auditor; e

2) outra situação, delineada no inciso XVI, “c”, do Art. 37, refere-se ao militar médico que presta
concurso para uma Prefeitura (Administração Pública), podendo, nesse caso, acumular
remunerações, considerando a exceção constitucional.

Como se observa pelos exemplos, o cargo de auditor fiscal não permite a acumulação
remuneratória, ao passo que o cargo inerente à profissão de médico (área da saúde) a permite, considerando
o seu exercício público (Administração Pública).

b) no caso do Art. 142, § 3º, inciso III, o militar da ativa que, de acordo com a Lei, tomar posse em
cargo, emprego ou função pública civil TEMPORÁRIA, não eletiva (não eleitoral), ainda que da
administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no Art. 37, inciso XVI, alínea "c” (conforme já visto,
pode acumular nessa situação), ficará agregado ao respectivo quadro, sendo, depois de dois anos de
afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva.

Exemplos:

1) Segundo-Sargento designado para ocupar cargo público civil, temporário, na Presidência da


República; e

2) Capitão designado para ocupar cargo público civil, temporário, na Advocacia da União.

Observação: nos dois casos, o afastamento não poderá ultrapassar dois anos, sob pena de ser
transferido para a reserva.

TÓPICO 4.2 - ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA

A Administração da Aeronáutica é regida pelos Princípios Constitucionais e Infraconstitucionais


que regulam a Administração Pública Federal, bem como demais normas legais e infralegais, de forma a
assegurar:

1. o cumprimento da missão constitucional do Comando da Aeronáutica; e

2. a economicidade, a eficácia, a eficiência, a integridade e a transparência na gestão orçamentária,


financeira e patrimonial e a efetividade dos programas do COMAER.

Cabe ressaltar que na aplicação dos princípios citados, a Administração da Aeronáutica deve primar
pela simplificação e pela desburocratização dos processos, além de observar, no exercício de todas as

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EEAR CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA 45 / 61

atividades, tarefas e processos administrativos, a relação custo versus benefício, a qualificação adequada, o
rodízio do efetivo no preenchimento dos cargos e dos o exercício de funções, a definição de
responsabilidades, a segregação de funções e a aderência às diretrizes e às normas legais em vigor.

O Regulamento de Administração da Aeronáutica – RCA 12-1 (RADA-e) tem por finalidade


estabelecer as normas gerais para as organizações militares e as atribuições e as responsabilidades de seus
agentes, bem como as dos detentores de bens e valores públicos do COMAER. Orientações, instruções e
prescrições específicas podem constituir publicações complementares, emanadas do Estado-Maior da
Aeronáutica (EMAER) e dos Órgãos Centrais dos Sistemas ou dos Órgãos competentes que tratam das
matérias referidas e contempladas nesse Regulamento.

- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-


chave que melhor representam o que foi estudado
até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de


um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora


de fazer uma pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem


Agora, que tal parte do estudo.
uma pausa?

A partir de suas anotações, reconstrua, com suas


palavras, todo o estudo em um ou dois
parágrafos, ou, se preferir, elabore um mapa

Está na hora de mental ou um infográfico sobre o texto.


resumir!

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46 / 61 CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA EEAR

Exercícios para aprendizagem do capítulo

Forças Armadas e Aeronáutica

Avançamos mais um degrau acerca dos Militares na Administração da


Aeronáutica. Podemos verificar sua compreensão acerca do conteúdo
deste capítulo?

1. Quem é a Autoridade Suprema das Forças Armadas?


a) Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas
b) Presidente da República
c) Presidente do Senado
d) Ministro da Defesa

2. Qual a primeira Constituição a incorporar, no seu texto, a composição tríplice das Forças Armadas?

a) Constituição de 1988
b) Constituição de 1824
c) Constituição de 1946
d) Constituição de 1891

3. A Constituição de 1891 foi a primeira a conferir às Forças de Terra e de Mar a condição de instituições
nacionais

a) permanentes.
b) rígidas.
c) regulares.
d) militares.

GABARITO

1) B
2) C
3) A

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EEAR CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA 47 / 61

CAPÍTULO 5 - RESPONSABILIDADES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA

TÓPICO 5.1 - RESPONSABILIDADE FUNCIONAL

Estamos caminhando para o último assunto a ser discutido nesta


disciplina. Até o momento, nossa parceria foi muito proveitosa, pois tenho
a certeza de que sanou dúvidas e progrediu em conhecimentos. Mas vamos
lá!

A responsabilidade dos Agentes da Administração no COMAER, quando no exercício de cargos,


encargos ou funções, previstos na estrutura regimental do COMAER ou de comissões, decorre do
Princípio da Prevalência e da Relevância do Interesse Público e do Princípio da Transparência dos atos e
dos fatos administrativos praticados pelos agentes na gestão das atividades da Organização.

Responsabilidade funcional é a qualidade daquele que é agente responsável, ou daquele que tem a
obrigação de responder pela prática de atos próprios ou daquele por coisa confiada, quando no exercício de
cargo, função ou encargo, previstos na estrutura regimental ou em ato próprio.

As disposições do Regulamento de Administração da Aeronáutica (RADA-e) são aplicáveis, no que


couber, àquele que, mesmo não sendo Agente da Administração, induza ou concorra para a prática de atos
de improbidade ou que dele se beneficie sob qualquer forma, direta ou indireta.

Todo Agente da Administração, investido em função, cargo ou encargo/comissão, que vier a causar
prejuízos à União, às pessoas físicas e/ou jurídicas ou ao serviço, terá sua responsabilidade administrativa,
civil e/ou criminal, vinculada às omissões ou aos atos ilegais em que incorrer ou praticar.

A responsabilidade civil não isenta o responsável da sanção administrativa e/ou criminal relativa ao
evento. A responsabilidade civil imputada ao agente ou auxiliar culpado acarretará o ressarcimento dos
danos ou prejuízos causados à União ou a terceiros, com as cominasses (imposições) legais.

Os oficiais, os graduados e os servidores civis em geral, além de seus encargos funcionais,


poderão ser designados para integrarem grupos de trabalhos, comissões, representações e outras missões na
área da administração, desde que sejam compatíveis com as suas habilitações e posições hierárquicas.

Os Agentes da Administração são obrigados a zelar pela estrita observância, entre outros aspectos,
principalmente dos Princípios da Legalidade, da Impessoalidade, da Moralidade, da Publicidade, da
Transparência, da Eficácia, da Economicidade e da Eficiência no trato dos assuntos que lhes são afetos.

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48 / 61 CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA EEAR

a) Quanto à legalidade – o administrador público está, em toda sua atividade funcional, sujeito aos
mandamentos da Lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de
praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. Em suma,
toda e qualquer atividade administrativa deve estar autorizada ou prevista em Lei.

b) Quanto à impessoalidade – o administrador público deve objetivar o interesse público, sendo, em


consequência, inadmitido o tratamento privilegiado aos amigos e o tratamento recrudescido aos inimigos.

c) Quanto à moralidade – está necessariamente subordinada à observância de parâmetros ético-


jurídicos, impondo limitações ao exercício do poder estatal, legitimando o controle jurisdicional de todos
os atos do Poder Público que transgridam os valores éticos que devem pautar o comportamento dos agentes
e dos órgãos governamentais. Logo, impõe ao administrador público que não dispense os preceitos éticos
que devem estar presentes em sua conduta.

d) Quanto à publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos - deve ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Os atos da
Administração devem merecer a ampla divulgação possível entre os administrados, isso porque constitui
fundamento do princípio de propiciar-lhes a possibilidade de controlar a legitimidade da conduta dos
Agentes da Administração; e

e) Quanto à eficiência na Administração Pública – deve concretizar suas atividades com vistas a
extrair o maior número possível de efeitos positivos ao administrado, analisando a relação custo-benefício,
buscando a excelência de recursos. Suscita ao administrador público a procura de produtividade e
economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público, o
que impõe a execução dos serviços com presteza, perfeição e rendimento funcional.

A apuração das irregularidades administrativas será realizada mediante Sindicância ou Inquérito


Policial-Militar. Aos agentes apontados pelas irregularidades serão assegurados sempre o Direito da Ampla
Defesa e do Contraditório, com os meios e os recursos a ela inerentes, inclusive, mas não necessariamente
obrigatório, contando com a participação de advogado.

O pessoal da Aeronáutica, no exercício das atribuições inerentes ao cargo, encargo/comissão ou


função e no desempenho de qualquer atividade administrativa, será responsabilizado essencialmente:

a) pela ineficiência na execução dos seus deveres funcionais;

b) pelas consequências da inobservância, por inércia de sua parte, de disposições legais ou de


ordens emanadas de autoridades competentes;

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EEAR CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA 49 / 61

c) pelas omissões nos seus deveres funcionais;

d) pelo emprego irregular de bens e de valores públicos, inclusive daqueles sob sua guarda;

e) pelos compromissos que assumir em nome da OM sem que, para isso, esteja autorizado;

f) pelo desempenho incorreto das obrigações decorrentes do exercício de seu cargo,


encargo/comissão ou função;

g) pelos atos em desconformidade com a legislação e as normas internas que praticar no exercício
de seu cargo, encargo/comissão ou função;

h) pelas despesas ordenadas sem dotação orçamentária prevista e aprovada ou em desacordo com a
classificação orçamentária devida;

i) pela constituição e guarda de numerário não contabilizado e concessão de liberalidades não


previstas;

j) pelos erros de cálculo e por outros que resultem em pagamentos ou recebimentos indevidos;

k) pela classificação inadequada de registro de receita, de despesa ou patrimonial, em relação às


formalidades básicas exigidas pelas disposições pertinentes;

l) pelo cumprimento de ordem de natureza administrativa, ilegal, em desacordo com as normas ou


prejudicial à União, sem a adoção de medidas acautelatórias de seu alcance e de sua
responsabilidade;

m) pelos atos ilegais praticados por agentes subordinados se, previamente comunicado, não tenha
adotado providências em tempo para evitar e corrigir esses atos;

n) pela omissão de descontos ou indenizações devidas;

o) pelo atraso que causar às conferências de escrituração, prestação de contas, passagem e


transmissão de cargo, transmissão de valores e de bens, remessa de documento às organizações
do sistema e andamento dos processos;

p) pela falta de arrecadação de receita pública, quando de sua competência, bem como por
pagamento, recolhimento ou remessa de qualquer importância fora do prazo fixado;

q) pela apresentação da escrituração desordenada e desatualizada;

r) pela falta de adoção de medidas adequadas na apuração da responsabilidade dos agentes e dos
gestores;

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50 / 61 CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA EEAR

s) pela falta de iniciativa para solucionar casos não previstos, cuja ação seja de sua alçada e
competência;

t) pelas faltas e irregularidades apuradas nas passagens de cargo, transmissão de bens, valores e
dinheiro, em tomadas de contas, prestação de contas, conferência de escrituração e em recebimento,
distribuição, remessa, inclusão, exclusão ou saída de material;

u) pelas irregularidades ou inconsistências na escrituração que lhe esteja afeta, sem a observância das
medidas corretivas aplicáveis; e

v) pela ineficiência de sua administração em qualquer cargo, encargo/comissão ou função.

TÓPICO 5.2 - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

A responsabilidade dos Agentes da Administração que participarem de determinado caso ou evento


será solidária quando, em uma mesma obrigação, houver mais de um responsável pelo seu
cumprimento, só não abrangendo aquele que, por meio da indispensável argumentação, seguida de
registro escrito, deixar definida a sua discordância com relação ao caso ou evento considerado.

Uma pessoa deve responder pelos atos de outra em igual intensidade. A responsabilidade será
solidária quando, em uma mesma obrigação, houver mais de um responsável pelo seu cumprimento.
Também dita como obrigação solidária é espécie de obrigação múltipla, configurando-se esta pela presença
de mais de um indivíduo em um ou em ambos os polos da relação obrigacional.

Todos os membros das comissões serão responsabilizados quando praticarem qualquer ato lesivo
aos interesses da União, de terceiros, ou contrários às disposições pertinentes.

O voto vencido, obrigatoriamente justificado e formalizado em documento, isenta de


responsabilidade aquele que o emitiu.

As comissões, incluindo as de Tomada de Contas Especial (TCE), e os agentes encarregados por


auditorias, inspeções ou fiscalização serão responsabilizados, solidariamente, com os Agentes da
Administração quando, apuradas as irregularidades cometidas, ficar provado que dispunham de elementos
para responsabilizar os faltosos e não o fizeram.

Participará da responsabilidade solidária qualquer agente que deixar de comunicar a seu superior
imediato as faltas e as omissões que seu subordinado houver praticado ou nelas tiver incorrido.

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- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


de um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

E então? Você consegue identificar, em sua Organização, alguns exemplos


do que vimos acima? Consegue verificar sua parte nesse contexto?

TÓPICO 5.3 - RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL OU PESSOAL

Quando o Comandante, o Agente Diretor ou Ordenador de Despesas – salvo conivência e o


disposto nas alíneas que versam sobre as responsabilidades atribuídas ao pessoal da Aeronáutica – no
exercício das atribuições inerentes ao cargo, encargo/comissão ou função, bem como no desempenho de
qualquer atividade administrativa, decidir, com fundamento em informações ou parecer incompleto,
incorreto ou inverídico, a responsabilidade recairá somente no autor da informação ou parecer.

O Comandante, o Agente Diretor ou o Ordenador de Despesas, salvo conivência, não será


responsável por prejuízos causados à Fazenda Nacional decorrentes de atos praticados por agente
subordinado que exorbitar das ordens recebidas.

Apurada qualquer divergência na conferência de bens, valores e dinheiro em procedimento de TCE,


ou por ocasião da substituição do respectivo agente ou gestor, ser-lhe-á imputada a responsabilidade pelo
ressarcimento dos eventuais danos ou prejuízos verificados, assegurando-lhe, sempre, o Direito da Ampla
Defesa e do Contraditório, com os meios e os recursos inerentes, inclusive, mas não necessariamente
obrigatório, contando com a participação de um advogado.

O agente responsável por bens, valores e dinheiro públicos e de terceiros responderá:

a) pelas quantias recebidas, até que justifique o seu emprego;

b) pelos pagamentos ou distribuições que efetuar;

c) pelos erros de cálculo; e

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d) pelo emprego indevido de bens, valores e dinheiro sob a sua guarda.

O agente que subscrever qualquer documento administrativo será responsável pela autenticidade
das informações nele contidas. O agente incumbido de conferir documento administrativo responderá pela
exatidão dos cálculos e das importâncias nele registradas.

A sanção administrativa prevista no RADA-e não elide (elimina) a aplicação da sanção disciplinar
prevista no Regulamento Disciplinar da Aeronáutica (RDAer). A isenção de culpa, quando for o caso, só
caberá ao responsável que tenha adotado providências adequadas e oportunas e de sua alçada para evitar o
prejuízo ou dano.

O fato de uma inspeção, uma verificação, uma auditoria ou um processo de contas terem
considerado regular a situação de qualquer agente da administração, isso não impede que esse agente se
torne responsável por irregularidades apuradas posteriormente.

Nesse caso, o agente encarregado por inspeção, auditoria, verificação ou tomada de contas
compartilhará da responsabilidade em que tiver incorrido o agente se for verificado que dispunha de
elementos para tornar efetiva a responsabilidade.

Compete ao Ordenador de Despesas da Unidade Apoiadora determinar a realização dos descontos


decorrentes das sanções administrativas previstas no RADA-e, ou ainda aos órgãos competentes, “ex-
ofício”, quando constatarem, no exame dos processos, que os descontos não foram executados.

Os Agentes Auxiliares da Administração respondem perante os respectivos chefes diretos. A


responsabilidade que resultar de perda, dano ou extravio de recursos, valores ou outros bens entregues aos
Agentes Auxiliares do Agente da Administração será a estes imputada, exceto se ficar comprovada a culpa
de seu chefe ou de outrem.

TÓPICO 5.4 - CASOS FORTUITOS E MOTIVOS DE FORÇA MAIOR

Os casos fortuitos e os motivos de força maior podem ser considerados para fins de isenção de
responsabilidade do Agente da Administração e são verificados nas situações quando os efeitos não eram
possíveis de serem evitados ou impedidos. Serão ainda objeto de apuração de responsabilidade do agente
ou usuário quanto à ação, à omissão, ou, ainda, à falta de atenção e de cuidado ou ao erro na execução,
devendo ser a solução publicada em boletim interno.

Podem ser considerados, para fins de isenção de responsabilidade do Agente da Administração,


dentre outros:

a) incêndio, sinistro aéreo, fluvial, marítimo ou terrestre;

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b) inundação, submersão, terremoto ou outras intempéries;

c) epidemia ou moléstia contagiosa;

d) saque ou destruição pelo inimigo, ou destruição ou abandono forçados pela aproximação dele;

e) estrago produzido em armas, ou em quaisquer outros bens, por explosão ou acontecimento


imprevisível; e

f) inutilização involuntária do bem em serviço ou em instrução.

Ocorrendo a situação, o responsável direto, ou indireto, levará imediatamente o fato ao


conhecimento da autoridade a que estiver diretamente subordinado, por escrito, prestando-lhe todas as
informações e todos os esclarecimentos necessários à justificativa das circunstâncias em que o fato tenha
ocorrido.

Tudo bem até agora? Tenho certeza de que você está cada vez mais
interessado e “por dentro” dos assuntos estudados até aqui, Parabéns!
Vamos juntos seguir em frente?

TÓPICO 5.5 - GENERALIDADES

Conforme o RADA-e, todo militar ou servidor público investido de cargo, encargo/comissão ou


função que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, vier a causar prejuízos à União
ou a terceiros, responderá por suas condutas nas esferas administrativa, civil e criminal. A responsabilidade
desse agente deverá ser apurada em procedimento administrativo competente, observada a legislação
vigente.

A responsabilidade será também civil quando a conduta do Agente da Administração resultar em


obrigação de reparar os prejuízos causados à União ou a terceiros. A responsabilidade civil não exime o
Agente da Administração da sanção administrativa ou criminal cabível, apurada em procedimento
administrativo pertinente, observada a legislação vigente.

O COMAER responderá pelos danos que os Agentes da Administração causarem a terceiros,


cabendo-lhe ação regressiva contra os agentes responsáveis, nos casos de culpa ou dolo, apurados em
procedimentos administrativos pertinentes, observada a legislação vigente. Destarte, vale ressaltar que essa
regra está insculpida no Art. 37, § 6º, da Constituição da República Federativa do Brasil, que estabelece a

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possibilidade de responsabilizar o agente público (abrangendo, inclusive, o militar das Forças Armadas),
nas situações de dano a terceiros. Assim, a responsabilidade do Estado é objetiva, devendo arcar com o
custo financeiro da ação do agente.

Em momento posterior, o Estado pode buscar o ressarcimento da quantia paga ao terceiro, mediante
a apuração da conduta do agente público (dolo ou culpa), lançando mão, judicialmente, da chamada ação
regressiva.

• Os casos fortuitos ou motivos de força maior, quando comprovados mediante procedimento


administrativo competente, isentarão de responsabilidade os agentes.

• Ocorrendo roubo, furto, extorsão, incêndio ou dano material, a isenção da responsabilidade ficará
subordinada à ausência de culpa do Agente da Administração.

• A isenção de culpa, quando for o caso, só beneficiará o responsável que tenha tomado as providências
adequadas e da sua alçada para evitar o prejuízo.

Todo agente responsável pelo cumprimento de ordens que, a seu ver, impliquem prejuízo à União
ou que contrariem dispositivos legais deverá ponderar a respeito com a autoridade que as determinou,
ressaltando as consequências da sua execução.

Se, apesar da ponderação, a autoridade persistir na ordem, o subordinado a cumprirá, mediante


determinação por escrito, e, a seguir, participará, também por escrito, que a ordem em causa foi executada
de acordo com o disposto no caput desse Artigo, ficando, por consequência, isento de responsabilidade.

Procedimento análogo caberá sempre que se tornar necessária a execução de medida ou providência
legal, que não tenha sido tomada oportunamente. A sanção civil será aplicada, observada a legislação
pertinente:

a) ao agente responsável direto pelo dano ou prejuízo apurado; e

b) aos agentes que tenham agido com imprudência, imperícia ou negligência em relação às
providências de suas atribuições, no sentido de responsabilizar o agente culpado.

Qualquer agente, ao tomar conhecimento de irregularidade administrativa, adotará,


obrigatoriamente, as providências cabíveis junto à autoridade competente, objetivando a apuração de
responsabilidade, sob pena de eventual responsabilização solidária. Os agentes auxiliares responderão
perante os respectivos chefes diretos.

A responsabilidade resultante de perda, dano ou extravio de valores e de bens entregues a qualquer


agente será a este imputada, após apuração por meio de procedimento administrativo competente,
observada a legislação vigente. Nenhum agente responsável estará isento de prestar contas que, se

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EEAR CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA 55 / 61

necessário, serão tomadas tendo em vista os superiores interesses da União. Todo ato administrativo
praticado por agente público estará sujeito ao exame dos órgãos de controle.

Cabe ressaltar que os Órgãos Centrais dos diversos sistemas corporativos ou Órgãos competentes,
ao constatarem quaisquer irregularidades em suas respectivas áreas, deverão determinar às UG
responsáveis a adoção imediata das providências para apuração.

- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida

Vamos fazer de um breve comentário.


algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na


hora de fazer uma pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem


Agora, que tal parte do estudo.
uma pausa?

A partir de suas anotações, reconstrua, com suas


palavras, todo o estudo em um ou dois
parágrafos, ou, se preferir, elabore um mapa

Está na hora de mental ou um infográfico sobre o texto.


resumir!

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Exercícios para aprendizagem do capítulo

Responsabilidades na Administração da Aeronáutica

Bem, agora que você já cumpriu mais essa etapa da missão, que tal avaliar seu grau
de assimilação em relação ao conteúdo que foi visto neste capítulo? Não se preocupe
caso não saiba responder prontamente, o importante é que você resolva as questões a
seguir no seu tempo.

1. No caso de apuração de irregularidades praticadas pelos agentes públicos, quais direitos, considerados
como verdadeiras garantias constitucionais, devem ser observados?

a) Legalidade – Interesse Público


b) Ampla Defesa – Contraditório
c) Impessoalidade – Indisponibilidade do Interesse Público
d) Razoabilidade – Supremacia do Interesse Público

2. No trato da responsabilidade solidária, um Terceiro-Sargento, que participa de uma comissão criada


especificamente no âmbito da OM, ao discordar dos demais componentes (observou que havia erro na
conferência de materiais), o faz mediante ato escrito e devidamente justificado, restando vencido na sua
opinião frente ao grupo. Se houver, posteriormente, apuração de responsabilidade dos integrantes da
comissão, qual a consequência para esse graduado da medida adotada por ele?

a) Será responsabilizado com os integrantes da comissão.


b) Será responsabilizado de forma isolada, não havendo sanção para os outros integrantes.
c) Estará isento de responsabilidade, alcançando, inclusive, os demais integrantes.
d) Estará isento de responsabilidade.

2. Se o Comandante de uma OM tomar uma decisão administrativa na condição de gestor (Dirigente


Máximo), ciente das implicações de sua atitude, sem qualquer variável externa de influência, poderá sofrer
as consequências de tal postura. Dessa forma, estamos diante de qual tipo de responsabilidade?

a) Solidária
b) Pessoal
c) Compartilhada

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d) Integral

3. Um sinistro aéreo pode ser considerado, para fins de responsabilidade administrativa, um

a) evento aleatório.
b) caso fortuito ou de força maior.
c) acontecimento inesperado e sem efeitos práticos.
d) incidente sem efeitos administrativos.

4. Os casos fortuitos e os motivos de força maior podem ser considerados para efeito de

a) responsabilização de seus agentes.


b) exclusão de culpabilidade de seus agentes.
c) isenção de responsabilidade de seus agentes.
d) responsabilização de seus agentes, com atenuantes específicas.

5. Qual procedimento deverá ser adotado pelo agente responsável pelo cumprimento de ordens superiores
que, a seu ver, contrariem dispositivos legais, podendo gerar prejuízos administrativos?

a) Deverá cumprir a ordem, em obediência ao Princípio da Hierarquia e da Disciplina.


b) Deverá ponderar a respeito da ordem, ressaltando as consequências da execução do ato.
c) Deverá ponderar a respeito da ordem, mas não deixar de cumprir a determinação.
d) Deverá cumprir a ordem, porém deixará registrado o seu inconformismo.

7. Nos casos de responsabilização do agente público por danos causados a terceiros, é possível ao Estado
buscar o ressarcimento dos valores pagos ao terceiro, mediante análise, em ação própria, acerca do(a):

a) culpa do agente público (único elemento cabível).


b) dolo do agente público (único elemento cabível).
c) dolo ou culpa do agente público.
d) conduta do agente público, sem qualquer análise de dolo ou culpa
GABARITO

1) B 4) B 7) C
2) D 5) C
3) B 6) B

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58 / 61 CAS - MILITARES NA ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA EEAR

- Quais suas observações iniciais acerca do texto?


Identifique algumas palavras-chave e faça breves
anotações sobre elas. Faça uma breve descrição do
texto. Quais correlações e associações você pode
fazer em relação a ele? Compare-o a outras leituras
que você já tenha realizado. Faça breves anotações,
infográficos ou desenhos.

- Experimente decompor o texto em tópicos. Anote


cada tópico acrescido de um breve comentário. Após
isso, faça um resumo, reconstruindo o texto com
suas próprias palavras a partir dos tópicos. Avalie
Roteirize o
seu estudo! todas as suas anotações de forma reflexiva. Há algo
que você possa melhorar?

- Tente explicar seu resumo para alguém, prepare


uma aula com 3 a 5 slides, ou faça um “mapa
mental” sobre o assunto estudado. Faça uma
“busca” na Internet por algum texto, infográfico ou
vídeo que esteja relacionado com o assunto e que
possa ser acrescentado ao seu material de estudo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao findar o estudo da disciplina “Militares na Administração da Aeronáutica”, os discentes


do CAS se debruçaram com aspectos importantes relativos ao conceito de Estado e os princípios da
Administração Pública no Brasil, os poderes da Administração e o abuso de poder vinculados à
Administração.
Noutro giro, foram apontadas relevantes noções sobre os atos de improbidade administrativa
e seu impacto direto na gestão administrativa, com reflexos sobre a responsabilização dos agentes públicos,
abarcando os militares no contexto de estudo.
No tópico das “Forças Armadas na Constituição Federal e a Administração da Aeronáutica”,
foram traçadas considerações acerca da origem das Forças Singulares, a definição do comando político e
operacional e a destinação constitucional das Forças de guerra. Por fim, os tipos de responsabilidade na
Administração da Aeronáutica, dando o suporte administrativo necessário para o desempenho livre e
consciente de todas as atividades funcionais, permite a atuação dos militares com o alicerce necessário para
a atuação isenta e regular dos militares na gestão pública.

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REFERÊNCIAS

ABREU, Jorge Luiz Nogueira de. Direito Administrativo Militar. 1ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense; São
Paulo: Método, 2010.

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19 ed. São Paulo:
Método, 2011.

BEM, R. M. PRADO, M. L., e DELFINO, N. Desafios à implantação da gestão do conhecimento: a


questão cultural nas organizações públicas federais brasileiras. Revista Digital de Biblioteconomia e
Ciência da Informação, 11(2), 123-135, 2013.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:


Presidência da República, [2022]. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm.

BRASIL. Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980, alterada pela Lei nº 13.954, de 16 de dezembro de


2019. Dispõe sobre o Estatuto dos Militares. Brasília, DF: Presidência da República [2022].
http://www4.planalto.gov.br/legislacao/portal-legis/legislacao-1/leis-ordinarias/2019-leis-ordinarias.

BRASIL. Portaria GABAER Nº 25/GC3, de 21 de janeiro de 2021. Aprova a edição do Regulamento de


Administração da Aeronáutica, na forma eletrônica – RCA 12-1 (RADA-e).

BRASIL. Decreto nº 76.322, de 22 de setembro de 1975. Aprova o Regulamento Disciplinar da


Aeronáutica (RDAER).

BRASIL. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, alterada pela Lei nº 14.230, de 25 de outubro de 2021.
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de
mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em:
http://www4.planalto.gov.br/legislacao/portal-legis/legislacao-1/leis-ordinarias/2021-leis-ordinarias.

COSTA, Thais. Os três Poderes no Brasil. Medium. 2018. Medium. Disponível em:
https://medium.com/@thassacosta/os-tr%C3%Aas-poderes-no-brasil-7acb1e2dc6a7. Acesso em 22 jul.
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 32ª ed. rev., ampl e atual. Rio de Janeiro: Ed.
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22ª. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 22 ed. São Paulo: Atlas, 2007.

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OLIVIERI, Antônio Carlos. Poderes do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário. In: Blog Amggoes.
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